AULA 1

Porque conservar

fauna e flora?

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DISCIPLINA BIO-547: CONSERVAÇÃO E MANEJO DA BIODIVERSIDADE

Profs.: Evandro do Nascimento Silva e Priscila Paixão Lopes

Crise ambiental conhecida

• “Descoberta” da “não-renovabilidade” dos recursos naturais

• Alteração climática global

• Redução de formações florestais

• Apelo da mídia pela conservação de espécies bandeira, a partir de informações científicas (ou não) que expuseram declínios populacionais

Crise ambiental desconhecida

• Capacidade suporte do ambiente para a espécie humana

• Tempo restante de tamponamento dos compartimentos aéreos e líquidos de produtos lançados pelo ser humano (poluição)

• Totalidade dos efeitos da ação humana sobre a fauna e flora atuais

• Resiliência ambiental

Ação do homem sobre os ambientes selvagens

• 1ª espécie a interferir de forma ativa sobre o seu meio ambiente imediato e distante

• Capacidade de modificação e ordenação de processos aparentemente aleatórios

• Capacidade de transportar recursos para seu local de vida e não determinar o lugar em que vive em função da existência local dos recursos

• Ação direta sobre espécies com que interagimos ou nos relacionamos (domesticação)

• Parasitismo social levado ao extremo!

Histórico de destruição

• Desde os primórdios da civilização – Caçadores / coletores

• Retirada de fauna proporcional ao tamanho da população

• Ampliação da caça a partir de estratégias de caça em grupo

– Domínio do fogo • Fogo como determinante de direção de fuga para animais

– Domesticação de plantas e animais (cultivos e criações de rebanhos) • Retirada de vegetação nativa para cultivos e pastagens

• Mudança das espécies

– Formação de cidades (vias de acesso e conexões) • Retirada de vegetação para construções e vias

– Revolução industrial • Máquinas a base de carvão

– Retirada de madeira para carvoarias

– Produção de fuligem

– Explosão de crescimento populacional humano e de uso de recursos naturais • Madeira para construções e carvão

• Maior área de cultivos e pastagens

• Alteração brutal da matriz ambiental

• Degradação por poluição

– Conquistas de novas terras (navegações) aos dias atuais de globalização • Introdução de espécies

– Acidentais

– Propositais

Extinções ocorreu antes...

1ª grande extinção

Extinções ocorreram antes...

2ª grande extinção

Extinções ocorreram antes...

3ª, 4ª e 5ª

grandes

extinções

http://www.bbc.co.uk/nature/

extinction_events

Já ocorreu antes, mas...

• A humanidade e a 6ª grande extinção em massa no Quaternário

– Caça

– Destruição de hábitats

– Redução de conexões de hábitat e redução de populações

– Alterações globais

Exemplos de espécies extintas por caça

Moa – séc. XVI

Dodo – séc. XVI Lobo da Tasmânia - 1936

Carcará de Guadalupe –

meados de 1900

Quagga – há 120 anos

Exemplos de espécies extintas como “efeito cascata” ou por introdução de spp exóticas

Águia de Haast – séc. XV

Abolo de Guadalupe - 1929

Dugongo-de-Steller - 1768

Lista vermelha (BR) de espécies ameaçadas

• 1989: 218 espécies

• 2009 (2004): 627 espécies

– 130 invertebrados terrestres

– 78 invertebrados aquáticos

– 160 aves

– 154 peixes

– 69 mamíferos

– 20 répteis

– 16 anfíbios

Fonte: http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179&idConteudo=8122&idMenu=8631

• Em 2007, eram 800 espécies animais consideradas extintas (231 só nos EUA; no Brasil, 6). – Intensidade de pesquisas e conhecimento é maior; portanto, o

número de espécies extintas no Brasil deve ser bem maior

• Brasil – 3.249 espécies catalogadas

– 0,2% de suas espécies conhecidas extintas

– pouco mais de 10% de suas espécies estudadas ameaçadas

• Brasil é citado na página da Red List como um dos países com maiores números de espécies ameaçadas, ao lado da Austrália, México, China e Indonésia.

Tabela 1 – Número de espécies ameaçadas por grupo taxonômico

N° de spp

descritas

N° de spp

avaliadas

N° de spp

ameaçadas em

2004

N° ameaçado como

% de spp descritas

N° ameaçado como %

de spp avaliadas

Vertebrados 57,739 22,733 5,274 9% 23%

Mamíferos 5,416 4,853 1,101 20% 23%

Aves 9,917 9,917 1,213 12% 12%

Anfíbios 5,743 5,743 1,856 32% 32%

Répteis 8,163 499 304 4% 61%

Peixes 28,500 1,721 800 3% 46%

Invertebrados 1,190,200 3,487 1,992 0.17% 57%

Insetos 950,000 771 559 0.06% 73%

Moluscos 70,000 2,163 974 1% 45%

Crustáceos 40,000 498 429 1% 86%

Outros 130,200 55 30 0.02% 55%

Plantas 287,655 11,824 8,321 2.89% 70%

Musgos 15,000 93 80 0.5% 86%

Samambaias etc 13,025 210 140 1% 67%

Gimnospermas 980 907 305 31% 34%

Dicotiledoneass 199,350 9,473 7,025 4% 74%

Monocotiledoneas 59,300 1,141 771 1% 68%

Outros (Líquenes) 10,000 2 2 0.02% 100%

Total 1,545,594 38,046 15,589 1% 41%

Tabela 2 – Sumário das Categorias da Lista Vermelha por classe de animais Classe EX EW Subtotal CR EN VU Subtotal LR/cd NT DD LC Total

Mammalia 73 4 77 162 352 587 1,101 64 587 380 2,644 4,853

Aves 129 4 133 179 345 689 1,213 0 773 78 7,720 9,917

Amphibia 34 1 35 427 761 668 1,856 0 359 1,290 2,203 5,743

Reptilia 21 1 22 64 79 161 304 3 74 60 36 499

Cephalaspidomorphi 0 0 0 0 1 2 3 0 5 4 1 13

Elasmobranchii 0 0 0 9 19 38 66 1 70 139 93 369

Holocephali 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3 4

Actinopterygii 81 12 93 161 140 429 730 12 105 290 104 1,334

Sarcopterygii 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1

Echinoidea 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Arachnida 0 0 0 0 1 9 10 0 1 7 0 18

Chilopoda 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1

Crustacea 7 1 8 56 79 294 429 9 2 32 18 498

Insecta 59 1 60 47 120 392 559 3 74 49 26 771

Merostomata 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3 0 4

Onychophora 0 0 0 3 2 4 9 0 1 1 0 11

Hirudinoidea 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Oligochaeta 1 0 1 1 0 4 5 0 1 0 0 7

Polychaeta 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 2

Bivalvia 31 0 31 52 28 16 96 5 60 12 9 213

Gastropoda 260 12 272 213 193 472 878 14 186 531 69 1,950

Enopla 0 0 0 0 0 2 2 0 1 3 0 6

Turbellaria 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Anthozoa 0 0 0 0 0 2 2 0 0 1 0 3

Tabela 3 – Sumário das Categorias da Lista Vermelha por classe de plantas

Classe EX EW Subtotal CR EN VU Subtotal LR/cd NT DD LC Total

Bryopsida 2 0 2 10 15 11 36 0 0 0 1 39

Anthocerotopsida 0 0 0 0 1 1 2 0 0 0 0 2

Marchantiopsida 1 0 1 12 16 14 42 0 0 0 9 52

Lycopodiopsida 0 0 0 1 2 8 11 0 1 0 1 13

Sellaginellopsida 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 2

Isoetopsida 0 0 0 2 0 1 3 0 0 0 0 3

Polypodiopsida 3 0 3 29 36 60 125 0 12 45 7 192

Coniferopsida 0 0 0 17 43 93 153 26 53 59 327 618

Cycadopsida 0 2 2 47 39 65 151 0 67 18 50 288

Ginkgoopsida 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1

Magnoliopsida 78 20 98 1,228 1,825 3,972 7,025 196 807 439 908 9,473

Liliopsida 2 2 4 144 261 366 771 17 107 137 105 1,141

Total 86 24 110 1,490 2,239 4,592 8,321 239 1,048 698 1,408 11,824

Categorias da Lista Vermelha da IUCN: EX – Extinta, EW – Extinta no ambiente selvagem, CR –

Criticamente ameaçada, EN – Ameaçada, VU – Vulnerável, LR/cd – Menor risco/dependente de conservação,

NT – Quase ameaçada, DD – Deficiência de Dados, LC – Menor Preocupação.

Perspectivas x Opções .

• Mundo globalizado...

• Invasões, contaminações

• Recursos não renováveis em fase final de exploração

• Busca por novos recursos – Espécies vegetais

(fármacos)

• Uso racional de recursos naturais

• Consciência ambiental

• Ecologia da restauração

• Conservação