portugues em exercicios para concursos

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  • Portugus em Exerccios

    Para provas e concursos

    Cortesia: www.materialconcursos.com.br

  • Interpretao de texto

    Texto I (Carlos Chagas)

    Ganhamos a guerra, no a paz

    Os fsicos se encontram numa posio no muito diferente da de Alfred Nobel. Ele inventou o mais poderoso explosivo jamais conhecido at sua poca, um meio de destruio por excelncia. Para reparar isso, para aplacar sua conscincia humana, instituiu seus prmios promoo da paz e s realizaes pacficas. Hoje(*), os fsicos que participaram da fabricao da mais aterradora e perigosa arma de todos os tempos sentem-se atormentados por igual sentimento de responsabilidade, para no dizer culpa. E no podemos desistir de advertir e de voltar a advertir, no podemos e no devemos relaxar em nossos esforos para despertar nas naes do mundo, e especialmente nos seus governos, a conscincia do inominvel desastre que eles certamente iro provocar, a menos que mudem sua atitude em relao uns aos outros e em relao tarefa de moldar o futuro.

    Ajudamos a criar essa nova arma, no intuito de impedir que os inimigos da humanidade a obtivessem antes de ns, o que, dada a mentalidade dos nazistas, teria significado uma inconcebvel destruio e escravizao do resto do mundo. Entregamos essa arma nas mos dos povos norte-americano e britnico, vendo neles fiis depositrios de toda a humanidade, que lutavam pela paz e pela liberdade. At agora, porm, no conseguimos ver nenhuma garantia das liberdades que foram prometidas s naes no Pacto do Atlntico. Ganhamos a guerra, no a paz. As grandes potncias, unidas na luta, esto agora divididas quanto aos acordos de paz. Prometeu-se ao mundo que ele ficaria livre do medo, mas, na verdade, o medo aumentou enormemente desde o fim da guerra. Prometeu-se ao mundo que ele ficaria livre da penria, mas grandes partes dele se defrontam com a fome, enquanto outras vivem na abundncia. (...)

    Possa o esprito que motivou Alfred Nobel a criar sua notvel instituio, o esprito de f e confiana, de generosidade e fraternidade entre os homens, prevalecer na mente daqueles de cujas decises dependem nossos destinos. Do contrrio, a civilizao humana estar condenada.

    (Albert Einstein, Escritos da maturidade.. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994)

    (*) Este texto foi escrito em 1945, logo depois do fim da II Guerra Mundial.

    1. Ao escrever esse texto, o grande fsico Albert Einstein preocupou-se sobretudo em formular uma grave advertncia contra (A) a pacificao do mundo por meio da ao de governos totalitrios. (B) a perigosa instabilidade gerada pelo Pacto do Atlntico. (C) o novo potencial belicoso da situao de ps-guerra. (D) o poder de devastao representado pelo invento de Alfred Nobel. (E) o esprito do armistcio assinado pelas grandes potncias.

    2. Considere as seguintes afirmaes:

    I. A criao e a entrega da mais aterradora e perigosa arma de todos os tempos aos norte-americanos e britnicos se deram em meio a uma perigosa e disputada corrida armamentista.

  • II. Einstein mostra-se insatisfeito quanto aos termos em que se configurou o Pacto do Atlntico, um acordo em si mesmo tmido e incapaz de gerar bons resultados. III. Einstein inclui-se entre os responsveis pelo trmino da guerra e pela derrota dos nazistas, mas declina de qualquer responsabilidade quanto a uma futura utilizao da nova e devastadora arma.

    Em relao ao texto, est correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) Ie II. (E) IIe III.

    3. A atitude de vigilncia, para a qual Einstein convoca a todos nesse texto, deve materializar-se, conforme deseja o grande fsico, (A) numa advertncia contra os preocupantes riscos representados pela iminente reorganizao dos nazistas. (B) na conscientizao dos vitoriosos quanto necessidade de se entenderem e de assumirem suas responsabilidades diante do futuro. (C) no cumprimento das exigncias feitas pelos cientistas quando se propuseram a elaborar as condies do Pacto do Atlntico. (D) na manuteno das auspiciosas condies polticas do ps-guerra, marcadas pela derrota dos nazistas. (E) na constituio de um novo tratado que, indo de encontro ao Pacto do Atlntico, represente um esforo de real pacificao.

    4. Quanto sua construo interna, as frases Ganhamos a guerra, no a paz e As grandes potncias, unidas na luta, esto agora divididas tm em comum . (A) um jogo entre alternativas. (B) uma relao de causa e efeito. (C) a formulao de uma condicionalidade. (D) a articulao de uma hiptese. (E) a explorao de antteses.

    5. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expresso do texto em: (A) numa posio no muito diferente da de Alfred Nobel = em atitude inteiramente similar de Alfred Nobel. (B) para aplacar sua conscincia humana = para obliterar seu juzo sobre a humanidade. (C) dada a mentalidade dos nazistas = em que pese a conscincia dos nazistas. (D) vendo neles fiis depositrios = reconhecendo-os como confiveis guardies. (E) conscincia do inominvel desastre = concepo inevitvel da tragdia.

    6. Possa o esprito que motivou Alfred Nobel a criar sua notvel instituio, o esprito de f e confiana, de generosidade e fraternidade entre os homens, prevalecer na mente daqueles de cujas decises dependem nossos destinos. Observa-se que na construo do perodo acima, se empregou o verbo (A) poder como auxiliar do verbo criar. (B) criar como auxiliar do verbo prevalecer. (C) motivar como auxiliar de prevalecer. (D) criar como auxiliar do verbo poder.

  • (E) poder como auxiliar do verbo prevalecer.

    Texto II (Carlos Chagas)

    Cincia e esoterismo

    A astrologia muito mais popular do que a astronomia. Um nmero muito maior de pessoas abre um jornal ou uma revista para consultar uma coluna astrolgica do que para ler uma coluna sobre astronomia. E a astrologia no est sozinha: numerologia, quiromancia, cartas de tar, bzios etc. tambm so extremamente populares.

    Como fsico, no cabe a mim explicar o porqu dessa irresistvel atrao pelo que obviamente est alm do que chamamos fenmenos naturais. Mas posso ao menos oferecer uma conjectura. O fascnio pelo esotrico vem justamente de seu aspecto pessoal, privado: voc paga a um profissional com conhecimentos ou "poderes" esotricos para que ele fale sobre voc, sua vida, seus problemas, seu futuro...

    O problema com o esoterismo que no temos nenhuma prova concreta, cientfica, de que certos fenmenos realmente ocorrem. As "provas" que foram oferecidas at o momento fotos, depoimentos pessoais, sesses demonstrativas e compilaes estatsticas de dados misteriosamente se recusam a sobreviver quando testadas no laboratrio sob o escrutnio do cientista ou aps uma anlise quantitativa mais detalhada. Uma das grandes armas da cincia contra o charlatanismo justamente a possibilidade de repetirmos certos experimentos tantas vezes quantas desejarmos. Os cientistas no precisam "acreditar" nos resultados de outros cientistas; basta repetir o experimento em seu prprio laboratrio, sob condies idnticas, e os mesmos resultados devem ser encontrados.

    Seria realmente fascinante se houvesse uma fora desconhecida que pudesse influenciar nosso comportamento (ou pelo menos indicar tendncias) a partir de um arranjo csmico em que ns, como indivduos, participssemos ativamente, uma espcie de astronomia personalizada.

    Mas, para mim, mais fascinante ainda seguir os passos de outros cientistas e dedicar toda uma vida ao estudo dos fenmenos naturais, armado apenas com inspirao e razo. Ao compreendermos um pouco mais sobre o mundo nossa volta, estaremos, tambm, compreendendo um pouco mais sobre ns mesmos e sobre nosso lugar neste vasto e misterioso Universo.

    (Marcelo Gleiser, Retalhos csmicos. So Paulo: Companhia das Letras, 1999)

    7. Observando-se alguns dos recursos utilizados na construo do texto, verifica-se que (A) o emprego das aspas em "poderes" justifica-se do mesmo modo que em "provas". (B) a falta de marca pessoal na linguagem garante a objetividade da demonstrao. (C) as expresses astronomia personalizada e basta repetir o experimento so manifestaes da ironia do autor. (D) o emprego das aspas em "acreditar" deve-se nfase atribuda a uma ao afirmativa dos cientistas. (E) o emprego da palavra inspirao, no final do texto, revela que o autor reviu e retificou sua posio contrria ao esoterismo.

    8. Na argumentao que desenvolve em seu texto, o autor se vale dos seguintes procedimentos:

  • I. No aceita a suposta popularizao das crenas de natureza esotrica, considerando-a uma manipulao dos charlates que tm interesse em propagar seus falsos poderes. II. Afirma que os fenmenos esotricos no so comprovados quando submetidos a testes rigorosamente cientficos ou a anlises largas e detalhadas. III. Admite que a cincia menos atraente que as prticas esotricas, j que ela no se prope a desvendar as grandes incgnitas do nosso Universo. IV. Conclui que a cincia tambm tem seus encantos, embora aceite que os que a praticam no costumam se valer dos conhecimentos j conquistados dentro da tradio cientfica.

    Em relao ao texto, est correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) III e IV.

    9. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expresso do texto em: (A) ao menos oferecer uma conjectura = pleitear, mesmo assim, uma comprovao. (B) seu aspecto pessoal, privado = sua verdade ntima, inconfessvel. (C) arranjo csmico = pretexto universal. (D) sob o escrutnio do cientista = pela anlise minuciosa do cientista. (E) armado apenas com inspirao e razo = to-somente com a f e a perseverana.

    Texto III (Carlos Chagas)

    O Brasil entrou no sculo XXI justificando o lugar comum do sculo passado: continua sendo um pas de contrastes. Isso o que revelam os nmeros iniciais do Censo 2000, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). No ltimo ano da dcada passada, em comparao com o primeiro 1991 , muito mais brasileiros estavam estudando, tinham carros, eletrodomsticos, telefones, luz, gua encanada, esgoto e coleta de lixo, e muito menos brasileiros morriam antes de completar um ano de vida. A mortalidade infantil caiu 38%: de 48 por mil nascimentos para 29,6. A queda foi maior do que os especialistas haviam projetado no incio da dcada.

    Isso, a despeito de a maioria da populao continuar vivendo com rendimentos franciscanos: pouco mais da metade dos 76,1 milhes de membros da populao economicamente ativa ganhava at dois salrios mnimos por ms (ou R$ 302,00 data do recenseamento e R$ 400,00 hoje) e apenas 2,4% ganhavam mais de vinte salrios mnimos, ou seja, R$ 4 000,00 um salrio relativamente modesto nas sociedades desenvolvidas. Por esse ngulo, pode-se dizer que o Brasil um pas igualitrio: ostenta a dramtica igualdade na pobreza.

    Os nmeros agregados escondem que o consumo se distribui de forma acentuadamente desigual pelo territrio e entre os diversos grupos de renda. Enquanto no Sul e no Sudeste os domiclios com carro somam mais de 40%, no Norte e no Nordeste no chegam a 15%. De certo modo, quem pode consumir bens durveis acaba consumindo por si e por quem no pode. O desequilbrio regional e social do consumo acompanha, obviamente, a concentrao da capacidade aquisitiva.

    Os dados que apontam para a intolervel persistncia da igualdade na pobreza entre os brasileiros tm relao manifesta com o desempenho da economia. Se verdade que, em matria de expanso dos benefcios sociais e do acesso a bens indispensveis

  • no mundo contemporneo, como o telefone, os anos 1990 foram uma dcada ganha, no que toca ao crescimento econmico foram uma dcada das mais medocres, desde a transformao do Pas em sociedade industrial. Entre 1991 e 2000, o Brasil cresceu, em mdia, parcos 2,7% ao ano. Mesmo em 1994, o melhor ano do perodo, o Produto Interno Bruto (PIB) no chegou a 6% muito abaixo dos picos registrados na dcada de 1970, a do "milagre brasileiro". bvio que a retomada do desenvolvimento condio sine qua para a elevao da renda do povo.

    (Adaptado de O Estado de S. Paulo, maio/2002)

    10. De certo modo, quem pode consumir bens durveis acaba consumindo por si e por quem no pode. A afirmao acima aponta para (A) a melhoria real do padro de vida da populao brasileira, registrando existncia de consumo mesmo entre os mais pobres. (B) resultados estatsticos aparentemente otimistas, mas que deixam de mostrar dados pouco animadores da situao econmica e social da populao brasileira. (C) um equilbrio final da capacidade de consumo da populao nas vrias regies brasileiras, igualando os resultados de cada uma delas. (D) o paradoxo que resulta dos dados do ltimo censo, pois eles indicam o consumo de bens durveis por uma populao que no tem poder aquisitivo. (E) a falsidade do resultado de certas pesquisas, cujos dados desvirtuam a realidade, especialmente a da classe social mais desfavorecida.

    11. Considere as afirmativas abaixo, a respeito do texto. O Censo 2000

    I. indica o avano do Brasil, idntico ao de algumas sociedades desenvolvidas, especialmente quanto garantia de emprego, apesar de um valor modesto para o salrio mnimo. II. apresenta ndices positivos de melhoria na qualidade de vida do povo brasileiro, ao lado de disparidades acentuadas, em todo o territrio nacional. III. assinala um aumento geral do poder aquisitivo do povo brasileiro, reduzindo a um mnimo as diferenas regionais.

    Est correto o que se afirma SOMENTE em: (A) I e II (B) II e III (C) I (D) II (E) III

    12. A afirmao no segundo pargrafo: Por esse ngulo, pode-se dizer que o Brasil um pas igualitrio. correto afirmar que a concluso acima tem um carter (A) acentuadamente irnico, pela constatao que se segue a ela. (B) bastante otimista, por ter sido possvel constatar melhorias na distribuio de renda. (C) de justificado orgulho, pela melhoria da qualidade de vida no Brasil. (D) de extremo exagero, considerando-se os dados indicativos do progresso brasileiro. (E) pessimista, tendo em vista a impossibilidade de aumento do salrio mnimo.

    13. A queda foi maior do que os especialistas haviam projetado no incio da dcada. O emprego da forma verbal grifada na frase acima indica, no contexto, (A) uma incerteza em relao a um fato hipottico. (B) um fato consumado dentro de um tempo determinado.

  • (C) a repetio de um fato at o momento da fala. (D) uma ao passada anterior a outra, tambm passada. (E) uma ao que acontece habitualmente.

    14. O segundo pargrafo do texto est ligado ao primeiro (A) por tratar-se de uma explicao das afirmaes apresentadas de incio. (B) pela condio imposta no incio desse segundo pargrafo, em relao aos dados observados no Censo. (C) por ser uma sntese do que vem sendo desenvolvido. (D) pela continuidade da mesma idia, desenvolvida em ambos. (E) por uma ressalva, marcada pelo uso da expresso a despeito de.

    15. H, no texto, relao de causa e efeito entre (A) retomada do desenvolvimento e elevao da renda do povo. (B) a dcada do "milagre brasileiro" e a persistncia da situao de pobreza do povo. (C) situao econmica do Brasil no sculo XX e a que se apresenta no incio do sculo XXI. (D) queda dos ndices de mortalidade infantil e valor do salrio mnimo. (E) consumo maior no Sul e no Sudeste e acentuadamente menor no Norte e no Nordeste.

    16. A mortalidade infantil caiu 38%: de 48 por mil nascimentos para 29,6. O emprego dos dois pontos assinala (A) uma restrio afirmao do perodo anterior. (B) a ligao entre palavras que formam uma cadeia na frase. (C) a incluso de um segmento explicativo. (D) a citao literal do que consta no relatrio do IBGE. (E) a brusca interrupo da seqncia de idias.

    17. Os nmeros iniciais do Censo 2000 revelam melhorias. A queda das taxas de mortalidade infantil foi maior do que o esperado. Boa parte da populao brasileira continua vivendo na pobreza. As frases acima formam um nico perodo, com correo e lgica, em:

    (A) Se as taxas de mortalidade infantil entraram em queda maior do que era esperada, a populao brasileira continua vivendo na pobreza, apesar das melhorias que o Censo 2000, revelam em seus dados iniciais. (B) A populao brasileira em boa parte continua vivendo na pobreza, os nmeros iniciais do Censo 2000 revelam as melhorias, onde as taxas de mortalidade infantil em queda, maior do que se esperava. (C) Com a queda das taxas de mortalidade infantil, e os nmeros iniciais do Censo 2000 revela que foi maior que o esperado, mas boa parte da populao brasileira continua vivendo na pobreza. (D) Os nmeros iniciais do Censo 2000 melhoraram, com a queda das taxas de mortalidade infantil, que foi maior do que se esperavam, onde boa parte da populao brasileira continua vivendo na pobreza. (E) Boa parte da populao brasileira continua vivendo na pobreza, conquanto os nmeros iniciais do Censo 2000 revelem melhorias, como a queda das taxas de mortalidade infantil, maior do que o esperado.

    Texto IV (Esaf)

  • 18- Em relao ao sentido das palavras e expresses do texto, assinale a opo correta.

    A farsa se existe rigorosamente , no momento atual, o menor problema que temos de enfrentar. Sabemos, hoje, que a repetio histrica tem-nos conduzido muito mais a novas tragdias no raro, aproximando-se da barbrie do que a aes burlescas; ou ao menos h uma certa identificao entre ambas, sendo aquelas mais penosas do que estas. Se tomarmos a globalizao como referncia, a pantomima atribuda a ela no difere muito de sua face trgica. Mas a ltima excede a primeira medida que revela o ngulo visvel de sua aparente inocncia. S se percebe o que acontece, efetivamente, quando os olhos (e a razo) do conta da realidade em toda sua crueza.

    (Fernando Magalhes, A globalizao e as lies da histria)

    a) A palavra barbrie est associada idia de barbarismo, ou seja, inadequao de linguagem. b) A expresso burlescas est associada idia de hericas. c) A palavra pantomima est sendo utilizada em seu sentido conotativo de vanguarda, modernidade. d) A expresso medida que pode ser substituda por proporo que, sem prejuzo gramatical para o perodo. e) A expresso sua crueza refere-se palavra razo.

    Texto VI (Esaf)

    19- Considerando as idias do texto, assinale as inferncias como verdadeiras (V) ou falsas (F) e marque a correta opo em seguida.

    Li que a espcie humana um sucesso sem precedentes. Nenhuma outra com uma proporo parecida de peso e volume se iguala nossa em termos de sobrevivncia e proliferao. E tudo se deve agricultura. Como controlamos a produo do nosso prprio alimento, somos a primeira espcie na histria do planeta a poder viver fora de seu ecossistema de nascena. Isso nos deu mobilidade e a sociabilidade que nos salvaram do processo de seleo, que limitou outros bichos de tamanho equivalente. por isso que no temos mudado muito, mas tambm no nos extinguimos.

    (Luiz Fernando Verssimo, Recursos Humanos, in: O Desafio tico, org. de Ari Roitman, com adaptaes)

    ( ) Mede-se o sucesso pela capacidade de sobrevivncia e proliferao. ( ) Se a espcie humana tivesse outro peso e volume no teria sobrevivido. ( ) Viver fora do ecossistema de nascena depende da capacidade de criar o prprio alimento. ( ) O processo de seleo das espcies que limita a mobilidade e a sociabilidade. ( ) A histria da espcie humana poderia ser outra se no houvesse agricultura. ( ) Poucas mudanas trazem como conseqncia a no-extino da espcie.

    A seqncia correta : a) V, V, V, F, F, V b) V, F, F, V, V, F c) F, F, V, V, F, V d) F, V, F, V, V, F

  • e) V, F, V, F, V, F

    Texto VII (Esaf)

    A racionalidade comunicativa se tornou possvel com o advento da modernidade, que emancipou o homem do jugo da tradio e da autoridade, e permitiu que ele prprio decidisse, sujeito unicamente fora do melhor argumento, que proposies so ou no aceitveis, na trplice dimenso: da verdade (mundo objetivo), da justia (mundo social) e da veracidade (mundo subjetivo). Ocorre que simultaneamente com a racionalizao do mundo vivido, que permitiu esse aumento de autonomia, a modernidade gerou outro processo de racionalizao, abrangendo a esfera do Estado e da Economia, que acabou se automatizando do mundo vivido e se incorporou numa esfera "sistmica", regida pela razo instrumental. A racionalizao sistmica, prescindido da coordenao comunicativa das aes e impondo aos indivduos uma coordenao automtica, independente de sua vontade, produziu uma crescente perda de liberdade.

    20. De acordo com o texto, na modernidade: a) a racionalizao comunicativa valorizou o trabalho b) o homem pde decidir quais seriam os novos valores aceitveis c) o advento da racionalidade emancipou o homem do jugo da tradio e da autoridade d) o homem, ao perder a tradio, perdeu a autoridade e) a racionalidade impeliu o homem ao jugo da tradio

    21. A racionalizao do mundo vivido permitiu: a) a trplice dimenso da verdade d) um aumento da autonomia b) a aceitao da autoridade e) a busca da justia social c) a valorizao do trabalho

    22. A modernidade gerou dois processos da racionalizao: a) a do mundo vivido e a sistmica b) a subjetiva e a objetiva c) a instrumental e a da Economia d) a da tradio e a da autoridade e) a da comunicao e a do mundo vivido

    23. A racionalizao regida pela razo institucional: a) veio explicar a tradio e a autoridade b) imprescindvel para a comunicao humana c) impe aos indivduos a comunicao das aes d) ganhou dimenso maior por causa do Estado e) fez decrescer a liberdade

    Texto VIII - (NCE/UERJ) A liberdade e o consumo

    Quantos morreram pela liberdade de sua ptria? Quantos foram presos ou espancados pela liberdade de dizer o que pensam? Quantos lutaram pela libertao dos escravos? No plano intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeas, desde Plato e Scrates, passando por Santo Agostinho, Spinoza, Locke, Hobbes, Hegel, Kant, Stuart Mill, Tolstoi e muitos outros. Como conciliar a liberdade com a inevitvel ao

  • restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se transformam em direitos do cidado? Essas questes puseram em choque os melhores neurnios da filosofia, mas no foram as nicas a galvanizar controvrsias. Mas vivemos hoje em uma sociedade em que a maioria j no sofre agresses a essas liberdades to vitais, cuja conquista ou reconquista desencadeou descomunais energias fsicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi atrado (corrompido?) pelas tentaes da sociedade de consumo. O que percebido como liberdade para um pacato cidado contemporneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem direito de mover-se livremente?

    O primeiro templo da liberdade burguesa o supermercado. Em que pesem as angustiantes restries do contracheque, so as prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo (no faz muitas dcadas, nas prateleiras dos nossos armazns ora faltava manteiga, ora leite, ora feijo). No houve ideal comunista que resistisse s tentaes do supermercado. Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana virou cone da liberdade no Leste Europeu. A segunda liberdade moderna o transporte prprio. BMW ou bicicleta, o que conta a sensao de poder sentar-se ao veculo e resolver em que direo partir. Podemos at no ir a lugar algum, mas gostoso saber que h um veculo parado porta, concedendo permanentemente a liberdade de ir, seja aonde for. Algum j disse que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionrio que poderia ter levado a Itlia ao comunismo. A terceira liberdade a televiso. a janela para o mundo. a liberdade de escolher os canais (restritos em pases totalitrios), de ver um programa imbecil ou um jogo, ou estar to perto das notcias quanto um presidente da Repblica - que nos momentos dramticos pode assistir s mesmas cenas pela CNN. estar prximo de reis, heris, criminosos, superatletas ou cafajestes metamorfoseados em apresentadores de TV. Uma liberdade recente o telefone celular. o gostinho todo especial de ser capaz de falar com qualquer pessoa, em qualquer momento, onde quer que se esteja. Importante? Para algumas pessoas, uma revoluo no cotidiano e na profisso. Para outras, apenas o prazer de saber que a distncia no mais cerceia a comunicao, por boba que seja. H ainda uma ltima liberdade, mais nova, ainda elitizada: a internet e o correio eletrnico. um correio sem as peripcias e demoras do carteiro, instantneo, sem remorsos pelo tamanho da mensagem (que se dane o destinatrio do nosso attachment megabitico) e que est a nosso dispor, onde quer que estejamos. E acoplado a ele vem a web, com sua cacofonia de informaes, excessivas e desencontradas, onde se compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhao. Causa certo desconforto intelectual ver substitudas por objetos de consumo as discusses filosficas sobre liberdade e o herosmo dos atos que levaram sua preservao em mltiplos domnios da existncia humana. Mas assim a nossa natureza, s nos preocupamos com o que no temos ou com o que est ameaado. Se h um consolo nisso, ele est no saber que a preeminncia de nossas liberdades consumistas marca a vitria de havermos conquistado as outras liberdades, mais vitais. Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienao do consumismo est fora do horizonte de muitos. E, se o filsofo Joosinho Trinta tem razo, no por desdenhar os luxos, mas por no poder desfrut-los.

    Cludio de Moura Castro

    24. O primeiro pargrafo do texto apresenta:

  • (A) uma srie de perguntas que so respondidas no desenrolar do texto; (B) uma estrutura que procura destacar os itens bsicos do tema discutido no texto; (C) um questionamento que pretende despertar o interesse do leitor pelas respostas; (D) um conjunto de perguntas retricas, ou seja, que no necessitam de respostas; (E) umas questes que pretendem realar o valor histrico de alguns heris nacionais.

    25. Nos itens abaixo, o emprego da conjuno OU (em maisculas) s tem ntido valor alternativo em: (A) Quantos foram presos OU espancados pela liberdade de dizer o que pensam?; (B) A segunda liberdade moderna o transporte prprio, BMW OU bicicleta...; (C) ...de ver um programa imbecil ou um jogo, OU estar to perto das notcias...; (D) ...s nos preocupamos com o que no temos OU com o que est ameaado.; (E) estar prximo de reis, heris, criminosos, superatletas OU cafajestes....

    26. Como conciliar a liberdade com a inevitvel ao restritiva do Estado?; nesse segmento do texto, o articulista afirma que: (A) o Estado age obrigatoriamente contra a liberdade; (B) impossvel haver liberdade e governo ditatorial; (C) ainda no se chegou a unir os cidados e o governo; (D) cidados e governo devem trabalhar juntos pela liberdade; (E) o Estado o responsvel pela liberdade da populao.

    27. O primeiro templo da liberdade burguesa o supermercado. Em que pesem as angustiantes restries do contracheque, so as prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo...; o segmento sublinhado corresponde semanticamente a: (A) as despesas do supermercado so muito pesadas no oramento domstico; (B) os salrios no permitem que se compre tudo o que se deseja; (C) as limitaes de crdito impedem que se compre o necessrio; (D) a inflao prejudica o acesso da populao aos bens de consumo; (E) a satisfao de comprar s permitida aps o recebimento do salrio.

    28. No houve ideal comunista que resistisse s tentaes do supermercado.; com esse segmento do texto o autor quer dizer que: (A) todo ideal comunista se ope aos ideais capitalistas; (B) a ideologia comunista sofre presses por parte dos consumidores; (C) os supermercados socialistas so menos variados que os do mundo capitalista; (D) o ideal comunista ainda resiste procura desenfreada por bens de consumo; (E) as tentaes do supermercado abalaram as estruturas capitalistas.

    29. a liberdade de escolher os canais (restritos em pases totalitrios),...; o segmento sublinhado significa que: (A) nos pases totalitrios a censura impede o acesso programao capitalista; (B) o nmero de canais disponveis bem menor do que nos pases no-totalitrios; (C) a televiso, nos pases totalitrios, bem de que s poucos dispem; (D) nos pases totalitrios todos os canais so do sistema de TV a cabo; (E) nos pases totalitrios, a TV no sofre censura governamental.

    Texto IX (NCE-UERJ)

    Leia atentamente o texto a seguir para responder s duas primeiras questes!

  • Os principais da agricultura brasileira referem-se muito mais diversidade dos impactos causados pelo carter truncado da modernizao, do que persistncia de segmentos que dela teriam ficado imunes. Se hoje existem milhes de estabelecimentos agrcolas marginalizados, isso se deve muito mais natureza do prprio processo de modernizao, do que sua falta de abrangncia.

    (Folha de S. Paulo, Editoral, fevereiro/2001)

    30. Podemos afirmar, de acordo com o texto acima, que: a) O processo de modernizao deve tornar-se mais abrangente para implementar a

    agricultura. b) Os problemas da agricultura resultam do impacto causado pela modernizao

    progressiva do setor. c) Os problemas da agricultura resultam da inadequao do processo de modernizao

    do setor. d) Segmentos do setor agrcola recusam-se a adotar processos de modernizao. e) Os problemas da agricultura decorrem da no-modernizao de estabelecimentos

    agrcolas marginalizados.

    31.No trecho persistncia de segmentos que dela teriam ficado imunes, a expresso teriam ficado exprime: a) Desejo de que esse fato no tenha ocorrido. b) A certeza de que a imunidade modernizao prpria de estabelecimentos

    agrcolas marginalizados. c) A certeza de que esse fato realmente no ocorreu. d) A hiptese de que esse fato tenha ocorrido. e) A possibilidade de a imunidade modernizao ser decorrente de certos segmentos.

    Texto X (Esaf)

    Num de seus poemas, Carlos Drummond de Andrade refere-se rotina dos homens que voltam para casa, que levam o jornal embaixo do brao, depois de mais de um dia de trabalho. Sugere o poeta que esses homens cansados, depois do jantar, vo ao jornal e soletram o mundo, sabendo que o perdem. Soletram o mundo: um belo modo que Drummond encontrou para expressar seu ponto de vista. Num jornal, a vida no a vida, um conjunto de letras impressas, que nos cabe apenas soletrar. Quem passa os olhos pelas noticias no vive os fatos, apenas percorre as letras, as slabas, as palavras em que os fatos se converteram. Da se entende porque o poeta concluiu: sabendo que o perdem. Sim, parece que a simples leitura do jornal, longe de ser uma forma de participarmos do mundo, um modo de perd-lo. Por qu? Porque, diante das noticias de jornal, somos meros contempladores da vida, assistindo sentados variedade do noticirio. Estar bem informado no , ainda, viver: O poeta Carlos Drummond de Andrade, funcionrio publico, homem tmido, de hbitos metdicos e rotineiros, conhece de perto esse estado de pura observao das coisas, forma de perder o mundo, no deixa de dar um belo recado para quem julga que as informaes sejam essenciais em si mesmas. De que valem elas, se no nos orientam para algum tipo de ao? Embora informadssimos, perdemos o mundo quando apenas nos dispomos a soletr-lo.

    (Celso de Oliveira, indito)

  • 32. correto afirmar que o autor do texto deu a seguinte interpretao ao verso soletram o mundo, sabendo que o perdem, de Carlos Drummond de Andrade a) Quem se fixa nas notcias de jornal sabe que esse pode ser um modo de afastar do

    mundo, em vez de participar dele. b) As notcias do mundo, para serem de fato compreendidas, no podem ser lidas

    apressadamente. c) Os homens que lem jornal metodicamente acreditam que esse um modo ativo de

    participar do que ocorre no mundo. d) Quando desabituados leitura, os homens soletram o mundo, no podendo por isso

    compreender bem as noticias de um jornal. e) Os fatos noticiados num jornal s se tornam relevantes se forem analisados em seus

    mnimos elementos.

    33. Considere as seguintes afirmaes. I- As informaes dadas sobre o poeta Carlos Drummond de Andrade, no terceiro

    pargrafo, aproximam-nos dos homens que voltam para casa, de que fala em um de seus poemas.

    II- O autor do texto afirma que as informaes sobre os fatos essenciais no costumam ser publicadas.

    III- A expresso meros contempladores de vida caracteriza a quem apenas percorre as letras, as slabas, as palavras em que os fatos se converteram.

    Est correto somente o que vem afirmando em a) I. c) I e II. e) II e III b) II d) I e III.

    34. Indique a afirmao correta, considerando o sentido do conjunto do texto. a) A expresso hbitos metdicos seria contraditria, se utilizada para caracterizar a rotina dos homens que voltam para casa e vo ao jornal. b) A expresso longe de ser, utilizada no segundo pargrafo, poderia ser substituda por no deixa de ser, sem prejuzo para o que afirma o autor. c) As expresses metdico e rotineiro caracterizam uma pessoa volvel em seus atos. d) A frase Estar bem informado no , ainda, viver afirma o contrrio do que diz o ultimo perodo do texto. e) O belo recado a que se refere o autor, no ultimo pargrafo, tem como destinatrio todo aquele que acha que o essencial estar bem informado.

    35. Quanto funo sinttica, e dentro do terceiro pargrafo: a) funcionrio pblico e homem tmido tm classificaes diferentes. b) O termo esse estado sujeito de conhece. c) O termo ,informadssimos refere-se ao sujeito de perdemos. d) As formas verbais deixa e julga tem o mesmo sujeito. e) As formas verbais valem e orientam tm distintos sujeitos.

    36. A frase em que o termo destacado tem a funo de complemento verbal : a) somos meros contempladores da vida. b) Soletrar notcias no o mesmo que participar dos fatos. c) O poeta conhece de perto esse estado da pura observao das coisas. d) As informaes no so essenciais em si mesmas. e) Assistimos sentados variedade do noticirio.

  • 37. No perodo Embora informadssimos, perdemos o mundo quando apenas nos dispomos a soletr-lo, a orao em destaque conservar o mesmo sentido e o mesmo valor sinttico se substituirmos embora pela expresso: a) desde que estejamos. b) Porque estamos. c) Uma vez que estejamos. d) Mesmo estando. e) J que estamos.

    Texto XI (Esaf)

    Desde os seus primeiros dias, o ano de 1919 trouxe uma inusitada excitao s ruas de So Paulo. Era alguma coisa alm da turbulncia instintiva, que o calor um tanto tardio do vero quase tropical da cidade naturalmente incitava nos seus habitantes. De tal modo esse novo estado de disposio coletiva era sensvel, que os paulistanos em geral, surpresos consigo mesmos, e os seus porta-vozes informais em particular, os cronistas, se puseram a especular sobre ele.

    (Autor desconhecido)

    38. Considere as seguintes afirmativas sobre o uso de artigos no texto. I- Se suprimssemos o primeiro artigo os do texto, isso no acarretaria qualquer erro, j

    que a ocorrncia de artigo antes de possessivo no obrigatria na lngua portuguesa.

    II- Se substitussemos o artigo uma, no primeiro perodo, por a, isso no acarretaria qualquer alterao de significado, porque ambos desempenham a mesma funo semntica e so do mesmo gnero gramatical.

    III- Se suprimssemos o artigo um, no segundo perodo, isso no acarretaria qualquer erro, porque no contexto pode-se usar igualmente um tanto e tanto.

    Podemos afirmar que esto corretas: a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e III. e) todas esto corretas.

    39.Assinale a opo que apresenta sinnimos convenientes para as palavras inusitada, turbulncia e sensvel sem alterar significativamente os respectivos sentidos. a) Estranha, ventania, perceptvel; b) Exagerada, perturbao, suscetvel; c) Estranha, perturbao, suscetvel; d) Exagerada, ventania, perceptvel. e) Estranha, perturbao, perceptvel.

    40. O trecho De tal modo... sensvel, no ltimo perodo pode ser reescrito de vrias maneiras. Assinale aquela em que h alterao do significado original. a) Era de tal modo sensvel esse novo estado de disposio coletiva. b) De tal modo era sensvel esse novo estado de disposio coletiva. c) Esse novo estado de disposio coletiva era de tal modo sensvel. d) Esse novo estado de disposio coletiva de tal modo era sensvel.

  • e) De tal modo sensvel esse novo estado era de disposio coletiva.

    41. Assinale a opo correta sobre a razo do uso das duas ltimas vrgulas do texto acima. a) Marcam a separao de adjunto adverbial deslocado. b) Marcam a separao de itens de uma srie. c) Marcam um vocativo. d) Marcam um aposto. e) Marcam um sujeito deslocado.

    Texto XII (CESPE)

    As marcas do bem

    Nos anos 30, Charles Chaplin empenhava toda a sua criatividade na produo de filmes como Tempos Modernos. Na obra, que se passa durante a Depresso Econmica, o genial Carlitos torna-se operrio de uma grande indstria e vira lder grevista por acaso. O filme uma crtica industrializao desenfreada, s relaes desumanas nas linhas da produo e ao descaso com os deserdados em geral, especialmente os operrios.

    A engraada nem por isso pouco cida crtica de Carlitos j no cabe a um grupo de empresas que, nos anos mais recentes, introduziram nos seus planos estratgicos e a preocupao com a responsabilidade social. Essa nova postura pressupe o resgate de valores, como o humanitarismo e a solidariedade, alm de adoo de princpios ticos na sua relao com empregados, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente. So empresas que abandonaram a posio acomodada de doar um chefe, periodicamente, a instituies em apuros. Essa postura foi substituda por outra, na qual o aprendizado coletivo um dos itens mais importantes, na definio de Guilherme Leal, presidente do conselho consultivo do Instituto Ethos, entidade fundada recentemente para aglutinar empresrios que compartilham idias parecidas, quando o assunto responsabilidade social.

    Nessa nova concepo de apoio, o dinheiro quase nunca chega sozinho s entidades sociais. Junto com ele, os empresrios transferem o aprendizado que acumulam ao longo dos anos no prprio gerenciamento de seus negcios. Queremos fortalecer as entidades que apoiamos, diz Antnio Meireles, diretor-presidente de uma das empresas associadas ao Instituto Ethos. H, pelo menos, duas conseqncias dessa postura, que est muito distante do paternalismo e da caridade descompromissada. Uma delas o surgimento de instituies bem gerenciadas e que, por isso mesmo tm mais condies de captar recursos na sociedade. Par destac-las j existe at um prmio, o Bem Eficiente.

    O apoio a projetos que nascem na prpria comunidade propriedade das empresas socialmente solidrias. Um dos exemplos o programa Crer para Ver. Mantido pela Fundao Abrinq Pelos Direitos da Criana, financiou, em 1998, projetos em 1.103 escolas pblicas, localizadas em 16 estados, atendendo a 154.000 crianas. Todas as idias vieram da comunidade e foram submetidas a anlise de um comit tcnico. O dinheiro para manter o programa foi captado com a venda de cartes de Natal.

    As experincias vividas no trabalho comunitrio enriquecem tambm o dia-a-dia dentro das empresas. Essa troca possvel porque algumas corporaes liberam empregados para ir a campo e fazer trabalho social.

    Os motivos que levam as empresas adotarem posturas solidrias no so necessariamente humanitrios, mas inegvel que seus projetos aglutinam pessoas

  • dispostas a doar parte de seu tempo e experincia a quem nasce com a sina de perdedor em uma cidade cada vez mais excludente. O consumidor est atento e prefere as marcas de quem faz o bem. No Brasil, ainda no existem dados sobre isso, mas, nos Estados Unidos, pesquisa mostram que mais de 60% das pessoas optam por artigos de fabricantes politicamente corretos. Os benefcios imagem so inegveis. O diferencial competitivo tambm. Do lado dos colaboradores, h mais envolvimento.

    (caro Brasil, n 172, dezembro / 98 com adaptaes.)

    42. Com referncia tipologia textual, o texto: a) fundamentalmente argumentativo; o redator posiciona-se favoravelmente ao comprometimento de empresas com os problemas sociais, pelo resgate de valores humanitrios e solidrios; b) essencialmente a descrio do programa Cr para Ver, pois quantifica as metas alcanadas ao longo de um ano de atividades; c) compara, narrando a histria do tratamento dado questo social nas ltimas seis dcadas, os resultados de pesquisas acerca do assunto no Brasil e nos Estados Unidos da Amrica; d) principalmente dissertativo porque desenvolve o assunto das relaes desumanas na sociedade industrial contempornea, exemplificando com iniciativas no sentido da soluo desse problema; e) uma propaganda do Instituto Ethos, pois visa estimular os empresrios a adquirirem seus produtos incentivando o consumo.

    43. De acordo com as idias do texto, assinale a opo correta. a) Charles Chaplin com filmes como Tempos Modernos criticava as causas da Depresso Econmica: a industrializao desenfreada, as relaes de trabalho desumanas e o descaso com os empregados. b) Atualmente, no h mais espao para a crtica de Carlitos, pois as empresas introduziram nos seus planos estratgicos a preocupao com a responsabilidade social. c) O dinheiro quase nunca chega sozinho s entidades sociais: em geral, os prprios empresrios o levam. d) O programa Crer para Ver, por ter sido criado por empresas, no constitui um exemplo de experincias vividas no trabalho comunitrio. e) Embora as razes das empresas no tenham sempre carter humanitrio, a postura empresarial solidria por elas adotada leva o consumidor a optar por produtos ligados a esse tipo de ao.

    44. Segundo o texto, so politicamente corretas: a) todas as experincias vividas no trabalho comunitrio, iniciando com Carlitos, na dcada de 30; b) todas as razes que levam as empresas adotarem postura solidria; c) as aes de empresas preocupadas com a responsabilidade social que, fugindo da postura paternalista, propem o humanitarismo e a solidariedade; d) as trocas que algumas corporaes fazem com os empregados, liberando-os da carga horria contratual para a prestao de servios de assistncia social; e) somente as iniciativas que visam ao bem-estar da empresa e tambm dos empregados e de seus familiares.

    45. No texto, no se estabelece nenhuma relao entre: a) trabalho e alienao;

  • b) capital e educao; c) industrializao e desumanizao; d) economia e tica; e) empresariado e responsabilidade social.

    46. No sero respeitadas as idias do texto I caso se substitua: a) empenhava por aplicava; b) desenfreada por descomedida; c) descompromissada por descomprometida; d) anlise por apreciao; e) liberam por concedem.

    47. Assinale a opo correta quanto regncia e ao emprego do sinal indicativo da crase: a) O filme de Carlitos traa a crtica um processo de industrializao desenfreado. b) O texto manifesta-se contrrio s relaes desumanas nas linhas de produo e indiferena para com as camadas deserdadas, na sociedade em geral. c) A crtica de Carlitos no se sustenta frente a mais de uma dezena de empresa que, s vezes, introduzem para os seus planos estratgias visando a minimizao dos problemas atinentes as conjunturas sociais. d) A contribuio pecuniria quase nunca chega sozinha quelas entidades sociais favorecidas; junto com ela, as empresas transferem na aprendizagem acumulada no longo dos anos. e) O apoio iniciativas pertinentes a prpria comunidade prioridade junto as entidades socialmente solidrias.

    Texto XIII (Esaf)

    Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais plenamente velhos que os das metrpoles. No se trata da idade real de uns e outros, que pode at ser a mesma, mas dos tempos distintos que eles parecem habitar. Na agitao dos grandes centros, at mesmo a velhice parece ainda estar integrada na correria; os velhos guardam alguma ansiedade no olhar, nos modos, na lentido aflita de quem se sente fora do compasso. Na calmaria das cidades pequeninas, como se a velhice de cada um reafirmasse a que vem das montanhas e dos horizontes, velhice quase eterna, pousada no tempo. Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele chapu de feltro manchado, aquelas largas calas de brim cqui, incontavelmente lavadas, aquele pudo dos punhos de camisas j sem cor tudo combina admiravelmente com a enorme jaqueira do quintal, com a generosa figueira da praa, com as teias no campanrio da igreja. E os hbitos? Pica-se o fumo de corda, lentamente, com um canivete herdado do sculo passado, enquanto a conversa mole se desenrola sem pressa e sem destino. Na cidade grande, h um quadro que se repete mil vezes ao dia, e que talvez j diga tudo: o velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se, enfim, a atravessar a avenida, e o faz com aflio, um brao estendido em sinal de pare aos motoristas apressados, enquanto amida o que pode o prprio passo. Parece suplicar ao tempo que diminua seu ritmo, que lhe d a oportunidade de contemplar mais demoradamente os ponteiros invisveis dos dias passados, e de sondar com calma, nas nuvens mais altas, o sentido de sua prpria histria. H, pois, velhices e velhices - at que chegue o dia em que ningum mais tenha tempo para de fato envelhecer.

  • Celso de Oliveira.

    48. A frase "Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais plenamente velhos que os das metrpoles" constitui uma: a) impresso que o autor sustenta ao longo do texto, por meio de comparaes. b) impresso passageira, que o autor relativiza ao longo do texto. c) falsa hiptese, que a argumentao do autor demolir. d) previso feita pelo autor, a partir de observaes feitas nas grandes e nas pequenas cidades. e) opinio do autor, para quem a velhice mais opressiva nas cidadezinhas que nas metrpoles.

    49. Indique a afirmao INCORRETA em relao ao texto: a) roupas, canivetes, rvores e campanrio so aqui utilizados como marcas da velhice. b) autor julga que, nas cidadezinhas interioranas, a vida bem mais longa que nos grandes centros. c) Hbitos como o de picar fumo de corda denotam relaes com o tempo que j no existem nas metrpoles. d) que um velhinho da cidade grande parece suplicar que lhe seja concedido um ritmo de vida compatvel com sua idade. e) autor sugere que, nas cidadezinhas interioranas, a velhice parece harmonizar-se com a prpria natureza.

    50. O sentido do ltimo pargrafo do texto deve ser assim entendido: a) Do jeito que as coisas esto, os velhos parecem no ter qualquer importncia. b) Tudo leva a crer que os velhos sero cada vez mais escassos, dado o atropelo da vida moderna. c) prestgio do que novo to grande que j ningum repara na existncia dos velhos. d) A velhice nas cidadezinhas do interior to harmoniosa que um dia ningum mais sentir o prprio envelhecimento. e) No ritmo em que as coisas vo, a prpria velhice talvez no venha a ter tempo para tomar conscincia de si mesma.

    51. Indique a alternativa em que se traduz corretamente o sentido de uma expresso do texto, considerado o contexto. a) "parecem muito mais plenamente velhos" = do a impresso de se ressentirem mais dos males da velhice. b) "guardam alguma ansiedade no olhar" = seus olhos revelam poucas expectativas. c) "fora do compasso" = num distinto andamento. d) "a conversa mole se desenrola" = a explanao detalhada. e) "amida o que pode o prprio passo" = deve desacelerar suas passadas.

    Texto XIV (Cespe)

    O annimo

    To logo o carteiro entregou a correspondncia, Eduardo foi em busca daquilo que a experincia j lhe ensinara. Certamente estaria ali: a carta annima. De fato, no tardou a encontrar o envelope, quela altura familiar: o seu nome e endereo escritos em neutra letra de imprensa, e nenhuma indicao de remetente (alguns missivistas annimos usam

  • pseudnimo. Aquele no fazia concesses: nada fornecia que pudesse alimentar especulaes com respeito identidade).

    Com dedos um pouco trmulos a previsibilidade nem sempre o antdoto da emoo Eduardo abriu o envelope. Continha, como sempre, uma nica folha de papel ofcio manuscrita em letra de imprensa. Como de hbito, comeava afirmando: Descobri teu segredo. Nova linha, pargrafo, e a vinha a acusao.

    No presente caso: desonestidade. Todos acham que voc um homem srio, correto, dizia a carta, mas ns dois sabemos que voc no passa de um refinado patife. Voc est roubando seu scio, Eduardo. H muito tempo. Voc vem desviando dinheiro da firma para a sua prpria conta bancria. Voc disfara o rombo com supostos prejuzos nos negcios. Seu scio, que um homem bom, acredita em voc. Mas a mim, voc no engana, Eduardo. Eu sei de tudo que voc est fazendo. Conheo suas trapaas to bem como voc.

    Eduardo no pde deixar de sorrir. Boa tentativa aquela, do missivista annimo. Desonestidade na firma, isto no to incomum. Com um scio to crdulo como era o nio, Eduardo de fato no teria qualquer dificuldade em subtrair dinheiro da empresa.

    S que ele no estava fazendo isso. Em termos de negcios, era escrupulosamente honesto. Mais que isto, muitas vezes repassara dinheiro para a conta de nio um trapalho em matria de finanas sem que este soubesse. Honesto e generoso. Contudo, como certos caadores to pertinazes quanto incompetentes, o autor da carta annima atirara no que vira e acertara no que no vira.

    Eduardo enganava nio, sim. Mas no na firma. H meses em realidade, desde que aquela histria das cartas annimas comeara tinha um caso com a mulher do scio, Vera: grande mulher. Claro, no poderia garantir que no sentia um certo prazer em passar para trs o amigo que sempre fora mais brilhante e mais bem sucedido do que ele, mas, de qualquer forma, isto nada tinha a ver com a empresa. Desonestidade nos negcios? No. Tente outra, missivista. Quem sabe na prxima voc acerta. Tente. Tente j.

    Sentou mesa, tomou uma folha de papel ofcio e escreveu, numa bela, mas inconspcua letra de imprensa: Descobri teu segredo.

    Moacyr Scliar.

    Para a leitura compreensiva se efetivar, um dos passos essenciais o entendimento do vocabulrio utilizado. Julgue os itens a seguir como Verdadeiro ou Falso, considerando o sentido das palavras do texto.

    52. O vocbulo concesses (primeiro pargrafo) est utilizado denotativamente, com o sentido de privilgios; da mesma forma, especulaes (primeiro pargrafo) traz o sentido de negociaes. 53. Contextualmente, antdoto (segundo pargrafo) significa droga, veneno. 54. As palavras desonestidade (terceiro pargrafo) e pertinazes (quinto pargrafo) esto empregadas como antnimos de probidade e de volveis, respectivamente. 55. O termo crdulo (quarto pargrafo) apresenta conotaes de religiosidade, significando crente, devoto. 56. A palavra inconspcua (ltimo pargrafo) tem o significado de ilegvel, indecifrvel. 57. Infere-se do texto que o remetente era o prprio destinatrio das cartas. 58. O ttulo O Annimo , frente ao contedo do texto, um emprego irnico dessa palavra. 59. O narrador faz suposies acerca da identidade do remetente, ao registrar, como texto da carta, a seguinte idia: ns dois sabemos que voc no passa de um refinado patife (terceiro pargrafo).

  • 60. Infere-se do texto que so comuns casos de desonestidade profissional, mas tal acusao no pode ser aplicada a Eduardo. 61. No sexto pargrafo, depreende-se do texto que Eduardo sentia um complexo de inferioridade profissional frente a nio. 62. A histria acerca das cartas annimas, conforme contada pelo autor, apresentando-se na forma de uma narrativa curta, densa, pode exemplificar o que conhecido por crnica. 63. O trecho entre aspas situado no terceiro pargrafo possui vrias marcas de oralidade: registros tpicos da lngua falada, transpostos para a lngua escrita. 64. O texto apresenta algumas expresses tpicas da linguagem vulgar, como, entre outras, patife, trapaas, trapalho. 65. Os trechos registrados entre aspas no texto esto dispostos na forma de discurso indireto. 66. As passagens descritivas so predominantes nos quatro ltimos pargrafos. 67. Em Eduardo foi em busca daquilo (primeiro pargrafo), o termo destacado refere-se ao que a experincia j lhe ensinara (primeiro pargrafo). 68. Embora o texto seja narrativo como um todo, predomina a descrio. 69. O uso de frases curtas ao lado das frases de maior extenso, principalmente no sexto pargrafo, um recurso estilstico ligado ao ritmo da prosa, utilizado para dar densidade ao texto, prendendo o interesse do leitor. 70. Ao destacar a figura feminina com Vera: grande mulher (sexto pargrafo), o narrador d duas informaes, simultaneamente: que ela era valorosa e tambm robusta. 71. Com a passagem Desonestidade nos negcios? No (sexto pargrafo), o autor usa de um recurso estilstico denominado apstrofe.

    Texto XV (Cespe)

    Em qualquer acampamento ou ocupao de sem-terra que se visite, uma constatao inevitvel: grande parte dessas pessoas que vivem embaixo de lonas pretas nas estradas e fazendas saiu das franjas sujas e maltrapilhas das grandes cidades.

    Expulsos do campo por um processo cruel de concentrao de terras, milhes de trabalhadores rurais buscaram redeno sob o gs non (o termo, de origem grega, significa novo) das metrpoles. Queimaram asas feito mariposas. Caram numa espcie de vcuo social a favela intransponvel.

    Sem emprego, sem sade, sem teto, sem instruo, esse povo desgraado pelo descaso das autoridades descobriu no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) o que alguns buscam em entidades e organizaes como as novas seitas e igrejas: esperana. Mais pragmaticamente, trabalho, comida, teto e, se sobrar, educao e sade.

    Correio Braziliense (com adaptaes).

    Em relao ao emprego dos elementos no texto, julgue os itens a seguir.

    72. A palavra franjas, no primeiro pargrafo, est empregada em sentido figurado e significa periferia, ou seja, a regio mais afastada do centro urbano, em geral carente em infra-estrutura e servios urbanos, e que abriga os setores de baixa renda da populao. 73. A palavra redeno, no segundo pargrafo, significa salvao eterna, perdo, f. 74. As palavras vcuo e sade, que aparecem no texto, so acentuadas com base na mesma regra ortogrfica. 75. A expresso Queimaram asas feito mariposas, no segundo pargrafo, constitui uma metfora do insucesso, do fracasso, da melancolia, da nostalgia, da saudade.

  • 76. O vocbulo teto est empregado metonimicamente, significando casa, moradia, habitao. 77. A repetio intencional da preposio sem, no incio do terceiro pargrafo, constitui um recurso estilstico de nfase. 78. A expresso Mais pragmaticamente, no terceiro pargrafo, significa mais objetivamente, mais concretamente, de forma mais direcionada para a ao prtica.

    Texto XVI (Cespe)

    comum e procedente o comentrio de que a justia e o povo esto separados por um grande abismo, o que torna praticamente impossvel ao cidado leigo, mesmo aquele com grau de instruo superior mdia do Pas, compreender os assuntos inerentes ao Judicirio.

    Uma das razes que contribuem para esse triste distanciamento que se confunde com seus prprios efeitos e, por isso, engendra um crculo vicioso reside na falta de cultura jurdica do povo brasileiro. Falta de cultura jurdica no no sentido de que as pessoas leigas no tm o desejvel tirocnio para entender os meandros, o tecnicismo e os termos prprios do Direito, o que realmente no tm. Refiro-me ao fato de que o brasileiro no tem o costume de interessar-se por assuntos relativos funo judiciria do Estado.

    Rogrio Schietti Machado Cruz. Direito e Justia, in Correio Braziliense.

    Com relao s idias do texto, julgue os itens abaixo.

    79. Mesmo os cidados com formao especfica em Direito tm dificuldade de compreender os assuntos relativos ao judicirio. 80. A falta de cultura jurdica do povo brasileiro razo, e tambm efeito, do distanciamento entre a justia e o cidado. 81. Os leigos no tm experincia prtica suficiente para entender os procedimentos, o tecnicismo e os termos prprios dos trmites judicirios. 82. lamentvel que o brasileiro no desenvolva o costume de se interessar pelos assuntos referentes funo judiciria do Estado. 83. O judicirio cria, voluntariamente, um crculo vicioso entre as pessoas leigas e os meandros do tecnicismo. 84. procedentes (primeiro pargrafo) significa freqente, antigo. 85. leigo (primeiro pargrafo) significa alheio a um assunto, desconhecedor. 86. inerentes (primeiro pargrafo) significa prioritrios, especializados. 87. engendra (segundo pargrafo) significa gera, produz. 88. tirocnio (segundo pargrafo) significa vaticnio, tiromancia.

    Texto XVII (Cespe)

    Os estados e a Unio no tm recursos para coisa nenhuma. Hoje em dia, com essa preocupao neoliberal de Estado mnimo, de reduo das atividades pblicas, de sucateamento da mquina pblica, eu fao uma pergunta: se todas as atividades ficassem com a iniciativa privada e o Estado fosse reduzido a uma nica atividade, qual seria essa atividade? A justia, administrar a Justia. E isso pressupe segurana. Se o Estado abdicar de uma dessas funes, ele simplesmente deixa de ser Estado. A palavra Estado existe desde Maquiavel e significa uma nao com um governo institucionalizado e dotada de estabilidade. Estado e estabilidade tm a mesma raiz. Um Estado que deixa

  • de ter estabilidade deixa ser Estado. E um Estado que deixa de ter segurana pblica deixa de ter estabilidade.

    Flvio Bierenbach. Folha de So Paulo.

    Quanto s idias do texto, julgue os itens.

    89. Os recursos dos estados so inversamente proporcionais aos recursos da Unio. 90. Pode-se inferir que a reduo das atividades pblicas decorrncia de uma preocupao neoliberal de Estado mnimo. 91. Quanto mais antigo o Estado, mais atividades so deixadas iniciativa privada. 92. Nao com governo institucionalizado + estabilidade = Estado. 93. Se h estabilidade, h segurana pblica; se h Estado, h segurana pblica e estabilidade. 94. No primeiro perodo, o uso do acento grfico na forma verbal tm indica que, no texto, o verbo est concordando com o sujeito simples Unio. 95. Respeita-se a idia de negao e a correo gramatical ao se substituir nenhuma por alguma no primeiro perodo. 96. Para respeitar as regras de pontuao, se, no lugar da expresso uma pergunta, for usada a expresso a seguinte pergunta, ento uma vrgula deve ser usada no lugar dos dois-pontos. 97. Pelo sentido textual, a forma verbal subentendida no incio da orao A justia, administrar a justia seria. 98. O pronome isso em E isso pressupe segurana tem a funo textual de retomar e resumir as idias expressas pela pergunta anterior.

    Texto XVIII (Cespe)

    tica e moral

    Que tica? Que moral? So a mesma coisa ou h distines a serem feitas? H muita confuso acerca disso. Tentemos um esclarecimento. Na linguagem comum e mesmo culta, tica e moral so sinnimos. Assim, dizemos aqui h um problema tico ou um problema moral. Com isso emitimos um juzo de valor sobre alguma prtica pessoal ou social, se boa, se m, se duvidosa. Mas, aprofundando a questo, percebemos que tica e moral no so sinnimos. A tica parte da filosofia. Considera concepes de fundo, princpios e valores que orientam pessoas e sociedades. Uma pessoa tica quando se orienta por princpios e convices. Dizemos, ento, que tem carter e boa ndole. A moral parte da vida concreta. Trata da pratica real das pessoas que se expressam por costumes, hbitos e valores aceitos. Uma pessoa moral quando age em conformidade com valores e costumes que podem ser eventualmente, questionados pela tica. Uma pessoa pode ser moral (segue costumes) mas no necessariamente tica (obedece a princpios). Embora teis, essas definies so abstratas, porque no mostram o processo como a tica e a moral, efetivamente, surgem.

    Leonardo Boff. In: O.popular, 4/7/2003, p.8 (com adaptaes).

    A respeito das idias e da estrutura do texto, julgue os itens a seguir. 99. Ao compreender o ttulo e constatar, no inicio da exposio, uma srie de interrogaes, de cunho filosfico, o leitor depreende que est perante uma estrutura textual expositiva, ou argumentativa.

  • 100. A substituio de acerca disso (primeiro pargrafo) pela expresso sobre disso no altera o sentido nem a sintaxe do texto. 101. A partir do segundo pargrafo, o autor passa a responder s questes apresentadas no pargrafo inicial. 102. Segundo o texto, as duas palavras que compem o titulo so sinnimos perfeitos, tanto na lngua culta quanto na coloquial. 103. Ao empregar a forma verbal dizemos (segundo pargrafo), o autor est se referindo populao em geral, indiscriminadamente, e no apenas s pessoas cultas. 104. Infere-se do texto que o leitor deve desconfiar de quem se utiliza da linguagem comum para expressar um juzo de valor, tanto bom, quanto mau. 105. Ao iniciar o terceiro pargrafo com a conjuno Mas, o autor passa a explorar o assunto sob outro enfoque, oposto ao que estava sendo apresentado antes. 106. Todas as pessoas que tem carter e boa ndole (terceiro pargrafo) norteiam suas condutas por princpios slidos e convices inabalveis. 107. A distino sutil entre tica e moral interessa apenas queles que tm por funo social orientar a prtica real das pessoas (terceiro pargrafo). 108. No ltimo pargrafo, pelo emprego do pronome demonstrativo essas, depreende-se que o substantivo definies refere-se s palavras que, ao longo do texto, so postadas em confronto: tica e moral.

    Texto XIX (Cespe)

    Para entender as distines entre tica e moral, os gregos partiam da experincia, sempre vlida, do sentido de morada: a morada entendida, essencialmente, como o conjunto de relaes entre o meio fsico e as pessoas. Chamam a morada de ethos (em grego, com o e longo). Para que a morada seja morada, precisa-se organizar espao fsico quartos, sala, cozinha e o espao humano relaes dos moradores entre si e com seus vizinhos segundo critrios, valores e princpios para que tudo flua e esteja a contento. Isso confere carter casa e s pessoas. Ao que os gregos chamam de ethos, ns diramos tica e carter tico das pessoas. Na morada, os moradores tm costumes, maneiras de organizar as refeies, os encontros, estilos de relacionamento, tensos e competitivos ou harmoniosos e cooperativos. A isso os gregos chamavam tambm de ethos (com o e curto); ns diramos moral e postura moral e de uma pessoa. Ocorre que esses costumes (moral) formam o carter (tica) das pessoas. Winnicot, prolongando os trabalhos de Freud, estudou a importncia das relaes familiares para estabelecer o carter das pessoas. Elas sero ticas (tero princpios e valores) se tiverem tido uma boa moral (relaes harmoniosas e inclusivas) em casa. Os medievais no tinham as sutilezas dos gregos. Usavam a palavra moral tanto para os costumes quanto para o carter. Distinguiam a moral terica que estuda os princpios e as atitudes que iluminam as prticas, e a moral pratica que analisa os atos luz das atitudes e estuda a aplicao dos princpios vida.

    Idem, ibidem (com adaptaes)

    Considerando a construo morfossinttica, semntica e discursiva do texto, julgue os itens a seguir.

    109. O trecho Para entender as distines entre tica e moral (primeiro pargrafo) equivale, semanticamente, a Para se entenderem as distines entre tica e moral. 110. Est sintaticamente correta e reescritura de Isso confere carter casa e s pessoas (primeiro pargrafo) como Isso confere carter para a casa e para os seus

  • ocupantes. 111. A substituio da parte sublinhada em tm costumes (segundo pargrafo) pelo pronome oblquo correspondente est correta em t-los. 112. As observaes com o e longo e com o e curto revelam que, em grego, as alteraes de pronncia produziam mudanas de sentido nas palavras. 113. As palavras carter e ticas recebem acento agudo porque so proparoxtonas. 114. Depreende-se do texto que Freud foi contemporneo a Winnicot nos estudos sobre a importncia da famlia e seu sucessor na configurao do carter das pessoas. 115. Depreende-se das relaes sintticas e semnticas do perodo Elas sero (...) em casa (terceiro pargrafo) que as pessoas com princpios e valores s sero ticas caso tenham vivido relaes harmoniosas e inclusivas,e m famlia. 116. Ao registrar que Os medievais no tinham as sutilezas dos gregos (ltimo pargrafo), o texto informa que os povos romnicos, no perodo medieval, no eram sutis. 117. A pontuao da seguinte reescritura do ultimo perodo do texto est correta, pois no altera o sentido original: Os medievais faziam distino entre a moral terica (que estuda os princpios e as atitudes que iluminam as prticas) e a moral prtica que analisa os atos luz das atitudes e estuda a aplicao dos princpios vida.

    Texto XX (Cespe)

    Quais a tica e a moral vigentes hoje? A capitalista. Sua tica diz: bom o que permite acumular mais com menos investimento e em menos tempo possvel, pagar menos salrios e impostos e explorar mais natureza. Imaginemos como seria uma casa e uma sociedade que tivessem tais costumes (moral) e produzissem caracteres (ticos) assim conflitivos. Seriam ainda humanas e benfazejas vida? Eis a razo da grave crise atual.

    Idem, ibidem(com adaptaes).

    Considerando os trs anteriores, julgue as idias e a correo gramatical dos itens que se seguem.

    118. A autoria, a fonte e o tema dos textos XVIIII e XIXI so os mesmos do texto XX; isso, no entanto, no suficiente para assegurar que so fragmentos de um mesmo todo textual. 119. O texto XX, perante os dois textos anteriores, circunscreve espacialmente o tema tratado: o contexto brasileiro, desde a Revoluo Industrial. 120. No incio do texto XX, Sua refere-se, respectivamente, tica capitalista e moral capitalista hodiernas. 121. No texto XX, aps as formas verbais diz e reza os dois-pontos esto empregados porque houve a supresso do pronome relativo que. 122. No texto XXI, o emprego do adjetivo confilitivos e a pergunta retrica seriam ainda humanas e benfazejas vida?, que enseja a resposta No, evidenciam a postura antitica e amoral que perpassa o texto. 123. Segundo o autor, tanto a tica quanto a moral capitalistas so causas negativas do contexto da modernidade: a grave crise atual.

    Coerncia e coeso

  • 1- Assinale a opo que preenche, de forma coesa e coerente, as lacunas do texto abaixo. O fenmeno da globalizao econmica ocasionou uma srie ampla e complexa de mudanas sociais no nvel interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o poder regulador do Estado. _________________ a estonteante rapidez e abrangncia _________ tais mudanas ocorrem, preciso considerar que em qualquer sociedade, em todos os tempos, a mudana existiu como algo inerente ao sistema social.

    (Adaptado de texto da Revista do TCU, n82)

    a) No obstante com que b) Portanto de que c) De maneira que a que d) Porquanto ao que e) Quando de que

    2- Marque a seqncia que completa corretamente as lacunas para que o trecho a seguir seja coerente. A viso sistmica exclui o dilogo, de resto necessrio numa sociedade ________ forma de codificao das relaes sociais encontrou no dinheiro uma linguagem universal. A validade dessa linguagem no precisa ser questionada, ________ o sistema funciona na base de imperativos automticos que jamais foram objeto de discusso dos interessados.

    (Barbara Freytag, A Teoria Crtica Ontem e Hoje, pg. 61, com adaptaes)

    a) em que posto que b) onde em que c) cuja j que d) na qual todavia e) j que - porque

    3. Leia o texto a seguir e assinale a opo que d seqncia com coerncia e coeso.

    Em nossos dias, a tica ressurge e se revigora em muitas reas da sociedade industrial e ps-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidados e as organizaes, encarando construtivamente as inmeras modificaes que so verificadas no quadro referencial de valores. A dignidade do indivduo passa a aferir-se pela relao deste com seus semelhantes, muito em especial com as organizaes de que participa e com a prpria sociedade em que est inserido.

    (Jos de vila Aguiar Coimbra Fronteiras da tica, So Paulo, Editora SENAC, 2002).

    a) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independncia em relao a esse pensamento religioso predominante. b) Mesmo hoje, nem sempre so muito claros os limites entre essa moral e a tica, pois vrios pensadores partem de conceitos diferentes. c) No de estranhar, pois, que tanto a administrao pblica quanto a iniciativa privada estejam ocupando-se de problemas ticos e suas respectivas solues. d) A cincia tambm produz a ignorncia na medida em que as especializaes caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas solues.

  • e) Paradoxalmente, cada avano dos conhecimentos cientficos, unidirecionais produz mais desorientao e perplexidade na esfera das aes a implementar, para as quais se pressupe acerto e segurana.

    4- Assinale a opo que no constitui uma articulao coesa e coerente para as duas partes do texto.

    O capital humano a grande ncora do desenvolvimento na Sociedade de Servios, alimentada pelo conhecimento, pela informao e pela comunicao, que se configuram como peas-chave na economia e na sociedade do sculo XXI.

    _____________,no mundo ps-moderno, um pas ou uma comunidade equivale sua densidade e potencial educacional, cultural e cientfico-tecnolgico, capazes de gerar servios, informaes, conhecimentos e bens tangveis e intangveis, que criem as condies necessrias para inovar, criar, inventar.

    (Aspsia Camargo, Um novo paradigma de desenvolvimento)

    a) Diante dessas consideraes, b) necessrio considerar a idia oposta de que, c) Partindo-se dessas premissas, d) Tendo como pressupostos essas afirmaes, e) Aceitando-se essa premissa, preciso considerar que,

    5- Assinale a opo que no representa uma continuao coesa e coerente para o trecho abaixo.

    preciso garantir que as crianas no apenas fiquem na escola, mas aprendam, e o principal caminho para isso, alm de investimentos em equipamentos, o professor. preciso fazer com que o professor seja um profissional bem remunerado, bem preparado e dedicado, ou seja, investir na cabea, no corao e no bolso do professor.

    a) Qualquer esforo dessa natureza j tem sido feito h muitos anos e comprovou que os resultados so irrelevantes, pois no h uma importao de tecnologia educacional. b) Tal investimento no custaria mais, em 15 anos, do que o equivalente a duas Itaipus. c) Esse esforo financeiro custaria muito menos do que o que ser preciso gastar daqui a 20 ou 30 anos para corrigir os desastres decorrentes da falta de educao. d) Isso custaria muitas vezes menos que o que foi gasto para criar a infra-estrutura econmica. e) Um empreendimento dessa natureza exige como uma condio preliminar: uma grande coalizo nacional, entre partidos, lideranas, Estados, Municpios e Unio, todos voltados para o objetivo de chegarmos a 2022, o segundo centenrio da Independncia, sem a vergonha do analfabetismo.

    (Adaptado de Cristovam Buarque, O Estado de S.Paulo, 09/7/2003)

    6- Os trechos abaixo compem um texto, mas esto desordenados. Ordene-os para que componham um texto coeso e coerente e indique a opo correta.

    ( ) O primeiro desses presidentes foi Getlio Vargas, que soube promover, com xito, o modelo de substituio de importaes e abriu o caminho da industrializao brasileira, colocando, em definitivo, um ponto final na vocao exclusivamente agrria herdada dos idos da colnia.

  • ( ) O ciclo econmico subseqente que nos surpreendeu, sem dvida, foi a modernizao conservadora levada prtica pelos militares, de forte colorao nacionalista e alicerado nas grandes empresas estatais. ( ) Hoje, depois de todo esse percurso, o Brasil uma economia que mantm a enorme vitalidade do passado, porm, h mais de duas dcadas, procura, sem encontrar, o fio para sair do labirinto da estagnao e retomar novamente o caminho do desenvolvimento e da correo dos desequilbrios sociais, que se agravam a cada dia. ( ) Com JK, o pas afirmou a sua confiana na capacidade de realizar e pde negociar em igualdade com os grandes investidores internacionais, mostrando, na prtica, que oferecia rentabilidade e segurana ao capital. ( ) Em mais de um sculo, dois presidentes e um ciclo recente da economia atraram as atenes pelo xito nos programas de desenvolvimento. ( ) Juscelino Kubitschek veio logo depois com seu programa de 50 anos em 5, tornando a indstria automobilstica uma realidade, construindo moderna infra-estrutura e promovendo a arrancada de setores estratgicos, como a siderurgia, o petrleo e a energia eltrica.

    (Emerson Kapaz, Dedos cruzados in: Revista Poltica Democrtica n 6, p. 39)

    a) 1 - 2 - 4 - 5 - 6 - 3 b) 2 - 3 - 5 - 1 - 4 - 6 c) 2 - 5 - 6 - 4 - 1 - 3 d) 5 - 2 - 4 - 6 - 3 - 1 e) 3 - 5 - 2 - 1 - 4 - 6

    7. Se cada perodo sinttico do texto for representado, respectivamente, pelas letras X, Y, W e Z, as relaes semnticas que se estabelecem no trecho correspondem s idias expressas pelos seguintes conectivos:

    a) X e Y mas W e Z. b) X porque Y porm W logo Z. c) X mas Y e W porque Z. d) No s X mas tambm Y porque W e Z. e) Tanto X como Y e W embora Z.

    8. Indique a opo que completa com coerncia e coeso o trecho a seguir.

    Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importncia e gravidade ao da educao. Nem mesmo os de carter econmico lhe podem disputar a primazia nos planos de reconstruo nacional. Pois, se a evoluo orgnica do sistema de um pas depende de suas condies econmicas,

    a) subordina-se o problema pedaggico questo maior da filosofia da educao e dos fins a que devem se propor as escolas em todos os nveis de ensino. b) impossvel desenvolver as foras econmicas ou de produo sem o preparo intensivo das foras culturais. c) so elas as reais condutoras do processo histrico de arregimentao das foras de renovao nacional. d) o entrelaamento das reformas econmicas e educacionais constitui fator de somenos relevncia para o soerguimento da cultura nacional. e) s quais se associam os projetos de reorganizao do sistema educacional com vistas renovao cultural da sociedade brasileira.

  • Ateno: as prximas questes so de Verdadeiro ou Falso. Como se tornar o nmero 1

    Chegar ao posto mais alto de uma empresa no tarefa para acomodados. Exige talento, dedicao, persistncia e principalmente uma boa dose de sacrifcio. Segundo consultores de recursos humanos, justamente esse empenho e esprito de liderana que as empresas valorizam nos ocupantes de cargos mais altos. A pessoa deve ter iniciativa, capacidade de tomar decises, fazer as coisas acontecerem, diz o diretor da Top Human Resources, de So Paulo.

    A qualificao profissional tambm um dos principais aspectos para se alcanar o posto mais alto. Qualquer executivo tem de investir sempre em sua educao, enfatiza outro diretor de recursos humanos. Seno voc ser um computador sem software, completa.

    Traar metas profissionais outro aspecto fundamental para quem quer chegar ao topo. Nesse caso, a ambio acaba sendo uma boa aliada.

    A intuio tambm uma boa arma na hora de dar um palpite em uma reunio. E, quem sabe, pode valer aquela promoo esperada...

    Conhecer passo a passo cada etapa do processo de produo da empresa e do setor um dos principais fatores que levaram M.C.P. a uma carreira bem-sucedida.

    Ele aponta ainda a importncia de valorizar os colegas. Ningum consegue as coisas sozinho. fundamental reconhecer a participao do grupo e sempre motiv-lo.

    A primeira regra da cartilha daqueles que anseiam alcanar um alto cargo em uma corporao, de acordo com esses consultores, no permanecer estagnado em uma funo ou empresa por um longo perodo.

    Daniela Paiva. Emprego e formao profissional. In Correio Braziliense, 23/6/2002.

    Considerando o desenvolvimento das idias do texto acima, julgue a pertinncia das inseres sugeridas em cada pargrafo indicado nos itens abaixo, de modo a preservar os argumentos utilizados, as relaes de coeso e coerncia e a correo gramatical do texto.

    9. Ao final do segundo pargrafo: Ciente disso, o economista R. B. nunca passou mais de um ano sem participar de algum tipo de especializao e considera que a aprendizagem que vai permitir que algum permanea na funo e obtenha resultados melhores. 10. Ao final do terceiro pargrafo: Pois, se no sabe o que quer, dificilmente o profissional vai alcanar uma funo significativa, alerta um consultor paulista. 11. Ao final do quarto pargrafo: Correr riscos com bom senso e ter uma boa percepo so necessrios para se tornar um lder, acrescenta um diretor da Executive Search. 12. Ao final do quinto pargrafo: Ele planejou, detalhe por detalhe, sua carreira de executivo na empresa X, qualificando-se por meio de cursos especializados e dedicando tempo, alm do horrio de expediente, ao aprimoramento de lnguas e pesquisas sobre o mercado. 13. Ao final do sexto pargrafo: O executivo da CBI, J. S., concorda com M. C. P. e acrescenta: Voc tem de reconhecer a importncia de cada um e as dificuldades de sua equipe.

  • Julgue os itens subseqentes com relao aos recursos de coeso textual e adequao das palavras e da pontuao utilizadas no texto acima.

    14. O adjetivo acomodados, no primeiro perodo, est empregado, textualmente, em oposio ao conjunto de substantivos expressos em talento, dedicao, persistncia e principalmente uma boa dose de sacrifcio, no perodo seguinte, que, por sua vez, podem ser interpretados como resumidos em esse empenho, no terceiro perodo. 15. Para que o texto fosse adequado ao tema e aos leitores em potencial, o estilo muito informal de linguagem e, especialmente, o ttulo deveria sofrer ajustes retricos de modo a se tornarem mais coerentes com o gnero argumentativo utilizado. 16. O emprego de outro (terceiro pargrafo), tambm (quarto pargrafo) e ainda (sexto pargrafo) mostra que diferentes classes gramaticais podem desempenhar a funo de manter coeso textual entre os pargrafos e no texto como um todo. 17. Ao usar, to freqentemente, o recurso do discurso alheio, o autor do texto toma o cuidado de marcar por aspas aquelas afirmaes acerca das quais no tem muita certeza ou que so empregadas com ironia. 18. De acordo com o desenvolvimento da argumentao, a troca de lugar entre o ltimo perodo sinttico do texto e o primeiro preservaria a coerncia e a coeso textuais.

    Leia o texto a seguir para responder s questes.

    Os fragmentos abaixo, adaptados de VEJA, 13/2/2002, constituem um texto, mas esto ordenados aleatoriamente.

    I. Para chefes, o caso ainda mais complexo.Os que acham que seus subordinados nunca entendem o que eles falam precisam ficar atentos prpria conduta. Talvez o problema seja tanto de habilidade quanto de falta de comunicao. II. E voc? Est pronto para coordenar uma equipe ou para relatar a um grupo as propostas de seu departamento? Se a resposta no, cuide-se. Corra atrs de cursos de liderana, compre livros que lhe ensinem a expressar suas idias claramente. III. O caixa da agncia bancria o mais indicado para liderar a equipe que vai propor alterao no desenho da rea de atendimento ao pblico, onde ficam as filas. O faxineiro deve tomar a frente do pessoal que decidir o local mais adequado para estocar material de limpeza. IV. Competncia tcnica s um ingrediente necessrio liderana. Um bom coordenador tem de conseguir explicar como a tarefa sob seu controle vai contribuir para os resultados da companhia, ou da instituio.

    Considerando que a organizao de um texto implica a ordenao lgica e coerente de seus fragmentos, julgue os itens a seguir quanto possibilidade de constiturem seqncias lgicas e coerentes para os fragmentos acima.

    19. I, II, IV, III. 20. I, III, II, IV. 21. II, III, IV, I. 22. III, I, II, IV. 23. IV,III, I, II.

    Ortografia-semntica

  • 1. Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se esclarecerem os ....... a) escusas - a fim - mal-entendidos b) excusas - afim - mal-entendidos c) excusas - a fim - malentendidos d) excusas - afim - malentendidos e) escusas - afim - mal-entendidos

    2. Este meu amigo .......... vai ..........-se para ter direito ao ttulo de eleitor. a) extrangeiro - naturalizar d) estrangeiro - naturalizar b) estrangeiro - naturalisar e) estranjeiro - naturalisar c) extranjeiro - naturalizar

    3. Assinale a alternativa em que todas as palavras esto corretamente grafadas: a) quiseram, essncia, impeclio b) pretencioso, aspectos, sossego c) assessores, exceo, incansvel d) excessivo, expontneo, obseo e) obsecado, reinvidicao, repercusso

    4. O orador ratificou o que afirmara. O termo destacado pode ser substitudo sem prejuzo de sentido por: a) negou d) confirmou b) corrigiu e) enfatizou c) frisou

    5. "A ............... de uma guerra nuclear provoca uma grande .............. na humanidade e a deixa ............... quanto ao futuro." a) espectativa - tenso - exitante b) espectativa - teno - hesitante c) expectativa - tenso - hesitante d) expectativa - teno - hezitante e) espectativa - teno - exitante

    6. Assinale a alternativa que possa substituir, pela ordem, as partculas de transio dos perodos abaixo, sem alterar o significado delas: "Em primeiro lugar, observemos o av. Igualmente, lancemos um olhar para a av. Tambm o pai deve ser observado. Todos so altos e morenos. Conseqentemente a filha tambm ser morena e alta." a) primeiramente, ademais, alm disso, em suma b) acima de tudo, tambm, analogamente, finalmente c) primordialmente, similarmente, segundo, portanto d) antes de mais nada, da mesma forma, por outro lado, por conseguinte e) sem dvida, intencionalmente, pelo contrrio, com efeito

  • 7. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos erros do passado. a) eminente, deflagrao, incidiram b) iminente, deflagrao, reincidiram c) eminente, conflagrao, reincidiram d) preste, conflaglao, incidiram e) prestes, flagrao, recindiram

    8. Indique a alternativa correta: a) O ladro foi apanhado em flagrante. b) Ponto a intercesso de duas linhas. c) As despesas de mudana sero vultuosas. d) Assistimos a um violenta coalizo de caminhes. e) O artigo incerto na Revista das Cincias foi lido por todos ns.

    9. "A solido um retiro de ......., mas ningum vive sempre em trgua, ....... s, ....... o preguioso, eternamente em repouso." a) descano, tampouco, exceto b) descanso, topouco, exceto c) descano, to pouco, esceto d) descanso, tampouco, exceto e) descanso, to pouco, esceto

    10. "Durante a .......... solene era .......... o desinteresse do mestre diante da .......... demonstrada pelo poltico." a) seo - fragrante - incipincia b) sesso - flagrante - insipincia c) sesso - fragrante - incipincia d) cesso - flagrante - incipincia e) seo - flagrante - insipincia

    11. Em "Repare bem o brao que ningum sabe de onde circunda o busto da moa e a quer levar para um lugar esconso." A palavra sublinhada s no pode conotar a idia de: a) um lugar de volpia b) um lugar escondido, suspeito c) um lugar desconhecido, misterioso d) um lugar escolhido, eleito e) um lugar escuro, recndito

    12. Considerando-se a relao Veneza (cidade) - gaturamo (pssaro) como modelo, as palavras que sucessivamente completariam a relao: Califrnia - pretos - morrer - Gioconda - cem mil ris, seriam: a) estado, raa, ao, escultura, dinheiro b) pas, povo, fato, escultura, valor c) provncia, etnia, acontecimento, literatura, moeda d) estado, raa, acontecimento, pintura, valor e) territrio, gente, ao, msica, moeda

  • 13. H palavras escritas de modo INCORRETO na alternativa: (A) Investimentos macios em educao, sade e reforma agrria constituram a frmula utilizada por pases mais atrasados do que o Brasil, para reduzir os ndices de pobreza. (B) O problema da misria no Brasil apresenta componentes bem mais perversos do que a simples escassez de recursos, que caracteriza o problema em outros pases, como no continente africano. (C) Os recursos gastos na rea social acabam sendo insuficientes, como por exemplo, a parcela mnima destinada ao saneamento bsico, importante para aumentar a expectativa de vida da populao. (D) A desnutrio, resultado da falta de ingesto de protenas e de outras substncias, degenera em m-formao do sistema neurolgico, com danos irreversveis, na maioria das vezes. (E) Vrios estudos afirmam que a taxa de misria s baixar quando houver crecimento da economia, assossiado a um modelo mais justo de distribuio de renda para a populao.

    14. Est correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) Ao ascender condio de um grande sistema de mercados, a economia mundial propisciou o poder hegemnico dos grandes conglomerados financeiros. (B) Se os grandes centros econmicos no se emiscussem decisivamente nas economias nacionais, talvez estas lograssem alcanar um ndice expressivo de desenvolvimento. (C) Os economistas podem discentir quanto s solues para o nosso desenvolvimento, mas reconhecem que o imperialismo econmico um fator crucial para nosso atraso. (D) A necessidade de sincronizar o ritmo de nossa economia com o da expanso da economia global constitui uma das exigncias mais difceis de serem atendidas. (E) No fosse a dicotomia das direes econmicas com que nos deparamos, o Brasil talvez no se firmasse numa posio de maior relevncia entre os pases emerjentes.

    15. Est correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) A comprenso dos fatos s foi possvel porque algumas pessoas propuzeram-se a relat-los tal como ocorreram. (B) A repreo da polcia acabou por ocazionar a morte de um estudante e ferimento em vrios jovens. (C) O autor sentiu-se honrado com o privilgio de ter sido homenageado pelo grande poeta. (D) Nos versos transcrevidos na cronica, h aluzo ao frio que fazia naquela tarde paulistana. (E) O autor supoz que nos versos de Drummond havia referncia a termos utilisados num artigo.

  • 16. Todas as palavras esto corretamente grafadas na seguinte frase: (A) Concesso inadequada de privilgios e atitudes maltomadas geram sempre excesso de gastos, propcio a suspenses de crdito. (B) O menospreso para com bens culturais excede o tolervel, chegando atingir nveis desesperadores. (C) Na palavra "dilapidar", o etmologista vai identificar a raz latina "lapid -", que significa "pedra"; estabelecese, assim, assossiao entre "destruir" e "atirar pedra". (D) Estavam to anciosas para ver o resultado da pesquisa, que dei elas autorizao para estender o expediente. (E) O hsito de manifestaes em pr da reviso das leis relacionadas posse de fsseis depender de muitos fatores.

    17. A frase em que todas as palavras esto corretamente flexionadas a seguinte: (A) A quem se dispor a colaborar, os voluntrios entregaro listas de abaixo-assinados para serem preenchidas. (B) Nas mesas-redondas em que se discutiram mudanas na legislao, muitos se manteram indecisos. (C) No um nico dirigente que institue os passos a serem dados; nesta questo, quanto maior o nmero de cidades a opinar, melhor ser. (D) Eles detm um saber especfico que devemos respeitar; no se pode fazer como aqueles pseudoespecialistas que criticam tudo aleatoriamente. (E) Se eles verem necessidade de conferir a autenticao dos documentos a serem enviados ao museu, os tabelies podero ajudar.

    18. A frase totalmente correta quanto a grafia e acentuao : (A) Trabalhadores reinvindicavam al a contratao de mo-de-obra sem grande burocracia. (B) Nessa conjuntura, difcil explicar porqu a mobilidade da mo-de-obra decresceu. (C) Assessores especializados procuram pr no papel todas as variveis que envolvem o tema. (D) Pesquizas realizadas recentemente mostram que o xito do "euro" questionvel. (E) At em adjacncias de pequenos centros, chega a haver letgio para preenchimento de vagas.

    19. Esto corretamente grafadas todas as palavras da frase: (A) Um jornalista deve abster-se de julgar o que noticia, afim de que seu pblico possa ter assesso s vrias posies e emitir, ele sim, seu prprio julgamento. (B) Alberto Dines um notrio crtico da imprensa; o fato de ser jornalista no o impede de polemisar com vrios colegas, quando cometem algum deslise. (C) A dvida suscitada por uma manchete poderia ser evitada caso o redator no se eximisse da responsabilidade de mostrar os dois lados de um mesmo fato. (D) A repercuso das primeiras manchetes deveu-se ao fato de que elas destorceram a declarao do Ministro, reproduzindo-a apenas parcialmente.

  • (E) A virtude jornalstica no est em previlegiar a face sensacionalista de um fato, mas em abranj-lo em toda a sua complexidade.

    20. H palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) O anseio geral por uma sociedade mais justa e igualitria transformou a luta trabalhista num dos mais expressivos modelos que caracteriza a sociedade contempornea. (B) De incio, as idias trabalhistas, fenmeno quase excluzivamente ingls, tiveram pouca ou nenhuma repercurso nos sindicatos. (C) O trabalho sempre uma atividade que depende da habilidade manual e da inteligncia de quem o desempenha, e exige o dispndio de certa energia fsica e mental. (D) O trabalho, de incio coleta ou extrativismo, diversificou-se com a caa, a pesca e a