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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde Curso de Psicologia Eletiva Teórica 8º per./2018 1 Conversando com Bion DEPARTAMENTO: Psicologia Social PROFESSOR (A): Sergio Wajman CARGA HORÁRIA: 51 JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA: Bion talvez seja um dos autores que, dentro da Psicanálise, mais inovou no sentido de ampliar os horizontes estabelecidos por Freud e seus seguidores. O curso ora oferecido parte do princípio de que é importante, para o aluno, conhecer e travar contato com as contribuições de Bion enquanto pensador do Homem, questionador de técnicas psicanalíticas e, principalmente, criador de formas alternativas de se pensar a Psicologia e a Psicanálise. EMENTA: O curso se propõe a apresentar ao aluno as idéias de Bion enquanto reflexões acerca do Homem, independente do lócus de intervenção do psicólogo. Se pretende, pois, oferecer um campo para a indagação e a descoberta de formas de considerar o fenômeno psicológico em suas dimensões subjetiva, cultural, histórica, simbólica e mítica. OBJETIVOS : 1. Tomar contato com as principais idéias e conceitos bionianos. 2. Compreender a inserção do pensamento de Bion no panorama das idéias psicanalíticas. 3. Refletir acerca das repercussões e reverberações do pensamento bioniano sobre o fazer psicológico. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 1) Vida e Obra de Bion 2) Suas contribuições à Psicologia dos Grupos 3) O Homem e sua relação com o Conhecimento e com a Experiência 4) Aportes à reflexão sobre o Homem: quem é esse ser?

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde Curso de Psicologia

Eletiva Teórica – 8º per./2018

1

Conversando com Bion

DEPARTAMENTO: Psicologia Social

PROFESSOR (A): Sergio Wajman

CARGA HORÁRIA: 51

JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA:

Bion talvez seja um dos autores que, dentro da Psicanálise, mais inovou no sentido de ampliar os horizontes estabelecidos por Freud e seus seguidores. O curso ora oferecido parte do princípio de que é importante, para o aluno, conhecer e travar contato com as contribuições de Bion enquanto pensador do Homem, questionador de técnicas psicanalíticas e, principalmente, criador de formas alternativas de se pensar a Psicologia e a Psicanálise.

EMENTA:

O curso se propõe a apresentar ao aluno as idéias de Bion enquanto reflexões acerca do Homem, independente do lócus de intervenção do psicólogo. Se pretende, pois, oferecer um campo para a indagação e a descoberta de formas de considerar o fenômeno psicológico em suas dimensões subjetiva, cultural, histórica, simbólica e mítica.

OBJETIVOS :

1. Tomar contato com as principais idéias e conceitos bionianos. 2. Compreender a inserção do pensamento de Bion no panorama das idéias psicanalíticas. 3. Refletir acerca das repercussões e reverberações do pensamento bioniano sobre o fazer psicológico.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1) Vida e Obra de Bion 2) Suas contribuições à Psicologia dos Grupos 3) O Homem e sua relação com o Conhecimento e com a Experiência 4) Aportes à reflexão sobre o Homem: quem é esse ser?

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5) Diálogos com outras áreas do conhecimento: Filosofia, Sociologia, Religião, Arte, Psicologias não-psicanalíticas.

METODOLOGIA:

1) Leitura de textos (em sala de aula ou fora dela) 2) Exposições dialogadas sobre o conteúdo da disciplina 3) Discussões em pequenos grupos 4) Filmes 5) Dramatizações

FORMAS DE AVALIAÇÃO:

1) Participação dos alunos nas atividades da disciplina 2) Relatórios escritos individuais e grupais 3) Trabalho escrito individual ao final do semestre

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

BION, W.R. – Conferências Brasileiras I – São Paulo / 1973. Rio de Janeiro: Imago, 1975. BION, W.R. – Conversando com Bion – Quatro Discussões com W.R. Bion. Rio de Janeiro: Imago, 1992. BION, W.R. – Experiências com Grupos. Rio de Janeiro: Imago, 1970.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

BION, W.R. – Aprendiendo de la Experiencia. Mexico: Paidos, 1987. BION, W.R. – Estudos Psicanalíticos Revisados. Rio de Janeiro: Imago, 1994. BLÉANDONU, G. – Wilfred R. Bion: A Vida e a Obra – 1897-1979. Rio de Janeiro: Imago, 1993. GRINBERG, L.; SOR, D.; BIANCHEDI, E.T. de – Introdução às Idéias de Bion. Rio de Janeiro: Imago, 1973. ZIMERMAN, D.E. – Bion – Da Teoria À Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

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Fenomenologia do Suicídio

DEPARTAMENTO: Métodos e Técnicas

PROFESSOR: Marcelo Sodelli

CARGA HORÁRIA: 51

JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA

Os índices de suicídio têm aumentado consideravelmente nos últimos anos, inclusive no Brasil. É um assunto tabu em diversos meios, situação não diferente no curso de Psicologia, no qual é pouco estudado e discutido. Assim, os alunos não são formados para cuidar de pacientes com risco suicida ou para o acompanhamento após a tentativa de suicídio. Esta possibilidade humana está presente na atuação do psicólogo em suas diversas áreas, seja na clínica, nas instituições de saúde ou mesmo no âmbito escolar. Por outro lado, o estudo do pensamento fenomenológico traz uma compreensão singular sobre este fenômeno, especificamente quando o Homem e o mundo contemporâneo são analisados a partir da segunda fase do pensamento heideggeriano: o acontecimento apropriador.

EMENTA

Dada sua intrínseca relação com a morte o fenômeno do suicídio é um tema tabu para a Psicologia. Não distante, o psicólogo é por muitas vezes convocado a lidar com este fenômeno em suas diversas áreas de atuação. Por meio do estudo da Fenomenologia Hermenêutica, especificamente a segunda fase do pensamento de Heidegger ( posterior a obra Ser e Tempo), esta disciplina tem o objetivo de buscar compreender o fenômeno do suicídio investigando criticamente as possibilidades preventivas e posvenção, como também, as implicações no trabalho clínico, redimensionando os limites da atuação do psicólogo. OBJETIVOS

Esta disciplina tem o objetivo de apresentar e discutir o fenômeno do suicídio a partir da contribuição da perspectiva fenomenológica, mais especificamente, a partir da segunda fase dos estudos do filósofo alemão Martin Heidegger (estudos tardios, posterior a obra Ser e tempo). Assim, o suicídio será pensado a partir daquilo que é nomeado pela Fenomenologia da “Era da técnica”. Nos debruçaremos no fenômeno do suicídio na esteira fenomenológica investigando os métodos de prevenção, cuidado e posvenção, seja na clínica, em instituições de saúde ou no âmbito escolar.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Estudo desconstrutivo e crítico: conceitos de prevenção • Multicausalidade do suicídio (aspectos culturais, sociológicos, psicológicos, econômicos) • Fatores de risco e proteção • O suicida em potencial e seus diferentes comportamentos nos ambientes em que transita - Posvenção ao suicídio • Conceito de posvenção. Estudo Fenomenológico: Breve considerações sobre Ser e Tempo e a constituição ontológica do Dasein. Viragem Heideggeriana: introdução a segunda fase do pensamento de Heidegger: o acontecimento apropriador. Mundo contemporâneo e a Era da Técnica. Revisitando o fenômeno do suicídio a partir da compreensão hermenêutica-fenomenológica. Psicopatologias e suicídio. Era da técnica, hiperestesia e perda de sentido, a redução contemporânea do homem ao ser vivencial. METODOLOGIA

Aulas expositivas, leituras e discussões de material teórico. Aulas dialógicas em pequenos grupos e discussões com toda a classe. Utilização de recursos de audiovisual como documentários, filmes de curta duração.

FORMAS DE AVALIAÇÃO

Sobre a parte teórica do curso, o aluno será avaliado individualmente e deverá obter no mínimo a nota 5,0 (cinco) em cada avaliação (duas avaliações). Trabalho em grupo: elaboração de reflexão sobre a atuação do psicólogo na área de prevenção e tratamento clínico ao fenômeno do suicídio. O grupo deverá obter no mínimo a nota 5,0 (cinco). No caso do aluno não obter a nota mínima (5,0) em cada avaliação individual e no trabalho em grupo, ele será reprovado, com a nota final correspondendo a sua menor nota. A nota final do aluno no semestre será a média aritmética das notas das avaliações individuais e do trabalho em grupo.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Dutra. E. (2000). Compreensão de tentativas de suicídio de jovens sob o enfoque da Abordagem Centrada na Pessoa. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia. Universidade de São Paulo (USP).

Heidegger, M (2015). Contribuições a Filosofia (Do Acontecimento Apropriador). Rio de Janeiro: Via Verita.

Dantas, J. B. (2009). Tecnificação da vida: uma discussão sobre o discurso da medicalização da sociedade. Fractal: Revista de Psicologia, 21 (3), 563-580.

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Dutra, E. (2010). Suicídio no Brasil: estratégias de prevenção e intervenções. In Hutz, C. S. (Org.). Avanços em Psicologia Comunitária e intervenções psicossociais. S.P.: Casa do Psicólogo, (pp. 223-264).

Dutra, E.(2011) Pensando o suicídio sob a ótica fenomenológica hermenêutica: algumas considerações. ; Rev. Abordagem gestál; 17(2): 152-157.

Heidegger, M. (1981). Todos nós... ninguém. Um enfoque fenomenológico do social. Trad.: Dulce Critelli. São Paulo: Moraes (Original publicado em 1927).

Heidegger, M. (1999). Ser e Tempo. 8ª ed. Petrópolis: Vozes (Original publicado em 1927).

Rocha, M. S.; Boris, G. J. B.; Moreira, V. (2012) A experiência suicida numa perspectiva humanista-fenomenológica. Rev. Abordagem gestál.; 18(1): 69-78.

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Introdução à esquizoanálise

DEPARTAMENTO: Psicologia Social

PROFESSOR (A): Vera Lucia Ferreira Mendes

CARGA HORÁRIA: 51

JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA

Continuam crescentes as demandas de formação de psicológos para intervenções

institucionais, grupais e coletivas. Os alunos que cursam a disciplina obrigatória de

Psicologia Institucional têm feito sistematicamente demandas por continuidade de

formação nesse campo (através da constituição de grupos de monitoria e da utilização do

referencial da análise institucional na construção de projetos de pesquisa e de estágio).

No vasto campo da análise institucional ou do movimento institucionalista, a obra de

Gilles Deleuze e Felix Guattari, também conhecida por ‘Esquizoanálise’, tem sido

considerada como uma das mais importantes da segunda metade do nosso século, tendo

construído ferramentas conceituais e metodológicas que seguem fertilizando importantes

práticas institucionais e coletivas. Destacamos especialmente como de interesse para a

formação do psicólogo a contribuição de Felix Guattari na área da saúde mental, a partir

da experiência de La Borde (1953-1992), clínica psicoterapêutica e psiquiátrica de

atenção a transtornos graves, que se transformou num campo experimental para uma

série de propostas alternativas e revolucionárias, conhecida como psicoterapia

institucional, que teve enorme impacto nas políticas de saúde mental que trabalharam

com a desinstitucionalização.

EMENTA

Apresentar subsídios de análise institucional para intervenções grupais e coletivas do

psicólogo tendo como foco as contribuições da esquizoanálise (Deleuze e Guattari) e

seus usos na compreensão dos processos de subjetivação contemporânea, com foco na

saúde mental.

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OBJETIVOS

Propiciar ao aluno o contato com os conceitos da Esquizoanálise relativos à

compreensão dos processos institucionais, grupais e coletivos (e suas decorrências

como método de análise e de intervenção psicossocial) visando ampliar sua

instrumentação teórica para futuras intervenções institucionais.

Conhecer experiências no campo da saúde, educação, cultura, urbanismo que se

utilizam das referências da esquizoanálise.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

O que quer a esquizoanálise?

Situando a esquizoanálise no campo do pensamento institucionalista, das teorias do

psiquismo e da sociedade, das práticas clínicas, políticas, sociais. Desejo e produção;

economia libidinal e economia social; a micropolítica. Segmentariedade, territorialização.

Subjetividade e produção de subjetividade. Mapeando nossas concepções sobre

subjetividade. Subjetividades Contemporâneas. Cidade e produção de subjetividade

Conversas em torno de observações cotidianas de processos de subjetivação

contemporâneas.

Subjetividade esquizo e a experiência da psicoterapia institucional. A psicoterapia

institucional. Loucura/desrazão; subjetividade esquizo. A experiência de La Borde.

Seminários temáticos ou teóricos, aprofundando alguma dimensão conceitual ou

temática vista no curso ou dele desdobrado.

METODOLOGIA

Aulas expositivas dialogadas; conversas sobre o cotidiano; discussão de vídeos;

orientação de trabalho prático em torno de processos de subjetivação contemporânea .

FORMAS DE AVALIAÇÃO

Seminários teóricos ou temáticos em grupo e D i s s e r t a ç ã o i n d i v i d u a l .

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Deleuze, G. Conversações. Ed. 34, São Paulo, 1992.

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Guattari, Félix Revolução Molecular. Pulsacões políticas do desejo. Brasiliense, São Paulo, 1981. ______________ Caosmose. Um novo paradigma estético. Editora 34, Rio de Janeiro, 1992. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Guattari, Félix. Psicoanalisis y Transversalidad. Peter Pál Pelbart. A nau do tempo rei. Imago, 1993. _______________. A vertigem por um fio. Políticas da subjetividade contemporânea. Iluminuras/Fapesp, 2000. Moura, Arthur H. de. A psicoterapia institucional e o clube dos saberes. Suely Rolnick. “Psicologia: subjetividade, ética e cultura” Em: SaúdeLoucura 6. Subjetividade. Hucitec, São Paulo, 1997.

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Psicologia e linguagem: abordagem fenomenológica

DEPARTAMENTO: Psicologia Social

PROFESSOR: Hélio Roberto Deliberador

CARGA HORÁRIA: 51

JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA

Esta eletiva dá continuidade à apresentação e à possibilidade de aprofundamento da abordagem Fenomenológica aos graduandos em Psicologia. Na avaliação do elenco das eletivas propostas para o sexto período, observou-se desde o biênio 2005/2006, a ausência de uma eletiva teórica de Fenomenologia. Esta lacuna foi sanada por essa eletiva, dar-se-á nela a ênfase ao papel da linguagem para a compreensão da condição humana. A linguagem será examinada nas suas várias possibilidades.

EMENTA

O curso destina-se ao aprofundamento teórico de temas fundamentais, que propuseram, no século XX, XXI, as abordagens de fenomenologia e do existencialismo na esfera da Psicologia e da Filosofia e sua relevância para o trabalho do psicólogo em diferentes contextos profissionais. Merecerá destaque estudo da linguagem nas suas várias modalidades, do âmbito cotidiano ao âmbito da poesia, nas possibilidades de fertilizarem o trabalho dos psicólogos.

OBJETIVOS

Refletir sobre a significação da importância fundamental da linguagem para a existência humana; Refletir sobre a importância para a Psicologia de uma abordagem fenomenológica da linguagem; Refletir sobre a análise da fala, em especial, da fala poética como fundamentais para a psicologia.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

A apresentação do tema, da justificativa e da abordagem do curso; Possibilidade do encontro da linguagem originária; A fala do homem e a referência do mundo; A descoberta do mundo- mitos e logos;

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Arte, linguagem e poesia; Análise da linguagem poética em Chico Buarque de Holanda, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Rainer- Maria Rilke. Análise da linguagem em Guimarães Rosa (Grande Sertão Veredas).

METODOLOGIA

Aulas dialogadas

FORMAS DE AVALIAÇÃO

Trabalhos escritos individuais e avaliação escrita individual.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

GMEINER, C. N. A Morada do Ser- Uma abordagem filosófica da linguagem na leitura de Martin Heidegger. São Paulo: Edições Loyoa, 1998. MENESES, A. B. de Figuras do Feminino na canção de Chico Buarque. Cotia: Ateliê Editorial, 2001. MERLEAU-PONTY, M. (2004): O Olho e o Espírito, Ed. Cosac & Naify, São Paulo. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ANDRADE, C. D. Prosa Seleta. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2003. GADAMER, H.G. (2006): O Caráter Oculto da Saúde, Ed. Vozes, Petrópolis, RJ. PAZ, O . Los Signos em Rotación y Otros Ensaios. Madrid: Alianza Editorial, 1971 SAFRANSKI, R. HEIDEGGER. Um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. São Paulo: Geração de comunicação Integrada comercial, 2000.

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Psicologia e Relações de Gênero – Encontros e Rupturas

DEPARTAMENTO: Psicologia do Desenvolvimento

PROFESSOR: Plínio de Almeida Maciel Junior

CARGA HORÁRIA: 51

JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA

Apesar de sua longa existência na psicologia, só recentemente é que a pesquisa e a teoria psicológica integraram o conceito de gênero, e que sua comunidade científica assumiu as implicações teóricas e metodológicas resultantes desta integração. Assim, o debate epistemológico produzido tem contribuído de modo fundamental para questionamentos e mudanças do olhar da(s) psicologia(s) sobre seu campo de ação e teorização. Propiciar reflexões sobre os modos como diferentes abordagens psicológicas vêm sendo desafiadas pelas contribuições advindas dos estudos de gênero e sobre a fundamentação de políticas, programas e práticas em Psicologia pautadas em perspectivas anti-misóginas e críticas às ideologias heterossexistas e heteronormativas é o objetivo desta disciplina.

EMENTA

Teorias feministas e gênero – os primórdios de um conceito polêmico. A questão do gênero: percebendo, entendendo e definindo gênero. Diferenças sexuais e corpos generificados. Teóricas, teóricos e teorias do gênero: definições, ambiguidades e polêmicas. Gênero na vida pessoal. Relações de gênero e a política do gênero. Uma Psicologia do Gênero? – Desafios para uma Psicologia não-normativa dos trânsitos entre os gêneros.

OBJETIVOS

Apresentar o campo de estudos do gênero aos alunos. Discutir os desafios epistemológicos e metodológicos decorrentes das discussões desse campo de estudos para a produção de conhecimento da psicologia atual. Apresentar e discutir perspectivas sobre o processo de construção e (en)gendramento das subjetividades e identidades como possibilidade de articulação entre o gênero e a psicologia. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

O(s) Feminismo(s) e a formulação do conceito de gênero. Teorias e as Perspectivas de Gênero. Feminilidades e masculinidades; poder e privilégio; diferença e desigualdade. Diferentes formas de entender gênero: essencialismo e construção social. A assimilação “domesticada” do conceito de gênero na produção de conhecimento nas diferentes abordagens psicológicas. Ideologia heteronormativa e cultura heterossexista:

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sexualidades, preconceito e violência. Desafios para uma psicologia não-normativa dos trânsitos entre os gêneros.

METODOLOGIA

Aulas expositivas e dialogadas sobre os temas centrais, baseadas nas leituras dos textos indicados. Discussão crítica sob a perspectiva de gênero de artigos da mídia relacionados à psicologia e ao gênero [exercícios de análises individuais e grupais (discussões em grupo)]. Exercícios de reflexão sobre as diferentes experiências de estágio que os alunos tiveram no curso sob o escrutínio do gênero. Utilização de recursos disponíveis na Internet, como documentários, reportagens, publicações de blogs, entre outros.

FORMAS DE AVALIAÇÃO

Os alunos serão avaliados por intermédio da frequência, participação, da elaboração quinzenal de sinopses individuais reflexivas baseadas nas leituras e discussões em aulas, e da elaboração de quatro exercícios grupais produzidos na sala de aula.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CONNEL, R.; PEARSE, R. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: nVersos, 2015. 335p

MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. Feminismo e Política: uma introdução. São Paulo: Boitempo. 2014. 164p.

OKIN, S. M. Gênero, o Público e o Privado. Estudos Feministas, Florianópolis, v.16, n.2, p.305-332, mai./ago. 2008.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BOZON, M. Nova formulação das relações entre homens e mulheres na sexualidade contemporânea. In: Sociologia da sexualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004, p.81-96.

COSTA, A. A. A. O Movimento Feminista no Brasil – Dinâmicas de uma intervenção política. Labrys, Estudos Feministas, n.7, jan./jul. 2005. Disponível em: <http://www.labrys.net.br/labrys7/liberdade/anaalice.htm>. Acesso em: 14 abr. 2016.

FRAGA, A. B. A boa forma de João e o estilo de vida de Fernanda. In: LOURO, G. L.; FELIPE, J.; GOELLNER, S. V. (Orgs.). Corpo, Gênero e Sexualidade – Um debate contemporâneo na educação. 9. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013, p. 96-108.

MACIEL JR, P. de A. Tornar-se homem – Projetos masculinos na perspectiva do gênero. São Paulo/Rio de Janeiro: Livre Expressão. 2013. 193p.

MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. (Orgs.). Teoria política e feminismo: abordagens brasileiras. Vinhedo/SP: Horizonte. 2012. 290p.

NOGUEIRA, C. Contribuições do construcionismo social a uma nova psicologia do gênero. Cadernos de Pesquisa, n. 112, p. 137-153, mar. 2001.

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PISCITELLI, A. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, H. B. de; SZWAKO, J. E. (Orgs.). Diferenças, Igualdade. Coleção Sociedade em Foco. São Paulo: Berlendis e Vertecchia. 2009. p. 118-146

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Refletindo Sobre o Pensar: uma perspectiva comportamental

DEPARTAMENTO: Métodos e Técnicas

PROFESSOR (A): Denigés M. Regis Neto

CARGA HORÁRIA: 51

JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA

Considerando a importância teórica e prática dos repertórios denominados de

”cognitivos”, como o “pensamento”, “raciocínio”, “resolução de problemas” e

“criatividade”, é importante desenvolver a capacidade de analisar conceitualmente as

relações sob estes rótulos. Esta análise permitirá a identificação das condições propícias

para o desenvolvimento de tais repertórios. Além disso, ajudará a identificar condições

que perturbam ou impedem o seu desenvolvimento.

EMENTA

Contribuições da análise do comportamento para a compreensão de repertórios

complexos ditos “intelectuais”, para a descrição das condições promotoras, facilitadoras e

perturbadoras de seu desenvolvimento.

OBJETIVOS

Os alunos devem, ao final da disciplina, serem capazes de utilizar os conceitos

básicos da análise do comportamento para interpretar “fenômenos psicológicos” como o

pensar, raciocinar, resolver problemas, etc. Reconhecer as particularidades das análises

de tais fenômenos de uma perspectiva comportamental e, por fim, descrever

procedimentos responsáveis por sua aquisição/enfraquecimento.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Contingências sociais e o desenvolvimento do repertório individual

(Pensamento, resolução de problemas e criatividade)

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2. Comportamento “intelectual” não verbal (o manejo do seu repertório pelo

próprio indivíduo)

3. Comportamento “intelectual” verbal (Comportamento Verbal e controle por

regras no comportamento intelectual)

a. Aquisição e manutenção do comportamento verbal

b. Possibilidades abertas pelo comportamento verbal

4. Análise de repertórios individuais complexos (multi-determinação do

comportamento, raciocínio, lógica e resolução de problemas complexos)

METODOLOGIA

Os objetivos da disciplina serão alcançados por meio de aulas expositivas e

discussões em grupos e seminários temáticos. Vídeos ilustrativos de algumas discussões

serão apresentados aos alunos e exercícios práticos para identificar as relações descritas

em termos teóricos.

FORMAS DE AVALIAÇÃO

O aluno será avaliado por meio de provas individuais ao longo da disciplina, pela participação nas discussões propostas e exercícios realizados e qualidade das apresentações orais em grupo.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

Skinner, B. F. (1953). Ciência e comportamento humano (J. C. Todorov & R. Azzi, Trads.). São Paulo: Martins Fontes.

Skinner, B. F. (1957). Comportamento Verbal (Waldyr Muniz Oliva Trad.). São Paulo: Editora Cultrix.

Skinner, B. F. (1974). Sobre o Behaviorismo (Maria da Penha Villalobos Trad.). São Paulo: Editora Cultrix

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Skinner, B. F. (1969). Contingencies of Reinforcement. New York: Apleton-Century-Corfts.

Millenson, J. R. (1975). Princípios de análise do comportamento. (A. A. Souza e D. Rezende, trads.). Brasília: Coordenada. (Publicado originalmente em 1967)

Richelle, M. (1981). La adquisición del linguaje. Barcelona: Herder

Palmer, D. C. (2011). Consideration of private events is required in a comprehensive science of behavior. The Behavior Analyst, 34(2), 201.

Andery, M. A. P. A., & Sério, T. M. A. P. (2003). O pensamento é uma categoria no sistema skinneriano. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 54(3), 274-283.