portifolio seminario iii - o direito ao controle social
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOSERVIÇO SOCIAL
KARLA JEANINY DOS SANTOS SOARESMARIA APARECIDA DA SILVA DIAS
ANDRIELLY CARINNY DIAS SILVEIRA CRISOSTOMOELYS REGINA ALVES PEREIRA SANTOS
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E O DIREITO AO CONTROLE SOCIAL
Janaúba2010
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KARLA JEANINY DOS SANTOS SOARESMARIA APARECIDA DA SILVA DIAS
ANDRIELLY CARINNY DIAS SILVEIRA CRISOSTOMOELYS REGINA ALVES PEREIRA SANTOS
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E O DIREITO AO CONTROLE SOCIAL
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da – UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, para a disciplina de Seminários Temáticos IIIOrientadora: Claúdia, Daniela, Maria Lucimar e Sirlei
Janaúba
2010
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SUMÁRIO
1- Introdução.................................................................................................................... 4
2- Pesquisa Bibliográfica...................................................................................................4
3- Análise e Resultado da Pesquisa.................................................................................6
4- Conclusão.....................................................................................................................8
5- Referências.................................................................................................................. 9
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INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise do controle social e a participação
da sociedade civil no período da promulgação da constituição de 88, conhecida por
muitos de constituição cidadã.
Partiremos do ponto principal do conceito de controle social, para poder assim
entender qual a sua importância. Controle social é a união, a junção da sociedade com
o poder público, com o objetivo de resolver as carências, os problemas da sociedade
em geral. É o modo mais democrático de participação dos cidadãos, em meio a
administração pública, fazendo a avaliação e controlando gastos, analisando os
recursos empregados nos mais variados setores da sociedade atual.
Os conselhos são de grande importância, pois é através deles que a população
poderá participar tanto nos governos municipais, estaduais e federal. Mostraremos
também os principais avanços, tipos e exemplos nas conquistas dos conselhos, como
também as políticas públicas nas quais eles estão envolvido, as formas e meios de
controle.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Durante o período ditatorial, a população brasileira ficou a mercê do regime
implantado no país desde 1964. A partir de 1967 com a elaboração de uma nova
constituição a sociedade passou a ser cada vez mais controlada pelo Estado, foram
muitas limitações e restrições. Mas a população não se calou, lutaram por seus direitos,
foram lutas violentas, onde foram grandes as injustiças por parte do Estado.
As lutas pela redemocratização foram bastante acirradas, surgiram muitos
movimentos para alcançarem este objetivo. Um deles foi “A Campanha de Diretas Já”
de 1981-1984. Não obtiveram vitória neste movimento, pois a emenda Constitucional foi
derrotada em 25 de abril de 1984.
Mas esta derrota não fez com que a população desistisse dos seus objetivos. Os
movimentos sociais se reorganizaram no período pré-constituinte para lutarem pela
democracia no País.
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Em 1985 aconteceu o primeiro conflito da sociedade com o Estado, onde a
assembléia constituinte colocava duas propostas. A 1º seria a prévia eleição de uma
Assembléia exclusiva, eleita somente para organizar a Constituição e anulada depois
da promulgação, e a 2º proposta, a sociedade delegaria ao Congresso Nacional,
modificada nas eleições de 1986, direitos para elaborar a Constituição, ajuntando
atribuições Legislativas e Constituintes. Onde saiu vitoriosa a segunda proposta,
conseqüência da influência de boa parte da classe política.
Tivemos outros conflitos marcantes em que a participação da população foi de
grande importância, como a Instalação da Assembléia Constituinte, que consistia sobre
a participação da população. Os partidos políticos que governavam na época lutavam
por uma participação limitada, e do outro lado à população se empenhavam para que
fossem maiores as possibilidades de participação direta.
A sociedade passou a participar cada vez mais dos movimentos; foram surgindo
movimentos em todas as áreas sociais onde apresentavam emendas e sugestões.
Foram criados, plenários, comitês e movimentos pró-participação popular na
Constituinte, onde a população cobravam dos parlamentares a aprovação das suas
reivindicações.
Mesmo depois de conquistar a tão almejada democracia brasileira a população
ainda precisava de melhorias em todas as áreas sociais principalmente na área da
saúde, previdência social, e educação. Foi criado então em 1988 a constituição
brasileira que abrange quase todas reivindicações populares: a “Constituição Cidadã”.
Os Conselhos de Políticas Públicas surgiram a partir dessa Constituição, com
objetivo de multiplicar a participação da sociedade na implentação e fiscalização de
políticas públicas.
Esta Constituição se refere aos Conselhos em algumas áreas:
- Seguridade Social (artigo 194 da Constituição Federal de 1988), o qual dispõe sobre:
“caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do governo nos órgãos colegiados.”
- Assistência Social (artigo 204 da Constituição Federal de 1988), no qual são
colocadas as seguintes diretrizes:
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“I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas
gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência
social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.”
- Saúde (artigo 198 da Constituição Federal de 1988):
“I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas
gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência
social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.”
- Crianças, adolescentes e idosos (artigo 227 da Constituição Federal de 1988):
“I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas
gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência
social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.” (COPAM,
2010)
Sobre as formas de controle mais usadas nos conselhos, podemos citar três tipos,
que são: Controle Interno, externo e social. O Controle Interno é composto de ordem
política, administrativa e jurídica, com função de evitar ações ilícitas. O controle
Externo é organizado por órgãos externos que avaliam as ações do poder público,
baseado na lei. O controle social é uma ação democrática que integra a sociede à
administração, com o objetivo de encontrar solução para as carências e dificuldades da
sociedade.
ANÁLISE CRÍTICA DA PESQUISA
A respeito da importância dos conselhos na sociedade Brasileira, primeiro é
importante salientar algumas observações, como o fato da sociedade brasileira nos
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seus 22 anos após constituição federal de 1988, ter sua participação, no tocante à
implementação de políticas publicas “a que” do que deveria ser, pois passado tanto
tempo de redemocratização do país depois de tantas lutas e mortes voluntárias e
solidárias pelo direito de participação da sociedade, o que vemos é o pouco interesse
por parte da população de ocupar seu espaço nos conselhos, quer seja por
desconhecimento de seu direito de participação ou pelo fato de que a maioria ainda
precisa trabalhar pela sua sustentação básica, alimentação, cuidados médicos, etc.
Assim, ainda não lhes sobram tempo ou disposição para participar da formação
dos conselhos e fomentar “política pública” que diz respeito à garantia de direito ou
reivindicação de novos direito; como exemplo o “direito a alimentação” que não era
garantido pela constituição como “Direito” e levou 10 anos para ser reconhecido em
uma emenda constitucional.
Outra emenda constitucional, interessante e que tratam das transferências de
recursos da saúde, foi aprovada a mais de 10 anos e ainda não está regulamentada,
isto indica que falta força da sociedade para pressionar seus representantes para
aprovar nas instancias políticas matérias de leis importantes.
Entretanto, podemos dizer que os conselhos, mesmo com todas estas
dificuldades para a sua constituição nos meios administrativo, ainda são os meios mais
fortes e eficazes de natureza deliberativa e consultiva, com condições plenas para a
população exercer o controle social. Cabem então aos setores sociais e civis que
tenham interesse, através dos meios de comunicação, divulgar cada vez mais a
importância da participação dos cidadãos nas constituições dos conselhos. Porque se
estes, não forem ocupados pelas pessoas beneficiárias, ou seja, o público específico
garantidos pelas leis, serão por aqueles que utilizarão este meio representativo e
importante ao seu próprio interesse ou interesse de grupos econômicos empresariais e
corporativos, por exemplo, nos conselhos de saúde, que são paritários (com
representantes do governo, usuários, trabalhadores de saúde e fornecedores) as
empresas farmacêuticas sempre mantêm seus representantes bem embasados para
aprovar a “pauta” que lhes beneficiem economicamente e de forma lucrativa.
Dentro de toda essa lógica fica claro que o papel dos conselhos quando
bem representados pelos seguimentos da sociedade, se tornam meios onde se podem
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debater de forma democrática os problemas sociais e achar possíveis soluções. Assim
surgem os projetos que beneficiam a população como um todo, dificultando monopólios
e tornando os gastos públicos mais transparentes.
Lembrando que são positivos os debates e discursos dentro dos
conselhos, pois são conflitos “controlados”, todos podem apresentar seus pontos de
vistas e os aspectos positivos e negativos de dado problema, sempre há idéias
divergentes, os recursos são poucos, os problemas são muitos, mais mediante
negociações e debate, geralmente consegue-se conclusões satisfatórias. A democracia
ganha, enfim, todos ganham.
CONCLUSÃO
De acordo com os dados levantados na pesquisa bibliográfica e no
desenvolvimento do trabalho, podemos observar que as lutas sociais do período pré-
constituinte foram de grande importância para os direitos adquiridos. E os Conselhos
surgiram para assegurar estes direitos conquistados, dando a sociedade condições de
participação para viverem de forma digna e sociável.
Os conselhos existem porque é necessário haver uma maior fiscalização das
políticas públicas, e eles devem existir com a participação de toda sociedade. Nesses
conselhos os representantes controlam e supervisonam os gastos, verificando o que
está sendo feito ou não, analisando também a qualidade dos serviço feitos, e participam
da elaboração das metas que se refere àquele conselho.
Se todos os setores da sociedade se unirem nas ações dos conselhos existentes,
certamente aconteceria uma grande melhoria no acesso da população aos bens que
lhe é de direito e haveria menos problemas com fraudes e desvios, que tanto aparecem
em nosso país nos dias atuais. Então, cabe não uma parte, mas toda a sociedade, se
identificar com esses conselhos, e desfrutar desse direito; que na verdade é um
privilégio que alcançamos e temos hoje, mas que muitas vezes não é desfrutado, por
falta de competência da própria sociedade em geral.
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REFERÊNCIAS
Copam: Conselho Estadual de Política Ambiental. Disponível em:
<http://www.conselhos.mg.gov.br/copam/duvidas>. Acesso em 07 de dezembro de
2010.
Formas de Controle. Disponível em:<http://www.webartigos.com/articles/23288/1/O-que-e-Controle-Social/pagina1.html>. Acesso em 07 de dezembro de 2010.
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