portuguÊs prÁtico para jornalistas

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PORTUGUS PRTICO PARA JORNALISTAS LUANDA 2011 Caro Colega. A Lngua o primeiro instrumento do jornalista. O jornalismo - forma privilegiada de comunicao - uma comunicao lingustica, onde o idioma um cdigo unificador, uma estrutura central mesmo se geograficamente diversificada em usos e pronncias. A Lngua o primeiro elemento identificador de uma comunidade feita de comunidades culturalmente diferenciadas, o leo sem o qual no funcionam os motores (os meios de comunicao social) da circulao da informao. Usar (bem) a Lngua uma das artes do jornalismo e uma das obrigaes do jornalista. Mas quem nunca teve dvidas numa construo de frase, num vocabulrio, numa conjugao? A formao jornalstica envolve a boa utilizao da lngua escrita e falada. O rigor e a qualidade, em jornalismo, tambm passam pela correco no uso da lngua de comunicao. Para sua elaborao, socorremo-nos no precioso trabalho feito por duas professoras Portuguesas; Maria da Conceio Duarte e Maria Adelaide Duro, que analisaram boas e ms prticas na utilizao da Lngua Portuguesa, propuseram orientaes, e esclareceram dvidas. Este trabalho foi realizado no mbito de um gabinete de Lngua Portuguesa que funcionou na Agncia Lusa, editado pelo Cenjor (C entro Protocolar De Formao Profissional para Jornalistas) em 2001. Recuperamos, revisamos e adaptmo-lo realidade do jornalismo praticando da Rdio Nacional de Angola. Por isso sugerimos que ele tenha circulao interna.

Centro de Documentao e Arquivo Histrico Luanda, 11 de Abril de 2011

INTRODUO

Desde sempre o homem reconheceu a necessidade de comunicar com os seus semelhantes, de transmitir os seus pensamentos e emoes s outras pessoas, prximas ou afastadas. Assim, utiliza os sons falados, reunidos em unidades de dimenses diferentes que so palavras. Eles formam os sinais audveis (e visveis por escrito) da nossa fala. A lngua o patrimnio colectivo e nico transmitido de gerao a gerao numa comunidade social. A lngua uma realidade viva em evoluo permanente, adquirindo elementos novos de significado mais inovador e deixando perder elementos gastos e descoloridos que por terem perdido o poder de expresso, se tornaram perfeitamente dispensveis.

Usar bem a lngua portuguesa, ser, pois garantir as circunstncias favorveis a toda a articulao de elementos e regras que a constituem, a toda a sua evoluo nos aspectos fontico, sintctico, morfolgico e semntico, sem permitir que ela perca as suas caractersticas fundamentais, que a tornam diferente das outras e a mantm como veculo natural e privilegiado dos povos que pensam e falam em portugus. Neste processo aliciante que a comunicao, os falantes tm, por vezes, dificuldades na utilizao da lngua escrita.

NORMAS GERAIS DO USO DA LNGUA PORTUGUESA NA RDIO

O jornalista um guardio da lngua. Defend-la utiliz-la correctamente. O erro gramatical ou ortogrfico espreita em cada texto, em cada linha, em cada fala. A influncia que a Comunicao Social exerce sobre a cultura de um povo transforma um simples erro jornalstico num mau exemplo. Quanto menos elevado for o nvel de conhecimento dos ouvintes, maior ser a repetio do erro. assim que o erro se pode transformar numa (m) regra, atingindo a Lngua. Escrever, em jornalismo, respeitar a chama regra dos trs cs : clareza, conciso, correco. Ser claro para todos compreenderem o contedo escrito ou oral da notcia; ser conciso para todos lerem e ouvirem o que realmente necessrio compreenso de factos e ideias; ser correcto para que todos usem e transmitam a lngua escrita e falada de acordo com as boas normas. A escrita, em jornalismo, uma questo de comunicao, seja ela escrita ou oral. um instrumento para comunicar os factos e ideias contidos em notcias, reportagens, entrevistas, editoriais, crnicas, etc. Mas a comunicao, sendo prioritria, nunca invalida o uso correcto da lngua. Eis algumas regras da actividade jornalstica que se reflectem particularmente na escrita (em rdio).

v No se pode ser claro (na escrita) sem se ser compreendido bem o contedo da informao que se transmite. Por isso, a recolha da informao uma fase importante para a clareza do que se vai transmitir. Saber bem o assunto sobre o qual se est a escrever ou a falar essencial. v O segredo da conciso est em seleccionar a informao mais importante em relao ao facto que se transmite. Ir direito ao assunto, descrever, apresentar o que interessa e deixar de lado o que no se enquadra no tema, ou claramente secundrio. Estes princpios apontam para um objectivo essencial: escrever o mximo (de informao) no mnimo espao, ou tempo de rdio. v Ser simples na linguagem facilita a compreenso do ouvinte. Por um lado, torna essa compreensomais rpida e, por outro, abrange mais pessoas. Mas ser simples significa usar o vocabulrio de todos os dias, aquele que as pessoas usam nas suas relaes correntes. No ser incorrecto na utilizao da lngua. v Na rdio deve ser ainda maior a preocupao com a simplicidade. Quem ouve tem que compreender imediatamente, porque no se pode voltar atrs (no que se escutou).

Quando se escreve (para a Rdio fundamental pensar no pblico a que a informao se destina. O vocabulrio, a construo do texto, a explicao dos factos devem corresponder o melhor possvel aos conhecimentos, experiencias e capacidade mdia desse pblico. (Ningum ouve rdio com um dicionrio ou uma enciclopdia na mo para procurar o que no sabe ou no percebeu). A escolha das palavras de um texto informativo tem que ser rigorosa. O texto jornalstico faz-se sobretudo com substantivos e verbos, estes de preferncia activos, que descrevem aco de do vida notcia (o verbo escolhido deve reflectir com exactido o que se pretende narrar ou descrever. Exemplo: em vez de O Presidente do Kabuscorp disse ter solicitado ao treinador a sua demisso, melhor O Presidente do Kabuscorp anunciou ter demitido o treinador. A explicao especializada do cientista ou do tcnico, a interveno vaga do poltico, o discurso longo e cansativo dos que gostam de se ouvir a si prprios devem ser evitados. Por outro lado, o jornalista deve descodificar o discurso tcnico, traduzindo-o para a linguagem corrente do cidado (mas de uma forma correcta, sem alterar o sentido das afirmaes do especialista). Por outro lado, o jornalista deve resumir, sintetizar o essencial, ou procurar informao mais interessante. Reler o que se escreveu (para a rdio) uma rotina essencial: na releitura detectam-se frequentemente erros lingusticos, falhas de informao, vocabulrio inadequado (ao pblico a que se destina a informao). Escrever para ser lido diferente de escrever para ser ouvido. H aspectos tcnicos a ter em conta, porque a leitura e audio tm caractersticas diferentes. ESCREVER PARA SER LIDO Quem l marca o ritmo da sua prpria leitura, mas isso no significa que se escreva de forma difcil (vocabulrio pouco conhecido, frases de construo complexa, perodos e pargrafos longos, etc.) Algumas regras bsicas Utilizar vocabulrio conhecido pelo pblico. Se houver palavras menos conhecidas ou novas o seu significado deve ser explicado no texto. Escrever pelo menos uma vez o que significam as siglas utilizadas (Por exemplo: OMS (organizao mundial da sade). Evitar palavras longas. No escrever frases longas. As frases mais curtas facilitam a compresso do seu contedo. No escrever pargrafos muito extensos. Quanto mais longos menos atraente a leitura. Construir preferencialmente as frases segundo a estrutura natural da lngua (sujeito-predicadocomplemento). Por exemplo: O Executivo aprovou o oramento, em vez de O oramento foi aprovado pelo Executivo. Evitar frases intercalares (entre travesses ou parntesis) muito longas. Cuidar da utilizao da pontuao: o ponto final muito til (limita a extenso das frases ou perodos), a vrgula tambm (quando faz realmente falta), mas o ponto de interrogao pouco usado (compete ao

jornalista dar respostas, maias do que deixar perguntas, excepto em entrevistas), o ponto de exclamao e as reticncias so raros. Preferir a voz activa, que dinamiza e confere interesse asa notcias, fugindo-se voz passiva. (no escrever A reunio foi presidida pelo Presidente da Repblica, mas sim O Presidente da Repblica presidiu reunio). Evitar escrever pela negativa (Ele no foi admitido como scio do clube incorrecto. Recusaram-lhe a admisso como scio do clube - correcto). ESCREVER PARA SER OUVIDO Se uma leitor de jornal no compreender o significado de uma frase primeira leitura, pode voltar a l-la as vezes que forem necessrias para lhe compreender o sentido. O mesmo no se passa com o rdio -ouvinte. Se os jornalistas da Rdio no dominarem as tcnicas especficas da escrita jornalstica prpria desta meio, os destinatrios das suas mensagens tero graves dificuldades em compreend -las. Sublinhe-se que entre estes dois meios h ainda nveis de apuramento e tcnicas de escrita diferentes. Na Rdio, no existem outros suportes alm da palavra, cuja apreenso, para dificultar as coisas, se faz atravs de um nico sentido: o auditivo. Por exemplo na Televiso a imagem confere alguma vantagem natural sobre a Rdio na eficcia das mensagens, os dois meios porm servem-se de uma escrita jornalstica muito semelhante. Ambos devem socorrer-se das vrias tcnicas e alguns cuidados para atingir o objectivo estratgico, que a clareza. Como so ouvidos, devem falar num estilo coloquial, informal e corrente. Mas cuidado: coloquial, informal e corrente no significam um estilo pouco culto ou de baixo nvel. Coloquial o estilo prprio de uma conversa: despretensioso e no literrio, mas sem redundncias, grias ou improvisos, dos quais, resulta invariavelmente, um discurso descuidado, impreciso e palavroso. O ideal um estilo de conversao correcta e clara, em que a dignidade lingustica n nunca desa abaixo do admissvel. E isso exige normas e elaborao. Informal supe evitara formalismos, no ser escravo de normas estritas, sobretudo se da informalidade resultar mais clareza e maior compreenso. Corrente quer dizer de uso comum , ou seja, utilizam-se palavras, frases e sintaxe usuais, de modo a serem compreendidas por todos ou, pelo menos, pelo maior nmero possvel de ouvintes. O jornalista da rdio deve: Escrever e dizer a informao com grande simplicidade, isto , deve utilizar palavras simples, frases simples, frases e ideias simples (no confundir simplrias) preferencialmente, em casa frase deve transmitir apenas uma ideia; Escolher, na medida do possvel, palavras curtas e correntes. Curtas porque quanto menos slabas tem a palavra, melhor registada pelo ouvido. Alm de curtas, asa palavras devem ser correntes, com base no argumento elementar de que a Rdio no discrimina a audincia. Ouvem Rdio professores universitrios, donas de casa, pessoas iletradas, camponeses, funcionrios pblicos, mdicos Artistas. As palavras complexas e de rara utilizao s so entendidas por uma reduzida parte do auditrio. As palavras bsicas s assimiladas o por toda a gente;

Utilizar palavras normais numa conversao corrente, sem, no entanto, se chegar ao calo ou a gria ou aos vulgarismos. A simplificao do texto no quer dizer que a qualidade do nosso discurso seja nivelada por baixo, isto , que desa ao nvel dos que tm pouca ou nenhuma instruo. aconselhvel, na escrita da Rdio: Um discurso to prximo da nossa oralidade quanto possvel; Inovao e originalidade, ignorando frases feitas que, de tanto uso, j se transformaram em lugares-comuns (a notcia caiu como um balde de gua fria; o governo est beira de uma ataque de nervos; o mau tempo que se faz sentir; a tradio j no o que era; o precioso lquido; o ouro negro; e muitos, muitos mais); No usar bengalas que em nada enriquecem o texto jornalstico, antes o atravancam e poluem: (pronto ou prontos; portanto; ora bem; bom; como deve compreender, como deve imaginar; ento assim, como se calcula; resumindo e concluindo; seguramente sabe que etc.); Evitar palavras estrangeiras. H quase sempre um equivalente portugus, geralmente mais compreensvel; Dar uma curta explicao se, por falta de alternativa, usar uma expresso tcnica ou cientfica de significado pouco conhecido; Ler as notcias ao microfone como se estivesse a cont-las a uma nica pessoa. Articular as palavras com clareza, embora com naturalidade. Fazer as pausas que a pontuao recomenda para a sua mensagem ser assimilada como certos medicamentos: a conta-gotas. FUNCIONAMENTO DA LNGUA A linguagem a faculdade de comunicao e de expresso atravs de um sistema de signos convencionados, realizados oral e graficamente, e que constituem a Lngua. A comunicao entre os falantes de uma Lngua no se faz com palavras isoladas mas com grupos de palavras relacionadas entre si. A linguagem serve-se de um conjunto de regras que o falante deve manusear, na perfeio, para produzir um texto (oral e escrito) correcto. Assim, encontramos palavras que mudam de forma: substantivos, adjectivos, artigos, determinantes, numerais, pronomes e verbos, podendo exprimir diferentes categorias gramaticais: gnero, nmero, grau, pessoa, voz, modo e tempo - so as palavras variveis; outras palavras mantm sempre a mesma forma; advrbios, preposies, conjunes e interjeies - so as palavras invariveis.

O estudo de todo este conjunto relacional constitui a Morfologia, parte da gramtica sonde se analisam asa flexes ou variaes das palavras. Morfologia SUBSTANTIVO O gnero (masculino/feminino) e o nmero (singular/plural) dos substantivos determinado pelos artigos que os antecedem: o/a; os/as: um/uma; uns/umas. Feminino

Casos gerais: Substantivos terminados em -o e em -e, fazem o feminino em -a: O gato/a gata; o primo/a prima; o tio/a tia; o sobrinho/a sobrinha; o ministro/a ministra; o mestre/ a mestra. Casos especficos Os substantivos que terminam em consoante formam o feminino, acrescentando um-a: Juz/juza; professor/professora; marques/marquesa. Os substantivos terminados em -o formam o feminino em: - - aldeo/alde; cidado/cidad; so/ s; rfo/orf. -ona - valento/valentona; sabicho/sabichona; choro/chorona. -ao -leo/leoa; ermito/ermitoa; leito/leitoa. -a - ladro/ladra. -esa -baro/baronesa. Os substantivos terminados em -eu formam o feminino em -eia ou em -ia: Europeu/europeia; hebreu/hebreia; judeu/judia; sandeu/sandia; ateu/ateia. Em alguns casos o feminino dado por palavra diferente: Av/av; rapaz/rapariga; rei/rainha; genro/nora; padrasto/madrasta; pai/me; zngo/abelha; cavalo /gua; carneiro/ovelha. Alguns substantivos conservam, porm, a mesma forma para os dois gneros, sendo o gnero identificado pelo artigo que o precede: O jovem/ a jovem; o artista/ a artista; o jornalista/ a Jornalista; o guia/ a guia; o emigrante/ a emigrante; o gerente/ a gerente. Outros substantivos possuem um s gnero, independentemente do sexo da pessoa a que se refiram: A criana; a vtima; a testemunha. Plural Os substantivos (nomes) terminados em vogal ou ditongo, formam o plural acrescentandoum -s: Gata/ gatas; pai/pais; mau/maus; chapu/chapus. Os substantivos terminados em -m formam o plural em -ns Jardim/jardins; item/itens, jejum/jejuns. Os substantivos terminados em -o apresentam trs tipos de plural:

- Derivados dos nomes latinos em -anus formam plural com o acrescentamento de um -s: Mo/ mos; acrdo/acrdos; rgo/rgos; cidado/cidados. - Derivados dos nomes latinos em -anes formam plural em -es: Co/ces; alemo/alemes; escrivo/ escrives; capito/capites; catalo/catales; po/pes. -Derivados dos nomes latinos em -ones formam o plural em -es: Leo/lees; aco/aces; orao/oraes; ladro/ladres; lio/lies; feijo/feijes. -H substantivos cujo o plural oscila entre uma ou duas formas: Aldeo/aldees, aldeos ou aldees; ancio/ancies, ancios ou ancies; ano/anes, anos ou ans; vero/veres ou veros; vilo/viles, vilos ou viles; guardio/guardies ou guardies; sulto/sultes, sultos ou sultes; corrimo/corrimos ou corrimes. (So preferveis, e mais usadas, as formas terminadas em -es, por analogia com a regra principal -o / -es). Plural dos substantivos compostos Quando a palavra composta por dois substantivos, um substantivo e um adjectivo, ou dois adjectivos, ligados por hfen, ambos apresentam a forma de plural. A couve-flor/as couves-flores; o mestre-escola/ os mestres-escolas; o amor-perfeito/ os amores-perfeitos; a segunda-feira/as segundas-feiras; o claro-escuro/os claros-escuros; o guarda-marinha/os guardas-marinhas; o social-democrata/ os sociais-democratas. (Ateno: O adjectivo grande (gro, gr) fica invarivel. Gro-mestre/gro-mestres; gr-cruz/ gr-cruzes.) Quando a palavra composta por um verbo e um substantivo, um adjectivo ou um verbo, s a segunda vai para o plural. Beija-flor/beija-flores; mata-borro/mata-borres; porta-voz/porta-vozes, guarda-chuva/guarda-chuvas. Quando a palavra formada dois adjectivos gentlicos, o primeiro fica invarivel, no masculino: Luso-espanhol/luso-espanhis; hispano-americana/hispano-americanas. Se o nome composto por forma reduzida de objectivo (elemento invarivel) e um adjectivo, s este ltimo vai para o plural: Ministro social-democrata/ ministros social-democratas; criana recm-nascida/crianas recm-nascidas. Quando o nome composto formado por uma palavra invarivel seguida de nome, s este vai para o plural: Abaixo-assinado/abaixo-assinados; ex-presidente/ex-presidentes; ex-director/ex-directores. Quando o nome composto formado por dois substantivos ligados porpreposio, s o primeiro receber a forma do plural:

Ave-do-paraso/aves-do-paraso;estrela-do-mar/estrelas-do-mar;caminho-de-ferro/caminhos-de-ferro. Quando o nome composto formado por dois substantivos, mas o segundo funciona como determinante, s o primeiro vai para o plural: Navio-escola/navios-escola; palavra-chave/palavras-chave. Alguns nomes compostos, nomeadamente, os que tm verbos, usa-se a mesma forma para o singular e para o plural: O, os bom-sers; o, os limpa-chamins; o, os ourives; o, os lpis; o, os pires; o, os salva-vidas; o, os sem vergonha; o, os sempre-em-p; o, os saca-rolhas. Casos Particulares H substantivos que s se usam no singular: Ferro; cobre; bronze; prata; algodo; aveia; leite; caridade; ignorncia; medicina; prole. H substantivos que s se usam no plural: Algemas; arredores, exquias; frias; npcias, parabns; psames; subrbios; trguas; vveres. ADJECTIVO O adjectivo ser para precisar o significado do nome, ao juntar-lhe as caractersticas do gnero, do nmero e do grau que o delimitam: Gnero: Casa pequena/prdio pequeno Nmero: Casa pequena/casas pequenas. Grau: Casa pequena/ casa mais pequena/ casa pequenssima. A flexo dos adjectivos singular e plural - idntica dos substantivos. Nos adjectivos que designam cores, quando o segundo elemento um nome que indica directamente cor, ambos ficam no singular: Os ladres fugirem em carros verde-garrafa. Convm ter em ateno a colocao do adjectivo na frase e as suas caractersticas especficas: Quando se trata de um cargo pblico, o adjectivo que referencia o pas coloca-se obrigatoriamente, depois do substantivo: Ministro dos Negcios Estrangeiros angolano; Secretria de estado norte-americano. Uso do hfen

Por se tratar de matria da qual frequentemente deriva grande nmero de erros ou, pelo menos hesitaes indicam-se a seguir asa regras mais importantes do emprego do hfen. Em palavras compostas, cujos elementos foneticamente distintos perderam a sua significao prpria, e nos seus derivados. Em nomes constitudos por dois substantivos: Co-lobo; Lcia-lima; erva-ma. Em nomes constitudos por um substantivo e um adjectivo ou por um adjectivo e um substantivo; Amor-perfeito; cabra-cega; verde-mar; cavalo-marinho; salvo-conduto. Em nomes constitudos por dois adjectivos: Verde-escuro; azul-ferrete; verde-alaranjado. Em nomes constitudos por uma forma verbal e um substantivo: Pesa-cartas; guarda-livros; porta-moedas; corta-mato; porta-voz; salva-vidas. Em nomes constitudos por duas formas verbais: Bate-bate: pisca-pisca; ruge-ruge Em nomes constitudos por palavras compostas que, no seu conjunto, formam um sentido absolutamente distinto do dos seus elementos de composio Maria-vai-com-as-outras; no-me-toques; capito-de-mar-e-guerra; Nota - No se usa o hfen em palavras aglutinadas em que se perdeu por completo a noo de composio: Pontap; madressilva; cantocho. Nos prprios compostos quando formados por: adjectivo gro, gr e um outro elemento: Gro-Vasco; Gr-Bretanha; Gr-Cruz. Um verbo e um substantivo: Tira-Dentes; Nomes prprios simtricos; Austra-Hungria; Cracia-Eslovnia. Nomes prprios a que correspondem nomes comuns idnticos: sul-africanos; luso-africano; luso-brasileiro. nomes ligados por artigo:

Albergaria-a-Velha; Montemor-o-Novo. Nos gentlicos: cabo-verdianos; nova-iorquinos; vila-realenses. Com os verbos conjugados com formas pronominais de complemento quando estas formas se encontram intercaladas ou imediatamente a seguir aos verbos: disse-me; t-lo-s; leva-o. A seguir das formas monossilbicas do verbo haver, quando ligados preposio de : hei-de; ho-de.

Entre o adverbio eis e os pronomes; Ei-lo; ei-las; eis-me. Ainda temos casos especficos a considerar, com as respectivas regras fundamentais, relativas ao emprego do hfen, quando s palavras derivadas por prefixao. Assim, usa-se o hfen: Em vocbulos em que entrem prefixos dotados de acentuao prpria: recm-vindo ; ps-escrito; pr-fabricado. Depois dos prefixos ab-, ad-, ob-, quando seguidos de -r que no forme grupo consonntico com a consoante do prefixo: ab-rogatria; ad-rogar; ob-rogar. Depois dos prefixos ante-, entre-, sobre-, quando o segundo elemento possu vida parte e comea por h: ante-histrico; entre-hostil; sobre-humano. Depois dos prefixos anti, arqui-, semi-, quando o segundo elemento possui vida independente e comea por h, i, r ou s: anti-hipntico; arqui-irmandade; semi-recto; semi-selvagem. Depois dos prefixos; auto-, contra-, extra-, infra-, intra-, proto-, pseudo- ultra-, quando o segundo elemento possu vida independente e comea por vogal, h, r ou s: auto-infeco; contra-relgio; extra-humano; infra-estrutura; intra-secular; neo-escolstico; neo-helenismo; proto-histria; pseudo-sbio; supra-sensvel; ultra-rpido. Depois dos prefixos bem-, com-, mal-, quando o segundo elemento possui vida parte e comea por vogal ou h:

bem-aventurado; com-herdeiro; mal-agradecido. Depois dos prefixos circum-, quando o segundo elemento possui vida independente e comea, por vogal, h, m, n: circum-adjacente; circum-hospitalar; circum-murado; circum-navegao. Depois do prefixo co-, quando este significa unio, e o segundo elemento possui vida parte: co-administrador; co-ru; co-herdeiro. Depois do prefixo ex-, quando este exprime anulao ou afastamento: ex-aluno; ex-ministro; ex-presidente; ex-scio. Depois dos prefixos hiper-, inter-,super-, quando o segundo elemento possui vida autnoma e comea por h ou r, se este ltimo no forma grupo com o r do prefixo: Hiper-humano; inter-regional; a super-requintado. Depois do prefixo sem-, quando este prefixo conserva a sua pronncia habitual e o segundo elemento possui vida independente: sem-cerimnia; sem-famlia; sem-razo; sem-vergonha. Depois dos prefixos sota-, soto -, vice -, vizo-: Sota - piloto; soto - capito; vice - campeo; vice-cnsul; vice-rei; vizo-rei. Depois do prefixo sub-, quando o segundo elemento possui vida parte e comea por b,h ou r que no forme grupo com o b do prefixo: sub-bibliotecrio; sub-humano ; sub-rogar. Emprego da maiscula inicial Em comeo de frase ou citao directa:

A Manuela disse: -Vou j para casa. Nos nomes de pessoas (antropnimos) e cognomes:

Jos de Carvalho; D. Alexandre, o Conquistador. Nos nomes mitolgicos e astronmicos:

Jpiter; Marte; Vnus; Sol; Lua, Cruzeiro do Sul. Nos nomes geogrficos (topnimos e de vias pblicas):

Angola; frica; Havana, Paris, Londres; Bairro Popular; Av. Comandante Gika. Nos nomes de pontos cardeais e colaterais quando designam regies:

Leste europeu. Ateno: escrevem-se com maisculas, quando indicam direces ou limites geogrficos: Angola est limitada a norte e a leste pelo RDCongo. Nomes relativos a pocas, festas ou dias sagrados:

Renascimento; Natal; Carnaval; Pscoa. Nos nomes de acontecimentos importantes:

Caso-Trilies; Projecto Ocavango; Realismo. Nos nomes em que se atribui grande relevo:

o pico ( Cames) : o Mestre (Jesus Cristo). Nos nomes de artes e cincias quando designam disciplinas escolares:

O meu professor de Histria foi Grcia; Ela frequenta o curso de Engenharia. Nos nomes (abreviados ou no), adjectivas e pronomes em que existe um tratamento de grande respeito:

Presidente da Repblica; Ministro da Educao; V.Ex ou Vossa Excelncia; Amemo-l O (a Deus). Pontuao A lngua escrita serve-se da pontuao para dar ao texto a compreenso, a clareza e a expressividade que, na lngua falada, resultam dos recursos rtmicos e meldicos (pausas e entoao). Os sinais de pontuao podem dividir-se em trs grupos: Os que marcam as pausas; o ponto (.); a vrgula (,); o ponto e vrgula (;).

Os que marcam a melodia, a entoao; o ponto de interrogao (?); o ponto de exclamao (!); as reticncias ( ); os dois pontos (:). Os sinais de insero: o travesso (-): os parnteses ( () ); os parntesis rectos ou colchetes; as aspas ou comas ( ). O texto jornalstico utiliza muito raramente o ponto e vrgula, o ponto de interrogao, sendo, por isso, a pontuao mais usada a seguinte: O ponto (.) Marca o fim de uma frase e a passagem frase seguinte, depois de uma pausa longo: A voz empurrava o espao para dentro, criava assunto. , Mia Couto, Cronicando. Indica abreviaturas: Exmo. Sr. Dr. Pedro da Silva.

Marca a entrada de um novo elemento numa listagem: indicaes a comunicar aos alunos, na prova de Portugus, amanh: . ler atentamente o enunciado, . elaborar as respostas, .escrever com cuidado . . . A Virgula (,) Pe em relevo os elementos seguintes: O vocativo, podendo aparecer no incio, no meio ou no fim da frase: Cuidado com a lngua, meu poeta. , Jorge Amado, Tieta do Agreste. O aposto ou qualquer elemento de valor meramente explicativo: -Adeus, tia... Tieta! , Jorge Amado, Tieta do Agreste. O complemento adverbial quando colocado em ordem inversa: Mesmo as cegas, a Justia instaurou-me um processo. Aquilino Ribeiro, O Malhadinhas. O nome do lugar, nas datas: Kuito, 09 de Maro de 1962. A orao subordinada adverbial, principalmente, quando anteposta principal. Se pudesse mudar-se, gritaria bem alto que o roubavam. , Graciliano Ramos, Vidas Secas. A orao intercalar: Mas no dia seguinte, como disse, encontrei-me na serra com companheiros de escola. , Virglio Ferreira, Signo Sinal. Ficou transida, quando a guerra varou a cidade, mas logo reagiu como era preciso trabalhar, se quisesse sobreviver. , Henrique da Senna Fernandes, a Tancareira. A orao relativa explicativa: A juruti, que divaga pela floresta, ouve o terno arrulho do companheiro. , Jos Alencar, Iracema. Aquele ser gesto, que o Largo da Matriz conhecia h vinte anos, dava alada a rpida aparncia de uma clareira de selva que deixa passar o elefante pesado e soberano. , Vitorino Nemsio, Mau Tempo no Canal. As oraes infinitivas gerundivas e participais quando equivalentes a oraes adverbiais: Distrado com a tarefa, no reparei que me distanciava dos outros, embrenhando-me cada vez mais no meio do mato. , Fernando Sabino, O Menino no Espelho.

Os dois pontos (:) Empregam-se para: introduzir as falas do discurso directo

Eu esbofeteei-o, gritando: - mentira! Tu queres tirar-ma! , Jorge de Sena, Sinais de fogo apresentar uma enumerao:

outras coisas que no estavam presentes tambm lhe faziam saudades dela: os livros, as guardes, as noites de luar, os dias de festa , Almada Negreiros, Nome de Guerra. indicar citaes:

Antnio ia a repetir Por aquela vereda , mas Clemente atalhou ( ) , Fernando Namora, A Noite e a madrugada. sugerir a explicao, a causa, a consequncia:

- No esqueas, patro. A riqueza como o sal: s serve para temperar. , Mia Couto, Terra Sonmbula. -Estou a falar a srio. Tens de escolher: ou ele ou eu. , Pepetela, O co E OS Caluandas. O travesso (-) Emprega-se no discurso directo, para introduzir as falas e para separa-las das palavras do discurso indirecto que se intercalam: -No v envergonhado -acudiu Calisto Eli - que eu que me hei-de forrar vergonha de dizer que V. Ex veio c. , Camilo Castelo Branco, A Queda dum Anjo. Para separa determinada orao, expresso ou palavra que se quer colocar em destaque ou em aparte:

depois, no sbado seguinte, Carlos ao voltar do jantar dos Gouvarinhos que fora - excelente - contou-lhe a conversa que tivera com a senhora condessa. , Ea de Queirs, os Maias. Os parnteses ( ( ) ) Fornecem ao leitor, vrias indicaes ou maneiras de pensar e de ver, comunicam numa reflexo sobre o assunto ou assinalam a origem de uma citao e siglas: Janeiro (domingo). No, no tenho nada a dizer , Virglio Ferreira, Conta Corrente 2. Comit Olmpico Internacional (COI) Os parnteses Rectos ou colchetes Indicam, num texto as intervenes estranhas ao autor:

26 de Junho de 1874.

Caro Oliveira Martins. Escrevo-lhe da Terceira. Aqui nos Aores h um provrbio que reza: So Miguel, burgueses ricos; terceira, fidalgos pobres; Faial, contrabandistas espertos , Vitorino Nemsio, Mau tempo no Canal. As aspas ou comas ( )

Colocam-se no princpio das frases ou palavras que so citaes de outros contextos, com a inteno de salientar: Cantando espalharei por toda a parte , Lus de Cames, Os lusadas. Ateno: a utilizao das aspas pode resultar no efeito oposto ao sentido natural da palavra: Ele muito inteligente equivale a sugerir que ele estpido. Concordncia na frase Os verbos so as palavras que exprimem a aco, as qualidades, apresentando a flexo de nmero, pessoa, modo, tempo, aspecto e conjugao. Concordncia em nmero Se o sujeito (nome) est antes do predicado, o verbo vai para o plural:

O fotgrafo, o redactor a e o chefe de redaco apresentaram-se Ele era um dos que vibravam com a vitria Se o sujeito est depois do predicado, o verbo vai para o plural, ou pode optar-se pelo singular ou pelo plural, se o elemento mais prximo for do singular : Apresentaram-se o fotgrafo, o redactor e o chefe de redaco Concordncia em pessoa: Eu, tu e o motorista vamos acompanhar a visita do ministro Se um dos elementos da segunda pessoa, e no h nenhuma da primeira, o verbo fica na segunda pessoa: Tu e o tcnico ides inaugurao da Feira do Livro Se s h elementos da terceira pessoa, ficar na terceira pessoa:

Ele e o tcnico vo conferncia de Imprensa. Expresses partitivas Quando o sujeito constitudo por uma expresso partitiva ( a maioria, uma percentagem, uma boa parte, dois teros; metade, um pouco ), o verbo usa-se no singular: Cinquenta e um por cento continua a apoiar o partido ; metade quer adeso

Quando o sujeito constitudo por uma expresso partitiva e por um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ir para o singular para o plural: Oitenta e dois por cento dos entrevistados afirmou ou Oitenta e dois por cento dos entrevistados afirmaram

Concordncia do Verbo com O Nome Predicativo do Sujeito H casos em que o verbo no concorda com o sujeito, mas sim, com o seu nome predicativo do sujeito, no plural: Quando os substitutos isto, aquilo, tudo, que ou expresses com o resto, o mais so sujeito de ser ou parecer: Isto so mentiras; tudo eram lgrimas e ranger de dentes; O que sinto so saudades Quando verbo ser se equivale a ser constitudo por:

O destino dele so os grandes xitos Quando o verbo ser se emprega impessoalmente:

Hoje so 13 de Julho Concordncia de verbo Ser O verbo ser fica no singular quando o sujeito uma expresso numrica que se consideras na sua totalidade: Cinquenta e um feridos o resultado de um acidente ; 10 anos muito tempo O verbo ser vai para o plural:

Quando o sujeito um dos pronomes isto, isso, aquilo, tudo, o (=aquilo) e o predicativo vem expresso por um substantivo plural: Tudo na vida so verdades ; o que h de novo nelas so as cores. Quando o sujeito uma expresso de sentido colectivo com o resto, o mais: O resto so casos sem importncia; O mais so cantigas

MODOS DE ENUNCIAO

Discurso Directo

O discurso directo a transmisso textual da fala de algum. No discurso directo a personagem apresenta, ela mesma, as suas prprias palavras. O Discurso directo permite a actualizao dos factos, devido sua linguagem viva e expressiva. - Acabei por lhe virar as costas. certo que a actualizao delicada, uma pessoa no sabe o que deve fazer. Artur Pestana (Pepetela), Mayombe Discurso Indirecto O discurso indirecto o narrador inclui no seu prprio discurso asa palavras ou pensamentos de outrem. Ela disse que Andrezinho fora sempre luntico. Ela disse que Papai lhe perguntara sempre se ele ainda andava na lua , Baltazar Lopes, Chiquinho A lavadeira disse mal humorada o que sabia da doena, e perguntou-lhe quem era. A curiosa respondeu que era de alm-tmega, e viera quela freguesia por causa de um sonho que tivera. , Camilo Castelo Branco, Novelas do Minho

PARTICULARIDADES E DIFICULDADES DA LINGUAGEM Enumeram-se as diferenas entre algumas palavras ou expresses: /H (a+a). Trata-se da preposio a contrada com o artigo a : O Joo foi escola. H. Trata-se do verbo haver. No mar h peixes . Abaixo/Abaixo de/ A baixo O barco navegava rido abaixo (adverbio de lugar); Abaixo a fome! (interjeio). Angola est abaixo do Brasil quanto ao crescimento econmico (locuo prepositiva). Conferiu todo o arquivo de alto a baixo (a+baixo). Acerca de/ Cerca de/ H cerca de Eles falaram acerca das vantagens do Kwanza (a respeito de). Estiveram presentes cerca de cem pessoas . (aproximadamente). Ela ganhou o torneio h cerca de um ano (haver+acerca de). Acidente/incidente Acidente o que casual, fortuito; desastre, acontecimento infeliz de que resulta ferimento, dano, estrago, prejuzo. Incidente o que ocorre, sobrevm, uma circunstncia casual, um episdio. Aderncia/Adeso Aderncia significa ligao, fixao: Os pneus devem garantir a aderncia nas curvas . Adeso significa apoio, concordncia: A greve teve cem por cento de adeso . Aerbio/ Aerbica Aerbio, um organismo microscpico que necessita de oxignio livre para viver. Aerbica, uma ginstica que activa a respirao e a oxigenao dos tecidos pela execuo de movimentos rpidos ao ritmo de msica. A fim de/ Afim A fim de, significa com o objectivo de. O Ministro foi televiso a fim de esclarecer as pessoas .

Afim um adjectivo que indica a ideia de semelhana, parentesco, afinidade. Pode dizer-se que so casos afins. Algum/ Nenhum - Conforme a sua colocao e o seu valor na frase: Anteposto a um substantivo, algum tem valor positivo. o contrrio de nenhum: Com ele posso arranjar alguma coisa ; No havia nele nenhuma vaidade . Proposto a um substantivo, algum assumiu, na Lngua contempornea, significao negativa, mais forte do que a expressa por nenhum. Em geral, o indefinido adquire este valor em frases em que j existem formas negativas com no, nem, sem: J no trabalhava naquela rdio e no tinha pressa alguma em Reforado por negativa, nenhum pode equivaler ao indefinido um: Este Jornalista no foi nenhum coordenador de seco ; No escreveu, que eu saiba, livro algum Ao encontro de/ De encontro a Ao encontro de significa unio, aproximao: A deciso do tribunal veio ao encontro das expectativas da populao . De encontro a implica uma ideia de choque, de contra: Quando se despistou o carro foi de encontro ao muro . Apelar a/A pelar para Apelar a significa pedir: O orador apelou aos presentes para que participem no peditrio . Apelar para significa defender, recomendar com insistncia. A empresa apelou para a boa compreenso e cooperao de todos . Assassinato/Assassnio Assassinato um galicismo, cada vez mais utilizado na linguagem corrente. Deve utilizar-se a forma assassnio. Atentamente/Atenciosamente Atentamente: advrbio de modo que significa com ateno : Ouvir atentamente as instrues . Atenciosamente significa com delicadeza e cortesia , usa-se como frmula de fecho em correspondncia formal ou comercial, antes da assinatura. Aumentar deve dizer-se O preo aumentou vinte Kwanzas e no O preo aumentou de vinte Kwanzas . Bianual/ Bienal Bianual, que ocorre duas vezes por ano. Bienal, que tem lugar de dois em dois anos. Cheque/Xeque - Cheque de banco: Assinar o cheque . Xeque do Xadrez: Xeque-mate . Ttulo rabe: O Xeque entrou na tenda . Com certeza - concerteza um termo incorrecto: Era com certeza o filho que tocara com mestria (com efeito). Contudo/Com tudo Ela trabalhou muito, contudo no cumpriu o prazo : (Conjuno adversativa com sentido de mas, porm). Fizeram a receita com tudo descriminado, com todos os ingredientes (preposio com + pronome indefinido tudo, todo, toda, todos, todas). Convencido/Convicto As duas palavras significam a mesma coisa: que no tem dvidas, persuadido. Deve usar-se de preferncia convencido.

Debaixo/De Baixo/ Debaixo de Sai debaixo . (advrbio de lugar). A gua era muita, surgia de cima e de baixo (locuo adverbial). A toalha est debaixo do prato (locuo prepositiva). Descrio/ Discrio Descrio o acto de descrever. Discrio sinnimo de reserva, modstia. Dia a dia/ Dia-a-dia - Dia a dia, significa diariamente. Dia-a-dia um substantivo e significa o quotidiano, o correr dos dias. Embaixatriz/Embaixadora Embaixatriz a esposa do embaixador. Embaixadora a mulher que representa, ao mais alto nvel, um Estado junto do outro. Emergir/ imergir - Emergir vir tona. Imergir mergulhar. Emigrante/ Imigrante - Emigrante a pessoa que vai procurar trabalho ou fortuna noutro pas. Imigrante a pessoa que entra num pas estranho a fim de nele se estabelecer. Eminente/Iminente - Eminente significa alto, elevado, superior: um cientista eminente . Iminente significa sobranceiro, impendente, que ameaa cair sobre algum ou sobre alguma coisa uma desgraa iminente Enfim/ em fim at que enfim, acabaste (advrbio de tempo com sentido de por fim). ela est em fim de carreira (preposio em+nome+preposio de). Estada/Estadia O falante comum utiliza as duas formas indistintamente, com preferncia pela ltima. Estada sinnimo de permanncia, e estadia o tempo da escala de um navio num porto. Estratego/estratega so sinnimos., ambos do gnero masculino da palavra estrategista, aquele que versado em estratgia, isso , em cincia das operaes militares. Estrato/Extracto - Os vrios estratos do terreno foram avaliados (camada, faixa). O extracto, que ele leu, pertencia Relquia de Ea de Queirs ( retirada de). Garante/Garantia Garante a pessoa que garante, que afiana, que se responsabiliza por alguma coisa. Garantia a fiana, a responsabilidade, a segurana aquilo que garante. Haver/ A ver No deve haver tubares na praia . Os homens esto a ver os pescadores

Impacte/ Impacto - Deve utilizar-se a forma impacto. Indiano/ndio - Indiano o natural da ndia. ndio refere-se ao aborgene da Amrica. Infligir/Infringir - Infligir aplicar uma pena, um castigo. Infringir desrespeitar. Intercepo/Intercesso/Interseco - Intercepo, de interceptar, por de premeio: O Akw fez uma boa Intercepo . Intercesso, de interceder, pedir por outrem: A intercesso da polcia salvou-lhe a vida . Interseco, de interseccionar, significava fazer corte; H uma interseco nas linhas . Macio Compacto, espesso, o que no oco. Substantivo que indica um conjunto de montanhas, uma formao eruptiva. No confundir com a expresso em massa : Houve uma votao em massa ( E, no macia) naquele partido A palavra massivo(a) no existe.

Onde/Aonde. Onde designa quietao: A cidade onde eles residem . Aonde - exprime movimento: Aonde vo eles? . Percussor/Precursor - Percussor, o mesmo que percutor, que ou aquilo que percurte; pea me tlica pontiaguda que, numa arma de fogo embate na cpsula e provoca a deflagrao; que bate; que fere; usada para percurtir O percutor da pistola . Precursor, que ou aquilo que corre antes (pr+correr); que anuncia antecipadamente; que precede algo que vem imediatamente a seguir; pessoa que precede algum ou alguma coisa: Foi precursor do surrealismo ; A mquina a vapor precusora da revoluo industrial . Porque/Por que - Porque, conjuno causal, causa, motivo: No assistiu ao filme, porque no gostava dos actores . Por que, preposio+pronome relativo, pela qual razo: No seu por que no comeste a ma . Portanto/ Por tanto Portanto, conjuno conclusiva com sentido de por conseguinte: A Obra est concluda, portanto vai-se celebrar . Por tanto, preposio por+tanto/a: Ficou emocionado por tanta beleza que viu na cidade . Se no/Seno - Se no, conjuno condicional se + advrbio no: Se no ficar doente, viajo amanh . Seno: Despacha-te seno perdes o comboio (quando no); O professor no disse seno uma palavra (apenas); No tinha outra caneta seno a verde (excepto); A Cidade do Lobito tem um seno (Contra). Sobretudo/Sobre tudo A Isabel fez todas as tarefas, sobretudo as mais difceis (advrbio com sentido de acima de tudo). No Inverno, deve-se vestir o sobretudo (pea de vesturio). A Assembleia esclareceu sobre tudo o que se tem vindo a especular (preposio sobre+pronome indefinido tudo, todo, toda ). As dificuldades encontram-se, igualmente, ao nvel da origem, da grafia e do significado. Enumera-se um conjunto de palavras inseridas em exemplos, com essas caractersticas. Palavras com a mesma pronncia, mas grafia e significados diferentes (Palavras Homfonas). Os casos mais frequentes so palavras que se escrevem com: c, , ss e s com s e com z. Acento/Assento - Esta palavra no tem acento . O assento da bicicleta est muito alto . Ao/Asso Esse barco feito de ao . Espera um pouco enquanto eu asso um frango .

Cegar/Segar - Cegar os olhos . Segar as espigas . Cela/ Sela - Fecharam-no na cela da priso. Monta a sela no cavalo . Censo/Senso- Responder ao censo obrigatrio . No tens senso no que dizes . Concelho/Conselho - O concelho de Novo Redondo tem muitas obras em curso . Dou-te um conselho, gratuito . Coser/Cozer Estive a coser as meias . Vou cozer bacalhau para o almoo .

Dose/Doze - Era uma dose de comida que dava para dois . Eram doze para comer .

Era/Hera Essa/Ea Ns/Noz

Era uma vez um menino : Tens de arrancar aquela hera . Essa obra foi escrita por Pepetela . Ea de Queirs era um escritor portugus do sculo XIX . Ns gostamos muito de ti . O bolo de noz estava muito bom, .

Ora/Hora - Ora, l estaremos dentro de uma hora . Pao/Passo O pao episcopal . Passo o dia a trabalhar .

Vs/Vez- Vs aquela pombo? . a tua vez de jogar . Vs/Voz A vs digo: ele est sem voz .

Palavras com grafia semelhante, mas com pronncia diferente (Palavras Homgrafas).

Cor - Sapalo recitou o poema de cor (=). A cor deste tablide espectacular (=). Sede - A empresa tem sede em Luanda . (=). Este calor faz-me sede (=). Lobo - O acidente provocou-lhe uma leso no esquerdo (=). Ontem ouvi um lobo a uivar (=). Pregar - Vou pregar a estante (=e). Vieram pregar uma religio (=). Para - Para atingir a meta o atleta no pra (=a) (=). Palavras parecidas, tanto na escrita como na pronncia (palavras Parnimas). Os casos mais frequentes so o de palavras que s diferem em escrever-se se com e ou i, ou em escrever com o ou u . Despensa/Dispensa Pe as compres na despensa (local). O soldado tem dispensa, sbado! (licena).

Perfeito/Prefeito - O Jorge perfeito (sem defeito). (O Teodoro prefeito no Colgio . (vigilante). Comprimento/ Cumprimento do chefe . Vamos medir o comprimento da sala . Recebeu um inesperado cumprimento

Descrio/Discrio - Ele fez uma descrio perfeita da viagem . Ele tem muita discrio em tudo o que faz . Mortal/Murtal O golpe foi mortal . Vou ver as murtas naquele murtal .

Mungia/Mugir - Enquanto a senhora mungia a vaca, ela no parou de mugir . Crer/ Querer - Crer acreditar . Querer desejar . Moral/Mural Vou pintar um mural . Ele no tem moral nem educao .

Palavras iguais na grafia e na pronncia, mas com significado e origem diferentes (Palavras Homnimas).

Amo - Amo a minha mulher . O meu amo est de frias . Cabo - Ele era cabo na tropa . Fui ver o mar aquele cabo . Canto - Aquele canto da sala escuro . O canto daquele pssaro muito bonito .

Cura - Ele o cura da parquia . A cura para o cancro est cada vez mais prxima . Livro - Estive a ler um livro . No te livro desse problema . Ns - Ns vamos ao cinema . Faz os ns para amarrar o barco . Rio - Eu rio, com prazer, da pea de teatro . O rio Kwanza nasce no Munbu . So - Tem um corpo so . So rosas as flores que trago . So Francisco era um homem bom . Vaga - A uma vaga para o curso de medicina . A vaga era to grande que virou o barco . Vale Aquele vale fascinante . Essa moeda no vale nada .

Particularidades no uso de alguns numerais Numerais multiplicativos Usam-se asa formas duplo ou dobro, e triplo. As restantes formas so eruditas e geralmente substituem-se pelo cardinal respectivo seguido da palavra vezes : Quatro vezes, cinco vezes, etc. Numerais colectivos So aqueles que, mesmo no singular, indicam um grupo de seres e equivalem a substantivos; Os rapazes formaram um quinteto (cinco elementos). O quarteto era de cordas (quatro elementos). Numerais ordinais 100- Cem/cento/centena - Cem. Emprega-se quando seguido de um nome ou de um nmero superior: cem casas; Cem mil pessoas . Cento. Usa-se quando se segue um numeral inferior; Cento e vinte pessoas . Centena. Grupo de cem unidades, corresponde a dez dezenas. 1 000- mil/milhar - Mil . Grupo de mil unidades, tambm designado por milhar - corresponde a dez centenas ou cem dezenas. 1 000 000 000-Mil milhes. Billion nos EUA corresponde ao mesmo valor, na Inglaterra corresponde a milliard. Em francs usa-se billion e milliard. 1 000 000 000 000 Bilio. Trillion nos EUA, billion no Reino Unido e trillion em Frana. Numerais ordinais Estes numerais indicam o ltimo lugar numa srie: Numerao rabe 1 2 Cardinais Um, uma Dois, duas Ordinais Primeiro Segundo

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 20 30 40 50 60 70 80 90 100 101 200 300 400 500 600 700

Trs Quatro Cinco Seis Sete Oito Nove Dez Onze Doze Vinte Trinta Quarenta Cinquenta Sessenta Setenta Oitenta Noventa Cem Cento e um Duzentos Trezentos Quatrocentos Quinhentos Seiscentos Setecentos

Terceiro Quarto Quinto Sexto Stimo Oitavo Nono Dcimo Undcimo, dcimo primeiro Duodcimo, dcimo primeiro Vigsimo Trigsimo Quadragsimo Quinquagsimo Sexagsimo Septuagsimo Octogsimo Nonagsimo Centsimo Centsimo primeiro Ducentsimo Tricentsimo Quadringentsimo Quingentsimo Sexcentsimo Septingentsimo

800 900 1000 10000 1000000

Oitocentos Novecentos Mil Dez mil Milho

Octingentsimo Nongentsimo Milsimo Dcimo milsimo Milionsimo

O Atleta angolano ficou em nonagsimo lugar da 1 etapa (90).