podemos saúde n1 set 2015 (1)

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Jornal Podemos+Saúde Porto Alegre . RS Ano I n. 1 . Setembro 2015 Jornalista Responsável: Carla Ferreira (Reg. Prof. 7503) Proj. Gráfico e diag.: Bettina Rupp Colaboraram nessa edição: Arlindo Ritter, Julio Appel, Valmor Guedes, Carol Santos e Guilherme F. Oliveira Tiragem: 4.000 exemplares Gráfica: RML O PODEMOS+SAÚDE é um mo- vimento social e político que surge pela iniciativa de ativistas sindicais com atuação no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Beneficência Portuguesa, Mãe de Deus, Santa Casa de Misericórdia, Cardiologia, PUC, Moinhos de Vento, HU Canoas, Nossa Senhora das Graças, Ernesto Dornelles, entre outros. O Movimento nasce da urgência em lutar contra as políticas de ajuste fiscal e defender os direitos dos traba- lhadores da saúde e dos usuários dos serviços afetados por uma precariza- ção crescente. Os governos de Dilma e Sartori cortaram verbas da saúde, ocasionando o fechamento de Pronto Atendimentos em vários municípios. Inúmeros hospitais têm pedido fa- lência. A consequência desta política desastrosa é que trabalhadores estão perdendo seus empregos e a popula- ção usuária ficam sem atendimento adequado, tendo que aguardar me- ses na fila por um especialista ou em longas esperas nos corredores das emergências. O PODEMOS está sendo construí- do por ativistas com história de luta pela saúde para todos e todas e por muitos outros que devem se somar como um instrumento para organizar e construir suas propostas e reivindi- cações de forma democrática. Levar uma luta coerente e eficaz para impul- sionar um sindicalismo de mobiliza- ção permanente, com organização por local de trabalho, é um dos principais objetivos do Movimento. Venha para o PODEMOS construir um programa e um sindicalismo de luta que enfrente a patronal e o ajus- te fiscal dos governos. As batalhas contra o assédio moral, a privatização e a terceirização, a defesa do empre- go, a redução da jornada de trabalho para 30 horas, por transparência na aplicação das verbas públicas, gestão profissional e plano de carreira para os trabalhadores da saúde são alguns dos pontos que devem impulsionar nossa mobilização. Por um movimento democrático e de luta! Ativistas sindicais sempre mobilizados pela ampliação dos direitos dos trabalhadores é a tônica permanente das lutas lideradas pela ASERGHC e pelo SINDISAÚDE-RS junto aos servidores do Grupo Hospitalar Conceição NESTA EDIÇÃO + Hospital de Clínicas luta pela Renda Variável, PÁGINA 2 + Artigo do Presidente do SINDISAÚDE-RS fala da neces- sidade de um outro sindicalismo, PÁGINA 3 + Crise no RS coloca possibilidade de greve geral estadual, PÁGINA 3 Mais saúde pública, gratuita e de qualidade para todos MEMÓRIA A luta para conquistar o Vale Alimentação para os funcionários do GHC durou vários anos. Mas somente em 2012, após muita relutância e até ironia da diretoria do GHC, os trabalhadores realizaram uma greve de um dia e meio e fizeram os patrões cederem. A força da mobilização foi o melhor argumento. A grande unidade e organização dos servidores forjaram a vitória! 2012 - Greve do GHC conquista Vale Alimentação + PARTICIPAÇÃO + MOBILIZAÇÃO = PODEMOS + SAÚDE! Foto: Carolina dos Santos PODEMO S S AÚDE Foto: Guilherme Fernandes de Oliveira

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Essa é a primeira edição do jornal PODEMOS+SAÚDE, um movimento por um novo sindicalismo construído pela base, com independência de classe, dos partidos, patrões e governos. O PODEMOS+SAÚDE defende o SUS, mais recursos para a saúde pública, e luta pela ampliação dos direitos dos trabalhadores. Para isso, defende o enfrentamento da dívida pública, que retira dinheiro da saúde, educação e demais áreas sociais para entregar aos banqueiros e especuladores que ganham com os títulos e a política de juros elevados no Brasil.

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Jornal Podemos+Saúde Porto Alegre . RS Ano I n. 1 . Setembro 2015Jornalista Responsável: Carla Ferreira (Reg. Prof. 7503) Proj. Gráfico e diag.: Bettina Rupp Colaboraram nessa edição: Arlindo Ritter, Julio Appel, Valmor Guedes, Carol Santos e Guilherme F. OliveiraTiragem: 4.000 exemplaresGráfica: RML

O PODEMOS+SAÚDE é um mo-vimento social e político que surge pela iniciativa de ativistas sindicais com atuação no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Beneficência Portuguesa, Mãe de Deus, Santa Casa de Misericórdia, Cardiologia, PUC, Moinhos de Vento, HU Canoas, Nossa Senhora das Graças, Ernesto Dornelles, entre outros.

O Movimento nasce da urgência em lutar contra as políticas de ajuste fiscal e defender os direitos dos traba-lhadores da saúde e dos usuários dos serviços afetados por uma precariza-ção crescente. Os governos de Dilma e Sartori cortaram verbas da saúde,

ocasionando o fechamento de Pronto Atendimentos em vários municípios. Inúmeros hospitais têm pedido fa-lência. A consequência desta política desastrosa é que trabalhadores estão perdendo seus empregos e a popula-ção usuária ficam sem atendimento adequado, tendo que aguardar me-ses na fila por um especialista ou em longas esperas nos corredores das emergências.

O PODEMOS está sendo construí-do por ativistas com história de luta pela saúde para todos e todas e por muitos outros que devem se somar como um instrumento para organizar e construir suas propostas e reivindi-cações de forma democrática. Levar

uma luta coerente e eficaz para impul-sionar um sindicalismo de mobiliza-ção permanente, com organização por local de trabalho, é um dos principais objetivos do Movimento.

Venha para o PODEMOS construir um programa e um sindicalismo de luta que enfrente a patronal e o ajus-te fiscal dos governos. As batalhas contra o assédio moral, a privatização e a terceirização, a defesa do empre-go, a redução da jornada de trabalho para 30 horas, por transparência na aplicação das verbas públicas, gestão profissional e plano de carreira para os trabalhadores da saúde são alguns dos pontos que devem impulsionar nossa mobilização.

Por um movimento democrático e de luta!

Ativistas sindicais sempre mobilizados pela ampliação dos direitos dos trabalhadores é a tônica permanente das lutas lideradas pela ASERGHC e pelo SINDISAÚDE-RS junto aos servidores do Grupo Hospitalar Conceição

NESTA EDIÇÃO+ Hospital de Clínicas luta pela Renda Variável, PÁGINA 2

+ Artigo do Presidente do SINDISAÚDE-RS fala da neces-sidade de um outro sindicalismo, PÁGINA 3

+ Crise no RS coloca possibilidade de greve geral estadual, PÁGINA 3

Mais saúde pública, gratuita e de qualidade para todos

MEMÓRIA

A luta para conquistar o Vale Alimentação para os funcionários do GHC durou vários anos. Mas somente em 2012, após muita relutância e até ironia da diretoria do GHC, os trabalhadores realizaram uma greve de um dia e meio e fizeram os patrões cederem. A força da mobilização foi o melhor argumento. A grande unidade e organização dos servidores forjaram a vitória!

2012 - Greve do GHC conquista Vale Alimentação

+ PARTICIPAÇÃO + MOBILIZAÇÃO = PODEMOS + SAÚDE!

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PODEMOS SAÚDE

Foto: Guilherm

e Fernandes de Oliveira

Jornal Podemos + Saúde setembro 2015

Os funcionários do Hospital de Clínicas Porto Alegre (HCPA) ti-veram que se mobilizar e enviar documento ao Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST)— do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG)— para finalmente obter a promessa de receber o valor relativo à Renda Variável que lhes correspondia por direito.

A obtenção da certificação in-ternacional (ver box) foi feita me-diante sobrecarga de trabalho nas costas dos servidores. Rotinas que eram extenuantes tornaram-se ainda mais sacrificantes. Porém, nem o reconhecimento do esforço entregue ao Hospital nem a remu-neração prometida chegaram até o momento!

Outro problema é o Plano de Cargos e Salários cujo funciona-mento não tem transparência, difi-cultando a compreensão sobre suas regras e gerando inúmeras per-das aos trabalhadores. Há, ainda, o passivo acumulado com o Vale Alimentação, que deveria ter sido aumentado acima da inflação de-pois das paralisações de 2014. Mas essa diferença nunca chegou a ser paga.

O HCPA está prestes a receber uma nova visita dos avaliadores da Joint Commission. É hora dos ser-vidores estarem mobilizados para exigir os seus direitos. Se a Renda Variável não for paga, a manuten-ção do selo deverá ser questionada. Os servidores não devem ultrapas-sar a carga horária normal de tra-balho. O número de afastados por

adoecimento continua a aumentar. Na rouparia, no turno da tarde, tem apenas dois profissionais para atender ao hospital inteiro. No se-tor de higienização, as restrições definidas pelo INSS não são respei-tadas. Na nutrição, com o famige-rado carrinho de transporte, havia a promessa da Gestão de garantir três trabalhadores por copa, uma vez que são necessários dois fun-cionários para conduzir o carro. Mas essa foi outra promessa não cumprida.

Deve ocorrer nova visita dos avaliadores da Joint Commission. Na semana da acreditação, os tra-balhadores não devem encobrir ne-nhum erro desta Gestão que os en-ganou! Não ao Banco de Horas ou a Horas Extras. É preciso urgente concurso e contratação de pessoal no HCPA!

Podemos, um movimento democrático!

Valmor GuedesPresidente da ASERGHC

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HOSPITAL DE CLÍNICASTrabalhadores lutam por Renda Variável

Praticamente dez dias de greve selou a sorte dos 230 trabalhadores do Hospital Parque Belém, localizado na zona sul da capital. No dia 14 de agosto, os trabalhado-res decidiram encerrar a greve instaurada em razão dos atrasos salariais e aprovar a proposta do SINDISAÚDE/RS de ingressar com ação judicial buscando a rescisão in-direta do contrato de trabalho. Tal medida se deu em razão da iminente decretação de falência. Um hospital de extrema importân-cia local sucumbindo em razão do modelo de atendimento adotado e de uma gestão ineficiente. Exemplo da não prestação de contas da verba que recebem dos cofres pú-blicos e do cada vez pior atendimento.

Mais estado, menos filatropia

A saúde que defendemos implica em uma mudança radical no modelo de atenção vigente. Um dos pontos princi-pais de nossa pauta é a estruturação da Atenção Básica em todos os municípios.

Queremos políticas de Estado para a saúde, retirando da mediação e das mãos privadas o atendimento dado pelo SUS. Para isso, é preciso profissionalizar as gestões e conceder autonomia adminis-trativa e financeira aos serviços adminis-trados pela União, estados e municípios.

Defendemos que os hospitais privados e filantrópicos atuem na saúde suplemen-tar e no atendimento privado.

Hospital de Osório em permanente crise

Hospital Parque Belém beira a falência

A falta de visão política e adminis-trativa por parte da gestão tem levado o Hospital São Vicente de Paulo a expe-rimentar constantes crises. A direção se nega a adotar o modelo de atendimen-to 100% SUS e, para suprir seu caixa, tem recorrido de forma sistemática aos cofres da prefeitura (sem contrapar-tida aos funcionários e transparência da aplicação dos recursos recebidos). Por incompetência dos atuais gestores, um hospital que é privado continua cada dia mais dependente dos recursos públicos.

Em tempos de credibilidade das instituições desabando, os trabalhadores têm pela frente o desafio de organizar a resistência aos ataques que o capital faz contra qualquer tentativa de avanço da classe trabalhadora, tanto da sua organização como de suas conquistas. Os meios de comunicação de massa, principalmente a TV, são utilizados como instrumento para aumentar a descrença, incentivando a resignação. Dessa forma fica mais fácil a manipulação e manutenção dos privilégios daqueles que detém o poder.

Para nós, trabalhadores da saúde, que assistimos desde os anos 1990 os governos entregando cada vez mais recursos para financiar empresas privadas e tentando privatizar a saúde, que assistimos as tantas tentativas de criar fundações públicas de direito privado para entregar os hospitais públicos para empresas gerirem de acordo com seus interesses de lucro, está claro que a tarefa de organizar e resistir está colocada e deve ser encarada por nós como uma necessidade importante.

Não existe “salvador da pátria” que nos leve a um patamar melhor, sem precisarmos nos envolver. A saúde pública é tratada como mercadoria e nós trabalhadores individualmente somos apenas números. A saída está na coletividade. Na luta organizada que respeita cada trabalhador como um ser importante, capaz de contribuir na organização e nos enfrentamentos necessários para melhorarmos a nossa qualidade de vida.

Construir um movimento dos trabalhadores pela base, que defenda a saúde pública para todo o povo como um direito fundamental e inalienável, começa pela organização dos trabalhadores da saúde. Nesse sentido, a organização do PODEMOS como um movimento capaz de articular as diversas iniciativas locais de organização e luta pode nos levar um passo adiante na nossa consciência como uma única classe.

Na saúde existem várias categorias profissionais e os patrões trabalham para que fiquemos divididos, pois assim somos fracos. Quando nos organizamos nos locais de trabalho, nos damos conta que os interesses dos trabalhadores são comuns e isso pode ser o fator que unifica. Nós PODEMOS muito mais quando entendemos e praticamos isso. Por isso convocamos e afirmamos: nós podemos enfrentar o que nos divide, nós podemos avançar em nossos direitos, nós podemos vencer quem nos oprime e melhorar nossa sociedade!

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Assembleia Geral dos servidores do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Por uma decisão da Direção do HCPA, o Hospital de Clínicas bus-cou obter uma certificação interna-cional da Joint Commission Inter-national. Para obter a adesão dos servidores, a direção ofereceu o pa-gamento da Renda Variável, ou seja, de um percentual de 1,5% para cada funcionário que atingir 100% das metas relativas à certificação. E, caso não fosse atingida a totalidade da meta, seria pago proporcionalmen-te. Os trabalhadores se dedicaram, trabalharam muito mais do que o habitual, comemoraram a vitória, mas lamentaram a falta de palavra da patronal que não efetuou o paga-mento nos prazos estabelecidos. A direção do HCPA argumentou que o DEST, do MPOG, não permitiu o pagamento. Somente agora, quase um ano e meio depois, a gestão pro-mete pagar a Variavel. Só vendo o contracheque para acreditar.

Arlindo RitterPresidente do Sindisaúde-RS

setembro 2015 Jornal Podemos + Saúde 3

ASERGHC: UNIDADE E INDEPENDÊNCIA

Os trabalhadores do GHC sabem o que fazer quando alguma ameaça a seus direitos se apresenta. Sabem também como ampliar conquistas.

Foi assim quando os gestores e o Ministério da Saúde tentaram transformar o GHC em uma fundação de direito privado. O governo queria privatizar na prática o maior complexo público hospitalar da América do Sul. Várias mobilizações organizadas pela ASERGHC, inclusive em uma reunião do

Conselho Nacional de Saúde, em Brasília, fizeram com que esse projeto fosse derrotado. A defesa da saúde pública começa com a preservação de seu caráter gratuito e universal.

Os servidores do GHC foram e seguem sendo os principais protagonistas no combate permanente às terceirizações no Grupo, principalmente na área da higienização – que provocava uma deterioração do serviço e um crescimento da incidência de infecções hospitalares, além da

precarização dos trabalhadores. Essa luta da ASERGHC forçou a diretoria do GHC a voltar atrás e contratar, através de concurso, 685 novos colegas higienizadores. Hoje a luta é por uma carga horária e salário justos para estes profissionais.

Ao longo dos anos, a experiência mostrou que as conquistas só foram possíveis com muita organização, unidade e uma total autonomia em relação aos patrões (gestores) e aos governos.

Direitos são conquistados com luta organizada!

O SINDISAÚDE/RS é um importante instrumento de luta e organização dos trabalhadores na defesa de seus direitos e nos avanços das conquistas. Com certeza o modelo sindical que está em vigência, tanto no contexto geral quanto no SINDISAÚDE/RS, não é o que queremos. Não queremos um sindicato para benefícios de poucos ou privilégios de grupos. Não defen-demos um tipo de sindicato que se acomoda às receitas da contribuição sindical e não se amplia na busca de novos associados. Infelizmente, ainda hoje, a maioria conservadora que controla a direção do SINDISAÚDE-RS adota o sindicalismo clientelista e conservador de amigos da patronal.

Como Presidente do SINDISAÚDE-RS em uma posição minoritária nesta diretoria, desejo uma gestão diferente da que tem sido possível com a atual composição, controlada majoritariamente em seus cargos chave pele velho sindicalismo. Almejamos um sindicato renovado, independente de governos e de empresas, que se paute pela transparência e pela combatividade. Queremos organizar as pessoas por locais de trabalho para lutar por seus direitos e, juntos, sermos mais fortes. Um sindicato que mantenha a categoria mobilizada durante o ano inteiro e que invista na formação política dos trabalhadores da saúde. É fundamental extirpar o sindicalismo de gabinete que está instaurado no SINDISAÚDE-RS. Não queremos que a burocracia sindical prospere.

Estamos dispostos a construir uma Entidade Sindical que esteja a serviço dos objetivos da categoria: defesa de direitos e avanço nas conquistas. Mas, para isso, temos que mudar a direção majoritária do nosso sindicato!

PODEMOS MUDAR! POR UM SINDISAÚDE-RS DE LUTA!

O sindicato que temos e o sindicato que queremos

Ilustração: Andrea M

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CRISE NO RIO GRANDE DO SUL Auditoria da dívida e todo apoio aos servidores

O governo Sartori (PMDB) é aliado da presidenta Dilma (PT) no que diz respeito à aplicação do ajuste fiscal. Tanto é assim que as medidas que ele propõe aqui, como o aumen-to do ICMS, privatizações e os cortes em políticas essenciais à sociedade como a extinção da FUNDERGS, da Fundação Zoobotânica e da FEEPS, recaem sobre os ombros da popula-ção tal como o ajuste que ela impõe de Brasília, com os aumentos da ga-solina e da energia elétrica e os cortes nos orçamentos da saúde e da edu-cação públicas. Eles são aliados tam-bém no ataque aos direitos e salários dos trabalhadores e servidores. Não

chamam concursados. E, juntos, também promovem privatizações.

Mas ao mesmo tempo em que pisam nos trabalhadores e nos que mais precisam, Dilma e Sartori curvam a espinha aos ricaços, aos banqueiros e aos tubarões do em-presariado nacional e estrangeiro. Esta subserviência está clara ao não enfrentarem a mentira da chamada “dívida pública”. Esta caixa preta pre-cisa ser investigada por meio de uma auditoria dos seus contratos. Estudos dos Auditores Fiscais apontam que essa verdadeira “Bolsa Banqueiro” só aumenta porque sobre ela incidem juros sobre juros, uma cobrança in-

devida e criminosa que a faz crescer como uma bola de neve. Daí que ela era inicialmente menos de R$ 9 bi-lhões, já foram pagos mais de R$ 20 bilhões e ainda são devidos mais de R$ 50 bilhões. Não dá para acreditar!

Os servidores estaduais estão em pé de guerra, fizeram três dias de pa-ralisações contra o parcelamento dos salários e indicam que, em caso de não pagamento integral dos salários no final do mês de agosto, a greve será por tempo indeterminado.

O Podemos+Saúde apoia a luta dos servidores estaduais por seus salá-rios e pelo direito dos gaúchos a servi-ços públicos de qualidade!

Jornal Podemos + Saúde setembro 2015

ENTREVISTA

Carlos Alexandre Silveira, Baboo – Setor de Convênios

Presidente do SINDISAÚDE-RS quer auditoria completa das contas do sindicato

DENÚNCIA

O trabalhadores gaúchos foram surpreendidos no último 24 de agosto com uma denúncia do Presidente do SINDISAÚDE-RS, Arlindo Ritter. Sem contar com o apoio do setor de comunicação do próprio sindicato que dirige, Ritter postou em sua página na internet a seguinte denúncia:

“Estamos todos estarrecidos diante da situação em que se en-contra um dos maiores sindica-tos do Estado, o SINDISAÚDE/RS. Precisamos apurar com rigor as fraudes já constatadas (...). A situação é gravíssima e estare-mos com certeza acionando o Ministério Público do Trabalho e os órgãos competentes. Doa a quem doer, não podemos abrir mão da transparência que tem sido tônica na nossa campanha e que ainda encontra resistência in-terna. Auditoria Já nas contas do SINDISAÚDE/RS.”

O tamanho dos danos cau-sados pelas gestões anteriores do SINDISAÚDE-RS ainda não pode ser dimensionado. Nas últimas semanas foram levan-tados junto à Caixa Econômica Federal vários cheques emitidos de forma fraudulenta. Em outu-bro de 2013, logo após assumir a Presidência do SINDISAÚDE-RS, Ritter propôs pela primeira vez a realização de uma audi-toria nas contas dos últimos 15 anos do sindicato. Foi derrotado

por votação da maioria da di-retoria. Na época, ele tomou conhecimento da existência de cerca de R$ 1 milhão em dívidas do período anterior. Destes valo-res, cerca de R$ 700 mil teriam sido sacados de forma indevida, pois consistiam em recursos oriundos de ações trabalhistas coletivas. Tratava-se claramente de apropriação indevida e crime de falsidade ideológica. Tudo o que ele conseguiu fazer naquele momento foi proceder na devo-lução dos valores oriundos das ações coletivas para não prejudi-car os associados.

Agora, com a descoberta dos cheques fraudulentos, Ritter, que é apoiado por parte da diretoria, tomou providências mais sérias. Acionou a Assessoria Jurídica, tanto criminal quanto cível e, na quarta-feira, 26, reafirmou, “que-remos uma auditoria completa. Transparência é tudo. Queremos que os recursos desviados re-tornem aos cofres do sindicato. E que os culpados sejam puni-dos”. A denúncia caiu como uma bomba e criou um divisor de águas no SINDISAÚDE-RS. De um lado, aqueles que defendem as administrações anteriores e não querem abrir as contas. De outro, aqueles que querem trans-parência e honestidade na gestão do sindicato e defendem uma investigação completa, com pu-nição dos responsáveis.

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Podemos - Com o ajuste fiscal, o Governo Federal cortou recursos da saúde. Como esses cortes se refletem no Hospital de Clínicas?

Baboo – O maior problema que enfrentamos é a falta de pessoal e a política de terceirização de serviços no Hospital. Para que se tenha uma ideia, na Emergência, chegamos a ter 30 pacientes por técnico de enfermagem. A terceirização do serviço de higienização, por sua vez, além de precarizar os trabalhadores do setor, gera riscos à saúde como infecções porque decaem as condições gerais de prestação desse serviço.

Podemos – Você faz parte da atual gestão do Sindisaúde-RS. Qual sua avaliação dos trabalhos até aqui?

Carlos – O Presidente Arlindo tem feito um grande esforço por renovar as práticas sindicais. Porém, parte da diretoria não colabora. Mesmo nós diretores temos dificuldade em obter informações sobre gastos financeiros e a maior parte da diretoria se mantém distante da categoria. É preciso mais transparência e um sindicato construído com e pela base. Eu penso que o movimento Podemos+Saúde deve ajudar neste sentido. Precisamos de um sindicato vivo e democrático e esse movimento nasce com esse objetivo.

Podemos – Você participou do se-minário em que surgiu a ideia de lançar o Podemos+Saúde. Como esse movimento pode ser útil aos servidores do HCPA?Luciano – Em primeiro lugar con-tribuindo para que os trabalhado-res possam ter um canal efetivo de participação na gestão do Sin-disaúde-RS. Em segundo lugar, apoiando-os em seus esforços por construir um sindicato aberto e transparente, no qual as infor-mações sejam prestadas a todos de forma democrática. Eu apoio a proposta do Presidente Arlindo Ritter de realizar uma auditoria nas contas do sindicato para abrir essa caixa-preta. Em terceiro lugar, fazendo com que as demandas es-pecíficas dos servidores sejam or-ganizadas e canalizadas em lutas concretas. Necessitamos de con-curso porque nossos colegas estão adoecendo por excesso de traba-lho. O INSS deveria assegurar aos trabalhadores adoecidos o direito de tratamento. Ao não fazê-lo, re-passa o problema, gera sobrecarga de trabalho e a ilusão de que não há falta de pessoal. Temos problemas com o Plano de Cargos e Salários, com trabalhadores que estão há 3 ou 4 anos sem receber avanço de nível, entre outros problemas.Podemos - Qual a sua mensagem aos colegas do HCPA?Na saúde devemos tratar os dife-rentes de forma diferente. Pois só assim promoveremos a igualdade.Convido os colegas do Clínicas a participar desse movimento por-que juntos seremos mais fortes.

José Luciano da Silva Soares – Setor Sexto Sul

Com a palavra os trabalhadores do Hospital de Clínicas

Arlindo Ritter exige devolução dos valores e investigação criminal “doa a quem doer”