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Pós-Graduação em Planejamento e Gestão Tributária Disciplina: Cases Empresariais Luís Alberto Heberle Contador/ Advogado

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Pós-Graduação em Planejamento

e Gestão TributáriaDisciplina: Cases Empresariais

Luís Alberto HeberleContador/ Advogado

Luís Alberto Heberle

Graduado em Ciências Contábeis; Graduado em Direito; Pós-graduado em Auditoria e Perícia

(UNOCHAPECÓ); Especialista em Direito Tributário

(FURB);

Temas:

Parcelamento de Débitos Tributários para Empresas em Recuperação Judicial;

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS no Sistema Não Cumulativo;

Compensação Tributária.

PARCELAMENTO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS PARA EMPRESAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Parcelamento de Débitos Tributários para Empresas em Recuperação JudicialA recuperação judicial está prevista na Lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.

Objetivo da Recuperação Judicial:

Viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor. (Art. 47 da Lei nº 11.101/ 2015)

Finalidade da Recuperação Judicial:

Permitir a manutenção da fonte produtora; Permitir a manutenção do emprego dos

trabalhadores; Preservar os interesses dos credores; e Promover a preservação da empresa, sua

função social e o estímulo à atividade econômica.

Créditos Sujeitos ao Procedimento de Recuperação Judicial:

Os créditos tributários não estão sujeitos ao procedimento de recuperação judicial (Art. 68 da Lei nº 11.101/05).

Parcelamento para Empresa em Recuperação Judicial:

O Artigo 43 da Lei nº 13.043, de 13 de novembro de 2014, conferiu nova redação ao Art. 10-A da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, instituindo um parcelamento específico para pagamento de dívidas tributárias de empresas em recuperação judicial, em 84 (oitenta e quatro) parcelas.

Parcelamento para Empresa em Recuperação Judicial:Art. 43.  A Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 10-A: “Art. 10-A:  O empresário ou a sociedade empresária

que pleitear ou tiver deferido o processamento da recuperação judicial, nos termos dos arts. 51, 52 e 70 da Lei n° 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, poderão parcelar seus débitos com a Fazenda Nacional, em 84 (oitenta e quatro) parcelas mensais e consecutivas, calculadas observando-se os seguintes percentuais mínimos, aplicados sobre o valor da dívida consolidada:

Parcelamento para Empresa em Recuperação Judicial:

I - da 1ª à 12ª prestação: 0,666% (seiscentos e sessenta e seis milésimos por cento);II - da 13ª à 24ª prestação: 1% (um por cento);III - da 25ª à 83ª prestação: 1,333% (um inteiro e trezentos e trinta e três milésimos por cento); eIV – 84ª prestação: saldo devedor remanescente.[...]

Planilha de Parcelamento

Valor do Parcelamento: 1.000.000,00

Parcelas Convencional 60 VezesRecuperação

Judicial1ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 2ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 3ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 4ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 5ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 6ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 7ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 8ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 9ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 10ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 11ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 12ª 16.666,67 6.660,00 10.006,67 13ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 14ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 15ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 16ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 17ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 18ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 19ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 20ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 21ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 22ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 23ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 24ª 16.666,67 10.000,00 6.666,67 25ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 26ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 27ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 28ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 29ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 30ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 31ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 32ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 33ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 34ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 35ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 36ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 37ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 38ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 39ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 40ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 41ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 42ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 43ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 44ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 45ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 46ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 47ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 48ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 49ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 50ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 51ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 52ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 53ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 54ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 55ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 56ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 57ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 58ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 59ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 60ª 16.666,67 13.330,00 3.336,67 61ª 13.330,00 320.200,00 62ª 13.330,00 63ª 13.330,00 64ª 13.330,00 65ª 13.330,00 66ª 13.330,00 67ª 13.330,00 68ª 13.330,00 69ª 13.330,00 70ª 13.330,00 71ª 13.330,00 72ª 13.330,00 73ª 13.330,00 74ª 13.330,00 75ª 13.330,00 76ª 13.330,00 77ª 13.330,00 78ª 13.330,00 79ª 13.330,00 80ª 13.330,00 81ª 13.330,00 82ª 13.330,00 83ª 13.330,00 84ª 13.610,00 320.200,00

1.000.000,00 1.000.000,00

PARCELAMENTO

CONCEITO DE INSUMOS PARA AS CONTRIBUIÇÕES DE PIS/PASEP E COFINS NO SISTEMA NÃO CUMULATIVO

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS No Sistema Não Cumulativo

REGIMES DE APURAÇÃO PIS/PASEP E COFINS:

Cumulativo; e Não Cumulativo.

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS No Sistema Não Cumulativo Regime Cumulativo – as Contribuições

ao PIS/Pasep e a COFINS incidem de forma cumulativa sobre todas as etapas de circulação. Alíquotas: 0,65% (PIS) e 3,00% (COFINS) sobre o faturamento.

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS No Sistema Não Cumulativo Regime Não Cumulativo – as Contribuições ao

PIS/Pasep e a COFINS são apuradas com base

em sistema de débitos e créditos. É permitido o

desconto dos créditos autorizados por lei.

Alíquotas: 1,65% (PIS) e 7,60% (COFINS) sobre o

faturamento, deduzidos os créditos legalmente

admitidos.

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS No Sistema Não Cumulativo Empresas obrigadas ao regime não

cumulativo: Optantes pelo Lucro Real, salvo algumas exceções previstas em lei.

Previsão Legal Geral: Leis n° 10.637/2002 (PIS) e 10.833/2003 (COFINS).

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS No Sistema Não Cumulativo

HIPÓTESES GERAIS DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITOS, NO REGIME NÃO CUMULATIVO:

Mercadorias para revenda; Bens e serviços utilizados como insumos

de produção ou prestação de serviços;

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS No Sistema Não Cumulativo Energia elétrica; Aluguéis de prédios, máquinas e

equipamentos; Contraprestações de arrendamento

mercantil; Depreciação de máquinas, equipamentos,

edificações e benfeitorias;

Conceito de Insumos para as Contribuições de PIS/PASEP e COFINS No Sistema Não Cumulativo Devoluções de vendas; Despesas de armazenagem e fretes

na operação de venda; Créditos Presumidos: Estoque de

Abertura, Agroindustrial e sobre Vendas.

Conceito de Insumos de PIS/PASEP e COFINS na Sistemática Não CumulativaRedação do Inciso II, Art. 3° das Leis n° 10.637/2002 e 10.833/2003:

II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2° da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi;

Conceito de Insumos de PIS/PASEP e COFINS na Sistemática Não CumulativaA Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB, disciplinou o direito de descontos de créditos de PIS e COFINS por meio das Instruções Normativas 247/2002 e 404/2002.

Conceito de Insumos de PIS/PASEP e COFINS na Sistemática Não CumulativaArt. 8 da IN nº 404/2002:

Art. 8º Do valor apurado na forma do art. 7º, a pessoa jurídica pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores:I - das aquisições efetuadas no mês:...b) de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como insumos: b.1) na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; ou b.2) na prestação de serviços;...

Conceito de Insumos de PIS/PASEP e COFINS na Sistemática Não Cumulativa§ 4º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do

caput, entende-se como insumos:I - utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda:a) a matéria-prima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado;

Conceito de Insumos de PIS/PASEP e COFINS na Sistemática Não Cumulativab) os serviços prestados por pessoa jurídica

domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto;II - utilizados na prestação de serviços:a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; eb) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço....

Conceito de Insumos de PIS/PASEP e COFINS na Sistemática Não CumulativaPara a definição do termo insumos a SRFB leva em consideração o conceito vigente no âmbito da legislação IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, segundo o qual incluem-se “entre as matérias-primas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente”;

Conceito de Insumos de PIS/PASEP e COFINS na Sistemática Não CumulativaPortanto, segundo o entendimento da SRFB o direito de crédito de PIS/Pasep e COFINS restringe-se aos insumos que integram fisicamente o novo produto e aos itens se consomem ou se desgastam em contato direto com o produto fabricado.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosCom a insurgência dos contribuintes o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, passou a enfrentar o tema.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosO CARF exarou várias decisões no sentido de que o conceito de insumos previsto na legislação do IPI, nos moldes defendidos pelas instruções normativas editadas pela Receita Federal, não é adequado para a delimitação do direito de crédito de PIS/Pasep e de COFINS.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de Insumos

“É de se concluir, portanto, que o termo ‘insumos’ utilizado para o cálculo do PIS e da COFINS não cumulativos deve necessariamente compreender os custos e despesas operacionais da pessoa jurídica, na forma definida nos artigos 290 e 299 do RIR/99, e não se limitar apenas ao conceito trazido pelas Instruções Normativas nº. 247/02 e 404/04.” (Acórdão 3202-00.226, 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Terceira Seção do CARF, Processo 11020.001952/2206-22).

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosPortanto, a SRFB, por meio das Instruções Normativas nº 247/2002 e nº 404/2004, utilizou-se da definição de insumos contida na legislação do IPI para estabelecer o conceito de insumos na apuração do PIS e da COFINS.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosO CARF entende que não se pode equiparar conceitos e situações relacionadas a tributos de materialidades distintas, de modo que aqueles atos normativos infringiriam a estrita legalidade tributária, por ausência de previsão legal nesse sentido.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosPara o CARF, no âmbito do PIS/Pasep e da COFINS, o conceito de insumos deve ser o mesmo aplicável ao imposto de renda, visto que, para auferir lucro, é necessário antes se obter receita, o que permitiria concluir que a materialidade das contribuições ao PIS/Pasep e a COFINS está mais próxima daquela estabelecida no IRPJ do que aquela prevista para o IPI.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosSegundo essas decisões do CARF todos os itens que integram o custo de produção de bens ou serviços (Art. 290 do RIR) e as despesas operacionais (Art. 299, do RIR) devem gerar deduções perante o PIS/Pasep e a COFINS.

Observa-se que o CARF inicialmente adotou um conceito bastante abrangente.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosMais recentemente o CARF passou a adotar um conceito intermediário.

 Há várias decisões do CARF, firmando posição no sentido de que o conceito de insumos denota uma abrangência maior do que matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem relacionados ao IPI.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosPor outro lado, tal abrangência não é tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar todos os custos de produção e as despesas necessárias à atividade da empresa.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosSua justa medida caracteriza-se como o elemento diretamente responsável pela produção dos bens ou produtos destinados à venda, ainda que este elemento não entre em contato direto com os bens produzidos, atendidas as demais exigências legais.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosPortanto, observa-se que há divergências plausíveis entre o entendimento da SRFB e do CARF, no que tange o conceito de insumos.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosCabe ao contribuinte (gestor tributário) fazer uma análise dos custos e despesas incorridos na produção de bens ou na prestação de serviços (atividade fim da empresa), de forma a obter o melhor aproveitamento possível dos créditos da contribuição ao PIS/Pasep e da COFINS.

Entendimentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais acerca do Conceito de InsumosEntretanto, o contribuinte deverá estar ciente de que esta apropriação de crédito estará sujeita à posterior verificação pela SRFB, e, sendo constatado aproveitamento de crédito considerado indevido, ensejará na lavratura de auto de infração fiscal.

Reflexos da Aplicação do Conceito de Insumos na Visão da SRFBLevando em consideração o conceito de insumos regulamentado pela SRFB, em um caso concreto de uma Indústria de Lácteos, temos a seguinte apuração:

Tabela 01 – Demonstrativo do Crédito Apurado - PIS e COFINS Não Cumulativo – SRFB

Reflexos da Aplicação do Conceito de Insumos na Visão da SRFB

PERÍODO 2014 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. Total

Aquisições de Bens e Insumos Utilizados na Produção 161.684,50 267.245,45 674.729,31 683.169,35 1.786.828,61Leite* - - - - - Lenha* - - - - - Embalagens 38.098,61 116.735,44 140.054,59 153.217,47 448.106,11Fretes sobre Compra 12.637,57 101.091,08 417.070,68 420.792,33 951.591,66Demais Matérias Primas 110.948,32 49.418,93 117.604,04 109.159,55 387.130,84

Despesas e Custos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total de Insumos, Custos e Despesas 161.684,50 267.245,45 674.729,31 683.169,35 1.786.828,61

TOTAL DE CRÉDITO 14.955,82 24.720,20 62.412,46 63.193,16 165.281,65TOTAL DE PIS/PASEP 2.667,79 4.409,55 11.133,03 11.272,29 29.482,67TOTAL DE COFINS 12.288,02 20.310,65 51.279,43 51.920,87 135.798,97

DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO APURADO - PIS/PASEP E COFINS NÃO CUMULATIVO - SRFB

Reflexos da Aplicação do Conceito de Insumos na Visão da SRFBDe acordo com tal entendimento, adotado pela SRFB, apurou-se um saldo credor de R$ 165.281,65, conforme pode ser visualizado na Tabela 01, tomando como base créditos sobre embalagens (produtos intermediários) e insumos de produção adquiridos de pessoa jurídica (fermentos, sal, ácidos, etc.).

Reflexos da Aplicação do Conceito de Insumos na Visão da CARFEntretanto, se aplicado o conceito de insumos do CARF, relativo a corrente de entendimento de um conceito mais amplo que o IPI, porém mais restrito que o IRPJ e CSLL, ou seja, abrangendo todos os bens e serviços de forma direta ou indireta utilizados na produção de outros bens ou serviços destinados à venda, temos a seguinte apuração em uma Indústria de Lácteos com industrialização diária de 100 mil litros:

Reflexos da Aplicação do Conceito de Insumos na Visão da CARFTabela 02 – Demonstrativo do Crédito Apurado - PIS e COFINS Não Cumulativo - CARF

Reflexos da Aplicação do Conceito de Insumos na Visão da CARF

PERÍODO 2014 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. Total

Aquisições de Bens e Insumos Utilizados na Produção 214.685,62 299.229,40 734.381,56 726.527,15 1.974.823,73Leite* - - - - - Lenha* - - - - - Embalagens 91.099,73 148.719,39 198.861,04 196.575,27 635.255,43Fretes sobre Compra 12.637,57 101.091,08 417.070,68 420.792,33 951.591,66Demais Matérias Primas 110.948,32 49.418,93 118.449,84 109.159,55 387.976,64

Despesas e Custos 167.081,26 178.160,75 349.321,04 282.869,75 977.432,80Combustíveis 63.511,87 49.163,95 69.555,04 21.119,04 203.349,90Manutenção e Tratamento de Efluente 35.686,62 37.540,99 51.327,60 59.766,11 184.321,32Manutenção de Máquinas e Equipamentos 26.112,83 25.847,42 38.714,01 20.602,77 111.277,03Manutenção e Conservação de Prédios 4.225,82 2082,66 6.345,07 6.011,69 18.665,24Material de Limpeza 21.424,82 28.353,81 40.319,51 36.220,30 126.318,44Serviços de Terceiros (Manutenção de Máquinas) 21.803,81 102.309,66 120.360,00 244.473,47Uniformes e Equipamentos 16.119,30 13.368,11 40.750,15 18.789,84 89.027,40

Total de Insumos, Custos e Despesas 381.766,88 477.390,15 1.083.702,60 1.009.396,90 2.952.256,53

TOTAL DE CRÉDITO 35.313,44 44.158,59 100.242,49 93.369,21 273.083,73TOTAL DE PIS/PASEP 6.299,15 7.876,94 17.881,09 16.655,05 48.712,23TOTAL DE COFINS 29.014,28 36.281,65 82.361,40 76.714,16 224.371,50

DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO APURADO - PIS/PASEP E COFINS NÃO CUMULATIVO - CARF

Reflexos da Aplicação do Conceito de Insumos na Visão da CARFDe acordo com o entendimento, adotado pelo CARF, apurou-se um saldo credor de R$ 273.083,73, conforme pode ser visualizado na Tabela 02.

COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA

Compensação Tributária

A Compensação é modalidade de extinção do Crédito Tributário (Art. 156, II, CTN):  

Art. 156. Extinguem o crédito tributário: [...] II - a compensação; [...]

Compensação Tributária

A compensação dos créditos tributários é disciplinada pelo Art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996:

Compensação Tributária

Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.   (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)  (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013) (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

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§ 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)

§ 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

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§ 3º Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1º: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

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II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)  

III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

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IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal - SRF; (Redação dada pela Lei nº 10.051, de 2004) 

V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e (Redação dada pela Lei nº 10.051, de 2004) 

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VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal - SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)

§ 4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)  

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§ 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

§ 6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

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§ 7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimá-lo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

§ 8º Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7o, o débito será encaminhado à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9º. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

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§ 9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a não-homologação da compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

§ 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

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§ 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei n 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional,, relativamente ao débito objeto da compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

§ 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) 

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I - previstas no § 3º deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) 

II - em que o crédito: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) 

a) seja de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)

b) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pelo art. 1º do Decreto-Lei nº 491, de 5 de março de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

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c) refira-se a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal - SRFB. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

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f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

1 – tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

2 – tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

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3 – tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103-A da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 13. O disposto nos §§ 2º e 5º a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

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§ 14. A Secretaria da Receita Federal - SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)

§ 17. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do débito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)

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§ 18.  No caso de apresentação de manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação, fica suspensa a exigibilidade da multa de ofício de que trata o § 17, ainda que não impugnada essa exigência, enquadrando-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional. (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013)

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A utilização de créditos tributários para compensação com débitos de outros tributos administrados pela SRFB é um direito do contribuinte e constitui instrumento valioso otimização dos recursos financeiros (caixa).

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No entanto, a compensação produz consequências jurídicas importantes que merecem a atenção do gestor tributário:A compensação declarada à Secretaria da

Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.

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Não poderá ser objeto de nova compensação o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa.

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Será considerada não declarada a compensação que seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado.

No caso de compensação não homologa, cujo débito não for pago no prazo de 30 (trinta) dias, o mesmo será encaminhado à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União.

Agradecemos a Atenção.