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0 FACULDADE REDENTOR CURSO DE ENDODONTIA POLIANA DA SILVA MONTEIRO VARGAS CIMENTOS - ENDODONTIA ITAPERUNA 2011

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FACULDADE REDENTOR

CURSO DE ENDODONTIA

POLIANA DA SILVA MONTEIRO VARGAS

CIMENTOS - ENDODONTIA

ITAPERUNA

2011

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FACULDADE REDENTOR

CURSO DE ENDODONTIA

POLIANA DA SILVA MONTEIRO VARGAS

CIMENTOS - ENDODONTIA

Monografia apresentada à Faculdade Redentor, como requisito para obtenção de título de especialista em Endodontia. Orientador: Prof. Dr. Jardel Camilo do Carmo Monteiro

ITAPERUNA

2011

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Poliana da Silva Monteiro Vargas

CIMENTOS – ENDODONTIA

Monografia apresentada à Faculdade

Redentor, como requisito de Trabalho de

Conclusão do Curso de Especialização em

Endodontia.

Aprovado em _____/______/_______

Orientador

Prof. Dr. Jardel Camilo do Carmo Monteiro

Assinatura.......................................................................................................................

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus que pela sua infinita graça me

concedeu vida para chegar até aqui. Aos meus pais por acreditarem em mim. Mas

principalmente a família que tenho hoje; meu esposo Helivelton que me apoiou tanto

e a minha amada filha Stella. Também a todas as pessoas que direta ou

indiretamente me ajudaram e depositaram em mim confiança incentivando-me a

vencer esta longa jornada.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida.

A Faculdade Redentor de Itaperuna e em particular a Dentalis, assim como a

todo corpo docente desta Instituição.

Agradeço meu orientador professor Dr. Jardel Camilo do Carmo Monteiro que

sempre esteve presente dando-me atenção e dedicação neste trabalho de

conclusão de curso.

Agradeço a meus pais Ediberto e Lecy a oportunidade que me deram de

estudar.

Agradeço ao meu esposo Helivelton a cumplicidade, companheirismo e apoio

que me deu sempre .

Agradeço a minha filha Stella pela sua compreensão e seu infinito amor.

A minha eterna gratidão a minha família.

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RESUMO

VARGAS, Poliana da Silva Monteiro. Cimentos - Ortodontia. [Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização]. Itaperuna: Faculdade Redentor; 2010.

Este estudo teve como objetivo foi fazer uma revisão bibliográfica sobre: em que Grossman contribuiu para a endodontia; como é o tratamento realizado com cimentos obturadores; como os casos clínicos e amostras de diversos autores os diversos tipos de tratamentos utilizando cimentos obturadores podem ajudar neste estudo. A utilização do cimento associado aos cones de guta-percha tem finalidade seladora com objetivo de evitar o espaço vazio, na tentativa de se obter uma obturação a mais hermética possível, buscando o selamento biológico do sistema de canais radiculares. Com esse propósito, tem-se procurado novas formulações para que os cimentos obturadores. Concluiu-se que o tratamento realizado com cimentos obturadores preenche as irregularidades do sistema de canais radiculares e minimiza as discrepâncias entre as suas paredes e a guta-percha. O cimento, então, atua como um agente de união entre os cones de guta-percha e entre estes e as paredes dentinárias. Além disso, também obturam eventuais canais acessórios.

PALAVRAS-CHAVE: Endodontia, cimentos obturadores, tratamentos, guta-percha

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ABSTRACT

VARGAS, Poliana da Silva Monteiro. Cement - Orthodontics. [End of Course Work

Specialization]. Itaperuna: Redeemer College, 2010.

This study was aimed to make a bibliographic review, which contributed to Grossman endodontics, as is the treatment performed with sealers, as clinical cases and samples of several authors of the various types of treatments using sealers can help in this study. The use of cement associated with gutta-percha sealer has purpose in order to avoid empty space in an attempt to get a filling the air tight as possible, seeking the sealing of the biological system of canals. For this purpose, we have sought new formulations for the sealers. It was concluded that the treatment performed with sealers fill the irregularities of the root canal system and minimizes the discrepancies between their walls and gutta-percha. The cement then acts as a bonding agent between the gutta-percha and between them and the dentinal walls. In addition, any accessory canals plugged. KEY WORDS: Endodontic sealers, treatments, gutta-percha

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SUMÁRIO

RESUMO 03

ABSTRACT 04

1. INTRODUÇÃO 08

2. REVISÃO DE LITERATURA 10

3. DISCUSSÃO 37

4. CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

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1. INTRODUÇÃO

O tratamento endodôntico é dividido em várias fases sendo que a obturação

do sistema de canais radiculares encerra a fase clínica do tratamento, e para tal são

utilizados cones de guta-percha e cimento. A utilização do cimento associado aos

cones de guta-percha tem finalidade seladora com objetivo de evitar o espaço vazio,

na tentativa de se obter uma obturação a mais hermética possível, buscando o

selamento biológico do sistema de canais radiculares. Com esse propósito, tem-se

procurado novas formulações para que os cimentos obturadores.

A obturação do sistema de canais radiculares constitui uma conseqüência da

correta formatação. Assim, os aspectos envolvidos na adesão do material obturador

às paredes dentinárias, com conseqüente controle da infiltração microbiana e

estímulo ao processo de reparo, possibilita uma evidência especial dos seladores

endodônticos.

Leonardo & Leal (1991) afirmam que obturar um canal radicular significa

preenchê-lo em toda a sua extensão com um material inerte e anti-séptico, obtendo

assim o selamento o mais hermético possível daquele espaço, de modo a não

interferir e, se possível e melhor, estimular o processo de reparo apical e periapical,

que deve ocorrer após o tratamento endodôntico radical.

O objetivo da obturação de um canal radicular consiste em manter o tecido

periapical sadio (BUCKLEY, 1929). Segundo o autor, devido à impossibilidade de se

esterilizar toda a massa canalicular da dentina, as extremidades internas dos

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canalículos devem ser hermeticamente seladas para prevenir a infecção ou

reinfecção dos tecidos periapicais.

O preenchimento do espaço do canal radicular principal tem sido efetuado

pelos materiais cones de guta-percha e cimento obturador, sendo que este último,

devido às características fisioquímicas pode favorecer o processo de reparação

tecidual.

Uma variedade de materiais obturadores foi introduzida no mercado

odontológico. Destacam-se os materiais à base de Óxido de Zinco e Eugenol

(Endofill, FillCanal, N-Rickert, Grossman, TubliSeal), Ionômero de Vidro (Ketac

Endo, ZUT, KT-308), cimentos contendo hidróxido ou óxido de cálcio (Sealapex,

Sealer 26, Apexit, Sealer Plus, CRCS) e cimentos resinosos (AH 26, Diaket, AH

Plus, Epihany). O maior problema é que estes materiais ainda não alcançaram a

plenitude das características ideais de um bom selador endodôntico, previamente

descritas por Grossman (1958): ser homogêneo, promover selamento adequado, ser

radiopaco, possuir partículas finas do pó, não sofrer retração após seu

endurecimento, não manchar a estrutura dentária, ser bacteriostático, tomar presa

lentamente, ser insolúvel aos fluidos bucais, ser bem tolerado pelos tecidos

periapicais, ser solúvel aos solventes comuns.

Vários estudos têm analisado as propriedades biológicas, antimicrobianas e

fisioquímicas dos cimentos obturadores.

Todavia, considerando importante a análise do selamento biológico

proporcionado pelos cimentos endodônticos, parece justificável e oportuno estudá-lo

mediante revisão bibliográfica sistemática, baseando em artigos científicos, revistas,

livros e internet.

O objetivo deste estudo é fazer uma revisão bibliográfica sobre cimentos

obturadores através de amostras e casos clínicos de diversos autores os diversos

tipos de tratamentos utilizando cimentos obturadores.

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2. REVISÃOD E LITERATURA 2.1 CIMENTOS

PRINZ (1912) delineia o objetivo principal da obturação do canal radicular,

qual seja a reposição perfeita da polpa dental destruída por um material sólido, que

não se altere e que seja inerte. A não obturação completa do canal radicular permite

a infiltração de plasma, o qual servirá de substrato para os microrganismos

presentes no interior dos canalículos dentinários de um canal já infectado. Em

canais onde a infecção ainda não ocorreu, ela pode se dar pela via endógena, por

meio da circulação. Com base nas afirmações do autor, que cita os estudos de

MILLER, DUNNING e outros pesquisadores, juntamente com as afirmações de

GROSSMAN (1958), BRANSTETTER & FRAUNHOFER (1982), é possível listar

uma série de características que os cimentos obturadores devem possuir:

1- Deve ser pegajoso quando misturado, para fornecer boa adesão entre os

cones e as paredes do canal.

2- Deve proporcionar uma vedação hermética.

3- Deve ser radiopaco, de modo que possa ser visualizado radiograficamente

4- As partículas de pó devem ser muito pequenas para que possam ser

misturadas facilmente com o líqüido.

5- Não deve contrair depois de colocado no canal.

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6- Deve ser bacteriostático ou, pelo menos impróprio ao crescimento

microbiano.

7- Não deve manchar as estruturas dentinárias.

8- Deve endurecer lentamente para possibilitar bom tempo de trabalho.

9- Deve ser insolúvel nos líqüidos teciduais.

10- Deve ser bem tolerado pelos tecidos, isto é, não irritantes aos tecidos

periapicais.

11- Deve ser solúvel em solvente comum, caso seja necessário remover a

obturação do canal.

Ao estabelecer o perfil ideal que um material obturador deve possuir, torna-se

possível estabelecer os parâmetros ideais de pesquisa e desenvolvimento de novos

produtos, bem como a avaliação daqueles já existentes no mercado. Assim pode-se

dividir as suas propriedades e qualidades desejadas, para efeito didático, em físico-

químicas, antimicrobianas e biológicas.

Em 1936 GROSSMAN, preconizou a utilização de um cimento à base de

óxido de zinco e eugenol que contém prata, devido às propriedades oligodinâmicas

desse metal. Em 1958 Grossman, sensível ao problema apresentado pela oxidação

da prata e alteração cromática dos elementos dentais devido aos compostos sulfetos

formados, o pesquisador preconizou o uso de outro cimento obturador, de cuja

fórmula foi banida a prata.

Novas modificações foram propostas por GROSSMAN em 1974, que alterou

a fórmula de 1958 e defendeu a fórmula que é utilizada até os dias atuais, sob

diferentes marcas comerciais, mais conhecidos como Cimento de Grossman e é

amplamente utilizado pelos profissionais brasileiros para a obturação dos canais

radiculares (SAQUY, 1989).

Os cimentos à base de óxido de zinco são utilizados na Odontologia nas

últimas seis décadas, para os mais variados propósitos. Esses cimentos nada mais

são do que fórmulas adaptadas às circunstâncias e às necessidades vigentes na

época do seu uso, derivadas do cimento inicialmente introduzido em 1855 por

SOREL (apud MOLNAR & SKINNER, 1942).

GROSSMAN (1936) inicia a sua trajetória de preconização do uso de

substâncias para serem utilizadas como cimentos obturadores do canal radicular.

Inicialmente, ele propõe o uso de um cimento que contém prata na sua composição,

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discorrendo sobre as propriedades oligodinâmicas desse metal. Seguindo, lista os

requisitos que um material obturador do canal radicular deve possuir e aponta as

vantagens da utilização do cone de prata associado a um cimento obturador

adequado. Preconiza a utilização de um cimento que deu a ele resultados

satisfatórios, após testes clínicos:Pó; Prata pulverizada (# 300) = 2 partes; Resina

pulverizada (# 300) = 3 partes; Óxido de zinco = 4 partes; Líqüido; Eugenol = 9

partes; Solução de cloreto de zinco 4 % = 1 parte; Agitar vigorosamente antes de

usar. O cimento endurece após 6 a 8 horas.

BRAUER et al. (1958) afirmaram que as misturas à base de óxido de zinco e

eugenol formam uma massa dura, consistente, que têm sido útil em um certo

número de aplicações dentais. A massa endurecida consiste de óxido de zinco

envolvido por uma matriz de um quelato eugenolato de zinco, que possui a seguinte

fórmula : (C10H11O2)2Zn.

Já em GROSSMAN (1958) preconiza o uso de um cimento que não mancha

as estruturas dentais e que preenche, em grande parte, as propriedades esperadas

de um cimento obturador do canal radicular: deve selar o canal hermeticamente; não

deve alterar-se volumetricamente durante o endurecimento; deve aderir à superfície

do canal, mesmo na presença de um pouco de umidade; deve ser bem tolerado

pelos tecidos periapicais se extruído através do ápice; deve ter boas qualidades de

trabalho quando manipulado; deve ser introduzido facilmente no interior do canal;

deve dar ao operador tempo suficiente para fazer ajustes que forem necessários no

cone de guta-percha ou cone de prata, antes do seu endurecimento inicial; deve

endurecer no interior do canal radicular; não deve descolorir a estrutura dental; deve

possuir algum efeito bactericida ou bacteriostático.

A fórmula do cimento é a seguinte: Pó; Óxido de zinco = 40 partes; Resina

Staybelite = 30 partes; Subcarbonato de Bismuto = 15 partes; Sulfato de Bário = 15

partes; Líqüido; Eugenol = 5 partes; Óleo de Amêndoas Doces = 1 parte

Esse cimento possui suavidade quando se trabalha com ele, plasticidade,

adesividade e radiopacidade. A resina Staybelite confere adesividade ao cimento. O

subcarbonato de bismuto dá suavidade à mistura. O sulfato de bário proporciona

maior radiopacidade ao material. O óleo de amêndoas doces retarda o

endurecimento, de modo que o cimento demora 20 minutos, após o início da sua

inserção no interior do canal, para que ocorra o seu endurecimento inicial. O eugenol

deve ser novo e transparente. Quando ele está escurecido, encontra-se oxidado,

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absorveu umidade do ar e tende a acelerar o endurecimento do cimento. Quando

misturado corretamente, o cimento é branco, de aspecto cremoso, suave e sem

grânulos grandes. Deve-se enfatizar que a qualidade final do material depende da

pureza dos ingredientes utilizados, da sua formulação, e do cuidado dispensado

durante a manipulação do cimento.

GROSSMAN (1962) fez algumas observações vários pacientes sobre a

obturação do canal radicular. Detectando algumas deficiências no cimento de

RICKERT que, a seu ver, endurecia muito rápido e provocava coloração escura no

dente, o autor elaborou um cimento de endurecimento mais lento em 1936, cuja

fórmula sofreria alterações para que houvesse um retardamento no tempo de

endurecimento, e tinha também a vantagem de não colorir o dente.

Posteriormente, Grossman diz ter publicado a fórmula seguinte:Pó; Óxido de

zinco PA = 200 g; Resina Staybelite = 125 g; Subnitrato de Bismuto = 75 g; Sulfato

de Bário = 75 g; Borato de sódio anidro = 25 g; Líqüido; Eugenol = 5 partes; Azeite

de Amêndoas doces = 1 parte

Nas instruções para a correta manipulação do produto, Grossman recomenda

que o pó deve ser incorporado ao líqüido muito lentamente, demorando em torno de

3 minutos na mistura de cada gota. Quando a espatulação for realizada de forma

correta, a consistência do cimento deve ser tal que, ao levantar a espátula, o

cimento a ela aderido demore de 10 a 15 segundos para cair; ainda mais, quando a

superfície plana da espátula for colocada sobre a mistura e levantada lentamente da

placa de vidro, deverá formar um fio de cimento de pelo menos uma polegada, que

une a espátula à massa de cimento que está sobre essa placa.

BRAUER (1967) explica que os estudos detalhados sobre o mecanismo de

endurecimento dos cimentos à base de óxido de zinco e eugenol foram realizados

apenas durante os últimos 20 anos. Estudos prévios indicam que o corpo endurecido

resultante de misturas equimolares de óxido de zinco e eugenol consistem de óxido

de zinco envolvido em uma matriz de cristais longos, à semelhança de uma

cobertura, do quelato eugenolato de zinco, com qualquer excesso de eugenol sendo

sorvido por ambos, ou seja, tanto pelo eugenolato como pelo óxido de zinco. O

eugenol, continua o autor, reage não apenas com o óxido de zinco, mas também

com óxidos de outros elementos do Grupo II da tabela periódica (MgO, CaO, BaO,

CdO, HgO) e com o chumbo (PbO) para formar materiais cimentantes. A formação

dos cimentos é acelerada pela substituição do MgO ou CaO pelo ZnO. Entretanto,

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os produtos resultantes são bastantes solúveis em água. Cimentos de propriedades

físicas melhoradas são obtidos com CdO, HgO, BaO ou PbO, mas o efeito desses

óxidos, geralmente biologicamente indesejáveis, sobre os tecidos não foi

determinado. Quando mistura-se os cimentos de óxido de zinco e eugenol, a

incorporação da quantidade máxima de pó com o líquido, dentro de uma

consistência passível de utilização, é uma boa prática. Assim, o pó estará em grande

excesso no cimento endurecido. Concluindo, os cimentos de óxido de zinco e

eugenol modificados (contendo EBA), que tiveram algumas propriedades físicas

estudadas, parecem ser satisfatórios para o uso como cimentos obturadores do

canal radicular, dentre outras coisas.

GROSSMAN (1974) publicou a fórmula do cimento que leva o seu nome e

que, após promover alterações sucessivas a partir da primeira composição que

preconizou, apresenta os seguintes constituintes: Pó; Óxido de Zinco = 42 partes;

Resina Staybelite = 27 partes; Subcarbonato de Bismuto = 15 partes; Sulfato de

Bário = 15 partes; Borato de Sódio anidro = 1 parte; Líqüido; Eugenol.

Esse cimento, apresenta a maioria das propriedades desejáveis que um

material obturador deve possuir, mas não todas.

Essa composição proporciona ao profissional o tempo adequado para realizar

uma radiografia e ajustar o cone quando for necessário.

A qualidade da resina utilizada influencia o tempo de endurecimento do

cimento. Ele não começa a endurecer antes de decorridos 10 minutos após a sua

manipulação, propiciando um tempo amplo para a obturação do canal. O cimento

endurece sobre a placa após 6 a 8 horas.

O seu endurecimento no interior do canal tem início passados 10 minutos do

início da manipulação, atingindo o endurecimento total após 30 minutos, devido à

umidade existente nos canalículos dentinários. O material em pauta é bem tolerado

pelo tecido periapical mesmo quando extruído através do forame apical, mas deve-

se evitar a sobreobturação.

A propriedade endurecedora do cimento variará com os componentes

utilizados, com a quantidade de umidade presente no pó de óxido de zinco, e até

com a quantidade de umidade da atmosfera no momento da preparação do pó ou

quando o cimento é manipulado.

Quanto maior for à umidade, mais rapidamente o cimento endurece. Não se

deve utilizar mais do que duas gotas de líquido de uma única vez. Isso

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proporcionará uma quantidade de cimento suficiente para obturar os canais de um

dente multirradicular. O cimento é manipulado sobre uma placa de vidro lisa,

espatulando-o durante três minutos para cada gota de eugenol utilizada, até que se

obtenha uma consistência espessa uniforme.

O material, depois de manipulado e ajuntado na espátula, não deve cair dela

durante 10 a 15 segundos. Quando se coloca a espátula sobre a massa amolecida

que se encontra sobre a placa e a levanta, o cimento deve proporcionar a formação

de um "fio" de material que une a espátula à massa, de uma polegada, que se

rompe e cai sobre si mesmo. Pode haver, acidentalmente, uma pequena quantidade

de umidade no interior do canal, o que acelerará o endurecimento do material em

discussão, mas não interferirá com a sua adesividade ou endurecimento.

Obviamente, todo o esforço deve ser empreendido para se obter a secagem do

canal antes de obturá-lo.

Autoridade no assunto, novamente Grossman (1976) estudou algumas

propriedades físicas dos cimentos obturadores do canal radicular, ou seja, o

tamanho das partículas, escoamento, tempo de endurecimento, adesão e alteração

dimensional.

O tamanho das partículas foi avaliado para determinar o seu efeito sobre o

tempo de endurecimento e escoamento. O escoamento, ou seja, a consistência do

cimento manipulado que irá capacitá-lo a penetrar nas pequenas irregularidades da

dentina, é um fator importante na obturação dos canais laterais e ou acessórios.

O tempo de endurecimento foi estudado para determinar se o operador vai ter

tempo suficiente para ajustar o(s) cone(s) de guta-percha ou de prata no interior

do(s) canal(is) radiculares, se necessário for. Isso é particularmente importante

quando se obtura dentes multirradiculares.

A adesão, ou seja, a ligação física do cimento com a parede do canal, foi

determinada porque ela é uma propriedade desejável de um cimento.

Finalmente, a alteração dimensional do cimento foi determinada pela

infiltração de um corante ao seu redor. Os materiais testados foram: AH26, Diaket,

Kerr sealer, Mynol, N2, N2 no-lead, ProcoSol (non-staining), RC2B, Roth 801, Roth

811, Tubliseal e cimento de óxido de zinco e eugenol.

Continuando, o autor faz revelações de grande valia para qualquer estudioso

das propriedades físicas dos cimentos obturadores do canal radicular. Os cimentos à

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base de óxido de zinco e eugenol, na sua maioria, possuem certa porcentagem de

resina sintética ou natural.

Vários deles contêm subnitrato de bismuto para acelerar o seu

endurecimento, enquanto outros contêm borato de sódio para retardá-lo.

Há ainda aqueles outros que contém ambos os ingredientes para conseguir

um balanceamento entre um tempo de endurecimento muito rápido e outro muito

lento. Nesse estudo, não houve correlação entre o tamanho das partículas e o

tempo de endurecimento.

Quanto menor o tamanho da partícula, mais fácil é de se manipular o cimento,

tomando menor tempo, e a mistura é mais suave e escoa melhor.

As propriedades de escoamento de um cimento dependem em parte dos

ingredientes que o compõem, e em parte do tempo de endurecimento. Isso é

particularmente pertinente ao escoamento dos cimentos no interior do canal

radicular, onde o tempo de endurecimento é grandemente acelerado, quando

comparado ao tempo de endurecimento do cimento sobre a placa de vidro.

O óxido de zinco comercial afeta variavelmente o tempo de endurecimento

dos cimentos, dependendo do método da sua preparação química e da sua fonte de

obtenção - se mineral ou a partir de misturas.

A absorção do vapor do ar, tanto pelo óxido de zinco como pelo cimento

obturador do canal, acelerará o tempo de endurecimento da mistura. Esse tempo

não apresenta relação com o mesmo tempo medido no interior do canal radicular.

Não apenas a temperatura e a umidade da boca aceleram o endurecimento

do cimento no interior do canal, mas a pouca espessura do filme do cimento

desempenha um papel importante.

Um cimento que endurece no interior do canal radicular em poucos minutos

pode ser um ponto desfavorável para o operador que necessitar de ajustes na

obturação. Por outro lado, um cimento que endurece muito lentamente pode irritar os

tecidos periapicais, devido a um excesso de eugenol que resulta em uma quelação

incompleta ou pode servir de causa da contração do cimento.

Segundo GROSSMAN (1982), o tempo de endurecimento ideal, se é que ele

existe, ainda não foi determinado. Concluindo, ele acha que as informações do seu

trabalho podem ajudar o dentista clínico-geral ou o endodontista a entender melhor o

material que estão utilizando. Determinou o tempo de endurecimento do cimento que

introduziu em 1974, porém com modificações no líquido. Ele substituiu o eugenol por

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outros óleos essenciais de anethole, erva-doce, eucaliptol e óleo de pimenta em

folhas. Este último foi o único a possibilitar a formação de um cimento que

apresentou resultados que o compararam favoravelmente ao cimento manipulado

com o eugenol, podendo assim ser considerado o seu substituto.Ressaltou a

importância do conteúdo resinoso dos cimentos, escrevendo poder ele influenciar o

tempo de endurecimento desses materiais e afetar os tecidos periapicais. Assim, o

autor realizou um estudo para determinar o pH de seis resinas, naturais e sintéticas,

e também para determinar o efeito dessas substâncias sobre o tempo de

endurecimento dos cimentos obturadores. As resinas estudadas foram: Amend,

Hakusui, Penresina, Primavera, Staybelite e WW. A adição de resina ao pó de óxido

de zinco deu a ele corpo e consistência, e permitiu ao material endurecer após

decorrido um tempo razoável. O cimento de óxido de zinco e eugenol sem resina

não endureceu em 24 horas e, após o endurecimento, era friável. Geralmente,

quanto menor o pH da resina, menor o tempo de endurecimento observado.

Segundo o autor, sabia-se que os ácidos aceleram o tempo de endurecimento do

cimento de óxido de zinco e eugenol. O ácido benzóico e o acetato de zinco têm

sido recomendados como aceleradores do tempo de endurecimento. Entretanto, o

fato de que a adição de uma resina ao cimento obturador do canal à base de óxido

de zinco e eugenol afeta o tempo de endurecimento, acelerando-o ou retardando-o,

não tinha sido relatado na literatura até então.

SAVIOLI (1992) estudou as relações existentes entre cada um dos

componentes químicos do pó do cimento do tipo Grossman e as propriedades

físicas: escoamento, tempo de endurecimento, estabilidade dimensional,

solubilidade e desintegração, espessura do filme e radiopacidade. A especificação

seguida para os testes foi a de número 57 da American Dental Association (1983).

Para isso, aviaram-se sete fórmulas diferentes, iniciando-se com o óxido de zinco

puro, acrescentando-se as seguintes substâncias químicas: tetraborato de sódio

anidro, resina natural, subcarbonato de bismuto, sulfato de bário e, por fim, o

cimento cuja fórmula é exatamente a proposta por Grossman (1974). Segundo o

autor, a resina natural é um excelente acelerador do tempo de endurecimento e

responsável pelo aumento do escoamento, bem como pela expansão do cimento. O

tetraborato de sódio é responsável pelo aumento da solubilidade e desintegração do

cimento de óxido de zinco e eugenol. O subcarbonato de bismuto é muito superior

ao sulfato de bário como agente radiopaco e, ainda, possibilita a obtenção de um

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cimento obturador de canais radiculares com menor alteração dimensional, menor

solubilidade, bom escoamento, boa espessura do filme e tempo de endurecimento

normal. Os cimentos que continham apenas o subcarbonato de bismuto ou somente

o sulfato de bário como agente radiopaco, ou ainda esses dois elementos

balanceados, em iguais proporções, apresentaram propriedades físicas que se

enquadram nas exigências da Especificação 57 da American Dental Association

(1983).

SANTOS et al (2009) em seus estudos analisaram qualitativamente a

colonização bacteriana superficial do cimento de fosfato de zinco e do cimento

resinoso submetidos ao ataque microbiano in vivo por 7, 14, 21 e 30 dias. Verificou-

se que, com o passar do tempo, o cimento de fosfato de zinco apresentou, em geral,

uma quantidade maior de microrganismos na sua superfície do que o cimento

resinoso.

SILVA (1992) estudou as propriedades físicas dos cimentos à base de óxido

de zinco e eugenol presentes no mercado nacional, cujas fórmulas seguem aquelas

preconizadas por Grossman (1958 e 1974). Seguiu a Especificação Número 57 da

American Dental Association e analisou as seguintes propriedades: escoamento,

tempo de trabalho, tempo de endurecimento, espessura do filme, estabilidade

dimensional, solubilidade e desintegração e radiopacidade.

SOUSA NETO (1994) pesquisou os cimentos nacionais do tipo Grossman a

fim de determinar a presença de óleo de amêndoas doces adicionado ao eugenol,

ou se este óleo era substituído por algum óleo alternativo. Analisou-se também o

efeito da adição de óleos vegetais (amêndoas doces, soja, milho e rícino) ao

eugenol sobre as propriedades físico-químicas dos cimentos testados. Para a

análise, usou-se a Especificação 57 da ADA. Foram analisadas a viscosidade e o pH

dos líquidos que seriam submetidos aos testes das propriedades físicas, verificando-

se que a adição de óleos vegetais ao eugenol provoca aumento da viscosidade ao

líquido, e este fator interfere nos resultados dos testes de escoamento e espessura

do filme do cimento. O estudo das propriedades físico-químicas dos cimentos tipo

Grossman obtidos a partir de um líquido composto de eugenol (5 partes) e óleos

vegetais (1 parte) evidenciou que o escoamento, o tempo de trabalho, a espessura

do filme e a solubilidade e desintegração apresentam valores acima daqueles

aceitos pela Especificação 57 da ADA. A utilização apenas do eugenol para o

preparo do cimento tipo Grossman favorece a obtenção de um material com

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propriedades físico-químicas bem superiores àquelas dos cimentos obtidos a partir

da mistura de eugenol + óleos vegetais.

No estudo de Romano e Ruellas (20025) foram comparados, quanto à

resistência, ao cisalhamento e ao ARI (Índice de Adesivo Remanescente), o cimento

de fosfato de zinco e os ionômeros de vidro Vidrion C, Water Cem e Fuji Ortho LC.

Foram utilizados 48 incisivos inferiores permanentes bovinos, divididos em quatro

grupos de 12 dentes, sendo que cada grupo foi colado com um dos cimentos acima.

A amostra foi submetida ao ensaio de cisalhamento, em que foi encontrado um valor

médio de resistência para o Fuji Ortho LC de x = 5,68MPa, Vidrion C de x =

1,78MPa, fosfato de zinco de x = 1,08MPa e Water Cem de x = 0,82MPa. Em

relação à resistência ao cisalhamento, o Fuji Ortho LC foi estatisticamente superior

aos outros cimentos testados. Na avaliação do ARI, os cimentos Vidrion C e Fuji

Ortho LC obtiveram os maiores valores médios

SILVA et al. (1994) estudaram as seguintes propriedades físicas dos cimentos

obturadores do canal radicular do tipo Grossman: estabilidade dimensional,

solubilidade e desintegração e radiopacidade. Usou-se, como guia, a Especificação

57 para materiais obturadores endodônticos da American Dental Association (1983).

SAVIOLI et al. (1994) estudaram a influência de cada componente químico do

cimento de Grossman (1974) sobre as seguintes propriedades físicas: escoamento,

tempo de endurecimento e espessura do filme, baseadas na Especificação 57 da

ADA. Aviaram-se sete fórmulas diferentes a partir do óxido de zinco puro até a

fórmula proposta por Grossman (1974). Observou-se que a resina natural é

acelerador do tempo de endurecimento e responsável pelo escoamento. O

tetraborato de sódio anidro funciona como retardador da reação química entre o

óxido de zinco e eugenol, mas não consegue realizar essa função quando na

presença de resina natural. A espessura do filme só é obtida quando a proporção do

óxido de zinco e a resina natural é de 100:65.

SILVA et al. (1994) estudaram o tempo de endurecimento e a espessura do

filme dos cimentos obturadores do canal radicular presentes no mercado brasileiro,

das marcas FORP-USP, Grossman, Fillcanal, Endofill e Inodon. Utilizou-se a

Especificação 57 da ADA como guia. Os tempos de endurecimento dos cimentos

variaram, indo de muito curto (Inodon, 14 minutos) a extremamente longo (Fillcanal,

3 horas e 35 minutos). As espessuras do filme dos cimentos testados estão de

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acordo com a especificação seguida, ou seja, foram menores que 50 micrometros,

com exceção do Inodon, que apresentou espessura do filme de 70 micrometros.

Segundo SILVA et al. (1995) o escoamento e o tempo de trabalho dos

cimentos obturadores do canal radicular do tipo Grossman presentes no mercado

odontológico brasileiro das marcas FORP-USP, Grosscanal, Fillcanal, Endofill e

Inodon. Para a realização deste trabalho, usou-se como guia a Especificação 57 da

ADA. Todos os cimentos estudados apresentaram escoamento compatível com a

especificação seguida, com valores que variaram de 27 a 42 mm. Quanto aos seus

tempos de trabalho, os cimentos não puderam ser enquadrados nas exigências da

ADA, pois os seu fabricantes nada informam a esse respeito. Os tempos de trabalho

aferidos variam de 4 a 6 minutos, sendo os valores menores apresentados pelos

cimentos Grosscanal e Fillcanal.

De acordo com SAVIOLI et al. (1995) a influência de cada componente

químico do cimento proposto por GROSSMAN sobre a relação pó/líqüido e o tempo

de espatulação obtidos para atingir a consistência clínica ideal. Para se avaliar qual

a influência que cada componente do pó do cimento tem sobre a relação pó/líqüido,

aviaram-se sete fórmulas diferentes, acrescentando-se ao óxido de zinco puro os

demais componentes da fórmula. Observou-se que o tempo de espatulação

necessário para que o cimento atinja a consistência desejada está diretamente

relacionado à quantidade de pó utilizada, e que o tempo de espatulação está

inversamente relacionado à quantidade de óxido de zinco presente na fórmula.

No Brasil o cimento de Grossman sem prata é encontrado no mercado com o

nome de Grosscanal produzido pela Prodonto Ltda Endo Fill, produzido pela Herpe e

o Fill Canal produzido pela Ligas Odontologicas Ltda.

No mercado nacional, encontram-se à disposição dos profissionais cimentos

endodônticos contendo hidróxido de cálcio e, dentre eles, podem-se citar o SEALER

26, o CRCS, o SEALAPEX e, mais recentemente, o APEXIT.

As propriedades físicas dos cimentos contendo hidróxido de cálcio, de acordo

com a Especificação 57 da American Dental Association, foram pouco estudadas

(HYDE, 1986 e WENNBERG & ØRSTAVIK, 1990).

HYDE (1986) verificou que o SEALAPEX apresentava alto grau de

solubilidade e desintegração e não possibilitava a aferição do teste de adesão, pela

dificuldade que este cimento tem de endurecer.

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WENNBERG & ØRSTAVIK (1990) verificaram que o SEALAPEX apresentou

menor adesividade do que o CRCS. Eles observaram que a remoção da "smear-

layer" não proporcionava aumento da adesividade do SEALAPEX à dentina.

Os fabricantes do SEALAPEX e do CRCS não indicam, nas bulas, a

concentração dos componentes químicos desses cimentos.

FIDEL (1993) estudou, à luz da Especificação 57 da ADA, as propriedades

físicas de alguns de alguns cimentos obturadores de canais radiculares contendo

hidróxido de cálcio em suas fórmulas: SEALER 26, CRCS, SEALAPEX, APEXIT e

um cimento experimental, o PR-SEALER. O cimento FILLCANAL foi pesquisado

com o intuito de compará-lo com outros cimentos do mesmo tipo (CRCS e PR-

SEALER). O teste do pH foi baseado no método empregado por HYDE (1986) e o

teste de adesividade foi baseado no método de GROSSMAN (1976), com ligeiras

modificações. Todos os cimentos testados apresentaram escoamentos compatíveis

com a especificação seguida, com valores que variaram de 28 a 47 milímetros. Em

relação ao tempo de trabalho, os cimentos não puderam ser classificados por causa

da omissão de informações dos fabricantes. O cimento CRCS foi o único a

apresentar tempo de endurecimento de acordo com o informado pelo fabricante. O

SEALAPEX e o SEALER 26 apresentaram tempos de endurecimento longos, ou

seja, 45 horas e 34 minutos para o primeiro e 41 horas e 22 minutos para o

segundo. Quanto à espessura do filme, apenas o SEALER 26 não preencheu as

exigências da especificação seguida. Os cimentos FILLCANAL e SEALAPEX

apresentaram solubilidades e desintegrações superiores às permitidas. A maioria

dos cimentos testados apresentou expansão e preencheu as normas da

especificação seguida. A exceção foi o SEALAPEX, que se desintegrou,

impossibilitando a realização do teste. As radiopacidades de todos os cimentos

testados apresentaram-se aceitáveis, superiores a 4 milímetros de alumínio. O

SEALAPEX e o SEALER 26 foram os que apresentaram as mais baixas

radiopacidades. Todos os cimentos testados possibilitaram mensurações de suas

adesividades à dentina. Os cimentos FILLCANAL, SEALAPEX e APEXIT exibiram

as menores adesividades. Todos os cimentos testados apresentaram-se com pH

alcalino, não só imediatamente após a espatulação, como após decorrido o tempo

de experimento, ou seja, sete dias após os seus endurecimentos.

FIDEL (1993) após seus experimentos sugere aos fabricantes dos cimentos

SEALAPEX e SEALER 26 modificações em suas fórmulas. O SEALAPEX deve

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ganhar uma estrutura de cimento mais coesa, que não apresente alta solubilidade e

desintegração e maior radiopacidade. O SEALER 26 deveria ser produzido com

partículas mais finas para propiciar menor espessura do filme e, também, deveria ser

aumentada sua radiopacidade. O PR-SEALER , apesar de preencher as normas da

especificação seguida, deveria ter reduzido o seu grau de solubilidade e

desintegração. Isto pode ser realizado, desde que diminua a quantidade de

tetraborato de sódio anidro colocado na sua fórmula, pois esta substância é bastante

solúvel. Na formulação deste cimento, deveria ser aumentada a concentração de

hidróxido de cálcio, para que ele forneça um pH mais alcalino ao meio.

FIDEL et al. (1994) estudaram a adesividade de vários cimentos que contêm

hidróxido de cálcio em suas composições: SEALER 26, CRCS, Apexit e Sealapex,

utilizando o Fillcanal como controle. A adesão à dentina com e sem o uso de EDTA

foi mensurada. O Sealapex e o Apexit apresentaram as menores adesividades. A

aplicação do EDTA à dentina aumentou a adesão do cimento à superfície, com

exceção do cimento Sealapex.

FIDEL et al. (1994) estudaram a solubilidade e desintegração dos cimentos

endodônticos que contêm hidróxido de cálcio. Os cimentos testados foram: Sealer

26 (Dentsply), CRCS (Higienic), Sealapex (Kerr) e Apexit (Vivadent). Utilizou-se a

Especificação 57 da ADA como guia. Os resultados mostraram que o Sealer 26 e o

Apexit apresentaram como os menos solúveis, seguidos pelo CRCS e pelo

Sealapex.

FIDEL et al. (1995) estudaram o pH dos cimentos endodônticos SEALER 26,

APEXIT, CRCS e SEALAPEX, todos contento hidróxido de cálcio em suas fórmulas.

Para isso, elaboraram-se corpos de prova que foram armazenados durante uma

semana, em frascos contendo 50 ml de água destilada e deionizada. Em seguida,

determinaram-se os valores de pH. Todos os cimentos testados apresentaram pH

alcalino.

FIDEL et al. (1995) estudaram as alterações dimensionais de alguns cimentos

obturadores de canais radiculares que contêm hidróxido de cálcio em suas fórmulas:

SEALER 26, CRCS, PR-SEALER, APEXIT E SEALPEX. Constatou-se que o

cimento SEALAPEX não resistiu ao experimento, desintegrando-se; todos os

cimentos sofreram ligeira expansão, com os maiores índices sendo encontrados

com o PR-SEALER e os menores com o SEALER 26. Os testes seguiram a

Especificação 57 da ADA.

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FIDEL et al. (1995) estudaram o tempo de endurecimento dos seguintes

cimentos endodônticos que contêm hidróxido de cálcio em suas fórmulas: APEXIT,

SEALAPEX, CRCS e SEALER 26, seguindo a Especificação 57 da ADA. O cimento

CRCS evidenciou um tempo de endurecimento de 23 minutos; o APEXIT, 1 hora e

30 minutos, o SEALER 26, 41 horas e 22 minutos e o SEALAPEX, 45 horas e 34

minutos.

RICKERT (1927) mostra-se preocupado com os problemas que afligem a

nossa profissão. Em relação à obturação do canal radicular, o autor comenta sobre a

necessidade imediata, com evidências inquestionáveis, de se melhorar a técnica de

obturação do canal radicular. Caso contrário, deveríamos abandonar a prática

profissional. O autor, nesse mesmo documento, registra a composição da massa

após o endurecimento do cimento obturador do canal radicular que ele utilizava:

Prata = 24,74 %; Óxido de zinco = 34,00 %; Bi-iodo de bi-timol (Aristol) = 10,55 %;

Oleoresinas = 30,71 %

SILVA, et al (1995) avaliaram as propriedades físicas dos cimentos

endodônticos Endobalsam e N-Rickert, e o grau de selamento apical pela infiltração

do corante azul de metileno. Os resultados demonstraram que a propriedade

escoamento cumpriram com as especificação da ADA. Com relação ao tempo de

trabalho e espessura do filme, o cimento N-Rickert mostrou valores maiores, mas

não cumpriu com a especificação da ADA. Tanto o N-Rickert com o endosalm

estavam dentro das especificação da ADA. O selamento marginal apical, os

espécimes obturados com o emprego do cimento endosalm apresentaram valores

maiores de infiltração comparado com os obturados com o N-Rickert.

WALTIMO et al. (2001) observaram o desempenho de três cimentos

endodônticos (Sealapex, CRCS e Procosol). Neste estudo, 204 dentes foram

submetidos a tratamento endodôntico padronizado e foram divididos em 3 grupos:

grupo OS (obturados com guta-percha e Procosol), grupo CR (dentes preenchidos

com guta-percha e CRCS) e grupo SA (dentes obturados com Sealapex e guta

percha). O tratamento foi executado por graduandos do curso de odontologia da

Universidade de Oslo - Noruega, que usaram cada cimento pelo menos 2 vezes

cada. Os resultados foram analisados por 4 anos subseqüentes, valendo-se do

índice periapical – PAI15. Nos primeiros anos de análises, pôde-se observar que os

grupos de dentes obturados, utilizando-se de cimentos contendo óxido ou hidróxido

de cálcio mostraram maiores taxas de sucesso clínico-radiográfico. Em 3 e 4 anos,

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essa diferença não foi significativa quando se comparava os cimentos contendo

hidróxido ou óxido de cálcio com os cimentos a base de óxido de zinco e eugenol.

Considerando o pequeno número de estudos em humanos relativos ao desempenho

do cimento no sucesso endodôntico, e mesmo não podendo ser considerado uma

variável isolada, é imprescindível destacar estudos relacionados com as

propriedades biológicas desenvolvidos em animais e os que contemplam análise de

características físicoquímicas. Com a carência de estudos longitudinais sobre o

selamento biológico ou reparo tecidual em função da influência de cimentos

endodônticos, desenvolvidos em humanos, não houve possibilidade de uma análise

mais profunda. Estudos realizados em animais (cães, ratos, ou outros animais)

mostraram um bom desempenho do Sealapex no selamento biológico.

HOLLAND E SOUZA (1985) estudaram a capacidade do Sealapex em

estimular a deposição de tecido mineralizado após tratamento endodôntico em cães

e macacos. No estudo, 160 canais radiculares de 8 cães de aproximadamente 2

anos foram utilizados. As câmaras pulpares foram abertas e a polpa dentária

removida em dois diferentes níveis; 1 mm do ápice radiográfico (pulpectomia parcial)

e no próprio ápice radiográfico (pulpectomia total). No grupo 1, a polpa foi removida

com limas Hedströem, enquanto que no grupo 2, a polpa foi removida por limas tipo

Kerr, por meio da abertura do forame até a lima no 40. Após a utilização da lima no

40, a seqüência de instrumentação foi realizada 0,5 a 1 mm aquém para obtenção

do stop apical, e todos os dentes foram instrumentados até a lima no 60. Após a

irrigação final, os canais foram secos e preenchidos por meio de condensação

lateral de guta-percha e Sealapex, Kerr Pulp Canal Sealer ou hidróxido de cálcio

misturado à água destilada, sendo que o grupo controle não foi obturado com

nenhum material. As câmaras coronárias de todos os grupos foram seladas com

uma camada de óxido de zinco e eugenol e restauradas com amálgama, ficando 20

canais para cada grupo experimental. Após 180 dias, os animais foram sacrificados

e o material preparado para exame histológico. No estudo em macacos, 80 canais

foram utilizados. Os dentes foram tratados de forma semelhante aos dentes de cães,

sendo que o forame foi ampliado somente até a lima no 25 e os dentes

instrumentados até a lima no 40. Para cada grupo experimental foram utilizados 10

canais valendo-se da mesma técnica descrita anteriormente. Os resultados obtidos

sugeriram que o Sealapex e o hidróxido de cálcio induzem fechamento apical por

deposição de tecido mineralizado (osteocemento). Os casos de pulpectomia parcial

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demonstraram a mesma porcentagem (70%) de fechamento apical para o Sealapex

e hidróxido de cálcio. Nos casos de pulpectomia total, o Sealapex demonstrou

fechamento em 33,3% dos casos, enquanto que o hidróxido de cálcio evidenciou

10% de fechamento. Fechamento apical também foi observado no grupo controle

(5%) e no grupo Kerr Pulp Canal Sealer (10%), estando associados à presença de

raspas de dentina. O Sealapex e o Kerr Pulp Canal Sealer quando extravasados

provocaram reação inflamatória crônica no ligamento periodontal; entretanto, o

Sealapex estimulou a deposição de tecido mineralizado nessa área e foi facilmente

reabsorvido. O Sealapex apresenta elevada capacidade de solubilização/

desintegração, o que favorece a liberação de íons cálcio aos tecidos. Tagger et al.16

(1988) estudaram a liberação de íons cálcio e hidroxila de cimentos contendo óxido

e hidróxido de cálcio (Sealapex, CRCS e Hermetic). Bases analisadas para liberação

de íons hidroxila foram incluídas para fins de comparação, como o Life e o Dycal. Os

materiais foram manipulados de acordo com as instruções dos fabricantes, e

produzidos 2 corpos de prova para cada material (7 mm de diâmetro e 3 mm de

profundidade). Decorrido o endurecimento e o período mínimo de 24 horas, os

espécimes foram colocados em água bi-destilada (pH = 6,7) por 2 horas, trocada a

cada 15 minutos. As medidas de pH foram efetuadas após 15, 30, 45, 60, 75, 90,

105 e 120 minutos da colocação dos cimentos em água destilada. A liberação de

cálcio e o pH exibidos pelo Sealapex foi gradual e prolongado, como o Life e o

Dycal. Decorridos 60 e 75 minutos, as amostras de Life e Dycal se desintegraram.

HOLLAND et al. (1998) observaram se o tipo do material obturador do canal

radicular e a localização da lesão periodontal, atingindo o canal radicular,

influenciavam a cicatrização da ferida periodontal. Foram usados 24 raízes de 2

cães adultos. Posterior a abertura coronária, pulpectomia, preparo do canal radicular

e obturação dos mesmos com cones de guta-percha (óxido de zinco eugenol ou

Sealapex) valendo-se da técnica de condensação lateral. Em uma segunda sessão,

o tecido ósseo foi exposto e duas cavidades foram realizadas através do osso,

cemento e dentina, atingindo o material obturador. Uma cavidade foi preparada no

terço apical e outra entre o terço médio e cervical. As incisões foram suturadas e os

animais sacrificados 6 meses depois. Os espécimes foram então preparados para

análise microscópica. No grupo do Sealapex, no terço apical, houve deposição

cementária com fechamento total em 8 casos, sendo que em apenas 2 não houve

nenhuma deposição. O ligamento periodontal estava livre de inflamação em 8 casos,

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e apresentou reação crônica mediana a outras amostras. Exceto em 3 dentes de

toda a amostra, houve reparação do ligamento periodontal. Em relação ao terço

cervical, cemento neoformado estava ausente em apenas 1 caso, sendo que em 2

houve fechamento total. O ligamento periodontal estava livre de reação inflamatória

na metade dos dentes, sendo que os outros apresentaram reação crônica mediana,

um pouco mais extensa que o grupo anterior. A reinserção do ligamento periodontal

ocorreu na metade dos dentes. O grupo do óxido de zinco e eugenol, no terço

apical, apresentou fechamento total por deposição de cemento em 5 espécimes,

sendo que em 3 não houve deposição. Inflamação não foi observada em 8 casos, e

os outros foram semelhantes ao grupo anterior. A reparação periodontal ocorreu em

5 casos, e em dois espécimes ocorreu anquilose e reabsorção por substituição. No

terço cervical, cemento neoformado estava ausente em 6 espécimes, havendo

apenas um caso de fechamento total. Inflamação crônica moderada estava presente

em 10 casos.

SACOMANI et al. (2001) avaliaram o comportamento dos tecidos apicais e

periapicais de dentes de cães após preparo e obturação com os cimentos Sealer 26

e Sealer 26 modificado. Posterior a abertura coronária e pulpectomia dos incisivos

superiores, terceiros e quartos pré-molares inferiores e segundos e terceiros pré-

molares superiores, o forame foi ampliado até a lima tipo Kerr no 25, sendo

ultrapassado em 1 mm, e o canal ampliado até a lima no 40 no limite CDC. Seguiu-

se então um preparo, com recuo progressivo até a lima no 80, irrigação com solução

fisiológica. Os canais foram preenchidos com Otosporin e, decorridos 7 dias, os

canais foram secados e obturados por meio da técnica da condensação lateral e os

cimentos testes, (manipulados na proporção de 100 mg de pó para 100 mg de

líquido). Dezesseis raízes foram obturadas com o Sealer 26 e as outras 16 com

Sealer 26 modificado, 5 espécimes permaneceram vazios após a remoção da

medicação intracanal, porém selados com óxido de zinco e eugenol e amálgama.

Decorridos 180 dias, os animais foram sacrificados e as peças analisadas

histomorfologicamente. Os dois cimentos, quando em contato com os tecidos

periapicais provocaram reação inflamatória crônica 180 dias após a obturação.

Excluindo-se os espécimes com detritos, os resultados histomorfológicos dos dois

cimentos não mostraram diferenças significantes entre si, o que levou a conclusão

de que as alterações propostas para o cimento Sealer 26 não melhoram suas

propriedades biológicas.

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HOLLAND et al. (2002) observaram a reação do tecido conjuntivo subcutâneo

de ratos ao implante de tubos de dentina preenchidos com cimentos contendo óxido

e hidróxido de cálcio. Os tubos foram então preenchidos com MTA , Sealapex,

CRCS, Sealer 26 e um cimento experimental, Sealer Plus. Os tubos foram

imediatamente implantados na região dorsal de 60 ratos, em dois locais diferentes,

sendo que tubos vazios foram usados como controle em 10 animais adicionais. Os

animais foram sacrificados 7 e 30 dias após, o tubo e tecido adjacente removido e

preparado para análise histológica. Algumas seções foram coradas de acordo com a

técnica de Von Kossa, e outras foram analisadas por meio de luz polarizada em

microscopia para se localizar o material birrefringente. Algumas seções ainda foram

descalcificadas por 10 minutos em EDTA antes de serem coradas. No Grupo

controle, após 7 dias, uma camada de neutrófilos cobria os tubos, sendo observada

próxima a esta área a presença de fibroblastos e células inflamatórias crônicas.

Trinta dias após, os tubos foram preenchidos por tecido conjuntivo e encapsulados

por tecido fibroso. Nos Grupos experimentais, o cimento CRCS foi o único que não

exibiu estruturas calcificadas: aos 7 dias, exibiu um exsudato com neutrófilos ao

redor do material, e aos 30, fibroblastos e reação inflamatória crônica. Todos os

outros materiais testados exibiram estruturas calcificadas aos 7 e 30 dias. A única

diferença foi à quantidade destas estruturas mostrando-se mais numerosa nos

grupos do MTA e Sealapex.

No estudo de WALTIMO et al. (2001) observa-se o cuidado em preservar

todos os casos clínicos. Os autores utilizaram-se do índice periapical proposto por

Ørstavik et al.15 (1986) e da ausência de sintomatologia dolorosa para se

estabelecer as conclusões do possível selamento biológico, o que de certa forma

implica em limitações as conclusões alcançadas.Além do questionamento clínico

que estimulou este estudo, inúmeros outros requerem evidências. Um aspecto

essencial é o perfeito selamento coronário-endodôntico, se possível biológico o que

somente é possível com a análise microscópica, o que limitam estudos em

humanos.Todavia, o cimento endodôntico envolve outros aspectos de interessante

especulação, como a relação da adesividade ou com a infiltração microbiana. Várias

características dos cimentos endodônticos associam para formar um conjunto que

permite alcançar a excelência do material, os quais deveriam ser dotados de

propriedades primordiais que envolvem a adesividade e a tolerância tecidual.

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SOUZA et al (2003) evidenciam que as raízes de dentes humanos foram

impermeabilizadas externamente e os canais obturados com cones de guta percha e

dois tipos de cimentos obturadores: Endofill e Sealapex. Após a obturação os canais

foram parcialmente desobturados, permanecendo aproximadamente 5 mm de

material obturador. Metade dos espécimes de cada cimento foram, então, protegidos

com um ôplugö de 1 mm de espessura com o cimento provisório Coltosol. Após os

procedimentos operatórios as raízes foram mergulhadas em solução de azul de

metileno a 2 por cento, em ambiente com vácuo, seccionadas longitudinalmente e as

infiltrações marginais mensuradas. Constatou-se que a adaptação de um ôplugö

com cimento provisório sobre o remanescente da obturação determinou infiltrações

marginais semelhantes com os dois cimentos utilizados e que na ausência do

ôplugö, o Sealapex foi mais eficaz que o Endofill

ARAÚJO et al (2008) em seus estudos analisaram a infiltração dos cimentos

AH Plus®, Sealapex®, Sealer 26® e Endofill® por meio da diafanização. Cinquenta

dentes humanos unirradiculares tiveram suas coroas removidas e seus canais

preparados pela técnica de Oregon modificada. Depois do preparo químico-

mecânico, os dentes foram obturados com cone de guta-percha e quatro diferentes

tipos de cimentos endodônticos: grupo I: AH Plus®; grupo II: Sealapex®; grupo III:

Sealer 26® e grupo IV: Endofill®. Os outros dois grupos serviram para o controle

positivo (cinco dentes) e negativo (cinco dentes). Após a obturação, os dentes

permaneceram em soro fisiológico a 0,9% por 60 dias, simulando a situação de

umidade bucal. Passado esse período, eles foram impermeabilizados com três

camadas de esmalte de unha e, depois de secos, imersos em tinta nanquim e

colocados na estufa a 37°C por 48 horas. Após esse intervalo de tempo, as

unidades de estudo foram lavadas em água corrente por 24 horas, as camadas de

esmalte foram removidas com lâmina de bisturi e os dentes foram diafanizados. Os

resultados mostraram diferenças insignificantes entre os materiais testados, tendo

assim um comportamento semelhante na infiltração marginal apical.

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2.2 CASOS CLÍNICOS: CIMENTOS OBTURADORES

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O caso clínico abaixo mostra a obturação tridimensional do sistema de canais

radiculares. Observar a obturação de canais laterais e delta apicais.

Primeiro molar inferior direito (46)

Técnica de instrumentação: hibridismo de instrumentos rotatórios e manuais

Odontometria: Localizador foraminal eletrônico

Soluções irrigadoras: Hipoclorito de sódio 2,5% e EDTA 17%

Obturação: técnica termoplastificada (cones de guta-percha e cimento AH Plus)

Caso clínico

Histórico: Homem, 23 anos. Chegou ao consultório relatando dor espontânea

e pulsátil, localizada, com maior incidência durante a noite e com contato de

alimentos frios ou quentes. Dor melhorava, mas não cessava com o uso de

analgésico.

Radiograficamente: Observava uma imagem radiolúcida na face distal do

elemento 45, muito próximo a câmara pulpar, sem alteração visível na região

periapical. Foi inicialmente identificada uma variaçao anatômica no formato da raiz

do elemento.

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Hipótese Diagnóstica: Pulpite Irreversível.

Tratamento proposto: Tratamento endodôntico em sessão única.

Uso de localizador apical, Root Zx II (J Morita).

Instrumentação Rotatória: Motor X-Mart (Dentsply), sistema de limas Easy

Pró-Design.

Instrumentação manual final: Biomecânica lima 35.

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Solução de hipoclorito a 5,25%.

Técnica de Obturação: Híbrida de Tagger com cimento endodontico Endofill

(Dentsply).

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3. DISCUSSÃO

O sucesso da terapia endodôntica está relacionado com a correta execução

de cada uma de suas fases, desde o diagnóstico até a obturação e preservação.

Torna-se clara, então, a importância da fase de obturação, tendo em vista que um

dos objetivos da terapia endodôntica é o preenchimento do canal em forma

tridimensional, com a finalidade de se obter um selamento hermético em toda sua

extensão e diâmetro

Embora os estudos experimentais in vitro não possam reproduzir com

exatidão as condições clínicas, a melhor maneira de testar a eficácia de técnicas

obturadoras é transportar os resultados experimentalmente obtidos para aquelas

condições e fazer uma avaliação em longo prazo.

A técnica de obturação empregada, o ângulo entre a parede dentinária e o

túbulo, o diâmetro do túbulo e o tipo de cimento também são fatores que podem

exercer influência na penetração dos cimentos nos túbulos dentinários

SIQUEIRA (2000) enfatiza que o bom escoamento de um cimento

endodôntico tem importante papel em sua penetração nas áreas confinadas dos

canais radiculares.

Os resultados de De Deus et al (2002) mostraram uma melhor capacidade

de penetração intradentinária do cimento de Rickert, o que pode justificar os

resultados obtidos por Yared, Bou-Dagher (1996), que observaram menor infiltração

no cimento Pulp Canal Sealer (Rickert) quando comparado ao cimento de Grossman

e ao AH26.

Os resultados da penetração encontrados no trabalho de KOUVAS et al.

(1998) estão numericamente de acordo com os da nossa pesquisa e com os

relatados por OKSAN et al (1993). Porém, Sem et al. (1996) obtiveram medidas

variando de 60 a 800 mm. Essa grande diferença de valores pode ser devido a

algum desvio de metodologia entre essas pesquisas, principalmente quando

consideramos a dificuldade de obtermos uma clivagem apropriada, que nos forneça

amostragens mais homogêneas.

Diferentes profundidades de penetração intradentinária entre os diferentes

cimentos endodônticos testados, fato explicado por OKSAN et al. (1993) que

relataram que a composição química do cimento e suas características físicas, tais

como: a capacidade de escoamento, viscosidade e os tamanhos das partículas

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devam exercer influência significante na capacidade destas substâncias penetrarem

no tecido dentinário.

Os piores resultados obtidos foram para o grupo do Sealapex, justificado pela

baixa capacidade de escoamento deste cimento.

Os resultados obtidos nos quatro subgrupos em que o EDTA não foi utilizado,

evidenciaram a influência negativa que a lama dentinária exerce sobre a capacidade

de penetração intradentinária dos cimentos endodônticos, observação também

citada por LEONARD et al. (1996) e SEN et al. (1996).

Observa-se, então, que o cimento resinoso, o AH Plus, apresentou o maior

escoamento Estatisticamente, existe diferença significativa no nível de 1% entre os

dois cimentos analisados. Esses resultados foram similares, porém de valores um

pouco superiores aos apresentados por Siqueira (2000). No trabalho desse autor, a

média aritmética dos resultados encontrados para o escoamento do cimento de

Grossman (Fillcanal) foi de 3,5cm e para o AH Plus 4,6cm. Os valores verificados

para o AH Plus foram estatisticamente superiores, quando comparados com os

demais cimentos, dentre eles, o de Grossman (p>0,05).

Segundo LEONARDO (1998), o precursor do AH Plus foi o AH 26, tendo sido

esse cimento mais exaustivamente analisado, no que tange ao aspecto do

escoamento avaliado por este estudo. Os trabalhos de GROSSMAN (1976), MC

COMB (1976) e ZYKTIEVITZ (1985) abordam esse aspecto.

O cimento de Grossman, no entanto, é presença no mercado desde a sua

primeira formulação, em 1936, tendo já sido realizados inúmeros trabalhos a

respeito de suas propriedades físicas. Houve alguma diferença na média dos

escoamentos encontrados pelas duas diferentes medições. Essas diferenças são

desprezíveis, o que se pode comprovar pelos resultados dos testes estatísticos que

obtiveram curva normal e significância em nível de 1% para ambos os métodos de

medição.

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5. CONCLUSÃO

Com este estudo foi possível entender que as técnicas modernas de

obturação lançam mão de uma maior quantidade de guta-percha e de uma menor

película de cimento, tem-se a consciência de que o cimento representa a porção

frágil da obturação. Mesmo assim, os cimentos endodônticos continuam

representando um importante papel no controle da percolação apical, escoando para

as ramificações e melhorando a adaptação da obturação nas irregularidades da

interface dentina-material obturador.

Grossman contribuiu muito para a endodontia, pois o cimento dele é, ainda

hoje, muito utilizado e produzido por diversas empresas, com os mais diferentes

nomes comerciais. Dentre eles, encontra-se o ProcoSol na América do Norte e, no

Brasil, encontramos, com pequenas modificações da fórmula original, o Endofill,

Grosscanal, Pulpfill, Grossman da FROP-USP, Grossman da Inodon, Grosscanal. É

largamente utilizado na obturação do SCR e satisfaz a maioria dos requisitos do

próprio Grossman para um cimento ideal: sua ação irritante é mínima; apresenta um

elevado grau de atividade antimicrobiana; um bom potencial de selamento; pequena

alteração volumétrica durante a presa e capacidade de ser absorvido.

Concluiu-se que o tratamento realizado com cimentos obturadores preenche

as irregularidades do sistema de canais radiculares e minimiza as discrepâncias

entre as suas paredes e a guta-percha. O cimento, então, atua como um agente de

união entre os cones de guta-percha e entre estes e as paredes dentinárias. Além

disso, também obturam eventuais canais acessórios.

Verificou-se a superioridade do cimento AH Plus em comparação ao Endofill

no selamento apical, visto que o primeiro apresenta níveis menores de infiltração

marginal apical.

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REFERÊNCIAS ARAÚJO, Cristina Reiss. et al. Comparação da infiltração apical entre os cimentos obturadores AH Plus, Sealapex, Sealer 26 e Endofill por meio da diafanização. Received on June 25, 2008. Accepted on October 28, 2008

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