por que as nações fracassam - entrevistas

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  • 8/16/2019 Por Que as Nações Fracassam - Entrevistas

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    16/7/2014 Leia Já - Versão de Impressão

    http://www1.leiaja.com/coluna/2013/por-que-nacoes-fracassam?print=true 1

    Gustavo Krause | qui, 25/07/2013 - 09:48

    Foram quinze anos de pesquisa, troca de experiências e saberes; foram quinze anos de estudos, mobilização deinstituições sérias e respeitáveis mestres das ciências sociais para que o trabalho incansável do Professor deEconomia do MIT, Daron Acemoglu e do Professor de Administração Pública de Universidade de Harvard,James Robinson, fizesse chegar ao público o livro Porque as nações fracassam. As origens do poder, da

     prosperidade e da pobreza, editora Elsevier, 2012. No percurso de 357 páginas, apoiadas em centenas de ensaios, fontes bibliográficas e outro tanto de referências,os autores tratam de um tema antigo, recorrente e que mereceu diversificada construção teórica de Montesquieu,Adam Smith, Max Weber, Jared Diamond, buscando a causalidade da pobreza e da riqueza das nações, ora noclima, na cultura, na geografia e no peso das instituições o que assegurou, em 1993, o prêmio Nobel deeconomia a Douglass North.

    De fato, a complexidade do assunto levou os autores a um impressionante percurso. Visitaram todos oscontinentes; mergulharam no passado remoto e recente das nações; analisaram contingências, lideranças,evoluções, involuções e revoluções que influenciaram transformações, tudo culminando com uma tese simples.

    A tese afirma o seguinte: nações que têm instituições políticas e econômicas inclusivas funcionam e prosperam;as que têm instituições políticas e econômicas extrativistas estão condenadas à pobreza, embora ressalvem que“Nenhum país está condenado a ser pobre para sempre”.

    Ao definir o que venham a ser as mencionadas instituições, não hesitam em afirmar o primado da política sobre aeconomia a despeito da sinergia virtuosa que produzem e se fortalecem numa relação simbiótica.

    Inclusivas são Instituições políticas alicerçadas na estabilidade política, na boa qualidade da democracia, daeducação e na “destruição criativa” da inovação tecnológica de modo a alimentar e retroalimentar-se deinstituições econômicas inclusivas que propiciem ambiente de segurança jurídica, disseminação de oportunidadese incentivos ao empreendedorismo.

    Em oposição, as instituições extrativistas beneficiam a concentração de poder na mão de poucos e carregam ovício da “lei férrea das oligarquias” que perpetuam o statu quo apesar das mudanças que se esgotam na troca deaparências.

     No esforço de demonstração da tese, a comparação das localidades gêmeas, a Nogale americana e a Nogalemexicana, Coréia do Norte e Coréia do Sul, acrescida do exemplo de Botsuana, permite uma compreensão maisrápida do objetivo da obra. Repito, a tese é simples. Nem por isto, admite uma visão simplista do mundo que émuito mais complicado do que atraentes teorias. Construir ou reformar, manter e solidificar instituições é obra deséculos e legado de gerações. Organismos vivos, as instituições merecem cuidados especiais e permanentes. Sualongevidade depende da força das virtudes cívicas; sua destruição, um estalo de insensatez.

    A esta altura, cabe a pergunta: o que o livro e a tese nele contida têm a ver com o Brasil.

    Com efeito, os países emergentes, China, Índia e Brasil, não passam em branco no olhar dos autores que sedeclaram realistas. Constatam. Não fazem profecia. E eis o que dizem sobre o Brasil: “O empoderamento dascamadas mais populares assegurou que a transição para a democracia correspondesse a um movimento emdireção a instituições políticas inclusivas – constituindo-se, portanto, em elemento central na emergência de umgoverno comprometido com a prestação de serviços públicos, expansão educacional e condições de fatoigualitárias” (p.355).

    Em entrevista na edição de 09 de junho de 2010 da revista Veja, antes do lançamento do livro, Acemoglu afirmou:“O Brasil estagnou. Hoje a economia não é rósea, mas é mais competitiva, mais dinâmica. Continuar? Ou osdinossauros vão parar outra vez? Essa é questão-chave”.

    Em entrevista em 30/03/2012 na revista Época, o livro já lançado nos Estados Unidos, Acemoglu confirma suavisão positiva do Brasil, mas repete a advertência anterior sob outro argumento: “Não podemos prever o futuro.O Brasil está no rumo correto. O poder agora está muito mais bem distribuído, mas quem garante possa haver um processo de reversão por alguma contingência? A política é um negócio muito complicado. É difícil projetar quem consegue monopolizar o poder político ou usá-lo de maneira incorreta”.

    Por que as nações fracassam

    A contingência é o estrondo das ruas. O desafio é o que fazer com ele.