ponto de luz - 3ª edição - ceas

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Centro Espiritualista Abençoada Seara Mar./Abr. 2014 3ª Edição

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Informativo bimestral do CEAS. www.ceabencoadaseara.com.be

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Mar./Abr. 2014 – 3ª Edição

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RESPONSÁVEIS PELO PROJETO: TADEU BRAGA e ELIANA FIDALGO

EDIÇÃO e REVISÃO:: JULIANA CARDOSO

COLABORADORES: PATRICIA CARVALHO, LUIS FERNANDO REITER, LIDIANE SILVA,

ANA CARLA SIQUEIRA, JÉSSICA FONSECA, JOELMA CORREIA.

ARTE: TADEU BRAGA e JULIANA CARDOSO

E

D

I

T

O

R

I

A

L

Amigos e irmãos espiritualistas, que a luz de Pai Oxalá esteja em nossos corações e mentes! Chegamos a terceira edição de nosso singelo informativo bimestral, nas páginas a seguir nos reencontraremos, apreciando como tema a cultura e filosofia de nossa religião brasileira, a UMBANDA, e tudo que a cerca. Esperamos que apreciem o conteúdo das próximas páginas, pois foi tudo preparado com muito carinho, disciplina, respeito e afinco por nossa equipe de colaboradores. Que Pai Oxalá continue nos abençoando! Que a vibração do mestre Jesus, dos sagrados Orixás de Umbanda e da espiritualidade amiga nos acompanhe, nesta leitura e em todos os passos de nossa vida! Assim seja e assim será.

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Eliana e Tadeu Dirigentes do CEAS

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SUMÁRIO

CALENDÁRIO ............................................................................ 6

FALANDO DE FÉ ....................................................................... 7

NATUREZA E ESPIRITUALIDADE ....................................... 8

QUEBRA CABEÇA – MENTE&ALMA ......................................... 10

GOTA DE LUZ .......................................................................... 17

HOMENAGEM A PAI OGUM

TÁBUA DE LEI ......................................................................... 20

VIBRANDO COM A CANÇÃO ............................................... 22

ESTRELINHAS DO AMANHÃ - EVANGELIZAÇÃO ......... 23

A ARTE DO CORAÇÃO .......................................................... 24

HOMENAGEM A PAI OGUM ................................................. 26

PRÁTICA ESPIRITUAL .......................................................... 27

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CALENDÁRIO

MARÇO

Dia Horário Sessão Pública

10 20h CABOCLOS

17 20h IBEIJADA

24 20h PRETOS VELHOS

31 20h EXUS E POMBAGIRAS

ABRIL

Dia Horário Sessão Pública

07 20h CABOCLOS

14 20h IBEIJADA

21 20h PRETOS VELHOS

23 18h HOMENAGEM A OGUM

28 20h EXUS E POMBAGIRAS

Convidamos a todos os amigos e irmãos para as nossas sessões de caridade, abertas ao público. O portão é aberto sempre ás 19hs. Sessão toda segunda- feira às 20hs Salve o Caboclo do Sol! Salve o Caboclo Cipó!

Saravá o CEAS! Venha curiar conosco!

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FALANDO DE FÉ

JULIANA CARDOSO

A FÉ NA UMBANDA

Rubens Saraceni A Umbanda é uma religião eminentemente espiritista e espiritualizadora. Portanto, a fé professada pelos seus praticantes, médiuns em sua maioria, exige uma crença forte em Deus e na existência do mundo espiritual que interage o tempo todo com o plano material. Analogicamente, podemos comparar a crença umbandista à do cristianismo, que tem em Deus o Criador Supremo (Olodumare ou Olorum) e em Jesus o seu maior mistério (sincretizado com Oxalá). Mas, tal como no cristianismo há as coortes de anjos, arcanjos, querubins, serafins, etc., na Umbanda há hierarquias de Orixás (Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá, Oxum, Iansã, etc.) que têm funções análogas, ainda que sejam enfocadas e cultuados segundo rituais próprios. Para entender a fé na Umbanda é preciso mergulhar fundo em sua essência religiosa, porque um umbandista convicto não é uma pessoa contemplativa e interage o tempo todo com o mundo espiritual e também com o universo divino, já que é, em si um templo vivo e através do qual os Sagrados Orixás manifestam Suas vontades. A fé, na Umbanda, é mais que uma questão de crença. É um verdadeiro ato de fé, pois um umbandista é o meio natural por onde a religião flui com intensidade e mostra-se em toda a sua grandeza e divindade, ainda que de forma simples e adaptável às condições do seu adepto. A fé, na Umbanda, transcende e torna-se um estado de espírito através do qual são realizadas as giras ou sessões de atendimento das pessoas necessitadas de auxílio espiritual e de orientação doutrinária e religiosa. Fé, na Umbanda é sinônimo de trabalho em prol do próximo, de evolução consciencial e transcendência espiritual para os seus adeptos e seus médiuns praticantes. A fé é ensinada como a integração da pessoa ao seu Orixá Regente, que é sua ligação superior com Deus, com Olodumare, o Senhor do nosso destino e da nossa vida. Crer em Deus e nos Seres Divinos manifestadores dos Seus Mistérios Sagrados é natural nos umbandistas e dispensa maiores esforços nesse sentido, já que a mediunidade é o meio mais rápido de integração com Ele e Seus manifestadores, os Orixás. A Umbanda é Sagrada porque é uma religião onde os mistérios de Deus têm uma feição humanitária e estão voltados para nossa evolução e nosso amparo espiritual, assim como de todas as pessoas que frequentam seus templos, também denominados de tendas. Cremos em um Criador Supremo; cremos na existência das hierarquias divinas; cremos na manifestação dos Sagrados Orixás através da incorporação de suas vibrações mentais; cremos na existência do mundo espiritual; cremos na interação deste mundo superior com o nosso mundo material. Enfim, a fé, na Umbanda é mais que uma questão de crença, é um estado de espírito e é muito mais que o ato de crer em Deus, é o ato de realizar-se Nele, enquanto seres espirituais gerados por Ele, o Senhor Olorum, o nosso Divino Criador!

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DO TEXTO QUE COMPARTILHEI COM VOCÊS! ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO!

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NATUREZA E ESPIRITUALIDADE

LUIS FERNANDO REITER

Amigos e irmãos a água é um elemento maravilhoso que é amplamente usado, pela espiritualidade, no entanto temos que ter a constante preocupação de preserva-la. Vamos ler e conhecer hoje a declaração que se refere a água. Vejamos:

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem. Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e

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oceanos, por onde os ciclos começam. Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. A falta de atenção e a falta de prática de pequenos cuidados pode ser algo realmente prejudicial ao nosso planeta, observem que:

Na próxima edição traremos mais dicas de ecologia para todos. Até lá!

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QUEBRA CABEÇA – MENTE&ALMA

JOELMA CORREIA

O texto que trouxe nesta edição para vocês

fala um pouco do tarôt em uma

perspectiva espiritualista e também como

um caminho de auto-desenvolvimento,

espero que gostem.

O CAMINHO INDIVIDUAL E O TARÔT

* Por Paulo Urban

Não é por acaso que os 22 Arcanos Maiores

do Tarô acham-se numerados. Suas cartas,

perfiladas tal qual os capítulos de uma

novela, retratam uma história verdadeira, a

do ser humano em sua senda iniciática, repleta de experiências transcendentes e desafios que se nos

apresentam como oportunidades para o autoconhecimento.

Desde a antigüidade, espalhados por distintas culturas, incontáveis são os mitos que abordam a imagem do

homem colocado à prova, chamado a enfrentar perigos e resolver enigmas, a ultrapassar seus próprios

limites e escolher o rumo certo nas encruzilhadas do caminho.

Foi o médico psiquiatra suíço Carl G. Jung (1875-1961), inicialmente seguidor de Freud, e que desenvolveu

sua própria teoria para a compreensão do psiquismo, a psicologia analítica, quem cunhou o nome de

“individuação” para esse processo ininterrupto de aprimoramento pessoal, destinado a orientar a

personalidade para algo maior e transcendente, a cumprir psicologicamente o mesmo papel a que se

destinavam os rituais de iniciação dos povos antigos.

A questão fulcral da psicologia junguiana esbarra num dos principais mistérios da existência, o da

consciência em busca da fonte primordial, inconsciente em sua essência, de onde se desprendeu

originalmente. Para Jung, o ego poderia ser comparado ao inconsciente na mesma proporção que uma ilha

estaria para o oceano à sua volta. Outra analogia seria a do planeta Terra, pequenina morada da civilização

humana (a consciência), comparado ao universo desconhecido no qual estamos inseridos (o inconsciente).

Jung chamou de ego o núcleo da consciência, sendo a individuação toda a busca empreendida por esta

diminuta instância em direção ao presumido centro da totalidade psíquica, a abranger obviamente o mundo

inconsciente. Ao ponto de fusão entre consciência e inconsciente, núcleo da personalidade total e ao mesmo

tempo passagem para uma dimensão transcendente e coletiva, espécie de porta para o psiquismo universal,

Jung denominou de Selbst, em inglês self, que em português melhor ainda se traduz por “si mesmo”.

O si mesmo seria o órgão regulador de todo o psiquismo, dotado de qualidades abissais que ultrapassam as

dimensões do simples ego. Paradoxalmente, o si mesmo, ponto central da psique, preenche toda a sua

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circunferência, abarcando todos os fenômenos anímicos possíveis, a incluir portanto, os do próprio ego.

Nicolau de Cusa, monge filósofo do século XV, já usara imagem semelhante ao referir-se à onisciência

divina: “Deus é uma esfera cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não se delimita em parte

alguma”.

Como veremos, as alegorias dos 22 Arcanos Maiores, ainda que veladas por intrincado hermetismo, de

caráter particularmente medieval no baralho de Marselha, representam nada mais que as situações comuns,

reservadas a todos aqueles que se dediquem a explorar seu mundo psicológico mais profundo. Os que

partem em busca de si mesmos em geral abrem suas vidas para o amadurecimento pessoal, e sofrem

experiências consideradas arquetípicas, de cunho propriamente iniciático.

Aqui convém explicar, arquétipo é palavra de origem grega, primeiramente usada por Platão, a significar

“padrões arcaicos” (arqui = antigo, arcaico + typos = padrão, matriz), e Jung se valeu do termo para

denominar certos padrões registrados no comportamento da humanidade, que vêm sendo manifestos ao

longo de sua história pelas mais diversas culturas. Embora semelhantes entre si, expressam-se pela variedade

dos mitos, religiões, lendas ou folclore; e através de padrões também identificáveis em nosso mundo onírico,

quer no cerne de nossos sonhos, quer sob a forma das fantasias.

O arquétipo serve, portanto, como matriz comportamental herdada por todo ser humano, como arcabouço

capaz de selecionar nas experiências da vida os elementos significativos que estejam em sintonia com o

processo inato da individuação. Os arquétipos, verdadeiras potências imateriais, surgem como entidades impalpáveis e incognoscíveis, mas se manifestam por meio de idéias e imagens, e vestem-se com as mais

distintas roupagens de acordo com as culturas que os representam.

Neste sentido, o Tarô os simboliza amplamente, e um mergulho no mundo dos Arcanos permite-nos

espelhar nossa alma. Por isso a “leitura” das cartas, quando contemplativa e dinâmica, bem pode transportar-

nos para um mundo psicológico mais profundo. Percorramos juntos então, passo a passo, esta estrada

pictográfica da individuação.

Comecemos pela especial figura do Louco que, exceção à regra, não se mostra numerada. O Louco, por

não ter um número que lhe determine a posição, acha-se livre para ser notado em qualquer parte da jornada,

podendo assumir diferentes valores em nossa vida; daí talvez ter sido preservado sob a efígie do curinga nos

baralhos mais comuns. Preferencialmente o colocamos entre o tudo e o nada de Pascal, isto é,

simultaneamente ocupando o início e o fim da jornada. Feito Jano dos romanos (a divindade de dois rostos

que nunca se olham, voltados que estão para lados opostos), é O Louco quem sabe do porvir tão bem quanto

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do passado, já que se acha situado antes do

primeiro Arcano, O Mago, ao mesmo que ocupa

tempo posição após o último, O Mundo. O Louco

confere assim ao conjunto um caráter rotativo e

perene. Ao assumir duplo papel de fechar e

(re)abrir o ciclo, promete a continuidade da

individuação. Representa ainda uma força

inconsciente, não personificada, por isso sem

número, e a figura de bobo da corte expressa a

ambivalência de sua função, já que os tais bobos

medievais, antes de idiotas, eram sábios, quiçá os

únicos capazes de falar verdades ao rei sem o risco

de perder a cabeça.

O Louco nos prende assim em sua mágica, na

paradoxal leitura de seu sentido. Se pode ser visto

como um bobo que nada sabe sobre si, caminhando

a esmo, por outro lado é ele o sábio que, tendo

mergulhado no abismo de si mesmo, ressurge

renascido, disposto a retomar sua senda. E não há

monotonia nem repetição nesse processo; embora

as experiências mais fortes sejam arquetípicas, elas

são inusitadas no modo como acontecem e nos

propiciam leituras sempre novas do livro da vida.

Também os passos do Louco nunca são lineares, pois a individuação pressupõe voltas e rodeios até que nos

aproximemos do si mesmo, ou até que tropecemos em algo e caiamos dentro dele.

A carta seguinte, O Mago, é a consciência personificada. Resulta da transformação do impulso

inconsciente do Louco, agora direcionado conscientemente para o trabalho da individuação. Decididamente,

O Mago é o grande herói desta jornada (ele é cada um de nós), pois a cada passo nos transformamos,

conforme desfilamos pela “estrada real” dos Arcanos. Ele está em pé, é portanto ativo; e, feito aprendiz de

feiticeiro opera na mesa à sua frente. Um de seus braços aponta para cima, o outro para baixo, como se nos

lembrasse da primeira máxima de Hermes Trimegistrus, a ensinar que o nível humano da existência apenas

reproduz o plano cósmico da vida; que somos sim manifestação da divindade, mas nem por isso privilégio

algum da natureza. O homem precisa trabalhar com o que tem às suas mãos e intuir acerca do universo à sua

volta para que venha a compreender-se.

Consoante os preceitos básicos da magia, O Mago posiciona-se como elo entre os planos humano e divino,

surge como centro e medida de todas as coisas. Quatro objetos, dentre outros, despertam-nos a atenção. São

eles a moeda e a baqueta que traz em suas mãos, além dos copos e da adaga postos sobre a mesa. Aludem

claramente aos quatro naipes do baralho, ouros, paus, copas e espadas, que representam a inteireza do

caminho ora descortinado. Isto porque o 4, assim como o 12, são números que por excelência expressam a

totalidade, haja vista serem quatro as estações do ano e doze o número de seus meses, também as

constelações do zodíaco por onde o sol passeia ao longo de um ciclo. Quatro e doze sempre nos dão a idéia

de algo completo.

Jung escolheu as mandalas (nome sânscrito a designar “círculo mágico”) como símbolos da integridade

psíquica, visto que são geralmente representadas por formas circulares (ou outras que insinuem a presença

de um centro); de mesmo modo podemos perceber em cada um dos 22 Arcanos uma mandala oculta. No

Mago ela se mostra tanto pelos instrumentos dos quatro naipes citados como pela mesa de três pés e quatro

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cantos, números estes cujo produto nos leva ao 12. É como se O Mago já tivesse diante de si o tesouro que

deseja encontrar pelo caminho, o que, aliás, lhe permite seguir viagem mesmo que não saia do lugar onde se

encontra, até porque a individuação é processo essencialmente espontâneo de nosso psiquismo.

Pois bem, tendo à frente uma senda que se desdobra em quatro caminhos, O Mago, resoluto, entende que

precisa percorrer simultaneamente todos eles, sob pena de nunca alcançar a transcendência, razão pela qual

se divide ele próprio no quatérnio que lhe sucede, formado pelos próximos quatro Arcanos, A Papisa, A

Imperatriz, O Imperador e O Papa.

Estes representam uma diferenciação a mais da “ciência dos opostos”, já insinuada pelos braços do Mago

que ligavam o em cima ao embaixo. Observemos que as quatro cartas se casam muito bem, são duas figuras

femininas e duas masculinas; há da mesma forma uma dupla de imperadores e outra de sacerdotes; e é no

equilíbrio de cores de suas vestes que o baralho de Marselha oculta outros mistérios. O detalhe mostra que

as mulheres vestem mantos azuis sobre os vermelhos, ao passo que os homens trazem a composição

contrária, com vestes vermelhas por cima das azuis. Aqui as cores também têm significado; o vermelho

associa-se ao lado consciente, ao aspecto racional do psiquismo. O azul representa o inconsciente, a

irracionalidade, os processos intuitivos de percepção.

Nas personagens femininas (A Papisa e A Imperatriz), a intuição prevalece sobre a razão; já na dupla

masculina (O Imperador e O Papa), são os processos racionais que estão por cima. A psicologia analítica

identifica, além disso, tanto o aspecto feminino no interior do psiquismo masculino, ao qual Jung batizou de

anima (no caso, definido pela Papisa), bem como a relação contrária, a essência masculina no psiquismo

feminino, denominada animus, no Tarô, melhor representado pelo Papa.

A Papisa é antes de tudo o complemento do Mago. Guarda tudo aquilo que lhe falta, sendo portanto o

verdadeiro moto de sua busca. Se o mago é movimento, ela é repouso; se ele é ativo, ela é a receptividade

em pessoa. Ele é ação; ela, reflexão. Em suma, todo o desenrolar do baralho a partir do Mago é a Papisa,

pois tudo aquilo que estiver em seu caminho servir-lhe-á como complemento. A relação Mago-Papisa no

Tarô é correlata do binômio Yang-Yin dos chineses; aliás não poderia faltar no esoterismo do Ocidente o

arquétipo da “ciência dos opostos”.

Havendo o Mago experimentado das diferentes maneiras de

perceber o mundo, e consciente da natureza interminável de

seu caminho, pela primeira vez tem nítida noção das

dificuldades que ainda enfrentará. Sua determinação estará

sempre à prova.

Na situação arquetípica sucedânea, o herói depara-se

com a encruzilhada do Enamorado, quando se encontra

dividido entre duas mulheres que cobram dele uma escolha.

A que está à sua direita, para a qual ele volta sua face, toca-

lhe o ombro, e veste roupas predominantemente vermelhas.

Representa a via racional. A outra moça, aparentemente

mais jovem, vestindo principalmente o azul, toca-lhe o

coração, como se quisesse despertar suas emoções, seu lado

intuitivo. No alto, acima da cabeça do herói, em instância

que transcende sua consciência, um anjo direciona sua seta

para a via intuitiva, como se quisesse orientá-lo em sua

escolha. Enfim, aí está representado o drama do livre

arbítrio, capaz de atormentar a consciência com o conflito da

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eterna dúvida. O personagem acha-se cruelmente dividido entre o racional e o intuitivo, observe-se suas

roupas listradas de azul e vermelho, além do amarelo, seu aspecto pessoal. Mas pouco importa por onde

seguirá nosso herói, até porque razão e intuição encontram-se mescladas em todas as experiências da vida,

apenas predominando ora esta, ora aquela. O principal é que o herói dê seu próximo passo, para que não

reste estagnado em seu caminho. Siga por onde seguir, desembocará na tríade seguinte, O Carro, A Justiça, e

O Eremita.

Decidindo prosseguir, O Mago experimenta a extroversão das conquistas rápidas, simbolizado pelo Arcano

VII, O Carro. O primeiro terço das 21 cartas numeradas se completa. O Mago está emancipado. Destemido,

deixa de ser mero neófito para amadurecer na senda, e mediado pelo senso da Justiça, virtude que será

assimilada no Arcano subseqüente, chega à condição de maior introversão e capacidade introspectiva,

quando descobre que há sabedoria em seu próprio poço, a ser buscada por um processo sereno e cuidadoso,

como o faz o velho Eremita.

A carta X, A Roda da Fortuna, traz as vicissitudes da vida, com seus rodopios e reveses. O herói deve

afinal saber tirar proveito do movimento do cosmos. “Há nas lides do homem uma maré que, se aproveitada

enquanto cheia, o levará à fortuna”, diria Shakespeare.

No Arcano XI, A Força, alcançamos a metade do caminho, mas prosseguem as vicissitudes, até que O Mago

perceba que, invariavelmente, ações sutis repercutem melhor do que as atitudes brutas, como nos mostra a

figura intuitiva da vestal, que sob um manto azul, domina com suas delicadas mãos toda a brutalidade duma

besta-fera, contendo-a pela mandíbula. A fera ocupa a metade inferior da carta, e não fosse sua cor distinta,

estaria misturada ao hábito da personagem. Representa os processos instintivos, aspectos brutos que esperam

ser dilapidados e transformados em algo mais sutil.

Os dois Arcanos seguintes nos trazem a experiência da morte. O Enforcado é ela própria, em seu sentido

terminal. A lâmina mostra o herói dependurado, de cabeça para baixo, vendo a vida por seu outro ângulo, ou

como se estivesse num ataúde, cercado por terra e troncos, os dois verticais com seus doze ramos podados, a

representar o esgotamento da mandala, a morte aparente do dinamismo psíquico. Mas o herói, se sobrevive à

força perturbadora deste arquétipo que dele exige sacrifícios, comunga pela primeira vez com o mundo

transcendente, representado pelo Arcano XIII. Por ser o único sem nome, nem deveria ser chamado Morte.

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O esqueleto que ceifa sugere transformações substanciais, a troca do velho pelo novo. É um momento

iniciático de fértil aprendizagem, representada pelos arbustos em quantidade que brotam neste novo campo

da existência. Afinal, o 13 expressa o rompimento da mandala, a transposição da ordem; a soma de 1+3,

entretanto, leva-nos de volta ao 4, à mandala de uma nova dimensão.

O Arcano XIV, A Temperança, é a terceira das quatro

virtudes medievais a estar representada no Tarô. As outras

três, já vistas, são a justiça (Arcano VIII), a prudência (Arcano

IX), e a força (Arcano XI). Este tema é chave dos alquimistas, e

o segundo terço se completa com o Mago promovido à esta

condição. A Temperança se (re)vela no equilíbrio parcimonioso

de seu movimento, e a figura feminina aqui traz azul e vermelho

em iguais proporções.

Uma vez feito alquimista, pode agora nosso herói experimentar

as provações mais duras, reservadas aos que penetram no Diabo,

Arcano XV, ou na Casa de Deus, Arcano XVI.

Tais estações referem-se ao mundo sombrio, aos aspectos mais críticos de nossa personalidade, produtos que

são de partes pouco exploradas ou desconhecidas de nós mesmos. O demônio nada mais faz do que

escravizar a nossa consciência, prendendo-a em seu altar, exigindo de nós o auto sacrifício da extinção de

nossas buscas. É por meio dele (o intelecto) que nos sentimos separados da fonte primordial. Por conta dessa

mesma consciência é que podemos refletir acerca da única certeza que temos, a de nossa morte, de onde

nasce uma natural angústia capaz de nos prender em temores pessoais. O Mago descobre que a única forma

de evitar o demônio é enfrentá-lo! Se por um lado não devemos negar os méritos de nosso intelecto, por

outro, de alguma forma, precisamos transcendê-lo.

A Casa de Deus é o arquétipo da destruição, das mudanças avassaladoras em nossas vidas. Por vezes,

somente algo assim tem força capaz de nos arrastar para longe do Diabo que antes nos prendia. A Torre

fulminada mostra o ego abalado pelo grito de um inconsciente incontido, simbolizado pela labareda de fogo

que explode a cúpula da Torre, cuja forma lembra uma coroa, real adorno de uma consciência que se

esquece muitas vezes de perceber a realidade por detrás da realeza.

O Arcano XVII, A Estrela, nos entrega à esperança. Revela à consciência libertada que a individuação

continua a ser possível. Ao menos é o que representam as luzes que brilham no firmamento. A jovem

desnuda não é outra senão o nosso herói, despido dos valores mundanos, a verter no rio do inconsciente

coletivo suas próprias águas (azuis) de seu mundo intuitivo, de seu inconsciente pessoal. As estrelas no céu

simbolizam as almas já individuadas. Pela primeira vez os 4 elementos se agrupam numa mesma lâmina:

água, fogo, terra e ar estão aí representados, este último reafirmado pela presença do pássaro, símbolo da

alma inclusive. De novo descobrimos a mandala disfarçada.

A Lua, Arcano XVIII, representa as trevas, os porões da alma; na psicologia junguiana será chamada

de sombra. A sombra representa o lado oculto do psiquismo, fonte de inúmeros perigos e potenciais que

jazem adormecidos. As trevas psicológicas apresentam sérios desafios à nossa frágil consciência, que

precisará pedir ajuda à intuição para vencer a provação noturna. A Lua é receptiva, absorve a energia (as

gotas) do sistema, e demarca a aproximação entre consciência e inconsciente, aqui representados pela

duplicidade de símbolos, dois lobos a serem vencidos e dois templos a serem alcançados. Jung admitia que

quando os símbolos se duplicavam em nossos sonhos, provavelmente estaria havendo a assimilação de

valores inconscientes por uma consciência que se aprimora.

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Vencida a noite negra, o Sol do Arcano XIX é quem traduz o momento áureo da jornada, quando a

consciência comunga do si mesmo, inspirado instante em que ela se ilumina. A energia agora se espalha

pelo sistema, e as duas crianças (consciência e inconsciente) que se tocam para cá do muro que antes as

separava, descobrem-se idênticas, visto que nenhuma diferença deveria mesmo haver entre instâncias de um

mesmo psiquismo. No contato mútuo das crianças, a ponte para o si mesmo se apresenta, e a iluminação

preenche esta mandala.

Mas não por isso o caminho chega ao fim. Restam ainda a análise e a síntese alquímica do processo,

previstos pelos últimos dois Arcanos, O Julgamento, XX, e O Mundo, XXI. Juntos simbolizam o ajuste da

mandala pessoal, momento em que o herói procura reorganizar seu mundo psicológico, transformado que

está por tudo aquilo que sofreu. No Mundo, a síntese (a mandala) se define claramente. O herói está liberto

no núcleo da carta, em sintonia com o universo à sua volta. As figuras nos quatro cantos da carta são alusão

aos quatro naipes em que se desdobra o baralho. Mas o Mundo é apenas o fechar de um ciclo. Serve para

impulsionar o herói, nós mesmos, para frente. Afinal, somos sábios apenas em relação àquilo que vivemos, e

completamente Loucos frente ao que nos é desconhecido.

*Paulo Urban é médico psiquiatra, psicoterapeuta e acupunturista

Acredito que apesar de longo o texto é muito enriquecedor! Até a próxima!

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GOTA DE LUZ

PÉROLAS DO CORAÇÃO

Conta-se que em um reino havia um rei que, por sua bondade e justiça, era

amado por todo seu povo.

Todos os anos, no dia do seu aniversário, um grande jantar era organizado e

os três maiores nobres do reino lhe ofertavam presentes.

A esperada data havia chegado. Um grandioso banquete foi preparado.

O momento da entrega dos presentes se avizinhava e um dos três nobres

não havia chegado.

Como não podiam mais aguardar, os outros dois se aproximaram do trono.

O primeiro deles ofereceu ao rei um livro, que continha ricas lições de

sabedoria.

O soberano sorriu e agradeceu pela gentileza, mas não demonstrou muita empolgação diante do presente

recebido.

O segundo ofertou ao rei um belíssimo anel de ouro, que foi recebido com um sorriso e um aceno de cabeça

mas, também, sem muita animação.

Foi nesse momento que adentrou o salão o terceiro nobre que, prostrando-se diante do rei, lhe disse:

Majestade, eu não sou digno de vos olhar. Perdoai-me o atraso e também por não vos haver trazido um

presente digno de vossa grandeza.

O rei, paciente, olhou para seu súdito e indagou:

Mas, por qual razão tu te atrasaste?

Meu senhor, respondeu o nobre, eu vinha pela estrada trazendo-vos duas preciosíssimas pérolas.

Porém, ao longo do caminho, deparei-me com uma mulher que trazia consigo um filho e ambos estavam

famintos.

Para que ela pudesse se estabelecer com a criança em uma estalagem e receber adequada alimentação

diária, ofertei ao dono do estabelecimento uma das pérolas.

Ainda no caminho, prosseguiu ele, encontrei um homem que, tendo sua esposa muito doente, pedia esmolas

a fim de lhe custear o tratamento de saúde.

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Como ninguém o ajudava, entreguei a última pérola, para que ele tivesse as condições necessárias para

tratar a doença da esposa.

Por isso, majestade, atrasei-me e tenho as mãos vazias.

Com um largo sorriso no rosto, o rei se levantou do trono, abraçou o súdito e lhe disse:

Homem de bom coração, trazes hoje grande alegria para mim, pois só é possível um homem ser feliz,

verdadeiramente, quando os pequenos que o cercam são engrandecidos pelas pérolas da caridade e da

benevolência. Obrigado!

* * *

Mateus, no capítulo vinte e cinco de seu Evangelho, registra o ensinamento do Cristo: Tudo o que fizerdes

ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis.

A fé, a busca pela verdade, a conquista das virtudes só possuem valor absoluto quando nos conduzem à

caridade, porta de entrada à compreensão e à vivência do verdadeiro amor.

Marchemos adiante, sempre em frente, sem jamais nos esquecermos de olhar, vez ou outra para os lados, a

fim de estendermos a mão àqueles que necessitem.

Sem cobranças, sem imposições, sem interesses. Auxiliemos, com o entendimento maior de que ali não

estão simplesmente o doente, o faminto, o sofredor e, sim, nosso irmão.

Vós sois a luz do mundo e o sal da Terra. Lembremo-nos sempre dessa responsabilidade dada a cada um de

nós pelo Mestre Nazareno.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.

Em 28.2.2014.

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HOMENAGEM A PAI OGUM

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TÁBUA DE LEI

ANA CARLA SIQUEIRA

Nesta edição vamos aprofundar um pouco mais nosso conhecimento bebendo das águas do

Livro dos Espíritos, vejamos:

Encontramos esta Lei, no Capítulo XI de "O Livro dos Espíritos".

Justiça e Direitos Naturais:

Direito e Justiça deveriam ser sinônimos perfeitos, ou seja, deveriam expressar a mesma virtude, pois, se o Direito significa "o que é justo", Justiça se traduz por "conformidade com o direito".

Lamentavelmente, porém, aqui na Terra, Direito e Justiça nem sempre se correspondem, porque, ignorando ou desprezando a Lei de Deus, outorgada para a felicidade universal, a justiça humana há feito leis prescrevendo como direitos umas tantas práticas que favorecem apenas os ricos e poderosos, em detrimento dos pobres e dos fracos, o que implica em grande iniquidade, assim como há concedido a alguns certas prerrogativas que de forma nenhuma poderiam ser generalizadas, constituindo-se, por conseguinte, em privilégios, quando se sabe que todo privilégio é contrário ao direito comum.

Na questão 875 de "O Livro dos Espíritos", é solicitado à espiritualidade uma definição de justiça, ao que é respondido: "A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais."

Um pouco antes, porém, é indagado à Espiritualidade, questão 873, se o sentimento da justiça está em a Natureza, ou é resultado de idéias adquiridas, ao que é respondido:

"Está de tal modo em a Natureza, que vos revoltais à simples idéia de uma injustiça. É fora de dúvida que o progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus o pôs no coração do homem. Daí vem que, freqüentemente, em homens simples e incultos se vos deparam noções mais exatas da justiça do que nos que possuem grande cabedal de saber."

Na seqüência a esta pergunta, a 874 confirma que a justiça é uma Lei da Natureza, e faz a seguinte inquirição: "...como pode se explicar que os homens a

entendam de modos tão diferentes, considerando uns justo o que a outros parece injusto?" ao que é respondido:

"É porque a esse sentimento se misturam paixões que o alteram, como sucede à maior parte dos outros sentimentos naturais, fazendo que os homens vejam as coisas por um prisma falso."

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Quando a resposta da questão 875 nos diz que "a justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais", o Codificador inserindo uma alínea "a", indaga o que vem a determinar esses direitos? e a espiritualidade maior então responde:

"Duas coisas: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens formulado leis apropriadas a seus costumes e caracteres, elas estabeleceram direitos mutáveis com o progresso das luzes. Vede se hoje as vossas leis, aliás imperfeitas, consagram os mesmos direitos que as da Idade Média. Entretanto, esses direitos antiquados, que agora se vos afiguram monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. Nem sempre, pois, é acorde com a justiça o direito que os homens prescrevem. Demais, este direito regula apenas algumas relações sociais, quando é certo que, na vida particular, há uma imensidade de atos unicamente da alçada do tribunal da consciência."

Complementa a questão 876:

"Posto de parte o direito que a lei humana consagra, qual a base da justiça, segundo a lei natural?

"Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado."

A esta resposta, arremata Kardec: "Efetivamente, o critério da verdadeira justiça está em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria e não em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente não é a mesma coisa. Não sendo natural que haja quem deseje o mal para si, desde que cada um tome por modelo o seu desejo pessoal, é evidente que nunca ninguém desejará para o seu semelhante senão o bem. Em todos os tempos e sob o império de todas as crenças, sempre o homem se esforçou para que prevalecesse o seu direito pessoal. A sublimidade da religião cristã está em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do próximo."

A questão 879, nos mostra a correlação indissociável que deve haver entre a justiça, o amor ao próximo e a caridade:

879. Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?

"O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.” Até a próxima edição!

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VIBRANDO COM A CANÇÃO

ANDERSON ROSA

Força Maior

Diogo Nogueira Minha força é a fé que carrego no fundo do peito

Quando nada dá pé é amém, é axé, não tem jeito

No terreiro ele é o Oxalá, no oriente ele é Alá

Ninguém sabe como explicar essa força maior

Ele sempre estende a mão - não importa a religião

Não tem raça, não tem nação, porque Deus é um só

Deus, louvado seja Deus!

Deus, louvado seja Deus!

Louvado seja Deus! Louvado seja Deus!

Deus, louvado seja Deus!

Deus está no coração que concede o perdão

No coração que é feliz vendo o outro feliz

É o perfume que vem da natureza

Flor que renasce do solo da impureza

Uma estrela a me guiar

Manto que aquece a família

E protege o meu lar

Ele é o céu, água do mar

Luz do luar, sol do verão

Enche de paz, minha oração

Me dá guarida

Vento que traz inspiração

Força da vida

Ventre de todo universo

Do verso da minha canção

Deus, louvado seja Deus!

Deus, louvado seja Deus!

Deus, louvado seja Deus!

Deus, louvado seja Deus!

Deus, louvado seja Deus!

Deus!

Nesta edição escolhemos uma música que

tem como significado maior o respeito a

fé, a prática e ao amor fraternal que deve

existir entre todos!

Até a próxima!!!

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ESTRELINHAS DO AMANHÃ - EVANGELIZAÇÃO

JÉSSICA FONSECA

Mais um lindo texto que usamos nas nossas aulas da evangelização, para todos apreciarem:

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A ARTE DO CORAÇÃO

Lidiane Silva

Vejam que texto interessante para ser compartilhado e lido por todos nós:

O bom artista conhece as facetas humanas melhor do que ninguém. Cada atitude, cada gesto, cada

consagração e derrota humana é por ele captado e expressado em seu mais íntimo sentido. Mas ao assumir

seu papel de revelador da alma do mundo, o artista investe no processo seu mais ousado vigor de "ver além",

retratando na arte a emanação do ser, da essência espiritual. Exatamente por isso ele nem sempre é

compreendido.

Os grandes artistas, verdadeiros magos

da expressão, provam que a

sensibilidade aliada ao talento torna

possível "dizer o indizível", "alcançar o

inalcançável". Espelho da própria busca

do ser espiritual.

A arte também traz em si formas de

meditação e de contemplação. É um

refinamento do espírito e para o espírito.

Arte é a manifestação de uma essência

primeiro meditada pelo artista, depois

expressada em uma forma estética, para

então ser contemplada não apenas por

seu próprio criador, mas por outros seres

buscadores de suas próprias essências.

Quando digo arte, considero as

diferentes formas de expressão artística

humana, determinadas por uma estética

específica, mas voltadas essencialmente à busca de uma transcendência.

Para estrear nossa coluna sobre arte e espiritualidade, ninguém melhor do que o poeta-místico inglês

William Blake (1757-1827), um artista para quem a noção de espiritualidade era tão íntima quanto a própria

arte.

Sua obra mais importante em prosa The Marriage of Heaven and Hell (O casamento do céu e do inferno)

baseia-se nos escritos de Emanuel Swedenborg (1688-1772), outro grande intelectual e místico do século

XVIII.

Para Blake, completamente incompreendido e tido por muitos como louco em sua época, o uso da

imaginação em contraposição ao cientificismo cada vez mais exarcebado do século XVIII representou a luta

artística de toda uma vida. Poeta, artista plástico e, acima de tudo, observador atento do mundo, Blake

conseguiu com sua arte contrapor-se a seu tempo, rebelando-se contra o materialismo presente em seus dias.

Levado por sua extrema ousadia de artista engajado, chega a declarar na carta ao amigo e intelectual Thomas

Butts: "Que Deus nos guarde de ver com um só olho e de dormir o sono de Newton".

Evidentemente que as descobertas de Isaac Newton sobre a Física foram de extrema importância, mudando

um quadro teórico que se estendia desde Aristóteles. Mas para o artista rebelde, William Blake, as

descobertas da ciência, por mais brilhantes que fossem, não eram suficientes para explicar os processos da

natureza e a alma humana, muito mais complexos do que o cientista é capaz de conceber.

Em sua ânsia de romper e de transcender os limites impostos por seu tempo, querendo manifestar-se como

espírito livre que era, Blake tenta fazer "caber o infinito na palma de sua mão", e consegue:

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"Ver um mundo em um grão de areia

E o Paraíso em uma flor silvestre

Segurar o infinito na palma de sua mão

E a eternidade em uma hora" William Blake sabia como ninguém que somente a arte, com sua maior liberdade de expressão, é capaz de

tornar possível a manifestação da tendência libertária do espírito. E soube mostrar isso da melhor forma que

um artista pode fazê-lo: com sua própria arte.

Márcia C. F. Fusaro

Na próxima edição traremos mais um texto sobre a arte e a espiritualidade!

Até lá!

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PRÁTICA ESPIRITUAL

PATRICIA CARVALHO

INCENSOS

O incenso serve para inúmeras tarefas, dependendo também da cultura onde é usado, mas no geral serve

para: atrair bons fluídos, repelir más energias, invocar os deuses, meditar, ser a representação do elemento

ar, purificar e aromatizar ambientes, terapias, energização, mostrar respeito, sinal de nobreza, rituais

religiosos e esotéricos.

Existem também alguns cuidados:

1. Lembre-se que tem fogo no incenso, e mesmo sendo pouquinho, pode acabar queimando.

2. Sempre tenha um aparador de incenso para recolher as cinzas (que, dependendo do que você fizer,

depois vão para o lixo, ou são sopradas ao vento, ou ainda são enterradas).

3. Se você tem problema de respiração, cuidado, não fique perto da fumaça diretamente.

4. Incensos são sensíveis, cuidado ao manusear para não acabar quebrando.

5. Não molhe.

Essências mais Usadas

Existem milhares combinações de ervas e outros ingredientes, portanto temos infinitos tipos de essências!

Abaixo, uma lista de essências mais usadas e suas principais propriedades:

Canela: Sucesso

Camomila: Relaxante

Cravo: Purificação

Arruda: Proteção

Eucalipto: Proteção e Afasta

Energias Negativas

Lótus: Bons Fluídos

Manjerona: Amor

Beijoim: Criatividade

Erva-Cidreira: Sucesso

Patchuli: Fertilidade

Violeta: Bons Fluídos

Angélica: Proteção

Hortelã: Afasta Energia Ruim

Girassol: Energia

Erva-Doce: Proteção

Sândalo: Conexão com os seres Divinos

Pimenta: Proteção

Lavanda: Calmante e Purificação

Mirra: Purificação

Rosa: Amor

Baunilha: Afeto

Alfazema: Vidência

Acácia: Bons Sonhos

Cânfora: Cura

Laranja: Revigorante

Noz-Moscada: Prosperidade

Perceba que o efeito da essência do incenso tem o mesmo efeito do ingrediente usado sozinho! Então qual a

diferença, por exemplo, de tomar um chá de camomila para acender um incenso de camomila? O incenso

funcionará via nasal/elemento ar enquanto o chá funcionaria via oral/elemento água. Logo, perceba que cada

um tem sua utilidade dentro de cada agradecimento, ritual, etc.

Falaremos mais nas próximas edições. Até lá!

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“Umbanda é caridade que não se paga, é amor que não se mede e é dedicação que não se discute. Por isso a Umbanda ajuda, mas não cobra. Pede, mas não exige. Mas quando se fala em ajuda material tem consulente que já sente um

arrepio e acaba esquecendo que ele lavou as mãos, que deu descarga no banheiro, que o chão está limpo, que as luzes estão acesas, que há velas no altar, que ele é defumado, que existe um imóvel pelo qual se paga impostos, aluguel, faxineira… Nossa, uma infinidade de coisas! E na próxima semana o Centro estará lá: novamente de portas abertas com

o chão limpo, as luzes acesas, velas no altar…” Por isso se você pode colaborar traga um quilo de alimento, um pacote de velas, uma vela de sete dias ou vá até nossa secretária e informe-se.

Para construir uma casa precisa de dinheiro, mas

para edificar um lar é preciso muito Amor!!!!

ESTAMOS ACEITANDO DOAÇÕES: Dados bancários- Tadeu C. S. Braga

Banco Brasil - Agência 0072-8 Conta 70296-X Variação 51