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PREFEITURA MUNICIPAL SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO UBERABA 2006-2015 UBERABA – 2007

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  • 1PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 1

    PREFEITURA MUNICIPALSECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO E CULTURA

    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO

    UBERABA 2006-2015

    UBERABA 2007

  • 2PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 2

    2a Verso do PDME/UBERABA/MG* (Revista, adaptada e ampliada durante o processo de 1a avaliao, realizado no perodo de agosto a dezembro de 2006)

    PRAIS & PRAIS CONSULTORIA EDUCACIONAL LTDA.

    *A primeira verso encontra-se arquivada no Conselho Municipal de Educao.

  • 3PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 3

    Lei n 9895, de 07 de janeiro de 2006

    Institui o Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba e d outras providncias

    O povo do Municpio de Uberaba, Estado de Minas Gerais, por seus representantes na Cmara Municipal aprova, e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte Lei:

    Art. 1o Fica aprovado o Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba, constante do documento anexo.

    Art. 2o O Municpio de Uberaba, atravs de comisso especfica, a ser oficialmente constituda, proceder a avaliaes peridicas da implementao do Plano Decenal Municipal de Educao.

    Pargrafo nico. A primeira avaliao realizar-se- no segundo semestre do primeiro ano de vigncia desta Lei. O Poder Legislativo, por intermdio da Comisso de Educao, acompanhar a execuo do Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba.

    Art. 3o O Poder Executivo Municipal empenhar-se- na divulgao deste Plano e na progressiva realizao de seus objetivos e metas, para que a sociedade uberabense o conhea amplamente e acompanhe sua implementao.

    Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Uberaba, 07 de janeiro de 2006

    Anderson Adauto PereiraPrefeito Municipal

  • 4PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 4

  • 5PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 5

    Ai de ns, educadores, se deixarmos de sonhar os sonhos possveis.

    E, o que eu quero dizer com sonho possvel? Na verdade, h sonhos impossveis e o critrio de possibilidade ou

    impossibilidade dos sonhos um critrio histrico-social e no individual. O sonho impossvel hoje torna-se possvel amanh

    Paulo Freire

  • 6PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 6

  • 7PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 7

    PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERABA MG

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO E CULTURA

    PrefeitoAnderson Adauto Pereira

    Secretrio Municipal de Educao e CulturaJos Vandir de Oliveira

    Subsecretria de EducaoMara Denise Paschoalini Bscolo

    Diretora do Departamento de Ensino e Apoio PedaggicoEliana Helena Corra Neves Salge

    Diretora do Departamento de Formao ContinuadaRenilda Maria Rosa

    Diretora do Departamento de Programas e Projetos EspeciaisMarlene Lopes Sabino

    Diretor do Departamento de Planejamento, Gesto e FinanasRuy Martins Magalhes

  • 8PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 8

  • 9PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 9

    COMISSO MUNICIPAL DE EDUCAO RESPONSVEL PELA COORDENAO DA ELABORAO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAO DE UBERABA, INSTIUDA PELO DECRETO No 399/2005, DE 1o DE JUNHO DE 2005, PUBLICADO NO JORNAL PORTA-VOZ DE 04/06/2005

    Jos Vandir de Oliveira (Coordenador)Secretrio Municipal de Educao e Cultura

    Vnia Aparecida de OliveiraRepresentante da Secretaria Municipal de Educao e Cultura

    Marlene AbdalaRepresentante do Conselho Municipal de Educao

    Neli TerraRepresentante da Superintendncia Regional de Ensino

    Joo Pinto de OliveiraRepresentante da Rede Particular de Ensino

    Eliane Maria de Paula Diniz MachadoRepresentante da Rede Estadual de Ensino

    Creusa Maria de MoraisRepresentante da Rede Municipal de Ensino

    Eliane Portelinha Mota VerssimoRepresentante do Poder Legislativo

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    SUMRIO APRESENTAO ........................................................................................................ 14

    I INTRODUO 1.1 Histrico do Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba 1.1.1 Contexto Nacional .............................................................................................. 151.1.2 Contexto Estadual ............................................................................................... 171.1.3 Contexto Municipal ............................................................................................ 19 1.2 Pressupostos do Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba 1.2.1 Pressupostos Poltico-Institucionais ................................................................... 211.2.2 Pressupostos Conceituais .................................................................................... 221.2.3 Pressupostos Metodolgicos ............................................................................... 28 1.3 Caracterizao do Municpio 1.3.1 Situao Geogrfica ............................................................................................ 311.3.2 Perfil Municipal .................................................................................................. 331.3.3 Histrico do Municpio ....................................................................................... 341.3.4 Histrico da Educao ........................................................................................ 38 1.3.4.1 Rede Particular de Ensino ............................................................................... 401.3.4.2 Rede Federal de Ensino ................................................................................... 411.3.4.3 Rede Estadual de Ensino ................................................................................. 421.3.4.4 Rede Municipal de Ensino .............................................................................. 42

    II NVEIS DE ENSINO 2.1 Educao Bsica 2.1.1 Educao Infantil A Diagnstico .............................................................................................................. 46B Diretrizes ................................................................................................................. 51C Objetivos e Metas .................................................................................................... 52 2.1.2 Ensino Fundamental A Diagnstico .............................................................................................................. 54B Diretrizes ................................................................................................................. 60C Objetivos e Metas .................................................................................................... 62

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    2.1.3 Ensino Mdio A Diagnstico .............................................................................................................. 63B Diretrizes ................................................................................................................. 70C Objetivos e Metas .................................................................................................... 71 2.2 Educao Superior A Diagnstico .............................................................................................................. 73B Diretrizes ................................................................................................................. 83C Objetivos e Metas .................................................................................................... 85

    III MODALIDADES DE ENSINO 3.1 Educao de Jovens e Adultos A Diagnstico .............................................................................................................. 86B Diretrizes ................................................................................................................. 89C Objetivos e Metas .................................................................................................... 90 3.2 Educao Inclusiva A Diagnstico .............................................................................................................. 91B Diretrizes ................................................................................................................. 94C Objetivos e Metas .................................................................................................... 95 3.3 Educao do Campo A Diagnstico .............................................................................................................. 96B Diretrizes ................................................................................................................. 98C Objetivos e Metas .................................................................................................... 98 3.4 Educao Tecnolgica e Formao Profissional A Diagnstico .............................................................................................................. 99B Diretrizes ................................................................................................................. 103C Objetivos e Metas .................................................................................................... 104 3.5 Educao a Distncia e Tecnologias Educacionais A Diagnstico .............................................................................................................. 105B Diretrizes ................................................................................................................. 106C Objetivos e Metas .................................................................................................... 107

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    IV TEMAS ESPECIAIS 4.1 Formao dos Profissionais e Valorizao do Magistrio A Diagnstico .............................................................................................................. 108B Diretrizes ................................................................................................................. 111C Objetivos e Metas .................................................................................................... 113 4.2 Financiamento e Gesto A Diagnstico .............................................................................................................. 115B Diretrizes ................................................................................................................. 123C Objetivos e Metas .................................................................................................... 124

    V ACOMPANHAMENTO E AVALIAO DO PLANO 5.1 Composio da Comisso Executiva .................................................................... 1265.2 Objetivos e Tarefas ................................................................................................ 126

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANEXOS

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    APRESENTAO

    Em vrias realizaes humanas, o planejamento definido como um ato ou processo de estabelecer objetivos, metas, diretrizes e procedimentos para que as esperanas e expectativas em torno de um futuro desejvel aconteam. O resultado desse processo constitui-se num plano que sistematicamente apresenta as intenes e o percurso necessrio concretizao do que se pretende.

    Em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educao recomendou que se elaborasse um plano amplo e unitrio para promover a reconstruo da educao do Pas. A partir da, educadores tm se dedicado a estudos e pesquisas com vistas formulao de um Plano Decenal de Educao, o que resultou na incluso de um artigo na Constituio Federal de 1934, que determinava Unio esta competncia. Determinao que, com exceo de 1937, reaparece em todas as demais Cartas Constitucionais.

    Entretanto, somente com a Constituio de 1988, cinqenta e quatro anos aps a primeira tentativa oficial, que ressurgiu a idia de um plano nacional de longo prazo, com fora de lei, capaz de conferir estabilidade s iniciativas governamentais na rea de educao. A LDB de 1996 Lei 9.394/96 insiste na necessidade de elaborao de um plano nacional com durao de dez anos, e estabelece que a Unio o encaminhe ao Congresso Nacional, um ano aps a sua publicao, estabelecendo diretrizes e metas para todos os nveis e modalidades de ensino.

    Em 09 de janeiro de 2001, o Presidente da Repblica aprova o Plano Nacional de Educao PNE Lei no 10.172, que, em seu art. 5o, estabelece a obrigatoriedade dos Estados e Municpios elaborarem a proposta de um Plano Decenal prprio, constitudo a partir dos eixos abaixo descritos, submetendo-a apreciao e aprovao do Poder Legislativo correspondente.

    Educao como direito de todos;

    Educao como instrumento de desenvolvimento econmico e social;

    Educao como fator de incluso;

    A democratizao da gesto do ensino pblico nos estabelecimentos oficiais.

    Em cumprimento a todas essas determinaes legais, Uberaba inicia, em 03/07/2003, o trabalho de construo do seu Plano Decenal que se desenvolveu at o ano de 2005, com a participao de comisses e subcomisses constitudas por representantes de diferentes segmentos da sociedade. A Secretaria Municipal de Educao e Cultura, em parceria com a Superintendncia Regional de Ensino, assumiu a coordenao dos trabalhos norteando os caminhos e orientando a tomada de decises.

    Resultante de um processo democrtico de construo, o PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO DE UBERABA, que ora apresentamos e entregamos sociedade, ser o documento orientador de todas as polticas de educao do Municpio. A partir dele, cria-se, no Municpio, um Crculo de Cultura, ou seja, um amplo e novo espao de discusso e deciso de compromissos e aes necessrios ao desenvolvimento da educao da cidade. Este espao ser constitudo no s pelas autoridades educacionais, pelo poder pblico constitudo e por diferentes segmentos da educao, como tambm, por representantes de todos os outros setores organizados da sociedade envolvidos com a educao: mdia, igrejas, sindicatos, empresas, ONGs e famlias. Assim, procurar-se- pensar, pesquisar e trabalhar em rede entendendo a educao como direito de todos e dever do Estado e da famlia, promovida e incentivada com a colaborao da sociedade.

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    Por fim, fundamental esclarecer que este no um plano para o Sistema Municipal de Educao ou para esta gesto, mas um plano de longo prazo para a educao do Municpio. Coerente e cooperativamente integrado e articulado aos Planos Nacional e Estadual, o PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO DE UBERABA constitui-se no documento-referncia da Poltica Educacional assumida pelo Municpio para todos os nveis e modalidades de ensino das diferentes esferas administrativas, em busca de um atendimento qualitativo de todas as demandas locais. Apresenta, tambm, questes de gesto e financiamento e de formao e valorizao do magistrio da Educao Bsica e, no ltimo captulo, prope formas para o seu acompanhamento e avaliao.

    Sabe-se, entretanto, que o cumprimento das metas nele estabelecidas depender no apenas da colaborao entre as instncias do poder pblico: Unio, Estado e Municpio mas, sobretudo, da capacidade de mobilizao da sociedade uberabense em busca do atendimento das suas necessidades e expectativas.

    Em funo disso, no momento em que como agentes pblicos o entregamos sociedade uberabense, conclamamos a cada muncipe a se assumir como seu signatrio, tornando-se responsvel por fiscalizar a sua execuo, para que a Terra de Major Eustquio continue sendo exemplo de uma educao de qualidade.

    Jos Vandir de OliveiraSecretrio Municipal de Educao e Cultura

    Anderson Adauto Pereira

    Prefeito Municipal

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    I INTRODUO

    1.1 Histrico do Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba

    1.1.1 Contexto Nacional

    A instalao da Repblica no Brasil e o surgimento das primeiras idias de um plano que tratasse da educao para todo o territrio nacional aconteceram simultaneamente. medida que o quadro social, poltico e econmico, do incio do sculo XX se desenhava, a educao comeava a se impor como condio fundamental para o desenvolvimento do pas. Havia grande preocupao com a instruo, nos seus diversos nveis e modalidades. Nas suas duas primeiras dcadas, as vrias reformas educacionais ajudaram no amadurecimento da percepo coletiva da educao como um problema nacional.

    Em 1932, educadores e intelectuais brasileiros lanaram um manifesto ao povo e ao Governo, que ficou conhecido como Manifesto dos Pioneiros da Educao. Propunham a reconstruo educacional, de grande alcance e de vastas propores (...) um plano com sentido unitrio e de bases cientficas (...). O documento teve grande repercusso e motivou uma campanha que resultou na incluso de um artigo especfico na Constituio Brasileira, de 16 de julho de 1934, sobre a necessidade de elaborao de um Plano Nacional de Educao.

    Todas as constituies posteriores, com exceo da Carta de 1937, incorporaram, implcita ou explicitamente, essa idia e havia, subjacente, o consenso de que o plano deveria ser fixado por Lei. Entretanto, tal idia no se concretizou, apesar das iniciativas tomadas em 1962 e 1967. Somente com a Constituio Federal de 1988, cinqenta anos aps a primeira tentativa oficial, ressurgiu a idia de um plano nacional previsto para longo prazo, com fora de lei, capaz de conferir estabilidade s iniciativas governamentais na rea da educao.

    Entre 1993 e 1994, aps a conferncia Mundial de Educao em Jomtien, Tailndia, e por exigncia dos documentos resultantes dessa conferncia, foi elaborado o Plano Nacional de Educao para Todos, num amplo processo democrtico coordenado pelo MEC. O plano foi aprovado no final do governo Itamar Franco.

    Em 1996, aprovada a segunda LDBEN Lei no 9.394/96, que insiste na necessidade de elaborao de um plano nacional em sintonia com a Declarao Mundial sobre Educao para Todos, com durao de dez anos, para reger a educao na Dcada da Educao. Estabelece, ainda, que a Unio encaminhe o plano ao Congresso Nacional, um ano aps a publicao da citada Lei, com diretrizes e metas para todos os nveis e modalidades de ensino.

    Em fevereiro de 1998, chega Cmara dos Deputados dois projetos de Lei visando instituio do Plano Nacional de Educao: o Projeto n 4.155/98, apresentado pelo Deputado Ivan Valente e o Projeto no 4.173/98, apresentado pelo MEC. Ao final de um longo processo de discusses, o relator da Comisso de Educao opta por redigir um substitutivo, incorporando as contribuies dos dois projetos, que, em 14/12/2000 foi aprovado.

    Em 09 de janeiro de 2001, o Presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei no 10.172 que institui o Plano Nacional de Educao PNE/01, e que estabelece a obrigatoriedade dos Estados e Municpios elaborarem a proposta de um Plano Decenal prprio e submet-la apreciao do Poder Legislativo correspondente.

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    Quatro premissas orientaram a elaborao do PNE/01.

    1. Educao como direito de todos.2. Educao como fator de desenvolvimento social e econmico do Pas.3. Reduo das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e permanncia, com sucesso, na educao pblica.4.Democratizao da gesto do ensino pblico nos estabelecimentos oficiais.

    Os objetivos estabelecidos pelo Plano Nacional de Educao so:

    elevar o nvel de escolaridade da populao; melhorar a qualidade do ensino, em todos os nveis e modalidades; reduzir as desigualdades sociais e regionais; democratizar a gesto do ensino pblico.

    Considerando a escassez de recursos, o PNE/01 estabeleceu as seguintes prioridades:

    garantia do Ensino Fundamental obrigatrio de 08 (oito) anos a todas as crianas de 07 (sete) a 14 (quatorze) anos (obrigatoriedade atualmente ampliada para 09 (nove) anos, com incio aos 06 (seis) anos); garantia de Ensino Fundamental a todos os que a ele no tiveram acesso na idade prpria, ou que no o concluram; ampliao do atendimento nos demais nveis de ensino: a Educao Infantil, o Ensino Mdio e a Educao Superior; valorizao dos profissionais da educao; desenvolvimento de sistemas de informao e de avaliao, em todos os nveis e modalidades de ensino.

    1.1.2 Contexto Estadual

    Minas, mais uma vez, faz a diferena. Embora a recomendao legal da LDB/96, no seu Art. 10 seja: Os Estados incumbir-se-o de (...) elaborar e executar polticas e planos educacionais, em consonncia com as diretrizes e planos nacionais de educao, integrando e coordenando as suas aes e as dos Municpios, a Secretaria de Estado da Educao SEEMG em respeito autonomia dos Municpios, enquanto entes federados autnomos, e poltica Cooperao Mtua iniciada neste Estado na dcada de 90 optou por sugerir, de comum acordo com a Unio Nacional de Dirigentes Municipais de Educao, Seo MG UNDIME/MG, um percurso crtico de planejamento, a partir de uma determinada filosofia de trabalho e de trilhas consideradas mais eficazes na construo democrtica do Plano Decenal de Educao de Minas Gerais PDEEMG.

    Tal percurso pressups que os Municpios traassem, ao mesmo tempo em que o Estado e em ao articulada com o Plano Nacional e Estadual de Educao, diretrizes e objetivos gerais para a Educao e, em ao autnoma, elaborassem, a partir de um amplo diagnstico, os objetivos, as metas e as aes especficas que respondessem s expectativas de cada um dos seus nveis e modalidades de ensino.

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    Esta proposta representou o reflexo de idas e vindas de discusses entre os atores envolvidos no processo, durante um tempo de pr-planejamento. Pode-se ainda dizer que ela espelha um modo de se acreditar no planejamento como processo democrtico, baseado no dilogo e na troca de experincias, a partir dos dados da realidade.

    Seguindo essa orientao e, com o devido cuidado para que os Planos Municipais no corressem o risco de ficar apenas no desejo, como tantos outros, a SEE/MG orientou Uberaba e os demais 852 (oitocentos e cinqenta e dois) Municpios mineiros, na elaborao de seus respectivos planos, oferecendo-lhes apoio tcnico para a construo democrtica e cientfica dos mesmos, inclusive atravs da oferta de um Atlas da Educao de Minas Gerais, elaborado pela Fundao Joo Pinheiro, contendo todos os dados estatsticos necessrios ao diagnstico da educao municipal.

    Desse modo, em Minas Gerais, Estado e Municpios construram, em suas bases pactuadas e negociadas e, em tempo nico, os seus respectivos Planos Decenais de Educao, de forma articulada com o Plano Nacional e de acordo com as suas demandas e vocao histrico-sociais.

    O PDEEMG fundamenta-se nos seguintes princpios e diretrizes gerais:

    equidade e Justia Social; qualidade; dilogo e Interao entre as Redes de Ensino; democratizao e Articulao com a Comunidade.

    Os objetivos contemplados pelo Plano Estadual de Educao PDEEMG encontram-se explicitados no Art. 204 da Constituio Estadual CE/89 e so os seguintes:

    erradicar o analfabetismo; universalizar o atendimento escolar; melhorar a qualidade do ensino; promover a formao para o trabalho; proporcionar uma formao humanstica, cientfica e tecnolgica.

    Alm desses, os signatrios do plano estabeleceram como objetivos:

    garantir, com equidade, que a Educao Bsica seja tratada como direito de toda a populao e dever intransfervel do Poder Pblico; garantir a universalizao do Ensino Fundamental obrigatrio de 09 (nove) anos e do Ensino Mdio; garantir a oferta de Educao Bsica para todos os que a ela no tiveram acesso na idade prpria; garantir a atuao de professores habilitados em toda a Educao Bsica; elevar a qualidade do Ensino Pblico ofertado populao em toda a Educao Bsica; elevar a taxa de atendimento da Educao Infantil e do Ensino Especial; institucionalizar o Regime de Colaborao Estado-Municpio, em consonncia com preceitos constitucionais, instituindo o Sistema nico de Ensino; garantir mecanismos legais e operacionais que efetivem a gesto democrtica da educao em todos os mbitos da administrao; elevar globalmente os investimentos em Educao.

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    SEE/MG, como coordenadora do processo, coube, a partir do diagnstico, a responsabilidade de definir as prioridades para o PDEEMG, a saber:

    a superao do analfabetismo no Estado, com garantia de continuidade de escolarizao bsica para os jovens e os adultos; a elevao geral do nvel de escolarizao da populao, garantida a universalizao dos Ensinos Fundamental e Mdio; a melhoria da qualidade em todas as etapas e modalidades da Educao Bsica; a reduo das desigualdades educacionais, com a promoo da equidade; a implantao gradativa da educao de tempo integral na rede pblica; a formao e valorizao dos profissionais da educao; o fortalecimento da democratizao da gesto educacional; a melhoria da infra-estrutura das escolas pblicas, com prioridade para as regies, definidas neste Plano, como de maior vulnerabilidade social; a institucionalizao das regras do Regime de Cooperao Estado-Municpio; o desenvolvimento de sistemas de informao e de avaliao; o acompanhamento e a apropriao da evoluo tecnolgica.

    1.1.3 Contexto Municipal

    A Lei Orgnica do Municpio de Uberaba, em seu Art. 139, estabelece acerca do PME que: O Municpio elaborar o plano bienal de educao, visando aplicao e melhoria do atendimento de suas obrigaes para com a oferta de ensino pblico e gratuito.

    Uberaba, de acordo com as exigncias colocadas pela Lei no 10.172/01, que institui o Plano Decenal Nacional de Educao altera este compromisso, e elabora o seu plano decenal, comprometendo-se, dentro de seus limites legais, financeiros e tcnicos a cumprir as suas prioridades.

    Os objetivos gerais estabelecidos para o PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO DE UBERABA so os mesmos do PNE/01 e os seus objetivos especficos resultantes da necessidade de enfrentamento dos desafios colocados ao Municpio so:

    universalizar o atendimento dos Ensinos Fundamental e Mdio e garantir a permanncia e a equidade; elevar a qualidade da educao em todos os nveis e modalidades de ensino; investir na formao e valorizao dos profissionais da educao; garantir investimentos adequados com acompanhamento e controle dos recursos da educao; garantir a atuao de professores habilitados em todos os nveis e modalidades de ensino; elevar a taxa de atendimento na Educao Infantil e no Ensino Especial; cooperar para que seja garantida a oferta da Educao Profissional em nvel ps-mdio; garantir mecanismos legais e operacionais que efetivem a gesto democrtica da educao em todos os mbitos da administrao.

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 20

    Considerando o estgio de desenvolvimento em que se encontra o Municpio de Uberaba, evidenciado pelo seu diagnstico educacional, as expectativas da sua populao e a escassez de recursos, este PDME aponta como prioridades:

    melhoria da qualidade em todos os nveis e modalidades de ensino, com a garantia de desempenho acadmico satisfatrio para todos os alunos; superao do analfabetismo com garantia de continuidade da escolarizao bsica para jovens e adultos; formao e valorizao dos profissionais da educao; ampliao e consolidao do ensino de tempo integral na rede pblica; universalizao da Pr-escola, Ensino Fundamental e Ensino Mdio; fortalecimento da democratizao da gesto do Ensino Pblico; adequao da oferta do transporte escolar na Rede Pblica; institucionalizao de um sistema municipal de informao e avaliao do ensino; melhoria e adequao da infra-estrutura das escolas pblicas; apropriao das tecnologias da informao e da comunicao pelas escolas da rede pblica.

    Como se percebe, este Plano no um plano da Secretaria de Educao para o Sistema Municipal. Os objetivos e as metas que nele esto fixados so objetivos e metas dos cidados e das organizaes da sociedade civil existentes no Municpio e dizem respeito educao de Uberaba, em todos os seus nveis e modalidades de ensino e no apenas queles referentes a sua responsabilidade constitucional de oferta.

    , portanto, um plano de Estado, razo pela qual transcende o atual governo e externa a expectativa de que os prximos governantes cumpram com os compromissos aqui expressos que, sem dvida, explicitam a vontade de seus cidados.

    Ao ser institudo por Lei Municipal, este PDME tem as melhores chances polticas de uma boa execuo. Chances essas ampliadas e melhor asseguradas pela imediata criao de uma Comisso executiva para o seu permanente acompanhamento e avaliao.

    Neste plano, Uberaba faz o diagnstico e traa objetivos e metas referentes aos seguintes tpicos:

    1. Educao Infantil;2. Ensino Fundamental;3. Ensino Mdio;4. Educao Superior;5. Educao de Jovens e Adultos;6. Educao Inclusiva;7. Educao do Campo;8. Educao a Distncia e Tecnologias Educacionais;9. Educao Tecnolgica e Formao Profissional;10. Formao dos Profissionais e Valorizao do Magistrio;11. Financiamento e Gesto.

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    1.2 Pressupostos do Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba

    1.2.1 Pressupostos Poltico-Institucionais

    Os marcos poltico-institucionais responsveis pela criao do Plano Decenal Municipal de Educao PDME so:

    A CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 CF/88 estabelece no seu Art. 214: Fixao, por lei, de um Plano Nacional de Educao, de durao plurianual, visando articulao e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis e integrao das aes do poder pblico.

    A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO NACIONAL LDB/96 estabelece no seu Art. 9o: A Unio incumbir-se- de elaborar o Plano Nacional de Educao, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios. Art. 10o Os Estados incumbir-se-o de (...) elaborar e executar polticas e planos educacionais, em consonncia com as diretrizes e planos nacionais de educao, integrando e coordenando as suas aes e as dos Municpios.

    A CONSTITUIO ESTADUAL MG/89 no seu Art. 204 estabelece: "O plano estadual de educao, de durao plurianual, visar articulao e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis, integrao das aes do Poder Pblico e adaptao ao plano nacional.

    A LEI ORGNICA DO MUNICPIO DE UBERABA, no seu Art. 139 estabelece:O Municpio elaborar o plano bienal de educao, visando aplicao e melhoria do atendimento de suas obrigaes para com a oferta de ensino pblico e gratuito.

    A LEI FEDERAL no 10.172/01, que institui o PNE fez um diagnstico, disps sobre diretrizes, objetivos e metas sobre os seguintes temas:a) gesto e financiamento da educao;b) nveis e modalidades de ensino;c) formao e valorizao do magistrio e demais profissionais da educao.

    OS COMPROMISSOS INTERNACIONAIS alm dos instrumentos legais nacionais, ainda constituem pressupostos poltico-institucionais do PDME, os compromissos internacionais firmados pelo Brasil, mais diretamente relacionados educao, que so os seguintes:

    a) A conferncia Mundial de Educao para Todos, realizada em Jomtien, na Tailndia em 1990.b) O compromisso da Conferncia de Dacar sobre Educao para Todos, promovida pela UNESCO em maio de 2000.c) A Declarao de Cochabamba dos ministros de educao da Amrica Latina no Caribe sobre Educao para Todos em 2000.d) A Declarao de Hamburgo, sobre a Educao de Adultos.e) A Declarao de Paris, sobre Educao Superior em 2000.f) A Declarao de Salamanca, sobre necessidades especiais de educao.g) Os documentos das Naes Unidas e da UNESCO, sobre os direitos humanos e a no discriminao.

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    O DECRETO no 399/2005, de 1 de junho de 2005, que nomeia os membros da COMISSO MUNICIPAL DE EDUCAO, responsveis pela elaborao do Plano Decenal do Municpio, o que demonstra o avano da postura democrtica do Municpio, em relao construo das suas polticas pblicas.

    1.2.2 Pressupostos Conceituais

    Educar tarefa que supe concepes estruturadas e explcitas de educao, escola, professor, aluno, currculo, prtica pedaggica e avaliao.

    Neste momento, o que se busca deixar claro, embora em sntese, as concepes pretendidas para sedimentar os comportamentos poltico-administrativos e, sobretudo, poltico-pedaggicos na construo da educao no Municpio de Uberaba.

    A Rede Municipal de Ensino de Uberaba, desde o ano de 1993, trabalha na perspectiva da Escola Cidad, percorrendo um caminho de originalidade nos diferentes momentos histricos de sua construo. Ao longo do tempo, manteve-se fiel aos princpios de uma poltica democrtica de educao, que investe na construo de uma escola autnoma, de qualidade que, no seu primeiro momento, foi designada como CONSTRUO AMOROSA DA CIDADANIA. Com esse compromisso, enfatizou a relao razo-sensibilidade na formao cidad dos alunos. A partir do ano de 2006, a SEMEC busca trabalhar a ESCOLA COMO AMBIENTE DE APRENDIZAGEM E DE FORMAO HUMANA-CIDAD.

    Pretende-se, neste item, explicitar os fundamentos que tm, ao longo desses anos, sustentado a prtica educativa das escolas municipais, na expectativa de aprimor-las, tornando-as, cada vez mais coerentes com os seus princpios, para que possam, quem sabe, servir de referncia para organizao do trabalho das escolas de outras redes.

    Procurando responder s demandas especficas da populao estudantil de Uberaba, a proposta de Escola Cidad da Rede Municipal de Ensino, encontra-se, desde 1993, organizada em princpios explicitados no texto de Prais e Silva intitulado: Escola Cidad: fundamentos polticos, filosficos e pedaggicos publicado pela Secretaria Municipal de Educao de Uberaba, em 2000. Neste momento, retoma-se, na ntegra, estes princpios:

    a) A educao entendida como valor mximo e imprescindvel ao desenvolvimento de uma nao. Isto pressupe a formao do homem enquanto ser concreto, histrico, consciente e livre, construtor do seu prprio destino atravs do conhecimento, do dilogo e do trabalho solidrio. Nessa viso, prioriza-se a formao totalizadora que incorpora atividades intelectuais, corpreas, ldicas, sociais e afetivas no cotidiano pedaggico, congregando o que, na vida, no se separa, formando pessoas autnomas, democrticas, cidads.Tal formao visa propiciar ao educando inserir-se como sujeito participativo no processo de construo de uma sociedade eticamente comprometida com a justia, com a equidade, com a dignidade, com a emancipao, enfim, com a felicidade humana.

    b) A escola assumida como lcus educativo privilegiado: isto , espao democrtico de construo, assimilao e difuso do conhecimento, espao ampliado da convivncia e da vivncia de valores culturais, espao comprometido com a pluralidade das dimenses da formao humana, espao coletivo da reinveno de uma nova prtica educativa de qualidade e, finalmente, espao de autonomia pedaggica, administrativa e financeira.

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    c) O resgate do verdadeiro sentido do conceito de Escola Pblica, compreendendo-a como ESCOLA DO POVO e no meramente escola oficial. Dessa forma, a Escola Cidad aquela que mantida com recursos pblicos e destinada a todos sem nenhuma distino, pensada e gerida por uma sociedade que dela usufrui e por ela se responsabiliza.

    d) Uma nova identidade do educador: um educador que assuma novos valores, novos saberes, novas posturas, novas habilidades e se identifica como o mediador entre o educando e o conhecimento. Assim, a formao continuada, o dilogo, a pesquisa, a permanente reflexo sobre a prtica educativa e a conseqente produo coletiva constituem-se em condies imprescindveis da construo desta identidade, que a de ser, junto com os seus alunos, um eterno aprendiz.

    e) Uma nova identidade do educando, que passa a ser considerado como o sujeito da sua prpria formao em um complexo processo interativo em que a docncia e discncia formam um todo indissocivel. Enquanto sujeito, o educando constitui-se num sistema auto e co-organizador de suas experincias de aprendizagem, segundo seu ritmo e as caractersticas peculiares do seu estgio de desenvolvimento, sua cultura e sua classe social de origem. Dentro dessa perspectiva, o aluno deixa de ser considerado pura e simplesmente como massa a ser informada e torna-se sujeito responsvel e capaz de desenvolver-se com conscincia plena e eticamente atuante no processo de sua formao enquanto cidado. Assim e, mais ainda assumindo-se como permanente aprendiz e autor de sua prpria edificao, o aluno se desenvolve como ser de conhecimento, leitor e interprete arguto da realidade; como ser de competncias, autor e ator criativo de alternativas face s diferentes demandas de transformaes sociais; ser-de-convivncia solidria, humanizador das relaes interpessoais, ambientais e culturais; enfim, SER de Humanidade Plena, criador, lcido e amoroso.

    f) Uma ressignificao dos contedos curriculares: ao deixar de se constiturem em eixo vertebrador do trabalho escolar, mera erudio dissociada e fragmentada da realidade, os contedos no perdem a sua especificidade, o seu papel no processo educativo. Ao contrrio, esta perspectiva pressupe a construo e a apropriao do conhecimento como condio de libertao do sujeito e da sociedade. Assim, trabalha o conhecimento na sua profundidade, na sua lgica prpria, mas com a preocupao de estabelecer um dilogo interdisciplinar entre as diversas reas do saber, para formar uma viso de homem e mundo organicamente articulada com vistas a uma interveno efetiva na realidade.

    Desse modo, o currculo adquire uma nova dimenso. Para alm do discurso especfico de cada disciplina, a construo humana no seu todo que est em causa. Isso implica trabalhar o conhecimento global em suas mltiplas dimenses, congregando a informao com o aprender a aprender, o aprender a fazer, o aprender a viver e conviver; enfim, com o aprender a SER, considerando-se em todo esse processo a prtica social dos sujeitos.

    Nessa perspectiva curricular, a pedagogia dos projetos, sem ser a nica adotada, revela-se como estratgia privilegiada de desenvolvimento da prtica educativa em sala de aula. O projeto, oriundo de situaes reais vividas pelos alunos, no elimina a especificidade de cada disciplina, mas promove o dilogo e a interdisciplinaridade atravs da seleo dos contedos significativos para a compreenso da realidade. Os projetos podero envolver, portanto, todas as reas ou algumas delas e as questes por eles no contempladas, mas avaliadas como necessrias, pelo educador, devero ser trabalhadas, significativamente, em mdulos de aprendizagem disciplinar. Compreendido dessa maneira, o currculo pauta-se em algumas competncias educativas que devero orientar a organizao da prtica pedaggica:

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    Habilidade no uso da lngua oral e escrita: numa sociedade letrada, imprescindvel, ao exerccio pleno da cidadania, a habilidade de se expressar com clareza, fazendo-se compreender e compreendendo os diversos portadores de textos. Assim, no espao escolar, tarefa de todos: os conceitos, o desenvolvimento pleno da oralidade e da escrita para efetiva apropriao, socializao e aplicao das informaes.

    Habilidade de aplicar o conhecimento: existencialmente, o homem desafiado a responder, com competncia, aos problemas que a vida lhe impe. Assim, todas as atividades escolares devem privilegiar a habilidade do saber-fazer, ou seja, preocupar-se em verificar a forma como os alunos mobilizam suas informaes, sua lgica, sua criatividade, criticidade e habilidades na resoluo, no apenas dos problemas tericos colocados pelos contedos, mas tambm no enfrentamento de situaes existenciais colocadas pela vida, ultrapassando o dualismo entre trabalho manual e intelectual, entre escola e prtica social.

    Aquisio de diferentes linguagens: partindo-se do pressuposto de que o processo educativo numa escola cidad est eticamente comprometido com a emancipao humana como um todo, envolvendo todas as dimenses do ser sujeito (corpo, emoes, pensamentos, padres estticos, conhecimentos fsicos, cientficos, lgicos e espirituais), as experincias educativas devero contemplar todas as linguagens humanas: da cincia, da arte, da tcnica, da filosofia e da religio, unificando razo, intuio, sensibilidade e motricidade.

    Capacidade de aprender a aprender: mais do que tornar o aluno um depsito de informaes mecnicas, fragmentadas e dissociadas da realidade, toda prtica pedaggica deve se preocupar em capacitar o aluno para a busca e a organizao da informao, atravs do incentivo e da prtica de todas as formas de pesquisa, seja bibliogrfica, seja de campo.

    Habilidade de ser e conviver: o trabalho pedaggico dever estar, eminentemente, voltado para a construo da autonomia intelectual, pessoal e moral do sujeito, buscando formas para que ele seja, a um s tempo, uno, nico e solidrio, cooperativo. Isto , que cada aluno possa, ao seu modo, se comprometer e participar da vida escolar na sua totalidade, contribuindo para a concretizao de um projeto coletivo de elaborao de regras, distribuio de responsabilidades e busca de solues para os desafios cotidianos da prtica escolar e comunitria. Aqui est o valor do trabalho em grupo que pressupe o trabalho individual como um de seus momentos.

    g) A avaliao entendida como um processo de permanente acompanhamento do desenvolvimento global do aluno: mais que em qualquer outra proposta, na Escola Cidad, a avaliao tem um papel relevante. Ela no apenas permite acompanhar o desempenho progressivo das competncias e habilidades dos alunos, como deve informar ao professor e escola o quanto o seu trabalho eficaz, no sentido de possibilitar ao educando progredir em direo ao objetivo proposto. Nessa perspectiva, a avaliao no est centrada apenas no produto, servindo unicamente para decidir sobre a promoo ou reteno do aluno, mas reveladora de todo um processo formativo, oferecendo ao professor um diagnstico dos efeitos do seu trabalho com os alunos. Ou seja, o ato de avaliar implica, antes de tudo, disposio de acolher. Isto significa, como nos diz Luckesi, a possibilidade de tomar uma situao da forma como se apresenta, seja ela satisfatria ou insatisfatria, agradvel ou desagradvel, bonita ou feia trabalhar a partir dela. E, como no caso da Educao, estamos comprometidos com a formao humana, importa acolher o aluno na sua totalidade, e no apenas como depositrio de contedos disciplinares.

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    Nesse contexto, a avaliao apresenta as seguintes caractersticas:

    Diagnstica: a avaliao deve ser investigativa, ou seja, ela deve coletar dados relevantes e essenciais que configurem o estado de desenvolvimento do educando. Deve fornecer subsdios para tomada de decises (objetivos, caminhos, etc.), explicitando o estgio de desenvolvimento alcanado, at ento, pelo aluno, visando, quando necessrio, redimensionar a ao.

    Contnua: a avaliao no um momento dissociado do processo de ensino- aprendizagem-formao mas, o integra, num permanente processo de ao-reflexo-ao, identificando avanos, dificuldades e propostas de interveno pedaggica.

    Participativa: a avaliao no um ato solitrio do professor, mas envolve todos os atores educativos num movimento recproco de auto e hetero-avaliao.

    Qualitativa: alm de preocupar-se com o produto final, a avaliao deve preocupar-se, tambm, com o processo da aprendizagem como um todo, em como ela acontece e no por que ela ocorre de uma determinada maneira e no de outra.

    Formativa: a avaliao deve sempre informar o que est acontecendo, em cada momento, contribuindo para que o professor alcance os objetivos propostos e no apenas verificar se eles foram ou no alcanados.

    Mediadora: resultante de um dilogo epistemolgico avaliao deve ser percebida como um momento de ultrapassagem do sujeito de um estgio inferior de desenvolvimento para um estgio superior.

    Emancipatria: a avaliao permite que os alunos adquiram a sua autonomia diante do conhecimento e a partir do conhecimento.

    Dialgica: a avaliao, resultante de uma relao dialgica, acolhe o aluno no estgio de desenvolvimento em que se encontra, promove as intervenes necessrias a sua auto-superao e assim produz a sua incluso.

    Cabe a cada unidade escolar construir uma poltica de avaliao consistente e coerente com sua proposta pedaggica, que, conseqentemente, nortear a escolha dos instrumentos mais adequados aos seus objetivos, suas metas e finalidades, sem se esquecer do papel de destaque da observao e do registro das informaes coletadas e das decises a serem tomadas.

    h) A adoo de uma nova lgica da organizao do tempo escolar: coerente com a proposta da Escola Cidad, fundada na democratizao da escola e na vivncia da cidadania, torna-se imperioso repensar a lgica de organizao do espao e tempo escolar. Uma lgica que, para deixar de ser perversa, deve organizar o trabalho pedaggico em termos de respeito aos atores da cena escolar, em torno do princpio da tica e da justia social.

    Todos esses aspectos, na sua articulao, demonstram a abrangncia de um trabalho organizado na perspectiva da Escola Cidad traduzido nos compromissos em termos da formao cognitiva, moral e scio-afetiva do educando, como sujeito que se insere na histria, na sua cultura, nas relaes sociais cotidianas de todos os matizes, e que, sobretudo, as assume e transforma. Com estes princpios, a educao da Rede Municipal de Uberaba, no perodo de 1993 a 2000, foi organizada e trabalhada como construo amorosa da cidadania.

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    A partir de 2005, essa proposta se amplia na busca da consolidao da Escola Cidad e de construo de uma Cidade Educadora. Assume, portanto, o compromisso de entender a cidade como espao de cultura e a escola como espao educativo da cidade. Compromisso esse que deixa de ser exclusivo da Rede Municipal de Ensino e passa a ser compromisso da gesto municipal e de toda a sociedade uberabense.

    Assim, a partir desta data, a poltica educacional de Uberaba se compromete a promover o protagonismo de todos crianas, jovens e adultos na busca de um novo direito, o direito de decidir e participar da vida da cidade. Para tanto, preciso, como diz Prais, estreitar o dilogo entre a escola e a cidade, compreendendo a escola como apropriao da cidade a que pertence, levando para dentro de si os interesses e as necessidades da populao. Esse o cenrio no qual as prticas escolares devem possibilitar e qualificar o entendimento freireano da leitura da palavra como leitura do mundo e, portanto, como compreenso analtica dos problemas e desafios postos pela contemporaneidade.

    Dessa forma e, diante dos resultados de fracasso escolar evidenciado pelas avaliaes externas, sobretudo, atravs do Prova Brasil, foi que a SME sentiu, a partir de 2006, a necessidade de alterar o enfoque da sua proposta educacional, passando a trabalhar a escola como ambiente de aprendizagem e de formao humana-cidad. Para tanto, props 04 (quatro) eixos de organizao do trabalho educativo, que podem ser entendidos como as suas diretrizes polticas:

    1. QUALIDADE SOCIAL DA EDUCAO2. GESTO DEMOCRTICA3. DEMOCRATIZAO DO ACESSO ESCOLA E A GARANTIA DE PERMANNCIA4. REDE DE PROTEO SOCIAL

    Essas diretrizes foram detalhadas da seguinte maneira:

    QUALIDADE SOCIAL DA EDUCAO: significa estabelecer objetivos e metas para o trabalho educativo, visando construo de uma sociedade humanizadora. Entende-se que Uberaba pode desenvolver aes educativas que contribuam para a auto-organizao e emancipao do cidado, para preservao do meio ambiente, para a superao das desigualdades, para uma vida mais saudvel. Enfim, Uberaba pode transformar-se em uma Cidade Educadora. Nesse sentido, a educao dever ultrapassar os muros das unidades educacionais. Qualidade social em educao significa caminhar na lgica que considera o cidado como sujeito de direitos e a educao com direito social, prioridade e investimento. Ressalta-se que: o acesso ao conhecimento cientfico, filosfico e tecnolgico, s artes e ao campo da construo dos valores bem como aos procedimentos que permitam repens-los, critic-los e/ou reconstru-los constituem-se como direito e instrumento de emancipao individual e coletiva (Gadotti, Moacir). Para tanto, as escolas devem se constituir em lcus fundamental de construo, democratizao e socializao do conhecimento e da cultura, bem como de apropriao dos processos que levam sua construo. Neste sentido, a escola deve se deixar invadir pela cultura da cidade e do mundo e ao mesmo tempo, permitir que o conhecimento por ela produzido possa modificar e ampliar essa cultura.

    GESTO DEMOCRTICA: acreditando que democracia, cidadania e autonomia so, hoje, categorias indispensveis na edificao de uma sociedade mais justa e humana e, ao mesmo tempo, imprescindveis aos avanos na construo da qualidade social da educao, admite-se que no se pode propor e, muito menos, fazer uma profunda mudana no sistema educativo sem

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    a existncia de um projeto social mais amplo. Afirma-se, portanto, que a luta pela autonomia-cidadania da escola desafio da prtica educativa atual insere-se numa luta maior pela autonomia-cidadania da prpria sociedade. Portanto, uma luta dentro do institudo, contra o institudo, para instituir outra coisa.

    Nesse sentido, a democratizao da gesto assume pelo menos dois significados fundamentais: contribuir para a realizao da qualidade social e permitir que a escola e o conjunto do Sistema Municipal sejam geridos, no mbito da competncia de cada unidade ou instncia, por coletivos representativos que aperfeioem as suas prticas democrticas. Mais ainda, a democratizao da gesto refere-se ao direito saudvel de que a sociedade participe da construo e do acompanhamento da Poltica Educacional como forma de aperfeioamento da educao e como exerccio da democracia.

    DEMOCRATIZAO DO ACESSO ESCOLA E A GARANTIA DE PERMANNCIA: Nas diferentes etapas e modalidades da Educao Bsica pelas quais o Municpio constitucionalmente responsvel (Educao Infantil, Ensino Fundamental, Educao de Jovens e Adultos e Educao Inclusiva), a democratizao do acesso e a garantia de permanncia devero estar articuladas com as diretrizes da Qualidade Social da Educao e da Democratizao da Gesto. Sero interfaces indissociveis. Sendo assim, a gesto de Uberaba define, para a rede municipal, uma poltica de atendimento qualificado demanda escolar que prioriza o acesso de crianas, adolescentes e adultos escola, bem como a sua permanncia, incluindo aqueles com necessidades educacionais especiais e os que esto cumprindo medidas scio-educativas (adolescentes em liberdade assistida ou prestando servios comunidade).

    Dessa forma, a Secretaria Municipal de Educao e Cultura pretende:

    1. Na Educao Infantil criar os Centros de Educao Infantil, tomando para si a responsabilidade de atendimento da primeira etapa da Educao Bsica e consolidando, assim, um direito constitucional.

    2. No Ensino Fundamental manter a oferta de vagas e a garantia da permanncia com qualidade, com a adoo de medidas de combate excluso escolar.

    3. Na Educao de Jovens e Adultos: consolidar a oferta visando, no apenas erradicar o analfabetismo, mas, sobretudo, promover, para essa clientela, uma educao que perdure para toda a vida, proporcionando-lhe habilidades para enfrentar as cleres transformaes da economia, da cultura e da sociedade na era da globalizao, tendo em vista as exigncias cada vez mais acentuadas do mercado de trabalho com relao mo-de-obra qualificada e ao domnio da cultura letrada pelo trabalhador.

    REDE DE PROTEO SOCIAL: considerando que os recursos que financiam a educao saem, em ltima instncia, do bolso do povo, fica claro que se existe algum com autoridade para entrar na escola, participar das decises e cobrar a realizao das mesmas, esse algum a populao, a comunidade qual a escola serve. Essa diretriz tem o compromisso de fazer com que a educao se firme como prioridade da sociedade, ultrapassando os muros das unidades educacionais. No Municpio, convivem com as escolas municipais, escolas federais, estaduais e particulares. Cabe ao Poder Pblico local iniciar, consolidar ou liderar aes integradas de cooperao com o Estado, a Unio e engajar empresrios, trabalhadores, universidade e escolas de ensino superior na tarefa de construir uma educao pblica de qualidade e acessvel a todas as crianas e jovens. Nessa perspectiva, vrias providncias sero necessrias:

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 28

    1. Abrir o porto da escola e deixar que a comunidade entre, pois o espao escolar propriedade da populao.

    2. Fortalecer os Conselhos Escolares, fazendo com que as decises administrativas, pedaggicas e financeiras da escola sejam tomadas pelos representantes, de fato, envolvidos com a educao.

    3. Trazer os valores da comunidade para dentro das salas de aula, permitindo que todos os moradores possam prestar depoimentos ou apresentar trabalhos sobre a histria e a cultura do entorno da escola.

    4. Valorizar os grmios estudantis e apoi-los, exercitando, assim, a cidadania dos alunos.

    5. Utilizar os meios de comunicao de massa para mobilizar a comunidade em defesa da expanso e melhoria da escola pblica, informando sobre os seus resultados, uma vez que ela financiada com o dinheiro do povo.

    6. Desenvolver diferentes projetos buscando aumentar a parceria entre escola e comunidade, por meio da produo e sistematizao de experincias inovadoras.

    7. E como a mais importante de todas: coordenar todo o trabalho pedaggico das escolas municipais a partir das evidncias do desempenho dos alunos, apontadas pelos resultados das avaliaes externas.

    Com essas referncias a SME se props consolidar os compromissos da ESCOLA CIDAD e fazer de Uberaba uma CIDADE EDUCADORA, organizando a escola como ambiente de aprendizagem e de formao humano-cidad.

    Trabalhar nessa perspectiva envolve, entre outras necessidades, num investimento permanente na valorizao e na formao continuada dos educadores e na adoo de uma prtica de gesto descentralizadora e participativa, fundada na Administrao Colegiada, ou seja, no equilbrio dialtico entre a deciso coletiva e o princpio da unidade de ao,que o que se pretende alcanar com os objetivos e metas traados neste plano, nos projetos pedaggicos das escolas e no Contrato de Gesto a ser celebrado, anualmente, entre SME e escolas municipais.

    Esta proposta dever ser permanentemente traduzida em ao educativa caracterizada pela participao, democratizao e competncia tcnica e humana. Isso requer mudana de idias e atitudes, pois o viver democrtico somente poder se construir na prtica, atravs do trabalho dirio e co-responsvel fundado na adeso e no comprometimento com as decises coletivas.

    Esse trabalho s acontecer de forma processual, no se constituindo de um movimento mecnico e linear. Ele nasce de um convencimento ntimo, de uma deciso consciente que carece de fidelidade causa, honestidade, disposio permanente, a convices firmes, ao esforo, solidariedade, disciplina, pacincia histrica, crtica e autocrtica.

    1.2.3 Pressupostos Metodolgicos

    Para delinear o Plano Decenal Municipal de Educao de Uberaba, no s sob os contornos de uma dimenso tcnico-burocrtica, mas, sobretudo, democrtica e participativa, foram percorridos os seguintes passos:

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 29

    QUADRO I PDME/UBERABA/MG Passos percorridos na construo do PDME

    DIA LOCAL RESPONSVEL ATIVIDADE PARTICIPANTES

    03/0

    7/03 Conselho

    Municipal de Educao0

    SEDUCReunio para instalao da Comisso de Elaborao do

    PDME.

    Dirigente municipal de EducaoEquipe tcnica da Secretaria de

    Educao Conselho Municipal de Educao

    Representantes:Cmara de VereadoresEscolas da Rede Municipal de EnsinoEscolas da Rede Estadual de EnsinoSuperintendncia Regional de EnsinoFaculdades/UniversidadesSindicato nico dos Trabalhadores em Educao

    29/0

    8/03

    AssociaoComercial eIndustrial de

    Uberaba

    CMARAMUNICIPAL

    Frum da sociedade uberabense para a discusso

    do processo de construo do PDME.

    Comunidade Uberabense

    Gabinete daSecretrio de

    EducaoSEDUC

    Instalao da Subcomisso da SME para a coordenao dos trabalhos relativos ao PDME.

    Equipe da Secretaria de Educao

    26/0

    9/03

    SEDUC

    Subsdios elaborao do PDME. Eleio do

    coordenador das Subcomisses. Socializao de Instrumentos de pesquisa sobre os dados da clientela.

    Dirigente Municipal de EducaoEquipe tcnica da Secretaria de

    Educao Conselho Municipal de Educao

    Representantes:Cmara de VereadoresEscolas da Rede Municipal de EnsinoEscolas da Rede Estadual de EnsinoSuperintendncia Regional de EnsinoFaculdades/UniversidadesSindicato nico dos Trabalhadores em Educao

    07/1

    0/03 Secretaria

    Municipal de Educao

    SEDUCEntrega, pelas Subcomisses,

    SME do levantamento da clientela a ser pesquisada.

    Subcomisso da Secretaria de Educao e Coordenadores das Subcomisses

    14/1

    1/03 Conselho

    Municipal deEducao

    SME

    Entrega dos instrumentos de pesquisa, pela SME aos

    coordenadores das Subcomisses.

    Orientaes sobre diretrizes, objetivos e metas para o

    PDME.

    Subcomisso da Secretaria de Educao e Coordenadores das Subcomisses

    17/1

    1/03

    a

    30/1

    1/03 Instituies

    ligadas Educao

    SEDUCAplicao dos instrumentos

    de pesquisa, pelas Subcomisses.

    Professores, pais, alunos e comunidade

    01/1

    2/03

    a

    10/1

    2/03 Instituies

    ligadas Educao

    SEDUC

    Realizao de fruns pelas Subcomisses, junto aos seuspares, para a apresentao dediagnstico e levantamento dediretrizes, objetivos e metas.

    Comunidade Uberabense

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 30

    11/1

    2/03

    a

    18/1

    2/03 Instituies

    ligadas Educao

    SEDUC

    Elaborao pelas Subcomisses, das

    diretrizes, objetivos e metas correspondentes aos diferentes nveis e

    modalidades de ensino. Subcomisses de trabalho

    20/1

    2/03 Secretaria de

    Educaosala 1008

    SEDUC

    Entrega pelas Subcomisses SME, de relatrio

    correspondente ao respectivo nvel / modalidade de ensino.

    Feve

    reir

    o/20

    05

    UNIUBE SEEMG/SRE/SEDUC

    Oficina I: Orientaes paraconstruo do PDME em

    bases pactuadas.

    O Atlas da Educao de MGCronograma de Elaborao

    dos PDME de Minas Gerais.

    Representantes dos diversos Municpios ligados SRE

    Abr

    il/20

    05

    FACTHUS SEEMG/SRE

    Oficina II: Orientaes para construo do PDME.

    Subsidiando a construo dosPDME.

    O diagnstico da Educao dos Municpios mineiros. Discusso: Modelpolis.

    Representantes dos diversos Municpios ligados SRE

    04/0

    6/20

    05 PORTA -VOZ PREFEITO

    Decreto no 399/2005, de 01/06/2005, que institui a

    Comisso de Elaborao do PDME.

    17/0

    6/20

    05 Secretaria deEducao

    COMISSO MUNICIPAL

    Diretrizes para elaborao doPDME. Comisso de Elaborao

    22/0

    6/20

    05

    Conselho Municipal de

    Educao

    COMISSOMUNICIPAL

    Diviso das Subcomisses para a retomada do trabalho

    de elaborao do PDME.Comisso de Elaborao

    04/0

    7/20

    05

    Anfiteatro daE.E. Prof.Corina de Oliveira

    COMISSO MUNICIPAL

    Debate a respeito das implicaes e finalidades do

    PDME. Formulao de mtodos de organizao dos trabalhos.

    Representantes dos vrios segmentos da Educao

    Julh

    o20

    05 FACTHUS SEEMG/SRE

    Oficina III: Orientaes para Construo do PDME.

    Redao final do Documento.

    Realizao da Conferncia Municipal de Educao.

    Representantes dos diversos Municpios ligados SRE

    02/0

    8/20

    05

    Anfiteatro da E.E.Prof.Corina deOliveira

    COMISSO MUNICIPAL

    Continuao dos trabalhos para a elaborao do PDME. Comisso de Elaborao

    20/0

    9/20

    05

    Conselho Municipal de

    Educao

    COMISSOMUNICIPAL

    Continuao dos trabalhos para a elaborao do PDME. Comisso de Elaborao

    06/1

    0/20

    05 FACTHUS SEEMGSRE/SEDUC

    Oficina IV: Orientaes para aconstruo do PDME.

    Providncias finais.

    Representantes dos diversos Municpios ligados SRE

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 31

    20/1

    0/20

    05 Secretaria de Educao

    COMISSOMUNICIPAL

    Entrega da verso preliminar do Plano.

    Coordenao da Comisso de Elaborao

    21/1

    0 a

    10/1

    1/20

    05 Secretaria deEducao

    COMISSOMUNICIPAL

    Organizao do material entregue pelas Subcomisses.

    Coordenao da Comisso de Elaborao

    10 a

    16

    /11/

    2005 Secretaria de

    EducaoCOMISSOMUNICIPAL

    Organizao da 1a Conferncia Municipal de Educao para aprovao do

    PDME.

    Coordenao da Comisso de Elaborao

    17/1

    1/20

    05

    Centro Administrativo da Prefeitura

    COMISSOMUNICIPAL

    1a Conferncia Municipal deEducao Comunidade Uberabense

    21 a

    30

    /11/

    2005

    Conselho Municipal de

    Educao

    COMISSOMUNICIPAL

    Insero, no Plano, das Emendas votadas na

    1a Conferncia Municipal de Educao.

    Coordenao da Comisso de Elaborao

    Dez

    embr

    o20

    05

    Conselho Municipal de

    Educao

    COMISSOMUNICIPAL

    Redao da verso final do Plano.

    Coordenao da Comisso de Elaborao

    Dez

    embr

    o20

    05

    Conselho Municipal de

    Educao

    COMISSOMUNICIPAL

    Encaminhamento do Plano Cmara Municipal.

    Coordenao da Comisso de Elaborao

    Jane

    iro

    2006

    Comisso deElaborao

    Cmara Municipal

    CMARAMUNICIPAL

    Votao e Aprovao do Plano. Cmara Municipal

    FONTE: Comisso de Elaborao do PDME, UBERABA, 2006

    1.3 Caracterizao do Municpio

    1.3.1 Situao Geogrfica

    O Municpio de Uberaba situa-se na Microrregio do Tringulo Mineiro, Estado de Minas Gerais, com latitude Sul 194527 e longitude Oeste 475536. A localizao do Municpio, do ponto de vista geo-econmico, altamente estratgica em funo da eqidistncia mdia de 500 km, de Belo Horizonte, So Paulo, Braslia e Goinia, posicionando-se, assim, no centro de um dos mais importantes mercados consumidores do Pas.

    O Municpio composto pelos bairros rurais: Capelinha do Barreiro, Baixa, Peirpolis, Santa Rosa, Ponte Alta, Barreiro do Eli, Palestina, Itiguapira, So Baslio, Santa F e Serrinha.

    Uberaba a sede da regio administrativa do Vale do Rio Grande. Segundo critrios do IBGE, uma cidade plo da microrregio composta pelos seguintes Municpios: Uberaba, Verssimo, Conquista, Delta, Conceio das Alagoas, Campo Florido e gua Comprida.

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 32

    Ocupa uma rea fsica total de 4.540,51 km2, sendo 256 km2 de rea urbana e 4.284,51 km2 de rea rural. A sede do Municpio est a 764 m de altitude mdia. Os Municpios limtrofes com Uberaba so:

    ao Norte: Uberlndia e Indianpolis Leste: Nova Ponte e Sacramento ao Oeste: Conceio das Alagoas e Verssimo ao Sul: Conquista, gua Comprida, Delta e Estado de So Paulo

    At a dcada de cinqenta, sua principal atividade econmica foi a agropecuria, concentrando na cidade a comercializao de sua produo, atravs de tropeiros, tornando-a, em seus primrdios, o centro abastecedor do Brasil Central. Aps a Guerra do Paraguai momento em que a cidade recebeu um nmero significativo de imigrantes europeus e do Oriente Mdio ainda que de forma incipiente, deu-se o incio da industrializao do Municpio, com a instalao de fbricas de tecido, engenhos de acar, fbricas de cerveja, laticnios, vinho e cermicas, propiciando as condies econmicas para implantao da Ferrovia Mogiana, ligando Uberaba a So Paulo e ao porto de Santos.

    Tambm, at a dcada de cinqenta, Uberaba foi considerada como cidade-plo educacional e de tratamento de sade. Em decorrncia, toda a sociedade do Tringulo Mineiro, Alto Paranaba, noroeste de So Paulo, Gois e Mato Grosso enviava seus filhos para cursar o ensino mdio em colgios e, posteriormente, ingressavam nas Faculdades aqui existentes. Da mesma forma, os hospitais aqui instalados, nicos no vasto Serto da Farinha Podre como era conhecida a regio recebiam um enorme contingente de pessoas que demandavam pelos servios de sade.

    Na dcada de setenta, deu-se o incio a uma nova fase de desenvolvimento, com investimentos em tecnologias agropecurias, criao do plo petroqumico e indstrias moveleiras.

    Hoje, um dos fatores mais importantes do processo de desenvolvimento de Uberaba a diversificao de sua economia: no apenas a indstria, mas o comrcio e a prestao de servios se aliaram agropecuria. Nos ltimos 10 (dez) anos, segundo indicao, o setor de servios foi o que mais cresceu, atingindo o ndice de 122% (cento e vinte e dois por cento) do desenvolvimento. O setor de comrcio teve expanso de 66% (sessenta e seis por cento) e o industrial de 53% (cinqenta e trs por cento), no mesmo perodo de anlise. (PDI FACTHUS 2005)

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 33

    1.3.2 Perfil Municipal

    Dados gerais:rea: 4.529,7 km2

    Localizao:

    Mesorregio: Tringulo Mineiro/ Alto Paranaba

    Microrregio: Uberaba

    Ano de Instalao: 1836

    Populao Total (2004) 268.739

    Taxa de Urbanizao: 96,9% (2000)

    Superintendncia Regional de Ensino: Uberaba

    IDH Municipal: 0.834 (2000)

    Regio de Planejamento: Tringulo

    IDH Municipal Educao: 0.913 (2000)

    Plo Regional de Ensino (Sede): TringuloUberlndia

    FONTE: Atlas de Educao de Minas Gerais FJP, 2003

    Braslia

    Goinia

    Belo HorizonteBelo Horizonte

    Vitria

    Rio de Janeiro

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 34

    TABELA I PDME/UBERABA-MG Distribuio da Populao de Uberaba, por faixa etria2000-2006

    ANO TOTALPOR FAIXA ETRIA (ANOS)

    0 a 3 4 a 5 6 7 a 10 11 a 14 15 a 17 18 a 20 21 a 24 25 ou +

    2000 249.461 14.936 8.067 4.032 16.565 17.835 14.631 15.089 18.497 139.809

    2001 253.877 15.027 7.924 4.153 16.400 17.872 14.307 15.143 19.368 143.684

    2002 258.626 15.477 7.750 4.053 16.551 17.720 14.038 15.120 20.033 147.885

    2003 263.597 15.989 7.666 4.015 16.643 17.516 13.863 14.985 20.500 152.421

    2004 268.739 16.547 7.739 3.876 16.706 17.282 13.895 14.691 20.726 157.277

    2005 276.226 17.075 7.855 3.965 16.714 17.255 14.063 14.581 20.892 162.825

    2006 280.866 17.535 8.058 3.981 16.499 17.430 13.851 14.383 20.743 168.386

    FONTE: CEDEPLAR UFMG, 2003

    De acordo com a tabela acima, projetado pelo CEDEPLAR da Universidade Federal de Minas Gerais, observa-se que a populao de Uberaba, nos ltimos anos, tem crescido numa mdia de 2,1% ao ano, apesar da tendncia observada, na maioria dos Municpios brasileiros e tambm dos Municpios mineiros (+ de 700), de decrscimo da populao, em funo das polticas de controle de natalidade dos pases em fase de desenvolvimento.

    Pesquisas atuais indicam que a taxa mdia de crescimento anual do Sudeste da ordem de 1,6% (um vrgula seis por cento) e a taxa apresentada por Uberaba a coloca em 7o lugar na classificao de Municpios mais populosos de Minas Gerais.

    A comparao com os ndices de Minas Gerais e do Brasil 81,2% (oitenta e um vrgula dois por cento) urbano e 18,8% (dezoito vrgula oito por cento) rural, demonstra que Uberaba possui ndices de urbanizao muito acima da mdia estadual e federal, pois da populao de 276.226 (duzentos e setenta e seis mil e duzentos e vinte seis) habitantes, em 2005, de acordo com a projeo feita pelo CEDEPLAR/UFMG, a partir dos dados do Censo do IBGE de 2000, 96,9% (noventa e seis vrgula nove por cento) acha-se concentrada no permetro urbano e 3,1% (trs vrgula um por cento) na rea rural. exatamente o ritmo e a caracterizao do crescimento populacional do Municpio que iro determinar, em primeira instncia, a demanda educacional de Uberaba.

    1.3.3 Histrico do Municpio

    Com o objetivo de que a oferta educacional de Uberaba responda, de forma adequada, s peculiaridades e necessidades locais, descrevem-se, em sntese, atravs da apresentao de uma linha do tempo, os principais elementos histrico-sociais que, de forma muito especfica, contriburam para a caracterizao do Municpio e, conseqentemente, para o tipo de demanda educacional, em todos os nveis de ensino.

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 35

    QUADRO II PDME/UBERABA/MG LINHA DO TEMPO DA HISTRIA DE UBERABA

    1722 Abertura da estrada de So Paulo s minas de ouro de Gois pelo bandeirante Anhangera. Hoje, a estrada se tornou a principal ligao entre So Paulo e Gois/Braslia, um dos eixos de desenvolvimento do Brasil Central, totalmente duplicada entre Uberaba e So Paulo.1809 O fundador de Uberaba, Sargento-Mor Antnio Eustquio da Silva Oliveira, estabelecido no Arraial do Desemboque, pertencente, ento, Provncia de Gois, foi nomeado Comandante Regente dos Sertes da Farinha Podre.1812 Incio da formao do povoado de Uberaba, por fazendeiros e famlias migrantes do Arraial do Desemboque, vindos em busca de pastagens e terras frteis, devido decadncia da explorao aurfera naquele Arraial. O lugar escolhido foi s margens da Estrada do Anhangera e a primeira atividade econmica do seu povo foi a agricultura e a pecuria. O primeiro arraial fundado na regio de Uberaba foi o Arraial da Capelinha, por Jos Francisco de Azevedo.

    1816 A regio do atual Tringulo Mineiro foi desanexada da Capitania de Gois e passou a pertencer a Minas Gerais. O Major Eustquio passou a residir nas margens da Estrada do Anhangera, liderando a formao e administrao do novo Arraial da Farinha Podre ou Santo Antnio de Uberaba.

    1819 O Arraial recebeu a visita do ilustre viajante Auguste de SaintHilaire, que o descreveu assim: Farinha Podre est situado no meio de campos, em um largo vale regado por um pequeno crrego. A povoao se compe de umas 30 casas, dispersas, sem ordem, dos dois lados do ribeiro, todas, sem exceo, foram construdas recentemente.

    02/03/1820 Criao e instalao da Freguesia (parquia) de Santo Antnio e So Sebastio de Uberaba, por decreto de Dom Joo VI, ento rei de Portugal residindo no Brasil. O ato representou o reconhecimento oficial do povoado perante o Estado e a Igreja, definindo os limites de seu territrio e a abrangncia do Cartrio Eclesistico nele instalado. Comemora-se, nessa data, o Aniversrio de Uberaba.1836 Criao do Municpio de Uberaba, desmembrado de Arax. O Arraial passou a se chamar, ento, Vila de Santo Antnio e So Sebastio de Uberaba.

    1837 Instalao da Cmara Municipal de Uberaba (07 de janeiro).1840 Criao da Comarca do Rio Paran, com sede na Vila de Uberaba, cuja denominao, mais tarde, foi alterada para Comarca de Uberaba.

    1850 Incio de grande incremento da atividade comercial, devido ao de tropeiros que transformaram Uberaba em centro abastecedor do Brasil Central, o Porto do Serto.1856 Elevao da Vila categoria de Cidade, com o nome de Cidade de Uberaba, ttulo-homenagem merecido por seu desenvolvimento e importncia.1859 Construo da Santa Casa de Misericrdia, nico hospital a existir, por vrias dcadas, no Serto da Farinha Podre, pelo Capuchinho Frei Eugnio Maria de Gnova.

    1865 Na Guerra do Paraguai, Uberaba sediou a reunio de poderoso exrcito, formado por soldados de vrias regies de Minas, Gois e So Paulo, protagonista da famosa Epopia da Retirada de Laguna. Por causa da guerra, a importncia da atividade econmica de Uberaba aumentou, pois as vias de acesso ao serto de Mato Grosso pelo rio Paraguai foram interrompidas.

    1875 Entrada dos primeiros exemplares de gado de raa Zebu na regio do Tringulo Mineiro, pelo Major Incio de Melo Frana, natural do Desemboque, fazendeiro em Jata-GO, que os comprou em Santa Cruz, Rio de Janeiro (Hildebrando Pontes).1877 Fundao da Imprensa, em Uberaba, pelo mdico francs e prefeito Henrique Raimundo Ds Genettes, que passou a denominar de Tringulo Mineiro a vasta regio at ento conhecida como Serto da Farinha Podre.

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 36

    1880 Incio do primeiro ciclo industrial da cidade com a instalao da Fbrica de Tecidos Cassu, do Engenho Central de Acar, fbricas de cerveja, de laticnios, de vinhos e de cermica.

    1882 Instalao da Escola Normal, sob a direo do Major Joaquim de Oliveira Pena.

    1886 Deu entrada, no Municpio de Uberaba, o primeiro touro Zebu, oriundo da ndia, adquirido pelo Coronel Manoel Borges de Arajo, sendo conduzido para a Fazenda Buriti.

    1885 Criao do Colgio Nossa Senhora das Dores Irms Dominicanas.

    1889 Chegada das pontas dos trilhos da Estrada de Ferro Mogiana a Uberaba, ligando-a com So Paulo e o litoral. A cidade fortaleceu sua economia, atraindo imigrantes italianos, rabes, espanhis, portugueses. Por seu desenvolvimento, passa a ser chamada de Princesa do Serto.

    1895 Fundao do Instituto Zootcnico, primeira escola de Ensino Superior de Uberaba, para a formao de Agrnomos e Zootecnistas. Funcionou at 1898.

    1898 Incio das viagens de triangulinos ndia para buscar exemplares zebunos das raas Nelore, Guzer e Gir, destinados a melhorar os plantis de gado existentes na regio.

    1903 Criao do Ginsio Diocesano Rede Marista 1905 Inaugurada a energia eltrica em Uberaba.1906 Realizao da 1a Feira-exposio de animais de origem indiana em Uberaba, sendo 1 146 animais expostos. O evento realizado, em uma fazenda, deu incio a uma fase de grande desenvolvimento da pecuria zebuna.1908 Criao da Diocese de Uberaba.1911 2 Exposio-feira Agropecuria de Uberaba.1916 Instalao do Aprendizado Agrcola Borges Sampaio, destinado a formar tcnicos agrcolas de nvel mdio.

    1919 Implantao do Herd Book zebu, destinado a registrar o pedigree dos animais zebunos do criatrio local. Posteriormente, transformado em Registro Genealgico das Raas zebunas.

    1924 Fundao da Associao Comercial e Industrial de Uberaba.1927 Fundao da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Uberaba.1934 Fundao da Sociedade Rural do Tringulo Mineiro, rgo impulsionador da pecuria nacional, sobretudo das raas zebunas, organizadora da Exposio Nacional de Gado Zebu, na primeira semana de maio de todos os anos, desde a sua fundao.

    1937 Criao da Fazenda Experimental Getlio Vargas (Fazenda Modelo), onde foram realizadas as primeiras pesquisas de melhoramento gentico do zebu e a adaptao de sementes de pastagens, leguminosas e cereais (soja, feijo, milho e caf) s terras e climas do cerrado do Planalto Central do Brasil. Devido aos grandes investimentos em desenvolvimento tecnolgico, Uberaba o Municpio de maior produo de milho e soja do Estado de Minas Gerais.1944 Fundao do Instituto Superior de Cultura, entidade livre que promovia encontros de estudo e debates, entre os intelectuais de Uberaba.

    1948 Fundao da Faculdade de Odontologia do Tringulo Mineiro, incio da Universidade de Uberaba. Fundao da Faculdade de Enfermagem Frei Eugnio que funcionou na Santa Casa de Misericrdia, at 1956, quando passou a ter sede prpria.

    1949 Criao da FAFI. A fundao da Faculdade de Filosofia vem dar novo impulso s cincias humanas e reflexo do pensamento.

    1951 Criao da Faculdade de Direito. Destaca-se entre os principais cursos jurdicos do Pas. Importantes advogados formaram-se por essa Instituio. Em Uberaba, na dcada de 70 e de 80, importante revista jurdica era impressa na cidade, com circulao nacional.

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 37

    1951 Criao da Faculdade de Engenharia, curso que impulsionou a construo civil na cidade, pois aumentou a demanda de engenheiros. Vem contribuindo decisivamente para o desenvolvimento da cidade de Uberaba.1954 Criao da Faculdade de Medicina. A Faculdade de Medicina ocupa, desde 1954, o antigo prdio da penitenciria de Uberaba. Construda ainda na primeira dcada do sculo XX (em 1911 j se encontrava pronto), a edificao teve planta assinada pelo arquiteto italiano Luigi Dora e execuo a cargo do tambm italiano Miguel Laterza.

    1959 Exposio de Gado Zebu se torna nacional.

    1960 Incio do 2o Ciclo Industrial de Uberaba, com destaque para o setor petroqumico ligado produo de fertilizantes e defensivos agrcolas. Esse novo incremento levou instalao de trs Distritos Industriais no Municpio, a partir do ano de 1971, com rea total de mais de 22.000.000 m2.

    1961 Dr. Humberto Ferreira inicia experimentos que resultaram na cura da Doena de Chagas.1962- Criao da Arquidiocese. Criao da Academia de Letras do Tringulo Mineiro, com sede em Uberaba.1965 Criao da Faculdade de Cincias Econmicas do Tringulo Mineiro FCETM.1966 Instalao da Usina de Acar de Delta.1970 Incio de nova fase de investimentos em desenvolvimento tecnolgico da agricultura, que resultou na criao do Projeto da Agrotecnpolis, na dcada de 1990.1971 Campanha de Reflorestamento.

    1972 Inaugurao da TV Uberaba, em 9/6/1972, na gesto do ex-prefeito municipal Arnaldo Rosa Prata, que doou a rea para construo da sede da TV. Construo feita, obedecendo ao padro mdio das emissoras do interior dos Estados Unidos. Segundo o mais antigo funcionrio da emissora, ela foi criada, na verdade, em 1970, indo ao ar somente em 1972, sob os auspcios dos Dirios Emissores Associados.

    1974 Criao da Faculdade de Zootecnia.1979 Instalao do Plo Petroqumico.1986 Criao da Bolsa de Arrendamentos.1989 Implantao da Fazenda Energtica.1993 Implantao do Projeto de Escola Cidad: construo amorosa da cidadania na Rede Municipal de Ensino de Uberaba.1995 Criao do Porto Seco (Estao Aduaneira de Interior EADI).1995 Instalao da Faculdade de Educao de Uberaba FEU. Inaugurao do Parque Univerdecidade, com infra-estrutura para receber todo tipo de investimento em tecnologias de ponta.1999 Implantao do Plo Industrial Moveleiro em Uberaba.2002 Incio da construo da Estao de Tratamento de Esgoto de Uberaba.2003 Instalao da Universidade Presidente Antnio Carlos UNIPAC e da Universidade Norte do Paran UNOPAR.2004 Criao da Faculdade Talentos Humanos FACTHUS.2005 Consolidao do Projeto Escola Cidad e criao do Projeto Cidade Educadora na Gesto Municipal.2005 Transformao da Faculdade Federal de Medicina em Universidade Federal do Tringulo Mineiro UFTM

    FONTE: Arquivo Pblico de Uberaba e SEMEC/ UBERABA, 2005

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 38

    1.3.4 Histrico da Educao

    Uberaba conta com as seguintes redes de ensino: Federal, Estadual, Municipal e Particular, atendendo Educao Bsica nas suas diferentes etapas (Educao Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Mdio) e modalidades e Educao Superior.Atualmente a populao estudantil de Uberaba encontra-se distribuda da seguinte maneira:

    QUADRO III PDME/UBERABA-MG Populao Estudantil de Uberaba 2005POPULAO ESTUDANTIL DE UBERABA-MG 2005

    EDUCAO INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL

    Rede Municipal: 2.801Rede Particular: 3.182

    Total: 5.983

    Rede Municipal: 17.925Rede Estadual: 17.493Rede Federal: ---Rede Particular: 6.187 Total: 41.605

    EDUCAO INCLUSIVA EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS

    Rede Municipal: 117Rede Estadual: 66Rede Particular: 509Total: 692

    Rede Municipal: 2.754Rede Estadual: 2.378Rede Particular: 463Total: 5.595

    ENSINO MDIO ENSINO SUPERIOR

    Rede Estadual: 12.035Rede Federal: 268Rede Particular: 3.375

    Total: 15.678

    Comunitria: 711Rede Estadual: 484Rede Federal: 900Rede Particular: 15.191Total: 17.286

    TOTAL GERAL DA POPULAO ESTUDANTIL POR REDE

    Rede Municipal: 23.597Rede Estadual: 32.456 Rede Federal: 1.168 Rede Particular: 28.907Comunitria: 711

    TOTAL GERAL: 86.839

    FONTE: INEP/MEC, 2005

    TABELA II PDME/UBERABA-MG Nmeros Indicativos da Realidade Educacional de Uberaba 2004

    QUANTIDADE FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR TOTAL

    ESCOLAS 02 40 33 54 129PROFESSORES 81 1.340 1.534 1.320 4.275

    ALUNOS 1.950 30.604 25.191 13.151 70.896

    FONTE: SEMEC/UBERABA, 2004

  • 39

    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 39

    QUADRO IV PDME/UBERABA-MG QUADRO V PDME/UBERABA-MG

    A taxa de atendimento escolar refere-se ao percentual das pessoas na faixa etria especificada que esto matriculadas na escola, em qualquer dos nveis de ensino. As taxas de atendimento da Educao Infantil de Uberaba (Quadro IV) indicam que, em 2003, apenas 2,56 (dois vrgula cinqenta e seis percentuais) das crianas de 0 (zero) a 03 ( trs) anos estavam matriculadas na Creche e que, na Pr-Escola, estavam matriculadas 46,39 (quarenta e seis vrgula trinta e nove percentuais) das crianas de 04 (quatro) a 05 (cinco) anos e 72,86 (setenta e dois vrgula oitenta e seis percentuais) das crianas de 06 (seis) anos. Isso evidencia que existe uma parcela expressiva das faixas etrias correspondentes que no est freqentando a escola.

    A taxa de escolarizao bruta refere-se proporo entre o total de pessoas matriculadas em determinado nvel de ensino e o total de pessoas na faixa etria que deveria estar matriculada nesse nvel de ensino. Por exemplo, no Ensino Fundamental, deveriam estar matriculadas as pessoas entre 07 (sete) e 14 (quatorze) anos. Uma taxa bruta superior a 100% (cem por cento) possvel de ocorrer, em funo do atraso escolar que ocasiona a distoro idade/srie. Por exemplo, pessoas com mais de 17 (dezessete) anos de idade, que j deveriam ter concludo o nvel mdio, podem estar ainda matriculadas nesse nvel de ensino. De acordo com isso, em Uberaba, (Quadro V) evidencia-se o problema da distoro idade/srie tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Mdio.

    A taxa de escolarizao lquida refere-se proporo entre o total de pessoas matriculadas no nvel de ensino correspondente sua faixa etria e ao total de pessoas nessa faixa etria. Por exemplo, quantas das crianas de 7 (sete) a 10 (dez) anos, esto matriculadas nas sries iniciais do Ensino Fundamental. Em tese, esta taxa no poderia exceder 100% (cem por cento) e uma taxa inferior indicaria atraso escolar ou no acesso escola de parte da populao dessa faixa etria.

    Faixas Etrias

    Taxa de atendimento

    Municpio MG

    0 a 3

    4 a 5

    6

    7 a 10

    11 a 14

    15 a 17

    2,56

    46,39

    72,86

    105,55

    104,81

    103,23

    5,73

    42,11

    81,74

    106,66

    103,33

    91,43

    Fonte: Secretaria de Estado da Educao - Censo Escolar Fonte: Secretaria de Estado da Educao - Censo Escolar

    Nveis de ensino

    Taxa de escolarizao

    Bruta Lquida

    Municpio MG Municpio

    Creche

    Pr-escola

    Fund. 1 - 4

    Fund. 5 - 8

    Mdio

    MG

    3,34

    46,87

    130,45

    132,53

    112,45

    7,79

    54,85

    132,38

    123,88

    87,46

    2,23

    44,98

    102,97

    87,72

    62,75

    5,43

    49,14

    102,05

    80,28

    47,89

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 40

    Em Uberaba, evidencia-se uma contraposio da taxa de escolarizao lquida (Quadro V) com a taxa de atendimento escolar (Quadro IV) tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Mdio, o que permite verificar que se trata de atraso e no de acesso negado.

    A populao, por faixa etria, refere-se s pessoas residentes no Municpio, mas a matrcula pode ser de uma pessoa que reside em outro Municpio e vice-versa, ou seja, um residente do Municpio pode estar matriculado em uma escola situada no Municpio vizinho. Assim, as taxas de atendimento lquido de Uberaba (Quadro V) do Ensino Fundamental de 5a a 8a sries de 87,72 (oitenta e sete vrgula setenta e dois por cento) e do Ensino Mdio de 62,75 (sessenta e dois vrgula setenta e cinco por cento) inferiores a 100% (cem por cento) podem estar refletindo o fato de que uma parte da populao do Municpio, na faixa etria correspondente, esteja matriculada em escola de outro Municpio. Enquanto que a taxa de escolarizao lquida do Ensino Fundamental de 2,97 (dois vrgula noventa e sete por cento) acima portanto de 100% (cem por cento) poder estar ocorrendo, se as escolas de Uberaba estiverem recebendo matrculas de crianas de outros Municpios alm das do seu prprio Municpio. Esses fenmenos ocorrem, sobretudo, na zona rural.

    1.3.4.1 Rede Particular de Ensino

    Tendo em vista a misso de evangelizar e educar as classes sociais mais carentes, as Irms Dominicanas, vindas da Frana para o Brasil, em 1885, escolheram Uberaba para se instalar e fundar a primeira escola da cidade.

    Em outubro desse mesmo ano, no prdio que lhes foi cedido, a Santa Casa de Misericrdia, adaptado para as instalaes das irms e da escola, as portas se abriam para acolher as seis primeiras alunas. Em sua longa trajetria, tendo como misso oferecer uma educao bsica de qualidade, crist, humanizada e cidad, o Colgio Nossa Senhora das Dores tem contribudo para a formao de crianas e de jovens com muita competncia, idealismo e humanismo.

    Transcorridos dezessete anos da fundao do Colgio Nossa Senhora das Dores, em 08 de dezembro de 1902, foi concludo o processo para criao do Colgio do Sagrado Corao de Jesus, a ser dirigido pela comunidade fundadora da obra Marista, em Uberaba. O colgio passou por vrias mudanas, incluindo seus nomes, sendo eles, Ginsio Municipal de Uberaba, no final da dcada de 1920, Ginsio Estadual de Uberaba, na dcada de 1930, Colgio Marista Diocesano de Uberaba, em 1943, e, finalmente, Colgio Marista Diocesano, em 1990. De grande tradio, o Colgio atende todas as etapas da Educao Bsica, com qualidade de ensino, visando, tambm, s dimenses social e cultural dos alunos.

    Posteriormente, de maneira tmida, expandiu-se a rede particular de ensino de Uberaba. A partir da dcada de 1980, houve um avano vertiginoso quanto criao de escolas particulares, no Brasil. Em Uberaba, a partir de 1990, tambm, aconteceu esse mesmo fenmeno, especialmente, para atendimento primeira etapa da Educao Bsica, ou seja, a Educao Infantil.

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    PLANO DECENAL MUNICIPAL DE EDUCAO - UBERABA 2006-2015 - 41

    QUADRO VI PDME/UBERABA-MG Nmero de escolas da Rede Particular 2003

    TOTAL DE ESCOLAS DE EDUCAO BSICA = 59

    Escolas com Educao Infantil: 40Escolas com Ensino Fundamental: 34Escolas com Ensino Mdio: 16Escolas com Ensino Mdio profissional: 12Escolas com Educao Inclusiva: 03

    FONTE: SRE/UBERABA , 2003

    1.3.4.2 Rede Federal de Ensino

    A Rede Federal de Ensino de Uberaba conta com apenas 02 (duas) instituies. So elas: Centro Federal de Educao Tecnolgica de Uberaba CEFET e Universidade Federal do Tringulo Mineiro UFTM.

    Fundado em 1953, o atual CEFET comeou a funcionar como Centro de Treinamento em Economia Domstica Rural, com autorizao da ento Superintendncia do Ensino Agrcola e Veterinrio. Em 1954, passou a denominar-se Curso de Extenso em Economia Domstica Rural e foi criado o Curso de Magistrio de Economia Domstica. Posteriormente, a escola passou a oferecer o Ginasial Agrcola e o Curso de Magistrio transformado em Colegial de Economia Domstica, de conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional no 4024, de 20/12/196