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POSTAIS - ITU SARAIVA, TERESA Universidade de São Paulo Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508080 Butantã [email protected] RESUMO Os Postais-Itu são constituídos por desenhos artísticos do Patrimônio Histórico Arquitetônico da cidade de Itu, realizados pela Arquiteta e Artista Plástica Teresa Saraiva. É composto por um jogo de 7 postais entre esses:Igreja do Senhor Bom Jesus,1765; Espaço Cultural Almeida Júnior, antiga casa do Barão de Itu, 1858; Fábrica de tecidos São Luiz, 1869; Largo da Matriz, destacando-se Igreja Nossa Senhora da Candelária, 1780; Museu Republicano, 1867; Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo, início do século XVIII; Igreja Nossa Senhora do Patrocínio, 1820. Os postais, pequenas jóias, por suas características de linguagem, comunicação, manuseio, acessibilidade e permeabilidade, atinge um grande público que é caracterizado pela heterogeneidade de repertório, desde o usuário comum a um público selecionado. A informação transmitida, por esse meio, sabe-se, possibilita um tipo de relação com o receptor que não só favorece, como até estimula, além da absorção, a reflexão e, particularmente, a sedimentação da informação transmitida. O desenho, sobretudo grafite sobre papel, por suas características, pela complexidade apresentada pelas linhas, exige para sua apreciação um minuto do tempo do espectador. Além de seu aspecto estético, a imagem visual enquanto linguagem, é extremamente forte tendo grande importância enquanto transmissor e veículo de idéias. Uma das maneiras de se conhecer e divulgar o Patrimônio Cultural, é através de registros artísticos, sendo esses um método de leitura da Paisagem Cultural. A linguagem artística permite conhecer, exprimir falar de determinadas realidades, situações, experiências. A arte tem a propriedade de revelar o que foge ao conhecimento da razão. Vivemos em um período de extrema banalização da imagem, e frente a esta o desenho se sobrepõem. Os desenhos dos Postais-Itu não são meras cópias nem verossímeis à realidade. Apesar de neles o semblante do edifício observado ser reconhecido, os valores em questão são outros. Nesses estão ressaltados a expressão e sensibilidade artística que se traduzem e estão inseridas na gama e qualidade dos traços, nas graduações tonais e luminosas e na liberdade da linha. Essas imagens revelam a beleza inerente ao objeto inserido no cotidiano e por suas qualidades intrínsecas tocam, sensibilizam, emocionam, os fruidores das obras. Os croquis, de observação, que compõem esses postais, foram realizados in loco, onde a artista capta o lugar e através de sua sensibilidade, o transpõem em traços. Os edifícios desenhados são significativos no quadro da arquitetura de Itu e pertencem a sua história e memória. Itu que foi caminho indígena, rota de bandeirantes e integrou os ciclos econômicos da cana de açúcar, café e indústria, além de ser considerada berço da república, tem seu centro histórico preservado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico), imóveis tombados por esse órgão e pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Essa cidade apesar de transformada mantém unidade urbana e apresenta belos exemplares testemunhos de sua passagem no tempo. Estes postais se inserem em um projeto mais amplo que abarca as cidades do Estado de São Paulo, tem-se por objetivo, fora o artístico, impressionar e mostrar às pessoas que os bens desenhados lhes pertencem e estão integrados em suas vidas, história e cultura, contribuindo dessa maneira com a valorização e preservação do Patrimônio Cultural. Palavras-chave: Postal; desenho artístico; Patrimônio Cultural

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POSTAIS - ITU

SARAIVA, TERESA

Universidade de São Paulo Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508080 Butantã

[email protected]

RESUMO Os Postais-Itu são constituídos por desenhos artísticos do Patrimônio Histórico Arquitetônico da cidade de Itu, realizados pela Arquiteta e Artista Plástica Teresa Saraiva. É composto por um jogo de 7 postais entre esses:Igreja do Senhor Bom Jesus,1765; Espaço Cultural Almeida Júnior, antiga casa do Barão de Itu, 1858; Fábrica de tecidos São Luiz, 1869; Largo da Matriz, destacando-se Igreja Nossa Senhora da Candelária, 1780; Museu Republicano, 1867; Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo, início do século XVIII; Igreja Nossa Senhora do Patrocínio, 1820. Os postais, pequenas jóias, por suas características de linguagem, comunicação, manuseio, acessibilidade e permeabilidade, atinge um grande público que é caracterizado pela heterogeneidade de repertório, desde o usuário comum a um público selecionado. A informação transmitida, por esse meio, sabe-se, possibilita um tipo de relação com o receptor que não só favorece, como até estimula, além da absorção, a reflexão e, particularmente, a sedimentação da informação transmitida. O desenho, sobretudo grafite sobre papel, por suas características, pela complexidade apresentada pelas linhas, exige para sua apreciação um minuto do tempo do espectador. Além de seu aspecto estético, a imagem visual enquanto linguagem, é extremamente forte tendo grande importância enquanto transmissor e veículo de idéias. Uma das maneiras de se conhecer e divulgar o Patrimônio Cultural, é através de registros artísticos, sendo esses um método de leitura da Paisagem Cultural. A linguagem artística permite conhecer, exprimir falar de determinadas realidades, situações, experiências. A arte tem a propriedade de revelar o que foge ao conhecimento da razão. Vivemos em um período de extrema banalização da imagem, e frente a esta o desenho se sobrepõem. Os desenhos dos Postais-Itu não são meras cópias nem verossímeis à realidade. Apesar de neles o semblante do edifício observado ser reconhecido, os valores em questão são outros. Nesses estão ressaltados a expressão e sensibilidade artística que se traduzem e estão inseridas na gama e qualidade dos traços, nas graduações tonais e luminosas e na liberdade da linha. Essas imagens revelam a beleza inerente ao objeto inserido no cotidiano e por suas qualidades intrínsecas tocam, sensibilizam, emocionam, os fruidores das obras. Os croquis, de observação, que compõem esses postais, foram realizados in loco, onde a artista capta o lugar e através de sua sensibilidade, o transpõem em traços. Os edifícios desenhados são significativos no quadro da arquitetura de Itu e pertencem a sua história e memória. Itu que foi caminho indígena, rota de bandeirantes e integrou os ciclos econômicos da cana de açúcar, café e indústria, além de ser considerada berço da república, tem seu centro histórico preservado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico), imóveis tombados por esse órgão e pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Essa cidade apesar de transformada mantém unidade urbana e apresenta belos exemplares testemunhos de sua passagem no tempo. Estes postais se inserem em um projeto mais amplo que abarca as cidades do Estado de São Paulo, tem-se por objetivo, fora o artístico, impressionar e mostrar às pessoas que os bens desenhados lhes pertencem e estão integrados em suas vidas, história e cultura, contribuindo dessa maneira com a valorização e preservação do Patrimônio Cultural.

Palavras-chave: Postal; desenho artístico; Patrimônio Cultural

3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Os Postais-Itu são constituídos por desenhos artísticos do Patrimônio Histórico Arquitetônico

da cidade de Itu, realizados pela Arquiteta e Artista Plástica Teresa Saraiva. É composto por

um jogo de 7 postais entre esses:Igreja do Senhor Bom Jesus,1765; Espaço Cultural Almeida

Júnior, antiga casa do Barão de Itu, 1858; Fábrica de tecidos São Luiz, 1869; Largo da

Matriz, destacando-se Igreja Nossa Senhora da Candelária, 1780; Museu Republicano, 1867;

Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo, início do século XVIII; Igreja Nossa Senhora do

Patrocínio, 1820.

Figura 1- Igreja do Senhor Bom Jesus. Desenho da autora deste trabalho.

3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Figura 2 - Largo da Matriz, destacando-se Igreja Nossa Senhora da Candelária e Fábrica de

tecidos São Luiz. Desenhos da autora deste trabalho.

3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Figura 3 - Museu Republicano e Espaço Cultural Almeida Júnior, antiga casa do Barão de Itu.

Desenhos da autora deste trabalho

3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Figura 4 - Igreja Nossa Senhora do Patrocínio e Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo.

Desenhos da autora deste trabalho

3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Esses desenhos, grafite sobre papel, são caracterizados por uma escrita muito pessoal onde

estão presentes uma manifestação íntima e estados d’alma.

Eles são constituídos por uma profusão de linhas livres que engendram criteriosamente o bem

observado.

A paisagem delineada em primeiro plano, mais tênue, onde se vê vegetação, pessoas,

carros, compõem a ambiência do bem registrado e dão noção de movimento, espaço, tempo,

lugar e vida. Esses registros tornam presentes coisas do passado.

As pontuações mais fortes propõem uma leitura do desenho, dando ritmo ao mesmo e

“amarram” a composição.

Essas anotações foram realizadas em perspectiva intuitiva.

Essas imagens revelam a beleza inerente ao objeto inserido no cotidiano e por suas

qualidades intrínsecas tocam os fruidores das obras.

Os registros ora apresentados não são meras cópias nem verossímeis à realidade. Apesar de

neles o semblante do edifício observado ser reconhecido, os valores em questão são outros.

Nesses estão ressaltados a expressão e sensibilidade artística que se traduzem e estão

inseridas na gama e qualidade dos traços, nas graduações tonais e luminosas e na liberdade

da linha.

Na apresentação do livro “Traços de Itu”, que é composto por desenhos por mim realizados do

Patrimônio Histórico Arquitetônico de Itu, dos quais fazem parte os registros dos postais aqui

apresentados, Carlos Lemos enfatiza que resolvi desenhar os edifícios tombados “(...) não

com o rigor da fidedignidade, mas transcrevê-los via grafismo nervoso de traços curtos

rapidamente saídos da ponta do lápis, que traduzem o espanto e a admiração da autora.

Digamos desenhos expressionistas na linha de Flávio de Carvalho com seus riscos soltos na

brancura do papel, e, no entanto orquestrados de tal maneira que a fisionomia dos edifícios

retratados é de imediato reconhecida e admirada.” (LEMOS, 2012, p.9)

O desenho artístico tem a propriedade de captar e transmitir a essência de um determinado

lugar ou de um edifício. Ele desvela e revela.

Por sua vez, a linha, o traço artístico empresta suas qualidades intrínsecas ao objeto

observado. Impregna o bem em questão, de “beleza” que muitas vezes pelo desgaste do

tempo não mais a possui. Nem todo bem preservado ou passível de preservação (como por

exemplo, o Colégio Convenção de Itu, ou o Cassino da Urca no Rio de Janeiro) apresenta

interesse arquitetônico ou estético. Seu valor em muitos casos é histórico, social, de uso ou

de conjunto. Além de que muitas vezes se apresenta na ambiência cotidiana com um tom já

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conhecido pertinente a paisagem em que se insere. Então o desenho por suas

características imprime nesses entes uma “auréola estelar”.

Os desenhos, grafite sobre papel, a par de peças escultóricas, são as linguagens que melhor

correspondem aos meus sentimentos e ideias artísticas, utilizadas para exprimir e transmitir

esses lugares.

O desenho é imediato, uma notação, um registro.

O desenho é uma das manifestações mais pessoais do indivíduo.

O desenho é algo abstrato, na realidade não existe nenhuma linha na natureza.

Ele é registro, representação, transcrição, forma de pensar, interpretar e expressar.

Desenhar envolve a observação, a percepção, a significação e intelecção.

Segundo Bundi (2004, p143) “O desenho é um trabalho criativo onde interpretação está

imbuída. Não é reprodução em estrito senso, mas sempre envolve a representação de uma

ideia, a comunicação tangível de uma visão, usando abstração ótica para trazer essência de

vida.”

Em sua gênese desenho é designio.

Assim é intenção, vontade, desejo, o vir a ser.

Para Flavio Motta ([s.d.],p.29), em seu texto desenho e emancipação, “O desenho se

aproxima da noção de projeto”.

Desenho instrumento do arquiteto, instrumento de análise, instrumento do pensar a

arquitetura.

Como ferramenta para o conhecimento, o desenho contribui, entre outros, na compreensão e

análise de uma determinada realidade.

O desenho me aproxima do locus em questão. Dispendo tempo em sua realização, aguço a

sensibilidade e percepção, fazendo com que o lugar em questão entre por meus poros. Passo

a fazer parte dele. As pessoas me trazem informações, me inserem em seus ambientes.

Presencio seus modos de vida. O desenho também lhes comunica minha visão, sendo

possível a partir disto mantermos um diálogo.

O desenho tem a característica de selecionar, filtrar, dados a serem apreendidos.

O grafite sobre papel, por suas características, pelas nuances de traços e tonalidades, pela

complexidade apresentada pelas linhas, exige para sua apreciação um minuto do tempo do

espectador. Vivemos em um período de extrema banalização da imagem e frente a esta o

desenho se sobrepõem.

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A imagem visual enquanto linguagem é extremamente forte tendo grande importância

enquanto transmissor e veículo de ideias. A artística especificamente, por seu aspecto

estético, fala, sensibiliza, emociona.

O desenho por suas características intrínsecas é compreendido por qualquer indivíduo. Ao

realizar as ilustrações do livro “Um século de Luz”, pela editora Scipione (2001) atestei mais

uma vez que pessoas de qualquer meio, social e educacional por eles eram tocados.

Em 2004 fiz o livro de desenhos e exposição Traços Urbanos, que era uma visão do arquiteto

artista sobre o Patrimônio Arquitetônico da cidade de São Paulo, indo de seus primórdios até

o início da déc de 50. Essa mostra percorreu o Solar da Marquesa, Casa das Rosas e CEUS,

Nesses desenhos e nos relativos à Campinas, não publicados, com exceção de uma ou outra

praça, o olhar era calcado no edifício.

Em 2012, elaborei os desenhos do livro Traços de Itu.

Os desenhos de São Paulo foram concebidos utilizando a linguagem gráfica da gravura em

metal: diferenças de qualidade e tonalidade das linhas, sutilidade das mesmas, traços

rápidos, claro escuro, hachuras e linhas paralelas diagonais dando unidade ao todo.

Os traços desses desenhos eram fortes.

As linhas dos desenhos de Campinas estavam extremamente tênues. O grafite mal tocava a

folha de papel. Sua reprodução foi extremamente difícil.

Com o tempo fui utilizando grafites mais duros H, HB e B e as linhas tornaram-se mais leves.

Os desenhos da cidade de Itu, já foram trabalhados com mais maestria. Linhas claras

contrastadas por linhas mais intensas, criando pontos focais.

Nesses o patrimônio arquitetônico é inserido em seu contexto. Assim fiz desenhos de

paisagem geral, desenhos de logradouros e de edifícios inseridos na quadra e na paisagem.

Esse meu trabalho de registros de cidades se insere em um quadro mais amplo.

Temos a farta documentação dos artistas viajantes que retrataram a província de São Paulo,

no sec. XIX1, além de Miguelzinho Dutra, artista brasileiro, que desenhou, sobretudo, cidades

do interior do estado.

1 Dentre eles: Thomas Ender, em 1818, que veio da Áustria acompanhando a princesa Maria Leopoldina assim

como Arnaud Julien Pallière, em 1817; Edmund Pink, em 1823; Jean Baptiste Debret, em 1827, membro da

missão artística que veio ao Brasil em 1816 com D. João VI; Friederich Paul Sallow, em 1820, que inspirou a obra

de Debret; William John Burchell, enter 1825/29 , membro da missão de Sir Charles Stuart que veio ao Brasil

negociar o reconhecimento de nossa independência; Charles Landseer que também veio nessa comitiva, em 1826;

Hercules Florence, em 1830; Noel-Aimée Pissis cerca de 1838.

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Em pintura o grupo Santa Helena, dec. 30, dentre eles Mario Zanini, Alfredo Volpi, Rossi Osir,

Francisco Rebolo, Aldo Bonadei, Fulvio Penacchi, pintava sobretudo os arredores da cidade

de São Paulo.

Na década 60 a 1980 surge o grupo Tapir formado inicialmente por Giancarlo Zorlini, Glycerio

Geraldo Camelosso, João Simeoni, José Procopio de Moraes, Osmar Pellegatta. O grupo

pintava paisagens, casas, monumentos, igrejas e ruas históricas.

Registros de cidades encontramos, também por Percy Lau, Diana Danon, Renée Lefevre,

Borghese, José Wasth Rodrigues e Tom Maia.

Durante muito tempo, sobretudo no início do séc. XIX, o desenho foi a linguagem por

excelência utilizada pelos artistas entre nós, para registrar fatos urbanos, paisagens e tipos

humanos, como no caso dos citados viajantes e Miguelzinho Dutra. Através desse material,

conseguimos ter informações, dados, de determinada realidade, contribuindo com a

iconografia local.

Por outro lado, enquanto imagem visual insere-se no quadro das representações sociais que

inclui as ideologias, as aspirações e expectativas, o imaginário. Ao lado dessas questões

existe seu aspecto estético, que torna o desenho arte.

Gostaríamos de lembrar que os desenhos que Aluisio Magalhães fez de Olinda na década de

80, que se transformaram em álbum de litografia, foram peças- chave na argumentação que

deu a essa cidade o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Além dos edifícios e da cidade existe o Espaço

O espaço é um dos objetos, um dos aspectos essenciais da arquitetura. Minhas

preocupações, estudos no que se refere a esta área do conhecimento sempre se voltaram,

sobretudo, ao espaço urbano.

É neste espaço, que se vive, onde se dá o lugar do indivíduo é onde se concretizam suas

vontades, frustrações, realizações. É este local que se frui, no qual o indivíduo deixa impresso

suas ações, seus sentimentos, sua história. Parafraseando Raquel Jardim (198?, p.3): “...

para mim a cidade tem uma conotação ontológica e existencial, além da histórica e social, já

que nada revela melhor do que ela o homem, seu ser, seu existir ...”. O espaço contém em seu

bojo, marcos, registros, sua história, seu tempo. O tempo por vezes abstrato, inscrito no

espaço é um dos elementos fundamentais da cidade. O binômio espaço-tempo é elemento

essencial na psique humana.

O espaço urbano é suporte para os acontecimentos da cidade. Por sua vez, ele também

propicia e influi em determinadas situações, manifestações: “... todos os que realmente

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moram na cidade a cidade os faz falar...” e “... se trata de reciprocidade e conivência, os

homens produzem sua cidade como a cidade produz seus homens ...” (Dufrenne. In: Sansot,

1973, p.4),

Uma questão que surge ao pensar o Espaço é de como captar, abordar, seu sentidos e a vida

que aí contém e como as pessoas percebem e vivem esse espaço.

Acredito como Piranesi, que para englobar a complexidade que envolve a Arquitetura, ser

necessário utilizar, lançar mão de outras formas, outras linguagens. No caso a expressão

artística. Esta permite conhecer, exprimir, falar de determinadas realidades, situações

experiências. A arte tem a propriedade de revelar o que foge ao conhecimento da razão.

Com esse intuito, encaminhei meu trabalho de pesquisa na pós-graduação. A dissertação de

mestrado desenvolvida na Fau-Usp (1998), Imagens da cidade – Estação da Luz (Saraiva,

1998), sob orientação da Profa. Dra. Élide Monzeglio, foi um discurso poético, em desenhos e

gravuras, fruto da vivência de um indivíduo em um determinado espaço, no caso específico a

Estação da Luz. No doutorado, onde realizei a tese Estação da Luz: desenho e realização de

um painel para o saguão 2 de acesso às plataformas de trem (Saraiva, 2007) sob orientação

Profa. Dra. Élide Monzeglio e do Prof. Dr. Evandro Carlos Jardim, como objeto de estudo,

trabalhei com a linguagem artística, como forma de apreensão, interpretação, intelecção, do

significado de um lugar e como forma de comunicação e expressão. Nesse sentido foi

extremamente gratificante o retorno que tive de um ferroviário, para quem o Painel Estação da

Luz, de minha autoria, fruto do doutorado, “representava” a ferrovia, tudo o que ele havia visto

ao longo de anos.

A respeito do entendimento, pelo artista, da vida que um espaço contém, Argan (1984, p.222)

afirma que ninguém melhor que Polloc, Tobey ou Joyce soube captar “a imagem do espaço

urbano real e fazer o levantamento do espaço-cidade e registrar o ritmo do tempo urbano que

cada um de nós tem e que constitui o sedimento inconsciente de nossas noções de espaço e

de tempo, ao menos enquanto nos serve para essa existência da cidade que representa,

indubitavelmente, a maior parte de nossa existência”.

Quanto à utilização da linguagem artística como pesquisa, como o que ocorreu no mestrado e

doutorado, Salles (1993 p.113) aborda o processo de criação de uma obra de arte, o fazer

artístico, como ordenação de informações ou um processo de cognição, e o processo de

criação artística como um processo de experimentação no tempo ou uma permanente

obtenção de conhecimento (técnica, assunto ou tema a ser tratado) e de auto- conhecimento.

Segundo essa autora, a intelecção do universo criado pelo artista é também uma forma de

ordenação de informações: conhecimento.

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Em Imagens da cidade – Estação da Luz, procurei abordar a linguagem artística como forma

de conhecimento e comunicação. Apontei suas particularidades. Salientei que a obra de arte,

que se inscreve no quadro das representações sociais, é produto histórico de uma civilização,

trazendo desta forma dados para o conhecimento da cultura na qual está inserida. Destaquei

também que é na obra de arte que por vezes se realizam determinados significados e é nela

que estes são lidos.

Voltando aos Postais de Itu, que são pequenas jóias, por suas características de linguagem,

comunicação, manuseio, acessibilidade e permeabilidade, atingem um grande público que

é caracterizado pela heterogeneidade de repertório, desde o usuário comum a um público

selecionado.

Esse meio, sabe-se, possibilita um tipo de relação com o receptor que não só favorece, como

até estimula, além da absorção, a reflexão e, particularmente, a sedimentação da informação

transmitida.

Atualmente estamos em um período em que pouco se faz uso dos correios como outrora e

assim dos meios que dele se servem. Existe um novo tipo, com todo seu aporte tecnológico,

baseado na mensagem on-line, mas com comunicação superficial e um nível de atenção

baixo.

Embora exista esse fato, fica o conjunto dos postais como objeto estético.

Uma das maneiras de se conhecer e divulgar o Patrimônio Cultural, onde se dá ênfase ao

Patrimônio Histórico Arquitetônico, é através de registros artísticos, que é o que tenho feito.

Esse método de leitura pode ser aplicado para a Paisagem Cultural que foi o que ocorreu em

um projeto de preservação da Ilha de Paquetá realizado em 1987.

Nesse trabalho fiz desenhos da paisagem natural e construída, croquis da configuração dos

espaços, dos edifícios, inserção destes no meio natural, do movimento, etc. Da decodificação,

interpretação, desses estudos, tirei, extrai, indicações que se somam, interceptam com

outros, entre eles, histórico, de bens culturais, de legislação, de infraestrutura que resultou em

uma proposta, através da legislação urbana, de manutenção, preservação e transformação

urbana.

Os desenhos, de observação, que compõem os Postais Itu, foram realizados in loco, onde

capto o lugar e através da sensibilidade, o transponho em traços.

Primeiro com uma pranchetinha em mãos, onde faço anotações, realizo uma breve análise

dos bens a serem representados.

Estudo o melhor ângulo para fazer o desenho.

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Em uma folha sulfite, que mede 30x42cm, faço um esboço (que serve de base, parâmetro ao

desenho) com um grafite forte (4ou 5B), onde é estudado a proporção do edifício, o tamanho

e posição que esse ocupará na folha de papel. Depois um papel de melhor qualidade,

tamanho 35x50cm, é posto por cima desse croquis, que através da transparência da folha, é

levemente visto. Nesse momento ainda estudo a composição. Só então realizo o desenho

definitivo.

Esse processo leva de 3 a 4 horas.

O desenho é realizado em grafite sobre papel Ingres Fabriano (francês).

Lápis H, HB, B, de qualidade, bem apontado (com estilete).

Emprego vários grafites para se obter diferença nos traços, captar a luminosidade e dar noção

de espaço.

A borracha raramente é utilizada, só em casos extremos para não se perder o desenho

(normalmente a linha mesmo apagada apresenta seu sulco na folha que fica borrada e

rasurada).

Utilizo uma prancha de Eucatex como apoio. A folha para não voar é presa nesse com

prendedor de madeira. Para barrar a luminosidade intensa da luz do dia uso um boné. Muitas

vezes sou surpreendida pela chuva.

Os edifícios desenhados são significativos no quadro da arquitetura de Itu e pertencem a sua

história e memória.

A cidade de Itu até início do séc. XIX era delimitada entre convento, igreja e jazigo dos

franciscanos em um extremo e igreja, convento, seminário e jazigo dos carmelitas em outro. O

conjunto dos franciscanos pegou fogo no inicio do séc.XX e a Fábrica São Luis expandiu-se

pelo local que originalmente era religioso e passa a ser fabril.

A vila foi fundada em 1610 por Domingos Fernandes, em local estratégico, no entroncamento

do piabiru (caminho indígena) que ia para Salto e Porto Feliz, onde situavam-se os portos no

rio Tietê, que de Santana do Parnaíba até esse trecho não era navegável, para adentrar o

interior indo para Goiás e Mato Grosso em busca de ouro. Sua localização era entre dois

riachos: Taboão e Brochado que juntos formam o Guaraú.

Era formada então pelo caminho, atual Rua Paula Souza, e largos em frente às igrejas que se

tornaram praças. No início do séc. XIX com a produção açucareira e depois cafeeira, com o

pensamento das luzes, a Câmara de Vereadores, concluía-se que o arruamento não deveria

ser tortuoso mas, sim ortogonal definindo o traçado urbano do “centro histórico”.

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Com o dinheiro da produção açucareira construíram-se as igrejas de Itu e esta passa a ser vila

mais rica da região.

Nesse entroncamento, sitio original da vila, foi erigida a capela Nossa Senhora da Candelária,

padroeira de Itu, que ruiu.

No local foi construída a Igreja do Bom Jesus, 1765, em estilo barroco, ainda visto em suas

janelas superiores, que com o passar do tempo sofreu intervenções sucessivas. No final do

séc. XIX teve grande reforma em seu interior e fachada com inspiração romana.

As construções eram de taipa de pilão e internamente as divisórias de pau a pique.

Padre Miguel, pároco de Itu, em meados do séc. XIX, com exceção à Igreja do Carmo,

adaptou as fachadas das igrejas ao estilo neoclássico, reforçando-as com tijolos

O Espaço Cultural Almeida Júnior, casarão de esquina, foi construído pelo Barão de Itu Bento

Paes de Barros, em 1858. Nesse sobrado, se destacam as portas balcões com sacadas no

primeiro andar, e a fachada simétrica com elementos neoclássicos apesar dos beirais. Foi

adaptado para receber o Grupo Escolar Cesário Motta, primeira escola do Estado a ter

classes mistas (na ocasião em Itu havia a escola feminina Nossa Senhora do Patrocínio, e a

escola masculina Colégio São Luis que continuaram em funcionamento).

A Fábrica São Luis, 1869, foi a primeira fábrica a vapor do Estado de São Paulo e produzia

tecidos. A maquinaria e teares foram importados da América do Norte e Inglaterra que

detinham a tecnologia da época. O algodão utilizado era armazenado na Igreja de São

Francisco e pegou fogo, destruindo esse monumento. No local a fábrica se expandiu

produzindo fio. A chaminé data da primeira reforma.

A Igreja da matriz, Nossa Senhora da Candelária, 1780, é o maior patrimônio barroco paulista

(em seu interior) com pinturas de Jesuino do Monte Carmelo e José Patricio da Silva Manso.

A igreja original, que ruiu, situava-se no centro dessa praça -Padre Miguel, onde hoje é o

coreto. Em 1889 teve sua fachada alterada pelo Arquiteto Ramos de Azevedo e Paula Souza

(engenheiro ituano). As imagens, relógio, órgão de tubos, telhas, postes que localizam-se à

sua frente foram trazidos da França por Pe Miguel. Na ocasião ganha pinturas de Almeida Jr.

e Lavínia Ceredo. Na lateral vê-se ainda as janelas barrocas e ao centro a torre original. A

escadaria é de varvito.

O Museu Republicano Convenção de Itu, foi reformado em 1867 por Carlos Vasconcelos de

Almeida Prado, ganhando azulejos na parte superior, balcões de correr, e platibandas na

fachada. Em 1873 o sobrado abrigou a “Convenção de Itu”, reunião histórica de políticos e

proprietários de fazendas de café, marco originário da campanha republicana, que resultou

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na fundação do Partido Republicano Paulista, de grande importância, na política da

República. Em 1921 foi criado o Museu como extensão do Museu Paulista.

Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo, início do século XVIII. O conjunto carmelita:

igreja, convento, seminário e jazigo fechava a área urbana da Vila de Itu. A igreja barroca é a

única que tem sua fachada conservada. Os altares do interior são de madeira folhada a ouro.

As pinturas do forro são de Jesuino do Monte Carmelo (segundo Mário de Andrade o maior

artista colonial paulista)

Igreja Nossa Senhora do Patrocínio, 1820. Inicialmente obra de Jesuino do Monte Carmelo

que fundou a ordem de padres do Patrocínio e que traz padre Feijó para Itu. A igreja foi

fechada. D. Antonio Joaquim de Melo, primeiro bispo brasileiro e ituano da Arquidiocese de

São Paulo, faz um colégio para meninas, trazendo as irmãs de São José, francesas de

Chamberry e o instala no Patrocínio. Em 1859 o colégio começa funcionar tendo como

superiora Madre Maria Theodora Voiron. Convento e colégio foram construídos ao redor da

igreja.

Itu que foi caminho indígena, rota de bandeirantes e integrou os ciclos econômicos da cana de

açúcar, café e indústria, além de ser considerada “berço da república”, tem seu centro

histórico preservado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico

Arqueológico), imóveis tombados por esse órgão e pelo Iphan (Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional).

Essa cidade apesar de transformada mantém unidade urbana e apresenta belos exemplares

testemunhos de sua passagem no tempo.

Esses desenhos fazem parte de um conjunto maior que resultou no livro Traços Itu de minha

autoria com introdução de Carlos Lemos e na exposição desses desenhos no Museu

Republicano Convenção de Itu, inaugurada em 6 fevereiro de 2014 e que encontra-se em

cartaz. Tanto o livro quanto a exposição tem boa receptividade.

Atualmente realizo nessa cidade um trabalho de Educação Patrimonial com crianças da Rede

Estadual de Educação. Esse projeto consiste em visita guiada pelo centro histórico na qual os

jovens fazem desenhos dos bens observados, visita à exposição Traços de Itu, onde se

mostra um olhar artístico diferente do senso local e Oficina de Desenho onde diversos

instrumentos e materiais são apresentados e onde os estudantes fazem desenhos com

temáticas que conduzem a uma reflexão que traz a baila sentimento de pertencimento quanto

a cidade e seus bens culturais.

Essas propostas se inserem em um projeto mais amplo que abarca as cidades do Estado de

São Paulo, que tem por objetivo, fora o artístico, impressionar e mostrar às pessoas que os

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bens desenhados lhes pertencem e estão integrados em suas vidas, história e cultura,

contribuindo dessa maneira com a valorização e preservação do Patrimônio Cultural.

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