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Protocolo de Quioto e Aquecimento Global
O Sol envia constantemente radiações para a atmosfera, sendo uma
parte delas absorvida pela mesma e a restante reflectida para o espaço.
Se existirem grandes quantidades de gases na atmosfera,
nomeadamente o dióxido de carbono, resultante da combustão industrial em
larga escala, irão fazer com que se acumulem esses mesmos gases na
superfície da Terra aumentando a temperatura do planeta. Esses gases
formam uma barreira que evita que as radiações sejam reflectidas para o
espaço ficando acumuladas na superfície terrestre.
A presença de carbono na atmosfera é necessária para que parte da
radiação solar seja reflectida para a superfície terrestre aquecendo-a. O
problema surge quando existe carbono em grandes quantidades, logo, a
quantidade de radiação solar reflectida para a superfície é maior, e
consequentemente, a radiação libertada para o espaço é menor provocando
um aumento da temperatura terrestre. Esta situação terá consequências
futuras, como o aumento do nível da água do mar, devido ao degelo das
grandes massas de água e a desertificação de determinadas áreas.
http://www.sfiec.org.br/publicacoes/jornalfi
/edicoes/0502/0302.jpg
http://mitodoaquecimento.googlepages.com/ursosbrancos.jpg/ursosbrancos-full.jpg
Na cimeira de Bali, o chefe da delegação portuguesa Nuno Lacasta
defendeu a introdução do mercado de carbono, considerado essencial para
baixar as emissões de gases poluentes no novo acordo climático, que deverá
estar concluído em 2009.
Na Cimeira das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, o
comércio de emissões de carbono foi apresentado como uma "ponte entre a
protecção ambiental e as preocupações económicas", uma vez que a sua
utilização incentiva economicamente as empresas e países a poluírem menos.
Na opinião do representante português, o comércio de licenças de
poluição funciona também como "ponte entre os compromissos de emissão dos
países desenvolvidos e a ajuda aos países em desenvolvimento para um
desenvolvimento sustentável".
O representante da UE defendeu o papel de liderança dos países
desenvolvidos nas negociações e no combate às alterações climáticas no pós-
Quioto. Uma declaração que pode ser vista como resposta às críticas da China
e da Índia, em franca expansão, e que consideram que a redução drástica das
emissões pode comprometer as suas expectativas de desenvolvimento. A
China reforçou mesmo a oposição à imposição de metas obrigatórias de
diminuição da poluição.
Portugal foi considerado o 13º país com melhor performance ambiental
em matéria de alterações climáticas entre 56 nações desenvolvidas e com
grande crescimento industrial. Este índice avalia a evolução recente das
emissões nos sectores da electricidade, transportes, residencial e industrial; as
emissões relacionadas com a energia e per capita e ainda a política definida
por cada Estado.
http://paulochagas.net/wp-content/uploads/2009/03/desenvolvimento-sustentavel.jpg
São vários os jornais que têm vindo a publicar notícias relativas ao
aquecimento global, efeito de estufa e o Protocolo de Quioto.
“Portugal vai cumprir Quioto mas terá de pagar por isso
29 Novembro 2007
São boas notícias para Portugal e para o mundo. Em 2010, as emissões
poluentes da União Europeia ficarão aquém do estabelecido pelo Protocolo
de Quioto. Se as metas exigiam que a poluição descesse 8% no período
2008-2012, os 15 prometem fazer melhor e chegar aos 11,4% em 2010.
Para este objectivo Portugal contribui de forma favorável, ficando aquém
dos seus limites de poluição. Para isso, porém, terá de pagar por quotas de
emissão.
As previsões são da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e foram
divulgadas há dois dias. Um timing pertinente pois na segunda-feira
começa a conferência de Bali onde mais de 200 países iniciarão
negociações para traçar um novo regime climático para lá de 2012. E a
União Europeia, na vanguarda da discussão, precisa de provar que o
esforço que está a fazer traz bons resultados.
No entanto, para que estas previsões sejam atingidas, terão de ser
escrupulosamente cumpridas as medidas que os países definiram mais
recentemente, adverte a AEA.
O relatório afirma que com as acções já adoptadas e em aplicação a
União Europeia conseguirá reduzir 4% das suas emissões. Se forem
concretizadas as estratégias adicionais de cada Estado será possível
reduzir mais 3,9 %. Com a compra de licenças de poluição no mercado de
carbono a UE reduzirá mais 2,5 % da sua poluição. A reflorestação e o
consequente sequestro de carbono juntarão mais 0,9% ao esforço de
redução. No total, será possível alcançar uma redução de 11,4 %, mais
3,9% daquilo que está previsto no tratado.
Portugal
O mesmo caminho deverá seguir Portugal. Se forem concretizadas as
medidas recentemente anunciadas, como o aumento das energias
renováveis, a aposta nos biocombustíveis ou a redução da poluição no
sector da electricidade, o país sairá bem visto deste desafio. Em vez de
aumentar 27% das emissões em relação ao ano de 1990, como define a
meta de Quioto, aumentará apenas 23%, espera a Agência Europeia do
Ambiente.
Com perspectivas menos optimistas estão os espanhóis. O relatório
prevê que não cumpram os seus compromissos, excedendo a sua quota de
poluição e, assim, prejudicando a média europeia. Na segunda fase de
Quioto poderão ser obrigados a duplicar o esforço. Até lá, avisou o
comissário do Ambiente, sofrerão sanções. Isto porque a UE tem um
compromisso global em Quioto, as metas foram partilhadas a 15, e
transportas para legislação nacional.”
In: Diário de Notícias
(http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=990022)
Considero de extrema importância o cumprimento do Protocolo de
Quioto, uma vez que só assim será possível travar o avanço do
aquecimento Global e as suas catastróficas consequências.
Esta notícia dá conta de que Portugal, ao contrário da vizinha
Espanha, se apresenta empenhado no cumprimento das metas propostas
pelo protocolo, sendo no entanto necessária a informação da população
em geral, uma vez que o cumprimento das metas depende de todos nós.
“Alterações climáticas
Portugal ainda longe das metas de Quioto
03.12.2007 - 08h53 Ricardo Garcia
O discurso é optimista. O Governo tem repetido, nos últimos dias, que
Portugal vai cumprir o Protocolo de Quioto, mesmo que para isso tenha de
comprar, no exterior, direitos de poluição. Mas, a um mês de Quioto
começar a sério e enquanto as Nações Unidas discutem em Bali, a partir de
hoje, o que fazer a seguir, a realidade nacional não é tranquilizadora.
Não só as emissões de dióxido de carbono do país continuam elevadas
como muitas das medidas para as reduzir, contidas no Programa Nacional
para as Alterações Climáticas (PNAC), estão atrasadas.
O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional só agora começa a ter uma visão mais clara de
como se está a comportar o PNAC. A primeira avaliação semestral do
cumprimento do programa ficou pronta no sábado passado. E ainda é muito
incompleta, com alguns ministérios a falharem na apresentação de dados
conclusivos.
Das 41 medidas previstas no PNAC, o Ministério do Ambiente recebeu
informação sobre o andamento de 28. E, desse conjunto, só 11 relatórios
são considerados bons, sete são médios e dez são insuficientes, segundo a
Agência Portuguesa do Ambiente.
"A monitorização está a funcionar, embora com algumas imperfeições",
afirma o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. É ainda o
primeiro exercício de monitorização, justifica, e o Governo tem andado
muito ocupado com a presidência da União Europeia. "Mas estou satisfeito
com a percepção de que os ministérios estão empenhados nas suas
medidas", completa.
O melhor e o pior
Uma das áreas onde os dados são mais claros é a da energia. Sabe-se
que a taxa de electricidade produzida a partir de fontes renováveis está nos
37,6 por cento. A meta que o Governo quer atingir em 2010 é 45 por cento.
Muitas das medidas do PNAC estão em boa marcha. A potência já
licenciada de parques eólicos era de 3273 megawatts (MW), até Abril
passado. A meta é 5100 MW até 2012.
A reforma da tributação automóvel, em que carros com mais emissões
de dióxido de carbono pagam mais imposto, está feita. A introdução dos
biocombustíveis, uma medida de peso, está a ser promovida por incentivos
fiscais. A construção do metro do Porto e a melhoria da oferta da CP na
região já pôs mais gente a andar de comboio no Norte.
Mas outras acções deixam a desejar. Na área dos transportes, há um
misto de situações, com várias medidas atrasadas ou com resultados muito
modestos. Alguns relatórios não têm "o nível de informação pretendida",
segundo a Agência Portuguesa do Ambiente.
A medida de maior peso nessa área no PNAC era a operacionalização
das autoridades metropolitanas de transportes, o que ainda não aconteceu.
"Isto está completamente a zero", avalia Francisco Ferreira, da associação
ambientalista Quercus.
Nas florestas – área em que o PNAC foi recentemente considerado
demasiado optimista pela Comissão Europeia – também os dados não são
animadores. As duas medidas avaliadas pelo Ministério da Agricultura até
agora – a gestão sustentável das florestas e o aumento da sua capacidade
de absorção de carbono – não estão a cumprir o calendário previsto.
Nos fogos, a situação dos últimos dois anos foi positiva, com áreas
ardidas abaixo dos 100 mil hectares admitidos no PNAC, devido sobretudo
a condições meteorológicas favoráveis.
Atrasos comprometem
O primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-
2012), em que Portugal vai fazer contas às suas emissões, começa já em
Janeiro próximo.
Mas há acções do PNAC que, por se terem atrasado, só irão surtir
efeito mais tarde. Em média, previa-se a instalação de 100 mil metros
quadrados de painéis solares por ano, já a partir de 2007. Mas na avaliação
desta medida constam apenas 19 mil metros quadrados instalados em
2005. E as expectativas do sector para 2007 não vão além dos 40 a 45 mil
metros quadrados.
A certificação energética dos edifícios também vai começar a funcionar
em pleno mais tarde, só em 2009. "Até lá, a capacidade desses
regulamentos obterem ganhos de emissões é muito limitada", afirma Daniel
Borrego, da Faculdade de Ciências de Lisboa, que está ligado ao projecto
Fórum Português Pós-Quioto, que também está a fazer um balanço do
PNAC.
O Ministério do Ambiente não descarta a possibilidade de derrapagem
de algumas medidas do PNAC. Se isso acontecer, serão lançados planos
de contingência para as medidas em falta, ou procuradas acções
alternativas. Em último caso, o país alargará os cordões à bolsa, e
comprará mais direitos de poluição através do Fundo Português de
Carbono.”
In: Público.pt
(http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1312566&idCanal=92)
Apesar das notícias iniciais terem sido animadoras, a verdade é que
se veio a verificar que Portugal está ainda longe de atingir os valores
acordados no protocolo de Quioto, havendo ainda muito a fazer para que
seja possível atingir as metas propostas.
Relativamente às energias renováveis, Portugal tem feito um
grande investimento, no entanto, em relação aos transportes, esse
esforço não está a ser conseguido, talvez porque a população ainda não
se deu conta dos benefícios da utilização dos transportes colectivos.
Os fogos são outro obstáculo ao cumprimento das metas, uma vez
que para além de provocarem a desertificação, aumentam a emissão de
dióxido de carbono para a atmosfera. Neste ponto, é de realçar que para
além do clima quente que favorece a ocorrência de fogos, existem ainda
muitas pessoas a fazer queimadas sem tomar as devidas precauções bem
como muitos fogos “postos” propositadamente, devendo, na minha
opinião, haver uma punição mais severa nestes casos e um maior
investimento na limpeza da área florestal.
“Abre-se a porta para regulamentar as emissões
Agência ambiental dos EUA considera gases com efeito de estufa
poluentes
17.04.2009 - 17h47 PÚBLICO
A Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) concluiu
que as emissões de dióxido de carbono e cinco outros gases com efeito de
estufa são “um perigo para saúde e bem-estar públicos das actuais e
futuras gerações”. Este é primeiro passo para os EUA começarem a
regulamentar estas emissões, considerando os gases poluentes
relacionados com as alterações climáticas.
Este tipo de regulamentação teria implicações importantes a nível
global, e não apenas nos EUA, salienta a agência AP: a exigência de que
os veículos em circulação nos EUA tenham emissões mais reduzidas, ou
de as centrais eléctricas ou outras indústrias terem de tomar medidas para
cortar nas emissões de dióxido de carbono repercutir-se-ia em todo o
mundo.
Os outros cinco gases com responsabilidades no aumento do efeito de
estufa natural são o metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbonetos,
perflurocarbonetos e hexafluoreto de enxofre.
“Os altos níveis de concentração atmosférica [dos gases com efeito de
estufa] são, sem qualquer ambiguidade, o resultado da actividade humana
e, muito provavelmente, são a causa do aumento das temperaturas médias
e outras alterações climáticas”, diz o comunicado da agência ambiental,
divulgado no site http://www.epa.gov.
A elaboração de regulamentação para limitar as emissões de gases
com efeito de estufa não é um processo automático: durante os próximos
60 dias, esta conclusão da EPA está em consulta pública.
Esta tomada de posição foi motivada por uma deliberação do Supremo
Tribunal dos EUA há dois anos, que dizia que os gases com efeito de
estufa são poluentes (actualmente, a legislação federal não os considera
assim), e as suas emissões deveriam ser regulamentadas se se concluísse
que são prejudiciais para a saúde humana. O caso foi apresentado pelo
estado do Massachusetts e centrava-se nas emissões dos escapes dos
automóveis.
A Administração Bush opunha-se determinantemente a utilizar a
legislação em vigor contra a poluição atmosférica (Clean Air Act) para lidar
com as alterações climáticas. Por isso, a decisão da EPA foi sendo adiada.
Mas desde os primeiros dias na Casa Branca, Barack Obama prometeu
rever o caso e agir rapidamente se se justificasse a regulamentação.
Mas ainda antes da EPA ter anunciado os resultados da sua avaliação,
o Congresso iniciou já a elaboração de nova legislação, que anteciparia as
acções eventualmente tomadas pela agência ambiental. Tanto Obama
como Lisa Jackson, a administradora da EPA, disseram já várias vezes que
preferiam que fosse o Congresso a elaborar medidas para lutar contra o
aquecimento global, em vez de uma acção administrativa.
In Público.pt
(http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1374966)
O dióxido de carbono é um gás muito prejudicial para o meio
ambiente, sendo ainda muito utilizado, nomeadamente em frigoríficos e
resinas, por isso é urgente alterar esta situação, mas também é preciso
lembrar que, estes gases duram dezenas de anos até serem destruídos,
logo, já deveriam ter sido implementadas medidas para tentar resolver
este problema mundial.
“Alterações Climáticas
Cristina Pereira (11-01-2001)
A alteração do clima constitui um dos maiores problemas ambientais
que a humanidade terá de enfrentar no novo milénio. Conheça alguns dos
esforços empreendidos pela comunidade internacional no sentido de
mitigar os seus efeitos.
Nas últimas décadas a crescente utilização dos combustíveis fósseis
elevou para níveis preocupantes o efeito de estufa. Assim, prevê-se um
aumento das temperaturas médias globais entre 1 e 3,5ºC até 2100, e um
aumento do nível médio das águas do mar de 15 a 95 cm.
O início…
Tendo como pano de fundo as preocupações com o clima e a
necessidade de definir uma estratégia global para o proteger, foi assinado
em Junho de 1992, no Rio de Janeiro, por 175 países, a Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
O Protocolo de Quioto – ainda à espera de ser ratificado
Em 1997, ainda no âmbito da convenção, assina-se o Protocolo de
Quioto (Japão). Trinta e nove países industrializados, dos 160 participantes,
comprometeram-se a limitar durante o período de 2008-2012 as suas
emissões de gases com efeito de estufa (GEE).
As reduções acordadas incidiam sobre:
- Dióxido de carbono (CO2)
- Metano (CH4)
- Óxido nitroso (N2O)
- Hidrofluorcarbonetos (HFCs)
- Hidrocarbonetos perfluorados (PFCs)
- Hexafluoreto de enxofre (SF6).
Os níveis de referência adoptados foram os de 1990 e representavam,
em média, uma redução de 5%; a União Europeia, negociando em bloco,
comprometia-se a uma redução de 8%.
Para as emissões de HFCs, PFCs e SF6, gases que permanecem
milhares de anos no ecossistema, foi possível adoptar como ano de
referência 1995, ano em que estas emissões sofreram um aumento
acentuado. Refira-se a ironia de os HFCs e PFCs terem sido adoptados no
Protocolo de Montreal (1990) como substâncias alternativas aos
clorofluorcarbonetos (CFCs), por se ter comprovado a sua acção destrutiva
sobre a camada de ozono.
No Protocolo de Quioto uma forma inteiramente nova é utilizada para
promover uma redução significativa dos GEE – as transacções comerciais
entre países, sob três formas: comércio de emissões, implementação
conjunta e mecanismos de desenvolvimento limpo, este último só para
depois de 2008. O princípio é apostar numa redução que seja
economicamente vantajosa, pois desta forma será mais efectiva.
No caso do comércio de emissões, as cotas de emissão de cada país
seriam transformadas em licenças de emissão transaccionáveis entre os
países desenvolvidos. O limite global de emissões mantinha-se inalterado
pela adição das licenças compradas às cotas do país adquirente e a
dedução dessas mesmas licenças às cotas do país vendedor. Na
implementação conjunta os países ou empresas poderiam cumprir parte
dos seus objectivos de redução financiando projectos de eficiência
energética e/ou retenção de GEE em florestas de outro país. O mecanismo
de desenvolvimento limpo (MDL) é idêntico à implementação conjunta, com
a diferença dos projectos ocorrerem entre países com objectivos de
redução e países sem esses objectivos, como é o caso dos países em
desenvolvimento. O MDL pretende assegurar um desenvolvimento
sustentável nos países em desenvolvimento, para que não sejam também
eles emissores.
Uma das questões mais controversas deste protocolo é a possibilidade
do uso das florestas como reservatório de carbono e a sua utilização no
rácio emissão/redução. As incertezas no ciclo do carbono e a necessidade
de maior investigação nesta área não permitem uma quantificação exacta
do papel das florestas, daí as reticências no seu uso por parte da União
Europeia. No entanto, o Protocolo não faz uma definição dos termos
“florestação” ou “reflorestação”. Será que plantações com espécies de
rápido crescimento poderão entrar nestes cálculos? E as reflorestações de
áreas agrícolas?
As emissões dos transportes marítimos e aéreos não foram objecto de
nenhuma regulamentação neste protocolo.
Todas as decisões de Quioto ficaram pendentes de regulamentação.
Em 1999 definiu-se o ano 2000 como ano de implementação do Protocolo
de Quioto, após a ratificação do mesmo por 55 países que detivessem em
conjunto 55% da cota de emissões globais. Na prática, os EUA, que nesta
matéria defendem posições muito diferentes das da UE, ficaram com o
poder de veto.
A actualidade
Em Novembro de 2000, (…) ocorreu em Haia a conferência para
implementar o Protocolo de Quioto, onde se esperava que os 39 países
industrializados chegassem a acordo, apesar das dificuldades do processo.
A reunião, que contava com um total de 180 países, terminou sem que
qualquer acordo fosse alcançado, estando programado novo encontro para
Maio deste ano na Alemanha. Várias foram as causas para este desfecho,
entre as quais a intransigência dos EUA, mas os assuntos mais polémicos
e sobre os quais foi impossível chegar a acordo foram a ajuda aos países
menos desenvolvidos, a contabilização das florestas para a redução das
emissões e o comércio de emissões.
A contabilização das florestas como reservatórios de GEE nas contas
nacionais de cada país era uma das pretensões dos EUA a que a UE se
opunha. Para a UE tal iria permitir aos grandes países florestais
alcançarem mais rapidamente a cota imposta, através da florestação ou
reflorestação, sem uma efectiva redução nas suas emissões. Em relação
ao comércio de licenças, a União Europeia pretendia ver instaurado um
limite nas licenças de emissão que poderiam ser adquiridas a um país
vendedor, através da realização de projectos de “desenvolvimento próprio”.
A responsabilidade das transacções deveria ser partilhada entre o país
comprador e o país vendedor, para consolidar um esforço real de redução
das emissões de GEE. Os EUA consideraram que neste caso haveria uma
ingerência externa, o que os levou a recusar a proposta. Os projectos de
“desenvolvimento próprio” foram outro ponto de discórdia, com os EUA a
pretenderem que projectos de energia nuclear, de reflorestação e
agricultura fossem considerados. A UE recusou cada uma destas
possibilidades.
As penalizações impostas aos países não cumpridores do Protocolo
foram outro dos temas inconclusivos.
E agora?
A recente eleição do presidente George W. Bush, contrário ao Protocolo
de Quioto e com posições próximas das companhias petrolíferas, pode ser
mais um travão ao acordo desejado.
A situação portuguesa em todo o processo
Portugal era, em 1990, o país da UE com a menor emissão de CO2 per
capita. Assim, pedia-se a Portugal uma limitação das suas emissões e não
uma redução. As negociações no seio da UE permitiram um aumento
máximo de 40% na libertação de CO2, e limites inferiores para os outros
gases, com uma média global de crescimento de 27%. No entanto, dados
recentes, revelam uma derrapagem nestes objectivos. Um estudo da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
indica que, em 2010, o aumento das emissões pode ser de 49%, sendo o
dióxido de carbono o responsável, com um aumento de 62% nas suas
emissões. Em 1999 a libertação de GEE atingiu os 36% e o Ministério do
Ambiente encontra-se a estudar medidas económicas ou fiscais para
aplicar à indústria e aos transportes, com vista ao controlo destas emissões
gasosas para a atmosfera.
In Naturlink
(http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3427
&bl=1&viewall=true#Go_1)
O Protocolo de Quioto é um “acordo” feito entre diversos países
que se uniram no sentido de tomar medidas que favoreçam a diminuição
do aquecimento global e do efeito de estufa, com o intuito de preservar o
meio ambiente e a vida humana na terra.
O contínuo aumento do dióxido de carbono na atmosfera leva ao
aumento da temperatura do planeta, sendo urgente a sua diminuição para
preservar a vida humana.
Estas notícias alertam para a ineficácia das medidas adoptadas por
Portugal para atingir as metas propostas pelo Protocolo de Quioto, sendo
urgente o replaneamento de novas estratégias a adoptar por toda a
população dos diferentes países para que as metas sejam alcançadas.
“Sequestro de Carbono
Vasco Matos Trigo, RTP actualizado às 15:46 – 15 Maio '09
Reduzir emissões de dióxido de carbono ajuda a combater o
aquecimento global
Publicado 17:33 14 Maio '09
Os processos mais comuns de produção de energia, através do carvão
ou petróleo, libertam para a atmosfera enormes quantidades de CO2, a
causa mais grave das alterações climáticas. Uma solução é guardar este
gás em jazidas subterrâneas.
As energias renováveis actualmente disponíveis não chegam para as
necessidades. Por isso, a produção de energia continuará a produzir
também CO2, dióxido de carbono. Mas o gás CO2 é um dos principais
responsáveis pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas. Uma
forma de reduzir as emissões de CO2 é sequestrá-lo no subsolo, por
exemplo na bacia carbonífera do Douro, em Portugal, ou em camadas
arenosas, como explica Fabian Möller, engenheiro numa instalação no
norte da Alemanha.
"Se pegar no meu capacete, procuramos formações com este aspecto,
como este capacete em que o plástico é uma camada impermeável, talvez
de argila, e no interior haverá o arenito, o arenito cheio de água. E depois
perfuramos a rocha e armazenamos o CO2 sob esta camada impermeável
ao gás."
Uma vez que o dióxido de carbono é produzido pela queima de
hidrocarbonetos retirados do subsolo, o sequestro do gás é encarado como
uma espécie de reciclagem, diz Sergio Persoglia, do Instituto Italiano de
Oceanografia e Geofísica Experimental.
"Recolocar o CO2 no local de onde veio, no subsolo, onde estavam os
hidrocarbonetos, é de certo modo um processo natural. É um processo de
reciclagem natural, de forma a evitar alterar os ciclos de anidrido carbónico
na atmosfera."
O CO2 é capturado à saída das chaminés de combustão e é conduzido
até ao local de sequestro. Em diversos pontos da Europa estudam-se
localizações possíveis para sequestrar dióxido de carbono.
Por exemplo, Latera, no centro de Itália, não serve. O solo é demasiado
poroso e permite a libertação de CO2 de um vulcão extinto. Mas este local
é um óptimo laboratório natural, como diz Salvatore Lombardi, professor da
Universidade La Sapienza, de Roma.
"É importante estudar esta zona, em termos de armazenamento do
CO2, pois fornece-nos uma série de informações sobre a migração do gás,
o impacto de uma eventual fuga de gás do local onde armazenámos o CO2
no ambiente à superfície e sobre a possibilidade de intervir, eventualmente,
em caso de fuga."
Os especialistas estimam uma capacidade de sequestro de carbono
com esta técnica na Europa para os próximos 80 a 100 anos. Por isso não
é uma solução definitiva.
"Se estes locais porosos estiverem cheios, teremos de deixar de utilizar
esta técnica", disse Fabian Möller. "Daí que digamos que não é a solução
para o problema, mas sim uma ponte para o futuro. Estamos a comprar
algum tempo."
A esperança é que esse tempo seja suficiente para as tecnologias das
energias renováveis ganharem maturidade.”
In http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Reduzir-
emissoes-de-dioxido-de-carbono-ajuda-a-combater-o-
aquecimento-
global.rtp&article=219816&visual=3&layout=10&tm=7
Sequestrar o dióxido de carbono não é a solução para o problema
do aquecimento global, uma vez que, o subsolo também tem uma
capacidade limitada.
Assim, com este processo iremos ganhar algum tempo para
desenvolver outras tecnologias que nos ajudem a solucionar o problema
do aquecimento global e consequentemente do desenvolvimento
sustentável, no entanto, teremos de encontrar outras soluções que nos
permitam não só ganhar tempo mas também solucionar o problema.
Desflorestação
A desflorestação consiste na remoção de grandes porções de floresta,
em larga escala, sem haver substituição de árvores, ou seja, é o abate de
árvores com vista a utilizar o solo ocupado pela floresta para outros fins,
economicamente mais rentáveis do que ter um conjunto de seres vivos que
controlam os ciclos de água do solo e a reciclagem do ar, com produção de
oxigénio. Com esta visão materialista, a desflorestação foi durante muitos anos
vista como impulsionadora do desenvolvimento da economia de um país, visto
que com ela se liquida o "capital" de uma floresta, abrindo caminho para outras
formas de lucro, como a produção de comida, matéria-prima, energia ou
construção de infra-estruturas.
A desflorestação é diferente da degradação florestal; esta consiste na
redução da qualidade das florestas. Mas em conjunto têm resultados
devastadores, como, a erosão dos solos e destabilização das bacias
hidrográficas, resultando em secas e inundações. A desflorestação das
florestas tropicais resulta também na redução da biodiversidade, visto que
estas desempenham um importante papel na remoção do dióxido de carbono,
assim como, no aumento do efeito de estufa.
A Desflorestação tem diversas causas:
A principal causa da desflorestação é o desbaste comercial realizado
através de maquinaria pesada que, para além de destruir a flora provoca a
compactação do solo.
http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/desflore_files/image003.jpg
A agricultura intensiva nos terrenos desflorestados não compensa
porque, ao fim de 6/7 anos, os solos ficam inférteis; uma vez que não tiveram
descanso e as plantações efectuadas eram monoculturas que na maioria dos
casos eram financiadas pelo estado. Assim, são mais susceptíveis de
apanharem doenças; desgastam mais o solo; e destroem o habitat natural dos
animais.
Outra das causas é a conversão dos solos em pastagens para manadas
de gado devido aos incentivos governamentais de conversão da floresta em
pastagens e em ranchos, ocupando áreas queimadas que foram recuperadas
naturalmente por vegetação rasteira e, criação de vastas explorações
agrícolas.
A exploração de minas, de pedreiras e de petróleo é também um
problema, pois para além de destruírem a zona onde estão implantadas,
contaminam os solos e a água com produtos tóxicos.
http://www.agenciacta.org.ar/IMG/jpg/agricultura-2.jpg
http://www.africatodayonline.com/admin/imagens2/thumb.php?img=966&
A construção de barragens, túneis e estradas veio também encorajar a
exploração de madeiras e a colonização da "floresta" com a consequente
deslocação da população.
A economia/política dos países, nomeadamente para as nações
tropicais, incentiva a desflorestação, uma vez que a madeira é uma importante
fonte de capital estrangeiro. São os países desenvolvidos que em parte
obrigam ao abate das florestas uma vez que, são eles que mais precisam de
matéria-prima. As florestas tropicais localizam-se, maioritariamente, em países
com grandes diferenças sociais e com dívidas externas.
A Poluição, e as chuvas ácidas, contribuem para a desflorestação, pois
vão "queimar" as árvores e destruir os solos.
Como causas naturais para a desflorestação destacam-se os fogos, as
doenças e os ciclones; mas estas causas são mínimas comparadas com as
provocadas pelo Homem.
http://www.soumais.com.br/colunas/Curiosidades/imagens/BARRAGEM.jpg
http://filipedebarros.files.wordpress.com/2009/04/chuvas_acidas.jpg
Todas estas causas, excepto as naturais, são agravadas pelo aumento
da população; pela crescente necessidade de produtos florestais e por
tecnologia inapropriada.
A Desflorestação tem diversas consequências:
A redução da biodiversidade: a biodiversidade é responsável pela
variedade de genes existentes no mundo; estes são necessários para a
produção de medicamentos, alimentos e outros produtos – são os recursos
biológicos. Calcula-se que 30 espécies desaparecem por dia na Amazónia.
Para termos uma pequena ideia basta pensarmos que numa única árvore
podemos encontrar 43 espécies de formigas.
O desaparecimento de culturas: Ao entrarem em contacto com outros
povos, os Índios perdem hábitos importantes que os têm acompanhado desde
sempre. Muitos Índios morreram devido à escravatura, a convulsões sociais e a
doenças trazidas pelo homem branco, como o beribéri, que se encontrava
oficialmente erradicada.
A infertilidade do solo: com a desflorestação, os solos ficam
desprotegidos do vento e das chuvas, isto é, a erosão do solo provoca o
arrastamento de minerais para outros locais.
http://ambiente.maiadigital.pt/cidadania/agenda21/forum/problemas/item64
O descontrolo do clima leva há ocorrência de inundações e de secas.
Devido ao grande volume de nuvens que gera, pensa-se que as florestas têm
um papel primordial na distribuição do aquecimento solar global provocado pela
alteração dos mecanismos pelos quais o calor é transferido para as elevadas
latitudes.
Na fotossíntese, as árvores consomem CO2 e produzem O2; logo, se as
cortarmos estaremos a aumentar os níveis de dióxido de carbono que vai
contribuir para o efeito de estufa e diminuir o oxigénio de que necessitamos
para viver. O aumento de CO2 é também provocado pela queima dos
combustíveis fósseis. Os incêndios são muitas vezes usados como meio de
desflorestação, o que aumenta ainda mais os níveis de dióxido de carbono.
Abate de árvores
↓ Níveis de evaporação ↓ Níveis de precipitação
Clima mais quente e seco
Solo mais duro não absorve água da chuva
↑ Temperatura da superfície da Terra
↓ Quantidade de nuvens que reflectem o calor do Sol
Para agricultura intensiva
↓ Humidade ↓ Fertilidade
Extinção de espécies e infertilidade do solo DESERTIFICAÇÃO
Incêndios
Libertação de CO2
Aumento dos níveis de CO2 EFEITO DE
ESTUFA
Não ocorre fotossíntese Destruição de árvores
“Governo brasileiro com medidas de protecção
Desflorestação da Amazónia vai aumentar durante 2008
03.06.2008 - 13h27 PÚBLICO
A floresta da Amazónia perdeu 1123 quilómetros quadrados de área no
último mês de Abril, quase o equivalente ao concelho de Beja. O valor foi
adiantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre
Maio de 2007 e Abril de 2008 foram desbastados 9405 quilómetros
quadrados de mata.
“Os piores meses de desflorestação, são historicamente Junho, Julho e
Agosto. O pior está para vir”, disse Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente
do Brasil. Segundo o ministro, será muito difícil a desflorestação ficar
abaixo do valor de 2007.
Os valores foram registados pelo sistema Deter (Detecção do
Desmatamento em Tempo Real) que utiliza imagens de satélite. Sabe-se
que os registos ficam aquém dos reais, porque não há informação das
áreas tapadas pelas nuvens que só no mês de Março cobriram 78 por
cento do território.
O aumento da desflorestação está associado ao aumento da venda de
gado e de soja. Segundo o jornal online "A Folha", o ministro já anunciou
medidas para controlar a queima da floresta.
A partir de 15 de Junho, a operação “Boi Pirata” vai entrar em acção e
monitorizar a cadeia produtiva do gado. As companhias siderúrgicas,
madeireiras e agropecuárias vão ser notificadas e obrigadas a informar ao
Governo quais são os fornecedores de carne. O Governo anunciou que vai
apreender a carne de todos os fornecedores que tenham irregularidades.
"Onde for comprovada a desflorestação ilegal será feito o auto de
infracção. Os números do Deter são alertas para a fiscalização, e nós
vamos continuar a fiscalizar", afirmou Luis Henrique Daldegan, secretário
de Estado do Meio Ambiente.
No segundo semestre deste ano, o Governo brasileiro vai pôr 500
homens com treino na área ambiental para fiscalizar a região. O ministro do
ambiente espera também que o Conselho Monetário Nacional restrinja a
concessão do financiamento agrícola para quem não cumpra os critérios
ambientais.
Um problema com décadas
Na semana passada Carlos Minc esteve na Conferência de Bona, na
Alemanha, onde assegurou que iriam ser criadas três novas áreas
protegidas na Amazónia. Em associação com a ARPA (Programa de Áreas
Protegidas da Amazónia), o Governo quer que até 2013 haja 600 mil
quilómetros quadrados de unidades de conservação de uso sustentável ou
de protecção integral, mais 1000 mil do que estava previsto. Com esta
medida o Governo duplica as novas áreas de conservação neste período
de quatro anos.
O ministro Carlos Minc assumiu a pasta do ambiente no mês passado
depois da anterior ministra, Marina Silva se ter demitido por não conseguir
cumprir a agenda. Segundo a Reuters os grupos ambientalistas defendem
que o novo ministro vai ser mais benevolente com a indústria e agricultura.
A floresta da Amazónia tem seis milhões de quilómetros quadrados, é a
maior do mundo. A desflorestação é um problema com décadas. Desde os
anos 70 a área da floresta diminuiu um quinto.”
A desflorestação na Amazónia é feita através de incêndios”
In Público.pt
(http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331037)
A desflorestação é um problema de extrema importância, sendo
ainda mais preocupante no caso da floresta amazónica, pois esta é
extremamente rica na diversidade de espécies que lá habitam, possuindo
inclusive espécies únicas e em vias de extinção.
O governo brasileiro revela-se incapaz de travar a desflorestação da
floresta amazónica, uma vez que, à semelhança do que acontece em
vários outros países, a desflorestação é uma grande fonte de rendimentos
para o país.
Desertificação
A degradação da Terra continua a aumentar a uma velocidade
alarmante. Quando acontece nas terras secas criam-se condições semelhantes
às dos desertos, situação a que chamamos desertificação.
Este processo acontece pouco a pouco, enquanto as diferentes áreas de
terras degradadas se expandem e se unem.
As secas fazem parte das consequências da desertificação tornando a
situação mais grave. Mas este é essencialmente um problema causado pelo
homem. Surge como consequência da pressão exercida na terra.
As pessoas mais pobres do mundo, que vivem nas áreas mais
vulneráveis, serão as mais afectadas pela desertificação. Mas existem também
outras vítimas. Dezoito dos países mais desenvolvidos do mundo sofrem de
desertificação, as áreas mais favorecidas destes países já estão a ser
indirectamente afectados pelos imigrantes que migram para essas áreas por
não terem conseguido sobreviver do seu próprio rendimento. A desertificação
providencia um dos exemplos de como a pobreza ameaça em qualquer lado a
prosperidade.
De acordo com a convenção do combate à desertificação das Nações
Unidas, esta foi definida como: " Degradação da terra em áreas áridas, semi-
áridas e sub-húmidas resultante de vários factores, como variações climáticas
e actividades humanas. "
No que diz respeito ás variações climáticas a seca é um fenómeno típico
que ajuda à desertificação nas regiões áridas. Quanto ás acções de
degradação das terras, que são induzidas pelo homem, devem ser frisadas 5
http://ptsoft.net/vastro/referencia/estufa/aquecimento/deserto.jpg
componentes propostas pela FAO (Food and Agriculture Organization) que
contribuem para a degradação em geral:
• Degradação da vegetação e da população animal, degradação
biótica e perda de biodiversidade em zonas semi-áridas extensas,
devido à caça e desflorestação;
• Degradação do solo devido a efeitos físicos, como a erosão
provocada pelo vento e pela água ou efeitos químicos, como a
salinização e sodificação);
• Degradação das condições hidrológicas superficiais como
resultado da perda da vegetação superficial;
• Degradação das condições geo-hidrológicas, águas subterrâneas,
resultando na mudança das condições de recarga;
• Degradação das infra-estruturas económicas e qualidade de vida
humana.
A desertificação é principalmente causada por variações climáticas e
actividades humanas. No que respeita ás variações climáticas, as zonas áridas
afectadas pelas secas são o factor de maior relevância. No domínio das
actividades humanas podemos enumerar várias causas, das quais, as
principais são a adubação, cultivo excessivo, má irrigação das terras,
desflorestação, erosão dos solos e aumento da densidade populacional.
A erosão dos solos é a deterioração do solo provocada por movimentos
físicos de partículas de uma determinada área. O vento, a água, o gelo glaciar,
os animais e a utilização de máquinas pelo homem podem ser agentes de
erosão. Os dois agentes mais importantes são o vento e a água, mas na
http://mundoquente.com.br/fotos/desertificacao.jpg
maioria das situações estes seguem-se aos efeitos provocados pelo homem,
pelos insectos, pelas doenças e pelos fogos que irão remover a vegetação
superficial.
No seu estado natural o solo é normalmente coberto por árvores e
arbustos, folhas caídas e mortas ou por um espesso tapete de ervas. Qualquer
que seja a vegetação superficial, esta protege o solo quando a chuva cai ou o
vento sopra. O sistema das raízes desta vegetação mantém o solo unido.
Apesar do clima seco, as raízes da vegetação nativa que se estendem
vários metros abaixo do solo, ajudam a impedir as partículas do solo de serem
arrastadas. Sem esta cobertura o solo ficará vulnerável à sua deterioração. Se
esta vegetação superficial for destruída por excesso de pastorícia,
desflorestação ou fogos, a erosão pelo vento e pela água torna-se propícia e
acelerada contribuindo para a perda de vegetação do solo, logo, do húmus e
dos nutrientes indispensáveis para o crescimento de uma nova geração.
A erosão é, por estes motivos, um processo cíclico, difícil de controlar e
com grande relevância para a desertificação.
A desflorestação é um dos muitos processos dominados pelo Homem,
que contribui para a desertificação. Este processo é desencadeado por
inúmeras causas, sendo uma das mais importantes o abatimento das árvores
para a extracção de madeira, pois este é desde sempre, o produto das
florestas que mais interesse desperta no Homem. A madeira, ao ser extraída,
provoca graves problemas nos solos, retirando-lhes também os nutrientes
necessários para uma nova geração de vegetação se desenvolver. Os
agricultores são assim obrigados a abandonarem as suas terras para partirem
em busca de outras mais férteis, às quais, infelizmente irão submeter ao
mesmo tratamento. É assim que a maior parte das terras vai perdendo
http://alternativas.ttverde.net/2008/AB/Agricultura-Biologica-1.jpg
qualidades indispensáveis; qualidades estas que são essenciais no papel que o
solo desempenha na agricultura. A desflorestação afecta igualmente o clima,
reduzindo significativamente a reciclagem das chuvas; desta forma, nos
escassos períodos de chuva, esta irá ser rapidamente conduzida para as zonas
baixas, como rios e barragens sem sequer se infiltrar no solo. A desflorestação
impede, deste modo, que os lençóis de água subterrâneos sejam renovados.
O elevado índice populacional contribui de uma forma acentuada para a
desertificação. A crescente densidade populacional exerce uma grande
pressão nas fontes de matéria-prima das respectivas áreas, devido a uma
acentuada luta pela sobrevivência, com escassos recursos de terra e de água.
Os efeitos da desertificação sobre as populações incluem por estas
razões, uma má nutrição, ameaça de fome e deslocação de pessoas que
abandonam as suas terras em busca de terreno melhor. O abandono destas
pode ter consequências positivas ou negativas no que respeita ao
aproveitamento das mesmas.
No entanto, as causas da desertificação ligadas ao aumento da
população são complexas. Por exemplo, o declínio de uma população pode
também resultar na desertificação da respectiva área, visto esta deixar de estar
sob o controlo que lhe é necessário.
A má gestão de práticas de irrigação em áreas áridas pode causar a
salinização dos solos, a qual impede, quando em excesso, o desenvolvimento
das plantas. Quando esta má gestão de irrigação é acompanhada de secas, o
grau de desertificação aumenta consideravelmente, visto que estas condições,
a salinização, as baixas percentagens de humidade e altas temperaturas são
http://www.meioambienteurgente.blogger.com.br/desertificacao.gif
desfavoráveis ao desenvolvimento de todo o tipo de vegetação. É deste modo
que as inadequadas práticas de irrigação contribuem para a desertificação.
Tanto o cultivo em excesso como o desbastamento são os responsáveis
pela maior parte da desertificação em terras de grande extensão. Os vários
tipos de práticas inadequadas aplicadas em solos impróprios induzem a uma
aceleração da erosão por parte do vento e da água, sendo estes os
responsáveis pela desertificação nas terras de colheita.
O cultivo excessivo dos solos retira uma elevada quantidade de
nutrientes necessários ao desenvolvimento da vegetação em causa; estes
nutrientes apenas são repostos quando há um período de intervalo entre as
várias épocas de cultivo.
Por outro lado, a adubação excessiva dos solos vai criar um depósito de
produtos químicos indesejáveis, que vão afectar negativamente o crescimento
das plantações futuras dessa área.
A desertificação é, assim, acelerada por um excesso de cultivo e
adubação dos solos. As Tempestades de areia, o aquecimento global da Terra,
as pestes e doenças, as dunas e areias migratórias, a escassez de
precipitação, a exploração excessiva das fontes de água subterrâneas e os
desastres naturais resumem-se à degradação das condições que tornam o solo
fértil, impedindo assim, o desenvolvimento da vegetação indispensável à
sobrevivência animal e humana.
Uma das tragédias da desertificação é que ela afecta sobretudo aqueles
que menos a podem suportar: pessoas que vivem em países
subdesenvolvidos, particularmente em áreas que são desde já climática,
geográfica e economicamente desfavorecidas. Pelo facto da agricultura ser,
nestes países, a principal fonte de postos de trabalho, os efeitos da
desertificação são muitas vezes desastrosos, levando à fome e à instabilidade
política.
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/desertificacao.jpg
Pelo facto da desertificação ser causada maioritariamente por acção
humana, pode também ser controlada e evitada por esta. E, tecnicamente as
soluções não são difíceis. A resposta básica é melhorar as formas de utilização
do solo: melhores sistemas de agricultura, acabar com a utilização exagerada
dos pastos e dos solos, fixação de dunas, barreiras protectoras contra o vento,
reflorestação e melhorar a conservação dos solos e das águas. Reduzir o
número de animais nas terras, permitindo ás plantas crescer novamente.
Tornar as condições dos solos favoráveis ao crescimento da vegetação.
Existe um processo, embora dispendioso, que consiste em cobrir as
zonas afectadas e degradadas com estrume. A estrumação dos solos irá
reduzir significativamente a evaporação, enriquecer as terras em nutrientes
devido á sua putrefacção e prevenir também a erosão.
Contudo, a batalha para proteger a Terra da desertificação não está a
ser ganha e a meta para pôr fim a esta parece mais distante agora do que
nunca. Uma das razões é que o dinheiro investido no combate à desertificação
não está disponível. As árvores têm sido plantadas e as dunas fixadas, mas é
um esforço em vão, pois não existe qualquer garantia destas serem protegidas
o tempo suficiente para ficarem estáveis.
Tem que haver uma crescente consciencialização por parte dos
governos e das populações no que se refere à gravidade da ameaça com a
qual nos confrontamos. Terá que haver uma posição mais séria face ao
processo de desertificação no futuro.
Curiosidades sobre a Desertificação:
► A deterioração em áreas cobertas de plantas e em terras férteis é cerca
de 50% devido à utilização imprópria de terras cultivadas pelo Homem;
► Desde 1950, 1/5 das florestas do mundo foram removidas;
► Pelo menos 55% dos 40 milhões de hectares das produtivas florestas
tropicais foi destruída;
► As florestas tropicais e outros ecossistemas são destruídos a uma
velocidade de 20 milhões de hectares por ano, 40 hectares por minuto.
► Uma área do tamanho do estado de Washington é destruída por ano, e
a esta velocidade daqui a 45 anos a área das florestas tropicais estará
reduzida a metade;
► No Sahel, a área semi-árida do sul do deserto Sahara, entre 1950 e
1975 o deserto expandiu-se 100 km para sul;
► Na África do sul perdem-se por ano cerca de 300 a 400 milhões de
toneladas de vegetação superficial devido ao processo de
desertificação;
► A desertificação transforma por ano cerca de 12 milhões de hectares
de terras férteis em solos incultiváveis;
► Em áreas susceptíveis a desertificação e seca vivem cerca de 900
milhões de pessoas, e destas, 200 milhões estão já a sofrer as suas
consequências;
► As perdas económicas anuais são cerca de 40 biliões de dólares, e o
custo de uma recuperação destas áreas degradadas pode atingir cerca
de 10 biliões de dólares por ano;
► Em Portugal, o cultivo de eucaliptos é uma das maiores causas de
desertificação, devido à excessiva absorção de água dos solos;
Recursos Naturais
Os recursos são considerados renováveis quando possibilitam a sua
utilização sistemática sem risco de se esgotarem. A sua reposição ou
regeneração é feita de forma contínua pela Natureza.
Em termos de reservas naturais, trata-se de um bem ilimitado. Face às
perspectivas de esgotamento das fontes energéticas que têm vindo a ser
utilizadas, em virtude do progresso da Humanidade se verificar a um ritmo
http://www.ensiguarda.pt/proguarda4/imagens/genericos/recursos.naturais.jpg
crescente, nomeadamente no que diz respeito ao desenvolvimento industrial,
procura-se cada vez mais recorrer a soluções alternativas de produção
energética. Estas novas soluções baseiam-se no aproveitamento dos recursos
renováveis. São exemplos de fontes energéticas renováveis: o sol, a força das
ondas, marés e rios, o vento, a geotermia resultante de manifestações de
vulcanismo e a biomassa.
Os principais obstáculos que se colocam ao uso generalizado das
energias obtidas a partir das fontes anteriormente referidas são
fundamentalmente de natureza económica e cultural. Este tipo de soluções
determina, por um lado, investimentos iniciais superiores àqueles que são
efectuados quando se recorre às fontes energéticas tradicionais não
renováveis. Por outro lado, existe uma falta de hábito, quase generalizada à
maior parte das instituições, de encarar este tipo de soluções ainda que esses
investimentos possam ser rapidamente amortizados. A situação de
desaproveitamento deste tipo de recursos é sobretudo flagrante nos países em
desenvolvimento que, apesar de reunirem as condições ideais para o seu
aproveitamento, não possuem capacidade económica e tecnológica para os
explorar.
“A preservação dos recursos naturais
Por Nuno Valério Professor do ISEG
24 Janeiro 2007
O progressivo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica, ao ritmo
das luas cheias e luas novas de cada Inverno, ilustra de forma exemplar um
problema clássico, tradicionalmente pouco atendido, mas hoje crucial para
a humanidade: as sociedades humanas têm, ao longo de milénios, mas
com particular intensidade ao longo dos dois últimos séculos, produzido
bem-estar à custa da destruição de recursos naturais.
As consequências não são geralmente perceptíveis a curto prazo e
quando se apresentam a longo prazo tomam por vezes formas
surpreendentes. No caso vertente, vai provavelmente ser necessário optar
entre a perda de um espaço litoral significativo para o mar e a realização de
obras que consumirão grandes recursos e que poderão defender a
existência desse espaço litoral, mas serão possivelmente incapazes de
preservar as suas características naturais e de o devolver às utilizações
económicas que anteriormente tinha.
Argumenta-se frequentemente em torno deste problema das relações
entre preservação de recursos naturais e produção de bem-estar segundo
duas linhas. Uma afirma que não faz sentido preservar os recursos naturais
se eles não puderem ser fruídos pelos seres humanos. As restrições à
utilização de recursos são, nesta linha, consideradas negativas, porque
limitam a produção de bem-estar. Outra afirma que a preservação dos
recursos naturais deve ser vista como uma oportunidade de negócio e não
como uma ameaça aos negócios. A produção de bem-estar surge, nesta
linha, como um subproduto da preservação dos recursos naturais.
Sem querer negar validade a estas linhas de argumentação, importa
sublinhar que elas não vão ao fundo do problema. Na verdade, em
nenhuma delas a preservação dos recursos naturais é considerada um
bem, por si próprio proporcionador de bem-estar. Nestas circunstâncias, é
sempre a utilização da natureza como meio de produção, directo ou
indirecto, que baseia a avaliação da razoabilidade da sua preservação. Se
os recursos naturais não forem utilizáveis, ou não proporcionarem negócios
para serem preservados, então não há razão para os preservar.
Vendo a questão de outra forma, só há razão para preservar os
recursos naturais independentemente de serem utilizáveis, ou de
proporcionarem negócios para serem preservados, se se verificar uma de
duas condições: a sua preservação ser considerada um bem (de consumo)
por si própria, quer possa ser fruída ou não por seres humanos; ou a sua
preservação ser compreendida como uma necessidade de longo prazo
para a sobrevivência da humanidade.
Nestas circunstâncias, haverá razão para preservar os recursos
naturais, mesmo à custa de bem-estar de outra natureza, porque essa
preservação é, por si própria, produtora de bem-estar, directo, ou indirecto.
É esta segunda razão para preservar os recursos naturais (como bem
de produção de longuíssimo prazo) que, a uma escala muito pequena, é
ilustrada pelo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica. É claro que a
Costa de Caparica é praticamente irrelevante à escala da humanidade. Mas
a multiplicação de fenómenos da mesma natureza não é.”
In Diário de Notícias
(http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=651767)
Hoje em dia preferem gastar avultados recursos económicos em
remediar os problemas do que investir na preservação dos recursos
naturais.
É urgente mudar as mentalidades dos nossos governantes para
benefício das gerações vindouras.
“A agricultura e a biodiversidade
As recentes evoluções ocorridas na agricultura provocaram uma
substancial alteração na paisagem rural e na estrutura dos seus habitats,
pondo muitas vezes em risco a sua sustentabilidade. A expansão e
intensificação de muitas das actividades antropogénicas foram a principal
causa da sua perda e degradação. Há que salientar que estes mesmos
habitats originais foram resultado directo, ou indirecto, da acção do Homem
na paisagem, interessando por isso saber em concreto quais as causas
que provocaram tais transformações.
Estas alterações podem ser caracterizadas, de uma maneira geral por:
→ Aumento da produção, e aumento da área agrícola;
→ Aumento do uso de agroquímicos;
→ Aumento da mecanização;
→ Utilização de novas cultivares (muitas vezes sob um sistema de
monocultura intensiva).
Contudo, e tendo em conta as diferenças entre o tipo de agricultura, a
estrutura fundiária, o clima, o solo e as disponibilidades hídricas, entre o
Norte e o sul da Europa, facilmente se percebe que estas alterações
(impulsionadas por políticas produtivistas), trouxeram maiores benefícios à
agricultura do Norte da Europa (já de si mais desenvolvida, e melhor
estruturada, dado serem apoiadas há mais tempo) e tiveram um maior
impacto ambiental a Sul.
Como resultado destes novos sistemas de utilização do espaço rural, a
fragmentação dos habitats originais aumentou, reduzindo-os a pequenos
nichos, resultando daí uma perda de biodiversidade. Como exemplo destas
alterações, podemos referir a transformação de um mosaico agrícola e
florestal, característico de certas zonas do Mediterrâneo, em áreas de
monocultura, a alteração do tipo de limites de parcelas, a intensificação
agrícola e pecuária, o abandono das terras.
Sabe-se hoje que, pelo menos em teoria, a uma maior diversidade de
habitats corresponde uma maior diversidade de espécies. A paisagem
agrícola mediterrânea foi ao longo dos tempos, o resultado de sistemas de
exploração da terra menos desenvolvidos tecnicamente, onde uma
agricultura de subsistência garantia o pouco rendimento das populações
rurais, sendo o leque de produtos maior ou menor, consoante as
oportunidades que o solo, o relevo, as disponibilidades hídricas e o clima o
permitissem.
Nas zonas onde o relevo se torna mais irregular, os socalcos e as
leiras, possibilitaram a agricultura, e nos locais onde tal obra de engenharia
não foi conseguida, aparece um tipo de vegetação menos agrícola,
constituída por manchas de vegetação arbustiva, que em caso de
abandono se transformam em densos e impenetráveis matagais,
permitindo no entanto algum aproveitamento cinegético, necessitando
contudo de um plano de gestão racional. As características e a estrutura do
habitat são assim, a principal condicionante de muitas das espécies da
fauna e flora da Península Ibérica.
Interessa salientar por isso, a importância das zonas cerealíferas, da
gestão de orlas e pequenos bosquetes de vegetação arbustiva e arbórea e
de zonas com pecuária extensiva, para a conservação da fauna e flora.
Como exemplo pode citar-se a importância que estas zonas têm como
habitat para uma parte substancial das espécies da nossa avifauna,
proporcionando-lhes locais ideais para a nidificação durante a Primavera, e
fonte de alimento (directo e indirecto) durante os meses de Inverno.
Nestas zonas, o aproveitamento turístico dos recursos naturais pode
ser uma importante fonte de rendimento para os agricultores, quer através
do turismo rural e do turismo de natureza, quer através da caça.
Assim, os agricultores podem, efectuando algumas mudanças nas
práticas agrícolas, dar um importante contributo para conservar os
recursos naturais, pois são eles os primeiros gestores do nosso património
natural.
Contudo, é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de
maneira a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões
da Península Ibérica.
O desenvolvimento rural tem como maior desafio, contrariar a
diminuição da densidade populacional nas zonas rurais, fixando a
população residente, proporcionando novos postos de trabalho,
desenvolvendo novas actividades (ou revitalizando as antigas) de maneira
a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez mais
citadina.
Medidas legislativas de conservação
Os primeiros esforços para criar mecanismos legislativos que
regulassem a conservação da biodiversidade, resultaram num conjunto de
medidas proibicionistas que tinham por objectivo proteger uma dada
espécie rara ou um determinado habitat natural ou semi-natural rico em
espécies selvagens, normalmente com pouca intervenção e presença do
Homem.
Pouca atenção era dada ao conjunto de habitats criados pela
actividade humana (como os agrícolas), pois pensava-se que a sua
contribuição para o valor do património natural era muito reduzida, não
tendo mesmo interesse para a conservação, pois tudo neles seria “artificial”
e “comum”.
Estas áreas agrícolas (semi-naturais) foram transformadas a partir de
habitats naturais (selvagens) desde que o Homem começou a utilizar os
recursos disponíveis para produzir bens de primeira necessidade. Esta
transformação ocorreu de uma maneira tão lenta, que permitiu a adaptação
dos organismos vivos a esses habitats, como se de ecossistemas naturais
em constante evolução se tratassem. Nalguns casos essa adaptação foi
tão grande que se formaram comunidades totalmente dependentes das
zonas agrícolas (como é o caso da abetarda, Otis tarda, das planícies
cerealíferas da Península Ibérica).
No século passado, principalmente depois da I Grande Guerra, a
necessidade de produtos agrícolas motivou, como já foi referido, um
aumento da produção. A esta necessidade os agricultores responderam
mudando as práticas agrícolas, e em apenas algumas décadas a paisagem
rural mudou de maneira tão intensa que os organismos vivos simplesmente
tiveram tempo de se readaptar a estas novas condições.
Em resposta a estas mudanças, as populações destas espécies, foram
diminuindo, pois havia uma menor oferta de recursos (habitat disponível).
Esta diminuição foi tão acentuada que, algumas delas desapareceram e
outras tornaram-se raras.
De início, os políticos, pouco sensibilizados para estas questões, não
levaram em linha de conta estas mudanças, e as políticas agrícolas e de
ordenamento do espaço rural evoluíram sem terem uma preocupação de
salvaguarda do património natural e dos recursos naturais.
Paralelamente, foram desenvolvidos numerosos estudos (tendo como
base algumas espécies de aves associadas a zonas agrícolas, como a
perdiz-cinzenta, Perdix perdix) que pretendiam avaliar os resultados
dessas mudanças nas várias componentes dos ecossistemas.
Sabe-se hoje, que algumas das espécies em maior risco de extinção
dependem, pelo menos em alguma parte do seu ciclo de vida dos
ecossistemas agrícolas, e no que às espécies da nossa avifauna diz
respeito, essa dependência também é verdadeira. Por isso, o valor
ambiental das regiões rurais é muito grande.
A preocupação da sociedade pelos problemas de conservação da
natureza aumentou, estando hoje mais sensibilizada para os problemas
relativos à conservação dos recursos naturais
Pode dizer-se assim, que esta consciencialização da sociedade por
questões ambientais teve como impulsionador as aves, pois desde sempre
houve um carinho especial por este grupo dada a sua visibilidade,
facilidade de estudo e vasto conhecimento sobre biologia, ecologia e
distribuição. Para além deste facto, dado a sua beleza visual, o impacto de
políticas que visem preservar este grupo é muito grande, e por isso a
capacidade de gerar rendimentos também é maior.
A protecção dos habitats criados e geridos pelo Homem, como os
agrícolas, passou a ser também parte integrante de alguns dos
documentos legislativos de conservação do ambiente. Do mesmo modo,
foram incluídas medidas de conservação dos recursos nas políticas gerais,
e sectoriais (como na PAC) de ordenamento do território, sendo assim
reconhecida a importância que estas áreas têm como suporte de um
conjunto de comunidades biológicas com grande interesse para a
conservação não só da biodiversidade, mas também da água, do ar e do
solo.
Essa conservação dos habitats, de forma a conservar a biodiversidade,
tem por objectivo a manutenção da estrutura que os caracterizam desde há
muitos séculos. Ou seja, será necessário pagar aos agricultores o serviço
que eles prestam à sociedade mantendo esses ecossistemas vivos,
conservando os recursos naturais, compensando-os pela possível perda
de rendimento.
É fundamental integrar pressupostos de conservação também nas
políticas de gestão dos sectores produtivos, como a PAC, conjugando
todos os esforços num só, de maneira a conservar actuando, preservando
ao mesmo tempo os valores culturais, sociais, económicos e ambientais
das zonas rurais.
Contudo, nalguns casos pode ser necessário preservar locais
específicos pela sua raridade, pela sua importância como ponto de
paragem nas rotas de migração ou por suportarem uma pequena
população de uma dada espécie, sendo necessário a implementação de
medidas mais restritivas, salvaguardando sempre as eventuais perdas de
rendimento dos donos das terras.
São necessárias políticas que proporcionem medidas que de facto
ajudem os agricultores a implementar uma gestão sustentável da sua
exploração. Só garantindo a manutenção do rendimento dos agricultores é
que se consegue que a conservação do nosso património ecológico seja
uma realidade, e se possível criar um mercado rural que ofereça todo um
conjunto de produtos genuinamente regionais de qualidade, a uma
população urbana cada vez mais interessada pela paisagem e pela cultura
rural.
Esta é uma oportunidade que os agricultores devem explorar, pois este
interesse pelos recursos naturais pode constituir mais um produto, dentro
dos novos produtos que as zonas rurais podem, e devem, oferecer.
António Heitor
Departamento Técnico da CONFAGRI
Leitura recomendada
Benton, T.G., Bryant, D.M., Cole, L. & Crick, H.Q.P. (2002). Linking
agricultural practice to insect and bird populations: a historical study over
three decades. Journal of Applied Ecology, 39, 673 – 687.
Chamberlain, D.E. (2002). Effects of agricultural intensification on birds:
evidence from monitoring data. Aspects of Applied Biology, 67, 1 – 10.
Donald, P.F., Green, R.E. & Heath, M.F. (2001). Agricultural
intensification and the collapse of Europe’s farmland bird populations. Proc.
R. Soc. London, 268, 25 – 29.
Pain, D.J. & Dixon, J. (1997). Why farming and birds in Europe? In:
Pain, D.J. & Pienkowski, M.W. (eds.).Farming and Birds in Europe. The
Common Agricultural Policy and its Implications for Bird Conservation.
Chapter 1, Academic Press, London.
Siriwarddena, G.M., Baillie, S.R., Crick, H.Q.P. & Wilson, J.D. (2001).
Changes in agricultural land-use and breeding performance of some
granivorous farmland passerines in Britain. Agriculture, Ecosystems and
Environment, 84, 191 – 206.
Stoate, C., Boatman, N.D., Borralho, R.J., Carvalho, C.R., Snoo, G.R. &
Eden, P. (2001). Ecological impacts of arable intensification in Europe.
Journal of Environmental Management, 63, 337 – 365.
Vickery, J., Carter, N. & Fuller, R.J. (2002). The potential value of
managed cereal field margins as foraging habitats for farmland birds in the
UK. Agriculture, Ecosystems and Environment, 89, 41 – 52.”
In Confagri
(http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/ConsNatureza/docum
entos/documento1.htm)
Quanto maior a diversidade de habitats maior a diversidade de
espécies. A agricultura que predomina é a monocultura prejudicando
assim a biodiversidade.
Mas é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de
forma a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões da
Península Ibérica.
Para isso o desenvolvimento rural tem como maior desafio,
contrariar a diminuição da densidade populacional nas zonas rurais,
fixando a população residente, proporcionando novos postos de
trabalho, desenvolvendo novas actividades ou revitalizando as antigas de
forma a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez
mais citadina.
Tem vindo a fazer-se esforços no sentido de preservar os habitats
e consequentemente a biodiversidade mas muito há ainda para fazer num
futuro próximo.
“A Bioremediação de Solos Contaminados
Nuno Quental
A contaminação de solos e águas é uma realidade que urge combater.
A Bioremediação oferece um conjunto de tecnologias para tal, que em
comum têm a utilização de seres vivos para a degradação dos poluentes,
mantendo em equilíbrio os ecossistemas.
O desenvolvimento industrial trouxe uma vida melhor para muitas
famílias mas, como em tudo, existe sempre o reverso da medalha. O
esteiro da Ria de Aveiro, situado em Estarreja, recebeu durante cinquenta
anos efluentes e todo o tipo de resíduos provenientes do seu famoso
complexo químico industrial. A irresponsabilidade dos empresários, a falta
de soluções de tratamento e deposição e o alheamento governamental
relativamente à gestão sustentada dos resíduos explica como pôde a
situação chegar ao ponto em que se encontra: os solos estão altamente
contaminados, inclusivamente com vários metais pesados, contaminação
essa que é lixiviada e acaba por desaguar na Ria de Aveiro. Convém
lembrar que a Ria é habitat para inúmeras espécies de aves, das quais são
de destacar as aves migratórias, que aproveitam a passagem para
descansar e se alimentar.
A urgência de resolução do problema criado induziu a procura de
métodos de recuperação ambiental. Actualmente, a “Bioremediação” é
objecto de estudo de dois doutorandos da Escola Superior de Biotecnologia
da Universidade Católica Portuguesa (ESB). Esta técnica tem merecido
uma grande atenção nos últimos anos, devido às potencialidades que
encerra. Em traços gerais, a Bioremediação faz uso de seres vivos
(normalmente bactérias ou fungos) para promover a degradação de
poluentes. Uma variante da Bioremediação é a fitoremediação, onde são
usadas plantas superiores. Na ESB ambas as técnicas estão a ser
investigadas.
A Bioremediação permite a despoluição in situ, ou seja, no próprio local,
evitando os normalmente incomportáveis custos de remoção e posterior
tratamento de solo contaminado (tal como aconteceu com os solos da Expo
98, que foram depositados em aterro). Por outro lado, o tempo necessário
para se atingir uma determinada degradação dos poluentes (90%, por
exemplo) é normalmente superior à que seria alcançada num reactor
próprio, pois o inóculo (os microrganismos que se pretende fazer
reproduzir) pode usufruir das condições ideais para o seu crescimento.
Em termos de cinética microbiana, são várias as situações possíveis.
Os microrganismos podem usar como fonte de alimento o poluente,
consumindo-o à medida que crescem e transformando-o em tecido celular
e em compostos, como o dióxido de carbono. Se o processo ocorrer em
anaerobiose (na ausência de oxigénio), forma-se ainda metano, composto
que está presente no gás natural. O poluente a eliminar pode ainda ser co-
metabolisado pelos microrganismos, o que significa que não é a principal
fonte de alimento, mas que é consumido juntamente com a fonte principal.
Nestes casos, é comum fornecer-se-lhes compostos de fácil degradação,
estimulando assim o seu crescimento. Para assegurar que existem as
condições mínimas para o processo, nas zonas de Bioremediação
instalam-se sistemas de injecção de oxigénio e nutrientes.
Pode acontecer que o composto resultante da decomposição
microbiana seja tão ou mais tóxico que o seu precursor. Este tipo de
situação tem de ser evitada, pelo que devem ser realizados testes prévios
em laboratório e em campo (absolutamente essenciais na Bioremediação).
Contudo, a cinética microbiana é de tal forma dinâmica que os produtos
libertados por algumas bactérias podem ser alimento para outras, sendo os
poluentes transformados em compostos progressivamente mais simples. O
objectivo da Bioremediação é mineralizar os poluentes, libertando apenas
substâncias inertes, como o dióxido de carbono (ainda que seja um gás de
estufa, mas o contributo da Bioremediação é insignificante para este efeito)
e a água.
Para o tratamento de aquíferos, pode-se bombear a água à superfície,
e aplicar-lhe algum tipo de tratamento, sendo posteriormente injectada em
profundidade.
Uma técnica interessante consiste na selecção de estirpes de
microrganismos adaptadas à degradação de determinado composto, o que
é realizado ao longo de várias gerações celulares. As bactérias possuem
capacidades especiais de alterar o seu alimento predilecto: através da
incorporação de plasmídios (pequenos pedaços de informação genética),
podem como que reprogramar o seu metabolismo. Exibem assim uma
versatilidade, muito útil nestes casos. Repare-se que não se trata de uma
modificação in vitro da informação genética, logo não se produzem
organismos geneticamente modificados, que tanta polémica tem levantado.
Em termos comparativos, pode dizer-se que este processo de selecção
bacteriana artificial é mais semelhante ao praticado pelos agricultores de
todo o mundo, responsáveis pela existência de milhares de variedades de
culturas agrícolas, melhoradas de forma a realçar determinadas
características, como a produtividade e a resistência aos factores
climáticos.
Curiosamente, mas não estranhamente, nos locais contaminados
podem-se normalmente encontrar os organismos que são necessários! É
esse também o caso da fitoremediação. No esteiro altamente contaminado
que está a ser estudado na ESB, existem grandes manchas de caniçal
(Fragmites australis). Estes juncos são dos principais responsáveis pela
capacidade depuradora das zonas húmidas, retendo, inclusivamente,
poluentes altamente tóxicos, como os metais pesados. Tal deve-se ao
efeito rizosfera das suas raízes (associação destas com fungos; ver
próximo parágrafo). Para avaliar a influência do caniçal, prevê-se escolher
um elemento, como o mercúrio, e comparar a sua concentração em solos
com e sem aquela vegetação, mas recebendo a mesma carga poluente. Os
tecidos das plantas também serão analisados, de forma a avaliar a
quantidade limite de poluentes que suportam. Serão realizados testes em
laboratório.
O outro projecto em curso na ESB centra-se precisamente no efeito
rizosfera, responsável pela captura de poluentes. As micorrizas são
associações de fungos com as raízes de plantas, que cumprem importantes
funções ecológicas (constituem um prolongamento das raízes, aumentando
significativamente a sua área de influência e fornecendo nutrientes que de
outra forma não estariam disponíveis). Vai ser analisada a capacidade
depuradora do caniçal com e sem efeito rizosfera. Está ainda a ser
investigada a possibilidade de se utilizarem zonas húmidas artificiais para o
tratamento de águas residuais domésticas e industriais.
Todos estes projectos poderão contribuir para o desenvolvimento de
uma área de importância crescente, considerando a grande quantidade de
locais contaminados existente (a título de exemplo, estima-se que existam
mais de 5000 depósitos de combustíveis enterrados sem qualquer
protecção anti-corrosão). Para que o meio ambiente e a saúde das
populações sejam salvaguardadas, é urgente submeter tais locais a algum
tipo de tratamento. A Bioremediação é, seguramente, uma das opções a
considerar com maior entusiasmo.
Para mais informações, contactar a Doutora Paula Castro, da ESB:
Visitar:
Informações da Agência de Protecção Ambiental Norte-Americana:
www.epa.gov/tio/remed.htm
Recursos sobre bioremediação:
www.nalusda.gov/bic/Biorem/biorem.htm”
In Naturlink
(http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=4126&bl=1&viewall=tru
e#Go_1)
A contaminação de solos e águas é uma realidade que temos
combater urgentemente.
A Bioremediação é uma tecnologia que faz uso de seres vivos
normalmente bactérias ou fungos para promover a degradação de
poluentes mantendo em equilíbrio os ecossistemas.
Permite assim despoluir no próprio local evitando os avultados
custos de remoção e posterior tratamento do solo contaminado.
O objectivo da Bioremediação é mineralizar os poluentes,
libertando apenas substâncias inertes, como o dióxido de carbono e a
água.
Para que o meio ambiente e a saúde das populações sejam
protegidas, é indispensável sujeitar tais locais a este tratamento, sendo a
Bioremediação, uma das opções a considerar com maior entusiasmo num
futuro muito próximo.
Energias Renováveis
“Será possível que as energias renováveis ultrapassem os combustíveis
fósseis em termos de fonte primária de energia até ao final do século XXI?”
Os bens naturais são as fontes de riqueza material que o homem dispõe
para satisfazer as suas necessidades sempre em mudança, e são avaliados de
http://img444.imageshack.us/img444/525/20070502155756xvbxvbxcvph8.jpg
acordo com as utilizações que as sociedades fazem deles. O homem procura
tirar deles as maiores vantagens e, com o seu engenho – tecnologia aproveitá-
los o melhor possível, tornando-os recursos. Se, por um lado, é indiscutível que
os recursos naturais têm uma importância vital em si mesmos, por outro,
devem ser considerados como uma “recompensa” pela capacidade do homem
localizá-los, extraí-los e usufruir deles. O aproveitamento dos recursos depende
de numerosos factores: a existência de procura, de meios de transporte
adequados, do capital disponível, da qualidade e da quantidade dos próprios
recursos e em especial da tecnologia que transforma os bens em recursos
naturais.
A história diz-nos que conforme a evolução tecnológica e o
desenvolvimento das sociedades vai surgindo a emersão de novas fontes de
energia e novas formas da sua exploração. Antes da Revolução Industrial
(século XVIII) existiam as energias renováveis exploradas com tecnologias
rudimentares, com a 1ª Revolução Industrial, ocorreu a descoberta do carvão
associado à máquina a vapor; no século XIX ocorre a 2ª Revolução Industrial,
com a descoberta dos princípios da termodinâmica, evolução dos transportes,
surge o petróleo e gás natural; em meados do século XX, com a 2ª Guerra
Mundial, surge a energia atómica, mais tarde a informática, robótica que em
conjunto dão origem à 3ª Revolução Industrial, nas últimas décadas do século
XX. Actualmente, o emergir das energias renováveis exploradas com
tecnologia sofisticada revelam indícios de nova reestruturação.
Á medida que os recursos, como o petróleo, forem tornando-se menos
disponíveis e mais caros, o homem terá de optar cada vez mais pelos recursos
energéticos alternativos e renováveis, como a água, o vento, as ondas do mar,
a energia solar, recursos estes inesgotáveis.
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Entende-se por energias renováveis todas aquelas formas de energia
cuja taxa de utilização é inferior à sua taxa de renovação. As suas fontes
podem ter origem terrestre (energia geotérmica), gravitacional (energia das
marés) e solar (energia armazenada na biomassa, energia de radiação solar,
energia hidráulica, energia térmica oceânica e energia cinética do vento e das
ondas). Também são consideradas fontes de energia renovável os resíduos
agrícolas, urbanos e industriais.
A energia irradiada pelo sol é a fonte de quase toda a energia disponível
ao homem, seja como energia vital ou força motriz e de transformação na
execução de tarefas quotidianas. No nosso ecossistema, através de diversos
ciclos naturais, a radiação solar é convertida em diversos tipos de energia.
Mas, normalmente, o termo energia solar, só é utilizado para expressar as
formas de aproveitamento da radiação solar directa. As formas de
aproveitamento indirecto, que resultam da utilização de energia produzida em
sistemas, processos ou fenómenos que têm a radiação solar como fonte
primária, geralmente são referidas de forma específica.
Os processos ou tecnologias de conversão visam transformar um tipo de
energia num outro. As tecnologias de conversão mais conhecidas são as
seguintes:
Fonte: Conhecer o Sector: A Energia em Números: Energias Renováveis
As formas ou manifestações mais conhecidas são: a energia solar, a
energia eólica, a biomassa e a energia hídrica. As principais características de
cada uma delas são:
Energia Solar – é a energia da radiação solar directa, que pode ser
aproveitada de variadas formas através de diversos tipos de conversão,
permitindo o uso em aplicações térmicas em geral, obtenção de força motriz
diversa, obtenção de electricidade e energia química.
A forma mais democrática e abundante de energia é a radiação solar.
Entretanto, algumas características, como a irregularidade e a baixa densidade
de energia, limitam as possibilidades de aproveitamento directo dessa mesma
energia. Nesse sentido, a união com outras fontes possibilita melhorar algumas
características de operação, principalmente o factor de capacidade, ampliando
sensivelmente a viabilidade de utilização dessa fonte energética.
Energia Eólica – é a energia cinética das massas de ar provocadas pelo
aquecimento variável da superfície do planeta. Além da radiação solar também
têm participação na sua formação, fenómenos geofísicos como: rotação da
terra, marés atmosféricas e outros. Os cataventos e embarcações á vela são
formas bastante antigas do seu aproveitamento. Os geradores modernos de
tecnologia recente têm se afirmado como uma forte alternativa na composição
da matriz energética de diversos países.
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http://esbatalha.ccems.pt/area_projecto/8D_B/imagens/energias.jpg
Biomassa – é a energia química, produzida pelas plantas na forma de
hidratos de carbono através da fotossíntese – processo que utiliza a radiação
solar como fonte energética – é distribuída e armazenada nos corpos dos seres
vivos graças á grande cadeia alimentar, onde a base primária são os vegetais.
Plantas, animais e seus derivados são biomassa. A sua utilização como
combustível pode ser feita das suas formas primárias ou derivados: madeira
bruta, resíduos florestais, excrementos animais, carvão vegetal, álcool, óleos
animal ou vegetal, gaseificação de madeira, biogás etc.
Energia Hídrica – é a energia cinética das massas de água dos rios,
que fluem de altitudes elevadas para os mares e oceanos graças á força
gravitacional. Este fluxo é alimentado em sentido inverso graças á evaporação
da água, elevação e transporte do vapor em forma de nuvens, naturalmente
realizados pela radiação solar e pelos ventos. A fase completa-se com a
precipitação das chuvas nos locais de maior altitude. A sua utilização é
bastante antiga. A energia hídrica também pode ser vista como forma de
energia potencial; volume de água armazenada nas barragens do rio. As
grandes hidroeléctricas auxiliam-se das barragens para compensar as
variações sazonais do fluxo dos rios e, através do controlo das comportas,
permitem a modulação da potência instantânea gerada nas turbinas.
http://tabloide.eurofull.com/imagenes/bioenergia%2001.jpg
Energia dos Oceanos – é a conversão de energia a partir das ondas;
apresenta claras semelhanças com a eólica. Dado que as ondas são
produzidas pela acção do vento, os dois recursos apresentam idêntica
irregularidade e variação sazonal. Em ambos os casos extrai-se energia de um
meio fluido em movimento e de extensão praticamente ilimitada.
Energia Geotérmica – existe uma grande quantidade de energia sob a
forma térmica contida no interior do planeta. Esta é transmitida para a crosta
terrestre sobretudo por condução e representa uma potência de 10.000 vezes
da energia consumida por ano no mundo actualmente.
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http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/imagem/5163.jpg
Evolução da oferta e da procura das energias renováveis:
A procura das energias renováveis evoluiu ao longo do tempo, segundo
a evolução tecnológica das sociedades. A biomassa (lenha), principal fonte
energética da sociedade agrícola tradicional, vê diminuído o seu
consumo/procura, a partir do século. XVIII, substituída pelo carvão com a
Revolução Industrial, no dito 1º mundo; no século XIX com a descoberta do
petróleo e gás natural, essa diminuição acentua-se, dando lugar mais tarde
(meados do século XX) à dominância do petróleo como fonte energética. A
partir das crises petrolíferas nas décadas de 70 e 80 (século XX), emergem
novas técnicas de exploração das energias renováveis com desenvolvimento
continuado projectado para o futuro. A percentagem das novas energias
renováveis actualmente ainda é baixa, mas muito importante, prevendo-se um
aumento gradual, de forma que os cenários de futuro, apontam a sua
dominância a partir de 2050.
Actualmente, estima-se que aproximadamente um terço da população
mundial não tem acesso à energia eléctrica e, mesmo em sociedades mais
industrializadas, com padrão de vida melhor, ainda coexistem formas
rudimentares de transformação e uso da energia (renováveis).
A produção mundial de energia, em 1997, segundo os dados da Agência
Internacional de Energia, somou o equivalente a 9,5 mil megatoneladas de
petróleo, dos quais 86,2% são provenientes de fontes não renováveis – carvão,
http://www.eq.uc.pt/~brunor3/imagens/geotermica%201.jpg
gás natural e petróleo. Embora tenham uso crescente, as fontes renováveis,
aquelas que podem renovar-se espontaneamente (água, sol e vento) ou por
medidas de conservação (vegetação) – são responsáveis por apenas 13,8% do
total produzido.
Pelo seu menor teor de poluição, o gás natural apresenta actualmente o
maior crescimento de consumo entre os combustíveis fósseis. Embora a
queima do gás, como o carvão e o petróleo, resulte em dióxido de carbono,
prejudicial à camada de ozono, o seu percentual poluente é menor.
O problema da energia é um problema global, assim como, o problema
das alterações climáticas, e estão intimamente relacionados entre si pela
questão do CO2, relacionados com o crescimento e desenvolvimento da
população bem como das inovações técnicas.
Apesar da sua disponibilidade como recurso energético fóssil, o carvão é
dos mais poluentes, o que emite maiores quantidades de CO2, contribuindo
com o maior aumento de efeito de estufa de origem antropogénica, maiores
aumentos de temperatura nos cenários de alterações climáticas.
http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/solidos/mineral/pfpcoal.jpg
http://xicoriasexicoracoes.files.wordpress.com/2007/05/energia.jpg
Se contabilizarmos os custos dos danos ambientais das energias
fósseis, na alternativa às energias renováveis, com certeza que ainda teríamos
a ganhar neste balanço e as infra-estruturas das renováveis não teriam um
preço tão elevado, como é referido. Os custos de externalidades, tais como
construção de centrais nucleares de fissão, tempo de construção, investigação,
segurança, manutenção, desmantelamento (sobretudo as de 1ª geração),
impactos ambientais/riscos; nos combustíveis fósseis os jogos de poder e
conflitos na geoestratégia mundial, custos de transportes e outros, deveriam
ser integrados no cálculo de custo de cada fonte energética, só assim
poderíamos fazer comparações correctas de custos.
Disponibilidades e problemáticas das várias energias renováveis
Segundo Wolfgang Palz, a energia solar recebida pela terra a cada ano
é dez vezes superior a contida em toda a reserva de combustíveis fósseis.
Mas, actualmente a maior parte da energia utilizada pela humanidade provém
de combustíveis fósseis – Petróleo, carvão mineral, xisto, etc. A vida moderna
tem sido movida á custa de recursos esgotáveis que levaram milhões de anos
para formar-se. O uso desses combustíveis em larga escala tem mudado
substancialmente a composição da atmosfera e o balanço térmico do Planeta
provocando o aquecimento global, degelo nos pólos, chuvas ácidas e
envenenamento da atmosfera e meio ambiente. As previsões dos efeitos
decorrentes para um futuro próximo são catastróficas. Alternativas como a
energia nuclear, que eram apontadas como solução definitiva, já mostraram
que só podem piorar a situação. Com certeza, ou buscamos soluções limpas e
ambientalmente correctas ou seremos obrigados a mudar os nossos hábitos e
costumes de maneira traumática.
As reservas conhecidas de petróleo devem durar apenas mais 75 anos;
as de gás natural, um pouco mais de 100 anos; as reservas de carvão,
aproximadamente 200 anos.
A utilização das energias renováveis em substituição aos combustíveis
fósseis é uma direcção viável e vantajosa. Pois, além de serem praticamente
inesgotáveis, as energias renováveis podem apresentar impacto ambiental
muito baixo ou quase nulo, sem afectar o balanço térmico ou composição
atmosférica do planeta. Graças aos diversos tipos de manifestação,
disponibilidade de larga abrangência geográfica e variadas possibilidades de
conversão, as energias renováveis são bastante próprias para geração
distribuída e/ou autónoma. O desenvolvimento das tecnologias para o
aproveitamento das energias renováveis poderão beneficiar comunidades
rurais e regiões afastadas, bem como, a produção agrícola através da
autonomia energética e consequente melhoria global da qualidade de vida dos
habitantes.
No entanto, a energia solar será mais disponível nas regiões tropicais e
de transição, sub-tropicais, mediterrânicas, pela maior radiação solar, maior
insolação e menor nebulosidade.
http://iarnoticias.com/images/varios/5_torre_petroleo_canilla.jpg
http://www.jmalucelliambiental.com.br/im
g_not/foto_aquecimento_global.jpg
Embora todas as energias tenham os seus condicionalismos de
localização, podem funcionar em complementaridade umas com as outras e
com as fósseis que são finitos e mais concentradas geograficamente.
Actualmente, os sistemas fotovoltaicos têm vindo a ser utilizados em
instalações remotas possibilitando vários projectos sociais, agropastoris, de
irrigação e comunicações. As facilidades de um sistema fotovoltaico tais como:
modularidade, baixos custos de manutenção e vida útil longa, fazem com que
sejam de grande importância para instalações em locais desprovidos de rede
eléctrica.
A energia solar é normalmente a forma mais barata de conseguir
electricidade para os 2 biliões de pessoas que não têm acesso a ela no mundo
em desenvolvimento. Embora os painéis solares actualmente custem mais por
quilowatt/hora que as turbinas de vento, eles ainda podem ser lucrativos se
integrados em prédios, economizando o custo do material do telhado.
Em cima de tectos de grandes prédios comerciais, células solares
podem ser competitivas, mesmo sem subsídios, se combinarmos com o uso
eficiente que permita ao construtor do prédio revender o excesso de energia
quando estiver abundante e mais cara nas tardes de sol.
O recurso energético eólico tem tido um desenvolvimento positivo, tendo
em conta um cenário de restrição ambiental moderada. Apesar deste potencial,
existem condicionalismos em especial de circulação atmosférica/ventos para o
seu desenvolvimento, bem como problemas de ligação à rede (uma vez que os
locais com maior potencial se encontram em locais remotos ou servidos por
redes fracas, muitas vezes o escoamento de energia só é conseguido através
da construção de novas linhas, o que eleva os custos ou até inviabiliza as
operações, sendo também problemática a gestão da atribuição dos pontos de
interligação) e de impacte ambiental (as principais incidências ambientais
habitualmente apontadas são o ruído, o impacto visual e a influência na fauna
avícola).
A energia hídrica debate-se com condicionalismos dos regimes
hidrológicos/climáticos, ambientais e de alterações climáticas, pois para a
conversão em energia eléctrica a energia cinética da água e transformada em
energia cinética de rotação da turbina hidráulica, e esta energia mecânica da
turbina finalmente em energia eléctrica. A cada processo estará associado um
rendimento na ordem dos 80%, dependendo da tecnologia empregue. A
disponibilidade anual deste recurso depende da quantidade de água disponível
para turbinar, sendo factores determinantes a pluviosidade, o regime de
funcionamento e de elaboração (com ou sem armazenamento) e a bacia
hidrográfica.
A energia da biomassa tem uma fraca produção e utilização que se deve
a uma série de constrangimentos de caris não tecnológico: escassez de terra
disponível para a produção das culturas fonte, criando uma falta de matéria-
prima, apesar de, por vezes, as culturas estarem condenadas a ficar na terra
ou a irem para o lixo por falta de qualidade, quando o potencial energético
poderia significar um lucro considerável, sobretudo evitar incêndios florestais.
Energia das ondas: As zonas costeiras portuguesas (em especial a
costa ocidental do continente e as ilhas dos Açores) têm condições naturais
entre as mais favoráveis em qualquer parte do mundo para o aproveitamento
da energia das ondas: recurso abundante (cerca de 25-30 kW/m média anual),
plataforma continental estreita (inexistente nos Açores) (ou seja águas
profundas na proximidade da costa), consumo e rede eléctrica concentrados
junto à costa do continente.
No entanto existem uma série de barreiras ao desenvolvimento deste
tipo de energia renovável:
- A passagem da fase de ensaios em laboratório para a
demonstração com protótipo em mar real é fortemente dispendiosa, requer
uma longa preparação e envolve riscos de vária ordem.
- O desenvolvimento de um sistema do tipo em questão, passando
pelo projecto construção e operação de protótipo, até ao limiar da
comercialização, requer a participação e coordenação duma equipa
multidisciplinar, envolvendo empresas e instituições de I&D. Existe pouca
experiência e tradição de empreendimentos deste tipo em Portugal.
A energia geotérmica poderá vir a ter um melhor aproveitamento com a
aplicação de Bombas de Calor Geotérmicas (BCG) reversíveis, que aproveitam
o calor a partir de aquíferos ou das formações geológicas através de
permutadores instalados no subsolo, permitido utilizações de aquecimento e
climatização, que poderá representar um potencial de 12 MWt.
Situação actual: a União Europeia possui um forte potencial no domínio
das energias renováveis, que explora de forma desigual e insuficiente. Este
sector, particularmente sensível às evoluções políticas, representa actualmente
6% do consumo energético interno bruto e poderá representar 7,4 a 9% em
2010.
Vantagens de se recorrer às fontes de energia renováveis:
• É congruente com a estratégia global de desenvolvimento
sustentável;
• Permite reduzir a dependência da União Europeia das
importações de energia e assegurar assim a segurança do
aprovisionamento;
• Contribui para melhorar a competitividade global da indústria
europeia;
• Tem efeitos positivos no desenvolvimento regional e no emprego;
• A opinião pública é favorável.
A generalização da utilização das energias renováveis confronta-se
com os seguintes obstáculos:
• Os custos de investimento são elevados e os períodos de
recuperação muito longos;
• Os diferentes actores envolvidos na tomada de decisões que
afectam o sector das energias renováveis conhecem mal o potencial
destas;
• Uma atitude de resistência geral às mudanças;
• Os problemas técnicos e económicos de ligação às redes de
electricidade centralizadas não têm actualmente solução;
• Existem dificuldades associadas às flutuações sazonais de certas
energias (eólica e solar);
• Algumas energias (os biocombustíveis) requerem uma infra-
estrutura apropriada.
Verifica-se que o ritmo de evolução da tecnologia é mais elevado do que
o ajuste da reorganização da sociedade face às inovações. Pois, as energias
renováveis, para serem utilizadas de uma forma rentável, generalizada,
competitiva com as outras energias fósseis dominantes, exigem uma
reorganização de infra-estruturas na forma de organização da sociedade. As
energias renováveis quase que têm o dom da ubiquidade, estão distribuídas de
uma forma mais equitativa a nível global; o que não acontece com as fósseis e
favoreceram o desenvolvimento dos grandes aglomerados populacionais,
urbanos e industriais, ultrapassando os limites das vantagens em termos, pelo
menos, de qualidade de vida.
As energias renováveis são compatíveis com uma desconcentração e
descentralização das várias funções inerentes aos desmesurados núcleos
urbanos, e favorecem a dispersão de poderes dos que detêm ao controlo das
fontes de energia fósseis.
O Livro Verde da União Europeia fixa um objectivo ambicioso: duplicar
em 15 anos a contribuição das energias renováveis para o consumo energético
interno bruto (ou seja, 12% em 2010), o que permitiria a criação líquida de mais
de 500 000 postos de trabalho. Tal objectivo implica um envolvimento total por
parte dos Estados-membros. Tal objectivo exige o reforço das políticas
comunitárias:
• Mercado interno da energia (sistemas de créditos, harmonização
fiscal, auxílios estatais, normalização);
• Ajudas financeiras específicas (programa ALTENER: 40 milhões
de ecus para 1993-1997);
• Reforço da vertente das energias renováveis nos programas de
investigação e desenvolvimento (programas JOULE e THERMIE);
• Política regional favorável à promoção destas energias,
particularmente nas zonas periféricas e rurais;
• Política agrícola compatível, que apoie a produção e o
desenvolvimento das fontes de energia sustentáveis;
Utilização dos potenciais para o desenvolvimento económico dos países
da Europa
A energia solar térmica utiliza a radiação do Sol para produzir calor que
depois pode ser usado para aquecimento doméstico de água e climatização.
Actualmente já existem plataformas semelhantes para a energia fotovoltaica,
hidrogénio, pilhas de combustível, biocombustíveis. O objectivo das
plataformas europeias de tecnologia é desenvolver e implementar uma visão
comum para um determinado sector ou área. Para isso, é necessário elaborar
um programa de investigação a longo prazo.
Investigação: O primeiro reactor nuclear experimental de fusão nuclear
vai ser instalado em França, mais concretamente em Cadarache, no sul do
país, decidiram em Moscovo os parceiros do projecto ITER (Internacional
Thermonuclear Experimental Reactor). O reactor estará concluído em 2018.
Prevê-se que lá para meados do século XXI a energia nuclear de fusão possa
ser comercializada e o seu consumo generalizado, em competição com as
restantes energias. A energia de fusão nuclear tem três grandes vantagens: é
inesgotável, é amiga do ambiente e é segura. Diz Carlos Varandas, presidente
do Centro de Fusão Nuclear, in entrevista ao DN em 25 de Junho de 2006.
Sendo assim, esta fonte de energia poderia ser também considerada
renovável. Lê-se mais à frente na mesma entrevista: “o hidrogénio e a fusão
nuclear são as energias do futuro.” Na mesma entrevista, diz Carlos Varandas:
“É um facto que está a haver uma mudança em todo o mundo, e representativo
disso é, por exemplo, o muito recente Livro Verde da Energia, lançado em
Bruxelas, onde é dito claramente que é preciso desenvolver todas as formas de
energia, incluindo a nuclear. Está provado que as Energias Renováveis são
óptimas, embora o preço do quilowatt/hora de algumas seja caro, mas também
é certo que não permitem responder às necessidades energéticas da
humanidade.”. Por enquanto, com as tecnologias e organização de infra-
estruturas que temos. O problema da energia é um problema global e de todos
nós, tal qual é o problema das alterações climáticas, e estão intimamente
relacionados entre si pela questão do CO2, relacionados com o crescimento e
desenvolvimento da população bem como as inovações técnicas.
A tendência de descarbonização manifestada, preocupação política e
económica, deverá ser reforçada por mais eficiência na conversão, na
distribuição e no uso de energia; por exemplo, combinar a produção de calor e
electricidade pode fornecer duas vezes mais trabalho útil. Se, tanto a eficiência
quanto a energia renovável crescer mais depressa do que a economia, as
emissões de carbono cairão e o aquecimento global diminuirá. Em contraste, a
energia nuclear é uma solução mais lenta e cara. Obter um quilowatt-hora de
uma usina nuclear custa pelo menos três vezes mais do que economizá-lo com
medidas de eficiência. In Scientific American, Mais Lucro com menos Carbono,
por Amory B. lovins.
O valor dos recursos depende largamente da capacidade, do
engenho/técnica e da experiência e ciência do homem em saber detectá-los. A
divulgação da sua utilização só se manifesta quando a sua necessidade é
reconhecida, como no caso da madeira e do ferro para a construção de barcos.
No passado, o homem preocupava-se com a posse de minerais, de carvão e
de borracha. Alguns países chegaram a envolver-se em guerras para poderem
controlar a disponibilidade dos produtos. Hoje, as necessidades humanas são
um pouco diferentes. O homem já não depende apenas das fontes locais para
obter os recursos, e o melhoramento de meios de transporte reduziu o custo
das matérias-primas para a indústria. Apesar disso, o princípio continua a ser o
mesmo: prosseguir a procura activa e contínua de novos recursos susceptíveis
de aproveitamento e de aplicação em larga escala, tendo em consideração o
valor dos recursos renováveis, tais como os produtos animais e vegetais
necessários à alimentação do homem. E com o mesmo princípio, o homem
estrutura a organização socioeconómica da sociedade centrada nos recursos
energéticos e o domínio dos territórios com base nessa detenção e poder,
desencadeando conflitos regionais subjacentes a uma geopolítica mundial. A
organização da sociedade também evolui e sofre mudanças. Se as energias
renováveis, que são, por natureza mais equitativamente distribuída
espacialmente, ocuparem o papel dominante das fósseis, terão
necessariamente consequências na organização das sociedades, nas relações
sociais de produção e sua distribuição na superfície terrestre.
Nas últimas décadas as questões ambientais têm tido uma relevância
cada vez maior na vida da nossa sociedade. Portugal assinou e ratificou
diversas convenções internacionais e entraram em vigor muitas directivas
comunitárias que influenciaram positivamente as políticas nacionais na área do
ambiente. A rede nacional de áreas protegidas cresceu, foram designados os
sítios da rede natura 2000 e aprovou-se uma estratégia nacional de
conservação da natureza e da biodiversidade. Há sem dúvida casos de
sucesso na recuperação da nossa biodiversidade como o crescimento da
população de cegonha branca, o regresso de algumas aves que estavam
extintas como nidificantes, caso do abutre-negro ou da águia imperial,
assistimos à expansão da galinha sultana e à recuperação da foca monge mas
muitas vezes tal deveu-se mais a factores laterais e não tanto a uma actuação
proactiva no domínio da conservação. Na prática, tem sido difícil integrar a
conservação da biodiversidade nas diversas políticas sectoriais e este sector
não tem tido os recursos financeiros e humanos necessários para a efectiva
implementação de estratégias, planos e acções que concretizem os objectivos
definidos. Os exemplos negativos prosperam, com inúmeras áreas importantes
ainda sem estarem classificadas, muitas áreas protegidas sem planos de
ordenamento e gestão, o Plano Sectorial para a Rede Natura 2000 por aprovar,
espécies emblemáticas como o lince – ibérico praticamente extinto, e na
generalidade sem que existam os recursos que permitam uma eficaz gestão
dos sítios a proteger e os planos de conservação de espécies a implementar.
“Uma pegada cada vez menos ecológica
Cláudia Fulgêncio
Têm sido feitas estimativas da apropriação, por parte da população
humana, das áreas biologicamente produtivas da Terra. Conheça o
http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=633&articleID=1799
tamanho da Pegada Ecológica da população mundial e, particularmente, da
população portuguesa.
A Pegada Ecológica constitui uma forma de medir o impacte humano na
Terra. Este conceito, desenvolvido por Mathis Wackernagel e William Rees,
autores do livro “Our Ecological Footprint – Reducing Human Impact on the
Earth” (1996), exprime a área produtiva equivalente de terra e mar
necessária para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos
gerados por uma dada unidade de população. Pode ser calculada para um
indivíduo, uma comunidade, um país, ou mesmo para a população mundial.
Dito de outra forma, a Pegada Ecológica avalia a extensão com que uma
dada população se apropria do espaço biologicamente produtivo. Uma vez
que as pessoas usam recursos de todas as partes do mundo, e afectam
locais cada vez mais distantes com os seus resíduos, esse espaço é,
geralmente, o somatório de uma série de pequenas áreas distribuídas por
todo o planeta que, na sua totalidade, tem vindo a aumentar. A figura 1
mostra que a Pegada Ecológica da população mundial cresceu 50%, entre
1970 e 1997.
Figura 1 – Crescimento da Pegada Ecológica Mundial entre 1961 e
1997.
Fonte: www.panda.org/livingplanet/lpr00/ecofoot.cfm
Para calcular a Pegada Ecológica é necessário estimar o consumo de
bens e serviços e a produção de resíduos da unidade de população em
estudo. Esses bens e serviços incluem várias categorias, como os
alimentos, o vestuário, o transporte, a energia, o lazer, a habitação, os
produtos com origem na madeira (lenha, papel, mobiliário...), etc.
Posteriormente, estima-se a área necessária à produção de cada item,
dividindo a média anual de consumo desse item, pela média da sua
produtividade. Cada uma dessas áreas é considerada equivalente a um tipo
de área biologicamente produtiva, e a sua soma constitui a Pegada
Ecológica. As áreas biologicamente produtivas consideradas são as
seguintes: área cultivada; área de pasto; área de floresta; área de recursos
marinhos; área construída e área de floresta necessária para absorver as
emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de combustíveis
fósseis. De notar que, nos estudos até aqui realizados, ainda não foi
possível entrar em consideração com variáveis importantes, como os
consumos de água e a libertação de poluentes tóxicos, por insuficiência de
dados, pelo que os valores das Pegadas Ecológicas apresentados têm sido
subestimados.
Relacionando a apropriação de espaço com a superfície biologicamente
produtiva da Terra, a Pegada Ecológica clarifica os limites da expansão
humana e dos seus níveis de consumo.
A Terra tem uma superfície de 51 biliões de hectares, dos quais 36,3
biliões são mar e 14,7 biliões são terra. Segundo dados do “Living Planet
Report 2000” (www.panda.org/livingplanet/lpr00), em 1996, existiam 12,6
biliões de hectares de terra biologicamente produtivos, distribuídos da
seguinte forma: 1,3 biliões de hectares de área cultivada; 4,6 biliões de
hectares de área de pasto; 3,3 biliões de hectares de área de floresta; 3,2
biliões de hectares de área de recursos marinhos; 0,2 biliões de hectares
de área construída.
Dividindo a área produtiva pela população mundial, que em 1996 era de
5,7 biliões de habitantes, cada pessoa teria disponíveis, se os recursos
fossem equitativamente distribuídos, 2,2 hectares de área para satisfação
das suas necessidades de consumo e assimilação dos seus resíduos. Essa
área seria ainda menor, tomando em consideração o espaço necessário à
vida dos cerca de 15 milhões de espécies que povoam o Planeta. De
acordo com a Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento, e
com os autores do “Brundtland Report: Our Common Future” (1987), pelo
menos 12% do espaço biologicamente produtivo deve ser preservado para
a protecção da biodiversidade.
Com base no estudo “Ecological Footprints and Ecological Capacities of
152 Nations: The 1996 Update” (www.rprogress.org/ef/LPR2000), em 1996,
a Pegada Ecológica Mundial foi de 2,85 ha per capita (não considerando a
área necessária às restantes espécies), o que excedeu em cerca de 30% o
espaço biologicamente produtivo da natureza no mesmo ano. Esta situação
é largamente atribuível ao consumo de quarta parte da população mundial,
que utiliza cerca de 75% dos recursos globais disponíveis. Esta realidade
encontra-se representada na figura 2, onde se apresentam as Pegadas
Ecológicas de sete regiões do mundo - América do Norte, Europa
Ocidental, Europa Central e de Leste, Médio Oriente e Ásia Central,
América Latina e Caraíbas, Ásia/Pacífico e África. A altura das colunas é
proporcional à Pegada Ecológica da região, e a largura à sua população,
verificando-se que a Pegada Ecológica de um consumidor médio numa
região industrializada é muito superior à de um consumidor de um país com
baixo nível de rendimento.
Figura 2 – Pegada Ecológica por região, em 1996
Fonte: www.panda.org/livingplanet/lpr00/ecofoot.cfm
Recorrendo ainda à análise dos resultados do estudo “Ecological
Footprints and Ecological Capacities of 152 Nations: The 1996 Update”,
realizado com base em dados da “Food and Agriculture Organization” e de
outras organizações das Nações Unidas, dos 152 países com mais de um
milhão de habitantes, os 10 com maior Pegada Ecológica foram,
respectivamente: Estados Unidos (10,3 ha/capita); Austrália (9 ha/capita);
Canadá (7,7 ha/capita); Nova Zelândia (7,6 ha/capita); Islândia (7,4
ha/capita); Singapura (7,2 ha/capita); Noruega (6,2 ha/capita); Hong Kong
(6,1 ha/capita); Finlândia (6,0 ha/capita) e Rússia (URSS, na altura) (6,0 ha
/capita). Destes, os Estados Unidos, Singapura, Hong Kong e Rússia
mostraram-se, de acordo com a sua biocapacidade, ou seja, capacidade
produtiva potencial, incapazes de satisfazer as suas necessidades internas,
apresentando assim um défice ecológico (considerando a responsabilidade
pela preservação da biodiversidade de 12%: Défice Ecológico =
Biocapacidade - Pegada Ecológica / 88%).
Os 10 países com a Pegada Ecológica per capita mais baixa foram o
Peru (1,6 ha/capita); a Nigéria e as Filipinas (1,5 ha/capita); a Indonésia
(1,4 ha/capita); a China e o Egipto (1,2 ha/capita); a Etiópia, a Índia e o
Paquistão (0,8 ha/capita) e, finalmente, o Bangladesh (0,5 ha/capita).
Destes, só o Peru e a Indonésia não apresentaram défice ecológico.
A Pegada Ecológica encontrada para Portugal foi de 5,0 ha/capita,
integrando as seguintes componentes: 1,2 ha/capita de área cultivada; 0,7
ha/capita de área de pasto; 0,5 ha/capita de área de floresta; 0,2 ha/capita
de área de recursos marinhos; 0,4 ha/capita de área construída; 2 ha/capita
de área de floresta necessária para absorver as emissões de dióxido de
carbono associadas ao consumo de combustíveis fósseis. Com uma
biocapacidade de 2,2 ha/capita, o nosso país apresentou um défice
ecológico de 3,4 ha/capita.
Existem algumas páginas que possibilitam uma estimativa da Pegada
Ecológica individual, por exemplo,
www.ecologyfund.com/registry/ecology/res_bestfoot.html (para cidadãos
europeus, dos Estados Unidos e Austrália);
www.rprogress.org/programs/sustainability/ef/calculate.html (para cidadãos
dos Estados Unidos) e www.rco.on.ca/ecofootprint.html (para cidadãos do
Canadá).
A apropriação crescente dos recursos que a natureza disponibiliza, por
parte da população humana, principalmente pelos países mais
desenvolvidos, é uma realidade a que urge dar resposta, através da
alteração dos hábitos de consumo e da preservação dos ecossistemas.
Caso contrário, de acordo com as projecções de aumento da população
mundial (nove mil milhões em 2100, de acordo com um artigo da revista
“Nature”, de 2 de Agosto de 2001) e com a aceleração das alterações
ecológicas à escala regional e global, na forma de alterações climáticas,
redução da camada de ozono, perda de solos produtivos, de recursos
hídricos subterrâneos e de biodiversidade, desflorestação e sobre-
exploração de recursos pesqueiros, corre-se o risco da “Pegada da
Humanidade” esmagar a Terra que a sustenta.
Bibliografia
www.rprogress.org/ef/LPR2000/
www.panda.org/livingplanet/lpr00/ecofoot.cfm
www.bestfootforward.com
www.dieoff.org/page110.htm
www.demesta.com/ecofoot/eng/engframe.htm
www.cul.slu.se/english/reselu/ecofoot.html
bcn.boulder.co.us/basin/local/sustain6.html
www.ecouncil.ac.cr/rio/focus/report/english/footprint/ranking.htm”
In Naturlink
(http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3490&bl=1&viewall=tru
e#Go_1)
A pegada ecológica é uma forma de medir o impacte humano no
planeta Terra.
Na minha opinião, é muito importante, uma vez que o Homem utiliza
os recursos existentes para a sua vida diária, tomando como certos os
recursos que a Terra dá, causando danos, por vezes irreparáveis.
A minha Pegada Ecológica:
Água
Energia
Transportes
Resíduos
Alimentação e compras
Escala
Legenda:
- Está no bom caminho. As suas respostas reflectem atitudes ambientalmente responsáveis. Utilize os seus
bons exemplos e convença os outros a agir como faz no dia-a-dia. No entanto, tal não o impede de melhorar um
ou outro aspecto. Reveja novamente as respostas.
- Já se preocupa com algumas questões ambientais, mas ainda pode contribuir mais . Leia novamente as
dicas para melhorar o seu impacto ambiental.
- Será que põe o seu conforto acima de tudo e de todos? Mesmo sem alterar o conforto a que está habituado,
pode reduzir o seu impacto ambiental. Não perca tempo e comece já hoje.
Actualmente, os indicadores de desenvolvimento sustentável são
indispensáveis para fundamentar as tomadas de decisão aos mais diversos
níveis e nas mais diversas áreas. Surgem por todo o mundo, iniciativas e
projectos, com vista à definição de indicadores de desenvolvimento sustentável
para um variado leque de finalidades de gestão, ao nível do desenvolvimento
local, regional e nacional.
A Agência Europeia do Ambiente (AEA) tem sido pioneira nestas
matérias, desenvolvendo um conjunto de trabalhos e estimulando a
sistematização e comparabilidade da informação nos diversos países
abrangidos pela sua acção, procurando criar sinergias com outros organismos
como, a Eurostat e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE).
Os indicadores e índices podem servir um conjunto alargado de
aplicações consoante os seus objectivos. Destacam-se as seguintes:
• Atribuição de recursos – suporte de decisões, ajudando os
decisores ou gestores na atribuição de fundos, alocação de recursos
naturais e determinação de prioridades;
• Classificação de locais – comparação de condições em diferentes
locais ou áreas geográficas;
• Cumprimento de normas legais – aplicação a áreas específicas
para clarificar e sintetizar a informação sobre o nível de cumprimento
das normas ou critérios legais;
http://www.ecosdotocantins.com.br/upload/imagens/6273.jpg
• Análise de tendências – aplicação a séries de dados para detectar
tendências no tempo e no espaço;
• Informação ao público – informação ao público sobre os
processos de desenvolvimento sustentável;
• Investigação científica – aplicações em desenvolvimentos
científicos servindo nomeadamente de alerta para a necessidade de
investigação científica mais aprofundada.
A OCDE apresenta 4 grandes grupos de aplicações de indicadores:
� Avaliação do funcionamento dos sistemas ambientais;
� Integração das preocupações ambientais nas políticas sectoriais;
� Contabilidade ambiental;
� Avaliação do estado do ambiente.
Considera-se importante apresentar alguns dos principais conceitos
associados à utilização de indicadores e índices de desenvolvimento
sustentável, de forma a esclarecer algumas das dúvidas que a aplicação deste
tipo de ferramenta pode suscitar:
Parâmetro – corresponde a uma grandeza que pode ser medida com
precisão ou avaliada qualitativamente/quantitativamente, e que se considera
relevante para a avaliação dos sistemas ambientais, económicos, sociais e
institucionais;
Indicador – parâmetros seleccionados e considerados isoladamente ou
combinados entre si, sendo de especial pertinência para reflectir determinadas
condições dos sistemas em análise (normalmente são utilizados com pré -
tratamento, isto é, são efectuados tratamentos aos dados originais, tais como
médias aritméticas simples, percentis, medianas, entre outros);
Sub-índice – constitui uma forma intermédia de agregação entre
indicadores e índices; pode utilizar métodos de agregação tais como os
discriminados para os índices.
Índice – corresponde a um nível superior de agregação, onde após
aplicado um método de agregação aos indicadores e/ou aos sub-índices é
obtido um valor final; os métodos de agregação podem ser aritméticos (ex.
linear, geométrico, mínimo, máximo, aditivo) ou heurísticos (ex. regras de
decisão); os algoritmos heurísticos são normalmente preferidos para aplicações
de difícil quantificação, enquanto os restantes algoritmos são vocacionados
para parâmetros facilmente quantificáveis e comparáveis com padrões.
De acordo com a classificação da OCDE (1993), os indicadores
ambientais podem ser sistematizados pelo modelo Pressão/Estado/Resposta,
que assenta em 3 grupos chave de indicadores:
� Pressão – caracterizam as pressões sobre os sistemas ambientais; são
traduzidos por indicadores de emissão de contaminantes, eficiência
tecnológica, intervenção no território e de impacte ambiental;
� Estado – reflectem a qualidade do ambiente num dado horizonte
espaço/tempo; são exemplos: os indicadores de sensibilidade, risco e
qualidade ambiental;
� Resposta – avaliam as respostas da sociedade às alterações e
preocupações ambientais, bem como à adesão a programas e/ou à
implementação de medidas em prol do ambiente; são incluídos neste
grupo os indicadores de adesão social, de sensibilização e de
actividades de grupos sociais importantes.
As principais vantagens e limitações da aplicação de indicadores e
índices de desenvolvimento sustentável são:
Vantagens:
� Avaliação dos níveis de desenvolvimento sustentável.
� Capacidade de sintetizar a informação de carácter
técnico/científico;
� Identificação das variáveis-chave do sistema;
� Facilidade de transmitir a informação;
http://www.apambiente.pt/SiteCollectionImages/Imagens%201%C2%BA%20N%C3%AD
vel/Instrumentos/SIDS.jpg
� Bom instrumento de apoio à decisão e aos processos de
gestão ambiental;
� Sublinhar a existência de tendências;
� Possibilidade de comparação com padrões e/ou metas pré--
definidas.
Desvantagens:
� Inexistência de informação base;
� Dificuldades na definição de expressões matemáticas que
melhor traduzam os parâmetros seleccionados;
� Perda de informação nos processos de agregação dos dados;
� Diferentes critérios na definição dos limites de variação do
índice em relação às imposições estabelecidas;
� Ausência de critérios robustos para selecção de alguns
indicadores;
� Dificuldades na aplicação em determinadas áreas como o
ordenamento do território e a paisagem.
O processo de selecção dos indicadores deve seguir um conjunto de
critérios objectivos, exequíveis e verificáveis que justifiquem a escolha
efectuada. Os indicadores escolhidos devem reflectir o significado dos dados
na forma original, satisfazendo, a conveniência da escolha e a precisão e
relevância dos resultados. Alguns dos critérios que podem presidir a tais
processos de selecção são:
� Existência de dados base;
� Possibilidade de inter-calibração;
� Possibilidade de comparação com critérios legais ou outros
padrões/metas existentes;
� Facilidade e rapidez de determinação e interpretação;
� Grau de importância e validação científica;
� Sensibilidade do público-alvo;
� Custo de implementação;
� Possibilidade de ser rapidamente actualizado.
A maioria dos indicadores não satisfaz todos os critérios desejáveis, pelo
que deverá haver um compromisso de optimização entre os critérios possíveis
de garantir e aqueles que são tidos como mais relevantes para cada caso.
Os sistemas de indicadores actualmente disponíveis à escala mundial
são maioritariamente baseados na avaliação dos aspectos ambientais, sendo
que os aspectos sociais, económicos e institucionais, e estes últimos, são
frequentemente ignorados.
O Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde (PNAAS), coordenado
pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Direcção-Geral da Saúde
(DGS), visa melhorar a eficácia das políticas de prevenção, controlo e redução
de riscos para a saúde com origem em factores ambientais, promovendo a
integração do conhecimento e a inovação contribuindo também para o
desenvolvimento económico e social do país.
No PNAAS são propostos objectivos, vectores de intervenção e acções
programáticas, sintetizadas em fichas de projecto, desenvolvidas nos seus
Domínios Prioritários de intervenção. Os objectivos do PNAAS são:
� Intervir ao nível dos factores ambientais para promover a saúde do
indivíduo e das comunidades a eles expostos;
� Sensibilizar, educar e formar os profissionais e a população em geral, de
forma a minimizar os riscos para a saúde associados a factores
ambientais;
� Promover a adequação de políticas e a comunicação do risco;
� Construir uma rede de informação que reforce o conhecimento das inter-
relações Ambiente e Saúde.
Os domínios prioritários do PNAAS são: água; ar; solo e sedimentos;
químicos; alimentos; ruído; espaços construídos; radiações e fenómenos
meteorológicos.
Referências Bibliográficas:
1. http://www.incineracao.online.pt/efeito-de-estufa-e-o-aquecimento-global
2. http://www.incineracao.online.pt/poluicao-combate-ao-aquecimento-
global-pela-uniao-europeia
3. http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/desflore.htm
4. http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/causas.htm
5. http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0027_altglobais/#A
6. http://dme.uma.pt/people/faculty/herlander.lima/Doc%20ImpactesAmbien
tais/10Sistema%20Indicadores%20Desenvol%20Sustentavel.pdf
7. http://www.infopedia.pt/$recursos%20renov%c3%a1veis
8. http://www.minerva.uevora.pt/odimeteosol/energias.htm
9. http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categ
oryID=633&articleID=1799
10. http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3490&bl=1&viewall=tr
ue#Go_1