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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 1 Políticas Públicas: Programa Bolsa Família e sua Condicionalidade Jefferson Santana do Nascimento– [email protected] – UFF/ICHS Resumo O presente artigo tem como objetivo analisar a Condicionalidade do Programa Bolsa Família no número de matrículas, frequência e evasão escolar dos alunos bolsistas num Colégio Estadual. Sendo uma Política Pública de transferência de renda, o Programa Bolsa Família, através do cumprimento de sua condicionalidade, exige a frequência escolar das crianças e jovens beneficiárias pelo programa. Apóia-se na contribuição de vários autores que estudam a relação educação e o Bolsa Família a dar suporte a análise deste contexto. Esses objetivos foram realizados mediante procedimentos de pesquisa documental, análise dos dados do Projeto Político Pedagógico (PPP) e das Atas de Resultados Finais. Palavras-chave: Condicionalidade, Matrícula escolar, Frequência escolar. 1 – Introdução O presente artigo faz uma pesquisa em relação ao Programa Bolsa Família (PBF) num Colégio Estadual buscando analisar a Condicionalidade Educação no número de matrículas, frequência e evasão escolar com os dados de 2013 e 2014. O PBF foi criado “para garantir não apenas o direito de todas as crianças à Educação, mas sua permanência na escola para que tenham um futuro melhor, rompendo com o ciclo da pobreza que no passado, marcou gerações de famílias” (KILL, 2014, p. 9-10). Dias (2013), sugere que as políticas voltadas para o enfrentamento das situações de vulnerabilidade vivenciada pelos indivíduos, especialmente a pobreza, tomem a unidade familiar como base, a fim de que a função protetiva da família não seja prejudicada, mas sim reforçada pela ação do Estado. O Estado acionaria políticas de proteção quando os indivíduos não pudessem contar com o mercado para garantir seu bem-estar e as lacunas não preenchidas pelo mercado nem pelo Estado ficariam sob a responsabilidade das famílias. Por isso é importante que as políticas sociais considerem aquelas formas de organização familiar que compõem os grupos mais vulneráveis à pobreza da sociedade”. (DIAS, 2013, p.35). Martins (2009) define que o Brasil vem expandindo de forma considerável as políticas públicas de transferência direta de renda para a população carente. Constituindo-se num programa de transferência de renda direta para o auxílio às famílias em condições de pobreza e de extrema pobreza, o recebimento dessas transferências são condicionadas a contrapartidas comportamentais nas áreas de educação e saúde, essencialmente.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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Políticas Públicas: Programa Bolsa Família e sua Condicionalidade

Jefferson Santana do Nascimento– [email protected] – UFF/ICHS

Resumo O presente artigo tem como objetivo analisar a Condicionalidade do Programa Bolsa Família no número de matrículas, frequência e evasão escolar dos alunos bolsistas num Colégio Estadual. Sendo uma Política Pública de transferência de renda, o Programa Bolsa Família, através do cumprimento de sua condicionalidade, exige a frequência escolar das crianças e jovens beneficiárias pelo programa. Apóia-se na contribuição de vários autores que estudam a relação educação e o Bolsa Família a dar suporte a análise deste contexto. Esses objetivos foram realizados mediante procedimentos de pesquisa documental, análise dos dados do Projeto Político Pedagógico (PPP) e das Atas de Resultados Finais. Palavras-chave: Condicionalidade, Matrícula escolar, Frequência escolar. 1 – Introdução O presente artigo faz uma pesquisa em relação ao Programa Bolsa Família (PBF) num Colégio Estadual buscando analisar a Condicionalidade Educação no número de matrículas, frequência e evasão escolar com os dados de 2013 e 2014. O PBF foi criado “para garantir não apenas o direito de todas as crianças à Educação, mas sua permanência na escola para que tenham um futuro melhor, rompendo com o ciclo da pobreza que no passado, marcou gerações de famílias” (KILL, 2014, p. 9-10). Dias (2013), sugere que as políticas voltadas para o enfrentamento das situações de vulnerabilidade vivenciada pelos indivíduos, especialmente a pobreza, tomem a unidade familiar como base, a fim de que a função protetiva da família não seja prejudicada, mas sim reforçada pela ação do Estado.

O Estado acionaria políticas de proteção quando os indivíduos não pudessem contar com o mercado para garantir seu bem-estar e as lacunas não preenchidas pelo mercado nem pelo Estado ficariam sob a responsabilidade das famílias. Por isso é importante que as políticas sociais considerem aquelas formas de organização familiar que compõem os grupos mais vulneráveis à pobreza da sociedade”. (DIAS, 2013, p.35).

Martins (2009) define que o Brasil vem expandindo de forma considerável as políticas públicas de transferência direta de renda para a população carente. Constituindo-se num programa de transferência de renda direta para o auxílio às famílias em condições de pobreza e de extrema pobreza, o recebimento dessas transferências são condicionadas a contrapartidas comportamentais nas áreas de educação e saúde, essencialmente.

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A mais conhecida condicionalidade do Bolsa Família, conforme o artigo 3º da lei 10.836 de 09 de janeiro de 2004 é a de frequência escolar das crianças. Entre as condicionalidades do programa encontra-se a manutenção dos filhos na escola, através da frequência escolar. A frequência escolar mínima deve ser de 85% para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos e mínima de 75% para adolescentes entre 16 e 17 anos.

Este trabalho tem como finalidade analisar os efeitos da Condicionalidade Educação do Programa Bolsa Família sobre a frequência escolar dos alunos desta unidade de ensino, cadastrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) sendo este um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo que o governo conheça melhor a realidade socioeconômica dessa população. Nele são registradas informações como: características da residência, identificação de cada pessoa, escolaridade e situação de trabalho e renda.

A metodologia utilizada para a realização do estudo foi a análise documental através da coleta de dados institucionais.

A partir da análise dos dados coletados foi possível realizar comparações entre eles. As informações obtidas permitiram identificar a frequência e o índice de evasão escolar dos alunos cadastrados no CadÚnico.

Nesta pesquisa, utilizou-se de um grupo de alunos matriculados em diferentes turmas do ensino fundamental, anos finais, sendo todos pertencentes ao Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais do governo federal.

Constitui-se a mensuração da matrícula, frequência e evasão, condição ímpar, sólida e individualizada fonte de recursos a esta pesquisa, pelo manuseio dos dados e pela inferência com o grupo de pesquisados.

Dados estes que implicariam para este colégio Estadual, através de seu corpo docente, políticas que demandariam ações específicas junto a esses alunos.

Assim, verificar como se dá a relação entre a Condicionalidade do PBF e os alunos bolsistas, organizando os dados para mensurar os índices de freqüência, número de matrículas e evasão dos alunos e a reflexão sobre a contribuição do programa no que diz respeito a esses índices escolares constituem-se os objetivos específicos concretizados mediante levantamento documental sobre o tema. 2 – Referencial Teórico

Conforme previsto na lei 10.836 de 09 de janeiro de 2004, regulamentado pelo Decreto nº 5.209 de 17 de setembro de 2004, o Programa Bolsa Família (PBF) é um Programa de Transferência de renda com condicionalidades para o seu recebimento.

Este programa de transferência de renda surgiu para que fossem reduzidas as desigualdades sociais existentes assim como para que as famílias beneficiárias rompessem com o ciclo da pobreza conforme Decreto 5.209 de 17 de setembro de 2004 em seu artigo 4º constituindo os objetivos básicos do Programa Bolsa Família, em relação aos seus beneficiários:

I - promover o acesso à rede de serviços públicos, em especial, de saúde, educação e assistência social; II - combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional;

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III - estimular a emancipação sustentada das famílias que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza; IV - combater a pobreza; e V - promover a intersetorialidade, a complementaridade e a sinergia das ações sociais do Poder Público.

As condicionalidades do PBF são vistas como contrapartidas para o recebimento da bolsa pelas famílias benefíciárias e não têm a finalidade de punir ou controlar as famílias, mas responsabilizá-las de forma conjunta com o poder público.

Assim no artigo 27 do Decreto 5.209 de 2004 que regulamenta a lei 10.836 de 2004, infere-se o seguinte:

Art. 27. As condicionalidades do Programa Bolsa Família previstas no art. 3º da Lei nº 10.836, de 2004, representam as contrapartidas que devem ser cumpridas pelas famílias para a manutenção dos benefícios e se destinam a: I - estimular as famílias beneficiárias a exercer seu direito de acesso às políticas públicas de saúde, educação e assistência social, promovendo a melhoria das condições de vida da população; e (Incluído pelo Decreto nº 7.332, de 2010); II - identificar as vulnerabilidades sociais que afetam ou impedem o acesso das famílias beneficiárias aos serviços públicos a que têm direito, por meio do monitoramento de seu cumprimento. (Incluído pelo Decreto nº 7.332, de 2010).

São objetivos das condicionalidades segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS):

materializar o direito de acesso das famílias vulneráveis aos serviços de saúde, educação e assistência social; mapear situações de maior vulnerabilidade para orientar as ações do poder público; identificar lacunas de oferta de serviços; contribuir para o alcance dos objetivos das áreas de saúde, educação, assistência social e segurança alimentar e nutricional; e propiciar a integralidade da atenção às famílias vulneráveis.

Assim, com o objetivo de se construir um espaço de liberdade com a participação de toda a comunidade escolar, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a responder às demandas da sociedade nasce o Projeto Político Pedagógico (PPP), cujo documento detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, permitindo à escola a construção de sua identidade.

Assume algumas características importantes: Reconhece e expressa a identidade da escola de acordo com sua realidade, características próprias e necessidades locais; define coletivamente objetivos e metas comuns à escola como um todo e estabelece diretrizes básicas de organização e funcionamento da escola, integradas às normas comuns do sistema nacional e da rede de ensino à qual pertence.

Na unidade escolar o Sistema Conexão Educação constitui-se num programa gerenciador de informações utilizado em toda a rede pública de ensino a nível estadual. Compreende a coleta, o monitoramento e processamento de informações das unidades escolares: cadastramento de alunos, professores e funcionários, repassadas via internet para o PRODERJ, que gerencia os dados das escolas.

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A partir de um sistema digital desenvolvido e testado para dar suporte ao cadastramento de alunos de toda a rede pública, o projeto integra o mais recente processo de modernização escolar inaugurado pela Secretaria. A implantação desse sistema visa a integração e gestão de todos os componentes e a transformação dos procedimentos relacionados à educação em processos eficientes, ágeis, seguros e econômicos. Esse sistema funciona no dia-a-dia operacional de uma unidade escolar, que o alimenta com as informações usuais de uma rotina escolar. Através desse acesso, cadastra-se, movimenta-se, enturma-se, renova-se a matrícula, transfere para outra unidade escolar e não há a mínima possibilidade da rede pública estadual de desconhecer o aluno (alunos fantasmas).

Alimentado o sistema Conexão Educação com as informações diárias das unidades escolares, este gera ao final de cada bimestre relatórios com as notas dos alunos, controle de faltas, ocorrências e relatórios de alunos e professores, tendo como objetivo principal, todas as informações ao que se refere a unidade escolar, apresentando como vantagem a precisão, confiabilidade e redução no custo e no tempo de obtenção das informações obtidas.

As condicionalidades relacionadas às políticas de educação são fiscalizadas pelo Ministério da Educação (MEC) sendo realizado o acompanhamento a cada dois meses pela própria unidade escolar do aluno.

A partir das informações das famílias que constam no Cadastro Único, o Sistema de Condicionalidades (Sicon) do MDS gera o público com perfil para acompanhamento das condicionalidades. Em seguida, o MDS envia para o Ministério de Educação (MEC) as listas com o público a ser acompanhado nas respectivas áreas. O envio ocorre por meio de sistemas específicos e, o MEC disponibiliza as informações aos municípios. Com base nas listas com a relação das famílias em seu território, os municípios realizam o acompanhamento, coletam os resultados da frequência escolar e do atendimento em saúde e os registram nos respectivos sistemas da saúde e da educação. Esse sistema permite aos gestores e técnicos responsáveis pelo acompanhamento das condicionalidades executarem ações como: “consultar as famílias que estão em descumprimento; registrar recursos para o descumprimento; julgar os recursos e registrar informações sobre o acompanhamento das famílias”. (MDS, 2015)

Os três níveis de governo (federal, estadual e municipal) trabalham em conjunto para acompanhar os compromissos do PBF. Essa operação envolve o registro, em sistemas específicos, de informações sobre a frequência escolar de milhões de pessoas beneficiárias. O monitoramento é individualizado. Todo esse esforço se justifica para garantir que o poder público ofereça, efetivamente, os serviços de educação e de saúde à população em situação de pobreza e extrema pobreza; identificando quadros de vulnerabilidades entre as famílias que estão com dificuldades para acessar esses serviços públicos; encaminhar famílias para a rede de assistência social, a fim de que elas possam superar a vulnerabilidade e voltar a cumprir seus compromissos; contribuir para o desenvolvimento saudável das crianças e para que os estudantes de famílias do Bolsa Família concluam a educação básica, tendo melhores condições de vencer o ciclo de pobreza.

Como acima exposto, as condicionalidades aparecem na proposta do Programa Bolsa Família com a finalidade de reforçar o acesso a direitos básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social. “O recebimento do benefício está condicionado à frequência escolar, vacinação e o acompanhamento do desenvolvimento, no que se refere às crianças” (DIAS, 2013, p. 78). Com isso a proposta do programa chama atenção para a responsabilidade das

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famílias em relação ao exercício dos direitos considerados fundamentais para a superação do ciclo de reprodução intergeracional da pobreza.

Nesse sentido o PBF, surgiu como uma das alternativas de mudança que tem como meta vincular a transferência de renda à permanência da criança e adolescente na escola.

A exigência da freqüência escolar de 85% para as crianças e adolescentes até 16 anos e 75% para os jovens entre 16 e 18 anos parte da idéia de que o sistema escolar é a principal ferramenta para o incremento do capital humano. “Assim, quanto maior a frequência das crianças e adolescentes à escola, maior seria o conjunto de conhecimentos e competências adquiridos, o que favoreceria a sua inserção qualificada no mercado de trabalho e consequente superação da pobreza” (DIAS, 2013, p. 78).

Fundamenta-se esta pesquisa no artigo 3º da lei 10.836 de 09 de janeiro de 2004.

Art. 3o A concessão dos benefícios dependerá do cumprimento, no que couber, de condicionalidades relativas ao exame pré-natal, ao acompanhamento nutricional, ao acompanhamento de saúde, à freqüência escolar de 85% (oitenta e cinco por cento) em estabelecimento de ensino regular, sem prejuízo de outras previstas em regulamento.

Segundo Medeiros (2007), “os resultados observados indicam que as crianças atendidas pelo programa têm uma menor probabilidade de faltar um dia de aula por mês em comparação com crianças em domicílios similares que não recebem o benefício. Ademais, a probabilidade de as crianças beneficiárias abandonarem a escola também é menor”.

O acompanhamento da frequência à escola feito pelo MEC no âmbito do Programa Bolsa Família (PBF) tem como objetivo combater a evasão e estimular a progressão escolar de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Este acompanhamento tem em vista a superação da baixa frequência pela identificação das razões que provocaram esse fato, com vistas a garantir a conclusão do ensino fundamental e a continuidade dos estudos no ensino médio.

Com relação ao campo da educação, a literatura tem mostrado que os programas de transferência condicionada aumentam significativamente a probabilidade de que crianças pobres estejam matriculadas e efetivamente frequentem a escola. O Banco Mundial (2011) faz uma meta-análise dos efeitos dos programas de assistência social nestes indicadores e mostra que, no caso dos programas de transferência monetária condicionada, encontram-se resultados positivos em todos os casos. O grau e a magnitude deste efeito varia entre países.

“Outra variável considerada, a frequência à escola, indica que alunos que cumprem a condicionalidade de frequência possuem chances menores de repetência do que aqueles que não cumprem” (OLIVEIRA; SOARES, 2013, p. 21).

Para CORRÊA (2012, p. 08), o acesso à escola, já foi conquistado, o grande desafio é o de garantir a permanência da criança e do adolescente nos bancos escolares até concluir seus estudos e também até que tenha a possibilidade de subsidiar o seu sucesso na “escola” e na “vida”.

A inclusão educacional ocorre através de promoção, do acesso e da qualidade, com a organização de escolas que atendam a todos os alunos sem nenhum tipo de discriminação, que

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valorizem as diferenças como fator de enriquecimento do processo educacional, transpondo barreiras para a aprendizagem e a participação com igualdade de oportunidades. 3 – Metodologia

A pesquisa tem como cenário um Colégio Estadual da rede pública de ensino situado no município de Três Rios, e como sujeitos os discentes matriculados nesta escola e cadastrados no Cadúnico do Programa Bolsa Família.

As principais fontes desta pesquisa consistiram em dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, (CadÚnico), consultas aos documentos disponibilizados no Colégio, como registros de matrículas e frequência dos alunos.

Informações estas que serviram de base fundamental para desenvolver esta pesquisa que procura entender como o programa contribui para o conhecimento a respeito da temática da frequência escolar dos alunos, nos anos de 2013 e 2014, das turmas do 6º, 7º, 8º e 9º ano de escolaridade do ensino fundamental anos finais, desta unidade de ensino.

Para conhecer e estudar a inter-relação do Programa Bolsa Família, a escola e os estudantes, fez-se necessário o contato com a direção escolar onde utilizou-se a abordagem qualitativa de pesquisa.

A partir de dados coletados na Secretaria Escolar e através do Conexão Educação coletou-se informações relativas à quantidade de alunos que faziam parte do programa, e observou-se a frequência desses estudantes.

Utilizou-se como instrumento da pesquisa a coleta de dados do Projeto Político Pedagógico (PPP), diários de classe e das Atas de Resultados bimestrais e finais.

Para a obtenção do número de turmas e quantidade de alunos durante os anos de 2013 e 2014 foram utilizados os registros das atas de resultados finais. Essas atas são feitas no último dia do ano letivo. Nelas encontram-se o número de turmas, a quantidade e os nomes dos alunos de cada turma, quais estudantes foram aprovados ou conservados, o número de evadidos e transferidos de cada ano letivo.

Para a obtenção detalhada da frequência dos estudantes beneficiários, foi realizada a análise dos diários de classes dos professores, onde foram encontradas, anotações justificando a falta dos alunos.

Em relação à taxa de frequência escolar foram consideradas a dos beneficiários do PBF. Para isso foram analisados os diários de classe onde são registradas a presença dos alunos durante os respectivos anos letivos, e os dados do PPP.

O PPP e as atas de resultados finais também foram utilizados para se obter a taxa do índice de abandono dos alunos durante os anos de 2013 e 2014. A partir de todos os registros obtidos e analisados pôde-se então fazer uma sistematização e em seguida uma reflexão a cerca da contribuição do programa bolsa família sobre esses índices escolares. 4 – Resultados e discussões

4.1. Universo Analisado

Os resultados coletados encontram-se nas tabelas 1 e 2.

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De acordo com as atas de resultados finais, dos anos de 2013 e 2014 respectivamente, encontram-se a relação dos alunos bolsistas e não bolsistas juntamente às suas variáveis quantitativas nas matrículas, nos números de aprovados, de reprovados, evadidos e transferidos do 6º ao 9º ano de escolaridade.

Tabela 1 – Relação de alunos Bolsistas e não bolsistas das turmas do 6º ao 9º ano em 2013.

2013 Matriculados Aprovados Reprovados Evadido Transferido

Ano Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista

6º 19 23 15 22 2 1 0 0 2 0

7º 34 12 26 12 4 0 2 0 2 0

8º 38 10 30 9 3 0 3 1 2 0

9º 34 26 29 22 5 0 0 2 0 2

Total 125 71 100 65 14 1 5 3 6 2

Fonte: Atas de Resultados Finais (2013). Elaborado pelo autor.

Em 2013, funcionaram 8 turmas no turno matutino, totalizando 196 estudantes, sendo:

2 turmas de 6º ano com 42 alunos; 2 turmas de 7º ano com 46 alunos; 2 turmas de 8º ano com 48 alunos e; 2 turmas de 9º ano com 60 alunos. Num universo de 196 alunos matriculados, 125 são alunos não bolsistas e 71 são

alunos beneficiários do Bolsa Família; Dentre os 71 beneficiários, 65 foram aprovados, sendo 1 reprovado, 3 evadidos e 2

transferidos. Conforme dados do PPP e da Ata de Resultados Finais, esta unidade de ensino apresenta

um número de 36,22% de alunos beneficiários do Programa Bolsa Família no ano de 2013. (Tabela 1).

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Tabela 2 - Relação de alunos Bolsistas e não bolsistas das turmas do 6º ao 9º ano em 2014.

2014 Matriculados Aprovados Reprovados Evadido Transferido

Ano Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista

6º 20 18 14 17 4 0 0 0 2 1

7º 33 25 29 22 0 2 0 1 5 0

8º 44 17 32 14 6 0 2 2 4 1

9º 47 23 41 16 3 2 1 2 2 3

Total 144 83 116 69 13 4 3 5 13 5

Fonte: Atas de Resultados Finais (2014). Elaborado pelo autor.

Em 2014, funcionaram 8 turmas no turno matutino, totalizando 227 estudantes, sendo:

1 turmas de 6º ano com 38 alunos; 2 turmas de 7º ano com 58 alunos; 2 turmas de 8º ano com 61 alunos e; 3 turmas de 9º ano com 70 alunos. Num universo de 227 alunos matriculados, 144 são alunos não bolsistas e 83 são

alunos beneficiários do Bolsa Família; Dentre os 83 beneficiários, 69 foram aprovados, sendo 4 reprovados, 5 evadidos e 5

transferidos (Tabela 2). Conforme dados do PPP e da Ata de Resultados Finais, apresentou neste período, um

número de 36,56% de alunos beneficiários do Programa Bolsa Família no ano de 2014. (Tabela 2).

4.2. Matrícula Escolar

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Tabela 3 – Matrícula Final de alunos bolsistas e alunos não bolsistas (2013).

2013 Matrícula Inicial Abandono Transferido Matrícula Final

Ano Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista

6º 19 23 0 0 2 0 17 23

7º 34 12 2 0 2 0 30 8

8º 38 10 3 1 2 0 33 9

9º 34 26 0 2 0 2 34 22

Total 125 71 5 3 6 2 114 62

Fonte: Ata de Resultados Finais (2013). Elaborado pelo autor.

Os resultados apurados em relação às matrículas escolares finais encontram-se nas tabelas 3 e 4, onde nota-se a distribuição dos alunos não bolsistas e bolsistas do PBF nos anos de 2013 e 2014, demonstrando conforme apurado na Ata de Resultados Finais que em 2013 o percentual de alunos não bolsistas era de 64% e de bolsistas era de 36% num universo de 176 alunos matriculados.

Tabela 4 – Matrícula Final de alunos bolsistas e alunos não bolsistas (2014).

2014 Matrícula Inicial Abandono Transferido Matrícula Final

Ano Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista Não

Bolsista Bolsista

6º 20 18 0 0 2 1 18 17

7º 33 25 0 1 5 0 28 24

8º 44 17 2 2 4 1 38 14

9º 47 23 1 2 2 3 44 18

Total 144 83 3 5 13 5 128 73

Fonte: Ata de Resultados Finais (2014). Elaborado pelo autor.

Em relação ao ano de 2014 o percentual de alunos não bolsistas era de 64% e de alunos bolsistas era de 36%.

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Analisa-se por esta mensuração que ao término dos respectivos anos letivos de 2013 e 2014, a relação final de alunos matriculados bolsistas e não bolsistas manteve-se com pequena variação percentual entre os analisados nos respectivos anos.

Gráfico 1 – Matrículas Finais 2013 e 2014

Matrículas

0

20

40

60

80

100

120

140

2013 2014

Não BolsistaBolsista

Fonte: Ata de Resultados Finais (2013 e 2014). Elaborado pelo autor.

Note-se pelo gráfico 1 que, em 2013 o universo de alunos matriculados bolsistas e não

bolsistas era de 196 alunos. Em comparação à relação de matrículas finais, registrou-se um número de 176 alunos. Refere-se neste universo que subtraindo os alunos que abandonaram e que foram transferidos, o percentual verificado entre as matrículas iniciais e finais foi de 10,2%.

Ainda no gráfico 1, em 2014 no universo de 227 alunos matriculados inicialmente, registrou-se ao término do respectivo ano letivo 201 alunos, um percentual de 11,45% de alunos bolsistas e não bolsistas.

Observa-se por este que existe uma regularidade de permanência na escola entre alunos não bolsistas e bolsistas.

4.3. Frequência Escolar

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Tabela 5 – Frequência Global de alunos bolsistas e não bolsistas (2013).

2013 Matrícula Final Frequência Global %

Não Bolsista Bolsista Não Bolsista Bolsista

6º 17 23 87,25 92,49

7º 30 8 79,03 92,68

8º 33 9 87,96 92,95

9º 34 22 78,28 92,18

Total 114 62 83,13 92,575

Fonte: Ata de Resultados Finais (2013). Elaborado pelo autor.

O percentual de frequência global resulta do cálculo da soma da frequência de todos os alunos de determinada turma dividida pelo número de alunos.

Em relação à frequência escolar, a tabela 5 do ano de 2013 extraída da frequência global apurada na Ata de Resultados Finais revelam que os alunos bolsistas do PBF obtiveram uma média final superior a 92% de frequência global.

Tabela 6 – Freqüência Global de alunos bolsistas e não bolsistas (2014).

2014 Matrícula Final Frequência Global %

Não Bolsista Bolsista Não Bolsista Bolsista

6º 18 17 89,58 91,37

7º 28 24 87,82 91,24

8º 38 14 79,58 93,33

9º 44 18 83,40 92,12

Total 128 73 85,10 92,015

Fonte: Ata de Resultados Finais (2014). Elaborado pelo autor.

A tabela 6 do ano de 2014, revelam que os alunos bolsistas mantiveram a média final superior a 92% de frequência global.

Observa-se pelas tabelas 5 e 6 respectivamente dos anos de 2013 e 2014 que os alunos bolsistas do PBF possuem um acentuado percentual de frequência escolar global,

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confirmando os critérios da condicionalidade educação conforme artigo 3º da lei 10.836 de 2004.

Gráfico 2 – Freqüência Global 2013 e 2014

Frequência Global

78

80

82

84

86

88

90

92

94

2013 2014

Não BolsistaBolsista

Fonte: Ata de Resultados Finais (2013 e 2014). Elaborado pelo autor.

Observa-se pelo gráfico 2 que a frequência global dos alunos bolsistas do PBF nesta unidade escolar superam a média imposta por lei aos alunos cadastrados no CadÚnico acima dos 85%.

Infere-se pelo exposto que as instituições públicas de ensino possuem um importante papel para que o PBF funcione, controlando a frequência e que os alunos estejam frequentando a escola.

Assim, o PBF apresenta como alternativa, vincular a transferência de renda à permanência da criança e adolescente na escola.

Ao se propor a contrapartida do fator condicionalidade para crianças e adolescentes nesta variável de freqüência escolar, ratifica o exposto visto em Dias (2013) que “quanto maior a freqüência das crianças e adolescente à escola, maior seria o conjunto de conhecimentos e competências adquiridos, o que favoreceria a sua inserção qualificada no mercado de trabalho e conseqüente superação da pobreza”.

Desta forma, evidencia-se uma associação positiva do PBF no que diz respeito à freqüência dos estudantes.

4.4. Evasão Escolar

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Tabela 7 – Evasão Escolar de alunos bolsistas e não bolsistas (2013).

2013 Matrícula Inicial Abandono Matrícula Final

Não Bolsista Bolsista Não Bolsista Bolsista Não Bolsista Bolsista

6º 19 23 0 0 19 23

7º 34 12 2 0 32 12

8º 38 10 3 1 35 09

9º 34 26 0 2 34 24

Total 125 71 5 3 120 68

Fonte: Ata de Resultados Finais (2013). Elaborado pelo autor.

Excluídos desta contagem os alunos transferidos por não caracterizarem-se como evadidos, os números de 2013 conforme tabela 7 apontam variações muito pequenas entre os alunos bolsistas e alunos não bolsistas nos comparativos de matrícula inicial e final.

Dos 71 alunos bolsistas do PBF que iniciaram o período letivo, apenas 3 evadiram, num percentual de 4% e acima de 96% de taxa de permanência deste aluno bolsista na unidade escolar.

Tabela 8 – Evasão Escolar de alunos bolsistas e não bolsistas (2014).

2014 Matrícula Inicial Abandono Matrícula Final

Não Bolsista Bolsista Não Bolsista Bolsista Não Bolsista Bolsista

6º 20 18 0 0 20 18

7º 33 25 0 1 33 24

8º 44 17 2 2 42 15

9º 47 23 1 2 46 21

Total 144 83 3 5 141 78

Fonte: Ata de Resultados Finais (2014). Elaborado pelo autor.

Ainda no ano de 2014, conforme a tabela 8, na primeira abordagem, nota-se números e direções muito parecidas.

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Dos 83 alunos bolsistas do PBF que iniciaram o período letivo, apenas 5 evadiram, num percentual de 6% e mantiveram uma taxa de permanência de 94% deste aluno bolsista na unidade escolar.

Gráfico 3 – Evasão Escolar 2013 e 2014

Taxa Percentual de Evasão Escolar

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

2013 2014

Não BolsistaBolsista

Fonte: Ata de Resultados Finais (2013 e 2014). Elaborado pelo autor.

Observa-se pelo gráfico 3, percentual pequeno de evasão escolar, margeando entre 4% em 2013 e 6% em 2014, inferindo-se que o aluno bolsista do PBF possui uma probabilidade maior de permanência no ambiente escolar, ficando constatada após a análise dos dados, uma associação também positiva do programa em relação à taxa de evasão.

A variação de 2% entre os respectivos anos a respeito da temática da evasão não pode ser mensurada neste trabalho por tratar-se de uma mensuração quantitativa através de variáveis numéricas.

5 – Conclusão

Com o objetivo de analisar a relação existente entre um programa de transferência de renda e sua condicionalidade ligada à educação, buscou-se pesquisar através deste artigo, a contribuição do Bolsa família no que se refere aos índices de matrícula, frequência e evasão dos alunos cadastrados no CadÚnico de um colégio da rede estadual de ensino.

A percepção que se faz sobre as condicionalidades, são devidas a um acordo entre as famílias dos beneficiários e o governo. Da mesma forma em que devem ser cumpridas pelo núcleo familiar para que possam receber o benefício mensal, o reforço no cumprimento das condicionalidades nas área de educação amplia o acesso aos direitos sociais básicos para as famílias que recebem o benefício.

A relação que o Bolsa Família estabelece com a educação é o fato de ser um programa de distribuição de renda que tem, dentre as condições para receber o benefício, a exigência da manutenção dos filhos na escola por parte das famílias beneficiárias.

Deste modo, as avaliações apresentadas neste artigo, feita pela análise documental dos registros escolares, confirma a hipótese levantada de que pelo fato do PBF ser um programa

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de transferência de renda associado às contrapartidas, possui como uma das condicionalidades a manutenção dos filhos na escola onde ratifica-se que o mesmo contribui de forma positiva no número de matrícula, na frequência e na permanência desse aluno no ambiente escolar, constituindo-se assim como um fator de redução da evasão escolar desses estudantes.

Os resultados obtidos em relação à contribuição do programa acerca desses índices escolares apontam uma associação positiva do PBF no que diz respeito à frequência dos estudantes durante os anos analisados.

Desta forma, a probabilidade de as crianças beneficiárias abandonarem a escola também é menor o que também mostra uma associação positiva do programa em relação à taxa de evasão.

Por se tratar de registros administrativos sujeitos a falhas de preenchimento e de maior qualidade das informações, os dados devem ser muito mais interpretados em termos de atingimento dos objetivos propostos pela unidade escolar, assim como sua relevância.

Espera-se que o contínuo aperfeiçoamento do CadÚnico e do acompanhamento do colégio em relação aos alunos, possibilite estimativas mais confiáveis, almejando estudos futuros, com maior confiabilidade nas estimativas. 6 – Referências

BRASIL. Decreto 5.209, de 17 de setembro de 2004. Regulamenta a Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que cria o Programa Bolsa Família, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Decreto/D5209.htm>. Acesso em 11 mar. 2015.

BRASIL. Lei n 10.836, de 09 de Janeiro de 2004 – Cria o Programa Bolsa Família e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm>. Acesso em: 11 mar. 2015.

CORRÊA, Juciani Severo. As Contribuições do Programa Bolsa Família: Inclusão e Permanência Escolar. IX Anped Sul UNIFRA – 2012. 14 p. Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2238/152>. Acesso em: 13 jun. 2015.

DIAS, Marcelo. A família nas políticas sociais: O caso do programa Bolsa Família. Salvador, 2013. 128f. Disponível em: < http://tede.ucsal.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=366> Acesso em: 13 jun. 2015.

KILL, Mariana. Educação e Pobreza: análise das condicionalidades do Programa Bolsa Família no Centro de Ensino Médio Elefante Branco – Brasília/DF 2014. 63 p. Disponível em: < http://bdm.unb.br/bitstream/10483/9666/1/2014_MarianaReginaKill.pdf> Acesso em: 11 mar. 2015.

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MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. 2015. Disponível em:<http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/gestao-do-programa/condicionalidades>. Acesso em 11 mar. 2015

MEDEIROS, Marcelo. et al. Programas Focalizados de Transferência de Renda no Brasil: Contribuições para o Debate. Texto para Discussão nº1283. IPEA junho de 2007. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=4540> Acesso em: 03 mai. 2015.

OLIVEIRA, Luis Felipe Batista; SOARES, Sergei, S.D. O Impacto do Programa Bolsa Família sobre a repetência: Resultados a partir do cadastro único, projeto, frequência e censo escolar. Ipea Rio de Janeiro, fevereiro de 2013. Texto para discussão / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.- Brasília : Rio de Janeiro : Ipea, 1990. 28 p. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=17131>. Acesso em: 02 mai. 2015.