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POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA / SONORA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA MATA MAIS QUE ACIDENTES DE TRÂNSITO São Paulo, 10 de Abril de 2003 A Organização Mundial de Saúde - OMS divulgou que 3 milhões de pessoas morrem anualmente devido aos efeitos da poluição atmosférica. Isto representa o triplo das mortes anuais em acidentes automobilísticos. Um estudo publicado na revista científica inglesa The Lancet, em 2000, concluiu que a poluição atmosférica na França, Áustria e Suíça é responsável por mais de 40.000 mortes anuais, nesses três países. Cerca da metade dessas mortes se deve à poluição causada pelas emissões dos veículos. Nos Estados Unidos, as fatalidades no trânsito totalizam pouco mais de 40.000 por ano, enquanto a poluição atmosférica ceifa anualmente 70.000 vidas. As mortes causadas pela poluição atmosférica nos Estados Unidos equivalem às mortes por câncer de mama e da próstata, conjuntamente. Este flagelo das cidades, tanto nos países industrializados quanto nos países em desenvolvimento, ameaça a saúde de bilhões de pessoas. Governos se esforçam para reduzir os acidentes no trânsito multando aqueles que dirigem em excesso de velocidade, prendendo os que dirigem alcoolizados e, às vezes, cassando licenças de motoristas. Todavia, dão muito pouca atenção às mortes que as pessoas causam simplesmente dirigindo seus veículos. Mesmo que as mortes causadas por doenças cardíacas e respiratórias resultantes do ar poluído não tenham a dramaticidade das mortes de um desastre automobilístico, com luzes piscando e sirenes berrando, não são menos reais. Entre os poluentes atmosféricos se incluem o monóxido de carbono, o ozônio, o dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio e os particulados. Estes poluentes advêm principalmente da queima de combustíveis fósseis, particularmente das usinas elétricas a carvão e automóveis movidos por gasolina. Os óxidos de nitrogênio podem levar à formação de ozônio ao nível do solo. Particulados são lançados de uma variedade de fontes, principalmente dos motores a diesel.

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POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA / SONORA

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA MATA MAIS QUE ACIDENTES DE TRÂNSITO

São Paulo, 10 de Abril de 2003

A Organização Mundial de Saúde - OMS divulgou que 3 milhões de pessoas morrem anualmente devido aos efeitos da poluição atmosférica. Isto representa o triplo das mortes anuais em acidentes automobilísticos. Um estudo publicado na revista científica inglesa The Lancet, em 2000, concluiu que a poluição atmosférica na França, Áustria e Suíça é responsável por mais de 40.000 mortes anuais, nesses três países. Cerca da metade dessas mortes se deve à poluição causada pelas emissões dos veículos. Nos Estados Unidos, as fatalidades no trânsito totalizam pouco mais de 40.000 por ano, enquanto a poluição atmosférica ceifa anualmente 70.000 vidas. As mortes causadas pela poluição atmosférica nos Estados Unidos equivalem às mortes por câncer de mama e da próstata, conjuntamente. Este flagelo das cidades, tanto nos países industrializados quanto nos países em desenvolvimento, ameaça a saúde de bilhões de pessoas.

Governos se esforçam para reduzir os acidentes no trânsito multando aqueles que dirigem em excesso de velocidade, prendendo os que dirigem alcoolizados e, às vezes, cassando licenças de motoristas. Todavia, dão muito pouca atenção às mortes que as pessoas causam simplesmente dirigindo seus veículos. Mesmo que as mortes causadas por doenças cardíacas e respiratórias resultantes do ar poluído não tenham a dramaticidade das mortes de um desastre automobilístico, com luzes piscando e sirenes berrando, não são menos reais.

Entre os poluentes atmosféricos se incluem o monóxido de carbono, o ozônio, o dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio e os particulados. Estes poluentes advêm principalmente da queima de combustíveis fósseis, particularmente das usinas elétricas a carvão e automóveis movidos por gasolina. Os óxidos de nitrogênio podem levar à formação de ozônio ao nível do solo. Particulados são lançados de uma variedade de fontes, principalmente dos motores a diesel.

O "smog", - uma expressão inglesa híbrida utilizada para descrever a mistura de fumaça e nevoeiro que envolve algumas cidades - compõe-se basicamente de ozônio e particulados.

O ar, na maioria das áreas urbanas, contém uma mistura de poluentes, podendo cada um aumentar a vulnerabilidade das pessoas aos efeitos dos outros poluentes. A exposição ao monóxido de carbono causa lentidão dos reflexos e sonolência, uma vez que suas moléculas se ligam à hemoglobina, reduzindo a quantidade de oxigênio que transportam os glóbulos vermelhos. O dióxido de nitrogênio pode agravar a asma e reduzir as funções do pulmão, como também tornar as vias respiratórias mais sensíveis a alérgenos. O ozônio também causa inflamação do pulmão, reduzindo suas funções e capacidade.

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CONCENTRAÇÃO DE PARTICULADOS Particulados menores, especialmente aqueles com 10 micrômetros de diâmetro (1 micrômetro é igual a uma milionésima parte de um metro - 1/2.400 de uma polegada) ou menores, podem se alojar nos alvéolos do pulmão. São responsáveis por um número maior de hospitalizações de pessoas com problemas respiratórios e um maior índice de mortalidade, notadamente por doenças respiratórias e cardiovasculares. À medida que as concentrações de particulados no ar aumentam, também se elevam as taxas de mortalidade.

Quando as pessoas inspiram particulados e ozônio nas concentrações normalmente encontradas em áreas urbanas, suas artérias se comprimem mais, reduzindo o fluxo sangüíneo e o suprimento de oxigênio ao coração. É por este motivo que a poluição atmosférica agrava as doenças cardíacas e a asma.

Contrariamente a alguns poluentes com limiares abaixo dos quais não se notam efeitos adversos à saúde, o ozônio e particulados causam efeitos negativos à saúde mesmo em níveis muito baixos. Assim, não existe nível "seguro" para estes poluentes. Pesquisas publicadas na revista estadunidense Science, em 2001, observaram que tanto nos países industrializados como nas nações em desenvolvimento, exposições aos níveis atuais de ozônio e particulados "afetam as taxas de mortalidade, hospitalização e consultas médicas, problemas de asma e bronquite, faltas ao trabalho, dias de atividade restrita e uma variedade de enfermidades do pulmão".

Ao mesmo tempo em que afetam os sistemas de saúde, também prejudicam a economia. O aumento dos gastos monetários relacionados a doenças causadas pela poluição atmosférica inclui os custos de medicamentos, ausências do trabalho e tratamento infantil.

Na província canadense de Ontário, por exemplo, com uma população de 11,9 milhões, a poluição atmosférica custa aos contribuintes, no mínimo, US$ 1 bilhão por ano em hospitalizações, emergências e ausências ao trabalho. De acordo com o Banco Mundial, os custos sociais da exposição à poeira e chumbo aéreos em Jacarta, Bangcoc e Manila se aproximaram a 10% da renda média no inicio dos anos 90. Na China, que tem uma das piores taxas de poluição atmosférica do mundo, as doenças e mortes das populações urbanas causadas pela poluição atmosférica deverão custar 5% do PIB.

Os custos econômicos da poluição atmosférica justificam a redução dos impostos sobre a renda e aumento dos impostos sobre combustíveis fósseis. Isto encorajaria o uso mais eficiente de combustíveis, mudança para fontes de energia limpa e adoção de controles contra a poluição. A alternativa é gastar mais em seguros de saúde para o tratamento de doenças decorrentes da poluição. A elevação dos custos dos combustíveis poluentes reduzirá o sofrimento provocado pelas doenças e as mortes prematuras.

Em resposta ao congestionamento do trânsito e seus problemas de poluição atmosférica, as cidades do México e de São Paulo restringiram o tráfego de veículos em determinados dias da semana, com base no último dígito dos números das placas. Em Bogotá se adotaram uma série de medidas para reduzir a poluição atmosférica causada pelos transportes, tornou-se, assim, uma cidade mais habitável. Desde 1995, a cidade reduziu o tráfego durante o horário de pico em 40% e aumentou o imposto sobre a gasolina.

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Cerca de 120 km das principais vias são bloqueadas por sete horas aos domingos, permitindo que as ruas sejam utilizadas para caminhadas, ciclismo e "cooper".

As soluções para a poluição atmosférica urbana não são difíceis de discernir. As pessoas podem reduzir o uso do automóvel utilizando bicicletas, transporte de massa ou simplesmente andando, e podem utilizar carros mais eficientes no consumo de combustível. Comissões de planejamento urbano e governos regionais podem redirecionar as verbas dos transportes para opções de transporte de massa: metrô, ferrovia ou ônibus expressos.

O ordenamento do solo e outros instrumentos reguladores podem ser utilizados para encorajar empreendimentos de maior densidade, condizentes com o transporte de massa. E os países podem deslocar a geração de eletricidade do carvão e gás natural para energia solar e eólica, alavancando subsídios governamentais e incentivos fiscais para a energia limpa, ao invés de continuar a subsidiar os combustíveis fósseis. Ao comprar um carro novo, os consumidores normalmente consideram o preço, equipamentos opcionais, segurança e, às vezes, a economia de combustível. O fato das mortes pela poluição atmosférica superarem, substancialmente, os óbitos no trânsito em todo o mundo demonstra a necessidade de uma ampla redefinição das noções de segurança para incluir a meta de diminuição da poluição atmosférica. Enquanto apenas alguns motoristas contribuem para as mortes no trânsito, todos os motoristas contribuem para as fatalidades da poluição atmosférica.

Fonte: Revista Eco 21, Ano XIII, Número 75, Fevereiro/2003.

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A POLUIÇÃO SONORA ATACA TRAIÇOEIRAMENTE O CORPO

 Fernando Pimentel SouzaProfessor Titular - UFMG, especialista em Neurofisiologia,

Membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro, UNESCO, Paris.      A poluição química do ar, da água e da terra deixa muitos traços visíveis de contaminação. Muitas doenças e mortes devido a alterações do meio podem ser identificadas por qualquer pessoa. Mas, a poluição sonora, mesmo em níveis exagerados, produz efeitos imediatos moderados. Seus efeitos mais graves vão se implantando com o tempo, como a surdez, que não tarda a se acompanhar às vezes de desesperadores desequilíbrios psíquicos e de doenças físicas degenerativas.

    O mais traiçoeiro ocorre em níveis moderados de ruído, porque mansamente vão se instalando estresse, distúrbios físicos, mentais e psicológicos, insônia e problemas auditivos. Muitos sinais passam despercebidos do próprio paciente pela tolerância e aparente adaptação e são de difícil reversão. Muitas pessoas, perdidas no redemoinho das grandes cidades, não conseguem identificar o ruído como um dos principais agentes agressores, e, cada vez mais, menos se sentem e vão ficando desorientados por não saber localizar a causa de tal mal. Por isso nada se faz e vive-se sob o impacto de uma abusiva, portanto ruidosa mecanização e sonorização, de ambiente fechados e abertos. Não se avalia devidamente os efeitos somados pela poluição sonora por desconhecer os trabalhos científicos, por não encontrar no dia-a-dia provas suficientes de convencimento, por não poder captar a causa pelos próprios olhos, nesta era considerada de predomínio visual, e por ter-se tornado insensível ao dano na comunicação verbal. Está colocado o enigma da civilização moderna: ou se decifra ou se é devorado.

    Se o ruído é excessivo, o corpo ativa o sistema nervoso, que o prepara contra o ataque de um inimigo invisível, sem pegadas, que invade todo o meio embiente pelas menoresfrestas por onde passa o ar ou por toda ligação rígida à fonte ruidosa. O cérebro acelera-se e os músculos consomem.se sem motivo. Sintomas secundários aparecem: aumento de pressão arterial, paralisação do estômago e intestino, má irrigação da pele e até mesmo impotência sexual.

    Na antiguidade, os gregos indignados puseram os barulhentos ferreiros para fora das cidades. Hoje, qualquer um tem seu aparelho portátil ou estrondoso som.

    Pesquisa nos EUA mostrou que jovens em ruído médio inferior a 71 decibeis, entremeados com pulsos de 85 decibeis só a 3% do tempo, tiveram aumentos médios de 25% no colesterol e 68% numa das substâncias provocadoras de estresse: o cortisol. Mas já a partir de 55 decibeis acústicos a poluição sonora provoca estresse, segundo a Organização Mundial de Saúde. Pelo nível de ruído das nossas cidades e casas, a maioria dos habitantas deve estar sob estresse prolongado, surgindo ou agravando arterioscleroses, problemas de coração e de doenças infecciosas, fazendo inúteis dietas e acabando precocemente com suas vidas.

 

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A ativação permanente do sistema nervoso simpático do morador da metrópole pode condicionar negativamente a sua atuação com as agressões. Muitas pessoas procuram se livrar dessa reação, por tornar-se desagradável, (por exemplo duma palpitação), usando drogas (tranqüilizantes ou cigarro) para bloqueá-la. A falta de irrigação muscular pode levar a gangrena nos membros. O corpo cai na pior contradição: atacado sem saber bem porquê e como se defender, devido ao bloqueio das reações naturais do organismo. É um conflito, gerador de ansiedade, já que o nível de ruído em nosso ambiente urbano está quase sempre acima dos limites do equilíbrio, e abre caminho para estresses crônicos. Certas áreas do cérebro acabam perdendo a sensibilidade a neurotransmissores, rompendo o delicado mecanismo de controle hormonal. Esse processo aparece também no envelhecimento normal e ataca os mais jovens, que se tornam prematuramente velhos num ambiente estressante. Os efeitos no sono não são menos importantes pela sua nobre função.

    Em São Paulo, a poluição sonora e o estresse auditivo são a terceira causa de maior incidência de doenças do trabalho, só atrás das devido a agrotóxicos e doenças articulares. Inúmeros trabalhadores vêm-se prejudicados no sono e às voltas com fadiga, redução de produtividade, aumento dos acidentes e de consultas médicas, falta ao trabalho e problemas de relacionamento social e familiar.

    O ruído estressante libera substâncias excitantes no cérebro, tornando as pessoas sem motivação própria, incapazes de suportar o silêncio. Libera também substância anestesiante, tipo ópio e heroína, que provoca prazer, abrindo campo para o uso de fortes drogas psicotrópicas. As pessoas tornam-se viciadas, dependentes do ruído, paradoxalmente caindo em depressão em ambiente com silêncio salutar, permanecem agitadas, incapazes de reflexão e meditação mais profunda.

    Os países avançados, ao contrário, mantém o controle da poluição sonora para não prejudicar as atividades psicológicas, mental e física, e seus habitantes, beneficiados, atingiram um nível mais refinado. Mesmo assim esse tipo de poluição subiu para a terceira prioridade ecológica para a próxima década, pela Organização Mundial de Saúde.

    O Brasil não deveria permitir tantos danos da poluição sonora nos insuficientes esforços na educação e saúde. Alguma coisa deveria ser feita nas nossas cidades excessivamente barulhentas, hoje com quase 80% da população. As providências seriam: seguir a lei e melhora.la, diminuir poluição das fontes ruidoras (veículos automotores, aparelhos industriais e eletro-domésticos etc..., reordenar as cidades e descentralizar e impedir crescimento excessivo, melhorar o uso do solo, urbanismo, arquitetura etc... e até reeducar as pessoas a viver em comunidade, porque, a nação, se não é capaz de reparar os danos da poluição sonora, poderia pelo menos preveni-los.

DICIONÁRIO PARA ESTUDO CASO 3:

ENERGIA EÓLICA: produzida pelo vento

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