poema regio 1390
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poema regio maçõnicoTRANSCRIPT
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ALGUMAS INFORMAES: O Poema Rgio (Regius Poem), tambm conhecido como Manuscrito
Halliwell, o mais antigo documento manico de que se tem
conhecimento, embora esta posio seja contestada por alguns autores
em favor da Carta de Bolonha.
O texto original foi gravado em ingls arcaico, com letras gticas, sobre pele de
carneiro. composto por 64 pginas, contendo 794 versos. A data de sua
produo, segundo especialistas, estima-se como sendo situada na dcada de
1390, apesar de que, supe-se que tenha sido copiado de um documento mais
antigo. O autor desconhecido e o local de origem, segundo o historiador
manico Wilhem Begemann, a cidade inglesa de Worcester (fundada em 407
DC).
Desde a sua redaco at ser descoberto como documento manico, o trajecto
percorrido pelo manuscrito um tanto incerto.
Aparentemente, ele foi propriedade de vrios antiqurios e coleccionadores,
tendo sido adquirido pelo Rei Carlos II, passando a pertencer biblioteca real
(Royal Library), a qual, em 1757, foi doada pelo Rei George II ao Museu
Britnico. Actualmente, o documento original est guardado na Biblioteca
Britnica (British Library) e faz parte da Coleco Real de Manuscritos (Royal
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Manuscript Collection). Para aqueles que gostariam de l-lo em ingls possvel
adquirir uma cpia por download no site da livraria virtual Amazon.com.
DO QUE TRATA O DOCUMENTO:
Durante muito tempo, o Poema Rgio foi descrito como um poema sobre
obrigaes morais, at que, em 1840, um antiqurio ingls de nome James
Orchard Halliwell-Phillips (que no era maoo) o estudou e descobriu sua
essncia: um documento relativo maonaria operativa.
O documento composto de vrias partes que contm lendas, episdios bblicos,
descries de artes e normas. A sua leitura faz-nos concluir que o seu objectivo
principal transmitir as normas, regulamentos ou estatutos do ofcio de franco-
maon e da corporao. O texto cita o Rei Athelstan (924-939) como o
estimulador da criao dessas normas, referindo que ele convocou um encontro
de maons para que fossem estudadas e definidas as leis, regras e preos do
ofcio. Nele, a Maonaria mencionada como Geometria.
Uma interpretao adjacente sobre o texto, feita por alguns estudiosos, v nele
como tema recorrente ou motivo central a apresentao do Oficio de Construtor
como uma actividade nobre, ligada realeza e aristocracia. Por isso, seria
atribudo Maonaria o ttulo de Arte Real.
O Nome:
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No original, o documento no tem um nome especfico, pelo que acabou tendo
mais de um: Manuscrito de Halliwell, como referncia ao seu descobridor e/ou
intrprete, James Orchard Halliwell-Phillips; e Poema Rgio ou Manuscrito Rgio,
pelo facto de ter pertencido coleco de livros e manuscritos da Biblioteca Real
Inglesa.
As partes: O Poema Regius composto pelas seguintes partes:
1. A Fundao da Maonaria segundo Euclides;
2. Introduo da Maonaria na Inglaterra sob o reinado de Athelstan;
3. Os Deveres: quinze artigos;
4. Os Deveres: quinze pontos adicionais
5. Relato de "os Quatuor Coronati"
6. Relato de Torre de Babel
7. As Sete Artes Liberais
8. Exortao sobre a missa e como se conduzir na igreja;
9. Introduo sobre as boas maneiras.
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O Manuscrito Halliwell
ou
Poema Regius II
Aqui comeam os Estatutos da Arte da Geometria segundo Euclides Aquele que quiser ler e pesquisar
Pode encontrar, contada em um livro antigo,
A histria de grandes senhores e belas damas
Que tinham um grande nmero de filhos muito sensatos,
Mas nenhum dinheiro para cri-los,
Na cidade, nos campos e na floresta,
Fizeram uma assembleia.
Por amor a seus filhos para decidir
Como ganhariam a vida
Sem preocupao nem angstia com o futuro
De seus numerosos descendentes
Que iriam nascer quando eles mesmos fossem apenas cinzas.
Eles iriam buscar os grandes sbios
Para que lhes fossem ensinados bons ofcios.
Ns rezamos, por amor a nosso Senhor,
Para que nossos filhos faam belos e bons trabalhos
Para ganharem a vida,
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Sem dificuldade, mas sim com honestidade e sem medo do dia de amanh.
Naquele tempo, por meio da geometria,
Esse honesto ofcio que a maonaria
Foi concebido
E organizado por uma nobre assembleia de sbios.
Esses sbios, conforme o desejo dos senhores, inventaram a geometria
E a denominaram maonaria
Para que ela se tornasse o mais belo dos ofcios.
Os filhos dos senhores foram para junto do sbio
Para que ele lhes ensinasse o ofcio da geometria.
Tarefa que desempenhou muito bem.
Respondendo s splicas dos pais e mes,
Ele os iniciou no ofcio.
Quem aprendia melhor o ofcio que os outros
E se mostrava honesto
Tinha mais direito considerao.
Euclides era o nome do grande sbio.
Clebre ele se tornou.
Ele fez com que aquele que soubesse muito
Instrusse aquele que sabia menos
Para que todos fossem perfeitos no ofcio.
Sim, eles deviam instruir uns aos outros
E amar-se como se amam Irmos e irms.
Ele disse que aquele que fosse mais bem formado
Seria chamado Mestre.
Para que fosse reverenciado
assim que devia ser chamado.
Um maom nunca deveria chamar
Algum do ofcio
A no ser de Irmo,
Mesmo que ele no seja muito hbil.
Entre os maons deve reinar o amor,
Pois todos so de nobre linhagem.
O ofcio da maonaria teve seu incio
Quando o sbio Euclides em sua grande sabedoria
Fundou o ofcio nas terras do Egipto.
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Foi em terras do Egipto que ele transmitiu
Seu ensinamento.
Isso durou um longo tempo
At que o ofcio viesse para nosso pas.
O ofcio chegou na Inglaterra
Quando reinava o rei Athelstan.
Ele mandou construir castelos e edificaes,
Altos templos extraordinrios
Para deleitar-se, de dia ou noite,
E para reverenciar Deus com toda a sua alma.
O bom senhor amava o ofcio
E empenhava-se em fortalec-lo,
Pois ele havia observado uma certa fraqueza.
Ele ordenou, portanto, que se buscasse no pas
Os maons de ofcio
Que foram at ele
Para corrigir essas imperfeies de seus conselhos.
Reuniram-se homens de diferentes classes,
Duques, condes, bares,
Cavaleiros, escudeiros e muitos outros,
Do mesmo modo, os burgueses da cidade.
Todos estavam l, conforme sua classe,
Para definir os estatutos dos maons.
Eles uniram seus espritos
E desempenharam bem sua tarefa.
Anunciaram quinze artigos
E determinaram quinze pontos.
ARTIGO PRIMEIRO O primeiro artigo da geometria:
Podemos confiar em um Mestre maom
Pois ele firme, sincero e verdadeiro.
Ele no ser contestado
Se pagar os Companheiros aps a refeio
Conforme o valor habitual.
Ele dever remuner-los equitativamente segundo a boa-f
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E os mritos deles
Sem nunca levar vantagem.
Eles gastaro o que ganharem
E no economizaro por avareza ou por medo da falta.
Eles no tero mais
De um senhor ou de um companheiro.
Deles no tome nada
Seja como um juiz, aja dentro da justia,
Assim voc dar a cada um de acordo com seu mrito.
Faa isso da melhor forma que puder
Para sua honra e seu proveito.
ARTIGO SEGUNDO O segundo artigo da boa maonaria
caracterstico.
Todo MESTRE maom
Deve comparecer s assembleias gerais.
Ele deve portanto dizer
Onde a assembleia ser realizada.
A essa reunio ele assistir
Excepto em caso de justificativa vlida,
Sob pena de ser reputado rebelde ao ofcio
E sem honra.
Se uma doena vier a se apoderar dele
E ele no puder vir
Isso ser uma justificativa vlida
Que a assembleia aceitar como tal, se ela for verdadeira.
ARTIGO TERCEIRO O artigo terceiro, em verdade,
que o MESTRE no aceitar nenhum Aprendiz
Que ele no tenha certeza de empregar durante ao menos
Sete anos.
Durao que no pode ser inferior.
Ela no poder ser de nenhum proveito para o senhor
Nem para ele prprio.
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Isso se compreende facilmente
Por menos que se raciocine a respeito.
ARTIGO QUARTO O quarto artigo
Que o MESTRE no poder
Tomar um servo como Aprendiz
Ou empreg-lo como engodo do lucro,
Pois seu senhor poder buscar o Aprendiz
Onde quer que v.
Se ele fosse recrutado na LOJA,
Poderia haver desordem.
Um caso desses prejudicaria a todos.
Todos os maons seriam atingidos.
Se tal homem assumisse o ofcio
Muitas desordens ocorreriam.
Para a paz e a harmonia,
Admitam um Aprendiz de boa condio.
Antigamente, o que estava escrito,
O Aprendiz deveria ser de alta linhagem.
Assim, filhos de grandes senhores
Aprenderam a geometria, fonte de benefcios.
ARTIGO QUINTO O quinto artigo deliciosamente bom.
O Aprendiz no pode ser bastardo.
O MESTRE nunca admitir
Como Aprendiz uma cabea perturbada.
Assim vocs compreendem
Que ele deve ter os membros em bom estado.
O ofcio padeceria
Se entrasse um amputado, um coxo,
Pois um homem enfraquecido
No poderia cumprir sua tarefa.
Cada um de vocs compreender
Que o ofcio demanda homens fortes.
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Um homem mutilado no tem fora suficiente.
Isso vocs sabem h muito tempo.
ARTIGO SEXTO Ningum deve esquecer o artigo sexto
Que diz que o M.1, no pode prejudicar o senhor,
Solicitando ao senhor para seu Aprendiz
O que ele d aos Companheiros,
Pois estes so formados,
Enquanto o outro ainda no .
Seria contrrio razo
Dar-lhe o salrio dos Companheiros.
Este artigo diz que o Aprendiz deve solicitar
Menos que os Companheiros, que conhecem o ofcio.
Em muitas disciplinas, preciso que se saiba,
O MESTRE pode instruir seu Aprendiz
Para que seu salrio possa ser aumentado.
Quando ele tiver cumprido seu tempo,
Seu salrio ser aumentado.
ARTIGO STIMO Eis agora o artigo stimo
Que diz claramente, Companheiros,
Que nenhum MESTRE, por favor ou medo,
Dever vestir ou alimentar um ladro.
Ele nunca acolher um ladro,
Nem um assassino,
Nem algum com reputao duvidosa,
Pois isso envergonharia o ofcio
ARTIGO OITAVO O artigo oitavo lhes mostra aqui
O que o MESTRE deve fazer
Se ele tiver diante de si um homem do ofcio
Que no tenha capacidade suficiente.
Ele pode substitu-lo
E colocar em seu lugar algum mais competente.
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Pois um homem que tenha fraquezas
Pode prejudicar o oficio.
ARTIGO NONO claro,
O MESTRE deve ser ao mesmo tempo escutado e temido.
Ele no iniciar nenhum trabalho
Se no estiver certo de conduzi-lo bem.
Isso para o benefcio do senhor
E do ofcio.
Ele verificar as fundaes
E zelar para que no oscilem nem desabem
ARTIGO DCIMO O artigo dcimo ensina a vocs,
Que esto no alto ou debaixo na escala do ofcio,
Que nenhum MESTRE deve sobrepujar um outro,
Mas construir em conjunto
Sob a direco do MESTRE.
Ele no intrigar um Companheiro
Que tiver realizado um trabalho.
Se isso ocorrer,
Ele pagar uma multa de dez libras,
Excepto se aquele que chefiava a obra
For julgado culpado.
Nenhum maom poder assumir o trabalho de um outro,
Excepto se este ameaar a obra.
Um maom pode ento assumir a obra
Para o benefcio do senhor.
Nesse caso,
Nenhum maom poder se opor.
verdade que, aquele que escavou as fundaes,
Se for um verdadeiro maom,
Certamente conduzir a obra a bom termo.
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ARTIGO DCIMO PRIMEIRO O artigo dcimo primeiro,
eu lhes digo,
justo e sem rodeios.
Ele diz com vigor
Que nenhum maom deve trabalhar durante a noite,
Excepto para dedicar-se ao estudo
Pelo qual poder aperfeioar-se.
ARTIGO DCIMO SEGUNDO O artigo dcimo segundo diz que todo maom
Deve ser honesto.
Ele nunca deve criticar o trabalho dos Companheiros
Se quiser manter sua honra.
Seu comentrio ser honesto.
Pois o saber vem de Deus.
Todos os Companheiros devem trabalhar juntos
Para aperfeioar o ofcio.
ARTIGO DCIMO TERCEIRO O artigo dcimo terceiro, que Deus me guarde,
Diz que, se o MESTRE admitir um Aprendiz,
Ele o instruir da melhor forma que puder,
Transmitindo-lhe seu saber.
Assim ele conhecer o oficio e poder
Trabalhar, no importa em que lugar da terra.
ARTIGO DCIMO QUARTO O artigo dcimo quarto diz com razo
Como deve se comportar o MESTRE.
Ele no admitir um Aprendiz
Se no tiver utilidade para ele.
Durante o aprendizado,
Ele lhe ensinar os diferentes pontos.
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ARTIGO DCIMO QUINTO O artigo dcimo quinto, o ltimo,
Diz que o MESTRE no deve ter para com os outros homens
Um comportamento hipcrita,
Nem seguir os Companheiros no caminho do erro,
Qualquer que seja o benefcio que possa ter.
Ele nunca dever fazer um falso juramento e
Com amor dever preocupar-se com sua alma,
Sob pena de trazer para o ofcio a vergonha
E para si a repreenso.
PRIMEIRO PONTO
Nesta assembleia, grandes senhores e MESTRES
Adoptaram diversos pontos.
Quem quiser aprender o ofcio e abra-lo
Dever amar a Deus e a Santa Igreja.
Seu MESTRE tambm,
E igualmente seus Companheiros
o que deseja o ofcio.
SEGUNDO PONTO
O segundo ponto diz
Que o maom trabalhar nos dias teis
Da melhor forma possvel,
A fim de merecer seu salrio e os dias de repouso.
Pois quem tiver feito bem seu trabalho
Merecer grande reconforto.
TERCEIRO PONTO
O terceiro ponto muito claro
Com relao ao Aprendiz, saibam bem.
De boa vontade ele dever guardar segredo sobre os ensinamentos
De seu MESTRE e de seus Companheiros.
Ele nunca trair as decises da cmara
Nem o que se faz na Loja
O que quer que possa ser dito ou feito,
Nada ser dito.
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Tudo o que voc ouvir, na Loja, ou na floresta,
Guarde para si, honradamente,
Sem o que, voc mereceria uma repreenso
E grande vergonha abater-se-ia sobre o ofcio.
QUARTO PONTO
O quarto ponto nos diz
Que ningum deve mostrar-se prfido para com o ofcio.
Se cometer um erro que possa prejudicar o ofcio,
Ele dever cessar.
Ele no far nenhum dano
Ao MESTRE ou aos Companheiros.
O Aprendiz com respeito
Obedecer s mesmas leis.
QUINTO PONTO
O quinto ponto no contestvel.
Quando o maom receber seu salrio
Do MESTRE, como foi acertado,
Ele o receber humildemente.
Mas o Mestre ter um grande cuidado
Em avis-lo antes do meio-dia
Se no quiser mais empreg-lo,
Como tinha o costume de fazer.
Assim, se a ordem for respeitada,
As coisas iro bem.
SEXTO PONTO
O sexto ponto ser conhecido por todos
Do mais alto ao mais baixo degrau da escala.
Pode acontecer
Que alguns maons, por inveja ou ira,
Deixem surgir uma disputa.
O MESTRE, se isso estiver em seu poder,
Dever lhes fixar uma data, aps a jornada de trabalho,
Para que possam se explicar.
Eles s tentaro fazer as pazes
Aps o trmino de sua jornada de trabalho.
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Durante os dias de licena, vocs podero
Usar o tempo livre para se reconciliar.
Se vocs marcarem a conciliao fora de um dia de licena,
Isso acabar por perturbar o trabalho.
Faam de modo com que eles cheguem a um acordo
Para que permaneam sob a lei de Deus.
STIMO PONTO
O stimo ponto ensina como manter honesta
A vida que Deus nos d.
Assim como Ele ordena,
Voc no dormir com a mulher de seu MESTRE
Nem de seus Companheiros, no digno de um homem.
Isso prejudicaria o ofcio.
Nem com a concubina de seus Companheiros,
Pois voc no gostaria que fizessem o mesmo com a sua.
A punio para essa falta
Ser permanecer Aprendiz durante sete anos completos.
Quem esquecer um desses pontos
Ser duramente castigado,
Pois a infelicidade poderia resultar
De tal pecado mortal
OITAVO PONTO
O oitavo ponto no deixa nenhuma dvida.
Se voc receber uma tarefa, qualquer que seja ela,
Ao MESTRE permanea fiel.
Voc nunca ser desiludido.
Seja um leal intermedirio
Entre o Mestre e os Companheiros
Aja equitativamente tanto com um quanto com os outros.
Isso ser uma boa coisa.
NONO PONTO
O nono ponto refere-se
Ao intendente da casa.
Se vocs dois estiverem em casa,
Um dever servir o outro com moderao e dedicao.
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Companheiros, vocs devem saber
Que na sua vez vocs sero intendentes,
No h nenhuma dvida.
Ser intendente
servir os outros
Como irms e Irmos
Nunca tente
Escapar dessa tarefa.
Todos devem exerc-la
Como se deve.
No se esquea de pagar convenientemente
Quem lhe vendeu provises
Para que no possam ter queixas contra voc
Nem contra seus Companheiros, homem ou mulher.
Devero ser pagos de acordo com seus mritos.
Alm disso, voc dar ao companheiro
O detalhe do seu salrio,
A fim de evitar qualquer confuso.
Assim voc no ser repreendido.
Por sua vez, ele dever manter controle exacto
Dos bens que tiver recebido,
Das despesas feitas para os Companheiros,
Das quais voc prestar contas
Quando os Companheiros lhe solicitarem.
DCIMO PONTO
O dcimo ponto explica como viver bem
Sem confuso nem discusso.
Se algum dia um maom for colocado em posio difcil,
Se ele cometer um engano em sua obra
E inventar desculpas,
Ele no hesitar em desonrar seus Companheiros.
Por causa de tais infmias
O ofcio poder ser censurado.
Se ele aviltar o oficio
No lhe poupem de nada
E tentem afast-lo do vcio,
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Sob pena de verem nascer guerras e conflitos.
No lhe permitam nenhum repouso. At que o tenham convencido
A comparecer diante de vocs
De boa ou m vontade.
Durante a assembleia, ele comparecer
Diante de todos os seus Companheiros reunidos.
Se ele se recusar,
Ele ser excludo do oficio
E castigado de acordo com o cdigo de nossos ancios.
DCIMO PRIMEIRO PONTO
O dcimo primeiro ponto recorre discrio.
Com razo vocs podem compreend-lo.
Um maom que conhece o oficio,
Que v seu companheiro talhar uma pedra
E ameaar desperdi-la,
Deve corrigi-lo se puder
E ensin-lo como realizar o talhe
Para que no seja maltratada a obra do Senhor.
Mostre-lhe como termin-la
Com palavras calorosas que Deus lhe d.
Por amor por Aquele que est l no alto,
Por meio de palavras cultive a amizade.
DCIMO SEGUNDO PONTO
O dcimo segundo ponto no pode ser mais realista.
No local onde ser realizada a assembleia
Haver Mestres, Companheiros,
Grandes senhores.
Haver tambm o xerife,
O prefeito da cidade,
Cavaleiros e escudeiros
E almotacis.
Todas as ordens dadas por eles
Sero respeitadas ao p da letra
Pelos homens do oficio.
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Se ocorrer alguma contestao,
Eles tm poder de deciso.
DCIMO TERCEIRO PONTO
O dcimo terceiro ponto muito til.
Um maom nunca deve roubar
Nem auxiliar um ladro
Com o objectivo de receber uma parte do roubo.
Ao cometer esse pecado, ele prejudicaria
A si e a sua famlia.
DCIMO QUARTO PONTO
O dcimo quarto ponto boa lei
Para aquele que tem medo.
Ele deve prestar juramento
Diante de seu MESTRE e seus Companheiros.
Ele obedecer com zelo
s ordens,
A seu senhor, ao rei,
Aos quais ser fiel.
Todos os pontos que acabamos de enumerar
Voc deve respeitar
E prestar juramento, queira ou no.
Todos os pontos
Foram ditados pela razo.
preciso saber que ser verificado
Que os Companheiros os coloquem em prtica.
Se algum vier a esquec-los,
Qualquer que seja sua posio,
Ele ser detido
E conduzido diante desta assembleia.
DCIMO QUINTO PONTO
O dcimo quinto ponto de grande proveito
Para aqueles que prestaram juramento.
Esta ordem obra
Dos senhores e Mestres citados acima.
Ela foi redigida para impedir que se prejudique
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Aqueles que recusarem esta constituio
E seus artigos escritos
Pelos senhores e maons.
Se suas faltas forem provadas
Diante desta assembleia,
E eles no quiserem emendar-se,
Devero renunciar ao ofcio
E jurar abandon-lo.
A menos que reconheam sua culpa,
Eles no faro mais parte do oficio.
E se recusarem-se a obedecer
O xerife os deter imediatamente
E os lanar em uma escura priso.
Seus bens e seu gado sero confiscados
Pelo tempo que aprouver ao rei.
Um outro regulamento da Arte da Geometria
Ordenou-se que anualmente
Uma assembleia seja realizada
Para verificar e rectificar os erros
Do ofcio no pas.
Todos os anos ou a cada trs anos,
Conforme o caso, ser assim
No local por eles escolhido.
Data e local sero fixados, assim como
A localizao exacta.
Todos os homens do ofcio assistiro a ela
Assim como os senhores
Para corrigir os erros do ofcio.
Todos aqueles que pertenam ao ofcio
Devero jurar manter puros
Os estatutos do ofcio
Tal como foram redigidos pelo rei Athelstan.
Esses estatutos, por mim encontrados,
Devem ser respeitados no territrio,
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Fiis realeza que devo a minha
Dignidade.
Em cada assembleia,
Venham sentar-se junto de seu rei,
A fim de encontrar nele a graa
Para que ela permanea em vocs.
Eu confirmo os estatutos do rei Athelstan
Que os ditou para o ofcio.
A arte dos Quatro Coroados.
Supliquemos a Deus Todo-Poderoso
E Virgem Maria
Para que sejam protegidos esses artigos
E esses pontos,
Como esses quatro mrtires
Que no ofcio foram considerados com grande honra
Eles eram os melhores maons da Terra,
Escultores em madeira, fabricantes de imagens.
O imperador que tinha alta estima
Por esses nobres operrios
Ordenou-lhes que criassem uma esttua sua imagem
Que seria venerada.
Ele queria assim desviar
O povo da lei de Cristo.
Esses homens tinham f na lei de Cristo
E em seu ofcio, que no desejavam desonrar.
Eles adoravam Deus e seu ensinamento,
E desejavam permanecer a seu servio.
Eles eram homens puros e sinceros
Que viviam segundo a lei divina,
No queriam de forma alguma criar dolos,
Apesar do beneficio que podiam obter com isso.
Recusaram-se a criar uma imitao de Deus.
No queriam renunciar a sua f
E se perder nos caminhos de uma falsa lei.
O imperador irado ordenou que fossem detidos
E mantidos em um profundo calabouo.
Quanto mais ele os detinha prisioneiros,
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Mais eles viviam na graa do Cristo.
Quando o rei viu que era impotente,
Ele ordenou que os matassem.
Se vocs quiserem saber mais
Vocs encontraro no livro
Da Lenda dos santos.
Os nomes dos Quatro Coroados
So conhecidos por todos.
Sua festa ocorre no oitavo dia aps
O Dia de Todos os Santos.
Escutem agora o que pude ler.
Bem depois que o Dilvio de No,
Que angustiou todos, secasse,
Os homens construram a torre da Babilnia,
De cal e pedra, de uma tal altura
Que nenhum homem havia visto antes disso.
O edifcio era to comprido e to grande
Que fazia com sua altura uma sombra de sete milhas.
O rei Nabucodonosor o fez robusto
Para que, se um outro dilvio acontecesse,
No destrusse a obra.
Os homens tinham tanto orgulho
E faziam tanto alvoroo
Que a obra foi destruda
Quando um anjo a atingiu.
O anjo diversificou tanto as lnguas
Que os homens no se compreendiam mais.
Depois de muitos anos, o bom sbio Euclides
Andou pelo mundo para ensinar geometria.
E ele fez outras coisas,
Diferentes ofcios, em grande nmero.
Pela graa do Cristo nos Cus
Ele fundou as sete cincias.
Gramtica a primeira, se no me engano.
Dialctica a segunda, sejamos abenoados.
Retrica a terceira, no h contestao.
Como lhes digo, Msica a quarta.
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Astronomia a quinta, por minhas barbas.
Aritmtica a sexta, no h nenhuma dvida.
Geometria, a stima, encerra essa lista.
Feita de doura e cortesia,
Gramtica uma raiz,
Todos a encontram nos livros.
Mas o ofcio ultrapassa esse nvel
Como o fruto vai alm da raiz da rvore.
A retrica orna a palavra
E a msica um canto melodioso.
A astronomia faz a soma dos planetas.
A aritmtica permite mostrar que uma coisa
igual a outra.
Geometria, stima cincia,
Permite distinguir o que falso do que verdadeiro,
Estou convicto.
Eis as sete cincias.
Quem bem as usa pode atingir o cu.
Filho, tenha bom senso
Para deixar para trs o orgulho e a inveja.
Oriente seu esprito para uma sadia sobriedade,
Para que caminhe na boa direco.
Agora eu lhes digo, prestem ateno
Ao que vem a seguir, que ser muito til.
O que est escrito aqui
No suficiente.
Se a inteligncia lhe faltar,
Reze a seu Deus para que ele o ajude.
O Cristo nos disse,
Que a Santa Igreja a casa de Deus.
O Livro da Lei diz em verdade
Que ela feita para a prece.
l que o povo deve ir
Rezar e reconhecer seus pecados.
Nunca chegue atrasado na igreja,
Depois de se divertir diante da porta.
Quando voc for para a igreja,
-
Tenha no esprito
Que voc deve honrar seu Senhor,
Tanto de dia quanto noite,
Com seu esprito e sua energia.
Na porta da igreja
Apanhe a gua benta.
Cada gota sobre sua fronte
Perdoar um pecado venial.
No esquea de baixar seu capuz
Pelo amor por Aquele que morreu na cruz.
Na igreja
Voc elevar seu corao em fraternidade para o Cristo.
Levante o olhar para a cruz
E fique de joelhos.
Que Ele o apoie em seu trabalho
Como deseja a Santa Igreja
E que Ele guarde os dez mandamentos
Que Deus ditou aos homens.
Suplique a Ele com humildade
Para o proteger dos sete grandes pecados
Para que em sua vida
No haja nem preocupaes nem guerras.
Pea a Ele
Um lugar no Cu.
Na Santa Igreja, abandone a subtileza,
A luxria e a obscenidade,
Assim como sua vaidade.
E reze seu Pater noster e sua Ave.
No reze ostensivamente
Mas esteja em suas splicas.
Se um dia voc no puder mais rezar
No perturbe os outros em suas devoes.
Sobretudo no fique nem sentado nem em p,
Mas sim de joelhos no cho.
Quando eu ler o Evangelho
Voc se levantar sem se apoiar sobre a parede
E voc far o sinal da cruz, se lhe tiverem ensinado.
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Quando ecoar a Glria,
Quando o Evangelho for dito,
Voc se ajoelhar.
Com os dois joelhos no cho,
Voc adorar Aquele que nos remiu.
Quando soar o sino
Antes da Elevao
Jovens e velhos, vocs se ajoelharo
E elevando suas duas mos
Vocs diro:
Senhor Jesus, por seu nome que santo,
Livre-me do pecado e da vergonha.
Absolve meus pecados e d-me a comunho.
E poderei seguir purificado
Para que eu no morra em estado de impureza.
Voc, nascido de uma virgem,
Faa com que eu nunca esteja perdido.
Quando eu deixar este mundo,
D-me a felicidade eterna.
Amm, amm, assim seja.
Agora, graciosa dama, reze por mim.
Quando vier a Elevao, ajoelhe-se
E agradea com fervor quele que tudo moldou.
Feliz aquele que pde ver um nico dia
O Senhor.
um bem precioso
Ao qual ningum pode atribuir um preo.
Esta viso faz um bem to grande,
Como disse Santo Agostinho no passado.
No dia em que voc vir Deus,
Bebida e comida lhe sero concedidos.
Nada o poder prejudicar,
Nem os insultos nem as zombarias,
Deus o acolher no instante da morte.
No tema a morte.
Quando o momento chegar, eu lhe juro,
Voc ter os olhos abertos
-
E seus passos o guiaro
Para uma santa viso.
O Anjo Gabriel estar a seu lado
E manter seus olhos abertos.
Dito tudo isso, hora de terminar
Com relao missa.
Assista ao ofcio a cada dia.
Mas, se seu trabalho o impede,
Quando soarem os sinos,
Reze a seu Deus de todo o corao
E esteja com Ele em pensamento
Na cerimnia.
Eu lhe recomendo,
A voc e seus Companheiros, escutar o que eu digo.
Diante de um senhor, em sua casa, na sala ou mesa,
Tire o chapu ou o capuz antes de falar.
Fica bem se inclinar duas ou trs vezes
Diante desse senhor
Colocando o joelho direito no cho.
Voc manter sua honra.
No cubra a cabea
Enquanto no lhe disserem para faz-lo.
Quando falar com ele,
Seja amvel e franco.
Faa como diz o Livro da Lei
Fite-lhe os olhos amavelmente
E examine seus ps e mos.
Evite se coar ou tropear.
No cuspa jamais, nem assoe o nariz.
Espere estar sozinho para faz-lo.
Voc tem grandes qualidades em voc,
Mas aja humildemente.
Quando estiver na casa de um senhor
Seja simples.
No faa alarde de seu nascimento
Ou de seus conhecimentos.
No assoe o nariz e no se apoie na parede.
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Uma educao honesta
No pode permitir tais comportamentos.
A perfeio de seus gestos abrir portas.
Pouco importa quem eram seu pai e sua me,
Digno o filho que se comporta bem.
Onde quer que voc v, so as boas maneiras
Que fazem o homem.
Conhea seu prximo
A fim de lhe render a homenagem que lhe devida.
Nunca cumprimente todas as pessoas ao mesmo tempo,
A menos que voc as conhea.
mesa, Coma sem gula.
Suas mos esto limpas,
Sua faca afiada?
No desperdice o po pela carne
Que voc no comer.
Se o homem prximo a voc for de condio superior,
Ele se servir
Antes de voc.
No pegue o melhor pedao,
Aquele que voc prefere.
Suas mos devem estar limpas.
No suje o guardanapo,
Ele no serve para voc assoar o nariz.
No limpe seus dentes mesa.
No esvazie sua taa,
Mesmo que tenha muita sede.
No fique com a boca cheia
Quando falar ou quando beber.
E se um homem prximo a voc
Se puser a beber mais que o razovel,
Interrompa seu discurso,
Esteja ele bebendo vinho ou cerveja.
Tome cuidado para no magoar ningum
Mesmo que ele parea disposto a magoar voc.
No maltrate ningum
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Se voc quiser manter sua honra.
Palavras podem ser ditas
Que seriam lamentadas.
Guarde seu sangue frio,
Voc no ter arrependimentos.
Na sala, em companhia de graciosas damas,
Fique calado e observe.
Evite rir ruidosamente
E gritar como um libertino.
Fale somente com seus pares
E no conte tudo que voc ouviu.
No necessrio dizer o que voc faz
Por ostentao ou por interesse.
Maravilhosos discursos podem auxili-lo,
Mas tambm lev-lo sua perdio.
Se voc encontrar um homem de valor,
Mantenha a cabea nua.
Na igreja, no mercado ou nos bairros,
Cumprimente-o de acordo com sua linhagem.
Quando caminhar com um homem
De linhagem mais alta,
Caminhe ligeiramente atrs dele.
sinal de bom gosto.
Deixe-o falar, mantendo sua calma.
Quando ele tiver terminado, diga o que tem a dizer,
Com prudncia e moderao.
Nunca o interrompa,
Mesmo que ele esteja bebendo vinho ou cerveja.
Que Cristo, em sua grande graa,
D-lhes o tempo e o esprito
Para ler e compreender este livro,
Para que o Cu lhes seja a recompensa.
Amen, amen, assim seja.
Digamos isso em unssono, por caridade