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MonografiasSexta, 03 de Dezembro de 2010 15h43
A possibilidade da Aplicação da Medida de Segurança ao Psicopata
Resumo
As últimas décadas, no Brasil, foram marcadas por um aumento assustador no número de conflitos entre os
grupos sociais, provocando um alarmante aumento da violência.
A crescente criminalidade assumiu requintes de crueldade e perversidade, tornando difícil considerar que
determinados delitos são oriundos de pessoas providas de saúde mental e capacidade de entendimento e determinação. (1)
Nestes casos, o Estado, tende a punir os “criminosos”, sem demonstrar qualquer preocupação em conhecê-
los, para que outras medidas sejam aplicadas, além daquelas que visam somente à punição.
No ordenamento atual, as legislações civil e penal estabelecem que a saúde mental e a formação intelectual
são requisitos para a capacidade civil e responsabilização penal do indivíduo. Nesse sentido, o portador de doença mental
que, ao tempo do crime, era inteiramente incapaz de entender a ilicitude do ato ou de determinar-se de acordo com ele, está
isento de pena e deve ser submetido à medida de segurança, cuja finalidade é curativa e preventiva. (1)
O nosso trabalho aborda a aplicação da medida de segurança aos doentes mentais bem como ao psicopata,
que apesar de não se enquadrar na definição de doente mental, a luz da sanção penal, deve ser tratado como tal.
Sumário
Introdução..................................................................................................................... 04
Capítulo 1 – O Crime
ANA CAROLINA MARCHETTI NADER: Graduada pela Universidade FUMECEspecialista em diretito processual civel e empresarial.Belo Horizonte/MG.
Segunda, 12 de Maio de 2014 Capa Fale Conosco
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1.1 - Conceito de crime................................................................................................ 06
Capítulo 2- A inimputabilidade
2.1 – Considerações Iniciais....................................................................................... 08
2.2 – A inimputabilidade por doença mental............................................................. 11
Capítulo 3 – O psicopata............................................................................................. 14
Capítulo 4 - Penas Privativas de Liberdade............................................................... 19
Capítulo 5 - Medidas de Segurança
5.1 - Considerações Iniciais........................................................................................ 23
5.2 - Espécies e prazos da medida de segurança..................................................... 25
5.3 - Aplicação da medida de segurança................................................................... 29
5.4 – A aplicação da medida de segurança ao Psicopata........................................ 30
Capitulo 6 - Casos concretos
6.1 - Ademar de Jesus Silva, o “Maníaco de Luziania”............................................. 35
6.2 - Francisco da Costa Rocha, o “Chico Picadinho”.............................................. 37
6.3 - Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”........................................ 38
Considerações Finais.................................................................................................. 40
Referências bibliográficas........................................................................................... 41
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Introdução
A lei penal protege bens essenciais ao convívio social, estipulando sanções para os que a transgridem.
Entretanto, a prevenção geral, pela ameaça da pena, é inócua em relação aos inimputáveis, por não possuírem capacidade
de entendimento ou de determinação.
O psicopata não é um doente mental. O psicopata sofre, em linhas gerais, de uma espécie de distúrbio de
personalidade. A legislação pátria não prevê a aplicação de medidas de segurança nestes casos.
Ao estudar as diversas anomalias mentais, verificamos que não é justo aplicar ao doente mental infrator o
mesmo tratamento dispensado ao indivíduo imputável. O psicopata, não é um doente mental, porem acreditamos que este
deve ter o mesmo tratamento que deveria ser dispensado aos doentes mentais.
Inúmeros são os casos envolvendo indivíduos portadores de psicopatologias crônicas e incuráveis, altamente
perigosos, que são condenados à pena privativa de liberdade. E, após o cumprimento de suas penas, retornam à sociedade
ainda mais doentes e perigosos do que antes, sendo grande a possibilidade de reincidirem no crime.
A medida de segurança se apresenta, pois, como sanção penal imposta pelo Estado, na execução de uma
sentença, cuja finalidade é exclusivamente preventiva, ou seja, no sentido de evitar que o autor de uma infração penal que
tenha demonstrado periculosidade volte a delinqüir.
Nesse diapasão:
“A medida de segurança não deixa de ser uma sanção penal e, embora mantenha semelhança
com a pena, diminuindo um bem jurídico, visa precipuamente à prevenção, no sentido de preservar a
sociedade da ação de delinqüentes temíveis e de recuperá-los com tratamento curativo.
Esta sanção, como providência preventiva, tem lugar após o crime, mas não em razão dele; não
visa retribuir uma culpa mas a impedir um perigo; portanto – embora possa fazer sofrer – não
pretende ser um mal, mas apenas uma medida que impede a pessoa perigosa de prejudicar ou de
prejudicar mais. “A medida de segurança, pois não pressupõe homens livres culpáveis e imputáveis,
mas indivíduos que estão eventualmente fora do mundo moral.” (LEVORIN, Marco Polo. Princípio da
Legalidade na Medida de Segurança. Editora Juarez de Oliveira, 2003, p. 162).
No Brasil, firmou-se o entendimento equivocado de que medidas de segurança são sinônimas de impunidade,
enquanto que, na verdade, esta, ao lado da pena, constitui uma espécie de sanção penal, de finalidade diversa. ( 2)
É preciso que o Estado repense o atual tratamento dispensado ao doente mental infrator, bem como a
aplicação da medida aos psicopatas, para garantir a correta aplicação da lei, com vistas à segurança e à paz social.
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Capítulo 1 – O crime
1.1 - Conceito de Crime
A conceituação do crime é a definição mais importante do Direito Penal. É o conceito chave deste ramo do
direito.
Dentre os diversos tipos de conceito de crime (formal, material, analítico) o que mais nos interessa é oanalítico, seara de inúmeras divergências. (3)
Conceito Material – Sob este enfoque, crime é o fato que viola os bens jurídicos protegidos pelo Direito Penal.
Conceito Formal – Neste aspecto o crime é todo fato humano que infrinja a lei penal.
Conceito Substancial – Segundo Bettiol, crime seria “todo o fato humano lesivo de um interesse capaz de
comprometer as condições de existência, de conservação e de desenvolvimento da sociedade”.
Conceito Analítico ou dogmático – Lembrado por Zaffaroni e Pierangeli como Conceito Estratificado de Crime,
em alusão ao estudo das rochas estratificadas, na Geologia.
Apesar de o Crime ser unitário e indivisível, devemos analisar, separadamente, seus elementos, sendo este
conceito o que melhor define crime, por especificar seus elementos.
É aqui onde mais se divergem os doutrinadores, surgindo algumas teorias. A divergência consiste em saber
quais de quatro elementos (FATO TÍPICO, ANTIJURÍDICO, CULPÁVEL e PUNÍVEL) pertencem ou não ao conceito de crime, a
saber:
Umas partes dos operadores do direito acreditam que o crime não é o fato em si, já que o fato é a
conseqüência do ato/omissão criminosa, sendo que esta conseqüência não é sempre necessária para a caracterização da
atitude criminosa. No entanto, segundo doutrina dominante, esta separação de fato e ato não é procedente.
Melhor caracterização nos traz Heleno Fragoso:
"O crime é, sem dúvida, fato jurídico. Fato jurídico é designação genérica de todo
acontecimento relevante para o direito, provocando o nascimento, a modificação ou extinção de uma
relação jurídica. Fatos jurídicos dividem-se em fatos naturais (ou fatos jurídicos em sentido estrito) e
fatos voluntários (ou atos jurídicos). Aqueles são fatos da natureza, como o nascimento ou a morte.
Estes são condutas voluntárias, que influem sobre relações jurídicas. Os fatos voluntários (ou atos
jurídicos) subdividem-se em duas grandes categorias, a dos atos lícitos e a dos atos ilícitos. Os atos
lícitos são atos praticados de acordo com o direito e podem ser declarações de vontade dirigidas a
produzir efeitos jurídicos (negócios jurídicos) ou ações, positivas ou negativas, que produzem efeitos
jurídicos, sem serem dirigidas a produzi-los." (FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal:
Parte Geral. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1995.)
Desta forma, a Ciência Penal se torna principalmente o estudo jurídico dos atos ilícitos, que são fatos em
sentido amplo.
A definição do crime é tão importante que se dá para o desenvolvimento de inúmeros outros conceitos, como
para a determinação do objeto do crime (jurídico formal, jurídico substancial e material), a diferença entre os ilícitos civis e os
ilícitos penais e etc.
Capitulo 2 – A inimputabilidade
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2.1 Considerações iniciais
Sendo a imputabilidade um pressuposto da culpabilidade, esta não existe se falta a capacidade psíquica de
compreender a ilicitude.
Excluída a imputabilidade por incapacidade, pelo autor do fato, total de entendimento da ilicitude do fato ou de
autodeterminação, impõe-se a absolvição deste, aplicando-se obrigatoriamente a medida de segurança de internação em
hospital de custódia ou de tratamento psiquiátrico.
Segundo nos ensina Genival França:
“Chama-se paranóia o transtorno mental marcado por permanentes concepções delirantes ou
ilusórias, que permitem manifestações de autofilia e egocentrismo, tendo o paranóico, um alto
conceito de si mesmo”.
“Os paranóicos pensam e agem adequadamente, têm condições de entender a natureza
criminosa do fato mas são incapazes de inibir seus impulsos, estando comprometida sua capacidade
de autodeterminação.” (FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1998.)
Vejamos o conceito de imputabilidade para alguns doutrinadores, como Damásio de Jesus:
“Imputar é atribuir a alguém a responsabilidade de alguma coisa. Imputabilidade penal é o
conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada
a pratica de um fato punível.” (JESUS, Damásio E. de. Direito Penal. Parte Geral. São Paulo: Saraiva,
v. 1.)
Conforme Mirabete:
“Só é reprovável a conduta se o sujeito tem certo grau de capacidade psíquica que lhe permitecompreender a antijuridicidade do fato e também de adequar essa conduta a sua consciência. Quem
não tem essa capacidade de entendimento é inimputável, excluindo-se a culpabilidade.” (MIRABETE,
Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal – Parte Geral. 22° ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.)
Assim, a capacidade de entender o caráter criminoso do fato não significa a exigência de o agente ter
consciência de que sua conduta se encontra descrita em lei como infração. (4)
Neste sentido :
“Imputável é o sujeito mentalmente são e desenvolvido que possui capacidade de saber que
sua conduta contraria os mandamentos da ordem jurídica.” (JESUS, Damásio E. de. Direito Penal.
Parte Geral. São Paulo: Saraiva, v. 1.)
Para a legislação pátria, a inimputabilidade não pode ser presumida. Deve ser provada por perícia e
indubitavelmente. São três os sistemas de aferição da inimputabilidade: biológico, psicológico e misto ou biopsicológico.
O Código Penal Brasileiro prevê, em seu art. 26, adotou o sistema híbrido denominado de biopsicológico, que
combina os dois critérios. Primeiramente, deve-se verificar se o agente, ao tempo da ação/omissão, era portador de doença
ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto. Caso negativo, não será inimputável. Se, positivo, verifica-se se era
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com essa consciência.
Somente depois de averiguadas e constatadas ao menos uma dessas duas hipóteses, é que será atribuída a
inimputabilidade ao indivíduo. A inimputabilidade, portanto, deve existir na ocasião do delito, pois a superveniência deenfermidade mental depois do cometimento do crime, não exclui a culpabilidade. (5)
O art. 26 do CPB isenta de pena o indivíduo que pratica ato típico e ilícito quando, no momento da
ação/omissão delitiva, era portador de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto (menoridade ou retardado), e
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era completamente incapaz de compreender a ilicitude de sua conduta ou de determinar-se de acordo com ela. ( 6)
Desta feita, para ser inimputável, não basta a pré-existência de doença ou capacidade mental incompleta ou
retardada. É necessário, que, ao tempo da ação ou omissão, o agente, não tenha sido capaz de compreender o fato
criminoso, ou, caso o fosse, não conseguiu controlar o impulso delitivo.
Nessa lógica, a inimputabilidade, para ser reconhecida, exige a presença da doença mental, ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ao tempo da ação ou da omissão, bem como a inteira incapacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com ele.
A incapacidade de entendimento da ilicitude do fato ou de autodeterminação diante da conduta criminosa,
portanto, constituem requisitos da inimputabilidade.
2.2 - A inimputabilidade por doença mental
O Código Penal vigente, ao tratar da inimputabilidade por anormalidade mental, adotou o sistema misto ou bio-
psicológico, segundo o qual não basta a existência da doença para isentar o agente da pena. ( 7)
Entre as causas que podem levar à inimputabilidade penal, está a doença mental. É a primeira hipótese de
causa de exclusão da imputabilidade mencionada na lei.
A doença mental abrange todas as moléstias que causam alterações mórbidas, havendo três formas:
1) A orgânica: paralisias cerebrais, arteriosclerose, etc
2) A tóxica: a psicose alcoólica ou por medicamentos
3) A funcional: esquizofrenia, a psicose maníaco-depressiva, a paranóia, etc.
O doente mental apresenta características próprias, vivendo num mundo criado por ele próprio, possuindo
suas verdades e seus valores, agindo de maneira que enfrente o sistema social em que vive, não sendo correto, desta forma,
a aplicação de pena privativa, pois esta não surtirá nenhum efeito, tendo em vista o sentido de falta de valorização jurídica
relacionada à sua conduta. (8)
Nesse sentido, nem todo criminoso sexual, por exemplo, será portador de doença mental, mas sim, de
transtorno de personalidade, que nem sempre é sinônimo de loucura.
O Código Criminal do Império, ao referir-se aos inimputáveis por doença mental, utilizou a expressão "loucosde todo o gênero". A aludida expressão, bem como outras que a sucederam, tais como "imbecilidade nativa", foram alvo de
muitas críticas, não somente por estarem incorretas, do ponto de vista médico, mas por serem preconceituosas e pejorativas.
(9)
O atual CPB, em seu art. 26, utiliza as expressões "agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado [...]". Em seguida, no parágrafo único deste dispositivo, ao tratar da semi-imputabilidade, dispõe que
"a pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental [...]".
São consideradas doenças mentais as psicoses. O psicótico apresenta a perda de contato com a realidade e
sintomas produtivos, tais como delírios e alucinações. A grave alteração da consciência é capaz de provocar no indivíduo a
sensação de acreditar na própria mentira, o que o impede de ver a realidade dos fatos.
A psicose pode ter origem orgânica (disfunções cerebrais) ou funcional (psicológica ou comportamental). São
exemplos de psicose: a) esquizofrenia, b) transtorno bipolar de humor, c) paranóia. (10)
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Também podem ser consideradas doenças mentais, o alcoolismo e a toxicomania.
A Lei Penal isenta de pena o agente que, em razão de dependência química, ou sob o efeito de substância
psicotrópica, proveniente de caso fortuito ou força maior, comete crime. (art. 28, § 1º, II).
Ao lado da doença mental, entre as causas que excluem a imputabilidade do agente está o desenvolvimento
mental retardado ou incompleto. São os casos em que a capacidade mental do indivíduo é incompatível com o estágio de vida
em que se encontra, estando aquém do desenvolvimento normal para sua idade cronológica. Em razão da baixa capacidade
mental, fica impossibilitado de avaliar racionalmente as situações da vida e, por conseguinte, é inimputável por não possuir o
pleno entendimento e discernimento acerca de seus atos. (11)
Em se tratando de psicopatas, a grande polêmica diz respeito ao parágrafo único, do art. 26, da Lei Penal, que
define esses indivíduos como semi-imputáveis.
Os perturbados mentais ou detentores de personalidades anormais ou desajustadas, não são, propriamente,
portadores de doença mental. A Lei os considera semi-imputáveis pela capacidade de entendimento e posição fronteiriça com
os enfermos mentais, o que constitui um grande equívoco, pois a realidade tem mostrado que os portadores de
personalidades psicopáticas estão por trás da maioria dos crimes considerados bárbaros, com alto grau de violência e
perversidade. (12)
Capitulo 3 - O psicopata
Psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade anti-social é um comportamento caracterizado pelo
padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros que se inicia na infância ou começo da adolescência e
continua na idade adulta. O indivíduo com o chamado transtorno da personalidade anti-social tem como características
principais o engodo e a manipulação e, para receber tal diagnóstico, deve ter pelo menos 18 anos e uma história de
transtorno da conduta antes dos 15 anos.
Abaixo, os critérios de diagnóstico para o transtorno da personalidade anti-social listados pelo DSM-IV e pela
CID-10 - Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - uma compilação de todas as
doenças e condições médicas conhecidas, elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS):
a) Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como
indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
- fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução
repetida de atos que constituem motivo de detenção;
- propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para
obter vantagens pessoais ou prazer;
- impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
- irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas;
- desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
- irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral
consistente ou honrar obrigações financeiras;
- ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outrapessoa;
b) O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
c) Existem evidências de transtorno da conduta com início antes dos 15 anos de idade.
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d) A ocorrência do comportamento anti-social não se dá exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou
episódio maníaco. (13)
Nos ensina Garcia:
“Chamamos personalidades psicopáticas a certos indivíduos que, embora apresentem um certo
padrão intelectual, algumas vezes até elevados, exibem através de sua vida distúrbios da conduta,
de natureza anti-social ou que colidem com as normas éticas, e que não são influenciáveis pelasmedidas medicas e educacionais ou insignificantemente modificáveis pelos meios curativos e
corretivos.” (GARCIA, J. Alves. Psicopatologia Forense – 2° ed. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti
Editores, 1958.)
Para Ana Paula Sica,
“Segundo alguns autores (e por todos, Robert Hare, 1970, 1991 e 1993), a psicopatia
representa uma desordem de personalidade dissociativa, anti-social ou sociopática, ou seja, uma
forma especifica de distúrbio de personalidade com um peculiar padrão de sintomas ligados às
esferas interpessoal, afetiva e comportamental. Esta a razão pela qual o psicopata assume, nos
relacionamentos com os demais, sentimentos de superioridade e arrogância, insensibilidade,ausência de sentimento de culpa e impulsividade.” (SICA, Ana Paula Zomer. Autores de Homicídio e
Distúrbios da Personalidade. 2° ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.)
A expressão (psicopata) é reservada basicamente para indivíduos que estão sem socializar, e cujos padrões
de conduta lhes levam a contínuos conflitos com a sociedade.
O psicopata não sofre por sua condição, nem manifesta ansiedade ou angústia, que são típicas dos
neurotípicos. Os psicopatas não são bem socializados e vivem em conflito com a sociedade (com as normas, com as leis).
São incapazes de uma lealdade relevante com indivíduos, grupos e valores sociais.
São egoístas, insensíveis, irresponsáveis, impulsivos e incapazes de se sentirem culpados e de aprender algoda experiência do castigo. Seu nível de tolerância de frustrações é baixo e inclinam-se a culpabilizar os outros ou justificar de
modo plausível sua própria conduta.
O psicopata é egocêntrico, manipulador, mentiroso e cruel. Não assume suas responsabilidades nem lhe
preocupa a repercussão negativa de seu. O psicopata é um indivíduo especialmente preparado para patrocinar as
empreitadas criminosas mais absurdas e para executar delitos com uma violência desproporcional e gratuita.
O psicopata não apresenta alucinações e delírios típicos da esquizofrenia, ainda que, precisamente por isso,
sua máscara de prudência o torne mais difícil de ser descoberto e mais perigoso. Ele não tem capacidade para ver-se a si
mesmo como os outros o vêem. A impulsividade, a destrutividade e o engano são traços dominantes na psicopatia.
Para ele o delito é um mero acidente, algo que teria que acontecer. A maior parte dos psicopatas é definida
como pessoas sem sentimento; não experimenta complexo algum de culpa pelo mal que causam, nem vergonha, nem má
consciência. Possui menos medo que os não psicopatas. Diante de imagens de conteúdo emocional, comporta-se com muita
frieza.
Embora providos de inteligência e capacidade de entendimento, são incapazes de controlar seus impulsos.
Esses cidadãos deveriam ser submetidos a tratamento nos hospitais de custódia, pois, como cediço, essa
“doença” raramente têm cura. São pessoas anti-sociais, com elevado grau de periculosidade.
Infelizmente, na prática, acaba por se condenar psicopata a cumprir pena privativa de liberdade em presídios,
onde convivem juntamente com os criminosos “normais”.
Mirabete enfatiza a questão do enquadramento da semi-imputabilidade aos psicopatas:
“Refere-se à lei em primeiro lugar à “perturbação da saúde mental”, expressão ampla que
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abrange todas as doenças mentais e outros estados mórbidos. Os psicopatas, por exemplo, são
enfermos mentais, com capacidade parcial de entender o caráter ilícito do fato. A personalidade
psicopática não se inclui na categoria das moléstias mentais, mas no elenco das perturbações da
saúde mental pelas perturbações da conduta, anomalia psíquica que se manifesta em procedimento
violento, acarretando sua submissão ao art. 26, parágrafo único.” (MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual
de Direito Penal – Parte Geral. 22° ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.)
Neste diapasão a jurisprudência pátria.:
“A personalidade psicopática se revela pelas perturbações da conduta e não como enfermidade
psíquica. Destarte, embora não enfermo mental, é o indivíduo portador de anomalia psíquica, que se
manifestou quando do seu procedimento violento ao cometer o crime, justificando, de um lado, a
redução da pena, dada a sua semi-responsabilidade; e de outro, a imposição por imperativo legal da
medida de segurança.”(TJSP – Revisão Criminal – Relator Adriano Marrey – RT 442/412)
O resultado é o pior possível, pois esses indivíduos, após serem libertados, retornam à sociedade ainda mais
nocivos do que antes e, reincidem nos crimes. Se fossem considerados inimputáveis e recebessem medida de segurança,
poderiam ficar sob tratamento, caso não fosse atestada, a sua cura.
Capitulo 4 - Penas Privativas de Liberdade
Para a ciência do Direito Penal, a afirmação de que a pena se justifica por sua necessidade é quase unânime.
Ela consiste, num recurso utilizado pelo Estado para coibir condutas lesivas, tornando possível à convivência em sociedade.
(14)
Segundo Júlio Fabbrini Mirabete:
"perde-se no tempo a origem das penas, pois os mais antigos grupamentos foram levados a
adotar certas normas disciplinadoras, de modo a possibilitar a convivência social". No entanto,
enfatiza que, nas antigas civilizações, predominava a idéia de castigo, de modo que a sanção maisfreqüentemente aplicada era a de morte, e a repressão alcançava o patrimônio do infrator, bem
como seus descendentes, não havendo, então, a vigência do princípio da pessoalidade das penas,
que impede a penalização de outras pessoas além do delinqüente.” (MIRABETE, Julio Fabbrini.
Manual de Direito Penal – Parte Geral. 22° ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.)
De acordo com Mirabete, mesmo na Grécia Antiga e no Império Romano, havia predominância das penas
capitais e das sanções aflitivas, que, dentre outros suplícios, incluía os açoites e as mutilações (15). Porém, assevera que,
mesmo nesse cenário de insensibilidade humana, Sêneca já apregoava:
"a idéia de que se deveria atribuir à pena finalidades superiores, como a defesa do Estado, a
prevenção geral e a correção do delinqüente" e "na Grécia Clássica, entre os sofistas, comoProtágoras, surgiu uma concepção pedagógica da pena". (MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de
Direito Penal – Parte Geral. 22° ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.)
Ainda conforme Mirabete, a despeito desses posicionamentos isolados, a repressão penal, por vários séculos,
foi exercida primordialmente por meio da pena capital, que era, no mais das vezes, executada de forma cruel. E as penas que
preservavam o apenado vivo eram demasiadamente cruéis e infamantes. (16)
De acordo com Maurício Antônio Ribeiro Lopes (17) , foi somente no Iluminismo, período em que o Direito
Penal se corporificou como ciência autônoma, que começaram a surgir preocupações efetivas sobre a função das punições,
bem como sobre a legitimidade das penas. Segundo o autor, o cerne dessas preocupações era o estabelecimento de um
novo racionalismo acerca da Justiça, fundado num modelo jus naturalista de Estado e de Direito, no âmbito do qual seestabeleceu o princípio da legalidade como garantia e, na mesma esteira, a discussão acerca da função das sanções penais.
Contemporaneamente, a pena por excelência é a pena privativa de liberdade.
A idéia central da pena privativa de liberdade, conforme Fragoso:
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"(...) a prisão deve promover a custódia do condenado, neutralizando-o através de um sistema
de segurança, no qual se esgota o sentido retributivo da pena e, ao mesmo tempo, ressocializá-lo ou
emendá-lo, através de um tratamento". (FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal: parte
geral. ed. rev. por Fernando Fragoso. Rio de Janeiro : Forense, 2004.)
Com as penas privativas de liberdade, objetiva-se reintegrar o infrator à comunidade, todavia, é notável o
fracasso do sistema prisional para alcançar tal fim. De acordo com Fragoso ( 18), além de as taxas de reincidência serem
expressivos, os confinamentos geram efeitos devastadores sobre a personalidade humana, que acaba por se ajustar a
subcultura prisional, uma vez que é insolúvel a contradição entre as funções de custódia e reabilitação. (19)
Sobre a origem de muitos dos problemas oriundos das penas privativas de liberdade, Fragoso aponta que:
“A reunião coercitiva de pessoas do mesmo sexo num ambiente fechado, autoritário, opressivo
e violento, corrompe e avilta. Os internos são submetidos às leis da massa, ou seja, ao código dos
presos, onde impera a violência e a dominação de uns sobre os outros. O homossexualismo, por
vezes brutal, é inevitável. A delação é punida com a morte. Conclui-se assim, que o problema da
prisão é a própria prisão, que apresenta um custo social demasiadamente alto.” (FRAGOSO, Heleno
Cláudio. Lições de Direito Penal: parte geral. ed. rev. por Fernando Fragoso. Rio de Janeiro :
Forense, 2004.)
Partindo-se dessas premissas, entende-se que, sempre que possível, deve ser feita à opção por outra
modalidade de pena que não a privativa de liberdade, o que certamente contribui para uma maior efetividade do sistema
punitivo, sobretudo no que diz respeito à realização dos fins a serem alcançados com a aplicação das penas. Entretanto, a
despeito de todos os aspectos negativos, a pena privativa de liberdade é predominante, no sistema penal brasileiro, sendo
cominada em quase todos os tipos penais. (20)
Penas e medidas de segurança são espécies de sanções penais. As penas têm prazo de duração
determinado e são submetidos aos imputáveis e semi-imputáveis fundando-se na culpabilidade e tendo por objetivo maior a
ressocialização do agente através da prevenção geral e especial.
As medidas de segurança têm prazo de duração indeterminado. Essa é delineada pela cessação de
periculosidade, pois, comprovada essa em decorrência do tratamento dispensado ao condenado no hospital de custódia etratamento psiquiátrico, o juiz fará cessar a execução da medida de segurança, determinando a desinternação. Trataremos
desta questão mais detalhadamente.
Se o agente desinternado ou liberado, antes do decurso de um ano, praticar fato que indique a persistência
da periculosidade, será revogada a desinternação ou a liberação condicional e restabelecida a situação anterior. A lei referiu-
se a fato, ao invés de crime, o que significa que um quase-crime ou um crime impossível poderá justificar a reinternação do
agente. Expirado o prazo de um ano sem que o agente volte a apresentar periculosidade, a medida de segurança é
considerada extinta. (21)
Capítulo 5 – Medidas de Segurança
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5.1 – Considerações Iniciais
A medida de segurança mantém semelhança à pena no que se refere à diminuição de um bem jurídico,
tratando-se assim de uma sanção penal.
A diferença reside no fato de que a aplicação da pena se funda na culpabilidade do agente, enquanto a
medida de segurança fundamenta-se na questão da periculosidade do agente.
Tratando-se da natureza de ambos os institutos, podemos dizer que a diferença é de que a pena possui
natureza retributiva-preventiva, e a medida de segurança possui natureza unicamente preventiva. (22)
Neste diapasão, Damásio de Jesus :
“Enquanto a pena é retributiva-preventiva, tendendo atualmente a readaptar socialmente o
delinqüente, a Medida de Segurança possui natureza essencialmente preventiva, no sentido de
evitar que um sujeito que praticou um crime e se mostra perigoso venha a cometer novas infrações
penais.” (JESUS, Damásio E. de. Direito Penal. Parte Geral. São Paulo: Saraiva, v. 1.)
Assim é o entendimento Celso Demanto:
“Enquanto as penas têm caráter retributivo-preventivo e se baseiam na culpabilidade, as
Medidas de Segurança tem natureza só preventiva e encontram fundamento na periculosidade do
sujeito.” (DELMANTO, Celso. Código Penal Comentado – 5° ed. Rio de Janeiro: Editora Renovar,
2000.)
Para Cesare Beccaria:
“Entre as penas e na maneira de aplicá-las proporcionalmente aos delitos, é mister, pois
escolher os meios que devem causar no espírito público a impressão mais eficaz e mais durável, e,
ao mesmo tempo, menos cruel no corpo do culpado.” (BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas.São Paulo: Martin Claret, 2002.
As medidas de segurança, aplicadas aos indivíduos inimputáveis e semi-imputáveis que comentem delitos,
estão previstas no Código Penal, nos artigos 96 e seguintes, assim como na Lei de Execuções Penais, em seu artigo 183.
Todavia, devem ser interpretadas em consonância com os princípios constitucionais como a dignidade da pessoa humana,
humanidade das sanções e vedação ao caráter perpétuo das penas.
Assim, a dificuldade na aplicação das medidas de segurança está diretamente relacionada à indeterminação
do seu prazo, conforme dispõe o artigo 97 do CP.
A Medida de Segurança tem duas modalidades: ou retentiva (internação), ou restritiva (tratamento
ambulatorial).
A internação deverá ser feita em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou a falta dele, em outro
estabelecimento adequado. Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico não passam de “novo nome” dado aos tristemente
famosos “manicômios judiciários brasileiros”.
Ficam sujeitos a tratamento ambulatorial, ao qual são dados cuidados médicos, mas sem internação.
A internação é reservada ao individuo que tiver cometido fato punível com pena de reclusão. O tratamento
ambulatorial será para indivíduos em que de fato se comine pena de detenção. Ambos devem ser cumpridos em hospital de
custodia e tratamento psiquiátrico, os antigos manicômios. No caso de ausência de vagas, é entendimento jurisprudencial
que:
“A ausência de vagas para internação em hospital psiquiátrico ou estabelecimento adequado
não justifica o cumprimento de Medida de Segurança em cadeia publica; por isso, concede-se
liberdade provisória, mas condicionada a tratamento ambulatorial”. (TJSP, RT 608/325).
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5.2 – Espécies e prazos da medida de segurança
Duas são as espécies de medida de segurança: a detentiva e a restritiva. A detentiva consiste na internação
em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (CP, art. 96, inciso I), fixando-se o prazo mínimo de internação entre um atrês anos. Este prazo tornar-se-á indeterminado, perdurando a medida enquanto não for verificada a cessação da
periculosidade, por perícia médica. A perícia deve efetuar-se ao término do prazo mínimo prescrito e repetir-se anualmente.
Há também a restritiva da liberdade, que é o tratamento ambulatorial (CP, art. art. 96 inciso II).
Tendo em vista que tratamento, a medida de segurança deve ser executada em lugar com características
hospitalares (CP, art. 99).
Vale ressaltar, no entanto, que atualmente essas são as únicas espécies de medidas de segurança aplicáveis
aos inimputáveis ou semi-imputáveis.
A primeira delas, medida de internação, possui caráter essencialmente aflitivo, tendo em vista a privação daliberdade daquele que será a ela submetido. Por outro lado, temos a segunda espécie de medida de segurança, denominada
de tratamento ambulatorial. Neste caso em particular, diferentemente do que se observa com as medidas de segurança
detentivas, não ocorre uma efetiva privação da liberdade do indivíduo. O tratamento se realiza em meio aberto, recebendo o
paciente acompanhamento psiquiátrico durante toda sua duração. (23)
A medida de segurança deverá observar o disposto no artigo 97 do Código Penal, que ao abordar o assunto
assim dispõe:
"Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art.26). Se, todavia, o fato
previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial."
Uma vez aplicada à medida esta ficará vinculada à cessação da periculosidade do agente. Desta feita, será
realizado exame pericial pela autoridade administrativa responsável pelo tratamento no sentido de averiguar as condições
pessoais do doente mental infrator, remetendo ao juiz relatório minucioso que o habilite a resolver sobre sua possível
revogação ou permanência. (24)
A medida de segurança está sujeita às causas extintivas da punibilidade porque, embora não constitua
sanção, é medida constritiva da liberdade e toda medida restritiva ou privativa de direitos deve estar sujeita a prazos
prescricionais.
Quanto ao início da medida de segurança, é entendimento jurisprudencial que:
“Só inicia-se após transito em julgado, mediante a guia de execução. Conforme orientação
jurisprudencial, conta-se o prazo a partir da data da prisão em flagrante e não da remoção para a
casa de custodia. (TACRSP, Julgados 91/129).
Assim, é executada, em princípio, por tempo indeterminado, fixado apenas o prazo mínimo, perdurando
enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade, nos termos do parágrafo 1° do artigo
97 do Código Penal.
Porém, há quem entenda que, a medida de segurança se imbui de caráter de pena perpétua, e assim,
necessária se faz sua limitação de duração, que aos semi-imputáveis, deverá ser no máximo a duração da pena substituída
pela medida de segurança, e aos inimputáveis, a duração não deverá exceder o tempo da pena máxima cominada ao crime.
Este não é o nosso entendimento, pois achamos que não há o que se falar em perpetuidade da medida de
segurança, posto que sua própria definição em lei já prevê seu prazo perfeitamente prorrogável, que perdurará até que seja
confirmada a cessação da periculosidade do agente, com o objetivo de pacificação, proteção e satisfação da sociedade. (25)
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A medida de segurança não pode estar sujeita a prazos mínimos ou máximos. O CP prevê prazos mínimos,
mas entende ser ela indeterminada quanto ao prazo máximo. Ademais, a medida de segurança não é sanção, e sim
tratamento.
A jurisprudência se firmou no sentido de que a medida de segurança não tem prazo máximo determinado, o
que é compatível com o art. 96, § 1º, do CP.
“EMENTA: RECURSO DE OFÍCIO. HOMICÍDIO E TENTATIVA DE HOMICÍDIO. ABSOLVIÇÃO
SUMÁRIA. INIMPUTABILIDADE. DOENTE MENTAL. MEDIDA DE SEGURANÇA. CRIME PUNIDO COM
RECLUSÃO. INTERNAÇÃO. PERICULOSIDADE. GRAVIDADE DO DELITO. PRAZO MÍNIMO COM
DURAÇÃO ATÉ QUE SEJA AVERIGUADA A CESSAÇÃO DE PERICULOSIDADE DO AGENTE,
MEDIANTE PERÍCIA MÉDICA. SENTENÇA CONFIRMADA. Provado que o acusado cometeu crime de
homicídio e tentativa de homicídio, mas sendo demonstrada sua inimputabilidade, mediante exame
de sanidade mental, deve ser absolvido sumariamente, nos termos do art. 26, caput, do CP, e art.
411, do CPP, com aplicação de medida de segurança. Tratando-se de fato punível com pena de
reclusão, verificando-se a gravidade do delito e a periculosidade do agente, não se deve proceder
ao tratamento ambulatorial do mesmo, mas à sua internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico, ou, à sua falta, em outro estabelecimento adequado, por prazo indeterminado, no
mínimo de 01 (um) a 03 (três) anos, até que cesse sua periculosidade (art. 97, "caput" e § 1º, do
CP).” (1.0686.01.022795-3/001, Relator: ARMANDO FREIRE, Data da Publicação: 01/06/2005,
TJ/MG)
“ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE AGENTES E PRIVAÇÃO DA LIBERDADE DA
VÍTIMA. PROVA. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL. ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA.
INIMPUTABILIDADE RECONHECIDA. RÉU PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE
PREEXISTENTE AOS FATOS. APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA DE INTERNAÇÃO,
DETERMINADA SUA REAVALIAÇÃO NO PRAZO DE 1 ANO E 6 MESES. INSURGÊNCIA MINISTERIAL,
PLEITEANDO QUE A REAVALIAÇÃO SE FAÇA NO PRAZO DE 3 ANOS (ART. 97, §3º DO CP) FACE
AO ALTO GRAU DE PERICULOSIDADE DO RÉU. A REAVALIAÇÃO DA MEDIDA DETERMINA ESTIMA
SE ELA AINDA SE FAZ ADEQUADA E NECESSÁRIA. NO CASO, A EXTENSÃO DA FAC DO
SENTENCIADO, ALÉM DE REVELAR SEU ALTO GRAU DE PERICULOSIDADE, DEMONSTRA A
NECESSIDADE DE SER AVALIADO EM TEMPO INFERIOR AO PROPOSTO PELO RECORRENTE,
DE MODO A INFERIR A EFICÁCIA DO TRATAMENTO E O GRAU DE COMPROMETIMENTO
PSÍQUICO. CONSTATADA NA REAVALIAÇÃO A NECESSIDADE DE PRAZO MAIOR DE
RECUPERAÇÃO, PERSISTIRÁ A INTERNAÇÃO, ATÉ QUE CESSE A ANTI-SOCIABILIDADE.
RECURSO IMPROVIDO.” (0008360-29.2005.8.19.0038 (2007.050.01156), APELACAO, DES. LUISA
BOTTREL SOUZA, Julgamento: 05/06/2007, QUINTA CAMARA CRIMINAL)
Neste sentido julgado do Supremo Tribunal Federal:
'HABEAS CORPUS'. PACIENTE PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA PARANOIDE. PEDIDO DE
SUSPENSÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA. O TRATAMENTO AMBULATORIO SERÁ, EM PRINCÍPIO,
POR PRAZO INDETERMINADO, PERDURANDO, ENQUANTO NÃO FOR AVERIGUADA, MEDIANTE
PERICIA MEDICA, A CESSAÇÃO DE PERICULOSIDADE: A PERICIA MEDICA REALIZAR-SE-A AO
TERMINO DO PRAZO MINIMO FIXADO E DEVERA SER REPETIDA DE ANO EM ANO, OU A
QUALQUER TEMPO, SE O DETERMINAR O JUIZ DA EXECUÇÃO. SIMPLES ATESTADOS MEDICOS
NÃO PODEM SUBSTITUIR A PERICIA PREVISTA EM LEI. INTERNAMENTO EM HOSPITAL, PARA
MELHOR ESCLARECER O JUIZ SOBRE A SITUAÇÃO DO PACIENTE, E NÃO EM MANICOMIO
JUDICIARIO. RECURSO DESPROVIDO.” (RHC 63792 / MG - MINAS GERAIS, RECURSO EM HABEAS
CORPUS, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Julgamento: 07/03/1986, Órgão Julgador: PRIMEIRA
TURMA)
5.3 - Aplicação da medida de segurança
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A aplicação da medida de segurança pressupõe a prática de crime. Como já vimos, não só doença mental,
ainda que associada a visíveis sinais de periculosidade, por parte da pessoa, possui o condão de deflagrar o processo de
cominação da medida de segurança, sob pena de não serem observados os ditames do direito penal do fato, e sim do autor.
(26)
Importante salientar, que o inimputável não comete crime, pois que ausente estará um dos elementos que
integram o seu conceito analítico, qual seja, a culpabilidade.
Desta forma, inimputáveis não cometem crimes, e sim fatos típicos e antijurídicos, razão pela qual opta o
Código Penal por utilizar a expressão "fato previsto como crime" (art. 97, caput).
Uma vez constatada a prática deste fato típico e antijurídico, será o inimputável submetido ao processo penal,
regularmente instaurado, como se imputável fosse, com a peculiaridade da provável deflagração do incidente de insanidade
mental. (27)
Avaliado por laudo pericial, e reconhecida pelo juiz, a inimputabilidade, deverá o inimputável ser absolvido (e
não condenado, pois não há crime), sendo-lhe, em seguida, aplicada a medida de segurança, que pode ser de internação ou
de tratamento ambulatorial, como já exposto neste trabalho.
As medidas de segurança podem ser cumpridas em três locais distintos, a saber: no que concerne às medidas
de internação, hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou outro estabelecimento adequado (art. 96, I - CP), apenas
para o caso de inexistência do primeiro estabelecimento apontado; já no que diz respeito ao tratamento ambulatorial, poderá
a medida ser cumprida tanto em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico quanto em local com dependência médica
adequada (art. 101 da Lei de Execuções Penais). (28)
5.4 – A aplicação da medida de segurança ao Psicopata
Como já vimos o psicopata é portador de transtorno de personalidade que o torna insensível ao sentimento
das outras pessoas, sem nenhum traço de compaixão nem de obediência a qualquer sistema ético.
Trata-se de distúrbio que atinge três por cento da população mundial.
A grande indagação é se as chamadas personalidades psicopáticas são portadoras de transtornos mentais
propriamente ditos ou detentoras de personalidades anormais.
“A expressão personalidade psicopática ficou consagrada pelo uso, e aí estão enquadrados
todos os que sofrem dessas anomalias do caráter e do afeto, que nascem, vivem assim e morrem
assim. São privados do senso ético, deformados de sentimentos e inconscientes da culpabilidade e
do remorso.” (FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1998.)
Defendemos que sejam eles considerados semi-imputáveis, ficando sujeitos à medida de segurança por tempo
determinado e a tratamento médico-psíquico.
A pena privativa de liberdade não deve ser aplicada nestes casos tendo em vista seu caráter inadequado à
recuperação e ressocialização do semi-imputável portador de personalidade anormal.
Para que seja corretamente diagnosticada a existência da personalidade psicopática, crucial se fazem os
estudos da Psiquiatria Médico-Legal pelos peritos. É de grande importância sua responsabilidade que, ao final da analise do
indivíduo, atribuirá na conclusão do laudo pericial psiquiátrico um parecer sobre a imputabilidade deste agente, o que será
altamente relevante no convencimento do juiz. (29)
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As perspectivas de reabilitação médica e social também são de sumária importância, visto que a incidência
criminal nestes tipos é por demais elevada. Garcia também adota este posicionamento (30), senão vejamos:
“O psicopata provoca reitera, reincide, abusa, e quando apanhado nas conseqüências da lei,
não aproveita integralmente a pena, pois, recolocado nas mesmas circunstancias, repete os mesmos
delitos, as mesmas faltas, porque a isso conduz a sua natureza.” (GARCIA, J. Alves. Psicopatologia
Forense – 2° ed. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti Editores, 1958.)
Porém, há uma grande problemática quando da execução da medida de segurança.
De acordo com o § 1° do artigo 97 do Código Penal, a internação ou tratamento ambulatorial do agente
deverá perdurar enquanto não for averiguada, mediante perícia medica, a cessação da periculosidade, o que deverá ter por
prazo mínimo de um a três anos.
De acordo com os maiores especialistas da área não há tratamento reconhecidamente eficaz contra a
psicopatia. Certo é que eles requerem atenção especial, diversa daquela dada aos presos comuns, pois constituem um
perigo constante para a sociedade.
Concluímos então pela efetiva necessidade de acompanhamento psiquiátrico dos presos para que se possam
identificar os psicopatas e tratá-los de acordo com esta situação.
A questão não é simples, até porque, mesmo nos países em que as pesquisas sobre tema estão mais
avançadas, como Estados Unidos e Canadá, não há um consenso sobre o que deve ser feito. Há consenso, porém, no
sentido de que algo deve ser feito. Alguns estados norte-americanos contam inclusive com leis específicas sobre criminosos
psicopatas. Enquanto isso, nós, crente absolutos na inata bondade humana, continuamos a conviver com 46.000 homicídios
anuais e com personagens que já estão tornando-se lendários: o "bandido da luz vermelha", o "maníaco do parque", o "Chico
picadinho", o "Champinha" e tantos outros, anônimos, que continuam a cometer seus crimes, dentro e fora da prisão, antes,
durante e depois do encarceramento. (31)
Em nosso ordenamento pátrio, conforme disposição do artigo 98 do Código Penal, ao agente seminimputavel,
quando comete fato típico e antijurídico, poderá o juiz ou aplicar pena reduzida, ou medida se segurança, nos termos do
artigo 26 do mesmo diploma.
Porém, conforme nos ensina Damásio de Jesus:
“O sentido da expressão “pode o juiz” não significa puro arbítrio, simples faculdade judicial , em
termos de que o juiz “pode” aplicar uma ou outra medida sem fundamentação.
O juiz pode, diante do juízo de apreciação, aplicar a medida de segurança se presentes os
requisitos; ou deixar de fazê-los, se ausentes, impondo a pena.
A expressão deve ser entendida no sentido de que a lei confere ao juiz a tarefa de, apreciando
as circunstancias do caso concreto em face das condições exigidas, aplicar ou não uma dassanções.”
Neste sentindo:
“É facultativa e não obrigatória à redução da pena autorizada pelo art. 22, parágrafo único do
CP (atual art. 26, parágrafo único)”. (TJR – Apelação Criminal – Relator Raphael Cirigliano Filho –
EJTRJ 7/312)
Face à periculosidade do agente, ao agente portador de personalidade psicopática a imposição de medida de
segurança em substituição à redução da pena privativa de liberdade, pois a simples redução da pena cumprida em cadeia
pública fugiria totalmente ao caráter de ressocialização da pena, pois de nada serviria o tempo que passasse recluso nas
penitenciárias devido a sua característica de não aprendizagem com a punição. ( 32)
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Capitulo 6 - Casos concretos
Para uma melhor elucidação sobre o tema aqui tratado, mister se faz exemplificarmos com casos reais.
Iremos apresentar dois casos de maior conhecimento, mas certamente muitos casos idênticos aconteceram eacontecem sem que se tornem públicos, mas que são de igual importância, pois o que está em risco é o maior bem jurídico
tutelado – a vida - , bem como a tranqüilidade e paz social. (33)
6.1 - Ademar de Jesus Silva, o “Maníaco de Luziania”
Em 23 de dezembro do ano passado, ele saiu do cárcere após cumprir dois sextos da pena. Uma semana
depois, teria executado a primeira vítima (Diego Alves Rodrigues, 13 anos).
Acusado de ter abusado e matado seis jovens em Luziânia, entre os dias 30 de dezembro de 2009 e 22 de
janeiro deste ano.
Ademar havia sido condenado a 14 anos de prisão por abuso sexual de menores, mas recebeu o benefício de
livramento condicional após cumprir 4 anos de reclusão.
O pedreiro recebeu o benefício da progressão de pena e foi posto em regime semi-aberto uma semana antes
de assassinar o primeiro dos jovens de Luziânia.
O promotor Ricardo Rangel, titular das ações penais do caso dos jovens desaparecidos em Luziânia, afirma
que a morte do pedreiro Ademar foi inadmissível, já que trouxe prejuízos irreversíveis às investigações que ainda estão em
andamento. De acordo com ele, a transferência do assassino confesso, de Luziânia para Goiânia, ocorreu justamente por
motivos de segurança, pois sua integridade física era fundamental para o andamento do inquérito. Ademar era considerado
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uma peça fundamental para o esclarecimento de fatos ainda não elucidados. “Ele veio para Goiânia porque era útil às
investigações, agora com sua morte, muitos fatos vão deixar de ser esclarecidos”, ressalta. Por causa do sigilo no qual
encontra-se o inquérito, o promotor não quis especificar quais eventos que correm o risco de não ter respostas devido à
morte do pedreiro.
Os promotores do caso e o procurador geral também criticaram a excessiva exposição do acusado, antes
mesmo de ser formalizado o inquérito. Segundo eles, Ademar contou várias versões para o caso, além de ter manchado a
memória e imagem dos adolescentes, acusando-os de envolvimento com drogas
O caso do assassinato dos seis jovens de Luziânia (GO) - violentados e mortos pelo pedreiro Ademar Jesus
da Silva, que confessou os crimes e indicou a localização dos corpos - teve, um desfecho que colocou em xeque o sistema
penal brasileiro. Ademar foi encontrado morto em sua cela, numa delegacia em Goiânia.
6.2 - Francisco da Costa Rocha, o “Chico Picadinho”
Veremos agora um caso verdadeiro que retrata com fidelidade o exposto em nosso trabalho. Trata-se do caso
de Francisco da Costa Rocha, vulgo “Chico Picadinho”.
“Chico Picadinho” é um dos criminosos mais conhecidos que sofrem de distúrbios da personalidade.
Em 1966, assassinou e esquartejou uma mulher, sendo condenado a trinta anos de prisão, e após o
cumprimento de um terço da pena (dez anos), foi posto em liberdade.
Assim, no ano de 1976 quando solto, cometeu outro delito idêntico, assassinando e esquartejando outra
mulher, fazendo jus ao seu apelido de “Chico Picadinho”.
Novamente condenado e preso, sua pena expirou em 1998, mas desta vez não foi posto em liberdade, assim
permanecendo na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté/SP.
Em uma entrevista concedida a uma joranlista, esta se surpreendeu, pois Chico é um homem muito educado,
de elevado nível intelectual, que só queria falar sobre as idéias dos grandes filósofos e discutir sobre bons livros, numa
tentativa de não ter de falar a respeito de seus crimes.
A jornalista acabou por descobrir entre os crimes que cometeu, “Chico Picadinho” havia também tentado
estrangular várias mulheres.
Esta demonstração de homem muito erudito prova exatamente o que descrevemos em um dos nossos tópicos,
pois o assassino tem Q.I. acima da média, lê muito, é culto, mas não consegue segurar seu instinto assassino, e de uma certa
forma, acha que suas vítimas queriam morrer e que ele as fez um favor.
6.3 - Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”
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Outro caso de bastante repercussão foi o de Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”.
Preso em 04 de agosto de 1998, confessou ter cometido o assassinato de pelo menos onze mulheres, “das
que ele lembrava”, alegando estar sob a influência de uma “força demoníaca”.
Ele atraía suas vítimas pela vaidade, com a proposta de realizar uma sessão fotográfica no Parque do Estado,
zona sul da capital de São Paulo, tentava estuprá-las e as matava.
Mesmo ficando por um tempo na Casa de Tratamento e Custódia de Taubaté/SP, o Ministério Publico nunca
questionou sua sanidade mental, embasando-se no fato de ele haver sido réu confesso.
Por solicitação da defesa, passou por Instauração de Incidente de Insanidade Mental.
Foi condenado por júri popular por nove mortes, somando-se as penas num total de 271 (Duzentos e setenta
e um) anos de prisão, que estão sendo cumpridos em penitenciária comum.
Analisando-se os fatos e a maneira fria como o próprio Francisco descreveu os crimes, além da analise de
fatos que demonstram abuso sexual na infância, não achamos ser a medida mais plausível mantê-lo no sistema penitenciário
comum, que certamente não irá recuperá-lo.
Entretanto, o resultado desta sanção só será conhecida quando ele posto em liberdade. Como tantos outroscasos conhecidos, há uma grande probabilidade de que ele cometera crimes idênticos, tal qual como ocorreu com “Chico
Picadinho”, sendo assim este caso mais um erro jurídico.
Considerações finais
Por todo o exposto neste trabalho passemos as nossas considerações finais.
Atualmente, em nosso ordenamento pátrio as medidas de segurança são aplicáveis somente àqueles ditos
inimputáveis.
Vimos que os psicopatas, que são, na maioria das vezes, os responsáveis pelos crimes mais bárbaros
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cometidos contra a sociedade, não são classificados como doentes mentais, ficando, portanto, fora do alcance das medidas
de segurança garantidas aos inimputáveis.
Os psicopatas são seres de alta periculosidade e dignos de muita preocupação e cautela. Para eles a medida
de segurança deveria ser estendida pois mesmo depois de presos e condenados, estes indivíduos trazem preocupação e
perigo a sociedade. Principalmente quando são libertados ou fogem da prisão.
O Estado parece desconhecer esta realidade, preocupando-se apenas e tão somente em encarcerar os
indivíduos, procurando apenas e tão somente mostrar aos cidadãos que cumprem “o seu papel”.
As reflexões ora apresentadas visam realçar a necessidade de uma maior atenção do Estado através de um
estudo mais aprofundado das Medidas de Segurança, protegendo a sociedade das praticas infracionais cometidas por
agentes altamente perigosos, portadores de distúrbio anti-social da personalidade, para a construção de meios efetivos de
preservação da boa estrutura social. (34)
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5 MALCHER, Farah de Sousa. Artigo: “A questão da inimputabilidade por doença mental e a aplicação das medidas de
segurança no ordenamento jurídico atual.” Disponível em: . Acesso em: 29 de outubro de 2010.
6 Ibdem
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9 MALCHER, Farah de Sousa. Artigo: “A questão da inimputabilidade por doença mental e a aplicação das medidas de
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10 Ibdem.
11 MALCHER, Farah de Sousa. Artigo: “A questão da inimputabilidade por doença mental e a aplicação das medidas de
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12 Ibdem.
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14 BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal: Parte Geral. v.I 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
15 BARREIROS, Yvana Savedra de Andrade. Artigo: “A ilegitimidade da pena privativa de liberdade à luz dos fins
teóricos da pena no sistema jurídico brasileiro.” Disponível em: . Acesso em: 29 de outubro de 2010.
16 Ibdem.
17 LOPES, Maurício Antonio Ribeiro. Alternativas para o Direito Penal e o princípio da intervenção mínima. In: Revistados Tribunais. São Paulo, v. 87, n. 757, p. 402-411, nov. de 1998.
1818 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal: parte geral. ed. rev. por Fernando Fragoso. Rio de Janeiro :
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19 BARREIROS, Yvana Savedra de Andrade. Artigo: “A ilegitimidade da pena privativa de liberdade à luz dos fins
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20 Ibdem.
21 MALCHER, Farah de Sousa. Artigo: “A questão da inimputabilidade por doença mental e a aplicação das medidas de
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23 PAULA, Francine Machado de. Medidas de segurança. Jus Uol. Disponível em: . Acesso em: 16 de novembro de
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Conforme a NBR 6023:2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico publicado em periódico eletrônico deveser citado da seguinte forma: NADER, Ana Carolina Marchetti. A possib ilidade da Aplicação da Medida de Segurança ao Psicopata. Clubjus,Brasília-DF: 03 dez. 2010. Disponível em: <http://www.clubjus.com.br/?artigos&ver=1055.32981>. Acesso em: 12 maio 2014.
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