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Pôster 1)
QUESTIONÁRIO ALIMENTAR DE TRÊS FATORES: UMA BREVE
REFLEXÃO TEÓRICA
Wanderson Roberto da Silva1*, Bianca Gonzalez Martins1, João Marôco2, Juliana
Alvares Duarte Bonini Campos1 - 1 Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara, São Paulo, Brasil; 2 Instituto
Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA), Lisboa, Portugal.
PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; Comportamento; Questionários.
INTRODUÇÃO O comportamento alimentar é um conceito que engloba,
principalmente, as reações dos indivíduos frente às diversas maneiras de lidar com os
alimentos. Atualmente, nota-se na literatura uma divergência quanto à definição desse
conceito bem como a existência de poucas ferramentas para sua estimação. Algumas
pesquisas têm sugerido a utilização de instrumentos psicométricos para avaliar o
comportamento alimentar como, por exemplo, o Questionário Alimentar de Três
fatores (TFEQ) que é comumente utilizado em âmbito internacional e nacional.
Contudo, esse instrumento sofreu adaptações desde sua criação e pesquisadores têm
questionado alguns dos aspectos teóricos relacionados, principalmente, ao conteúdo
dos itens envolvidos na avaliação do comportamento alimentar e, portanto, uma
reflexão acerca dessa discussão torna-se interessante. OBJETIVO Introduzir uma
discussão acerca do conteúdo teórico dos itens do TFEQ à luz da teoria subjacente à
construção dos aspectos componentes do comportamento alimentar considerando a
versão mais atual do instrumento disponível no Brasil. MÉTODO Foi realizado um
estudo descritivo de investigação qualitativa. As principais versões e adaptações
internacionais e nacionais do TFEQ foram descritas. A versão mais atual do TFEQ
disponível no Brasil foi a selecionada para avaliação. A avaliação do conteúdo dos
itens/fatores foi realizada por 3 especialistas em Psicometria e Comportamento
Alimentar. Foi solicitado aos especialistas que analisassem teoricamente e julgassem
cada item do instrumento segundo sua contribuição para avaliar o comportamento
alimentar bem como seu enquadramento no fator proponente. RESULTADOS O
TFEQ foi desenvolvido em 1985 na língua inglesa com 51 itens, escalas de respostas
dicotômica e do tipo Likert de 4 e 6 pontos e 3 fatores (Restrição Alimentar,
Desinibição e Fome). Em 2000, o instrumento foi revisado e reduzido para 18 itens
com escalas de respostas do tipo Likert de 4 e 8 pontos e a nomenclatura dos fatores
(Restrição Cognitiva, Alimentação Emocional e Descontrole Alimentar) e a alocação
dos itens foram modificadas. Em 2005, 3 itens novos foram criados e uma versão de
21 itens foi proposta. Em 2011, a versão de 21 itens foi traduzida para o português
brasileiro. Em 2017, a versão de 18 itens foi adaptada transculturalmente entre os países
de língua portuguesa sendo, portanto, a versão mais atual disponível no Brasil. Na
análise teórica, os especialistas identificaram que a nomenclatura do fator Restrição
Cognitiva parece não ser a mais adequada, uma vez que apesar de os itens abordarem
aspectos relacionados à restrição, a cognição está claramente apontada apenas na
construção de 3 itens desse fator. Assim, os especialistas sugeriram a utilização da
nomenclatura originalmente proposta “Restrição Alimentar”. Além disso, os
especialistas apontaram que 2 itens do fator Descontrole Alimentar (Fico com tanta
fome que meu estômago, muitas vezes, parece um poço sem fundo; Com que frequência
você sente fome?) não possuem conteúdo compatível com a construção teórica desse
fator. Outro aspecto considerado também na investigação do instrumento, foi a teoria
utilizada para compor o Comportamento Alimentar que aborda fatores (cognitivos,
emocionais e comportamentais) que ultrapassam os limites de estimação desse
conceito. CONCLUSÃO Observou-se na investigação do TFEQ que 2 itens do fator
Descontrole Alimentar e a nomenclatura do fator Restrição Cognitiva não estão
claramente direcionados. Ainda, o instrumento parece abordar um conceito mais amplo
que o comportamento alimentar em si. Assim, espera-se que essas reflexões possam
contribuir para uma investigação mais profunda do instrumento para utilização em
estudos epidemiológicos e clínicos.
Pôster 2)
OBESIDADE ENTRE MULHERES CANDIDATAS A CIRURGIA BARIÁTRICA
Simone FrontinoI; Lucimara Tábata MartinsII
I Pós graduanda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
Pós graduanda em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão
em Saúde – IPGS. Graduada em Nutrição pela Universidade do Sul de Santa Catarina –
UNISUL; II Mestre em Nutrição. Professora nos cursos de Nutrição e Tecnólogo em
Gastronomia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Pesquisadora do
Núcleo de Inovação Alimentar Pesquisa e Tecnologia (NIAPTEC); Universidade do Sul
de Santa Catarina – UNISUL – Avenida José Acácio Moreira, Nº 787 Bairro Dehon,
Tubarão, Santa Catarina, CEP 88704-900. [email protected].
PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Imagem corporal; Cirurgia bariátrica.
INTRODUÇÃO Além de a obesidade ser uma doença crônica não transmissível, ela
transcende seus aspectos epidemiológicos, por ser caracterizada pelo acúmulo excessivo
de tecido adiposo no organismo. Desta forma, é também reconhecida como um atributo
físico e comumente tratada pelo meio social com preconceito, principalmente com relação
as mulheres, pois o corpo feminino obeso foge dos padrões de beleza da sociedade
contemporânea. Deste modo a compreensão da complexidade da obesidade é fundamental
para despertar as diversas dimensões envolvidas e se obter um conhecimento mais
abrangente das dificuldades enfrentadas. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo
compreender as dificuldades relacionadas à perda de peso e os motivos que levam
mulheres obesas a procurarem a cirurgia bariátrica, a fim de conhecer os itinerários
terapêuticos já percorridos e o sofrimento decorrente da própria obesidade. MÉTODO
Pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas gravadas com roteiro semiestruturado
e notas em diário de campo. Participaram do estudo seis mulheres (C. 22 anos, M. 24 anos,
A. 32 anos, M. 42 anos, M. 44 anos, M. 62 anos) candidatas a cirurgia bariátrica do
Hospital Nossa Senhora da Conceição, após consentimento mediante a assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa com Seres Humanos da UNISUL. RESULTADOS Os resultados foram
divididos em três eixos principais, subdivididos em eixos secundários: Histórico da
obesidade; Fatores que dificultam a perda de peso (Formas utilizadas para perda de peso;
Motivação para realização da cirurgia bariátrica); e Auto percepção do corpo
(Expectativas quanto à realização da cirurgia bariátrica). DISCUSSÃO O histórico da
obesidade vem carregado de subjetividade, sem uma única causa aparente, desenvolve-se
entre as fases de mudança da vida, como o casamento, ou de enfrentamento a situações
desagradáveis, como doenças. As dificuldades de perda de peso são inúmeras, desde
fatores emocionais e psicológicos, quanto ambientais e sociais, e esbarram-se com a
vontade de emagrecer, desta forma, mesclam-se entre tentativas e recomeços de dietas
restritivas e uso de medicamentos. Então, frente a preocupação com as comorbidades da
obesidade e aparência física, a decisão para a cirurgia bariátrica é concretizada. Reforçada
também pela baixa autoestima, relacionada a auto percepção do corpo, demonstrando
insatisfação devido a estigmatização sofrida. Ao expressarem o que esperam após a
realização da cirurgia bariátrica, as mulheres referem muitas expectativas com relação a
uma melhora de vida em todos os aspectos. CONCLUSÃO Constata-se a complexidade
que envolve a obesidade e suas peculiaridades. Os discursos revelam que sua etiologia é
decorrente de múltiplos fatores e na busca pelo emagrecimento as mulheres já se
submeteram a várias tentativas falhas, pois a perda de peso é um caminho difícil, que
ultrapassa fatores biológicos. A cirurgia bariátrica se apresenta como um último recurso
possível, frente as aflições existentes, sendo idealizada como um “renascimento pessoal”.
Assim, conclui-se a necessidade de maior compreensão da obesidade, uma vez que, além
de os tratamentos dietéticos não estarem auxiliando no tratamento da doença, pois as
projeções atuais indicam tendência crescente, ainda reforçam sentimentos de sofrimento
aos obesos refletindo na piora da qualidade de vida.
Pôster 3 )
PERCEPÇÃO E SATISFAÇÃO CORPORAIS E CONSUMO ALIMENTAR DE
ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR DE SANTOS.
Karyna rodrigues batista1; Giovanna karla balico ortega prudencio1; Natália de castro
lima1; Cezar henrique de azevedo1 - 1 UNISANTOS – Universidade Católica de Santos;
PALAVRAS-CHAVE: imagem corporal; insatisfação corporal; consumo alimentar,
estado nutricional.
INTRODUÇÃO A autopercepção é um importante aspecto da complexidade que
envolve a imagem corporal. Ela pode refletir a satisfação e as preocupações sobre o
peso e tamanho do corpo, bem como, interferir na alimentação do indivíduo.
OBJETIVO Avaliar a percepção e satisfação da imagem corporal e o consumo
alimentar de estudantes universitários da área da saúde. MÉTODO Estudo transversal,
realizado em uma universidade particular na cidade de Santos-SP, com estudantes de
ambos os sexos, de cursos de graduação na área da saúde. O trabalho foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da UNISANTOS em 27 de março de 2017, número
parecer 2.017.517. A dimensão atitudinal da imagem foi avaliada pelo Questionário de
Imagem Corporal (BSQ), e a dimensão perceptiva pela Escala de Stunkard; o peso e
altura referidos serviram para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e, assim
como proposto por Schneider et al. (2012), identificar a posição do real IMC (kg/m2)
do indivíduo na escala, a saber: figura 1 (17,5); figura 2 (22,0); figura 3 (22,5); figura 4
(25,0); figura 5 (27,5); figura 6 (30,0); figura 7 (32,5); figura 8 (35,0) e figura 9 (37,5).
Adotou-se como distorção da autoimagem quando a diferença dos IMCs atual vs real
(figuras e IMC correspondente) apresentasse valor maior ou igual a dois. Para análise
do consumo alimentar utilizou-se um Questionário de Frequência com 14 agrupamentos
alimentares. RESULTADOS Participaram 77 estudantes, sendo dos cursos de
Enfermagem (n=17; 22,1%), Farmácia (n=5; 6,5%), Nutrição (n=18; 23,4%) e
Psicologia (n=37; 48,1%). A idade média foi de 21,7 anos (DP 4,6 anos) com maior
participação do sexo feminino (n=70; 90,9%). A insatisfação corporal foi observada em
33 participantes (42,8 %) e houve diferença entre o IMC médio dos que não
apresentaram nenhuma insatisfação (22,5 ± 3,9kg/m2) e daqueles com insatisfação
grave (26,6 ±7,0 kg/m2) (ANOVA p<0,05). Apresentaram distorção da autoimagem 14
universitários (18,2%) e houve uma tendência do IMC daqueles com distorção ser maior
do que dos sem distorção (25,4 ± 6,1kg/m2 x 22,9 ± 3,8kg/m2) (teste T Student p=0,06).
A frequência diária de consumo do agrupamento alimentar sucos naturais foi maior
naqueles sem distorção (1,05 ± 1,04 x 0,35 ± 0,54; U-Mann-Whitney p<0,05), enquanto
que aqueles com algum grau de insatisfação consumiram menos alimentos ricos em
carboidratos porém mais adoçantes (3,04 ± 1,47 x 4,27 ± 1,91; 0,30 ± 0,62 x 0,03 ±
0,15; U-Mann Whitney), respectivamente. CONCLUSÃO Os resultados demonstram
a necessidade de maior atenção aos estudantes da área da saúde acerca da insatisfação
da imagem corporal. Em vista dos alimentos que demonstram relação com a
autopercepção e satisfação, torna-se importante desmistificar os conceitos sobre
determinados grupos alimentares e incentivar o consumo de alimentos em sua forma
natural, para apenas consequentemente, e não intencionalmente, reduzir a preferência
por industrializados processados e ultra processados. É importante ampliar estas
informações, principalmente entre esse público, já que são futuros cuidadores da saúde
das pessoas.
Pôster 4)
FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR TRANSTORNADO EM
COMENSAIS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UFSC - CAMPUS
TRINDADE
Muriel Hamilton Depin; Suzi Barletto Cavalli - Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) - Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
PALAVRAS CHAVE: Transtornos da Alimentação; Ingestão Alimentar; Comportamento Alimentar
.
INTRODUÇÃO As atitudes alimentares referem-se a relação, crenças, pensamentos, sentimentos e
comportamentos desenvolvidos com o alimento. Com o paradoxo alimentar atual, caracterizado por
uma grande oferta e incentivo de consumo de alimentos aliado a ideais de magreza inalcançáveis, é cada
vez mais frequente que atitudes alimentares disfuncionais, compulsão alimentar e métodos inadequados
de controle de peso sejam desencadeados - o que tem sido chamado de comer transtornado. Este conceito
envolve comportamentos que visam determinado peso ou forma física e práticas inadequadas para perda
ou controle de peso. Por acontecerem com menor frequência e intensidade, não se encaixam nos critérios
de diagnóstico de um transtorno alimentar específico - constituindo, então, o que se denomina de
comportamentos de risco para transtornos alimentares. Além disso, é sabido que jovens universitários
constituem um grupo de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento desses transtornos. Portanto,
um melhor entendimento das atitudes alimentares transtornadas na comunidade universitária podera
auxiliar na compreensão de escolhas alimentares realizadas, bem como direcionar ações de rastreio e
prevenção desses comportamentos. OBJETIVO Identificar a frequência de comportamentos
alimentares transtornados (práticas não saudáveis, comportamentos extremos de controle de peso e de
compulsão alimentar) nos comensais de um Restaurante Universitário (RU) da UFSC. MÉTODO Foi
conduzido um estudo transversal no RUda UFSC (Campus Trindade), durante estágio obrigatório
supervisionado em Unidade de Alimentação e Nutrição, com um total de 1047 participantes - o qual
não foi submetido ao comitê de ética. Após fornecer o consentimento livre e esclarecido, os participantes
responderam a um questionário online padronizado com dados demográficos e perguntas referentes a
comportamentos alimentares transtornados - elaborado conforme estudo prévio de Neumark-Sztainer et
al. (2011). As práticas não saudáveis para controle do peso e comportamentos extremos de controle de
peso, avaliados com a pergunta: “Você fez durante esse ano alguma das seguintes coisas para perder
peso ou evitar ganhar peso?” (Sim / não para cada método). As respostas classificadas como práticas
não saudáveis para controle do peso incluíram 1) jejum, 2) comer pouca comida, 3) pular refeição, 4)
usar substitutos de alimentos - como suplementos ou shakes, 5) restringiu ou excluiu da alimentação
algum nutriente - como carboidrato ou gordura, 6) fumar mais cigarros, e 7) praticou exercício físico
excessivo como forma de ‘compensar’ pelos alimentos consumidos. Ja os comportamentos extremos de
controle de peso incluíram 1) uso de remédios para emagrecer, 2) provocar vômito para eliminar o
excesso de alimento ingerido - com a intenção de não ganhar peso ou emagrecer, 3) uso de laxativos e
4) uso de diuréticos. A compulsão alimentar com perda de controle foi avaliada com as questões: “Nesse
ano, você alguma vez comeu tanta comida em um curto período de tempo que ficaria envergonhado (a)
se outras pessoas te vissem?” (sim / não); e, “Durante os momentos em que você comeu assim, você
sentiu que não conseguia parar de comer ou controlar o que ou o quanto você estava comendo?” (sim /
não). Os indivíduos que relataram sim em ambas as perguntas foram considerados como envolvidos em
eventos de compulsão alimentar com perda de controle. O Sistema Google Docs foi a plataforma
escolhida para disponibilizar o questionário de forma online, sendo o link para este divulgado nas mídias
sociais do restaurante e grupos no Facebook da Universidade do dia 28 de agosto até 17 de setembro de
2017. As variáveis foram analisadas por meio de estatística descritiva. O software utilizado para análise
estatística foi o SPSS versão 22. RESULTADOS A amostra foi constituída por 64% (n=670) de
participantes do sexo feminino e 36% do sexo masculino (n=377). A idade média da amostra foi de 22
anos (DP 4,47). Em relação à frequência de práticas não saudáveis para controle do peso, 21,39% dos
comensais do RU relataram ter feito jejum esse ano, 53,96% restringiram comida, 29,89% pularam
refeições, 6,97% usaram substitutos de alimentos (suplementos ou shakes), 41, 45%
restringiram/excluíram da alimentação algum nutriente (carboidrato ou gordura), 4,01% fumaram mais
cigarros e 24,06% praticaram exercício físico excessivo como comportamento compensatório. Já sobre
os comportamentos extremos de controle de peso no ano de 2017, 76% dos participantes relataram uso
de medicações para emagrecer, 8,11% induziram vômito como comportamento compensatório para
prevenir ganho de peso, 3,62% relataram uso de laxantes e 6,59% de diuréticos. Constatou-se que pelo
menos 50% dos comensais envolveram-se em práticas não saudáveis para controle do peso e, pelo
menos, 8% engajaram-se em comportamentos extremos para controle de peso. Verificou-se também
que segundo os critérios aplicados, 30,5% dos participantes apresentaram episódios de compulsão
alimentar. CONCLUSÃO O presente estudo identificou que o público atendido pelo RU em 2017
apresentou comportamentos alimentares transtornados, revelando a importância da realização de ações
de rastreio, assim como aquelas direcionadas ao incentivo de uma relação mais funcional com o
alimento neste ambiente universitário.
Pôster 5)
ALIMENTAÇÃO EMOCIONAL: NARRATIVA HISTÓRICA E UMA
ABORDAGEM DO PANORAMA ATUAL
Bibiana Pedra Cruz Bettin, Maurem Ramos e Viviani Ruffo de Oliveira - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Porto Alegre/RS – Brasil;
PALAVRAS-CHAVES: Emoções; Regulação do apetite; Comportamento alimentar.
INTRODUÇÃO A ingestão alimentar quando utilizada para lidar com emoções
negativas, como forma de resposta as mesmas, chama-se de alimentação emocional. A
regulação emocional quando inadequada se relaciona diretamente à maior
vulnerabilidade a emoções negativas e consequentemente pode influenciar a
alimentação. Torna-se relevante o aumento do interesse e visibilidade desse tema por
estar associado às doenças de relevância para a saúde da população como obesidade e
transtornos alimentares. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo realizar
um resgate histórico do direcionamento das pesquisas sobre o tema alimentação
emocional ao longo dos anos. MÉTODO O trabalho consiste em uma revisão narrativa.
As bases de dados utilizadas para pesquisa foram Pubmed e Scielo. Os descritores
utilizados foram alimentação emocional, restrição alimentar, dieta restritiva, afeto
negativo e humor negativo traduzidos para busca de artigos também em inglês e
espanhol. Como critério de inclusão, trabalhos sobre o tema alimentação emocional
publicados no período de 1983 a 2016. Como critério de exclusão, trabalhos não
disponíveis na íntegra nas bases de dados, como apresentar apenas o resumo.
RESULTADOS O trabalho propôs uma separação cronológica dos trabalhos incluídos,
aqueles anteriores ao ano 2000 e os após esse ano. Através da presente revisão, pode-se
constar um aumento na disponibilidade de trabalhos sobre o tema ao longo dos anos,
sendo a maioria deles desenvolvidos em países de língua inglesa. Os estudos
encontrados relacionam a alimentação emocional com outros fatores biopsicossociais
relacionados com alteração emocional e consequente influência sobre a ingestão
alimentar, tais como: obesidade, gênero, ambiente/cultura, restrição alimentar,
depressão, transtornos alimentares, comfort food, violência, ciclo menstrual,
neurotransmissores e marcadores inflamatórios. Ademais, os instrumentos encontrados
para avaliação foram quatro descritos e validados, sendo que somente um validado em
português de Portugal. Enquanto que para crianças e adolescentes foram encontrados
dois instrumentos, mas nenhum na língua portuguesa. Como forma de intervenção,
formam encontradas intervenções em grupo em dois estudos através da Terapia
Comportamental Dialética e Terapia Integrativa. Individualmente, a Terapia Cognitiva
Comportamental foi utilizada em dois estudos, um por via telefone e outro
presencialmente. CONCLUSÃO Ao longo do período narrado identificou-se
descobertas de diversas questões biopsicossociais relacionadas e aumento da
especificidade dos instrumentos de avaliação. O interesse pelo tema se mostrou
existente ao longo de todo o período revisado e provavelmente permanecerá nos
próximos anos tendo em vista o estilo de vida moderno com impacto emocional, como
aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão, e também o aumento de casos
de obesidade e transtornos alimentares.
Pôster 6)
PERCEPÇÃO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DE ESTUDANTES DE
NUTRIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Priscila Koritar, Marle dos Santos Alvarenga - Faculdade de Saúde Pública –
Universidade de São Paulo (FSP-USP), São Paulo - SP – Brasil
PALAVRAS-CHAVE: Saúde; Alimentação; Ciências da Nutrição; Estudantes;
Nutricionistas.
INTRODUÇÃO Estudantes de Nutrição, quando formados, atuarão com base na sua
percepção de alimentação para promover, manter e recuperar a saúde por meio da
alimentação. Uma vez que a alimentação é um fenômeno biopsicossociocultural e tal
reconhecimento possibilita um olhar integral do ser humano, a avaliação da percepção de
alimentação saudável permite uma reflexão sobre a formação acadêmica, além do seu
impacto na prática profissional e na saúde dos indivíduos. OBJETIVOS Avaliar (1) a
percepção de alimentação saudável; (2) a associação entre a percepção de alimentação
saudável e fatores relacionados à formação e aos estudantes; e (3) a predição da percepção
de alimentação saudável de estudantes de Nutrição do estado de São Paulo. MATERIAL
E MÉTODOS Estudantes de Nutrição de instituições públicas e privadas do estado de São
Paulo responderam qual a principal função da alimentação - utilizada para avaliar a
percepção de alimentação saudável - e do nutricionista, idade, peso, altura, sexo, tipo de
instituição de ensino, ano da graduação, fontes de informação para se atualizar durante a
graduação, além de questionários para avaliar comportamento de risco para transtornos
alimentares, satisfação e percepção corporal e nível de atividade física. A função da
alimentação e do nutricionista foram avaliadas por meio da análise de conteúdo. A
associação entre percepção de alimentação saudável e fatores relacionados à formação e
ao estudante foram avaliadas por meio do teste Qui-Quadrado. A predição da função da
alimentação foi avaliada por meio da Árvore de Classificação e Regressão. O estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente
(44576515.0.0000.5421) e os participantes receberam informações sobre a pesquisa e
deram seu consentimento à participação. RESULTADOS Participaram 607 estudantes de
42 instituições presentes em 25 municípios, com média de 23,42 anos (DP=2,96). Dos
estudantes, 71,5% declararam a função da alimentação como biológica e 28,5% declararam
que a alimentação engloba aspectos biopsicossocioculturais. A função da alimentação
esteve associada a fatores relacionados à formação, como tipo de instituição de ensino e
fase da graduação, sendo que estudantes de instituições públicas e no final da graduação
declararam com maior frequência a alimentação como biopsicossociocultural (p<0,001
para ambos). A função da alimentação não esteve associada a fatores relacionados ao
estudante, como sexo (p=0,910), estado nutricional (p=0,552), comportamento de risco
para transtornos alimentares (p=0,382) e satisfação corporal (p=0,352). A percepção de
alimentação saudável pode ser predita, com uma precisão de 66,4%, por meio de outras
variáveis, sendo a principal delas o tipo de instituição de ensino. Para estudantes de
instituições privadas, a função do nutricionista, o semestre da graduação, o nível de
atividade física, a leitura de artigos científicos e a percepção corporal foram importantes
para a predição da percepção de alimentação saudável. CONCLUSÃO Para a maior parte
dos estudantes a alimentação saudável está relacionada apenas aos aspectos biológicos do
ser humano; a função da alimentação esteve associada a fatores relacionados à formação,
mas não esteve associada a fatores relacionados ao estudante; e a percepção de alimentação
saudável pode ser predita a partir de outras variáveis, possibilitando uma avaliação mais
indireta e menos orientada pelo desejado ou esperado.
Pôster 7)
COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS
ALIMENTARES E FATORES ASSOCIADOS ENTRE
UNIVERSITÁRIOS
Martins, Isabela prado1*; Rodrigues, Paulo Rogério melo1 pereira, Lídia pitaluga1
Souza, Ana Paula alves1 - 1 Faculdade de Nutrição - Universidade Federal de
Mato Grosso (UFMT) – Cuiabá/MT, Brasil
PALAVRAS CHAVE: Comportamento alimentar; Saúde do Estudante; Grupos de
risco; Transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos
INTRODUÇÃO O ingresso na universidade pode desencadear mudanças e alterações
no estilo de vida dos estudantes, incluindo a adoção de condutas negativas
relacionadas à alimentação, tais como a omissão de refeições e aumento no consumo
de fast foods. Adolescentes e adultos jovens podem ser influenciados por diversos
fatores, como novas relações sociais, instabilidade psicossocial e modismos dietéticos.
Nesse contexto, considera-se relevante avaliar os comportamentos de risco para o
desenvolvimento de transtornos alimentares entre estudantes universitários, inclusive
relacionados às alterações no consumo alimentar, pois podem induzir o surgimento
desses distúrbios causando problemas de saúde e comprometendo a qualidade de vida
desse grupo. OBJETIVO O objetivo desse estudo foi identificar a frequência de
comportamentos de risco para transtornos alimentares entre universitários e sua
associação com o estado nutricional. MÉTODO Estudo transversal, com estudantes
de 21 cursos de período integral em uma universidade pública, com idade entre 16 a
25 anos, do município de Cuiabá-MT, realizado no primeiro semestre dos anos de
2015 e 2016. Os dados foram coletados por meio de questionário autoaplicado e
aferição de medidas antropométricas, utilizadas para calcular o índice de massa
corporal. Considerou-se como comportamentos de risco para transtornos alimentares:
uso de laxante, uso de diurético, vômito induzido e dieta restritiva. Para analisar a
frequência dos comportamentos, as variáveis foram categorizadas em: nenhuma vez,
menos de uma vez por semana, uma vez por semana e duas ou mais vezes por semana.
Foram calculadas as distribuições de frequências observadas (%), sendo utilizado o
teste do qui-quadrado para avaliar a associação entre o comportamento de risco para o
desenvolvimento de transtornos alimentares com as variáveis independentes (sexo,
faixa etária, cor da pele, com quem mora, nível socioeconômico e condição de peso),
considerando o nível de significância 5% (p<0,05). O projeto foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller da Universidade
Federal de Mato Grosso, sob o parecer nº 1.006.048, de 31 de março de 2015.
RESULTADOS Participaram da pesquisa 1.038 universitários, sendo 50,96% do sexo
masculino, 78,8% com idade entre 16 a 19 anos, 40,2% se declararam de cor da pele
branca, 69,5% residiam com os pais ou parentes. Em relação à classe econômica,
48,6% eram da classe B. O excesso de peso foi observado em 23,4% dos estudantes.
A frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares foi de 18,4%,
sendo maior entre as mulheres (26,7 vs 10,4%; p<0,01), e entre aqueles que
apresentaram excesso de peso (30,0 vs 14,9%; p<0,01). Para as variáveis faixa etária,
cor da pele, com quem mora e nível socioeconômico, não foi observada diferença
significativa na frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares.
CONCLUSÃO Concluiu-se que a frequência de comportamentos risco para
transtornos alimentares foi elevada entre os universitários, sendo maior entre as
mulheres e em indivíduos com excesso de peso. Dessa forma, é importante ressaltar
que o acompanhamento dos estudantes nessa fase da vida pode prevenir possíveis
transtornos e ser um incentivo à criação programas de prevenção aos transtornos
alimentares dentro da universidade
Pôster 8)
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL COM FOCO EM MUDANÇA DE
COMPORTAMENTO EM MULHERES COM EXCESSO DE PESO E
DOENÇA RENAL CRÔNICA NA FASE NÃO DIALÍTICA
Raíssa Antunes Pereira1, Laila Santos de Andrade1, Renata Rodrigues Teixeira1,
Marle dos Santos Alvarenga3, Lilian Cuppari1,2 1Programa de Pós-graduação em
Nutrição, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP- Brasil; 2 Disciplina de
Nefrologia – Universidade Federal de São Paulo/ Fundação Oswaldo Ramos/Hrim; 3Departamento de Nutrição, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo,
São Paulo, SP-Brasil
PALAVRAS-CHAVE: Doença Renal Crônica, Obesidade, Dieta, Comportamento
Alimentar, Aconselhamento nutricional, Comer Intuitivo.
INTRODUÇÃO A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um problema de
saúde pública mundial com crescente aumento na sua incidência e prevalência.
Paralelamente, a frequência de casos de obesidade também cresce na população com
DRC. O tratamento nutricional da DRC engloba modificações dietéticas que podem
ter importante impacto na qualidade da dieta e na qualidade de vida do paciente
constituindo um desafio para o tratamento. Abordagens inovadoras vêm sendo
sugeridas para trabalhar a mudança de comportamento alimentar em diversas
populações, buscando resgatar o comer em resposta aos sinais internos do corpo e
melhorar aceitação corporal. O conhecimento dos conceitos de atitude e
comportamento alimentar é essencial para educação em saúde e abordagens que
trabalhem com estes conceitos são indicadas para aumentar a motivação, adesão e
autocuidado dos indivíduos no tratamento de doenças. No entanto, essas abordagens
são pouco estudadas em pacientes com DRC. OBJETIVO Testar uma proposta de
intervenção nutricional baseada em estratégias comportamentais em mulheres com
excesso de peso na fase não dialítica da DRC. MÉTODO Trata-se de uma
intervenção nutricional em grupo focada em mudança de comportamento com
mulheres com DRC nos estadios de 1 a 4 atendidas no ambulatório de tratamento
conservador da DRC do Hospital do Rim da Fundação Oswaldo Ramos. A proposta
incluiu avaliações em relação ao estado nutricional, composição corporal, exames
laboratoriais, consumo alimentar/qualidade da dieta e questionários de imagem
corporal, qualidade de vida, comer intuitivo e compulsão alimentar, além de, grupos
focais objetivando conhecer as atitudes alimentares, assim como a percepção sobre
qualidade de vida, autocuidado, alimentação saudável e recomendações alimentares
para DRC. RESULTADOS A intervenção foi nomeada CARIM e estruturada em 15
sessões quinzenais de aproximadamente 90 minutos com os tópicos 1) Apresentação
e treinamento para preenchimento do diário alimentar; 2) O que é DRC e como se dá
o tratamento; 3) O que é alimentação saudável; 4) O controle de proteína, potássio e
sódio na DRC; 5) Motivação/Traçando metas; 6) Meu peso: obesidade x estigma; 7)
A mentalidade de dieta; 8) Respeite seu corpo: formas de cuidado; 9) Fome, apetite e
saciedade; 10) Descobrindo a satisfação; 11) Comer emocional; 12) Prestando
atenção ao comer; 13) Comer desatento/ reorganização da rotina; 14) Mitos e
Verdades; 15) Revisão de metas e manutenção de hábitos. As pacientes receberam
assistência individual após as sessões. CONCLUSÃO A estrutura da intervenção
proposta mostrou-se adequada aos objetivos e o primeiro grupo com 7 pacientes foi
concluído com boa adesão.
Pôster 9)
COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES
DE PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E FUNDAMENTAL DE
ESCOLAS PRIVADAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Mariana Gori ; Renata Furlan Viebig - Centro Universitário São Camilo (CUSC), São
Paulo – SP – Brasil. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Professores; Transtorno Alimentar; Peso
INTRODUÇÃO Na atualidade, é crescente o sentimento de desconforto em relação
ao corpo e imagem corporal. As influências socioculturais podem induzir indivíduos
de todas as idades, especialmente mulheres, ao desejo por um corpo magro e,
consequentemente, à insatisfação corporal. A diferença entre o corpo atual e aquele
considerado “ideal” pode promover a baixa autoestima, levando ao início de
comportamentos de risco para Transtornos Alimentares. OBJETIVO Avaliar os
comportamentos de riscos para Transtornos Alimentar e o controle de peso de
professoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I de escolas particulares do
município de São Paulo. MÉTODO Trata-se de um estudo transversal realizado com
professoras da Educação Infantil e Ensino Fundamental I de 4 escolas localizadas na
cidade de São Paulo. As docentes foram avaliadas pelo questionário intitulado:
Conhecimento, crenças e atitudes em relação ao controle de peso proposto por O’Dea
e Abraham (2001) que foi traduzido e calibrado por outros nutricionistas que ajudaram
na adaptação transcultural do instrumento. As análises dos dados foram feitas por meio
da estatística descritiva. Só participaram do estudo os professores que leram,
entenderam e aceitaram os objetivos e os procedimentos da pesquisa, descritos no
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O presente estudo atendeu aos
preceitos éticos e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro
Universitário São Camilo sob número 1.709.826. RESULTADOS A amostra foi
constituída por 55 professoras, todas do gênero feminino, sendo 49,1% da Educação
Infantil e 50,9% do Ensino Fundamental I, de 4 colégios paulistanos, com idade média
de 37,49 anos (DP=12,04). Dentre as participantes, 56,4% relataram que comiam mais
quando se sentiam chateadas e 58,2% consideravam ter bons hábitos alimentares. Em
relação ao corpo, 78,2% das professoras relataram estar tentando perder peso, mais da
metade está tentando definir o corpo e desenvolver os músculos. Quando questionadas
sobre a prática de atividade física, 85,5% reconheceram que precisam fazer mais
atividade física. Mais da metade da amostra relatou seguir seu próprio estilo de dieta,
41,8% “pulavam refeições” ou evitavam comer e 20% das professoras disseram seguir
dietas da moda de revistas. A maioria relatou escolher alimentos de baixa caloria
rotineiramente como os “light ou diet” e 56,3% se mantinham ocupadas para não
pensar em comida. Algumas professoras relataram ter comportamentos mais
agressivos para controle de peso corporal como o uso de comprimidos para emagrecer
e usar laxantes naturais (8%). CONCLUSÃO As docentes graduadas em pedagogia,
mostraram diversas atitudes agressivas ao seu corpo em relação ao controle de peso
com comportamentos de risco para desenvolverem Transtornos Alimentares. Estas
atitudes podem ser preocupantes pois, de alguma forma elas podem ensinar ou falar
sobre esses comportamentos agressivos e de risco à saúde para os alunos despertando
preocupações desnecessárias.
Pôster 10)
O QUE LEVA ADOLESCENTES A COMER FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES?
ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO
PARA O PORTUGUÊS DO BRASIL
César Henrique de Carvalho Moraes1 , Denise Cavallini Cyrillo1 1 - Interunidades em
Nutrição Humana Aplicada, Universidade de São Paulo-SP, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar, tomada de decisões, comparação
transcultural, inquéritos e questionários.
INTRODUÇÃO Aspectos sócio cognitivos são determinantes da escolha de adolescentes
por frutas, verduras e legumes, sendo importante sua avaliação. No entanto não se verifica
no Brasil a aplicação do modelo teórico da Abordagem da Ação Fundamentada para tal
fim, mesmo sendo este comumente aplicado para previsão do comportamento alimentar
de adolescentes internacionalmente. Ademais, há poucas pesquisas que investigam tais
aspectos com o uso de instrumentos de medida com propriedades psicométricas
adequadas. Instrumentos psicométricos que visam medir variáveis segundo o modelo
mencionado apresentam um padrão de construção para suas questões, sendo estas
confeccionadas em acordo com cada um dos fatores da teoria (atitudes, normas
descritivas, normas cautelares, autoeficácia e frequência semanal de escolha pelos
alimentos em questão). O instrumento de Pedersen et al. (2014) apresenta tal estrutura e
com o enquadramento para escolha de adolescentes por frutas, verduras e legumes.
OBJETIVO Descrever o processo de adaptação transcultural e validação de construto do
instrumento de Pedersen et al. (2014), baseado nas premissas da Abordagem da Ação
Fundamentada, para aplicação no contexto brasileiro. MÉTODOS Realizou-se avaliação
semântica por dois tradutores da área; semântica, conceitual e de itens por 17
especialistas; operacional por 20 adolescentes, sendo a última versão do instrumento
submetida às avaliações (semântica, conceitual e de itens) de 9 especialistas. Avaliou-se
as respostas dos especialistas por frequência de concordância e por contribuições abertas.
Em amostra de 430 adolescentes, testou-se as propriedades psicométricas por meio de
consistência interna (Alfa de Cronbach) e validade (Análise Fatorial Confirmatória).
Utilizou-se o software R CORE TEAM. RESULTADOS Houve equivalência satisfatória
entre as versões inglês-português com as seguintes consistências internas por fator do
modelo: frequência semanal de escolha (α=0,77), autoeficacia (α=0,82), atitudes (α=0,84),
normas descritivas (α=0,52), normas cautelares (α=0,64). A Analise Fatorial
Confirmatória mostrou bom ajustamento dos dados ao modelo (CFI=0,938,
RMSEA=0,048 (IC 90%: 0,043-0,052)). As questões com maior efeito para a formação
dos fatores foram: para o fator frequência semanal de escolha, a questão “Quantas vezes
você come verduras e/ou legumes no seu jantar” (λ=1,76, p=0,001); para autoeficacia, a
questão “Eu me sinto capaz de comer mais frutas e/ou verduras/legumes quando meus
amigos estão por perto” (λ=0,83, p=0,001); para atitudes, a questão “Se eu comer mais
frutas e/ou verduras/legumes, eu gostarei mais de mim” (λ=0,92, p=0,001); para normas
descritivas, a questão “Meus amigos comem frutas e/ou verduras/legumes” (λ=0,61,
p=0,001); para normas cautelares, a questão “Meus amigos acham que eu devo comer
mais frutas e/ou verduras/legumes” (λ=0,84, p=0,001). CONCLUSÃO Com base na
Abordagem da Ação Fundamentada, validou-se um instrumento para medida de
determinantes sócio cognitivos da escolha de frutas, verduras e legumes por adolescentes,
sendo único instrumento nessa temática na língua portuguesa
Pôster 11)
PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE NUTRIÇÃO SOBRE ALIMENTAÇÃO
E IMAGEM CORPORAL
Roberta Soares Casaes1, Ainá Inocencio da Silva1, Docente do curso de Nutrição
UFRJ- Campus/Macaé - Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Macaé –
RJ – Brasil. [email protected]
PALAVRAS-CHAVES: nutrição comportamental; auto estima; mentalidade;
compulsão alimentar
INTRODUÇÃO A relação entre o indivíduo e a comida sofreu enorme influência,
nas últimas décadas, da própria regulação científica, mas também dos novos ideais
de beleza, do crescimento da produção industrial dos alimentos, da massificação de
informações muitas vezes equivocadas e tendenciosas, e da cultura. Dessa forma, a
mentalidade de dieta, produzida socialmente, está internalizada e regulando as
relações homem, alimento e corpo. O estímulo para o consumo de determinado
alimento passa a ser cada vez mais motivado por fatores externos. Perde-se a
capacidade de saborear os alimentos, de saber a hora de parar de comer, de saber
quando se tem fome e de escolher os alimentos por livre e espontânea vontade. Muitos
estudantes de Nutrição e Nutricionistas desenvolvem comportamentos radicais em
relação à alimentação e com base na sua imagem corporal. Cada vez mais aparece o
“policial nutricionista” que dita às pessoas o que deve ou não ser ingerido. Entretanto
o modelo restritivo para perda e manutenção do peso corporal é, sabidamente,
ineficiente por, dentre outras coisas, ser incapaz de garantir a mudança de
comportamento. Essa mudança, relacionado à comida, tem papel importante na
promoção de hábitos saudáveis e na aderência aos tratamentos. Um estudo com
modelos de simulação nos Estados Unidos aponta que mudanças comportamentais e
ambientais são necessárias, junto a outras medidas, para resultados mais efetivos e de
baixo custo. Portanto, faz-se necessário conhecer a percepção de acadêmicos do
Curso de Nutrição sobre alimentação e imagem corporal para possibilitar, ainda no
ambiente acadêmico, ações que promovam o atendimento nutricional humanizado e
fundamentado na mudança do comportamento pessoal e profissional. OBJETIVO
Avaliar a percepção de acadêmicos de nutrição sobre alimentação e imagem corporal.
MÉTODO Estudo seccional, descritivo, observacional, de caráter quantitativo,
desenvolvido através de questionários semi-estruturados realizado com 70
acadêmicos do curso de Nutrição, a partir do 6° período de duas Universidades
Federais localizadas no Estado do Rio de Janeiro. Utilizou-se escala hedônica de 5
pontos (não concordo plenamente a concordo plenamente) para respostas das
perguntas. Os estudantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS A maioria dos alunos pertence ao sexo feminino (89,9%) e com
idade média de 25 anos. Quando questionados se estudar Nutrição os fez melhorar a
qualidade da alimentação, 57,1% dos acadêmicos responderam concordar
plenamente. Estudar Nutrição aumentou parcialmente a culpa ao comer em 45,7%.
Entretanto 21,4% concordaram plenamente com tal afirmação. 48,6% concordarem
parcialmente em serem extremamente preocupados com a imagem corporal, fato
muito importante que pode gerar culpa ao comer, além de 45,7% concordarem
totalmente que a imagem corporal afeta sua autoestima. Em relação ao
questionamento se os estudantes já tiveram algum episódio de compulsão alimentar,
54,3% responderam que sim, mostrando a importância do estudo do comportamento
alimentar no próprio Curso de Nutrição. CONCLUSÃO Os resultados demonstraram
que a percepção acerca dos temas Alimentação e Imagem Corporal reflete as escolhas
alimentares, além de afetar diretamente a autoestima de estudantes de Nutrição. Tal
resultado ressalta a importância de mais estudos na área de Nutrição Comportamental
e a necessidade de debates no Curso de Nutrição acerca do tema, auxiliando os futuros
profissionais da área em suas condutas pessoais e profissionais.
Pôster 12)
COMPORTAMENTO ALIMENTAR E EVOLUÇÃO NUTRICIONAL DE
PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA BARIÁTRICA: EXISTE
RELAÇÃO?
Josiane rodrigues de barros, Fabiana melo soares, Epifânio feitosa da silva neto,
Márcia ferreira cândido de souza - Universidade Federal de Sergipe (UFS), São
Cristóvão, Sergipe, Brasil. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Cirurgia Bariátrica; Comportamento Alimentar
INTRODUÇÃO A obesidade é um problema de saúde pública com crescente
prevalência e de origem multifatorial. Além dos tratamentos convencionais para
obesidade grave têm-se as técnicas cirúrgicas como a cirurgia bariátrica que
proporciona significativos resultados a longo prazo na perda de peso e melhora das
comorbidades clínicas. Alguns pacientes, porém, podem apresentar comportamentos
alimentares e psicológicos que influenciam tais resultados. OBJETIVO Identificar se
existe relação entre comportamento alimentar e a evolução nutricional no pós-
operatório tardio (12 meses) de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. MÉTODO
Trata-se de um estudo transversal, com amostra constituída de pacientes assistidos
pelo ambulatório de nutrição de um hospital universitário do nordeste brasileiro. A
coleta de dados foi realizada utilizando-se o protocolo do ambulatório de nutrição na
primeira consulta e 12 meses após a cirurgia bariátrica. Foram coletados dados de
peso, altura, índice de massa corporal (IMC) além de informações sobre o
comportamento alimentar de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica por meio de
um questionário com perguntas fechadas. Foi realizada a estatística descritiva e teste
“T” pareado de Student para comparação dos dados iniciais e finais. O estudo foi
aprovado pelo comitê de ética com número CAAE nº 0065.0.107.000-11.
RESULTADOS A amostra foi constituída de 47 pacientes adultos, faixa etária entre
18 a 60 anos e idade média 43,63 anos, sendo 72,3% do sexo feminino. Houve redução
do IMC durante o acompanhamento nutricional, na consulta pré-operatória a média
foi 50,11 kg/m2, na primeira consulta pós-operatória a média reduziu para 46,47
kg/m2, após 12 meses a média foi de 38,58 kg/m2. Em relação ao comportamento
alimentar na primeira consulta pré-operatória, 37 (78,72%) pacientes relataram ter
uma ou mais alterações do comportamento alimentar, destes 34% eram hiperfágicos,
23,4% beliscadores, 21,27% não apresentaram alteração e 8,5% apresentavam fome
noturna. A média de IMC após os 12 meses de acompanhamento foi maior entre os
participantes com alterações no comportamento alimentar (39,06 kg/ m2), e 36,47
kg/m2 nos pacientes sem alteração. CONCLUSÃO As questões comportamentais que
envolvem o ato de alimentar-se estão relacionadas com a evolução nutricional de
pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, refletindo no possível (IN) sucesso da
intervenção. O comportamento alimentar prévio pode levar a um reganho de peso com
piora dos resultados no pós-cirúrgico como foi possível observar pelo aumento do
IMC dos pacientes no presente estudo. Desta forma, uma abordagem ampliada sobre
o comportamento alimentar desses pacientes é de fundamental importância para
mudanças sustentáveis no estilo de vida.
Pôster 13)
ATITUDES ALIMENTARES DE ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO
Natalia machia conceição; Luiza antoniazzi; Bettina gerken BRASIL - Universidade
Paulista (UNIP), São Paulo, SP, Brasil. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Adolescente; Comportamento alimentar; Transtornos da
Alimentação e da Ingestão de Alimentos.
INTRODUÇÃO As atitudes alimentares possuem grande influência na promoção
de saúde em todas as fases da vida. Na adolescência, quando diversas mudanças
corporais acontecem, podendo precipitar a ocorrência de transtornos alimentares,
pois a preocupação com a imagem corporal e práticas inadequadas com a
alimentação vêm sendo muito evidenciadas neste grupo. OBJETIVO Avaliar as
atitudes alimentares dos estudantes do Ensino Fundamental de uma escola no
município de São Paulo - SP. MÉTODOS Trata-se de um estudo do tipo
transversal com coleta de dados, abordagem quantitativa e qualitativa realizado
em uma escola particular no município de São Paulo – SP, contendo uma amostra
de 31 alunos, com faixa etária de 12 a 17 anos, de ambos os sexos. Para avaliar as
atitudes alimentares dos adolescentes os mesmos responderam as 25 questões da
Escala de Atitudes Alimentares para Adolescentes (DEAS). O questionário
apresenta 25 questões pontuadas em escala na forma Likert de pontos, sendo que
maiores pontuações indicam atitudes mais disfuncionais; a pontuação mínima
possível é de 37 pontos e a máxima 190 pontos. A presente pesquisa foi aprovada
pelo Comitê de Ética da Universidade Paulista (UNIP), sob número CAAE
75479917.1.0000.5512. Todos os indivíduos incluídos no estudo concordaram em
participar assinado termo de assentimento e seus pais ou responsáveis autorizaram
a participação pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para menores.
Diferenças estatística entre médias foram testadas pelo teste T de student e entre
proporções pelo teste qui-quadrado, por meio do software SPSS 20.0.
RESULTADO A idade de maior porcentagem neste estudo é entre os
adolescentes de 15 a 17 anos com 64,52% (n=20). Na amostra foram
compreendidos ambos os sexos, sendo o mais prevalente o sexo feminino com a
porcentagem de 70,97% (n=22) dos adolescentes. Dentre os alimentos
questionados, o que os adolescentes acham que devem consumir habitualmente é
o arroz e o feijão com 96,77% (ambos n=30), o que devem consumir raramente é
a batata frita com 87,10% (n=27), e o que não devem consumir são os óleos com
16,13% (n=5). Todos os adolescentes avaliados têm a percepção de que comer é
algo natural (n=31). Quando acabam comendo uma quantidade maior do que de
costume, 51,61% (n=16), dos adolescentes disseram que voltam a se alimentar de
forma habitual, mas 32,26% (n=10) disseram que faz algo para compensar, como
por exemplo: andar de bicicleta, fazer atividades físicas, alimentar-se menos,
podendo até pular refeições, e 35,48% (n=11) dos adolescentes responderam que
‘’Sempre gostariam de ter total controle sobre o apetite e a alimentação”,
demonstrando uma preocupação com sua alimentação e o medo de engordar. A
pontuação média do DEAS foi M = 61,9, DP 14,5 para as meninas e M=66,9, DP
14,9 para os meninos, sem diferença entre os sexos (p=0,409). CONCLUSÃO A
avaliação dos adolescentes, de 12 a 17 anos, estudantes de uma escola particular
no município de São Paulo, avaliados no presente estudo mostrou que a maioria,
tem atitudes positivas diante da alimentação. A maior parte dos indivíduos
estudados não ultrapassou 70 pontos no DEAS. Apesar disso foi observado
percentual relevante dos adolescentes que usam métodos de compensação quando
ingerem quantidade de alimentos maior do que de costume e que gostariam de ter
total controle sobre o apetite e alimentação. Tais fatores merecem atenção dos
profissionais envolvidos com esses adolescentes e pelas famílias dos mesmos,
para prevenir a ocorrências de transtornos alimentares.
Pôster 14)
INTERVENÇÕES BASEADAS NOS PRINCÍPIOS DE MINDFULNESS E
MINDFUL EATING PARA ADOLESCENTES: O QUE HÁ ATÉ AGORA?
Carolina Albuquerque Gurgel1; Ariana Galhardi Lira1; Marle dos Santos Alvarenga2
1 Centro Universitário São Camilo (CUSC), São Paulo, SP, Brasil.
2 Faculdade de Saúde Pública – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP,
Brasil. [email protected]
PALAVRAS CHAVE: Mindfulness; Adolescentes; Intervenção.
INTRODUÇÃO A adolescência é uma fase da vida caracterizada por grandes
transformações físicas, biológicas e sociais, marcada pela vulnerabilidade,
necessidade de pertencimento a grupos, baixa autoestima com frequente insatisfação
corporal e com grande internalização de padrões estéticos não realistas que sugerem
como corpo ideal um corpo magro e definido. Por outro lado, a obesidade nesta faixa
etária é também crescente. Historicamente intervenções para a perda de peso são
focadas em prática de atividade física e diminuição da ingestão calórica, porém essas
estratégias não se sustentam em longo prazo. Além das estratégias atuais não obterem
os resultados esperados para o controle da obesidade estudos tem apontado para um
“efeito colateral” no aumento do risco para transtornos alimentares. Intervenções que
ofereçam novas abordagens tal como o mindfulness e mindful eating – que não tem
foco em perda de peso e emagrecimento - são promissoras por trabalhar a
autocompaixão, aceitação corporal e consciência sobre a influência das emoções na
alimentação e, portanto, auxiliar o indivíduo a compreender e praticar uma
alimentação guiada pela fome e saciedade. OBJETIVOS Apresentar resultados de
revisão integrativa sobre intervenções baseadas em mindfulness e mindful eating para
adolescentes. MÉTODO Foi realizada uma busca bibliográfica por meio de uma
revisão nas bases de dados MedLine, Pubmed, Scielo e Lilacs, com os descritores
“mindfulness”, “mindful”, “eating”, “intervention” e “adolescents”. Utilizou-se os
operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram selecionados todos os artigos originais,
publicados exclusivamente com adolescentes, que apresentavam resultados da
intervenção proposta. RESULTADOS Foram encontrados 39 estudos com os
descritores, mas 33 não preenchiam os critérios de inclusão. Dos artigos restantes,
dois estudos observaram que após a intervenção mindfulness houve redução de peso
dos adolescentes, sendo que, em um deles com 347 jovens em uma escola na
Austrália, verificou melhora também na preocupação com o corpo, na internalização
do ideal de magreza, e nos comportamentos de risco para transtornos alimentares,
quando comparado ao grupo controle. Outro estudo demonstrou diminuição de
comportamentos alimentares disfuncionais e alta aderência em relação a atividade
física, utilizando um aplicativo de mindfulness como instrumento. Dois estudos,
sendo um deles nos Estados Unidos com 114 adolescentes do gênero feminino,
verificaram que participantes do grupo de mindfulness ou mindful eating
demonstraram maior autocontrole nas escolhas alimentares, no impulso ao comer e
nos “beliscos”. Localizou-se ainda um estudo nos Estados Unidos realizado com 107
meninas em risco de diabetes melitus 2 e com exageros alimentares que encontrou
que a prática de mindfulness foi inversamente relacionada à ingestão calórica na
ausência de fome física. CONCLUSÃO Poucos estudos realizaram intervenções
baseadas em mindfulness ou mindful eating com adolescentes até o momento, e
nenhum deles no Brasil. São necessárias mais pesquisas para saber os benefícios desta
prática, contudo os resultados encontrados são promissores
Pôster 15)
OS SABERES E AS PRÁTICAS DE NUTRIZES ACERCA DO
ALEITAMENTO MATERNO
Mariam Mustapha El Orra1; Irene Coutinho de Macedo2. / Estudante do curso de
Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário Senac Santo Amaro. São
Paulo/SP; Docente e pesquisadora do Centro Universitário Senac Santo Amaro.
São Paulo/SP. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento materno; Amamentação; Leite humano.
INTRODUÇÃO O aleitamento materno é uma estratégia natural de vínculo,
afeto, proteção e nutrição para o recém-nascido e constitui em uma sensível,
econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Não é
um ato apenas biológico, mas é histórico, social e psicológico. A cultura, a crença
e os tabus têm influenciando de forma crucial a prática deste, também a
alimentação materna durante a lactação. Assim, este trabalho se justifica pela
necessidade de investigar possíveis impactos dos conhecimentos, crenças, tabus e
experiências na prática do aleitamento materno. OBJETIVO O objetivo do
trabalho foi identificar saberes e crenças do aleitamento materno na perspectiva
de um grupo de nutrizes residentes em São Paulo. MÉTODO O público da
pesquisa foi composto por mulheres com filhos de até dois anos de idade, em sua
maioria, de uma comunidade mulçumana, sendo a autora do estudo constituinte.
Realizaram-se entrevistas individuais seguindo um roteiro estruturado em 13
perguntas que tratavam de questões como práticas, sentimentos, emoções e
saberes sobre a amamentação. O estudo realizado foi do tipo descritivo com a
organização das respostas por categorias descritas pelo registro de sensações
físicas e emocionais das lactentes que, a partir da percepção das mães, foram
classificadas como sensações agradáveis e/ou desagradáveis. As mães
participaram de forma voluntária e tiveram ciência da pesquisa por meio do termo
de consentimento livre e esclarecido. RESULTADOS Foram entrevistadas 19
mães com média de idade de 26,84 anos (DP = 4,16), em sua maioria, da religião
islâmica (68,42%). Este dado é relevante, pois essa população apresentou crenças
incomuns a respeito da amamentação em comparação às demais entrevistadas.
Quando questionadas sobre as principais sensações físicas e emocionais das
lactentes, registrou-se uma grande satisfação na amamentação. Porém, em todos
os depoimentos, a dor apareceu como sensação física desagradável. Já os medos e
as dificuldades relatados foram o leite materno secar ou não ser suficiente para
nutrir, dor, pega incorreta da mama, posição incorreta do bebê, sono,
amamentação fora do lar e as lesões nas mamas. O medo fez com que algumas
mães fizessem a introdução precoce de leite artificial, porém com o tempo, as
dificuldades foram amenizadas. A rede de suporte familiar e de apoio à saúde é
fundamental para o encorajamento das nutrizes. As influências citadas foram por
parte das famílias, médicos, e influência religiosa, pois no Alcorão há um versículo
que orienta a amamentação até os dois anos. Cada nutriz teve diferentes atitudes
em relação à amamentação, possuem o conhecimento dos benefícios, e tiveram
coerência em sua prática, e respeitá-las é fundamental para ter resultados
concretos. CONCLUSÃO Verificou-se que as entrevistadas reconhecem o fato
do leite materno ser suficiente, demonstrando que as nutrizes podem possuir a
percepção correta do aleitamento. Ainda assim, muitas deixaram o aleitamento
materno exclusivo e introduziram a mamadeira, cada uma com sua justificativa.
Para evitar isto, são necessárias novas ações e a aplicação de projetos educacionais
que estimulem a amamentação.
Pôster 16)
A INFLUÊNCIA DOS PAIS SOBRE FORMAÇÃO DOS HÁBITOS
ALIMENTARES DE SEUS FILHOS
Daniela Miranda Müller, Irene Coutinho de Macedo - Bacharelado em Nutrição do
Centro Universitário Senac Santo Amaro - São Paulo/SP.
PALAVRAS CHAVE: Desenvolvimento infantil; Comportamento Alimentar;
Hábitos Alimentares; Relações pais-filhos.
INTRODUÇÃO A formação do comportamento alimentar se inicia desde os
primeiros anos de vida e pode ser influenciada por fatores ambientais, como cultura,
família, religião e sociedade. Considerando a complexidade da formação dos hábitos
alimentares nas crianças e os impactos destes na fase adulta, justifica-se a necessidade
de realizar um estudo que identifique a influência dos pais na formação de hábitos
alimentares de seus filhos. OBJETIVOS identificar opiniões e crenças de mães de
alto nível socioeconômico acerca de seu papel e influência sobre a alimentação de
seus filhos. MÉTODO Trata-se de um estudo de caráter descritivo qualitativo,
utilizando o método do Grupo Focal com organização das respostas por discurso
coletivo. A pesquisa aconteceu no salão de festas de um condomínio na Zona Sul de
São Paulo, com 06 mulheres, convidadas para o estudo por conveniência da
pesquisadora. Para condução do grupo foi organizado um roteiro de conversa que
abordou questões sobre lembranças e memórias na dinâmica de escolha e preparo da
alimentação na família de base das mães e da família atual. As conversas foram
gravadas mediante autorização das participantes. Participaram da pesquisa as mães
que concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual
constavam os métodos e objetivos da pesquisa e sobre a segurança para os
participantes. RESULTADOS A população foi composta por mulheres, com idade
entre 28 a 39 anos, casadas e com filhos entre 3 a 5 anos. Todas possuem ensino
superior completo, trabalham fora do lar em período integral e com renda familiar de
8 a 10 salários mínimos. No período de trabalho, as crianças ficam a maior parte do
tempo na escola ou na casa dos avós. Sobre a relação entre os hábitos alimentares
das mães e a realidade nos lares atuais, as mulheres relataram que, quando eram
crianças, as próprias mães preparavam a comida com muitos alimentos “frescos” e
“saudaveis”. No entanto, o discurso foi comum sobre a dificuldade atual em manter
uma alimentação nos mesmos moldes. A mudança na organização da rotina familiar
traz um cenário em que a mulher conta com a ajuda de empregada doméstica, escola
e familiares para organizarem a rotina da família. Essa alteração também é percebida
no ato de cozinhar visto que, no grupo, a maioria das vezes elas não gostam de
cozinhar e que contam com a ajuda do parceiro ou das empregadas. Além disso, a
participação das crianças no preparo da refeição quase não é percebida. Da mesma
forma, as famílias têm pouco tempo para fazerem refeições juntos, podendo trazer
impactos negativos para a socialização alimentar. As mães acreditam que seus hábitos
interferem na alimentação dos seus filhos. Após a reflexão das mães, as mesmas
expressaram suas ideias, conforme mostra a análise: “Acho que os filhos não fazem o
que falamos, mas sim fazem o que fazemos então somos um espelho. Os filhos comem
o que os pais comem (...) São eles quem formarão a alimentação deles no futuro,
quando possuírem autonomia na escolha”. CONCLUSÃO A família é um fator
determinante, pois ela que irá ofertar a primeira refeição e passar os primeiros
conceitos sobre alimentação aos seus filhos. As escolhas dos pais sobre a alimentação
influenciam as experiências de seus filhos, já que estes são seus dependentes. Estas
escolhas incluem quando irão se alimentar, os contextos em que se alimentarão, quais
alimentos e tamanhos de porções que serão colocados à disposição das crianças e as
práticas que serão utilizadas para promover ou desencorajar sua alimentação.
Pôster 17)
AVALIAÇÃO DE ESTÁGIOS MOTIVACIONAIS PARA MUDANÇA DE
COMPORTAMENTO DE PACIENTES EM ACOMPANHAMENTO PRÉ E
PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA
Rayanne Silva Vieira Lima¹; Natasha Farias Pitts¹; Priscila da Silva Mendonça¹;
Joseline Maria Alves Gomes Recamonde¹ - ¹Hospital Universitário Walter Cantídio,
HUWC, Fortaleza, Ceará, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Cirurgia Bariátrica; Obesidade; Comportamento Alimentar;
Motivação.
INTRODUÇÃO No Brasil, estima-se que 53,8% da população acima de 18 anos tenha
excesso de peso e que 18,9% seja obesa. Sabe-se que a percepção de que é necessário
alterar os hábitos alimentares é imprescindível para realmente iniciar alguma mudança.
Segundo o modelo Transteórico, o indivíduo passa por diversos estágios de motivação
durante o processo de mudança de hábitos, a saber: Pré-contemplação, Contemplação,
Preparação, Ação e Manutenção, e alguns autores incluem a fase de Recaída. Com base
nele, é possível traçar estratégias de intervenção de acordo com a prontidão para
mudança. Assim, conhecer o estágio de motivação em que o paciente se encontra pode
contribuir para uma abordagem mais direcionada efetiva e individualizada.
OBJETIVO Investigar os estágios de motivação para mudança de pacientes em
seguimento pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica. MÉTODO Tratou-se de um
estudo transversal e descritivo, com amostragem por conveniência, no qual foram
abordados pacientes em pré e pós-operatório de Cirurgia Bariátrica em um Ambulatório
de referência. Foram coletadas as características sociodemográficas e clínicas por meio
de questionário estruturado, de autoria própria, e avaliada a motivação para mudança
de comportamento alimentar por meio da University of Rhode Island Change
Assessment Scale (URICA), traduzida para o português e validada. Os participantes
confirmaram seu consentimento em participar da pesquisa por meio da assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram tabulados no programa
Excel para Windows, versão 2013. Aplicou-se o Teste Exato de Fischer, utilizando-se
o programa IBM SPSS Statistics versão 20, para avaliar as hipóteses qualitativas.
Considerou-se p<0.05 para significância estatística. RESULTADOS Quarenta e oito
pacientes foram entrevistados, com idade média de 40,56 (DP 10,33) anos. A maioria
estava em acompanhamento pré-cirurgia bariátrica (66,7%) e era de gênero feminino
(93,8%). Quanto às demais características sociodemográficas, predominou o estado
civil casado(a) (47,9%), a renda de até 1 salário mínimo (43,8%) e o ensino médio
completo como escolaridade (37,5%). Com relação aos estágios de motivação,
predominou a Pré-contemplação (45,8%). Dentre os pacientes em pré-cirurgia
bariátrica, sobressaiu-se a contemplação (50%), enquanto após a cirurgia, a maioria
estava em pré-contemplação (68,8%). Entretanto, não foram encontradas diferenças
significativas entre as classificações dos estágios motivacionais dos dois grupos
(p=0,083). CONCLUSÃO Os resultados sugerem que a maioria dos pacientes
mostram-se pouco motivados para realização de mudanças relacionados ao
comportamento alimentar, tanto antes, como depois da cirurgia. Considerando que as
mudanças relacionadas ao estilo de vida são importantes para a manutenção de bons
parâmetros de saúde após a cirurgia, buscar estratégias de intervenção considerando os
estágios de motivação pode auxiliar no processo de aquisição e manutenção de novos
hábitos pelo paciente.
Poster 18)
COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
DE ACORDO COM O ESTADO NUTRICIONAL
Camila Silva dos Anjos, Franciane Goes Borges, Patrícia Leila dos Santos.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP
USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar; Estado nutricional; Criança;
Adolescente.
INTRODUÇÃO Comportamento alimentar compreende todas as ações em relação
ao ato de comer (o quê, quanto, como, quando, onde e com quem se come)
associados aos aspectos subjetivos individuais e coletivos relacionados ao comer e
à comida. Considerando a prevalência de excesso de peso no Brasil, termos como
consumo e hábito alimentar têm sido utilizados como sinônimos de comportamento
alimentar em estudos que buscam elucidar a relação entre estes e o estado nutricional
de indivíduos de todas as idades. Diversos pesquisadores têm demonstrado que um
balanço energético positivo tende a levar ao excesso de peso, porém pouco se
investiga a relação do estado nutricional com o comportamento alimentar, ou seja, a
dimensão psicodinâmica da alimentação, principalmente na infância e adolescência.
OBJETIVO Avaliar o comportamento alimentar de crianças e adolescentes,
conforme o estado nutricional, comparando eutróficos, sobrepeso e obesos.
MÉTODO Foram avaliadas 68 crianças e adolescentes com idade entre 9 e 13 anos.
Um questionário de informações sociodemográficas foi utilizado para caracterização
da amostra e o Questionário do Comportamento Alimentar da Criança (CEBQ,
versão validada para Portugal), que investiga oito dimensões do comportamento
alimentar: Resposta à saciedade, Prazer na comida, Resposta à comida, Ingestão
lenta, Seletividade alimentar, Sobreingestão emocional, Subingestão emocional e
Desejo de bebida. Para avaliação do estado nutricional, dados antropométricos foram
coletados e classificados de acordo com o índice de massa corporal para idade. Os
dados passaram por análises estatísticas descritiva e inferencial (teste Post-Hoc de
Bonferroni). Ambos questionários foram preenchidos pelas mães ou responsáveis
mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CAAE n.
16895713.6.0000.5440). RESULTADOS A média de idade da amostra foi 10,6
anos (DP 1,42), sendo 55,9% do sexo feminino e 48,1% do sexo masculino; 52,9%
eutróficos, 22,1% com sobrepeso e 25% obesos. Todas as subescalas do questionário
que refletem um comportamento de atração pelo alimento tiveram médias maiores
para os grupos com excesso de peso do que para os indivíduos eutróficos. As
subescalas que refletem um comportamento de menor interesse pelo alimento
tiveram valores maiores para aqueles com eutrofia do que para aqueles com excesso
de peso, sem diferenças significativas (p > 0,05). Diferenças significativas (p < 0,05)
foram encontradas entre os subgrupos eutrofia e obesidade nas subescalas Resposta
à saciedade (2,8 x DP 0,9; e 2,06 x DP 0,6) e Prazer na comida (3,3 x DP 1,1; 4,1 x
DP 0,7), respectivamente. CONCLUSÃO Os resultados deste estudo mostram que
há diferenças no comportamento alimentar de crianças eutróficas e obesas. Crianças
eutróficas têm melhor resposta à saciedade enquanto as obesas sentem mais prazer
associado à alimentação. Sugere-se que intervenções atentem a estas diferenças no
comportamento.
Pôster 19)
COMPORTAMENTO ALIMENTAR E ADESÃO À TERAPIA NUTRICIONAL
DE PACIENTES DIABÉTICOS TIPO II EM UM CENTRO DE SAÚDE NO
MUNICÍPIO DE CAMPINAS-SP.
Camila Belém Toniatti ; Madalena Conceição da Silva Araújo - Hospital Municipal Dr.
Mario Gatti - Programa de Residência Multiprofissional em Saúde: Atenção Integral no
Sistema Único de Saúde. Campinas, São Paulo, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus. Hábitos Alimentares. Educação em Saúde.
INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus tipo II é caracterizado por defeitos na ação e/ou
secreção de insulina. Além do tratamento farmacológico, mudanças no hábito de vida,
como a prática de uma alimentação saudável, são importantes para o controle da
patologia. Identificar o perfil dos pacientes diabéticos e compreender suas escolhas
alimentares são ações importantes para criar estratégias que possibilitem maior adesão
ao tratamento nutricional. Esse trabalho teve como objetivo geral: identificar o
comportamento alimentar e perfil biopsicossocioeconomico de pacientes diabéticos tipo
II e objetivos específicos: verificar quais fatores influenciam as escolhas alimentares
desses pacientes, caracterizar o perfil de saúde, socioeconômico, e estado nutricional.
MÉTODO Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, realizado com pacientes
diabéticos tipo II, cadastrados no programa HiperDia do Ministério da Saúde, de um
centro de saúde da cidade de Campinas-SP. A pesquisa se desenvolveu, após o
preenchimento do Termo de Consentimento livre e Esclarecido (TCLE) pelos
participantes, através de entrevista semi-estruturada gravada em áudio, transcrita e
analisada através do modelo proposto por Bardin, no qual o texto é dividido e agrupado
em categorias, e realizado a inferência dessas expressões. Foram realizadas consultas
nos prontuários para complementar a caracterização do perfil dos participantes. O
número de participantes incluídos na pesquisa foi determinado quando o conteúdo das
entrevistas se tornou repetitivo. Esta pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (número do parecer: 1.586.811).
RESULTADOS Participaram do estudo seis mulheres e três homens. A média de idade
foi de 63 anos. A escolaridade variou de analfabeto até o ensino fundamental II
completo. A classificação da renda familiar mensal teve variação de vulneráveis a baixa
classe alta (um participante não quis informar a sua renda). Os nove entrevistados são
hipertensos, 3 acompanham com a saúde mental (psiquiatria), 4 utilizam insulina e 5
antidiabético oral. O excesso de peso foi prevalente em 66,6% dos participantes. A
análise do conteúdo das entrevistas gerou três categorias: 1 - conhecimento sobre
alimentação para diabético: foi observado que os entrevistados associaram as
recomendações recebidas como proibitivas, a expressão “não pode” foi citada várias
vezes. 2 - comportamento alimentar: a preocupação com a saúde alterando as escolhas
alimentares e relatos de privação alimentar. 3 - adesão à terapia nutricional: a adesão à
alimentação saudável é um constante desafio no tratamento. CONCLUSÃO
Considerou-se que a população deste estudo associou a alimentação para o diabético
como proibitiva, influenciando negativamente a adesão a uma alimentação saudável. A
falta de informação, condição financeira e ausência do apoio familiar também
desfavorecem a adesão à terapia nutricional. São necessárias estratégias para a
comunicação das orientações nutricionais e a promoção do autocuidado.
Pôster 20)
INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E RISCO DE TRANSTORNOS
ALIMENTARES EM UNIVERSITÁRIAS
Taís Regina Pieper, Ms. Mariana Ermel Córdova .Universidade Feevale, Novo
Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Transtornos da Alimentação e da Ingestão de Alimentos;
Insatisfação corporal; Estudantes.
INTRODUÇÃO A incidência de transtornos alimentares e insatisfação com a
imagem corporal é cada vez maior em acadêmicas adolescentes ou adultas jovens do
sexo feminino. Isso em razão ao ganho de responsabilidades que a universidade
exige, inclusão em grupos sociais e autocrítica. Somado a isso, a supervalorização
do corpo, magro e definido, é visto como sinal de saúde, beleza e bem-estar. O corpo
dito como ideal é valorizado e explorado pela mídia, além de ser associado ao
sucesso profissional e pessoal. Em virtude disso, estudantes de nutrição têm maior
risco para desenvolver transtorno alimentar e insatisfação da imagem corporal,
devido a conhecimentos específicos sobre os alimentos e pressões externas, para
manter um padrão corporal devido a sua futura profissão. OBJETIVO Verificar a
frequência de insatisfação corporal e risco para transtornos alimentares em
estudantes de nutrição, quando comparados a de fisioterapia. MÉTODO O trabalho
foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Feevale – Rio
Grande do Sul através do parecer número 2.284.229, onde foram aplicados os
questionários Body Shape Questionare (BSQ) e o Eating Attituds Test (EAT-26). A
aplicação ocorreu através do envio dos questionários eletrônicos, após o aceite do
termo de consentimento livre e esclarecido. Para análise estatística foi aplicado o
coeficiente de correlação de Pearson e Spearman, que avaliou a associação entre as
variáveis contínuas e ordinais. A associação entre as variáveis categóricas foi
verificada pelo teste qui-quadrado de Pearson. Para comparar médias entre os
grupos, foi aplicado o teste t-student. RESULTADOS O número total de alunas
participantes foi de 89, sendo 60,7% do curso de Nutrição. A média de idade foi de
24,66 anos. Evidencia-se que 48,5% da população de ambos os cursos, revelam
ausência de insatisfação corporal, já 21,3% a 27% apresentaram insatisfação
corporal leve ou moderada, respectivamente. Conduto, não houve diferença
estatisticamente significativa entre os cursos. Do total das participantes analisadas
40,1% mostrou-se com comportamento de risco para transtorno alimentar (EAT >
que 21 pontos). A população de estudantes de Nutrição mostrou-se com forte
insatisfação corporal (r = 0,766), quando comparadas a estudantes de Fisioterapia (r
=0, 609). CONCLUSÃO Estudantes da área da saúde, principalmente do curso de
Nutrição, têm maiores chances de desenvolver insatisfação corporal. Fica evidente a
necessidade de maiores trabalhos e intervenções com essa população visando um
suporte para evitar o desenvolvimento dessas doenças.
Pôster 21)
A RELAÇÃO DA MÍDIA E REDES SOCIAIS COM A PERCEPÇÃO DE
ORTOREXIA EM ADULTOS ATIVOS E SEDENTÁRIOS
Jéssica Daiana Barbieri Rusin, Fernanda Brunisaki da Silva, Fernanda Donner Alves.
Centro Universitário Ritter dos Reis – Uniritter, Porto Alegre, RS, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento Alimentar; Imagem Corporal; Mídias
Sociais; Exercício Físico.
INTRODUÇÃO O excesso de informação nas mídias e redes sociais podem levar a
uma preocupação exagerada da população em se enquadrar em uma estética corporal
aceitável pela sociedade contemporânea. Nesse contexto, os indivíduos fisicamente
ativos frequentam ambientes que favorecem a disseminação desses padrões de beleza,
o que pode levar a uma insatisfação com sua própria imagem corporal e alterações no
comportamento alimentar. OBJETIVO Avaliar a relação entre a mídia e redes sociais
com a percepção de ortorexia em indivíduos fisicamente ativos e sedentários.
MÉTODOS Estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário
Ritter dos Reis, Porto Alegre, RS. Os participantes foram recrutados por meio de
divulgação na universidade, redes sociais e internet. Foram incluídos 100 adultos
(acima de 18 anos), de ambos os sexos, separados em dois grupos: I) 50 fisicamente
ativos: determinado com mínimo de exercício >150min por semana; e II) 50
sedentários: não praticavam exercícios físicos com regularidade nos últimos 3 meses.
O cálculo da amostra utilizou uma diferença de 20% na percepção de sintomas de
ortorexia entre os sedentários e fisicamente ativos, com poder de 80% e significância
de 5%, sendo o número de necessários de indivíduos em cada grupo de 40, totalizando
um mínimo de 80 para a amostra total. Todos assinaram Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido. Os participantes foram avaliados sobre dados sócio-demográficos e
questionário sobre uso de mídias sociais elaborado pelos autores, percepção de
sintomas de ortorexia avaliado por questionário ORTO-15 adaptado para o português
(Pontes JB et al, 2014), e escala de percepção da imagem corporal (Stunkard et al, 1983
e Lima, 2008). Teste estatístico qui-quadrado foi utilizado para as associações entre a
percepção de ortorexia e relação com a influência da mídia. Comparações de variáveis
contínuas, com distribuição normal, entre grupos, foram feitas por teste t de Student.
Análises por subgrupos foram realizadas para variáveis sócio-demográficas. Os dados
foram analisados no software IBM SPSS Statistics versão 24.0. RESULTADOS A
idade média dos participantes foi de 31 (DP 9) anos, maioria de etnia branca (87%). De
acordo com o ORTO-15, a percepção de sintomas relacionados a ortorexia, se fez
presente na população fisicamente ativa em 86% da amostra e nos sedentários em 56%
(p<0,001), na comparação entre os sexos houve um maior percentual de homens (96%
vs 77%; p=0,05). As escalas de silhuetas apresentaram um elevado percentual da
população insatisfeita com aparência atual (89%). Houve maior percentual de
participantes com sintomas de ortorexia que refeririam entendimento de rótulos (73%
vs 27%;p<0,001), que frequentavam perfis “fitness” de redes sociais (15 vs 0%;
p=0,034), usavam modulação hormonal (18% vs 0%; p=0,018), e achavam que as
mídias influenciavam no seu comportamento (17% vs 0%), p = 0,047). CONCLUSÃO
O uso das mídias e redes sociais foram relacionadas com a presença de sintomas de
ortorexia. Observou-se também predominância dos distúrbios estudados no sexo
masculino e alta frequência de insatisfação com a imagem corporal nos participantes
da pesquisa em geral.
Pôster 22)
FREQUÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A RESTRIÇÃO ALIMENTAR
EM UNIVERSITÁRIOS
Anna Paula de Matos1, Paulo Rogério Melo Rodrigues1, Márcia Gonçalves Ferreira1,
Ana Paula Muraro2 - ¹Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Mato Grosso-
UFMT. Cuiabá/MT, Brasil; ²Instituto de Saúde Coletiva. Universidade Federal de
Mato Grosso-UFMT. Cuiabá/MT, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Transtorno alimentar; Adolescente; Estudantes;
Universidades.
INTRODUÇÃO Estudantes universitários podem ser considerados vulneráveis à
adoção de comportamentos não saudáveis, entre eles alterações no comportamento
alimentar. Nesse contexto, a restrição alimentar, definida como jejum ou comer
quase nada, tem sido considerada um comportamento de risco para transtornos
alimentares. Objetivo: Analisar a frequência e os fatores associados a restrição
alimentar entre universitários. MÉTODO Estudo transversal, com universitários
ingressantes em uma universidade pública de Cuiabá-MT, pertencentes a uma coorte
dinâmica intitulada "Estudo Longitudinal sobre Estilo de Vida de Estudantes
Universitarios” (ELESEU). Pesquisa de carater censitario com estudantes entre 16 a
25 anos de 21 cursos de período integral. Os dados foram coletados nos primeiros
semestres dos anos de 2015, 2016 e 2017, por meio de questionário autoaplicado,
contendo informações demográficas, socioeconômicas, de estilo de vida (atividade
física (IPAQ), comportamento sedentário, marcadores de consumo de alimentação
saudável e não saudável, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo), relacionadas
à saúde mental (estresse percebido (PSS-10) e sintomas depressivos (PHQ-9),
satisfação corporal (STUNKARD et al., 1983) e questões sobre restrição alimentar,
considerou-se, ficar sem comer ou comer pouquíssimo durante um dia inteiro para
perder peso ou não engordar, uma ou mais vezes por semana nos últimos 3 meses,
adaptado do questionário de HAY (1998). Além disso, foram aferidos peso e estatura
dos universitários para avaliação da condição de peso segundo o índice de massa
corporal. Foi realizada análise de regressão logística hierarquizada a fim de verificar
a associação dos fatores de interesse a restrição alimentar, considerando o nível de
significância de 5%. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de ética em
Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller da UFMT (Parecer nº 1.006.048).
RESULTADOS Foram avaliados 1608 universitários, sendo 50,7% do sexo
masculino, 77,9% na faixa etária dos 16 aos 19 anos, 60,3% se autodeclararam não
brancos, 48,3% pertenciam à classe econômica B. A maioria dos estudantes (70,0%)
informaram morar com os pais ou parentes e 15,4% eram de cursos da área de
ciências da saúde. Entre os universitários 72,4% praticavam atividade física
suficiente (≥150 minutos/semana), 76,4% apresentaram comportamento sedentário
(tempo de tela > 4h/dia), 13,8% eram fumantes, 59,0% consumiram bebida alcoólica
pelo menos um dia nos últimos 30 dias, 75,9% tiveram padrão de consumo de
refeições irregular. Apesar de 76,0% dos estudantes serem classificados sem excesso
de peso, a maioria (73,9%) estava insatisfeita com a imagem corporal. Estresse
percebido foi observado em 46,8% dos universitários e 35,2% apresentaram sintomas
depressivos. A restrição alimentar apresentou frequência de 9,1% e os fatores que se
mantiveram associados a ela foram: sexo feminino (Odds Ratio [OR]=3,01; Intervalo
de Confiança de 95% [IC95%]: 2,06; 4,39), tabagismo (OR=2,75; IC95%: 1,81;
4,18), insatisfação com a imagem corporal (OR=2,64; IC95%: 1,42; 4,94), excesso
de peso corporal (OR=2,77; IC95%: 1,90; 4,04), presença de estresse percebido
(OR=1,54; IC95%: 0,99; 2,40) e de sintomas depressivos (OR=1,84; IC95%: 1,22;
2,78). CONCLUSÃO A frequência de restrição alimentar entre os universitários foi
elevada, sendo associada as mulheres, fumantes, insatisfeitos com a imagem
corporal, excesso de peso, estresse percebido e sintomas depressivos
Pôster 23)
INFLUÊNCIA DAS POSTAGENS DE NUTRICIONISTAS NA REDE SOCIAL
INSTAGRAM: UMA ANÁLISE QUALITATIVA
Grayce Kelly de Andrade1 , Kelly Carvalho Vieira 2 , Lílian Gonçalves Teixeira3 ,
Maysa Helena de Aguiar Toloni3 - [email protected] 1Aluna do 9º período
do curso de Nutrição do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Lavras
(DNU – UFLA) 2Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Administração –
Universidade Federal de Lavras (UFLA) 3 Professoras Adjuntas do curso de Nutrição
do DNU – UFLA [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar; Mídias Sociais; Imagem corporal;
Saúde Coletiva.
INTRODUÇÃO É sabido que no Brasil o acesso à informação, sobretudo, à saúde e
nutrição tem crescido cada vez mais, inclusive em redes sociais como Facebook,
Instagram, Twitter. Todavia, este contexto tem sido associado a estereótipos de beleza
impostos pela mídia, onde o culto ao corpo magro torna-se um padrão de felicidade.
Nota-se que os indivíduos têm buscado informações e práticas sobre perda de peso, que
em sua maioria são postadas por 'blogueiros', ou até mesmo profissionais da saúde
como, nutricionistas, educadores físicos, nutrólogos, dentre outros. O número de
publicações informativas de nutricionistas que fazem menção à restrição da alimentação
de forma exacerbada ou culto ao corpo definido tem crescido cada vez mais. Diante
desta perspectiva, a influência do conteúdo divulgado por profissionais da saúde e sua
repercussão no meio social tem sido preocupante. OBJETIVO avaliar de maneira
crítica e qualitativa publicações de nutricionistas e sua influência no comportamento de
seus seguidores na rede social Instagram. MÉTODO Estudo descritivo observacional,
sem contato com indivíduos, dispensando Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
Foram analisadas postagens com maior número de likes de 51 nutricionistas (> 2000
seguidores), com no mínimo cinco postagens que enquadrassem cada uma das
categorias do estudo e registro no conselho de classe. Separou-se o material em
categorias analíticas (BARDIN, 2005), sendo: Amarga vida (C1: indicação de produtos
que prometem resultados milagrosos em pouco tempo, sem referência científica);
Espelho, espelho meu... (C2: publicação cuja abordagem se refere ao culto do corpo
magro, considerado estereótipo saudável, além de ser referência, sinônimo de beleza e
felicidade) e Reforço positivo (C3: publicações que influenciam de maneira positiva os
seguidores do profissional, de forma que propiciem desenvolvimento de autonomia e
criticidade para realizar suas escolhas alimentares). RESULTADOS Ao que diz
respeito a C1, foi perceptível a influência que este tipo de postagem pode causar nos
seguidores, uma vez que, inúmeros comentários se referiam a intenção de compra do
produto, além de pedidos para marcar consulta nutricional. No que concerne ao tópico
C2 foi possível observar seguidores expondo estratégias mal sucedidas para emagrecer,
bem como o quanto se sentem frustrados com seu corpo e que gostariam de alcançar os
resultados das fotos de antes e depois postadas pelos profissionais, atitude esta, que
infringe o novo código de ética do nutricionista. Por fim, na C3 foi notável que a
frequênciade publicações desmistificando mitos na nutrição é baixa, e quando relatado
que o indivíduo poderia comer de tudo, com prazer, grande parte dos internautas
repudiaram a publicação dizendo que este tipo de ação não traria resultados, mesmo em
postagens embasadas na ciência. Conclusões: Em suma, o presente estudo tem grande
relevância por seu ineditismo na área de Alimentação e Nutrição, demonstrando que
através de legendas de fotos postadas por nutricionistas dizendo que seu paciente obteve
resultados, pois, “milagre não existe”
devendo-se “ aprender a passar vontade de comer” e diante disso, seus seguidores
relatam que gostariam de ter “o corpo dos sonhos” igual ao da imagem publicada , que
“vontade é uma doença” ou “me identifico com a imagem, quero marcar uma consulta
urgente”. Este, e outros exemplos observados, demonstram que de acordo com a teoria
cognitivo comportamental, o ser humano incorpora atitudes e crenças por meio da
associação observacional passado por outras pessoas, tornando os nutricionistas
influenciadores, formadores de hábitos e opiniões, devendo portanto agir de forma
ética,, pensando na coletividade de maneira problematizadora e holística, respeitando a
soberania alimentar , mesmo em mídia social.
Pôster 24)
MÍDIA E ESCOLHAS ALIMENTARES
Tãmíris Allebrandt; Camila Rodrigues da Silva: Ana Marta de Brito Borges Avelãs
de Araujo. Centro Universitário Senac Santo Amaro, São Paulo - SP, Brasil.
[email protected]; [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; Nutrição; Mídia.
INTRODUÇÃO O tema mídia e escolhas alimentares foi adotado diante da ampla
cobertura da mídia por assuntos relativos à alimentação e justifica-se pela
constatação empírica de que se vivencia um paradoxo, onde se têm por um lado o
consumo de alimentos industrializados e alimentação fora do lar; e, por outro lado,
a sociedade mais preocupada com hábitos alimentares saudáveis. Sendo assim,
identificar essa relação nas escolhas alimentares contribui para a atuação do
nutricionista, que considera inúmeras variáveis para analisar o comportamento
alimentar. OBJETIVO Identificar as alterações nas escolhas alimentares
influenciadas pela mídia e verificar quais tipos de mídia são fontes de informações
sobre alimentação e nutrição. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa de campo
descritiva, feita por meio de um questionário aplicado online via plataforma Survey
Monkey®, contendo 15 perguntas destinadas a obter informações sobre a amostra e
atender aos objetivos propostos. O acesso à amostra foi feito através da divulgação
do questionário nas redes sociais das autoras, dessa forma, foram selecionados
membros da população mais acessível, caracterizando a amostra como não
probabilística por conveniência. O único critério de inclusão foi a concordância com
o termo de consentimento livre e esclarecido. Após levantamento de dados, os
mesmos foram interpretados e analisados de forma qualitativa e quantitativa.
RESULTADOS A população estudada foi composta por 71 participantes sendo,
77,5% mulheres, entre 19 e 30 anos com ensino superior. Foram referidas alterações
nas escolhas alimentares influenciadas pela mídia e a internet como a mídia mais
utilizada para busca de informações sobre alimentação e nutrição, sendo as fontes
mais citadas: facebook®, sites e blogs. Posteriormente segue a televisão e o
programa mais mencionado foi o Bem-estar. Já revistas, livros e rádio foram as
mídias menos utilizadas. Dentre as alterações, muitos referiram aumento do
consumo e/ou inclusão de alimentos, como: água, chá, frutas, legumes, verduras,
peixe, ovo, arroz integral, sucos naturais, soja, castanha do Brasil, chia, linhaça e
tapioca. Também declararam diminuição no consumo e/ou exclusão de: frituras, fast-
food, glúten, lactose, embutidos, refrigerantes, suco em pó, bolachas e doces,
temperos prontos e salgadinhos. Além disso, foram mencionadas mudanças no
comportamento alimentar em relação aos horários das refeições e ao local onde são
feitas em cerca de um terço dos respondentes, que relataram dar preferência por
preparar os alimentos e comer em casa e/ou preparar marmitas, comer de três em três
horas ou duas vezes por dia e ainda diminuição na frequência de idas à restaurantes
e fast-foods. E quase metade dos participantes alegaram mudanças na forma de
preparo dos alimentos, como: substituição de preparações fritas por grelhadas e/ou
assadas, preparo de legumes no vapor, preferência a utilização de azeites, uso de
temperos naturais, diminuição na adição de óleo, sal e açúcar nas preparações.
CONCLUSÃO Verificou-se na amostra respondente, relatos de alterações nas
escolhas alimentares por influência da mídia, seja por meio da internet ou televisão,
em maior escala, ou por meio de revistas, livros ou rádio. E que entre as alterações
citadas, destacam-se o aumento e diminuição no consumo de determinados
alimentos, além de mudanças comportamentais em relação ao horário e local onde
são feitas as refeições, assim como o modo de preparo das mesmas.
Pôster 25)
PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E SUA ASSOCIAÇÃO COM O
EXCESSO DE PESO EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Alana de Moraes Santos Silva1, João Felipe Rocha Barros¹, Carina de Aquino Paes2,
Ainá Innocencio da Silva Gomes2 - 1 - Discente do curso de Nutrição da Faculdade
Bezerra de Araújo (FABA). Rio de Janeiro/ RJ, Brasil; 2 - Docentes do curso de
Nutrição da Faculdade Bezerra de Araújo (FABA). Rio de Janeiro/ RJ, Brasil; 2 -
Docentes do curso de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
campus Macaé. Macaé/ RJ, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: escala de silhueta; autoimagem; satisfação corporal;
distorção da imagem corporal, universitários
INTRODUÇÃO A imagem corporal é a ideia que o indivíduo desenvolve sobre seu
tamanho e forma corpórea e que, por sua vez, influencia os sentimentos a respeito da
mesma. Comumente às mulheres é imposto o padrão de beleza associado à magreza
e, aos homens, à muscularidade. Tais exigências aos padrões estéticos também são
evidenciadas ainda no ambiente universitário. Alunos da área de saúde, cuja profissão,
teoricamente, estaria relacionada com a imagem, parecem ser os mais susceptíveis a
tais padrões; como observado em educadores físicos e nutricionistas. Entretanto,
outros profissionais de saúde também podem ser cobrados quanto a sua aparência
física e terem-na, erroneamente, relacionada com a capacidade profissional. Dessa
forma, desenvolve-se a insatisfação com a imagem corporal de tal forma que esta
influenciará o comportamento e atitudes alimentares e contribuirá para o
desenvolvimento ou manutenção de transtornos alimentares. Portanto a avaliação da
satisfação da imagem corporal em estudantes das diferentes áreas de saúde é
extremamente importante. OBJETIVOS Avaliar a percepção da imagem corporal e
sua associação com o índice de massa corporal (IMC) de universitários. MÉTODOS
Estudo transversal, com 205 estudantes com idades entre 18 e 50 anos, do curso de
Enfermagem de uma faculdade privada na cidade do Rio de Janeiro. Todos que
aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Massa
corporal e estatura foram aferidas para cálculo do IMC. As informações relacionadas
à imagem corporal foram obtidas utilizando-se a escala de silhuetas brasileiras para
adultos (Kakeshita e Almeida, 2009), cujas silhuetas tem valor correspondente de
IMC. A distorção foi considerada pela diferença do IMC atribuído à silhueta escolhida
e do IMC real calculado. Nas análises estatísticas foram empregados os testes de
correlação de Spearman, teste de Kruskal-Wallis e regressão logística multinominal,
ajustada por sexo e idade. RESULTADOS A maioria dos alunos (64,3%) se achava
maior do que realmente era, sendo observada correlação positiva e significativa entre
o IMC e a distorção da imagem corporal nas mulheres (r= 0,47, p<0,01) e nos homens
(r= 0,39, p=0,04). Analisando a figura escolhida, 15% se classificaram como baixo
peso, 16,5% eutróficos, 18,5% sobrepeso e 49,2% obesos. Entretanto, a partir do IMC
calculado, apenas 5,3% tinham baixo peso, 42,4% eutrofia, 30,7% sobrepeso e 21,4%
obesidade. Ao comparar a distorção da imagem corporal com a condição de peso, foi
observada maior média entre os indivíduos com sobrepeso (2,21 vs 0,62, p<0,01) e
obesidade (2,14 vs 0,62, p<0,01) comparados aos sem excesso de peso. Por meio da
regressão logística multinominal, tendo como referência o primeiro tercil da distorção
da imagem corporal e os indivíduos sem excesso de peso, foi possível observar
associação significativa do sobrepeso e obesidade, respectivamente, ao segundo
(Odds Ratio [OR]= 3,96 e OR= 6,61, p<0,01 para ambos) e terceiro (OR= 10,56, OR=
9,44, p<0,01 para ambos) tercil da distorção da imagem corporal. CONCLUSÃO A
maioria dos alunos se percebia maior do que realmente eram e a distorção da imagem
corporal foi mais evidente entre os indivíduos com sobrepeso e obesidade.
Considerando o fato de serem alunos da área de saúde, especial atenção deve ser dada
a este tema, ainda no ambiente acadêmico. A formação destes profissionais refletirá
no trato com os pacientes além de serem agentes multiplicadores das informações
arraigadas durante este período.
Pôster 26)
ATITUDES ALIMENTARES E SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL DE
MULHERES PAULISTANAS DE MEIA-IDADE
Camila Lafetá Sesana1; Daniela Maria Alves Chaud1; Marle dos Santos Alvarenga2; Edeli
Simioni de Abreu1 - 1 Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil
2Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Nutrição,
Brasil Camila Lafetá Sesana
PALAVRAS-CHAVE: comportamento alimentar, imagem corporal, mulheres, meia-idade
INTRODUÇÃO A literatura sobre imagem corporal e o espectro do comportamento
alimentar transtornado, que vai do hábito de fazer dietas até as síndromes clássicas de
transtornos alimentares, tende a se concentrar em adolescentes e jovens adultos, deixando
de lado indivíduos na maturidade. Um interesse emergente sobre mulheres na meia-idade
tem revelado resultados que sugerem ser frequente a insatisfação corporal nessa fase da vida,
ainda que seus efeitos pareçam ser mitigados pela perda de importância da aparência física
ao longo do processo de envelhecimento. No Brasil, pouca atenção foi dada à relação entre
insatisfação corporal e atitudes alimentares (crenças, pensamentos, sentimentos,
comportamentos e a relação com a comida) nesse grupo demográfico. A relação entre a
insatisfação corporal e a adoção de comportamentos de risco para transtornos alimentares
está bem estabelecida. Além de impactar a alimentação, os efeitos negativos da insatisfação
corporal projetam-se sobre a qualidade de vida em termos afetivos e sociais. OBJETIVOS
Avaliar o grau de satisfação corporal e as atitudes alimentares em relação ao estado
nutricional, paridade, estado menopausa e perfil socioeconômico, e verificar como esses dois
constructos se relacionam em uma amostra de mulheres na meia-idade (35-55 anos).
MÉTODOS Cento e uma mulheres foram recrutadas entre mães e funcionárias de 4 escolas
privadas da cidade de São Paulo durante o ano de 2015 para responder aos instrumentos
Disordered Eating Attitudes Scale (DEAS) e Body Shape Questionnaire (BSQ), hospedados
em plataforma online. O estudo foi aprovado pela Comissão Interna de Ética em Pesquisa
(CIEP) da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foram avaliados escores totais e
subescalas. Correlações entre variáveis foram analisadas pelo coeficiente de Pearson, teste t
de Student e ANOVA. RESULTADOS A insatisfação corporal foi detectada em 53,5% das
participantes e foi maior entre as mulheres que já estavam na menopausa (n=9). Apesar de
67,7% estarem na faixa de eutrofia, o desejo de perder peso (média=-6,2 kg) foi detectado
em 81,6% da amostra. As atitudes alimentares se apresentaram de forma positiva. Apenas
5,94% pontuaram acima da média na DEAS. Ao contrário do esperado, não se observou
correlação entre atitudes alimentares e insatisfação corporal. A insatisfação corporal teve
correlação fraca com o IMC (r=0,517, p<0,0001) e forte, em sentido negativo, com a
diferença entre peso desejado e peso atual (r=-0,635, p<0,0001). CONCLUSÃO Apesar das
atitudes alimentares adequadas e da insatisfação corporal apenas moderada, o desejo da
maioria de perder peso sugere a persistência do ideal de magreza na meia-idade. Novos
estudos devem ser realizados para melhor avaliar o impacto desse descontentamento nas
atitudes alimentares dessa população e para detectar a existência de um possível efeito
protetor do avanço da idade sobre a relação com o corpo.
Pôster 27)
PERCEPÇÕES DE ACADÊMICAS DE NUTRIÇÃO SOBRE O ESTADO
NUTRICIONAL E O COMPORTAMENTO ALIMENTAR DO
NUTRICIONISTA
Emanueli Bergamaschi¹, Vanessa Ramos Kirsten², Greisse Viero da Silva Leal²
1 Acadêmica do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), Palmeira das Missões, RS, Brasil; 2 Professora Adjunta do Curso de
Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Palmeira das Missões,
RS, Brasil. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Ciências da Nutrição; Nutricionistas; Estudantes.
INTRODUÇÃO Estudos sugerem que os estudantes de nutrição aumentam sua
culpa com a comida, preocupam-se mais com sua alimentação e modificam seus
hábitos e preferências alimentares após ingressarem no curso. O início do
aprendizado em nutrição centraliza os graduandos em conceitos firmes sobre
nutrientes e fisiopatologia de doenças, fazendo com que os mesmos estabeleçam uma
maior reflexão da importância da alimentação adequada e saudável na saúde humana,
que possui relação direta com as percepções dos estudantes quanto aos seus hábitos
alimentares, suas condutas e a credibilidade profissional. OBJETIVO Descrever a
percepção de acadêmicas de Nutrição sobre o estado nutricional e o comportamento
alimentar esperados para o nutricionista. MÉTODO Trata-se de um estudo
transversal realizado com acadêmicas do curso de Nutrição da Universidade Federal
de Santa Maria, campus Palmeira das Missões, RS. A amostra incluiu todas as
acadêmicas matriculadas no curso de Nutrição, excluindo apenas as gestantes e
acadêmicos do sexo masculino. Todas as participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Foi utilizado um questionário autoaplicável
desenvolvido pelas pesquisadoras sobre a percepção das acadêmicas sobre o estado
nutricional e o comportamento alimentar ideal e possíveis para o nutricionista. Os
dados encontrados foram digitados no Excel for Windows 10 e a análise descritiva foi
realizada por meio do programa estatístico Statistical Package for Social Science,
versão 18.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Santa Maria, CAAE 75215717.0.0000.5346.
RESULTADOS A amostra foi composta por 99 acadêmicas do curso de Nutrição,
com idade média de 21,8 (DP 5,15) anos, sendo a maioria frequentadora dos
semestres finais do curso (54,5%). Sobre o estado nutricional do nutricionista, 52,5%
das estudantes de Nutrição acreditavam que esses profissionais deveriam ser
eutróficos, 63,6% opinaram que o nutricionista poderia apresentar sobrepeso ou
obesidade e 50,5% afirmaram que o peso pode comprometer a credibilidade do
profissional. A maioria das acadêmicas (76,8%) afirmou que a alimentação do
nutricionista deveria ser normal e 98% que ele poderia consumir alimentos “não
saudaveis”. Quanto à frequência de consumo de alimentos não saudaveis, 67,7%
responderam que este consumo deveria ocorrer às vezes. Ao verificar se o padrão
alimentar do nutricionista influenciaria sua credibilidade profissional, 52,5% das
participantes declararam que sim. Aproximadamente 70% das acadêmicas afirmaram
que após ingressar no curso de Nutrição ocorreu mudança sobre a percepção da
alimentação do nutricionista e 55,6% afirmaram que o nutricionista deve
frequentemente se preocupar com sua alimentação e sua imagem corporal.
CONCLUSÃO Metade das acadêmicas de Nutrição acreditava que o nutricionista
deve ter um peso adequado e que ele deve se preocupar com sua alimentação e
imagem corporal. A maioria acreditava que o profissional pode apresentar excesso
de peso, mas consideram que isso poderia comprometer a sua credibilidade
profissional. As acadêmicas também consideravam que o nutricionista deve ter uma
alimentação normal e quase a sua totalidade afirmou que este profissional poderia
comer alimentos não saudáveis. No entanto, mais da metade considerava que esse
consumo deveria ser esporádico, considerando que acreditam que o padrão alimentar
do nutricionista também influencia a sua credibilidade profissional.
Pôster 28)
AVALIAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E DE COMPULSÃO ALIMENTAR
ENTRE PACIENTES COM EXCESSO DE PESO
Emanuele Soares1; Priscila Koritar1,2 - Instituições: Universidade Paulista –UNIP –São
Paulo- Brasil1; Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo –USP- São Paulo-
Brasil2. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Sobrepeso; Imagem corporal, Transtornos alimentares
INTRODUÇÃO O excesso de peso está associado a vários fatores, podendo, nesse
processo, desenvolver e agravar patologias preexistentes que podem ter origem física e/ou
emocional como insatisfação corporal, distorção da percepção corporal e compulsão
alimentar. Considerando que a insatisfação corporal, a distorção da percepção corporal e a
compulsão alimentar podem estar associados ao agravo e/ou desenvolvimento do excesso
de peso, torna-se relevante o estudo dessas variáveis, identificando como elas estão
representadas antes e depois de tratamento multiprofissional em grupo. OBJETIVO
Avaliar presença de compulsão alimentar, de distorção da percepção corporal e de
insatisfação corporal em pacientes com excesso de peso antes e após a intervenção
multiprofissional em grupo em uma instituição pública de saúde em Franco da Rocha - São
Paulo. MÉTODOS Trata-se de um estudo quantitativo realizado com 30 pacientes com
idade entre 20 e 60 anos. Os pacientes responderam anamnese, registro alimentar de 3 dias,
Escala de Figuras e Silhuetas Para População Brasileira (EFS) e Escala de Compulsão
Alimentar Periódica (ECAP). Os dados antropométricos foram obtidos do prontuário. As
diferenças entre as variáveis no início e após o grupo foram avaliadas pelo teste Wilcoxon.
A correlação entre as variáveis foi testada pelo Coeficiente de Correlação de Spearman. O
projeto foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição proponente
(CAAE: 75046417.4.0000.5512) e todos os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS A média de índice de massa corporal
(IMC) e relação cintura e quadril (RCQ) antes e após o grupo foram de respectivamente
33,9 Kg/m2 (DP 6,04), 0,91 cm (DP 0,12), 32,8 Kg/m2 (DP 5,79), 0,89 cm (DP 0,13) e
apresentou diferença na média estatística de [p=0,000 e p=0,030]. Os dados da (EFS)
apontaram em geral que 90,0% possuem distorção da imagem e insatisfação corporal
simultaneamente, estando o aumento do IMC relacionado ao aumento da insatisfação (ρ=
0,495). Em relação à ECAP 23,3% apresentou compulsão alimentar moderada e 3,3%
compulsão alimentar grave, sendo predominantes nesses valores os pacientes classificados
com obesidade grau I e II (12,5 e 50,0%). CONCLUSÃO Detectou-se elevada frequência
de distorção da percepção corporal e insatisfação corporal, além de alta frequência de
compulsão alimentar entre os pacientes, mesmo após o término do grupo e melhora de
parâmetros antropométricos. Sugere-se que o tratamento aborde questões sobre autoestima,
aceitação corporal e compulsão alimentar.
Pôster 29)
CONSUMO E COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE CRIANÇAS QUANTO
À FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS
Maressa Santos Ferreira1, Victor Manuel Rodriguez Rivera2, Rômmulo Celly Lima
Siqueira3, Juliana Zani De Almeida4 - 1 Hospital Universitário Walter Cantídio,
HUWC, Fortaleza, Ceará-Brasil; 2 Universidad del País Vasco, UPV, Vitoria-Gasteiz,
País Vasco- Espanha; 3,4 IFCE, Limoeiro do Norte, Ceará, Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Comportamento Alimentar; Nutrição da Criança; Frutas;
Verduras; Saúde.
INTRODUÇÃO O consumo adequado de frutas, legumes e verduras age como
protetor, diminuindo fatores de risco para obesidade e doenças crônicas. No Brasil esse
consumo não é habitual, e a maioria das crianças consumem abaixo da recomendação
diária de 3 porções de frutas e 3 de legumes e verduras. Assim, promovê-lo representa
uma prioridade de saúde pública, sendo incentivada intervenções no período escolar,
visto que a idade dos sete aos dez anos favorece mudanças de comportamento. Além
de transmitir informações, devem identificar os determinantes do comportamento
alimentar para direcionar a promoção à saúde. O tema se impõe pela necessidade de
estudar referidos consumo e o comportamento alimentar para contribuir com o
aprimoramento de intervenções que o promovam na infância. OBJETIVO Avaliar o
consumo e o comportamento alimentar de crianças quanto à frutas, legumes e verduras.
MÉTODO Estudo transversal desenvolvido em novembro de 2016 com 66 crianças,
de 7 a 10 anos de idade, de uma escola pública municipal. Foram aplicados
questionários para investigar o consumo e comportamento alimentar quanto à frutas,
legumes e verduras, baseados na teoria de Brug que considera os seguintes
determinantes: motivação, oportunidades ambientais (acesso) e habilidades (dietética,
sensorial e culinária). As respostas agrupadas conforme fatores internos dos
determinantes analisados em “motivado/não motivado”, “sabe/não sabe”, “capaz/ não
capaz”. Os dados tabulados no programa Microsoft Excel (2007) foram apresentados
em frequências relativa e absoluta. As crianças assinaram o Termo de Assentimento e
seus pais o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do IFCE sob parecer 1.989.246. RESULTADOS
Verificou-se que apenas 39,4% (n= 26) dos participantes consumiam frutas na
frequência de 2 vezes ou mais ao dia, enquanto esse consumo caiu para 19,7% (n= 13)
sobre legumes e verduras. Ainda, 7,50% (n= 5) afirmaram não consumir frutas
nenhuma vez ao dia, em contrapartida, 34,8%(n= 23) para legumes e verduras. Em
relação ao comportamento alimentar, 72,7% (n= 48) dos alunos demonstraram
motivados a aumentar seu consumo de frutas, ao mesmo tempo que 60,6% (n= 40) para
legumes e verduras. Quanto ao acesso, 80,3% (n= 53) sabiam onde conseguir frutas,
legumes e verduras. Nas habilidades, percebeu-se na dietética que a maioria (97%, n=
64) dos participantes não sabiam a recomendação diária, acreditando ser número de
porções inferior ao recomendado, mas que 90,9% (n= 60) sentiam-se capazes de
consumir a quantidade de porções que acreditavam. Quanto à habilidade sensorial,
54,5% (n= 36) dos participantes não se sentiam capazes de descrever o que gostavam
quanto os sentidos desses alimentos. Sobre a habilidade culinária, 53% (n= 35) não se
sentiam capazes de preparar uma salada do seu agrado. CONCLUSÕES Observou-
se um baixo consumo de frutas, legumes e verduras, sendo maior o de frutas. Quanto
ao comportamento alimentar, observou-se maior motivação para o consumo de frutas
que de verduras, alto conhecimento sobre o acesso, e baixo sobre recomendações
diárias. A alta capacidade dietética pode ser resultado da percepção da recomendação
ser inferior do que a real. Os resultados sugerem ainda habilidades sensorial e culinária
pouco desenvolvidas. Faz-se necessários mais estudos e intervenções direcionadas aos
determinantes do comportamento alimentar na promoção do consumo de frutas,
legumes e verduras para crianças.
Pôster 30)
COMPORTAMENTO E CONSUMO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES:
REGIONALISMO ALIMENTAR VERSUS FAST-FOODS
Ana Carmem de Oliveira Lima1, Jânia Maria Augusta da Silva1, Rayanne Silva Vieira
Lima2, Maressa Santos Ferreira1 - 1Instituto Federal do Ceará - IFCE, Limoeiro do
Norte, Ceará, Brasil; 2Hospital Universitário Walter Cantídio, HUWC, Fortaleza,
Ceará, Brasil
PALAVRAS CHAVE: nutrição do adolescente; preferências alimentares, transição
nutricional.
INTRODUÇÃO O regionalismo alimentar assegura identidade social e historicidade,
além de um adequado aporte nutricional à população. Entretanto, a globalização vem
alterando as dietas tradicionais através da introdução de novas variedades de lanches
rápidos e nutricionalmente inadequados, os famosos fast-foods. Isto pode contribuir para o
desaparecimento da soberania alimentar nos contextos locais, além de gerar impactos na
saúde, como o excesso de peso e outras doenças crônicas não transmissíveis. Os
adolescentes são um dos principais grupos atingidos por esse cenário, sendo consumidores
assíduos de alimentos industrializados e fast-foods. OBJETIVOS Identificar e
correlacionar o consumo de preparações regionais e alimentos industrializados/fast-foods,
além de investigar determinantes da escolha alimentar habitual de adolescentes estudantes
de uma escola pública do ensino médio do Estado do Ceará. MÉTODO Estudo transversal,
descritivo, realizado com 95 adolescentes de ambos os gêneros. A coleta de dados ocorreu
por meio de entrevistas, com o auxílio de formulários semiestruturados e material
ilustrativo, elaborados pelos próprios autores. Em um dos formulários o adolescente iria
referir o conhecimento, frequência de consumo, consumo pregresso e principais motivos
para não consumir as preparações regionais elencadas. E no outro a frequência alimentar
de fast-food/industrializados. Os dados tabulados no programa Microsoft Excel (2007)
foram expressos sob a forma de percentuais e números absolutos, e analisados
estatisticamente no programa SPSS (IBM SPSS Statistics), versão 20 através do teste exato
de Fisher e do coeficiente de correlação de Spearman utilizando-se p<0,05 para
significância estatística. O trabalho foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
do Instituto Federal do Ceará e aprovado sob número de parecer 1.537.116.
RESULTADOS Os participantes conheciam a maioria das preparações regionais, porém
o alfenim de cana foi conhecido por apenas dois deles. As cinco preparações mais
consumidas atualmente foram: cuscuz (98,9 %), baião de dois (97,9%), tapioca (96,8%),
cocada (90,5 %) e pamonha (89,5%). Já dentre as preparações que deixaram de ser
consumidas, caldo de cana, quebra-queixo, pé de moleque, beiju e carne de charque/jabá,
foram as cinco de maior declínio, com uma média de diminuição do consumo de 30,3%,
tendo como motivos associados mais relatados “não gostarem”, “dificuldade de encontrar”
e “falta de tempo”. Em relação aos alimentos industrializados e fast-foods encontrou-se que
o refrigerante foi o produto mais consumido diariamente. A frequência de consumo dos
produtos industrializados foi semanal e a das preparações regionais foi quinzenal. Ao
correlacionar essas frequências, através do teste de Spearman, encontrou-se uma correlação
significativa (p=0,011) e obteve-se uma fraca relação direta (0,261), indicando assim que
na medida em que se aumenta o consumo de industrializados tende-se a aumentar o
consumo de preparações regionais. CONCLUSÃO Os adolescentes consumiam tanto
preparações regionais quanto produtos industrializados/fast-foods, e o consumo de
industrializados não mostrou diminuir o dos regionais. Porém, deve-se alertar à preservação
do regionalismo alimentar, já que a média da frequência de consumo dos industrializados
foi maior que a dos regionais. Além dos motivos associados ao declínio do consumo
indicarem enfraquecimento do regionalismo alimentar.
Pôster 31)
RESTRIÇÕES E TABUS ALIMENTARES FRENTE AO DIAGNÓSTICO
DE DIABETES TIPO 1
Vandemberg Ramos Viana¹, Jorvana Stanislav Brasil Moreira¹, Amanda Cristina
Thompson Diniz¹, Daniela Lopes Gomes¹ - ¹Universidade Federal do Pará –
UFPA. Belém, Pará, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus; Tabu Alimentar; Doenças Crônicas
Não-Transmissíveis
INTRODUÇÃO O diagnóstico de crianças e adolescentes com Diabetes
Mellitus tipo 1 tende a trazer à tona sentimentos de medo e culpa por parte dos
pais, pois acreditam que hábitos alimentares inadequados foram responsáveis
pela manifestação da doença. Desta forma, implementam dietas restritivas
repletas de tabus alimentares na rotina de seus filhos. OBJETIVO Identificar
tabus e restrições alimentares em indivíduos recém-diagnosticados com
Diabetes tipo 1 e seus cuidadores. MÉTODO Estudo transversal qualitativo,
realizado em um hospital universitário de Belém, Pará. Foram selecionados os
pacientes atendidos pelo Grupo Educativo em Diabetes tipo 1 entre
novembro/2017 e abril/2018 e diagnosticados há no máximo um ano da data da
coleta, esta realizada a partir de entrevista com nutricionista e psicóloga, e
contou com os pacientes e seus responsáveis, após assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Durante a entrevista, foi aplicado
recordatório 24h e esta foi gravada em áudio e transcrita para análise de
conteúdo, em três fases, proposta por Bardin, 2011. A aprovação pelo Comitê de
Ética e Pesquisa do Hospital Universitário João de Barros Barreto se deu sob o
parecer nº2.432.259/2017. RESULTADOS Dos 23 pacientes atendidos no
projeto, 8,69% (n=2) participaram da pesquisa. Paciente A: 11 anos, sexo
masculino, acompanhado da mãe, diagnosticado há 10 meses. Paciente B: sexo
feminino, 5 anos, acompanhada dos pais, diagnosticada há 2 semanas. Os dois
pacientes foram privados de açúcar refinado e produtos doces industrializados,
ademais, o paciente A restringiu o consumo de salgadinhos. A paciente B esteve
restringido o arroz, uva, mingaus, bolos e bebidas lácteas. Em relação aos tabus,
o Paciente A classificou o chocolate como “besteira”, o que expõe a dicotomia
alimento bom ou ruim, e relatou ter parado de comer “besteiras”, acreditando
que esses alimentos não podem estar presentes em sua vida, mesmo em pequena
quantidade. Sua mãe discorreu que uma alimentação saudavel é “quando você
come coisas que trazem vitaminas, (...) que alimentação era sempre comer
verdura”. Uma abordagem estritamente biológica, desconsiderando o prazer em
comer, além disto, questionou sobre as frutas “permitidas”, visto que têm
carboidratos. Sobre a paciente B, foi observado que seus pais receberam
orientações de nutricionista e médico antes da pesquisa, e foram orientados a
substituir os alimentos fontes de carboidratos nas principais refeições pelas
fontes de proteínas, expresso no relato da mãe sobre a fala do médico “vocês
podem cortar a massa, né? E quando ela tiver com vontade de comer alguma
coisa do tipo [doces e massas], vocês podem dar carne, frango, peixe”. A mãe
complementa: “o doutor ainda disse, é só dar carne”. Frente a tal orientação, os
pais retiraram completamente o arroz da alimentação da criança, o que foi de
encontro aos hábitos alimentares da família. A mãe ainda relatou “ela
[nutricionista] me tirou a uva, disse que não era pra eu dar por enquanto [...]
eu tô dando goiaba, a única fruta que eu sei que posso dar” e expressou a
vontade de seguir um padrão alimentar vegetariano, motivada por razões
religiosas, acreditando que este é um estilo de vida mais saudável.
CONCLUSÃO As restrições e tabus alimentares encontrados expõe a
necessidade de adequada orientação alimentar desde o momento do diagnóstico,
para evitar restrições alimentares que possam causar deficiências nutricionais e
impactar negativamente a relação dos pacientes com a comida.
Pôster 32)
INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DOS PAIS DURANTE A REFEIÇÃO E
NO EXCESSO DE PESO NA INFÂNCIA
Karen Muniz Melo1; Ana Cláudia Pereira Cruz1; Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito2;
Lucinéia de Pinho 1,2 - Associação Educativa do Brasil - SOEBRAS - Montes Claros, MG,
Brasil; Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES - Montes Claros, MG,
Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar; Nutrição infantil; Hábitos
alimentares; Pais.
INTRODUÇÃO Na infância ocorre a introdução de alimentos e a formação do paladar e,
por isso, constitui um período determinante na formação dos hábitos alimentares. As
preferências alimentares são originadas por combinação de fatores genéticos e ambientais.
As escolhas alimentares parentais, em relação à quantidade e qualidade dos alimentos
podem determinar o comportamento alimentar das crianças. O excesso de peso em crianças
pode ser resultado dos estímulos externos presentes no seu ambiente. Os determinantes
biológicos e do estilo de vida da criança têm sido valorizados nas investigações sobre o
excesso de peso. Contudo, é essencial avaliar a influência do ambiente, especialmente o
familiar, no comportamento alimentar em idades precoces e no excesso de peso infantil.
OBJETIVO Avaliar influência do comportamento dos pais durante a refeição no excesso
de peso na infância. MÉTODO Trata-se de estudo transversal, analítico, com abordagem
quantitativa, realizado com crianças de 12 a 59 meses, pertencentes à população adscrita
de uma equipe da Estratégia Saúde da Família, em Montes Claros - MG. Para a coleta de
dados, utilizou-se um questionário com as variáveis sociodemográficas, de consumo
alimentar e sobre a influência da família nos hábitos alimentares da criança através da
Parent Mealtime Action Scale traduzido e validado para o português do Brasil e
denominado Escala de Comportamento dos Pais durante a Refeição avaliando o
comportamento dos pais na educação alimentar dos filhos. Os parâmetros antropométricos
de peso e altura das crianças foram avaliados. Utilizou-se o teste t Student (p < 0,05) para
comparação das médias do comportamento alimentar dos pais e o excesso de peso infantil.
Participaram 115 crianças. O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) nº 1.057.121/2015 da Associação Educativa do Brasil - SOEBRAS. Todos
os participantes da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADO Neste estudo, os domínios “Modelo de consumo de guloseimas” e
“Refeições especiais” apresentaram associação significativa com a presença de excesso de
peso. Para esses domínios, as médias foram superiores no grupo de crianças com excesso
de peso. Aproximadamente um terço da população infantil apresentava-se em risco de
sobrepeso ou com excesso de peso. Na análise do consumo alimentar, quase todas as
crianças realizavam as refeições principais diariamente com a família no seu domicílio.
Esse achado é importante tendo em vista que a família possui um conjunto de valores,
crenças, conhecimentos e hábitos alimentares que podem constituir um fator de proteção
ou risco para a saúde. CONCLUSÃO O excesso de peso das crianças estudadas foi
associado ao comportamento dos pais para o consumo de guloseimas e oferta de refeições
especiais.
Pôster 33)
PRÁTICA DE DIETAS DA MODA E AUTOAVALIAÇÃO DA IMAGEM
CORPORAL EM MULHERES JOVENS
Ana Manuela Ordoñez; Coordenadora do Curso de Nutrição da Faculdade União das
Américas - Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR, Brasil. Jéssica Ferreira Gomes; Bacharel
em Nutrição pela Faculdade União das Américas – Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR,
Brasil. Giuliano Emerciano Ginani; Docente da Faculdade União das Américas -
Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR, Brasil; Isabel Fernandes; Docente da Faculdade União
das Américas - Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: restrição alimentar; imagem corporal; comportamento
alimentar;
INTRODUÇÃO A maioria das mulheres que aderem às dietas da moda, o fazem
frequentemente estimuladas por informações da mídia que incentivam o desejo e a busca
pelo corpo magro, tido como padrão ideal de beleza. A prática de dietas da moda está
relacionada ao risco aumentado de desenvolvimento de distúrbios alimentares, além de
comprometer a adequada oferta de nutrientes. Esse cenário afeta a relação dos
indivíduos com o corpo e a alimentação. OBJETIVO Analisar a prática de dietas da
moda entre mulheres jovens e a associação com índice de massa corporal, grau de
insatisfação na autoavaliação da imagem corporal e comportamento de risco para
transtorno alimentar. MÉTODO Foram avaliadas 200 mulheres com idade entre 18 e
35 anos, acadêmicas de uma faculdade de Foz do Iguaçu/PR. Todas as participantes
assinaram o termo de consentimento esclarecido e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da Unioeste sob o número de parecer 1.665.169. O cálculo
amostral foi feito com 95% de nível de confiança e estimou amostra de 218
participantes. Para levantamento da prática de dietas da moda durante o último ano foi
desenvolvido um instrumento com perguntas objetivas sobre o tema. Para avaliar
comportamentos de risco para transtorno alimentar utilizou-se o Teste de Atitudes
Alimentares – EAT 26. A autoavaliação da imagem corporal foi analisada utilizando-se
a escala de silhuetas de Stunkard. Para análise da diferença entre médias foi utilizado o
teste T de student. A análise da comparação dos grupos (praticou versus não praticou
dieta da moda) em relação à presença de insatisfação com a imagem corporal e de
comportamento de risco para transtorno alimentar foi realizada por meio do teste de
Qui-quadrado. RESULTADOS Entre as participantes 29,5% afirmaram já haver
praticado algum tipo de dieta da moda, dentre as quais 71,2% relataram efeito sanfona
ao longo da vida. As dietas mais praticadas foram dieta detox (49,2%), dieta da proteína
(44,1%) e dieta da sopa (25,4%). De acordo com o Teste de Atitudes Alimentares 30,5%
apresentaram comportamento de risco para transtorno alimentar. Quando avaliado em
relação ao índice de massa corporal, o grupo que pratica dietas da moda apresentou
maior valor médio (25,9 kg/m2 e 21,9 kg/m2, respectivamente; p<0,001). Entre as
avaliadas que praticaram dietas da moda, 93,2% apresentaram insatisfação com a
imagem corporal, superior ao encontrado no grupo que não pratica dietas da moda
(67,4%). Ainda, entre as mulheres que praticaram dietas da moda, a média da distância
entre a imagem corporal atual e a considerada ideal foi significativamente maior do que
a apresentada pelo grupo que não pratica dietas da moda (1,931,11 e 0,321,16
respectivamente; p<0,001). Houve associação entre prática de dietas da moda e
comportamento de risco para transtorno alimentar (χ2 =40,96, p<0,05). Entre as
mulheres não praticantes de dietas da moda 83,6% apresentaram índice de massa
corporal na faixa da eutrofia, porém, 67,4% apontaram insatisfação com a imagem
corporal. CONCLUSÃO Os resultados encontrados demonstraram que entre as
mulheres avaliadas neste estudo houve associação significativa entre prática de dietas
da moda com maior índice de massa corporal, insatisfação com a imagem corporal e
presença de comportamento de risco para transtorno alimentar. É evidente a necessidade
de discutir esta temática promovendo debates que levem à melhora na percepção e
aceitação do próprio corpo e da relação com a alimentação.
Pôster 34)
EFEITOS DA TERAPIA INTERDISCIPLINAR SOBRE O
COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM ADULTOS OBESOS
Maria Gabriela Soria Cuesta ; Luiz Henrique Lima Affonso; Caio Bastos
Messias; Danielle Arisa Caranti - Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP -
Santos-SP-Brasil; Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de São Paulo, parecer: 2.468.951.
PALAVRAS CHAVE: Obesidade; Alimentação; Atenção Plena, Comportamento
Alimentar.
INTRODUÇÃO A obesidade é uma doença crônica multifatorial e sua prevalência
vem aumentando desenfreadamente, representando um desafio para a saúde pública
atualmente. Dentre vários fatores envolvidos, a globalização industrial,
disponibilidade de alimentos ultraprocessados, tamanho das porções alimentares e
fatores comportamentais como estresse, depressão, dietas restritivas e sedentarismo
têm sido apontados como importantes indicadores para o aumento da incidência de
obesidade no mundo. A mudança de comportamento deve principalmente manter o
significado da alimentação, aumentando o senso crítico para escolhas alimentares
mais saudáveis sem restringir algo que possa vir a falhar futuramente. Intervenções
interdisciplinares que visem mudanças no estilo de vida podem contribuir para
melhora no comportamento alimentar e manutenção do peso. OBJETIVOS Este
estudo teve como objetivo verificar mudanças no controle alimentar após terapia
interdisciplinar em adultos obesos. MÉTODOS A amostra foi composta por 34
indivíduos com IMC entre 30 e 39,9kg/m² de ambos os sexos com idade entre 30 e
50 anos. Para verificar o comportamento alimentar foi utilizado o Questionário
Holandês do Comportamento Alimentar adaptado por Almeida (2010), cuja a
aplicação foi feita ao início, meio (16) e fim das 28 semanas da terapia proposta. A
terapia interdisciplinar foi composta por profissionais de nutrição, educação física,
psicologia e fisioterapia. As intervenções tinham duração de 2 horas e foram
realizadas 3 vezes na semana, sendo nesses dias 1 hora de exercícios e a outra hora
de intervenções em grupo (nutrição, psicologia e fisioterapia) em cada dia. Os temas
abordados nas intervenções de nutrição foram baseados nos princípios da nutrição
comportamental (comer intuitivo, comer com atenção plena) e do Guia Alimentar
para População Brasileira e algumas aulas práticas de culinária. Os dados obtidos
foram analisados por meio do teste estatístico de Kruskal-Wallis, com valor de
significância adotado de p<0,05. Os voluntários assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e este trabalho foi submetido e aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, número
do parecer: 2.468.951 e faz parte de um projeto guarda-chuva aprovado e financiado
pela FAPESP 2015/06630-1. RESULTADOS O comportamento alimentar
apresentou uma melhora a cada período avaliado, início (19.97 DP5.6), meio (14
DP5.8) e fim (11.77 DP5.47). A partir de 16 semanas de terapia notou-se uma
melhora significativa dos resultados totais e nas alimentações restritiva (inicial –
5.06 DP2.26, meio – 3 DP1.98 e p<0,01) e externa (inicial - 6.8 DP2.39, meio - 4.81
DP2.75 e p<0,05). Já na alimentação emocional, só foi possível observar a diferença
significativa dos resultados depois de 28 semanas de avaliação (inicial - 8.87
DP3.27, final - 4.82 DP3.69 e p<0,05). CONCLUSÃO O presente estudo concluiu
que a terapia interdisciplinar foi efetiva na mudança do controle alimentar em
adultos obesos.
Pôster 35)
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DE MUDANÇA PELO MODELO
TRANSTEÓRICO APÓS INTERVENÇÃO DE EDUCAÇÃO
NUTRICIONAL
Fabiana Assmann Poll¹, Helen Freitas D’avila² , Samira da Cás², Elza Daniel de
Mello² - 1 Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, Rio
Grande do Sul, Brasil; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto
Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Comportamento Alimentar; Educação Alimentar e
Nutricional; Obesidade; Adolescente.
INTRODUÇÃO O comportamento alimentar representa um ponto principal na
prevenção e no tratamento das doenças crônicas associadas a uma alimentação
inadequada. A abordagem comportamental é uma dimensão a ser considerada no
tratamento psicológico da obesidade. O modelo transteórico pode ser utilizado como um
instrumento para a compreensão da mudança comportamental relacionada à saúde. Neste
sentido, intervenções nutricionais que não consideram o estado motivacional do
indivíduo, mostram-se insustentáveis. Acredita-se que os programas de educação
nutricional possam ser beneficiados quando consideram os estágios de mudança
comportamental. OBJETIVO Identificar o estágio de mudança, baseado no modelo
transteórico, e as porções diárias consumidas de açúcares e gorduras, por adolescentes em
sobrepeso e obesidade, após uma intervenção de educação nutricional. MÉTODO Trata-
se de um estudo transversal com análise de dados após à uma intervenção nutricional
educacional de seis meses. Foram selecionados adolescentes de 10 a 17 anos, em
sobrepeso e obesidade, de escolas selecionadas por conveniência de Santa Cruz do Sul-
Rio Grande do Sul. O grupo controle foi composto por adolescentes com sobrepeso e
obesidade para idade, de escolas diferentes, porém, com caraterísticas semelhantes. Para
o cálculo do tamanho da amostra utilizou-se 5% de nível de significância, 80% de poder,
tamanho de efeito de um desvio padrão entre os grupos quanto aos dados antropométricos,
com previsão de 20% de perdas, assim, obteve-se um total mínimo de 20 adolescentes por
grupo. Para avaliar o comportamento alimentar foi utilizado o modelo de Toral e Slater,
adaptado para gorduras e açúcares. Ainda, para análise do consumo das porções de açúcar
e gordura por dia, estabeleceu-se um ponto de corte de ≤ 3 porções e >3 porções/dia. Para
a comparação entre os grupos foi realizado o Teste Exato de Fischer através do software
estatístico SPSS. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética Pesquisa da Universidade
de Santa Cruz do Sul– RS sob protocolo nº CAAE: 68701317.6.0000.5347 e parecer nº
2.406.772. RESULTADOS No total foram 61 adolescentes 37 do grupo intervenção e 24
do grupo controle. A idade foi M 13,2 (DP 1,5) e 13,0 (DP 1,8) respectivamente. Quando
avaliados quanto ao estágio de mudança ao final da intervenção, a maior parte da amostra
encontrava-se no estágio de contemplação para ambos os grupos, (45,9% do grupo
intervenção e 50,0% do grupo controle), sendo que não foi encontrada diferença
significativa entre os grupos (p= 0,967). Quanto às porções de gorduras e açúcares
consumidas, observou-se que 81,1% dos adolescentes do grupo intervenção consumiam
mais do que 3 porções/dia, comparado com 79,2% do grupo controle que também tiveram
esse perfil de consumo, porém esta diferença não foi significativa (p=1,000).
CONCLUSÃO Ao avaliar os resultados obtidos com relação ao estágio de mudança e as
porções de gordura e açúcar consumidas por adolescentes em sobrepeso, constatou-se que
não foram obtidos resultados significativos ao comparar os grupos. Porém, destacamos
que o estágio de contemplação se caracteriza pela intenção de mudança comportamental,
o que pode ser positivo na promoção de saúde, e repercutir em mudanças de perfil de
consumo futuras. Deduz-se que o conteúdo da intervenção de educação nutricional não
abordou a motivação de mudança de comportamento dos participante, o que ressalta a
importância da motivação.
Pôster 36)
MODELO DE ATENDIMENTO ADAPTADO “COMER COM ATENÇÃO
PLENA” APLICADO EM PACIENTES COM TRANSTORNO DA
COMPULSÃO ALIMENTAR.
Karin Louise Lenz Dunker 1Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares
(PROATA), UNIFESP, São Paulo, Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Técnica Comportamental, Mindful Eating, TR anstornos
alimentares.
INTRODUÇÃO O programa “Mindfulness-Based Eating Awareness Training” (MB-
EAT) é uma intervenção em grupo desenvolvido por Kristellee e Wolever (2011)
especificamente para o tratamento do Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA) com
resultados positivos na redução nos episódios de compulsão alimentar. Tem como um
dos principais objetivos regular o equilíbrio entre fatores fisiológicos e fatores não
nutritivos que impulsionam o ato de se alimentar. Desta forma ajuda os indivíduos a
controlar respostas a estados emocionais variados; fazer escolhas alimentares
conscientes; desenvolver uma consciência da fome e sinais de saciedade; e cultivar a
auto-aceitação. OBJETIVO Descrever o conteúdo do modelo adaptado do MB-EAT
para pacientes com TCA. METODO A versão do MB-EAT foi adaptada do seu
conteúdo original para ser testada em pacientes com TCA atendidos em um serviço de
atenção especializado no tratamento de transtornos alimentares da cidade de São Paulo.
A pesquisadora responsável pelo projeto participou da formação internacional no MB-
EAT, e fez a tradução dos materiais e meditações guiadas a serem aplicadas com os
pacientes. RESULTADOS O modelo MB-EAT foi adaptado e nomeado de grupo
“Comer com Atenção Plena”. Constitui-se diferentemente do modelo original de dez
sessões, de cinco sessões com duração de uma hora e meia, e sua aplicação é indicada a
grupos de 5 a 8 pacientes com diagnóstico de TCA. São trabalhados nas sessões a
introdução a prática da meditação, meditações guiadas (mini, geral e do perdão), sobre
consciência dos sinais internos de fome e saciedade, (meditação da fome/saciedade),
relacionadas as percepções de alimentos (meditação da uva passa, alimento favorito,
instruções para comer em “self-service”), gatilhos emocionais e físicos da fome
(meditação dos gatilhos alimentares, “craving” e exercício do ciclo dos gatilhos) e
consciência corporal (meditação do “Body Scan” e auto-aceitação). O modelo “Comer
com Atenção Plena” tem sido testado em grupos do serviço de atendimento aos
transtornos alimentares, e tem tido uma boa aceitação pelos pacientes. CONCLUSÃO
A experiência de adaptação e implementação do modelo adaptado tem sido positiva,
trazendo reflexões sobre a importância da inclusão de novas abordagens
comportamentais no tratamento dos transtornos alimentares.
Pôster 37)
DIFICULDADES DE INDIVÍDUOS OBESOS PARA MUDANÇA DE
HÁBITOS ALIMENTARES: EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TERAPIA
INTERDISCIPLINAR
Viviane Luise Moura de Godoi; Daniela Cristina dos Santos Rosa; Vanessa Fadanelli
Schoenardie Poli; Danielle Arisa Caranti. Universidade Paulista - UNIP, Santos-SP,
Brasil; Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, Santos-SP, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Peso corporal; Modelo Transteórico; Saúde.
INTRODUÇÃO A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde como um
acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de
afetar a saúde. Diante disso, recomenda-se que a abordagem seja interdisciplinar, uma vez
que, além dos fatores clínicos e nutricionais, outros aspectos, como comportamento, estado
emocional, prática de exercícios, entre outros, também devem ser considerados.
OBJETIVO O presente estudo teve como objetivo determinar as dificuldades na mudança
de hábitos alimentares de um grupo de adultos obesos e analisar os efeitos da terapia
interdisciplinar nestas dificuldades. METODOS É um estudo de intervenção e de caráter
longitudinal, realizado nos anos de 2014 e 2015 pelo Grupo de Estudo da Obesidade o
qual faz parte do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde da
UNIFESP/Santos. Envolveu 44 adultos obesos com idade entre 30 e 50 anos, índice de
massa corporal entre 30 e 39,9 Kg/m². Formado por uma equipe de profissionais da área
de educação física, fisioterapia, nutrição e psicologia que aplicaram intervenções
específicas de suas áreas em um período de 32 semanas, como exemplo, atividades que
abordaram comportamento alimentar, emoção e alimento, e outros. Foi aplicado no
período pré e pós-intervenções um questionário validado, modelo transteórico sobre
mudança de hábito alimentar pelos profissionais de nutrição do grupo, contendo sete
questões. Destas, foi analisada a questão “dificuldades encontradas para comer mais
saudavel”, a qual contém treze opções de resposta (custo, mudar habitos, refeição fora de
casa, controlar quantidade ou vontade de comer, falta de tempo, reduzir o consumo de sal,
evitar frituras e gorduras, mudança de hábitos da família, evitar açúcar e doces, encontrar
alimentos saudáveis, pouca variedade, falta de informação rotulagem, alteração do
consumo no fim de semana), os voluntários puderam assinalar mais de uma opção de
resposta. Os resultados foram analisados calculando-se a média percentual das respostas
de cada alternativa, na sequência foi realizado o teste de normalidade para verificar se as
variáveis eram paramétricas ou não paramétricas, após foi realizado Teste QUI–
QUADRADO para verificar as diferenças estatisticamente significantes detectadas
(p<0,05). Os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP sob o n.722.247. RESULTADOS
Verificou-se uma melhora significativa em cinco das treze opções analisadas. Houve
diminuição significativa nas dificuldades de mudar hábitos (início 53,3%, final 24,4%;
p=0,005), em controlar a quantidade e vontade de comer (início 68,9%, final 22,2%;
p=0,000), em reduzir o consumo de sal (início 22,2%, final 6,7%; p=0,036), em mudar os
hábitos da família (início 40%, final 20%; p=0,038) e falta de informação na rotulagem
(início 13,3%, final 2,2%; p=0,049). No início da terapia as principais dificuldades
apontadas pelo grupo de adultos obesos foram controlar a quantidade e vontade de comer,
evitar açúcares e doces e mudar hábitos. Após a intervenção, as maiores dificuldades foram
alteração do consumo no fim de semana e evitar açúcares e doces. Não houve influência
na dificuldade de alteração do consumo de fim de semana e realizar refeição fora de casa.
CONCLUSÃO A terapia proposta mostrou-se efetiva para diminuir algumas das
dificuldades encontradas para mudança de hábitos alimentares em um grupo de adultos
obesos.
Pôster 38)
COMER EMOCIONAL E RELAÇÃO COM O TRABALHO
Bianca Franzoni da silva; Eliene da silva Martins Viana; Mariane Alves silva.
Faculdade de Ciência e Tecnologia de Viçosa-FAVIÇOSA/UNIVIÇOSA, Viçosa,
Minas Gerais, Brasil Universidade Federal de Viçosa-UFV, Viçosa, Minas Gerais,
Brasil.
PALAVRAS–CHAVE: Comer intuitivo; Estresse; Trabalho.
INTRODUÇÃO Muitas pessoas comem além da saciedade para tentar reduzir o medo
e ansiedade e quem come por essas emoções é motivado a agir assim toda vez que senti-
las. O ambiente de trabalho costuma estar associado a emoções como tristezas,
preocupações, frustações e irritação, as quais são geradoras de condições como o
estresse laboral. Desse modo, entender e pesquisar as relações do “comer emocional” e
estresse laboral se faz necessário por ser um tema importante na nutrição, novo e ainda
pouco estudado. OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo verificar a relação entre
comer emocional e estresse laboral em uma instituição de ensino superior particular de
Viçosa-MG. MÉTODO Os dados foram coletados por meio de um questionário de
avaliação do comportamento alimentar, na qual foi usado uma adaptação do EMAQ
(Emotional Appetite Questionnaire), e por meio da avaliação antropométrica, aplicados
a funcionários não docentes de uma instituição de ensino Superior Particular de Viçosa-
MG. O questionário consistia em cinco questões em que se coletava diferentes
informações atuais relacionadas ao comer emocional, ao estresse na vida diária e ao
estresse laboral, a padrões alimentares anormais e as consequências para a saúde
associadas com o ambiente de trabalho. O EMAQ contém perguntas sobre a tendência
de comer em resposta a emoções negativas e positivas e a situações negativas e
positivas. O estresse laboral, foi avaliado por meio de um questionário adaptado
juntamente com o EMAQ, sendo que a amostra foi definida por conveniência. Após
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e coleta dos dados e
tabulados em planilha do Excel® e analisados em software estatístico Statistical
Package for Social Science for Windows (SPSS) 21.0. O teste estatístico utilizado foi o
teste de Mann Whitney para a variável peso segundo o gênero e teste do Qui-quadrado
para verificar a relação comer emocional e o trabalho. O projeto foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa Sylvio Miguel da Faculdade de Ciências Biológicas e da
Saúde – FACISA/UNIVIÇOSA, parecer nº 2.399.110/2017-2. RESULTADOS A
amostra foi composta por 67 funcionários, sendo 56,7% (n=38) homens e 43,37%
(n=29) mulheres. Segundo o Índice de Massa Corporal (IMC), constatou-se que entre
os funcionários avaliados, 38% (n=19) das mulheres e 50% (n=11) dos homens estavam
em sobrepeso. Quanto à percepção de estresse, mais da metade percebia o estresse na
vida cotidiana, dos quais 13% (n=9) citaram a condição de estresse laboral relacionada
à organização e às exigências das tarefas. Quanto às emoções negativas e seus reflexos
nos padrões alimentares, os indivíduos tendem a comer menos quando estão tristes,
depressivos, assustados, sob pressão ou após um debate, e por outro lado, comem muito
quando estão ansiosos. Observou-se também que 30% (n=20) dos funcionários tendiam
a comer menos mediante situações e emoções negativas no ambiente de trabalho. Entre
os funcionários que afirmaram ter estresse no trabalho 37,3% (n=25) relataram
apresentar alteração no seu hábito alimentar e 16,4% (n=11) relataram que não. E 22,4%
(n=15) que não apresentavam estresse no trabalho relataram alterar seu hábito alimentar
e 23,9% (n=16) afirmaram não ter estresse no trabalho e sem alteração do hábito
alimentar. Observou-se que há um número maior de funcionários que afirmam estresse
no trabalho e alteração no seu hábito alimentar, porém não há uma diferença
estatisticamente significativa (p=0,066). CONCLUSÃO Conclui-se que havia
percepção de estresse na vida cotidiana desse grupo de funcionários, e parte dele se
relacionava ao trabalho, à organização e às exigências das tarefas. Estatisticamente não
foi significativa a relação comer emocional e trabalho. Por fim, diante desses resultados,
acredita-se na necessidade uma intervenção específica favorável às melhorias das
condições no ambiente de trabalho.
Pôster 39)
MÍDIA, INSATISFAÇÃO CORPORAL e COMER TRANSTORNADO EM
ADOLESCENTES de São Paulo
Ariana Galhardi Lira1; Marle dos Santos Alvarenga2, Aline de Piano Ganen1
1 Centro Universitário São Camilo (CUSC), São Paulo, SP.
2 Faculdade de Saúde Pública – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP.
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento Alimentar; Imagem Corporal; Mídia;
Adolescente.
INTRODUÇÃO É notória tanto a influência quanto a persuasão que a mídia possui na
tomada de decisões em diversas áreas, incluindo a saúde e alimentação, afetando o
comportamento e o pensamento da sua audiência.
Os adolescentes por sua vez, constituem um grupo vulnerável as pressões sociais e tendem
a apresentar preocupações com o peso corporal por desejarem um corpo magro e pelo
receio de serem excluídos do grupo ao qual pertencem, muitas vezes valorizando métodos
inadequados para alcançar o corpo sonhado, essas atitudes não saudáveis para perder ou
controlar o peso, são denominadas “comer transtornado”, do inglês disordered eating, O
comer transtornado é um fator de risco para os transtornos alimentares sendo importante
compreender quais variáveis estão associadas ao quadro. OBJETIVOS Avaliar se as
variáveis: estado nutricional, satisfação com a imagem corporal e influência da mídia
podem influenciar o comer transtornado. MÉTODO Adolescentes do sexo feminino do
estado de São Paulo responderam a Escala de Atitudes Alimentares Transtornadas (EAAT)
validada para adolescentes. A satisfação com a imagem corporal foi analisada pela escala
de Silhuetas Brasileiras com os desfechos: satisfeita, desejo de silhueta menor e desejo de
silhueta maior. A influência da mídia foi avaliada por meio da Subescala 1 (Internalização)
do Questionário de Atitudes Socioculturais em relação a Aparência (SATAQ-3). Peso,
altura e Índice de Massa Corporal foram analisados de acordo com o escore-z. O estudo
foi aprovado ao Comitê de Ética do Centro Universitário São Camilo sob o CAAE:
60801616.5.0000.0062. Para EAAT, não houve normalidade na distribuição das variáveis
(p<0,001), que foram analisadas por mediana, moda e amplitude do escore. Realizou-se
uma regressão logística para avaliar a relação do comer transtornado (escores na EAAT) e
influência da mídia (escores no SATAQ-3) com a insatisfação corporal e uma regressão
linear univariada ajustada para idade, estado nutricional, classe social e escolaridade
materna para a relação entre o comer transtornado (EAAT) e a influência da mídia
(SATAQ-3). RESULTADOS Participaram 212 Adolescentes, idade média 14,8 anos (DP
1,69), eutróficas (65,1%), com mediana de 59,50 pontos na EAAT (moda 55; 37-132). A
pontuação na EAAT foi maior para as adolescentes com sobrepeso e obesidade e para
aquelas que tinham desejo de uma silhueta menor, ou seja, atitudes mais transtornadas. Por
sua vez, adolescentes com maior pontuação na SATAQ-3 tiveram 13% mais chance de
serem insatisfeitas com a Imagem Corporal e para cada 1 ponto acrescido no escore da
SATAQ-3, houve impacto em 0,86 de aumento na EAAT, ou seja, a internalização dos
padrões de beleza influenciou em 46% o comer transtornado na população estudada.
CONCLUSÃO Atitudes alimentares mais transtornadas foram encontradas nas
adolescentes com sobrepeso e a obesidade e naquelas com desejo de um corpo mais magro.
A influência da mídia esteve associada tanto com a insatisfação da imagem corporal quanto
com o comer transtornado.
Pôster 40)
COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES OBSERVADO A
PARTIR DO ARCO DE MAGUEREZ
Maressa Santos Ferreira1; Rayanne Silva Vieira Lima2; Ana Carmen de Oliveira Lima3
- 1,2 Hospital Universitário Walter Cantídio, HUWC, Fortaleza, Ceará, Brasil.
3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, IFCE, Limoeiro do
Norte, Ceará – Brasil
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento Alimentar; Adolescente; Educação
Alimentar e Nutricional; Saúde.
INTRODUÇÃO O padrão alimentar de adolescentes brasileiros vem se
caracterizando pelo alto consumo de alimentos de elevado teor calórico e baixo de
frutas e verduras, contribuindo para o comprometimento da saúde. Intervenções
nutricionais mostram-se eficazes para esse grupo, sendo o ambiente escolar favorável
para sua promoção. O Método do Arco de Maguerez é referência como metodologia
ativa no planejamento de intervenções ao identificar problemas e promover
pensamento crítico e criativo nos participantes. O tema se justifica pela necessidade
de estudar o comportamento alimentar de adolescentes, visando o aprimoramento de
novas estratégias. OBJETIVO Avaliar o comportamento alimentar de adolescentes
observados a partir do uso do método do Arco de Maguerez. MÉTODO Estudo
transversal desenvolvido em maio de 2016, com turma do ensino médio de uma
escola privada, com 12 adolescentes. Realizou-se etapas do Arco de Maguerez: Na
primeira, observação da realidade, foi aplicada entrevista semiestruturada com as
perguntas “O que você come diariamente?” para identificar consumo habitual e “O
que gostaria de comer diariamente?” para identificar os alimentos com motivação, ou
estímulo, para seu consumo, sucedidas de chuva de ideias sobre o que acreditavam
ser condicionantes para tais comportamentos. As próximas etapas foram identificação
dos pontos-chave, teorização e formulação das hipóteses de solução, a fim de
direcionar a aplicação à realidade. Os dados foram tabuladas e analisadas com auxílio
do programa Excel (2007) e da estatística descritiva. Termos de Assentimento e
Termos de Consentimento Livre e Esclarecido do Responsável Legal foram
assinados. RESULTADOS Após a primeira etapa, a maioria (>50%) citaram arroz
branco, feijão, carne de frango, pão francês, embutidos, leite e macarrão como
consumidos diariamente, porém cederam lugar para pizza, hambúrguer e chocolate
quando perguntados sobre o que gostariam de comer. Frutas e verduras foram citadas
por menos de 50% dos participantes em ambas perguntas. Na chuva de ideias,
disponibilidade do tempo, preguiça para preparar os alimentos, falta de dinheiro,
necessidade de cumprir dieta, falta de motivação e permissão dos pais foram citados
como condicionantes da alimentação. Identificou-se como pontos-chave: motivação
por ultraprocessados, baixos consumo e motivação por hortifrútis, e falta de
autonomia sobre o consumo. A literatura reforça que frutas e verduras não são
preferências entre adolescentes e que o ambiente influencia nas suas escolhas,
recebendo destaque a regulação externa dos pais sobre a alimentação. Como hipóteses
de solução, intervenções que estimulem a motivação para o consumo de hortifrútis,
trabalhem o senso crítico e a autonomia alimentar, e capacitem diante os fatores
condicionantes devem ser aplicadas à realidade a fim de promover mudanças na
mesma. CONCLUSÃO Foi possível identificar que apesar do baixo consumo de
alimentos ultraprocessados, pareceu haver motivação alta para tal e baixa para frutas
e verduras. A motivação, o acesso e a falta de autonomia são possíveis condicionantes
do comportamento alimentar de adolescentes. O estudo apresentou limitações quanto
a amostra, porém vê-se a metodologia Arco de Maguerez como útil para identificar
pontos-chave e direcionar futuras intervenções, sugerindo-se incentivar a motivação
para o consumo de hortifrútis, bem como estratégias que trabalhem o senso crítico e a
autonomia dos jovens, capacitando frente seu contexto