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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA DE TRABALHO DE INTEGRAÇÃO COMUNICAÇÃO DE DADOS ATRAVES DA TECNOLOGIA PLC VIA REDE ELETRICA CARLA FERREL VALDIVIA ORIENTADO: RUBEM DUTRA RIBEIRO FAGUNDES Porto Alegre, 2006.

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO S UL

FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA DE TRABALHO DE INTEGRAÇÃO

COMUNICAÇÃO DE DADOS ATRAVES DA TECNOLOGIA PLC VIA REDE ELETRICA

CARLA FERREL VALDIVIA ORIENTADO: RUBEM DUTRA RIBEIRO FAGUNDES

Porto Alegre, 2006.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a minha mãe, Lily Ferrel Quintela, um exemplo para mim, por todo

apoio que me têm dado durante toda a minha vida e todo esforço que têm feito para que eu

pudesse me tornar uma Engenheira Eletricista.

Também gostaria de agradecer a minha irmã, Neisa Isabel Ferrel Valdivia, pela paciência

e pelo grande companheirismo durante nossas vidas.

Ao meu orientador, Rubem Dutra Ribeiro Fagundes, o qual conheci nos últimos

semestres, e por quem adquiri muita admiração e respeito.

À Universidade Católica do Rio Grande do Sul pela oportunidade de estudar em uma das

melhores universidades.

Finalmente, ao meu namorado e colega, Cristiano D’almeida da Rosa , pela companhia,

paciência, amor e carinho durante todos esses anos, dentro e fora da faculdade.

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Sumário

1. Introdução................................................................................................................................6 1.1. Objetivos do trabalho ......................................................................................................6 1.2. Objetivos específicos.......................................................................................................7 1.3. Delimitação do trabalho ..................................................................................................7

2. Redes de Computadores ..........................................................................................................8 3. Literatura ...............................................................................................................................10

3.1. histórico.........................................................................................................................10 3.2. Hardware .......................................................................................................................13

3.2.1. Placa de Rede ........................................................................................................13 3.2.2. Hub........................................................................................................................13 3.2.3. Repetidor ...............................................................................................................14 3.2.4. Bridge ....................................................................................................................14 3.2.5. Switches ................................................................................................................14 3.2.6. Roteadores.............................................................................................................15 3.2.7. Servidor de Terminais ...........................................................................................15 3.2.8. Gateway.................................................................................................................15 3.2.9. Servidor de Acesso Remoto ..................................................................................15 3.2.10. Modems.................................................................................................................15

3.3. Meio de transmissão......................................................................................................16 3.3.1. A função dos cabos ...............................................................................................16 3.3.2. Tipos de cabos e fios .............................................................................................16 3.3.3. Cabo coaxial..........................................................................................................17 3.3.4. Par Trançado – com blindagem (STP) ..................................................................18 3.3.5. Par Trançado – sem blindagem (UTP)..................................................................18 3.3.6. Fibra Ótica.............................................................................................................19 3.3.7. Condutores de Energia Elétrica de Baixa Tensão .................................................20

3.4. Método de Transmissão ................................................................................................21 3.5. Software ........................................................................................................................21

3.5.1. Sistema Operacional..............................................................................................22 3.5.2. Protocolos..............................................................................................................22

3.6. Redes .............................................................................................................................22 3.6.1. LANs .....................................................................................................................22 3.6.2. MANs....................................................................................................................23 3.6.3. WANs....................................................................................................................23 3.6.4. Escolha dos cabos de redes locais ou metropolitanas ...........................................23

4. Comunicação por Linha Elétrica (PLC)..............................................................................25 4.1. O que é PLC? ................................................................................................................26 4.2. História ..........................................................................................................................26 4.3. Estrutura de uma rede elétrica.......................................................................................27

4.3.1. Rede de Distribuição Doméstica ...........................................................................28 4.3.2. Rede de Baixa e Média tensão ..............................................................................28 4.3.3. Rede de Alta tensão...............................................................................................29

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4.4. Conceitos Básicos .........................................................................................................29 4.4.1. Modulação.............................................................................................................29 4.4.1.1. Modulação de Onda Continua...........................................................................30 4.4.1.2. Modulação em Amplitude (AM).......................................................................30 4.4.1.3. Modulação em Fase (PM) .................................................................................33 4.4.1.4. Modulação por pulsos .......................................................................................33 4.4.1.4.1. Modulação por pulsos Analógica......................................................................34 4.4.1.4.2. Modulação por pulsos Digital ...........................................................................34 4.4.2. Multiplexação do Sinal..........................................................................................35 4.4.2.1. Multiplexação por Divisão de Freqüência (FDM) ............................................36 4.4.2.2. Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda (WDM)........................36 4.4.2.3. Multiplexação por Divisão de Tempo (TDM) ..................................................37 4.4.2.4. Múltiplo Acesso por Divisão de Código (CDMA) ...........................................38 4.4.2.5. Spread Spectrum ...............................................................................................40 4.4.2.6. OFDM ...............................................................................................................42 4.4.2.7. PLC Faixa Larga ...............................................................................................43 4.4.2.8. Relação Sinal/Ruído..........................................................................................44 4.4.2.9. Segmentação de Alimentadores ........................................................................45

4.5. Característica da Rede de Distribuição Brasileira.........................................................46 4.5.1. Características das Linhas de Transmissão ...........................................................46 4.5.1.1. Impedância - Característica uniforme ...............................................................46 4.5.1.2. Baixa Atenuação para faixa de freqüências dos sinais a serem transmitidos para uma distância determinada ....................................................................................................47 4.5.1.3. Baixa irradiação e captação de Sinais ...............................................................47 4.5.2. Características das Linhas de Distribuição de Energia Elétrica no Brasil ............47 4.5.2.1. Linhas Aéreas de Distribuição em Média Tensão.............................................47 4.5.2.2. Linhas Aéreas de Distribuição em Baixa Tensão..............................................48 4.5.2.3. Linhas de Distribuição de Média Tensão..........................................................49 4.5.2.4. Linhas de Distribuição em Baixa Tensão..........................................................51

4.6. Tecnologia PLC.............................................................................................................52 4.6.1. Funcionamento do PLC.........................................................................................52 4.6.2. ASCOM POWERLINE.........................................................................................56 4.6.2.1. Faixas de Freqüências .......................................................................................57 4.6.2.2. Alocação Dinâmica de Capacidade...................................................................58 4.6.2.3. Propriedade para Dados em Tempo Real ..........................................................58 4.6.2.4. Gerenciamento SNMP.......................................................................................59 4.6.2.5. Área de Cobertura .............................................................................................59 4.6.2.6. Interferências internas ao Sistema.....................................................................60 4.6.3. EBA/DS2 POWERLINE.......................................................................................60 4.6.4. MAIN.NET COMMUNICATIONS .....................................................................61 4.6.4.1. Arquitetura do sistema PLUS............................................................................62 4.6.5. Comparação com outras Tecnologias de Acesso ..................................................64

4.7. Qualidade de Serviço ....................................................................................................65 4.7.1. Serviço de voz .......................................................................................................66 4.7.2. Análise de Segurança ............................................................................................67 4.7.3. Serviços suportados pela Tecnologia PLC............................................................67 4.7.4. Prestação de Serviços ............................................................................................68 4.7.4.1. Interoperabilidade..............................................................................................68 4.7.4.2. Coexistência ......................................................................................................68

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4.8. Tecnologia PLC nas Empresas de Energia Elétrica ......................................................69 4.8.1.1. O Andamento da Tecnologia PLC no Brasil e no mundo................................69 4.8.1.2. Fase I: Pesquisa Inicial ......................................................................................70 4.8.1.3. Fase II: Teste Limitado de Campo ....................................................................70 4.8.1.4. Fase III: Teste de Campo de Larga Escala........................................................71 4.8.1.5. Fase IV: Operação Comercial ...........................................................................71

4.9. Ações de Regulamentação no Mundo...........................................................................71 4.9.1.1. Situação – Europa: Equipamentos PLC ............................................................72 4.9.1.2. Situação – Estados Unidos: Rede e Estrutura PLC...........................................72 4.9.1.3. Regulamentação Brasileira para o PLC ............................................................73

5. Internet e PLC no Brasil........................................................................................................74 5.1. Dificuldades ..................................................................................................................74 5.2. PLC no Brasil ................................................................................................................76 5.3. Infra-estrutura disponível ..............................................................................................77 5.4. Viabilidade Econômica .................................................................................................78 5.5. Economizando tempo e Dinheiro..................................................................................80

6. Projeto de integração Tecnológica ........................................................................................82 6.1. Cenário ..........................................................................................................................82

6.1.1.1. A Rede de Acesso PLC .....................................................................................85 6.1.1.2. A Rede de Distribuição PLC.............................................................................86 6.1.1.3. Redes de provedores de serviços (Internet).......................................................87 6.1.1.4. Possíveis Problemas ..........................................................................................87 6.1.1.5. Taxa de Transmissão das Tecnologias PLC......................................................88

7. Conclusões ............................................................................................................................89 8. Referências Bibliográficas ....................................................................................................90

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1. Introdução

A idéia de se usar conexão entre equipamentos eletro-eletrônicos, via rede Elétrica, já é

antiga, data o primeiro registro escrito em 1920, quando a “American Telephone and Telegraph

Company” recebeu o registro de patentes na área de transmissão de ondas portadoras sobre

circuitos elétricos. Desde então esta tecnologia vem sendo estudada e ganhou ênfase

principalmente, na década de 70, quando países europeus e asiáticos se interessaram por ela.

O Powerline Communication (PLC), ou Comunicação por Rede Elétrica, constitui-se em

uma tecnologia que permite a transmissão de dados, imagens e áudio através de sinais emitidos

por ondas portadoras em uma determinada faixa de freqüência em redes de distribuição de

energia, sem a utilização de cabos de rede. Neste processo, a energia elétrica é somente um meio

físico de transmissão do sinal, onde haverá um adaptador de redes PLC que fará a ponte entre a

tomada elétrica e o computador. Em termos mais abrangentes tais como conexões entre cidades e

estados é necessário um equipamento chamado Máster PLC que inserirá esses sinais levando-os

a lugares mais afastados dos centros das cidades.

A tecnologia Powerline pode ser usada paralelamente com outras tecnologias de comunicação,

como rádio, ADSL, Cabo entre outros. E podendo também ser utilizada para formação de uma

rede local (Local Área Network), ou até mesmo para compartilhar Internet banda larga com

todos os usuários de uma mesma residência ou empresa, que proporcione o trabalho em

conjunto.

1.1. Objetivos do trabalho

O trabalho aqui proposto tem como objetivo compilar informações referentes ao sistema

de comunicação, para a transmissão de dados via rede de energia elétrica , visando determinar a

sua viabilidade de utilização.

Através deste trabalho, vislumbra-se a viabilidade de que residências, condomínios e

empresas aproveitem a estrutura da rede de energia elétrica de baixa tensão, já disponível, para

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beneficiar-se com a disseminação de uma rede de computadores, nos pontos mais diversos,

eliminando redundâncias de estruturas para transmissão de dados.

1.2. Objetivos específicos

• Criar materiais escritos, referentes ao sistema de comunicação por rede de energia

elétrica;

• Mostrar as possibilidades de aplicação dessa tecnologia;

• Descrever um modelo de transmissão de dados em rede de energia elétrica.

1.3. Delimitação do trabalho

A combinação de diversos meios de transmissão, diversas topologias e diversos

mecanismos de controle de acesso nos leva a uma miríade de redes.

Neste trabalho, verificaremos a viabilidade da transmissão de dados em Redes (linhas) de

Energia Elétrica, desconsiderando a sua construção física ao partir do princípio de que as linhas

hoje em uso em nossas residências, escolas, bibliotecas, empresas, etc..., Já estão adequadas a

isso.

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2. Redes de Computadores

Anteriormente a criação das redes, no princípio da década de 60, os computadores

enormes possuíam aproximadamente 10.000 transistores discretos. Na metade da década de 60

surgiram as pastilhas que eram capazes de armazenar vários transistores em um curto espaço. A

partir de então a integração e miniaturização dos componentes aconteceram com uma rapidez

gigantesca. Além disso, os preços de tais equipamentos também reduziram vertiginosamente. No

início da década de 70 foi publicado, pela Intel, um anúncio na revista Eletronic News no qual

afirmava a existência de um dispositivo que armazenava 2.000 transistores o que posteriormente

seria batizado de microprocessador.

Uma das principais conseqüências desse desenvolvimento tecnológico foi uma

proliferação de sistemas de tamanho pequeno, que se aperfeiçoaram ano a ano, levando a uma

nova necessidade: a de interconectar esses equipamentos a fim de poder compartilhar recursos e

também trocar dados entre os diversos sistemas.

No final da década de 60 começou a funcionar uma rede sem fio chamada ALOHA, que

utilizava o primeiro algoritmo que permitia a comunicação entre estações utilizando um canal

único. Tal algoritmo ficou sendo conhecido como protocolo de acesso múltiplo, e permitia que

estações de trabalho existentes nas ilhas do Hawaii se comunicassem entre si. Essa rede foi

desenvolvida principalmente por Norman Abramson, da Universidade do Hawaii. Nessa rede,

quando qualquer estação transmitia dados, e esperava um ACK para certificar-se que o pacote

chegou no destino. Caso o ACK não fosse recebido pelo emissor, a conclusão era de que ocorreu

uma colisão, ou seja, outra estação transmitiu simultaneamente. Nesse caso, ela esperava

randomicamente por determinada faixa de tempo e tentava novamente.

Esse sistema era conhecido como ALOHA puro e tinha uma eficiência muito baixa (o

máximo que se conseguia era aproximadamente 18% devido ao aumento na taxa de colisões).

Uma das principais melhorias nesse sistema foi o ALOHA “slotted”, que possuía um relógio de

sincronismo, onde as estações só transmitiam com o relógio de sincronização. As colisões

ocorriam somente no início das transmissões, e não mais durante todo o tempo de duração do

quadro. A eficiência na transmissão aumentou para aproximadamente 37%.

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Durante o fim do ano de 1972, Bob Metcalfe, na época trabalhando na Xerox,

desenvolveu um sistema para interconectar os computadores Xerox Alto (entre eles e com

impressoras). O sistema desenvolvido teve como base o ALOHA, e tinha uma taxa de

transmissão de aproximadamente 2,94 Mbit/s, conectando mais de cem estações na distância de

1 km. Essa rede foi chamada de “Alto ALOHA Network”. Em 1973, Metcalfe mudou seu nome

para Ethernet, para deixar claro que o sistema funcionava em qualquer máquina, e não apenas

nos computadores da Xerox.

Em 1976, a Ethernet foi publicada na revista Communications of the ACM, sendo

apresentado ao público. A patente para o sistema foi criada em 1978, pela Xerox. A Ethernet fez

tanto sucesso que a DEC, Intel e Xerox, desenvolveram uma especificação de uma rede Ethernet

a 10 Mbit/s. A primeira publicação do padrão Ethernet original foi em 1980, pela DEC, Intel e

Xerox (padrão DIX), e posteriormente liberado sem qualquer ônus para a criação das normas

abertas, juntamente com o nome “Ethernet”.

Durante esse período vinham acontecendo vários esforços para desenvolvimento de padrões

abertos, e o instituto IEEE tomou como base a norma DIX para criar o padrão IEEE 802.3, em

1985, chamado “IEEE 802.3 Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection

(CSMA/CD) Access Method and Physical Layer Specifications”. Ao longo de 1979, Bob

Metcalfe fundou a empresa 3Com (Computer,Communication, Compatibility), objetivando

auxiliar na comercialização do Ethernet.

Depois da publicação da norma original IEEE 802.3 para cabo coaxial grosso, foi

desenvolvida uma nova norma para coaxial fino, mais barato. Essa tecnologia foi inventada

também pela equipe de Bob Metcalfe, da 3Com.

Desde então, essa tecnologia avançou rapidamente, passando da etapa experimental à

etapa comercial. Uma das principais razões desse desenvolvimento foi o aumento da velocidade

dos equipamentos e diminuição do custo de hardware.

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3. Literatura

3.1. histórico

Tudo começou em 1837, quando Samuel Morse aperfeiçoou o telégrafo; porém, somente

em 1844, tornou-se possível uma transmissão através do telégrafo elétrico, entre as cidades de

Washington D.C. e Baltimore, em Maryland, criando, com isso, um revolucionário conceito de

“Tempo Real” e “Longa Distância”. O telégrafo foi o precursor da comunicação digital e o

código Morse um código ternário, de comprimento variável, que usa um alfabeto de quatro

símbolos: um ponto, um hífen, um espaço entre letras e um espaço entre palavras.

Em 1864, James Clerk Maxwell formulou a “Teoria Eletromagnética da Luz” e

prognosticou a existência de “Ondas de Rádio”, que foi estabelecida, experimentalmente por

Heinrich Hertz, em 1887.

Anos depois, Emilie Baudot desenvolveu um código binário de tamanho fixo para

telegrafia. Nele, adaptado para o uso em máquinas telegráficas, cada código de palavras consiste

de cinco elementos, de tamanhos iguais, atribuindo-se a cada um deles um de dois estados

possíveis: uma marca ou um espaço (i.e. símbolo 1 ou 0 nos dias atuais).

Nesse mesmo ano, o telefone foi inventado por Alexander Graham Bell, um professor de

surdos. Através desse instrumento se tornou possível a transmissão da voz em tempo real,

valendo-se de codificações elétricas e replicação do som. A primeira versão do telefone foi

imatura e frágil, pois habilitava a conversação entre duas pessoas, desde que estivessem a poucos

metros de distância uma da outra. Quando o serviço telefônico tinha apenas alguns anos, foi

automatizado.

Em 1894, Oliver Lodge fez uma demonstração da “Comunicação sem Fio”, através de

uma distância, relativamente curta, aproximadamente 137 m.

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Em dezembro de 1901, Guglielmo Marconi recebeu um sinal de rádio em Signal Hill –

Canadá, o qual teve origem em Cornwall, na Inglaterra.

Em 1904, John Ambrose Fleming inventou o diodo de tubo a vácuo, que serviu de

alicerce para a invenção do triodo de tubo a vácuo, desenvolvido por Lee de Forest, em 1906.

A descoberta do triodo foi de extrema importância para o desenvolvimento do telefone

transcontinental, em 1913, assinalando, o início da comunicação sem fio com o uso da voz. Até a

invenção e o aperfeiçoamento do transistor, o triodo se manteve como a invenção suprema para

os projetos de amplificadores eletrônicos.

Em 1905, Reginald Fessenden demonstrou o telefone sem fio, através da transmissão de

voz e música em um canal de rádio.

Em 1918, Edwin H. Armstrong inventou o receptor de rádio super heterodino, sendo

ainda hoje, quase todos os receptores de rádio desse tipo.

Esse mesmo cientista, em 1933, demonstrou outro conceito revolucionário um “Esquema

de Modulação” que chamou de “Modulação em Freqüência” (FM).

Em 1928, Philo T. Farnsworth demonstrou o primeiro sistema de televisão totalmente

eletrônico, que teve sua continuidade em 1929, através de Vladimir K. Zworykin.

Ainda em 1928, Harry Nyquist publicou um artigo clássico sobre a “Teoria do Sinal de

Transmissão na Telegrafia”. Na verdade, Nyquist desenvolveu critérios para a correta recepção

do sinal telegráfico transmitido através de canais dispersos, com ausência de ruídos. Grande

parte desse trabalho foi empregada, mais tarde, na transmissão de dados digitais através de

canais dispersos.

Em 1937, Alec Reeves inventou a “Modulação por Código de Pulso” (PCM), que seria

usada no código digital do sinal de voz. A técnica foi desenvolvida durante a II Guerra Mundial,

com o único objetivo de aumentar os sinais de voz. Vinte e quatro canais de sistema foram

usados em campos de batalha por militar norte americanos, no final da guerra; no entanto, tal

modulação teve que aguardar a descoberta do transistor e o desenvolvimento dos circuitos

integrados em larga escala, para que pudesse ser explorada comercialmente.

Em 1943, D. O. North inventou um filtro que podia detectar um sinal conhecido que

estivesse adicionado ao ruído. Um resultado parecido foi obtido em 1946 por J. H. Van Vleck e

D. Middleton, que estabeleceram o termo “filtro casado”.

Em 1947, foi desenvolvida, por V. A Kotel’nikov, a representação geométrica de sinais e

apresentada em uma dissertação de Doutorado ao Conselho Acadêmico do Instituto de Energia

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Molotov, em Moscou. Esse trabalho teve seu prosseguimento e total disseminação em 1965, em

um livro texto publicado por John M. Wozeneraft e Irwin M. Jacobs.

Em 1948, os fundamentos teóricos da comunicação digital foram derrubados por Claude

Shannon, em um artigo intitulado “Uma Teoria Matemática da Comunicação”, que foi recebido

com entusiasmo pela crítica. Talvez tenha sido essa resposta que levou Shannon a retificar o

título do artigo para “A Teoria Matemática da Comunicação”, quando ele foi reimpresso, um ano

depois, em um livro, com a co-autoria de Warren Weaver. A teoria da comunicação foi pega de

surpresa, quando Shannon provou que não era verdade que, se aumentássemos a taxa de

transmissão de informação através do canal, poderíamos aumentar a probabilidade de erro,

provando que a taxa de transmissão era inferior à capacidade do canal.

Estamos ainda no ano de 1948; o transistor, finalmente foi inventado nos laboratórios da

Bell Co.. Os autores dessa façanha foram Walter H. Brattain, John Barden e William Shockley.

A partir daí, começou uma nova era. O primeiro circuito integrado de silicone (IC) foi produzido

por Robert Noyce em 1958, proporcionando o desenvolvimento dos circuitos integrados em

larga escala (VLSI) e dos microcomputadores com chip simples, mudando para sempre a

natureza das indústrias de telecomunicações.

A invenção do transistor estimulou as aplicações de eletrônica voltadas para a

comunicação digital, devido à confiança, à capacidade de crescimento e ao seu custo reduzido. A

primeira ligação telefônica, utilizando um sistema interno, ocorreu em março de 1958, no

laboratório da Bell Co. e o primeiro serviço de telefone comercial, usando ligação digital,

começou em Morris, em Junho de 1960. A primeira transmissão do “Sistema Carrier” foi

instalada em 1962, no mesmo laboratório.

Durante o período de 1943 a 1946, foi construído o primeiro computador eletrônico

digital, na Escola de Engenharia Eletrônica da Pensilvânia, sob a direção técnica de J. Presper

Eckert Jr. e John W. Mauchly. Entretanto, foram as contribuições de John Von Newman que

serviram de base para a teoria, o projeto e a aplicação de computadores digitais. Os

computadores só começaram a se comunicar entre si, em projetos envolvendo longas distâncias,

no início dos anos 50 e usavam em suas conexões os canais telefônicos de voz, operando a

baixas velocidades (300 a 1200 bps). Vários fatores têm contribuído para o crescimento da

velocidade de Transmissão de Dados e, ao redor deles, existe a idéia de “Equalização

Adaptativa”, iniciada por Robert Lercky, em 1965 e das “Técnicas de Modulação Eficientes”,

cujo precursor foi G. Ungerboeck, em 1982.

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O maior impacto da comunicação de computadores foi alcançado através do

“ARPANET” – Advanced Research Project Network (Projeto Avançado de Recursos de Rede),

que entrou em funcionamento em 1971, tendo como patrocinador oficial a Agência de Projetos

de Recursos Avançados do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América.

3.2. Hardware

Para a formação das redes, objetivando a comunicação de dados, existe no mercado uma

gama enorme de equipamentos e especificações. A utilização e disposição se dão mediante as

diferentes necessidades de cada aplicação: distâncias, volume de dados, quantidade de

equipamentos na rede, quantidade de usuários, etc.

O sistema de comunicação vai se constituir de arranjo topológico interligando os vários

módulos processadores através de enlaces físicos (meios de transmissão) e de um conjunto de

regras com o fim de organizar a comunicação (protocolos). [SOA05]

Citamos os mais comuns para a implementação de uma rede de comunicação.

3.2.1. Placa de Rede

Também chamada de NIC (Network Interface Card) ou placa Ethernet, é uma placa

interna que pode ser adicionada a um computador (normalmente PC) para prover uma interface

de hardware entre a mídia de transmissão e o método de transporte usado pelo PC para aquela

mídia de transmissão. [VAR02]

3.2.2. Hub

O hub é um dispositivo que reside no core (núcleo) de uma rede ou sistema de

cabeamento com topologia estrela. O hub se conecta a estações e a outros hubs. Dentro de uma

LAN, um hub provê um local centralizado para conexões e gerenciamento de rede, permitindo

aos gerentes de rede configurar e controlar LANs de grande porte geograficamente dispersas de

um único ponto na rede. Pode-se conectar hubs juntos em uma topologia hierárquica estrela para

se formar uma rede maior. [VAR02].

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3.2.3. Repetidor

Repetidores (ou Repeaters) são equipamentos que permitem aumentar a distância

máxima entre as estações. É definido para redes Ethernet o número máximo de quatro

repetidores entre duas estações quaisquer. Um repetidor regenera os sinais digitais, o que permite

estender o comprimento da rede.

Repetidores podem conectar uma variedade de mídias de transmissão, tais como cabo

coaxial fino e grosso. Repetidores regeneram sinais, e não executam nenhuma ação nos pacotes

de dados, ao contrário de bridges e routers que tipicamente examinam e tomam decisões sobre os

pacotes que eles recebem e então os processam. Os repetidores operam na camada física do

modelo OSI. [VAR02].

3.2.4. Bridge

Bridge é um produto com a capacidade de segmentar uma rede local em sub-redes com o

objetivo de reduzir tráfegos ou converter diferentes padrões de LANs (de Ethernet para Token-

Ring por exemplo).

As bridges diferenciam-se dos repetidores (repeaters), pois manipulam frames ao invés

de sinais elétricos. As bridges possuem vantagens sobre os repetidores, pois não retransmitem

ruídos, erros, ou frames mal formados. Um frame deve estar completamente válido para ser

retransmitido por uma bridge. A bridge atua na camada dois do modelo de referência ISO/OSI.

[VAR02].

3.2.5. Switches

Ao contrário dos hubs convencionais de mídia compartilhada onde todos os pacotes

recebidos pelo hub são encaminhados para todas as estações conectadas à rede local, um switch

direciona cada pacote recebido de uma de suas portas para uma porta específica de saída, para

encaminhamento a seu destinatário final. Os switches também podem operar enviando e

recebendo dados ao mesmo tempo em ambos os sentidos (modo full duplex), significando que

cada estação pode transmitir dados para a rede local independentemente das outras estações. Esta

tecnologia de switching permite um throughput elevado e rápidas velocidades de envio de

mensagens para todas as estações transmitindo na rede local. [VAR02].

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3.2.6. Roteadores

Os roteadores (routers) decidem sobre qual caminho o tráfego de informações (controle e

dados) deve seguir. Operam na camada de nível três do modelo de referência ISO/OSI e fazem o

roteamento de pacotes entre redes locais ou remotas.

Os roteadores permitem que LANs tenham acessos a WAN. Normalmente um roteador

tem uma porta LAN (Ethernet ou Token-Ring) e várias portas WAN (PPP, X.25, Frame-Relay,

ISDN) e trabalham com IP ou IPX. [VAR02].

3.2.7. Servidor de Terminais

Um Servidor de Terminal (Terminal Server) é um periférico independente numa rede

Ethernet TCP/IP. Possue alimentação própria, processador, memória, interface Ethernet - que

permite conexão à rede TCP/IP. [VAR02].

3.2.8. Gateway

Os gateways atuam em todas as camadas do modelo ISO/OSI, e têm o objetivo de

permitir a comunicação entre duas redes com arquiteturas distintas. Estes equipamentos

resolvem problemas de diferença entre tamanho máximo de pacotes, forma de endereçamento,

técnicas de roteamento, controle de acesso, time-out, entre outros. [VAR02].

3.2.9. Servidor de Acesso Remoto

A definição de um Servidor de Acesso Remoto (aqui chamado somente de “RAS“ –

Remote Access Server) confunde-se, de certa forma, com a do Servidor de Terminais, sendo

muito mais ampla. Um RAS conecta usuários remotos a LANs através de modems (portas seriais

RS-232), ISDN, ADSL ou outras tecnologias.

Através do RAS, o usuário remoto tem acesso aos recursos da LAN – aplicações,

impressoras, banco de dados, etc. – como se estivesse localmente conectado à LAN. [VAR02].

3.2.10. Modems

Equipamentos capazes de realizar modulação e demodulação de sinais.

Um receptor que deseje recuperar um dos sinais transmitidos numa linha multiplexada na

freqüência, deverá conhecer a faixa de freqüência que está sendo utilizada para a sua

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transmissão. Dessa forma, ele poderá deslocar o sinal recebido de forma a fazer o sinal desejado

ocupar novamente a sua faixa original (de 0 a Q Hz). O sinal GHPRGXODGR pode, a seguir,

ser filtrado para conter somente o sinal original. [SOA05].

3.3. Meio de transmissão

A mídia de transmissão é utilizada para transportar os sinais da rede de um dispositivo

para outro.

O sistema de comunicação vai se constituir de arranjo topológico interligando os vários

módulos processadores através de enlaces físicos (meios de transmissão) e de um conjunto de

regras com o fim de organizar a comunicação (protocolos). [SOA05].

Alicerçado nas tecnologias já conhecidas e amplamente divulgadas na literatura,

relacionamos o que envolve este trabalho, iniciando pelo meio físico de transmissão, visto que:

“Qualquer meio físico capaz de transportar informações eletromagnéticas é passível de

ser usado em redes de computadores. Os mais comumente utilizados são o par trançado, o cabo

coaxial e a fibra ótica. Sob circunstâncias especiais, radiodifusão, infravermelho, enlace de

satélite e microondas também são escolhas possíveis” [SOA05].

3.3.1. A função dos cabos

O termo “Cabeamento de Rede” normalmente refere-se a fios de cobre, trançados ou

blindados, contidos em uma cobertura externa feita de plástico.

No entanto, em muitos cabos, a cobertura envolverá tranças de plástico ou fibra de vidro

que conduzem luz da mesma forma que o cobre conduz eletricidade, ou sinais entre dois pontos.

3.3.2. Tipos de cabos e fios

Nem todos os cabos são iguais. Qualquer fio pode ser um condutor, mas em sistemas

elétricos são necessários dois fios para formar um circuito completo. Quando dois ou mais fios

são combinados de forma a obedecer a determinados padrões, chamamos o conjunto de cabo.

A Indústria de redes padronizou, principalmente, três tipos de mídias físicas, que são

descritas a seguir e, por último, a mídia que é o motivo deste trabalho, a rede de energia elétrica

de baixa tensão.

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3.3.3. Cabo coaxial

As vezes chamado de coax, é um condutor de cobre central, uma camada de isolamento

flexível, uma blindagem com uma malha ou trança metálica e uma cobertura externa de

isolamento e revestimento de proteção.

A malha externa do cabo coaxial forma metade do circuito elétrico, além de funcionar

como blindagem para o condutor interno. Portanto, ela deve estabelecer uma sólida conexão

elétrica em ambas as extremidades do cabo.

Figura 3.1- Cabo Coaxial

Vantagens:

• Imunidade superior ao ruído;

• Suporta banda base e banda larga;

• Cada segmento alcança distância maiores que o par trançado;

• Pode transmitir voz, dados e imagens;

• É uma tecnologia bem dominada;

• Permite multiderivação (redes em barramento).

Desvantagens:

• Mais oneroso que o par trançado;

• Sua instalação é mais difícil e mais cara;

• Falta de segurança;

• Na multiderivação, a falha em um único ponto impede a comunicação entre os outros

nós.

O padrão 802.3 do IEEE, 10BASE2 é uma especificação para redes Ethernet de

comunicação de dados a 10MBps em cabos coaxiais com distância máxima de 185 metros e

conectores BNC, [DAV06], para uso com cabos finos.

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3.3.4. Par Trançado – com blindagem (STP)

É composto por pares de fios com uma blindagem formada por uma folha de cobre ao

redor de todos os seus fios. E, ao contrário do que acontece com os cabos coaxiais, a blindagem

não faz parte do caminho percorrido pelo sinal.

Figura 3.2 – Par Trançado com blindagem

O padrão 802.5 do IEEE, 10Base2 é um padrão que surgiu como alternativa econômica

ao padrão 10Base2. Utiliza topologia em estrela, com ajuda de concentradores.

3.3.5. Par Trançado – sem blindagem (UTP)

É composto por quatro pares de fio de cobre sólidos, sendo cada par isolado do outro e

todos são trançados juntos dentro de uma cobertura externa. Não há uma blindagem física nos

cabos UTP. O cabo UTP se baseia unicamente no efeito de “cancelamento” para reduzir a

absorção e a radiação de energia elétrica. O Cancelamento é a corrente que flui através de um fio

cria um campo eletromagnético ao redor dele. Como a corrente flui em direções opostas, dentro

de cada fio de um circuito elétrico, cancelam um ao outro, anulando as fontes externas de ruído

elétrico.

Figura 3.3 – Par Trançado sem blindagem

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Vantagens do UTP (10 Base T):

• Baixo custo;

• Facilidade de conectar dispositivos;

• Facilidade de instalação;

• Pode ser blindado com a finalidade de diminuir as interferências que o próprio cabo

venha gerar ou receber no meio ambiente;

• A eventual falha de um cabo não afeta os outros nós da rede;

• Oferece maior segurança que o cabo coaxial.

Desvantagens:

• Pode sofrer e causar interferências no meio ambiente, principalmente quando usado

em velocidades altas (100Mbps);

• Quando blindado, pode gerar despesas e mão-de-obra adicional na manutenção do

aterramento;

• Tem banda de passagem limitada em relação ao cabo coaxial e à fibra óptica;

• Este cabo não protege os dados contra interferência elétrica.

10Base2 especificações para redes Ethernet de comunicação de dados a 10 Mbps em

cabos de par trançado. [DAV06].

3.3.6. Fibra Ótica

Cada metade do cabo de fibra ótica é composta de camadas de material. Consiste em

duas fibras com invólucros distintos. Cada fibra de vidro é envolvida por um revestimento, como

uma capa plástica, por uma camada protetora de “Kevlar” e por uma cobertura externa. O Kevlar

é uma fibra que amortece impactos e proporciona maior robustez (é uma marca registrada da

Dupont).

É um fio fino de vidro que transmite vibrações de raios de luz em vez de freqüências

elétricas. Quando uma extremidade do fio é exposta à luz, o fio transporta a luz para a outra

extremidade – fazendo curvas com uma perda de energia mínima ao longo do caminho. Como a

luz viaja muito mais rápido que a eletricidade, o cabo de fibra óptica transporta facilmente dados

a 100Mbps. Este cabo é imune às interferências eletromagnéticas. Por isso tem maior alcance

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dos sinais, proporcionando maior velocidade de transmissão e distâncias maiores são obtidas. É

adequado pra conectar prédios com diferentes aterramentos elétricos. É extremamente caro.

Figura 3.4 – Fibra Ótica

Vantagens:

• Taxas de transferências muito altas;

• Não produzem nem sofrem interferências eletromagnéticas;

• Transportam os sinais por distâncias maiores com menor degradação.

Desvantagens:

• Pessoal mais especializado (mais caro, portanto) para fazer a instalação;

• Mais difícil adicionar e excluir nós;

• Preço mais alto que os outros cabos.

3.3.7. Condutores de Energia Elétrica de Baixa Tensão

Os condutores elétricos de baixa tensão têm uma constituição mais simples que os condutores

de média e alta tensão (Figura 3.5). Vejamos:

Condutor – elemento metálico, geralmente der fios de cobre nu, de forma cilíndrica, com uma

função específica de transportar energia elétrica.

Cabo – conjunto de fios encordoados, isolados ou não entre si, podendo o conjunto ser isolado

ou não.

Isolamento – é a parte que envolve o condutor com a finalidade de isolar o potencial em que se

encontra o mesmo tal modo que, mesmo energizado, não há risco de potencial de contato na

parte externa do conjunto.

Capa Externa – protege o isolamento contra os agentes agressivos do ambiente quando o meio

de instalação não oferecer esta proteção.

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Figura 3.5 – Condutores Elétricos de Baixa Tensão

3.4. Método de Transmissão

Existem dois métodos de transmissão em redes modernas: banda passante base

(baseband) e banda passante larga (broadband).

O método de transmissão de banda base define que somente um sinal digital pode viajar

pela mídia e que sua velocidade não pode ser superior a 100 Mbps. A informação é posta na

mídia sem nenhum tipo de modulação e cada sinal transmitido utiliza a largura da banda total da

mídia. [SOA05].

Como exemplo, o cabo UTP, de par trançado, a fibra ótica e o cabo coaxial para banda

base são os mais comuns para esse tipo de transmissão.

O método de transmissão de banda larga permite que vários sinais possam viajar ao

mesmo tempo pela mídia. [SOA05].

Como exemplo, o cabo de fibra ótica e o coaxial para banda larga são os mais comuns

para esse tipo de transmissão. O sistema de televisão via cabo é o melhor exemplo de que vários

canais podem ser vistos, mesmo viajando através de um único cabo. Já o condutor elétrico pode

ser utilizado para transmissão em banda larga.

3.5. Software

Qualquer programa ou grupo de programas que instrui o Hardware sobre a maneira como

ele deve executar uma tarefa. Neste trabalho, citaremos os softwares de base e aplicativos,

relativos a redes.

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3.5.1. Sistema Operacional

(...) é um conjunto de programas que controla e supervisiona todas as operações internas

de um computador, gerenciando a comunicação entre os programas e o hardware. [BIA08]

3.5.2. Protocolos

Um protocolo é um conjunto de regras que orienta uma seqüência temporal de eventos

que têm lugar entre entidades não-hierárquicas – ou seja, entre equipamentos ou camadas do

mesmo nível. [HEL09]

3.6. Redes

A combinação de diversos meios de transmissão, diversas topologias e diversos

mecanismos de controle de acesso nos leva a uma miríade de redes.

Uma rede de comunicação, ou simplesmente “rede”, é formada pela interconexão de um

número de módulos, feitos de processadores inteligentes (microcomputadores).

A rede é designada para servir como um recurso compartilhado na troca de informações

entre estações de trabalho, de uma maneira eficiente, fornecendo, ainda, uma ferramenta de

trabalho que suporte novas aplicações e serviços.

As redes de computadores são classificadas conforme sua área física de abrangência.

Essa área de abrangência determina qual tecnologia deverá ser empregada, ou seja, determinará

quais equipamentos, protocolos, etc, são mais adequados.

3.6.1. LANs

LANs (Local Área Networks ou Redes Locais) são basicamente redes de dados de alta

velocidade, baixa taxa de erros de transmissão. As LANs conectam servidores, estações,

periféricos, terminais e outros dispositivos em um ou mais edifícios ou outra área

geograficamente limitada, que é o caso de uma biblioteca, como exemplo.

A transferência das mensagens é gerenciada por um protocolo de transporte como

IPX/SPX, NetBEUI e TCP/IP. [VAR02].

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3.6.2. MANs

MANs (Metropolitan Área Networks ou Rede Metropolitana) são basicamente uma

versão ampliada de uma LAN, pois os dois tipos de rede utilizam tecnologias semelhantes. Uma

MAN pode abranger um grupo de escritórios vizinhos ou uma cidade inteira e pode ser privada

ou pública. Este tipo de rede é capaz de transportar dados e voz, podendo, inclusive, ser

associado à rede de televisão a cabo local. Uma MAN tem apenas um ou dois cabos e não

contêm elementos de comutação, capazes de transmitir pacotes através de uma série de linhas de

saída. A ausência desses elementos simplifica a estrutura. [SOA05].

3.6.3. WANs

WANs (Wide Área Networks ou Rede Geograficamente Distribuída) são a interligação

de diversos sistemas de computadores localizados em regiões fisicamente distantes. As WANs

utilizam linhas de transmissão de dados oferecidas por empresas de telecomunicações, como as

Teles e suas concessionárias.

3.6.4. Escolha dos cabos de redes locais ou metropolitanas

A topologia física de uma rede é suportada pelo cabeamento. Os cabos se dispõem em 2

tipos de estruturas básicas: cabeamento vertical (backbone) interligando os demais segmentos

componentes (seguidamente distribuídos por andares de uma edificação) e o cabeamento

horizontal representado pela topologia estrela.

O cabeamento horizontal mais utilizado é o par trançado não-blindado (UTP) categoria 5.

O cabeamento de interligação de servidores corporativos, bem como o cabeamento

vertical deverá, em princípio, ser feito em enlace de fibra ótica. Entre os servidores convém

adotar a tecnologia ATM (Asynchronous Transfer Mode), isso permite que se levem serviços

integrados de transmissão de dados, voz, texto e imagens. A velocidade, neste modo, é de 1,544

Mbps até 10Gbps.

A escolha de par trançado não-blindado (UTP) categoria 5 para formação de uma rede

local se justifica principalmente por:

• Facilidade de instalação;

• Baixo custo;

• Altas taxas de transmissão;

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• Conectividade simples.

O cabo UTP flexível deve ser usado nos segmentos curtos das instalações (placas de redes,

tomadas de parede, hubs). O cabo UTP rígido tem aplicação bem mais geral. É projetado para

instalações dos cabos horizontais e nas instalações entre gabinetes do cabeamento.

Locais ruidosos como aeroporto e fábricas devem usar cabo blindado STP (ou UTP

blindados com cobre trançado). Locais movimentados (como comércio) podem optar por uma

blindagem de lâmina.

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4. Comunicação por Linha Elétrica (PLC)

O uso das redes de distribuição de energia elétrica como meio de transmissão de sinais de

comunicação é bastante difundido entre as empresas de energia elétrica. Circuitos de baixa e de

alta tensão vêm sendo utilizados desde a década de 60 para o transporte de informações

operacionais de voz, comando e controle dessas empresas. São bastante conhecidos e utilizados

pelas empresas os sistemas Power Line Carrier (onda portadora em linhas de alta tensão –

OPLAT), de acoplamento capacitivo às linhas de alta tensão. São, também, exemplos de

aplicação dessa tecnologia sistemas de baixa velocidade para o controle/comando de reatores na

rede de baixa tensão que, por exigirem baixas taxas de transmissão, permitem a utilização de

canais de transmissão com portadoras de baixas freqüências.

A crescente demanda por serviços de telecomunicações e a falta de infra-estrutura física

de telecomunicações suficiente para levar esses sinais até o usuário final tem atraído o interesse

dos fabricantes para a utilização das redes de distribuição de baixa e média tensão como suporte

para esse tipo de aplicação, que exige largura de banda maior que os tradicionalmente utilizados.

A utilização de redes de distribuição de baixa e média tensão para o transporte de sinais

de banda larga conduziu ao aperfeiçoamento da tecnologia já existente, dando origem à

tecnologia Power Lline Communications – PLC banda larga.

Pelo estudo do assunto levou em consideração que:

• O nível de desenvolvimento da tecnologia é bastante elevado, comprovado através da

realização de diversos testes de campo bem sucedidos;

• Já existem diversas operações comerciais em desenvolvimento / andamento;

• Já existe um número razoável de fornecedores oferecendo seus produtos

comercialmente: EBA, MainNet, DS2, Amperion, Current Technologies, Ascom, etc.;

• Existem diversas empresas de energia elétrica, interessadas nas possibilidades da

tecnologia que, além de atender suas necessidades internas, permite a oferta de serviços

de comunicações em banda larga.

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É importante salientar que, em 23 de abril de 2003, a Agência Regulatória Federal de

Serviços de Telecomunicações dos Estados Unidos – FCC - emitiu diversas declarações de seu

presidente, Commissioner Powell e conselheiros, favoráveis ao emprego de tecnologia conhecida

como PLC (Power Lline Communications), tendo, inclusive, alterado o nome/referência para

BPL (Broadband Over Ppower Lines).

Com a apresentação deste trabalho, difundir o conhecimento dos aspectos tecnológicos,

regulatórios e negociais dessa tecnologia, proporcionando-lhes condições básicas para a

avaliação da viabilidade de implantação de sistemas rentáveis de powerline (PLC).

4.1. O que é PLC?

O PLC é uma tecnologia que permite a transmissão de voz e dados pelas tomadas

elétricas convencionais utilizando cabos de média e baixa tensão. Este sistema possibilita

atualmente a transmissão de informação a uma velocidade de até 135 Mbps.

4.2. História

Sistemas de Powerline Carrier, chamados no Brasil de OPLAT (Ondas Portadoras em

Linhas de Alta Tensão), têm sido utilizados pelas empresas de energia elétrica desde a década de

1920. Estes sistemas foram e ainda são utilizados para telemetria, controle remoto e

comunicações de voz. Os equipamentos são muito robustos e normalmente tem uma vida útil

superior a trinta anos. Somente recentemente, com o avanço de instalação de fibras ópticas e

barateamento de sistemas de telecomunicações, diversas empresas de energia elétrica decidiram

abandonar o velho e bom Carrier. Em efeito resposta, os fabricantes estão deixando de produzir

estes equipamentos por falta de demanda.

Algumas poucas aplicações de banda estreita em residências e sistemas de segurança e

automação predial utilizam ainda sistemas de Powerline Carrier de banda estreita, baixa

velocidade e com modulação analógica.

Em 1991, Dr. Paul Brown da Norweb Communications (Norweb é a empresa de Energia

Elétrica da cidade de Manchester, Inglaterra) iniciou testes com comunicação digital de alta

velocidade utilizando linhas de energia. Entre 1995 e 1997, ficou demonstrado que era possível

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resolver os problemas de ruído e interferências e que a transmissão de dados de alta velocidade

poderia ser viável.

Em outubro de 1997 a Nortel e Norweb anunciaram que os problemas associados ao

ruído e interferência das linhas de energia estavam solucionados. Dois meses depois foi

anunciado pelas mesmas empresas o primeiro teste de acesso Internet, realizado numa escola de

Manchester. Com isto foi lançada uma nova idéia para negócios de telecomunicações que a

Nortel/Norweb chamaram de Digital Powerline.

Em março de 1998 a Nortel e a Norweb criaram uma nova empresa intitulada de

NOR.WEB DPL com o propósito de desenvolver e comercializar Digital PowerLine (DPL).

Todas as empresas elétricas do mundo estavam pensando em se tornar provedores de

serviços de telecomunicações utilizando seus ativos de distribuição. Devemos lembrar que o

setor de telecomunicações estava passando por um crescimento explosivo no mundo (celular e

Internet) e particularmente no Brasil estava em curso a maior privatização de empresas de

telecomunicações.

O acompanhamento dos desenvolvimentos e progressos da tecnologia Powerline era feito

na época, no Brasil, pelo Sub-comitê de Comunicações do GCOI e a APTEL.

Atualmente temos diversos produtos comerciais com tecnologia Powerline

Communications e o próprio FCC (Federal Communications Commission) fizeram diversas

declarações sobre a viabilidade desta tecnologia.

4.3. Estrutura de uma rede elétrica

Na figura 4.1 esquematiza-se uma estrutura de uma rede elétrica. Nela se podem

distinguir quatro segmentos de interesse.

• Rede de tensão alta: transporta a energia dos centros de geração até as áreas de

consumo grandes. As distâncias de transporte são grandes, o que implica tensões

altas para minimizar as perdas (uma região, um país, entre paises).

• Rede de tensão média: distribui a energia dentro e uma área de consumo

determinada (uma cidade, um distrito).

• Rede de tensão baixa: distribui a energia aos locais de usuários finais, tensão de

utilização final (110V-220V-380V).

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• Rede de distribuição doméstica: compreende o cabeameno de energia e as

tomadas dentro das residências dos usuários finais.

Figura 4.1 – Modelo de referencia da rede de distribuição elétrica.

4.3.1. Rede de Distribuição Doméstica

O objetivo é converter o cabeamento de distribuição doméstica em uma rede local, sendo

cada tomada um ponto de acesso a esta rede. Constitui em uma grande viabilidade em que não é

mais necessária uma nova instalação de cabos de rede como se tem costume atualmente, assim

como a possibilidade de controlar dispositivos elétricos para a mesma tomada que provem a

energia.

Isto fez com que existam tecnologias no mercado para este segmento, baseado no X-10

standard e em tecnologia Echelon. Ao considerar as soluções PLC total, a distribuição utilizando

a rede interna dos usuários constituem uma grande vantagem em relação às soluções

alternativas.

4.3.2. Rede de Baixa e Média tensão

As redes da tensão baixa e média podem ser consideradas conjuntamente, desde que as

soluções adotadas incluam ambas as redes. A rede de baixa tensão constitui o que no domínio

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das telecomunicações ocorreu em chamar "a última milha"; estende-se do transformador da

média à tensão baixa aos medidores dos usuários.

Embora seja óbvio, é pertinente recordar que a rede elétrica não tenha sido projetada para

transportar informação que requer certa largura de banda; no fato constitui meios muito hostis:

um canal com uma resposta de freqüência muito variável no tempo e muito ruidoso.

4.3.3. Rede de Alta tensão

Utilizam-se para transportar sinais da telemetria e informação da supervisão da rede.

Também é freqüente que as companhias de energia utilizem uma infra-estrutura de

telecomunicação para cobrir suas próprias necessidades com as comunicações entre subestações.

É comum que esta infra-estrutura é baseada na fibra ótica que utiliza como suporte, embora

também possa ser baseada nas ligações via rádio.

4.4. Conceitos Básicos

Nessa seção serão abordados aspectos relativos a fundamentos de comunicação de dados que

formam a base da tecnologia PLC.

4.4.1. Modulação

Por definição, a modulação é a variação de um parâmetro de uma onda portadora senoidal, de

maneira linearmente proporcional ao valor instantâneo do sinal modulante ou informação. Por

suas vez, a portadora é a onda senoidal que, pela modulação de um dos seus parâmetros, permite

a transposição espectral da informação (ou sinal modulante). Devido à portadora senoidal ter três

parâmetros: Amplitude, Freqüência e Fase existem três formas básicas de modulação:

Modulação em Amplitude (AM), modulação em freqüência (FM) e modulação em fase (PM

Phase Modulation). [INT07a]

Para visualizarmos melhor o conceito apresentado, podemos observar na figura 4.2 abaixo a

forma de onda senoidal que consiste a portadora:

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Figura 4.2 – Onda senoidal

4.4.1.1. Modulação de Onda Continua

É a mais simples forma de modulação. A saída do transmissor é chaveada ligada e

desligada, tipicamente para formar os caracteres do código Morse.

Os transmissores de modulação de onda continua são simples e baratos, e o sinal

transmitido não ocupa muito espaço em freqüência (geralmente, menos que 500 Hz ). Entretanto,

os sinais de serão difíceis de serem ouvidos em um receptor normal; você irá ouvir apenas um

rápido e fraco período onde o ruído de fundo se torna quito conforme os sinais são transmitidos.

Para superar este problema, os receptores de radio amadores e de ondas curtas incluem um

circuito oscilador de freqüência de batimento (BFO - beta frequency oscillator). O circuito BFO

produz uma segunda portadora gerada internamente que "bate" contra o sinal recebido,

produzindo um tom que se liga e desliga junto com o sinal recebido. Isto é como os sinais de

código Morse são recebidos nas ondas curtas. [INT07a].

4.4.1.2. Modulação em Amplitude (AM)

Em AM - Amplitude Modulada - a força (amplitude) da portadora de um transmissor é

variada conforme a modulação do sinal varia. Quando se fala no microfone de um transmissor

AM, o microfone converte a voz em tensão variada. Esta tensão é amplificada e então usada para

variar a potencia da saída do transmissor. [INT07a]

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A amplitude modulada adiciona potencia a portadora, com a quantidade adicionada sendo

dependente da intensidade da tensão de modulação. Podemos visualizar este processo

observando a figura 4.3, que demonstra como a amplitude da portadora está sendo variada para

transportar o sinal:

Figura 4.3 – Tensão senoidal variando

Na figura 4.4, é demonstrado o sinal da portadora e o sinal a ser enviado (sinal modulador ), e o

resultado final que é o sinal AM:

Figura 4.4 – Sinal Modulado em Amplitude

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A amplitude modulada resulta em três freqüências separadas sendo transmitidas: a

freqüência da portadora original, uma banda lateral inferior ( LSB - lower side band ) abaixo da

freqüência da portadora, e uma banda lateral superior ( USB - upper side band ) acima da

freqüência da portadora. As bandas laterais são "imagens espelhadas" de cada uma e contem a

mesma mensagem. Quando o sinal AM é recebido, esta freqüência é combinada para produzir os

sons que ouvimos. Na figura 4.5, podemos visualizar os componentes do sinal modulado em

relação à freqüência:

Figura 4.5 – Freqüência em KHz relativa ao canal central

Cada banda lateral ocupa o mesmo espaço de freqüência que a mais alta freqüência de

áudio que está sendo transmitida. Se a mais alta freqüência de áudio que está sendo transmitida é

de 5 kHz, então o espaço total de freqüência ocupado por um sinal AM será de 10 kHz (a

portadora ocupa espaço desprezível).

O AM tem a vantagem de ser fácil de ser produzido em um transmissor e os receptores

AM são simples em projeto. Sua principal desvantagem é sua ineficiência. Aproximadamente

dois terços da potencia de um sinal AM é concentrada na portadora, a qual não contem

"inteligência". Um terço da potencia está dentro das bandas laterais, as quais contem a

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inteligência do sinal. Considerando que as bandas laterais contem a mesma inteligência,

entretanto, uma é essencialmente "desperdiçada". Da potencia total de saída de um transmissor

AM, apenas aproximadamente um sexto é realmente produtiva, saída utilizável. Outra

desvantagem do AM inclui a relativamente larga quantidade de espaço de freqüência que o sinal

AM ocupa e sua suscetibilidade à estática e outras formas de ruído elétrico. Afora isto, o AM é

simples de sintonizar em receptores ordinários, e isto é o porque de ser utilizado em quase toda

radio difusão de ondas curtas. [INT07a]

4.4.1.3. Modulação em Fase (PM)

Nesse tipo de modulação o ângulo da onda portadora é variado de acordo com o sinal a ser

transmitido.

A modulação em fase consiste em variar linearmente o ângulo do sinal modulado, Um sinal

FM pode ser obtido de um sinal PM e vice-versa. Portanto, todas as propriedades de um sinal FM

podem ser deduzidas das propriedades de um sinal PM.

Uma conseqüência de se fazer o ângulo dependente da mensagem a ser transmitida é que

o cruzamento em zero do sinal PM ou FM perde a sua regularidade no espaçamento. O

cruzamento em zero é o instante de tempo em que a onda muda do positivo para o negativo e

vice-versa.

Esta característica distingue as modulações por amplitude das modulações por ângulo.

Outra diferença é que o envelope (forma de onda) do sinal PM ou FM é constante e igual à

amplitude da onda portadora, enquanto o envelope do sinal AM é dependente da mensagem a ser

transmitida.

4.4.1.4. Modulação por pulsos

A modulação por pulsos é forma digital de modulação. Aqui, ao contrário de uma onda

senoidal, um trem de pulsos é usado para transmitir informação. A base desta modulação é o

processo de amostragem.

O processo de amostragem consiste em amostrar-se um sinal analógico em determinados

instantes de tempo gerando uma seqüência de amostras, normalmente uniformemente espaçadas

no tempo.

É necessário que se escolha adequadamente a taxa de amostragem de forma que a

seqüência de pulsos gerada defina unicamente o sinal analógico original. O Teorema de Nyquist

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estabelece que essa taxa deve ser maior do que o dobro da freqüência do sinal a ser amostrado

para que se possa recuperar o sinal original a partir de suas amostras.

Entretanto, para sinais que não possuem banda limitada, pode haver sobreposições de

componentes de alta freqüência sobre os de baixa freqüência (aliasing), tornando necessário o

uso de filtros no processo de amostragem (os chamados filtros antialiasing). Podem-se distinguir

duas famílias de modulação por pulsos: analógica e digital. [INT07a]

4.4.1.4.1. Modulação por pulsos Analógica

Esse tipo de modulação utiliza um trem de pulsos periódico como onda portadora e varia-

se alguma propriedade de cada pulso de acordo com o valor amostrado correspondente do sinal

da mensagem.

Os valores das amostras do sinal são transferidos para as amplitudes, durações ou

posições (figura 4.6) de pulsos de formato fixo conhecido.

Figura 4.6 – Modulação por pulso em Amplitude

4.4.1.4.2. Modulação por pulsos Digital

Nesse tipo de modulação, a mensagem é representada de tal forma que é discreta tanto na

amplitude quanto no tempo, permitindo, então, a sua transmissão de forma digital como uma

seqüência de pulsos de código. Código é uma representação discreta de um conjunto de valores

discretos.

Os valores das amostras são convertidos para números binários que por sua vez são

codificados em seqüências de pulsos que representam cada um dos valores binários (figura 4.7).

A modulação digital tem preferência sobre a analógica devido a um fator fundamental: a

informação transmitida na forma digital pode ser regenerada, replicada e retransmitida,

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mantendo-se livre de distorções. Esta vantagem, entretanto, possui um certo custo: o sinal

modulado digitalmente ocupa maior largura de faixa que seu correspondente modulado

analogicamente. Outra vantagem da modulação digital consiste na possibilidade de

multiplexação de sinais de informação originalmente analógica juntamente com dados

provenientes de computadores os quais já são digitais por natureza.

Existem diversos tipos de modulação por pulsos digital: unipolar sem retorno a zero

(NRZ), polar sem retorno a zero (NRZ), unipolar com retorno a zero (RZ), bipolar com retorno a

zero (BRZ) e Código Manchester. Maiores detalhes podem ser encontrados em [HAY01].

Figura 4.7 – Processo de Modulação Digital

4.4.2. Multiplexação do Sinal

Um canal é a ponte entre a fonte e o destino da informação. Nos primórdios das

comunicações por fio elétrico, cada canal era usado para transmitir somente um único sinal. Na

maioria das aplicações atuais, umas variedades de sinais devem ser transmitidas através de um

único canal. [INT07B]

O canal deve então ser compartilhado pelos diversos usuários. O processo de se

transmitir diversos sinais através de um único canal é chamado de multiplexação. Dentre os

métodos básicos de multiplexação pode-se citar:

• Multiplexação por divisão em freqüências (FDM), na qual os sinais são modulados e

distribuídos ao longo do espectro de freqüências disponível;

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• Multiplexação por divisão no tempo (TDM), que aloca janelas de tempo para os sinais

reviamente amostrados;

• Multiplexação por divisão em códigos (CDM), em que os sinais são separados por técnicas

de codificação, mas misturados em tempo e freqüência;

• Multiplexação por divisão em comprimentos de onda (WDM), usada em transmissão por

fibras ópticas em que cada sinal é atribuído um comprimento de onda óptico.

Essas técnicas de modulação são base para outras mais robustas utilizadas na comunicação

pela rede elétrica: a spread spectrum (espalhamento espectral) e a OFDM. [INT07B]

4.4.2.1. Multiplexação por Divisão de Freqüência (FDM)

A multiplexação em freqüência, conhecida como MUX FDM, dominou os sistemas de

telecomunicações até o final da década de 80, quando começaram a ser instalados os sistemas de

multiplexação em tempo, a partir da digitalização dos subsistemas telefônicos. A multiplexação

em código sobrevive, como conceito, nos sistemas de acesso múltiplo, mas até agora não foi

adotada como técnica de multiplexação.

A multiplexação por comprimento de onda é uma técnica recente, específica de

comunicações ópticas. Os conceitos de multiplexação em freqüência e tempo partem do

princípio que a faixa total ocupada, em freqüência ou tempo é equivalente ao somatório dos

canais. A multiplexação por divisão em freqüência utiliza o método de enfileirar os canais, com

cada canal ocupando uma diferente porção do espectro de freqüência.

Os sinais são modulados e distribuídos ao longo do espectro de freqüências disponível. Os

espectros de freqüências dos canais são deslocados, para que ocupem a banda passante do

sistema, sem que haja superposição. O conjunto de todos os canais é transmitido. No receptor, os

vários espectros são separados, usando-se filtros passa-faixa e demoduladores apropriados. A

função do multiplex (MUX) é fazer uma distribuição de canais ao longo de uma faixa de

freqüências. O MUX aloca as freqüências dos canais, nas suas devidas faixas, dentro da banda

básica especificada. A banda básica é formada pelo conjunto de todos os canais multiplexados.

4.4.2.2. Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda (WDM)

A multiplexação WDM são específicos dos sistemas de comunicações ópticos e encontra-

se ainda em fase experimental. Normalmente a faixa de passagem de sistema é tomada como

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sendo o espaçamento entre as freqüências nas quais a resposta do sistema cai de 3dB em relação

ao pico da resposta. Usando este conceito em distâncias típicas do ambiente metropolitano, a

faixa de passagem de uma fibra óptica moderna se estende por várias dezenas de THz.

Esta capacidade é muito maior do que a velocidade atingível por qualquer sinal elétrico

com tecnologia eletrônica disponível hoje. Portanto, é impossível fazer o uso de toda esta

capacidade, simplesmente modulando a intensidade de uma fonte óptica com um sinal elétrico,

como fazem os sistemas ópticos convencionais de transmissão. Esta impossibilidade vem sendo

chamada de gargalo eletrônico. A solução do gargalo eletrônico está avançando na direção dos

sistemas de multiplexação por divisão em comprimento de onda (WDM), nos quais várias

portadoras ópticas, operando em diferentes comprimentos de onda, são propagadas ao mesmo

tempo na fibra, moduladas por sinais diferentes. Nestas condições a capacidade explorada da

fibra passa a ser a soma das velocidades de modulação de todas as portadoras que trafegam pela

fibra.

Pro exemplo, acoplando-se cem comprimentos de onda numa fibra, cada um deles

modulados por 10 Gbps a fibra estará efetivamente escoando 1Tbps de informação. Para se

propagar diversos comprimentos de onda na mesma fibra e poder detectar cada um deles

individualmente, é preciso se dispor de uma tecnologia para recuperar cada um deles na

recepção, tal como se faz com as estações de rádio e TV. Infelizmente as duas técnicas

disponíveis (óptica coerente e filtragem óptica) não atingiram o grau de confiabilidade necessária

para utilização em grande escala.

4.4.2.3. Multiplexação por Divisão de Tempo (TDM)

Se um sinal é limitado em faixa, quer dizer, se ele não contém componentes espectrais

acima de uma certa freqüência, pode-se especificá-lo e recuperá-lo de maneira única por seus

valores tomados a intervalos regulares bem definidos. Assim, só precisa-se transmitir as

amostras do sinal em um número finito de instantes. O canal só fica ocupado nesses instantes,

nos períodos de ociosidade, pode-se transmitir as amostras de outros sinais. No receptor, essas

amostras poderão ser separadas de forma adequada. A multiplexação TDM é essencialmente

uma técnica digital aplicada em sinais amostrados na forma PCM (modulação por código de

pulso) embora também possa ser usada com amostras PAM (modulação por amplitude de

pulsos).

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A combinação PCM com TDM é largamente utilizada para transmitir sinais analógicos

sobre a forma digital. A conversão analógico-digital é efetuada em três etapas, amostragem,

quantização e codificação. Pelo teorema da amostragem, sabe-se que a freqüência de

amostragem, deve ser no mínimo igual ao dobro da faixa do sinal. Se os pulsos de amostragem

forem estreitos, haverá um grande tempo ocioso no canal de transmissão. No intervalo entre os

pulsos do canal 1, pode-se colocar pulsos de outros canais ocupando o tempo ocioso. Para isto, é

necessário sincronizar a amostragem dos canais, para que sejam examinados sucessivamente e

sempre na mesma ordem. Denomina-se janela o intervalo de tempo no qual o meio dica

disponível para o sinal. O quadro engloba um certo número de janelas em que é veiculada a

informação. Para a sincronização correta dos sinais multiplexados, torna-se necessária a

existência de bits especiais e padronizados de sincronismo que controlem os tempos de inserção

de todos os sinais nos quadros.

4.4.2.4. Múltiplo Acesso por Divisão de Código (CDMA)

Um dos mais importantes conceitos de qualquer sistema de telecomunicações é o

"múltiplo acesso", que quer dizer que vários usuários podem ser suportados simultaneamente no

sistema. Em outras palavras, uns grandes números de usuários compartilham uma banda de

freqüências e qualquer usuário pode ter acesso a essa banda sendo associado muitas vezes ao

conceito de canal. Um canal pode ser imaginado como sendo meramente uma porção limitada do

recurso de rádio que está temporariamente alocado para um propósito específico, tal como uma

chamada telefônica. Um método de múltiplo acesso é uma definição de como o espectro de

rádio, ou o tempo, é divido em canais e como os canais são alocados para muitos usuários do

sistema.

O CDMA é uma forma de espalhamento de espectro, uma família de técnicas de

comunicação digital que foi por muitos anos usado em aplicações militares. O princípio do

espalhamento de espectro é o uso do ruído como sendo ondas de portadora, ocupando uma

largura de banda muito maior que aquela requerida para a comunicação ponto-a-ponto simples

na mesma taxa de dados. Por causa da grande largura de banda de um sinal espalhado em

espectro, é muito difícil de interferi-lo e difícil de identificá-lo. Isso é uma grande diferença em

relação as tecnologias FDM e TDM, que são geralmente do tipo faixa estreita. Desde que um

sinal de faixa larga espalhado no espectro é muito difícil de detectar, ele aparece como nada mais

que um nível de ruído ou nível de interferência. O CDMA pode aumentar enormemente a

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qualidade e a capacidade dos sistemas de comunicação sem fios, por espaço livre, ao redor do

mundo.

Ao contrário do sistema analógico e de outros sistemas digitais do tipo TDM, CDM é

uma tecnologia de espalhamento de espectro em banda larga que espalha múltiplos sinais, como

por exemplo, sinais de telefonia, através de um largo segmento do espectro disponível para

transmissão. A cada sinal é atribuído um único código que o distingue dos outros sinais

transmitidos simultaneamente sobre o mesmo espectro de transmissão. Assim que o aparelho

receptor tiver o código certo, ele pode retirar a mensagem destinada a ele do meio de todas as

outras mensagens. Quando implementada em um sistema de telefonia móvel celular, a tecnologia

CDMA oferece numerosos benefícios aos operadores e seus assinantes, tais como:

1. Capacidade aumente de 8 a 10 vezes em relação ao sistema analógico AMPS e de 4 a 5

vezes em relação ao sistema GSM;

2. Maior qualidade de chamada, com o sinal de voz melhor e mais consistente quando

comparado ao sistema AMPS;

3. Planejamento simplificado do sistema pelo uso da mesma frequência em todos os setores

de todas as células;

4. Maior privacidade através de suas características particulares de segurança;

5. Transmissão tipicamente em níveis de potência de 1/25 a 1/1000 daqueles do AMPS e

do TDMA. Redução de interferência em outros dispositivos eletrônicos, além dos riscos

potenciais de saúde.

A grande atração da tecnologia CDMA foi desde o princípio à promessa de mais

imunidade à interferência e ao ruído e do aumento extraordinário da capacidade do sistema

quando comparada com o acesso múltiplo em banda-estreita de tecnologias sem fios: TDM e

FDM.

De fato, o CDMA oferece uma resposta ao problema de capacidade. A chave para sua

alta capacidade é o uso de ruído como sinais de portadora. Em vez de compartilhar o espectro ou

tempo, a cada usuário é nomeada uma portadora de ruído, ou quase um ruído, ortogonal às outras

portadoras utilizadas.

O outro benefício do uso de portadoras como o ruído é que a sensibilidade do sistema

para interferência é radicalmente aumentada. Todos os usuários do sistema ocupam o mesmo

espectro e o ruído efetivo acaba sendo a soma de todos os sinais dos usuários. O receptor

correlata a sua entrada com a portadora-ruído desejada e aumenta a relação sinal ruído no

detetor, a um nível adequado. Este procedimento é chamado de desespalhamento.

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A capacidade do sistema é determinada pelo equilíbrio entra a razão sinal ruído exigida para

cada usuário e o ganho do processo de desespalhamento. À parte de ruído da relação sinal ruído

num sistema de espectro espalhado é de fato a soma de ruído térmico e da interferência de outros

usuários. A relação sinal ruído precisa garantir uma taxa de erro especificada que depende de

vários fatores como: a codificação de correção de erro usada e o desvanecimento por múltiplos

percursos.

4.4.2.5. Spread Spectrum

O Spread Spectrum (Espalhamento de Freqüência) é uma técnica de codificação para

transmissão digital, bastante resistente a interferência e interceptação, pois transforma o sinal de

informação de maneira que ele se assemelhe a um ruído. O ruído possui um espectro achatado e

uniforme sem picos coerentes e que podem geralmente ser removidos por filtragem. Por causa

dessa característica de se assemelharem a ruídos os sinais Spread Spectrum são difíceis de serem

interceptados, demodulados, ou ainda misturados a sinais de banda estreita.

A técnica de codificação do Spread Spectrum modifica o espectro do sinal, espalhando-o

de tal forma que o novo espectro possui uma densidade de potência muito menor, mas a mesma

potência total. Esta é, então, a primeira importante característica de um sistema de transmissão

Spread Spectrum: A largura de banda do sinal transmitido é muito maior do que a largura de

banda da informação propriamente dita.

O espalhamento do espectro é feito antes da transmissão, através do uso de um código

que independe da seqüência de dados. Um mesmo código é usado no receptor, que deve operar

em sincronismo com o transmissor para decodificar o sinal recebido e então recuperar a

seqüência original de dados.

A expansão da largura de banda transmitida se dá devido a inserção desses códigos,

chamados "Pseudo Randômicos" ou "Pseudo Ruídos", e minimiza a interferência de outros

usuários, pois abaixa a densidade de potência. A operação de decodificação no receptor é que

impede a interferência e desvanecimento por múltiplos caminhos. A segunda importante

característica do Spread Spectrum, então é: A seqüência de pseudo-códigos é que determina o

sinal a ser recebido.

Esta modulação “sacrifica” a eficiência em termos de banda e potência em prol da

segurança nas transmissões em ambientes hostis. Quando o sinal é espalhado no espectro de

potência, ele fica com a aparência de um sinal de ruído, podendo ser transmitido pelo canal sem

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ser detectado por quem possa estar monitorando a comunicação. A Figura 4.8 mostra como fica

o espectro de potência para um sinal espalhado e um sinal de banda base. [VAR02]

Figura 4.8 - Densidade espectral de um sinal em banda base e um sinal “espalhado”

Quanto aos tipos de sistemas spread spectrum, pode-se citar:

DSSS – Direct Sequence Spread Spectrum: Nos sistemas de sequenciamento direto

(DSSS), a fase da portadora do sinal transmitido é variada de acordo com a seqüência de pseudo-

ruídos (é uma seqüência binária periódica com uma forma de onda semelhante a um

ruído). Isto é geralmente conseguido, multiplicando-se o sinal digital com uma seqüência de

"chips" (onde chip é o período de uma seqüência de pseudo-ruídos). Como a seqüência de chips

varia a uma taxa muito mais alta que o sinal digital, a largura de banda é significativamente

expandida em relação à do sinal que efetivamente contém a informação. No receptor, a

informação é recuperada remultiplicando o sinal a uma réplica da seqüência de pseudo-ruídos,

gerada localmente. Isto efetivamente comprime o sinal de volta à sua largura de banda original,

entretanto no processo de multiplicação do sinal que acontece no receptor alguma interferência é

espalhada junto ao sinal, mas é facilmente removida com filtragem. [VAR02]

No sequenciamento direto, o que determina o espalhamento do espectro é a taxa de

variação da seqüência de pseudo-ruídos (chips) por bits de informação. Quanto maior for a

seqüência de pseudo-ruídos, mais difícil de ser detectado e interceptado será o sinal, porém uma

maior tecnologia é exigida dos equipamentos de detecção e correlação.

FHSS – Frequency Hopping Spread Spectrum: Nos sistemas de Frequency Hopping

(Salto de Freqüência), a freqüência da portadora do sinal transmitido é variada (ou saltada) de

acordo com a seqüência de pseudo-ruídos. A ordem das freqüências selecionadas pelo

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transmissor é pré-determinada pela seqüência de códigos, e o receptor rastreia essas variações de

freqüência e produz um sinal de FI freqüência intermediária constante. A interferência não é

rastreada, entretanto pode ocasionalmente estar incluída no sinal de FI. Podem ser do tipo rápido

(Fast Frequency Hopping) ou lento (Slow Frequency Hopping). [VAR02]

4.4.2.6. OFDM

A OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) é uma variação da

multiplexação por divisão de freqüência (FDM) usada nos sistemas de telefonia e nas tecnologias

de redes de acesso como o ADSL e VDSL, e mais recentemente nas redes wireless. A idéia

básica é dividir um fluxo digital de alta taxa de bits em um esquema de baixa taxa e a

transmissão paralela usando subportadoras.

Em um sistema FDM normal, por exemplo, as portadoras estão suficientemente

espaçadas de modo a poderem ser recebidas utilizando filtros convencionais. Entretanto, para

tornar a filtragem possível, bandas de guarda têm que ser introduzidas entre essas portadoras, o

que resulta em uma diminuição da eficiência espectral.

Na OFDM, ao invés de se utilizar uma banda de guarda entre subportadoras para poder

separá-las na recepção, emprega-se uma sobreposição das mesmas, resultando em um ganho

espectral de até de 50% em relação à técnica FDM (Figura 4.9).

Figura 4.9 - Modulação FDM e OFDM

Em um sinal OFDM é possível organizar as portadoras de forma que as suas bandas

laterais se sobreponham sem que haja interferência entre elas. Para que isso ocorra, as portadoras

devem ser matematicamente ortogonais (linearmente independentes), ou seja, no domínio do

tempo, o sinal em cada portadora precisa ter um número inteiro de ciclos no período de símbolo,

resultando em zero o processo de integração do produto de todos os sinais no tempo.

Antes da transmissão a informação é dividida em um grande número de canais com baixa

taxa de bits cada um. Estes são usados para modular as portadoras ortogonais individuais de tal

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maneira que a duração do símbolo correspondente se torne maior do que o atraso de propagação

dos canais de transmissão. As subportadoras (Figura 4.10) são posicionadas de tal forma que os

zeros de cada uma coincida com os das outras.

Figura 4.10 - Exemplo de Distribuição de 3 subportadoras utilizando OFDM

Inserindo um intervalo de tempo de guarda entre os símbolos sucessivos, a seletividade

do canal e a propagação multi-percurso não causam interferências intersimbólicas.

4.4.2.7. PLC Faixa Larga

A técnica de modulação Orthogonal Frequency Division Multiplex (OFDM) consiste em

modular um grande número de portadoras de banda estreita distribuídas lado a lado. Este tipo de

modulação oferece grande adaptabilidade ao sistema, pois é possível suprimir portadoras

interferentes ou interferidas ou variar o carregamento (número de bits) de cada portadora de

acordo com a Relação Sinal Ruído ou Atenuação do Enlace. Este sistema necessita de

amplificadores altamente lineares sob pena de harmônicas das portadoras provocarem

interferências. A técnica de modulação GMSK ou Gaussian Minimum Shift Keying é um caso

particular de modulação OFDM, as vezes referido como OFDM de banda larga. As portadoras

são moduladas em fase resultando em um "envelope" constante, de modo que os amplificadores

podem ser mais simples. O sinal é robusto contra interferências de banda estreita tais como sinais

de rádio de Ondas Curtas. Esta modulação resulta em um espectro de forma gaussiana, de onde

se origina a sua denominação. A figura 4.11 a seguir ilustra as diversas técnicas mencionadas.

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Figura 4.11 – Sistema Spread Spectrum, Sistema OFDM e Sistema GMSK.

Os sistemas PLC vêm sendo desenvolvidos para aplicações em redes de distribuição de

baixa e média tensão. Ambas aplicações enfrentam restrições técnicas similares, quais sejam:

• Relação Sinal/Ruído

• Interferência

• Segmentação de alimentadores

• Segurança no Trabalho

Tanto a Relação Sinal/Ruído quanto a Interferência são fatores determinantes e

correlacionados para estabelecer o espectro disponível para utilização pelo sistema.

A Relação Sinal/Ruído influi na potência de transmissão dos equipamentos e esta, por sua

vez, influi no nível de sinal irradiado pelo sistema, estabelecido pelos organismos regulatórios.

A definição da arquitetura do sistema deve levar em conta os demais itens; sua correta

abordagem é decisiva para manter o sistema competitivo com outras tecnologias de banda larga.

4.4.2.8. Relação Sinal/Ruído

Até o presente, não existe nenhum estudo ou publicação no Brasil sobre as características

de ruído de linhas de distribuição de baixa e média tensão e como estas impactam o desempenho

de um sistema PLC.

A faixa de freqüências utilizada pelos produtos atualmente ofertados ao mercado

brasileiro foi determinada por estudos considerando características existentes na Europa e

Estados Unidos. Aspectos peculiares das instalações brasileiras, tais como,

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projeto/implementação da fiação interna das residências (diagramas unifilares), utilização de

dispositivos de proteção à pessoa, inexistência de filtros na maioria dos eletrodomésticos

comercializados, cabos nus em redes de distribuição aéreas (grande maioria das redes das

concessionárias), devem ser considerados na realização do projeto de um sistema PLC no Brasil.

A atenuação do sinal ao longo da linha de distribuição, que varia de acordo com sua

topologia, quantidade e tipo de derivações e até estado de conservação de suas conexões, é um

dos mais importantes fatores a afetar o desempenho de sistemas PLC, limitando seu alcance.

Nesse sentido, esforços de caracterização das redes elétricas devem ser realizados pelas

empresas que pretendem explorar a tecnologia. A execução de testes de campo que visem a

confirmar as características teóricas das redes constitui importante passo para a aplicação

comercial da tecnologia.

Como, evidentemente, as redes elétricas não foram construídas levando-se em consideração

sua utilização para a propagação de sinais de alta freqüência, podem surgir obstáculos para seu

emprego como suporte à tecnologia PLC.

4.4.2.9. Segmentação de Alimentadores

Para atender a um elevado número de consumidores conectados a um alimentador poderá

ser necessário dividir os consumidores em grupos menores, dividindo o alimentador em diversos

segmentos.

Outra linha de atuação consiste em desenvolver equipamentos que permitam a

transmissão de maiores taxas com um consumo de banda menor. Como exemplo, podemos citar

as tecnologias ADSL, onde são disponibilizadas taxas de até 8 Mbps com largura de banda de

1.1 MHz e cable modem, com disponibilização de até 36 Mbps e largura de banda de 6 MHz.

Em ambas situações, os problemas foram resolvidos com o incremento da relação bits por Hertz

versus largura de banda utilizada. Assumindo-se que o espectro utilizável pela tecnologia PLC

na média Tensão seja de 40 MHz, teremos taxas possíveis na faixa de 80 a 320 Mbps. Estas altas

taxas não serão disponibilizadas por apenas um par de modem; o espectro utilizável será

dividido em múltiplos canais e ocupado por diversos pares de modem operando no mesmo

alimentador e circuito de distribuição.

É importante ressaltar que a segmentação dos alimentadores também contribui para o

aumento da segurança dos dados que trafegam na rede já que reduz o número de usuários

compartilhando a banda no mesmo nó PLC.

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4.5. Característica da Rede de Distribuição

Brasileira

O uso da rede de distribuição de energia elétrica – tanto primária quanto secundária –

como meio de transmissão de sinais de comunicação é conhecido há mais de 50 anos, e até

recentemente estes sinais de comunicação transportavam informações de interesse da própria

empresa de energia elétrica.

Com efeito, é bastante difundido o uso da rede para o envio de sinais de acionamento de

dispositivos, seu estado ou dados sobre medição.

Dado o pequeno volume de informações requeridas em períodos de tempo relativamente

extensos para a realização dessas funções, também tem sido possível o uso de sinais com baixas

taxas de transmissão, utilizando portadoras com freqüências relativamente baixas.

Recentemente, com a crescente demanda por serviços de telecomunicações (Internet,

Voip, por exemplo), a rede de distribuição de energia elétrica vem sendo utilizada como meio

alternativo de transmissão rápida de grandes blocos de informação, o que implica

obrigatoriamente na utilização de canais de transmissão por meio de portadoras de freqüências

elevadas.

4.5.1. Características das Linhas de Transmissão

As linhas de transmissão para telecomunicações (wireline) se caracterizam por possuir

grande uniformidade construtiva ao longo de toda sua extensão apresentando, desta forma,

valores de indutância, capacitância e resistência em série e em paralelo, que se repetem em

qualquer trecho que seja considerado.

Em geral as linhas de transmissão apresentam as seguintes características principais:

4.5.1.1. Impedância - Característica uniforme

Esta condição garante que, uma vez realizada a adaptação de impedância da linha com os

equipamentos de comunicação em seus dois extremos, não ocorram reflexões e ondas

estacionárias prejudiciais à qualidade de informação a ser transmitida ou recebida. As

reflexões são ocasionadas por descontinuidades nos valores da impedância característica ao

longo da linha como, por exemplo, variação em seus parâmetros dimensionais (distância

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entre seus condutores) ou uma carga não adaptada (interposição de linhas com impedância

diferente da impedância característica da linha). Quanto mais precisa, estável e uniforme se

apresente a linha em relação às suas propriedades dimensionais, elétricas e construtivas,

melhor será seu desempenho.

4.5.1.2. Baixa Atenuação para faixa de freqüências dos sinais a serem

transmitidos para uma distância determinada

Esta característica, válida para linhas tomadas em ambos extremos, propicia a recepção

de sinais transmitidos com amplitude suficiente para que possa ser detectada a presença de ruído

sem que seja necessária a transmissão de sinais com amplitudes exageradas ou técnica e

economicamente inviáveis.

4.5.1.3. Baixa irradiação e captação de Sinais

Esta característica se refere à menor tendência de uma linha de transmissão de irradiar

sinais que possam causar interferências em outros serviços, bem como de sofrer interferências de

sinais externos. A condição de baixa irradiação e baixa sensibilidade à interferência de sinais

externos é normalmente alcançada através da utilização de linhas previamente blindadas, tais

como as linhas coaxiais.

4.5.2. Características das Linhas de Distribuição de Energia Elétrica

no Brasil

4.5.2.1. Linhas Aéreas de Distribuição em Média Tensão

Estas linhas se apresentam com três diferentes tipos de realização construtiva:

• Linha convencional de média tensão: utiliza cabos condutores não isolados de cobre ou

alumínio suportados por isoladores transversais montados na parte superior dos postes.

Os cabos podem estar situados num mesmo plano ou em planos diferentes, com uma

distância entre cabos variando entre 30 e 100 centímetros.

• Linha compacta de média tensão (linha ecológica): a construção desta linha é viabilizada

através da utilização de dispositivos separadores, de quatro cabos, capazes de manter uma

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distância constante de 10 a 20 centímetros – entre os cabos de média tensão isolados, mas

não blindados.

• Linhas multiplexadas para média tensão: estas linhas são formadas por 03 cabos de

média tensão isolados e blindados que são enrolados em um cabo de aço e montados em

fixadores na parte superior dos postes.

4.5.2.2. Linhas Aéreas de Distribuição em Baixa Tensão

Linha convencional de baixa tensão: estas linhas são construídas utilizando 04 cabos condutores,

correspondendo a 03 fases e um neutro. Os condutores para linha convencional são de cobre ou

alumínio, sendo suportados por isoladores montados transversalmente ao longo dos postes. Os

cabos são montados num plano vertical, separados entre si de 15 a 30 centímetros. As redes de

distribuição secundárias operam com circuitos trifásicos com neutro (220V ou 380V entre fases).

O número típico de consumidores por transformador é 40 em área residencial. Além dos

consumidores, são ligadas na rede secundária as lâmpadas de iluminação pública de vapor de

sódio (70 w e 250 w) e vapor de mercúrio (125 w, 250 w e 400 w). Os consumidores são ligados

à rede através de cabo multiplex nos seguintes comprimentos:

Típico: 17 metros;

Máximo: 30 metros.

A Figura 4.12 mostra as configurações típicas dos circuitos de distribuição secundária,

observando que cada quadra representada tem um comprimento de aproximadamente 100 m.

Da figura abaixo se pode obter os comprimentos típicos dos diversos circuitos como:

• Tipo I: 100 m

• Tipo U: 200 m

• Tipo H: 400 m

• Tipo Anel: 600 m

• Tipo Duplo Anel: 1200 m

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Figura 4.12 – Configurações típicas de uma rede secundária.

Linhas multiplexadas em baixa tensão: as características construtivas destas linhas são idênticas

àquelas de média tensão, utilizando-se cabos de baixa tensão sem blindagem.

Redes subterrâneas em baixa tensão: a rede secundária constituída por cabos subterrâneos

isolados pode ser do tipo radial ou interligada sendo, neste último caso, alimentada em diversos

pontos por diferentes transformadores. Estes, por sua vez, são normalmente alimentados por

diversos circuitos primários em anel ou reticulados. As redes subterrâneas utilizam para suas

fases e neutro cabos isolados simples, não blindados.

4.5.2.3. Linhas de Distribuição de Média Tensão

Linhas aéreas convencionais: estas linhas são semelhantes, sob o ponto de vista construtivo, às

linhas de transmissão para telecomunicações abertas com condutores paralelos. Suas

características construtivas permitem certa liberdade de movimento lateral dos condutores.

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Conseqüentemente, o valor da impedância característica sofre variações em seus diferentes

trechos. Por outro lado, as linhas de comunicações apresentam eventuais cargas ao longo de seu

trajeto que são compensadas por acoplamento de impedância, de forma a mantê-la constante em

todos os seus pontos. Ao longo das linhas de média tensão existem cargas não acopladas que são

os circuitos primários dos transformadores MT/BT. Entretanto, este carregamento apresenta

quase sempre uma impedância relativamente elevada para as altas freqüências. Apesar das

variações de impedância, espera-se uma transmissão aceitável do sinal por alguns quilômetros de

distância. Em geral, os obstáculos para a transmissão do sinal são os seguintes:

• Ruído gerado por isoladores defeituosos (ate 1 MHz);

• Interconexão com trechos de outras redes de impedância característica mais baixa,

formando pontos de descontinuidade, que podem ocasionar reflexões dos sinais;

• Linhas atuando como antenas para os sinais de emissões de rádios comerciais até

30MHz;

• Eventual presença de capacitores para correção do fator de potência instalados ao longo

das linhas.

Linhas aéreas compactas: para estas linhas esperam-se condições mais favoráveis para a

transmissão de sinais de alta freqüência, tendo em conta que utilizam o ar como dielétrico e

apresentam menores variações de distância entre os condutores; o que, por sua vez, reduz a

variação da impedância característica da linha, minimizando as distorções causadas por

reflexões. A não existência de isoladores convencionais reduz o nível total de ruído das linhas

compactas mas não o elimina, uma vez que estas se conectam às linhas convencionais onde o

ruído pode estar presente.

Linhas aéreas multiplexadas: estas linhas utilizam cabos blindados, de construção geométrica

semelhante à utilizada em cabos para telecomunicações. Desta forma, apresentam

comportamento similar aos cabos coaxiais para comunicação, ou seja, imunidade à radiação e

captação de sinais interferentes e impedância característica de valor uniforme. Estas semelhanças

sugerem que, para a transmissão de sinais de freqüências elevadas, estas linhas tenham um

melhor desempenho quando comparadas aos outros tipos de linhas. Suas limitações se devem a

perdas no material dielétrico (inadequado para uso em altas freqüências) e às derivações.

Apresentam maior atenuação que as linhas aéreas com condutores paralelos.

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4.5.2.4. Linhas de Distribuição em Baixa Tensão

Linhas de distribuição aéreas: a utilização deste tipo de linha apresenta uma dificuldade prática

devido a que grande parte da rede brasileira de iluminação pública utiliza capacitores para fins de

correção do fator de potência dos conjuntos lâmpadas/reatores. Como em muitos casos a

iluminação é alimentado diretamente a partir da rede aérea de distribuição, este capacitor

atenuam ou bloqueiam a transmissão de sinais de freqüências elevadas. As linhas aéreas de baixa

tensão têm comportamento semelhante a linhas de comunicação de condutores paralelos aéreos

permitindo, em princípio, a transmissão de sinais de freqüências mais elevadas, sem risco da

ocorrência de irradiações questionáveis. Diferem das linhas aéreas de média tensão devido ao

fato de que as cargas dispostas ao longo de sua extensão se repetem em intervalos mais curtos e

são representadas por cargas de baixa impedância para os sinais transmitidos (lâmpadas

incandescentes, por exemplo); além do efeito do desacoplamento de sinal, estas cargas

apresentam perdas elevadas, aumentando a atenuação total. Ao contrário das linhas de média

tensão, os isoladores nas linhas de baixa tensão não costumam gerar ruído. Podem estar

presentes ruídos produzidos pelo homem, tais como aqueles provocados por aparelhos elétricos

dotados de motores de escova. Além desses ruídos, estão presentes sinais de emissoras

comerciais de radiodifusão em nível comparável aos encontrados em linhas de média tensão. Os

ramais de serviço que conectam cada consumidor à linha se constituem em dezenas de pontos de

derivação geradores de reflexões. A combinação dos ruídos presentes nas linhas de baixa tensão,

com as freqüentes derivações e os elevados valores de atenuação total, faz dessas linhas um

ambiente relativamente hostil para a transmissão de sinais de telecomunicações.

Linhas de distribuição multiplexadas: estas linhas apresentam comportamento diverso das linhas

secundárias convencionais de baixa tensão por utilizarem condutores trançados e bastante

próximos. Isto confere a estas linhas uma menor possibilidade de captação e irradiação,

permitindo sua melhor utilização como meio de transmissão de sinais de comunicação.

Redes de distribuição subterrâneas de baixa tensão: estas redes são formadas por grandes

extensões de cabos de baixa tensão, isolados e não blindados, montados juntos ou separados,

podendo apresentar, no caso de sistemas reticulados, grande número de interconexões. A

ausência de blindagem nos cabos e a proximidade entre as fases fazem com que essa rede se

comporte como uma linha de transmissão de um condutor próximo à terra, na qual seu valor de

impedância característica é dependente desta proximidade e apresenta valores elevados de

capacitância e condutância à terra. Como normalmente estas interconexões são freqüentes e

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repetidas, as impedâncias características equivalentes de alguns trechos pode ser ainda mais

reduzida. A combinação de valores muito baixos de impedância característica e de elevados

valores de capacitância e condutância para terra é, quase sempre, associada a elevados valores de

atenuação. Para uma determinada concentração de grandes consumidores alimentados por estas

linhas, diversos transformadores poderão ser agregados de tal forma que a circulação de corrente

se dê sempre em trechos curtos. Estes trechos de grande concentração de carga devem ser,

portanto, os mais críticos para transmissão de sinais de comunicações. Todas estas características

fazem com que o comportamento das redes subterrâneas reticuladas como meio de transmissão

de sinais de telecomunicações tenda a assemelhar-se àquele que seria representado por uma

superfície metálica com razoáveis valores de condutância e capacitância para a terra. Este

modelo não favorece a transmissão de sinais de freqüências elevadas, exercendo sobre este

elevado efeito de atenuação devido a perdas por efeito condutivo e bypass por efeito capacitivo,

acrescidos aos efeitos de desacoplamento. Alguns ruídos descritos para as redes aéreas não

devem estar presentes em redes subterrâneas devido ao efeito de blindagem. Ruídos e impulsos

ocasionados por descargas atmosféricas também não devem se fazer presentes.

4.6. Tecnologia PLC

4.6.1. Funcionamento do PLC

As unidades consumidoras (residências, comércios e outros estabelecimentos), são conectadas

à rede elétrica e agrupadas em unidades transformadoras. Cada transformador recebe um

conjunto de consumidores que, para efeito do Projeto, denominaremos Célula PLC.A Figura

4.13 abaixo ilustra uma instalação típica PLC:

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Figura 4.13 – MODEM Máster (roteador) conectado a tensão baixa

No domicilio do usuário se instala um MODEM PLC (similar ao de ADSL) onde de pode

conectar seus equipamentos de transmissão voz e dados como os computadores, telefones,

impressoras e potencialmente outros dispositivos adequados (como alarme, ar-condicionado,

etc.). Sua estrutura de funcionamento e na utilização dos cabos elétricos de tensão baixa como

meio de transmissão de dados desde o transformador até o cliente. Basicamente, transforma o

cabeamento em uma rede de telecomunicações (Figura 4.14), onde cada ponto de tomada torna-

se o ponto de acesso.

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Figura 4.14 – Arquitetura PLC

A arquitetura de rede PLC é formada por três elementos:

O primeiro sistema denominado de Outdoor (Figura 4.15), cobre a seção de que em

telecomunicações denomina de “ultima milha”, isto é, a rede elétrica de tensão baixa que passa

pelo transformador de distribuição até os medidores das residências.

Este sistema e administrado por um equipamento Máster (cabeceira – primeiro elemento

da rede PLC) que conecta esta rede com a rede de transporte de telecomunicação o backbone.

Desta maneira o equipamento insere na rede elétrica o sinal que provem da rede de transporte.

O segundo sistema denominado de Indoor (Figura 4.15), cobre o trecho que vem do

medidor do usuário até as tomadas internas da residência.

Para comunicar este sistema, se utiliza um equipamento repetidor, segundo elemento da

rede PLC. Este equipamento que normalmente se instala perto do medidor de energia elétrica,

esta composta de um MODEM terminal e uma Máster (cabeceira). O primeiro componente deste

repetidor pega o sinal proveniente do equipamento Máster (cabeceira) do sistema Outdoor e o

segundo componente se comunica com o terminal do repetidor e envia o sinal para o Indoor.

O terceiro e último elemento da rede PLC constituem de um MODEM terminal e o

MODEM cliente, que pega o sinal diretamente da rede elétrica através das tomadas residenciais.

Desta maneira tanto a energia elétrica como o sinal dados, permitem que a informação seja

compartilhada no mesmo meio de transmissão, isto é, no mesmo condutor elétrico (Figura 4.15).

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Figura 4.15 – Arquitetura PLC na residência

A este MODEM (Figura 4.16) se pode conectar um computador, um telefone IP ou outro

equipamento de comunicação que possuam uma interfase Ethernet ou USB.

Figura 4.16 – Arquitetura PLC na residência

Na tecnologia PLC o equipamento emissor (cabeceira) emite sinas de baixa potência

(50mW) e um Rank de freqüência que vai desde 1.6MHz à 35MHz (Figura 4.17). O outro

extremo da transmissão (o cabo elétrico) existe um receptor que é capaz de identificar e separar a

informação transmitida a partir da freqüência indicada.

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O fato de que ambos os serviços, o de energia elétrica e os de transmissão de dados,

operam em freqüências muito distinta. Desta maneira, a tecnologia PLC permite aproveitar uma

propriedade própria do condutor elétrico (banda de freqüência) que até algum momento se

encontrava sem utilidade.

Figura 4.17 – Rank de Freqüência

4.6.2. ASCOM POWERLINE

O sistema de comunicação ASCOM Powerline é otimizado visando à transmissão de

dados sobre sistemas existentes de distribuição de energia elétrica, provendo um "throughput"

máximo com um nível mínimo de sinal. O processo de modulação e distribuição de freqüências

minimiza interferências de/para serviços de radiodifusão e rádio amador. São aplicadas técnicas

para garantir a privacidade dos dados.

O sistema PLC ASCOM é constituído por três tipos de unidades:

• Unidade OM (Outdoor Master) que recebe os dados em uma entrada RJ-45, 10 base T, e

os acopla à rede de energia, modulando portadoras na faixa de 2 a 10 MHz;

• Unidade OAP/IC (Outdoor Access Point / Indoor Controller), constituída por dois

módulos, normalmente instalada no quadro de entrada de energia das residências, que

recebe os sinais vindo da unidade OM (Outdoor Master) e os transfere, por meio de um

jumper físico 10 base T, à unidade IC (Indoor Controller). A seção Indoor Controler

remodula o sinal de dados na faixa de 18 a 28 MHz, injetando-o na rede elétrica interna.

• Unidade IA (Indoor Adapter), que é o modem de cliente, que captura o sinal de dados em

uma tomada de energia qualquer e o disponibiliza em uma conexão 10 base T ao usuário.

A figura 4.18 apresenta um esquema de configuração típica dos equipamentos ASCOM.

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Figura 4.18– Configuração típica da ASCOM.

4.6.2.1. Faixas de Freqüências

O Sistema ASCOM PLC opera na faixa de freqüências entre 1,6 e 30 MHz. Para obter

"thoughput" máximo as portadoras são gerenciadas dinamicamente e operadas simultaneamente.

A ilustração abaixo mostra as freqüências típicas de operação do sistema.

Figura 4.19 – Freqüências de operação.

A escolha das freqüências de operação das portadoras se baseou em medições e

planejamento de freqüências na banda de rádio de ondas curtas e de acordo com o trabalho em

andamento no CENELEC e na Norma NB-30 (Nutzungbestimmung) do órgão regulador alemão.

Além disto, o sistema também satisfaz a norma européia CISPR 55022.

Cada sistema PLC opera simultaneamente em três freqüências, cada uma delas provendo

ao usuário uma taxa entre 750 e 1500 Kbps, o que resulta em uma capacidade entre 2,25 e 4,5

Mbps, tanto para o Sistema Interno como para o Externo.

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4.6.2.2. Alocação Dinâmica de Capacidade

O sistema PLC funciona sobre um meio compartilhado, transportando tráfego entre todos

os usuários conectados. O acesso ao canal é gerenciado pelo Mestre PLC (OM com as

respectivas OAP/IC, com as respectivas IA), o qual distribui capacidade aos usuários de acordo

com a demanda instantânea, de modo a proporcionar a máxima demanda possível. Isto é possível

por se tratar de transmissão de dados orientada a pacotes.

Figura 4.20 - Alocação dinâmica pela demanda instantânea.

4.6.2.3. Propriedade para Dados em Tempo Real

Os dispositivos PLC ASCOM dão prioridade aos dados em tempo real assegurando, desta

forma, uma boa qualidade de áudio e vídeo no enlace. O sistema distingue automaticamente,

baseado nos protocolos de transmissão, pacotes de dados (TCP), de pacotes de dados em tempo

real (UDP), priorizando tráfego em tempo real, tal como voz ou vídeo.

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4.6.2.4. Gerenciamento SNMP

Os módulos incluem agentes SNMP com as características necessárias a monitoração e

controle remoto. SNMP é um padrão "de facto" da indústria para gerenciamento de elementos de

rede, tais como roteadores, servidores, impressoras, etc.

4.6.2.5. Área de Cobertura

A distância que se pode alcançar em um sistema PLC depende, basicamente, das perdas

introduzidas ao longo do sistema de distribuição de potência. A atenuação é diretamente

proporcional ao aumento da freqüência. A figura 4.21 apresentada a seguir, fruto da experiência

adquirida pela ASCOM em suas instalações, relaciona a distância média alcançada pelo sistema

com a faixa de freqüências utilizadas.

Figura 4.21 – Distancia média x Faixa de freqüência.

Com estas informações pode-se observar que as distâncias cobertas pelas várias

freqüências variam de 150 e 250 m em 2,4 Mhz para valores entre 100 a 200 m em 8,4 Mhz.

Já para a banda de freqüências altas, na região de 20 Mhz, utilizada nos enlaces internos,

a cobertura cai para a faixa de 70 a 100 m. A distância também é bastante influenciada pelo tipo

de cabo de energia utilizado.

Em ambos os casos, enlaces internos ou externos, podem ser utilizados repetidores.

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Em princípio a potência máxima do PLC é de cerca de 1 mW e que um nível médio de

recepção aceitável é na casa de -55 dBm. Outro dado importante é que além da atenuação

causada pelo cabeamento e conexões, ocorrem perdas devido à qualidade da rede, de suas

conexões, à presença de determinados tipos de disjuntores, filtros de linha e protetores contra

surtos.

4.6.2.6. Interferências internas ao Sistema

A instalação de duas ou mais unidades OAP, com pequena separação entre elas, pode

provocar interferência entre sistemas internos. Isto provoca perda de capacidade devido a

colisões no meio compartilhado, ou seja, as linhas de energia. Mesmo que o processo corrija os

erros ocorridos e que não tenhamos perdas na transmissão fim a fim, a interferência deve ser

evitada para que o "throughput" não seja prejudicado.

4.6.3. EBA/DS2 POWERLINE

O Sistema PLC DS2 é constituído por três unidades:

Unidade Master, também denominada HE (Head End), projetada para comunicações de dados

orientados a pacotes, pode tratar pacotes de até 8 Kb e tráfego em tempo real, típico de

aplicações VoIP. Oferece taxas de até 45 Mbps, full duplex, ponto – multiponto, utilizando

menos de 10 Mhz de espectro. Cada unidade pode tratar até 254 nós PLC, sendo seu

gerenciamento executado através do protocolo SNMP.

Unidade Repetidora, também denominada HG (Home Gateway), que retransmite o sinal

oriundo de um HE para o restante dos equipamentos da rede, estendendo sua cobertura. Por outro

lado, isolam o tráfego da rede Powerline criando outro segmento isolado do anterior com

capacidade adicional de 45 Mbps. A ele podem ser conectados até 254 equipamentos PLC,

ampliando a capacidade da rede. Oferece taxas de até 45 Mbps, full duplex, ponto – multiponto,

utilizando menos de 10 Mhz de espectro, sendo seu gerenciamento executado através do

protocolo SNMP. Possui firewall interno que permite isolar as redes Powerline da rede Ethernet,

permitindo que só o tráfego autorizado circule entre as interfaces.

Equipamento de Usuário Final, também denominado CPE (Customer Premises Equipment),

que é o Modem de cliente, que captura o sinal de dados em uma tomada de energia qualquer e o

disponibiliza ao usuário. A figura 4.22 apresenta um esquema de configuração típica dos

equipamentos DS2.

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Figura 4.22 – Configuração típica dos equipamentos DS2.

4.6.4. MAIN.NET COMMUNICATIONS

A concepção do Sistema PLC da Main.net (Power Line Ultimate System -PLUS.), que

utiliza a tecnologia de modulação Spread Spectrum, difere do Sistema tradicional, em que se

procura enviar o sinal mais potente possível para atingir o usuário final. Em sua implementação

cada unidade envia o sinal com a menor potência que permita atingir o próximo ponto. O

Sistema emprega repetição inteligente e usa a atenuação das linhas elétricas para criar células

similares às utilizadas em Sistemas celulares, permitindo que diferentes unidades utilizem

eficientemente as mesmas freqüências, sem a ocorrência de colisões; as unidades se

interconectam utilizando um protocolo multiponto proprietário. Para o usuário final, o Sistema é

totalmente transparente ao protocolo IP, viabilizando qualquer aplicação padrão deste protocolo.

O Sistema é baseado em tecnologia que permite a combinação das aplicações de acesso e

in-house em uma mesma aplicação, sem a necessidade de hardware intermediário (home

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gateway). Possui, também, o Plus Network Management (NmPlus) que possibilita o

gerenciamento remoto e controle de todas as unidades disponibilizadas aos usuários.

4.6.4.1. Arquitetura do sistema PLUS

O Sistema PLUS pode ser facilmente integrado a qualquer infra-estrutura de comunicações

(SDH/ATM/IP, por exemplo), constituindo-se por três tipos de equipamentos:

Unidades Indoor (Indoor units) – instaladas pelos usuários finais em suas residências ou

escritórios (plug and play), apresentadas nas seguintes configurações:

• NtPlus – A unidade NtPlus (Network Termination) é a unidade básica para acesso à

Internet, conectando o computador (ou qualquer outro periférico) à tomada elétrica. É

equipada com conector para ligação do computador e, opcionalmente, outra entrada para

conexão de telefone analógico padrão.

• TelPlus – A unidade TelPlus disponibiliza aplicações de telefonia sobre IP, possuindo

conector telefônico padrão (RJ11) para ligação de telefone analógico padrão.

Unidades de Acesso (PLUS Backbone) - instaladas ao longo das linhas de distribuição

formam o backbone do sistema.

• CuPlus – A unidade CuPlus (Concentrating Unit) é instalada na rua nas proximidades do

transformador de baixa tensão. Esta unidade transfere a informação vinda do backbone

para a rede elétrica e vice-versa, comunicando-se com o Gerenciamento de Rede de um

lado e com as unidades de acesso de outro lado. Um sistema comercial consiste em

diversas unidades CuPlus, criando diversas células PLC.

• RpPlus – A unidade RpPlus (Repeater Unit) é um repetidor que conecta as unidades

indoor à rede Plus, possibilitando a cobertura de longas distâncias mesmo em ambientes

ruidosos. A unidade pode ser instalada em qualquer armário de rua e aumenta a qualidade

da conexão.

• CtPlus – A unidade CtPlus (Communications Transformer) é uma solução para o

mercado americano, caracterizado por baixa quantidade de consumidores por

transformador de baixa tensão. Ela possibilita a transmissão de sinais PLC em linhas de

média tensão em redes com essa topologia.

• AmrPlus – A unidade Automatic Meter Reading viabiliza uma eficiente integração com

Sistemas de Leitura Automática de Medidores, possuindo uma interface adicional para

conexão a concentradores de leitura.

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Unidades de Controle/Gerenciamento (Network Management and Control) Instaladas no Centro

Regional de Controle da empresa comunicam-se via backbone IP com todas as unidades do

sistema, gerenciando e controlando todos os componentes da rede Plus. Oferecem as seguintes

facilidades:

• Ativação/desativação de componentes do sistema;

• Controle de falhas;

• Dados para bilhetagem e estatística;

• Download remoto de softwares;

• Detecção de falha para todas as unidades do sistema.

Figura 4.23 – Configuração típica dos equipamentos Main.Net - PLUS Backbone.

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Figura 4.24 – Configuração típica dos equipamentos Main.Net - Indoor.

4.6.5. Comparação com outras Tecnologias de Acesso

A tecnologia PLC, como tecnologia de telecomunicações, aplica-se no segmento de acesso e

no segmento de distribuição, permitindo flexibilidade e universalidade na composição da rede

de telecomunicações.

É uma opção eficiente nas instalações existentes ou implementações novas. O Quadro 1 e o

Quadro 2 abaixo sintetiza sua aplicação:

Quadro 1 – Comparação entre Tecnologias.

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Meio Físico Velocidade

Analógico 21 - 56 kbps

ISDN 64 - 128 kbps

Satélite 64 kbps - 1 Mbps

ADSL 1.5 - 8 Mbps

Cabo Modem 1.5 - 10 Mbps

Linha de Energia 2 - 13 Mbps

Fibra Óptica 10 Mbps - 1 Gbps

Quadro 2 – Taxa de Transferência.

4.7. Qualidade de Serviço

A partir de configurações definidas pela rede elétrica, deve ser realizada uma análise de

desempenho contemplando a variação de pelo menos os seguintes parâmetros:

• quantidade de usuários conectados simultâneos;

• tipos de aplicação;

• protocolo de transporte;

• tamanho do pacote IP;

• direção do tráfego (“upload” e “download”).

Os parâmetros de desempenho analisados, levando em consideração os parâmetros de

configuração acima mencionados, deverão ser baseados em normas que visam a garantir a

qualidade dos serviços prestados. Os parâmetros mínimos recomendáveis são:

• vazão;

• taxa de perdas de pacotes;

• teste de latência (pertinente para aplicações “real time”);

• jitter (variação do atraso);

• verificação da priorização do tráfego de serviços “real time”;

• análise de priorização de tráfego.

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4.7.1. Serviço de voz

A inclusão do serviço de voz na oferta de conectividade via PLC é um grande atrativo

para a implantação do PLC na rede, devido à inclusão do serviço a um baixo custo,

principalmente na expansão da rede. Entretanto o serviço de voz em redes de dados (não

determinísticas) sofre com a qualidade ofertada pela rede e por equipamentos que a constituem.

A voz no sistema PLC será transmitida sobre um protocolo de rede, no caso o IP, portanto é

recomendável a comprovação da qualidade de voz que tanto os equipamentos quanto à solução

proporcionam ao referido serviço. Isto para assegurar a oferta de uma qualidade mínima ao

serviço de voz. Além da qualidade, é necessário também realizar testes de protocolos para a

verificação da implementação e suas limitações, como, por exemplo, a disponibilidade de

serviços suplementares (chamada em espera, transferência, etc.).

Os parâmetros mínimos recomendados a serem verificados são:

• Avaliação do protocolo de VoIP e levantamento de limitações da implementação;

• Testes de verificação do protocolo utilizado;

• Tamanho de pacotes das amostras de voz;

• Medida objetiva da qualidade de voz;

• Medida objetiva da qualidade de voz por sentido da chamada;

• Levantamento dos benefícios e insumos da utilização ou não de VAD (supressão

de silêncio);

• Indicação e verificação do CODEC a ser utilizado;

• Avaliação do eco proporcionado pelo sistema à chamada de voz;

• Atraso da voz na rede;

• Verificação da transmissão de fax, modem e dígitos DTMF pela rede;

• Levantamento dos parâmetros de configuração de voz e análise crítica.

As normas utilizadas para qualidade de voz são:

• ETSI --> série TR 101 329

• ITU --> P.861 (PSQM+)

• ITU --> P.862 (PESQ)

Para protocolos:

• ETSI --> série TS 101 804

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4.7.2. Análise de Segurança

Com a comunicação através do sistema elétrico (topologia barramento), deve-se realizar

uma análise da segurança da rede devido ao alto risco inerente à solução. O risco é devido não

somente a confidencialidade dos dados dos clientes, mas também às tentativas de fraudes e

acessos indevidos a serviços não autorizados.

Portanto a segurança da rede deve ser verificada para evitar acessos não autorizados,

garantir confidencialidade, integridade e disponibilidade. Alguns itens que devem ser verificados

são:

• Vulnerabilidade;

• Controle de acesso;

• Proteção contra softwares maliciosos;

• Controle de acesso à rede;

• Controle de acesso ao sistema operacional;

• Controles de criptografia;

4.7.3. Serviços suportados pela Tecnologia PLC

O estágio atual da tecnologia PLC e as possibilidades de exploração de serviços que ela

oferece merecem dupla atenção por parte dos dirigentes das empresas de energia elétrica:

• A anunciada chegada da competição nos mercados de energia e a conseqüente

pressão pelo aumento de resultados vêm forçando essas empresas a buscar fontes

alternativas de receita;

• Outra razão é que o emprego da tecnologia proporciona a redução de custos

operacionais, outra imposição do mercado competitivo.

A aplicação da tecnologia contribui para a realização desses dois objetivos, viabilizando a

exploração dos seguintes serviços:

• Acesso em banda larga à Internet;

• Vídeo sob demanda;

• Telefonia IP;

• Serviços de monitoração e vigilância;

• Serviços de monitoramento de trânsito (câmeras e comandos);

• Automação residencial;

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• Monitoramento de processos produtivos on-line;

4.7.4. Prestação de Serviços

Dois tipos de equipamentos PLC foram desenvolvidos. Inicialmente, se empregava

unicamente a rede de Baixa Tensão e a injeção de sinais era realizada no secundário de

transformador. As distâncias percorridas pelo sinal do PLC eram curtas e o resultado comercial

dependente do número de residências servidas pelo transformador.

O desenvolvimento de equipamentos para Média Tensão ampliou o leque de opções de

uso de PLC e estimulou a entrada de novas empresas elétricas no segmento.

4.7.4.1. Interoperabilidade

A interoperabilidade se obtém naturalmente quando se trabalha com equipamentos de

mesmo fabricante ou quando existe uma padronização adotada pelos diversos fabricantes.

Atualmente não existem padrões internacionais regulamentando a tecnologia, o que

implica dizer que só existe interoperabilidade entre equipamentos do mesmo fabricante ou com

mesma implementação tecnológica (mesmo chipset).

Grandes esforços vêm sendo realizados pelos diversos organismos de regulamentação

mundial com o objetivo de se obter padronização que garanta a interoperabilidade. Na Europa,

estão envolvidos diversos organismos regionais e continentais, tais como, CENELEC, ETSI, etc.

4.7.4.2. Coexistência

Os organismos regulatórios internacionais estão trabalhando ativamente neste tema; tanto

ETSI PLT e CENELEC SC205A-WG10 compartilham a idéia de dividir o espectro de

freqüências em duas partes: uma faixa para acesso e outra para in-home.

Infelizmente cada organismo propõe divisões de freqüências diferentes; para solucionar o

problema criou-se um grupo de trabalho conjunto das duas entidades com o objetivo de criar

uma divisão comum do espectro.

Sob o ponto de vista do acesso não é necessária à convivência de duas tecnologias já que,

normalmente, a implementação é realizada com apenas uma tecnologia, sobre a rede elétrica de

uma única empresa.

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Já no segmento in-home, diferentes tecnologias podem competir na mesma rede elétrica.

Para evitar problemas de coexistência estão sendo desenvolvidos padrões.

Atualmente não existe padrão reconhecido mundialmente; os produtos oferecidos pelos

diversos fabricantes não são compatíveis entre si e, conseqüentemente, a presença de diferentes

tecnologias na mesma rede elétrica afeta o funcionamento e desempenho dos equipamentos

instalados. O sinal transmitido por um equipamento de uma tecnologia é interpretado como ruído

por equipamento de outra tecnologia, degradando a relação sinal/ruído do enlace e inviabilizando

a operação.

A atual regulamentação em estudo pela ETSI / CENELEC indica as seguintes faixas de

freqüências:

• De 1 Mhz a 10/13 Mhz para o segmento de acesso;

• De 10/13 Mhz a 30 Mhz para o segmento in-home.

4.8. Tecnologia PLC nas Empresas de

Energia Elétrica

A aplicação da tecnologia PLC no ambiente das E.E.E. pode trazer benefícios significativos a

estas, já que a racionalização de suas atividades operacionais proporcionadas pela aplicação da

tecnologia contribui para a redução de seus custos.

Um sistema de supervisão baseado na tecnologia PLC pode, por exemplo, auxiliar na

isolação de falhas ao nível de consumidor, agilizando a manutenção e minimizando os tempos de

indisponibilidade.

Aplicações típicas de Gerenciamento da Rede de Distribuição tais como leitura automática de

medidores (AMR), gerenciamento de carga, monitoração da qualidade da energia fornecida,

gerenciamento de falhas (Automação da Rede) são apenas alguns exemplos de atividades

operacionais tornadas mais eficientes e menos custosas pelo emprego da tecnologia PLC.

4.8.1.1. O Andamento da Tecnologia PLC no Brasil e no mundo

No Brasil a Copel, Eletropaulo, Cemig, Escelsa, Celg e Light realizaram testes com PLC

de faixa larga, empregando equipamentos de diversos fabricantes. Pelo menos três fabricantes

foram testados: EBA, MainNet e ASCOM.

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No mundo os testes se iniciaram na Europa e ano 2003 ocorreram esforços para

implantação de PLC nos Estados Unidos. Outro fato relevante é que em setembro de 2003 a

Espanha autorizou a exploração comercial de sistemas de acesso com tecnologia PLC e a

Iberdrola e Endesa, duas das maiores empresas elétricas espanholas entraram neste mercado.

A forma mais utilizada pelas empresas para, numa primeira abordagem tomar contato e

explorar o potencial da tecnologia, são os Testes de Campo. No caso específico da tecnologia

PLC, temos notícias da realização de testes de campo nos mais diversos países do mundo,

variando de complexidade, duração e objetivos. Atualmente, a ASCOM, EBA/DS2 e Main.net,

principalmente, têm sido os principais interessados em oferecer sua tecnologia para testes pelas

empresas brasileiras.

A observação dos procedimentos adotados nestes testes permite identificar alguns

aspectos comuns a eles, dividindo-os em quatro fases:

4.8.1.2. Fase I: Pesquisa Inicial

Caracterizada pelos testes em laboratório, em ambiente controlado onde a empresa busca

a familiarização com a tecnologia, a avaliação de seu desempenho em sua rede elétrica e o

estabelecimento dos resultados que pretende obter ao final dos testes.

Tecnicamente esta fase se traduz na caracterização dos parâmetros de desempenho da

tecnologia em sua rede: relação sinal/ruído, resposta em freqüência dos diversos canais e

alcance, dentre outros. O conhecimento do desempenho na rede permite estimar a quantidade de

unidades que serão necessárias para as fases seguintes dos testes (repetidores, unidades de

acoplamento, etc.).

4.8.1.3. Fase II: Teste Limitado de Campo

Nesta fase são realizados os primeiros testes de campo de pequena escala com o objetivo

de testar a tecnologia em condições reais de utilização com um maior número de usuários. É

importante medir as taxas de transmissão efetivamente obtidas nos enlaces upstream e

downstream, a estabilidade de funcionamento dos equipamentos nos mais diversos ambientes e o

desempenho da tecnologia nas topologias de rede mais significativas encontradas na rede elétrica

da empresa. Além disso, a instalação de equipamentos nos usuários finais permite um melhor

entendimento dos serviços que a tecnologia pode oferecer e que têm potencial comercial; esse

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entendimento é extremamente importante para a elaboração do Modelo Inicial de Negócios que

se pretende ofertar ao mercado.

Uma boa amostra do comportamento da tecnologia pode ser obtida instalando-se

equipamentos em 01 ou 02 circuitos secundários e conectando-se de 25 a 50 usuários.

4.8.1.4. Fase III: Teste de Campo de Larga Escala

Essa fase, que antecede o lançamento comercial dos serviços, caracteriza-se pelo

aprofundamento do conhecimento das variáveis relacionadas aos aspectos comerciais do futuro

empreendimento que, caso não sejam devidamente avaliadas, podem vir a inviabilizar o negócio.

O maior número de usuários conectados permite que a empresa adquira conhecimentos

relacionados aos aspectos logísticos, operacionais e comerciais do negócio.

Nessa fase se definem:

• A opção pela subcontratação (projeto, instalação, manutenção, operação,

comercialização) e sua influência no Modelo de Negócios;

• Os recursos necessários para a instalação dos equipamentos;

• Os custos do backbone (próprio/alugado uso de fibras ópticas ou de equipamentos

de média tensão);

• Os serviços de Atendimento ao Cliente (próprios/terceirizados, Call Center);

• A verificação final do Modelo de Negócios.

A instalação de 10 a 50 circuitos secundários e a conexão de 300 a 1000 usuários são

suficientes para se obter os resultados esperados nesta etapa.

4.8.1.5. Fase IV: Operação Comercial

Fase de implementação de todas as alternativas estudadas nas fases anteriores,

caracterizada pelo lançamento do produto/serviço no mercado.

4.9. Ações de Regulamentação no Mundo

Ao considerarmos a questão de regulamentação da tecnologia PLC, sobretudo aquela que

envolve a normalização dos componentes dos sistemas quanto aos aspectos de EMC

(Compatibilidade Eletromagnética), uma separação deve ser feita ao considerar “equipamentos”

e “redes” quando da aplicação das diretivas e normas apresentadas a seguir.

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4.9.1.1. Situação – Europa: Equipamentos PLC

Todo fornecedor de equipamentos necessita comprovar que seus produtos cumprem com

as Diretivas vigentes;

Usualmente, esta certificação é garantida pela marca ou selo “CE”;

Principais Diretivas vigentes em toda a Comunidade Européia, adotadas integralmente

como norma pelos mais de quinze países-membros:

• R&TTE Directive (EC/1999/5) – “Radio Equipment & Telecommunications

• “Terminal Equipment”

• EMC Directive (EC/1989/336)

• Electrical Safe Directive (EC/1973/23)

Sobre padrões ou “standards”, não existe atualmente alguma definição “harmonizada” a

nível europeu que defina limites de emissão para equipamentos PLC. Desta maneira, a obtenção

do selo CE para equipamentos PLC não é ainda um processo padrão, como aqueles existentes

para os demais equipamentos e sistemas cobertos por esta certificação.

A única referência que pode ser utilizada, a nível europeu, é a famosa norma EN55022,

contudo qual das versões da mesma seria aplicável, ainda não está 100% claro:

• Release 1994 – Estabelece limites e procedimentos de medição para a interface de

alimentação apenas;

• Release 1998 – Estabelece distintos limites e procedimentos de medição para as

interfaces de alimentação e de telecomunicações.

Com relação aos aspectos de segurança e imunidade a interferências eletromagnéticas

externas, o cenário atual na Europa não prevê nenhum tratamento específico para equipamentos

PLC, sendo aplicável em sua totalidade as atuais normas:

• EN60950 – Segurança

• EN55024 – Imunidade

4.9.1.2. Situação – Estados Unidos: Rede e Estrutura PLC

FCC Part 15: única regulamentação mundial que determina limites para radiação não-

intencional proveniente de sistemas de telecomunicações com fio.

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Situação estável e bastante experimentada, estabelecendo um limite de 30µV/m a uma

distância de 30 metros e um fator de correção de 40dB/década para outras distâncias.

Utilizada por vários anos na totalidade do contingente de sistemas instalados nos Estados

Unidos e Canadá. Esta experiência e utilização seriam suficientes para garantir a aplicabilidade

da mesma como modelo na definição de uma regulamentação para redes PLC.

4.9.1.3. Regulamentação Brasileira para o PLC

Seguindo a tendência utilizada pela ANATEL na definição das atuais normas vigentes em

nosso país - notadamente as Resoluções 237 e 238, que estabelecem os requisitos de

Compatibilidade Eletromagnética e Segurança Elétrica para equipamentos terminais e de

estrutura de telecomunicações, que adotam de forma criteriosa os padrões europeus, baseados

nas normas CISPR 22 e CISPR 24 -, acreditamos que seja um caminho natural à adoção das

atualizações, onde o tratamento aos equipamentos PLC é definido.

Para Redes e Estrutura PLC, por ser a FCC Part 15 a única regulamentação já existente e

que cobre de forma genérica sistemas de telecomunicações com fio, talvez a consideração do uso

da mesma para o tratamento das redes seja um caminho interessante.

Com relação a regulamentação de testes de desenvolvimento de sistemas PLC em

empresas de energia elétrica, as empresas precisam solicitar à Anatel uma Autorização para

fins Científicos Experimentais , por um período de até 2 anos, com o objetivo de regularizar

estes testes. Para se fazer tais testes, a Anatel não solicitará qualquer certificação de equipamento

a ser instalado. A Anatel solicitou que as empresas permanecessem em contato com o pessoal

que trabalha na sua área de rádio freqüência, no sentido de se fazer um estudo amplo e conjunto

sobre as interferências do sistema Power Line.

Anatel não exige certificação em testes de funcionamento, porém, reconhece que a operação

comercial vai exigir uma certificação, de acordo com as normas vigentes no setor. O grupo de

trabalho de PLC, juntamente com a Anatel, deverá promover algumas apresentações dos fabricantes

de equipamentos POWER LINE interessados em desenvolver a tecnologia no Brasil, com o objetivo

de se promover o desenvolvimento e operacionalização da tecnologia citada, além de melhorar o

inter-relacionamento entre as entidades, definindo-se então a metodologia para se obter as

certificações dos equipamentos que deverão estar sendo utilizados dentro do território nacional.

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5. Internet e PLC no Brasil

Analisaremos a situação do acesso da população do Brasil à internet. A abordagem de alguns

dados provenientes de pesquisas, levantamentos técnicos e projetos piloto já implantados ou em

desenvolvimento, farão com que tenhamos uma boa noção a respeito da viabilidade e

conveniência da implantação da tecnologia PLC no Brasil.

5.1. Dificuldades

Os altos custos dos meios de transmissão são sem dúvida um dos entraves da popularização

do acesso à internet. O grande desafio é a redução de custos, com a obtenção de um meio de

transmissão acessível e de baixo custo.

No primeiro estágio da implantação da internet banda larga no país, o grande desafio era o

desenvolvimento de uma infra-estrutura de comunicação, composta por grandes canais de

transmissão de dados e que suportassem um tráfego intenso de informações. Objetivo era a

criação dos Backbones.

Em seguida, era necessário encontrar uma maneira de ligar cada usuário doméstico ou

comercial a esse Backbone. Essa ligação geralmente é feita com meios de comunicação pré-

existentes e mais acessíveis como linha de telefone ou TV a cabo. Essa ligação é chamada de

Last Mile ou a última milha e termina por excluir locais pouco urbanizados, já que alguns locais

sequer possuem TV a cabo ou linhas telefônicas. Outro fator de exclusão é o alto custo desses

meios, que torna difícil seu uso pelos mais pobres.

Muitos projetos estão sendo criados pelos governos estatais e municipais e pelo federal no

sentido de reduzir o nível alarmante de exclusão digital verificado no Brasil. O acesso aos

computadores e aos recursos oferecidos por ele e pela internet, vem sendo introduzido nas escolas,

principalmente no ensino fundamental e básico. Apesar disso, temos muito que melhorar ainda.

A internet foi implantada no Brasil em 1995. Após quase dez anos de implantação temos no país

alguns dados desanimadores fornecidos pelo Ibope. O número de pessoas que usavam a internet em

2004 era apenas 30 milhões. O universo de pessoas que possuíam internet em casa era ainda mais

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restrito encontrava-se inalterado desde 2002: apenas 14 milhões de pessoas. Conclui-se a partir

desses dados que a grande maioria dos que acessava a internet, o faziam fora de seus lares. Pelo alto

custo do acesso discado, verificamos que apenas 8 milhões dos que tinham acesso em casa,

acessavam a internet com grande freqüência.

Figura 5.1 - Internet nas residências Fonte: Ibope

Com todos esses dados podemos perceber que apenas 10% da população têm acesso à

rede mundial de computadores. Desse pequeno universo de privilegiados, temos apenas 12%

com banda larga, com um pequeno crescimento a cada ano.

Dados levantados pela Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD), da Fundação

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE), de 2001, mostravam que dos 46,5 milhões

de domicílios do País com serviços e bens duráveis (quadro que muitos denominam de inclusão

eletroeletrônica): 96% deles têm rede elétrica; 89% têm televisão; 88% têm rádio; 85,7% têm

geladeira; 58,9% têm telefone; 12,6% têm computador; 8,6% acessam a internet. (BORGES,

2005).

Vemos, pois, que a rede de energia elétrica tem uma penetração fabulosa, alcançando 96%

dos domicílios brasileiros (estimativas de 2002 apontavam cerca de 99% dos domicílios

brasileiros com luz elétrica).

Entretanto, o Brasil ainda está longe de poder garantir a inclusão digital dos brasileiros. A

tabela abaixo mostra a evolução do número de brasileiros que tem telefone e acesso à Internet,

nos últimos anos.

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Crescimento do Nº. de Acessos à Internet no Brasil (Banda Larga e Total)

ANO

Nº. linhas telefônicas fixas em

operação (LT) (mil)

Nº. Acessos Internet (AI)(mil)

Nº. Acessos Internet

Banda Larga (AIL)(mil)

Dens. Telef. (nº.tel./ 100hab) (%)

Dens. Acessos Internet (acessos/ 100 hab) (%)

AIL/LT (%)

AIL/AI (%)

2002 38.800 14.300 700 21,99 8,10 1,80 4,90

2003 39.200 16.000 1.200 21,90 8,94 3,06 7,50

2004 39.500 18.200 2.260 21,75 10,02 5,72 12,40

2005 40.000 20.930 4.210 21,70 11,35 10,52 20,11

(Fontes: Teleco e IBGE)

5.2. PLC no Brasil

A exemplo de vários países no mundo algumas empresas energéticas brasileiras estão

testando a tecnologia PLC. Porém, como em toda tecnologia lançada no Brasil, o fator

econômico sempre é uma barreira grande a ser transposta e como os equipamentos PLC são

importados, na sua maioria, o uso comercial dessa tecnologia tem demorado um pouco a sair.

Entretanto, com a viabilidade técnica comprovada por companhias energéticas de renome no

cenário brasileiro e com a possibilidade de produção dos modems e outros equipamentos PLC no

Brasil o uso comercial do PLC parece ser hoje apenas uma questão de tempo. A possibilidade de

se transmitir dados, voz e vídeo por um mesmo meio físico sendo esse presente em mais de 90%

das residências brasileiras, foi o principal fator pelo qual as companhias energéticas apostaram

suas fichas nessa nova tecnologia que promete revolucionar o tráfego de informação.

Para entendermos melhor a importância que o PLC pode ter no Brasil vamos partir para um

exemplo mais genérico do que seria uma infra-estrutura de comunicação. Bem, durante muito

tempo o Brasil vem investindo tanto pelas empresas privadas como pelo Governo em uma infra-

estrutura de comunicação capaz de suportar o tráfego de informações da Internet por meio de

grandes vias de dados, os chamados Backbones.

Uma vez montada essa estrutura é preciso que as empresas e o Governo façam chegar às

residências e empresas esse link com a Internet e é aí que mora o principal problema. No Brasil

há uma escassez de tecnologias que percorrem esse último obstáculo que os profissionais da área

chamam de The Last Mile ou a última milha. Hoje utilizamos as estruturas de TV a cabo,

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telefone ou até mesmo satélite para vencermos a ultima milha, porém sabemos que essas

estruturas são centralizadas e que em muitos lugares do Brasil não há possibilidade e/ou

viabilidade econômica de se implementar quaisquer dessas estruturas.

Agora então começamos a perceber a importância do PLC no Brasil e no Mundo, visto que

mesmo em locais afastados e de difícil acesso temos na maioria absoluta das vezes estrutura

elétrica. Melhor que isso o PLC vem unir dois conceitos que hoje, mais do que nunca, estão na

moda são eles: Convergência no ramo das Telecomunicações e Inclusão Digital. A convergência

se dá no momento em que podemos transmitir qualquer sinal de comunicação pelo cabeamento

elétrico, abrindo um leque de aplicações enorme. Já a inclusão digital é evidente se pensarmos na

possibilidade real de se levar Internet a qualquer Estado, Cidade, Bairro e residência onde temos

energia elétrica, vale lembrar que no Brasil mais de 90% das residências possuem Energia

Elétrica, enquanto menos de 10% das residências têm acesso a Internet.(ANDRADE, 2003).

5.3. Infra-estrutura disponível

No Brasil já existe uma infra-estrutura em empresas subsidiárias das Centrais Elétricas

Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS) e da ELETRONET, que poderia ser mais bem aproveitada

para transmissão de serviços de telecomunicações, inclusive para programas governamentais de

Inclusão Digital. São 20.000 km de cabos OPGW (Optical Power Ground Wire ou fibra ótica)

backbone óptico disponível em quase todos os Estados do Brasil.

A Eletronorte atua na Região Norte (AM, RR, RO, AC, AP, PA, TO) e os estados do

Maranhão e Mato Grosso e possui 6.000 km de cabos OPGW. Existe ainda a possibilidade de

utilização da infra-estrutura de condutores da rede de MT e BT em PLC nos estados com

distribuição de energia realizada por empresas estatais. Nas empresas ligadas ao governo federal,

a Eletronorte é responsável também pela subtransmissão, chegando, portanto com suas fibras até

próximo ao atendimento final.

A CHESF atende os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo,

Goiás e Brasília, além das interligações com a Eletronorte, Chesf e Eletrosul e o sistema de

transmissão em CC de Itaipu. Tem um total de 18.000 km de linhas de Transmissão e uma

estimativa de 9.000 km de linhas com cabos OPGW.

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A Eletrosul atua no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e

Goiás. Tem 9.000 km de linhas de transmissão, com uma estimativa de 3.000 km de cabos com

OPGW.

Percebemos, portanto, o grande potencial proporcionado pela infra-estrutura já existente

no Brasil. Não seriam necessários grandes investimentos para a implantação da tecnologia PLC

no país.

5.4. Viabilidade Econômica

Internet em banda larga chegando a quase 100% dos lares do país é uma promessa boa

demais para ser verdade, mas distribuidoras de energia do país estão testando essa possibilidade,

interessadas em descobrir a viabilidade técnica e econômica de uma nova tecnologia.

A experiência da Copel, que investiu US$ 1 milhão para levar o sistema elétrico de banda

larga para 50 domicílios e estabelecimentos comerciais de Curitiba, revelou que a tecnologia

funciona, mas o custo da infra-estrutura é bem alto e corresponde a quase 50% da instalação de

uma rede de linhas telefônicas digitais (ADSL). A tecnologia funcionou bem para os aparelhos

instalados em circuitos curtos, onde a distância da fonte do sinal de dados até a residência do

usuário é de cerca de 300 metros. A companhia conseguiu taxas de transferência de até 1,7

Mbps.

Um dos principais problemas do PLC é exatamente a pequena distância necessária para que

os dados cheguem sem erros ao usuário pela rede elétrica, o que encarece os custos da infra-

estrutura. Quanto maior for a distância da fonte que gera o dado menor a banda (capacidade de

transmissão de dados). No caso do PLC o problema é maior porque o principal desafio é

conseguir uma banda grande o suficiente para ser dividida por vários usuários, já que todo o

sistema elétrico é ligado em paralelo. A empresa desembolsou R$ 200 mil, além da parte da

infovias, para conectar 40 usuários.

PLC deve ser considerado mais como uma alternativa híbrida que aproveite as atuais redes

de fibra óptica do país em conjunção com os cabos de energia de localidades que ainda não estão

servidas por outros meios de acesso rápido à Internet, como o ADSL e a TV a cabo.

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A solução mista economizaria os custos de instalação de novas redes de banda larga.

Algumas operadoras acham isso viável principalmente em lugares onde não há muito ADSL. O

PLC pode ser massificado no país, isso se a tecnologia conseguir se desenvolver e reduzir custos

de implantação frente à expansão do ADSL, que terá no final 545 mil usuários no Brasil,

segundo relatório do próprio Yankee (Groupo de professor Zucchi). As figuras abaixo

representam soluções tecnológicas para provimento de acesso.

Figura 5.2 – Rede Híbrida Fibra Óptica - PLC

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5.3 – Rede Híbrida WLAN - PLC

5.5. Economizando tempo e Dinheiro

Comparações de custo mostram que uma comunicação pela rede elétrica com os sistemas

de comunicação PLC é muito eficiente economicamente. Há um retorno rápido no investimento

ao comparar a colocação de cabos de telecomunicações ou ao contrato de linhas permanentes de

2 Mbit/s. Assim que a distância exceder aproximadamente 75 metros, é mais econômico usar

cabos da rede elétrica existente que colocar cabos novos de telecomunicações Além dos

benefícios de custo óbvios, sistemas PLC oferecem também benefícios de tempo: instalar as

unidades de acoplamento aos blocos de transmissão é um problema de apenas algumas horas. Os

sistemas podem facilmente ser configurado usando os softwares de gerência incluídos nos

pacotes dos fabricantes.

A Figura 5.2 e 5.3 mostra uma unidade do sistema de telecomunicações sendo interligada à

uma unidade do sistema de distribuição de energia. À distância de aproximadamente 100 metros

é necessário para separar com segurança as instalações de ambos o sistema. A Figura 5.4 mostra

uma outra forma de interligação de localidades através do PLC, neste caso são interligadas

estações de controle do sistema elétrico através dos cabos de controle dos mesmos. O PLC seria

apenas um Up Grade na taxa de transmissão de dados entre as estações. (SOUZA, 2003).

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Figura 5.2 - Internet rápida com PLC através da rede elétrica (Souza, 2003).

Figura 5.3 - Distância aproximada de 100m para separação de energia e computador. (Souza, 2003).

Figura 5.4 - Ligação PLC através do cabo de controle elétrico.

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6. Projeto de integração Tecnológica

A rede elétrica utilizada no Brasil, não possui boas condições de armazenagem, geralmente

são expostas e estão sujeitas as ações da natureza provocando danos na fiação.

A tecnologia PLC não possui bom desempenho em rede elétrica antiga, precisa de uma rede

em boas condições de uso, ou seja, rede elétrica de qualidade, para melhorar o desempenho de

suas funções.

Este trabalho apresentará uma proposta fictícia cujo objetivo é solidificar os conceitos da

Power Line Communication. O projeto proporcionará ao leitor um entendimento mais concreto

do que foi visto previamente, além de exibir a forma concreta de como a tecnologia poderá ser

implantada. A partir de então poderá haver conclusões a respeito da viabilidade da solução.

6.1. Cenário

Há diversos tipos de equipamentos PLC, que podem ser utilizados na oferta de serviços de

telecomunicações sobre a rede de distribuição de energia elétrica:

• Modems utilizados nas instalações dos usuários (Customer Premises Equipments – CPE);

• Equipamentos de concentração;

• Repetidores ou equipamentos intermediários (de baixa ou alta tensão);

• Equipamentos de Transformador BT/MT;

• Equipamento de Subestação.

A Figura 6.1 ilustra o posicionamento destes tipos de equipamentos em uma rede.

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Figura 6.1 – Variedade de Equipamento PLC.

O Modem PLC é um equipamento que realiza a interface entre os equipamentos dos usuários

e a rede elétrica de distribuição, transformando o sinal do equipamento terminal de

telecomunicações em sinal modulado e transportado sobre a rede elétrica.

O Modem recebe alimentação e os sinais de telecomunicações pela rede elétrica de

distribuição doméstica (in-house). O Modem permite também separar as aplicações de voz e

dados, para os respectivos telefones ou computadores pessoais.

Há diversos tipos de modems, como modems para acesso a Internet (Ethernet e/ou USB),

modem para Internet e Telefonia (Ethernet e/ou USB + RJ-11) e modems só para voz (RJ-11).

Funcionalidades adicionais, tais como Modems Wi-Fi já estão também disponíveis e permitindo

a cobertura em áreas abertas.

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O Repetidor recupera e re-injeta o sinal PLC proveniente dos Equipamentos de

Transformador para a rede elétrica de distribuição doméstica. É instalado normalmente junto a

sala de medidores de cada prédio ou em algum local intermediário (por exemplo, postes sem

transformador) na rede de distribuição de baixa tensão.

Algumas vezes pode ser utilizado como um nó intermediário para expandir a cobertura ou

aumentar a largura de banda em segmentos críticos da rede (por exemplo, devido a uma elevada

atenuação entre o equipamento PLC do Transformador e o Modem PLC). Há também

Repetidores em Média Tensão com propósitos semelhantes.

Em alguns casos, dependendo da topologia da rede elétrica, o repetidor pode não ser

necessário, caso em que o equipamento PLC do Transformador consegue uma conexão de

elevada qualidade com o Modem PLC.

Determinados condomínios ou prédios podem exigir um equipamento de concentração que

otimize a largura de banda para um conjunto de usuários próximos. Em prédios, este

equipamento é geralmente instalado junto a sala de medidores. Algumas vezes pode ser utilizado

como um nó intermediário para expandir a cobertura ou aumentar a largura de banda em

segmentos críticos da rede.

O Equipamento de Transformador é o dispositivo PLC instalado junto aos transformadores

MT/BT. Sua função é extrair o sinal proveniente da rede de distribuição PLC (média tensão,

fibra óptica, rede a cabo, etc) e injetá-lo sobre a rede de acesso (baixa tensão).

Possibilita o fluxo de dados downstream do Equipamento Transformador até o Modem PLC

ou para os Repetidores numa configuração ponto multiponto full-duplex. Os Equipamentos de

Transformador são dotados de uma configuração modular flexível com:

• Placas BT, as quais injetam o sinal PLC proveniente da rede de distribuição PLC sobre os

cabos de baixa tensão;

• Placas MT que permitem a interconexão destes equipamentos sobre a rede de distribuição

de média tensão.

Opcionalmente os Equipamentos de Transformador podem incluir:

• Placas WiFi que permitem o acesso wireless a clientes dentro da área de cobertura do

Transformador, sem utilizar a rede de baixa tensão, mas utilizando a rede de média

tensão para entrega do sinal;

• Placas de Fast Ethernet ou Gigabit Ethernet para interconexão destes equipamentos

através de interfaces RJ-45 ou GbEthernet, o que permite o uso de fibra óptica ou outras

tecnologias para a rede de distribuição (xDSL, LMDS, etc).

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Equipamento de Subestação (High End) é o dispositivo PLC instalado junto a Subestação.

Sua função é, por um lado, permitir a interconexão com os provedores de serviços (Internet ou

PSTN, por exemplo) e por outro lado, injetar o sinal na rede de média tensão.

As funções do equipamento de Subestação podem ser desempenhadas, dependendo da

configuração, pelo mesmo Equipamento de Transformador.

Equipamentos Acessórios (unidades de acoplamento) são os equipamentos acessórios

necessários para injetar e adaptar o sinal de telecomunicações do equipamento PLC para a grade

de distribuição (MT e BT).

Há 2 tipos de unidades de acoplamento:

• Acoplamento capacitivo que injeta o sinal por contato direto com a rede de distribuição

(por exemplo, feito por “piercing”);

• Acoplamento indutivo que injeta o sinal por indução (por exemplo, feito por “ferrite”).

A solução de acoplamento a ser implementada é escolhida com base na qualidade do sinal e

facilidade de instalação nas condições específicas da rede de distribuição utilizada. As soluções

de acoplamento têm evoluído bastante, otimizando tempos, procedimentos, desempenho e

segurança de instalação.

A topologia geral de uma rede de telecomunicações onde se utiliza a tecnologia PLC é

ilustrada na Figura 6.2.

Distinguem-se os seguintes segmentos de rede:

6.1.1.1. A Rede de Acesso PLC

A grade de baixa tensão realiza a função do segmento de acesso (última milha) da rede de

telecomunicações. A rede de acesso interconecta Modems PLC com o Equipamento PLC de

Transformador. O socket elétrico convencional torna-se um ponto de conexão a serviços de

telecomunicações.

Os Equipamentos PLC de Transformador localizam-se junto aos Transformadores de

MT/BT (média tensão/baixa tensão). A rede de acesso PLC pode ainda envolver repetidores, em

função da distância entre os equipamentos PLC.

O Modem PLC pode ser conectado a uma rede local (LAN) existente na residência do

usuário, possibilitando diversos usuários se conectar e dividir uma conexão em alta velocidade,

opção que é especialmente útil para SOHOs (Small Offices Home Offices).

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Também se pode utilizar a rede elétrica in-house pra estabelecer uma rede local levando

o sinal PLC a todos os cômodos da casa ou escritório.

Figura 6.2 - Acesso do PLC e distribuição na rede.

6.1.1.2. A Rede de Distribuição PLC

É a parte da rede de acesso que pode ter uma abrangência, inclusive metropolitana, que

interliga a rede de acesso de última milha aos provedores, ou ao backbone. Observe-se que

devido a sua capilaridade potencial recebe uma denominação especial: rede de distribuição.

A rede de distribuição interconecta os Equipamentos PLC instalados nas subestações

MT/BT. Esta interconexão admite uma variedade de soluções, que podem ser combinadas. Desta

forma a rede de distribuição pode se basear:

• No sistema de distribuição de média tensão, conectando diferentes subestações MT/BT

por meio de equipamentos PLC de média tensão (pode se utilizar tanto a rede aérea

quanto a rede subterrânea);

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• Em um sistema de transmissão por fibras ópticas conectando diferentes subestações

MT/BT;

Normalmente as subestações são conectadas por uma configuração de referência em anel

com rotas de proteção em caso de falha.

O desenvolvimento de PLC de média tensão é de elevada importância, na medida que

impacta positivamente a economicidade e a rapidez de implantação, permitindo as prestadoras e

concessionárias de serviços (Utilities) servir-se de suas redes de distribuição para conectar

diferentes subestações de baixa tensão.

6.1.1.3. Redes de provedores de serviços (Internet)

Em algum ponto da rede de distribuição é necessário interconectar aos provedores de

serviço de Internet ou telefônicos. Outros serviços de valor adicionado como video streaming e

serviços multimídia podem exigir uma interconexão ou serem providos diretamente pelo

operador de PLC.

6.1.1.4. Possíveis Problemas

Apesar do prévio planejamento, alguns problemas poderão surgir ao longo do projeto. Os

possíveis problemas poderão surgir e são de conhecimento das pessoas que desenvolveram o

projeto, mas em virtude das alterações necessárias para o perfeito funcionamento do projeto,

acabaria inviabilizando a execução do mesmo levando em consideração os custos e mudanças

infra-estruturais.

1ª - Interferências Causadas por equipamentos de Corrente Alternada (AC): seriam esses os

condicionadores de ar, liquidificadores, chuveiros elétricos entre outros.

Possível Solução: Criar uma fiação separada para o uso dos mesmos, além de relógios de

medição separados.

2ª – Interferências causadas pelo meio externas: Seria a exposição dos cabos elétricos aos

efeitos degradantes da natureza (Sol, Chuva, umidade entre outros).

Possível Solução: Colocar os cabos elétricos no subterrâneo.

3ª – Distância: Os equipamentos voltados a tecnologia PLC possuem um limite de distância

se não sofrerão atenuação no sinal.

Possível Solução: Evitar distâncias maiores que o estipulado pelos fabricantes dos

equipamentos e instalação de repetidores.

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6.1.1.5. Taxa de Transmissão das Tecnologias PLC

Ascom Power Line Freqüência de operação - 1.6 MHz a 30 MHz.

Faixa de freqüência externo - 1.6 MHz a 13 MHz.

Faixa de freqüência fechado - 15 MHz a 30 MHz.

Distância em recinto fechado - 100 metros.

Distância em recinto aberto – 350 metros.

Taxa de transferência fidedigna de dados ao redor – 4,5Mbs (Residencial)

DS2 Power Line Freqüência de operação - 1 MHz a 30 MHz.

Faixa de freqüência externo - 1 MHz a 10 MHz.

Faixa de freqüência fechado - 10 MHz a 20 MHz.

Distância em recinto fechado - 100 metros.

Distância em recinto aberto – 350 metros.

Taxa de transferência fidedigna de dados 7,5 Mbs/Hz – 45Mbs full duplex.

• 27 Mbps download

• 18 Mbps upload

Main.Net Communication Freqüência de operação - 1 MHz a 30 MHz.

Faixa de freqüência externo - 1.6 MHz a 13 MHz.

Faixa de freqüência fechado - 20 MHz a 30 MHz.

Distância em recinto fechado - 100 metros.

Distância em recinto aberto – 350 metros.

Taxa de transferência fidedigna de dados ao redor – 4,5Mbs (Residencial)

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7. Conclusões

A investigação mostra que a tecnologia PLC vem complementar, adicionar uma

alternativa, para utilizarmos a rede de energia elétrica como uma rede de dados, em nossas

residências, em nossas escolas (tão carentes de acesso a tecnologias e informação), em nossas

bibliotecas, etc.

É um catalisador para a proliferação da Informação / Internet nos mais recônditos lugares

do nosso Estado e do nosso País. Veremos que, nas residências que dispõem de televisão ligada à

rede de energia elétrica de baixa tensão, com um pequeno equipamento acoplado, haverá

condições de acessar a Internet por este meio físico, a um custo altamente acessível; o

dispositivo poderá até mesmo, ser ofertado pelas operadoras de eletrificação, como mais um

serviço à população que dispõe de energia elétrica na sua residência.

As operadoras, ou empresas concessionárias de energia elétrica também se utilizarão a

tecnologia para aprimorar seus próprios serviços como leitura remota dos medidores de energia,

cobrança diferenciada por demanda, etc.

As operadoras de TV a cabo poderão oferecer seus serviços sem precisar instalar um

novo cabeamento. Assim, todas as tomadas de energia elétrica passam a ser vistas como

interfaces de dados.

Diante de tantas possibilidades de aplicação, fica evidenciado que uma única situação é

primordial para o avanço da pesquisa e da disseminação dessa tecnologia no Brasil.

Acreditamos que a tecnologia venha, inicialmente, fechar lacunas, minimizando custos e

tempo de implementação de redes locais (LAN) e num segundo estágio, depois de resolvidas as

questões burocráticas do setor, a ser uma opção para redes WANs e MANs, para um futuro bem

próximo.

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