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22/10/2015 Após queda de 96% na receita, empresa deixa de vender lâmpada para fabricar - Notícias - UOL Economia
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Após queda de 96% na receita,empresa deixa de vender lâmpadapara fabricarLarissa ColdibeliColaboração para o UOL, em São Paulo 14/10/2015 06h00
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Divulgação
José Luiz D'Angelino Filho passou a fabricar luminárias, como as acima, para não falir
Ao ver o faturamento da sua empresa cair 96% em menos de dois anos, passando
de R$ 660 mil em meados de 2013 para R$ 29 mil por mês no início de 2015, o
empresário José Luiz D'Angelino Filho, 40, se viu diante de um dilema: mudar o
perfil do negócio que fundou há 13 anos ou encerrar as atividades antes de ficar
endividado.
Ele escolheu a primeira opção. Sua empresa, a CTI Golden, com sede na Mooca,
em São Paulo, deixou de ser distribuidora de lâmpadas para lojistas e passou a
apostar em produtos de fabricação própria, como luminárias de alta potência para
grandes espaços e pendentes automotivos (usados em consertos de carros). Com
isso, está conseguindo se reerguer e faturar cerca de R$ 200 mil mensais.
As dificuldades começaram há cerca de dois anos, segundo D'Angelino Filho, por
causa da concorrência com produtos chineses. "A facilidade em importar lâmpadas
da China aumentou a competição. Antes, eu comprava de um importador, colocava
minha margem e distribuía para os lojistas. Para não perder mercado, o importador
passou para a venda direta, atropelando os distribuidores."
A queda na receita obrigou o empresário a reduzir sua equipe. Passou de 15
funcionários para seis em um ano e meio. "Quando meus funcionários mais antigos
vieram perguntar se deveriam começar a procurar outro emprego, percebi que era
hora de tomar uma decisão", diz. "Tive que redirecionar o pouco capital que tinha
para fazer uma nova aposta", declara.
Problema pessoal mostrou caminho alternativo
Divulgalção
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Dificuldade no conserto do carro motivou o empresário a desenvolver o produto acima
A virada no negócio começou no fim do ano passado, depois que o empresário
passou por dificuldades para consertar seu carro em uma estrada. "A lâmpada do
mecânico quebrou e eu percebi que ela precisava ser feita de um material mais
resistente", declara. Assim, ele criou o pendente automotivo, que custa a partir de R$
65.
Em um ano, ele afirma ter desenvolvido cerca de 30 produtos, a maioria à base de
LED (único componente que é importado). Os produtos são desenvolvidos e
fabricados pela CTI Golden, que criou uma linha específica para os itens de marca
própria, a Super Safe. Por terem mais de 80% de composição nacional, os itens têm
acesso a financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
A alta do dólar também tem ajudando a impulsionar o negócio, segundo o
empresário. "O dólar alto fortalece a indústria nacional. Além disso, com o aumento
na conta de luz, as pessoas estão preferindo o LED, que é mais econômico." Mas
ele diz que não tem força comercial para vender no Brasil todo. Por isso, fez
parcerias com os fornecedores de peças para que revendam seus produtos.
O empresário afirma que o mais difícil não é executar a mudança, mas tomar a
decisão de mudar. "É admitir que você tem um negócio que dava certo e não
funciona mais. É uma quebra de paradigma largar tudo o que você fazia antes para
tentar salvar a empresa de um jeito diferente", diz. Segundo ele, a empresa ainda
tem R$ 400 mil de mercadoria encalhada.
Acompanhar indicadores é fundamental para sobreviver
Júlio Tadeu de Alencar, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e
Pequena Empresa de São Paulo), diz que é comum que as empresas precisem se
adaptar às novas realidades do mercado. Segundo ele, a melhor maneira de saber
se é hora de mudar é acompanhando os indicadores do negócio.
"Toda empresa precisa de controle. O empresário deve analisar constantemente os
dados de faturamento, lucro e o grau de endividamento do negócio. Ele precisa
imaginar a empresa daqui a seis meses, daqui a um ano, para saber como vai
sobreviver", afirma.
Segundo o consultor, é importante comparar os números da previsão de
desempenho da empresa com os números reais. Se não baterem, é hora de se
perguntar se o problema está no mercado ou se é interno.
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Saber qual é a percepção dos clientes e do mercado sobre o seu negócio e
conhecer as ameaças que pairam sobre ele pode ajudar a indicar caminhos
alternativos. "O verdadeiro empreendedor vê oportunidades onde há problemas. Às
vezes, o empresário está tão acomodado que deixa de perceber essas
oportunidades."
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