portugues pmpe

246
Como interpretar textos É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relacionadas a textos. TEXTO – é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

Upload: eriton-dyogo

Post on 09-Jul-2016

39 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Apostila Pm PE

TRANSCRIPT

Page 1: Portugues PMPE

Como interpretar textos

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos.

Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relacionadas a textos.

TEXTO – é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-se as idéias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das

Page 2: Portugues PMPE

questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:

1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.

3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

4. RESUMIR – é concentrar as idéias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.

EXEMPLO

TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

"O HOMEM UNIDO ”

A INTEGRAÇÃO DO MUNDOA INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE A UNIÃO DO HOMEMHOMEM + HOMEM = MUNDOA MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR

Page 3: Portugues PMPE

Fazem-se necessários:

a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;

b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

c) Capacidade de observação e de síntese e

d) Capacidade de raciocínio.

INTERPRETAR x COMPREENDER

INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA

- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR.- TIPOS DE ENUNCIADOS• Através do texto, INFERE-SE que...• É possível DEDUZIR que...• O autor permite CONCLUIR que...• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que...

- INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.- TIPOS DE ENUNCIADOS:•O texto DIZ que...• É SUGERIDO pelo autor que...• De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação...• O narrador AFIRMA...

ERROS DE INTERPRETAÇÃO

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de

Page 4: Portugues PMPE

interpretação. Os mais freqüentes são:

a) Extrapolação (viagem)Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.

b) ReduçãoÉ o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de idéias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.

c) ContradiçãoNão raro, o texto apresenta idéias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conseqüentemente, errando a questão.

OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais.

COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes

Page 5: Portugues PMPE

relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sedo, deve- se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA FRASE.QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR.

QUEM (PESSOA)

CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO.

COMO (MODO)

ONDE (LUGAR)

QUANDO (TEMPO)

QUANTO (MONTANTE)

EXEMPLO:

Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).

Page 6: Portugues PMPE

• VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO, SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e, por força desse hábito cometem-se erros graves como:

- “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O .- “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso

Semântica

O estudo das significações das palavras é um assunto na língua portuguesa exclusivo da Semântica.

No que diz respeito ao aspecto semântico da língua, pode-se destacar três propriedades:

• Sinonímia

• Antonímia

• Polissemia

Sinonímia

Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possuem significado ou sentido semelhante. Vejamos:

1. A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse.2. A menina recusou energeticamente ao pedido para que comesse.3. A mocinha rejeitou impetuosamente ao pedido para que comesse.

Vemos que os substantivos “garota”, “menina” e “mocinha” têm um mesmo significado, sentido, todos correspondem e nos remete à figura de uma jovem. Assim também são os verbos “renunciou”, “recusou” e “rejeitou”, que nos transmite ideia de repulsa, de “não querer algo” e também os advérbios que nos fala da maneira que a ação foi cometida “veementemente”,

“energeticamente” e “impetuosamente”, ou seja, de modo intenso.

Podemos concluir, a partir dessa análise, que sinonímia é a relação das palavras que possuem sentido, significados comuns.

O objeto possuidor da maior quantidade de sinonímias ou sinônimos que existe é, com certeza, o dicionário.

Antonímia

Page 7: Portugues PMPE

Se por um lado sinonímia é o estudo das palavras dos significados semelhantes na língua, antonímia é o contrário dessa definição. Vejamos:

1. A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse.2. A senhora aceitou passivamente ao pedido para que comesse.

Percebemos que “garota” tem significado oposto à “senhora” assim como os verbos “renunciou” e “aceitou” e os advérbios “veementemente” e “passivamente”. Assim, quando opto por uma palavra opto também pelo seu significado que de alguma forma remete a outro sentido, em oposição. Por exemplo, se alguém diz:

“Ela é bela”, quer dizer o mesmo que, “Ela não é feia”.

Ao estudo das palavras que indicam sentidos opostos, denominamos antonímia.

Polissemia ou Homonímia

Uma mesma palavra na língua pode assumir diferentes significados, o que dependerá do contexto em que está inserida. Observe:

1. A menina fez uma bola de sabão com o brinquedo.2. A mãe comprou uma bola de basquete para o filho.3. O rapaz disse que sua barriga tem formato de bola.4. A professora falou para desenhar uma bola.

Constatamos que uma mesma palavra, “bola”, assumiu diferentes significados, a partir de um contexto (situação de linguagem) diferente nas frases, respectivamente: o formato que a bolha de sabão fez; o objeto usado em jogos; o aspecto arredondado da barriga e ainda o sentido de círculo, circunferência na última oração.

Polissemia (poli=muitos e semos= significados) é o estudo, a averiguação das significações que uma palavra assume em determinado contexto linguístico.

Orações Subordinadas Adverbiais

As orações adverbiais se dividem em 9 tipos. Veja a seguir alguns exemplos dos advérbios mais utilizados em cada tipo de oração e seus respectivos exemplos:

ComparativasSão orações que funcionam como um adjunto adverbial de comparação, onde o verbo fica implícito. Conjunções subordinativas comparativas são responsáveis por iniciar essas frases. Esse tipo de oração estabelece uma comparação com a principal.

Mais … que, menos … que, tão … quanto, como.

Exemplo: Laura era mais aplicada na escola que sua irmã.

Exemplo: Fabrício é menos egoísta que seu amigo.

Exemplo: Paulo é tão esforçado quanto a namorada

Page 8: Portugues PMPE

TemporaisSão orações que funcionam como adjunto adverbial de tempo. As conjunções subordinativas temporais ou as locuções conjuntivas subordinativas temporais são responsáveis por inicar as frases desse tipo.Indicam relação de tempo, relacionadas à ação da oração principal.

Enquanto, sempre que, assim que, quando, desde que, logo que.Exemplo: Fico alegre, sempre que vou à casa de meus pais.Exemplo: Ao terminarem o lanche, lavem as vasilhas!Exemplo: Desde que ela foi embora, não soube mais o que era sorrir.

FinaisSão orações que funcionam como adjunto adverbial de finalidade. Sempre são iniciadas por locução conjuntiva subordinativa final ou conjunção subordinativa final. Indicam um fim, propósito ou finalidade à oração principal.

A fim de que, porque, para que.Exemplo: Aqui estamos reunidos, para confraternizarmos.

Exemplo: Estou estudando, a fim de passar no concurso.

Exemplo: Eis o motivo porque estou aqui.

CausaisSão orações que exprimem a causa do fato, funcionando como adjunto adverbial de causa. São iniciadas por uma conjunção subordinativa causal ou uma locução conjuntiva subordinativa causal. Em geral, elas designam a causa ou o motivo da ação expressa na oração principal.

Porque, que, porquanto, por isso que, visto que, visto como, como, já que, pois que, uma vez que.Exemplo: Fernanda está feliz porque conseguiu novo emprego.Exemplo: A professora não saiu porque estava frio.Exemplo: Como estava chovendo, não saímos de casa.

Como diferenciar Orações Coordenadas Explicativas das Orações Adverbiais Causais?

Orações coordenas explicativas: Neste caso, não há relação de causa e efeito entre as orações, mas apenas uma afirmação, justificativa ou explicação da oração principal. As orações são independentes uma da outra, são marcadas por vírgula ou a oração anterior pode vir no modo imperativo. Exemplo: Fiquem quietos, pois estou falando!

Orações subordinadas adverbiais causais: Os advérbios têm sempre a relação causa-efeito com a oração principal e estabelem uma causa ou motivo da ação. Se houver a possibilidade de colocar a segunda frase no início, antecedida por “como”, ela é causal. São orações dependentes uma da outra. Exemplo: Precisava entregar os relatórios em outra cidade, pois não havia ninguém no escritório.

ConcessivasAs orações adverbiais concessivas devem dar ideia de impotência do locutor em relação a ação. São orações que funcionam como um adjunto adverbial de concessão. No geral, são iniciadas por uma conjunção subordinativa concessiva ou uma locução conjuntiva subordinativa concesssiva. Geram uma ideia de oposição em relação à oração principal.

Embora, apesar de, mesmo que, não obstante, conquanto, ainda que, malgrado, se bem que, por mais que, posto que, desde que, por muito que.

Exemplo: Todos foram embora, apesar da festa não ter terminado.

Exemplo: Mesmo que ele vá embora, não correrei atrás dele.

Exemplo: Embora o teste tenha sido fácil, demorei bastante para

Page 9: Portugues PMPE

CondicionaisAs orações adverbiais condicionais devem transmitir a ideia de condição (dependência) e têm a relação de condição-causa em relação à oração principal. São orações que funcionam como adjunto adverbial de condição e são iniciadas por uma conjunção subordinativa condicional ou uma locução conjuntiva subordinativa condicional.

A não ser que, contanto que, se, caso, a menos que, desde que, senão, exceto se, sem que, uma vez que.Exemplo: Se o jogo for ruim, não animará a torcida.Exemplo: Caso tivesse concluído o dever de casa, teria saído para brincar.Exemplo: Desde que se esforce, será aprovado no vestibular.ProporcionaisSão orações que funcionam como um adjunto adverbial de proporção, ou seja, são iniciadas por uma locução conjuntiva subordinativa proporcional. Expressam ou indicam uma relação de proporção à ideia principal.

Quanto, à medida que, à proporção que, ao passo que

Exemplo: À proporção que o tempo passava, ela ia ficando mais bela.

Exemplo: O barulho aumenta à medida que as pessoas chegam.

Exemplo: Quanto mais você fuma, mais perto fica da morte.

ConformativasSão orações que indicam a maneira ou modo como ocorreu a ação da oração principal. Sua finalidade é estabelecer uma ideia de conformidade ou acordo. Funcionam como adjunto adverbial de conformidade, sendo iniciadas por uma conjunção subordinativa conformativa ou uma locução conjuntiva subordinativa conformativa.

Conforme, como, segundo, consoante, em consonância com que, de modo que, assim como, bem como, de maneira que, de forma que, do mesmo modo que.Exemplo: Construímos nossa escola, segundo as especificações dadas pela prefeitura.Exemplo: Conforme combinamos há duas semanas, eis os documentos.Exemplo: Como eu havia lhe orientado, o avião já decolou.ConsecutivasSão orações que funcionam como adjunto adverbial de consequência e são iniciadas por uma conjunção subordinativa consecutiva. Orações adverbiais consecutivas devem dar a ideia de consequência. Essa oração subordinada é uma consequência da oração principal.

Tão que, tal que, tanto que, tamanho que, de forma que.

Exemplo: Comecei o dia tão bem que fui trabalhar contente.

Exemplo: Ele fala tão baixo, que todos precisam se calar para ouvir.

Exemplo: Juliana bebia tanto que foi pega no bafômetro.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Obs: “na medida que” não existe!

Page 10: Portugues PMPE

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo:

art-ista brinc-a-mos cha-l-eira cachorr-inh-a-s

A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas.

Vamos analisar a palavra "cachorrinhas":

Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:

cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o

significado. inh - indica que a palavra é um diminutivo

a - indica que a palavra é feminina

s - indica que a palavra se encontra no plural

Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.

Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc.

São elementos mórficos:

1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos

2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros

3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônico

4) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos5) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros

6) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos

Page 11: Portugues PMPE

Saiba que:

Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:Se o substantivo denota ação, será palavraderivada, eo verbo palavra primitiva.

Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.Vamos observar os exemplosacima: compra ebeijo indicam ações, logo, são palavrasderivadas. O mesmo não ocorre, porém, com apalavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.

7) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos

8) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros

9) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.

Derivação Regressiva

Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução.

Exemplos:

comprar (verbo) beijar (verbo)

compra(substantivo) beijo (substantivo)

Page 12: Portugues PMPE

Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir deverbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja:

o portuga (de português) o boteco (de botequim)o comuna (de comunista)

Ou ainda:

agito (de agitar) amasso (de amassar) chego (de chegar)

Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: formao substantivo a partir do verbo.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:

1) Os adjetivos passam a substantivosPor Exemplo:Os bons serão contemplados.

2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivosPor Exemplo:Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.

3) Os infinitivos passam a substantivosPor Exemplo:O andar de Roberta era fascinante.O badalar dos sinos soou na cidadezinha.

4) Os substantivos passam a adjetivos

Por Exemplo:

O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio resolveu o problema.

Page 13: Portugues PMPE

5) Os adjetivos passam a advérbiosPor Exemplo:Falei baixo para que ninguém escutasse.

6) Palavras invariáveis passam a substantivosPor Exemplo:Não entendo o porquê disso tudo.

Page 14: Portugues PMPE

7) Substantivos próprios tornam-se comuns.

Por Exemplo:

Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria".

Composição

Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:

Composição por Justaposição

Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.

Exemplos:

passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor

Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.

Composição por Aglutinação

Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.

Exemplos:

embora (em boa hora)fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre) hidrelétrico (hidro + elétrico)planalto (plano alto)

Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.

Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:

auto - por automóvelcine - por cinema

Page 15: Portugues PMPE

a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-

a-, an-: Afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos: anônimo, amoral, ateu, afônicoana- : Inversão, mudança, repetição. Exemplos: analogia, análise, anagrama, anacrônicoanfi- : Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. Exemplos: anfiteatro, anfíbio, anfibologiaanti- : Oposição, ação contrária. Exemplos: antídoto, antipatia, antagonista, antítese

micro - por microcomputadorZé - por José

Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas)

Hibridismo

Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.

Por Exemplo:

auto (grego) + móvel (latim)

Onomatopeia

Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres.

Exemplos:

miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

Prefixos

Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical.

Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande utilidade na formação de novas palavras. Veja os exemplos:

Prefixos de Origem Grega

Page 16: Portugues PMPE

apo- : Afastamento, separação. Exemplos:

apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia

arqui-, arce- : Superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos:

arquiduque,arquétipo, arcebispo, arquimilionário

cata- : Movimento de cima para baixo. Exemplos:

cataplasma, catálogo, catarata

di-: Duplicidade. Exemplos:

dissílabo, ditongo, dilema

dia- : Movimento através de, afastamento. Exemplos:

diálogo, diagonal, diafragma, diagrama

dis- : Dificuldade, privação. Exemplos :

dispneia, disenteria, dispepsia, disfasia

ec-, ex-, exo-, ecto- : Movimento para fora. Exemplos:

eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo

en-, em-, e-: Posição interior, movimento para dentro. Exemplos:

encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo

endo- : Movimento para dentro. Exemplos:

endovenoso, endocarpo, endosmose

epi- : Posição superior, movimento para. Exemplos:

epiderme, epílogo, epidemia, epitáfio

eu- : Excelência, perfeição, bondade. Exemplos:

eufemismo, euforia, eucaristia, eufonia

hemi- : Metade, meio. Exemplos:

hemisfério, hemistíquio, hemiplégico

hiper- : Posição superior, excesso. Exemplos:

hipertensão, hipérbole, hipertrofia

hipo- : Posição inferior, escassez. Exemplos:

hipocrisia, hipótese, hipodérmico

Page 17: Portugues PMPE

meta- : Mudança, sucessão. Exemplos: metamorfose, metáfora, metacarpopara- : Proximidade, semelhança, intensidade. Exemplos: paralelo, parasita, paradoxo, paradigmaperi- : Movimento ou posição em torno de. Exemplos: periferia, peripécia, período, periscópiopro- : Posição em frente, anterioridade. Exemplos: prólogo, prognóstico, profeta, programapros- : Adjunção, em adição a. Exemplos: prosélito, prosódiaproto- : Início, começo, anterioridade. Exemplos: proto-história, protótipo, protomártirpoli- : Multiplicidade. Exemplos: polissílabo, polissíndeto, politeísmosin-, sim- : Simultaneidade, companhia. Exemplos: síntese, sinfonia, simpatia, sinopsetele- : Distância, afastamento. Exemplos: televisão, telepatia, telégrafo

a-, ab-, abs- : Afastamento, separação. Exemplos: aversão, abuso, abstinência, abstraçãoa-, ad- : Aproximação, movimento para junto. Exemplos: adjunto,advogado, advir, apostoante- : Anterioridade, procedência. Exemplos: antebraço, antessala, anteontem, antever ambi- : Duplicidade. Exemplos:ambidestro, ambiente, ambiguidade, ambivalente ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato ou ação. Exemplos:

Prefixos de Origem Latina

Page 18: Portugues PMPE

benefício, bendito

bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos:

bisneto, bimestral, bisavô, biscoito

circu(m) - : Movimento em torno. Exemplos:

circunferência, circunscrito, circulação

cis- : Posição aquém. Exemplos:

cisalpino, cisplatino, cisandino

co-, con-, com- : Companhia, concomitância. Exemplos:

colégio, cooperativa, condutor

contra- : Oposição. Exemplos:

contrapeso, contrapor, contradizer

de- : Movimento de cima para baixo, separação, negação. Exemplos:

decapitar, decair, depor

de(s)-, di(s)- : Negação, ação contrária, separação. Exemplos:

desventura, discórdia, discussão

e-, es-, ex- : Movimento para fora. Exemplos:

excêntrico, evasão, exportação, expelir

en-, em-, in- : Movimento para dentro, passagem para um estado ou forma, revestimento. Exemplos:

imergir, enterrar, embeber, injetar, importar

extra- : Posição exterior, excesso. Exemplos:

extradição, extraordinário, extraviar

i-, in-, im- : Sentido contrário, privação, negação. Exemplos:

ilegal, impossível, improdutivo

inter-, entre- : Posição intermediária. Exemplos:

internacional, interplanetário

intra- : Posição interior. Exemplos:

- intramuscular, intravenoso, intraverbal

intro- : Movimento para dentro. Exemplos:

Page 19: Portugues PMPE

introduzir, introvertido, introspectivo

justa- : Posição ao lado. Exemplos:

justapor, justalinear

ob-, o- : Posição em frente, oposição. Exemplos:

obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo

per- : Movimento através. Exemplos:

percorrer, perplexo, perfurar, perverter

pos- : Posterioridade. Exemplos:

pospor, posterior, pós-graduado

pre- : Anterioridade . Exemplos:

prefácio, prever, prefixo, preliminar

pro- : Movimento para frente. Exemplos:

progresso, promover, prosseguir, projeção

re- : Repetição, reciprocidade. Exemplos:

rever, reduzir, rebater, reatar

retro- : Movimento para trás. Exemplos:

retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado

so-, sob-, sub-, su- : Movimento de baixo para cima, inferioridade. Exemplos:

soterrar, sobpor, subestimar

super-, supra-, sobre- : Posição superior, excesso. Exemplos:

supercílio, supérfluo

soto-, sota- : Posição inferior. Exemplos:

soto-mestre, sota-voga, soto-pôr

trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento para além, movimento através. Exemplos:

transatlântico, tresnoitar, tradição

ultra- : Posição além do limite, excesso. Exemplos:

ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta

vice-, vis- : Em lugar de. Exemplos:

Page 20: Portugues PMPE

vice-presidente, visconde, vice-almirante

Quadro de Correspondência entre Prefixos Gregos e Latinos

PREFIXOSGREGOS PREFIXOS LATINOS

SIGNIFICADO EXEMPLOS

a, an des, in privação, negação anarquia, desigual, inativo

anti contra oposição, ação contrária

antibiótico, contraditório

anfi ambi duplicidade, de um e outro lado, em torno

anfiteatro, ambivalente

apo ab afastamento, separação

apogeu, abstrair

di bi(s) duplicidade dissílabo, bicampeão

dia, meta trans movimento através diálogo, transmitir

e(n)(m) i(n)(m)(r) movimento para dentro

encéfalo, ingerir, irromper

endo intra movimento para dentro, posição interior

endovenoso, intramuscular

e(c)(x) e(s)(x) movimento para fora, mudança de estado

êxodo, excêntrico, estender

epi, super, hiper supra posição superior, excesso

epílogo, supervisão, hipérbole, supradito

eu bene excelência, perfeição, bondade

eufemismo, benéfico

hemi semi divisão em duas partes

hemisfério, semicírculo

hipo sub posição inferior hipodérmico, submarino

para ad proximidade, adjunção

paralelo, adjacência

Page 21: Portugues PMPE

peri circum em torno de periferia, circunferência

cata de movimento para baixo catavento, derrubar

si(n)(m) cum simultaneidade, companhia

sinfonia, silogeu, cúmplice

Sufixos

Sufixos são elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal característica é a mudança de classe gramatical que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo.

Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorporadas as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extremamente importantes para o funcionamento da língua. São os que formam nomes de ação e os que formam nomes de agente.

Sufixos que formam nomes de ação

-ada - caminhada -ez(a) - sensatez, beleza

-ança - mudança -ismo - civismo

-ância - abundância -mento - casamento

-ção - emoção -são - compreensão

-dão - solidão -tude - amplitude

-ença - presença -ura - formatura

Sufixos que formam nomes de agente

-ário(a) -secretário -or - lutador

-eiro(a) - ferreiro -nte - feirante

-ista - manobrista

Além dos sufixos acima, tem-se:

Sufixos que formam nomes

-aria - churrascaria

de lugar, depositório

-or - corredor

-ário - herbanário -tério - cemitério

Page 22: Portugues PMPE

-eiro - açucareiro -tório - dormitório

-il - covil

Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção

>-aço - ricaço -ario(a) - casario, infantaria

-ada - papelada -edo - arvoredo

-agem - folhagem -eria - correria

-al - capinzal -io - mulherio

-ame - gentame -ume - negrume

Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência

-ite bronquite, hepatite (inflamação)

-oma mioma, epitelioma, carcinoma (tumores)

-ato, eto, ito sulfato, cloreto, sulfito (sais)

-inacafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais)

-ol fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto)

-ite amotite (fósseis)

-ito granito (pedra)

-emamorfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística)

-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples)

Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos

-ismobudismo kantismo comunismo

SUFIXOS FORMADORES DE ADJETIVOS

Page 23: Portugues PMPE

a) de substantivos

-aco - maníaco -ento - cruento

-ado - barbado -eo - róseo

-áceo(a) - herbáceo, liláceas -esco - pitoresco

-aico - prosaico -este - agreste

-al - anual -estre - terrestre

-ar - escolar -ício - alimentício

-ário - diário, ordinário -ico - geométrico

-ático - problemático -il - febril

-az - mordaz -ino - cristalino

-engo - mulherengo -ivo - lucrativo

-enho - ferrenho -onho - tristonho

-eno - terreno -oso - bondoso

-udo - barrigudo

b) de verbos

SUFIXO SENTIDO EXEMPLIFICAÇÃO

-(a)(e)(i)nte ação, qualidade, estado semelhante, doente, seguinte

-(á)(í)vel possibilidade de praticar ou sofrer uma ação louvável, perecível, punível

-io, -(t)ivo ação referência, modo de ser tardio, afirmativo, pensativo

-(d)iço, -(t)ício possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, referência

movediço, quebradiço, factício

-(d)ouro,- (t)ório

ação, pertinência casadouro, preparatório

SUFIXOS ADVERBIAIS

Na Língua Portuguesa, existe apenas um único sufixo adverbial: É o sufixo "-mente", derivado do substantivo feminino latino mens, mentis que pode significar "a mente, o espírito, o intento".Este sufixo juntou-se a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo.

Page 24: Portugues PMPE

Exemplos:

altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente, pia-mente

Já os advérbios que se derivam de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-mente, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora uniformes.

Exemplos:

cabrito montês / cabrita montês.

SUFIXOS VERBAIS

Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos.

Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo da terminação-ar.

Exemplos:

esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.

Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. Veja:

-ar: cruzar, analisar, limpar-ear: guerrear, golear-entar: afugentar, amamentar-ficar: dignificar, liquidificar-izar: finalizar, organizar

Observe este quadro de sufixos verbais:

SUFIXOS SENTIDO EXEMPLOS

-ear frequentativo, durativo cabecear, folhear

-ejar frequentativo, durativo gotejar, velejar

-entar factitivo aformosentar, amolentar

-(i)ficar factitivo clarificar, dignificar

-icar frequentativo-diminutivo bebericar, depenicar

-ilhar frequentativo-diminutivo dedilhar, fervilhar

-inhar frequentativo-diminutivo-pejorativo escrevinhar, cuspinhar

-iscar frequentativo-diminutivo chuviscar, lambiscar

Page 25: Portugues PMPE

-itar frequentativo-diminutivo dormitar, saltitar

-izar factitivo civilizar, utilizar

Observações:

Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida.

Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou causar.

Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco intensa.

Radicais Gregos

O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exata compreensão e fácilmemorização de inúmeras palavras. Apresentamos a seguir duas relações de radicais gregos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final.

Radicais que atuam como primeiro elemento

Forma Sentido Exemplos

Aéros- ar Aeronave

Ánthropos- homem Antropófago

Autós- de si mesmo Autobiografia

Bíblion- livro Biblioteca

Bíos- vida Biologia

Chróma- cor Cromático

Chrónos- tempo Cronômetro

Dáktyilos- dedo Dactilografia

Déka- dez Decassílabo

Démos- povo Democracia

Eléktron- (âmbar) Eletricidade Eletroímã

Ethnos- raça Etnia

Géo- terra Geografia

Page 26: Portugues PMPE

Héteros- outro Heterogêneo

Hexa- seis Hexágono

Híppos- cavalo Hipopótamo

Ichthýs- peixe Ictiografia

Ísos- igual Isósceles

Makrós- grande, longo Macróbio

Mégas- grande Megalomaníaco

Mikrós- pequeno Micróbio

Mónos- um só Monocultura

Nekrós- morto Necrotério

Néos- novo Neolatino

Odóntos- dente Odontologia

Ophthalmós- olho Oftalmologia

Ónoma- nome Onomatopeia

Orthós- reto, justo Ortografia

Pan- todos, tudo Pan-americano

Páthos- doença Patologia

Penta- cinco Pentágono

Polýs- muito Poliglota

Pótamos- rio Potamologia

Pséudos- falso Pseudônimo

Psiché- mente Psicologia

Riza- raiz Rizotônico

Page 27: Portugues PMPE

Techné- arte Tecnografia

Thermós- quente Térmico

Tetra- quatro Tetraedro

Týpos- figura, marca Tipografia

Tópos- lugar Topografia

Zóon- Animal Zoologia

Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos

-agogós Que conduz Pedagogo

álgos Dor Analgésico

-arché Comando, governo Monarquia

-dóxa Que opina Ortodoxo

-drómos Lugar para correr Hipódromo

-gámos Casamento Poligamia

-glótta; -glóssa Língua Poliglota, glossário

-gonía Ângulo Pentágono

-grápho Escrita Ortografia

-grafo Que escreve Calígrafo

-grámma Escrito, peso Telegrama, quilograma

-krátos Poder Democracia

-lógos Palavra, estudo Diálogo

-mancia Adivinhação Cartomancia

-métron Que mede Quilômetro

-nómos Que regula Autônomo

-pólis; Cidade Petrópolis

Page 28: Portugues PMPE

-pterón Asa Helicóptero

-skopéo Instrumento para ver Microscópio

-sophós Sabedoria Filosofia

-théke Lugar onde se guarda Biblioteca

Radicais Latinos

Radicais que atuam como primeiro elemento:

Forma Sentido Exemplo

Agri Campo Agricultura

Ambi Ambos Ambidestro

Arbori- Árvore Arborícola

Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô

Calori- Calor Calorífero

Cruci- cruz Crucifixo

Curvi- curvo Curvilíneo

Equi- igual Equilátero, equidistante

Ferri-, ferro- ferro Ferrífero, ferrovia

Loco- lugar Locomotiva

Morti- morte Mortífero

Multi- muito Multiforme

Olei-, oleo- Azeite, óleo Oleígeno, oleoduto

Oni- todo Onipotente

Pedi- pé Pedilúvio

Pisci- peixe Piscicultor

Pluri- Muitos, vários Pluriforme

Page 29: Portugues PMPE

Quadri-, quadru- quatro Quadrúpede

Reti- reto Retilíneo

Semi- metade Semimorto

Tri- Três Tricolor

Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos

-cida Que mata Suicida, homicida

-cola Que cultiva, ou habita Arborícola, vinícola, silvícola

-cultura Ato de cultivar Piscicultura, apicultura

-fero Que contém, ou produz Aurífero, carbonífero

-fico Que faz, ou produz Benefício, frigorífico

-forme Que tem forma de Uniforme, cuneiforme

-fugo Que foge, ou faz fugir Centrífugo, febrífugo

-gero Que contém, ou produz Belígero, armígero

-paro Que produz Ovíparo, multíparo

-pede Pé Velocípede, palmípede

-sono Que soa Uníssono, horríssono

-vomo Que expele Ignívomo, fumívomo

-voro Que come Carnívoro, herbívoro

Concordância Verbal

Page 30: Portugues PMPE

Caso 1:Sujeito simples

Regra geral:O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.Ela foi ao cinema. (3ª pessoa, singular)Nós vamos ao cinema. (1ª pessoa, plural)

Casos especiais:a)Sujeito coletivo: O verbo concorda com o coletivo. A multidão gritou na arquibancada.

OBS: Se o coletivo vier especificado ou modificado por adjunto adnominal, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.A multidão de fãs gritou.A multidão de fãs gritaram.Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.

Page 31: Portugues PMPE

b) Sujeito possui coletivos partitivos (metade, a maior parte,

grande parte, maioria, etc.): O verbo fica no singular (concordância lógica) ou vai para o plural (concordância atrativa).A maioria dos alunos foi à excursão.A maioria dos alunos foram à excursão.

c)Sujeito é pronome de tratamento: O verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).Vossa Santidade esteve no Brasil.Vossa Alteza pediu silêncio.Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo <que>: O verbo concorda com o antecedente do pronome.Fui eu que derramei o café.Fomos nós que derramamos o café.

OBS: Com a expressão <um dos que>/<uma das que>, o verbo deve assumir a forma plural, exceto quando a ação se refere a um só agente.

Page 32: Portugues PMPE

Você é um dos que admiram os escritores de novelas.(Dos que admiram novelas, ele é um.)Ele é um dos jogadores que foram expulsos. (Dos jogadores que foram expulsos, ele é um.)

Era uma das suas filhas que namorava com ele. (Namorava com ele, uma das suas filhas.)

e)O sujeito é o pronome relativo <quem>: O verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.Fui eu quem derramou o café. Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado por locuções pronominais (Alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc.): Se o primeiro pronome estiver no singular, o verbo fica no singular. Se estiver no plural, poderá concordar com o pronome interrogativo/indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).Algum de nós o receberá.

Page 33: Portugues PMPE

Quais de vós me punirão?Quais de vós me punireis? Quais de nós são capazes? Quais de nós somos capazes?Vários de nós propuseram sugestões inovadoras. Vários de nós propusemos sugestões inovadoras.

OBS1: Veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.

g) O sujeito é formado de nomes no plural: Se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.Estados Unidos é uma nação poderosa.Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

Page 34: Portugues PMPE

h)O sujeito é formado por expressões aproximativas: mais de

um, menos de dois, cerca de..., etc.: O verbo concorda com o numeral.Mais de um aluno não compareceu à aula.Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

OBS: No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo necessariamente deverá permanecer no plural:Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram.Mais de um formando se abraçaram na formatura.

i) O sujeito tem por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa.

A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.

j) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com": O verbo pode ficar no singular ou no plural. No plural, os núcleos

Page 35: Portugues PMPE

recebem um mesmo grau de importância e a palavra <com>tem sentido muito próximo ao de <e>. Para enfatizar o primeiro elemento, usa-se o singular.O governador com o secretariado traçaram os planos.O governador com o secretariado traçou os planos.

Caso 2:Sujeito composto.

Regra geral: O verbo vai para o plural.João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:a)Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes: O verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos amigos. (O verbo ficou na 1ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.)

Page 36: Portugues PMPE

Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis amigos. (O verboficou na 2ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.)

OBS1: No segundo exemplo, também é aceita a concordância do verbo com a terceira pessoa.Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

OBS2: Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.Iremos eu e minhas amigas.Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por <e>: O verbo concordará com os dois núcleos.A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

OBS1: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

Page 37: Portugues PMPE

OBS2: Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, aconcordância é feita obrigatoriamente no plural. Abraçaram-se vencedor e vencido.Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

c)Os núcleos do sujeito são sinônimos ou semelhantes e estão no singular: O verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar. A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos: O verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo (concordância atrativa).Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam. Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e)Quando os sujeitos forem resumidos por: nada, tudo, ninguém, etc.: O verbo concordará com o aposto resumidor.Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

Page 38: Portugues PMPE

f)Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e

outro, nem um nem outro: O verbo poderá ficar no singular ou no plural.Um e outro já veio.Um e outro já vieram.

g)Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por

<ou> ou <nem>: O verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.

Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

OBS: Se os núcleos forem excludentes o verbo deve ficar no singular. Em caso de retificação, deve concordar com o mais próximo.Você ou ele será escolhido.O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio.

h)Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas

Page 39: Portugues PMPE

também, etc.): O que comumente ocorre é o verbo ir para oplural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.

Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.

Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Caso 3:Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.(Dica: Para saber se é o caso, substitua a oração subordinada por ISSO: “Ainda falta ISSO”. Percebe-se facilmente que ISSO é o sujeito do verbo faltar.)

Caso 4:

Page 40: Portugues PMPE

O verbo e a partícula <SE>

a)Quando é índice de indeterminação do sujeito: Quando índice de indeterminação do sujeito, o <se> acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, os quais obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país. Confia-se em teses absurdas.Era-se mais feliz no passado.

b) Quando é partícula apassivadora: Quando pronome apassivador, o <se> acompanha verbos transitivos diretos (e alguns poucos indiretos) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.Construiu-se um posto de saúde. Construíram-se novos postos de saúde.Não se pouparam esforços para despoluir o rio. Não se poupou esforço para despoluir o rio.

Caso 5:

Page 41: Portugues PMPE

Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito. Uma vez que os verbos flexionam-se para concordar com o sujeito, então estes verbos ficam sempre na 3ª pessoa do singular. Haver no sentido de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da natureza. Havia sérios problemas na cidade.Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar. Choveu granizos ontem.

OBS: Em locução verbal nos casos acima, o verbo auxiliar herda esta impessoalidade. Lembre-se que o verbo existir não faz parte da regra:Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar. Deve haver indícios de fraude.Pode ter havido casos semelhantes.

Existem sérios problemas na cidade. Devem existir problemas na cidade.

Page 42: Portugues PMPE

Caso 6:Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar.O relógio deu duas horas.Deu uma hora no relógio da estação. Deram duas horas no relógio da estação. O sino da igreja bateu cinco badaladas.Bateram cinco badaladas no sino da igreja. Soaram dez badaladas no relógio da escola.

Caso 7:A locução "Haja Vista"

A locução “haja vista” admite duas construções. A expressão fica invariável ou o verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito.

Page 43: Portugues PMPE

Haja vista as lições dadas por ele.Haja vista aos fatos explicados por esta teoria.Hajam vista os exemplos de sua dedicação.

OBS: “Haja visto” só existe como forma verbal quando equivalente a “tenha visto”:

O caseiro poderá testemunhar caso ele realmente haja visto o crime.

Caso 8:A expressão "Em que Pese"

Na expressão “em que pese”, o verbo “pesar” permanece invariável quando se tratar de pessoa ou concorda com o sujeito quando se tratar de coisa.

Em que pese aos governistas, votaremos contra.Em que pesem as suas contradições, a melhor tese ainda é a dele.

Page 44: Portugues PMPE

Caso 9)Porcentagem + substantivo

a)Porcentagem + Substantivo, sem modificador da porcentagem: Facultativamente o verbo poderá concordar com o número referente à porcentagem ou com o substantivo.1% da turma estuda muito.1% dos alunos estuda / estudam muito. 10% da turma estuda / estudam muito. 10% dos alunos estudam muito.

b) Porcentagem + Substantivo, com modificador da porcentagem: O verbo concordará com o modificador, que pode ser pronome demonstrativo, pronome possessivo, artigo, etc.Os 10% da turma estudam muito.Aquele 1% dos alunos estuda mais.

c)Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da porcentagem: O verbo concordará apenas com o número referente à porcentagem, mesmo que haja elemento modificador.

Page 45: Portugues PMPE

Mais de 1% dos alunos estuda muito.Menos de 10% da turma estudam muito.

OBS: Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem, esse deverá concordar com o numeral:Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.

Caso 10:Concordância com o verbo ser:

a)Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo: O verbo <ser> ou <parecer> concordarão com o predicativo.Tudo são flores.Aquilo parecem ilusões.

OBS: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.Aquilo é sonhos vãos.

Page 46: Portugues PMPE

b) O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito

for os pronomes interrogativos <que> ou <quem>.Que são gametas?Quem foram os escolhidos?

c)Em indicações de horas, datas, tempo, distância: A concordância será feita com a expressão numérica.São nove horas. É uma hora.

OBS: Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.Hoje são 24 de outubro. Hoje é (dia) 24 de outubro.

d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.Esse cara sou eu.

Page 47: Portugues PMPE

OBS: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, aconcordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.Eu não sou tu.

e)Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc.: O verbo fica sempre no singular.Cento e cinquenta é pouco. Cem metros é muito.

f) Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.É necessário aqueles materiais. São necessários aqueles materiais.

Caso 11:O Verbo "Parecer"

Page 48: Portugues PMPE

Em orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

Quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:a)O verbo parecer varia e não se flexiona o infinitivo. Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.

b) O verbo parecer não varia e o infinitivo sofre flexão. Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.

OBS: A primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.

Caso 12:Concordância com o infinitivo

O infinitivo é a forma nominal do verbo e pode apresentar-se flexionado e não flexionado. O estudo do infinitivo na Língua Portuguesa é bastante complexo, já que, em alguns casos, ele

Page 49: Portugues PMPE

deve ser flexionado, em outros, ele pode ser flexionado, e emoutros ainda ele não se flexiona.

Exemplo de como flexionar o infinitivo do verbo cantar: Era para eu cantar

Era para tu cantares

Era para ele cantarEra para nós cantarmos

Era para vós cantardes

Era para eles cantarem

a) Não se flexiona o infinitivo:I) Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes).Esperei-as chegar.

II) Quando o infinitivo não se referir a sujeito algum Navegar é preciso, viver não é preciso.Querer é poder.

Page 50: Portugues PMPE

Fumar prejudica a saúde.É proibido colar cartazes neste muro. É preciso lutar contra as drogas.Vale a pena ter fé e esperança sempre.

III) Infinitivo com valor de imperativo (ordem, pedido, conselho, apelo):Soldados, recuar!

IV)Como verbo principal de locução verbal:Os alunos podem sair mais cedo hoje. (O verbo sair é o principal da locução "podem sair").

Eles não podem fazer isso! (O verbo fazer é o principal da locução "podem fazer").

OBS: Quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto, a flexão do infinitivo do verbo principal da locução é facultativa:Não devemos, depois de tudo, duvidar e reclamar dela.Não devemos, depois de tudo, duvidar mos e reclamar mos dela.

Page 51: Portugues PMPE

V) Quando fizer rerência a gerúndio:As peças estavam estragadas, devendo ser substituídas.Começaram as inscrições, podendo os candidatos dirigir-se à sala

b) Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo:I) Quando o sujeito for diferente de pronome átono, estiver evidente e determinante de verbo não acusativo:Não é necessário vocês chegar em mais cedo.

II) Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizando a terceira pessoa do plural);Faço isso para (eu) não me achar inútil. Faço isso para não me achar em inútil.

III)Quando o infinitivo é o sujeito:O morrer em pela pátria é sina de alguns soldados.

IV) Quando o sujeito do verbo no infinitivo for diferente do sujeito do verbo da outra oração.

Page 52: Portugues PMPE

Meninos, vejo estar em atrasados mais uma vez. (O sujeito“vocês” do infinitivo “estar”é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.)

Falei a eles sobre a vontade de deixarmos o time. (O sujeito “nós” do infinitivo “deixar” é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.)

V) Quando o verbo for de ligação ou estiver na voz passiva: Elas tiveram que suar muito para se tornar em campeãs.O porta-voz disse que as medidas a ser em tomadas contra o terror serão rigorosas.

VI) Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação. Fizemos os adversários se cumprimentarem com gentileza. Deixem os namorados beijarem-se como quiserem.

c)Flexão opcional: Quando possível, a escolha do infinitivo flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.

Page 53: Portugues PMPE

I) Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo daoutra oração, a flexão do infinitivo não é necessária. Não é, porém, proibida. (Alguns gramáticos consideram que não deve haver flexão).Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar o relatório.Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar em o relatório.(O sujeito de ambos os verbos “chamar” e “apresentar” é o mesmo: os escoteiros.)

(tu) Lerás o texto antes de (tu) responder. (tu) Lerás o texto antes de (tu) responder es .

Para estudar, estaremos sempre dispostos. Para estudar mos , estaremos sempre dispostos.

II) Não sendo claro o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo quando for preciso evitar ambiguidade:Está na hora de começar mos o trabalho. (nós)Está na hora de começar o trabalho. (Quem? eu, você, ele, nós?)

Page 54: Portugues PMPE

O presidente liberou os seus ministros para subir em nopalanque. (para os ministros subirem)O presidente liberou os seus ministros para subir no palanque. (para o presidente subir)

III)Caso de Sujeito Acusativo: Quando um verbo no infinitivo ou no gerúndio tiver a ação dependente de verbo causativo (mandar, fazer, deixar, etc.) ou quando tiver a ação recebida por verbo sensitivo (ver, ouvir, sentir, etc.), seu sujeito será denominado de sujeito acusativo. Ter a ação dependente de outro verbo significa que a ação só ocorre porque outra ocorreu anteriormente. Constatado o sujeito acusativo, se for representado por pronome oblíquo átono (me, te, se, o, as, nos...) a concordância é na 3º pessoa do singular, obrigatoriamente; caso contrário, sendo ele um substantivo plural, a concordância é opcional.Mandei os garotos sair.Mandei os garotos saír em . (flexão opcional)

Verbo causativo: mandar; Verbo dependente: sair;Sujeito acusativo: substantivo “garotos”;

Page 55: Portugues PMPE

Mandei-os sair de lá. (não flexiona)

Verbo causativo: mandar; Verbo dependente: sair;Sujeito acusativo: pronome oblíquo “os”;

Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilar nos debates.Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilarem nos debates.

Verbo sensitivo: Sentir (ou ver, ou ouvir); Verbo dependente: vacilar;Sujeito acusativo: substantivo “colegas”;

d) Preposição + Infinitivo:I) Será não flexionado quando ocorrer locução verbal onde a ligação com o verbo auxiliar ocorrer por meio de preposição:Acabamos de fazer os exercícios.

Page 56: Portugues PMPE

II) Será não flexionado quando houver acombinação ADJETIVO +PREPOSIÇÃO + INFINITIVO:São casos difíceis de solucionar.

III)Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.(Nós) Passamos horas a comentar o filme. (comentando)

IV) Não se flexiona o infinitivo com preposição que apareça depois de um verbo na voz passiva:Os jornalistas foram forçados a sair da sala. As pessoas eram obrigadas a esperar em fila.

V) Depois da combinação ao, o infinitivo varia obrigatoriamente: Ao entrar mos , encontramos o João.Ao derreter em -se, as amostras do gelo deixaram sedimentos.

VI) A variação será obrigatória se o verbo for pronominal ou se exprimir reciprocidade ou reflexibilidade de ação:Gastamos duas horas para nos dirigir mos para lá. Eles relutaram muito para se cumprimentar em .

Page 57: Portugues PMPE

Foram ao cabeleireiro a fim de se pentear em .

VII)Nos demais casos é opcional flexionar ou não.O rapaz ajudava as garotas a superar suas dificuldades em Matemática.O rapaz ajudava as garotas a superarem suas dificuldades em Matemática.Para chegar aqui, gastamos duas horas. Para chegar mos aqui, gastamos duas horas.

Concordância Nominal: Regras e Exemplos

Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome,concordam em gênero e número com o

substantivo. A pequena criança é uma

gracinha.

CASOS ESPECIAIS

Caso 1.1: Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos

Page 58: Portugues PMPE

A) Adjunto adnominal:Quando o adjetivo posposto a dois ou mais substantivos funcionar como adjunto adnominal e estiver qualificando todos os substantivos apresentados, poderá concordar com o elemento mais próximo ou com a soma deles.O Estado compra carros e maçãs argentinas. O Estado compra carros e maçãs argentinos.Ternura e amor humano. Amor e ternura humana. Ternura e amor humanos. Carne ou peixe cru.Peixe ou carne crua.Carne ou peixe crus.

Há três casos em que o adjunto adnominal concordará apenas com o elemento mais próximo:

Comprei livros e pera madura (livros não amadurecem).Comprei óculos e frutas frescas.

01) Se qualificar apenas o elemento mais próximo:

Page 59: Portugues PMPE

02) Se os substantivos forem sinônimos:

Desrespeitaram o povo e a gente brasileira.Luís tinha ideia e pensamento fixo. Luís tinha pensamentos e ideias fixas.

OBS: Se os substantivos forem antônimos o adjetivo deverá ir obrigatoriamente para o plural:Passei dias e noites frios na Europa.

03) Se os substantivos formarem gradação:

B)Predicativo do sujeito:Quando o adjetivo imediatamente posposto a dois ou mais substantivos funcionar como predicativo do sujeito, deverá concordar com a soma dos elementos.O homem e o menino estavam perdidos.O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.

C) Predicativo do objeto:

Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho.

Page 60: Portugues PMPE

Quando o adjetivo imediatamente posposto a dois ou maissubstantivos funcionar como predicativo do objeto, deverá concordar com a soma dos elementos.

Encontrei o operário e a esposa preocupados com a situação da empresa.

Obs.: Uma maneira fácil para estabelecer a diferença entre o adjunto adnominal e o predicativo é quando substituímos o substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que gravitam ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição, ou seja, os adjuntos adnominais desaparecem. Portanto, se o adjetivo não desaparecer na substituição, será predicativo.

Caso 1.2: Um adjetivo anteposto a vários substantivosa)Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo.Comi delicioso almoço e sobremesa. Provei deliciosa fruta e suco.Mau lugar e hora. Má hora e lugar.

Page 61: Portugues PMPE

b) Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda

com o mais próximo ou vai para o plural. Estavam feridos o pai e os filhos.Estava ferido o pai e os filhos.

Caso 2: Um substantivo e mais de um adjetivoQuando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para o singular ou plural.Falava fluentemente a língua inglesa e (a) espanhola. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.

Caso 3: Um substantivo e dois ordinaisa)Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um substantivo, determinando-o, este concorda com o mais próximo ou vai para o plural.A primeira e segunda lição. A primeira e segunda lições.A primeira, a segunda e a última aula.

Page 62: Portugues PMPE

b) Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo,

determinando-o, este vai para o plural. As cláusulas terceira, quarta e quinta.

Caso 4:Muito, pouco, menos, bastante, caro, meio, só, mesmo, alerta

a)Quando se trata de advérbio não variam: Algumas viagens são muito cansativas. Pouco lutei, por isso perdi a batalha. Comprei caro os sapatos.Preciso mesmo da sua ajuda.Fiquei bastante (muito) contente com a proposta. Estou meio insegura.Só consegui comprar uma passagem.

Preciso falar a sós com ele. (a sós - locução adverbial)Preciso de menos comida para perder peso. (menos sempre é advérbio)

Page 63: Portugues PMPE

Os pais estavam alerta para a situação do filho doente. (alertasempre é advérbio)

b) Quando não são advérbios seguem a regra geral: Comi muitas frutas durante a viagem. (pronome) Poucas pessoas acreditaram em mim. (pronome) Os sapatos estavam caros. (adjetivo)Estiveram sós nos escombros durante horas. (adjetivo)Seus argumentos foram bastantes (suficientes) para me convencer. (adjetivo)

Havia bastantes (muitas) pessoas na praça. (pronome - se<muito> for invariável é advérbio)Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. (pronome) Comi meia laranja pela manhã. (numeral)

Caso 5:Promomes de tratamento:

Os qualificadores do pronome concordam com o sexo da pessoa, não com o pronome:

Page 64: Portugues PMPE

Sua Santidade está esperançoso.Vossa Majestade, minha rainha, é muito bondosa.

Caso 6:Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a), nem um(a) nem outro(a)

Após essas expressões o substantivo fica sempre no singularUm e outro aspecto.Nem um nem outro argumento.De um e outro lado.

OBS: Se houver adjetivo este vai para o plural. Renato advogou um e outro caso fáceis.Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.Uma e outra causa juntas.

Caso 7:É bom, é necessário, é proibido:

Page 65: Portugues PMPE

a) Quando o sujeito for tomado em sua generalidade, semqualquer determinante, o verbo ser - ou qualquer outro verbo de ligação - ficará no singular, e o predicativo do sujeito no masculino, singular.Maçã é bom para a saúde. Cerveja é bom para os rins. É preciso cautela.É proibido entrada.

b) Quando há determinação do sujeito, a concordância efetua- se normalmente:É proibida a entrada de homens no banheiro feminino.Estas bebidas são boas para os rins.

Caso 8: Tal Qual

<Tal> concorda com o antecedente, <qual> com o consequente.

As garotas são vaidosas tais qual a tia.

Page 66: Portugues PMPE

Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.

OBS: Se o elemento anterior é um verbo, tal fica invariável; se o elemento posterior é um verbo, qual fica invariável.Eles agem tal quais as ordens do pai.Eles agem tal qual forem as ordens do pai.

Caso 9:Particípio + Substantivo

O particípio concorda com o substantivo a que se refere.Feitas as contas ... Restabelecidas as amizades … Salvas as crianças ...Postas as cartas na mesa ...Vistas as condições …

OBS: "Salvo", "posto" e "visto" assumem também papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis:Salvo honrosas exceções.

Page 67: Portugues PMPE

Que não seja imortal, posto que é chama.Visto ser longe, não irei.

Caso 10: Anexo

Quando precedido da preposição em, fica invariável. A fotografia vai anexa ao curriculum.Os documentos irão anexos ao relatório. As fotografias vão em anexo.

Caso 11:Adjetivo composto

a)Se ambos os elementos são adjetivos, apenas o último elemento concordará com o substantivo a que se refere; os demais ficarão na forma masculina, singular.Violetas azul-claras. Problema socioeconômico.

Page 68: Portugues PMPE

Problemas socioeconômicos.

b) Se um dos elementos for originalmente um substantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável. Vale também para a expressão cor de + substantivo

Tinta branco-gelo. Tintas branco-gelo. Papel cor de vinho. Papéis cor de vinho. Pincel (cor de) laranja. Pincéis (cor de) laranja.Unhas holográficas lilás furta-cor.

Exceções:Azul-marinho/Azul-celeste são invariáveis.Camisas azul-celeste.Calças azul-marinho.

Surdo-mudo(a)/Pele-vermelha flexionam dois elementos.Menina surda-muda.

Page 69: Portugues PMPE

Rapazes surdos-mudos.Índio pele-vermelha.Índios peles-vermelhas.

Caso 12: Numerais

Numeral utilizado após substantivo deve ser cardinal (um, dois, três...). Do contrário, usa-se o numeral ordinal (primeiro, segundo, terceiro...).Arrancaram a página duzentos. Estamos na segunda página.

Caso 13: Grama

Quando representar unidade de massa, será masculino. Comprei duzentos gramas de presunto.Ele foi preso com um grama de cocaína.

Page 70: Portugues PMPE

Caso 14:Obrigado

Concorda com o substantivo a que se refere:Elas disseram em coro: Muito obrigadas, professor.

Caso 15: Conforme

Conforme = conformado (adjetivo - varia) Conforme = como (não flexiona).Eles ficaram conformes com a decisão;Dançam conforme a música.

Regência Nominal

A regência nominal estuda os casos em que "nomes"(substantivos, adjetivos eadvérbios) exigem uma outra palavra para

Page 71: Portugues PMPE

completar-lhes o sentido. Em geral, a relação entre um nome e oseu complemento é estabelecida por uma preposição.

É bacharel em direito. (se é bacharel, é bacharel em algo)

Tenho aversão a altitude. (se tem aversão, tem aversão a algo)

É preciso ter amor a vida. (se tem amor, tem amor a algo)

Fico feliz por você. (se fica feliz, fica feliz por alguém)

Quero sempre estar junto a ti. (se está junto, está junto a alguém)

Cabe observar que certos nomes admitem mais de uma regência, ou seja, mais de uma preposição. A escolha desta ou daquela preposição deve obedecer às exigências da clareza, da eufonia e adequar-se às diferentes nuanças do pensamento, obedencendo à gramática padrão. No exemplo a seguir, o adjetivo "acostumado", que pede um complemento (quem está acostumado, está acostumado "a algo" ou "comalgo"), pode ser completado por intermédio de pelo menos duas preposições diferentes:

Estou acostumado a essa vida agitada.

Estou acostumado com o trânsito de São Paulo sempre travado.

Ao aprender a regência de um verbo, você estará praticamente aprendendo a regência do nome cognato (que vem da mesma raiz do verbo). É o caso, por exemplo, do verbo obedecer e do nome obediente. Este verbo exige a preposição [a], que é a mesma exigida pelo nome derivado do verbo. Ex:

Devemos obedecer a lei.

Devemos ser obedientes a lei.

Page 72: Portugues PMPE

e você demorasse muito.se você demoraria muito.

Da mesma forma, todos os advérbios formados de adjetivos + [mente],tendem a apresentar a mesma regência dos adjetivos dos quais derivaram. Ex:compatível [com] => compativelmente [com] relativo [a] => relativamente [a]próximo [a, de] => proximamente [a, de]

Por fim, existe também o caso em que o nome é completado por uma outra oração (frase com um verbo). Nestes casos, o complemento será intermediado por preposiçãoe por uma conjunção integrante (que, se) exercendo sua função típica de integrar orações. Trata-se das orações subordinadas completivas nominais. Ex:

qu

Para identificar facilmente os casos de orações subordinadas substantivas,basta verificar se a substituição da oração pelo termo ISSO é adequada. Ex:Ficamos temerosos dISSO (de + ISSO). Ficamos temerosos sobre ISSO.

Erros Comuns

Ficamos temerososdeFicamos temerosossobre

Page 73: Portugues PMPE

“Quanto você pagaria por um disco em vinil com uma música de grandesucesso?”

O emprego da preposição em onde ela não cabe é um erro comum. Com o verbo <resistir> e o substantivo <resistência>, por exemplo, não se deve usar esta preposição. Em vez de “resiste em fazer algo”, o correto é “resiste a fazer algo. Na situação do notícia acima, é clara a necessidade da preposição de. Dizemos que um disco é feito de vinil, que um anel é feito de ouro ou de prata etc. É um erro usar a preposição em indicando a matéria de que algo é constituído. Logo, a frase correta é

"Quanto você pagaria por um disco de vinil com uma música de grande sucesso?"

Vejamos outro exemplo de erro comum:“A intenção do governo em aumentar a arrecadação é absurda.”

Um caso relativamente corriqueiro é o de construções em que um substantivo comporta dois complementos diferentes regidos pela mesma preposição, mas o redator troca um desses por outra preposição para “evitar a repetição”. Atenção:evita-se a repetição de nomes, mas não a de elementos de coesão, que têm função de articular sintaticamente as partes do texto. Não é correta uma construção como a apresentada acima porque os dois complementos (“governo” e “aumentar a arrecadação”), ambos ligados ao substantivo “intenção”, devem ser introduzidos pela preposição de. Assim, a construção adequada é :

Page 74: Portugues PMPE

“A intenção do governo de aumentar a arrecadação é absurda.”

A regência nominal não é um assunto tão cobrado em provas, comoa regência verbal. Mas pode aparecer. Segue abaixo uma relação de erros comuns de nomes que pedem complementos ou adjuntos com preposição e a forma que está de acordo com a norma culta.

TV (em)Estamos na era da TV a cores. (errado)

Estamos na era da TV em cores.

Igual (a)Outro igual eu você não encontrará. (errado)

Outro igual a mim você não encontrará.

Bacharel (em)Se formou como bacharel de ciência da computação. (errado)

Se formou como bacharel em ciência da computação.

Alienado (de, a, para)Estão todos alienados com os últimos acontecimentos. (errado)

Estão todos alienados dos últimos acontecimentos. O veículo está alienado a um banco.

Page 75: Portugues PMPE

O veículo está alienado para um banco.

Curioso (de, sobre, por)Fiquei curioso com o que aconteceu. (errado)

Fiquei curioso do que aconteceu. Fiquei curioso sobre o que aconteceu. Fiquei curioso pelo que aconteceu.

Recurso (de, contra)Não cabe recurso à decisão. (errado) Não cabe recurso contra a decisão. Não cabe recurso da decisão.

Acostumado / Habituado (a, com)Fiquei acostumado de lanches na hora do almoço. (errado)

Fiquei acostumado a lanches na hora do almoço. Fiquei acostumado com lanches na hora do almoço.

Ansioso (por, para, de)Estava ansioso em conhecê-la. (errado)

Estava ansioso de ver o cometa.Está ansioso por uma nova oportunidade.

Page 76: Portugues PMPE

Permaneceu ansioso para falar.

Confiante (em)Continuava confiante da vitória. (errado)

Continuava confiante em vitória.

Compatível (com, entre)O doador tinha o sangue compatível ao da vítima. (errado)

O doador tinha o sangue compatível com o da vítima.Os sangues de doador e vítima eram compatíveis entre si.

Entendido, Perito (em)Era entendido de Mecânica. (errado)

Era entendido em Mecânica. Era perito em construções.

Incluído (em, entre)Foi incluído ao grupo. (errado)

Foi incluído no grupo.Estava incluído entre os mais capacitados.

Morador / Residente / Situado/ Estabelecido (em, de)

Page 77: Portugues PMPE

Residente à rua Vila Bernadete. (errado)

Era morador na Rua do Lavradio. Foi morador da Rua Santa Clara.

Junto (de, a)A cadeira junto da porta estava desocupada. (correto)A arma se encontrava junto ao corpo da vítima. (correto)O ex-presidente foi nomeado embaixador junto ao (= adido ao) governo italiano.

O empresário não conseguiu quitar sua dívida junto ao banco. (errado)O empresário não conseguiu quitar sua dívida com o banco.Pediu vários empréstimos junto ao banco. (errado)Pediu vários empréstimos ao banco.A audiência da novela cresceu assustadoramente junto aos espectadores. (errado)A audiência da novela cresceu assustadoramente entre os espectadores.O Vasco prometeu a Serginho comprar seu passe junto à Portuguesa. (errado)

O Vasco prometeu a Serginho comprar seu passe da Portuguesa. O advogado entrou com um recurso junto ao tribunal. (errado) O advogado entrou com um recurso no tribunal.

Próximo (a, de)Fiquei próximo ao muro.

Page 78: Portugues PMPE

Deixamos o carro próximo da árvore.

Apaixonado (por, de)Era um apaixonado da natureza.Estava apaixonada pelo colega de trabalho.

Apto/Aptidão (a, para)Farei o teste de aptidão a pilotagem militar Sempre teve aptidão para as artes

Sentia-se apto ao trabalho externo. Considerei-o apto para exercer a profissão.

Conforme (a, com)Assumiu uma postura conforme às suas raízes. (semelhante) Essa atitude é mais conforme com seus ideais. (coerente)

Estudante, Estudioso (de)O jornalista é estudioso de ufologia.

Parecido (com, a)Era parecido com o avô.Sendo parecido ao pai, foi aceito logo.

Page 79: Portugues PMPE

Grato (a, para, por)Sou grato a todos neste dia especial.Sua ajuda é sempre grata para meus filhos. Mostrou-se grato pelo conselho que lhe dei.

Medo (de, a)O menino tem medo do escuro. Tive medo ao inspetor.

Regência Verbal: Regras e Exemplos

Regência verbal é a relação de subordinação que ocorre entre um verbo e seus complementos.

Há pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia:“… a marca que o mundo confia.”

Acontece que quem confia, "confia em”. Logo, o correto seria dizer:“… a marca em que o mundo confia.”

Page 80: Portugues PMPE

As pessoas falam “A rua que eu moro”, “Os países que eufui”, “A comida que eu mais gosto”. O correto seria dizer “A rua em que moro” (quem mora, mora em...), “Os países a que fui” (quem vai, vai a...), “A comida de que mais gosto” (quem gosta, gosta de...).

O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos, “Emoções”.

“… são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci…”

Se eu me esqueci, eu "me esqueci de". Quem esquece, "esquece algo". Quem se esquece, "esquece-se de algo". Logo, o correto seria “são momentos de que não me esqueci.” Pode-se, também, eliminar a preposição de e o pronome me. Ficaria “são momentos que eu não esqueci”.

Em um jornal de grande circulação o texto de uma campanha afirmava:

"A gente nunca esquece do aniversário de um amigo.”

Page 81: Portugues PMPE

O que poderia ser corretamente escrito das seguintes formas:“A gente nunca esquece o aniversário de um amigo.” (quem esquece, esquece algo)“A gente nunca se esquece do aniversário de um amigo.” (quem se esquece, esquece-se de...)

Verbos IntransitivosSão os verbos que não necessitam ser completados. Sozinhos, indicam a ação ou o fato.

Comparecer, Chegar, Ir, Vir, Voltar, Cair e Dirigir-se: Estes verbos aparentam ter complemento, por exemplo,“Quem vai, vai a algum lugar”. Porém a indicação de lugar écircunstância, não complementação. Classificamos este complemento como Adjunto Adverbial de Lugar. É importante observar que a regência destes verbos exige a preposição a na indicação de destino e de na indicação de procedência. Só se usa a preposição em na indicação de meio, instrumento.

Page 82: Portugues PMPE

Irei em Santiago de Cuba; (errado)Irei a Santiago de Cuba;Vou em São Paulo; (errado)

Vou a São Paulo;Muitos não compareceram na prova do Enem; (errado)

Muitos não compareceram à prova do Enem;

Jesus dirigiu-se aos apóstolos andando sobre o mar;

A comida caiu no chão; (errado)A comida caiu ao chão; Você caiu do céu; Voltei de lá;

Cheguei de Curitiba há meia hora;

OBS: O fenômeno denominado crase também ocorrerá quando houver um verbo intransitivo regendo a preposição a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, como no terceiro exemplo acima.

Morar, Residir e Situar-se:

Page 83: Portugues PMPE

São intransitivos mas costumam estar acompanhados deadjunto adverbial, regendo a preposição em.Moro / Resido em Londrina;Minha casa situa-se no Jardim Petrópolis;

Não utilize a preposição a para logradouros. Minha casa situa-se à rua Pero Vaz; (errado) Moro a cem metros da estrada;

Deitar-se e Levantar-se:Deito-me às 22h e levanto-me bem cedo.

Verbos Transitivos DiretosSão verbos que indicam que o sujeito pratica a ação, sofrida por outro termo, denominado <objeto direto>. Por essa razão, uma das maneiras mais fáceis de analisar se um verbo é transitivo direto é passar a oração para a voz passiva, pois somente verbo transitivo direto admite tal transformação, além dosverbos (des)obedecer, pagar, perdoar, aludir, apelar,

Page 84: Portugues PMPE

responder, assistir(ver), que admitem a passiva mesmo nãosendo VTD. (Motivo: eram diretos antigamente.)

O objeto direto pode ser representado por um substantivo, palavra substantivada, oração (oração subordinada substantiva objetiva direta) ou pronome oblíquo. Uma vez que pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas) só são usados com preposição, quando estes representam objeto direto, tem-se um objeto direto preposicionado.

Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos diretos:

Desfrutar e Usufruir:São VTD, apesar de serem muito usados com a preposição de.Desfrutei os bens deixados por meu pai.Pagam o preço do progresso aqueles que menos o usufruem. Desfrutaremos da aposentadoria na velhice.

Compartilhar:É VTD, apesar de ser muito usado com a preposição de.

Page 85: Portugues PMPE

Berenice compartilhou o meu sofrimento.Compartilharam de tudo durante a vida.

Verbos Transitivos Indiretos

São verbos que se ligam ao complemento por meio de uma preposição. O complemento é denominado <objeto indireto>. O objeto indireto pode ser representado porsubstantivo, palavra substantivada, oração (oração subordinada substantiva objetiva indireta) ou pronome oblíquo.

OBS: Estes verbos admitem os pronomes lhe, lhes como objeto indireto; alguns, porém, não.

Obedeceu ao chefe => Obedeceu a ele => Obedeceu-lhe.

Mas há exceções: assistir, aludir, referir-se, aspirar, recorrer, depender. Os gramáticos não trazem as razões históricas para esse modo peculiar de construção de alguns verbos. Nem precisariam fazê-lo, assim como não precisam justificar o motivo de um determinado verbo ser hoje transitivo direto e outro,

Page 86: Portugues PMPE

transitivo indireto. Às vezes, os verbos são sinônimos, masapresentam diferentes transitividades. Em verdade, a função primordial da Gramática não é fixar regras impositivas de cima para baixo, mas sistematizar os fatos e as condutas que encontra na língua como manifestação.

Assistir(ver), Aspirar, Visar, Aludir, Referir-se (a): Todos falam desse filme, mas eu não assiti a ele ainda.

Constar (de, em):Quando se usa o verbo constar com o sentido de “estar escrito, registrado ou mencionado” ou “fazer parte, incluir-se”, as preposições – de e em – são corretas :Seu nome consta da lista de aprovados.Consta nos autos que...Consta dos autos que...Vou fazer constar o incidente em meu relatório.

Já quando constar tem o significado de “ser composto, constituído ou formado; consistir em algo”, usa-se apenas a preposição de:A casa consta de partes grandes e arejadas.

Page 87: Portugues PMPE

Seu relatório constava de 50 páginas.

Obedecer e Desobedecer (a): Obedeço a todas as regras da empresa.

Revidar (a):Ele revidou ao ataque instintivamente.

Responder (a):Responda aos testes com atenção.

Simpatizar e Antipatizar (com):Não são verbos pronominais, portanto não se deve dizer simpatizar-se, nem antipatizar-se.Sempre simpatizei com ele, mas antipatizo com seu irmão.

Sobressair (em):Não é verbo pronominal, portanto não se deve usar sobressair- se.No colegial, sobressaía em todas as matérias.

Page 88: Portugues PMPE

Torcer (por, para):Pode ser também verbo intransitivo. Somente neste caso, usa-se com a preposição para, que dará início a Oração Subordinada Adverbial de Finalidade. Para ficar mais fácil, memorize assim:Torcer por + substantivo ou pronome.Torcer para + oração (com verbo). Estamos torcendo por você.Estamos torcendo para você conseguir seu intento.

Verbos bitransitivos

Também chamados de transitivo diretos e indiretos. São os verbos que possuem os dois complementos - objeto direto e objeto indireto.

Agradecer, Pagar e Perdoar:São VTDI, com a preposição a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.Agradeci a ela o convite.

Page 89: Portugues PMPE

Paguei a conta ao Banco.Se o time rival ganhasse, a torcida não perdoaria aos jogadores a derrota em casa.

Pedir:É VTDI, com a preposição a. A frase deve ser sintaticamente estruturada assim:“Quem pede, pede algo a/para alguém”; “Quem pede, pede que alguém faça algo”; Pedimos a todos que trouxessem os livros.Pedimos que todos trouxessem os livros.

É inadequado ao padrão culto da língua: "Pedir para que alguém faça algo".

Preferir:É VTDI, com a preposição a. Não admite ênfase, como: mais, muito mais, mil vezes.Prefiro estar só a ficar mal acompanhado.

Page 90: Portugues PMPE

Informar, avisar, advertir, certificar, comunicar, lembrar,noticiar, notificar, prevenir:São VTDI, admitindo duas construções: “Quem informa, informa algo a alguém”;“Quem informa, informa alguém de/sobre algo.”Informamos aos usuários que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.

Informamos os usuários de que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.

Regência oscilante / Mais de uma Regência

Aspirar:Será VTD, quando significar sorver, absorver. Como é bom aspirar a brisa da tarde.

Será VTI, com a preposição a, quando significar almejar, objetivar.

Page 91: Portugues PMPE

Aspiramos a uma vaga naquela universidade.

Agradar:Será VTI, com a preposição a, quando significar ser agradável; satisfazer.Para agradar ao pai, estudou com afinco o ano todo.

Será VTD, quando significar acariciar ou contentar.A garotinha ficou agradando o cachorrinho por horas.

Assistir:Pode ser VTD ou VTI com a preposição a quando significar ajudar, prestar assistência.Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.

Será VTI com a preposição a quando significar ver ou ter direito. Gosto de assistir aos jogos do Santos.O descanso semanal remunerado assiste ao

trabalhador. Será VI quando implicar morada.

Page 92: Portugues PMPE

Assisto em Londrina desde que nasci.O papa assiste no Vaticano.

Chamar:Pode ser VTD ou VTI com a preposição a quando significar dar qualidade. A qualidade pode vir precedida da preposição de, ou não.Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo) Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo) Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

Será VTI com a preposição por quando significar invocar.Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

Será VTD, quando significar convocar.Chamei todos os sócios para participarem da reunião.

Será VTDI, com a preposição a, quando significar repreender.Chamei os meninos à atenção, pois conversavam na sala de aula.

Page 93: Portugues PMPE

Chamei-o à atenção.

Obs.: Não confundir com a express]ao sem crase “chamar a atenção”, que não significa repreender, mas fazer ser notado.O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam.

Casar:Será VI quando por si só apresentar sentido completo.Eles casaram (ou se casaram – na qualidade de pronome reflexivo).

Será VTI quando requisitar um complemento regido pelo uso da preposição:Ele se casou com a melhor amiga.

Será VTDI quando requisitar os dois complementos: O vizinho casou sua filha com meu primo.

Custar:Será VI quando significar ter preço.

Page 94: Portugues PMPE

Estes sapatos custaram muito.

Será VTDI, com a preposição a, quando significar causar trabalho, transtorno.Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.

Será VTI com a preposição a quando significar ser difícil. Nesse caso o verbo custar terá como sujeito aquilo que é difícil. A pessoa a quem algo é difícil será objeto indireto.Custou-lhe acreditar em Maria.Custou a ele acreditar em Maria.

Ele custou a acreditar... (está errado)

Atender:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a. Atenderam o meu pedido prontamente. Atenderam ao meu pedido prontamente.

Anteceder:

Page 95: Portugues PMPE

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a.A velhice antecede a morte. A velhice antecede à morte.

Esquecer e Lembrar:Serão VTD quando não forem pronominais, ou seja, quando não forem acompanhados de pronome oblíquo átono (esquecer-se, lembrar-se):Esqueci que havíamos combinado sair. Ela não lembrou o meu nome.

Esquecer-se e Lembrar-se:Serão VTI, com a preposição de, quando forem pronominais:Esqueci-me de que havíamos combinado sair. Ela lembrou-se do meu nome.

Implicar:

Page 96: Portugues PMPE

Será VTD, quando significar fazer supor, dar a entender, produzircomo consequência, acarretar.Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade. Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.As despesas extras implicam em gastos desnecessários.

Será VTI, com a preposição com, quando significar antipatizar. Não sei por que o professor implica comigo.Os alunos implicaram com o professor.

Será VTDI, com a preposição em, quando significar envolver alguém em algo.Implicaram o advogado em negócios ilícitos. Ela implicou-se em atos ilícitos.

Namorar:Apesar de ser muito usado com a preposição com, que só deveria ser usada para iniciar adjunto adverbial de companhia, será VTD quando possuir os significados de inspirar amor a,

Page 97: Portugues PMPE

galantear, cortejar, apaixonar, seduzir, atrair, olhar cominsistência, cobiçar.Joana namorava o filho do delegado.O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa. Eu estava namorando este cargo há anos.

Pode ser também VI:Comecei a namorar muito cedo.

Presidir:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a.Presidir o país.Presidir ao país.

Proceder:Será VTI, com a preposição de, quando significar derivar-se, originar-se.Esse mau humor de Pedro procede da educação que

recebeu. Será VTI, com a preposição a, quando significar

dar início.

Page 98: Portugues PMPE

Os fiscais procederam à prova com atraso.

Será VI quando significar ter fundamento. Suas palavras não procedem.

Renunciar:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a. Nunca renuncie seus sonhos.Nunca renuncie a seus sonhos.

Satisfazer:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a. Não satisfaça todos os seus desejos.Não satisfaça a todos os seus desejos.

Abdicar:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição de, e também VI. O Imperador abdicou o trono.

Page 99: Portugues PMPE

O Imperador abdicou do trono.O Imperador abdicou.

Gozar:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição de. Ele não goza sua melhor forma física.Ele não goza de sua melhor forma física.

Atentar:Pode ser VTD ou VTI, com as preposições em, para ou por.Atente o ouvido.Deram-se bem os que atentaram nisso. Não atentes para os elementos supérfluos. Atente por si, enquanto é tempo.

Cogitar:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição em ou de: Começou a cogitar uma viagem pelo litoral brasileiro.

Page 100: Portugues PMPE

Hei de cogitar no caso.O diretor cogitou de demitir-se.

Consentir:Pode se VTD ou VTI, com a preposição em.Como o pai desse garoto consente tantos agravos?Consentimos em que saíssem mais cedo.

Ansiar:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição por:Ansiamos dias melhores.Ansiamos por dias melhores.

Almejar:Pode ser VTD ou VTI, com a preposição por, ou VTDI, com a preposição a.Almejamos dias melhores.Almejamos por dias melhores.

Page 101: Portugues PMPE

Almejamos dias melhores ao nosso país.

Faltar, Bastar e Restar:Podem ser VI ou VTI, com a preposição a. Muitos alunos faltaram hoje.Três homens faltaram ao trabalho hoje.Resta aos vestibulandos estudar bastante.

Pisar:Pode ser VI ou VTD. Quando for VI, admitirá a preposição em, iniciando Adjunto Adverbial de Lugar.Pisei a grama para poder entrar em casa. Não pise no tapete, menino!

PrevenirPode ser VTD fazendo referência a evitar dano:A precaução previne acontecimentos inesperados.

Page 102: Portugues PMPE

Pode ser VTDI referindo-se ao ato de avisar com antecedência.Prevenimos os moradores de que haveria corte de energia.

Querer:Será VTI, com a preposição a, quando significar estimar.Quero aos meus amigos, como aos meus irmãos.

Será VTD, quando significar desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar.Sempre quis seu bem.Quero que me digam quem é o culpado.

Visar:Será VTI, com a preposição a, quando significar almejar, objetivar.Sempre visei a uma vida melhor.

Será VTD, quando significar mirar, ou dar visto. O atirador visou o alvo, mas errou o tiro.

Page 103: Portugues PMPE

O gerente visou o cheque do cliente.

Proibir:Pode ser VTD. Proibir alguma coisa: A lei brasileira proíbe o aborto.

Pode ser VTDI. Proibir alguém de alguma coisa / Proibir alguma coisa a alguém:O pai proibiu o filho de viajar.A ANVISA proíbe oferecer premios à indústria farmacêutica.

Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteraçãode sentido:· abdicar (de)· acreditar (em)· almejar (por)· ansiar (por)

Page 104: Portugues PMPE

· anteceder (a)· atender (a)· atentar (em, para)· cogitar (de, em)· consentir (em)· crer (em)· deparar (com)· desfrutar (de)· desdenhar (de)· gozar (de)· necessitar (de)· preceder (a)· precisar (de)· presidir (a)· renunciar (a)· satisfazer (a)· versar (sobre).

Exemplos:

Page 105: Portugues PMPE

· Precisamos pessoas honestas.· Precisamos de pessoas honestas.· Nunca cri pessoas que falam muito de si próprias.· Nunca cri em pessoas que falam muito de si próprias.

Fonética

Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fomeas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.

Exemplo: em pato e bato é som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre si as duas palavras. Tal som recebe a denominaçãode FONEMA

Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas.

No sistema fonético do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fonemas.

É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o sinal gráfico que representa o som.

Vejamos alguns exemplos:

Palavra Letras Fonemas

Manhã 5 4

Táxi 4 5

Corre 5 4

Page 106: Portugues PMPE

Hora 4 3

Aquela 6 5

Guerra 6 4

Fixo 4 5

Hoje 4 3

Canto 5 4

Tempo 5 4

Campo 5 4

Chuva 5 4

Nova ortografiaA Nova Reforma Ortográfica da Língua portuguesa, como todas as outras que já aconteceram, tem como objetivo uniformizar a grafia, fazendo a maior aproximação possível, respeitando as diferenças já interiorizadas e permitindo que a modalidade escrita da língua seja compreensível a todos os falantes dessa língua.

Este acordo é o resultado do estudo das diferenças entre os acordos de 1943, no Brasil, e de 1945, em Portugal. Entrou em vigor no Brasil em 2009, com um período de adaptação até 2012.

Qual o último acordo ortográfico da língua portuguesa?

O último acordo ortográfico entre países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa foi assinado em 16 de dezembro de 1990. Este acordo estabeleceu uma grafia única para a Língua Portuguesa que, até então, era a única língua que apresentava duas grafias oficiais: a portuguesa e a brasileira.

Page 107: Portugues PMPE

O que mudou com a nova ortografia para os brasileiros?

O novo acordo traz algumas mudanças que exigem que aprendamos novas regras; que sejam adaptados documentos e publicações.Dúvidas em relação a forma como escrevíamos antes e como escreveremos agora também surgirão, mas teremos uma maior facilidade já que algumas regras foram simplificadas.

VAMOS AS REGRAS

REGRAS GERAIS:

Na regra geral não houve alterações, as regras continuam as mesmas com pequenas observações.

- Para uma melhor assimilação das novas regras de acentuação, é necessário saber que, em língua portuguesa, uma palavra é classificada de acordo com o número de sílabas em: monossílaba (uma só sílaba), dissílaba (duas sílabas), trissílaba (três sílabas), polissílaba (quatro ou mais sílabas).Também pode ser classificada de acordo com a posição da sílaba tônica (silaba pronunciada com maior intensidade) em: oxítona (sílaba tônica é a última sílaba da palavra); paroxítona (a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra); e proparoxítona (sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra.

- Saiba também que: ditongo é o encontro de duas vogais na mesma sílaba.

Page 108: Portugues PMPE

- Ditongo fechado é pronunciado com a boca mais fechada (cadeira, bois) e ditongo aberto é pronunciado com a boca mais aberta (papéis, herói, colmeia, ideia).

- Hiato é o encontro de dois sons vocálicos, cada um em uma sílaba (ca-o-lho, Ra-ul, sa-í-da)

- Preste atenção : Acentue as paroxítonas sem memorizar! Aplique invertidamente a regra das oxítonas!

Veja a regra : Oxítona – Terminada em –n não tem acento; então, Paroxítona terminada em –n precisa ter: hífen, pólen, éden, próton, nêutron, íon.

Oxítona terminada em –a(s) é acentuada; então, paroxítona terminada em a(s) não é acentuada.

Observação: O critério da inversão (oxítona paroxítona ) só não é válido para as paroxítonas terminadas em –am (falam) e para as terminadas em ditongo (+ s) (farmácia).

Palavras monossílabas tônicas:

Dependem da intensidade com que são pronunciadas, átonas (sílaba pronunciada mais fraca) ou tônicas (sílaba pronunciada mais forte). Não houve nenhuma alteração na acentuação gráfica das monossílabas tônicas.

Regra Geral: Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em: a (s), e (s), o (s).

Ex.: chá, fé, rés, dó, gás, lê-lo, nós, pô-lo.

Obs.: As monossílabas átonas nunca são acentuadas.

Ex.: vi, bis, li-os, tu, cru, nus.

Page 109: Portugues PMPE

Observe: - palavras monossílabas terminadas em i (s) e u (s) não recebem acento.

Ex.: si, quis, bis, cru, pus.

- Os ditongos fechados ei (s), eu (s) e oi (s), em monossílabos não são acentuados.

Ex.: sei, reis, deu, meus, foi, bois.

Palavras oxítonas:

Não houve nenhuma alteração na acentuação das palavras oxítonas.

Regra Geral: Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: a (s), e (s), o (s), em/ens.

Ex.: Sabará, ananás, Guaporé, convés, bisavô, retrós, Belém, armazéns, parabéns, voltará, busca-pés, robô, manténs.

Observe: oxítonas terminadas em i (s) e u (s) não recebem acento:

Ex.: tupi, lambari, abacaxis, Pacaembu, urubus.

Palavras paroxítonas:

Sofreu algumas alterações que aparecerão nas regras complementares.

Regra Geral: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: l, n, r, os, ã (s), i (s), u (s), x, ão (s), um/uns, ditongos orais (+ s).

Ex.: Louvável, lavável, câncer, ônix, vácuo, pôneis, águas, bíceps, falência, cônsul, júri, tênis, hífen, tênis, nêutron, húmus, bônus, repórter, Vítor, tórax, fórceps, sótão, bênçãos, órfã, ímãs, álbum, fóruns, farmácia, frágeis, área, tréguas, comício, cáries.

Page 110: Portugues PMPE

Observe: paroxítonas terminadas em –n antecedido de e (hífen, pólen, éden) não recebem acento no plural (hifens, polens, edens), mas paroxítonas terminada em –n antecedido de o (próton, nêutron, íon), recebem acento no plural (prótons, nêutrons, íons).

Palavras proparoxítonas:

Não houve alteração na regra das palavras proparoxítonas.

Regra Geral: acentuam-se todas as palavras proparoxítonas independentemente de suas terminações.

Ex.: Transatlântico, técnico, quadrúpede, câmara, tílburi, interim, relêssemos, lógico, autêntico, cibernético, desânimo, pirâmide.

AS REGRAS DA NOVA ORTOGRAFIA

Abaixo colocamos as novas regras, seguidas de um exemplo (como era antes) e um exemplo (como ficou) onde houve alterações. A reforma se deu na acentuação, nas palavras paroxítonas, no uso do hífen (-), no uso do trema (¨) e no alfabeto.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

REGRAS COMPLEMENTARES:

Nas regras complementares estão as modificações ocorridas em algumas palavras da Língua Portuguesa:

Acentuação dos ditongos abertos éi, ói, éu

Page 111: Portugues PMPE

Dependendo da palavra em que ocorrem, podem ser ou não acentuados.

Regra complementar: Os ditongos abertos éi, ói e éu. São acentuados em monossílabos e em oxítonas.

Não são acentuados em paroxítonas.

Ex.: monossílabos – Ex.: méis, réis, dói, róis, céu, véus. (Não houve alteração)

Oxítonas – Ex.: anéis, cordéis, corrói, lençóis, chapéus, escarcéu. (Não houve alteração)

Paroxítonas – Ex.: (antes) idéia, platéia, heróico, jibóia.

(como ficou) ideia, plateia, heroico, jiboia.

Observe: O Acordo Ortográfico de 1990 eliminou o acento dos ditongos abertos ei e oi somente das palavras paroxítonas.

Verbos ter e vir

Regra complementar: acentua-se o e das formas verbais têm e vêm, indicativas de plural.

Ex.: Ele tem (singular) / Eles têm (plural)

Ele vem (singular) / Eles vêm (plural)

Observe: Nos derivados de ter (manter, conter,

deter, etc.) e de vir (intervir, convir, provir etc.):

- A terceira (3ª) pessoa do singular passa a receber assunto agudo- pela regra das oxítonas terminadas em em.

Page 112: Portugues PMPE

- A terceira (3ª) pessoa do plural preserva o acento circunflexo das formas originais têm e vêm.

Ex.: Ele mantém – Eles mantêm

Ele contém – Eles contêm

Ele detém – Eles detêm

Ele intervém – Eles intervêm

Ele convém – Eles convêm

Ele provém – Eles provêm

Regra do hiato:

Foi abolida pelo novo acordo ortográfico.

Antes: Todas as palavras terminadas em OO (s) e as formas verbais terminadas em EEM recebiam acento circunflexo: vôo, vôos, enjôo, enjôos, abençôo, perdôo; crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem.

como ficou: Sem acento: voo, voos, enjoo, enjoos, abençoo, perdoo; creem, deem, leem, veem, releem, preveem.

Escreva agora :

Ex.: Eu te perdoo, disse ele.

Não muda:

I e u na segunda vogal do hiato

Regra complementar: nos hiatos, o i e o u são acentuados desde que:

Page 113: Portugues PMPE

. Representem a 2ª vogal do hiato.

. Apareçam sozinhos (ou seguidos de s) na sílaba tônica.

. Não estejam seguidos de nh.

Ex.: i e u sozinhas: raízes, Itajaí, miúdos, Tambaú

I e u com s: país, egoísta, balaústre, jaús

I e u seguidos de nh: sainha, campainha, rainha, ladainha.

Observe:

Se o i e o u aparecem depois do ditongo:

- Em palavras paroxítonas, não são acentuadas.

Ex.: (antes) boiúna , feiúra, baiúca, feiúra

(como ficou) boiuna, feiura, baiuca, feiume.

Nas palavras em que i ou o u se repetem no hiato, essas vogais não recebem acento.

Ex.: xiita, sucuuba (árvore).

Escreva : O miliciano xiita Abu Azrael, cujo nome significa "Pai do Anjo da Morte", se converteu para milhares de iraquianos no herói sem medo que simboliza o combate ao grupo Estado Islâmico .

Acento diferencial

Esse acento foi eliminado de quase todos os vocábulos e, atualmente, é empregado para diferencia pouquíssimas palavras.

Page 114: Portugues PMPE

Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s) /pela (s), pêlo (s) /pelo (s), pólo (s) /polo (s) e pêra/pera.

Ex.: (antes) – Ele pára o carro.

(como ficou) – Ele para o carro.

(antes) – Ele foi ao pólo Norte.

(como ficou ) – Ele foi ao polo Norte.

(antes) – Comi uma pêra.

(como ficou) – Comi uma pera.

Acento diferencial obrigatório: recebem acento diferencial obrigatório somente as palavras pôr (verbo) e pôde (passado do verbo poder).

Escreva sempre :

Ex.: Ela não pretende pôr o dinheiro na poupança. (forma verbal – “colocar”)

Hoje, passamos por lugares bonitos. (preposição)

Acento diferencial opcional: o acento diferencial é opcional somente nas palavras dêmos/demos (1ª pessoa do verbo dar do presente do subjuntivo) e fôrma/forma (=recipiente/molde).

Podemos escrever :

Ex.: Você exige que nós dêmos apoio a você.

(ou) Você exige que nós demos apoio a você.

Page 115: Portugues PMPE

O cozinheiro tirou o bolo da fôrma

(ou) O cozinheiro tirou o bolo da forma.

Emprego do trema (¨)

O trema desaparece em todas as palavras.

Ex.: (antes) – frequente, linguiça, sequestro.

(como ficou) – frequente, linguiça, sequestro.

Escrevemos agora :

Ex.: Estou tranquilo para fazer a prova.

Emprego do hífen (-):

O hífen, pelo novo Acordo ortográfico, foi eliminado em alguns casos:

1-Se o segundo elemento começar com s ou r, devendo as consoantes serem duplicadas:

Ex.: (antes) - anti-semita, anti-religioso,

contra-regra.

(como ficou) - antissemita, antirreligioso, contrarregra.

Escreva agora: CARTUNISTA FOI DEMITIDO DE

CHARLIE POR PIADA 'ANTISSEMITA'

Observe: em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-

Page 116: Portugues PMPE

requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter- relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.

2-Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:

Ex.: (antes) – extra-escolar, aero-espacial,

auto- estrada.

(como ficou) – extraescolar, aeroespacial, autoestrada.

Observe 1: em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper- requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter- relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.

Observe 2: - esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.

-Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-

-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.

O ALFABETO

Nosso alfabeto, antes com 23 letras, passa agora a ter 26 letras, pois as letras “k”, “w”, “y”, foram inseridas. Antes, essas três letras não eram consideradas do nosso alfabeto. Observe: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano.

Page 117: Portugues PMPE

Professora: Helena Luna de Araújo Filha

Compartilhe esse material com os seus amigos!

Conjunção

As conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações, estabelecendo entre elas uma relação de dependência ou de simples coordenação. Alguns exemplos de conjunções são: portanto, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme etc.O estudo das conjunções é bastante amplo e foi portanto dividido de acordo com a sua classificação formal. Segue a lista dos tipos de conjunções:

1 Conjunção subordinativa1.1 Conjunção1.2 Conjunção causal1.3 Conjunção concessiva1.4 Conjunção condicional1.5 Conjunção conformativa1.6 Conjunção comparativa1.7 Conjunção consecutiva1.8 Conjunção final1.9 Conjunção Proporcionais1.10 Conjunção temporal

Conjunção subordinativaLiga orações dependentes a uma oração principal cujo sentido é incompleto.

Conjunção

Page 118: Portugues PMPE

Serve para introduzir uma oração que funciona como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração. São duas: que e se. Quando o verbo exprime uma certeza. usa-se que; quando incerteza, se:Afirmo que sou estudante. Não sei se existe ou se dói.

Conjunção causalporque, pois, porquanto, como [= porque], pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, etc.Inicia uma oração subordinada denotadora de causa. Dona Luísa fora para lá porque estava só.Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.

Conjunção concessivaembora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que,e, etc.Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la.Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados. É todo graça, embora as pernas não ajudem ..

Conjunção condicionalse, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal.Seria mais poeta, se fosse menos político.Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.

Conjunção conformativa

Page 119: Portugues PMPE

conforme, como [= conforme], segundo, consoante, etc.Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal.Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)

Conjunção comparativaque, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nemIniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.Era mais alta que baixa.Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.o menino está tão confuso quanto o irmão.

Conjunção consecutivaque (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte queIniciam uma oração na qual se indica a conseqüência do que foi declarado na anterior.Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou. Falou tanto na reunião que ficou rouco

Conjunção finalIniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principalpara que, a fim de que, porque [= para que], que Aqui vai o livro para que o leias.Fiz-lhe sinal que se calasse.Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.

Page 120: Portugues PMPE

Conjunção ProporcionaisIniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal.à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais ... (menos), quanto mais ... (tanto menos), quanto menos ... (menos), quanto menos ... (tanto menos), quanto menos ... (mais), quanto menos ... (tanto mais) Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares. Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.O preço da carne aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.

Conjunção temporalIniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.Custas a vir e, quando vens, não te demoras. Implicou comigo assim que me viu.Uma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula (",") e muito raramente é sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases com as conjunções marcadas em itálico: "Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado.""Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal." "Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal.""Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa." "João subiu e desceu a escada."Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos.

Observações geraisEm geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para

Page 121: Portugues PMPE

classificar uma conjunção ou locução conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pela conjunção típica. Por exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pela conjunção típica "e".Veja o exemplo:"Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és." "Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és."As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro elemento pode ficar subentendido.As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição pelo tipo (conjunção típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração.A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é o verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha a janela, porque faz frio."O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a coisa que…?", formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo:Não sei se morre de amor. (Qual é a coisa que não sei? Se se morre de amor.)

Pontuação

Os sinais de pontuação são usados para estruturar as frases escritas de forma lógica, a fim de que elas tenham significado. A pontuação é tão importante na linguagem escrita quanto a entonação, os gestos, as pausas e até o tom de voz, são na linguagem oral. Bem empregados, os sinais de pontuação são um grande recurso expressivo:

"Oh! que doce era aquele sonhar...Quem me veio, ai de mim! despertar?" (Almeida Garret)

Mal colocados, no entanto, eles podem provocar confusão ou até mudar o sentido das frases:

Page 122: Portugues PMPE

Raquel não me respondeu. Quando a procurei, já era tarde.Raquel não me respondeu quando a procurei. Já era tarde.

I. O pontoO ponto (ou ponto final) é utilizado basicamente no final de uma frase declarativa:

"Não sou poeta e estou sem assunto." (Fernando Sabino)

Alguns gramáticos chamam de ponto final apenas o ponto que encerra uma sentença. Ao ponto seguido por outras frases chamam de ponto simples. Além de finalizar um período, o ponto é utilizado em abreviaturas (ponto abreviativo: etc., h., S. Paulo) e é muito usado quando apenas uma vírgula bastaria. É um recurso estilístico:

"Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara." (Graciliano Ramos)

Corintianos lotam o estádio. E rezam

2. A vírgulaA vírgula, em seus vários usos, é fundamental para a correta entoação e interpretação da frase escrita. Como simples sinal de pausa, ela indica um tempo geralmente menor que o do ponto. Todo cuidado, porém, é pouco para que ela não seja empregada como sinal de pausa em situações equivocadas. Compare o ponto e a vírgula como sinal de pausa:

Era de noite, as janelas se fechavam. Era de noite. As janelas se fechavam.

SINAIS DE PONTUAÇÃO

PONTO ( . )

VÍRGULA ( , )

Page 123: Portugues PMPE

PONTO-E-VÍRGULA ( ; )

DOIS PONTOS ( : )

PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

RETICÊNCIAS ( ... )

PARÊNTESES ( ( ) )

TRAVESSÃO ( - )

ASPAS ( “ “ )

O emprego da vírgulaO uso da vírgula é basicamente regulado pela sintaxe. Assim, nem toda pausa é marcada por vírgula:Seus grandes e valorosos serviços em prol da causa revolucionária de seu país foram tardiamente reconhecidos.

Na leitura em voz alta desse trecho, normalmente faríamos uma pausa após a palavra país. O uso da vírgula nesse caso, porém, é incorreto porque estaríamos separando o sujeito do verbo.

Como usar a vírgula

· Em enumerações, para separar os elementos que as compõem:Machado de Assis foi contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário.

Nosso maior contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário foi Machado de Assis.

(geralmente, o último termo da enumeração vem separado pela conjunção e)

Page 124: Portugues PMPE

· Em intercalações, quando palavras ou expressões se interpõem entre o sujeito e o verbo; entre o verbo e seus complementos (objetos) ou entre verbo e predicativo:

Os funcionários, a pedido do diretor,alteraram o horário.

sujeito verbo

Os funcionários alteraram, a pedido do diretor,o horário.

verbo objeto

Os funcionários estavam, porém,conscientes de seus direitos.

verbo predicado

Atenção: quando se trata da intercalação de uma expressão curta, pode-se omitir a vírgula:

Os funcionários alteraram imediatamente o horário da semana.

As crianças comem brincando uma lata de sorvete!

· Para separar adjunto adverbial, sempre que ele seja extenso ou quando se querdestacá-lo:

Depois de inúmeras tentativas, desistiu.

Escove os dentes,sempre, e diga adeus às cáries!

· Para isolar o predicativo quando não for antecedido por verbo de ligação:

Furioso, levantou-se.

· Para isolar aposto:A minha avó, Maria, era suíça.

· Para isolar o vocativo: Estamos de férias, pessoal !

Page 125: Portugues PMPE

· Para marcar elipse do verbo:

Sua palavra é a verdade; a minha, a lei.

· Para separar orações coordenadas, exceto as iniciadas pela conjunção e:

"Sei que ele andou falando em castigo,mas ninguém se impressionou."(José J. Veiga)"Quis retroceder, agarrou-se a um armário, cambaleou resistindoainda e estendeu os braços até a coluna." (Lygia Fagundes Telles)

Atenção: muitas vezes usa-se a vírgula antes de e, principalmente quando liga orações com sujeitos distintos:

"Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali." (Graciliano Ramos)

Para dar ênfase, marcando uma pausa maior:

"Disse, e fitou Don'Ana e sorriu para ela." (Jorge Amado)

Quando forma um polissíndeto:

Levanta, e senta, e vira, e torna a se levantar.

· Para isolar orações adjetivas explicativas:

Minha avó,que era francesa, não tolerava grosserias.

· Para separar as orações adverbiais e substantivas quando antecedem a oração principal:

Page 126: Portugues PMPE

"Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado." (Manuel Bandeira)

Como Cassiano chegou a prefeito, ninguém soube.

Atenção: quando pospostas à oração principal, as orações substantivas, com exceção da apositiva, não vêm separadas por vírgulas:

Ninguém soube como Cassiano chegou a prefeito.

As orações adverbiais pospostas à principal geralmente se separam por vírgula, nem sempreobrigatória:

A chuva não veio,embora todos a esperassem.

As mesmas regras que valem para as orações desenvolvidas valem para as reduzidas:

"Para erguer-se, foi necessária a ajuda do carcereiro." (Murilo Rubião)

3.Ponto-e-vírgulaO ponto-e-vírgula é usado basicamente quando se quer dar à frase a pausa e a entoação equivalentes ao ponto, mas não se quer encerrar o período:

"A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados; perdê-los equivalia a morrer."(Machado de Assis)

· O ponto-e-vírgula também é utilizado para separar itens de uma enumeração:

O plano prevê:a) internações;b) exames médicos;c) consultas com médicos credenciados.

4. Dois-pontosUsam-se os dois-pontos, geralmente:

· Para introduzir uma explicação, um esclarecimento:

"Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora,outra que olha de fora para dentro..." (Machado de Assis)

· Para introduzir uma citação ou a fala do personagem:

O avô costuma resmungar:"Quem sai aos seus, não degenera..."

Page 127: Portugues PMPE

5. Interrogação e exclamação

· O ponto de interrogação marca o fim de uma frase interrogativa direta:

Quem te deu licença?

· O ponto de exclamação marca o fim de frases optativas, imperativas ou exclamativas:

Como era lindo o meu país!

6. ReticênciasAs reticências interrompem a frase, marcando uma pausa longa, com entoação descendente. São usadas basicamente:

· Para indicar uma hesitação, uma incerteza ou mesmo um prolongamento da idéia:

"Há um roer ali perto... Que é que estarão comendo?" (Dionélio Machado)

· Para sugerir ironia ou malícia:

"— Se ele até deixou a mulher que tinha, Sinhô. É um fato. Estou bem informado... — e ria para João Magalhães, lembrando Margot."(Jorge Amado)

7. AspasAs aspas são usadas para assinalar citações textuais e para indicar que um termo é gíria, estrangeirismo ou que está sendo usado em sentido figurado:

O presidente afirmou em seu discurso: "Toda corrupção será combatida!"

Minha turma é "fissurada" nessa música.

8. Travessão e parêntesesSão usados para esclarecer o significado de um termo:

Granada — último refúgio dos árabes — foi conquistada em 1492.

Granada (último refúgio dos árabes) foi conquistada em 1492.

Os dois sinais têm basicamente a mesma função, a diferença entre os dois está naentonação, mais pausada no caso do travessão, além do caráter estilístico, mais objetivo no caso dos parênteses.

· Intercalar reflexões e comentários à seqüência da frase:

Mas agora — pela centésima vez o pensava — não podia admitir aquelas mesquinharias.

· O travessão também é usado em diálogos para marcar mudança de interlocutor:

"— Peri sente uma coisa.— O quê?

Page 128: Portugues PMPE

— Não ter contas mais bonitas do que estas para dar-te." (José de Alencar)

PronomesPronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. Quando opronome substituir um substantivo, será denominado pronome substantivo; quando acompanhar um substantivo, será denominado pronome adjetivo. Por exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles serão aprovados com louvor . Aqueles é um pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo garotos e eles é um pronome substantivo, pois substitui o mesmo substantivo.

Pronome substantivo x pronome adjetivo

Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal.

pron. substantivo: substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro)

pron. adjetivo: acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo)

Obs.: Os pronomes pessoais são sempre substantivos

Pessoas do discurso

São três:

1ª pessoa: aquele que fala, emissor

2ª pessoa: aquele com quem se fala, receptor

3ª pessoa: aquele de que ou de quem se fala, referente

Tipos de pronomes

· pessoal

· possessivo

· demonstrativo

· relativo

· indefinido

· interrogativo

Pessoal

Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa.

Ex.:A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe.

Page 129: Portugues PMPE

Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase, dividindo-se em retos e oblíquos.

Pronomes Pessoais

número pessoapronomes retos pronomes oblíquos

tônicos átonos

singular

1a.2a.3a.

eu tuele, ela

mim, comigo ti, contigoele, ela, si, consigo

me tese, o, a, lhe

plural

1a.2a.3a.

nós vóseles, elas

nós, conosco vós, convosco eles, elas, si, consigo

nos vosse, os, as, lhes

Os pron. pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento.

Obs.: os pron. oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição.Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.

Os pron. de tratamento estão enquadrados nos pron. pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pess.), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pess.

Abrev. Tratamento Uso

V. A. Vossa Altezapríncipes, arquiduques, duques

V. Em.ª Vossa Eminência cardeais

V. Ex.ª Vossa Excelência

altas autoridades do governo e das classes armadas

V. Mag.ª Vossa Magnificência reitores das universidades

V. M. Vossa Majestade reis, imperadores

V. Rev.ma Vossa Reverendíssima sacerdotes em geral

V. S. Vossa Santidade papas

V. S.ª Vossa Senhoria

funcionários públicos graduados, oficiais até coronel, pessoas de cerimônia

Page 130: Portugues PMPE

Obs.: também são considerados pron. de tratamento asformas você, vocês (provenientes da redução de VossaMercê), Senhor, Senhora e Senhorita.

Emprego

· você hoje é usado no lugar das 2as pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa

· as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.

· quando precedidos de preposição, os pron. retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos

· os pron. acompanhados das palavras só ou todos assumem a forma reta (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles ali)

· as formas oblíquas o, a, os, as não vêm precedidas de preposição; enquanto lhe e lhes vêm regidos das preposições a ou para (não expressas)

· eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ? para mim fazer)

· me, te, se, nos, vos - podem ter valor reflexivo

· se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco

· si e consigo - têm valor exclusivamente reflexivo

· conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica(com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios ou um numeral)

· o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal

· os pron. pess. retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus)

· pode-se omitir o pron. sujeito, pois as DNPs verbais bastam para indicar a pessoa gramatical

· plural de modéstia - uso do "nós" em lugar do "eu", para evitar tom impositivo ou pessoal

· num sujeito composto é de bom tom colocar o pron. de 1ª pess. por último (José, Maria e eu fomos ao teatro). Porém se for algo desagradável ou que implique responsabilidade, usa-se inicialmente a 1ª pess. (Eu, José e Maria fomos os autores do erro)

Page 131: Portugues PMPE

· não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ? Vi as bolsas dele bem aqui)

· os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro)

Obs.: as regras de colocação dos pronomes pessoais do caso oblíquos átonos serão vistas em separado

Possessivo

Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.

Pronomes possessivos

pessoa um possuidor vários possuidores

1ª meu (s), minha (s) nosso (a/s)

2ª teu (a/s) vosso (a/s)

3ª seu (a/s) seu (a/s)

Emprego

· normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase

· seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?)

· pode indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos)

· nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor

Demonstrativo

Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo.

Mesmo, próprio, semelhante, tal e o (a/s) podem desempenhar papel de pron. demonstrativo.

Emprego

· indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá)

· indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago)

· fazendo referência ao que já foi ou será dito no texto - este (ainda se vai falar) e esse (já mencionado)

· o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s)

Page 132: Portugues PMPE

· tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a)

· mesmo e próprio são demonstrativos quando significarem "idêntico" ou "em pessoa". Concordam com o nome a que se referem

· podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite)

· nisso e nisto (em + pron.) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento" (Nisso, ela entrou triunfante)

Relativo

Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente).

São eles que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).

Emprego

· quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados

· quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição

· cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente

· quanto (a/s) normalmente tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, tanto (a/s)

Indefinido

Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico. Podem fazer referência a pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada.

Pronomes indefinidos

pessoas quem, alguém, ninguém, outrem

lugares onde, algures, alhures, nenhures

coisas

que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada

Emprego

· algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema)

Page 133: Portugues PMPE

· cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma)

· certo é indefinido se vier antes do nome a que estiver se referindo. Caso contrário é adjetivo (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos)

· bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo

· o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"

· o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje)

· o pronome outro (a/s) ganha valor adjetivo se equivaler a diferente" (Ela voltou outra das férias)

· existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que seja, seja quem for, cada um etc.

Interrogativo

Usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso.

Na verdade, são os pronomes indefinidos que, quem, qual (a/s) e quanto (a/s) em frases interrogativas. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou)

Flexão

É a variação de forma e, conseqüentemente, de significado de uma palavra.

* Flexão de Gênero

Gênero é o termo que a gramática utiliza para enquadrar as palavras variáveis da língua em masculinas e femininas. Temos os gêneros masculino e feminino.

As classes de palavras que apresentam flexão de gênero são: substantivo, adjetivo, artigo, pronome e numeral.

- palavras do gênero masculino.

seres animais: moço, menino, leão, gato, cantor.

coisas: pente, lápis, disco, amor, mar.

- palavras do gênero feminino.

Page 134: Portugues PMPE

seres animais: moça, menina, leoa, gata, cantora.

coisas: colher, revista, fumaça, raiva, chuva.

As demais palavras que admitem esse tipo de flexão (artigo, adjetivo, pronome e numeral) acompanham o gênero do substantivo a que se referem. Exemplos:

As crianças órfãs.

Pequenos índios.

Esses meninos.

Duas crianças.

* Flexão de Número

As palavras variáveis podem mudar sua terminação paraindicar singular ou plural. Apresentam flexão de número: o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral e o verbo.

Exemplo:

Sua irmã sofreu um arranhão. (singular)

Suas irmãs sofreram uns arranhões. (plural)

OBS:

1) A flexão de gênero e de número do substantivo implica flexão correspondente do adjetivo.

alunos espertos

subst. adj.

masc. pl. masc. pl.

2) Há casos de erro de concordância em que a concordância de número pode não acontecer de fato e um dos termos pode ficar sem flexão numérica.

Tinha mãos grande.

Page 135: Portugues PMPE

Achei coisas meio esquisita por aqui ...

* Flexão de Grau

São as mudanças efetuadas na terminação para indicar tamanho (nos substantivos) e intensidade (nos adjetivos).

O menino estava nervoso.

O menininho estava nervoso.

O menino estava nervosíssimo.

O grau pode expressar estado emotivo e não somente intensidade ou tamanho:

Que doutorzinho, hein ! (ironia)

Filhinho, venha cá. (carinho)

O advérbio, embora seja uma palavra invariável, admite flexão de grau:

O fato aconteceu cedo. (advérbio não flexionado)

O fato aconteceu cedinho. (advérbio flexionado)

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala.

Pronomes pessoais do caso reto

Pronomes pessoais do caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração. São os pronomes:eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas.

Pronomes pessoais do caso oblíquo

São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto

Page 136: Portugues PMPE

ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida).

Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição.

Pronomes oblíquos átonos:

Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.

Pronomes oblíquos tônicos:

Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.

Usos dos Pronomes Pessoais

1) Eu, tu / Mim, ti

Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição.

Ex.

Trouxeram aquela encomenda para mim.

Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições.

Agora, observe a oração Sei que não será fácil para mim conseguir o empréstimo. O pronome mim NÃO é sujeito do verbo conseguir, como à primeira vista possa parecer. Analisando mais detalhadamente, teremos o seguinte: O sujeito do verbo ser é a oração conseguir o empréstimo, pois que não será fácil? resposta: conseguir o empréstimo, portanto há uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, que é a oração que funciona como sujeito, tendo o verbo no infinitivo. O verbo ser é verbo de ligação, portanto fácil é predicativo do sujeito. O adjetivo fácil exige um complemento, pois conseguir o empréstimo não será fácil para quem? resposta: para mim, que funciona como complemento nominal. Ademais a ordem direta da oração é esta: Conseguir o empréstimo não será fácil para mim.

2) Se, si, consigo

Page 137: Portugues PMPE

Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.

Ex.

Quem não se cuida, acaba ficando doente.

Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho.

Gilberto trouxe consigo os três irmãos.

3) Com nós, com vós / Conosco, convosco

Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qualquer palavra que indique quem "somos nós" ou quem "sois vós".

Ex.

Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas.

Ele disse que sairia com nós dois.

4) Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.

Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados com a preposição de.

Ex.

É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade.

No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra.

5) Pronomes Oblíquos Átonos

Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São elas:

A) Objeto DiretoOs pronomes que funcionam como objeto direto são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.

Ex.

Quando encontrar seu material, traga-o até mim.

Respeite-me, garoto.

Page 138: Portugues PMPE

Levar-te-ei a São Paulo amanhã.

Notas:

1) Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes o, a, os, as se transformarão em no, na, nos, nas.

Ex.

Quando encontrarem o material, tragam-no até mim.

Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.

2) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo, la, los, las.

Ex.

Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.

As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se pérde-las)

As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.

3) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em mos, seguido de nos ou de vos, retira-se a terminação -s.

Ex.

Encontramo-nos ontem à noite.

Recolhemo-nos cedo todos os dias.

4) Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação s.

Ex.

Obedecemos-lhe cegamente.

Tu obedeces-lhe?

B) Objeto IndiretoOs pronomes que funcionam como objeto indireto são me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.

Ex.

Page 139: Portugues PMPE

Traga-me as apostilas, quando as encontrar.

Obedecemos-lhe cegamente.

C) Adjunto adnominalOs pronomes que funcionam como adjunto adnominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indicarem posse (algo de alguém).

Ex.

Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele)

Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus)

D) Complemento nominalOs pronomes que funcionam como complemento nominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando complementarem o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não provindo a preposição a de um verbo).

Ex.

Tenha-me respeito. (respeito a alguém)

É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém)

E) Sujeito acusativoOs pronomes que funcionam como sujeito acusativo são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um período composto formado pelosverbos fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir, e um verbo noinfinitivo ou no gerúndio.

Ex.

Deixei-a entrar atrasada.

Mandaram-me conversar com o diretor.

Pronomes Relativos

O Pronome Relativo Que

Este pronome deve ser utilizado com o intuito de substituir um substantivo (pessoa

Page 140: Portugues PMPE

ou "coisa"), evitando sua repetição. Na montagem do período, deve-se colocá-lo imediatamente após o substantivo repetido, que passará a ser chamadode elemento antecedente.

Por exemplo, nas orações Roubaram a peça. A peça era rara no Brasil há o substantivo peça repetido. Pode-se usar o pronome relativo que e, assim, evitar a repetição de peça. O pronome será colocado após o substantivo. Entãoteremos Roubaram a peça que... . Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...era rara no Brasil, ficando

Roubaram a peça que era rara no Brasil.

Pode-se, também, iniciar o período pela outra oração, colocando o pronome após o substantivo. Então, tem-se A peça que... Este que está no lugar dapalavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração:...roubaram, ficando A peça que roubaram... . Finalmente, conclui-se a oração que se havia iniciado: ...era rara no Brasil, ficando

A peça que roubaram era rara no Brasil.

Outros exemplos:

1) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.

Substantivo repetido = garoto

Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto que ...

Restante da outra oração = ... você estava procurando.

Junção de tudo = Encontrei o garoto que você estava procurando.

Começando pela outra oração:

Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto que...

Restante da outra oração = ... encontrei

Junção de tudo = Você estava procurando o garoto que encontrei.

2) Eu vi o rapaz. O rapaz era seu amigo.

Substantivo repetido = rapaz

Colocação do pronome após o substantivo = Eu vi o rapaz que ...

Page 141: Portugues PMPE

Restante da outra oração = ... era seu amigo.

Junção de tudo = Eu vi o rapaz que era seu amigo.

Começando pela outra oração:

Colocação do pronome após o substantivo = O rapaz que ...

Restante da outra oração = ... eu vi ...

Finalização da oração que se havia iniciado = ... era seu amigo

Junção de tudo = O rapaz que eu vi era seu amigo.

3) Nós assistimos ao filme. Vocês perderam o filme.

Substantivo repetido = filme

Colocação do pronome após o substantivo = Nós assistimos ao filme que ...

Restante da outra oração = ... vocês perderam.

Junção de tudo = Nós assistimos ao filme que vocês perderam.

Começando pela outra oração:

Colocação do pronome após o substantivo = Vocês perderam o filme que ...

Restante da outra oração = ... nós assistimos

Junção de tudo = Vocês perderam o filme que nós assistimos.

Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a primeira oração é Nós assistimos ao filme, porém, na junção, aprep. a desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo do restante da outra oração exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então teremos: Vocês perderam o filme a que nós assistimos.

4) O gerente precisa dos documentos. O assessor encontrou os documentos

Substantivo repetido = documentos

Colocação do pronome após o substantivo = O gerente precisa dos documentos que...

Restante da outra oração = ... o assessor encontrou

Junção de tudo = O gerente precisa dos documentos que o assessor encontrou.

Page 142: Portugues PMPE

Começando pela outra oração:

Colocação do pronome após o substantivo = O assessor encontrou os documentos que ...

Restante da outra oração = ... o gerente precisa.

O verbo precisar está usado com a prep. de, portanto ela será colocada antes do pronome relativo.

Junção de tudo = O assessor encontrou os documentos de que o gerente precisa.

Obs: O pronome que pode ser substituído por o qual, a qual, os quais e as quais sempre. O gênero e o número são de acordo com o substantivo substituído.

Os exemplos apresentados ficarão, então, assim, com o que substituído por qual:

Encontrei o livro o qual você estava procurando. Você estava procurando o livro o qual encontrei.

Eu vi o rapaz o qual é seu amigo. O rapaz o qual vi é seu amigo.

Nós assistimos ao filme o qual vocês perderam. Vocês perderam o filme ao qual nós assistimos.

O gerente precisa dos documentos os quais o assessor encontrou. O assessor encontrou os documentos dos quais o gerente precisa.

Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva.

O Pronome Relativo Cujo

Este pronome indica posse (algo de alguém).Na montagem do período, deve-se colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo)

Por exemplo, nas orações Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz. o substantivo repetido rapaz possui namorada. Deveremos, então usar o pronome relativo cujo, que será colocado entre o possuidor e o possuído: Algo de alguém = Alguém cujo algo. Então, tem-se a namorada do rapaz = o rapaz cujo a namorada. Não se pode, porém, usar artigo (o, a, os, as) depoisde cujo. Ele deverá contrair-se com o pronome, ficando: cujo + o = cujo; cujo + a = cuja; cujo + os = cujos; cujo + as = cujas. Então a frase ficará o rapaz cuja namorada. Somando as duas orações, tem-se:

Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.

Page 143: Portugues PMPE

Outros exemplos:

1) A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos.

Substantivo repetido = árvore - o substantivo repetido possui algo.

Algo de alguém = Alguém cujo algo: os frutos da árvore = a árvore cujos frutos. Somando as duas orações, tem-se:

A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada.

Começando pela outra oração:

Colocação do pronome que após o substantivo = Os frutos da árvore que...

Restante da outra oração = ...foi derrubada ...

Finalização da oração que se havia iniciado = ...são venenosos

Junção de tudo = Os frutos da árvore que foi derrubada são venenosos.

2) O artista morreu ontem. Eu falara da obra do artista.

Substantivo repetido = artista - o substantivo repetido possui algo.

Algo de alguém = Alguém cujo algo: a obra do artista = o artista cuja obra. Somando as duas orações, tem-se:

O artista cuja obra eu falara morreu ontem.

Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a segunda oração é: Eu falara da obra do artista, porém, na junção, aprep. de desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo da oração subordinada adjetiva exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então, tem-se: O artista de cuja obra eu falara morreu ontem.

3) As pessoas estão presas. Eu acreditei nas palavras das pessoas.

Substantivo repetido = pessoas - o substantivo repetido possui algo.

Algo de alguém = Alguém cujo algo: as palavras das pessoas = as pessoas cujas palavras. Somando as duas orações, tem-se

As pessoas cujas palavras acreditei estão presas.

O verbo acreditar está usado com a prep. em, portanto ela será colocada antes do

Page 144: Portugues PMPE

pronome relativo. As pessoas em cujas palavras acreditei estão

presas. Começando pela outra oração:

Colocação do pronome que após o substantivo = Eu acreditei nas palavras daspessoas que ...

Restante da outra oração = ... estão presas

Junção de tudo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que estão presas.

Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva.

O Pronome Relativo Quem

Este pronome substitui um substantivo que representa uma pessoa, evitando sua repetição. Somente deve ser utilizado antecedido de preposição, inclusive quando funcionar como objeto direto, Nesse caso, haverá a anteposição obrigatória da prep. a, e o pronome passará a exercer a função sintática de objeto direto preposicionado. Por exemplo na oração A garota que conheci está em minha sala, o pronome que funciona como objeto direto. Substituindo pelopronome quem, tem-se

A garota a quem conheci ontem está em minha sala.

Há apenas uma possibilidade de o pronome quem não ser precedido de preposição: quando funcionar como sujeito. Isso só ocorrerá, quando possuir o mesmo valor de o que, a que, os que, as que, aquele que, aquela que, aqueles que, aquelas que, ou seja, quando puder ser substituído por pronome demonstrativo (o, a, os, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas) mais o pronome relativo que. Por exemplo: Foi ele quem me disse a verdade = Foi ele o que me disse a verdade. Nesses casos o pronome quem será denominadode Pronome Relativo Indefinido.

Na montagem do período, deve-se colocar o pronomerelativo quem imediatamente após o substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente.

Por exemplo: nas orações Este é o artista. Eu me referi ao artista ontem, há o substantivo artista repetido. Pode-se usar o pronome relativo quem e, assim, evitar a repetição de artista. O pronome será colocado após o substantivo. Então, tem-se Este é o artista quem... Este quem está no lugar da palavra artista da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...eu me referi ontem, ficando Este é o artista quem me referi ontem. Como o verbo referir-se exige a preposição a, ela será colocada antes do pronome relativo. Então tem-se:

Page 145: Portugues PMPE

Este é o artista a quem me referi ontem.

Não se pode iniciar o período pela outra oração, pois o pronome relativo quem só funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, a que, os que, as que, aquele que, aqueles que, aquela que, aquelas que.

Outros exemplos:

1) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.

Substantivo repetido = garoto

Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto quem...

Restante da outra oração = ...você estava procurando.

Junção de tudo = Encontrei o garoto quem você estava procurando.Como procurar é verbo transitivo direto, o pronome quem funciona como objeto direto. Então, deve-se antepor a prep. a ao pronome relativo, funcionando como objeto direto preposicionado.

Encontrei o garoto a quem você estava procurando.

Começando pela outra oração:

Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto quem ...

Restante da outra oração = ... encontrei

Junção de tudo = Você estava procurando o garoto quem encontrei. Novamente objeto direto preposicionado:

Você estava procurando o garoto a quem encontrei.

2) Aquele é o homem. Eu lhe falei do homem.

Substantivo repetido = homem

Colocação do pronome após o substantivo = Aquele é o homem quem...

Restante da outra oração = ...lhe falei.

Junção de tudo = Aquele é o homem quem lhe falei. Como falar está usado com a prep. de, deve-se antepô-la ao pronome relativo, ficando

Aquele é o homem de quem lhe falei.

Page 146: Portugues PMPE

Não se esqueça disto:

O pronome relativo quem somente deve ser utilizado antecedido de preposição; Quando for objeto direto, será antecedido da prep. a, transformando-se em objeto direto preposicionado;

Somente funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, os que, a que, as que, aquele que, aqueles que, aquela que, aquelas que.

O Pronome Relativo Qual

Este pronome tem o mesmo valor de que e de quem.

É sempre antecedido de artigo, que concorda com o elemento antecedente, ficando o qual, a qual, os quais, as quais.

Se a preposição que anteceder o pronome relativo possuir duas ou mais sílabas, só poderemos usar o pronome qual, e não que ou quem. Então só se pode dizer O juiz perante o qual testemunhei. Os assuntos sobre os quais conversamos, e não O juiz perante quem testemunhei nem Os assuntos sobre que conversamos.

Outro exemplo:

Meu irmão comprou o restaurante. Eu falei a você sobre o restaurante.

Substantivo repetido = restaurante

Colocação do pronome após o substantivo = Meu irmão comprou o restaurante que...

Restante da outra oração = ... eu falei a você.

Junção de tudo = Meu irmão comprou o restaurante que eu falei a você. Observe que o verbo falar, na oração apresentada, foi usado com a preposição sobre, que deverá ser anteposta ao pronome relativo: Meu irmão comprou o restaurante sobre que eu falei a você. Como a preposição sobre possui duas sílabas, não se pode usar o pronome que, e sim o qual, ficando, então:

Meu irmão comprou o restaurante sobre o qual eu falei a você.

O Pronome Relativo Onde

Este pronome tem o mesmo valor de em que.

Page 147: Portugues PMPE

Sempre indica lugar, por isso funciona sintaticamente como Adjunto Adverbial de Lugar.

Se a preposição em for substituída pela prep. a ou pela prep. de,substituiremos onde por aonde e donde, respectivamente. Por exemplo: O sítio aonde fui é aprazível. A cidade donde vim fica longe.

Será Pronome Relativo Indefinido, quando puder ser substituído por O lugar em que. Por exemplo, na frase: Eu nasci onde você nasceu. = Eu nasci no lugar em que você nasceu.

Outro exemplo:

Eu conheço a cidade. Sua sobrinha mora na cidade.

Substantivo repetido = cidade

Colocação do pronome após o substantivo = Eu conheço a cidade que...

Restante da outra oração = ... sua sobrinha mora.

Junção de tudo = Eu conheço a cidade que sua sobrinha mora. Overbo morar exige a prep. em, pois quem mora, mora em algum lugar. Então:

Eu conheço a cidade em que sua sobrinha

mora. Eu conheço a cidade na qual sua

sobrinha mora. Eu conheço a cidade onde sua

sobrinha mora.

O Pronome Relativo Quanto

Este pronome é sempre antecedido de tudo, todos ou todas, concordando com esses elementos (quanto, quantos, quantas).Ex:

Fale tudo quanto quiser falar.

Traga todos quantos quiser

trazer. Beba todas quantas quiser

beber.

Pronomes de Tratamento

São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Embora o pronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a

Page 148: Portugues PMPE

concordância deve ser feita com a terceira pessoa. Usa-seVossa,quando conversamos com a pessoa, e Sua, quando falamos da pessoa.

Ex.

Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com asdele.

Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente.

Eis uma pequena lista de pronomes de tratamento:

AUTORIDADES DE ESTADO

Civis

Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para

1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Presidente da República, Senadores da República, Ministro de Estado, Governadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules, Chefes das Casas Civis e Casas Militares.

2 - Vossa Magnificência - V. M. - Reitores de Universidade

3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais

Judiciárias

Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para

1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Desembargador da Justiça, curador, promotor

2 - Meritíssimo Juiz - M. - Juiz, Juízes de Direito

3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais

Militares

Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para

1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Oficiais generais (até coronéis)

2 - Vossa Senhoria - V. S.a - Outras patentes militares

3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais

Page 149: Portugues PMPE

AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS

Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para

1 - Vossa Santidade - V. S. - Papa

2 - Vossa Eminência Reverendíssima - V. Em.a Revm.a - Cardeais, arcebispos e bispos

3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades eclesiásticas e sacerdotes em geral

AUTORIDADES MONÁRQUICAS

Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para

1 - Vossa Majestade - V. M. - Reis e Imperadores

2 - Vossa Alteza - V. A. - Príncipe, Arquiduques e Duques

3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades eclesiásticas e sacerdotes em geral

OUTRAS AUTORIDADES

Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para

1 - Vossa Senhoria - V. S.a - Dom

2 - Doutor - Dr. - Doutor

3 – Comendador - Com. - Comendador

4 – Professor - Prof. - Professor

Pronomes Possessivos

São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).

Empregos dos pronomes possessivos:

1) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambigüidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do

Page 150: Portugues PMPE

substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos. Ex.

Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos.

De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para tirar a ambigüidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela).

2) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos. Ex.

Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.

3) Não se devem usar pronomes possessivos diante de partes do próprio corpo. Ex.

Amanhã, irei cortar os cabelos.

Vou lavar as mãos.

Menino! Cuidado para não machucar os pés!

4) Não se devem usar pronomes possessivos diante da palavra casa, quando for a residência da pessoa que estiver falando.Ex.

Acabei de chegar de casa.

Estou em casa, tranqüilo.

Pronomes Demonstrativos

Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres no tempo e no espaço, em relação às pessoas do discurso. São os seguintes:

1) Este, esta, isto:

Page 151: Portugues PMPE

São usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente. Ex.

Este chapéu que estou usando é de couro.

Este ano está sendo cheio de surpresas.

2) Esse, essa, isso:

São usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro.Ex.

Esse chapéu que você está usando é de couro?

2003. Esse ano será envolto em mistérios.

Em novembro de 2001, inauguramos a loja. Até esse mês, nada sabíamos sobre comércio.

3) Aquele, aquela, aquilo:

São usados para o que está distante da pessoa que fala, e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto.Ex.

Aquele chapéu que ele está usando é de couro?

Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época, Londrina era uma cidade pequena.

Outros usos dos demonstrativos:

1) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse, essa, isso para o que já foi dito ou escrito.Ex.

Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade a permitiu.

Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A verdade é essa.

2) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo imediatamente anterior.

Ex.

O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.

Quando interpelei Roberval, este assustou-se inexplicavelmente.

Page 152: Portugues PMPE

3) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se este, esta, isto em relação ao que foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar.Ex.

Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.

Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.

4) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s).Ex.

Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou)

Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu)

Pronomes Indefinidos

Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica.

São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, (além das locuções pronominais indefinidas): cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...

Usos de alguns pronomes indefinidos:

1) Todo:

O pronome indefinido todo deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos não terá artigo, mesmo que o substantivo exija.Ex.

Todo dia telefono a ela. (Todos os dias)

Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro)

Page 153: Portugues PMPE

Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não admite artigo)

2) Todos, todas:

Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir.Ex.

Todos os colegas o desprezam.

Todas as meninas foram à festa.

Todos vocês merecem respeito.

3) Algum:O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando estiver depois do substantivo. Ex.

Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)

Algum amigo o ajudará. (Alguém)

4) Certo:

A palavra certo será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo.Ex.

Certas pessoas não se preocupam com os demais.

As pessoas certas sempre nos ajudam.

5) Qualquer:

O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se usar algum, posteriormente ao substantivo, ou nenhum.Ex.

Ele entrou na festa sem qualquer problema. Essa frase está inadequada gramaticalmente. O adequado seria:

Ele entrou na festa sem problema algum.

Ele entrou na festa sem nenhum problema.

Page 154: Portugues PMPE

Pronomes Interrogativos

São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.Ex.

Que farei agora? - Interrogativa direta.

Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta.

Qual é o seu nome? - Interrogativa direta.

Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta.

Notas:

1) Na expressão interrogativa Que é de? subentende-se a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que é feito do sorriso? ), Que é dele? (= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quédê, quedê ou cadê, pois essas palavras oficialmente não existem, apesar de, no Brasil, o uso de cadê ser cada dia mais constante.

2) Não se deve usar a forma o que como pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser que o pronome seja colocado depois do verbo.Ex.

Que você fará hoje à noite? e não: O que você fará hoje à noite?

Que queres de mim? e não: O que queres de mim?

Você fará o quê?

Page 155: Portugues PMPE

Figuras de linguagem que mais caem em concursos

As figuras de linguagem são usadas para exprimir de formas e objetivos diferentes os pensamentos da pessoa que escreve, a fim de comover,surpreender, fazer o leitor rir ou refletir sobre algo.

Veja quais são as figuras de linguagem mais usadas em provas de concursos públicos:

a) Antítese: uso aproximado de termos opostos.Exemplo: Mesmo que você não acredite, o céu é um lugar melhor do que o inferno!

b) Elipse: omissão de uma palavra que, apesar de não exposta, pode ser identificada por quem lê.Exemplo: Ele estava de casaco de frio; ela, de casaco de pele! (omissão doverbo “estava” em “Ela estava de casaco de pele”.

c) Eufemismo: usada para atenuar algo grave de ser dito.Exemplo: Ele passou dessa para uma melhor! (para não dizer morreu ou faleceu)

d) Hipérbole: expressão de exagero usada para dar ênfase em alguma informação.Exemplo: Fui à sua casa milhões de vezes, mas você nunca está lá!

e) Ironia: expressão usada para dar idéia contrária ao que se pensa. Exemplo: Sim, você é realmente muito valente, enfrentou vários soldados com sua espada de bambu e seu escudo de madeira usada em fabricação de borracha.

f) Metáfora: relação entre duas palavras, na qual uma substitui a outra e forma sig ounificações semelhantes.Exemplo: Você é um sol radiante em minha vida!

Page 156: Portugues PMPE

g) Personificação ou prosopopéia: acontece quando animais ou seres inanimados recebem atribuições humanas.Exemplo: A xícara falou para o bule: o que aconteceu, por que este bico deste tamanho?

Crase (Regras)Conceito: é a fusão de duas vogais da mesma natureza. No português assinalamos a crase com o acento grave (`). Observe:

Obedecemos ao regulamento.

( a + o )

Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas:

Obedecemos à norma.

( a + a )

Há crase pois temos a união de duas vogais iguais ( a + a = à )

Regra Geral:

Haverá crase sempre que:

I. o termo antecedente exija a preposição a;

II. o termo consequente aceite o artigo a.

Fui à cidade.

( a + a = preposição + artigo )

( substantivo feminino )

Conheço a cidade.

( verbo transitivo direto – não exige preposição )

Page 157: Portugues PMPE

( artigo )

( substantivo feminino )

Vou a Brasília.

( verbo que exige preposição a )

( preposição )

( palavra que não aceita artigo )

Observação:

Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício:

I. se pudermos empregar a combinação da antes da palavra, é sinal de que ela aceitao artigo

II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não aceita.

Ex: Vim da Bahia. (aceita)

Vim de Brasília (não aceita)

Vim da Itália. (aceita)

Vim de Roma. (não aceita)

Nunca ocorre crase:

1) Antes de masculino.

Caminhava a passo lento.

(preposição)

2) Antes de verbo.

Estou disposto a falar.

(preposição)

Page 158: Portugues PMPE

3) Antes de pronomes em geral.

Eu me referi a esta menina.

(preposição e pronome demonstrativo)

Eu falei a ela.

(preposição e pronome pessoal)

4) Antes de pronomes de tratamento.

Dirijo-me a Vossa Senhoria.

(preposição)

Observações:

1. Há três pronomes de tratamento que aceitam o artigo e, obviamente, a crase: senhora, senhorita e dona.

Dirijo-me à senhora.

2. Haverá crase antes dos pronomes que aceitarem o artigo, tais como: mesma, própria...

Eu me referi à mesma pessoa.

5) Com as expressões formadas de palavras repetidas.

Venceu de ponta a ponta.

(preposição)

Observação:

É fácil demonstrar que entre expressões desse tipo ocorre apenas a preposição:

Caminhavam passo a passo.

(preposição)

Page 159: Portugues PMPE

No caso, se ocorresse o artigo, deveria ser o artigo o e teríamos o seguinte: Caminhavam passoao passo – o que não ocorre.

6) Antes dos nomes de cidade.

Cheguei a Curitiba.

(preposição)

Observação:

Se o nome da cidade vier determinado por algum adjunto adnominal, ocorrerá a crase.

Cheguei à Curitiba dos pinheirais.

(adjunto adnominal)

7) Quando um a (sem o s de plural) vem antes de um nome plural.

Falei a pessoas estranhas.

(preposição)

Observação:

Se o mesmo a vier seguido de s haverá crase.

Falei às pessoas estranhas.

(a + as = preposição + artigo)

Sempre ocorre crase:

1) Na indicação pontual do número de horas.

Às duas horas chegamos.

(a + as)

Para comprovar que, nesse caso, ocorre preposição + artigo, basta confrontar com uma expressão masculina correlata.

Page 160: Portugues PMPE

Ao meio-dia chegamos.

(a + o)

2) Com a expressão à moda de e à maneira de .

A crase ocorrerá obrigatoriamente mesmo que parte da expressão (moda de) venha implícita.

Escreve à (moda de) Alencar.

3) Nas expressões adverbiais femininas.

Expressões adverbiais femininas são aquelas que se referem a verbos, exprimindo circunstâncias de tempo, de lugar, de modo...

Chegaram à noite.

(expressão adverbial feminina de tempo)

Caminhava às pressas.

(expressão adverbial feminina de modo)

Ando à procura de meus livros.

(expressão adverbial feminina de fim)

Observações:

No caso das expressões adverbiais femininas, muitas vezes empregamos o acento indicatório de crase (`), sem que tenha havido a fusão de dois as. É que a tradição e o uso do idioma se impuseram de tal sorte que, ainda quando não haja razão suficiente, empregamos o acento de crase em tais ocasiões.

4) Uso facultativo da crase

Antes de nomes próprios de pessoas femininos e antes de pronomes possessivos femininos, pode ou não ocorrer a crase.

Ex: Falei à Maria.

(preposição + artigo)

Page 161: Portugues PMPE

Falei à sua classe.

(preposição + artigo)

Falei a Maria.

(preposição sem artigo)

Falei a sua classe.

(preposição sem artigo)

Note que os nomes próprios de pessoa femininos e os pronomes possessivos femininos aceitam ou não o artigo antes de si. Por isso mesmo é que pode ocorrer a crase ou não.

Casos especiais:

1) Crase antes de casa.

A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada por um adjunto adnominal não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase.

Por outro lado, se vier determinada por um adjunto adnominal, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:

Volte a casa cedo.

(preposição sem artigo)

Volte à casa dos seus pais.

(preposição sem artigo)

(adjunto adnominal)

2) Crase antes de terra.

Page 162: Portugues PMPE

A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase. Ex:

Já chegaram a terra.

(preposição sem artigo)

Se, entretanto, vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:

Já chegaram à terra dos antepassados.

(preposição + artigo)

(adjunto adnominal)

3) Crase antes dos pronomes relativos.

Antes dos pronomes relativos quem e cujo não ocorre crase. Ex:

Achei a pessoa a quem procuravas.

Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.

Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase se o masculino correspondente for ao qual, aos quais. Ex:

Esta é a festa à qual me referi.

Este é o filme ao qual me referi.

Estas são as festas às quais me referi.

Estes são os filmes aos quais me referi.

4) Crase com os pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo .

Sempre que o termo antecedente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes demonstrativos: aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo, haverá crase. Ex:

Falei àquele amigo.

Dirijo-me àquela cidade.

Aspiro a isto e àquilo.

Fez referência àquelas situações.

Page 163: Portugues PMPE

5) Crase depois da preposição até.

Se a preposição até vier seguida de um nome feminino, poderá ou não ocorrer a crase. Isto porque essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a). Ex:

Chegou até à muralha.

(locução prepositiva = até a)

(artigo = a)

Chegou até a muralha.

(preposição sozinha = até)

(artigo = a)

6) Crase antes do que.

Em geral, não ocorre crase antes do que. Ex: Esta é a cena a que me referi.

Pode, entretanto, ocorrer antes do que uma crase da preposição a com o pronome demonstrativoa (equivalente a aquela).

Para empregar corretamente a crase antes do que convém pautar-se pelo seguinte artifício:

I. se, com antecedente masculino, ocorrer ao que / aos que, com o feminino ocorrerá crase;

Ex: Houve um palpite anterior ao que você deu.

( a + o )

Houve uma sugestão anterior à que você deu.

( a + a )

II. se, com antecedente masculino, ocorrer a que, no feminino não ocorrerá crase.

Ex: Não gostei do filme a que você se referia.

(ocorreu a que , não tem artigo)

Não gostei da peça a que você se referia.

Page 164: Portugues PMPE

(ocorreu a que, não tem artigo)

Observação:

O mesmo fenômeno de crase (preposição a + pronome demonstrativo a) que ocorre antes do que,pode ocorrer antes do de. Ex:

Meu palpite é igual ao de todos.

(a + o = preposição + pronome demonstrativo)

Minha opinião é igual à de todos.

(a + a = preposição + pronome demonstrativo)

7) há / a

Nas expressões indicativas de tempo, é preciso não confundir a grafia do a (preposição) com a grafia do há (verbo haver).

Para evitar enganos, basta lembrar que, nas referidas expressões:

a (preposição) indica tempo futuro (a ser transcorrido);

há (verbo haver) indica tempo passado (já transcorrido). Ex:

Daqui a pouco terminaremos a aula.

Há pouco recebi o seu recado.

Sobre as maneiras diferentes de se grafar o por que

1) Porquê (junto, com acento): É um substantivo, portanto deverá ser usado, quando surgir, antes dele, uma palavra modificadora – artigo (o, os, um, uns), pronome adjetivo (meu, esse, quanto) ou numeral (um, dois, três, quatro). Como é umsubstantivo, admite plural: porquês. Exemplos:— Ninguém sabe o porquê de tanto desdém.— Quantos porquês! Pare de fazer-me perguntas.

2) Por quê (separado, com acento): É a junção da preposição por

Page 165: Portugues PMPE

com o substantivo quê, que só é usado em final de frase. Aliás, sempre que a palavra "que" for usada em final de frase, deverá ser acentuada, independentemente do elemento que surjaantes. Exemplos:— Você não me telefonou ontem por quê?— Nem eu sei por quê.— Você está rindo de quê?— Você procurou-me para quê?

Nota 1: A palavra "que" será acentuada, quando estiver antecedida por uma palavra modificadora, ou quando for uma interjeição que designa espanto. Exemplos:— Ela tem um quê de mistério.— Quê? Ela esteve aqui, e você não me avisou?

Nota 2: Quando, anteriormente ao "que", surgir a palavra "o", "a", "os" ou "as", teremos pronome demonstrativo (o, a, os, as), com o mesmo valor de "aquele, aquela, aquilo", e pronome relativo (que). No caso de "a que", também pode ser a preposição "a". Exemplos:— Não entendi o que você falou = Não entendi aquilo que você falou.— Dos concorrentes, o vencedor será o que mais votos obtiver = Dos concorrentes, o vencedor será aquele que mais votos obtiver.— A peça a que assisti é maravilhosa. (Esse "a" é preposição)

3) Por que (separado, sem acento):a) É a junção da preposição por com o pronome interrogativo que; significa por que motivo, por qual razão. Exemplos:— Por que o professor faltou hoje? = Por qual razão o professor faltou?— Não sei por que o professor faltou hoje = Não sei por qual motivo o professor faltou hoje.

b) É a junção da preposição por com o pronome relativo que; pode ser substituído por pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais ou por qual. Exemplos:

Page 166: Portugues PMPE

—O aperto por que passei foi terrível = O aperto pelo qual passei foi terrível.— A causa por que luto é nobilíssima = A causa pela qual luto é nobilíssima.

4) Porque (junto, sem acento): É uma conjunção, portanto estará ligando duas orações, indicando causa (= já que), explicação (= pois) ou finalidade (= para que). Exemplos:— O espetáculo não ocorreu, porque o cantor estava gripado = O espetáculo não ocorreu já que o cantor estava gripado.— Estudem, porque consigam a aprovação = Estudem para que consigam a aprovação.— Pare de falar, porque está atrapalhando-me = Pare de falar, pois está atrapalhando-me.

Diferença entre "mau" e "mal"

MAU É um adjetivo; usado como contrário de bom.Exemplos:- Eduardo é um mau garoto.- Ela está sempre de mau humor.

MAL Pode ser: - advérbio de modo: usado como contrário de bem. - substantivo: com sentido de doença, tristeza, desgraça, tragédia. - conjunção temporal: com o sentido de quando. Exemplos:- Ele dirige muito mal. (adv)- Ela cantava mal. (adv.)- Mal cheguei em casa, o telefone tocou (conj.)- Mal me viu, começou a falar sobre o fato. (conj.)- Seu mal não tem cura. (subst.)- Deve-se evitar o mal. (subst.)

Page 167: Portugues PMPE

Como se escreve: a vista, à vista ou avista?

A VISTA = refere-se ao substantivo vista; olho; órgão visual; paisagem.Exemplos: - A vista daquele homem parece triste. - Ela tem uma bela vista de seu quarto.

À VISTA = na presença de; a dinheiro; pagamento da mercadoria adquirida; diante.Exemplos: - Você vai pagar à vista? - Eu me sinto bem à vista da luz solar. - À vista dele você fica esquisito.

AVISTA = refere-se ao verbo avistar no sentido de visualizar alguma coisa.Exemplos: - Ele avista de longe os pássaros da ilha.

Onde ou Aonde?

Onde = lugar em que/ em que (lugar). Indica permanência, o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Complementa verbos que exprimem estado ou permanência e que normalmente pedem a preposição em:Onde estás? – Em casa.Você sabe onde fica o Sudão? – Na África. Onde moram os sem-terra?Não entendo onde ele estava com a cabeça quando falou isso. De onde você está falando?Não sei onde me apresentar nem a quem me dirigir.

Aonde = a que lugar. É a combinação da preposição a + onde. Indica

Page 168: Portugues PMPE

movimento para algum lugar. Dá idéia de aproximação. É usado com os verbos ir, chegar, retornar e outros que pedem a preposição a.Exemplos:Aonde você vai todo dia às 9 horas? – A Brusque. Sabes aonde eles foram? – Ao cinema.A mulher do século 21 sabe muito bem aonde quer chegar. Não sei aonde ou a quem me dirijo.Aonde nos levará tamanha discussão?Faz três dias que saiu do Incor, aonde deverá retornar brevemente para uma revisão.Estavam à deriva, sem saber aonde ir. Há lugares no universo aonde não se vai sozinho.

Meio ou Meia?

Quando “meio” for utilizado no sentido de “um pouco”, “mais ou menos”, ele é invariável, pois trata-se de um advérbio.

Exemplos:

Ela estava meio triste por causa da derrota do Brasil na Copa.

Os jogares estavam meio decepcionados com a saída de Neymar do campeonato.

A janela estava meio aberta.

Quando “meio” for utilizado no sentido de “metade”, ele varia de acordo com o termo ao qual se refere, pois trata-se de um número fracionário.

Exemplos:

Vamos almoçar meio-dia e meia.

Ela nadou meio quilômetro e depois correu meia légua.

Page 169: Portugues PMPE

Meio ou meia: aprenda quando usar

Um erro com o qual nos deparamos com frequência, principalmente na fala, é o uso de “meio” (advérbio) e “meio” (numeral). Observe o trecho:

“Maria ficou meia triste ontem. Ela estava meia indecisa, sem saber se falava ou não a verdade para o Pedro. Decidiu que falaria apenas meio verdade. Foi exatamente isso que a fez ficar com a consciência meia pesada.”O que está incorreto no trecho? Antes de responder, confira alguns fatos e considere que existem dois tipos de classe gramatical:

Variável (palavras que admitem variação): numeral, substantivos, adjetivos e pronomes; Invariável (palavras que não admitem variação): interjeição, advérbio, preposição

e conjunção;Uso de “meio” (advérbio)

O “meio”, se utilizado com o sentido de “mais ou menos” ou um “um pouco”, éum advérbio que indica intensidade. Logo, ele não pode ser flexionado, ou seja, não pode variar, já que advérbios não se modificam.Exemplos:

“A casa dela fica meio (um pouco) longe.” “Clara mostrou-se uma pessoa meio (um pouco) dissimulada.”

Portanto, em caso de dúvidas, substitua “meio” por “um pouco”, por “mais ou menos” ou por outro advérbio de intensidade. Caso a frase faça sentido, não empregue o feminino.

Então:

Incorreto: “Maria ficou meia triste ontem.” Correto: “Maria ficou meio triste ontem.”

A palavra “meio” na frase é um advérbio e refere-se ao quanto Maria ficou triste e não deve ser flexionada para o feminino.

Uso de “meio” (numeral)

Quando “meio” é utilizado com o sentido de metade, trata-se de um numeral fracionário, que pode e deve ser flexionado quanto ao gênero. Portanto, é correto falar “meia garrafa de água”, “meia barra de ferro”, “meia panela de feijão” e por aí vai.

Exemplos:

“Para conseguir estudar, Pedro bebeu meia (metade da) garrafa de café.” “É necessário tomar uma colher e meia (uma metade) do xarope.”

Uma observação importante é que o correto é “meio-dia e meia” e não “meio dia e meio”, como a maioria das pessoas pensa, pois trata-se de meio-dia e meia hora.

Page 170: Portugues PMPE

Em caso de dúvidas, substitua “meio” por “metade”. Se o sentido da frase não for comprometido, trata-se de um numeral e pode ser flexionado.

Então:

Incorreto: “Decidiu que falaria apenas meio verdade.” Correto: “Decidiu que falaria apenas meia verdade.”

Na frase, “meia” indica metade ou uma parte da verdade que deveria ser dita por Maria.

Corrigindo o trecho inicial, temos:“Maria ficou meio triste ontem. Ela estava meio indecisa, sem saber se falava ou não a verdade para o Pedro. Decidiu que falaria apenas meia verdade. Foi exatamente isso que a fez ficar com a consciência meio pesada.”

Qual é o correto: mas ou mais?

Se não praticada com frequência, a escrita realmente pode se tornar um bicho de sete cabeças. Assim, surgem pequenos erros com os quais nos deparamos no dia a dia.

Um exemplo clássico desses erros é o uso de “mas” ou “mais”. Ambas as palavras estão corretas, porém, cada uma deve ser utilizada em determinadas situações. Entenda um pouco mais a respeito.O uso da palavra “mas”

A palavra “mas” é, na maioria das vezes, utilizada como uma conjunção coordenativa adversativa para ligar duas orações de sentidos opostos. Simplificando, essa conjunção dá a ideia de divergência. Assim, a palavra “mas” pode ser substituída por “contudo”, “porém” e “todavia”.Exemplos:

“A professora elogia frequentemente a aluna, mas suas notas estão sempre baixas.” “Tentei voltar mais cedo, mas não consegui”. “Ele é bonito e inteligente, mas é antipático.”

A palavra “mas” pode, ainda, assumir papéis gramaticais diferentes: pode ser substantivo comum ou advérbio:Substantivo comum: refere-se a uma imperfeição, um porém, uma falha.

Por exemplo: “Sem mas ou meio mas! Quero que me diga logo o que aconteceu!.”

Note que a palavra “mas”, nesse caso, pode ser substituída por porém.

Advérbio: é utilizado para dar ênfase a algo que está sendo afirmado. Por exemplo:

Page 171: Portugues PMPE

“Ele é tão enrolado, mas tão enrolado, que conseguiu perder o último ônibus.” Nesse caso, a palavra “mas” é utilizada para mostrar o quanto o sujeito da frase é enrolado.

O uso da palavra “mais”

A palavra “mais” é geralmente utilizada como um advérbio de intensidade (lembre-se que os advérbios são aqueles que modificam o verbo, o adjetivo ou outros advérbios), que indica sempre a noção de excesso, de maior intensidade ou quantidade. Nesse caso, pode ser substituída sempre por “menos”.Exemplos:

“Hoje voltarei mais tarde para a casa.” “Ela tem mais bens do que ele.” “Sandra é mais bonita que Cássia.”

Em alguns casos, “mais” pode assumir também o papel de pronome indefinido. Isso acontece quando a palavra é usada para quantificar, de uma forma generalizada, o substantivo.Por exemplo:

"Eu vou defender os meus direitos, os mais que se decidam quanto ao que fazer."Note que, no caso, a palavra “mais” pode ser substituída por “demais” (“...os demais que se decidam....”).E então?Uma dica básica e muito útil é sempre utilizar a oposição para descobrir se o correto, em determinadas situações, é escrever “mas” ou “mais”. Ou seja, se o oposto da palavra for “menos”, o certo sempre será “mais”, se não for, o correto é “mas”.

Está e estar. Quando usar cada forma?“Estar” – ação de encontrar-se em certo estado, condição, ou situação no tempo ou no espaço – é verbo no infinitivo – uma forma nominal do verbo que exprime apenas o estado ou a ação sem designar tempo, modo, número ou pessoa.

Usa-se infinitivo nos seguintes casos:

Em locuções verbais [dois verbos que representam uma única ação verbal]:

Page 172: Portugues PMPE

O investigado diz estar tranquilo sobre o caso. (“diz estar” forma uma locução verbal).

Estar apaixonado é uma coisa louca.

Em orações reduzidas [orações abreviadas, sem conectivo (conjunção ou pronome relativo) e com o verbo numa das formas nominais (gerúndio,particípio e infinitivo)]:

É importante estar preparado financeiramente para ter um filho. (“estar” introduz uma oração / oração reduzida de infinitivo).

Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado:

Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior:

Temos a obrigação de estar contentes com o presente. (“estar” complementa o substantivo “obrigação”)

“Está” é o verbo “estar” conjugado na terceira pessoa do singular (ele/ela) do presente do modo indicativo – tempo verbal que serve para falar de um hábito ou de fatos que ocorrem frequentemente; para descrever uma ação que está ocorrendo:

Ele está internado.

Ela está felicíssima com o novo emprego.

O pai (ele) está na roça.

A enfermeira (ela) está de folga.

Observe que, nas frases acima, há sujeito, que é “ele/ela”. Quando houverdúvidas, verifique se é possível colocar “ele” ou “ela” antes do verbo. Se sim, o emprego correto será “está”.

Page 173: Portugues PMPE