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PORTUGUÊS

Prof.ª Isabel Vega

Literatura

Romantismo –Poesia

Romantismo - Poesia

►ROMANTISMO: século XIX (1836 – publicação do livroSuspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães)

I) Contexto histórico: Independência do Brasil

II) Palavras-chave: emoção / subjetividade / liberdade formal

II) As três gerações poéticas:

a) Nacionalista / Indianista → Gonçalves Dias

b) Ultrarromântica / → Álvares de Azevedo

c) Condoreira → Castro Alves

Romantismo - Poesia

a) Nacionalista / Indianista – Gonçalves Dias (1823-1864)

• Criação do herói nacional → índio (“homem natural”)• Ufanismo → natureza exuberante• Platonismo → amor em segredo; idealização• Popularização → vocabulário simples; liberdade formal

Ex.1: “Como se ama o calor e a luz querida,A harmonia, o frescor, os sons, os céus,Silêncio, e cores, e perfume, e vida,Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Assim eu te amo, assim; mais do que podemDizer-to os lábios meus, — mais do que valeCantar a voz do trovador cansada:”

Romantismo - Poesia

Ex.2: “Canção do Tamoio” (fragmento)

Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida:Viver é lutar.A vida é combate,Que os fracos abate,Que os fortes, os bravosSó pode exaltar.

Um dia vivemos!O homem que é forteNão teme da morte,Só teme fugir;No arco que entesaTem certa uma presa,Quer seja tapuia,Condor ou tapir.

Romantismo - Poesia

Ex.3: “Canção do exílio”

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas tem mais flores,Nossos bosques tem mais vida,Nossa vida mais amores.

(...)

Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem qu'inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Romantismo - Poesia

b) Ultrarromântica – Álvares de Azevedo (1831-1852)

• Negação do nacionalismo → individualismo• Pessimismo / “Mal do século” → desejo de morte• Idealização da mulher amada → “anjo”

Ex.1: Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!Não levo da existência uma saudade!E tanta vida que meu peito enchiaMorreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! Votei meus pobres diasÀ sina doida de um amor sem fruto,E minh'alma na treva agora dormeComo um olhar que a morte envolve em luto.

Romantismo - Poesia

Ex.2: “Soneto”

Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada,Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma friaPela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvoradaQue em sonhos se banhava e se esquecia!

Romantismo - Poesia

Ex.2: “Soneto”

Era a mais bela! Seio palpitando...Negros olhos as pálpebras abrindo...Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

Romantismo - Poesia

c) Condoreira – Castro Alves (1847-1871)

• Preocupação social → abolição da escravatura• Poemas para recitar → grandiloquência• Realização do amor carnal → sensualidade

Ex.1: “Uma noite, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente.

De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmulos — beijá-la.”

Romantismo - Poesia

Ex.2: A vez primeira que eu fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a correnteza,A valsa nos levou nos giros seus...E amamos juntos... E depois na sala“Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala...

E ela, corando, murmurou-me: “adeus”. (...)

Quando voltei... era o palácio em festa!...E a voz d’ela e de um homem lá na orquestraPreenchiam de amor o azul dos céus.Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!Foi a última vez que eu vi Teresa!...

E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”

Romantismo - Poesia

Ex.3: “O navio negreiro”

Ontem plena liberdade, A vontade por poder... Hoje... cúm'lo de maldade, Nem são livres p'ra morrer... Prende-os a mesma corrente — Férrea, lúgubre serpente —Nas roscas da escravidão. E assim zombando da morte, Dança a lúgubre coorte Ao som do açoute... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, Se eu deliro... ou se é verdade Tanto horror perante os céus?!... Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas Do teu manto este borrão? Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!...