pôster 3 septoriose do imbe jakelinny

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INTRODUÇÃO O imbê (Philodendron cordatum Kunth - Araceae) é uma planta ornamental, semi-trepadeira, de caule frágil, com raízes aéreas pouco resistentes. Possui grandes folhas labeladas, e suas flores são minúsculas, agrupadas em forma de espiga sob uma capa que se abre quando aptas à fecundação. Planta de clima equatorial, subtropical e tropical, originária do Brasil, podendo chegar à altura de 3,5 a 4,5 metros. Possui relativa toxicidade quando ingeridas por crianças e animais domésticos. De suas raízes também era comum o uso para a confecção de cestos e outros apetrechos e, ainda, como corda ou barbante. Seu uso atual restringe-se à ornamentação e jardinagem (LORENZI, 2001). O mercado mundial de plantas ornamentais movimenta US$ 4,7 bilhões por ano. Nessa atividade econômica, o controle fitossanitário é fator determinante para o sucesso de qualquer programa de produção, voltado para exportação ou para o mercado interno. Nesse particular, as doenças fúngicas e as pragas representam os principais problemas (O JARDINEIRO.NET, 2012). Os fungos do gênero Septoria são coelomicetos que causam inúmeras manchas foliares em diversas culturas agrícolas, olerícolas, plantas ornamentais e é responsável por perdas de rendimento de matéria seca e atividade fotossintética das plantas infectadas (KIMATI et al., 2005). A variabilidade de um táxon pode ser representada pelo número de representantes descritos em literatura, desta forma, existem descritos 3109 registros de espécies, formae speciales e variedades de Septoria sp. (INDEX FUNGORUM, 2012), O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar o agente etiológico da septoriose incidente em folhas de imbê ( Philodendron cordatum). BUENO, P.A. de O., PEIXOTO, J.R., JUNQUEIRA, N.T.V., MATOS, J.K.A. Incidência e severidade de septoriose ( Septoria passiflorae SIDOW) em mudas de 48 genótipos de maracujazeiro azedo, sob casa de vegetação no Distrito Federal. Revista Biosci. vol. 23., n.2, pag.88-95. Uberlândia. 2007 FARR & ROSSMAN, SBML Systematic Botany of Mycological Resources. Disponível em <http://www.ars.usda.gov/main/site_main.htm?modecode=12-75-39-00>. Acessado em: 12/04/2012. KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 4ª Ed. Vol. 2, pag. 482 – São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. LORENZI, H. Plantas ornamentais do Brasill: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2001. INDEX FUNGORUM. Disponível em: <http://www.indexfungorum.org/Names/Names.asp>. Acessado em: 27/06/2012. O JARDINEIRO.NET. Imbê. Disponível em: <http://www.ojardineiro.net/imbê> Acessado em: 24/04/2012. Coleta de amostras de folhas de imbê OCORRÊNCIA DE Septoria sp. EM IMBÊ ( Philodendron cordatum) Occurence of Septoria sp. in Philodendron cordatum Kunth. JAKELINNY M. SILVA , ABDIAS R. MATA NETO e MILTON L. PAZ-LIMA Instituto Federal Goiano câmpus Urutaí. Laboratórios de Microbiologia e Fitopatologia, E-mail: [email protected]. Pescagem direta – tecidos sintomáticos com auxílio de ME Preparo de laminas semipermanentes Avaliação morfológica e morfométrica das estruturas em MO Sintomas: manchas foliares circulares e elípticas, com centro de coloração pálea, de bordo necrosado negro, progredindo para halo arroxeado (pouco evidente), por fim, circunscrito aos vários tipos de halos um halo clorótico. Sinais: os sinais eram representados por picnídios globosos, ostiolados e de paredes finas e coloração marrom-escura; conídios são hialinos, longos, finos, com quatro a oito septos, medindo 60-120 x 2-4 µm. O gênero Septoria foi registrado infectando plantas do gênero Philodendron no México. A espécie Septoria guembe foi relatada em plantas do gênero Philodendron no México e Paraguai e em Philodendron selloi na antiga União Soviética. A descrição original de S. guembe foi realizada em 1922, para um isolado incidente em folhas de Phyllodendrum sellloi em guembê no Paraguai. Figura 1. Sintomas da septoriose ( Septoria sp.) incidente em folha de imbê (Philodendron cordatum). A. manchas esfericas a elípticas, B. Mancha foliar esférica e elíptica com bordas escurecidas e o centro de coloração mais clara, com presença de um halo amarelo estreito, circundando a lesão, C. Pontuações de coloração bege à marron escuras que são as frutificações do patógeno (picnídios), D. micélio em meio de cultura BDA, E. Conídio, filiformes, multisseptado e hialinos (bar= 12,5 μm). Identificação MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA A septoriose provoca perdas devido à destruição progressiva da folhagem que, além de reduzir a área foliar responsável pela fotossíntese, ocasionando um impacto negativo, pois na maioria das plantas do gênero Philodendron, as folhas são úteis e utilizadas para ornamentação. Esse é o primeiro relato de Septoria sp. infectando o gênero Philodendron no Brasil.

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Page 1: Pôster 3 septoriose do imbe   jakelinny

INTRODUÇÃOO imbê (Philodendron cordatum Kunth - Araceae) é uma planta

ornamental, semi-trepadeira, de caule frágil, com raízes aéreas pouco resistentes. Possui grandes folhas labeladas, e suas flores são minúsculas, agrupadas em forma de espiga sob uma capa que se abre quando aptas à fecundação. Planta de clima equatorial, subtropical e tropical, originária do Brasil, podendo chegar à altura de 3,5 a 4,5 metros. Possui relativa toxicidade quando ingeridas por crianças e animais domésticos. De suas raízes também era comum o uso para a confecção de cestos e outros apetrechos e, ainda, como corda ou barbante. Seu uso atual restringe-se à ornamentação e jardinagem (LORENZI, 2001).

O mercado mundial de plantas ornamentais movimenta US$ 4,7 bilhões por ano. Nessa atividade econômica, o controle fitossanitário é fator determinante para o sucesso de qualquer programa de produção, voltado para exportação ou para o mercado interno. Nesse particular, as doenças fúngicas e as pragas representam os principais problemas (O JARDINEIRO.NET, 2012).Os fungos do gênero Septoria são coelomicetos que causam inúmeras manchas foliares em diversas culturas agrícolas, olerícolas, plantas ornamentais e é responsável por perdas de rendimento de matéria seca e atividade fotossintética das plantas infectadas (KIMATI et al., 2005). A variabilidade de um táxon pode ser representada pelo número de representantes descritos em literatura, desta forma, existem descritos 3109 registros de espécies, formae speciales e variedades de Septoria sp. (INDEX FUNGORUM, 2012),

O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar o agente etiológico da septoriose incidente em folhas de imbê (Philodendron cordatum).

BUENO, P.A. de O., PEIXOTO, J.R., JUNQUEIRA, N.T.V., MATOS, J.K.A. Incidência e severidade de septoriose (Septoria passiflorae SIDOW) em mudas de 48 genótipos de maracujazeiro azedo, sob casa de vegetação no Distrito Federal. Revista Biosci. vol. 23., n.2, pag.88-95. Uberlândia. 2007FARR & ROSSMAN, SBML Systematic Botany of Mycological Resources. Disponível em <http://www.ars.usda.gov/main/site_main.htm?modecode=12-75-39-00>. Acessado em: 12/04/2012. KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 4ª Ed. Vol. 2, pag. 482 – São Paulo: Agronômica Ceres, 2005.LORENZI, H. Plantas ornamentais do Brasill: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2001.INDEX FUNGORUM. Disponível em: <http://www.indexfungorum.org/Names/Names.asp>. Acessado em: 27/06/2012.O JARDINEIRO.NET. Imbê. Disponível em: <http://www.ojardineiro.net/imbê> Acessado em: 24/04/2012.

Coleta de amostras de

folhas de imbê

OCORRÊNCIA DE Septoria sp. EM IMBÊ (Philodendron cordatum)Occurence of Septoria sp. in Philodendron cordatum Kunth.

JAKELINNY M. SILVA, ABDIAS R. MATA NETO e MILTON L. PAZ-LIMAInstituto Federal Goiano câmpus Urutaí. Laboratórios de Microbiologia e Fitopatologia, E-mail: [email protected].

Pescagem direta –tecidos

sintomáticos com auxílio de ME

Preparo de laminas

semipermanentes

Avaliação morfológica e morfométrica das estruturas em MO

Sintomas: manchas foliares circulares e elípticas, com centro de coloração pálea, de bordo necrosado negro, progredindo para halo arroxeado (pouco evidente), por fim, circunscrito aos vários tipos de halos um halo clorótico.

Sinais: os sinais eram representados por picnídios globosos, ostiolados e de paredes finas e coloração marrom-escura; conídios são hialinos, longos, finos, com quatro a oito septos, medindo 60-120 x 2-4 µm.

O gênero Septoria foi registrado infectando plantas do gênero Philodendron no México. A espécie Septoria guembe foi relatada em plantas do gênero Philodendron no México e Paraguai e em Philodendron selloi na antiga União Soviética. A descrição original de S. guembe foi realizada em 1922, para um isolado incidente em folhas de Phyllodendrum sellloi em guembê no Paraguai.

Figura 1. Sintomas da septoriose (Septoria sp.) incidente em folha de imbê (Philodendron cordatum). A. manchas esfericas a elípticas, B. Mancha foliar esférica e elíptica com bordas escurecidas e o centro de coloração mais clara, com presença de um halo amarelo estreito, circundando a lesão, C. Pontuações de coloração bege à marron escuras que são as frutificações do patógeno (picnídios), D. micélio em meio de cultura BDA, E. Conídio, filiformes, multisseptado e hialinos (bar= 12,5 μm).

Identificação

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

A septoriose provoca perdas devido à destruição progressiva da folhagem que, além de reduzir a área foliar responsável pela fotossíntese, ocasionando um impacto negativo, pois na maioria das plantas do gênero Philodendron, as folhas são úteis e utilizadas para ornamentação. Esse é o primeiro relato de Septoria sp. infectando o gênero Philodendron no Brasil.