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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA GRAZIANNY ANDRADE LEITE PORTA-ENXERTOS E MÉTODOS DE ENXERTIA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ATEMOIEIRA ( Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill.) MOSSORÓ-RN 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA

GRAZIANNY ANDRADE LEITE

PORTA-ENXERTOS E MÉTODOS DE ENXERTIA NA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE ATEMOIEIRA (Annona squamosa L. x

Annona cherimola Mill.)

MOSSORÓ-RN

2011

GRAZIANNY ANDRADE LEITE

PORTA-ENXERTOS E MÉTODOS DE ENXERTIA NA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE ATEMOIEIRA (Annona squamosa L. x

Annona cherimola Mill.)

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semiárido, como parte

das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: em Fitotecnia.

ORIENTADOR: Prof. DSC. VANDER MENDONÇA

MOSSORÓ - RN 2011

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação

da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

L533p Leite, Grazianny Andrade. Porta-enxertos e métodos de enxertia na produção de mudas de

atemoieira (Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill) / Grazianny

Andrade Leite. -- Mossoró: 2011.

68f.: il.

Dissertação (Mestrado em Fitotecnia - Área de

concentração em Fruticultura) – Universidade Federal

Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pós-Graduação.

Orientador: Prof. D.Sc. Vander Mendonça.

1.Fruticultura. 2.Propagação vegetativa.

3.Araticum–do–brejo. 4.Pinha. I.Título.

CDD: 634

Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa

CRB/15 120

GRAZIANNY ANDRADE LEITE

PORTA-ENXERTOS E MÉTODOS DE ENXERTIA NA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE ATEMOIEIRA (Annona squamosa L. x

Annona cherimola Mill.)

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semiárido, como parte

das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

APROVADA EM: _27_/_07_/_2011_

À Edileusa (mãe), Graziely e Gabriel (irmãos), Heytor

(sobrinho) e Rodrigo (esposo) que em nenhum momento mediram esforços para realização dos meus sonhos, que me guiaram pelos caminhos corretos, me ensinaram a fazer as melhores escolhas, me mostraram que a honestidade e o respeito são essenciais à vida, e que devemos sempre lutar pelo que queremos. Devo a eles todos a pessoa que me tornei, sou extremamente feliz e

tenho muito orgulho por ter vocês em minha vida. AMO VOCÊS!

Dedico

AGRADECIMENTOS

À Deus, meu refúgio e força, por estar presente em minha vida todas horas do

dia, me guiando e me protegendo, dando sempre respostas para os meus problemas;

À Universidade Federal Rural do Semiárido, pela formação acadêmica e pela

oportunidade de concluir o Curso de Mestrado em Fitotecnia;

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

pela concessão da bolsa de estudos.

À Pós-Graduação em Fitotecnia, a todos aqueles que compõem o corpo

docente, em especial, a Vander Mendonça, Celso Pommer, Patrícia Lígia, Glauber

Nunes, Patrício Maracajá e Jeferson Dombroski, pelos ensinamentos transmitidos

durante o mestrado e por estarem sempre dispostos a nos atender, contribuindo assim,

para a minha formação profissional;

Aos meus pais, Gilvan Rodrigues Leite e Edileusa Andrade Leite.

Principalmente à minha mãe, pelos ensinamentos, dedicação e amor. Por sempre está

ao meu lado, incentivando a alcançar novos horizontes;

Ao meu irmão Gabriel, pelo carinho e atenção que sempre teve comigo. E em

especial à minha irmã Graziely a quem considero uma segunda mãe, por ter sido tão

dedicada em minha criação, sempre me apoiando em todos os momentos, enfim por

todos os conselhos e pela confiança em mim depositada meu imenso agradecimento;

À Rodrigo, pelo amor, por acreditar e confiar em mim, pelo companheirismo,

pela dedicação, por me aceitar, por também me ajudar neste experimento, por me

acalmar quando muitas vezes o desespero falou mais alto, ah se não fosse você!

À Vander Mendonça, pela orientação, pela amizade, carinho, dedicação,

respeito e acima de tudo por acreditar na capacidade de todos com quem trabalha.

Quero ser igual a você quando eu crescer!

Aos membros da banca examinadora, Prof. Oscar Mariano Hafle (IFPB) e

Prof. Eudes de Almeida Cardoso (UFERSA), pelas correções e valiosas contribuições

para o aperfeiçoamento deste trabalho.

Aos colegas de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFERSA, pela amizade e

convivência durante o curso de mestrado; alguns fizeram-se mais que colegas, hoje

posso chamá-los de amigos.

À Priscilla Medeiros, por me entender, por me ajudar, por me dar força, na

verdade você fez todo esse percurso comigo, sempre que eu tinha alguma dificuldade

era você que me ouvia e aconselhava. Por tudo isso e muito mais, Te adoro, Amiga.

Às minhas eternas amigas, Luciana Freitas, Poliana Samara e Kaliane, por

serem tão especiais e batalhadoras, por torcerem por mim, me derem forças para

enfrentar tantas dificuldades que surgiram no caminho. Amo vocês.

Ao Grupo de Fruticultura (Django, Gleidson, Mauro, Lydio, Eduardo, João

Paulo, Joacy, Euriann, Ylana), pelo trabalho em conjunto, pelas brincadeiras, pela

amizade, por todos os momentos que passamos juntos durante esse tempo. Sintam-se

todos agradecidos e abraçados por mim.

Aos funcionários da UFERSA pela ajuda na condução do experimento, em

especial, Juruna e Sr. João.

À WG Fruticultura Ltda. por disponibilizar o material propagativo utilizado

neste experimento.

À Sayonara Pinheiro e Robson Helano, pela nossa amizade e por sempre

tornarem meus finais de semana mais alegres. Vocês sempre terão um lugar especial

em minha vida. VALEU!

Por fim, gostaria de agradecer à todos meus amigos e familiares, pelo carinho e

pela compreensão nos momentos em que a dedicação aos estudos foi exclusiva, a todos

que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse realizado, meu

eterno AGRADECIMENTO.

Durante esta etapa da vida...

As dificuldades não foram poucas...

Os desafios foram muitos...

Os obstáculos, muitas vezes, pareciam intransponíveis.

Muitas vezes me senti só, mas, assim, não estive...

O desânimo quis contagiar, porém, a garra e a tenacidade foram mais fortes,

sobrepondo esse sentimento, fazendo-me seguir a caminhada, apesar da sinuosidade do

caminho.

Agora, ao olhar para trás, a sensação do dever cumprido se faz presente e posso

constatar que as noites de sono perdidas, as viagens e visitas realizadas; o cansaço das

pesquisas, os longos tempos de leitura, digitação, discussão; a ansiedade em querer

fazer e a angústia de muitas vezes não o conseguir, por problemas estruturais; não

foram em vão.

Aqui estou, como sobrevivente de uma longa batalha, porém, muito mais forte e hábil,

com coragem suficiente para mudar a minha postura, apesar de todos os percalços...

Como dizia Antoine Saint Exupèry em sua obra prima “O Pequeno Príncipe”:

“Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que fez a tua rosa tão importante.”

RESUMO GERAL

LEITE, Grazianny Andrade. Porta-enxertos e métodos de enxertia na produção de

mudas de Atemoieira (Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill.). 2011. 69f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró – RN, 2011. Este experimento teve por objetivo avaliar a propagação por enxertia de atemoieira sobre dois porta-enxertos. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, localizada na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), situada na cidade de Mossoró/RN, no período de fevereiro a novembro de 2010. O delineamento

experimental utilizado foi o de blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 5, sendo dois porta-enxertos (Annona glabra L. e Annona squamosa L.) e cinco métodos de enxertia (garfagem em fenda lateral, no topo à inglesa simples, no topo à inglesa complicada, no topo em fenda cheia e borbulhia), em 5 blocos e 10 plantas por parcela, totalizando 500 plantas. Foram avaliados aos 60 dias após a enxertia as variáveis pegamento dos enxertos (%), enxertos brotados (%), enxertos dormentes (%) e enxertos vivos (%). Além do comprimento da parte aérea (cm), diâmetro do colo

(mm), comprimento do sistema radicular (cm), número de folhas (unidade/muda), massa seca do sistema radicular (g/muda), massa seca da parte aérea (g/muda), massa seca total (g/muda), comprimento da muda (cm) e relação massa seca da parte aérea e massa seca do sistema radicular. Os dados referentes ao diâmetro dos porta-enxertos e as médias das características do enxerto foram submetidos à análise de variância. As características de percentagem de pegamento, enxertos vivos, brotados e dormentes, os dados foram transformados pela equação √(x+1) para análise de variância, sendo todas

as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. A atemoieira pode ser propagada com sucesso via enxertia usando ambos porta-enxertos. A propagação de atemoieira apresentou melhores índices de pegamento quando se usou o método de enxertia fenda cheia no porta-enxerto araticum-do-brejo e os métodos fenda cheia, inglesa simples e complicada no porta-enxerto pinha, apresentando neste último porta-enxerto, maior número de folhas, massa seca da parte aérea e massa seca total. O método da borbulhia demonstrou não ser eficiente na produção de mudas de atemoieira.

Palavras Chave: Fruticultura, propagação vegetativa, Araticum-do-brejo, Pinha.

GENERAL ABSTRACT

LEITE, Grazianny Andrade. Rootstocks and grafting methods in seedling

production plant atemoya (Annona squamosa L. x Annona cherimoya Mill.). 2011. 69f. Dissertation (Masters in Plant Science) - Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró - RN, 2011.

This experiment aimed to evaluate the spread of plant atemoya by grafting on two rootstocks. The experiment was conducted in a greenhouse, located in the Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), located in the town of Mossoró / RN, in the period from February to November 2010. The experimental design was randomized blocks in factorial scheme 2 x 5, two rootstocks (Annona glabra L. and Annona squamosa L.) and five methods of grafting (cleft grafting slit side, on top the English simple, complicated English on top ,full cleft on top and bud), 5 blocks and 10

plants per plot, totaling 500 plants. Were evaluated at 60 days after grafting variables budding efficiency (%), shooting grafts (%) grafts dormant (%) and living grafts (%). In addition to the shoot length (cm), stem diameter (mm), root system length (cm), number of leaves (unit / seedling), dry root mass (g / seedling), shoot dry mass (g / changes), total dry mass (g / seedling), length seedling (cm) and relative dry mass of shoot and root dry mass of the system. The data regarding the diameter of the rootstock and the mean characteristics of the graft were subjected to analysis of variance. The

characteristics of percentage of fruit set, living grafts, buds and dormant, the data were transformed by the equation √ (x +1) for analysis of variance, all means were compared by Scott-Knott test, at 5% probability. The plant atemoya can be successfully propagated via grafting using both rootstocks. The spread of plant atemoya showed better rates of fixation when used the method of cleft grafting rootstock swamp apple cleft and methods, complicated and simple english in the sweetsop tree rootstock, with the latter rootstock greater number of leaves, dry mass of

shoots and total dry mass. The method of budding proved not to be efficient in the production of plant atemoya seedlings.

Keywords: Fruit culture, vegetative propagation, swamp apple, sweetsop.

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Resumo da análise de variância para os índices morfológicos na produção mudas de atemoieira (Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill.) em função do porta-enxerto (PE) e do método de enxertia (ME). UFERSA, Mossoró-RN, 2011. ............................................................................................. 53

TABELA 2 - Resumo da análise de variância na produção de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-enxerto (PE) e do método da enxertia (ME). UFERSA, Mossoró-RN, 2011. .................................... 54

TABELA 3 - Percentagem de enxerto vivo (EV) de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-enxerto e do método de enxertia. UFERSA, Mossoró-RN, 2011. .............................................................. 57

TABELA 4 - Percentagem de brotação do enxerto (BROT), percentagem de enxerto dormente (ED) e percentagem de pegamento (PEG) de mudas de atemoieira

(Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-enxerto e do método de enxertia. UFERSA, Mossoró-RN, 2011. ......................................................... 58

TABELA 5 - Percentagem de brotação do enxerto (BROT), percentagem de enxerto dormente (ED) e percentagem de pegamento (PEG) de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-enxerto e do método de enxertia. UFERSA, Mossoró-RN, 2011. ......................................................... 59

TABELA 6 - Comprimento do sistema radicular (CSR), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca do sistema radicular (MSSR) de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-enxerto e do método de enxertia. UFERSA, Mossoró-RN, 2011. ......................................................... 63 TABELA 7 - Massa seca total (MST), comprimento da muda (CM) e a relação entre a massa seca da parte aérea e massa seca do sistema radicular de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-enxerto e do método de enxertia. UFERSA, Mossoró-RN, 2011. ........................................ 64

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Período de repouso vegetativo da atemoieira. Baraúnas - RN, Setembro/2010 .................................................................................................... 19 FIGURA 2 - Média mensal das temperaturas mínimas e máximas diárias. Mossoró - RN, 2011. ........................................................................................................... 48

FIGURA 3 – Precipitação mensal (mm). Mossoró - RN, 2011. ........................... 48 FIGURA 4 - Média mensal do número de horas de sol por dia. Mossoró - RN, 2011.................................................................................................................... 48

FIGURA 5 - Enxerto vivo (A), Enxertos brotados (B), Enxertos dormentes (C) e Pegamento de enxertos (D). Mossoró - RN, Setembro/2010................................. 51

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - MÉTODOS DE ENXERTIA E DOIS PORTA-ENXERTOS

NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ATEMOIEIRA (Annona squamosa L. x

Annona cherimola Mill.)................................................................................... 12

1 INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 15

2.1 ORIGEM E TAXONOMIA DA ATEMOIEIRA .......................................... 15 2.2 ASPECTOS GERAIS DA ATEMOIEIRA (Annona cherimola Mill. x Annona

squamosa L.) ..................................................................................................... 17

2.2.1 Morfologia da atemoieira........................................................................... 17

2.2.2 Fenologia da atemoieira ............................................................................. 18

2.2.3 Variedades de atemoieira ........................................................................... 19

2.3 CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS.......................................................... 21

2.4 PROPAGAÇÃO........................................................................................... 21

2.4.1 Propagação sexuada................................................................................... 22

2.4.2 Propagação assexuada ............................................................................... 25

2.4.3 Propagação assexuada por enxertia ............................................................ 26

2.5 PORTA-ENXERTOS ................................................................................... 30

2.5.1 Annona squamosa L. ................................................................................. 32

2.5.2 Annona glabra L. ...................................................................................... 32

2.6 COMPATIBILIDADE NA ENXERIA ......................................................... 33

3 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 36 CAPITULO 2 - MÉTODOS DE ENXERTIA E DOIS PORTA-ENXERTOS

NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ATEMOEIRA (Annona squamosa L. x

Annona cherimola Mill.)................................................................................... 44

RESUMO ......................................................................................................... 44

ABSTRACT ..................................................................................................... 45

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 46

2 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 47

2.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL E CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS............ 47 2.2 OBTENÇÃO DOS PORTA-ENXERTOS E DO MATERIAL

PROPAGATIVO ............................................................................................... 49

2.3 ENXERTIA ................................................................................................. 49

2.4 PARÂMETROS AVALIADOS.................................................................... 50

2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................... 52

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 53

4 CONCLUSÕES ............................................................................................. 65

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 66

12

INTRODUÇÃO GERAL

A demanda por produtos naturais e exóticos vem aumentando nos últimos anos

e os nichos de mercado com produtos de qualidade são segmentos que devem ser

considerados como estratégias para escapar das crises das culturas tradicionais, bem

como para produtos valorizados e produzidos em pequena escala (FRUTAS, 2010).

Em Anonáceas, muitas espécies são bastante promissoras, com grande

potencial frutífero e medicinal. Compostos bioativos são encontrados em espécies

desta família, como acetogeninas, alcalóides e flavonóides, que apresentam uso

medicinal e não medicinal, ocorrendo em diferentes partes da planta, principalmente

em sementes, frutos, casca e raiz. As sementes são utilizadas na medicina popular

como inseticidas devido à presença de acetogeninas, que possuem também atividade

anticarcinogênica, assim como os flavonóides (CORDEIRO et al., 2005).

A maioria das espécies de Anonáceas encontra-se vegetando e produzindo

frutos em clima tropical e subtropical (NAKASONE e PAULL, 1998; JANICK e

PAULL, 2006). Annona L. é o gênero mais importante já que, dentro de centenas de

espécies no mundo, apenas sete e um híbrido são plantados comercialmente,

abrangendo as espécies Annona cherimola Mill., Annona. diversifolia Saff., Annona

glabra L., Annona muricata L., Annona reticulata L., Annona senegalensis Pers.,

Annona squamosa L. e o híbrido Annona squamosa x Annona cherimola. Um gênero

desta família que é muito próximo de Annona é Rollinia A.St.-Hil., cujas espécies

também possuem frutos explorados comercialmente (NAKASONE e PAULL, 1998).

Muitas espécies de Anonáceas apresentam interesse como frutíferas

comerciais, sendo cultivadas em vários países (DONADIO, 1997). Apesar disso,

muitas são pouco utilizadas como fonte alimentar como é o caso de Annona glabra L.,

o araticum-do-brejo, nativo da América Tropical, com ampla distribuição geográfica.

Tendo recebido a atenção de pesquisadores, pois pode ser usado como porta-enxerto de

gravioleira, por apresentar características ananizantes e excelente compatibilidade

(FERREIRA E CLEMENT, 1987; PINTO E SILVA, 1994).

13

A pinha (A. squamosa) é originária, provavelmente, do Caribe e é a espécie

mais disseminada pelo mundo. É menos tolerante ao frio que a cherimoleira (A.

cherimola), que é a única espécie adaptada ao clima subtropical e tropical de altitude

(PINTO, 2005).

A atemoieira é uma espécie híbrida, resultado do cruzamento entre a cherimóia

(A. cherimola), originária de áreas de altitude do Peru e Equador e a pinha ou fruta-do-

conde (A. squamosa), originária de áreas tropicais da América do Sul. Desenvolve-se

bem em áreas de altitude acima de 1000 m com período de seca ou em climas

subtropicais (NAKASONE e PAULL, 1998). Há diversas cultivares de atemóia, com

possibilidade de adaptação às diferentes condições climáticas, visto as variações que

ocorrem nas espécies parentais. A polpa é de cor branca, suculenta e tenra de

consistência cremosa. O fruto é muito doce com grau de sólidos solúveis atingindo 25

ºBrix (TOKUNAGA, 2000). Os frutos são consumidos in natura e possuem limitada

vida pós-colheita devendo ser rapidamente comercializados. Uma alternativa de

comercialização pode ser feita utilizando a polpa para a produção de sucos e sorvetes.

A propagação da atemoieira é feita basicamente pelo método de enxertia e atualmente

os porta-enxertos mais utilizados no Brasil são os araticuns do gênero Rollinia, sendo

mais importantes o araticum-de-terra-fria (Rollinia sp.) e araticum-mirim (Rollinia

emarginata) (TOKUNAGA, 2000).

Entre as Anonáceas cultivadas no Brasil, pode-se salientar a graviola e a pinha

como as mais importantes no cenário econômico (CARMO, 2000 citado por MELO et

al., 2002). No Brasil, a área plantada de atemoieira é de aproximadamente 1000 ha,

concentrada nas regiões Sul e Sudeste. O Estado de maior produção é São Paulo, com

48,3%, Minas Gerais, Paraná e Bahia ficam com 18,8% cada (CEAGESP, 2011). Em

Brasília, foram comercializados mais de 27 toneladas de atemóia no CEASA, com

frutos vindos do Distrito Federal, Bahia e São Paulo nos períodos de abril a outubro de

2007 (ALMEIDA, 2010).

A crescente importância da atemoieira no cenário nacional e as exigências dos

consumidores se fazem necessário de mais informações técnicas para sua condução,

14

introdução de novas cultivares e obtenção de porta-enxertos mais adequados, visto que

sua propagação por sementes é desaconselhada.

Portanto, neste trabalho objetivou-se estudar a propagação da atemoieira

utilizando-se diferentes métodos de enxertia e dois porta-enxertos.

15

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ORIGEM E TAXONOMIA DA ATEMOIEIRA

A atemoieira é um híbrido interespecífico entre pinha (A. squamosa) e

cherimóia (A. cherimola), e por ser um híbrido, suas características são muito

variáveis, conforme cada variedade. A pinha ou ata é a espécie doadora de pólen,

originária da América tropical (Kavati, 1998) e a cherimóia a receptora, originária do

Equador (Simão, 1998), sendo o prefixo ata emprestado do nome comum da Annona

squamosa e o sufixo moia derivado da cherimóia, surgindo assim a atemóia. Devido a

atemóia ser um híbrido e não uma espécie, não é correto referir-se a esta como Annona

atemoia (Sanewski, 1991). A atemoieira pertence a Família Annonaceae e ao Gênero

Annona (APG, 2003).

A atemoieira surgiu de um cruzamento interespecífico feito nos Estados

Unidos pelo pesquisador P. J. Wester, no laboratório de agricultura subtropical de

Miami, em 1908, sendo que em 1910 os primeiros híbridos foram plantados no campo

(MORTON, 1987). Alguns produtores mantiveram, por vários anos, plantas doadas

pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No início dos anos 30

ou 40, os israelenses começaram a padronizar e propagar vegetativamente os melhores

exemplares (MORTON, 1987). A atemoieira é atualmente cultivada comercialmente

para consumo interno em Israel, Austrália, Califórnia, Flórida e Havaí, e outros países

(NAKASONE e PAULL, 1998).

No Brasil as primeiras plantações começaram na década de 60, hoje a área

plantada é de aproximadamente um mil hectares, concentrados nas Regiões Sul e

Sudeste. O estado de maior produção de atemóia é São Paulo com 43,8%, Minas

Gerais, Paraná e Bahia ficam com 18,8% cada (BONAVENTURE, 1999). A plantação

da atemoieira está restrita em alguns países tropicais e subtropicais, por adaptar-se

melhor às condições intermediárias de clima, podendo desenvolver-se em regiões

16

subtropicais (devido à herança da cherimóia) e tropicais (devido à herança da pinha)

(MORTON, 1987).

O cultivo da atemóia tem despertado grande interesse nos últimos anos no

Brasil, por se tratar de uma deliciosa fruta, com características adequadas ao comércio

e pertencente ao rol das frutas exóticas (TOKUNAGA, 2000).

As anonáceas possuem o número de gêneros e de espécies muito controvertido.

Para Joly (1979), essa família é composta por aproximadamente 120 gêneros que têm

distribuição tropical e subtropical em todo o mundo, sendo Annona o gênero mais

importante dessa família, com cerca de 50 espécies. Para Jessup (1988), é composta

por 132 gêneros e 2300 espécies. Já para Doyle e Le Thomas (1997), as Anonáceas

possuem aproximadamente 200 gêneros e 2500 espécies. Barroso et al (2002) afirmam

que as Anonáceas Juss. possuem distribuição tropical e compreende cerca de 120

gêneros que englobam 1.100 espécies em média, sendo que no Brasil estão registrados

29 gêneros e aproximadamente 260 espécies. Para Chatrou (2004), possui 135 gêneros

e 2500 espécies.

Existem variações importantes entre pés-francos de anonáceas dentro de uma

mesma espécie, afetando não apenas a folhagem madura e produção das plantas, mas

também o tamanho, forma, coloração, qualidade e número de sementes nos frutos.

Essas variações são frequentemente pronunciadas, suficiente para resultar em inúmeros

nomes botânicos para a mesma espécie (PINTO, 2005).

No Brasil, as Anonáceas compreendem 26 gêneros e aproximadamente 260

espécies, desempenhando um importante papel na composição da vegetação (MAAS et

al., 2006 citado por SCALOPPI JUNIOR, 2007). As Anonáceas têm no Cerrado 45

espécies, dentre as quais o araticum é uma das mais importantes.

17

2.2 ASPECTOS GERAIS DA ATEMOIEIRA (Annona cherimola Mill. X A.

Squamosa L.)

O cultivo da atemóia tem despertado grande interesse nos últimos anos no

Brasil, por se tratar de uma deliciosa fruta, com características adequadas ao comércio

e pertencente ao rol das frutas exóticas (TOKUNAGA, 2000). A atemóia é um híbrido

interespecífico entre pinha e cherimóia, e por ser um híbrido, suas características são

muito variáveis, conforme cada variedade. A propagação via sementes não é indicada

devido à alta variabilidade entre plantas e devem ser propagadas vegetativamente, caso

se queira garantir a qualidade dos cultivares utilizados.

2.2.1 Morfologia da atemoieira

Segundo Piza Jr. & Kavati (1992), a árvore da atemóia apresenta porte e

conformações variáveis; geralmente a copa é aberta, esparramada, com altura de 9 a 11

metros. Os ramos são alongados, fracos e se rompem com facilidade.

As folhas são decíduas, alternadas, elípticas, coriáceas, apresentam de 10 a 20

cm de comprimento e 4 a 8 cm de largura (MANICA, 1997).

As flores são longas, triangulares, amareladas, com 6 cm de comprimento e 4-5

cm de largura. As flores surgem isoladas ou em cachos de três no máximo e estão

localizadas na axila das folhas nascidas em ramos em crescimento ou desenvolvidas no

ano anterior. Quando próximo da antese tem de 3 a 4 cm de comprimento com três

pétalas carnosas e verde-pálido-amareladas (MANICA, 1997).

O fruto tem formato cônico, semelhante a um coração, de cor verde a verde

amarelado, geralmente com 10 cm de comprimento e 9,5 cm de largura. Os frutos

variam em função do cultivar variando de 0,25 kg até 2,25 kg (MORTON, 1987;

MARTÍN et al., 1987). A casca tem 3 mm de espessura e é composta por aréolas

fundidas. A polpa é branca, de textura fina, quase sólida, com poucas sementes (21 a

46 sementes por fruto) se comparada à pinha, sendo muito doce e pouco ácida.

18

Kavati (1992) e Ferreira et al. (2002) relatam que as plantas de atemóia

cultivar Gefner atendem a maioria dos requisitos comerciais, tais como produtividade e

vigor de plantas, frutos com massa entre 150 a 600g, polpa suculenta e doce, atingindo

30°Brix e 0,25% de ácido cítrico.

As sementes são cilíndricas com 2 cm de comprimento e 8 mm de largura, de

cor marrom escura, quase preta (MORTON, 1987; MARTÍN et al., 1987).

2.2.2 Fenologia da Atemoieira

As atemoieiras são semi-decíduas e entram em período de dormência nos

períodos de seca ou de baixas temperaturas. No verão, as altas temperaturas induzem

rápido crescimento vegetativo, juntamente com o aparecimento de flores. Neste

momento, o excesso de brotações pode afetar a taxa de frutificação devido ao vigor dos

ramos e temperaturas altas podem danificar o processo de polinização causando

dessecação dos grãos de pólen. O florescimento ocorre em três picos durante a estação

chuvosa (NAKASONE e PAULL, 1998). A frutificação pode ocorrer de maio a agosto

de acordo com as podas e o regime de irrigação. Os frutos amadurecem de 3 a 4 meses

depois do florescimento, nas condições do Estado de São Paulo (PIZA JÚNIOR e

KAVATI, 1997).

Para Tokunaga (2000), a melhor época para retirada de ramos para enxertia de

atemóia ocorre quando as folhas começam a cair e algumas ficam com cor amarelada,

que corresponde ao período de repouso vegetativo (Figura1).

19

Figura 1: Período de repouso vegetativo da atemoieira, Baraúnas, RN,

Setembro/2010.

2.2.3 Variedades de Atemoieira

As principais variedades de atemoieira plantadas no Brasil são estrangeiras

trazidas por órgãos de pesquisa ou por produtores. As primeiras plantas foram trazidas

na década de 60 e dentre elas destacam-se as seguintes variedades:

- Pink´s Mamoth: Cultivar originado de uma das quatro sementes levadas da Guiana

pela “Queensland Acclimatisation Society” em 1870 para Austrália. Devido ao

tamanho e a qualidade de seus frutos, foi extensivamente propagada, constituindo-se na

base da cultura comercial naquele país. O cultivar recebeu mais tarde a denominação

de Mr. Pink em homenagem ao técnico introdutor (TOKUNAGA, 2000).

- African Pride: O fruto é grande, podendo atingir 1000 g. Apresenta casca lisa, com

carpelos deprimidos. Margeando os carpelos, apresenta saliências que formam um

reticulado. Próximos ao pedúnculo podem surgir alguns carpelos pequenos, salientes e

bem soldados (TOKUNAGA, 2000). Sua polpa é doce, com leve acidez (KAVATI,

1992). A polpa é branca, abundante, suculenta e rijida, com grau de sólidos solúveis

em torno de 25 ºBrix. Em frutos bem desenvolvidos, de 500 g, podem ser encontradas

40 sementes (TOKUNAGA, 2000).

20

- Thompson: É um cultivar produtivo, com frutos de boa conformação quando a

fecundação é perfeita. O número de sementes no fruto é variável dependendo da

eficiência na fecundação. Num fruto bem formado, com 500 g de peso, são

encontradas ao redor de 20 sementes. Essa quantidade não compromete a qualidade

dos frutos. Os frutos atingem 450 a 600 g com facilidade. Os carpelos são estreitos,

salientes e unidos próximos ao pedúnculo. Da parte mediana para o ápice do fruto, os

carpelos são mais lisos, maiores com contornos irregulares, mas bem soldados. A polpa

é de cor branca, suculenta e tenra, com consistência cremosa. O fruto é muito doce,

com grau de sólidos solúveis atingindo 25 ºBrix (TOKUNAGA, 2000).

- Gefner: Produz frutos com carpelos da metade superior bem individualizados,

salientes e afilados nas extremidades, enquanto que na sua parte basal os carpelos são

pouco nítidos, ficando a casca ligeiramente rugosa. Os frutos variam de 150 a 650

gramas de peso e têm poucas sementes, de tamanho médio. Sua polpa é bastante

suculenta, doce com acidez suave e com aroma fraco (KAVATI, 1992).

- PR-3: Produz frutos arredondados, bem marcados e salientes, na parte superior, e

pouco pronunciados na parte inferior. Apresenta casca de coloração verde clara e,

quando próximos da maturação, os espaços entre os carpelos tendem a uma coloração

amarelada. Sua polpa é de textura fina, doce, levemente ácida, com alto número de

sementes grandes para a espécie (KAVATI, 1992).

- QAS: Cultivar selecionada pela “Queensland Acclimatisation Society” (Austrália) em

1920, daí a sua denominação. A planta caracteriza-se por apresentar brotações

abundantes e curtas, com folhas mais largas e curtas que os outros cultivares. O fruto,

no inicio do desenvolvimento, tem coloração mais verde. Quando completamente

desenvolvido, próximo ao pedúnculo surgem carpelos salientes e arredondados de

diversos tamanhos. À medida que se aproximam do ápice, os carpelos tornam-se

maiores e menos salientes até ficarem quase lisos. Margeando os carpelos, o fruto

apresenta sulcos estreitos, profundos e nítidos que ficam rasos e quase imperceptíveis à

medida que se aproximam do ápice. Esses sulcos se entrelaçam formando um

reticulado. A polpa de coloração branca é abundante, tenra e bastante doce. A casca é

21

fina e os carpelos não se desprendem, mesmo quando bem maduros. Podem ocorrer

frutos de até 1000 g (TOKUNAGA, 2000).

2.3 CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS

A atemoieira desenvolve-se bem em áreas livres de geada, com inverno seco,

precipitação uniforme e bem distribuída ao longo do período vegetativo (na primavera

e verão). Na região Sudeste, as plantas são semi-decíduas e entram em dormência no

inverno e início da primavera; esse mecanismo é uma proteção ao período de estiagem

e frio intensos que possam ocorrer. Além de se desenvolver melhor em solos

profundos, de textura média, com boa quantidade de matéria orgânica e boa drenagem

(BONAVENTURE, 1999).

Na região de Mossoró/RN consegue-se uma produção favorável de atemóia,

pois, segundo Bonaventure (1999), as plantas desenvolvem-se melhor quando a

temperatura varia entre 13°C e 32ºC, a temperatura para maturação dos frutos varia

entre 20 e 26ºC, enquanto que a temperatura ótima para a boa polinização ocorre entre

27 e 28ºC de temperatura atmosférica do ar e no mínimo entre 70 e 80% de umidade.

Entretanto, as temperaturas altas durante todo ano causa a maturação precoce do fruto,

pois, independentemente da época que foi polinizado, o fator de maturação depende

das horas de calor acumulado. Assim percebemos que a região de Mossoró/RN não

pode ser definida como uma área preferencial absoluta para a atemóia, embora ela

tenha se aclimatado relativamente bem. E um período chuvoso na colheita pode causar

queda e apodrecimento de frutos (MORTON, 1987).

2.4 PROPAGAÇÃO

As anonáceas podem ser propagadas por sementes e por métodos vegetativos,

como estaquia, mergulhia, enxertia e micropropagação (MANICA, 2003). A

propagação de Anonáceas por meio de sementes apresenta alguns inconvenientes para

22

a produção comercial de frutas, tais como a segregação genética, grande variabilidade

nas plantas e nos frutos, além de algumas espécies possuírem dormência nas sementes

fazendo com que a germinação ocorra durante longo período e de forma irregular

(PINTO, 2005; MELO, 2005).

A propagação vegetativa apresenta como vantagens, redução do porte das

plantas, facilitando a colheita e os tratos culturais, redução na fase juvenil, precocidade

de produção, plantas uniformes e com melhor qualidade de frutos. Como desvantagens,

têm-se a menor longevidade, sistema radicular menos desenvolvido e método de

produção de mudas mais caro (MANICA et al., 2003).

Para o plantio comercial da atemoieira, a propagação por sementes não é

recomendada, porque surgem grandes variações nas novas plantas em relação ao seu

porte, qualidade e quantidade de frutos produzidos. No seu cultivo deve-se utilizar

sempre mudas enxertadas que sejam sadias e de procedência conhecida. A

multiplicação por semente só é recomendada para a obtenção de novas cultivares.

2.4.1 Propagação sexuada

A exploração da maioria das espécies de Annona limita-se ao extrativismo e a

semelhança do que ocorre com muitas espécies frutíferas de importância econômica

para o país, são poucos os conhecimentos capazes de contribuir para o

desenvolvimento tecnológico da cultura. O conhecimento do processo germinativo é

imprescindível para o referido gênero considerando que suas espécies se propagam

basicamente por sementes (ARAÚJO, 1991). As sementes perdem a viabilidade

rapidamente e devem ser plantadas assim que retiradas dos frutos (PINTO, 2005;

NAKASONE e PAULL, 1998).

A propagação sexuada inicia-se com a germinação, a qual tem início com o

ganho de água pela semente, sob condições que favoreçam o metabolismo, isto é,

temperatura adequada e a presença de oxigênio, terminando com a elongação do eixo

embrionário e protrusão da radícula. Este fenômeno inclui inúmeros processos, tais

23

como hidratação de proteínas, mudanças estruturais subcelulares, respiração, síntese de

macromoléculas e elongação celular; nenhum destes processos é exclusivo da

germinação (BEWLEY e BLACK, 1994).

As espécies de Annona apresentam germinação epígea. Neste tipo de

germinação, a primeira estrutura que emerge é a radícula, em uma direção geotrópica

positiva, que irá permitir a fixação da semente no solo e a absorção de água. Em

seguida, em geotropismo negativo, surge o caulículo, que eleva os cotilédones acima

do solo, modificando-se em um hipocótilo. Acima dos cotilédones, surgem o epicótilo

e as primeiras folhas; os cotilédones atrofiam-se e caem após suas reservas serem

consumidas. Depois da germinação, as mudas crescem lentamente até os três primeiros

meses (PINTO, 2005).

Uma das características das sementes de Anonáceas é a presença de embrião

rudimentar e de desenvolvimento lento, não diferenciado, mesmo quando o fruto está

maduro. As sementes das anonáceas apresentam substâncias inibidoras de germinação

que provocam dormência o que, juntamente com um tegumento resistente e

impermeável, proporcionam fatores antagônicos à germinação rápida e uniforme

(RATAN et al, 1993; PAWSHE et al, 1997; SMET el at, 1999).

Leitão Filho e Martins (1981) relatam que uma das grandes dificuldades no

cultivo das Anonáceas é a dormência das sementes, decorrente da presença de uma

testa dura e/ou da imaturidade do embrião na época da produção. Contudo, estudando a

morfologia e anatomia da germinação de sementes e plântulas de pinha, Hayat e

Canright (1968) discutem que uma fina camada impermeável cobre a semente, sendo

que o embrião possui um pequeno ou nenhum período de dormência.

O estado de dormência em sementes se manifesta pelo retardamento da

germinação por um período de maior ou menor amplitude, mesmo que as condições

ambientais (luz, temperatura, água, oxigênio) sejam favoráveis à germinação. A quebra

da dormência pode ser feita utilizando-se escarificação mecânica, térmica e química.

Esses métodos baseiam-se na quebra do tegumento, que é impermeável à água,

promovendo a embebição, etapa inicial do processo germinativo. As regras para

24

análise de sementes recomendam vários tratamentos para a quebra de dormência. No

entanto não há recomendações para as Anonáceas em geral (BRASIL, 1992).

De acordo com Bewley e Black (1994), a dormência secundária pode ser

induzida por diversos fatores, como a baixa concentração de oxigênio, temperaturas

relativamente baixas ou elevadas e luminosidade. Sementes recém-coletadas

apresentam germinação de 40%.

A cultura da pinha é basicamente propagada por semente e a enxertia é

utilizada para multiplicação de clones mais produtivos. Porém, a produção de mudas

por via sexuada esbarra na dormência das sementes, que, por alguma razão ainda

desconhecida, inibe a germinação após a secagem das sementes (KAVATI, 1992).

O araticum-do-brejo apresenta baixa taxa de germinação devido ao longo

período de dormência das sementes, o que se deve à imaturidade do embrião. As

sementes do araticum apresentam endosperma cerebriforme, rígido e espesso; o hilo

possui densos pêlos e um orifício que permite trocas de ar e água (RIZZINI, 1973;

RIZZINI, 1971). Um fruto de 150 a 600g pode apresentar de 50 a 150 sementes com

sérios problemas de dormência, cujo início da germinação ocorre entre 44 e 63 dias, e

término entre 116 e 146 dias após a semeadura, ocasião em que a percentagem de

germinação atingiu 95%. As sementes de Annona glabra, portanto, suportam o

dessecamento e congelamento, apresentando comportamento ortodoxo no

armazenamento (CARVALHO et al, 2000).

As sementes de araticum-do-brejo apresentam uma dormência

morfofisiológica, apresentando mecanismos inibitórios envolvendo processos

metabólicos, além de embrião subdesenvolvido (BORGHETTI, 2004). E para a quebra

desta dormência é necessário que o embrião complete seu desenvolvimento e que a

dormência fisiológica seja superada por estratificação à frio ou por outro tratamento

que regule o equilíbrio hormonal na semente (BORGHETTI, 2004; FACHINELLO et

al., 2005).

A estratificação à frio é uma técnica utilizada para superação de dormência,

que consiste em se dispor as sementes em baixas temperaturas e envoltas por material

25

absorvente, tais como, papel ou areia umedecidos, por tempo determinado. De acordo

com Pinto (1996), vários compostos atuam como inibidores de germinação, entretanto

o ácido abscísico é o mais conhecido inibidor. O uso de estratificação à frio pode

reduzir a ação dos inibidores, assim como o uso de giberelinas e citocininas. As

sementes com dormência de embrião geralmente são as que necessitam condições

especiais de luz e resfriamento para germinarem, ou possuem inibidores químicos

(BIANCHETTI, 1981).

Diante dos problemas com germinação e segregação genética na produção de

mudas de atemoieira, uma outra opção é o uso da reprodução assexuada visando a

comercialização e a manutenção de caracteres desejáveis dentro de cada variedade.

2.4.2 Propagação assexuada

A primeira etapa para iniciar um cultivo comercial é a determinação de

técnicas adequadas de propagação, principalmente assexuada (FONSECA e RIBEIRO,

1992). Esta permite a multiplicação de plantas selecionadas diretamente na natureza ou

provenientes de hibridações dirigidas, mantendo seus caracteres desejáveis e levando a

formação de mudas de alta qualidade e de pomares mais uniformes e precoces, com

maior produtividade e melhor qualidade de frutos, porte mais adequado ao manejo e à

colheita, resistência a doenças e outros caracteres importantes na fruticultura

(PEREIRA et al., 2001).

Plantas perenes cultivadas devem ser propagadas assexuadamente a fim de

manter as características desejáveis encontradas na planta-mãe. No caso da atemóia,

por ser um híbrido, a reprodução assexuada se mostra mais importante ainda. Pés-

francos desta planta podem levar 3 a 4 anos para entrar em produção. Este período

improdutivo pode vir a ser reduzido com o uso de mudas enxertadas (MELO et al.,

2000).

A propagação vegetativa é indicada para plantas que não se reproduzem bem

por processos sexuados, que não transmitem por via hereditária determinadas

26

características, como forma da planta, variantes na cor das flores ou aspectos

peculiares, assim como quando há uma pequena quantidade de sementes formadas ou

quando estas perdem rapidamente seu poder germinativo (KRAMER e KOSLOWSKI,

1960). Existem poucas informações a respeito da produção de mudas via propagação

vegetativa para a atemoieira.

2.4.3 Propagação assexuada por enxertia

A enxertia constitui-se em prática mundialmente consagrada na fruticultura,

sendo usada em larga escala, nas principais espécies frutíferas, tanto de regiões de

clima temperado como de clima tropical, e sua utilização permite a reprodução integral

do genótipo que apresenta características desejáveis. É um processo onde duas plantas

são justapostas de forma que se unam anatomicamente e fisiologicamente e cresçam

como um indivíduo (DICKISON, 2000). A grande importância da enxertia deve-se ao

fato de que são conjugados os aspectos favoráveis (vigor, tolerância a fatores bióticos e

abióticos adversos, entre outros) de duas ou mais plantas, as quais podem ser de uma

mesma espécie ou de espécies, até mesmo, de gêneros diferentes (HOFFMANN et al.,

1996), onde foi constatado uma compatibilidade, por Almeida et al.(2010), ao enxertar

atemoieira em araticum-de-terra-fria (Rollinia sp.).

Como vantagem adicional, a propagação por enxertia possibilita que as plantas

entrem em fase de produção mais cedo (CARVALHO et al., 2000 citado KITAMURA

e LEMOS, 2004). A produção em plantas de pé-franco inicia-se a partir do quarto ano

após o plantio, podendo ser antecipada para o segundo ou terceiro ano se as mudas

forem enxertadas. No entanto, no caso da gravioleira de pé franco cultivada no

Cerrado, o início da frutificação é similar ao das plantas enxertadas, além de possuírem

semelhante produtividade e maior longevidade (PINTO, 2005). Entretanto, a técnica de

enxertia, segundo vários autores, parece ser a mais indicada para a propagação e

formação de mudas de anonáceas.

27

De acordo com Pinto (2005), as anonáceas cultivadas comercialmente possuem

alta índice de sobrevivência quando enxertadas. A pinha possui taxa acima de 70%,

graviola acima de 80%, atemóia e cherimóia acima de 70%.

A copa da atemóia enxertada sobre o araticum-de-terra-fria (Rollinia sp.) é

mais vigorosa do que sobre R. emarginata. Em termos comparativos, o

desenvolvimento é idêntico ao da planta enxertada sobre atemóia ou cherimóia. Já para

iniciar a produção, há necessidade de um ano ou mais do que para as plantas

enxertadas sobre R. emarginata. A planta comporta-se bem em solos secos e tem

resistência aos solos úmidos (TOKUNAGA, 2000). De acordo com Kavati (2004,

citado por BRAGA, 2007), não foi ainda identificado porta-enxerto que atenda às

necessidades agronômicas da cultura, uma vez que espécies como a Annona reticulata

L. provoca incompatibilidade e A. squamosa L. apresenta suscetibilidade a

Phytophthora nicotinae var. parasitica e Pytium, responsáveis pela podridão de raízes

e colo.

Os métodos de enxertia são divididos em três grupos: borbulhia, encostia e

garfagem. A borbulhia consiste em se justapor uma pequena porção da casca de uma

planta (enxerto), contendo apenas uma gema, com ou sem lenho, em outra planta

(porta-enxerto). Conforme as formas de incisão da gema existem várias formas de se

realizar a enxertia de borbulhia, ainda que o princípio seja o mesmo para todas elas

(FACHINELLO et al., 2005). Já a encostia, método não utilizado em anonáceas,

consiste na união lateral de duas plantas com sistemas radiculares independentes, de

modo que o enxerto e porta-enxerto sejam mantidos, por seus sistemas radiculares, até

que a união esteja completamente formada (FACHINELLO et al., 2005).

A garfagem é um método de enxertia que consiste na retirada de uma porção

de ramo, chamada garfo ou de enxerto, em forma de bisel ou cunha, contendo duas ou

mais gemas, para ser introduzida no porta-enxerto ou cavalo (SIMÃO, 1998;

FACHINELLO et al., 2005). Existem várias formas de se fazer a enxertia de garfagem,

como as descritas a seguir.

28

A garfagem no topo em fenda cheia consiste em se fazer um corte longitudinal

no sentido do diâmetro do porta-enxerto após a decepa do mesmo, e em seguida cortar

o enxerto em forma de cunha e colocá-lo de forma que a região do câmbio dos dois

materiais fiquem justapostos (FACHINELLO et al.,2005; SUGUINO, 2002).

A garfagem no topo em fenda-lateral é um método de enxertia que pode ser

feito com enxertos e porta-enxertos de diferentes diâmetros. A técnica consiste em se

fazer um corte longitudinal de 2 cm próximo ao córtex do porta-enxerto já decepado. O

corte do enxerto deve ser como o de garfagem de topo em fenda cheia (SUGUINO,

2002), porém, deve-se aprofundar o lado interno da cunha e o lado externo deve-se

fazer um corte mais raso para expor o câmbio ou córtex.

A garfagem do tipo inglês simples consiste em se fazer dois cortes iguais em

bisel tanto no enxerto como no porta-enxerto, sendo que os enxertos devem possuir

diâmetro similar ao do porta-enxerto. Unem-se as duas partes com uma fita plástica

transparente, sendo esta retirada após o pegamento da enxertia, o que se dá cerca de 45

a 60 dias após a realização do processo (JUNQUEIRA et al., 2011).

Na garfagem do tipo inglês complicado são feitos dois cortes em cada parte da

enxertia (enxerto e porta-enxerto) sendo um em bisel e outro reto longitudinalmente de

forma que se encontrem e fiquem fixados.

Estudos realizados na Embrapa Cerrado em Planaltina/DF, demonstraram

sucesso inicial para algumas plantas frutíferas do cerrado, inclusive o araticum, onde

os trabalhos com enxertia do tipo garfagem à inglesa simples, mostraram índice de

pegamento superiores a 80% (CARVALHO et al., 2000 citado KITAMURA e

LEMOS, 2004).

Queiroga et al. (2000) avaliaram diferentes métodos de enxertia em gravioleira

e observaram que os maiores índices de pegamento foram obtidos com os métodos

garfagem a inglesa simples e fenda lateral.

A propagação da atemóia „Thompson‟ mostrou melhores resultados quanto ao

índice de sobrevivência dos enxertos, quando usado o porta-enxerto araticum-de-terra-

fria e o método de enxertia inglês simples, conseguindo cerca de 93% de enxertos

29

vivos. Entretanto, o porta-enxerto biribá apresentou incompatibilidade com a atemóia

(ALMEIDA et al., 2010). Ledo (1991) obteve resultados semelhantes para enxertia de

três variedades de copa de graviola e dois métodos de enxertia, com índices de 91%

para o método inglês simples e 80% para fenda cheia, aos trinta dias após a enxertia.

Freitas (1997) obteve resultados semelhantes de sobrevivência para enxertia de

graviola sobre biribá, com índices menores que 20%.

Para espécies do Cerrado, alguns resultados positivos foram alcançados na

propagação por enxertia. Em espécies como pequi (Caryocar brasiliense) e mangaba

(Hancornia speciosa) foram alcançados resultados promissores e viáveis

economicamente. Silva e Fonseca (1991), trabalhando com enxertia por garfagem

lateral em pequi (Caryocar brasiliense), obtiveram pegamento acima de 90%. Esses

resultados indicam que a enxertia é uma técnica promissora para a produção de mudas

de fruteiras, desde que haja disponibilidade de porta-enxertos (MELO et al., 2008). De

acordo com Pereira et al. (2001) os métodos de enxertia mais apropriados para

clonagem de mangaba (Hancornia speciosa Gomes) são garfagem lateral ou de topo e

borbulhia de placa sem lenho. Para anonáceas, em geral, podem ser usados tanto

borbulhia como garfagem (PINTO, 2005). Entretanto, a garfagem é superior à

borbulhia em porcentagem de pegamento e posterior crescimento, com os métodos

inglês-simples e fenda-cheia apresentando os melhores resultados (DUARTE et al.,

1974 citado por NAKASONE e PAULL, 1998).

Porém, a borbulhia em T normal ou invertido também é bastante adotada para

a enxertia de anonáceas, recomendada para ser executada na primavera-verão. As

melhores borbulhas provêem de plantas com cerca de um ano de idade, de ramos cujas

folhas foram retiradas, o que apressa a brotação do enxerto. Recomendam-se que as

borbulhas sejam grandes, com quatro centímetros (4 cm) de comprimento. Se elas

forem pequenas demais, terão dificuldade para brotar podendo ser facilmente

sufocadas pela espessa casca do porta-enxerto. Se isto ocorrer haverá uma rápida

formação de calos característica das anonas abortando a borbulha (MELETTI, 2000).

30

Araújo (2003) recomenda a enxertia por borbilhia do tipo “T” normal com

borbulhas de 2,5 a 3,5 cm de comprimento. Segundo o autor, os porta-enxertos devem

ter um diâmetro de 1,0 a 1,5 cm e a operação deve ser realizada a 20 cm de altura do

nível do solo. Recomenda-se ainda realizar a enxertia na primavera obtendo-se as

borbulhas de ramos de cor acinzentada. A garfagem lateral deve ser feita no outono

quando o porta-enxerto tiver de 4-6 meses de idade.

Os principais fatores que afetam o sucesso da enxertia, de acordo com

Hartmann et al. (1997), são: condições ambientais, compatibilidade, habilidade do

enxertador, estado nutricional da planta matriz, tipos de enxertia e patógenos.

Para a enxertia de atemoieira, os porta-enxertos são plantados em sementeiras

e depois são passados para recipientes plásticos com volume de 1,5 litro. Os métodos

de enxertia podem ser feitos em garfagem no topo do tipo inglês simples ou

complicado. Pode-se fazer a troca de copa (sobre-enxertia) em árvores mais velhas

(MORTON, 1987).

Entre os fatores que promovem a cicatrização do enxerto e que determinam o

sucesso da enxertia, destacam-se a temperatura ambiente não demasiado alta, a

umidade elevada no momento da enxertia, a presença de oxigênio no ponto de enxertia

(o que favorece a produção do tecido caloso), uma ampla superfície de contato entre

cultivar e porta-enxerto, cuidados fitossanitários para prevenir infecções por patógenos

nas feridas produzidas ao enxertar, e condições ambientais pós-enxertia adequadas,

para que tanto a cultivar como o porta-enxerto não sofram estresse hídrico (PEIL,

2003).

2.5 PORTA-ENXERTOS

A enxertia não é o aspecto mais importante, mas sim a seleção do porta-

enxerto adequado, pois o desempenho de uma variedade depende da combinação

porta-enxerto/copa. Vários fatores estão incluídos nessa combinação, desde

compatibilidade/afinidade entre porta-enxerto/copa até seleção e a uniformidade do

31

porta-enxerto, exercendo influência direta na produção e qualidade da copa (MANICA

et al., 2003).

A influência de porta-enxertos nas características da copa, em frutíferas de

Anonáceas, é bastante notável. A variabilidade genética dentro de linhas de plântulas

de porta-enxertos e entre as diferentes espécies destes induz ampla variabilidade no

desempenho da copa (PAGE, 1984 citado por PINTO, 2005). Embora as plantas

envolvidas no processo mantenham a identidade genética, há influência de uma sobre a

outra. Consideram-se o efeito ananizante ou revigorante, a precocidade na produção e a

resistência a pragas e doenças, no enxerto, como, pelo menos em parte, influência do

porta-enxerto (HARTMANN e KESTER, 1983 citado por LEDO, 1991).

Para Ledo (1992) e Kavati (1992) o porta-enxerto deve apresentar rusticidade,

alta compatibilidade com o enxerto, disponibilidade de sementes viáveis, rápido

crescimento, indução de características desejáveis tais como vigor, resistência à

doenças de solo e boa produtividade. De modo geral, procura-se contornar problemas

com nematóides e brocas-do-tronco com a escolha de porta-enxerto mais rústicos, que

se adaptem melhor às condições fitossanitárias e edafoclimáticas, permitindo também a

ampliação da adaptabilidade da copa (FERREIRA e CLEMENT, 1988 citado por

LEDO, 1991).

De acordo com Manica et al. (2003), os porta-enxertos mais recomendados

para pinheira são a própria pinheira, a condessa (A. reticulata), e o araticum do brejo

(A. glabra) podendo ainda serem utilizados porta enxertos de atemoieira. Para a

atemoieira é recomendado o araticum-de-terra-fria, pois apresenta total

compatibilidade, grande resistência à broca-do-tronco e adaptabilidade as diferentes

regiões acima de 600 m no Trópico de Capricórnio. A cherimóia é um porta-enxerto

considerado vigoroso para atemoieira, e, por ser tolerante a Pseudomonas

solanacearum, é o preferido na Austrália. A atemoieira não é compatível tendo como

porta-enxertos o araticum do brejo (A. glabra), graviola (A. muricata), condessa (A.

reticulata) (SANEWSKI, 1991 citado por PINTO, 2005). Para gravioleira são

32

recomendados a própria gravioleira, a condessa (A. reticulata), falsa gravioleira (A.

montana) e araticum-do-brejo (A. glabra).

2.5.1 Annona squamosa L.

A Annona squamosa L. é conhecida popularmente como fruta-do-conde, pinha

ou ata. Originária das terras baixas da América Central, foi introduzida no Brasil pelo

Conde de Miranda, o que explica o nome “fruta-do-conde”. Muito cultivada no Brasil,

desenvolve-se bem em regiões de clima quente (KAVATI, 1992). A polpa do fruto é

perfumada, doce, de sabor agradável (MANICA, 1997). Pertence ao Reino: Plantae,

Divisão: Magnoliophyta, Classe: Magnoliopsida, Ordem: Magnoliales, Família:

Annonaceae, Género: Annona e Espécie: A. squamosa.

A pinheira é uma anonácea encontrada em vários ecossistemas brasileiros,

desenvolvendo-se satisfatoriamente em ambientes de baixa e alta precipitação

pluviométrica (ROCHA et al., 2002).

Como porta-enxerto proporciona a formação de plantas compactas, de

pequenas proporções, o que é bastante desejável. As plântulas apresentam um rápido

crescimento e desenvolvimento uniforme em condições de viveiro. Plantas adultas de

diversas cultivares de atemoieira não apresentam problemas de incompatibilidade.

Porém a limitação deste porta-enxerto é a grande susceptibilidade à podridão de raízes

(MANICA, 2003).

2.5.2 Annona glabra L.

Esta espécie ocorre em toda a América tropical e no Brasil, apresenta ampla

distribuição geográfica, sendo encontrada espontaneamente desde a Amazônia até o

Estado de Santa Catarina (BRAGA, 1976). Nos locais de ocorrência natural, ocupa

frequentemente áreas que estão submetidas a inundações periódicas (PAULA &

ALVES, 1997). Popularmente é conhecida como araticum-do-brejo, anona do brejo,

33

anona lisa e pond Apple, em inglês. Com sinonímia botânica Annona palustris L.;

Annona chrysocarpa Small.; Annona klainni Pierre ex Engler & Diels. (LORENZI et

al. 2006).

É considerada como um porta-enxerto ananizante, conferindo pequeno porte às

plantas, indicada para áreas úmidas, por tolerar podridões radiculares. Devido a estas

características, está sendo usada em um programa de melhoramento para a obtenção de

porta-enxertos superiores (PINTO et al., 2005).

Quando da utilização desta espécie, principalmente como porta-enxerto para

graviola, fruta-do-conde e atemóia, além de conferir porte baixo à copa, demonstra boa

compatibilidade e facilita o manejo da cultura (FERREIRA et al., 1987; PINTO &

SILVA, 1996).

Os frutos são relativamente lisos, ausentes de carpelos sobressalentes. A planta

possui altura mediana, chegando a cerca de 4 metros de altura. As folhas são coriáceas,

com cerca de 10 cm de comprimento (PINTO & SILVA, 1996).

2.6 COMPATIBILIDADE NA ENXERTIA

A compatibilidade na enxertia é entendida como aquela em que ocorre a união

bem sucedida e o desenvolvimento satisfatório na composição de uma só planta.

Quando isso não acontece, tem-se o que é chamado de incompatibilidade na união de

enxertos (HARTMANN et al., 1997).

A incompatibilidade é classificada como localizada e translocada

(FACHINELLO et al., 2005). A incompatibilidade translocada ocorre quando uma

substância, tal como uma toxina, transloca-se de uma parte para outra pela união da

enxertia, e, mesmo com o uso de filtros (interenxertos) não se consegue metabolizar

essa substância. A incompatibilidade localizada ocorre na interface entre os

componentes da enxertia e o uso de interenxertos é capaz de superar a

incompatibilidade (ANDREWS e SERRANO MARQUEZ, 1993). De acordo com os

mesmos autores, o inter-enxerto funciona como inibidor de fatores da

34

incompatibilidade. Segundo Macdonald (1985), a incompatibilidade é classificada

como imediata e parcialmente atrasada. A primeira é assim classificada, pois desde o

início não há união efetiva do enxerto ao porta-enxerto. Quando há união, essa

rapidamente é deteriorada logo após a brotação das gemas. A incompatibilidade

parcialmente atrasada ocorre após 4 a 6 meses podendo se estender por até 3 a 5 anos.

Com a enxertia não há intertroca e cada tecido continua a fabricar as suas próprias

células (ANDREWS e SERRANO MARQUEZ, 1993; DICKISON, 2000).

A base da enxertia consiste na íntima associação dos tecidos cambiais, de

modo a formarem uma conexão contínua. O tecido meristemático entre o xilema e o

floema (câmbio) está, segundo a espécie, em contínua atividade, dividindo-se e

formando novas células. Para plantas da mesma espécie e do mesmo gênero, a enxertia

é bem sucedida em alguns casos, mas mal sucedida em outros. A utilização de enxertia

intergenérica e interespecífica pode ser realizada em Prunus, Citrus e Coffea

(LORETI, 2008; OLIVEIRA et al., 2002; DIAS, 2005) e podem ser utilizadas

comercialmente. Quando as plantas a serem enxertadas são da mesma família, mas de

gêneros diferentes, as chances de ocorrer união bem sucedida tornam-se mais remotas

(HARTMANN et al., 1997). De acordo com Fachinello et al., (1995) a

incompatibilidade pode surgir devido a diferenças de épocas de crescimento, a

diferenças fisiológicas e bioquímicas entre enxerto e porta-enxerto e devido a alguma

substância tóxica produzida pelo enxerto. Além disso, as falhas em enxertias estão

relacionadas com diferenças anatômicas entre plantas, baixa habilidade manual de

enxertadores, condições ambientais adversas e doenças (HARTMANN et al., 1997).

A afinidade compreende aspectos morfológicos e fisiológicos das plantas. A

afinidade morfológica, anatômica e de constituição dos tecidos se refere a que os vasos

condutores das duas plantas que se unem tenham diâmetros semelhantes e estejam

aproximadamente, em igual número. Já a afinidade fisiológica está relacionada à

quantidade e composição da seiva (PEIL, 2003).

Dentre as principais causas da incompatibilidade, Serrano Marquez (1993) e

Simão (1998), citam o uso de plantas diferentes geneticamente no conjunto

35

enxerto/porta-enxerto, a presença de vírus latentes, o uso de porta-enxerto vigoroso em

combinação com enxerto pouco vigoroso, a acumulação de amido no enxerto e

ausência no porta-enxerto, a degeneração do floema, a formação de células de cortiça

entre enxerto e porta-enxerto atuando como barreira para transporte de nutrientes e

água, a falha na junção de fibras do enxerto e porta-enxerto, a morte do câmbio e do

tecido do floema, a distribuição anormal de amido na união da enxertia e diferenças de

compostos bioquímicos, ou reações entre enxerto e porta-enxerto, a necrose prematura

do cambio e descontinuidade de tecidos vasculares, culminando com a quebra da

região da enxertia, e quando há células de tamanho, forma e estrutura distintas, ocorre

a incompatibilidade (SIMÃO, 1998).

36

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CAPÍTULO II

PORTA-ENXERTOS E MÉTODOS DE ENXERTIA NA PRODUÇÃO DE

MUDAS DE ATEMOIEIRA (Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill.)

RESUMO

Este experimento teve por finalidade avaliar a propagação por enxertia de atemóia sobre dois porta-enxertos. O experimento foi conduzido em casa de vegetação,

localizada na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), situada na cidade de Mossoró/RN, no período de fevereiro a novembro de 2010. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados em esquema fatorial 5 x 2, sendo cinco métodos de enxertia (garfagem em fenda lateral, no topo à inglesa simples, no topo à inglesa complicada, no topo em fenda cheia e borbulhia) e dois porta-enxertos (Annona glabra L. e Annona squamosa L.), em 5 blocos e 10 plantas por parcela, totalizando 500 plantas. Foram avaliados aos 60 dias após a enxertia as variáveis

pegamento dos enxertos (%), enxertos brotados (%), enxertos dormentes (%) e enxertos vivos (%). Além do comprimento da parte aérea (cm), diâmetro do colo (mm), comprimento do sistema radicular (cm), número de folhas (unidade/planta), massa seca do sistema radicular (g/muda), massa seca da parte aérea (g/muda), massa seca total (g/muda) e relação massa seca da parte aérea e massa seca do sistema radicular. Os dados referentes ao diâmetro dos porta-enxertos e as médias das características do enxerto foram submetidos à análise de variância e as médias

comparadas pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. E as características de percentagem de pegamento, enxertos vivos, brotados e dormentes, os dados foram transformados pela equação √(x+1) para análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Para as condições locais, verificou-se que a atemóia pode ser propagada com sucesso via enxertia usando ambos porta-enxertos. Porém, a propagação de atemóia apresentou melhores índices de pegamento quando se usou o método de enxertia fenda cheia no porta-enxerto araticum-do-brejo e os métodos fenda cheia, inglesa simples e

complicada no porta-enxerto pinha, apresentando neste último porta-enxerto, maior número de folhas, massa seca da parte aérea e massa seca total. O método da borbulhia demonstrou não ser eficiente na produção de mudas de atemóia.

Palavras Chave: Fruticultura, propagação vegetativa, Araticum-do-brejo, Pinha.

45

CHAPTER II

ROOTSTOCKS AND GRAFTING METHODS IN SEEDLING PRODUCTION

PLANT ATEMOYA (Annona squamosa L. x Annona cherimoya Mill.).

ABSTRACT

This experiment aimed to evaluate the spread of plant atemoya by grafting on two rootstocks. The experiment was conducted in a greenhouse, located in the

Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), located in the town of Mossoró / RN, in the period from February to November 2010. The experimental design was randomized blocks in factorial scheme 2 x 5, two rootstocks (Annona glabra L. and Annona squamosa L.) and five methods of grafting (cleft grafting slit side, on top the English simple, complicated English on top ,full cleft on top and bud), 5 blocks and 10 plants per plot, totaling 500 plants. Were evaluated at 60 days after grafting variables budding efficiency (%), shooting grafts (%) grafts dormant (%) and living grafts (%).

In addition to the shoot length (cm), stem diameter (mm), root system length (cm), number of leaves (unit / seedling), dry root mass (g / seedling), shoot dry mass (g / changes), total dry mass (g / seedling), length seedling (cm) and relative dry mass of shoot and root dry mass of the system. The data regarding the diameter of the rootstock and the mean characteristics of the graft were subjected to analysis of variance. The characteristics of percentage of fruit set, living grafts, buds and dormant, the data were transformed by the equation √ (x +1) for analysis of variance, all means were

compared by Scott-Knott test, at 5% probability. The plant atemoya can be successfully propagated via grafting using both rootstocks. The spread of plant atemoya showed better rates of fixation when used the method of cleft grafting rootstock swamp apple cleft and methods, complicated and simple english in the sweetsop tree rootstock, with the latter rootstock greater number of leaves, dry mass of shoots and total dry mass. The method of budding proved not to be efficient in the production of plant atemoya seedlings.

Keywords: Fruit culture, vegetative propagation, swamp apple, sweetsop.

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1 INTRODUÇÃO

A atemoieira é um híbrido interespecífico entre Annona cherimola Mill. e

Annona squamosa L. que deve ter propagação feita assexuadamente para garantir suas

características genéticas e para diminuir o período de juvenilidade da planta. Dentre os

métodos na produção de mudas de atemóia, utiliza-se a enxertia por borbulhia ou a

garfagem (Tokunaga, 2000), embora até o momento não tenha sido encontrado porta-

enxerto com todas as características desejadas (Kavati, 1992).

Mudas pé-franco podem levar de 3 a 4 anos para entrar em produção além de

possuírem considerável variação na qualidade de frutos. A influência de porta-enxertos

nas características da copa, em anonáceas, é bastante notável. A variabilidade genética

dentro de linhas de plântulas de porta-enxertos e entre as diferentes espécies destes

induz ampla variabilidade no desempenho da copa (PINTO, 2005).

A escolha do porta-enxerto dá-se pela rusticidade apresentada pelo mesmo,

disponibilidade de sementes viáveis, rápido desenvolvimento, compatibilidade com o

enxerto, resistência à doenças de solo e indução de boa produtividade. Em geral, com a

escolha de porta-enxertos mais rústicos que se adaptem melhor às condições

fitossanitárias e edafoclimáticas, tenta-se minimizar problemas com brocas-do-tronco e

nematóides, além de permitir maior adaptabilidade da copa (LEDO,1991).

De acordo com Padmaja et al.(1995), a Annona glabra L., espécie frutífera

tropical conhecida no Brasil como araticum-do-brejo ou araticum-bravo, tem sido

bastante pesquisada como porta-enxerto para anonáceas cultivadas. O interesse por este

material é devido à tolerância do sistema radicular a condições de excesso de umidade

no solo e à indução de nanismo à copa enxertada. Além disso, possui potencial

fitofarmacológico, apresentando propriedades antibactericidas, antifúngicas, inseticidas

e citotóxicas. Desenvolve-se bem em regiões alagadas, salobras ou não (Croat, 1978),

ou seja, ao longo de rios, margens de lagos e em regiões salobras próximas ao litoral. A

adaptação a esses ambientes se deve às várias características estruturais da planta,

como intumescimento da base de seu tronco, raízes adventícias, aerênquima nas raízes,

47

tronco pequeno, frutos que bóiam e à dispersão das sementes na água (Zotz et al.,

1997). Consegue sobreviver em períodos de seca, porém seu crescimento torna-se mais

lento (Protection, 2004).

A pinha, que tem a América tropical como o seu centro de origem, é uma

planta que se desenvolve bem em vários ecossistemas brasileiras, em ambientes de alta

e baixa precipitação pluviométrica (ROCHA et al., 2002). A utilização desta planta

como porta-enxerto proporciona uma formação de plantas compactas, com um rápido

crescimento e desenvolvimento em condições de viveiro, além de não apresentarem

incompatibilidade com diversas cultivares de atemóia (TOKUNAGA, 2000).

Devido a viabilidade de produção de mudas de atemóia com o uso de porta-

enxertos do gênero Annona, decidiu-se estudar a enxertia de atemóia sobre dois

representantes deste gênero: a pinha (Annona squamosa L.), já utilizado como porta-

enxerto para própria espécie e o araticum-do-brejo (Annona glabra L.), porta-enxerto

com poucos estudos para cultura da atemóia.

O objetivo deste trabalho foi estudar a propagação da atemóia utilizando-se

diferentes métodos de enxertia (garfagem em fenda lateral, no topo à inglesa simples,

no topo à inglesa complicada, no topo em fenda cheia e borbulhia em placa em janela

aberta) e dois porta-enxertos (Annona squamosa L. e Annona glabra L.).

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1. DESCRIÇÃO DO LOCAL E CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS

O experimento foi instalado e conduzido em uma casa de vegetação localizada

na Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), situada na cidade de

Mossoró/RN, no período de fevereiro a novembro de 2010.

O local onde está instalada a casa de vegetação tem as coordenadas geográficas

5o11'de latitude sul, 37o20'de longitude W. Gr. e 18 m de altitude, com uma

temperatura média anual em torno de 27,5°C, umidade relativa de 68,9%, nebulosidade

48

média anual de 4,4 décimos e precipitação média anual de 673,9 mm. Segundo

classificação climática de Köppen, o clima de Mossoró-RN é do tipo BSwh', ou seja,

quente e seco, tipo estepe, com estação chuvosa no verão atrasando-se para o outono

(CARMO FILHO et al., 1987). Porém, durante o período do experimento apresentou

temperatura média de 27,5°C, precipitação pluviométrica anual muito irregular, com,

média de 758,3 mm e umidade relativa do ar em torno de 70% (FIGURAS 2, 3 e 4),

segundo dados da estação meteorológica da UFERSA.

Figura 2: Média mensal das temperaturas

mínimas e máximas diárias.

Figura 3: Precipitação Mensal (mm)

Figura 4: Média mensal do número de horas de sol por dia.

49

2.2 OBTENÇÃO DOS PORTA-ENXERTOS E DO MATERIAL PROPAGATIVO

Os frutos maduros de pinha foram coletados no Distrito Irrigado do Baixo-Açu

(DIBA) na cidade de Ipanguaçu/RN e os frutos de araticum-do-brejo (Annona glabra

L.) foram coletados na Fazenda Experimental Rafael Fernandes da UFERSA, em

Alagoinha/RN, ambos em fevereiro de 2010. As sementes foram retiradas dos frutos e

espalhadas em peneira grossa para despolpamento. Depois de limpas em água corrente,

foram colocadas para secar à sombra por 24 horas, e em seguida semeadas em sacos de

polietileno preto de 4,5 litros, com dimensões de 35 cm de altura, 18 cm de largura e

0,02 mm de espessura, contendo como substrato a mistura de solo e esterco de curral

curtido nas proporções 3:1. Foram adicionados 5 kg de superfosfato simples (18%

P2O5) e 1 kg de cloreto de potássio (60% K2O) por m3 da mistura. O nitrogênio foi

aplicado em cobertura, utilizando-se como fonte da uréia (45% N) diluída a 0,3% e

aplicada a partir de 30 dias após a emergência dos porta-enxertos.

Os garfos de atemoieira „Gefner‟ foram coletados de plantas produtivas,

enxertadas e situadas na WG Fruticultura Ltda., no município de Baraúnas/RN, no dia

10 de setembro de 2010. As plantas apresentavam poucas folhas, indicando o final do

período de repouso vegetativo (FIGURA 1). Os ramos foram cortados em seções

contendo 8 gemas e envolvidos em toalhas úmidas em caixas de isopor para ser feito o

transporte à UFERSA e posterior utilização na enxertia.

2.3. ENXERTIA

A enxertia foi realizada por um enxertador experiente, realizando 10 enxertos

por vez de cada tratamento. Os enxertos foram coletados na manhã do dia 10 de

setembro de 2010, e as enxertias foram realizadas nos dias 10 e 11 de setembro de

2010, terminando cerca de 30 horas após a coleta dos enxertos.

Durante a enxertia, os garfos apresentavam 4 gemas e comprimento médio de

10 cm. A enxertia de atemoieira sobre porta-enxerto araticum-do-brejo foi realizada

50

aos 172 dias após a emergência. A enxertia de atemoieira sobre o porta-enxerto pinha

foi realizada aos 182 dias após a emergência. Durante o processo de enxertia,

procurou-se ajustar o enxerto ao porta-enxerto, enxertando-se a uma altura de 10 cm do

colo. As plantas foram colocadas em casa de vegetação com tela de 50% de

sombreamento com irrigação por aspersão, ligada diariamente. As mudas foram

sempre vistoriadas para controle de plantas invasoras, retirada dos ramos do porta-

enxerto, retirada das inflorescências e observação de pragas e doenças. Não foram

necessárias pulverizações com inseticidas, acaricidas ou fungicidas. E após 30 dias da

enxertia foram retiradas as fitas plásticas que fixavam a enxertia e feito o corte dos

ramos do porta-enxerto nos métodos de enxertia fenda lateral e borbulhia.

2.4. PARÂMETROS AVALIADOS

Foram avaliados aos 60 dias após a enxertia as variáveis enxertos vivos (%),

enxertos brotados (%), enxertos dormentes (%) e pegamento dos enxertos (%). Além

do número de folhas (unidade/planta), comprimento da parte aérea (cm), diâmetro do

colo (mm), comprimento do sistema radicular (cm), massa seca da parte aérea

(g/muda), massa seca do sistema radicular (g/muda), massa seca total (g/muda),

comprimento da muda (cm) e relação massa seca da parte aérea e massa seca do

sistema radicular.

A variável enxertos vivos caracteriza-se pela ausência de sintomas de murcha

do enxerto e ausência de escurecimento do enxerto (Figura 5A). Os enxertos brotados

foram aqueles que apresentaram brotação, porém com um número menor de folhas,

sem sintomas de murcha (Figura 5B). A variável enxertos dormentes caracteriza-se

pela ausência de gemas brotadas e sem sintomas de murcha e de escurecimento nos

enxertos (Figura 5C). A variável pegamento caracteriza-se a porcentagem de enxertos

que, além de brotar, emitirem número maior de folhas no período estudado (Figura

5D).

51

Figura 5: Enxerto vivo (A), Enxertos brotados (B), Enxertos dormentes (C) e

Pegamento de enxertos (D).

O comprimento da parte aérea (CPA) foi determinado a partir do nível do

substrato até a ponta da última folha com auxilio de uma régua graduada em milímetro;

o diâmetro do colo (DC) determinado ao nível do substrato, utilizando um paquímetro

digital (mm); o comprimento do sistema radicular (CSR) medido através de uma régua

graduada em milímetro e as determinações da massa seca da parte aérea (MSPA) e

52

massa seca do sistema radicular (MSSR) foram efetuadas a partir do material seco em

estufa à 65°C até atingirem peso constante. A massa seca total (MST) é soma dos

pesos citados. O comprimento da mudas (CM) é soma dos CPA e CSR. As relações

entre as características medidas foram determinadas pela simples divisão entre elas.

2.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos cazualizados em

esquema fatorial 2 x 5, sendo dois porta-enxertos (Annona glabra L. e Annona

squamosa L.) e cinco métodos de enxertia (garfagem em fenda lateral, no topo à

inglesa simples, no topo à inglesa complicada, no topo em fenda cheia e borbulhia), em

5 repetições e 10 plantas por parcela, totalizando 500 plantas.

Os dados referentes ao diâmetro do colo e as médias das características do

enxerto foram submetidos à análise de variância. E as características de percentagem

de pegamento, enxertos vivos, brotados e dormentes, os dados foram transformados

pela equação √(x+1) para análise de variância, segundo recomendações de Banzatto

(1989), sendo as ambas as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott, ao nível de

5% de probabilidade.

53

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verifica-se que houve interação significativa entre os porta-enxertos e os

métodos de enxertia ao nível de 1% de probabilidade para todos os parâmetros acima

citados. Entretanto, não houve diferença significativa entre os porta-enxertos para as

variáveis enxertos dormentes e enxertos vivos (Tabela 1).

Tabela 1: Resumo da análise de variância para os índices morfológicos na produção

mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-

enxerto (PE) e do método de enxertia (ME). Mossoró (RN), 2011.

FV GL

Quadrado médio

PEG BROT ED EV

PE 1 3,12* 6,94** 2,41ns

0,94ns

ME 4 114,25** 9,75** 3,11** 133,24**

PE x ME 4 3,30** 3,70** 1,89** 3,38**

Erro 45 0,43 0,82 0,73 0,61

C. V. (%) - 9,16 33,43 50,58 9,87

*- Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; **- Efeito altamente significativo pelo

teste F ao nível de 1% de probabilidade; ns

– Efeito não significativo pelo teste F.

Nota: Todos os dados foram transformados em √(x+1). PEG - percentagem de pegamento da enxertia ;

BROT - percentagem de brotação do enxerto; ED - percentagem de enxerto dormente; EV - percentagem

de enxerto vivo.

De acordo com a análise estatística, verificou-se que houve diferença

significativa ao nível de 1% de probabilidade na interação entre os porta-enxertos e os

métodos de enxertia para todas as variáveis analisadas, com exceção para o número de

folhas que foi significativo ao nível de 5% de probabilidade e para relação entre a

massa seca da parte aérea e a massa seca do sistema radicular que não apresentou

diferença significativa. Porém, há diferença significativa ao nível de 1% de

probabilidade para a relação massa seca da parte aérea e massa seca do sistema

radicular entre os porta-enxertos e entre os métodos de enxertia (Tabela 2).

54

Tabela 2: Resumo da análise de variância na produção de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona

cherimola) em função do porta-enxerto (PE) e do método da enxertia (ME). Mossoró (RN), 2011.

F. V. GL

Quadrado médio

DC CPA NF CSR CM MSPA MSSR MST

MSPA/

MSSR

PE 1 0,53* 1,85** 2,88** 1,50ns

3,93ns

11,33** 0,36** 10,76** 1,87**

ME 4 4,47** 40,21** 20,36** 48,78** 95,88** 1,79** 1,36** 3,90** 0,68**

PE x ME 4 0,48** 1,06** 0,12* 5,10** 6,45** 0,23** 0,21** 0,63** 0,003 ns

Erro 45 0,09 0,2 0,04 0,79 1,07 0,05 0,04 0,1 0,02

C. V. (%) - 11,78 9 5,84 15 13,62 9,47 11,57 11,43 8,61 *- Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; **- Efeito significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade;

ns –

Efeito não significativo pelo teste F.

Nota: DC – diâmetro do colo; CPA – comprimento da parte aérea; NF – número de folha; CSR – comprimento do sistema radicular; MSPA –

massa seca da parte aérea; MSSR – massa seca do sistema radicular; MST – massa seca total; CM – comprimento da muda.

55

Analisando os porta-enxertos independente do método de enxertia, pode-se

constatar que não houve diferença significativa para o índice de sobrevivência do

enxerto. Portanto, a interação porta-enxerto x métodos de enxertia, foi significativa.

Em ambos os porta-enxertos houve maior índice de sobrevivência com o uso do

método de enxertia inglês simples e inglês complicado. Porém, o araticum-do-brejo

alcançou 100% de enxertos vivos para o método fenda cheia diferindo estatisticamente

do porta-enxerto de pinha no mesmo método, onde obteve 85% de enxertos vivos. O

mesmo foi observado para o método fenda lateral, que não houve diferença

significativa entre os porta-enxertos, conseguindo 80% e 76,67% de enxertos vivos

para o araticum-do-brejo e pinha, respectivamente.

Ledo (1991) obteve resultados semelhantes para enxertia de três variedades de

copa de graviola e dois métodos de enxertia, com índices de 90,97% com o método

inglês simples e 79,86% para fenda cheia aos trinta dias após a enxertia. Almeida

(2009), analisando a propagação de atemóia sobre vários porta-enxertos de

Annonaceae verificou que o enxerto de atemóia sobre o porta-enxerto de araticum-de-

terra-fria apresentou 90% de sobrevivência para o método inglês simples e 75% para

fenda lateral. Já o porta-enxerto biribá apresentou índices de 45,83% de sobrevivência

para o método inglês simples e 24,16% para fenda lateral. Para fenda lateral, o porta-

enxerto araticum-de-terra-fria alcançou índice de sobrevivência de 75% e em biribá de

24,16%, aproximadamente o triplo de sobrevivência (ALMEIDA, 2009).

Souza et al. (2002) obtiveram, para a cajazeira, maior percentual de pegamento

(82%), com o método de garfagem em fenda cheia, tendo este diferido estatisticamente

da garfagem em fenda lateral, que teve 78% de pegamento. Araújo et al., (2003); Ledo

et al., (1996); Bezerra et al. (1999) verificaram que a garfagem em fenda cheia e à

inglesa simples apresentaram os maiores índices médios de pegamento em umbuzeiro,

mangueira e pitangueira, respectivamente.

Esses trabalhos mencionados anteriormente reafirmam os resultados

encontrados no presente estudo, no qual, os métodos de garfagem apresentam maior

56

viabilidade para produção de mudas de atemóia, quando comparados ao método de

borbulhia.

A borbulhia foi o único método de enxertia que não se obteve enxertos vivos,

como é o caso do araticum-do-brejo como porta-enxerto e apenas 13,33% de EV no

porta-enxerto de pinha (Tabela 3). Freitas (1997) obteve resultados semelhantes de

sobrevivência para enxertia de graviola sobre biribá, com índices menores que 20%.

Simões e Carvalho (2006) avaliando diferentes métodos de sobre-enxertia em macieira,

a porcentagem de pegamento observada quando realizada a borbulhia foi 0%, e a

porcentagem de brotação de apenas 4,59%.

Isso se deve ao fato que a quantidade de reservas existentes na porção de ramo

utilizada como enxerto exercer influência sobre a brotação e pegamento dos enxertos.

Por esse motivo, a porcentagem de pegamento observada quando realizada a Borbulhia

foi 0% no araticum-do-brejo e 8,33% na pinha, e a porcentagem de brotação de apenas

3,33% na pinha e 0% no araticum-do-brejo. Para este método de enxertia, a maior parte

dos enxertos foram enquadrados nas variáveis de porcentagem de gemas dormentes

(1,67% na pinha e 0% no araticum-do-brejo) e de enxertos mortos (100% para

araticum-do-brejo e 91,77% para pinha). Isso deve-se a pouca reserva existente na

borbulha, o que acarreta em maior dificuldade de sobrevivência antes da união dos

tecidos e, conseqüentemente, necessitando de um período mais longo para sua brotação

e pegamento. Referente às gemas dormentes, as mesmas não estão mortas, podendo

ocorrer mais tarde o aumento da porcentagem de brotação e pegamento. Porém, o

retardo de brotação em relação aos outros métodos é fator negativo pelo atraso da

formação da nova copa, atrasando, assim, a futura produção precoce da nova cultivar

(SIMÕES E CARVALHO, 2006).

Por outro lado, Lederman et al. (1994) observaram que, em gravioleira, os

métodos de borbulhia estudados mostram superioridade quando comparados aos

processos de garfagem. Gonzaga Neto et al. (1996) verificaram que a borbulhia de

placa em janela aberta destacou-se entre os métodos de enxertia estudados, com índice

de pegamento de 86,7% em aceroleira.

57

Hartmann et al. (1990) evidenciam que ocorre diferença entre espécies e

cultivares quanto ao pegamento nos diversos métodos de enxertia, e que a variação está

relacionada com a habilidade de produzir calo a partir de parênquima, essencial para o

sucesso da união.

Essas diferenças em relação aos métodos de enxertia podem estar relacionadas

aos propágulos, já que os garfos possuem maior quantidade de reservas (carboidratos)

em relação à borbulha, o que auxilia a cicatrização e brotação do enxerto (CELANT et

al., 2010).

Tabela 3 – Percentagem de enxerto vivo (EV) de mudas de

atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do

porta-enxerto e do método de enxertia. Mossoró (RN), 2011.

Enxertia*

EV (%)

Porta-enxerto

Araticum-do-brejo Pinha

B - 13,33 c

FC 100,00 a A 85,00 b A

FL 80,00 b A 76,67 b A

IC 90,00 a A 93,33 a A

IS 90,00 a A 91,67 a A Nota: B – borbulhia; FC – fenda cheia; FL – fenda lateral; IC – inglesa

complicada; IS – inglesa simples.

*Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na horizontal e minúscula na

vertical, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de

probabilidade.

A porcentagem de brotação (BROT) apresentou efeito significativo na

interação entre porta-enxerto e métodos de enxertia (Tabela 4), verificando que a

atemóia enxertada no araticum-do-brejo apresentou uma maior brotação em relação a

atemóia enxertada na pinha. Entretanto, esse comportamento não foi verificado para os

métodos de fenda cheia e borbulhia. No porta-enxerto araticum-do-brejo, os métodos

de enxertia inglês simples e fenda lateral apresentaram maior porcentagem de brotação

em relação à inglês complicado, fenda cheia e borbulhia. Já no porta-enxerto de pinha

foi observado maior porcentagem de brotação para o método fenda lateral, porém os

resultados foram semelhantes a todos os métodos com exceção da borbulhia.

58

Tabela 4 – Percentagem de brotação do enxerto (BROT), percentagem de enxerto dormente (ED) e

percentagem de pegamento (PEG) de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola)

em função do porta-enxerto e do método de enxertia. Mossoró (RN), 2011.

Enxertia*

BROT (%) ED (%) PEG (%)

Porta-enxerto

Araticum Pinha Araticum Pinha Araticum Pinha

B - 3,33 b - 1,67 b - 8,33 c FC 6,67 b A 6,67 a A - 3,33 b A 93,33 a A 75,00 a B

FL 20,00 a A 8,33 a B 3,33 b B 10,00 a A 56,67 c A 58,33 b A

IC 13,33 b A 6,67 a A - 3,33 b A 76,67 b A 83,33 a A

IS 20,00 a A 6,67 a B 10,00 a A 3,30 b A 60,00 c B 81,67 a A Nota: B – borbulhia; FC – fenda cheia; FL – fenda lateral; IC – inglesa complicada; IS – inglesa simples.

*Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na horizontal e minúscula na vertical, não diferem entre si pelo teste de Scott-

Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Para porcentagens de enxertos dormentes (ED) houve diferença significativa

na interação (Tabela 1). Entretanto, conforme a Tabela 4, observou-se que as enxertias

inglês simples para o araticum-do-brejo e fenda lateral para pinha apresentaram maior

porcentagem de enxertos dormentes, 10% para ambos. O alto coeficiente de variação

pode ser atribuído a diferentes condições de operação da enxertia em cada planta.

Na variável pegamento (Tabela 4), o método fenda cheia apresentou um maior

pegamento utilizando-se o araticum-do-brejo como porta-enxerto, sendo os

pegamentos reduzidos nos demais métodos de enxertia. Ao utilizar a pinha como porta-

enxerto para atemóia, os métodos inglês complicado, inglês simples e fenda cheia

apresentaram maiores percentagens de pegamento diferindo das enxertias em fenda

lateral e borbulhia que apresentaram resultados inferiores. Esse fato pode ser explicado

pelo motivo da facilidade de junção do câmbio do enxerto com o câmbio do porta-

enxerto nos métodos fenda cheia, inglês simples e inglês complicado.

Driessen e Souza (1986) relatam que se deve ter o cuidado que os câmbios

fiquem intimamente em contato para o sucesso do enxerto. A garfagem em inglês

complicado é o método que atinge facilmente índices acima de 95% de pegamento. O

pegamento obtido neste trabalho para a enxertia inglês complicado foi de 76,67%

(araticum-do-brejo) e 83,33% (pinha). Porém se os enxertos brotados continuassem

seus desenvolvimentos até a formação de mais folhas, bem como se as gemas

dormentes dos garfos apresentassem também brotação, a porcentagem final de

59

pegamento poderia atingir até 90% (araticum-do-brejo) e 93,33% (pinha),

aproximando-se dos dados obtidos por Araújo e Castro Neto (2002) em experimento

com umbuzeiro, obtendo média de 92,4%.

Embora as enxertias fenda cheia, inglês complicado e inglês simples tenham

apresentado os melhores resultados para atemóia enxertada em araticum-do-brejo e,

para atemóia enxertada em pinha as melhores serem inglês complicado e inglês

simples, a enxertia inglês simples foi um método de execução mais rápida e prática,

podendo ter um ótimo rendimento operacional em um pomar.

O número de folhas é um parâmetro importante para avaliação de vigor

induzido pelo porta-enxerto. O porta-enxerto pinha proporcionou maior número médio

de folhas no enxerto (17,66) com diferença significativa em relação ao araticum-do-

brejo (14,51) (Tabela 5). Esses valores foram bem superiores ao encontrado por

Almeida (2009), ao enxertar a atemóia em araticum-de-terra-fria obteve um número

médio de 4,51 folhas no enxerto e 0,82 folhas quando o porta-enxerto foi biriba, aos 60

dias após a enxertia.

Tabela 5 – Diâmetro do colo (DC), comprimento da parte aérea (CPA) e número de folhas (NF) de

mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona cherimola) em função do porta-enxerto e do

método de enxertia. Mossoró (RN), 2011.

Enxertia*

NF (unid. muda-1

) CPA (cm) DC (mm)

Porta-enxerto

Araticum Pinha Araticum Pinha Araticum Pinha

B - 1,99 c - 6,44 c - 3,39 b

FC 17,95 a A 18,95 a A 32,63 a A 33,83 a A 6,63 a A 6,88 a A

FL 9,65 c B 13,24 b A 29,53 a A 28,04 b A 7,49 a A 7,05 a A

IC 16,11 a B 19,44 a A 33,34 a A 33,82 a A 6,84 a A 6,64 a A

IS 14,35 b B 19,00 a A 30,87 a A 35,45 a A 6,51 a A 7,12 a A Nota: B – borbulhia; FC – fenda cheia; FL – fenda lateral; IC – inglesa complicada; IS – inglesa simples.

*Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na vertical e minúscula na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Scott-

Knott ao nível de 5% de probabilidade.

O método de enxertia fenda cheia proporcionou maior número de folhas com

índice médio de 17,95 folhas para o araticum-do-brejo e 18,95 folhas para a pinha, não

diferindo estatisticamente entre os porta-enxertos. Para o porta-enxerto araticum-do-

60

brejo, o método fenda cheia não diferiu do método inglês complicado, sendo superiores

a inglês simples e fenda lateral. E para o porta-enxerto pinha, o número de folhas dos

métodos de enxertia fenda cheia, inglês complicado e inglês simples foram

estatisticamente iguais e superiores aos métodos fenda lateral e borbulhia. Aos 60 dias

após a enxertia, Almeida (2009) observou que o método de enxertia fenda lateral

proporcionou maior número inicial de folhas com índice médio de 3,16 folhas.

Resultado este bem diferente ao encontrado neste trabalho, que verificou que a fenda

lateral apresentou resultados inferiores para ambos os porta-enxertos, sendo superior

apenas ao método de borbulhia.

Os resultados do número de folhas em função do método de enxertia estão de

acordo com os encontrados por Souza (2007), para a cultura da videira, onde o método

que se destacou foi a enxertia de fenda cheia. Góes (2011) estudando diferentes

métodos de enxertia em tamarindeiro observou que o método garfagem em fenda

lateral destacou-se por apresentar um menor número médio de folhas e que o maior

número médio de folhas foi verificado nos métodos de enxertia em fenda cheia, à

inglesa complicada e à inglesa simples, respectivamente. Prado Neto (2006), em

trabalho avaliando a germinação de sementes e a enxertia de jenipapeiro, no qual

observou que o número médio de folhas foi significativamente menor em plantas

enxertadas por garfagem em fenda lateral com corte dos porta-enxertos, em

comparação com a garfagem no topo em fenda cheia.

O comprimento da parte aérea no porta-enxerto pinha não apresentou diferença

significativa em relação ao araticum-do-brejo. Porém houve diferença significativa

entre os métodos de enxertia para o porta-enxerto pinha, onde os métodos de enxertia

inglês simples, fenda cheia e inglês complicado não diferiram entre si. Entretanto,

apresentaram comprimento da parte aérea superiores aos métodos fenda lateral e

borbulhia.

Estes resultados corroboram com os encontrados por Góes (2011) para

tamarindeiro, que observou maior crescimento da parte aérea quando realizada a

enxertia através do método fenda cheia, à inglesa simples e à inglesa complicada, e que

61

o método de garfagem lateral, apresentou comprimento da parte aérea inferior aos

demais métodos. Vieira (2007) verificou que o comprimento da parte aérea de mudas

de cupuaçuzeiro, quando realizadas as enxertias pelos métodos de garfagem no topo

em fenda cheia e garfagem à inglesa simples não apresentaram diferenças estatísticas

entre si, embora as médias para a garfagem no topo em fenda cheia tenham sido

ligeiramente superiores.

Kageyama; Ferreira (1975) observaram maior crescimento de mudas de

araucária quando utilizado o método de enxertia por garfagem, na comparação com o

método de borbulhia em janela aberta, que apresentou menores valores. Celant et al.

(2010) verificaram, em mudas de marmeleiro, um incremento de 29,3 cm no

comprimento médio de enxertos quando realizados através da garfagem em fenda

dupla em comparação à borbulhia em placa.

Reis et al. (2010) verificaram um crescimento linear para a altura de mudas de

umbuzeiro, em estudo avaliando estágios de desenvolvimento de mudas de umbuzeiros

propagadas por enxertia em fenda cheia. Barbosa et al. (1998), trabalhando com a

formação rápida de mudas vigorosas de pêra, enxertadas em porta-enxerto oriental

„Taiwan Nashi-C‟, verificaram que o processo de enxertia por garfagem propicia o

desenvolvimento do enxerto com maior vigor, sendo obtidas mudas com maior

tamanho e em tempo reduzido. Os resultados desses trabalhos encontrados na literatura

ratificam os que foram verificados neste trabalho, no qual se constatou que os métodos

de garfagem apresentaram diferenças entre si, tendo se destacado entre eles o método

garfagem em inglesa simples, fenda cheia e inglesa complicada, sendo superiores ao

método de garfagem em fenda lateral e borbulhia para o porta-enxerto pinha.

Entretanto, para o porta-enxerto araticum-do-brejo, não foi observado diferença

estatística entre os métodos de enxertia estudados.

Resultados semelhantes foram verificados para o diâmetro do colo, que não

apresentaram diferença significativa entre os porta-enxertos, porém verificou-se uma

diferença significativa entre os métodos de enxertia apenas para o porta-enxerto de

62

pinha, mostrando que a borbulhia apresentou um diâmetro do colo inferior aos demais

métodos de enxertia.

De acordo com Celant et al. (2010), em cultivares de marmeleiro, o método de

garfagem tipo fenda dupla proporciona maior comprimento e maior diâmetro médio

dos enxertos, quando comparados aos propagados pelo método de borbulhia. O

resultado corrobora os encontrados neste estudo, tendo em vista que houve diferença

significativa apenas para o método de borbulhia. Gomes et al. (2010) verificaram,

trabalhando com cajuí, que a característica diâmetro do porta-enxerto apresenta

diferença estatística entre todos os tipos de enxertia, sendo que o tipo fenda cheia

apresentou maiores valores.

Segundo Franzon et al. (2008), em plantas lenhosas, à medida que o diâmetro

do tronco aumenta, maior é o estado de lignificação do lenho, e maior é a dificuldade

de cicatrização e união entre enxerto e porta-enxerto, este fator pode ser a explicação

para a menor percentagem de pegamento no método de garfagem lateral, encontrada

nesse estudo. O método de garfagem à inglesa complicada, por outro lado, alcançou

resultados satisfatórios com relação a essas variáveis, decorrentes da maior área de

contato entre o enxerto e o porta-enxerto. Resultado que contraria os obtidos nesse

estudo para cultura da atemóia.

Os valores do comprimento do sistema radicular e da massa seca do sistema

radicular não apresentaram diferença entre os porta-enxertos (Tabela 6). No

comprimento do sistema radicular, não houve diferença entre os métodos de enxertia

para o porta-enxerto araticum-do-brejo, mas, verificou-se uma diferença da borbulhia

em relação aos demais métodos de enxertia no porta-enxerto pinha, onde esta

apresentou os menores resultados (19,12cm).

63

Tabela 6 – Comprimento do sistema radicular (CSR), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa

seca do sistema radicular (MSSR) de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona

cherimola) em função do porta-enxerto e do método de enxertia. Mossoró (RN), 2011.

Enxertia*

CSR (cm) MSPA (g muda-1

) MSSR (g muda-1

)

Porta-enxerto

Araticum Pinha Araticum Pinha Araticum Pinha

B - 19,12 b - 4,93 b - 1,93 c FC 49,63 a A 46,10 a A 3,89 a B 7,45 a A 2,50 b A 2,88 b A

FL 49,42 a A 42,56 a A 4,20 a B 7,83 a A 4,33 a A 3,70 a A

IC 44,46 a A 44,14 a A 3,53 a B 7,04 a A 2,42 b A 2,58 b A

IS 45,72 a A 42,10 a A 3,14 a B 7,47 a A 2,31 b A 2,88 b A Nota: B – borbulhia; FC – fenda cheia; FL – fenda lateral; IC – inglesa complicada; IS – inglesa simples.

*Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na horizontal e minúscula na vertical, não diferem entre si pelo teste de

Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.

A massa seca do sistema radicular apresentou diferença entre os métodos de

enxertia nos dois porta-enxertos. A garfagem em fenda lateral apresentou uma maior

massa seca do sistema radicular (4,33g/muda) para o porta-enxerto araticum-do-brejo,

diferindo dos outros métodos que apresentaram massa seca do sistema radicular

variando de 2,31 a 2,50g/muda. E no porta-enxerto pinha a enxertia fenda lateral

também apresentou uma maior massa seca do sistema radicular (3,70g/muda),

diferenciando dos demais métodos que apresentaram massa seca do sistema radicular

variando de 1,93g/muda (borbulhia) a 2,88g/muda (fenda cheia e inglês simples). Pio

(2010) verificou que a massa seca da cultivar de pêra Seleta apresentou melhores

resultados quando enxertada pelo método de garfagem em fenda cheia, em comparação

com a borbulhia de placa. Os resultados destes trabalhos contrariam os observados para

a cultura da atemóia, onde o método de garfagem em fenda lateral apresentou massa

seca do sistema radicular superior aos demais métodos.

Os resultados encontrados por Góes (2011) para tamarindeiros enxertados em

tamarindeiros verificou-se que o método de enxertia fenda lateral apresentou uma

maior massa seca do sistema radicular, corroborando com os resultados neste trabalho.

A massa seca da parte aérea apresentou resultados superiores para o porta-

enxerto pinha para todos os métodos de enxertia, com valores médios de 6,94 e

2,95g/muda para os porta-enxertos de pinha e araticum-do-brejo, respectivamente.

Entretanto, apenas o porta-enxerto pinha apresentou diferença entre os métodos de

64

enxertias, mostrando mais uma vez que a borbulhia apresenta os menores valores

(4,93g/muda) quando comparado com os outros métodos de enxertia que não diferiram

entre si, apresentando massa seca da parte aérea em um intervalo de 7,04 a 7,83g/muda

(Tabela 6). De acordo com Ledo (1991), foi observado melhor desempenho de matéria

seca em enxertos de diferentes variedades de graviola enxertadas na própria graviola

pelo método inglês simples. De acordo com Ledo (1991) e Zenginbal (2007), o método

inglês simples é superior quanto ao restabelecimento de vascularização entre enxerto e

porta-enxerto, constatando maior vigor de plantas enxertadas com o método inglês

simples sobre o porta-enxerto araticum-de-terra fria.

Na Tabela 7, pode-se verificar que a massa seca total e a relação massa seca da

parte aérea e a massa seca do sistema radicular apresentaram diferença entre os porta-

enxertos, tendo o porta-enxerto pinha a maior média da massa seca total (9,74g/muda)

e da relação massa seca da parte aérea e a massa seca do sistema radicular (2,22). Os

valores médios da massa seca total e relação massa seca da parte aérea e a massa seca

do sistema radicular para o porta-enxerto araticum-do-brejo foram, respectivamente,

5,26g/muda e 1,07.

Tabela 7 – Massa seca total (MST), comprimento da muda (CM) e a relação entre a massa seca da

parte aérea e massa seca do sistema radicular de mudas de atemoieira (Annona squamosa x Annona

cherimola) em função do porta-enxerto e do método de enxertia. Mossoró (RN), 2011.

Enxertia*

MST (g muda-1

) CM (cm) MSPA/MSSR

Porta-enxerto

Araticum* Pinha Araticum Pinha Araticum Pinha

B - 6,87 b - 25,56 b - 1,05b FC 6,39 b B 10,33 a A 82,25 a A 79,93 a A 1,57aB 2,62aA

FL 8,52 a B 11,53 a A 78,96 a A 70,61 a A 0,96aB 2,11aA

IC 5,95 b B 9,61 a A 77,80 a A 77,95 a A 1,49aB 2,72aA

IS 5,45 b B 10,35 a A 76,58 a A 77,54 a A 1,33aB 2,60aA

C. V. (%) 5,26 B 9,74 A 63,12 A 66,32 A 1,07 B 2,22 A Nota: B – borbulhia; FC – fenda cheia; FL – fenda lateral; IC – inglesa complicada; IS – inglesa simples.

*Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na horizontal e minúscula na vertical, não diferem entre si pelo teste de Scott-

Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Para o porta-enxerto araticum-do-brejo, a maior massa seca total foi de 8,52

g/muda para a enxertia fenda lateral, diferindo estatisticamente dos métodos inglês

65

simples (5,45g/muda), inglês complicado (5,95 g/muda) e fenda cheia (6,39 g/muda).

Porém, na relação entre a massa seca da parte aérea e a massa seca do sistema radicular

não houve diferença entre os métodos de enxertia. Já no porta-enxerto pinha, tanto a

massa seca total como a relação entre a massa seca da parte aérea e a massa seca do

sistema radicular diferiram entre os métodos de enxertia, sendo a borbulhia que

apresentou os menores valores, 6,87 g/muda e 1,05, respectivamente. E os demais

métodos não diferiram entre si nessas duas variáveis, sendo observados valores

variando de 9,61 a 11,53 g/muda de massa seca total e de 2,11 a 2,72 para a relação

entre a massa seca da parte aérea e a massa seca do sistema radicular.

O comprimento da muda (CM) de atemóia não diferiu entre os porta-enxertos,

apresentando valores médios de 63,12cm no porta-enxerto araticum-do-brejo e

66,32cm no porta-enxerto pinha. Diferindo apenas entre os métodos de enxertia no

porta-enxerto pinha, sendo o menor valor e a única diferença para a borbulhia

(25,56cm) e os métodos fenda lateral, inglês simples, inglês complicado e fenda cheia

obtiveram comprimento da muda de 70,61; 77,54; 77,95 e 79,93cm. Referente ao

porta-enxerto araticum-do-brejo, os comprimentos das mudas foram de 76,58cm para o

método inglês simples, 77,80cm para o inglês complicado, 78,96cm para fenda lateral

e 82,25cm para fenda cheia. Portanto, pode-se observar que as mudas para ambos

porta-enxertos apresentaram maiores valores para o método fenda cheia, mesmo não

diferindo estatisticamente dos métodos fenda lateral, inglês simples e inglês

complicado.

4 CONCLUSÃO

Na enxertia de atemoieira obteve-se os melhores índices de pegamento quando

se usou como porta-enxerto araticum-do-brejo e o método de enxertia fenda cheia. Para

o porta-enxerto pinha, os métodos fenda cheia, inglesa simples e complicada. O

método de enxertia por borbulhia não foi eficiente.

66

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