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Portal Educacional do Estado do Paraná em 06 dez 2008 Em análise pela Equipe de Validação (ciclo 2) Proposta N°7560 Situação do APC: Rascunho Autor: DIRCE YOKO SUZUQUE KANAWA Estabelecimento: ADAILE M.LEITE, C E - E FUND MEDIO Ensino: E F ANOS FINAIS Disciplina: EDUCACAO FISICA Conteúdo: JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS Cor do conteúdo: Paraná Título: Trabalho Infantil e o direito de brincar. Texto: No Paraná estão sendo desenvolvidas políticas públicas e projetos de luta para assegurar o direito à infância e adolescência não atreladas ao ideário do mercado de trabalho capitalista. A respeito Frigotto (2002, p.25) alerta para a necessidade de abominar e lutar contra a exploração do trabalho assalariado infanto-juvenil questionando e denunciando: Como tirar milhares de crianças e jovens do trabalho explorado, se aí estão não por sua escolha ou de seus genitores (aqueles que os têm reconhecidos), mas por necessidades de sobrevivência? No Brasil, de acordo com Pochmann (1998), são 2,9 milhões de crianças, entre 10 e 14 anos, que necessitam “abandonar a escola para buscar alguma forma de sobrevivência através do trabalho”. Proibir o trabalho infantil simplesmente não resolve, pode inclusive piorar sua vida e de sua família. É necessário, também, garantir, como direito básico, emprego ou trabalho e renda dignos aos adultos. - Em NOTÍCIAS conheça o Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e defesa da Criança e do Adolescente - PCA que vem contribuindo para alterar o panorama da exploração do Trabalho Infantil e de crianças em situação de risco social. - As situações que afetam diretamente o trabalho pedagógico na escola, devem também ser discutidas pela educação física se o que se deseja é uma sociedade diferente da que temos. Nos educadores precisamos nos capacitar para ajudar os educandos a ler criticamente a realidade que se mostra cada vez mais excludente, lutando por práticas que não

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Portal Educacional do Estado do Paraná em 06 dez 2008 Em análise pela Equipe de Validação (ciclo 2)

Proposta N°7560

Situação do APC: Rascunho

Autor: DIRCE YOKO SUZUQUE KANAWA

Estabelecimento: ADAILE M.LEITE, C E - E FUND MEDIO

Ensino: E F ANOS FINAIS

Disciplina: EDUCACAO FISICA

Conteúdo: JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS

Cor do conteúdo:

Paraná

Título: Trabalho Infantil e o direito de brincar.

Texto: No Paraná estão sendo desenvolvidas políticas públi cas e projetos de luta para assegurar o direito à infância e adolescê ncia não atreladas ao ideário do mercado de trabalho capitalista. A respe ito Frigotto (2002, p.25) alerta para a necessidade de abominar e lutar contra a exploração do trabalho assalariado infanto-juvenil questionand o e denunciando: Como tirar milhares de crianças e jovens do trabalh o explorado, se aí estão não por sua escolha ou de seus genitores (aqu eles que os têm reconhecidos), mas por necessidades de sobrevivênci a? No Brasil, de acordo com Pochmann (1998), são 2,9 milhões de cria nças, entre 10 e 14 anos, que necessitam “abandonar a escola para buscar alguma forma de sobrevivência através do trabalho”. Proibir o trabal ho infantil simplesmente não resolve, pode inclusive piorar sua vida e de sua família. É necessário, também, garantir, como direi to básico, emprego ou trabalho e renda dignos aos adultos. - Em NOTÍCIAS conheça o Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e defesa da Criança e do Adolescente - PCA que vem contribuindo para alterar o panorama da exploração do Trabalho Infantil e de crianças em situação de risco social. - As situações que afetam diretamente o trabalho pe dagógico na escola, devem também ser discutidas pela educação física se o que se deseja é uma sociedade diferente da que temos. Nos educado res precisamos nos capacitar para ajudar os educandos a ler critic amente a realidade que se mostra cada vez mais excludente, lutando por práticas que não

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reforcem os princípios vigentes dessa sociedade e a nalisando com critério as práticas alternativas ou compensatórias na esfera econômica, social e educacional. "Tratar dos grandes problemas sócio-políticos atuai s não significa um ato de doutrinamento. Não é isso que estamos propon do. Defendemos para a escola um aproposta clara de conteúdos do po nto de vista da classe trabalhadora, conteúdo este que viabilize a l eitura da realidade estabelecendo laços concretos com projetos político s de mudanças sosciais" (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p.63). - Se brincar é um direito constitucional da criança , então cabe a nos adultos garantir o exercício desse direito ampliand o o conhecimento deste em todas as suas dimensões. A Constituição Fe deal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente garantem e pro tegem o direito da criança e do adolescente de serem eles próprios. Referências: - COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física . são Paulo: cortez, 1993. - Frigotto, G. CIAVATTA, M. (orgs). A experiência do trabalho e a educação básica . Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

--------------- Arquivo anexado: 7560_Programa_de_Erradicacao_do_Trabalho_Infan.doc --------------- PCA - Projeto da UEM quer garantir direitos da criança e do adolescente

Convencer a sociedade que todos somos responsáveis pelo presente e futuro da juventude é o enfoque principal da equipe do PCA, que envolve ações junto a crianças e adolescentes em risco social e em parceria com o poder público

Ana Paula Machado

Você sabe que aquelas crianças que lhe abordam no semáforo são também responsabilidade sua? Não estamos falando de ações de arrecadação de recursos, em campanhas de televisão, mas de entender que a nossa cultura, centrada no adulto, vem negligenciado os direitos de meninos e meninas. Nossa sociedade vem, há séculos, entendendo a infância e a juventude como um grupo que deve obedecer, respeitar, acatar, ser dominado. Para ajudar a modificar este cenário foi criado na UEM o Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente. Conhecido como PCA, a iniciativa já gerou dezenas de projetos. Um dos últimos vem fazendo muito sucesso. É a peça de teatro A Turma da Helena. O espetáculo estreou em julho, no Teatro Barracão, e vai ser atração especial da Semana da Criança Cidadã. O evento faz parte do calendário oficial do PCA e, este ano, diversas atividades serão desenvolvidas no anfiteatro Ney Marques, no campus da UEM, entre os dias 15 e 17 de outubro.

A peça é resultado de uma série de ações do PCA, que tem como foco a divulgação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A professora do Departamento de Educação Física da UEM, Verônica Regina Müller, explica que o grupo de teatro surgiu como uma idéia complementar ao gibi. Entre os

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vários projetos que a equipe do PCA participa (ver página ao lado) está a capacitação de professores para o trabalho com crianças e adolescentes. Por meio de um convênio com o governo federal, a equipe ministrou um curso em Maringá. Foi nesta oportunidade que sentiu a necessidade de desenvolver material pedagógico para divulgar o ECA, não só para os educadores, mas também para o público infanto-juvenil. O resultado foi um

gibi, chamado A Turma da Helena: uma aventura pelo mundo do ECA. A publicação foi elaborada em conjunto com o Projeto de Extensão Crianças e Adolescentes nas Ruas: do não ser para o ser – a arte de sobreviver, do Departamento de Psicologia da UEM. Nele, o Estatuto é apresentado por meio de uma peça de teatro de autoria de Tisley Barbosa e Rosita Generoso. Do texto, constam três músicas. Tisley acabou gravando essas canções em um CD, com membros do Movimento de Meninos e Meninas de Rua, que participam das ações do PCA em diversas comunidades de Maringá. O CD foi anexado ao gibi e se transformou em mais um objeto de trabalho do Programa, dos próprios adolescentes do Movimento e, agora, está sendo distribuído gratuitamente a educadores, escolas, ONGs e entidades que trabalham com crianças e adolescentes.

“Numa das reuniões do grupo de Meninos e Meninas de Rua, surgiu a discussão de que muita gente fala de problemas em suas músicas, mas agem pouco. No final, eles se deram conta que estavam criticando os músicos, mas também pouco se mobilizavam, na prática. Daí, inspirados no gibi, sugeriram encenar uma peça de teatro como instrumento de conscientização. Como já existia a estória, só faltava alguém que pudesse coordenar o grupo de teatro. O professor de teatro Tisley entrou no projeto e o resultado é um trabalho de nível profissional, que já ganhou o público”, comemora a professora Verônica. A iniciativa fez tanto sucesso que o grupo foi contratado pela secretaria da Criança e do Adolescente como parte da programação da Conferência Estadual da Criança do Estado do Paraná, que aconteceu em Faxinal do Céu, nos dias 15 a 19 de outubro.

Mobilização - Entre os objetivos do PCA está o de desenvolver ações de mobilização social, não só junto às crianças, mas com todos os setores da sociedade. “Afinal, a Constituição de 88 prevê crianças e adolescentes como ‘prioridade absoluta’. E isso foi reforçado em 1990, com a aprovação do ECA, que tem como objetivo modificar a relação das pessoas e do poder público junto a esse universo. O Estatuto tem como meta garantir à criança e ao adolescente direitos que sempre lhes foram negados. Exatamente, porque nossa cultura os tratava com autoritarismo, gerando relações de vitimização e punição”, explica a advogada Eliana Silvestre. O Programa envolve profissionais como: educadores, professores, técnicos e estudantes de quase todos os cursos oferecidos pela Universidade. Os projetos desenvolvidos por eles procuram mostrar que a criança e o adolescente são sujeitos de direito e deveres em condições peculiares de desenvolvimento e essa concepção, que é a mesma da lei, tem muitas conseqüências no âmbito da educação e das políticas públicas.

“Procuramos derrubar os mitos que giram em torno do Estatuto. As pessoas dizem, por exemplo, que o ECA deu apenas direitos às crianças e adolescentes. Na verdade não há hipótese de usufruir direitos sem cumprir deveres. Por exemplo, todos têm direito à educação, mas tem o dever de ir à escola e estudar. As crianças e os adolescentes, como qualquer pessoa, não podem ser humilhados, mas também não

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podem humilhar. Para que isso aconteça necessita-se de um contexto que mostre e desenvolva esses valores. O ato de educar dá trabalho”, explica a assistente social do PCA, Telma Maranho Gomes. Ela ainda esclarece que o índice de violência entre o universo de pessoas com menos de 18 anos não aumentou depois do surgimento do ECA. “Muita gente diz que, depois do Estatuto, houve aumento dos crimes praticados por adolescentes. Mas isso não é verdade. Antes e depois do ECA o índice de crimes praticados por meninos e meninas não passa de 10% entre os registros de todo o País”, reforça a assistente social.

Ações do PCA não param de crescer

O trabalho do PCA vem ganhando corpo, desde a sua criação em 1992, a partir de ações que vão se desdobrando e conquistando novos

parceiros e novas perspectivas. Por ter integrantes das mais diversas áreas, a equipe tem braços em diferentes setores, que vão gerando novos projetos, a cada dia. Há ações junto às crianças e adolescentes nos bairros de Maringá; ações junto ao poder público, nas Conferências Municipais e Estaduais dos Direitos da Criança e do Adolescente; ações em parceria com a sociedade civil organizada, por meio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, ações de capacitação, entre tantas outras.

A advogada Eliana Silvestre participa do PCA desde seu início. Nesse momento, encontra-se afastada para o doutorado, mas fez questão de dar seu depoimento sobre como os profissionais do Direito participam do Programa. Ela lembra que um dos projetos que coordenou visa divulgar e desenvolver, em diferentes perspectivas, a política de direitos da criança e do adolescente.

O projeto se chama Educação para Cidadania e tem como foco promover palestras, cursos e outras ações que possam esclarecer sobre o que o Estado deve fazer para garantir o atendimento à infância e adolescência. O grupo atua junto a jovens e crianças, a educadores, a gestores, a acadêmicos da UEM e à comunidade em geral. Além disso, presta serviço de assessoria aos Conselhos dos Direitos das Crianças e Adolescentes e aos Conselhos Tutelares. “Nossa proposta é ensinar tudo sobre o ECA àqueles que podem intervir como articuladores de políticas de atendimento à criança e ao adolescente. Mas, também, atuamos com os grupos de jovens, no sentido de mostrar que a participação política deles é fundamental em eventos como os fóruns e as conferências municipais e estaduais dos Direitos das Crianças e Adolescentes. Mostramos que para mudar as coisas eles precisam ser protagonistas das ações e das discussões, como prevê o ECA”, lembra Eliana.

A assistente social Telma Maranho destaca que os municípios vêm procurando se adequar às determinações do ECA. Alerta, no entanto, que as ações precisam ser “transversais”, isto é, precisam ser pensadas de forma integrada entre os diferentes setores, como a assistência social, a saúde, a educação etc. “Em Alto Paraná, ajudamos a criar o Centro de Referência de Assistência Social. Foram contratados profissionais específicos para atender às famílias, centrados no conceito de proteção à criança e ao adolescente proposto pelo ECA. A partir daí, começamos nossa luta para criar setores específicos na saúde, na área sócio-educativa e junto àqueles que trabalham com os meninos e meninas em conflito com a lei. Nossa meta é mostrar

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que todas as secretarias têm que pensar a criança, considerando-a prioridade”, explica Telma.

Brincar é coisa séria O artigo 16, do ECA, diz que a criança tem direito à liberdade. O texto do Estatuto especifica que, dentre os aspectos que garantem a liberdade está o direito de brincar. Consciente disso, a professora Verônica Muller desenvolve o projeto Brincadeiras com Meninos e Meninas de e na Rua, em Maringá. A proposta é utilizar as diferentes brincadeiras como estratégia de aproximação da garotada, mas também como instrumento de politização e de acesso à cidadania.

Verônica lembra que a maior parte das brincadeiras que conhecemos estimula os valores que estão na base do capitalismo e que são determinantes na manutenção da injustiça social, como a competitividade e a busca pela supremacia sobre o outro. A idéia do projeto é mudar esta perspectiva. “Em vez de brincadeiras competitivas estimulamos as cooperativas. Sentamos com as crianças, mostramos para elas que é necessário humanizar as brincadeiras e partimos para reformular as práticas mais populares. Mas são elas que sugerem as modificações, em iniciativas que chamamos de rodas de conversa”, destaca a professora de Educação Física da UEM.

Um exemplo prático é uma nova versão da Dança das Cadeiras. Em vez de se tirar uma cadeira e um participante a cada fase, tira-se só a cadeira. “A idéia é que os participantes consigam que todos se ajeitem nos lugares que sobram. Eles acabam se ajudando, colocando um colega no colo, dividindo o assento. Muitas vezes, nem há cadeiras, colocamos jornais no chão e, ao final, quando só tem uma folha, uma pilha de meninos e meninas se forma sobre o pedaço de papel”, conta Verônica.

“Tentamos fazer com que as crianças e adolescentes sejam protegidas e promovidas nos diversos níveis da sociedade. É uma forma, inclusive, de valorizar nossa cultura e fortalecer a produção cultural dos nossos próprios meninos e meninas. Mas é preciso uma parceria com o poder público e com os adultos para que isso se torne realidade. A cada iniciativa, damos o primeiro passo, na esperança de que, aos poucos, nosso espaço vá crescendo dentro da comunidade e, especialmente, o que plantamos possa ganhar forma nas políticas direcionadas ao público infanto-juvenil de Maringá, com a marca das necessidades e reivindicações das crianças e adolescentes daqui”, conclui Verônica.

Serviço:Local: Bloco 06, salas 21 e 23, no câmpus da UEM Telefones: (44) 3261-4384 e 3261-4260 Semana da Criança Cidadã – Informações com Lídia; pelo e-mail [email protected] Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo ; ou no site www.pca.uem.br.

Relato

Chamada para o Relato: Corpos que brincam se trans formam critica e criativamente.

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Texto: Partimos do entendimento que o ser humano é um suje ito social, político, histórico, sendo agente criador e transfo rmador da realidade em que vive. Ainda há necessidade de intensificarmos o processo de redimensionamento da prática pedagógica da educação física com o explicitado nas Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Escola Básica (2007) que assume como pressuposto teórico-m etodologico o materialismo histórico dialético, “cujos princípios apresentam uma profunda reflexão e crítica a respeito das estrutur as sociais e suas desigualdades, inerentes ao funcionamento da socied ade” (ibidem, 2007, p.10). Na educação física precisamos compreen der, transmitir e tratar dialeticamente o sentido e o significado dos conteúdos estruturantes, para os alunos da escola pública, vi sando a efetiva leitura da realidade, Na perspectiva de emancipação e trans formação busca-se compreender o objeto de estudo, a cultura corporal no modo como é produzida historicamente nas relações sociais para n ela poder atuar, interferir e transformar. Este OAC se propõe a levantar subsídios para contri buir na ampliação da reflexão do conteúdo especifico da educação físi ca Para quem brincamos? A investigação do brincar conduziu-nos a analisar a sua relação com a dimensão lúdica e o mundo do trabalho , sendo estas suscitadas na pesquisa iniciada através do Plano de Trabalho deste professor PDE 2007, que buscou tratar das possíveis relações entre educação física, cinema e trabalho. Pretende-se con tribuir com a superação da prática da educação física na escola e com a formação social de sujeitos voltados a uma consciência críti ca, coletiva e emancipatória. Entendo que estes pressupostos são n ecessários para a devida transformação e para o entendimento das form as alienantes, excludentes e opressoras impostas pelo mundo do tra balho aos corpos brincantes e trabalhadores, uma vez que o modelo eco nômico vigente vem determinando a vida das pessoas e as formas de compreender o corpo e a sociedade. De acordo com as Diretrizes Cur riculares Estaduais para a Educação Básica, da disciplina de Educação Física (2007, p.12), torna-se importante o reconhecimento, por parte do professor, das maneiras como o modo de produção cap italista influencia as formas de pensar e agir sobre o corpo e que esta belece interações e relações diretas com a prática pedagógica da Educaç ão Física. O presente material didático-pedagógico se justifica a partir da necessidade de ampliar a reflexão do entendimento d a Educação Física como uma disciplina escolar que tem a cultura corpo ral como seu objeto de estudo e tendo a categoria trabalho como análise e princípio fundante da disciplina e da materialidade corporal. Assim, e ste OAC que trata do Conteúdo Estruturante Jogos, Brinquedos e Brincadeiras abordará o brincar na perspectiva de estabelecer relação com o Elemento Articulador A Ludicidade e O Mundo do Trabalho , proposto nas Diretrizes Curriculares de Educação Física (2007), e também com algumas reflexões dos elementos O Corpo, O Lazer e A Mídia. A educação física escolar pode ajudar a formar corpos que questionam e não se conformam e que se transformam critica e cri ativamente pela análise reflexiva e contextualizada de seus conteúdo s estruturantes, a

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partir da devida sistematização dos seus elementos articuladores. Consideram-se estas articulações fundamentais para o entendimento e para a não aceitação da opressão e culpabilização im posta aos sujeitos de um corpo lúdico “improdutivo”. Isto nos remete as seguintes questões: qual o espaço do brincar na escola? O bri ncar pode ser uma alternativa para críticar, superar, e resistir aos princípios neoliberais? Como, efetivamente, o cotidiano das aulas de educaç ão física pode contribuir para formação de sujeitos brincantes, cr íticos, criativos e emancipados? Enfim, para quem brincamos?

Para acessar as Diretrizes Curriculares Estaduais p ara a Educação Básica - Educação Física clique em http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/diretrizes /pdf/t_edfisica.pdf

Sugestão de Leitura

Categoria: Livro

Sobrenome: Huizinga

Nome: Johan

Título do Livro: Homo Ludens

Edição: 2

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Perspectiva

Disponível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 1980

Comentários:

O historiador Johan Huizinga (1872-1945) escreveu Ho mo Ludens em 1938, e ainda hoje é referência em se tratando do j ogo, que conceitualmente não diverge de brincadeira, seja tr atando do lúdico, que no livro é exposto em várias formas de manifestaçõe s culturais. Porém, o mundo é outro, ocorreram mudanças sociais signifi cativas que alteraram o brincar da criança de hoje, que sofre i nfluência direta da mídia e da indústria cultural. Assim mesmo Huizinga é essencial para todos que queiram compreender o fenômeno lúdico e o jogo que considera mais antigo que a cultura.

Categoria: Livro

Sobrenome: SILVA

Nome: Maurício Roberto da

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Título do Livro: Trama Doce-Amarga: (exploração do) trabalho infantil e cultura lúdica

Edição: 1

Local da Publicação: Ijuí e São Paulo

Editora: Ed. Unijuí e Hucitec

Disp onível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 2003

Comentários:

Maruricio Roberto da Silva, é professor de educação física, na Universidade Federal de Santa Catarina, é um dos au tores que abordam o trabalho e suas implicações na produção e reprodu ção do ser social. Neste livro o autor infiltra-se no universo da exp loração do trabalho infantil. Muitas crianças são impedidas de brincar, de vivenciar a dimensão lúdica devido a sua "inclusão precoce e cr iminosa no mercado de trabalho". Desta maneira, estabelece rel ações indiretamente com o lazer, com o lúdico e com a cultura popular.

Categoria: Livro

Sobrenome: Antunes

Nome: Ricardo

Título do Livro: Coleção Mundo do Tabalho

Edição: 1

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Boitempo

Disponível em (endereço WEB):

http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2006/ju324pag9a.html

Ano da Publicação: 2006

Comentários:

O sociólogo Ricardo Antunes, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, coordena duas c oleções que tratam de temas fundamentais para o entendimento de ste complexo universo do trabalho.

O professor esclarece sobre a coleção Mundo do Trab alho: "a coleção publica estudos de autores nacionais e estrangeiros que tratam o trabalho como uma questão central da sociedade atua l, em contraponto

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a algumas correntes que tentam relativizar a sua imp ortância. Entre eles está o filósofo húngaro István Mészáros, um dos pri ncipais estudiosos vivos da obra de Karl Marx. Os livros, segundo o so ciólogo Ricardo Antunes, fazem uma constante e firme denúncia das fo rmas de (des) sociabilização presentes no capitalismo. Também comb atem a precarização, o aviltamento e a fetichização do ser social que trabalha, processo que se encontra em expansão em todos os ca ntos do capitalismo mundializado”.

Inspirada na obra de Marx, a coleção, constituída a té o momento por 27 títulos (confira lista), contribui para os estudos acerca do movimento operário no Brasil e no mundo. Para tanto, os livro s tratam de teoria, história e situação atual do trabalho.

Coleção Mundo do Trabalho Além da Fábrica - Trabalhadores, sindicatos e a nov a questão social, de Marco Aurélio Santana e José Ricardo Ramalho (orgs. ) A Câmara Escura - Alienação e estranhamento em Marx , de Jesus Ranieri O Caracol e sua Concha - Ensaios sobre a nova morfo logia do trabalho, de Ricardo Antunes Crítica à Razão Informal - A imaterialidade do sala riado, de Manoel Malaguti Da Grande Noite à Alternativa - O movimento operári o europeu em crise, de Alain Bihr A Década Neoliberal e a Crise dos Sindicatos no Bra sil, de Adalberto Moreira Cardoso Do Corporativismo ao Neoliberalismo - Estado e trab alhadores no Brasil e na Inglaterra, de Angela Araújo (org.) A Educação para Além do Capital, de István Mészáros O Emprego na Globalização - A nova divisão internaci onal do trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu, de Marcio Pochma nn Fordismo e Toyotismo na Civilização do Automóvel, de Thomas Gounet Homens Partidos - Comunistas e sindicatos no Brasil , de Marco Aurélio Santana Linhas de Montagem - O industrialismo nacional-dese nvolvimentista e a sindicalização dos trabalhadores (1945-1978), de Ant onio Luigi Negro O Mister de Fazer Dinheiro - Automatização e subjeti vidade no trabalho bancário, de Nise Jinkings Neoliberalismo, Trabalho e Sindicatos - Reestrutura ção produtiva na Inglaterra e no Brasil, de Huw Beynon, José Ricardo Ramalho, John McIlroy e Ricardo Antunes (org.) Nova Divisão Sexual do Trabalho? - Um olhar voltado para a empresa e a sociedade, de Helena Hirata O Novo (e Precário) Mundo do Trabalho - Reestrutura ção produtiva e crise do sindicalismo, de Giovanni Alves Para Além do Capital - Rumo a uma teoria da transiç ão, de István Mészáros Pobreza e Exploração do Trabalho na América Latina, de Pierre Salama

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O Poder da Ideologia, de István Mészáros O Roubo da Fala - Origens da ideologia do trabalhis mo no Brasil, de Adalberto Paranhos O Século XXI - Socialismo ou barbárie?, de István M észáros Os Sentidos do Trabalho - Ensaios sobre a afirmação e a negação do trabalho, de Ricardo Antunes Terceirização: (Des) Fordizando a Fábrica - Um estudo do complexo petroquímico, de Maria da Graça Druck Transnacionalização do Capital e Fragmentação dos Tr abalhadores - Ainda há lugar para os sindicatos?, de João Bernard o Shopping Center - A Catedral das Mercadorias, de Va lquíria Padilha A Teoria da Alienação em Marx, de István Mészáros Forças do Trabalho, de Beverly Silver

Na segunda coleção “Trabalho e Emancipação”, da Edito ra Expressão Popular (a relação de livros encontra-se no endereç o da WEB, disponível nesta página), o tema trabalho aparece associado a diversos outros assuntos, como história, toyotismo, desenvolvimento tecnológico, sindicalismo, terceirização, filosofia, entre outros .

O coordenador da coleção ressalata que as obras são dirigidas prioritariamente aos movimentos populares. Justamen te por isso, os preços (de R$ 8,00 a R$ 18,00 - em 2006) são menore s do que os praticados normalmente pelo mercado editorial.

Imagens

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Comentários e outras sugestões de Imagens: A borboleta é considerada o símbolo do lúdico pela inconstância de seu vôo não linear e pela sua metamorfose. O riso deve ser solto, não ter hora marcada para acontecer. A ordem, a força do trabalh o coletivo são significativos para transformar a realidade do mund o do trabalho ou do mundo do não-trabalho. Os conteúdos estruturantes d a educação física devem estar permeados pelo lúdico e pela arte que n os devolve a sensibilidade perdida.

Vivemos no século da imagem. Há imagens que deixam marcas, falam e calam. Sugerimos a leitura de fotos, desenhos e tir as (banda desenhada) que têm elementos que instigam nossa reflexão sobre o contexto social, o lúdico e o mundo do trabalho, no sentido de desvela r as relações que estão presentes nele. Abaixo fotos das capas dos li vros que compõem a Coleção "Trabalho e Emancipação", da Editora Expres são Popular, coordenada pelo sociólogo Ricardo Antunes (Unicamp) . As fotos são do consagrado Sebastião Salgado, que costuma dizer: “O m undo que fotografo é o do trabalho e dos trabalhadores”.

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Fonte: <http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2 006/ju324pag9a.html > Apresento, também, a imagem da capa do livro Sacral ização do Corpo: A educação física na formação da força de trabalho br asileira, de José Carlos Brando, publicado em 1996 pela Editora da FU RB - SC (capa de Rubens ClÁudio Belli). Nela observamos corpos "brin cantes" que se lançam no mundo do trabalho capitalista e se transf ormam em corpos padronizados e robotizados pela lógica da produtivida de.

Disponível em: <http://www.furb.br/editora/conteudo/?id=11&livro=10 9&cat=14&keyword >

Adorno e Horkheimer (1985, p. 130) escrevem que os filmes de animação já foram expressões da fantasia contra o racionalis mo, inculcando “em todas as cabeças a antiga verdade de que a condição de vida nesta sociedade é o desgaste contínuo, o esmagamento de t oda resistência individual.” Exemplifica com o personagem Pato Donal d nos cartoons , assim como os desgraçados na vida real recebem a su a sova para que os espectadores possam se acostumar com a que eles pró prios recebem.

O cartunista Miguel Paiva, criador do personagem La erte, publica tiras

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todos os domingos no jornal Folha de S. Paulo e est ão disponíveis em <http://www.laerte.com.br/ >

Quando a brincadeira e o jogo passam a ter regras d a lógica do trabalho deixa de ser lúdico. O elemento lúdico da brincadei ra e do brinquedo pode transformar as relações de trabalho da socieda de capitalista? Até que ponto é possível a presença do lúdico na lógica da produtividade, da mesmice, da rotina? Referência: HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. W. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 254 p.

Sítio

Título do Sítio: Cinema Como Experiência Crítica

Disponível em (endereço web): http://www.telacriti ca.org

Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2008

Comentários: Este sítio tem a coordenação geral do Prof. Dr. Gio vanni Alves (UNESP-Marília) que escreve: “O Projeto Tela Crítica é um p rojeto pedagógico de extensão universitária que busca utilizar a análise de filmes para discutir conteúdos temáticos da sociologia. Através da análi se da forma e do sentido do filme, procura- se apreender sugestões heurísticas interessantes capazes de propiciar uma consciência c rítica da sociedade global. Além de desenvolver dinâmicas de análises c riticas do filme, o projeto Cinema como Experiencia Critica busca incen tivar a produção de filmes independentes que tratem do mundo do trabalh o (com a Mostra CineTrabalho) e promover a produção de conteúdos au diovisuais através das Oficinas de Video Tela Crítica”. Além de encontrar uma série de Sinopse e Análise de filmes, o leitor terá acess o a Links, a artigos na Revista de Sociologia e Cinema e no Fotoblog encont rará Análise de Imagens de fotos com temática do trabalho. Muito in teressante a Mostra Cinetrabalho que incentiva a produção de filmes e d ocumentários. Acesse! Um filme nunca será o mesmo depois de passa r pela Tela Crítica.

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Título do Sítio: Revista Licere

Disponível em (endereço web): http://www.lazer.eefd.ufrj.br/licere/home.html

Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2008

Comentários: Este sítio apresenta estudos ace rca do lazer e do lúdico, do jogo e da brincadeira. Trata- se de um periódico destinado a discutir a temática do lazer, em suas múltiplas dimensões e a partir de múl tiplos olhares. Tem como objetivo: - registrar, difundir e compartilhar publicamente o conhecimento construído na área do Lazer; - contribuir com o avanço qualitativo dos estudos e experiências desenvolvida s. A revista Licere passou a ser eletrônica a partir do número 1 do vol ume 10. É lançada quadrimestralmente (abril, agosto e dezembro). Você irá encontrar artigos de vários autores de todas as áreas e não a penas da educação física, tendo em vista esse olhar múltiplo sobre o fenômeno do lazer.

Título do Sítio: Sergio Lessa - artigos e livros

Disponível em (endereço web): http://www.geocities .com/srglessa/

Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2008

Comentários: Neste sítio o leitor terá acesso a publicações na f orma de Artigos e Resenhas, Livros, Capítulos de Livro, Palestras, Tr aduções, Anotações e Textos Não Publicados que tratam das questões referentes ao trabalho. Entre as principais referências estão os autores Lu kacs, Marx e Meszaros. Há, também, sugestões de outros sítios.

Sons e Vídeos

Categoria: Vídeo

Título: Billy Elliot

Direção: Stephen Daldry

Produtora: BBC / Tiger Aspect / Working Title Fil ms

Duração (hh:mm): 01:50

Local da Publicação: Inglaterra

Ano: 2000

Disponível em (endereço web): http://www.billyelliot.com/

Comentário:

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Capa do DVD do filme "Billy Elliot", disponível em http://www.billyelliot.com

Billy, que tem aulas de boxe, quer dançar para voar e se libertar da opressão em que vive.

Este filme foi escolhido pelas seguintes questões: f oi trabalhado no processo de construção das diretrizes curriculares e staduais da educação física, no ano de 2004, e deixou algumas i nterrogações; aborda elementos do mundo do trabalho e ao mesmo tempo a diversidade de subjetividades corporais, com elemento s do lúdico presentes no balé e nas ações do cotidiano das pess oas; o universo musical e da dança/balé, como uns dos conteúdos est ruturantes da educação física, presente no filme torna-se um moti vador e de safiador trabalho com e para os alunos das escolas públicas; retrata uma greve de mineiros que ocorreu na realidade concreta e dur ou quase um ano.

Enfim, um filme que merece ser prazerosamente visto, analisado e criticado. Comentar um filme é muito mais do que dizer, ao final, se gostou ou não gostou. Precisa ir além, desvendar as construções obscuras do filme tendo como eixo nunca separá- la do seu contexto. Deste modo o filme Billy Elliot deixa de ser apenas a comovente estória do garoto que tem aulas de b oxe e quer dançar, e que se dedicou, enfrentou preconceitos e se tornou um excelente bai larino para passar a ser uma obra comprometida com a produção e reproduç ão social. O filme é belo e instigante. O filme é um projeto de uma empresa da indústria cinematográfica, BBC de Londres, que tem o poder de controlar as massas, e é vinculada aos interesses d o Estado. É impossível ignorar a presença do discurso econômico e social dominante da Inglaterra, no período político- econômico de 1984. Justamente por trás do menino que dança balé e suas relações sociais está o retrato de uma Inglaterra formada por uma cl asse trabalhadora que luta por seus direitos, faz greve, briga com a p olícia e sai perdendo. Embora as relações de trabalho no novo modo de reor ganização do capital terem mudado e exigirem outras formas de mob ilização dos trabalhadores, os direitos trabalhistas são negados e descartados. Há

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praticamente uma aceitação total dessa realidade. È imperativo o enfoque dado ao operário-proletariado como um sujei to rud e, ignorante, mas que com o encantamento e esforço individual de Billy, se transforma. A luta de Billy descaracteriza a luta de classes para enfretnar os problemas da sociedade coletivamente. Há também, o operário bêbado, fumante, solitário, mal amado, qua se um ser sem prazer que se resignam e se conformam perante a dura realidade. As práticas corporais presentes no filme são esportivi zadas (boxe, atletismo) ou elitizada no caso do balé espetáculo. A infância retratada na figura da menina que aparece alguma s vezes na rua da casa de Billy é triste. Ela nunca aparece brincando, esta sempre so litária, em pé e imóvel. Destaque para o filme ao tratar de uma temá tica realista social com a presença de cenas lúdicas como Billy dançando nas ruas com alegria e as câme ras bem abertas passando a idéia de liberdade. Marcando o desejo de Billy voar, se libertar pela d ança ou dançando contra paredes estravazando sentimentos como tristeza e raiva pela opressão e inconformismo a situação que se encontra , numa nítida metáfora de romper os obstáculos; fantástico Billy dançando no início do filme, mas sendo interrompido pelo som de um apa relho eletrodoméstico; uma amiga andando e conversando co m Billy na rua, passando um pedaço de pau na parede e distraidament e continuando em seg uida pelos escudos da polícia; o irmão de Billy fug indo da policia por entre os quintais da casa e envolto em lençóis; o homem que abaixa as calças para a polícia, nos remete a questão: par a ser lúdico tem que transgredir?

- Assista também "Crianças Invisíveis" de Mehdi Cha ref.

Uma série de curtas mostrando a dificuldade das cri anças em sobreviver ao enfrentar a realidade das ruas. Seja coletando s ucata nas ruas de São Paulo ou roubando para viver em Nápoles e no interi or da Sérvia, os filmes são protagoniz ados por personagens infantis que lidam com uma dura realidade, na qual crescer muito cedo acaba se ndo a única saída.

Saiba mais sobre "Crianças Invisíveis" em:

<http://www.portacurtas.com.br >

<http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/all -the-invisible-children/all-the-invisible-children.asp#Sinopse >

Texto (ex: letra da música):

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Imagens do filme disponivel no sítio oficial: http://www.billyelliot.com/pages/images.html #

"Billy Elliot" de Stephen Daldry (2000)

Texto (sinopse do filme): disponível em http://www.telacritica.org/letraB.htm#billy

Billy Elliot (interpretado por Jamie Bell) é um men ino de onze anos, filho de mineiro de carvão do norte da Inglaterra, que, e m plena greve dos mineiros de 1984, decide ter aulas de bal let com a Sra. Wilkinson (Julie Walters). Billy se escondendo do pai viúvo e do irm ão, ambos participantes ativos do movimento grevista. Mas log o seu segredo vem a tona e suas esperanças são barradas. Entretanto a p aixão de Billy pela dança e seu talento são reconhecidos pelo pai que o leva a inscrever- se no Royal Ballet em Londres. O filme de Daldry busca exprimir de fo rma alegórica a transição de uma época histórica para o utra (este é, por exemplo, o mesmo tema de The Full Monty , de Peter Cattaneo, realiz ado em 1997 e que utilizou o mote da flexibilização do corpo para traduzir as novas disposições de subjetivação do capital pós- fordista). Billy é o contraste pessoal de seu irmão mais velho, Tony Ell iot - enquanto ele é mineiro e sindicalista, vinculado à sociedade industrial de velho tipo, das minas de carvão e da indústria de chaminé; Bill y, por outro lado, é o jovem talentoso e sensivel, entusiasmado pela arte do ballet, cujas qualidades pessoais (e a escolha profissional) estã o ligadas à denominada "sociedade pós- industrial de serviços". No decorrer da década de 1980, o choque neoliberal de Margaret Tha tcher no Reino Unido implicou a construção sócio-pessoal, no plano ideológico-valorativo, de um novo homem (e uma nova sensibilid ade) pós- fordista vincula do às demandas das novas formas de exploração do ca pital, ligado à atividade de serviço. O que The Full Monty e Billy Elliot buscam expressar é que o neoliberalismo é muito mais do qu e uma política de gestão do Estado capitalista; é também um novo modo de vida (e de sensibilidade) social que busca descontruir uma det erminada forma histórica de luta de classes. A força da ideologia individualista , onde o sucesso pessoal está ligado a talentos individuais, e não a movimentos coletivos, é flagrante em Billy Elliot , mais do que em The Full Monty , que mantém ainda, de certo modo, uma perspectiva de emp reendimento coletivo. Na foto acima, Billy vislumbra o horizonte , tendo ao fundo o outdoor que conclama mineiros para greve na Inglaterra tha therista. (Tela Crítica, 2005)

Disponível no acervo de: Vídeo Locadora

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Categoria: Áudio-CD/MP3

Título da Música: Brincar de viver

Intérprete: Maria Bethania

Título do CD: Brincar de viver

Número da Faixa: 14

Número do CD: 01

Nome da Gravadora: Emi odeon

Ano: 2000

Disponível em (endereço web): http://letras.terra.com.br/maria-bethania/47218/

Local: RJ

Comentário: A letra da música faz menção à dimensão do brincar e do lúdico pertinente a este OAC. Trata o brincar, como arte d e reaprender a sorrir, a sonhar, a imaginar, a ter prazer de viver mesmo neste mundo que insiste em ser violento, excludente e duro.

Uma música para você professor(a). Pois, para traba lhar com a brincadeira, com o jogo e com o brinquedo há necessidade de vivenciarmos o lúdico.

A arte tem essa capacidade de resgatar a sensibilid ade nas pessoas.

Texto (ex: letra da música):

Brincar de Viver - Maria Bethânia / Composição: Gui lherme Arantes

Quem me chamou Quem vai querer voltar pro ninho E redescobrir seu lugar Pra retornar E enfrentar o dia-a-dia Reaprender a sonhar Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim Continua sempre que você responde sim à sua imagina ção A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não Você verá que a emoção começa agora Agora é brincar de viver E não esquecer, ninguém é o centro do universo Que assim é maior o prazer Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim

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Continua sempre que você responde sim à sua imagina ção E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu camin ho Como eu sou feliz, eu quero ver feliz Quem andar comigo Lá - lá - lá- lá - lá......... Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim Continua sempre que você responde sim à sua imagina ção A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não. Lá - lá - lá- lá - lá.........

Disponível no acervo de: Vídeo Locadora

Categoria: Áudio-CD/MP3

Título da Música: Comida

Intérprete: Titãs

Título do CD: Acústico MTV - Titãs

Número da Faixa: 1

Número do CD: 808941

Nome da Gravadora: Warner

Ano: 2000

Disponível em (endereço web): http://letras.terra.com.br/titas/91453/

Local: São Paulo

Comentário:

A música remete ao valor do lúdico, da arte, do pra zer e das necessidades concretas e dignas para viver.

Você tem sede de que? Você tem fome de que?

Texto (ex: letra da música):

Comida

Titãs

Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérg io Britto

Bebida é água! Comida é pasto!

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Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comer A gente quer comer E quer fazer amor A gente não quer só comer A gente quer prazer Prá aliviar a dor... A gente não quer Só dinheiro A gente quer dinheiro E felicidade A gente não quer Só dinheiro A gente quer inteiro E não pela metade... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte...

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A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer... A gente não quer só comer A gente quer comer E quer fazer amor A gente não quer só comer A gente quer prazer Prá aliviar a dor... A gente não quer Só dinheiro A gente quer dinheiro E felicidade A gente não quer Só dinheiro A gente quer inteiro E não pela metade... Diversão e arte Para qualquer parte Diversão, balé Como a vida quer Desejo, necessidade, vontade Necessidade, desejo, eh! Necessidade, vontade, eh! Necessidade...

Disponível no acervo de: Lojas especializadas

Categoria: Áudio-CD/MP3

Título da Música: Criança não trabalha

Intérprete: Palavra Cantada

Título do CD: Canções Curiosas

Número da Faixa: 3

Número do CD: 7897181219924

Nome da Gravadora: MCD

Ano: 1998

Disponível em (endereço web):

http://letras.terra.com.br/palavra-cantada/447926/

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Local: São Paulo

Comentário:

Esta música retrata o imaginário infantil e faz perc eber a riqueza de jogos, brinquedos e brincadeiras que deve fazer par te da cultura lúdica e que o trabalho da criança é brincar e não trabalhar .

Texto (ex: letra da música): Criança Não Trabalha Palavra Cantada Composição: Arnaldo Antunes e Paulo Tatit

Lápis, caderno, chiclete, pião

Sol, bicicleta, skate, calção

Esconderijo, avião, correria, tambor, gritaria, jar dim, confusão

Bola, pelúcia, merenda, crayon

Banho de rio, banho de mar, pula cela, bombom

Tanque de areia, gnomo, sereia, pirata, baleia, man teiga no pão

Giz, merthiolate, band-aid, sabão

Tênis, cadarço, almofada, colchão

Quebra-cabeça, boneca, peteca, botão, pega-pega, pa pel, papelão

Criança não trabalha, criança dá trabalho

Criança não trabalha...

1, 2 feijão com arroz

3, 4 feijão no prato

5, 6 tudo outra vez...

Disponível no acervo de: Lojas especializadas

Notícias

Categoria: Jornal on-line

Sobrenome: UEM

Nome: Assessoria de Comunicação Social

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Comentários:

O professor Rogerio Massarotto de Oliveira explica que o termo Brinquedos Improdutivos se relaciona a um conjunto de brinquedos que não se encaixam na lógica da produtividade, da indú stria e da exploração humana e capitalista. Para o professor d o Departamento de Educação Física, da Universidade Estadual de Maring á-PR existem algumas teorias que justificam a existência do brin quedo e a ação do jogar. Uma delas é que o brincar faça parte da prep aração para a vida adulta. O ser humano, por meio do lúdico, da utilização de determinados brinquedos, acaba capacitando- se para a vida. Sobre as diferenças ocorridas na maneira de brincar nesses dez anos, Mas sarotto aponta que a crença de que crianças não brincam mais nas r uas não é verdadeira, principalmente na p eriferia, onde elas andam de carrinhos de rolimã e perna de pau, soltam pipa, entre outras at ividades. Nos centros urbanos, isso acontece de forma mais reduzida. Há um antagonismo muito grande entre o brincar de uma classe social m ais alta e o de uma com m enor renda. E uma classe tenta, de certa forma, imp or sua supremacia para outro grupo. Como eu tenho um deter minado domínio, imponho determinado brinquedo, como o computador ou carrinho de controle remoto, e o outro passa a receber estímulo s para buscar es se consumo nessa trajetória, diz Massarotto, acrescenta ndo: “na condição de educadores, tentamos confrontar isso, para que o futuro profissional, ao se deparar com esses antagonismos, possa criar s ituações que promovam a igualdade nessas relações ou, no mí nimo, que as discrepâncias sejam evidenciadas, já que são cada v ez mais ocultas”. Massarotto explica que a lógica do brincar apresent a atualmente questões que favorecem a competição, a velocidade, a produtividade no brincar, o excesso de atividades, o rend imento e o perfeccionismo, que na verdade são elementos que capacitam a criança pa ra o mercado de trabalho. Em outras palavras, retira da criança seu momento livre, de espontaneidade e de liberdade para inserir ações cu jo norte se dá no processo de sobrevi vência e não vivência, frente à realidade social. U m brinquedo improdutivo ou um brincar improdutivo se aproxima mais das questões do lúdico e não do recreativo, com ações c ontrárias à lógica da velocidade, apresentando elementos que valorizem a liberdade pessoal, a índole da preguiça, a autenticidade, o g ratuito e o espontâneo. Os brinquedos improdutivos obedecem a q uatro temas: alienação no trabalho e no tempo livre, consumismo, liberdade e exploração do trabalho infantil. Massarotto diz ain da que “eles s ão improdutivos porque prezam pela hegemonia contrária (uma realidade social contrária à vigente). É improdutivo porque o ferece, por meio do brincar, uma lógica que nenhum outro brinquedo indu strial mostra ou tem interesse em destacar. Evidencia algo contr ário à lógica do sistema. São brinquedos que a indústria não tem interesse em produzir”. Um dos exemplos é um brinquedo que trabalha a questão da e xploração do trabalho infantil no mundo. Nos brinquedos improdut ivos, queremos que seja estimulado, na crianç a, esse papel ativo frente à realidade, que ela possa pensar, desenvolver- se a partir da interação com eles”, destaca Massarotto. Ainda, reforça sua posição contrária ao s brinquedos

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pedagógicos, pois eles apresentam receitas pré-dete rminadas pró-educação burguesa. E, complementa, “trata- se da apropriação dos valores do lúdico para fins utilitaristas”.

Arquivo anexado: 7560_Brinquedos_Improdutivos.doc

DEF organiza mostra de brinquedos ‘improdutivos”

Massarotto explica o funcionamento de um dos brinquedos

Entre os dias 26 e 31 deste mês, será realizada a Mostra de Brinquedos Artesanais Improdutivos na Cantina Central. Cerca de quarenta brinquedos compõem a Mostra, todos idealizados e confeccionados por acadêmicos do terceiro ano de Educação Física.

Os jogos encantam crianças e adultos que logo de saída descobrem que a preocupação não é a de marcar o maior número de pontos, nem consagrar-se campeão. “Nos brinquedos improdutivos, busca-se evidenciar a importância da infância e do lúdico”, destaca o professor Rogério Massarotto, coordenador da Mostra, lembrando que o termo improdutivo está ligado a negação da lógica mercadológica dos brinquedos industriais que favorecem a competição, a produtividade, a velocidade, o rendimento e o perfeccionismo, retirandoa da criança seu momento livre, para inserir ações que, na verdade, se aproximam mais da capacitação para o mercado. A Mostra é voltada a crianças em idade escolar e a educadores em geral. Ela permanecerá aberta de segunda a sexta-feira das 8 às 22 horas e no sábado das 8 às 11 horas. Os acadêmicos irão acompanhar e monitorar as visitas. As escolas ou grupos que queiram agendar visitas, podem fazê-lo pelo seguinte endereço eletrônico:

[email protected] .

Categoria: Jornal on-line

Sobrenome: Machado

Nome: Ana Paula

Comentários:

O programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e D efesa da Criança e

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do Adolescente , conhecido como PCA, vem desenvolvendo diversas ações, em parceria com o poder público, para conscientizar à criança e o adolescente de seu direito a cidadania. Uma vez que a sociedade vem tratando a infância e a juventude como um segmento que deve obedecer, respeitar, acatar e ser dominado. Como uma das ações do PCA, o projeto Brincadeiras c om Meninos e Meninas de e na Rua, em Maringá, vem implementando atividades para mudar o cenário de crianças e adolescentes em risco social. O objetivo é utilizar de di ferentes brincadeiras como instrumento de politizaçã o e de acesso à cidadania. Uma proposta é trabalhar com jo gos cooperativos que não reforcem os princípios do capitalismo, que são determinantes para a manutenção da injustiça social, como a compe titividad e e a busca pela supremacia do outro. O projeto Brincadeiras com meninos e Meninas de e n a Rua é coordenado pela Professora Drª. Verônica Regina Mül ler, do Departamento de Educação Física, da Universidade Es tadual de Maringá e tem o apoio do Movimento Nacional de Meninos e Me ninas de Rua – MNMMR. O MNMMR é um movimento social fundado em 198 5 que desenvolve ações pelo país com espaços de organizaç ão e formação de crianças e adolescentes excluídos, prioritariamente os meninos e meninas de rua, favorecendo sua participação na busca de soluções dos problemas que afetam suas vidas e o exercício de se us direitos de cidadania.

Curiosidades

Título: Alunos Trabalhadores

Fonte: Relato de experiência do Professor PDE 2007 .

Texto: Dentre os motivos e s entimentos que me levaram a desenvolver este estudo esta o relato do aluno da escola básica públ ica, local onde tenho atuado profissionalmente nestes últimos vinte anos. Este, muitas vezes, precocemente inserido nas experiências com o trabal ho, ou melhor, com a sobrevivência. São inquietações presentes no coti diano das aulas de educação física. Assim, tenho observado e vivenciad o formas alienantes, excludentes e exploratórias impostas ao s alunos pelo mundo do trabalho, sendo consideradas, normalmente, como conseqüências naturais, conformadas e resignadas de estar no mund o.

Assim, quero destacar meus alunos que bravamente es tão na escola, e também aqueles que dela se distanciaram.

Resumidamente, denominei os alunos trabalhadores, d e idades e séries variadas, do período diurno e noturno, como: aluna – trabalho doméstico; aluna – esteira / fábrica de confecção; aluno – jogador de futebol profissional; aluna – dona de petshop; alun o – office boy; aluna – segurança de supermercado; aluno – artesão do gesso ; aluno-açougueiro; aluna – fotógrafa e tantos outros já inseridos no mercado de

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trabalho. Retirando- lhes a vivência do brincar e de outras manifestaçõe s da cultura corporal, ou seja o saber e o sabor de experiências lúdicas e significativas que contribuam para qu e se tornem sujeitos capazes de reconhecerem o próprio corpo, de terem autonomia so bre ele e adquirirem uma expressividade corporal que lhes dêe m condições de compreender, entender, interferir e transformar a r ealidade. Uma vez, que a lógica do trabalho lhes impõem uma adaptação ao modelo vigente.

Curiosidades

Título: Laboratório de Pesquisas do Lúdico

Fonte: http://www.def.uem.br

Texto:

O Laboratório de Pesquisas do Lúdico é um espaço de investigação e divulgação do fenômeno lúdico do Dep artamento de Educação Física, da Universidade Estadual de Maringá. O laboratório incorporou o Projeto da antiga Ludoteca e conta com brinquedos e materiais bibliográficos e didáticos dos mais diversos, que servem de apoio a professores e alunos que se interessem pelo tema.

Coordenação Geral: Prof. Ms. Rogerio Massarotto de Oliveira.

Os encontros são realizados as terças- feiras, das 16h30min as 19 horas, no bloco M- 05, do Departamento de Educação Física, da UEM. Ain da não esta disponível uma página on-line do Laboratório.

Os interessados poderão entrar em contato com: [email protected]

Departamento de Educação Física Av. Colombo, 5.790 Campus Universitário Fone: (044) 3261-4315 Fax: (044) 3261-4470 CEP 87.020-900 Maringá-PR

Investigando

Título: Reflexões acerca do trabalho como investig ação disciplinar.

Texto:

A intenção deste OAC é no sentido de compree nder o brincar a partir do

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explicitado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação Física (2007). Neste os jogos, brinquedos e brincadeiras s ão entendidos como um fenômeno social, relacionados aos processos de p rodução que aconteceram desde sua invenção.

Assim evidencia- se a importância de um trabalho, nas aulas de Educação Física, que vise ressignificar a importânc ia do brincar, restituindo-lhe o valor sócio- cultural, em contraposição aos preceitos de uma sociedade exacerbadamente consumis ta e competitiva (ibidem, p. 18).

É papel, também, da educação física fazer a leitura crítica destas linguagens (cinema, televisão, imagens de obras de arte, músicas, internet) elevando o nível de consciência cultural dos seus educandos. A educação física escolar ao conceber a cultura corporal (Paraná, 2007) como seu objeto de estudo evidencia a relação estre ita entre a formação histórica do ser humano por meio do trabalho e as p ráticas corporais socialmente produzidas e historicamente acumuladas p ela humanidade. O ensino da educação física deve ter um sentido lúdico que busque instigar a criatividade humana à adoção de uma post ura produtiva e criadora de cultura, tanto no mundo do trabalho com o no do lazer (Coletivo de autores, 1993). O trabalho tem sido uma das que stões que mais afetam a vida das crianças e jovens que freqüentam a escola básica pú blica. Assim, nós professores precisamos, através do saber, desaceler ar esse processo opressor que só entende como melhor o rápido, o úti l, o bonito, o visível, o produtivo para o sistema vigente. Da esteira fordista ao trabalho em equipe através das células de produção da nova forma de organização do trabalho denominada toyotismo delinei am-se o perfil ideal para o trabalhador. As escolas destinadas às massas foram sendo sub metidas à hierarquia da fábrica, moldando comportam entos, atitudes e formas de pensar. Agora se fala em “capital intel ectual”, que passa a representar o principal alvo da exploração capitali sta, cabendo mais uma vez à escola a preparação e/ou requalificaçã o dos trabalhadores nos moldes da nova organização político- ecônomica imposta. Frigotto (2002, p. 23-24) ao escrever sobre os processos educacionais esc olares ou não como práticas sociais não-neutras, afirma:

Esses processos podem – e o tem realizado de forma i mperativa – reforçar as relações sociais capitalistas que subor dinam o trabalho, os bens da natureza, a ciência e a tecnol ogia como propriedade privada, valores de troca e a conseqüen te alienação e exclusão de milhões de seres humanos da vida digna ou de sua radical transformação. Os processos educacionais te m o mercado e o capital como medida de tudo, em função do privi légio de poucos. Mas a história vem mostrando que eles podem constituir-se em instrumentos de crítica em relação a essas re lações soci ais e, também, promotores de uma nova sociedade que afi rme o ser humano como medida de todas as coisas e os bens do mundo como bens de uso de todos os seres humanos.

Sistematicamente, a escola vem sendo chamada atravé s de políticas

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públicas e empresariais a preparar eficientemente e aligeiradamente os alunos para o sistema produtivo, ora flexível e inf ormatizado. Parece que a escola só encontra razão para sua importância na e conomia.

O mundo atual tem sido marcado por profundas mudanç as, decorrentes dos pr ocessos de reestruturação capitalista, da internaci onalização e globalização da economia, privilegiando as relações de mercado como reguladores da vida social. O capitalismo e seus pr incípios neoliberais assumem a posição conformada de que não haverá salv ação para a humanidade e nesse sentido as crises estruturais do capital são consideradas naturais para a expansão desenfreada e para perpetuação deste modelo econômico. A atual fase da economia mu ndial está sob a hegemonia do capital financeiro especulativo (Alves, 2005) provocando uma profunda crise que se manifesta pelo desemprego e subemprego. Nessa dinâmica destrutiva Forrester (1997, p.27) de clara que uma quantidade importante de seres humanos já não é mai s necessária ao pequeno número que molda a econo mia e detém o poder. Esse descarte humano não se dará pelo fato inelutável da morte, m as pelo fato de que, enquanto vivos, sua presença não corresponde mais a lógica dominante, uma vez que já não dá lucro, mas, ao con trário, revela- se demasiada dispendiosa . Diante deste “horror econômico” a referida autora ainda escreve:

Se já não há muito lugar e se esse pouco se vai enc olhendo pelo fato de o trabalho estar desaparecendo – trabalho sobre o qual a sociedade ainda se baseia e do qual ainda depende a sobrevivência dos viventes – , esse desaparecimento não incomoda em nada os verdadeiros poderes, os da econ omia de mercado. Mas a miséria causada por esse desaparecim ento também não é seu objetivo. Eles a consideram, antes , um inconveniente colocado em seu caminho e do qual podem tirar partido – sabemos que a miséria beneficia geralment e o lucro. O que lhes importa e que deixa na sombra todos os out ros fenômenos são as massas monetárias, os jogos financ eiros – as especulações, as transações inéditas, os fluxos imp alpáveis, aquela realidade virtual, hoje mais influente que q ualquer outra. (Ibidem, p.28).

Nos nossos dias o que tem prevalecido, ainda, é um tipo de trabalho que violenta a espécie humana. Mesmo, assim, o trabalh o continua sendo central na vida das pessoas. Para Frigotto (2002, p .22) o que esta em crise não é o trabalho, mas a forma capitalista de trabalho assalariado:

O desemprego é um problema sociopolítico fundamenta l do século XX. As políticas neoliberais têm como fulcro a desestabilização dos trabalha dores estáveis e a instalação do trabalho precário e, mais perversamente, a ampliaçã o do número de desempregados, desnecessários à produção.

O fenômeno da desregulamentação do trabalho general izada em vários setores tem sido apontado por Antunes (1995, p.4 4), quando fala na redução do proletariado fabril em detrimento da aut omação; e paralelamente a isto no aumento da “subproletarizaç ão do trabalho presente nas formas de trabalho precário, parcial, temporário,

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subcontratado, terceirizado, vinculados à econo mia informal, entre tantas modalidades existentes”. Estas formas de trab alho representam cada vez mais a perda dos direitos dos trabalhadores . A divisão social do trabalho, característica das so ciedades capitalis tas, ao separar os homens em “possuidores de propriedade” e os “trabalhadores sem propriedade” produziu uma grande ma ssa de trabalhadores explorados em todos os sentidos e asp ectos da vida. O processo de alienação do trabalho1[1] tratado por M arx (2005) ac ontece

1[1] “Em primeiro lugar, o trabalho é exterior ao trabalhador, ou seja, não pertence à sua característica; portanto, ele não se afirma no trabalho, mas nega-se a si mesmo, não se sente bem, mas, inlivremente as energias físicas e mentais, mas esgotaarruína o espírito. Por conseguinte, o trabalhador só se sente em si fora do trabalho, enquanto no trabalho se sente fora de si. Assim, o seu trabalho não é voluntário, mas imposto, é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio de satisfazer outras necessidades. O trabalho externo, o trabalho em que o homem se aliena, é um trabalho de sacrifício de si mesmo, de martírio. O seu estranho resulta visivelmente do fato de que ele não é o seu trabalho, mas o de outro, no fato de que não lhe pertence, de que no trabalho ele não pertence a si mesmo, mas a outro. Assim como na religião a atividade espontânea da fantasia humana, dindependentemente como uma atividade estranha, divina ou diabólica, sobre o indivíduo, da mesma maneira a atividade do trabalhador não é a sua atividade espontânea. Pertence a outro e é a perda de si mesmo”. (MARX, p.114) 2[2] Na obra Dialética do Esclarecimento foi empregado por Adorno e Horkheimer, pela primeira vez, o termo indústria culturalcultura que surge das massas com sentido democrático e popular, veementeautores. 3[1] Para Johan Huizinga (1980, p.180) a “letra tempo, mas traduzi-la por “passatempo” só é aceitável quando se tem perante o trabalho e o ócio a mesma atitude que Aristóteles”. Na Grganhar a vida, seu problema era como ocupar seu tempo livre.

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em relação a três aspectos: alienação da coisa (do produto do trabalho), auto-alienação e alienação do homem. Portanto, a preocupação da escola com o trabalho de ve se dar de forma crítica, onde os alunos sejam instrumentalizados int electualmente par a a superação da atual organização social que favorece o trabalho produtivo e alienado. Chauí (2003, p. 64) apresenta o conceito de alienaç ão a partir da esfera da consciência, ou seja, “no modo pelo qual os sujei tos representam as relações sociais tais como lhes aparecem, sendo- lhes impossível reconhecerem- se nos objetos sociais produzidos por sua própria aç ão”. Para a autora, o modo de produção capitalista ao di ssimular as relações sociais impossibilita os sujeitos de alcançar o uni versal através do particular.

A sociedade encontra-se impossibilitada de relacion ar-se consigo mesma, a não ser recusando aquilo que ela própria n ão cessa de repor, isto é, a particularização extrema de suas di visões internas. Este movimento denomina-se alienação.

Deve se ficar bem atento ao que Adorno e Horkheimer (1985, p.125 ) colocam sobre o mecanismo de controle engendrado pe la indústria cultural2[2] em favor dos dominantes:

Os consumidores são os trabalhadores e os empregado s, os lavradores e os pequenos burgueses. A produç ão capitalista os mantém tão bem presos em corpo e alma que eles sucu mbem sem resistência ao que lhes é oferecido.

Na busca sedenta do capital pela hegemonia mundial, a captura da subjetividade efetiva- se na esfera do consumo e sua imersão no fetichismo da mercadoria (Alves, 2005). A sociedade que temos é o mundo social, que nos impõe necessidades que não sã o nossas, impedindo, dificultando e mascarando o trabalho de pensar e criar. Quando existe a necessidade, ainda não existe a lib erdade. A liberdade existe quando terminam as necessidades. Hoje quase tu do que fazemos é movido pela necessidade, pelo mundo midiático de consumo e desejos. A mídia ao propagar idéias e saberes deter mina desejos e vontades. Para Oliveira (2005) considerar a existência de uma liberdade plena para o homem social, é praticamente impossível na atual forma de produção social e econômica, pois a manipulação do ser socia l se infiltra por todos os aspectos da vida humana. O material didático no formato do OAC possibilita a reflexão dos determinantes acima, ao possibilitar a inserção e a nálise de artefatos produzidos pela indústria cultural, embora com seu j eito próprio de ensinar. Até que ponto a dimensão lúdica, o brincar e o joga r são permeados pela indústria cultural? É possível r esistir? Assim, precisamos brincar com o outro, consigo mesmo, com e no contexto socia l para uma emancipação de formas alienantes impostas aos corpo s dos sujeitos sociais. Referências: ALVES, G. Trabalho, corpo e subjetividade: toyotism o e formas de

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precariedade no capitalismo global. Trabalho, Educação e Saúde ., Rio de Janeiro, v.3, p.409-428, 2005. Disponível em: <http://www.revista.epsjv.fiocruz.br//include/mostrar pdf.cfm?Num=116 > Acesso em: 27 nov 2007. ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995. CHAUI, M. Cultura e democracia: o discurso competente e outra s falas . São Paulo: Cortez, 2003. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física . São Paulo: Cortez, 1993. FORRESTER, V. O horror econômico . São Paulo: Ed. UNESP, 1997. FRIGOTTO, G. A experiência do trabalho e a educação básica. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. HORKHEIMER, M. e ADORNO, T. W. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos . Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985. MARX, K. Manuscritos econômico-filósoficos. São Paulo: Martin Claret, 2005. OLIVEIRA, R. M. de. A cultura do fandango no litoral do Paraná e suas relações entre trabalho, cultura popular e lazer na soc iedade capitalista. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrize s Curriculares de Educ ação Física para a Educação Básica (em revisão). Cu ritiba, 2007. Disponível em: <http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/diretrizes/ pdf/t_edfisica.pdf >. Acesso em 11 jan. 2008. Como material de apoio ver os “Folhas” das disciplina s de Educação Física e de História contidos no Livro Didático Púb lico do Paraná. - Educação Física / vários autores. – Curitiba: SEE D-PR, 2006. - História / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2 006. Disponível em http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/livrodidat ico/index.php

Propondo Atividades

Título: Arte Coletiva

Texto: Tipo de Atividade: Vivência lúdica observativa – ar te coletiva.

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Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoi magem/frm_bus

carImagens2.php acessado em 13/mar/2008 Objetivos: - proporcionar aos alunos uma vivência lúdica, atra vés do brincar com o desenho coletivo, que não reforce a lógica do traba lho. Método: - a atividade será desenvolvida em grupos. Será util izada a aula expositiva, de relatos orais e escritos dos alunos e observação do processo da vivência. Recursos: papel sulfite branco, giz de cera, caneta ou lápis. Desenvolvimento Metodológico: 1. - o professor será o mediador de todo o processo; - em uma aula anterior (em caso de uma aula com dura ção de 50 minutos) a atividade propriamente dita do desenho c oletivo, será precedida de uma an álise, com os alunos, acerca da importância do brincar e da ludicidade no contexto da sociedade at ual, o qual poderia ser iniciado com o estudo de um texto, de uma músic a ou do relato dos alunos; - realizar um debate com os alunos sobre como brinca m, onde e com quem brincam, quais as dificuldades que encontram p ara brincar e os sentimentos que o brincar provoca em cada um; - Na próxima aula apresentar a dinâmica da arte col etiva como uma brincadeira, onde a ludicidade de cada um pode se a presentar num trabalho coletivo; 2. - em uma sala de aula, formar um único grupo dispost o em círculo ou quadrado, ou dois grupos de 15 alunos cada um. Cada aluno deverá estar na sua cadeira e mesa com um papel branco e g iz de cera; - a dinâmica inicia com a solicitação do p rofessor para que cada aluno desenhe dois riscos, sendo um reto e outro curvo, d e qualquer tamanho e em qualquer espaço do papel e ao terminar essa aç ão deverá passar para o colega à direita; - no papel que venha a receber do colega a sua esqu erda realizar a ação acima descrita e ao seu término passar para o coleg a da direita e assim sucessivamente; - dada essa orientação, os alunos continuaram a dese nhar até que o papel esteja coberto de riscos retos e curvos, nest e momento o professor orienta a próxima etapa da atividade; - fazer três pingos com o giz de cera, um em cada espa ço vazio que esteja delimitado por riscos e passar a direita nov amente; o professor orienta a próxima etapa, assim que o desenho estive r coberto com certo número de pingos; - nesta eta pa os alunos serão orientados a preencher, pintando , um espaço vazio onde tem um pingo e passar para sua dir eita; - o desenho coletivo termina quando todos os espaços com pingo estiverem pintados; 3.

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- a dinâmica continua, com a linguagem escrita, ago ra cada aluno com uma caneta ou lápis grafite escrever no verso do pa pel todas as formas que visualiza em cada desenho coletivo, todos os ele mentos que enxergar e passar o papel para o colega da direita; o professor perceberá se nessa etapa os alunos expressam e registram os valores sociais que estão presentes no seu cotidiano; - assim que todos os desenhos tiverem sidos analisad os, o professor inicia um debate acerca da dinâmica; 4. - reflexão crítica sobre o que foi vivenciado: profe ssor solicita para que os alunos se expressem, relatando, como se sentiram e se perceberam durante a vivência; quais sensações foram experimen tadas; por exemplo, identificar alegria/angústia, respeito/con flitos, diversidade, liberdade/limite, pressa/lentidão, bonito/feio, per feito/ imperfeito, prazer/desprazer, visível/invisível, aceitação/contr ariedade entre outras contradições; - através da observação realizada pelo professor, qu anto às reações corporais dos alunos (falas, comentários, gestos, o lhares, brincadeiras), se encaminha a mediação para ouvir e debater o rela to dos alunos; - caso necessário, interferir, retomando a orientaçã o dada para a atividade. A não obrigatoriedade de ser rápido e a criação de cada um na arte coletiva. Ser rápido, a pressa como uma qualid ade da produçã o do trabalho na lógica taylorista-fordista. Assim, apre sentam- se valores sociais como o lento não serve, só atrapalha, pois não produz. Não há feio, nem bonito. A própria não aceitação da ativid ade por parte de alguns alunos pode demonstrar um aspecto da ludicid ade. Na atividade percebe- se que a sua produção esta em constante mutação. El a se transforma a cada instante. O processo é de todos o s envolvidos. - solicitar para próxima aula um breve relato dos al unos sobre o que cada um sentiu na aula, o que apr endeu e o que mais gostou ou lhe chamou a atenção. 5. - com os desenhos pode- se encaminhar ainda uma dramatização, com a música Aquarela de Toquinho ou uma exploração de mo vimentos baseados na formas dos desenhos e também um mural p ara exposição dos trabalhos, com sistematização da vivência e do relato dos alunos. Avaliação: - o brincar e o lúdico são formas de expressão human a. Os alunos serão avaliados pelo grau de participação e envolvimento nas etapas da atividade, bem como propiciar a auto-reflexão par a conquista de maior consciência corporal e senso crítico em suas relaçõ es interpessoais e sociais.

Título: Sugestão - uma conversa

Texto:

Ao tratar do conteúdo estruturante jogos, brinquedo s e brincadeiras percebemos que toda atividade que não apresente a lógica do trabalho

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capitalista pode se tornar numa rica e significativ a experiência lúdica.

Assim, nas atividades não reforce a competitividade , a exclusão da maioria, a alegria de poucos, o ganhar a qualquer p reço, o certo. A ludicidade é sentimento. Não pode ser medida, tem que ser vivenciada.

Portanto, o processo é que interessa. Valorize a con strução de brinquedos pelo aluno, resgate as brincadeiras populares e da cultura local (o ano letivo seria pequeno para tanta brinca deira), os jogos das crianças indígenas, os jogos antigos de outros povo s (como othello, mancala e gô/gô narabe), não se trata de saudosismo mas de va lorizar aquilo que a humanidade produziu de melhor, brinque com o aluno, incentive ele a brincar, trabalhe com dinâmicas e jogos dramáticos e de representação - você pode confeccionar a máscara com bexiga, deixe a imaginação fluir, faça bolinhas de sabão, reinvente jogos e brincadeiras, use a abuse da arte, sorria - não custa nada e é de graça .

O desafio esta em tratar pedagog icamente os conteúdos, numa abordagem crítica. Os Elementos Articuladores propostos nas Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Bás ica e a metodologia na perspectiva crítico- superadora defendida pelo Coletivo de Autores, no livro Metodol ogia do Ensino de Educação Física, permite uma leitura da realidade por parte do aluno através da constatação, interpretação, compreensão, explicação e apropriaçã o do fenômeno em estudo. O aprofundamento da realidade através da pr oblematização de conteúdos, é sugerido pelo Coletivo de Autores, poi s desperta no aluno a curiosidade e motivação para o saber científico.

Penso que a socialização de pesquisas e experiências dos professores de educação física do Estado do Paraná, que devem ser sempre valorizadas, estão sendo ampliadas pela produção interativa de materiais didáticos como OAC e Folhas. Os grupos de estudos e encontros descentralizados devem se tornar espaços p ara sistematização e troca dessas produções, estudos e a tividades.

Contextualizando

Título: O brincar, o trabalho e suas relações

Texto: Segundo Bracht (1996) e Ghiraldelli Junior (1992) a história da educação física mostra que a educação corporal esteve presen te nos mais diversos modos de produção e sempre relacionada com o amplo processo de produção e reprodução social. Desse mo do vimos à educação física servindo ao sistema para perpetuar a dominação ora pela higienização da população, ora pela defesa da p átria, para a formação de atletas campeões para mascarar a luta d e classes, visando o amortecimento da população estudantil e trabalhad ora. O que vemos hoje é o interesse, por parte dos exploradores de c orpos humanos, num corpo produtivo por excelência, que se adapte rapid amente as

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mudanças exigidas para perpetuação do capital, m as inútil e submisso o suficiente para não alterar a ordem estabelecida. E ntendemos que a sociedade reflete os desejos e valores de uma class e social dominante, determinada por momentos políticos e econômicos de sua história. Assim, a educação física escol ar, no Brasil, vem buscando, a partir da década de 1980, romper com os traços característico s da pedagogia vigente até então: autoritarismo, individualismo, a lto rendimento e vitória a qualquer preço que exigem um homem forte, útil e obediente. Se o que s e pretende é humanizar o ser humano já encontraríamo s razões suficientes para compreender e justificar a i mportância do brincar, do jogar na vida das pessoas. Diante de um mundo pautado pela lógica do trabalho como lucro para alguns poucos, o nde o acesso a os bens produzidos pela ciência/humanidade não chegam a todos, o que tem prevalecido é um ser humano que vem perdendo su a essência de pensar, criar e sentir. A perda aqui acontece no se ntido de estar sendo tirado do tão pouco oferecido. Se aceita, muitas v ezes, que o pouco oferecido é o bastante para viver. As práticas peda gógicas na educação física, na perspectiva da emancipação, questionam p ráticas exclusivas via aptidão física e uma esportivização descontextua lizada e acrítica. Em direção contrária, acre dito no brincar, no jogar como uma das possibilidades para ampliar os espaços de reflexão e intervenção com o lúdico e as atividades lúdicas nas aulas de educaçã o física. As brincadeiras lúdicas possibilitam estabelecer re lações com o real.

O jogo (brinca r e jogar são sinônimos em diversas línguas) é uma invenção do homem, um ato em que sua intencionalida de e curiosidade resultam num processo criativo para mod ificar, imaginariamente, a realidade e o presente (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p.65).

A preocupação com o brincar lúdico surge em função das dificulda des encontradas para desenvolvê- la numa perspectiva transformadora na escola. Para quem brincamos? como questão inicialme nte apontada nos remete a outra questão que é Por que não brincamos? Reconheço a quase ausência do brincar no cotidiano das pessoas ger ada pelo consumismo ou provocada pelo crescimento da indústr ia de brinquedos, pela influência da televisão e de toda a mídia eletrônica, e inclusive a falta de espaço e tempo das pessoas e a té da escola, seja das urbanas ou rurais. As desigualdades sociais e s uas contradições afetam também o brincar. Sabemos que as crianças da periferia ainda brincam nas ruas. Talvez, as que ainda mais brinquem . Mas, também a dura realidade nos mostra que há um grande númer o de crianças e adolescentes já inseridas no trabalho assalariado i nfanto- juvenil, retirando delas o tempo para brincar, estudar, enfi m de ser criança e de viver. Já as crianças de classes sociais mais eleva das quase não encontram possibilidades para brinc ar, uma vez que, o seu tempo é tomado para um “brincar produtivo”, ou seja, “brincam” de ir às aulas de inglês, as aulas das mais variadas lutas e prati cas esportivas, as aulas de informática ou porque estão ocupadas à fre nte da televisão, do computador ou dos aparelhos eletrônicos. O descaso quanto ao brincar também se apresenta em concepções do senso comum que o consideram como algo “que não serv e para nada”,

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“inútil para a vida” e não sério o suficiente para a prender a viver. Quantos ainda encaram a brin cadeira nas aulas de educação física ou na escola como uma atividade banal, portanto sem utili dade para a produção material da sociedade? Ainda, considera o brincar uma atividade barulhenta, desorganizada e desnecessária. Assim, trabalhar com o elemento lú dico na escola enquanto fim tem se apresentado contraditório e desafiador, mas entendendo- o como processo para sua verdadeira compreensão e transformação. É comum jus tificar e entender a presença do brincar e do jogar na escola e no cot idiano enquanto meio para evadir a violência, para impor limites e compo rtamentos disciplinares, para aprendizagem, para socialização d os alunos, para ocupar o tempo, ou seja, para algo útil ao sistema. Ainda, há dificuldade para compreendê-lo como um fim em si mesmo, aceita- la como sendo necessário apenas para quem brinca. A literatura existente sobre jogos, brincadeira e b rinquedos não apresentam um consenso em relação ao o que é brinca r, como brincar e o que se ensina ou se aprende brincando, jogando. E mbora o que interessa aqui é compreender para quem brincamos e a sua relação com o mundo do trabalho na sociedade capitalista contem porânea. Apoiamos- nos em Huizinga (1980), referência essencial nesta á rea, que identifica o lúdico, em diferentes dimensões da vid a humana, considerando- o como jogo, e este como elemento da cultura, resumidamente com características de: atividade dad a pela liberdade e não seriedade, desligada de interesses materiais, c om a qual não se visa lucro e praticada de acordo com regras de ordem, te mpo e e spaço, mas que absorve o jogador pelo prazer e divertimento. C om relação ao caráter “não- sério” Huizinga destaca que a criança joga e brinca d entro da mais perfeita seriedade. Acrescento que esta ser iedade se contrapõe ao sentido dado no contexto do trabal ho capitalista, cujo caráter sério exige produtividade, lucro e consumo com disciplina , esforço, repetição, concentração e monotonia. De acordo com Paraná (2007, p.27) “o lúdico se apres enta como parte integrante do ser humano e se constitui nas interaç ões sociais, sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice”. A criança brinca porque é livre? E o adulto porque trabalha? Bruhns (1993, p. 43) ao tratar das características e signi ficados dos jogos para crianças e adultos aponta que:

Pontos comuns sã o encontrados face a opressão que crianças e adultos sentem frente ao mundo. Afirma- se que o lúdico significa libertação e as crianças utilizá-lo- iam para criar um mundo próprio fora das pressões do “mundo dos gigantes” (adultos). Os adultos por sua vez, t entariam se libertar da realidade ameaçadora que os cerca, através de representações miniaturizadas.

Segundo a autora, o jogo para o adulto, transforma- se numa necessidade quando lhe envolve prazer. Já a criança brinca porque é aí que reside sua liberdade. O adulto acha que a criança brinca porque é criança e ele possui esse direito porque trabalha, mas pode brincar somente quando não trabalha. O brincar não deve ser visto como oposto ao trabalh o, pois ambos se imbricam na sociabilidade humana. O brincar s e constitui como um fim

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nele mesmo. Entende- se que o prazer, ou melhor, a liberdade em ter prazer, passa a ser controlada, dominada e mascarada a partir da inserção dos sujeitos no mundo do trabalho. O que m uitas vezes, acontece precocemente, como através da exploração do trabalho infanto- juvenil e sendo retirada das crianças, jovens e dos adultos também, os que lhes é fundamental, o prazer. Nesse ponto trago a contribuição de Alves (2005) pa ra compreender o novo modo de articulação corpo-mente, denominado de ´compressão psicocorporal`, tanto no processo de trabalho quant o no processo sócio- reprodutivo, dado sob o novo regime de acumulação f lexível, o toyotismo. Com a mundialização do capital tende- se a agudizar os fenômenos de ´estranhamento`, porém distint o e tão problemático quanto o modelo tayrolista- fordista, que tendia a separar corpo e mente. Na produção toyotista, a nova relação corpo e mente tendem a ser mobilizados pelo capital para se integrarem à racion alização da produção de mercadorias. Essa pro messa de reconstituir a figura humana, decomposta no contexto do, tayrolismo- fordismo não se concretiza e nesse contexto surgem as novas doenças da alma humana. Na verdade, o corpo não se emancipa da disciplina d o capital, que busca preservar ainda um corp o útil, produtivo e submisso. Para tanto a postura do corpo trabalhador tende- se a tornar indispensável para a obtenção da produtividade sob as condições da nova técnica flexível e da intensificação e exploração do trabalho, como é próprio do toyotismo. As sim, embora seja legítimo reduzir as doenças ocupacionais e melhorar a saúde do trabalhador a gi nástica laboral oculta a lógica do capital que é a intensificação e a supervalorização do trabalho sob o regime de produção toyotista. Ainda, preserva- se um cor po útil, disciplinado e submisso. Outra constatação , das implicações da nova lógica de acumulação flexível, na subjetivi dade e corporalidade dos sujeitos, podem ser observadas na proliferação do culto ao corpo ou na transgressão do imaginário do corpo (incluind o os piercings e tatuagens). O corpo parece ser a última fronteira d e destruição do capital. Nunca trabalho e vida se aproximaram tanto . Ao mesmo tempo em que o capitalismo criou as bases materiais para o pleno desenvolvimento da individuação social, manteve a promessa frustrada de um sujeito autônomo. O corpo estranhado e fetich izado, da lógica do capital, é hoje, mais do que nunca, um campo de bat alha. Assim, cabe uma reflexão sobre o que se tem feito c om o tempo livre das pessoas. O lazer vem sendo usado pelo sistema econômico para sua perpetuação. Oliveira (2005) ao investigar a ca pacidade de dominação do capital e suas manifestações na produç ão e reprodução do ser social, inserido na cultura do fandango no P araná apresentou o lazer da sociedade atu al, como um dos meios de subsistência do capital, “pois visa, primordialmente, à formação, criação e a o desenvolvimento de seres humanos mais aptos a produzirem cada vez mai s”. O lazer tem se mostrado como uma forma de distanciar -se da realidade dura impos ta pelo mundo do trabalho. Assim, o lazer passa a s er considerado como oposto ao trabalho e para compensa r as horas desgastantes dedicadas ao labor. O lazer esta intrin secamente ligado as necessidades do homem. O autor prossegue afirmando que “o lazer

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semp re pareceu, como um meio de subsistência, algo iner ente às necessidades humanas, e esse fato se dá principalme nte, por ter sido, ou até por já estar imbricado ao prazer, satisfação e desejo, seja o pessoal e/ou o coletivo” (ibidem, p.17). Sobre o as sunto o autor prossegue afirmando:

O sentido do lazer, enquanto meio de subsistência, p ode ser apresentado sob duas formas de análise, e porque nã o, sob a forma de duas hipóteses. A primeira , como algo necessário e importante para a preservação da condição de exp lorado do ser social, onde para se compensar do desgaste físico e mental gerado pelas mazelas do trabalho, o lazer assume um papel de amenizador das dores e sofrimento causado pela expl oração do trabalho. E na segunda , o lazer pode parecer como algo necess ário e importante para se manifestar contra a massi ficação e cerceamento que o mundo do trabalho impera nas aç ões humanas, impondo, neste sentido, alguns limites par a o não arrebatamento do ser humano pela esfera de poder qu e o capital gera na sociedade, s eja como ação lúdica ou não (OLIVEIRA, 2005, p.17).

A respeito do trabalho e lazer Huizinga (1980, p.180) afirma que este “não parece conter toda a alegria nem todo o prazer d a vida”. Escreve ainda que precisamos educar-nos para esta diagoguê3[1] e aprend er certas coisas, mas não, note- se bem, em nome do trabalho, e sim em nome delas próprias”. Huizinga apresenta em seu livro Homo Ludens uma rela ção intrínseca de elementos lúdicos em todos os processos culturais, como determinantes da sociabilidade humana. Porém, perce be-se que o brincar, o jogar tem sido cada vez mais ignorado. Mu itas vezes, tem sido realizado para atender a lógica da produtividade e n ão como elemento essencial da vida humana. O referido autor (1980, p .177) afirma que “o jogo situa-se for a da sensatez da vida prática, nada tem a ver com a necessidade ou a utilidade, com o dever ou com a ve rdade”. Assim sendo, Huizinga (1980, p.11- 31) escreve que a vida deve ser vivida como um jogo, fazendo sacrifícios, cantando e dança ndo. E, a partir daí poderá conquistar o favor dos deuses, em alusão a m itologia grega, e defender- se de seus inimigos triunfando no combate. Defende a idéia de que é no jogo e pelo jogo que a civilização se desen volve e que este sendo mais antigo do que a cultura exerce encan tamentos que ultrapassam os limites visíveis, físicos e biológic os, do ser humano. Qual o papel destinado à educação, e a educação fís ica, no contexto histórico do reodernamento do modo de produção capi talista? Há espaço para o brincar lúdico na escola e fora dela? Os jogos, brincadeiras e brinquedos só terão sentid o na escola e para além dela, quando estiverem à serviço delas mesmas e não aos princípios do trabalho capitalista. Brincar e jogar , numa pespectiva lúdica, para que os sujeitos tenham acesso ao saber, as avanços tecnológicos e educativos para satisfação de suas n ecessidades humanas, dando sentido a suas vidas e com consciênc ia e autonomia usufruirem do seu tempo de lazer. Neste sentido, par a quem brincamos? deve contemplar as necessidades da classe trabalhad ora e não dos

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"homens de negócio" (Frigotto, 1995, p.137). Este OAC trata de algumas reflexões que necessitam ser aprofundadas para estabelecer outras relações como com as previs ões do fim da história, do fim da sociedade do trabalho e a nece ssidade de tratar o trabalho como princípio educativo. Referências BRACHT, V. Educação Física e aprendizagem social . Porto Alegre: Magister, 1992. BRUHNS, H. T. O corpo parceiro e o corpo adversário . Campinas: Papirus, 1993. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física . São Paulo: Cortez, 1993. ALVES, G. Trabalho, corpo e subjetividade: toyotism o e formas de precariedade no capitalismo global. Trabalho, Educação e Saúde ., Rio de Janeiro, v.3, p.409-428, 2005. Disponível em: <http://www.revista.epsjv.fiocruz.br//include/mostrar pdf.cfm?Num=116 > Acesso em: 27 nov 2007. FRIGOTTO, G. Educação e a Crise do Capitalismo Real . São Paulo: cortez, 1995. GHIRALDELLI Jr., P. Educação Física Progressita . São Paulo: Loyola, 1992. HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura . São Paulo: Perspectiva, 1980. OLIVEIRA, R. M. de. A cultura do fandango no litoral do Paraná e suas relações entre trabalho, cultura popular e lazer na sociedade capitalista. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrize s Curriculares de Educação Física para a Educação Básica (e m revisão). Curitiba, 2007. Disponível em: <http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/diretrizes/ pdf/t_edfisica.pdf >. Acesso em 11 jan. 2008.

Perspectiva Interdisciplinar

Título: “Homo sapiens, homo faber e homo ludens”

Texto: Aristóteles (384 e 322 a.C) denominou o homem como “homo sapiens” (homem que conhece e aprende), “homo faber” (o que fa z e produz) e “homo ludens” (o que brinca e o que cria). Entendo q ue a separação do homem que pensa, trabalha e brinca só pode se dar n o contexto da fábrica na ótica do capital nunca numa perspectiva emancipadora humana. A perspectiva desta investigação é de perse guir a idéia de que o brincar, o lúdico, sob múltiplos olhares deve tor nar-se um fim em si mesmo. A educação física necessita estabelecer relações co m as diferentes disciplinas escolares sempre que se tratar da inves tigação de fenômenos complexos na perspectiva de ampliação de sua abordagem.

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A problemática do bri ncar pode ser tratada pedagogicamente sob um enfoque interdisciplinar como, por exemplo, com a f ilosofia, a sociologia, as artes, a língua portuguesa, a histór ia. Pode- se viabilizar a organização dos conteúdos a partir de eixos temático s, respeitando- se o objeto de estudo de cada disciplina, organizados em torno das três atividades produtivas da história da humanidade: li nguagem, trabalho e poder que se articulam simultaneamente. A linguagem lúdica se apresenta na linguagem oral, escrita e corporal. Assim, usa- se o lúdico para trabalhar a linguagem. O corpo que brinca pode ser motivo para a construção de um texto. Não enxergar como meio, mas como outra forma de linguagem. Ao contar como a brincadeira acontece, a criança traz relações de pod er, de consumo que retratam o universo do jogo, da brincadeira e do br inquedo. As brincadeiras reproduzem as relações culturais e a criança enquanto brinca reproduz a cultura e se confronta com a vida do adulto. O brincar, o jogo e o brinquedo são componentes da cultura lú dica e seus valores sociais e culturais devem ser investigados sobre o viés da contribuição da sociologia e filosofia. A história através de seus conteúdos estuturantes: relações de poder, relações de trabalho e relações culturais nos auxil iam a compreende r e interpretar os determinantes históricos presentes n o conteúdo em questão e em todas as ações e relações humanas. A arte produz arte. A brincadeira representada na ar te através de formas, expressões, sentimentos é cultura. Não se trata do ato da criança brincando. Trata- se de identificar na arte o brincar, o lúdico e as representações simbólicas. É o representar do brinc ar na arte e da arte no brincar. A partir da produção artística de pintores brasilei ros como Candido Portinari, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Piete r Bruegel podem- se compreender aspectos do lúdico na realidade cultura l brasileira. A análise das obras auxilia a compreensão das brincad eiras infantis e do trabalho.

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'Operários'-1933 óleo/tela 150 X 205cm, Assin.:"Tarsila 1933"

Col. do Gov. do Estado de São Paulo Disponível em http://www.tarsiladoamaral.com.br/obras4.htm## Braga (1998, p.29) sobre a obra escreve que em Oper ários, Tarsila representou questões sociais retratando pessoas tri stes e oprimidas, a miséria, a dor e a desigualdade das raças. A obra é resultado do período em que a artista se sensibilizou com os problemas da classe operária.

Tela: Jogos Infantis, 1560 Disponível em: http://www.whart2do.blogger.com.br/

Óleo sobre painel de madeira

118 x 160,9 cm Museu de História da Arte, Viena.

Na obra “Jogos Infantis” do flamengo Piet er Bruegel, datada do século XVI, aparecem cenas retratando brincadeiras infanti s comuns nas lembranças de muitas crianças - não somente espanholas. Os 84 jogos e brincadeiras infantis, presente não só no universo das crianças espanholas, apresentam adultos minimizados. Sabe- se que “Bruegel ocultava mensagens em algumas de suas pinturas porq ue vivia num tempo muito perigoso. Talvez estivesse mostrando que as pessoas que governavam a cidade e dirigiam as igrejas estavam a gindo como crianças e não levavam seu trabalho muito a sério” ( BRAGA, 1997, p.23). A seguir duas obras do artista brasileiro Candido P ortinari, que retrata com riqueza a cultura corporal brasileira e sua rel ações:

Cambalhota 1958

Pintura a óleo/madeira 59.5 x 72.5cm

Rio de Janeiro, RJ Assinada e datada na margem inferior à direita "POR TINARI 58"

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Coleção particular, São Paulo,SP Disponível em http://www.portinari.org.br/imgs/jpgobras/OAa_2993. jpg

Crianças Brincando no Pátio da Escola 1933

Desenho a aquarela e grafite/papel 15.5 x 22.3cm (aproximadas)

Brodowski, SP Assinada e datada no canto inferior direito "Portin ari 933"

Dedicatória na margem inferior à direita “Para o Alo ysio Graça Aranha Rosa e Silva”

Coleção particular, São Paulo,SP

A partir da linguagem poética e de conceitos da fil osofia e da sociologia pode-se compreender o consumo/consumismo, o ter det erminan do o ser, da alienação engendrada e alimentada pela indú stria cultural. Para compreender como desejos e vontades não são mais de finidos pelo humano, definindo até nas escolhas de nossas brinca deiras e brinquedos, sugere-se a leitura do poema “Eu etiquet a” de Carlos Drummond de Andrade: Eu etiqueta: Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de cartório Um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida, Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produtos Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido De alguma coisa não provada Por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente, Meu copo, minha xícara,

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Minha toalha de banho e sabonete, Meu isso, meu aquilo. Desde a cabeça ao bico dos sapatos, São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, Ordens de uso, abuso, reincidências. Costume, hábito, permência, Indispensabilidade, E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda Seja negar minha identidade, Trocá-la por mil, açambarcando Todas as marcas registradas, Todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia Tão diverso de outros, tão mim mesmo, Ser pensante sentinte e solitário Com outros seres diversos e conscientes De sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio Ora vulgar ora bizarro. Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente.) E nisto me comparo, tiro glória De minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago Para anunciar, para vender Em bares festas praias pérgulas piscinas, E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste De ser veste e sandália de uma essência Tão viva, independente, Que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora Meu gosto e capacidade de escolher, Minhas idiossincrasias tão pessoais, Tão minhas que no rosto se espelhavam E cada gesto, cada olhar Cada vinco da roupa Sou gravado de forma universal, Saio da estamparia, não de casa, Da vitrine me tiram, recolocam, Objeto pulsante mas objeto Que se oferece como signo dos outros Objetos estáticos, tarifados.

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Por me ostentar assim, tão orgulhoso De ser não eu, mas artigo industrial, Peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente. O poema esta disponível em: http://www.pensador.info/p/eu_etiqueta/1/ acessado em 18/01/2008. A dimensão lúdica, manifestada pelo brincar e jogar , e por todos os saberes culturais e artísticos, de elevada qualidad e, se fazem necessárias no momento em que tem- se a necessidade de desconstruir pensamentos únicos e conformados pela alienação int electual e cultural que impõe o consumo como caminho único paa a existê ncia prazerosa da vida. Assim visto, através da leitura interdisciplinar da cultura corporal expressada na dança, na ginástica, no esporte, nas lutas e no jogo, brinquedo e brincadeira é possível provocar discuss ões e reflexões acerca de ordem históri ca, econômica, político, social, cultural, que permeiam o fenômeno em estudo.

Referências:

BRAGA, Angela. Tarsila do Amaral (Coleção Mestres das Artes no Brasil). São Paulo: Moderna, 1998.

VENEZIA, Mike. Pieter Bruegel (Coleção Mestres das Artes no Brasil ). São Paulo: Moderna, 1997.

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BRINQUEDOS “IMPRODUTIVOS”

Produzidos por alunos do Prof. Ms. Rogerio Massarotto de Oliveira, do Curso de Educação Física, da Universidade Estadual de Maringá. * as fotos abaixo são do acervo pessoal deste Professor PDE-2007.

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Em Paraná:

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil chega a 205 municípios do Paraná em

2007

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/escola/modules/noticias/article.php?storyid=212 acessado em 02/02/2008

Mais de 43 mil crianças e adolescentes pobres de 205 municípios do Paraná foram

retiradas de situação de trabalho infantil por meio do Programa de Erradicação do

Trabalho Infantil (PETI) em 2007. Eles deixaram o trabalho, receberam reforço

escolar e alimentação em período extracurricular nas escolas, desenvolveram

atividades esportivas, artísticas e culturais e continuaram a ajudar as famílias por

intermédio da bolsa-auxílio distribuída pelo programa.

Para o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção social, Nelson Garcia, o

programa busca resgatar a cidadania das crianças que antes estavam envolvidas no

trabalho precoce e impróprio para a idade. “Por meio de uma bolsa-auxílio, que

substitui a renda que essa criança teria se fosse trabalhar, o programa oferece

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oportunidade para esses pequenos cidadãos participarem de atividades culturais,

educacionais, sem o prejuízo que o compromisso com o trabalho traz”, explica.

O cuidado com o bem-estar de crianças e adolescentes é preocupação de toda a

sociedade e tem recebido atenção do governo federal e estadual por meio de

políticas públicas que garantem mais do que a saúde dos pequenos. Para se manter

no programa, os beneficiários devem participar de atividades do contraturno

escolar, como oficinas de Capoeira, Futsal, Futebol, Break, Violão, Dança de Rua,

Atletismo, Teatro, Jazz, Coral e Bate Lata. A equipe multidisciplinar, responsável

pelo andamento do programa nos municípios é composta por nutricionistas,

psicólogos, assistentes social, pedagogos e outros e a Secretaria acompanha e

coordena as ações através de seus Escritórios Regionais.

O Programa, que é federal, é coordenado no Estado pela Secretaria do Trabalho,

Emprego e Promoção Social e tem como objetivo afastar crianças e adolescentes de

trabalhos considerados perigosos, penosos, insalubres ou degradantes. Para ter

direito ao benefício, essas crianças devem ter entre 7 e 15 anos e ser de famílias

em que a renda média por pessoa seja de até meio salário mínimo.

São exigidos que elas mantenham a freqüência escolar de, no mínimo, 85% do ano

letivo, e que participem de atividades desenvolvidas no horário de contraturno

escolar.

Agencia Brasil - Radiobrás 19 de Julho de 2006 - 10h21 - Última modificação em 19 de Julho de 2006 - 10h22

Fiscais constatam exploração de trabalho infantil no Paraná http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/07/19/materia.2006-07-19.7380867004/view acessado em 02/02/2008 Lúcia Nórcio Repórter da Agência Brasil

Curitiba - A Delegacia Regional do Trabalho do Paraná encontrou 24 crianças e adolescentes trabalhando na região sudoeste do estado. Segundo o delegado Geraldo Serathiuk, quinze deles tinham menos de 14 anos, cinco tinham entre 14 e 16 e quatro, 16 e 17 anos. A ação fiscal foi realizada entre os dias 10 e 14 deste mês, em 15 estabelecimentos das cidades de Chopinzinho, Pato Branco, Mangueirinha e Coronel Vivida.

Serathiuk disse que os mais novos tinham 7 e 8 anos de idade. O primeiro trabalhava como catador de lixo reciclável e o segundo auxiliava na montagem e desmontagem de peças de veículos. Esses meninos são de Mangueirinha, onde foram encontrados mais 11 trabalhando. Em Chopinzinho foram sete crianças, o

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mais novo com 13 anos, desempenhando a função de auxiliar de escritório. De acordo com o delegado, o adolescente recebia R$ 100 de remuneração para trabalhar das 14h às 17h30.

Em Pato Branco os auditores fiscais do Trabalho localizaram cinco crianças. A mais jovem, com apenas 9 anos de idade, trabalhava como catador de papel. Os setores fiscalizados foram mecânica, metalurgia, construção civil e empresas de reciclagem de papel. Segundo o delegado regional do Trabalho no Paraná, os menores foram encaminhados ao Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil (Peti) e ao Bolsa-Escola.

A ação foi resultado de uma parceria com a Secretaria Estadual do Trabalho e Promoção Social e Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil e tem o objetivo de combater a exploração do trabalho infantil que, segundo Geraldo Serathiuk, é uma das propostas da DRT para 2006.

A empresa que explora o trabalho infantil está sujeita a uma multa mínima de R$ 402,53 por criança empregada. O valor das multas pode ser dobrado quando a empresa já tem histórico de exploração infantil, conforme consta no Artigo 434 da Consolidação das Leis do Trabalho.