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FEVEREIRO 2004 ANO XIX Nº 605 SEGUNDA-16 A QUARTA - 29 sintufrj.org.br [email protected] UFRJ vai ao carnaval Estudantes da Escola de Belas Artes da UFRJ estão trabalhando no barracão das escolas do grupo especial. “Aqui é o momento do fazer, onde teoria e prática acontecem ao mesmo tempo”, disse o mestre Joãosinho Trinta, elogiando o desempenho dos alunos. Os foliões da UFRJ têm um encontro marcado na manhã do dia 21, sábado de carnaval, na avenida Rio Branco: a saída do bloco Minerva Assanhada. Quem quiser esquentar as baterias no ensaio do bloco, tem uma última chance nesta sexta-feira, dia 20. Páginas 2 e 8 Hesfa pede socorro Prédio do Hospital Escola São Francisco de Assis (Hesfa), da UFRJ, construído no século passado e tombado pelo Instituto do Patrimô- nio Histórico e Artístico Nacional desde 1983, apresentada rachadu- ras na sua fachada, tijolos expostos e muito limo. Trata-se de mais um sintoma do estrangulamento financeiro da universidade sem verbas para manutenção do seu patrimônio. FUNCIONALISMO Campanha salarial em março Plenária nacional do funcionalismo marcou para 17 de março o lançamento da campanha salarial com um ato em Brasília. A reunião realizada no domingo também aprovou indicativo de greve para abril e reposição salarial de 50%. Pagina 3

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FEVEREIRO 2004 ANO XIX Nº 605 SEGUNDA-16 A QUARTA - 29 sintufrj.org.br [email protected]

UFRJ vai ao carnavalEstudantes da Escola de Belas Artes da UFRJ estão trabalhando no barracão das escolas do

grupo especial. “Aqui é o momento do fazer, onde teoria e prática acontecem ao mesmo tempo”,disse o mestre Joãosinho Trinta, elogiando o desempenho dos alunos. Os foliões da UFRJ têm umencontro marcado na manhã do dia 21, sábado de carnaval, na avenida Rio Branco: a saída do blocoMinerva Assanhada. Quem quiser esquentar as baterias no ensaio do bloco, tem uma últimachance nesta sexta-feira, dia 20. Páginas 2 e 8

Hesfa pede socorroPrédio do Hospital Escola São Francisco de Assis (Hesfa), da UFRJ,

construído no século passado e tombado pelo Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional desde 1983, apresentada rachadu-ras na sua fachada, tijolos expostos e muito limo. Trata-se de mais umsintoma do estrangulamento financeiro da universidade sem verbaspara manutenção do seu patrimônio.

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Plenária nacional dofuncionalismo marcoupara 17 de março olançamento dacampanha salarial comum ato em Brasília. Areunião realizada nodomingo tambémaprovou indicativo degreve para abril ereposição salarial de 50%.Pagina 3

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JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Antonio Gutemberg Alves do Traco, Neuza Luzia e Gerusa Rodrigues / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana deAngelis, Lili Amaral e Regina Rocha. Estagiária: Leticia Baumann / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Caio Souto e Luís Fernando Couto / Ilustração:André Amaral / Fotografia: Niko/ Revisão: Roberto Azul / Assistente de produção: Jamil Malafaia / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas destejornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aos cuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343.Tels: 2560-8615/2590-7209 ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61

Doispontos

Conforme foi informadona edição nº 604, a diretoriado SINTUFRJ esteve em Bra-sília com a Pró-Reitoria dePessoal. A reunião, agenda-da pelo Sindicato, realizou-se no dia 10, às 17h30, na Se-cretaria de Recursos Huma-nos do Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Ges-

Retomadas asnegociações dos 28,86%

tão (MPOG). Estavam pre-sentes pelo MPOG/SRH, o se-cretário Sergio Mendonça e odiretor de Programas Vladi-mir Nepomuceno; pelo SIN-TUFRJ, a coordenadora-ge-ral, Ana Maria Ribeiro, e ascoordenadoras Neuza Luziae Simone Silva; pela PR-4, osuperintende Roberto Gam-

bine e os assessores CarlosMoreira e Edarb.

A orientação do MPOG éque sejam anexados ao pro-cesso o documento da Pro-curadoria com informaçõessobre a Ação Rescisória e aAção Cautelar, assim comosobre os cálculos dos atrasa-dos para que possa ser pau-

tada uma reunião com a Se-cretaria de Orçamento e Fi-nanças (SOF) do Ministério.A PR-4 assumiu o compro-misso de agilizar o solicitadoe enviar até a semana quevem a referida documenta-ção. As negociações serão re-tomadas na semana após ocarnaval.

A Divisão de Saúde do Trabalhador (DVST) está promo-vendo uma campanha de vacinação contra a hepatite B, téta-no e difteria. Até o carnaval as vacinas serão aplicadas emlocais onde as pessoas estão mais expostas ao contágio des-sas doenças. Nessa semana será a vez do CCS, CT e CCMN. Asvacinas foram oferecidas pelo Nesc, e a partir de março esta-rão disponíveis somente na DVST.

Nos dias 11, 12 e 13 as vacinas foram aplicadas no CentroCultural do SINTUFRJ, atendendo, dessa forma, os funcioná-rios do horto, Prefeitura e Sindicato. Segundo Maira Fontane-lli Fernandes, enfermeira responsável, “para estar imunizadoé necessário tomar as três doses da vacina”. Portanto, quemtomar essa primeira dose deverá ir à DVST na data indicadapelas enfermeiras para tomar as outras duas doses. Adoles-centes da Colônia de Pescadores da Ilha do Governador dogrupo Siri na Lata promoveram com a vacinação um show naReitoria na manhã de sexta e à tarde na Praia Vermelha.Camisinhas foram distribuídas na Reitoria e na Praia Verme-lha. Mais de 500 pessoas foram vacinadas.

A hepatite B pode ser contraída por meio de contato se-xual, sangue contaminado e secreções. A difteria é adquiridapor contato oral. Já o tétano pode ser contraído de formaacidental ou neonatal. A acidental é adquirida no contatocom objetos perfurocortantes que estejam infectados com ovírus e também no contato de feridas com solo contaminado.“As pessoas não sabem mas podem contrair tétano quandocaem no chão e se ralam. Osolo pode estar contamina-do. O asfalto da PresidenteVargas, por exemplo, temum alto índice de contami-nação”, afirmou Maira Fer-nandes. A outra forma decontrair tétano é logo apóso nascimento. Por isso é im-portante que as mulheresse vacinem, mesmo que es-tejam grávidas, para que osfilhos recebam essa imu-nização.

Os foliões da UFRJ têm um encontro marcado na manhãdo dia 21, sábado de carnaval, na Avenida Rio Branco: a saídado bloco Minerva Assanhada. Quem quiser esquentar as ba-terias no ensaio do bloco tem uma última chance nesta sexta-feira, dia 20. O ensaio é no bar da praia, em frente à Reitoria, oPato Roco, a partir das 18h, com integrantes da bateria doSalgueiro e de percussionistas da Vila Pinheiro.

O SAMBA DA MINERVAEla é Minerva assanhadaE eu tô ligado na delaSe o amor é coisa singelaO que eu queroÉ viver com ela

Chega para cá nenémMostra o que você temQuero desvendar os seus segredosVocê vai ficar bemUm novo tempo vemA esperança já venceu o medo

É carnaval... eu vou...Beijar você... amor...Eu vou cair de corpoE alma na foliaMe entregarà deusa da sabedoria

Letra de Noca da Portela, Flávio Oliveira, Roberto Medronhoe Tiko Dorilêu.

DVST vacinaMinerva esquentaas baterias

Foto: Niko Júnior

Foto: Niko Júnior

ZEZÉ BARCELOS.A coordenadora anuncioua reunião de 11 de março

PRÉ-VESTIBULARPara os dependentes de sindicalizados do SINTUFRJ e

para os trabalhadores de outras categorias a matrículapara o curso será feita IMPRETERIVELMENTE nos dias 17e 18 de fevereiro, das 16h às 20h, SOMENTE no IFCS.Quem não comparecer para fazer a matrícula perderá avaga. Automaticamente serão chamados os que ficaremna reserva das vagas no sorteio. Telefone 3852-1026 PREVENÇÃO. A vacinação vai continuar esta semana

A Coordenação de Apo-sentados realizou sua pri-meira reunião no último dia10. De acordo com MariaJosé Barcelos, uma dascoordenadoras, existe umpré-projeto elaborado pelacoordenação que será am-plamente debatido pelosaposentados. Nesta reu-nião foram discutidos o tra-tamento muitas vezes ina-dequado dispensado a elespela Reitoria, os efeitos dareforma da Previdência nassuas remunerações e o Es-tatuto do Idoso. Os apo-sentados querem, ainda,discutir horários mais ade-quados que permitam suaparticipação nas oficinasministradas pelo Sindica-to, bem como a criação deatividades diversas direci-onadas para o segmento.Também foi posta em de-bate a elaboração de umsuplemento mensal espe-cífico dos aposentados epensionistas, que seria pu-blicado pelo Jornal do SIN-TUFRJ.

Próxima reunião dia 11março, às 10h, na sede doSindicato.

Reunião dosaposentados

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FUNCIONALISMO

Colapso nas universidades

JORNADA DE LUTASPlenária nacional do fun-

cionalismo marcou para 17de março o lançamento dacampanha salarial com umato em Brasília. A reunião re-alizada no domingo tambémaprovou indicativo de grevepara abril e reposição salari-al de 50%. Representantes detrinta entidades filiadas à Fa-subra participaram da plená-ria na sexta (dia 13) e no sá-bado (dia 14). No domingo246 delegados e 68 observa-

C a m p a n h a s a l a r i a l s e r á l a n ç a d a e m 1 7 d e m a r ç o e m B r a s í l i a

AVISO AOS SINDICALIZADOSO SINDICATO ESTARÁ FECHADO NA SEXTA-FEIRA ( DIA 20), QUARTA-FEIRA DE CINZAS (DIA 25),

QUINTA (DIA 26) E SEXTA (DIA 27. REABRE PARA O FUNCIONAMENTO NORMAL NA SEGUNDA, DIA 1º

Veja as reivindicaçõesReposição Salarial com correção das distorções e pelo ICV do DIEESEReposição Emergencial de 50%Plano de CarreiraDefinição da data-base para maioRedução da Jornada de Trabalho sem redução salarial

dores participaram da reu-nião nacional do funcionalis-mo federal que aprovou oeixo da campanha salarial de2004 e o calendário de lutas.

A plenária dos servidorespúblicos federais decidiupelo índice emergencial de50% de reposição salarial – oque corresponde às perdasdesde 1998, quando o Supre-mo Tribunal Federal deter-minou o cumprimento daobrigação constitucional de

reajuste anual de saláriospara o funcionalismo. O fun-cionalismo federal quer ain-da um cronograma de repo-sição salarial com correçãodas distorções pelo ICV doDIEESE. A plenária incluiu noconjunto de reivindicações adefinição da data-base paramaio, a luta pelo Plano deCarreira e ainda a redução dejornada de trabalho sem re-dução salarial.

Outra decisão da plená-

ria da Fasubra foi a de parti-cipar e fortalecer o EncontroSindical Nacional, decisãoreafirmada na plenária dosservidores públicos federais,que vai ocorrer nos dias 13 e14 de março. A Plenária dosSPF´s também aprovou a sa-ída da CUT do Fórum Nacio-nal do Trabalho. E que a Cen-tral única dos Trabalhadoresnão pode negociar nenhumaquestão referente aos funci-onários públicos sem que o

tema seja discutido nos fó-runs da categoria.

Encontros regionaisComo parte da luta pela

Campanha Salarial e prepa-ração do Congresso da Fasu-bra, a Federação está organi-zando os encontros regio-nais. O Sudeste terá dois en-contros, um em Viçosa e ou-tro em Campinas. O Sindica-to está verificando os custospara definir em qual a baseirá participar.

É preciso investir, em caráter de emergência, mais de R$ 982 milhões nasuniversidades federais. Quantia esta que não está prevista no orçamentodeste ano. Se não houver esse socorro haverá um colapso. Essa é a conclu-são do documento elaborado pelo grupo interministerial do governo Lula.No orçamento elaborado pelo próprio governo no orçamento de 2004 estáprevisto apenas R$ 557 milhões.

O documento do grupo interministerial, intitulado “Bases para o enfren-tamento da crise emergencial das Universidades brasileiras”, afirma que

continuar o atual quadro acabará acontecendo a “tragédia do esvaziamento,da degradação e desarticulação” do sistema de ensino superior. Segundo odocumento só este ano seriam necessários mais de R$ 183 milhões paracontratação de professores; R$ 61 milhões para reincorporação daquelesaposentados precocemente; mais de R$ 202 milhões para manutenção; R$195 milhões para investimentos em pós-graduação; e R$ 341 milhões parainvestimentos em recuperação e manutenção de prédios e aquisição deequipamentos em laboratórios.

Atenção ao calendário13 e 14 – Seminário Nacional de Entidades –Reforma Sindical e Trabalhista15/3 – Plenárias Setoriais16/3 – Plenária Nacional dos Spf´s17/3 – Lançamento da Campanha Salarial 2004

MOBILIZAÇÃO: em 2003, os servidores se mobilizaram contra a reforma da Previdência (foto). Em 2004, a campanha salarial é novo desafio

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UFRJ

“Ter um prédio tombado,com essa importância arqui-tetônica, nesse estado deconservação é uma vergo-nha”, afirmou a diretora doHospital-Escola São Francis-co de Assis (Hesfa), AngelaMendes Abreu. O hospital foiconstruído em 1876 etombado pelo Institu-to do Patrimônio His-tórico e Artístico Naci-onal em 1983. Porém,em vez de ter sua ar-quitetura preservadapelo tombamento, oque se vê atualmenteem sua fachada são ra-chaduras, tijolos ex-postos, limo. Um sin-toma do estrangula-mento financeiro queatinge a universidade.

Criado inicialmen-te para ser hospeda-ria de mendigos, oHesfa passou a funci-onar como hospital-escola em 1922. Des-de então, presta servi-ços ambulatoriais àpopulação. Atual-mente, o hospitalatende cerca de 20 milpacientes por mês e éreferência no diag-nóstico e no trata-mento da AIDS e emprogramas de reabili-tação motora.

PATRIMÔNIO: Prédio do hospital, construído em 1986, está ameaçado por falta de verbas

Em janeiro as bolsas depós-graduação foram reajus-tadas após dois anos de inten-sa mobilização dos pós-gradu-andos e da comunidade cien-tífica. A medida foi anunciadapelo então ministro da Ciên-cia e Tecnologia, Roberto Ama-ral, que veio à UFRJ falar dasrealizações de sua pasta. Masa Associação de Pós-Graduan-dos (APG) da UFRJ afirma queo reajuste de 18% - percentual

Hesfa pede socorroAs áreas internas do hos-

pital onde os pacientes sãoatendidos passaram por umareforma e dão condições àrealização de um bom aten-dimento. Entretanto, essesespaços estão intercaladoscom outros interditados porestarem em péssimas condi-ções. Assim, para irem de umlocal a outro os pacientes

passa por salas nas quaisimperam, além de ra-

chaduras e infiltrações, o chei-ro forte de fezes de pombo.

RestauraçãoA restauração total do pré-

dio tem um custo estimadode R$ 14 milhões, segundo adiretora. Por ser um prédiotombado, o Ministério daCultura tem que autorizar ohospital a captar recursospara sua restauração. No fi-nal de 2002 o ministério au-torizou a captação de R$ 200

BOLSAS

APG: reajuste insuficienteda verba de R$ 50 milhões con-quistada no Orçamento pelomovimento – não é suficiente.

“Desde 2002 aprofunda-mos a luta denunciando a si-tuação das bolsas, e todas asações realizadas em conjun-to com a comunidade acadê-mica geraram frutos em 2003,como o retorno da taxa depesquisa para os doutoran-dos, a criação de bolsas deiniciação científica e grants

para os pesquisadores, medi-da esta que revitalizou muitoslaboratórios. Essas mudançasimplementadas pelo CNPqsão bem vindas; entretanto,este reajuste não é capaz desuprir o aumento do custo de-vida dos últimos 10 anos e estámuito aquém do valor que de-veriam ter as bolsas se vincu-ladas ao salário dos docentes”,denuncia a APG.

Além de o reajuste ser in-

suficiente, a APG denunciaque os alunos de iniciaçãocientífica não o receberam eas bolsas não foram amplia-das, sendo que sucessivoscortes ao longo dos anos dei-xaram mais de 70% de estu-dantes sem bolsa. A APG nãomede críticas a Capes (Coor-denação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Ensino Su-perior). “A Capes, tem-semostrado indiferente às nos-

sas reivindicações, e pareceapoiar a quebra da dedica-ção exclusiva, em vez de re-solver o problema. Sua po-sição de descaso com a for-mação de recursos humanosse expressa na ausência deposições claras sobre à po-lítica de bolsas". O novo di-retor do Capes é o professoraposentado da UFRJ, JorgeAlmeida Guimarães, ex-dire-tor do ICB.

mil. Esse dinheiro foi doadopelos Correios e está sendousado para fazer um planodiretor. Esse plano tem queser feito, segundo AngelaAbreu, pois dessa maneirapodem-se direcionar as re-formas da instituição paraque atenda às necessidadesde um hospital. Em setem-bro de 2003 foi autorizada acaptação de R$ 800 mil.“Em julho de 2003 o BN-

DES se comprometeu a doaros R$ 800 mil. Eles ligaramdizendo que tinham 97% dechances para que a doaçãoacontecesse. Porém, em de-zembro, a Ana Luiza Landin(BNDES) ligou e disse queeles não iriam mais doar”,

disse a diretora dohospital.

A última pro-messa de auxíliopara restauração doprédio foi feita pelaPrefeitura do Rio deJaneiro. A prefeitu-ra mostrou-se inte-ressada em fazer arestauração da fa-chada, e já fez atéuma licitação. Umaempresa contratadapela Rio Urbe esti-mou em R$561.520,23 a quantianecessária para res-taurar a fachada dohospital.

Enquanto a res-tauração não é feita,sofrem os pacientes,expostos às precári-as condições do pré-dio, e a memória na-cional, que está per-dendo um prédioque faz parte da his-tória do país - enfim,um prejuízo para asociedade.RISCO. Construído no século XIV, prédio do Hesfa, tombado pelo Patrimônio Histórico, está ameaçado

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UNIVERSIDADE

Desde o início do anocircula no movimentoum texto, assinado por

vários membros do governoLula, que é a síntese do tra-balho do Grupo Trabalho In-terministerial (GTI) criadoem outubro de 2003. Este do-cumento vem sendo analisa-do pelas entidades e váriosespecialistas em educaçãocomo o embrião da ReformaUniversitária e é criticado pe-las propostas apresentadas.

A Coordenação de Educa-ção da Fasubra convocou aprimeira reunião do ano doGT, que ocorreu nos dias 7, 8e 9, e, além de discutir o docu-mento do GTI – o qual trazpropostas de reforma univer-sitária –, aprofundou alguns

Fasubra reúneGT-Educação

pontos do projeto Universi-dade Cidadã para os Traba-lhadores, elaborado pela Fe-deração. Entre os pontos quese julgou necessário aprofun-dar está o que trata do acessoà universidade. Outro assun-to importante, que foi refor-çado pelo Grupo de Traba-lho, foi a defesa da autono-mia vinculada à gestão demo-crática – que implica que aparticipação das categorias sedê, no mínimo, pela parida-de, assim como na definiçãoda forma de representação dacomunidade externa na ges-tão democrática.

AnáliseSobre o documento do

governo, foi elaborado um

O cientista político e pro-fessor da UFRJ, Carlos Nél-son Coutinho, foi o pales-trante na plenária convocadapelo grupo Esquerda Socia-lista e Democrática realizadana Uerj na segunda dia 9 paradebater sobre a criação deum novo partido socialista noBrasil. Carlos Nélson – disseque, com a guinada do PTpara uma posição de centro-direita, abre-se um espaçopara a constituição de umnovo partido de esquerda noBrasil.

No sábado 14, houve ou-tra plenária na UERJ. Estareunião foi convocada peloPSTU, Brasil Revolucionário,Reage PT e sindicalistas in-dependente. Na reunião desábado foi lançada a revista"Novo Partido em Debate",que se define como publica-ção do Movimento por um

Plenárias debatem novo partidoNovo Partido Socialista. Osdois grupos tem divergênciasem relação aos caminhos paraa construção de uma alternati-va de esquerda no Brasil.

"Amplo, de massas"Na opinião de Carlos Nél-

son Coutinho, a construção deum novo partido socialista éuma tarefa que vai necessitar aconvivência com adversidadese a unidade na diversidade.Coutinho disse que comparti-lha da tese de que, se a esquer-da não tiver força para viabili-zar o seu projeto com as carac-terísticas que relacionou, o ex-pectro partidário brasileiropode repetir o cenário institu-cional americano, onde doisgrandes partidos (o PartidoDemocrata e o Partido Repu-blicano) se alternam no po-der sem que entre eles hajadiferenças substanciais. NoBrasil, segundo Coutinho,

este papel seria cumprido porum partido que surgisse doPT e do PMDB e outro doPSDB e do PFL. Este cenárioabsorveria um ou mais parti-dos de esquerda que estari-am reduzidos a 5% do votosdo eleitorado.

“Daí a necessidade de um

O novo secretário de Ensino Superior do MEC, profes-sor Nelson Maculan, tomou posse na quarta-feira passadaem Brasília. Maculan é ex-reitor da UFRJ (1990-94). A possefoi prestigiada por vários reitores e funcionários do MEC, e porrepresentantes das entidades nacionais. A UFRJ esteve empeso – quase todos os pró-reitores, prefeita, coordenador doFCC/decano CLA, decanos do CCJE, CFCH e CCS, profes-sores do Instituto de Matemática e da Coppe. Farão parte daequipe do professor Maculan os professores da UFRJ OscarAcselrad (ex-SR-3) e Godofredo Pinto (ex-FCC, ainda nãoconfirmado) e o funcionário Arthur Obino (atualmente naEletrobrás).

No discurso de posse o ex-reitor assumiu a defesa dauniversidade pública e gratuita.

Ele agradeceu a sua indicação para o cargo de secretárioda Secretaria de Ensino Superior a três pessoas, uma delas oreitor da UFRJ, Aloísio Teixeira.

texto de análise, com críticasprincipalmente ao desrespei-to à nossa categoria, ao nãoapresentar sequer as defici-ências hoje existentes. O GTapontou, ainda, a necessida-de de organizar um Seminá-rio Nacional sobre a ReformaUniversitária, interno à nos-sa categoria, após os encon-tros regionais da Fasubra.

A diretoria do Sindicatoestará pautando para marçoa estruturação do GT-Educa-ção do SINTUFRJ. O Sindica-to participou com as coorde-nadoras Ana Maria Ribeiro eVera Barradas. A companhei-ra Neuza Luzia, também di-retora do SINTUFRJ, estavacomo coordenadora de Edu-cação da Fasubra.

Posse na Sesu

BRASIL

esforço enorme para que aesquerda quebre esta pers-pectiva criando um partidode massas”, advertiu CarlosNélson. Ele cita Gramsci (An-tônio Gramsci, marxista fun-dador do Partido ComunistaItaliano), que recomendavanos seus escritos “pessimis-

Foto: Niko Júnior

PLENÁRIA. Nasegunda-feira, dia 8,

a reunião da Uerjpara discutir a

formação de umnovo partido, reuniu

representantes devárias forçaspolíticas que

querem construiruma alternativa

partidária deesquerda

mo na inteligência, otimismona vontade”.

Os dois grupos estão ela-borando uma agenda de ati-vidades país afora para apro-fundar o debate sobre a cria-ção de um partido políticoque recoloque no horizontea bandeira do socialismo

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UNIVERSIDADE

Um projeto audaciosocomeça a tomar corpona UFRJ. É o Programa

Acadêmico de Tuberculose(PAT) do Instituto de Doen-ças do Tórax. Os recursos doPAT serão empregados naconstrução do segundo an-dar do Ambulatório de Tu-berculose, no antigo estacio-namento da Faculdade deOdontologia, na construçãode enfermarias de biossegu-rança para atendimento decasos contagiosos de tuber-culose, além de laboratóriose áreas acadêmicas no sextoandar do HU.

O valor total do projetochega à casa dos R$ 4 milhõese envolve o Ministério daCiência e Tecnologia, o Mi-nistério da Saúde, MEC, ins-tituições internacionais e oBNDES. O presidente do ban-co e ex-reitor da UFRJ, CarlosLessa, liberou R$ 1,3 milhãopara o projeto. Com esse di-nheiro – espera-se que che-gue dentro de dois meses –serão iniciadas as obras. OPAT faz parte de uma rede depesquisa que envolve 320pesquisadores com doutora-do e 47 instituições.

Doença ameaçaO coordenador do proje-

to, Afrânio Kritski, diz que apesquisa sobre tuberculosetorna-se mais do que neces-sária no Brasil, um país quedetém todas as característi-cas para a proliferação da

PROJETO: BNDES liberou R$ 1,3 milhão para Programa de combate à doença

Tuberculose é o alvodoença, que acabou recru-descendo devido à falta depolíticas públicas de saúde eao advento da AIDS. Para seter uma idéia, a taxa de inci-dência brasileira é de 50 paracada 100 mil habitantes, con-tra 7 casos para cada 100 milnos EUA.

O Rio de Janeiro tem amaior taxa do país: 120 casospara cada 100 mil. “A pobre-za e a falta de interesse polí-tico para o tratamento da tu-berculose são as causas doseu crescimento, principal-mente nas grandes metrópo-les que agregam as favelas,onde 7 ou 8 pessoas chegama dividir um único cômodo”,afirma Kritski.

“Por isso mesmo a univer-sidade precisa sempre exer-cer o seu papel de dar contadas necessidades da socieda-de”, completa. Devido à faltade informação e à ausênciade uma política de saúde efe-tiva voltada para a tuberculo-se, o tratamento fica cada vezmais difícil. Os remédios jánão combatem o bacilo, queacaba criando resistência de-vido ao abandono do trata-mento pelas pessoas. A pes-quisa de novas drogas quepossam fazer frente ao atualestágio do bacilo também fazparte do projeto do IDT.

Além do PAT, existe tam-bém um programa de contro-le de tuberculose hospitalar.É uma atividade inovadora emnível nacional, pois atua na

Em 1995 foi implantada aUnidade de Pesquisa em Tu-berculose no Hospital Univer-sitário Clementino Fraga Filho.As atividades iniciais eramrestritas à execução de estu-dos operacionais em nívelhospitalar. Em 1998, com osresultados desses estudos, foiiniciado o Programa de Con-trole de Tuberculose de abran-gência pioneira em nível naci-onal. Em 2000, com a reestru-turação do setor de Pneumo-logia da Pós-Graduação emClínica Médica da Faculdadede Medicina, passou-se a cre-denciar professores não médi-cos e a receber alunos não mé-dicos. Em 2002 foi implemen-tado o Programa Acadêmicode Tuberculose no Instituto deDoenças do Tórax. Este pro-grama atualmente englobauma unidade de pesquisa pro-priamente dita; atividades deensino da graduação, de pós-graduação; e programa de as-sistência clínica.

Ensino,pesquisa eassistência

O Hospital Universitário – a uni-dade do estado que mais faz trans-plantes e outras grandes cirurgias –precisa de doação de sangue. Em umtransplante chegam a ser utilizadasmais de 20 unidades. Mas o HU temsofrido diante da queda do númerode doadores.

HU prHU prHU prHU prHU precisa de doadorecisa de doadorecisa de doadorecisa de doadorecisa de doadores de sanguees de sanguees de sanguees de sanguees de sanguePara atender às necessidades dos

pacientes do HU e das crianças as-sistidas pelo IPPMG, o número diá-rio ideal de coletas é de 80, mas hádias em que o total não chega a 20.

Por isso, o Banco de Sangue fazapelo por mais doadores, até mesmoà comunidade universitária. Para

doar é preciso ter entre 18 e 65 anos,estar se sentindo bem de saúdee pesar mais de 50 quilos. Não é ne-cessário estar em jejum completo,embora não seja recomendável quea pessoa tenha ingerido alimentosgordurosos duas horas antes do mo-mento da doação.

O atendimento é feito de segundaa sexta-feira, das 7h30 às 13h30, no 3ºandar do hospital, e o doador precisalevar um documento de identifica-ção. Mais informações na página ele-trônica www.hucff.ufrj.br, pelo tele-fone 2562-2305, ou então mandar ume-mail para [email protected].

área de biossegurança, de di-agnóstico, do tratamento dadoença ativa e latente, bemcomo na avaliação dos conta-tos da família. Uma equipemultidisciplinar formada por

médicos, enfermeiros, assis-tentes sociais e técnicos de la-boratório realizam o trabalho.No HU, segundo Kritski, ocontrole da doença é feito emtodos os funcionários.

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UFRJ

O Programa Interinstitu-cional de Ensino, Pesquisa eExtensão em Biologia doCâncer, desenvolvido emconjunto por profissionais daUFRJ e do Instituto Nacionaldo Câncer (Inca), tem comoobjetivo a troca de informa-ções científicas e sobre no-vas tecnologias entre os pro-fissionais de diversas especi-alidades que atuam na área,tornando-os mais prepara-dos para enfrentar o aumen-to da incidência do câncer napopulação. Uma das particu-laridades do programa é ori-ginal: estreitar canais comprofissionais da mídia, forne-cendo um acesso maior afontes de informação quali-ficada e melhor compreen-são sobre as pesquisas emcancerologia, facilitandosua tradução para a socie-dade. A informação é pode-rosa aliada na prevenção eno diagnóstico precoce dadoença, a segunda que mais

Qualidade dainformação

Segundo Vivian, o núcleode divulgação do programatem importância funda-mental para a crição de me-canismos de socializaçãodas informações. Para o au-mento da qualidade de in-formação e da velocidadecom que novos conheci-mentos chegam à popula-ção, o programa vai ofere-cer também cursos de curtaduração para jornalistas,possivelmente via Internet.A jornalista Claudia Jurberg,responsável pela divulga-ção, elabora também os ins-trumentos para a decodifi-

cação destas linguagens. Ela criou uma newsletter (espéciede boletim eletrônico) que circula a cada 15 dias entrepesquisadores e professores para a divulgação do que pro-duzem e para a transposição do conhecimento entre áreasque pouco se comunicam. O informativo difunde aindatemas de interesse na área e informes sobre a política deciência e tecnologia.

Entre os demais projetos de comunicação, está a cria-ção de um site acessível a qualquer pessoa com informa-ções sobre o tema e a organização de uma agência denotícias que divulgará para todo o país os avanços dapesquisa em cancerologia dos diversos grupos brasileiros,transformando em linguagem jornalística os avanços maisimportantes na área.

Também anualmente, serão oferecidos diferentes cur-sos a distância de curta duração destinados a profissionaise estudantes da área de saúde, assim como um curso práti-co de extensão, para pesquisadores, estudantes e técnicossobre várias práticas ligadas ao tema.

SimpósioOs integrantes do programa organizam todo ano um

Simpósio Nacional de Pesquisa em Câncer envolvendopesquisadores de todo o Brasil e do exterior. Anualmente éoferecido também um curso de extensão ministrado porpesquisadores do programa. O do ano passado, sobre adescoberta da estrutura do DNA e seus impactos, contoucom auditório lotado todos os dias.

PRODUÇÃO UNIVERSITÁRIA: Instituições que pesquisam a doença se preocupam com a informação

Programa investiga câncer

mata no país, observa a pes-quisadora Viviam Rumjane-ck, idealizadora da propos-ta. A cada ano no Brasil, se-gundo dados do Inca, sur-gem cerca de 300 mil novoscasos. Estimativas apontampara 1/3 de óbitos.

O programa, vinculado aoInstituto de Ciências Biomédi-cas, é coordenado por MarcosMoraes, presidente da Funda-ção Ary Frauzino, do Inca quecapta recursos para pesquisa.Outra meta do programa, se-gundo Vivian, é criar mecanis-mos de integração para facili-tar a difusão do conhecimentonovo, para sua aplicabilidade,“tentando unir, por exemploneste caso, quem obtém o co-nhecimento novo, a pesquisabásica e aplicada, a quem atuana clínica”.

O programa está divididoem núcleos – pesquisa, ensi-no, divulgação, gestão, sim-pósios e referência de tumo-res experimentais –, que atra-

em estudantes de pós-gradu-ação e profissionais da áreaassistencial, como medicina,farmácia, enfermagem e nu-trição. Ele busca a união detodos os seus membros atra-vés da troca de informaçõesentre a pesquisa básica e aassistência. “O fórum buscatambém a transposição de co-nhecimento, com sua deco-dificação para a sociedade ea busca de uma linguagemcomum”, conta a pesquisa-dora.

Este fórum é integradopor 38 grupos de pesquisa –que incluiu chefes, colabo-radores e dezenas de estu-dantes – de unidades doCCS que trabalham comcâncer, como o ICB e Biofí-sica e o Núcleo de Pesquisade Produtos Naturais(NPPN), e do Inca. Eles sereúnem em encontros men-sais, nos quais promovem aapresentação de trabalhos ediscussão de resultados.

IDEALIZADORA.A pesquisadora VivanRumjaneck afirma que ainformação é uma ferramentafundamental para o sucessodo programa

Foto: Niko Júnior

JOÃOSINHO TRINTA: “Aqui é o momento dofazer, onde a teoria e a prática acontecem aomesmo tempo e não há forma melhor de aprender”

ÚLTIMAPÁGINAUma das maiores festaspopulares do Brasil, o carna-val durante muito tempo nãoentrava na universidade. Umaparceria entre a Escola de Be-las Artes (EBA) e a Liga das

Tudocomeçoucom as

brincadeirasde rua

Os historiadores aindanão conseguiram precisarcomo começou o carnaval.Alguns dizem que está li-gado aos cultos feitos pe-los povos primitivos paraagradecer pelas boas co-lheitas. Outros dizem queo carnaval está relaciona-do às festas egípcias. Porfim, há os que acreditamque o carnaval tem suaorigem ligada ao culto dosgregos a Dionisio.

O carnaval teve iníciono Brasil com as brinca-deiras de rua realizadasainda na época colonial.O entrudo, como eramchamadas as brincadeiras,consistia em atirar farinha,ovos podres e água sujanas pessoas que passa-vam pelas ruas. Porém,como foi se tornando mui-to violento, o entrudo foiproibido em 1872.

É em meados do sécu-lo XIX que as festas come-çam a se aproximar do quese conhece hoje como car-naval de rua. Nessa épocasurgiram os clubes carna-valescos (posteriormentechamados de Grandes So-ciedades). Mas é com osurgimento das marchi-nhas que o carnaval sepopulariza.

As escolas de samba,como conhecemos atual-mente, só surgiram na dé-cada de 1920. A primeirafoi a Deixa Falar, criada noEstácio. Logo em seguidavieram a Vai como Pode,atual Portela, e a Manguei-ra. A partir dessas escolassurgiram todas as outras.

ca ou o manuseio de tantosmateriais como hoje existe.Mas isso serviu para nós, quesomos os mais antigos car-navalescos, como um exercí-cio de descobertas e ousa-dias que propiciaram haverna atualidade essa grandequantidade de materiais e es-téticas.”

A professora Helenise Gui-marães diz que, apesar de ini-ciativas como a desse estágioainda há alguma resistência aocarnaval dentro da universida-de. “A própria EBA ainda tempreconceito com o carnaval.

Não moderniza seu currículo,incluindo, por exemplo, escul-turas de isopor, que é muitoutilizado na festa. Eu acreditoque a Escola ainda vá contri-buir muito para o carnaval.Acho que tem que se escrever,tem que se falar mais sobre oassunto. Não se pode colocara academia num pedestal”, afir-mou Helenise.

Os estagiários aprovamesta experiência nos barra-cões. “Aqui tudo é diferente.Na faculdade a gente traba-lha com maquete, que é umarepresentação. Aqui a gente

vê como é na prática. Agentevê o desenho e depois vê elepronto, vê a realização donosso trabalho”, disse a es-tudante Joana Bárbara Bor-ges, aluna do sexto períodode cenografia e que está esta-giando no barracão da Man-gueira.

O estágio dos alunos nosbarracões termina em abril.Como trabalho final, eles te-rão que apresentar um pro-jeto de figurino, alegoria eadereço para demonstrar oque aprenderam com essaexperiência.

Escolas de Samba do Rio deJaneiro (Liesa) está tentandoaproximar a academia da cul-tura popular. Vinte e oito alu-nos de diversos cursos e pe-ríodos da EBA – selecionadospor concurso – fazem está-gio, desde outubro, nos bar-racões das 14 escolas de sam-ba do Grupo Especial do Riode Janeiro. São dois alunosem cada barracão que rece-bem da Liga uma bolsa-auxí-lio de um salário mínimo etêm seu estágio supervisio-nado por professores da EBA.

O carnavalesco JoãosinhoTrinta está satisfeito com essaparceria: “Eu me alegro mui-to, pois os estagiários estãono barracão. Essa era uma re-clamação que eu fazia hámuito tempo: a chamada in-telligentzia vir para os barra-cões. É muito benéfico paraeles, pois um estágio num es-paço de uma escola de sam-ba é uma oportunidade de-les aprenderem uma varie-dade enorme de conhecimen-tos que a confecção de umaescola de samba requer. Sãoconhecimentos de váriasqualidades, de estética de co-res, de materiais, que o esta-giário aprende de maneiradireta, pois é um momentodo fazer, onde a teoria e aprática acontecem ao mesmotempo e não há forma me-lhor de aprender.”

A professora HeleniseGuimarães, uma das coorde-nadoras do projeto, concor-da: “Para o aluno, isso é bom,rompe a bolha da universi-dade. É uma diferença brutalda sala de aula”.

Exercício de descobertasJoãosinho Trinta desta-

cou a importância de a uni-versidade dar mais atençãoao carnaval. Segundo o car-navalesco, é no dia-a-dia dosbarracões que nascem novi-dades que depois são usadaspara outros fins. “Algumas dé-cadas atrás não havia a práti-

Doutores em carnavalDoutores em carnaval

NO BARRACÃO. Joãozinho Trinta, ícone do Carnaval, e Joana Bárbara, da EBA