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Plenária: Perspectivas e Desafios da Energia no Meio Rural no Estado de São Paulo e no Brasil
Ricardo de Gusmão Dornelles Departamento de Combustíveis Renováveis
São Paulo, 11 de novembro de 2015
Ministério de Minas e Energia Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis
As energias renováveis foram responsáveis pela oferta de 19,1% do consumo global final de energia em 2013.
A parcela da energia renovável moderna aumentou para 10,1%.
A parcela de uso da biomassa tradicional foi de 9%, a mesma verificada em 2012.
Energia Renovável no Mundo
Apesar do aumento da participação, os biocombustíveis somam apenas
0,8% da oferta de energia
Onde estamos? X Onde podemos chegar?
Brasil: 2014(Fonte: MME) Outros Países: 2014 (Fontes diversas)
Obs: Tamanho do país é proporcional à demanda energética
% Renovável - Matrizes Energéticas (2014)
Brasil (2011): 44%
Brasil (2014): 39%
1,8 bilhão de BEP economizado
1 bilhão de ton CO2eq evitado
Gasolina
Etanol: Benefícios Ambientais Acumulados
Compromisso do G7 para o Clima
Neste ano, o G7 concordou em apoiar redução de 40% a 70% das emissões até 2050 (base 2010)...
E assumiu compromisso para alcançar uma economia de baixo carbono neste prazo.
Os compromissos do Brasil na COP21 Proposta apresentada pelo Brasil na ONU
Aumentar a participação da bioenergia sustentável para 18 % até 2030, por meio de etanol (1G e 2G), e aumentando a parcela de biodiesel na mistura do diesel;
Compromissos do Brasil na COP21
participação de bioenergia sustentável na matriz = 18% até 2030
no setor florestal e de mudança do uso da terra:
• desmatamento ilegal zero até 2030
• reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030
no setor da energia, alcançar uma participação de 45% de renováveis em 2030:
• fontes renováveis, além da hídrica = 28% a 33% até 2030;
• expandir as fontes de energia não fóssil, além da hídrica, no fornecimento de energia elétrica = 23% até 2030, com aumento da participação de eólica, biomassa e solar;
Evolução das emissões de GEE no Brasil...
Com a redução dos desmatamentos, foco passa a ser os setores de energia e agricultura;
No compromisso assumido pelo Brasil não há teto ou metas setoriais.
Setor 2012/2000
Energia 49,4%P. Industriais 19,1%
Agropecuária 28,3%
Florestas -86,9%Resíduos 29,2%
25%
75%
remuneração do investimento custos administrativos e industriais
matéria-prima (biomassa)
Remuneração da terra Sementes e royalties Fertilizantes e defensivos Mão-de-obra Custo de oportunidade com outras
commodities agrícolas Outros
Custo de Produção de Biocombustíveis
O copo está “meio cheio” ou “meio vazio”?
• Elevados custos inviabilizam maior participação do etanol.
• Mesmo com a gasolina no Brasil em paridade com o mercado
internacional e apesar da política tributária federal favorável ao
etanol, metade do etanol produzido aqui não é competitivo.
Custo de Produção do Etanol Hidratado (Considerando conteúdo energético) Fonte: Pecege-ESALQ - Safra 2013/2014
Preço da gasolina nas refinarias brasileiras (Jun/2015)
56% das unidades 44% das unidades
38 anos com teor de mistura acima de 20%
Percentual Fixo Sem bandas de Mistura
Limites Max e Mín Criação da banda de mistura
24% 25%
27,5%
22%
20% 18%
Gap Energético – Situação e Alternativas
Problema: Demanda crescente + Estagnação da oferta de etanol:
Aumento importação de gasolina e nafta
Riscos: Déficit na balança comercial; Desmobilização do parque industrial;
Vulnerabilidade energética externa superior a 10% da demanda em 2020 e 23% em 2024; e estresse da capacidade logística.
Necessidade:
• Criação de ambiente favorável ao investimento em expansão da produção de etanol;
Alternativas em avaliação pelo CIMA:
• Geral: Estímulo a novas formas de financiamento, por meio do mercado de capitais; Linhas de crédito competitivas; Inclusão do etanol em regimes tributários especiais; Revisão da política tributária (gasolina e etanol) e das regras de comercialização.
• Etanol 2G: Mandato específico, diferenciação tributária , inclusão dos projetos de etanol 2G no REIDI, isenção de tributos (ex-tarifário) na importação de enzimas.
Produtividade da Cana: Contexto nacional
Fonte: Conab.
249
264
146
50
100
150
200
250
300
Soja Milho 1 e 2ª safras Cana
Ganhos de produtividade (ton/ha) no Brasil (1977-2010): Milho - Ganho acumulado de 164% Soja – Ganho acumulado de 149% Cana de açúcar - Ganho acumulado de 46%
Cana cresce menos que soja e milho
Linhas Temáticas (parte agrícola) com Potencial
Fonte: BNDES / PAISS
1. Variedades de cana-de-açúcar, com ênfase na utilização de melhoramento transgênico;
2. Máquinas e implementos para plantio e colheita de cana-de-açúcar, com ênfase na ampliação do uso de técnicas de agricultura de precisão;
3. Sistemas integrados de manejo, planejamento e controle da produção;
4. Técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas; e
5. Variedades, máquinas e equipamentos agrícolas e adaptação de sistemas industriais para culturas energéticas compatíveis, complementares ou consorciáveis com o sistema agroindustrial do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar, como por exemplo a cana-energia e o sorgo sacarino.
Ton cana/ha % em relação ao potencial teórico
ton ATR/ha % em relação ao
potencial teórico
Produtividade média atual 70 18,4 12,0 14,0
Máximo comercial 148 38,8 25,3 29,5
Máximo experimental (sem transgenia) 212 55,6 36,3 42,3
Máximo esperado com transgenia 285 74,8 64,1 74,8
Máximo teórico 381 100,0 85,7 100,0
Fonte: Waclawovsky et al (2010) e CTC. Elaboração própria.
Se considerarmos o ritmo de 1% de ganho anual, potencial teórico seria alcançado somente em 200 anos...
Estimativas do rendimento teórico máximo da cana
Fonte: BNDES
Etanol 2G: Já é Realidade no Brasil
Unidade de Produção - Granbio
Capacidade: 82 milhões de litros/ano Entrada em operação: 2014 Localização: São Miguel dos Campos, AL Valor do Investimento: R$ 303 milhões (BNDES)
Unidade de Produção - Raízen
Capacidade: 40 milhões de litros/ano Entrada em operação: 2015 Localização: Usina Costa Pinto, Piracicaba (SP) Valor do Investimento: R$ 207 milhões (BNDES)
História do Biodiesel no Brasil
1989: início da produção comercial na Europa e forte expansão na década de 90
Dez/2004: lançamento do Programa Brasileiro social, ambiental e econômico
(atraso de 15 anos em relação à Europa)
Mar/2005: primeira produção comercial
E menos de 10 anos depois...
Brasil é o 2º maior mercado mundial (1º é EUA)
Único Programa em larga escala que promove a agricultura familiar
Produção de Biodiesel (mil m3)
Capacidade instalada: 7,4 milhões de m3/ano
42 usinas com Selo Combustível Social (>90% produção total)
11 outras unidades
Matérias-primas (2014)
75% soja 20% sebo 2,3% algodão 2,7% outras
Rapidamente o Brasil alcançou o posto de
2º maior produtor mundial
MAPA DAS USINAS INSTALADAS
Região nº
usinas
Capacidade em
Operação
Comercial
Demanda
B7
Demanda
Estimada
de B7 em
2015
MM
Litros/ano % %
MM
Litros/ano
N 3 191,2 2,6% 10% 425
NE 4 475,6 6,5% 17% 714
CO 24 3.076,5 41,9% 13% 541
SE 9 954,1 13,0% 41% 1.726
S 13 2.651,2 36,1% 19% 796
Total 53 7.348,6 100% 100% 4.202
OBS: contempla apenas usinas com Autorização de Comercialização na ANP e Registro Especial na RFB/MF. Posição em 30/04//2015.
Capacidade Instalada X Demanda de Biodiesel
Biodiesel e Agricultura Familiar: número de famílias inseridas no Programa
100.371 104.295 92.673
83.754 72.382
52
.18
7
60
.99
4
60
.51
2
63
.05
8
60
.73
2
3.2
97
2.4
86
2.3
78
2.2
87
1.8
37
41
.25
3
37
.22
6
25
.21
0
12
.94
9
4.7
57
3.3
88
3.5
33
4.5
13
5.1
33
4.7
43
24
6
56
60
32
7
31
3
-
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
2010 2011 2012 2013 2014
Número de Famílias
Brasil Sul Sudeste Nordeste Centro-Oeste NorteElaboração: MME Fonte: MDA
59 65
74 77 72
42 49 52 55 57 1 2 2 2 10 5 6 4 3 6 9 14 16 12 -
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2010 2011 2012 2013 2014
Número de Cooperativas
Brasil Sul Sudeste Nordeste Centro-OesteElaboração: MME Fonte: MDA
Biodiesel e Agricultura Familiar: evolução das cooperativas
1.059
1.519
2.110
2.855
3.253 7
23
1.1
57
1.5
76
2.1
90
2.6
15
42 54 93 130 98 47 7 0,5 1,2 4,3 243 295
434 526 528
4 6 7 8 8 -
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
2010 2011 2012 2013 2014Brasil Sul Sudeste Nordeste Centro-Oeste NorteElaboração: MME
Fonte: MDA
Biodiesel e Agricultura Familiar: montante (R$ milhões) adquirido dos pequenos agricultores
Biodiesel e Agricultura Familiar: Faturamento médio de cada família com venda de oleaginosas para biodiesel
(R$/ano)
R$
13
.85
8
R$
18
.97
1
R$
26
.04
4
R$
34
.72
3
R$
43
.06
4
R$
12
.76
0,0
8
R$
21
.74
9,8
0
R$
38
.94
0,2
9
R$
56
.75
5,5
7
R$
53
.26
0,7
5
R$
1.1
30
R$
19
7
R$
21
R$
91
R$
91
1
R$
71
.78
3
R$
83
.49
3
R$
96
.17
1
R$
10
2.5
44
R$
11
1.2
18
R$
14
.63
4
R$
10
0.5
36
R$
12
2.6
67
R$
25
.29
1
R$
24
.94
6
R$
10
.54
8
R$
14
.56
6
R$
22
.77
4
R$
34
.09
0
R$
44
.94
0
-
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
2010 2011 2012 2013 2014
Sul Sudeste Nordeste Centro-Oeste Norte BrasilElaboração: MME Fonte: MDA
Resolução CNPE n.º 3/2015 – Uso Autorizativo
Limites máximos:
20% em frotas cativas ou consumidores rodoviários
30% em transporte ferroviário, agrícola e industrial
100% em uso experimental, específico ou outros
Foco em grandes consumidores
Vedado em postos revendedores
Leilões Públicos
• A experiência do Brasil pode ser útil em diversos aspectos para enfatizar que os biocombustíveis podem contribuir para o desenvolvimento e para a segurança energética. Atualmente, o País é o 2º maior produtor de etanol e de biodiesel (1º é EUA)
• O Etanol enfrenta desafios importantes. A produtividade reduziu nos últimos anos em função de problemas climáticos e financeiros, com perda de de competitividade do etanol em relação à gasolina. O Governo já adotou medidas para reverter esse ciclo negativo do etanol. Ainda são necessárias ações mais robustas.
• O Governo Federal busca hoje incentivar o desenvolvimento tecnológico para que se tenha uma redução expressiva dos custos de produção.
• O biodiesel vivencia um ciclo positivo. Em função do aumento do percentual de mistura na lei, a demanda deverá crescer 18% a 20% em 2015, mesmo com retração do mercado de diesel.
Considerações Finais