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RELATÓRIO Nº 201503877
QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO?
Linha de Atuação: Apuração de Representações e Demandas Sociais. Unidade examinada: Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO). Objeto: Análise da regularidade da formalização legal do Convênio SIAFI 782859/2013 para aquisição de 02 (duas) Patrulhas Mecanizadas, contendo 01 trator agrícola, 01 ensiladeira, 01 grade aradora e 01 carreta para ajudar na produção, escoamento e comercialização dos produtos das famílias beneficiadas e elevar a renda e a qualidade de vida do homem do campo, no município de Rondonópolis/MT, no valor de R$340.000,00. Ação: 211K - Apoio à implantação de Infraestrutura Econômica Social e Produtiva no município de Rondonópolis/MT Programa: P2029 – Desenvolvimento Regional Territorial Sustentável e Economia Solidária Escopo: Análise da formalização legal do Convênio e análise da
compatibilidade do orçamento aprovado com os custos dos Sistemas Oficiais de Custos do Governo Federal. Referencial Legal: Decreto
6.170/2007.
POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO?
Trabalho realizado em função de denúncia apresentada, apontando situações presumidamente irregulares na contratação de empresa fornecedora dos equipamentos.
QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS?
Com base nos exames realizados, estritamente no âmbito do escopo definido, verificou-se fragilidades no processo de contratação realizado pela Prefeitura Municipal de Rondonópolis/MT. No entanto, não foram encontradas situações que demandem providências de regularização por parte dos gestores federais, pois os custos estimados para a aquisição dos equipamentos são compatíveis com os custos de aquisições de objetos similares constantes no “site” do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT).
Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União
Presidência da República
Controladoria-Geral da União
Secretaria Federal de Controle Interno
Unidade Examinada: GABINETE DO PREFEITO
Introdução
1. Introdução
Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações
presumidamente irregulares, ocorridas em Gabinete do Prefeito, apontadas à Controladoria-
Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo nº 00212.000265/2015-15.
A fiscalização teve como objetivo analisar a regularidade da dispensa de licitação e a
idoneidade da empresa vencedora, bem como indício de superfaturamento dos bens objeto do
Convênio nº 782859/2013, celebrado entre o município de Rondonópolis/MT e a
Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste - SUDECO.
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 29/06/2015 a 03/07/2015 sobre a
aplicação de recursos federais do programa 2029 - Desenvolvimento Regional, Territorial
Sustentável e Economia / 211K - Apoio à implantação de Infraestrutura Econômica Social e
Produtiva no município de Rondonópolis/MT.
Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao
Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e
registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de
questionários.
Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,
tendo se manifestado tempestivamente em 07/04/2016, cabendo ao Ministério supervisor,
Relatório de Demandas
Externas
Número do relatório: 201503877
nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas
públicas, bem como à apuração das responsabilidades.
1.1. Informações sobre a Ação de Controle
Ordem de Serviço: 201503877
Número do Processo: 00212.000265/2015-15
Município/UF: Rondonópolis/MT
Órgão: MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL
Instrumento de Transferência: Convênio - 782859
Unidade Examinada: GABINETE DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 340.000,00
Prejuízo: R$ 0,00
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela
tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela
existência de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte, a competência primária para adoção de medidas corretivas dos fatos
apresentados a seguir pertence ao executor do recurso federal descentralizado. Esclarece-
se que as situações relatadas são decorrentes de levantamentos necessários à adequada
contextualização das constatações relatadas na primeira parte.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas
ministeriais. Destinam-se, ainda, para ciência dos Órgãos de Defesa do Estado com vistas à
tomada de providências no âmbito das respectivas competências. Esta Controladoria não
realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas
constatações.
2.2.1. Ausência de orçamento detalhado.
Fato
Trata-se solicitação de ação de controle realizada pela Procuradoria da República em
Rondonópolis a esta CGU-Regional/MT, para aferir a regularidade da dispensa de licitação e
a idoneidade da empresa vencedora, bem como indício de superfaturamento dos bens objeto
do Convênio nº 782859/2013, celebrado entre o Município de Rondonópolis/MT e a
Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste - SUDECO.
Referido convênio teve por objeto a aquisição de 02 (duas) Patrulhas Mecanizadas, contendo
01 trator agrícola, 01 ensiladeira, 01 grade aradora e 01 carreta para ajudar na produção,
escoamento e comercialização dos produtos das famílias beneficiadas e elevar a renda e a
qualidade de vida do homem do campo.
O recurso financeiro para execução desse objeto foi fixado em R$ 340.000,00 (trezentos e
quarenta mil reais), sendo R$ 320.000,00 da Concedente (Nota de Empenho nº
2013NE000064) e R$ 20.000,00 a título de contrapartida da convenente (Consignados na
Lei Orçamentária Municipal nº 7.540/2012). O convênio foi assinado em 15 de agosto de
2013, com vigência de 365 dias (15/08/2013 a 15/08/2014), estando com status de
“prestação de contas enviada para análise”.
Em análise da dispensa de licitação n.º 38/2013, constatou-se que não foi apresentado
orçamento detalhado que expressasse a composição dos custos previstos da contratação,
impossibilitando, assim, que a Administração verificasse a razoabilidade dos valores
contidos nas propostas apresentadas pelas licitantes. Soma-se a isso a impossibilidade de se
verificar se o preço das propostas estava ou não superfaturado e se o custo unitário era o de
mercado.
A ausência de orçamento detalhado que expresse a composição dos custos previsto da
contratação, a par de violar disposições legais, impede a formação de juízo acerca da
adequação do preço contratado com aquele que é praticado no mercado. Cabe ressaltar que a
ausência dessas planilhas tem sido considerada pelo Tribunal de Contas da União como uma
irregularidade, uma vez que a exigência de orçamento detalhado em planilhas que
expressem a composição dos custos unitários possui importância capital para a escolha da
proposta mais vantajosa.
Em situações similares, o Tribunal de Contas da União tem recomendado que "os processos
de dispensa de licitação devem conter documentos que indiquem a prévia pesquisa de preços
de mercado, em relação ao objeto a ser contratado/adquirido, e a habilitação do respectivo
fornecedor/prestador de serviços" (Acórdão nº 2986/2006 - 1ª Câmara).
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 066/2016/GAB/PGM, de 30 de março de 2016, a Prefeitura Municipal
de Rondonópolis/MT apresentou a seguinte manifestação:
“Pelo presente, a par de cumprimentá-lo, em atenção ao oficio supra, informo que o
prefeito municipal, gestão de 2013 a 2016, autorizou a dispensa da licitação por meio do
Termo n. 38/2013, pois houve duas seções de pregões de n. 100/2013 e n. 107/2013, os
quais houve a desconformidade dos licitantes ao ato convocatório, motivo pelo qual a
comissão de licitação a tomou frustrada nas duas sessões.
Nesta oportunidade, é clarividente que pelo mandamento constitucional, a Administração só
pode adquirir os bens e serviços necessários para o atendimento do interesse público por
meio de um procedimento formal (alcunhado de licitação), tutelado por lei, em que, em
condições de igualdade, particulares competem para poder contratar com ela, devendo
prevalecer sempre a proposta mais vantajosa.
Ocorre que, nem sempre a licitação se efetua, quer seja por que ela não despertou o
interesse nos particulares de contratar com a Municipalidade, quer seja porque os que
acudiram ao chamamento editalício não lograram êxito em atender aos requisitos do
certame ou não apresentaram propostas em conformidade com os preços praticados no
mercado.
Nestas hipóteses em que a licitação não alcançou o seu objetivo, que é o de selecionar
dentre os particulares aquele que além de estar apto a cumprir com as obrigações
contratuais da futura avença a ser celebrada com o Município apresentou a proposta mais
vantajosa, a Lei Federal n° 8.666/93 (que é a norma que serve de regramento para todas as
licitações empreendidas pelo Poder Público) contempla requisitos que, quando atendidos,
autorizam que a Administração contrate diretamente um particular sem a necessidade de
promover um processo licitatório.
O entendimento dominante no Tribunal de Contas da União se coaduna com o tratamento
diferenciado que deve ser conferido aos institutos da licitação fracassada, para fins de
subsunção ao art. 24, inciso V, da Lei n° 8.666/93.
Com essas considerações, conclui-se que, a hipótese de dispensa prevista no art. 24, inciso
V, da Lei n° 8.666/93 alberga, a situação de licitação anterior caracterizada como
fracassada.
Sendo assim a Municipalidade optou por repetir a licitação, só que mesmo assim, o novo
certame foi fracassado, de tal modo não restou alternativa a não ser proceder com a
dispensa, haja vista que foge da razoabilidade obrigar-se a realizar infinitas licitações
diante de situação reveladora de limitações do próprio mercado. A repetição da licitação,
por mais de uma vez, desnuda o prejuízo previsto no inciso em apreço.
Logo, se foi feito uma licitação para determinado item e não houve interessados, é
permitido contratar diretamente, sem licitação. No entanto, antes disso, se não houver
prejuízo marcante, nos casos é recomendável que se repita a licitação, que se faça novo
convite para aquele item específico. Se, então, não se conseguir novamente vendedor, daí a
contratação sem licitação pode se perfazer sem quaisquer problemas.
A hipótese de dispensa prevista pressupõe a ocorrência de licitação anterior que não tenha
sido bem sucedida, por não terem acudido nela interessados. Sublinha-se que a
Administração oportunizou aos interessados a participação na licitação, tratando-os, todos,
com isonomia. Entretanto ninguém se dispôs a participar dela.
Sob esse quadro, não é razoável forçar a Administração repetir e repetir a licitação, por
diversas vezes, até que alguém resolva participar dela. Isto, evidentemente, se fosse exigido,
provocaria imensos prejuízos ao interesse público, já que as demandas a serem atendidas
através dos contratos administrativos seriam postergadas indefinidamente, à espera da boa
vontade de potenciais licitantes, contrariando abertamente os princípios fundamentais do
Direito Administrativo, entre os quais, sobretudo, o princípio da superioridade do interesse
público sobre o privado. Solução deste quilate equivaleria a postergar os interesses
públicos em face de supostos interesses particulares.
Partindo-se de tais pressupostos, não se vislumbra motivo para deixar de aplicar a hipótese
de dispensa prevista no inciso V do artigo 24 da Lei n° 8.666/93 em licitações fracassadas
realizadas sob a modalidade pregão.
Note-se que a Lei n° 10.520/02 não versa sobre contratação direta. O objeto dela é
unicamente definir o que é e qual o procedimento da modalidade pregão. Isto é, a Lei n°
10.520/02 preocupa-se apenas com um aspecto da matéria referente ã licitação e contrato,
aspecto este circunscrito à modalidade pregão. Ela não versa sobre vários outros assuntos,
pertinentes e necessários às licitações e contratos. Tanto o é que o artigo 9° da Lei n°
10.520/02 enuncia que a Lei n" 8.666/93 deve ser aplicada subsidiariamente. E, repita-se,
como a Lei n° 10.520/02 não trata de contratação direta, os dispositivos da Lei n° 8.666/93
sobre o assunto aplicam-se em sua integralidade.
Ora, também na modalidade pregão não haveria a menor razoabilidade em forçar a
Administração a repetir indefinidamente a licitação para a qual não se apresentaram
interessados ou para a qual todos os interessados foram inabilitados ou desclassificados,
em prejuízo ao interesse público.
No caso sob apreço, foram realizados 02 (dois) pregões presenciais n. 100/2013 e
107/2013, conforme consta do Processo de Dispensa n. 38/2013 em que a Comissão de
Licitação declarou ambos os pregões frustrados e sequencialmente abriu-se prazo de 08
(oito) dias para os possíveis interessados apresentassem propostas ou sanassem os
problemas com os documentos de habilitação, bem como convidaram empresas do ramo
através de e-mail. Porém, não alcançaram êxito para a aquisição dos maquinários.
Necessário esclarecer ainda, que o Departamento de Promotoria de Desenvolvimento de
Agricultura Familiar, justificou a necessidade de aquisição dos maquinários devido ao
fracasso nos lotes dos Pregões n. 100/2013 e 107/2013 e considerando o risco
caracterizado pela demora decorrente de um processo licitatório, pela ausência de
interessados e problemas com as documentações ocorridas em licitações anteriores, ficando
mais que comprovado o prejuízo ao erário e aos pequenos produtores rurais que
encontram-se com o plantio em atraso.
Deste modo, a modalidade de Dispensa de Licitação justifica-se com base nos prejuízos que
poderia vir a sofrer a Administração Pública, diante de uma terceira tentativa de
procedimento licitatório, bem como por se enquadrar nos moldes legais, admitida a
dispensa de licitação conforme a lei, tendo em vista a realização de dois pregões
presenciais n. 100/2013 e 107/2013, para a Secretaria de Desenvolvimento de Agricultura
Familiar, em que houve a desconformidade dos licitantes ao ato convocatório, motivo pelo
qual a comissão de licitação as tomou frustradas nas duas sessões públicas ocorridas.
Por fim a título de informação esclareço que a Dispensa de Licitação referente ao convênio
782859/2013 foi objeto de inquérito civil na Procuradoria da República no Município de
Rondonópolis, sob o n. 1.20.005.000019/2015-52, a qual, foi arquivado sob o argumento de
que inexiste irregularidade na Dispensa de Licitação n. 38/2013 (Doc. anexo).
Diante do exposto, certo de ter prestado as informações pertinentes, colocamo-nos a
disposição para o que vier a ser necessário para eventual complementação de resposta.
Reiterando meus votos de estima e consideração, subscrevo-me.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Rondonópolis/MT manifestou-se no sentido de que a Dispensa de
Licitação n.º 038/2013 ocorreu em decorrência do fracasso dos Pregões Presenciais n.ºs
100/2013 e 107/2013 e em face da necessidade de minimizar os prejuízos de pequenos
produtores rurais que estavam com o plantio atrasado. Além disso, a prefeitura apresentou o
entendimento jurídico da Procuradoria-Geral do Município acerca do procedimento adotado
pela Unidade nas ocorrências de licitações fracassadas, bem como informou que a Dispensa
de Licitação n.º 038/2013 foi objeto de inquérito civil na Procuradoria da República em
Rondonópolis/MT, cujo desfecho foi o arquivamento sob o argumento de inexistência de
irregularidades no procedimento realizado pelo município fiscalizado.
Em nenhum momento, contudo, o gestor contesta a falha apontada pela equipe de
fiscalização da CGU acerca da ausência de orçamento detalhado para subsidiar a
contratação. Essa ausência prejudica a formação da convicção de que os preços contratados
estão adequados aos praticados no mercado. ##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Ausência de controles preventivos de fraudes e conluios nas contratações
decorrentes de transferências voluntárias.
Fato
Diversas atividades específicas do controle podem ser eficazes na prevenção de fraudes e
conluios, tais como a análise circunstanciada dos licitantes, das propostas e das alterações
contratuais e a verificação das cláusulas contidas nos editais, a fim de evitar direcionamento,
fracionamento do objeto ou jogo de planilha, assim como consulta para verificar a
ocorrência de penalidades que impedem as empresas de licitar e contratar, especialmente o
Cadastro Específico de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, Cadastro Nacional de
Condenações Cíveis por Ato de Improbidade Administrativa do CNJ e Cadastro de
Inidôneos do TCU.
Nesse contexto, a execução dessas rotinas revela-se importante tendo em vista que a prática
de atos visando a frustrar objetivos da licitação é tipificada como crime pela Lei nº 8666/93
(art. 82 e 89).
Destaca-se, ainda, que o art. 97 da mesma lei dispõe que é crime admitir à licitação ou
celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo, ensejando por parte da
Administração a adoção de procedimentos com vistas a evitar a participação dessas
empresas ou profissionais inidôneos no certame.
Em análise da dispensa de licitação n.º 38/2013, constatou-se a inexistência de rotinas para
prevenção de fraudes e conluios, a exemplo de análise dos endereços das empresas, quadro
societário, data de constituição da empresa, análise das propostas em relação ao formato,
empresas de servidores do Órgão ou Entidade Pública.
Nesse sentido, verificou-se que não foram realizadas consultas durante o certame, para
serem anexadas ao processo, com intuito de verificar a ocorrência de registro de penalidades
que impedem as empresas de licitar e contratar, tais como o Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas – CEIS.
Por consequência, a falta de uma análise dos documentos de habilitação e proposta de preços
das licitantes, das alterações contratuais e dos cadastros de registro de penalidades, pode
levar à ocorrência de contratação de empresas inidôneas ou impedidas; obtenção de objeto
que não atende plenamente às características desejadas; não obtenção da proposta mais
vantajosa; sobrepreço/superfaturamento; conluio de licitantes; fraude à licitação ou outras
atividades ilícitas com prejuízo ao erário.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 0066/2016-GAB/PMC, de 30 de março de 2016, a Prefeitura
Municipal de Rondonópolis/MT limitou-se a apresentar as mesmas justificativas transcritas
na constatação nº 2.2.1 que indica a ausência de orçamento detalhado.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Os argumentos apresentados não são suficientes para descaracterizar a falha apontada pela
equipe de fiscalização da CGU que caracterizou ausência de controles preventivos de
fraudes e conluios nas contratações decorrentes de transferências voluntárias.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Análise dos custos de aquisição dos tratores e equipamentos agrícolas.
Fato
Análise dos custos de aquisição dos tratores e equipamentos agrícolas.
Em análise aos preços de aquisição dos tratores e equipamentos agrícolas decorrente da
dispensa de licitação n.º 38/2013, em especial em comparação as aquisições de objetos
similares constantes no “site” do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT),
relativamente aos exercícios de 2013 e 2014, não foi constatado sobrepreço no conjunto dos
itens adquiridos. Individualmente, no entanto, foi identificado sobrepreço não relevante,
conforme pode ser observado na tabela a seguir:
Quadro – Comparativo do preço de aquisição e os preços constantes no site do TCE-MT Máquina/
equipamento
Qtde Preço aquisição Preço pesquisado (média
no caso do trator)
# em R$ # em %
Valor Unit Valor total Valor Unit Valor total
Trator similar 2 122.000,00 244.000,00 128.348,09 256.696,19 - 12.696,19 -4,95%
Ensiladeira 2 19.000,00 38.000,00 17.949,00 35.898,00 2.102,00 5,86%
Grade Aradora
16 discos Tatu
2013/2013
2 21.684,00 43.368,00 21.398,00 42.796,00 572,00 1,34%
Carreta Agrícola
4T nova 2 5.500,00 11.000,00 12.369,67 24.739,33 - 13.739,33 -55,54%
Total
360.368,00 360.129,52 - 23.761,52 -6,60%
Fonte: Notas fiscais de aquisição dos tratores e equipamentos agrícolas e “site” do TCE-MT:
http://cidadao.tce.mt.gov.br/licitacao.
No mesmo sentido, se compararmos os preços de aquisição com os preços de anúncios de
venda e de publicações especializadas, também não identificamos sobrepreço relevante,
conforme pode ser observado na tabela a seguir:
Quadro – Comparativo do preço de aquisição e anúncios de venda Máquina/
equipamento
Qtde Preço aquisição Preço pesquisado (média
no caso do trator)
# em R$ # em %
Valor
Unit Valor total
Valor
Unit Valor total
Trator similar 2 122.000,00 244.000,00 116.655,33 233.310,67 10.689,33 4,58%
Ensiladeira (*) 2 19.000,00 38.000,00 19.000,00 38.000,00 - 0,00%
Grade Aradora
16 discos Tatu
2013/2013
2 21.684,00 43.368,00 22.000,00 44.000,00 - 632,00 -1,44%
Carreta Agrícola
4T nova 2 5.500,00 11.000,00 6.200,00 12.400,00 -1.400,00 -11,29%
Total 336.368,00 327.710,67 8.657,33 2,64%
Fonte: Notas fiscais de aquisição dos tratores e equipamentos agrícolas e pesquisa em “sites” de venda
de máquinas e equipamentos agrícola, em especial à publicação da Agri World (Ano 4, n.º 14, de 2013
endereço www.agriworld-revista.com). (*) Não encontrado preços deste item nas pesquisas em “sites”
especializados (informado o mesmo valor de aquisição para efeito de cálculo do percentual total de
sobrepreço).
##/Fato##
2.2.4. Inspeção física dos objetos do convênio.
Fato
Em 01/08/2015 a equipe de fiscalização realizou vistoria das patrulhas mecanizadas
(Tratores, grades aradoras, ensiladeiras e carretas agrícolas) adquiridas com recursos do
Convênio n.º 782859/13 do Ministério da Integração Nacional por meio da Superintendência
do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), conforme evidências e considerações a
seguir:
Foto 01: Trator e grade aradora no pátio da oficina
da Secretaria de Agricultura do município de
Rondonópolis para manutenção,
Rondonópolis(MT), 01 de agosto de 2015.
Foto 02: Trator no pátio da oficina da Secretaria de
Agricultura do município de Rondonópolis para
manutenção, Rondonópolis(MT), 01 de agosto de
2015.
Foto 03: Identificação da marca e modelo de um
dos Tratores (Série: 4292379831), assim como
identificação de adesivo com marcas do Governo
Federal e do município de Rondonópolis (MT),
com identificação patrimonial e do convênio,
Rondonópolis(MT), 01 de agosto de 2015.
Foto 04: Placa de identificação do modelo 4292 e
série 4292379831 de um dos Tratores MF 4292,
Rondonópolis(MT), 01 de agosto de 2015.
Foto 05: Grade aradora de marca Tatu, modelo
GAICR e série 0791-36239, Rondonópolis(MT),
01 de agosto de 2015.
Foto 06: Placa de identificação de uma das Grades
Aradoras: Marca Tatu, Modelo - GAICR e Série
0791-36239, Rondonópolis(MT), 01 de agosto de
2015.
Foto 07: Ensiladeira Marca Menta Mint, Modelo
Suprema e Série 13341, Rondonópolis(MT), 01 de
agosto de 2015.
Foto 08: Placa de identificação de uma das
Ensilhadeiras de Marca Menta Mint, Modelo
Suprema e Série 13341, Rondonópolis(MT), 01 de
agosto de 2015.
Foto 09: Trator e grade aradora em uso em
propriedade rural no município, Rondonópolis(MT),
01 de agosto de 2015.
Foto 10: Trator em uso em propriedade rural no
município, Rondonópolis(MT), 01 de agosto de
2015.
Foto 11: Identificação da marca e modelo de um
dos Tratores (Série: 4292380043), assim como
identificação de adesivo com marcas do Governo
Federal, com identificação patrimonial e do
convênio, Rondonópolis(MT), 01 de agosto de
2015.
Foto 12: Placa de identificação do outro Trator da
Marca Massey Ferguson, modelo 4292 e série
(4292380043) , Rondonópolis(MT), 01 de agosto
de 2015.
Foto 13: Grade aradora de marca Tatu, modelo
GAICR e série 0791-36238, Rondonópolis(MT),
01 de agosto de 2015.
Foto 14: Placa de identificação de uma das Grades
Aradoras: Marca Tatu, Modelo - GAICR e Série
0791-36238, Rondonópolis(MT), 01 de agosto de
2015.
Foto 15: Ensiladeira Marca Menta Mint, Modelo
Suprema e Série 13342, Rondonópolis(MT), 01
de agosto de 2015.
Foto 16: Placa de identificação de uma das
Ensilhadeiras de Marca Menta Mint, Modelo
Suprema e Série 13342, Rondonópolis(MT), 01 de
agosto de 2015.
Foto 17: Carreta agrícola marca Tadeu,
Rondonópolis(MT), 01 de agosto de 2015.
Foto 18: Placa de identificação de uma das Grades
Aradoras: Marca Tadeu e Série 11165,
Rondonópolis(MT), 01 de agosto de 2015.
A equipe, depois de vistoriar dois tratores, duas ensiladeiras, duas grades aradoras e uma das
duas carretas agrícolas, decidiu não vistoriar a segunda carreta agrícola, pois, segundo
informações de funcionário da Secretaria de Agricultura do município de Rondonópolis, ela
se encontrava na comunidade denominada Nova Galiléia que fica a cerca de 40 km da sede
do município de Rondonópolis (MT).
Destaca-se que todos os equipamentos vistoriados possuíam adesivos com identificação do
Governo Federal, citação do Ministério da Integração Nacional e da Superintendência de
Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), além do número do Convênio n.º
782859/2013 e outras informações correlatas.
##/Fato##
3. Consolidação de Resultados
Com base nos exames realizados, estritamente no âmbito do escopo da fiscalização, não
foram encontradas situações que demandem providências de regularização por parte dos
gestores federais. Conclui-se, portanto, que os fatos apresentados pela Procuradoria da
República em Rondonópolis/MT não são procedentes.