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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O SENADO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 1 SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL Seja bem-vindo(a)! Esta é a nossa “sala de aula”. Aqui nos prepararemos para mais um importante concurso: o do Senado Federal. Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001. Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, interpretação de texto e redação oficial voltadas para concursos públicos. Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial. Integro o quadro de instrutores da Esaf e recentemente lecionei o curso de Redação de Correspondências Oficiais e Atualização Gramatical para auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal. Aqui no Ponto já participei de diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me envolvi com os seguintes preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU, MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC), TJSP, Abin, INSS, Ministério do Turismo. Meu endereço eletrônico é [email protected] . Sempre que precisar, faça contato comigo. Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que esteja envolvido com aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos demais alunos. LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO SENADO FEDERAL Quem se submeteu ao último concurso do Senado se lembra de que a banca examinadora foi a Fundação Getúlio Vargas (FGV) – uma banca

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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O SENADO FEDERAL

TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA

AULA 0

www.pontodosconcursos.com.br 1

SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL

Seja bem-vindo(a)! Esta é a nossa “sala de aula”. Aqui nos

prepararemos para mais um importante concurso: o do Senado Federal.

Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert

Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília

(UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e

Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo

Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001. Iniciei

minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde

2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, interpretação de texto e

redação oficial voltadas para concursos públicos. Durante quase seis anos

estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de

capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e

redação oficial. Integro o quadro de instrutores da Esaf e recentemente

lecionei o curso de Redação de Correspondências Oficiais e Atualização

Gramatical para auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal.

Aqui no Ponto já participei de diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me

envolvi com os seguintes preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE,

TCU, MinC, MPOG, DPU, MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC), TJSP, Abin, INSS,

Ministério do Turismo. Meu endereço eletrônico é

[email protected]. Sempre que precisar, faça contato comigo.

Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que esteja envolvido com

aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos demais alunos.

LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO SENADO FEDERAL

Quem se submeteu ao último concurso do Senado se lembra de

que a banca examinadora foi a Fundação Getúlio Vargas (FGV) – uma banca

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respeitadíssima que, em matéria de Língua Portuguesa, normalmente

apresenta textos demasiadamente longos, poucas questões de

interpretação e muitas questões sobre aspectos gramaticais da Língua.

Em 2008, nossa disciplina teve peso 2 e veio com 20 questões (40

pontos) nas provas objetivas de CONSULTOR, ANALISTA e TÉCNICO. Isso sem

falar na prova de redação, também com peso 2. Assim, Língua Portuguesa

foi uma das disciplinas mais importantes do concurso passado.

Eis abaixo o conteúdo programático que constou no último edital:

Leitura e análise de textos. Estruturação do texto e dos parágrafos. Articulação

do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores seqüenciais.

Significação contextual de palavras e expressões. Interpretação:

pressuposições e inferências; implícitos e subentendidos. Variedades de texto e

adequação de linguagem. Equivalência e transformação de estruturas. Discurso

direto e indireto. Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. Emprego

de tempos e modos verbais. Pontuação. Estrutura e formação de palavras.

Funções das classes de palavras. Flexão nominal e verbal. Pronomes:

emprego, formas de tratamento e colocação. Concordância nominal e verbal.

Regência nominal e verbal. Ocorrência de crase. Ortografia oficial. Acentuação

gráfica. Redação Oficial (Manual de Redação da Presidência da República e

Manuais de Elaboração de Textos do Senado Federal)

O CURSO QUE PROPONHO

Não temos ainda a certeza de que o concurso vindouro será

organizado pela FGV. Isso tem uma relevância muito grande para alunos e

professores. Todos ficamos sujeitos a alguns ajustes durante o curso

causados justamente pela definição da banca e, em seguida, do

conteúdo programático. Todavia não há motivo para desânimo. Aliás, um

forte candidato não estuda na última hora; antes, antecipa-se aos fatos.

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Este é um curso de teoria e exercícios. Está baseado no

programa do concurso anterior e dividido em nove aulas (incluindo esta, a

aula demonstrativa). O conteúdo programático está assim distribuído:

AULA CONTEÚDO

0

Apresentação do curso

Ortografia oficial

Acentuação gráfica

1

Texto e discurso

Significação contextual de palavras e expressões

Leitura, análise e interpretação

Coesão e coerência

Tipologia textual

Adequação da linguagem

Paráfrase e paródia

Discurso direto e indireto

2 Classe, estrutura e formação de palavras

Flexão nominal

3

Verbo: emprego de tempos e modos

Flexão verbal

Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação

4 Sintaxe da oração

5 Sintaxe do período

6

Pontuação

Regência verbal e nominal

Ocorrências de crase

7 Concordância verbal e nominal

8 Redação oficial

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Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente pela

FGV para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos e os itens (será

respeitada a grafia original dos enunciados). Ocorrendo a abordagem de

assuntos diversos em uma mesma questão, as alternativas serão

tratadas separadamente conforme cada caso específico. Assim, poderei

utilizar um mesmo texto (ou fragmento dele) para apresentar as diversas

assertivas. Portanto não estranhe se isso acontecer. O procedimento é

puramente didático. Dessa forma, pretendo familiarizar você – futuro servidor

do Senado Federal – com aquilo que a Getúlio Vargas cobra sobre determinado

assunto da Língua Portuguesa em concursos públicos.

Outro esclarecimento que preciso fazer desde já é sobre a forma

como conduziremos nossos estudos. Este não é um curso só de resolução

de exercícios. Significa dizer que também nos ocuparemos com os

aspectos teóricos sobre os itens do programa, sem prejuízo das

resoluções das questões de provas anteriores.

Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor

forma possível. Solicito que você interaja comigo por meio de mensagens

eletrônicas no fórum de discussão. A sua participação é fundamental para o

bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa.

ORTOGRAFIA

No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das palavras

é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário ortográfico da

língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a forma oficial de

escrever as palavras.

Apesar da vigência do novo Acordo Ortográfico, as regras antigas e

as novas conviverão até 31 de dezembro 2012. Isso porque o presidente Lula,

por meio do Decreto nº 6.583, de 26 de setembro de 2008, além de ter

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promulgado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – que foi assinado em

Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 – também estabeleceu um período de

transição: “de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o

qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma

estabelecida”.

É verdade ainda que é humanamente impossível saber a grafia de

todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da dificuldade

que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada oficialmente pela ABL em

19 de março de 2009, tem 976 páginas, 340 mil verbetes e outras coisas mais.

Você se atreve a decorar tudo isso?!

Entretanto, podemos sistematizar a grafia de certas palavras,

em decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que

veremos aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil

no momento de resolver uma ou outra questão de concurso. Não estou

dizendo que tudo se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas.

O que você precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais,

revistas e dicionários deverá ser somada à minha explicação.

Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre que

for preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras ortográficas

• Usa-se, normalmente, a letra X:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – depois de ditongos ameixa, frouxo, peixe Recauchutar

2 – depois da sílaba EN enxame, enxergar

encher, encharcar,

enchova, enchumaçar e

derivados dessas

palavras

3 – depois da sílaba ME, mexa (verbo), mexerico mecha (substantivo) =

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quando “fechada” pronúncia “aberta”

1. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) “Em primeiro

lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os

mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem

interferências externas, na alocação dos recursos.” (L.37-40)

No trecho acima, grafou-se corretamente a palavra xeque, de acordo com

o sentido pretendido no texto.

Assinale a alternativa em que não se tenha mantido correção gráfica ao

utilizar a palavra destacada.

(A) Finalmente o enxadrista deu o xeque-mate.

(B) Com ética e consciência cidadã, o povo dará um cheque à corrupção.

(C) Chegou em visita ao Congresso o xeque árabe.

(D) Porque estava sem talão, teve de pedir um cheque avulso.

(E) Deixe que eu cheque a lista de passageiros.

Comentário – Alternativa A: no jogo de xadrez, lance em que o rei recebe

ameaça indefensável. A palavra grafa-se com X.

Alternativa B: em sentido figurado, xeque (com X) representa

um acontecimento que põe fim a uma situação. Eis, portanto, o erro.

Alternativa C: alguém pode ter ficado em dúvida, pois o mais

comum é a palavra ser grafada xeique. Porém a grafia xeque (com X) também

significa soberano entre os árabes.

Alternativa D: significa ordem de pagamento por meio de

documento fornecido por um banco a quem nele tem conta, que equivale a

dinheiro. Grafa-se com CH.

Alternativa E: derivado do verbo checar, com CH. Significa

examinar, conferir, verificar.

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Resposta – B

• Usa-se, normalmente, a letra G:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nos sufixos AGEM,

IGEM e UGEM

viagem (substantivo),

vertigem, ferrugem

pajem, lajem,

lambujem

2 – nos sufixos AGIO,

EGIO, IGIO, OGIO e

UGIO

pedágio, colégio,

prestígio, relógio,

refúgio

3 – nas palavras

derivadas daquelas que

possuem G no radical

(você perceberá que

esse princípio vale

também para o emprego

de outras letras)

margem/margear,

homenagem/homenagear

monge/monja, eu dirijo

(flexão do verbo dirigir).

Imaginem se

mantivéssemos a letra

“g” nas palavras

derivadas...

• Usa-se, normalmente, a letra J:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras de

origem indígena,

africana e árabe

pajé, jibóia, jeca,

jenipapo, jirau, jiló,

cafajeste, jerico,

jequitibá

2 – nas flexões dos

verbos que possuem J

no radical

viajar (verbo) – que eles

viajem; bocejar – eu

bocejei

3 – nas palavras

derivadas daquelas que

gorja – gorjeta; lisonja –

lisonjeado

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possuem J no radical

4 – nas palavras de

origem latina

jeito, hoje, majestade,

injetar, objeto, ultraje

• Usa-se, normalmente, a letra Ç:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras

derivadas daquelas que

possuem T no radical

exceto – exceção, setor

– seção, cantar – canção

2 – nas palavras de

origem indígena, árabe e

africana

miçanga, paçoca,

muriçoca, muçulmano,

açougue, açoite

3 – nos sufixos AÇU e

AÇO

babaçu, Paraguaçu,

Nova Iguaçu, golaço,

poetaço, atrevidaço

4 – depois de ditongo compleição, feição,

beiço

• Usa-se, normalmente, a letra S:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nos substantivos que

designam origem, título

honorífico e feminino

chinês, japonês,

baronesa, duquesa,

sacerdotisa, poetisa

2 – Nos sufixos ASE,

ESE, ISI e OSE

fase, ascese, eletrólise,

apoteose

3 – nos sufixos OSO e

OSA

formoso, formosa,

gostoso, gostosa

4 – nas palavras

derivadas daquelas que

iludir – ilusão, defender

– defesa; divertir –

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possuem D, RT ou RG no

seu radical

diversão, inverter –

inversão; imergir –

imersão, submergir –

submersão

5 – no prefixo TRANS e

nos seus derivados

transatlântico,

trasladar (ou

transladar)

6 – após os ditongos maisena, Sousa, coisa

7 – nas formas verbais

derivadas dos verbos

QUERER e PÔR

quis, quisera, pusera,

compusera

• Usa-se, normalmente, SS:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras

derivadas daquelas que

possuem as expressões

CED, GRED, PRIM, MIT,

MET e CUT no radical

suceder – sucessão,

regredir – regressão,

comprimir –

compressão, demitir –

demissão, intrometer –

intromissão, discutir –

discussão

2 – prefixo terminado

em vogal + palavra

começada por S

pre + sentir = pressentir

(repare que o “s” foi

duplicado”)

• Usa-se, normalmente, a letra Z:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas terminações EZ insensato – insensatez,

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e EZA, formando

substantivos

abstratos derivados de

adjetivos

nu – nudez; claro –

clareza, belo – beleza

2 – nas terminações

IZAR, formando

infinitivos verbais

sintonia – sintonizar,

real – realizar, visual –

visualizar

a) se a palavra possuir

S em sua parte final, o

infinitivo verbal também

levará S: análise –

analisar, paralisia –

paralisar;

b) Hipnose – hipnotizar;

Síntese – sintetizar;

Batismo – batizar;

Catequese – catequizar;

Ênfase – enfatizar.

(Lembre-se da sigla de

um famoso banco, só

que com E no final:

HSBCE).

3 – como consoante de

ligação

pé + udo = pezudo; guri

+ ada = gurizada

• Usa-se, normalmente, a letra H:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras ligadas

por hífen em que o

segundo elemento

começa com H

anti-higiênico, pré-

histórico, super-homem desarmonia, lobisomem

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2 – na palavra Bahia as palavras derivadas

não possuem H: baiano

• Verbos terminados em EAR e IAR:

1 – são irregulares os

verbos terminados em

EAR; eles recebem a

letra I nas formas

rizotônicas (eu, tu, ele,

eles – a sílaba tônica

integra o radical)

passear: passeio,

passeias, passeia,

passeamos, passeais,

passeiam

2 – são regulares os

verbos terminados em

IAR

premiar: premio,

premias, premia,

premiamos, premiais,

premiam

Mediar, Ansiar,

Remediar, Incendiar,

Odiar (MARIO): apesar

de terminarem em IAR,

são irregulares e

recebem a letra E nas

formas rizotônicas (eu,

tu, ele, eles): odeio,

odeias, odeia, odiamos,

odiais, odeiam

• As letras K, W e Y (conforme o novo Acordo Ortográfico)

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k,

w e y.

a A j J s S

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b B k K t T

c C l L u U

d D m M v V

e E n N w W

f F o O x X

g G p P y Y

h H q Q z Z

i I r R

A essa altura você deve estar se perguntando: “Por que as letras

k, w e y voltaram ao alfabeto?”, “Quais as consequências práticas?”, “Alguma

palavra será grafada de forma diferente?”, “Como deverão ser usadas?”, “Elas

são vogais ou consoantes?”, “Como é a pronúncia do w?”.

As letras k (cá ou capa) – letra oriunda do alfabeto fenício (kaph),

adotada pelos gregos (kapa) e depois pelos romanos (capa) –, w (dábliu) –

letra usada nas línguas inglesa, em que soa como o “u”, e alemã, em que é

pronunciada como “v” – e y (ípsilon) – letra com som de “i” –, que na verdade

não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são

usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km

(quilômetro), kg (quilograma), W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus

derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang,

William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Bem, e o que acontece agora que elas estão oficialmente

introduzidas no nosso alfabeto? Haverá mudanças na grafia de alguma

palavra? Deveremos escrever “kilômetro” em vez de “quilômetro”?

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Na prática, nada muda na grafia das palavras, pois a reintrodução

das letras K, W e Y em nosso alfabeto NÃO AUMENTA SEU USO. Essas três

letrinhas continuam sendo usadas em NOMES PRÓPRIOS ORIUNDOS DE

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, como nos exemplos abaixo:

Byron; Darwin; Franklin; Taylor; Wagner; Wilson; Kardec;

Também continuam sendo usadas nas PALAVRAS DERIVADAS DE

NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS. Veja alguns exemplos:

byroniano (relativo a Lord Byron, poeta inglês, autor da obra Don

Juan);

kantismo (doutrina filosófica de Immanuel Kant, filósofo alemão);

kardecismo (doutrina espírita do pensador francês Allan Kardec);

kardecista (relativo ao kardecismo, seguidor dessa doutrina);

kuwaitiano (indivíduo natural do Kuwait);

As letras K, W e Y também são usadas em SIGLAS, SÍMBOLOS E

PALAVRAS INTERNACIONALMENTE ADOTADAS como:

TWA (Trans World Airlines);

KLM (Koninklijke Luchtvaart Maatschappij, em português:

Companhia Real de Aviação);

kw (quilowatt);

watt;

yd (jarda, do inglês yard);

K (Potássio);

W (Tungstênio);

Y (Ítrio);

Kr (Criptônio);

W - oeste (West);

SW - sudoeste (southwest);

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NW - noroeste (northwest).

Você aí já se perguntou se ESSAS LETRAS SERÃO CLASSIFICADAS

COMO VOGAL OU CONSOANTE?!?! Certo, vejamos como elas poderão se

comportar.

As novas letras do alfabeto deverão ser classificadas em vogais ou

consoantes, DE ACORDO COM A FORMA COMO SÃO PRONUNCIADAS nas

palavras em que aparecem.

O K será sempre CONSOANTE, pois sempre é pronunciado como

o C antes das vogais A, O e U e como o dígrafo QU antes de E

e I.

Já o Y será VOGAL ou SEMIVOGAL, pois normalmente é

pronunciado como se fosse um I.

A letra W pode assumir o papel de VOGAL (ou SEMIVOGAL) ou

CONSOANTE. Nas palavras de origem inglesa, por ser

normalmente pronunciado como U, o W será vogal ou

semivogal:

Wallace; waffle; show; Wilson; windows; watt (uote).

Nas palavras de origem alemã, o W normalmente é pronunciado

como um V, e, assim, será uma CONSOANTE:

Walter; Wagner; Volkswagen.

Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES que,

certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por uma ou

outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que, volta e

meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são.

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• MAL x MAU

a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,

refere-se a um verbo)

b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa

adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)

c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um substantivo,

contrário de bom)

ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a mesma

classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é importante porque

a banca examinadora pode sugerir o contrário. A FGV, por exemplo, pode

selecionar duas frases de um texto em que esses vocábulos aparecem,

destacá-los e formular a seguinte assertiva: “Nas linhas X e Y, os vocábulos

em destaque possuem a mesma classificação gramatical”. Muito cuidado antes

de responder. Como vimos anteriormente, isso nem sempre será verdade.

Quero que note ainda as diferentes classificações dos vocábulos que surgirão

nos próximos exemplos.

• POR QUE x POR QUÊ

a) Por que você não veio? (preposição + pronome interrogativo, usado no

início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)

b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase

interrogativa é indireta)

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c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e

o “quê” é tônico)

d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome

relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

• PORQUE x PORQUÊ

a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,

indica circunstância de causa)

b) Fique quieto, porque você está incomodando. (conjunção coordenativa

explicativa)

c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de determinante, é

substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

Atenção! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta), use

a expressão separada.

2. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) O aproveitamento das oportunidades

que estão surgindo é valioso porque, além da realização pessoal na vida

profissional, é um atalho para melhora dos níveis de renda e de bem-estar

de fatias cada vez maiores da população brasileira. (L.63-67)

No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas do porquê.

Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais

profundamente, calamo-nos.

(B) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.

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(C) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade não

era valorizada.

(D) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-la?

(E) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

Comentário – O examinador quer que apontemos o emprego incorreto.

Naturalmente ele tentou complicar um pouco as coisas para os candidatos.

Fique atento!

Alternativa A: a grafia correta é “por que” (= por qual

motivo). Separada e com acento, a expressão vem em final de orações

interrogativas (diretas ou indiretas).

Alternativa B: troque “por que” por pelas quais e ateste que

estamos diante de preposição + pronome relativo. O emprego está correto.

Alternativa C: repare que a trecho “...por que (...) sua

habilidade não era valorizada” denuncia uma pergunta indireta (as indagações

indiretas normalmente são orações subordinadas [objetivas diretas] a outra

oração principal). Emprego correto.

Alternativa D: aqui você precisa de um pouquinho mais de

atençaõ, pois o examinador inverteu a ordem natural das orações. Primeiro ele

escreveu a oração subordinada causal e depois a oração princial. Vamos

reorganizar o quebra-cabeça: “Não íamos demonstrá-la porque nossa

habilidade não era valorizada?”. Mesmo sendo uma frase interrogativa, repare

que o “porque” é uma conjunção causal, que estabelece uma relação de causa

e efeito entre as oraçãoes que articula. Emprego correto.

Alternativa E: agora o “quê” (que também complementa o

sentido de um verbo transitivo direto) é tônico e deve, por isso, ser acentuado.

Emprego correto.

Resposta – A

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• SENÃO x SE NÃO

a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica

alternância de ideias que se excluem mutuamente)

b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,

porém,)

c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é

substantivo)

d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção

subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas

quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE

a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de

+ os –, equivale-se a sobre)

b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.

(refere-se a acontecimento passado)

c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (refere-se a acontecimento

futuro)

• AFIM x A FIM DE

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a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em

número para com ele concordar)

b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,

denota finalidade, objetivo, intenção)

• DEMAIS x DE MAIS

a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo, equivale-

se a muito, demasiadamente, em excesso)

b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido substantivo,

equivale-se a outros, vem precedido de artigo)

c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de menos)

• ONDE x DONDE x AONDE

a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a

preposição em, na língua portuguesa não existe a contração nonde, indicada

por em + onde)

b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em

razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +

onde)

c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige, também

por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal “vai”:

“Aonde” = a + onde)

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• MAS x MAIS

a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa

adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)

b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,

refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)

c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a

substantivo)

• HÁ x A

a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento passado)

b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro)

• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE

a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas pessoas.

(indica posição contrária, colisão, confronto)

A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.

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b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição favorável,

concordância)

• À-TOA x À TOA (o novo Acordo retirou o hífen)

a) Ele era uma pessoa à-toa (à toa). (locução adjetiva invariável;

refere-se a um substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante)

b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo, sem

rumo certo, a esmo, sem fazer nada)

• DIA-A-DIA x DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen)

a) O dia-a-dia (dia a dia) do operário brasileiro é desgastante.

(substantivo, precedido por artigo, equivale-se a cotidiano)

b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de

tempo, equivale-se a diariamente)

• TAMPOUCO x TÃO POUCO

a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa.

(advérbio de negação, equivale-se a também não)

b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de

intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo)

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c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a outro

advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo)

A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram

introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Resumirei aqui os casos

importantes. Ressalto que até 31 de dezembro de 2012 as regras antigas e

novas poderão ser usadas (NA REDAÇÃO, UTILIZE APENAS UMA DELAS).

EMPREGO DO HÍFEN NA PREFIXAÇÃO

• Regras Antigas

1 – Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, ULTRA, NEO,

PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA: antes de VOGAL, H, R e S.

Exemplos: auto-educação, contra-almirante, semi-selvagem, ultra-rápido,

supra-sumo.

EXCEÇÃO: extraordinário.

2 – Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE: antes de H, R ou S.

Exemplos: anti-higiênico, arqui-rabino, ante-sala, sobre-saia.

EXCEÇÔES: sobressair, sobressalente, sobressaltar, sobressalto.

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL ICMS/2007) Em antimaterialista, utilizou-se

corretamente a regra de emprego do hífen com o prefixo anti-. Assinale a

alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) anti-higiênico

(B) antiaéreo

(C) anti-rábico

(D) anti-semita

(E) anti-inflacionário

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Comentário – A questão deve analisada conforme o sistema ortográfico

antigo. Portanto a grafia correta da palavra constante na última opção é

antiinflacionário.

É bom ressaltar que o novo Acordo mudou a regra, como

veremos a seguir (anti-inflacionário).

Resposta – E

3 – Com o prefixo SUPER: antes de H ou R.

Exemplos: super-homem, super-rápido.

4 – Com os prefixos AD, AB, OB, SOB, SUB: antes de R.

Exemplos: ab-rogar, sob-roda, sub-reino.

CUIDADO: SUB antes de B: sub-bibliotecário.

4. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Em não-efetivação (L.33),

utilizou-se corretamente o hífen. Das palavras abaixo, somente uma está

correta. Assinale-a.

(A) sócio-ambiental

(B) tele-reportagem

(C) macro-encefalia

(D) trans-humano

(E) sub-reptício

Comentário – Segundo o novo sistema ortográfico, não se emprega o hífen

com as palavras não e quase com função prefixal: não agressão, não

fumante, quase delito, quase equilíbrio etc. Mas a questão deve ser analisada

sob as regras antigas ainda.

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Como acabei de explicar, a grafia de sub-reptício realmente

está correta. Saiba você que a regra acima foi mantida pelo novo Acordo

Ortográfico.

Alternativa A: sócio- integra um grupo de prefixos e

pseudoprefixos nunca seguidos de hífen. Nesse grupo estão: acro-, cardio-,

eletro-, hemi-, hepta-, hidro-, intro-, macro-, micro-, neuro-, orto-, tele-,

trans-, uni- etc. Eis a grafia correta: socioambiental. Deve ser ressaltado

que o novo Acordo eliminou a referida lista e passou a dispor, genericamente,

que o hífen será usado quando a palavra seguinte iniciar com a mesma vogal

que encerra o elemento anterior: micro-ondas, por exemplo.

Alternativa B: depois do que foi dito anteriormente, basta

acrescentar que, para que se preserve a integridade fonética, é necessário

duplicar a letra R: telerreportagem. O novo Acordo manteve a grafia.

Alternativa C: ainda fundamentados no que foi descrito sobre

o item A, a grafia correta é macroencefalia.

Alternativa D: temos aqui outro elemento citado no

comentário da primeira alternativa. Por conseguinte a escrita correta é

transumano, com o descarte da letra H. Essa escrita também foi mantida

pelo novo sistema ortográfico.

Resposta – E

5 – Com os prefixos MAL e PAN: antes de VOGAL e H.

Exemplos: pan-americano, mal-humorado.

6 – Com os prefixos PÓS, PRÉ e PRÓ: quando tônicos, serão separados por

hífen.

Exemplos: pós-graduação, pré-vestibular, pró-paz.

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5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008 – adaptada)

“‘Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pósguerra, mas

não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito

nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.’” (L.60-63)

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O antônimo de bem-sucedidas é “malsucedidas”.

II. A palavra pós-guerra é grafada com hífen, assim como toda palavra que

trouxer o prefixo "pós-".

Comentário – Item I: o contrário de bem é mal, que não deve ser confundido

com mau, contrário de bom (falarei mais desse aspecto algumas linhas

abaixo). A respeito do uso ou não do hífen, não consta nas regras que ele será

usado quando a palavra seguinte iniciar-se por S. Também não há necessidade

de duplicar a consoante, pois a integridade fonética é preservada mesmo com

a junção dos elementos.

Item II: o erro está na parte final da assertiva. Usa-se hífen

com os prefixos pré, pós, pró (tônicos e acentuados com autonomia):

pró-labore, pós-operatório, pré-história etc. Se os prefixos não forem

autônomos, não haverá hífen: predeterminado, pressupor, pospor, propor.

Resposta – Itens errados.

• Regras Novas

Prefixos Usa hífen Não usa hífen

Agro, ante, anti, arqui, auto,

contra, extra, infra, intra,

macro, mega, micro, maxi,

mini, semi, sobre, supra,

tele, ultra...

Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com vogal igual à

última do prefixo: auto-

-hipnose, auto-

a) Em todos os demais

casos: autorretrato,

autossustentável,

autoanálise,

autocontrole,

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-observação, anti-herói,

anti-imperalista, micro-

-ondas, mini-hotel

antirracista, antissocial,

antivírus, minidicionário,

minissaia, minirreforma,

ultrassom... (perceba

que as letras R e S

são duplicadas).

b) Quando se usam os

prefixos des- e in-,

caem o h e o hífen:

desumano, inabitável,

desonra, inábil.

c) Também com os

prefixos co- e re- caem

o h e o hífen: coordenar,

coerdeiro, coabitar,

reabilitar, reeditar,

reeleição.

Hiper, inter, super

Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com r: super-homem,

inter-regional

Em todos os demais

casos: hiperinflação,

supersônico

Sub

Quando a palavra

seguinte começa com b,

h ou r: sub-base, sub-

-reino, sub-humano

Em todos os demais

casos: subsecretário,

subeditor

Vice Sempre: vice-rei, vice-

presidente

Pan, circum, mal Quando a palavra Em todos os demais

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seguinte começa com h,

m, n ou vogais: pan-

americano, circum-

hospitalar

casos: pansexual,

circuncisão

Quero enfatizar as seguintes mudanças:

1 – Com prefixos, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história,

mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal

com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,

autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição,

extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto,

semiesférico, semiopaco.

3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo

elemento começar pela mesma consoante.

Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,

super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.

4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo

elemento começar por vogal.

Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,

interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico,

superexigente, superinteressante, superotimismo.

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ATENÇÃO! Torno a dizer que, em virtude do período de transição, todos nós

podemos usar as duas regras ortográficas até 31 de dezembro de 2012. Sendo

assim, fique atento porque as bancas examinadoras tentarão confundi-lo.

Possivelmente, elaborarão questões em que se substitui uma forma pela outra.

Em seguida, perguntarão se “quanto à correção gramatical e à coerência

textual, a alteração feita traz prejuízo ao texto”. Quando se tratar de mera

adequação às novas regras, a alteração é facultativa por enquanto.

6. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A palavra

megadiversidade foi grafada corretamente no texto. Assinale a alternativa

em que, compondo-se palavra com o elemento mega-, obedeceu-se às

regras de ortografia.

(A) mega-homenagem

(B) megaipótese

(C) mega sucesso

(D) megaritual

(E) mega-evento

Comentário – Aqui é preciso proceder com muita atenção. Note que a

questão deve ser analisada conforme o sistema ortográfico antigo.

a) O elemento mega- não se ligava ao vocábulo seguinte por

meio de hífen: megaevento. Isso foi mantido pelo novo

Acordo Ortográfico.

b) Nos casos em que o segundo elemento fosse iniciado pelas

consoantes R e S, deveríamos duplicar o emprego delas:

megarritual, megassucesso. Isso também foi mantido

pelo novo Acordo Ortográfico.

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c) Nos casos em que o segundo elemento fosse iniciado pela

letra H, esta desaparecia e os elementos uniam-se sem

hífen: megaipótese, megaomenagem. Isso foi mudado

pelo novo Acordo Ortográfico. Atualmente o H é mantido; e

o hífen, empregado: mega-hipótese; mega-

homenagem.

Resposta – B

EMPREGO DO HÍFEN NA COMPOSIÇÃO

A regra geral para palavras compostas é que se deve empregar o

hífen APENAS SE OS SEUS ELEMENTOS FORMADORES (palavras que formam o

composto) PERDERAM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que a palavra

composta adquirisse um significado único. Observe os exemplos seguintes.

Abaixo assinado x abaixo-assinado

Mesa redonda x mesa-redonda

testa de ferro x testa-de-ferro

Sem o hífen, as palavras mantêm seu significado individual.

Abaixo assinado – indivíduo que subscreve, que assina abaixo de

um texto ou reivindicação.

Mesa redonda – é uma mesa de formato redondo.

Nas palavras compostas, nas quais o hífen é usado, repare que OS

ELEMENTOS FORMADORES PERDEM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que

a palavra composta formada adquira um significado completamente novo.

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Abaixo-assinado – é o documento que normalmente contém um

texto ou reivindicação assinada por várias

pessoas.

Mesa-redonda – é uma reunião destinada a debater determinado

assunto.

Fique de olho agora nas regras estabelecidas pelo atual Acordo

Ortográfico.

1. Usa-se o hífen quando, nos COMPOSTOS SEM ELEMENTO DE LIGAÇÃO

(de, da, do etc.), o primeiro termo é um substantivo, adjetivo, numeral ou

verbo.

abaixo-assinado, amor-perfeito, água-marinha, ano-luz, arco-íris,

beija-flor, decreto-lei, joão-ninguém, médico-cirurgião, mesa-

redonda, tenente-coronel, tio-avô, zé-povinho, afro-brasileiro,

azul-escuro, amor-perfeito, boa-fé, guarda-costas, guarda-noturno,

má-fé, mato-grossense, norte-americano, sempre-viva, sobrinha-

neta, sócio-econômico, sul-africano, verbo-nominal, primeiro-

ministro, segundo-sargento, segunda-feira, conta-gotas, guarda-

chuva, vaga-lume, porta-aviões, porta-retrato, porta-moedas etc.

As palavras iniciadas por afro, anglo, euro, franco, indo, luso,

sino e outros adjetivos pátrios, reduzidos ou não, seguidos por outros

adjetivos pátrios, serão grafadas com hífen:

afro-americano, luso-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático,

euro-afro-americano, greco-romano, latino-americano etc.

Observação: indo-chinês se refere à Índia e à China, mas indochinês se

refere à Indochina, assim como centro-africano se refere à porção central

da África, enquanto centroafricano se refere à República Centroafricana.

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Os compostos em que há uso de apóstrofo no elemento de ligação

entre as palavras também serão grafados com hífen:

cobra-d'água, mãe-d'água, olho-d'água, mestre-d'armas.

O novo Acordo Ortográfico não trata especificamente de compostos

formados de palavras repetidas ou parecidas; mas, por analogia, esses

compostos se acomodam na primeira regra e, por isso, são hifenizados:

blá-blá-blá, reco-reco, lenga-lenga, zum-zum-zum, tico-tico, xique-

xique, zás-trás, zigue-zague, pingue-pongue, tique-taque.

Emprega-se o hífen quando a primeira palavra for além, aquém,

recém, bem e sem:

além-mar, aquém-mar, recém-casado, recém-eleito, recém-

nascido, bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, bem-criado,

bem-dizer, bem-mandado, bem-nascido, bem-vestido, bem-vindo,

bem-visto, sem-número, sem-vergonha, sem-terra.

Em alguns casos, o advérbio bem se junta à segunda palavra, sem uso do

hífen: benfeitor, benfeitoria, benquerer, benquisto, etc.

2. Tratando-se de nomes geográficos, emprega-se o hífen em qualquer dos

casos abaixo:

– iniciados por Grã e Grão: Grã-Bretanha, Grão-Pará;

– iniciados por forma verbal: Abre-Campo, Passa-Quatro, Quebra-

Costas, Quebra-Dentes;

– ligados por artigo: Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Trás-

os-Montes.

Os demais nomes geográficos compostos grafam-se sem hífen:

América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde etc.

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Exceção: Guiné-Bissau

Os adjetivos gentílicos, que são adjetivos que se referem ao local

de nascimento, quando derivados de nomes compostos, serão hifenizados:

belo-horizontino (Belo Horizonte)

cabo-verdiano (Cabo Verde)

americano-do-sul (América do Sul)

mato-grossense (Mato Grosso)

mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul)

juiz-forano (Juiz de Fora)

cruzeirense-do-sul (Cruzeiro do Sul)

3. O hífen também é empregado em nomes compostos de espécies botânicas

e zoológicas:

Andorinha-do-mar, bem-me-quer, bem-te-vi, coco-da-baía, couve-

flor, dente-de-leão, erva-doce, fava-de-santo-inácio, feijão-verde,

joão-de-barro, lesma-de-conchinha, vassoura-de-bruxa etc.

Atenção! Se o significado da palavra composta for outro, o hífen não será

usado.

não-me-toques (espécie de planta)

Ela é cheia de não me toques. (melindres, frescuras)

O hífen também é usado para ligar palavras que se combinam para

formar encadeamentos vocabulares.

A ponte Rio-Niterói;

o trecho Paraná-Goiás;

a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;

o acordo Brasil-Inglaterra;

a liga Itália-França-Alemanha.

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EMPREGO DE SIGLAS

Antes de passarmos às regras de acentuação, devo comentar com

você o emprego de siglas, assunto que a FGV também gosta de explorar em

suas provas. Vejamos a questão abaixo.

7. (FGV/JUIZ/TJ-MS/2008) Utilizou-se corretamente a regra moderna de

grafia de siglas em OMC (L.12), ONU (L.28) e FMI (L.29).

Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) AGU

(B) ADI

(C) Emerj

(D) EMATRA

(E) PIS

Comentário – Na prática, eliminam-se modernamente os pontos abreviativos

nas siglas, pois o propósito delas é poupar tempo e espaço.

Siglas formadas por até três letras (independentemente de

serem elas vogais ou consoantes) são grafadas com iniciais maiúsculas: AGU,

ADI, PIS.

Siglas expressas por quatro letras ou mais devem observar os

seguintes preceitos:

a) se a sigla é pronunciada como se um vocábulo fosse, isto

é, com a presença de uma vogal por sílaba, grafa-se a inicial maiúscula e o

restante em minúscula: Ematra, Emerj, Embrapa, Ematur, Embratel etc;

b) se a sigla não é silabável, todas as letras são escritas em

maiúscula: PSDB, FGTS, IPTU etc.

Resposta – D

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A partir de agora, vamos mudar o foco da aula para falarmos sobre

acentuação gráfica, que também é mais um tópico do programa. Novamente,

apresentarei as regras antigas e as novas. Tudo da forma mais clara e objetiva

possível. Comecemos assim:

REGRAS GERAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa

língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da

vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos

vocábulos:

1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS o acento é empregado naqueles

terminados por A(S), E(S) ou O(S)

Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só.

CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles

serão acentuados: pré-técnico, pró-labore.

Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir,

prosseguir.

Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por

pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas, as

vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os pronomes

oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá-lo; pôs + os =

pô-los; fez + a = fê-la.

2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) usa-se o acento

quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS:

Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns

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CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão

acentuados, salvo se estiverem em hiato.

Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo

3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) são acentuados aqueles

que terminam em I(S), U(S), Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS, DITONGO

ORAL.

Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável,

abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, ions, vôlei, jóquei, história, gênio.

CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por EM

ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen ou

pólenes)

Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão

acentuados: semi-histórico, super-homem.

4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) todos são

acentuados.

Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.

8. (FGV/SERC-MS/Analista de TI/2006) Assinale a alternativa em que o

vocábulo não tenha sido acentuado pela mesma regra que os demais.

(A) atrás

(B) lá

(C) ninguém

(D) vovó

(E) você

Comentário – O monossílabo tônico lá destoa dos demais vocábulos, que são

oxítonos terminados em “-ás”, “-em”, “-ó” e “-ê”, respectivamente.

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Resposta – B

9. (FGV/CODESP/NÍVEL SUPERIOR/2010) Assinale a palavra que tenha sido

acentuada por regra DISTINTA das demais.

(A) relógio (L.47)

(B) deficiências (L.23)

(C) distância ( L.58)

(D) nível (L.4)

(E) níveis (L.66)

Comentário – Você perceberá como esse assunto é recorrente nas provas da

FGV. As questões não são difíceis, mas requerem atenção.

Se você achou que a palavra “níveis” deveria corresponder ao

gabarito porque não é paroxítona terminada em ditongo crescente como

“relógio”, “deficiências” e “distância”, deve ter errado. Peço que volte à

explicação sobre as regras de acentuação das paroxítonas e releia o que eu

disse naquela parte da aula: DITONGO ORAL, exatamente o que a FGV

entendeu (você verá na próxima questão que esse entendimento não é

recente, já vem de outros anos).

A palavra “nível” é a única paroxítona cuja regra de

acentuação destoa da demais.

Resposta – D

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) A palavra êxito

(L.62) recebeu acento por se tratar de proparoxítona. Nas alternativas a

seguir, em que todas as palavras estão propositalmente grafadas sem

acento, uma naturalmente não receberia acento por não se tratar de

proparoxítona. Assinale-a.

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(A) interim.

(B) rubrica.

(C) recondito.

(D) arquetipo.

(E) lugubre.

Comentário – A banca explorou uma corriqueira confusão que muitas pessoas

fazem ao pronunciar certas palavras (o significado delas aqui é o que menos

importa). O conhecimento da pequena lista abaixo facilitaria a vida dos

candidatos.

Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas

cateter austero ádvena

Cister avaro aeródromo

condor aziago aerólito

Nobel gratuito aríete

negus fortuito arquétipo

novel ibero crisântemo

Gibraltar batavo édito (ordem judical)

hangar ciclope elétrodo

obus látex hieróglifo

oximel maquinaria ímprobo

masseter edito (lei, decreto) ínterim

mister filantropo lêvedo

ureter misantropo lúgubre

necromancia munícipe

rubrica notívago (ou noctívago)

nenúfar protótipo

pudico recôndito

recorde trânsfuga

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vermífugo

zênite

Resposta – B

REGRAS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA (note as mudanças

introduzidas pelas novas regras)

1 – HIATOS

a) Acentua-se a primeira vogal dos hiatos ÔO, ÊE.

Ex.: vôo, enjôos, crêem, dêem, lêem, vêem. (3ª pessoa do plural dos verbos

crer, dar, ler e ver)

ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, esses acentos deixam de existir:

voo, enjoo, creem, deem, leem, veem. Mas até 31/12/2012 é possível usá-los.

b) As vogais I(S) e U(S), quando formarem a sílaba tônica e ocuparem a

segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.

Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo.

Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não ocupam

a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.

CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou vierem

seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa-ir, ju-iz,

ra-i-nha.

Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica, não

se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma planta).

O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si-mo.

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ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após ditongos

e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura. Ressalto que até

31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento: baiúca, feiúra.

Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo

Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, ou seja, a

palavra é oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças

ortográficas.

Comércio exterior da Baixada Santista

atinge US$ 1,6 bilhão no 12 trimestre

O comércio exterior das nove cidades da

Baixada Santista, a exemplo do brasileiro, deixou

para trás a crise econômica que reduziu as trocas

internacionais nos últimos dois anos. No primeiro

5 trimestre do ano, os negócios de importação e

exportação fechados na região somaram US$ 1,668

bilhão, montante 37,76% maior do que o registrado

no mesmo período do ano passado.

Na comparação com o primeiro trimestre

10 do ano passado, a variação foi melhor do

que a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. As

nove cidades da região metropolitana foram

responsáveis por 2,15% dos registros de negócio

para o mercado internacional.

15 Os dados da balança comercial brasileira

foram divulgados ontem pelo Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Estas informações são um parâmetro para se medir

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a importância de cada cidade para o comércio

20 exterior brasileiro.

No caso da Baixada Santista, os números

são amplificados naturalmente devido à

proximidade com o Porto de Santos, pelo qual

empresas e órgãos públicos de cada município

25 podem promover despachos e desembaraços de

mercadorias, conforme suas necessidades e

contando com maior facilidade.

(Samuel Rodrigues. A Tribuna. Santos, 16 de abril de 2010)

11. (FGV/CODESP/TÉC. EM INFORMÁTICA/2010) No texto, há casos de

palavras acentuadas por regras diferentes. Nas alternativas a seguir,

encontram-se exemplos das regras presentes no texto, À EXCECÃO DE

UMA. Assinale-a.

(A) Panamá

(B) rádio

(C) parágrafo

(D) saúde

(E) fé

Comentário – Depois do que já vimos até aqui sobre regras de acentuação,

você tem condições assinalar corretamente a resposta certa.

Alternativa A: a acentuação de Panamá enquadra-se nas

regras das oxítonas. Incrivelmente, não existe no texto nenhuma palavra

acentuada pela mesma regra. Esta opção, por conseguinte, é a que você deve

ter marcado – eu creio. Ou vai me dizer que você pensou que “País” (l. 11)

também recebe acento pelo mesmo motivo? Se isso aconteceu, volte às regras

dos hiatos, item “b”.

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Alternativa B: em rádio, o acento foi usado porque a palavra é

paroxítona terminada em ditongo oral, a exemplo de “municípios”,

“negócios”, “comércio”, “responsáveis”, “ministério”, “indústria”, “importância”.

Alternativa C: parágrafo é proparoxítona, e todas devem ser

acentuadas: “públicos”, “parâmetros”, “últimos”, “econômica”, “período”,

“números”.

Alternativa D: agora você pode fundamentar sua resposta na

regra dos hiatos (item “b”). A exemplo de saúde (aliás, foi este o exemplo que

usei na minha explicação), é acentuado o vocábulo “País”.

Alternativa E: lembre-se de que os monossílabos tônicos

terminados em a(s), e(s) ou o(s) são acentuado, como fé e “trás” (l. 3).

Resposta – A

12. (FGV/BESC/NÍVEL SUPERIOR/2004) Assinale a alternativa em que a

palavra NÃO siga a mesma regra de acentuação que “óbvio” (L.19).

(A) necessário (L.8)

(B) juízes (L.24)

(C) início (L.46)

(D) cenário (L.47)

(E) monetário (L.53)

Comentário – Você já notou que o texto é dispensável, então vamos

economizar tempo, papel e tinta. Sugiro que separemos as sílabas da palavra

“óbvio”, com a indicação da sílaba tônica: ób-vio. Notou que ela é paroxítona

terminada em ditongo oral? Faça o mesmo com as palavras constantes em A,

C, D e E para constatar que elas também se enquadram na mesma regra.

Agora tomemos a palavra juízes: ju-í-zes. “Professor, ela também é

paroxítona!”, alguém deve ter gritado. Mas observe atentamente que nas

regras das paroxítonas não existe razão para acentuar as que terminam em

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“es” (esse enquadramento é para as oxítonas). Em juízes, o acento agudo no

-í- se deve à regra do hiato, item “b”.

Resposta – B

13. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2009) Assinale a

alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra

distinta das demais.

(A) Amazônia

(B) planetária

(C) resistência

(D) níveis

(E) países

Comentário – Achou algo parecido? Pois é, as questões se repetem mesmo,

com leves mudanças. Até a palavra níveis é a mesma. Por quê? Provavelmente

porque a banca sabe que muitos candidatos pensam logo no tal ditongo

crescente. Mas reafirmo aqui o que disse antes: DITONGO ORAL, como em

Amazônia, planetária e resistência.

A palavra países recebe acento porque a vogal -í- representa a

segunda vogal do hiato, constitui a sílaba tônica da palavra e está sozinha

(poderia estar acompanhada de -s, como em país.).

Resposta – E

14. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em que

a palavra indicada tenha sido acentuada por regra distinta das demais.

(A) instituídas (L.4)

(B) transparência (L.14)

(C) remuneratório (L.6)

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(D) Judiciário (L.2)

(E) Ministério (L.88)

Comentário – Sem sombra de dúvidas – pois agora as palavras constantes

nas opções B, C, D e E são realmente paroxítonas terminadas em ditongo

crescente – você deve ter assinalado a palavra “instruídas”. Esta recai na regra

descrita acima sobre hiato: ins-tru-í-das.

Nunca é demais dizer que a regra é DITONGO ORAL,

independentemente de ser crescente ou decrescente.

Resposta – A

15. (FGV/POTIGÁS/CONTADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa em que a

palavra tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que país (L.9).

(A) Bolívia (L.9)

(B) gás (L.24)

(C) pivô (L.59)

(D) comércio (L.72)

(E) reconstruí-la (l.77)

Comentário – Já está evidente que as palavras “Bolívia” e “comércio” são

acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo oral. Também não

é difícil perceber que “gás” é monossílaba tônica terminada em “as” e que

“pivô” enquadra-se nas regras das oxítonas terminadas em -o(s).

Restou a opção E, que trouxe a vogal -í- como a segunda do

hiato existente em re-cons-tru-í-la, sendo ela mesma a sílaba tônica da

palavra e estando sozinha na sílaba. É isso que também justifica a acentuação

da palavra “país” (a diferença é que aqui a vogal está acompanha da

consoante –s, mas isso é possível, conforme já expliquei).

Permita-me “colocar mais lenha na fogueira”. Como você

justificaria, por exemplo, os acentos nas palavras construí-la-íamos (=

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construiríamos + a) e construí-la-ás (= construirás + a)? Não vai dizer que

você tremeu? Mantenha a calma e analise cada elemento separadamente:

a) construí-: já está claro o motivo do acento agudo

(inclusive foi objeto do exercício que motivou esta

discussão);

-la-: pronome oblíquo átono não recebe acento (compare

com o substantivo lá (nota musical) e o advérbio lá,

ambos monossílabos tônicos;

-íamos: elemento que se encaixa nas regras das

proparoxítonas: todas são acentuadas.

b) construí-: não preciso mais explicar;

-la-: também dispensa explicação;

-às: monossílabo tônico, como pá, já, vá etc.

Resposta – E

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que

NÃO tenha sido acentuada pela mesma regra que as demais.

(A) até (L.73)

(B) está (L.44)

(C) País (L.35)

(D) biogás (L.55)

(E) contará (L.60)

Comentário – Já percebeu que o vocábulo “País” é figurinha marcada nas

provas da FGV quando o assunto é acentuação? Na questão anterior, expliquei

que o acento agudo fundamenta-se na regra dos hiatos, e não na regra das

oxítonas, como “até”, “está”, “biogás” e “contará”. É bom ficar atento!

Resposta – C

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2 – DITONGOS

a) ÉU, ÉI, ÓI: quando tônicos e abertos.

Ex.: chapéu, assembléia, jibóia, céu, papéis.

CUIDADO! Os ditongos abertos EU, EI e OI, quando não constituírem a sílaba

tônica (formarem a sílaba subtônica), não serão acentuados: ceuzinho,

pasteizinhos, anzoizinhos.

ATENÇÃO! O novo Acordo Ortográfico estabeleceu que esses ditongos não

serão mais acentuados quando ocuparem a penúltima posição da sílaba, ou

seja, quando o vocábulo for paroxítono: assembleia, jiboia, ideia, europeia,

heroico. Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo

Ortográfico.

17. (FGV/POTIGAS/NÍVEL MÉDIO/2006) Assinale a alternativa em que o

vocábulo tenha sido acentuado por regra distinta da dos demais.

(A) família (L.2)

(B) ciência (L.5)

(C) possíveis (L.6)

(D) conseqüência (L.13)

(E) asteróides (L.22)

Comentário – Olha o DITONGO ORAL aí de novo, gente! É isso o que justifica

os acentos nas palavras paroxítonas constantes das alternativas A, B, C e D.

Em “asteróide”, apesar de a palavra também ser paroxítona, o

motivo da acentuação é outro: ditongo “-oi-” aberto e tônico. Esse acento

deixou de existir por causa do novo Acordo Ortográfico, que o manteve apenas

em palavras oxítonas e monossílabas: herói, mói (até 31/12/2012 é possível

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usá-lo). Contudo a prova foi em 2006, quando (quase) ninguém falava da

mudança ortográfica.

Resposta – E

18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR/2008 – adaptada) “E no alto da torre exibo-te o

varal. Onde balança ao léu minh’alma” (versos 24 e 25).

A respeito dos versos acima, julgue o item seguinte: o acento em “léu” se

justifica como acento diferencial, para não se confundir com o verbo leu.

Comentário – Isso é balela. O vocábulo “léu” é ditongo tônico e aberto; a

forma verbal leu também é tônica, mas a pronúncia é fechada, como os

pronomes possessivos seu, meu, teu.

Resposta – item errado.

3 – GUE e QUI

a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá

trema quando for pronunciada fracamente; sendo, pois, semivogal.

Ex.: eloqüente, agüentar, pingüim, lingüiça.

b) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá

acento agudo quando for pronunciada fortemente; sendo, pois, vogal.

Ex.: averigúe, obliqúes, apazigúe.

CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá nenhum

acento: quilo, quente. O que temos aqui é simplesmente um dígrafo

representado pelas letras “qu”.

Ainda que seja pronunciada, não receberá nenhum acento gráfico

se estiver diante de A ou de O: água, quota (ou cota).

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ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento

agudo no U tônico dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI de verbos como averiguar,

apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar. Repito: até 31/12/2012 estaremos no

período de transição, sendo aceitas as duas formas.

19. (FGV/SSP-RJ/PERITO/2009 – adaptada) Julgue a assertiva abaixo:

Em “O público brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a

respeito de possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus

governantes chamam de dívidas ilegítimas.”, há uma palavra com grafia

incorreta.

Comentário – Muita gente escorregou aqui, pois acharam que o vocábulo

“frequência”, sem trema, estava escrito erradamente. Contudo, os candidatos

se esqueceram de que o novo Acordo Ortográfico passou a vigorar em 1º de

janeiro de 2009. Como expliquei acima, o trema foi abolido por ele. Portanto o

item deveria ter sido julgado incorreto.

Resposta – Item errado.

4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi

abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo; todavia

o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a faculdade

quanto ao uso)

O acento diferencial (agudo ou circunflexo) é utilizado para

distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. A seguir,

apresento uma pequena relação.

Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

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Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos tônicos

terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S), E(S) e O(S)

recebem acento: má, fé, nó. É muito comum as bancas examinadoras

explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por exemplo,

um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo mesmo) e

perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a forma verbal

empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um nome plural. Fique

atento para esse detalhe.

Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial)

não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto,

continue a usá-lo.

Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do presente

do indicativo)

ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o

motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm, provém/provêm,

todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma correspondente à

terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em virtude de ser uma

oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à terceira pessoa do

plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do singular.

20. (FGV/BADESC/NÍVEL MÉDIO/2010) A palavra têm, na frase “estes últimos

têm consciência plena” (L.46), recebe acento gráfico porque:

(A) está no plural.

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(B) termina em consoante.

(C) é monossílaba átona.

(D) começa com consoante.

(E) contém vogal aberta.

Comentário – Ficou fácil responder a esta questão, não é mesmo? O verbo

ter foi conjugado na terceira pessoa do plural para concordar com o sujeito:

“estes últimos” (= eles). Esclareço que o verbo é tônico, e não átono conforme

disse o examinador na opção C.

Resposta – A

Côa – côas (forma do verbo COAR)

Coa – coas (contração entre a preposição com e o artigo a(s))

Pára (flexão do verbo PARAR)

Para (preposição)

Péla (flexão do verbo PELAR)

Pela (contração da preposição e artigo)

Pêra (substantivo = fruta – no plural não leva acento: peras)

Péra (substantivo = pedra)

Pera (preposição arcaica)

Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)

Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)

ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Vocês

devem usá-lo.

Póla (substantivo = pancadaria)

Pôla (substantivo = broto de árvore)

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Polo(a) (contração arcaica de preposição e artigo)

Pólo (substantivo = cada uma das extremidades do eixo da Terra)

Pôlo (substantivo = filhote de gavião)

Pôr (verbo)

Por (preposição)

ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR.

Vocês devem usá-lo.

Fôrma (substantivo = molde)

Forma (substantivo = disposição exterior de algo)

ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as

palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais

clara: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Não se esqueça de que o novo Acordo Ortográfico está em vigor e

que a Academia Brasileira de Letras já lançou oficialmente o novo VOLP.

Portanto nada impede de as bancas examinadoras exigirem de você

conhecimentos a respeito dele.

Fique com Deus e até a próxima aula!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) “Em primeiro

lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os

mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem

interferências externas, na alocação dos recursos.” (L.37-40)

No trecho acima, grafou-se corretamente a palavra xeque, de acordo com

o sentido pretendido no texto.

Assinale a alternativa em que não se tenha mantido correção gráfica ao

utilizar a palavra destacada.

(A) Finalmente o enxadrista deu o xeque-mate.

(B) Com ética e consciência cidadã, o povo dará um cheque à corrupção.

(C) Chegou em visita ao Congresso o xeque árabe.

(D) Porque estava sem talão, teve de pedir um cheque avulso.

(E) Deixe que eu cheque a lista de passageiros.

2. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) O aproveitamento das oportunidades

que estão surgindo é valioso porque, além da realização pessoal na vida

profissional, é um atalho para melhora dos níveis de renda e de bem-estar

de fatias cada vez maiores da população brasileira. (L.63-67)

No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas do porquê.

Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais

profundamente, calamo-nos.

(B) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.

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(C) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade não

era valorizada.

(D) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-la?

(E) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL ICMS/2007) Em antimaterialista, utilizou-se

corretamente a regra de emprego do hífen com o prefixo anti-. Assinale a

alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) anti-higiênico

(B) antiaéreo

(C) anti-rábico

(D) anti-semita

(E) anti-inflacionário

4. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Em não-efetivação (L.33),

utilizou-se corretamente o hífen. Das palavras abaixo, somente uma está

correta. Assinale-a.

(A) sócio-ambiental

(B) tele-reportagem

(C) macro-encefalia

(D) trans-humano

(E) sub-reptício

5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008 – adaptada)

“‘Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pósguerra, mas

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não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito

nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.’” (L.60-63)

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O antônimo de bem-sucedidas é “malsucedidas”.

II. A palavra pós-guerra é grafada com hífen, assim como toda palavra que

trouxer o prefixo "pós-".

6. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A palavra

megadiversidade foi grafada corretamente no texto. Assinale a alternativa

em que, compondo-se palavra com o elemento mega-, obedeceu-se às

regras de ortografia.

(A) mega-homenagem

(B) megaipótese

(C) mega sucesso

(D) megaritual

(E) mega-evento

7. (FGV/JUIZ/TJ-MS/2008) Utilizou-se corretamente a regra moderna de

grafia de siglas em OMC (L.12), ONU (L.28) e FMI (L.29).

Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) AGU

(B) ADI

(C) Emerj

(D) EMATRA

(E) PIS

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8. (FGV/SERC-MS/Analista de TI/2006) Assinale a alternativa em que o

vocábulo não tenha sido acentuado pela mesma regra que os demais.

(A) atrás

(B) lá

(C) ninguém

(D) vovó

(E) você

9. (FGV/CODESP/NÍVEL SUPERIOR/2010) Assinale a palavra que tenha sido

acentuada por regra DISTINTA das demais.

(A) relógio (L.47)

(B) deficiências (L.23)

(C) distância ( L.58)

(D) nível (L.4)

(E) níveis (L.66)

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) A palavra êxito

(L.62) recebeu acento por se tratar de proparoxítona. Nas alternativas a

seguir, em que todas as palavras estão propositalmente grafadas sem

acento, uma naturalmente não receberia acento por não se tratar de

proparoxítona. Assinale-a.

(A) interim.

(B) rubrica.

(C) recondito.

(D) arquetipo.

(E) lugubre.

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Comércio exterior da Baixada Santista

atinge US$ 1,6 bilhão no 12 trimestre

O comércio exterior das nove cidades da

Baixada Santista, a exemplo do brasileiro, deixou

para trás a crise econômica que reduziu as trocas

internacionais nos últimos dois anos. No primeiro

5 trimestre do ano, os negócios de importação e

exportação fechados na região somaram US$ 1,668

bilhão, montante 37,76% maior do que o registrado

no mesmo período do ano passado.

Na comparação com o primeiro trimestre

10 do ano passado, a variação foi melhor do

que a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. As

nove cidades da região metropolitana foram

responsáveis por 2,15% dos registros de negócio

para o mercado internacional.

15 Os dados da balança comercial brasileira

foram divulgados ontem pelo Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Estas informações são um parâmetro para se medir

a importância de cada cidade para o comércio

20 exterior brasileiro.

No caso da Baixada Santista, os números

são amplificados naturalmente devido à

proximidade com o Porto de Santos, pelo qual

empresas e órgãos públicos de cada município

25 podem promover despachos e desembaraços de

mercadorias, conforme suas necessidades e

contando com maior facilidade.

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(Samuel Rodrigues. A Tribuna. Santos, 16 de abril de 2010)

11. (FGV/CODESP/TÉC. EM INFORMÁTICA/2010) No texto, há casos de

palavras acentuadas por regras diferentes. Nas alternativas a seguir,

encontram-se exemplos das regras presentes no texto, À EXCECÃO DE

UMA. Assinale-a.

(A) Panamá

(B) rádio

(C) parágrafo

(D) saúde

(E) fé

12. (FGV/BESC/NÍVEL SUPERIOR/2004) Assinale a alternativa em que a

palavra NÃO siga a mesma regra de acentuação que “óbvio” (L.19).

(A) necessário (L.8)

(B) juízes (L.24)

(C) início (L.46)

(D) cenário (L.47)

(E) monetário (L.53)

13. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2009) Assinale a

alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra

distinta das demais.

(A) Amazônia

(B) planetária

(C) resistência

(D) níveis

(E) países

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em que

a palavra indicada tenha sido acentuada por regra distinta das demais.

(A) instituídas (L.4)

(B) transparência (L.14)

(C) remuneratório (L.6)

(D) Judiciário (L.2)

(E) Ministério (L.88)

15. (FGV/POTIGÁS/CONTADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa em que a

palavra tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que país (L.9).

(A) Bolívia (L.9)

(B) gás (L.24)

(C) pivô (L.59)

(D) comércio (L.72)

(E) reconstruí-la (l.77)

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que

NÃO tenha sido acentuada pela mesma regra que as demais.

(A) até (L.73)

(B) está (L.44)

(C) País (L.35)

(D) biogás (L.55)

(E) contará (L.60)

17. (FGV/POTIGAS/NÍVEL MÉDIO/2006) Assinale a alternativa em que o

vocábulo tenha sido acentuado por regra distinta da dos demais.

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(A) família (L.2)

(B) ciência (L.5)

(C) possíveis (L.6)

(D) conseqüência (L.13)

(E) asteróides (L.22)

18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR/2008 – adaptada) “E no alto da torre exibo-te o

varal. Onde balança ao léu minh’alma” (versos 24 e 25).

A respeito dos versos acima, julgue o item seguinte: o acento em “léu” se

justifica como acento diferencial, para não se confundir com o verbo leu.

19. (FGV/SSP-RJ/PERITO/2009 – adaptada) Julgue a assertiva abaixo:

Em “O público brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a

respeito de possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus

governantes chamam de dívidas ilegítimas.”, há uma palavra com grafia

incorreta.

20. (FGV/BADESC/NÍVEL MÉDIO/2010) A palavra têm, na frase “estes últimos

têm consciência plena” (L.46), recebe acento gráfico porque:

(A) está no plural.

(B) termina em consoante.

(C) é monossílaba átona.

(D) começa com consoante.

(E) contém vogal aberta.

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Olá, prezado(a) aluno(a)! Como foram para você esses dias que

antecederam a nossa aula? Para mim não foram fáceis. Alguns contratempos

me impediram de enviar esta aula na data que havíamos combinado. Por isso

quero me desculpar com você. Espero poder contar com sua compreensão.

Hoje, então, estudaremos o que está discriminado abaixo.

AULA CONTEÚDO

1

Texto e discurso

Significação contextual de palavras e expressões

Leitura, análise e interpretação

Coesão e coerência

Tipologia textual

Adequação da linguagem

Paráfrase e paródia

Discurso direto e indireto

Como já estamos atrasados, vamos logo ao que mais nos interessa

aqui.

SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES

É prudente iniciarmos tratando das relações lexicais que podem

influenciar a análise e interpretação de um texto. São elas:

a) Sinonímia – Palavras que indicam o mesmo objeto/referente.

Exemplo: Longo e comprido era o corredor. As palavras destacadas são

termos sinônimos, pois têm o mesmo referente: a dimensão do corredor. É

possível, portanto, haver um objeto (referente) com várias denominações:

carro, veículo, meio de transporte etc. Ocorre que também é possível que

palavras como cara, rosto e face designem, conforme o contexto, referentes

distintos. Veja os exemplos abaixo:

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Tem a cara de pau de sustentar a mentira.

Seus rosto se enrubesceu.

Cristo deu a outra face.

Isso se dá porque sinônimos perfeitos não existem. E Embora

se fale em palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.

Joana é a mulher de Marcelo.

Marcelo é o marido de Joana.

b) Antonímia – Vocábulos de significados opostos: dizer e

desdizer; amar e odiar. Nem sempre é fácil detectar o grau de antonímia.

Vejamos o caso de quente e frio, eles são antônimos? Sim, em princípio, mas

o significado depende do contexto. Vejam os exemplos:

A cerveja estava quente/fria.

A sopa estava quente/fria.

Não se serve cerveja como sopa; logo cerveja quente (não

gelada) não equivale necessariamente à quentura de uma sopa (a 70 graus,

por exemplo). Há gradações entre as características que nem sempre

recobrem os mesmos referentes, pois seu emprego depende de um contexto

situacional.

Tanto na sinonímia quanto na antonímia existem gradações

entre os sentidos ou nem tanto em assim.

c) Homonímia – São palavras diferentes no sentido, tendo a

mesma escrita ou a mesma pronúncia. É o caso dos:

Homônimos perfeitos

(mesma grafia e pronúncia)

Manga (tecido)

Manga (fruta)

Banco (móvel para assento de pessoas)

Banco (instituição financeira)

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Homônimos homógrafos

(mesma grafia)

Esse (pronome)

Esse (nome da letra S)

Ele (pronome pessoal)

Ele (letra do alfabeto)

Homônimos homófonos

(mesma pronúncia)

Cela (aposento; mesmo que cadeia)

Sela (arreio acolchoado que se coloca no

dorso da cavalgadura e sobre o qual

monta o cavaleiro)

Não se devem confundir os casos de homonímias com os de

polissemia semântica. No primeiro caso, há duas entradas distintas no

dicionário. No segundo, trata-se de uma entrada apenas no dicionário e várias

acepções derivadas, que vão se encaixando nos vários contextos, como os

exemplos do uso de linha, a seguir:

A linha era azul

Dizem que a única mulher que andou na linha o trem matou.

Esse ônibus faz a linha Norte-Sul.

Pela polissemia, um mesmo vocábulo pode ter seu sentido

estendido, por conotação (sentido figurado). Exemplo: Lia o livro de cabo a

rabo (expressão que significa do começo ao fim – “cabo” remete a cabeça, a

parte do alto; “rabo”, ao final do corpo). Essa noção ficou cristalizada na

língua, como outras tantas: Até aí morreu o Neves; Inês é morta. Novamente

o contexto é responsável pela definição do significado, que é

atualizado em diferentes situações de uso.

d) Paronímia – É a relação entre palavras que têm formas

parecidas, mas cujos significados diferem, pois têm origens diferentes, como

por exemplo: descrição e discrição; eminente e iminente, tráfico e tráfego,

emigrar e imigrar.

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e) Hiperônimo e Hipônimo – Palavras como “computador”,

“monitor”, “impressora” e “teclado” apresentam certa familiaridade de sentido

pelo fato de pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo

da informática. Já a palavra “equipamento” possui um sentido mais amplo, que

engloba todas as outras. Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”,

“impressora” e “teclado” são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez,

“equipamento” é um hiperônimo das outras palavras.

Vamos analisar um texto (um cartoon do humorista Feifer) e

perceber, por exemplo, como a noção de sinonímia das palavras nem sempre

se recobre totalmente.

“Eu pensava que era pobre. Aí, disseram que eu não era pobre, eu

era necessitado. Aí, disseram que era autodefesa eu me considerar

necessitado, eu era deficiente. Aí, disseram que deficiente era uma

péssima imagem, eu era carente. Aí, disseram que carente era um

termo inadequado. Eu era desprivilegiado. Até hoje eu não tenho

um tostão, mas tenho já um grande vocabulário.”

(In: SOARES, Magda. Linguagem e escola –

uma perspectiva social. São Paulo, Ática, 1986. P. 52)

Comentário – No fragmento dado, podemos ver que o gênero textual já

indica uma leitura político-ideológica para o texto. Trata-se de um texto

humorístico, com uma finalidade de crítica social: enumerar os vários nomes

(só aparentemente sinônimos) com que se costuma definir uma classe

social (pobre, necessitado, carente, desprivilegiado etc.) não vai resolver o

problema da pobreza no país. O único ganho para o pobre foi o aumento de

seu vocabulário, o que não deixa de ser também uma crítica ao palavrório

inútil daqueles que tentam resolver o problema das diferenças sociais no país,

apenas com denominações eufemísticas; utilizam apenas novos nomes para os

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processos, que são desacompanhados das ações sociais. O texto humorístico

presta-se a uma crítica social sobre o fato de haver “muitas palavras e pouca

ação”.

(...)

A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa

liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo

axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade

a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.

Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a

consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,

pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o

melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras

possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está

dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto

significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação

normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.

(...)

(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é

manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o

mundo axiológico.

Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado

equivalente a:

(A) das normas.

(B) dos mercados.

(C) dos indivíduos.

(D) das liberalidades.

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(E) das verdades.

Comentário – o adjetivo “axiológico” (de axiologia = teorias, avaliações,

análises e estudos que abordam a questão dos valores, especialmente valores

morais). Segundo o contexto, seu melhor significado aproxima-se do

significado da expressão das normas. Releia o final do segundo parágrafo

transcrito: “Isto significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação

normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.”

Resposta – A

2. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com o contexto,

observa-se emprego não-literal de vocábulo ou expressão em:

(A) Isso não ocorre com os animais brutos.

(B) supõe a avaliação de múltiplos fatores.

(C) Na escolha não pode haver indiferença.

(D) o caminho escolhido mata outras possibilidades.

(E) O fenômeno ético não é um acontecimento individual.

Comentário – Emprego de linguagem não-literal é o mesmo que linguagem

CONOTATIVA (o contrário seria linguagem DENOTATVA, literal). Não

precisamos ir ao texto para percebermos que a letra D contém dois vocábulos

com

Resposta – D

(...)

A economia é um nível essencial da realidade histórica;

nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam

iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.

Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações

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75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a

debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.

(...)

(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

3. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) A palavra inexorável (L.73) só

não pode ser substituída, no texto, sob pena de alteração de sentido, por:

(A) implacável.

(B) indelével.

(C) inelutável.

(D) perituro.

(E) sempiterno.

Comentário – O vocábulo inexorável pode ser substituído por: rigoroso,

indelével (= indestrutível), inflexível, inelutável, implacável; também pode

ser trocado por sempiterno (= inesgotável, que não teve princípio nem

jamais terá fim; eterno, perpétuo). Já o vocábulo perituro denota aquilo que é

perecível, que há de acabar.

Resposta – D

(...)

Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também

exercida por esferas de influência superiores. Quando uma

autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",

45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,

buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma

sanção.

(...)

(Jeitinho. In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

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4. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Observando a frase “buscará dissuadir a

autoridade ‘menor’ de aplicar-lhe uma sanção” (L.46-47), assinale a

alternativa em que a substituição da palavra sublinhada mantenha o

sentido que se deseja comunicar no texto.

(A) obrigar.

(B) desaconselhar.

(C) persuadir.

(D) convencer.

(E) coagir.

Comentário – A frase integra o texto intitulado Jeitinho, que aparecerá na

íntegra mais abaixo.

Eis o significado contextual do vocábulo “dissuadir”: fazer

alguém mudar de ideia, opinião ou intenção; tirar de um propósito;

despersuadir, desaconselhar: Queria fazer a viagem, mas a mulher o

dissuadiu.

Resposta – B

Todas as noções vistas até aqui tratam da complexa relação de

significados que existe entre os vocábulos de uma língua. Vamos examinar, a

seguir, o conceito de texto e textualidade, que também ajudará a compreender

melhor as intrincadas redes de relação de sentidos atualizados nos textos.

Antes, porém, apresento a você uma singela relação de homônimos e

parônimos. Confira!

acender = atear fogo ascender = subir acerca de = a respeito de, sobre cerca de = aproximadamente há cerca de = faz aproximadamente

coser = costurar cozer = cozinhar deferir = conceder diferir = adiar descrição = representação

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afim = semelhante, com afinidade a fim de = com a finalidade de amoral = indiferente à moral imoral = contra a moral, libertino, devasso apreçar = marcar o preço apressar = acelerar arrear = pôr arreios arriar = abaixar bucho = estômago de ruminantes buxo = arbusto ornamental caçar = abater a caça cassar = anular cela = aposento sela = arreio censo = recenseamento senso = juízo cessão = ato de doar seção ou secção = corte, divisão sessão = reunião chá = bebida xá = título de soberano no Oriente chalé = casa campestre xale = cobertura para os ombros cheque = ordem de pagamento xeque = lance do jogo de xadrez comprimento = extensão cumprimento = saudação concertar = harmonizar, combinar consertar = remendar, reparar conjetura = suposição, hipótese conjuntura = situação, circunstância infligir = aplicar pena ou castigo infringir = transgredir, violar, desrespeitar intemerato = puro, íntegro, incorrupto intimorato = destemido, valente, corajoso intercessão = súplica, rogo interse(c)ção = ponto de encontro de duas linhas laço = laçada

discrição = ato de ser discreto descriminar = inocentar discriminar = diferençar, distinguir despensa = compartimento dispensa = desobrigação despercebido = sem atenção, desatento desapercebido = desprevenido discente = relativo a alunos docente = relativo a professores emergir = vir à tona imergir = mergulhar emigrante = o que sai imigrante = o que entra eminente = nobre, alto, excelente iminente = prestes a acontecer esperto = ativo, inteligente, vivo experto = perito, entendido espiar = olhar sorrateiramente expiar = sofrer pena ou castigo estada = permanência de pessoa estadia = permanência de veículo flagrante = evidente fragrante = aromático fúsil = que se pode fundir fuzil = carabina fusível = resistência de fusibilidade calibrada incerto = duvidoso inserto = inserido, incluso incipiente = iniciante insipiente = ignorante indefesso = incansável indefeso = sem defesa suar = transpirar sortir = abastecer surtir = originar sustar = suspender suster = sustentar tacha = brocha, pequeno prego taxa = tributo tachar = censurar, notar defeito

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lasso = cansado, frouxo ratificar = confirmar retificar = corrigir soar = produzir som

em taxar = estabelecer o preço vultoso = volumoso vultuoso = atacado de vultuosidade

LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

• Texto, textualidade e contexto

Você sabe o que realmente é um texto? Bem, a noção de texto

recobre sempre a de um instrumento transmissor de mensagens, isto é, uma

forma de comunicar uma intenção qualquer, por meio de uma ou mais

palavras em sequência. Qualquer usuário de uma língua sabe identificar o que

é e o que não é um texto, mas defini-lo torna-se um problema, pois sua

realização envolve fatores de vários campos: linguísticos, pragmáticos e

comunicativos. E isso envolve o contexto e os usuários da linguagem.

Podemos ter uma infinidade de textos, desde uma pequena

sequência, na forma de um pedido de socorro, ou um bilhete, por exemplo, ou

sequências maiores, como uma notícia jornalística, um relatório, uma ata, um

sermão ou um romance de mais de seiscentas páginas, ou ainda uma novela,

um conto, uma sentença proferida por um juiz etc.

Façamos um pequeno exercício de leitura e resumo da ideia

central de cada fragmento abaixo.

1. “O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não assustar,

para não acordar ninguém. Lá vão seus passos vagarosos, cadenciados,

cosendo sua própria sombra com a pedra da calçada (...).”

(Crônica de Cecília Meireles intitulada O anjo da noite)

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2. “A Polícia militar entrou ontem em choque de mnhã com os

moradores do bairro de Realengo (zona norte do Rio) que obstruíam, das 9h às

11h, duas pistas da Avenida Brasil, principal via de acesso ao Rio. Eles

protestavam contra os atropelamentos perto do CIEP Thomas Jefferson, na

margem da Avenida e pediam a construção de uma passarela para pedestres

(...).”

(Folha de São Paula)

Então, será que você compreendeu a ideia principal do que

acabou de ler? Embora incompletos, os fragmentos dão a noção dos textos

como um todo significativo e de sua intencionalidade, característica principal

de um texto como uma unidade de sentido. O fragmento de Cecília fala da

passagem do guarda-noturno pelas ruas desertas; o segundo trata de uma

notícia de um confronto entre polícia e a população de um bairro no Rio

(Realengo) com protestos por causa de atropelamentos na Avenida Brasil.

Pela leitura dos fragmentos anteriores, você observou que todos

pertencem a textos, elaborados como partes de uma unidade de comunicação

intencional. E para se tornarem uma unidade de sentido, possuem uma

característica fundamental, que é a textualidade.

Chama-se textualidade ao conjunto de propriedades que uma

manifestação verbal deve possuir para construir um texto. Pode-se dizer que é

a textualidade que transforma qualquer sequência linguística em uma unidade

de sentido; é ela que lhe dá coerência.

Que tal examinarmos, por exemplo, a sequência abaixo e vermos

se ela constitui um texto? Vamos lá?

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João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são

caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no

espaço. Segundo a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria

Rimaniana dá conta desse fenômeno.

Percebeu como a sequência anterior não constitui um texto? E por

quê? Porque, embora apareçam nela todos os elementos necessários à ligação

entre os termos, não é possível estabelecer entre eles uma continuidade

responsável pela unidade de sentido; dizemos, então, que a passagem não é

um texto, por lhe faltar textualidade.

A textualidade atrela-se à noção de contexto ou situação. Qualquer

falante sabe que a comunicação verbal não se realiza por meio de palavras ou

frases isoladas, desligadas da situação em que são produzidas. Se alguém

perguntar a um passante:

– Você sabe onde fica a rua X?

a pergunta feita naquela situação determinada deve indicar que o interpelante

não quer apenas indagar se o outro sabe a localização da rua, mas que ele

está lhe pedindo informação sobre como chegar até lá. Nessa situação, a

pergunta torna-se um pedido de informação, ou auxílio. Se o inquiridor obtiver

do transeunte simplesmente a resposta:

– Sei.

e este continuar o seu caminho, pode-se dizer que a sequência não constituiu

o texto desejado, já que não comunicou a intenção específica. Dizemos que,

nesse caso, não houve um texto interativo no sentido que estamos

considerando aqui.

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As categorias da ética

A vida humana se caracteriza por ser fundamentalmente

ética. Os conceitos éticos "bom" e "mau" podem ser predicados a

todos os atos humanos, e somente a estes. Isso não ocorre com

os animais brutos. Um animal que ataca e come o outro não é

5 considerado maldoso, não há violência entre eles.

Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados

eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou

limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa

nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou

10 eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética

desses resultados.

A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos

meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear

pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela

15 é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe

confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético.

Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de

energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir-

se aos fins humanos a que se destina.

20 Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações

humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre,

vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente.

Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre

alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a

25 consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação

unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a

afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da

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multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e

escolhemos.

30 Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados

a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,

paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações

humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação

de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana

35 complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera

do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,

entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,

mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.

Sob o ângulo especificamente ético, não haverá escolha,

40 exercício da liberdade, definição ética quando não houver

avaliação, preferência a respeito das ações humanas. Eis por

que na base da ética, como dissemos, encontram-se

necessariamente a liberdade e a valoração; a ética só se põe no

mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas.

45 A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa

liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo

axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade

a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.

Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a

50 consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,

pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o

melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras

possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está

dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto

55 significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação

normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.

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O mundo oferece resistências e determinações necessárias

e, por meio destas, as ações éticas se realizam precisamente

enquanto as contrariam. As ações éticas brilham justamente

60 quando se opõem às tendências "naturais" do homem. Assim, a

liberdade não só se contrapõe à necessidade, como sua

negação, mas também existe em função desta. Não há liberdade

sem necessidade. Não há ética sem impulsão, sem desejo.

A melhor prova da liberdade é o esforço de superação da

65 necessidade, afirmando-a e negando-a dialeticamente, a um só

tempo. Então, o mundo ético só é possível no meio social, no

bojo das determinações sociais.

O fenômeno ético não é um acontecimento individual,

existente apenas no plano da consciência pessoal. Isso porque o

70 ente singular do homem só se manifesta, como ser autêntico, em

suas relações universais com a sociedade e com a natureza.

Esse fenômeno é resultante de relações sociais e históricas,

compreendendo também o mundo das necessidades, da

natureza. A ética só existe no seio da comunidade humana.

75 e os meios de circulação econômica dos bens possuem maior

liberdade do que aqueles que não têm o poder desse controle.

Por aí se vê também que a liberdade e a ética não se reduzem a

fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre dimensões

sociais, históricas e objetivas.

80 Há, assim, um grande esforço, um esforço ético-político para

se obter uma distribuição igualitária dos direitos entre os

homens, quer dentro das comunidades, quer entre as

comunidades. Na verdade existe uma ética sobre a ética, uma

meta-ética. A meta-ética é utópica, crítica, subversiva e

85 transcende as condições mais imediatas da vida social. No

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entanto, ela precisa ser possível no mundo dos fatos sociais, sob

pena de se perder como uma utopia de meros sonhos.

(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. In: www.centrodebate.org)

5. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A partir da tese defendida pelo

autor, é correto afirmar que:

(A) a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo

de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”.

(B) o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam

atos de natureza técnica e atuam profissionalmente.

(C) a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção

ética que regule suas relações.

(D) as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais,

sejam elas humanas ou não.

(E) o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus

resultados e mais na própria concepção desses atos.

Comentário – Alternativa A: a tese (ou ideia central) de um texto

normalmente surge logo no primeiro parágrafo (parágrafo introdutório). De

acordo com ela, a ética é a característica fundamental da vida humana e,

consequentemente, é nela que os atos humanos devem estar baseados. Item

certo.

Alternativa B: o conceito de ética aplica-se a todos os seres

humanos, inclusive nos que são caracterizados conforme esta assertiva. Item

errado.

Alternativa C: ainda de acordo com o primeiro parágrafo,

“não há violência entre eles”, pois estão destituídos de qualquer concepção

ética. Item errado.

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Alternativa D: essas noções dizem respeito exclusivamente

às organizações humanas (não há como relacionar essas noções a

organizações não humanas). Item errado.

Alternativa E: o segundo parágrafo é fundamental para

respondermos adequadamente. Segundo ele, os resultados têm grande

importância do ponto de vista ético: “Sob a perspectiva ética, o que importa

nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou

eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética

desses resultados. Item errado.

Resposta – A

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação aos terceiro e

quarto parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O objetivo principal do terceiro parágrafo é conceituar regras técnicas e

normas éticas.

II. O plano do terceiro parágrafo inclui uma exemplificação para sustentar a

tese anteriormente explicitada.

III. O início do quarto parágrafo apresenta uma conclusão acerca das ideias

apresentadas no terceiro.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentário – É impossível que as afirmativas I e II sejam corretas, pois elas

se excluem. Portanto você deve imediatamente descartar a letra D. A leitura

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atenta do terceiro parágrafo nos fará entender que nele existe um exemplo do

que foi dito sobre “os atos de caráter técnico”. Conclui-se com isso que: se a

afirmativa II é correta, a I é incorreta e também deve ser desprezada. Exclua,

então, a letra A.

Eis abaixo um exemplo1 de parágrafo desenvolvido com o

objetivo de conceituar algo:

Cespe/TRT 10ª Região/2005 – Tipologia: dissertação argumentativa

Tema: o aperfeiçoamento dos procedimentos é fator prescindível para a

democratização efetiva da justiça.

“A necessidade da desburocratização da justiça

Entende-se por democratização da justiça a possibilidade de

que a todos seja prestada, de fato, a junção jurisdicional tal qual na

Constituição Federal: com celeridade e qualidade. (...)”

Breve comentário – O candidato iniciou o parágrafo com um conceito,

explicando o ponto-chave do tema: a democratização da justiça.

Vamos analisar o item III para decidirmos entre as letras B, C

e E. A afirmativa está correta e o autor deixou uma dica ao candidato: a

conjunção “pois”. Quando surge isolada por vírgulas e após o verbo da oração

que integra, essa conjunção constitui segmento de caráter conclusivo. Item

correto, assim como o item II.

Resposta – E

1 O exemplo foi extraído de uma redação de candidato a concurso público. Por questões óbvias, a identidade dele será preservada.

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7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da compreensão adequada de

conceitos apresentados pelo texto, analise as afirmativas a seguir.

I. O senso-comum de liberdade é reconstruído e passa a incluir a noção de

que nem todos são livres na mesma medida.

II. O conceito de ética fundamenta-se numa perspectiva naturalista e põe em

segundo plano seu viés social.

III. As ideias de liberdade e obrigação não são concepções excludentes; ao

contrário, envolvem implicação necessária.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentário – Afirmativa I: está sustentada na seguinte passagem: “Os

homens ou grupos de homens que controlam a produção e os meios de

circulação econômica dos bens possuem maior liberdade do que aqueles que

não têm o poder desse controle.” Afirmativa correta.

Afirmativa II: não! Esse conceito se opõe a essa perspectiva,

repare: “As ações éticas brilham justamente quando se opõem às tendências

‘naturais’ do homem”. Além disso, o viés social é o que possibilita a

manifestação da ética, tendo, portanto, importância significativa: “o mundo

ético só é possível no meio social, no bojo das determinações sociais”.

Afirmativa incorreta.

Afirmativa III: é verdade, conforme se depreende do seguinte

trecho: “Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados

a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,

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paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações

humanas para atender as nossas demandas”. Item correto.

Resposta – D

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da leitura do quarto parágrafo,

deduz-se que o autor:

(A) afirma-se perplexo ante a unilateralidade das escolhas.

(B) contraria a ideia de liberdade como ação racionalmente concebida.

(C) opõe-se à aceitação do determinismo como fonte das ações humanas.

(D) defende a vocação como forma de realização pessoal.

(E) situa na determinação causal a origem da infelicidade humana.

Comentário – Alternativa A: o autor se posiciona contrariamente à

unilateralidade das escolhas sem demonstrar perplexidade. Item errado.

Alternativa B: não, o autor defende essa liberdade, para cujo

exercício ele está vocacionado. Item errado.

Alternativa C: sim, essa é linha argumentativa do autor.

Releia, por exemplo, o seguinte trecho: “A liberdade supõe a operação sobre

alternativas; ela se concretiza mediante a escolha (...). Isso implica refugir à

determinação unilinear necessária, à determinação meramente causal.” Item

certo.

Alternativa D: não está presente no quarto parágrafo

argumento favorável ou contrário à realização pessoal. Item errado.

Alternativa E: também não é tratada no quarto parágrafo a

origem da infelicidade humana; esta alternativa e a anterior são descabidas.

Resposta – C

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Esquerda e direita no Brasil, hoje

Ninguém pode pretender negar diversos progressos no

movimento da história. A humanidade, hoje, se beneficia de

conquistas importantes na área da medicina, por exemplo.

Podemos ser operados com anestesia, suavizar dores com

5 analgésicos. Dispomos de meios de transporte rapidíssimos,

helicópteros, aviões. Nossas casas têm luz elétrica, água

encanada, esgoto. Vemos filmes, acompanhamos seriados na

TV, ouvimos rádio. E, cada vez mais, utilizamos os

computadores, a internet.

10 Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do

mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de

"economia de mercado", e outros, de "capitalismo". Até hoje,

não surgiu nenhum sistema tão capaz de fazer crescer a

economia. As experiências feitas em nome do socialismo não

15 manifestaram força própria suficiente para competir, no plano

do crescimento econômico, com o capitalismo.

O modo de produção capitalista não tem vocação suicida,

e nada indica que ele esteja a ponto de morrer de morte

natural. Seus representantes na arena política recorrem à

20 repressão quando necessário e fazem concessões quando

conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas

significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem

saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de

trabalho de 12 horas.

25 Parte dos trabalhadores – mais que no passado – chega

mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho

que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz

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parte da lógica do sistema, contudo, que as massas

permaneçam excluídas. A cooptação de setores da

30 representação política das classes médias está sendo mais

resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas

confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à

sedução das classes dominantes.

Temos uma situação histórica favorável ao bloco

35 conservador. Nas atuais condições, a direita vem

administrando suas contradições internas. A política

econômica do governo do PT, as posições neoliberais do

PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB

tranqüilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no

40 PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à

esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram

marginalizados.

A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União

Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15

45 anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta

dolorosamente diversas organizações socialistas.

No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas

de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no

PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem

50 partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o

PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que

se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado

por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita.

Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a

55 direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso

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da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O

conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia.

Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em

torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".

60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".

Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda

que os empurrava inexoravelmente para adiante, para

promover a transformação das relações de produção e o

crescimento das forças produtivas.

65 A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu

para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes

derrotas. Duras lições da história política

convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade

interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela

70 superação das desigualdades.

A economia é um nível essencial da realidade histórica;

nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam

iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.

Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações

75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a

debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.

Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com

eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial

dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da

80 economia e passava a acreditar que possuía a chave da

compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos

afligem no presente.

Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da

ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a

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85 ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos

convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não

há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi

tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades

precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente,

90 chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira

cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e

promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de

melhores condições materiais de cidadania, tal como

aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os

95 computadores, que demoraram, mas vieram.

Permito-me perguntar: vieram mesmo?

(Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

9. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que

apresente comentário pertinente ao texto

(A) O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil,

apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não

teria êxito a instauração de um regime socialista.

(B) O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional,

objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta

de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes

de revelar o discurso falho da extrema direita.

(C) O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e

aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no

doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita,

ditando falaciosamente a democracia ao povão.

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(D) O texto aponta, no cenário político doméstico, o processo de

desarticulação da esquerda, como resultado do fim do modelo socialista e

da supremacia da direita ao ditar a interpretação da economia.

(E) O texto questiona se os valores apontados como conquistas pela direita de

fato aconteceram, observando que a interpretação falaciosa da realidade

atraiu antigos esquerdistas a sobejarem teorias que explicassem as falhas

no processo democrático historicamente.

Comentário – Alternativa A: O desabafo e a comparação existem, mas a

perspectiva em relação ao socialismo é sobre os fatos passados que não

sustentaram esse regime, e não sobre uma possibilidade futura de implantação

dele: “As experiências feitas em nome do socialismo não manifestaram força

própria suficiente para competir, no plano do crescimento econômico, com o

capitalismo.” (l. 14-16)

Alternativa B: a crítica feita no texto não é à “extrema

direita”, mas sim à “direita moderada”. Observe: “Nas atuais condições em que

exerce a sua hegemonia, a direita ‘moderada’ conseguiu infiltrar seus critérios

no discurso da esquerda ‘moderada’. Os ‘moderados’ dão o estilo.” (l. 54-56)

Alternativa C: a supremacia é da direita moderada, como se

lê no fragmento apresentado no comentário acima.

Alternativa E: o verbo sobejar significa suprir-se com

superabundância. A explicação não é sobre as falhas no processo democrático;

é sobre a falha de “diversas organizações socialistas”.

O que achou do texto? E das alternativas? Vamos ser

sinceros: tudo muito extenso, complexo, difícil..., não é mesmo? Mas é bom

você se acostumar, pois a FGV não perdoa ao escolher seus textos. É claro que

ela pode facilitar as coisas, mas não se surpreenda ao se deparar com um

texto e uma questão como estes.

Resposta – D

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10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) O nono parágrafo, em relação

ao oitavo, apresenta-se como:

(A) explicação.

(B) exemplificação.

(C) complemento.

(D) desdobramento.

(E) oposição.

Comentário – A relação estabelecida entre eles é de oposição. Contrastam-se

os discursos atuais e antigos sobre a economia. Hoje em dia, os moderados

dão o estilo; antigamente, eram os marxistas.

Resposta – E

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

11. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Ao associar-se a charge com o

seu título, percebe-se que a interpretação é possível pela via:

(A) alegórica.

(B) fática.

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(C) lúdica.

(D) metonímica.

(E) sofística.

Comentário – Charge é um desenho caricatural com ou sem legenda,

publicado em jornal, revista ou afim, que se refere diretamente a um fato atual

ou a uma personalidade pública e os satiriza ou critica ironicamente. A

associação dela com seu título permite-nos interpretar o texto pela via

alegórica, que é a expressão do pensamento ou da emoção muito comum por

meio da pintura e da escultura.

Resposta – A

Jeitinho

O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu-

cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo.

O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e

sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também

5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar

bem" em uma situação "apertada".

Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo

Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a

dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude

10 formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa

admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a

ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é

ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de

educação adequada.

15 O antropólogo prossegue explicando que, diferente das

norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas

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para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é

naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada

à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define

20 precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade

social da Índia.

Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma

realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que

vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas

25 vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma

autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma

coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da

qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância – e

apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a

30 autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem

se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o

que precisa.

Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem

permissividade alguma e possuem franca influência na esfera

35 dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-

seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que

é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples:

acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade

não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o

40 jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após

o uso desse atalho.

Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também

exercida por esferas de influência superiores. Quando uma

autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",

45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,

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buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma

sanção.

A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe

conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você

50 sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um

promotor público que vê seu carro sendo multado por uma

autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo)

de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou

o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de

55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado.

(In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

12. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto

afirmar que:

(A) o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso

entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo.

(B) as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem

permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do

cidadão.

(C) a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o

indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo

Estado.

(D) a famosa “carteirada” constitui uma das manifestações do jeitinho

brasileiro e define-se pelo fato de dois poderes simetricamente

representados entrarem em tensão.

(E) nos Estados Unidos da América, as leis influem decisivamente apenas na

vida pública do cidadão, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as leis

logram mudar comportamentos no plano dos costumes e da vida privada.

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Comentário – Alternativa A: encontra apoio sobretudo na seguinte passagem:

“A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é

inadequada à realidade individual.” (terceiro parágrafo)

Alternativa B: no terceiro parágrafo está a explicação de

Roberto DaMatta que esclarece que as instituições norte-americanas e as

brasileiras são diferentes. Estas “foram desenhadas para coagir e desarticular

o indivíduo” e são inadequadas à realidade do indivíduo. Item errado.

Alternativa C: a relação de causa e consequência foi invertida,

observe: “é ingênuo creditar a postura brasileira [consequência] apenas à

ausência de educação adequada [causa]. Item errado.

Alternativa D: os poderes não são simétricos; o princípio da

“carteirada” está bem explicado no penúltimo parágrafo: “Quando uma

autoridade ‘maior’ vê-se coagida por uma ‘menor’, imediatamente ameaça

fazer uso de sua influência; dessa forma, buscará dissuadir a autoridade

‘menor’ de aplicar-lhe uma sanção.” Item errado.

Alternativa E: lê-se no antepenúltimo parágrafo que “Nos

Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma e

possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada”. Item

errado.

Resposta – A

13. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação à estruturação do texto e

dos parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O primeiro parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem

histórica do jeitinho.

II. A tese, apresentada no segundo parágrafo, encontra-se na frase iniciada

por no entanto.

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III. O quarto parágrafo apresenta o argumento central para a sustentação da

tese.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário – Afirmativa I: tema é o assunto sobre o qual discorreremos.

Assim sendo, a primeira parte da afirmativa está correta. O erro surge na

segunda parte, pois não existe esse discurso sobre a origem histórica. No

primeiro parágrafo, o texto tratou de caracterizar o “jeitinho”, dizer o que ele é

e o que não é. Item errado.

Afirmativa II: tese é a ideia central (tese ou tópico frasal

principal) do texto, formulada a partir do tema e seguida pelos argumentos

que a sustentam. Item certo.

Afirmativa III: aqui está o argumento: “incapacitado pelas leis,

descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar

recursos que vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas

vezes será necessário à sua sobrevivência”. Item certo.

Resposta – D

• Pressuposições e inferências (implícitos e subentendidos)

“Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.”

A frase acima transmite duas informações: ele frequentou um

curso superior e aprendeu algumas coisas.

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No entanto, essas duas informações transmitem de forma implícita

uma crítica ao sistema de ensino vigente. Essa crítica se dá através do uso da

preposição “mas”.

Assim, percebemos que um dos aspectos mais intrigantes que pode

ser apresentado por um texto é o fato de ele dizer aquilo que parece não dizer,

ou seja, é a presença de enunciados pressupostos ou inferidos.

Um leitor é considerado perspicaz quando consegue ler as

entrelinhas do texto, isto é, quando capta as mensagens implícitas.

Para não “cair” na exploração maliciosa de alguns textos que

abusam dos aspectos pressupostos ou inferidos, devemos saber que:

a) pressupostos são ideias não expressas de maneira explícita,

mas que podem ser percebidas a partir de certas palavras ou expressões

utilizadas.

“O tempo continua chuvoso.” (informação implícita: estava

chovendo antes)

“Pedro deixou de fumar.” (informação implícita: fumava antes)

b) inferências são insinuações escondidas por trás de uma

declaração e dependem do contexto e do conhecimento de mundo que o

ouvinte ou o leitor têm. Quando um fumante com o cigarro pergunta:

– Você tem fogo?,

por trás dessa pergunta se infere:

– Acenda-me o cigarro, por favor.

Caso você encontre alguém correndo na rua e gritando

– Pega ladrão! Pega ladrão!”,

você subentenderá que esse alguém foi (ou está sendo) assaltado e clama por

socorro, não é mesmo?

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Detectar o pressuposto durante uma leitura é fundamental para a

interpretação textual, uma vez que esse recurso argumentativo não é

posto em discussão pelo autor do texto e, por isso mesmo, pode levar o

leitor a interpretar o texto erroneamente.

Os pressupostos são marcados por:

a) advérbios: “Os resultados da pesquisa ainda não chegaram

até nós.” (pressuposto: os resultados já deviam ter chegado ou vão chegar

mais tarde.)

b) verbos: “O caso do contrabando tornou-se público.”

(pressuposto: o caso não era público.)

c) orações adjetivas: “Os candidatos a prefeito, que só

querem defender seus interesses, não pensam no povo.” (pressuposto:

todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.)

d) adjetivos: “Os partidos radicais acabarão com a

democracia no Brasil.” (pressuposto: existem partidos radicais e não radicais

no Brasil.)

Enquanto o pressuposto é um dado apresentado como

indiscutível para o falante e o ouvinte, não permitindo contestações; a

inferência é de responsabilidade do ouvinte, uma vez que o falante

esconde-se por trás do sentido literal das palavras.

A inferência pode ser uma maneira encontrada pelo falante para

transmitir algo sem se comprometer com a informação.

14. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter

técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem

para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o

que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou

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eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses

resultados.

No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de

neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento

linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do

vocábulo:

(A) qualificados.

(B) limitação.

(C) mesmo.

(D) não.

(E) mas.

Comentário – A palavra denotativa de inclusão “Mesmo” (= inclusive, até)

permite pressupor que “os atos de caráter técnico” também podem se revestir

de determinada característica (“qualificados eticamente”) que os torne avessos

à concepção de neutralidade comumente atribuída a eles.

Resposta – C

COESÃO E COERÊNCIA

Primeiramente, vamos diferenciar os dois conceitos. A coesão

refere-se aos vínculos que se estabelecem entre as partes de um enunciado ou

de uma sequência maior. A noção de coerência, embora muito ligada à de

coesão, diz respeito mais ao processo de compreensão e de interpretabilidade

de um texto. Podemos nos valer do quadro abaixo para melhor entender esses

conceitos:

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Coesão Coerência

Articulação entre palavras e

enunciados do texto.

Manutenção da sequência lógica de

argumentação.

Elementos coesivos (advérbios,

conjunções, preposições, pronomes

etc.).

Não deve haver contradições e

mudanças bruscas no rumo do

pensamento.

Relação sintática. Relação semântica.

Observem o exemplo abaixo.

Comprei três laranjas e coloquei-as no freezer, pois tencionava

fazer uma salada de frutas bem geladinha com elas; mas, como

fui à rua e me demorei muito, não pude aproveitá-las na salada

porque ficaram todas congeladas.

Nesse pequeno texto, há vários elementos que estabelecem

ligação entre as partes dele, além do jogo verbal e da sequência de ações;

enfim, são elementos reconhecíveis e que formam os elos entre os termos.

Na próxima passagem, no entanto, há uma carência de elementos

sintáticos de ligação entre os períodos que compõem o texto.

Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de

vida humana. Tentava recordar alguma coisa. Nada.

Como você pode perceber, o que permite dar um sentido ao

texto é a possibilidade de se estabelecer uma relação semântica

(SENTIDO) ou pragmática (INTERACIONAL) entre os elementos da

sequência. Assim sendo, é possível admitir que a coerência é mais relevante

do que a coesão para a construção de um texto, embora os dois fatores sejam

características importantes de todo bom texto.

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• Processos de coesão textual

Existem determinados vocábulos na língua que não devem ser

interpretados semanticamente por seu próprio sentido, mas sim em

função da referência que estabelecem com outros itens. Um item

referencial tomado isoladamente é vazio e significa apenas: procure a

informação em outro lugar. Observem o exemplo seguinte:

João é o maior empresário daqui. No Distrito Federal, não há

outro que o supere.

Repare que “João” é retomado no segundo período pelo pronome

“o”; enquanto o advérbio “aqui”, no primeiro período, antecipa a circunstância

de lugar indicada por “Distrito Federal”. No caso da retomada, temos uma

anáfora. No caso de sucessão, uma catáfora.

Observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por

meio de conectivos. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar

a deturpação do sentido do texto.

Que tal treinarmos o emprego dos mecanismos de coesão a partir

do texto abaixo? Vamos lá?

Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois

tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um

avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de

Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua

Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta

das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências.

Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que

foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta

página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo

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Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur

Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e

Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de

Andrade (7), de 53 anos.

Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores

compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era

um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).

Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander

691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)

Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um

assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de

Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20

e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma

espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das

avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se

conhecem as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a

torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no

mínimo 60 dias para ser concluído.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em

cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9)

atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos

graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos,

Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de

Santa Cecília.

1. REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto.

Observem que o vocábulo “avião” foi muito usado, principalmente por ter sido

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o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição

é um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico, que, por sua

natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A

repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão.

2. REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição

parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se,

uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um

acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo

parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s)

sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos,

artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização

por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o

prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à

prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos

costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que os

sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem

com mais propriedade.

3. ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido

pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1)

o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito

de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o

co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi

necessário repetir-se a palavra “avião” logo após as palavras “piloto” e “co-

piloto”. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto

será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de

automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse:

Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1)

ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas

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escoriações e queimaduras. Note que o (10) antes de “Apenas” é uma omissão

de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o

verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.

4. SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um

elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a

substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de

palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os

principais elementos de substituição:

4.1 Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou

acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a

idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são

nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4),

Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro

Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),

João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma

Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído

com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o

marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as

três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não

sofreram ferimentos graves.

Vejamos outros casos de substituições indicadas por pronomes:

a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para

que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo isso retoma a ideia,

expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à

corrida);

b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada

recebem o 13º salário, o que aquece a economia do país (o pronome

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demonstrativo o retoma o fato de as pessoas trabalharem com carteira

assinada);

c) (...) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao

reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo

que retoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu

ao reagir a um assalto...);

d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa,

ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal ele retoma Jonas

Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua esposa).

4.2 Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo em

que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode

ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo

que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.

a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O

presidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado...

(o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia

usar, como exemplo, sociólogo);

b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o

ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes

retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as

formas: jogador do século, número um do mundo).

4.3 Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou

muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi

demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para

conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).

4.4 Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa

por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.

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Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida

Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumento dos impostos. A

paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de

paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da

Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o

nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-

exemplo).

4.5 Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um

elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de

uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas

de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a

maneira encontrada... (protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisação

-, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao

lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos

animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações

que se podem atribuir a eles).

4.6 Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de

lugar. Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram...

(o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que

comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos

que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.

Bem, creio que devem estar cansados. Mas não parem agora, pois

já estamos chegando ao final desta aula introdutória. Aprenderemos agora a

diferenciar vários tipos de textos e a identificar suas respectivas

características.

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(...)

Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados

a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,

paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações

humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação

de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana

complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera

do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,

entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,

mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.

(...)

(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) O advérbio Aí, no quinto

parágrafo, refere-se ao processo compreendido nas etapas assim

apresentadas pelo autor.

(A) situação humana / múltiplos fatores / demandas

(B) liberdade / decisão / avaliação

(C) decisão / possibilidade / liberdade

(D) decisão / possibilidade / avaliação

(E) múltiplos fatores / demandas / ações humanas

Comentário – Esta é uma questão que trata da coesão referencial

estabelecida entre elementos textuais. O advérbio “Aí” retoma a ideia anterior,

em que estão contidas as seguintes etapas: decisão possibilidade e

necessidade de estimar avaliação. Entendo que a segunda etapa está mal

representada, mas não vejo motivo para que alguém brigasse com a banca e

exigisse a anulação da questão. Afinal, a letra D traz, mesmo resumidamente,

a indicação dessa etapa

Resposta – D

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16. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas alternativas a seguir,

ambas as expressões servem essencialmente à articulação sequencial das

ideias do texto, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) pois / porque (4º parágrafo).

(B) assim / entretanto (5º parágrafo).

(C) quando / eis por que (6º parágrafo).

(D) mas também / então (9º parágrafo).

(E) por aí / sempre (11º parágrafo).

Comentário – Outra vez estamos às voltas com elementos (conjunções,

advérbio e palavra de designação) que promovem a coesão entre segmentos

do texto intitulado As categorias da ética e expressam explicação, tempo,

conclusão, oposição, adição. A única exceção é o advérbio “sempre”. Leia a

passagem em que ele foi empregado: “Por aí se vê também que a liberdade e

a ética não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre

dimensões sociais, históricas e objetivas.” Esse advérbio de tempo é

meramente para indicar que o processo designado pelo verbo ter é contínuo,

não se interrompe.

Resposta – E

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas atuais condições em que

exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus

critérios no discurso da esquerda "moderada". (L.54-56)

A palavra seus no trecho acima tem valor:

(A) anafórico.

(B) anastrófico.

(C) catafórico.

(D) hiperbólico.

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(E) paragramático

Comentário – O pronome possessivo “seus” retoma a expressão anterior

“direita moderada” e lhe atribui a posse dos “critérios” (= critérios da direita

moderada). Portanto não há dúvidas: a função coesiva do pronome tem valor

anafórico.

Resposta – A

TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipologia Textual designa uma espécie de sequência teoricamente

definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,

sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).

Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção.

Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto expositivo e

texto argumentativo (ou dissertação expositiva e dissertação

argumentativa).

Veja com mais detalhes cada um deles.

Texto descritivo (“retrato” verbal)

É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um

determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta

elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”.

Exemplo: Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o

sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de

sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma

fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.

Despertem para as características desse tipo de texto:

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1) Predomínio de adjetivos.

2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e

visíveis; não há opinião do autor sobre o tema.

3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o

assunto.

4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais

como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo, etc.

5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da

pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta,

generosa, etc.

6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a

apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um

determinado momento.

7) Aqui, a matéria é o objeto.

Texto narrativo

É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem

em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens.

Exemplo: Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão

caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência.

Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam,

atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se

tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava

encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.

Note as características do tipo narrativo:

1) O fato narrado pode ser real ou fictício.

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2) A descrição insere-se na narração, dada a importância de se

caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que

ela se desenvolve.

3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém que

se envolve nos acontecimentos ao mesmo tempo em que conta o caso

(uso dos pronomes nós, eu).

4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de

quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não

participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)).

5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar

envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho

impessoal e direto.

6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos

envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os

acontecimentos desencadeiam nos personagens.

7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é

essencial para o desenvolvimento da trama.

8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora,

uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback,

é a memória do narrador).

Texto argumentativo (dissertação argumentativa)

É o tipo de composição na qual expomos ideias seguidas da apresentação

de argumentos que as comprovem. Tem por objetivo a defesa de um

ponto de vista, por meio da persuasão.

Exemplo: Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema

educacional brasileiro. Argumenta-se que ele deve ter por objetivo despertar

no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e

relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para

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a compreensão dos problemas socioeconômicos e que despertasse no aluno a

curiosidade científica seria por demais desejável.

Ainda que de forma sutil, defende-se aqui uma mudança no atual

sistema de ensino do país. Como forma de convencer o leitor a respeito dessa

necessidade, o autor sustenta que ela é compartilhada por outras pessoas, que

já discutem o assunto.

Texto expositivo (informativo; dissertação expositiva)

O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual,

não se faz, categoricamente, a defesa de uma ideia. Encontrado em

livros didáticos e paradidáticos (material complementar de ensino),

enciclopédias, jornais, revistas (científicas, informativas, etc.).

Exemplo: A história do celular é recente, mas remonta ao passado – e às

telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais

conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que

estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949).

Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada

com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma relação

desgastante foi o interesse pela tecnologia.

Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que

alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados por

inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a idéia: um sistema no qual duas

pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse

interrompida. Era a base dos celulares, patenteada em 1940.

Repare agora que, diferentemente da intenção do autor do texto

acima, este aqui não tem a presunção de convencer ninguém a respeito de

algo. Limita-se apenas a transmitir ao leitor uma informação sobre o

surgimento do aparelho celular, de forma imparcial e objetiva.

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Texto injuntivo (instrucional)

Indica como realizar uma ação; aconselha. É também utilizado para

predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e

simples. Há predomínio da função conativa ou apelativa (o emissor procura

influenciar o comportamento do receptor; como o emissor se dirige ao

receptor, é comum o uso de tu, você, nós, ou o nome da pessoa, além dos

vocativos e imperativos; usada nos discursos, sermões e propagandas que

se dirigem diretamente ao consumidor – instruções de uso de um aparelho;

leis; regulamentos; receitas de comida; guias; regras de trânsito).

Exemplo: "Coloque a tampa e a seguir pressione." (verbo no imperativo)

"Coloca-se a tampa e a seguir pressiona-se." (verbo no presente do indicativo)

"Colocar a tampa e a seguir pressionar." (verbo no infinitivo)

Agora, tenta-se, por meio de uma linguagem persuasiva, fazer com

que o leitor execute certas ações a fim de obter o efeito desejado.

18. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Assinale a alternativa que identifique a

composição tipológica do texto “Jeitinho”.

(A) Descritivo, com sequências narrativas.

(B) Expositivo, com sequências argumentativas.

(C) Injuntivo, com sequências argumentativas.

(D) Narrativo, com sequências descritivas.

(E) Argumentativo, com sequências injuntivas

Comentário – Os teóricos argumentam que dificilmente haverá um texto

homogêneo, ou seja, puramente descritivo, expositivo, argumentativo,

narrativo e injuntivo. A característica que mais sobressai é a que determina o

tipo de texto.

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Falando especificamente do texto intitulado Jeitinho, o que

se observa acentuadamente são passagens que transmitem ao leitor

informações sobre o que o antropólogo Roberto DaMatta escreveu sobre o

jeitinho. As sequências argumentativas ficam por conta do ponto de vista dele

sobre o tema. Por exemplo: “Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é

também exercida por esferas de influência superiores.”; “No entendimento de

Roberto DaMatta, de qualquer forma, um ‘jeitinho’ foi dado.”

Resposta – B

ADEQUÇÃO DE LINGUAGEM

• Modalidades linguísticas

Você já percebeu que a língua é um código de que se serve o

homem para elaborar mensagens, para se comunicar. Interessante ainda é

perceber que, para realizar seu objetivo, a língua utiliza modalidades

diferentes. São basicamente duas modalidades:

Língua culta ou língua-padrão: compreende a língua literária. Utilizada pelas emissoras de rádio e televisão; jornais, revistas, empresas, órgãos públicos, etc. Está associada à escola (gramática).

Língua popular ou língua cotidiana: é mais espontânea e dinâmica. Usada muitas vezes em situações informais: conversa entre amigos ou em família. São exemplos as gírias, os dialetos e os jargões.

• Tô preocupado. • Fiquei grilado. • E aí, beleza? • Gelinho, sacolé, chup-

chup

• Abrir o bico • Peticionar • Deletar • Câmbio

• Estou preocupado. • Fiquei pensativo. • E aí, tudo bem? • Suco de frutas

congelado dentro de um saco plástico

• Contar a verdade • Pedir ao juiz • Apagar • Negociação de moeda

estrangeira

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• O conceito de erro

Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos

de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma

culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém

deixou ele falar", não comete propriamente erro; na verdade, transgride a

norma culta.

Importa considerar, assim, o momento do discurso:

No momento íntimo, a informalidade prevalece sobre a

norma culta, deixando mais livres os interlocutores.

O momento formal é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:

O momento íntimo (informal) é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções do tipo:

a) Eu não vi ela hoje.

b) Ninguém deixou ele falar.

c) Deixe eu ver isso!

d) Eu te amo, sim, mas não

abuse (você)!

e) Não assisti o filme nem vou

assisti-lo.

f) Sou teu pai, por isso vou

perdoá-lo.

a) Eu não a vi hoje.

b) Ninguém o deixou falar.

c) Deixe-me ver isso!

d) Eu te amo, sim, mas não

abuses (tu)!

e) Não assisti ao filme nem vou

assistir a ele.

f) Sou seu pai, por isso vou

perdoar-lhe.

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Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal,

qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em

que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico,

registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que não

tenha amparo na rigidez gramatical.

O vocábulo têxtil, que significa rigorosamente aquilo que se pode

tecer, em virtude do seu significado, não poderia ser adjetivo associado à

indústria, já que não existe indústria que se pode tecer. Hoje, porém, temos

não só a indústria como também o operário têxtil, em vez da indústria de fibra

têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.

Uma frase “correta”, portanto, não é aquela que se

contrapõe a uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada

conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma padrão.

Importante é sabermos que o nível da linguagem, a norma

linguística, deve variar de acordo com a situação em que se

desenvolve o discurso.

O ambiente sócio-cultural determina o nível da linguagem a

ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação

variam segundo esse nível. Um padre não fala com uma criança como se

estivesse dizendo missa, assim como uma criança não fala como um adulto.

Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala,

para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo

nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.

• A Gíria

Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um

flagelo da linguagem. Quem, um dia, já não usou “bacana”, “bizu”, “cara”,

“cuca”? O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma permanente de

comunicação, desencadeando um processo não só de esquecimento, como de

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desprezo do vocabulário oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um

elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande

criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao

receptor.

Veja esta tira:

Agora me responda:

a) qual nível de linguagem é utilizado pelo locutor? Justifique sua

resposta com elementos do texto.

b) que modificações podem ser feitas para transformar a

linguagem empregada em culta ou popular, conforme o caso?

Acertou se respondeu, primeiramente, “nível popular”, com base

nas expressões “filar” (segundo quadrinho) e “né” (último quadrinho).

Poderíamos reescrever o texto e alterar as palavras destacadas

para comer e não é, por exemplo.

(...)

Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em

torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".

60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".

Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda

que os empurrava inexoravelmente para adiante, para

promover a transformação das relações de produção e o

crescimento das forças produtivas.

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(...)

(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A expressão na crista de uma

onda (L.61) tem origem no registro:

(A) burocrático.

(B) culto.

(C) inculto.

(D) informal.

(E) regional.

Comentário – A expressão é um exemplo de gíria, que se enquadra no

registro informal da língua e que pode significar na moda, em momento de

sucesso ou evidência, no ápice de uma situação.

Resposta – D

PARÁFRASE E PARÓDIA

E por falar em “reescrever o texto”, esclareço que toda vez que

uma obra faz alusão à outra, ocorre a intertextualidade. Isso se concretiza

de várias formas. Aqui, abordarei aquela que costuma aparecer em provas, só

que com uma outra “roupagem”: a paráfrase. Também farei distinção entre

ela e a paródia (outra forma de intertextualidade). Inicialmente, darei a

vocês um exemplo de cada umas dessas manifestações. Depois, comentarei as

características que as distinguem.

Texto Original

Minha terra tem palmeiras

Onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

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Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

Eu tão esquecido de minha terra...

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Paródia

Minha terra tem palmares

onde gorjeia o mar

os passarinhos daqui

não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do

texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para

atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer

com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras,

mas também com outra estruturação sintática.

Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a

coesão (correção gramatical) e a coerência (significado original do

texto) foram mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam

respeitados na hora de parafrasear o texto original.

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Em nossa primeira reescritura (paráfrase) acima, note que não há

mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Mas em

relação à paródia, há uma mudança significativa na coerência. O nome

“palmares”, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras. Há um

contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo liderado

por Zumbi, foi dizimado em 1695. Há uma inversão do sentido do texto

primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.

Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa:

Finalmente, entraremos na parte final da aula de hoje. Você deve

estar ainda mais cansado. Mas não desista agora, pois estamos no último

tópico deste encontro. Falta só um pouquinho. Trataremos de tipos de

discurso.

DISCURSOS DIRETO E INDIRETO

• Discurso Direto

No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da

própria personagem. É comum aparecerem neste tipo de discurso os

chamados verbos de elocução, ou “de dizer” (dicendi) – falar, dizer,

responder, retrucar, indagar, declarar, exclamar etc. Além disso, usam-se

algumas notações gráficas que marquem tais falas:

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a) travessão;

b) dois pontos,

c) aspas.

Exemplos:

1. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria: “Às

vezes, sinto morosidade por parte da Justiça”. (por encerrar todo o período, o

ponto final deve ficar fora das aspas)

2. O advogado disse: “Às vezes, sinto morosidade por parte da Justiça”.

(esta forma deve ser evitada, sendo preferível a que se segue)

3. O advogado disse:

– Às vezes, sinto morosidade por parte da Justiça.

4. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria. “Às

vezes, sinto morosidade por parte da Justiça.” (repare que agora o ponto final

está dentro das aspas, pois encerra apenas a fala do personagem)

5. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria. “Às

vezes, sinto morosidade por parte da Justiça”, declarou ele.

6. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria. Segundo

ele, “Ás vezes, nota-se morosidade por parte da Justiça”.

• Discurso Indireto

O discurso indireto apresenta as palavras das personagens

através do narrador, que reproduz o que ouviu, podendo suprimir ou

modificar o que achar necessário. A estruturação desse discurso não carece

de marcações gráficas especiais, uma vez que sempre é o narrador que

detém a palavra. Usualmente, a estrutura traz verbo dicendi e oração

subordinada substantiva com verbo num tempo passado em relação à

fala da personagem.

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Exemplos:

1. Fala do personagem: – Preciso estudar mais.

Discurso indireto: Disse que precisava estudar mais.

2. Fala do personagem: – Não quebrei nada desta sala.

Discurso indireto: A criança afirmou à mãe que não tinha quebrado

(quebrara) nada daquela sala.

Atenção! Note as alterações feitas nas estruturas gramaticais da transcrição

indireta do discurso, como no tempo verbal (preciso, precisava; quebrei, tinha

quebrado ou quebrara), nos pronomes (desta, daquela).

Confira a tabela de transposição do discurso direto para o indireto:

Discurso Direto Discurso Indireto

1. Enunciado em primeira ou em

segunda pessoa: "Eu não confio

mais na Justiça"; "Delegado, o

senhor vai me prender?"

1. Enunciado em terceira pessoa:

O detento disse que (ele) não

confiava mais na Justiça; Logo

depois, perguntou ao delegado se

(ele) iria prendê-lo.

2. Verbo no presente: "Eu não

confio mais na Justiça"

2. Verbo no pretérito imperfeito

do indicativo: O detento disse que

não confiava mais na Justiça.

3. Verbo no pretérito perfeito:

"Eu não roubei nada".

3. Verbo no pretérito mais-que-

perfeito (simples ou composto)

do indicativo: O acusado defendeu-

se, dizendo que não tinha roubado

(que não roubara) nada.

4. Verbo no futuro do presente:

"Faremos justiça de qualquer

4. Verbo no futuro do pretérito:

Declararam que fariam justiça de

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maneira". qualquer maneira.

5. Verbo no imperativo: "Saia da

delegacia", disse o delegado ao

promotor”.

5. Verbo no pretérito imperfeito

do subjuntivo: O delegado ordenou

ao promotor que saísse da delegacia.

6. Pronomes este, esta, isto,

esse, essa, isso: "A esta hora não

responderei nada".

6. Pronomes aquele, aquela,

aquilo: O gerente da empresa

tentou justificar-se, dizendo que

àquela hora não responderia nada à

imprensa.

7. Advérbio aqui: "Daqui eu não

sairei tão cedo".

7. Advérbio ali: O grevista

certificou os policiais de que dali não

sairia tão cedo.

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

20. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que

se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão

para o discurso indireto.

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(A) O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a

fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste.

(B) O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual era o dele.

(C) O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.

(D) O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu.

(E) O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.

Comentário – Quanto aos elementos gramaticais, não se percebe erro. As

transposições estão adequadas.

O problema surge em relação ao aspecto discursivo. Com

exceção da letra A, em todas as demais há ambiguidade causada pelo

emprego dos pronomes possessivos “seu” e/ou “dele” após dois referentes

capazes de satisfazerem a coesão textual (o filho com fitinha azul é do rico ou

do pobre?). Como o examinador exigiu a melhor resposta, esse aspecto deve

ser observado.

Para desfazer a tal ambiguidade, devemos utilizar outro

recurso coesivo: os demonstrativos aquele e este. Aquele retoma o primeiro

elemento mencionado, o que está mais distante (o homem rico); este retoma

o último elemento, o que está mais próximo (o homem pobre).

Resposta – A

Um grande abraço e fique com Deus!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...)

A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa

liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo

axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade

a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.

Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a

consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,

pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o

melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras

possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está

dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto

significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação

normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.

(...)

(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é

manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o

mundo axiológico.

Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado

equivalente a:

(A) das normas.

(B) dos mercados.

(C) dos indivíduos.

(D) das liberalidades.

(E) das verdades.

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2. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com o contexto,

observa-se emprego não-literal de vocábulo ou expressão em:

(A) Isso não ocorre com os animais brutos.

(B) supõe a avaliação de múltiplos fatores.

(C) Na escolha não pode haver indiferença.

(D) o caminho escolhido mata outras possibilidades.

(E) O fenômeno ético não é um acontecimento individual.

(...)

A economia é um nível essencial da realidade histórica;

nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam

iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.

Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações

75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a

debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.

(...)

(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

3. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) A palavra inexorável (L.73) só

não pode ser substituída, no texto, sob pena de alteração de sentido, por:

(A) implacável.

(B) indelével.

(C) inelutável.

(D) perituro.

(E) sempiterno.

(...)

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Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também

exercida por esferas de influência superiores. Quando uma

autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",

45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,

buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma

sanção.

(...)

(Jeitinho. In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

4. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Observando a frase “buscará dissuadir a

autoridade ‘menor’ de aplicar-lhe uma sanção” (L.46-47), assinale a

alternativa em que a substituição da palavra sublinhada mantenha o

sentido que se deseja comunicar no texto.

(A) obrigar.

(B) desaconselhar.

(C) persuadir.

(D) convencer.

(E) coagir.

As categorias da ética

A vida humana se caracteriza por ser fundamentalmente

ética. Os conceitos éticos "bom" e "mau" podem ser predicados a

todos os atos humanos, e somente a estes. Isso não ocorre com

os animais brutos. Um animal que ataca e come o outro não é

5 considerado maldoso, não há violência entre eles.

Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados

eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou

limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa

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nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou

10 eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética

desses resultados.

A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos

meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear

pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela

15 é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe

confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético.

Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de

energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir-

se aos fins humanos a que se destina.

20 Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações

humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre,

vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente.

Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre

alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a

25 consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação

unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a

afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da

multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e

escolhemos.

30 Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados

a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,

paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações

humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação

de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana

35 complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera

do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,

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entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,

mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.

Sob o ângulo especificamente ético, não haverá escolha,

40 exercício da liberdade, definição ética quando não houver

avaliação, preferência a respeito das ações humanas. Eis por

que na base da ética, como dissemos, encontram-se

necessariamente a liberdade e a valoração; a ética só se põe no

mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas.

45 A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa

liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo

axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade

a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.

Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a

50 consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,

pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o

melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras

possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está

dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto

55 significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação

normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.

O mundo oferece resistências e determinações necessárias

e, por meio destas, as ações éticas se realizam precisamente

enquanto as contrariam. As ações éticas brilham justamente

60 quando se opõem às tendências "naturais" do homem. Assim, a

liberdade não só se contrapõe à necessidade, como sua

negação, mas também existe em função desta. Não há liberdade

sem necessidade. Não há ética sem impulsão, sem desejo.

A melhor prova da liberdade é o esforço de superação da

65 necessidade, afirmando-a e negando-a dialeticamente, a um só

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tempo. Então, o mundo ético só é possível no meio social, no

bojo das determinações sociais.

O fenômeno ético não é um acontecimento individual,

existente apenas no plano da consciência pessoal. Isso porque o

70 ente singular do homem só se manifesta, como ser autêntico, em

suas relações universais com a sociedade e com a natureza.

Esse fenômeno é resultante de relações sociais e históricas,

compreendendo também o mundo das necessidades, da

natureza. A ética só existe no seio da comunidade humana.

75 e os meios de circulação econômica dos bens possuem maior

liberdade do que aqueles que não têm o poder desse controle.

Por aí se vê também que a liberdade e a ética não se reduzem a

fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre dimensões

sociais, históricas e objetivas.

80 Há, assim, um grande esforço, um esforço ético-político para

se obter uma distribuição igualitária dos direitos entre os

homens, quer dentro das comunidades, quer entre as

comunidades. Na verdade existe uma ética sobre a ética, uma

meta-ética. A meta-ética é utópica, crítica, subversiva e

85 transcende as condições mais imediatas da vida social. No

entanto, ela precisa ser possível no mundo dos fatos sociais, sob

pena de se perder como uma utopia de meros sonhos.

(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. In: www.centrodebate.org)

5. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A partir da tese defendida pelo

autor, é correto afirmar que:

(A) a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo

de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”.

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(B) o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam

atos de natureza técnica e atuam profissionalmente.

(C) a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção

ética que regule suas relações.

(D) as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais,

sejam elas humanas ou não.

(E) o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus

resultados e mais na própria concepção desses atos.

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação aos terceiro e

quarto parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O objetivo principal do terceiro parágrafo é conceituar regras técnicas e

normas éticas.

II. O plano do terceiro parágrafo inclui uma exemplificação para sustentar a

tese anteriormente explicitada.

III. O início do quarto parágrafo apresenta uma conclusão acerca das ideias

apresentadas no terceiro.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da compreensão adequada de

conceitos apresentados pelo texto, analise as afirmativas a seguir.

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I. O senso-comum de liberdade é reconstruído e passa a incluir a noção de

que nem todos são livres na mesma medida.

II. O conceito de ética fundamenta-se numa perspectiva naturalista e põe em

segundo plano seu viés social.

III. As ideias de liberdade e obrigação não são concepções excludentes; ao

contrário, envolvem implicação necessária.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da leitura do quarto parágrafo,

deduz-se que o autor:

(A) afirma-se perplexo ante a unilateralidade das escolhas.

(B) contraria a ideia de liberdade como ação racionalmente concebida.

(C) opõe-se à aceitação do determinismo como fonte das ações humanas.

(D) defende a vocação como forma de realização pessoal.

(E) situa na determinação causal a origem da infelicidade humana.

Esquerda e direita no Brasil, hoje

Ninguém pode pretender negar diversos progressos no

movimento da história. A humanidade, hoje, se beneficia de

conquistas importantes na área da medicina, por exemplo.

Podemos ser operados com anestesia, suavizar dores com

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5 analgésicos. Dispomos de meios de transporte rapidíssimos,

helicópteros, aviões. Nossas casas têm luz elétrica, água

encanada, esgoto. Vemos filmes, acompanhamos seriados na

TV, ouvimos rádio. E, cada vez mais, utilizamos os

computadores, a internet.

10 Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do

mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de

"economia de mercado", e outros, de "capitalismo". Até hoje,

não surgiu nenhum sistema tão capaz de fazer crescer a

economia. As experiências feitas em nome do socialismo não

15 manifestaram força própria suficiente para competir, no plano

do crescimento econômico, com o capitalismo.

O modo de produção capitalista não tem vocação suicida,

e nada indica que ele esteja a ponto de morrer de morte

natural. Seus representantes na arena política recorrem à

20 repressão quando necessário e fazem concessões quando

conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas

significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem

saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de

trabalho de 12 horas.

25 Parte dos trabalhadores – mais que no passado – chega

mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho

que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz

parte da lógica do sistema, contudo, que as massas

permaneçam excluídas. A cooptação de setores da

30 representação política das classes médias está sendo mais

resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas

confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à

sedução das classes dominantes.

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Temos uma situação histórica favorável ao bloco

35 conservador. Nas atuais condições, a direita vem

administrando suas contradições internas. A política

econômica do governo do PT, as posições neoliberais do

PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB

tranqüilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no

40 PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à

esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram

marginalizados.

A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União

Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15

45 anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta

dolorosamente diversas organizações socialistas.

No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas

de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no

PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem

50 partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o

PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que

se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado

por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita.

Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a

55 direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso

da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O

conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia.

Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em

torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".

60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".

Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda

que os empurrava inexoravelmente para adiante, para

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promover a transformação das relações de produção e o

crescimento das forças produtivas.

65 A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu

para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes

derrotas. Duras lições da história política

convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade

interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela

70 superação das desigualdades.

A economia é um nível essencial da realidade histórica;

nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam

iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.

Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações

75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a

debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.

Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com

eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial

dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da

80 economia e passava a acreditar que possuía a chave da

compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos

afligem no presente.

Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da

ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a

85 ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos

convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não

há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi

tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades

precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente,

90 chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira

cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e

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promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de

melhores condições materiais de cidadania, tal como

aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os

95 computadores, que demoraram, mas vieram.

Permito-me perguntar: vieram mesmo?

(Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

9. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que

apresente comentário pertinente ao texto

(A) O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil,

apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não

teria êxito a instauração de um regime socialista.

(B) O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional,

objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta

de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes

de revelar o discurso falho da extrema direita.

(C) O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e

aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no

doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita,

ditando falaciosamente a democracia ao povão.

(D) O texto aponta, no cenário político doméstico, o processo de

desarticulação da esquerda, como resultado do fim do modelo socialista e

da supremacia da direita ao ditar a interpretação da economia.

(E) O texto questiona se os valores apontados como conquistas pela direita de

fato aconteceram, observando que a interpretação falaciosa da realidade

atraiu antigos esquerdistas a sobejarem teorias que explicassem as falhas

no processo democrático historicamente.

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10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) O nono parágrafo, em

relação ao oitavo, apresenta-se como:

(A) explicação.

(B) exemplificação.

(C) complemento.

(D) desdobramento.

(E) oposição.

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

11. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Ao associar-se a charge com o

seu título, percebe-se que a interpretação é possível pela via:

(A) alegórica.

(B) fática.

(C) lúdica.

(D) metonímica.

(E) sofística.

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Jeitinho

O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu-

cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo.

O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e

sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também

5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar

bem" em uma situação "apertada".

Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo

Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a

dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude

10 formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa

admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a

ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é

ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de

educação adequada.

15 O antropólogo prossegue explicando que, diferente das

norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas

para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é

naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada

à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define

20 precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade

social da Índia.

Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma

realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que

vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas

25 vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma

autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma

coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da

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qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância – e

apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a

30 autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem

se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o

que precisa.

Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem

permissividade alguma e possuem franca influência na esfera

35 dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-

seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que

é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples:

acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade

não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o

40 jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após

o uso desse atalho.

Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também

exercida por esferas de influência superiores. Quando uma

autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",

45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,

buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma

sanção.

A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe

conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você

50 sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um

promotor público que vê seu carro sendo multado por uma

autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo)

de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou

o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de

55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado.

(In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

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12. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto

afirmar que:

(A) o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso

entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo.

(B) as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem

permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do

cidadão.

(C) a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o

indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo

Estado.

(D) a famosa “carteirada” constitui uma das manifestações do jeitinho

brasileiro e define-se pelo fato de dois poderes simetricamente

representados entrarem em tensão.

(E) nos Estados Unidos da América, as leis influem decisivamente apenas na

vida pública do cidadão, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as leis

logram mudar comportamentos no plano dos costumes e da vida privada.

13. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação à estruturação do texto e

dos parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O primeiro parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem

histórica do jeitinho.

II. A tese, apresentada no segundo parágrafo, encontra-se na frase iniciada

por no entanto.

III. O quarto parágrafo apresenta o argumento central para a sustentação da

tese.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

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(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

14. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter

técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem

para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o

que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou

eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses

resultados.

No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de

neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento

linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do

vocábulo:

(A) qualificados.

(B) limitação.

(C) mesmo.

(D) não.

(E) mas.

(...)

Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados

a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,

paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações

humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação

de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana

complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera

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do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,

entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,

mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.

(...)

(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) O advérbio Aí, no quinto

parágrafo, refere-se ao processo compreendido nas etapas assim

apresentadas pelo autor.

(A) situação humana / múltiplos fatores / demandas

(B) liberdade / decisão / avaliação

(C) decisão / possibilidade / liberdade

(D) decisão / possibilidade / avaliação

(E) múltiplos fatores / demandas / ações humanas

16. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas alternativas a seguir,

ambas as expressões servem essencialmente à articulação sequencial das

ideias do texto, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) pois / porque (4º parágrafo).

(B) assim / entretanto (5º parágrafo).

(C) quando / eis por que (6º parágrafo).

(D) mas também / então (9º parágrafo).

(E) por aí / sempre (11º parágrafo).

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas atuais condições em que

exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus

critérios no discurso da esquerda "moderada". (L.54-56)

A palavra seus no trecho acima tem valor:

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(A) anafórico.

(B) anastrófico.

(C) catafórico.

(D) hiperbólico.

(E) paragramático

18. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Assinale a alternativa que identifique a

composição tipológica do texto “Jeitinho”.

(A) Descritivo, com sequências narrativas.

(B) Expositivo, com sequências argumentativas.

(C) Injuntivo, com sequências argumentativas.

(D) Narrativo, com sequências descritivas.

(E) Argumentativo, com sequências injuntivas

(...)

Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em

torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".

60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".

Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda

que os empurrava inexoravelmente para adiante, para

promover a transformação das relações de produção e o

crescimento das forças produtivas.

(...)

(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A expressão na crista de uma

onda (L.61) tem origem no registro:

(A) burocrático.

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(B) culto.

(C) inculto.

(D) informal.

(E) regional.

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

20. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que

se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão

para o discurso indireto.

(A) O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a

fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste.

(B) O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual era o dele.

(C) O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.

(D) O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu.

(E) O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha

azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.

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Olá! Como você passou a semana? Estudou muito?

Hoje iniciamos a aula 2 deste preparatório para o Senado

Federal. Falaremos sobre classes, emprego, estrutura e formação de

palavras. Também veremos nesta aula a flexão de nomes. Não se trata

das inúmeras regras de concordância nominal como estamos acostumados a

ver e que envolvem, por exemplo, o uso de mesmo, próprio, anexo,

bastante e meio. Na verdade, abordaremos aqui a variação de gênero,

número e grau de substantivos, adjetivos e advérbios.

Esclareço ainda que, na aula de hoje, estudaremos oito das dez

classes gramaticais da Língua Portuguesa: pronomes e verbos ficarão para o

próximo encontro.

Então, vamos lá!

ESTRUTURA DE PALAVRAS

Vamos iniciar com um breve conceito sobre morfemas

(elementos estruturais das palavras). Observe: escol-a; pré-escol-a;

escol-inh-a. Percebeu que todas as palavras têm pelo menos um elemento

comum entre si: escol? Além disso, percebeu que cada elemento destacável

é responsável por um aspecto diferente do significado delas? Assim:

escol-: elemento básico da palavra, considerada sob o aspecto

gramatical e prático, dentro da Língua Portuguesa atual;

a-: elemento que, junto ao anterior, forma o tema do nome

“escola”;

pré-:indica aquilo que vem antes;

-inh-: denota ideia de diminutivo (em alguns casos, confere

valor depreciativo: povinho, gentinha).

As unidades mínimas de significação que compõem uma palavra

são chamadas de morfemas.

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• CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS

1. RADICAL – Morfema comum a uma mesma família de palavras e que

possui a significação básica delas. As palavras que possuem o mesmo radical

são chamadas de cognatas (pertencem à mesma família etimológica).

Ex.: ferro, ferreiro, ferradura – terra, terreno, terreiro – carro,

carroça, carruagem.

2. AFIXO (ou morfema derivacional) – Morfema capaz de alterar a

significação básica de um radical, podendo também alterar a classe

gramatical. Divide-se em prefixo (antes do radical) e sufixo (após o

radical).

Ex.: desleal – infeliz – feliz (adj.) + mente = felizmente (adv.) –

favor (subst.) + ecer = favorecer (verbo).

3. VOGAL TEMÁTICA – Morfema que serve de ligação entre o radical e as

desinências; classifica-se em: nominal (“a”, “e”, “o”, quando átonas finais)

e verbal (“a”, “e”, “i”, designam as três conjugações verbais). O conjunto

radical + vogal temática denomina-se tema.

Ex.: lata, combate, livro – cantar (1ª conjug.), vender (2ª

conjug.), partir (3ª conjug.).

ATENÇÃO! 1 – Sofá, café, cipó, paz, lápis: os nomes terminados em vogais

tônicas, bem como os terminados em consoante, não possuem vogal

temática, tudo é radical.

2 – O verbo PÔR e seus derivados pertencem à segunda

conjugação: “pôr” vem do latim “poer”, cuja vogal temática é “e” (2ª

conjug.).

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4. DESINÊNCIA (ou morfema flexionaL) – Morfema que indica as flexões

das palavras variáveis, também se dividindo em: nominal (indica o gênero

e o número) e verbal (indica modo-tempo e número-pessoa).

Ex.: menino – menina; garoto – garota: desinência nominal

de gênero (conceito sustentado por Cegalla, Ernani Terra, Celso Cunha,

Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto, por exemplo; outros autores, como

João Domingos Maia e Luiz Antônio Sacconi, dizem que a letra “o” em

menino, por exemplo, é vogal temática – as bancas não costumam entrar

nessa discussão, mas fica aqui o registro).

Ex.: mar – mares; giz – gizes: desinência nominal de número

(de acordo com Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto; já Luiz Antônio

Sacconi diz que a letra “e” classifica-se como vogal temática).

Ex.: estudá-va-mos: va = desinência verbal modo-temporal

(pretérito imperfeito do indicativo); mos = desinência verbal número-

pessoal (1ª pessoa do plural).

Ex.: vende-ríe-is: rie = desinência verbal modo-temporal; is =

desinência verbal número-pessoal.

ATENÇÃO! Desinência Nominal de Gênero X Vogal Temática Nominal.

Ex.: moço – moça: as desinências nominais de gênero fazem

clara distinção entre masculino e feminino; mesa, dente, livro: como

percebemos, isso não acontece com as vogais temáticas nominais.

5. VOGAL E CONSOANTE DE LIGAÇÃO – na verdade, não chegam a ser

essencialmente morfemas; pois não acrescentam nenhum significado à

palavra, mas apenas facilitam a sua pronúncia.

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Ex.: guri + ada = gurizada – pau + ada = paulada – café + eira

= cafeteira

ágil + dade = agilidade – gás + metro = gasômetro

1. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa

em que a palavra contenha o mesmo número de radicais que

beligerâncias.

(A) brasileira

(B) unilaterais

(C) livremente

(D) convivência

(E) civilizadamente

Resposta – B

Comentário – Beligerância é o estado de beligerante (adjetivo que qualifica

algo ou alguém que está ou promove guerra). Nota-se a presença de dois

elementos que trazem a significação básica do vocábulo: beli (bélico = que é

referente à guerra ou próprio dela) e ger (que também é encontrado em

gerar; gerente; gerir = dar existência, origem; causar).

Alternativa A: brasil é o único radical presente; eira é sufixo.

Alternativa B: aqui também temos dois elementos que

trazem a significação básica da palavra unilaterais (uni + lateral).

Alternativa C: o único radical é o elemento livr; e é vogal

temática e mente é sufixo.

Alternativa D: viv é o radical; con é prefixo que denota

companhia; ência é sufixo e indica resultado da ação de conviver.

Alternativa E: o radical é civ; il, ada e mente são sufixo; iz

representa vogal e consoante de ligação.

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2. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Na

palavra fotografia, há dois radicais: "luz" + "escrever". Assinale a

alternativa em que tenha havido erro na indicação do sentido do

primeiro radical.

(A) antropografia – corpo humano

(B) bibliografia – livro

(C) braquigrafia – redução

(D) cinegrafia – movimento

(E) datilografia – mão

Resposta – E

Comentário – com exceção do elemento datilo, todos têm seu significado

expresso corretamente. Datilo (do grego dátktylos) tem a ver com dedo. O

examinador foi capcioso e disse “mão”.

3. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a

alternativa que não apresente a classificação correta de um dos

elementos mórficos do vocábulo deixasse

(A) deix- = radical

(B) -e = desinência número-pessoal

(C) -a = vogal temática verbal

(D) deixa = tema

(E) -sse = desinência modo-temporal

Resposta – B

Comentário – Perceba que não há como as alternativas B e E estarem

corretas ao mesmo tempo. A letra e não pode ser analisada separadamente,

pois integra o morfema -sse, o qual designa o tempo e modo verbal:

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pretérito imperfeito do subjuntivo. Portanto a letra B não apresenta

classificação correta.

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a

alternativa em que o prefixo tenha o mesmo sentido que o de

imigrantes

(A) imberbe

(B) imergir

(C) incréu

(D) iníquo

(E) inválido

Resposta – B

Comentário – O prefixo referido é i-; que integra o grupo in-, en-, em-, e-.

Todos indicam movimento para dentro, conversão em, tornar (ingerir,

imerso, engarrafar, entristecer, engolir, embarcar, emudecer). Assim sendo,

Se, por exemplo, um estrangeiro entra em nosso país, ele é considerado

pelos brasileiros um imigrante. Imergir significa mergulhar, afundar,

adentrar.

Fique atento, porque in-, im- e i- podem indica negação,

carência, ausência, falta (indelével, infelicidade, ilegal, irracional, irredutível,

impune). É isso o que ocorre nas demais palavras:

– imberbe: que não tem barba;

– incréu: que não tem fé;

– iníquo: que não tem senso de justiça;

– inválido: que não tem validade.

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5. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Em xenofobia, há a seguinte

combinação de sentidos: estrangeiro + aversão. Assinale a alternativa

em que a explicação do sentido do elemento que antecede -fobia não

tenha sido feita corretamente.

(A) pantofobia (pantera)

(B) estasiofobia (permanecer de pé)

(C) fotofobia (luz)

(D) ictiofobia (peixe)

(E) gamofobia (casamento)

Resposta – A

Comentário – Apenas o elemento “panto–” está com seu sentido indicado

erroneamente. Ele, na verdade, significa tudo, todo e provém do grego

pan–, pantós–. Está presente, por exemplo, nas palavras panteísmo,

pantógrafo, panacéia. Pantofobia expressa o estado de ansiedade que induz

o indivíduo a ter medo de tudo.

6. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Assinale o par de vocábulos em

que seus elementos mórficos destacados NÃO tenham o mesmo

sentido.

(A) metropolitana – metrologia

(B) economia – ecologia

(C) telecomunicações – telepatia

(D) petróleo – petrificar

(E) sintonia – sinergia

Resposta – A

Comentário – Alternativa A: “metropolitana” remete-nos à metrópole

(cidade grande, principal, importante; do grego méter/metrós + pólis: mãe

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+ cidade). Já “metrologia” (estudo e descrição dos sistemas de pesos e

medidas) nos lança de volta ao grego métron (medida), também presente,

por exemplo, nas palavras métrico, quilômetro, termômetro. É esta a

resposta da questão.

Alternativa B: o radical “eco–” traduz a ideia de casa;

habitação; meio ambiente; residência; bens; propriedade. Também está

presente nas seguintes palavras: ecodesenvolvimento, ecólogo, ecônomo,

ecosfera, ecossistema, ecossociológico, ecotoxicologia, ecoturismo,

ecoturista etc.

Alternativa C: o radical “tele–” significa longe,

distanciamento.

Alternativa D: o radical “petr–” traduz a ideia de pedra,

rochedo: pétreo; petrificação.

Alternativa E: o prefixo “sin–” (ou sim–, si–) indica

conjunto, simultaneidade (sintaxe, síntese, sinfonia, simpatia, simetria etc.)

7. (FGV/SAD-PE/ANALISTA EM GESTÃO ADMINISTRATIVA/2008) Essas

pessoas, portanto, costumam ser vítimas de si mesmas e de um estilo

de vida estressante auto-produzido.

Assinale a alternativa que contenha um vocábulo cuja forma auto

assuma valor diferente do que é veiculado em auto-produzido.

(A) autobiografia

(B) autodidata

(C) auto-estrada

(D) auto-esterilidade

(E) auto-extermínio

Resposta – C

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Comentário – Em “auto-produzido”, utilizou-se o prefixo auto–, que

significa por si mesmo ou de si mesmo; próprio, independente e com ele se

podem formar muitas palavras: autobiografia, autodidata, autoesterelidade,

autoextermínio, autossuficiência (grafias conforme o novo Acordo

Ortográfico), autocombustão, autodomínio etc.

Em “auto-estrada” (a grafia também de acordo com o novo

sistema ortográfico é sem hífen: autoestrada), o elemento “auto” é forma

reduzida de automóvel e está presente com a mesmo ideia nas palavras:

autódromo, autoescola, autopista, autorama etc.

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Com relação ao radical, as palavras podem ser:

1. SIMPLES – possuem apenas um radical: velho, novo, Brasil, pé

2 COMPOSTA – possuem mais de um radical: ferro-velho, girassol

Quanto à origem de formação, as palavras podem ser:

1. PRIMITIVAS – não derivam de outras da Língua Portuguesa, mas podem

dar origem a outras palavras: pedra, pobre, ferro.

2. DERIVADAS – originam-se de outras palavras da Língua: pedreiro,

empobrecer, ferradura.

OS PROCESSOS PRINCIPAIS

1. DERIVAÇÃO

1.1 PROGRESSIVA – com o acréscimo de afixos, dividindo-se em:

a) PREFIXAL – com o acréscimo de prefixo: desleal, infeliz, pré-história,

vice-diretor.

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b) SUFIXAL – com o acréscimo de sufixo: lealdade, felicidade,

historiador, diretoria.

c) PREFIXAL E SUFIXAL – com o acréscimo de prefixo e sufixo:

deslealdade, infelicidade, pré-historiador, vice-diretoria.

d) PARASSINTÉTICA – com o acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo:

empobrecer, ajoelhar, engavetar.

1.2 REGRESSIVA, DEVERBAL, PÓS-VERBAL – ocorre quando se retira a

parte final de uma palavra primitiva, obtendo por essa redução uma

palavra derivada; ocorre na formação de substantivos abstratos a partir

de verbos (principalmente com os da 1ª e 2ª conjugações), substituindo

a terminação verbal pela vogal temática nominal.

Ex.: buscar – busca; cortar – corte; perder – perda; vender –

venda; sacar – saque; tocar – toque

ATENÇÃO! Os substantivos deverbais são sempre nomes que denotam

ação. Isso é importante porque há casos em que o verbo se forma a partir

do substantivo. Quando a palavra denota algum objeto ou substância, o

verbo deriva do substantivo.

Ex.: planta (obj.) – plantar (verbo deriv.); perfume (subst.) –

perfumar (verbo deriv.); azeite (subst.) – azeitar (verbo deriv.)

1.3 IMPRÓPRIA – ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer

acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical;

também pode acontecer de a palavra mudar a sua classificação dentro

da própria classe gramatical.

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Ex.: Você aceita um não como resposta? (advérbio virou

substantivo)

O Dr. Leão é um bom médico. (substantivo comum virou

substantivo próprio)

José Oliveira (substantivo comum virou substantivo

próprio)

Ele é inteligente e lido (adjetivo a partir do particípio

verbal)

Ela pisava forte. (adjetivo virou advérbio)

Silêncio! Bravo! Viva! (substantivo, adjetivo e verbo

viraram interjeição)

Quer... quer...; Já... já... (verbo e advérbio viraram

conjunção)

2. COMPOSIÇÃO

2.1 JUSTAPOSIÇÃO – as palavras são colocadas lado a lado, não há

alteração fonética em nenhuma delas, ambas conservam seu acento

tônico: segunda-feira; passatempo, democracia, agricultura.

2.2 AGLUTINAÇÃO – ocorre quando os elementos sofrem alterações

fonéticas, fundindo-se num só; neste caso só há um acento tônico: em

+ boa + hora = embora; plano + alto = planalto; retilíneo; crucifixo;

ambidestro; demagogo.

OUTROS PROCESSOS

1 ABREVIAÇÃO, REDUÇÃO VOCABULAR – emprega-se parte da

palavra no lugar da sua totalidade.

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Ex.: cinematógrafo – cinema – cine; pneumático – pneu;

extraordinário – extra; pornográfico – pornô;

otorrinolaringologista – otorrino; poliomielite – pólio.

2 SIGLA – consiste na utilização das letras iniciais que formam a

expressão.

Ex.: FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

ONU – Organizações das Nações Unidas

Embratur – Empresa Brasileira de Turismo

3 ONOMATOPEIA – ocorre quando se forma uma palavra por meio da

imitação de sons; procura-se reproduzir um determinado som,

adaptando-o ao conjunto de fonemas de que a língua dispõe.

Ex.: miau, cacarejar, pingue-pongue, tique-taque, reco-reco,

zunzunzum, relinchar.

4 HIBRIDISMO – consiste na associação de elementos oriundos de

línguas distintas.

Ex.: abreugrafia (abreu – português; grafia – grego)

automóvel (auto – grego; móvel – latim)

sociologia (sócio – latim; logia – grego)

goiabeira (goiab – tupi; eira – português)

burocracia (buro – francês; cracia – grego)

sambódromo (sambo – africano; dromo – grego)

surfista (surf – inglês; ista – grego)

bígamo (bi – latim; gamo – grego)

endovenoso (endo – grego; venoso – latim)

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monóculo (mono – grego; culo – latim)

televisão (tele – grego; visão – latim)

Agora que você já tem uma base teórica adequada, podemos

resolver outros exercícios de provas anteriores. Vamos a eles!

8. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a

alternativa em que a palavra tenha sido formada pelo mesmo processo

que infra-estrutura

(A) nova-iorquina

(B) Paraisópolis

(C) planejando

(D) sobreviver

(E) embora

Resposta – D

Comentário – Como a questão é de 2006, a palavra “infra-estrutura”

deveria ser escrita com hífen. Diante de VOGAL, H, R e S, o prefixo infra-

ligava-se ao outro elemento por meio do hífen. Atualmente, o hífen será

usado se o segundo elemento iniciar por H ou por A (vogal idêntica à que

finaliza o prefixo).

Já deu, então, para você notar que o processo de formação

da palavra destacada é prefixação, semelhantemente ao que ocorre em

“sobreviver”. Nas outras opções, temos:

– “nova-iorquina”: composição por justaposição;

– “Paraisópolis”: sufixação;

– “planejando”: sufixação;

– “embora”: composição por aglutinação.

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9. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) A palavra

Emudecendo (verso 13) foi formada pelo processo de:

(A) composição por aglutinação.

(B) derivação prefixal.

(C) derivação parassintética.

(D) derivação sufixal.

(E) derivação imprópria.

Resposta – C

Comentário – A partir do substantivo mudo, foram acrescentados

simultaneamente o prefixo – e o sufixo –ecendo, o que caracterizou

derivação parassintética.

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em

que a palavra tenha sido formada por processo distinto das demais.

(A) autoconhecimento

(B) supersalários

(C) geométrica

(D) insatisfação

(E) imprecisas

Resposta – C

Comentário – Somente a palavra “geométrica” é formada por derivação

sufixal. O morfema ic(a)– foi adicionado à palavra geometria, já existente na

Língua.

Nos demais casos, o processo de formação de palavras é

derivação prefixal:

– “autoconhecimento”: acréscimo do morfema auto– à

palavra conhecimento.

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– “supersalários”: acréscimo do morfema super– ao

vocábulo preexistente salários.

– “insatisfação”: a prefixação foi feita por meio do

morfema in– adicionado ao substantivo satisfação.

– “imprecisas”: o prefixo im– foi adicionado à palavra

precisas.

11. (FGV/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ADMINISTRADOR DE BANCO DE

DADOS/2008)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pela união de

dois radicais, ou seja, bases de sentido das palavras.

(A) autogeridas

(B) descolonização

(C) superendividamento

(D) ecossistema

(E) desigualdades

Resposta – D

Comentário – Em “ecossistema”, houve uma composição híbrida formada

pelo radical grego eco (= casa, hábitat) e o substantivo “sistema”.

Alternativa A: “auto–” é prefixo, expressa ideia de por si

mesmo.

Alternativa B: “des–” é prefixo latino de valor semântico de

negação, contrariedade.

Alternativa C: o prefixo “super–” (= excesso, abundância)

foi acrescido ao substantivo “endividamento”, que é formado por

parassíntese a partir da substantivo dívida.

Alternativa E: novamente houve o acréscimo do prefixo

“des–”, que já foi objeto de comentário na presente questão.

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12. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Assinale a alternativa em que

a palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que as

demais.

(A) ilegais

(B) desacompanhado

(C) incompatíveis

(D) demográfica

(E) inter-regionais

Resposta – D

Comentário – O vocábulo “demográfica” decorre da união de dois radicais

de origem grega: dem (povo) e graf (escrita). Assim sendo, o processo de

formação dessa palavra é composição por justaposição.

Nos demais casos, temos acréscimo de prefixos:

– “ilegais” = i– + legais;

– “desacompanhado” = des– + acompanhado;

– “incompatíveis” = in– + compatíveis;

– “inter-regionais” = inter– + regionais.

13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2009) Com relação aos processos de

formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. estruturador, civilizacional e renováveis são adjetivos formados por

derivação sufixal.

II. hominização, dilapidação e autodestruição são substantivos formados

por composição e derivação.

III. autodestruição, contrapartida e responsabilidade são substantivos

formados por composição.

Assinale:

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(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Resposta – A

Comentário – Item I: certo. À palavra estrutura, foi adicionado o sufixo –

dor (que denota profissão, ofício, agente). Ao já existente vocábulo

civilização – que também é formado por sufixação –, foi posto o sufixo –al

(interessante que, para isso, a forma erudita foi evocada: civilizacion). Por

último, houve a utilização do sufixo –vel (que foi pluralizado em –veis) a

partir da forma verbal renovar.

Item II: errado. Não existe composição, que se caracteriza

pela união de dois radicais. O que existe é derivação sufixal (hominizar +

ção; dilapidar + ção) e derivação prefixal e sufixal (auto + destruir + ção).

Item III: errado. Já bastaria a explicação anterior para você

constatar que “autodestruição” não é formada por composição. Mas

analisemos também as demais palavras.

– “contrapartida”: houve o acréscimo do prefixo contra– ao

vocábulo partida.

– “responsabilidade”: houve o emprego do sufixo –(i)dade à

palavra preexistente responsável.

14. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) Com relação aos processos de

formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa “diminuição”.

II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra

utilitarista.

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III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a

partir do radical alfabet-.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Resposta – C

Comentário – Item I: errado. Nem sempre os sufixos –(z)inho e –(z)ito

indicam diminuição física de algo. Às vezes, eles expressam o sentimento do

interlocutor em relação ao ser nomeado (amorzinho, docinho, benzinho

etc.); não é raro conferir valor semântico depreciativo (carrinho, golzinho,

povinho, gentinha, juizinho etc.), como também ocorreu aqui.

Item II: errado. Tal palavra é formada por sufixação, ou

seja, com o emprego do morfema –ista (participante, seguidor de doutrina,

escola, religião, esporte, profissão) ao vocábulo preexistente utilitário.

Item III: certo. Para efeito de esclarecimento, é bom saber

que o prefixo grego an– traz a ideia de negação, carência, e o sufixo grego

–ismo forma substantivo que traduz ciência, escola, sistema político,

religioso (romantismo, modernismo, socialismo, catolicismo etc.)

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2010) Quanto à estrutura e formação

do vocábulo meta-ética, é correto afirmar que:

(A) forma-se pelo processo de composição por aglutinação.

(B) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero

feminino.

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(C) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra

“metafísica”.

(D) apresenta uma vogal de ligação –a, necessária em razão do hífen.

(E) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

Resposta – C

Comentário – Alternativa A: errada. Na aglutinação, unem-se dois ou mais

vocábulos ou radicais e há supressão de um ou mais de um de seus

elementos fonéticos (fidalgo = filho de algo; quintessência = quinta

essência; boquiaberto = boca aberto etc.). Esse fato linguístico não ocorreu

na palavra “meta-ética”. Meta– é prefixo, não possui autonomia.

Alternativa B: errada. Muito cuidado aqui! Ética (conjunto de

princípios, normas e regras que devem ser seguidos para que se estabeleça

um comportamento moral exemplar) é substantivo feminino. Não é possível

fazer-se oposição de gênero (masculino/feminino); portanto o a é vogal

temática nominal. Não confunda o emprego desse vocábulo como adjetivo,

em que o a passa a ser desinência nominal de gênero feminino, pois é

possível estabelecer-se a distinção entre os gêneros: ele é ético/ela é ética.

Alternativa C: certa. O prefixo grego meta– pode exprimir

mudança, além, depois de, no meio (metamorfose, metáfora, metonímia,

metacarpo, metatarso).

Alternativa D: errada. Completamente descabida. Não existe

a tal vogal de ligação para unir palavras por meio do hífen. O “a” integra,

como já vimos, o prefixo.

Alternativa E: errada. Na justaposição ocorre a união de

duas ou mais palavras (ou radicais) sem que haja alteração em suas

estruturas. Como vimos, meta- é prefixo, não tem autonomia.

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16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que

seja formada pelo mesmo processo que megalópoles.

(A) internacional

(B) sustentabilidade

(C) saneamento

(D) obrigatoriedade

(E) olímpicos

Resposta – A

Comentário – A rigor, em “megalópoles” houve composição por

justaposição, pois os elementos mega– (= grande; presente em

megalomania, megaton, megaevento etc.) e –póles (= cidade; presente em

acrópole, Petrópolis, metrópole etc.) nos remetem aos radicais gregos

megás e polis. Entretanto, parece que, na passagem para o Português,

mega– cristalizou-se como prefixo (ou falso prefixo). E foi assim que a banca

entendeu para justificar o gabarito e evidenciar a derivação prefixal, como

em internacional (inter– + nacional). Nessas horas, o candidato deve

escolher a melhor resposta.

Nas demais alternativas, temos derivação sufixal:

– sustentável + –(i)dade;

– sanear + –mento;

– obrigatório + –(e)dade

– olimp– (ref. à cidade de Olímpia, na Grécia) + –ico.

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2008) Assinale a alternativa em que a

palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que injustiça.

(A) tecnologias

(B) auto-organização

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(C) antielisão

(D) ilícito

(E) internacional

Resposta – A

Comentário – A palavra “injustiça” é formada por derivação prefixal (in– +

justiça), bem como as palavras: “auto-organização” (auto–), “antielisão”

(anti–), “ilícito” (i–) e “internacional” (inter–).

A palavra “tecnologias” é formada por derivação sufixal:

teknos (radical grego) + log (outro radical grego) + –ia (sufixo nominal).

CLASSES E EMPREGOS DE PALAVRAS

Agora vamos tratar das classes gramaticais e seus

empregos. Comecemos com uma definição sucinta a respeito de cada classe

gramatical.

Classe gramatical Definição

Substantivo

É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,

instituições, animais, entes de natureza espiritual

ou mitológica, etc.)

Substantivo comum de

dois números

Tem a mesma forma para o singular e o plural:

lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será

estabelecida por meio de outro elemento

linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus

etc.

Substantivo comum de

dois gêneros

Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.

Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de

qualquer outro determinante. Exemplos: o/a

colega, o/a agente, o/a lojista.

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Substantivo

sobrecomum

Possui uma só forma e um só gênero a fim de

designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a

pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o

monstro.

Substantivo epiceno

Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de

designar animais de ambos os sexos. Usam-se as

expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a

distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a

cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou

fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.

Artigo

(definidos: o, a, os,

as; indefinidos: um,

uma, uns, umas)

É a palavra que se antepõe ao substantivo,

servindo basicamente para generalizar ou

particularizar o sentido desse substantivo. Em

alguns casos, o artigo é essencial na identificação

do gênero e do número do substantivo. Exemplos:

Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à

aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi

demitida. – O pires quebrou. / Os pires

quebraram.

Adjetivo

Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe

atribuir uma característica. Com ele concorda em

número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros

bons, árvore alta, tapete novo etc.

Adjetivo uniforme

Mantém a mesma forma tanto quando se refere a

substantivos masculinos quanto a femininos.

Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,

obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça

adorável.

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Numeral

É a palavra que indica a quantidade ou a posição

dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem

(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo

(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze

avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo

(multiplicativos).

Advérbio

É a palavra invariável que se refere a um verbo, um

advérbio ou a um adjetivo, indicando uma

circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:

Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal

“chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu

bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,

intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude

menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,

intensificando-lhe o sentido).

Interjeição

É a palavra invariável que exprime emoções ou que

procura agir sobre o interlocutor, levando-o a

adotar certo comportamento sem que se faça uso

de estruturas linguísticas mais elaboradas.

Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!

Preposição

É a palavra invariável que conecta (liga) palavras

ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do

céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu

para sair mais cedo.

Conjunção

É a palavra invariável que une orações ou termos

de uma oração. No desempenho desse papel, a

conjunção pode relacionar termos e orações

sintaticamente equivalentes (as chamadas orações

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coordenadas) ou relacionar uma oração principal a

uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:

Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e

Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.

É a partir do conhecimento das definições que reuniremos

subsídios para compreender o funcionamento de cada classe gramatical e o

nexo semântico que elas estabelecem com o restante do período em que

estão inseridas.

• Emprego de substantivos

Com frequência, as formas sintéticas (constituídas pelo

acréscimo de um sufixo) de aumentativo e diminutivo indicam valor

semântico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc.

Vezes há em que essas mesmas formas são empregadas para

traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona,

paizinho etc.

Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a

ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado

diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha,

folhinha (calendário), película, portão, flautim, calção etc.

• Emprego de artigos com:

01) Ambos

Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,

caso este admita o seu uso.

Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é

substantivo que admite artigo.)

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Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite

artigo.)

Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento

que não admite artigo.)

02) Todos

Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento

posterior, caso este admita o seu uso.

Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.

Todas as leis devem ser cumpridas.

Todos vocês estão suspensos.

03) Todo

Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar

integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa para

indicar generalização.

Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, completamente.)

Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os

países.)

ATENÇÃO! Quando surge em prova, normalmente é perguntado se o

emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original.

Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como

ponto de partida, a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem

por algum motivo conserva o significado inicial.

04) Cujo

Não se usa artigo imediatamente após o pronome relativo cujo,

nem antes dele.

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Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e

não: cujas as bolsas.)

05) Pronomes Possessivos

Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo.

Ex.: Encontrei seus amigos no Shopping.

Encontrei os seus amigos no Shopping.

06) Nomes de pessoas

Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para indicar

afetividade ou familiaridade.

Ex.: O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Henrique Cardoso.

07) Casa

Só se usa artigo diante da palavra casa (lar, moradia) se a

palavra estiver especificada.

Ex.: Saí de casa há pouco.

Saí da casa do Gilberto há pouco.

08) Terra

Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo

quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo.

Ex.: Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do

comandante.

Os astronautas voltaram da Terra.

09) Nomes de lugar

Só se usa artigo diante da maioria dos nomes de lugar quando

estiver qualificado.

Ex.: Estive em São Paulo, ou melhor, estive na São Paulo de Mário de

Andrade.

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10) Nomes de jornais, revistas, obras literárias

Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do

nome de jornais, revistas, obras literárias.

Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de

São Paulo) – não recomendado

Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado

18. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) ...algumas iniciativas inovadoras

começam a apresentar resultados, o que pode motivar a reprodução

dessa experiência pelo país inteiro. (L.31-33)

No trecho acima, há quantos artigos?

(A) Um.

(B) Nenhum.

(C) Quatro.

(D) Três.

(E) Dois.

Resposta – E

Comentário – Os artigos são “a” (que acompanha o substantivo

“reprodução” em “motivar a reprodução”) e “o” (que se uniu à preposição

“per” em “pelo país”).

Eis alguns cuidados que você deve tomar:

– em “começam a apresentar”, o “a” é preposição que

articula a locução verbal (saiba que verbo repele artigo antes dele);

– em “o que”, há pronome demonstrativo (equivalente a

isso), o qual retoma por coesão anafórica toda a ideia anterior.

• Emprego de adjetivos

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Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O

primeiro é que também atingem o grau superlativo (eleva ou reduz a

qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de

outro ser) com a repetição do adjetivo:

Ex.: O filme foi muito lindo.

O final do filme foi lindo, lindo.

O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade

atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau,

mais grande e mais pequeno.

Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar.

A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação.

Mas quando comparadas qualidades diferentes do mesmo ser,

usamos a forma analítica desses adjetivos.

Ex.: João é mais pequeno do que inteligente.

Seu comportamento é mais bom do que mau.

19. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) Assinale a alternativa em

que o termo sublinhado tenha função adjetiva.

(A) Característica da nação.

(B) Ameaça de colapso.

(C) Deterioração de valores.

(D) Instituição da escravidão.

(E) Uso de violência.

Resposta – A

Comentário – Apenas a locução “da nação” atribui ao substantivo com o

qual se relaciona uma qualidade, um atributo. As demais expressões

sublinhadas complementam o sentido dos respectivos substantivos,

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característica típica de complemento nominal. Anote uma importante

distinção entre locução adjetiva e complemento nominal (ambos surgem

preposicionados e podem se relacionar com substantivos):

– a locução adjetiva (que sintaticamente é adjunto

adnominal) representa a origem ou o agene causador do que se está

declarando: amor de Deus (Deus é a origem do amor; ele é o agente que

ama);

– o complemento nominal representa o objeto ou o paciente

do que se declara: amor a Deus (Deus agora é o objeto/alvo do amor; ele

recebe/sofre os efeitos desse amor).

• Emprego de numerais

a) Na designação de reis, imperadores, papas, séculos e capítulos de uma

obra, devemos usar o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante.

Ex.: D. Pedro I (primeiro) – João Paulo II (segundo) – século VIII

(oitavo) – Canto X (décimo) – Luís XV (quinze) – João XXIII

(vinte e três) – século XX (vinte) – Capítulo XI (onze)

b) Na enumeração de artigos, decretos e portarias, devemos usar o

ordinal até nove e o cardinal de dez em diante.

Ex.: artigo 1º (primeiro) – artigo 9º (nono) – artigo 10 (dez) – artigo

21 (vinte e um)

c) Quando nos referimos a dias do mês, número de casas, páginas,

cabines poltronas, folhas e quartos de hotel, devemos usar o cardinal.

Ex.: 13 maio 2003 (treze de maio de dois mil e três) – casa 15

(quinze) – página 1 (um)

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ATENÇÃO! Empregamos o ordinal quando o dia do mês for o primeiro. E

quando o numeral vier antes do substantivo, usaremos o ordinal: vigésima

casa, décima página.

• Emprego de advérbios

Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,

acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.

Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica

quando a ação verbal se realizou)

Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,

intensificando o modo indicado pelo advérbio)

Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,

adicionando-lhe valor semântico intensificador)

Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração

inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou

escreve sobre o conteúdo da oração.

Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.

As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.

Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a

adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar

o grau comparativo de superioridade.

Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.

Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.

Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam

a ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.

Ex.: Chegaram agorinha.

Terminei a prova rapidinho.

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Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em

mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio (prevalece o

conjunto) ou em todos eles (destaca-se cada ideia).

Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.

Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os

ensinamentos.

ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados como

advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis.

Ex.: Não falem alto!

As aulas de português não custam caro.

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(...)

Mais adiante, afirma: “Não conhecemos as condições

60 suficientes para o crescimento. Podemos caracterizar as

economias bem-sucedidas do pós-guerra, mas não podemos

apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem

os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.”

Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos,

(...)

(Carlos Luque. Folha de São Paulo. 30 de setembro de 2008)

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) Assinale a

alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como

advérbio.

(A) livre (L.39)

(B) profunda (L.2)

(C) melhor (L.4)

(D) algo (L.64)

(E) após (L.7)

Resposta – D

Comentário – Alternativa A: tem-se adjetivo caracterizador do substantivo

“maneira”.

Alternativa B: tem-se outro adjetivo, agora caracterizador

do substantivo “recessão”.

Alternativa C: tem-se novamente um adjetivo, que

caracteriza o substantivo “operação”.

Alternativa D: normalmente, o vocábulo algo surge como

pronome indefinido: Coma algo antes de sair. (alguma coisa; coisa

indeterminada, não conhecida ou não especificada; qualquer coisa). Ocorre

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que ele também pode ser utilizado como advérbio para indicar intensidade

(um pouco; em algum grau ou medida): Estavam algo assustados. E foi

assim que surgiu no texto ao lado do adjetivo “perplexos”.

Alternativa E: tem-se preposição essencial (a, ante, até,

após, com, contra, de, desde, entre, para, por, perante, em, sem, sob,

sobre, trás).

• Emprego de preposições

Servem para conectar (ligar) palavras e orações, estabelecendo

uma relação de subordinação do termo consequente ao termo antecedente.

Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição

estabeleceu vínculo entre as palavras “caderno” e “português”,

pertencentes à mesma oração)

O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a

preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a

oração completiva nominal “fracassar”)

Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.

Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.

Ex.: Estou com você. (associação, a favor)

Estou contra você. (posição contrária)

Pus sob a mesa. (posição inferior)

Pus sobre a mesa (posição superior)

Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)

Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)

Veio de casa. (origem)

• Emprego de conjunções

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Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse

papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente

equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração

principal a uma oração que lhe é subordinada.

Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma

oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as

conjunções, um vínculo de coordenação.

Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm

entre si uma relação de equivalência sintática)

Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi

ao cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um

vínculo de coordenação)

É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece

uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que

estudemos”)

Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de

conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais

importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus

contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

aditivas e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem

como

adversativas

e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao

passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não

obstante, apesar disso, em todo caso)

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alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer

conclusivas logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por

isso

explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

integrantes (introduzem orações

subordinadas que funcionam como

substantivos: subjetiva, predicativa,

objetiva direta, objetiva indireta,

completiva nominal, apositiva)

que, se

adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias)

causais

que, porque, pois, como porquanto, visto que, visto

como, já que, uma vez que, desde que, na medida em

que

comparativas

como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão

ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou

do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do

mesmo modo que), o mesmo que (= como)

concessivas

embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda

quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por

muito que, por menos que, se bem que, em que (pese),

nem que, dado que, sem que (= embora não)

condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=

se não), a não ser que, a menos que, dado que.

conformativas como, conforme, segundo, consoante

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consecutivas

que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,

tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de

modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que

(não)

finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que

proporcionais

à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto

mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos),

quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),

(tanto)... quanto

temporais

Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre

que, assim que, desde que, antes que, depois que, até

que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que

21. (FGV/MEC/DOCUMENTADOR/2009) Nas alternativas a seguir, a frase

em que o vocábulo sublinhado pertence a uma classe gramatical

diferente de todas as demais ocorrências é:

(A) "Um relatório da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) revelou que, nos

últimos doze meses...".

(B) "Assim, um juiz que, de forma monocrática...".

(C) "...passa a constituir uma aberração dentro do poder que ele

representa...".

(D) "A frequência com que esse tipo de atitude...".

(E) "...defesa da liberdade de imprensa e do livre pensamento, que é

princípio fundamental dos regimes democráticos."

Resposta – A

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Comentário – Em “revelou que” (alternativa A), o vocábulo sublinhado é

conjunção integrante, pois introduz o complemento (objeto direto) do verbo

transitivo direto revelar.

Nas demais opções, o “que” é pronome relativo, pois se

refere a um termo antecedente (“juiz”; “poder”; “frequência”; “defesa da

liberdade de imprensa e do livre pensamento”), substituindo-o na oração

adjetiva que inicia.

22. (FGV/SEA-AP/Auditor da Receita do Estado/2010) A conjunção Contudo

(L.7) conecta:

(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém

falando.

(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os

fatos.

(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se

disse.

(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.

(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

Resposta – E

Comentário – Seja sinceros: você precisa mesmo do texto para responder

a esta pergunta? Releia atentamente o quadro das conjunções. Contudo não

estabelece relação de dependência (subordinação) entre as orações que

conecta (descarte as letras A e D). Essa conjunção, conforme o quadro

apresentado, expressa ressalva, contraste, oposição, adversidade (descarte

as letras B e C). Sobrou a última opção.

FLEXÃO NOMINAL

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Com sua licença, passo a trabalhar de forma diferente a partir de

agora. “Por quê”? – você deve ter se perguntado. Bem, este assunto (flexão

nominal) não é frequente nas provas da FGV (nem mesmo em outras bancas

semelhantes). Por isso sou obrigado a lançar mão de outros recursos

didáticos, a fim de que a teoria seja explicada adequadamente. Em vez de

apresentar já no início a parte teórica sobre o assunto, explicá-la-ei em

decorrência das questões (e são poucas as que considerei convenientes para

você!). Acredito que este tópico do programa não será explorado na sua

prova, mas devo cumprir o protocolo. Espero que você compreenda, pois

utilizarei questões de outra banca.

23. (FUNDATEC/EMATER-RS/ECONOMISTA/2008) Julgue as informações

que se seguem.

I – Ao se pluralizar a palavra equação na frase A equação contém os

ingredientes do sucesso. (l. 03), apenas duas outras palavras deveriam

sofrer ajustes para fins de concordância.

II – Se, em Era um empresário ausente do campo e presente nas grandes

capitais, onde esbanjava suas riquezas. (l. 06-07), substituíssemos a

palavra empresário por administradora, ocorreria apenas uma outra

alteração no período.

Resposta – Itens corretos.

Comentário – É importante reescrever as passagens já com as alterações

sugeridas e compará-las como a forma original.

I – As equações contêm os ingredientes do sucesso.

II – Era uma administradora ausente do campo e presente

nas grandes capitais, onde esbanjava suas riquezas.

Em I, sofreram modificações de número o artigo A > As

(de singular a plural) e o verbo contém > contêm (note a substituição do

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acento agudo pelo circunflexo, que indica a terceira pessoa do plural: elas).

Em II, a mudança ocorreu no gênero do artigo: um > uma. Tudo isso foi

feito para preservar a harmonia com os substantivos equação > equações

e empresário > administradora.

O artigo inclui-se no conjunto das classes gramaticais

variáveis; sofre flexão de gênero e número, de acordo com o substantivo

que acompanha, como se percebe neste exercício.

24. (FUNDATEC/SEC. DA ADMIN. MUNIC. DE CAXIAS DO

SUL/ECONOMISTA/2007) Considere a seguinte proposta de alteração

em palavra do texto e assinale com V, se for verdadeira, ou com F, se

falsa.

( ) Se a palavra jornais (linha 11) fosse substituída por revista, apenas

três alterações seriam necessárias para manter a correção gramatical

do período em que está inserida.

11 (...) Os jornais ficaram mais estreitos para economizar papel, mas também porque

12 diminuiu a área para expansão dos nossos cotovelos. (...)

Resposta – Item verdadeiro.

Comentário – Como estamos novamente às voltas com substituição de

palavras do texto original, minha orientação continua a mesma: reescreva a

passagem já com as alterações propostas e faça a comparação.

11 (...) A revista ficou mais estreita para economizar papel, mas também porque

12 diminuiu a área para expansão dos nossos cotovelos. (...)

Dessa forma fica claro que realmente são apenas três

alterações necessárias: a do artigo (Os > A), a do verbo (ficaram > ficou)

e a do adjetivo (estreitos > estreita).

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O artigo, conforme comentário à questão anterior,

flexiona-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural)

para manter a harmonia com o substantivo a que se refere (revista).

Sobre a flexão do verbo, o comentário ficará para o

próximo encontro, uma vez que o propósito agora é tratar da flexão

nominal.

Já a flexão do adjetivo merece uma explicação mais

detalhada. Note que ele flexionou-se em gênero e número (estreitos >

estreita) em razão do novo substantivo: revista. Portanto a flexão do

gênero do adjetivo orienta-se pelo gênero do substantivo, procedendo-se às

alterações necessárias (adjetivos biformes):

aluno estudioso (masculino)

aluna estudiosa (feminino)

Todavia, há aqueles que têm somente uma forma

(uniformes) para relacionar-se com os substantivos:

aluno inteligente (masculino)

aluna inteligente (feminino)

Alguns adjetivos também merecem sua atenção. São eles:

Masculino Feminino

ateu atéia

plebeu plebéia

sandeu sandia

judeu judia

réu ré

motor motriz

gerador geratriz

incolor, bicolor, tricolor, maior, invariáveis

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menor, superior, inferior, anterior,

posterior

Uma observação ainda deve ser feita sobre a flexão dos

adjetivos. Se a palavra for um substantivo exercendo papel de adjetivo, ela

ficará invariável: colisões monstro, sapatos cinza, calças rosa, blusas

vinho etc.

25. (FUNDATEC/PETROBRÁS/ECONOMISTA/2004) Considere as seguintes

afirmações sobre a flexão de número de substantivos e adjetivos

retirados do texto.

I – O vocábulo profissionais (linha 04) foi formado pelo mesmo processo

que formaria o plural de trivial (linha 09) e desleal (linha 11).

II – O plural das palavras invisível (linha 10) e difícil (linha 24) não é

formado pelo mesmo processo.

III – Pluralizam-se as palavras vulgar (linha 12) e feliz (linha 17) da mesma

maneira.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a I e a III.

D) Apenas a II e a III.

E) A I, a II e a III.

Resposta – Alternativa E.

Comentário – Tratou-se aqui do plural (flexão de número) de substantivos

e adjetivos simples. O plural destes obedece às regras daqueles, assim:

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1 – Terminados em VOGAL, DITONGO, TRITONGO ou HIATO, acrescenta-se

S:

Ex.: manga – mangas, história – histórias, economia – economias

2 – Terminados em ÃO, faz-se o plural de três formas:

2.1 – Mudando a terminação por ÕES:

Ex.: balão – balões, coração – corações, vulcão – vulcões, peão – peões,

leão – leões, etc.

2.2 – Mudando a terminação por ÃES:

Ex.: alemão – alemães, cão – cães, capelão – capelães, escrivão –

escrivães, tabelião – tabeliães, etc.

2.3 – Acrescentando-se S à terminação:

Ex.: cidadão – cidadãos, acórdão – acórdãos, cristão – cristãos, cortesão

– cortesãos, bênção – bênçãos, etc.

Obs.: Há palavras que possuem mais de um plural: alazão – alazães –

alazões, anão – anãos – anões, charlatão – charlatães – charlatões,

castelão – castelãos – castelões, guardião – guardiães – guardiões, vulcão

– vulcãos – vulcões, alão – alães – alãos – alões, aldeão – aldeães –

aldeões – aldeãos, ancião – anciãos – anciões – anciães, ermitão –

ermitãos – ermitões – ermitães, vilão – vilãos – vilões – vilães, etc.

3 – Terminados em AL, EL, OL ou UL, substitui-se o L por IS:

Ex.: carnaval – carnavais, jornal – jornais, papel – papéis, sol – sóis,

lençol – lençóis, taful – tafuis, paul – pauis, etc.

Exceções: mal – males, cônsul – cônsules.

4 – Se terminarem por IL, o plural será feito de dois modos:

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4.1 – Se for tônico, troca-se o L por S: ardil – ardis, barril – barris, funil –

funis, etc.

4.2 – Se for átono, troca-se a terminação por EIS: difícil – difíceis, fácil –

fáceis, fóssil – fósseis, etc.

Obs.: As palavras RÉPTIL e PROJÉTIL, como paroxítonas, fazem o plural

RÉPTEIS e PROJÉTEIS; como oxítonas, REPTIL e PROJETIL, fazem

REPTIS e PROJETIS.

5 – Terminados em R ou Z, acrescenta-se ES:

Ex.: mar – mares, rapaz – rapazes, açúcar – açúcares, raiz – raízes, etc.

Obs.: Caráter tem o plural caracteres.

6 – Terminados por S, faz-se o plural assim:

6.1 – Se forem paroxítonos, ficam invariáveis: o atlas – os atlas, o lápis – os

lápis, o oásis – os oásis, etc.

6.2 – Se forem oxítonos ou monossílabos, acrescenta-se ES: ás – ases, gás

– gases, revés – reveses, etc.

Exceções: cais – invariável, cós – invariável (ou coses).

7 – Terminados por M, troca-se essa letra por NS:

Ex.: bem – bens, homem – homens, jardim – jardins, etc.

8 – Terminados por N, acrescenta-se S ou ES:

Ex.: gérmen – germens (ou gérmenes), hífen – hifens (ou hífenes), pólen

– polens (ou pólenes), etc.

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São essas as poucas questões sobre flexão nominal que julguei

pertinentes. Reafirmo não acreditar que a instituição cobre algo sobre esse

tópico. Sugiro dar ênfase à formação de palavras, ao emprego de

conjunções.

Ficarei aguardando as dúvidas, as sugestões e os comentários.

Não deixe de interagir. O êxito deste curso também depende da sua

participação.

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa

em que a palavra contenha o mesmo número de radicais que

beligerâncias.

(A) brasileira

(B) unilaterais

(C) livremente

(D) convivência

(E) civilizadamente

2. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Na

palavra fotografia, há dois radicais: "luz" + "escrever". Assinale a

alternativa em que tenha havido erro na indicação do sentido do

primeiro radical.

(A) antropografia – corpo humano

(B) bibliografia – livro

(C) braquigrafia – redução

(D) cinegrafia – movimento

(E) datilografia – mão

3. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a

alternativa que não apresente a classificação correta de um dos

elementos mórficos do vocábulo deixasse

(A) deix- = radical

(B) -e = desinência número-pessoal

(C) -a = vogal temática verbal

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(D) deixa = tema

(E) -sse = desinência modo-temporal

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a

alternativa em que o prefixo tenha o mesmo sentido que o de

imigrantes

(A) imberbe

(B) imergir

(C) incréu

(D) iníquo

(E) inválido

5. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Em xenofobia, há a seguinte

combinação de sentidos: estrangeiro + aversão. Assinale a alternativa

em que a explicação do sentido do elemento que antecede -fobia não

tenha sido feita corretamente.

(A) pantofobia (pantera)

(B) estasiofobia (permanecer de pé)

(C) fotofobia (luz)

(D) ictiofobia (peixe)

(E) gamofobia (casamento)

6. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Assinale o par de vocábulos em

que seus elementos mórficos destacados NÃO tenham o mesmo

sentido.

(A) metropolitana – metrologia

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(B) economia – ecologia

(C) telecomunicações – telepatia

(D) petróleo – petrificar

(E) sintonia – sinergia

7. (FGV/SAD-PE/ANALISTA EM GESTÃO ADMINISTRATIVA/2008) Essas

pessoas, portanto, costumam ser vítimas de si mesmas e de um estilo

de vida estressante auto-produzido.

Assinale a alternativa que contenha um vocábulo cuja forma auto

assuma valor diferente do que é veiculado em auto-produzido.

(A) autobiografia

(B) autodidata

(C) auto-estrada

(D) auto-esterilidade

(E) auto-extermínio

8. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a

alternativa em que a palavra tenha sido formada pelo mesmo processo

que infra-estrutura

(A) nova-iorquina

(B) Paraisópolis

(C) planejando

(D) sobreviver

(E) embora

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9. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) A palavra

Emudecendo (verso 13) foi formada pelo processo de:

(A) composição por aglutinação.

(B) derivação prefixal.

(C) derivação parassintética.

(D) derivação sufixal.

(E) derivação imprópria.

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em

que a palavra tenha sido formada por processo distinto das demais.

(A) autoconhecimento

(B) supersalários

(C) geométrica

(D) insatisfação

(E) imprecisas

11. (FGV/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ADMINISTRADOR DE BANCO DE

DADOS/2008)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pela união de

dois radicais, ou seja, bases de sentido das palavras.

(A) autogeridas

(B) descolonização

(C) superendividamento

(D) ecossistema

(E) desigualdades

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12. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Assinale a alternativa em que

a palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que as

demais.

(A) ilegais

(B) desacompanhado

(C) incompatíveis

(D) demográfica

(E) inter-regionais

13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2009) Com relação aos processos de

formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. estruturador, civilizacional e renováveis são adjetivos formados por

derivação sufixal.

II. hominização, dilapidação e autodestruição são substantivos formados

por composição e derivação.

III. autodestruição, contrapartida e responsabilidade são substantivos

formados por composição.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

14. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) Com relação aos processos de

formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

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I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa “diminuição”.

II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra

utilitarista.

III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a

partir do radical alfabet-.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2010) Quanto à estrutura e formação

do vocábulo meta-ética, é correto afirmar que:

(A) forma-se pelo processo de composição por aglutinação.

(B) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero

feminino.

(C) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra

“metafísica”.

(D) apresenta uma vogal de ligação –a, necessária em razão do hífen.

(E) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que

seja formada pelo mesmo processo que megalópoles.

(A) internacional

(B) sustentabilidade

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(C) saneamento

(D) obrigatoriedade

(E) olímpicos

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2008) Assinale a alternativa em que a

palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que injustiça.

(A) tecnologias

(B) auto-organização

(C) antielisão

(D) ilícito

(E) internacional

18. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) ...algumas iniciativas inovadoras

começam a apresentar resultados, o que pode motivar a reprodução

dessa experiência pelo país inteiro. (L.31-33)

No trecho acima, há quantos artigos?

(A) Um.

(B) Nenhum.

(C) Quatro.

(D) Três.

(E) Dois.

19. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) Assinale a alternativa em

que o termo sublinhado tenha função adjetiva.

(A) Característica da nação.

(B) Ameaça de colapso.

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(C) Deterioração de valores.

(D) Instituição da escravidão.

(E) Uso de violência.

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(...)

Mais adiante, afirma: “Não conhecemos as condições

60 suficientes para o crescimento. Podemos caracterizar as

economias bem-sucedidas do pós-guerra, mas não podemos

apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem

os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.”

Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos,

(...)

(Carlos Luque. Folha de São Paulo. 30 de setembro de 2008)

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) Assinale a

alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como

advérbio.

(A) livre (L.39)

(B) profunda (L.2)

(C) melhor (L.4)

(D) algo (L.64)

(E) após (L.7)

21. (FGV/MEC/DOCUMENTADOR/2009) Nas alternativas a seguir, a frase

em que o vocábulo sublinhado pertence a uma classe gramatical

diferente de todas as demais ocorrências é:

(A) "Um relatório da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) revelou que, nos

últimos doze meses...".

(B) "Assim, um juiz que, de forma monocrática...".

(C) "...passa a constituir uma aberração dentro do poder que ele

representa...".

(D) "A frequência com que esse tipo de atitude...".

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(E) "...defesa da liberdade de imprensa e do livre pensamento, que é

princípio fundamental dos regimes democráticos."

22. (FGV/SEA-AP/Auditor da Receita do Estado/2010) A conjunção Contudo

(L.7) conecta:

(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém

falando.

(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os

fatos.

(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se

disse.

(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.

(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

23. (FUNDATEC/EMATER-RS/ECONOMISTA/2008) Julgue as informações

que se seguem.

I – Ao se pluralizar a palavra equação na frase A equação contém os

ingredientes do sucesso. (l. 03), apenas duas outras palavras deveriam

sofrer ajustes para fins de concordância.

II – Se, em Era um empresário ausente do campo e presente nas grandes

capitais, onde esbanjava suas riquezas. (l. 06-07), substituíssemos a

palavra empresário por administradora, ocorreria apenas uma outra

alteração no período.

24. (FUNDATEC/SEC. DA ADMIN. MUNIC. DE CAXIAS DO

SUL/ECONOMISTA/2007) Considere a seguinte proposta de alteração

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em palavra do texto e assinale com V, se for verdadeira, ou com F, se

falsa.

( ) Se a palavra jornais (linha 11) fosse substituída por revista, apenas

três alterações seriam necessárias para manter a correção gramatical

do período em que está inserida.

11 (...) Os jornais ficaram mais estreitos para economizar papel, mas também porque

12 diminuiu a área para expansão dos nossos cotovelos. (...)

25. (FUNDATEC/PETROBRÁS/ECONOMISTA/2004) Considere as seguintes

afirmações sobre a flexão de número de substantivos e adjetivos

retirados do texto.

I – O vocábulo profissionais (linha 04) foi formado pelo mesmo processo

que formaria o plural de trivial (linha 09) e desleal (linha 11).

II – O plural das palavras invisível (linha 10) e difícil (linha 24) não é

formado pelo mesmo processo.

III – Pluralizam-se as palavras vulgar (linha 12) e feliz (linha 17) da mesma

maneira.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a I e a III.

D) Apenas a II e a III.

E) A I, a II e a III.

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VERBO (FLEXÃO E EMPREGO DE TEMPOS E MODOS)

Devo um pedido de perdão a você, que aguardou ansiosamente a

disponibilização desta aula. Quando você adquiriu este curso, não ficou

combinado que deveria aceitar os problemas, as dificuldades e outros

impedimentos do professor, não é verdade? Portanto você tem direito de

reclamar. Só quero deixar registrado que não enviei a aula antes em virtude

de alguns imprevistos e, principalmente, porque estava envolvido com a

elaboração de recursos para candidatos do concurso do MPU. Mesmo que isso

não justifique, acredito que você merece uma explicação.

Iniciarei a aula de hoje tratando do verbo – um tema que dá o que

falar (perdoe o trocadilho), pois é a classe de palavra mais rica em flexões:

tempo, modo, número, pessoa e voz. Além dessas categorias, há o aspecto

verbal, ou seja, o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa

pelo verbo. Pode ele considerá-la concluída (observada no seu término, no seu

resultado) ou não concluída (observada na sua duração, na sua repetição).

Começo com uma simples questão para testá-lo, em seguida

expondo alguns conceitos essenciais. À medida que outros exercícios de provas

anteriores surgirem, a explicação será estendida ou confirmada.

1. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Mas ainda não há um

programa alternativo maduro que se contraponha à euforia do programa

conservador, aplicado por gente que foi de esquerda e aplaudido pela

direita.

Quantos verbos há no trecho acima?

(A) seis

(B) cinco

(C) quatro

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(D) três

(E) dois

Resposta – B

Comentário – Que tal? Acertou? Se sim, meus parabéns! Caso contrário,

confira quais são os verbos existentes no trecho acima:

1 – “há”;

2 – “se contraponha”;

3 – “aplicado”;

4 – “foi”;

5 – “aplaudido”.

Isso foi só um teste. A seguir existem explicações detalhadas

sobre o assunto, as quais farão você compreendê-lo melhor.

FLEXÕES VERBAIS

• Voz

1. ATIVA indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.

Ex.: Cabral descobriu o Brasil.

2. PASSIVA indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.

Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o

SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o

OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.

2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for

INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.

Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado.

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As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz

passiva sem agente da passiva.

3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e

pronominal ou sintética.

Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal

no particípio = analítica.

Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO +

pronome SE = sintética.

Agora considere o seguinte trecho: “(...) Pacientes afetados pela

síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’

(...)”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASIVA

Sujeito

Pacientes

afetados pela

síndrome

Agente da

passiva

pelos pacientes

afetados pela

síndrome

Verbo transitivo

direto

ultrapassaram (o

quê?)

Locução verbal

(voz passiva

analítica)

foi ultrapassada

Objeto direto

a fronteira da

adaptabilidade às

demandas

Sujeito paciente

A fronteira da

adaptabilidade às

demandas

Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:

a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =

sujeito indeterminado

b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =

sujeito indeterminado

c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO +

SE = sujeito indeterminado

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d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO

DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado

3. REFLEXIVA indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo

sujeito ao mesmo tempo.

Ex.: Não me considero tão importante.

Reservamo-nos o direito de ficar calado.

Ele se deu um presente.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo

vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e

representa a mesma pessoa do sujeito.

2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando,

conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo

etc.

Ex.: Feri-me a mim mesmo.

Julgai-vos a vós mesmos.

3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.

Ex.: Os amigos se cumprimentaram.

Amavam-se um ao outro.

• Número e Pessoa

1ª 2ª 3ª

singular eu tu ele/ela

plural nós vós eles/elas

• Modo e Tempo

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Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar.

Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado momento

(durante o ato da comunicação, antes ou depois dele).

MODOS TEMPOS SIMPLES

indicativo

presente (tenho)

pretérito

perfeito (tive)

imperfeito (tinha)

mais-que-perf. (tivera)

futuro do presente (terei)

do pretérito (teria)

subjuntivo

presente (tenha)

pretérito imperfeito (tivesse)

futuro (tiver)

imperativo afirmativo (tem tu)

negativo (não tenhas tu)

MODOS TEMPOS COMPOSTOS

Indicativo

pretérito Perfeito (tenho/hei cantado)

mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)

futuro do presente (terei/haverei cantado)

do pretérito (teria/haveria cantado)

Subjuntivo

pretérito Perfeito (tenha/haja cantado)

mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)

futuro (tiver/houver cantado)

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ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos

compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou

haver, seguidos do particípio do verbo principal.

Ex.: Temos estudado muito.

Tinha posto a televisão na sala.

Havíamos chegado tarde.

2. Note que não há tempos compostos relativos ao

presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar,

respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito

composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo.

3. O tempo composto da voz passiva é formado com o

emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio

do verbo principal.

Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.

O casal havia sido visto no restaurante.

2. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DO ICMS/2006) O que você quer?

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o

futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?

(B) O que vós quiserdes?

(C) O que vós queríeis?

(D) O que vós quereríeis?

(E) O que vós querereis?

Resposta – D

Comentário – O foco aqui é na conjugação do verbo querer, que vai se

flexionar na segunda pessoa do plural (vós) do futuro do pretérito do

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indicativo: eu quereria, tu quererias, ele quereria, nós quereríamos, vós

quereríeis, eles quereriam.

Nas demais opções, temos:

– letra A: segunda pessoa do singular do futuro de pretérito:

tu quererias (conforme visto acima);

– letra B: segunda pessoa do plural do futuro do subjuntivo

(quando eu quiser, quando tu quiseres, quando ele quiser,

quando nós quisermos, quando vós quiserdes, quando eles

quiserem);

– letra C: segunda pessoa do plural do pretérito imperfeito do

indicativo (eu queria, tu querias, ele queria, nós queríamos,

vós queríeis, eles queriam);

– letra E: segunda pessoa do plural do futuro do presente (eu

quererei, tu quererás, ele quererá, nós quereremos, vós

querereis, eles quererão)

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Assinale a alternativa em que

a alteração da estrutura “de as gerações presentes virem a exauri-los”

provocou correta mudança da forma do verbo vir.

(A) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes venham a

exauri-los

(B) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vissem a

exauri-los

(C) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vierem a

exauri-los

(D) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes viriam a

exauri-los

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(E) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vinham a

exauri-los

Resposta – A

Comentário – O verbo vir foi corretamente conjugado na terceira pessoa do

plural do presente do subjuntivo (que eu venha, que tu venhas, que ele venha,

que nós venhamos, que vós venhais, que eles venham). A conjunção “que”,

combinada com a ideia hipotética da declaração, impõe-nos essa flexão de

tempo e modo para que seja mantida a coerência textual.

Alternativa B: “vissem” corresponde à terceira pessoa do

plural do pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo ver (se eu visse, se tu

visses, se ele visse, se nós víssemos, se vós vísseis, se eles vissem).

Alternativa C: “vierem” representa a terceira pessoa do plural

do futuro do subjuntivo do verbo vir (quando eu vier, quando tu vieres,

quando ele vier, quando nós viermos, quando vós vierdes, quando eles

vierem), flexão que prejudica a correção da frase e a coerência textual.

Alternativa D: “viriam” é a conjugação do verbo vir na terceira

pessoa do plural do futuro do pretérito do indicativo (eu viria, tu virias, ele

viria, nós viríamos, vós viríeis, eles viriam); a relação entre as ideias não

suporta o emprego de um verbo indicativo de fato pretérito.

Alternativa E: “vinham” é a flexão do verbo vir na terceira

pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo (eu vinha, tu vinhas, ele

vinha, nós vínhamos, vós vínheis, eles vinham); novamente, a tentativa de

empregar uma forma verbal tradutora de ideia passada prejudica os aspectos

gramaticais e semânticos da frase.

4. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Apesar das injeções maciças de liquidez

efetuadas pelos grandes bancos centrais, nunca se vira uma seca tão

severa de dinheiro nos mercados.”

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Assinale a forma verbal que poderia substituir o verbo destacado no

trecho acima, sem prejuízo gramatical ou semântico.

(A) tivera visto

(B) tinha visto

(C) viu

(D) via

(E) tem visto

Resposta – B

Comentário – A forma verbal “vira” é a conjugação do verbo ver na terceira

pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito (simples): eu vira, tu viras,

ele vira, nós víramos, vós ví eles viram . A forma “tinha visto” também é

pretérito mais-que-perfeito (composto), formada pelo verbo ter no pretérito

imperfeito + verbo principal no particípio. Logo, há equivalência entre as duas

formas.

Alternativa A: cuidado! Volte ao item 2 da “ATENÇÃO!” e

perceba que aqui o examinador tentou enganar você com uma falsa formação

do pretérito mais-que-perfeito composto. Eu disse imediatamente acima que

essa conjugação é formada com o verbo ter (ou haver) conjugado no pretérito

imperfeito.

Alternativa C: o verbo ver foi conjugado no pretérito perfeito

do indicativo.

Alternativa D: o verbo foi flexionado no pretérito imperfeito do

indicativo.

Alternativa E: tem-se o verbo ver conjugado no pretérito

perfeito composto do indicativo (presente do verbo ter + particípio do verbo

principal), que indica fato ocorrido com frequência ultimamente.

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5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉC. LEG.- ADMINISTRAÇÃO/2008) “A política de

Estado tem evoluído no sentido de encontrar respostas a tais

necessidades.”

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. A forma tem evoluído está no pretérito perfeito.

II. No período há somente um verbo em forma nominal.

Assinale:

(A) se as duas afirmativas estiverem corretas.

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(C) se somente a afirmativa I estiver correta.

(D) se a afirmativa II estiver correta.

Resposta – C

Comentário – Item I: sim, a forma “tem evoluído” é a flexão do verbo evoluir

no pretérito perfeito composto. Observe que o verbo auxiliar (“tem”) está

conjugado no presente.

Item II: não, pois o verbo evoluir, no tempo composto,

apresenta-se no particípio regular; o verbo encontrar está empregado no

infinitivo.

6. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “O público

brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a respeito de

possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus governantes

chamam de dívidas ilegítimas.”

No trecho acima, as formas verbais estão, respectivamente, no:

(A) presente do indicativo e presente do indicativo.

(B) presente do indicativo e presente do subjuntivo.

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(C) presente do subjuntivo e presente do indicativo.

(D) pretérito perfeito do indicativo e presente do subjuntivo.

(E) pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo.

Resposta – E

Comentário – Eis abaixo as formas verbais:

– “tem ouvido”: pretérito perfeito (composto) do indicativo; e

– “chamam”: presente do indicativo.

7. (FGV/PREF. DE CAMPINAS/COORDENADOR PEDAGÓGICO/2008) “A

palavra ‘bárbaro’ provém do grego antigo e significa ‘não grego’.”

Assinale a alternativa em que não se tenha flexão correta do verbo

destacado no trecho acima.

(A) provêm

(B) proveio

(C) provieste

(D) provisse

(E) provimos

Resposta – D

Comentário – Alternativa A: terceira pessoa do plural do presente do

indicativo do verbo provir (eu provenho, tu provéns, ele provém, nós

provimos, vós provindes, eles provêm). Flexão correta (você perceberá que

este verbo é derivado de vir).

Alternativa B: terceira pessoa do singular do pretérito

perfeito do indicativo do verbo provir (eu provim, tu provieste, ele proveio, nós

proviemos, vós proviestes, eles provieram). Flexão correta.

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Alternativa C: como exemplifiquei acima, provieste

corresponde à segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.

Flexão correta.

Alternativa D: a forma “provisse” não existe. Ou se diz

previsse (pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo prever: se eu previsse,

se tu previsses, se ele previsse, se nós prevíssemos, se vós prevísseis, se

eles previssem), ou proviesse (pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo

provir: se eu proviesse, se tu proviesses, se ele proviesse, se nós

proviéssemos, se vós proviésseis, se eles proviessem). Flexão errada.

Alternativa E: conforme indicado no comentário da

alternativa A, “provimos” corresponde à primeira pessoa do plural do presente

do indicativo do verbo provir. Flexão correta.

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase a seguir “A liberdade

supõe a operação sobre alternativas;”, o verbo irregular foi flexionado

corretamente.

Assinale a alternativa em que se apresenta flexão incorreta da forma

verbal.

(A) Eles impunham condições para que o acordo fosse assinado.

(B) O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de seleção.

(C) Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação caráter eliminatório.

(D) Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da revista será

certa.

(E) É necessário que atentemos para a questão da mudança de paradigma

científico.

Resposta – D

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Comentário – O verbo aludido é supor, conjugado como o verbo propor: eu

suponho, tu supões, ele supõe, nós supomos, vós supondes, eles supõem

(presente do indicativo).

Alternativa A: “impunham” representa a terceira pessoa do

plural do pretérito imperfeito do indicativo do verbo impor (eu impunha, tu

impunhas, ele impunha, nós impúnhamos, vós impúnheis, eles impunham).

Flexão correta.

Alternativa B: “interveio”, cujo paradigma é o verbo vir, é a

flexão do verbo intervir na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do

indicativo (eu intervim, tu intervieste, ele interveio, nós interviemos, vós

interviestes, eles intervieram). Flexão correta.

Alternativa C: “quereria” é a terceira pessoa do singular do

futuro do pretérito do indicativo do verbo querer (eu quereria, tu quererias, ele

quereria, nós quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam). Flexão correta.

Alternativa D: no futuro do subjuntivo, o verbo dispor(-se),

que segue a conjugação do verbo propor, deve ser assim flexionado: quando

eu dispuser, quando tu dispuseres, quando ele dispuser, quando nós

dispusermos, quando vós dispuserdes, quando eles dispuserem. Flexão

incorreta.

Alternativa E: “atentemos”, que segue o verbo cantar, é a

segunda pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo atentar (que eu

atente, que tu atentes, que ele atente, que nós atentemos, que vós atenteis,

que eles atentem). Flexão correta.

LOCUÇÃO (OU PERÍFRASE) VERBAL

É o conjunto constituído de dois ou mais verbos, dos quais um é o

principal (o último), e os demais, auxiliares. As flexões de número, pessoa,

modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar.

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Ex.: Ninguém poderá sair. – O juiz deixou de marcar a falta.

Nós estamos estudando. – Ninguém podia estar cantando.

Tínhamos estudado muito para a prova. A questão havia sido anulada

pela banca.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) “Nos Estados Unidos e na

Europa existem legislações em trâmite nos parlamentos...”

No trecho acima, o verbo destacado pode ser substituído, sem prejuízo de

ordem gramatical, por

(A) devem haver

(B) deve existir

(C) houveram

(D) deverão haver

(E) poderão existir

Resposta – E

Comentário – O verbo existir é pessoal; quando surge como verbo principal

de uma locução, é o seu auxiliar que se flexiona em número e pessoa para

concordar com o sujeito: “poderão existir” (verbo auxiliar + verbo principal).

O verbo haver pode ser usado com sentido de existir, mas

com flexão própria. Ele é impessoal e se mantém na terceira pessoa do

singular (...houve legislações...). Quando surge como verbo principal de uma

locução, transfere sua impessoalidade para seu auxiliar e o obriga a se manter

na terceira pessoa do singular (...deve haver...).

EMPREGO DOS MODOS VERBAIS

Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou passadas) ou

futuras que consideramos de ocorrência certa.

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Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes, pretéritos ou

futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.

Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que desejamos.

E por falar no “imperativo”, creio que a tabela abaixo o(a) ajudará

a compreender o processo de formação dele.

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo eu cant-o eu cant-e tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês

10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Passando a fala "Adivinhe"

para a forma de tratamento vós, obtém-se:

(A) Adivinhais.

(B) Adivinhai.

(C) Adivinheis.

(D) Adivinhei.

(E) Adivinde.

Resposta – B

Comentário – A formar verbal “Adivinhe” está conjugada na terceira pessoa

do singular do imperativo afirmativo, que deriva do presente do subjuntivo.

Passando para a segunda pessoa do plural (vós), devemos recorrer ao

presente do indicativo e retirar o S: vós adivinhais > adivinhai vós.

EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

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O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais

como:

1. fato que se realiza no momento do discurso.

Ex.: A turma toda estuda agora.

2. fato permanente

Ex.: O sol aquece a Terra.

3. fato habitual.

cedo, alimentaEx.: Aquele atleta levanta -se bem e treina intensamente.

4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar a

descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.

Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o caminho, a

verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá brevemente,

substituindo o futuro do presente.

Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.

Presidente americano chega amanhã ao Brasil.

ATENÇÃO! Esses dois últimos complicam muitos candidatos.

O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi

perfeitamente concluído.

Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.

Também é frequente em provas a discussão sobre os aspectos

indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores

semânticos desse tempo verbal:

1. indica fato que ocorria habitualmente;

Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.

linguagem jornalística

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2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua uma

afirmação ou um pedido;

Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.

3. indica simultaneidade entre dois fatos passados;

Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi publicado.

4. denota consequência de um fato hipotético; substitui, nesses casos, o

futuro do pretérito.

Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato

passado e anterior a outro também passado.

Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão já se fechara.

Pode também surgir em frases optativas:

Ex.: Quem me dera casar com ela...

O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um

fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:

Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.

“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)

Dentre os valores semânticos do futuro do pretérito do

indicativo, destaco:

1. o que indica ação futura em relação a outra no passado.

Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em casa.

2. aquele que indica um fato cuja realização está vinculada a uma condição

que não se concretizou antes e que, provavelmente, não se realizará. Nesse

caso, é reforçado o caráter hipotético da declaração.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

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CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou

no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas

modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese

que poderá ocorrer, ou não.

Caso estudemos mais, obteremos a classificação.

Se estudarmos mais, obteremos a classificação.

Em relação ao subjuntivo, note que os tempos podem indicar

hipótese, condição ou vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente,

no pretérito ou no futuro.

Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do subjuntivo)

Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito do

subjuntivo)

Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo)

Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do

subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

11. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009) O que está fora da sociedade

seria desumano.

O tempo verbal destacado constitui recurso expressivo adequado para

indicar:

(A) mudança ocorrida no momento em que se fala.

(B) ação conduzida no passado não concluído.

(C) situação tomada como hipotética.

(D) advertência sobre um fato futuro.

(E) fato passado de curso prolongado.

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Resposta – C

Comentário – O verbo ser foi flexionado no futuro do pretérito do

indicativo, o que reforça o caráter hipotético da declaração.

FORMAS NOMINAIS DO VERBO

São formas verbais que só exprimem tempo e modo através do

contexto e desempenham funções de substantivos, adjetivos e advérbios:

Ex.: O brincar alegra as crianças. (substantivo)

Cozida, a batata fica mais saborosa. (adjetivo)

Venceu na vida trabalhando. (advérbio)

1. Infinitivo É a forma como designamos os verbos. O infinitivo é

impessoal quando, não flexionado, não se refere a nenhuma pessoa gramatical

e desempenha a função de substantivo. Por outro lado, será pessoal quando,

flexionado, referir-se a uma pessoa gramatical. Não transmite nenhuma noção

temporal.

Ex.: Minha diversão preta é dançar. (substantivo)

Estamos felizes por termos conseguido a vitória. (nós: sujeito)

2. Gerúndio Expressa a ação em desenvolvimento.

Ex.: Pessoas sorrindo compunham a foto. (adjetivo)

Chegando o dinheiro, viajou. (advérbio)

3. Particípio Assume valor de substantivo e de adjetivo.

Ex.: A chegada do avião foi pontual. (substantivo)

Os fogos de artifício tornaram a cidade iluminada. (adjetivo)

FORMAS NOMINAIS TEMPOS COMPOSTOS

infinitivo

impessoal

cantar ter/haver cantado

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infinitivo

pessoal

cantar ter/haver cantado

cantares teres/haveres cantado

cantar ter/haver cantado

cantarmos termos/havermos cantado

cantardes terdes/haverdes cantado

cantarem terem/haverem cantado

gerúndio cantando tendo/havendo cantado

particípio cantado

ATENÇÃO! 1. Para as 2ª e 3ª conjugações, a terminação do particípio

é ido: vendido, partido.

2. Perceba que não há tempo composto relativo ao

particípio.

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS QUANTO À FORMA

a) Regular não apresenta irregularidade no radical nem nas desinências,

seguindo o paradigma de sua conjugação (cantar – 1ª conjugação; vender –

2ª conjugação; partir – 3ª conjugação)

Ex.: amar, aguar, averiguar, coar, mobiliar, optar, saudar, suar, viajar, beber,

unir, atribuir, etc.

ATENÇÃO! 1. Para sabermos se um verbo é regular, precisamos

conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo.

Ex.: toc-o, toc-a-s, toc-a, toc-a-mos, toc-a-is, toc-a-m / toqu-e-i, toc-a-ste,

toc-o-u, toc-a-mos, toc-a-stes, toc-a-ram

2. Os verbos terminados em IAR são regulares: vigiar,

arriar, etc.

Exceções: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar (MARIO) recebem

a letra E nas formas rizotônicas (= a sílaba tônica integra o radical)

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Ex.: arriar – arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam

odiar – odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam

b) Irregular apresenta irregularidades no radical e/ou nas desinências.

Ex.: caber, fazer, acudir, aderir, atrair, cear, construir, dizer, crer, poder,

prover, prever, saber, dar, rir, vir, etc.

perder = perco, perdes, perde

fazer = faço, fazes, faz

caber = caibo, cabes, cabe

ATENÇÃO! Os verbos terminados em EAR são irregulares, recebem a letra I

nas formas rizotônicas.

as, arrei a, arreamos, arreais, arreiam Ex.: arrear – arrei o, arrei

passear – passeio, passeias, passei a, passeamos, passeais, passeiam

c) Anômalo É o verbo que apresenta grandes alterações no radical.

Segundo Luiz Antônio Sacconi, João Domingues Maia, Ulisses Infante e

Pasquale Cipro Neto, por exemplo, em português só existem dois: ser e ir.

Entretanto, Celso Cunha registra que a NGB também classifica como anômalo

os verbos ter, haver, estar, vir e pôr.

d) Defectivo É o verbo que não possui determinados tempos, modos e

pessoas. Incluem-se nesta categoria os verbos impessoais e unipessoais.

Ex.: reaver, precaver, falir, computar, abolir, haver (sentido de existir), nevar,

trovejar, trovejar, latir, rugir, etc.

ATENÇÃO! Quando se tratar de sentido conotativo, os verbos que indicam

fenômenos da natureza podem ser usados como pessoais.

Ex.: Os estudantes amanheciam para uma nova época.

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e) Abundante é o verbo que apresenta mais de uma forma equivalente,

geralmente no particípio.

Ex.: aceitar = aceitado, aceito – prender = prendido, preso – imprimir =

imprimido, impresso

ATENÇÃO! 1. O particípio regular é normalmente usado na voz ativa ,

com os auxiliares ter ou haver.

Ex.: Ele não tinha aceitado as minhas desculpas.

2. O particípio irregular é normalmente usado na voz

passiva com os auxiliares ser ou estar.

Ex.: Minhas desculpas não foram aceitas por ele.

3. Admitamos, porém, que essas recomendações não são

rigorosamente seguidas, havendo numerosas formas irregulares que se usam

tanto na voz ativa como na passiva, e algumas formas regulares também

empregadas na voz passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASSIVA

Tinha aceitado (aceito) o convite. Os convite foram aceitos.

Tinha elegido (eleito) os candidatos. Os candidatos são eleitos.

Tinha entregado (entregue) a carta. As cartas eram entregues.

Tinha ganhado (ganho) o prêmio. O prêmio foi ganho.

Tinha imprimido (impresso) a obra. Foi impressa a obra.

Tê-lo-iam pegado (pego) de surpresa. O ladrão foi pego pela polícia.

Tinha salvado (salvo) muitas vidas. A vida foi salva.

CORRELAÇÃO VERBAL

Termino a primeira parte da aula com explicações sobre

correlação verbal – coerência que, em uma frase ou sequência de frases,

deve haver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja

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articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a

expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto,

combinar entre si. Veja este exemplo:

Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.

O verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade,

eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de

maneira a garantir que o período tenha lógica?

Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia),

um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada

(que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e

que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está coerente, já

que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de

uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.

Veja o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:

Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.

Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está

conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre

outras ideias, fatos certos ou prováveis. Nesse caso, não podemos dizer que

jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a

uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do

subjuntivo) de dormir.

A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são

concordantes:

1. presente do indicativo + presente do subjuntivo:

Exijo que você faça o dever.

2. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

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Exigi que ele fizesse o dever.

3. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:

Espero que ele tenha feito o dever.

4. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do

subjuntivo:

que ele tivesse feito o dever. Queria

5. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.

6. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:

Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.

7. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito

composto do indicativo:

o dever, eu teria lido suas respostas. Se você tivesse feito

8. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Quando você fizer o dever, dormirei.

9. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:

Quando você fizer o dever, já terei dormido.

PRONOMES (EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO)

Na última parte da aula, o assunto a ser tratado é pronomes:

classificação, emprego e colocação. Eis uma breve exposição sobre a

classificação deles.

Pronome

Palavra que substitui o nome (pronome substantivo) ou que o

acompanha (pronome adjetivo) para tornar claro o seu

significado. Existem seis classes de pronomes:

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pessoal

Indica diretamente as pessoas do discurso (no singular ou no

plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa: com quem se fala;

3ª pessoa: de quem se fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas (do

caso reto). Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as (do caso

oblíquo átono). Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco

(do caso oblíquo tônico). Também são pessoais os pronomes de

tratamento: você, senhor, senhora, vossa senhoria, vossa

excelência, etc.

possessivo

Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de

algo: Meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos,

nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas,

seu, sua, seus, suas.

demonstrativo

Indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,

situando-os no tempo e no espaço.

1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.

2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.

3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.

relativo

É aquele que, em uma oração, se refere a um termo constante

em oração anterior, chamado antecedente. Exemplo: O avião

que chegou estava danificado. São pronomes relativos: que,

quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual,

os quais, as quais.

indefinido Refere-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou

exprimido quantidade indeterminada. Exemplos: Quem espera

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sempre alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e

número. São pronomes indefinidos: algum, alguns, nenhum,

nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém, todo, tudo, nada,

algo etc.

interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta ou indireta:

que, quem, qual, quanto.

12. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “Atinge toda a

região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e a

efetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o

impedirá de receber aquilo que lhe é devido.”

No trecho acima há:

(A) oito pronomes.

(B) sete pronomes.

(C) seis pronomes.

(D) cinco pronomes.

(E) quatro pronomes.

Resposta – C

Comentário – Vamos identificar cada pronome:

1 - “toda”: pronome indefinido;

2 – “si”: pronome pessoal do caso oblíquo tônico;

3 – “o”: pronome pessoal do caso oblíquo átono;

4 – “aquilo”: pronome demonstrativo;

5 – “que”: pronome relativo;

6 – “lhe”: pronome pessoal do caso oblíquo átono.

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EMPREGO DE PRONOMES

• Diferenças quanto ao emprego dos pronomes pessoais do caso reto e do

caso oblíquo:

a) Ele virou ela. – Na função de sujeito e de predicativo, o pronome

pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto.

b) Quero falar com ele.

Sou útil a ele.

Vi-o na rua.

Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas

(complemento verbal, complemento nominal etc.).

Atente para o fato de que esses pronomes são frequentemente utilizados

para promover a coesão e a coerência textual.

c) Eu contei a ti o que acontecera.

Você terá de viajar com nós dois.

Você terá de viajar conosco. (= com + nós)

Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com

nós ou com vós quando tais expressões vêm acompanhadas de elementos de

realce, numeral, pronome ou oração adjetiva.

CUIDADO! Não vá sem eu saber. / Todos saíram, exceto eu (saí).

Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado

quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico.

d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. (“deu” = VTDI; “um

presente” = OD)

Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. (“presenteou” = VTD)

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Como complementos verbais, O(S) e A(S) desempenham função de

objeto direto; LHE(S), de objeto indireto.

ATENÇÃO! O pronome oblíquo LHE pode equivaler-se a um possessivo, caso

em que transmitirá noção de posse: Pediu-lhe os brinquedos emprestados. /

Pediu os seus brinquedos emprestados / Pediu os brinquedos dele

emprestados.

e) Mandei-o sair da sala.

Fiz-lhes ver que estavam errados.

Em construções cujo verbo principal é causativo (mandar, deixar, fazer)

ou sensitivos (ver, ouvir, sentir), O(S) e A(S) desempenham função de sujeito

do verbo (infinitivo) da oração subordinada.

CUIDADO! LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto.

Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem

regência intransitiva.

13. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Analise o fragmento a

seguir.

Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos

norte-americanos causa admiração e espanto aos brasileiros,

acostumados a violar e a ver violadas as próprias instituições.

Assinale a alternativa que apresente as propostas de substituição dos

trechos sublinhados nas quais se preserva a correção estabelecida pela

norma gramatical.

(A) Causa-lhe admiração e espanto / a vê-la violadas.

(B) Causa-os admiração e espanto / a ver-lhes violadas.

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(C) Causa-los admiração e espanto / a ver-lhe violadas.

(D) Causa-os admiração e espanto / a vê-as violadas.

(E) Causa-lhes admiração e espanto / a vê-las violadas.

Resposta – E

Comentário – O verbo causar possui dois complementos: “admiração e

espanto” (objeto direto) e “aos brasileiros” (objeto indireto). O primeiro pode

ser substituído pelo pronome oblíquo átono os (a forma los só se justifica

diante de verbos terminados por R, S ou Z: causar + os = causá-los); o

segundo, por lhes. O examinador optou por repetir o primeiro complemento

(objeto direto) e substituir o segundo (objeto indireto): “Causa-lhes admiração

e espanto”.

Em seguida, temos que analisar o regime do verbo ver. Ele é

transitivo direto, exige complemento sem preposição (objeto direto), que foi

representado pela expressão “as próprias instituições”. Esse complemento

pode ser substituído pelo pronome oblíquo átono as, que assume a forma las

porque o verbo termina em R: ver + as = vê-las.

• Pronomes possessivos

Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de

algo. Concordam em gênero e número com a “coisa” possuída.

Ex.: Eu trouxe meu caderno.

Tu trouxeste tuas canetas.

Primeira pessoa Meu(s), minha(s), nosso(s),

nassa(s)

Segunda pessoa Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)

Terceira pessoa Seu(s), sua(s)

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• Pronomes demonstrativos

Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,

situando-os no tempo e no espaço.

Pronomes Tempo Espaço

Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala

Esse (s), essa (s), isso Passado próximo Perto da pessoa com

quem se fala

Aquele (s), aquela (s),

aquilo

Passado longínquo Longe de quem fala e da

pessoa com quem se fala

Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito.

Este rapaz ao meu lado é meu amigo.

Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis.

O que é isso aí do teu lado?

Naquela época, a vida era melhor.

O que é aquilo atrás do carro?

Casos Especiais (empregados como elementos de coesão)

a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este e isto:

empregados quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão

textual conhecida como catafórica.).

Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse e isso:

empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual

conhecida como anafórica)

b) Comprei uma moto e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão;

aquela, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar

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elementos já citados e desfazer possíveis ambiguidades quanto à

compreensão do enunciado. Este diz respeito ao último termo; aquele,

ao primeiro.)

c) O que ele disse era verdade.

Passará a que for mais capacitada. a(s) e o(s) diante de que (pronome

relativo) – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos,

equivalendo-se a aquela(s), aquele(s), aquilo)

Cunha e Cintra (Nova gramática do português

contemporâneo, 2008, págs. 354-5) ensinam que o demonstrativo O (e suas

variações) pode ser empregado diante de uma oração ou, mais raramente, por

uma expressão adjetiva, e dão o seguinte exemplo:

Ingrata para os da terra,

boa para os que não são. (C. Pena Filho)

14. (FGV/POTIGAS/CONTADOR/2006) A diplomacia é exatamente isto: a arte

de usar sinais e palavras para manifestar agrados e desagrados, defender

interesses e estabelecer limites, construir respeito recíproco e negociar

parcerias.

O pronome destacado no trecho acima exerce função:

(A) anafórica.

(B) dêitica.

(C) epanafórica.

(D) catafórica.

(E) díctica.

Resposta – D

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Comentário – Como o pronome “isto” antecipa o que será dito, sua função é

catafórica.

Função dêitica (ou díctica, tanto faz) é aquela que faz

referência exofórica1 (traz algo de fora para dentro do texto), sendo

responsável por situar algo no tempo ou no espaço. Exemplo: Esse rapaz é

meu amigo. Eu estou falando de que rapaz? Do que está próximo a mim ou de

outra pessoa ou outro lugar? Além disso, há diferenças no emprego de esse,

este e aquele. Repare:

- Esta é minha mãe. (ela está proximo a mim)

- Essa é minha mãe. (ela está próxima à pessoa com quem

falo)

- Aquela é minha mãe. (agora ela está distante de nós dois)

Como você pode notar, a referência espacial indicada pelos

pronomes em cada uma das frases é diferente.

Outro exemplo comum ocorre com o uso de advérbios:

Hoje estou escrevendo esta aula.

Você precisa agora saber em que dia o locutor

pronunciou/escreveu essa frase para situar no tempo a correta referência do

advérbio “Hoje”.

E que é função epanafórica? Na verdade não temos uma

função propriamente dita, mas sim uma figura de linguagem que se constitui

na repetição de palavras, semelhante à anáfora. Esse tipo de figura pode

surgir com outros nomes: epanadiplose, epanalepse, epanastrofe, epânodo.

Todas são tipos de repetição de palavras, quer no início, quer no fim das

frases.

1 Ao contrário, a função endofórica faz referência a termos que estão dentro do próprio texto.

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15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “O avanço deste não

acarreta necessariamente impacto positivo daquela”, os pronomes

demonstrativos exercem, respectivamente, função:

(A) anafórica e catafórica.

(B) catafórica e catafórica.

(C) anafórica e anafórica.

(D) catafórica e anafórica.

(E) dêitica e dêitica.

Resposta – C

Comentário – Bem, depois da explicação anterior, ficou fácil assinalar a

alternativa correta, não é mesmo? Os pronomes “este” e “aquele” retomam o

que foi dito anteriormente. O demonstrativo “este” se refere ao que foi

mencionado primeiro; “aquele” retoma o que foi dito por último. Portanto os

dois cumprem funções anafóricas.

16. (FGV/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2008) “Mas a co-relação de forças não

lhes permite ir mais longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos

bilaterais ou regionais. Com isso, falta um projeto mundial coerente em

que o desenvolvimento do comércio seja articulado ao equilíbrio social e

ambiental.”

Os pronomes grifados no trecho acima têm, respectivamente, valor:

(A) catafórico e catafórico.

(B) anafórico e anafórico.

(C) dêitico e dêitico.

(D) anafórico e catafórico.

(E) catafórico e anafórico.

Resposta – B

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Comentário – De novo! O demonstrativo “essa” faz referência a ideia de

estagnação declarada no segmento anterior. Semelhantemente, o pronome

“isso” também retoma uma ideia anterior: “o retorno dos acordos bilaterais ou

regionais”. Ambos, portanto, têm valor anafórico.

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A energia nuclear pode ser

empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada,

apurada e criada para algum resultado, que lhe confere validade. Não vale

por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual

utilidade, como meio; mas o uso de energia nuclear, para ser considerado

bom ou mau, deve referir-se aos fins humanos a que se destina.

Considerando as estratégias de referenciação no trecho acima, assinale a

alternativa cujo pronome não se refere à expressão “energia nuclear”:

(A) ela.

(B) lhe.

(C) si.

(D) sua.

(E) que.

Resposta – E

Comentário – De fato, o pronome relativo “que” é o único que não retoma a

expressão “energia nuclear”. Ele substitui a expressão “fins humanos”, seu

antecedente.

• Pronomes indefinidos

São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado.

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Casos Particulares

. a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido

Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.

b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor

positivo, afirmativo, exprime possibilidade; é o contrário de nenhum, que

tem valor semântico negativo.

Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem significação negativa

mais enfática do que a expressa por nenhum, indica impossibilidade.

Na língua moderna, algum(a) cristalizou-se com

significação negativa (= nenhum) quando empregado depois de substantivo e

com valor positivo anteposto a ele. Antigamente não era assim, quando

algum(a) podia ter sentido afirmativo ou negativo independente de sua

posição, como se depreende dos versos de Camões, em Os lusíadas:

“Desta gente refresco algum tomamos

E do rio fresca água; mas com tudo

Nenhum sinal aqui da Índia achamos

No povo, com nós outros quase mudo.” (V, 69)

(“refresco algum” = algum refresco = sentido positivo)

“Vós a quem não somente algum perigo

Estorva conquistar o povo imundo” (VII, 2)

(“algum perigo” = nenhum perigo = valor negativo)

Mas, em geral, o pronome indefinido algum(a) adquire

mesmo valor negativo em frases onde já existem outras formas negativas,

como não, nem, sem:

“...é muito provável que ela não tenha problema algum.”

“...é muito provável que ela não tenha algum problema.”

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• Pronomes relativos

a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei.

Eis o instrumento de que lhe falei.

O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir

coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais

sílabas e dispensa sem e sob.

Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo

deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto

indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal.

Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”,

em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o

“que” não é pronome relativo.

b) A casa onde morei era muito antiga. (certo)

A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado)

ONDE é usado restritivamente em referência a lugar.

A escola onde estudo foi fechada.

A escola aonde vais é muito longe.

A escola donde vens é muito longe.

ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente,

como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com

onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o

vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma

pergunta que exprime a ideia de lugar.

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Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que

surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a

preposição “a”. Se o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”,

usaremos “donde” (contração de de + onde).

Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não

permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que

exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua

Portuguesa não existe nonde, isto é, a suposta contração de em + onde.

c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho.

O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades.

Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a

seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho?

d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar.

O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de

posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em

gênero e número com a “coisa” possuída.

Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por

outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a

correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE.

NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso

anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este.

Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz.

O que acha? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o

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emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO,

daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele.

e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo.

O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se

faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto,

se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA

DE DIZER “ARTIGO”.

f) Esqueci tudo quanto foi dito.

Podemos confiar em todos quantos estão presentes.

Podemos confiar em todas quantas estão presentes.

QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver

acompanhado de tudo (e variações).

g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo.

Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim.

QUANDO e COMO serão pronomes relativos sempre que se

referirem a um termo antecedente (“hora” e “maneira”, nessa ordem). O

primeiro tem valor semântico de tempo; o segundo, de modo.

18. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) De acordo com a norma padrão,

o pronome relativo está corretamente empregado na seguinte alternativa:

(A) Esses são alguns autores sem cujas ideias ele jamais teria escrito o artigo.

(B) As características que um povo se identifica devem ser preservadas.

(C) Esse é o projeto cuja a meta principal é a reflexão sobre civismo no Brasil.

(D) Eis os melhores poemas nacionalistas os quais se tem conhecimento.

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:::444

iii

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(E) Aqueles são os escritores cujos foram lançados os romances traduzidos.

Resposta – A

Comentário – Devo chamar a sua atenção o uso de preposição para reger o

pronome relativo. Ela será usada de acordo com a regência do verbo (ou

nome) que surge após o relativo.

Alternativa A: ele jamais teria escrito o artigo sem o quê?

Sem as ideias de alguns autores. O pronome relativo “cujas” estabelece a

relação de dependência entre “alguns autores” (termo antecedente) e “ideias”

(termo conseqüente).

Alternativa B: um povo se identifica com o quê? Com as

características. Eis, então, a construção correta: As características com que

um povo se identifica devem ser preservadas;

Alternativa C: o erro aqui não tem a ver com a ausência da

preposição, mas sim com o emprego do artigo “a” após o relativo “cuja”. Como

já foi explicado, isso é proibido!

Alternativa D: quem tem conhecimento tem conhecimento de

algo. Onde foi parar a preposição de exigida pelo nome “conhecimento”? Eis a

correção: Eis os melhores poemas nacionalistas dos quais se tem

conhecimento.

Alternativa E: além da má ordenação dos termos, que

prejudica a coerência da frase, o enunciado tem um “o” a mais. Note a

diferença: Aqueles são os escritores cujos romances traduzidos foram

lançados.

• Formas de Tratamento

Tratamento Abreviatura Uso

Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal

Você V. tratamento informal

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Vossa Alteza V. A. príncipes e duques

Vossa Eminência V. Emª cardeais

Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e

oficiais-generais

Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades

Vossa Majestade V. M. reis e imperadores

Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral

Vossa Santidade V. S. papa

Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para

pessoas graduadas.

As formas de tratamento designam indiretamente à 2ª pessoa do

discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem a concordância nominal e

verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o

caso.

• Particularidades

a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda

que por meio de correspondências)

Sua Excelência fez um belo discurso. (para falar da pessoa)

b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o

pronome possessivo correspondem à terceira pessoa e o adjetivo tende a

concordar com o gênero da pessoa referida – concordância ideológica)

c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)

Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo)

(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os

outros pronomes para a terceira pessoa)

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Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos

Antes de apresentar os casos de colocação pronominal, cabe

lembrar que próclise é a ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que

não o reconheceu.). Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge

após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é marcada pela

presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com

verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, é o emprego do

pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência

modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.).

Casos de Próclise

a) Palavras de sentido

negativo

Nada me fará desistir.

Ninguém me fará desistir.

b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves.

Talvez se cumprimentassem.

c) Conjunções

subordinativas e pronomes

relativos

Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito.

O livro que me deste é muito interessante.

d) Conjunções

coordenativas alternativas

Ora se atribulava, ora se aquietava.

Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu.

e) Pronomes e advérbios

interrogativos

Quem lhe contou a verdade?

Por que te afliges tanto?

f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado.

Alguém te contou a verdade?

g) Frases exclamativas e

optativas

Como te atreves!

Deus o abençoe, meu filho!

h) Preposição em +

verbo no gerúndio

Em se tratando desse assunto, nada mudará.

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Casos de Mesóclise

a) Verbo no futuro do

presente ou do pretérito,

sem palavra atrativa

Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida

inteira.)

Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.)

Casos de Ênclise

a) Antes de tentar decorar

qualquer outra regra, é

fundamental saber que a

tendência da língua

portuguesa recai sobre

o uso da ênclise.

Portanto, se não ocorrer

qualquer um dos casos

mencionados

anteriormente, usaremos a

ênclise.

Levante-se e lute.

Tratando-se desse assunto, nada mudará.

Vendê-lo era o que mais importava.

Aqui, fazem-se chaves.

Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento:

1 – O particípio não admite ênclise.

Dada-me a resposta, calei-me. (errado)

Dada a mim a resposta, calei-me. (certo)

2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise.

Direi-te a verdade. (errado)

Dir-te-ei a verdade (certo)

3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono.

Ambos se casarão amanhã.

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4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de

preposição ou palavra negativa.

Estou aqui para te servir (ou servir-te).

Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo).

5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será

possível se o pronome for o ou a.

Estamos a contemplá-la.

Se soubesse, não continuaria a lê-lo.

Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe).

Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a

existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a

uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal).

a) Verbo auxiliar + infinitivo

Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar)

Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal)

Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra

atrativa impede a ênclise)

Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio

“não” é insuficiente para impedi-la)

b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo

Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal)

Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal)

c) Verbo auxiliar + gerúndio

Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar)

Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal)

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Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra

atrativa, que impede a ênclise)

Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio

perde sua força atrativa)

d) Verbo auxiliar + particípio

Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise

do verbo principal por estar ele no particípio)

Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do

advérbio de negação)

Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do

que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar

“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como

atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos.

a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa)

b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós)

c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge

Amado)

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Em “exauri-los” e “poder-se-

á”, construiu-se corretamente a junção do pronome à forma verbal

Assinale a alternativa em que isso não ocorreu.

(A) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos

(B) permitireis + os = permiti-los-eis

(C) fizestes + lhes = fizeste-lhes

(D) encontraram + os = encontraram-nos

(E) aprenderás + as = aprendê-las-·ás

Resposta – C

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Comentário – Que tal recordar a forma correta de juntar pronomes oblíquos

átonos a verbos?

– me, te, se, lhe, lhes, o, a, os, as, nos, vos:

a) associados a verbos terminados em –r, -s ou –z, e à palavra

eis, os pronomes o, a, os, as assumem as antigas formas

lo, la, los, las, caindo aquelas consoantes: Mandaram

prendê-lo. / Ajudemo-la. / Fê-los entrar. / Ei-lo aqui!

b) associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am,

-em; -ão, -õe), os ditos pronomes tomam as forma no, na,

nos, nas: Trazem-no. / Ajudavam-na. / Dão-nos de graça.

/ Põe-no aqui.

c) associados a verbos conjugados no futuro do presente do

indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo, os

pronomes “dividem” o verbo, sendo empregados logo após

o infinitivo e antes da desinência, respeitando as regras

anteriores: cantar + o + ei = cantá-lo-ei; dar + lhe + ei =

dar-lhe-ei.

Conclui-se, assim, que a forma correta é fizestes-lhes (sem a

necessidade de eliminar o S final do verbo).

20. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que contraria

a colocação pronominal exigida pelo padrão escrito culto é:

(A) os órgãos aos quais se destinam as verbas desenvolvem projetos de

segurança pública.

(B) dever-se-ia refletir sobre a construção histórica da violência.

(C) não põe-se em prática uma adequada política de prevenção ao crime.

(D) o jovem prefeito foi-se afirmando no cenário político.

(E) o secretário vai enviar-lhe os resultados da pesquisa no início da semana.

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Resposta – C

Comentário – Alternativa A: correta, pois o pronome relativo “os quais” atrai

o pronome oblíquo “se”. É um caso de próclise obrigatória.

Alternativa B: correta, pois com verbos no futuro do presente

ou futuro do pretérito, o pronome deve figurar no “meio” deles. É um caso de

mesóclise.

Alternativa C: o advérbio “não” atrai o pronome “se” (próclise

obrigatória), que não pode se empregado depois do verbo (ênclise).

Alternativa D: no meio de uma locução, o pronome pode surgir

depois do auxiliar com ou sem hífen, ou depois do principal com hífen

(ênclise).

Alternativa E: aqui, preferiu-se a ênclise do verbo principal da

locução “vai enviar” e colocou-se o pronome “lhe” depois dele.

Por hoje é só. Se tiver dúvidas, use o fórum.

Fique com Deus e até a próxima aula.

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Mas ainda não há um

programa alternativo maduro que se contraponha à euforia do programa

conservador, aplicado por gente que foi de esquerda e aplaudido pela

direita.

Quantos verbos há no trecho acima?

(A) seis

(B) cinco

(C) quatro

(D) três

(E) dois

2. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DO ICMS/2006) O que você quer?

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o

futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?

(B) O que vós quiserdes?

(C) O que vós queríeis?

(D) O que vós quereríeis?

(E) O que vós querereis?

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Assinale a alternativa em que

a alteração da estrutura “de as gerações presentes virem a exauri-los”

provocou correta mudança da forma do verbo vir.

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(A) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes venham a

exauri-los

(B) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vissem a

exauri-los

(C) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vierem a

exauri-los

(D) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes viriam a

exauri-los

(E) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vinham a

exauri-los

4. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Apesar das injeções maciças de liquidez

efetuadas pelos grandes bancos centrais, nunca se vira uma seca tão

severa de dinheiro nos mercados.”

Assinale a forma verbal que poderia substituir o verbo destacado no

trecho acima, sem prejuízo gramatical ou semântico.

(A) tivera visto

(B) tinha visto

(C) viu

(D) via

(E) tem visto

5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉC. LEG.- ADMINISTRAÇÃO/2008) “A política de

Estado tem evoluído no sentido de encontrar respostas a tais

necessidades.”

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

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I. A forma tem evoluído está no pretérito perfeito.

II. No período há somente um verbo em forma nominal.

Assinale:

(A) se as duas afirmativas estiverem corretas.

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(C) se somente a afirmativa I estiver correta.

(D) se a afirmativa II estiver correta.

6. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “O público

brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a respeito de

possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus governantes

chamam de dívidas ilegítimas.”

No trecho acima, as formas verbais estão, respectivamente, no:

(A) presente do indicativo e presente do indicativo.

(B) presente do indicativo e presente do subjuntivo.

(C) presente do subjuntivo e presente do indicativo.

(D) pretérito perfeito do indicativo e presente do subjuntivo.

(E) pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo.

7. (FGV/PREF. DE CAMPINAS/COORDENADOR PEDAGÓGICO/2008) “A

palavra ‘bárbaro’ provém do grego antigo e significa ‘não grego’.”

Assinale a alternativa em que não se tenha flexão correta do verbo

destacado no trecho acima.

(A) provêm

(B) proveio

(C) provieste

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(D) provisse

(E) provimos

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase a seguir “A liberdade

supõe a operação sobre alternativas;”, o verbo irregular foi flexionado

corretamente.

Assinale a alternativa em que se apresenta flexão incorreta da forma

verbal.

(A) Eles impunham condições para que o acordo fosse assinado.

(B) O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de seleção.

(C) Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação caráter eliminatório.

(D) Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da revista será

certa.

(E) É necessário que atentemos para a questão da mudança de paradigma

científico.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) “Nos Estados Unidos e na

Europa existem legislações em trâmite nos parlamentos...”

No trecho acima, o verbo destacado pode ser substituído, sem prejuízo de

ordem gramatical, por

(A) devem haver

(B) deve existir

(C) houveram

(D) deverão haver

(E) poderão existir

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10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Passando a fala "Adivinhe"

para a forma de tratamento vós, obtém-se:

(A) Adivinhais.

(B) Adivinhai.

(C) Adivinheis.

(D) Adivinhei.

(E) Adivinde.

11. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009) O que está fora da sociedade

seria desumano.

O tempo verbal destacado constitui recurso expressivo adequado para

indicar:

(A) mudança ocorrida no momento em que se fala.

(B) ação conduzida no passado não concluído.

(C) situação tomada como hipotética.

(D) advertência sobre um fato futuro.

(E) fato passado de curso prolongado.

12. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “Atinge toda a

região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e a

efetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o

impedirá de receber aquilo que lhe é devido.”

No trecho acima há:

(A) oito pronomes.

(B) sete pronomes.

(C) seis pronomes.

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(D) cinco pronomes.

(E) quatro pronomes.

13. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Analise o fragmento a

seguir.

Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos

norte-americanos causa admiração e espanto aos brasileiros,

acostumados a violar e a ver violadas as próprias instituições.

Assinale a alternativa que apresente as propostas de substituição dos

trechos sublinhados nas quais se preserva a correção estabelecida pela

norma gramatical.

(A) Causa-lhe admiração e espanto / a vê-la violadas.

(B) Causa-os admiração e espanto / a ver-lhes violadas.

(C) Causa-los admiração e espanto / a ver-lhe violadas.

(D) Causa-os admiração e espanto / a vê-as violadas.

(E) Causa-lhes admiração e espanto / a vê-las violadas.

14. (FGV/POTIGAS/CONTADOR/2006) A diplomacia é exatamente isto: a arte

de usar sinais e palavras para manifestar agrados e desagrados, defender

interesses e estabelecer limites, construir respeito recíproco e negociar

parcerias.

O pronome destacado no trecho acima exerce função:

(A) anafórica.

(B) dêitica.

(C) epanafórica.

(D) catafórica.

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(E) díctica.

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “O avanço deste não

acarreta necessariamente impacto positivo daquela”, os pronomes

demonstrativos exercem, respectivamente, função:

(A) anafórica e catafórica.

(B) catafórica e catafórica.

(C) anafórica e anafórica.

(D) catafórica e anafórica.

(E) dêitica e dêitica.

16. (FGV/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2008) “Mas a co-relação de forças não

lhes permite ir mais longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos

bilaterais ou regionais. Com isso, falta um projeto mundial coerente em

que o desenvolvimento do comércio seja articulado ao equilíbrio social e

ambiental.”

Os pronomes grifados no trecho acima têm, respectivamente, valor:

(A) catafórico e catafórico.

(B) anafórico e anafórico.

(C) dêitico e dêitico.

(D) anafórico e catafórico.

(E) catafórico e anafórico.

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A energia nuclear pode ser

empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada,

apurada e criada para algum resultado, que lhe confere validade. Não vale

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por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual

utilidade, como meio; mas o uso de energia nuclear, para ser considerado

bom ou mau, deve referir-se aos fins humanos a que se destina.

Considerando as estratégias de referenciação no trecho acima, assinale a

alternativa cujo pronome não se refere à expressão “energia nuclear”:

(A) ela.

(B) lhe.

(C) si.

(D) sua.

(E) que.

18. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) De acordo com a norma padrão,

o pronome relativo está corretamente empregado na seguinte alternativa:

(A) Esses são alguns autores sem cujas ideias ele jamais teria escrito o artigo.

(B) As características que um povo se identifica devem ser preservadas.

(C) Esse é o projeto cuja a meta principal é a reflexão sobre civismo no Brasil.

(D) Eis os melhores poemas nacionalistas os quais se tem conhecimento.

(E) Aqueles são os escritores cujos foram lançados os romances traduzidos.

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Em “exauri-los” e “poder-se-

á”, construiu-se corretamente a junção do pronome à forma verbal

Assinale a alternativa em que isso não ocorreu.

(A) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos

(B) permitireis + os = permiti-los-eis

(C) fizestes + lhes = fizeste-lhes

(D) encontraram + os = encontraram-nos

(E) aprenderás + as = aprendê-las-·ás

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20. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que contraria

a colocação pronominal exigida pelo padrão escrito culto é:

(A) os órgãos aos quais se destinam as verbas desenvolvem projetos de

segurança pública.

(B) dever-se-ia refletir sobre a construção histórica da violência.

(C) não põe-se em prática uma adequada política de prevenção ao crime.

(D) o jovem prefeito foi-se afirmando no cenário político.

(E) o secretário vai enviar-lhe os resultados da pesquisa no início da semana.

GABARITO

1) B

2) D

3) A

4) B

5) C

6) E

7) D

8) D

9) E

10) B

11) C

12) C

13) E

14) D

15) C

16) B

17) E

18) A

19) C

20) C

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Aula 4

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Seja bem-vindo(a) à nossa aula 4! Hoje começamos a tratar da

sintaxe da oração e do período. Faremos isso dividindo o conteúdo em duas

aulas. Nesta, estudaremos as relações sintáticas entre os termos da oração;

na próxima, a sintaxe das orações do período.

E por falar em “período” e “oração”, você sabe identificar um(a)?

Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os exemplos seguintes e

responda ao que se pede.

a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem?

b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado.

Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo

acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou.

Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo

enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma

informação satisfatória para a situação em que é utilizado.

Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas

frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo

ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um

enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto.

O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo

desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas:

– Ai!

– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro.

As frases de maior complexidade normalmente se organizam a

partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza

ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração.

Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não

há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal

“está” e constitui a única oração do diálogo.

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A frase organizada em orações constitui o período, que

pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado

por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é

marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por

vírgula ou ponto-e-vírgula. Veja os exemplos:

Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só

oração).

Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três

orações).

Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na

aula 5, ao estudarmos detalhadamente as orações, estabeleceremos

distinção entre período composto por coordenação, por subordinação e

período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da oração. E só faz

sentido falar deles quando estivermos diante de uma oração.

O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e

resumida do que entendemos por termos da oração.

Eis os termos da oração! Sentiu a falta do vocativo? É que ele,

na verdade, não faz parte desse grupo, isto é, não faz parte da oração, é um

TERMOS DA ORAÇÃO

Essenciais

1 - Sujeito

2 - Predicado

Integrantes

1 – Complemento verbal

2 – Complemento nominal

3 – Agente da passiva

Acessórios

1 – Adjunto adverbial

2 – Adjunto adnominal

3 – Aposto

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termo independente dela. Não fique espantado. Os livros somente o

apresentam na mesma seção em que tratam dos termos da oração por uma

questão meramente didática. É isso que também farei aqui, principalmente

porque, em prova, é comum as bancas examinadoras induzirem os

candidatos a confundir o vocativo com o sujeito da oração.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

1. Sujeito é o termo do qual se declara alguma coisa; concorda

em número e pessoa com o verbo da oração (concordância verbal).

Frise-se que só faz sentido falar em sujeito quando estamos lidando com

orações, ou seja, quando é possível perceber uma relação entre um

determinado termo de uma oração e o verbo dessa mesma oração.

Nós estudamos muito.

José e Maria estudam muito.

Sujeito é uma função substantiva da oração, ou seja, são os

substantivos e as palavras de valor substantivo que atuam como

núcleos dessa função nas orações da Língua Portuguesa. Observe:

Os cidadãos

Todos

Ambos

Os covardes

Na sequência, temos: substantivo, pronome substantivo,

numeral substantivo e adjetivo substantivado exercendo a função de núcleo

do sujeito. Também é possível que o sujeito seja representado por uma

oração inteira.

Era forçoso que fosse assim.

manifestaram sua insatisfação.

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• TIPOS DE SUJEITO

. 1.1 Simples possui apenas um núcleo

Todos aqueles estudantes participaram da manifestação.

1.2 Oculto, elíptico, implícito, desinencial é aquele que não está

materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela

desinência verbal ou pelo contexto.

Ficamos algum tempo sem falar. (o sujeito da oração é “nós”,

indicado pela desinência de primeira pessoa do plural “mos”).

“Soropita ali viera; na véspera, lá dormira”. (o contexto nos

permite afirmar que o sujeito da forma verbal “dormira” tem sua referência

em “Soropita”).

Hoje estudei muito. (o sujeito agora é representado pelo

pronome de primeira pessoa do singular “eu”).

“Guilhermina bocejou. Iria adormecer?” (outra vez, o contexto

nos auxilia na identificação do sujeito, que tem como referência o termo

“Guilhermina”)

. 1.3 Composto possui mais de um núcleo

O professor, a diretora e eu saímos cedo.

O lazer e o esporte conduzem à saúde mental e física.

1.4 Indeterminado é aquele que não se pode ou não se quer

determinar, podendo ocorrer de duas maneiras basicamente:

a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que

haja referência a outro termo anteriormente identificado.

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Telefonaram para você.

Gritaram muito.

b) colocando o pronome oblíquo se (como índice de

indeterminação do sujeito) junto a verbos de ligação, intransitivos,

transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos diretos estejam

preposicionados; os verbos ficam sempre na terceira pessoa do

singular:

Ficou-se feliz.

Vive-se bem.

Gosta-se de você.

Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada

– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com

sujeito representado pelo termo “o vinho”).

1.5 Inexistente ou oração sem sujeito ocorre quando o fato

expresso na oração não pode ser atribuído a nenhum ser, surgindo um dos

chamados verbos impessoais, os quais ficam sempre na terceira pessoa

do singular (com raríssimas exceções). Observe os seguintes casos:

a) verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, nevar,

gear, amanhecer, entardecer etc.

Está amanhecendo.

Trovejou violentamente.

ATENÇÃO! Choveram flores sobre os noivos. o verbo foi empregado com

sentido figurado (conotativo), por isso possui sujeito (simples).

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b) utilizando-se o verbo haver no sentido de existir,

acontecer, ou indicando tempo decorrido.

Aqui há alunos estudiosos.

Houve muitas brigas depois do jogo.

Há meses não o via.

ATENÇÃO! O verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser

empregado na oração quando indicar posse e possuir sujeito. Caso contrário,

será substituído pelo verbo haver no sentido de existir.

O aluno não teve aula. – correto

Não tem aula. – errado / Não há aula. – correto

c) utilizando-se o verbo fazer exprimindo fenômeno da

natureza ou tempo decorrido.

Faz muito calor aqui.

Faz anos que não o vejo.

ATENÇÃO! Fazem dois dias de vida os bebês. nesse exemplo, o fato

expresso na oração foi atribuído ao termo “os bebês”; sendo, pois, sujeito.

d) utilizando-se o verbo ir exprimindo tempo decorrido.

Vai para uns quinze anos escrevi uma crônica do Curvelo.

e) utilizando-se o verbo ser indicando distância ou tempo

decorrido.

Da minha casa à tua são dez quilômetros.

É uma hora e trinta minutos. // São duas horas.

Hoje são oito de maio. // Hoje é dia oito de maio.

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predicado

sujeito

Observe que a verbo SER concorda com a expressão que indica

a distância ou o tempo decorrido.

2. Predicado é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito;

em termos práticos, equivale a tudo que é diferente do sujeito e do vocativo,

quando este ocorrer.

À noite , a temperatura diminuiu.

Observação: Em todo predicado necessariamente existe um verbo, que é o

que de fato caracteriza uma oração, já que pode haver oração sem sujeito,

como você já perceberá.

• TIPOS DE PREDICADO

2.1 Verbal possui como núcleo um verbo nocional (ou uma

locução verbal), isto é, um verbo que exprime ação, acontecimento,

fenômeno natural, desejo, atividade mental (são mais conhecidos como

verbos transitivos e verbos intransitivos)

Ele está correndo.

Eu amo minha esposa.

Precisa-se de professores.

Dei um presente a ela.

2.2 Nominal possui como núcleo um nome (adjetivo, substantivo

ou outra palavra com valor substantivo), que desempenha a função de

predicativo do sujeito (termo que caracteriza o sujeito, tendo como

intermediário um verbo); seu verbo é não-nocional (mais conhecido como

verbo de ligação).

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Ele está cansado.

Você parece um monstro.

A vida é um constante retomar. (note que aqui o verbo

“retomar” foi substantivado pela presença do artigo indefinido “um”).

ATENÇÃO! Verbos podem variar de regime de acordo com o sentido que

possuem na oração. Esse é o caso, por exemplo, do verbo ESTAR. Em “Ele

está correndo”, o verbo “está” é auxiliar e integra uma locução verbal

indicativa de um processo, uma ação. Diferente é o seu emprego em “Ele

está cansado”, frase em que o mesmo verbo agora é tomado como não

nocional, ou de ligação. Na primeira frase, tem-se predicado verbal; na

segunda, nominal.

Variação semelhante pode ser observada também nos seguintes

exemplos: “A correnteza virou a canoa” e “A lagarta virou borboleta”. No

primeiro caso, o verbo “virou” indica uma ação; é, pois, nocional e núcleo do

predicado verbal. Já no segundo, se valor semântico indica uma mudança de

estado; sendo, portanto, não nocional e integrante de predicado nominal

cujo núcleo é o termo “lagarta”.

2.3 Verbo-Nominal apresenta dois núcleos: um verbo (que será

sempre nocional) e um nome (que funcionará como predicativo do sujeito

ou do objeto).

Os excursionistas voltaram exaustos da caminhada.

O ato foi acusado de ilegal.

Consideramos inaceitável a proposta apresentada.

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1. (FGV/SSP-RJ/PERITO CRIMINAL – FÍSICA/2008) “Não vale a pena,

nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa, como se

fosse possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo

eleitoral para daqui a dois anos.”

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional.

II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto.

III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional.

Assinale:

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.

(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos.

(C) se apenas os itens II e III estiverem corretos.

(D) se nenhum item estiver correto.

(E) se todos os itens estiverem corretos.

Gabarito – E

Comentário – Item I: para verificar a exatidão do que foi dito, você precisa

fazer a pergunta ao verbo: “O que não vale a pena?” Eis a resposta:

“fragilizar o governo e sua política externa”. Esse é o termo sobre o qual a

declaração foi feita. Note ainda que esse sujeito possui um verbo, que

caracteriza uma oração. Item certo.

Item II: o termo “elemento decisivo” qualifica o objeto direto

do verbo “tornar”: “esta matéria”. Se você quiser tirar a dúvida, substitua o

objeto direto por um pronome substantivo: ...torná-la (esta matéria)

elemento decisivo... Note que o atributo dele permanece inalterado. Item

certo.

Item III: o verbo aludido é “fosse” (pretérito imperfeito do

subjuntivo). Eu sugiro que você faça novamente à pergunta ao verbo:

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“Como se fosse possível o quê?” A resposta é o sujeito: “testar a matéria”,

que também traz um verbo em sua estrutura. Item certo.

2. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “...o Estado pode

considerar desnecessária a tradução dos documentos...”

No trecho acima, o termo destacado exerce função sintática de:

(A) adjunto adnominal.

(B) adjunto adverbial.

(C) complemento nominal.

(D) predicativo do objeto.

(E) predicativo do sujeito.

Gabarito – D

Comentário – O verbo “considerar” é transitivo direto. O termo “a tradução

dos documentos” é o seu objeto direto. O adjetivo “desnecessária” é a

característica desse objeto; sintaticamente é o predicativo dele. Confirme

isso substituindo o objeto direto por um pronome oblíquo átono:

...considerá-la desnecessária...

3. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR DE ORÇAMENTO/2008) (...) Ora,

o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000

interceptações telefônicas autorizadas (...)

O termo estupefato exerce a função de:

(A) predicativo do sujeito.

(B) adjunto adnominal.

(C) adjunto adverbial.

(D) predicativo do objeto.

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(E) aposto.

Gabarito – A

Comentário – O adjetivo “estupefato” atribui ao substantivo “país” uma

qualidade. Sintaticamente, esse substantivo funciona como sujeito da

locução “ter percebido” (infinitivo composto do verbo perceber); o adjetivo

funciona como predicativo desse sujeito.

Atenção! Quando antecipado ou intercalado, o predicativo

do sujeito surge sempre separado pela vírgula: Insatisfeita, a torcida vaiou

o time.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

1. Complemento Verbal termo que completa o sentido dos

verbos transitivos.

1.1 Objeto Direto (OD) completa o sentido de um verbo

transitivo direto e, normalmente, aparece sem preposição (a preposição

não é obrigatória).

Quero glória e fama.

Os jornais nada publicaram.

Observações: Em alguns casos, o OD vem representado por uma oração (a

qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva direta).

Não quero que fiques triste.

Os pronomes oblíquos também representam complementos

verbais, porém os pronomes o, a, os, as só funcionam como OD.

Comprei-o hoje.

Puseram-na de joelhos.

Irei levar-te de carro.

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Às vezes, pode o objeto direto vir regido por preposição (objeto

direto preposicionado). São casos especiais de ocorrência. Seja como for,

esteja certo de que é a regência do verbo (e não a preposição) que

determinará se o complemento é ou não objeto direto. Tome nota dos casos

mais frequentes:

a) Com verbos que exprimem sentimentos:

Amamos a Deus.

Não amo a ninguém.

b) Para evitar ambiguidade:

Ama-se aos pais.

Notadamente aos mais desfavorecidos atingem essas medidas.

c) Por motivo de ênfase:

A médico, confessor e letrado nunca enganes.

Cumpri com a minha palavra.

d) Diante de pronome oblíquo tônico:

“Rubião esqueceu a sala, a mulher e a si”.

O novo horário incomoda a mim.

Também pode o OD vir representado, repetidamente, por um

pronome oblíquo átono ou tônico. É o que chamamos de objeto direto

pleonástico (ODP)

Árvore, filho e livro, queria-os perfeitos.

Encontrou-nos a nós.

1.2 Objeto Indireto (OI) completa o sentido de um verbo

transitivo indireto e, normalmente, aparece preposicionado.

Preciso de ajuda.

OD ODP

OD ODP

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Duvidava da riqueza da terra.

Observações: Em alguns casos, o OI vem representado por uma oração (a

qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva indireta).

Preciso de que me ajude.

Já vimos que os pronomes oblíquos podem representar

complementos verbais, porém os pronomes lhe e lhes só funcionam como

OI:

Dei-lhe o livro.

As noites não lhes trouxeram repouso.

Não me pertencem os seus óculos.

Semelhantemente ao que acontece com o objeto direto, o objeto

indireto pode também ser representado, repetidamente, por um pronome

oblíquo átono ou tônico ou por pronome de tratamento (objeto indireto

pleonástico):

A mim, ensinou-me tudo.

Aos meus escritores, não lhes dava importância.

Quem lhe disse a você que estavam no palheiro?

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a

alternativa cujo termo sublinhado desempenhe função sintática distinta

dos demais.

(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua

Gregório Filho, cruzamento...”

, goiabeiras (B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes

e cupuaçuzeiro...”

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(C) “...tem dez novas seringueiras que em 15 anos vão estar chovendo

sementes no quintal...”

...” (D) “Na pirâmide de caixotes em que se guardam os livros

(E) “Foi comovente acompanhar o hasteamento das bandeiras...”

Gabarito – D

Comentário – Tomemos o segmento “em que se guardam os livros.” Notou

o pronome “se” acompanhado do verbo transitivo direto “guardam”? Isso o

faz lembrar-se de algo? Sim, da voz passiva sintética, não é mesmo? Ela

pode até ser transforma em voz passiva analítica: ...em que os livros são

guardados. Creio que agora não resta dúvida de que o termo “os livros”

funciona como sujeito (paciente) do verbo “guardam” (observe ainda a

concordância de número e pessoa entre eles).

Em todas as outras opções temos objetos diretos, que

complementam, respectivamente, os sentidos dos verbos “localiza” (letra A),

“tem” (letra B), “chovendo” (letra C – cuidado aqui, pois o verbo foi

empregado com sentido figurado ou conotativo), “acompanhar” (letra E).

5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) (...) Por isso

mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a anterioridade dessa relação ao

regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto das terras que

ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o

dever de zelar pela sua integridade (...)

No fragmento de texto acima, à União exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.

(B) objeto indireto.

(C) adjunto adnominal.

(D) complemento nominal.

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(E) agente da passiva.

Gabarito – B

COMENTÁRIO – Observe que o verbo “atribuiu” tem seu sentido

complementado por dois termos: (o quê?) “o pertencimento delas” (sem

preposição) e (a quem?) “à União” (termo preposicionado). O primeiro

complemento é objeto direto; o segundo, objeto indireto.

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “não

necessariamente impondo ônus adicionais às gerações futuras” , o

termo grifado exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.

(B) adjunto adnominal.

(C) complemento nominal.

(D) sujeito.

(E) objeto indireto.

Gabarito – E

Comentário – Duas perguntas simples e eficazes ajudam-nos a resolver

questões desse tipo: “Impondo o quê?” e “Impondo a quem?”. A primeira

resposta (“ônus adicionais”) revela-nos o objeto direto do verbo; a segunda

(“às gerações futuras”), o objeto indireto dele.

7. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com a norma

gramatical, o item em que se substituiu corretamente o complemento

verbal sublinhado por um pronome é:

(A) buscar a felicidade individual/ buscar-la.

(B) preocupa certos conservadores / preocupa-lhes.

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(C) localizará as raízes de nosso analfabetismo político / localizará elas.

(D) sabemos que é preciso uma educação politizada / sabemo-lo.

/ tenhamos-no visto. (E) tenhamos visto um momento

Gabarito – D

Comentário – Preliminarmente, você deve saber que os pronomes oblíquos

átonos a(s) e o(s) só podem complementar verbos transitivos diretos,

exercendo a função de objeto direto deles. Já o pronome oblíquo lhe(s)

complementa verbos transitivos indiretos e funciona como objeto indireto

deles.

Alternativa A: ao se unir a um pronome oblíquo átono, os

verbos terminados em R, S ou Z perdem essas consoantes: buscá-la.

Alternativa B: o termo sublinhado é objeto direto, por isso

deveria ser substituído por os: preocupa-os.

Alternativa C: com verbos no futuro do presente ou do

pretérito, o pronome oblíquo que funciona como objeto direto ocupa a

posição mesoclítica, com as devidas acomodações: localizá-la-á. Conforme a

norma gramatical, os pronomes retos ele(s) e ela(s) não funcionam como

complementos verbais.

Alternativa D: o termo sublinhado é objeto direto do verbo

“sabemos” (o quê?) e pode ser substituído pelo pronome oblíquo o. A união

de ambos faz o S final do verbo ser desprezado e transforma o o em lo:

“sabemo-lo”.

Alternativa E: de acordo com a explicação anterior, a forma

correta é tenhamo-lo visto. O pronome oblíquo só recebe a consoante N

quando se une a verbos terminados em ditongo nasal: põe-no, cantam-na

etc.

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2. Complemento Nominal (CN) termo que integra ou limita o

sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece

sempre preposicionado ou o paciente do processo. e indica o alvo

Agiu favoravelmente a ambos. (o termo em destaque

complementa o sentido do advérbio “favoravelmente”).

O fumo é prejudicial à saúde. (o termo em destaque

complementa o significado semântico do adjetivo “prejudicial”).

Tenho confiança em ti. (agora, é o substantivo abstrato

“confiança” que tem seu valor semântico complementado pelo termo em

negrito).

A função de CN é representada por um substantivo ou por

qualquer palavra substantivada, conforme se depreende dos exemplos

anteriores. Isso quer dizer que essa função sintática também pode ser

exercida por uma oração (subordinada substantiva completiva

nominal):

Estou com vontade de suprimir este capítulo.

A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o CN e

não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas dicas

importantes:

I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio ou

adjetivo é CN.

Ela mora perto do curso. (CN)

II. Substantivo concreto não admite CN.

Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.)

III. Todo termo que depende de substantivo abstrato será CN

se a preposição não for de.

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A alegria na paz é infinita. (CN)

IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado será CN

quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e será ADJ.

ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a origem do

processo).

A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – note que a

expressão “da vacina” indica o que foi descoberto).

A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – agora, o

termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir).

TEXTO II

8. (FGV/SEFAZ-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) Assinale a

alternativa que apresente, respectivamente, a correta função sintática

de medo e de abrir no texto II.

(A) adjunto adverbial – objeto indireto

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(B) predicativo do sujeito – complemento nominal

(C) predicativo do sujeito – adjunto adnominal

(D) objeto direto – adjunto adnominal

(E) objeto direto – complemento nominal

Gabarito – E

Comentário – O substantivo abstrato “medo” complementa o valor

semântico do verbo transitivo “tem”, servindo-lhe de objeto direto. Por sua

vez, o termo preposicionado “de abrir” complementa o sentido daquele

nome, sendo o alvo do “medo”. Logo, as funções sintáticas desempenhadas

pelos termos são, respectivamente, objeto direto e complemento nominal.

9. (FGV/FNDE/TÉCNICO EM FINANCIAMENTO/2007) “É precisamente nesse

contexto que surgem o direito à intercomunicação, a inteligência

coletiva...”

No trecho acima, se grafássemos o segundo A com acento indicativo de

crase (à inteligência coletiva), ocorreria uma mudança de função

sintática do termo à inteligência coletiva, que deixaria de ser:

(A) sujeito e passaria a ser objeto indireto.

(B) objeto direto e passaria a ser objeto indireto.

(C) complemento nominal e passaria a ser adjunto adverbial.

(D) sujeito e passaria a ser complemento nominal.

(E) objeto direto e passaria a ser complemento nominal.

Gabarito – D

Comentário – A relação original entre os constituintes sintáticos da oração

nos permite entender que “o direito à intercomunicação” e “a inteligência

coletiva” formam o sujeito composto do verbo “surgem”. Normalmente,

quando o sujeito vem depois do verbo, as pessoas tendem a confundi-lo

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com o objeto, pois a ordem natural dos termo é SVO. Experimente

reordenar os termos: É precisamente nesse contexto que o direito à

intercomunicação, a inteligência coletiva surgem... Ficou melhor?

Caso o acento grave fosse utilizado como o examinador

sugeriu, o sujeito “a inteligência coletiva” se tornaria complemento do

nome “direito”: ...direito à intercomunicação, à inteligência...

10. (FGV/DOCAS-SP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) Os mesmos quatro

setores seriam sensíveis a essas medidas no resto do mundo.

O termo sublinhado no trecho acima exerce a função sintática de

(A) objeto direto.

(B) complemento nominal.

(C) adjunto adnominal.

(D) adjunto adverbial.

(E) predicativo do sujeito.

Gabarito – B

Comentário – O termo sublinhado complementa o sentido do adjetivo

“sensíveis”. Repare que esse termo vem preposicionado (o “a” não recebe

acento grave indicativo de crase porque diante de “esse” ele é proibido).

Termo preposicionado que completa sentido de adjetivo exerce função de

complemento nominal.

3. Agente da Passiva termo que, na voz passiva, pratica a

ação expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.

As ruas foram lavadas pelas chuvas.

Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa.

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Atenção! Como regra geral, a voz passiva é uma flexão privativa dos

verbos TD. Quando você tiver VTD + SE (às vezes, o pronome surge

anteposto ao verbo), o pronome será apassivador, e não índice de

indeterminação do sujeito.

O termo “agente da passiva” vem sempre introduzido por

preposição (por, per, de).

A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente da

ação expressa pelo verbo;

A voz passiva analítica (ou verbal) pode apresentar agente da

passiva, mas a voz passiva sintética (ou pronominal) nunca apresentará

agente da passiva.

Cabral descobriu o Brasil. (voz ativa com sujeito simples:

“Cabral”).

O Brasil foi descoberto por Cabral. (voz passiva analítica; o

termo destacado é o agente).

Vendem flores. (voz ativa com sujeito indeterminado).

Flores são vendidas. (voz passiva analítica sem agente da

passiva).

Vendem-se flores. (voz passiva sintética sem agente da passiva).

11. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Não, a política externa

não pode se guiar por convicções e preferências partidárias.

O termo grifado acima desempenha função sintática de:

(A) complemento nominal.

(B) objeto indireto.

(C) adjunto adverbial.

(D) agente da passiva.

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(E) adjunto adnominal

Gabarito – D

Comentário – Vamos combinar uma coisa: quando você identificar um

pronome SE na frase, imediatamente analise o verbo ao qual ele está

atrelado. Se o verbo for TD, muito provavelmente essa construção

representa voz passiva sintética. Como toda voz passiva sintética pode ser

transformada em voz passiva analítica, faça a devida transformação e

comprove:

- Não, a política externa não pode se guiar por convicções

e preferências partidárias. (voz passiva sintética)

- Não, a política externa não pode ser guiada por

convicções e preferências partidárias. (voz passiva analítica)

Nos dois casos, o sujeito “a política externa” sofre ou

recebe a ação indicada pela locução verbal. E o termo em negrito é o

desencadeador ou agente desse processo. Este é, pois, agente da passiva.

12. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Assinale a alternativa em

que a classificação da palavra se, no trecho “a falta de caráter é algo

intrínseco e altamente difundido na maioria das atividades que se

desenvolvem neste país”, esteja correta.

(A) Pronome reflexivo.

(B) Partícula apassivadora.

(C) Índice de indeterminação do sujeito.

(D) Conjunção subordinativa condicional.

(E) Parte integrante do verbo.

Gabarito – B

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Comentário – Se você seguiu o meu conselho, deve ter verificado que o

“se” forma com o verbo “desenvolvem” (= transitivo direto) voz passiva

sintética (ou pronominal):

- ...na maioria das atividades que se desenvolvem neste

país. (voz passiva sintética)

- ...na maioria das atividades que são desenvolvidas neste

país. (voz passiva analítica)

Nos dois casos, o verbo concorda com o termo “na maioria

das atividades”, antecedente do pronome relativo “que” (este é o verdadeiro

sujeito do verbo – não se preocupe, por enquanto, com esse tipo de

concordância, pois será detalhada na aula específica). Repare que o agente

da passiva (que não é obrigatório) não está indicado no trecho.

Já que a questão nos permite, vamos estender a explicação

sobre as funções do SE.

• Valores morfológicos:

1. Parte integrante do verbo (acompanha os chamados verbos

reflexivos essenciais, os seja, expressam uma ação que o sujeito não

pode exercer efetivamente sobre outro ser)

Ex.: A turma queixou-se da prova.

2. Partícula expletiva ou de realce (usado simplesmente por uma

questão de estilo ou ênfase)

Ex.: Todos já se foram.

Ela riu-se com a pergunta.

3. Substantivo (acompanhado de artigo ou de pronome adjetivo)

Ex.: Nenhum “se” deixará de ser estudado.

O revisor retirou o se da frase.

4. Conjunção (conecta orações)

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Ex.: Não sei se ele virá. (integrante)

Se vier, traga uma garrafa de refrigerante. (condicional)

Se não me amas, só me resta partir. (causal)

5. Pronome apassivador (ocorre com verbos transitivos diretos ou

transitivos diretos e indiretos em estrutura de voz passiva sintética;

indica que a ação verbal é sofrida pelo sujeito)

Ex.: Vendem-se casas.

Doaram-se alguns livros à escola.

6. Índice de indeterminação do sujeito

Ex.: Precisa-se de ajudantes. (VTI + SE)

Brinca-se muito neste lugar. (VI + SE)

É-se feliz aqui. (VL + SE)

Ama-se a Deus. (VTD + SE + PREPOSIÇÃO)

• Sintaticamente, o SE (= pronome reflexivo) pode desempenhar

as seguintes funções, retomando por coesão anafórica o sujeito do

verbo, substituindo-o:

1. Objeto direto (indica que o agente e o paciente da ação verbal são os

mesmos)

Ex.: A vítima medicou-se.

2. Objeto indireto

Ex.: Ele impôs-se severo regime.

3. Sujeito (de verbo no infinitivo; faz parte de um período composto)

Ex.: Deixou-se ficar na cadeira de balanço.

Bem, estamos chegando ao fim desta aula. É compreensível que

você esteja meio cansado(a). Tenho consciência de que é muita informação

ao mesmo tempo. Mas, sinceramente, julgo importante este assunto. Se

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você não conseguir compreender a relação estabelecida entre os termos da

oração, terá dificuldades de responder corretamente às questões de prova e

de compreender algumas relações sintáticas entre as orações. Logo, avance

mais um pouquinho. Vamos lá!

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

1. Adjunto Adnominal é termo de valor adjetivo que serve

para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser

expresso por:

a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.

b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.

c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.

d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.

e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.

f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,

caíram-lhe pelo rosto.

Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado por

mais de um adjunto adnominal:

As nossas primeiras experiências científicas fracassaram.

Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com

predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para

facilitá-lo a distinguir um e outro.

Assim como o complemento nominal, o adjunto adnominal

também é parte efetiva do mesmo termo que tem o substantivo

como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome substantivo e

perceber que o adjunto adnominal também desaparece:

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Núc. do ODNúc. do Suj.

Núc. do ODNúc. do Suj.

O novo método facilitou os alunos despreparados.

Ele facilitou-os.

A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do

objeto:

Sua atitude deixou seus amigos perplexos.

Ela deixou-os perplexos.

13. (FGV/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) (...) Já

há evidências de que mudanças climáticas introduziram epidemias em

regiões anteriormente livres delas.(...)

Em relação à estrutura sintática do período acima, analise as

afirmativas a seguir:

I. Há, em todo o período, dois casos de complemento nominal.

II. Há, em todo o período, dois casos de objeto direto.

III. Há, em todo o período, dois casos de adjunto adnominal.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

AA AA AA AA

Suj. OD

AA AA POD

Suj. OD POD

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(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Gabarito – B

Comentário – Item I: os dois complementos nominais são “...de que

mudanças climáticas...”, que complementa o sentido do substantivo abstrato

“evidências”, e “...delas”, que complementa o valor semântico do adjetivo

“livres”. Item correto.

Item II: os dois objetos diretos são “evidências”, que

complementa o significado da forma verbal “há”, e “epidemias”, que encerra

a significação do verbo “introduziram”. Item correto.

Item III: os dois adjuntos adnominais são representados

pelo adjetivo “climáticas”, que qualifica o substantivo “mudanças”, e pelo

adjetivo “livres”, que classifica o substantivo “regiões”. Item correto.

2. Adjunto Adverbial é termo de valor adverbial que denota as

circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o

sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio, podendo ser expresso

por:

a) advérbio: Aqui não fica ninguém reprovado.

b) locução ou expressão adverbial: Lá embaixo, nós

começamos a dançar sob o sol do meio-dia.

c) oração subordinada adverbial: Quando acordou, não

havia mais ninguém por perto.

Os adjuntos adverbiais recebem diversas classificações, todas de

acordo com a circunstância que indicam. A seguir, há apenas uma pequena

relação:

a) causa: Por que lhes daria tanta dor?

b) companhia: Vivia com Daniela.

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c) condição: Sem estudar, não passará.

d) concessão: Apesar de tudo, estudamos muito.

e) dúvida: Acaso fizeste mesmo isso?

f) fim: Há homens para tudo.

g) instrumento: Bati-lhe com o chicote.

h) intensidade: Gosto muito de ti.

i) lugar: Veja aonde vai.

j) matéria: Esta é feita de barro.

k) meio: Voltamos de bote.

l) modo: Vagarosamente ela recolheu o fio.

m) negação: Não desanimem.

n) preço: O curso custa cem reais.

o) tempo: Estudaremos até as duas horas.

Observação: Às vezes não é possível precisar a circunstância

expressa pelo adjunto adverbial. Neste exemplo, é difícil distinguir se o

adjunto adverbial é de modo ou de intensidade:

Entreguei-me calorosamente àquela causa.

14. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) O ensino técnico

profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio, pois, se

persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam

definitivamente perdidas pela desistência dos potenciais empregadores.

O termo sublinhado no período acima exerce a função sintática de

(A) adjunto adverbial.

(B) agente da passiva.

(C) complemento nominal.

(D) adjunto adnominal.

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(E) objeto indireto.

Gabarito – A

Comentário – O termo sublinhado tem valor semântico de causa da perda

definitiva das oportunidades; sintaticamente, funciona como adjunto

adverbial.

3. Aposto é termo de caráter nominal que se junta a um

substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,

especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em:

a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso,

escreveu vários livros.

b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda.

c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor

salário, assistência médica e redução da carga horária.

d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras

alegres.

e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo

era paixão.

O aposto também pode vir representado por uma oração

(oração subordinada substantiva apositiva).

Só quero uma coisa: que vocês estudem.

Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere

(sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da

passiva, etc.).

Ela, Dora, foi muitíssimo discreta. Suj

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As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das

propriedades.

O aposto especificativo não vem marcado por sinais de

pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é,

normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo

comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição.

A cidade de Lisboa é linda.

O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente.

O mês de maio é o mês das noivas.

15. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a

alternativa que apresente caso de aposto.

(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua

Gregório Filho...”

, goiabeiras (B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes

e cupuaçuzeiro...”

(C) “...Uma varanda aberta, acolhedora, envolve a casinha de madeira

reformada...”

(D) “...ao alcance das mãos e olhos ávidos, curiosos , remexendo o acervo

dos livros...”

(E) “...troncos naturais polidos e cortados sustentam outras coleções como

mesas de apoio, enquanto os muito pequenos, sentados lado a lado em

esteiras de palha de bananeira, rolam as páginas coloridas...”

Gabarito – A

Comentário – O termo “Chico Mendes” (substantivo próprio) especifica o

“bairro” (substantivo comum) e funciona como aposto.

Pred. do Suj.

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Alternativa B: a expressão “canteiros verdes”, juntamente

com “cerca”, “goiabeiras” e “cupuaçuzeiro”, constitui o complemento

direto do verbo “tem”.

Alternativa C: o adjetivo “acolhedora” qualifica o substantivo

“varanda” (note a concordância de gênero e número entre ambos),

funcionando como adjunto adnominal dele.

Alternativa D: semelhantemente, o adjetivo “curiosos”

caracteriza os substantivos “mãos” e “olhos”, exercendo função típica

adjunto adnominal. A concordância com o masculino se dá por causa da

prevalência dele numa situação de concorrência com o gênero feminino (isso

será retomado na aula sobre regras de concordância).

Alternativa E: toda a expressão sublinhada é outro adjunto

adnominal dos “troncos”, termo subentendido na expressão “os (troncos)

muito pequenos”.

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) “O desenvolvimento

sustentável é política de governo em algumas cidades, e não apenas um

conjunto de medidas dirigidas a questões pontuais”, diz Laura Valente

de Macedo, diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI –

Governos Locais pela Sustentabilidade.

No trecho acima, há quantas ocorrências de aposto?

(A) Uma.

(B) Nenhuma.

(C) Três.

(D) Quatro.

(E) Duas.

Gabarito – E

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Comentário – Há apenas duas ocorrências de aposto:

- “diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI”,

que explica/esclarece quem de fato é “Laura Valente de Macedo”; e

- “Governos Locais pela Sustentabilidade”, que

explica/esclarece o significado de “ICLEI”.

17. (FGV/SSP-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que analisa

corretamente a função sintática do fragmento sublinhado é:

, a partir de um complexo (A) “Portanto, a sociedade brasileira tradicional

equilíbrio de hierarquia e individualismos...”– aposto.

(B) “A sociedade civil, por si só, é insuficientemente organizada para

enfrentar esses desafios e criar alternativas...” – objeto direto.

(C) “Na sociedade tradicional, com sua violência constitutiva, existiam

mecanismos de controle social que marcaram uma moralidade básica

compartilhada.” – sujeito.

, (D) “Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente

pelo estabelecimento de uma política...” – adjunto adnominal.

...” – objeto indireto. (E) “A perda de credibilidade

Gabarito – C

Comentário – Alternativa A: compare o que afirmou o examinador com o

que eu expliquei sobre as características de um aposto. Não há no

segmento nenhum termo que seja explicado, especificado,

esclarecido, desenvolvido ou resumido pelo termo sublinhado. Item

errado.

Alternativa B: objeto direto é termo que complementa

sentido de verbo transitivo direto. O particípio “organizada” é o próprio

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verbo, que com o auxílio do verbo “é” forma a voz passiva analítica. Item

errado.

Alternativa C: aqui, o cuidado que você deve tomar é não

confundir sujeito com objeto direto. O mais comum é realmente o sujeito

surgir anteposto ao verbo e o objeto, posposto a ele. Mais essa regra geral

às vezes não é seguida. Em “existiam mecanismos de controle social”, o

termo sublinhado é o sujeito da forma verbal (O que existia? Mecanismos

de controle social existiam.). Item certo.

Alternativa D: “inevitavelmente” é termo de valor adverbial

que denota a circunstância em que se desenvolve o processo verbal.

Funciona, portanto, como adjunto adverbial. É comum o sufixo –mente

unir-se a adjetivos para formar advérbios (infeliz + mente = infelizmente,

legal + mente = legalmente). Item errado.

Alternativa E: para ser objeto indireto, um termo tem que

complementar o sentido de um verbo. O vocábulo “perda” é substantivo

abstrato; seu significado é complementado pelo termo “de credibilidade”.

Faça o teste: a credibilidade perde ou é perdida? Ela é perdida, percebe?

Então, se é paciente, sua função sintática é complemento nominal. Item

errado.

Por fim, quero apresentar-lhe o vocativo. Ele é um termo

isolado, não faz parte dos termos essenciais, dos termos integrantes nem

dos termos acessórios. A função do vocativo é chamar ou interpelar a

pessoa a quem nos dirigimos. Vem sempre marcado por pontuação,

admite a anteposição de interjeição e não deve ser confundido com o sujeito

da oração.

Meu amigo, que horas são? (sujeito inexistente)

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A ordem, meus amigos, é a base do governo. (sujeito: “A

ordem”)

Ó minha amada, que olhos os teus! (frase nominal).

Por enquanto é só. Abaixo estão as questões sem os respectivos

comentários, para que você possa se exercitar durante a semana. Adiante

está o gabarito.

Fique com Deus e até a próxima aula.

Prof. Albert Iglésia

QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SSP-RJ/PERITO CRIMINAL – FÍSICA/2008) “Não vale a pena,

nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa, como se

fosse possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo

eleitoral para daqui a dois anos.”

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional.

II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto.

III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional.

Assinale:

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.

(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos.

(C) se apenas os itens II e III estiverem corretos.

(D) se nenhum item estiver correto.

(E) se todos os itens estiverem corretos.

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2. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “...o Estado pode

considerar desnecessária a tradução dos documentos...”

No trecho acima, o termo destacado exerce função sintática de:

(A) adjunto adnominal.

(B) adjunto adverbial.

(C) complemento nominal.

(D) predicativo do objeto.

(E) predicativo do sujeito.

3. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR DE ORÇAMENTO/2008) (...) Ora,

o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000

interceptações telefônicas autorizadas (...)

O termo estupefato exerce a função de:

(A) predicativo do sujeito.

(B) adjunto adnominal.

(C) adjunto adverbial.

(D) predicativo do objeto.

(F) aposto.

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a

alternativa cujo termo sublinhado desempenhe função sintática distinta

dos demais.

(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua

Gregório Filho, cruzamento...”

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, goiabeiras (B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes

e cupuaçuzeiro...”

(C) “...tem dez novas seringueiras que em 15 anos vão estar chovendo

sementes no quintal...”

...” (D) “Na pirâmide de caixotes em que se guardam os livros

(E) “Foi comovente acompanhar o hasteamento das bandeiras...”

5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) (...) Por isso

mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a anterioridade dessa relação ao

regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto das terras que

ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o

dever de zelar pela sua integridade (...)

No fragmento de texto acima, à União exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.

(B) objeto indireto.

(C) adjunto adnominal.

(D) complemento nominal.

(E) agente da passiva.

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “não

necessariamente impondo ônus adicionais às gerações futuras” , o

termo grifado exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.

(B) adjunto adnominal.

(C) complemento nominal.

(D) sujeito.

(E) objeto indireto.

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7. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com a norma

gramatical, o item em que se substituiu corretamente o complemento

verbal sublinhado por um pronome é:

(A) buscar a felicidade individual/ buscar-la.

/ preocupa-lhes. (B) preocupa certos conservadores

(C) localizará as raízes de nosso analfabetismo político / localizará elas.

(D) sabemos que é preciso uma educação politizada / sabemo-lo.

/ tenhamos-no visto. (E) tenhamos visto um momento

TEXTO II

8. (FGV/SEFAZ-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) Assinale a

alternativa que apresente, respectivamente, a correta função sintática

de medo e de abrir no texto II.

(A) adjunto adverbial – objeto indireto

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(B) predicativo do sujeito – complemento nominal

(C) predicativo do sujeito – adjunto adnominal

(D) objeto direto – adjunto adnominal

(E) objeto direto – complemento nominal

9. (FGV/FNDE/TÉCNICO EM FINANCIAMENTO/2007) “É precisamente nesse

contexto que surgem o direito à intercomunicação, a inteligência

coletiva...”

No trecho acima, se grafássemos o segundo A com acento indicativo de

crase (à inteligência coletiva), ocorreria uma mudança de função

sintática do termo à inteligência coletiva, que deixaria de ser:

(A) sujeito e passaria a ser objeto indireto.

(B) objeto direto e passaria a ser objeto indireto.

(C) complemento nominal e passaria a ser adjunto adverbial.

(D) sujeito e passaria a ser complemento nominal.

(E) objeto direto e passaria a ser complemento nominal.

10. (FGV/DOCAS-SP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) Os mesmos quatro

setores seriam sensíveis a essas medidas no resto do mundo.

O termo sublinhado no trecho acima exerce a função sintática de

(A) objeto direto.

(B) complemento nominal.

(C) adjunto adnominal.

(D) adjunto adverbial.

(E) predicativo do sujeito.

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11. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Não, a política externa

não pode se guiar por convicções e preferências partidárias.

O termo grifado acima desempenha função sintática de:

(A) complemento nominal.

(B) objeto indireto.

(C) adjunto adverbial.

(D) agente da passiva.

(E) adjunto adnominal

12. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Assinale a alternativa em

que a classificação da palavra se, no trecho “a falta de caráter é algo

intrínseco e altamente difundido na maioria das atividades que se

desenvolvem neste país”, esteja correta.

(A) Pronome reflexivo.

(B) Partícula apassivadora.

(C) Índice de indeterminação do sujeito.

(D) Conjunção subordinativa condicional.

(E) Parte integrante do verbo.

13. (FGV/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) (...) Já

há evidências de que mudanças climáticas introduziram epidemias em

regiões anteriormente livres delas.(...)

Em relação à estrutura sintática do período acima, analise as

afirmativas a seguir:

I. Há, em todo o período, dois casos de complemento nominal.

II. Há, em todo o período, dois casos de objeto direto.

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III. Há, em todo o período, dois casos de adjunto adnominal.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

14. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) O ensino técnico

profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio, pois, se

persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam

definitivamente perdidas pela desistência dos potenciais empregadores.

O termo sublinhado no período acima exerce a função sintática de

(A) adjunto adverbial.

(B) agente da passiva.

(C) complemento nominal.

(D) adjunto adnominal.

(E) objeto indireto.

15. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a

alternativa que apresente caso de aposto.

(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua

Gregório Filho...”

, goiabeiras (B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes

e cupuaçuzeiro...”

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(C) “...Uma varanda aberta, acolhedora, envolve a casinha de madeira

reformada...”

, remexendo o acervo (D) “...ao alcance das mãos e olhos ávidos, curiosos

dos livros...”

(E) “...troncos naturais polidos e cortados sustentam outras coleções como

mesas de apoio, enquanto os muito pequenos, sentados lado a lado em

esteiras de palha de bananeira, rolam as páginas coloridas...”

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) “O desenvolvimento

sustentável é política de governo em algumas cidades, e não apenas um

conjunto de medidas dirigidas a questões pontuais”, diz Laura Valente

de Macedo, diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI –

Governos Locais pela Sustentabilidade.

No trecho acima, há quantas ocorrências de aposto?

(A) Uma.

(B) Nenhuma.

(C) Três.

(D) Quatro.

(E) Duas.

17. (FGV/SSP-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que analisa

corretamente a função sintática do fragmento sublinhado é:

, a partir de um complexo (A) “Portanto, a sociedade brasileira tradicional

equilíbrio de hierarquia e individualismos...”– aposto.

(B) “A sociedade civil, por si só, é insuficientemente organizada para

enfrentar esses desafios e criar alternativas...” – objeto direto.

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(C) “Na sociedade tradicional, com sua violência constitutiva, existiam

mecanismos de controle social que marcaram uma moralidade básica

compartilhada.” – sujeito.

, (D) “Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente

pelo estabelecimento de uma política...” – adjunto adnominal.

(E) “A perda de credibilidade ...” – objeto indireto.

GABARITO

1. E

2. D

3. A

4. D

5. B

6. E

7. D

8. E

9. D

10. B

11. D

12. B

13. B

14. A

15. A

16. E

17. C

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Na aula de hoje, darei continuidade ao estudo sobre a sintaxe da

oração e do período, agora com o foco voltado para a relação existente

entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos sobre o que é uma

oração e o que é um período. Lembra-se de que na aula anterior iniciei

minhas explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período?

Se você ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler a aula 4. Se

precisar, utilize também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos

etc.).

Tenho notado que muitos alunos sentem dificuldades de

responder às questões de provas sobre orações porque não compreendem

seus valores semânticos, muita vezes explicitados logo pela conjunção

introdutória, e suas corretas nomenclaturas. Mas devo dizer que sou contra

aquele tipo de “decoreba” a que normalmente nos sujeitamos durante os

tempos escolares. É possível, por exemplo, que uma conjunção tipicamente

adversativa introduza uma oração de valor semântico aditivo, e vice-versa –

o que mudará, obviamente, a classificação da conjunção e, por

consequência, da própria oração.

Admito, porém, que há significativa importância nos estudos

“cartezianos” das orações. Alguns professores tornam esse assunto mais

difícil de ser compreendido porque partem do princípio de que seus alunos já

vão para a sala de aula sabendo classificar cada oração, reconhecendo suas

características e valores semânticos. Não pretendo incorrer em equívoco

semelhante, por isso iniciarei explicando cada uma delas separada e

detalhadamente.

De início, você deve observar que as orações surgem

organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou

composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou

uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.

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Vive-se um momento social delicado.

Os alunos continuam estudando.

Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso

em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade

(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.

Eu vou à escola; você, à praia.

A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o

verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já

que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba,

é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a

coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o

elemento “co-”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras

palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto,

adjunto adnominal, adjunto adverbial etc.) por qualquer das orações do

período.

necessário que vocês estudem. É

A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações:

“É necessário” e “que vocês estudem”. Você já deve ter percebido que a

primeira oração é constituída por um verbo de ligação (“é”) e por um termo

(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde

está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração

(“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque

a frase na ordem direta:

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Que vocês estudem é necessário.

Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício:

substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:

Isso é necessário.

Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela

oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha

alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de

subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo

“sub-”, tradutor da noção de posição abaixo, dependência.

Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem

articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.

que trabalhoEu disse e estudo.

As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)

subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o

significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto

direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações

estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se

à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto,

ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a

economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento – e a

qualidade da educação continuar baixa.(...)

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A respeito da composição do período acima, analise as afirmativas a

seguir:

I. Há uma oração principal.

II. Há duas orações subordinadas adverbiais.

III. O período é composto por coordenação e subordinação.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas

(D) se nenhuma alternativa estiver correta

(E) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

Gabarito – E

Comentário – Sugiro que você sublinhe ou circule os verbos, pois eles

representam a quantidade de orações: “São”, “multiplicarão”, “continuar” e

“continuar” (ele se repete mesmo). Temos, portanto, quatro orações, assim

constituídas:

1 – “São numerosas oportunidades perdidas”

2 – “que se multiplicarão”

3 – “se a economia brasileira continuar com seu impulso de

crescimento”

4 – “e a qualidade da educação continuar baixa.”

Agora temos que analisar a relação existente entre elas. A

primeira oração é principal em relação à segunda. Esta é subordinada

(adjetiva) à primeria porque funciona como adjunto adnominal restritivo (o

“que” é pronome relativo e substitui a expressão “numerosas oportunidades

perdidas”). Mas a segunda oração é tamém princiapal em relação à terceira

e à quarta. Repare que estas exprimem as condições para que as numerosas

oportunidades perdidas se multipliquem. Sendo assim, a terceira e a quarta

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oração equivalem-se a adjuntos adverbiais condicionais e são verdadeiras

orações subordinadas adverbiais. Finalmente, a relação entre as duas

últimas orações é de coordenação; ambas são independentes

sintaticamente falando. Note que as ideias expressas por elas se somam e

não dependem uma da outra (a conjunção coordenativa “e” ajuda a

evidenciar essa relação).

Conclui-se, então, que existem duas orações principais,

duas orações subordinadas adverbiais e que o período é composto por

subordinaçaõ e coordenação (período misto).

2. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e

outras enfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm

sua incidência aumentada, tanto por causa das dificuldades de

saneamento nas secas, quanto por contaminação com esgotos, lixo e

dejetos de animais durante as enchentes.(...)

O período acima

(A) é composto por coordenação.

(B) é composto por subordinação.

(C) é composto por coordenação e subordinação.

(D) é simples.

(E) apresenta orações reduzidas.

Gabarito – D

Comentário – Esta questão é bem mais simples, não é mesmo? Porém é

possível que alguém se impressione por causa do tamanho do enunciado.

Saiba que tamanho não é documento! Conte quantos verbos ou locuções

verbais aparecem no período. E aí? Só um: “têm”, conjugado na terceira

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pessoa do plural do presente do indicativo! Então só existe uma oração, que

é chamada de absoluta, e o período é simples.

Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações,

precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada

uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá

por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos

uma coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre

orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação

assindética (sem conjunção). Averiguemos!

ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS E SINDÉTICAS

As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem

conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações

coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe

nome semelhante ao da oração.

Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção)

Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção)

Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com

conjunção)

ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração

de um período composto por coordenação.

2 – O mesmo período pode ser composto por orações

coordenadas assindéticas e sindéticas.

“Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à

primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da

conjunção “e”).

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• CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a ideia de soma, de

acrescentamento ao que já foi dito.

Ela falava, e eu ouvia.

Nossas crianças não fumam nem bebem.

Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro

lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática)

b) Adversativas – exprimem fatos com valores semânticos de

oposição, ressalva, adversidade em relação ao que se declarou

antes; a ideia é de contraste.

Apressou-se, contudo não chegou a tempo.

Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no

entanto, não obstante, contudo.

3. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008)

(...) No entanto, o tema central do encontro - o desmatamento de uma

região que perde um Rio de Janeiro por mês de floresta – foi o que

menos parece ter mobilizado os participantes (...).

O conectivo “no entanto” pode ser substituído, mantendo-se o sentido

original, por:

(A) ainda que.

(B) entretanto.

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(C) portanto.

(D) visto que.

(E) pois.

Gabarito – B

Comentário – A utilização do conectivo no entanto evidencia o valor

adversativo do segmento textual. Esse mesmo valor pode ser preservado

por meio da conjunção entretanto.

As outras conjunções traduzem sentidos diferentes. Veja:

– ainda que: concessivo;

– portanto: conclusivo;

– visto que: causal;

– pois: explicação, conclusão e causa

4. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Em qualquer lugar (mesmo que seja um ônibus, por exemplo),

sempre há alguém falando sobre a crise na saúde, a crise na educação

e, inclusive, a crise ética na política brasileira.

Contudo, é preciso notar também que, muitas vezes, enquanto

cidadãos, nós mesmos raramente decidimos fazer alguma coisa pela

transformação da realidade (...)

A conjunção Contudo conecta:

(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém

falando.

(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os

fatos.

(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se

disse.

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(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.

(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

Gabarito – E

Comentário – O exercício comprava a minha explicação. Quando era de se

esperar um engajamento dos cidadãos para mudar a realidade, veio a

constatação de que isso raramente acontece. Portanto a ideia introduzida

pelo conectivo “Contudo” contraria a anterior.

Algumas observações são importantes:

– não existe oração subordinada aditiva (letra A);

– a conjunção contudo jamais introduz uma consequência

(letra B) ou uma conclusão (letra C);

– essa conjunção integra o rol das conjunções

coordenativas, por isso não pode introduzir oração subordinada (letra D).

5. (FGV/BADESC/ANALISTA DE RISCO DE CRÉDITO/2010) A natureza do

Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é

inadequada à realidade individual.

A respeito do uso do vocábulo porém no fragmento acima, é correto

afirmar que se trata de uma conjunção:

(A) subordinativa que estabelece conexão entre a oração principal e a

adverbial concessiva.

(B) integrante que estabelece conexão entre períodos coordenados com

valor de consequência.

(C) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo

oração de valor adversativo.

(D) integrante que estabelece conexão entre a oração principal e a oração

objetiva direta.

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(E) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo

oração com valor explicativo.

Gabarito – C

Comentário – Esta questão é parecida com a anterior. A conjunção “porém”

articula orações coordenadas; o sentido da segunda se opõe ao da primeira.

c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem

mutuamente.

Ora respondia, ora ficava mudo.

Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

ATENÇÃO! Embora a conjunção apareça na oração coordenada inicial, ela

não é classificada como sindética alternativa.

Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...;

seja... seja...

d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a

partir dos fatos expressos na oração anterior.

Ele estuda; passará, pois.

ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando

aparece após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela

integra oração de cunho explicativo.

Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por

conseguinte, por isso, de modo que, em vista disso.

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e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem,

suposição, sugestão etc.

Fique calmo, pois ele já vem.

Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações

coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas

adverbiais causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a

gerou; uma causa é sempre anterior à consequência gerada. Além disso, as

orações explicativas normalmente aparecem após frases imperativas ou

optativas.

Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do

verbo da oração explicativa).

6. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “...a inflação

funcionou como uma crueldade superveniente, pois os títulos não

tinham correção monetária.”

A palavra grifada no trecho acima pode ser substituída sem provocar

perda de sentido por:

(A) porquanto

(B) portanto

(C) não obstante

(D) conquanto

(E) consoante

Gabarito – A

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Comentário – Se você prestou atenção no rol de conjunções, acertou

tranquilamente esta fácil questão. Registre-se que os demais conectivos

exprimem:

– portanto: conclusão;

– não obstante: adversidade;

– conquanto: concessão;

– consoante: conformidade.

7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009)

(...) A sociedade não tem lado de fora. O que está fora da sociedade

seria desumano, pois ela nada mais é que a relação entre os

humanos.(...)

A respeito do uso do vocábulo pois no fragmento acima, pode-se

afirmar que se trata de:

(A) uma conjunção subordinativa que estabelece conexão entre as orações

introduzindo valor de explicação.

(B) uma preposição que estabelece conexão entre períodos coordenativos

introduzindo valor de consequência.

(C) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações

introduzindo valor de alternância.

(D) um pronome relativo que introduz a oração relativa explicativa,

retomando a expressão sociedade.

(E) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações

introduzindo valor de explicação.

Gabarito – E

Comentário – Não existe conjunção subordinativa explicativa (letra A); isso

é uma pegadinha do examinador para ver se você conhece a correta

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classificação das orações. O vocábulo pois não se apresenta como

preposição (letra B) nem como conjunção alternativa (letra C). Classificá-la

como pronome relativo é outro absurdo.

Enfim, note que ela surgiu antes do verbo da oração da qual

é parte integrante: “pois ela nada mais é que a relação entre os humanos”.

OBSERVAÇÕES – 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando

apenas a conjunção que a introduz.

Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu.

Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva,

percebe-se que a segunda oração é coordenada sindética adversativa; pois,

nesse contexto, a conjunção ‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.”

(João Domingues Maia)

2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no

entanto, vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. (...) felizmente, essa

visão limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido

efetivo.” (Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto)

3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem

claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo

subentendido.

o possível para previnirFiz -lhes o perigo; ninguém me ouviu.

Fale baixo: não sou surdo.

A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do

segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já

que não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira

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tem valor semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a

segunda, explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’).

Por isso convém insistir em que você se preocupe mais

com o uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às

vezes intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante

e Pasquale Cipro Neto, com adaptçaões)

Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas,

quero exemplificar o que foi dito anteriormente com um exercício.

8. Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de

adição que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos

deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

(A) Tem olhos, e não vê.

Tem boca, e não fala.

(B) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.

(C) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!

(D) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

Gabarito – D

Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela

conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração

“mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato

mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa

apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da

realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em

que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”)

com a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas

livrai-nos do mal”, no comando da questão.

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Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise

fria e tradicional das conjunções durante o processo de classificação das

orações. É fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre

elas. Mas é bom trazer na mente os sentidos mais frequentes de alguns

conectivos.

CONECTIVOS COORDENATIVOS

adição e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem

como, além disso, além do mais, ademais etc.

adversidade

e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao

passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não

obstante, apesar disso, em todo caso etc.

alternância ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer

conclusão logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por

isso

explicação que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)

9. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Ademais, como o mundo é obra

de um arquiteto universal (não exatamente o Deus judaico-cristão, mas

uma divindade criadora mesmo assim), desvendar os segredos do

mundo equivale a desvendar a "mente de Deus".

O termo destacado no trecho acima pode ser substituído, sem prejuízo

de sentido, por

(A) Além do mais

(B) Entretanto

(C) Conquanto

(D) Portanto

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(E) Consequentemente

Gabarito – A

Comentário – De acordo com o quadro acima, há correspondência entre os

conectivos aditivos ademais e além do mais. Os outros comunicam as

seguintes ideias:

– entretanto: oposição, ressalva, adversidade;

– conquanto: concessão;

– portanto, conclusão

– consequentemente: consequência.

, simultaneamente a 10. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) (...) Mas

essa premência de curto prazo, espera-se que a cadeia de ensino no

país, da pré-escola à universidade, acelere ou implante programas que

possibilitem um substancial salto de qualidade.(...)

Assinale a alternativa que NÃO pode substituir o termo grifado no

período acima, sob pena de alteração de sentido.

(A) Não obstante

(B) Entretanto

(C) Porquanto

(D) Contudo

(E) No entanto

Gabarito – C

Comentário – O conectivo “Mas” imprime ao segmento o sentido de

adversidade. Entre as conjunções relacionadas nas alternativas, somente

porquanto não é capaz de comunicar a mesma ideia. Porquanto pode

exprimir causa ou explicação.

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A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que

podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos.

Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei

um quadro-resumo delas.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos

no período simples. Elas podem surgir em duas formas:

1. desenvolvidas ligam-se à oração principal por meio das

conjunções subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de

um pronome ou advérbio interrogativo.

É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante)

Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante)

Orações Subordinadas

Substantivas

1 – Subjetiva

2 – Predicativa

3 – Objetiva Direta

4 – Objetiva Indireta

5 – Completiva Nominal

6 - Apositiva

Adverbiais

1 – Causal

2 – Consecutiva

3 – Condicional

4 – Concessiva

5 – Comparativa

6 – Conformativa

7 – Temporal

8 – Proporcional

9 – Final

Adjetivas

1 – Explicativa

2 – Restritiva

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Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo)

Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo)

2. reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas

por preposição.

É importante estudar com afinco.

Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu.

11. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “Aqueles com aptidão a ajudá-los, se não

estimulados por cenários competitivos, estarão fadados a não encontrar

motivação para o exercício de suas funções.”

A respeito do período acima, analise os itens a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.

II. Há três orações reduzidas.

III. Há uma oração coordenada.

Assinale:

(A) se todos os itens estiverem corretos.

(B) se somente o item II estiver correto.

(C) se somente o item III estiver correto.

(D) se somente o item I estiver correto.

(E) se nenhum item estiver correto.

Gabarito – D

Comentário – Item I: certo. Para saber a quantidade de orações é preciso

contar quantos verbos e locuções verbais existem no período. São eles:

ajudar (em “ajudá-los”), ser (em “se não [forem] estimulados”) – note que

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ele foi ocultado, mas pode ser facilmente entendido no contexto –, estar

(“estarão fadados” e encontrar (em “encontrar motivação”).

Item II: errado. De fato, apenas dois verbos estão na forma

nominal: “ajudar” e “encontrar” (infinitivo), os outros estão flexionados no

futuro do subjuntivo (“se não [forem]estimulados”) e no futuro do presente

do indicativo (“estarão”).

Item III: errado. Não há oração coordenada no período.

• Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal)

É fundamental a sua opinião sobre o assunto.

É fundamental que você opine sobre o assunto.

É fundamental você opinar sobre o assunto.

O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há

apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua

opinião sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais

fácil perceber isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental.

Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a

expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma

desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida

(verbo opinar no infinitivo).

ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o

verbo da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.

Estruturas típicas da oração principal nesse caso são:

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1. verbo de ligação + predicativo é bom...; é conveniente...; é

claro...; está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc.

É preciso que se adotem providências eficazes..

Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam..

2. verbo na voz passiva sintética ou analítica sabe-se...; soube-se...;

comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc.

Sabe-se que a prova está próxima.

Foi dito que a prova será adiada.

3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder,

parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular.

Convém estarmos aqui.

Urge que tomemos uma decisão.

• Objetiva Direta

Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da

oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição

obrigatória.

Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações

subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas

conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por

pronomes ou advérbios interrogativos.

Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem

perguntar, por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo

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possuem a mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente,

dois vocábulos introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas

diretas. Partindo da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções

integrantes, é possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se

dar conta de que pode estar diante de uma conjunção integrante e um

pronome interrogativo.

Todos sabemos que ele aceitará o convite.

como as coisas funcionam aqui.

onde fica a farmácia.

quanto custa o remédio.

quando acabam as aulas.

qual é a matéria da prova.

ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e

ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada

substantiva objetiva direta:

Ouvi-os bater.

Deixe-me entrar.

As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais

interessante é que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos

verbos no infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais

pronomes desempenham tal função sintática.

12. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em 1994, foi criado o

Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho

(National Economic Development and Labour Council – NEDLAC), cujo

principal objetivo consistia em promover a integração entre governo,

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empresários e trabalhadores, tornando as decisões econômicas mais

abrangentes para promover as metas do crescimento econômico e da

igualdade social.

Em relação ao período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.

II. Há duas ocorrências de predicativo do objeto.

III. Há um caso de oração subordinada substantiva objetiva direta.

Assinale

(a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

(c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(d) se nenhuma afirmativa estiver correta

(e) se todas as afirmativas estiverem corretas

Gabarito – D

Comentário – Item I: errado. É melhor prestar atenção na quantidade de

verbos e locuções verbais: “foi criado” (locução), “consistia”, “promover”,

“tornando”, “promover”. Verifica-se, assim, que existem cinco orações, duas

desenvolvidas e três reduzidas.

Item II: errado. Só existe uma ocorrência de predicativo do

objeto, a qual se encontra na oração “tornando as decisões econômicas mais

abrangentes”. O verbo tornar é transobjetivo, isto é, seu sentido requer,

além de um complemento-objeto, uma qualificação para esse complemento

(= predicativo do objeto). Na citada oração, o objeto direto é o termo “as

decisões econômicas” e o termo “abrangentes” é o predicativo dele.

Item III: errado. O que existe e recebe designação parecida

com a que foi usada pelo examinador é oração subordinada substantiva

objetiva indireta. A oração “em promover a integração entre governo,

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adjetivo

advérbio

substantivo

empresários e trabalhadores” complementa o sentido do verbo transitivo

indireto consistir (quem consiste consiste em algo).

• Objetiva Indireta

Completa o sentido de um verbo transitivo indireto da oração

principal. Normalmente vem introduzida por preposição, mas esta pode ser

omitida.

Lembro-me de que fizemos muitas visitas. (Mário Donato)

Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. (Clarice

Lispector)

• Completiva Nominal

Liga-se a um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da

oração principal completando seu significado. É introduzida por preposição

(como todo complemento nominal). Aqui, o emprego da preposição não é

facultativo. A omissão dela implica erro de regência e revela falta de coesão.

Tenho a impressão de estar sempre no mesmo lugar.

A nova metodologia é útil para diminuir a margem de erro.

Está perto de fazermos a prova.

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• Predicativa

Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal;

seu valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se

notar também a presença de um verbo de ligação na oração principal.

Nosso desejo era encontrares o teu caminho.

O triste é que não era uma planta qualquer.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser

um processo de observação cristalina para assumir um discurso de

políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase

nada retratam as necessidades de populações distintas.”.

A oração grifada no trecho acima classifica-se como:

(A) subordinada substantiva predicativa.

(B) subordinada adjetiva restritiva.

(C) subordinada substantiva subjetiva.

(D) subordinada substantiva objetiva direta.

(E) subordinada adjetiva explicativa.

Gabarito – A

Comentário – Observe que o verbo de ligação “é” relaciona o sujeito “o

fato” à sua respectiva característica: “que transparência deixou de ser um

processo de observação cristalina”. Se você preferir, substitua a oração

predicativa pelo pronome isso: Mas o fato é isso. Ficou melhor?

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• Apositiva

Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada

pela pontuação (vírgula, dois pontos). Seu significado amplia, explica,

desenvolve, resume o conteúdo da oração principal.

O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se

rapidamente.

Só resta uma alternativa: encontrar o culpado.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Características

I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição,

finalidadde etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração

principal;

II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo

e são introduzidas por conjunção;

III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio,

particípio).

Classificações

I. Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal.

Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em

português. (Clarice Lispector)

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Em julho de

1898, temendo por sua saúde, escreveu um testamento, deixando para

Carolina, sua esposa, entre outros bens, 7.000 contos em títulos da

dívida pública do empréstimo nacional de 1895.”

No período acima, a oração destacada tem valor:

(A) condicional.

(B) concessivo.

(C) causal.

(D) consecutivo.

(E) conformativo.

Gabarito – C

Comentário – O que motivou o marido a escrever um testamento? O temor

por sua saúde, ideia que foi apresentada sob a forma de oração reduzida,

com verbo no gerúndio.

II. Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração

principal.

Fiquei tão alegre com esta idéia que ainda agora me treme a pena

na mão. (Machado de Assis)

III. Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na

oração principal se realize.

Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de

Elpenor. (Augusto Meyer)

IV. Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o

acontecimento do que se declara na oração principal.

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(...) descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala.

(Graciliano Ramos)

15. (FGV/PREFEITURA DE CAMPINAS/VICE-DIRETOR/2008) “...ainda que a

escola e a universidade estejam perdendo progressivamente seu

monopólio de criação e transmissão do conhecimento, os sistemas de

ensino públicos podem ao menos dar-se por nova missão a de orientar

os percursos individuais no saber e contribuir para o reconhecimento do

conjunto de know-how das pessoas, inclusive os saberes não-

acadêmicos.”

O termo grifado no trecho acima não pode ser substituído por:

(A) embora.

(B) não obstante.

(C) conquanto.

(D) porquanto.

(E) mesmo que.

Gabarito – D

Comentário – A locução introduz segmento textual com valor semântico

concessivo, de ressalva, que deveria obstruir ou mesmo impedir a realização

do fato declarado posteriormente. A mesma ideia de concessão pode ser

também introduzida pelas conjunções e locuções: embora, não obstante,

conquanto e mesmo que.

A conjunção porquanto figura em enunciados de valor

semântico de causal ou de explicação.

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V. Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação.

Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo)

Atenção! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial

comparativa está oculto.

As ideias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de

temporal (...). (Machado de Assis)

Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa

pode apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto.

VI. Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é

dita na oração principal.

Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo

outro. (Mário Donato)

VII. Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente

ao que se diz na oração principal.

Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da

natureza. (Graça Aranha)

VIII. Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal.

O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem

os quatro movimentos.

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16. (FGV/FNDE/TÉCNICO/2007)

(...) Sua marca será o poder que uma parcela cada vez maior da

humanidade terá para se livrar da condição de mero consumidor e

tornar-se, também, produtor de bens simbólicos. (...)

É correto afirmar que a oração para se livrar da condição de mero

consumidor aponta circunstância de:

(A) proporcionalidade.

(B) finalidade.

(C) causa.

(D) consequência.

(E) condição.

Gabarito – B

Comentário – A oração representa a finalidade do poder que uma parcela

cada vez maior da humanidade terá. Repare que não existe conjunção

introduzindo-a e que seu verbo está na forma nominal conhecida como

infinitivo.

IX. Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração

principal.

Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta (...).

(Lourenço Diaféria)

Observe que as três orações subordinadas abaixo apresentam

estruturas diferentes das anteriores. Nelas não há verbos desenvolvidos

(conjugados no modo indicativo ou subjuntivo) nem conjunções. Agora, os

verbos assumem uma das formas nominais (gerúndio, infinitivo e

particípio).

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Ao abrir o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (infinitivo)

Aberto o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (particípio)

Abrindo o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (gerúndio)

Uma vez estudadas as características e os valores semânticos

das orações subordinadas adverbiais, convém agora apontar as principais

conjunções que fazem a articulação entre elas e sua principal.

Causais Porque; como; que; pois; porquanto; visto que; dado

que; já que; uma vez que; na medida em que; etc.

Consecutivas Que, de forma que, de maneira que, de modo que etc.

Comparativas Que; (do) que; quanto; como; assim como; bem como;

etc.

Concessivas

Ainda que; embora; mesmo que; posto que; por mais

que; se bem que; por pouco que; nem que; conquanto

etc.

Condicionais Se; caso; sem que; contanto que; salvo se; desde que;

a menos que; a não ser que; que; etc.

Conformativas Conforme; como; segundo; consoante; etc.

Finais Para que; a fim de que; que; etc.

Proporcionais

À medida que; à proporção que; ao passo que; quanto

mais... mais; quanto menos... menos; quanto maior...

maior; etc.

Tempo

Quando; enquanto; antes que; depois que; desde que;

logo que; assim que; até que; que; apenas; mal;

sempre que; tanto que; etc.

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17. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Como foi a primeira perda desde o

lançamento de suas ações na Bolsa, em 1994, o resultado teve efeito

de um terremoto financeiro, nos já violentamente traumatizados EUA.”

Assinale a alternativa em que o termo indicado não poderia substituir o

termo destacado no trecho acima sob pena de provocar alteração

gramatical e semântica.

(A) Já que

(B) Uma vez que

(C) Por que

(D) Dado que

(E) Visto que

Gabarito – C

Comentário – A conjunção destacada possui valor semântico causal (ela

integra segmento que traduz a razão ou o motivo do efeito do resultado).

Volte à primeira linha da tabela acima e observe que lá estão todas as

conjunções relacionadas pelo examinador. O detalhe fica por conta da

expressão Por que, escrita separadamente. Sendo conjunção causal, a

escrita correta não permite separação: Porque. Do jeito que foi apresentada

na letra C, a expressão é pronome interrogativo, muda o segmento textual

para uma indagação direta e exige o emprego do ponto de interrogação.

Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim

eu arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na

medida em que. A primeira introduz oração subordinada tradutora de valor

semântico de proporcionalidade; a segunda inicia oração subordinada que

expressa a causa de um fato. Já vi muito candidato bom “derrapar” por falta

de atenção a esse detalhe.

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18. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “Isso tem sua lógica, na medida em que essas

sociedades se preocupam também com os custos, mas se acostumaram

a lidar com dados sobre os quais quase nada é debatido por parte de

nossos mandatários da esfera política.”

Assinale a alternativa que poderia substituir a estrutura grifada, sem

incorrer em alteração semântica.

(A) à proporção que

(B) já que

(C) à medida que

(D) conforme

(E) ao ponto em que

Gabarito – B

Comentário – Gostou do primeiro conselho? Repare que, traiçoeiramente, o

examinador relacionou nas alternativas as locuções conjuntivas

proporcionais à proporção que e à medida que?

A locução conjuntiva na medida em que é bem

característica de circunstância adverbial de causa, assim como a locução já

que.

Conforme exprime circunstância de conformidade; e ao

ponto em que pode traduzir consequência: “As universidades públicas

federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para

pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ.”

Quer outro conselho? Não confunda oração subordinada

adverbial causal com oração coordenada sindética explicativa! Em

alguns momentos, elas podem apresentar semelhanças que dificultam a

análise correta. Por exemplo, ambas admitem as conjunções pois, que,

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porque, porquanto. Porém, um pouco de atenção para os aspectos que

vou assinalar pode ser de grande utilidade:

[Ele pegou a doença] [porque

andava descalço.]

[Não ande descalço,] [porque

você vai pegar uma doença.]

1. Há uma relação de causa

e consequência entre as duas orações.

1. Não há relação de causa e

consequência: apenas é dado o

motivo para que não se ande

descalço.

2. A conjunção que introduz

a oração causal não pode ser

eliminada.

2. Pode-se eliminar a conjunção

coordenativa explicativa: Não ande

descalço, você vai pegar uma

doença.

3. A oração adverbial pode

ser transformada em oração reduzida

de infinitivo: Ele pegou a doença

por andar descalço.

3. Não se pode transformar a

oração coordenada em oração

reduzida.

4. O verbo da oração

principal não expressa dúvida ou

hipótese.

4. A oração anterior à explicativa

geralmente possui verbo no

imperativo ou tem caráter hipotético.

De outro modo, poderíamos dizer: Ele

deve ter andado descalço, pois

pegou uma doença.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se,

semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo,

atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem

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Oraç. Subord. Adj. Restritivas

Oraç. Subord. Adj. Explicativas

exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal.

Observem:

Deve-se investir em soluções definitivas.

Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os

problemas.

Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no

segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”

discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico.

Além disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro

exemplo: ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo

“soluções”, que é núcleo do objeto indireto.

• ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS

Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as

orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:

restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,

realçando, amplificando uma informação sobre ele.

O jovem que estuda passa.

O homem que luta vence.

O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.

Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós.

No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a

verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não

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sujeito

sujeito

constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza):

nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence

(somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não

podem ser separadas do substantivo por vírgulas.

No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico

explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo

a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não

influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas

da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar

alteração semântica. Sendo assim, elas se assemelham a um aposto

explicativo.

Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas

apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome

relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome

relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função

sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função,

o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele

substitui (o antecedente).

Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver

definitivamente os problemas.

Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os

problemas.]

Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por

um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo

(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são

introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por

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preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo,

gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas.

Essas são as ideias tão valorizadas por ele.

Via-se um cartaz comunicando a falência.

Nosso argumento foi o primeiro a cair.

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Observe atentamente o

trecho a seguir:

(...) A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado

tão farta quanto aquela encontrada na economia. Isso se deve, talvez, à

associação feita ao tema dos efeitos na utilização de recursos entre

gerações especificamente na década de 70, quando o movimento

ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido,

angariando adeptos das mais variadas formações, em diversas partes

do planeta (...)

Analise sua estrutura sintática e avalie as afirmativas a seguir:

I. O primeiro período é composto por três orações.

II. No segundo período encontram-se orações reduzidas de particípio e de

gerúndio.

III. No segundo período ocorrem dois casos de oração coordenada.

IV. A oração “quando o movimento ambientalista passou a formular um

discurso jurídico mais sólido” classifica-se como subordinada adjetiva.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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(D) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – D

Comentário – Item I: certo. Eis o primeiro período, encerrado pelo ponto:

“A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado tão farta

quanto aquela encontrada na economia.” Observe bem: a primeira oração

se constitui em torno da locução verbal “se tem mostrado”, que é tempo

composto do verbo mostrar; a segunda oração é subordinada adverbial

comparativa e foi apresentada com o verbo oculto, como de costume:

“quanto aquela... (se tem mostrado)”; finalmente, a terceira oração é

subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio: “encontrada na

economia” (= que se encontra na economia).

Item II: item certo. A oração (subordinada adjetiva)

reduzida de particípio é a seguinte: “feita ao tema dos efeitos na utilização

de recursos entre gerações especificamente na década de 70”, que restringe

o significado do substantivo “associação”. A oração reduzida de gerúndio é:

“angariando adeptos das mais variadas formações, em diversas partes do

planeta”.

Item III: errado. Não se verifica nenhuma oração

coordenada no segundo período.

Item IV: certo. Se você respondeu com base apenas na

classificação tradicional da conjunção quando (conjunção subordinativa

adverbial temporal), deve ter errado. A oração “quando o movimento

ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido” constitui

uma explicação, um esclarecimento a respeito da “década de 70”, que foi

representada semanticamente pelo vocábulo “quando”, um

pronome-advérbio relativo. Veja a transformação: na década de 70

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(quando) o movimento ambientalista passou a formular um discurso jurídico

mais sólido.

Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como

você agiu semana passada.

- quando (= em que, nas indicações de tempo): Bons eram

os tempos quando podíamos jogar videogame. Sinto saudades da época em

que (quando) morávamos no exterior.

- onde (= em que, nas indicações de lugar): A casa onde eu

morava foi assaltada.

20. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Conduzo tua lisa

mão / Por uma escada espiral / E no alto da torre exibo-te o varal /

Onde balança ao léu minh’alma”

Tomando o trecho acima como um período composto, há:

(A) três orações, sendo duas subordinadas.

(B) três orações, sendo uma subordinada.

(C) quatro orações, sendo duas coordenadas.

(D) quatro orações, sendo uma coordenada.

(E) duas orações, sendo uma coordenada.

Gabarito – B

Comentário – O período possui três orações e é misto, composto por

subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

Entre as orações “Conduzo tua lisa mão / Por uma escada

espiral / E no alto da torre exibo-te o varal”, existe uma relação coordenada;

a segunda é aditiva.

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Entre as orações “E no alto da torre exibo-te o varal / Onde

balança ao léu minh’alma”, a relação é de subordinação; a primeira é a

principal e a segunda é sua subordinada adjetiva restritiva. Note que não há

pontuação separando-a da anterior e o pronome relativo “Onde” substitui o

antecedente “varal”.

Por hoje é só, prezado aluno. Sugiro que intensifique os estudos.

Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre haverá

dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas,

principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu

conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor do

Senado Federal e, por isso mesmo, faça o que for preciso. O que muda a

nossa história é o que decidimos e fazemos, e não o que pensamos e

falamos. Se você quer mesmo trabalhar no Senado, vá em frente!

Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a

economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento – e a

qualidade da educação continuar baixa.(...)

A respeito da composição do período acima, analise as afirmativas a

seguir:

I. Há uma oração principal.

II. Há duas orações subordinadas adverbiais.

III. O período é composto por coordenação e subordinação.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas

(D) se nenhuma alternativa estiver correta

(E) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

2. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e

outras enfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm

sua incidência aumentada, tanto por causa das dificuldades de

saneamento nas secas, quanto por contaminação com esgotos, lixo e

dejetos de animais durante as enchentes.(...)

O período acima

(A) é composto por coordenação.

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(B) é composto por subordinação.

(C) é composto por coordenação e subordinação.

(D) é simples.

(E) apresenta orações reduzidas.

3. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008)

(...) No entanto, o tema central do encontro - o desmatamento de uma

região que perde um Rio de Janeiro por mês de floresta – foi o que

menos parece ter mobilizado os participantes (...).

O conectivo “no entanto” pode ser substituído, mantendo-se o sentido

original, por:

(A) ainda que.

(B) entretanto.

(C) portanto.

(D) visto que.

(E) pois.

4. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Em qualquer lugar (mesmo que seja um ônibus, por exemplo),

sempre há alguém falando sobre a crise na saúde, a crise na educação

e, inclusive, a crise ética na política brasileira.

Contudo, é preciso notar também que, muitas vezes, enquanto

cidadãos, nós mesmos raramente decidimos fazer alguma coisa pela

transformação da realidade (...)

A conjunção Contudo conecta:

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(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém

falando.

(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os

fatos.

(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se

disse.

(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.

(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

5. (FGV/BADESC/ANALISTA DE RISCO DE CRÉDITO/2010) A natureza do

Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é

inadequada à realidade individual.

A respeito do uso do vocábulo porém no fragmento acima, é correto

afirmar que se trata de uma conjunção:

(A) subordinativa que estabelece conexão entre a oração principal e a

adverbial concessiva.

(B) integrante que estabelece conexão entre períodos coordenados com

valor de consequência.

(C) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo

oração de valor adversativo.

(D) integrante que estabelece conexão entre a oração principal e a oração

objetiva direta.

(E) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo

oração com valor explicativo.

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6. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “...a inflação

funcionou como uma crueldade superveniente, pois os títulos não

tinham correção monetária.”

A palavra grifada no trecho acima pode ser substituída sem provocar

perda de sentido por:

(A) porquanto

(B) portanto

(C) não obstante

(D) conquanto

(E) consoante

7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009)

(...) A sociedade não tem lado de fora. O que está fora da sociedade

seria desumano, pois ela nada mais é que a relação entre os

humanos.(...)

A respeito do uso do vocábulo pois no fragmento acima, pode-se

afirmar que se trata de:

(A) uma conjunção subordinativa que estabelece conexão entre as orações

introduzindo valor de explicação.

(B) uma preposição que estabelece conexão entre períodos coordenativos

introduzindo valor de consequência.

(C) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações

introduzindo valor de alternância.

(D) um pronome relativo que introduz a oração relativa explicativa,

retomando a expressão sociedade.

(E) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações

introduzindo valor de explicação.

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8. Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de

adição que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos

deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

(A) Tem olhos, e não vê.

Tem boca, e não fala.

(B) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.

(C) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!

(D) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

9. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Ademais, como o mundo é obra

de um arquiteto universal (não exatamente o Deus judaico-cristão, mas

uma divindade criadora mesmo assim), desvendar os segredos do

mundo equivale a desvendar a "mente de Deus".

O termo destacado no trecho acima pode ser substituído, sem prejuízo

de sentido, por

(A) Além do mais

(B) Entretanto

(C) Conquanto

(D) Portanto

(E) Consequentemente

, simultaneamente a 10. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) (...) Mas

essa premência de curto prazo, espera-se que a cadeia de ensino no

país, da pré-escola à universidade, acelere ou implante programas que

possibilitem um substancial salto de qualidade.(...)

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Assinale a alternativa que NÃO pode substituir o termo grifado no

período acima, sob pena de alteração de sentido.

(A) Não obstante

(B) Entretanto

(C) Porquanto

(D) Contudo

(E) No entanto

11. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “Aqueles com aptidão a ajudá-los, se não

estimulados por cenários competitivos, estarão fadados a não encontrar

motivação para o exercício de suas funções.”

A respeito do período acima, analise os itens a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.

II. Há três orações reduzidas.

III. Há uma oração coordenada.

Assinale:

(A) se todos os itens estiverem corretos.

(B) se somente o item II estiver correto.

(C) se somente o item III estiver correto.

(D) se somente o item I estiver correto.

(E) se nenhum item estiver correto.

12. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em 1994, foi criado o

Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho

(National Economic Development and Labour Council – NEDLAC), cujo

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principal objetivo consistia em promover a integração entre governo,

empresários e trabalhadores, tornando as decisões econômicas mais

abrangentes para promover as metas do crescimento econômico e da

igualdade social.

Em relação ao período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.

II. Há duas ocorrências de predicativo do objeto.

III. Há um caso de oração subordinada substantiva objetiva direta.

Assinale

(a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

(c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(d) se nenhuma afirmativa estiver correta

(e) se todas as afirmativas estiverem corretas

13. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser

um processo de observação cristalina para assumir um discurso de

políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase

nada retratam as necessidades de populações distintas.”.

A oração grifada no trecho acima classifica-se como:

(A) subordinada substantiva predicativa.

(B) subordinada adjetiva restritiva.

(C) subordinada substantiva subjetiva.

(D) subordinada substantiva objetiva direta.

(E) subordinada adjetiva explicativa.

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Em julho de

1898, temendo por sua saúde, escreveu um testamento, deixando para

Carolina, sua esposa, entre outros bens, 7.000 contos em títulos da

dívida pública do empréstimo nacional de 1895.”

No período acima, a oração destacada tem valor:

(A) condicional.

(B) concessivo.

(C) causal.

(D) consecutivo.

(E) conformativo.

15. (FGV/PREFEITURA DE CAMPINAS/VICE-DIRETOR/2008) “...ainda que a

escola e a universidade estejam perdendo progressivamente seu

monopólio de criação e transmissão do conhecimento, os sistemas de

ensino públicos podem ao menos dar-se por nova missão a de orientar

os percursos individuais no saber e contribuir para o reconhecimento do

conjunto de know-how das pessoas, inclusive os saberes não-

acadêmicos.”

O termo grifado no trecho acima não pode ser substituído por:

(A) embora.

(B) não obstante.

(C) conquanto.

(D) porquanto.

(E) mesmo que.

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16. (FGV/FNDE/TÉCNICO/2007)

(...) Sua marca será o poder que uma parcela cada vez maior da

humanidade terá para se livrar da condição de mero consumidor e

tornar-se, também, produtor de bens simbólicos. (...)

É correto afirmar que a oração para se livrar da condição de mero

consumidor aponta circunstância de:

(A) proporcionalidade.

(B) finalidade.

(C) causa.

(D) consequência.

(E) condição.

17. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Como foi a primeira perda desde o

lançamento de suas ações na Bolsa, em 1994, o resultado teve efeito

de um terremoto financeiro, nos já violentamente traumatizados EUA.”

Assinale a alternativa em que o termo indicado não poderia substituir o

termo destacado no trecho acima sob pena de provocar alteração

gramatical e semântica.

(A) Já que

(B) Uma vez que

(C) Por que

(D) Dado que

(E) Visto que

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18. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “Isso tem sua lógica, na medida em que essas

sociedades se preocupam também com os custos, mas se acostumaram

a lidar com dados sobre os quais quase nada é debatido por parte de

nossos mandatários da esfera política.”

Assinale a alternativa que poderia substituir a estrutura grifada, sem

incorrer em alteração semântica.

(A) à proporção que

(B) já que

(C) à medida que

(D) conforme

(E) ao ponto em que

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Observe atentamente o

trecho a seguir:

(...) A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado

tão farta quanto aquela encontrada na economia. Isso se deve, talvez, à

associação feita ao tema dos efeitos na utilização de recursos entre

gerações especificamente na década de 70, quando o movimento

ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido,

angariando adeptos das mais variadas formações, em diversas partes

do planeta (...)

Analise sua estrutura sintática e avalie as afirmativas a seguir:

I. O primeiro período é composto por três orações.

II. No segundo período encontram-se orações reduzidas de particípio e de

gerúndio.

III. No segundo período ocorrem dois casos de oração coordenada.

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IV. A oração “quando o movimento ambientalista passou a formular um

discurso jurídico mais sólido” classifica-se como subordinada adjetiva.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

20. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Conduzo tua lisa

mão / Por uma escada espiral / E no alto da torre exibo-te o varal /

Onde balança ao léu minh’alma”

Tomando o trecho acima como um período composto, há:

(A) três orações, sendo duas subordinadas.

(B) três orações, sendo uma subordinada.

(C) quatro orações, sendo duas coordenadas.

(D) quatro orações, sendo uma coordenada.

(E) duas orações, sendo uma coordenada.

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GABARITO

1. E

2. D

3. B

4. E

5. C

6. A

7. E

8. D

9. A

10. C

11. D

12. D

13. A

14. C

15. D

16. B

17. C

18. B

19. D

20. B

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PONTUAÇÃO

Começaremos a aula de hoje tratando do emprego dos sinais

de pontuação. O uso adequado deles é extremamente relevante para o

significado de uma frase.

Nas provas de concursos, o mais explorado é a vírgula. É

compreensível que seja assim, pois o uso dela requer atenção especial, em

virtude de sua variabilidade de aplicações e efeitos. Para você ter apenas

uma ideia do que isso significa, leia alguns exemplos extraídos da campanha

dos 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI):

1 – Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

– Não, espere.

– Não espere.

2 – Ela pode sumir com seu dinheiro.

– R$ 23,4.

– R$ 2,34.

3 – Pode ser autoritária.

– Aceito, obrigado.

– Aceito obrigado.

4 – Pode criar heróis.

– Isso só, ele resolve.

– Isso só ele resolve.

5 – E vilões.

– Esse, juiz, é corrupto.

– Esse juiz é corrupto.

6 – Ela pode ser a solução.

– Vamos perder, nada foi resolvido.

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– Vamos perder nada, foi resolvido.

7 – A vírgula muda uma opinião.

– Não queremos saber.

– Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da

sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA

DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois de

MULHER.

Se você é homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente

uma frase? Um pequeno deslize no emprego da vírgula, por exemplo, pode

ser fatal! Leia o trecho de uma reportagem sobre a morte da menina

Isabella Nardoni:

O inquérito com mais de mil páginas sobre a morte da menina

Isabella Nardoni, 5 anos, será entregue pela polícia nesta quarta

(30/04) ao promotor Francisco Cembranelli. A conclusão é que a

menina foi espancada e morta pelo pai, Alexandre e pela

madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. O principal motivo,

segundo a polícia, foi ciúmes. Para determinar a motivação do

crime, a polícia se baseou em cerca de 65 depoimentos.

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núcleo núcleo núcleo núcleo

Familiares, vizinhos e importantes testemunhas revelaram a

conturbada vida conjugal de Alexandre e Anna Carolina. (Correio

Brasiliense, 30/04/2008 – internet).

A julgar pelo que foi noticiado no jornal, houve mais um acusado

pela morte da Isabella: Alexandre. Sem a vírgula para separá-lo da

conjunção “e”, têm-se a impressão de que existem três suspeitas: o pai,

Alexandre e a madrasta (Anna Carolina). Na verdade, por ser apenas uma

explicação de quem é o pai da menina morta, o termo “Alexandre” deveria

vir ente vírgulas.

Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior

frequência nas provas de concurso, convém estudarmos os demais.

VÍRGULA (assinala uma pequena pausa)

I. Entre os termos da oração, serve para:

a) separar elementos coordenados que possuem a mesma

função sintática:

Ex.: Os livros, os cadernos, os lápis e as borrachas estão sobre a

mesa.

Obs.: havendo repetição da conjunção E para separar os

elementos de mesma função sintática, a vírgula pode se repetir.

Ex.: Comprou sapato, e bolsa, e meias.

b) assinalar a omissão do verbo, ou de outro termo

compreendido por meio do contexto (vírgula vicária):

Ex.: No mar há os peixes; no céu, as estrelas...

sujeito composto

objeto direto

A vírgula substitui a forma verbal “há”

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objeto direto objeto direto pleonástico

c) separar adjuntos adverbiais deslocados:

Ex.: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga.

Obs.: aqui, o aluno deve admitir certa flexibilidade, pois há

muitos gramáticos e escritores que não a empregam.

d) separar o aposto explicativo:

Ex.: Jorge Amado, autor de “Jubiabá”, é um excelente

romancista.

e) separar o vocativo:

Ex.: Não toque nesses doces, menino!

f) separar datas de localidades:

Ex.: Brasília, 1º de março de 1985.

g) separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;

isto é; ou seja; a saber etc.):

Ex.: Ele consegue, por exemplo, dirigir sozinho.

h) separar conjunções intercaladas:

Ex.: Ela virá; não se sabe, contudo, quando.

i) separar objetos pleonásticos:

Ex.: O relógio, guarda-o no bolso do paletó.

j) separar o predicativo do sujeito invertido ou intercalado:

Ex.: Decepcionado, o torcedor afastou-se lentamente.

O torcedor, decepcionado, afastou-se lentamente.

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sujeito sujeito

II. Entre orações, serve para:

a) separar orações coordenadas assindéticas

Ex.: Pare, olhe, siga.

b) separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as

aditivas.

Ex.: Vá, mas volte sempre.

Obs.: usa-se a vírgula para separar orações coordenadas

sindéticas aditivas de sujeitos diferentes ou com repetição da conjunção.

Ex.: Ele foi ao Japão, e ela foi à Itália.

(inexistindo a conjunção, o ponto e vírgula é aconselhável)

E estuda, e trabalha, e dorme...

Atenção! Há casos em que as típicas conjunções aditivas

introduzem orações adversativas; assim sendo, o emprego da vírgula é

obrigatório.

Ex.: Estudou, e não passou. (semanticamente, a conjunção “e”

tem valor adversativo)

c) separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas

(quando vierem na ordem direta, o emprego será facultativo)

Ex.: Ao anoitecer, saíram.

Saíram ao anoitecer.

Saíram, ao anoitecer.

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predicado sujeito

sujeito predicado

verbo OD OI

nome

adjunto adnominal

nome complemento nominal

d) separar orações subordinadas adjetivas explicativas.

Ex.: Jesus Cristo, que também é Deus, ressuscitou.

e) separar as orações intercaladas:

Ex.: Creio, disse ele, que esse é um caso perdido.

f) separar as orações subordinadas substantivas apositivas:

Ex.: É imprescindível que o país adote duas diretrizes, distribuir

renda e reconstruir o ensino público.

III. Não se usa vírgula

a) entre sujeito e predicado (mesmo quando o sujeito é muito

longo ou vem depois do predicado):

Ex.: Os pequenos filhotes de vira-lata destruíram meu jardim.

Obs.: a intercalação de termos entre o sujeito e o predicado

deve ser marcada por vírgulas, uma antes e outra depois.

Ex.: Os deputados, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto do

presidente da República.

b) entre o verbo e seu complemento (OD ou OI):

Ex.: Entreguei o presente ao aniversariante.

c) entre o nome e seu adjunto ou complemento:

Ex.: A todos os presentes informamos os novos valores dos

produtos que vendemos.

Não há necessidade de tanta estupidez.

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oração subordinada substantiva objetiva indireta

d) para isolar o agente da passiva

Ex.: As medidas econômicas foram aprovadas pelo presidente.

e) para separar as orações subordinadas substantivas (exceto

a apositiva) da sua principal.

Ex.: Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões

sociais.

PONTO

I. Em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de

cada período, indicando uma pausa mais longa entre as frases.

Ex.: A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o

cachorro estacou diante Del. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. (Clarice

Lispector)

II. Em relação a parágrafos distintos, assinala a passagem de

um conjunto de idéias a outro de natureza diversa.

Ex.: A monarquia se enterrava. Revogou-se, portanto, o exílio

dos Braganças, trouxeram-me para cá os ossos do velho monarca e de sua

esposa. E recebeu-se a visita do Rei Alberto, a quem ofereceram festas

magníficas.

As finanças do Brasil não iam mal, permitiam despesas de

vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo

foram interrompidas. (Graciliano Ramos)

PONTO DE INTERROGAÇÃO

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I. Usado nas interrogações diretas.

Ex.: Fazer o quê? O vazamento se dava entre o soalho e o forro,

não havia acesso possível. Onde descobrir um bombeiro em Londres, num

sábado à noite? (Fernando Sabino)

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

I. Usa-se nos enunciados de entonação exclamativa, depois

de interjeições, vocativos, verbos no imperativo.

Ex.: Que linda manhã!

Ai! Essa doeu.

Filho! Vem aqui.

Avançar!

PONTO E VÍRGULA (pausa intermediária entre o ponto e a vírgula)

I. O emprego deste sinal de pontuação depende muito do

contexto. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo quanto ao seu

uso:

a) para separar, numa série, elementos que já estão

anteriormente separados por vírgula, a fim de ressaltar a hierarquia das

informações:

Ex.: Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice;

Carlos, o primeiro-secretário; Francisco, o tesoureiro; e outros convidados.

b) para separar enumeração após dois pontos:

Ex.: Os alunos devem respeitar a seguintes regras:

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– não fumar dentro do colégio;

– não fazer algazarras durante o intervalo;

– respeitar os funcionários e os colegas;

– trazer sempre o material escolar.

c) para separar as orações coordenadas sindéticas com

conjunção intercalada:

Ex.: Apressou-se; não chegou, porém, a tempo.

DOIS-PONTOS

I. Antes de uma citação.

Ex.: Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida;

ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6)

II. Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso

direto.

Ex.: Sempre que o professor entra em sala ele diz:

– Essa moleza vai acabar.

III. Antes de uma enumeração.

Ex.: A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela

combinação e b) pela comutação.

IV. Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito.

Ex.: Todos já sabiam: ele não seria eleito.

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V. Para separar uma oração subordinada substantiva

apositiva.

Ex.: Só espero uma coisa: que você estude.

RETICÊNCIAS

I. Para indicar certa indecisão, dúvida, surpresa na fala da

personagem.

Ex.: Jaó! Diga-me... você... me traiu?

II. Para indicar que, em um diálogo, a fala de uma

personagem foi interrompida pela fala de outra.

Ex.: – Já que todos deram sua opinião...

– Um momento, seu presidente, ainda falta eu.

III. Para sugerir ao leitor que complete a frase dita.

Ex.: Quem não se comunica...

IV. Para indicar, em uma citação, que alguns trechos foram

suprimidos.

Ex.: “Vou contar aos senhores (...), principiou Alexandre

amarrando o cigarro de palha.” (Graciliano Ramos)

TRAVESSÃO

I. Nos diálogos, marca a mudança de interlocutor.

Ex.: – Quais são os símbolos da pátria?

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– Que pátria?

– Da nossa pátria, ora bolas! (Paulo Mendes Campos)

II. Serve para isolar palavras, expressões explicativas, frases

intercaladas.

Ex.: Mesmo com o tempo revoltoso – chovia, parava, chovia,

parava outra vez... – a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter

avistado mais alguma coisa. (Mário Palmério)

Atenção! Uso de travessões em vez de vírgulas

Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso

confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja:

1) E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade – a sua

hora e sua vez, como diria mestre Rosa – ficam num desespero de

"aparecer", de "vencer", de "ser alguém". (Ser alguém, Rachel de Queiroz)

2) Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal

compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre

ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se

pode matá-la – ainda –, é a distância. (Danuza Leão. Sogra X Sogra)

3) Como temos pouco poder e voz na arena internacional – e

temos cada vez menos –, os maus resultados por fazer a coisa certa de

maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo)

permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos

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próprios ombros. (...) E seu governo, em vez de fazer certa a coisa -

destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o

crescimento -, optou por um choque de demanda: (...). (Marco Antonio

Rocha. O crescimento do Peru no pires. In: Estadão, 5/2/2007)

4) Ironia das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional)

decidiu, alguns dias antes da semana do consumidor – comemora-se neste

15 de março o Dia Internacional do Consumidor –, reduzir o rendimento das

cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do

Tempo de Serviço). (Maria Inês Dolci. Balas perdidas contra o consumido.

In: Folha, 13/32007)

5) Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão

eliminando infecções que são das causas mais freqüentes de mortes – e com

isso alongam a vida média das pessoas –, coloca-se esta questão: a

contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças

crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a

vida? (Washington Novaes. In: Estadão, 1/2/2008)

Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o

travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os

travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória.

PARÊNTESES

I. Nas indicações bibliográficas.

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Ex.: “Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.”

(MEIRELLES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1972,

p. 109.)

II. Nas indicações cênicas dos textos teatrais.

Ex.: – Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos,

com os olhos fora das órbitas. Amália se volta.) (G. Figueiredo)

III. Para isolar termos e orações intercaladas de natureza

semântica explicativa.

Ex.: “... e a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo,

morrendo de fome.” (Clarice Lispector)

ASPAS

I. Para indicar citações.

Ex.: “Viver é lutar”, disse Gonçalves Dias.

II. Para assinalar neologismos, estrangeirismos, gírias (uso

informal da língua) etc.

Ex.: Havia um “play-ground” excelente.

Ele era o que mais “colava” na prova.

III. Citar títulos de obras artísticas ou científicas.

Ex.: “Vidas Secas” ganhou vários prêmios.

IV. Para indicar ironia.

Ex.: Com um “amigo” desses...

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REGÊNCIA

Agora estudaremos a regência de alguns nomes e verbos. Digo

isso porque a grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não nos

permite estudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, então, no estudo da

regência de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento não pode faltar

a você.

REGÊNCIA NOMINAL

Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo

ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação

é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei

de falar:

(A) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.

(B) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão

mais perto da aprovação.

(C) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!

É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo

regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo

significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.

Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que

merecem sua atenção:

ADJ. COMP. NOMINAL

PREP.

ADV. COMP. NOMINAL

PREP. (de + a)

SUBST. COMP. NOMINAL

PREP.

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Acessível a

Acostumado a ou

com

Alheio a

Alusão a

Ansioso por

Atenção a ou para

Atento a ou em

Benéfico a

Compatível com

Cuidadoso com

Desacostumado a ou

com

Desatento a

Desfavorável a

Desrespeito a

Estranho a

Favorável a

Fiel a

Grato a

Hábil em

Habituado a

Inacessível a

Indeciso em

Invasão de

Junto a ou de

Leal a

Maior de

Morador em

Natural de

Necessário a

Necessidade de

Nocivo a

Ódio a ou contra

Odioso a ou para

Posterior a

Preferência a ou por

Preferível a

Prejudicial a

Próprio de ou para

Próximo a ou de

Querido de ou por

Residente em

Respeito a ou por

Sensível a

Simpatia por

Simpático a

Útil a ou para

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Versado em

Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem

preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase.

Ex:. Você é favorável à volta da CPMF? (...favorável a + a

volta...)

A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome

regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao

Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes,

observam-se, por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a

regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão:

(1) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com

fornecedores."

(2) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas

dificuldades de o respirar propende à sonolência."

(3) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo

procurava apenas uma achega."

(4) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus

projetos."

Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a

preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual

forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (3).

Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições

adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do

professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso

inadequado da preposição trazem prejuízo à frase.

Caso não tenha entendido alguma explicação, sugiro que volte a

ela imediatamente. Não prossiga sem que as dúvidas tenham sido

1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo.

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VTD

esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre regência verbal (faremos isso

nas próximas linhas), é recomendável que você esteja seguro em relação ao

que acabamos de estudar. Outras informações serão acrescentadas. Não

deixe que as dúvidas se acumulem.

REGÊNCIA NOMINAL

Começo este tópico trazendo à memória conceitos de

transitividade verbal. Você se lembra disso?

Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos

indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.

Estão divididos em:

a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)

não são introduzidos obrigatoriamente por preposição;

(1) Quero água.

(2) A médico, confessor e letrado nunca enganes.

Em (2), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo

de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o

complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.

b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos

indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto

quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);

(3) Gosto de água .

VTD OD

ODP

VTI OI

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(4) Custou-me entender o assunto.

c) transitivos diretos e indiretos (ou bitransitivos):

reúnem, ao mesmo tempo, objetos diretos e indiretos;

. (5) Deram-lhe um presente

Há também verbos considerados de sentidos completos, por não

exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos

como intransitivos.

(6) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.

Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor

semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade

mental).

Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser

mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não

nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou

predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da

oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos,

substantivos ou pronomes).

(7) Maria é feliz.

Verbos de ligação denotam situação permanente, situação

transitória, mudança de situação.

(8) João é estudioso. (situação permanente)

(9) João está cansado. (situação transitória)

VTI OI

VTDI OI OD

VI

Suj. VL Pred.

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(10) João ficou alegre. (mudança de situação)

Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,

não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo

direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou

de ligação dependerá das relações semântico-sintáticas entre os termos da

oração.

(11) João anda cansado.

(12) João anda depressa.

Em (11), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no

momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo

(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).

Em (12), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo

sujeito. É, pois, verbo nocional. Note que o vocábulo “depressa” não integra

o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que a ação

é desenvolvida.

Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em

transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação,

convém tratar especificamente da regência de alguns verbos. Diga-se ainda

que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos regimes com que

um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o eminente professor

Décio Sena.

ASSISTIR

a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR; seu

complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do

campeonato.

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b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,

TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não

assiste ao professor reclamar tanto.

c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,

exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O

médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico

assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da

preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de

mesmo gênero gramatical).

d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há seis

anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida

pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse

termo com objeto indireto).

LEMBRAR/ESQUECER

É comum que algumas pessoas se atrapalhem com o uso desses

verbos. Isso ocorre porque eles apresentam variados regimes. Vamos a eles!

a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do

pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada

detalhe. Temos aqui:

I) sujeito oculto: eu e ele;

II) objeto direto: “o livro” e “cada detalhe”.

b) Transitivos indiretos quando conjugados

pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.

Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora?

I) parte integrante do verbo: “me” e “se”;

II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.

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c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a

coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente

representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto:

Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba:

I) sujeito: “o livro” e “cada detalhe”;

II) objeto indireto: “me”.

RESPONDER

a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com

objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por

pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.

b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à

pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.

c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à

resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.

ATENDER

Pode ser trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige

preposição A). Por exemplo: Atendi o chamado imediatamente. ou Atendi ao

chamado imediatamene.

Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e

PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo.

ASPIRAR

a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do

campo.

b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao

cargo de gerente.

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CHAMAR

a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.

b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.

c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o

patriota (de patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).

CUSTAR

a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso:

Custou-me entender este assunto.

b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas

amargas.

c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.

IMPLICAR

a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo

implicou a tua reprovação.

b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu

irmão.

c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações

delicadas.

INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR

a) VTDI: Informei a prova ao aluno.

Informei o aluno da (de + a) prova.

Aqui, o que não pode acontecer é que coisa e pessoa sejam

objeto direto ou objeto indireto:

Informei a prova o aluno. (errado)

Informei-lhe da prova. (errado)

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PREFERIR

a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição

A): Prefiro cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO

– artigo de um lado, artigo também de outro lado!). Prefiro mais cinema do

(de + o) que televisão. (ERRADO).

Observação – O significado de PREFERIR não admite gradações

(mais... que; menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que

rege seu complemento indireto é, obrigatoriamente, A.

VISAR

a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.

b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.

c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom

ensino da linguagem.

MORAR/RESIDIR/SITUAR

a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha.

(CERTO) / Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)

OBEDECER/DESOBEDECER

a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus

pais.

CRASE

No último assunto da aula de hoje, vamos estudar os casos de

ocorrência (ou não) de crase, um fenômeno linguístico que consiste na

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pronúncia de vogais idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe

como isso se dá nos versos do poeta Casemiro de Abreu:

“Teu pensamento é como o Sol que morre

Há de cismando mergulhar-se em mágoas

Durante a noite quando o orvalho desce.”

Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos

de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação

gráfica específica (acento grave): À.

(A) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.

Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,

seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo

artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento

grave (`), como no exemplo acima.

Também merecem destaque os casos de crase que surgem do

encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes

demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=

aquela) pronome demonstrativo.

(B) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.

(C) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.

Em (B), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do

verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A,

que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.

Em (C), o complemento indireto de “dado” é regido também pela

preposição A, que se aglutina com o pronome demonstrativo A (= aquela).

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CASOS OBRIGATÓRIOS

1. Nas locuções adverbiais femininas

(A) Sairás às pressas.

(B) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.

2. Nas locuções prepositivas femininas

(C) Vivia às expensas do (de + o) tio.

(D) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.

Observação – A crase será de rigor quando uma locução

prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que

acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo.

“(...) Por outro lado, creio também que se

pode questionar, não somente quanto à aplicação de

7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou

nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à

distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.”

3. Nas locuções conjuntivas femininas

(E) À medida que estudo, mais aprendo.

(F) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da

aprovação.

4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à

aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome

substantivo)

(G) Sou favorável à proposta dele e não à sua.

(H) Refiro-me a sua proposta e à minha.

5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as

palavras MODA, MANEIRA

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(I) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.

(J) Usava sapatos à (moda) Luís XV.

CASOS FACULTATIVOS

1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso

é proibido)

(A) Refiro-me a (à) Joana.

(B) Refiro-me a Joana d’Arc.

2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.

(C) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.

Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da

possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes

possessivos femininos que acompanham substantivos.

3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.

(D) Correu até a (à) árvore.

Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,

perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada

comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o

emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes.

CASOS PROIBIDOS

1. Antes de nomes masculinos

(A) Comprou a prazo.

(B) Dei aquela calça a este homem.

2. Antes de verbo.

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(C) Começou a chover.

3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA,

SENHORITA, MADAME)

(D) Referiu-se a Vossa Excelência.

4. Antes de pronomes oblíquos

(E) Dedico o meu trabalho a ela.

5. Antes de pronomes indefinidos

(F) Ofereci um presente a alguém desta sala.

6. Antes de artigo indefinido

(G) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.

Você deve comparar este exemplo com o que traz uma locução

adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase: Todos, à

uma, aplaudiram a decisão do professor. (pág. 24)

7. Quando o A precede palavras femininas no plural

(H) Respondeu a cartas pouco elogiosas.

Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência

da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)

precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance

semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte

estrutura: singular (a) + plural (cartas).

8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas

(I) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.

9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)

(J) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.

O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a

preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o

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28

pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o

acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.

10. Com pronome relativo QUEM

(K) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.

Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.

Atenção! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos

QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo

anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo

seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),

AQUELE(S), AQUILO

(L) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.

Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo

verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).

(M) Sou favorável à que chegou primeiro.

Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o

termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição

imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o

integra.

(N) A festa à qual nos dirigimos começará agora.

11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ

(O) Ele o esperava desde as oito horas.

(P) O trabalho ficará pronto após as seis horas.

12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens

históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas

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(Q) Refiro-me a Joana d’Arc.

(R) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.

13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA

(S) Chegamos a esta cidade há cinco anos.

14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido

(T) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante.

15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação

(U) A vítima reconheceu o ladrão a distância.

16. Quando a palavra CASA vem sem nenhum determinante.

(V) Vou a casa imediatamente.

17. Quando a palavra TERRA se encontra em oposição a BORDO.

(W) Os marinheiros queriam ir a terra.

Agora já podemos resolver algumas questões de prova para ver

como tudo isso é cobrado pela FGV.

1. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)

(...) Uma vez que o ar mais quente retém mais água do que o frio, em

algumas regiões haverá muita chuva; em outras, as secas se

repetirão.(...)

A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a

seguir:

I. A última vírgula do período se justifica por se tratar de zeugma.

II. A primeira vírgula do período se justifica por separar orações

sintaticamente equivalentes.

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III. O ponto e vírgula pode ser substituído por ponto, colocando-se a

palavra seguinte com a primeira letra em maiúscula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e II estiverem corretas.

(D) Se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – A

Comentário – Afirmativa I: certa. Zeugma é uma figura de linguagem que

consiste na omissão de um termo anteriormente mencionado. Na

declaração, o termo omitido é “regiões”, que foi substituído pela vírgula

vicária.

Afirmativa II: errada. As orações não são equivalentes. A

primeira é subordinada adverbial causal, e a vírgula marca a antecipação

dela.

Afirmativa III: certa. O ponto, em relação ao mesmo

parágrafo, é empregado no final de cada período para indicar uma pausa

mais longa entre as frases. A substituição do ponto e vírgula por ele não

gera prejuízo ao trecho, mas exige uma modificação ortográfica, conforme o

examinador indicou.

2. (FGV/CAERN/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2010)

(...) Como a cultura escrita está reagindo às diferentes inovações? (...)

Na frase acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo do

fenômeno da crase.

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Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Estaremos prontos às 18 horas.

(B) O curso vai de segunda à sexta

(C) Iremos à Natal dos nossos antepassados

(D) Ele saiu à francesa.

(E) Responderemos às suas indagações.

Gabarito – B

Comentário – Em “...está reagindo às diferentes inovações?”, a preposição

A exigida pelo verbo REAGIR (transitivo indireto) aglutinou-se com o artigo

AS que acompanha o objeto indireto (“as diferentes inovações”).

Na alternativa A, temos um caso de crase obrigatória com

locução adverbial feminina.

Na alternativa B, a falta de paralelismo no segmento “de

segunda à sexta” impede a existência de crase. Note que de um lado da

expressão há somente preposição (“de”); do outro, há preposição e artigo (a

+ a). Eis a correção: “de segunda a sexta”. Isso também vale para as

indicações de horas: de 8h a 10h; das 8h às 10h.

Na alternativa C, é possível atestar a ocorrência da crase

usando um artifício: se vou a e volto da, crase há; se vou a e volte de, crase

para quê? Vamos conferir? Vou à Natal dos nossos antepassados, volto da

Natal dos nossos antepassados. Caso a cidade viesse sem especificação, a

crase não ocorreria: vou à Natal, volto de Natal.

Na alternativa D, existe outra locução adverbial feminina: “à

[moda ou maneira] francesa”, o que fundamenta o emprego do acento

grave.

Na alternativa E, o verbo RESPONDER é transitivo indireto e

exige preposição A, que se contraiu com o artigo definido AS pertencente ao

objeto indireto “as suas indagações”.

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3. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão prisioneiros

do assistencialismo, e as empresas, desassistidas (...).

A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a

seguir:

I. A segunda vírgula se justifica por separar sujeitos de orações diferentes.

II. A terceira vírgula é caso de zeugma.

III. Ao se retirar o E do período, no lugar da vírgula imediatamente anterior

a ele seria melhor vir um ponto e vírgula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – D

Comentário – A primeira vírgula foi empregada porque uma oração

subordinada adverbial foi antecipada “Sem melhorar a educação pública”. A

segunda vírgula se justifica por separar orações que possuem sujeitos

distintos de orações diferentes: “milhões continuarão prisioneiros do

assistencialismo” e “e as empresas, desassistidas”. Lembre-se de que a

vírgula é recomendada mesmo diante da conjunção aditiva E, quando esta

introduz oração coordenada com sujeito diferente daquele da oração

anterior. No caso de inexistir a conjunção aditiva, realmente o emprego do

ponto e vírgula é aconselhável. Na dúvida, volte à página 5.

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4. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) De acordo com o estudo do Cindes, quatro setores seriam mais

sensíveis: papel, celulose e gráfica; refino de petróleo e petroquímico;

siderurgia; e produtos químicos.(...)

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O último ponto e vírgula é desnecessário, uma vez que já há a

conjunção E.

II. Os dois pontos introduzem uma enumeração.

III. Todas as ocorrências da conjunção E têm valor aditivo.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta

(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

Gabarito – E

Comentário – A única afirmativa errada é a primeira. O ponto e vírgula tem

papel importantíssimo na separação dos itens enumerados. Como existem

elementos interligados pela conjunção aditiva “e” que constituem um

conjunto (“papel, celulose e gráfica” e “refino de petróleo e petroquímico), a

retirada do ponto e vírgula daria a impressão de que “siderurgia e produtos

químicos” seriam elementos de um mesmo conjunto. Essa ideia

comprometeria a coerência textual, pois passaria a falsa noção de existirem

apenas três setores em vez dos quatro que foram mencionados.

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5. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) Em “À beira

do cais”, empregou-se corretamente o acento indicativo da crase.

Assinale a alternativa em que NÃO se seguiram as regras gramaticais

do emprego do acento da crase.

(A) A prova vai até as 17 horas

(B) O cartão não pode ser marcado a lápis

(C) O caderno de questões só pode ser levado a partir das 16 horas.

(D) Não é possível realizar a prova com aparelhos eletrônicos à tiracolo

(E) Cuidado para não chutar a carteira do candidato a sua frente

Gabarito – D

Comentário – Alternativa A: com a preposição até, a crase é facultativa.

Alternativa B: a crase é proibida diante de palavra

masculina.

Alternativa C: a crase também é proibida diante de verbo.

Alternativa D: a palavra tiracolo é um substantivo masculino,

portanto afasta a possibilidade de ocorrência de crase.

Alternativa E: com pronome possessivo adjetivo a crase

pode ou não ocorrer.

6. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em ...devido à

proximidade com o Porto de Santos... , empregou-se corretamente o

acento indicativo do fenômeno da crase. Assinale a alternativa em que

isso NÃO tenha ocorrido

(A) O horário de trabalho é das 8h às 18h, de segunda a sábado

(B) Fomos à Santos da modernidade portuária

(C) Estávamos face à face com o perigo

(D) Ele sempre compra à vista.

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(E) Preferimos nosso filé à Osvaldo Aranha

Gabarito – C

Comentário – Alternativa A: compare as expressões “das 8h às 18h” e “de

segunda a sábado” e note que na primeira existe o emprego paralelo do

artigo “as”, o que fundamenta o uso do acento grave.

Alternativa B: utilize o artifício para comprovar o emprego

correto do acento grave: Fomos à Santos da modernidade portuária,

voltamos da Santos da modernidade portuária. Sem a locução adjetiva, o

acento torna-se proibido: Fomos à voltamos de Santos.

Alternativa C: é totalmente errado usar acento grave entre

palavras repetidas.

Alternativa D: a crase é obrigatória com locução adverbial

feminina.

Alternativa E: está subentendida a locução à moda de ou à

maneira de.

7. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) A construção da

frase “tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um

conhecido, uma cidade da qual gostam”, está correta em relação à

regência dos verbos possuir e gostar.

De acordo com a norma padrão, assinale a alternativa que apresente

erro de regência.

(A) Apresentam-se algumas teses a cujas ideias procuro me orientar.

(B) As características pelas quais um povo se identifica devem ser

preservadas.

(C) Esse é o projeto cujo objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade.

(D) Eis os melhores poemas nacionalistas de que se tem conhecimento.

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(E) Aquela é a livraria onde foi lançado o romance recorde de vendas.

Gabarito – A

Comentário – Alternativa A: quem se orienta se orienta por algo ou

alguém. Então, a preposição que rege o complemento do verbo orientar não

pode ser a preposição a: “a cujas ideias”. Eis a correção: Apresentam-se

algumas teses por cujas ideias procuro me orientar.

Alternativa B: use o mesmo raciocínio aqui também: quem

se identifica se identifica por (per). Com o vocábulo a que integra o pronome

relativo a qual, tem-se pelo, que rege o complemento do verbo,

semanticamente representado pelo pronome relativo.

Alternativa C: também não se verifica erro de regência

aqui. Note que agora não se faz necessária nenhuma preposição antes do

pronome relativo (“cujo”), pois o verbo da oração a que ele pertence (“cujo

objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade”) é de ligação.

Alternativa D: acertadamente, foi empregada a preposição

“de” antes do relativo “que”. Semanticamente, esse relativo representa o

complemento do nome “conhecimento”. Como todo complemento nominal,

deve ser precedido por preposição.

Alternativa E: a locução verbal “foi lançado” requereu a

preposição em para introduzir o adjunto adverbial que indica o lugar de

lançamento do romance: “a livraria”. Esse adjunto adverbial é

semanticamente representado pelo pronome relativo “onde”, que não se

contrai com a preposição em, esta desaparece diante dele.

8. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Na frase “é ingênuo

creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada”

foi corretamente empregado o acento indicativo de crase.

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Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está

corretamente empregado.

(A) O memorando refere-se à documentos enviados na semana passada.

(B) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência urgente.

(C) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com pessoas já

desestimuladas.

(D) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome consta na lista.

(E) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário flexível e são

responsáveis.

Gabarito – D

Comentário – Alternativa A: cometeu-se o erro de empregar o acento

grave indicativo de crase diante de palavra masculina. Além disso, não

existe crase na estrutura SINGULAR + PLURAL (lembra?).

Alternativa B: pronomes de tratamento também afastam a

ocorrência de crase.

Alternativa C: diante de verbo também está proibido o uso

do acento grave.

Alternativa D: houve correta contração da preposição “a”

exigida pela regência do verbo “falará” (falará a quem?) com o a inicial do

pronome demonstrativo “aquele”.

Alternativa E: acentuou-se erradamente o “a” que antecede

o pronome possessivo masculino “meus”. Observe que a estrutura

SINGULAR + PLURAL se repetiu.

9. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a

alternativa em que a vírgula está corretamente empregada.

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(A) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode ser considerado,

sem dúvida, um desvio de caráter.

(B) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora competente, nem

sempre conseguia resolvê-los.

(C) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando, o sentimento

geral, às vezes, era de frustração.

(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam

sanções diariamente.

(E) O tempo não para as transformações sociais são urgentes mas há quem

não perceba esse fato, que é evidente.

Gabarito – C

Comentário – Alternativa A: errada. Faltou uma vírgula (depois de

“brasileira”) para isolar o aposto explicativo “essa instituição tipicamente

brasileira”, que se intercalou entre o sujeito “O jeitinho” e a locução verbal

“pode ser considerado”.

Alternativa B: errada. A ausência de uma vírgula após

“funcionário” fez com que o segmento de natureza adverbial concessiva

“embora competente” não fosse corretamente isolado e caracterizou

separação indevida entre o sujeito “o funcionário” e o verbo “conseguia”.

Alternativa C: certa. A primeira vírgula separa uma oração

subordinada adverbial antecipada; a segunda isola outro termo de valor

adverbial, que se intercalou entre o sujeito “o sentimento geral” e o verbo

“era”.

Alternativa D: errada. A primeira vírgula deveria ser

empregada após a conjunção integrante “que”, para demonstrar o

isolamento de uma oração subordinada adverbial condicional (“se fôssemos

levar a lei ao pé da letra”) intercalada. A conjunção introduz o sujeito

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oracional “que muitos sofreriam sanções diariamente” e não pode ser dele

separada por meio da vírgula.

Alternativa E: errada. Faltou uma vírgula para separar as

orações coordenadas com sujeitos diferentes “O tempo não para” e “as

transformações sociais são urgentes”, como também faltou um ponto e

vírgula para separar a oração coordenada adversativa introduzida pela

conjunção “mas”. A última vírgula está bem empregada, pois serve para

separar uma oração adjetiva explicativa.

10. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) O emprego correto da

vírgula verifica-se apenas em:

(A) A educação, saída ideal para diversos problemas sociais, requer

empenho coletivo, e a sociedade deve oferecê-lo.

(B) A administração do dinheiro público que é bem de todos, precisa ser

controlada, e regulada por leis adequadas.

(C) Embora sejam instrumentos democráticos as leis não garantem a ética

na gestão pública, fato incontroverso no Brasil.

(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam

sanções diariamente.

(E) O tempo não para, as transformações sociais são urgentes mas há

quem não perceba, que isso é evidente.

Gabarito – A

Comentário – Alternativa A: certa. A primeira e a segunda vírgula separam

adequadamente o aposto explicativo; a última separa uma oração

coordenada aditiva com sujeito diferente daquele da oração coordenada

inicial.

Alternativa B: errada. Faltou a primeira vírgula que contribui

para o isolamento da oração adjetiva explicativa “que é bem de todos”. A

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última vírgula, ao contrário, está sobrando. Como as orações são

coordenadas e têm o mesmo sujeito, ela não precisa ser usada.

Alternativa C: errada. Faltou uma vírgula para indicar a

antecipação da oração subordinada adverbial concessiva “Embora sejam

instrumentos democráticos”.

Alternativa D: errada. Opa! Acho que já vimos isso antes:

questão 9, alternativa D.

Alternativa E: errada. Esta também é conhecida nossa:

questão 9, alternativa E. O detalhe é que agora foi empregada corretamente

uma vírgula separando a oração coordenada aditiva com sujeito diferente

daquele da coordenada inicial. Mas continua faltando um ponto e vírgula

separando a coordenada adversativa introduzida pela conjunção “mas”.

11. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase “as ações que nós

reproduzimos em nosso cotidiano”, a regência do verbo em destaque é

a mesma de:

(A) Alguns atribuem valor positivo ao famoso jeitinho.

(B) Essa crítica, sem dúvida, cabe a todos os brasileiros.

(C) Prefiro oposição inteligente a adesões inseguras.

(D) Sem dúvida, a noção de civismo está na pauta de debates.

(E) O comodismo contamina o indivíduo cansado de lutar em vão.

Gabarito – E

Comentário – O verbo reproduzir possui regência transitiva direta; seu

complemento direto está representado pelo pronome relativo “que”, o qual

substitui o antecedente “as ações”.

Alternativa A: o verbo atribuir é transitivo direto e indireto.

O termo “valor positivo” é o seu objeto direto, e “ao famoso jeitinho” é seu

objeto indireto.

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Alternativa B: o verbo caber foi usado como transitivo

indireto. O termo “a todos os brasileiros” é seu objeto indireto.

Alternativa C: o verbo preferir, como já foi falado, é

transitivo direto e indireto.

Alternativa D: utilizou-se o verbo estar como intransitivo. O

termo “na pauta de debates” é adjunto adverbial.

Alternativa E: contaminar também é transitivo direto. O

termo seguinte é seu objeto direto.

12. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Ao substituir a expressão

sublinhada no fragmento “se reduz à crítica que não busca alterar a

realidade“, assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase

deve ser empregado.

(A) se reduz a mesma crítica.

(B) se reduz a certa crítica.

(C) se reduz a qualquer crítica.

(D) se reduz a alguma crítica.

(E) se reduz a toda crítica.

Gabarito – A

Comentário – Vamos verificar a ocorrência ou não de crase por meio de

outro artifício: se usarmos ao(s) diante de palavra masculina, usaremos à(s)

diante de palavra feminina.

Alternativa A: se reduz ao mesmo crítico; então há crase em

se reduz à mesma crítica.

Alternativa B: se reduz a certo crítico; então não há crase

em se reduz a certa crítica.

Alternativa C: se reduz a qualquer crítico; então não há

crase em se reduz a qualquer crítica.

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Alternativa D: se reduz a algum crítico; então não há crase

em se reduz a alguma crítica.

Alternativa E: se reduz a todo crítico; então não há crase

em se reduz a toda crítica.

13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Dos trechos transcritos do

texto, assinale aquele em que se poderia empregar opcionalmente o

acento indicativo de crase.

(A) Preferência a respeito das ações humanas.

(B) Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição.

(C) Na verdade, somos obrigados a escolher.

(D) Podem ser predicados a todos os atos humanos.

(E) Não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos.

Gabarito – B

Comentário – Alternativa A: caso proibido, pois estamos diante de nome

masculino (“respeito”).

Alternativa B: caso facultativo, pois estamos diante de

pronome possessivo adjetivo (“nossa”).

Alternativa C: caso proibido, pois estamos diante de verbo

(“escolher”).

Alternativa D: a crase é proibida diante de nome masculino,

pronome indefinido e na estrutura SINGULAR + PLURAL (“a todos”).

Alternativa E: novamente a crase é proibida, pois estamos

diante de nome masculino (“fenômenos”) e da estrutura SINGULAR +

PLURAL.

14. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “A evolução

das grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma à crise de

hegemonia norte-americana são muito diferentes.”

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Os dois-pontos no trecho acima introduzem uma:

(A) enumeração.

(B) explicação.

(C) causa.

(D) explicitação.

(E) consequência.

Gabarito – D

Comentário – Há uma diferença sutil entre explicação e explicitação que a

FGV considera: a explicação é a ação de explicar ou fazer entender algo já

dito ou apresentado; a explicitação é a ação de revelar algo, fazê-lo

conhecido. Como a tal diferença só é dada a conhecer após os dois-pontos, a

melhor resposta realmente se encontra na letra D.

15. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “O

movimento altermundialista deverá também responder à nova situação

mundial nascida da crise escancarada da fase neoliberal da globalização

capitalista.”

No trecho acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo

de crase. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) Eles visaram à premiação no concurso.

(B) Sempre nos referimos à Florianópolis dos açorianos.

(C) Nossos cursos vão de 8h às 18h.

(D) A solução foi sair à francesa.

(E) Fizemos uma longa visita à casa nova dos nossos amigos.

Gabarito – C

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Comentário – Alternativa A: correta. O verbo visar é transitivo indireto no

sentido de almejar. A preposição “a” que rege seu complemento contraiu-se

com o artigo definido “a” que acompanha seu objeto indireto.

Alternativa B: correta. Quem se refere se refere a algo. A

preposição se contraiu com o artigo definido a admitido pelo substantivo.

Alternativa C: incorreta. Já comentamos aqui casos

semelhantes. Como não existe artigo em “de 8h”, também não dever existir

artigo em “a 18h”, o que inviabiliza o uso do acento grave. Compare com

“das 8h às 18h”, em que o acento está corretamente empregado.

Alternativa D: correta. Ocorreu aqui a elipse da palavra

moda ou maneira, das locuções à moda de, à maneira de.

Alternativa E: correta. Com a palavra casa, a crase só

ocorre quando esta vem determinada. Note a diferença: Vou a casa / Vou à

casa dos meus pais.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “Não só porque no

mundo todo cresce a convicção da importância dos povos tradicionais

para o futuro da humanidade, precisamente em virtude de sua relação

específica com a terra e a natureza, mas também porque a sociedade

do conhecimento, acelerada construção, não pode prescindir da

diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.”

Assinale a alternativa que apresente pontuação igualmente correta para

o trecho acima.

(A) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza –, mas

também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,

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45

não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio

desenvolvimento.

(B) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas também

porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção – não pode

prescindir da diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.

(C) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade, precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza mas também

porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção –, não

pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio

desenvolvimento.

(D) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais, para o futuro da humanidade, precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas,

também, porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção,

não pode prescindir da diversidade cultural, para seu próprio

desenvolvimento.

(E) Não só porque no mundo todo, cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza – mas

também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,

não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio

desenvolvimento.

Gabarito – A

Comentário – Alternativa A: certa. Os travessões marcam a intercalação de

uma oração entre as coordenadas “Não só porque...” e “...mas também...”.

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46

Nesse caso, é necessário haver dois travessões, um no início da intercalação

e outro no final dela. A primeira vírgula é empregada para separar a oração

coordenada aditiva pertencente à construção enfática expressa pelos

articuladores correlatos “Não só..., mas também...”. As duas vírgulas

seguintes isolam um aposto de natureza explicativa.

Alternativa B: errada. Faltou o segundo travessão para isolar

a oração intercalada. O isolamento do aposto por meio de travessões

sustenta-se nas normas de pontuação.

Alternativa C: errada. As duas primeiras vírgulas não

prejudicam a correção gramatical, pois isolam termo de natureza adverbial.

Mas a ausência de uma vírgula para isolar a oração intercalada

“precisamente em virtude de sua relação específica com a terra e a

natureza” fere as normas de pontuação. A vírgula após o segundo travessão

que isola o aposto também, pois causou indevida separação entre o sujeito

“a sociedade do conhecimento” e a locução verbal “pode prescindir”.

Alternativa D: errada. O complemento “para o futuro da

humanidade” foi isolado erroneamente do nome “importância”. Isolado o

vocábulo “também”, perde-se o caráter aditivo da expressão “mas também”,

e a conjunção “mas” assume seu natural valor semântico adversativo. No

lugar da penúltima vírgula, deveria ser utilizado outro travessão para

concluir o isolamento do aposto explicativo.

Alternativa E: errada. A primeira vírgula fragmentou

inadequadamente a oração coordenada inicial. A tentativa de isolar o

adjunto adverbial falhou por utilizar somente uma vírgula depois dele. Como

já foi assinalado, faltou uma vírgula após o segundo travessão.

17. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008)

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47

(...) Sob o pretexto de organizar a expulsão, batizada de

“afastamento”, o estrangeiro pode ser detido por até 18 meses. As

condições de detenção e expulsão são inaceitáveis: em princípio, há

espaços isolados denominados “centros de retenção” (os que já existem

lembram campos de concentração).(...)

No trecho acima, a função dos parênteses é:

(A) explicar a idéia anterior.

(B) exemplificar o dito anteriormente.

(C) especificar um elemento particular dentre os gerais.

(D) apresentar uma idéia que se deseja manter como observação à parte.

(E) ressalvar um dado dito anteriormente.

Gabarito – D

Comentário – Esse tipo de oração é também conhecida como oração

interferente (aquelas que se acrescentam à margem da frase, como

esclarecimento, observação, ressalva etc.) Elas são estranhas à estrutura do

período, por isso interferem na sequência lógica da frase. Exemplos:

"Se me atirasse às bananas (devo ter comido meia

dúzia), não poderia ter feito as milhares de coisas que fiz."

(Lígia Fagundes Teles)

"É bem feiozinho, benza-o Deus, o teu tal amigo," (Aluísio

de Azevedo)

"Tive (porque não direi tudo?), tive remorsos." (M. de

Assis)

No fragmento, destaca-se a intenção de se fazer uma

observação à parte.

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48

18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) Assinale a alternativa

em que não se tenha caso de regência verbal de acordo com a norma

culta.

(A) Ele preferia divertir-se a estudar.

(B) Assistimos nosso irmão no acidente.

(C) Eles esqueceram do livro.

(D) Visarei às metas traçadas pela equipe.

(E) No fim do mês, o patrão pagou ao empregado.

Gabarito – C

Comentário – Alternativa A: certa. O verbo preferir é TDI, e seu objeto

indireto vem regido pela preposição a.

Alternativa B: certa. O verbo assistir pode ser transitivo

direto com sentido de prestar socorro, ajuda.

Alternativa C: errada. Observe que não foi usado o verbo

lembrar-se (pronominal). Ele é TI, mas lembrar (sem o pronome) é TD. A

construção correta é: Eles esqueceram o livro.

Alternativa D: certa. No sentido de almejar, ter como

objetivo, o verbo visar é TI e requer a preposição a para reger seu objeto

indireto.

Alternativa E: certa. Com o verbo pagar, a pessoa é o OI –

o verbo, é claro, é TI e exige a preposição a.

19. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008)

(...) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um “calote” completo

em 1937.(...)

A palavra “calote” foi grafada entre aspas porque:

(A) é uma palavra de uso informal.

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49

(B) corresponde a um estrangeirismo.

(C) é um neologismo.

(D) está sendo usada fora do seu sentido habitual.

(E) representa a fala de outra pessoa.

Gabarito – A

Comentário – A palavra é de uso informal, mais conhecida como gíria,

significa o ato ou fato de não pagar uma dívida; golpe, trapaça.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “É sabido que a

terra não pertence aos índios; antes, são eles que pertencem à terra.”

No período acima, utilizou-se corretamente o acento indicativo de crase

antes da palavra terra. Assinale a alternativa em que isso não tenha

ocorrido.

(A) Voltarei à terra natal.

(B) A sonda espacial retornará em breve à Terra.

(C) Quando chegamos à terra, ainda sentíamos em nosso corpo o balanço

do mar.

(D) Eu me referia à terra dos meus antepassados.

(E) Havendo descuido, a areia será misturada à terra.

Gabarito – C

Comentário – Apenas na frase “Quando chegamos à terra, ainda sentíamos

em nosso corpo o balanço do mar.”, a palavra “terra” foi empregada em

oposição a bordo. Isso proíbe o uso do acento grave indicativo de crase.

21. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “No entanto, o tema central

do encontro – o desmatamento de uma região que perde um Rio de

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50

Janeiro por mês de floresta – foi o que menos parece ter mobilizado os

participantes”.

Assinale a alternativa que apresenta o objetivo do emprego dos

travessões.

(A) Fazer uma enumeração.

(B) Esclarecer uma informação.

(C) Retificar um dado anterior.

(D) Definir um vocábulo.

(E) Apresentar um argumento.

Gabarito – B

Comentário – O segmento entre os travessões é aposto explicativo, cujo

valor semântico esclarece o sentido da expressão “o tema central do

encontro”.

Então, o que achou das questões? Não são difíceis, não é

mesmo? Espero que você tenha tido um bom desempenho.

A partir da próxima página, as questões encontram-se sem os

meus comentários. Aproveite-as para revisar o conteúdo durante a semana.

Fique com Deus um grande abraço.

Professor Albert Iglésia

QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)

(...) Uma vez que o ar mais quente retém mais água do que o frio, em

algumas regiões haverá muita chuva; em outras, as secas se

repetirão.(...)

A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a

seguir:

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51

I. A última vírgula do período se justifica por se tratar de zeugma.

II. A primeira vírgula do período se justifica por separar orações

sintaticamente equivalentes.

III. O ponto e vírgula pode ser substituído por ponto, colocando-se a

palavra seguinte com a primeira letra em maiúscula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e II estiverem corretas.

(D) Se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

2. (FGV/CAERN/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2010)

(...) Como a cultura escrita está reagindo às diferentes inovações? (...)

Na frase acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo do

fenômeno da crase.

Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Estaremos prontos às 18 horas.

(B) O curso vai de segunda à sexta

(C) Iremos à Natal dos nossos antepassados

(D) Ele saiu à francesa.

(E) Responderemos às suas indagações.

3. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão prisioneiros

do assistencialismo, e as empresas, desassistidas (...).

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52

A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a

seguir:

I. A segunda vírgula se justifica por separar sujeitos de orações diferentes.

II. A terceira vírgula é caso de zeugma.

III. Ao se retirar o E do período, no lugar da vírgula imediatamente anterior

a ele seria melhor vir um ponto e vírgula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

4. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) De acordo com o estudo do Cindes, quatro setores seriam mais

sensíveis: papel, celulose e gráfica; refino de petróleo e petroquímico;

siderurgia; e produtos químicos.(...)

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O último ponto e vírgula é desnecessário, uma vez que já há a

conjunção E.

II. Os dois pontos introduzem uma enumeração.

III. Todas as ocorrências da conjunção E têm valor aditivo.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta

(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

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53

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

5. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) Em “À beira

do cais”, empregou-se corretamente o acento indicativo da crase.

Assinale a alternativa em que NÃO se seguiram as regras gramaticais

do emprego do acento da crase.

(A) A prova vai até as 17 horas

(B) O cartão não pode ser marcado a lápis

(C) O caderno de questões só pode ser levado a partir das 16 horas.

(D) Não é possível realizar a prova com aparelhos eletrônicos à tiracolo

(E) Cuidado para não chutar a carteira do candidato a sua frente

6. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em ...devido à

proximidade com o Porto de Santos... , empregou-se corretamente o

acento indicativo do fenômeno da crase. Assinale a alternativa em que

isso NÃO tenha ocorrido

(A) O horário de trabalho é das 8h às 18h, de segunda a sábado

(B) Fomos à Santos da modernidade portuária

(C) Estávamos face à face com o perigo

(D) Ele sempre compra à vista.

(E) Preferimos nosso filé à Osvaldo Aranha

7. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) A construção da

frase “tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um

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54

conhecido, uma cidade da qual gostam”, está correta em relação à

regência dos verbos possuir e gostar.

De acordo com a norma padrão, assinale a alternativa que apresente

erro de regência.

(A) Apresentam-se algumas teses a cujas ideias procuro me orientar.

(B) As características pelas quais um povo se identifica devem ser

preservadas.

(C) Esse é o projeto cujo objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade.

(D) Eis os melhores poemas nacionalistas de que se tem conhecimento.

(E) Aquela é a livraria onde foi lançado o romance recorde de vendas.

8. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Na frase “é ingênuo

creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada”

foi corretamente empregado o acento indicativo de crase.

Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está

corretamente empregado.

(A) O memorando refere-se à documentos enviados na semana passada.

(B) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência urgente.

(C) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com pessoas já

desestimuladas.

(D) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome consta na lista.

(E) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário flexível e são

responsáveis.

9. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a

alternativa em que a vírgula está corretamente empregada.

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55

(A) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode ser considerado,

sem dúvida, um desvio de caráter.

(B) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora competente, nem

sempre conseguia resolvê-los.

(C) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando, o sentimento

geral, às vezes, era de frustração.

(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam

sanções diariamente.

(E) O tempo não para as transformações sociais são urgentes mas há quem

não perceba esse fato, que é evidente.

10. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) O emprego correto da

vírgula verifica-se apenas em:

(A) A educação, saída ideal para diversos problemas sociais, requer

empenho coletivo, e a sociedade deve oferecê-lo.

(B) A administração do dinheiro público que é bem de todos, precisa ser

controlada, e regulada por leis adequadas.

(C) Embora sejam instrumentos democráticos as leis não garantem a ética

na gestão pública, fato incontroverso no Brasil.

(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam

sanções diariamente.

(E) O tempo não para, as transformações sociais são urgentes mas há

quem não perceba, que isso é evidente.

11. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase “as ações que nós

reproduzimos em nosso cotidiano”, a regência do verbo em destaque é

a mesma de:

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(A) Alguns atribuem valor positivo ao famoso jeitinho.

(B) Essa crítica, sem dúvida, cabe a todos os brasileiros.

(C) Prefiro oposição inteligente a adesões inseguras.

(D) Sem dúvida, a noção de civismo está na pauta de debates.

(E) O comodismo contamina o indivíduo cansado de lutar em vão.

12. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Ao substituir a expressão

sublinhada no fragmento “se reduz à crítica que não busca alterar a

realidade“, assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase

deve ser empregado.

(A) se reduz a mesma crítica.

(B) se reduz a certa crítica.

(C) se reduz a qualquer crítica.

(D) se reduz a alguma crítica.

(F) se reduz a toda crítica.

13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Dos trechos transcritos do

texto, assinale aquele em que se poderia empregar opcionalmente o

acento indicativo de crase.

(A) Preferência a respeito das ações humanas.

(B) Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição.

(C) Na verdade, somos obrigados a escolher.

(D) Podem ser predicados a todos os atos humanos.

(E) Não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos.

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57

14. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “A evolução

das grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma à crise de

hegemonia norte-americana são muito diferentes.”

Os dois-pontos no trecho acima introduzem uma:

(A) enumeração.

(B) explicação.

(C) causa.

(D) explicitação.

(E) consequência.

15. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “O

movimento altermundialista deverá também responder à nova situação

mundial nascida da crise escancarada da fase neoliberal da globalização

capitalista.”

No trecho acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo

de crase. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) Eles visaram à premiação no concurso.

(B) Sempre nos referimos à Florianópolis dos açorianos.

(C) Nossos cursos vão de 8h às 18h.

(D) A solução foi sair à francesa.

(E) Fizemos uma longa visita à casa nova dos nossos amigos.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “Não só porque no

mundo todo cresce a convicção da importância dos povos tradicionais

para o futuro da humanidade, precisamente em virtude de sua relação

específica com a terra e a natureza, mas também porque a sociedade

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do conhecimento, acelerada construção, não pode prescindir da

diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.”

Assinale a alternativa que apresente pontuação igualmente correta para

o trecho acima.

(A) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza –, mas

também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,

não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio

desenvolvimento.

(B) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas também

porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção – não pode

prescindir da diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.

(C) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade, precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza mas também

porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção –, não

pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio

desenvolvimento.

(D) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais, para o futuro da humanidade, precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas,

também, porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção,

não pode prescindir da diversidade cultural, para seu próprio

desenvolvimento.

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59

(E) Não só porque no mundo todo, cresce a convicção da importância dos

povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em

virtude de sua relação específica com a terra e a natureza – mas

também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,

não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio

desenvolvimento.

17. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008)

(...) Sob o pretexto de organizar a expulsão, batizada de

“afastamento”, o estrangeiro pode ser detido por até 18 meses. As

condições de detenção e expulsão são inaceitáveis: em princípio, há

espaços isolados denominados “centros de retenção” (os que já existem

lembram campos de concentração).(...)

No trecho acima, a função dos parênteses é:

(A) explicar a idéia anterior.

(B) exemplificar o dito anteriormente.

(C) especificar um elemento particular dentre os gerais.

(D) apresentar uma idéia que se deseja manter como observação à parte.

(E) ressalvar um dado dito anteriormente.

18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) Assinale a alternativa

em que não se tenha caso de regência verbal de acordo com a norma

culta.

(A) Ele preferia divertir-se a estudar.

(B) Assistimos nosso irmão no acidente.

(C) Eles esqueceram do livro.

(D) Visarei às metas traçadas pela equipe.

(F) No fim do mês, o patrão pagou ao empregado.

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19. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008)

(...) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um “calote” completo

em 1937.(...)

A palavra “calote” foi grafada entre aspas porque:

(A) é uma palavra de uso informal.

(B) corresponde a um estrangeirismo.

(C) é um neologismo.

(D) está sendo usada fora do seu sentido habitual.

(F) representa a fala de outra pessoa.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “É sabido que a

terra não pertence aos índios; antes, são eles que pertencem à terra.”

No período acima, utilizou-se corretamente o acento indicativo de crase

antes da palavra terra. Assinale a alternativa em que isso não tenha

ocorrido.

(A) Voltarei à terra natal.

(B) A sonda espacial retornará em breve à Terra.

(C) Quando chegamos à terra, ainda sentíamos em nosso corpo o balanço

do mar.

(D) Eu me referia à terra dos meus antepassados.

(E) Havendo descuido, a areia será misturada à terra.

21. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “No entanto, o tema central

do encontro – o desmatamento de uma região que perde um Rio de

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Janeiro por mês de floresta – foi o que menos parece ter mobilizado os

participantes”.

Assinale a alternativa que apresenta o objetivo do emprego dos

travessões.

(A) Fazer uma enumeração.

(B) Esclarecer uma informação.

(C) Retificar um dado anterior.

(D) Definir um vocábulo.

(E) Apresentar um argumento.

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62

GABARITO

1. A

2. B

3. D

4. E

5. D

6. C

7. A

8. D

9. C

10. A

11. E

12. A

13. B

14. D

15. C

16. A

17. D

18. C

19. A

20. C

21. B

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AULA 7

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Hoje nossa aula é sobre sintaxe de concordância. Essa

expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida, como

regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o

adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se

referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de

gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo,

como concordância nominal.

Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções

envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de

casos. Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles!

CASOS GERAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL

O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e

pessoa.

"O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.)

"Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.)

Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um núcleo,

verifica-se o seguinte:

1. (FGV/SERC-MS/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2006) “O

que você quer?”

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o

futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?

(B) O que vós quiserdes?

(C) O que vós queríeis?

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AULA 7

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(D) O que vós quereríeis?

(E) O que vós querereis?

Gabarito – D

Comentário – Vamos ver como se conjuga o verbo querer no futuro do

pretérito do indicativo: eu quereria, tu quererias, ele quereria, nós

quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam.

Alternativa A: segunda pessoa do singular do futuro do

pretérito do indicativo: eu quereria, tu quererias, ele quereria, nós

quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam.

Alternativa B: segunda pessoa do plural do futuro do

subjuntivo: (quando) eu quiser, tu quiseres, ele quiser, nós quisermos, vós

quiserdes, eles quiserem.

Alternativa C: segunda pessoa do plural do pretérito

imperfeito do indicativo: eu queria, tu querias, ele queria, nós queríamos,

vós queríeis, eles queriam.

Alternativa E: segunda pessoa do plural do futuro do

presente do indicativo: eu quererei, tu quererás, ele quererá, nós

quereremos, vós querereis, eles quererão.

2. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO – POLÍCIA

LEGISLATIVA/2008) “...a cédula com Machado deixa de circular por

valer menos de um centavo de dólar.”

Assinale a alternativa em que, passando-se o trecho acima para o

plural, manteve-se adequação à norma culta.

(A) ...as cédulas com Machados deixam de circularem por valerem menos

de centavos de dólares.

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(B) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valer menos de

centavos de dólar.

(C) ...as cédulas com Machados deixam de circular por valerem menos de

centavos de dólares.

(D) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valerem menos de

centavos de dólar.

(E) ...as cédulas com Machado deixam de circular por valerem menos de

centavos de dólar.

Gabarito – E

Comentário – Havendo uma locução verbal, cabe somente ao verbo auxiliar

a flexão de número e pessoa para concordar com o sujeito. Portanto, estão

erradas as alternativas A, B e D.

As locuções “com Machado” e “de dólar” não se flexionam,

pois os substantivos designam especificamente seres únicos:

respectivamente o ilustre Machado de Assis e a moeda americana.

Com sintagmas formados de um núcleo seguido de uma

locução adjetiva (“as cédulas com Machado”, “centavos de dólar”), apenas

o núcleo é pluralizado (corte de tecido/cortes de tecido, tipo de

carne/tipos de carne).

Mas às vezes o substantivo pertencente à locução deve, por

exigência de natureza semântica, ser pluralizado. É inadequado dizer, por

exemplo, uma caixa de sapato, porque a caixa contém mais de um item.

Diga, então, caixa de sapatos, caixa de fósforos, caixa de bombons, cesta

de frutas, loja de brinquedos, talão de cheques...

1. Representado por pessoas gramaticais diferentes a primeira pessoa

(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência

sobre a terceira (ELES).

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Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos.

Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta)

Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que

os pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são

frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o

verbo para a terceira pessoa)

2. Anteposto ao verbo o verbo ficará sempre no plural (concordância

rígida ou gramatical).

Pai e filho conversaram longamente.

As imagens e o som não estavam adequados.

3. Posposto ao verbo o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida

ou gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo

(concordância atrativa).

Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar

apenas com “uma flor”)

Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com

todos os núcleos)

Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os

núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular)

ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser

feita no plural.

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Agrediram-se o deputado e o senador.

Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

3. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) “A crise

energética e a climática revelam os limites do ecossistema planetário.”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, sem

provocar mudança de sentido, manteve-se adequação à norma culta.

(A) A crise energética e climática revelam os limites do ecossistema

planetário.

(B) As crises energética e climática revelam os limites do ecossistema

planetário.

(C) A crise energética e climática revela os limites do ecossistema

planetário.

(D) As crises energética e a climática revelam os limites do ecossistema

planetário.

(E) As crises energética e climática revela os limites do ecossistema

planetário.

Gabarito – B

Comentário – Repare que, inicialmente, temos um caso de sujeito

composto (“a crise energética” e “a [crise] climática”). O artigo definido “a”,

que se repete, determina cada núcleo separadamente. A ideia, então, é a de

que existem dois tipos de crise: energética e climática. Nossa resposta deve

preservar o sentido e a correção gramatical.

Alternativa A: o artigo definido no singular indica que há

somente uma crise, qualificada ao mesmo tempo pelos adjetivos

“energética” e “climática”. Como o sujeito é simples e seu núcleo (“crise”)

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está no singular, o verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular:

revela.

Alternativa B: com o artigo e o núcleo no plural (“As

crises”) seguidos dos adjetivos “energética” e “climática”, preserva-se a

ideia inicial. A correção gramatical também é mantida com o verbo revelar

flexionado na terceira pessoa do plural em concordância com o núcleo do

sujeito: “crises”.

Alternativa C: a adequação à norma gramatical foi mantida

(o verbo concorda e número e pessoa com o núcleo do sujeito), mas a ideia

inicial foi prejudicada: há somente uma crise.

Alternativa D: para se manter a ideia inicial de existência

de duas crises e também a correção gramatical, duas opções são possíveis:

1 – As crises energética e climática revelam...;

2 – A crise energética e a climática revelam...

Alternativa E: a ideia inicial foi mantida, mas a correção

gramatical foi transgredida com o verbo no singular (“revela”), em total falta

de concordância com o núcleo “crises”.

CASOS PARTICULARES DE CONCORDÂNCIA VERBAL

1. Verbos impessoais não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa

do singular.

Choveu muito.

Deve nevar muito naquelas regiões.

Aqui faz verões terríveis.

Deve fazer dez anos que eles chegaram.

Há anos não o vejo.

Ia para dez anos que não o via.

Já passava de dez horas.

Verbos que indicam fenômenos naturais

Verbos que indicam tempo decorrido

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Poderá haver alunos reprovados.

4. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE

PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa

em que, alterando-se a forma verbal do trecho que não existem nós

centrais, não se respeitou a norma culta.

(A) que não há nós centrais

(B) que não devem existir nós centrais

(C) que não devem haver nós centrais

(D) que não há de haver nós centrais

(E) que não hão de existir nós centrais

Gabarito – C

Comentário – O examinador quer a construção sintaticamente errada.

Quando houver uma locução verbal, fique de olho vem vivo no verbo

principal, pois e ele que vai dizer ser o auxiliar será ou não flexionado. Em

“devem haver” (letra C), o verbo principal (“haver”) foi usado com sentido

de existir. Nesse caso, ele é impessoal e sua impessoalidade é transmitida

ao seu auxiliar, que deve se flexionar obrigatoriamente na terceira pessoa

do singular.

5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “...há outras formas de garantir a

transparência...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, manteve-se

adequação à norma culta.

(A) ...há de existir outras formas de garantir a transparência...

Verbo “haver” com sentido de “existir”, “acontecer”, “ocorrer”.

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sujeito

sujeito

(B) ...hão de haver outras formas de garantir a transparência...

(C) ...devem existir outras formas de garantir a transparência...

(D) ...devem haver outras formas de garantir a transparência...

(E) ...podem haver outras formas de garantir a transparência...

Gabarito – C

Comentário – Alternativa A: errada. O verbo “existir” – o principal –,

transfere sua pessoalidade para o seu auxiliar, que deve se flexionar na

terceira pessoa do plural (hão) para concordar com “formas”, núcleo do

sujeito.

Alternativa B: errada. Agora o verbo principal é o “haver”,

impessoal com sentido de existir, o que deve manter o verbo auxiliar na

terceira pessoa do singular (há).

Alternativa C: certa. O que deveria ter acontecido na

alternativa A ocorreu aqui: a flexão do verbo auxiliar, por influência da

pessoalidade do verbo principal (“existir”).

Alternativas D e E: erradas. Ocorreu o mesmo erro

presente na alternativa B.

2. Verbos unipessoais são os que possuem sujeito, ficando na terceira

pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar,

caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer,

parecer, restar, urgir, etc.

Basta uma reflexão.

Faltam apenas quatro linhas.

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sujeito

sujeito

6. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Na frase “Não resta dúvida

de que esse tipo de pensamento aplaca muitas consciências”, a flexão

do vocábulo dúvida no plural:

(A) gera a obrigatoriedade de se flexionar mais um vocábulo apenas.

(B) mantém a frase da mesma forma como se encontra redigida.

(C) leva à flexão opcional de mais dois vocábulos.

(D) implica a flexão nominal e verbal de três vocábulos obrigatoriamente.

(E) obriga o emprego da primeira pessoa do plural na forma do verbo.

Gabarito – A

Comentário – O sujeito da forma verbal “resta” é o termo “dúvida”.

Obrigatoriamente, a passagem desse sujeito para o plural (dúvidas)

acarretaria a flexão do verbo na terceira pessoa do plural (restam). Como se

verá abaixo, mais nenhuma modificação precisaria ser feita:

Não restam dúvidas de que esse tipo de pensamento

aplaca muitas consciências

3. Sujeito oracional se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal

ficará no singular.

Falta fazer quatro linhas.

Urge que tomemos uma atitude radical.

4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito

Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos

e indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração –

“dá” – deve concordar com o sujeito – “aula”)

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Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo

deve flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua

como pronome apassivador)

Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha

verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se

índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar

na terceira pessoa do singular, situação que se repete com

verbos intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE +

preposição)

5. Coletivo o verbo concordará com o coletivo, estando próximo a ele;

mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no singular ou no

plural, conforme se queira destacar mais a idéia dos indivíduos.

O povo não revelou nada.

O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou

reuniu).

6. Expressão partitiva quando o sujeito é formado por uma expressão

partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a

maior parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou

pronome no plural, o verbo pode ficar no singular, preferencialmente, ou

no plural.

A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical)

A maioria das crianças não mentem. (conc. atrativa)

7. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “...a maioria dos policiais

procure...”; as gramáticas de língua portuguesa ensinam que com a

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expressão “a maioria de” seguida de substantivo plural, a concordância

se faz predominantemente no singular (concordando com maioria), mas

pode concordar no plural, em função do substantivo (Maria Helena de

Moura Neves, Guia de uso do português, Editora Unesp, SP, 2003, p.

493).

Assim sendo, pode-se dizer da concordância verbal feita nessa frase do

texto que ela:

(A) assume a única forma possível de concordância verbal.

(B) prefere uma das formas de concordância verbal possível.

(C) apresenta uma forma errada de concordância verbal.

(D) mostra preferência por uma concordância verbal menos utilizada.

(E) indica a utilização de uma forma verbal de concordância não estudada

nas gramáticas.

Gabarito – B

Comentário – A concordância com o núcleo da expressão (“maioria”) é a

predominante por ser a gramatical ou rígida, mas é licito concordar

atrativamente com a locução que especifica o substantivo: ...a maioria dos

policiais procurem...

8. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2010) De acordo com as

regras de concordância verbal do padrão escrito culto, assinale a

alternativa incorreta.

(A) A maioria dos brasileiros já viveram situações violentas no cotidiano.

(B) Sem dúvida, devem haver formas de combater pacificamente a

violência.

(C) No artigo em análise, trata-se de questões referentes à origem histórica

da violência.

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(D) Faz séculos que se verificam situações de opressão na sociedade

brasileira.

(E) Sempre existirão pessoas dispostas a resistir ao comodismo.

Gabarito – B

Comentário – Alternativa A: correta. Tanto está certa a concordância com o

termo “maioria” quanto a concordância com “brasileiros”. A banca preferiu

concordar com o segundo.

Alternativa B: incorreta. Na locução “devem haver”, a

impessoalidade do verbo “haver”, o principal, reflete no verbo auxiliar, que

deve flexionar-se na terceira pessoa do singular: deve.

Alternativa C: correta. O pronome “se” é índice de

indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo concorda obrigatoriamente

na terceira pessoa do singular.

Alternativa D: correta. Usou-se o verbo fazer na indicação de

tempo, o que o faz permanecer invariavelmente na terceira pessoa do

singular. Já o verbo verificar, que foi usado na voz passiva sintética (note o

pronome “se”), tem como núcleo do sujeito o substantivo plural “situações”,

razão pela qual se flexionou na terceira pessoa do plural.

Alternativa E: correta. O verbo existir, que é pessoal, tem

como núcleo do sujeito o substantivo plural “pessoas”, razão que o faz

concordar obrigatoriamente na terceira pessoa do plural. Com respeito à

concordância do verbo “resistir”, adianto que ele também poderia se

flexionar na terceira pessoa do plural (resistirem) para concordar com

“pessoas”. A orientação é a seguinte:

– se o sujeito do infinitivo é igual ao do verbo da oração

principal, a flexão daquele é facultativa. Exemplo:

[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os

problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

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Mais à frente sistematizarei as orientações a respeito da

flexão do infinitivo.

7. Quantidade aproximada quando houver uma quantidade aproximada

(perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida

de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o

substantivo.

Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso.

(concordância rígida ou gramatical)

ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O

verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a

expressão surge repetida.

Mais de uma máquina estava parada.

Mais de um casal se agrediram.

Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas.

8. Pronome relativo que se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo

concordará com o antecedente.

Fui eu que cheguei por último.

Foste tu que chegaste por último.

9. Pronome relativo quem o verbo concordará com o antecedente ou

ficará na terceira pessoa do singular.

Fui eu quem cheguei por último.

Fui eu quem chegou por último.

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10. Um dos que o verbo ficará na terceira pessoa do singular,

concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando

com os (dos = de + os).

Você é um dos que fala/falam menos.

O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta

equatorial.

ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no

singular.

É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no

teatro.

Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga.

11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós,

vós ou vocês o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se

este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome

pessoal.

Algum dentre vós sairá antes?

Quais de nós sairão (sairemos) antes?

Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais).

12. Cada um o verbo ficará no singular.

Cada um de nós estudará para o concurso.

Cada um de vocês passará.

13. Pronome de tratamento o verbo concordará sempre na terceira

pessoa do singular ou do plural.

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Vossa Excelência é muito digno.

Vossas Senhorias são muito exigentes.

14. Fração rigorosamente, o verbo concorda com o numerador;

havendo parte inteira, o verbo concordará com ela.

Um terço dos alunos foi embora.

Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram.

ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número

fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é

sustentada, por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da

Língua Portuguesa, 48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo,

2008, página 470)

“Um quinto dos homens eram de cor escura.”

Recomendo que você observe atentamente todas as opções

apresentadas pelo examinador.

15. Porcentagem o verbo concorda, a rigor, com o numeral.

Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar.

Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram.

Apenas 1,78% votou nesse candidato. (a concordância é com a parte

inteira)

ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista,

ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro:

Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens

modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a

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tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que

especifica a referência numérica”.

“Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da

Copa.”

Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.”

Aqui também recomendo que você observe atentamente todas

as opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as

duas possibilidades de concordância.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) Se essas restrições entrarem em vigor mundo afora, por volta de

20% das vendas externas brasileiras na configuração de hoje em

termos de destinos, volumes e preços seriam afetadas.(...)

Assinale a alternativa em que a alteração do sublinhado no trecho

acima NÃO tenha sido feita em respeito às normas gramaticais

(A) por volta de 12% das vendas seriam afetados

(B) por volta de 1,2% das vendas seria afetado

(C) por volta de 0,2% das vendas seriam afetadas

(D) por volta de 1,9% das vendas seriam afetados

(E) por volta de 0,99% das vendas seria afetado

Gabarito – D

Comentário – A FGV considera correta a possibilidade de concordância com

o numeral ou com a locução especificativa.

Alternativa A: certa. A concordância foi feita com o numeral,

que está no gênero masculino (doze) e indica plural.

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Alternativa B: certa. A concordância foi feita com o numeral,

cuja parte inteira (um) define a flexão de gênero e número.

Alternativa C: certa. A concordância agora é com vendas,

núcleo da expressão que especifica o numeral.

Alternativa D: errada. Optando-se pela concordância com o

numeral (1,9%), a forma correta é seria afetado, por causa da parte inteira.

Querendo-se concordar com o núcleo vendas, a flexão correta é seriam

afetadas.

Alternativa E: certa. A concordância foi estabelecida com a

parte inteira (zero), que transmite a ideia de masculino singular.

10. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Estima-se que

possam ser expulsos da Europa 8 milhões de estrangeiros...”

Assinale a alternativa em que se tenha mantido a concordância

adequada à norma culta ao se reescrever o trecho acima.

(A) Estima-se que possa ser expulso da Europa dez por cento dos

estrangeiros...

(B) Estima-se que possam ser expulsos da Europa milhares de pessoas...

(C) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1 milhão do grupo...

(D) Estima-se que possa ser expulso da Europa três quartos dos

estrangeiros...

(E) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1,98% do grupo...

Gabarito – B

Comentário – Em todas as alternativas o verbo “Estima-se” (voz passiva

sintética) está corretamente no singular porque o sujeito dele apresentou-se

sob a forma de oração (subordinada substantiva subjetiva).

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Alternativa A: a expressão “dez por cento dos estrangeiros”

não permite que os verbo fiquem no singular, pois a numeral “dez” e o

substantivo “estrangeiros” transmitem a ideia de plural. Eis a correção: ...

possam ser expulsos...

Alternativa B: está correta e merece sua total atenção.

Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos, por isso devem

concordar no masculino os artigos, numerais e pronomes que os

precedem:

Os dois milhões de pessoas; uns três milhões de árvores,

aqueles bilhões de criaturas.

Já o verbo no particípio e o adjetivo podem concordar no

masculino ou no feminino com o substantivo feminino:

Dois milhões de sacas de soja estão ali armazenados (ou

armazenadas). Os outros cinco milhões de moedas serão

cunhados (ou cunhadas).

Portanto estaria igualmente correta a construção:

Estima-se que possam ser expulsas da Europa milhares de

pessoas...

Alternativa C: errada. Com milhão, bilhão e trilhão (no

singular), só haverá possibilidade de plural se esses substantivos

numéricos estiverem seguidos de substantivo no plural:

Um milhão de fiéis agruparam-se em procissão.

Alternativa D: errada: Na expressão “três quartos dos

estrangeiros” o numerador indica plural e o substantivo “estrangeiros

também”. Por isso a concordância adequada é: possam ser expulsos.

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Alternativa E: errada. Agora a indicação é somente de

singular, quer seja a parte inteira (“1”) do numeral percentual, quer seja o

substantivo especificativo dele (“grupo”). Por isso a concordância correta é:

possa ser expulso.

11. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Hoje, apenas 16% dos

192 milhões de brasileiros vivem na zona rural, de acordo com o IBGE.

Com base no conhecimento das regras de concordância, assinale a

alternativa em que se manteve correção gramatical ao se alterar a

estrutura acima.

(A) Hoje, apenas 0,99% vivem na zona rural

(B) Hoje, apenas 1,6 milhão vivem na zona rural

(C) Hoje, apenas um quarto vivem na zona rural.

(D) Hoje, apenas 1,6% vive na zona rural

(E) Hoje, apenas dois terços vive na zona rural

Gabarito – D

Comentário – Alternativa A: errada. A concordância verbal deve ser feita

com a parte inteira do numeral (zero), que indica singular.

Alternativa B: errada. A concordância verbal deve ser feita

com a parte inteira do numeral (um), que indica singular.

Alternativa C: errada. A concordância verbal deve ser feita

com o numerador da fração (um), que indica singular.

Alternativa D: certa. É a confirmação da regra.

Alternativa E: errada. A concordância verbal deve ser feita

com o numerador da fração (dois), que indica plural.

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sujeito composto aposto resumitivo

aposto resumitivo

sujeito composto

16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em

gradação o verbo concorda gramaticalmente com todos os

núcleos ou atrativamente com o mais próximo.

Medo e temor me assusta/assustam.

Uma palavra, um movimento, um simples gesto

causava/causavam-lhe medo.

17. Aposto resumitivo se o sujeito composto for resumido por um

aposto (pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto.

Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo.

Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais.

18. Infinitivos antônimos ou determinados verbo no plural.

Discordar e apoiar são próprios da democracia.

O andar e o nadar fazem bem à saúde.

ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem

determinados, o verbo ficará no singular.

Andar e nadar faz bem a saúde.

Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca

desanimou os professores.

19. Um e outro verbo no singular ou no plural.

Um e outro jogador foi/foram expulsos.

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ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro,

o plural é obrigatório.

Um e outro insultaram-se.

20. Um ou outro; nem um nem outro a corrente majoritária indica o

singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados

autores:

Um ou outro jogador fez gols.

Nem um nem outro garoto brigou na rua.

a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem

outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo,

exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia

idealizado previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara,

porém, a construção com o verbo no plural quando as expressões se

empregam como pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam

questionar.” (Nova gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio

de Janeiro: Lexikon, 2008, página 527);

b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem

um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o

plural também seja praticado. (...) Não há uniformidade no tratamento dado

a essas expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua

portuguesa, São Paulo: Scipione, 1998, página 486);

c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para

o substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna

gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o

novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548);

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d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e

outro e nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural.

Exemplos: Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima

gramática da língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia

Editora Nacional, 2008, páginas 556 e 557).

ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar

questões desse tipo.

21. Sujeitos ligados por ou ou nem o verbo ficará, normalmente, no

plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia,

o verbo ficará no singular.

Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário.

Pedro ou Paulo sairão mais cedo.

José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só

pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo –

risos)

Fulano ou Beltrano será o goleiro titular. (somente um goleiro

pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva)

“A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da

linguagem humana.”

ATENÇÃO! Se houver ideia de retificação, o verbo concordará com o mais

próximo.

O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco.

Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco.

12. (FGV/SERC-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) No trecho o

primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem , o verbo foi

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flexionado corretamente no plural, observando o caso de sujeito

composto com núcleos ligados por OU.

Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexão do verbo não

seria possível.

(A) Esperávamos que ele ou o irmão viessem nos apanhar.

(B) Umidade intensa ou ressecamento excessivo não nos fazem bem.

(C) João Carlos ou Pedro se casariam com Marta.

(D) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a notícia.

(E) Podem ser entregues o original do documento ou sua cópia.

Gabarito – C

Comentário – Somente em C a ideia é de clara exclusão.

22. Sujeitos ligados por com o verbo fica no plural, dando ênfase a

todos os sujeitos.

O professor com o aluno montaram o equipamento.

ATENÇÃO! Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a

expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia;

por isso o verbo fica no singular.

23. Haja vista essa expressão, no singular, está sempre certa; porém

pode variar se o seu referente estiver no plural:

Haja vista o caso.

Haja(m) vista os casos.

Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a

expressão varie)

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24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar a concordância é feita

levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo.

Os Lusíadas pertencem a Camões.

Os Estados Unidos perderam muitos troféus.

Minas gerais ganhou todas as competições.

ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar

com o sujeito ou com o predicativo.

Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões.

25. Concordância do verbo ser em muitas situações, esse verbo deixa

de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em

outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo

que se quer enfatizar:

a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto.

Maria era as esperanças de todos.

O mundo são os homens.

b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome.

Os culpados éramos nós.

“O Estado sou eu”.

c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro

pronome.

Quem és tu?

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Tudo são flores.

ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos

pronomes tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a

concordância com o pronome.

Tudo é flores.

d) O plural tem precedência sobre o singular.

A casa eram umas folhas.

A sua paixão eram filmes de terror.

ATENÇÃO! Modernamente, já se aceita a concordância com o sujeito,

quando este é representado por coisa/objeto.

A casa era umas folhas.

Aquele amor é cacos de um passado.

e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas

expressões que indicam preço, valor, medida, peso.

Dois quilos é pouco.

Vinte mil cruzeiros é demais.

Três metros é mais do que preciso.

f) Nas indicações de distância, tempo (horas, data...), o verbo SER

concordará com a expressão designativa de distância e tempo.

Da Tijuca à Barra são oito quilômetros.

Era uma hora e cinquenta e nove segundos.

Hoje são 21 de maio.

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13. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) “Foram 20 meses de muito poder...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se a forma grifada acima, não

se manteve adequação à norma culta.

(A) Há 20 meses de muito poder...

(B) Fazem 20 meses de muito poder...

(C) Havia 20 meses de muito poder...

(D) São 20 meses de muito poder...

(E) Completam 20 meses de muito poder...

Gabarito – B

Comentário – Os verbos haver e fazer (alternativas A e C) são impessoais

nas indicações de tempo e ficam, invariavelmente, na terceira pessoa do

singular. O verbo fazer (alternativa B) também deve seguir a mesma

orientação; como isso não aconteceu, feriu-se a norma gramatical. O verbo

ser (alternativa D), embora impessoal, concordou com a expressão “20

meses”. O verbo completar é pessoal, por isso deve se flexionar.

14. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – SUPERVISOR DE

PROGRAMAÇÃO DE TV/2008) “No próximo ano, completam-se 20 anos

da queda do Muro de Berlim...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, não se

manteve a adequação à norma culta.

(A) No próximo ano, faz 20 anos da queda do Muro de Berlim...

(B) No próximo ano, comemoram-se 20 anos da queda do Muro de Berlim...

(C) No próximo ano, serão 20 anos da queda do Muro de Berlim...

(D) No próximo ano, completar-se-ão 20 anos da queda do Muro de

Berlim...

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(E) No próximo ano, farão 20 anos da queda do Muro de Berlim...

Gabarito – E

Comentário – O que achou desta questão? Muito parecida com a anterior,

não é mesmo? Pois então vamos direto ao erro. Em “farão 20 anos”

(alternativa E), o verbo fazer é impessoal por estar indicando tempo

decorrido e deve se manter na terceira pessoa do singular, como na letra A.

26. Concordância com a expressão é que leia o que os ilustres

gramáticos Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre

o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim:

‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se

aproveitaram do seu esforço.’”

Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra:

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve

ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o

verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a

concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos

outros verbos.

Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se

aproveitaram do seu esforço.’

Ou este:

‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se

aproveitaram do seu esforço.’.”

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27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com

o infinitivo:

Os dias parecem voar. a forma verbal parecem é verbo

auxiliar de voar; Os dias é o sujeito da oração.

Os dias parece voarem. aqui houve uma inversão da ordem

dos termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo

parece é o verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração

subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem

os dias. Se desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que

os dias voam.

ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises

são possíveis.

O dia parece voar. não sabemos se aqui o verbo parece é

auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O

dia, ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia

voar sujeito do verbo Parece.

Para finalizar a parte de concordância verbal, tratemos da

concordância com verbo no infinitivo. A flexão do infinitivo para concordar

com o sujeito da oração é assunto que gera muitas discussões entre

estudantes, sejam eles professores ou alunos. Em geral podemos seguir as

orientações abaixo.

I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na

mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.

Não é necessário [vocês chegarem cedo]. sujeito

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II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o

infinitivo para evitar ambiguidade.

Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)

Está na hora [de começarmos o trabalho]. (nós)

III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da

oração anterior, também ocorrerá a flexão.

[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].

IV. Sendo os sujeitos iguais , a flexão é facultativa.

[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os

problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A

+ INFINITIVO, pois é possível tanto a flexão como a não flexão.

O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem

, a flexão é obrigatória. VI. Com a voz passiva

As tarefas a serem feitas são essas.

VII. É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não é

representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo

infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir,

sentir). Veja um exemplo:

Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.

sujeito

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VIII. Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito é

diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem

sensitivo. Veja um exemplo:

Esperei saírem todos.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

A partir de agora, trataremos da concordância nominal.

Admito que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas

recentemente pela FGV. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia

os casos de concordância verbal. Por isso o alcance aqui será menor.

Meu intuito não é derramar sobre você uma avalanche de

informações “desnecessárias”, mas sim orientá-lo(a) quanto aos prováveis

questionamentos sobre concordância nominal feitos Pela FGV.

Nesse sentido, partiremos de algumas questões para a teoria.

Quando for conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos

de concordância nominal.

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) “... mostram que um terço

dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi

tributado apenas por aquela contribuição...”

Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo “um terço”, não se

tenha mantido a concordância em conformidade com a norma culta.

Desconsidere a possibilidade de concordância atrativa.

(A) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por intermédio de

instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

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(B) mostram que menos de 2% dos pagamentos realizados por intermédio

de instituições financeiras foram tributados apenas por aquela

contribuição.

(C) mostram que grande parte dos pagamentos realizados por intermédio

de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

(D) mostram que três quartos dos pagamentos realizados por intermédio de

instituições financeiras foram tributados apenas por aquela contribuição.

(E) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados por intermédio de

instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

Gabarito – C

Comentário – A questão mistura concordância verbal com concordância

nominal. Com relação à concordância verbal, os casos surgidos aqui já são

conhecidos por você, por isso serei breve ao comentá-los. Só um alerta: ao

dizer para desconsiderar os casos de concordância atrativa, o examinador

proibiu-nos de levar em conta as locuções especificativas das expressões

partitivas, das porcentagens e dos numerais decimais.

Alternativa A: certa. “foi tributado” concorda com a parte

inteira do numeral (zero), que indica singular e masculino, em harmonia

com o gênero do substantivo “pagamentos”.

Alternativa B: certa. “foram tributados” concorda com o

numeral indicativo da porcentagem (dois), que indica plural e masculino, em

harmonia com o gênero do substantivo “pagamentos”.

Alternativa D: certa. “foram tributados” concorda com o

numerador (três) da fração, que indica plural e masculino, em harmonia com

o gênero do substantivo “pagamentos”.

Alternativa E: certa. “foi tributado” concorda com a parte

inteira do numeral (um), que indica singular e masculino, em harmonia com

o gênero do substantivo “pagamentos”.

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Alternativa C: errada. Por ser uma das formas nominais do

verbo e poder se comportar como um adjetivo, os verbos no particípio

flexionam-se em gênero e número para concordar com o substantivo a que

se referem. É possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de

outros verbos (auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses

casos, os verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, ficar) flexionam-se em

pessoa, número, tempo e modo. Exemplos:

Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado)

Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado)

– sujeito: as visitas diurnas

– núcleo do sujeito: visitas

– visitas: substantivo feminina plural

corrigidosForam o valor das moedas locais. (inadequado)

Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado)

– sujeito: o valor das moedas locais

– núcleo do sujeito: valor

– valor: substantivo masculino singular

Sendo assim, o particípio do verbo tributar deve concordar no

feminino com a expressão “grande parte”: foi tributada.

16. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE

PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa

em que a alteração do trecho os quase 6 bilhões de seres humanos

esteja em consonância com a norma culta.

(A) os quase 6 milhões de pessoas

(B) as quase 6 milhares de pessoas

(C) os quase 6 mil pessoas

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(D) as quase 6 bilhões de pessoas

(E) os quase 6 centenas de pessoas

Gabarito – A

Comentário – Anteriormente, expliquei a concordância nominal com

milhão, bilhão e milhar. Permita-me repetir a regra: milhão, bilhão e milhar

são substantivos masculinos, por isso devem concordar no masculino os

artigos e pronomes que os precedem: , numerais

Os dois milhões de pessoas; uns três milhões de árvores,

aqueles bilhões de criaturas.

Conclui-se que a letra A está certa e as letras B e D estão

erradas.

Alternativa C: errada. O artigo concorda com o substantivo

“pessoas”, devendo flexionar-se no feminino plural: as.

Alternativa E: errada. O artigo concorda com o núcleo da

expressão (“centenas”), ficando no feminino plural: as.

17. (FGV/POTIGÁS/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2006)

(...) Não encontrou acolhida a hipótese de conservar tudo como estava,

pelo recurso de batizar de "planetas clássicos" os nove planetas

tradicionais e fechar as portas da família aos intrusos.(...)

No trecho acima, a palavra acolhida foi flexionada corretamente, para

concordar com o termo a que se refere (hipótese).

Assinale a alternativa em que a concordância não se fez segundo a

norma culta.

(A) A moça disse: "Obrigada."

(B) Ele pediu emprestado dez reais.

(C) Eles são tais qual o pai.

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(D) Eram motivos o mais interessantes possível.

(E) Ela ficou meio atormentada com a notícia.

Gabarito –B

Comentário – Alternativa A: certa. Mesmo, próprio, leso, incluso, obrigado,

quite concordam com o substantivo a que se referem.

Ele MESMO falou.

Elas MESMAS falaram.

Eles PRÓPRIOS falaram.

Ela PRÓPRIA falou.

Foi um crime de LESA-pátria.

Ela praticou um crime de LESO-patriotismo.

Seguem INCLUSOS os documentos.

Segue INCLUSA a cópia.

Muito OBRIGADO falou José.

Muito OBRIGADA falou Maria.

José está QUITE.

Nós estamos QUITES.

Alternativa B: errada. O adjetivo “emprestado” funciona

como predicativo do objeto “dez reais”. Nessa função e antecipado, pode

concordar gramaticalmente com todos os núcleos ou atrativamente com o

mais próximo. No nosso caso, o núcleo é um só: “reais”, que leva o adjetivo

para o plural: emprestados.

Alternativa C: certa. Tal qual significa exatamente igual, sem

diferença. A primeira palavra (tal) concorda com o elemento anterior a ela;

a segunda (qual) concorda com o elemento posterior a ela. Então as

possíveis concordâncias são:

Eles são tais quais os pais.

Eles são tais qual o pai.

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Ele é tal quais os pais.

Ele é tal qual o pai.

Alternativa D: certa. O adjetivo possível o adjetivo pode ter

as seguintes concordâncias:

a) se estiver precedido de o/a mais, o/a menos, o/a maior,

o/a menor, o/a melhor, o/a pior, quanto, o adjetivo ficará invariável,

concordando com o artigo.

Ex.: Cadernos o mais limpos POSSÍVEL.

b) se, no entanto, os artigos estiverem no plural, o adjetivo

ficará no plural.

Ex.: Cadernos os menos limpos POSSÍVEIS.

Alternativa E: certa. Meio = metade = numeral = variável.

Ex.: Ele comeu MEIA maçã.

MEIA classe terá que permanecer após MEIO-dia e MEIA.

Meio = mias ou menos, parcialmente = advérbio =

invariável.

Ela estava MEIO doente.

A porta estava MEIO aberta.

Lembre-se também de que, conforme a regra geral de

concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o

numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero

e número.

O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças. Art. Adj. Pron.

Adj. Num. Adj.

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Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo,

verifica-se o seguinte:

1. Substantivos do mesmo gênero o adjetivo ficará neste gênero e no

plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e livro bons. (ou bom)

Casa e cadeira lindas. (ou linda)

2. Substantivos de gêneros diferentes o adjetivo ficará no masculino e

no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e casa bons. (ou boa)

Gravata e terno lindos. (ou lindo)

3. Substantivos antepostos adjetivo no plural ou no singular, conforme

exemplos vistos até agora.

4. Substantivos pospostos a concordância mais notável será a atrativa.

Tratava-se de inoportuno momento e lugar.

Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar.

18. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) “Permanente é o país e

suas escolhas”.

Embora a palavra permanente se refira a país e suas escolhas, a

concordância se fez corretamente com o mais próximo.

Assinale a alternativa em que tenha havido inadequação à norma culta

da língua no que tange às regras de concordância.

(A) As alegrias da casa era ele.

(B) Compramos caras blusas e sapatos.

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(C) Ele pediu emprestado os livros com as anotações.

(D) Cheguei eu e ele para a festa.

(E) Marcamos ao meio-dia e meia.

Gabarito – C

Comentário – Alternativa A: certa. Como explicado antes, o verbo ser

deixou de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo, pois o

pronome pessoal (“ele”) tem precedência sobre o nome (“alegrias”).

Alternativa B: certa. Caro é advérbio quando indica uma

circunstância do processo verbal (A ignorância custa caro.). Nesse caso, fica

invariável. Mas também pode ser adjetivo. Nesse caso, exprime um atributo

do substantivo (A gasolina está cara!). Na frase “Compramos caras blusas e

sapatos.”, “caros” é adjetivo e concorda atrativamente com o substantivo

“blusas”.

Alternativa C: errada. O adjetivo “emprestado” funciona

como predicativo do objeto “livros com as anotações”. Nessa função e

antecipado, pode concordar gramaticalmente com todos os núcleos ou

atrativamente com o mais próximo. No nosso caso, o núcleo é um só:

“livros”, que leva o adjetivo para o plural: emprestados.

Alternativa D: certa. O verbo veio antecipado aos núcleos

do sujeito (“eu” e “ele”), situação que lhe permite concordar com o mais

próximo (“eu”). Isso justifica a flexão do verbo chegar na primeira pessoa do

singular.

Alternativa E: certa. Meio é advérbio quando se equivale a

mais ou menos, parcialmente (A porta está meio aberta.). Nesse caso,

refere-se a adjetivo e é invariável. É numeral quando significa metade (Comi

meia maçã. Meia porção é suficiente.), podendo flexionar-se em gênero e

número para concordar com o substantivo ao qual se refere. A frase

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“Marcamos ao meio-dia e meia.” é um bom exemplo: “meio-dia” é metade

do dia e “meia” significa meia hora (=metade da hora).

Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável:

Haja vista o silêncio.

Haja(m) vista os barulhentos.

Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra

“vistos” concorda com o substantivo a que se refere:

Ela cresce a olhos vistos.

Ela cresce a olhos vista.

Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas

expressões que merecem cuidado especial.

1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido quando o

sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes

ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,

entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.

É proibida a entrada.

É proibido entrada.

Água é bom para a saúde.

Esta água é boa para a saúde.

2. Todo = totalmente poderá flexionar-se em gênero e número para

concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.

Ele vinha todo de branco.

Elas vinham todas de branco.

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CUIDADO! Eles são todo-poderosos.

Elas são todo-poderosas.

Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas

não o primeiro!!!

3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:

a) se a cor é representada por adjetivo, varia;

sapato branco

camisas amarelas

b) se a cor é representada por substantivo, não varia

(subentende-se a locução adjetiva cor de...);

sapatos cinza

camisas rosa

c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último

elemento varia;

blusas verde-claras

camisas azul-escuras

d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto

fica invariável.

blusas verde-limão

calças azul-piscina

19. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)

Esses raios infravermelhos acabam absorvidos pelos gases liberados

principalmente pelos combustíveis fósseis (metano, gás carbônico,

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óxido nitroso e outros), que deixaram de ser removidos da atmosfera

por causa do desmatamento e da produção excessiva.

No período acima, foi feita a concordância nominal correta com a

palavra infravermelho. Assinale a alternativa em que NÃO se tenha

obedecido às regras de concordância nominal.

(A) Buscou proteção contra raios ultravioleta.

(B) Compraremos camisas cinza

(C) Usaremos nossos uniformes azul-claros

(D) Gostamos de carros vermelhos-sangue

(E) Não sabemos onde foram parar as folhas rosa

Gabarito – D

Comentário – Alternativa A: certa. A palavra ultravioleta é invariável.

Alternativa B: certa. Está subentendida a expressão cor de,

o que torna o substantivo invariável.

Alternativa C: certa. Sendo o composto formado por adjetivo

+ adjetivo, somente o segundo varia.

Alternativa D: errada. A cor agora é formada por adjetivo +

substantivo, o que torna o composto invariável: carros vermelho-sangue.

Alternativa E: certa. Está subentendida novamente a

expressão cor de, o que torna invariável o substantivo rosa.

Por hoje é só. Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!

Até a próxima aula.

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SERC-MS/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2006) “O

que você quer?”

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o

futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?

(B) O que vós quiserdes?

(C) O que vós queríeis?

(D) O que vós quereríeis?

(E) O que vós querereis?

2. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO – POLÍCIA

LEGISLATIVA/2008) “...a cédula com Machado deixa de circular por

valer menos de um centavo de dólar.”

Assinale a alternativa em que, passando-se o trecho acima para o

plural, manteve-se adequação à norma culta.

(A) ...as cédulas com Machados deixam de circularem por valerem menos

de centavos de dólares.

(B) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valer menos de

centavos de dólar.

(C) ...as cédulas com Machados deixam de circular por valerem menos de

centavos de dólares.

(D) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valerem menos de

centavos de dólar.

(E) ...as cédulas com Machado deixam de circular por valerem menos de

centavos de dólar.

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3. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) “A crise

energética e a climática revelam os limites do ecossistema planetário.”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, sem

provocar mudança de sentido, manteve-se adequação à norma culta.

(A) A crise energética e climática revelam os limites do ecossistema

planetário.

(B) As crises energética e climática revelam os limites do ecossistema

planetário.

(C) A crise energética e climática revela os limites do ecossistema

planetário.

(D) As crises energética e a climática revelam os limites do ecossistema

planetário.

(E) As crises energética e climática revela os limites do ecossistema

planetário.

4. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE

PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa

em que, alterando-se a forma verbal do trecho que não existem nós

centrais, não se respeitou a norma culta.

(A) que não há nós centrais

(B) que não devem existir nós centrais

(C) que não devem haver nós centrais

(D) que não há de haver nós centrais

(E) que não hão de existir nós centrais

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5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) “...há outras formas de garantir a

transparência...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, manteve-se

adequação à norma culta.

(A) ...há de existir outras formas de garantir a transparência...

(B) ...hão de haver outras formas de garantir a transparência...

(C) ...devem existir outras formas de garantir a transparência...

(D) ...devem haver outras formas de garantir a transparência...

(E) ...podem haver outras formas de garantir a transparência...

6. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Na frase “Não resta dúvida

de que esse tipo de pensamento aplaca muitas consciências”, a flexão

do vocábulo dúvida no plural:

(A) gera a obrigatoriedade de se flexionar mais um vocábulo apenas.

(B) mantém a frase da mesma forma como se encontra redigida.

(C) leva à flexão opcional de mais dois vocábulos.

(D) implica a flexão nominal e verbal de três vocábulos obrigatoriamente.

(E) obriga o emprego da primeira pessoa do plural na forma do verbo.

7. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “...a maioria dos policiais

procure...”; as gramáticas de língua portuguesa ensinam que com a

expressão “a maioria de” seguida de substantivo plural, a concordância

se faz predominantemente no singular (concordando com maioria), mas

pode concordar no plural, em função do substantivo (Maria Helena de

Moura Neves, Guia de uso do português, Editora Unesp, SP, 2003, p.

493).

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Assim sendo, pode-se dizer da concordância verbal feita nessa frase do

texto que ela:

(A) assume a única forma possível de concordância verbal.

(B) prefere uma das formas de concordância verbal possível.

(C) apresenta uma forma errada de concordância verbal.

(D) mostra preferência por uma concordância verbal menos utilizada.

(E) indica a utilização de uma forma verbal de concordância não estudada

nas gramáticas.

8. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2010) De acordo com as

regras de concordância verbal do padrão escrito culto, assinale a

alternativa incorreta.

(A) A maioria dos brasileiros já viveram situações violentas no cotidiano.

(B) Sem dúvida, devem haver formas de combater pacificamente a

violência.

(C) No artigo em análise, trata-se de questões referentes à origem histórica

da violência.

(D) Faz séculos que se verificam situações de opressão na sociedade

brasileira.

(E) Sempre existirão pessoas dispostas a resistir ao comodismo.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) Se essas restrições entrarem em vigor mundo afora, por volta de

20% das vendas externas brasileiras na configuração de hoje em

termos de destinos, volumes e preços seriam afetadas.(...)

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Assinale a alternativa em que a alteração do sublinhado no trecho

acima NÃO tenha sido feita em respeito às normas gramaticais

(A) por volta de 12% das vendas seriam afetados

(B) por volta de 1,2% das vendas seria afetado

(C) por volta de 0,2% das vendas seriam afetadas

(D) por volta de 1,9% das vendas seriam afetados

(E) por volta de 0,99% das vendas seria afetado

10. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Estima-se que

possam ser expulsos da Europa 8 milhões de estrangeiros...”

Assinale a alternativa em que se tenha mantido a concordância

adequada à norma culta ao se reescrever o trecho acima.

(A) Estima-se que possa ser expulso da Europa dez por cento dos

estrangeiros...

(B) Estima-se que possam ser expulsos da Europa milhares de pessoas...

(C) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1 milhão do grupo...

(D) Estima-se que possa ser expulso da Europa três quartos dos

estrangeiros...

(E) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1,98% do grupo...

11. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Hoje, apenas 16% dos

192 milhões de brasileiros vivem na zona rural, de acordo com o IBGE.

Com base no conhecimento das regras de concordância, assinale a

alternativa em que se manteve correção gramatical ao se alterar a

estrutura acima.

(A) Hoje, apenas 0,99% vivem na zona rural

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(B) Hoje, apenas 1,6 milhão vivem na zona rural

(C) Hoje, apenas um quarto vivem na zona rural.

(D) Hoje, apenas 1,6% vive na zona rural

(E) Hoje, apenas dois terços vive na zona rural

12. (FGV/SERC-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) No trecho o

primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem , o verbo foi

flexionado corretamente no plural, observando o caso de sujeito

composto com núcleos ligados por OU.

Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexão do verbo não

seria possível.

(A) Esperávamos que ele ou o irmão viessem nos apanhar.

(B) Umidade intensa ou ressecamento excessivo não nos fazem bem.

(C) João Carlos ou Pedro se casariam com Marta.

(D) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a notícia.

(E) Podem ser entregues o original do documento ou sua cópia.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) “Foram 20 meses de muito poder...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se a forma grifada acima, não

se manteve adequação à norma culta.

(A) Há 20 meses de muito poder...

(B) Fazem 20 meses de muito poder...

(C) Havia 20 meses de muito poder...

(D) São 20 meses de muito poder...

(E) Completam 20 meses de muito poder...

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – SUPERVISOR DE

PROGRAMAÇÃO DE TV/2008) “No próximo ano, completam-se 20 anos

da queda do Muro de Berlim...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, não se

manteve a adequação à norma culta.

(A) No próximo ano, faz 20 anos da queda do Muro de Berlim...

(B) No próximo ano, comemoram-se 20 anos da queda do Muro de Berlim...

(C) No próximo ano, serão 20 anos da queda do Muro de Berlim...

(D) No próximo ano, completar-se-ão 20 anos da queda do Muro de

Berlim...

(E) No próximo ano, farão 20 anos da queda do Muro de Berlim...

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) “... mostram que um terço

dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi

tributado apenas por aquela contribuição...”

Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo “um terço”, não se

tenha mantido a concordância em conformidade com a norma culta.

Desconsidere a possibilidade de concordância atrativa.

(A) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por intermédio de

instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

(B) mostram que menos de 2% dos pagamentos realizados por intermédio

de instituições financeiras foram tributados apenas por aquela

contribuição.

(C) mostram que grande parte dos pagamentos realizados por intermédio

de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

(D) mostram que três quartos dos pagamentos realizados por intermédio de

instituições financeiras foram tributados apenas por aquela contribuição.

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(E) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados por intermédio de

instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

16. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE

PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa

em que a alteração do trecho os quase 6 bilhões de seres humanos

esteja em consonância com a norma culta.

(A) os quase 6 milhões de pessoas

(B) as quase 6 milhares de pessoas

(C) os quase 6 mil pessoas

(D) as quase 6 bilhões de pessoas

(E) os quase 6 centenas de pessoas

17. (FGV/POTIGÁS/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2006)

(...) Não encontrou acolhida a hipótese de conservar tudo como estava,

pelo recurso de batizar de "planetas clássicos" os nove planetas

tradicionais e fechar as portas da família aos intrusos.(...)

No trecho acima, a palavra acolhida foi flexionada corretamente, para

concordar com o termo a que se refere (hipótese).

Assinale a alternativa em que a concordância não se fez segundo a

norma culta.

(A) A moça disse: "Obrigada."

(B) Ele pediu emprestado dez reais.

(C) Eles são tais qual o pai.

(D) Eram motivos o mais interessantes possível.

(E) Ela ficou meio atormentada com a notícia.

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18. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) “Permanente é o país e

suas escolhas”.

Embora a palavra permanente se refira a país e suas escolhas, a

concordância se fez corretamente com o mais próximo.

Assinale a alternativa em que tenha havido inadequação à norma culta

da língua no que tange às regras de concordância.

(A) As alegrias da casa era ele.

(B) Compramos caras blusas e sapatos.

(C) Ele pediu emprestado os livros com as anotações.

(D) Cheguei eu e ele para a festa.

(E) Marcamos ao meio-dia e meia.

19. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)

Esses raios infravermelhos acabam absorvidos pelos gases liberados

principalmente pelos combustíveis fósseis (metano, gás carbônico,

óxido nitroso e outros), que deixaram de ser removidos da atmosfera

por causa do desmatamento e da produção excessiva.

No período acima, foi feita a concordância nominal correta com a

palavra infravermelho. Assinale a alternativa em que NÃO se tenha

obedecido às regras de concordância nominal.

(A) Buscou proteção contra raios ultravioleta.

(B) Compraremos camisas cinza

(C) Usaremos nossos uniformes azul-claros

(D) Gostamos de carros vermelhos-sangue

(E) Não sabemos onde foram parar as folhas rosa

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GABARITO

1. D

2. E

3. B

4. C

5. C

6. A

7. B

8. B

9. D

10. B

11. D

12. C

13. B

14. E

15. C

16. A

17. B

18. C

19. D

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Olá! Hoje é a última aula deste curso preparatório para o tão

esperado concurso do Senado Federal. Quero aproveitar para agradecer sua

companhia durante esses “encontros”. Sou grato pelas sugestões, críticas e

elogios. Tudo isso fez com que eu procurasse melhorar progressivamente o

conteúdo das aulas. Tenha a certeza de que o material que você possui

reflete a tendência da FGV. Com ele, você é capaz de fazer uma ótima prova

de Língua Portuguesa.

Resta-nos ainda tratar de um assunto importante:

REDAÇÃO OFICIAL

No último concurso do Senado, a banca examinadora cobrou dos

candidatos conhecimentos sobre o Manual de Redação da Presidência da

República e o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

Nesta aula, partiremos das questões de provas anteriores para a

exposição do conteúdo teórico.

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que

não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o

uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada.

II. Não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o

uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. O jargão

burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua

compreensão limitada.

III. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a

exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos

acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de

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difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-

se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações

encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes

dirigidos aos cidadãos.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

Gabarito – C

Comentário – As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser

compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse

objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados

grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação

restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem

sua compreensão dificultada.

Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a

língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma

imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com

outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a

entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por

essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as

transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas

de si mesma para comunicar.

A língua escrita, como a falada, compreende diferentes

níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a

um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que

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incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer

jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico

correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao

uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.

O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter

impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e

concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de

que o padrão culto é aquele em que

a) se observam as regras da gramática formal, e

b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos

usuários do idioma.

É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do

padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das

diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos

vocabulares, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida

compreensão por todos os cidadãos.

Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a

simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de

expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de

linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de

linguagem próprios da língua literária.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um

“padrão oficial de linguagem” (preste muita atenção!); o que há é o uso

do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá

preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa

tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica,

necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem

burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois

terá sempre sua compreensão limitada.

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A linguagem técnica deve ser empregada apenas em

situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos

rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada

área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles

familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em

comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em

expedientes dirigidos aos cidadãos.

2. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, devem constar do cabeçalho ou

do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:

I. nome do órgão ou setor;

II. endereço postal;

III. telefone e endereço de correio eletrônico.

Analise os itens acima e assinale

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.

(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos

(C) se apenas o item I estiver correto

(D) se nenhum item estiver correto

(E) se todos os itens estiverem corretos

Gabarito – E

Comentário – Está tudo certo; mas quais são as “pegadinhas”? As

informações são do remetente (entendeu?) e elas devem constar no

cabeçalho ou no rodapé (o mais usual, na prática, é constar no cabeçalho;

mas o manual diz que pode ser em um lugar ou em outro).

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SSS

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3. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Num diálogo com um

deputado federal, o pronome indicado para se dirigir a ele é

(A) Sua Excelência

(B) Vossa Excelência

(C) Ilustríssimo Senhor

(D) Vossa Eminência

(E) Sua Eminência

Gabarito – B

Comentário – Abaixo consta uma tabela com as designações adequadas

para o tratamento de diversas autoridades. Antes, porém, preciso ressaltar

uma coisinha: o examinador fez questão de dizer que o diálogo se dá

diretamente com a pessoa. Isso faz muita diferença. Quando falamos com

a pessoa, usamos Vossa; quando falamos da pessoa, usamos Sua. É por

isso que a primeira alternativa – creio que ela não está lá por acaso – não

serve como resposta.

AUTORIDADES FORMA DE TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO

Presidente da República; Presidente do Congresso Nacional; Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Vossa ou Sua Excelência V. Ex.ª Excelentíssimo

Senhor + cargo

Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores;

Vossa ou Sua Excelência V. Ex.ª Senhor + cargo

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Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.

Demais autoridades e particulares Vossa ou Sua Senhoria V. S.ª

Senhor + cargo ou para autoridade que não possuir cargo: Senhor Fulano de Tal

Reitores de Universidades Vossa ou Sua Magnificência V. M. Magnífico Reitor

Papa Vossa ou Sua Santidade V.S. Santíssimo Padre

Cardeais

Vossa ou Sua Eminência ou Vossa ou Sua Eminência Reverendíssima

V. Em.ª ou

V. Em.ª Revm.ª

Eminentíssimo Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal

Arcebispos e Bispos Vossa ou Sua Excelência Reverendíssima

V. Ex.ª Revm.ª

Excelentíssimo ou Reverendíssimo Senhor + título

Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos

Vossa ou Sua Reverência V. Rev. Reverendo

ATENÇÃO! Não use o tratamento digníssimo (DD), pois a dignidade é um

pressuposto do cargo.

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O superlativo ilustríssimo (Ilmo.) também é dispensado.

Doutor (Dr.) não é forma de tratamento, mas sim título

acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. É admissível

apenas para quem concluiu curso universitário de doutorado.

Por força da tradição, o uso para advogados e médicos é

flexibilizado.

4. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de Redação

da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a

exijam, devendo-se evitar o seu uso indiscriminado. Certos

rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a

determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com

eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em

comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em

expedientes dirigidos aos cidadãos.

II. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se

definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão

pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela

depende estritamente das demais características da redação oficial. Para

ela concorrem a impessoalidade, que evita a duplicidade de

interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista

dado ao texto; o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de

entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação

restrita, como a gíria e o jargão; a formalidade e a padronização, que

possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; a concisão, que

faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe

acrescentam.

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III. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as

autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para

particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se

evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se empregá-

lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por

terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar

por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em

Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada

formalidade às comunicações.

Assinale

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas

(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta

Gabarito – B

Comentário – Esta questão vem confirmar o que eu já disse até aqui. Vou

aproveitá-la para expandir o comentário sobre as características gerais do

texto administrativo, que incluem aspectos mencionados no item II.

1 – Impessoalidade

Tem relação com três aspectos:

a) Ausência de impressões individuais de quem

comunica:

: b) Impessoalidade de quem recebe a comunicação

cidadão (público) ou órgão público;

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c) – Caráter impessoal do assunto tratado : interesse

público.

Em outras palavras, isso quer dizer que a comunicação,

embora assinada por uma pessoa física competente para essa finalidade,

não deve conter o juízo que, possivelmente, ela faz do assunto tratado. Seja

quem for – o chefe do departamento, o diretor ou superintendente da

instituição, o garçom, o motorista etc. –, estará sempre agindo em nome da

Administração, sendo ele o representante dos interesses dela. Sua opinião

particular deve ser guardada para outra ocasião.

Além disso, a pessoa que recebe a comunicação – seja

pessoa física, seja pessoa jurídica – não deve ser tratada com informalidade,

favorecimento ou discriminação pelo fato de, eventualmente, manter algum

vínculo afetivo com a pessoa responsável pela emissão do documento

(signatário). O tratamento, para quem quer seja, deve ser igual, baseado

nos princípios da impessoalidade e da imparcialidade. Não convém nesse

tipo de redação a utilização de adjetivos, advérbios, diminutivos e outras

expressões que denotem carinho, admiração, submissão, ironia, desprezo.

Por fim, um agente púbico não deve usar a prerrogativa do

cargo nem se valer dos meios públicos para tratar de assuntos de seu

interesse particular. Deve ele sempre agir no interesse da Administração,

que é o bem comum, o bem público.

2 – Linguagem formal

Os textos oficiais devem permitir a compreensão de todo e

qualquer cidadão brasileiro. Por isso, evitam-se gírias, regionalismos

vocabulares, jargões técnicos e estrangeirismos. No lugar dessas

expressões, usa-se a norma padrão da língua, isto é, a gramática

normativa (aquelas regras ensinadas nas escolas, nos cursinhos...). Além

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disso, deve-se preferir um vocabulário simples (imagine o que o leitor do

seu texto sentiria se tivesse que lê-lo com um dicionário ao lado).

Entende-se que a norma padrão da língua está acima das

diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos

vocabulares etc. Mas é importante ressaltar que:

a) simplicidade de expressão não é pobreza de

expressão – evita-se a linguagem rebuscada, os contorcionismos sintáticos e

as figuras de linguagem próprios da língua literária;

b) quanto à linguagem técnica, ela deve ser empregada

somente em situações que a exijam; portanto, seu uso indiscriminado deve

ser evitado.

3 – Formalidade e padronização

A formalidade de tratamento diz respeito tanto à polidez, à

civilidade no enfoque dado ao assunto, quanto ao uso adequado dos

pronomes de tratamento.

A padronização alcança ainda o tipo de papel usado para

o texto definitivo, a correta diagramação do texto. (Mais à frente

detalharei esse tópico para você, inclusive com exemplos extraídos do

próprio manual da PR)

4 – Concisão

Diz respeito à economia linguística. Dispensam-se

palavras inúteis, redundâncias ou repetições desnecessárias, que

servem apenas para “encher linguiça”.

Concisão não se confunde com economia de pensamento.

Passagens importantes do texto não devem ser eliminadas no afã de reduzir

o tamanho do texto. Portanto, atente para a hierarquia de ideias

(fundamentais X secundárias) e dispense as que não forem significativas.

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Pelo menos dois fatores contribuem para a concisão:

a) conhecimento do assunto a ser tratado e

b) uma boa revisão do texto escrito.

5 – Clareza

Refere-se à compreensão do texto pelo leitor. Aliás, só é

possível haver comunicação eficaz quando locutor e interlocutor se

entendem. Imagine, por exemplo, dois falantes de línguas distintas

conversando, sem que nenhum deles entenda a língua do outro e sem que

haja algum intérprete. Que confusão!

Se pretendemos ser compreendidos por quem lerá o nosso

texto, é fundamental que nos importemos com o significado das palavras

e expressões empregadas no texto, bem como com as construções

sintáticas elaboradas ao redigirmos.

Existem alguns fatores que comprometem a clareza e, por

isso mesmo, devem ser evitados:

a) ambiguidade;

b) passagens obscuras;

c) erros de ortografia e gramaticais.

Aqui vai um lembrete importante: esclareça os termos

técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos

que não possam ser dispensados.

A partir da tabela1 abaixo, obtemos vários exemplos de

textos obscuros, os quais devem ser evitados. Combinando-se as

expressões das várias colunas, podem ser feitas várias “frases” com uma

característica comum: nenhuma delas tem sentido!

1 KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. p.18 - 19. Segundo o autor, o quadro consta da obra de Cesare Marchi Impariamo Italiano (“Aprendamos o Italiano”) Milão, Rizzoli Ed., 1984, e teria sido elaborado por dois professores universitários italianos no estudo “Prontuário de frases para todos os usos para preencher o vazio de nada”.

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6 – Coesão

É a relação linear entre as sentenças, ou seja, o perfeito

“ajustamento” entre palavras, expressões, frases, períodos e

parágrafos de um texto. Aponta para as relações sintáticas do texto.

Ela é obtida por meio do que chamamos de elementos coesivos:

a) advérbios (lá, aqui etc.);

b) locuções adverbiais (de vez em quando, em cima etc.);

c) conjunções coordenativas e subordinativas (mas, porque

etc.);

d) locuções conjuntivas (mesmo que, par que etc.);

e) preposições (de, para, com etc.);

f) locuções prepositivas (diante de, a partir de etc.);

COLUNA A COLUNA B COLUNA C COLUNA D COLUNA E COLUNA F COLUNA G 1. A necessidade emergente

se caracteriza por

uma correta relação entre estrutura e superestrutura

no interesse primário da população,

substanciando e vitalizando,

numa ótica preventiva e não mais curativa,

a transparência de cada ato decisional.

2. O quadro normativo

prefigura a superação de cada obstáculo e/ou resistência passiva

sem prejudicar o atual nível das contribuições,

não assumindo nunca como implícito,

no contexto de um sistema integrado,

um indispensável salto de qualidade.

3. O critério metodológico

reconduz a sínteses

a pontual correspondência entre objetivos e recursos

com critérios não-dirigísticos,

potenciando e incrementando,

na medida em que isso seja factível,

o aplanamento de discrepâncias e discrasias existentes.

4. O modelo de desenvolvimento

incrementa o redirecionamento das linhas de tendências em ato

para além das contradições e dificuldades iniciais,

evidenciando e explicitando,

em termos de eficácia e eficiência,

a adoção de uma metodologia diferenciada.

5. O novo tema social

propicia o incorporamento das funções e a descentralização decisional

numa visão orgânica e não totalizante,

ativando e implementando,

a cavaleiro da situação contingente,

a redefinição de uma nova figura profissional.

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g) itens continuativos (então, daí etc.)

Imagine um montador que precisa aprontar um móvel – um

armário de parede, por exemplo – de um cliente. Sem dúvidas, ele fará isso

usando parafusos, arruelas, buchas etc. E não podem ser de qualquer

tamanho ou espessura. Cada item desses deve ser escolhido

adequadamente, de acordo com o peso do móvel e do que ele vai guardar.

Tudo para deixar seu armário bem ajustado, para não desmontar em

seguida!

Pois é assim que os elementos coesivos funcionam. Eles

“apertam”, ajustam, unem as partes do texto, dão sustentação a elas.

7 – Coerência

Enquanto a coesão diz respeito às relações sintáticas do

texto, a coerência aponta para a manutenção da sequência lógica

argumentativa. Isso quer dizer que não deve haver contradições e

mudanças bruscas no rumo do pensamento. As relações semânticas

entre as ideias do texto devem estar em perfeita harmonia.

8 – Uniformidade

É obtida com a padronização, que permite que

comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem

entre si certa uniformidade.

5. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito da

redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a

certas regras de forma: além das exigências de impessoalidade e uso do

padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de

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tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto

emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade

de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à

civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a

comunicação.

II. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a

exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos

acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de

difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-

se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações

encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes

dirigidos aos cidadãos.

III. Não há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita.

Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer

alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros

elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a

entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis

por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as

transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se

apenas de si mesma para comunicar.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – A

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Comentário – Do que foi visto até agora, constata-se que o item III está

errado, mas apenas em um detalhe: em dizer que “Não há necessariamente

uma distância entre a língua falada e a escrita”. Eu disse ao comentar a

primeira questão que há necessariamente uma distância entre a língua

falada e a escrita. Acho que o examinador testou a atenção dos candidatos e

inseriu o advérbio de negação no primeiro período.

6. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito

dos documentos na redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente

idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido

exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma

hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais

autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos

oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do

ofício, também com particulares.

II. O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades

administrativas de um mesmo órgão, que podem estar

hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se,

portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode

ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a

exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por

determinado setor do serviço público.

III. Quanto à forma, o memorando não segue o modelo do padrão ofício,

além de ter seu destinatário mencionado pelo cargo que ocupa.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

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(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – A

Comentário – O erro foi ter dito que “o memorando não segue o modelo do

padrão ofício”. Os três documentos que seguem esse tal padrão são

memorando, ofício e aviso. A segunda parte da informação está correta.

O PADRÃO OFÍCIO

Existem três tipos de documentos que se DIFERENCIAM

ANTES PELA FINALIDADE do que pela forma: o ofício, o aviso e o

memorando. Com o fito de uniformizá-los, adota-se uma diagramação única,

que siga o que chamamos de padrão ofício.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos

casos em que estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.

Partes do texto

Quando não se

tratar de mero

encaminhamento

Quando se tratar de mero

encaminhamento

Introdução

Apresentação do

assunto

Evite o uso das

formas: “Tenho a

honra de”; “Tenho

o prazer de”;

“Cumpre-me

informar que”.

Seja objetivo!

Deve ser feita

referência ao

documento que

solicitou a

informação.

“Em resposta ao

Aviso nº

45/2010/SAJ-

PR, de 1º de

abril de 2010,

encaminho em

anexo cópia do

Ofício nº

34/2010/DGA-

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PR, de 10 de

abril de 2010,

do

Departamento

Geral de

Administração,

que trata da

requisição do

servidor Fulano

de Tal.”

Desenvolvimento

Detalhamento do

assunto

Havendo mais de

uma ideia sobre o

assunto, cada uma

delas deverá ficar

em um parágrafo

distinto (clareza).

Havendo

necessidade de se

fazer algum

comentário sobre

o assunto,

poderão ser

acrescentados

parágrafos de

desenvolvimento.

Conclusão

Reafirmação da

posição

recomendada

sobre o assunto.

Tipo da fonte: Times New Romam.

Tamanho da fonte: 12 para o corpo do texto; 11 para as

citações; 10 para as notas de rodapé.

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Espaçamento: simples entre linhas; 6 pontos entre

parágrafos; ou uma linha em branco se o editor de texto utilizado não

possuir tal recurso.

As páginas devem ser numeradas a partir da segunda.

Não se deve abusar de negrito, itálico, sublinhado, letras

maiúsculas, sombreado, relevo, bordas ou qualquer outra formatação que

afete a sobriedade do documento.

Impressão: cor preta e em papel branco (colorida somente

para gráficos e ilustrações necessários); tamanho A-4; pode ser feita em

ambos os lados do papel (neste caso as distâncias das margens serão

invertidas: “margem espelho”).

Documento de texto: preferencialmente, formato de

arquivo Rich Text.

Dentro do possível, preservar os documentos elaborados

para consulta posterior e aproveitamento de trechos em casos análogos.

Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem

ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do

documento + palavras-chaves do conteúdo: Ex.: Of. 123 - relatório

produtividade ano 2002.

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Ofício

Expedido por e para

as demais autoridades

(órgãos distintos)

Expedido também

para particulares.

Quando o ofício for

endereçado a mais de um

destinatário, chama-se

ofício-circular.

Aviso

Expedido

exclusivamente por

ministros de Estado

para autoridade de

mesma hierarquia.

Memorando

Comunicação entre

unidades

administrativas de um

mesmo órgão

(comunicação

interna).

Possui caráter

administrativo.

Empregado para expor

projetos, ideias, diretrizes,

etc. a serem adotados por

determinado setor público.

Marcado pela agilidade

na tramitação e

simplicidade

burocrática. Os

despachos devem se

dados no próprio

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documento ou em folha

de continuação.

Exposição

de Motivos

Expedido por Ministro.

Dirigido ao presidente

ou ao vice-presidente

da República.

Serve para:

a) informar determinado

assunto;

b) propor alguma medida;

c) submeter projeto de ato

normativo.

Se envolver mais de um

Ministério, será assinada

por todos os envolvidos

(interministerial)

Segue o padrão

ofício se for

informativo.

Se for para propor

alguma medida ou

submeter projeto

de ato normativo,

é acompanhado de

anexo em modelo

específico.

Ata

(não

abordado

pelo Manual

Registro sucinto de

fatos, ocorrências,

resoluções e decisões

de uma assembleia,

Devem-se evitar as

abreviaturas, e os números

são escritos por extenso.

Verificando-se qualquer

engano no momento da

redação, deverá ser

imediatamente

Assinam:

presidente,

secretário e

membros (as

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da PR) sessão ou reunião. Escreve-se tudo

seguidamente (não há

divisões de parágrafos),

sem rasuras, emendas ou

entrelinhas.

retificado empregandose

palavras retificadoras:

“digo”

Na hipótese de qualquer

omissão ou erro depois

de lavrada a Ata, farseá

uma ressalva: “em

tempo”.

“Na linha. , onde se

lê......, leia-se. ........”.

assinaturas destes

podem constar em

uma lista ou livro

de presenças)

Mensagem

Instrumento de

comunicação entre os

chefes dos Poderes.

Obs.: minuta de

Mensagens mais usuais

expedidas pelo Executivo

ao Congresso Nacional:

a) encaminhamento de

projeto de lei; b)

A mensagem, como os

demais atos assinados

pelo presidente da

República, não traz

identificação de seu

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mensagem pode ser

encaminha pelos

Ministérios à

Presidência da

República, a cuja

acessorias caberá a

redação final.

encaminhamento de

medida provisória; c)

indicação de autoridades (o

currículo do indicado,

devidamente assinado,

acompanha a mensagem);

d) pedido de autorização

para o Presidente ou o

Vice-Presidente se

ausentarem do País por

mais de 15 dias; e)

encaminhamento de atos

de concessão e renovação

de concessão de emissoras

de rádio e TV; f)

encaminhamento de

signatário.

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prestação de contas de

exercício anterior; g)

mensagem de abertura da

sessão legislativa (o

portador da mensagem é o

Chefe da Casa Civil e vai

encadernada em forma de

livro para todos os

congressistas); h)

comunicação de sansão

(dirigida aos membros do

Congresso, por meio de

Aviso ao primeiro

secretário da Casa); i)

comunicação de veto

(dirigida ao presidente do

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Senado).

Telegrama

Trata-se de forma de

comunicação

dispendiosa aos cofres

públicos e

tecnologicamente

superada.

Seu uso restringe-se aos

casos em que:

a) não seja possível o uso de fax;

b) não seja possível o uso de correio eletrônico; e

c) a urgência justifique.

Não há padrão rígido;

sua forma e estrutura

seguem os formulários

disponíveis nas agências

dos Correios e em seu

sítio na Internet.

Fax

Para transmissão

antecipada de

mensagens e

documentos urgentes,

quando não é possível

o envio deles por

correio eletrônico.

O documento original,

quando necessário, deve

seguir posteriormente pela

via e na forma normal.

O arquivamento, se

necessário, deve ser

feito com cópia do fax,

pois o papel do próprio

fax se deteriora

rapidamente.

Correio Principal forma de Flexibilidade: não interessa A mensagem que Sempre que

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Eletrônico comunicação para

transmissão de

documentos, em

virtude do baixo custo

e da celeridade.

definir forma rígida para

sua estrutura.

Obs 1.: deve-se evitar o

uso de linguagem

incompatível com uma

comunicação oficial.

Obs. 2: o campo “assunto”

deve ser preenchido de

modo a facilitar a

organização documental

tanto do destinatário

quanto do remetente.

encaminha algum anexo

deve fornecer

informações mínimas

sobre o conteúdo dele.

Para os arquivos

anexados, deve ser

utilizado,

preferencialmente, o

formato Rich Text.

disponível, utilizar

o recurso de

“confirmação de

leitura”. Caso não

seja possível, pedir

confirmação de

recebimento.

Nos termos da

legislação em

vigor, é necessário

existir certificação

digital do

remetente para

que a mensagem

tenha valor

documental.

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26

7. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Com base no

Manual de Redação da Presidência da República, analise as afirmativas

a seguir:

I. Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento

“digníssimo”. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer

cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

II. Em comunicações oficiais, é correto usar o vocativo “Excelentíssimo

Senhor Senador”.

III. É recomendável evitar expressões como “Tenho a honra de”.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

Gabarito – A

Comentário – Como já comentei nesta aula o fundamento do item I,

permita-me ressaltar apenas os outros dois.

De acordo com a tabela que se inicia na página 5, o

vocativo Excelentíssimo Senhor + Cargo é privativo dos chefes dos Poderes

Executivo, Legislativo e Judiciário. Para senador, o vocativo adequado é

apenas: Senhor Senador.

A respeito de algumas expressões que devem ser evitadas,

a tabela constante na página 16 esclarece a questão; mas é bom relacionar

outras que sofrem a mesma restrição, pois também caracterizam falta de

objetividade: “De ordem do(a)...”; “Aproveitamos o ensejo...”; “A presente

tem a finalidade de...”; “O assunto em epigrafe...”; “Vimos por meio

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27

desta...”; “Sem mais nada para o momento...”; “Estamos a sua inteira

disposição...”; e outras semelhantes.

O uso do gerúndio também deve ser comedido,

principalmente quando surge em uma locução verbal. Segmentos como

“estamos informando” pode ser escrito, de maneira concisa, assim:

informamos. E o que dizer, por exemplo, dos famosos “Vou estar

providenciando”, “Vou estar transferindo”, em que surgem a construção

INFIRNITIVO + GERÚNDIO? Melhor nem comentar!

8. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Assinale a

alternativa incorreta quanto ao uso de maiúsculas e minúsculas,

segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

(A) Moro na Capital.

(B) Procure o Decreto-Lei 292.

(C) O governante se comportou como um Nero.

(D) Eles estudaram no Colégio Pedro II.

(E) Devemos reler O Espírito das Leis, de Montesquieu.

Gabarito – C

Comentário – Além do emprego nas situações abaixo discriminadas, a

inicial maiúscula costuma ser utilizada para realçar determinados nomes,

sendo este um recurso estilístico valioso, especialmente se usado com

parcimônia. Lembre-se, a propósito, de que a apresentação do texto

também deve ser padronizada quanto à utilização de iniciais maiúsculas ou

minúsculas. Assim, se o autor opta por grafar “Estado” com maiúscula,

mesmo desacompanhado do seu determinante, esse uso deve ser mantido

em todo o texto.

Emprega-se a letra inicial maiúscula:

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a) no começo de período, artigo ou parágrafo de lei, verso

ou citação direta. Exemplos:

Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer

lugar, ainda que seja no Inferno, é estar no Paraíso”.

Art. 215. O Estado garantirá o pleno exercício dos direitos

culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a

valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas

populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes

do processo civilizatório nacional.

Hoje quedamos sós. Em toda parte,

Somos muitos e sós. Eu, como os outros.

Já não sei vossos nomes nem vos olho

Na boca, onde a palavra se calou. (Carlos Drummond de Andrade)

Observação – Alguns poetas usam, à espanhola, a minúscula no princípio de

cada verso, quando a pontuação o permite. Exemplo:

Aqui, sim, no meu cantinho,

vendo-me rir-me o candeeiro,

gozo o bem de estar sozinho

e esquecer o mundo inteiro. (Castilho)

b) nos substantivos próprios de qualquer espécie:

antropônimos, topônimos, patronímicos, cognomes, alcunhas, tribos e

castas, designações de comunidades religiosas e políticas, nomes sagrados e

relativos a religiões, entidades mitológicas e astronômicas, etc. Exemplos:

José, Maria, Macedo, Freitas, Brasil, América, Guanabara, Tietê, Atlântico,

Antoninos, Afonsinhos, Conquistador, Magnânimo, Coração de Leão,

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Sem Pavor, Deus, Jeová, Alá, Assunção, Ressurreição, Júpiter, Baco,

Cérbero, Via Láctea, Canopo, Vênus.

Observação – Os nomes de povos escrevem-se com inicial minúscula, não só

quando designam habitantes ou naturais de um estado, província, cidade,

vila ou distrito, mas ainda quando representam coletivamente uma nação:

amazonenses, baianos, estremenhos, fluminenses, guarapuavanos,

jequieenses, paulistas, pontalenses, romenos, russos, suíços, uruguaios,

venezuelanos.

c) nos nomes próprios de eras históricas e épocas

notáveis. Exemplos: Hégira, Idade Média, Quinhentos (o século XVI),

Seiscentos (o século XVII).

Observação – Essa regra não se aplica à palavra século, grafada com inicial

minúscula sempre que não iniciar período.

d) nos nomes de vias e lugares públicos. Exemplos:

Avenida Rio Branco, Beco do Carmo, Largo da Carioca, Praia do Flamengo,

Praça da Bandeira, Rua Larga, Rua do Ouvidor, Terreiro de São Francisco,

Travessa do Comércio.

e) nos nomes que designam altos conceitos religiosos,

políticos ou nacionalistas. Exemplos: Igreja (Católica, Apostólica, Romana),

Nação, Estado, Pátria, País, Raça.

Observação – Esses nomes se escrevem com inicial minúscula quando são

empregados em sentido geral ou indeterminado.

f) nos nomes que designam artes, ciências ou disciplinas,

bem como nos que sintetizam, em sentido elevado, as manifestações do

engenho e do saber. Exemplos: Agricultura, Arquitetura, Educação Física,

Filologia Portuguesa, Direito, Medicina, Engenharia, História do Brasil,

Geografia, Matemática, Pintura, Arte, Ciência, Cultura.

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Observação – Os nomes idioma, idioma pátrio, língua, língua portuguesa,

vernáculo e outros análogos escrevem-se com inicial maiúscula quando

empregados com especial relevo.

g) nos nomes que designam altos cargos, dignidades ou

postos. Exemplos: Papa, Cardeal, Arcebispo, Bispo, Patriarca, Vigário,

Vigário-Geral, Presidente da República, Ministro da Educação, Governador do

Estado, Embaixador, Almirantado, Secretário de Estado.

Observações – Justifica-se o emprego de iniciais maiúsculas em tais nomes

pela deferência especial que merecem os ocupantes desses cargos,

dignidades ou postos. O emprego não se justifica, entretanto, quando os

termos são usados de modo vago ou geral: Sonha ser papa; Candidatou-se

a governador do Estado do Pará; Aspira ao cargo de presidente da república;

Será promovido a embaixador.

No caso de termos compostos, todas as palavras devem ser

grafadas com iniciais maiúsculas, exceto as partículas (artigos, preposições,

advérbios, conjunções e palavras inflexivas): Capitão-de-Mar-e-Guerra,

Consultor-Geral.

h) nos nomes de repartições, corporações ou

agremiações, edifícios e estabelecimentos públicos ou particulares.

Exemplos: Diretoria-Geral do Ensino, Inspetoria do Ensino Superior,

Ministério, das Relações Exteriores, Academia Paranaense de Letras, Círculo

de Estudos, “Bandeirantes”, Presidência da República, Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, Tesouro do Estado, Departamento Administrativo do

Serviço Público, Banco do Brasil, Imprensa Nacional, Teatro de São José,

Tipografia Rolandiana, Edifício Palácio do Rádio II.

i) nos títulos de livros, jornais, revistas, produções

artísticas, literárias e científicas. Exemplos: Imitação de Cristo, Horas

Marianas, Correio da Manhã, Revista Filológica, Transfiguração (de Rafael),

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Norma (de Belini), O Guarani (de Carlos Gomes), O Espírito das Leis (de

Montesquieu).

Observação – Não se escrevem com maiúscula inicial as partículas

monossilábicas que se acham no interior de vocábulos compostos ou de

locuções ou expressões que têm iniciais maiúsculas: Queda do Império, O

Crepúsculo dos Deuses, Histórias sem Data, A Mão e a Luva, Festas e

Tradições Populares do Brasil.

j) nos nomes de tributos, acordos, cartas e declarações

internacionais. Exemplos: Imposto Sobre Produtos Industrializados, Taxa de

Limpeza Urbana, Convenção Americana de Direitos Humanos, Pacto

Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, Carta das Nações

Unidas, Declaração Universal de Direitos Humanos.

l) nos nomes de fatos históricos e importantes, de atos

solenes e de grandes empreendimentos públicos. Exemplos: Centenário da

Independência do Brasil, Descobrimento da América, Questão Religiosa,

Reforma Ortográfica, Acordo Luso-Brasileiro, Exposição Nacional, Festa das

Mães, Dia do Município, Glorificação da Língua Portuguesa.

m) nos nomes de escolas de qualquer espécie ou grau de

ensino. Exemplos: Faculdade de Filosofia, Escola Superior de Comércio,

Ginásio do Estado, Colégio Pedro II, Colégio Marista de Brasília, Instituto de

Educação, Grupo Escolar de Machado de Assis.

n) nos nomes comuns, quando personificados ou

individualizados, e de seres morais ou fictícios. Exemplos: A Capital da

República, a Transbrasiliana, moro na Capital, o Natal de Jesus, o Poeta

Camões, a ciência da Antigüidade, os habitantes da Península, a Bondade, a

Virtude, o Amor, a Ira, o Medo, o Lobo, o Cordeiro, a Cigarra, a Formiga.

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Observação – Incluem-se nesta norma os nomes que designam atos das

autoridades públicas, quando empregados em correspondência ou

documentos oficiais, desde que devidamente identificados: A Lei de 13 de

maio, o Decreto-Lei nº 292, o Decreto nº 20.108, a Portaria de 15 de junho,

o Regulamento nº 737, o Acórdão de 3 de agosto.

Se o ato for designado por palavra composta, todos os seus

termos componentes (exceto as partículas) devem ser grafados com inicial

maiúscula: Decreto-Lei.

o) nos nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões.

Exemplos: os povos do Oriente; o falar do Norte é diferente do falar do Sul;

a guerra do Ocidente.

Observação – Os nomes dos pontos cardeais escrevem-se com inicial

minúscula quando designam direções ou limites geográficos: Percorri o país

de norte a sul e de leste a oeste; Portugal está limitado a leste pela Espanha

e a oeste pelo Atlântico.

p) nos nomes, adjetivos, pronomes e expressões de

tratamento ou reverência. Exemplos: D. (Dom ou Dona), Sr. (Senhor), Sra.

(Senhora); DD. ou Digmo. (Digníssimo), MM. ou Mmo. (Meritíssimo),

Revmo. (Reverendíssimo), V.Reva. (Vossa Reverência), S. E. (Sua

Eminência), V. M. (Vossa Majestade), V. A. (Vossa Alteza), V. Sa. (Vossa

Senhoria), V. Exa. (Vossa Excelência), V. Exa. Revma. (Vossa Excelência

Reverendíssima), V. Exas. (Vossas Excelências).

Observação – As formas que se acham ligadas a essas expressões de

tratamento devem ser também escritas com iniciais maiúsculas: D. Abade,

Exma. Sra. Diretora, Sr. Almirante, Sr. Capitão-de-Mar-e-Guerra, MM. Juiz

de Direito, Exmo. e Revmo. Sr. Arcebispo Primaz, Magnífico Reitor,

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Eminentíssimo Senhor

Cardeal, Sua Majestade, Sua Alteza Real.

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q) nas palavras que, no estilo epistolar, dirigem-se a um

amigo, a um colega, a uma pessoa respeitável, as quais, por deferência,

consideração ou respeito, se queira realçar. Exemplos: meu bom Amigo,

caro Colega, meu prezado Mestre, estimado Professor, meu querido Pai,

minha adorável Mãe, meu bom Padre, minha distinta Diretora, caro Doutor,

prezado Capitão.

Emprega-se a inicial minúscula

Por contraposição, os termos não referidos no tópico anterior

devem vir em minúscula (ou caixa baixa). As instruções abaixo buscam

facilitar o emprego da inicial minúscula:

a) nos nomes dos dias da semana, dos meses e das estações

do ano.

b) nos nomes de festas pagãs ou populares. Exemplos:

carnaval, saturnais, bumba-meu-boi, entrudo.

c) nos compostos em que o nome próprio torna-se comum,

formando uma só unidade semântica. Exemplos: castanha-do-pará,

pau-brasil, deus-nos-acuda, joão-ninguém.

d) nas palavras derivadas de nomes estrangeiros. Exemplos:

bachiano, kantismo, beethoveniano, byronismo, comtiano, freudiano,

goethismo.

Observação – Esses derivados permanecem na grafia original, exceto na

terminação.

e) nos intitulativos gerais de doutrinas, correntes e escolas

de pensamento, religiões e regimes políticos. Exemplos: positivismo,

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romantismo, barroco, marxismo, catolicismo, cristianismo, parlamentarismo,

presidencialismo.

f) na sequência de alíneas e de incisos, que devem ter início

na altura do parágrafo do texto. Exemplos:

São benefícios concedidos pelo IPC:

a) auxílio-doença;

b) auxílio-funeral;

c) pecúlio.

A escolha de seus membros compete:

I – ao Senado Federal;

II – à Assembléia Geral;

III – ao Conselho Deliberativo.

g) depois do sinal de dois-pontos que não precede citação ou

nome próprio e depois de pontos de interrogação ou exclamação, se o

sentido está incompleto até essas anotações (que valem, no caso, por

vírgula, ponto e vírgula e dois-pontos, cumulativamente). Exemplos:

Oh! não vale a pena repetir: é coisa de somenos.

Que é isso! que é que tem?

Quem és tu? que esse estupendo corpo certo me tem

maravilhado.

Vês, peralta? é assim que um moço deve zelar o nome dos

seus?

h) nas partículas intermediárias (artigos, preposições,

advérbios, conjunções e palavras inflexivas) monossilábicas dos onomásticos

compostos (título de obras, acordos, conferências, congressos, etc.).

Exemplos: Crônicas de Risos e Lágrimas, Ninguém Escreve ao Coronel,

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Triste Fim de Policarpo Quaresma, II Congresso Nacional de Biblioteconomia,

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.

Observação – Assim, além de serem grafadas com inicial maiúscula quando

contam com duas ou mais sílabas, essas partículas também o são quando

abrem o onomástico composto: Os Sinos da Agonia, O General em seu

Labirinto, Com Açúcar e com Afeto, Convenção Sobre a Eliminação de Todas

as Formas de Discriminação Contra a Mulher.

i) nos adjetivos gentílicos e pátrios e na designação de

grupos étnicos. Exemplos: brasileiros, ingleses, xavantes, tamoios,

paulistanos, mato-grossenses, mineiros.

Observação – Em Antropologia, recomenda-se o uso com inicial maiúscula, e

no singular, da designação de tribos e castas indígenas: os Maué, e não os

maués.

j) nos nomes próprios tornados comuns (por antonomásia).

Exemplos: O ditador daquele país comportou-se como um nero. A atriz

apresentou-se como uma eva. Cantava feito uma diva.

Observações – Quando, porém, os nomes próprios – empregados como

apelativos – indicam genericamente uma classe de indivíduos semelhantes

aos designados por aqueles nomes, a inicial é maiúscula: Vários poetas

têm-se comportado como se Homeros fossem.

Incidentemente, o plural é normal nos nomes próprios: os

Brasis, os Portugais, os Cabrais, os Salazares.

l) no substantivo que designa a espécie de acidente

geográfico e obra civil. Exemplos: oceano Atlântico, mar Mediterrâneo, rio

Amazonas, baía de Guanabara, cordilheira dos Andes, vale do Paraíba,

deserto do Saara, gruta de Maquiné, ilha do Bananal, floresta da Tijuca, lago

Paranoá, canal de Suez, ponte Rio–Niterói, viaduto do Chá, aeroporto de

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Cumbica, usina de Itaipu, rodovia BR-116 (Rio–Bahia), estrada Rio–

Petrópolis, túnel Rebouças, porto de barragem de Sobradinho.

m) nos epítetos dos topônimos, nas preposições que os

relacionam no espaço, bem como nos adjuntos que lhes delimitam a

extensão ocasional em que são tomados. Exemplos: alto Amazonas, médio

São Francisco, baixo Tapajós, além Atlântico, aquém Andes, Brasil

meridional.

Observações – Quando tais elementos se incorporam aos topônimos,

fazendo parte de seu nome oficial ou de nome consagrado pelo uso, grafam-

se com inicial maiúscula: Recôncavo Baiano, Pantanal Mato-Grossense,

Oriente Médio, Trás-os-Montes, África Equatorial Francesa, Coréia do Sul,

Planalto Central, Baixada Fluminense, Mata Atlântica, Floresta Amazônica.

Também as zonas geoeconômicas do Nordeste e as

designações de ordem geográfica ou político-administrativa são grafadas

com maiúscula: Meio-Norte, Zona da Mata, Agreste, Sertão, Amazônia

Legal, Polígono das Secas, Triângulo Mineiro. Porém, quando se trata de

adjetivo qualificativo, e não de designativo oficial, grafam-se com inicial

minúscula: região amazônica, floresta atlântica, hiléia amazônica, costa

atlântica.

n) na palavra raios, que deve ser sempre pluralizada.

Exemplos: raios X, raios alfa, raios beta, raios delta, raios gama, raios

infravermelhos, raios ultravioleta.

Observações – Grafa-se sempre com maiúscula o x, de raios X.

Nos adjetivos compostos designativos de cores, o segundo

elemento só varia se for adjetivo, o que explica a diferença entre raios

ultravioleta e infravermelhos: “violeta” é nome (de planta); “vermelho” é

legítimo adjetivo.

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o) nos seguintes termos desacompanhados de determinante

(adjetivo qualificador ou número): lei, decreto, projeto, resolução, medida

provisória, emenda, plano, simpósio, seminário, conferência, etc. Exemplos:

O projeto dispõe sobre o reajuste das mensalidades

escolares.

A resolução que determina o critério da proporcionalidade

partidária tem boas chances de ser aprovada.

Com essa medida provisória, o Governo pretende alterar a

legislação do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

Foram abordados vários assuntos de interesse da população

durante o simpósio.

Observações – Lembre-se de que o texto da Lei Complementar nº 95, de 26

de fevereiro de 1998, que trata da elaboração, redação, alteração e

consolidação das leis, sugere o uso de inicial maiúscula para indicar

auto-referência em lei, medida que deve ser adotada no caso de minuta de

proposição legislativa. Exemplo: Esta Lei entra em vigor na data de sua

publicação.

Vale enfatizar a obrigatoriedade do uso da inicial maiúscula

sempre que um dos termos retromencionados aparecer seguido de

determinante ou número: Medida Provisória nº 2.733/99, Lei de Combate ao

Crime Organizado, Lei Antitruste.

p) nas expressões senhor(es) e senhora(s) empregadas como

vocativo, devendo ser grafadas por extenso. Exemplos: senhor Presidente,

senhores Senadores, senhores representantes de sindicatos, senhores

visitantes, meus senhores, minhas senhoras...

q) nos seguintes termos quando não estiverem no início do

período: trópico, hemisfério, pólo, continente, meridiano, paralelo, equador,

latitude, longitude, círculo polar ártico e antártico, etc.

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9. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito das

regras para grafia de numerais, com base no Manual de Elaboração de

Textos do Senado Federal, analise os itens a seguir.

I. Não se inicia período com algarismo arábico, devendo o número ser

grafado por extenso, independentemente de ser cardinal ou ordinal.

II. Grafam-se por extenso os numerais expressos num único vocábulo e em

algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra para serem

veiculados.

III. Nas datas escritas por extenso, indicam-se o dia e o ano em algarismos

arábicos e o mês pelo nome correspondente. Nas abreviadas, os três

elementos são expressos em algarismos arábicos e aparecem separados

por hífen ou barra.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – E

Comentário – A questão tratou da escrita de numerais em textos

técnicos (estudos, pareceres, notas técnicas). Vamos expandir e

exemplificar o que diz o Manual do Senado. Preste muita atenção.

a) Não se inicia período com algarismo arábico, devendo o

número ser grafado por extenso, independentemente de ser cardinal ou

ordinal. Exemplos:

Dezesseis anos era a idade da moça que trazia o céu nos

olhos.

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Sexagésimo aniversário da fundação da escola era a

comemoração do dia.

b) Grafam-se por extenso os numerais expressos num

único vocábulo e em algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra

para serem veiculados. Exemplo:

Mais de quinhentas pessoas compareceram à cerimônia de

posse do Presidente da República, mas apenas 250 tinham

sido convidadas. Destas, apenas vinte representavam

Estados estrangeiros.

Observações – A mesma regra é válida para as percentagens, utilizando-se

a expressão “por cento” ou o símbolo “%” conforme o numeral seja

veiculado por uma ou mais palavras: quinze por cento, cem por cento, 42%,

57%. O símbolo, entretanto, deve vir grafado imediatamente depois do

algarismo, sem qualquer espaço em branco.

Especificamente para a transcrição de numerais acima do

milhar, pode-se recorrer tanto à aproximação do número fracionário quanto

ao desdobramento dos termos numéricos: 23,6 milhões ou 23 milhões e 635

mil.

Para maior garantia, os valores monetários devem ser

expressos em algarismos seguidos da indicação da quantia, por extenso,

entre parênteses: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Se o valor

mencionado estiver localizado no final da linha, não o separe: coloque o

cifrão em uma linha e o numeral na seguinte.

c) Nenhum numeral leva hífen, salvo postos e graduações

da hierarquia militar e da diplomacia. Exemplo:

Dois servidores deixaram de receber o adiantamento do

13° salário em junho: o 2º-tenente responsável pela segurança do prédio,

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Sr. Antônio Leite, e o 1º-secretário responsável pela chefia do cerimonial,

Sr. Camilo Marques.

d) Não se emprega artigo antes do numeral, a menos que

o numeral anteceda substantivo. Exemplos:

Todos quatro estudam.

Todos os quatro filhos dele estudam.

Observações – O pronome indefinido “todos” só se emprega de três em

diante.

Considerados numerais duais, os termos “ambos” e

“ambas” são usados no lugar de “dois” e “duas” e só dispensam o artigo que

ordinariamente os segue quando não acompanhados por substantivo:

Ambos os alunos são estudiosos.

Marido e mulher, ambos graduaram-se em Direito.

e) Tanto gráficos, gravuras, ilustrações, fotografias,

figuras, esquemas, tabelas e quadros constantes dos textos, como idades,

datas, escores de jogos, vereditos e contagem de votos devem ser

numerados com algarismos arábicos. Exemplos:

A Tabela 5 mostra a evolução da taxa de mortalidade nos

últimos meses.

Marcelo tem 30 anos.

No plebiscito, foram 200 votos contra a reeleição e 100 a

favor dela.

O Júri absolveu-o por 4 a 3.

Observações – Em tais casos, não se aplica a regra referida na letra “b”.

Lembre-se, porém, de que o decurso de tempo será sempre grafado por

extenso:

Marcelo nasceu há trinta anos.

A reunião durou duas horas e meia.

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f) Nas datas escritas por extenso, indicam-se o dia e o ano

em algarismos arábicos e o mês pelo nome correspondente. Nas abreviadas,

os três elementos são expressos em algarismos arábicos e aparecem

separados por hífen ou barra. Exemplos: 14 de março de 1997; 5 de julho

de 1995; 12 de outubro de 1984; 1º de maio de 1999; 13-12-41; 27/1/92.

Observações – Não se utiliza o zero à esquerda dos numerais que indicam

dia e mês nem se usa ponto para separar os algarismos que expressam ano.

O primeiro dia do mês – ao contrário dos demais que são

expressos na forma cardinal – é sempre indicado pela abreviatura do

número ordinal: 1º/11/98, 1º de fevereiro de 1915; 1º-1-2000.

Não se utiliza a forma abreviada da data quando só se faz

referência a ano ou a mês e ano: 1980; 2001; agosto de 1937; janeiro de

1989; junho de 1891; abril de 1713.

g) Embora sejam minoria, alguns numerais estão sujeitos à

flexão de número e gênero, desde que não apareçam substantivados.

Exemplo: Refiro-me à procuração que se encontra a folhas trinta e duas.

h) As frações são invariavelmente indicadas por algarismos

numéricos se decimais, mas também podem ser escritas por extenso quando

ambos os elementos designados estão entre um e nove. Exemplos: 0,3;

12,75; 4/12; 7/25; 5/6; dois terços; um quarto.

i) Os algarismos romanos são usados normalmente na

indicação de séculos; imperadores, papas; grandes divisões das Forças

Armadas; congressos, seminários, reuniões, e outros acontecimentos

repetidos periodicamente; dinastias; paginação de prefácio; numeração de

livro, título, capítulo, seção e subseção de diplomas legais. Exemplos: século

XIX, século IV a.C.; Filipe IV, Napoleão I, João XXIII; I Comando do

Exército, IV Distrito Naval; XV Bienal de São Paulo, XX Copa do Mundo; I

Dinastia Maia; Seção III do Capítulo I do Título V da Constituição Federal.

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Observações – Só se pode lançar mão do uso de caracteres minúsculos no

caso da numeração das páginas de prefácio: i, ii, iii, iv.

Para fins de leitura, os algarismos romanos de I a X são

tidos por ordinais, estejam eles antepostos ou pospostos ao termo que

qualificam. Já a partir do XI, eles só recebem tal leitura se antepostos:

século I (século primeiro) ou I século (primeiro século) século X (século

décimo); mas século XI (século onze) ou XI século (décimo primeiro século);

XX Salão do Automóvel (vigésimo); IV Bienal do Livro (quarta).

Na redação legislativa, entretanto, o número dez é sempre

cardinal, independentemente de aparecer sob a forma de algarismo arábico

ou romano: art. 10 (artigo dez), inciso X (inciso dez).

j) O Código de Endereçamento Postal (CEP) constitui-se

obrigatoriamente de cinco dígitos, sem ponto nem espaço entre eles,

seguidos de um hífen, mais três dígitos, que servem para indicar a

localização do logradouro, sendo arábicos todos eles. Exemplo: CEP

70165-900.

l) Utiliza-se o numeral ordinal abreviado para designar

artigos e parágrafos de leis e proposições legislativas até o nono, inclusive.

A partir daí, emprega-se o algarismo arábico, seguido de ponto. Exemplos:

arts. 2º e 7º; § 5º e 9º; art. 12.; § 10.; art. 227.

Observações: – Seja qual for o numeral empregado, os termos “artigo” e

“parágrafo” devem ser grafados de forma abreviada: “art.” e “§” para o

singular e arts. e §§ para o plural.

Não se usa, porém, a forma abreviada quando essas

palavras aparecem acompanhadas de adjetivo, motivo pelo qual não se

abrevia o termo “parágrafo” dentro da expressão “parágrafo único”.

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m) Utiliza-se o algarismo romano para designar os incisos

(desdobramentos de artigos e parágrafos), que se separam de seus

respectivos textos por travessão ladeado de espaços. Exemplos:

O processo legislativo compreende a elaboração de:

I – emendas à Constituição;

II – leis complementares;

III – leis ordinárias;

IV – leis delegadas;

V – medidas provisórias;

VI – decretos legislativos;

VII – resoluções.

n) Indicam-se com algarismos arábicos, seguidos de ponto,

os itens (desdobramentos das alíneas). Exemplo:

Art. 4º Toda criança tem o direito de brincar.

§ 1º Compete à família, ao Estado e à sociedade:

I – prover a criança de:

a) condições de lazer que incluam:

1. local bem ventilado;

2. equipamentos seguros;

3. assistência de supervisor especializado.

o) muitas são as variações possíveis para a indicação de

horários por meio de algarismos. Exemplos: 19h; 22 horas; 20h30min;

1h17min5seg; cinco horas; às nove e meia da manhã; ao meio dia e meia.

Observação – Entre as variações possíveis, contudo, não se admite o uso da

forma inglesa, representada pelo emprego do sinal de dois-pontos entre o

indicador da hora e o dos minutos.

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10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito do

Padrão Ofício, conforme ensina o Manual de Redação da Presidência da

República, analise as afirmativas a seguir.

I. Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos

em papel ofício.

II. Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados

da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento +

palavras-chave do conteúdo.

III. Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto

em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – D

Comentário – Aprendemos isso quando tratamos dos documentos que se

conformam com o padrão ofício (páginas 16 a 18). Portanto o único

problema diz respeito ao “papel ofício”. O correto é papel A 4. Parece que o

examinador fez um jogo de palavras com as expressões padrão ofício e

papel ofício.

11. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais

citados, analise as afirmativas a seguir:

I. Ao elaborar pronunciamentos, proposições legislativas, pareceres,

estudos ou notas técnicas, o consultor há de ter em mente que o texto

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a redigir deve ser compreendido e aprovado pelo destinatário, mesmo

porque resulta, quase sempre, de solicitação por este formulada. Daí a

necessidade de uma interação equilibrada e harmoniosa entre a

Consultoria e quem lhe solicita o trabalho.

II. Se o uso sistemático de figuras de retórica é admissível nas peças

literárias e nos discursos, que amiúde se utilizam de linguagem refinada

e grandiloquente, ele se revela inadequado à redação de textos técnicos

e legais, que devem primar pela clareza e objetividade.

III. O princípio constitucional da publicidade, que também rege a feitura das

leis, está longe de esgotar-se na mera publicação do texto, estendendo-

se, ainda, ao alcance delas por todo e qualquer cidadão.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – A

Comentário – Em sua página 9, o Manual do Senado trata da tentativa de

alguns de justificarem o uso sistemático de figuras de retórica, de

expressões enviesadas e de tantos outros enfeites linguísticos que

normalmente comprometem a clareza do texto e dificultam sua

compreensão. Nesse sentido, os itens acima são verdadeiras observações

relativas a estilo. Todos estão corretos e constituem quase que a transcrição

literal de passagens do Manual. É bom lê-los com atenção.

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12. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais

citados, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Devem-se escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado

em todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o

emprego de expressões regionais ou locais.

(B) É necessário articular a linguagem comum ou técnica para a perfeita

compreensão da idéia veiculada no texto.

(C) É necessário usar as palavras e expressões em seu sentido comum,

salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese em que se

empregarão a nomenclatura e terminologia próprias da área.

(D) Preferencialmente deve-se manifestar o pensamento ou a idéia com as

mesmas palavras, podendo-se empregar a sinonímia com propósito

estilístico.

(E) Deve-se atentar para a construção de orações na ordem direta,

evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas, jargão

técnico, lugares comuns, modismos e termos coloquiais.

Gabarito – D

Comentário – Alternativa A: certa. Podemos ler na página 9 do Manual do

Senado que:

As comunicações que partem dos órgãos públicos federais

devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão

brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de

uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há

dúvida que um texto marcado por expressões de circulação

restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o

jargão técnico tem sua compreensão dificultada.

Alternativa B: certa. Fala-se aqui sobre um aspecto da

precisão que deve estar presente em textos técnicos ou legais: “articulação

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da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia

veiculada no texto” (página 10 do Manual do Senado).

Alternativa C: certa. Agora o examinador voltou à pagina 9

para abordar a linguagem a ser utilizada em textos técnicos ou legais: “uso

de palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando o assunto

for de natureza técnica, hipótese em que se empregarão a nomenclatura e

terminologia próprias da área”.

Alternativa D: errada. Ao tratar das exigências para que

haja precisão em um texto técnico ou legal, o Manual do Senado estabelece

que o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico deve ser

evitado (página 10).

Alternativa E: certa. Com respeito á clareza, o Manual do

Senado (página 9) esclarece que seja feito uso “da construção de orações na

ordem direta, evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas,

jargão técnico, lugares-comuns, modismos e termos coloquiais”.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Contemporaneamente, os

fechos para comunicação, com base nos manuais citados, são:

(A) somente “atenciosamente” e “respeitosamente”.

(B) preferencialmente “atenciosamente” e “cordialmente”.

(C) somente “cordialmente” e “respeitosamente”.

(D) preferencialmente “cordialmente” e “respeitosamente”.

(E) somente “atenciosamente” e “cordialmente”.

Gabarito – A

Comentário – O fecho tem a finalidade de marcar o final do texto e saudar

o destinatário. Ele, o fecho, não é numerado como os demais parágrafos.

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Além disso, os fechos utilizados atualmente nos documentos oficiais são os

seguintes:

– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive

quando se tratar do presidente da República;

– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia

ou de hierarquia inferior.

Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades

estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.

14. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da

Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto

oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de

informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa

qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do

assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o

texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem

eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias.

II. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de

economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de

palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma

entendê-la como Economia de pensamento, isto é, não se devem

eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em

tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,

redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.

III. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se

definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão

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49

pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela

depende estritamente das demais características da redação oficial.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – B

Comentário – Já expus nesta aula, nas páginas 10 e 11, o que devemos

compreender por concisão e clareza. Esta questão reforça o meu

comentário.

15. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras do Manual de Redação da

Presidência da República acerca da redação de atos normativos, analise

as afirmativas a seguir:

I. O parágrafo é representado pelo sinal gráfico §. Também em relação ao

parágrafo, consagra-se a prática da numeração ordinal até o décimo (§

10º) e cardinal a partir do parágrafo onze (§ 11). No caso de haver

apenas um parágrafo, adota-se a grafia parágrafo único (ou “§ único”).

Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra maiúscula e

encerrados com ponto-final.

II. Os incisos são utilizados como elementos discriminativos de artigo se o

assunto nele tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou não

se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indicados por

algarismos romanos e as alíneas por letras.

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50

III. As alíneas ou letras constituem desdobramentos dos incisos e dos

parágrafos. A alínea ou letra será grafada em minúsculo e seguida de

parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento das alíneas faz-se com

números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – D

Comentário – Muita atenção, prezado(a) aluno(a). Está quase tudo certo,

quase tudo é transcrição fiel do Manual da Presidência (páginas 81 e 82). Os

únicos erros encontram-se na afirmativa I, observe:

O parágrafo é representado pelo sinal gráfico §.

Também em relação ao parágrafo, consagra-se a prática da

numeração ordinal até o nono (§ 9o) e cardinal a partir do

parágrafo dez (§ 10). No caso de haver apenas um

parágrafo, adota-se a grafia Parágrafo único (e não “§

único”). Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra

maiúscula e encerrados com ponto-final.

Veja este exemplo extraído do art. 5º da Constituição:

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à

vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,

nos termos seguintes:

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(...)

LXXX – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a

falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício

dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas

inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII – conceder-se-á habeas-data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas

à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos

de dados de entidades governamentais ou de caráter

público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo

por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

(...)

§ 1o As normas definidoras dos direitos e garantias

fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2o Os direitos e garantias expressos nesta Constituição

não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios

por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a

República Federativa do Brasil seja parte.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) No âmbito da Consultoria Legislativa, segundo

o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal, ocorre preâmbulo

em:

(A) parecer, somente.

(B) relatório e parecer.

(C) requerimento, somente.

(D) parecer e requerimento.

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(E) projeto.

Gabarito – E

Comentário – A tabela abaixo esclarece os tipos de documentos que

contêm preâmbulo:

Parecer /

Relatório Projeto P E C Requerimento

Preâmbulo –

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

O CONGRESSO NACIONAL promulga:

O SENADO FEDERAL resolve:

As Mesas da Câmara

dos Deputados e do

Senado Federal, nos

(...)

17. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras sobre uso de siglas e

acrônimos do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,

analise as afirmativas a seguir:

I. O uso de siglas e acrônimos deve ser parcimonioso e restringir-se

àqueles já existentes e consagrados.

II. As siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo corpo do texto,

sem o uso de pontos intermediários ou finais.

III. Na primeira citação, a expressão designada deve vir escrita por extenso,

de forma completa e correta, antes ou depois da sigla ou do acrônimo

respectivo.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

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Gabarito – A

Comentário – Conforme o Manual do Senado, há relativo consenso acerca

de alguns pontos , a saber:

a) uso de siglas e acrônimos deve ser parcimonioso e

restringir-se àqueles já existentes e consagrados.

b) as siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo

corpo do texto, sem o uso de pontos intermediários ou finais. Exemplos:

OEA, ONU, OIT, Embrapa, Contran, Embratur, CDBs, Ufirs, GPs.

c) na primeira citação, a expressão designada deve vir

escrita por extenso, de forma completa e correta, sempre antes da sigla ou

do acrônimo respectivo, que deve estar entre parênteses ou travessões e

em letras maiúsculas. Exemplos:

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem mais

uma medida restritiva.

A discussão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)

pela Câmara ainda promete alongar-se por muito tempo.

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

(Sudene) criou comissão de estudo para elaborar as normas

balizadoras do programa de investimento a ser instituído

ainda neste ano.

Observações – Pode-se dispensar a explicação apenas para a representação

do nome dos partidos políticos e das empresas comerciais, exceto públicas

ou estatais, quando a forma abreviada já se tornou sinônimo do próprio

nome: PMDB, PFL, PSDB, Varig, Vasp, Bradesco. De qualquer modo, em

caso de dúvida, deve-se transcrever o significado da sigla.

Recomenda-se cuidado extra para a transcrição dos

conectivos presentes nas expressões designadas, fonte principal de

equívocos, a exemplo do que acontece com o Instituto Brasileiro do (e não

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54

“de”) Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Entretanto, não se deve descuidar dos demais componentes das expressões,

pois a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) muitas vezes se

transforma em “Confederação” e o Instituto Nacional do Seguro Social

(INSS) converte-se em instituto de “seguridade”.

Não se admite a separação silábica de sigla ou acrônimo

grafado com letras maiúsculas.

d) as siglas partidárias, seguidas das siglas dos Estados,

devem ser separadas por travessão, com espaço antes e depois dele

Exemplo: O Senador Eduardo Suplicy (PT – SP) pediu a palavra, pela ordem.

e) as siglas de até três letras devem ser escritas com letra

maiúscula. Exemplos: PM, TV, CPF, GP; BC, ONU, USP, PUC; PT, PV, PPS;

DF, RJ, AC, MG.

f) as siglas e os acrônimos com quatro letras ou mais são

grafados em maiúscula quando se pronuncia separadamente cada uma de

suas letras ou partes, mas recebem apenas a inicial maiúscula – a partir da

segunda aparição no texto – no caso de terem a pronúncia de vocábulo.

Exemplos: CNBB, CPFL, BNDES, Sudene, Cobal, Condephaat, Masp, Vasp,

Eletropaulo, Varig.

g) excepcionalmente, pode haver a concorrência de letras

maiúsculas e minúsculas na estrutura de sigla e acrônimo, a fim de evitar

confusão com outros termos assemelhados. Exemplos: CNPq16 (Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), UnB (Universidade

de Brasília), CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), SPTrans (São

Paulo Transporte S.A.)

h) via de regra, deve-se empregar as siglas e os acrônimos

dos órgãos estrangeiros na sua versão em português, que corresponde à

expressão original traduzida. Entretanto, adota-se a forma abreviada original

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quando o seu uso já é disseminado internacionalmente. De todo modo, a

expressão por ela designada deve ser necessariamente traduzida. Exemplos:

Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional

(FMI), Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird),

Agência Internacional de Desenvolvimento (AID), Estados Unidos da América

(EUA), Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep),

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO),

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

(Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fifa (Federação

Internacional de Futebol Associado), Fisa (Federação Internacional de

Automobilismo Esportivo), Foca (Federação dos Construtores de Fórmula 1).

i) deve-se evitar, ao máximo, o emprego de abreviaturas

nos textos corridos, mesmo nos casos de transcrição de endereços.

Exemplos: O rapaz – que mora na Rua Augusta, 525 – andou doze

quilômetros para entregar a carta da tia ao amigo dela, morador da Avenida

Paulista, 171.

j) quando for imperiosa a necessidade de formar

abreviatura, deve-se fazer com que ela termine em consoante, seguida de

ponto, conservando-se todos os sinais gráficos existentes até o corte

efetuado. Exemplos: fil. ou filos. (filosofia), fís. (física), pág. (página), séc.

(século), etc. (et cetera).

Observações – Caso a palavra a ser abreviada tenha um grupo de

consoantes no ponto em que se quer estabelecer o corte, esse grupo deve

ser mantido: depr. (depreciativo), ópt. (óptica), obs. (observação), mons.

(monsenhor), asp. (aspirante), etc.

O termo “S. A.”, embora tenha a aparência de sigla,

constitui a abreviatura das palavras “sociedade” e “anônima”. Por isso, exige

o uso do ponto, que não pode ser substituído por barra em hipótese alguma.

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56

l) os plurais também comportam abreviatura, sendo

geralmente indicados pelo acréscimo da letra “s” antes do ponto que indica o

corte. Todavia, alguns plurais são indicados pela duplicação da letra.

Exemplos: sécs. XV e XVI; págs. 54 e 55; fls. 56 e segs.; srs.; dras.; S.

Sas.; V. Exas.; AA. (autores); EE. (editores).

Observações – Repare que o “S.” de “Sua Senhoria” e o “V.” de “Vossa

Excelência” ficam invariáveis nos exemplos acima. Isso porque não há forma

abreviada plural para os possessivos integrantes dos pronomes de

tratamento. Tampouco se pluraliza a abreviatura de “dons” ou “donas”.

Além do plural, a duplicação da letra pode também indicar o

superlativo: D. (digno), DD. (digníssimo).

m) não se abrevia nome geográfico fora de título

(manchete, nome de obra, etc.). Neste, contudo, têm livre curso a utilização

da abreviatura “S.” para “São”, “Santo” e “Santa” e a substituição dos

nomes das cidades de São Paulo, Belo Horizonte e New York,

exclusivamente, por suas respectivas siglas (SP, BH e NY)

n) as abreviaturas do sistema de unidades de medida, ao

contrário das demais, não recebem ponto nem plural, são grafadas com

letras minúsculas e separadas por espaço do número que normalmente

acompanham. Exemplos: 289 t; 3 kg; 45 g; 130 m; 12 km; 1 h; 22 h; 7

min, 18 s; 50 l; 600 ml; 27 ha.

Observações – Só se suprime o espaço entre a abreviatura e o número

diante da possibilidade de fraude e no caso de transcrição completa de

horário (hora e minutos ou hora, minutos e segundos). Exemplos: 9h57min;

1h20min; 18h16min14s.

Não se abrevia unidade de medida não determinada e

tampouco se misturam abreviaturas com medidas transcritas por extenso.

Exemplo:

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57

Um letreiro próximo à rodovia dos Imigrantes indicava a

existência de um telefone de emergência a cada mil metros.

Todavia, ele já rodava há vinte minutos na estrada, numa

velocidade de 60 km/h, e não tinha visto um sequer.

18. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Depois de

alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em 1937. Nos

40 anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi

amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.”

Considerando que o trecho acima faça parte de um texto técnico,

assinale a alternativa em que ele estaria corretamente redigido,

segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

(A) Depois de alguns pagamentos em mil novecentos e trinta e quatro, veio

um ‘calote’ completo em mil novecentos e trinta e sete. Nos quarenta

anos entre mil oitocentos e noventa e cinco e mil novecentos e trinta e

cinco, menos de dezoito por cento do empréstimo foi amortizado, e os

juros foram pagos apenas em doze anos.

(B) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por

cento do empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em

doze anos.

(C) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do

empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em doze

anos.

(D) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos 40 anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por cento do

empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.

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58

(E) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos 40 (quarenta) anos entre 1895 e 1935, menos de 18%

(dezoito por cento) do empréstimo foi amortizado, e os juros foram

pagos apenas em 12 (doze) anos.

Gabarito – B

Comentário – Esta é uma boa questão para recordarmos alguns preceitos

sobre o que já foi exposto anteriormente: a escrita de numerais em um

texto técnico, segundo o Manual do Senado.

– Grafam-se por extenso os numerais expressos num único

vocábulo e em algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra para

serem veiculados. A mesma regra é válida para as percentagens,

utilizando-se a expressão “por cento” ou o símbolo “%” conforme o numeral

seja veiculado por uma ou mais palavras: quinze por cento, cem por cento,

42%, 57%. O símbolo, entretanto, deve vir grafado imediatamente depois

do algarismo, sem qualquer espaço em branco.

– Para maior garantia, os valores monetários devem ser

expressos em algarismos seguidos da indicação da quantia, por extenso,

entre parênteses: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

– tanto gráficos, gravuras, ilustrações, fotografias, figuras,

esquemas, tabelas e quadros constantes dos textos, como idades, datas,

escores de jogos, vereditos e contagem de votos devem ser numerados com

algarismos arábicos. Exemplos:

A Tabela 5 mostra a evolução da taxa de mortalidade nos

últimos meses.

Marcelo tem 30 anos.

No plebiscito, foram 200 votos contra a reeleição e 100 a

favor dela.

O Júri absolveu-o por 4 a 3.

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Lembre-se, porém, de que o decurso de tempo será sempre

grafado por extenso:

Marcelo nasceu há trinta anos.

A reunião durou duas horas e meia.

19. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da

Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo

com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,

podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore

expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer

jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico

correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que

atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a

empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter

impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e

concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua.

II. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as

regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao

conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a

obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do

fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou

sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias

lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida

compreensão por todos os cidadãos.

III. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que

não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o

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uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos

contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua

literária.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – D

Comentário – Voltamos às características gerais do texto administrativo.

Elas já foram objeto do nosso comentário (principalmente nas questões 1 e

4). Levando-se em consideração ainda que todas as afirmativas aqui

apresentadas estão corretas, é desnecessário acrescentar mais alguma

coisa.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao que ensina o Manual de Redação

da Presidência da República acerca do uso dos pronomes de

tratamento, analise as afirmativas a seguir:

I. Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a

arcebispos e bispos.

II. Vossa Reverendíssima é usado para monsenhores, cônegos e superiores

religiosos.

III. Vossa Senhoria Reverendíssima é empregado para sacerdotes, clérigos

e demais religiosos.

Assinale:

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(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

Gabarito – E

Comentário – O problema está no que se afirma no item III. Vossa

Senhoria Reverendíssima ou simplesmente Vossa Reverendíssima, como na

segunda sentença, servem para tratar monsenhores, cônegos e superiores

religiosos. Já sacerdotes, clérigos e demais religiosos são tratados por Vossa

Reverência. Consulte, se preferir, a tabela que se inicia na página 5.

A propósito do uso dos pronomes de tratamento, importa

ainda comentar as seguintes orientações:

e os demais pronomes– levam o verbo para a terceira

pessoa: Vossa Senhoria deve indicar seu substituto.

– quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, a

concordância deve coincidir com o sexo da pessoa: Vossa Excelência deve

estar satisfeita – se for mulher.

21. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) De acordo com o Manual de Redação da

Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de

Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo. As demais

autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo

respectivo.

II. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as

autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para

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particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. No

entanto, é possível substituir excelentíssimo, nos casos em que se

aplicar, por digníssimo.

III. Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se

evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se

empregá-lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham

tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É

costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis

em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor

confere a desejada formalidade às comunicações.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – A

Comentário – Já tratamos destes assuntos aqui na aula (páginas 5-7).

Frise-se que:

– somente para os chefes de Poder o vocativo é

Excelentíssimo Senhor + Cargo;

– tanto ilustríssimo quanto digníssimo estão abolidos pelo

Manual da Presidência, sem distinção.

– Doutor não é pronome de tratamento, e sim título

acadêmico, o qual pode ser usado para designar quem possui doutorado,

salvo raras exceções consagradas pelo uso, como acontece em relação aos

bacharéis em Medicina e Direito.

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22. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no que rege o Manual de Redação da

Presidência da República acerca da exposição de motivos, analise as

afirmativas a seguir:

I. Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão

ofício.

II. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas

formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter

exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma

medida ou submeta projeto de ato normativo.

III. No caso da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto

ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o

modelo do padrão ofício, acompanhado da indicação de que medida

adotar.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Gabarito – D

Comentário – Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do

padrão ofício. O item I é verdadeiro.

A exposição de motivo que tem caráter exclusivamente

informativo segue o modelo referido para o padrão ofício. A que propõe

alguma medida ou submeta projeto de ato normativo segue modelo

apropriado, que contém, inclusive, “formulário de anexo à exposição de

motivos, devidamente preenchido”. O item II também é verdadeiro.

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A indicação de que medida adotar consta na exposição de

motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão

de alguma medida ou que lhe apresente projeto de ato normativo. Na

introdução do texto, é apresentado o problema que está a reclamar a

adoção da medida ou do ato normativo proposto. No desenvolvimento, é

apontado o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal

para se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes pra

equacioná-lo. Na conclusão, reforça-se qual medida deve ser tomada, ou

qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. O item III

é falso.

23. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao uso do itálico, com base nas

orientações do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,

analise as afirmativas a seguir:

I. Recomenda-se o uso de itálico para indicar títulos de livros, revistas,

jornais e obras de arte em geral, bem como palavras e expressões

estrangeiras. Os títulos de acordos, conferências, congressos e

assemelhados não recebem itálico nem qualquer outra forma de

destaque gráfico no texto.

II. Pode-se utilizar a fonte em itálico nas citações longas, que aparecem

destacadas do texto, ou no caso da transcrição literal de ementas. Se a

ementa for pequena, ainda é possível transcrevê-la entre aspas.

III. Ao invés do itálico, ainda é possível utilizar o grifo com idêntica

serventia, mas não se recomenda o emprego desse artifício para o

destaque integral de citações longas. Quando se quer destacar apenas

um trecho delas, porém, o grifo revela-se a solução perfeita.

Assinale:

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(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – E

Comentário – Como tudo está de acordo com o referido Manual, creio que

não há muito o que dizer. Apenas solicito sua especial atenção para o

primeiro item.

Assim finalizamos este curso.

Desejo que Deus o(a) abençoe e que você obtenha o êxito que

almeja.

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que

não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o

uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada.

II. Não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o

uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. O jargão

burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua

compreensão limitada.

III. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a

exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos

rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a

determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com

eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em

comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em

expedientes dirigidos aos cidadãos.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

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2. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, devem constar do cabeçalho ou

do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:

I. nome do órgão ou setor;

II. endereço postal;

III. telefone e endereço de correio eletrônico.

Analise os itens acima e assinale

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.

(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos

(C) se apenas o item I estiver correto

(D) se nenhum item estiver correto

(E) se todos os itens estiverem corretos

3. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Num diálogo com um

deputado federal, o pronome indicado para se dirigir a ele é

(A) Sua Excelência

(B) Vossa Excelência

(C) Ilustríssimo Senhor

(D) Vossa Eminência

(E) Sua Eminência

4. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de Redação

da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a

exijam, devendo-se evitar o seu uso indiscriminado. Certos

rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a

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determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com

eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em

comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em

expedientes dirigidos aos cidadãos.

II. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se

definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão

pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela

depende estritamente das demais características da redação oficial. Para

ela concorrem a impessoalidade, que evita a duplicidade de

interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista

dado ao texto; o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de

entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação

restrita, como a gíria e o jargão; a formalidade e a padronização, que

possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; a concisão, que

faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe

acrescentam.

III. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as

autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para

particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se

evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se empregá-

lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por

terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar

por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em

Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada

formalidade às comunicações.

Assinale

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas

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(B) se todas as afirmativas estiverem corretas

(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta

5. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito da

redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a

certas regras de forma: além das exigências de impessoalidade e uso do

padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de

tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto

emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade

de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à

civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a

comunicação.

II. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a

exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos

acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de

difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-

se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações

encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes

dirigidos aos cidadãos.

III. Não há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita.

Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer

alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros

elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a

entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis

por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as

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transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se

apenas de si mesma para comunicar.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

6. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito

dos documentos na redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente

idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido

exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma

hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais

autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos

oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do

ofício, também com particulares.

II. O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades

administrativas de um mesmo órgão, que podem estar

hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se,

portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode

ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a

exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por

determinado setor do serviço público.

III. Quanto à forma, o memorando não segue o modelo do padrão ofício,

além de ter seu destinatário mencionado pelo cargo que ocupa.

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Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

7. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Com base no

Manual de Redação da Presidência da República, analise as afirmativas

a seguir:

I. Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento

“digníssimo”. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer

cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

II. Em comunicações oficiais, é correto usar o vocativo “Excelentíssimo

Senhor Senador”.

III. É recomendável evitar expressões como “Tenho a honra de”.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

8. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Assinale a

alternativa incorreta quanto ao uso de maiúsculas e minúsculas,

segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

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(A) Moro na Capital.

(B) Procure o Decreto-Lei 292.

(C) O governante se comportou como um Nero.

(D) Eles estudaram no Colégio Pedro II.

(E) Devemos reler O Espírito das Leis, de Montesquieu.

9. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito das

regras para grafia de numerais, com base no Manual de Elaboração de

Textos do Senado Federal, analise os itens a seguir.

I. Não se inicia período com algarismo arábico, devendo o número ser

grafado por extenso, independentemente de ser cardinal ou ordinal.

II. Grafam-se por extenso os numerais expressos num único vocábulo e em

algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra para serem

veiculados.

III. Nas datas escritas por extenso, indicam-se o dia e o ano em algarismos

arábicos e o mês pelo nome correspondente. Nas abreviadas, os três

elementos são expressos em algarismos arábicos e aparecem separados

por hífen ou barra.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito do

Padrão Ofício, conforme ensina o Manual de Redação da Presidência da

República, analise as afirmativas a seguir.

I. Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos

em papel ofício.

II. Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados

da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento +

palavras-chave do conteúdo.

III. Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto

em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

11. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais

citados, analise as afirmativas a seguir:

I. Ao elaborar pronunciamentos, proposições legislativas, pareceres,

estudos ou notas técnicas, o consultor há de ter em mente que o texto

a redigir deve ser compreendido e aprovado pelo destinatário, mesmo

porque resulta, quase sempre, de solicitação por este formulada. Daí a

necessidade de uma interação equilibrada e harmoniosa entre a

Consultoria e quem lhe solicita o trabalho.

II. Se o uso sistemático de figuras de retórica é admissível nas peças

literárias e nos discursos, que amiúde se utilizam de linguagem refinada

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e grandiloquente, ele se revela inadequado à redação de textos técnicos

e legais, que devem primar pela clareza e objetividade.

III. O princípio constitucional da publicidade, que também rege a feitura das

leis, está longe de esgotar-se na mera publicação do texto, estendendo-

se, ainda, ao alcance delas por todo e qualquer cidadão.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

12. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais

citados, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Devem-se escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado

em todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o

emprego de expressões regionais ou locais.

(B) É necessário articular a linguagem comum ou técnica para a perfeita

compreensão da idéia veiculada no texto.

(C) É necessário usar as palavras e expressões em seu sentido comum,

salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese em que se

empregarão a nomenclatura e terminologia próprias da área.

(D) Preferencialmente deve-se manifestar o pensamento ou a idéia com as

mesmas palavras, podendo-se empregar a sinonímia com propósito

estilístico.

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(E) Deve-se atentar para a construção de orações na ordem direta,

evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas, jargão

técnico, lugares comuns, modismos e termos coloquiais.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Contemporaneamente, os

fechos para comunicação, com base nos manuais citados, são:

(A) somente “atenciosamente” e “respeitosamente”.

(B) preferencialmente “atenciosamente” e “cordialmente”.

(C) somente “cordialmente” e “respeitosamente”.

(D) preferencialmente “cordialmente” e “respeitosamente”.

(E) somente “atenciosamente” e “cordialmente”.

14. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da

Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto

oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de

informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa

qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do

assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o

texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem

eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias.

II. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de

economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de

palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma

entendê-la como Economia de pensamento, isto é, não se devem

eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em

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tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,

redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.

III. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se

definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão

pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela

depende estritamente das demais características da redação oficial.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

15. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras do Manual de Redação da

Presidência da República acerca da redação de atos normativos, analise

as afirmativas a seguir:

I. O parágrafo é representado pelo sinal gráfico §. Também em relação ao

parágrafo, consagra-se a prática da numeração ordinal até o décimo (§

10º) e cardinal a partir do parágrafo onze (§ 11). No caso de haver

apenas um parágrafo, adota-se a grafia parágrafo único (ou “§ único”).

Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra maiúscula e

encerrados com ponto-final.

II. Os incisos são utilizados como elementos discriminativos de artigo se o

assunto nele tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou não

se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indicados por

algarismos romanos e as alíneas por letras.

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III. As alíneas ou letras constituem desdobramentos dos incisos e dos

parágrafos. A alínea ou letra será grafada em minúsculo e seguida de

parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento das alíneas faz-se com

números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) No âmbito da Consultoria Legislativa, segundo

o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal, ocorre preâmbulo

em:

(A) parecer, somente.

(B) relatório e parecer.

(C) requerimento, somente.

(D) parecer e requerimento.

(E) projeto.

17. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –

ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras sobre uso de siglas e

acrônimos do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,

analise as afirmativas a seguir:

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I. O uso de siglas e acrônimos deve ser parcimonioso e restringir-se

àqueles já existentes e consagrados.

II. As siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo corpo do texto,

sem o uso de pontos intermediários ou finais.

III. Na primeira citação, a expressão designada deve vir escrita por extenso,

de forma completa e correta, antes ou depois da sigla ou do acrônimo

respectivo.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

18. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Depois de

alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em 1937. Nos

40 anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi

amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.”

Considerando que o trecho acima faça parte de um texto técnico,

assinale a alternativa em que ele estaria corretamente redigido,

segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

(A) Depois de alguns pagamentos em mil novecentos e trinta e quatro, veio

um ‘calote’ completo em mil novecentos e trinta e sete. Nos quarenta

anos entre mil oitocentos e noventa e cinco e mil novecentos e trinta e

cinco, menos de dezoito por cento do empréstimo foi amortizado, e os

juros foram pagos apenas em doze anos.

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(B) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por

cento do empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em

doze anos.

(C) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do

empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em doze

anos.

(D) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos 40 anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por cento do

empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.

(E) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em

1937. Nos 40 (quarenta) anos entre 1895 e 1935, menos de 18%

(dezoito por cento) do empréstimo foi amortizado, e os juros foram

pagos apenas em 12 (doze) anos.

19. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da

Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo

com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,

podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore

expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer

jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico

correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que

atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a

empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter

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impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e

concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua.

II. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as

regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao

conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a

obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do

fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou

sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias

lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida

compreensão por todos os cidadãos.

III. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que

não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o

uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos

contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua

literária.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao que ensina o Manual de Redação

da Presidência da República acerca do uso dos pronomes de

tratamento, analise as afirmativas a seguir:

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I. Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a

arcebispos e bispos.

II. Vossa Reverendíssima é usado para monsenhores, cônegos e superiores

religiosos.

III. Vossa Senhoria Reverendíssima é empregado para sacerdotes, clérigos

e demais religiosos.

Assinale:

(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

21. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) De acordo com o Manual de Redação da

Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de

Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo. As demais

autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo

respectivo.

II. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as

autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para

particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. No

entanto, é possível substituir excelentíssimo, nos casos em que se

aplicar, por digníssimo.

III. Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se

evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se

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empregá-lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham

tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É

costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis

em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor

confere a desejada formalidade às comunicações.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

22. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no que rege o Manual de Redação da

Presidência da República acerca da exposição de motivos, analise as

afirmativas a seguir:

I. Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão

ofício.

II. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas

formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter

exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma

medida ou submeta projeto de ato normativo.

III. No caso da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto

ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o

modelo do padrão ofício, acompanhado da indicação de que medida

adotar.

Assinale:

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(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

23. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E

INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao uso do itálico, com base nas

orientações do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,

analise as afirmativas a seguir:

I. Recomenda-se o uso de itálico para indicar títulos de livros, revistas,

jornais e obras de arte em geral, bem como palavras e expressões

estrangeiras. Os títulos de acordos, conferências, congressos e

assemelhados não recebem itálico nem qualquer outra forma de

destaque gráfico no texto.

II. Pode-se utilizar a fonte em itálico nas citações longas, que aparecem

destacadas do texto, ou no caso da transcrição literal de ementas. Se a

ementa for pequena, ainda é possível transcrevê-la entre aspas.

III. Ao invés do itálico, ainda é possível utilizar o grifo com idêntica

serventia, mas não se recomenda o emprego desse artifício para o

destaque integral de citações longas. Quando se quer destacar apenas

um trecho delas, porém, o grifo revela-se a solução perfeita.

Assinale:

(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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GABARITO

1. C

2. E

3. B

4. B

5. A

6. A

7. A

8. C

9. E

10. D

11. A

12. D

13. A

14. B

15. D

16. E

17. A

18. B

19. D

20. E

21. A

22. D

23. E