política internacional e cafeicultura
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Artigo publicado no jornal O Estado de Minas em 27 de agosto de 2007.TRANSCRIPT
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O site da EmbrapaHortaliças (Brasília-DF)na internet tem duasnovas publicações dis-poníveis para os inte-ressados em aumentarseus conhecimentos so-bre produção de tomatepara processamento ecenoura. O boletim depesquisa e desenvolvi-mento Efeito da épocade suspensão da irriga-ção na produção e qua-lidade de frutos de to-mate para processa-mento traz informa-ções detalhadas sobreum estudo que avaliouo efeito da época de sus-pensão das irrigaçõespor aspersão na produ-ção, qualidade de frutose uso de água do toma-teiro para processa-mento nas condiçõesdo Cerrado do PlanaltoCentral. A publicaçãocontém os principais re-sultados dessa pesquisa,em linguagem técnico-científica, e pode seruma boa fonte de infor-mação para estudantes,técnicos e pesquisado-res. Já a circular técnicaIrrigação da cultura dacenoura aborda, em lin-guagem simplificada,todas as principaisquestões sobre esse as-sunto. Os interessadosvão conhecer as princi-pais características, van-tagens e desvantagensdos sistemas de irriga-ção por aspersão, gote-jamento e por sulco.
BIBLIOTECADO CAMPO
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* O interessado pode acessar, imprimirou baixar gratuitamente essas e outraspublicações da Embrapa Hortaliçaslançadas desde 2004, no endereçowww.cnph.embrapa.br
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Política internacional e cafeiculturaSSEEGGUURROO RRUURRAALL
Cobertura atinge 8% das terrasMARA LUIZA GONÇALVES FREITAS*
Os prognósticos mais pessimistasafirmam que o grande gargalo da cafei-cultura brasileira nos próximos 100anos está relacionado às mudanças cli-máticas do planeta. Contudo, creio queo gargalo, ou melhor, os gargalos, parao agronegócio café, nas próximas duasdécadas, centram-se em três aspectosdeterminantes: as condições macroeco-nômicas brasileiras, a intensificação dosacordos multilaterais e a emergência docontinente africano como fronteiraagrícola no médio prazo, impulsionadapor investimento asiático.
É visível que no atendimento a con-ceitos como sustentabilidade, rastreabi-lidade e segurança do alimento, osmembros do agronegócio café brasilei-ro estão à frente, em razão das exigên-cias do mercado internacional. A con-vergência com o Codex Alimentariusem todo o seu aparato legal relaciona-do à saúde e à agricultura e respectivacapacidade de inovação na criação desistemas de certificação de fronteira, co-mo o Programa de Qualidade do Caféda Associação Brasileira da Indústria deCafé (PQC Abic) e a Indicação Geográfi-ca Café do Cerrado, consolidam a per-cepção de que vocacionados estamospara a produção da qualidade tecnica-mente e mercadologicamente adequa-das. O país atualmente é uma das na-ções selecionadas pela Organização In-ternacional do Café (OIC) para testar ametodologia do Código Comum para aComunidade Cafeeira (4C): 500 mil sa-cas já foram colhidas nesta safra sob aégide desse procedimento.
Contudo, essa sólida construção po-de não ser suficiente frente a questõesque não dependem de segmentos em-presariais nacionais: dependem funda-mentalmente da vontade do Estado,que delibera e coordena de maneira so-berana, o modus vivendi do cidadão edos empreendimentos. E o Estado, nes-se sentido, tem demonstrado total inge-rência na defesa dos interesses dos seg-mentos economicamente ativos: a co-meçar pela falta de infra-estrutura dosaeroportos nacionais e a malha viáriadepauperada, observa-se na políticacambial uma de nossas inúmeras vul-nerabilidades. Ao mesmo tempo, a faltade pressa dos segmentos públicos é de-salentadora e desestimulante, quandopercebida da perspectiva profissional.Não há choque de gestão visível e prati-cado, capaz de preparar, pelo menos as
* Pesquisadora, especialista em cafeicultura
empresarial e mestre em administração
bases do agronegócio café, para umamassiva abertura de mercado. Falo aquide pequenos e médios produtores e in-dustriais, com limite de capitais de giroe investimento principalmente.
Se a Área de Livre Comércio dasAméricas tivesse saído do papel cincoanos atrás, certamente, não mais com-praríamos café processado por indús-trias nacionais, presas a defasagem doaparato legal que coordena o país e daburocracia que engessa a possibilidadede uso de mecanismos que ampliem aagressividade empresarial, tal como odrawback hoje. Compraríamos grandesvolumes de café canadense e estaduni-dense e quiçá, mexicano e colombiano,que há muito já aproveitam a vocaçãonatural do continente americano emproduzir cafés de altíssima qualidade,inclusive do Brasil. Mas se ela, a Alca,consolidar-se, por exemplo, num espa-ço de duas décadas, a contar de hoje, cer-tamente nem matéria-prima brasileiraserá possível consumir por aqui. Mes-mo que o mercado brasileiro torne-se lí-der mundial no consumo per capi-ta/ano, importar será um procedimen-to atrativo para o varejo e os segmentoscervejeiro, de pastifícios e tecelagemtêm muito a nos contar sobre suas ex-periências ao longo dos anos 1990.
Das 1,2 mil torrefações brasileirasatualmente em funcionamento, so-
mente 10 têm perfil para competição in-ternacional e somente uma, de capitalnacional, está entre os 10 maiores em-preendimentos torrefadores do mundo.Ressalta-se que entre esse grupo de 10empresas, duas organizações são multi-nacionais. Isso quer dizer que aberturade mercado para esse segmento é letal,porque em 10 anos, num ambiente dealta competição, mantidas as condiçõeseconômicas de hoje, não mais que 10torrefações nacionais têm condições desobreviver. Como conseqüência, perecea produção de café que depende do bomfuncionamento do segmento torrefadorbrasileiro para sobreviver, considerandoque o perfil predominante de produto-res são pequenos e médios, uma parcelasignificativa deles não está organizadaem cooperativas; portanto não têm vo-lume para a exportação e o mercado in-terno responde atualmente pelo proces-samento e consumo de 51% da produ-ção nacional de café.
Com o crescimento geométrico dapopulação asiática, especialmente a chi-nesa e indiana, empresários dessas eco-nomias emergentes têm adquirido asbaratas e férteis terras existentes em to-do o continente africano, para a produ-ção de alimentos. Considerando quepossuímos (a) condições climáticas si-milares, (b) que tanto o arábica quanto oconillon são originários daquele conti-
nente, (c) que a produção de cafés comirrigação começa a atingir o seu ápicedentro de no máximo quatro anos de-pois do plantio e (d) que a África possuimão-obra barata e abundante, final-mente, depois de quase três séculos deliderança, o Brasil pode realmente estardiante de um gigante adormecido naprodução de café, capaz de levá-lo abancarrota pela superação de suas van-tagens competitivas e comparativas.
Esses são prognósticos bastante alar-mantes, mas factíveis, principalmente de-pois da decodificação do genoma do cafée o domínio das técnicas de melhoria ge-nética dos cafeeiros, consolidada por gê-nios brasileiros no último século 20.
Finalizando, é válido lembrar quecom a ciência e com capital abundante,a juros baratos, tudo se faz. Ressalta-setambém que no que tange à tradiçãooriental, a superação dos melhores éuma regra historicamente construída. Ea história é uma relatora implacável:basta lembrar que a cafeicultura no cer-rado mineiro existe hoje por que umdia caiu uma geada negra no Oeste pa-ranaense em 1975. Conduzir o rumo daescrita, portanto, é uma atribuição pre-sente de todos.
SÉRGIO MORAES/REUTERS - 9/8/05
Das 1,2 mil torrefações brasileiras atualmente em funcionamento, somente 10 têm perfil para competição internacional
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A contratação do seguro ru-ral para as lavouras que são for-madas no período agrícola co-nhecido como safra de verão (ar-roz, feijão, milho, soja, algodãoetc.) começou este mês comperspectivas de crescimento. Naavaliação de Welington Soares deAlmeida, diretor do Departa-mento de Gestão de Risco Rural(Deger), da Secretaria de PolíticaAgrícola, do Ministério da Agri-cultura, 2007 deverá ser um mar-co na consolidação do seguro ru-ral no Brasil, já que a capacidadede contratações foi triplicada.
Ele estima que será possívelfazer seguro rural para 5 milhõesde hectares na safra 2007/08, quecomeça a ser cultivada em se-tembro. No ano passado, a áreacoberta foi de 1,5 milhão de hec-tares para 46,16 milhões de hec-tares cultivados. O aumento é re-
sultado da maior oferta de recur-sos para subvenção: R$ 100 mi-lhões este ano contra R$ 31,1 mi-lhões liberados no ano passado. Aexpectativa é de que 70 mil apó-lices sejam contratadas, ante 21,8contratos em 2006. “Como a áreaocupada com agricultura tempo-rária e permanente é de 63 mi-lhões de hectares, cerca de 8% daárea cultivada deverá ser cobertapelo seguro rural privado nesteano”, comentou Almeida.
Estão habilitadas para ope-rar no Programa de Subvençãoao Prêmio do Seguro Rural(PSPSR), em 2007, as segurado-ras AGF Seguros, Aliança doBrasil, Mapfre Seguradora, No-bre Seguradora e SeguradoraBrasileira Rural. O Deger estáanalisando ainda o pedido dehabilitação de mais duas segu-radoras: Porto Seguro e Itaú XL. Plantação de arroz, uma das culturas beneficiadas pelo seguro
FERNANDO SOUZA/ESPECIAL PARA O EM - 14/4/05