plataformas de aprendizagem

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Plataformas de Aprendizagem Parte Conceitual

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Notas de Augusto de Franco & Nilton Lessa (Draft 1 abril 2012)

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Page 1: Plataformas de Aprendizagem

Plataformas de Aprendizagem

Parte Conceitual

Page 2: Plataformas de Aprendizagem

Notas de

Augusto de Franco

& Nilton Lessa

FRANCO, A. & LESSA, N. (2012): Por que as

plataformas de aprendizagem não são boas (draft 1)

Texto de Referência

Page 3: Plataformas de Aprendizagem

Há sempre uma

visão da aprendizagem pressuposta

quando nos dedicamos

a construir ambientes,

gerar processos

ou criar ferramentas educacionais.

Visão de aprendizagem

Page 4: Plataformas de Aprendizagem

Há sempre uma resposta,

muitas vezes implícita,

para a pergunta fundamental:

Como uma pessoa aprende?

A resposta implícita

Page 5: Plataformas de Aprendizagem

Queremos saber como promover

o processo de aprendizagem

de pessoas que achamos

que devem aprender alguma coisa

que queremos que elas aprendam.

Queremos uma resposta para o ensino

Page 6: Plataformas de Aprendizagem

Como uma pessoa aprende?

Que fatores influenciam?

Qual o papel da memória?

Como ocorre a transferência?

Perguntas que definem a visão

Page 7: Plataformas de Aprendizagem

Visões cognitivistas

Visões behavioristas

Visões construtivistas

Dennett Skinner Piajet Vygotsky Papert

Page 8: Plataformas de Aprendizagem

Visões conectivistas

Visões autopoeticas

Siemens Downes Maturana Varela

Page 9: Plataformas de Aprendizagem

Visões cognitivistas

Capacidades

de raciocínio

de evocar e interpretar experiências

de computar – codificar, armazenar, recuperar,

derivar para reconstruir ou construir conteúdos

(conhecimento)

de resolver problemas

Page 10: Plataformas de Aprendizagem

Visões behavioristas (conducionistas)

Capacidades

de responder positivamente a estímulos e

recompensas:

à reprodução fiel de conteúdos pré-

determinados

ao bom desempenho em processos pré-

desenhados

Page 11: Plataformas de Aprendizagem

Visões construtivistas

Capacidades

de ressignificar

de remixar

de atualizar

de socializar

conteúdos e processos educativos (cognitivos)

Page 12: Plataformas de Aprendizagem

Visões conectivistas

Capacidades

de estabelecer conexões

de reconhecer e interpretar padrões

de abrir novos caminhos de apreensão e

compartilhamento de conhecimentos e atitudes

cognitivas

Page 13: Plataformas de Aprendizagem

“Em 1986 75% dos

conhecimentos de que

necessitávamos para

trabalhar estavam em

nossa cabeça. Hoje nem

10%”. Hart Cross

Page 14: Plataformas de Aprendizagem

“Conhecer significa estar posicionado em uma rede

de tal forma que se tenha fácil acesso ao que

necessitamos em diferentes contextos”. George

Siemens.

Conectivismo é

aprendizagem social em rede

Page 15: Plataformas de Aprendizagem
Page 16: Plataformas de Aprendizagem

Aprendizagem é o processo de conectar nodos e

fontes de informação

A tarefa principal é nutrir e manter conexões para

facilitar a aprendizagem permanente

Entornos Pessoais de Aprendizagem (PLE): Um PLE

é a combinação híbrida de dispositivos, aplicações,

serviços e redes pessoais que empregamos para

adquirir de forma autônoma novas competências

para resolver problemas.

Entornos Pessoais de Aprendizagem

Page 17: Plataformas de Aprendizagem
Page 18: Plataformas de Aprendizagem
Page 19: Plataformas de Aprendizagem

“Um PLE é projetado para estimular a aprendizagem

por meio da imersão em uma comunidade e não por

meio de uma apresentação de fatos...” Stephen

Downes

PLE

Page 20: Plataformas de Aprendizagem

Exemplo de PLE..

Page 21: Plataformas de Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“Hay aprendizaje cuando la conducta de

un organismo varía durante su ontogenia

(historia) de manera congruente con las

variaciones del medio, y lo hace

siguiendo un curso contingente a sus

interacciones en el” (Maturana)

Page 22: Plataformas de Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“Biologicamente, não há informação transmitida na

comunicação. A comunicação ocorre toda vez em que há

coordenação comportamental em um domínio de

acoplamento estrutural. Tal conclusão só é chocante se

continuarmos adotando a metáfora mais corrente para a

comunicação, popularizada pelos meios de comunicação. É

a metáfora do tubo, segundo a qual a comunicação é algo

gerado em um ponto, levado por um condutor (ou tubo) e

entregue ao outro extremo receptor...”

Page 23: Plataformas de Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“Portanto [segundo a crença geral] há algo que é

comunicado e transmitido integralmente pelo veículo. Daí

estarmos acostumados a falar da informação contida em

uma imagem, objeto ou na palavra impressa. Segundo

nossa análise, essa metáfora é fundamentalmente falsa,

porque supõe uma unidade não determinada

estruturalmente, em que as interações são instrutivas,

como se o que ocorre com um organismo em uma

interação fosse determinado pelo agente perturbador e não

por sua dinâmica estrutural...”

Page 24: Plataformas de Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“No entanto, é evidente no próprio dia-a-dia que a

comunicação não ocorre assim: cada pessoa diz o que diz

e ouve o que ouve segundo sua própria determinação

estrutural. Da perspectiva de um observador, sempre há

ambiguidade em uma interação comunicativa. O fenômeno

da comunicação não depende do que se fornece, e sim do

que acontece com o receptor. E isso é muito diferente de

‘transmitir informação’.” Maturana & Varela (1984) em A

Árvore do Conhecimento.

Page 25: Plataformas de Aprendizagem

Se A se comunica com B, significa que B muda com A, que muda

com B, que muda novamente com A, que muda outra vez com B... e

assim por diante, recorrentemente, como em uma coreografia. Mas

tudo isso “multiplicado” pelo número de nodos em interação, pois

que se trata sempre de um multiacoplamento.

A B

Page 26: Plataformas de Aprendizagem

Visões interativistas

Page 27: Plataformas de Aprendizagem

Visões interativistas

Quem aprende: o indivíduo ou a pessoa (o

emaranhado)?

Se assim como o processo que chamamos de vida, o

processo de interação que chamamos de convivência

social também implica acoplamento estrutural

(proporcionando sempre alguma aprendizagem aos

sujeitos envolvidos), o que devemos fazer (ou,

sobretudo, o que devemos não-fazer) para não

impedir ou dificultar essa aprendizagem que ocorrerá

de qualquer modo (desde que haja interação)?

Page 28: Plataformas de Aprendizagem

“Diamantes não brilham por que os átomos que os

constituem brilham, mas devido ao modo como

estes átomos se agrupam em um determinado

padrão. O mais importante é frequentemente o

padrão e não as partes, e isto também acontece

com as pessoas”. Marc Buchanan (2007)

Page 29: Plataformas de Aprendizagem

Visões interativistas

Toda livre-aprendizagem é

criação (que é sempre co-criação) ou invenção

(você só aprende verdadeiramente o que inventa)

fruto da busca e da polinização (auto e alter

didatismo)

não há separação entre a produção (descoberta)

e a recepção (ou assimilação) quando essas

ações são compartilhadas

Page 30: Plataformas de Aprendizagem

O que é fundamental em uma

Plataforma de Aprendizagem?

1 - Que a aprendizagem seja fruto de relações entre

humanos (pessoas) e não da relação do

aprendente com a máquina, com o software, com

o algoritmo

2 - Que as pessoas possam ter à sua disposição

itinerários pedagógicos e formativos já traçados,

mas que também possam criar seus próprios

itinerários, sozinhas e em interação com outras

pessoas

Page 31: Plataformas de Aprendizagem

O que é fundamental em uma

Plataforma de Aprendizagem?

3 - Que as pessoas possam interagir em um

ambiente favorável à criação e não apenas à

reprodução e que aprendam criando, como

sujeitos ativos da construção de seus próprios

conhecimentos e não apenas como objetos

passivos de sistemas de ensinagem

(transferência).

Page 32: Plataformas de Aprendizagem

O que é fundamental em uma

Plataforma de Aprendizagem?

Em suma, o fundamental é

Que a plataforma seja, de fato, de aprendizagem

livre e não uma plataforma predominantemente de

ensino

E, além disso, que a plataforma de aprendizagem

possa – ela própria – aprender.

Page 33: Plataformas de Aprendizagem

O que caracteriza uma

Plataforma de Aprendizagem?

Variáveis

Natureza predominante do didatismo

(Heterodidatismo, Autodidatismo, Alterdidatismo)

Graus de distribuição do ambiente de

aprendizagem conformado (Número de Caminhos,

Monofluxo, Mutifluxo)

Níveis de interatividade que o ambiente enseja

e estimula (Adesão, Participação, Interação)

Page 34: Plataformas de Aprendizagem

O que NÃO É uma boa

Plataforma de Aprendizagem?

Todos os sistemas

Predominante heterodidatas

Centralizados (mais centralizados do que

distribuídos)

Adesivos ou participativos (mas pouco

interativos)

Page 35: Plataformas de Aprendizagem

O que é necessário para uma boa

Plataforma de Aprendizagem?

Que a plataforma

1 | Seja multifluxo

2 | Tenha funcionalidades que configurem uma

topologia mais distribuída do que centralizada

(plataforma de rede)

3 | Parta do que a pessoa conectada pode desejar

e não da oferta pré-desenhada

Page 36: Plataformas de Aprendizagem

O que é necessário para uma boa

Plataforma de Aprendizagem?

Que a plataforma

4 | Tenha um design que contemple mecanismos e

funcionalidades que compreendam a adesão e a

participação, mas que atinjam a interação

(adaptação mútua, imitação, colaboração)

ensejando a manifestação dos fenômenos

capazes de gerar auto-organização (clustering,

swarming, cloning, crunching et coetera)

Page 37: Plataformas de Aprendizagem

Plataforma Multifluxo

ABERTA

Entrada aberta

Processo aberto

Desfecho aberto

DISTRIBUIDA

Administradores

não são professores

Todos são

aprendentes

Não há meritocracia

Não há oligarquias

participativas

Page 38: Plataformas de Aprendizagem

Funcionalidades transversais interativas

CONVERSAÇÃO (como objeto de primeira ordem) |

Uma pessoa pode sempre opinar e estabelecer um

diálogo com outras pessoas sobre isso ou a partir

disso

FORK (bifurcação) | Uma pessoa pode modificar o

que se lhe oferece criando sua própria versão

(clonagem variacional autônoma)

MOW (My Own Way) | Uma pessoa pode construir

uma alternativa ao que se lhe oferece (livre criação

de alternativas)

Page 39: Plataformas de Aprendizagem

Se o que se quer é uma plataforma interativa, então

o design da plataforma deve contemplar mecanismos

e funcionalidades baseados em um gradiente de

interação.

Com a injeção de funções transversais de

Conversação, Fork e Mow, mesmo mecanismos de

plataformas posicionados em baixos níveis de

interação (de inspiração heterodidata) passam a

oferecer possibilidades de uso (ou ensejar

experiências) de matriz autodidata e alterdidata.

Desenhando funcionalidades

Page 40: Plataformas de Aprendizagem
Page 41: Plataformas de Aprendizagem
Page 42: Plataformas de Aprendizagem

Experiência de Uso a partir do Desejo

O que a

pessoa

deseja?

Como a

plataforma

responde?

Page 43: Plataformas de Aprendizagem

O que uma pessoa que se conecta a uma PA pode

desejar fazer?

BUSCA (ou “Pesquisa”)

DEMANDA ESPECÍFICA

OFERTA (Compartilhamento)

DESCOBERTA (ou Invenção)

O que a pessoa deseja?

Page 44: Plataformas de Aprendizagem

À BUSCA (ou “Pesquisa”)

Oferece mecanismos de busca simples ou

refinada

Direciona a pessoa para um menu de processos

e objetos (acervo pré-organizado)

Expõe a busca à colaboração

Como a plataforma responde?

Page 45: Plataformas de Aprendizagem

À DEMANDA ESPECÍFICA

Direciona a pessoa para um processo ou objeto

Promove o encontro da demanda com uma

oferta já existente

Expõe a demanda à colaboração

Como a plataforma responde?

Page 46: Plataformas de Aprendizagem

À OFERTA (Compartilhamento)

Integra a oferta em um menu de processos e

objetos (acervo pré-definido e em construção)

Promove o encontro da oferta com uma

demanda já existente

Expõe a oferta à colaboração

Como a plataforma responde?

Page 47: Plataformas de Aprendizagem

À DESCOBERTA (Invenção)

Expõe o desejo ou projeto à interação

Enseja a formação de uma comunidade de

pesquisa-aprendizagem-criação

Como a plataforma responde?

Page 48: Plataformas de Aprendizagem

Timeline

Banco de Currículos

Itinerários Formativos Individuais e PLE

Sistemas de Auto-Avaliação

Painéis de Demanda de Processos e Objetos

Painéis de Oferta de Processos e Objetos

Grupos de Estudo (Comunidades)

Itinerários Formativos Coletivos

Bolsas de Oferta X Demanda de Processos e Objetos

Painel de Desejos e Projetos de Descoberta-Invenção

Comunidades de Descoberta-Invenção (Co-Creation)

Exemplos de novas funcionalidades

Page 49: Plataformas de Aprendizagem

Tudo que aprende

Se modifica continuamente

Se constrói permanentemente

Se adapta tempestivamente

Se organiza autonomamente

E... interage livremente!

Como uma PA pode aprender?

Page 50: Plataformas de Aprendizagem

Não há um mecanismo ou uma funcionalidade

específica capaz de produzir tal efeito.

É uma função de conjunto e não um efeito

voluntariamente produzido pela introdução de um

artifício.

Aprender significa que a plataforma tem que mudar,

não por iniciativa de seus administradores, mas com

o uso aleatório que fazem as pessoas conectadas

que nela interagem (configurando redes).

Somente redes podem aprender

Page 51: Plataformas de Aprendizagem

Programação de fluxos internos e externos

Reconfiguração da membrana

Abertura de novos caminhos

Novas bifurcações

Novos aglomeramentos

Novos atratores (novos enxameamentos)

Graus menores de separação (crunch)

PA capazes de aprender serão

programáveis pelos “usuários”

Page 52: Plataformas de Aprendizagem

Empowerfulness

Manifestações frequentes, intermitentes, da

fenomenologia da interação, significam que uma

inteligência coletiva já está se manifestando.

Se isso acontecer, a plataforma se modificará, a rigor

nunca será a mesma.

Porque estará aprendendo.

Page 53: Plataformas de Aprendizagem

Para ler o draft 1 (abril 2012) clique

http://goo.gl/56vrn