porfolio - manuela salazar

51
Manuela Salazar Jornalista e Fotógrafa portfólio

Upload: manuela-salazar

Post on 17-Mar-2016

224 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Portfolio de matérias jornalísticas produzidas para revistas customizadas, entre 2011 e 2012.

TRANSCRIPT

Page 1: Porfolio - Manuela Salazar

Manuela Salazar Jornalista e Fotógrafa

portfól io

Page 2: Porfolio - Manuela Salazar

ÍNDICE

MODA

Zeitgeist!_página 4

Matéria produzida para a Revista PKB, do ParkShoppingBarigui, edição 6,

primavera de 2012

Sem Fronteiras_página 8

Matéria produzida para a revista Bergerson, especial Brasil, edição 10, setem-

bro de 2012

Lagerfeld meets Chanel_página 12

Matéria produzida para a Revista Manoel Bernardes, edição 05, setembro de

2012

DESIGN

Estilo Móvel_página 16

Matéria produzida para a Revista Bergerson, edição 06, outubro de 2011

Dupla Dinâminca_página 20

Matéria produzida para a Revista Bergerson, edição 8, abril de 2012

ENTREVISTA

Consuelo Blocker_página 26

Entrevista realizada para a Revista Bergerson, edição 8, abril de 2012

A Alma do Rio - Ronaldo Fraga_página 30

Entrevista realizada para a Revista Manoel Bernardes, edição 03, setembro de

2011

VIAGEM

Paraísos da Leitura_página 34

Matéria produzida para a Revista PKB, edição 05, inverno de 2012

GASTRONOMIA

Doces Talento_página 42

Matéria especial produzida para a Revista Bergerson, edição 08, abril de 2012

Page 3: Porfolio - Manuela Salazar

moda

Page 4: Porfolio - Manuela Salazar
Page 5: Porfolio - Manuela Salazar
Page 6: Porfolio - Manuela Salazar
Page 7: Porfolio - Manuela Salazar
Page 8: Porfolio - Manuela Salazar
Page 9: Porfolio - Manuela Salazar
Page 10: Porfolio - Manuela Salazar
Page 11: Porfolio - Manuela Salazar
Page 12: Porfolio - Manuela Salazar
Page 13: Porfolio - Manuela Salazar
Page 14: Porfolio - Manuela Salazar
Page 15: Porfolio - Manuela Salazar

design

Page 16: Porfolio - Manuela Salazar

26

d e s i g N a r t e C u l t u r ad e s i g N a r t e C u l t u r aD E S I G N / A R T E / C U L T U R A

estiloestiloMÓVELMÓVEL

Total autonomia no processo de desenvolvi-mento dos produtos era o desejo que os de-signers curitibanos Paulo Biacchi e Carolina Armellini partilhavam ao criar, no início de 2007, a Fetiche Design para Casa. Hoje, esse espírito empreendedor possibilita que criem os próprios briefings, inspirados em suas pesquisas de ten-dências e comportamentos, sem a interferência de indústrias e marcas. O resultado são móveis – com destaque para bancos e cadeiras – mo-dernos, atraentes, versáteis e conectados à re-alidade. É possível enxergá-los em casas reais, de pessoas reais.

Foto

s: ©

Flá

vio

Rib

eiro

/ ©

Die

go

Cag

nat

o /

Div

ulg

ação

A dupla de designers curitibanos Paulo Biacchi e Carolina Armellini revela, em entrevista à Revista Bergerson, suas inspirações para criar os móveis modernos da Fetiche Design para Casa

Entre as conquistas da dupla, está o sucesso comer-cial do banco colorido R540. A coleção Coudre, com bancos em couro matelassê inspirados nos trabalhos de Coco Chanel, foi criada para a Tok&Stok, em come-moração aos 30 anos da marca. Atualmente, a Fetiche Design assina projetos para cinco marcas, entre elas LaLampe e Schuster. Para o segundo semestre de 2012, os curitibanos preparam uma coleção exclusiva, a ser exibida em uma mostra em Paris. “O design brasileiro está em alta e os consumidores de móveis contemporâ-neos estão percebendo isso”, afirma Biacchi. Descubra as inspirações dos designers em entrevista concedida à Revista Bergerson.

Banco R540 Rocking Bench

Page 17: Porfolio - Manuela Salazar

27

Revista Bergerson: Qual é o conceito da Fetiche Design para Casa?

Carolina Armellini: Não existe criação sem histó-ria, nossos produtos não são criados do nada, eles têm sua história e conceito. Vamos além da neces-sidade. Nossas cadeiras não são apenas para se sentar. A definição do próprio dicionário do que é fetiche é algo que nos inspira muito. “Fetiche: sm. Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto.”

Paulo Biacchi: Tentamos fazer produtos atempo-rais, que persistam no tempo e que possam ser en-contrados nas casas de 2080, por exemplo. Produ-tos que tenham uma forte carga afetiva e que não sejam descartados de uma geração para outra.

Revista Bergerson: Qual foi a inspiração para o ban-co 540 Rocking Bench?

Paulo Biacchi: A ideia para criá-lo veio de forma inusi-tada. Enquanto ensinávamos a minha sobrinha uma anti-ga brincadeira de ligar os pontos no papel, percebemos como a união de linhas retas formava curvas perfeitas. Sentimos que daquela brincadeira podíamos criar algo realmente novo. Desenvolvemos diversos mock-ups de estruturas baseadas em arquitetura e nos focamos prin-cipalmente nas pontes estaiadas, que usam a tensão dos cabos como princípio de estruturação.

Carolina Armellini: Foi por meio de ensaios em esca-la que chegamos à estrutura metálica circular como a melhor forma de alcançar a ergonomia para o sentar. Testamos diversos tipos de tramas na estrutura e tam-bém alguns materiais, como couro e cordas. Acertamos a trama de forma que deixou a estrutura extremamente firme. Fomos felizes ao testar e escolher como material o espaguete plástico; era o toque nostálgico que faltava.

Paulo Biacchi e Carolina Armellini iniciaram a Fetiche Design para Casa em 2007

Poltronas da coleção Barraco

Page 18: Porfolio - Manuela Salazar

28

Cadeira Urbana

Revista Bergerson: Vocês priorizam que tipos de materiais nos projetos?

Carolina Armellini: Na nossa primeira coleção, Primo Volo, trabalhamos com madeira maciça, compensado curvado, lâmina natural com os veios bem desenhados e fórmica brilhante. Queríamos utilizar os mesmos materiais dos móveis da década de 1960, porém que resultassem em uma coleção com o desenho bem contemporâneo. Na Primo Volo, começamos o desenvolvimento com base na matéria-prima e no conceito para depois fechar o desenho.

Paulo Biacchi: Não podemos dizer que gostamos de um material específico, e sim de novos desafios. Não pretendemos nos tornar profundos conhecedo-res de um único material, somos mais apaixonados por um novo conceito de uso ou de visual do que pelo material em si. O que gostamos é de viabilizar uma ideia, independentemente do material, embora ainda tenhamos limitações de produção para alguns conceitos. Queremos passear com nossas criações pelos diversos materiais; gostamos de misturá-los, de suas cores. Não conseguiríamos trabalhar somente com madeira, por exemplo. Acabamos de lançar uma coleção de estofados (tecido e espuma), estamos fi-nalizando um projeto com lascas de pneu inservível e, em abril de 2012, lançaremos uma coleção que mes-cla metal e madeira maciça. Sonhamos com o dia em que poderemos desenhar uma cadeira inteira injetada em plástico e disponibilizá-la em diversas cores.

Bancos da coleção Pai João

A MISTURA DE MATERIAIS E CORES É CARACTERÍSTICA DO TRABALhO DOS DESIgNERS

Cadeira Urbana

desenho.

Page 19: Porfolio - Manuela Salazar
Page 20: Porfolio - Manuela Salazar

D E S I G N A R T E C U L T U R AD E S I G N / A R T E / C U L T U R A

Conheça o universo de design e criatividade que cerca os irmãos Ronan e Erwan Bouroullec

Foto

s: S

tud

io B

ou

rou

llec

/ Ta

ho

n &

Bo

uro

ulle

c /

Ola

Rin

dal

/

Vit

ra

DUPLA DINÂMICADesde 1999, os irmãos franceses Ronan e Erwan Bouroullec constroem sua carreira como um alto edifício que se destaca na paisagem do design mundial. Criam para um mundo novo, contemporâneo, em constante mudança, onde questionam nossos hábitos e rotinas. Seus designs são flexíveis; soluções práticas e ergonômicas com um toque refinado, leve, humilde.

Ronan é de 1971 e Erwan, de 1976, o que demonstra sua rápida ascensão no mercado internacional. Os dois injetaram energia com seus designs e já colaboraram

para marcas como Vitra, Magis, Alessi, Established & Sons, Axor, Hansgrohe, Kartell, Kvadrat, Cappellini, Camper e Ligne Roset. Seus nomes têm peso e a dupla se destaca também pelo trabalho experimental realizado na Galerie Kreo, em Paris.

Até o dia 30 de julho deste ano, uma exposição re-trospectiva de 15 anos de trabalho conjunto está em cartaz no Centre Pompidou-Metz, em Metz, na Fran-ça. Sob o título Bivouac, consiste em uma enorme tenda de mil metros quadrados, com os highlights de sua carreira. Os visitantes são convidados a vagar,

Sofá Ploum

Page 21: Porfolio - Manuela Salazar

descobrindo protótipos e projetos, sejam eles para pesquisa ou produção em massa. Na descoberta, surgem os conceitos-chave do trabalho dos irmãos: objetos modulares, orgânicos, flexíveis. A Revista Bergerson conversou com os dois em entrevista exclusiva:

Revista Bergerson - Qual é a diferença de criar seus projetos experimentais e trabalhar junto à indústria?Irmãos Bouroullec: Os dois são interessantes e muitas vezes estão interligados. Nós temos a opor-tunidade de trabalhar com uma série fantástica de marcas que são, em nossa opinião, as melhores em seus campos. Amamos a ideia de trabalhar com a indústria, para que as pessoas possam usar o que nós consideramos que será útil para elas.

Concomitantemente, trabalhamos com a galeria Kreo. É nosso respiro. Quando concebemos um ob-jeto, não temos limites. A Kreo é o lugar ideal para pesquisa porque está fora do contexto usual da in-dústria e de seu mercado. Isso não significa que produzimos trabalhos fora da realidade; é mais

Foto

s: S

tud

io B

ou

rou

llec

/ Ta

ho

n &

Bo

uro

ulle

c /

Ola

Rin

dal

/

Vit

ra

85

OS IRMÃOS BOUROULLEC CELEBRAM 15 ANOS DE CARREIRA LADO A LADO

O trabalho de Ronan e Erwan é modular, orgânico e flexível

O sistema modular Clouds permite total liberdade de formas ao combinar espuma, pétalas de tecido e elásticos

Page 22: Porfolio - Manuela Salazar

86

A coleção Alcove traz assentos com encostos de altura pouco usuais, o que permite que o usuário permaneça alheio

psicologicamente às atividades ao seu redor

D E S I G N A R T E C U L T U R AD E S I G N A R T E C U L T U R AD E S I G N / A R T E / C U L T U R A

em relação ao campo das possibilidades de pesquisa ser mais amplo. Após as pesquisas, tentamos achar aplicações para a indústria. Um exemplo é o sistema de prateleiras Roches, que fizemos em edição limita-da na Kreo em 2010 e que será agora desenvolvido industrialmente com a Vitra, em plástico – nós o apre-sentaremos em Milão neste ano.

RB - Como é o processo de criar como um par? Suas personalidades costumam se bater ou se complementam?IB: De um lado, somos irmãos, crescemos juntos e temos o mesmo background e a mesma relação pro-funda com forma e cor. De qualquer forma, há cinco anos de diferença entre nós. Então, não fomos à mes-ma escola nem tivemos os mesmos amigos. Há um grande nível de compreensão um do outro, mas mes-mo assim discordamos. Em nossos projetos, sempre chegamos à mesma opinião, mas não é evidente des-de o início. É necessário um longo processo de dis-cussão e compreensão – e discordância.

Para escritórios, o sistema Joyn é produzido pela suíça Vitra e traz elementos com contornos simples e personalizáveis

Page 23: Porfolio - Manuela Salazar

87

Conversamos sobre tudo: de questionar um parafuso ao que devemos fazer com uma nova oportunidade de negócios no Japão. No fim, nós temos um projeto que é 50/50. Não nos impor-tamos com quem dá as ideias em cada projeto. Cada vez é bem misturado e diferente.

RB: Quais são suas grandes inspirações?IB: Não sentimos que temos um mentor especí-fico ou um conjunto determinado de inspirações. Elas vêm de observar o que nos cerca. Em ter-mos de mentores, se pudéssemos listar breve-mente quem apreciamos, poderíamos dizer os designers americanos dos anos 50 Castiglioni e Andrea Branzi.

RB: Com o que se preocupam ao desenhar uma nova peça?IB: Se é durável – não somente em termos de design, claro.

RB: O que é luxo para vocês?IB: A simplicidade.

Na mostra do Centre-Pompidou Metz, estão expostos até julho os highlights da carreira dos irmãos

North Tile é uma opção leve para dividir espaços: os “azulejos” de tecido formam partições suspensas com tamanho, forma e cor customizados

Page 24: Porfolio - Manuela Salazar
Page 25: Porfolio - Manuela Salazar

entrevista

Page 26: Porfolio - Manuela Salazar

44

Foto

s: ©

Ro

ber

to L

eon

e

E N T R E V I S T AE N T R E V I S T A

CONSUELOBLOCKER

A escolhida para inaugurar esta nova seção da Revista Bergerson não poderia ser mais interessante: Consuelo Blocker é herdeira de estilo e elegância. Neta de Gabriella Pascolato, fundadora da indústria têxtil Santaconstancia, e fi lha da célebre jornalista de moda Costanza Pascolato, ela segue os caminhos familiares. “Assim que comecei a procurar um trabalho, quando estava para sair da Universidade Brown, nos Estados Unidos, falei com um conselheiro de carreira e disse que gostava de moda, mas também de business”, conta. Hoje, com residência em Florença, na Itália, atua como diretora de estilo e trend hunter da Santaconstancia e, recentemente, se tornou blogueira.

No Consuelo Blog, ela aproveita para mostrar as maravilhas de seu trabalho, que consiste em viajar o mundo atrás das mais novas tendências. “Quando começo a reparar em algo e o vejo repetido mais do que três vezes, acredito que há algo ali”, explica. Em cada postagem, detalhes de insider dos desfiles mais exclusivos, looks dentro e fora das passarelas, suas escolhas de moda, além de diários de suas viagens pessoais. Os leitores são convidados a via-jar junto com Consuelo, observando cada detalhe

Herdeira de estilo e elegância, a blogueira, diretora de estilo e trend hunter da Santaconstancia fala

com exclusividade à Revista Bergerson

com que se deparou. Conversamos com ela sobre suas inspirações e seu estilo de vida. Confira:

Revista Bergerson: Ao ler seu blog, é perceptível que suas fontes de inspiração estão em todos os as-pectos da vida. De arquitetura, arte e moda à forma como as pessoas se portam. Observar é seu viver?Consuelo Blocker: Vocês acertaram em cheio. Quan-do me sento no avião, vejo as pessoas atravessarem a rua ou andarem em uma bicicleta, me questiono por que escolheram aquela roupa, por que estão emburradas ou ainda que tipo de pessoa são para usar uma bicicleta como transporte. Tudo é uma fonte de maravilha.

RB: O seu blog traz um approach bem pessoal, com detalhes da sua vida, além de um jeito sim-ples e leve de traduzir a complexidade da moda. O que mudou para você com ele?CB: Com o Consuelo Blog, encontrei um espaço onde posso dizer o que penso, da minha maneira. Não im-porta quem é minha mãe e nenhum editor mexe no meu texto. E não é que gostam deste meu jeito? Rece-bo tantos elogios pela forma com que escrevo! Nunca achei que isso aconteceria.

Page 27: Porfolio - Manuela Salazar

Foto

s: ©

Ro

ber

to L

eon

e

E N T R E V I S T A

Page 28: Porfolio - Manuela Salazar

46

E N T R E V I S T AV I S T AE N T R E V I S T A

RB: Qual é sua mais cara memória da fábrica e de sua avó?CB: Da vovó eram os momentos em que estávamos a sós e ela me dizia uma frase que mudava o jeito que eu encararia o mundo. Me deu coragem em um importante momento de transição da minha vida. Quanto à fábrica, me lembro dela em uma reunião, criando um de seus deslumbrantes xadrezes de fio tinto. Ela criava na voz, dando instruções aos técnicos... Via o tecido na cabe-ça, não precisava desenhar! Era uma mulher e tanto!

RB: Muitas mulheres desejariam ter Costanza Pas-colato como conselheira, amiga e mãe. Como foi crescer com essa inspiração?CB: Considero-me sortuda. Ela é um exemplo de elegância, mas também de força de vontade. Criou-me várias oportunidades profissionais, mas acho que as mais importantes aprendi só observando-a mesmo. Agora, não vou negar que crescer filha de uma mulher

deslumbrante não é fácil. Fui gorducha por muitos anos, para não ter que comparar belezas. Hoje, me sinto mais segura na minha pele e não existem mais comparações.

RB: Percebe-se que a elegância é sua maior marca de estilo. O que faz uma mulher elegante atualmente?CB: Algumas coisas muito importantes: o respeito por quem está à sua volta, observar, observar e observar o belo até virar uma intuição, mais do que algo que se raciocina. Muito cuidado no aspecto físico e um gran-de sorriso sincero.

RB: Com tantas viagens, sua casa em Florença é seu refúgio? Qual é a melhor dica de decoração?CB: Ótima iluminação e um cantinho superaconche-gante, onde é possível se enrolar em um cobertor com um cappuccino quente e um livro ou filme no compu-tador [risos]...

RB: O que é o luxo para você?CB: Luxo é ser dona do teu tempo! E um cobertor de cashmere.

Consuelo considera-se sortuda por ser filha de Costanza Pascolato

Page 29: Porfolio - Manuela Salazar
Page 30: Porfolio - Manuela Salazar
Page 31: Porfolio - Manuela Salazar
Page 32: Porfolio - Manuela Salazar
Page 33: Porfolio - Manuela Salazar

viagem

Page 34: Porfolio - Manuela Salazar
Page 35: Porfolio - Manuela Salazar
Page 36: Porfolio - Manuela Salazar
Page 37: Porfolio - Manuela Salazar
Page 38: Porfolio - Manuela Salazar
Page 39: Porfolio - Manuela Salazar
Page 40: Porfolio - Manuela Salazar

gastronomia

Page 41: Porfolio - Manuela Salazar
Page 42: Porfolio - Manuela Salazar

32

G A S T R O N O M I AG A S T R O N O M I A

Page 43: Porfolio - Manuela Salazar

33

TALENTOSDelicie-se com o universo da pâtisserie contemporânea e conheça alguns dos mais criativos chefs do mercado mundial

DOCES

A sobremesa: o final triunfante de uma refeição. Dulcíssima, suave, açucarada, dos deuses. Bolos, pudins, cremes, mousses, balas, manjares, flãs, tortas, do-cinhos... A lista segue. Quem não ama um bom doce? Melhor ainda se for pre-parado com ingredientes refinados, a partir de receitas contemporâneas e pelas mãos dos maiores talentos da pâtisserie atual.

Por muito tempo considerada uma subcategoria da gastronomia, a pâtisserie vem ganhando mais espaço nas cozinhas dos grandes restaurantes do mundo. O número de chefs que se dedicam apenas a essa etapa da refeição vem crescendo e a técnica, avançando. No Brasil, segundo o chef paulista Diego Lozano, a profissão chef pâtissier ainda é rara e pouco valorizada. “A confeitaria fica em segundo plano; o brasileiro não tem costume de pedir sobremesa”, explica. “Em relação ao sabor, temos um potencial gigantesco”, diz. Mesmo assim, há chefs que, como ele, lutam para que haja uma confeitaria contemporânea no Brasil.

Técnica, atenção aos detalhes e criatividade são essenciais. As variantes com que esses chefs trabalham são muitas – sabor, textura, formato, cor, apresen-tação – e a precisão é uma característica valorizada. Inovar é um ato contínuo. Uma certa dose de atrevimento, curiosidade e ousadia são também ingredientes que compõem um chef ideal. A Revista Bergerson selecionou para você sete fantásticos chefs que vêm transformando a cena da pâtisserie mundial. Fo

tos:

Div

ulg

ação

/ ©

Jea

n-Lo

uis

Blo

ch L

ain

é

Page 44: Porfolio - Manuela Salazar

34

G A S T R OG A S T R O N O M I A

EPIERRE HERMÉPIERRE HERMÉ PARISPARIS, LONDRES, TÓQUIO E OSAKA

Pierre Hermé é herdeiro de quatro gerações de tradicionais padeiros e confeiteiros da Alsácia. Aos 14 anos, seguiu para Paris para se tornar um deles e trabalhou para o melhor dos mestres, Gaston Lenôtre. Atualmente, é criador de um mundo original de sabores, sensações e prazeres. Denominado pela Revista Vogue “Picasso da pâtisserie”, cria sobremesas avant-garde, que levam os melhores ingredientes do mercado e são decoradas sem excessos. Uma pâtisserie

Macaron Pietra sabor avelãs

Doce folhado Deux Mille-Feuille

Loja do chef em Paris, na Rue Cambon

G A S T R OO N O M I AG A S T R OO N O M I A

Page 45: Porfolio - Manuela Salazar

35

adulta, sem nostalgias. O chef usa o açúcar como sal: um tempero para aguçar outros sabores e não para mascarar a falta de nobreza de uma composição. No currículo, 11 anos no Fauchon e o trabalho de transformação da Ladurée de uma padaria tradicional a uma genuína marca de luxo. Hermé iniciou sua marca própria em Tóquio, em 1998, e em 2002 chegou a Paris. Virtuoso dos doces, é apaixonado por um trabalho detalhista: a sobremesa é tomada como o grand finale de uma refeição. Seus macarons são célebres, em especial o Ispahan, que leva creme de rosas, lichias e framboesas. O chef também costuma arriscar com ingredientes da cozinha salgada, como vinagre, queijo, azeitonas e azeite de oliva. Anualmente, Hermé escolhe temas para suas “coleções” de doces, o que o faz ser conhecido como um couturier da pâtisserie.

Pierre Hermé usa o açúcar como um tempero

Macaron Ispahan, com rosas, lichias e framboesas

G A S T R

Page 46: Porfolio - Manuela Salazar

36

G A S T R O N O M I AG A S T R O N O M I A

36

Acima, Biscuit Roulé; ao lado, Religieuse

E CHRISTOPHE MICHALAKPLAZA ATHÉNÉEPARIS, FRANÇA

A crítica só reserva superlativos ao francês Christophe Michalak, chef pâtissier executivo do Plaza Athénée, em Paris, Campeão Mundial da Pâtisserie de 2005, quando tinha apenas 32 anos, e autor de três livros. Desde 2000, ele gerencia uma equipe de 23 pessoas, sob supervisão do chef Alain Ducasse. No início da carreira, sua primeira opção era ser artista, característica que transfere hoje para suas belíssimas criações. Antes do Plaza Athénée, trabalhou em restaurantes célebres na Europa, no Japão e em Nova York, além da tríade das docerias francesas: Fauchon, Pierre Hermé e Ladurée. Guiado por sua paixão, o chef autodidata cria duas coleções anuais de sobremesas: uma outono/inverno, com sabores como chocolate, nozes e caramelos, e outra primavera/verão, com ênfase nas frutas vermelhas. Seus preciosos pratos são tratados como joias e expostos na Galerie des Gobelins em seis displays fechados, para apreciação dos hóspedes do hotel. Nas receitas, Michalak não costuma utilizar muitos elementos, por acreditar que dessa maneira os sabores são melhor valorizados. Entre suas sobremesas mais célebres, reinvenções de clássicos da pâtisserie francesa, como o Religieuse, doce feito com duas camadas de massa choux.

O chef do Plaza Athénée foi Campeão Mundial da Pâtisserie em 2005

Page 47: Porfolio - Manuela Salazar

G A S T R O N O M I A

EJORDI ROCAEL CELLER DE CAN ROCAGIRONA, ESPANHA

O Celler de Can Roca, três estrelas no Guia Michelin, é co-nhecido como “o” lugar da gastronomia de sentidos. O trio de irmãos Roca divide as tarefas: Joan cuida dos pratos principais; Josep, dos líquidos; e o caçula Jordi, aos 34 anos, das sobremesas. Corajoso e inovador, desenvolveu técnicas surpreendentes de mistura de aromas e sabores, tendo a tecnologia como aliada, o que pode ser visto em seu açúcar soprado, nas destilações que concebe e na forma de integrar fragrâncias. Certo dia, ao fumar um cha-ruto enquanto preparava um sorvete, percebeu que a fu-maça havia se incorporado ao doce e teve um insight. Daí, surgiram pratos como o Viaje a la Habana, um cilindro de chocolate recheado com creme aromatizado com fumaça de charuto. Há também a série de sobremesas adaptadas de perfumes. Já são 30 as fragrâncias catalogadas, inspi-radas livremente nas notas e no conceito desses aromas. No prato Terre d’Hermès, por exemplo, há chocolate, la-ranja, sorvete de patchouli, farofa de cacau, destilado de terra (acredite!) e espuma de leite com infusão de jasmim. Recentemente, Jordi seguiu o caminho inverso e criou um perfume inspirado em seu prato Lemon Cloud. Núvol de Llimona foi criado em conjunto com o perfumista Agustí Vidal e está à venda no restaurante.

Doce inspirado no aroma Carolina, de Carolina Herrera

O chef desenvolveu técnicas para criar sobremesas baseadas em perfumes

Page 48: Porfolio - Manuela Salazar

38

Foto

s: D

ivu

lgaç

ão

EPACO TORREBLANCAPASTELERÍA TOTELALICANTE, CATALUNHA, ESPANHA

Francisco “Paco” Torreblanca é considerado pela crítica o “pai” da confeitaria contemporânea da Espanha. Sua primeira loja, aberta em 1978, foi antecedida por anos de estudo e trabalho na França junto a chefs renomados. Catalão, tem seus alicerces fincados na criatividade. Foi, por exemplo, um dos primeiros a introduzir o açafrão em receitas de chocolates. A Revista Bergerson conversou com o chef sobre suas inspirações:

RB: Como iniciou sua carreira na confeitaria?PT: Com 12 anos, meus pais me levaram a Paris, onde fiquei por dez anos aprendendo e trabalhando na confeitaria de um dos melhores pâtissiers do mo-mento, Jean Millet.

RB: O que significa ser um chef pâtissier na Es-panha?PT: Em uma época em que a gastronomia está cada vez mais relevante, a pâtisserie anda de mãos dadas com a cozinha. Em dez anos, os espanhóis cresceram muito na cultura gastronômica e passaram a valorizar a variedade e a qualidade que existe em nosso país.

RB: O que inspira você na hora de criar suas re-ceitas?PT: O mais importante é ter uma boa base e trabalhar com as melhores matérias-primas. A partir daí, o que resta é investigar e ter consistência no trabalho e na criatividade.

RB: Você tem um ingrediente favorito? E uma técnica?PT: O açúcar: me encanta a técnica soprada, para fazer esculturas artísticas como se fosse vidro. E o chocolate. São os dois ingredientes imprescindíveis para conseguir um equilíbrio em nosso trabalho.

G A S T R O N O M I AG A S T R O N O M I A

O chef espanhol realiza uma escultura de açúcar soprado

Seu ideal é um trabalho consistente e criativo

Page 49: Porfolio - Manuela Salazar

39

Foto

s: D

ivu

lgaç

ão

EJÉRÔME DE OLIVEIRAINTUITIONS BY J.CANNES, FRANÇA

Jérôme de Oliveira é um talento meteórico do mundo da pâtisserie. Aos 26 anos, ele dá em 2012 um grande passo na carreira: a abertura, em fevereiro, de sua confeitaria e casa de chá no Five Hotel & Spa, em Cannes. Antes disso, estudou na École Nationale Supérieure de la Pâtisserie e foi, durante cinco anos, braço direito de seu grande mentor, Christophe Michalak, no Plaza Athénée. Em 2009, ainda muito jovem, Jérôme conquistou o prêmio de Campeão Mundial da Pâtisserie, com uma fantástica escultura de chocolate em forma de amazona. Desde os quatro anos, ser chef pâtissier figurava nos sonhos deste jovem francês, que adora experimentar sabores, texturas, formas e cores. Sua nova empreitada foi batizada de Intuitions by J., um termo cuidadosamente escolhido por designar sua paixão pelas ideias, desejos e inspirações, que ele tenta traduzir na forma de delícias doces. A ideia da confeitaria é transportar o consumidor a um conto de fadas de açúcar e proporcionar uma experiência única no espaço de chá, o Salon des Gourmandises.

G A S T R O N O M I A

Chocolates de Jérôme de Oliveira

Aos 26 anos, o chef já tem um currículo impressionante

Verrines, do Intuitions by J.

Page 50: Porfolio - Manuela Salazar

40

G A S T R O N O M I A

EWILL GOLDFARBKU DE TABALI, INDONÉSIA

Americano de Port Washington, Nova York, Will Goldfarb desistiu do curso de Direito para estudar pâtisserie na França. Depois de muitos estágios e trabalhos em grandes restaurantes pelo mundo, entre eles o El Bulli, de Albert e Ferran Adrià, abriu, em 2006, o Room 4 Dessert, bar em Nova York onde servia suas criações criativas, inovadoras e tecnológicas. Posteriormente, foi nomeado como um dos dez melhores pastry chefs dos Estados Unidos e mudou-se para Bali, onde hoje dirige a pâtisserie do restaurante KU DE TA. A Revista Bergerson entrevistou o chef com exclusividade:

RB: Como você começou no mundo da pâtisserie?WG: Entrei pela porta de trás do restaurante Yvan, em Paris, e nunca olhei para trás. Eu estava fascinado pela atenção aos detalhes e pela destreza.

RB: Como é ser um chef pâtissier americano? O que difere seu trabalho do approach francês?WG: É solitário. Eu acho que me beneficio de múl-tiplas influências. Por exemplo, sou capaz de apre-ciar a técnica francesa, os sabores italianos e a criatividade espanhola.

RB: Você trabalhou no El Bulli. Como foi a experiência?WG: Extraordinária. Acho que Albert Adrià perma-necerá ponto de referência para chefs pâtissiers por outro século.

RB: O que faz de seu trabalho algo inovador?WG: Eu conto uma história pessoal para que mi-nhas sobremesas sejam particulares para mim e, portanto, não cópias de outro trabalho, mesmo que tenham influências claras.

G A S T R O N O M I AG A S T R O N O M I AG A S T R O N O M I AG A S T R O N O M I AG A S T R O N O M I A

Baseado em Bali, o chef busca realizar um trabalho original

Will Goldfarb inspira-se em Albert Adrià para criar técnicas que unem pâtisserie e ciência

Page 51: Porfolio - Manuela Salazar

41

EDIEGO LOZANOSÃO PAULO, BRASIL

Representante brasileiro da seleção da Revista Bergerson, Diego Lozano começou preparando pratos na cozinha de casa e decidiu se profissionalizar. Após um curso no Senai São Paulo, trabalhou em confeitarias na Bélgica. Na volta ao país, em 2007, chefiou a pâtisserie do D.O.M., restaurante de Alex Atala, em São Paulo, e trabalhou como executive pastry chef na empresa belga Chocolate World. Hoje, aos 28 anos, figura entre os grandes nomes da confeitaria brasileira, ministrando cursos e prestando consultoria para empresas. Diego faz sobremesas conceituais com combinações inusitadas e enfatiza ingredientes nacionais: cumaru, priprioca, cajá, caju e frutas brasileiras. Seu favorito é o cupuaçu, que ele considera a combinação ideal para o chocolate. “Acho que todo bom confeiteiro tem que ser um artista”, afirma o chef, também conhecido por suas avançadas técnicas em esculturas de chocolate.

G A S T R O N O M I A

Lozano aprecia utilizar ingredientes brasileiros, como priprioca, cajá e cupuaçu em suas receitas

O chocolate é uma de suas especialidades