polibutadieno tese

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COPPE/UFRJ COPPE/UFRJ ESTUDO EXPERIMENTAL E SIMULAÇÃO DE PROPRIEDADES FINAIS DO POLIBUTADIENO ALTO-CIS PRODUZIDO POR SISTEMAS CATALÍTICOS À BASE DE NEODÍMIO Luis Carlos Ferreira Junior Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Química, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Engenharia Química. Orientadores: José Carlos Costa da Silva Pinto Márcio Nele Souza Neusa Maria Tocchetto Pires Rio de Janeiro Dezembro de 2009

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  • COPPE/UFRJCOPPE/UFRJ

    ESTUDO EXPERIMENTAL E SIMULAO DE PROPRIEDADES FINAIS DO

    POLIBUTADIENO ALTO-CIS PRODUZIDO POR SISTEMAS CATALTICOS

    BASE DE NEODMIO

    Luis Carlos Ferreira Junior

    Tese de Doutorado apresentada ao Programa de

    Ps-graduao em Engenharia Qumica, COPPE,

    da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

    parte dos requisitos necessrios obteno do

    ttulo de Doutor em Engenharia Qumica.

    Orientadores: Jos Carlos Costa da Silva Pinto Mrcio Nele Souza Neusa Maria Tocchetto Pires

    Rio de Janeiro

    Dezembro de 2009

  • ESTUDO EXPERIMENTAL E SIMULAO DE PROPRIEDADES FINAIS DO

    POLIBUTADIENO ALTO-CIS PRODUZIDO POR SISTEMAS CATALTICOS

    BASE DE NEODMIO

    Luis Carlos Ferreira Junior

    TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ

    COIMBRA DE PS-GRADUAO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

    REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR EM

    CINCIAS EM ENGENHARIA QUMICA.

    Examinada por:

    ________________________________________________

    Prof. Jos Carlos Costa da Silva Pinto, DSc.

    ________________________________________________ Prof. Mrcio Nele de Souza, DSc.

    ________________________________________________ Dr(a). Neusa Maria Tocchetto Pires, D.Sc.

    ________________________________________________ Prof. Pramo Albuquerque Melo Junior, DSc.

    ________________________________________________ Prof(a). Griselda Barrera Galand, Ph.D.

    ________________________________________________ Prof. Marcos Lopes Dias, Ph.D.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    DEZEMBRO DE 2009

  • iii

    Ferreira Jr., Luis Carlos

    Estudo Experimental e Simulao de Propriedades

    Finais do Polibutadieno Alto-Cis Produzido por Sistemas

    Catalticos Base de Neodmio/ Luis Carlos Ferreira

    Junior. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009.

    XXII, 169 p.: il.; 29,7 cm.

    Orientador: Jos Carlos Costa da Silva Pinto

    Tese (doutorado) UFRJ/ COPPE/ Programa de

    Engenharia Qumica, 2009.

    Referencias Bibliogrficas: p. 158-169.

    1. Modelagem e Simulao. 2. Polibutadieno. 3.

    Processos Qumicos. I Pinto, Jos Carlos C. da Silva. II.

    Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,

    Programa de Engenharia Qumica. III. Titulo.

  • iv

    Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios

    para a obteno do grau de Doutor em Cincias (D.Sc.)

    ESTUDO EXPERIMENTAL E SIMULAO DE PROPRIEDADES FINAIS DO

    POLIBUTADIENO ALTO-CIS PRODUZIDO POR SISTEMAS CATALTICOS

    BASE DE NEODMIO

    Luis Carlos Ferreira Junior

    Dezembro/2009

    Orientadores: Jos Carlos Costa da Silva Pinto

    Mrcio Nele de Souza

    Neusa Maria Tocchetto Pires

    Programa: Engenharia Qumica

    Essa tese teve como principal objetivo descrever e estudar a

    polimerizao de 1,3-butadieno com catalisadores a base de neodmio. Foi dada nfase

    ao entendimento das etapas cinticas de polimerizao, mostrando em particular a

    existncia e importncia da etapa de reincorporao de macromonmeros na formao

    de ramos longos. A dinmica do processo foi descrita com ajuda de um modelo cintico,

    resolvido com o auxlio de tcnicas numricas baseadas na colocao ortogonal

    adaptativa e no mtodo dos momentos. Alm disso, foi empregada a tcnica de

    caracterizao de TRI-SEC (GPC com trs detectores) capaz de quantificar a quantidade

    de ramos e RPA (rubber process analisys) para estudo da reologia do polmero. Essas

    tcnicas foram importantes para caracterizar a existncia de ramos longos e sua relao

    com o comportamento viscoelstico do polmero. Por fim, tambm foi realizada uma

    anlise detalhada das curvas de distribuio de massa molar, por meio de tcnicas de

    calculo das distribuies acumuladas e desenvolvimento de um novo mtodo de

    deconvoluo baseado na estrutura particular dos catalisadores utilizadores.

  • v

    Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

    EXPERIMENTAL STUDY AND SIMULATION OF FINAL PROPERTIES OF HI-

    CIS POLYBUTADIENE PRODUCED WITH NEODYMIUM BASED CATALYST

    SYSTEMS

    Luis Carlos Ferreira Junior

    Dezembro/2009

    Advisors: Jos Carlos Costa da Silva Pinto

    Marcio Nele de Souza

    Neusa Maria Tocchetto Pires

    Department: Chemical Engineering

    This work presents an experimental study and mathematical simulation of 1,3-

    butadiene polymerization with neodymium based catalyst. It was emphasized the kinetic

    of polymerization, showing that macromonomer reincorporation is an important step to

    long chain branches formation. The dynamic of the polymerization (monomer

    conversion and the polymer molar masses) was simulated with numerical models based

    on orthogonal collocation and moment method. The properties of cis-1,4 polybutadiene

    were evaluated with TRI-SEC (GPC with three detectors) equipment to obtain the molar

    masses and long chain branches distributions. In addition, it was used RPA (Rubber

    Process Analyser) to study rheology of the polymers. These techniques were important

    to determine the relationship between the long chain branches and viscoelastic

    properties of the polybutadiene. Finally, a detailed analysis of the molar mass

    distribution was made, using the Flory most probable accumulation curves and a new

    method of deconvoluion based on the particular catalyst structure was developed.

  • NDICE

    CAPTULO 1 - APRESENTAO

    1

    CAPTULO 2 POLIMERIZAO POR COORDENAO DE DIENOS CONJUGADOS COM CATALISADORES ORGANOMETLICOS

    2.1 OBJETIVO 3 2.2 INTRODUO 3

    2.2.1 Borrachas base de 1,3-butadieno (cis-1,4-polibutadieno) 4

    2.2.2 Polimerizao estreoespecfica utilizando catalisadores do tipo Ziegler-Natta

    9

    2.2.3 Principais Grupos de Catalisadores 11

    2.2.4 Alguns fatores que influenciam a atividade cataltica e microestrutura do poldieno

    14

    2.2.4.1 Tipo de lantandeo

    12

    2.2.4.2 Natureza dos ligantes

    14

    2.2.4.3 Estrutura do organoalumnio usado como cocatalisador

    15

    2.2.5 Alguns fatores que influenciam massas molares dos polidienos

    18

    2.2.6 Mecanismos de polimerizao estereoseletividade e mecanismos cinticos

    24

    2.2.7 Mecanismos de estreo-regularidade para controle da microestrutura

    24

    2.2.8 Mecanismos cinticos de polimerizao 27

    2.3 COMENTRIOS FINAIS 38

  • CAPTULO 3 - COMPORTAMENTO CINTICO DA POLIMERIZAO DE 1,3 BUTADIENO COM CATALISADORES BASE DE CARBOXILATOS DE METAIS DE TRANSIO

    3.1 OBJETIVO 39 3.2 MODELOS CINTICOS PARA POLIMERIZAO EM BATELADA

    39

    3.3 MODELAGEM DAS REAES EM FASE GASOSA E DE REATORES CSTR

    45

    3.4 COMENTRIOS FINAIS 47

    CAPTULO 4 - MODELAGEM DA CINTICA DE POLIMERIZAO DE DIENOS COM FORMAO DE RAMIFICAES LONGAS

    4.1 OBJETIVO 48 4.2 HIPTESES EMPREGADAS NA MODELAGEM 48 4.3 DESENVOLVIMENTOS DA FORMA DO MODELO QUE UTILIZA A TCNICA DE COLOCAO ORTOGONAL

    49

    4.3.1 Balano de massa 51

    4.3.2 Simplificaes do modelo cintico 53 4.3.3 Tcnica de colocao ortogonal adaptativa 55 4.3.4 Algoritmo da colocao ortogonal adaptativa 57

    4.4 DESENVOLVIMENTO DA FORMA DO MODELO QUE UTILIZA A TCNICA DOS MOMENTOS

    59

    4.5 SIMULAES GERADAS PARA VALIDAR O MODELO 61

    4.6 NOMENCLATURA 65

    4.6 COMENTRIOS FINAIS 66

  • CAPTULO 5 - AVALIAO DE DADOS EXPERIMENTAIS OBTIDOS NA PLANTA INDUSTRIAL DA PETROFLEX DECONVOLUO DAS DISTRIBUIES DE MASSAS MOLARES E MODELOS EMPIRICOS

    5.1 OBJETIVO 67 5.2 DECONVOLUO DAS DISTRIBUIES DE MASSAS MOLARES 67

    5.3 EFEITOS PRINCIPAIS DAS CONDIES DE POLIMERIZAO E MODELOS EMPRICOS

    88

    5.4 - COMENTRIOS FINAIS 99

    CAPTULO 6 AVALIAO DAS CONDIES DE POLIMERIZAO EM SOLUO DO 1,3 - BUTADIENO COM CATALISADOR A BASE DE NEODMIO ATIVADO COM HIDRETO DE DIISOBUTILALUMNIO (DIBAL-H) E CLORETO DE DIETILALUMNIO (DEAC)

    6.1 OBJETIVO 101 6.2 AVALIAO DAS CONDIES DE POLIMERIZAO 101 6.3 MATERIAIS 103

    6.4 PARTE EXPERIMENTAL 104

    6.4.1 LIMPEZA, SECAGEM E INERTIZAO DE VIDRARIA 104

    6.4.2 TRATAMENTO DO SOLVENTE 104 6.4.3 TRATAMENTO DO MONMERO 104 6.3.4 SNTESE DO CATALISADOR 104

    6.3.4.1 PREPARO DA SOLUO DE HIDRETO DE DIISOBUTILALUMNIO (DIBAL-H) E CLORETO DE DIETILALUMNIO (DEAC)

    104

    6.4.4.2 PREPARO DO CATALISADOR 105 6.4.5 REAO DE POLIMERIZAO 105

    6.4.6TRMINO E ESTABILIZAO DA REAO DE POLIMERIZAO

    106

    6.4.7 COAGULAO E SECAGEM 106 6.5 CARACTERIZAO DOS POLMEROS 106 6.6 RESULTADOS E DISCUSSO 106

  • 6.7 DECONVOLUO DAS DISTRIBUIES DE MASSA MOLAR 111 6.8 SIMULAO DAS CURVAS DE CONVERSO PARA POLIMERIZAO DE 1,3-BUTADIENO

    112

    6.9 COMENTRIOS FINAIS 115 7. PROPRIEDADES REOLGICAS DE POLIBUTADIENO E DETERMINAO DA QUANTIDADE DE RAMIFICAES LONGAS

    7.1 OBJETIVO 116

    7.2 INTRODUO 116 7.3 REOLOGIA DO CIS-1,4 POLIBUTADIENO E A PRESENA DE RAMOS LONGOS

    120

    7.3.1 EXPERIMENTAL 121

    7.3.2 RESULTADOS E DISCUSSO 122 7.4 COMENTRIOS FINAIS 132

    8. NOVO MTODO PARA DECONVOLUO DAS CURVAS DE DISTRIBUIO DE MASSA MOLAR

    8.1 OBJETIVO 133

    8.2 INTRODUO 133 8.3 NOVO MTODO PARA O CALCULO DAS CURVAS DE DISTRIBUIO DE MASSA MOLAR

    137

    8.4 COMENTRIOS FINAIS 150

    9. CONCLUSES 151

    10. SUGESTES PARA MELHORA DO TRABALHO 153

    11. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 155

  • 1

    CPITULO 1 APRESENTAO

    Atualmente, os fabricantes de borrachas programam o desenvolvimento e

    investimentos em novos elastmeros e compostos para vulcanizao, em virtude de

    novas oportunidades, que aparecem no mercado externo. Com isso, aceleram a

    produtividade e conseguem planejar suas produes de acordo com a capacidade

    instalada, tornando mais rentveis seus negcios.

    O incentivo na pesquisa e desenvolvimento em novos materiais

    elastomricos, tem garantido o aparecimento de novos produtos comerciais com

    caractersticas que atendem o mercado consumidor e ao mesmo tempo levam a

    melhorias e modernizao na tecnologia de processo de fabricao de borrachas,

    como o caso do cis-1,4 polibutadieno.

    A produo de polibutadieno com altos teores de unidades cis-1,4, tem sido

    alvo de pesquisas ao longo das ltimas dcadas, para produo de elastmeros com

    aplicaes na rea de pneumticos, que garantem um grande mercado rentvel. Os

    complexos catalticos mais estudos foram desenvolvidos a base de cobalto, nquel,

    titnio e neodmio. Esses complexos produzem desde polibutadienos ramificados

    (cobalto) a polmeros essencialmente lineares (neodmio). Os catalisadores base de

    neodmio so os mais utilizados para o desenvolvimento dessas borrachas, por

    apresentar maior atividade cataltica e as borrachas produzidas, por esse complexo,

    possuem maiores teores de unidades cis-1,4, que garantem a esse catalisador uma

    imensa vantagem em relao aos outros sistemas catalticos.

    Esses catalisadores so bastante utilizados por grandes indstrias e

    tambm tem sido alvo de muitas pesquisas. Sendo que uma grande parcela do

    mercado consumidor tem observado a substituio de muitos materiais pelo cis-1,4

    polibutadieno na produo de vrios artefatos, demonstrando uma variedade de

    aplicaes em diversas reas. Ao mesmo tempo, entender os processos de fabricao

    constituiu um grande vazio, embora sejam baseados principalmente em receitas, que

    produzem com eficincia, mas sem o entendimento completo da cintica de formao

    dos stios ativos e tambm das reaes de polimerizao

    Dessa forma, essa tese tem como incentivo o estudo de um sistema

    cataltico base de neodmio para produo de um elastmero com grande interesse

    comercial. Esse estudo envolve o desenvolvimento de um modelo cintico para

    simulao de propriedades finais dos polmeros como massas molares mdias,

    polidisperso, viscosidade em soluo, viscosidade Mooney e atividade do sistema

  • 2

    cataltico. Alm disso, as distribuies de massas molares sero investigadas por meio

    de deconvolues que usam curvas normais do tipo Flory e curvas que envolvem o

    aspecto qumico do catalisador de neodmio (na forma de oligmero). Estudos

    experimentais sero obtidos para avaliar as principais variveis de processo que

    influenciam as propriedades do produto final e as caractersticas do catalisador.

  • 3

    CAPTULO 2 POLIMERIZAO POR COORDENAO DE DIENOS CONJUGADOS COM CATALISADORES ORGANOMETLICOS

    2.1 OBJETIVO

    Este captulo tem o objetivo de apresentar uma reviso sobre a influncia

    das condies de polimerizao (tipo de metal de transio que constitui o catalisador,

    ligante do complexo cataltico, temperatura de polimerizao, condies de preparo do

    catalisador) sobre as propriedades finais do polibutadieno produzido com catalisadores

    base de lantandeos. dada nfase descrio dos principais mecanismos

    cinticos de polimerizao, usados para explicar a formao de polmeros com

    diferentes microestruturas (1,4-cis ou trans), as arquiteturas moleculares e os teores

    de ramificaes, decorrentes de reaes de reincorporao de cadeia polimricas

    insaturadas.

    2.2 INTRODUO

    A descoberta da polimerizao de olefinas por coordenao constitui um

    dos maiores exemplos que demonstram como a pesquisa fundamental pode resultar

    em novas e promissoras tecnologias, que podem ser aplicadas em larga escala e com

    enorme impacto na vida moderna. O experimento decisivo que iniciou esse

    desenvolvimento foi realizado em Mlheim(Rhur)/Germany em outubro de 1953. A

    patente resultante sobre a polimerizao do eteno foi publicada com o seguinte ttulo:

    Process for the synthesis of High Molecular Poly(ethylenes)s. Logo em seguida, em

    1954 foi descoberto o mtodo de produo do polipropileno isottico, por Natta. Essas

    duas descobertas causaram uma revoluo na industria chamada de catlise Ziegler-

    Natta (FRIEBE, 2006; HAMIELEC, 1996).

    Essas invenes mostrou ser de grande aplicao na polimerizao de

    dienos conjugados. A Goodrich-Gulf Chemicals descobriu a polimerizao por

    coordenao de isopreno, resultando tanto em cis-1,4-polisopreno como em trans-1,4-

    poliisopreno. A sntese do cis-1,4-polibutadieno foi publicada em uma srie de

    patentes, assim como a preparao do trans-1,4-polibutadieno. Depois da publicao

    dessas patentes uma larga utilizao de catalisadores base de cobalto e titnio

    foram empregadas em escala industrial para produo do cis-1,4-polibutadieno na

    dcada de 60 (FRIEBE, 2006; PORRI et all, 1994).

    No incio da dcada de 60 o uso de catalisadores a base de lantandeos

    para polimerizao de dienos conjugados tornou-se o foco dos estudos fundamentais.

  • 4

    A primeira patente foi submetida pela Union Carbide Corporation (UCC). Nessa

    patente foi utilizado um sistema cataltico binrio a base de cerium. Pouco depois a

    Goodyear mostrou que um sistema ternrio superior ao catalisador da UCC. Esse

    sistema ternrio comporto pelo catalisador, um alquilalumnio e um doador de

    eltrons (FRIEBE, 2006).

    No final da dcada de 70 e incio da dcada de 80, trabalhos com

    catalisadores base de lantandeos foram continuados pela Anic (antes:Enoxy,

    Enimont, Enichem, Polimeri) e recentemente pela Lanxess (antes:Bayer). Ambas as

    companhias focaram seus estudos em catalisadores a base de neodmio e cerio. Alm

    disso, os complexos de neodmio so disponveis a um menor preo e formam

    catalisadores com maior atividade dentre os metais da srie dos lantandeos. Os

    catalisadores base de neodmio produzem polibutadieno com teores de unidades

    cis-1,4 maiores que os produzidos pelos catalisadores estabelecidos at ento base

    de titnio e cobalto (MARINA et all, 1991; PORRI et all, 1994). Os trabalhos de

    pesquisa de desenvolvimento da Enic voltaram-se para os catalisadores base de Nd-

    alcoolatos, enquanto os trabalhos da Bayer, voltaram para os catalisadores base de

    Nd-carboxilatos. A atividade industrial com esses catalisadores foram iniciadas no

    meio da dcada de 80.

    A explorao industrial dos catalisadores a base de neodmio atraiu uma

    grande ateno para esses catalisadores, demonstrada no vasto crescimento no total

    de patentes e artigos em peridicos publicados desde a dcada de 80.

    2.2.1 Borrachas base de 1,3-butadieno (cis-1,4-polibutadieno)

    Aps a borracha de estireno e butadieno (SBR), o polibutadieno (BR) a

    borracha sinttica mais importante. O consumo anual de polibutadieno est em torno

    de 2.8 milhes de toneladas. Em termos de produo anual, o SBR e o BR esto

    apenas abaixo da borracha natural, cuja produo est em torno de 6,7 milhes de

    toneladas por ano (FRIEBE, 2006).

    BR usado em quatro grandes reas. A maior parte da produo

    aplicada na fabricao de pneus (70%). O segundo maior mercado refere-se

    modificao de impacto de termoplsticos (25%); nesse caso, os dois principais

    produtos so o poliestireno de alto impacto (HIPS) e o terpolmero acrilonitrila-

    butadieno-estireno (ABS). Outras aplicaes incluem produtos como solas de sapato,

    e bolas de golfe constituindo cerca de 5% do mercado (FRIEBE, 2006).

    Desde o incio de sua produo industrial, na dcada de 60, o BR tem

    crescido continuamente, principalmente devido expanso do mercado de pneus,

  • 5

    HIPS e ABS. O BR tem substitudo borrachas como NR (borracha nitrlica) e SBR, no

    mercado de pneus.

    BR comercial pode ser adquirido em uma faixa ampla de grades. Esses

    grades diferem na microestrutura, massa molar, distribuio de massa molar, nvel

    de ramificao e funcionalizao de grupos terminais (Tabela 1.1). Na produo de

    pneus so utilizados BRs com alta massa molar, enquanto na modificao de

    termoplsticos so utilizados BRs com baixa quantidade de gel e baixa viscosidade

    em soluo.

    Atualmente o BR pode ser produzido por meio de vrios mtodos de

    polimerizao, iniciadores e catalisadores (PIRES, 2004).

    a) E-BR: polimerizao radicalar em emulso aquosa

    b) Li-BR: polimerizao aninica em soluo

    c) Co-BR: polimerizao por coordenao em soluo

    d) Ti-BR: polimerizao por coordenao em soluo

    e) Ni-BR: polimerizao por coordenao em soluo

    f) Nd-BR: polimerizao por coordenao em soluo

    A lista antetrior mostra que o BR pode ser produzido por polimerizao em

    emulso, polimerizao aninica com alquil ltio e usando catalisadores tipo Ziegler-

    Natta base de titnio, cobalto, nquel e neodmio em processos em soluo.

    Entretanto, apenas com o uso de catalisadores tipo Ziegler-Natta possvel obter-se

    teores de unidades cis-1,4 maiores que 93%. A Tabela 1.1 mostra de forma resumida

    a concentrao de catalisador, as atividades catalticas, a microestrutura do BR, as

    distribuies de massa molar e as temperaturas de transio vtrea caractersticas de

    vrios grades de BR.

    Os diferentes teores de unidades cis-1,4 levam produo de BR com

    diferentes propriedades fsicas e mecnicas. O BR produzido com alto teor de

    unidades cis-1,4 possui baixa temperatura de transio vtrea e alta elasticidade. O

    produto vulcanizado possui timas propriedades a baixa temperatura, alta resilincia

    em um intervalo largo de temperatura e alta resistncia abraso (PIRES, 2006).

  • 6

    Tabela 1.1 Catalisadores tipo Ziegler-Natta para produo de BR (FRIEBE, 2006)

    M metal de transio, BR polibutadieno, Tg temperatura de transio vtrea, MMD distribuio de massa molar

    Sistema cataltico [M]

    (mg/L) Kg BR-g-1

    Cis-1,4

    (%) Trans-1,4

    (%) 1,2

    (%) Tg (C) MMD

    TiCl4/I2/AliBu(1/1.5/8)

    3 50 4 10 93 3 4 103 Media

    Co(OCOR)2/H2O/AlEt2(1/10/200)

    Cl 1 2 40 160 96 2 2 106 Mdia

    Ni(OCOR)2/BF3-OEt2/AlEt(1/7.5/8)

    3 5 30 90 97 2 1 107 Larga

    Nd(OCOR)3/Et3AlCl3/AliBu2(1/1/8)

    H 10 7 15 98 1 1 109 Muito larga

  • 7

    A importncia do controle da microestrutura do polidienos pode ser ilustrada

    pela forte dependncia das propriedades fsicas dos polmeros formados base de 1,3-

    butadieno e isopreno com a microestrutura gerada durante a polimerizao. A proporo

    dos diferentes tipos de unidades configuracionais nos polidienos pode levar produo

    de polmeros amorfos ou cristalinos. Esses polmeros diferem drasticamente em suas

    propriedades fsicas e possveis aplicaes (DOLGOPLOSK et all, 1994) (Tabela 2.2).

    A Tabela 2.2 mostra diferentes tipos de microestruturas estreo-qumicas

    possveis para o polibutadieno e o poli-isopreno. As estruturas 1 e 6 possuem

    conformao do tipo cis e formam elastmeros. Polmeros com a estrutura 2 e 7 formam

    estruturas cristalinas. As estruturas 3 5 e 8, no caso de polmeros com microestrutura

    isottica ou sindiottica, tambm formam materiais cristalinos, embora possam tambm

    levar a materiais amorfos com caractersticas elastomricas pobres e temperatura de

    transio vtrea em torno de 0C (DOLGOPLOSK et all, 1994) .

    A utilizao de procedimentos de homopolimerizao e copolimerizao via

    radical livre no levam produo de polibutadieno e poliisopreno com microestrutura

    controlada. As cadeias polimricas produzidas, nesse caso, possuem uma microestrutura

    constituda predominantemente por unidades trans, cujo teor diminui com o aumento da

    temperatura de polimerizao. Alm disso, esses polmeros possuem aproximadamente

    18% de unidades 1,2, enquanto o polisopreno possui 10% de unidades mricas 1,2 e 3,4

    (BOOR, 1978).

    Com o desenvolvimento dos catalisadores do tipo Ziegler-Natta, as

    polimerizaes de dienos comearam a ser avaliadas utilizando catalisadores base de

    metais alcalinos e outros componentes orgnicos (DOLGOPLOSK, 1994; JENKINS,

    1992). Foi possvel observar que o ltio metlico e composto orgnicos base de ltio so

    capazes de formar poli-isopreno com microestrutura predominantemente cis-1,4 (80 -

    90%). No caso da polimerizao de 1,3-butadieno, possvel obter polmeros com 90%

    de estruturas cis-1,4 e trans, enquanto a quantidade de estruturas 1,2 est em torno de

    10%. Os catalisadores base de sdio e potssio, levam ao aumento dos teores de

    unidades 1,2 e 3,4. Nesse caso, as unidades 1,4 esto predominantemente presentes na

    configurao trans. Alm disso, o polisopreno pode ser produzido com configurao cis-

    1,4, quando no h presena de aditivos que contenham oxignio, enxofre ou nitrognio,

    embora com propriedades mais pobres que da borracha natural.

  • 8

    Tabela 2.2 Propriedades fsicas de diversos tipos de polibutadieno e poli-isopreno com microestruturas diferentes (DOLGOPLOSK et all, 1994)

    Amostra N

    Microestrutura da unidade elementar Estado Fsico

    Temperatura de Transio (C)

    Vtrea Fuso

    Polibutadieno

    1

    1,4-cis

    Elastmero - 100 No possui

    2

    1,4-trans

    Cristalino -100 143

    3

    1,2 sindiottico

    Cristalino 0 10 < 216

    4

    1,2 istottico

    Cristalino

    0 -10 126

    5

    1,2 attico

    Amorfo 0 10 No possui

    Poli-isopreno

    6

    1,4 cis

    Elastmero - 71 40

    7

    1,4 trans

    Cristalino - 71 69

    8

    3,4

    Amorfo ou

    Cristalino

    20 40 < 120

  • 9

    2.2.2 Polimerizao estreoespecfica utilizando catalisadores do tipo Ziegler-Natta

    A polimerizao de dienos com alta estereorregularidade tornou-se possvel

    por meio da utilizao de catalisadores do tipo Ziegler-Natta, baseados em compostos

    organometlicos, na presena de organoalumnios. No caso da polimerizao de dienos,

    o controle da microestrutura do polmero formado essencialmente devida ao tipo de

    metal de transio que compe o complexo organometlico

    Inicialmente, os primeiros catalisadores eram baseados em haletos de vrios

    metais de transio ativados por meio de diferentes organoalumnios (DOLGOPLOSK et

    all, 1994; MARINA et all, 1984; MONAKOV et all, 1994; PORRI et all, 1994; SIGAEVA et

    all, 2001, 2003). O uso desses sistemas catalticos levou produo de polidienos com

    microestruturas altamente estereorregulares, com diferentes tipos de configuraes

    elementares. Desde ento, vrios estudos foram desenvolvidos e levaram produo de

    poli-isopreno e polibutadieno com alto teor de unidades cis-1,4. No caso do poli-isopreno,

    as propriedades do polmero so similares s propriedades da borracha natural. No caso

    particular do polibutadieno, o material final possui um teor de unidades cis-1,4 entre 92%

    e 93%. Os sistemas catalticos base de haletos de lantandeos levam produo de

    polmeros com alto teor de produtos oligomricos cclicos, sugerindo a existncia de

    vrias rotas de polimerizao, tal como a reincorporao de macromonmeros por meio

    de insaturaes no final e no interior da cadeia polimrica (MAKOVTSKII et all, 2006).

    Atualmente, polidienos com microestruturas regulares podem ser obtidos a

    partir de catalisadores baseados em diferentes tipos de metais de transio, tais como Ti,

    Co, Ni, Cr, V, Nb, W, Mo, etc, contendo diferentes tipos de ligantes, na presena de

    diferentes tipos de cocatalisadores (BOISSON et all, 2005; DOLGOPLOSK et all, 1994;

    EVANS et all, 2005; JANG et all, 2004; KROPACHEVA et all, 1996; NAKAYAMA et all,

    2003; WILSON et all, 1995; PIRES, 2004; KOBAYASHI et all, 1994). Embora esses

    catalisadores estejam sendo estudados extensivamente, aqueles que mais se destacam

    esto baseados nos metais de transio Ti, Co, Ni e no lantandeos (Nd), incluindo os

    sistemas industriais relevantes comercialmente. A Tabela 1.3 mostra uma srie de

    sistemas catalticos e a microestrutura dos polibutadienos resultantes de cada sistema.

  • 10

    Tabela 2.3 Alguns catalisadores usados para produo de polibutadieno (R representa um grupamento aliftico)

    Metal Complexo Cocatalisador Cis 1,4(%) Referncia

    Nd Nd(OCOR)

    3

    R3Al + R2

    AlCl

    MAO B(C6F5)

    9598

    4

    95 - 98 95 98

    DOLGOPLOSK, 1994

    DONG et all, 2003

    PORRI et all, 1998

    WILSON et all, 1995

    OEHME et all, 1993

    OEHME et all, 1996

    PIRES, 2002

    PIRES, 2004

    KAULBACH, 1995

    KWAG et all, 2005

    KWAG et all, 2002

    FISHBACH, 2002

    EVANS et all, 2001

    HUANG et all, 2008

    ROCHA et all, 2009

    ZHAO et all, 2008

    PAOLUCCI, 2007

    LIU et all, 2008

    DONG et all, 2003

    DONG et all, 2002

    TANIGUSHI, 2005

    NdX2OSi/SiONdX

    2

    Nd(OCOR)3

    (X=RO; RCOO) 3

    R3R

    Al

    3

    RAl

    2

    Mg

    92 95 2 9 -

    DOLGOPLOSK, 1994

    DOLGOPLOSK, 1994

    DOLGOPLOSK, 1994

    ZHANG et all, 2001

    Ti TiITiCl

    4

    TiI4

    nClTi(OR)

    4-n

    Ti(ciclopentadienil)4

    R

    2

    3

    RAl

    3

    RAl

    3

    RAl

    3

    MAO Al

    93-95 71 93-95 2-12 90-95

    DOLGOPLOSK, 1994

    DOLGOPLOSK, 1994

    DOLGOPLOSK, 1994

    DOLGOPLOSK, 1994

    NAGA et all, 2003

  • 11

    Ni Ni(naphth)Ni(OCOR)

    2 R

    2 2

    RAlCl

    2

    BFAlCl

    3.EtO2+R3

    BFAl

    3.EtO2+R3

    95

    Al

    95 95 95

    DOLGOPLOSK, 1994

    SHRODER , 1994

    JANG et all, 2004

    DOLGOPLOSK, 1994

    Co Co(AcAc)CoX

    3

    2

    Co(AcAc)Co(OCOR)

    3

    2

    R3Al+CSR

    2

    3

    MAO Al

    R2R

    AlCl

    2

    AlCl

    R2AlCl+H2

    0

    O

    0 95 79-89 98 98 98

    DOLGOPLOSK, 1994

    DOLGOPLOSK, 1994

    NATH et all, 2002

    DOLGOPLOSK, 1994

    DOLGOPLOSK, 1994

    JANG et all, 2003

    ESTRADA, 1988

    2.2.3 Principais Grupos de Catalisadores

    Os catalisadores usados para polimerizao de dienos podem ser divididos em

    grupos, de acordo com a natureza do metal de transio, dos ligantes associados e dos

    componentes que influenciam a formao de polidienos com diferentes teores de

    unidades cis-1,4. A classificao mais aceita apresentada a seguir.

    O Grupo I inclui sistemas catalticos classificados genericamente na forma

    (LaHl3 nL AlR3), onde La o metal de transio (lantandeo); Hl um halogneo (que

    pode ser qualquer elemento do grupo 17, tal como F, Cl, Br, I) e L um ligante, sendo n

    3, AlR3

    O Grupo II inclui catalisadores com a seguinte frmula LaL

    o organoalumnio utilizado para ativao do catalisador (MONAKOV et all, 1994;

    MARINA et all, 1994). Os sistemas catalticos geralmente utilizam doadores de eltrons,

    tais como lcoois, teres cclicos, steres alifticos, cido ortofosfrico, solventes

    alifticos e sulfxidos cclicos. Esses doadores permitem a converso do sal do metal de

    transio em um composto complexo, que freqentemente solvel em hidrocarbonetos

    utilizados como solvente para a reao (RICCI et all, 1986).

    3, no contendo

    halogneo. Os ligantes (L) mais comuns nesses catalisadores so os octanoatos,

    naftenatos, acetilacetonatos. Nesse caso, os catalisadores so ativados por meio de um

    alquilalumnio (AlR3), cuja funo alquilar as espcies halogenadas previamente por um

    organoalumnio do tipo (AlR2Cl) (PIRES, 2004, BOISSON et all, 1999; FISHBACH et all,

    2002, 2006).

  • 12

    O Grupo III contm os catalisadores caracterizados pela existncia de uma

    ligao allica do tipo 4 entre um centro metlico do grupo dos lantandeos e um ligante

    com ligaes duplas conjugadas. A produo de polidienos com esses complexos pode

    ser realizada por meio do sistema cataltico RLaHl2 . nTHF AlR3

    . A sntese desse

    sistema cataltico geralmente realizada na presena de tetrahidrofurano, com a reao

    oxidativa de formao da ligao allica conduzida na presena de RHl (cloreto de

    trimetilfenila, cloreto de benzila, brometo de fenila, iodeto de alila), estando o lantandeo

    em seu estado fundamental. Esses catalisadores podem ser utilizados diretamente nas

    reaes de polimerizao, na ausncia de organoalumnios como cocatalisadores

    (DOLGOPLOSK et all, 1994, TANIGUSHI et all, 2005).

    2.2.4 Alguns fatores que influenciam a atividade cataltica e microestrutura do poldieno

    2.2.4.1 Tipo de lantandeo

    A atividade dos sistemas catalticos base dos lantandeos fortemente

    influenciada pela natureza qumica do centro metlico (MARINA et all,1991). A

    comparao com o tipo de stio metlico permite concluir que a atividade do catalisador

    depende fracamente das condies de polimerizao. Desta forma, em geral a taxa de

    polimerizao desses catalisadores segue a ordem: La < Ce < Pr < Nd > Gd > Tb > Dy >

    Ho > Er (MARINA et all, 1991). Vrios trabalhos descrevem essa ordem de reatividade;

    portanto, essa seqncia pode ser considerada em termos bastante genricos. A

    atividade cataltica dessa seqncia de catalisadores segue um comportamento irregular

    na srie dos lantandeos (Figura 2.1).

  • 13

    Figura 2.1 Acompanhamento da converso de monmero para vrios catalisadores base de metais de transio (MARINA et all, 1991)

    O comportamento das taxas de polimerizao em funo do nmero atmico

    pode estar ligado contrao dos orbitais f, causado pelo preenchimento por eltrons,

    medida que aumenta o nmero atmico. Neste caso, os orbitais externos desses

    elementos perdem as caractersticas do orbital f e passam a ter caractersticas

    predominantes dos orbitais d. Alm disso, outros fatores podem ser levados em

    considerao, tais como a relao entre o raio do on trivalente envolvido na

    polimerizao, o momento magntico dos lantandeos e a energia da ligao dos

    lantandeos com o ligante proveniente da alquilao. Existe ainda uma relao direta

    entre a eletronegatividade dos orbitais 5d e o potencial de ionizao dos lantandeos.

    Portanto, o papel do orbital 5d crucial para determinar a atividade dos lantandeos para

    reaes de polimerizao de dienos (MARINA et all,1991).

    Embora a natureza do lantandeo influencie a atividade do catalisador, o

    mesmo efeito no notado na estereoespecificidade do catalisador para polimerizao de

    dienos. Pequenas mudanas so observadas no teor de unidades cis-1,4 no

    polibutadieno produzido e no teor de unidades 3,4 de poli-isopreno, com o aumento no

    nmero atmico do elemento ao longo da srie dos lantandeos (MARINA et all, 1991).

  • 14

    Independentemente do tipo de lantandeo empregado possvel observar que

    os lantandeos so muito ativos, resultam em polmeros de alta estereorregularidade e

    produzem polmeros com massas molares similares, mas com propriedades de

    processamento diferentes. Portanto, torna-se possvel a utilizao de uma ampla faixa de

    catalisadores, para obteno de polmeros com diferentes aplicaes (PIRES, 2006).

    2.2.4.2 Natureza dos ligantes

    Os sistemas do Grupo I so formados por haletos de lantandeos, para os

    quais a atividade cataltica aumenta na seguinte ordem: Cl>Br>I. A microestrutura, para

    os catalisadores do Grupo II, no influenciada pela natureza dos ligantes associados

    aos lantandeos para polimerizao de 1,3-butadieno e isopreno (MARINA et all, 1991).

    A microestrutura dos polibutadienos depende da eletronegatividade do

    halognio usado como ligante. No entanto, polimerizaes de outros monmeros que

    possuem maior estereoimpedimento, como o isopreno, no so sensveis ao uso dos

    diferentes tipos de haletos como ligantes (MARINA et all, 1991).

    A natureza e a quantidade de ligantes associados no complexo cataltico inicial

    dos Grupos I e II (LaHl3 .nL ou LaL3

    O Grupo II inclui catalisadores formados por ligantes carboxilados na forma

    genrica (La(OCOR

    ) podem mudar tanto a natureza covalente das

    ligaes Ln-Hl como o nvel de associao do ligantes no complexo. Certamente essa

    variao pode alterar a extenso com que a alquilao pode ocorrer, modificando o nvel

    da atividade. A estereoespecificidade tambm outra propriedade que sofre modificao

    na presena de diferentes tipos de doadores de eltrons. Nesse caso, percebe-se que a

    substituio de um grupamento tetrahidrofurano por um grupamento allico permite um

    aumento muito expressivo na atividade do catalisador, que chega ao mesmo nvel de

    converso com apenas 5 minutos de polimerizao. O teor de unidade cis-1,4 foi tambm

    aumentado na presena de grupamentos allicos. Esses resultados parecem mostrar que

    a presena de um doador de eltrons, que leva formao de uma ligao estvel,

    permite consequentemente a formao de stios mais estveis. Alm disso, esses stios

    possuem natureza diferenciada, pois alteram a microestrutura do polmero (MARINA,

    1991).

    3)3), onde o grupamento R permite avaliar a influncia desse

    grupamento doador de eltrons sobre a atividade e a microestrutura do polidieno

  • 15

    (KOBAYASHI et all, 1994, 1998). A Figura 2.2 mostra que h um valor timo para a

    acidez do grupo R, aqum do qual se verifica uma diminuio da converso e da massa

    molar. A microestrutura no sofre influncia desse tipo de ligante no catalisador.

    Figura 2.2 Efeito da presena de um grupo doador de eltrons (medido pelo pKa do catalisador em soluo) sobre a taxa de polimerizao e a massa molar ponderal mdia

    de polibutadienos (KOBAYASHI et all, 1994)

    2.2.4.3 Estrutura do organoalumnio usado como cocatalisador

    A modificao na estrutura do alquilalumnio (AlR3

    Al(iso-C

    ) usado como cocatalisador

    influencia sensivelmente a atividade do catalisador. No entanto, diferentes tipos de

    comportamento podem ser observados com a modificao das condies de

    polimerizao. Dependendo do metal de transio e do ligante, em geral as seguintes

    ordens para o aumento na taxa de polimerizao podem ser observadas para os

    catalisadores do Grupo II (MARINA et all, 1991; WILSON et all, 1995):

    4H9)2H > Al(iso-C4H9)3 > Al(C2H5)3 > Al(CH3)

    Al(iso-C

    3

    4H9)3 Al(iso-C4H9)2H > Al(C2H5)3 > Al(CH3)

    O sistema cataltico LaCl

    3

    3 ROH AlR3 possui uma ordem bem diferente de

    atividades (MARINA et all, 1991; WILSON et all, 1995):

  • 16

    Al(CH3)3 > Al(iso-C4H9)3 > Al(iso-C4H9)2H > Al(C2H5)

    Portanto, no h uma ordem que permita determinar de forma absoluta a

    influncia do organoalumnio sobre a atividade do catalisador.

    3

    A temperatura exerce influncia significativa sobre os efeitos que os

    compostos de organoalumnio exercem sobre a atividade do catalisador (Grupo II). Na

    temperatura de 25C, pode-se observar a seguinte srie de atividades (MARINA et all,

    1991; WILSON et all, 1995):

    Al(n-C10H21)3 > Al(n-C6H13)3 > Al(C2H5)

    Na temperatura de 80C, essa ordem invertida. Nesse caso, percebe-se que

    a associao do alquilalumnio leva formao de espcies dimricas de cocatalisador

    ligadas por meio de pontes de alquila, que no ativam o catalisador inicial. A formao

    destas espcies favorecida pela diminuio da temperatura e pelo aumento na

    concentrao do alquilalumnio. Portanto, a diminuio na temperatura de polimerizao

    torna a ativao do catalisador inicial menos eficiente para o Al(C

    3

    2H5)3,

    A microestrutura do polidieno tambm sofre influncia do tipo de alquilalumnio

    AlR

    que forma

    espcies dimricas com maior facilidade que os outros alquilalumnios (MARINA et all,

    1991. PIRES, 2004).

    3. Os resultados comentados acima mostram que esses sistemas catalticos

    promovem a formao de diferentes tipos de stios ativos (MARINA et all,1991). O Grupo

    II de catalisadores na forma (La(OCOR3)3) so ativados por meio de dois

    organoalumnios. Um deles alquila o complexo inicial, enquanto o segundo halogena o

    complexo previamente alquilado, formando o stio cataltico. Ambos os organolalumnios

    so capazes de provocar mudanas significativas na microestrutura dos polidienos. O

    hidreto de diisobutilalumnio (DIBAL-H) promove a diminuio no teor de unidades cis-1,4,

    com o aumento gradativo na quantidade de unidades trans (Figura 2.3). Por outro lado, o

    aumento na concentrao de sesquicloreto de etilalumnio (EASC) promove uma inverso

    no comportamento da microestrutura. Este comportamento mostra, que, medida que

    ocorre o aumento na concentrao de organoalumnio, ocorrem modificaes na natureza

    dos stios ativos em muitos desses catalisadores (FRIEBE et all, 2002).

  • 17

    Figura 2.3 Efeito da concentrao de DIBAL-H sobre a microestrutura do polibutadieno (PORRI, 1994)

    A concentrao de alquilalumnio de grande interesse para a determinao da

    taxa de polimerizao, assim como para a modificao e aumento na quantidade de stios

    ativos. Certamente ocorre uma dinmica de formao de stios catalticos ao longo da

    polimerizao e ou durante o perodo de sntese e envelhecimento do catalisador

    (MONAKOV et all, 1994). Esta dinmica pode ser funo direta da concentrao de

    catalisador e de organoalumnio utilizados. A Figura 2.4 mostra que ocorre um aumento

    tanto na taxa de polimerizao quanto na quantidade de stios ativos para os

    catalisadores do Grupo I com aumento da razo Al/Nd. No entanto, a partir da razo

    molar 20, percebe-se uma tendncia de estabilizao tanto na taxa de polimerizao

    quanto na quantidade de stios ativos (MARINA et all, 1991). Esse comportamento pode

    tambm ser observado em outros sistemas catalticos (Grupo II), nos quais o aumento na

    concentrao tanto do alquilalumnio como do haleto de alquilalumnio pode levar

    formao crescente de stios catalticos (ou modificao dos mesmos), com aumento na

    taxa de polimerizao (FRIEBE et all, 2002). A Figura 2.5 mostra esse tipo de

    comportamento. Percebe-se que existe um ponto timo para a taxa de polimerizao,

    quando se utiliza EASC como agente para halogenao. A influncia do DIBAL-H

    acompanha o mesmo comportamento descrito para os catalisadores do Grupo I.

  • 18

    Figura 2.4 Aumento da taxa de polimerizao e da quantidade de stios ativos em funo da razo molar Al/Nd para catalisadores do Grupo I (MONAKOV et all, 1994)

    Figura 2.5 - Aumento da taxa de polimerizao em funo da razo molar Cl/Nd para catalisadores do Grupo II (FRIEBE et all, 2002)

    2.2.5 Alguns fatores que influenciam as massas molares dos polidienos

    As massas molares dos polidienos dependem essencialmente da

    concentrao e composio dos componentes que constituem o sistema cataltico

    (FRIEBE et all, 2002; PIRES, 2004). A variao do tipo de lantandeo, do ligante e do

    halognio que constitui o complexo inicial dos catalisadores do Grupo I no leva a

  • 19

    nenhuma alterao significativa da massa molar ou na polidisperso dos polmeros

    formados. No entanto, a concentrao dos organoalumnios utilizados para formao dos

    stios catalticos essencial para determinao da massa molar e da polidisperso dos

    polidienos obtidos com catalisadores do Grupo I. O principal tipo de comportamento

    observado a diminuio das massas molares mdias e aumento da polidisperso,

    medida que ocorre o aumento na concentrao de alquilalumnio. Esse comportamento

    indica que o AlR3

    Trabalhos recentes mostram a existncia de ao menos um stio cataltico que

    produz polibutadieno alto cis na regio de alta massa molar. Esse stio possui alta

    atividade no incio da polimerizao, mas instvel e perdura por pouco tempo, dando

    lugar a stios que so influenciados pela presena do AlR

    funciona como poderoso agente de transferncia de cadeia para esse

    sistema (Figura 2.6) (FRIEBE et all, 2002).

    3. Esse fato leva diminuio da

    massa molar com aumento conjunto da polidisperso. Portanto, o comportamento da

    massa molar no est apenas ligado ao efeito de transferncia de cadeia causado pelo

    alquilalumnio. Alm disso, h tambm o modo de preparo do catalisador, que pode levar

    produo de stios com sensibilidade diferenciada presena de um agente de

    transferncia de cadeia (PIRES, 2004).

    Figura 2.6 Acompanhamento da massa molar numrico mdio em funo da converso para diferentes razes molares DIBAL_H/Nd ( = 10; = 20; = 30; = 50) (FRIEBE

    et all, 2002)

  • 20

    A ordem de reatividade do AlR3 como agente de transferncia de cadeia pode

    ter a seguinte forma: Al(iso-C4H9)2H > Al(C2H5)3 > Al(iso-C4H9)3. Quando o radical alquila

    tem estrutura linear, a ordem de reatividade para transferncia de cadeia tem a seguinte

    forma: Al(C2H5)3 > Al(n-C6H13)3 > Al(C8H17)3. Nesse caso percebe-se que o aumento do

    radical leva a um aumento da massa molar do polmero formado. Portanto, dois pontos

    parecem ser importantes nesse caso. Um fator a formao da forma dimrica do AlR3,

    favorecida medida que o tamanho do radical diminui. Outro fator a temperatura de

    polimerizao, j que a 80C as espcies dimricas so desfeitas, permitindo a ao do

    AlR3

    como agente efetivo de transferncia de cadeia (MARINA et all, 1991, PIRES, 2004,

    WILSON et all, 1995). As constantes relativas de transferncia de cadeia para o

    alquilalumnio podem ser observadas na Tabela 2.3. Esta tabela mostra que, alm do tipo

    de alquilalumnio, a transferncia de cadeia tambm influenciada pela estrutura do

    monmero, pois o isopreno possui uma estrutura mais estereoimpedida que o 1,3-

    butadieno.

    Tabela 2.3 Constantes relativas de transferncia (Kt /Kp) de cadeia relativa para diferentes tipos de Alquilalumnios (DOLGOPLOSK et all, 1994).

    AlR3 Kt/Kp

    Polibutadieno Poli-isopreno Al(i-C4H9)3 0,05 0,02 Al(C2H5)3 0,09 -

    Al(i-C4H9)2H 0,24 0,16

    A temperatura de polimerizao exerce influncia marcante sobre as taxas de

    transferncia de cadeia. Portanto, a tendncia geral a diminuio significativa da massa

    molar com o aumento da temperatura de polimerizao, devido ao aumento das taxas de

    transferncias de cadeia. No entanto, essa tendncia pode ser contrariada, devido

    formao de espcies dimricas dos alquilalumnios (Al2R6), que se desfazem a uma

    temperatura superior a 80C (PIRES, 2004). Isso leva formao da espcie monomrica

    (AlR3), bem mais eficiente como agente de transferncia de cadeia. A ocorrncia desse

    fenmeno pode ser observada na Figura 2.7, onde foi utilizado um sistema cataltico do

    Grupo II, alquilado com DIBAL-H, que forma espcies dimricas abaixo da temperatura de

    80C. Portanto, observa-se que ocorre uma inverso no comportamento da massa molar,

  • 21

    nessa temperatura. Alm disso, ocorre um aumento da massa molar partir de 90C,

    devido a reaes de transferncia de cadeia para o polmero e a reaes de

    reincorporao de macromnomeros (ESTRADA, 1988; FERREIRA JR, 2005)

    Figura 2.7 Evoluo da massa molar fina do polmero em funo da temperatura de polimerizao (PIRES, 2004)

    A forma da distribuio de massas molares sofre uma drstica influncia da

    converso do monmero. A Figura 2.8 mostra que uma frao de baixa massa molar

    produzida logo no incio da polimerizao. Com o decorrer do tempo e o aumento da

    converso, ocorre um aumento gradativo da massa molar, inclusive com a formao de

    um ombro, caracterstico da frao de polmero que passa a predominar em maiores

    converses (FRIEBE et all, 2002). Contudo, o uso do mesmo catalisador, com diferente

    forma de preparo, pode levar a produo de polmeros com caractersticas diferentes,

    dando origem a uma frao de polmero de alta massa molar produzida logo no incio da

    polimerizao. Essa frao produzida por um stio cataltico que no parece ser efetado

    por reaes de transferncia de cadeia. No entanto, esse stio desaparece ao longo da

    polimerizao, dando lugar a stios que produzem polibutadieno com massa molar menor

    (PIRES, 2004).

  • 22

    Figura 2.8 - Acompanhamento das distribuies de massas molares como funo da converso de monmero (FRIEBE et all, 2002)

    O acompanhamento da evoluo das distribuies de massas molares,com a

    temperatura de polimerizao permite observar a presena de stios ativos diferenciados,

    responsveis por fraes de baixas e altas massas molares (temperatura de 50C). Os

  • 23

    stios que produzem polmeros de baixa massa molar desaparecem com o aumento da

    temperatura de polimerizao, dando lugar aos stios ativos que produzem polmeros com

    maior massa molar (temperatura de 70C). No entanto, o aumento da temperatura para

    90C diminui a massa molar do polmero devido formao de espcies monomricas de

    DIBAL-H, que favorecem as reaes de transferncia de cadeia (Figura 2.9).

    Figura 2.9 Efeito da temperatura de polimerizao sobre a curva de distribuio da massa molar do polibutadieno (PIRES, 2004)

    A literatura mostra que esses sistemas catalticos so ativados por um ou mais

    compostos do tipo organoalumnio. Os catalisadores do Grupo I so ativados por AlR3. Os

    catalisadores do Grupo II so ativados por AlR3, junto com AlR2Cl ou por qualquer outro

    composto orgnico halogenado. A composio desses co-catalisadores de grande

    importncia para determinao da taxa de polimerizao, microestrutura do polmero,

    massa molar e forma das distribuies de massas molares. Alm disso, o

    acompanhamento da evoluo das distribuies de massas molares com o tempo de

    polimerizao e com a temperatura remonta questes referentes formao dos stios

    ativos, funcionamento da dinmica de formao desses stios e maneira como ocorre a

    interconverso de um stio em outro nesses sistemas catalticos. As respostas para essas

    questes podem nos ajudar a entender melhor o comportamento desse sistema cataltico

    e levar ao entendimento da dinmica de mudana das propriedades finais discutidas.

  • 24

    2.2.6 Mecanismos de polimerizao estereoseletividade e mecanismos cinticos

    Os sistemas catalticos de polimerizao de dienos estudados nesse trabalho

    so caracterizados por apresentarem estreoseletividade; ou seja, a microestrutura

    molecular regular durante todo o perodo de crescimento da cadeia polimrica. Alm

    disso, os catalisadores base de titnio, nquel e cobalto permitem a formao de

    ramificaes atravs da reincorporao de macromonmeros (MAKOVTSKII et all, 2006).

    2.2.7 Mecanismos de estreoregularidade para controle da microestrutura

    A polimerizao de dienos conjugados tambm parece seguir as mesmas

    etapas do mecanismo de polimerizao descrito para os catalisadores do tipo Ziegler-

    Natta durante a polimerizao de propeno. A interpretao da formao das estruturas do

    tipo cis, trans e 1,2 baseada na interao do metal de transio e seus ligantes com a

    estrutura do monmero que se insere durante a polimerizao (PORRI et all, 1994,

    PIRES, 2004). A principal diferena existente entre a polimerizao de alcenos e dienos

    a presena de uma ligao do tipo , no caso dos alcenos, e de uma ligao do tipo

    allica, no caso dos dienos . A Figura 2.10 mostra dois modos possveis para insero da

    molcula de dieno, que levam em conta a formao de dois tipos de microestruturas (cis e

    trans). A formao de cada uma dessas microestruturas diferentes depende do modo de

    insero do monmero (sin ou anti). A insero do monmero pode dar origem a dois

    tipos de enantimeros diferentes: a e a para o sin, ou ento, b e b para o anti. Dependendo do enantimero formado, a insero de uma nova molcula de monmero

    pode assumir a estrutura trans-1,4 ou ento cis-1,4.

  • 25

    Figura 2.10 Mecanismo de formao de polibutadieno com microestrutura cis-1,4 e trans-1,4 (Mt: Metal de transio) (PORRI, 1994)

    Um outro mecanismo proposto conhecido como back-biting (KOBAYASHI et

    all, 1994, 1995, 1998). Esse mecanismo baseia-se na capacidade que esses

    catalisadores possuem para formar ligaes coordenadas, devido facilidade de

    expanso de seus orbitais moleculares. Essas ligaes, formadas com mais de uma

    ligao dupla, promovem tambm a formao com maior facilidade das ligaes do tipo

    anti, que levam polimerizao de dienos com microestrutura do tipo cis-1,4 (Figura

    2.11).

  • 26

    Figura 2.11 Mecanismo de polimerizao por coordenao do tipo back-biting (KABAYSHI et all, 1994)

    O mecanismo de back-biting pode ser validado por meio da copolimerizao

    de estireno com butadieno. Os resultados obtidos nessas polimerizaes mostraram que,

    medida que aumentava o teor de estireno na cadeia polimrica, o teor de unidades cis-

    1,4 diminua sensivelmente (KOBAYASHI et all, 1994). Esse dado parece indicar que a

    presena da molcula de estireno restringe a formao de ligaes coordenadas com

    mais de uma ligao dupla, devido ao estreoimpedimento causado pelo volume do

    grupamento benzila. A investigao da microestrutura de polmeros gerados pela

    polimerizao de monmeros, como isopreno e o dimetil-butadieno, indica que o teor de

    unidades cis-1,4 diminui com o aumento do estreoimpedimento das metilas substituintes

    do monmero (Figura 2.12). Esses resultados indicam que a formao de ligaes com

    mais de uma insaturao favorecem a formao de unidades cis-1,4.

  • 27

    Figura 2.12 Efeito do estereoimpedimento do monmero na polimerizao de dienos conjugados (BD: 1,3-butadieno; IP: isopreno; DMBD: dimetil butadieno; M: metal de

    transio) (KABAYASHI et all, 1994)

    2.2.8 Mecanismos cinticos de polimerizao

    As principais etapas mecansticas que ocorrem durante a polimerizao de

    dienos so a iniciao, a propagao, a transferncia de cadeia espontnea, a

    transferncia de cadeia para o alquilalumnio e a transferncia de cadeia para o

    monmero (IOVU et all, 1999). Essas etapas podem ser observadas na Figura

    2.13 (a e), que mostra como ocorre cada uma dessas etapas para um catalisador do

    Grupo I (semelhante para os demais catalisadores).

  • 28

    Figura 2.13a. Etapa de ativao e iniciao de cadeia

    Figura 2.13b. Etapa de propagao de cadeia

    Figura 2.13c. Transferncia de cadeia espontnea

  • 29

    Figura 2.13d. Transferncia de cadeia para o monmero

    Figura 2.13e. Transferncia de cadeia para o organoalumnio

    Os catalisadores do Grupo II so compostos de lantandeos ativados om dois

    tipos de organoalumnios. O primeiro tem a funo de alquilar o complexo inicial,

    seguindo-se ento a halogenao do composto previamente alquilado. A halogenao

    realizada por meio de um organoalumnio halogenado, tal como o cloreto de dietilalumnio

    (DEAC) e o sesquicloreto de etilalumnio (EASC). A ordem de adio de cada uma dessas

    substncias define vrias caractersticas do sistema cataltico. Uma delas a natureza

    heterognea do catalisador (PORRI et all, 1998). O catalisador heterogneo quando a

    halogenao do catalisador ocorre antes da alquilao. Esse comportamento no

    observado, quando a alquilao antecede a halogenao do composto inicial. Nesse

    caso, obtm-se um sistema cataltico fisicamente mais homogneo e com stios catalticos

    mais homogneos quimicamente entre si. Para os catalisadores do Grupo II, a etapa de

    ativao ocorre de acordo com a descrio da Figura 2.14a. No entanto, trabalhos

    recentes (FRIEBE et all, 2002) mostram que a etapa de alquilao do catalisador pode

    ocorrer de maneiras diferentes para o mesmo tipo de alquilalumnio (Figura 2.14b),

    inclusive envolvendo etapas reversveis que podem levar a diferentes tipos de stios

    ativos.

  • 30

    Nd(OCOR)3 + AlR2Cl Nd(OCOR)2Cl + Al(R)3 Nd(OCOR)2R + Al(R)2Cl

    Figura 2.14a Etapa de ativao de catalisadores a base de carboxilatos de metais de transio.

    Figura 2.14b Propostas para etapas de alquilao de catalisadores a base de carboxilatos de metais de transio. As espcies entre chaves no foram identificadas

    (FRIEBE et all, 2002).

    As demais etapas de polimerizao ocorrem como descrito na Figura 2.14,

    embora possam ocorrer etapas de transferncia de cadeia reversveis, como observado

    na Figura 2.15.

  • 31

    Figura 2.15 Proposta para transferncia de cadeia reversvel para o alquilalumnio (FRIEBE et all, 2002)

    Alm da ordem de adio, a temperatura de preparo do catalisador influencia a

    massa molar do polmero obtido e a taxa de polimerizao (WANG, 2005). Polimerizaes

    de estireno realizadas com um catallisador base de neodmio mostraram-se mais

    eficientes, quando o catalisador foi preparado em temperaturas mais altas. Outros

    trabalhos realizados com a polimerizao de 1,3-butadieno mostraram comportamento

    similar (Figura 2.16). O tempo de envelhecimento tambm exerce grande influncia sobre

    a atividade do catalisador, as massas molares mdias e a polidisperso do produto final

    (Figura 2.17). Portanto, a temperatura de preparo e o tempo de envelhecimento do

    catalisador so variveis importantes para determinao do tipo de polmero a ser

    produzido (ou seja, para o controle das propriedades finais do elastmero de polidieno).

  • 32

    (a)

    (b)

    Figura 2.16 Efeito da temperatura de envelhecimento do catalisador sobre a converso (a) e massa molar e polidisperso (b) (WANG et all, 2005)

  • 33

    Figura 2.17 Efeito do tempo de envelhecimento para duas reaes com tempo de (A) 30 min e (B) 85 min na polimerizao de estireno (WANG et all, 2005)

    Recentemente, descobriu-se que os catalisadores base de carboxilatos de

    metais de transio podem apresentar uma estrutura na forma de oligmero (Figura 2.18).

    Os centros metlicos ao longo do oligmero, ligados por meio de pontes de carboxilatos,

    podem ser ativados por meio dos organoalumnios. Portanto, podem iniciar vrias cadeias

    ligadas a um nico oligmero. Como cada tomo de metal est circundado por diferentes

    ambientes estereoeletrnicos, podem existir diferentes tipos de stios catalticos. Esse fato

    ajuda a compreender melhor a diversidade de stios ativos que pode existir nesses

    sistemas catalticos. Alm disso, esse fato permite o desenvolvimento de diferentes

    formas de preparo dos complexos iniciais base de carboxilatos de metais de transio,

    visando formao de sistemas catalticos mais homogneos (EVANS et all, 2001;

    FISHBACH et all, 2002, 2006; KWAG et all, 2002, 2005).

  • 34

    Figura 2.18 Forma oligomrica do carboxilato de neodmio para polimerizao de 1,3-butadieno (KWAG et all, 2002).

    A produo da espcie monomrica de catalisadores base de carboxilatos de

    metais de transio permitiu a obteno de polibutadieno com alto teor de unidades cis-

    1,4, alta massa molar e pequena polidisperso. As distribuies de massa molar estreitas,

    tpica dos polibutadienos produzidos com esses catalisadores, resultam em um grande

    avano do controle da polidisperso, em comparao a outros sistemas catalticos

    (KWAG, 2002, 2005).

    O tipo de alquilalumnio utilizado para alquilao do composto metlico permite

    a gerao de diferentes tipos de stios catalticos, que conseqentemente levam

    gerao de polidienos com diferentes propriedades (WILSON, 1995). A Figura 2.19

  • 35

    mostra diferentes tipos de oligmeros base de carboxilatos de neodmio. Esses

    oligmeros podem ser ativados diferentemente, de acordo com o tipo de organoalumnio

    utilizado. A Figura 2.19 mostra duas rotas diferentes para ativao: a primeira delas

    envolve a utilizao de um alquilalumnio com radicais alquil de cadeia linear, enquanto a

    segunda trata da ativao com hidreto de diisobutilalumnio. As duas estratgias de

    alquilao geram stios catalticos com diferentes ambientes eletrnicos, devido

    formao de diferentes ligaes coordenadas com o metal (FISHBACH, 2006).

    Figura 2.19 Diferentes formas de ativao de oligmeros de carboxilatos de neodmio, a partir de formas diferenciadas para os organoalumnio (FISHBACH et all, 2006).

    Os polidienos produzidos com os sistemas catalticos aqui estudados podem

    ainda ter estruturas ramificadas e at mesmo ligaes cruzadas entre as cadeias

    polimricas. Esses tipos de microestrutura so devidas ocorrncia de uma etapa

    mecanstica conhecida como reincorporao de macromnomeros. Os catalisadores mais

    comumente usados para obteno de polidienos com microestrutura ramificada so

    carboxilatos de cobalto, nquel e titnio. A eficincia desses metais, para gerao de

    ramos longos pode ser colocada na seguinte ordem: Co > Ni > Ti (PIRES, 2002; PIRES,

    2004). Os catalisadores base de neodmio produzem polmeros essencialmente

  • 36

    lineares; no entanto, trabalhos mostram que a presena de um haleto de alquilalumnio,

    como o DEAC, em temperaturas de polimerizao superiores a 90C, permitem a

    formao de ramificaes para esses catalisadores tambm (FERREIRA JR, 2005). A

    Tabela 2.4 mostra algumas condies que levam formao de polibutadieno ramificado

    por meio do uso de catalisadores a base se cobalto e nquel.

    Tabela 2.4 Diferentes tipos de catalisadores e seus agentes de ativao (cocatalisadores) e possveis modificadores (Base de Lewis) para formao de

    polibutadieno (KNAUF et all, 1995; JANG et all, 2002).

    Catalisador Haletos de

    alquilalumnio

    Bases de

    Lewis Mn*(10 3 Mw*(10) -3

    Lineariedade

    (VS/VM) )

    Co(octoato)2 Et2,2Al1,0Cl0,8 - a 72,0 262,0 0,76

    Co(octoato)2 Et1,6Bu0,6Al1,0Cl0,8 - a 76,1 283,0 0,75

    Co(octoato)2 Et1,6Oct0,6Al1,0Cl0,8 - a 77,0 285,0 0,87

    Co(octoato)2 EOAC - 133,0 395,0 2,33

    Co(octoato)2 EOAC Trietilamina 106,0 369,0 2,55

    Co(octoato)2 EOAC Trietanolamina 117,0 399,0 2,31

    Catalisador Composio do

    catalisador

    Bases de

    Lewis

    1,4-Cis

    (%)

    Convers

    o (%)

    Lineariedade

    (VS/VM)

    Ni(naph)2/

    BF3OBu2/

    AlEt3/Et2Zn

    1:14:5:1 - 97,8 100 8,78

    1:14:4:2 - 97,5 100 4,19

    1:14:3:3 - 97,6 100 3,48

    1:14:2:4 - 97,5 100 2,76

    O mecanismo cintico utilizado para explicar a formao de ramos pode ser

    observado na Figura 2.20. Esse mecanismo mostra que os macromnomeros com

    insaturaes no final da cadeia so produzidos por meio de reao de transferncia de

    cadeia espontnea. Alm disso, ainda h a possibilidade de ocorrer reaes de

    reincorporao de macromnomeros por meio das insaturaes internas. Essa parte do

    mecanismo pode tanto ser responsvel pela formao de dois ramos longos a cada

    reincorporao, como tambm pela formao de ciclos ao longo da cadeia polimrica.

  • 37

    Figura 2.20 Mecanismo de formao de ramificaes longas (FERREIRA JR, 2005)

    A presena de diferentes tipos de ramificaes em diferentes quantidades

    pode exercer um efeito notvel sobre a processabilidade dos polmeros obtidos

    (juntamente com as massas molares, polidisperso e o teor de unidades cis-1,4) (. Esse

    efeito pode ser observado durante a avaliao de diferentes tipos de polibutadienos

    produzidos por meio de catalisadores base de neodmio, nquel e cobalto. Esses

    catalisadores produzem, nessa ordem, desde polmeros essencialmente lineares

    (catalisadores base de neodmio), at polmeros altamente ramificados (catalisadores

    base de cobalto). O aumento do teor de ramificaes e da polidisperso tem uma

    influncia significativa sobre a melhora nas propriedades de processamento dos

    elastmeros. Por outro lado, o teor de ramificaes e a polidisperso tem influncia

    negativa sobre a resistncia a abraso. Portanto, um balano entre o teor de ramificaes

    e as massas molares deve ser encontrado para obter um produto com aplicaes

    desejveis para comercializao (PIRES, 2006).

  • 38

    2.3 COMENTRIOS FINAIS

    Os estudos j realizados indicar que catalisadores usados para polimerizar

    dienos apresentam comportamento complexo, altamente dependente das condies de

    preparo. Esses catalisadores parecem gerar mltiplos stios, que tem comportamento

    cintico distinto. A polimerizao segue o mecanismo padro das polimerizaes em

    cadeia, com possveis etapas de reincorporao de macromonmeros e reticulao. A

    reviso sugere que os estudos desses sistemas de reaes considerem simultaneamente

    aspectos ligados preparao do catalisador e reao de polimerizao propriamente

    dita para explicar a natureza e as propriedades dos produtos finais obtidos.

  • 39

    3. COMPORTAMENTO CINTICO DA POLIMERIZAO DE 1,3 BUTADIENO COM

    CATALISADORES BASE DE CARBOXILATOS DE METAIS DE TRANSIO

    3.1 OBJETIVO

    Esse captulo tem como objetivo apresentar os principais modelos cinticos

    desenvolvidos para polimerizao de 1,3-butadieno em soluo com catalisadores

    base de metais de transio. Os modelos encontrados na literatura limitam-se

    exclusivamente simulao das taxas de polimerizao, massas molares e

    polidisperso de polibutadienos produzidos por meio de catalisadores base de

    neodmio e cobalto. A abordagem utilizada para gerao desses modelos, na maior

    parte das vezes, inclui os balanos populacionais com soluo algbrica, que no

    levam em considerao a existncia de mltiplos stios ativos nem a complexa

    formao dos stios catalticos. Os modelos desenvolvidos para descrever

    polimerizaes em batelada sero destacados pelo fato da unidade de polimerizao

    utilizada nesta tese ser uma unidade em batelada.

    3.2 MODELOS CINTICOS PARA POLIMERIZAO EM BATELADA

    A polimerizao de 1,3-butadieno em soluo com catalisadores

    organometlicos permite a obteno de elastmeros com alto teor de unidades cis-1,4

    (MARINA et all, 1991). No caso dos catalisadores base de nquel e cobalto, as

    reaes de reincorporao de macromonmeros que levam formao de ramos

    longos e ligaes cruzadas podem ocorrer (MAKOVTSKII et all, 2006). Logo,

    estruturas topolgicas diferentes podem ser geradas, tornando esses sistemas

    catalticos versteis para formao de diversos tipos de elastmeros.

    A modelagem da cintica de polimerizao desses catalisadores tem sido

    feita de trs formas: formulao dos balanos populacionais, admitindo a existncia de

    um nico stio (HONIG et all, 1987); formulao dos balanos populacionais, admitindo

    a existncia de mltiplos stios (NITIRAHARDJO et all, 1992) e formulao dos

    balanos populacionais, admitindo a existncia da etapa de reincorporao de

    macromonmeros (ESTRADA, 1988). Alm dessas abordagens usadas para

    polimerizaes em soluo, os sistemas catalticos base de cobalto, nquel e

    neodmio so tambm usados para realizar a polimerizao em fase gasosa, em

    sistemas contendo mltiplos reatores em srie (AMINOVA et all, 2006).

    HONIG et all (1987) utilizaram o esquema cintico apresentado na Tabela

    3.1 para implementar um modelo matemtico de polimerizao, baseado na existncia

  • 40

    de um nico stio ativo. O sistema de equaes resultantes foi resolvido com a tcnica

    de momentos. Foram conseguidas boas estimativas para converso e para as massas

    molares mdias. No entanto, a massa molar ponderal mdia e os ndices de

    polidisperso foram superestimados em relao aos dados experimentais. Esse

    trabalho mostrou que a considerao de que existe um nico stio ativo no permite

    explicar as variaes de massas molares observadas em um sistema cataltico base

    de cobalto.

    Solues analticas foram derivadas (LEE et all, 1994) para um modelo

    envolvendo um e dois stios ativos, para um reator em batelada que usa o mesmo

    sistema cataltico estudado anteriormente (HONIG et all, 1987). Os dois casos foram

    resolvidos com a tcnica de momentos, utilizando o conceito de estado quase

    estacionrio para as espcies intermedirias [C*B] e [C*P1

    ] (ver Tabela 3.1). Dessa

    forma, foi possvel derivar expresses analticas para o consumo de monmero e para

    os primeiros momentos da distribuio. O modelo com um stio ativo permitiu obter

    boas estimativas para a converso e para massas molares ponderal mdias; no

    entanto, o massa molar numrica mdia ficou super-estimada (o ndice de

    polidisperso foi conseqentemente subestimado).

    Tabela 3.1 Esquema Cintico proposto por Honig (com um nico stio ativo) para

    descrever a polimerizao de 1,3-butadieno com catalisador base de cobalto

    (HONIG et all, 1987).

    Etapa Reacional Reaes Constante Cintica

    Formao de stios ativos *2 COHAlCo ++ Ki

    Formao de produtos de reaes paralelas *2 pEOHAlCo ++ Ks Iniciao 1

    ** PCMC + Kp Propagao 1

    **++ rr PCMPC Kp

    Transferncia para o monmero rr QPCMPC ++ 1** Kc

    Transferncia para o buteno-1 rr QBCBPC ++** Kb

    Regenerao do stio ativo BPCMBC ++ 1** Kz

    Desativao do catalisador CQPC rr +* Kt

    O modelo implementado com dois stios ativos permitiu obter boas

    estimativas para a converso e as massa molares mdias; no entanto, foi necessrio

    introduzir um fator emprico de correo 2 para as expresses que descrevem as

    massas molares numrica mdia e ponderal mdia. Esse fator foi definido de forma a

    satisfazer a equao (3.1),

  • 41

    2 2 21 1 2 2 2p p pk k k + = (3.1)

    onde 1 e 2 so parmetros que definem a eficincia de formao de cada um dos

    stios ativos e kp1 e kp2 so constantes de propagao para cada um dos stios ativos

    com = 1 + 2

    . A expresso para a massa molar ponderal mdia, nesse caso, fica

    descrita pela seguinte expresso (3.2).

    1 02

    1 0

    1 exp( / )2 1

    /p c p

    w mc c p

    k k X k YM M

    k k X k Y

    =

    (3.2)

    Na equao (3.2) kp e kc satisfazem as Equaes (3.3) e (3.4), X1

    11

    =

    = rr

    X rQ

    o momento de

    ordem um para cadeias mortas ( ) e Y0

    01

    =

    = rr

    Y CP

    o momento de ordem zero para

    cadeias vivas ( ).

    1 1 2 2p p pk k k + = (3.3)

    1 1 2 2c c ck k k + = (3.4)

    O mesmo sistema de equaes estudado por Lee foi resolvido com a

    tcnica de momentos, sem necessidade de usar a hiptese de estado quase

    estacionrio (NITIRAHARDJO et all, 1992). Foram obtidos resultados muito parecidos

    com os apresentados por Lee, tanto para o caso em que se admitia a existncia de um

    nico stio ativo como no caso em que se admitia a existncia de dois stios ativos.

    Uma outra abordagem, simplificada, foi utilizada para a modelagem cintica

    da polimerizao com o sistema cataltico NdCl3

    /TIBA(tri-isobutilalumnio) (IOVU et all,

    1999). O modelo considera as etapas descritas na Tabela 3.2 para descrever a

    dinmica do consumo de monmero e da concentrao de stios ativos. O trabalho

    prope a existncia de reaes de terminao e de transferncia de cadeia para esse

    sistema cataltico, como abordado nos demais trabalhos descritos nos pargrafos

    posteriores.

    Tabela 3.2 Esquema cintico para polimerizao de 1,3-butadieno com catalisador

    NdCl3 (IOVU, 1999).

  • 42

    Ativao

    +++ MtROHXAlRAlRMtL 2232 .

    ( *2M Al H O C+ + )

    Iniciao

    RCHCHCHCHMtCHCHCHCHMtR 2222 ===+

    ( * * 1C M C P+ )

    Propagao

    PCHCHCHCHMtCHCHCHCHPMt ===+ )( 2222

    ( * * 1)r rC P M C P ++ Transferncia de cadeia espontnea

    CHPCHCHCHMtHPCHCHCHCHMt ==+= 222

    ( * *r rC P C Q + )

    Transferncia de cadeia para o monmero

    212222

    2222

    )( CHCHCHCHCHCHCHCHRCHCHCHCHMtCHCHCHCHPCHCHCHCHMt

    n ===+=

    ==+=

    ( * * 1r rC P M C P Q+ + )

    Transferncia de cadeia para a alquilalumnio

    222122

    322

    )( AlRCHCHCHCHCHCHCHCHPRMtAlRPCHCHCHCHMt

    n ==+

    +=

    ( * *r rC P Al C Q+ + )

    A abordagem cintica mais completa j publicada para descrever esses

    sistemas catalticos foi implementada por ESTRADA (1988) e leva em considerao a

    possvel formao de ramos, por meio de um catalisador base de cobalto. Esse

    trabalho admite a existncia de dois stios ativos diferentes, um dos quais produz

    polmeros de massa molar mais baixa que o outro. O modelo tambm considera a

    etapa de reincorporao de macromonmeros. As equaes provenientes dos

    balanos populacionais foram resolvidas com a tcnica de momentos, obtendo-se

    boas estimativas para a converso e massas molares mdias. Os resultados

    numricos obtidos com a incluso da etapa de reincorporao de macromonmeros

    foram comparados com os resultados numricos gerados com o modelo que no leva

  • 43

    em considerao essa etapa (Figura 3.1). Foi observado que a massa molar numrica

    mdia (Mn) prevista pelo modelo que admite a presena de ramificaes

    superestimada, enquanto o modelo que considera a reincorporao permite um bom

    ajuste para a massa molar numrica mdia (Mn) e ponderal mdia (Mw

    ).

    Figura 3.1 Comparao entre as massas molares numrica e ponderal mdio vs

    tempo utilizando um modelo com formao de ramificaes (-) e sem ramificaes (--)

    (ESTRADA, 1988).

    Outros trabalhos tambm procuram descrever as taxas de polimerizao e

    as massas molares mdias por meio de modelos simplificados para vrios outros tipos

    de sistemas catalticos utilizados para realizar a polimerizao de 1,3 butadieno

    (HONIG et all, 1987). A Tabela 3.3 mostra as expresses algbricas usadas para

    clculo das taxas de polimerizao (ou concentrao de monmeros) para vrios

    sistemas catalticos. As diferentes expresses resultam de diferentes combinaes

    das etapas descritas na Tabela 3.1. As massas molares mdias podem ser calculadas,

    nesses casos, com as expresses apresentadas na Tabela 3.4. Em todos os casos,

    desprezam-se as variaes de volume e de viscosidade ao longo da reao.

    Tabela 3.3 Equaes de taxa geradas para alguns sistemas catalticos na

    polimerizao de 1,3-butadieno (HONIG et all, 1987).

    Sistema Cataltico Equaes de Taxas

  • 44

    Co(acac)3 / Et2AlCl / H2 0

    * 000

    [ ]ln ( 25 )[ ][ ]ln ln(1 [ ] )( 25 )[ ]

    op

    pt

    t

    M k t T CM

    kM k C t t CM k

    =

    O

    CoCl2 4C5H5N / Et2AlCl /

    H20[ ] 1 1ln (1 ) (1 )

    [ ]p c kt t kt t

    c t t c

    k kM t cM k k k k

    = O

    Co(acac)3 / Al(i-Bu)3 / H2( )

    **0

    0*0

    [ ][ ]ln ln 1 [ ][ ] [ ]

    pc

    c

    k CM k C tM k C

    = +O

    CoF2 / Et3Al2Cl 2[ ][ ]pR k Co M=3

    Ni(II)Estearato / Et2 **02 1 2

    [ ] [ ]ln [ ] ( )(1 )[ ]

    k tp t p p

    r

    M Ck C k k e cM k

    = + AlCl

    Ni(II)carboxilato / BF3*Et2O

    / AlEt0[ ] [ ]p pR k C M=

    3

    TiI4 / Al(i-Bu) ( )00 [ ][ ]ln 1[ ]dp k t

    d

    k CM eM k

    = 3

    TiI2Cl2 / Al(i-Bu) [TiI2Cl2 ][ ]p pR k M=3

    [M] concentrao de monmero, [C*] concentrao de stios ativos, Kp constante de

    propagao, Kd constante de desativao, Kt constante de transferncia de cadeia

    espontnea, [Co

    ] concentrao inicial de catalisador

    Tabela 3.4 Equaes para representar as massas molares mdias em sistemas

    catalticos a base de nquel e titnio (HONIG et all, 1987).

    Sistema Cataltico Equaes para massas molares mdias

  • 45

    Ni(II)Estearato / Et2

    0

    *

    0

    [ ]

    t

    p

    N t

    fm

    R dtP

    C R dt=

    +

    AlCl

    00[ ]

    t

    pR dt M x= * *

    1 2[ [ ] [ ](1 )[ ]r rk t k t

    fm fm fmR k C e k C e M = +

    Ni(II)carboxilato/

    BF3*Et2O / AlEt0

    0

    [ ]1[ ]

    tm

    N p

    k CP k x M

    = +

    3

    TiI4 / Al(i-Bu)0 0

    0

    [ ][ ] [ ]ln(1 )

    pN

    p ta

    k xM m M

    k C k A x

    =

    3

    [M] concentrao de monmero, [C*] concentrao de stios ativos, Kp constante de propagao, Ktm constante de transferncia de cadeia para o monmero, [Co]

    concentrao inicial de catalisador, x converso do monmero, PN

    nvel mdio de

    polimerizao.

    3.3 MODELAGEM DAS REAES EM FASE GASOSA E DE REATORES CSTR

    As polimerizaes em fase gasosa foram descritas para catalisadores

    base de carboxilatos de neodmio suportados em slica, com diversos tipos de

    aparatus experimentais. Os estudos foram conduzidos em mini-reatores para

    caracterizar o desenvolvimento inicial da partcula polimrica, com vazes baixas de

    1,3-butadieno. Nesse caso, a modelagem clssica da partcula necessria, como

    normalmente feito nas polimerizaes com catalisadores Ziegler-Natta

    convencionais. O desenvolvimento das equaes de balano de massa e energia na

    partcula polimrica e os balanos populacionais necessrios para simulao das

    massas molares mdias e da polidisperso so apresentados por (BARTKE et all,

    2003, LING et all, 2000, NI et all, 2004, ZHAO et all, 2001). Esses modelos no so

    apresentados aqui por no estarem relacionados ao escopo da tese.

    As polimerizaes em reatores contnuos em srie tambm foram

    estudadas para esse sistema cataltico (AMINOVA et all, 2006). Nesse caso, foi

    desenvolvido um esquema de balanos de massa e energia, com o objetivo de

    otimizar as condies de processo e a quantidade de reatores necessrios para

    melhorar a qualidade do elastmero produzido com um catalisador do Grupo I (NdCl3 .

    L) ativado com hidreto de diisobutilalumnio. As Figura 3.2 e 3.3 mostram alguns

    resultados de simulaes provenientes dessa abordagem, indicando diferentes

  • 46

    condies de processo que podem ser modificadas para otimizar propriedades como a

    polidisperso e a quantidade de polmero produzido. Como no caso anterior, esses

    modelos no so aqui descritos em detalhe, porque o processo de interesse desta

    tese ocorre em modo batelada.

    Figura 3.2 Efeitos da concentrao de monmero e da temperatura de entrada no

    reator inicial da srie sobre a polidisperso em diferentes vazes de entrada (1) 30 (2)

    35 (3) 40 (4) 45 (5) 50 t/h (AMINOVA et all, 2006)

    Figura 3.3 Vazo de retiradas dos reatores CSTRs em funo da vazo da mistura

    reacional (Gmix); concentrao de butadieno; temperatura de entrada (Tin

    3.4 COMENTRIOS FINAIS

    );

    concentrao de neodmio (AMINOVA et all, 2006).

    Esse captulo mostra que, embora seja certo que os sistemas catalticos de

    interesse tenham mltiplos stios ativos, apenas ESTRADA (1988) emprega um

  • 47

    modelo cintico com dois stios para desenvolver a modelagem cintica da reao,

    levando em conta a reincorporao de macromonmeros. A formao desses stios

    ativos alvo de muitas investigaes, que mostram a gerao dos stios ativos por

    meio da interao entre o alquilalumnio e o haleto de organoalumnio utilizados para a

    formulao dos complexos catalticos de lantandeos. Alm disso, podem ocorrer

    transformaes de um stio em outro, com diferentes caractersticas cinticas, durante

    a sntese do catalisador (que compreende etapas de combinao dos reagentes de

    envelhecimento e de polimerizao). A presena de dieno durante a sntese do

    complexo cataltico, ou mesmo durante a polimerizao, pode levar formao de

    stios ativos com diferentes caractersticas (WANG et all, 2005). Nesse caso, a

    formao de stios ativos mais resistentes a impurezas e que perduram por um maior

    tempo pode ser observado (WANG et all, 2005). Portanto, existe uma ampla soma de

    condies que podem influenciar a natureza do catalisador e conseqentemente, as

    propriedades finais dos polidienos formados. Alm disso, percebe-se que esses

    sistemas catalticos, dependendo da natureza do metal de transio, podem levar

    produo de polmeros essencialmente linear (catalisadores de neodmio) ou de

    polmeros ramificados (catalisadores de cobalto, nquel e titnio). No entanto, a

    literatura no descreve uma maneira de simular sistemas catalticos to distintos por

    meio de um nico esquema mecanstico.

    muito importante enfatizar que no existem modelos cinticos

    detalhados propostos para representar a evoluo das distribuies de massa molares

    ao longo da reao, como usualmente feito para outros sistemas de polimerizao.

    Nesse caso, no foram ainda propostos modelos cinticos que representem

    simultaneamente a evoluo de variveis operacionais (como converso de

    monmeros) e moleculares (massas ponderais mdias, polidisperso, grau de

    ramificaes, teor de unidades cis-1,4, etc). Finalmente, importante tambm

    observar que o controle da qualidade na planta industrial feito em termos de

    viscosidade intrnseca do polmero, da viscosidade em soluo do polmero e

    viscosidade Mooney. Essas variveis ainda no foram incorporadas em modelos de

    processo.

  • 48

    CAPTULO 4 - MODELAGEM DA CINTICA DE POLIMERIZAO DE DIENOS COM FORMAO DE RAMIFICAES LONGAS

    4.1 OBJETIVO

    O objetivo deste captulo apresentar um modelo cintico genrico para

    a polimerizao em soluo do 1,3-butadieno com catalisadores base de neodmio

    (FERREIRA JR., 2005). O modelo foi desenvolvido para descrever polimerizaes de

    olefinas e diolefinas, envolvendo o mecanismo de reincorporao de

    macromonmeros, que promove a formao de ramos longos Este modelo ser

    utilizado para simular reaes de polimerizaes de 1,3-butadieno. Os sistemas

    catalticos mencionados nessa tese so capazes de produzir polibutadienos lineares

    e/ou com ramificaes longas e ligaes cruzadas.

    Sero descritas duas formas do modelo: a primeira baseada na tcnica

    dos momentos e ser utilizado para simulao das massas molares mdias, teor

    mdio de ramificao e taxas de polimerizao; a segunda baseada na tcnica de

    colocao ortogonal e ser utilizada para gerao das distribuies de massas

    molares e teores mdios de ramificaes. Os modelos foram desenvolvidos a partir de

    um esquema cintico que envolve as etapas de iniciao, propagao, transferncia

    de cadeia espontnea e para um agente de transferncia de cadeia e reincorporao

    de macromonmeros terminais e internas. Foram considerados at trs stios, para

    tornar possvel a simulao de altas polidisperso em ambos os modelos.

    Como os modelos propostos permitem a anlise de problemas que

    envolvem a formao de polibutadienos ramificados por meio de reaes de

    reincorporao, podem ser utilizados para simulao de sistemas catalticos base de

    neodmio, titnio, nquel e cobalto. Assim, um mesmo modelo pode simular sistemas

    catalticos utilizados industrialmente como aqueles descritos no Captulo 2 e

    apresentados na Tabela 2.2.

    4.2 HIPTESES EMPREGADAS NA MODELAGEM

    A primeira forma do modelo proposto para simular a polimerizao de 1,3-

    butadieno usa a tcnica de momentos. Utilizam-se as seguintes hipteses para o

    desenvolvimento dessa forma do modelo.

    a) Foram consideradas apenas duas dimenses moleculares: o tamanho da

    cadeia e a quantidade de ramos longos.

  • 49

    b) A constante cintica de reincoporao de macromonmeros foi considerada

    como independente do tamanho da cadeia.

    c) Foi considerada a operao isotrmica.

    d) Os stios ativos apresentam a mesma reatividade, mas produzem matrias

    diferentes.

    e) Foram inseridas etapas de desativao bimolecular do catalisador e de

    desativao na presena do aquilalumnio.

    f) O meio homogneo e perfeitamente misturado.

    g) As etapas do mecanismo so elementares.

    A segunda forma do modelo proposto para simular a polimerizao de 1,3-

    butadieno usa a tcnica de colocao ortogonal para descrever as distribuies de

    massa molares e de ramos. Utilizam-se as seguintes hipteses para o

    desenvolvimento dessa forma do modelo.

    a) Foram consideradas quatro dimenses moleculares: tamanho de cadeia,

    quantidade de ramos longos e quantidade de duplas ligaes;

    b) A constante cintica de reincorporao de macromonmeros foi considerada

    como uma funo da quantidade de insaturaes da cadeia;

    c) Foi considerada a operao isotrmica;

    d) Os stios ativos apresentam a mesma reatividade, mas produzem materiais

    diferentes;

    e) Foram inseridas etapas de desativao bimolecular do catalisador e de

    desativao promovida por alquilalumnio;

    f) O meio homogneo e perfeitamente misturado;

    g) As etapas do mecanismo so elementares.

    4.3 DESENVOLVIMENTO DA FORMA DO MODELO QUE UTILIZA A TCNICA DE COLOCAO ORTOGONAL

    A Tabela 4.1 mostra o mecanismo cintico proposto para descrever a

    polimerizao de dienos com formao de ramos longos. O esquema inclui etapas de

    iniciao de cadeia, propagao, reincorporao de cadeias mortas por meio de

    insaturaes, desativao bimolecular e desativao para um agente de desativao

    (nesse caso o alquilalumnio). Foram feitos balanos populacionais para as seguintes

    espcies: polmero vivo, polmero morto proveniente de reaes de transferncia de

    cadeia espontnea (ou seja, com insaturaes no final da cadeia) e polmero morto

  • 50

    proveniente de reaes de transferncia de cadeia para um agente de transferncia de

    cadeia (alquilalumnio).

    Tabela 4.1 Mecanismo cintico utilizado para gerao das equaes de balano populacional do modelo baseado na tcnica de colocao ortogonal.

    Etapa Reacional Reaes Constante Cintica

    Iniciao +

    +

    (*)

    (*) (*)1,0,1

    s s

    s s

    Cat Cocatalisador CatCat M P

    ( )s

    iK

    Propagao + ++ (*) (*)

    , , 1, , 1s s

    i b m i b mP M P ( )sKp

    Transferncia de cadeia

    =+ +

    1(*) (*), , , , 1

    si b m i b mP D Cat

    ( )sKt

    Agente de transferncia de cadeia (ATC)

    =++ +

    (*) (*), , , , 1s s

    i b m i b mP ATC D Cat ( )s

    ATCK

    Reincorporao de Macromonmeros

    (insaturao interna) =

    + + + + + (*) (*)

    , , , , , 2, 1s s

    i b m j c n i j b c m nP D P ( )s cKf

    Reincorporao de Macromonmeros (insaturao final)

    =+ + + + +

    1(*) 1(*), , , , , 1, 1i b m j c n i j b c m nP D P

    ( )s cKb

    Ciclizao (*) (*)

    , , , , 1s s

    i b m i b mP P ( )sKc Desativao bimolecular

    s(*)i,b,m,p i,b,mP + Cat D Kds Desativao por um

    agente de desativao s(*)i,b,m,p i,b,mP + AD D Kds

    Interconverso de stios na presena de Alquilalumnio

    s(*) s+1(*)i,b,m i,b,mP + Alq P sKtr

    A etapa de ciclizao foi colocada ilustrativamente no esquema cintico

    da Tabela 4.1, mas no foi utilizada efetivamente para desenvolver os balanos

    apresentados nas prximas sees. Embora a ciclizao possa causar a desativao

    do catalisador ativo e modifique propriedades do polmero final,imagina-se que essa

    etapa ocorra em pequenas propores pouca significativas.

  • 51

    4.3.1 Balano de massa

    a) Balano de massa para o monmero

    N N(s) (s) (s) (s)i p i,b,m

    s=1 s=1 i=1 b=1 m=1

    dM = - K Cat M - K P Mdt

    (4.1)

    Nesse balano considera-se que o monmero pode ser consumido nas

    etapas de iniciao e de propagao para cada um dos dois stios ativos diferentes.

    b) Balanos de massa para os stios ativos

    (1)1 (1) (1) (1)tr i t(1) i,b,m

    i=1 b=0 m=0

    (1) (1) (1)atc(1) i,b,m 1 i,b,m

    i=1 b=0 m=0 i=1 b=0 m=0

    (1)2 1

    dCat = - K Alq Cat - K MCat + K P dt

    + K ATC P - Kd P Cat

    - Kd ATC Cat - Kd

    (1) (1)i,b,mi=1 b=0 m=0

    P Cat

    (4.2)

    (2)(2) (2) (2) (2) (1) (1) (2) (2)i tr tr i,b,m

    i=1 b=0 m=0

    (2) (2) (2) (2)atc i,b,m 1 i,b,m

    i=1 b=0 m=0 i=1 b=0 m=0

    dCat = - K Cat M - K AlqCat + K Alq Cat + K P dt

    + K ATC P - Kd P Cat

    (2) (2) (2)2 1 i,b,mi=1 b=0 m=0

    - Kd ATC Cat - Kd P Cat

    (4.3)

    3

    (3)(3) (3) 3 (3) (2) (2) (3)i tr tr t(3) i,b,m

    i=1 b=0 m=0

    (3) (3) (3) (3)atc i,b,m i,b,m

    i=1 b=0 m=0 i=1 b=0 m=0

    dCat = - K Cat M - K AlqCat + K Alq Cat + K P dt

    + K ATC P - Kd P Cat

    -

    3 3(3) (3) (3)i,b,mi=1 b=0 m=0

    Kd ATC Cat - Kd P Cat

    (4.4)

    Os balanos admitem que as etapas de desativao independem da

    espcie ativa considerada.

  • 52

    c) Balano para o polmero gerado pela etapa de iniciao

    (s)1,0,1 (s-1) (s) (s) (s) (s) (s) (s) (s) (s)

    tr 1,0,1 tr 1,0,1 i p 1,0,1 1,0,1

    (s) (s) (s) (s)ATC 1,0,1 (s) 1,0,1 (s)

    dP= + K Alq P - K Alq P + K M