pontos de catimbó jurema

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Pontos Cantados de Caboclo 1.Estrada de Belém Caminhava Maria E estes médiums que estão na mesa Orando a Deus para receber os seus Guías Meu guía é tão bonito Foi Jesus quem me deu Para me librar dos males Com os poderes de Deus 2.Eu esteva em cima da serra Quando ouvi uma gaita tocar Chamando Aricurí Aricuri eu sou Eu sou de Ipanema eu sou Eu sou flechador 3.Tupy andou no mundo Pronto para curar Valha-me Deus e Tupi nas alturas Tupy não promete para faltar Lá em Aledeia, lá na Jurema Não se faz nada sem ordem suprema 4.Vinde, vinde nossos anjos da guada Vinde, vinde auxiliar nossos trabalhos Jesus Cristo é nosso Pai Filho da Virgem Maria E a estrela Dalva é nossa guia 5.Quem vem, quem vem lá de tão longe São nossos guias que vem trabalhar Oh! Daí-me forças pelo amor de Deus, meu Pai Oh! Daí-me forças nos trabalhos meus 6.Vamos orar meus irmãos vamos orar Que Jesus também orou

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Pontos de catimbó jurema

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Page 1: Pontos de catimbó jurema

Pontos Cantados de Caboclo    

 1.Estrada de BelémCaminhava Maria

 E estes médiums que estão na mesaOrando a Deus para receber os seus Guías

 Meu guía é tão bonitoFoi Jesus quem me deuPara me librar dos malesCom os poderes de Deus

 2.Eu esteva em cima da serraQuando ouvi uma gaita tocar

 Chamando AricuríAricuri eu souEu sou de Ipanema eu souEu sou flechador

 3.Tupy andou no mundoPronto para curar

 Valha-me Deus e Tupi nas alturasTupy não promete para faltar

 Lá em Aledeia, lá na JuremaNão se faz nada sem ordem suprema

   4.Vinde, vinde nossos anjos da guadaVinde, vinde auxiliar nossos trabalhos

 Jesus Cristo é nosso PaiFilho da Virgem MariaE a estrela Dalva é nossa guia

 5.Quem vem, quem vem lá de tão longeSão nossos guias que vem trabalhar

 Oh! Daí-me forças pelo amor de Deus, meu PaiOh! Daí-me forças nos trabalhos meus

 6.Vamos orar meus irmãos vamos orarQue Jesus também orouNo jardim das OliveirasCom seu Pai se comunicou

 Nas matas ouvi um gemidoEu vi a mata se abrirE vi em uma pedra sentadoO caboclo Guaraní

 7.Uma estrela lá no céu brilhou

Page 2: Pontos de catimbó jurema

Na terra resplandeceuCadê os companheiros da searaQue até agora ainda não apareceu

 8.A mata virgem escureceuMas o luar clareouEu estava sentado na minha JuremaQuando o caboclo aqui chegou

 Mas ele é rei, ele é rei, ele é reiMas ele é, na Jurema ele é rei

    9.João Cuty é um cabocloQue bebeu água na coité

 Deus me livre, Deus me guardeDa flechada de Canindé

 Em cima daquela serraTem uma onça e um leãoTodos médiuns concentradosPara receber manifestação

 Arre arre arre arreiaEstou saudando todos caboclos meu paiDa tribo do rei de Urubá

 Meu rei de Urubá, meu rei de UrubáTrabalha caboclo com o rei de Urubá

 10.Ó Jaçanã, Ó JaçanãÓ Jaçanã para que me chamou?

 Para que mandou chamar JaçanãChegou Jaçanã com os caboclos de Urubá

 Eu corto o Pau e tiro o melCom meus caboclos de Urubá

 11.Caboclo não tem caminho para caminharEle caminha por cima das folhasPor debaixo das folhasPor qualquer lugarOke cabolco...

      12.Caboclo, eu sou um caboclo

 Aminha morada é nas matasCom minha flecha e coitéEu corto o pau caboclo......Eu corto o pau e tiro o mel

 

Page 3: Pontos de catimbó jurema

 Caboclo do príncipe encantadoQue mora na areia do mar sagradoO meu caboclo não dorme, trabalha em péÉ o rei Canindé, é o rei Canindé

 Eu fui prá mata caçar CanindéCorte o pau cabocloCorte o pau e tire o mel

 13.Caboclinho da JuremaEle brinca no ToréPara se livrar das flechasDo rei Canindé

 Rei Canindé, Rei CanindéUma salva de palmas para o rei Canindé

 14.Quem for CanindéQue levante o penachoPara Canindé da mataNão há embaraço

 15.Na mata ouvi um apitoMeu Deus, quem será? Quem é?Sou eu, caboclo de penaSou eu, rei dos Canindés

 16.Canindé, meu CanindezinhoBrinca bonito meu caboclozinho

   17.Canindé canta, Canindé falaAfirma este ponto, no pau da arara

 18.Tapúia, minha TapúiaTapúia de Canindé

 Eu saudei a folha da JuremaA minha flecha e o meu coité

 Eu estava no meio das matasNum tronco embolando melQuando eu vi estava cercadoDe Tapúias de Canindé

 Trabalha Tapúia mestraTrabalha porque Deus querTrabalha minha TapúiaCom a força dos Canindés

 Salve o Rei Canindé eh eh ehO que fazem com as mãosEu desmancho com os pés

 19.Minha gente toda vamos prá JuremaNa minha cidade tem uma cabocla de pena

 Salve Aurora Canindé

Page 4: Pontos de catimbó jurema

Canindé Canindé 

Salve o penacho de AuroraDe Aurora Canindé

 20.Sete anos eu viviCom sete anos eu me passeiCom a força da JuremaOs meus filhos eu abençoei

 Salve Aurora CanindéCanindé Canindé

 21.Eu tenho uma cabocla de penaSoltei-a nas matas prá ela trabalharPrá ver a força que a jurema temPrá ver a força que a Jurema dá

 Amélia cabocla de penaVem colhendo flores, rosas e açucenasQunado eu venho da minha cidadeAs flores que eu trago são as flores da Jurema

 Eu sou uma cabocla que vem lá de aldeiaEu venho apanhando as floresEu sou flecheira

 Na minha cidade tem campos de açucenaE eu estou vendo a cidade da Jurema

 22.Apanha a flor e colhe a sementeTrabalha cabocla no pé da Jurema

 23.Meu Deus, uma cobra piouLá no meio da mata onde Oxossi baixou

 Cobra que anda, cobra que píaVamos sarava Oxossi, dos terreiros da Bahía

 24.Quem manda nas matas é OxossiOxossi é caçador, Oxossi é caçadorOuví o meu pai assobiarE eu mandei saudar

  

A Aruanda ê, A Aruanda ahÉ o caboclo Oxossi na JuremaÉ de Aruanda ah!

   25.O veado no mato é corredorOxossi na mata é caçador

 Atirei, atirei mas não mateiQuando o pássaro voltar eu matareiAtirei atirei atirei nãoPrá acertar a flecha no coração

 26.Oxossi é Oxossi é

Page 5: Pontos de catimbó jurema

Oxossi é caçador 

Caça aqui e caça acoláEle é caçador

 27.Meu caboclo roxoDa pele morenaEle é Oxossi o rei da Jurema

 28.Meu pai Oxossi nasceu na JuremaA minha mãe Oxum acabou de criar

 Mas ele hoje é rei caçadorEle é filho da índia da cobra coralE quando a Jurema abrirVou perguntar quem éSe é Oxossi, Pena Branca ou o caboclo Canindé

 29.Não me toque na espada de OgumNão me toque na machada de XangôNão me toque no capacete de OxossiQue na mata tem um caboclo caçador

 Lá na mata tem....

      30.Eu estava na mataCaçando cabocloEu atirei lá no alto da torreEu vi meu pai, lá no urubáMaya dendêCaboclo maya dendê

 31.Caboclo maya, caboclo mayaCaboclo maya dendêCaboclo maya, caboclo mayaTrabalha que eu quero ver

 32.Caboclo da mata virgemEle é bambariôCaboclo da mata virgemEle é bambariô

 33.Aldeia aldeiaQue Jesus abençoouLá na minha aldeiaTem mel tem pau tem flor

 34.Os caboclos desceram lá do alto da serraE traziam no peito uma cobra coralNosso terreiro hoje está em festaVamos sarava, meu pai, Sr. Sete-Flechas

 35.Lê lê lêCaboclo Sete-Flechas no gongá

 

Page 6: Pontos de catimbó jurema

Saravá Sr. Sete-FlechasPois ele é o rei das matasCom seu badoque atira, carambaCom sua flecha mata

     36.Oh JuremeiroOh JuremáA sua folha caiu serena, oh JuremaDentro deste gongá

 Salve São Jorge guerreiroSalve São SebastiãoSalve o povo da JuremaQue veio dar sua proteção, oh Jurema

 Oh JuremeiroOh JuremáA sua folha caiu serena, oh JuremaDentro deste gongá

 Deus vos salve ó casa santaOnde Deus fez a sua moradaOnde mora o cálice bentoE a óstia consagrada

 Oh JuremeiroOh JuremáA sua folha caiu serena, oh JuremaDentro deste gongá

 Salve o sol e salve a luaYara e meu pai TupãOs caboclinhos da JuremaSaravá Irakitã, ó Jurema

 37.Caboclo bom, caboclo bomEle vem de AruandaCaboclo bom, caboclo bomVencedor de demandas

    Eu quero ver a Virgem MariaA estrela Dalva a de ser nossa guia

 38.Ele é caboclo ele é flecheiroBumba na calungaEle matador de feiticeirosBumba na calungaEle vai firmar seu pontoBumba na calungaNo romper da madrugadaBumba na calunga

 39.Caboclo do mato

Page 7: Pontos de catimbó jurema

O que é que você quer?É pena verdePena verde de guiné

  40.Sr. Arsená, Sr. ArsenáSr. Arsená é meu caboclo de urubá

 Sr. Arsená ele vem lá das matasSr. Arsená ele vem trabalharSr. Arsená ele é caboclo índioÉ caboclo velho da falange de urubá

   

41.Eu atirei, eu atirei, eu atireiLá no baré-baré

 Eu atirei a minha flechaLá no baré-baréEu atirei a minha flechaNo baré matou

    

42.Eu vejo o sol, eu vejo a luaEu vejo o campo clarearSou eu Manuel JuremeiroCaboclo velho do reino de Urubá

 Com meu machado na mãoEu vou cortar as folhas do imbéDos enimigos e mal-fazejosEu corto as mãos, pescoço e pés

 Valei-me Nossa SenhoraValei-me meu São JoséDos enimigos e mal-fazejosEu corto as mãos, pescoço e pés

 43.Salve Jacira a Protetora da JuremaJacira é uma menina é uma cabocla de pena

 44.Estava sentada na beira do rioTomando meu juremaAcorda Jandira acordaAcorda e vem trabalhar

 45.Caiu uma flecha na mataVeio o sereno e molhouE depois e depois veio o sol e secouE a mata abriu-se em florMas caiu...

 46.Foi numa tarde serenaLá na mata da JuremaQue ouvi um caboclo a bradar

 Kiô kiô kiô kiô kiera

Page 8: Pontos de catimbó jurema

A sua mata está em feztaSaravá Sr. Sete-flechasQue ele é rei da floresta

  

           47.Eu sou do imbé imbaúbaEu sou do imbé imbaúbaEu sou caçador imbaúbaEu sou caçador imbaúba

 48.Eu estava no matoEu estava no matoNo imbé abaixadinhoEu estava no matoEu estava no matoCaçando caboclinhos

 49.Saia caboclo e não me atrapalhaSaia de baixo da samambaia

 Vestimenta de caboclo é samambaiaÉ samambaia é samambaia

 50.Caboclo, quando chega no reinoFaz favor em dizer o seu nome

 Mas eu souCaboclo Irakitã de aruandaEu vim prá vencer as demandas

 O caboclo Irakitã não veio brincarO caboclo Irakitã veio trabalhar

 51.Caçador da beira do caminhoNão me mate esta coral que passaEla abandonou a sua choupana caçadorNo romper da madrugada caçador

      52.Caboclo de pena ele não bambeiaCaboclo de pena escreve na areia

 Escreve na areia com pena de araraEle é Pena-Branca irmão de Itaquara

 53.Não há quem apanhe areia no marMas o meu cabolco apanha, areia no marSessou sessou, areia no marSessou sessá, areia no mar

 54.Eu pisei em ponta de ramaSenti cheiro de açucenaMinha gente se preparemQue já chegou Iracema

 Iracema quando chega

Page 9: Pontos de catimbó jurema

De contente vem sorrindoE os portões que estão fechadosIracema vem abrindo

 Ó Jurema Ó JuremaBonita é a flechada da Cabocla Iracema

 55.Na minha aldeia eu sou um cabocloSou Rompe-mato, sou Arranca-ToucoNa minha aldeia, lá na JuremaNão se faz nada sem ordem suprema

 56.Naquela estrada de areiaOnde a lua clareou

 Todos caboclos pararamPara ver a procissão de São Sebastião

 Okê, okê Caboclo vamos SaraváA São Sebastião

   57.Jurema, ó juremê, ó jurema

 É uma cabocla de pena filha de TupinambáRainha da pontaria, nunca atirou para errarTem a pele bronzeada do sol exposta ao marAnda correndo nas folhas e nunca se ouviu o seu pisarÉ uma cabocla de pena....

 58.A minha coroa só tem um brilhanteNo meio da mata eu vi clarearNo meio da mata ouvi um gemidoOuvi saudar o Rei Tupinambá

 Ouví saudar...

 59.Bote a roda prá rodarÉ Tupy é Tupinambá

 60.Caboclo velho e enganadorSó não engana Xangô

 61.Caboclo bebeu JuremaCaboclo se embriagouCom a raiz do meusmo pauO caboclo se levantou

 62.Meu caboclo afirma o pontoNa rudia do cipóÉ meia-noite na luaÉ meio-dia no solMas eu trabalho de noiteDurante o dia é melhor

 Eu queria mas não possoFazer o dia maiorÉ meia-noite na luaÉ meio-dia no sol

Page 10: Pontos de catimbó jurema

 63.Corta a língua, corta a mirongaCorta  a língua do mal-falador

 Com a minha espada eu não temo embaraçoSou eu Ubirajara do peito de aço.

 64.Lembrai.......Ele é João da MataLembrai......Ele é nosso pai

 Com sua flecha atirou, atirouTodo mal suplantouVamos sarava lembrai

 65.João da Mata quando nasceuEle não atendeu a caboclo nenhumEle é João da Mata ele é Caboclo bomQue não atendeu a caboclo nenhum 66. Eu corri terra eu corri marAté que eu cheguei na minha Bahía Mas eu sou Oxossi nas matasSou Arranca-Touco sou eu Ventania

Pontos Cantados de Malunguinho   

Malunguinho, MalunguinhoEu estou te chamandoEu só peço a MalunguinhoQue os contrários vá retirando 

Ma lunguinho foi à mataFoi firmar a sua mesaQuero um ponto nesta casaQuero um ponto de defesa 

Eu firmei meu ponto, simNo meio da mata, simSalve a corôa, simDo Rei Malunguinho Eu sou um caboclo, eu souEu sou rei das matas, eu souEu sou um caboclo, eu souRei nagô 

o Malunguinho das Matas é rei… 

Na Mata tem um cabolcoTodo coberto de penasEste caboclo é MalunguinhoEle é rei lá na Jurema   Na mata temu m caboclo

Page 11: Pontos de catimbó jurema

Com uma peaca na mãoEste caboclo é MalunguinhoNão brinque com ele, não 

Malunguinho saiu das matasCom seu saiote de penasMas ele foi e ele éO rei da Jurema 

Onirê bôMalunguinho sobôOnirê bô 

Sobô onirêSobô onirê má fáSobô onirê má fáMalunguinho Sobô 

Pé na estrada e fé no caminhoEstou saudando a corôa do Rei Malunguinho 

Malunguinho está de rondaQuem mandou foi JucáMalunguinho está de rondaQue a Jurema manda Que a Jurema manda, meu paiEu quero é ronda 

Rondeiro meu paiRondeiro meu paiMalunguinho já está de ronda

            -Malunguinho eu também sou    

  É um doutor do mundo

É advogado de todos 

           -Mestre Esmeraldino,           Como vai vossa mercê, anda rei           Anda rei nagô, anda rei 

Mas ele é pretoEle é bem pretinhoEstou saudando a coroa (os trabalhos, a fumaça, a cachaça, etc)Que é do rei Malunguinho 

Estava na estradaE seu chapéu é furadinhoEu estaba no caminhoEstou saudando a Malunguinho Eu dei um grito na JuremaEu dei outro no VajucáÉ o rei Malunguinhoque acabou de chegar 

Page 12: Pontos de catimbó jurema

Sete cidades MalunguinhoSete cidadesFoi numa delas queO rei Malunguinho desceu Arreia nela MalunguinhoArreia nelaArreia nelaQuem está mandando sou eu       

Malunguinho, Malunguinho,Malunguinho lodêMalunguinho, MalunguinhoMalunguinho lodê-ô Malunguinho é reiÉ rei nagôMas bate palmas para a coroa de sobô 

Lá na mata tem coioteLá na mata tem coioteDe quem é?É do rei Malunguinho 

Dá-lhe Malunguinhocom cipó de caiumbinhocom cipó de caiumbinhoDá-lhe Malunguinho 

Com seu jibão de couroE com sua coroa de espinhosFoi lá nas sete encruzilhadasQue saudei ao rei Malunguinho 

Tem dendê MalunguinhoTem dendê MalunguinhoTem dendê seu dendêTem dendê seu dendê 

Malunguinho estava sentadoCom setenta cangaceirosCorre-corre MalunguinhoA gira deste terreiro    

Eu estava no meio da mataEu estava saudando Malunguinho Para levar todos contráriosE abrir todos os caminhos Leva leva Rei Malunguinho

Page 13: Pontos de catimbó jurema

Leva os contrários e abre os caminhos 

Recua, recua, recua MalunguinhoE vai para as sete encruzilhadas dos caminhos 

Malunguinho já vaiVai no balanço do ventoDiga-lhe adeus meus filhosE façam um bom pensamento A casa do mau vizinhoÉ morada de MalunguinhoEncruzilhada éÉ morada de Malunguinho  

Na mata só tem umQue é o rei MalunguinhoEle é rei dos caminhosO rei das matas é Malunguinho    

Com a constatação de que Malunguinho tenha se ausentado da gira, faz-se a entrega de sua cachaça no portão de saída do terreiro, e só então poderá dar-se início aos trabalhos.Pontos Cantados de Mestres 

 1. Abrindo os nossos trabalhos

Pedimos a Deus a proteçãoAo nosso Pai PoderosoE a Virgem da Conceição Abre-te mesa Varanda realMe abram as cortinas meus caboclos MestresMe abram as varandas do Juremá São Jorge é santo, protetor meuEle é quem me livra dos enemigos meus Com a sua lança empunhada na mãoEm seu cavalo venceu o dragão Seu capacete na cabeça viveAlém de guerreiro é rei dos invisiveis Ele é africano e corrente ele temDomina as estrelas e a lua também De quem é esta casa?Ela é de Deus! E depois de Deus?É dos senhores Mestres Os senhores MestresEles são curadoresOs senhores Mestres são desimbaraçadores

Page 14: Pontos de catimbó jurema

  Os senhores Mestres elevão e vemNas horas de Deus na horas de Deus amém 

2. Belarmino meu menino                           Chaveiro do outro mundo                          Vai buscar os senhores Mestres                              Naquele porão tão fundo                               Corre corre meu cavalo                              Meu cavalo corredor                              Vai buscar os senhores Mestres                              Na santa paz do Senhor                               Corre corre meu cavalo                              Meu cavalo alazão                              Vai buscar os senhores Mestres                              No reino de Salomão                               Corre corre meu cavalo                              Meu cavalo singular                              Vai buscar os senhores Mestres                              No tronco do Juremá 

3. Existe no mar uma MuralhaFeliz de queme la avistarÉ a muralha das tres donzelasQue moram no alto mar No fundo do mar tem areiaE as águas do mar tem cienciaQuem se ver pertubado neste mundo, ai meu DeusSó peço a Deus que lhes dê pasciência 

 4. Meu povo siga comigo

Para a cidade do outro mundoMas é preciso fé e coragemPara os trabalhos do outro mundo  Segura eu Juremá, segura euConforta eu Juremá, conforta eu 

5. Eu dei um tombo na Jurema e o mundo veioEu dei um tombo na Jurema e o mundo vai Sentado numa mesa de JuremaEu só temo a Deus do céu e nada mais! 

6. Ó Jurema encantadaQue nasceu de um frio chãoDai-me força e mais cienciaDas que deste a Salomão Salomão bem que diziaAos seus filhos JuremadosPara entrar na JuremaTem que ser bem preparado

Page 15: Pontos de catimbó jurema

 Salomão bem que diziaAos seus filhos JuremeirosPara entrar na JuremaPeça licença primeiro A Jurema bota florA jurema bota vagemE com a vagem da juremaAfastarei todos contrários Eu afastarei… 

7. Ó dai-me licença mestrePara eu saudar a tua JuremaJurema é pau sagradoA raíz que Deus ordena    Vamos saudar a JuremaFazer a nossa obrigaçãoVamos saudar o cruzeiro mestreVamos saudar salomão 

8. Ó que cidade tão lindaÉ a cidade do Rei salomãoBem no centro daquela cidadeExiste um bom mestre caído no chão Meu Salomão Salomão SalomãoMe levante este mestre caído no chão 

9. Eu estava sentado na mesa da JuremaEu estaba sentado balançando meu maracáE foi nesta hora que eu abalei a Jurema PretaMestre de cidade dê um tombo e venha cá Ê juperê neguéÊ juperê nagüáArreia senhores MestresVamos trabalhar Eu estava sentado na mesa da JuremaVi disciplo caído sem poder se levantarFoi nesta hora que eu abalei a Jurema PretaMestre de cidade dê um tombo e venha cá Ê juperê neguéÊ juperê nagüáArreia senhores MestresVamos trabalhar 

10.  Eu venho da minha aldeiaSaudando nossa bandaSalve Deus e salve aruandaSalve os senhores mestresE todo povo de aruanda 

Page 16: Pontos de catimbó jurema

11.  Jurema, minha JuremaJurema, Jurema minhaTu és a senhora rainhaTu és dona da cidade mas a chave é minha 

12.  JucazinhoJucá de DeusBrota, não brotaNão bota flor Deixa botar, deixa florarDeixa eu saudar o meu Vajucá É um rei, é um reiÉ um rei-iá 

13.  Vamos, meu mestre vamosVamos a cidade trabalharPois eu só trabalho bebendoFumando, cantando e tocando o meu maracá 

14.  Licença senhores mestresLicença queiram me darPois eu venho de muito longeDa capital do ParáE com ordem de Jesus CristoEu venho para trabalhar Eu trago dois com chapéu na mãoEu trago três com meus cachimbinhosDefumando os passarinhos. 

15.  A Jurema é minha madrinhaE Jesus é meu protetorA Jurema é o pau sagradoOnde Jesus descansou    Você que é um bom mestreMe ensine a trabalharNuma mesa de JuremaNo tronco do Juremá 

16.  O segredo da JuremaTodo mundo quer saberMas é como uma abelha mestraQue trabalha sem ninguém ver Sem ninguém ver, sem ninguém verTrabalha sem ninguém ver 

17.  Jurema, é um pau encantadoÉ um pau de ciência que todos querem saber E se você quer JuremaEu dou Jurema a vocêMas, se você quer ciênciaSó Deus dá Jurema a você

Page 17: Pontos de catimbó jurema

 - Canta-se então para servir o licour de Jurema, com as finalidades de que os membros da casa confraternizem entre si, bem como, para que este sirva de ferramenta para impulcionar a ligação entre o médiuns da casa com suas entidades, facilitando o ver, escutar e sentir o mundo espiritual. Esta bebida, por ser considerada sagrada, deve ser recebido com as duas mãos e quando no ato de beber-lhe, os indivíduos dão as costas as demais pessoasDemonstrando assim a respeituosidade em beber-lo de forma não vulgar. 

18.  A Jurema Preta,eu conheço pela tintasalve a Jurema sagradaeo Gongá de Zé Pilintra 

19.  Você bebeu JuremaFoi para trabalharVocê bebeu JuremaPara saber do bem e mal 

- Depois disto, canta-se para “afirmar” a casa. Chamando a atenção de todos os participantes para a necessidade de boa concentração para o bom decorrer dos trabalhos que já se encontram em andamento. Sendo assim, os padrinhos da casa formam uma barreira que impedirá a entrada de qualquer mal nos trabalhos. Eles dispõem-se um diante dos outros de forma a que cada um deles fiquem de costas para uma das quatro esquinas da casa, apertam-se as mãos, como símbolo de fraternidade entre eles e defumam desde a parte central do terreiro em direção a esquina de fora do salão que tem as suas costas, depois disso, trocam de lugar entre os quatro, repetindo o processo de aperto de mão, só que a fumaça desta vez é disposta de forma contrária, ou seja, desde a esquina do salão que tenham as suas costas, até o centro do salão. 

 20.  Repara, repara

Repara quem vem láRepara nos caminhosPara o amigo não passar Eu vim para este mundoEu vim foi repararVim reparar os caminhosPara o enimigo não passar Repara repara reparaRepara bemRepara nos caminhosNas horas de Deus amém! 

- Defuma-se um copo de aguardente e despacha-se para o mestre repara. Canta-se 

21.  Já vai o mestre ReparaQue a sua cidade lhe chamaEla vai levar os contráriosEle veio vencer demandas  Sentido no mundoÉ um sentido realToma sentido meu disciploPro disciplo não tombar 

Page 18: Pontos de catimbó jurema

- Canta-se finalmente para soprar a pemba. Os padrinhos da casa se dispõe da mesma forma que anteriormente mencionei para soprar o cachimbo e seguem o mesmo ritual para soprar o preparo que neutralizará qualquer mal que possa haver resistido, bem como, evocará a presença de fausta energia para a casa e participantes da cerimônia. 

22.  Pemba não andaA pemba vouaSopra esta pembaQue a pemba é boa 

23.  Pemba de Angola mandou me chamarPemba de Angola mandou me chamarMas se não fosse a pemba eu não vinha cá 

-Dá-se então seguimento as evocações dos mestres de Jurema. 

24.  É hora meu mestreMeu mestre é hora O mamoeiro tora com o balanço do ventoMas eu firmei o meu pensamentoE quero ver você agora Mano meu, responda meu manoUm mestre para ser bom mestreSe comete algum engano? - Um mestre quando é bom mestre

                              Não comete nenhum engano! 

25.  Eu venho tocando a minha gaita mestraDa cidade da Jurema e um bom mestreEu vou chamar Eu vou, eu vou, eu vouEu vou ali já volto já 

26.  A Jurema “fulorou”Do Anjico ao VajucáDesenrola estas correntesDeixa o mestre trabalhar Quem deu este nó não sabia darPois este nó mau dadoEu desato já 

27.  Eu trago imburana de cheiroDo anjico ao VajucáMas eu estou na JuremaTô to no Juremá 

28.  É bonito e tem que verUm pau seco “fulorar”Mas é bonito e tem que verOs mestres da Jurema na mesa do Juremá Eu triunfei, triunfei, vou triunfarTriunfa senhores mestres na mesa do Juremá 

29.  A Serra-Negra gemeu

Page 19: Pontos de catimbó jurema

Meu mestre diga o que eu façoEle é bom mestre de JuremaÉ bom amigo é bom pai Eu não vi cancela baterEu não vi boiada passarEle bom mestre de Juremaé bom amigo é bom pai 

30.  Lá no pé do dendezeiroMeu maracá é dendê sóLá no pé do dendezeiroEu não conheço maior Arreia arreia maiangáArreia arreia maiangá 

31.  Na minha bengala mestraEu trago um rico diamanteNele trago um nome escritoMestre Lagoa do Rancho A minha lagoa não secaNem nunca há de secarA minha lagoa só secaQuando Deus do céu mandar 

32.  Salve o mestre JunqueiroQue vem da lagoa do JuncoJuncando eu venhoJuncando eu vouE desembaraçando eu venhoE desembarançando eu vouNa direita eu sou bom mestreE na esquerda obsessor 

- Pontos cantados para a cfalange de Zé: 

33.  Lá vem Zé, lá vem ZéLá vem Zé lá da JuremaLá vem Zé lá vem ZéLá vem Zé do Juremá Quando Sr. Zé vem da JuremaTodo mundo quer lhe verMas Sr. Zé não desce em uma mesaQue não tenha o que beber Mas prá Sr. Zé, tem tem temE prá Sr. Zé sempre teráPrá Sr. Zé tem o que beberPrá Sr. Zé tem o que fumar 

34.  Do trabalho vem o dinheiroDo charuto sái a fumaçaE o engenho a moer canaPara Sr. Zé tomar cachaça Eu abalei eu abaleiEu abalei eu vou abalar

Page 20: Pontos de catimbó jurema

Vou abalar o mestre ZéNo tronco do Juremá 

35.  O relógio trabalha com cordaE o galo só canta se beberA Jurema trabalha com mestreE os mestres só trabalham se beber É uma cobra, é um tigre, é um leãoE a fumaça de Zé bota um no chão E a garrafa de cana de quem é? É do mestre ZéÉ do mestre Zé 

36.  Sr. Gosta de cana e a cana gosta de ZéSr. Zé vira a cana e a cana não vira Zé Mas chegou um bêbado no meio do salãoE no meio do salão apanhou de cipóMas Sr. Zé, qual é o pó? 

37.  Oh Sr. Zé, quando vem lá de AlagoasTome cuidado com um balanço da canoa Oh Sr. Ze você e meu camaradaMas no meio de tantas moçasRoubou a minha namorada Oh Sr. Ze faça tudo que quizer Sr. ZeSo nao maltrate o coraçao desta mulher. 

38.  Fui eu que cortei o pauFui eu que fiz a jangadaFui eu que cortei a moçaEu casei na encruzinhada Fui eu que cortei o pauFui eu quem fez a gamelaFui eu que robei a moçaEu mesmo casei com ela Mas ó Sr. ZéMas cadê o seu dinheiroPara pagar a sua bicada e meter o pauÉ no bodegueiro E meter o pau... 

39.  Ah Sr. Guarda n]ao me prendaNao me leve para o quarteEu n]ao vim fazer barulhoEu vim buscar a minha mulher 

40.  Eu estava no jogo - oh mulherEu estava jogando – oh mulherO meu dinheiro acabou – oh mulherE eu fiquei chorando – oh mulher 

Page 21: Pontos de catimbó jurema

41.  Zé oh Zé, mas que Zé enganadorQue enganava a filha alheiaCom palavras de amor Mas não fui eu que enganei elaFoi ela quem me enganouQuando me via vinha correndoVem Zezinho meu amor. 

42.  Quem foi que viu Zé PilintraBrincando neste salãoCom a sua garrafa de pingaE o seu charuto na mão Dentro da Vila do CaboEle foi primeiro sem segundoNa boca de quem n]ao prestaZé Pilintra é vagabundo Dentro da Vila do CaboSete vendas se fechouFoi uma fumaça contráriaQue Zé Pilintra mandou Sr. Doutor, Sr. Doutor - Bravo senhorZé Pilintra chegou - Bravo senhorCom os poderes de Deus - Bravo senhorZé Pilintra sou eu - Bravo senhorMas se você não me queria - Bravo senhorPara que me chamou - Bravo senhorÊ dilim dilim - Bravo senhorÊ dilim dilá - Bravo senhorViva a Deus primeiramente - Bravo senhorE Zé Pilintra no gongá 

43. O que será será, o que será sereiO que será será, o que será serei Chapéu amarelo que vem do ParáÉ José Pilintra, ai meu Deus, na mesa arriáOlhe para o céu e veja uma luzÉ José Finlintra meu DeusQue recebeu a luz

 E Deus lhe dê maior poderDa maior força que tem 

44.  Foi na matriz de BelémNo altar da ConceiçãoDefumando estes filhosCom os poderes da Santíssima Trindade Ó meu bom Jesus, ele queira me guiarPois na matriz de Bel[em tem um Pai celestial Eu rompo matas e brenhas nas varandas do JuremáEu me chamo é Zé Prá Tudo, e prá que mandou me chamar Naquele pau acima tem um rei

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E corre o cipó mocunãNaquela galha a fora canta o pássaroÉ o rei cauã Canta rei, canta rei cauãCanta rei, canta rei cauã 

45.  De Uniforme Branco e sua bengalaNas encruzilhadas dilim dilimSr. Zé dá risadas Ele não tem parentes e nem aderentesNa encruzilhada dilim dilimSr. Zé tem patente Zé da Risada é só, é só sóE não tem parente, é só sóNa encruzilhada dilim dilimSr. Zé tem patente 

46.  Zé Filipe andou no mundoCurando e fazendo o bemInfeliz de quem Zé odeiaE feliz de quem Zé quer bem 

47.  Ele se chama Zé VieiraNêgo do fé derramadoE quem mecher com os filhos meusOu está doido ou está danado Figurão .......Pisa macumba no chão! 

48.  Sou eu que me deito tardeSou eu que me acordo cedoSou eu Zé dos montes faladoE das línguas eu não tenho medo Sou eu que me deito tardeSou eu que me acordo cedoSou eu Zé dos Montes juradoE de juras não tenho medo E quem me dever quem me deverOlhe para traz e veja quem sou eu  

49.  Ó que cana doceÓ cana caianaChegou Zé da PingaCom suas baianas 

50.  Meu mestre zabumbeiroVossa mercê como se chamaCom chapéu de couroSou José de Santana 

51.  Zé de Santana tem uma bengalaQue na ponta dela tem sete filelasEnimigo que apanha com ela

Page 23: Pontos de catimbó jurema

Ou dá um coça-coça ou dá um pela-pela 

52.  Zé Pretinho, meu neguinhoTire o chepéu da cabeçaE quem tiver bom boteE quem não tiver não se meta Eu quero o meu serviço feitoNa sombra de um pau-linheiroEu vou cortar galho de JuremaPara dar lapa em feiticeiroO pau pendeu, o pau pendeuE na Jurema chegou euO pau pendeu mas não caiuEu passei pela Jurema e ninguém nem me viu 

53.  Eu cheguei, eu chegueiEu cheguei agoraEu vim de lá de meu bequinho Do Anjico ao VajucáO meu apelhido é Zé Bebinho 

54.  É no romper do solÉ no raiá da luaChegou Sr. Zé bebinhoBebinho do meio da rua Sua mãe bem que lhe disseBebinho não beba nãoCom um copo de cachaça eu deixo o disciplo no chão Mas eu bebo, bebo, beboE ninguém tem nada com issoCom um copo de cachaça eu desmancho qualquer serviço  

55. Sr. Zé vira o becoE no beco virouNa virada do becoSr. Zé me enganou 

56.  Saia da linha meninoQue na linha passa o tremEu quero o saber de quem sabeEu s[o o saber de quem tem Salve ZéMacumbeiro ele é Não saia da linha meninaE não vá fazer o que querPois quem deve a Deus paga a DeusE quem deve a Zé paga a Zé Salve ZéMacumbeiro ele é 

57.  Viva Deus no céu, viva a DeusViva Deus no céu e salve Zé

Page 24: Pontos de catimbó jurema

 Viva Deus no céu e nos caminhosViva Deus no céu Malunguinho Viva Deus no céu e no sertãoViva Deus no céu Bigodão Viva Deus no céu e na BahíaViva Deus no céu Ventania Viva Deus no céu e no salãoViva Deus no céu gavião Salve Zé.......Macumbeiro ele é! 

58.  Sr. Zé, quando tem um filhoQue não pode dominarEle faz pelo sinal, faz a sua oraçãoFaz o sino SalomãoE dá ao diabo para pisar 

59.  Eu ouvi trupe de cavalosEu ouvi esporas tinirAbre-te rochedos de pedraPrá Zé Vaqueiro sair E na minha boiada me falta um boiTanto falta um como faltam dois Na minha boiada me falta uma résTanto falta uma como faltam três 

60.  Salve o mestre Zé Pereira, Pereira vemO mestre Zé Pereira nunca fez mal a ninguém Só matou pai e matou mãeMatou quem lhe criouE matou o corno do padreQue lhe batizou 

61.  Pelo alto da serra eu venhoCom a minha guiada na mãoVenho amansando os touros bravosVenho amansando os corações Santo Antônio é santo forteMas a sua coroa é maiorEu pego a linha eu pucho a pontaE em cada ponta eu dou um nó Vaqueiro não vá na serraQue o touro urrou na maiadaCom um grito na Serra NegraChegou Sr. Zé de Aguiar  

62.  Ele se chama Zé da BagaceiraQue vocês ouviram falarTrabalhava o dia todo dentro dos canaviás

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Mas lá no seu engenhoEle só tem é cana fitaEle se chama Zé da BagaceiraDo alto da Bela-Vista Ele vai fazer bagaçoNo alto da Bala-VistaEle é Zé da BagaceiraDo alto da Bela-Vista 

63.  Barreiros cidade BarreirosO trem passageiro não torna a passarEu cachimbei e tornei cachimbarPor cima da linha o trem vai virar 

64.  Ele pula portas e janelasEle sobe em pedras e rochedosO seu nome é Zé BagaceiraO seu apelhido é bate-porteira Bate, bate-porteira 

65.  Sou eu Zé de BuiqueSou eu Zé de BuiqueCangaceiro lá do SertãoCangaceiro.... Eu só confio em Deus do céuSó confio em Deus do céuE na ponta do meu facãoE na ponta... 

66.  Quem estiver dormindo acordeO meu relógio já deu horaPobrezinho de Zé MeninoVem chegando, vem de mundo a fora E na bola de seu apitoNa bola de seu apitoTem semente de JuremaEle é moleque, ele é meninoEle é menino ele é traquino 

67.  Sou José dos AnjosQue cheguei na sua aldeiaSete anjos me acompanhamSete velas me alumeiam A caminho de Santa RitaEu passei por Quatro CantosDando o nome de PilintraMas meu nome é Zé dos Anjos Zé dos Anjos sereiZé dos Anjos serásUm mestre bom da juremaO rei do meu Juremá É um rei é um reiÉ um rei arriá

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Triunfa Zé dos AnjosNa mesa do Juremá 

68.  Eu nasci no raiá do diaE me criei com o clarão do solMas a chegada do Mestre Zé DantasÉ ouro só é ouro só 

69.  Eu andei o mundo em rodaSem saber onde baixarEncontrei as minhas forçasNo reino do Juremá Eu estava na praia caçando minhocasEu sou cabra danado sou sou Jos[e da Maroca 

70.  Eu sou barro branco, massapé tauáEu sou ferro-velho de engomar quebradoCavo buraco no seco, dou no seco e no molhadoE depois do buraco feito eu quero ver o nêgo enterrado Na virada do beco – Bravo SenhorSr. Zezinho encostou – Bravo SenhorCom os poderes de Deus – Bravo SenhorZé Pilintra sou eu – Bravo SenhorMas se você não me queria – Bravo SenhorPara que me chamou – Bravo SenhorÊ dilim dilim – Bravo SenhorÊ dilim dilá – Bravo SenhorViva a Deus primeiramente – Bravo SenhorSr. Zé Pilintra no gongá 

71.  Quem tiver olhos vejaE não vá se enganarZé Bragança é o reiLá de seu Juremá Anda rei anda rei cauãAnda rei anda rei cauã 

Pontos para a chamada de Mestres em geral. 

72. Mestre Carlos é bom mestreAprendeu sem se ensinar,Três dias passou caído no tronco do JuremáQuando ele se levantou foi pronto para curar Carro não anda sem boiE eu não ando sem beberA força da roda grande faz a pequena moer Amigo dá-me um cigarroQue eu também sou fumadorA pontinha que eu traziaCaiu na água e se molhou Quem se for daqui prá cimaSe achar um lenço é meuCom um cruzeiro na pontaCarlos Gonçalo sou eu

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 Amigo dá-me uma bicadaQue eu também sou bebedorA garrafa que eu traziaCaiu na água e se quebrou Eu não gosto de cachaçaE nem meu mano gosta delaEu bebo sete garrafasE meu mano sete tigelas Eu bebo sete garrafas... 

73. Dentro do meu peito eu tragoSete palmeirões douradosEu sou pavão eu sou pavãoEu sou um príncipe encantado 

74.  Eu venho de tão longeCansado de caminharEu trago uma vela acesaPara meus caminhos clarear Palmeira é bom mestreEle é bom mestre e é coroadoPalmeira  é bom mestreEle é do campo ele é do mato Com seis anos de idadeEle foi jogado na mata escuraCom seis anos de idadeArrudiado de palmeiras Foi no pé da gameleiraOnde ele fez a sua moradaFoi no pé da gemeleiraArrudiado de palmeiras Palmeira – Palmeira na JuremaPalmeira – também sabe trabalharPalmeira – a sua força eu vou saudarPalmeira – no tronco do Juremá 

75.  Sou eu Benedito fumaçaSou eu maquinista de tremEu fui passado em uma viradaE não temo passar ninguémQuando eu vinha de meu planautoO meu trem desencarrilhouDuzentos e setenta pessoasDebaixo de meu trem ficou Engata o carro BeneditoNa estação da gameleira 

76.  Puxando a minha carroçaCom ela eu vou trabalharMe chamo Antonio Pereira da SilvaSou conhecido como mestre Preá 

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Sou um mestre garranchinhaE toco fogo no além Eu quero verPreá correr 

77.  Eu sou da pecheiraEu sou do punhaEu sou da MustardinhaO meu nome é Preá 

78.  Eu que ver o carro baterEu quero ver o trem machucarEu quero ver a cobra morderNas ondas do mar Eu quero ver na ponta da facaE na ponta do meu punha 

79.  Ê ê êEu não vejo bolirEu não vejo bolirEu não vejo bolir eu não vejo o mar Foi o peixe baleia ohQue me ensinou a nadar Valei-me Nossa SenhoraValei-me os peixinhos do marValei-me a tuninha brancaEstou saudando a Tubarão Siringá Estou chamando... 

80.  Eu sou uma cobra que mora no matoEu sou um peixe, sou ruim de descamarNão há corrente por mais forte que sejaQue Cobra-Verde não possa desmanchar Eu sou leão do chalé-chaleEu sou leão do chalé eu souEu tenho a força de sete leõesEu tenho força para quem duvidar 

81.  Meu Galo-Preto dos pés amarelosTriunfa meu galo e só faz o que eu quero Meu Galo-Preto meu serviço é com vocêÉ com pemba preta e com azeite de dendê Meu Galo-Preto da baixa-magiaTrabalha de noite, de noite e de dia Meu Galo-Preto faz cú ru cú cúTrabalha meu galo na linha de Ex[u 

82.  É pemba preta, é pemba roxa, é pemba encarnadaJá chegou Sr. Galo-Preto da encruzilhada 

83.  Sou eu Madeira-Verde da mata

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E na esquerda eu sou o maiorSou eu Madeira-Verde da mataEu sou bom mestre de um ponto só Sou eu Madeira-Verde da MataE amargo mais que folha secaSou eu Madeira-Verde da MataEstarei onde a paz de Deus esteje Desmanche estes nós dos meus caminhosSou eu Madeira-Verde da mataEntrei na mata e ninguém viu Eu fui buscar um pau na mataEu fui buscar Madeira – MadeiraMadeira ele é bom mestre – Madeira 

84.  Eu vou a cidade do mestreEu vou que a cidade chamouEu vou a cidade do mestreCom pisa pilão meu pilão deitou Eu vou a cidade do mestreEu vou a cidade realEu vou a cidade do mestrecom Pilão-Deitado eu vou triunfar Chico Braga não morreuEu vou dar parte ao delegadoEu vou chamar a força volantePara prender a Pilão-Deitado Pisa pisa meu PilãoO meu Pilão deitou 

85. Um dois três quatro cinco seisEu pisei na macumbaQuebrei a panela de uma vez Um dois três, cuidado muito cuidadoO meu serviço está na giraEu vou chamar Pilão-Deitado 

86. O meu Pilão tem duas bocasE trabalha pelos dois ladosNa hora dos aperreiosValei-me meu Pilão-Deitado 

87.  O meu pilão ele tem duas bocasO meu Pilão ele tem duas bocasEu piso numaPiso numa piso noutra 

88.  Pilão-Deitado foi presoNuma cadeira de açoCortaram a cabeça deleE deixaram o corpo em pedaços 

89.  Quem pisa, quem pisaQuem pisa no meu Pilão

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Com as contas de meu rosárioEu domino qualquer coração 

90.  Quem vai dar, quem vai darQuem vai dar no Bola-PretaQuem vai dar quem vai darNo meu boi tourino careta Meu boi tourino caretaA minha estrela baianaEu sou Zé Pilintra que só trabalha cantandoEu venho de fala mudadaTocando o meu violãoEu sou de uma peça boa que só trabalha ...Com Pisa Pilão 

91.  A água do mar gemeuQuando ventania nasceuDentro da perversidadeNasceu mais um irmão meu Muralha minha muralha minhaMuralha minha Ventania nasceuMuralha minha Ventania sou eu 

92.  Salve o mestre VentaniaSalve o mestre VentaniaVentania é filho de Ogum TouperinãE o rei dos ventos é Ventania 

93.  Todos coqueiros abalavamTodos coqueiros pendiamTodos coqueiros abalavamcom aforça de Ventania 

94.  Na Jurema ele é um mestreNa quimbanda ele é exuEle é mestre de Jurema, ele éSalve exu é Ventania 

95.  Eu dei um grito na serraQue a terra estremeceuDentro da minha cidadeSó quem é mestre sou eu Discípulo toma cuidadaMatéria toma sentidoJoga a cachaça no mundoE deixa o resto comigo Discipulo toma cuidadeMatéria toma juízoJoga a fumaça no mundoE deixa o resto comigo Discípulo toma cuidadoMatéria tu olha láQuando a cabeça não pensaO corpo é quem vai pagar

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 Eu vinha descendo a serraEu vinha correndo o mundoEu sou um mestre malvadoO meu nome é Vira-Mundo 

96.  Eu só peço a Deus que não chovaPara não molhar meu chapéuE se chouver molha tudoSr. Vira não vai pro céu Chuva vai chuva vemPois chuva miúda não molha ninguém Manoel de Ipanema no dendêEu vi Macambira e Pomba-giraEu vi Sr. Vira no dendê 

97.  Antes de haver dendêOs urubus já comiamEle é Sr. Vira-MundoQue só trabalha na baixa-magia 

98.  Pemba cadê Vira-Mundo ó pembaEstá no terreiro ó pemba Galinha preta na encruzilhadaGato preto corredorSustenta o ponto minha genteQue Vira-Mundo chegou 

99.  Sr. Vira-Mundo ele anda e desandaSr. Vira-mundo vem no tombo de girar Sr. Vira-Mundo veio beberSr. Vira-Mundo veio fumarSr. Vira-Mundo veio beberPara os contr[arios levar 

100.  Nas asa de um papagaioNo bico de um periquitoSustenta a pisada do mestre ohQuem está no ponto é Canito Balança a maracá do mestreAssoita a gaita discípuloEle é um mestre pequeno e dáConta de seu serviço Nas asas de um papagaioNo bico de um passarinhoEle vai mostar para vocês ohComo ele desmancha este ninho DeseninhaDeseninha os caminhos... 

101.  Ele é Canito do fogoEle é filho de SatanásEu quero ver lá no inferno

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Quem é que pode mais 

102. Eu fui ante-ontemPara voltar ontem meu bom mestreEu cheguei lá Caí doenteCom a picada de uma cobraSei que eu não sou mais gente Quem corta e capinaÉ meu bom mestreE fui eu quem mandou cortarSalve o mestre OdilónDo Tronco do Juremá CapinheiroCorte meu capim assim 

103. Eu sou Manoel MaiorLá do pé-da-serraEu venho triunfandoVenho vencendo guerra A minha mãe me disseQue eu não tenha medoEu sou um caboclo feiticeiroO que é que eu vou temer Bota na cuia que eu quero beberE depois que eu beber o pau vai comer 

104. Eu destampei a minha panelaEu vou soltar o meu mangangáEnimigos tomem cuidadoQuando o mangangá chegar Bezouro PretoBezouro preto é mangangá Não querem que eu venhaNão querem que eu váNão querem que eu mande o bezouro prá lá Eita bicho prá voar – É bezouro Mangangá 

105. Pisa, pisa,Pisa no chão de maneiroQuem não pode com a formigaNão assanha o formigueiro Pisa, pisa,Pisa no chão devagarSe não pode com o bezouroNão assanha o mangangá 

106. É na fulo – ronca o bezouroÉ na fulo – deixa roncarÉ na fulo – ronca o bezouroE este Bezouro é Mangangá 

107. Oh que cidade tão linda

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É aquela que eu estou avistandoÉ a cidade de Capos-Verdes, senhores mestresÉ a cidade de Tertuliano E eu aviso aos senhores mestresQue a minha cidade ela tem ciênciaÉ de Ipanema, é de IpanemaTertuliano trabalhando na Jurema E Ele me ordenoupara um dia eu trabalharEis Tertuliano senhores mestresLá do Juremá Olha lá TertulianoOs teus príncipes estão te chamandoCom os poderes de Jesus CristoMalefícios transportando O menino está chorandoNa torrinha de BelémCala a boca meninoQue o recado vem 

108. Ele é TertulianoMorador da GameleiraMatou gente e bebeu sangueSó não saiu na carreira Ele é TertulianoÉ morador dos AfogadosNa direita ele é bonzinhoE na esqueda é malvado 

109. Eu fui prá mata eu carreguei para o segundo andarEu ouvi um mestre dizendoAnda ligeiro para agente triunfar Eu fui prá mata caçar imbiraEu só achei embira vermelhaEu ouvi um mestre dizendoO mestre João Ojá não trabalha em aldeia Eu fui prá mata e cortei meu cipóEu torci bem torcido eu calado é melhor Eu torci bem torcido.... 

110. Estava no meio da mataQuando ouvi uma cobra piarEla avisava a nós doisO que ia se passar Corte o pau machadeiroCorte o pau bem devagarSe não tiver bem cuidadoUm de nós dois vai ficar Machado bravo cortaMachado bravo cortou

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Arranque a rama e a raizQue Arranca-Touco chegou Camarada bomÉ um irmão do outroEnquanto um corta o pauO outro Arranca-Touco 

111. As estradas são suasE os caminhos são meusMas sou eu PaulinoEm nome de Deus Entre os vivos e os mortosEu não vou confiarMas sou eu PaulinoLá no Juremá Dá-me licença senhores mestresPara Paulino trabalhar 

112. Comprei, paguei, tive penaFoi na saída da fazendaQue meu garrote urrou Não tenho nada com issoA vida é um suplícioFeliz de quem Deus marcou Sou eu, sou euManoel Quebra-Pedras, sou eu Eu ando solto no mundoE ninguém nem me pegaCom cada cada fumaçaÉ um tombo, uma queda 

 113. Do Pina à Boa-Viagem

Os lapiões quem arrebenta sou eu Sou eu, sou euManoel Quebra-Pedras, sou eu Eu ando solto no mundoE ninguém nem me pegaCom cada cada fumaçaÉ um tombo, uma queda Do Pina à Boa-ViagemUm guarda quase me pegaFoi uma fumaça contráriaMandada por Quebra-Pedras Sou eu, sou euManoel Quebra-Pedras, sou eu Eu ando solto no mundoE ninguém nem me pegaCom cada cada fumaça

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É um tombo, uma queda 

114. Dou boa-noite meus senhoresZum zum zumComo vai, como passou?Zum zum zum Se meu pai é JuremeiroA minha mãe a juremaDiga, eu que quem sou?Sou Quebra-Pedras curador 

115. Do Pina à Boa Boa-ViagemTem um farol que parece o diaAviso a todos vocês ohhhhQue não se enganem com o farol do Matias Sou eu Durval, correio do mundoMeu saber é profundoNas ondas do mar A Dona Chiquinha, ela me falouEu quero conhecer a fundura do marPois sou mineiro, eu souEu sou de Minas Gerais Eu bebi Jurema, eu bebi JucáE olha lá malvado eu vou te derrubarSustenta o discípulo para não tombar 

116. Cidade minha,Oh cidade minha Mas o que faz o Sr. MestreNa cidade minha 

117.  Quem pisa macumbaBalança o dendê, oh cidade Olha o dendê, oh cidade 

118. Eu sou de AlagoasEu sou de AlagoinhaMas que pisada é esta oh mano?A pisada é minha A pisada é minhaA pisada é minha Eu fui na lata de farinhaEu fui no samburá de varaPeguei uma piabinha, d’aquela pequinininhaQue na linha deu um nóQue lá no mau não tinha A pisada é minhaA pisada é minha 

119. Maribondo amarelo me mordeuNa capela do olho e não doeu

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Bote a canga no boi Sr. Zé MatheusO ferreiro fez a foice e não bateuMas em todas paragens do mundo... ...Camarada leal só sou eu! 

120. Camarada, camaradaCamarada bom só euCamarada, camaradaQuem engana outro é judeu Dá-lhe senhores mestresCom cipó de caiumbinhoCom cipó de caiumbinhoCom cipó de caiumbinho 

121. Óh meu amigo, não repare o meu andarCambaleando sempre foi meu naturalEu sou pau-d’água, sou um rei, sou coroadoE nas quitandinhas eu sou freguês consciderado Nas quitandinhas eu sou freguês consideradoE os quitandeiros já não querem vender fiadoChega o polícia e me dá ordem de prisãoMe leva preso e eu vou dormir na detenção E as seis horas ninguém pode mais beberOs quitandeiros já não querem mais venderEu gosto sempre de andar na minha linhaTrago no bolso sempre a minha garrafinha Quando eu morrer quero na minha sepulturaUma pipa cheia de aguardente sem misturaUm encanamento que me leve até a bocaEm pouco tempo eu deixarei a pipa ocaMeu mestre me chamou e eu vim para trabalharEu sou Sibamba e bebo cana, não prometo prá faltarE com meu garrafão de pinga bebo aqui caio acolá Estou pensando, no que vou fazerO meu pensamento só está em você Meu arerê meu arerê – SibambaMeu arerê meu arerá – SibambaÉ um mestre velho e feiticeiro – SibambaQue não promete prá faltar – SibambaOnde a sua força está – SibambaEstá no Tronco do Juremá – Sibamba Quebre-o-galho Sibamba quebre-o-galhoQuebre-o-galho Sibamba quebre-o-galho Eu mandei chamar – SibambaPara trabalhar – Sibamba 

122. Na igreja do JuazeiroTem vinte e cinco janelasEm cada janela um cruzeiroEm cada cruzeiro uma vela 

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Na igreja do JuazeiroTem três castelos encantadosUm é feio, o outro é bonitoE o outro é malassombrado Eu vou lhe dizer meu nomePara você não se enganarEu me chamo Pedro PauNão mando, eu levo prá lá Eh marimbadêEh marimbadá 

123. Tomando cana, tomando canaTomando cana meu guará tomando canaToma cana meu guará......meu guará tomando cana 

124. Eu pisei na rama e a rama estremeceuTem cuidado com a cachaça morenoQuem bebeu morreu Eu pisei na rama, eu tornei a pisarTem cuidado com a cachaça morenoPara não se embriagar 

125. A cachaça é boaÉ do pé da jarraAqui mesmo eu beboAqui mesmo eu caioE aqui mesmo eu me levanto......sem dar trabalho 

126. Sibamba no mundoQue vida é esta tua?É tomando cachaça e caindo na rua Sibamba no mundoo que vai fazer?Ele vai para a barraca, ele vai beber~ 

127. Oh meu irmãoEle é mano meuCadê meu irmãoQue não vem sabar mais eu 

128. Eita MeninoSibamba está na terraEm cada ponta, uma linhaCom cada fumaça uma queda 

129. Eu fui a lagoa de baixoEu comprei um sapatoPor cuatro e quinhentos A força quem dá é o motorEntregando a NestorEle sopra no vento 

130. Em Gravatá em eletricidade

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E ninguém sabe quem foi que botou Foi um bom mestreQue veio da AlemanhaE os enimigos me apanhamNo pé do motor Enimigo me apanha... 

131. Oh zimzimzimEu sou um torto malvadoEu matei pai e matei mãeNas ondas do mar sagradoEu sou da umbandaEu sou da quibandaEu sou Pau-Torto da encruzilhadas 

132. Estou saudando, estou chamandoo bom mestre das Aroeirasque tanto mata, como curacomo deiza na poeira no meu sino Salomãotem um verme encarnado que encarnouAroeira é mestre, é bom mestreAroeira é mestre curador Que sustenta os seus filhos na juremaE sustenta os seus filhos no Nagô 

133.  Eu sou Coquinho-VermelhoQue mora na beira da praiaE no lugar que eu arreioOs catimbozeiros trabalham Eu já afirmei o meu pontoNa mata do cipuáO meu nome é tira-mandingaE arrebenta-patuá Catimbozeiro medrosoNão tenha medo de nadaSó tenha medo da morteE da Jurema sagrada Pontos cantados para os Boiadeiros 

134. Manoel BigodãoTraz na mão a sua guiadaNa vida material, senhores mestresFoi bom tocador de gado Tocou muito gadoTocou muita genteNa vida Bigodão, senhores mestresNunca encontrou valente 

135. A menina do sobradoMandou um recado por seu criadoEu mandei dizer a ela

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que estou vaqueijando o meu gado Auê boiadeiroEu só gosto do samaba rasgadoAuê boiadeiroEstou vaquejando o meu gado 

136. Chetu-ê chetu-áCorda de laçar meu boiChetu-ê chetu-áA corda do meu boi laçar 

137. Sambá, eh samba meuSamba meu samba de AngolaSamba meu eu quero sambar 

138. Nos cachos de seus cabelosNos cachos de seus cabelosEu bebi água de gravatá Sr. BoiadeiroEu bebi água de Gravatá Sr. Boiadeiro Eh eh eh boca-da-mataDeixa o boiadeiro passar boca da mata 

139.  Eu estava na beira da praia, meu manoEu estava levando sereno, meu manoSe não me der uma bicada, meu manoSeu samba não vai prá frente, meu mano Devagar com a louçaTome cuidado prá não se quebrarBem de vagar 

140. Sr. Boiadeiro por aqui choveuSr. Boiadeiro por aqui choveuChoveu choveu que alagaouFoi tanta que seu boi nadou Foi tanta água que seu boi nadou, Sr. BoiadeiroFoi tanta água que seu boi nadou 

141. Zingo lelê auê CaiçaZingo lelê é de sangue realMas eu sou filho eu sou neto da JuremaZingo lelê auê Cauiça Cauiça é um reiÉ um Orixá 

142. Na serra da BorboremaOnde a onça traquejavaSe eu morasse no pé da serraSe visse a onça eu matava Minha serra, minha terraEla lá e eu aquiEu só a Dues do céuQue me bote onde eu nasci  

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Pontos de demanda 

143. Eu estava na beira da linhaFazendo macumba quando o trem passouMe jogaram um balaio de martelos que vio do infernoQue o diabo mandou Pau-FerroPau martelou Pau martelou Pau-FerroPau martelou Pau-FerroPau martelou Pau-FerroA pisada é esta, é Pau-Ferro E a lapada que eu dou – de vagarFaz o nêgo chorar – devagarFumaçada que eu dou – devagarFaz o negô chorar – devagar Pau-Ferro... 

144. Eu estava na mataLimpando o meu terreiroMandei chamar o mestre Pau-FerroMatador de feiticeiros 

145. Na direita eu sou o ferroE na esquerda eu sou o açoJá chegou o mestre Pau-FerroPara tirar todos embaraços 

146. Atirei num pombo roxoMas matei uma ajurityA carne é poucaO que é que eu faço moço?É pena prá dividir Diga denovo – pena prá dividirEu não ouvi – pena prá dividirDiga outra vez – pena prá dividir Pau-Ferro.... 

147. Casa de palha é munquifoSe eu fosse o fogo eu queimavaOs catimbozeiros medrozosSe eu fosse a morte eu matava 

148. Eu quero ver se a lenha é forteSe o serrote não serrar Mas serra serroteSerrote serrá 

149. Andorinha pretaOnde é teu ninhoÉ no pé da carrapateiraÉ na casa do mau-vizinho 

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150. Se correr morreSe ficar apanhaEu vou botar meus enimigosEm uma casa de aranha 

151. Quando eu morrerQuando eu morrerPegue os meus axése plante no cruzambê para não chorarpara não sofrerpara não chorar, meu irmãoplante no cruzambê 

152. Foi uma festa muito grandeNo dia que eu me passeiMas alguém chorou.... ...Foi um recado que eu deixei 

153. Amigo brinque direitoPara não se atrapalharA minha esquerda é pesadaEu gosto é de malvadar Eu sou muito previnidoCom três penas de urubuEu trabalho com bicho da locaQue é o sapo cururuEquando eu estir perdendoEu solto o diabo atrás de tuCorre moleque... ...Com o diáboa traz de tu 

154. A minha pedra é pretaMas não cria lodoEu quero ver sabido e bomNa casa dos outros 

155. É Anjico-Preto,É anjiricóE eu só me acho satisfeitoNa mesa do catimbó 

156. É hoje mamãe é hojeO dia do meu baptizadoSe eu não vencer com Jesus CristoEu venço é com seiscentos diabos 

157. É com seiscentos diabosÉ com seiscentos diabosA macumba só é boaCom seiscentos diabos 

158. Jararaca CainanaQue atravessou o meu caminhoDe perto me queres bemE de longe falas de mim

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Oh jibóia......Cobra-Tamanduá 

159. Língua ferinaQue não se cansa de falarCuida mais de tua vidadeixa a minha em meu lugar 

160. Toda língua que fala o que não vêTem que ser torrada no dendêToda a língua que fala o que não éTem que ser cortada pelo pé 

161. Você tem despeito de mimPois não se conforma com o que Deus lhe deuMas se amanhã você seja felizTenha certeza que os axés são meus 

162. Sustenta o ponto meu mestreQue é da Jurema não caíQuando eu chamr você vemE quendo eu mandar você vai 

163. A minha terra é muito longeO meu gongá é na BahíaQuando precisar me chameSou Manuel CochéO coveiro da Bahia Oh dá-lhe dá-lheNa canela da defunta... 

164. Andei por muitas milhasDescalço com os pés no chãoPedindo a Deus poderosoPara me dar a proteção Me jogaram de casa prá foraE não me deram o endereço delaEu vou quebrar osso por ossoE vou jogar dentro da panela Cozinha fogo......os ossos dela! 

165. Comigo ninguém podeSó Deus e mais ninguémSou eu Antonio PereiraEu nunca fiz mau a ninguém Num dia de quarta-feiraEu fui a mata caçarCacei pinica-pauQue é pássaro bom prá pinicar Mas caçador quem foiQuem mandou você caçarCaçador quem te mandouVocê matar meu sabiá 

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166. Sabiá cantou na gaiolaMeu mestre eu quero meu camaleão Prá trabalhar - quero meu camaleãoPara assoitar - quero meu camaleãoPara afirmar- quero meu camaleãoPara derrubar - quero meu camaleão 

167. Ciência, não se encontraEm qualquer lugarÉ um dom que Deus dáQuando agente nasce já traz Meu amigo, minha amigaNão faça o que o outro fazQue aí você se atrapalhaPorque quer saber demais 

168. Disseram que esta casa não prestavaQue os senhores mestres só desciam prá beberO que eles não sabem, é o valor que eles teemOs senhores mestrem não fazem mal a ninguémSó fazem o bem 

169. Chora meninoE te cala JoséOs senhores mestres vem agoraCom a força de Lúcifer 

170. Eu vou subir lá na serraEu vou saudar uma Jurema pesadaEu vou saudar o meu pai BenedictoEu vou saudar a encruzilhada Nagô nagô nagôNa Bahía tem Xangô Na Bahía de meus sonhosA água do mar serenouAbalando a cidadeÉ de Benedicto nagô 

171. Sou eu JuremeiroNêgo velhor da BahíaEu sou um baiano velhorTrabalho na baixa-magia Eu bebo Jurema,E o aguardente eu bebo maisCom liambas e maconhasEu resolvo os meus trabalhos Eu vim da BahíaAtravessei o oceanoMe sustente esta giraSr. Augusto Baiano 

172. Óh Julho GomesVinde vinde me acudirNesta agonia, neste vexame

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Que eu me acho aqui Meu coração é de ouroMinha lança é de prataE a minha sementeÉ de chumbo, é um reiOnde vai deixa marca Venha meu mestre, venha me ajudarVou chamar o bom mestreLá do Juremá 

173. Valei-me CristoNo morro não há igualÉ ele Antonio da PalhaPerigoso marginal Pego pássaro na arrevoaPuxo cobra pelo raboE cururu piso de pé Eu sou filho da maconhaE querido das mulher Eu fumei maconhaEu fumei maconhaEu fui assaltante da rua da Gama 

174. Setenta anos,eu passei no pé da JuremaMas eu não tenho penade quem me faz o mal Se eu me zangareu boto fogo no rochedoO meu cachimbo é um segredoDesta vez vou me vingar Se eu vim de lá de láFoi com ordem do CriadorEu sou mestre, eu sou JuremeiroNa santa paz do Senhor Eu sou mestre, sou Juremeiro... 

175. Eu bem que lhe disseQue não duvidasseQue do povo da JuremaNinguém zombasse 

176. Meia-noite canta o galoDizendo Cristo nasceuSou eu João da CruzadaJoão da Cruzada sou eu 

177. Fizeram um despachoNa encruzilhada para me derrubarMas não adianta, não adiantaQue eu também sou de lá 

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O meu pai é OgumO meu pai é OgumA minha mãe é IemanjáTenho um compadre na giraQue é gavião e ele vai me ajudar Você vai penar.... 

178. Eu entrei de mata à dentroEu fui saudar, a Gavião-Preto da Mata E o meu pai é – Gavião-Preto da Mata Sarava Gavião, sarava gavião – Gavião-Preto da mata 

179. Cuidado amigoQue ele é um exu na mataNão zombe amigoÉ Gavião-Preto da Mata DeseninhaDeseninha Gavião 

180. Ele é Gavião, ele é passo bomEle não tem mendo de passar ninguém Ele é bom mestre, ele é JuremeiroMas do que ele não tem 

181. Na Bahía da atraçãoDeus vos salve meus irmãosQue eu venho aqui lhes visitarPreste atenção no que eu digoEu aviso aos meus amigosQuem pisa em terra alheiaPisa no chão devagar Em terra alheia... 

182. Eu sou dente de tubarãoAs barbatanas da baleiaE aviso aos amigosQue se acham em terra alheia Em terra alheia.... 

183. Aqui é a minha casaAqui é meu ilê, aqui é o meu gongáEu aviso ao sr. MoçoQuem pisa em terra alheia Sr. MoçoPisa no chão devagar Em terra alheia... 

184. Na mata vuouO meu lindo beija-flôrVocê me chama prá macumbaMas na macumba eu já estou Figurão

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Pisa macumba no chão 

185. Lírio cheirosoÉ o lírio de ManausE quanto mais o lírio cheiraMas o trunfo é pau, é pau, é pau Mas o tunfo é pau... 

186. O carroceu gira no arE o peão roda no chãoEnimigos e mal-fazejosVão rodar na minha mão Vão rodar, vão rodar.... 

187. Eu estava na minha cidadePara que mandaram me verMas quem tem mandaE quem não tem vai aprender Eu estava na minha cidadeE para que me mandou chamarQuem dever me apanhaQuem dever vai apanhar Quem me dever... 

188. Eu já plantei uma sementeNo quintal de um macumbeiroEle trabalha noite e diaE eu trabalho o ano inteiro 

189. Cego é quem não enxergapor uma cerca de varanão há quem cuspa prá cimaque não lhe caia na cara 

190. Eu entrei de mar a dentroCom a minha barca douradaNão julgue a vida dos outrospara a sua não ser julgada   Côcos de roda 

191. Mas olha o côco do para-cupacoPapagaioOlha o côco do para-cuméPapagaioEu não troco, não vendo nem douPapagaioEu não troco, não vendo, nem dou 

192. Eh piaba, eh piabaQue piaba danada prá nadar É piaba fêmea, é piaba machoÉ piaba em cima, é piaba em baixo

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 193. Andrelina, Andrelina

Eu tenho meu amor que é empregado na usina Que empregado na usinaE que trabalha com vaporTrabalha com gasolinaÉ empregado da usina 

194. Em Mangueira eu não vou maisPorque lá eu deixei penaPor causa de uma morenaQue os olhos dela me atrái Eu sou um filho sem paiMeu coração é de todosO meu pranto é silenciosoAi chorai meus olhos Chorai... 

195. O povo de ItapissumaTem uma sorte mesquinhaNo meio de tantos peixesMataram logo a Tnunha Depois da Tuninha mortaEstremeceu e gemeuCorriam lágrimas dos olhosQuando a Tuninha morreu

 196. Eu vou parar de fumar

E de tomar aguardenteEu vou ser da lei de crenteDe Deus do céu me ajudarEu vou ser crente da BaptistaOu então da Petencostal Eu comprei garrafa de canaLevei para o padre benzerO sacristão olhou e disseQue na batina do padre tem dendê Tem dendê, tem dendê... 

197. Eu mandei chamar um bom mestrePara encorar o meu zabumbaPois a festa em GameleiraÉ sábado, domingo e segunda A festa em Gameleira...

Pontos Cantados de Mestras de Jurema  

1. Ò jarêÒ jarê-ôÒ jarê, senhoras mestras oro 

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2. Está iluminada a nossa giraEstá cheio de flores o meu GongáSenhoras mestras vejam o que eu façoSenhoras mestras iluminem o caminhoPor onde eu passo 

3. Eu tenho um trancelim de ouroE a chuva fina não me molhaE se você não me quiserOutros querem e você chora 

4. Abram estas portas e estes caminhosQue é para muitos brotinhoscom corocoxô entrar eu quero perfumeeu quero cervejaprepare a mesa que Paulina chegou e ela traz prá vocêmuita paz e muito amor 

5. Paulina, vem verO teu palácioTodo enfeitado prá você O teu palácio está floridoO teu palácio tem palmeirasVocê é minha rainha,Amiga, mestra e feiticeira 

6. Cruzeiro mestre divinoNum trono estás assentadaEu estou saudando estouA Paulina da vida rasgada! No pé da palmeiraPaulina sentadaEla é PaulinaA mulher da vida rasgada No pé da palmeiraTem dois cabarésPaulina gosta de homemÉ a protectora das mulheres 

7. Tá tá táEla é PaulinaEla é demais 

8. Tim tim tim é flôr do marTim tim tim é flôr do marEstou saudando estouA Paulina da vida rasgadaÓ da vida rasgada 

9. Vem cá, vem cá PaulinaMe faz este catimbóMostra a tua força de mestraA primeira de Maceió

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 Eu quero é Paulina –da vida rasgadaPrá me ajudar – Paulina da vida rasgada 

10. Paulina não devia beberPaulina não devia fumarPois a sua fumaçaEla é de ventaniaE a sua cervejaÉ a espuma do marSalve Paulina…! 

11. Lá dentro de MaceióTem uma zona malucaLá dentro de MaceióPaulina foi mulher sóLá dentro de MaceióPaulina foi mulher só 

12. As flores que eu plantei foi prá PaulinaAs flores que eu plantei foi prá Paulina Paulina, mulher rica e faceiraMe ajuda mulher guerreiraNas horas que eu precisar Me ajuda mulher guerreira…

 13. É de melão melão – sabiá

É de bananeira – sabiáMestra Paulina é boa – sabiáMas é bandoleira – sabiá Estou amando, estou amando – sabiáA folhinha do capim – sabiáEstou amando a um neguinho – sabiáDo cabelo pichouim – sabiá Estou amando estou amando – sabiáA folhinha do dendê – sabiáEstou amando a um casado – sabiáSem a mulher dele saber – sabiá Se você quer vamos – sabiáE não se ponha a imaginar – sabiáQuem imagina cria medo – sabiáE quem tem medo não vai lá – sabiá Carrapateira miudinha – sabiáRasteirinha pelo chão – sabiáEu vou pedir a mestra Paulina – sabiáPara amarrar o teu coração – sabiá 

14. Lá no céu tem uma estrela que alumeiaQue alumeia, que ilumina o marQue alumeia, que clareia os oceanosQue clareia os oceanos e todas cidades dos ciganos 

15. Oh Joana D’ArcOh virgem soberana

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Dá-lhe força e mais poderA Paulina dos ciganos Ela é cigana velhaEla é cigana velhaDas correntes do Egipto Ela vai ler a sua mãoEla vai ler a sua mãoE vai dizer o seu destino Vai dizer o seu destinoVai dizer o seu destinoEla vai falar do seu amor Vai falar do seu amor…. 

16. Quem prometeuE a mim não me deuOlhe pra trás e veja quem sou eu Quem quer beber quem quer fumarQuem quer amarFaça assim como eu E quem quer amar…. 

17. Quando a água do mar levaQuando a água do mar trazQuando a água do mar virTraz meu amor para mim Não seengane não se enganeCom a choreta que eu fizerNão se engane não se enganeQue Paulina é muito mulher 

18. Eu só vim aqui ó PaulinaPela tua famaPela tua fama PaulinaPela tua fama  

19.  Coroada, coroadaCoroada por meu DeusMestre dos mestres, ai ai meu DeusSó existe um que é Deus! Que campos tão verdesVejo o meu gado todo espalhadoEstou na mesa da JuremaE venho juntando o meu gado Meu Deus valei-meAqui nesta ocasiãoSou eu Maria LuziáriaA princesa do mestre João Eu venho de galho em galhoEu venho pousando de flor em flor

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Sou eu Maria LuziáriaA primeira mestra do mundo Eu soltei o meu cachorro no matoE meu cachorro se chamava leãoEco eco eco meu cachorroCauã cauã cauã Cadê meu colar de ouroQue um homem casado me deuNa passagem da JuremaO meu colar se perdeu Perdeu, perdeu, perdeuEu só não perdi a famaQue o macho me deu… 

20. Amarelou amarelouE a flor da Jurema é LuziáriaTodo mundo pergunta quem é elaÉ a flor da Jurema, é Luziária 

21. Luziária, vem cumprirCom a tua sinaÉ bebendo água de cocoE tomando banho na praia do Pina 

22. Era uma noite de LuarCom uma lua prateadaLá no céu brilham as estrelasMas neste ilê brilha Maria Luziária 

23. Quando Deus andou no mundoUma luz lhe acompanhouEu não sabia que era elaA dona do meu amor Foi passada com quinze anosDentro da rua da GuíaEu vou lhe dizer seu nomeEla se chama é Ritinha Ela foi para a sua mãeUma filha querida, adoradaMas por não ouvir os seus conselhosLevou sete pecheiradas As amigas lhe chamavamMas era tudo prá malíciaE na hora do seu enterroSó quem foi, foi a polícia No dia do seu enterroNaquele negro caixãoAs despeitadas diziamDescansei meu coração O dia do seu enterroFoi um dia de alegriasTodos os homens choravam

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E as mulheres sorriam A Jurema quando nasceA ciência ela já trazEu só peço aos discípulos delaQue obedeçam aos seus pais E me sustenta o pontoE não deixa cairQue Ritinha chegouMas não é daqui. 

24. Ritinha levante a saiaRitinha dê sete nósPois debaixo da tua saia RitinhaTem catimbó 

25. Com quinze anos de idadeEla foi passear no ApoloGostou de um marinheiroQue se chamava Josué Por causa deste marinheiroEla mesma se matouCom duas duas navalhadasOs seus pulsos cortouMas o culpado disto tudo……Foi Josué! 

26. O mar pediu a Deus peixeE os peixes pediram funduraO homem a liberdadeA mulher a formosura Dizem que amar vem de sorteE sorte só é para quem temE como eu não tenho sorteEu não devo amar a ninguém Eu joguei o meu anzol n’águaEu botei a linha bem forteA linha no meio partiu-seTriste de quem não tem sorte Mas o culpado disso tudo……Foi Josué 

27. Cadê seu anel de pérolaCadê o seu anelãoQue Ritinha ganhou de um machoNa zona de Ribeirão 

28. Chorar prá quêSe a hora já chegouChorar prá que se Jesus já me chamouO que fazem com as mãosEu desmancho com os pésSou eu RitinhaA rainhas dos cabarésCorar prá que?

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 29. Eu vou beber, vou farriar

Para a polícia me chamarEu moro em Casa AmarelaLá nas Sete EncruzilhadasE quem quizer saber meu nomeSou eu Maria Navalhada Vai pró Japão jandaiaVai pró Japão jandaiaQue este ponto afirmadoÉ de navalha…. 

30. Ó Anália,Cadê Maria Navalha? Ela é moça bonitaQue se veste com sete saiasEu procuro mas não vejoCadê Maria Navalha 

31. Eu vinha pelo caminhoQuando encontrei aquela mulata assanhada Mas ela éÉ da vida rasgadaMas ela éÉ Francisca falada 

32. Ela não é curandeiraMas trabalha com erva moura E para quem quiser saber seu nomeEla é Maria Leonoura 

33. Na rua das margurasOnde a mestra Leonoura moravaEla chorava por um rapazEla chorava por um rapazEla chorava por um marinheiroQue não lhe amava 

34. Ela não é feiaMas também não é bonitaE na verdade Leonoura éA verdadeira rapariga 

35. Assoita, assoitaE vira os pontos que quero ver quem é Ela é Joana Pé-de-ChitaA rainha dos candomblésE o que fazem com as mãosEla desmancha com os pés 

36. Os meus passarinhos estão cantandoAlegres no meu jardimPedindo um confortoPara todas as minhas amigasNeste salão de Ananí

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 Deus abençoe a estes homensMe repare quem quiserPois o homem ganha dinheiro, minhas amigasPrá dar dinheiro a mulher Eu amei e foi amadaE ainda tenho quem me querPois mulher para ser mulher da vida, minhas amigasTem que saber ser mulher 

37. De João PessoaEla governou a ParaíbaFoi lá que ela perdeu a vidaMorreu no Hotel da Condessa Cara conheçaQue ela não é condessa moleE quem com muitas pedras boleUma lhe cai na cabeça 

38. Maria agoi o jardimMeu pé de lírio morreuMaria agoi o jardimE trate de mim que eu sou teu Na passagem do riachoMaria me deu a mãoE prometeu a Zé da PingaQue lhe dava um garrafãoO prometido é devidoÉ chegada a ocasião 

39. Chora, chora meninaPorque chorar sempre foi a tua sinaMas agora tu tens alguém prá te ajudarTu confias em JercinaE a tua vida vai mudar Chora, chora meninaPorque chorar sempre foi a tua sinaEu já chorei, agora não choro maisPor causa de um homem que me passou prá atrás 

40. Que noite tão lindaNesta farra de amorEla é Tarciana, que vem bebendo com seus machosE relembrando o seu amor…lá lá laia laia 

41. Ela é Maria LuizaLá da rua da GuíaE com uma esteira e um candeeiroEla fazia o que queria Ela ganhava em uma esquinaE levava para uma barreiraMaria Luísa é aquelaQue carrega uma esteira Maria Luísa é aquela…

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 42. Mas que noite linda

É a noite de lua cheiaO sol saindo e eu aplaudindoAdmirando a Natureza Ora iê iê iê iê iê-ôArro boboi oxumarêOra iê iê iê iê iê-ôComo é bonita a natureza! 

43. Foi no primeiro do anoNa casa de um camaradaEu vi duas baianas na estradaCorrerem para casa chorando Mas o acaso não foi enganoEu bebo até lascar o canoE quero me casar com elaMoreninha óEu sou louco por você 

44. Eu ando bebendoDe madrugadaPelas calçadas só para te esquecer A nossa amizade já não adiantaÁgua demais mata as plantasE eu não consigo te esquecer 

45. Eu bebo porque tenho cabeçaMas só vou pra casaQuando o cabaré se fecha Eu tenho amigos bonsEu tenho amigos ruinsEu tenho amigos bonsMas o cabaré ficou pra mim Eu bebo, porque estou bebendoSe você bebe é porque sabe o que está fazendo Eu não tenho amigo bomEu só amigo ruimEu não tenho amigo bomMas o cabaré ficou prá mim Mas se aquele homem bomChegasse aqui agoraO cabaré se fechaE não vou prá casa agora O cabaré se fecha…. 

46. Eu vou me vingar de teu amorE vou fazer você chorar por mimVocê zombou de quem não mereciaAgora sofre viva a sua agonia Eu vou me vingar….

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 47. Eu tenho o seu nome gravado

Em meu “sino” SalomãoE tenho seu nome debaixo de meu péO seu coração preso na minha mão 

48. Você dizia que me amavaE porque me abandonou?O seu amor é pedaço de papelQue caiu na água e se molhouArranje um outro amor que o meu acabou 

49. Mulher, mulherEu não tenho medo do teu marido Se ele é bom na faca eu sou no facãoSe ele é bom na resa eu na oraçãoSe ele diz que sim eu digo que nãoSe ele é Virgolino eu sou Lampião Mulher, mulherQuanto mais carinhosaMais falsa ela é 

50. Ah! Como é triste a minha vidaA vida de uma mulher sozinhaNa porta de um cabaréPedindo um copo de cerveja Um dá o outro não dáUm quer o outro não querÉ um só para me amarE cinquenta prá me conhecer 

51. A sua vida era senta em uma mesaMuita cerveja e cigarros para fumarHomens e mulheresAlegremente lhe aplaudiamJuliana cantava e sorria pois ela quer pazOnde ela chegar

52. Baculejou baculejaBaculejou baculeja

   

 Quando a maré baixarEu vou ver JulianaEu vou ver Juliana êhEu vou ver Juliana ah! 

53. Semente de maravilhaQue eu tenho na cidade plantadaSou eu a mestra GeorginaA filha de um rei coroado Campos verdes e águas clarasE muitas flores no meu jardimSão saberes e são ciênciasSão passados que pertencem a mim 

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Eu venho saudando a mesa mestraEu venho saudando os príncipes mestresE os discípulos que nela estão Mas eu vim prá cidade e eu não vim brincarEu vim pra cidade para trabalhar 

54. Sou eu, sou euSou eu que cheguei agoraSendo eu a mestra PaulinaA feiticeira do rei de Angola Salve Georgina no ataêSalve Georgina no ataáE quando ela chega na macumbebêNa macumbebê na macumba arriá É na macumbebê… 

55. Georgina temTem cinco dedos em cada mãoTem cinco dedos em cada péGosta de homem e de mulher 

56. Ana, óh AnaÓh Ana das encruzilhadasEla protege a mulher sozinhaEla ajuda a mulher casada Mas é por issoQue eu digo, eu repito minha amigaSalve Ana das EncruzilhadasÓ Ana 

57. Mas olha a saia dela meninoOlha a saia dela meninoOlha a saia dela meninoComo é liberal Como é liberal, como é liberalOlha a saia dela meninoComo voua solta no ar 

58. Uma voz chamou á minha portaE era voz misteriosa a responderEra um alguém que me chamava de amorzinhoPrecisava de um carinhoE que outrora já foi meu… 

59. Você tem despeito de mimE não se conforma com que Deus lhe deuMas se amanhã você seja felizTenha certeza que o axé foi meuFoi meu! 

60. Não disfarça de mimE nem me queira experimentarNão disfarça de mim passe você para meu lugar… …você sabe que eu fui puta

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Sim, fui mulher de cabaréMas não disfarça de mimPasse você para o meu lugar 

61. Eu estava dormindoMe acordeiEu li tu carta, vi teu retrato e chorei Óh mulher deixa o homem se virarToma cana e manda brasaQuem é casado não casaMas tem direito de amar… 

62. Com meus cabelos loirosNos ombros arriadosSou eu Maria das CampinasMaria das Campinas sou eu Mas eu vim pra cidadeE não vim brincarEu vim pra cidade para trabalhar 

63. Eu estava na beira do caisQuando o meu navio apitouBrincando com as tartarugas, ai meu DeusA Júlia Galega sou eu Coragem meus marinheirosCoragem para trabalharO meu navio está no porto , ai meu DeusA Júlia galega sou eu Marinheiro olha a ondaE não vá se descuidarPorque moça bonita lá no mar não tombaMas tombam marinheiros com a pancada do mar!  Pontos de despedida de mestras: 

64. Ela vai embora e todo mundo choraE vai soltar o seu papagaioQue está preso na gaiola 

65. Casa dos outros não é boa moradiaBem que eu lhe diziaQue eu vou……Pra rua da Guía! 

66. Adeus, eu vou-me emboraChegou a hora de quem gosta de mimEu sei que tu chorasMas o teu pranto um dia vai ter fimAdeus eu vou-me embora

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