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FONTES DE INFORMAÇÃO SOCIOLÓGICA POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL Daniela Rêgo Nº 2009109783

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FONTES DE INFORMAÇÃO SOCIOLÓGICA   

POBREZA  E  

EXCLUSÃO SOCIAL             

     

Daniela Rêgo Nº 2009109783 

Ficha Técnica    Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, 

do 1º ano da licenciatura em Sociologia, sob orientação do docente Paulo Peixoto. 

   

  Título: Pobreza e Exclusão Social 

 

  Trabalho realizado por: Daniela Brás do Rêgo 

 

  Nº de estudante: 2009109783 

 

  Fotografia da capa  

Fonte: http://ipt.olhares.com/data/big/140/1408079.jpg  

Pagina consultada a: 29 de Maio de 2010  

 

 

Coimbra, Maio de 2010 

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra 

Horror de Ser Pobre  

 

Risco c'um traço  

(Um traço fino, sem azedume)  

Todos os que conheço, eu mesmo incluído.  

Para todos estes não me verão  

Nunca mais  

Olhar com azedume.  

 

O horror de ser pobre!  

Muitos gabavam‐se que aguentariam, mas era ver‐  

‐lhes as caras alguns anos depois!  

Cheiros de latrina e papéis de parede podres  

Atiravam abaixo homens de peitaça larga como toiros.  

As couves aguadas  

Destroem planos que fazem forte um povo.  

Sem água de banho, solidão e tabaco  

Nada há que exigir.  

O desprezo do público  

Arruina o espinhaço.  

O pobre  

Nunca está sozinho. Estão todos sempre  

A espreitar‐lhe pra o quarto. Abrem‐lhe buracos  

No prato da comida. Não sabe pra onde há‐de ir.  

O céu é o seu tecto, e chove‐lhe lá pra dentro.  

A Terra enxota‐o. O vento  

Não o conhece. A noite faz dele um aleijado. O dia  

Deixa‐o nu. Nada é o dinheiro que se tem. Não salva ninguém.  

Mas nada ajuda  

Quem dinheiro não tem.  

 

Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas' 

 Índice 

1.Introdução ..................................................................................................................... 1 

2.Estado das Artes ............................................................................................................ 3 

Pobreza e Exclusão Social: Delimitações ...................................................................... 3 Das Mutações Societárias às dos Discursos políticos ................................................... 3 Desenvolvimento dos Conceitos .................................................................................. 4 Distinção entre pobreza e exclusão social ................................................................... 5 Diferentes abordagens conceptuais ............................................................................. 5 Exclusão e Globalização ................................................................................................ 6 Novas Exclusões na sociedade contemporânea ........................................................... 7 

3. Descrição detalhada da pesquisa ................................................................................. 8 

4. Ficha de Leitura........................................................................................................... 10 

5. Avaliação de uma página da Web .............................................................................. 13 

6.Conclusão .................................................................................................................... 14 

7. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 15 

8. Anexos ........................................................................................................................ 16 

 

 

 

 

1. Introdução

No âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica foram‐nos propostos 4 

temas para desenvolver um trabalho final para realizar o regime de avaliação contínua. 

Dos  4  temas  propostos  eu  escolhi o  quarto  tema,  “Pobreza  e  exclusão  social”,  pois 

para além de ser um  tema do meu  interesse, não poderia ser mais actual, visto que 

este é o ano Europeu da Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social. 

A pobreza é normalmente associada aos países em vias de desenvolvimento, 

nos  quais  a  subnutrição,  a  fome  e  a  falta  de  água  limpa  e  potável  são  desafios 

quotidianos.  Contudo,  a  Europa  também  é  afectada  pela  pobreza  e  pela  exclusão 

social, onde apesar de estes problemas poderem não ser tão gritantes, são ainda assim 

inaceitáveis. A pobreza e a exclusão de um  indivíduo  implicam o empobrecimento de 

toda a sociedade. A Europa só pode ser forte se utilizar ao máximo o potencial de cada 

um dos seus cidadãos. 

  Decidi  começar  o meu  trabalho  abordando  as  delimitações  da  pobreza  e  da 

exclusão social, dando um definição de cada um desses conceitos, depois decidi fazer 

uma abordagem ao tema da exclusão social e a globalização, e por fim ainda fiz uma 

abordagem as novas exclusões na sociedade contemporânea. 

  Depois  de  estruturado  e  desenvolvido  o  estado  das  artes,  seguindo  o 

alinhamento facultado pelo professor, fiz uma descrição detalhada da minha pesquisa 

onde expliquei todas as etapas que efectuei para recolher as matérias e seleccionar a 

informação que serviram de base para o desenvolvimento do trabalho. 

  Dessa recolha de informação escolhi um capítulo de um dos livros para efectuar 

a minha ficha de leitura, aproveitei um dos capítulos que não inclui no estado das artes 

para assim  ter uma maior variedade de  temas para abordar dentro de esta  temática 

tão abrangente que é a “pobreza e exclusão social” 

  Posteriormente avaliei uma página da  internet que  também seleccionei entre 

as minhas pesquisas realizadas no intuito de recolha de informação, refiro‐me à página 

oficial da Presidência da República.  

  Já  numa  fase  final  encontram‐se  no  ponto  6  as  minhas  conclusões 

relativamente ao estudo que realizei sobre a pobreza e a exclusão social, lá refiro ainda 

as dificuldades que encontrei durante o processo de realização de todo este trabalho.  

Seguidamente encontram‐se as referências bibliográficas consultadas para recolha de 

informação para a elaboração deste trabalho.  

  Com  este  trabalho  pretendo  fazer  uma  abordagem  mais  explicativa  desta 

temática e não apenas uma abordagem de carácter informativo.

 Nascer é condição Vir ao mundo pobre Não é defeito então Deve lutar‐se contra 

Essa condição Criada pela sociedade Numa eterna aberração O pobre de espírito Se nasce pobre E não luta 

Além da condição É como biruta 

Mesmo que adulador Será sempre um anão 

Sem ofensa Falta‐lhe ambição 

Não sonha Parece sem objectivos 

Sem ambição  

Daniel Costa  

 

2.Estado das Artes

 

Pobreza e Exclusão Social: Delimitações

Para abordar a pobreza e exclusão social pressupõe compreender: 

• As mudanças societárias verificadas 

• As  implicações dessas mudanças, designadamente para a população mais vulnerável 

às transformações  

• As formas como a sociedade encara e responde a estas questões  

Das Mutações Societárias às dos Discursos políticos

É no contexto europeu e no surgimento do II Programa de Luta Contra a Pobreza que 

surge a referência à exclusão social, muito embora sem diferenças substantivas em relação à 

noção de pobreza. 

 

O alcance da medição da pobreza toma como base o rendimento,  isto é, fundado em 

análises económicas e critérios macroeconómicos associados à expressão do crescimento. 

 

A  adopção  do  termo  exclusão  social  e  o  reconhecimento  do  seu  estatuto  do  seu 

estatuto de tema científico nos meios académicos europeus dão‐se quase simultaneamente. 

   

  Exclusão social: é um conceito anterior à década de 80, tendo surgido em França nos 

anos 60, refere‐se à marginalização face a bens e serviços de que parte da população era alvo. 

Encara  a pobreza  como problema  individual  ligado  ao  liberalismo  económico  (Paugan  apud 

Costa, 1998) tomando como mediação da pobreza a base de rendimento, análises económicas 

e  critérios macroeconómicos  associados  ao  crescimento  (Maxwell  apud  Costa,  1998).  Esta 

denominação de exclusão prende‐se sobretudo com razões de escolha politica, alguns países 

europeus não  reconhecem a existência de pobres no seu seio. Assim a sociedade capitalista 

assentam o crescimento económico que conduzirá a melhores condições de vida e de bem‐

estar e à diminuição da pobreza. (Costa,1998) 

 

  Pobreza: é um termo usado para definir a ausência ou privação de recursos, e como 

forma  de  exclusão  dos  padrões  de  vida  aceitáveis  por  relação  a  uma  dada  sociedade.  Esta 

designação  é  essencialmente  política.  Situa‐se  no  marco  das  sociedades  industriais  ou 

tradicionais  os  aspectos  para  o  campo  de  intervenção,  quer  de  permanência  da 

contemporaneidade do problema, quer da complexidade de exigir uma melhor compreensão e 

ousadia de propostas de enfrentamento. (Costa,1998) 

Desenvolvimento dos Conceitos Nos  primórdios  do  capitalismo  a  sociedade  é  fundada  em  valores  como  os  da 

hierarquia, da privação, do sacrifício, da religiosidade, do caritativismo e do assistencialismo. 

Daí que a pobreza fosse encarada como um elemento inerente à própria condição humana e, 

como tal, as acções que a ela se dirigiam visavam manter sob controlo os pobres, que começa 

a construir uma ameaça à ordem social. Os pobres começam a ser considerados com “classes 

perigosas” e como aqueles que não querem aceder a um trabalho. 

 

  Os pobres  e  excluídos passam  a depender  cada  vez menos da  comunidade  em que 

estão inseridos e cada vez mais de si próprio e/ou do sistema de protecção social. 

 

  O  aumento  do número  de  indivíduos  e  famílias  em  situação de pobreza  e  exclusão 

social e a incapacidade do sistema de protecção social em dar respostas aos problemas sociais 

existentes  e  aos  que  emergiram  ao  longo  do  processo  de  desenvolvimento  das  sociedades 

capitalistas e do seu modelo de Estado.  

 

  A única designação usada era a da Pobreza, encarada como ausência ou privação de 

recursos e  como  forma de exclusão dos padrões de vida aceitáveis por  relação  s uma dada 

sociedade. 

 

“ A  exclusão  social  é  um  processo mais  vasto  que  engloba  questões  de 

pobreza,  isto  é,  que  pode  contemplar  ou  não  situações  de  privação 

material,  mas  que  pressupõem  sempre  o  não  acesso  a  um  ou  mais 

sistemas sociais fornecedores de bens e serviços.” (Jacques Delors,Ribeiro, 

2007) 

 

  Para  a  Comunidade  Europeia,  a  partir  de meados  da  década  de  90,  a  pobreza  e  a 

exclusão social passam a ser olhadas como um problema de cidadania. 

 

  O aumento do desemprego e das desigualdades sociais constituem‐se em problemas 

centrais da sociedade contemporânea, uma vez que conduzem à ruptura dos laços sociais e da 

própria identidade individual e colectiva. 

 

Nova Pobreza:  fruto da evolução  tecnológica atinge vários estratos da população. Entre eles 

são exemplo vários  trabalhadores das zonas urbanas que não conseguem manter o anterior 

emprego  nem  aceder  a  novos  postos  de  trabalho  que  exigem  níveis  mais  elevados  de 

qualificação  profissional.  Os  novos  pobres  enfrentam  sozinhos  os  seus  problemas 

enveredando, por vezes, por vias de auto‐destruição. (Costa,1998) 

Distinção entre pobreza e exclusão social  

  “A exclusão social é um processo mais vasto visto que engloba as questões da pobreza. 

Na década de 90 surge o reconhecimento do carácter multidimensional da pobreza e 

exclusão social e a ideia de indivisibilidade entre os diferentes direitos civis, políticos e 

sociais, e a indissociabilidade entre exclusão social e a noção de cidadania, reconhece‐

se  que  ao  ser  negado  a  possibilidade  de  bem‐estar  aos  pobres  e  excluídos,  impede 

também que vivam segundo padrões de dignidade humana” (idem)  

Diferentes abordagens conceptuais A  pobreza  e  exclusão  social  nas  suas  análises  explicativas  e  interpretativas  revelam 

aspectos diferenciados uma vez que a cada abordagem subjaz uma determinada forma de ver 

o mundo. 

  As  situações de pobreza e exclusão  social apresentam  significados  sociais diferentes 

consoante  as  sociedades  em  análise,  uma  vez  que  são  profundamente  marcadas  por 

especificidades de carácter nacional, social ou cultural. 

  Na Europa encontramos duas correntes dominantes: a  inglesa que centra os estudos 

da pobreza e exclusão social nos aspectos distributivos. Os ingleses põem a tónica na cidadania 

social para a saída da exclusão social. A corrente Francesa que aborda sobretudo os aspectos 

relacionais. Os franceses encaram a inclusão social através da implementação de processos de 

socialização e integração social que promovam a recriação de sociabilidades. 

  Abordagens de orientação económica analisam a pobreza e a exclusão social a partir 

de factores ligados aos rendimentos e estes fenómenos sociais. A pobreza absoluta traduz uma 

situação de ausência  total de recursos que põe em causa a própria sobrevivência humana, a 

pobreza  relativa significa uma situação de privação parcial de  recursos que  impede o acesso 

aos padrões de vida da sociedade de referência. 

  Nas abordagens mais centradas em aspectos culturais encontramos as que consideram 

que nas situações de pobreza estão presentes e  interligados diversos  tipos de carências que 

gerem  identidades  negativas  traduzindo  uma  certa  forma  de  ser  e  estar,  ou  seja,  um 

determinado modo de vida. 

  Estas análises vão dar conta do carácter intra e intergeracional da pobreza e exclusão 

social, movimento designado por muitos autores de “circulo vicioso da pobreza”, ou seja, dão 

visibilidade a reprodução destes fenómenos no seio da família que os vivencia de geração em 

geração. 

  As correntes ligadas aos critérios económicos reduzem essencialmente as suas análises 

aos rendimentos e consumos, considerando como principal causa da pobreza e exclusão social 

o emprego e o desemprego.  

  Neste pressuposto e partindo dos contributos de Castel diremos que a exclusão social 

se  traduz num processo em que ocorrem sucessivas  rupturas, desde o mercado de  trabalho 

até  ao  núcleo  familiar,  podendo  numa  fase  mais  extrema  levar  ao  corte  das  ligações 

societárias.   

 

Exclusão e Globalização   Os processos de exclusão social e globalização não são características da nossa era. O 

que  faz  diferir  a  globalização  no  presente  do  processo  de mundialização  no  passado  é  a 

desterritorialização financeira e o domínio da comunicação.  

  A globalização caracteriza‐se por ser um processo heterogéneo entre os vários países e 

no  seio  de  cada  país,  encerrando  em  si  uma  relação  conflituosa  e  contraditória. Quando  a 

globalização  se  traduz  no  processo  de  horizontalização  de  valores,  perspectivas,  ética,  ela 

mostra‐se altamente positiva. Quando  vertical, ao  contrário, ela é negativa e  reveladora de 

uma forma de hierarquização de cidadãos e dominação de elite. 

  O  processo  de  globalização  em  curso  tem  implicações  para  o  campo  das  políticas 

sociais, designadamente por  interferir  com  as  fontes de  regulação  social.  Faz  sentido neste 

contexto  conhecer  qual  o  papel  das  organizações  inter  governamentais  como  o  Fundo 

Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Grupo dos Sete Países mais ricos, organizações 

que regulam a nível mundial o sistema económico‐financeiro. 

  Neste  processo,  os  diferentes  Estados‐Nação  perdem  autonomia  e  soberania  sendo 

“obrigados”  a  funcionar de  acordo  com  as  regras  estabelecidas pelos detentores do  capital 

financeiro. 

  O processo de globalização da economia, assente num modelo de gestão transaccional 

e  de  tercearização,  alerta  a  correlação  de  forças  e  o  mapeamento  económico  e  politico 

mundial. 

  Os meios  de  comunicação  são  não  só  a  base  de  funcionamento  do  sistema  como 

também se traduzem na  legitimação e sobrevivência, constituindo‐se num excelente meio de 

difusão do modelo de desenvolvimento e da cultura capitalista. 

  O  endividamento  de  um  elevado  número  de  famílias  tem  aumentado 

significativamente, uma vez que “o consumo de bens duráveis cresce, entre os pobres, mais do 

que  a  renda  medida  permitiria”.  Os  pobres  e  excluídos  são  os  mais  afectados  com  esta 

situação,  sendo  cada vez mais difícil o  seu acesso aos padrões de  consumo dominantes. Os 

efeitos  perversos  da  globalização  atingem  mais  os  países  pobres  ou  em  vias  de 

desenvolvimento do que os países ricos. 

  A  dimensão  da  visibilidade  dos  pobres  excluídos  associados  à  ideia  de  que  as 

desigualdades são um estímulo à produtividade e competitividade e que reforçam o valor do 

trabalho  transforma  a  pobreza  e  exclusão  social  em  fenómenos  triviais  e  quotidianos. 

Assistimos a uma naturalização destes problemas sociais. 

  A  pobreza  e  exclusão  social  atingem  novas  categorias  sociais  e  não  só  as 

tradicionalmente mais desfavorecidas, apesar do alargamento do campo da protecção social 

verificado ao  longo das últimas décadas. Se não  são criados mecanismos que afectivamente 

diminuam as desigualdades sociais, função que o contracto social teve no passado, deixará de 

existir sociedade, uma vez que a desigualdade social reduzirá o princípio de solidariedade. 

Novas Exclusões na sociedade contemporânea A construção de bairros de habitação social ou outro tipo de habitats nas periferias das 

cidades  para  alojar  os  trabalhadores  provocou  um  crescimento  exponencial  de 

comportamentos desviantes e de estigmas sociais que desencadearam, por sua vez, respostas 

violentas  e  um  clima  de  insegurança  urbana.  Esta  situação  veio  alterar  a  própria  estrutura 

familiar  passando  a  prevalecer  o  modelo  de  família  nuclear  e  a  surgir  as  famílias  mono 

parentais e os isolados. 

  A pobreza e a exclusão social expressam‐se de  forma diferente e apresentam causas 

diversas  consoante  nos  situamos  numa  zona  urbana  e  rural.  Na  zona  rural  os  problemas 

generalizam‐se mais  à  comunidade  como  um  todo,  do  que  a micro  espaços  territoriais  ou 

grupos da população. A procura de melhores condições de vida quer noutros  lugares do país 

quer  noutros  países  têm  levado  ao  êxodo  rural.  Esta  situação  faz  decrescer  a  população 

agrícola  e  ao  nível  de  vida  dos  habitantes  rurais.  Os  pobres  rurais mantêm  atitudes mais 

próximas  dos  pobres  tradicionais,  ou  seja,  comportamentos  de  apatia,  resignação, 

conformismo, parecendo que viver em situação de pobreza e exclusão social é mais um modo 

de vida de comunidade, do que um processo a reverter. 

  Nas  zonas  urbanas  a  pobreza  e  a  exclusão  social  estão  mais  ligadas  a  razões 

económicas.  O  ciclo  de  dependências  criado  entre  serviços,  infra‐estruturas,  habitações  e 

postos de trabalho, face às necessidades do desenvolvimento económico, faz com que a não 

existência ou insuficiência de qualquer destes aspectos gere grandes desequilíbrios na vida das 

pessoas  e  das  comunidades,  pondo  em  causa  a  sua  vivência  e  sobrevivência  quotidiana. 

Encontramos  grandes  assimetrias nas  cidades, podendo  as  situações de pobreza  e  exclusão 

social  dispensar‐se  por  todo  o  tecido  urbano  ou  concentra‐se  em  espaços  territoriais  bem 

definidos,  formando  bolsas  de  pobreza.  É  no  contexto  urbano  que  encontramos  graus  de 

maior severidade de pobreza e exclusão social.  

  A procura de melhores condições de vida da população dos países mais pobres  junto 

dos  centros  urbanos  dos  países  desenvolvidos  tem  conduzido  simultaneamente  à 

miscigenação  de  culturas,  línguas  e  modos  de  vida  ao  reaparecimento  de  correntes 

fundamentalistas, racistas e xenofóbicas.     

  O designado sistema de protecção social tem sido também gerador de desigualdades, 

uma vez que mantém uma insuficiência ou inexistência de garantias sociais para determinadas 

eventualidades. O elevado número de pensionistas pobres é uma realidade, tornando difícil a 

sua sobrevivência quotidiana num período da vida em que os gastos, nomeadamente com a 

saúde, atingem valores muito dispendiosos. 

3. Descrição detalhada da pesquisa    Devido ao tema que escolhi, a estratégia de pesquisa que utilizei começou por 

uma selecção de  livros que me pareceram credíveis, e páginas da  Internet, depois fiz 

uma  pequena  selecção  de  alguns  capítulos  desses  livros  e  alguns  artigos  e  imagens 

encontradas nas páginas da Internet. 

  Para  tal, dirigi‐me à biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de 

Coimbra onde encontrei uma secção de grande destaque destinada apenas ao tema da 

“Pobreza e Exclusão social” pois 2010 é o ano Europeu da Luta contra a pobreza e a 

Exclusão social o que fez com que a recolha da informação e a selecção dos livros fosse 

uma etapa de fácil execução.  

  Depois  de  recolhidos  alguns  livros  e  seleccionados  os  capítulos  mais 

interessantes  dos  mesmos,  fui  ainda  recolher  alguma  informação  no  Catálogo  da 

biblioteca  da  nossa  faculdade  para  confirmar  se  não  haviam  livros  ou  documentos 

adicionais  interessantes  ao meu  trabalho  fora  da  secção  destinada  à  exposição. No 

catálogo,  recorri  a  uma  pesquisa  simples,  no  campo  “assunto”  utilizei  as  palavras‐

chave  “pobreza”,  “exclusão  social”  e  “pobreza  e  exclusão  social”. Quanto  a  revistas 

cientificas, consultei alguns volumes da revista “Sociedade e Trabalho” que também se 

encontravam na biblioteca da  faculdade mas, no desenvolvimento do meu  trabalho 

não achei a sua informação relevante.  

  Depois das pesquisas simples efectuadas, dediquei‐me às pesquisas avançadas. 

Dentro destas não encontrei muita mais informação que se viesse a revelar útil para o 

meu  trabalho. Nesta  fase utilizei  as mesmas palavras  “pobreza”,  “exclusão  social” e 

encontrei alguns artigos já referenciados nas pesquisas anteriores e alguns artigos em 

espanhol e inglês que também não utilizei para desenvolver o tema do meu trabalho. 

  Já na pesquisa na  Internet, recorri apenas a um motor de busca, o Google. Lá 

iniciei a pesquisa de forma simples com a expressão “pobreza e exclusão social” onde 

obtive 909.000 resultados. Depois tentei fazer uma pesquisa mais selectiva mudando 

expressão para “exclusão social+pobreza” e então encontrei 644.000 resultados.  

  Assim,  achei  que  estes  resultados  eram  suficientes  e  então  comecei  a 

seleccionar  os  sites  que  achei mais  apropriados  e  que  viriam  a  ser  valiosos  para  a 

execução do trabalho entre eles estavam os seguintes: 

  http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1468.pdf

http://www.slideshare.net/filomenojunior/atividade-exclusao-social-1459883 

  http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=pt&catId=637

4. Ficha de Leitura

Titulo da publicação: Pobreza, direitos humanos e cidadania 

Autor da obra: Faranaz Keshavjee 

Local onde se encontra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra  

Data da publicação: Novembro 2007 

Edição: 1ª edição 

Local de publicação: Lisboa 

Editora: Cidade Nova 

Numero de paginas do capitulo: 71‐75 

Assunto: Pluralismo, pobreza e exclusão social 

Data de leitura: Maio de 2010 

Resumo: 

Este texto fala sobre o ponto de vista de uma autora convidada a falar sobre a 

ética  das  religiões,  onde  dialogar  pode  ser  útil  de  forma  a  que  sendo  a  caridade  e 

filantropia um elemento ventral das maiores regiões do mundo podemos a partir de 

valores partilhados  construir uma  ética  cosmopolita que  responde  aos desafios que 

nos preocupam e que queremos ver todos resolvidos como a pobreza, exclusão social 

e as injustas desigualdades humanas. 

 

Estrutura: 

Este capítulo está dividido em duas partes, a primeira onde a autora faz uma 

breve introdução ao tema que vai abordar e onde agradece o convite que lhe foi feito 

para poder falar de uma temática que tanto aprecia. 

A  segunda parte é o desenvolvimento, onde  a  autora divide o  seu ponto de 

vista  em  três  lições  importantes  a  retirar  sobre  a  colaboração  e  parceria  para  a 

restauração e para a manutenção da dignidade humana. A primeira das lições diz que a 

dádiva e a caridade podem ter várias formas pois podemos dar fundos, tempo,  ideias 

ou a nossa especialidade ou capacidade profissional. Neste sentido  todos podem ser 

doadores,  não  apenas  os  ricos  e  todas  as  formas  de  dar  devem  ser  encorajadas  e 

reconhecidas. O voluntariado é de extrema importância na nossa cultura e tem vindo a 

perder‐se numa brutalidade de materialismo e individualismo. 

A  segunda  lição  diz  que  os  fundos  devem  ser  bem  vindos  desde  que 

encontremos  as  condições  certas  e  o  ambiente  propício:  ou  seja  desde  que  haja 

instituições  sólidas  com  uma  liderança  comprometida  que  transmite  clareza  e 

confiança  e  num  ambiente  legal  e  regulador  que  encoraja  a  acção  filantrópica,  as 

acções,  os  programas  que  se  baseiam  nas  necessidades  locais,  e  desde  que  essas 

iniciativas sejam informadas pelo pensamento mais actual e pelas experiencias. 

Na última lição Faranaz diz que finalmente, não devemos pensar que nas novas 

formas de caridade ou de filantropia estaremos a competir com formas tradicionais de 

caridade.  Se  dermos  fundos  às  instituições  que  estão  comprometidas  com  o 

desenvolvimento  humano  e  social,  e  se  têm  demonstrado  sucesso  isso  não  deve 

parecer que se está a diminuir a caridade face às instituições religiosas; pelo contrário, 

uma  cultura  de  caridade,  quando  apoiada  pelas  instituições  apropriadas,  e  num 

ambiente que ajude, só revela um profundo humanismo, que de resto é veiculado pelo 

pensamento religioso em geral. 

Com  isto a autora quis concluir que, como  sabemos, o desenvolvimento  só é 

sustentável se os beneficiários se tornarem de forma gradual nos mestres do processo 

assim  isto quer dizer que as  iniciativas não devem ser contempladas unicamente em 

termos  de  economia mas  enquanto  parte  de  um  programa  integrado  que  inclua  as 

dimensões  sociais e culturais. A educação, a  formação qualificada, a conservação da 

herança cultural, o desenvolvimento  infra‐estrutural, água e energia, e vários outros 

aspectos,  devem  ser  tomados  em  conta,  ao mesmo  tempo  que  se  pretende  uma 

intervenção  cívica  para  o  combate  a  exclusão  e  uma  cidadania  plena.  A  integração 

desta ideia do pluralismo onde a tolerância, o respeito e o sentimento de verdade ‐ e 

que não se faz de um dia para o outro nem é fenómeno natural da humanidade mas 

que deve  ser  trabalhado – prepara o mundo para uma mudança de atitude  face ao 

outro e de vontade de fazer pela justiça e pela dignidade humana. Neste sentido todos 

individualmente devemos ser embaixadores desta filosofia e prática, sendo certo que 

daqui  poderá  resultar  uma  gradual  irradiação  da  pobreza  e  eliminação  de  formas 

actuais de conflito mundial.  

 

5. Avaliação de uma página da Web Ao  fazer  a minha  pesquisa  encontrei  vários  sites,  e  para  a minha  avaliação 

escolhi o site oficial do Presidente da Republica Portuguesa.  

   http://www.presidencia.pt/ 

 

  Escolhi este site pois sabia que seria uma fonte credível e segura pois é um site 

vindo de um organismo estatal. Outro indicador da credibilidade deste site é o facto de 

encontrarmos muitas páginas relacionadas com este, e entre eles encontramos muitos 

outros  sites  de  instituições  estatais  e,  quando  este  é  procurado  no  Google  temos 

acesso a 505.000 resultados o que nos revela uma grande variedade de conteúdos e 

informação nele existente.  

  Na  sua  página  inicial,  este  site  tem  vários  separadores  relativos  a  várias 

categorias,  a  actualidade,  um  boletim  informativo,  tudo  pormenores  que  tornam  a 

navegação nele muito mais fácil e acessível.  

  Assim,  já  na  página  inicial  do  site  pesquisei  sobre  a  temática  que mais me 

interessava,  para  tal  pesquisei  “pobreza  e  exclusão  social”  e  não  obtive  grandes 

resultados então,  regressei ao motor de busca e pesquisei no Google “site oficial da 

república  pobreza  e  exclusão  social”  e  então  deparei‐me  com  338.000  resultados  e 

entre eles escolhi o seguinte: 

  http://www.presidencia.pt/?idc=24&idi=608   

 

  Este  artigo  não  falava  directamente  da  pobreza  relacionada  com  a  exclusão 

social mas relacionava ambos e ainda abordava o tema das desigualdades sociais. Para 

além de uma breve explicação o artigo tem ainda um gráfico que depois de analisado 

ajuda  na compreensão e no esclarecimento de algumas dúvidas que possam ter ficado 

ao ler o texto introdutivo.  

  Neste  site  encontravam‐se  vários  artigos  com  informação  relativa  a pobreza, 

por exemplo a taxa de risco de pobreza após transferências sociais, o envelhecimento 

e dependência da população entre outros. Escolhi este artigo porque abordava mais 

proximamente  a  temática  que  estava  a  estudar  o  que  foi  produtivo  para  o 

desenvolvimento de algumas partes do trabalho. 

6.Conclusão

Durante  todo  o  processo  de  elaboração  do  trabalho,  surgiram‐me  várias 

dificuldades que tentei ultrapassar da melhor das maneiras para obter o resultado final 

mais credível e bem elaborado possível. Uma das dificuldades foi a selecção dos dados 

necessários  para  colocar  no  conteúdo  mas,  com  o  decorrer  do  tempo  e  com  o 

acompanhamento das aulas, esta tarefa veio a ficar cada vez mais fácil. Tentei utilizar 

todos  os  recursos  que  foram  abordados  no  âmbito  da  cadeira,  penso  que  consegui 

realizar esta tarefa com sucesso, tendo em conta que  foi a primeira vez que apliquei 

estas novas formas de pesquisa acho que até correu de uma forma bastante positiva, 

desta  forma  poderei  continuar  a  aplicar  estes  novos  conhecimentos  em  trabalhos 

futuros quer desta ou de outras cadeiras. 

   Este  trabalho  abordava  um  tema  bastante  vasto  e  complexo,  por  isso,  os 

subtemas que eu escolhi  abordar para  ajudar  a perceber o  grande  fenómeno em  si 

ficam  um  pouco  a  margem  dele  mesmo.  Assim,  nessa  escolha  tentei  ser  a  mais 

selectiva  possível  e  esforcei‐me  ao máximo  para  conseguir  transmitir  as  ideias  e  as 

informações correctas expondo‐as de uma maneira lógica e sequencial para se revelar 

um trabalho com nexo e bastante coerente. 

Quanto  ao  tema do  trabalho,  acho que é  lamentável o  facto de  a  sociedade 

ainda  passar  indiferente  ao  que  algumas  pessoas  vivem.  Com  a  realização  deste 

trabalho fiquei muito mais sensibilizada em relação a este tema e despertou em mim 

um sentimento de revolta para com a sociedade que ainda existe, serviu também para 

me  fazer  perceber  ainda  alguns  pormenores  do  funcionamento  de  cada  sociedade 

fazendo  com  que  tenhamos  um  contacto mais  próximo  com  a  realidade  que  nos 

parecia uma  ideia do passado mas que ainda há quem a viva num presente e que a 

nós, por vezes, nos escapa. 

 

 

 

 

 

 

7. Referências Bibliográficas 

Almeida, João Ferreira de et al. (1992), Exclusão social: factores e tipos de pobreza em 

Portugal. Oeiras: Celta Editora. 

 

Chossudovsky,  Michel  (200),  A  globalização  da  pobreza  e  a  nova  ordem  mundial. Lisboa: Editorial Caminho. 

 Costa, Alfredo Bruto (1998), Exclusões Sociais, Lisboa: Gradiva. Cadernos democráticos 2.  Ribeiro, Eduardo; Oliveira,  Isabel Roque de e Silva, Manuela  (2007), Pobreza, direitos humanos e cidadania. Lisboa: Cidade Nova. 

Páginas consultadas na internet: MTSS – Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (2006), “Intervenção do MTSS na Jornada Nacional do Dia Europeu dos Assistentes Sociais”. Página consultada em 28 de Maio de 2010. Disponível em http://www.mssfc.gov.pt/index.php?corpo=min&min=interv_min&di sc=69 

 Página Oficial do Presidente da Republica Portuguesa (s.d.). Página consultada em 27 de  Maio  de  2010,  disponível  em: http://www.presidencia.pt/?id_categoria=240id_item=608     POEFDS  (2006),  “Exclusão  Social  e  Pobreza”.  Página  consultada  em  27  de Maio  de 2010.  Disponível  em <http://www.poefds.pt/portal/page?_pageid=33,30902&_dad=gov_port al_poefds&_schema=GOV_PORTAL_POEFDS&p_cod=MENU_150& p_cod_pai=MENU_145>   REMAR  (s.d), “Benvindos à REMAR.Org”. Página consultada em 21 de Maio de 2010, disponível em 

http://www.remar.org/index 

 

 

8. Anexos 

ANEXO I

Página avaliada na Web 

ANEXO III

Texto suporte para a ficha de leitura