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Portos [email protected] O ESTADO DO MARANHAO · SÃO LUÍS, 6 de dezembro de 2011 - Terça-feira MARÉ alta 03h30 5.0m 15h56 5.2m VENTO 15 km/h Nordeste MARÉ baixa 09h51 1.8m 22h24 1.5m TEMPERATURA Máxima 34° Mínima 25º UMIDADE Máxima 76% Mínima 58% Tábua de marés do Porto do Itaqui O navio de transporte de mi- nérios Vale Beijing, da em- presa sul-coreana STX Pan Ocean, fretado pela Vale, deverá ser mantido no Pier I do Termi- nal Marítimo Ponta da Madeira (TMPM) por tempo indetermi- nado, até que a Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA) conclua a perícia técnica e verifi- que que não há mais qualquer risco de naufrágio do graneleiro. A Capitania abriu um Inquérito Administrativo para apurar o que causou rachaduras na parte infe- rior de um dos tanques do lastro do navio, possibilitando assim a entrada de água, e encaminhará o caso ao Tribunal Marítimo. Uma equipe de engenheiros da empre- sa STX Pan Ocean deverá chegar esta semana a São Luís, para rea- lizar uma perícia paralela à da Ma- rinha do Brasil. O acidente ganhou repercus- são internacional e poderá ter co- mo uma das consequências a perda na lucratividade da Vale. Is- so porque o Pier I do porto Pon- ta da Madeira, de propriedade da mineradora, interditado, sem condições de receber navios e operar o carregamento de miné- rio de ferro, pelota, soja, manga- nês, ferro-gusa e cobre. A Vale, po- rém, não confirma a informação. De acordo com o Capitão-de- Mar-e-Guerra, Nelson Calmon Bahia, comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, não há prazos para que o laudo pericial da Marinha do Brasil seja con- cluído. Ele disse que todo o efeti- vo da Capitania está de alguma forma envolvido na situação. O comandante informou também que ainda não é possível afirmar se as rachaduras no navio foram provocadas por eventual erro de manobra, peso acima do permi- tido, estrutura deficiente ou qual- quer outro motivo. "Independen- temente do que provocou o aci- dente, o caso será encaminhado para julgamento no Tribunal Ma- rítimo. As punições, porém, es- tão fora da minha alçada. So- mente o Tribunal poderá julgar", disse. Calmon Bahia disse que a Ca- pitania também aguarda a che- gada da equipe de engenheiros da STX Pan Ocean, que trabalha- ram na concepção do navio, pa- ra acompanhar e discutir uma nova perícia técnica. "Ficará mais fácil tentar entender o que acon- teceu, com duas equipes pensan- do juntas. O que podemos garan- tir é que o navio permanecerá em São Luís por tempo indetermi- nado", completou. Operação - O navio, carregado com 384,3 mil toneladas de mi- nério de ferro, e que custou US$ 110 milhões, foi entregue no dia 23 de novembro. A embarcação, uma das maiores do mundo, atracou no porto Ponta da Ma- deira na última sexta-feira, em sua primeira operação, e deveria ter zarpado no domingo, após a conclusão do carregamento. O graneleiro seguiria para o porto de Rotterdam, na Holanda. A carga de minério de ferro que es- tá no navio, segundo portais de notícias, é suficiente para produ- zir uma quantidade de aço capaz de abastecer a construção de três pontes Golden Gate, um dos principais pontos turísticos da Califórnia. Para a agência de no- tícias Reuters, uma fonte ligada a operação, falou sobre a situa- ção do navio em São Luís. "Ain- da está sendo decidido o que se- rá feito para solucionar o proble- ma. Uma alternativa é retirar a carga do navio", disse. O graneleiro Vale Beijing apre- sentou rachaduras em um dos tanques do lastro (casco), no sá- bado, após ter sido feito o carre- gamento, no Pier I do porto Pon- ta da Madeira. Desde então, uma equipe de combate a sinistros formada pela tripulação e ope- rários da Vale trabalha para man- ter o navio em níveis de segu- rança, evitando assim o naufrá- gio. A Capitania dos Portos, que acompanha e investiga o caso, divulgou uma nota no domin- go, que tratou sobre o assunto. A Secretaria Nacional de Por- tos também confirmou o pro- blema com o navio sul-coreano. O Governo Federal, no entanto, não informou detalhes. O Estado entrou em contato com a empresa STX Brasil Tra- ding, do grupo STX, com sede no Rio de Janeiro, mas não con- seguiu falar com os diretores, que passaram o dia em reunião, segundo informou uma secre- tária. A Vale informou que está acompanhando as tratativas que estão acontecendo entre a STX Pan Ocean, proprietária e operadora do navio, DNV (órgão classificador do navio) e as auto- ridades responsáveis, e espera que o navio seja removido nas próximas horas para uma área de fundeio onde, com seguran- ça, novas ações sejam tomadas pela empresa responsável. Mais O navio de 400 mil toneladas de capacidade faz parte de um pacote de encomendas da Vale para fretamento. O contrato para este tipo de operação, deste e de outros navios entre as companhias Vale e STX, fechado em 2009, é da ordem de US$ 6 bilhões, segundo a empresa asiática. Navio Vale Beijing, fretado para realizar operações de embarque de minério de ferro pela Vale, permanece atracado no porto Ponta da Madeira Biaman Prado Graneleiro permanecerá por tempo indeterminado no TMPM, que está com o Pier I interditado para a movimetação de cargas; engenheiros da STX Pan Ocean, empresa proprietária do navio, chegará esta semana a São Luís para realizar nova perícia Risco de naufrágio mantém navio no Terminal Ponta da Madeira Acidente provoca impacto na Vale O problema com o navio Vale Beijing poderá atingir o cronograma de ope- rações e consequentemente a econo- mia da Vale. Tudo porque o Pier I, o de segunda maior movimentação do por- to no ano, está interditado, para que seja possível a realização dos serviços periciais da Marinha do Brasil. A Vale não confirmou a informação. O Terminal Marítimo Ponta da Madeira realiza diariamente opera- ções de movimentação de minério de ferro, pelota, soja, manganês, fer- ro-gusa e cobre. Uma parte signifi- cativa de produção da companhia, vinda de Carajás (PA), escoa pelo porto. O impacto é inevitável. De janeiro a outubro deste ano, a Vale movimentou 87.381.654 tone- ladas (t) de carga no Terminal Por- tuário Ponta da Madeira, que integra três atracadouros (Píer I, Píer III/Nor- te e Píer III/Sul), bem como o berço 105 do Porto do Itaqui, arrendado à mineradora, que denomina o Píer II. De acordo com as estatísticas da empresa, o maior volume de carga este ano foi de minério de ferro, que chegou a 77.462.723 t no período, o que equivale a 88,64% da movimen- tação total da empresa. Além disso, o TPPM registrou o embarque de 4.334.878 t de pelota (minério de ferro usinado), 4,96% do resultado geral. O terceiro produto de maior movimentação no TPPM é a soja, que chegou a um volume de 2.350.777 t no período em referência. De janeiro a outubro deste ano, a mineradora registrou a operação de 518 navios, sendo 139 no Pier I, 67 no Pier II, 306 no Pier III e mais seis embarcações no Porto do Itaqui. Co- mo destaque, dos 58 cargueiros que atracaram no TPPM em outubro, de acordo com as estatísticas, 48 navios foram utilizados exclusivamente pa- ra embarques de minério de ferro. Licitação para construção do Tegram é concluída com R$ 143,1 milhões A Empresa Maranhense de Ad- ministração Portuária (EMAP) anunciou ontem os vencedores do processo de licitação para ar- rendamento e construção dos quatro primeiros lotes do Termi- nal de Grãos do Maranhão (Tegram), situado no Porto do Itaqui. Com a construção, o Por- to do Itaqui, que hoje movimen- ta 2 milhões de toneladas de grãos anualmente, terá capacidade para escoar 5 milhões de toneladas de grãos a partir do final de 2013. Na segunda fase do projeto, a capaci- dade deve dobrar para atingir 10 milhões de toneladas. Ao todo serão investidos R$ 322 milhões pela iniciativa privada. As empresas vencedoras da licitação ofertaram juntas o montante de R$ 143,1 milhões. A Novaagri Infraestrutura de Ar- mazenagem e Escoamento Agrí- cola S.A ofereceu R$ 62 milhões; a Glencore Serviços e Comércio de Produtos Agrícolas Ltda, R$ 35,4 milhões; a CGG Trading S.A, R$ 25,5 milhões; e o Consórcio Crescimento, integrado pelas empresas Louis Dreyfus Com- modities Brasil S.A e Amaggi Ex- portação e Importação Ltda, a quantia de R$ 20,2 milhões. Atualmente, cerca de 80% da soja exportada pelo Brasil passa pelos portos de Paranaguá e San- tos, que enfrentam gargalos de logística. Porém, com a pro- dução de grãos crescente no Centro-Oeste e na região sul do Maranhão e no Piauí, somada a maior oferta de hidrovia e fer- rovias de integração, possibili- tará o surgimento de uma nova lógica da exportação de soja no país. Quando o Tegram estiver funcionando com sua capaci- dade plena, projeta-se que cer- ca de 11,5 % da produção do país poderá passar pelo Porto do Itaqui. "O novo terminal mudará o eixo de exportação de grãos do país. Conseguiremos baratear o custo do transporte dos grãos produzidos no Centro-Oeste que são direcionados para expor- tação. Será um grande avanço para a infraestrutura portuária do país e contribuirá para que o Brasil possa continuar aumen- tando ano a ano suas expor- tações", diz Luiz Carlos Fossati, presidente da EMAP. Pela sua localização, no Nor- deste do país, o Porto do Itaqui também traz vantagens como a proximidade tanto dos estados produtores de grãos quanto dos mercados consumidores, como China, Japão e Europa. Uma vi- agem do Porto de Paranaguá ao Porto de Rotterdam (Holanda), por exemplo, demora de 17 a 18 dias. Já se for feita a partir do Por- to de Itaqui, o trajeto dura, no máximo, 14 dias. Projeto - Após a assinatura do contrato, as empresas vencedoras terão 30 dias para a constituição de um consórcio entre elas, e três meses para submeterem o proje- to de engenharia à aprovação da Emap. Na sequência, poderão começar a construção dos ar- mazéns e sistemas de recepção e expedição, que constituem a primeira fase do Tegram. Cada uma das empresas terá direito a arrendamento de um dos lotes por 25 anos, renováveis por igual período. Em cada lote, cuja área total é de 40.327 metros quadrados, serão construídos si- los com capacidade estática para armazenar 125 mil toneladas de soja. A previsão é que as obras se iniciem no primeiro semestre de 2012 e que o terminal entre em operação no final de 2013. Nes- sa etapa, o Tegram já atingirá a capacidade de movimentar 5 milhões de toneladas de grãos anualmente. Paralelamente, com investi- mentos de R$ 167 milhões do Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está sendo construído o berço 100. Essa in- fraestrutura, com conclusão pre- vista para maio de 2012, permi- tirá o desenvolvimento da se- gunda fase do projeto e atingirá a marca dos 10 milhões de to- neladas por ano. As empresas deverão se con- sorciar para operacionalização de todo o sistema. Elas serão res- ponsáveis pela operacionaliza- ção do projeto, incluindo todo o sistema de recepção e expedição de cargas. Cada uma deverá con- tribuir, como parcela fixa e men- sal pela área total a ser arrenda- da, com R$ 1,60 por metro quadrado utilizado. Obra, que será realizada no Porto do Itaqui, mudará o eixo de exportação de grãos do país e terá investimento total de R$ 322 mi Ronaldo Rocha Da Equipe de O Estado Acidentes históricos no CPSL Em 1954 o navio Maria Celeste, da bandeira americana, pega fogo na Rampa Campos Melo, a poucos metros da Avenida Beira Mar, quando iniciava uma operação de transbordo de combustíveis através de tonéis. Em 1987 o navio coreano Hyunday New World, carregado com 110 mil toneladas de carvão e 90 mil toneladas de minério de ferro deixa o porto de Ponta da Madeira com destino ao porto de Xangai. Um defeito na casa de máquinas - alguns afirmam que pó imperícia do comandante da embarcação - comprometeu a manobrabilidade do navio, e ele jogado no banco de areias conhecido como Cavalos, onde até hoje estão os seus destroços. Em 1988 o navio Norsul Trombetas, carregado com 24 mil toneladas de bauxita estava prestes a entrar no canal de acesso ao terminal da Alumar, fábrica de alumínio do Maranhão, resultado do Consór- cio Billiton, Alcoa e Alcan. Faltando poucos quilômetros para atracar, encalhou num bando de areia chamado Lanzudos. Doze anos de- pois ainda existem destroços no local . Em 1990 depois de encalhar no bando de areia Cavalos, o navio Hyunday New World continuou produzindo acidentes na baía de São Marcos. O navio Orad Nassau, carregado com 33 mil toneladas óleo diesel, chocou-se com os destroços do navio coreano e parte de sua carga foi jogada ao mar, causando um dos mais graves aci- dentes ecológicos já registrados na principal rota portuária do Maranhão. Em 1993 o Rebocador Rigel, a serviço da então Companhia Vale do Rio Doce, envolve-se num acidente com o navio Mount Athos, logo nos primeiros meses do ano. Como conseqüência do choque o re- bocador foi a pique, matando dois dos seus tripulantes. Em 1994, no Terminal de Ponta da Madeira, o navio Trade Daring naufragou. Uma mega-operação foi realizada pela Companhia Vale do Rio Doce para liberar o terminal que ficou completamente para- do por exatos 35 dias. Fonte: PortosMA Tegram será construído no Porto do Itaqui por R$ 322 milhões Divulgação

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Page 1: Portos - imirante.comimirante.com/oestadoma/online/06122011/pdf/p10.pdf · tará o surgimento de uma nova lógica da exportação de soja no país. Quando o Tegram estiver funcionando

[email protected] O ESTADO DO MARANHAO · SÃO LUÍS, 6 de dezembro de 2011 - Terça-feira

MARÉalta03h30 5.0m15h56 5.2m

VENTO15 km/hNordeste

MARÉbaixa09h51 1.8m22h24 1.5m

TEMPERATURAMáxima34°

Mínima25º

UMIDADEMáxima76%

Mínima58% Tábua de marés do Porto do Itaqui

Onavio de transporte de mi-nérios Vale Beijing, da em-presa sul-coreana STX Pan

Ocean, fretado pela Vale, deveráser mantido no Pier I do Termi-nal Marítimo Ponta da Madeira(TMPM) por tempo indetermi-nado, até que a Capitania dosPortos do Maranhão (CPMA)conclua a perícia técnica e verifi-que que não há mais qualquerrisco de naufrágio do graneleiro.A Capitania abriu um InquéritoAdministrativo para apurar o quecausou rachaduras na parte infe-rior de um dos tanques do lastrodo navio, possibilitando assim aentrada de água, e encaminharáo caso ao Tribunal Marítimo. Umaequipe de engenheiros da empre-sa STX Pan Ocean deverá chegaresta semana a São Luís, para rea-lizar uma perícia paralela à da Ma-rinha do Brasil.

O acidente ganhou repercus-são internacional e poderá ter co-mo uma das consequências aperda na lucratividade da Vale. Is-so porque o Pier I do porto Pon-ta da Madeira, de propriedade damineradora, interditado, semcondições de receber navios eoperar o carregamento de miné-rio de ferro, pelota, soja, manga-nês, ferro-gusa e cobre. A Vale, po-rém, não confirma a informação.

De acordo com o Capitão-de-Mar-e-Guerra, Nelson CalmonBahia, comandante da Capitaniados Portos do Maranhão, não háprazos para que o laudo pericialda Marinha do Brasil seja con-cluído. Ele disse que todo o efeti-vo da Capitania está de algumaforma envolvido na situação. Ocomandante informou tambémque ainda não é possível afirmarse as rachaduras no navio foramprovocadas por eventual erro demanobra, peso acima do permi-tido, estrutura deficiente ou qual-quer outro motivo. "Independen-temente do que provocou o aci-dente, o caso será encaminhadopara julgamento no Tribunal Ma-rítimo. As punições, porém, es-

tão fora da minha alçada. So-mente o Tribunal poderá julgar",disse.

Calmon Bahia disse que a Ca-pitania também aguarda a che-gada da equipe de engenheirosda STX Pan Ocean, que trabalha-ram na concepção do navio, pa-ra acompanhar e discutir umanova perícia técnica. "Ficará mais

fácil tentar entender o que acon-teceu, com duas equipes pensan-do juntas. O que podemos garan-tir é que o navio permanecerá emSão Luís por tempo indetermi-nado", completou.

Operação - O navio, carregadocom 384,3 mil toneladas de mi-nério de ferro, e que custou US$

110 milhões, foi entregue no dia23 de novembro. A embarcação,uma das maiores do mundo,atracou no porto Ponta da Ma-deira na última sexta-feira, emsua primeira operação, e deveriater zarpado no domingo, após aconclusão do carregamento. Ograneleiro seguiria para o portode Rotterdam, na Holanda. A

carga de minério de ferro que es-tá no navio, segundo portais denotícias, é suficiente para produ-zir uma quantidade de aço capazde abastecer a construção de trêspontes Golden Gate, um dosprincipais pontos turísticos daCalifórnia. Para a agência de no-tícias Reuters, uma fonte ligadaa operação, falou sobre a situa-

ção do navio em São Luís. "Ain-da está sendo decidido o que se-rá feito para solucionar o proble-ma. Uma alternativa é retirar acarga do navio", disse.

O graneleiro Vale Beijing apre-sentou rachaduras em um dostanques do lastro (casco), no sá-bado, após ter sido feito o carre-gamento, no Pier I do porto Pon-ta da Madeira. Desde então, umaequipe de combate a sinistrosformada pela tripulação e ope-rários da Vale trabalha para man-ter o navio em níveis de segu-rança, evitando assim o naufrá-gio. A Capitania dos Portos, queacompanha e investiga o caso,divulgou uma nota no domin-go, que tratou sobre o assunto.

A Secretaria Nacional de Por-tos também confirmou o pro-blema com o navio sul-coreano.O Governo Federal, no entanto,não informou detalhes.

O Estado entrou em contatocom a empresa STX Brasil Tra-ding, do grupo STX, com sedeno Rio de Janeiro, mas não con-seguiu falar com os diretores,que passaram o dia em reunião,segundo informou uma secre-tária. A Vale informou que estáacompanhando as tratativasque estão acontecendo entre aSTX Pan Ocean, proprietária eoperadora do navio, DNV (órgãoclassificador do navio) e as auto-ridades responsáveis, e esperaque o navio seja removido naspróximas horas para uma áreade fundeio onde, com seguran-ça, novas ações sejam tomadaspela empresa responsável.

Mais

O navio de 400 mil toneladasde capacidade faz parte de umpacote de encomendas da Valepara fretamento. O contratopara este tipo de operação,deste e de outros navios entreas companhias Vale e STX,fechado em 2009, é da ordemde US$ 6 bilhões, segundo aempresa asiática.

Navio Vale Beijing, fretado para realizar operações de embarque de minério de ferro pela Vale, permanece atracado no porto Ponta da Madeira

Biaman Prado

Graneleiro permanecerá por tempo indeterminado no TMPM, que está com o Pier I interditado para a movimetação de cargas;engenheiros da STX Pan Ocean, empresa proprietária do navio, chegará esta semana a São Luís para realizar nova perícia

Risco de naufrágio mantém naviono Terminal Ponta da Madeira

Acidente provoca impacto na ValeO problema com o navio Vale Beijingpoderá atingir o cronograma de ope-rações e consequentemente a econo-mia da Vale. Tudo porque o Pier I, o desegunda maior movimentação do por-to no ano, está interditado, para queseja possível a realização dos serviçospericiais da Marinha do Brasil. A Valenão confirmou a informação.

O Terminal Marítimo Ponta daMadeira realiza diariamente opera-ções de movimentação de minério

de ferro, pelota, soja, manganês, fer-ro-gusa e cobre. Uma parte signifi-cativa de produção da companhia,vinda de Carajás (PA), escoa peloporto. O impacto é inevitável.

De janeiro a outubro deste ano, aVale movimentou 87.381.654 tone-ladas (t) de carga no Terminal Por-tuário Ponta da Madeira, que integratrês atracadouros (Píer I, Píer III/Nor-te e Píer III/Sul), bem como o berço105 do Porto do Itaqui, arrendado à

mineradora, que denomina o Píer II.De acordo com as estatísticas da

empresa, o maior volume de cargaeste ano foi de minério de ferro, quechegou a 77.462.723 t no período, oque equivale a 88,64% da movimen-tação total da empresa. Além disso,o TPPM registrou o embarque de4.334.878 t de pelota (minério deferro usinado), 4,96% do resultadogeral. O terceiro produto de maiormovimentação no TPPM é a soja, que

chegou a um volume de 2.350.777 tno período em referência.

De janeiro a outubro deste ano, amineradora registrou a operação de518 navios, sendo 139 no Pier I, 67no Pier II, 306 no Pier III e mais seisembarcações no Porto do Itaqui. Co-mo destaque, dos 58 cargueiros queatracaram no TPPM em outubro, deacordo com as estatísticas, 48 naviosforam utilizados exclusivamente pa-ra embarques de minério de ferro.

Licitação para construção do Tegramé concluída com R$ 143,1 milhões

A Empresa Maranhense de Ad-ministração Portuária (EMAP)anunciou ontem os vencedoresdo processo de licitação para ar-rendamento e construção dosquatro primeiros lotes do Termi-nal de Grãos do Maranhão(Tegram), situado no Porto doItaqui. Com a construção, o Por-to do Itaqui, que hoje movimen-ta 2 milhões de toneladas de grãosanualmente, terá capacidade paraescoar 5 milhões de toneladas degrãos a partir do final de 2013. Nasegunda fase do projeto, a capaci-dade deve dobrar para atingir 10milhões de toneladas. Ao todoserão investidos R$ 322 milhõespela iniciativa privada.

As empresas vencedoras dalicitação ofertaram juntas omontante de R$ 143,1 milhões.A Novaagri Infraestrutura de Ar-mazenagem e Escoamento Agrí-cola S.A ofereceu R$ 62 milhões;a Glencore Serviços e Comérciode Produtos Agrícolas Ltda, R$35,4 milhões; a CGG Trading S.A,R$ 25,5 milhões; e o ConsórcioCrescimento, integrado pelasempresas Louis Dreyfus Com-modities Brasil S.A e Amaggi Ex-portação e Importação Ltda, aquantia de R$ 20,2 milhões.

Atualmente, cerca de 80% dasoja exportada pelo Brasil passapelos portos de Paranaguá e San-tos, que enfrentam gargalos de

logística. Porém, com a pro-dução de grãos crescente noCentro-Oeste e na região sul doMaranhão e no Piauí, somada amaior oferta de hidrovia e fer-rovias de integração, possibili-tará o surgimento de uma novalógica da exportação de soja nopaís. Quando o Tegram estiverfuncionando com sua capaci-dade plena, projeta-se que cer-ca de 11,5 % da produção do paíspoderá passar pelo Porto doItaqui. "O novo terminal mudaráo eixo de exportação de grãos dopaís. Conseguiremos baratear ocusto do transporte dos grãosproduzidos no Centro-Oeste quesão direcionados para expor-tação. Será um grande avançopara a infraestrutura portuáriado país e contribuirá para que oBrasil possa continuar aumen-tando ano a ano suas expor-tações", diz Luiz Carlos Fossati,presidente da EMAP.

Pela sua localização, no Nor-deste do país, o Porto do Itaquitambém traz vantagens como aproximidade tanto dos estadosprodutores de grãos quanto dosmercados consumidores, comoChina, Japão e Europa. Uma vi-agem do Porto de Paranaguá aoPorto de Rotterdam (Holanda),por exemplo, demora de 17 a 18dias. Já se for feita a partir do Por-to de Itaqui, o trajeto dura, no

máximo, 14 dias.

Projeto - Após a assinatura docontrato, as empresas vencedorasterão 30 dias para a constituiçãode um consórcio entre elas, e trêsmeses para submeterem o proje-to de engenharia à aprovação daEmap. Na sequência, poderãocomeçar a construção dos ar-mazéns e sistemas de recepção eexpedição, que constituem aprimeira fase do Tegram.

Cada uma das empresas terádireito a arrendamento de umdos lotes por 25 anos, renováveispor igual período. Em cada lote,cuja área total é de 40.327 metrosquadrados, serão construídos si-los com capacidade estática paraarmazenar 125 mil toneladas desoja. A previsão é que as obras seiniciem no primeiro semestre de2012 e que o terminal entre emoperação no final de 2013. Nes-sa etapa, o Tegram já atingirá a

capacidade de movimentar 5milhões de toneladas de grãosanualmente.

Paralelamente, com investi-mentos de R$ 167 milhões doGoverno Federal, por meio doPrograma de Aceleração doCrescimento (PAC), está sendoconstruído o berço 100. Essa in-fraestrutura, com conclusão pre-vista para maio de 2012, permi-tirá o desenvolvimento da se-gunda fase do projeto e atingiráa marca dos 10 milhões de to-neladas por ano.

As empresas deverão se con-sorciar para operacionalizaçãode todo o sistema. Elas serão res-ponsáveis pela operacionaliza-ção do projeto, incluindo todo osistema de recepção e expediçãode cargas. Cada uma deverá con-tribuir, como parcela fixa e men-sal pela área total a ser arrenda-da, com R$ 1,60 por metroquadrado utilizado.

Obra, que será realizada no Porto do Itaqui,mudará o eixo de exportação de grãos dopaís e terá investimento total de R$ 322 mi

Ronaldo RochaDa Equipe de O Estado

Acidentes históricos no CPSL

Em 1954 o navio Maria Celeste, da bandeira americana, pega fogona Rampa Campos Melo, a poucos metros da Avenida Beira Mar,quando iniciava uma operação de transbordo de combustíveisatravés de tonéis.

Em 1987 o navio coreano Hyunday New World, carregado com 110mil toneladas de carvão e 90 mil toneladas de minério de ferro deixao porto de Ponta da Madeira com destino ao porto de Xangai. Umdefeito na casa de máquinas - alguns afirmam que pó imperícia docomandante da embarcação - comprometeu a manobrabilidade donavio, e ele jogado no banco de areias conhecido como Cavalos,onde até hoje estão os seus destroços.

Em 1988 o navio Norsul Trombetas, carregado com 24 mil toneladasde bauxita estava prestes a entrar no canal de acesso ao terminalda Alumar, fábrica de alumínio do Maranhão, resultado do Consór-cio Billiton, Alcoa e Alcan. Faltando poucos quilômetros para atracar,encalhou num bando de areia chamado Lanzudos. Doze anos de-pois ainda existem destroços no local.Em 1990 depois de encalhar no bando de areia Cavalos, o navioHyunday New World continuou produzindo acidentes na baía deSão Marcos. O navio Orad Nassau, carregado com 33 mil toneladasóleo diesel, chocou-se com os destroços do navio coreano e partede sua carga foi jogada ao mar, causando um dos mais graves aci-dentes ecológicos já registrados na principal rota portuária doMaranhão.

Em 1993 o Rebocador Rigel, a serviço da então Companhia Vale doRio Doce, envolve-se num acidente com o navio Mount Athos, logonos primeiros meses do ano. Como conseqüência do choque o re-bocador foi a pique, matando dois dos seus tripulantes.

Em 1994, no Terminal de Ponta da Madeira, o navio Trade Daringnaufragou. Uma mega-operação foi realizada pela Companhia Valedo Rio Doce para liberar o terminal que ficou completamente para-do por exatos 35 dias.

Fonte: PortosMA

Tegram será construído no Porto do Itaqui por R$ 322 milhões

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