plantas tÓxicas ornamentais: riscos que podem ser · utilizadas, frequentemente, como plantas...
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PLANTAS TÓXICAS ORNAMENTAIS: riscos que podem ser
evitados pela socialização do conhecimento
Solange Margarida Campioto1
Rodrigo Souza Poletto2
Resumo
Este artigo apresenta o resultado da implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica, realizada em um colégio público da cidade de Cornélio Procópio. Desde a concepção, pesquisa e leituras, passando pela implementação, a proposta visou proporcionar atividades com a utilização de recursos pedagógicos e tecnológicos que tornem as aulas de ciências mais atrativas e possibilitem a contextualização do conteúdo pelos alunos. Essas atividades envolveram os seguintes aspectos: levantamento das plantas ornamentais que fazem parte da vida diária dos alunos, identificação das plantas ornamentais que são tóxicas e os riscos que as mesmas podem causar à saúde tanto dos seres humanos como dos animais domésticos, por meio de pesquisas na rede mundial de computadores (laboratório de informática do colégio), pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo no entorno do colégio, atividades lúdicas (envolvendo jogos educativos: quebra-cabeça e bingo polivalente), exposição sobre plantas tóxicas ornamentais à comunidade escolar apresentando os resultados das atividades desenvolvidas juntamente com os alunos. Em todas as ações desenvolvidas, percebeu-se que os alunos demonstravam interesse em participar, concentração, dinamismo, entrosamento nos grupos, autonomia e conhecimento ao expor os conteúdos aos visitantes da exposição, além de verificar que levaram esses conhecimentos para o cotidiano, constatados por meio de relatos.
Palavras-chave: Plantas tóxicas; ornamentais; educação preventiva.
1 Pós-graduada em Fundamentos da Matemática pela Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Mandaguari (FAFIMAN), Educação Especial – Área de Deficiência Mental pelo Centro de Estudos Superiores de Londrina (CESULON) e em Instrumentalização para o Ensino de Ciências pela Fundação Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Jandaia do Sul (FAFIJAN). Graduada em Ciências com habilitação em matemática pela Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari (FAFIMAN), habilitação em biologia pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) de Cornélio Procópio, participante do programa de desenvolvimento educacional – PDE/2012-2013, vinculada a SEED/PR. [email protected] 2 Doutor em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, orientador do PDE pela Universidade Estadual Norte do Paraná – UENP, campus Cornélio Procópio em parceria com a SEED/PR.
1 - Introdução
A cada dia os professores são desafiados a melhorar sua prática educativa,
pois se observa que os alunos estão cada vez mais desinteressados pelas aulas. É
urgente superar as dificuldades e oferecer aos alunos aulas interessantes e atrativas
que proporcionem a aquisição e compreensão dos conhecimentos, incentivando e
desafiando-os para fazer relações do que é ministrado nas aulas com o seu
cotidiano.
O conjunto de estratégias de ensino que utiliza recursos tecnológicos
pedagógicos é fundamental para melhorar as condições de aprendizagem dos
estudantes, no entanto, observa-se que vem sendo pouco utilizado nas aulas de
Ciências.
Diante desta realidade, questiona-se: Que estratégias e recursos tecnológicos
devem ser utilizados para contextualizar as aulas de ciências que possibilitem aos
alunos estabelecer relações entre o conteúdo referente à toxidade de algumas
plantas e a utilização destas como plantas ornamentais nos ambientes que
frequentam?
Neste contexto, foi elaborado um Projeto de Intervenção Pedagógica para o
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) ofertado pela Secretaria de
Estado da Educação do Paraná (SEED), implementado em turmas do 7º e 9° anos,
período matutino, de um colégio público, localizado no município de Cornélio
Procópio/PR.
O objetivo da construção do projeto foi desenvolver estratégias de ensino com
a utilização de recursos pedagógicos variados, envolvendo as tecnologias
educacionais e instrucionais que estão à disposição nas escolas para que os alunos
apropriem dos conceitos científicos de forma significativa, que contextualizem e
estabeleçam ligações entre o conteúdo ministrado referente às plantas tóxicas e o
cotidiano dos mesmos, despertando a curiosidade e interesse pelo conteúdo,
tornando assim o ensino de ciências atrativo, visto que a presença desse tipo de
plantas é comum nos mais diversos ambientes frequentados pelos alunos, sendo
utilizadas, frequentemente, como plantas ornamentais em canteiros de praças
públicas, vasos e jardins de muitas residências, e em algumas escolas, e muitos não
conhecem a toxidade dessas plantas.
2 - Fundamentação Teórica
O ensino de Ciências contempla um conjunto de especificidades que
necessita utilizar diversos métodos, por isso precisa de uma variedade de
estratégias, recursos pedagógicos e tecnológicos, bem como materiais de natureza
experimental, possibilitando aos educandos a compreensão e assimilação dos
conteúdos científicos apresentados.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Ciências do Paraná – DCE
(2008, p. 57) registram:
Ao assumir posicionamento contrário ao método único para toda e qualquer investigação científica da Natureza, no ensino de Ciências se faz necessário ampliar os encaminhamentos metodológicos para abordar os conteúdos escolares de modo que os estudantes superem os obstáculos conceituais oriundos de sua vivência cotidiana.
Ao superar os obstáculos conceituais da sua vivência cotidiana, o educando
terá aprendizagem significativa, desde que o professor tenha clareza de que este
aprende conteúdos científicos escolares quando lhe atribui significados e nesse
processo ocorre a construção com os conhecimentos relevantes preexistentes na
estrutura cognitiva dos mesmos. “Isso põe o processo de construção de significados
como elemento central do processo de ensino-aprendizagem” (PARANÁ, 2008, p.
62).
De acordo com Moreira (2006, p.136), [...] aprendizagem significativa ocorre quando novos conceitos ideias, proposições interagem com outros relevantes e inclusivos, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo por eles assimilados e contribuindo para sua diferenciação elaboração e estabilidade.
Neste sentido, o processo de aprendizagem significativa ocorre quando uma
nova informação se relaciona com conceitos relevantes, chamados por Ausubel de
subsunçores, preexistentes na estrutura cognitiva, “os novos significados são
adquiridos pela interação do novo conhecimento com os conceitos e proposições
aprendidos anteriormente” (AUSUBEL, NOVAK E HANESIAN, 1980, p. 106).
Para facilitar a aprendizagem significativa, podem-se utilizar organizadores
prévios. “A principal função do organizador prévio é servir de ponte entre o que o
aprendiz já sabe e o que ele precisa saber para que possa apreender
significativamente a tarefa com que se depara” (AUSUBEL, apud MOREIRA, 2006,
p. 23). Pode-se dizer que os organizadores prévios são considerados como uma
estratégia para facilitar a aprendizagem significativa, desde que funcionem como
pontes cognitivas, “a principal função dos organizadores prévios é, então, a de
preencher a lacuna entre o que o aluno já sabe e o que ele precisa saber, a fim de
que o novo conhecimento possa ser aprendido de forma significativa” (MOREIRA,
2006, p. 23).
Utilizam-se como organizadores prévios: textos introdutórios, filme, gravuras,
mapas conceituas, roteiro de estudo, demonstrações, entre outros. Os
organizadores prévios podem ser fundamentais quando estabelecem relações claras
entre o conteúdo apresentado e o conhecimento prévio do aluno, levando o mesmo
a reter a aprendizagem significativa do material apresentado.
Muitos utilizam os chamados pseudo-organizadores prévios, que são
materiais introdutórios elaborados para facilitar a aprendizagem de vários capítulos
ou unidades de estudos. Dessa forma, há diferenças entre os organizadores prévios
e pseudo-organizadores prévios segundo a teoria ausebiana “os verdadeiros
organizadores prévios são aqueles destinados a facilitar a aprendizagem significava
de tópicos específicos, ou série de ideias estreitamente relacionadas”. (MOREIRA,
2006, p. 141).
2.1 - Recursos tecnológicos pedagógicos e experimentais nas aulas de
ciências
O ensino de Ciências não pode ser concebido sem a utilização de recursos
pedagógicos, tecnológicos e experimentais. Professores tem acesso a vários
materiais digitalizados em páginas da web que apresentam os conhecimentos mais
atualizados nas diversas áreas, bem como materiais que auxiliam o professor no
planejamento, elaboração e execução de suas aulas, mas muitas vezes são
utilizados por número reduzido de professores. Neste sentido Delizolicov (2009,
p.69), descreve:
Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorado no ensino de Ciências, e sua ausência ai é inadmissível. Consideram-se, ainda os efeitos da ciência/tecnologia sobre natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefício-malefício da relação ciência-tecnologia.
Como tudo se modifica, a educação também vem passando por
transformações, professores não podem ficar alheios ao uso das tecnologias de
informação e comunicação que estão à disposição como: computadores com acesso
a internet, TV e projetores multimídia, DVD.
“O uso do computador com acesso a internet, proporciona uma troca de
informações de maneira dinâmica, interativa, de mão dupla”. (CARVALHO, 2006, p.
137-138), mas para que isso ocorra é necessário que todos os segmentos da escola
estejam preparados, “a implantação da informática como um auxiliar do processo de
construção do conhecimento, implica em mudanças na escola que vão além da
formação do professor” (VALENTE, 1999, p. 4).
Desta forma, cabe ao professor preocupar-se com sua atualização para
utilizar essas ferramentas, que vêm sendo incorporadas como nova proposta
pedagógica para auxiliá-lo em suas práticas docentes.
Segundo Carvalho (2006, p.140),
[...] temos as contribuições que as diferentes tecnologias educacionais podem oferecer para construir uma nova proposta pedagógica. No seu processo de atualização, o acesso à Internet se faz importante, já que as informações são trocadas em grandes velocidades entre todos.
Em relação à utilização das tecnologias da comunicação na atividade
docente Gatti, apud Carvalho (2006, p.142), considera que:
Hoje, diante de tantas tecnologias de comunicação não podemos ficar limitados, devendo trabalhar em consonância com novos padrões de aprendizagem, presentes nas experiências profissionais de cada participante desse processo, agregando-nos a esses sinais de mudanças.
A respeito das tecnologias da informação Machado e Santos (2004, p.76)
comentam que:
[...] as tecnologias de informação vêm consolidando com o aperfeiçoamento dos meios de comunicação em conjunto com a informática, fornecem amplas perspectivas para a melhoria das práticas educacionais, disponibilizando novos recursos para a atuação do professor e para que o educando possa reelaborar a informação de forma ativa e criativa, expressando um trabalho de reflexão pessoal.
Dentro desta perspectiva, o processo de ensino-aprendizagem pode passar a
ter um novo significado para os educando quando se utiliza como instrumento
pedagógico os recursos que são disponibilizados pela tecnologia de informação e
comunicação.
Além do uso das tecnologias nas aulas de ciências, é relevante o
desenvolvimento de aulas experimentais, para isso, “é necessário que o professor
conheça as preconcepções dos alunos e em seguida, planeja atividades
experimentais que as removam e as substituam pelas concepções cientificamente
correta” (GASPAR, 2005, p.17).
Diante do exposto, o professor de Ciências tem à sua disposição diferentes
recursos pedagógicos e tecnológicos, estratégias de ensino, que podem estar
utilizando tais como: pesquisas na internet e outras fontes impressas, observação de
campo, entrevistas, atividades orientadas em grupo, observações, atividades
experimentais, exposição de conteúdos com auxilio de recursos audiovisuais e o
lúdico, para proporcionar aos estudantes condições que facilitem a compreensão
dos conceitos científicos escolares, tendo como resultado final a aprendizagem
significativa.
2.2 – Botânica
Botânica é a ciência que se dedica ao estudo cientifico da vida das plantas e
algas. A palavra Botânica vem do grego botane, que significa "planta", que deriva
do verbo boskein, "alimentar". Como faz parte da biologia, é também muitas vezes
designada como a Ciência das Plantas ou Biologia Vegetal. O campo da Botânica é
muito vasto, abrangendo várias áreas científicas que dedicam a estudar os vegetais
como Fisiologia Vegetal, que estuda o funcionamento normal das plantas;
Morfologia, Histologia, Citologia e Anatomia Vegetal estudam respectivamente a
forma e as estruturas internas das plantas; Sistemática e Taxonomia Vegetal,
estudam os critérios e as características que envolvem a classificação dos Grupos
vegetais; Paleobotânica se dedica ao estudo dos vegetais fósseis; Palinologia
estudo dos polens recentes e fósseis; entre outras.
A respeito dos estudos da Botânica Ferri (1983, p.04), comenta:
Na formação do espírito científico, representa a Botânica uma das disciplinas de eleição. Antes de tudo, exercita a capacidade de bem observar, tal a multiplicidade e a variedade dos seres que lhe constituem objeto, e que por toda parte se encontram, interessando à vida do homem por mil e um modos. Com isso, leva a comparar e a fazer discernir semelhanças e diferenças, a generalizar e a sistematizar as observações, que logo traduz numa terminologia precisa e coerente. Ensina-nos assim a Botânica que a ciência começa por ser uma “linguagem bem feita”.
A história da Botânica vem de um passado remoto, com os conhecimentos
informais sobre os vegetais, que foi acumulado juntamente com a história humana,
fato que foi constatado por meio de dados arqueológicos, e dos acervos que
pertenceram a alguns povos indígenas. Na obra de Aristóteles encontra-se o mais
antigo conjunto de Botânica, “Aristóteles, Teofrastus e Plínio, os mais afamados
cientistas do seu tempo, dividiam o reino vegetal em três grandes grupos: árvores,
arbustos e ervas”. (SCHULTZ, 1991, p.15).
Entre os séculos XV e XVI, no auge das grandes descobertas, e com o
retorno das frotas exploradoras europeias das novas terras descobertas, traziam das
viagens os novos e estranhos conhecimentos, desenvolvendo assim o espírito de
pesquisa do povo europeu, tornou-se necessário a reorganização dos
conhecimentos de todas as ciências, o que também ocorreu com a Botânica,
surgindo assim os livros de ervas que tinham como objetivo organizar e distribuir o
conhecimento sobre as plantas medicinais.
No século XVI, o alemão Otto Brunfels publicou a obra Herbarium com
informações sobre algumas espécies de plantas, sem definições exatas.
O primeiro que apresentou um sistema com definições claras e exatas foi o
italiano Andrea Caesalpino (1519-1603), dividiu as plantas segundo a constituição
de frutos e sementes.
Lineu (1707-1775), botânico sueco, propôs um sistema de classificação
baseado na constituição da flor como a posição e o número de estames e pistilos da
flor. Também estabeleceu o moderno sistema de nomenclatura binominal, este
sistema tem origem em trabalhos de Caspar Bauhin, para identificação dos seres
vivos, incluindo aos pertencentes ao reino Plantae. Por este motivo, Brunfels e Lineu
são considerados os pais da Botânica científica.
A respeito do sistema de nomenclatura binominal Raven (2001, p. 254),
descreve:
A moderna classificação biológica começou com o naturalista sueco do século dezoito Carl Linnaeus, cuja ambição era nomear e descrever todas as espécies de plantas, animais e minerais. Em 1753 Linnaeus publicou um trabalho em dois volumes com o titulo Species Plantarum (“As Espécies Vegetais”) no qual ele descrevia em latim cada espécie por meio de uma sentença limitada a doze palavras. Ele encarava esses descritivos nomes – frases latinos, ou polinômios, como nomes adequados para as espécies mas ao adicionar uma importante inovação imaginada anteriormente por Caspar Bauhin (1560-1624)., Linnaeus tornou permanete o sistema binomial (“Sistema de dois termos”) de nomenclatura.
Neste sentido Schultz (1991, p.21) afirma: “Desde Lineu designamos a
espécie por dois termos (nomenclatura binária). O primeiro indica o gênero ao qual a
planta pertence (epíteto genérico) e o segundo a espécie (epíteto específico) dentro
deste gênero”
No Brasil, o estudo das plantas foi impulsionado pela chegada da corte
portuguesa, e em 1808 foi criado o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por D. João
VI. Não se pode deixar de ressaltar a influência do grande naturalista Martius e a
sua obra a Flora Brasiliensis, esta de conhecimento mundial.
O estudo da diversidade vegetal sofreu várias modificações ao longo do
tempo com várias mudanças nos métodos de classificação. Nos últimos anos, com a
utilização de tecnologias cada vez mais sofisticadas, o estudo da botânica
apresentou grande avanço, o que possibilitou o aparecimento de novos
conhecimentos, surgindo assim novas propostas de classificação.
O interesse pelo estudo das plantas vem crescendo, e com ele cresce o
conhecimento a respeito dos seus componentes químicos, resultando nas
descobertas das plantas medicinais, as que são úteis para as mais diversas
utilidades, e também as tóxicas.
Os vegetais, objeto de estudo da Botânica, são indispensáveis à
sobrevivência na Terra, sendo que os clorofilados permitem a vida através do
processo de fotossíntese. Os vegetais fazem parte do nosso dia a dia, é neles que
se buscam subsídios para suprir muitas das necessidades como fonte de alimento,
medicamentos, combustível, abrigo, papel para escrita e outras utilidades, material
para construção, fibras para roupas, madeira para móveis, oxigênio para nossa
respiração, entre outras. Porém há algumas plantas tóxicas que causam irritações
na pele, alergias e intoxicações aos seres humanos e aos animais domésticos. Em
alguns casos, levando até a morte. Apesar desses conhecimentos, existe
distanciamento entre o que se aprende na escola e sua aplicação na realidade do
aluno.
2.3 - Plantas tóxicas
As plantas apresentam um fantástico metabolismo em que ocorre a produção
de uma grande variedade de substâncias químicas, sendo algumas utilizadas para
seu crescimento, na sua reprodução e manutenção, algumas substâncias podem ser
tóxicas ou irritantes para outros organismos.
Segundo Oliveira et all (2003 p. 11), “Várias dessas substâncias tóxicas
podem causar envenenamentos graves em seres humanos ou em animais
domésticos quando plantas que as contenham são ingeridas ou quando entram em
contato com a pele.”
Na visão de Rossetti e Corsi (2009), “denomina-se planta tóxica todos os
vegetais que, introduzidos no organismo dos homens ou de animais domésticos são
capazes de causar danos à saúde e vitalidade desses seres”.
Ainda a respeito da definição de plantas tóxicas pode se considerar o que
descreve Hoehne (1978 apud Oler , 2012):
A definição de uma planta ser ou não tóxica deve levar em conta diversas características, como presença/ausência de substância tóxica, concentração, suscetibilidade do organismo à ação da toxina, interação com outros fatores, etc.
A respeito da toxidade das plantas Albuquerque (1980, apud Silva, 2010)
comenta:
As plantas tóxicas possuem substâncias que por suas propriedades naturas, físicas, químicas ou físico-químicas, alteram o conjunto funcional-orgânico em relação com sua incompatibilidade vital, conduzindo ao organismo vivo reações biológicas diversas.
Muitas plantas que fazem parte do cotidiano, apesar de belas e atraentes,
também são venenosas. Suas folhas, caules ou frutos podem apresentar algum tipo
de substâncias tóxicas, que provocam irritações, intoxicações graves e em alguns
casos podem causar a morte.
Existem várias pesquisas envolvendo os princípios ativos tóxicos das plantas,
e na maioria estão relacionadas principalmente com o potencial de causar
intoxicações, em relação aos tipos de princípios tóxicos das plantas Barg (2004),
descreve:
Os componentes químicos das plantas, chamados de princípios ativos, ou simplesmente ativos presentes nas plantas tóxicas são: os alcaloides, os glicosídeos cardioativos ou cardiotônicos, os glicosídeos cianogênicos ou cianogenéticos, os taninos, as saponinas, o oxalato de cálcio, as toxialbuminas, todos provocando sintomas semelhantes em animais ou em
humanos.
Quanto à toxidade das plantas Schvartsman (1992, p.5), considera:
A toxidade das plantas, relacionada à espécie humana e encarada de um modo bastante genérico, assume aspectos variados e importantes, interessando diferentes campos da medicina e da biologia, entre os quais: 1. Intoxicação aguda,quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou de alguma de suas partes que é tóxica, e que é de incidência preponderante no grupo pediátrico. 2. Intoxicação crônica, consequente à ingestão continuada, acidental ou propositada de certas espécies vegetais, responsável por distúrbios clínicos muitas vezes complexos e graves.
3. Exposição crônica, evidenciada particularmente por manifestações cutâneas em virtude do contato sistemático com vegetais, verificado com maior frequência em atividades industriais ou agrícolas. 4. Utilização continuada de certas espécies vegetais, sob a forma de pó para inalação, fumos ou infusões, visando a efeitos alucinógenos ou entorpecentes.
As plantas tóxicas, ao longo do tempo, têm sido utilizadas das mais variadas
formas. Os índios utilizam até hoje o veneno de algumas plantas nas pontas das
flechas para caçar, de algumas plantas tóxicas são retiradas substâncias ativas para
o desenvolvimento de fármacos, apesar de muitos temerem as plantas tóxicas,
alguns grupos de plantas quando utilizadas adequadamente podem ser úteis para a
manutenção da saúde por meio da medicina alopática e da homeopática.
Os estudos das plantas tóxicas também estão voltados aos casos de
intoxicações acidentais aos seres humanos e animais. Segundo dados do Sistema
Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz
– Fiocruz (2012), revela que de cada dez casos de intoxicação por plantas no Brasil,
seis afetam crianças com menos de 10 anos - a maioria absoluta nas cidades e não
na zona rural.
As crianças menores de cinco anos intoxicam-se geralmente com plantas
comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia sp), o antúrio (Anthurium andraeanun) e o
tinhorão (Caladium bicolor).
As plantas que mais causam intoxicações com crianças na faixa etária entre
seis e doze anos são coroa-de-cristo (Euphorbia milii L), o pinhão-roxo (Jatropha
curcas), a mamona (Ricinus commuis) e o chapéu-de-napoleão (Trevetia neriifolia
Jussieu).
Entre os adultos, as intoxicações mais comuns são as causadas pelo uso
inadequado de plantas medicinais, alucinógenas e abortivas, as que mais causam
intoxicações são a buchinha (Buxus sempervirens) e a saia-branca (Brugmansia
suaveolens).
Algumas plantas utilizadas como ornamentais presentes nos jardins, em
vasos nos interiores das residências, parques, canteiros de praças públicas e até
mesmo em terrenos baldios, apesar de sua beleza, são perigosas, pois apresentam
princípios ativos que são tóxicos. Se forem ingeridas por crianças e animais, podem
causar graves lesões e até intoxicações ou em contato com a pele e olhos,
provocam certos tipos de irritações cutâneas como coceiras, vermelhidão. Por esse
motivo, é importante saber reconhecê-las e orientar as crianças dos perigos que
essas podem causar.
A falta de conhecimento em relação a muitas espécies vegetais tóxicas faz
com que ocorram as intoxicações acidentais, principalmente com as crianças, o
intuito do desenvolvimento deste é orientar os alunos no reconhecimento das
plantas tóxicas que fazem parte do seu entorno, motivando-os a repassar as
informações adquiridas para os familiares e vizinhos.
2.4 - Medidas preventivas para evitar acidentes com as plantas tóxicas.
As intoxicações por plantas ornamentais tóxicas que estão presentes nos
jardins e vasos das residências envolvendo crianças são acidentais e a maioria das
vezes ocorre, por falta de orientação.
Entre os adultos, as intoxicações podem ocorrer de forma abusiva pela
ingestão de chás preparados com as folhas da planta Datura suaveolens L. (saia–
branca) que tem ação alucinógena. Também acontece de forma acidental,
principalmente pelo contato com da pele e olhos com o látex quando realizam a
poda de algumas espécies como Euphorbia pulcherrima Willd (bico-de-papagaio),
Euphorbia milli L. ( coroa-de-cristo) e Thevetia peruviana Schum (chapéu-de-
napoleão).
Sobre campanha informativa de prevenção a acidentes Oliveira, Godoy e
Costa (2003, p. 53), descreve:
Se considerarmos constante a relação crianças/adultos intoxicados, uma campanha informativa englobando as espécies de maior relevância toxicológica seria suficiente para reduzir cerca de 70% da incidência de casos. Essa porcentagem é equivalente aos casos acidentais, sendo que os acidentes por uso abusivo necessitaria de outro tipo de campanha, mais social e acompanhada por médicos e psicólogos. Essas campanhas informativas deveriam incluir a elaboração de material educativo, entregue à população. O material deve facilitar o reconhecimento das plantas pelo aspecto e pelo nome, e mostrar os perigos que a ingestão e o manuseio descuidado dessas plantas podem trazer. Devem ser tomadas caso ocorram intoxicações e mostrar à população que eliminar as plantas tóxicas das residências não é a medida mais eficiente para diminuir a incidência de casos. A iniciativa de cortar as plantas tóxicas dos quintais apenas contribui para tornar as crianças alheias em relação aos perigos que as plantas tóxicas podem trazer.
A partir do exposto por Oliveira, verifica-se a importância de serem
trabalhadas com os (as) alunos (as) as medidas preventivas para evitar intoxicações
acidentais com eles ou com familiares e amigos, pois os mesmos podem divulgar
essas medidas.
O SINOTOX (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicos) em
seu site divulga as medidas preventivas que evitam os acidentes com as plantas
tóxicas ornamentais, sendo:
Medidas preventivas:
1- Mantenha as plantas venenosas fora do alcance das crianças. 2- Conheça as plantas venenosas existentes em sua casa e arredores pelo nome e características. 3 - Ensine as crianças a não colocar plantas na boca e não utilizá-las como brinquedos (fazer comidinhas, tirar leite, etc.). 4 - Não prepare remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação médica. 5 - Não coma folhas, frutos e raízes desconhecidas. Lembre-se de que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta. 6 - Tome cuidado ao podar as plantas que liberam látex provocando irritação na pele e principalmente nos olhos; evite deixar os galhos em qualquer local onde possam vir a ser manuseados por crianças; quando estiver lidando com plantas venenosas use luvas e lave bem as mãos após esta atividade. 7 - Em caso de acidente, procure imediatamente orientação médica e guarde a planta para identificação. 8 - Em caso de dúvida ligue para o Centro de Intoxicação de sua região. (http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=31)
Além das medidas preventivas citadas acima, deve-se também ter cuidados
especiais com os animais domésticos, pois os filhotes e adultos quando muito ativos
apresentam grande curiosidade por objetos novos no meio em que vivem e notam
logo quando é colocado um vaso diferente em casa ou uma planta estranha no
jardim. Pode acontecer de o animal lamber, morder, mastigar e engolir aquilo que
lhe despertou a curiosidade. Outra situação é quando os animais estão sem água,
podem, por exemplo, procurar plantas regadas ou molhadas de chuva recentemente
e ingerir suas partes. Portanto, deve-se ter o cuidado de colocar esses vasos em
local que os mesmos não alcancem. Procurar maneiras de evitar o acesso dos
animais ao jardim, e observar se a vasilha de água do animal está completa,
evitando acidentes.
A maioria das pessoas quando ficam sabendo que uma determinada planta
ornamental é tóxica, o pensamento que ocorre principalmente quem tem crianças
pequenas, talvez seja de não cultivar esse ou aquele tipo de planta, mas tomando
as providências simples e adequadas, essas plantas, muitas vezes belas, podem
continuar sendo cultivadas.
Quando ocorrer suspeita de uma possível intoxicação a criança ou adulto
deve ser levado o mais rápido possível ao hospital mais próximo. Outra atitude
fundamental é levar uma folha da planta para que o médico possa saber exatamente
o que fazer.
Se acidentalmente ocorrer a mastigação e ingestão de planta tóxica, é
necessário retirar cuidadosamente o que restar, enxaguando a boca com água
corrente Ao encaminhar para o hospital, é preciso que se leve parte da planta para
identificação.
Caso aconteça o contato com látex na pele ou olhos, lavar com água
corrente, se ocorrer uma irritação mais grave, procurar orientação médica.
2.5 – Relatos de experiência
Após a definição do conteúdo a ser abordado no projeto no 1º período do
PDE (2012), realizou-se pesquisa bibliográfica para aprofundamento referente à
toxidade das plantas tóxicas ornamentais e também das estratégias para o ensino
de Ciências, utilizando os recursos pedagógicos, tecnológicos e atividades lúdicas.
No 2º período do PDE ( 2012) foi elaborada a unidade temática e
selecionadas as atividades a serem aplicadas durante a implementação
A implementação do projeto foi desenvolvido com os (as) alunos (as) do 7º e
9º anos do ensino fundamental, matutino, de um colégio público, localizado no
município de Cornélio Procópio/PR.
O projeto de intervenção pedagógica foi apresentado aos professores, equipe
pedagógica, direção do colégio e comunidade escolar, na semana pedagógica do 1º
semestre de 2013.
No início do período letivo, foi apresentada a proposta aos alunos (as) com o
objetivo de incentivá-los a participarem do mesmo, foi explicado qual era o intuito de
desenvolver o projeto que incluía desde a pesquisa bibliográfica das plantas tóxicas
ornamentais, aulas de laboratório de informática, pesquisa de campo, atividades
lúdicas (envolvendo jogos educativos), seminário com apresentação das pesquisas
realizadas pelos alunos. O trabalho foi finalizado com uma exposição sobre as
plantas tóxicas ornamentais.
Atividade 1
Aplicação de questionário
Foi aplicado um questionário aos alunos (as) que teve como objetivo
identificar conhecimento sobre quais as plantas ornamentais tóxicas são mais
encontradas e conhecidas e se já houve acidentes com as mesmas.
Através da análise dos questionários respondidos, observou-se que a maioria
dos alunos não identificam as plantas que possuem no jardim e nos vasos de suas
residências. Na questão: “Você conhece alguma planta tóxica?” Dos 61 alunos que
responderam o questionário, apenas 14 disseram que sim, quando solicitado quais
conheciam, citaram: comigo-ninguém-pode e espada de São Jorge. Na questão:
“Alguma planta provocou irritação ou alergia em você?” Quatro alunos responderam
que sim, apenas um citou a espada de São Jorge, os demais não citaram o nome.
Na questão: “Você ou alguma pessoa que você conhece já teve problemas devido à
ingestão de plantas ornamentais?” Um aluno relatou que quando tinha cinco anos,
mastigou folhas de comigo-ninguém-pode, não chegou a engolir, porque a mãe
socorreu e fez o mesmo cuspir, mas teve queimaduras na boca. Outra aluna relatou
que sua sobrinha de três anos mastigou a parte branca do copo-de-leite (bráctea), a
avó estava perto, fez a criança cuspir e levou ao hospital. Não houve
consequências mais sérias a não ser irritação e inchaço na boca, a avó cortou e
jogou fora o pé de copo-de-leite.
A análise dos resultados do questionário demonstrou a importância do
conteúdo a ser trabalhado com esses alunos, utilizando diversas estratégias
metodológicas e os recursos tecnológicos, favorecendo a aprendizagem
significativa, pois muitos alunos demonstraram não conhecer as principais plantas
tóxicas ornamentais que estão fazendo parte do seu dia a dia.
Atividade 2
Atividade desenvolvida utilizando a rede mundial de computadores para
levantamento de dados a respeito de plantas tóxicas ornamentais.
Uso do laboratório de Informática
Atividade: Estudo das plantas tóxicas ornamentais.
O objetivo desta atividade foi fornecer condições aos alunos para conhecer as
principais plantas tóxicas ornamentais por meio da observação das fotos postadas
em sites. E também conhecer o nome popular, nome científico e parte tóxica destas
plantas.
Em aulas que antecederam esta atividade, foi pedido aos alunos que
elaborassem uma listagem com nomes de plantas ornamentais do jardim ou vasos
de sua residência ou de vizinhos próximos. Se não houvesse jardim em sua
residência ou nas proximidades, os mesmos deveriam relacionar as que eles
conhecessem.
No laboratório de informática, os alunos foram organizados em duplas, de
posse da lista com o nome das plantas ornamentais, e seguindo orientações e
explicações do professor, acessaram primeiramente o site www.sintox.com.br, na
página inicial, clicaram plantas tóxicas brasileiras. Os alunos assinalaram na sua
lista as que eram tóxicas, a seguir anotaram os dados solicitados e fizeram as
observações das fotos das plantas. Muitos alunos demonstraram admiração pela
beleza das plantas.
Em outras aulas que retornaram ao laboratório de informática para dar
continuidade e complementar a pesquisa foram acessado os sites:
http://www.portaleducacao.com.br/enfermgem,
http://www.oocities.org/br/plantastoxicas e
http://plantastoxicasvenenosas.blogspot.com.br/search/label.
Durante a aula, os alunos estavam entusiasmados, pois a partir dos dados
colhidos com seus pais e vizinhos estavam conduzindo a sua aprendizagem,
buscando informações para depois repassar esses conhecimentos aos outros.
Após a pesquisa no site, os alunos em dupla elaboraram uma tabela que
apresentou os dados anotados, para serem socializados num mural na exposição.
As plantas tóxicas relacionadas pelos alunos que nortearam o
desenvolvimento das próximas atividades foram:
- Açucena (Hippeastrum organense Hook)
- Antúrio (Anthurium andraeanun)
- Avelós (Euphorbia tirucalli);
- Azaleia (Rhododendron indicum)
- Bico-de-papagaio: Euphorbia pulcherrima;
- Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta) ;
- Copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica);
- Coroa-de-Cristo (Euphorbia milii)
- Coroa-Imperial (Haemanthus katharinae Baker)
- Costela-de-adão (Monstera deliciosa)
- Era miúda, unha-de-gato (Ficus pumila)
- Espada de São Jorge ( Sansevieria trifasciata)
- Espirradeira (Nerium oleander);
- Guiné (Petiveria alliacea L.)
– Hera (Hedera helix L)
- Jiboia (Scindapsu aureus)
- Manacá (Brunfelsia uniflora)
- Saia-Branca (Datura suaveolens)
- Taioba-Brava (Colocasia antiquorum);
- Tinhorão ou caládio (Caladium bicolor);
Atividade 3
Pesquisa bibliográfica para aprofundamento do conhecimento a respeito
das plantas tóxicas ornamentais.
Esta atividade teve a finalidade de proporcionar aos alunos o contado
com o que já foi escrito sobre o assunto a ser pesquisado, visando a construção do
conhecimento.
Objetivo da pesquisa foi proporcionar aos alunos condição para adquirir e
construir conhecimentos a respeito de plantas tóxicas ornamentais.
A pesquisa realizada abrangeu os seguintes itens:
- Quando uma planta é considerada tóxica?
- Plantas tóxicas ornamentais mais comuns:
Nomes populares
Nome científico
Principais características botânicas
Parte da planta que apresenta o principio ativo tóxico
Acidentes mais comuns
Sintomatologia
Tratamento
- Faça suas considerações sobre as plantas pesquisadas.
Foi indicado para os alunos livros e sites que apresentavam as informações
solicitadas. Os alunos também foram orientados como deveriam fazer a pesquisa,
buscando realizar primeiro uma leitura dos materiais que tratam o assunto a ser
trabalhado, como deve ser organizado o texto que deverá conter as informações
sistematizadas, e assim evitar a simples leitura e repetição, bem como referenciar a
fonte que foi pesquisada.
Para realizar a pesquisa, os alunos foram organizados em duplas, foi
distribuído para cada dupla o nome de três plantas tóxicas ornamentais que haviam
sido listadas nas pesquisas nos sites nas aulas no laboratório de informática.
O trabalho de pesquisa foi apresentado em forma de texto, após leitura e
correção dos textos produzidos pelos alunos, foram devolvidos para as devidas
correções. Ao corrigir as pesquisas, observou-se que a maioria dos alunos não
produziu um texto com resultados pesquisados, apenas fizeram cópias, sem
referenciar a fonte, alguns utilizaram apenas uma fonte de pesquisa.
No item que foi solicitado para que os mesmos fizessem suas considerações
sobre as plantas pesquisadas, alguns omitiram esse item, sabendo que uma das
estratégias para o aluno construir seu conhecimento é produzir seu próprio texto,
sistematizando suas ideias e expressando o que entendeu do conteúdo pesquisado,
ocorreu a necessidade de reunir- se com esses alunos, explicando a importância
que os mesmos emitissem suas opiniões sobre o assunto pesquisado.
A partir das observações realizadas durante as correções, os alunos foram
novamente orientados, procurando especificar as dificuldades encontradas para
superar as mesmas.
Alguns alunos fizeram as correções necessárias, e assim organizaram e
realizaram o seminário para apresentação das plantas pesquisadas para os demais
alunos da sala.
Atividade 4
Pesquisa de campo.
O objetivo desta atividade foi realizar um levantamento nos jardins da praça e
residências próximas a escola para verificar a incidência das plantas ornamentais
consideradas tóxicas.
Antes de realizar a pesquisa de campo, a professora fez um planejamento
dos locais onde encontraria o objeto de estudo.
Foram solicitados os seguintes recursos materiais necessários para realizar a
atividade: roteiro pré-estabelecido com os mesmos, câmera fotográfica, lápis, caneta
e caderno de ciências para fazerem as anotações.
Os alunos demonstraram entusiasmo desde o início da pesquisa, que foi
iniciado em uma praça que fica atrás do colégio na avenida da saudade, nesta praça
como ela foi revitalizada há pouco tempo, não foi encontrada nenhuma planta tóxica
ornamental. Nas residências desta avenida (duas quadras próximas do colégio)
foram encontradas: comigo-ninguém-pode, taioba brava, copo-de-leite, bico-de-
papagaio, azaleia, hortênsia, antúrio, guiné. Na Rua Julio Gomes, foram
encontradas: bico-de-papagaio, hortênsia, alamanda, dedadeira, espada de são
Jorge, antúrio e manacá. Na Rua Anchieta encontrou-se: comigo-ninguém-pode,
bico-de-papagaio, hortênsia, alamanda, tinhorão, fícus (era miúda), espada de São
Jorge e manacá. Na Rua Bandeirantes encontraram as seguintes plantas : comigo-
ninguém-pode, hortênsia, azaleia, tinhorão, espada de São Jorge, antúrio e manacá.
Rua Tiradentes, as plantas encontradas foram: coroa de Cristo, bico-de-papagaio,
azaléia, guiné, costela de Adão, avelós. Na Rua Nossa Senhora do Rocio, foram
encontradas: antúrio, comigo-ninguém-pode, espirradeira, hera, azaleia. Avenida
Minas Gerais, encontrou-se: comigo-ninguém-pode, bico-de-papagaio, alamanda,
tinhorão, fícus (era miúda) espada de são Jorge, antúrio.
Durante a pesquisa, os alunos conversaram com os moradores e indagaram
se eles sabiam quais plantas do seu jardim eram tóxicas, comentaram os cuidados
que deveriam ter com crianças e animais domésticos, e pediram permissão para
fotografar as plantas.
Para concluir a atividade, foi realizada a edição das fotos, elaboração de uma
tabela contendo o nome da rua ou avenida e as plantas encontradas, e um quadro
comparativo para verificar quais plantas tiveram maior incidência.
Os alunos ficaram admirados com a quantidade de plantas tóxicas
encontradas num percurso que consideraram pequeno. A situação que também
chamou a atenção dos mesmos foi que a maioria dos moradores citaram apenas o
comigo-ninguém-pode como planta tóxica, as demais disseram que não tinham
conhecimento do perigo e que haviam escolhido por sua beleza. Os alunos
enfatizaram a esses moradores que não deveriam tirar as plantas do seu jardim,
apenas terem certos cuidados, pois sabendo dos perigos, evitariam acidentes.
Atividade 5
Elaboração e organização de materiais digitalizados e multimídias sobre
as plantas tóxicas mais comuns presente no nosso dia a dia e aplicação dos
mesmos.
Após realização de pesquisas bibliográficas e de campo, passou-se para a
etapa de organização de material multimídia, esse foi elaborado em power point
para ser utilizado em TV multimídia, consta de fotos feitas pela própria autora e
informações básicas a respeito das plantas sendo: nome científico, nome popular,
família, princípio ativo tóxico, partes tóxicas das plantas, aspectos botânicos,
sintomatologia e tratamento.
Esses foram aplicados em sala de aula para todos os alunos.
Os alunos envolvidos na pesquisa de campo ficaram satisfeitos com resultado
dos trabalhos realizados, pois tiveram a oportunidade de verem os resultados das
pesquisas realizadas, sendo apresentados para seus colegas.
Esse material foi disponibilizado para demais professores do colégio, para
utilizarem e divulgarem as plantas tóxicas ornamentais que estão presente na vida
de todos.
Atividade 6
Aplicação de atividade lúdica
Quebra-cabeça
Os objetivos da aplicação da atividade foram:
- Identificar as plantas tóxicas ornamentais.
- Conhecer as principais características das plantas tóxicas utilizadas como
ornamentais.
- Desenvolver a percepção visual ao relacionar a figura com o nome científico,
popular e características das plantas utilizadas como ornamentais.
Foi confeccionado 15 quebra-cabeças, cada um é composto por três peças
contendo a imagens das plantas tóxicas ornamentais, nome científico e popular e
aspectos botânicos.
A turma foi organizada em equipe de seis alunos (as), cada equipe recebeu
um jogo completo, as peças foram espalhadas sobre a mesa, ao sinal da professora,
todos iniciaram o jogo. Vence a equipe que montar primeiro os 15 quebra-cabeças
relacionando a imagem com o nome e os aspectos botânicos.
No início do desenvolvimento da atividade, os alunos estavam eufóricos, pois
para eles era novidade a atividade lúdica, mas a partir das orientações e
organização dos grupos, ficaram mais calmos, apresentaram concentração,
socialização no trabalho em grupo: um ajudava o outro, procurando os acertos,
conforme iam montando o quebra-cabeça, solicitavam a presença da professora
para verificar se as relações estavam corretas. O primeiro grupo que terminou se
dispôs a auxiliar os demais, orientando sem dar as respostas.
A atividade contribuiu para a aula ser mais dinâmica e participativa.
Atividade 7
Aplicação de atividade lúdica,
Bingo Polivalente
Esta atividade teve como objetivos
- Leitura e interpretação do texto “Prevenção de acidente com plantas tóxicas”
- Selecionar palavras chaves do texto.
- Fixar a escrita das palavras relacionadas à prevenção de acidentes com
plantas tóxicas.
- Trabalhar com a existência de regras.
- Desenvolver o espírito de cooperação.
Descrição do jogo: este recebe o nome de bingo polivalente e pode ser
trabalhado em qualquer conteúdo. O texto selecionado pela professora foi: “Medidas
preventivas para evitar acidentes com plantas ornamentais tóxicas”. Após entregar o
texto para os alunos, pediu que fizessem a leitura silenciosa, a seguir alguns alunos
fizeram a leitura oral do mesmo. Também foi feito a interpretação oral do texto com
os alunos.
Após a leitura, cada aluno recebeu meia folha de papel sulfite, utilizando a
técnica da dobradura, dobrar a folha ao meio. Repetir este procedimento mais três
vezes. Vincando bem a folha de papel. A seguir, abrir a folha que deveria ter 16
retângulos, assim tem a cartela de bingo. Os alunos foram orientados para escrever
uma palavra do texto em cada retângulo com caneta esferográfica. Deveriam
escolher palavras com consideradas importâncias (palavras chaves), cuidando para
não repetir as palavras. As cartelas não devem ter rasuras e nem erros. Após
escreverem as palavras, a professora verificou se todos os alunos conseguiram
preencher os espaços.
Com as cartelas prontas foi só jogar, a sequência escolhida pela professora
foi pelo número da chamada dos alunos, quando falava o número, o aluno dizia
uma palavra da sua cartela de bingo, a professora anotava a palavra no quadro de
giz. Os alunos que tinham em sua cartela a palavra marcam. Repetiu-se o
procedimento até alguém fechar toda a cartela.
No início da atividade, não chamou atenção, pois, para eles era só mais uma
leitura e interpretação do texto, quando foram distribuídas as folhas de sulfite e foi
explicado que iriam confeccionar sua própria cartela de bingo, começaram a ter mais
interesse pela aula.
Durante o jogo, existiam momentos de concentração e euforia, alguns até
extrapolavam na empolgação, pois, quando era dito uma palavra que tinha na sua
cartela, vibravam.
Esta atividade revelou-se atrativa para a maioria dos alunos, alguns tiveram
que reler o texto mais de uma vez para montar sua cartela, pois procuraram palavras
chaves que tinham conceitos importantes a respeito do assunto em questão.
Atividade 8
Exposição sobre plantas tóxicas ornamentais.
A exposição teve como objetivo divulgar para a comunidade escolar o
trabalho realizado com os alunos, bem como o resultado do mesmo, referente às
plantas tóxicas utilizadas como ornamentais em residências, bem como o perigo
das mesmas para os seres vivos.
Durante toda a implementação, foi sendo preparada a exposição, que
também contou com o auxilio dos pais de alguns alunos em providenciar as mudas
das plantas ornamentais que tinham em suas residências para seus filhos trazerem
para a exposição.
Foram organizados painéis: com resultado da pesquisa na rede mundial de
computadores realizada no laboratório de informática e pesquisa de campo. Com
fotos de todas as etapas da implementação, as atividades que os alunos realizaram
estavam em pasta também exposta.
Vasos com exemplares das plantas tóxicas ornamentais pesquisadas junto de
cada vaso estavam o nome popular, o nome científico, características botânicas
básicas, princípios ativos, sintomatologia.
As plantas que não tiveram condições de providenciar a muda em vaso,
foram coletados galhos e preservados em água para serem expostos, também com
informações acima.
A exposição esteve aberta para visitação da comunidade escolar durante
todos os períodos de funcionamento do colégio, os alunos foram organizados em
grupos para atender aos visitantes. Muitos pais compareceram para prestigiar o
trabalho realizado pelos filhos. Funcionários da escola também realizaram visita.
Muitos dos visitantes ficaram admirados com a quantidade de plantas tóxicas
ornamentais que fazem parte de suas residências e não tinham conhecimento de
sua toxidade. Alguns pais comentaram sobre a empolgação dos filhos em participar
das atividades desenvolvidas durante a implementação.
3- Considerações Finais
Para se chegar a implementação do projeto, ocorreu a necessidade de
pesquisas e leituras, tanto do conteúdo a ser trabalhado como também de
metodologias viáveis para elaboração do projeto, produção didático- pedagógica e
atividades que foram aplicadas na implementação, tudo isso foi muito importante,
pois resultou em enriquecimento teórico para a professora.
A proposta que foi implementada demonstra o quanto pôde contribuir para
obter qualidade de ensino ao motivar os alunos, relacionando os conteúdos com sua
vida cotidiana, valorizando seus conhecimentos prévios, procurar caminhos para que
as aulas se tornem mais atrativas.
Após a implementação, verificou-se que trabalhando com metodologias
diversificadas, utilizando os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas como TV
multimídia, laboratório de informática, entre outros. Também se utilizou vários
encaminhamentos metodológicos como atividades lúdicas, pesquisas de campo,
pesquisas bibliográficas orientadas que são fundamentais para assegurar a
interatividade no processo de ensino e aprendizagem, bem como propiciar aos
alunos a construção dos conceitos científicos de forma contextualizada e
significativa.
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