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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM LÍNGUA PORTUGUESA VI JORNADA DO GRUPO DE PESQUISA DISCURSOS NA MÍDIA ESCRITA (DiME) Tema: Análise do Discurso: a mídia na pauta das discussões Data de Realização: 26 de novembro de 2013. LOCAL Auditório Prof. Dr. Ricardo Hasson Sayeg (sala 100 - prédio novo) Salas 109, 110, 116, 117, 118 e 119 (prédio novo) Rua Monte Alegre, 984 – Perdizes – São Paulo – SP RESUMOS DE TRABALHOS – DiME 20013 ___________________________________________________________ ___________ O GÊNERO NOTÍCIA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA Alciene Carvalho Silva (116) e-mail: [email protected] Universidade Federal de São Paulo

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

LÍNGUA PORTUGUESA

VI JORNADA DO GRUPO DE PESQUISA DISCURSOS NA MÍDIA ESCRITA

(DiME)

Tema: Análise do Discurso: a mídia na pauta das discussões

Data de Realização: 26 de novembro de 2013.

LOCAL

Auditório Prof. Dr. Ricardo Hasson Sayeg (sala 100 - prédio novo)

Salas 109, 110, 116, 117, 118 e 119 (prédio novo)

Rua Monte Alegre, 984 – Perdizes – São Paulo – SP

RESUMOS DE TRABALHOS – DiME 20013

______________________________________________________________________

O GÊNERO NOTÍCIA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE

LÍNGUA MATERNA

Alciene Carvalho Silva (116) e-mail: [email protected]

Universidade Federal de São Paulo

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar as propostas de ensino-

aprendizagem do gênero notícia, domínio da esfera jornalística, nos livros didáticos de

Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, selecionados pelo PNLD de 2011. O corpus

escolhido é a coleção do 6° ao 9° ano, intitulado Português linguagens, dos autores

William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães. O foco será a análise das

atividades didáticas propostas ao ensino do gênero notícia e as possíveis habilidades e

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competências que o aluno possa desenvolver, por meio das quais o gênero é abordado,

assim como, as possíveis alterações provenientes da transposição de seus suportes

originais (jornais e/ou revistas) para o livro didático. Para tal, recorremos ao suporte

teórico de autores como: Bakhtin (2010), Marcuschi (2008), Dionísio e Bezerra (2005),

Rojo e Batista (2003), Bonini (2007, 2011), Lage (2005) e dos pressupostos dos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998) e das políticas públicas direcionada

para uma maior democratização e qualidade do livro didático, em especial, o Programa

Nacional do Livro Didático (PNLD, 2011), o que reforça a responsabilidade da escola

de educação básica na formação do cidadão crítico, capaz de intervir na sua própria

realidade. Com isso, buscaremos identificar nas atividades direcionadas ao aluno, quais

habilidades e competências foram proporcionadas, se contempla as atividades de leitura,

linguagem e produção textual, assim como, o domínio do gênero noticia desde a

produção a circulação no seu âmbito social.

Palavras-chave: ensino-aprendizagem; mídia; livro didático.

_____________________________________________________________________________

PODE HAVER BELEZA NA DOR? A COBERTURA IMAGÉTICA DA

TRAGÉDIA DA BOATE KISS, EM SANTA MARIA, PELA REVISTA VEJA.

Alexandre Huasdy Torres Guimarães (117) e-mail: [email protected]

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Resumo: No dia 06 de fevereiro de 2013, a Editora Abril lançou a edição especial da

Revista Veja que tratou, com destaque, da tragédia ocorrida no dia 27 de janeiro de

2013, na cidade gaúcha de Santa Maria, em que, em uma primeira contagem, 235

pessoas morreram em virtude da fumaça proveniente do incêndio que tomou conta de

uma casa noturna, a Boate Kiss. Além da capa, a edição 2307 da Revista Veja dedicou

trinta e quatro páginas à fatalidade ocorrida durante a madruga. Destas, seis páginas

duplas são compostas por fotografias jornalísticas que tratam tanto do momento do

resgate das vítimas do incêndio quanto de momentos subsequentes. Diante da forma

captada pelo discurso dos fotógrafos jornalistas e das matérias em si, a edição da

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Revista Veja subsequente, 2308, de 13 de fevereiro de 2013, em sua seção denominada

Leitor, abriu três de suas quatro páginas para comentários de seu público leitor a

respeito da cobertura. Pretende-se, a partir da cobertura jornalística dessa tragédia,

tomando como corpus as duas edições citadas da mídia jornalística brasileira, a Revista

Veja, da Editora Abril, discutir a presença ou não do discurso sensacionalista no texto

fotojornalístico levando em consideração, para tanto, as questões relativas à sintaxe da

imagem fotográfica.

Palavras-Chave: Fotojornalismo; Sensacionalismo; Revista

_____________________________________________________________________________

A REFERENCIAÇÃO NA MÍDIA SENSACIONALISTA: UM ESTUDO DE

TEXTOS DA COLUNA JORNALÍSTICA “OLHAR CIDADÃO”

Aline Vieira de Sousa (s. 109) E-mails: [email protected]

Prof. Dra. Ana Rosa Ferreira Dias [email protected]

Instituição: Universidade de São Paulo

Palavras-chave: referenciação, sensacionalismo, Datena

Um dos exemplos mais atuais da representação da violência em mídia impressa

encontra-se no jornal de distribuição gratuita Metro. Nas primeiras páginas do jornal, há

a coluna denominada “Olhar Cidadão”, cuja autoria é de José Luis Datena, na qual o

jornalista dá seu ponto de vista sobre algum caso de violência que teve repercussão na

mídia.

Observando os textos da coluna, verifica-se que os agentes apresentados pelo autor

(principalmente os meliantes), são denominados de forma muito diferente uns dos

outros, o que contribui para a construção de sentido e a orientação argumentativa do

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texto. As denominações, no entanto, não são escolhidas aleatoriamente e referem-se a

uma atividade discursiva denominada referenciação/progressão referencial.

Este trabalho analisa os processos de referenciação construídos por Datena ao longo dos

textos. Dado o fato de que a prática da referenciação está inserida numa realidade

discursiva, ao redigir um texto, o autor, dentre a variedade lexical da língua, faz

escolhas significativas, a fim de atender aos seus propósitos argumentativos. Veremos

que, para exarcebar a emoção do leitor a fim de que este se comova e/ou se revolte com

a situação descrita, o jornalista faz uma escolha lexical significativa ao introduzir ou

retomar os agentes dos textos para que seu objetivo seja alcançado. Esta escolha tende a

acusar o agressor enquanto a vítima é tratada de forma individualizada.

_____________________________________________________________________________

CONTRUÇÃO DOS DISCURSOS DA VIOLÊNCIA: ESTRATÉGIASLINGUÍSTICO-

DISCURSIVAS EM DIÁRIO DE SÃO PAULO

Allan de Andrade Linhares (PUC/SP)1 (118) E-mail: [email protected]

Ana Rosa Ferreria Dias (PUC/SP)2

RESUMO: A matéria discursiva liga o enunciador ao enunciatário e vice-versa, referenciando

os lugares e os tempos discursivos, a imagens e os sentidos em circulação, em disputa na mídia.

Assim, o processo enunciativo se produz por uma articulação de dupla operação, ou seja, cria-se

um universo discursivo e uma situação de comunicação. Assim, este trabalho tem o objetivo de

investigar as estratégias linguístico/discursivas utilizadas na construção da notícia divulgada no

Jornal Diário de São Paulo de 20/10/2013, cuja manchete é Vira-latas das causas justas. Esse

objetivo partiu da seguinte inquietação: Como o Jornal Diário de São Paulo de 20/10/2013

constrói os discursos da violência? A fim de alcançar o objetivo pretendido dialogamos com

autores que caracterizam como a violência é veiculada pela mídia impressa, como os jornais

assumem o papel de construtoers de discursos de manipulação, considerando o nosso foco,

aqueles que incidem sobre leitores populares, os quais são vítimas de estados de violência. Para

1 Doutorando em Língua Portuguesa (PUC/SP). 2 Professora Doutora em Letras que orienta a produção do artigo.

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tanto, faremos uma discussão sobre o que seja ato e estado de violência a partir de

construbuições de Michaud (1989); caracterização da linguagem da violência a partir de

Rondeli (2000); uma abordagem midiática da violência a partir de Ramos e Paiva (2007);

caracterizações de aspectos linguístico-discursivos para a construção da violência a partir de

Dias (2008); Charaudeau (2012); , dentro outros. Discorremos, ainda, a uma sucinta abordagem

sobre a multimodalidade discursiva a partir de Santaella (1992); Dionísio (2005). Nossa análise

de deu sobretudo a partir da eleição de algumas categorias de análise do Contrato de Informação

Midiático de Charaudeau (2012). A análise do corpus evidencia que estratégias linguístico-

discursivas para a construção da volência nesse jornal de cunho popular, tendo em vista a

linguagem que o caracteriza o os leitores a que se destina, centraliza recursos expressivos a

partir, por exemplo, de variação sinonímia, redes metafóricas.

Palavras-chave: Discursos da violência. Estrtégias discursivas. Recursos espressivos.

______________________________________________________________________

A CONSTITUIÇÃO DO ETHOS DISCURSIVO FEMININO PARTILHADO EM

BORDADOS DE MARJANE SATRAPI

Ana Paula Pento (s. 116) e-mail: [email protected]

Orientador: Professor Dr. Sandro Luis da Silva

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Resumo: Como a novela gráfica autobiográfica tem grande notoriedade hoje em dia,

tanto pelo conteúdo confessional quanto pelo formato em HQ, a obra Bordados (2010)

de Marjane Satrapi compõe o corpus da pesquisa. O objetivo é identificar os

mecanismos linguísticos utilizados pela autora que permitem a constituição do ethos

discursivo das personagens femininas, a partir de seus relatos confessionais. Através de

uma perspectiva teórico-metodológica adotada neste projeto, acreditamos que esta

pesquisa traga uma contribuição na formação de professor da escola básica, e também

para o trabalho com textos multimodais no processo de ensino-aprendizagem da língua

materna e suas literaturas, uma vez que o estudo de discurso na formação inicial do

professor leva-o a ter uma visão mais crítica do ato de ler e que, de certa forma, implica

a visão de leitura que ele levará para a sala de aula para desenvolver suas atividades

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docentes na formação de leitores mais críticos, capazes de entender a realidade que se

configura por meio de linguagem verbal e não-verbal, caracterizando o processo de

interação social do homem, promovendo diálogos necessários para que se torne um ser

ativo e presente em seu grupo social. O estudo está pautado em Maingueneau (2001;

2008; 2010), Dionisio (2011), García (2012), Ramos (2012), Koch & Elias (2009) e

Bakhtin (2011). A pesquisa ainda está em desenvolvimento, mas é possível perceber

que a compreensão do ethos discursivo é importante para entender o discurso presente

no texto.

Palavras-chave: novela gráfica, ethos, linguagem

______________________________________________________________________

“DOUTOR BARRIGA” E “O FUTEBOL”: O ETHOS FIADOR DE ROTA 66

Ana Paula Santos Moura (PUC/SP) [email protected] (119)

Orientadora: Prof. Dra Ana Rosa Ferreira Dias

O discurso jornalístico se propõe a levar conhecimento ao público de forma mais

objetiva possível. Portanto, apregoa que o jornalista não deve ter lado, sentimentalismo,

opinião ou qualquer atitude que possa deixar marcado na materialidade textual o seu eu

(salvo o editorial e similar). Entretanto, a reportagem em livro anda por caminhos

opostos aos ditames do jornalismo tradicional. O livro, por ter maior amplitude de

espaço, possibilita um fazer jornalístico com muito mais possibilidade de

aprofundamento dos fatos. Nele o autor/jornalista mergulha nos acontecimentos para

depois os reconstituir de modo quase literário, assim, a subjetividade do enunciador se

torna um importante diferencial para despertar o interesse do leitor. Sendo assim, esse

gênero jornalístico nos incita a compreender quais as estratégias discursivas que pode

torna-lo tão instigantes para o publico leitor. Diante disso, tomando como corpus de

análise o capítulo 2 – Doutor Barriga e o 4 – O futebol, do Livro Rota 66 de Caco

Barcellos (2010), objetiva-se destacar as estratégias de construção do ethos discursivo

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que afiança e autoriza o enunciador de tal discurso a buscar uma possível adesão do

leitor. Para tanto, tomou-se como aparato teórico, principalmente, Edvaldo Pereira Lima

(2009) e A Análise do Discurso da linha francesa, mais precisamente, as contribuições

de Dominique Maingueneau (1997, 2004, 2005, 2008 e 2009). Assim, pode-se perceber,

por meio da tríade cena englobante, cena genérica e cenografia, que no corpus citado

emerge um ethos de engajamento, um sujeito pertencente a o grupo ao qual se dirige e,

portanto, está autorizado a falar dele e para ele na materialidade discursiva veiculada em

todo o livro-reportagem Rota 66.

Palavras-chave: discurso jornalístico, ethos discursivo, Rota 66.

_____________________________________________________________________________

CENAS DA ENUNCIAÇÃO EM TEXTOS JORNALISTICOS: A

CRIMINALIZAÇÃO SEM CRIME

Anderson FERREIRA (PUC-SP) (s.117) e-mail: [email protected]

Orientador: Prof. Dr. Jarbas Vargas NASCIMENTO (PUC-SP)

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

RESUMO

O presente artigo visa a examinar a constituição da cenografia em notícias de violência

urbana. Objetiva-se revelar as estratégias linguístico-discursivas no interior do

enunciado para validação das cenas de enunciação. Privilegiamos como aporte teórico-

metodológico a Análise do Discurso de linha francesa, em particular, os estudos

propostos por Dominique Maingueneau sobre a noção de cenas de enunciação.

Selecionou-se a mesma notícia em dois jornais populares de grande circulação na

cidade de São Paulo e grande São Paulo. Trata-se do caso das cinco pessoas de uma

mesma família que foram encontradas mortas em um apartamento na cidade de Ferraz

de Vasconcelos, na grande São Paulo, em setembro de 2013. À época dos

acontecimentos, as notícias veiculadas pelos jornais Agora e Diário de São Paulo

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tendiam a criminalizar o boliviano Alex Guinones Pedrazza como autor das mortes.

Apresentada como ‘crime’ nos supracitados jornais, a notícia foi repercutida como um

ato de violência e explorada pelo viés sociocultural dos envolvidos, desencadeando

outros tipos de violências materializadas linguisticamente. A cenografia construída

afastou a cena genérica para enlaçar o leitor de jornal e coloca-lo em outra cena. O

leitor é posto na cenografia estereotipada que, para ser legitimada, apoia-se em cenas

validadas socialmente por meio de enunciados que reproduzem esses estereótipos. São,

pois, as análises sociais feitas pela mídia do suposto autor do crime que a levam a

acionar os estereótipos para criminalizar, de forma velada, Alex Guinones Pedrazza, já

que, conforme foi apurado pelo Instituto de Criminalística (IC), as vítimas morreram

por causa do vazamento de gás no apartamento onde moravam.

PALAVRAS-CHAVE: Cenografia- violência – discurso jornalístico

______________________________________________________________________

ENTRE A TRANSPARÊNCIA E A OPACIDADE: A CONSTRUÇÃO

DISCURSIVA DAS CLASSES (SOCIAIS?) NA MÍDIA

André Fernandes (118) e-mail: [email protected]

Sheila Elias de Oliveira (orient.)

Universidade Estadual de Campinas – Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-

UNICAMP)

Inscritos na perspectiva teórica da Análise de Discurso Francesa, procuramos

compreender a construção discursiva das classes (sociais?econômicas?sócio-

econômicas?) a partir de um corpus de textos de mídia brasileira. O trabalho se justifica

porque nos permite refletir sobre as condições sócio-históricas de construção dos

referentes de classe em nossa sociedade e sobre o modo como o social aparece recortado

nas diferentes materialidades textuais-discursivas. Tomamos a mídia como um lugar

privilegiado de observação das determinações sociais/econômicas/culturais que incidem

sobre os objetos referidos discursivamente. A partir de 2006, percebemos uma grande

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produção de sentidos acerca da identificação do brasileiro em cinco classes nomeadas

por letras – A, B, C, D e E -, ganhando destaque a classe C, que funciona como símbolo

da ascensão social e aparece reescriturada também por nova classe média em discursos

oficiais e da mídia. Observamos o modo como o nome “classe C”, por designar a classe

mediana na estrutura social, dá visibilidade aos sujeitos que identifica e àqueles

identificados, por meio da estratificação, como pertencentes às outras classes.

Recortamos, para análise, as reportagens “O sonho começou”, da Revista Istoé, de 11 de

agosto de 2008; “Ela empurra o crescimento”, veiculada na revista Veja, de 02 de abril

de 2008 e “A classe C vai ao paraíso”, publicada na Revista Istoé, de 20 de agosto de

2010. Um primeiro olhar analítico nos revela que a sustentação imaginária das classes

sociais se dá a partir de formulações que trabalham o efeito da transparência sobre o real

da história, criando a ilusão da homogeneidade social. Mas, a partir de nossa posição,

que conjuga língua e história, atentamos para a não-estabilidade dos referentes e, logo,

para o fato de que essas formulações se mostram profundamente opacas.

Palavras-chave: classe C; imaginário; (des)estabilização.

______________________________________________________________________

V DE VINAGRE - A PRODUÇÃO DE IMAGENS HUMORÍSTICAS SOBRE AS

MANIFESTAÇÕES BRASILEIRAS 

André Luis Portes Ferreira Coelho (118) e-mail: [email protected]

LABJOR/NUDECRI/UNICAMP

Orientadora – Cristiane Pereira Dias

Resumo:

Ao longo de 2013, os protestos tomaram conta do território brasileiro, e as redes

sociais não foram uma exceção. Houve uma grande produção de conteúdo, mas

paralelamente à cobertura ao vivo dos protestos, outros usuários aproveitaram a situação

para criar imagens descontraídas, divulgando e discutindo a situação de uma forma

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leviana e irônica. Esse texto busca explorar e analisar a produção de conteúdo e

imagens, chamadas por vezes de “memes de internet”, em canais de redes sociais que

abordaram os protestos que tomaram conta da mídia em 2013. Pretendo realizar uma

análise discursiva de conteúdo das imagens, buscando a de-superficialização da imagem

enquanto texto, buscando assim compreender o processo de produção de sentidos nas

imagens. Através da perspectiva francesa de analise de discurso, representada por

autores como Eni Orlandi e Michel Pechêux, confirmamos que tais imagens são textos,

justamente por serem capazes de levantar e negociar sentidos, o que nos leva além da

imagem e da legenda, buscando o que mais é dito, por quem é dito, e o que é silenciado,

mas continua gerando significados. Pretendo levar em conta as condições de produção

das imagens, no espaço virtual por usuários que também são produtores de conteúdo, e

investigar quais as aproximações discursivas com as manifestações e sua cobertura

jornalística.

Palavra chave: discurso; divulgação cultural; internet

_____________________________________________________________________________

A CONSTITUIÇÃO DO ETHOS DISCURSIVO FEMININO NO CONTO

“CINCO MULHERES” DE MACHADO DE ASSIS

Beatriz Silva Rocha (Graduação): (s. 116) E-mail:[email protected]

Prof°. Dr°. Sandro Luis da Silva (Orientador)

Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

Resumo: Pesquisa realizada sob orientação do Prof°. Dr°. Sandro Luis da Silva do

departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. O objetivo

do projeto de pesquisa é propor uma investigação sobre a construção do ethos

discursivo feminino no conto Cinco Mulheres (1865) de Machado de Assis,

explicitando a construção das personagens de modo a revelar a representação feminina

através do discurso. O problema de pesquisa procura elucidar quais são os mecanismos

linguísticos presentes no conto que evidenciam o ethos discursivo feminino presente na

narrativa. A pesquisa assume os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do

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Discurso, tal como vem sendo desenvolvido por Dominique Maingueneau (2008,2012)

e aspectos relativos à análise das personagens conforme os desdobramentos propostos

por Beth Brait (1985). A análise do ethos feminino no conto volta-se para a descrição

das cenas enunciativas. A pesquisa se vale da abordagem qualitativa, uma vez que

procura-se, a partir do levantamento bibliográfico e análise textual-discursiva, verificar

a constituição do ethos discursivo das personagens no conto machadiano, corpus de

análise. Espera-se mostrar com a pesquisa, como os procedimentos linguísticos e

discursivos são utilizados para a construção de um ethos discursivo feminino na

narrativa, além de analisar o ethos que emerge das personagens individualmente,

evidenciando dessa forma, a relação entre a linguística e literatura, e a delineação da

imagem feminina na obra de Machado de Assis; compreendendo os sentidos criados a

partir da linguagem.

Palavras-Chave: Ethos; feminino; conto

_____________________________________________________________________________

A PRESENÇA DA ORALIDADE NO TEXTO JORNALÍSTICO:

MANIFESTAÇÕES POPULARES PARA OBTENÇÃO DO FENÔMENO

ENVOLVIMENTO

Catia Regina Ribeiro Artur (PUC/SP) (116) e-mail: [email protected]

Orientador: Prof. Dr. Dino Preti

Este trabalho propõe analisar o emprego de expressões populares, no texto jornalístico,

como elemento do discurso da violência e de captação de leitores. Procuraremos

demonstrar a metáfora e os vocábulos populares, bem como os efeitos hiperbólicos

decorrentes de seus usos, no trato de um assunto violento, o que favorece sua

intensificação. Nesse contexto, o jornal busca compactuar com a ideologia do povo e

assume a função de seu porta-voz, demonstrando sua indignação ou insatisfação. Por

outro lado, procura manter suas características próprias, como a objetividade na

linguagem e a apresentação de fontes, para garantir a credibilidade. A mescla de

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aspectos do discurso jornalístico e da oralidade popular revela-se como uma estratégia

de construção da notícia. Os principais objetivos desta pesquisa são: 1) examinar a

construção do discurso da violência no texto jornalístico; 2) demonstrar a relação entre

o tema da violência e o uso da linguagem popular, para facilitar a captação de um

público leitor específico. O corpus selecionado para a análise foi a matéria jornalística

intitulada “Roubalheira de parar o trânsito”, de Ivan Ventura, do jornal Diário de São

Paulo, de 5 de novembro de 2013. A relevância do estudo está em evidenciar processos

de construção do discurso da mídia impressa atrelados a um tema e um público leitor.

Os principais referenciais teóricos que embasam a análise são: Yves Michaud, quanto à

conceituação da violência; Patrick Charaudeau, para verificação do modo de

organização do discurso e o ordenamento temático; e Ana Rosa Ferreira Dias, para

análise dos aspectos linguístico-discursivos. Quanto aos resultados, indicaram que a

linguagem popular aparece mesclada com os modelos cultos da língua no texto

jornalístico, no entanto, estes são utilizados para informar e comentar os fatos enquanto

aquela é, geralmente, destacada para chamar a atenção do leitor, facilitando sua

captação.

Palavras-chave: discurso da violência, expressões populares, captação de leitores.

_____________________________________________________________________________

Daniele de Lima Mesquita (109) e-mail: [email protected]

UFRJ e UCAM

QUESTÕES DE GÊNERO E ESTILO NA CRÔNICA CONTEMPORÂNIA

Resumo:

O artigo a ser exposto tem por objetivo refletir a respeito das diferenças de estilo, que

permeiam as escritas de homens e mulheres e permitiriam, num primeiro momento, a

identificação de marcas de gênero nas crônicas de Martha Medeiros, Mônica

Waldvogel, Moacyr Scliar e Rubem Alves. Para tanto, foram escolhidos textos que

versam sobre o mesmo tema, a tristeza, e que foram publicados em jornais de grande

circulação (O Globo e Folha de São Paulo). O intuito é analisar aspectos que selam

pontos de diferenciação e de identificação entre os universos discursivos feminino e

masculino, a partir de uma prática de escritura bastante popular, como é a crônica,

caracterizada por manter elementos provenientes da prosa jornalística e  da literária. O

trabalho, no entanto, não empreende comprovar singularidades excludentes, mas sim

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abordar distinções que levantem o questionamento sobre a manutenção irremediável das

diferenças, em qualquer tempo, ou a sua provável neutralização; conforme ocorre,

igualmente, a neutralização das disposições que definem como diferentes os papéis

sociais desempenhados por homens e mulheres. Necessariamente por se considerar o

gênero como um signo que caracteriza e define o estar e o ser no mundo, é possível

perceber que sua natureza antecede o estilo individual, posto que prenuncia o modo de

ver o mundo, fonte da expressividade do cronista. Ainda assim, é curioso observar até

que ponto o gênero feminino ou masculino restringe o olhar do sujeito ou simplesmente

valida este olhar, no âmbito histórico-temporal, que dita mudanças comportamentais

dentro de nossa sociedade. A análise respalda-se em teóricos do discurso como Mikhail

Bakhtin e Michael Halliday, e em pensadores das condições do gênero como Simone de

Beauvoir e Virgínia Woolf, entre outros.

Palavras-chave: escrita, gênero, diferença, crônica

______________________________________________________________________

EXPRESSÕES MULTIMODAIS DE TEXTOS JORNALÍSTICOS PARA A

CONSTRUÇÃO DO ESCÂNDALO: IMPLÍCITOS E CONTEXTOS

Deborah Gomes de Paula (109) e-mail: [email protected]

Instituição: PUC/SP – UNIP

Resumo:

Esta comunicação situa-se na Análise Crítica do Discurso (ACD) e tem por tema

a relação texto e contexto para a representação do escândalo em textos jornalísticos

multimodais. Tem-se por objetivo geral contribuir com os estudos do discurso jornalístico e

por objetivos específicos: 1. examinar a seleção e a combinação de expressões visuais e

verbais, em textos jornalísticos brasileiros para representação do escândalo; 2. verificar os

contextos e suas funções, na produção/compreensão de textos multimodais (visual e

verbal). O material analisado é constituído de textos jornalísticos brasileiros multimodais

impressos. As análises buscaram examinar as relações cotextuais entre imagens, cores e

expressões verbais, assim como os contextos de sua produção discursiva, para a

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representação do escândalo, no texto. Entende-se que é necessário analisar de forma crítica

as representações ideológicas e culturais, para verificar os valores ideológicos contidos

nelas, já que eles propiciam a manifestação de crenças, relativas a questões sociais, na

caracterização do escândalo. A mudança social ocorrida com o fenômeno da globalização

pôs em uso privilegiado os textos multimodais, principalmente os produzidos com o verbal

e o visual (imagens e cores). Assim, é importante investigar a produção desses textos.

Kress e van Leeuwen (1996), preocupados com a multimodalidade, ao tratarem da

mudança social ocorrida, durante a globalização, definem o texto multimodal como um

produto do discurso, visto como uma ação, que combina o verbal com imagens e cores em

uma semiose. Conclui-se que os elementos selecionados pelo produtor participam de

sistemas de conhecimento, armazenados na memória social e individual, assim, considera-

se que a ativação do armazenado nem sempre é consciente, pois a ideologia do Poder, que

tem acesso ao público, pelos discursos, passa a influenciar as pessoas, levando-as a

sustentar essa ideologia por sua reprodução textual, no e pelo discurso.

Palavras-chaves: discurso jornalístico, multimodalidade, escândalo.

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NOTAÇÕES ACERCA DE TRÊS EXEMPLOS DO DISCURSO DA

IRRACIONALIDADE NO JORNALISMO ESPORTIVO: TEXTO; IMAGEM E

HINO DE TORCIDA.

 Douglas Sáppia (117) e-mail: [email protected]

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Orientador: Profa. Dra. Lilian Lopondo.

O presente exame toma como objeto de estudo três produções textuais que pertencem a

sistemas semióticos distintos, mas que se aproximam em função de seu aspecto

discursivo, isto é, procura-se observar em que medida o jornalismo esportivo, na mídia

impressa e na internet, está sujeito à presença de uma prática social da linguagem à qual

perpassa a irracionalidade. Para tanto, optou-se por selecionar uma reportagem do jornal

"O ESTADO DE S. PAULO", uma imagem da web e um hino de torcida organizada ao

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passo que se verifica sua condição de discurso irracional, sob uma perspectiva

foucaultiana de análise do discurso. Por ser um epistemologista, Michel Foucault

ocupou-se dos problemas da linguagem pautado em uma pluralidade de vieses

analíticos, das diversas esferas das ciências humanas, sobretudo no concernente ao

processo que se delineia do texto ao discurso, à medida que destaca a relação entre

indivíduo e palavra. Esforçar-se-á, portanto, em compreender a constituição do homem

em detrimento da estrutura de seus produtos textuais de modo que evidenciem a

arquitetura de seu discurso. Em síntese, por se configurarem como gêneros comumente

presentes em veículos de comunicação de grande circulação, os objetos de estudo em

questão são formadores de opinião; sustenta-se dessa forma a tese de que a ausência de

razão coletiva resulta no apagamento do indivíduo discursivo.

Palavras-chave: Discurso; Jornalismo esportivo; Intermidialidade.

ARGUMENTAÇÃO E INTERSUBJETIVIDADE: QUANDO PARTIR DO ZERO

É VANTAGEM

Eliana da Silva Tavares (FURG) e-mail: [email protected] (119)

Exploro a relação entre como o Jornal Correio do Povo apresentou as primeiras

notícias relativas à renúncia do Papa Bento XVI, a partir do texto EUA: católicos

querem partir do zero (14/02/2013: 08), e o texto apresentado pelo publicitário

Alexandre Periscinoto, durante encontro da Confederação Nacional dos Bispos do

Brasil, em 1977 (Periscinoto: 1995). Para tanto, valho-me da noção de

intersubjetividade, tal como a apresenta Benveniste (1995:293), no final do capítulo da

subjetividade na linguaguem, buscando relacioná-la à noção de argumentação, como a

apresenta Tavares (2003).

Enquanto a manchete do jornal, na medida em que apresenta um desejo de

renovação, constitui a Igreja Romana, e seus 2000 anos de História, como um passado a

ser superado, o texto de Periscinoto, ao estabelecer uma analogia entre o marketing e

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essa Igreja, evoca seu equivocado eixo de atuação, por deixar de propagar o que seria

seu produto mais precioso: a fé.

Periscinoto (1995) chama a atenção para o quanto a Igreja Romana, e o Papa de

então, Paulo VI, sabiam se valer do sentido promocional de uma imagem. Assim, em

que crise tal encontra-se a Igreja para que o argumento de um de seus representantes

veja “recomeçar do zero” como uma “oportunidade”.

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GÍRIA E METÁFORA NO JORNAL POPULAR: ESTRATÉGIAS DO DISCURSO DA

VIOLÊNCIA NA MÍDIA

Fernando Leite Morais (118) e-mail: [email protected]

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP

Resumo: Orientador: Dino Fioravante Preti. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-

PUC/SP. A violência, por vezes, passa despercebida aos nossos olhos, isso por não se tratar

somente de violência física, mas sim, trangressão a nossos costumes culturais e ao nosso

sagrado. Como nos ensina Yves Michaud (1989), há violência quando, numa situação de

interação, um ou vários atores agem causando danos a uma ou várias pessoas em vários graus,

sejam física ou moral esses graus, participações simbólicas ou culturais. A respeito dessa

violência simbólica, Michaud (Idem, Ibidem: 10) diz que ‘’Como dano físico, a violência é

facilmente identificável; como violação de normas, quase qualquer coisa pode ser considerada

violência.’’ A esse conceito de violência, como violação às normas, é que iremos nos ater para

análise do Jornal Popular. O jornal que iremos analisar é o Agora São Paulo, e o foco principal

da análise é o discurso da violência no mesmo, assim percebendo as gírias e metáforas

utilizadas para construção do discurso da violência. Como arcabouço teórico utilizaremos os

conceitos acerca de violência de Yves Michauld (1989), as estratégias de construção do discurso

das mídias de Charaudeau (2012) - fazer-saber, fazer-sentir, fazer-fazer, as gírias de grupo e

vulgar de Dino Preti (2004) construídas no discurso midiático como estratégia de violência e,

por fim, a metáfora utilizada no jornal como recurso para dar enfase à violência também,

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veremos em Ana Rosa (2003). Esses conceitos serão nossa fundamentação teórica para

legitimar a análise do jornal. Ao decorrer da análise se pretende explicitar as ocorrências de

violência geradas pelo jornal popular, tornar visível a violência contida no discurso midiático,

em específico no jornal popular Agora São Paulo. A gíria e metáfora irão esclarecer que o jornal

pesquisado não apenas transmite a violência, mas contribui com a mesma em seu discurso.

Palavras-chaves: Discurso. Violência, Mídia.

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ANÁLISE SEMIÓTICA DA NARRATIVA BÍBLICA “A

PARÁBOLA DOS TALENTOS”

Fernando Luis Cazarotto Berlezzi ([email protected]) (119)

Orientador: Prof. Dr. João Cesário Leonel

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Resumo:

O presente trabalho pretende demonstrar a teoria do significado proposta pelo linguista lituano

Algirdas Julien Greimas, que considera o trabalho de construção do sentido como um percurso

gerativo, que vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto, em que cada um dos

três níveis de profundidade é passível de descrições autônomas. Para exemplificar a teoria

semiótica greimasiana, escolheu-se o texto bíblico descrito no Evangelho de Mateus,

denominado “A parábola dos talentos”. Parábolas são consideradas narrativas figurativas e

foram utilizadas constantemente por Jesus Cristo durante seu ministério. A palavra portuguesa

"parábola", vem diretamente do grego "parabolé", um vocábulo composto que significa "pôr ao

lado de", com o sentido de "comparar", a fim de servir especificamente como uma ilustração de

alguma verdade ou ensino. Uma parábola é uma forma de discurso para ilustrar uma lição que

se deseja ensinar. Usando uma definição bem conhecida, poderíamos dizer que uma parábola é

“uma história terrena com um significado celestial”, pois usa elementos conhecidos para

explicar algo desconhecido. Originalmente, a parábola era uma narrativa curta, usando detalhes

da vida cotidiana para ilustrar noções morais, sendo um eficaz recurso pedagógico porque

exprimia as coisas em termos compreensíveis e facilitavam a sua recordação. Desta forma

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independente do tempo e da época poderiam ser compreendidas por seus ouvintes ou leitores. A

parábola dos talentos, escolhida para esta análise trata–se de uma narrativa curta, mas rica –

com uma estrutura narrativa bem desenvolvida, que possibilita examinar, ainda que

sucintamente, os componentes sintáxico e semântico de cada um destes três níveis: nível

fundamental, nível narrativo e nível discursivo. Serão explicitados os mecanismos implícitos de

estruturação e de interpretação de texto.

Palavras-chave: Análise do Discurso: Parábola dos talentos; discurso religioso

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DA ADESÃO AO ARREPENDIMENTO: A RELAÇÃO DE O GLOBO COM O

REGIME MILITAR BRASILEIRO POR MEIO DA LSF

Flávia Ferreira da Silva (110) e-mail: [email protected]

Universidade Federal de Sergipe – (UFS)

Resumo:

Equipamen O Regime Militar brasileiro implantado em março de 1964 é visto como

uma fase obscura da história política do Brasil. No entanto contou com grande apoio

dos jornais da época. O jornal O Globo é um desses veículos. Hoje, 49 anos depois, este

jornal declara ter sido um engano o apoio por ele dado ao Regime. Dessa forma, o

presente trabalho investiga comparativamente dois editoriais veiculados pelo jornal O

Globo. O primeiro, publicado em 02 de abril de 1964, em adesão ao Regime Militar e o

segundo, publicado em 31 de agosto de 2013 em que o jornal se arrepende por esse

apoio. Interessa-nos saber qual o papel da transitividade nesses editoriais, buscando

identificar a contribuição deste sistema na construção de sentido de cada um dos dois

editoriais analisados, conforme os pressupostos da Linguística Sistêmico-Funcional.

Como aporte teórico, utilizamos os pressupostos da Gramática Sistêmico-Funcional de

Halliday e nos apoiaremos nos estudos de Halliday (1985); Halliday& Matthiessen

(2004). Dentre os resultados da análise, podemos observar que a) o processo material é

o de maior ocorrência nos editoriais analisados; b) o processo existencial é o menos

presente. Tal resultado nos possibilita afirmar que a grande ocorrência do processo

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material propicia ao leitor um conhecimento do mundo físico, deixando em segundo

plano o mundo interior dos participantes.

Palavras-chave: Sistema de transitividade; Regime Militar brasileiro; Editorial.

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A CONSTRUÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA O HOMOSSEXUAL: PIADA DE

“BICHA” (118)

Hamilton Fernandes de Souza (PUC-SP) CNPq - [email protected]

Orientadora: Profa. Dra. Jeni Silva Turazza (PUC-SP)

Teresinha Oliveira Carmo (PUC-SP) Bolsista da Secretaria da Educação do Estado de

São Paulo - [email protected]

Orientador: Prof. Dr. Dino Preti

Este ensaio apresenta uma discussão sobre a violência contra o homossexual na análise

de piadas, que genericamente são conhecidas como “piadas de bicha”. Para tanto,

utilizaremos alguns referenciais teóricos como Michaud (1989). Bergson (2001),

Charaudeau (2012), Maingueneau e Charaudeau (2004), Possenti (1998, 2010) com o

intuito de discutir as estratégias apresentadas na piada que leva o leitor/espectador a rir

do personagem, bem como a analisar a interface do humor e terror como expressão da

violência, por fim, identificar a construção do estereótipo. A análise do texto focará as

marcas lingüísticas, gírias, caracterização do personagem homossexual, denominado

“bicha” de um lado, pela passividade: (submisso, passivo), atitudes (rebolar, gritar,

desmunhecar) de outro, aquele que promove a humilhação do personagem (machão,

ativo). A partir da análise, observamos a construção da violência sob o viés do humor,

bem como o preconceito é instaurado no que tange ao gênero por intermédio do

estereótipo.

Palavras chaves: - Piadas – rir – violência - estereótipo

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A TEORIA NA PRATICA: O ENSINO DE REFERENCIACAO E

ORIENTACAO ARGUMENTATIVA EM TEXTOS JORNALISTICOS

ESCRITOS

Karina Menegaldo Dias (s. 116) e-mail: [email protected]

IFSP- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Resumo:

Este trabalho tem por objetivo demonstrar como a análise de textos jornalísticos de

mídia impressa pode ser utilizada no ensino da referenciação, a graduandos em Letras e

Linguística, demostrando inclusive como identificar as marcas de argumentatividade

presentes na construção dos objetos de discurso. Para isso serão apresentadas as

explicações sobre os pressupostos teóricos citados, pertencentes ao escopo da

Linguística Textual, baseando-se primordialmente nos estudos de Koch (1999; 2004;

2005; 2009), Marcuschi (2008) e Cavalcante (2003; 2011; 2012; 2013), através do

exame de textos, explicitando a prática de análise. As matérias recortadas e expostas

neste estudo pertencem a textos verbais, veiculados na mídia impressa e digital, que

foram experimentados em cursos de curta duração ministrados a estudantes de

graduação e pós-graduação, de diversas áreas, nos quais as estratégias de referenciação

e a argumentatividade foram ensinadas por meio da análise de textos verbais de mídia

impressa e digital. Pretende-se, através do exame das matérias, demonstrar de maneira

aplicada, ou seja, dentro de textos, como ocorre a construção destes objetos e as

estratégias envolvidas no processo. Tem-se como objetivo primordial mostrar aos

docentes como ensinar referenciação partindo de análise de textos de mídia impressa,

buscando, além do aprendizado da teoria, a familiarizar o aluno com metodologias

utilizadas em pesquisas acadêmicas. Procurando, por fim, possibilitar ao aluno a

transposição da aplicação observada nos textos expostos em sala para outros textos.

Palavras-chave: referenciação; orientação argumentativa; ensino

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O ETHOS ADOLESCENTE E OS SENTIDOS DE BELEZA NA ESCRITA

SOBRE SI

LUANA FERREIRA DE SOUZA (s, 110)  e-mail: [email protected]

UNICAMP

Orientadora: HELCIRA LIMA/UFMG

Resumo:

O assunto da beleza atravessa os indivíduos, levando a corporeidade a ocupar

bastante espaço no debate midiático. É possível perceber por meio das representações

sociais em torno do feminino que os sentidos de beleza, no que tange à construção

social dos sujeitos, afetam de modo diferenciado e contundente as imagens de mulher.

Não se pode negar, nesse espaço, o papel que o funcionamento da mídia impressa

possui na consolidação e deslocamentos desses sentidos. Nesse sentido, objetivo, com

este trabalho, refletir sobre a influência das representações de beleza e o cuidado de si

na construção das imagens de si das adolescentes que escrevem para uma seção da

revista Capricho, a saber: a seção Tudo de Blog. Para tanto, percorri um caminho

teórico-analítico em que fosse possível perceber como se dão essas relações na

representação feminina na escrita de si na adolescência. Nesse percurso, pude observar a

construção de diversos ethé pautados em diversas representações que recobrem o

imaginário da beleza e pude ainda observar que as imagens das adolescentes que

escrevem para a seção analisada revelam uma preocupação com o corpo e a imagem,

recobertos pelo discurso da alimentação saudável ou mesmo pela questão da

personalidade e do estilo. O quadro teórico da pesquisa está inscrito na Análise do

Discurso (AD) e as reflexões se pautam, sobretudo, na abordagem empreendida por

Amossy (2010) e Maingueneau (2005). O empreendimento teórico se deu também na

compreensão dos estudos de gênero social como possibilidade de fomentar a discussão

entre gênero e linguagem e perceber como se estabelecem essas relações e como elas

são materializadas na linguagem. O gesto analítico deste trabalho permitiu compreender

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o modo como a imagem da beleza atribuída às mulheres adolescentes constrói um ideal

de beleza inesgotável, interpelando-as fortemente. Nesse construto, a naturalização da

beleza feminina é resultado, pois, de um empreendimento cultural.

PALAVRAS-CHAVE: Ethos; Adolescência; Revistas.

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ANÁLISE DE PIADAS NA PREVISÃO DO TEMPO DO TELEJORNAL AQUI

AGORA E PIRIRI, PORORÓ.

Luis Octavio Rogens de Melo Alves (s. 116) e-mail: [email protected]

DIME – PUC - GRUPO DE PESQUISA DISCURSOS NA MÍDIA ESCRITA (DIME)

Resumo:

Esta comunicação pretende analisar, dentro da perspectiva da Linguística Textual e das

Teorias do Humor, a presença de piadas no quadro Previsão do Tempo do telejornal

Aqui Agora, transmitido na década de 90 pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). O

informativo bem-humorado apresentado por Felisberto Duarte, alcunhado como "Feliz",

é marcado pela presença de bordões, recurso usado de forma recorrente em programas

humorísticos e no meio publicitário. O jornalístico Aqui Agora, veiculado entre os anos

de 1991 e 1997, foi um programa popular de grande sucesso que se autonomeava como

“um Jornal vibrante, que mostra, na tevê, a vida como ela é” (Ramos, 1998), fazendo

explicitamente uma clara referência a obra rodriguiana em seu lema. Conhecido pelo

seu traço popularesco e sensacionalista, no ano de 2008, foi feita a tentativa de uma

releitura do programa com novos integrantes, mas permaneceu apenas dois meses no ar.

Tomará como foco, nesta apresentação, a análise do texto oral retextualizado

(Marcuschi, 2008). Destacar-se-á na exposição a presença de piadas prontas e

conversacionais. A análise tem em seu escopo teórico os trabalhos de Ramos (2007),

Possenti (1998), Gil (1991), Preti (2001) e Koch (2009). Este trabalho integra-se ao

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Grupo de Pesquisa Discursos na Mídia Escrita (DiME) da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo.

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O ATO DE INFORMAR: BREVE ANÁLISE DE UMA NOTÍCIA DA FOLHA E

DO AGORA SÃO PAULO

Maiara Pereira de Santana (117) e-mail: [email protected]

Instituição: PUC_SP

A natureza do ato de informar foi discutida por Patrick Charaudeau na obra Discurso

das Mídias e despertou o interesesse sobre o processo de informar a alguém. No

processo, o informante é visto como um benfeitor inquestionável. Ressaltando que a

natureza da informação remete à linguagem, o teórico a descreve não apenas como um

“sistema de signos”, mas, como um sistema de valores que comanda um sistema de

signos. Dessa forma, o ato de informar deve-se considerar: fonte de informação,

instância de transmissão e o receptor. Entretanto, em tal processo a intersubjetividade

(tanto do redator, quanto do receptor) é desconsiderada.

Palavras-chave: informação, processo, linguagem.

Problema de pesquisa: Como o ato de informar pode atender aos interesses diferentes

em textos escritos para jornais (Folha de São Paulo e Agora São Paulo)?

Objetivo: realizar uma breve análise de uma notícia sobre fato comum entre os jornais:

Folha de São Paulo e Agora São Paulo.

Fundamentação teórica: a pesquisa tem por base os estudos de Patrick Charudeau e

como corpus de análise, duas notícias, versando sobre um acontecimento comum dos

jornais Folha de São Paulo e Agora São Paulo.

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O PAPEL DOS HIPERLINKS NA CONSTITUIÇÃO DO GÊNERO REVIEW DE

TECNOLOGIAS: UM ESTUDO DE CASO

Marcela Lima (s.110) e-mail: [email protected]

Instituição: IEL/UNICAMP

Orientadora: Raquel Salek Fiad

Resumo:

Inserido no campo aplicado dos estudos da linguagem, e lançando mão dos conceitos

bakhtinianos de gênero discursivo, dialogismo e relações intergenéricas, este trabalho tem o

objetivo de descrever e analisar o papel dos hiperlinks digitais na constituição do gênero

Review de Tecnologias. O corpus de pesquisa é composto pelos 8 Reviews produzidos e

publicados entre 23/10/2009 e 31/03/2012 por dois estudantes da área da Ciência da

Computação. O blog a partir do qual geramos nossos dados é mantido por seus idealizadores de

maneira independente (sem patrocínios) e visa ao compartilhamento gratuito, via Internet, de

informações técnicas, estéticas e funcionais sobre smartphones e tablets, constituindo-se como

uma mídia característica das chamadas Culturas Participativas do século XXI. Cada Review

analisado é tomado aqui como um enunciado concreto que, na condição de elo da cadeia

discursiva, remete tanto ao projeto enunciativo dos blogueiros-autores, ou seja, à situação social

mais imediata de produção, recepção e circulação desses enunciados, quanto ao contexto social

mais amplo, a chamada mídia participativa. Ao adotarmos uma perspectiva enunciativa de base

dialógica para a análise de nossos dados, assumimos que todas as escolhas (temáticas,

estilísticas e composicionais) realizadas - das quais os hiperlinks digitais fazem parte - estarão

em diálogo constante com esses dois contextos. Dessa forma, buscamos compreender o que o

uso de hiperlinks digitais tem a nos revelar acerca do posicionamento dos autores-blogueiros em

relação ao seu projeto enunciativo - cujo foco é produzir, e publicar via blog, enunciados

pertencentes ao gênero Review de Tecnologias, que sejam capazes de contemplar necessidades

específicas de uma audiência presumida - e às práticas participativas nas quais se engajam ao

longo do processo.

Palavras-chave: dialogismo, relações intergenéricas, hiperlink.

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O ARGUMENTO DA PESSOA E SEU ATO

MARCELO CESAR CAVALCANTE (110) e-mail: [email protected]

FACULDADE ANHANGUERA DE TABOAO DA SERRA

Resumo: Este trabalho segue a Teoria da Argumentação de Perelman&Tyteca ao

analisar o Argumento da pessoa e seu ato. A solidariedade entre a pessoa e seu ato é

fundamental na medida em que a pessoa é conhecida e julgada pelos seus atos, o que

torna praticamente impossível sua dissociação. A tentativa de dissociar o ato da pessoa

sempre é parcial e precária. Perelman (1997,p.228)* afirma que o valor que atribuímos

ao ato nos estimula a atribuir um certo valor à pessoa. Deste modo, esta comunicação

visa analisar a dissociação entre a pessoa e seus atos no discurso do Pastor Marco

Feliciano quando se refere aos homossexuais. Ao negar seu preconceito aos

homossexuais, o Pastor, por intermédio de seu discurso, acaba por afirmar ainda mais a

repulsa que sente por tal grupo. A dissociação que apresenta em seu discurso acaba por

traí-lo nas tramas do discurso, O texto escolhido foi uma entrevista publicada na Revista

Veja, páginas amarelas, em 20 de março de 2013. Como sabemos que o discurso é

opaco e não-transparente, o entrevista se perde e se contradiz nas malhas do discurso,

afirmando seu preconceito quando, na verdade, pretende negá-lo.

•PERELMAN, Chaim. Retóricas. São Paulo. Martins Fontes, 1997.

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MÍDIA E DISCURSO NO TECIDO DA COMPLEXIDADE

Marcelo Furlin (110)    e-mail: [email protected] Metodista de São Paulo

O início do século XXI, ricamente matizado pela transição do locus físico para o locus

virtual, revela inesperadas transformações no ser e no estrar no mundo, com a releitura

de paradigmas sociais, culturais e éticos, e coloca em evidência inúmeras formas de

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manifestação no domínio da linguagem – a verbal, a imagética, a sonora, entre outras.

Mais substancialmente, tal cenário compreende o discurso midiático como espaço

privilegiado para a reflexão sobre a linguagem em sua dimensão pragmática e criativa.

Nesse recorte inspirador, será desenhada uma interface, de caráter introdutório, entre

mídia, discurso e o Pensamento Complexo (MORIN: 2005), que sublinha a

multidimensionalidade da informação e do conhecimento em contraste à configuração

linear e estática da apreensão do mundo empírico. Morin fundamenta a noção de

sistema como uma unidade complexa, que não abriga a mera soma de suas partes

constitutivas. Antes, prioriza a relação parte-todo sob o olhar da complementaridade

entre a ordem e a desordem, na perspectiva da construção de sentidos ad infinitum. Com

tal acento, o objetivo da comunicação é promover um diálogo mais refinado entre o

sistema complexo e o sistema midiático, uma vez que ambos nutrem a

plurissignificação livre e dialógica da palavra. Em síntese, entende-se que a

comunicação oferecerá contribuições em consonância com o repertório de estudos

orientados para a Comunicação, no sentido de circunstanciar as pesquisas que

investigam o tecido complexo de signos em movimento no(s) discurso(s) da mídia.

Palavras-chave: Pensamento Complexo, Mídia, Discurso

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O HERÓI POLIFÔNICO: UM ESTUDO SEMIÓTICO

Marcos Rogério Martins Costa (119) e-mail: [email protected]

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Resumo: O conceito de polifonia, mais que qualquer outro conceito bakhtiniano, vem

suscitando objeções e mal-entendidos. Essa observação pode ser confirmada pela ampla difusão

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editorial das obras de Bakhtin e de seus comentadores em várias partes do mundo. O que o

romance polifônico instaura de mais notório no cenário literário é a descoberta de uma

personagem independente, imiscível e equipolente (cf. COSTA, 2013). Independente, porque,

diferente do acontece no romance monológico, na arquitetônica do romance polifônico, o autor

não fala do personagem, nem sobre o personagem, mas com o herói, conforme Bakhtin (1997);

temos, portanto, um excedente de visão que não subestima o herói. Imiscível, porque o autor, no

romance polifônico, dá voz ao herói para que ele conte, sob seu ponto de vista próprio, o fato

em andamento, para isso a voz do narrador se distingue da da personagem e vice-versa – essa

diferenciação é possível pelo uso exacerbado de aspas, parênteses e outras estratégias

discursivas. Equipolente, porque o autor e o herói polifônico não constituem uma unidade

englobante e outra englobada, mas dialogam entre si de maneira que uma voz não subjuga à

outra: elas dialogam em pé de igualdade. A partir da semiótica francesa, objetivamos perscrutar

essas três características do herói polifônico por meio do percurso gerativo de sentido, proposto

por Greimas e Courtés (2008), e da semiótica tensiva, desenvolvida por Fontanille e Zilberberg

(2001). Desse modo, procurando as vizinhanças entre a filosofia bakhtiniana e a semiótica

francesa – mas respeitando as diferenças que sustentam as epistemologias dessas teorias –, este

estudo, em andamento sob a orientação da Profa. Dra. Norma Discini, pretende operacionalizar

o conceito bakhtiniano de polifonica por meio do instrumental semiótico. Portanto,

consideramos a polifonica como um efeito de sentido que não escapa de um campo de presença

e, como tal, passível de análise semiótica e operacionalização.

Palavras-chave: Semiótica francesa, Polifonia, Ator.

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A FIGURA DA MULHER NAS CAPAS DE REVISTAS FEMININAS: ENTRE O

PLANO DO CONTEÚDO E O PLANO DA EXPRESSÃO

Marcos Rogério Martins Costa (119) e-mail: [email protected]

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Patrícia Margarida Farias Coelho (coautora) e-mail: [email protected]

Pontíficia Universidade Católica de São Paulo

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Resumo: Neste estudo, propomos compreender, a partir da teoria da semiótica francesa

(GREIMAS, COURTÉS, 2008), os aspectos sincréticos que criam e produzem os

efeitos de sentido na capa de revistas brasileiras. Para compor o nosso corpus,

escolhemos três revistas brasileiras, a saber: Nova, Marie Claire e Criativa. Essas

revistas foram escolhidas, porque, em suas capas, está ilustrada a mesma protagonista: a

atriz Paloma Duarte. O objetivo deste estudo é verificar, a partir do estudo da capa

dessas revistas, como elas criaram a identidade da figura feminina Paloma Duarte em

acordo com a proposta da revista. Para isso, consideramos, conforme Floch (1987), os

aspectos topológicos, eidéticos e cromáticos que compõem o simbolismo e o

semissimbolismo presentes na função semiótica entre o plano do conteúdo e o plano da

expressão. Investigando essa semiose, pudemos compreender que cada revista utiliza o

corpo da modelo e os seus valores sociais e culturais de personalidade pública para

confirmar e propagar os valores ratificados pela própria revista, bem como os

requeridos pela leitora-consumidora dessa determinada revista. A presença dessa leitura

do corpo da feminino na capa se sustenta desde os níveis mais profundos do percurso

gerativo do sentido, posto que, a partir do arsenal semiótico, podemos depreender da

superficialidade do texto as oposições mínimas de sentido e a enunciação enunciada que

subjaz à textualização, bem como a que impulsiona para os níveis mais concretos e

complexos do discurso. Por isso, este estudo, em desenvolvimento, vem contribuir

positivamente para o estudo das estratégias discursivas presentes na publicidade

brasileira que sustentam os valores de consumo e reiteram a identidade de seus

enunciadores (revista e suas publicidades) e enunciatários (leitoras-consumidoras).

Portanto, atentos às transformações que a mídia impressa difunde em nosso cotidiano,

este trabalho busca verificar as relações entre mídia impressa e leitora-consumidora,

bem como entre feminilidade e mídia impressa.

Palavras-chave: Semiótica discursiva, Feminilidade, Mídia impressa.

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FANZINES PUNKS NO BRASIL, PRÁTICAS E DISCURSOS

Marco Antonio Milani (109) e-mail: [email protected]

UNESP/Assis

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Orientador: Prof. Dr. Hélio Rebello Cardoso Jr.

Palavras-chave: Fanzines, punk, discurso

Durante as décadas de 1980 e 1990, os punks brasileiros lançaram mão dos fanzines

para divulgar seu pensamento dentro e fora de seu grupo. Eram impressos compostos a

partir de desenhos, textos a mão ou datilografados e recortes de jornais e revistas. As

matrizes provindas desse processo eram fotocopiados e distribuídas de mão em mão ou

por via postal para todo país. A pesquisa compreende, dessa maneira, uma seleção de

publicações existentes na Coleção Movimento Punk no CEDIC, da PUC-SP. A partir

das mesmas são buscadas as práticas de leitura e escrita com referência na história da

leitura em combinação com um estudo dos discursos, segundo Michel Foucault. Através

da noção deleuzeana de limiares discursivos, é possível estabelecer enunciados com

base na relação entre imagens e palavras, fundamental para a compreensão das colagens

existente nos fanzines punks. A pesquisa explora o extremo a tensão entre o pensamento

foucaultiano e o do historiador da leitura Roger Chartier, pondo em ressonância os

limites de sentido estabelecidos pelo impresso – redundante em si mesmo e a

continuidade do sentido no texto – independente do suporte. Dessa maneira, constata-se

que os fanzines transpõem elementos de diversos outros impressos, inserindo-os em um

novo discurso, de acordo com as relações que estabelecem com outros enunciados e

imagens no próprio suporte. Os fanzines analisados conferiram uma visão muito própria

em relação aos acontecimentos daqueles anos turbulentos para o Brasil, da mesma

maneira que se tornaram uma ferramenta imprescindível para consolidar o punk, como

forma de comportamento, estilo musical e, quiçá, forma discursiva.

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A CONSTITUIÇÃO ETHOS DISCURSIVO NA REVISTA CARTA CAPITAL: “QUE DEUS SE APIEDE”

Marta Silva Souza (117) e-mail: [email protected]

Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP

Orientador: Sandro Luís da Silva

Universidade Federal de São Paulo

Resumo:

Os veículos midiáticos são meios de comunicação em massa que produzem enunciados

os quais visam a abordar informações sobre diversos assuntos, a fim de produzir uma

fidelidade factual em relação aos acontecimentos de mundo, a fim de conquistar a

confiança de seu público-alvo e troná-lo fiador de seus enunciados. Para isso, o sujeito

enunciador apropria-se de estratégias discursivas, as quais levam em consideração os

possíveis interesses sociais e ideológicos tanto da recepção quanto da produção de

enunciados, com objetivo de persuadir/influenciar/manipular o seu leitor/ouvinte alvo.

Durante o processo de enunciação, o enunciador busca conduzir o leitor/ouvinte a

constituir uma “imagem” do sujeito referido na enunciação e, simultaneamente, a

“imagem” do sujeito enunciador no processo discursivo. Porém, a “imagem” constituída

pode não ser a requerida pelo enunciador. Tal “imagem” é definida por Dominique

Maingueneau (2003, 2008, 2012) como ethos discursivo. Assim, com base nessas

concepções ethos discursivo, objetiva-se estudar a constituição ethos discursivo na

“capa” da revista Carta Capital publicada no dia 20 de fevereiro de 2013, a qual tem

como notícia destaque a renúncia ao papado realizada por Bento XVI (Joseph

Ratzinger). Tais estudos serão desenvolvidos a partir das escolhas linguísticas, verbais e

não-verbais, utilizadas pelo seu enunciador. Servirão como respaldo teórico os estudos

desenvolvidos pela Análise do Discurso (AD), ancorando-se com as concepções

discursivas de Maingueneau (2012) e com os conceitos de comunicação de massa de

Edgar Morin (1997).

Palavras- chave: Análise do Discurso; Mídia; Ethos- discursivo.

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POLÍCIA VS BANDIDO - RELAÇÕES DE PODER NA CONSTRUÇÃO DA IMAGEM

NO JORNAL MEIA HORA DE NOTÍCIAS: UMA ANÁLISE DISCURSIVA

Mayara Suellen de Sousa (119) e-mail: [email protected]

FFLCH - USP – Programa de Filologia e Língua Portuguesa

Orientador: Prof. Dr. Hudinilson Urbano  

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CRÔNICA: CONSTRUTORA DE OPINIÕES e CONDUTORA DAS MASSAS

MILTON GABRIEL JUNIOR (109) e-mail: [email protected]

Pontifícia Universidade Católica e Unip

Resumo:

Esta comunicação está situada na área da Análise Crítica do Discurso, Linguística

Textual-Discursiva e da sócio-retórica, têm por objetivo analisar as sequências textuais

nos textos denominados colunas, a fim de verificar se esses textos pertencem ao gênero

crônica; além de investigar e apresentar em como as crônicas jornalísticas se organizam

no plano textual-discursivo verificando se esses textos se tipificaram em um novo

conjunto de gêneros. Tem –se por pressupostos inter-relacionar os postulados de

Bazerman (2009), os esquemas textuais-discursivos de Adam (2010) e as categorias

analíticas Discurso, Sociedade e Cognição da Análise Crítica do Discurso, van Dijk

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(1990, 1997, 2012). Focaliza-se no material utilizado, colunas dos jornais paulistanos; o

método adotado para análise é o teórico-analítico. Justifica-se a análise, uma vez que os

estudos realizados sobre as crônicas nacionais apenas trataram de sua organização

textual ou da materialidade linguística “guiada” pela situação de enunciação, não há um

estudo que inter-relacione a linguística textual e a linguística do discurso buscando

apresentar a construção textual-discursiva das crônicas jornalísticas, apresentando assim

a composição do plano descritivo da estrutura composicional, das tipologias, das

sequências típicas e assim compreender os aspectos da materialidade linguística, o que

levou a re-categorização do gênero crônica. Os resultados obtidos indicam que a crônica

esta em mutação, agindo e interagindo no meio social ao criar realidades ou fatos

sociais; as crônicas jornalísticas se constituem ações sociais construídas pela linguagem,

uma vez que cria um sistema de valores e significações através do texto produzido, ao

analisar as ações sociais conseguimos verificar os mecanismos de textualização

delimitando o interdiscurso, o intertexto e o gênero, constatando que a crônica possui

função e lugar social específico, com valor recorrente, ao criar um sistema de valores e

significações construídas na sua organização textual-discursiva.

 Palavras-chave: crônicas jornalísticas, o gênero crônica, construção da opinião.

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DISCURSO DA DIVERSIDADE NO HUMOR: DOIS GUMES DE UMA

LÂMINA.

Nilton Tadeu Alonso de Queiroz (117) e-mail: [email protected]

UniEstácio

Doutor em Língua Portuguesa pela PUC/SP

Resumo:

Este artigo surge como adaptação e recorte de nossa tese de doutorado e tem por

objetivo analisar as características das estratégias discursivas responsáveis pela

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construção do humor como caracterizador do discurso homofóbico, do discurso da

exclusão e do discurso de grupo como caracterizadoras de um estado de violência

social, utilizando categorias como fato relatado, dito relatado e discurso relatado de

Charaudeau (2007-2012) para compreensão da composição e criação da encenação

humorística, com base nos estudos de Possenti (2010) no que concerne à relação entre

humor, linguagem e discurso, e os efeitos responsáveis pela manutenção de

preconceitos e tabus, demonstrando as nuances semânticas que oscilam entre o riso e a

exclusão, gerando um estado de violência, nem sempre facilmente identificável, pois o

termo que provoca o riso, algumas vezes, gera adesão inclusive por parte do grupo

excluído, possivelmente, pela força de um discurso constituinte preconceituoso que faz

com que os sujeitos do discurso não percebam imediatamente o grau de agressividade e

violência que esse “humor” pode gerar, perpetuando preconceitos.

Palavras-chave: Discurso, Diversidade, Humor, Preconceito.

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REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE: A POLÊMICA DA

INTERINCOMPREENSÃO INSTAURADA NO DISCURSO DE

REGULAMENTAÇÃO DA MACONHA, DO PRESIDENTE DO URUGUAI,

JOSÉ MUJICA

Ricardo Celestino (Mestrando PUCSP) (118) e-mail:

[email protected]

Prof. Dr. Márcio R. O. Cano (UFLA)

Em contribuição aos estudos enunciativo-discursivos propostos pela Análise do

Discurso de linha francesa, de Dominique Maingueneau, temos a proposta de analisar o

discurso jornalístico Crônicas do Jornal, de Arnaldo Jabour, veiculados pelo suporte

televisivo da Rede Globo, no telejornal Jornal da Globo, e o discurso de regulamentação

da maconha, do presidente uruguaio José Mujica, com os objetivos de examinar a

polêmica da interincompreensão que se instaura nos discursos supracitados. A escolha

pelo tema justifica-se, por se tratar de um assunto que evidencia inúmeros pontos de

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vista, pautados em formações discursivas distintas em um mesmo tempo histórico.

Identificamos que a polêmica da interincompreensão instaura-se ao problematizarmos a

palavra regulamentação, em uma alternativa política de controle do consumo e venda da

maconha no Uruguai. Para compreendermos como se instaura a polêmica da

interincompreensão nos discursos em análise, recorremos às categorias de interdiscurso

e competência discursiva, uma vez que na AD pressupomos que a prática discursiva só

é possível ao estabelecer diálogos e constituir-se de práticas discursivas anteriores,

inseridas em um universo, campo e espaço discursivos. Ainda, o discurso em análise

insere-se em um campo discursivo específico e institucionalizado na sociedade, no caso

o jornalístico, e para que seja efetiva a prática enunciativo-discursiva, há exigência de

uma competência discursiva tanto do enunciador quanto do co-enunciador, em legitimar

o discurso na prática social. O estabelecimento desse discurso em sociedade, pode

acarretar na polêmica da interincompreensão, ao passo que enunciar a partir das regras

de um determinado campo discursivo, pode incindir na não-compreensão dos sentidos

enunciados a partir de um campo discursivo distinto que detém outros posicionamentos.

PALAVRAS-CHAVE: análise do discurso; interincompreensão; Arnaldo Jabour;

discurso jornalístico.

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O LÉXICO NA FORMAÇÃO DO ETHOS DE MARINA SILVA

Rita de Cássia da Silva SOARES (110) e-mail: [email protected]

GPDG - USP

Resumo:

Neste trabalho, pretende-se discutir a noção de ethos tal como apresentado na Retórica

de Aristóteles e retomado por Chaim Prelman, na teoria postulada como Teoria da

Argumentação, a fim de analisar como o léxico foi selecionado e organizado no

discurso jornalístico que pauta sobre a ex-senadora da República, Marina Silva, que,

atualmente, é focalizada como possível e forte candidata à presidência da república nas

próximas eleições. Sabe-se que jornalismo, por definição, é uma prática social voltada

para o “contar história” e para a “informação” ao público leitor. O jornalista capta o

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mundo, conforma-o e informa-o por meio de um dizer. Esse dizer é, muitas vezes, sobre

o mundo ou alguém e denota um ponto de vista específico e, por vezes, direcionado.

Para análise, utilizar-se-á dois artigos publicados nas revistas Veja e Época, no segundo

semestre de 2013. Também propõe-se uma reflexão sobre o jornalismo de revista e a

sua relação com a formação de um ethos. Na Retórica, o ethos refere-se à ideia de que

qualquer orador cria uma imagem se si próprio através do seu discurso. Para a

constituição desse discurso, o sujeito faz escolhas lexicais que melhor constituirão sua

imagem, e refletirá suas intenções para persuadir seu público a aderir as suas opiniões.

Os estudos lançados pela Retórica e pela Teoria da Argumentação nos auxiliarão na

análise do discurso jornalístico apresentado na mídia impressa.

Palavras-chave: Léxico; Ethos; Persuasão.

–Sugerimos aqui que, ao lado do estudo da enunciação, a semiótica nos faz entender como o

ethos funciona do ponto de vista da audiência e, portanto, como audiências consomem o

discurso público na mídia por meio do ethos.

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COTAS RACIAIS, ERRO OU ACERTO? BREVE PROPOSTA DE

ANÁLISE EDITORIAL DA FOLHA DE S.PAULO

Ronaldo Pimentel Baptista (109) e-mail: [email protected]

CEFET/RJ

Resumo:

A presente pesquisa se propõe a realizar uma breve análise de editorial publicado no

“Caderno de Opinião”, da Folha de S.Paulo, de 27 de abril de 2012, que trata da

questão das cotas raciais.  Considera-se o contexto histórico, visto que o Supremo

Tribunal Federal, em abril de 2012, no governo da Presidenta Dilma Rousseff, aprovou

por unanimidade a constitucionalidade da política de cotas socais e raciais para o

ingresso nas universidades públicas brasileiras. Além disso, a imprensa brasileira tem

noticiado constantemente manifestações acerca de tão relevante questão, bem como

demarcado também seu posicionamento frente a este tema. Assim, nosso objetivo é

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refletir sobre o posicionamento assumido pelo jornal, com base na identificação de

vozes com as quais o texto dialoga, evidenciando sua posição social. Para tanto, o

trabalho apresenta, além de uma contextualização do tema, uma breve caracterização da

Folha de S.Paulo, de modo que fiquem claras algumas de suas características

institucionais, manifestas no pensamento do autor. Posteriormente, procedemos a uma

breve análise linguística, propriamente. Isto feito, algumas considerações conclusivas

constam no desfecho do trabalho.  Em seguida, a exposição na íntegra do texto editorial,

a fim de que o objeto da análise esteja explícito e acessível. O instrumental utilizado

envolve conceitos propostos por Bakhtin, principalmente dialogismo e polifonia,

amplamente estudados por especialistas como: Izidoro Blikstein, José Luiz Fiorin,

Diana Luz Barros, Fátima Andreia Tamanini, Janice Brito Mansur, Maria Letícia de

Almeida Rechdan e Vera Lucia Pires. Enfim, entendemos que, por mais que muitos

venham sendo os avanços no que diz respeito ao combate ao racismo existente no

Brasil, é evidente que esse conjunto de ações ainda não foi suficiente para combatê-lo

nem, tampouco, para convencer grande parte da população de que o Brasil é um país

racista.

Palavras-chave: Cotas raciais; Análise de Discurso; Mídia impressa.

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DESVENDANDO O DISCURSO JORNALÍSTICO DO SÉCULO XVIII E XIX

NO DITO RELATADO DE NASCIMENTO DE MORAES

Rosângela Aparecida Ribeiro Carreira (117) e-mail: [email protected]

PUC/SP

Orientador: Dr. Jarbas Vargas Nascimento

Resumo:

Este artigo tem por objetivo analisar as características dos textos jornalísticos de

Nascimento de Moraes, autor maranhense, como uma primeira tentativa de análise da

obra jornalística do autor, enquanto corpus que servirá para desvendar o universo

discursivo-jornalístico no final do século XVIII, início do século XIX, pautando-se na

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Análise do Discurso de Linha Francesa (AD), utilizando categorias como fato relatado,

dito relatado e discurso relatado de Charraudeau (2007-2012) e universo, campo e

espaço discursivos de Maingueneau (2007) para compreensão do topos jornalístico na

construção do espaço discursivo e da encenação genérica para verificar como o dito

relatado revela o contexto da época por meio das estratégias linguísticas, que constroem

a encenação e revelam características sócio-culturais do período abolicionista, bem

como, estabelecem um processo de construção da imagem do negro naquela época,

revelando, assim, a ideologia de diferentes classe sociais em relação à posição do negro

na sociedade abolicionista.

Palavras-chave: Dito, relatado, discurso, Nascimento de Moraes

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A REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES AFEGÃS PELA IMPRENSA

BRASILEIRA

Rosângela Oliveira Cruz Pimenta/UFAL (116)

e-mail: [email protected]

RESUMO

O presente artigo trata sobre a representação das mulheres afegãs, através dos discursos

jornalísticos impressos. Nosso objetivo é analisar o discurso da imprensa brasileira

sobre a ocidentalização da cultura afegã feminina, através das fortes críticas aos hábitos

islâmicos impostos às mulheres e da incorporação de padrões de comportamentos

ocidentais ao longo do tempo. O referencial teórico utilizado é da Análise de Discurso

Francesa, com estudos de Michel Pêcheux (2009), Eni Orlandi (2005), Mikhail Bakhtin

(1986), Ana Gama Florêncio (2009), Bethania Mariani (2003) entre outros. Na

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metodologia utilizada, a constituição do corpus analisado se deu a partir da seleção de

um editorial da Revista Veja, publicado em agosto de 1998 e uma notícia publicada no

Jornal do Commercio, de 09 de dezembro de 2012, sobre as mulheres afegãs. As

categorias de análise foram as condições amplas e restritas de produção e a formação

discursiva e ideológica. Nas materialidades discursivas analisadas foi possível constatar

que na primeira há um forte direcionamento do autor para negativar a imagem da

condição das mulheres afegãs, no intento de ocidentalizar um padrão feminino de

comportamento e, na segunda, é possível constatar que o comportamento das mulheres

mudou, a partir da busca dos padrões ocidentais de beleza.

Palavras-chave: Afeganistão – cultura – mulheres

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O DISCURSO DA VIOLÊNCIA NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA

Me. Rudney Soares de Souza (PUC-SP) (118) e-mail: [email protected]

Dr. Márcio Rogério de Oliveira Cano (UFLA-MG) e-mail: [email protected]

Neste artigo, discutimos, com fundamento teórico nos estudos da Análise do

Discurso, os atos e os estados de violência em notícias, ou seja, a presença de uma

violência mais sutil e que, portanto, não se manifesta claramente na notícia aos olhos

desatentos. Tomamos como amostra notícias publicadas em revistas e jornais.

O objetivo é mostrar que em uma notícia sobre um assassinato, por exemplo, é

patente que se trata de violência, entretanto, o exagero nos detalhes, a hiperbolização e o

tipo linguagem constroem uma narrativa que beira a ficção para tratar do mesmo

assassinato, atinge, portanto, outros patamares de violência mais sutis que já não se

referem simplesmente ao ato, mas à constituição de uma violência por meio da

linguagem que diz respeito não somente ao ato, mas principalmente a um estado de

violência.

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As notícias escolhidas como amostra foram Morto a tiros tem genitália

arrancada, publicada em 19 de outubro de 2009; Medo de sequestro faz estudantes

mudarem de rotina, publicada em 17 de outubro de 2009; Nova lei de mídia é vingança

em dobro para Cristina, diz analista, publicada em 13 de outubro de 2009.

O artigo justifica-se pelo fato de intentar analisar as escolhas feitas durante a

construção da notícia, o que nos parece ligado a um tipo de violência velada, ou seja, a

um estado de violência, em que a violência não é legitimada por quem noticia e muito

menos por quem lê. A notícia não se denomina violenta, mas os indícios linguísticos,

presentes no discurso, permite-nos inferir que há violência no discurso.

Palavras-chave: Análise do Discurso; Discurso Jornalístico; estados de violência.

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FACES DA VIOLÊNCIA NOS JORNAIS

Sandra Coimbra da Silva Tavares (119) e-mail: [email protected]

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

RESUMO

O presente estudo se insere na linha de pesquisa: “O discurso da violência na imprensa”,

do Programa de  Estudos Pós-graduados em Língua Portuguesa da PUC-SP , e tem por

tema : Atos e estados de violência na mídia impressa. A violência é um tema que já faz

parte do cotidiano do Ser Humano e, cada vez mais, diversos meios de comunicação e

centros acadêmicos debatem o assunto, torna-se necessário refletir sobre o tema sendo

assim, este trabalho está norteado pela seguinte questão: Os textos jornalísticos e as

imagens que os acompanham, na mídia impressa,  demonstram algum tipo de violência?

Tem como objetivo comparar e  analisar  imagens e textos de jornais e verificar como se

apresenta o discurso relatado nestes veículos de informação. A justificativa para este

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estudo será compreender como podemos perceber os atos e os estados de violência nas

matérias e imagens apresentadas. Segundo Elizabeth Rondelli (2000) a criminalidade e

a violência são entendidas como o uso da força para causar dano físico à outra pessoa.

De modo geral, a veiculação dessa violência pela mídia não tem sido discutida com

profundidade e evidenciando diferenças entre a violência mostrada nos veículos de

informação e a realidade das ruas. As cenas mostram a violência de modo desordenado,

levando muitas vezes a explicações socioeconômicas e não as causas políticas da

violência que tem sido mostrada como fato jornalístico escandaloso, cruel ou inusitado

e, a partir dessas imagens construídas e incorporadas pelo imaginário popular, é possível

identificar os conflitos sociais decorrentes da desigualdade social.  Susan Sontag (2003)

observa que numa era sobrecarregada de informação, a fotografia oferece um modo

rápido de apreender algo e uma forma compacta de memorizá-lo. As câmeras são

consideradas como os olhos da história, aproximando o espectador  cada vez mais,

portanto os resultados obtidos com essa pesquisa poderão revelar novos olhares diante

do que nos é apresentado pelos jornais.

PALAVRAS-CHAVE: Atos de violência, imagens, mídia impressa.

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DE GENI PARA TIETA: UMA LEITURA INTERTEXTUAL DA

REPRESENTAÇÃO DA MULHER

Siomara Ferrite Pereira Pacheco (PUC/SP – FMU) (109)

e-mail: [email protected]

RESUMO

Esta comunicação situa-se na área da Análise Crítica do Discurso com vertente

sócio-cognitiva e tem por tema a leitura das formas e representação discursiva da

mulher em texto narrativo do tipo crônica e de texto jornalístico do tipo artigo. Tem-se

por objetivo geral contribuir com os estudos do texto opinativo. Tem-se por objetivos

específicos: 1) examinar a partir da materialidade linguística as estratégias utilizadas

para representar a mulher na sociedade 2) analisar as semelhantes e/ou diferentes

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representações por uma leitura intertextual. Justifica-se a pesquisa na medida em que as

crônicas, textos narrativos do cotidiano, instaurados como textos do tipo opinativo,

expressam em língua os valores culturais e ideológicos presentes na formação

discursiva do locutor, guiando a orientação de leitura do leitor. Da mesma forma, o

texto jornalístico constrói a opinião do público leitor sobre temas sociais, que, no caso,

relaciona-se à discriminação da mulher que ideologicamente contrapõe-se ao modelo

instituído socialmente. Tem-se por base teórica a Análise Crítica do Discurso na

interrelação das categorias analíticas Discurso, Cognição e Sociedade (Van Dijk,1997).

O material coletado para análise é referente a texto a área musical produzido por Chico

Buarque, considerados crônica e de texto jornalístico produzido para o jornal O Estado

de São Paulo. Os resultados obtidos são parciais e indicam que as estratégias do sujeito,

na construção de textos opinativos, revelam a polaridade entre o ponto de vista do

cronista e/ou do jornalista e os marcos de cognição social. Conclui-se que os

conhecimentos sociais caracterizam o tratamento do tema mulher de acordo com os

contextos sociais representados e estes variam com os marcos de cognição social,

construindo expectativas na interação sócio-comunicativa  e estas são representadas em

língua, de forma a produzir estrategicamente a recontextualização como denúncia

social.

Palavras-chave: crônica – denúncia – representação social.

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ANÁLISE CRÍTICA DA IMAGEM DE UM FOLDER BANCÁRIO

Silas Gutierrez (109) e-mail: [email protected]

orientador: Profa. Dra. Leonor Lopes Fávero

Doutorando em Língua Portuguesa pela PUC/SP

Resumo: Com base nos estudos sobre a Análise Crítica do Discurso, ACD,

realizados por Norman Fairclough, analisaremos o folder bancário como elo dialógico

entre a instituição financeira e o imaginário social, como também, formador de

identidades na constituição de sujeitos e reprodutor de valores sociais.

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Os modos de produção, distribuição e consumo de textos são práticas discursivas

que, além de determinadas socialmente, interferem na interpretação textual. As formas

de recepção de um texto pelo leitor determinam seu modo de leitura, pois envolvem

padrões de expectativa e interação.

Os analistas, desta vertente, entendem que os modos de produção, distribuição e

consumo são controlados, politicamente, para preservar a hegemonia de um

determinado grupo. Este controle mantém comportamentos sociais, desenvolve

posturas, cria identidades; configurando uma sociedade cujo saber é permitido e

divulgado de acordo com interesses muito específicos. A ACD centraliza-se na

interação assimétrica, caracterizada pelo poder nas relações sociais e refletida nos

discursos que permeiam a sociedade.

Atualmente, os trabalhos dos analistas críticos do discurso voltam-se,

principalmente, para a mídia impressa e televisiva, tema este, que deve ser tratado,

cuidadosamente, nas aulas de interpretação de texto. Discutiremos, durante nosso

trabalho, questões pertinentes relacionadas ao ensino de leitura, por meio do folder

bancário, demonstrando como determinados textos necessitam de um entendimento

sócio-cultural, além do linguístico, para que haja uma compreensão efetiva.

Palavras- Chave: Fairclough, folder bancário, ensino.

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JORNAL MACKNÍFICO: O DISCURSO MIDÍATICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

E NA EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA

Valéria Bussola Martins (110) e-mail: [email protected]

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Resumo: A educação brasileira ainda encontra-se distante de seu papel cidadão.

Infelizmente, e de forma geral, poucas escolas valem-se da interdisciplinaridade, que

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poderia ser atingida, dentre outras formas, por meio da relação entre mídias e educação.

Afastando-se dessa realidade fundamental, mas poucas vezes detectada, o presente

trabalho, nascido no campo da Comunicação, em especial a jornalística, com suas

particulares linguagens, mídias e discurso , objetivou a criação, nas aulas de Língua

Portuguesa, de um jornal escolar impresso, intitulado Macknífico que uniu o cotidiano

escolar de professores do Ensino Fundamental II, etapa da Educação Básica brasileira,

ao dia a dia acadêmico de um professor do Ensino Superior. Como resultado, os doze

jornais impressos, distribuídos entre os estudantes da Educação Básica, foram utilizados

como ferramenta de formação crítica, interdisciplinar e cidadã de alunos do 9o. ano da

Educação Básica, que elaboraram o jornal, e, no Curso de Letras, como instrumento na

formação reflexiva no que diz respeito à inter-relação entre a área da Comunicação e a

prática pedagógica nas aulas de Língua Portuguesa em diferentes níveis educacionais.

Como fundamentação teórica para o presente trabalho foram utilizados os pensamentos

de Paulo Freire, Ivani Fazenda, Adilson Citelli e Maria Alice Faria.

Palavras-Chave: mídia; língua portuguesa; educação.

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OS ESTEREÓTIPOS E A VIOLÊNCIA ENQUANTO LINGUAGEM:

DIÁLOGOS E REFLEXÕES A PARTIR DE GÊNEROS

Wagner Santos Araujo (117) -Doutorando - PUC/SP ([email protected])

Orientador – João Hilton Sayeg

Resumo: O discurso da violência é um discurso que potencializa a relação entre um

“querer”, um “fazer” e um “acontecer”. Tal relação, além de evidenciar os diferentes

modos de ser e agir do homem na realidade projetada pelos diferentes discursos,

potencializa e constrói a necessidade dos estereótipos como elementos para a

compreensão dessa dinâmica enunciativa contada e divulgada por meio de diferentes

gêneros e por diferentes formações discursivas. Este trabalho visa promover a reflexão

da formação dos estereótipos “clássicos”- herói, vilão, testemunha e as representações

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do ser homem e do ser mulher circunscritos em diferentes gêneros, a fim de refletir e

compreender “como” elucidam a violência e como eles se convergem à mídia impressa.

Por meio da análise da notícia de jornal e a relação com a teoria da jornada do herói e

análise das músicas Faixa Amarela e Oitavo andar será possível compreender a

importância dos estereótipos na compreensão do fenômeno da violência. Como

metodologia do trabalho, têm-se a análise do discurso, sob a perspectiva dos

pressupostos teóricos de Patrick Charaudeau. Por se tratar da metodologia da análise do

discurso, o trabalho tem um teor muldisciplinar e abordagem teórico-analítica,

objetivando-se promover diferentes leituras de mundo sobre o tema violência e sua

materialização enquanto linguagem nos diferentes gêneros do discurso.

Palavras-chave: violência; estereótipos; jornada do herói