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1 DIREITO TRIBUTÁRIO EXAME ORDEM FGV Prof. Cristiano Colombo Ponto 1: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO Ponto 2: SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Aula 02 Ponto 3: EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PONTO 1: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO Da Obrigação Tributária Principal e Acessória Com a ocorrência do fato descrito na hipótese da norma jurídica, nasce a obrigação tributária. Classifica-se a obrigação tributária em principal e acessória. A obrigação tributária principal é aquela que tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, nos termos do parágrafo 1º do artigo 113 do CTN. É uma obrigação de dar, tem natureza patrimonial. Decorre de lei em sentido estrito. É o dever de entregar dinheiro aos cofres públicos: seja para pagar impostos, taxas e contribuições – enfim, tributos em geral; seja para adimplir penalidade pecuniária decorrente de descumprimento de norma tributária. É uma obrigação de dar. Por seu turno, a obrigação tributária acessória, nos termos do parágrafo 2º do artigo 113 do CTN, decorre da legislação tributária 1 , tendo como objeto prestações positivas e prestações negativas, no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos, ou seja, compreende obrigações de fazer, de não-fazer ou tolerar. Portanto, são obrigações acessórias, por exemplo: a) obrigações de fazer: apresentar a declaração anual de imposto de renda; transmitir eletronicamente a Declaração de Débitos e Créditos Federais (DCTF) para a Secretaria da Receita Federal – a DCTF tem como objetivo informar à Secretaria da Receita federal acerca dos tributos federais (IRPJ, COFINS, CSLL, entre outros); proceder à inscrição do contribuinte junto às repartições fazendárias, quais sejam: estadual e municipal; apresentar livros contábeis à autoridade fiscal; b) obrigações de não-fazer: não realizar o transporte de mercadorias, sem a devida documentação fiscal; não efetuar vendas sem a emissão da respectiva nota fiscal; c) obrigações de tolerar: receber as autoridades fazendárias para fiscalizar a escrita contábil; sofrer vistoria de bagagens nos postos alfandegários; tolerar a pesagem de mercadorias em postos rodoviários fiscais. Da Conversão da Obrigação Tributária Acessória e sua Conversão em Obrigação Tributária Principal Cumpre destacar, nos termos do parágrafo 3º do artigo 113 do diploma legal tributário, que a obrigação tributária acessória, quando descumprida, converte-se em obrigação principal, relativamente à penalidade pecuniária. É o exemplo da não-apresentação tempestiva da declaração anual do imposto de renda, que gera a aplicação e cobrança de 1 CTN, art. 96: “A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”.

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DIREITO TRIBUTÁRIO EXAME ORDEM FGV Prof. Cristiano Colombo

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Ponto 1: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Ponto 2: SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Aula 02 Ponto 3: EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

PONTO 1: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO Da Obrigação Tributária Principal e Acessória Com a ocorrência do fato descrito na hipótese da norma jurídica, nasce a obrigação tributária. Classifica-se a obrigação tributária em principal e acessória. A obrigação tributária principal é aquela que tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, nos termos do parágrafo 1º do artigo 113 do CTN. É uma obrigação de dar, tem natureza patrimonial. Decorre de lei em sentido estrito. É o dever de entregar dinheiro aos cofres públicos: seja para pagar impostos, taxas e contribuições – enfim, tributos em geral; seja para adimplir penalidade pecuniária decorrente de descumprimento de norma tributária. É uma obrigação de dar. Por seu turno, a obrigação tributária acessória, nos termos do parágrafo 2º do artigo 113 do CTN, decorre da legislação tributária1, tendo como objeto prestações positivas e prestações negativas, no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos, ou seja, compreende obrigações de fazer, de não-fazer ou tolerar. Portanto, são obrigações acessórias, por exemplo: a) obrigações de fazer: apresentar a declaração anual de imposto de renda; transmitir eletronicamente a Declaração de Débitos e Créditos Federais (DCTF) para a Secretaria da Receita Federal – a DCTF tem como objetivo informar à Secretaria da Receita federal acerca dos tributos federais (IRPJ, COFINS, CSLL, entre outros); proceder à inscrição do contribuinte junto às repartições fazendárias, quais sejam: estadual e municipal; apresentar livros contábeis à autoridade fiscal; b) obrigações de não-fazer: não realizar o transporte de mercadorias, sem a devida documentação fiscal; não efetuar vendas sem a emissão da respectiva nota fiscal; c) obrigações de tolerar: receber as autoridades fazendárias para fiscalizar a escrita contábil; sofrer vistoria de bagagens nos postos alfandegários; tolerar a pesagem de mercadorias em postos rodoviários fiscais. Da Conversão da Obrigação Tributária Acessória e sua Conversão em Obrigação Tributária Principal Cumpre destacar, nos termos do parágrafo 3º do artigo 113 do diploma legal tributário, que a obrigação tributária acessória, quando descumprida, converte-se em obrigação principal, relativamente à penalidade pecuniária. É o exemplo da não-apresentação tempestiva da declaração anual do imposto de renda, que gera a aplicação e cobrança de

1 CTN, art. 96: “A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”.

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multa. Ora, explica-se tal conversão, uma vez que a nova obrigação passa a apresentar um conteúdo patrimonial. Do Fato Gerador: Obrigação Tributária Principal e Acessória O artigo 114 do CTN estabelece que o fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. O fato gerador da obrigação tributária acessória, nos termos do artigo 115 do CTN, é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. A legislação tributária, nos termos dos artigos 96 e 115 do CTN, observará a finalidade da obrigação tributária acessória, qual seja: a efetiva arrecadação e eficiente fiscalização de tributos. Do Sujeito Passivo da Obrigação Tributária Principal O sujeito passivo da obrigação tributária principal é pessoa natural ou pessoa jurídica obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade, nos termos do que preceitua o artigo 121 do Código Tributário Nacional. Cumpre destacar que a própria legislação traça duas categorias distintas de sujeito passivo da obrigação tributária principal, a saber: a) contribuinte (sujeito passivo direto): quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Depreende-se tal situação do adquirente de um imóvel que deva pagar o imposto de transmissão ‘intervivos’ de bens imóveis e direitos a eles relativos – ITBI. O sujeito passivo, neste caso, está diretamente e pessoalmente relacionado com o fato gerador, pois adquiriu um imóvel. b) responsável (sujeito passivo indireto): é aquele que não figura na condição contribuinte, sendo que sua obrigação decorre de disposição expressa de lei. É o caso do tabelião que lavra a escritura de compra e venda de imóvel, no exemplo anterior, que figura como responsável pelo cumprimento da obrigação tributária - ITBI, nos termos do artigo 134, VI do Código Tributário Nacional. Das Convenções Particulares e os Efeitos Tributários O sujeito passivo obrigado por lei a adimplir o tributo não poderá apresentar convenções (contratos) particulares perante a Fazenda Pública para eximir-se de sua obrigação tributária, nos termos do que preceitua o artigo 123 do CTN2. O contrato havido entre particulares imputando à outra pessoa, que não ao sujeito passivo definido em lei, a obrigação de pagar o tributo, não terá efeito perante o Fisco. É o caso típico do contrato de locação, em que, por previsão contratual – convenção entre particulares, incumbe ao inquilino o adimplemento do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU. Caso o inquilino não cumpra a sua obrigação contratual, o proprietário – sujeito passivo da obrigação tributária3 não poderá apresentar o contrato para ver-se liberado da obrigação tributária de pagar o tributo. O proprietário terá de pagar o tributo, e, na seara civil, buscar o seu direito de regresso em desfavor do inquilino, forte no contrato, válido entre as partes.

2 CTN, art. 123: “Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.” 3 CTN, art. 32: “O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse do bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município.”

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Da Capacidade Tributária Passiva Da Capacidade Civil da Pessoa Natural A relação jurídica tributária não decorre da vontade das partes, em verdade, é ex lege, ou seja, decorre da lei. Assim, qualquer pessoa natural, mesmo que não tenha capacidade para a prática dos atos da vida civil, pode ser sujeito passivo de relação jurídica tributária, nos termos do artigo 126, I do CTN. Assim, o menor de 16 anos, o que tenha enfermidade ou deficiência mental, os que por causa transitória não possam exprimir sua vontade, os maiores de 16 e menores de 18 anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, os excepcionais, os pródigos, descritos nos artigos 3º e 4º do Novo Código Civil, têm capacidade tributária passiva, podendo, portanto, figurar como sujeito passivo da obrigação tributária. O menor de idade que percebe renda de aluguel proveniente de imóvel que lhe fora transmitido por herança, pagará imposto de renda pelos aluguéis percebidos. O ébrio habitual que é proprietário de automóvel pagará o imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). O viciado que realiza saques e depósitos em conta corrente terá de pagar a contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e de direitos de natureza financeiras.(CPMF). Das Privações do Exercício de Atividades Têm capacidade tributária passiva, de igual forma, as pessoas que sofrem medidas que importem privação ou limitação ao exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios, nos termos do artigo 126, II do CTN. Neste rastro, o médico que exerce a medicina em lapso temporal em que há contra si suspensão por penalidade disciplinar aplicada pelo Conselho Regional de Medicina é sujeito passivo do imposto sobre a renda (IR) e imposto sobre serviços (ISS). Da Pessoa Jurídica Irregular A pessoa jurídica que, embora não esteja regularmente constituída e configure uma unidade econômica e profissional, tem capacidade tributária passiva, nos termos do artigo 126, III do Código Tributário Nacional. Neste sentido, caso duas pessoas resolvam implantar na garagem de sua casa a prestação de serviços para o desenvolvimento de softwares, formando, portanto, uma sociedade de fato ou irregular, sem registro de contrato ou inscrição perante as autoridades fazendárias, com unidade econômica ou profissional, há in casu capacidade tributária passiva. Assim, a sociedade de fato ou irregular, ainda que lhe falte contrato social e demais formalidades, pode ser sujeito passivo da obrigação tributária, bastando-lhe unidade econômica ou profissional. Se contrário fosse, quem usasse da irregularidade para praticar atos civis, comerciais ou profissionais, seria beneficiado em detrimento das pessoas que regularmente constituem sociedade.

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Da Diferença entre Obrigação Tributária e Crédito Tributário A obrigação tributária surge com ocorrência do fato gerador, no entanto, ainda não há cálculo do montante do tributo devido, nem identificação formal do sujeito passivo. Em regra, todos os proprietários de imóveis na área urbana devem pagar o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ao município. Mas, quanto deve ser pago? Qual a base de cálculo ou alíquota aplicável? Quem é o atual proprietário do imóvel? Não há, portanto, liquidez e certeza, pois, a obrigação tributária não é exigível. A ocorrência por si só do fato gerador não torna o contribuinte, necessariamente, compelido ao pagamento do tributo. Em um segundo momento, com a realização do procedimento administrativo de lançamento tributário, que compete privativamente à autoridade administrativa, é verificada a ocorrência do fato gerador, determinada a matéria tributável, calculado o montante do tributo devido, identificado o sujeito passivo, e, se for o caso, aplicada a penalidade, dessa forma, dá-se a constituição do crédito tributário, nos termos do artigo 142 do CTN. O lançamento, portanto, constitui o crédito tributário, tornando exigível o tributo. É o que ocorre quando o proprietário de bem imóvel na área urbana é notificado do lançamento do IPTU, podendo verificar o valor venal atribuído ao imóvel, para fins de tributação, a alíquota aplicável, e, enfim, o valor devido do tributo. Tal situação se dá quando, vulgarmente, as pessoas referem que receberam pelo correio o “carnê do IPTU”, que, em termos jurídicos, é a notificação do lançamento. Importa salientar que tanto a notificação para pagar o tributo, como a notificação da lavratura de auto de infração, consuma o lançamento tributário. A partir do ora exposto, tem-se que o crédito tributário, dessa forma, é o vínculo jurídico em que o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo o pagamento do tributo ou da penalidade. 4 A diferença fundamental havida, portanto, entre a obrigação tributária e o crédito tributário, é que este último é dotado de exigibilidade. Há que se aduzir, ainda, que o CTN, em seu artigo 139, dispõe que o crédito tributário decorre da obrigação principal, tendo a mesma natureza desta. Cumpre destacar, a uma, que o crédito tributário é decorrente da obrigação tributária, visto que posterior; e, a duas, tem mesma natureza, visto que o crédito tributário é a própria obrigação depois de apurada e matematicamente expressa em conceito absoluto e determinado, ou seja, em quantia, como referiu Rui Barbosa Nogueira. 5 Portanto, com a ocorrência do fato gerador surge a obrigação tributária, com o lançamento tributário, constitui-se o crédito tributário. Do Crédito Tributário Regularmente Constituído A notificação do sujeito passivo vincula a autoridade administrativa, tornando o lançamento definitivo e formaliza o crédito tributário, estando regularmente constituído. É o que se dá, por exemplo, com a notificação do lançamento tributário do IPVA ou IPTU ou, ainda, com a notificação do auto de infração, que formaliza o crédito tributário. Nos termos do artigo 141 do CTN, o crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos em lei, fora

4 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 26ª ed. São Paulo Editora Melhoramentos, 2006. 5 NOGUEIRA, Rui Barbosa. Curso de Direito Tributário, 14ª.Edição, Ed. Saraiva, 2005, p. 291

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dos quais não pode ser dispensado, sob pena de responsabilidade funcional, na forma da lei, a sua efetivação ou suas garantias. Como se verá adiante, existem causas de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário, sendo que, somente a lei pode estabelecer as suas hipóteses, nos termos do artigo 97, VI do CTN, forte no princípio da legalidade. O artigo também adverte que o funcionário público não pode, sem lei que assim estabeleça, dispensar o contribuinte do pagamento do tributo, sob pena de ser responsabilizado pessoalmente, com esteio no Princípio da Indisponibilidade dos bens públicos. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória. Da Natureza do Lançamento Tributário O lançamento tributário é procedimento administrativo, como preceitua o artigo 142 do CTN, no sentido de configurar-se em uma sucessão de atos – verificação da ocorrência do fato gerador, determinação da matéria tributável, cálculo do montante do tributo devido, identificação do sujeito passivo, e, se for o caso, aplicação de penalidade cabível, tendente a uma finalidade, qual seja: a constituição do crédito tributário. Dos Efeitos do Lançamento Tributário

O lançamento tributário tem efeito declaratório quando declara a obrigação tributária preexistente e tem efeito constitutivo quando constitui o crédito tributário. É o que se exemplifica com o lançamento do imposto sobre veículos automotores (IPVA), em que o lançamento declara que houve o nascimento da obrigação tributária – eis que o sujeito passivo é proprietário de veículo automotor, bem como constitui o crédito tributário, tornando-o exigível, pela identificação do sujeito passivo, cálculo e apuração do tributo devido. Do Valor Tributário Expresso em Moeda Estrangeira Tendo em vista que o lançamento tributário tem efeito declaratório da obrigação tributária, o artigo 143 do CTN, dispõe que, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á a conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador, ou seja, do dia do nascimento da obrigação tributária. Da Lei Aplicável ao Lançamento Tributário a) Da Regra Geral O lançamento tributário reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, regendo-se pela lei vigente à época do nascimento desta, ainda que posteriormente modificada ou revogada. É o efeito declaratório do lançamento tributário da obrigação tributária preexistente, nos termos do artigo 144 do CTN. Na prática, a base de cálculo e a alíquota aplicáveis serão aquelas estabelecidas pela lei no momento da

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ocorrência do fato gerador, ainda que, quando do lançamento tributário, tenham sido modificadas. Das modificações dos critérios jurídicos do lançamento O artigo 146 do CTN determina que a modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos pela autoridade administrativa no exercício de lançamento, somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Ora, o legislador quis afastar surpresa aos contribuintes, no sentido de evitar que mudança de critérios que definem a própria ocorrência do fato gerador, o cálculo, a apuração do tributo devido (direito material), venham a trazer prejuízo relativamente à situação que já está perfectibilizada de acordo com os critérios anteriormente aplicados. É o princípio da proteção à confiança.6 Assim, não é possível revisão de ofício (alteração ex officio) de lançamento tributário com base em alteração de critérios jurídicos. Os critérios jurídicos ora examinados (de direito material) não se confundem com “novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliação de poderes de investigação das autoridades administrativas” (de direito procedimental e processual), que como referido anteriormente tem aplicação, inclusive, relativamente a fatos geradores ocorridos anteriormente. Das Espécies de Lançamento Tributário São três as espécies de lançamento tributário: de ofício, por declaração e por homologação. a) Lançamento de Ofício: é aquele feito pela autoridade administrativa, sem a participação ou colaboração do sujeito passivo, nos termos do artigo 149 do CTN. Também é denominado como lançamento unilateral ou direto. A autoridade administrativa verifica a ocorrência do fato gerador, calcula e apura o tributo devido, notificando o sujeito passivo para efetuar o pagamento. Exemplos típicos de tributos lançados por esta espécie são: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), nos termos do artigo 149, I do CTN. O artigo 149 do CTN traz situações em que os tributos que tipicamente são lançados por outras espécies de lançamento – por declaração ou homologação, em face de irregularidades apuradas são lançados de ofício. É o que ocorre, quando o contribuinte que deva pagar o tributo sob o regime de lançamento por homologação não efetua o pagamento antecipado7, passando autoridade administrativa a lançar o tributo de ofício,

6 “O artigo 146 do CTN positiva, em nível infraconstitucional, a necessidade de proteção da confiança do contribuinte na Administração Tributária, abarcando, de um lado, a impossibilidade de retratação de atos administrativos concretos que impliquem prejuízo relativamente à situação consolidada à luz de critérios anteriormente adotados, e, de outro, a irretroatividade de atos administrativos normativos quando o contribuinte confiou nas normas anteriores.” (PAULSEN, Leandro. Direito Tributário. Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 7ª ed., 2ª tiragem. Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2005, p. 1050.) 7 CTN, Art. 149, V: “O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: (...) V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade

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que pode se configurar com a lavratura de auto de infração e notificação de penalidades, pelo descumprimento à legislação tributária. É o caso de vendas feitas sem a devida emissão de nota fiscal, em que não há pagamento do ICMS. Em que pese regularmente este imposto observe o regime de lançamento por homologação, o fiscal, apurando essa irregularidade, lançará o tributo de ofício. Quanto aos tributos lançados por declaração, nos termos do inciso II do artigo 149, não sendo a declaração prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária a autoridade administrativa efetuará o lançamento de ofício. É o que ocorre quando o contribuinte não presta as informações relativas ao imóvel para o cálculo do ITBI, que, em regra, obedece ao lançamento por declaração. Nesta situação, em face do descumprimento do dever de informar por parte do contribuinte, a autoridade administrativa efetuará o lançamento de ofício. O lançamento de ofício, evidentemente, somente poderá ser feito, respeitado o prazo decadencial de lançar o tributo. b) Lançamento por declaração: é aquele em que a autoridade administrativa efetua o lançamento com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta informações sobre a matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação, nos termos do artigo 147 do CTN. É também conhecido como lançamento misto, em face da participação da autoridade administrativa e do contribuinte ou responsável em sua realização. Esta espécie de lançamento é a menos utilizada, sendo que se pode citar que, geralmente, o lançamento por declaração é adotado no Imposto sobre Transmissão Intervivos de Bens Imóveis (ITBI), bem como no Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCD).

c) Lançamento por homologação: é aquele em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento, sem prévio exame da autoridade administrativa, operando-se o lançamento pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento, expressamente o homologa, ou pelo que se denomina homologação tácita, que se dá quando houver expirado o prazo de cinco anos sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado.8 O pagamento antecipado do tributo extingue o crédito, sob condição resolutória de ulterior homologação. O que significa que a fiscalização da autoridade com a conclusão de que o tributo foi adequadamente pago (homologação expressa) ou o silêncio por parte da fazenda pública no prazo de cinco anos extingue definitivamente o crédito tributário. É a espécie de lançamento mais utilizada, sendo aplicável, por exemplo, ao ICMS, IPI, IR, ISS, ITR, PIS, COFINS. Também denominada por parte da doutrina de

a que se refere o artigo seguinte;” O “artigo seguinte” que o inciso V se refere é o artigo 150, que trata do lançamento por homologação. 8 CTN, Art. 150: O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

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“autolançamento”, o que conflita com o texto de lei, que dispõe que o lançamento tributário compete privativamente à autoridade administrativa. PONTO 2: SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário O crédito tributário devidamente constituído pelo lançamento reveste-se de liquidez, certeza e exigibilidade. Nestes termos, uma vez não suspenso, extinto ou excluído, o crédito tributário seguirá seu percurso, sendo inscrito em dívida ativa e sujeito ao processo executivo fiscal disposto pela Lei 6830/80. Ocorre que o art. 151 do CTN9 estabelece as causas que suspendem esta exigibilidade do crédito tributário. Fica, portanto, com a ocorrência de determinadas causas, estagnada a exigibilidade, impedindo que a Fazenda Pública continue ou promova atos próprios para a exigência do crédito tributário. A ocorrência da suspensão da exigibilidade do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito esteja suspenso, ou dela decorrentes, conforme expressa determinação do parágrafo único do art. 151 do CTN. Aplica-se aqui o mesmo regramento no que tange às imunidades e isenções , visto que também estas não tem o condão de acabar com a obrigação acessória que será sempre exigível mesmo que não haja obrigação principal. Ressalte-se, que as causas de suspensão do crédito tributário poderão ser vistas até mesmo antes de sua constituição definitiva, como é o caso das reclamações e recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, impedindo desta maneira ou nascimento da própria exigibilidade. Pondera-se que as causas de suspensão do crédito atingem a exigibilidade, entretanto a sua ocorrência não impede que o Fisco proceda o lançamento tributário, que deverá ser efetivado mesmo quando suspensa a exigibilidade. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário afasta e impede a propositura ou processamento da execução fiscal, pois esta sim restará afetada pela suspensão da exigibilidade. Nestes termos, operando-se qualquer causa de suspensão do crédito tributário continua a fluir o prazo decadencial para que o Fisco promova o lançamento tributário. Vejamos detalhadamente as causas de suspensão do crédito tributário:

a) Moratória A moratória, regulada no art. 152 do CTN, é a prorrogação, a dilatação, a postergação do prazo para pagamento da dívida tributária, seja em parcela única, ou em várias parcelas. A moratória em caráter geral depende diretamente da lei, sendo concedida pela pessoa jurídica de direito público para instituir o tributo a que se está conferindo a moratória. Ainda, nos termos do art. 151, I, 'b', a União poderá conceder moratória em caráter geral quanto aos tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,

9 CTN, art. 151: “Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento”.

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desde que também o faça simultaneamente quanto aos tributos de compete federal e às obrigações do direito privado. A moratória em caráter individual, por sua vez, é concedida nos termos da lei por despacho da autoridade competente, nos termos do art. 152, II do CTN. Ainda, cumpre referir que a lei concessiva de moratória, nos termos do parágrafo único do art. 152 do CTN, poderá cincunscrever expressamente sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. Ao conceder a moratória, forte no art. 153 do CTN, a lei fixará o seu prazo de duração e, quando concedida em caráter individual, as condições da concessão do favor. Ainda, estipulará, se for o caso, os tributos a que se aplica, bem como o número de prestações e seus vencimentos dentro do prazo de duração do favor, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual. Na concessão de moratória em caráter individual, ainda, a lei especificará as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado. Não dispondo de modo diverso, a regra geral é que a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo, nos termos do art. 154 do CTN. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro operados em seu benefício. Quanto ao direito adquirido, este não é aplicável no caso da concessão da moratória que, quando concedida em caráter individual, poderá ser revogada de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumpriu os requisitos para a concessão do favor. Nestes casos, conforme art. 155 e incisos do CTN, o crédito tributário será cobrado acrescido de juros de mora com a imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele. Não ocorrendo dolo ou simulação o crédito será cobrado acrescido de juros de mora sem imposição de penalidade. No que tange ao direito à cobrança do crédito e seu prazo prescricional, conforme parágrafo único do art. 155 do CTN, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança, se esta for revogada com base nos casos de dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro em benefício daquele. Não ocorrendo dolo ou simulação, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o direito à cobrança.

b) Depósito do seu Montante Integral Previsto no art. 151, II do CTN o depósito do montante integral é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Entre seus requisitos, faz-se necessário que seja efetivado de maneria integral, ou seja, no exato montante pretentido pela Fazenda Pública. Não há suspensão da exigibilidade do crédito tributário ocorrendo depósito apenas parcial do montante devido. A Súmula 112 do STJ firmando o entendimento acerca da matéria assevera que “o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro”. Como regra das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, o depósito do montante integral não impede a Fazenda de realizar o lançamento tributário, mero procedimento administrativo, sob pena de decair seu direito de lançar, nos termos do art. 173 do CTN. Por outro lado, tal causa suspende a exibilidade, impedindo a propositura da execução fiscal.

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Nestes termos, quando o contribuinte considerar um tributo inconstitucional ou ilegal, poderá efetuar o depósito de seu montante integral, suspendendo a exigibilidade e discutí-lo judicialmente. O depósito é reconhecido pela jurisprudência como verdadeiro direito do contribuinte que pode exercê-lo sempre que desejar suspender a exigibilidade do crédito. Por fim, cumpre assentar que o depósito do montante integral será devolvido ao contribuinte, no prazo máximo de 24 horas, quando da decisão favorável transitada em julgado, consoante Lei 9.703/199810.

c) As Reclamações e os Recursos, nos termos das Leis Reguladoras do Processo Tributário Administrativo A defesa do contribuinte realizada no âmbito administrativo, via reclamação, impugnação ou recurso, dentro do prazo legal, implicará na suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, III do CTN. Assim, no caso de ser lavrado contra o contribuinte um auto de lançamento, por exemplo, este poderá, por meio da apresentação de impugnação administrativa, independentemente de depósito, suspender a exigibilidade daquele crédito tributário que fora constituído. O processo administrativo fiscal é regulado pelo Decreto n° 70.235/72 estabelecendo as formas de defesa do contribuinte seja por meio de impugnação11 ou recurso voluntário12.

d) A Concessão de Medida Liminar em Mandado de Segurança O Mandado de Segurança pode ser utilizado em matéria tributária para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso do poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Poderá o contribuinte, em sede de mandado de segurança requer liminar no sentido de suspender a exigibilidade do crédito tributário, uma vez deferida a liminar a Fazenda Pública não poderá promover a execução fiscal ou, se já promovida, esta restará suspensa frente a suspensão do crédito. A Fazenda Pública, como já referido poderá apenas efetuar o lançamento tributário para prevenir a decadência.

e) A Concessão de Medida Liminar ou de Tutela Antecipada, em outras espécies de Ação Judicial Acrescentado pela Lei Complementar n° 104/2001, a concessão de medida liminar ou de antecipação de tutela em outras espécies de ações judicias, que não o mandado de segurança, igualmente tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. Em verdade, o entendimento dominante mesmo antes da Lei Complementar 104/2001 já ia ao encontro do que hoje está expressamente disposto no CTN, admitindo-se

10 Súmula n° 18 do TRF da 4ª Região: “O depósito judicial destinado a suspender a exigibilidade do crédito tributário somente poderá ser levantado, ou convertido em renda, após o trânsito em julgado da sentença”. 11 Decreto 70.235/72, art. 14: “A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento”. Art. 15: “A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência.” Parágrafo único: “Na hipótese de devolução do prazo para impugnação do agravamento da exigência inicial, decorrente de decisão de primeira instância, o prazo para apresentação de nova impugnação, começará a fluir a partir da ciência dessa decisão”. 12 Decreto 70.235/72, art. 33: “Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão”.

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pacificamente na doutrina e na jurisprudência que a decisão antecipatória em qualquer espécie de ação já possuía a força de suspender a exigibilidade do crédito13. f) O Parcelamento O parcelamento, acrescentado pela Lei Complementar 104/2001 como causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, vem discriminado no inciso VI do art. 151 do CTN. Regrado no art. 155-A do CTN, o parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. A concessão desta modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito não tem o efeito de excluir a incidência de juros e multa, salvo disposição de lei em contrário. As disposições acerca da moratória aplicam-se subsidiariamente ao parcelamento, conforme expressa disposição do §2° do art. 155-A do CTN, revelando a máxima vinculação entre as duas causas de suspensão. A Lei Complementar n° 118/2005, ao tratar da recuperação judicial, restou por acrescentar nova disposição acerca do parcelamento, estabelecendo que lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. No caso de inexistência de lei específica, aplica-se ao devedor em recuperação judicial, as leis gerais de parcelamento do ente da Federação, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. PONTO 3: EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A EXTINÇÃO do CRÉDITO TRIBUTÁRIO é o desaparecimento deste, ocorrendo na maioria das vezes pela satisfação da obrigação tributária. O artigo 156 do CTN traz as hipóteses de extinção do crédito tributário, a saber:

PAGAMENTO (FORMA MAIS COMUM) – ARTIGO 157 A 164 DO CTN - A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário; - O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento; - O pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo, salvo disposição em contrário; - O vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento; - A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça; - O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária;

13 “Considerando que cabe ao Judiciário o controle da legalidade dos atos administrativos (sistema de jurisdição una) e que suas decisões devem ser respeitadas não apenas pelos particulares, mas pela Administração, que a elas está sujeita, qualquer decisão judicial que disponha no sentido de que o Fisco não possa atuar contra o contribuinte em determinada hipótese tem o efeito de suspender a exigibilidade do crédito tributário, não importando se tenha sido proferida nos autos do Mandado de Segurança ou de qualquer outro tipo de ação (Ordinária, Cautelar etc.)” (PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 7ª ed. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 2005, p. 1089).

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- Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês; O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. O contribuinte ou responsável, que formulou consulta ao fisco, dentro do prazo legal para pagamento do tributo, não se considera em falta; O pagamento pode ser efetuado em moeda corrente, cheque ou vale postal, e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente; O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. Pagamento Indevido O sujeito passivo tem o direito à restituição do tributo que houver pago indevidamente. O pagamento indevido, com a hipótese de restituição, ocorre quando há: a) cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorridas; b) erro na identificação do sujeito passivo, alíquota, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; c) reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. O sujeito passivo tem direito à restituição se provar que assumiu o encargo financeiro transferido ao terceiro. Ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar autorizado expressamente a recebê-la. (artigo 166 do CTN). Da restituição do tributo pago indevidamente, decorre a restituição das multas e dos juros respectivos. Não são restituídas as multas por infrações formais, pois, se não cumprida a obrigação acessória devida é a multa. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de cinco anos, contados a partir da extinção do crédito tributário. Nos casos de reforma, anulação, revogação ou rescisão da decisão condenatória, os cinco anos decorrem da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. Assim, seria de cinco anos, a partir da Lei Complementar 118.

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COMPENSAÇÃO A compensação se dá quando o obrigado ao pagamento do tributo é credor da Fazenda Pública. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.

TRANSAÇÃO É o mesmo que acordo, e, só mediante previsão legal, a autoridade competente poderá autorizar a transação.

REMISSÃO Remissão é perdão. Só pode ser autorizada por Lei. A remissão é dispensa do crédito tributário, levando em conta: a) situação econômica do sujeito passivo; b) o erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato; c) à diminuta importância do crédito tributário; d) equidade; e) condições peculiares a determinadas da região do território da entidade tributante. Não se confunde com anistia.

DECADÊNCIA A decadência está vinculada ao direito de lançar da Fazenda Pública, de constituir o crédito tributário. Esgotado o prazo legal para lançamento de tributo sem que a Fazenda Pública o tenha efetuado, dá-se a decadência. O direito da Fazenda de constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos contados: a) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; b) se antes do primeiro dia do exercício seguinte, o sujeito passivo é notificado e alguma medida preparatória indispensável ao lançamento, o início do prazo é antecipado para data da notificação; c) na data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento, anteriormente efetuado. (não se trataria de interrupção, mas de reabertura de prazo)

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Nos casos de lançamento por homologação, dá-se a decadência, com a homologação expressa ou decorrente do decurso do prazo de cinco anos, nos termos do artigo 150. § 4º do CTN, expirado o prazo sem que a fazenda pública se tenha pronunciado. No caso de tributos de lançamento por homologação, quando não houve pagamento, nem informações, aplica-se o artigo 173, I do CTN, ou seja, cinco anos contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte em que o lançamento poderia ter sido efetuado. A decadência do direito de lançar refere-se ao ato administrativo do lançamento. Decai o direito do Fisco de celebrar o ato e através dele constituir o crédito tributário. O art. 173 do CTN é claro ao definir a decadência quando decorrido cinco anos, sem que o lançamento fosse regularmente realizado. Neste tópico, o que decai é o direito de lançar, direito este que na verdade apresenta-se como dever, vinculado e obrigatório.

PRESCRIÇÃO A ação de cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data de sua constituição definitiva. A prescrição do direito do Fisco cobrar o crédito tributário diz diretamente com o processo, com a ação de execução fiscal. Aqui o crédito está constituído. É a prescrição operando quando o titular do direito subjetivo não deduz sua pretensão pelo instrumento processual próprio. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Se acontecer algum destes fatos, o prazo decorrido fica sem efeito, e a contagem dos cinco anos volta a ser iniciada.

CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA A conversão do depósito em renda extingue o crédito tributário. A sentença que resolve o litígio afirmando ser devido o tributo, e, por isto mesmo, subsistente o crédito, opera a transferência do depósito do patrimônio do contribuinte para o patrimônio da fazenda, dando-se a extinção do crédito tributário.

O PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO Extinção para os casos de lançamento por homologação, nos termos do art. 150 e parágrafos do CTN.

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CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL O crédito tributário pode ser extinto mesmo quando ainda se encontra em constituição. Se reconhecida a exigência indevida por impugnação ou recurso. Há de ser decisão irreformável pela administração, devendo entender aquela definitiva, que não possa ser reexaminada pelo Fisco. Que não possa ser mais objeto de ação anulatória.

DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO A decisão judicial transitada em julgado, dando pela invalidade do lançamento, extinguindo o crédito tributário.

DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS A Lei Complementar 104 de 10.1.2001, acrescentou entre as formas de extinção de crédito tributário a dação em pagamento em bens imóveis. Admitida à Fazenda Pública, enquanto credora, que receba prestação diversa da que é devida pelo contribuinte.

QUESTÃO 68

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SSUUSSPPEENNSSÃÃOO da exigibilidade do Crédito Tributário (art. 151 CTN): - Moratória - O Depósito do seu Montante Integral - As Reclamações e os Recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo - A Concessão de Medida Liminar em Mandado de Segurança - A Concessão de Medida Liminar ou de Tutela Antecipada, em outras espécies de ação judicial - O Parcelamento

EEXXTTIINNÇÇÃÃOO do Crédito Tributário (art. 156 CTN): - O Pagamento - A Compensação - A Transação - A Remissão - A Prescrição e Decadência - A Conversão de Depósito em Renda - O Pagamento Antecipado e a Homologação do Lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1° e 4° - A Consignação em Pagamento, nos termos do disposto no §2° do art. 164 - A Decisão Administrativa Irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não possa ser objeto de ação anulatória - A Decisão Judicial passada em Julgado - A Dação em Pagamento em Bens Imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei

EEXXCCLLUUSSÃÃOO do Crédito Tributário (art.175 CTN): - Isenção - Anistia

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QUESTÕES FGV 01) (Advogado do BESC/2004) Esgotado o prazo legal para lançamento do tributo, sem que a Fazenda Pública o tenha efetuado, ocorre a situação de: a) Exclusão. b) Suspensão. c) Decadência. d) Perdão. e) Remissão. 02) (Agente Jurídico – MPE AM 2002) A ação para cobrança do crédito tributário está sujeita a prazo: a) Decadencial de 5 (anos), contados do primeiro dia do exercício civil seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. b) Prescricional de 180 (cento e oitenta) dias, contados da inscrição do crédito tributário da dívida ativa. c) Prescricional de 20 (vinte) anos, contados do vencimento do prazo para pagamento. d) Prescricional de 5 (cinco) anos, contados da data de sua constituição definitiva. e) Decadencial de 180 (cento e oitenta) dias, contados da inscrição do crédito tributário na dívida ativa.

03) (SP/BADESC/Advogado/2010) Correlacione a coluna da direita com o que pede na coluna da esquerda. 1. Modalidade de lançamento tributário. 2. Ação judicial da Fazenda Pública face ao contribuinte. 3. Norma complementar das leis e dos decretos. 4. Modalidade de extinção da punibilidade por infração tributária. ( ) execução fiscal ( ) denúncia espontânea ( ) por homologação ( ) resolução editada pelo Secretário da Fazenda Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, da correlação das colunas: (A) 2, 4, 1 e 3.

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(B) 2, 4, 3 e 1. (C) 1, 2, 4 e 3. (D) 4, 2, 1 e 3. (E) 2, 1, 4 e 3. 04) (SP/Pref. de Angra dos Reis/Auditor Fiscal/2010) Iniciada a execução, não encontrados os bens do devedor, se o processo permanece paralisado, por mais de 5 anos, pela inércia do Fisco, terá ocorrido (A) prescrição. (B) prescrição intercorrente. (C) decadência. (D) preclusão. (E) re missão. 05) (FGV-SP/SEFAZ-RJ/Fiscal de Rendas/2010) O Código Tributário Nacional, em seu artigo 156, relaciona expressamente as hipóteses de extinção do crédito tributário. As alternativas a seguir apresentam hipóteses que estão inseridas na extinção do crédito tributário, à exceção de uma. Assinale-a. (A) Novação. (B) Dação em pagamento com bens imóveis. (C) Transação. (D) Compensação. (E) Pagamento antecipado e homologação do lançamento. 06) (FGV-SP/SEFAZ-RJ/Fiscal de Rendas/2010) As alternativas a seguir apresentam modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, à exceção de uma. Assinale-a. (A) A moratória. (B) As reclamações e os recursos, consoante a legislação que regula o processo administrativo. (C) A liminar em mandado de segurança. (D) A compensação. (E) O parcelamento. 07) (FGV-SP/TJ-PA/Juiz de Direito/2005) Quando a legislação atribuir ao sujeito passivo a obrigação de antecipar o pagamento do imposto, sem exame prévio da autoridade administrativa, temos a figura tributária que se denomina lançamento: (A) de ofício. (B) direto. (C) por homologação. (D) por declaração. (E) antecipado.

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08) Mauro Ricardo decidiu não pagar o imposto de renda do último ano, pois sua esposa Ana, servidora pública, sofreu acidente de carro e foi declarada absolutamente incapaz, em virtude de traumatismo craniano gravíssimo. Ocorre que a Receita Federal efetuou o lançamento e notificou Mauro, nos termos da lei, acerca do crédito tributário em aberto. Quando Mauro recebeu a notificação, ele se dirigiu à Receita e confessou a infração, prontificando-se a pagar, de imediato, o tributo devido, sem multa ou juros de mora. A partir do exposto acima, assinale a afirmativa correta. a) A confissão de Mauro tem o condão de excluir a sua responsabilidade, sem a imposição de qualquer penalidade. Entretanto, ele deve pagar o tributo devido acrescido dos juros de mora. b) Mauro somente se apresentou à Receita após a notificação, o que exclui qualquer benefício oriundo da denúncia espontânea, devendo ele recolher o tributo devido, a penalidade imposta e os juros de mora. c) A incapacidade civil de Ana tem reflexo direto na sua capacidade tributária, o que significa dizer que, após a sentença judicial de interdição, Ana perdeu, igualmente, a sua capacidade tributária, estando livre de quaisquer obrigações perante o fisco. d) Caso Mauro tivesse procedido com mera culpa, ou seja, se a sonegação tivesse ocorrido por mero esquecimento, ele poderia pagar somente o tributo e os juros de mora, excluindo o pagamento de multa. 09) Pizza Aqui Ltda., empresa do ramo dos restaurantes, adquiriu o estabelecimento empresarial Pizza Já Ltda., continuando a exploração deste estabelecimento, porém sob razão social diferente - Pizza Aqui Ltda. Neste caso, é correto afirmar que: a) a Pizza Aqui responde solidariamente pelos tributos devidos pela Pizza Já, até a data do ato de aquisição do estabelecimento empresarial, se a Pizza Já cessar a exploração da atividade. b) caso a Pizza Já prossiga na exploração da mesma atividade dentro de 6 (seis) meses contados da data de alienação, a Pizza Aqui responde subsidiariamente pelos tributos devidos pela Pizza Já Ltda. até a data do ato de aquisição do estabelecimento. c) caso a Pizza Já mude de ramo de comércio dentro de 6 (seis) meses contados da data de alienação, então a Pizza Aqui será integralmente responsável pelos tributos devidos pela Pizza Já até a data do ato de aquisição desta.

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d) caso o negócio jurídico não fosse a aquisição, mas a incorporação da Pizza Já pela Pizza Aqui, esta última estaria isenta de qualquer responsabilidade referente aos tributos devidos pela Pizza Já até a data da incorporação.