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Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA Secretaria de Desenvolvimento Territorial - SDT PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL Guia para o Planejamento DOCUMENTO DE APOIO Nº 02 Brasília, novembro de 2005

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Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDASecretaria de Desenvolvimento Territorial - SDT

PLANO TERRITORIAL DEDESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVELGuia para o Planejamento

DOCUMENTO DE APOIO Nº 02

Brasília, novembro de 2005

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILMINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente da República

Miguel Soldatelli RossettoMinistro de Estado do Desenvolvimento Agrário

Humberto OliveiraSecretário Nacional de Desenvolvimento Territorial

Coordenação TécnicaCoordenação Geral de Órgãos Colegiados e Planejamento

Elaboração:Alberto Renault Adib

Colaboração:Berenice Gomes da SilvaCarla de Araújo FerreiraDanielle Chalub Martins

Ivanilson GuimarãesMárcio Maia de Castro

Paulo César ArnsPedro Correia Lima Neto

Vital de Carvalho Filho

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVELGuia para o Planejamento

DOCUMENTO DE APOIO Nº 0202/2005

Publicado pela SDT/MDA em outubro de 2005.Assunto: Gestão Social de Territórios RuraisDocumento Elaborado pela equipe técnica da SDT com consultores

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Sumário

APRESENTAÇÃO .................................................................................... 5

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 9

2 MARCO CONCEITUAL - METODOLÓGICO .....................................112.1 Desenvolvimento Territorial .........................................................................112.2 Gestão do Desenvolvimento Territorial .....................................................142.3 Planejamento Territorial ................................................................................16

2.3.1 Dimensões e Enfoques do Planejamento ....................................................182.3.2 Metodologias de Planejamento Participativo .............................................212.3.3 Planejando a Participação .............................................................................232.3.4 Etapas e Passos do Planejamento Territorial ..............................................24

3 CONSTRUÇÃO DO PLANO ..................................................................283.1 Diagnóstico .....................................................................................................28

3.1.1 Configuração Espacial ...................................................................................283.1.2 Aspectos Históricos .......................................................................................293.1.3 Aspectos Geoambientais ...............................................................................293.1.4 População ........................................................................................................303.1.5 Organização Social .........................................................................................303.1.6 Estrutura Agrária ...........................................................................................303.1.7 Aspectos Econômicos ...................................................................................313.1.8 Serviços Sociais e de Apoio à Produção .....................................................323.1.9 Infra-estrutura Social e Produtiva ................................................................33

3.1.10 Cultura e Lazer ...............................................................................................343.1.11 Envolvimento Institucional ...........................................................................34

3.2 Programação do Desenvolvimento .............................................................353.2.1 Diretrizes e Estratégias ..................................................................................363.2.2 Projetos ...........................................................................................................38

4 ANEXOS .................................................................................................. 42

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário– MDA, por intermédio da Secretaria deDesenvolvimento Territorial – SDT, vemse uti l izando, como estratégia dedivulgação, de discussão e de consolidaçãoda política de desenvolvimento territorialjunto aos parceiros e colaboradores, sejaminstituições, entidades ou pessoas, umconjunto de publicações que tornam maisconhecidas nossas concepções e fomentamo debate em torno do desenvolvimentorural sustentável e da abordagemterritorial.

A Série “Documentos Institucionais”objetiva apresentar os principais conceitosque, em consonância com a missãoinstitucional, orientam a “estratégia deapoio ao desenvolvimento territorial”. ASérie “Documentos de Apoio”, por suavez, apresenta métodos, técnicas einstrumentos referenciais, articulados comos princípios e valores da abordagemterritorial e do desenvolvimentosustentável, que subsidiam as equipesenvolvidas na tarefa de animação e apoioaos processos de desenvolvimento dosterritórios e complementam com aspectosoperacionais os conceitos tratados nos“Documentos Institucionais”.

As ações que a Secretaria de Desenvol-vimento Territorial tem desenvolvido

através da “estratégia de apoio aodesenvolvimento territorial” buscamaprimorar as capacidades e habilidades dosatores para realizarem a gestãocompartilhada do desenvolvimento dentrodos princípios da gestão social. Istosignifica, também, ampliar as capacidadesem torno de três processos da gestão: ode “planejamento” para apoiar o processode tomada de decisões coletivas, definindoeixos que apontem os rumos estratégicosdo desenvolvimento do território eaglutinem políticas, programas e projetosem torno dos interesses da maioria dossegmentos sociais envolvidos; a“organização” para fortalecer as redes,arranjos institucionais e parcerias, paraperseguir os resultados e objetivosconcertados, pactuados e materializadosnos planos e projetos; e o “controle social”para criar no território um ambiente queestimule a renovação dos processos degestão, evitando práticas tradicionais queem nada contribuem para a autonomia epara a par ticipação, valorizando oscomportamentos éticos e ocomprometimento com os interessescoletivos. Essa forma de se praticar agestão social busca garantir também oacompanhamento e a avaliação dasmudanças correntes no território e astransformações decorrentes dos pactos

APRESENTAÇÃO

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produzidos entre os atores, influenciandosubstancialmente as políticas públicasdesde a sua concepção.

Nos territórios, esses três processos sãodesenvolvidos de forma contínua epermanente, por isso denominamos o seuconjunto de “ciclo da gestão”. Cada ciclose renova e se amplia a partir dasaprendizagens proporcionadas pelos ciclosanteriores, possibilitando que o conjuntode atores do território desenvolva cadaprocesso com maior competência e demaneira integrada. Assim, envolvidos numprocesso de aprendizagem, os atores sãotambém agentes de desenvolvimento dosterritórios a que pertencem.

É importante notar a relação e acomplementaridade entre o DocumentoInstitucional nº 3, que apresenta as “Referênciaspara a Gestão Social de Territórios Rurais”,ser vindo de arcabouço conceitual para os“Documentos de Apoio” que vão subsidiar aprática e o exercício do ciclo da gestão junto aosColegiados de Desenvolvimento Territorial -CODETER.

Este Guia apresenta, em linhas gerais, oprocesso de planejamento na gestão dodesenvolvimento, estando mais focado naelaboração dos Planos Territoriais deDesenvolvimento Rural Sustentável –PTDRS e pelos Ter ritórios Ruraisapoiados pela SDT. No entanto, pode seruti l izado por outras iniciativas dedesenvolvimento rural sustentável, comenfoque territorial, em andamento no País.

Os guias para os processos de organizaçãoe controle social complementam aSérie”Documentos de Apoio”relacionados à Gestão Social de TerritóriosRurais.

Optamos pelo formato de “Guia” paraque os que forem se utilizar deste materialnão imaginem um manual, onde seencontram as respostas do que fazer e decomo fazer para apoiar os territóriosrurais. Um guia também não se confundecom uma cartilha, com os conteúdossistematizados e sintetizados, prontos paraserem multiplicados e massificados. Sendoum “Guia”, os usuários poderão encontrardicas conceituais e metodológicas sobre osprocessos da gestão social dodesenvolvimento territorial, mas não édemais lembrar que deverão considerar,dentre outros aspectos, a diversidade derealidades, os estágios de desenvolvimentoe as necessidades específicas dosTerritórios Rurais no Brasil. Não poderãose eximir, portanto, de assumirresponsabilidades por opções que sópodem ser feitas à luz da realidadeespecífica de cada território. Isto remeteos seus usuários ao uso de outrosconhecimentos teóricos e práticos paranão deixar que o guia se torne “um manual”no qual a realidade “teria” de se encaixar.

O Planejamento é aqui apresentado comoum processo contínuo e permanente,portanto, sempre apto a sercomplementado e atualizado. Asreferências nele apresentadas podem estar

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distantes das possibilidades de algunsTer ritórios, onde os Colegiados deDesenvolvimento Territorial terão queexercitar vários ciclos da gestão eaprimoramento do PTDRS paraalcançarem o grau de detalhamento queeste guia apresenta. Mas, sendo umareferência, deve servir como um horizontede chegada. Cada Território tem seu ritmo,sua própria vivência, seu modo de fazer,que devem se expressar num modopróprio de planejar, de participar, de

envolver-se e de comprometer-se com osinteresses coletivos pactuados no processode planejamento e materializados noPTDRS.

Assim como o PTDRS, este guia tambémestá em processo de revisão eaprimoramento. Todos os que utilizaremeste material para apoiar as dinâmicasterritoriais e tiverem sugestões para a suamelhoria, estarão ajudando a construirreferências e estratégias que contribuirãocom o desenvolvimento rural sustentável.

“Planejamento não é fabricação de planos,mas mudança de mentalidade”

Arie P. de Geus

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9Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

1 IntroduçãoInsensatez é fazer as coisas do mesmo jeito e esperar

conseguir resultados diferentes. 1

As políticas públicas implementadas nasúltimas décadas pelo Governo Federaltrataram sempre o País como um todohomogêneo. A realização de investimentose serviços mostrou que políticas nacionaismuito centralizadas na gestão e pulverizadasna implementação apresentam dificuldadesem atingir os objetivos esperados dodesenvolvimento de forma sustentável, porserem pouco sensíveis às particularidadeslocais e ao enfoque sistêmico, acabando porsujeitar a matriz social e produtivaexclusivamente aos interesses nacionais.

Essa prática gerou limitações à participação,à articulação e à integração das esferasregionais e locais aos processos decisórios ede implantação das políticas públicas comas que comprometeram o sucesso na buscapor um desenvolvimento mais sustentável.Quando muito, encontram-se iniciativas deinvestimentos pulverizados via convênios,que expressam apenas interesses isolados,mas não revelam uma real integração emfunção de objetivos comuns.

Nesse contexto, o Ministério doDesenvolvimento Agrário viu comonecessário redefinir o enfoque doplanejamento para âmbito territorial,permitindo uma visão mais integradora deespaços, agentes, mercados e das políticaspúblicas. Ou seja, buscar a integração dasorganizações internas dos territórios rurais,

entre elas e com o resto da economia regionale nacional, sua revitalização e reestruturaçãoprogressiva, assim como a adoção de novasfunções e demandas.

Essa nova visão de planejamento dodesenvolvimento rural voltada para oterritório, deriva da necessidade dearticulação das políticas públicas, daformação de parcerias, de forma a viabilizaro alcance de objetivos maiores das políticaspúblicas para o meio rural, potencializandoresultados e reduzindo desperdíciosvinculados à superposição e à dispersão deesforços.

O objetivo deste documento é orientar aelaboração dos Planos Territoriais de

1 Autor desconhecido - citação em uma escola pública nomunicípio de Quixeramobim – CE

2 Atores sociais são grupos e segmentos diferenciados dasociedade civil que constituem conjuntos relativamentehomogêneos segundo sua posição na vida sociocultural eeconômica e que, por sua prática coletiva, constroemidentidades, interesses e visões do mundo convergentes.Representações do Estado (município, estado ou união)não são considerados como atores sociais, mas a instânciajurídico-política que expressam e sintetizam o jogo decooperação e conflitos dos atores sociais com seuspoderes e interesses diversificados (Buarque 1997) e que,num processo participativo da construção das propostasde desenvolvimento, compartilha um estreito relaciona-mento com os atores sociais, tendo um papel indelegávelcomo: patrocinador, propositor, provedor de informação,regulador, fomentador com financiamentos, prestação deserviços e investimentos.

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10 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Desenvolvimento Rural Sustentável –PTDRS, entendido como um conjuntoorganizado de diretrizes, estratégias ecompromissos relativos às ações que serãorealizadas no futuro visando aodesenvolvimento sustentável nos territórios,resultante de consensos compartilhadosdos atores sociais2 e o Estado, nas decisõestomadas no processo dinâmico deplanejamento participativo.

O plano tem um caráter dodesenvolvimento integral do territórioque não deve estar focado apenas naspol í t icas públ icas prat icadas peloMinistério do Desenvolvimento Agrário- MDA ou pela Secretar ia deDesenvolvimento Territorial - SDT, masmuito mais abrangente.

Deve integrar uma visão mais ampla doterritório, projetando todas as açõesnecessárias ao seu processo dedesenvolvimento sustentável,independentemente das fontes definanciamento ou parcerias a seremformadas, sejam elas de natureza públicaou privada, dentro ou fora do espaçoterritorial.

O importante é que seja um instrumentoauxiliar de gestão social que permita aosatores sociais e ao Estado negociar

técnica e politicamente com todas asinstâncias a viabilização das açõesprojetadas.

Este material foi concebido como um guia,no sentido de orientar os participantes doprocesso. Não se tem a pretensão de darrespostas a todas as demandas e nem queseja aplicado mecanicamente como um“formulário” a ser preenchido. O que sepretende aqui é oferecer uma ferramentaauxiliar ao processo de planejamento,oferecendo conceitos básicos,apontando metodologias, orientando aorganização das informações eprogramando o futuro, salientando quecada equipe envolvida possa inovar frenteàs diversidades inerentes a cada território,não sendo, portanto, um material acabadoe definitivo, devendo ser permanentementeaperfeiçoado.

O documento expressa a formulação doplano como um processo, cujas etapasguardam uma coerência e uma seqüência,compreendendo: i) marco conceitual dodesenvolvimento, gestão e planejamentoterritorial; ii) metodologia para construçãodo Plano; iii) formulação do diagnóstico; iv)identificação dos eixos de desenvolvimento(diretrizes e estratégia); v) orientações aodetalhamento das propostas (as linhas deação e projetos específicos).

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11Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

2 Marco Conceitual - Metodológico

2.1 DesenvolvimentoTerritorial

O território pode ser visto como um espaçoque sintetiza e materializa num determinadoespaço geográfico um processo social,econômico, ecológico e cultural complexo,em interação com outros espaçosdiferenciados. O território não se limita auma simples demarcação geográfica oupolítico-administrativa, traçada de formamais ou menos arbitrária ou como reflexode interesses políticos, mas só existe enquantoarticulação e relação com outros espaços ouformações socioculturais (BUARQUE,1986).

Segundo DUNCAN e GUIMARÃES(2003), o enfoque territorial refere-se a umdeterminado espaço – não necessariamentecontínuo – e a uma determinadaconcentração de população, onde seexaminam as unidades ambientais, osrecursos naturais, as atividades econômicas,as infra-estruturas econômica e social, asrelações sociais, os domínios institucionais,e os limites políticos.

Deixando para segundo plano os limites eatributos geográficos e de tamanhos quedominavam as teorias e práticas relacionadascom a regionalização, BOISIER (992:7: 136)considera que os atores que passam a ser

sujeito de seu próprio desenvolvimento e osterritórios organizados deixam de ser osimples produto das relações sociais deprodução para se transformar, em “agente”ou “sujeito” de seu própriodesenvolvimento, o qual passa a ser maisendógeno e mais eqüitativo, sem serautárquico uma vez que plenamente inseridono mundo globalizado.

Diante dessas referências teóricas, aconceituação aqui adotada é o do Programade Desenvolvimento Sustentável deTerritórios Rurais, que considera territóriocomo:

Um espaço físico, geograficamente definido,geralmente contínuo, compreendendo cidades e

campos caracterizados por critériosmultidimensionais, tais como o ambiente, a

economia, a sociedade, a cultura, a política e asinstituições, e uma população com grupos sociais

relativamente distintos, que se relacionam interna eexternamente por meio de processos específicos, onde

se pode distinguir um ou mais elementos queindicam identidade e coesão social, cultural e

territorial. (MDA, 2004)

A abordagem territorial combina aproximidade social, que favorece asolidariedade e a cooperação, com adiversidade de atores sociais, melhorando a

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articulação dos serviços públicos,organizando melhor o acesso ao mercadointerno, chegando até ao compartilhamentode uma identidade própria, que fornece umasólida base para a coesão social e territorial,verdadeiros alicerces para o capital social.

Segundo os documentos oficiais doPrograma3, os alcances dos objetivospropostos para o desenvolvimento territorialse constituem em Áreas de Resultados, asaber:

Fortalecimento da Gestão Social é apossibilidade de consolidar, no território,espaços de discussão sobre os rumos dodesenvolvimento que possam orientar ainiciativa dos diferentes atores.

Esses espaços devem evoluir paraarranjos institucionais que exercitem agestão compartilhada de assuntos deinteresse público, auto-gestionem seusplanos de desenvolvimento, conformeminstitucionalidades apropriadas àsdinâmicas políticas e sociais do território,integrem redes de colegiadosassemelhados, promovam o planejamentoascendente, a inclusão e a participaçãosocial de novos atores e articulem políticaspublicas visando ao estabelecimento dasparcerias e à disponibilidade dos recursos- sejam eles materiais, humanos,tecnológicos ou financeiros - necessáriospara a implementação do PTDRS.

A constituição de espaços de participaçãopopular é importante para que se ampliea participação, a diversidade de atores e aidentidade territorial. A partir deste

espaço, normalmente um ‘fórumterritorial’, constituem-se asinstitucionalidades deliberativas e degestão.

Fortalecimento das Redes Sociais deCooperação: são instrumentos eficazesde emprego do capital social gerado emum território a partir das relaçõeshumanas e sociais, que o transforma eminstrumento de otimização das iniciativascoletivas, rumo à formulação, àimplementação e à gestão de planos dedesenvolvimento sustentável.

As redes são arranjos integradores ondetransitam informações, conhecimentos,ampliando as capacidades humanas einstitucionais, facilitando as relaçõespolíticas, econômicas, culturais e sociais.

Para a promoção do desenvolvimento deredes sociais de cooperação serãoapoiadas iniciativas que favoreçam oincremento da capacidade técnica,gerencial e articuladora dos atores sociais,bem como o empoderamento dascomunidades envolvidas com o planoterritorial.

Dinamização Econômica nosTerritórios: esse componente tambémestá centrado no espírito de participação,confiança, solidariedade e cooperação. Ésobre ele que se articulam as redes decooperação, a concepção de cadeias e dearranjos produtivos, agrupamento desetores e de empresas, criação de distritos

3 MDA. Documento Conceitual: Áreas de Resultados, MDA/SDT, Brasília, 2005.

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13Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

industriais e agroindustriais, todosnecessários à construção de uma visãointegrada de desenvolvimento produtivo,competitividade, interdependência ecooperação.

O espaço econômico deve sercompreendido como um todo articuladoem movimentos que facilitam oudificultam a inclusão dos diferentessegmentos sociais, como produtores,consumidores, ou ambos.

Este espaço deve se integrar por meio deredes que favoreçam o diálogo entreatividades rurais e urbanas, agrícolas enão-agrícolas, mantendo-se ocompromisso com a geração deocupações produtivas, com a aplicação depolíticas de apoio aos agricultoresfamiliares, às organizações associativas ecooperativas, às micro e pequenasempresas.

É muito importante a promoção deiniciativas que busquem desenvolvertecnologias e sistemas de gestão que seadeqüem à utilização sustentável dosrecursos e potencialidades do território eao seu estágio de desenvolvimento.

O desenvolvimento territorial enfatiza amelhoria da qualidade e a agregação devalor aos produtos locais, a diversificaçãode atividades produtivas (inclusive as não-agrícolas) e a inovação tecnológica egerencial, como estratégias para sealcançar melhorias significativas naeficiência e na competitividade sistêmicaou territorial.

Destaca também o uso de tecnologias quedemandem maior ocupação das pessoasem atividades produtivas, mas comatenção à qualidade de vida dostrabalhadores e aos seus direitostrabalhistas, sociais e previdenciários.

Articulação de Políticas Públicas é apossibilidade de articulaçãointerinstitucional e está diretamente ligadaà capacidade de gerar um ambienteinovador para o desenvolvimentosustentável, por meio do acesso a serviçose a recursos que possam materializar, noterritório, os resultados do trabalho,garantindo tanto a geração de riquezaquanto sua apropriação mais eqüitativa.Esse ambiente visa apoiar os sistemasprodutivos, formados principalmente poragricultores familiares, agricultores semterra, micro e pequenos empreendedores,potencializando as intervenções externasem seus diversos canais medianteparticipação em políticas públicas e deoutras esferas.Cabe ao Estado, representado pelasinstituições públicas (municipal, estaduale federal), a missão original de gerenciaro patrimônio público e de animar osprocessos de concertação, rumo aodesenvolvimento.Sua ação permite desenvolver o capitalsocial, criando um contexto de fomentoàs iniciativas empreendedoras4, por meio

4 Iniciativas empreendedoras são entendidas como as queconcentram a visão, organização, mobilização e capacida-de de transformar idéias em oportunidades de novosnegócios.

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14 Ministério doDesenvolvimento Agrário

da cooperação e da articulaçãointerinstitucional. Trata-se de possibilitaro acesso a serviços inovadores -financeiros, de informação, tecnológicos,de capacitação e apoio, que facilitem eapóiem a formação de redes decooperação.

As articulações interinstitucionais a partirdo território permitem integrarhorizontalmente programas públicos comfoco na realidade territorial e,paulatinamente, rearticulá-los e recriá-losa partir de novos arranjos institucionais.Também permite a verticalização de baixopara cima, rompendo as visõesnormalmente predominantes nas políticaspúblicas, que tendem a desconsiderar asdiversidades locais e regionais.

A articulação de políticas públicas é,portanto, o maior desafio a ser vencidopela proposta do desenvolvimentoterritorial, pois ela se mostra necessáriaem todos os níveis de poder, sendo que,para alguns, as articulações podemsignificar mudanças importantes nacorrelação de forças e nas dinâmicastradicionais dos espaços de poder.

2.2 Gestão doDesenvolvimentoTerritorial

No momento em que o governo faz a opçãode descentralizar o processo decisório edesconcentrar as ações do Estado,aumentando o número de decisores,

possibilitando a participação ativa daspopulações no processo de construção e degestão compartilhada Estado-sociedade dodesenvolvimento, cresce o desafio de proporum modelo de gestão.

Assim, como referência conceitual quenorteiam a dimensão político-institucional doPTDRS, a Gestão Social é entendida comoum processo de gerir assuntos públicos,por meio da descentralização político-administrativa, redefinindo formas deorganização e de relações sociais comsustentabilidade, transparência e efetivaparticipação da sociedade, o que implicaampliação dos níveis das capacidadeshumanas, sociais e organizacionais doTerritório.

O PTDRS é um instrumento que expressa asíntese das decisões que o conjunto dos

atores sociais, em conjunto com o Estado,alcançou num dado momento no processo

de planejamento do desenvolvimentoterritorial. Torna-se, a partir daí, um dos

instrumentos para gestão participativa doterritório, pois contém as diretrizes eestratégias que nortearão os rumos do

desenvolvimento sustentável.

A SDT, por meio do Programa deDesenvolvimento Sustentável de TerritóriosRurais, assume a missão oficial, comorepresentação do Estado, de apoiar aorganização e o fortalecimentoinstitucional dos atores sociais locais nagestão participativa do desenvolvimento

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15Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

sustentável dos territórios rurais epromover a implementação e integraçãode políticas públicas.

A Gestão Social condiz com o empoderamentoda sociedade, com a formulação decompromissos entre o público e o privado,garantindo a participação social na gestãopública que requer sistemas descentralizados,baseados em forte participação, maiordensidade de informação, parcerias earticulações em rede.

Essa forma de gestão também se confundecom o conceito de governança, em que seprioriza o envolvimento ativo de atorespolíticos, sociais e econômicos e entidadesformais representativas da sociedade civil nas

tomadas de decisão, não deixando aresolução dos problemas sobresponsabilidade exclusiva do Estado.

A tradução desses princípios na práticada gestão do desenvolvimento territorialimplica ruptura das concepções e práticasde gestão tradicionalmente centraliza-doras e pouco participativas que, defor ma geral , a inda comum naadministração pública.

O processo de gestão do desenvolvimentoterritorial proposto está fundamentado na visãoprocessual, cíclica e dinâmica perpassando asfases de: planejamento, organização,monitoramento e avaliação, conforme afigura ilustrativa apresentada a seguir:

Diagrama representativo do ciclo de Gestão do Desenvolvimento Territorial

Organização

GESTÃOTERRITORIAL

PlanejamentoControle

Social

T

ER R I T Ó R

I O

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16 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Planejamento: é o momento de tomada dedecisões e estabelecimento das diretrizes edas estratégicas, a partir das capacidades edos recursos (materiais, humanos,tecnológicos, financeiros, etc.) mobilizadose de arranjos institucionais, em função dasprioridades de intervenção discutidas paraos territórios e sistematizados na forma dosPTDRS, objeto deste guia.

Organização para execução dos PTDRScom a definição de papéis, atribuições etarefas articuladas com todas as atividades,com a criação ou o fortalecimento deinstitucionalidades representativas doterritório. A exemplo da Comissão deInstalação de Ação Territorial - CIAT5, comouma alternativa de instância colegiada doprotagonismo territorial e sua evolução paraum formato institucional mais permanenteno futuro. Implicando negociações verticaise horizontais e preocupação com acapacitação das organizações locais existentesno sentido de fortalecer sua capacidade deintervenção e inserção nos espaços de gestãocompartilhada.

Monitoramento e Avaliação: o controlesocial busca o equilíbrio dinâmico entre oEstado, a Sociedade Civil e o Mercado,estabelecendo o controle de um sobre osoutros. O processo de Monitoramento eAvaliação, ao constituir um sistema deinformação com indicadores concertadosentre os atores contribui para o processo. Namonitoria se acompanha passo-a-passo aexecução das ações dentro da gestão,redirecionando-as em intervalos de curtoprazo, na avaliação refere-se a momentos de

aprofundamento sobre os rumos doprocesso de desenvolvimento e a necessidadede redirecioná-lo.

2.3 Planejamento Territorial

Planejamento é o processo ordenado esistemático de aprendizagem social no qualos atores sociais em conjunto com ostécnicos e representações do Estadoconstroem a visão crítica e coletiva darealidade para a tomada de decisão (escolhade alternativas) das ações necessárias eadequadas à construção do futuro desejado.

Planejamento participativo é o processotécnico e político de decisão compartilhadae concensuada sobre as ações necessárias aodesenvolvimento territorial, que assegura oenvolvimento efetivo dos diversos atoressociais na apreensão da realidade e nadefinição das prioridades.(BUARQUE,1997).

Uma das estratégias adotadas para apoiar oplanejamento do desenvolvimento

5 A Sugestão da SDT para a composição da CIAT, onde nãoexista outra institucionalidade territorial é:

• Núcleo de Coordenação: cuja função é de interlocução ede articulação política com diversos atores sociais,entidades públicas e privadas, dentro e fora do território.

• Núcleo Técnico: é o braço técnico de apoio ao CIAT,assumindo as funções de formulação, execução eacompanhamento dos PTDRS, em articulação comentidades parceiras no território.

• Grupos temáticos de caráter temporário, queopcionalmente poderão ser formados com afinidades emdiversas áreas (ou dimensões), para facilitar o planeja-mento e o acompanhamento da execução do PTDRS.

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17Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

sustentável dos territórios é contribuir paraa construção dos Planos Territoriais deDesenvolvimento Rural Sustentável -PTDRS, de forma a colaborar, de formasistematizada, para a dinamizaçãoeconômica, ampliação das capacidadeshumanas, institucionais e da autogestão dosterritórios, considerando as principaiscaracterísticas que conformam a dinâmica doespaço territorial e a integração e articulaçãodas linhas de ação propostas, bem como adefinição do papel do Estado nesse processo.

O enfoque do planejamento territorialpressupõe princípios que o caracterizam,sendo os mais importantes: o planejamentoascendente6, a participação ativa dos

atores sociais, com o envolvimentoefetivo dos municípios, estados e daUnião; a flexibilidade frente às novasiniciativas dos atores sociais e do Estado; oprotagonismo e a autonomia dapopulação e suas organizações, aperspectiva de mercado, assim como amultiplicidade de abordagens, tendocomo objetivo final a melhoria dascondições de vida de todos os seushabitantes.

A seguir, é apresentada, de forma sintética,a importância do planejamento territorial,para dentro e para fora do território, sob aótica do processo e do produto doplanejamento.

Importância do planejamento para dentro e para fora do território

Importância Para dentro do território Para fora do território

Processo

Empoderamento das pessoas,organizações e comunidades;

Fortalecimento dos laços deidentidade territorial;

Fortalecimento das capacidadeshumanas e do capital social;

Construção de estratégias cada vezmais sustentáveis pela críticacontínua ao modelo adotado.

Visibilidade do territóriocomo unidade dedesenvolvimento;

Identidade como marcadiferenciadora edialeticamente facilitadorade relações de cooperaçãoe solidariedade;

Fortalecimento dacompetitividade sistêmicado território;

Produto

Instrumento de gestão participativa;

Controle social sobre os rumos doprocesso de desenvolvimento;

PDTRS - orientador dosinvestimentos econômicos e sociais.

Atração deinvestidores novos ediversificados

Articulação depolíticas públicas eorçamentos dos níveisinfra e supra territoriais

6 Parte do particular, das demandas dos atores sociais locais, para alimentar aformulação na definição das diretrizes e opções estratégicas do desenvolvimento.

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18 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Segundo BOISIER (1992), o planejamentoterritorial considera a interação de trêsprocessos. O primeiro depende daparticipação relativa dessa região nos usosdos recursos extra-regionais, tal como aprática do planejamento regional tradicionalcom características predominantementecentralistas.

O segundo, também exógeno, depende doimpacto que a política macroeconômica temsobre a região, que pode ter a mesma direçãoque a dotação de recursos, coadjuvando,assim, o crescimento regional, ou pode teruma direção oposta, freando o crescimentoregional.

E, finalmente, o terceiro e mais importanteprocesso, mais sustentável e decisivo,depende da capacidade de organização socialdo território, isto é, do somatório dascapacidades locais para transformar osimpulsos de mudanças visando ao seudesenvolvimento autônomo. Esse modelode desenvolvimento endógeno seconcentra na capacidade de a sociedadeliderar e conduzir o seu própriodesenvolvimento, condicionando-o àorganização social, produtiva, ambiental einstitucional disponíveis em sua área e ao seupotencial interno.

2.3.1 Dimensões e Enfoques doPlanejamento

Para a elaboração dos PTDRS, devem-segarantir os preceitos básicos do

desenvolvimento sustentável, apresentadosaqui como as dimensões do planejamento,que nortearão todo o processo de construçãodos Plano:

Dimensão Econômica: resultadoseconômicos com níveis de eficiênciaatravés da capacidade de usar e articularrecursos locais para gerar oportunidadesde trabalho e renda, fortalecendo ascadeias produtivas e integrando redes depequenas empresas. Dessa forma, deve-se buscar a organização dos sistemaslocais de produção, proporcionandotransformar as vantagens comparativaslocais em vantagens competitivasregionais.

Dimensão Sociocultural: mais eqüidadesocial, através da intensa participação doscidadãos e cidadãs nas estruturas dopoder, tendo como referência a história,os valores, a cultura do território e orespeito pela diversidade, o sentimento de“pertencimento”.

Dimensão Político-institucional: novasinstitucionalidades que permitam aconstrução de políticas territoriaisnegociadas, ressaltando o conceito degovernabilidade democrática e apromoção da conquista e do exercício dacidadania.

Ambiental: compreensão do meioambiente como ativo dodesenvolvimento, considerando oprincípio da sustentabilidade, enfatizando

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19Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

o conceito de gestão da base de recursosnaturais. A dimensão ambiental abrangetodas as decisões e prioridades deinvestimentos, não só de caráterpreventivo, mas também nas propostas

inovadoras de recuperação de áreasdegradadas, proteção de mananciais,formação de corredores ecológicos,cobertura vegetal das encostas e áreas dereserva e de preservação permanente.

Diagrama representativo das quatro dimensões do Desenvolvimento TerritorialSustentável

Sociocultural

EconômicoAmbiental

Político-Institucional

DST

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20 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Além das quatro dimensões dasustentabilidade sugerem-se ainda comoenfoques a serem considerados noplanejamento territorial:

Percepção integral do território, suaheterogeneidade, potencialidades efragilidades, promovendo processoscontínuos de planejamento, que setraduzam na elaboração eimplementação de programas eprojetos específicos, que tenhamcaracterísticas estratégicas,convergentes e complementares.

Estímulo à construção de aliançasentre os atores sociais e o Estado queos vinculem no compartilhamento deresponsabilidades, à formação deparcerias, à atuação solidária, à coesãosocial e territorial.

Estímulo à articulação entre asdemandas sociais e às ofertas daspolíticas públicas.

Descentralização7, em sintonia com asociedade civil, com os movimentossociais e com o setor público.

O caráter multidimensional emultisetorial, oferecendo ascondições necessárias para a atraçãode investimentos diversos e comcaracterísticas inovadoras.

Enfoque sistêmico: a realidade deveser apreendida como uma totalidadecomplexa e unidades formadas deelementos constitutivos integrados einterligados e cujas propriedades

essenciais decorrem das relações entreas suas partes.

passos progressivos: compreensão darealidade, partindo do geral para oespecífico, começando porfenômenos e níveis de análises maisgerais (país, estado, território) paraterminar em níveis mais específicos(município, comunidade, unidade deprodução, família, etc.) e fenômenosparticulares;

Subsidiaridade: tudo que puder serfeito por uma entidade espacialmentemenor, como o território, municípioou instâncias locais, não deve ser feitopor instâncias maiores, como o estado(UF) ou a União, o que implicaalternativas de soluções próprias,locais8.

Processos continuados de capaci-tação sendo visto como um meiopelo qual transitam e enriquecemexperiências e conhecimentos,formando capacidades locais.

Construção de uma nova visão nasrelações sociais, garantindo maior

7 A Descentralização é o processo de transferência daautoridade e do poder decisório de instâncias maiselevadas para instâncias de unidades espacialmentemenores, entre as quais o território, município e ascomunidades, conferindo capacidade de decisão eautonomia de gestão para as unidades territoriais demenor amplitude e escala. Representa uma efetivamudança na capacidade de escolha e definição sobre suasprioridades e diretrizes de ação e sobre a gestão deprogramas e projetos (ARAÚJO, 1998).

8 MONTORO (1995).

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21Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

envolvimento das mulheres e dosjovens em todo o processo deformulação do plano.

Inter-relações entre o rural e ourbano, que se estabelecem por meiodos agentes comerciais, agentesfinanceiros, os transportadores, asagroindustriais, dentre outros.

Integração com os poderes públicose conselhos municipais, pois quantomais asseguradas às parcerias com osmunicípios, melhores serão ascondições para atingir o futurodesejado com sustentabilidade. Asatividades que dizem respeito àsdecisões e às responsabilidades deâmbito municipal (saúde, ensinofundamental, construção econservação de estradas vicinais),devem ser discutidas e negociadas comas municipalidades.

2.3.2 Metodologias dePlanejamento Participativo

A metodologia de planejamentoparticipativo a ser adotada, comoinstrumento auxiliar ao diagnóstico eplanificação, deverá apresentar em suaconcepção formas de estimular o públicoenvolvido a mergulhar numa reflexão críticasobre sua realidade para transformá-la,buscando a articulação dos atores envolvidosnum processo de participação ativa, ou seja,na formação da consciência crítica econstrutivista9, por meio do qual se elabora

o conhecimento adequado dos problemasque afetam o grupo.

A população formula, com seu saber, emsimbiose com o saber dos técnicos, em umprocesso dialógico, um posicionamentocrítico diante da realidade, conduzindo a umprocesso transformador. É necessáriotambém que tenha uma conotaçãocapacitadora, e os técnicos sintam-se osagentes educadores na sua socialização dosconhecimentos.

Os procedimentos metodológicos deverãocontribuir para:

a) incorporar a visão da população sobre ocontexto;

b) trazer o processo de tomada de decisãopara eles;

c) excluir o paternalismo/assistencialismo;e

d) criar condições para que os técnicosajudem aos participantes a determinarsuas necessidades concretas e superar seusproblemas. (FURTADO e FURTADODE SOUZA, 2000)

Propõe-se, portanto, dentro deste contexto,a realização do planejamento, no qual, o

9 Capacidade das pessoas, de prever e planejar previamenteseu futuro, de reflexão no decorrer da ação e de buscar osresultados, seja com os planos, seja com princípios eideais teóricos ou práticos. A consciência crítica é acapacidade de planejar, refletir e criticar (ação-reflexão-ação).

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22 Ministério doDesenvolvimento Agrário

sujeito que realiza a investigação é também oinvestigado, de tal forma a se conhecer arealidade objetiva em que se encontra (fatos,situações, condições objetivas da realidadelocal e de seu contexto mais amplo); as açõesque são realizadas nessa realidade paratransformá-la e o nível de consciência /interpretação que os atores sociais têm sobrea realidade e suas ações.

Na prática, existem hoje diversasmetodologias de planejamento participativo,que poderão ser utilizadas. Não cabe nesseguia definir ou recomendar qual delas seria amais indicada, pois cabe a cada equiperesponsável pela formulação decidir, deacordo com seus conhecimento e domíniosna aplicação.

São as seguintes metodologias mais usuais deplanejamento participativo:

Intervenção Participativa deAtores – INPA10

Diagnóstico Rápido Participativo –DRP11

Planejamento de Projetos Orienta-do por Objetivos – ZOOP12)Método Altadir de PlanejamentoPopular – MAPP13

Planejamento EstratégicoSituacional – PES14

Diagnóstico de Sistemas Agrários- DAS15

Pesquisa-Ação16

Nem sempre as técnicas utilizadas sãosuficientes para garantir o processo

participativo, por isso, deve-se sempreconsiderar as possibilidades a seremcombinadas no processo, dependendo dascomunidades e das situações encontradas,entretanto, o mais importante é abandonar,o máximo possível, instrumentalmetodológico convencional e de caráterindutor.

Pode-se apontar pelo menos quatrocategorias de técnicas, de cunho pedagógico,fundamentais no processo de planejamentoparticipativo:

Técnicas de dinâmica de grupo

Técnicas de visualização

Técnicas de entrevistas e comunicaçãooral

Técnicas de observação de campo

As metodologias de planejamento a seremadotadas devem garantir um conteúdomínimo de informações que subsidiarão aoprocesso de decisão das ações programáticas

10 http://www.iica.org.br/index_Publicacoes_PublicacoesIICA.htm

11 www.lead.org.br/filemanager/ download/139/05i_DRPrural.doc

12 http://www.participando.com.br/metodologia/zopp_pcm.asp

13 http://bases.bireme.br/bvs/sp/P/pdf/saudcid/vol2_07.pdf

14 http://bases.bireme.br/bvs/sp/P/pdf/saudcid/vol2_06.pdf

15 http://www.fao.org/Regional/LAmerica/proyecto/brazil/agrario.pdf

16 http://www.educaremrevista.ufpr.br/arquivos_16/irineu_engel.pdf

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23Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

futuras, fundamentais na elaboração dosPTDRS.

No entanto, há de se ter cuidado na suasaplicações, pois como recomendaBUARQUE (1997): toda técnica constitui apenasuma ferramenta de apoio para a organização e otratamento das informações, das visões e das propostasde alternativas, não podendo inibir e limitar acriatividade e a sensibilidade dos técnicos e dos atoressociais, nem substituir os interesses e os desejos dasociedadade.

2.3.3 Planejando a Participação

A participação é um processo segundo o qualos atores envolvidos influenciam ecompartilham na formação de consensos, detomada de decisões e na aplicação dosrecursos de um determinado projeto. Osatores envolvidos devem ser os agentes demudanças no processo de desenvolvimentoe não meros espectadores do processo.

A participação assume, também, ofortalecimento social e político dos grupossociais com a ampliação de suasresponsabilidades e o resgate da cidadania.Isso faz com que os atores passem dacondição de sujeitos do processo para agentedas mudanças pretendidas (empoderamento).

O que é privilegiado, nesse caso, é a totalcumplicidade que se estabelecem entre todosos envolvidos no processo – Estado esociedade - os objetivos pretendidos e asmudanças desejadas, uma vez que estasúltimas foram definidas segundo asnecessidades, os interesses diferenciados e,

às vezes, conflitantes. Sem a participaçãoativa, é duvidoso que a pluralidade deinteresses dos grupos sociais sejaconsensuada e considerada no Plano.

A participação não ocorre de formaespontânea. Ela tem que ser promovida eestimulada durante todo o processo. Além

disto, ela deve ser monitorada e seus efeitosdevem ser periodicamente avaliados. Tudo

isso implica necessidade de planejar oprocesso de participação, montando umaestratégia de ação e, em seguida, definindo

os mecanismos a serem adotados.

Não raro, nem todos levam em consideraçãoa necessidade de planejar a participação porconsiderarem que isso representa um esforçoirrelevante, por ter um custo elevado emrelação aos benefícios em curto prazo, pelademanda de tempo para sua elaboração eporque despende muita energia de trabalho.Outras vezes, o planejamento da participaçãoé deixado de lado porque as instituições nãoacreditam na eficiência da participação17.

Embora, não haja uma estratégia única, épossível se estruturar uma seqüência de açõesque pode ajudar a promover a participação.Para isso, inicialmente, é preciso se definir:

Quem vai participar ativamente/parcialmente.

17 Fonte de consulta: http://www.participando.com.br/metodologia/PLAPP.asp

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24 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Quais instrumentos/ferramentas outécnicas serão utilizadas para ampliar oufortalecer a participação.

Como e onde serão operacionalizados oseventos/encontros.

Quando se dará cada evento (calendáriocompatível com as disponibilidades dosparticipantes).

O envolvimento dos interessados emtodas as etapas reforça, entre outrascoisas:

• A transparência do processo.

• Aconsistência do planejamento.

• A clareza dos objetivos.

• A integração dos atores.

• A probabilidade de êxito, asustentabilidade dos efeitos, entreoutras.

Apresenta-se a seguir uma listagem sugestivade representações dos atores sociais eentidades públicas e privadas, ligadas ao meiorural e atuantes no território, que poderãoser convidadas a participar do processo deplanejamento do desenvolvimentoterritorial:

Comunidades de Agricultores Famili-ares

Comunidades de ProdutoresExtrativistas ou atividades não-agrícolas

Assentamentos da Reforma Agrária

Comunidades Quilombolas

Comunidades Indígenas

Trabalhadores rurais acampados

Pescadores artesanais

Prefeituras Municipais

Colegiados formalmente constituídosligados ao desenvolvimento rural

Sindicatos e Movimentos Sociaisligadas ao meio rural

Associações de jovens e de mulheres

Cooperativas de pequenos produtores

Órgãos públicos ligados ao desenvol-vimento rural

Universidades

ONGs de ensino, pesquisa, extensão,planejamento e consultoria queatuam na região

2.3.4 Etapas e Passos doPlanejamento Territorial

Com o intuito de facilitar o processo deplanejamento e de construção do PTDRS,são sugeridas as etapas e passos que poderãoser seguidos, conforme esteja o estágio atualdos trabalhos em cada território, alertandoque não são rígidos e cronológicos ealguns passos podem ser realizadosconcomitantes, pois, na prática, há umdiálogo constante entre o diagnóstico(conhecimento crítico da realidade) e aconstrução do futuro (planificação).

Em algumas situações, pode-se modificá-los ou adaptá-los, conforme a metodologiaadotada, a necessidade, o nível de

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25Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

organização em que se encontram osterritórios, a interação entre técnicos e atoressociais e o contexto no qual se desenvolvem.É fundamental que se recorra às práticas etécnicas ou dinâmicas de grupos, no sentidode desenvolver comportamentos sociais queviabilizem sempre a construção coletiva.

PREPARAÇÃO

1) O primeiro passo é verificar se alguns pré-requisitos fundamentais foram cumpridos:

Ações preliminares de sensibilização emobilização realizadas e o estágio deorganização e envolvimento em que osatores do território se encontram,permitindo as condições básicas paradeflagrar o processo de planejamentoparticipativo.

Existência, pelo menos de maneiraembrionária, de um colegiado ou outraforma de institucionalidade territorial,que possa assumir a coordenação doprocesso.

Definição de papéis de coordenaçãopolítica e técnica do processo deplanejamento.

2) Na fase preparatória para a elaboraçãodo PTDRS, a primeira atividade dainstitucionalidade territorial (CIAT ououtras formas de organização),coordenadora do processo, deve ser aconstituição da equipe responsável pelacondução e pela articulação do processode formulação do plano.

3) Nivelamento conceitual e metodológicoda equipe responsável, com a montagemde planos de trabalhos, estruturação dasdiversas atividades e fases do trabalhodentro de um cronograma.

4) Deslocamento aos municípios quecompõem o território de forma apromover o compromisso deenvolvimento das municipalidades e paraque a equipe possa manter contatos locais,com pessoas chaves, formação deparcerias e envolvimento de outroscolaboradores eventuais.

Nesse percurso, a equipe já poderáidentificar: i) os diferentes tipos deatividades produtivas; ii) identificar oscondicionantes sócioambientais maisevidentes; e iii) levantar as primeirasimpressões das potencialidades elimitações no território e levantar algumashipóteses alternativas dedesenvolvimento.

CONHECIMENTO CRÍTICODA REALIDADE

O conhecimento crítico da realidade é oproduto do processo de planejamentoparticipativo de apreensão da realidade nosquais os atores sociais, com apoio dostécnicos e representações do Estado,compreendem sua realidade e seu contextopara construção do futuro desejado. Não setrata de uma ação temporal e estanque esimde um processo em construção. Dizrespeito à preparação das pessoas para o

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exercício da cidadania e configura-se naporta de entrada para a construção do futurodesejado.

1) Trabalho de motivação, mobilização esensibilização dos atores sociais e dasrepresentações governamentais. Sãoatividades de animação, esclarecimentose aproximação dos atores que irão seenvolver no processo de planejamento.

Nessa fase é recomendável que se deflagreum processo de divulgação para mantera sociedade informada do andamento dostrabalhos, criando um ambiente propícioà participação e à transformação do Planonum referencial coletivo. O fato de seruma atividade típica de início dostrabalhos, ela poderá ocorrer durantetodo o processo de planejamento, sempreque se fizer necessário;

2) Levantamento e sistematização dos dadossecundários, onde a equipe deverá criarum inventário de todas as informaçõesdisponíveis sobre a região, tomando-sepor base as quatro dimensões adotadaspelo Programa de DesenvolvimentoSustentável de Territórios Rurais. Segueabaixo sugestão de algumas das fontesimportantes para consulta:

Anuários Estatísticos do IBGE e dosestados

Sistema de Informações Territoriais –SIT em elaboração pela SDT

Sistema de Informações Geográficas –SIG, disponíveis nos estados

Sistema Nacional de InformaçãoAmbiental (SINIMA) – MMA (em fasefinal de implantação)

Estudos da FAO/INCRA sobreSistemas Produtivos da AgriculturaFamiliar em várias regiões do Brasil

Estudos da EMBRAPA

Planos Municipais deDesenvolvimento Rural Sustentável –PMDRS

Planos de Governos Municipais

Plano de Governo Estadual

Atas de reuniões dos Conselhosmunicipais e estadual(Desenvolvimento Rural, Educação,Saúde, dentre outros)

Planos de Desenvolvimento dosAssentamentos – PDAs

Planos de Consolidação deAssentamentos – PCAs

Relatórios do SIPRA/INCRA

Programas, federal /ou estadual, dedesenvolvimento (regional, de baciashidrográficas, setoriais etc.)

Publicações, mapas e estudos diversossobre a região de interesse.

3) Sistematização das informações –ordenar as informações obtidas sobre ummesmo tema e estabelecer as relaçõeshorizontais e verticais entre elas.

4) Complementação das informações comconsultas diretas e levantamentos dedados primários, por meio de

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27Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

metodologias participativas e adequadasa cada tipo de informação requerida.

5) Reflexão crítica sobre realidade, com baseem tudo que se obteve nas etapasanteriores e no conhecimento dos atoresenvolvidos, identificam-se aspotencialidades, as limitações e as relaçõescausa-efeito no contexto histórico dado.

6) Formulação do diagnóstico crítico comas informações devidamente analisadas,apontando as potencialidades e limitaçõesdo território estudado.

7) Socialização das informações a todos que,direta ou indiretamente participam doprocesso, transmitindo-as por meio demétodos variados e técnicas, que garantama igualdade de oportunidades entrehomens, , mulheres e jovens, paraprosseguir com a reflexão sobre arealidade e propostas de mudanças..

PLANIFICAÇÃO

A planificação é o momento doaprofundamento das discussões do futurodesejado, advindo das reflexões sobre arealidade, em que se estabelecem os rumosdo processo do desenvolvimento. Nessa fasedo processo, deve-se concentrar nos fatorescentrais: causa e efeito, potencialidades elimitações, que são determinantes do futuro.

1) Estabelecimento do futuro desejado: como uso de ferramentas e técnicasapropriadas que permitam a participaçãoativa e dialógica dos participantes, deve

expressar o conjunto de aspirações e osistema de preferências dos atores sociais,dos técnicos e dos decisores políticos.Representa a reflexão crítica sobre arealidade que ajudará a orientar atransformação do estado atual e adefinição mais segura das diretrizes - apartir dos eixos de aglutinadores - e asestratégias - a partir das linhas de ação.

2) Da mesma forma, a partir das linhas deação, se discute os principais fundamentospara elaboração dos projetosespecíficos18.

3) A institucionalidade territorial (CIAT ououtras formas de organização) emplenária, com a participação de todos osenvolvidos legitimam as ações previstas19.

4) Ajustes e redação final do PTRDS,tomando-se por base a estrutura aquiproposta, (ver anexo I).

18 Como instrumental auxiliar pode-se utilizar uma matrizde planejamento constante de algumas metodologias ou a“matriz de planificação” sugerida no item 3.3.1 desteGuia.

19 Como recomenda BUARQUE (1997), o conjunto dasatividades definidas para elaboração do plano deve gerarelementos suficientes para compor uma primeira versãodo documento que expressa a estratégia de desenvolvi-mento sustentável. Antes, contudo, da produção daversão final do plano, o documento preliminar deve sersubmetido a uma discussão estruturada com a sociedadepara o último teste de aderência política aos desejos dosatores.

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28 Ministério doDesenvolvimento Agrário

3.1 Diagnóstico

Ninguém transforma sua vida semconhecer sua própria realidade.

É um momento de fusão e síntese doconhecimento da realidade tendo por baseo conjunto de informações de dadossecundários disponíveis do território,complementadas com consultas e leituradiretas da realidade concreta e discutidasnum processo dialógico entre técnicos e osatores sociais. Possibilita dar conteúdointerpretativo aos fenômenos encontradosna realidade estudada e explicar osproblemas, suas causas e seus efeitos,identificando as potencialidades elimitações com o propósito de fundamentare de estabelecer as diretrizes e as estratégiaspara o desenvolvimento sustentável doterritório.

No diagnóstico, procura-se registrar oentendimento da complexidade e dadiversidade que, em geral, caracterizam oambiente rural do território, considerandoque essas sociedades são compostas decategorias, de camadas e de classes sociaisque mantêm relações entre si (agricultoresfamiliares, assentados, fazendeiros, empresas,assalariadas e diaristas, acampados,arrendatários e parceiros, atravessadores,agroindústrias, bancos, fornecedores de

insumos, comércio local, poder público,organizações da sociedade civil, etc.). A açãode cada um depende da ação ou da reaçãodos outros, bem como do seu entornoambiental, social, político e econômico.

Na prática, pode ser que nem todas asinformações necessárias estejam disponíveisde forma a possibilitar o pleno entendimentoe a caracterização da realidade complexa, noentanto, é sempre importante que se busqueobtê-las, pois, quanto mais organizado ecompleto for o nível e o domínio dasinformações pelos atores sociais, técnicos erepresentações do Estado, maior será aconfiabilidade e a coerência das propostasde mudanças.

A seguir, são apresentados os conteúdos quedeverão ser abordados no diagnóstico doterritório e que, por maio daproblematização, serão as justificativas paraa construção dos projetos.

3.1.1 Configuração Espacial

Descrição e apresentação do território(incluindo mapas do território e da sualocalização no Estado) com os respectivosmunicípios e a localização de pontosgeográficos importantes, tais como:assentamentos da reforma agrária, reservasindígenas, estradas principais, unidades deconservação, principais bacias hidrográficas,grandes lagos, que o compõem.

3 CONSTRUÇÃO DO PLANO

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29Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

3.1.2 Aspectos Históricos

Aspectos mais importantes da evoluçãohistórica do ponto de vista social, político,econômico e cultural da região estudada.Essas informações possibilitarão entendermelhor os comportamentos, as relaçõessociais e suas implicações no processo deformação, organização social e produtiva noterritório.

3.1.3 Aspectos Geoambientais

Com base na disponibilização de informaçõesde Unidades Ambientais que serão geradaspor Sistemas de Informações Geográficas -SIG disponíveis, será possível sistematizar eanalisar os seguintes tópicos:

Clima: descrição e análise, com base emséries históricas, dos dados daprecipitação pluviométrica, temperaturas,mínima, média e máxima e balançohídrico. Identificação das potencialidadese limitações, considerando que essasinformações são importantes para aformulação dos projetos produtivosagrícolas.

Solos: caracterização dos tipos e classes deuso dos solos predominantes e o grau dedegradação devido à ação do homem.Descrição do relevo predominante porsub-área e tipo (plano, suave ondulado,ondulado, montanhoso etc.). Identificaçãodas potencialidades e limitações,considerando que essas informações sãoimprescindíveis para a formulação dosprojetos produtivos agrícolas e propostasde recuperação e conservação dos solos.

Vegetação: apresentação das fitofisionomiaspredominantes, tendo como referência aclassificação de vegetação do IBGE.Indicação das áreas ocupadas pelasdiferentes formações, caracterizando equantificando áreas de reflorestamento eo grau de antropismo20.

Recursos Hídricos: descrição (de preferênciacom apresentação de mapas) das bacias esub-bacias hidrográficas, principais rios eseus afluentes, disponibilidade e qualidadedas águas subterrâneas. O uso atual,limitações e potencialidades (irrigação,piscicultura, navegação, consumo humanoe animal, etc.).

Recursos Minerais: descrição das unidadesgeomorfológicas predominantes, comdestaque para ocorrência de recursosminerais com potencial para exploraçãoeconômica. Relato de experiências deexploração dos recursos minerais(pedreiras, olarias, cerâmicas, etc.).

Passivo Ambiental: expor os problemasidentificados pelas instituições ambientais,população e técnicos presentes na região.Análise das causas dos problemas maissignificativos permitirá a definição dasações mais adequadas para resolvê-los.

Dentre os principais problemas que podemser constatados e que poderão ser objeto dasações de recuperação, proteção dos recursosnaturais, pode-se listar: assoreamento doscursos d’água, açudes e barragens; poluição

20 Ação do homem sobre o meio ambiente

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da água; diminuição das fontes e dos volumesda água utilizada nas atividades produtivas econsumo humano; grau de antropismo;atividades agroindustriais; erosão dos solos;afloramento de rochas; perda de fertilidadedos solos; eliminação das florestas nativas,especialmente as florestas ciliares e matas degaleria; redução da capacidade produtiva dossolos; redução da capacidade de suporte doscampos e salinização dos solos, dentre outras.

3.1.4 População

Caracterização e análise (referenciada com osdados do estado), da distribuição e evoluçãoda população (taxas de crescimento) nosúltimos anos, por município. Dados atuaisdas populações rurais e urbanas, por faixaetária, por gênero e totais de cada municípioe do território. População em idade escolar.População Economicamente Ativa – PEA(ocupada e desocupada). Densidadedemográfica. Taxa de urbanização.Caracterização e análise das informaçõesqualitativas sobre os fluxos migratórios naregião.

Análise das informações relativas aos Índicesde Desenvolvimento Humano Municipal21 (IDH-M ) e seus principais componentes (renda,longevidade e educação). Referenciar com osdados de outras regiões, estado ou país).

3.1.5 Organização Social

Descrição e análise das formas maisrepresentativas de organizações sociaisformais e informais das populações e dossetores produtivos; os conselhos, comissões

ou comitês formalizados, as organizaçõesassociativas existentes; a participação dasmulheres e dos jovens; as formas deorganização para: a produção ecomercialização, abastecimento ebeneficiamento. O nível de participação oude envolvimento dos movimentos sociaisatuantes na região nas tomadas de decisão.

3.1.6 Estrutura Agrária

Análise dos aspectos relativos ao número deestabelecimentos rurais por extrato de área(adotado pelo IBGE), às condições doprodutor, ao uso atual das terras e ao graude concentração (índice de Gini).Levantamento das áreas passíveis dedesapropriação, o número de acampamentosde trabalhadores sem terra e o número deassentamentos da reforma agrária: federal(por desapropriação ou por compra) ouestadual.

Situação atual de cada assentamento,referente a: regularidade das famílias,habitações, água, energia, PDAs,parcelamento, Crédito Implantação,PROCERA, PRONAF A, etc. Relato de

21 O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal foiadaptado para medir o nível de desenvolvimento humano dosmunicípios a partir de indicadores de educação (alfabetizaçãoe freqüência escolar), longevidade (esperança de vida aonascer) e renda (renda municipal per capita). O índice variade 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1(desenvolvimento humano total). municípios com IDH até0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; osmunicípios com índices entre 0,500 e 0,799 são consideradosde médio desenvolvimento humano; municípios com IDHmaior que 0,800 têm desenvolvimento humano consideradoalto.

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31Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

ocorrência de conflitos por terra na região.Participação da agricultura familiar e dosassentados no conjunto dos estabelecimentosrurais.

3.1.7 Aspectos EconômicosFinanças Públicas Municipais: Apresentaçãoe análise das fontes de arrecadaçõesmunicipais, arrecadações tributárias porsetor, grau de dependência de recursosexternos (transferências, o PIB por setore per capita).Produção Agrícola: análise da produçãoagrícola: área plantada, produção erendimento e valor bruto da produçãopara os principais produtos. Evolução daárea plantada das principais culturas nosúltimos 10 anos.

Produção Pecuária: Efetivo do rebanho, porespécie, produção de leite (vacasordenhadas, produção e rendimento),produção de ovos, produção de mel,produção bicho-da-seda, outros deimportância econômica no território.Evolução da área com pastagem plantadanos últimos 10 anos.

Extrativismo: descrição e análise dasatividades extrativas de importância doponto de vista socioeconômico (madeira,lenha, carvão, látex, frutas, amêndoas,dentre outros etc.). Identificar aspotencialidades e limitações e os impactossobre o meio ambiente.

Produção Pesqueira: produção anual, porespécie ou grupos de espécies.

Sistemas Produtivos Agrícolas: caracterizaçãodas combinações típicas ou maisrecorrentes das produções vegetais eanimais dos agricultores familiares noterritório, ou seja, uma combinação maisou menos coerente de diversossubsistemas produtivos: (i) os subsistemasde cultura, definidos em nível dasunidades familiares tratadas de maneiramais ou menos homogênea, com asmesmas tecnologias; (ii) os subsistemas decriação, definidos em nível dos grupos deanimais (plantéis).

Tipologias dos Produtores Rurais: classificaçãoe análise dos agricultores familiaressegundo o nível de acumulação22: (i)acelerado: são aqueles que puderamacumular capital em maquinário, animaise outros bens duráveis e que dispõem derecursos para aplicar diretamente naprodução. Por disporem de uma rendaagrícola satisfatória, esses agricultores semantêm relativamente afastados do riscode descapitalização e de eliminação doprocesso produtivo; (ii) lento: cujo nívelde renda pode, em situações favoráveis,permitir alguma acumulação de capital;mas não garante ainda uma segurança euma estabilidade em longo prazo; epodem, em condições adversas,retroceder no processo produtivo; (iii)estagnado ou em retrocesso, cujo nível de rendaé insuficiente para assegurar a reproduçãoda unidade de produção e permanênciada família e que eventualmente recorrem

22 Segundo classificação utilizada pela FAO (2001)

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a rendas externas para sobrevivência(trabalho assalariado temporário,atividades complementares permanentes,trabalho urbano de alguns membros dafamília, aposentadorias, etc.).

Beneficiamento da produção: descrição eanálise das atividades de beneficiamentoda produção de importância econômica,ou seja, o grau de verticalização daprodução que representam agregação devalor, geração de renda e emprego.Identificação de estruturas ociosas - e suascausas financiadas com recursos públicos.Identificação da origem das matériasprimas e o destino da produção.Identificação das potencialidades elimitações.Atividades não-agrícolas: descrição e análisedas atividades não-agrícolas no meio ruralde importância econômica (artesanatos,cerâmica, serrarias, exploração turística,exploração mineral, etc.) e queefetivamente contribuem com oincremento de renda e geração deemprego. Identificação dos potenciais elimitações e eventuais impactos sobre omeio ambiente.Comercialização e Abastecimento23: análisedos processos e as formas de organizaçãoda comercialização (individual oucoletiva), os canais e fluxos dos principaisprodutos; margens e os custos dacomercialização e os principais pólos eagentes comerciais presentes no territórioe entorno.

O grau de mercantilização da produção, aprodução destinada ao autoconsumo

(consumo das famílias, sementes e consumoanimal), e os preços pagos aos produtores.

Identificação de Sistemas Locais deProdução, como sendo a, formação degrupos econômicos interconectados eassociados a um campo particular e próximo,geograficamente unidos por práticas comunse complementares.

Analisar, se ocorrer, as formas exitosasde organização das famílias paraabastecimento de gêneros e insumos.

3.1.8 Serviços Sociais e de Apoio àProdução

Assistência Técnica e Capacitação: análise(qualidade, freqüência e resultados) dosserviços de assistência técnica e social aosagricultores familiares no território.Entidades públicas e privadas prestadorasde serviço presentes no território.

Análise (tipos, qualidade e resultados) dascapacitações: os cursos ofertados, o graude coerência dos conteúdos com a baseprodutiva e social, com os projetos emandamento e o grau de participação dapopulação na escolha dos temas.Levantamento dos patrocinadores maisativos no território.

Crédito Rural: análise dos dados de todostipos e quantitativos dos créditos rurais

23 É importante salientar que a agricultura familiar não pode sertomada isoladamente, nem para a análise, nem para a formulação deproposta de alternativas, cujas soluções, muitas vezes, respondem aum determinado elemento de uma cadeia produtiva, sem separarestritamente a agricultura familiar das outras formas de organizaçãoda produção presentes em um território (CERDAN, 2000).

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recebidos por produtores rurais familiares(PRONAF, PROCERA, CréditoFundiário, Garantia Safra, CompraAntecipada, dentre outros). Rede deagências bancárias e de cooperativas decrédito presentes no território e o nívelde acesso dos produtores rurais. Volumeaplicado e demanda reprimida. Grau deinadimplência e capacidade deendividamento, apontando aspotencialidades e limitações.

Educação: análise do grau de instrução dapopulação em idade escolar no meiorural, por faixa etária, taxas de evasão erepetência por série, nível de escolaridade;número de analfabetos; disponibilidade equalidade da merenda escolar; transporteescolar; disponibilidade e qualificação dosprofessores; orientação pedagógica eadequação dos currículos à realidade local.Identificação das experiências com escolasnucleadoras (pólo) e de pedagogia daalternância (Escolas Famílias Rurais).Educação superior e profissionalizantepresente no território. Descrição dasexperiências diferenciadas e exitosas deeducação formal ou informal noterritório.

Saúde e Saneamento: análise das principaisdoenças e as principais causas demortalidade de adultos e crianças no meiorural; índice de mortalidade infantil;cobertura vacinal; acesso aos serviços desaúde pública, número de leitos, grau deatendimento médico-odontológico,

incluindo funcionamento do PSF nosmunicípios. Condições sanitárias: acessoe qualidade da água consumida,esgotamento sanitário, destinação do lixo,hábitos alimentares.

Nível de segurança alimentar e nutricionalconsiderando as condições de acesso aalimentos básicos de qualidade, emquantidade suficiente, de modo permanente.

Relato das condições das moradias no meiorural, uso de água potável, disponibilidadede banheiros e fossas sépticas, destinação dolixo, hábitos de higiene, etc.

3.1.9 Infra-estrutura Social eProdutiva

Qualificação, quantificação e análise dosprincipais problemas e potencialidades dainfra-estrutura social e produtiva, de usocoletivo, presentes no território, tais como:

Estradas

Energia

Habitação

Saneamento básico

Escolas e creches

Hospitais e postos de saúde

Comunicação

Agroindústrias

Armazenagem

Outras

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3.1.10 Cultura e Lazer

Identificação e análise das principaismanifestações culturais, folclóricas,gastronômicas, datas importantes e práticasde lazer dos adultos, jovens e crianças.Levantamentos dos principais problemas epotencialidades.

3.1.11 Envolvimento Institucional

Descrição e análise das instituições eentidades que direta ou indiretamente estãoenvolvidas com o cotidiano do território; osplanos, programas e projetosgovernamentais e de entidades privadas(ONGs, cooperativas, sindicatos,movimentos políticos e religiosos,organizações empresariais, dentre outros)que atuam na região e quais os benefíciosauferidos, caracterizando as potencialidadese limitações para formação de parcerias.

Recomendações Gerais aoDiagnóstico

Sempre que trabalhar com dadosestatísticos, procurar obter sérieshistóricas que possibilitem aferir astendências. Por exemplo: a evolução dapopulação poderá apontar as regiões maisou menos dinâmicas no território; aevolução das áreas plantadas comdeterminadas culturas poderá se indicara tendência futura da agricultura.

Os dados populacionais estratificadosdevem sempre que possível ser cruzadoscom informações sobre a educação esaúde, pois possibilitam checar o nível doatendimento desses serviços sobre ouniverso populacional. Da mesma forma,pode-se aferir movimentos migratórios,número de jovens, de mulheres, de idosos.

Sempre que possível referenciar os dadossecundários com outras regiões próximase com o próprio estado, possibilitandoestabelecer parâmetros comparativos dosníveis de desenvolvimento.

As informações sobre os aspectosgeoambientais deverão ter conteúdossuficientes que permitam dar suportetécnico para a viabilidade das propostas,principalmente, agrícolas e ambientais.Por exemplo: uma proposta de irrigaçãonão se viabiliza sem as informaçõesmínimas de clima, solos e recurso hídricosdisponíveis.

O uso de mapas temáticos permitesempre uma melhor visualização ereflexão dos problemas e facilita buscaras soluções.

As informações sobre as organizaçõessociais poderão explicar sucessos oufracassos das experiências coletivas noprocesso de desenvolvimento emdeterminada região, bem como apontarcaminhos para a gestão dodesenvolvimento territorial.

Rural não é sinônimo de agrícola, por issoé importante estar atento para identificar

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formas alternativas e não-agrícolas degeração de renda para as famílias.

É sempre importante que se analise e relateos motivos do sucesso ou do fracasso deprojetos financiados no passado e geridoscoletivamente. Ora para multiplicar aexperiência ora para não incorrer aosmesmos erros.

Buscar identificar as experiênciasexitosas de manejo e o uso sustentávelde recursos na tura i s dent ro doterritório (biodiversidade terrestre eaquática, recursos hídricos, solos,etc.)

3.2 Programação doDesenvolvimento

A programação é fruto do trabalho doprocesso de planificação em que seaprofunda a discussão do futuro desejado,advindo das reflexões sobre a realidade,em que se estabeleceram os rumos doprocesso do desenvolvimento. Nessaetapa, é importante que se tenhasensibilidade para distinguir os problemasimportantes - que estão na raiz daproblemática geral - do urgente - situaçãode necessidade imediata.

O ideal é trabalhar preferencialmentecom o enfoque no estratégico, ou seja,dentro daquilo que é muito importante,mas não necessariamente urgente, numhorizonte temporal de longo prazo, que

tenha como objetivo a melhoria dosindicadores social, produtivo e ambiental,além da maior disponibilidade de umarede de infra-estrutura adequada aoatendimento das demandas da sociedadecivil de forma sustentável. Ver Gráfico aseguir.

ATUANDO NOESTRATÉGICO

ADMINISTRANDOCRISES

ATUANDO NOSUPÉRFLUO

CORRIGINDO ERROSDO PASSADO

URGENTE0 10

10

Gráfico representativo da Urgência eImportância no planejamento24

A planificação centrada no estratégicoorienta-se no sentido que se possa contrapora tendência de privilegiar os problemas e ascarências imediatas para se concentrar em

aspectos que possam determinar asustentabilidade do desenvolvimento.

Não obstante a prioridade das açõesestratégicas ou de longo prazo, não deve

24 Adaptado de STEPHEN (1977) e BUARQUE (1997).

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desvalorizar a importância da formulaçãode ações de médio e de curto prazo, capazde criar soluções para resolver os passivossociais, produtivos e ambientais maisurgentes e que garanta, inclusive, asustentabilidade das ações que envolvem umprazo de maturação mais longo.

É importante que se tenha sensibilidade paraperceber e incorporar as demandas

surgidas das dinâmicas próprias daspopulações que não estão participando

diretamente do processo de planejamento.

É também necessário atentar paraformulação de estratégia que permitareduzir os entraves sociais, ambientais ecompetitivos regionais com potencial deexpansão, identificando os principais fatoresa serem dinamizados. Trata-se deintervenções verticais, voltadas paraterritórios, determinadas com o objetivode maximizar resultados por meio daaplicação seletiva e o estabelecimento de umaescala de prioridades.

3.2.1 Diretrizes e Estratégias

A partir da construção do futuro desejado,os formuladores devem programar odesenvolvimento com o estabelecimento doseixos aglutinadores e as diretrizes que irãonortear o processo de desenvolvimentosustentável do território, definindo o objetivogeral que se quer atingir e, se possível, montarcenários e os principais resultados esperadoscom a execução do plano, num horizonte

temporal definido, visando aodesenvolvimento sustentável.

O estabelecimento dos eixos é uma formadidática de sistematização e organização daspropostas advindas das discussões entre ostécnicos e a sociedade. Dessa forma, formar-se-á um conjunto articulado de diretrizese prioridades convergentes para odesenvolvimento territorial sustentável.Dar-se-á prioridade, em cada eixo, àquelasações que tenham relação direta com asquatro dimensões do desenvolvimentoterritorial sustentável, que serãomaterializadas em resultados como: ageração de emprego, a eficiência econômica,a redução da pobreza, a qualidade de vida,aperfeiçoamento das relações político-institucional e a conservação ambiental.

A partir dos eixos aglutinadores serãodefinidas as estratégias na forma de linhasde ação25 e, na seqüência, os projetosespecíficos que comporão os segmentosprogramáticos e operacionais do plano. Verexemplo e diagrama ilustrativo a seguir.

25 A definição das Linhas de Ação é uma forma didática dedesagregação das diretrizes (eixos aglutinadores) comindicação dos resultados intermediários, permitindo umareflexão crítica sobre as potencialidades e limitações dasações (confronto do futuro desejado versus futuropossível), antes de definir as estratégias (projetosespecíficos) para alcançá-los.

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37Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

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Eixo de Aglutinador: Conservação e UsoRacional dos Recursos Naturais

Linhas de Ação:

Manejo adequado dos recursos de soloe água, com especial atenção ao uso deagrotóxicos.

Recuperação das áreas de preservaçãopermanente e reservas legais.

Fortalecimento das estruturas e dacapacidade de gestão e monitoramentodos recursos naturais.

Saneamento e controle ambiental deaglomerados populacionais rurais.

Projetos:Implantação de viveiros de mudas.Reflorestamento por meio de SistemasAgroflorestais - SAF.Recuperação de fontes e mananciaisaquíferos.Implantação de cisternas rurais.Capacitação e Educação ambiental .Etc.

Diagrama representativo dos eixos e linhas de ação para o DTS

Sociocultural

EconômicoAmbiental

Político-Institucional

DST

Linhas de Ação (Estratégias)PROJETOS

EIXOS

AGLUTINADORES

Diretrizes

DIMENSÕES

DO DTS

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38 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Apresenta-se, a seguir, uma sugestão dematriz de planificação que poderá ser umaferramenta auxiliar na reflexão crítica eexeqüibilidade das propostas, partindo doseixos aglutinadores e linhas de ação, para aformulação dos projetos específicos.

3.2.2 Projetos

Os projetos, definidos a partir das linhas deação, representam as estratégias paraalcançar o desenvolvimento sustentável,sendo, em última estância, a materializaçãodo estado desejado dentro do PTDRSdiscutidos com os atores sociais e o Estado,em sintonia com a situação e a problemáticadiagnosticada, de forma que sejam exeqüíveise facilitem as negociações e atendam aoseventuais requerimentos exigidos pelasdiversas fontes de financiamentos.

Os projetos poderão ser classificadosconsiderando três categorias que definemos objetivos diferenciados das prioridades eda aplicação dos investimentos:

a) Projetos estruturantes - são os projetosvoltados para implantação ou ampliaçãode qualquer tipo de infra-estrutura social,econômica e ambiental e, em particular,pela sua importância, projetos deeducação, que oriente o novo estilo de

desenvolvimento e possibilite a criação decondições favoráveis para a viabilizaçãodos projetos econômicos e sociais.

b) Projetos produtivos - são aquelesvoltados para a obtenção de qualquerproduto ou serviço em qualquer setor ouramo de atividade produtiva de melhoriada renda e dando suporte ao aumento dacompetitividade territorial .

c) Projetos sociais – configuram-se comoos projetos públicos, de caráterredistributivo e/ou compensatórios,voltados para a superação dos passivossociais nas áreas de: organização social,saúde, saneamento, segurança alimentar,habitação, dentre outros.

EIXO DE AGLUTINADOR: Fomento e Diversificação da Atividade Produtiva Agrícola

LINHAS DE AÇÃO PROJETOS

Fomento à pecuáriade leite

Prática na atividade.Pasto nativo de boaqualidade.Maioria tem gadode leite.Outros.

Manejo Inadequado.Falta de currais adequados.Animais de baixaqualidade genética.Estrutura de resfriamento.Assistência técnica.Estradas mal conservadas.Outros.

Capacidade suportedas pastagens.Número médio dematrizes/família e total.Número de famílias quepraticam a atividade.Demanda do mercadolocal/territorial.Outros.

Capacitação em manejo debovinos de leite.Construção de currais.Aquisição de matrizes ereprodutores.Infra-estrutura coletiva deresfriamento de leite.Agroindústria de derivados.Outros.

PONTOS FORTES(Potencialidades)

PONTOS FRACOS(Limitações)

O QUE AINDA PRECISAMOSCONHECER (Diagnóstico*)

Matriz de Planificação para Definição dos Projetos Específicos

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39Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

A importância dessa classificação é didáticae diz respeito, principalmente, ao tratamentoque deve ser dado aos projetos estruturantes, como objetivo de definir a viabilidade e o alcanceda utilização de práticas participativas nessescasos, pois ultrapassam os interesses degrupos comunitários específicos ou de áreasgeográficas determinadas.

Como esses projetos têm efeitos mais difusos,há o risco de que não venham a serpriorizados nas discussões com ascomunidades, onde grupos sociais poderãoestar mais preocupados em não perder a raraoportunidade de priorizar projetos cujosbenefícios são por eles capturados maisdiretamente.

Por isso, é fundamental a reflexão críticasobre a realidade territorial e sobre asestratégias mais adequadas para promovero seu desenvolvimento, podendo partir parainiciativas mais abrangentes de interesse doterritório, indo além da simples deliberaçãosobre questões pontuais e passando a termelhores condições para influenciar decisõesde caráter mais amplo de interesse coletivo.

Os Projetos devem sempre resultar de umacordo multilateral, estar integrado a umadiretriz e estratégias mais amplas, terviabilidade técnica, econômica, gerencial,ambiental e visão estratégica. Sempre quenecessário, deve ser coadjuvado porinvestimentos em capacitação e, sempre, terprofundo impacto social.

Os projetos podem ainda ser classificadosde acordo com critérios estabelecidos pelo

Programa de Desenvolvimento Sustentávelde Territórios Rurais e possibilitarão ofinanciamento direto com recursos doMDA/SDT:

Inovadores – devem viabilizar avançosnos conhecimentos e nas práticasempreendidas no sentido geral dodesenvolvimento territorial,principalmente quanto aos instrumentosoperados pela SDT;Demonstrativos – devem tercaracterísticas que estimulem a sua adoçãocomo exemplos por outros grupos e poroutros territórios;Associativos – devem priorizar o apoioàs iniciativas que beneficiem mais do quepessoas, mas atinjam grupos de pessoasdo território.

Cada projeto específico deverá serapresentado com um conteúdo mínimo, detal forma a facilitar: i) o melhor entendimentodas propostas por parte dos atores sociaisque não estiveram diretamente envolvidos noprocesso de planejamento; ii) a negociaçãocom entidades e agências de financiamento;e iii) atendimento às exigências e padrões porelas adotados.

Os recursos financeiros e humanosrequeridos pelas opções estratégicas,decorrentes das ações prioritárias por eixosde desenvolvimento e dos projetosespecíficos dentro do PTDRS, devem serbuscados em todas as fontes possíveis definanciamento, conforme as interfaces(cruzamentos) transversais entre o que sepropôs (demanda) e as instituições

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40 Ministério doDesenvolvimento Agrário

(oferta), que poderá ser dentro do próprioMinistério de Desenvolvimento Agrárioou de outros Ministérios e níveis deGoverno.

Sugere-se que os projetos a seremapresentados contemplem conteúdosmínimos, conforme listagem no quadro aseguir, que possibilitem maioresdetalhamentos no futuro, de acordo com asexigências do organismo financiador.

Conteúdos Mínimos paraElaboração dos Projetos

Título do projeto.

Eixo Aglutinador a que pertence.

Classificações em que se enquadra,quanto: à categoria do investimento eao enquadramento na SDT/Programade Desenvolvimento Sustentável de

Territórios Rurais e aos resultadosesperados no tempo (curto, médio elongo prazos).

Localização do projeto no território.

Qualificar e quantificar a quem se destinadiretamente o projeto.

Justificativa em função daspotencialidades, das limitações, daexeqüibilidade tendo como referencial aleitura crítica da realidade (diagnóstico).

Diagrama demonstrativo das interfaces verticais e horizontais do PTDRS

APOIO A INFRA-ESTRUTURA ESERVIÇOS - SDT

ASSOCIATIVISMO/COOPERATIVISVO - SDT

NEGÓCIOS ECOMÉRCIOS TERRITORIAIS - SDT

DESENVOLVIMENTO HUMANO - SDT

CRÉDITOS DO PRONAF - SAF

ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃORURAL - SAF

REFORMA AGRÁRIA - INCRA

PROGRAMAS DE OUTROSMINISTÉRIOS

PROGRAMAS DE ESTADOS EMUNICÍPIOS

EIXOS AGLUTINADORESE

PROJETOS ESPECÍFICOS

CRÉDITO FUNDIÁRIO - SRA

PROGRAMAS/AÇÕES

TRANSVERSAISPlano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS

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41Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

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A definição dos Objetivos que sepretende alcançar de forma clara ecompatível com o diagnóstico. Osproblemas (situação negativa), identificadosno diagnóstico se tornam os objetivosespecíficos (situação positiva) a seremalcançados.

A descrição das Metas (são os objetivosquantificados) a serem alcançadas dentrode um horizonte temporal definido.

Estratégia ou os meios disponíveis epossíveis para viabilizar a intervençãosobre a situação atual, incluindo odetalhamento da proposta técnica, de talforma a transformá-la e obter osresultados esperados, previstos nosobjetivos.

Modelo de Gestão como sendo asdefinições negociadas dasresponsabilidades em relação às ações aserem desenvolvidas, das atribuições dosatores locais e da coordenação de esforçosinstitucionais para execução do projeto.

A estimativa dos Custos necessários paraviabilizar o projeto.

Fontes alternativas de financiamento.

Recomendações Gerais paraDiscussão dos Projetos

Na discussão das propostas, atentar paraas seguintes recomendações gerais:

1) As propostas são resultados de umprocesso de reflexão com os atoressociais, ou seja, serão formulados com eles enão para eles.

2) Excluir das discussões as soluções quepossam induzir ou alimentar a prática dopaternalismo e do assistencialismo.

3) Soluções que podem ser realizadas emnível local, não devem ser transferidaspara outras instâncias, o que implicamuitas vezes alternativas de soluçõespróprias, no local.

4) Na discussão de propostas dedinamização de atividades produtivasagrícolas, devem-se levar em conta osaspectos ambientais e a exeqüibilidade: omercado, a capacidade dos agricultoresem implementar e gerir novas atividades,a disponibilidade de mão-de-obra e acapacidade de endividamento.

5) Prevalece a visão sistêmica nas propostasprodutivas, ou seja, as integrações verticaise horizontais, coerentes com a situaçãodiagnosticada.

6) Projetos que permitam a inserção dosagricultores familiares nas cadeiasprodutivas mais abrangentes.

7) Conduzir à identificação deoportunidades, aproveitando as vantagenscomparativas locais e convertendo-as em vantagenscompetitivas, descobrindo formas deintegração com os diversos mercados,identificando brechas comerciais, visandoconstruir espaços de competitividade deacordo com as potencialidades territoriais.

Nas propostas de verticalização da produção(agroindústrias, granjas, sericicultura,apicultura, etc.), comunitária, recomenda-se:

1. Considerar nas discussões, aexeqüibilidade: o mercado, a

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42 Ministério doDesenvolvimento Agrário

disponibilidade de matéria-prima, asexigências legais (fiscais, ambientais,sanitárias) e a capacidade deendividamento.

2. Discutir e refletir profundamente omodelo de gestão coletiva doempreendimento, considerando que aatividade deve ser autônoma e auto-sustentada. Cuidado com o voluntarismo,muito comum quando se discute esse tipode proposta.

3. Discutir e refletir o destino dos lucros edividendos da atividade.

4. Alertar para a possível necessidade deestudo de viabilidade econômica eambiental do empreendimento paraobtenção de financiamento (conformeexigência específica da entidadefinanciadora).

5. Buscar sempre que possível soluçãoalternativa de menor custo/benefício.

Nas discussões das propostas de Obras deInfra-estrutura, recomenda-se:

1. Todas as propostas de obras devem serelaboradas com base nas indicações dosestudos técnicos preliminares, queassegurem a viabilidade técnica e aadequada previsão de mitigação ambientale com estimativa de custo que possibiliteuma avaliação por parte dos analistas.

2. Buscar sempre que possível soluçãoalternativa de menor custo/benefício.

3. É imprescindível negociar com asprefeituras as parcerias para contrapar-

tidas nas obras. É recomendável que asenvolva desde as discussões iniciais.

4. A simplicidade e a funcionalidade sãopremissas básicas das construções,portanto, o baixo custo das obras seráreflexo dessas premissas.

5. As propostas de recuperação ouconstrução de estradas e pontes, energiaelétrica, sistemas de abastecimento de águae outras obras devem estar embasadas emum estudo de viabilidade técnica in locode um engenheiro civil.

Nas propostas de saúde e educação,recomenda-se:

Nem sempre o desejo da comunidade emconstruir uma escola ou um posto desaúde em determinado local correspondeà solução mais coerente. Isso poderátambém ser interpretado como um desejoda comunidade de acesso aos serviços de educaçãoe saúde. Por isso, é necessário que se discutaamplamente a melhor solução para oproblema, sendo fundamental tomarconhecimento da política de educação esaúde do estado e dos municípios, paraformação de parcerias e não haver choquede interesses.

Nas propostas ambientais, recomenda-se:

1. Os projetos previstos no PTDRS devemassociar a recuperação ambiental das áreasprotegidas (áreas de preservaçãopermanente, segundo o Código Florestale reserva legal coletiva) com a perspectivade geração de renda. Uma proposta

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43Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

efetiva nesse sentido é o incentivo àimplantação de Sistemas Agroflorestais(SAF) regenerativos, caracterizados pelautilização da maior diversidade possívelda vegetação e que segue os princípiosda sucessão secundária das florestastropicais (imita o que ocorre na florestanativa).

2. A adequação terá como referência alegislação ambiental estadual e federal,

26 Para proceder a classificação poderão ser utilizados osseguintes critérios: i) Grupo I: projetos com impactos poucosignificativos ao meio ambiente e podem ser minimizados medianteuma adequada amplificação dos critérios técnicos; ii) Grupo II:projetos com impactos ambientais potenciais de caráter negativo e

com a observação das medidascolocadas pelas áreas de preservaçãopermanente.

3. Deverão constar no Plano as Medidas deMitigação de Impactos Ambientais das infra-estruturas propostas que deverão serclassificados segundo a natureza e amagnitude dos respectivos impactossocioambientais26. Isso facilitarásobremaneira a obtenção futura delicenciamento ambiental.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO4

ESTADOATUAL

(Potencialidades/Limitações)

FUTURO DESEJADOSistema de Preferências:

da comunidadedos técnicosdos decisores políticos

ESTADO PROJETADO(PROGNÓSTICO)

Diretrizes

Objetivos e Metas

Estratégia

Estratégia não escolhida

Não-intervenção

Horizonte Temporal

DIAGNÓSTICO PLANIFICAÇÃO

intensidade moderada para os quais existem tecnologias alternativasou soluções aceitáveis do ponto de vista ambiental; iii) Grupo III:projetos de impactos potenciais de intensidade significativa. Verdetalhes no Anexo II27 Adaptado de GONI e CASTRO (1993)

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44 Ministério doDesenvolvimento Agrário

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45Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

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AMARAL FILHO, J. Desenvolvimento regional endógeno em um ambiente federalista. In:Planejamento e políticas públicas. Brasília, IPEA, n. 14. Dez. 1996).

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CAMPREGHER, G., PAIVA C.N., DETONI J. A política pública de ênfase territorial – avançose limites da experiência gaúcha recente. Encontro Nacional de Economia Política. Curitiba,2002.mimeo.

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CASTRO, M. A. V. e ADIB, A. R., Auto-diagnóstico: a prática adotada no planejamento emassentamentos no Estado do Ceará. Fortaleza-CE, 1997. mimeo.

Bibliografia Consultada e Recomendada

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46 Ministério doDesenvolvimento Agrário

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DUNCAN M, A. Guimarães. Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais, IICA/NEAD:http://nead.gov.br/mapeamento/desenvolvimento.doc, 2003.

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47Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

IICA, Diretrizes Metodológicas para o Planejamento Municipal e dos Assentamentos de Reforma Agrária:orientações técnicas para os trabalhos dos consultores e multiplicadores, PCT-IICA/INCRA, Brasília,1997.

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48 Ministério doDesenvolvimento Agrário

ANEXOS

ANEXO I

Apresenta-se a seguir uma proposta alternativa de roteiro para a redação formaldo plano.

I. APRESENTAÇÃO

II. ASPECTOS METODOLÓGICOS DO PLANEJAMENTO

III. DIAGNÓSTICO1. Configuração Espacial2. Aspectos Históricos3. Recursos Naturais4. População5. Organização Social6. Estrutura Agrária7. Aspectos Econômicos8. Serviços Sociais e de Apoio à Produção9. Infra-estrutura

10. Cultura e Lazer11. Envolvimento Institucional

IV. PROGRAMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO1. Objetivos Gerais2. Diretrizes e Linhas de Ação3. Projetos específicos

V. ANEXOS

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49Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

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ANEXO II

FICHAS DE MEDIÇÃO E MITIGAÇÃO DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS1

1. ApresentaçãoA Ficha de Medição e Mitigação dos Impactos Socioambientais é um instrumentotécnico auxiliar que deve ser aplicado para cada um dos projetos. Sua aplicação deveacontecer durante o processo da formulação de cada projeto que prevê obras.

2. Objetivosa) Facilitar a futura obtenção do licenciamento ambiental para implantação de

projetos que prevêem obras e infra-estrutura.

b) Identificar e medir os prejuízos socioambientais (impactos negativos) das obrasdo Projeto; e

c) Propor medidas mitigadoras ou compensatórias para os principais prejuízossocioambientais dessas obras.

3. Usosa) Fornecer subsídios para a formulação do Projeto mediante uma consideração

dos potenciais impactos socioambientais tanto positivos quanto negativos; e

b) Estabelecer uma base quantitativa para a classificação socioambiental do Projeto.

4. Instruções Básicas para o PreenchimentoEste instrumento técnico compõe-se de três partes: (1) Dados Gerais do Projeto. (2)Análise dos Impactos Sócio-Ambientais Potenciais para Cada Obra Individual. (3)Avaliação Global Socioambiental do Projeto.

Na primeira parte (Dados Gerais do Projeto), as principais obras do Projeto devemser delineadas individualmente. Somente as obras passíveis de análise de impactossocioambientais devem ser colocadas na Tabela 1.4. Isto é, obras que provocariamimpactos diretos ou indiretos no meio biofísico. Atividades de ordem sociocultural, taiscomo cursos de capacitação e treinamento, programas educativos e de saúdecomunitária e outros serviços não devem ser colocadas na lista.

A segunda parte (Análise dos Impactos Socioambientais Potenciais para CadaObra Individual) consiste de cinco tabelas que devem ser preenchidas para cadaobra listada na Tabela 1.4. O técnico deve fotocopiar as páginas necessárias paraavaliar todas as obras da Tabela 1.4. É importante assinalar que nem todas as obraspassíveis à análise socioambiental, necessariamente, provocarão prejuízos, seja na

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50 Ministério doDesenvolvimento Agrário

fase de construção ou na fase de operação. Nesses casos, o técnico deve colocar um“X” em todos os quadros das tabelas correspondentes. Os prejuízos potenciaisidentificados pelo técnico serão avaliados numa escala de -1 (mínimo) a -3 (máximo).Observações narrativas justificando a avaliação, quando forem necessárias, devemser escritas numa folha à parte e anexadas à Ficha. O técnico deve elaborar propostasde mitigação ou compensação, conforme às indicações nas tabelas 2.4 e 2.5 somentepara obras pertences do Grupo II que geram impactos, e para obras de Grupo cujosprejuízos potenciais nessa fase tiveram um valor de -2 ou pior.

A terceira parte (Avaliação Global Socioambiental do Projeto) é um resumo dasinformações contidas na segunda parte. Além disso, contém um quadro no qual o técnicodeve avaliar os impactos cumulativos do Projeto, isto é, os impactos geradosexclusivamente pelo fato de serem realizados simultaneamente e dentro do mesmoespaço geográfico.

PARTE I :DADOS GERAIS DO PROJETO

1.2. Nome do Projeto:1.3. Técnico responsável pelo preenchimento desta ficha:1.4. Lista das obras do Projeto passíveis à avaliação de impactos

socioambientais

ClassificaçãoN°. Tipo de obra (*) Nome específico da obra a que

pertence (**)1.

2.

3.

4.

5.

6.7.8.

(*) Escola pública; posto de saúde; caminho vicinal; estrada; sistema de abastecimento de água; eletrificação; projeto deirrigação; barragem ou açude; beneficiamento da produção; agroindústria; recuperação de áreas degradadas;reflorestamento; manejo ambiental; etc.

(**) Utilize a lista do Guia para a classificação das obras ao final deste documento como guia para preencher este

item.

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51Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

PARTE II:

ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS PARA CADAOBRA INDIVIDUAL

(Preencha as tabelas 2.1, 2.2, 2.3. 2.4 e 2.5 para cada uma das obras contidas na lista databela 1.4. Portanto, tire fotocópias das folhas da Parte II conforme o número de obras.)

ClassificaçãoN°. Tipo de obra Nome específico da obra a que

pertence

2.1. Breve descrição da obra (Dados derivados do Projeto)

Metas da obra(construção, recuperação,substituição etc.)

Benefícios socioambientaisprevistos

Grupos sociais diretamentebeneficiados (*)

Localização da obra

Descrição do ecossistemaou área geográfica afetada

Tamanho da obra(especificações numéricas)

Materiais a serem utilizados na implementação da obra

Duração da implementaçãoda obra (em meses)

Custo total da implementaçãoda obra(em reais)Vida útil da obra(em anos)

(*) Produtores, crianças, jovens, adultos, pessoas da terceira idade, mulheres, homens, famílias específicas, vizinhos etc.

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52 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Nome da obra:FASE DE CONSTRUÇÃO

2.2. Prejuízos socioambientais potenciais da obra (se tiver):(Como uma obra pode gerar vários prejuízos, esta tabela deve ser preenchidapara cada prejuízo potencial da obra. Tire a quantidade necessária de fotocópiasdesta folha para completar as tabelas.)

Conceito Descrição (*)

Fator ambiental afetadoPrejuízo potencial

Qualificação (com valor numérico) Avaliação(Coloque um “ü” no quadro correspondente) (Indique número)

(a) Ordem do Terciária Secundária Primáriaprejuízo (-1) (-2) (-3)

(b) Magnitude Pequena Média Grandedo prejuízo (-1) (-2) (-3)

(c) Amplitude Local Regional Nacionaldo prejuízo (-1) (-2) (-3)

(d) Prazo de efeito Curto prazo Médio prazo Longo prazodo prejuízo (-1) (-2) -3)

(e) Recorrência Temporária Cíclica Permanentedo prejuízo (-1) (-2) (-3)

(f) Reversibilidade Total Parcial Irreversíveldo prejuízo (-1) (-2) (-3)

Avaliaçãoquantitativa a+b+c+d+e+fdo prejuízo 6

(*) Consulte o Guia de preenchimento das tabelas ao final deste documento

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53Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

2.3. Medidas mitigadoras ou compensatórias propostas:(Preencha para cada um dos prejuízos potenciais desta fase que tiveram

um valor de -2 ou pior)

Conceito Resposta

Medida mitigadora oucompensatória proposta

Natureza da medida(compensatória; corretiva oupreventiva)

Efeito previsto da medidaMomento da implantaçãoPrazo da implantação(em meses)

Estimativa de custo emreais(anexe cálculo)

O prejuízo com sua mitigaçãoinvalida a obra? (Sim ou não)

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54 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Nome da obra:FASE DE OPERAÇÃO

2.4. Prejuízos socioambientais potenciais da obra (se tiver):(Como uma obra pode gerar vários prejuízos, esta tabela deve ser preenchidapara cada prejuízo potencial da obra. Tire a quantidade necessária de fotocópiasdesta folha para completar as tabelas.)

Conceito Descrição (*)

Fator ambiental afetadoPrejuízo potencial

Qualificação (com valor numérico) Avaliação(Coloque um “ü” no quadro correspondente) (Indique número)

(a) Ordem do Terciária Secundária Primáriaprejuízo (-1) (-2) (-3)

(b) Magnitude Pequena Média Grandedo prejuízo (-1) (-2) (-3)

(c) Amplitude Local Regional Nacionaldo prejuízo (-1) (-2) (-3)

(d) Prazo de efeito Curto prazo Médio prazo Longo prazodo prejuízo (-1) (-2) -3)

(e) Recorrência Temporária Cíclica Permanentedo prejuízo (-1) (-2) (-3)

(f) Reversibilidade Total Parcial Irreversíveldo prejuízo (-1) (-2) (-3)

Avaliaçãoquantitativa a+b+c+d+e+fdo prejuízo 6

(*) Consulte o Guia de preenchimento das tabelas ao final deste documento

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55Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

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2.3. Medidas mitigadoras ou compensatórias propostas:(Preencha para cada um dos prejuízos potenciais desta fase que tiveram

um valor de -2 ou pior)

Conceito Resposta

Medida mitigadora oucompensatória proposta

Natureza da medida(compensatória; corretiva ou preventiva)

Efeito previsto da medidaMomento da implantaçãoPrazo da implantação(em meses)

Estimativa de custo emreais(anexe cálculo)

O prejuízo com sua mitigaçãoinvalida a obra? (Sim ou não)

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56 Ministério doDesenvolvimento Agrário

PARTE 3:AVALIAÇÃO GLOBAL SOCIOAMBIENTAL DO PROJETO

3.1. Quadro resumo dos prejuízos socioambientais potenciais das obras

Prejuízos Potenciais Grupo daObra (das Tabelas 2.2 e 2.4) que pertence

a obra (*)

N° Nome Fase Avaliação

ConstruçãoOperação

ConstruçãoOperação

ConstruçãoOperação

ConstruçãoOperação

ConstruçãoOperação

ConstruçãoOperação

ConstruçãoOperação

(*)Utilize a lista do Guia para a classificação das obras ao final deste documento como guia para preenchereste item.

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57Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

3.2. Impactos socioambientais cumulativos do Projeto (se tiver)(Uma vez analisadas as obras individuais, descreva no quadro abaixo os possíveisimpactos cumulativos gerados exclusivamente pelo fato de serem realizadassimultaneamente e dentro do mesmo espaço geográfico. No caso em que não tiverimpactos cumulativos, indique isto no quadro).

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58 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Guia de Preenchimento das Tabelas

Fatores Possíveis prejuízossocioambientais (Lista não-exaustiva)

Recursos Destruição e/ou desmatamento da vegetação nativaflorestais e/ou Risco de esgotamento dos recursos das reservasReservas naturais naturais

Risco de perda da biodiversidade (fauna e/ou flora) Aumento das possibilidades de erosão dos solos Aumento das possibilidades de queimadas (naturais ou

artificiais) Aumento das possibilidades de enchentes Aumento das possibilidades de solaridade excessiva Risco de provocar mudanças no clima Risco de provocar desequilíbrios nos ciclos naturais dos

ecossistemas Risco de beneficiamento desigual dos recursos

florestais coletivos Outros (indique)

Recursos hídricos Desvios nos cursos de água Risco de esgotamento das fontes de água Risco de contaminação das fontes de água Riscos à saúde física dos assentados Riscos à saúde física dos animais Risco de beneficiamento desigual dos recursos hídricos

coletivos Outros (indique)

Recursos Perturbação da topografiaedáficos (solos) Aumento das possibilidades de erosão dos solos

Risco de contaminação dos solos Risco de esgotamento da fertilidade dos solos Risco de diminuir as áreas disponíveis para a produção

agropecuário Outros (indique)

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59Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

Produção Risco de intoxicação das pessoasagropecuária Aumento das possibilidades de erosão dos solose/ou extrativista Risco de contaminação dos solos

Risco de esgotamento da fertilidade dos solos Risco de contaminação das fontes de água Risco de esgotamento do recurso explorado Risco de beneficiamento desigual dos recursos

extrativistas coletivos Outros (indique)

Saúde e Piora da nutrição dos assentados saneamento Aumento das possibilidades de geração de lixo

Risco de criação de ambientes não-higiênicos Risco de provocar doenças nos assentados Risco de provocar doenças nos animais Risco de contaminação das fontes de água Outros (indique)

Recursos humanos Aumento das possibilidades de emigraçãoem geral Aumento das possibilidades de quebra financeira

Risco de destruição de sítios de interesse arqueológico e/ou cultural

Risco de gerar e/ou agravar conflitos sociais (internos ou externos)

Outros (indique)

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60 Ministério doDesenvolvimento Agrário

Guia para a Classificação das Obras

1. As obras serão classificadas segundo a natureza e magnitude dos impactossocioambientais. Considerados esses critérios, o Agente Executor confirmarácom os respectivos OEMAs as categorias definitivas a serem aplicadas às obrasmediante um acordo formal. A seguir, apresenta-se uma sugestão detalhadapara a classificação das obras do Programa:Grupo I: Obras com impactos que, por sua importância e magnitude, são poucosignificativas ao meio ambiente e podem ser minimizadas mediante uma adequadaaplicação de critérios técnicos. Compõe esse Grupo:

••••• Construção de escolas, postos de saúde, caminhos vicinais e outras obraspúblicas de pequeno tamanho.

••••• Manutenção e/ou recuperação de estradas já existentes.••••• Projetos de eletrificação baseados na extensão de redes de energia existentes.••••• Substituição de equipamentos obsoletos.••••• Recuperação de áreas degradadas, reflorestamento e repovoamento com

espécies nativas.••••• Projetos de extrativismo vegetal que contêm planos de manejo que garantem

o uso sustentável dos recursos a serem explorados.••••• Projetos de produção agropecuária que incorporem o uso de baixas

quantidades (aplicação manual) de agrotóxicos.••••• Pequenos projetos de transformação e/ou beneficiamento da produção (casa

de farinha; confecção de queijos etc.).••••• Estações elevatórias, reservatórios ou cisternas para distribuição de água.••••• Adutoras o sub-adutoras de água de pequeno diâmetro e extensão

(abastecimento de menos de 100 famílias).••••• Reabilitação de sistemas de abastecimento de água, sem incremento de

volume de água captado.••••• Sistemas de abastecimento de água em localidades que possuem solução

adequada para o esgotamento.••••• Sistema de água e esgotos, integrados, com solução para o tratamento.••••• Projeto de coleta com tratamento de esgoto adequado.

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61Plano Territorial de DesenvolvimentoRural Sustentável

Guia para o Planejamento

Grupo II: Obras com impactos ambientais potenciais de caráter negativo eintensidade moderada, para as quais existem tecnologias alternativas ou soluçõesaceitáveis do ponto de vista ambiental. Compõe esse Grupo:••••• Construção de estradas e pavimentação de ruas.••••• Projetos de eletrificação de grande extensão que requerem a implantação de

sistemas próprios de geração de energia.••••• Construção de barragens de tamanho médio (para o abastecimento de entre

400 a 1000 famílias).••••• Projetos de irrigação em escala significativa ou outros grandes sistemas de

adução de água (para o uso de entre 100 a 500 famílias).••••• Projetos de sistema de abastecimento de água com solução parcial para a

disposição da água servida.••••• Projetos de produção agropecuária que incorporem o uso de altas quantidades

(aplicação intensiva, múltipla e mecanizada) de agrotóxicos.••••• Projetos agroindustriais que envolvam investimentos significativos em máquinas

e que contemplem a geração própria de energia elétrica.••••• Projetos que envolvam o reassentamento de população afetada com a

implantação do projeto sem aumentar o número total de assentados (isto é,remanejamento interno da população existente).

Grupo III: Obras com impactos potenciais de intensidade significativa. Compõeesse Grupo:••••• Projetos de esgotamento que vertem volumes consideráveis de efluentes semi-

tratados no corpo receptor.••••• Projetos agroindustriais que envolvam o manejo de resíduos tóxicos.••••• Projetos de produção agropecuária que requerem o desmatamento de áreas

extensas de mata virgem (acima de 1000 hectares).••••• Construção de barragens de tamanho grande (para o abastecimento de mais

de 1000 famílias).••••• Projetos que envolvam reassentamento de população afetada com a

implantação do projeto.

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62 Ministério doDesenvolvimento Agrário

2. A classificação definitiva das obras dependerá de um acordo final que o AgenteExecutor estabelecerá com os respectivos OEMAs, com o objetivo de tornar osprocedimentos o mais flexíveis possível.

3. As obras classificadas nos Grupo I e II não requerem um Estudo de ImpactoAmbiental.

4. Para as obras classificadas no Grupo II, as tabelas das medidas mitigadoras oucompensatórias contidas na Ficha de Medição e Mitigação de ImpactosSocioambientais precisam ser preenchidas em detalhe e devem incluir todos osseus custos como parte integral do orçamento do projeto.

5. No caso de projetos de obras múltiplas nos quais a maioria das obras pertencemao Grupo I, com poucas obras pertencendo ao Grupo II, tais projetos podemcomeçar com a implantação das obras de Grupo I quando todos os requerimentospara obras dessa categoria sejam cumpridos. Portanto, as obras que pertencemao Grupo II não serão implantadas até o delineamento detalhado das medidasmitigadoras ou compensatórias e todos os demais requerimentos ambientaispara obras dessa categoria sejam cumpridos.

6. Os projetos classificados no Grupo III devem incluir, além da Ficha de Mediçãoe Mitigação de Impactos Socioambientais, a realização de um Estudo de ImpactoAmbiental (EIA), seguindo todas as normas estabelecidas pelas leis estaduais efederais aplicáveis à obra.

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