pódio - 21 de setembro de 2014

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MANAUS, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] Escolha o seu O domingo será rec heado d e b ons jogos para os ama ntes do futebol , com clássicos no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Ge rais e na Bahia . Pódio D 7

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Pódio Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 21 de setembro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected]

Pódio E2 e E3DIEGO JANATÃ

Escolha o seuO domingo será recheado de bons jogos para os amantes do futebol, com clássicos no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e na Bahia. Pódio D7

, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected]@emtempo.com.br

Escolha o seuEscolha o seu

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D2 MANAUS, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014

Só espero que esse ciclo vencedor se estenda e que o Vasco jamais tenha qualquer tipo de tropeço ou queda como teve, porque a história do Vasco fala por si. Então, independen-temente dos profi ssionais, vão ter o compromisso de dar sequ-ência a esse trabalho”

Atual diretor-executivo de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, co-meçou sua carreira

como jogador de futebol no fi nal da década de 90 no Grê-mio. Aposentando-se no come-ço dos anos 2000, Rodrigo pas-sou a trabalhar nos bastidores dos clubes. Em 2005, chegou ao Grêmio e lá fez sucesso. Le-vando o time gaúcho ao titulo da Série B, Estadual em 2006 e diversas conquistas com a categoria de base, o dirigente é considerado o principal e mais competente diretor-executivo de futebol do Brasil.

Rodrigo Caetano conversou com a equipe do PÓDIO e con-tou como está sendo trabalhar novamente em São Januário. Além disso, revelou a impor-tância de uma boa estrutura de base para o sucesso de uma equipe.

Pódio - Como você vê o atual momento do futebol brasileiro?

Estamos em um momento de discussão. Um momento ex-tremamente pertinente, pois estão acontecendo inúmeros fóruns pelo Brasil onde pes-soas que realmente conhecem o esporte e participam inte-gralmente estão discutindo e ouvindo opiniões que ajudarão a melhorar a atual situação. Claro que a origem disso foi a Copa do Mundo, principal-mente aquela partida fatídica contra a Alemanha. Mas se existiu algo de positivo da-quela derrota foi que gerou essas discussões e fez com que os profi ssionais de futebol tenham voz no momento em que se levanta esse assunto sobre a profi ssionalização no futebol no Brasil. É isso que desejamos. Que cada vez mais os cargos técnicos, que são os de especialistas, sejam re-almente preenchidos por pro-fi ssionais especializados e não por pessoas que anteriormen-te tinham cargos políticos sem a capacidade adequada para ocupar essas posições.

Pódio - Como avalia a renovação que a CBF fez na gestão das equipes de base?

Não seria apenas na base a mudança. Eu acredito quando os profi ssionais que estão nes-sas funções são profi ssionais com conhecimento técnico. Acredito que realmente vem sendo desenvolvido um traba-lho bastante interessante na CBF nesse quesito, porém, isso é um refl exo dos clubes que cada vez mais se deram conta da necessidade de investir na base. Isso vai crescer cada dia mais. O que temos que rever é a lei que dá garantia aos clubes formadores, pois precisam ter um retorno maior que o atual. Está cada vez mais difícil man-ter nossos atletas jogando aqui no futebol brasileiro. Um fator que pode ajudar é a nossa eco-nomia continuar a crescer. Isso já teve efeito na última janela de transferência quando houve uma diminuição no número de jogadores que saíram. Mesmo com os clubes, esse é o caso do Vasco, necessitando vender para fechar o ano, não conse-guiram e isso não é por falta de qualidade dos atletas.

Pódio - Acredita que a so-lução é segurar mais esses jovens atletas?

Deveria, desde que tivés-semos uma modifi cação na lei que desse garantias. Hoje, quando realizamos o primeiro contrato aos 16 anos, esse menino, normalmente, já vem com uma perda nos seus di-reitos econômicos. Isso para a família ou empresário. Quan-do fazemos o segundo, quando temos realmente a garantia, aos 18 anos, acabamos per-dendo mais porcentagem. Então quando você realiza a venda, o retorno fi nanceiro para o clube já é quase que em igualdade de condições com a família, atleta ou re-presentante. Ou seja, temos que achar uma fórmula com que os clubes fi quem mais protegidos, porque se não todo investimento na forma-ção vai pelo ralo na hora de uma venda.

Pódio - Qual a realidade da base do Vasco?

O Vasco nos últimos anos melhorou consideravelmente. Temos oito meninos integran-do todas as seleções de base do Brasil, Sub-15, 17 e 20. É um numero expressivo. Mas

a nível infraestrutura física, temos que evoluir. Temos hoje um centro de treinamento que é alugado. Já passou da hora de ter o seu próprio. Muitos comentam o porquê que os clubes do Rio não têm um centro de treinamento apro-priado. Mas é muito difícil você adquiri ou ter um ter-reno no Rio de Janeiro viável para construir. Quando isso foi possível, não se fez. Hoje o metro quadrado no Rio é absurdo. Somente através do incentivo público para que isso aconteça. Infra-estrutura físi-ca somada com bons profi ssio-nais é quase certeza de bons resultados e sucesso.

Pódio – Como está o atual momento político do clu-be?

Não me envolvo até porque não é minha função e nem meu papel. Sou profi ssional e defendo que os cargos sejam preenchidos por profi ssionais. Nós sabemos que as origens de nossos clubes no Brasil são eminentemente políticos. Quando existe uma situação política como a que o Vasco enfrenta é mais que necessá-rio a presença dos profi ssio-nais. É aí que nós passamos a comprovar a importância que os profi ssionais sigam traba-lhando para o clube e não para as pessoas. É nesse sentindo que seguimos trabalhando. Teremos a eleição mais para frente, mas o importante é colocar o Vasco na série A. Estamos no caminho, mesmo oscilando às vezes. Porém, te-nho certeza que montamos um bom time e um bom elenco para essa disputa.

Pódio - Acredita que sua saída para o Fluminense atrapalhou na continuida-de do trabalho do Vasco?

É difícil de opinar porque não gostaria de fi car fazendo qual-quer avaliação estando longe. É claro que o Vasco é o clube que mais tenho carinho e res-peito. O clube que hoje toda a minha família torce e mesmo à distância não gostei dessa queda. Quando tive o convite, ao término do meu contrato com o Fluminense para voltar, prontamente aceitei, mesmo sabendo das difi culdades. Da mesma forma que defendo a

continuidade dos técnicos, a continuidade de gestão tam-bém é importante. Você tem que ter diagnóstico e projeto para que se obtenha resulta-do. Tenho certeza absoluta que após esse ano difícil que estamos tendo a nível fi nan-ceiro e estrutural, o Vasco vai começar a decolar e tenho certeza que vai se estruturar para que nunca mais volte a sofrer como estamos sofren-do nesse ano.

Pódio - Como foi ver a tor-cida vascaína feliz após o titulo da Copa do Brasil?

A subida e o titulo da Série B eram quase uma missão assim como é a nossa nesse ano. Por mais que sabemos que temos a obrigação, con-seguir é um alívio. Agora, em relação ao ano de 2011 que foi o melhor que o Vasco teve na última década, foi muito bom para todos. Porque não foi apenas a Copa do Brasil, um título inédito. Disputamos pau a pau com o Corinthians, um clube com a condição bem superior fi nanceiramente, e não vencemos porque não nos deixaram vencer. A verdade é essa. Não nos deixaram vencer e sabemos o quanto naquele momento era importante o Corinthians vencer. O Vasco foi vice-campeão com muita honra. Porque ser vice-cam-peão nos pontos corridos é muito difícil. Requer muito trabalho. Tivemos também a disputa de uma semi-fi nal da Sul-Americana contra a Universidade do Chile que nos eliminou e acabou sendo campeão. Acho que mesmo com a minha saída, em 2012 o Vasco fez uma bela campanha no brasileiro, foi quinto colo-cado. Chegou na reta fi nal da Libertadores. Foi eliminado de forma fatídica para o Corin-thians. Tudo isso foi resultado de um inicio que foi em 2009. Assim como estamos reini-ciando em 2014. Só espero que esse ciclo vencedor se estenda e que o Vasco jamais tenha qualquer time de trope-ço ou queda como deu porque a história do Vasco fala por si. Então, independentemente dos profi ssionais que estarão aqui, vão ter o compromisso de dar seqüência a esse trabalho feito nesse ano.

Quando você realiza a venda, o retorno fi nan-ceiro para o clube já é quase que em igualda-de de condições com a família, atleta ou repre-sentante. Ou seja, temos que achar uma fórmula com que os clubes fi -quem mais protegidos, porque se não todo in-vestimento na formação vai pelo ralo na hora de uma venda”

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Tenho certe-za absoluta que após esse ano difícil que estamos tendo a nível fi nanceiro e estrutural, o Vasco vai começar a decolar e tenho certe-za que vai se estru-turar para que nunca mais volte a sofrer como estamos so-frendo nesse ano”

Rodrigo CAETANO

‘A HISTÓRIA do Vasco fala POR SI’

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Liga LGBT combate homofobia usando esporteCriada em 1992, competição de voleibol voltada para atender o público gay de Manaus ganha cada vez mais respeito

Na semana em que o Amazonas ofi cializou a união de 12 ca-sais homoafetivos, o

Grand Prix de Voleibol para Lés-bicas, Gays, Bissexuais, Traves-tis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) defi ne os fi nalistas da competição neste domingo (21) e segue combatendo à homo-fobia por meio do esporte. A luta começou na década de 90, quando o público não recebia a atenção merecida.

De acordo com o presiden-te do GP de Vôlei LGBT, Daniel Coelho, a Liga da modalidade foi criada em 1992 pelo pro-fessor Agenor Peixoto, que à época, não tinha espaço para atender a demanda do público que já crescia em Manaus. 18 anos depois, o torneio ganhou força, e hoje movimenta 12 times forma-dos inteiramente por gays.

“Foi difícil. As pessoas não apóiam, não ajudam. Mas, como trabalho no meio políti-co consegui articular, discutir as políticas públicas do mo-vimento com as secretarias. Conseguimos patrocínios de algumas empresas e em troca colocamos a logo deles na cami-sa dos times”, lembra Coelho.

Coelho faz parte do Fórum LGBT do Estado do Amazonas e é o presidente do movimento esportivo da entidade. Segun-do ele, somente gays podem disputar a Liga LGBT de Vô-lei. Caso for descoberto algum heterossexual em alguma das equipes, o time é penalizado com a exclusão do campeo-

nato, pagará uma multa e só poderá voltar a competir dois anos após a irregularidade.

“Quando eu assumi (em 2010), nós demos uma nova roupagem à competição. Con-seguimos divulgar mais o cam-peonato, colocá-lo na mídia. E através desse apoio, consegui-mos minimizar a questão do preconceito. Hoje nós temos uma credibilidade no mercado,

as pessoas prestigiam nossas ações”, ressalta o presidente da Liga de Voleibol LGBT.

Com o intuito de enfrentar a homofobia e promover a cidadania por meio do esporte, Coelho revela que novidades serão apresentadas ao público LGBT até o fi nal do ano, como, por exemplo, a realização de um campeonato de handebol e de queimada. Para o ano que vem os planos são ainda mais ambiciosos: organizar um torneio gay de futebol de campo, um de beach soccer voltado para lésbicas, e para 2016, as Olimpíadas LGBT.

“A cada evento, a cada ano, nós temos um maior número de atletas competindo. O pú-blico começa a marcar presen-ça. Hoje realizamos eventos em vários cantos da cidade. E num futuro próximo queremos levar para as zonas leste e norte. Conseguimos espaços maiores para atender o públi-co. Nosso primeiro passo era quebrar o preconceito interno, de não se isolar. Nós temos pessoas qualifi cadas, com es-píritos de liderança e temos que botar a cara a tapa. Nós queremos gritar por liberdade, estamos mostrando o outro lado da moeda, as pessoas estão nos respeitando mais”, comemora Coelho.

Nós queremos gritar por liberdade, estamos mostran-do o outro lado da moeda, as pessoas estão nos respei-

tando mais

Daniel Coelho, presidente do GP de Vôlei

No futebol, Branco prega respeitoVice-artilheiro do Campe-

onato Brasileiro da Série D com cinco gols, o atacante do Princesa do Solimões Branco, tem no currículo passagens por equipes como Marília-SP e Remo-PA. Aos 29 anos, ele reco-nhece que um dos principais problemas das categorias de base dos clubes é o homossexualismo.

“Quando eu comecei a

jogar futebol não tive pro-blema nenhum quanto a isso. Mas são fatos que aconte-cem no meio com garotos de 12, 13 e 14 anos. É lamentá-vel as pessoas agirem dessa forma e fazer esse tipo de coisa. Isso não é nada bom para o futebol. Tem que ter punição para isso. Sabemos que isso não vai acabar tão cedo”, lamenta o atacante.

Branco prega pelo respei-

to aos jogadores gays. Ele afi rma que conhece alguns e deixa claro que o precon-ceito não entra em campo. “São tratados normais, como todo ser humano. O respeito deve existir. A gente sabe que isso existe, tem jogadores que são gays, mas isso aí vai da vida de cada um. São seres humanos igual a nós e devem ser tratados bem e com respeito”, aponta.

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Atacante do Princesa do Soli-mões, Branco enaltece o respeito aos homossexuais no esporte

Técnico do Iranduba da Amazônia desde 2011, Ola-vo Dantas admite que se surpreendeu quando come-çou a trabalhar no futebol feminino. Segundo ele, a modalidade é cercada de homossexuais, contudo, o trabalho nunca foi compro-metido por conta disso.

“Quando comecei me envolver no futebol femi-nino fi quei assustado com a quantidade de homosse-xuais envolvidas no meio. Para mim não tem problema nenhum, só peço que se tenha respeito no ambiente de trabalho. A opção sexual da menina para mim é indi-ferente. Graças a Deus nun-

ca tive problema com isso, nem ninguém da comissão técnica”, enfatiza o técnico de futebol feminino.

O comandante do Verdão afi rma que já trabalhou em grupos repletos de casais gays, mas que isso nunca cau-sou problemas ao rendimento da equipe dentro de campo. Para ele, o esporte pode ser uma meio efi caz para minimi-zar os efeitos do preconceito. “Eu penso o seguinte, você para ser respeitado, tem que se dar o respeito. A partir do momento em que você não está prejudicando outra pessoa e fazendo o mal, não tem problema nenhum”, con-clui Dantas.

‘A opção sexual é indiferente’

Treinador do time feminino do Iranduba, Olavo Dantas admite ter trabalhado com lésbicas no elenco da equipe amazonense

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As equipes do torneio de vôlei LGBT são representadas por países. Só podem jogar homossexuais

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

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CASAMENTO GAY DO NORTE

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BICO Futebol Clube é o ‘time’ com mais atletas no AmazonasJogadores que disputaram o último Campeonato Amazonense têm outros empregos para complementar a renda familiar por falta de calendário anual

O sonho de quase todo menino brasileiro é ser jogador de fu-tebol. Ter fama, ga-

nhar dinheiro, passear de carro importado e ser rodeado por mulheres bonitas. Craques como Cristiano Ronaldo, Mes-si, Neymar e companhia são espelhos de uma vida ideal. Mas, infelizmente, o futebol no Brasil, em sua maioria, esconde uma realidade bem diferente. Um levantamento feito pela Confederação Brasileira de Fu-tebol (CBF), em 2012, mostrou que 82% dos atletas registra-dos no país recebem até doissalários mínimos.

No Amazonas, onde a Arena da Amazônia, palco de qua-tro jogos da Copa do Mundo, custou R$ 604 milhões aos cofres públicos, muitos garo-tos alcançaram a tão sonhada profi ssionalização no futebol, no entanto, se depararam com o cenário obscuro da desvalo-rização dos atletas, da falta de estrutura e organização, e calendário anual, que mais se parece com um roteiro de fi lme de terror. Tanto que tem apenas o Princesa do Solimões dispu-tando uma competição nacio-nal e na última divisão.

O atacante Marinho é um exemplo de frustração com o futebol. Nascido no Pará, des-de pequeno foi criado jogando pelada na rua. Pelo porte físico, não demorou muito a se des-tacar entre os colegas. A brin-cadeira foi se tornando séria e ele se profi ssionalizou no Pay-sandu. O atacante já marcou gols por times de quase todos os Estados do país. Por terras amazonenses, foi artilheiro do campeonato regional em 2005, pelo Grêmio Coariense e vice-goleador pelo São Raimundo no ano seguinte. O auge da carreira

foi em 2010, quando assinou contrato com TSW Pegasus, time de Hong Kong, na China. A peregrinação mundo a fora, no entanto, não foi capaz de subsidiar ao atleta o famoso “pé-de-meia”.

Aos 34 anos, ele atuou no Barezão deste ano pelo Manaus F.C., onde marcou oito gols. Sem time para jogar no segundo semestre, ele sustenta a família dando aula de educação física como professor substituto na Fundação Bradesco.

“Sou jogador de futebol. Gos-to da minha profi ssão, mas, infe-lizmente, aqui no Amazonas não tivemos calendário no segundo semestre, o que deixou desem-

pregado muitos profi ssionais. Graças a Deus eu estudei, tenho formação em educação física e posso dar aula. Mas e os outros? Os novatos que preci-sam sustentar suas famílias? Isso é algo preocupante. Esses atletas jogam quatro meses e fi cam parados o restante do ano. Essa inatividade atrapalha as condições físicas e técnicas. Quando formos contratados para disputarmos o Campeo-nato Amazonense, no início do outro ano, vamos demorar a chegar no auge da condição física e técnica”, reclamou Ma-rinho, revelando que no fute-bol local, um jogador, com a rodagem dele, tem salário de,no máximo, R$ 4 mil.

PRESTÍGIOA falta de prestígio com a torcida amazonense é suprida no atual local de trabalho. Marinho é o professor mais querido da escola. Por onde passa, os estudan-tes acenam, abraçam e param para conversar

Alto, forte e cara de poucos amigos. Os adjetivos defi nem o estereótipo da maioria dos zagueiros do futebol mundial. O amazonense William não foge à regra. Com 1,88m e 87 kg, o defensor, de 27 anos, iniciou a carreira de jogador profi ssional no Libermorro em 2004 e de lá para cá teve passagens por Cascavel (PR), Iranduba, Holanda e em 2014 disputou o Campeonato Ama-zonense pelo São Raimundo.

Assim como todos os atle-tas que ingressam no mundo do futebol, o “beque” acre-ditou que poderia chegar a um grande clube do país, se transferir para a Europa e dar à família uma vida livre de preocupações fi nancei-ras. Infelizmente a trajetória não foi como planejada.

Com duas fi lhas para sus-tentar e sem emprego des-de o fi nal do campeonato regional em maio, William ganha a vida fazendo bico de pintor, situação que cau-sa revolta no atleta.

“Eu não tenho vergonha de fazer bico. Tenho duas fi lhas para criar e não posso recusar trabalho. Só não faço coisa errada, mas con-fesso que essa situação me traz muita dor. É doloroso acordar às 6h, pegar ônibus lotado para trabalhar em obras, tendo consciência de que tenho potencial para atuar na profi ssão que eu gosto que é ser jogador de futebol. Infelizmente nin-guém vem para cá assistir ao futebol e nos levar para outros Estados”, desabafa.

Realidade pintada pela dorProtesto por falta de calendário no 2º semestre

Marinho e William não esperavam fi car longe dos gramados na segunda me-tade do ano. A expectativa era jogar ou a Série B do Campeonato Amazonense ou por clubes que disputariam a seletiva da Copa Verde. Porém, a Federação Amazo-nense de Futebol (FAF) deci-diu excluir do calendário de 2014 as duas competições, ocasionando o rompimento do contrato dos atletas.

Insatisfeitos, um grupo de 30 jogadores foram, no dia 25 de agosto, para frente da Arena da Amazônia protestar contra a decisão da FAF. Mari-nho participou do movimento e criticou a postura da fede-ração, que segundo ele, não pensou nos profi ssionais.

“Eu fi co triste porque de

todos os Estados do Brasil o único que não tem duas competições no ano é o Amazonas. Até ano passado tínhamos a segunda divisão. Eram somente três times, mas existia. No Pará, que nem foi sede da Copa, tem três competições no ano. O profi ssional fi ca empregado o ano inteiro. Este ano, a expectativa era que tivesse calendário no segundo se-mestre, mas a federação não pensou na gente”.

NecessidadeO líder do movimento, o

lateral esquerdo Carlinhos, ex-Manaus F.C, conta que recebeu ligações de colegas relatando estarem passan-do necessidade.

“Alguns jogadores me liga-

ram chorando, dizendo que estavam passando fome. Somos pais de família e dependemos do futebol. Eles (FAF) estão nos excluindo de trabalhar”, diz.

Para Carlinhos, a FAF cede aos interesses dos clubes em detrimento aos anseios dos atletas. “Os clubes não têm dinheiro e a federação sabendo disso só organiza o calendário pensando no Cam-peonato Amazonense. A FAF tem que pensar nos jogado-res e criar campeonatos o ano inteiro. Os clubes que se virem para pagar os salários. É uma coisa simples de resol-ver. Disponibiliza duas vagas da Copa do Brasil para um torneio no segundo semestre e deixa o Amazonense como seletiva da Copa Verde, ou o

contrário”, opina.

Federação se defende Segundo o Presidente da

FAF, Dissica Valério Tomaz, não há calendário no segun-do semestre pelo fato de os clubes não terem condições financeiras de arcar com o pagamento dos atletas du-rante todo o ano.

“A federação não decide nada sozinha. Tem que haver consenso dos clubes. Não adianta organizarmos um ca-lendário no papel e na hora os clubes se recusarem a disputar por falta de dinhei-ro. Eu não me oponho de que haja calendário no segundo semestre, mas a pergunta é: os clubes têm condições? Há ajuda do governo para isso?”, indaga.

Após o término do Cam-peonato Amazonense, é co-mum ver atletas disputan-do competições amadoras pelos bairros da cidade. De-sempregados, muitos joga-dores se vêm obrigados a recorrer a essa alternativa. E, segundo relatos, dá para ganhar um bom dinheiro, às vezes até mais do que no profi ssional.

Carlinhos já recorreu ao amadorismo. Jogou campe-onatos nos bairros do Alvo-rada e Redenção. Ele conta que ganhava cem reais por jogo. Como os torneios têm em média três meses de duração, é possível se sus-tentar nesse tempo.

“Todo fi nal de semana tem jogo. Em três meses dá para fazer R$ 1,2 mil, fora premiações. Além disso, os jogos são em dias e horários diferentes. Dá para jogar no Alvorada, na Redenção e no Campos Elíseos, simultane-amente, por exemplo. Já vi atleta pegar R$ 600 em um fi nal de semana. É mais do que muitos clubes profi ssio-nais pagam”, observou.

O atacante Marinho também já jogou campeo-natos de bairro, mas ressalta que a maioria dos atletas to-mam essas atitudes “obriga-dos” pela necessidade.

“Competições amado-res chamam a atenção de

profi ssionais. Infelizmente nesses campeonatos estão pensando mais em nós do que a própria federação. Só que tem um problema, o tor-cedor que nos vê jogando no bairro, não vai querer pagar ingresso para nos assistir no campeonato”, falou.

Jogadores protestam em frente à Arena da Amazônia pela falta de calendário do futebol local no segundo semestre do anoD

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Já vi atleta pegar R$ 600 em um

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Carlinhos, jogador de futebol

Marinho é professor de

educação física, quando não

está atuando no futebol

THIAGO BOTELHOEquipe EM TEMPO

Alternativa rentável

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BICO Futebol Clube é o ‘time’ com mais atletas no AmazonasJogadores que disputaram o último Campeonato Amazonense têm outros empregos para complementar a renda familiar por falta de calendário anual

O sonho de quase todo menino brasileiro é ser jogador de fu-tebol. Ter fama, ga-

nhar dinheiro, passear de carro importado e ser rodeado por mulheres bonitas. Craques como Cristiano Ronaldo, Mes-si, Neymar e companhia são espelhos de uma vida ideal. Mas, infelizmente, o futebol no Brasil, em sua maioria, esconde uma realidade bem diferente. Um levantamento feito pela Confederação Brasileira de Fu-tebol (CBF), em 2012, mostrou que 82% dos atletas registra-dos no país recebem até doissalários mínimos.

No Amazonas, onde a Arena da Amazônia, palco de qua-tro jogos da Copa do Mundo, custou R$ 604 milhões aos cofres públicos, muitos garo-tos alcançaram a tão sonhada profi ssionalização no futebol, no entanto, se depararam com o cenário obscuro da desvalo-rização dos atletas, da falta de estrutura e organização, e calendário anual, que mais se parece com um roteiro de fi lme de terror. Tanto que tem apenas o Princesa do Solimões dispu-tando uma competição nacio-nal e na última divisão.

O atacante Marinho é um exemplo de frustração com o futebol. Nascido no Pará, des-de pequeno foi criado jogando pelada na rua. Pelo porte físico, não demorou muito a se des-tacar entre os colegas. A brin-cadeira foi se tornando séria e ele se profi ssionalizou no Pay-sandu. O atacante já marcou gols por times de quase todos os Estados do país. Por terras amazonenses, foi artilheiro do campeonato regional em 2005, pelo Grêmio Coariense e vice-goleador pelo São Raimundo no ano seguinte. O auge da carreira

foi em 2010, quando assinou contrato com TSW Pegasus, time de Hong Kong, na China. A peregrinação mundo a fora, no entanto, não foi capaz de subsidiar ao atleta o famoso “pé-de-meia”.

Aos 34 anos, ele atuou no Barezão deste ano pelo Manaus F.C., onde marcou oito gols. Sem time para jogar no segundo semestre, ele sustenta a família dando aula de educação física como professor substituto na Fundação Bradesco.

“Sou jogador de futebol. Gos-to da minha profi ssão, mas, infe-lizmente, aqui no Amazonas não tivemos calendário no segundo semestre, o que deixou desem-

pregado muitos profi ssionais. Graças a Deus eu estudei, tenho formação em educação física e posso dar aula. Mas e os outros? Os novatos que preci-sam sustentar suas famílias? Isso é algo preocupante. Esses atletas jogam quatro meses e fi cam parados o restante do ano. Essa inatividade atrapalha as condições físicas e técnicas. Quando formos contratados para disputarmos o Campeo-nato Amazonense, no início do outro ano, vamos demorar a chegar no auge da condição física e técnica”, reclamou Ma-rinho, revelando que no fute-bol local, um jogador, com a rodagem dele, tem salário de,no máximo, R$ 4 mil.

PRESTÍGIOA falta de prestígio com a torcida amazonense é suprida no atual local de trabalho. Marinho é o professor mais querido da escola. Por onde passa, os estudan-tes acenam, abraçam e param para conversar

Alto, forte e cara de poucos amigos. Os adjetivos defi nem o estereótipo da maioria dos zagueiros do futebol mundial. O amazonense William não foge à regra. Com 1,88m e 87 kg, o defensor, de 27 anos, iniciou a carreira de jogador profi ssional no Libermorro em 2004 e de lá para cá teve passagens por Cascavel (PR), Iranduba, Holanda e em 2014 disputou o Campeonato Ama-zonense pelo São Raimundo.

Assim como todos os atle-tas que ingressam no mundo do futebol, o “beque” acre-ditou que poderia chegar a um grande clube do país, se transferir para a Europa e dar à família uma vida livre de preocupações fi nancei-ras. Infelizmente a trajetória não foi como planejada.

Com duas fi lhas para sus-tentar e sem emprego des-de o fi nal do campeonato regional em maio, William ganha a vida fazendo bico de pintor, situação que cau-sa revolta no atleta.

“Eu não tenho vergonha de fazer bico. Tenho duas fi lhas para criar e não posso recusar trabalho. Só não faço coisa errada, mas con-fesso que essa situação me traz muita dor. É doloroso acordar às 6h, pegar ônibus lotado para trabalhar em obras, tendo consciência de que tenho potencial para atuar na profi ssão que eu gosto que é ser jogador de futebol. Infelizmente nin-guém vem para cá assistir ao futebol e nos levar para outros Estados”, desabafa.

Realidade pintada pela dorProtesto por falta de calendário no 2º semestre

Marinho e William não esperavam fi car longe dos gramados na segunda me-tade do ano. A expectativa era jogar ou a Série B do Campeonato Amazonense ou por clubes que disputariam a seletiva da Copa Verde. Porém, a Federação Amazo-nense de Futebol (FAF) deci-diu excluir do calendário de 2014 as duas competições, ocasionando o rompimento do contrato dos atletas.

Insatisfeitos, um grupo de 30 jogadores foram, no dia 25 de agosto, para frente da Arena da Amazônia protestar contra a decisão da FAF. Mari-nho participou do movimento e criticou a postura da fede-ração, que segundo ele, não pensou nos profi ssionais.

“Eu fi co triste porque de

todos os Estados do Brasil o único que não tem duas competições no ano é o Amazonas. Até ano passado tínhamos a segunda divisão. Eram somente três times, mas existia. No Pará, que nem foi sede da Copa, tem três competições no ano. O profi ssional fi ca empregado o ano inteiro. Este ano, a expectativa era que tivesse calendário no segundo se-mestre, mas a federação não pensou na gente”.

NecessidadeO líder do movimento, o

lateral esquerdo Carlinhos, ex-Manaus F.C, conta que recebeu ligações de colegas relatando estarem passan-do necessidade.

“Alguns jogadores me liga-

ram chorando, dizendo que estavam passando fome. Somos pais de família e dependemos do futebol. Eles (FAF) estão nos excluindo de trabalhar”, diz.

Para Carlinhos, a FAF cede aos interesses dos clubes em detrimento aos anseios dos atletas. “Os clubes não têm dinheiro e a federação sabendo disso só organiza o calendário pensando no Cam-peonato Amazonense. A FAF tem que pensar nos jogado-res e criar campeonatos o ano inteiro. Os clubes que se virem para pagar os salários. É uma coisa simples de resol-ver. Disponibiliza duas vagas da Copa do Brasil para um torneio no segundo semestre e deixa o Amazonense como seletiva da Copa Verde, ou o

contrário”, opina.

Federação se defende Segundo o Presidente da

FAF, Dissica Valério Tomaz, não há calendário no segun-do semestre pelo fato de os clubes não terem condições financeiras de arcar com o pagamento dos atletas du-rante todo o ano.

“A federação não decide nada sozinha. Tem que haver consenso dos clubes. Não adianta organizarmos um ca-lendário no papel e na hora os clubes se recusarem a disputar por falta de dinhei-ro. Eu não me oponho de que haja calendário no segundo semestre, mas a pergunta é: os clubes têm condições? Há ajuda do governo para isso?”, indaga.

Após o término do Cam-peonato Amazonense, é co-mum ver atletas disputan-do competições amadoras pelos bairros da cidade. De-sempregados, muitos joga-dores se vêm obrigados a recorrer a essa alternativa. E, segundo relatos, dá para ganhar um bom dinheiro, às vezes até mais do que no profi ssional.

Carlinhos já recorreu ao amadorismo. Jogou campe-onatos nos bairros do Alvo-rada e Redenção. Ele conta que ganhava cem reais por jogo. Como os torneios têm em média três meses de duração, é possível se sus-tentar nesse tempo.

“Todo fi nal de semana tem jogo. Em três meses dá para fazer R$ 1,2 mil, fora premiações. Além disso, os jogos são em dias e horários diferentes. Dá para jogar no Alvorada, na Redenção e no Campos Elíseos, simultane-amente, por exemplo. Já vi atleta pegar R$ 600 em um fi nal de semana. É mais do que muitos clubes profi ssio-nais pagam”, observou.

O atacante Marinho também já jogou campeo-natos de bairro, mas ressalta que a maioria dos atletas to-mam essas atitudes “obriga-dos” pela necessidade.

“Competições amado-res chamam a atenção de

profi ssionais. Infelizmente nesses campeonatos estão pensando mais em nós do que a própria federação. Só que tem um problema, o tor-cedor que nos vê jogando no bairro, não vai querer pagar ingresso para nos assistir no campeonato”, falou.

Jogadores protestam em frente à Arena da Amazônia pela falta de calendário do futebol local no segundo semestre do ano

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Já vi atleta pegar R$ 600 em um

final de semana. É mais do que mui-tos clubes profis-

sionais pagam

Carlinhos, jogador de futebol

Marinho é professor de

educação física, quando não

está atuando no futebol

THIAGO BOTELHOEquipe EM TEMPO

Alternativa rentável

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D6 MANAUS, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014

Com Robinho, Gabriel e Leandro Damião, Peixe promete atacar o adversário desde o apito inicial. Time de Argel também vai com três atacantes

Santos recebe Figueirense, na Vila Belmiro, ofensivo

O Santos faz neste domingo (21), às 17h30 (de Manaus), aquele típico jogo

em que entra em campo com a responsabilidade total pela vitória. Até um empate diante do Figueirense no duelo válido pela 23ª rodada do Campeo-nato Brasileiro deve ser en-carado como resultado ruim, principalmente pelo confronto ser na Vila Belmiro.

Na última rodada, o time do técnico Enderson Moreira fi cou no 0 a 0 com o Grêmio, em Porto Alegre, e pelo menos quebrou a série de seis der-rotas seguidas fora de casa. A missão agora é bater o time de Santa Catarina em seu território para embalar uma sequência positiva que alavanque a equipe para a parte de cima da tabela.

A escalação não deve sofrer alterações. Mena segue ve-tado por contusão. Já Thiago Ribeiro pode retornar ao time. Dores na lombar tiraram o atacante de ação contra o Coritiba e contra o Grêmio. Alison, que cumpriu suspensão na última quinta-feira, tem o retorno garantido.

Com 26 pontos e preo-cupado com a proximidade da zona de rebaixamento, o Figueirense chega para o jogo contra o Santos com dúvida

na escalação. Sem vencer há três rodadas, o time de Argel pode surpreender e entrar em campo com três atacantes. O técnico não descarta a opção, mas já avisou que vai tomar a decisão minutos antes da partida começar.

Apesar da aparente má fase, é importante destacar

que o Figueirense já aprontou neste Cam-peonato Brasileiro, com destaque para as vitórias em cima do Corinthians, no primeiro jogo ofi -cial da Arena, em Itaquera, e da surpreendente virada diante do Internacio-nal, em pleno Beira-Rio.

NO BANCOO atacante Thiago Ribeiro retorna ao time depois de fi car fora por dois jogos, mas deve fi car entre os su-plentes. Isso porque Gabriel, Damião e Robinho formarão o trio de ataque

O 17h30 (de Manaus), aquele típico jogo

em que entra em campo com a responsabilidade total pela vitória. Até um empate diante do Figueirense no duelo válido pela 23ª rodada do Campeo-nato Brasileiro deve ser en-carado como resultado ruim, principalmente pelo confronto ser na Vila Belmiro.

Na última rodada, o time do técnico Enderson Moreira fi cou no 0 a 0 com o Grêmio, em Porto Alegre, e pelo menos quebrou a série de seis der-rotas seguidas fora de casa. A missão agora é bater o time de Santa Catarina em seu território para embalar uma sequência positiva que alavanque a equipe para a parte de cima da tabela.

A escalação não deve sofrer alterações. Mena segue ve-tado por contusão. Já Thiago Ribeiro pode retornar ao time. Dores na lombar tiraram o atacante de ação contra o Coritiba e contra o Grêmio. Alison, que cumpriu suspensão na última quinta-feira, tem o retorno garantido.

Com 26 pontos e preo-cupado com a proximidade da zona de rebaixamento, o Figueirense chega para o jogo contra o Santos com dúvida

pode surpreender e entrar em campo com três atacantes. O técnico não descarta a opção, mas já avisou que vai tomar a decisão minutos antes da partida começar.

Apesar da aparente má fase, é importante destacar

que o Figueirense já aprontou neste Cam-peonato Brasileiro, com destaque para as vitórias em cima do Corinthians, no primeiro jogo ofi -cial da Arena, em Itaquera, e da surpreendente virada diante do Internacio-nal, em pleno Beira-Rio.

NO BANCOO atacante Thiago Ribeiro retorna ao time depois de fi car fora por dois jogos, mas deve fi car entre os su-plentes. Isso porque Gabriel, Damião e Robinho formarão o trio de ataque

Grêmio enfrenta a Chape querendo chegar no G-4

Pela segunda vez seguida, o Grêmio terá a chance de, em casa, terminar uma rodada no G-4. Depois de desperdiçar a oportunidade de ultrapassar o Corinthians ao empatar diante do Santos na última quinta-feira, o Tricolor rece-berá a Chapecoense, neste domingo (21), às 17h30 (de Manaus), na arena. A partida é válida pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Os resultados paralelos ajudaram o Grêmio na ro-dada do meio de semana. Internacional e Corinthians

empataram, o Fluminense perdeu, mas o próprio Tri-color não fez a sua parte e fi cou no 0 a 0 com o Peixe.

O Tricolor é o atual 5º co-locado, com 36 pontos. Está atrás do Colorado (3º, 38) e do Timão (4º, 37), e logo à frente do Fluminense (6º, 35) e do Atlético-MG (7º, 34). A vitória se torna ainda mais fundamen-tal devido ao fato de o time gaúcho ter dois jogos seguidos fora de casa na sequência, contra Flu e Botafogo.

A grande novidade é a volta do experiente Zé Roberto.

NA ARENA

Coritiba quer confi rmar boa fase jogando contra Sport

Fora da zona de rebaixamen-to após uma vitória consistente diante do São Paulo, o Coriti-ba agora tem a missão de se afastar do fantasma da degola, jogando fora de casa, neste domingo (21), às 15h (de Ma-naus), diante do Sport, na Ilha do Retiro. O Leão, por sua vez, busca a reabilitação para se aproximar do grupo de líderes, ainda sonhando com uma vaga na Libertadores da América.

O técnico Eduardo Batista tem duas dúvidas para escalar o Rubro-Negro. O atacante Érico Júnior, vetado pelo de-partamento médico, e o za-

gueiro Ferron, com uma en-trose no tornozelo fi cam fora. Já no ataque, a expectativa é pelo retorno de Ananias.

No lado alviverde o senti-mento é de alívio, mas sem perder o foco. Isso porque, apesar de ter saído da Z-4, o fantasma do rebaixamento segue rondando e apenas uma sequência de resultados posi-tivos pode trazer uma tranqui-lidade mais duradoura.

O treinador coxa-branca, no entanto, terá problemas para escalar o time. O meia Alex e o atacante Zé Love estão sus-pensos e não poderão atuar.

NA ILHA

Robinho é a referência do ataque santista e

terá auxílio de Gabigol e

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D7 MANAUS, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014

Fla e Flu duelam para ‘engolir’ o rival

Rubro-Negro vem de empate diante do Palmeiras e Tricolor de derrota para o Vitória. Ambos vão para clássico pensando somente na vitória

A rivalidade vai estar cada vez mais acirra-da no Maracanã neste domingo (21). Isso por-

que Flamengo e Fluminense se enfrentam, às 15h (de Ma-naus), pela 23ª rodada do Cam-peonato Brasileiro, dispostos a engolir um ao outro. O Tricolor, que tem 35 pontos, quer in-gressar no G-4, e, de quebra, impedir que o rival compartilhe

do mesmo sonho. Já o Rubro-Negro, que tem seis pontos a menos, vem de empate por 2 a 2 com o Palmeiras e deseja encurtar de vez a distância para o Fluminense e entrar defi nitivamente na disputa por um posto no G-4.

Na visão dos jogadores é visível a necessidade de en-golir o rival. “Nós sabemos que podemos encurtar a dis-

tância para o Fluminense e começar a sonhar com algo mais alto neste Campeonato Brasileiro. Se a distância para eles cair para três pontos, a tendência é que a gente se aproxime mesmo da zona de classifi cação para a Copa Libertadores. O importante é seguirmos pensando em cada jogo e nosso foco agora é o Fluminense”, disse o zagueiro

Wallace, do Flamengo.O técnico Cristóvão Bor-

ges, do Fluminense, pensa em aproveitar o clássico para se recuperar

“O jogo contra o Flamen-go ganhou em importância para que a gente consiga se recuperar da partida contra o Vitória. Trata-se de uma par-tida estratégica, pois no meio de semana perdemos, mas

alguns concorrentes também não conseguiram deslanchar. Assim, ganhar esse clássico pode nos trazer muitas coi-sas boas dentro dos nossos objetivos”, disse.

Em termos de escalação os dois times apresentarão novidades. No Flamengo, o volante Héctor Canteros vai cumprir suspensão por ter sido advertido com o terceiro

cartão amarelo contra o Pal-meiras. Assim, Luiz Antonio assume o posto.

Pelo lado do Fluminense, Cristóvão terá o retorno do meia Wágner, que cumpriu suspensão e reaparece no lugar de Rafael Sobis. Re-cuperado de um estiramento muscular na coxa direita, o la-teral esquerdo Carlinhos entra no lugar de Fernando.

Corinthians quer derrubar o São Paulo no Itaquerão

Mano Menezes fi nalmente admitiu, após mais um tro-peço, que o Corinthians está na briga por uma vaga na Libertadores e não pelo título. O São Paulo ainda alimenta a esperança de beliscar o troféu, aspiração que será seriamen-te abalada em caso de derrota no clássico de hoje (21) às 15h (de Manaus), onde alvinegros e tricolores farão o primeiro Majestoso da história no es-tádio de Itaquera.

Terminada a série de nove jogos de invencibilidade no Brasileiro, o São Paulo atua-rá novamente sem as quatro pontas de seu badalado quar-teto ofensivo. Se Kaká volta de suspensão, Alexandre Pato, emprestado pelo Corinthians, está impedido de atuar por contrato. Michel Bastos é o favorito para a vaga, com chance também para Luis Fa-biano e Osvaldo.

Outro problema é Rogério

Ceni, ameaçado por causa de uma tendinite no joelho es-querdo, o goleiro se esforça para enfrentar o grande rival pela última vez na carreira.

Segurando-se no grupo dos quatro primeiros apesar dos recentes maus resultados, o Corinthians fi cará a dois pon-tos do São Paulo – que seguirá vice-líder, independentemen-te do resultado – em caso de vitória. Poupados no empate com a Chapecoense na quinta, Anderson Martins e Renato Augusto estão de volta.

A formação ofensiva – parte com recorrentes problemas – é um mistério, sendo Renato Augusto e Guerrero as únicas certezas. Com Petros ainda suspenso, há duas vagas para Malcom, Lodeiro, Luciano e Romero. Em péssima fase, Jadson não fi cará nem no banco de reservas por ter feito parte da troca que levou Pato ao São Paulo.

FORA DA BRIGA

Cruzeiro e Atlético-MG duelam no Mineirão

Superclássico. Talvez essa seja a melhor defi -nição para o duelo entre os maiores rivais de Minas Gerais, que chegam emba-lados para medir forças. O Cruzeiro lidera o Brasileiro com folga, e o Atlético-MG, que ganhou moral com o triunfo contra o Goiás fora de casa. Raposa e Galo vão despertar os holofo-tes de todo o Brasil neste domingo (21), às 15 h, no Gigante da Pampulha.

Para o duelo, o técnico Marcelo Oliveira tem as baixas de Samudio e Júlio Baptista, machucados.

Em relação ao jogo contra o Furacão, a Raposa fi ca ainda fi ca mais forte já que o meia-atacante Ricardo Goulart fi ca à disposição. O jogador estava suspenso.

O vice-artilheiro do Brasilei-rão, com dez gols, prevê um jogo difícil diante do rival.

O Galo vai jogar o clássi-co embalado após voltar a vencer fora de casa, o que não acontecia desde maio. No meio de semana, o Galo deixou jogadores importan-tes, como Luan, Leonardo Silva e Tardelli de fora do embate ante o Goiás.

Além dos três refor-ços, o treinador atletica-no ainda poderá contar com o retorno do late-ral-direito Marcos Rocha, que cumpriu suspensão na rodada passada. Com os rivais entrando em campo com times fortes, o goleiro Victor espera acabar com a suprema-cia do Cruzeiro em jogo dentro do Mineirão.

DERBY

Meio-campista Kaká retorna ao time Tricolor para o duelo

MOISÉSNASCIMENTO/GAZETAPRESS

Artilheiro Ricardo Goulart volta ao time do Cruzeiro

Após desperdiçar a oportunidade de vencer fora de casa, Rubro-Negro quer triunfar no clássico de logo mais no Maracanã

LUCASPRATES/GAZETAPRESS Palmeiras inicia sequência de confrontos diretos no Z-4

Às 17h30 (de Manaus) deste domingo (21), no Serra Dourada, o Palmeiras inicia uma sequên-cia decisiva para não cair para a segunda divisão. Diante do Goiás, o time precisa somar pontos e embalar para enfrentar outros quatro clubes que estão na metade debaixo da tabela.

Após visitar o Goiás, o Verdão ainda encara Vitória, Figueirense, Chapecoense e Botafogo. Não são mais per-mitidos vacilos para a equi-pe que iniciou a 23ª rodada na antepenúltima colocação e já é a agremiação com mais derrotas nesta edição na liga nacional.

“Agora temos uma parti-da muito importante e serão cinco partidas em que, se ga-

nharmos ou tivermos um bom resultado, podemos sair da zona de rebaixamento e ainda ir mais para cima na tabela”, apontou Cristaldo.

Mais uma vez, Dorival Jú-nior terá desfalques. Fernando Prass, Wendel, Tobio, Welling-ton, Thiago Martins, Marcelo Oliveira, Mateus Muller, Eguren, Wesley, Bruninho e Leandro não têm condições físicas de entrar em campo, enquanto Valdivia cumpre suspensão por ter sido expulso contra o Flamengo.

O Goiás também precisa pen-sar parecido. O time vem de duas derrotas e já se aproxima da zona de rebaixamento.

Na escalação, o volante Thia-go Mendes volta a fi car à dispo-sição, mas deve ser reserva

EM GOIÂNIA

BRUNO TURANO/GAZETAPRESS

Salvador vai parar para ver o clássico Bahia e Vitória

Se o Ba-Vi deste domingo (21) fosse disputado três semanas atrás, seria cabível classifi cá-lo como “jogo dos desesperados”. Os rivais têm melhorado e pas-saram a ter chances reais de escapar do rebaixamento, mas ainda há grande tensão no ar em Salvador. Às 15h (de Manaus), a arena Fonte Nova recebe o clássico mais precioso da 23ª rodada, porque Vitória e Bahia pouco sentiram o gosto de vitória neste Campeonato Brasileiro.

“Sabemos que Ba-Vi é um jogo diferente dos outros”, afi rma Rafi nha, atacante do Bahia.

Rafi nha deve brigar por vaga no ataque titular com Henrique, que volta a estar à disposição de Gilson Kleina após não en-frentar o Botafogo por questões

contratuais. Em compensação, o técnico não terá o suspen-so Guilherme Santos, portanto deve usar Pará no lugar.

Em posição ainda mais des-confortável, o Leão da Barra luta contra o conformismo para seguir acreditando que a per-manência na elite é possível.

“Não podemos aceitar que o Vi-tória já está na segunda divisão”, refuta o técnico Ney Franco.

Apesar de ser mandante, o Vitória optou por não realizar a partida no Barradão. Os rubro-negros terão 60% dos ingressos da Fonte Nova à disposição para ter maioria no estádio. Como os rivais vêm de triunfos no meio de semana, a expecta-tiva é que a festa seja grande nas arquibancadas.

DESESPERADO

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D8 MANAUS, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014

GP de Cingapura promete disputa acirrada na pontaA temporada 2014 da Fórmula 1 chega em sua reta fi nal. Serão mais seis etapas até a conclusão em Abu Dhabi

Marina Bay é um cir-cuito que contrasta imensamente com as duas últimas

etapas, em Spa e Monza, res-pectivamente. Enquanto os dois tradicionais circuitos europeus são marcados pela alta veloci-dade fi nal nas longas retas e a baixa pressão aerodinâmica, em Cingapura os pilotos encontram uma pista que mais se asseme-lha a de Mônaco, além de ser realizada sob luz artifi cial.

Outros fatores contribuem para que a corrida seja con-siderada uma das mais duras do calendário, como umidade e temperaturas elevadas, e nú-mero recorde de curvas (23). Por ser um circuito de rua, os pilotos tem de lidar com su-perfícies irregulares, tampas de bueiros e linhas brancas no meio do asfalto, sempre de olho nas paredes laterais.

“Este é um grande lugar para começar a fase fi nal da tempora-da. A cidade é agitada e a pista mega”, disse Lewis Hamilton, vice-líder do Campeonato.

“Eu amo este circuito. Eu venci aqui em 2009, o que foi uma experiência muito especial, e ainda tive um pódio na corrida inaugural de 2008. Minha sorte não tem sido boa desde então, mas espero que ela mude neste

fi nal de semana”, completou o piloto britânico da Mercedes, que venceu o GP da Itália há duas semanas e reduziu a diferença para seu companheiro Nico Ros-berg na disputa pelo título.

Com os dois pilotos da equi-pe alemã isolados na ponta da tabela, com 238 e 216 pontos, respectivamente - o terceiro co-

locado Daniel Ricciardo tem 166 -, a disputa interna da equipe é o foco das atenções para este restante de temporada.

A mudança no tipo de cir-cuito não tira o favoritismo da Mercedes para a prova, já que sua superioridade em 2014 tem sido marcante. Entretan-to, a Red Bull, única equipe que foi capaz de superar a Merce-

des em 2014, vencendo três provas, tem, teoricamente, um carro que se adapta bem nesta pista. Sebastian Vettel venceu sem problemas os três últimos GPs, de 2011 a 2013.

“Nós sempre fomos bem aqui nos últimos anos, mas não existem garantias neste negócio e nós esperamos que a Mercedes seja muito rápida aqui”, disse o chefe da Red Bull, Christian Horner.

A competitividade dos carros da equipe austríaca pode ser decisiva para a disputa do título entre Rosberg e Hamilton, pois abre a real possibilidade de que um carro possa estar entre os dois no fi nal da prova.

Outra equipe que pode “se meter” na briga da Mercedes é a Ferrari. Apesar da decepção em Monza, a equipe italiana foi bem em circuitos mais trava-dos, com um segundo lugar na Hungria e quarto em Mônaco, ambos conquistados por Fer-nando Alonso.

A previsão de tempo para o GP de Cingapura é sempre a mesma, calor, alta umidade e chance de pancadas de chuva. Para apimentar ain-da mais a disputa, a entra-da do safety car durante a corrida é quase uma certeza em Marina Bay. Carro da escuderia Red Bull, em treinamento no circuito de Cingapura, que é realizado à noite

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Eu amo este circui-to. Eu venci aqui em 2009, o que foi uma

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Lewis Hamilton, piloto da Mercedes

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