redalyc.morbidade por problemas respiratórios em ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais...

9

Click here to load reader

Upload: trinhliem

Post on 04-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

Revista Paulista de Pediatria

ISSN: 0103-0582

[email protected]

Sociedade de Pediatria de São Paulo

Brasil

Nazareth V. Roseiro, Maria; Takayanagui, Angela Maria M.

Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão Preto (SP) de 1995 a 2001, segundo

indicadores ambientais, sociais econômicos

Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

Sociedade de Pediatria de São Paulo

São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=406038916012

Como citar este artigo

Número completo

Mais artigos

Home da revista no Redalyc

Sistema de Informação Científica

Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal

Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

Page 2: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

163

Artigo Original

RESUmO

Objetivo: Os problemas respiratórios representaram a segunda causa de morbidade no País no ano 2000, rela-cionando-se à poluição atmosférica. Em Ribeirão Preto, São Paulo, considerado o maior pólo sucro-alcooleiro do mundo, a prática da queima da palha da cana-de-açúcar vem causando grande discussão pelo incômodo aos mora-dores e pelos danos à saúde. O objetivo deste estudo foi descrever a morbidade ligada às internações hospitalares na rede pública por problemas respiratórios nesse município de 1995 a 2001, baseando-se em indicadores ambientais, econômicos e sociais.

Métodos: Pesquisa epidemiológica não-experimental, descritiva e exploratória. Verificaram-se o Índice de Polui-ção Atmosférica, medido pela Cetesb, o Produto Interno Bruto, a renda per capita e os indicadores sociais, além das internações hospitalares por doenças respiratórias na rede pública do município.

Resultados: O grupo que mais necessitou de hospitaliza-ção na rede pública foi o de crianças de até 4 anos, seguido por idosos acima de 50 anos, em especial do sexo feminino. Os poluentes atmosféricos medidos foram o SO

2 e a fumaça,

com concentrações de SO2 abaixo dos limites preconizados

pela OMS, US EPA e Cetesb, e as de fumaça, com exceção do ano 2000, acima dos valores aceitos pelos mesmos órgãos. Os indicadores econômicos e sociais demonstraram um alto nível de desenvolvimento, em escala crescente.

Conclusões: Os dados mostraram que houve uma estreita relação entre o nível de desenvolvimento econômico e social em Ribeirão Preto, São Paulo, no período de 1995 e 2001, e o quadro epidemiológico retratado pelas internações hos-pitalares por problemas respiratórios.

Palavras-chave: Poluição atmosférica, doenças respira-tórias, indicadores ambientais, morbidade.

ABSTRACT

Objective: Respiratory problems were the second cause of morbidity in Brazil in the year 2000, with a strong association with air pollution. The city of Ribeirão Preto, São Paulo, is considered the most important production center of sugar cane, and the practice of burning the sugar cane can lead to health damages due to air pollution. This research aim was to describe the morbidity measured by hospital admissions for respiratory causes in this city from 1995 to 2001, based on environmental, economical and social indicators.

Methods: This epidemiological research had a non-expe-rimental, descriptive and explorative design. The following indicators were used: atmospheric pollution (measured by Cetesb), economical indicators such as the gross domestic product and the per capita income, social indicators as the human developmental index, together with data regarding the public hospital admissions for respiratory diseases.

Results: The groups more often admitted to hospitals due to respiratory diseases were: children under 4 years old and adults over 50 years old, especially females. The atmospheric contaminants analyzed were SO2 and smog. The levels of SO2 were below the primary standard level established by WHO, US EPA and Cetesb. The smog levels, except for year 2000, were over the established as secondary standard levels. The economic and social indicators showed a high and increasing level of development in the city of Ribeirao Preto, São Paulo, from 1995 to 2001.

Conclusions: Data showed a relationship between eco-nomical/social indicators and hospitalization rates due to respiratory problems in the studied period.

Key-words: Air pollution, respiratory diseases, environ-mental indicators, morbidity.

morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão Preto (SP) de 1995 a 2001, segundo indicadores ambientais, sociais e econômicosMorbidity by respiratory problems in Ribeirão Preto (SP) from 1995 to 2001, according to environmental, social and economical indicators

Maria Nazareth V. Roseiro1, Angela Maria M. Takayanagui2

1Fisioterapeuta. Professora da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Mestre em Enfermagem em Saúde Pública pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto2Enfermeira. Livre-docente responsável pelo Laboratório de Saúde Am-biental. Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)Endereço para correspondência:

Maria Nazareth Vianna RoseiroRua Paulo Tinoco Cabral, 488CEP 14020-270 – Ribeirão Preto (SP) E-mail: [email protected] em: 28/11/2005Aceito em: 19/4/2206

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Page 3: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

164

Introdução

Os problemas respiratórios representam importante causa de morbidade na distribuição das doenças neste País. Dados do Ministério da Saúde apontam que 1.936.444 pacientes foram internados em hospitais da rede pública brasileira no ano 2000 por problemas pulmonares, sendo 275.769 (14,24%) no Estado de São Paulo e 4.692 (0,24%) na cidade de Ribeirão Preto. Esse número de internações locais repre-senta 1,7% do total de ocorrências estaduais(1).

Uma das principais causas de acometimento respira-tório é a poluição atmosférica, entre outros fatores bioló-gicos, ambientais, econômicos ou sociais. A Organização Mundial de Saúde, em 1958, já reconhecia a poluição atmosférica como uma ameaça à saúde e ao bem-estar das pessoas no mundo. Por isso, naquele mesmo ano, passou a sugerir procedimentos preventivos e ações a serem de-senvolvidas por seus países membros, visando prevenir de danos à saúde pública(2).

Os estudos realizados nos últimos 20 anos confirmaram que a poluição do ar contribui para o aumento de morbidade e mortalidade independentemente da faixa etária(3,4). As pesquisas têm apontado que alguns efeitos estudados estão relacionados a pequenas exposições, e outros, à exposição em longo prazo(5,6). Künzli et al(7) estimaram o impacto na saúde pública causado pela poluição do ar na Áustria, França e Suíça e concluíram que, apesar dos riscos indivi-duais serem relativamente pequenos, as conseqüências para a saúde pública são consideráveis. A poluição causada por tráfego de veículos precisa ser controlada pelos órgãos de saúde pública na Europa.

A prevalência de doenças das vias aéreas inferiores expostas aos poluentes ambientais nas cidades da Grande São Paulo, Piracicaba, Tupã e Batatais foi demonstrada por Sih(8). Comprometimento mais evidente relacionado à asma, à bronquite e à pneumonia, além do maior absenteísmo escolar, ocorreu em Piracicaba, cidade poluída pela queima de cana-de-açúcar. Gouveia et al(9) investigaram os efeitos da poluição do ar na morbidade respiratória de crianças morado-ras na cidade de São Paulo e constataram aumento diário na admissão hospitalar por doenças respiratórias e pneumonias associadas ao incremento da poluição do ar.

A poluição atmosférica e seus efeitos na saúde também são motivos de preocupação em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, onde há um componente elevado de risco pela prática da queima da cana-de-açúcar, pois é local de uma das maiores produções canavieiras do País. A colheita no município, que

ocorre de maio a novembro, é feita, na maior parte das vezes, de forma manual após a queima da palha e coincide com o inverno, época de menor índice pluviométrico e de pouca umidade do ar, dificultando a dispersão de poluentes no ar.

Durante a queima da palha da cana-de-açúcar, é lançada para a atmosfera uma grande quantidade de gases poluentes, tais como CO

2, NO

2, SO

2, hidrocarbonetos, CO e oxidantes

fotoquímicos, destacando-se entre eles os aldeídos, os nitratos de peroxiacila e o O

3, além do material particulado (MP), que

podem afetar a saúde da população(10-13). A poluição atmosfé-rica também causada pela emissão de gases provenientes do tráfego intenso de veículos em Ribeirão Preto é preocupante, pois a cidade possui uma ampla frota. Em 2001, a cidade tinha cerca de 250 mil veículos, perfazendo uma média de dois habitantes por veículo(14).

Assim, a estreita relação entre os problemas respiratórios e a concentração de poluentes atmosféricos vem elevando a preocupação dos administradores das políticas públicas, não apenas da área da saúde, mas, também, do ambiente e plane-jamento econômico e social. Neste contexto, o objetivo do estudo foi descrever o quadro de morbidade ligado às inter-nações hospitalares por problemas respiratórios no município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, de 1995 a 2001. Foram utilizados indicadores municipais econômicos, sociais e ambientais para subsidiar a análise dos dados obtidos.

métodos

Esta investigação é fundamentada na pesquisa epide-miológica não-experimental, descritiva exploratória, tendo como propósito básico determinar o quadro epidemiológico das internações hospitalares por distúrbios respiratórios no período compreendido entre os anos de 1995 e 2001, caracterizando um estudo retrospectivo(15,16).

Foram considerados alguns fatores que poderiam in-terferir direta ou indiretamente no quadro de doenças respiratórias no município de Ribeirão Preto, como o Índice de Poluição Atmosférica em Ribeirão Preto e os índices de desenvolvimento econômico (Produto Interno Bruto – PIB e renda per capita divulgados pela Prefeitura Municipal e pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) e os índices sociais (Índice de Desenvol-vimento Humano – IDH, Índice de Desenvolvimento Humano-Municipal – IDH-M e Índice de Condições de Vida – ICV do município).

Analisou-se retrospectivamente o número de internações hospitalares por problemas respiratórios na rede pública de

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão Preto (SP) de 1995 a 2001, segundo indicadores ambientais, sociais e econômicos

Page 4: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

165

saúde. Trata-se, portanto, de um recorte de um momento his-tórico específico e num espaço sócio-geográfico definido.

O local do estudo foi o município de Ribeirão Preto (SP), por se constituir numa cidade situada em região cuja principal atividade é agrícola, com ênfase na monocultura da cana-de-açúcar. Estão instaladas na cidade 15 usinas e sete destilarias, que utilizam 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar/ano cultivadas em 193 mil hectares(17). O muni-cípio é dotado de boa infra-estrutura na área da saúde, com 14 hospitais e 32 Unidades Básicas de Saúde, entre ou-tros(17,18). A população conta com água clorada e fluoretada fornecida por poços semi-artesianos em 98% das residências e rede coletora de esgoto em 95% dos domicílios do município. Um em cada dois moradores possui um veículo. Em termos de comunicação há um telefone para cada dois habitantes(19). Da malha rodoviária, 90,5% é pavimentada(17).

Os dados foram coletados quanto a: • Internações hospitalares: foram coletados, via Internet,

dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) do Ministério da Saúde referentes ao número de internações hospitalares por problemas respiratórios no período de 1995 a 2001(1).

• Qualidade do ar: as informações sobre condições da qua-lidade do ar no município foram coletadas dos relatórios do Estado de São Paulo, disponíveis até 2001 e publicados pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)(20). Os dados mensurados no município são SO

2 e

fumaça. As medidas dos poluentes são feitas diariamente, porém estão disponíveis nos relatórios somente as médias anuais. Ressalta-se que, em 1997, tais dados não foram publicados, pois não atenderam aos critérios de repre-

sentatividade, tanto no que se refere à fumaça quanto ao SO

2, conforme informação contida no Relatório de Qua-

lidade do Ar emitido pela Cetesb(20). Os dados referentes a 2001 também não foram publicados.

• Índices de desenvolvimento econômico e social: foram obtidos na Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, por meio de seus órgãos e secretarias (Coderp e Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento)(21) e na Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto(14). Os índices utilizados nas análises foram o PIB e a renda per capita do município. Os índices de desenvolvimento social puderam ser captados no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, editado pelo PNUD(22).

Os sujeitos da pesquisa constituíram-se de toda a população residente no município de Ribeirão Preto, no período de 1995 a 2001, independentemente de sexo, cor, profissão, faixa etária e nível sócio-cultural, e que foi internada nos 1,6 mil leitos hospitalares da rede pública da cidade (Hospital das Clínicas e hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde – SUS), em decorrência de distúrbios respiratórios, sendo divididos em gru-pos segundo as mesmas faixas etárias utilizadas pelo Datasus(1), de acordo com o capítulo VIII da CID-9 para os anos de 1995 até 1997 e com o capítulo X da CID 10, de 1998 em diante.

A apresentação dos resultados deu-se por meio de números absolutos e percentuais, quando pertinente, sendo utilizada a prevalência para melhor compreensão do comportamento da morbidade estudada. Por se tratar de uma investigação baseada em dados de domínio público, sem implicações diretas aos seres humanos, não foi feito encaminhamento a comitês de ética em pesquisa científica.

Tabela 1 – Distribuição percentual das internações hospitalares na rede pública por doenças do aparelho respiratório, se-gundo a ocorrência no Brasil, no Estado de São Paulo e no Município de Ribeirão Preto, de 1995 a 2001, de acordo com Datasus, 20021

Brasil São Paulo Ribeirão PretoTotal Total % Nacional Total % Nacional % Estadual

1995 2.035.381 292.950 14,39 2864 0,14 0,971996 2.011.997 281.954 14,01 3312 0,16 1,171997 2.038.662 273.839 13,43 2683 0,13 0,971998 1.934.711 269.778 13,94 3161 0,16 1,171999 1.969.462 272.907 13,85 3140 0,15 1,152000 1.936.444 274.513 14,17 3006 0,15 1,092001 1.834.903 266.733 14,53 2889 0,15 1,08Total geral 13.761.560 1.932.674 14,04 21.055 0,15 1,08

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Maria Nazareth V. Roseiro et al.

Page 5: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

166

Resultados

Durante o período de estudo, os distúrbios respiratórios ocuparam uma posição de destaque dentre as hospitalizações na rede pública em Ribeirão Preto, mantendo-se entre a quar-ta e a quinta causas. É importante ressaltar que esses mesmos problemas respiratórios estiveram entre a terceira e a quarta causas de hospitalização na rede pública para as populações masculina e infantil residentes nesse período(1).

Quanto à distribuição das internações hospitalares na rede pública por doenças do aparelho respiratório, no período relacionado, houve para o município de Ribeirão Preto um comportamento semelhante ao encontrado no Estado de São Paulo e no Brasil (Tabela 1). Observa-se que a popula-ção brasileira hospitalizada na rede pública por doenças do aparelho respiratório, independentemente de sexo ou faixa etária, totalizou 13.761.560 pessoas, sendo 1.932.674 de casos no Estado de São Paulo, representando 14,04% dos dados nacionais. No mesmo período, as internações no mu-nicípio atingiram 21.055 habitantes, significando 0,15% em relação às internações ocorridas no Brasil e 1,08% em relação às encontradas no Estado.

A prevalência de problemas respiratórios na população residente em Ribeirão Preto, que recorreu à hospitalização na rede pública no período referido, variou de 7,2 casos por 1000 pessoas por ano em 1996 a 5,6 por 1000 por ano em 2001 (Tabela 2).

Na Tabela 3, pode-se avaliar o total das internações hospitalares por distúrbios respiratórios e os coeficientes de prevalência, segundo o sexo, ocorridas ano a ano. Em todo o período estudado, observou-se prevalência maior da popu-lação masculina residente por 1000 pessoas em relação à do sexo feminino, na busca por cuidados hospitalares. Em relação à representatividade das internações por problemas respira-

tórias quanto ao gênero, a população residente no município de Ribeirão Preto teve 11.709 habitantes do sexo masculino hospitalizados na rede pública por problemas respiratórios, de 1995 a 2001, o que representou 55,61% do total dessas internações registradas nos hospitais da rede pública. Nesse mesmo período, as mulheres representaram 44,39% do total das internações, com 9.346 ocorrências.

Em todos os anos analisados, o predomínio nas hospita-lizações ocorreu na faixa etária infantil até 4 anos de idade, com percentagens próximas de 40% em relação ao total dos pacientes internados. A população do sexo masculino, nessa faixa etária infantil, destacou-se em relação ao sexo feminino, em todo o período (Tabela 4). Outro segmento populacional com elevado comprometimento respiratório e submetido à hospitalização na rede pública foi composto por residentes acima de 60 anos de idade, com porcentagens próximas a 30% do total das internações e, nessa faixa etária, as mulheres foram mais acometidas do que os homens. Os jovens entre 15 e 19 anos apresentaram as menores taxas, pois, para am-bos os sexos, as porcentagens de hospitalizações por doenças respiratórias, em todos os anos, oscilaram entre 2 e 3%.

O coeficiente de prevalência (por 1000 habitantes) das internações hospitalares por doenças respiratórias da po-pulação residente em Ribeirão Preto, na rede pública, no período estudado, variou entre 5,62 (2001) e 7,26 (1996) para a população em geral; o gênero masculino apresentou valores entre 6,61 (2001) e 8,37 (1996) e a população fe-minina foi representada pelos coeficientes de prevalência entre 4,7 (2001) e 6,21 (1996). As faixas etárias da popu-lação residente em Ribeirão Preto (SP) que apresentaram os maiores coeficientes de prevalência (por 1000) nas internações hospitalares por doenças respiratórias, na rede pública entre 1995 e 2001, foram a infantil até 4 anos de idade e a população idosa, acima de 60 anos.

Tabela 2 – Distribuição anual da prevalência de doenças respiratórias da população residente em Ribeirão Preto (SP) que recorreu à hospitalização na rede pública por doenças respiratórias, de 1995 a 2001, segundo Datasus, 2002

População total do município

Internações hospitalares por doenças respiratórias Prevalência (por 1.000)

1995 464.450 2864 6,21996 456.252 3312 7,21997 462.578 2683 5,81998 467.906 3161 6,71999 473.274 3140 6,62000 504.923 3006 5,92001 514.160 2889 5,6

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão Preto (SP) de 1995 a 2001, segundo indicadores ambientais, sociais e econômicos

Page 6: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

167

As crianças residentes em Ribeirão Preto abaixo de 1 ano de idade foram as mais acometidas por doenças respi-ratórias, entre 1995 e 2001, com coeficientes de prevalência (por 1000) de internação hospitalar na rede pública que variaram entre 64,6 (2001) e 101,1 (1996). Ao analisar a prevalência das internações hospitalares quanto ao sexo para esta faixa etária, observa-se o predomínio do sexo masculino em relação ao feminino. Os coeficientes de prevalência para o sexo masculino, no período analisado, permaneceram entre 76,3 (1995) e 112,9 (1996) e, para o sexo feminino, entre 52,0 (2000) e 88,7 (1996).

Os níveis dos poluentes atmosféricos SO2 e fumaça me-

didos em Ribeirão Preto no período compreendido entre 1995 e 2000 encontravam-se abaixo dos limites máximos es-tabelecidos para a qualidade do ar pela Organização Mundial da saúde (OMS), pela United States Environmental Protection Agency (US EPA) e pela Cetesb, para o padrão primário. De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº 03/90, adotada pela Cetesb, esses mesmos valores para a fumaça estavam acima do preconiza-do para o padrão secundário, com exceção do ano 2000. Os valores para o dióxido de enxofre nos anos de 1995 a 2000 encontravam-se abaixo dos permitidos (Tabela 5).

Em relação aos indicadores sociais, baseado nos dados econômicos e sociais disponíveis, Ribeirão Preto vem apre-sentando alto desenvolvimento humano, apresentando um IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) equivalente a 0,825 e um ICV (Índice de Condições de Vida) de 0,844. Na última edição desses índices, Ribeirão Preto ocupa a 6ª posição nacional e a 2ª estadual, quando se classificam os valores obtidos para o IDH-M(21). Em rela-ção ao ICV, o município se posiciona em 9º lugar no nível nacional e em 4ª posição no Estado. Há uma tendência de incremento desses indicadores sociais ao longo das décadas. Em 1970, o IDH-M foi 0,66 e o ICV 0,710; em 1980,

o IDH-M atingiu a 2ª posição no Estado com o valor de 0,68 e o ICV, de 0,784, ocupou a 4ª colocação estadual(21). Do mesmo modo, os valores do PIB de Ribeirão Preto foram crescentes, ano a ano, de acordo com as informações obtidas junto ao Ipea, confirmando o conceito de que o município tem uma economia vigorosa.

Discussão

A problemática da poluição do ar na cidade de Ribeirão Preto (SP), que mantém uma estreita relação com a evolução econômica, não difere de outros locais. Por ser considerado um município de alto desenvolvimento social e econômico, com um PIB de US$ 3,4 bilhões e renda per capita em torno de US$ 5 mil dólares mensais(23), Ribeirão Preto concentra uma quantidade considerável de veículos em circulação, além de possuir como principal atividade agrícola o plantio da cana-de-açúcar, o que, além de ter a queimada da palha da cana-de-açúcar previamente ao seu corte como uma técnica muito utilizada, também atrai imigrantes de diversas regiões à procura de empregos e oportunidades, aumentando, dessa forma, a ocupação do espaço urbano, muitas vezes de forma não planejada e mal estruturada.

Ao constatarem a relação entre mortalidade e poluição atmosférica causada principalmente por veículos na cidade de Londres, Anderson et al(24) alertaram para a necessidade de estabelecer uma vigilância no sentido de reduzir as emissões desses poluentes e as taxas de concentrações ambientais, além de informar corretamente os grupos mais vulneráveis sobre os riscos à saúde.

Em Ribeirão Preto, as concentrações de poluentes atmos-féricos são medidas pela Cetesb apenas num ponto central da cidade. Embora seja uma das áreas do município com intenso fluxo de veículos, esse local de medição encontra-se muito distante da periferia do município, onde ocorrem as

Tabela 3 – Distribuição anual das internações hospitalares na rede pública por doenças respiratórias e coeficientes de prevalência em Ribeirão Preto (SP), segundo o sexo, de 1995 a 2001, de acordo com Datasus, 2002

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001Sexo masculino 1278 1461 1187 1438 1419 1309 1254Prevalência masculina (por 1000) 3,4 4 3,2 3,7 3,6 3,3 3,2Sexo feminino 1586 1851 1496 1723 1721 1697 1635Prevalência feminina (por 1000) 2,7 3,2 2,6 3 2,0 2,6 2,4Total 2864 3312 2683 3161 3140 3006 2889Prevalência total (por 1000) 6,2 7,2 5,8 6,7 6,6 5,0 5,6

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Maria Nazareth V. Roseiro et al.

Page 7: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

168

queimadas, e também de outras regiões nas quais o trânsito de veículos é importante. Desse modo, a população que habita a região periférica do município possivelmente pode estar sendo mais acometida pelos poluentes emitidos do que aqueles moradores de outras zonas da cidade, porém não há documentação pela Cetesb nesses locais.

Um outro aspecto relevante da medição desses poluentes refere-se à forma como são coletados. Apesar de a cidade ser um pólo sucro-alcooleiro importante no Estado de São Paulo, ela não possui uma rede telemétrica e os dados aferidos são somente o SO

2 e a fumaça. Não são medidos o O

3, os hidro-

carbonetos, o NO2 e o CO

2, importantes poluentes emitidos

Tabela 4 – Distribuição anual das internações hospitalares na rede pública por doenças respiratórias e coeficientes de prevalência (por 1000), em Ribeirão Preto (SP), segundo a faixa etária, de 1995 a 2001, de acordo com Datasus, 2002

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

< 1 ano Prevalência

568 68,96

635 101,16

572 89,88

622 96,63

524 80,48

561 73,57

502 64,66

1 a 4 Prevalência

530 14,86

698 24,60

547 19,01

679 23,33

566 19,23

532 17,35

487 15,59

5 a 9 Prevalência

197 4,07

214 5,30

165 4,03

211 5,09

158 3,77

196 4,80

187 4,50

10 a 14 Prevalência

84 1,81

85 1,88

71 1,55

86 1,86

66 1,41

60 1,33

54 1,18

15 a 19 Prevalência

72 1,77

86 1,93

65 1,44

66 1,44

90 1,95

59 1,19

80 1,59

20 a 29 Prevalência

188 2,27

225 2,88

168 2,12

182 2,27

193 2,38

176 1,97

165 1,81

30 a 39 Prevalência

160 2,11

247 3,29

163 2,14

167 2,17

210 2,70

157 1,98

169 2,09

40 a 49 Prevalência

179 3,50

161 2,80

155 2,66

157 2,66

204 3,42

187 2,77

186 2,70

50 a 59 Prevalência

160 4,53

179 4,88

139 3,74

200 5,32

230 6,04

221 5,05

250 5,61

60 a 69 Prevalência

266 10,99

276 10,93

213 8,32

253 9,77

321 12,26

290 10,16

293 10,08

70 a 79 Prevalência

270 23,38

274 21,96

193 15,26

277 21,65

314 24,27

301 18,54

272 16,45

80 e + Prevalência

190 44,78

232 46,75

232 46,10

261 51,28

264 51,28

266 41,46

244 37,35

Total Prevalência

2864 6,17

3312 7,26

2683 5,80

3161 6,76

3140 6,63

3006 5,95

2889 5,62

Tabela 5 – Concentração média de poluentes atmosféricos (fumaça e SO2), mensurados em Ribeirão Preto (SP), de 1995 a 2000, em µg/m³, de acordo com Cetesb, 2000

1995 1996 1997 1998 1999 2000Fumaça 59 58 49 38 47 54

SO2 25 21 18 12 11 12

Obs.: níveis de concentração de poluentes atmosféricos preconizados:OMS: SO2 125 µg/m³US EPA: padrão primário (MAA) – SO2 365 µg/m³Resolução Conama nº 03/90: padrão primário (MAA) – SO2 365 µg/m³; fumaça 60µg/m³; padrão secundário (MAA) – SO2 40 µg/m³; fumaça 40 µg/m³MAA: Média Aritmética Anual

Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão Preto (SP) de 1995 a 2001, segundo indicadores ambientais, sociais e econômicos

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Page 8: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

169

Maria Nazareth V. Roseiro et al.

pela queima da palha da cana-de-açúcar. A taxa de valores aferida pela Cetesb para o SO

2 encontra-se abaixo dos níveis de

concentração preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), United States Environmenthal Protection Agency (US EPA) e o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Porém, na análise dos índices de fumaça, os valores obtidos estão além daqueles permitidos para os padrões secundários reconhecidos pela US EPA e pelo Conama. Esses valores seriam suficientes para causar danos à saúde humana, especialmente no tocante ao aparelho respiratório, conforme amplamente registrado na literatura(6,25-27).

É possível que, se a medida da concentração de poluentes atmosféricos abrangesse um maior número de elementos, e houvesse ampliação dos pontos de medição desses poluentes, poder-se-ia constatar uma outra dimensão para os dados re-ferentes à poluição atmosférica no município. É importante ressaltar ainda que, segundo Geoffrey Rose(28), o risco de adoecer aumenta continuamente à medida que aumenta o nível de exposição; além disso, um número mais expressivo de casos pode ser desencadeado por muitos indivíduos expostos a um baixo risco do que por poucas pessoas expostas a um risco mais elevado.

Dentre as diversas causas de hospitalizações, aquelas decorrentes de distúrbios respiratórios englobam um con-tingente representativo da população em todo o mundo. A quantidade de pacientes que procuraram a rede pública, visando cuidados respiratórios em todo o Brasil, assim como no Estado de São Paulo, também é expressiva. Nesse sentido, Ribeirão Preto acompanhou a tendência nacional e estadual. Cabe ressaltar que essas informações referem-se somente ao SUS, não sendo incluída nesta investigação uma considerável parcela da população que fez uso das redes conveniada e particular de assistência hospitalar no mesmo período do estudo.

A taxa das internações hospitalares mostrou um maior comprometimento das faixas extremas, como crianças e idosos, os mais afetados em situação de exposição a po-luentes atmosféricos. Esses resultados são compatíveis com aqueles encontrados por Hernández-Gard et al(29) na cidade do México, por Morgan et al(26) em Sydney, na Austrália, e por Anderson et al(24) em Londres.

Ao comparar os dados relativos às taxas de concentração de poluentes do ar com os índices de internação por proble-mas respiratórios, chamam a atenção as informações sobre o

maior comprometimento dos indivíduos do sexo masculino em relação ao feminino na faixa etária infantil e, na faixa acima de 60 anos, a maior incidência de hospitalizações em mulheres, corroborando, assim, os achados de outros pesquisadores(27,30-33).

Petroeschevsky et al(34), ao pesquisarem as associações entre poluentes atmosféricos e internações hospitalares em Brisbane, na Austrália, uma cidade com níveis bai-xos de concentração de poluentes do ar, constataram que houve um agravamento das doenças pré-existentes, com exacerbação, principalmente, de sintomas respiratórios em asmáticos e idosos, ratificando os resultados revelados no presente trabalho.

Um outro aspecto abordado nesta investigação diz res-peito à ocupação de posições privilegiadas do município quanto aos indicadores sociais e econômicos. Os índices sociais referentes ao IDH-M e ICV, em relação ao Estado de São Paulo e ao Brasil, desde 1970, mostraram uma tendência para a manutenção ou até melhoria. Cabe ain-da mencionar que os indicadores econômicos da cidade e região demonstram, claramente, um lugar de destaque ocupado no Estado e no País. A região, como assinala a ACI(14), é a maior produtora mundial de cana-de-açúcar, açúcar e álcool. A cidade de Ribeirão Preto tem o 24º PIB do Brasil(19).

Os achados aqui apresentados mostram o comprometi-mento respiratório da população do município de Ribeirão Preto, em especial das faixas etárias extremas, que pode ser causado, em parte, pela poluição atmosférica, e apontam para a necessidade de verificar uma provável relação entre os níveis de concentração de poluentes atmosféricos e o agravamento de doenças respiratórias pré-existentes. Assim, é fundamental estabelecer uma política ambiental para o município, viabi-lizando também estudos que permitam implantar políticas públicas ambientais e de saúde para garantir uma melhor qualidade do ar e envolvendo, além dos administradores, industriais e potenciais poluidores, toda a comunidade civil nos esforços por uma melhor qualidade de vida.

Agradecimentos

As autoras agradecem as valiosas colaborações da Dra. Cláudia Benedita dos Santos nas análises estatísticas e do Dr. Antonio Ribeiro Franco, nas discussões dos dados.

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Page 9: Redalyc.Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão ... · indicadores ambientais, sociais econômicos Revista Paulista de Pediatria, vol. 24, núm. 2, junio, 2006, pp. 163-170

170

1. Datasus [banco de dados na Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. MS 2002 – [citado em 18 de julho de 2002]. Disponível em: http://www.datasus.gov.br.

2. Air quality guidelines [banco de dados na Internet]. Genebra: World Health Organization. WHO 1999 – [citado em 18 de julho de 2002]. Disponível em: http://www.who.int/environmental-information/Air/Guidelines/chapter2.htm.

3. Samet JM, Dominici F, Curriero FC, Coursac I, Zeger SL. Fine particu-late air pollution and mortality in 20 U.S. cities, 1987-1994. N Engl J Med 2000;343:1742-49.

4. Ségala C. Health effects of urban outdoor air pollution in children. Current epidemiological data. Pediatr Pulmonol Suppl 1999;18:6-8.

5. Cohen AJ, Pope CA, Speizer FE. Ambient air pollution as a risk factor for lung cancer. Salud Publica Méx 1997;39:346-55.

6. Zhang J, Qian Z, Kong L, Zhou L, Yan L, Chapman RS. Effects of air pollution on respiratory health of adults in three Chinese cities. Arch Environ Health 1999;54:373-81.

7. Künzli N, Kaiser R, Medina S, Studnicka M, Chanel O, Filliger P, et al. Public-health impact of outdoor and traffic-related air pollution: a European assess-ment. Lancet 2000;356:795-801.

8. Sih TM. Vias aéreas inferiores e a poluição. J Pediatr (Rio J) 1997;73:166-70.9. Gouveia N, Fletcher T. Respiratory diseases in children and outdoor air pollution in

Sao Paulo, Brazil: a time series analysis. Occup Environ Med 2000;57:477-83.10. Malilay J. A review of factors affecting the human health impacts of air pol-

lutants from forest fires. Health Guidelines for Vegetation Fire Events, Lima, Peru, 6-9, October 1998. Background papers. WHO, 1999, citado em 1º de março de 2000 [cerca de 16 páginas]. Disponível em: http://www.who.int/en-vironmental-information/Vegetation-fires/Headlines.

11. Shima M, Adachi M. Effect of outdoor and indoor nitrogen dioxide on respira-tory symptons in schoolchildren. Int J Epidemiol 2000;29:862-70.

12. Smith BJ, Nitschke M, Pilotto S, Ruffin RE, Pisaniello DL, Willson KJ. Health effects of daily indoor nitrogen dioxide exposure in people with asthma. Eur Respir J 2000;16:879-85.

13. Zancul, A. O efeito da queimada de cana-de-açúcar na qualidade do ar da região de Araraquara. [Dissertação]. São Carlos (SP): Universidade de São Paulo; 1998.

14. Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto. Nordeste Paulista – Foco em Ribeirão Preto – em números. Ribeirão Preto: ACI; 2002.

15. Polit DF, Hungler BP. Fundamentos da pesquisa em enfermagem. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995.

16. Rouquayrol MT, Almeida Filho N. Epidemiologia e saúde. 5ª ed. Rio de Janeiro: Medsi; 1999.

17. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto em dados 97/98. Ribei-rão Preto: Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento; 1998.

18. Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto. Instituto de Economia

“Maurílio Biagi”. Perfil socioeconômico e geográfico de Ribeirão Preto e região. Ribeirão Preto: ACI; 1997.

19. Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto. Desenvolvimento e qualidade de vida. Ribeirão Preto: ACI; 2001.

20. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório de qualidade do ar no Estado de São Paulo. 1999. São Paulo: Cetesb; 2000.

21. Moreira GRC. Texto para discussão interna: relatório preliminar sobre condi-ções de vida em Ribeirão Preto. Ribeirão Preto: Companhia de Desenvolvi-mento de Ribeirão Preto/Departamento Econômico; 2001.

22. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; Instituto de Pes-quisas Econômicas Aplicadas, Fundação João Pinheiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desenvolvimento humano e condições de vida: indicadores brasileiros. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil (cd-rom). Rio de Janeiro: Programa das Nações Unidas (PNUD); 1998.

23. Gonçalves JRL. O uso de bebidas alcoólicas entre os cortadores de cana de uma agroindústria sucroalcooleira. [Dissertação]. Ribeirão Preto (SP): Universidade de São Paulo; 2000.

24. Anderson HR, Ponce de Leon A, Bland JM, Bower JS, Strachan DP. Air pollution and daily mortality in London 1987-92. BMJ 1996;312:665-9.

25. Harré ES, Price PD, Ayrey RB, Toop LJ, Martin IR, Town GI. Respiratory ef-fects of air pollution in chronic obstructive pulmonary disease: a three month prospective study. Thorax 1997;52:1040-4.

26. Morgan G, Corbett S, Wlodarczyk J. Air pollution and hospital admissions in Sydney, Australia, 1990 to 1994. Am J PublicHealth 1998;88:1761-6.

27. Dickey JH. Part VII. Air pollution: overview of sources and health effects. Dis Mon 2000;46:566-89.

28. Chor D, Faerstein E. Um enfoque epidemiológico da promoção da saúde: as idéias de Geoffrey Rose. Cad. Saúde Pública 2000;16:241-4.

29. Hernández-Garduño E, Pérez-Neria MA, Paccagnella AM, Pina-Garcia M, Mungua-Castro M, Catalan-Vazquez M, et al. Air pollution and respiratory health in México City. J Occup Environ Med 1997;39:299-307.

30. Nicolai T. Environmental air pollution and lung disease in children. Monaldi Arch Chest Dis 1999;54:475-8.

31. Nicolai T. Air pollution and respiratory disease in children is the clinically relevant impact? Pediatr Pulmonol Suppl 1999;18:9-13.

32. Norris G, Young Pong SN, Koenig JQ, Larson TV, Sheppard L, Stout JW. An association between fine particles and asthma emergengy department visits for children in Seattle. Environ Health Perspect 1999;107:489-93.

33. Rotko T, Koistinen K, Hanninen O, Jantunen M. Sociodemographic descriptors of personal exposure to fine particles (PM2,5) in Expolis Helsinki. J Expo Anal Environ Epidemiol 2000;10:385-95.

34. Petroeschevsky A, Simpson RW, Thalib L, Rutherford S. Associations between outdoor air pollution and hospital admissions in Brisbane, Australia. Arch Environm Health 2001;56:37-52.

Referências bibliográficas

Rev Paul Pediatria 2006;24(2):163-70.

Morbidade por problemas respiratórios em Ribeirão Preto (SP) de 1995 a 2001, segundo indicadores ambientais, sociais e econômicos