portfólio individual cláudia martins

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Protocolo de Quioto e Aquecimento Global O Sol envia constantemente radiações para a atmosfera, sendo uma parte delas absorvida pela mesma e a restante reflectida para o espaço. Se existirem grandes quantidades de gases na atmosfera, nomeadamente o dióxido de carbono, resultante da combustão industrial em larga escala, irão fazer com que se acumulem esses mesmos gases na superfície da Terra aumentando a temperatura do planeta. Esses gases formam uma barreira que evita que as radiações sejam reflectidas para o espaço ficando acumuladas na superfície terrestre. A presença de carbono na atmosfera é necessária para que parte da radiação solar seja reflectida para a superfície terrestre aquecendo-a. O problema surge quando existe carbono em grandes quantidades, logo, a quantidade de radiação solar reflectida para a superfície é maior, e consequentemente, a radiação libertada para o espaço é menor provocando um aumento da temperatura terrestre. Esta situação terá consequências futuras, como o aumento do nível da água do mar, devido ao degelo das grandes massas de água e a desertificação de determinadas áreas. http://www.sfiec.org.br/publicacoes/jornalfi /edicoes/0502/0302.jpg http://mitodoaquecimento.googlepages.com/ursosbrancos.jpg/ursosbrancos-full.jpg

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Page 1: Portfólio Individual Cláudia Martins

Protocolo de Quioto e Aquecimento Global

O Sol envia constantemente radiações para a atmosfera, sendo uma

parte delas absorvida pela mesma e a restante reflectida para o espaço.

Se existirem grandes quantidades de gases na atmosfera,

nomeadamente o dióxido de carbono, resultante da combustão industrial em

larga escala, irão fazer com que se acumulem esses mesmos gases na

superfície da Terra aumentando a temperatura do planeta. Esses gases

formam uma barreira que evita que as radiações sejam reflectidas para o

espaço ficando acumuladas na superfície terrestre.

A presença de carbono na atmosfera é necessária para que parte da

radiação solar seja reflectida para a superfície terrestre aquecendo-a. O

problema surge quando existe carbono em grandes quantidades, logo, a

quantidade de radiação solar reflectida para a superfície é maior, e

consequentemente, a radiação libertada para o espaço é menor provocando

um aumento da temperatura terrestre. Esta situação terá consequências

futuras, como o aumento do nível da água do mar, devido ao degelo das

grandes massas de água e a desertificação de determinadas áreas.

http://www.sfiec.org.br/publicacoes/jornalfi

/edicoes/0502/0302.jpg

http://mitodoaquecimento.googlepages.com/ursosbrancos.jpg/ursosbrancos-full.jpg

Page 2: Portfólio Individual Cláudia Martins

Na cimeira de Bali, o chefe da delegação portuguesa Nuno Lacasta

defendeu a introdução do mercado de carbono, considerado essencial para

baixar as emissões de gases poluentes no novo acordo climático, que deverá

estar concluído em 2009.

Na Cimeira das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, o

comércio de emissões de carbono foi apresentado como uma "ponte entre a

protecção ambiental e as preocupações económicas", uma vez que a sua

utilização incentiva economicamente as empresas e países a poluírem menos.

Na opinião do representante português, o comércio de licenças de

poluição funciona também como "ponte entre os compromissos de emissão dos

países desenvolvidos e a ajuda aos países em desenvolvimento para um

desenvolvimento sustentável".

O representante da UE defendeu o papel de liderança dos países

desenvolvidos nas negociações e no combate às alterações climáticas no pós-

Quioto. Uma declaração que pode ser vista como resposta às críticas da China

e da Índia, em franca expansão, e que consideram que a redução drástica das

emissões pode comprometer as suas expectativas de desenvolvimento. A

China reforçou mesmo a oposição à imposição de metas obrigatórias de

diminuição da poluição.

Portugal foi considerado o 13º país com melhor performance ambiental

em matéria de alterações climáticas entre 56 nações desenvolvidas e com

grande crescimento industrial. Este índice avalia a evolução recente das

emissões nos sectores da electricidade, transportes, residencial e industrial; as

emissões relacionadas com a energia e per capita e ainda a política definida

por cada Estado.

http://paulochagas.net/wp-content/uploads/2009/03/desenvolvimento-sustentavel.jpg

Page 3: Portfólio Individual Cláudia Martins

São vários os jornais que têm vindo a publicar notícias relativas ao

aquecimento global, efeito de estufa e o Protocolo de Quioto.

“Portugal vai cumprir Quioto mas terá de pagar por isso

29 Novembro 2007

São boas notícias para Portugal e para o mundo. Em 2010, as emissões

poluentes da União Europeia ficarão aquém do estabelecido pelo Protocolo

de Quioto. Se as metas exigiam que a poluição descesse 8% no período

2008-2012, os 15 prometem fazer melhor e chegar aos 11,4% em 2010.

Para este objectivo Portugal contribui de forma favorável, ficando aquém

dos seus limites de poluição. Para isso, porém, terá de pagar por quotas de

emissão.

As previsões são da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e foram

divulgadas há dois dias. Um timing pertinente pois na segunda-feira

começa a conferência de Bali onde mais de 200 países iniciarão

negociações para traçar um novo regime climático para lá de 2012. E a

União Europeia, na vanguarda da discussão, precisa de provar que o

esforço que está a fazer traz bons resultados.

No entanto, para que estas previsões sejam atingidas, terão de ser

escrupulosamente cumpridas as medidas que os países definiram mais

recentemente, adverte a AEA.

O relatório afirma que com as acções já adoptadas e em aplicação a

União Europeia conseguirá reduzir 4% das suas emissões. Se forem

concretizadas as estratégias adicionais de cada Estado será possível

reduzir mais 3,9 %. Com a compra de licenças de poluição no mercado de

carbono a UE reduzirá mais 2,5 % da sua poluição. A reflorestação e o

consequente sequestro de carbono juntarão mais 0,9% ao esforço de

redução. No total, será possível alcançar uma redução de 11,4 %, mais

3,9% daquilo que está previsto no tratado.

Portugal

O mesmo caminho deverá seguir Portugal. Se forem concretizadas as

medidas recentemente anunciadas, como o aumento das energias

renováveis, a aposta nos biocombustíveis ou a redução da poluição no

sector da electricidade, o país sairá bem visto deste desafio. Em vez de

aumentar 27% das emissões em relação ao ano de 1990, como define a

Page 4: Portfólio Individual Cláudia Martins

meta de Quioto, aumentará apenas 23%, espera a Agência Europeia do

Ambiente.

Com perspectivas menos optimistas estão os espanhóis. O relatório

prevê que não cumpram os seus compromissos, excedendo a sua quota de

poluição e, assim, prejudicando a média europeia. Na segunda fase de

Quioto poderão ser obrigados a duplicar o esforço. Até lá, avisou o

comissário do Ambiente, sofrerão sanções. Isto porque a UE tem um

compromisso global em Quioto, as metas foram partilhadas a 15, e

transportas para legislação nacional.”

In: Diário de Notícias

(http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=990022)

Considero de extrema importância o cumprimento do Protocolo de

Quioto, uma vez que só assim será possível travar o avanço do

aquecimento Global e as suas catastróficas consequências.

Esta notícia dá conta de que Portugal, ao contrário da vizinha

Espanha, se apresenta empenhado no cumprimento das metas propostas

pelo protocolo, sendo no entanto necessária a informação da população

em geral, uma vez que o cumprimento das metas depende de todos nós.

“Alterações climáticas

Portugal ainda longe das metas de Quioto

03.12.2007 - 08h53 Ricardo Garcia

O discurso é optimista. O Governo tem repetido, nos últimos dias, que

Portugal vai cumprir o Protocolo de Quioto, mesmo que para isso tenha de

comprar, no exterior, direitos de poluição. Mas, a um mês de Quioto

começar a sério e enquanto as Nações Unidas discutem em Bali, a partir de

hoje, o que fazer a seguir, a realidade nacional não é tranquilizadora.

Não só as emissões de dióxido de carbono do país continuam elevadas

como muitas das medidas para as reduzir, contidas no Programa Nacional

para as Alterações Climáticas (PNAC), estão atrasadas.

O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do

Desenvolvimento Regional só agora começa a ter uma visão mais clara de

como se está a comportar o PNAC. A primeira avaliação semestral do

Page 5: Portfólio Individual Cláudia Martins

cumprimento do programa ficou pronta no sábado passado. E ainda é muito

incompleta, com alguns ministérios a falharem na apresentação de dados

conclusivos.

Das 41 medidas previstas no PNAC, o Ministério do Ambiente recebeu

informação sobre o andamento de 28. E, desse conjunto, só 11 relatórios

são considerados bons, sete são médios e dez são insuficientes, segundo a

Agência Portuguesa do Ambiente.

"A monitorização está a funcionar, embora com algumas imperfeições",

afirma o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. É ainda o

primeiro exercício de monitorização, justifica, e o Governo tem andado

muito ocupado com a presidência da União Europeia. "Mas estou satisfeito

com a percepção de que os ministérios estão empenhados nas suas

medidas", completa.

O melhor e o pior

Uma das áreas onde os dados são mais claros é a da energia. Sabe-se

que a taxa de electricidade produzida a partir de fontes renováveis está nos

37,6 por cento. A meta que o Governo quer atingir em 2010 é 45 por cento.

Muitas das medidas do PNAC estão em boa marcha. A potência já

licenciada de parques eólicos era de 3273 megawatts (MW), até Abril

passado. A meta é 5100 MW até 2012.

A reforma da tributação automóvel, em que carros com mais emissões

de dióxido de carbono pagam mais imposto, está feita. A introdução dos

biocombustíveis, uma medida de peso, está a ser promovida por incentivos

fiscais. A construção do metro do Porto e a melhoria da oferta da CP na

região já pôs mais gente a andar de comboio no Norte.

Mas outras acções deixam a desejar. Na área dos transportes, há um

misto de situações, com várias medidas atrasadas ou com resultados muito

modestos. Alguns relatórios não têm "o nível de informação pretendida",

segundo a Agência Portuguesa do Ambiente.

A medida de maior peso nessa área no PNAC era a operacionalização

das autoridades metropolitanas de transportes, o que ainda não aconteceu.

"Isto está completamente a zero", avalia Francisco Ferreira, da associação

ambientalista Quercus.

Nas florestas – área em que o PNAC foi recentemente considerado

demasiado optimista pela Comissão Europeia – também os dados não são

animadores. As duas medidas avaliadas pelo Ministério da Agricultura até

Page 6: Portfólio Individual Cláudia Martins

agora – a gestão sustentável das florestas e o aumento da sua capacidade

de absorção de carbono – não estão a cumprir o calendário previsto.

Nos fogos, a situação dos últimos dois anos foi positiva, com áreas

ardidas abaixo dos 100 mil hectares admitidos no PNAC, devido sobretudo

a condições meteorológicas favoráveis.

Atrasos comprometem

O primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-

2012), em que Portugal vai fazer contas às suas emissões, começa já em

Janeiro próximo.

Mas há acções do PNAC que, por se terem atrasado, só irão surtir

efeito mais tarde. Em média, previa-se a instalação de 100 mil metros

quadrados de painéis solares por ano, já a partir de 2007. Mas na avaliação

desta medida constam apenas 19 mil metros quadrados instalados em

2005. E as expectativas do sector para 2007 não vão além dos 40 a 45 mil

metros quadrados.

A certificação energética dos edifícios também vai começar a funcionar

em pleno mais tarde, só em 2009. "Até lá, a capacidade desses

regulamentos obterem ganhos de emissões é muito limitada", afirma Daniel

Borrego, da Faculdade de Ciências de Lisboa, que está ligado ao projecto

Fórum Português Pós-Quioto, que também está a fazer um balanço do

PNAC.

O Ministério do Ambiente não descarta a possibilidade de derrapagem

de algumas medidas do PNAC. Se isso acontecer, serão lançados planos

de contingência para as medidas em falta, ou procuradas acções

alternativas. Em último caso, o país alargará os cordões à bolsa, e

comprará mais direitos de poluição através do Fundo Português de

Carbono.”

In: Público.pt

(http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1312566&idCanal=92)

Apesar das notícias iniciais terem sido animadoras, a verdade é que

se veio a verificar que Portugal está ainda longe de atingir os valores

acordados no protocolo de Quioto, havendo ainda muito a fazer para que

seja possível atingir as metas propostas.

Page 7: Portfólio Individual Cláudia Martins

Relativamente às energias renováveis, Portugal tem feito um

grande investimento, no entanto, em relação aos transportes, esse

esforço não está a ser conseguido, talvez porque a população ainda não

se deu conta dos benefícios da utilização dos transportes colectivos.

Os fogos são outro obstáculo ao cumprimento das metas, uma vez

que para além de provocarem a desertificação, aumentam a emissão de

dióxido de carbono para a atmosfera. Neste ponto, é de realçar que para

além do clima quente que favorece a ocorrência de fogos, existem ainda

muitas pessoas a fazer queimadas sem tomar as devidas precauções bem

como muitos fogos “postos” propositadamente, devendo, na minha

opinião, haver uma punição mais severa nestes casos e um maior

investimento na limpeza da área florestal.

“Abre-se a porta para regulamentar as emissões

Agência ambiental dos EUA considera gases com efeito de estufa

poluentes

17.04.2009 - 17h47 PÚBLICO

A Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) concluiu

que as emissões de dióxido de carbono e cinco outros gases com efeito de

estufa são “um perigo para saúde e bem-estar públicos das actuais e

futuras gerações”. Este é primeiro passo para os EUA começarem a

regulamentar estas emissões, considerando os gases poluentes

relacionados com as alterações climáticas.

Este tipo de regulamentação teria implicações importantes a nível

global, e não apenas nos EUA, salienta a agência AP: a exigência de que

os veículos em circulação nos EUA tenham emissões mais reduzidas, ou

de as centrais eléctricas ou outras indústrias terem de tomar medidas para

cortar nas emissões de dióxido de carbono repercutir-se-ia em todo o

mundo.

Os outros cinco gases com responsabilidades no aumento do efeito de

estufa natural são o metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbonetos,

perflurocarbonetos e hexafluoreto de enxofre.

“Os altos níveis de concentração atmosférica [dos gases com efeito de

estufa] são, sem qualquer ambiguidade, o resultado da actividade humana

e, muito provavelmente, são a causa do aumento das temperaturas médias

Page 8: Portfólio Individual Cláudia Martins

e outras alterações climáticas”, diz o comunicado da agência ambiental,

divulgado no site http://www.epa.gov.

A elaboração de regulamentação para limitar as emissões de gases

com efeito de estufa não é um processo automático: durante os próximos

60 dias, esta conclusão da EPA está em consulta pública.

Esta tomada de posição foi motivada por uma deliberação do Supremo

Tribunal dos EUA há dois anos, que dizia que os gases com efeito de

estufa são poluentes (actualmente, a legislação federal não os considera

assim), e as suas emissões deveriam ser regulamentadas se se concluísse

que são prejudiciais para a saúde humana. O caso foi apresentado pelo

estado do Massachusetts e centrava-se nas emissões dos escapes dos

automóveis.

A Administração Bush opunha-se determinantemente a utilizar a

legislação em vigor contra a poluição atmosférica (Clean Air Act) para lidar

com as alterações climáticas. Por isso, a decisão da EPA foi sendo adiada.

Mas desde os primeiros dias na Casa Branca, Barack Obama prometeu

rever o caso e agir rapidamente se se justificasse a regulamentação.

Mas ainda antes da EPA ter anunciado os resultados da sua avaliação,

o Congresso iniciou já a elaboração de nova legislação, que anteciparia as

acções eventualmente tomadas pela agência ambiental. Tanto Obama

como Lisa Jackson, a administradora da EPA, disseram já várias vezes que

preferiam que fosse o Congresso a elaborar medidas para lutar contra o

aquecimento global, em vez de uma acção administrativa.

In Público.pt

(http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1374966)

O dióxido de carbono é um gás muito prejudicial para o meio

ambiente, sendo ainda muito utilizado, nomeadamente em frigoríficos e

resinas, por isso é urgente alterar esta situação, mas também é preciso

lembrar que, estes gases duram dezenas de anos até serem destruídos,

logo, já deveriam ter sido implementadas medidas para tentar resolver

este problema mundial.

Page 9: Portfólio Individual Cláudia Martins

“Alterações Climáticas

Cristina Pereira (11-01-2001)

A alteração do clima constitui um dos maiores problemas ambientais

que a humanidade terá de enfrentar no novo milénio. Conheça alguns dos

esforços empreendidos pela comunidade internacional no sentido de

mitigar os seus efeitos.

Nas últimas décadas a crescente utilização dos combustíveis fósseis

elevou para níveis preocupantes o efeito de estufa. Assim, prevê-se um

aumento das temperaturas médias globais entre 1 e 3,5ºC até 2100, e um

aumento do nível médio das águas do mar de 15 a 95 cm.

O início…

Tendo como pano de fundo as preocupações com o clima e a

necessidade de definir uma estratégia global para o proteger, foi assinado

em Junho de 1992, no Rio de Janeiro, por 175 países, a Convenção

Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

O Protocolo de Quioto – ainda à espera de ser ratificado

Em 1997, ainda no âmbito da convenção, assina-se o Protocolo de

Quioto (Japão). Trinta e nove países industrializados, dos 160 participantes,

comprometeram-se a limitar durante o período de 2008-2012 as suas

emissões de gases com efeito de estufa (GEE).

As reduções acordadas incidiam sobre:

- Dióxido de carbono (CO2)

Page 10: Portfólio Individual Cláudia Martins

- Metano (CH4)

- Óxido nitroso (N2O)

- Hidrofluorcarbonetos (HFCs)

- Hidrocarbonetos perfluorados (PFCs)

- Hexafluoreto de enxofre (SF6).

Os níveis de referência adoptados foram os de 1990 e representavam,

em média, uma redução de 5%; a União Europeia, negociando em bloco,

comprometia-se a uma redução de 8%.

Para as emissões de HFCs, PFCs e SF6, gases que permanecem

milhares de anos no ecossistema, foi possível adoptar como ano de

referência 1995, ano em que estas emissões sofreram um aumento

acentuado. Refira-se a ironia de os HFCs e PFCs terem sido adoptados no

Protocolo de Montreal (1990) como substâncias alternativas aos

clorofluorcarbonetos (CFCs), por se ter comprovado a sua acção destrutiva

sobre a camada de ozono.

No Protocolo de Quioto uma forma inteiramente nova é utilizada para

promover uma redução significativa dos GEE – as transacções comerciais

entre países, sob três formas: comércio de emissões, implementação

conjunta e mecanismos de desenvolvimento limpo, este último só para

depois de 2008. O princípio é apostar numa redução que seja

economicamente vantajosa, pois desta forma será mais efectiva.

No caso do comércio de emissões, as cotas de emissão de cada país

seriam transformadas em licenças de emissão transaccionáveis entre os

países desenvolvidos. O limite global de emissões mantinha-se inalterado

pela adição das licenças compradas às cotas do país adquirente e a

dedução dessas mesmas licenças às cotas do país vendedor. Na

implementação conjunta os países ou empresas poderiam cumprir parte

dos seus objectivos de redução financiando projectos de eficiência

energética e/ou retenção de GEE em florestas de outro país. O mecanismo

Page 11: Portfólio Individual Cláudia Martins

de desenvolvimento limpo (MDL) é idêntico à implementação conjunta, com

a diferença dos projectos ocorrerem entre países com objectivos de

redução e países sem esses objectivos, como é o caso dos países em

desenvolvimento. O MDL pretende assegurar um desenvolvimento

sustentável nos países em desenvolvimento, para que não sejam também

eles emissores.

Uma das questões mais controversas deste protocolo é a possibilidade

do uso das florestas como reservatório de carbono e a sua utilização no

rácio emissão/redução. As incertezas no ciclo do carbono e a necessidade

de maior investigação nesta área não permitem uma quantificação exacta

do papel das florestas, daí as reticências no seu uso por parte da União

Europeia. No entanto, o Protocolo não faz uma definição dos termos

“florestação” ou “reflorestação”. Será que plantações com espécies de

rápido crescimento poderão entrar nestes cálculos? E as reflorestações de

áreas agrícolas?

As emissões dos transportes marítimos e aéreos não foram objecto de

nenhuma regulamentação neste protocolo.

Todas as decisões de Quioto ficaram pendentes de regulamentação.

Em 1999 definiu-se o ano 2000 como ano de implementação do Protocolo

de Quioto, após a ratificação do mesmo por 55 países que detivessem em

conjunto 55% da cota de emissões globais. Na prática, os EUA, que nesta

matéria defendem posições muito diferentes das da UE, ficaram com o

poder de veto.

A actualidade

Em Novembro de 2000, (…) ocorreu em Haia a conferência para

implementar o Protocolo de Quioto, onde se esperava que os 39 países

industrializados chegassem a acordo, apesar das dificuldades do processo.

A reunião, que contava com um total de 180 países, terminou sem que

qualquer acordo fosse alcançado, estando programado novo encontro para

Maio deste ano na Alemanha. Várias foram as causas para este desfecho,

entre as quais a intransigência dos EUA, mas os assuntos mais polémicos

Page 12: Portfólio Individual Cláudia Martins

e sobre os quais foi impossível chegar a acordo foram a ajuda aos países

menos desenvolvidos, a contabilização das florestas para a redução das

emissões e o comércio de emissões.

A contabilização das florestas como reservatórios de GEE nas contas

nacionais de cada país era uma das pretensões dos EUA a que a UE se

opunha. Para a UE tal iria permitir aos grandes países florestais

alcançarem mais rapidamente a cota imposta, através da florestação ou

reflorestação, sem uma efectiva redução nas suas emissões. Em relação

ao comércio de licenças, a União Europeia pretendia ver instaurado um

limite nas licenças de emissão que poderiam ser adquiridas a um país

vendedor, através da realização de projectos de “desenvolvimento próprio”.

A responsabilidade das transacções deveria ser partilhada entre o país

comprador e o país vendedor, para consolidar um esforço real de redução

das emissões de GEE. Os EUA consideraram que neste caso haveria uma

ingerência externa, o que os levou a recusar a proposta. Os projectos de

“desenvolvimento próprio” foram outro ponto de discórdia, com os EUA a

pretenderem que projectos de energia nuclear, de reflorestação e

agricultura fossem considerados. A UE recusou cada uma destas

possibilidades.

As penalizações impostas aos países não cumpridores do Protocolo

foram outro dos temas inconclusivos.

E agora?

A recente eleição do presidente George W. Bush, contrário ao Protocolo

de Quioto e com posições próximas das companhias petrolíferas, pode ser

mais um travão ao acordo desejado.

A situação portuguesa em todo o processo

Portugal era, em 1990, o país da UE com a menor emissão de CO2 per

capita. Assim, pedia-se a Portugal uma limitação das suas emissões e não

uma redução. As negociações no seio da UE permitiram um aumento

máximo de 40% na libertação de CO2, e limites inferiores para os outros

Page 13: Portfólio Individual Cláudia Martins

gases, com uma média global de crescimento de 27%. No entanto, dados

recentes, revelam uma derrapagem nestes objectivos. Um estudo da

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

indica que, em 2010, o aumento das emissões pode ser de 49%, sendo o

dióxido de carbono o responsável, com um aumento de 62% nas suas

emissões. Em 1999 a libertação de GEE atingiu os 36% e o Ministério do

Ambiente encontra-se a estudar medidas económicas ou fiscais para

aplicar à indústria e aos transportes, com vista ao controlo destas emissões

gasosas para a atmosfera.

In Naturlink

(http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3427

&bl=1&viewall=true#Go_1)

O Protocolo de Quioto é um “acordo” feito entre diversos países

que se uniram no sentido de tomar medidas que favoreçam a diminuição

do aquecimento global e do efeito de estufa, com o intuito de preservar o

meio ambiente e a vida humana na terra.

O contínuo aumento do dióxido de carbono na atmosfera leva ao

aumento da temperatura do planeta, sendo urgente a sua diminuição para

preservar a vida humana.

Estas notícias alertam para a ineficácia das medidas adoptadas por

Portugal para atingir as metas propostas pelo Protocolo de Quioto, sendo

urgente o replaneamento de novas estratégias a adoptar por toda a

população dos diferentes países para que as metas sejam alcançadas.

Page 14: Portfólio Individual Cláudia Martins

“Sequestro de Carbono

Vasco Matos Trigo, RTP actualizado às 15:46 – 15 Maio '09

Reduzir emissões de dióxido de carbono ajuda a combater o

aquecimento global

Publicado 17:33 14 Maio '09

Os processos mais comuns de produção de energia, através do carvão

ou petróleo, libertam para a atmosfera enormes quantidades de CO2, a

causa mais grave das alterações climáticas. Uma solução é guardar este

gás em jazidas subterrâneas.

As energias renováveis actualmente disponíveis não chegam para as

necessidades. Por isso, a produção de energia continuará a produzir

também CO2, dióxido de carbono. Mas o gás CO2 é um dos principais

responsáveis pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas. Uma

forma de reduzir as emissões de CO2 é sequestrá-lo no subsolo, por

exemplo na bacia carbonífera do Douro, em Portugal, ou em camadas

arenosas, como explica Fabian Möller, engenheiro numa instalação no

norte da Alemanha.

"Se pegar no meu capacete, procuramos formações com este aspecto,

como este capacete em que o plástico é uma camada impermeável, talvez

de argila, e no interior haverá o arenito, o arenito cheio de água. E depois

perfuramos a rocha e armazenamos o CO2 sob esta camada impermeável

ao gás."

Uma vez que o dióxido de carbono é produzido pela queima de

hidrocarbonetos retirados do subsolo, o sequestro do gás é encarado como

uma espécie de reciclagem, diz Sergio Persoglia, do Instituto Italiano de

Oceanografia e Geofísica Experimental.

"Recolocar o CO2 no local de onde veio, no subsolo, onde estavam os

hidrocarbonetos, é de certo modo um processo natural. É um processo de

reciclagem natural, de forma a evitar alterar os ciclos de anidrido carbónico

na atmosfera."

O CO2 é capturado à saída das chaminés de combustão e é conduzido

até ao local de sequestro. Em diversos pontos da Europa estudam-se

localizações possíveis para sequestrar dióxido de carbono.

Por exemplo, Latera, no centro de Itália, não serve. O solo é demasiado

poroso e permite a libertação de CO2 de um vulcão extinto. Mas este local

Page 15: Portfólio Individual Cláudia Martins

é um óptimo laboratório natural, como diz Salvatore Lombardi, professor da

Universidade La Sapienza, de Roma.

"É importante estudar esta zona, em termos de armazenamento do

CO2, pois fornece-nos uma série de informações sobre a migração do gás,

o impacto de uma eventual fuga de gás do local onde armazenámos o CO2

no ambiente à superfície e sobre a possibilidade de intervir, eventualmente,

em caso de fuga."

Os especialistas estimam uma capacidade de sequestro de carbono

com esta técnica na Europa para os próximos 80 a 100 anos. Por isso não

é uma solução definitiva.

"Se estes locais porosos estiverem cheios, teremos de deixar de utilizar

esta técnica", disse Fabian Möller. "Daí que digamos que não é a solução

para o problema, mas sim uma ponte para o futuro. Estamos a comprar

algum tempo."

A esperança é que esse tempo seja suficiente para as tecnologias das

energias renováveis ganharem maturidade.”

In http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Reduzir-

emissoes-de-dioxido-de-carbono-ajuda-a-combater-o-

aquecimento-

global.rtp&article=219816&visual=3&layout=10&tm=7

Sequestrar o dióxido de carbono não é a solução para o problema

do aquecimento global, uma vez que, o subsolo também tem uma

capacidade limitada.

Assim, com este processo iremos ganhar algum tempo para

desenvolver outras tecnologias que nos ajudem a solucionar o problema

do aquecimento global e consequentemente do desenvolvimento

sustentável, no entanto, teremos de encontrar outras soluções que nos

permitam não só ganhar tempo mas também solucionar o problema.

Page 16: Portfólio Individual Cláudia Martins

Desflorestação

A desflorestação consiste na remoção de grandes porções de floresta,

em larga escala, sem haver substituição de árvores, ou seja, é o abate de

árvores com vista a utilizar o solo ocupado pela floresta para outros fins,

economicamente mais rentáveis do que ter um conjunto de seres vivos que

controlam os ciclos de água do solo e a reciclagem do ar, com produção de

oxigénio. Com esta visão materialista, a desflorestação foi durante muitos anos

vista como impulsionadora do desenvolvimento da economia de um país, visto

que com ela se liquida o "capital" de uma floresta, abrindo caminho para outras

formas de lucro, como a produção de comida, matéria-prima, energia ou

construção de infra-estruturas.

A desflorestação é diferente da degradação florestal; esta consiste na

redução da qualidade das florestas. Mas em conjunto têm resultados

devastadores, como, a erosão dos solos e destabilização das bacias

hidrográficas, resultando em secas e inundações. A desflorestação das

florestas tropicais resulta também na redução da biodiversidade, visto que

estas desempenham um importante papel na remoção do dióxido de carbono,

assim como, no aumento do efeito de estufa.

A Desflorestação tem diversas causas:

A principal causa da desflorestação é o desbaste comercial realizado

através de maquinaria pesada que, para além de destruir a flora provoca a

compactação do solo.

http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/desflore_files/image003.jpg

Page 17: Portfólio Individual Cláudia Martins

A agricultura intensiva nos terrenos desflorestados não compensa

porque, ao fim de 6/7 anos, os solos ficam inférteis; uma vez que não tiveram

descanso e as plantações efectuadas eram monoculturas que na maioria dos

casos eram financiadas pelo estado. Assim, são mais susceptíveis de

apanharem doenças; desgastam mais o solo; e destroem o habitat natural dos

animais.

Outra das causas é a conversão dos solos em pastagens para manadas

de gado devido aos incentivos governamentais de conversão da floresta em

pastagens e em ranchos, ocupando áreas queimadas que foram recuperadas

naturalmente por vegetação rasteira e, criação de vastas explorações

agrícolas.

A exploração de minas, de pedreiras e de petróleo é também um

problema, pois para além de destruírem a zona onde estão implantadas,

contaminam os solos e a água com produtos tóxicos.

http://www.agenciacta.org.ar/IMG/jpg/agricultura-2.jpg

http://www.africatodayonline.com/admin/imagens2/thumb.php?img=966&

Page 18: Portfólio Individual Cláudia Martins

A construção de barragens, túneis e estradas veio também encorajar a

exploração de madeiras e a colonização da "floresta" com a consequente

deslocação da população.

A economia/política dos países, nomeadamente para as nações

tropicais, incentiva a desflorestação, uma vez que a madeira é uma importante

fonte de capital estrangeiro. São os países desenvolvidos que em parte

obrigam ao abate das florestas uma vez que, são eles que mais precisam de

matéria-prima. As florestas tropicais localizam-se, maioritariamente, em países

com grandes diferenças sociais e com dívidas externas.

A Poluição, e as chuvas ácidas, contribuem para a desflorestação, pois

vão "queimar" as árvores e destruir os solos.

Como causas naturais para a desflorestação destacam-se os fogos, as

doenças e os ciclones; mas estas causas são mínimas comparadas com as

provocadas pelo Homem.

http://www.soumais.com.br/colunas/Curiosidades/imagens/BARRAGEM.jpg

http://filipedebarros.files.wordpress.com/2009/04/chuvas_acidas.jpg

Page 19: Portfólio Individual Cláudia Martins

Todas estas causas, excepto as naturais, são agravadas pelo aumento

da população; pela crescente necessidade de produtos florestais e por

tecnologia inapropriada.

A Desflorestação tem diversas consequências:

A redução da biodiversidade: a biodiversidade é responsável pela

variedade de genes existentes no mundo; estes são necessários para a

produção de medicamentos, alimentos e outros produtos – são os recursos

biológicos. Calcula-se que 30 espécies desaparecem por dia na Amazónia.

Para termos uma pequena ideia basta pensarmos que numa única árvore

podemos encontrar 43 espécies de formigas.

O desaparecimento de culturas: Ao entrarem em contacto com outros

povos, os Índios perdem hábitos importantes que os têm acompanhado desde

sempre. Muitos Índios morreram devido à escravatura, a convulsões sociais e a

doenças trazidas pelo homem branco, como o beribéri, que se encontrava

oficialmente erradicada.

A infertilidade do solo: com a desflorestação, os solos ficam

desprotegidos do vento e das chuvas, isto é, a erosão do solo provoca o

arrastamento de minerais para outros locais.

http://ambiente.maiadigital.pt/cidadania/agenda21/forum/problemas/item64

Page 20: Portfólio Individual Cláudia Martins

O descontrolo do clima leva há ocorrência de inundações e de secas.

Devido ao grande volume de nuvens que gera, pensa-se que as florestas têm

um papel primordial na distribuição do aquecimento solar global provocado pela

alteração dos mecanismos pelos quais o calor é transferido para as elevadas

latitudes.

Na fotossíntese, as árvores consomem CO2 e produzem O2; logo, se as

cortarmos estaremos a aumentar os níveis de dióxido de carbono que vai

contribuir para o efeito de estufa e diminuir o oxigénio de que necessitamos

para viver. O aumento de CO2 é também provocado pela queima dos

combustíveis fósseis. Os incêndios são muitas vezes usados como meio de

desflorestação, o que aumenta ainda mais os níveis de dióxido de carbono.

Abate de árvores

↓ Níveis de evaporação ↓ Níveis de precipitação

Clima mais quente e seco

Solo mais duro não absorve água da chuva

↑ Temperatura da superfície da Terra

↓ Quantidade de nuvens que reflectem o calor do Sol

Para agricultura intensiva

↓ Humidade ↓ Fertilidade

Extinção de espécies e infertilidade do solo DESERTIFICAÇÃO

Incêndios

Libertação de CO2

Aumento dos níveis de CO2 EFEITO DE

ESTUFA

Não ocorre fotossíntese Destruição de árvores

Page 21: Portfólio Individual Cláudia Martins

“Governo brasileiro com medidas de protecção

Desflorestação da Amazónia vai aumentar durante 2008

03.06.2008 - 13h27 PÚBLICO

A floresta da Amazónia perdeu 1123 quilómetros quadrados de área no

último mês de Abril, quase o equivalente ao concelho de Beja. O valor foi

adiantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre

Maio de 2007 e Abril de 2008 foram desbastados 9405 quilómetros

quadrados de mata.

“Os piores meses de desflorestação, são historicamente Junho, Julho e

Agosto. O pior está para vir”, disse Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente

do Brasil. Segundo o ministro, será muito difícil a desflorestação ficar

abaixo do valor de 2007.

Os valores foram registados pelo sistema Deter (Detecção do

Desmatamento em Tempo Real) que utiliza imagens de satélite. Sabe-se

que os registos ficam aquém dos reais, porque não há informação das

áreas tapadas pelas nuvens que só no mês de Março cobriram 78 por

cento do território.

O aumento da desflorestação está associado ao aumento da venda de

gado e de soja. Segundo o jornal online "A Folha", o ministro já anunciou

medidas para controlar a queima da floresta.

A partir de 15 de Junho, a operação “Boi Pirata” vai entrar em acção e

monitorizar a cadeia produtiva do gado. As companhias siderúrgicas,

madeireiras e agropecuárias vão ser notificadas e obrigadas a informar ao

Governo quais são os fornecedores de carne. O Governo anunciou que vai

apreender a carne de todos os fornecedores que tenham irregularidades.

"Onde for comprovada a desflorestação ilegal será feito o auto de

infracção. Os números do Deter são alertas para a fiscalização, e nós

vamos continuar a fiscalizar", afirmou Luis Henrique Daldegan, secretário

de Estado do Meio Ambiente.

No segundo semestre deste ano, o Governo brasileiro vai pôr 500

homens com treino na área ambiental para fiscalizar a região. O ministro do

ambiente espera também que o Conselho Monetário Nacional restrinja a

concessão do financiamento agrícola para quem não cumpra os critérios

ambientais.

Page 22: Portfólio Individual Cláudia Martins

Um problema com décadas

Na semana passada Carlos Minc esteve na Conferência de Bona, na

Alemanha, onde assegurou que iriam ser criadas três novas áreas

protegidas na Amazónia. Em associação com a ARPA (Programa de Áreas

Protegidas da Amazónia), o Governo quer que até 2013 haja 600 mil

quilómetros quadrados de unidades de conservação de uso sustentável ou

de protecção integral, mais 1000 mil do que estava previsto. Com esta

medida o Governo duplica as novas áreas de conservação neste período

de quatro anos.

O ministro Carlos Minc assumiu a pasta do ambiente no mês passado

depois da anterior ministra, Marina Silva se ter demitido por não conseguir

cumprir a agenda. Segundo a Reuters os grupos ambientalistas defendem

que o novo ministro vai ser mais benevolente com a indústria e agricultura.

A floresta da Amazónia tem seis milhões de quilómetros quadrados, é a

maior do mundo. A desflorestação é um problema com décadas. Desde os

anos 70 a área da floresta diminuiu um quinto.”

A desflorestação na Amazónia é feita através de incêndios”

In Público.pt

(http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331037)

A desflorestação é um problema de extrema importância, sendo

ainda mais preocupante no caso da floresta amazónica, pois esta é

extremamente rica na diversidade de espécies que lá habitam, possuindo

inclusive espécies únicas e em vias de extinção.

O governo brasileiro revela-se incapaz de travar a desflorestação da

floresta amazónica, uma vez que, à semelhança do que acontece em

vários outros países, a desflorestação é uma grande fonte de rendimentos

para o país.

Page 23: Portfólio Individual Cláudia Martins

Desertificação

A degradação da Terra continua a aumentar a uma velocidade

alarmante. Quando acontece nas terras secas criam-se condições semelhantes

às dos desertos, situação a que chamamos desertificação.

Este processo acontece pouco a pouco, enquanto as diferentes áreas de

terras degradadas se expandem e se unem.

As secas fazem parte das consequências da desertificação tornando a

situação mais grave. Mas este é essencialmente um problema causado pelo

homem. Surge como consequência da pressão exercida na terra.

As pessoas mais pobres do mundo, que vivem nas áreas mais

vulneráveis, serão as mais afectadas pela desertificação. Mas existem também

outras vítimas. Dezoito dos países mais desenvolvidos do mundo sofrem de

desertificação, as áreas mais favorecidas destes países já estão a ser

indirectamente afectados pelos imigrantes que migram para essas áreas por

não terem conseguido sobreviver do seu próprio rendimento. A desertificação

providencia um dos exemplos de como a pobreza ameaça em qualquer lado a

prosperidade.

De acordo com a convenção do combate à desertificação das Nações

Unidas, esta foi definida como: " Degradação da terra em áreas áridas, semi-

áridas e sub-húmidas resultante de vários factores, como variações climáticas

e actividades humanas. "

No que diz respeito ás variações climáticas a seca é um fenómeno típico

que ajuda à desertificação nas regiões áridas. Quanto ás acções de

degradação das terras, que são induzidas pelo homem, devem ser frisadas 5

http://ptsoft.net/vastro/referencia/estufa/aquecimento/deserto.jpg

Page 24: Portfólio Individual Cláudia Martins

componentes propostas pela FAO (Food and Agriculture Organization) que

contribuem para a degradação em geral:

• Degradação da vegetação e da população animal, degradação

biótica e perda de biodiversidade em zonas semi-áridas extensas,

devido à caça e desflorestação;

• Degradação do solo devido a efeitos físicos, como a erosão

provocada pelo vento e pela água ou efeitos químicos, como a

salinização e sodificação);

• Degradação das condições hidrológicas superficiais como

resultado da perda da vegetação superficial;

• Degradação das condições geo-hidrológicas, águas subterrâneas,

resultando na mudança das condições de recarga;

• Degradação das infra-estruturas económicas e qualidade de vida

humana.

A desertificação é principalmente causada por variações climáticas e

actividades humanas. No que respeita ás variações climáticas, as zonas áridas

afectadas pelas secas são o factor de maior relevância. No domínio das

actividades humanas podemos enumerar várias causas, das quais, as

principais são a adubação, cultivo excessivo, má irrigação das terras,

desflorestação, erosão dos solos e aumento da densidade populacional.

A erosão dos solos é a deterioração do solo provocada por movimentos

físicos de partículas de uma determinada área. O vento, a água, o gelo glaciar,

os animais e a utilização de máquinas pelo homem podem ser agentes de

erosão. Os dois agentes mais importantes são o vento e a água, mas na

http://mundoquente.com.br/fotos/desertificacao.jpg

Page 25: Portfólio Individual Cláudia Martins

maioria das situações estes seguem-se aos efeitos provocados pelo homem,

pelos insectos, pelas doenças e pelos fogos que irão remover a vegetação

superficial.

No seu estado natural o solo é normalmente coberto por árvores e

arbustos, folhas caídas e mortas ou por um espesso tapete de ervas. Qualquer

que seja a vegetação superficial, esta protege o solo quando a chuva cai ou o

vento sopra. O sistema das raízes desta vegetação mantém o solo unido.

Apesar do clima seco, as raízes da vegetação nativa que se estendem

vários metros abaixo do solo, ajudam a impedir as partículas do solo de serem

arrastadas. Sem esta cobertura o solo ficará vulnerável à sua deterioração. Se

esta vegetação superficial for destruída por excesso de pastorícia,

desflorestação ou fogos, a erosão pelo vento e pela água torna-se propícia e

acelerada contribuindo para a perda de vegetação do solo, logo, do húmus e

dos nutrientes indispensáveis para o crescimento de uma nova geração.

A erosão é, por estes motivos, um processo cíclico, difícil de controlar e

com grande relevância para a desertificação.

A desflorestação é um dos muitos processos dominados pelo Homem,

que contribui para a desertificação. Este processo é desencadeado por

inúmeras causas, sendo uma das mais importantes o abatimento das árvores

para a extracção de madeira, pois este é desde sempre, o produto das

florestas que mais interesse desperta no Homem. A madeira, ao ser extraída,

provoca graves problemas nos solos, retirando-lhes também os nutrientes

necessários para uma nova geração de vegetação se desenvolver. Os

agricultores são assim obrigados a abandonarem as suas terras para partirem

em busca de outras mais férteis, às quais, infelizmente irão submeter ao

mesmo tratamento. É assim que a maior parte das terras vai perdendo

http://alternativas.ttverde.net/2008/AB/Agricultura-Biologica-1.jpg

Page 26: Portfólio Individual Cláudia Martins

qualidades indispensáveis; qualidades estas que são essenciais no papel que o

solo desempenha na agricultura. A desflorestação afecta igualmente o clima,

reduzindo significativamente a reciclagem das chuvas; desta forma, nos

escassos períodos de chuva, esta irá ser rapidamente conduzida para as zonas

baixas, como rios e barragens sem sequer se infiltrar no solo. A desflorestação

impede, deste modo, que os lençóis de água subterrâneos sejam renovados.

O elevado índice populacional contribui de uma forma acentuada para a

desertificação. A crescente densidade populacional exerce uma grande

pressão nas fontes de matéria-prima das respectivas áreas, devido a uma

acentuada luta pela sobrevivência, com escassos recursos de terra e de água.

Os efeitos da desertificação sobre as populações incluem por estas

razões, uma má nutrição, ameaça de fome e deslocação de pessoas que

abandonam as suas terras em busca de terreno melhor. O abandono destas

pode ter consequências positivas ou negativas no que respeita ao

aproveitamento das mesmas.

No entanto, as causas da desertificação ligadas ao aumento da

população são complexas. Por exemplo, o declínio de uma população pode

também resultar na desertificação da respectiva área, visto esta deixar de estar

sob o controlo que lhe é necessário.

A má gestão de práticas de irrigação em áreas áridas pode causar a

salinização dos solos, a qual impede, quando em excesso, o desenvolvimento

das plantas. Quando esta má gestão de irrigação é acompanhada de secas, o

grau de desertificação aumenta consideravelmente, visto que estas condições,

a salinização, as baixas percentagens de humidade e altas temperaturas são

http://www.meioambienteurgente.blogger.com.br/desertificacao.gif

Page 27: Portfólio Individual Cláudia Martins

desfavoráveis ao desenvolvimento de todo o tipo de vegetação. É deste modo

que as inadequadas práticas de irrigação contribuem para a desertificação.

Tanto o cultivo em excesso como o desbastamento são os responsáveis

pela maior parte da desertificação em terras de grande extensão. Os vários

tipos de práticas inadequadas aplicadas em solos impróprios induzem a uma

aceleração da erosão por parte do vento e da água, sendo estes os

responsáveis pela desertificação nas terras de colheita.

O cultivo excessivo dos solos retira uma elevada quantidade de

nutrientes necessários ao desenvolvimento da vegetação em causa; estes

nutrientes apenas são repostos quando há um período de intervalo entre as

várias épocas de cultivo.

Por outro lado, a adubação excessiva dos solos vai criar um depósito de

produtos químicos indesejáveis, que vão afectar negativamente o crescimento

das plantações futuras dessa área.

A desertificação é, assim, acelerada por um excesso de cultivo e

adubação dos solos. As Tempestades de areia, o aquecimento global da Terra,

as pestes e doenças, as dunas e areias migratórias, a escassez de

precipitação, a exploração excessiva das fontes de água subterrâneas e os

desastres naturais resumem-se à degradação das condições que tornam o solo

fértil, impedindo assim, o desenvolvimento da vegetação indispensável à

sobrevivência animal e humana.

Uma das tragédias da desertificação é que ela afecta sobretudo aqueles

que menos a podem suportar: pessoas que vivem em países

subdesenvolvidos, particularmente em áreas que são desde já climática,

geográfica e economicamente desfavorecidas. Pelo facto da agricultura ser,

nestes países, a principal fonte de postos de trabalho, os efeitos da

desertificação são muitas vezes desastrosos, levando à fome e à instabilidade

política.

http://www.suapesquisa.com/o_que_e/desertificacao.jpg

Page 28: Portfólio Individual Cláudia Martins

Pelo facto da desertificação ser causada maioritariamente por acção

humana, pode também ser controlada e evitada por esta. E, tecnicamente as

soluções não são difíceis. A resposta básica é melhorar as formas de utilização

do solo: melhores sistemas de agricultura, acabar com a utilização exagerada

dos pastos e dos solos, fixação de dunas, barreiras protectoras contra o vento,

reflorestação e melhorar a conservação dos solos e das águas. Reduzir o

número de animais nas terras, permitindo ás plantas crescer novamente.

Tornar as condições dos solos favoráveis ao crescimento da vegetação.

Existe um processo, embora dispendioso, que consiste em cobrir as

zonas afectadas e degradadas com estrume. A estrumação dos solos irá

reduzir significativamente a evaporação, enriquecer as terras em nutrientes

devido á sua putrefacção e prevenir também a erosão.

Contudo, a batalha para proteger a Terra da desertificação não está a

ser ganha e a meta para pôr fim a esta parece mais distante agora do que

nunca. Uma das razões é que o dinheiro investido no combate à desertificação

não está disponível. As árvores têm sido plantadas e as dunas fixadas, mas é

um esforço em vão, pois não existe qualquer garantia destas serem protegidas

o tempo suficiente para ficarem estáveis.

Tem que haver uma crescente consciencialização por parte dos

governos e das populações no que se refere à gravidade da ameaça com a

qual nos confrontamos. Terá que haver uma posição mais séria face ao

processo de desertificação no futuro.

Curiosidades sobre a Desertificação:

► A deterioração em áreas cobertas de plantas e em terras férteis é cerca

de 50% devido à utilização imprópria de terras cultivadas pelo Homem;

► Desde 1950, 1/5 das florestas do mundo foram removidas;

► Pelo menos 55% dos 40 milhões de hectares das produtivas florestas

tropicais foi destruída;

► As florestas tropicais e outros ecossistemas são destruídos a uma

velocidade de 20 milhões de hectares por ano, 40 hectares por minuto.

► Uma área do tamanho do estado de Washington é destruída por ano, e

a esta velocidade daqui a 45 anos a área das florestas tropicais estará

reduzida a metade;

Page 29: Portfólio Individual Cláudia Martins

► No Sahel, a área semi-árida do sul do deserto Sahara, entre 1950 e

1975 o deserto expandiu-se 100 km para sul;

► Na África do sul perdem-se por ano cerca de 300 a 400 milhões de

toneladas de vegetação superficial devido ao processo de

desertificação;

► A desertificação transforma por ano cerca de 12 milhões de hectares

de terras férteis em solos incultiváveis;

► Em áreas susceptíveis a desertificação e seca vivem cerca de 900

milhões de pessoas, e destas, 200 milhões estão já a sofrer as suas

consequências;

► As perdas económicas anuais são cerca de 40 biliões de dólares, e o

custo de uma recuperação destas áreas degradadas pode atingir cerca

de 10 biliões de dólares por ano;

► Em Portugal, o cultivo de eucaliptos é uma das maiores causas de

desertificação, devido à excessiva absorção de água dos solos;

Recursos Naturais

Os recursos são considerados renováveis quando possibilitam a sua

utilização sistemática sem risco de se esgotarem. A sua reposição ou

regeneração é feita de forma contínua pela Natureza.

Em termos de reservas naturais, trata-se de um bem ilimitado. Face às

perspectivas de esgotamento das fontes energéticas que têm vindo a ser

utilizadas, em virtude do progresso da Humanidade se verificar a um ritmo

http://www.ensiguarda.pt/proguarda4/imagens/genericos/recursos.naturais.jpg

Page 30: Portfólio Individual Cláudia Martins

crescente, nomeadamente no que diz respeito ao desenvolvimento industrial,

procura-se cada vez mais recorrer a soluções alternativas de produção

energética. Estas novas soluções baseiam-se no aproveitamento dos recursos

renováveis. São exemplos de fontes energéticas renováveis: o sol, a força das

ondas, marés e rios, o vento, a geotermia resultante de manifestações de

vulcanismo e a biomassa.

Os principais obstáculos que se colocam ao uso generalizado das

energias obtidas a partir das fontes anteriormente referidas são

fundamentalmente de natureza económica e cultural. Este tipo de soluções

determina, por um lado, investimentos iniciais superiores àqueles que são

efectuados quando se recorre às fontes energéticas tradicionais não

renováveis. Por outro lado, existe uma falta de hábito, quase generalizada à

maior parte das instituições, de encarar este tipo de soluções ainda que esses

investimentos possam ser rapidamente amortizados. A situação de

desaproveitamento deste tipo de recursos é sobretudo flagrante nos países em

desenvolvimento que, apesar de reunirem as condições ideais para o seu

aproveitamento, não possuem capacidade económica e tecnológica para os

explorar.

“A preservação dos recursos naturais

Por Nuno Valério Professor do ISEG

24 Janeiro 2007

O progressivo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica, ao ritmo

das luas cheias e luas novas de cada Inverno, ilustra de forma exemplar um

problema clássico, tradicionalmente pouco atendido, mas hoje crucial para

a humanidade: as sociedades humanas têm, ao longo de milénios, mas

com particular intensidade ao longo dos dois últimos séculos, produzido

bem-estar à custa da destruição de recursos naturais.

As consequências não são geralmente perceptíveis a curto prazo e

quando se apresentam a longo prazo tomam por vezes formas

surpreendentes. No caso vertente, vai provavelmente ser necessário optar

entre a perda de um espaço litoral significativo para o mar e a realização de

obras que consumirão grandes recursos e que poderão defender a

existência desse espaço litoral, mas serão possivelmente incapazes de

Page 31: Portfólio Individual Cláudia Martins

preservar as suas características naturais e de o devolver às utilizações

económicas que anteriormente tinha.

Argumenta-se frequentemente em torno deste problema das relações

entre preservação de recursos naturais e produção de bem-estar segundo

duas linhas. Uma afirma que não faz sentido preservar os recursos naturais

se eles não puderem ser fruídos pelos seres humanos. As restrições à

utilização de recursos são, nesta linha, consideradas negativas, porque

limitam a produção de bem-estar. Outra afirma que a preservação dos

recursos naturais deve ser vista como uma oportunidade de negócio e não

como uma ameaça aos negócios. A produção de bem-estar surge, nesta

linha, como um subproduto da preservação dos recursos naturais.

Sem querer negar validade a estas linhas de argumentação, importa

sublinhar que elas não vão ao fundo do problema. Na verdade, em

nenhuma delas a preservação dos recursos naturais é considerada um

bem, por si próprio proporcionador de bem-estar. Nestas circunstâncias, é

sempre a utilização da natureza como meio de produção, directo ou

indirecto, que baseia a avaliação da razoabilidade da sua preservação. Se

os recursos naturais não forem utilizáveis, ou não proporcionarem negócios

para serem preservados, então não há razão para os preservar.

Vendo a questão de outra forma, só há razão para preservar os

recursos naturais independentemente de serem utilizáveis, ou de

proporcionarem negócios para serem preservados, se se verificar uma de

duas condições: a sua preservação ser considerada um bem (de consumo)

por si própria, quer possa ser fruída ou não por seres humanos; ou a sua

preservação ser compreendida como uma necessidade de longo prazo

para a sobrevivência da humanidade.

Nestas circunstâncias, haverá razão para preservar os recursos

naturais, mesmo à custa de bem-estar de outra natureza, porque essa

preservação é, por si própria, produtora de bem-estar, directo, ou indirecto.

É esta segunda razão para preservar os recursos naturais (como bem

de produção de longuíssimo prazo) que, a uma escala muito pequena, é

ilustrada pelo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica. É claro que a

Costa de Caparica é praticamente irrelevante à escala da humanidade. Mas

a multiplicação de fenómenos da mesma natureza não é.”

In Diário de Notícias

(http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=651767)

Page 32: Portfólio Individual Cláudia Martins

Hoje em dia preferem gastar avultados recursos económicos em

remediar os problemas do que investir na preservação dos recursos

naturais.

É urgente mudar as mentalidades dos nossos governantes para

benefício das gerações vindouras.

“A agricultura e a biodiversidade

As recentes evoluções ocorridas na agricultura provocaram uma

substancial alteração na paisagem rural e na estrutura dos seus habitats,

pondo muitas vezes em risco a sua sustentabilidade. A expansão e

intensificação de muitas das actividades antropogénicas foram a principal

causa da sua perda e degradação. Há que salientar que estes mesmos

habitats originais foram resultado directo, ou indirecto, da acção do Homem

na paisagem, interessando por isso saber em concreto quais as causas

que provocaram tais transformações.

Estas alterações podem ser caracterizadas, de uma maneira geral por:

→ Aumento da produção, e aumento da área agrícola;

→ Aumento do uso de agroquímicos;

→ Aumento da mecanização;

→ Utilização de novas cultivares (muitas vezes sob um sistema de

monocultura intensiva).

Contudo, e tendo em conta as diferenças entre o tipo de agricultura, a

estrutura fundiária, o clima, o solo e as disponibilidades hídricas, entre o

Norte e o sul da Europa, facilmente se percebe que estas alterações

(impulsionadas por políticas produtivistas), trouxeram maiores benefícios à

agricultura do Norte da Europa (já de si mais desenvolvida, e melhor

estruturada, dado serem apoiadas há mais tempo) e tiveram um maior

impacto ambiental a Sul.

Como resultado destes novos sistemas de utilização do espaço rural, a

fragmentação dos habitats originais aumentou, reduzindo-os a pequenos

nichos, resultando daí uma perda de biodiversidade. Como exemplo destas

alterações, podemos referir a transformação de um mosaico agrícola e

florestal, característico de certas zonas do Mediterrâneo, em áreas de

monocultura, a alteração do tipo de limites de parcelas, a intensificação

agrícola e pecuária, o abandono das terras.

Page 33: Portfólio Individual Cláudia Martins

Sabe-se hoje que, pelo menos em teoria, a uma maior diversidade de

habitats corresponde uma maior diversidade de espécies. A paisagem

agrícola mediterrânea foi ao longo dos tempos, o resultado de sistemas de

exploração da terra menos desenvolvidos tecnicamente, onde uma

agricultura de subsistência garantia o pouco rendimento das populações

rurais, sendo o leque de produtos maior ou menor, consoante as

oportunidades que o solo, o relevo, as disponibilidades hídricas e o clima o

permitissem.

Nas zonas onde o relevo se torna mais irregular, os socalcos e as

leiras, possibilitaram a agricultura, e nos locais onde tal obra de engenharia

não foi conseguida, aparece um tipo de vegetação menos agrícola,

constituída por manchas de vegetação arbustiva, que em caso de

abandono se transformam em densos e impenetráveis matagais,

permitindo no entanto algum aproveitamento cinegético, necessitando

contudo de um plano de gestão racional. As características e a estrutura do

habitat são assim, a principal condicionante de muitas das espécies da

fauna e flora da Península Ibérica.

Interessa salientar por isso, a importância das zonas cerealíferas, da

gestão de orlas e pequenos bosquetes de vegetação arbustiva e arbórea e

de zonas com pecuária extensiva, para a conservação da fauna e flora.

Como exemplo pode citar-se a importância que estas zonas têm como

habitat para uma parte substancial das espécies da nossa avifauna,

proporcionando-lhes locais ideais para a nidificação durante a Primavera, e

fonte de alimento (directo e indirecto) durante os meses de Inverno.

Nestas zonas, o aproveitamento turístico dos recursos naturais pode

ser uma importante fonte de rendimento para os agricultores, quer através

do turismo rural e do turismo de natureza, quer através da caça.

Assim, os agricultores podem, efectuando algumas mudanças nas

práticas agrícolas, dar um importante contributo para conservar os

recursos naturais, pois são eles os primeiros gestores do nosso património

natural.

Contudo, é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de

maneira a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões

da Península Ibérica.

O desenvolvimento rural tem como maior desafio, contrariar a

diminuição da densidade populacional nas zonas rurais, fixando a

população residente, proporcionando novos postos de trabalho,

Page 34: Portfólio Individual Cláudia Martins

desenvolvendo novas actividades (ou revitalizando as antigas) de maneira

a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez mais

citadina.

Medidas legislativas de conservação

Os primeiros esforços para criar mecanismos legislativos que

regulassem a conservação da biodiversidade, resultaram num conjunto de

medidas proibicionistas que tinham por objectivo proteger uma dada

espécie rara ou um determinado habitat natural ou semi-natural rico em

espécies selvagens, normalmente com pouca intervenção e presença do

Homem.

Pouca atenção era dada ao conjunto de habitats criados pela

actividade humana (como os agrícolas), pois pensava-se que a sua

contribuição para o valor do património natural era muito reduzida, não

tendo mesmo interesse para a conservação, pois tudo neles seria “artificial”

e “comum”.

Estas áreas agrícolas (semi-naturais) foram transformadas a partir de

habitats naturais (selvagens) desde que o Homem começou a utilizar os

recursos disponíveis para produzir bens de primeira necessidade. Esta

transformação ocorreu de uma maneira tão lenta, que permitiu a adaptação

dos organismos vivos a esses habitats, como se de ecossistemas naturais

em constante evolução se tratassem. Nalguns casos essa adaptação foi

tão grande que se formaram comunidades totalmente dependentes das

zonas agrícolas (como é o caso da abetarda, Otis tarda, das planícies

cerealíferas da Península Ibérica).

No século passado, principalmente depois da I Grande Guerra, a

necessidade de produtos agrícolas motivou, como já foi referido, um

aumento da produção. A esta necessidade os agricultores responderam

mudando as práticas agrícolas, e em apenas algumas décadas a paisagem

rural mudou de maneira tão intensa que os organismos vivos simplesmente

tiveram tempo de se readaptar a estas novas condições.

Em resposta a estas mudanças, as populações destas espécies, foram

diminuindo, pois havia uma menor oferta de recursos (habitat disponível).

Esta diminuição foi tão acentuada que, algumas delas desapareceram e

outras tornaram-se raras.

De início, os políticos, pouco sensibilizados para estas questões, não

levaram em linha de conta estas mudanças, e as políticas agrícolas e de

Page 35: Portfólio Individual Cláudia Martins

ordenamento do espaço rural evoluíram sem terem uma preocupação de

salvaguarda do património natural e dos recursos naturais.

Paralelamente, foram desenvolvidos numerosos estudos (tendo como

base algumas espécies de aves associadas a zonas agrícolas, como a

perdiz-cinzenta, Perdix perdix) que pretendiam avaliar os resultados

dessas mudanças nas várias componentes dos ecossistemas.

Sabe-se hoje, que algumas das espécies em maior risco de extinção

dependem, pelo menos em alguma parte do seu ciclo de vida dos

ecossistemas agrícolas, e no que às espécies da nossa avifauna diz

respeito, essa dependência também é verdadeira. Por isso, o valor

ambiental das regiões rurais é muito grande.

A preocupação da sociedade pelos problemas de conservação da

natureza aumentou, estando hoje mais sensibilizada para os problemas

relativos à conservação dos recursos naturais

Pode dizer-se assim, que esta consciencialização da sociedade por

questões ambientais teve como impulsionador as aves, pois desde sempre

houve um carinho especial por este grupo dada a sua visibilidade,

facilidade de estudo e vasto conhecimento sobre biologia, ecologia e

distribuição. Para além deste facto, dado a sua beleza visual, o impacto de

políticas que visem preservar este grupo é muito grande, e por isso a

capacidade de gerar rendimentos também é maior.

A protecção dos habitats criados e geridos pelo Homem, como os

agrícolas, passou a ser também parte integrante de alguns dos

documentos legislativos de conservação do ambiente. Do mesmo modo,

foram incluídas medidas de conservação dos recursos nas políticas gerais,

e sectoriais (como na PAC) de ordenamento do território, sendo assim

reconhecida a importância que estas áreas têm como suporte de um

conjunto de comunidades biológicas com grande interesse para a

conservação não só da biodiversidade, mas também da água, do ar e do

solo.

Essa conservação dos habitats, de forma a conservar a biodiversidade,

tem por objectivo a manutenção da estrutura que os caracterizam desde há

muitos séculos. Ou seja, será necessário pagar aos agricultores o serviço

que eles prestam à sociedade mantendo esses ecossistemas vivos,

conservando os recursos naturais, compensando-os pela possível perda

de rendimento.

Page 36: Portfólio Individual Cláudia Martins

É fundamental integrar pressupostos de conservação também nas

políticas de gestão dos sectores produtivos, como a PAC, conjugando

todos os esforços num só, de maneira a conservar actuando, preservando

ao mesmo tempo os valores culturais, sociais, económicos e ambientais

das zonas rurais.

Contudo, nalguns casos pode ser necessário preservar locais

específicos pela sua raridade, pela sua importância como ponto de

paragem nas rotas de migração ou por suportarem uma pequena

população de uma dada espécie, sendo necessário a implementação de

medidas mais restritivas, salvaguardando sempre as eventuais perdas de

rendimento dos donos das terras.

São necessárias políticas que proporcionem medidas que de facto

ajudem os agricultores a implementar uma gestão sustentável da sua

exploração. Só garantindo a manutenção do rendimento dos agricultores é

que se consegue que a conservação do nosso património ecológico seja

uma realidade, e se possível criar um mercado rural que ofereça todo um

conjunto de produtos genuinamente regionais de qualidade, a uma

população urbana cada vez mais interessada pela paisagem e pela cultura

rural.

Esta é uma oportunidade que os agricultores devem explorar, pois este

interesse pelos recursos naturais pode constituir mais um produto, dentro

dos novos produtos que as zonas rurais podem, e devem, oferecer.

António Heitor

Departamento Técnico da CONFAGRI

Leitura recomendada

Benton, T.G., Bryant, D.M., Cole, L. & Crick, H.Q.P. (2002). Linking

agricultural practice to insect and bird populations: a historical study over

three decades. Journal of Applied Ecology, 39, 673 – 687.

Chamberlain, D.E. (2002). Effects of agricultural intensification on birds:

evidence from monitoring data. Aspects of Applied Biology, 67, 1 – 10.

Donald, P.F., Green, R.E. & Heath, M.F. (2001). Agricultural

intensification and the collapse of Europe’s farmland bird populations. Proc.

R. Soc. London, 268, 25 – 29.

Pain, D.J. & Dixon, J. (1997). Why farming and birds in Europe? In:

Pain, D.J. & Pienkowski, M.W. (eds.).Farming and Birds in Europe. The

Common Agricultural Policy and its Implications for Bird Conservation.

Chapter 1, Academic Press, London.

Page 37: Portfólio Individual Cláudia Martins

Siriwarddena, G.M., Baillie, S.R., Crick, H.Q.P. & Wilson, J.D. (2001).

Changes in agricultural land-use and breeding performance of some

granivorous farmland passerines in Britain. Agriculture, Ecosystems and

Environment, 84, 191 – 206.

Stoate, C., Boatman, N.D., Borralho, R.J., Carvalho, C.R., Snoo, G.R. &

Eden, P. (2001). Ecological impacts of arable intensification in Europe.

Journal of Environmental Management, 63, 337 – 365.

Vickery, J., Carter, N. & Fuller, R.J. (2002). The potential value of

managed cereal field margins as foraging habitats for farmland birds in the

UK. Agriculture, Ecosystems and Environment, 89, 41 – 52.”

In Confagri

(http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/ConsNatureza/docum

entos/documento1.htm)

Quanto maior a diversidade de habitats maior a diversidade de

espécies. A agricultura que predomina é a monocultura prejudicando

assim a biodiversidade.

Mas é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de

forma a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões da

Península Ibérica.

Para isso o desenvolvimento rural tem como maior desafio,

contrariar a diminuição da densidade populacional nas zonas rurais,

fixando a população residente, proporcionando novos postos de

trabalho, desenvolvendo novas actividades ou revitalizando as antigas de

forma a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez

mais citadina.

Tem vindo a fazer-se esforços no sentido de preservar os habitats

e consequentemente a biodiversidade mas muito há ainda para fazer num

futuro próximo.

Page 38: Portfólio Individual Cláudia Martins

“A Bioremediação de Solos Contaminados

Nuno Quental

A contaminação de solos e águas é uma realidade que urge combater.

A Bioremediação oferece um conjunto de tecnologias para tal, que em

comum têm a utilização de seres vivos para a degradação dos poluentes,

mantendo em equilíbrio os ecossistemas.

O desenvolvimento industrial trouxe uma vida melhor para muitas

famílias mas, como em tudo, existe sempre o reverso da medalha. O

esteiro da Ria de Aveiro, situado em Estarreja, recebeu durante cinquenta

anos efluentes e todo o tipo de resíduos provenientes do seu famoso

complexo químico industrial. A irresponsabilidade dos empresários, a falta

de soluções de tratamento e deposição e o alheamento governamental

relativamente à gestão sustentada dos resíduos explica como pôde a

situação chegar ao ponto em que se encontra: os solos estão altamente

contaminados, inclusivamente com vários metais pesados, contaminação

essa que é lixiviada e acaba por desaguar na Ria de Aveiro. Convém

lembrar que a Ria é habitat para inúmeras espécies de aves, das quais são

de destacar as aves migratórias, que aproveitam a passagem para

descansar e se alimentar.

A urgência de resolução do problema criado induziu a procura de

métodos de recuperação ambiental. Actualmente, a “Bioremediação” é

objecto de estudo de dois doutorandos da Escola Superior de Biotecnologia

da Universidade Católica Portuguesa (ESB). Esta técnica tem merecido

uma grande atenção nos últimos anos, devido às potencialidades que

encerra. Em traços gerais, a Bioremediação faz uso de seres vivos

(normalmente bactérias ou fungos) para promover a degradação de

poluentes. Uma variante da Bioremediação é a fitoremediação, onde são

usadas plantas superiores. Na ESB ambas as técnicas estão a ser

investigadas.

Page 39: Portfólio Individual Cláudia Martins

A Bioremediação permite a despoluição in situ, ou seja, no próprio local,

evitando os normalmente incomportáveis custos de remoção e posterior

tratamento de solo contaminado (tal como aconteceu com os solos da Expo

98, que foram depositados em aterro). Por outro lado, o tempo necessário

para se atingir uma determinada degradação dos poluentes (90%, por

exemplo) é normalmente superior à que seria alcançada num reactor

próprio, pois o inóculo (os microrganismos que se pretende fazer

reproduzir) pode usufruir das condições ideais para o seu crescimento.

Em termos de cinética microbiana, são várias as situações possíveis.

Os microrganismos podem usar como fonte de alimento o poluente,

consumindo-o à medida que crescem e transformando-o em tecido celular

e em compostos, como o dióxido de carbono. Se o processo ocorrer em

anaerobiose (na ausência de oxigénio), forma-se ainda metano, composto

que está presente no gás natural. O poluente a eliminar pode ainda ser co-

metabolisado pelos microrganismos, o que significa que não é a principal

fonte de alimento, mas que é consumido juntamente com a fonte principal.

Nestes casos, é comum fornecer-se-lhes compostos de fácil degradação,

estimulando assim o seu crescimento. Para assegurar que existem as

condições mínimas para o processo, nas zonas de Bioremediação

instalam-se sistemas de injecção de oxigénio e nutrientes.

Pode acontecer que o composto resultante da decomposição

microbiana seja tão ou mais tóxico que o seu precursor. Este tipo de

situação tem de ser evitada, pelo que devem ser realizados testes prévios

em laboratório e em campo (absolutamente essenciais na Bioremediação).

Contudo, a cinética microbiana é de tal forma dinâmica que os produtos

libertados por algumas bactérias podem ser alimento para outras, sendo os

poluentes transformados em compostos progressivamente mais simples. O

objectivo da Bioremediação é mineralizar os poluentes, libertando apenas

substâncias inertes, como o dióxido de carbono (ainda que seja um gás de

Page 40: Portfólio Individual Cláudia Martins

estufa, mas o contributo da Bioremediação é insignificante para este efeito)

e a água.

Para o tratamento de aquíferos, pode-se bombear a água à superfície,

e aplicar-lhe algum tipo de tratamento, sendo posteriormente injectada em

profundidade.

Uma técnica interessante consiste na selecção de estirpes de

microrganismos adaptadas à degradação de determinado composto, o que

é realizado ao longo de várias gerações celulares. As bactérias possuem

capacidades especiais de alterar o seu alimento predilecto: através da

incorporação de plasmídios (pequenos pedaços de informação genética),

podem como que reprogramar o seu metabolismo. Exibem assim uma

versatilidade, muito útil nestes casos. Repare-se que não se trata de uma

modificação in vitro da informação genética, logo não se produzem

organismos geneticamente modificados, que tanta polémica tem levantado.

Em termos comparativos, pode dizer-se que este processo de selecção

bacteriana artificial é mais semelhante ao praticado pelos agricultores de

todo o mundo, responsáveis pela existência de milhares de variedades de

culturas agrícolas, melhoradas de forma a realçar determinadas

características, como a produtividade e a resistência aos factores

climáticos.

Curiosamente, mas não estranhamente, nos locais contaminados

podem-se normalmente encontrar os organismos que são necessários! É

esse também o caso da fitoremediação. No esteiro altamente contaminado

que está a ser estudado na ESB, existem grandes manchas de caniçal

(Fragmites australis). Estes juncos são dos principais responsáveis pela

capacidade depuradora das zonas húmidas, retendo, inclusivamente,

poluentes altamente tóxicos, como os metais pesados. Tal deve-se ao

efeito rizosfera das suas raízes (associação destas com fungos; ver

próximo parágrafo). Para avaliar a influência do caniçal, prevê-se escolher

um elemento, como o mercúrio, e comparar a sua concentração em solos

com e sem aquela vegetação, mas recebendo a mesma carga poluente. Os

tecidos das plantas também serão analisados, de forma a avaliar a

Page 41: Portfólio Individual Cláudia Martins

quantidade limite de poluentes que suportam. Serão realizados testes em

laboratório.

O outro projecto em curso na ESB centra-se precisamente no efeito

rizosfera, responsável pela captura de poluentes. As micorrizas são

associações de fungos com as raízes de plantas, que cumprem importantes

funções ecológicas (constituem um prolongamento das raízes, aumentando

significativamente a sua área de influência e fornecendo nutrientes que de

outra forma não estariam disponíveis). Vai ser analisada a capacidade

depuradora do caniçal com e sem efeito rizosfera. Está ainda a ser

investigada a possibilidade de se utilizarem zonas húmidas artificiais para o

tratamento de águas residuais domésticas e industriais.

Todos estes projectos poderão contribuir para o desenvolvimento de

uma área de importância crescente, considerando a grande quantidade de

locais contaminados existente (a título de exemplo, estima-se que existam

mais de 5000 depósitos de combustíveis enterrados sem qualquer

protecção anti-corrosão). Para que o meio ambiente e a saúde das

populações sejam salvaguardadas, é urgente submeter tais locais a algum

tipo de tratamento. A Bioremediação é, seguramente, uma das opções a

considerar com maior entusiasmo.

Para mais informações, contactar a Doutora Paula Castro, da ESB:

[email protected]

Visitar:

Informações da Agência de Protecção Ambiental Norte-Americana:

www.epa.gov/tio/remed.htm

Recursos sobre bioremediação:

www.nalusda.gov/bic/Biorem/biorem.htm”

Page 42: Portfólio Individual Cláudia Martins

In Naturlink

(http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=4126&bl=1&viewall=tru

e#Go_1)

A contaminação de solos e águas é uma realidade que temos

combater urgentemente.

A Bioremediação é uma tecnologia que faz uso de seres vivos

normalmente bactérias ou fungos para promover a degradação de

poluentes mantendo em equilíbrio os ecossistemas.

Permite assim despoluir no próprio local evitando os avultados

custos de remoção e posterior tratamento do solo contaminado.

O objectivo da Bioremediação é mineralizar os poluentes,

libertando apenas substâncias inertes, como o dióxido de carbono e a

água.

Para que o meio ambiente e a saúde das populações sejam

protegidas, é indispensável sujeitar tais locais a este tratamento, sendo a

Bioremediação, uma das opções a considerar com maior entusiasmo num

futuro muito próximo.

Energias Renováveis

“Será possível que as energias renováveis ultrapassem os combustíveis

fósseis em termos de fonte primária de energia até ao final do século XXI?”

Os bens naturais são as fontes de riqueza material que o homem dispõe

para satisfazer as suas necessidades sempre em mudança, e são avaliados de

http://img444.imageshack.us/img444/525/20070502155756xvbxvbxcvph8.jpg

Page 43: Portfólio Individual Cláudia Martins

acordo com as utilizações que as sociedades fazem deles. O homem procura

tirar deles as maiores vantagens e, com o seu engenho – tecnologia aproveitá-

los o melhor possível, tornando-os recursos. Se, por um lado, é indiscutível que

os recursos naturais têm uma importância vital em si mesmos, por outro,

devem ser considerados como uma “recompensa” pela capacidade do homem

localizá-los, extraí-los e usufruir deles. O aproveitamento dos recursos depende

de numerosos factores: a existência de procura, de meios de transporte

adequados, do capital disponível, da qualidade e da quantidade dos próprios

recursos e em especial da tecnologia que transforma os bens em recursos

naturais.

A história diz-nos que conforme a evolução tecnológica e o

desenvolvimento das sociedades vai surgindo a emersão de novas fontes de

energia e novas formas da sua exploração. Antes da Revolução Industrial

(século XVIII) existiam as energias renováveis exploradas com tecnologias

rudimentares, com a 1ª Revolução Industrial, ocorreu a descoberta do carvão

associado à máquina a vapor; no século XIX ocorre a 2ª Revolução Industrial,

com a descoberta dos princípios da termodinâmica, evolução dos transportes,

surge o petróleo e gás natural; em meados do século XX, com a 2ª Guerra

Mundial, surge a energia atómica, mais tarde a informática, robótica que em

conjunto dão origem à 3ª Revolução Industrial, nas últimas décadas do século

XX. Actualmente, o emergir das energias renováveis exploradas com

tecnologia sofisticada revelam indícios de nova reestruturação.

Á medida que os recursos, como o petróleo, forem tornando-se menos

disponíveis e mais caros, o homem terá de optar cada vez mais pelos recursos

energéticos alternativos e renováveis, como a água, o vento, as ondas do mar,

a energia solar, recursos estes inesgotáveis.

http://50minutos.files.wordpress.com/2008/12/3165957.jpg

Page 44: Portfólio Individual Cláudia Martins

Entende-se por energias renováveis todas aquelas formas de energia

cuja taxa de utilização é inferior à sua taxa de renovação. As suas fontes

podem ter origem terrestre (energia geotérmica), gravitacional (energia das

marés) e solar (energia armazenada na biomassa, energia de radiação solar,

energia hidráulica, energia térmica oceânica e energia cinética do vento e das

ondas). Também são consideradas fontes de energia renovável os resíduos

agrícolas, urbanos e industriais.

A energia irradiada pelo sol é a fonte de quase toda a energia disponível

ao homem, seja como energia vital ou força motriz e de transformação na

execução de tarefas quotidianas. No nosso ecossistema, através de diversos

ciclos naturais, a radiação solar é convertida em diversos tipos de energia.

Mas, normalmente, o termo energia solar, só é utilizado para expressar as

formas de aproveitamento da radiação solar directa. As formas de

aproveitamento indirecto, que resultam da utilização de energia produzida em

sistemas, processos ou fenómenos que têm a radiação solar como fonte

primária, geralmente são referidas de forma específica.

Os processos ou tecnologias de conversão visam transformar um tipo de

energia num outro. As tecnologias de conversão mais conhecidas são as

seguintes:

Fonte: Conhecer o Sector: A Energia em Números: Energias Renováveis

Page 45: Portfólio Individual Cláudia Martins

As formas ou manifestações mais conhecidas são: a energia solar, a

energia eólica, a biomassa e a energia hídrica. As principais características de

cada uma delas são:

Energia Solar – é a energia da radiação solar directa, que pode ser

aproveitada de variadas formas através de diversos tipos de conversão,

permitindo o uso em aplicações térmicas em geral, obtenção de força motriz

diversa, obtenção de electricidade e energia química.

A forma mais democrática e abundante de energia é a radiação solar.

Entretanto, algumas características, como a irregularidade e a baixa densidade

de energia, limitam as possibilidades de aproveitamento directo dessa mesma

energia. Nesse sentido, a união com outras fontes possibilita melhorar algumas

características de operação, principalmente o factor de capacidade, ampliando

sensivelmente a viabilidade de utilização dessa fonte energética.

Energia Eólica – é a energia cinética das massas de ar provocadas pelo

aquecimento variável da superfície do planeta. Além da radiação solar também

têm participação na sua formação, fenómenos geofísicos como: rotação da

terra, marés atmosféricas e outros. Os cataventos e embarcações á vela são

formas bastante antigas do seu aproveitamento. Os geradores modernos de

tecnologia recente têm se afirmado como uma forte alternativa na composição

da matriz energética de diversos países.

http://www.cursosypostgrados.com/contenidos/imagenes/energia_solar.gif

http://esbatalha.ccems.pt/area_projecto/8D_B/imagens/energias.jpg

Page 46: Portfólio Individual Cláudia Martins

Biomassa – é a energia química, produzida pelas plantas na forma de

hidratos de carbono através da fotossíntese – processo que utiliza a radiação

solar como fonte energética – é distribuída e armazenada nos corpos dos seres

vivos graças á grande cadeia alimentar, onde a base primária são os vegetais.

Plantas, animais e seus derivados são biomassa. A sua utilização como

combustível pode ser feita das suas formas primárias ou derivados: madeira

bruta, resíduos florestais, excrementos animais, carvão vegetal, álcool, óleos

animal ou vegetal, gaseificação de madeira, biogás etc.

Energia Hídrica – é a energia cinética das massas de água dos rios,

que fluem de altitudes elevadas para os mares e oceanos graças á força

gravitacional. Este fluxo é alimentado em sentido inverso graças á evaporação

da água, elevação e transporte do vapor em forma de nuvens, naturalmente

realizados pela radiação solar e pelos ventos. A fase completa-se com a

precipitação das chuvas nos locais de maior altitude. A sua utilização é

bastante antiga. A energia hídrica também pode ser vista como forma de

energia potencial; volume de água armazenada nas barragens do rio. As

grandes hidroeléctricas auxiliam-se das barragens para compensar as

variações sazonais do fluxo dos rios e, através do controlo das comportas,

permitem a modulação da potência instantânea gerada nas turbinas.

http://tabloide.eurofull.com/imagenes/bioenergia%2001.jpg

Page 47: Portfólio Individual Cláudia Martins

Energia dos Oceanos – é a conversão de energia a partir das ondas;

apresenta claras semelhanças com a eólica. Dado que as ondas são

produzidas pela acção do vento, os dois recursos apresentam idêntica

irregularidade e variação sazonal. Em ambos os casos extrai-se energia de um

meio fluido em movimento e de extensão praticamente ilimitada.

Energia Geotérmica – existe uma grande quantidade de energia sob a

forma térmica contida no interior do planeta. Esta é transmitida para a crosta

terrestre sobretudo por condução e representa uma potência de 10.000 vezes

da energia consumida por ano no mundo actualmente.

http://i183.photobucket.com/albums/x305/ondas/HPIM0757.jpg

http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/imagem/5163.jpg

Page 48: Portfólio Individual Cláudia Martins

Evolução da oferta e da procura das energias renováveis:

A procura das energias renováveis evoluiu ao longo do tempo, segundo

a evolução tecnológica das sociedades. A biomassa (lenha), principal fonte

energética da sociedade agrícola tradicional, vê diminuído o seu

consumo/procura, a partir do século. XVIII, substituída pelo carvão com a

Revolução Industrial, no dito 1º mundo; no século XIX com a descoberta do

petróleo e gás natural, essa diminuição acentua-se, dando lugar mais tarde

(meados do século XX) à dominância do petróleo como fonte energética. A

partir das crises petrolíferas nas décadas de 70 e 80 (século XX), emergem

novas técnicas de exploração das energias renováveis com desenvolvimento

continuado projectado para o futuro. A percentagem das novas energias

renováveis actualmente ainda é baixa, mas muito importante, prevendo-se um

aumento gradual, de forma que os cenários de futuro, apontam a sua

dominância a partir de 2050.

Actualmente, estima-se que aproximadamente um terço da população

mundial não tem acesso à energia eléctrica e, mesmo em sociedades mais

industrializadas, com padrão de vida melhor, ainda coexistem formas

rudimentares de transformação e uso da energia (renováveis).

A produção mundial de energia, em 1997, segundo os dados da Agência

Internacional de Energia, somou o equivalente a 9,5 mil megatoneladas de

petróleo, dos quais 86,2% são provenientes de fontes não renováveis – carvão,

http://www.eq.uc.pt/~brunor3/imagens/geotermica%201.jpg

Page 49: Portfólio Individual Cláudia Martins

gás natural e petróleo. Embora tenham uso crescente, as fontes renováveis,

aquelas que podem renovar-se espontaneamente (água, sol e vento) ou por

medidas de conservação (vegetação) – são responsáveis por apenas 13,8% do

total produzido.

Pelo seu menor teor de poluição, o gás natural apresenta actualmente o

maior crescimento de consumo entre os combustíveis fósseis. Embora a

queima do gás, como o carvão e o petróleo, resulte em dióxido de carbono,

prejudicial à camada de ozono, o seu percentual poluente é menor.

O problema da energia é um problema global, assim como, o problema

das alterações climáticas, e estão intimamente relacionados entre si pela

questão do CO2, relacionados com o crescimento e desenvolvimento da

população bem como das inovações técnicas.

Apesar da sua disponibilidade como recurso energético fóssil, o carvão é

dos mais poluentes, o que emite maiores quantidades de CO2, contribuindo

com o maior aumento de efeito de estufa de origem antropogénica, maiores

aumentos de temperatura nos cenários de alterações climáticas.

http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/solidos/mineral/pfpcoal.jpg

http://xicoriasexicoracoes.files.wordpress.com/2007/05/energia.jpg

Page 50: Portfólio Individual Cláudia Martins

Se contabilizarmos os custos dos danos ambientais das energias

fósseis, na alternativa às energias renováveis, com certeza que ainda teríamos

a ganhar neste balanço e as infra-estruturas das renováveis não teriam um

preço tão elevado, como é referido. Os custos de externalidades, tais como

construção de centrais nucleares de fissão, tempo de construção, investigação,

segurança, manutenção, desmantelamento (sobretudo as de 1ª geração),

impactos ambientais/riscos; nos combustíveis fósseis os jogos de poder e

conflitos na geoestratégia mundial, custos de transportes e outros, deveriam

ser integrados no cálculo de custo de cada fonte energética, só assim

poderíamos fazer comparações correctas de custos.

Disponibilidades e problemáticas das várias energias renováveis

Segundo Wolfgang Palz, a energia solar recebida pela terra a cada ano

é dez vezes superior a contida em toda a reserva de combustíveis fósseis.

Mas, actualmente a maior parte da energia utilizada pela humanidade provém

de combustíveis fósseis – Petróleo, carvão mineral, xisto, etc. A vida moderna

tem sido movida á custa de recursos esgotáveis que levaram milhões de anos

para formar-se. O uso desses combustíveis em larga escala tem mudado

substancialmente a composição da atmosfera e o balanço térmico do Planeta

provocando o aquecimento global, degelo nos pólos, chuvas ácidas e

envenenamento da atmosfera e meio ambiente. As previsões dos efeitos

decorrentes para um futuro próximo são catastróficas. Alternativas como a

energia nuclear, que eram apontadas como solução definitiva, já mostraram

que só podem piorar a situação. Com certeza, ou buscamos soluções limpas e

ambientalmente correctas ou seremos obrigados a mudar os nossos hábitos e

costumes de maneira traumática.

As reservas conhecidas de petróleo devem durar apenas mais 75 anos;

as de gás natural, um pouco mais de 100 anos; as reservas de carvão,

aproximadamente 200 anos.

Page 51: Portfólio Individual Cláudia Martins

A utilização das energias renováveis em substituição aos combustíveis

fósseis é uma direcção viável e vantajosa. Pois, além de serem praticamente

inesgotáveis, as energias renováveis podem apresentar impacto ambiental

muito baixo ou quase nulo, sem afectar o balanço térmico ou composição

atmosférica do planeta. Graças aos diversos tipos de manifestação,

disponibilidade de larga abrangência geográfica e variadas possibilidades de

conversão, as energias renováveis são bastante próprias para geração

distribuída e/ou autónoma. O desenvolvimento das tecnologias para o

aproveitamento das energias renováveis poderão beneficiar comunidades

rurais e regiões afastadas, bem como, a produção agrícola através da

autonomia energética e consequente melhoria global da qualidade de vida dos

habitantes.

No entanto, a energia solar será mais disponível nas regiões tropicais e

de transição, sub-tropicais, mediterrânicas, pela maior radiação solar, maior

insolação e menor nebulosidade.

http://iarnoticias.com/images/varios/5_torre_petroleo_canilla.jpg

http://www.jmalucelliambiental.com.br/im

g_not/foto_aquecimento_global.jpg

Page 52: Portfólio Individual Cláudia Martins

Embora todas as energias tenham os seus condicionalismos de

localização, podem funcionar em complementaridade umas com as outras e

com as fósseis que são finitos e mais concentradas geograficamente.

Actualmente, os sistemas fotovoltaicos têm vindo a ser utilizados em

instalações remotas possibilitando vários projectos sociais, agropastoris, de

irrigação e comunicações. As facilidades de um sistema fotovoltaico tais como:

modularidade, baixos custos de manutenção e vida útil longa, fazem com que

sejam de grande importância para instalações em locais desprovidos de rede

eléctrica.

A energia solar é normalmente a forma mais barata de conseguir

electricidade para os 2 biliões de pessoas que não têm acesso a ela no mundo

em desenvolvimento. Embora os painéis solares actualmente custem mais por

quilowatt/hora que as turbinas de vento, eles ainda podem ser lucrativos se

integrados em prédios, economizando o custo do material do telhado.

Em cima de tectos de grandes prédios comerciais, células solares

podem ser competitivas, mesmo sem subsídios, se combinarmos com o uso

eficiente que permita ao construtor do prédio revender o excesso de energia

quando estiver abundante e mais cara nas tardes de sol.

O recurso energético eólico tem tido um desenvolvimento positivo, tendo

em conta um cenário de restrição ambiental moderada. Apesar deste potencial,

existem condicionalismos em especial de circulação atmosférica/ventos para o

seu desenvolvimento, bem como problemas de ligação à rede (uma vez que os

locais com maior potencial se encontram em locais remotos ou servidos por

redes fracas, muitas vezes o escoamento de energia só é conseguido através

da construção de novas linhas, o que eleva os custos ou até inviabiliza as

operações, sendo também problemática a gestão da atribuição dos pontos de

interligação) e de impacte ambiental (as principais incidências ambientais

habitualmente apontadas são o ruído, o impacto visual e a influência na fauna

avícola).

A energia hídrica debate-se com condicionalismos dos regimes

hidrológicos/climáticos, ambientais e de alterações climáticas, pois para a

conversão em energia eléctrica a energia cinética da água e transformada em

energia cinética de rotação da turbina hidráulica, e esta energia mecânica da

turbina finalmente em energia eléctrica. A cada processo estará associado um

Page 53: Portfólio Individual Cláudia Martins

rendimento na ordem dos 80%, dependendo da tecnologia empregue. A

disponibilidade anual deste recurso depende da quantidade de água disponível

para turbinar, sendo factores determinantes a pluviosidade, o regime de

funcionamento e de elaboração (com ou sem armazenamento) e a bacia

hidrográfica.

A energia da biomassa tem uma fraca produção e utilização que se deve

a uma série de constrangimentos de caris não tecnológico: escassez de terra

disponível para a produção das culturas fonte, criando uma falta de matéria-

prima, apesar de, por vezes, as culturas estarem condenadas a ficar na terra

ou a irem para o lixo por falta de qualidade, quando o potencial energético

poderia significar um lucro considerável, sobretudo evitar incêndios florestais.

Energia das ondas: As zonas costeiras portuguesas (em especial a

costa ocidental do continente e as ilhas dos Açores) têm condições naturais

entre as mais favoráveis em qualquer parte do mundo para o aproveitamento

da energia das ondas: recurso abundante (cerca de 25-30 kW/m média anual),

plataforma continental estreita (inexistente nos Açores) (ou seja águas

profundas na proximidade da costa), consumo e rede eléctrica concentrados

junto à costa do continente.

No entanto existem uma série de barreiras ao desenvolvimento deste

tipo de energia renovável:

- A passagem da fase de ensaios em laboratório para a

demonstração com protótipo em mar real é fortemente dispendiosa, requer

uma longa preparação e envolve riscos de vária ordem.

- O desenvolvimento de um sistema do tipo em questão, passando

pelo projecto construção e operação de protótipo, até ao limiar da

comercialização, requer a participação e coordenação duma equipa

multidisciplinar, envolvendo empresas e instituições de I&D. Existe pouca

experiência e tradição de empreendimentos deste tipo em Portugal.

A energia geotérmica poderá vir a ter um melhor aproveitamento com a

aplicação de Bombas de Calor Geotérmicas (BCG) reversíveis, que aproveitam

o calor a partir de aquíferos ou das formações geológicas através de

permutadores instalados no subsolo, permitido utilizações de aquecimento e

climatização, que poderá representar um potencial de 12 MWt.

Page 54: Portfólio Individual Cláudia Martins

Situação actual: a União Europeia possui um forte potencial no domínio

das energias renováveis, que explora de forma desigual e insuficiente. Este

sector, particularmente sensível às evoluções políticas, representa actualmente

6% do consumo energético interno bruto e poderá representar 7,4 a 9% em

2010.

Vantagens de se recorrer às fontes de energia renováveis:

• É congruente com a estratégia global de desenvolvimento

sustentável;

• Permite reduzir a dependência da União Europeia das

importações de energia e assegurar assim a segurança do

aprovisionamento;

• Contribui para melhorar a competitividade global da indústria

europeia;

• Tem efeitos positivos no desenvolvimento regional e no emprego;

• A opinião pública é favorável.

A generalização da utilização das energias renováveis confronta-se

com os seguintes obstáculos:

• Os custos de investimento são elevados e os períodos de

recuperação muito longos;

• Os diferentes actores envolvidos na tomada de decisões que

afectam o sector das energias renováveis conhecem mal o potencial

destas;

• Uma atitude de resistência geral às mudanças;

• Os problemas técnicos e económicos de ligação às redes de

electricidade centralizadas não têm actualmente solução;

• Existem dificuldades associadas às flutuações sazonais de certas

energias (eólica e solar);

• Algumas energias (os biocombustíveis) requerem uma infra-

estrutura apropriada.

Verifica-se que o ritmo de evolução da tecnologia é mais elevado do que

o ajuste da reorganização da sociedade face às inovações. Pois, as energias

renováveis, para serem utilizadas de uma forma rentável, generalizada,

competitiva com as outras energias fósseis dominantes, exigem uma

reorganização de infra-estruturas na forma de organização da sociedade. As

Page 55: Portfólio Individual Cláudia Martins

energias renováveis quase que têm o dom da ubiquidade, estão distribuídas de

uma forma mais equitativa a nível global; o que não acontece com as fósseis e

favoreceram o desenvolvimento dos grandes aglomerados populacionais,

urbanos e industriais, ultrapassando os limites das vantagens em termos, pelo

menos, de qualidade de vida.

As energias renováveis são compatíveis com uma desconcentração e

descentralização das várias funções inerentes aos desmesurados núcleos

urbanos, e favorecem a dispersão de poderes dos que detêm ao controlo das

fontes de energia fósseis.

O Livro Verde da União Europeia fixa um objectivo ambicioso: duplicar

em 15 anos a contribuição das energias renováveis para o consumo energético

interno bruto (ou seja, 12% em 2010), o que permitiria a criação líquida de mais

de 500 000 postos de trabalho. Tal objectivo implica um envolvimento total por

parte dos Estados-membros. Tal objectivo exige o reforço das políticas

comunitárias:

• Mercado interno da energia (sistemas de créditos, harmonização

fiscal, auxílios estatais, normalização);

• Ajudas financeiras específicas (programa ALTENER: 40 milhões

de ecus para 1993-1997);

• Reforço da vertente das energias renováveis nos programas de

investigação e desenvolvimento (programas JOULE e THERMIE);

• Política regional favorável à promoção destas energias,

particularmente nas zonas periféricas e rurais;

• Política agrícola compatível, que apoie a produção e o

desenvolvimento das fontes de energia sustentáveis;

Utilização dos potenciais para o desenvolvimento económico dos países

da Europa

A energia solar térmica utiliza a radiação do Sol para produzir calor que

depois pode ser usado para aquecimento doméstico de água e climatização.

Actualmente já existem plataformas semelhantes para a energia fotovoltaica,

hidrogénio, pilhas de combustível, biocombustíveis. O objectivo das

plataformas europeias de tecnologia é desenvolver e implementar uma visão

Page 56: Portfólio Individual Cláudia Martins

comum para um determinado sector ou área. Para isso, é necessário elaborar

um programa de investigação a longo prazo.

Investigação: O primeiro reactor nuclear experimental de fusão nuclear

vai ser instalado em França, mais concretamente em Cadarache, no sul do

país, decidiram em Moscovo os parceiros do projecto ITER (Internacional

Thermonuclear Experimental Reactor). O reactor estará concluído em 2018.

Prevê-se que lá para meados do século XXI a energia nuclear de fusão possa

ser comercializada e o seu consumo generalizado, em competição com as

restantes energias. A energia de fusão nuclear tem três grandes vantagens: é

inesgotável, é amiga do ambiente e é segura. Diz Carlos Varandas, presidente

do Centro de Fusão Nuclear, in entrevista ao DN em 25 de Junho de 2006.

Sendo assim, esta fonte de energia poderia ser também considerada

renovável. Lê-se mais à frente na mesma entrevista: “o hidrogénio e a fusão

nuclear são as energias do futuro.” Na mesma entrevista, diz Carlos Varandas:

“É um facto que está a haver uma mudança em todo o mundo, e representativo

disso é, por exemplo, o muito recente Livro Verde da Energia, lançado em

Bruxelas, onde é dito claramente que é preciso desenvolver todas as formas de

energia, incluindo a nuclear. Está provado que as Energias Renováveis são

óptimas, embora o preço do quilowatt/hora de algumas seja caro, mas também

é certo que não permitem responder às necessidades energéticas da

humanidade.”. Por enquanto, com as tecnologias e organização de infra-

estruturas que temos. O problema da energia é um problema global e de todos

nós, tal qual é o problema das alterações climáticas, e estão intimamente

relacionados entre si pela questão do CO2, relacionados com o crescimento e

desenvolvimento da população bem como as inovações técnicas.

A tendência de descarbonização manifestada, preocupação política e

económica, deverá ser reforçada por mais eficiência na conversão, na

distribuição e no uso de energia; por exemplo, combinar a produção de calor e

electricidade pode fornecer duas vezes mais trabalho útil. Se, tanto a eficiência

quanto a energia renovável crescer mais depressa do que a economia, as

emissões de carbono cairão e o aquecimento global diminuirá. Em contraste, a

energia nuclear é uma solução mais lenta e cara. Obter um quilowatt-hora de

uma usina nuclear custa pelo menos três vezes mais do que economizá-lo com

Page 57: Portfólio Individual Cláudia Martins

medidas de eficiência. In Scientific American, Mais Lucro com menos Carbono,

por Amory B. lovins.

O valor dos recursos depende largamente da capacidade, do

engenho/técnica e da experiência e ciência do homem em saber detectá-los. A

divulgação da sua utilização só se manifesta quando a sua necessidade é

reconhecida, como no caso da madeira e do ferro para a construção de barcos.

No passado, o homem preocupava-se com a posse de minerais, de carvão e

de borracha. Alguns países chegaram a envolver-se em guerras para poderem

controlar a disponibilidade dos produtos. Hoje, as necessidades humanas são

um pouco diferentes. O homem já não depende apenas das fontes locais para

obter os recursos, e o melhoramento de meios de transporte reduziu o custo

das matérias-primas para a indústria. Apesar disso, o princípio continua a ser o

mesmo: prosseguir a procura activa e contínua de novos recursos susceptíveis

de aproveitamento e de aplicação em larga escala, tendo em consideração o

valor dos recursos renováveis, tais como os produtos animais e vegetais

necessários à alimentação do homem. E com o mesmo princípio, o homem

estrutura a organização socioeconómica da sociedade centrada nos recursos

energéticos e o domínio dos territórios com base nessa detenção e poder,

desencadeando conflitos regionais subjacentes a uma geopolítica mundial. A

organização da sociedade também evolui e sofre mudanças. Se as energias

renováveis, que são, por natureza mais equitativamente distribuída

espacialmente, ocuparem o papel dominante das fósseis, terão

necessariamente consequências na organização das sociedades, nas relações

sociais de produção e sua distribuição na superfície terrestre.

Nas últimas décadas as questões ambientais têm tido uma relevância

cada vez maior na vida da nossa sociedade. Portugal assinou e ratificou

diversas convenções internacionais e entraram em vigor muitas directivas

comunitárias que influenciaram positivamente as políticas nacionais na área do

ambiente. A rede nacional de áreas protegidas cresceu, foram designados os

sítios da rede natura 2000 e aprovou-se uma estratégia nacional de

conservação da natureza e da biodiversidade. Há sem dúvida casos de

sucesso na recuperação da nossa biodiversidade como o crescimento da

população de cegonha branca, o regresso de algumas aves que estavam

extintas como nidificantes, caso do abutre-negro ou da águia imperial,

Page 58: Portfólio Individual Cláudia Martins

assistimos à expansão da galinha sultana e à recuperação da foca monge mas

muitas vezes tal deveu-se mais a factores laterais e não tanto a uma actuação

proactiva no domínio da conservação. Na prática, tem sido difícil integrar a

conservação da biodiversidade nas diversas políticas sectoriais e este sector

não tem tido os recursos financeiros e humanos necessários para a efectiva

implementação de estratégias, planos e acções que concretizem os objectivos

definidos. Os exemplos negativos prosperam, com inúmeras áreas importantes

ainda sem estarem classificadas, muitas áreas protegidas sem planos de

ordenamento e gestão, o Plano Sectorial para a Rede Natura 2000 por aprovar,

espécies emblemáticas como o lince – ibérico praticamente extinto, e na

generalidade sem que existam os recursos que permitam uma eficaz gestão

dos sítios a proteger e os planos de conservação de espécies a implementar.

“Uma pegada cada vez menos ecológica

Cláudia Fulgêncio

Têm sido feitas estimativas da apropriação, por parte da população

humana, das áreas biologicamente produtivas da Terra. Conheça o

http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=633&articleID=1799

Page 59: Portfólio Individual Cláudia Martins

tamanho da Pegada Ecológica da população mundial e, particularmente, da

população portuguesa.

A Pegada Ecológica constitui uma forma de medir o impacte humano na

Terra. Este conceito, desenvolvido por Mathis Wackernagel e William Rees,

autores do livro “Our Ecological Footprint – Reducing Human Impact on the

Earth” (1996), exprime a área produtiva equivalente de terra e mar

necessária para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos

gerados por uma dada unidade de população. Pode ser calculada para um

indivíduo, uma comunidade, um país, ou mesmo para a população mundial.

Dito de outra forma, a Pegada Ecológica avalia a extensão com que uma

dada população se apropria do espaço biologicamente produtivo. Uma vez

que as pessoas usam recursos de todas as partes do mundo, e afectam

locais cada vez mais distantes com os seus resíduos, esse espaço é,

geralmente, o somatório de uma série de pequenas áreas distribuídas por

todo o planeta que, na sua totalidade, tem vindo a aumentar. A figura 1

mostra que a Pegada Ecológica da população mundial cresceu 50%, entre

1970 e 1997.

Figura 1 – Crescimento da Pegada Ecológica Mundial entre 1961 e

1997.

Fonte: www.panda.org/livingplanet/lpr00/ecofoot.cfm

Page 60: Portfólio Individual Cláudia Martins

Para calcular a Pegada Ecológica é necessário estimar o consumo de

bens e serviços e a produção de resíduos da unidade de população em

estudo. Esses bens e serviços incluem várias categorias, como os

alimentos, o vestuário, o transporte, a energia, o lazer, a habitação, os

produtos com origem na madeira (lenha, papel, mobiliário...), etc.

Posteriormente, estima-se a área necessária à produção de cada item,

dividindo a média anual de consumo desse item, pela média da sua

produtividade. Cada uma dessas áreas é considerada equivalente a um tipo

de área biologicamente produtiva, e a sua soma constitui a Pegada

Ecológica. As áreas biologicamente produtivas consideradas são as

seguintes: área cultivada; área de pasto; área de floresta; área de recursos

marinhos; área construída e área de floresta necessária para absorver as

emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de combustíveis

fósseis. De notar que, nos estudos até aqui realizados, ainda não foi

possível entrar em consideração com variáveis importantes, como os

consumos de água e a libertação de poluentes tóxicos, por insuficiência de

dados, pelo que os valores das Pegadas Ecológicas apresentados têm sido

subestimados.

Relacionando a apropriação de espaço com a superfície biologicamente

produtiva da Terra, a Pegada Ecológica clarifica os limites da expansão

humana e dos seus níveis de consumo.

A Terra tem uma superfície de 51 biliões de hectares, dos quais 36,3

biliões são mar e 14,7 biliões são terra. Segundo dados do “Living Planet

Report 2000” (www.panda.org/livingplanet/lpr00), em 1996, existiam 12,6

biliões de hectares de terra biologicamente produtivos, distribuídos da

seguinte forma: 1,3 biliões de hectares de área cultivada; 4,6 biliões de

hectares de área de pasto; 3,3 biliões de hectares de área de floresta; 3,2

biliões de hectares de área de recursos marinhos; 0,2 biliões de hectares

de área construída.

Page 61: Portfólio Individual Cláudia Martins

Dividindo a área produtiva pela população mundial, que em 1996 era de

5,7 biliões de habitantes, cada pessoa teria disponíveis, se os recursos

fossem equitativamente distribuídos, 2,2 hectares de área para satisfação

das suas necessidades de consumo e assimilação dos seus resíduos. Essa

área seria ainda menor, tomando em consideração o espaço necessário à

vida dos cerca de 15 milhões de espécies que povoam o Planeta. De

acordo com a Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento, e

com os autores do “Brundtland Report: Our Common Future” (1987), pelo

menos 12% do espaço biologicamente produtivo deve ser preservado para

a protecção da biodiversidade.

Com base no estudo “Ecological Footprints and Ecological Capacities of

152 Nations: The 1996 Update” (www.rprogress.org/ef/LPR2000), em 1996,

a Pegada Ecológica Mundial foi de 2,85 ha per capita (não considerando a

área necessária às restantes espécies), o que excedeu em cerca de 30% o

espaço biologicamente produtivo da natureza no mesmo ano. Esta situação

é largamente atribuível ao consumo de quarta parte da população mundial,

que utiliza cerca de 75% dos recursos globais disponíveis. Esta realidade

encontra-se representada na figura 2, onde se apresentam as Pegadas

Ecológicas de sete regiões do mundo - América do Norte, Europa

Ocidental, Europa Central e de Leste, Médio Oriente e Ásia Central,

América Latina e Caraíbas, Ásia/Pacífico e África. A altura das colunas é

proporcional à Pegada Ecológica da região, e a largura à sua população,

verificando-se que a Pegada Ecológica de um consumidor médio numa

região industrializada é muito superior à de um consumidor de um país com

baixo nível de rendimento.

Page 62: Portfólio Individual Cláudia Martins

Figura 2 – Pegada Ecológica por região, em 1996

Fonte: www.panda.org/livingplanet/lpr00/ecofoot.cfm

Recorrendo ainda à análise dos resultados do estudo “Ecological

Footprints and Ecological Capacities of 152 Nations: The 1996 Update”,

realizado com base em dados da “Food and Agriculture Organization” e de

outras organizações das Nações Unidas, dos 152 países com mais de um

milhão de habitantes, os 10 com maior Pegada Ecológica foram,

respectivamente: Estados Unidos (10,3 ha/capita); Austrália (9 ha/capita);

Canadá (7,7 ha/capita); Nova Zelândia (7,6 ha/capita); Islândia (7,4

ha/capita); Singapura (7,2 ha/capita); Noruega (6,2 ha/capita); Hong Kong

(6,1 ha/capita); Finlândia (6,0 ha/capita) e Rússia (URSS, na altura) (6,0 ha

/capita). Destes, os Estados Unidos, Singapura, Hong Kong e Rússia

mostraram-se, de acordo com a sua biocapacidade, ou seja, capacidade

produtiva potencial, incapazes de satisfazer as suas necessidades internas,

apresentando assim um défice ecológico (considerando a responsabilidade

pela preservação da biodiversidade de 12%: Défice Ecológico =

Biocapacidade - Pegada Ecológica / 88%).

Os 10 países com a Pegada Ecológica per capita mais baixa foram o

Peru (1,6 ha/capita); a Nigéria e as Filipinas (1,5 ha/capita); a Indonésia

(1,4 ha/capita); a China e o Egipto (1,2 ha/capita); a Etiópia, a Índia e o

Paquistão (0,8 ha/capita) e, finalmente, o Bangladesh (0,5 ha/capita).

Destes, só o Peru e a Indonésia não apresentaram défice ecológico.

Page 63: Portfólio Individual Cláudia Martins

A Pegada Ecológica encontrada para Portugal foi de 5,0 ha/capita,

integrando as seguintes componentes: 1,2 ha/capita de área cultivada; 0,7

ha/capita de área de pasto; 0,5 ha/capita de área de floresta; 0,2 ha/capita

de área de recursos marinhos; 0,4 ha/capita de área construída; 2 ha/capita

de área de floresta necessária para absorver as emissões de dióxido de

carbono associadas ao consumo de combustíveis fósseis. Com uma

biocapacidade de 2,2 ha/capita, o nosso país apresentou um défice

ecológico de 3,4 ha/capita.

Existem algumas páginas que possibilitam uma estimativa da Pegada

Ecológica individual, por exemplo,

www.ecologyfund.com/registry/ecology/res_bestfoot.html (para cidadãos

europeus, dos Estados Unidos e Austrália);

www.rprogress.org/programs/sustainability/ef/calculate.html (para cidadãos

dos Estados Unidos) e www.rco.on.ca/ecofootprint.html (para cidadãos do

Canadá).

A apropriação crescente dos recursos que a natureza disponibiliza, por

parte da população humana, principalmente pelos países mais

desenvolvidos, é uma realidade a que urge dar resposta, através da

alteração dos hábitos de consumo e da preservação dos ecossistemas.

Caso contrário, de acordo com as projecções de aumento da população

mundial (nove mil milhões em 2100, de acordo com um artigo da revista

“Nature”, de 2 de Agosto de 2001) e com a aceleração das alterações

ecológicas à escala regional e global, na forma de alterações climáticas,

redução da camada de ozono, perda de solos produtivos, de recursos

hídricos subterrâneos e de biodiversidade, desflorestação e sobre-

exploração de recursos pesqueiros, corre-se o risco da “Pegada da

Humanidade” esmagar a Terra que a sustenta.

Bibliografia

www.rprogress.org/ef/LPR2000/

Page 64: Portfólio Individual Cláudia Martins

www.panda.org/livingplanet/lpr00/ecofoot.cfm

www.bestfootforward.com

www.dieoff.org/page110.htm

www.demesta.com/ecofoot/eng/engframe.htm

www.cul.slu.se/english/reselu/ecofoot.html

bcn.boulder.co.us/basin/local/sustain6.html

www.ecouncil.ac.cr/rio/focus/report/english/footprint/ranking.htm”

In Naturlink

(http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3490&bl=1&viewall=tru

e#Go_1)

A pegada ecológica é uma forma de medir o impacte humano no

planeta Terra.

Na minha opinião, é muito importante, uma vez que o Homem utiliza

os recursos existentes para a sua vida diária, tomando como certos os

recursos que a Terra dá, causando danos, por vezes irreparáveis.

A minha Pegada Ecológica:

Água

Energia

Transportes

Resíduos

Alimentação e compras

Escala

Legenda:

- Está no bom caminho. As suas respostas reflectem atitudes ambientalmente responsáveis. Utilize os seus

bons exemplos e convença os outros a agir como faz no dia-a-dia. No entanto, tal não o impede de melhorar um

ou outro aspecto. Reveja novamente as respostas.

- Já se preocupa com algumas questões ambientais, mas ainda pode contribuir mais . Leia novamente as

dicas para melhorar o seu impacto ambiental.

- Será que põe o seu conforto acima de tudo e de todos? Mesmo sem alterar o conforto a que está habituado,

pode reduzir o seu impacto ambiental. Não perca tempo e comece já hoje.

Page 65: Portfólio Individual Cláudia Martins

Actualmente, os indicadores de desenvolvimento sustentável são

indispensáveis para fundamentar as tomadas de decisão aos mais diversos

níveis e nas mais diversas áreas. Surgem por todo o mundo, iniciativas e

projectos, com vista à definição de indicadores de desenvolvimento sustentável

para um variado leque de finalidades de gestão, ao nível do desenvolvimento

local, regional e nacional.

A Agência Europeia do Ambiente (AEA) tem sido pioneira nestas

matérias, desenvolvendo um conjunto de trabalhos e estimulando a

sistematização e comparabilidade da informação nos diversos países

abrangidos pela sua acção, procurando criar sinergias com outros organismos

como, a Eurostat e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Económico (OCDE).

Os indicadores e índices podem servir um conjunto alargado de

aplicações consoante os seus objectivos. Destacam-se as seguintes:

• Atribuição de recursos – suporte de decisões, ajudando os

decisores ou gestores na atribuição de fundos, alocação de recursos

naturais e determinação de prioridades;

• Classificação de locais – comparação de condições em diferentes

locais ou áreas geográficas;

• Cumprimento de normas legais – aplicação a áreas específicas

para clarificar e sintetizar a informação sobre o nível de cumprimento

das normas ou critérios legais;

http://www.ecosdotocantins.com.br/upload/imagens/6273.jpg

Page 66: Portfólio Individual Cláudia Martins

• Análise de tendências – aplicação a séries de dados para detectar

tendências no tempo e no espaço;

• Informação ao público – informação ao público sobre os

processos de desenvolvimento sustentável;

• Investigação científica – aplicações em desenvolvimentos

científicos servindo nomeadamente de alerta para a necessidade de

investigação científica mais aprofundada.

A OCDE apresenta 4 grandes grupos de aplicações de indicadores:

� Avaliação do funcionamento dos sistemas ambientais;

� Integração das preocupações ambientais nas políticas sectoriais;

� Contabilidade ambiental;

� Avaliação do estado do ambiente.

Considera-se importante apresentar alguns dos principais conceitos

associados à utilização de indicadores e índices de desenvolvimento

sustentável, de forma a esclarecer algumas das dúvidas que a aplicação deste

tipo de ferramenta pode suscitar:

Parâmetro – corresponde a uma grandeza que pode ser medida com

precisão ou avaliada qualitativamente/quantitativamente, e que se considera

relevante para a avaliação dos sistemas ambientais, económicos, sociais e

institucionais;

Indicador – parâmetros seleccionados e considerados isoladamente ou

combinados entre si, sendo de especial pertinência para reflectir determinadas

condições dos sistemas em análise (normalmente são utilizados com pré -

tratamento, isto é, são efectuados tratamentos aos dados originais, tais como

médias aritméticas simples, percentis, medianas, entre outros);

Sub-índice – constitui uma forma intermédia de agregação entre

indicadores e índices; pode utilizar métodos de agregação tais como os

discriminados para os índices.

Índice – corresponde a um nível superior de agregação, onde após

aplicado um método de agregação aos indicadores e/ou aos sub-índices é

obtido um valor final; os métodos de agregação podem ser aritméticos (ex.

linear, geométrico, mínimo, máximo, aditivo) ou heurísticos (ex. regras de

decisão); os algoritmos heurísticos são normalmente preferidos para aplicações

Page 67: Portfólio Individual Cláudia Martins

de difícil quantificação, enquanto os restantes algoritmos são vocacionados

para parâmetros facilmente quantificáveis e comparáveis com padrões.

De acordo com a classificação da OCDE (1993), os indicadores

ambientais podem ser sistematizados pelo modelo Pressão/Estado/Resposta,

que assenta em 3 grupos chave de indicadores:

� Pressão – caracterizam as pressões sobre os sistemas ambientais; são

traduzidos por indicadores de emissão de contaminantes, eficiência

tecnológica, intervenção no território e de impacte ambiental;

� Estado – reflectem a qualidade do ambiente num dado horizonte

espaço/tempo; são exemplos: os indicadores de sensibilidade, risco e

qualidade ambiental;

� Resposta – avaliam as respostas da sociedade às alterações e

preocupações ambientais, bem como à adesão a programas e/ou à

implementação de medidas em prol do ambiente; são incluídos neste

grupo os indicadores de adesão social, de sensibilização e de

actividades de grupos sociais importantes.

As principais vantagens e limitações da aplicação de indicadores e

índices de desenvolvimento sustentável são:

Vantagens:

� Avaliação dos níveis de desenvolvimento sustentável.

� Capacidade de sintetizar a informação de carácter

técnico/científico;

� Identificação das variáveis-chave do sistema;

� Facilidade de transmitir a informação;

http://www.apambiente.pt/SiteCollectionImages/Imagens%201%C2%BA%20N%C3%AD

vel/Instrumentos/SIDS.jpg

Page 68: Portfólio Individual Cláudia Martins

� Bom instrumento de apoio à decisão e aos processos de

gestão ambiental;

� Sublinhar a existência de tendências;

� Possibilidade de comparação com padrões e/ou metas pré--

definidas.

Desvantagens:

� Inexistência de informação base;

� Dificuldades na definição de expressões matemáticas que

melhor traduzam os parâmetros seleccionados;

� Perda de informação nos processos de agregação dos dados;

� Diferentes critérios na definição dos limites de variação do

índice em relação às imposições estabelecidas;

� Ausência de critérios robustos para selecção de alguns

indicadores;

� Dificuldades na aplicação em determinadas áreas como o

ordenamento do território e a paisagem.

O processo de selecção dos indicadores deve seguir um conjunto de

critérios objectivos, exequíveis e verificáveis que justifiquem a escolha

efectuada. Os indicadores escolhidos devem reflectir o significado dos dados

na forma original, satisfazendo, a conveniência da escolha e a precisão e

relevância dos resultados. Alguns dos critérios que podem presidir a tais

processos de selecção são:

� Existência de dados base;

� Possibilidade de inter-calibração;

� Possibilidade de comparação com critérios legais ou outros

padrões/metas existentes;

� Facilidade e rapidez de determinação e interpretação;

� Grau de importância e validação científica;

� Sensibilidade do público-alvo;

� Custo de implementação;

� Possibilidade de ser rapidamente actualizado.

A maioria dos indicadores não satisfaz todos os critérios desejáveis, pelo

que deverá haver um compromisso de optimização entre os critérios possíveis

de garantir e aqueles que são tidos como mais relevantes para cada caso.

Page 69: Portfólio Individual Cláudia Martins

Os sistemas de indicadores actualmente disponíveis à escala mundial

são maioritariamente baseados na avaliação dos aspectos ambientais, sendo

que os aspectos sociais, económicos e institucionais, e estes últimos, são

frequentemente ignorados.

O Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde (PNAAS), coordenado

pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Direcção-Geral da Saúde

(DGS), visa melhorar a eficácia das políticas de prevenção, controlo e redução

de riscos para a saúde com origem em factores ambientais, promovendo a

integração do conhecimento e a inovação contribuindo também para o

desenvolvimento económico e social do país.

No PNAAS são propostos objectivos, vectores de intervenção e acções

programáticas, sintetizadas em fichas de projecto, desenvolvidas nos seus

Domínios Prioritários de intervenção. Os objectivos do PNAAS são:

� Intervir ao nível dos factores ambientais para promover a saúde do

indivíduo e das comunidades a eles expostos;

� Sensibilizar, educar e formar os profissionais e a população em geral, de

forma a minimizar os riscos para a saúde associados a factores

ambientais;

� Promover a adequação de políticas e a comunicação do risco;

� Construir uma rede de informação que reforce o conhecimento das inter-

relações Ambiente e Saúde.

Os domínios prioritários do PNAAS são: água; ar; solo e sedimentos;

químicos; alimentos; ruído; espaços construídos; radiações e fenómenos

meteorológicos.

Page 70: Portfólio Individual Cláudia Martins

Referências Bibliográficas:

1. http://www.incineracao.online.pt/efeito-de-estufa-e-o-aquecimento-global

2. http://www.incineracao.online.pt/poluicao-combate-ao-aquecimento-

global-pela-uniao-europeia

3. http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/desflore.htm

4. http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/causas.htm

5. http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0027_altglobais/#A

6. http://dme.uma.pt/people/faculty/herlander.lima/Doc%20ImpactesAmbien

tais/10Sistema%20Indicadores%20Desenvol%20Sustentavel.pdf

7. http://www.infopedia.pt/$recursos%20renov%c3%a1veis

8. http://www.minerva.uevora.pt/odimeteosol/energias.htm

9. http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categ

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10. http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3490&bl=1&viewall=tr

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