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PRPCD 2010-2012 PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS DEPENDÊNCIAS 2010-2012

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PRPCD 2010-2012

PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS DEPENDÊNCIAS

2010-2012

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PRPCD 2010-2012

1

ÍNDICE

Prefácio ........................................................................................................................................................... 3

LISTA DE FIGURAS, FLUXOGRAMAS, ANEXOS, GRÁFICOS e QUADROS ............................................. 5

SIGLAS E ACRÓNIMOS ................................................................................................................................. 7

Plano Estratégico ........................................................................................................................................... 7

Plano Operacional ......................................................................................................................................... 8

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 11

ENQUADRAMENTO EPIDEMIOLÓGICO 15 ............................................................................................... 15

1. PLANO ESTRATÉGICO ....................................................................................................................... 30

1.1. ASPECTOS GERAIS DO PLANO .......................................................................................................... 30

1.1.1. Princípios Orientadores da Estratégia Regional ............................................................................ 30 1.1.2. Natureza e Princípios Organizadores do Plano ............................................................................. 32 1.1.3. Estratégias Locais de Intervenção ................................................................................................. 35 1.1.4. Parcerias - Rede Externa de Suporte às Estratégias Locais de Intervenção .................................. 38

1.2. ÁREAS PRIORITÁRIAS DE INTERVENÇÃO .......................................................................................... 40

1.2.1. Estratégias de Intervenção no âmbito da “Redução da Procura” de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas .......................................................................................................................................... 40 1.2.2. Prevenção ...................................................................................................................................... 44 1.2.3. Tratamento .................................................................................................................................... 48 1.2.4. Reinserção ..................................................................................................................................... 59 1.2.5. Áreas Transversais ......................................................................................................................... 65

1.2.5.1. Coordenação e Cooperação ............................................................................................ 65

1.2.5.2. Informação, Formação e Avaliação ................................................................................. 67

2. Plano Operacional ..................................................................................................................................... 69

2.1. Objectivos Gerais ............................................................................................................................. 70

Áreas de Intervenção Prioritária ................................................................................................................. 70

Objectivos por Área de Intervenção Prioritária ........................................................................................... 71

2.2. Matrizes ........................................................................................................................................... 73

Áreas de Intervenção Prioritária ................................................................................................................. 73

DROGA - PREVENÇÃO .............................................................................................................................. 74 DROGA - DISSUASÃO ............................................................................................................................... 76 DROGA - REDUÇÃO DE RISCOS E MINIMIZAÇÃO DE DANOS................................................................... 78 DROGA - TRATAMENTO ........................................................................................................................... 80 DROGA - REINSERÇÃO ............................................................................................................................. 83 ÁLCOOL - JOVENS, CRIANÇAS E GRÁVIDAS ............................................................................................. 85 ÁLCOOL - SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA ................................................................................................. 87 ÁLCOOL - ADULTOS EM MEIO LABORAL.................................................................................................. 88 ÁLCOOL - PREVENÇÃO, FORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO ...................................................... 89 ÁLCOOL - TRATAMENTO .......................................................................................................................... 91 ÁLCOOL - REINSERÇÃO ............................................................................................................................ 92 TABACO – PREVENÇÃO ............................................................................................................................ 93 ÁREAS TRANSVERSAIS - COORDENAÇÃO ................................................................................................ 96 ÁREAS TRANSVERSAIS - COOPERAÇÃO ................................................................................................... 97 ÁREAS TRANSVERSAIS - INFORMAÇÃO, FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO ....................................................... 98

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2

3. METAS ................................................................................................................................................ 101

4. ESTRATÉGIAS PARA GARANTIR A IMPLEMENTAÇÃO DO PRPCD ............................................. 104

4.1. Desenvolvimento de um plano de divulgação/informação e mobilização .................................... 104

4.2. Desenvolvimento de um sistema de informação .......................................................................... 106

4.3. Formação dos Profissionais ............................................................................................................ 107

4.4. Acompanhamento e Avaliação ...................................................................................................... 107

Anexo I ........................................................................................................................................................ 108

Anexo II ....................................................................................................................................................... 147

Anexo III ...................................................................................................................................................... 163

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PREFÁCIO

O Plano Regional de Prevenção e Combate às Dependências assume-se como um instrumento integrador

das orientações estratégicas para a área das dependências e pretende ser um instrumento facilitador na

coordenação e colaboração das múltiplas entidades do sector público, privado e social, encarando-a em

sentido lato, na sua riqueza interdisciplinar e na co-responsabilização de todos os intervenientes.

Este Plano, conjunto para as substâncias psicoactivas ilícitas e lícitas, é um documento estratégico que

cumpre um papel agregador dos necessários debates sobre dependências e orientador da actividade das

Instituições com competência nesta área, mas é, ao mesmo tempo, um documento operacional, pelo que se

pretende que sirva de referência para todos os intervenientes e actores nele identificados, isto é, com

indicação dos principais parceiros, o que permitirá uma mais fácil transposição dos objectivos e acções

enumeradas para os respectivos Planos de Acção e ou Planos de Actividades.

Temos consciência de que o presente Plano é, de algum modo, ambicioso, considerando, por um lado, a

extensão das acções contempladas no Plano Operacional e, por outro, o arco temporal do mesmo, ou seja,

o período 2010-2012. Não obstante, as acções identificadas foram objecto de crítica e avaliação, no sentido

de ser possível a concretização generalizada das mesmas, isto é, de forma a serem tocadas as várias áreas

de actuação nas vertentes prevenção, tratamento e reinserção, antevendo-se, simultaneamente, do alcance

da sua construção, a sua continuidade para além do fim da presente legislatura, na senda de um trabalho

que se deseja consistente, continuado, acompanhado e sobretudo avaliado.

O Plano Regional de Prevenção e Combate às Dependências contém aspectos transversais com alguns

dos programas do Plano Regional de Saúde 2009-2012, pelo que se articulará, especialmente, com o

Programa Regional de Saúde Mental, com o Programa Regional de Saúde Escolar e Saúde Infanto-Juvenil,

e Programa Regional de Prevenção e Controlo da Infecção VIH/SIDA, como forma de atingir alguns dos

seus objectivos.

Todo o trabalho contemplado neste documento visa assim:

Obter ganhos em saúde, através da prevenção, do tratamento e reinserção das pessoas com

problemas ligados ao consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas;

Garantir os mecanismos adequados para efectivação do Plano, promovendo o diálogo intrasectorial

e intersectorial e criando mecanismos de acompanhamento e actualização;

Garantir a sua operacionalização, nomeadamente, através do respectivo Plano Operacional.

O trabalho que na Região Autónoma dos Açores está a ser desenvolvido, no âmbito do combate às

dependências, que culminou com a criação da Direcção Regional de Prevenção e Combate às

Dependências, é para nós motivo acrescido de entusiasmo e dedicação e passa, necessariamente, pela

constituição de processos, de cooperação também, tendo em vista, por um lado, o sempre desejável

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alinhamento de estratégias e, por outro, considerando a situação ultraperiférica dos Açores, a partilha do

conhecimento e evolução que ocorra relativamente a estas problemáticas. A Direcção Regional de

Prevenção e Combate às Dependências, na elaboração do seu Plano, optou por seguir a lógica de

construção da Estratégia Nacional de Luta Contra as Dependências, tal como a nível nacional a lógica

adoptada foi a lógica de construção da Estratégia da União Europeia e dos respectivos Planos de Acção.

Por esta razão, para a elaboração do presente Plano, foi efectuada, ao nível da Direcção Regional de

Prevenção e Combate às Dependências, uma reflexão, tendo em conta a diversidade de saberes e

experiências dos seus técnicos, com a colaboração da Divisão de Estudos e Planeamento da Direcção

Regional da Saúde, sobre aqueles documentos estruturais e sobre os documentos do Instituto da Droga e

Toxicodependência, os quais constituíram a sua principal referência, quer pela sua pertinência, quer por

reflectirem as estratégias e políticas consideradas na área das toxicodependências. Numa segunda fase, o

grupo de trabalho, através de uma metodologia participativa, procedeu à redacção do mesmo, integrando,

finalmente, os diversos contributos recebidos dos seus múltiplos parceiros.

Assim expressamos os nossos agradecimentos àquele Instituto, na pessoa do seu presidente, Dr. João

Goulão, e às entidades e instituições nacionais e regionais que contribuíram para a sua revisão,

manifestando, de igual modo, o reconhecimento e agradecimento muito especial aos elementos que

constituíram o grupo de trabalho responsável pela elaboração e redacção deste Plano - Susana Alves,

Valdeci Purim, Patrícia Lima, Filomena Gonçalves, Carlos Noronha, Ana Soares e Lina Morais.

Praia da Vitória, Novembro de 2010

A Directora Regional de Combate às Dependências

Paula Cristina Toledo Costa

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LISTA DE FIGURAS, FLUXOGRAMAS, ANEXOS, GRÁFICOS E QUADROS

Lista de Figuras

Figura 1 - Esquema do Modelo Lógico para a concepção dos Planos de Acção Integrada ....................... 36

Figura 2 - Rede Externa de Suporte às Estratégias Locais de Intervenção, na RAA - Parcerias ................ 39

Figura 3 - Estratégias de Prevenção e Controlo do Tabagismo ................................................................... 44

Figura 4 - Rede Externa de Suporte ao Tratamento, na RAA ...................................................................... 50

Figura 5 - Modelo de intervenção em Reinserção ........................................................................................ 65

Lista de Fluxogramas

Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do Hospital do

Divino Espírito Santo — Ilha de Santa Maria — ................................................................................... 51

Fluxograma 2 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do Hospital do

Divino Espírito Santo — Ilha de S. Miguel — ........................................................................................ 52

Fluxograma 3 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do Hospital de

Santo Espírito de Angra do Heroísmo — Ilha Terceira — .................................................................... 53

Fluxograma 4 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do Hospital de

Santo Espírito de Angra do Heroísmo — Ilha Graciosa — ................................................................... 54

Fluxograma 5 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do Hospital de

Santo Espírito de Angra do Heroísmo — Ilha de São Jorge — ............................................................ 55

Fluxograma 6 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do

Hospital da Horta — Ilha do Pico — ...................................................................................................... 56

Fluxograma 7 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do

Hospital da Horta — Ilha do Faial — ..................................................................................................... 57

Fluxograma 8 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de

substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do

Hospital da Horta — Ilha das Flores / Corvo — .................................................................................... 58

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Lista de Anexos

Anexo I ........................................................................................................................................................ 108

Guião para a Elaboração de Diagnósticos com vista à Implementação

de Estratégias Locais de Intervenção ....................................................................................................... 109

Anexo II ....................................................................................................................................................... 147

Listagem das Comunidades Terapêuticas Convencionadas .................................................................... 148

Anexo III ...................................................................................................................................................... 163

Dados sobre o consumo de Drogas, Álcool e Tabaco

na Região Autónoma dos Açores 2004 - 2009 ......................................................................................... 164

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Percentagem da população consumidora de Droga, Álcool e Tabaco ............................. 165

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SIGLAS E ACRÓNIMOS

Plano Estratégico

4º INS 2005-2006 4º Inquérito Nacional de Saúde 2005-2006

ATL Associação de Tempos Livres

CDT(s) Comissõe(s) para a Dissuasão da Toxicodependência

CE Comissão Europeia

CPCJ Comissão de Protecção de Crianças e Jovens

CS/USI Centros de Saúde/Unidades de Saúde de Ilha

DRPCD Direcção Regional de Prevenção e Combate às Dependências

DRS Direcção Regional da Saúde

DRTQPDC Direcção Regional do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do

Consumidor

ECATD Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Droga

ELI Estratégias Locais de Intervenção

ESPAD Europeu de Inquéritos Escolares sobre o Álcool e outras Drogas

EICTF - PORI Eixos de Intervenção: Componente Técnica e Financeira – PORI

GNR Guarda Nacional Republicana

HBSC Health Behaviour in School-aged Children

HSEAH Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo

IAS Instituto de Acção Social

IDT Instituto da Droga e Toxicodependência

II INCSPPP II Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na

População Portuguesa

INE Instituto Nacional de Estatística

INME Inquérito Nacional em Meio Escolar

INML, I.P. Instituto Nacional de Medicina Legal, I.P.

IRT Inspecção Regional do Trabalho

LSD Ácido Lisérgico Dietilamida

NCPLCD Núcleo Coordenador do Programa de Luta Contra as Dependências

OEDT Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência

OMS Organização Mundial da Saúde

ONG Organização não Governamental

PA Plano de Acção

PAI Planos de Acção Integrada

PNCDT 2005-2012 Plano Nacional Contra a Droga e as Toxicodependências 2005-2012

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PORI Plano Operacional de Respostas Integradas

PROSA Programa de Ocupação Social de Adultos

PRPCD Plano Regional de Prevenção e Combate às Dependências

PRS 2009-2012 Plano Regional de Saúde 2009-2012

PRSM Plano Regional de Saúde Mental

PSP Polícia de Segurança Pública

RA 2009 – EFDE Relatório Anual 2009 – A Evolução do Fenómeno da Droga na Europa

RAA Região Autónoma dos Açores

RAR Rapid Assessment and Response

RRMD Redução de Riscos e Minimização de Danos

RSI Rendimento Social de Inserção

SRAS Secretaria Regional dos Assuntos Sociais

SREAS Secretaria Regional da Educação e Assuntos Sociais

SREF Secretaria Regional da Educação e Formação

SRPCBA Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores

SRS Serviço Regional de Saúde

SRTSS Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social

UE União Europeia

UELCD União Europeia de Luta Contra a Droga

VIH/SIDA Vírus da Imunodeficiência Humana / Síndrome da Imunodeficiência

Humana Adquirida

WHO World Health Organization

Plano Operacional

AP Associação de Pais

ARM Associação Regional de Municípios

CD Centros de Dia

CDT Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência

CPCJ Comissão de Protecção de Crianças e Jovens

CRCDT Conselho Regional de Combate à Droga e à Toxicodependência

CSM Conselho Superior de Magistratura

CSMP Conselho Superior do Ministério Público

CSP Cuidados de Saúde Primários

CT Comunidades Terapêuticas

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DGRS/DGSP Direcção Geral de Reinserção Social/Direcção Geral dos Serviços

Prisionais

DGS Direcção Geral da Saúde

DRD Direcção Regional do Desporto

DREF Direcção Regional de Educação e Formação

DRETT Direcção Regional dos Equipamentos e Transportes Terrestres

DRH Direcção Regional da Habitação

DRJ Direcção Regional da Juventude

DRPCD Direcção Regional de Prevenção e Combate às Dependências

DRS Direcção Regional da Saúde

DRSSS Direcção Regional da Solidariedade e Segurança Social

DRTQPDC Direcção Regional do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do

Consumidor

ELI Estratégias Locais de Intervenção

EP Estabelecimentos Prisionais

GAA Grupos de Auto Ajuda

GAD Gabinete de Apoio à Dissuasão

IAS Instituto de Acção Social

IDT, I.P. Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P.

IPSS Instituição Privada de Solidariedade Social

IREFREA European Institute of Studies on Prevention

Instituto Europeu para o Estudo dos Factores de Risco nas Crianças e

Adolescentes

IRT Inspecção Regional do Trabalho

MJ Ministério da Justiça

OCS Órgãos de Comunicação Social

OM Ordem dos Médicos

ONG Organização não Governamental

PAI Planos de Acção Integrada

PROSA Programa de Ocupação Social de Adultos

PRS – PRSESIJ Plano Regional de Saúde – Plano Regional de Saúde Escolar e Saúde

Infanto-Juvenil

PRS – PRSM Plano Regional da Saúde – Programa Regional de Saúde Mental

PRS PRPCI VIH/SIDA Plano Regional da Saúde – Programa Regional de Prevenção e Controlo

da Infecção VIH/SIDA

PTAO Programa de Tratamento de Agonista Opiáceo

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RRMD Redução de Riscos e Minimização de Danos

SRCTE Secretaria Regional da Ciência Tecnologia e Equipamentos

SREF Secretaria Regional da Educação e Formação

SRES Secretaria Regional da Saúde

SRS Serviço Regional de Saúde

SRTSS Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade e Segurança Social

UA Unidade de Alcoologia

UD Unidades de Desabituação

UE União Europeia

US Unidades de Saúde

VPGR Vice-Presidência do Governo Regional

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INTRODUÇÃO

Os Planos Regionais de Saúde 1989 e 1995-1999 contemplaram

Programas específicos para a área das Toxicodependências sem

terem sido, porém, consequentes pela falta de continuidade no

tempo e, por conseguinte, sem que sobre eles se tenham feito as

sucessivas e desejáveis intervenções com vista à sua adequação

às necessidades, aos tempos, às mudanças de paradigma nos

consumos, às novas estratégias que entretanto surgiram na

abordagem a esta problemática e sem que se tenham feito,

também, as respectivas avaliações.

Não obstante, os sucessivos Governos dos Açores 1 tomaram um

conjunto de iniciativas em termos de criação de estruturas e

legislativas, na senda da estabilidade e definição orgânica, tendo

sempre em vista instituir a necessária coordenação na área das

toxicodependências, as quais culminaram com a criação da

Direcção Regional da Prevenção e Combate às Dependências

(DRPCD), com a publicação da Orgânica do X Governo dos

Açores 2.

Em 1998, a Orgânica da Secretaria Regional da Educação e

Assuntos Sociais (SREAS), 3 estabeleceu que competia à

Direcção Regional da Juventude, Emprego e Formação

Profissional ―colaborar na promoção de acções de prevenção

primária às toxicodependências e fomentar acções de reinserção,

cabendo à Direcção Regional da Saúde (DRS) ―orientar e

coordenar as políticas de prevenção e tratamento dos

toxicodependentes‖. Nesse ano, deu-se a abertura dos Centros de

Tratamento de Substituição Opiácea no Hospital de Santo Espírito

de Angra do Heroísmo (HSEAH) e na Casa de Saúde de São

Miguel.

O primeiro Serviço criado especificamente para lidar com os

problemas do consumo de droga surgiu em 1999 4, tendo

assumido a natureza de uma estrutura de projecto, cujo

funcionamento ficou adstrito ao Gabinete do SREAS, com o

objectivo de implementar, de forma articulada, medidas

1. (1996-2000 VII Legislatura; 2000-

2004 VIII Legislatura; 2004-2008

IX Legislatura; 2008-2012 X

Legislatura).

2. Decreto Regulamentar Regional

nº 25/2008/A, de 31 de

Dezembro.

3. Decreto Regulamentar Regional

nº 11/98/A, de 5 de Maio.

4. Resolução nº 35/99, de 25 de

Fevereiro.

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12

conducentes à prevenção e tratamento da toxicodependência.

No âmbito da actuação desta estrutura foi assinado um Protocolo

com o Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência,

no domínio da formação de técnicos de saúde da Região

Autónoma dos Açores (RAA), do internamento de

toxicodependentes em Comunidades Terapêuticas

Convencionadas, da utilização de medicamentos opiáceos

substitutos (metadona e LAAM – levo-alfa-acetil-metadol) e, ainda,

no domínio do controlo das instituições que, na RAA, se

dedicassem ao tratamento de toxicodependentes. Nesse ano deu-

se início, também, ao controlo e registo do receituário relativo às

substâncias psicotrópicas e estupefacientes, assumindo a DRS

um conjunto de responsabilidades da competência do Infarmed,

em resultado de normativos legais nacionais 5. A DRS passou a

proceder ao licenciamento de armazéns para distribuição por

grosso de medicamentos, a conceder autorizações para a

distribuição de medicamentos contendo psicotrópicos e

estupefacientes e a licenciar unidades de tratamento 6.

As Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência (CDTs)

foram criadas em Abril de 2001 estabelecendo, também, o

respectivo Decreto Legislativo Regional 7 que as criou, a sua

distribuição geográfica e composição, bem como a competência

para a nomeação dos seus membros, definindo os serviços com

intervenção nos processos de contra ordenação e o destino das

coimas aplicadas.

Em Julho desse ano, foi criado o Núcleo Coordenador do

Programa de Luta Contra as Dependências (NCPLCD) 8 para a

elaboração e acompanhamento de um Programa de Luta Contra

as Dependências, constituído pelo Plano Regional de Acção

Contra as Dependências e pelo Plano Regional de Acção Contra o

Alcoolismo. Ainda nesse ano, regulamentou-se sobre o consumo

e venda de bebidas alcoólicas nos Serviços e Organismos da

Administração Pública 9. No ano seguinte, foi estabelecido um

Protocolo 10 com a Presidência do Conselho de Ministros, na

vertente da cooperação técnica e financeira, em matéria de luta

5. Decreto Legislativo nº 15/93, de

22 de Janeiro e DR 61/94, de 19

de Outubro.

6. Decreto Legislativo nº 16/99 de

25 de Janeiro.

7. Decreto Legislativo Regional nº

7/2001/A.

8. Resolução nº 92/2001/A, de 27

de Abril.

9. Resolução nº 136/2001, de 4 de

Outubro.

10. Protocolo /SRAS/2002/12, de 12

de Março.

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contra a droga e toxicodependências. Foi, então, dada prioridade

ao apoio técnico às CDTs, à prevenção primária, às equipas de

rua, à informação estatística e à cooperação técnica.

Um ano após a criação do NCPLCD, a Orgânica da Secretaria

Regional dos Assuntos Sociais (SRAS), 11 que nasceu da cisão da

anterior SREAS, conferia-lhe, com carácter autónomo,

relativamente à organização tradicional, as áreas de intervenção

relacionadas com a promoção da igualdade e com a luta contra as

dependências, com a criação, desta feita, de um Conselho

Regional para a Luta Contra as Dependências, competindo à DRS

a definição e execução das políticas de luta contra as

dependências. Em Agosto de 2003 foi implementado na Região o

Programa ―Droga, Educar para Prevenir‖ e, no ano seguinte,

criado o Programa Regional de Prevenção do Mau Uso e Abuso

de Substâncias Psicoactivas / Droga 12, cujos conteúdos são

considerados neste Plano. No âmbito deste programa foi

elaborado e implementado o Programa de Prevenção de

Dependências em Meio Escolar ―Tu Decides‖, foram elaborados

40 protocolos com outras tantas instituições e associações da

RAA que se lhe associaram, incrementados e incentivados Planos

Municipais, realizadas campanhas (―Vicia-te na Vida‖, ―Ondinha

prevenido, Verão divertido‖, ―Contra o Tabaco‖, ―Drogas Lícitas e

Ilícitas‖, ―Futebol de Rua‖ e ―Escrever, Comunicar, Prevenir‖),

formação a formadores, a pares, a profissionais de saúde, do

serviço social, segurança e ensino e organizadas, igualmente,

intervenções destinadas à população.

Em 2006, a SRAS firmou um Protocolo com a Força Aérea

Portuguesa para o transporte de medicamentos opiáceos

substitutos (metadona) entre o Instituto da Droga e

Toxicodependência (IDT) e o HSEAH.

Em 2007, o Governo dos Açores fez executar na RAA 13, o

disposto na Convenção Quadro da Organização Mundial da

Saúde (OMS) para controlo do tabaco, no seguimento, desde a

década de 80, de um conjunto de iniciativas legislativas com vista

à prevenção do tabagismo, numa atitude de atenção crescente

11. Decreto Regulamentar Regional

nº 17/2002/A de 10 de Julho.

12. Resolução nº 1/2004 de 8 de

Janeiro.

13. Decreto Legislativo Regional nº

15/2008/A, de 11 de Junho.

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relativamente às estratégias e às medidas de enquadramento

político-legais e regulamentares ao nível da OMS, da União

Europeia (UE) e Nacional, as mesmas que norteiam o presente

Plano.

O PRPCD, que nasce no seio da actual DRPCD, é o instrumento

estratégico e operacional ―orientador das diversas políticas

relativas às dependências, estando vocacionado para nortear a

actividade das Instituições com competência nesta área e servir

de referência para todos os intervenientes e actores que

intervenham ou venham a intervir neste domínio” 14 e visa permitir

o alinhamento das políticas a desenvolver na RAA, no âmbito da

luta contra as substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas, com as

estratégias Europeia e Nacional, tomando em consideração,

também, as prioridades estabelecidas no Programa do X Governo

dos Açores, relativamente a esta problemática.

O PRPCD tem como horizonte temporal o ano de 2012, a fim de

permitir um maior entrosamento com os restantes instrumentos de

planeamento, nomeadamente com o Programa do X Governo dos

Açores, o Plano de Médio Prazo e o Plano Regional Anual,

preconizando-se que seja objecto de um processo avaliativo e,

sequencialmente, de um novo Plano, com especial enfoque para a

vertente operacional ou de acção, por mais quatro anos, ou seja,

de modo a fazê-lo coincidir com o período de uma nova

legislatura.

Este Plano pretende ser o resultado de uma visão, valores e

conceitos que envolvam todos os intervenientes e agentes na

promoção da saúde, em que os princípios orientadores

transversais são a promoção da cidadania, a qualidade e o acesso

– equidade – aos cuidados e às politicas de saúde, em matéria de

substâncias psicoactivas lícitas/ilícitas, com o único objectivo de

proteger o bem – estar social e individual, defender a saúde

pública e oferecer um elevado nível de segurança à população em

geral e, em particular, à população consumidora destas

substâncias.

14. Resolução nº 1/2004, de 8 de

Janeiro - Programa Regional de

Prevenção do Mau Uso e Abuso

de Substâncias Psicoactivas /

Droga.

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PRPCD 2010-2012

15

ENQUADRAMENTO EPIDEMIOLÓGICO 15

O consumo de substâncias psicoactivas no mundo constitui um

grave problema de saúde pública, enfrentando os países e os

respectivos governos enormes desafios, no sentido de

desenvolver uma resposta política pragmática para um fenómeno

em constante evolução, procurando, deste modo, “acertar num

alvo em movimento” 16. O consumo de novas substâncias

psicoactivas e os novos padrões de consumo de droga, bem como

o consumo de substâncias psicoactivas lícitas, tem importantes

implicações em termos de saúde pública.

O consumo de droga tem consequências muito graves para a

saúde e é a causa de inúmeras co-morbilidades 17. Alguns

estudos identificaram quer uma prevalência elevada de problemas

psiquiátricos entre os utentes do tratamento de

toxicodependência, quer uma prevalência elevada de problemas

de droga entre os doentes dos serviços psiquiátricos 18.

As doenças mentais mais frequentes registadas entre os

consumidores de droga europeus são a depressão, a ansiedade,

a esquizofrenia, perturbações da personalidade, défice de atenção

e hiperactividade. Os consumidores de droga injectada correm

elevados riscos de sofrer de problemas de saúde, tais como

infecções transmitidas por via sanguínea (por ex: VIH/SIDA,

Hepatite) ou mortes induzidas pela droga. Mesmo nos países

onde a prevalência do VIH nos consumidores de droga injectada é

baixa, outras doenças infecciosas, incluindo as Hepatites A, B e C,

as doenças transmissíveis sexualmente, a tuberculose, o tétano, o

botulismo e o vírus linfotrópico de células T humanas, podem

afectar os consumidores de droga de uma forma

desproporcionada.

A cocaína é responsável pela maior parte da morbilidade

relacionada com o consumo de droga na UE. O consumo regular

da cocaína, incluindo por aspiração, pode ser associado a

problemas cardiovasculares, neurológicos e psiquiátricos, bem

como a um aumento do risco de acidentes e de violência. O

15. Principais fontes de informação

para o enquadramento

epidemiológico:

i. Observatório Europeu da Droga

e da Toxicodependência (OEDT),

Relatório Anual 2009 – A

Evolução do Fenómeno da Droga

na Europa (RA 2009 – EFDE),

2009;

Os dados estatísticos incluídos no

Relatório Anual, 2009, do OEDT

referem-se ao ano de 2007.

ii. Balsa, Casimiro et al., II

Inquérito Nacional ao Consumo

de Substâncias Psicoactivas na

População Portuguesa – 2007.

iii. Peixoto, Alberto, Dependências

e Outras Violências (I, 2005 e

II, 2010).

iv. IDT, Relatório Anual 2007,

sobre A Situação do País em

Matéria de Drogas e

Toxicodependência, 2008.

16. In OEDT, Relatório Anual 2009 –

A Evolução do Fenómeno de

Droga na Europa, - 2009.

17. ―A co-morbilidade é a co-

ocorrência, muitas vezes não

reconhecida, de problemas de

consumo de droga com

patologias psiquiátricas no

mesmo indivíduo‖ op.cit.

18. OEDT, 2005.

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PRPCD 2010-2012

16

consumo concomitante de outras substâncias, incluindo o álcool

também pode agravar alguns problemas relacionados com o

consumo de cocaína. Um inquérito efectuado nos Estados Unidos

estimou que os consumidores frequentes de cocaína corriam um

risco sete vezes maior de enfarte do miocárdio do que os não

consumidores.

Os resultados de um estudo 19 financiado pela Comissão Europeia

(CE), sobre o mercado mundial de drogas ilegais, revelaram a

inexistência de quaisquer indícios de que o fenómeno mundial da

droga se tenha reduzido entre 1998 e 2007, porque apesar de ter

diminuído em alguns países, noutros agravou-se e em alguns

casos, substancialmente.

No que diz respeito à saúde, o álcool é um determinante de

saúde, responsável por 7,4% de todas as incapacidades e mortes

prematuras na UE 20.

Ao medir o impacto do álcool através dos Anos de Vida Ajustados

à Incapacidade (DALYs), este corresponde ao terceiro entre vinte

e seis factores de risco de doença na UE.

O álcool é responsável por cerca de 60 tipos diferentes de

doenças e problemas, incluindo perturbações mentais e

comportamentais, problemas gastrointestinais, cancros, doenças

cardiovasculares, perturbações imunológicas, doenças

pulmonares, doenças ósseas e musculares, perturbações

reprodutivas e danos pré-natais, incluindo um aumento do risco de

prematuridade e baixo peso à nascença 20.

No que se refere à mortalidade, o álcool é responsável por cerca

de 195.000 mortes por ano na UE. A percentagem de mortes

atribuíveis ao álcool é maior nas idades compreendidas entre os

15 e os 29 anos e é mais elevada no sexo masculino (cerca de 25

a 30% do número total de mortes) que no sexo feminino (10 a

15%). O impacto na saúde inclui cerca de 17.000 mortes por ano

devido a acidentes rodoviários, 2.000 homicídios (4 em cada 10

de todos os assassinatos e mortes violentas), 10.000 suicídios (1

em cada 6 de todos os suicídios), 45.000 mortes por cirrose

19. Comissão Europeia, Report on

Global ilicit drug markets, 2009

(disponível em

http://ec.europa.eu/justice_home/

doc_centre/drugs/studies/doc_dr

ugs_studies_en.htm).

20. Anderson P, Baumberg B.,

Alcohol in Europe, London:

Institute of Alcohol Studies; 2006,

cit in OEDT, RA 2009 – EFDE,

2009.

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PRPCD 2010-2012

17

hepática, 50.000 mortes por cancro e 17.000 mortes devido a

problemas neuropsiquiátricos, bem como 200.000 episódios de

depressão (7% de todos os episódios depressivos). O custo de

tratamento destas doenças estava estimado em 17 biliões de

euros, juntamente com 5 biliões gastos no tratamento e na

prevenção do consumo nocivo e da dependência do álcool. 20.

No que respeita ao consumo de tabaco e suas repercussões na

saúde, sabe-se que, actualmente, as suas consequências estão

bem estabelecidas para um grande número de doenças, com

particular destaque para o cancro em diferentes localizações, para

as doenças do aparelho respiratório, para as doenças

cardiovasculares e para os efeitos na saúde reprodutiva.

―Os efeitos na saúde decorrentes da exposição ao fumo do tabaco

continuam em investigação, pelo que a associação com situações

patológicas, para as quais a evidência não é hoje suficiente,

poderá vir a ser reconhecida no futuro 21, 22.

O consumo de tabaco contribui para a redução da longevidade.

Os estudos de Doll e colaboradores mostraram que um em cada

dois fumadores que inicie o consumo na adolescência e fume ao

longo da vida morre por uma doença provocada pelo tabaco, um

quarto dos quais nas idades compreendidas entre os 35 e os 69

anos 23.

O consumo de tabaco na infância e na adolescência tem

consequências imediatas. É lesivo para a maturação e a função

pulmonares, contribui para agravar a asma ou dificultar o seu

controlo, bem como para a sintomatologia respiratória, como a

tosse e a expectoração, diminui o rendimento físico e altera os

lípidos no sangue, designadamente, o aumento das LDL

(lipoproteína de baixa densidade) 21.

Na mulher, o consumo de tabaco contribui para a diminuição da

fertilidade, para uma menopausa mais precoce, para o

aparecimento de osteoporose e, em conjugação com a pílula

contraceptiva combinada, nas mulheres com mais de 35 anos,

para um risco aumentado de doença cardiovascular 21, 24.

21. U. S.Department of Health and

Human Services, The health

consequences of smoking: A

report of the Surgeon

General,U.S. Department of

Health and Human

Services,Centers for Disease

Control and Prevention,National

Center for Chronic Disease

Prevention and Health Promotion,

Office on Smoking and Health,

Atlanta, 2004, cit in DGS,

Cessação Tabágica – Programa

– tipo de actuação, 2007, (pág.

17).

22. Nunes, E., «Consumo de tabaco.

Efeitos na Saúde», Revista

Portuguesa de Clínica Geral,

2006; 22:225-244, ibidem.

23. Doll R, Peto R, Boreham J,

Sutherland I. Mortality in relation

to smoking: 50’years

observations on male British

doctors. BMJ, 2004;328:1519-

1528, ibidem.

24. British Medical Association,

Board of Science and Education

& Tobacco Control Resource

Centre, Smoking and

Reproductive Life, The Impact of

Smoking on Sexual,

Reproductive and Child Health,

Londres, 2004, ibidem.

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PRPCD 2010-2012

18

Na gravidez, o consumo regular de tabaco aumenta o risco de

baixo peso ao nascer, prematuridade, placenta prévia,

descolamento da placenta e mortalidade perinatal. Há evidência

sugestiva de que possa aumentar, também, o risco de aborto

espontâneo. O risco é tanto maior quanto maior o consumo. Este

diminui para níveis semelhantes aos das mulheres não fumadoras

no caso de a mulher parar de fumar antes da gravidez ou durante

o primeiro trimestre‖ 21, 24.

Na maioria dos países europeus o consumo de cannabis

aumentou na década de 90 e no início da década de 2000,

gerando um panorama menos variado a nível europeu, apesar de

subsistirem diferenças importantes entre países. É possível, no

entanto, que a Europa tenha entrado, então, numa nova fase, uma

vez que os dados resultantes dos inquéritos à população em geral

e à população escolar apontaram para a estabilização ou mesmo

para um decréscimo do consumo de cannabis. Contudo, esta

manteve-se em níveis historicamente elevados e o debate

europeu continua a procurar uma resposta eficaz para o travar.

De acordo com estimativas referentes à população adulta (15-64

anos) a prevalência do consumo de cannabis ao longo da vida foi

de 74 milhões de europeus (22% dos adultos europeus).

A maioria dos países apresentava estimativas de prevalência na

ordem de 10 a 30%.

Em quase todos os países europeus, à excepção de Portugal, o

consumo de cannabis estava largamente concentrado na

população jovem (15-34 anos), registando-se geralmente os níveis

de consumo mais elevados entre os jovens dos 15 aos 24 anos.

O último projecto Europeu de Inquéritos Escolares sobre o Álcool

e outras Drogas (ESPAD) 25, data de 2007 e foi realizado, à

população escolar de 15-16 anos na Europa, em 25 Estados-

Membros da UE. À semelhança dos adultos, o consumo de

cannabis entre a população escolar aumentou em vários países

europeus, entre 1995 e 2003, mas de um modo geral esses

25. O projecto Europeu de Inquéritos

Escolares sobre o Álcool e outras

Drogas utiliza métodos e

instrumentos normalizados para

avaliar o consumo da droga e de

álcool entre amostras

representativas de estudantes de

(15-16 anos).

Realizaram-se inquéritos em

1995, 1999, 2003 e 2007.

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PRPCD 2010-2012

19

aumentos tinham cessado ou diminuído, posteriormente àquele

período.

Em 2007, a cannabis era a principal droga de consumo em cerca

de 20% dos novos tratamentos iniciados, o que a colocava em 2º

lugar nas drogas mais notificadas, a seguir à heroína, não

obstante terem sido registadas diferenças consideráveis entre

países.

As anfetaminas 26 e o ecstasy figuravam entre as drogas ilegais

mais consumidas na Europa. Em alguns países o consumo de

anfetaminas constituiu uma parte importante do problema da

droga, sendo responsável por uma percentagem substancial das

pessoas necessitadas de tratamento, e por uma percentagem

substancial do número global de consumidores problemáticos que

procuravam ajuda devido a problemas de droga.

Inquéritos feitos à população indicaram que a prevalência do

consumo de anfetaminas ao longo da vida na Europa variou,

consoante os países, entre zero e 11,7% da população adulta (15-

64 anos). Em média, 3,5% dos adultos europeus consumiram

anfetaminas pelo menos uma vez.

Após um aumento generalizado na década de 90, os inquéritos à

população apontaram para uma estabilização global ou até para

um pequeno decréscimo de popularidade destas drogas, embora,

mais uma vez, este padrão não tenha sido observado em todos os

países.

O ESPAD e outros inquéritos escolares realizados em 2007

sugeriram, globalmente, que houve poucas alterações quanto aos

níveis de experimentação de anfetaminas e ecstasy entre os

estudantes de 15-16 anos.

No que concerne à cocaína, o Relatório Anual 2009 do

Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT)

refere que foi observado um aumento global do seu consumo e no

número de apreensões na UE, embora este aumento estivesse

em grande medida confinado aos Estados-Membros da Europa

Ocidental e existissem grandes diferenças entre os diversos

26. Termo genérico que inclui tanto

as anfetaminas como as

metanfetaminas.

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PRPCD 2010-2012

20

países. Globalmente, a cocaína continuou a ser a segunda droga

ilegal mais consumida na Europa, a seguir à cannabis. Estima-se

que cerca de 13 milhões de europeus a tenham consumido pelo

menos uma vez na vida, uma média de 3,9% dos adultos entre

15-64 anos. As estimativas da prevalência do consumo de

cocaína entre a população escolar foram muito inferiores às do

consumo de cannabis. No inquérito ESPAD, a prevalência do

consumo da cocaína ao longo da vida entre os estudantes de 15-

16 anos é de 1% a 2% em metade dos 28 países que forneceram

dados.

O consumo de heroína, sobretudo injectada, estava estreitamente

associado ao consumo problemático de droga na Europa desde a

década de 1970, sendo responsável pela maior parte da

morbilidade e da mortalidade relacionadas com o consumo de

droga na UE.

As estimativas da prevalência do consumo problemático de

opiáceos nos países europeus, durante o período de 2002-2007,

variaram aproximadamente entre um e seis casos por 1000

habitantes, entre os 15-64 anos (entre 1,2 e 1,5 milhões de

europeus).

Os opiáceos, sobretudo a heroína, continuaram a ser indicados

como as principais drogas de consumo pela maioria das pessoas

que procuraram tratamento na Europa.

No que respeita às doenças infecto-contagiosas como o VIH e as

Hepatites B e C, na UE, elas figuravam entre as consequências

mais graves do consumo de droga para a saúde.

Em finais de 2007, a incidência da infecção pelo VIH

diagnosticada entre os consumidores de droga injectada parecia

ter-se mantido baixa na maioria dos países da UE e a sua

situação geral afigurava-se relativamente positiva no contexto

mundial. Embora apenas se encontrassem níveis elevados de

prevalência da infecção por VIH em alguns Estados-Membros da

UE, a hepatite viral e, em especial, a infecção causada pelo vírus

da Hepatite C, tinham uma prevalência maior entre os

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PRPCD 2010-2012

21

consumidores de droga injectada de toda a Europa. No caso da

Hepatite B a percentagem de consumidores de droga injectada

diminuiu entre 2002 e 2007 em quatro de dezassete países.

Ao nível da mortalidade relacionada com o consumo de droga

importa referir que ela era, na UE, uma das principais causas de

problemas de saúde e de morte entre os jovens europeus. ―Um

estudo internacional financiado pelo OEDT, concluiu que, em sete

zonas urbanas europeias, 10% a 23% das mortes registadas entre

pessoas dos 15 aos 49 anos podiam ser atribuídas ao consumo

de opiáceos‖ 27.

Relativamente ao álcool o mesmo relatório ESPAD, elaborado

pelo projecto europeu de inquéritos sobre o álcool e outras drogas

em meio escolar, revelou que em todos os países participantes,

pelo menos dois terços dos estudantes tinham ingerido álcool pelo

menos uma vez ao longo da sua vida, com uma média próxima

dos 90%. O mesmo Inquérito revelou que o aumento do consumo

de álcool foi visível em mais de metade dos países, tendo o

aumento mais pronunciado, entre 2003 e 2007, sido verificado em

Portugal, onde a percentagem de estudantes que referiram o

consumo esporádico excessivo durante os últimos 30 dias, tinha

aumentado de 25% para 56 % (+ 31 pontos percentuais).

Ao longo de 12 anos do projecto ESPAD verificou-se, no que

concerne ao tabagismo, uma tendência no consumo de cigarros

nos últimos 30 dias ou, pelo menos, uma situação estabilizada,

nomeadamente nos países participantes.

Os dados sobre a situação do fenómeno da droga em Portugal

referidos neste Plano constam do II Inquérito Nacional ao

Consumo de Substâncias Psicoactivas na População Portuguesa

(II INCSPPP), citado no Relatório Anual 2007, sobre A Situação

do País em Matéria de Drogas e Toxicodependência do IDT, o

qual foi extensivo às ilhas e reportam-se ao ano de 2007, tal como

sucedeu relativamente aos dados de âmbito Europeu utilizados

permitindo, deste modo, comparações.

27. Bargali et al., 2005, cit in OEDT,

RA 2009 – EFDE, 2009, (pág.

91).

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22

Entre a realização, em 2001, do primeiro Inquérito e o segundo,

em 2007, as declarações de consumo de substâncias ilícitas

aumentaram de 7,8% para 12% 28 mas, se comparadas as

prevalências do consumo de substâncias ilícitas registadas em

Portugal, verificou-se que os seus consumos se encontravam,

para quase todas as substâncias, entre as mais baixas da Europa.

A heroína constituía uma excepção, uma vez que o nível de

prevalência em Portugal era das mais altas registadas entre os

países europeus para os quais existia informação disponível.

No II INCSPPP a heroína surgiu de um modo geral com

prevalências de consumo inferiores às da cannabis, cocaína e de

ecstasy, quer na população total (15-64 anos), quer na população

jovem adulta (15-34 anos).

Os resultados dos vários estudos nacionais realizados entre 1995

e 2003, no contexto das populações escolares, entre os quais se

conta o ESPAD, evidenciaram a heroína como uma das drogas

com menores prevalências de consumo em Portugal.

No contexto da procura de tratamento a heroína surgiu, uma vez

mais, como a droga mais problemática entre os utentes que

recorreram, em 2007, às diferentes estruturas de tratamento de

toxicodependência. A nível dos casos de mortes com resultados

positivos nos exames toxicológicos de drogas efectuados pelo

Instituto Nacional de Medicina Legal, I.P. (INML, I.P.), predominou,

em 2007, a presença de opiáceos 29.

O II INCSPPP permitiu constatar que a cannabis e a cocaína eram

as substâncias mais consumidas em Portugal.

A cannabis foi a substância que registou maiores prevalências de

consumo quer na população total (15-64 anos), quer na população

jovem adulta (15-34 anos). Os resultados dos vários estudos

nacionais realizados entre 1995 e 2003, no contexto das

populações escolares (ESPAD, HBSC/OMS e o ECATD)

apresentaram prevalências de consumo de cannabis bem mais

elevadas que as das outras drogas.

28. ―Tratando-se de um estudo na

―população geral‖, este aumento

deveu-se, também, em parte, à

substituição entre as duas

aplicações, de grupos etários

acima dos 55 anos, onde as

declarações de consumo são

raras, por grupos mais jovens,

onde se concentram os

consumos‖, in Balsa et al., II

INCSPPP – 2007, 2008, (pág. 5).

29. Inclui heroína, morfina e codeína.

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23

Em 2006, os resultados dos estudos realizados, também em

contexto escolar - o Health Behaviour in School-aged Children

(HBSC) e o Inquérito Nacional em Meio Escolar (INME) –

evidenciaram a cannabis como a droga preferencialmente

consumida pelos Jovens, apesar das descidas das prevalências

de consumo, respectivamente entre 2002-2006 e 2001-2006.

No contexto da procura de tratamento a cannabis continuou a

surgir com alguma expressão a nível do ambulatório e, sobretudo,

no caso das 1ªs consultas, tendo menor relevância a nível do

internamento.

Relativamente aos casos de mortes com resultados positivos nos

exames toxicológicos de drogas efectuadas no Instituto de

Medicina Legal, IP, em 2007, foram detectados 105 casos com

canabinóides, representando 33% do total de casos neste ano.

A cocaína surgiu, no âmbito do II INCSPPP, como a segunda

droga preferencialmente consumida pelos portugueses, quer na

população total (15-64 anos) quer na população jovem adulta (15-

34 anos), embora com prevalências de consumo muito inferiores

às de cannabis.

Os resultados dos estudos nacionais realizados entre 1995 e 2003

no contexto escolar, nomeadamente o ESPAD, evidenciaram

prevalências do consumo de cocaína superiores às de heroína.

Em 2006, estudos como o HBSC/OMS e o INME evidenciaram,

também, a prevalência de consumos superiores de cocaína em

relação aos da heroína.

No âmbito da procura de tratamento, foi reforçada a posição da

cocaína como a segunda droga mais problemática entre os

utentes que recorreram, em 2007, às diferentes estruturas de

tratamento da toxicodependência. Neste ano, a nível dos casos de

mortes com resultados positivos nos exames toxicológicos de

drogas efectuados pelo INML, I.P., uma vez mais, a cocaína foi a

segunda substância mais assinalada.

Relativamente ao ecstasy, de acordo com o mesmo INCSPPP,

surge como a terceira droga consumida pelos portugueses. Em

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PRPCD 2010-2012

24

2006, os estudos realizados em contexto escolar, nomeadamente

o HBSC/OMS e o INME, evidenciaram descidas das prevalências

de consumo de ecstasy.

No âmbito da procura de tratamento, em 2007, o ecstasy foi

referido como droga principal por 0,1% dos utentes em

ambulatório e 0,2% dos utentes em 1ªs consultas, na rede pública,

assumindo maior visibilidade como droga secundária.

Relativamente ao consumo de anfetaminas e de alucinogénios

registou-se um aumento das prevalências de consumo muito

próximas às da heroína.

No contexto da procura de tratamento o consumo das anfetaminas

e de alucinogénios foi considerado residual, continuando a ter

maior relevância o consumo de substâncias lícitas, sobretudo o

álcool.

No que concerne ao álcool, constatou-se um aumento no

consumo em 2007, se comparado com os resultados obtidos em

2001 (59,1% em 2001 para 59,6%, em 2007).

Quanto ao consumo de substâncias lícitas, o II INCSPPP 2007

constatou que, comparando os dois anos que foram

realizados/aplicados questionários (2001 e 2007), o consumo de

tabaco (29% da população em 2001 era fumadora activa, sendo

esta proporção, em 2007, 30%) e o consumo de álcool (59,1% em

2001 para 59,6% em 2007) se manteve relativamente estável,

sendo que, relativamente ao consumo de medicamentos com

efeitos psicoactivos tomados sem prescrição médica, se verificava

uma diminuição de 1% em relação ao estudo de 2001.

O estudo Dependências e Outras Violências realizado em 2005 e

em 2009/2010, dá uma visão sinóptica da realidade particular de

cada uma das ilhas e do todo regional no que respeita à

toxicodependência na RAA 30 e constitui, neste Plano, a principal

informação de referência para a sua caracterização

epidemiológica. Assim, segundo o mesmo nos Açores, em 2009,

14,8% da população havia experimentado ou consumido

substâncias ilícitas pelo menos uma vez na vida, valor este que é

30. Peixoto, Alberto, Dependências e

Outras Violências, 2005;

2009/2010 (com o apoio do

Governo Regional).

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PRPCD 2010-2012

25

superior ao registado para 2004 (10,8%) e aos valores do

Continente que foram, respectivamente, para 2001 e 2007, de

7,8% e 12,0%.

A liamba/cannabis e o haxixe são as drogas mais consumidas

quer a nível da Região, quer de ilha, tendo-se registado na média

de consumo/Açores, um aumento destas substâncias de 4,6%

para 6,2% e de 3,4% para 5,2%, respectivamente, do ano de 2004

para o ano 2009. É possível constatar que, relativamente a estas

drogas houve, de 2004 para 2009, um aumento generalizado do

seu consumo, (excepção feita à ilha Graciosa onde o consumo de

haxixe passou de 8,3% para 4,7%), o que demonstra, também,

um agravamento deste fenómeno na RAA. O Pico regista o valor

mais alto no que respeita ao consumo de liamba/cannabis

(14,2%), enquanto que o valor mais alto no consumo de haxixe foi

registado em Santa Maria (9,2%).

O Corvo e as Flores, que em 2004 não haviam registado qualquer

tipo de consumo surgem, em 2009, com valores que evidenciam

um salto quantitativo significativo. No Corvo, dos 0,0% registados,

passa-se para 6,1% e 3,5%, respectivamente no que respeita ao

consumo de liamba/cannabis e haxixe e nas Flores, dos 0,0% em

2004, passa-se para valores na ordem dos 5,7% e 3,5%

relativamente a estes mesmos consumos, em 2009.

Relativamente ao consumo de droga por concelhos constata-se

que dois dos concelhos do Pico, S. Roque (27,1%) e Madalena

(24,3%), atingem os valores mais altos nos consumos de droga

em 2009, sendo que no caso do primeiro não se havia registado

quaisquer consumos em 2004. O concelho das Lajes do Pico

deixou de ocupar o primeiro lugar que ocupava em 2004, ano em

que a percentagem do consumo, atingiu o valor mais alto (32,5%),

mesmo se comparado com os consumos que ocorreram em 2009.

O concelho das Velas surge em 3º lugar com um consumo da

ordem dos 23,6%, valor este significativamente superior ao de

2004 (11,9%) tal como sucedeu com São Roque e Madalena. Ao

nível dos restantes concelhos verificamos, de igual modo,

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PRPCD 2010-2012

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acréscimos significativos nos consumos, à excepção de Vila

Franca do Campo que se mantém, e de Ponta Delgada que,

apesar de ser o concelho mais populoso da Região, regista um

valor da ordem dos 13,3%, valor inferior ao de 2004 que foi de

14,2%.

Evidenciam-se os concelhos de Santa Cruz das Flores, Lajes das

Flores e Corvo por em 2004 não terem registado quaisquer

consumos de drogas ilícitas, contra valores da ordem dos 9,8%,

9,6% e 9,6%, respectivamente, em 2009.

No que concerne às idades de início do consumo da droga é o

grupo etário dos 15-20 anos que regista os maiores valores com

um acentuado acréscimo (média/Açores) de 2004 (69,4%) para

2009 (75,0%), ou seja, da ordem dos 6%, tendo o grupo etário dos

14 e menos anos sofrido, também, um acréscimo. De 13,9%, em

2004, eleva-se a 14,1%, em 2009. No grupo etário dos 21-25 anos

e 26-30 anos, pelo contrário, registaram-se decréscimos, da

ordem dos 5,8% e 1,6%, respectivamente.

Relativamente às idades do início do consumo da droga por ilha, o

estudo põe em evidência o aumento generalizado da percentagem

de jovens com 14 e menos anos que iniciaram o consumo de

droga, facto que, relativamente ao grupo etário 15-20 anos, se

repete, à excepção do Faial e Graciosa.

Ao nível dos consumos propriamente ditos, os valores, por ordem

decrescente, em relação ao ano de 2009, foram: 21-25 anos,

35,7%; 15-20 anos, 27,0%; 26-30 anos, 25,0%; 31-35 anos,

16,4%; 36-40 anos, 12,6%; 41-45 anos, 6,7%; 46-50 anos, 5,3%;

14 e menos anos, 3,5% e 51 e + anos, 1,9%, sendo que o maior

consumo de droga ocorreu no sexo masculino, 68,9%, contra

31,3% do sexo feminino, apesar de, confrontados estes dados

com os de 2004, concluirmos por um decréscimo ao nível do

primeiro e por um aumento no consumo no que respeita ao sexo

feminino.

O 4º Inquérito Nacional de Saúde 2005-2006 (4º INS 2005-2006)

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PRPCD 2010-2012

27

revelou o aumento da proporção de indivíduos que consumia

bebidas alcoólicas no Continente, medido pela ingestão de

alguma destas bebidas nele referidas (vinho, cerveja,

bagaço/aguardente/brandy, vinho do porto/martini/licores e

whisky/gin/vodka), o qual passou de 50,4% em 1998/99 para

53,8%, em 2005-2006, tendo destacado, de igual modo, os

resultados obtidos para a RAA (2005-2006), os quais se

apresentaram, comparativamente, mais baixos, ou seja, na ordem

dos 48,8%.

O Estudo Dependências e Outras Violências revelou que a ilha

onde se consome mais álcool é Santa Maria (64,0% da população

é consumidora). Logo atrás de Santa Maria, S. Miguel e Pico

surgem com os valores mais altos, na ordem dos 57,0%, não

obstante no Pico se ter verificado um decréscimo de 5,0%, o que

não sucedeu com S. Miguel onde houve, pelo contrário, um

acréscimo de 2,0%. A percentagem da população consumidora de

álcool no Corvo foi de 56,0% (+34,0%), seguindo-se-lhe as Flores

com 53,0% (+21,0%), e Graciosa com 50,0% (-6,0% do que em

2004). As percentagens da população consumidora do Faial e

Terceira foram as mais baixas, ou seja, de 49,0% (-13,0%) e

45,0% (-3,0%), respectivamente. Os dados sobre os consumos de

álcool por concelhos revela as assimetrias encontradas, surgindo

o concelho da Povoação com 70,8%, o valor mais alto, e o

Nordeste com 40,2%, o valor mais baixo.

É no grupo etário 15-20 anos que se registou, (média/Açores) a

maior percentagem de pessoas que iniciaram o consumo de

bebidas alcoólicas (70,6%), verificando-se o segundo maior valor,

22,8%, no grupo etário 14 e menos anos. No grupo etário 21-25

anos o valor foi de apenas 4,3%. No que concerne ao consumo

regular de álcool, por idades, é o grupo etário dos 21-25 anos que

representa o maior número de consumidores regulares, com

73,2%, logo seguido do grupo etário dos 15-20 anos (72,3%) e do

grupo 26-30 anos (68,8%). Aos 14 e menos anos a percentagem,

no ano de 2009, foi de 24,5%.

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PRPCD 2010-2012

28

O consumo regular de álcool que, em 2004, foi de 70,0% para o

sexo masculino, baixou para 58,6%, em 2009, tendo, pelo

contrário, sofrido um acréscimo significativo relativamente à

percentagem de mulheres consumidoras, ou seja, de 30,0%, em

2004, elevou-se para 41,4% em 2009, acompanhando, de resto, a

tendência verificada relativamente às drogas.

O 4º INS 2005-2006 revelou que no Continente houve um

decréscimo no consumo de tabaco na população com 10 ou mais

anos de idade que se situava em 20,6% em 1998/99 e em 19,6%,

em 2005-2006, tendo sido na população masculina que se

registou um decréscimo entre aqueles períodos, ou seja, de

32,0% em 98/99 baixou para 28,7% em 2005-2006. Pelo contrário,

o consumo na população feminina passou de 10,1% para 11,2%.

O mesmo inquérito relativamente aos ―fumadores actuais‖,

apontou para proporções mais elevadas na RAA, em ambos os

sexos, 36,4% nos homens e 11,9% nas mulheres.

Segundo o estudo Dependências e Outras Violências, à excepção

da ilha de S. Jorge e S. Miguel onde a percentagem da população

fumadora aumentou, de 2004 para 2009, em 1,0% e 3,0%,

respectivamente, as restantes ilhas registaram decréscimos

relativamente à prevalência da população fumadora. O maior

decréscimo verificou-se nas Flores (-10%), sendo que os valores

referentes ao Faial se mantiveram em 28,0%. Os resultados em

termos de média/Açores cifraram-se, em 2009, em -1,0%.

Os valores mais altos no consumo de tabaco, por concelho, foram

registados no Corvo, da ordem dos 43,5%, valor que, apesar de

tudo, foi inferior ao de 2004 (48,0%). O concelho da Praia da

Vitória foi, pelo contrário, o concelho onde o consumo de tabaco

registou o valor mais baixo, 24,7%, tendo-se verificado, de igual

modo, uma descida no consumo em relação a 2004 (27,9%).

O consumo de tabaco por concelho evidenciou, à semelhança do

que sucedeu relativamente ao consumo de droga e álcool,

assimetrias significativas.

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PRPCD 2010-2012

29

Quanto à idade de início do consumo de tabaco nos Açores,

mantém-se em destaque o grupo etário 15-20 anos, que em 2009

atinge 58,7% das pessoas que iniciaram essa prática, logo

seguido pelo grupo etário 14 e menos anos, com valores da

ordem dos 34,7%. O início do consumo de tabaco é bastante mais

baixo no grupo dos 21-25 anos, (3,9% em 2009, contra 13,0% em

2004). Os dados relativos à idade de inicio do consumo de tabaco,

por ilhas, evidenciam um aumento do número de iniciados no

consumo de tabaco quer aos 14 e menos anos (10,4% em 2004;

11,7% em 2009), quer aos 15-20 anos (17,6% em 2004; 19,8%

em 2009), com os valores mais altos a serem registados, em

2009, no primeiro grupo, Corvo (19,6%) e Santa Maria (18,2%) e

no segundo grupo, nesta mesma ilha (29,2%) e na ilha de S.

Miguel (24,2%).

No que concerne ao consumo de tabaco propriamente dito, por

idades, o estudo revelou que existem alterações significativas nas

idades de prevalência dos consumos, relativamente às idades de

início. É no grupo etário dos 21-25 anos que se regista o valor

mais elevado (14,9%), seguindo-se-lhe o grupo etário 26-30 anos

(14,5%); 31-35 anos (13,4%); 36-40 anos (12,9%); 41-45 anos

(11,8%); 15-20 anos (11,2%); 46-50 anos (10,6%); 51 e + anos

(6,2%) e 14 e menos anos (4,5%).

O panorama que agora se finalizou procurou dar uma visão

abrangente relativamente a estes três grandes problemas de

saúde que, como é publicamente reconhecido, vão desde as

questões de saúde individual (física e mental) dos consumidores,

aos problemas de relacionamento e de violência, passando pelas

questões de absentismo laboral e escolar, bem como pelos

acidentes, entre outros, e para cuja solução se espera que este

Plano contribua

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PRPCD 2010-2012

30

1. PLANO ESTRATÉGICO

1.1. ASPECTOS GERAIS DO PLANO

1.1.1. Princípios Orientadores da Estratégia Regional

A definição do presente Plano inscreve-se no enquadramento

Europeu e Nacional e teve em conta, na sua elaboração, as

respectivas estratégias, adaptando-as à realidade da Região e

garantindo, também, o seu alinhamento, o que constitui um novo

modelo de planeamento.

A estratégia da União Europeia de Luta Contra a Droga (UELCD)

para o período 2005-2012, aprovada em Dezembro de 2004,

assenta nos princípios fundamentais do direito da UE, apoiando

os seus valores fundadores, como o respeito pela dignidade da

pessoa humana, pela liberdade, democracia, igualdade,

solidariedade, estado de direito e direitos humanos. A estratégia e

os PA subsequentes tem por objectivo proteger e melhorar o bem-

estar social e individual, defender a saúde pública e oferecer um

elevado nível de segurança aos cidadãos e ainda adoptar uma

abordagem equilibrada e integrada sobre o problema da droga. A

referida estratégia, cujo objectivo é valorizar as estratégias

nacionais, abrindo igualmente um espaço às dinâmicas e

potencialidades regionais e locais, com vista à organização dos

recursos, definiu três grandes objectivos a implementar até 2012:

Atingir um nível elevado de protecção da saúde, de bem-

estar e de coesão social complementando a acção dos

estados membros em matéria de prevenção e redução do

consumo de droga, da dependência e das consequências

nefastas da droga em termos sociais e de saúde;

Garantir um elevado nível de segurança para o público em

geral, adoptando medidas contra a produção de droga, o

tráfico internacional e o desvio de precursores e intensificar

a acção preventiva contra a criminalidade

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PRPCD 2010-2012

31

relacionada com a mesma através, de uma cooperação

eficaz alicerçada numa abordagem conjunta;

Reforçar os mecanismos de coordenação da UE de forma

a garantir a complementaridade das medidas adoptadas a

nível internacional e regional e assegurar que contribuem

para a eficácia da política em matéria de droga dentro da

UE e nas suas relações com os outros parceiros

internacionais.

Em Portugal, o Plano Nacional Contra a Droga e as

Toxicodependências 2005-2012 (PNCDT 2005-2012) inscreve-se,

também, num enquadramento multilateral e comunitário

adaptando-os à realidade nacional. À semelhança da opção

Europeia, o Plano (estratégico) Nacional 2005-2012 foi

complementado por um PA 2005-2008, seguido da sua avaliação

e impacto e, posteriormente, por um novo PA para o período

2009-2012. Desse processo avaliativo emergiram linhas de força

como a centralidade na pessoa humana, a parceria activa com a

sociedade civil, a proactividade e politicas de proximidade, a

prevenção em meio escolar e familiar, o reconhecimento de que o

tratamento resulta, a necessidade de planos de acção nacionais e

sectoriais, de planos e respostas integradas, do combate ao

tráfico, da eficácia da dissuasão, da construção de conhecimento,

de novas respostas a novas dependências e a responsabilidade

partilhada.

No âmbito da OMS, com vista à implementação de políticas

preventivas ligadas aos problemas do álcool, foi criado o

European Alcohol Action Plean (WHO, 1992) e a Carta Europeia

sobre o Consumo de Álcool (WHO, 1995) com ―dez estratégias‖

de abordagem, aprovada pela Conferencia Europeia (Health

Society and Alcohol). As linhas de orientação definidas pela OMS

para a redução do uso nocivo de álcool assentam, também, em

políticas e planos de acção nacionais. Ao nível europeu foi

aprovada, em 2001, a Declaração de Álcool e Jovens e em 2006 a

CE adoptou uma Estratégia para apoiar os Estados-Membros na

minimização dos seus efeitos.

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PRPCD 2010-2012

32

Em Portugal o Plano Nacional de Saúde 2004-2010 reforçou a

necessidade de ser definido um Programa Nacional de Prevenção

dos Problemas Ligados ao Álcool e de um PA para a sua redução.

Quanto ao tabagismo este mantém-se, também, no topo das

prioridades a nível mundial (OMS), da UE e nacional.

A OMS lançou, em 1999, a preparação de uma Convenção –

Quadro de Luta Anti-tabaco, assinada na 56ª Assembleia Mundial

da Saúde, em Maio de 2003, a qual foi subscrita por Portugal. A

nível Europeu são de salientar medidas, como o Programa

Europeu Contra o Cancro, a publicação de directivas do Conselho

em matéria de tabaco e existência de campanhas 31, com vista a

inibir o consumo de tabaco, nomeadamente junto das camadas

mais jovens constituindo, por isso, quer a educação, quer a

comunicação, instrumentos por excelência na estratégia da UE na

luta contra o consumo de tabaco.

Neste Plano foram considerados documentos estruturais como a

Estratégia da UELCD, o PA da UE que a operacionaliza e os

Planos Estratégicos Nacionais e de Acção, e ainda as estratégias

nacionais para a prevenção e controlo do consumo de tabaco e

álcool.

1.1.2. Natureza e Princípios Organizadores do Plano

O processo de construção e implementação do PRPCD é uma

prioridade da DRPCD, nasce em consonância com a reflexão

necessária sobre a situação da RAA em matéria de dependências

e as recomendações e orientações nacionais e internacionais

sobre política de saúde e preconiza o envolvimento de um amplo

leque de intervenientes e actores. Vários níveis de participação,

de interesse e de representação contribuem para a evolução da

saúde da população: da administração regional ao prestador de

cuidados de saúde e ao cidadão, das instituições regionais às

locais, do sector público ao social e privado, da sociedade

científica às organizações não governamentais.

31. Primeira campanha 2005 ‖HELP

– Para uma vida sem tabaco‖.

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PRPCD 2010-2012

33

O PRPCD, no que respeita ao consumo de substâncias

psicoactivas lícitas e ilícitas, centra-se essencialmente na redução

da procura – Prevenção, Dissuasão, Redução de Riscos e

Minimização de Danos (RRMD), Tratamento e Reinserção 32 e é

complementada por temas horizontais como a coordenação, a

cooperação, a informação e a formação e avaliação. Estes eixos

são entendidos como áreas transversais na medida em que

perpassam e apoiam as propostas e práticas dos outros eixos

permitindo, deste modo, uma visão integrada que confere uma

legitimação e sustentabilidade global às políticas de intervenção

na área das toxicodependências e do consumo de álcool e tabaco.

Pretende-se, desta forma, aumentar a eficácia das medidas de

redução do consumo da droga, do álcool e do tabaco, melhorando

a capacidade e a qualidade das intervenções de redução da

procura, ou seja, os serviços de prevenção, dissuasão,

tratamento, redução de danos e reinserção. Tal facto implica que

se dê também especial atenção aos grupos vulneráveis e se

previna o policonsumo de drogas (consumo combinado de

substâncias ilícitas e substâncias como o álcool).

Os vectores ou eixos da redução da procura devem obedecer aos

seguintes níveis operacionais de intervenção: Universal, Selectiva

e Indicada, no que respeita aos vectores da Prevenção e

Dissuasão e Global, Especifica e Dirigida para os restantes

vectores.

―As estratégias de intervenção 33 Universal dirigem-se à

população em geral (a nível regional e local) com mensagens,

programas e intervenções que previnam ou atrasem o uso/abuso

de substâncias psicoativas lícitas/ilícitas, fornecendo a todos os

indivíduos a informação e as competências necessárias para

prevenirem e/ou lidarem com o problema.

As estratégias de intervenção Selectiva dirigem-se a subgrupos

ou segmentos da população que apresentam factores de risco

ligados ao uso/abuso de substâncias. O enfoque é posto em

grupos de risco ou em contextos específicos que suscitem

32. ―As fronteiras entre Prevenção,

Tratamento, Redução de Riscos

e Minimização de Danos,

Reinserção e Dissuasão, criadas

por questões ligadas à

organização de serviços que

procurou dar resposta às

solicitações e necessidades em

determinada altura, deverão

esbater-se progressivamente, de

forma a que os técnicos

especializados possam colocar

ao dispor da comunidade os seus

saberes que complementam e

enriquecem as diferentes

abordagens‖. In IDT, PNCDT

2005-2012, 2005.

33. Baseado na classificação

proposta pelo ―Institute of

Medicine‖ (1994) para os tipos

de estratégias preventivas,

adoptada pelo NIDA (1997) e,

posteriormente, pelo OEDT, cit

in IDT, PNCDT 2005-2012,

2005, (pág. 13; 14).

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PRPCD 2010-2012

34

comportamentos de risco (por ex. meios recreativos) e a

intervenção centra-se no grupo, independentemente do grau de

risco de cada um dos indivíduos.

As estratégias de intervenção Indicada dirigem-se a indivíduos

que apresentam sinais precoces de consumo de substâncias ou

outros problemas associados, visando prevenir o abuso, a

continuação do uso e/ou a redução da severidade do abuso de

substâncias.

As estratégias de intervenção Global decorrem dos princípios da

universalidade e diversidade e encontram-se consagradas no

contexto da prestação de cuidados compreensivos e globais a

toxicodependentes, alvo das políticas de Tratamento, RRMD e

(Re)inserção Social. Noção, portanto, ―abrangente‖ que envolve

toda a população toxicodependente, independentemente dos

contextos (individuais, sociais e laborais) ou da comorbilidade que

apresente.

As estratégias de intervenção Especifica (contextos) decorrem do

princípio da selectividade ou exposição ao risco, centrando-se em

cidadãos toxicodependentes que se encontrem temporariamente

em determinados contextos ou situações (menores em risco,

grávidas, reclusos, referenciados às CDT’s, etc.) mas não

possuem, para além do contexto em si, qualquer outro factor de

carácter definitivo que lhe acresça o risco, independentemente

desse factor.

As estratégias de intervenção Dirigida decorrem dos princípios do

humanismo e pragmatismo, descendo o mais profundamente

possível à população que apresenta situações de comorbilidade

de carácter ―definitivo‖ e que, por isso, necessitam de cuidados

especiais no sentido da abordagem integral dos seus problemas

de saúde, minimizando os danos por eles causados e

necessitando de uma abordagem multidisciplinar mais alargada no

seu ―continuum‖ bio psicossocial (portadores de comorbilidade

orgânica e/ou psíquica, estigmatizados/excluídos, etc.).

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PRPCD 2010-2012

35

Estas nomenclaturas e a nova forma de perspectivar as áreas

estratégicas podem clarificar as intervenções futuras, evitando as

abordagens sectoriais que têm privilegiado a tradicional trilogia da

prevenção primária, secundária e terciária‖.

1.1.3. Estratégias Locais de Intervenção

O modelo de intervenção preconizado baseia-se no

desenvolvimento de Estratégias Locais de Intervenção (ELI),

tendo em vista o aproveitamento do potencial de criatividade das

estruturas organizacionais locais, aproveitando, de igual modo, a

riqueza das intervenções ou projectos que vêm sendo trabalhados

e desenvolvidos na Região.

O desenvolvimento de ELI, devidamente apoiadas e certificadas, é

uma medida importante na dinamização de parcerias entre

profissionais de saúde, serviço social e todos os outros actores

sociais, no sentido de promover a mobilização e co-

responsabilização social na resolução dos problemas da

comunidade.

As ELI correspondem a instrumentos de base geodemográfica em

que todos os recursos – públicos, sociais e privados – existentes

ao nível local (ilha, concelho, freguesia) são mobilizados num

esforço organizado entre vários parceiros locais. Cada ELI define

os seus Planos de Acção Integrada (PAI) baseados no

conhecimento das necessidades concretas a nível local em

consonância com os diagnósticos efectuados e com as

orientações estratégicas e operacionais contidas neste Plano, de

forma coerente e articulada.

Tendo em conta estes princípios orientadores pretende-se que as

ELI potenciem as sinergias a nível local através da implementação

de respostas integradas, ou seja, através de intervenções que

integram respostas interdisciplinares, de acordo com os vectores

ou eixos da Redução da Procura (Prevenção, Dissuasão,

Tratamento, RRMD e Reinserção) e que decorrem dos resultados

do diagnóstico local identificados como prioritários 34.

34. Anexo I – Guião para

Elaboração de Diagnósticos

com vista à Implementação de

ELI adoptado/adaptado do

Guião para Identificação de

Territórios – Fase 1 e Guião

para o Diagnóstico do Território

– Fase 4 (PORI) do IDT.

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PRPCD 2010-2012

36

A concepção dos PAI deve basear-se numa ordem coerente de

operações sequentes, ou seja, de modo a assegurar que exista

uma relação lógica entre as necessidades diagnosticadas, as

estratégias/medidas implementadas, os objectivos, os indicadores

e a avaliação dos resultados decorrentes das acções planeadas.

Figura 1 - Esquema do Modelo Lógico para a concepção dos

Planos de Acção Integrada ¹

¹ Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P. Plano Operacional de Respostas

Integradas (PORI)

Cada PAI define um conjunto de metas que incorporam as

grandes prioridades regionais, dando enfoque, em particular, às

questões especificamente locais. Esta metodologia compreende

uma sequência de fases – diagnóstico, planificação,

implementação, acompanhamento e avaliação. O diagnóstico

deverá partir da identificação de problemas associados a factores

de risco do domínio comunitário, sociocultural e individual, para

posterior identificação dos factores de protecção 35.

Por se reconhecer a riqueza das intervenções conjuntas na

comunidade torna-se necessário promover as Boas Práticas e

melhorar e apoiar outras. As ELI podem acrescentar aspectos

35. Análise dos factores de risco e

protecção Grelha 5: Exemplos

de factores de risco e de

protecção Guião para

Elaboração de Diagnósticos

com vista à Implementação de

ELI – Anexo I.

Informação sobre:

Grupos Alvo

Situação da Comunidade

Hipóteses de Trabalho

Modelos Teóricos

Componentes (Definição de conteúdos)

Diagnóstico de necessidades

Objectivos 1 2 3

Objectivos 1 2 3

Avaliação de Resultados 1 2 3

Teste de Exequibilidade

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PRPCD 2010-2012

37

centrais consubstanciados na reorganização dos recursos

disponíveis, potenciando as suas mais-valias em função das

necessidades identificadas, baseadas numa metodologia

sistematizada em relação às metas e à monitorização e ainda num

sistema de informação e comunicação.

O desenvolvimento de redes de comunicação assegura a

circulação de informação de forma activa entre todos os actores

sociais envolvidos e, de forma convergente, apoiando a tomada

de decisão a todos os níveis, traduzindo-se em inovação e acção.

Estas redes de comunicação operam, assim, como ―sistemas de

aprendizagem social‖, onde os participantes se interligam para

resolver problemas, partilhar ideias, construir instrumentos de

avaliação e desenvolver novas parcerias.

As ELI conferem às comunidades locais autonomia para definirem

e implementarem a sua própria estratégia, permitindo, no entanto,

a necessária expressão local ao PRPCD, competindo à DRPCD:

Elaborar, através de estudos regulares, o levantamento da

situação epidemiológica regional, das necessidades, dos

recursos e práticas, com vista à definição de políticas no

âmbito do consumo de substâncias psicoactivas lícitas e

ilícitas, sem prejuízo da realização de diagnósticos locais;

Mobilizar e implicar as entidades públicas e privadas ao

nível regional e local, com vista a uma intervenção

integrada;

Constituir ―equipas‖ responsáveis pelos diagnósticos, as

quais devem ser compostas por elementos com

conhecimentos, experiências e competências;

Promover a articulação estratégica, a nível local, das várias

dimensões no âmbito do consumo de substâncias

psicoactivas lícitas/ilícitas, designadamente da Prevenção,

da Dissuasão, da RRMD, do Tratamento e da Reinserção;

Definir e ou reequacionar áreas de articulação

intersectoriais, nomeadamente no que respeita ao álcool,

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PRPCD 2010-2012

38

tabaco, saúde mental, atendimento de jovens em risco ou

em início de consumos;

Melhorar a qualidade e os mecanismos de certificação,

nomeadamente reforçando a formação dos técnicos

intervenientes, implementando a avaliação contínua e

definindo linhas orientadoras para as diferentes áreas de

intervenção.

1.1.4. Parcerias - Rede Externa de Suporte às

Estratégias Locais de Intervenção

A universalidade, o acesso a cuidados de saúde de qualidade, a

equidade e a solidariedade são valores fundamentais partilhados

por todos os sistemas de saúde. Dando continuidade aos valores

fundamentais contidos nas estratégias que constam deste Plano

pretende-se maximizar os ganhos em saúde através do

alinhamento e integração de esforços sustentados de todos os

sectores da sociedade açoriana:

Dentro e fora da saúde;

Individuais, familiares, associativos e comunitários;

Públicos, Privados e Sociais.

As estratégias de prevenção e combate às dependências devem

ser concebidas com base em parcerias cujas intervenções

concorrem para a complementaridade das acções, motivadas pela

existência de objectivos comuns, partilhando e disponibilizando

vários recursos – conhecimento, oportunidade, logísticos,

financeiros, humanos, etc. ―É, portanto, um processo de acção

que se desenvolve em várias fases e assenta numa lógica de

horizontalidade, de cooperação e de responsabilidades

partilhadas e, por isso, requer uma negociação constante e uma

avaliação contínua‖ 36.

36. Roque Amaro, 1997, cit in IDT,

Documento de Apoio – PORI,

(pág. 15).

Page 40: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

39

Figura 2 - Rede Externa de Suporte às Estratégias Locais de

Intervenção, na RAA - Parcerias

SRS

DRPCD

CDT

Hospitais

Centros de

Saúde

Autarquias

Estabelecimentos

Prisionais

Câmaras do

Comércio

Departamentos

do Governo

Segurança

Social

Casas de

Saúde

Tribunais

Instituições Privadas

Tratamento Comissões Protecção

Crianças e Jovens Centros de

Adictologia

SRS—DRS

Forças de

Segurança

Cidadãos

Emprego

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PRPCD 2010-2012

40

1.2. ÁREAS PRIORITÁRIAS DE INTERVENÇÃO

1.2.1. Estratégias de Intervenção no âmbito da

“Redução da Procura” de substâncias

psicoactivas lícitas e ilícitas

O desenvolvimento de ELI constitui a forma mais adequada para a

percepção das realidades dos fenómenos locais, pelo que se deve

partir do diagnóstico das necessidades com vista à construção de

planos de intervenção, através da implementação de PAI, ou seja,

de intervenções que integrem abordagens e respostas

interdisciplinares, com alguns ou todos os eixos da Redução de

Procura.

Os principais aspectos a considerar na reorganização estratégica

das intervenções no âmbito da Redução da Procura são:

Centralidade no cidadão;

Intervenção local/Disseminação de ELI;

Fomento de abordagens ou intervenções integradas a nível

interno, ou seja, no âmbito da DRPCD, nomeadamente

através da apreciação ou reapreciação de Programas ou

PAI;

Intervenções integradas a nível externo, ou seja, no âmbito

das parcerias públicas, sociais e privadas, nomeadamente

com a criação de protocolos definidores de linhas

orientadoras de articulação;

Melhoria da qualidade e mecanismos de certificação

capazes de aumentar, também, a qualidade da

intervenção preventiva através da reforma da componente

técnico-científica e metodológica (incrementar projectos /

programas homologados pela DRPCD).

No que respeita à Dissuasão e tendo em conta que a Lei nº

30/2000, 29 de Novembro, regulamentada pelo Decreto

Legislativo Regional nº 7/2001/A, de 27 de Abril, descriminalizou o

consumo de estupefacientes, substituindo as penas por sanções

de mera ordenação social, pretende-se que a operacionalização

Page 42: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

41

do quadro legal e normativo em vigor contribua para a redução do

consumo de drogas ilícitas, nomeadamente, através de um

trabalho de proximidade e de mediação entre as situações de

consumo e a aplicação de medidas sancionatórias,

consubstanciado nas competências das CDTs.

A Dissuasão visa, assim, garantir a eficiência na aplicação da lei,

estabelecer e manter a dinâmica de articulação entre parcerias

que trabalhem na área da toxicodependência para que se

assegure a complementaridade das intervenções específicas de

cada serviço a nível local e melhore o conhecimento científico

nesta área.

Relativamente à RRMD ela visa, por um lado, prevenir o

aparecimento de sequelas, isto é, de danos provocados pelo

consumo e, por outro, existindo esses danos, minimizá-los,

prevenindo, de igual modo, o seu agravamento. A necessidade de

intervenção, no âmbito das políticas de RRMD deve pautar-se por

um modelo de intervenção de proximidade, em que o principal

objectivo do ―trabalho de rua‖ é minimizar os efeitos negativos do

uso de drogas ilícitas, numa lógica de saúde pública, ou seja, com

vista a servir o bem comum da comunidade. As estratégias de

intervenção do modelo de proximidade devem, pois, contemplar a

proximidade local e a proximidade ao indivíduo. Uma das

principais características do trabalho de rua consiste no facto dos

utilizadores de drogas serem contactados por técnicos, pares ou

voluntários nos seus contextos habituais, na rua, em festas, etc.

O modelo de intervenção de proximidade deve respeitar princípios

de acção estratégicos como a cidadania, o diálogo, a relação, a

negociação, a educação para a saúde, a mudança de

comportamentos de risco e hábitos de consumo e o acesso aos

serviços de saúde.

Os vectores – Prevenção, Tratamento e Reinserção – que

constituem as áreas privilegiadas de intervenção consideradas

neste Plano serão desenvolvidos nos pontos 1.2.2., 1.2.3. e 1.2.4.

37.

37. Com base nas estratégias do

PNCDT 2005-2012 e Eixos de

Intervenção: Componente

Técnica e Financeira (EICTF) –

PORI, IDT.

Page 43: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

42

No que concerne à resolução dos problemas ligados ao álcool

consideram-se áreas prioritárias de intervenção as que vão de

encontro às áreas das estratégias Europeia e Nacional, e que se

cruzam com as áreas transversais e de missão referidas e

preconizadas para a abordagem das toxicodependências,

centradas no cidadão, no diagnóstico da situação a nível local,

nas abordagens e respostas integradas e nas parcerias, bem

como, na melhoria da qualidade e mecanismos de certificação, a

saber:

i. Proteger jovens, crianças e crianças por nascer;

ii. Reduzir o número de sinistrados devidos a acidentes de

viação provocados pelo álcool;

iii. Prevenir os efeitos nocivos do álcool nos adultos e reduzir

as repercussões negativas no local de trabalho;

iv. Informar, educar e sensibilizar para as consequências dos

padrões de consumo de bebidas alcoólicas nocivos e

perigosos, bem como para os padrões de consumo

aceitáveis;

A intervenção junto de jovens, crianças e grávidas visa diminuir a

exposição ao álcool e as suas consequências nefastas em

crianças por nascer e em crianças inseridas em famílias com

problemas ligados ao álcool e reduzir o consumo de bebidas

alcoólicas pelas crianças e jovens, considerando o tipo de

consequências que o seu consumo provoca nestes grupos, no

próprio e em terceiros.

A sinistralidade rodoviária constitui, também, uma das áreas

prioritárias de intervenção e visa contribuir para a diminuição do

número de sinistrados devido a acidentes rodoviários sob

influência de álcool, bem assim como a intervenção junto de

adultos em meio laboral a fim de prevenir os seus efeitos nocivos

nestes indivíduos e reduzir as suas repercussões negativas no

local de trabalho.

Na área dos problemas ligados ao consumo do álcool a

prevenção, a comunicação e a educação devem aliar, num

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PRPCD 2010-2012

43

processo contínuo, a inovação e a qualidade nas práticas mais

adequadas em função do setting a que se destinam,

nomeadamente, as referenciadas para todas as áreas de

intervenção a que se aludiu, devendo, também, privilegiar-se o

reforço da fiscalização para assegurar a rigorosa aplicação das

leis actualmente em vigor, ou mesmo a proposta de revisão da

legislação em função do diagnóstico da situação, sujeito a

alterações.

A abordagem ao tabagismo, dada a multiplicidade de factores

implicados na sua génese, requer uma combinação integrada de

múltiplas estratégias, centradas na prevenção da iniciação do

consumo, na promoção da cessação, no encaminhamento

(acesso) das pessoas que pretendam deixar de fumar aos

programas de apoio existentes ou que venham a ser criados, na

protecção da exposição ao fumo ambiental e na criação de climas

sociais e culturais favoráveis à adopção de estilos de vida

saudáveis, nomeadamente através da educação e informação

para a saúde.

A Convenção - Quadro para o Controlo do Tabaco da OMS,

adoptada por Portugal em Novembro de 2005 38 e pela RAA em

2008, contempla as principais medidas que deverão ser

adoptadas pelos governos no sentido de prevenir e controlar este

grave problema de saúde pública.

―De todas as medidas, o aumento do preço dos produtos do

tabaco é aquela que apresenta a maior efectividade, em particular

nos adolescentes e grupos economicamente mais débeis. A

proibição total da publicidade e do patrocínio aos produtos do

tabaco, as disposições legais de restrição de fumar em locais

fechados e a promoção da cessação tabágica constituem

abordagens igualmente efectivas e que devem ser alvo de um

forte investimento‖ 39.

Um importante benefício indirecto das políticas anti-tabaco é o

aumento da sensibilização das pessoas para os perigos do

tabagismo activo e passivo, contribuindo para a ―desnormalização‖

38. Decreto nº 25-A/2005, 08 de

Novembro;

Decreto Legislativo Regional nº

15/2008/A, 11 de Junho.

39. - Prahbat, J., e Chaloupka, F. J.,

«Curbing the epidemic:

Governments and the

economics of tobacco control»,

Nova Iorque, World Bank, 1999,

cit In DGS, Cessação Tabágica

– Programa – tipo de actuação,

2007, (pág. 24).

- Hopkins, D. P., et al., «The

Task force on Community

Preventive Services, Reviews of

evidence regarding interventions

to reduce tobacco use and

exposure to environmental

tobacco smoke», Am J Prev

Med, 2001; 20(2s):17-86,

ibidem.

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PRPCD 2010-2012

44

do tabaco na sociedade, podendo, igualmente, contribuir para a

diminuição das desigualdades no plano da saúde.

Figura 3 - Estratégias de Prevenção e Controlo do Tabagismo²

1.2.2. Prevenção

Na área da prevenção do consumo de substâncias psicoactivas a

identificação dos factores de risco e de protecção nos grupos alvo

de intervenção (individual, família, escola e comunidade) permite

identificar, de igual modo, as ―vulnerabilidades‖ e as

―potencialidades‖ existentes, com vista ao planeamento ajustado

das acções/estratégias de intervenção. Assim, um dos principais

objectivos na área da prevenção é a alteração do equilíbrio entre

factores de risco e os de protecção, tendo em vista a

População em

geral

Iniciação do

Consumo

Dependência do

tabaco

Exposição ao fumo

ambiental

Morbilidade e

mortalidade

Estratégias para

reduzir a iniciação do

consumo

Estratégias para

promover a cessação

tabágica

Estratégias visando a

criação e a manutenção

de ambientes livres de

fumo do tabaco

Fonte: Adaptado de Hopkins, D.P., et al., e ―The Task Force on Community Preventive Services. Reviews of evidence regarding interventions to reduce tabacco use and exposure to environmental tabacco smoke‖, in Am J Prev Med, 2001; 20(2s): 16-66.

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PRPCD 2010-2012

45

superação destes relativamente aos primeiros havendo, ainda, a

considerar os seguintes objectivos relativamente à prevenção:

i. Aumentar a abrangência, a acessibilidade, a eficácia e a

eficiência dos programas de intervenção;

ii. Aumentar o conhecimento sobre o fenómeno dos

consumos de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas de

forma a adequar as intervenções.

Níveis operacionais de intervenção

Os PAI devem considerar conceptualmente, de acordo com as

necessidades identificadas no diagnóstico, um ou vários níveis

operacionais de intervenção.

a) Prevenção Universal

―Os Programas de Prevenção Universal dirigem-se a grandes

grupos da população em geral, sem que se tenha apurado a

existência de risco de uso / abuso de substâncias psicoactivas‖ 40

(pág. 23).

b) Prevenção Selectiva

A Prevenção Selectiva tem como população-alvo grupos

vulneráveis que se encontram em maior risco de desenvolverem

problemas relacionados com o consumo de substâncias

psicoactivas, visando prevenir comportamentos mais

problemáticos de consumo dessas substâncias e a exclusão

social antes que surja a necessidade de tratamento 41.

c) Prevenção Indicada

A Prevenção Indicada tem por objectivo identificar e intervir junto

de indivíduos que possam aparentar sinais de abuso precoce de

substâncias psicoactivas e outros problemas comportamentais e

abrangê-los com intervenções específicas, com vista a intervir no

abuso de substâncias psicoactivas como um comportamento, mas

a um nível anterior à necessidade de tratamento 41.

40. In IDT, EICTF – PORI, s.d..

41. EICTF – PORI, s.d..

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PRPCD 2010-2012

46

Grupos – Alvo e contextos de intervenção 41

Os projectos de prevenção devem abranger todos os tipos de

uso/abuso de drogas quer individualmente quer em conjunto,

incluindo o consumo precoce de drogas legais e a obtenção e uso

inapropriado de substâncias obtidas legalmente ou de

medicamentos utilizados fora do contexto terapêutico e ainda o

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ser dirigidos aos

principais grupos – alvo mais comuns nas áreas de prevenção

selectiva e indicada 42, a saber:

Jovens com comportamentos desviantes;

Grupos vulneráveis em bairros socialmente desfavorecidos;

Famílias problemáticas / em risco / em situação de

vulnerabilidade;

Frequentadores de Espaços Recreativos;

Jovens em situação de abandono escolar / jovens em

situação de insucesso escolar ou que estejam em risco de

desistir.

Assim, os contextos de intervenção mais comuns são a família, a

escola e a intervenção na comunidade, não obstante os contextos

de intervenção deverem estar contemplados nos PAI de acordo

com o diagnóstico local, ou seja, a problemática neles encontrada,

determinante da intervenção a realizar e metodologias a utilizar.

Meio Familiar

A intervenção em meio familiar deve ter em conta a monitorização

e a supervisão parental na prevenção do consumo de substâncias

psicoactivas lícitas e ilícitas; a educação e a informação

adequadas sobre substâncias psicoactivas para pais e

educadores e as intervenções universais dirigidas às famílias,

uma vez que podem mudar de forma positiva comportamentos

parentais específicos que mais tarde podem vir a reduzir riscos de

abuso dessas substâncias.

42. O OEDT, no PERK apresenta

informação e cenários

referentes a grupos – alvo mais

comuns na área da prevenção

selectiva e indicada.

Page 48: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

47

Meio Escolar

Enquanto contexto de socialização a escola possui um importante

papel na educação e formação dos indivíduos. Relativamente às

características que devem assumir as estratégias preventivas em

meio escolar destacam-se os seguintes princípios, de acordo com

o National Institute on Drugs Abuse (NIDA).

―Os programas de prevenção devem ser desenvolvidos de

forma a intervir precocemente, logo ao nível do pré-

escolar, dirigindo-se a factores de risco de abuso de

substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas, tais como

comportamentos agressivos, competências sociais pouco

adaptadas e dificuldades académicas;

Os programas de prevenção para crianças do 1º Ciclo do

Ensino Básico devem ter por objectivo melhorar a

aprendizagem académica e sócio-emocional

relativamente a factores de risco de abuso de substâncias

psicoactivas lícitas e ilícitas, tais como agressão,

insucesso e abandono escolar. A educação deve tocar o

auto-controlo, sensibilização para as competências

emocionais, comunicação, resolução de problemas

sociais e apoio escolar, especialmente na leitura.

Os programas de prevenção para alunos do 2º ciclo, 3º

ciclo e secundário devem melhorar competências sociais

como os hábitos de estudo e apoio escolar, comunicação,

relações de pares, eficácia, assertividade e resiliência‖ 40

(pág. 31 e 32).

Intervenção na Comunidade

Os princípios de prevenção relativos à intervenção na comunidade

a considerar são:

―Os programas de prevenção dirigidos à população em

geral e a grupos – alvo específicos, tais como jovens em

períodos de transição, podem produzir efeitos benéficos

mesmo entre famílias e crianças de alto risco. Tais

intervenções não isolam populações em risco e por isso

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PRPCD 2010-2012

48

reduzem o risco de marginalização das mesmas,

promovendo a criação de laços entre a escola e a

comunidade;

Os programas de prevenção na comunidade que

combinam dois ou mais programas, tais como os

baseados na família e na escola, podem ter melhores

resultados do que a utilização de um único;

Os programas de prevenção ao nível comunitário dirigidos

à população em múltiplos contextos, tais como escolas,

discotecas, são mais eficazes quando apresentam

mensagens alargadas, de acordo com os contextos e são

coerentes entre si‖ 40 (pág. 32).

Preconizam-se, também, ―intervenções em contextos recreativos,

com carácter preventivo, com vista a reduzir os riscos associados

ao consumo de substâncias psicoactivos ou deles decorrentes,

como sejam acidentes de viação, relações sexuais desprotegidas

ou não desejadas, situações de violência ou outros

comportamentos desajustados, sem esquecer a dissuasão dos

consumos, nomeadamente nos grupos etários mais jovens‖ 40 (pág.

33).

A intervenção a este nível deverá ser encarada em termos de

prevenção selectiva e indicada, com a necessária articulação com

a RRMD e o tratamento.

Podem, ainda, considerar-se intervenções em matéria de uso /

abuso de substâncias psicoactivas lícitas e lícitas, como sejam o

meio universitário, o meio laboral e o meio desportivo, esta última

através de abordagens de carácter universal, selectivo e indicado,

de acordo com as necessidades diagnosticadas.

1.2.3. Tratamento

O tratamento constitui um dos pilares fundamentais de acção

estratégica, para a área das dependências, na diminuição dos

riscos e das consequências dos consumos de substâncias

psicoactivas lícitas e ilícitas 43.

43. A cessação tabágica

(tratamento) é feita no âmbito

das consultas do SRS.

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PRPCD 2010-2012

49

Esta área de missão norteia a sua intervenção tendo por base:

―Garantir, a toda a população que o deseja, acesso em

tempo útil a respostas terapêuticas integradas;

Disponibilizar uma oferta diversificada de programas de

tratamento e de cuidados, contemplando uma vasta gama

de abordagens psicossociais e farmacológicas, orientadas

por princípios éticos e pela evidência científica;

Implementar um processo de melhoria contínua da

qualidade a nível de todos os programas e intervenções

terapêuticas‖ 44 (pág. 45 e 46).

A DRPCD deverá estabelecer uma apropriada articulação com

estruturas e serviços existentes, dentro e fora da região. No caso

dos problemas ligados ao consumo de álcool, esta articulação

deverá ser feita com as estruturas existentes na RAA nas áreas

da saúde mental, no sentido de possibilitar a melhor rede

assistencial de unidades às populações identificadas como

carenciadas.

Os serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento,

urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de

assistência social, especialmente os Centros de Saúde/Unidades

de Saúde de Ilha (CS/USI), CDT(s)) são importantes portas de

entrada para o tratamento e devem assumir-se como elementos

essenciais de uma resposta integrada para este eixo e no

encaminhamento adequado dos utilizadores dentro do sistema e

na sua adesão aos serviços oferecidos.

Na referenciação para o tratamento, os CS/USI e os seus

profissionais, nomeadamente os médicos, são um elo fundamental

para a abordagem dos problemas ligados aos consumos de

drogas, álcool e tabaco, devendo contribuir na identificação das

repercussões físicas, psicológicas e sociais ligadas ao uso / abuso

destas substâncias e informar o utente sobre a doença e

consequências, propondo soluções ajustadas ao significado

individual e ao contexto situacional.

44. In IDT, PNCDT 2005-2012.

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PRPCD 2010-2012

50

Além dos serviços de acesso tradicionais os serviços comunitários

estruturados (linhas de informação, grupos de auto-ajuda, etc.)

são, também, importantes parceiros na referenciação para o

tratamento, para além das estruturas que prestam serviço junto da

comunidade (troca de seringas, CDTs, Equipas de RRMD, etc.).

Figura 4 - Rede Externa de Suporte ao Tratamento, na RAA

SRS

DRPCD

CDT

Hospitais Centros de

Saúde

Autarquias

Instituições

Privadas de

Solidariedade

Social

Farmácias

Tribunais

Equipas de

Rua

Equipas de

Saúde

Mental

Instituições

Privadas

Tratamento

Comissões Protecção

Crianças e

Jovens

Departamentos

Governamentais

Institutos das

Ordens Religiosas /

Casas de Saúde

Estabelecimentos

Prisionais

Centros de

Dia

Centros de

Adictologia Comunidades

Terapêuticas

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PRPCD 2010-2012

51

Fluxograma 1 Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para

tratamento, na área de influência do Hospital do Divino Espírito Santo — Ilha de Santa Maria —

1 — Na Ilha; 2 — Noutra Ilha e 3 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital do Divino Espírito Santo

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

2 3 1

CS Vila do Porto

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PRPCD 2010-2012

52

Fluxograma 2

Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento, na área de influência do Hospital do Divino Espírito Santo

— Ilha de S. Miguel —

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

1 — Na Ilha; 2 — Noutra Ilha e 3 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

CS Nordeste CS Ponta Delgada CS Povoação CS Ribeira Grande CS Vila Franca do Campo

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital do Divino Espírito Santo

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

2 3 1

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PRPCD 2010-2012

53

Fluxograma 3 Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para

tratamento, na área de influência do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo — Ilha Terceira —

1 — Na Ilha; 2 — Noutra Ilha e 3 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

CS Angra do Heroísmo CS Praia da Vitória

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

2 3 1

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

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PRPCD 2010-2012

54

Fluxograma 4 Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para

tratamento, na área de influência do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo — Ilha Graciosa —

1 — Na Ilha; 2 — Noutra Ilha e 3 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento

clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

CS Stª Cruz da Graciosa

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

2 3 1

Page 56: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

55

Fluxograma 5 Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para

tratamento, na área de influência do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo — Ilha de São Jorge —

1 — Na Ilha; 2 — Noutra Ilha e 3 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

2 3 1

US Ilha São Jorge

Page 57: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

56

Fluxograma 6 Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para

tratamento, na área de influência do Hospital da Horta — Ilha do Pico —

1 — Noutra Ilha e 2 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital da Horta

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia

do HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

1 2 1

US Ilha do Pico

Page 58: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

57

Fluxograma 7 Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para

tratamento, na área de influência do Hospital da Horta — Ilha do Faial —

1 — Noutra Ilha e 2 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

CS Horta

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital da Horta

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

1 2 1

Page 59: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

58

Fluxograma 8 Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para

tratamento, na área de influência do Hospital da Horta — Ilha das Flores / Corvo —

1— Noutra Ilha e 2 — Fora da Região = Ordem de prioridade.

Nota: Finda a deslocação para tratamento, o serviço de origem continua responsável pelo acompanhamento clínico do utente.

* Anexo II – Listagem das Comunidades Terapêuticas para referenciação de pessoas com problemas de

consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente.

CS Stª Cruz das Flores

Serviços que referenciam pessoas com problemas de toxicodependência ou com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento: i) serviços de acesso tradicionais (centros de atendimento, centros de saúde, urgências hospitalares, serviços de justiça e serviços de assistência social); ii) serviços

sociais, assistenciais, legais e outros serviços comunitários estruturados (linha de ajuda e informação, grupos de auto-ajuda, centros de acolhimento, serviços criminais); iii) serviços prestados junto da

comunidade (troca de seringas, equipas de redução de riscos e minimização de danos); iv) CDT(s).

Hospital da Horta

Casa de Saúde S.

Rafael (ISJD)

Casa de Saúde do

Espírito Santo

Centro de Adictologia do

HSEAH

RENASCER (AA)

...

Casa de Saúde S.

Miguel (ISJD)

ALTERNATIVA (ACD)

Centro Villa dos Passos

NOVODIA (APMJR)

ARRISCA

...

Comunidades Terapêuticas Convencionadas: *

Continente

1 2 1

Page 60: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

59

1.2.4. Reinserção

A reinserção social tem como função apoiar os indivíduos no

restabelecimento do equilíbrio individual e na aquisição da

autonomia e liberdade na condução das suas vidas. Nos

processos de reabilitação afigura-se como um factor indispensável

nas intervenções integradas a articulação entre as diferentes

áreas de missão implicadas.

―A reinserção deve ser, por conseguinte, considerada parte

integrante e complementar do Tratamento, da Prevenção, da

Dissuasão, mas também da RRMD‖ 44 (pág. 46) e deve ser vista

como um processo global que se inicia quando o indivíduo

assume que tem um problema e que precisa de mudar os seus

hábitos de vida. É, por um lado, um processo de carácter

individualizado, uma vez que cada indivíduo tem uma história

única que pressupõe o estudo das suas carências e recursos

pessoais e sociais com vista a determinar os objectivos e

estratégias a negociar com ele, mas que, por outro lado, exige

uma abordagem sistémica e comunitária, ou seja, partindo do

meio social em que o indivíduo se situa, dinamizando a rede de

parceiros locais 41.

Os sistemas sociais aparecem neste âmbito como uma dimensão

que pode potenciar e facilitar os processos de inserção dos

indivíduos em Reinserção. O caminho deve basear-se numa

lógica onde a intervenção tenha em conta as causas

efectivamente associadas a estes fenómenos, procurando

estratégias globais, que contemplem as diversas dimensões da

realidade dos actores e dos sistemas sociais e que actuem

estruturalmente nos problemas dos indivíduos e das sociedades.

Não existindo um modelo de intervenção único aplicável a todas

as situações de consumidores de substâncias psicoactivas ilícitas

ou com problemas de consumo de álcool, em processo de

reinserção, isso implica que, no âmbito das ELI, se proceda a

adaptações às necessidades e possibilidades dos diferentes

indivíduos e dos diferentes contextos sociais, ou seja, que se tome

Page 61: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

60

em conta as especificidades de cada local, a população – alvo e o

perfil dos técnicos, devendo estar subjacentes, no entanto, as

linhas orientadoras para a intervenção social contidas neste

Plano.

No âmbito das ELI o desenvolvimento de uma intervenção em

rede, de modo integrado, traduz-se na identificação e estreita

colaboração com os parceiros com responsabilidade nesta área,

apostando no trabalho em equipa e na flexibilidade de respostas.

Neste contexto, as entidades empregadoras, e também as

entidades formativas, apresentam-se como parceiros

fundamentais neste processo, que a todos implica de igual modo.

Dimensões da intervenção 41

Intervir em reinserção implica actuar ao nível do indivíduo e dos

sistemas sociais.

1. O indivíduo no centro de acção

O desenvolvimento pessoal, a promoção da saúde e bem-estar e

a inserção social dos indivíduos dependentes de substâncias

psicoactivas lícitas/ilícitas passa por inverter o quadro disfuncional

em que vivem e por promover a reparametrização das suas

rotinas quotidianas, desenvolver competências sociais e intervir

junto das suas famílias enquanto dimensões fundamentais

facilitadoras e potenciadoras das mudanças. Deste modo, deve

procurar garantir-se o exercício pleno dos direitos e deveres de

cidadania, no respeito pela dignidade e liberdade de escolha dos

indivíduos.

Face ao exposto considera-se que as intervenções no âmbito

desta dimensão devem centrar-se na mediação para a cidadania,

nas competências pessoais e sociais e nas competências pré-

profissionais.

a) Mediação para a cidadania

―Para a concretização do processo de reinserção é necessário

que o indivíduo disponha de condições de vida básicas, de modo

Page 62: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

61

a poder exercer a condição de cidadão de plenos direitos e

deveres. Importa, por isso, garantir o acesso à saúde, à habitação,

à protecção social e à cidadania, para se poder negociar e

contratualizar com o indivíduo objectivos de inserção e de

autonomização‖ 40 (pág. 97).

Esta dimensão tem, assim, por objectivo melhorar as condições

habitacionais, de saúde e de subsistência, de acordo com as

necessidades pessoais.

b) Competências pessoais e sociais

O desenvolvimento de competências pessoais e sociais tem por

―finalidade desenvolver no indivíduo a capacidade de se relacionar

consigo e com os outros sem a mediação das substâncias, sendo

capaz de estabelecer relações interpessoais e sociais baseadas

na comunicação, na compreensão, nos valores, na capacidade de

decisão e na auto-regulação. Deve, por conseguinte, colocar-se

enfoque no desenvolvimento de actividades que favoreçam a

aquisição de hábitos de organização pessoal, autonomia,

responsabilidade de gestão e organização do tempo, assim como

o saber cuidar de si e dos outros‖ 40 (pág. 97).

c) Competências pré-profissionais

Sendo um dos objectivos fundamentais dos processos individuais

de inserção a obtenção e manutenção de um emprego digno e

qualificante, devem ser promovidas estratégias de adaptação ao

mundo do trabalho, bem como para superar dificuldades no

relacionamento interpessoal e grupal, com vista à aquisição de

competências básicas para o exercício de uma profissão.

2. Sistemas Sociais

a) Intervenção comunitária

A implicação das instituições nos processos de mudança e a co-

responsabilidade dos sistemas sociais nos processos de

reabilitação constitui um elemento facilitador de inserção

Page 63: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

62

promovendo comunidades interessadas e participantes na procura

de soluções para os problemas.

No âmbito desta medida deve colocar-se enfoque na preparação e

na sensibilização dos sistemas sociais locais através de

actividades que promovam a mobilidade dos sistemas, numa

cultura de participação e responsabilidade, de forma a torná-los

mais acessíveis ao indivíduo e à promoção da integração

profissional dos indivíduos.

b) Prevenção da desinserção

O consumo de álcool e drogas pode interferir no desempenho

laboral pelo que o ―primeiro passo para a reinserção é a

prevenção da desinserção‖ 44 (pág. 47).

―A intervenção em meio laboral, na perspectiva da reinserção,

acciona estratégias de prevenção da desinserção, tendo por

objectivo prevenir o aparecimento de novos casos, detectar

precocemente situações iniciais de risco, mediar negociações

para evitar os despedimentos, contemplar estratégias de

informação e/ou de sensibilização, levando à diminuição da

desinserção, potenciando a coesão institucional‖ 40 (pág. 101), com

vista à promoção da saúde e à manutenção da integração laboral.

Neste sentido, a reinserção deverá apostar eficazmente em

programas de reinserção sócio – profissional, nomeadamente

através da disponibilização de ofertas diversificadas de programas

de reinserção potenciando, de igual modo, programas já

existentes, tal como o Programa de Ocupação Social de Adultos

(PROSA) 45.

O PROSA dirige-se aos desempregados em situação de

desfavorecimento no mercado de trabalho, nomeadamente a

alcoólicos e toxicodependentes em processo de recuperação 46

com vista a aumentar a sua empregabilidade e prevê a articulação

das medidas activas de promoção do emprego com programas

ocupacionais e de formação socioprofissional que permitam uma

gradual adaptação às condições laborais e a aquisição de

competências necessárias ao ingresso no mundo do trabalho.

45. Resolução nº 29/97, de 13 de

Março; reformulado pela

Resolução nº 42/98, de 19 de

Fevereiro).

46. Alínea b, do art.º 5º, do Decreto

Regulamentar Regional nº

29/2000/A, de 13 de Setembro.

Page 64: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

63

Do processo de inserção ou reinserção consta a elaboração de

um Plano Individual de Inserção que deve compreender a

formação profissional, visando o desenvolvimento de

competências pessoais e a profissionalização, através do

exercício de uma actividade em empresas, visando o

desenvolvimento e a consolidação das competências adquiridas.

Sendo o controlo do processo de inserção no mercado de trabalho

da competência das Agências para a Qualificação e Emprego, do

Instituto de Acção Social (IAS) e da Inspecção Regional do

Trabalho (IRT), deve ser desenvolvida uma estreita articulação

com a Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social

(SRTSS), nomeadamente com a Direcção Regional do Trabalho,

Qualificação Profissional e Defesa do Consumidor (DRTQPDC),

Direcção Regional da Solidariedade e Segurança Social e IRT,

entre outros parceiros, com vista à prossecução e adopção de

novas estratégias para responder a uma realidade dinâmica,

sempre em mutação.

Assim, são estratégias fundamentais:

i) Articulação com o IAS/Instituto de Gestão de Regimes

de Segurança Social – com vista à identificação dos

constrangimentos face às necessidades de reinserção,

particularmente por parte da população toxicodependente,

à mobilização de recursos nesta área e à elaboração de

um documento com orientações técnicas, dirigido a

técnicos das Unidades de Tratamento e dos Serviços

locais de Segurança Social. O manual de procedimentos

visa a definição e consensualização de linhas orientadoras

para a intervenção em reinserção adaptáveis às

especificidades dos utentes consumidores de substâncias

psicoactivas, com o objectivo de promover a

sistematização e harmonização das intervenções em

reinserção, melhorar a eficácia e a eficiência da

intervenção social e garantir a qualidade técnica da

mesma.

Page 65: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

64

ii) Articulação com a SRTSS/ DRTQPDC - A articulação entre

a DRPCD e a SRTSS/ DRTQPDC reveste-se de grande

importância, já que todas as iniciativas, quer no âmbito da

Orientação Profissional, quer da Formação Profissional,

quer do Emprego, são relevantes para o projecto de vida e

reinserção de pessoas consumidoras de substâncias

psicoactivas em tratamento.

A criação de estratégias conjuntas inovadoras visa integrar

novas pessoas, intervindo numa linha de prevenção do

consumo, da desinserção e das recaídas, bem como

construção/implementação de um plano de acção conjunto

com intervenções que respondam às necessidades

sentidas no terreno.

A articulação com a SRTSS far-se-á, também, com vista à

qualificação profissional dos intervenientes e profissionais

que trabalham nesta área, nomeadamente com o recurso

ao Centro de Formação da Administração Pública dos

Açores.

iii) Articulação com a Secretaria Regional da Educação e

Formação (SREF) - Os projectos em meio pré-profissional,

em parceria com a SREF, designadamente em escolas

profissionais, potenciam uma componente de intervenção

precoce, uma vez que se prevê a intervenção junto de

jovens-adultos que se preparam para entrar no mercado de

trabalho e, nesse sentido, constituírem-se como uma

população trabalhadora informada e com uma acção

estratégica, a longo prazo, nos sistemas sociais.

Concomitantemente, estas intervenções envolvem

necessariamente os professores, os formadores e todos os

outros trabalhadores destas escolas e centros de

formação, o que facilita o desenvolvimento de contextos

laborais informados e sensibilizados para a problemática

do uso e abuso de substâncias psicoactivas.

Page 66: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

65

Figura 5 - Modelo de intervenção em Reinserção ³

³ Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P. “linhas orientadoras para a intervenção social – Modelo de Intervenção em Reinserção”, IDT,

Lisboa 2009.

1.2.5. Áreas Transversais

1.2.5.1. Coordenação e Cooperação

A DRPCD assume-se como estrutura coordenadora, de âmbito

regional, com vista a uma adequada, eficaz e eficiente

consecução deste Plano.

A coordenação desenvolver-se-á a diferentes níveis: nível

interno, intrasectorial, intersectorial e externo.

Ao nível interno as políticas de intervenção no âmbito do

consumo de substâncias psicoactivas lícitas/ilícitas estão

reforçadas com a criação da actual DRPCD, à qual compete a

promoção de hábitos de vida saudável, a redução, o combate,

a prevenção, o tratamento e a reinserção das pessoas com

dependências.

U

T

E

N

T

E

Acolhimento

Acompanhamento Social

Avaliação Final

do Plano Alta Social

Follow up

Mediação

Social

Família

Empregadores

Sistema Sociais

Serviços

Saúde

Autarquias

Segurança

Social

ONG

Escolas

IEFP

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PRPCD 2010-2012

66

Intrasectorialmente é fundamental investir numa articulação

efectiva com todos os serviços do Serviço Regional de Saúde

(SRS), perspectivando o trabalho intersectorial numa óptica

integrada de prestação de cuidados ao cidadão, face às

questões ligadas directa ou indirectamente ao uso/abuso de

substâncias psicoactivas lícitas/ilícitas, o qual deve ser visto

como ―um todo” e, por conseguinte, com direito a usufruir dos

benefícios do SRS.

Intersectorialmente a DRPCD privilegiará a articulação com as

estruturas pertencentes ao Governo, em particular com a

Presidência do Governo Regional, SREF, Ciência, Tecnologia

e Equipamentos, Trabalho e Solidariedade Social e ainda com

a Vice-Presidência, nomeadamente nas matérias ligadas ao

álcool e ao tabaco, bem como com as demais estruturas do

Governo sempre que essa articulação se justifique ou seja

necessária, para desempenho das suas funções de

coordenação na área das dependências. Para a condução das

suas políticas prevê-se intensificar e aperfeiçoar as formas de

colaboração que tem estabelecidas com os vários

departamentos do governo, assumindo particular importância o

desenvolvimento de novas formas de colaboração com os

sectores da Segurança Social, Trabalho, Qualificação

Profissional, Igualdade de Oportunidades, Saúde, Juventude,

Educação, Formação e Desporto.

Externamente, em consonância com as estratégias previstas

neste Plano, promover-se-á a articulação com todos os

sectores da sociedade açoriana, potenciando sinergias e

recursos, bem como influenciando estratégias de intervenção

(ELI), pugnando pela melhoria da qualidade dos serviços que

prestam, nomeadamente apoiando a formação, desenvolvendo

a certificação, criando sistemas de informação e de

acompanhamento do seu desempenho.

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PRPCD 2010-2012

67

Ao nível da cooperação considera-se fundamental que a

DRPCD assegure e fortaleça a plena cooperação/colaboração

com os organismos nacionais, particularmente com o IDT,

tendo em conta que a política regional no âmbito da luta contra

a droga e toxicodependência, bem como para a redução dos

problemas ligados ao álcool e tabaco, consagra abordagens

equilibradas, pluridisciplinares e integradas as quais

correspondem às estratégias delineadas ao nível europeu e

nacional. Assim, importará reforçar a participação da RAA nos

eventos, actividades e programas que digam respeito às áreas

de intervenção deste plano, bem assim como desenvolver e

participar em actividades de cooperação, melhorando os

conhecimentos e potenciando a regular troca de informações e

experiências uma vez que o problema das dependências se

assume como um fenómeno de dimensão transnacional e

multifacetado que não é passível e desejável que tenha uma

abordagem meramente regional.

1.2.5.2. Informação, Formação e Avaliação

A informação e formação constituem opções estratégicas

constantes da UE e das estratégias Nacionais de luta contra a

droga, o consumo de álcool e de tabaco, a par da avaliação, e

são instrumentos indispensáveis para o aumento da eficácia

das intervenções, para fundamentar a escolha de políticas,

aumentar a qualidade aliada à excelência do capital humano

contribuindo, desta forma, para uma sociedade baseada no

conhecimento.

No âmbito da recolha e tratamento da informação pretende-se

criar um Sistema(s) Regional de Informação sobre substâncias

psicoactivas lícitas e ilícitas, na vertente da monitorização das

intervenções, definindo e priorizando indicadores para cada

área privilegiando, se possível, a abordagem epidemiológica.

Deverá ser dada, de igual modo, atenção aos sistemas de

Informação Internos a cada Instituição e privilegiar a existência

de instrumentos próprios para o diagnóstico da

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PRPCD 2010-2012

68

situação, monitorização e avaliação das intervenções a nível

local (ELI).

No âmbito da comunicação institucional e divulgação de

informação ter-se-á em atenção a divulgação de informação

em suporte electrónico bem como o aperfeiçoamento e

dinamização do sítio do Governo dos Açores, considerando-se,

também, fundamental a produção de legislação, relatórios e

avaliações dos programas e das intervenções a realizar ou em

curso.

Considera-se prioritário, relativamente à Formação,

especialmente sobre drogas e álcool, assegurar a formação de

intervenientes e profissionais, com base em diagnósticos,

adequada às necessidades individuais e institucionais, com

vista a potenciar as suas competências, bem como as dos

dirigentes e decisores políticos que actuam e que estão

envolvidos nestas áreas. Neste sentido, a DRPCD propõe-se

criar uma Bolsa de Formadores Regional a qual, numa

primeira fase, assumirá a forma de um Centro de Recursos

podendo evoluir-se, no entanto, para a efectivação de acções

de formação de formadores certificados que satisfaçam as

necessidades regionais diagnosticadas.

No âmbito da avaliação importa promover uma cultura de

qualidade e avaliação nos diferentes domínios de intervenção,

sensibilizando os profissionais para a necessidade de definir

procedimentos de recolha e processamento regular de dados

relativos aos resultados das intervenções nos diversos eixos,

vectores e áreas que permitam uma avaliação de processos e

resultados.

Assim, será necessário definir as dimensões a privilegiar, bem

como uma lista de indicadores / instrumentos de avaliação

para cada área de intervenção.

Page 70: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

69

2. Plano Operacional

Page 71: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

70

2.1. Objectivos Gerais

Áreas de Intervenção Prioritária

Page 72: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

71

Objectivos por Área de Intervenção Prioritária (Pág.(s)

(Tabela/Matriz)

DROGA - PREVENÇÃO ............................................................................................................................... 74

Aumentar a qualidade da intervenção preventiva através do reforço da componente

técnico-científica e metodológica ................................................................................................................ 74

Aumentar a abrangência, a acessibilidade, a eficácia e a eficiência dos programas de prevenção .......... 74

DROGA - DISSUASÃO ................................................................................................................................. 76

Garantir a eficiência na aplicação da lei, assegurando o acompanhamento adequado,

justo, com qualidade técnica e que vá ao encontro das necessidades efectivas

dos indiciados consumidores ...................................................................................................................... 76

Promover e garantir a articulação entre serviços com responsabilidades e/ou

implicações na aplicação da lei ................................................................................................................... 76

DROGA - REDUÇÃO DE RISCOS E MINIMIZAÇÃO DE DANOS .............................................................. 78

Construir uma rede global de respostas integradas e complementares, no âmbito da

redução de riscos e minimização de danos com parceiros públicos e privados ......................................... 78

Disponibilizar programas de redução de riscos e minimização de danos a grupos específicos ................ 78

DROGA - TRATAMENTO ............................................................................................................................. 80

Garantir a toda a população que o deseje o acesso em tempo útil a respostas

terapêuticas integradas (articuladas e complementares) ............................................................................ 80

Disponibilizar uma oferta de programas de tratamento e de cuidados diversificados

abrangendo um amplo leque de abordagens psicossociais e farmacológicas,

orientadas por princípios éticos e pela evidência científica ........................................................................ 81

Implementar um processo de melhoria da qualidade a nível de todos os programas e

intervenções terapêuticas ............................................................................................................................ 82

DROGA - REINSERÇÃO .............................................................................................................................. 83

Garantir a abrangência e a transversalidade dos recursos institucionais/ não-institucionais

da Reinserção nas várias áreas de vida do cidadão, de forma a facilitar o desenvolvimento

de projectos de vida sustentados ................................................................................................................ 83

Potenciar a reinserção enquanto processo global, implicando todos os actores na

óptica da abordagem das respostas integradas, através de uma gestão participada e efectiva ............... 84

Implementar o processo de melhoria contínua da qualidade em reinserção.............................................. 84

ÁLCOOL - JOVENS, CRIANÇAS E GRÁVIDAS .......................................................................................... 85

Diminuir a exposição ao álcool e as suas consequências nefastas em crianças por nascer

e em crianças inseridas em famílias com Problemas Ligados ao Álcool e reduzir o

consumo de bebidas alcoólicas pelas crianças e jovens ............................................................................ 85

ÁLCOOL - SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA ............................................................................................... 87

Contribuir para a diminuição do número de sinistrados devidos a acidentes rodoviários

sob influência do álcool ............................................................................................................................... 87

ÁLCOOL - ADULTOS EM MEIO LABORAL ................................................................................................. 88

Prevenir os efeitos nocivos do álcool nos adultos e reduzir as repercussões negativas

no local de trabalho ..................................................................................................................................... 88

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PRPCD 2010-2012

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ÁLCOOL - PREVENÇÃO, FORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO ................................................ 89

Aumentar a qualidade dos programas e das intervenções através do reforço da

componente técnico-científica e metodológica, garantindo progressivamente a sua

abrangência e eficiência .............................................................................................................................. 89

ÁLCOOL - TRATAMENTO ............................................................................................................................ 91

Melhorar a acessibilidade e a capacidade de resposta às necessidades de tratamento ........................... 91

ÁLCOOL - REINSERÇÃO ............................................................................................................................. 92

Criar condições para o desenvolvimento de percursos de inserção sustentados e duradoiros ................. 92

TABACO – PREVENÇÃO ............................................................................................................................. 93

Fomentar medidas de enquadramento político, legais e regulamentares, nomeadamente

o cumprimento da legislação existente por parte das entidades competentes ........................................... 93

Apresentar propostas de âmbito legal tidas por convenientes, para a consecução dos

objectivos do Plano, às entidades competentes ......................................................................................... 93

Informar sobre os malefícios do tabaco e sensibilizar a população para a diminuição

do consumo do tabaco ................................................................................................................................ 94

Fomentar o abandono do consumo de tabaco promovendo o encaminhamento das pessoas que

pretendem deixar de fumar para apoio à cessação tabágica ..................................................................... 95

ÁREAS TRANSVERSAIS - COORDENAÇÃO ............................................................................................. 96

Assegurar a efectiva implementação das estruturas de coordenação do combate

ao consumo das substâncias psicoactivas licitas e ilícitas ......................................................................... 96

Assegurar a coordenação intrasectorial e Intersectorial ............................................................................. 96

ÁREAS TRANSVERSAIS - COOPERAÇÃO ................................................................................................ 97

Aumentar a capacidade de influenciar as decisões tomadas nas várias instâncias

nacionais e regionais de cooperação, melhorando assim a eficácia da intervenção ................................. 97

Fortalecer a participação de Região nos fora nacionais e internacionais que abordam o fenómeno das

dependências .............................................................................................................................................. 97

Desenvolver as relações de cooperação em matéria de luta contra a dependência de substâncias psicoáctivas lícitas e ilícitas, no âmbito dos mecanismos multilaterais e bilaterais existentes ................... 97

ÁREAS TRANSVERSAIS - INFORMAÇÃO, FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO ................................................. 98

Contribuir para um maior e melhor conhecimento do fenómeno das drogas e das

toxicodependências (substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas) e para a melhoria contínua

da qualidade das intervenções, por forma a apoiar a intervenção e a decisão e a contribuir

para a melhoria dos resultados obtidos ....................................................................................................... 98

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PRPCD 2010-2012

73

2.2. Matrizes

Áreas de Intervenção Prioritária

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de Intervenção Prioritárias

DROGA - PREVENÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Aumentar a qualidade da intervenção preventiva através do reforço da componente técnico-científica e metodológica

Criar e divulgar materiais que sustentem a

qualidade da intervenção preventiva, em

contextos considerados prioritários.

Produção e/ou adaptação de materiais técnico-pedagógicos

adequados às intervenções preventivas.

DRPCD, SREF,

IDT e IREFREA.

N.º de materiais produzidos e/ou

Adaptados.

N.º de locais de divulgação.

Produção e/ou adaptação de planos de formação (módulos) ao

nível da intervenção preventiva.

N.º de planos de formação (módulos)

produzidos e/ou adaptados.

Aumentar a abrangência, a acessibilidade, a eficácia e a eficiência dos programas de prevenção

Monitorizar as intervenções de prevenção

universal eficazes e avaliadas.

Orientação de intervenções de informação/sensibilização,

integradas e focalizadas, sobre as substâncias psicoactivas e

riscos associados ao seu consumo, em articulação com outras

entidades.

DRPCD, SREF,

SRES, IREFREA e

outras entidades.

N.º de acções realizadas.

População abrangida.

N.º de instrumentos de avaliação de

conhecimentos e atitudes aplicadas.

Promoção de intervenções de prevenção universal eficazes e

avaliadas nas escolas, nas famílias e na comunidade.

DRPCD, DRJ,

SREF e IREFREA.

N.º de intervenções.

Análise da abordagem dos conteúdos relativos às substâncias

psicoactivas (spa), nas áreas curriculares disciplinares e não

disciplinares.

DRPCD, SREF,

DRJ DRS (PRS –

PRSESIJ) e

IREFREA.

Documento produzido.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - PREVENÇÃO

Objectivo Específico Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Reforço das intervenções de prevenção universal, selectivas e

indicadas eficazes e avaliadas no meio laboral, no meio

escolar e meio desportivo.

Câmaras do

Comércio,

Câmaras

Municipais, SREF.

N.º de intervenções por contexto.

Consolidação das respostas de atendimento da Linha Vida. DRPCD e IDT. N.º de chamadas da Linha Vida.

Reforçar a intervenção de incidência local

(ELI) com base em planos de acção

integrada (PAI).

Colaboração na implementação, monitorização e avaliação do

PAI com os outros vectores do Eixo de Redução de Procura,

em articulação com outras entidades.

DRPCD, DRSSS,

DRS, Autarquias e

outras entidades.

Relatórios de Actividades.

Reforçar as intervenções de prevenção

selectiva e indicada.

Desenvolvimento, em colaboração com outras entidades, de

Programas /Intervenções de prevenção selectiva e indicada

em grupos, indivíduos e/ou contextos específicos. DRPCD e DRJ.

Número de projectos por contexto.

População abrangida.

Resultados alcançados/Resultados

previstos.

Reforço, nas escolas, das intervenções de prevenção selectiva

e indicada, eficazes e avaliadas. DRPCD, SREF,

DRJ e IREFREA.

Relatórios por projecto.

Participação no reforço de um sistema de atendimento a

adolescentes numa lógica de diagnóstico e intervenção

precoces.

DRPCD, SREF,

DRJ e SRES/DRS

(PRS - PRSESIJ).

Relatórios de actividades.

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PRPCD 2010-2012

76

Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - DISSUASÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Garantir a eficiência na aplicação da lei, assegurando o acompanhamento adequado, justo, com qualidade técnica e que vá ao encontro das necessidades efectivas dos

indiciados consumidores

Optimizar o acompanhamento das CDT

pela DRPCD.; harmonizar práticas e

procedimentos das CDT no âmbito da

aplicação da lei; adequar as práticas e

procedimentos das CDT à realidade

heterogénea do consumo de drogas.

Definição das áreas de intervenção da DRPCD, que permitam

um efectivo acompanhamento da operacionalização da lei.

DRPCD, SRES e

VPGR.

Apresentação de propostas de diplomas

legais.

Realização de acções com vista à articulação da intervenção

na área dos consumos.

DRPCD, SRES,

VPGR,

DGRS/DGSP,

SRTSSS e CSMP.

N.º acções realizadas.

Reuniões periódicas em articulação com o GAD. DRPCD, IDT e

GAD.

N.º de reuniões realizadas.

Promoção de troca de experiências entre CDT e/ou outras

entidades responsáveis tendo em vista a justiça e equidade na

aplicação da Lei n.º 30/2000, nomeadamente, das sanções,

nos encaminhamentos e nos acompanhamentos.

DRPCD, SRES,

IDT, VPGR,

SRTSSS e CSMP.

Nº de Reuniões.

Promover e garantir a articulação entre serviços com responsabilidades e/ou implicações na aplicação da lei

Aumentar a actividade de prevenção na

área do consumo, do pequeno tráfico e da

criminalidade associada à droga.

Reforço e intensificação das políticas de prevenção do

consumo de estupefacientes em locais públicos, habitualmente

utilizados para esse fim, reafirmando, em articulação com as

CDT, o carácter de ilegalidade do consumo e da possa de

drogas.

Forças de

Segurança,

Autarquias,

DRPCD e outras

entidades.

N.º de acções desenvolvidas.

Relatórios de avaliação.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - DISSUASÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Potenciar a articulação com os serviços do

Serviço Regional de Saúde. (SRS).

Articulação com os Centros de Saúde, Hospitais e outros

serviços de saúde.

DRPCD,

SRES/DRS e

outras entidades.

N.º de acções.

Fomentar a articulação com as tutelas com

competências formais no âmbito da

aplicação da lei e com as tutelas cuja

missão abarque respostas no âmbito da

toxicodependência.

Efectivação e reforço da articulação e do trabalho em parceria

com as autoridades policiais, os tribunais e outras entidades

envolvidas.

DRPCD, SRES

VPGR, MJ,

SRTSS,

DGRS/DGSP,

CSM, CSMP e

Forças de

Segurança.

N.º de acções.

Nº de sanções aplicadas por tipo de

sanção.

N.º de encaminhamentos.

Promoção da articulação junto dos parceiros com respostas

dirigidas à população consumidora e em situação de

desintegração social.

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PRPCD 2010-2012

78

Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias DROGA - REDUÇÃO DE RISCOS E MINIMIZAÇÃO DE DANOS

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Construir uma rede global de respostas integradas e complementares, no âmbito da redução de riscos e minimização de danos com parceiros públicos e privados

Promover e articular respostas

diferenciadas no âmbito de redução de

riscos e minimização de danos.

Reforço e/ou adaptação de respostas. DRPCD, DRSSS,

DGRS/DGSP,

DRS e outras

entidades.

N.º de respostas adaptadas.

Promoção de novas respostas em locais considerados

prioritários (ELI).

N.º de locais prioritários identificados.

Nº de respostas criadas.

Promover o diagnóstico, aconselhamento e

referenciação de doenças infecciosas junto

da população utilizadora de drogas.

Sensibilização das equipas de tratamento e outras estruturas

de saúde para alargar a sua intervenção no âmbito da RRMD,

de acordo com as necessidades locais e os recursos

disponíveis.

DRPCD e

SRES/DRS (PRS -

PRPCI VIH/SIDA).

N.º de relatórios.

N.º de contactos de sensibilização.

Aperfeiçoar o Modelo de

Acompanhamento, Monitorização e

Avaliação de estruturas de redução de

riscos e minimização de danos.

Definição dos circuitos e procedimentos de acordo com o

modelo da DRPCD. DRPCD e outras

entidades.

N.º de iniciativas efectuadas.

Disponibilizar programas de redução de riscos e minimização de danos a grupos específicos

Intervenção em contextos de diversão

nocturna.

Definição e ou adaptação de linhas de orientação para

intervenção em espaços de diversão nocturna. DRPCD, IREFREA

e outras entidades.

Divulgação das linhas de orientação sobre

intervenção em contexto de diversão

nocturna.

Intervenção junto de organizadores de eventos. DRPCD,

Autarquias e

outras entidades.

N.º de acções de informação e

sensibilização junto de organizadores de

eventos.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - REDUÇÃO DE RISCOS E MINIMIZAÇÃO DE DANOS

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Produção de materiais de divulgação específicos (revisão,

reedição e edição).

DRPCD, IDT,

Autarquias e outras

entidades.

N.º de materiais específicos para esta

intervenção.

Intervenção em Meio Prisional. Estabelecimento da articulação entre esta intervenção e a

realizada por entidades promotoras de projectos de RRMD

validadas pela DRPCD.

DRPCD,

SRES/DRS (PRS -

PRPCI VIH/SIDA)

e DGRS/DGSP.

N.º de acções de articulação efectuadas.

Dinamização do rastreio de doenças infecciosas nos

Estabelecimentos Prisionais (EP).

Nº de contactos e relatórios.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - TRATAMENTO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Garantir a toda a população que o deseje o acesso em tempo útil a respostas terapêuticas integradas (articuladas e complementares)

Manter e alargar a rede de recursos de

saúde e sócio-sanitários, que implique os

múltiplos actores do sector público e

privado numa lógica de proximidade ao

cidadão e à comunidade, com vista à

definição de respostas pelos prestadores

de cuidados de saúde.

Manutenção/alargamento da rede integrada de prestação de

cuidados.

DRPCD,

SRS/DRS,

Autarquias, IPSS e

outras entidades.

N.º de Protocolos / acordos efectuados.

Integração de cuidados de saúde ao toxicodependente a nível

regional e local agilizando o seu tratamento na comunidade de

pertença e evitando a discriminação na utilização dos

dispositivos de saúde.

DRPCD,

SRES/DRS (PRS

– PRSM) e outras

entidades.

N.º de instituições com serviços

integrados de apoio ao toxicodependente.

Reuniões/contactos efectuados com os

prestadores de cuidados de saúde.

Documento produzido.

Construção e divulgação de circuitos padrão de referenciação

de utentes para diferentes serviços da comunidade a nível

nacional, regional e local, diferenciando o âmbito de

responsabilidade dos diferentes intervenientes. (redes de

referenciação, Regional e Local).

DRPCD,

SRES/DRS, IPSS

e outras entidades.

N.º de circuitos definidos.

Nº de contactos.

Colaboração na implementação, monitorização e avaliação do

PAI (ELI) com os outros vectores do Eixo de Redução de

Procura, em articulação com outras entidades.

DRPCD e outras

entidades

envolvidas.

Relatório de Actividades.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - TRATAMENTO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Promover medidas que permitam facilitar o

acesso aos diversos programas de

tratamento, gerindo os tempos de espera

de acordo com critérios éticos e científicos,

as realidades locais e as recomendações

nacionais e internacionais.

Monitorização de tempos de espera para primeiras consultas e

admissões em programas de tratamento.

DRPCD e Serviços

de tratamento.

Relatórios solicitados/apresentados.

Aplicação de modelos de admissão / transferência de utentes

para serviços ou programas (Equipas de rua, CT, CD, UD, UA,

PTAO). DRPCD,

SRES/DRS (PRS

– PRSM) e outras

entidades.

N.º de instituições que utilizam os

modelos.

Acompanhamento da aplicação de critérios de admissão para

os vários programas.

N.º de reuniões.

Percentagem de instituições

acompanhadas.

Disponibilizar uma oferta de programas de tratamento e de cuidados diversificados abrangendo um amplo leque de abordagens psicossociais e farmacológicas, orientadas por

princípios éticos e pela evidência científica

Melhorar a oferta de programas de

tratamento à população toxicodependente

garantindo a qualidade dos serviços

prestados e a divulgação das boas

práticas.

Incrementação da eficácia da rede de tratamento e

potenciação da adesão aos seus programas. DRPCD,

SRES/DRS, IDT e

outras entidades.

N.º de novos programas.

N.º utentes de abrangidos.

Inquéritos à satisfação de utentes.

Criação de novos programas de prevenção e tratamento em

regime ambulatório / tratamento para adolescentes.

DRPCD, SRS

SRES/DRS e

outras entidades.

N.º de programas elaborados.

Nº de novos utentes admitidos.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - TRATAMENTO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Actualização de linhas de orientação para PTAO – Programas

de Tratamento Farmacológico com Agonistas Opiáceos.

DRPCD, SRES,

IDT e outras

entidades.

Documento actualizado.

Propor programas específicos, no âmbito

do SRS/CSP para grupos com

necessidades específicas,

nomeadamente um serviço de

atendimento para crianças.

Articulação com o SRS/CSP, em articulação com outras

entidades, com vista à implementação de um serviço de

atendimento, avaliação, triagem e encaminhamento de

crianças inseridas em famílias com toxicodependência e de

jovens em risco ou consumidores.

DRPCD, CPCJ e

SRES/DRS/SRS.

N.º de propostas efectuadas.

Implementar um processo de melhoria da qualidade a nível de todos os programas e intervenções terapêuticas

Promover a avaliação rigorosa e

sistemática dos diversos tipos de

programas e de cuidados implementados

na óptica de satisfação do utente,

permitindo no futuro a sua acreditação.

Definição de indicadores de monitorização e avaliação dos

programas e cuidados implementados e promoção da sua

recolha sistemática. DRPCD

N.º de avaliações aos programas e

cuidados implementados.

N.º de indicadores recolhidos.

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PRPCD 2010-2012

83

Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - REINSERÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Garantir a abrangência e a transversalidade dos recursos institucionais/ não-institucionais da Reinserção nas várias áreas da vida do cidadão, de forma a facilitar o

desenvolvimento de projectos de vida sustentados

Promover a concertação com os parceiros

com responsabilidade na autonomia e no

exercício pleno da cidadania.

Promoção do acesso a respostas de formação académica,

profissional e emprego, nomeadamente ao PROSA e às novas

respostas que venham a ser promovidas, visando a reinserção

socioprofissional.

DRPCD, SREF,

DRIO, DRTQDC,

DGRS/DGSP,

DRSSS, outras

entidades públicas

e privadas.

Parcerias estabelecidas.

Documentos orientadores produzidos.

Colaboração com as entidades promotoras de respostas

habitacionais, com vista à criação / redefinição de linhas

orientadoras sobre a atribuição de habitação à população

toxicodependente.

DRPCD,

SRTSS/DRH,

ARM, outras

entidades públicas

e privadas.

Nº de contactos.

Documento produzido.

Promoção de respostas que desenvolvam a rede de relações

familiares, sociais e institucionais dos indivíduos.

DRPCD e grupos

de Auto Ajuda e

outras entidades

públicas e

privadas.

N.º de respostas dinamizadas.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

DROGA - REINSERÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Potenciar a reinserção enquanto processo global, implicando todos os actores na óptica da abordagem das respostas integradas, através de uma gestão participada e efectiva

Promover a responsabilidade dos Sistemas

Sociais na promoção de respostas de

reinserção e prevenção da desinserção.

Mobilização de parceiros para a elaboração de um modelo de

intervenção, tendo em vista o desenvolvimento de Programas

de Prevenção em meio laboral, que concorram para a

reinserção e a prevenção da desinserção.

DRPCD, IRT,

entidades

empregadoras,

organizações

sindicais e outras

entidades.

N.º de reuniões com parceiros.

Dinamização de encontros técnicos para discussão e

aprofundamento das questões ligadas à reinserção, com vista

à dinamização de projectos de reinserção.

DRPCD, DRSSS,

DGRS/DGSP,

SRTSS e outras

entidades.

Nº de reuniões realizadas.

Colaboração na implementação, monitorização e avaliação do

PAI com os outros vectores do Eixo da Redução da Procura,

em articulação com outras entidades.

DRPCD e outras

entidades.

Relatório de actividades.

Pareceres sobre os PAI.

Implementar o processo de melhoria contínua da qualidade em reinserção

Sensibilizar os actores dos sistemas sociais

para a intervenção em reinserção e

prevenção da desinserção.

Adaptação de um manual de procedimentos com vista à

reinserção. DRPCD, DRSSS e

outras entidades.

N.º de acções dinamizadas.

Manual produzido.

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias ÁLCOOL - JOVENS, CRIANÇAS E GRÁVIDAS

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Diminuir a exposição ao álcool e as suas consequências nefastas em crianças por nascer e em crianças provenientes de famílias com Problemas Ligados ao Álcool e reduzir o

consumo de bebidas alcoólicas pelas crianças e jovens

Promover a abstinência do consumo de

bebidas alcoólicas durante a gravidez e

amamentação.

Elaboração de materiais de informação e sensibilização

para os riscos e promoção de competências para lidar com

as solicitações ao consumo (área prevenção, formação,

comunicação e educação). DRPCD, SRS

SRES/US e outras

entidades.

N.º de materiais produzidos e/ou

adaptados.

Dinamização dos sistemas de atendimento, informação,

encaminhamento e apoio, na área dos Problemas Ligados

ao Álcool em grávidas, mediante a articulação com

organismos e entidades que intervêm na área.

Nº de contactos..

Promover a detecção, avaliação,

encaminhamento e tratamento de

famílias com Problemas Ligados ao

Álcool e reduzir os danos causados em

crianças e jovens.

Divulgação das linhas orientadoras do IDT na detecção,

avaliação, encaminhamento e tratamento das famílias e

crianças.

DRPCD, DRSSS

(IAS), CPCJ, IDT,

SRES/DRS (PRS

– PRSM;

PRSESIJ) e outras

entidades.

Documento produzido.

N.º de estruturas abrangidas pela

divulgação.

Sensibilização dos parceiros com vista à detecção e

encaminhamento das crianças e dos jovens.

DRPCD, SREF,

CPCJ, Segurança

Social, SRES/DRS

(PRS – PRSM;

PRSESIJ) e outras

entidades.

N.º de contactos.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias ÁLCOOL - JOVENS, CRIANÇAS E GRÁVIDAS

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Reduzir os padrões nocivos de

consumos juvenis e as suas

consequências.

Apoio ao desenvolvimento de actividades educacionais a

nível regional e à promoção de contextos e programas

recreativos sem álcool.

DRPCD, SREF,

Autarquias e

outras entidades.

Nº actividades apoiadas.

N.º de entidades envolvidas

N.º materiais produzidos e/ou adaptados

cedidos.

Divulgação das linhas orientadoras do IDT no âmbito do

aconselhamento e intervenções breves em jovens e do

aconselhamento dos pais e encarregados de educação.

DRPCD, SRS/US,

IDT, SREF e AP.

Documento produzido/adaptado.

N.º de estruturas abrangidas pela

divulgação.

Promover a qualidade da intervenção Actualização da informação sobre os recursos/respostas

disponíveis nestas áreas.

DRPCD e outras

entidades.

Documento produzido.

Promoção de intervenções formativas dirigidas a

profissionais e outros interventores junto destes grupos

(área prevenção, formação, comunicação e educação).

DRPCD, IDT,

CPCJ, IREFREA e

outras entidades.

N.º de intervenções formativas realizadas.

N.º de entidades envolvidas.

N.º de participantes abrangidos.

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias ÁLCOOL - SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Contribuir para a diminuição do número de sinistrados devidos a acidentes rodoviários sob influência do álcool

Promover medidas dissuasoras da

condução sob o efeito do álcool.

Promoção e divulgação de acções de prevenção específica

e de outras iniciativas de informação/sensibilização sobre

álcool e condução.

DRPCD, Forças de

Segurança e

outras entidades.

N.º de iniciativas propostas/

implementadas.

Promover a qualidade da intervenção. Promoção de intervenções formativas dirigidas a

profissionais e outros interventores na segurança

rodoviária.

DRPCD, IDT,

SRCTE/DRETT,

Forças de

Segurança e

outras entidades

(Escolas de

condução).

N.º de intervenções formativas propostas/

realizadas.

N.º de participantes abrangidos.

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias ÁLCOOL - ADULTOS EM MEIO LABORAL

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Prevenir os efeitos nocivos do álcool nos adultos e reduzir as repercussões negativas no local de trabalho

Incentivar a criação e a disseminação de

programas e respostas no âmbito da

promoção da saúde e segurança em

contexto laboral, designadamente os

relacionados com o consumo de álcool.

Levantamento de práticas em entidades empregadoras no

que concerne a políticas de prevenção, tratamento e

reinserção dos Problemas Ligados ao Álcool no local de

trabalho, com reconhecimento das empresas com boas

práticas nesta área.

DRPCD, IRT,

Sindicatos,

Câmaras do

Comércio,

Câmaras

Municipais, União

das IPSS e das

Misericórdias e

entidades

empregadoras.

N.º entidades empregadoras

identificadas/envolvidos.

N.º entidades empregadoras com boas

práticas.

Documento produzido.

Informação aos serviços de higiene, segurança e saúde no

local de trabalho e às estruturas representativas dos

trabalhadores, sobre os programas e respostas disponíveis.

N.º entidades empregadoras alvo de

informação.

Apoio técnico no desenvolvimento de projectos de

intervenção em meio laboral, baseado em critérios de

qualidade e na estimativa das necessidades de

intervenção.

DRPCD, IDT e

outras entidades.

N.º de projectos apoiados.

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PRPCD 2010-2012

89

Matrizes por as Áreas de intervenção Prioritárias

ÁLCOOL - PREVENÇÃO, FORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Aumentar a qualidade dos programas e das intervenções através do reforço da componente técnico-científica e metodológica, garantindo progressivamente a sua abrangência

e eficiência

Promover e reforçar as competências

técnicas dos profissionais e dos

interventores.

Promoção de intervenções formativas dirigidas a

profissionais e outros interventores na área da prevenção.

DRPCD, IDT,

SRS/DRS, SREF,

OM, IREFREA e

outras entidades.

N.º de intervenções formativas.

N.º de entidades envolvidas.

N.º de participantes abrangidos.

Incrementar o número de programas e

projectos que promovam estratégias e

acções baseadas na evidência.

Levantamento de Projectos/Programas já

implementados/experimentados com avaliação, para

inserção num directório de recursos.

DRPCD, IPSS,

ONG e outras

entidades.

N.º de conteúdos produzidos para

inserção no directório de recursos.

Promoção de apoio técnico a programas/projectos de

intervenção, nos grupos e/ou contextos considerados

prioritários, garantindo a qualidade do processo de

selecção, monitorização e acompanhamento.

DRPCD e

entidades

protocoladas.

N.º de programas/projectos apoiados.

Relatórios dos programas/projectos.

Reforço do desenvolvimento de projectos em meio escolar

na área do álcool e no âmbito da promoção e educação

para a saúde, numa perspectiva de prevenção universal.

DRPCD, SRS/US,

SREF, IDT, AP,

IREFREA e

outras entidades.

N.º de projectos apoiados/desenvolvidos.

N.º de participantes.

Relatórios de avaliação.

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PRPCD 2010-2012

90

Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

ÁLCOOL - PREVENÇÃO, FORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Aumentar o nível de

informação/sensibilização sobre o álcool

e riscos associados ao seu consumo.

Desenvolvimento de acções integradas e focalizadas nos

diferentes contextos considerados prioritários, sobre os

riscos associados ao consumo nocivo do álcool,

envolvendo as estruturas da comunidade.

DRPCD, SREF,

IDT, IREFREA

Municípios e

outras entidades.

N.º de acções desenvolvidas.

Nº de entidades envolvidas.

Aumentar o número de materiais

informativos e formativos de suporte aos

programas e intervenções.

Levantamento e desenvolvimento de materiais para

utilização nos contextos considerados prioritários e para a

inserção no directório de recursos.

DRPCD, IDT,

SRES/DRS (PRS-

PRS-PRSESIJ),

SREF, IREFREA,

e outras

entidades.

N.º de materiais produzidos/adaptados

para inserção num directório de recursos.

Colaborar na abordagem dos conteúdos relativos ao álcool

e seus efeitos nocivos, nas áreas curriculares disciplinares

e não disciplinares.

Nº de iniciativas/colaborações..

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

ÁLCOOL - TRATAMENTO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Melhorar a acessibilidade e a capacidade de resposta às necessidades de tratamento

Disponibilizar uma oferta diversificada de

programas de tratamento e de cuidados

à população com Problemas Ligados ao

Álcool.

Definição e implementação de linhas orientadoras

baseadas na evidência dos programas de tratamento em

regime de ambulatório e de internamento.

DRPCD,

SRES/DRS,

IPSS, IDT e outras

entidades.

N.º de estruturas abrangidas pela divulgação.

N.º de estruturas com programas desenvolvidos com base nas linhas orientadoras.

Favorecer o acesso dos doentes ou dos

seus familiares aos cuidados de saúde.

Criação de uma rede(s) de referenciação de acordo com os

diversos níveis de gravidade e de necessidades.

Documento(s) produzido(s).

Promover a qualidade da intervenção. Promoção de intervenções formativas dirigidas a

profissionais e outros interventores na área do tratamento.

DRPCD,

SRES/DRS, IPSS,

IDT e outras

entidades.

N.º de intervenções formativas.

N.º de entidades envolvidas.

N.º de participantes abrangidos.

Page 93: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

92

Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias

ÁLCOOL - REINSERÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Criar condições para o desenvolvimento de percursos de inserção sustentados e duradoiros

Incentivar a criação, o desenvolvimento e

a adaptação de respostas dirigidas às

necessidades das pessoas com

Problemas Ligados ao Álcool em

processo de reinserção.

Dinamização de encontros técnicos para discussão e

aprofundamento das questões ligadas à reinserção.

DRPCD, DRSSS,

DGRS/DGSP,

SRTSS e outras

entidades.

N.º de reuniões realizados.

Apoio a associações ou grupos de doentes tratados ou em

tratamento, enquanto organizações da sociedade civil que

promovem a motivação e a reabilitação dos seus pares.

DRPCD, GAA e

outras entidades.

N.º de associações ou grupos apoiados.

Promover o acesso aos serviços e

respostas existentes.

Estudo e análise dos Protocolos existentes com vista a

contribuir para a melhoria do acesso dos utentes às

respostas nesta área.

DRPCD, DRSSS,

SRTSS, IPSS,

Saudaçor e outras

entidades.

N.º reuniões efectuadas/contactos.

Documento(s) produzido(s).

Levantamento das respostas ao nível da formação

académica, profissional e do emprego. DRPCD.

Documento produzido.

Divulgação actualizada dos grupos de auto-ajuda e inter-

ajuda existentes em funcionamento, como apoio à mudança

de atitudes / comportamentos e à prevenção da recaída.

DRPCD, GAA.

N.º de divulgações efectuadas.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias TABACO – PREVENÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Fomentar medidas de enquadramento político, legais e regulamentares, nomeadamente o cumprimento da legislação existente por parte das entidades competentes

Informar a população em geral sobre o

DLR nº 15/2008/A e Lei nº 37/2007 e

demais legislação existente ou a

publicar.

Divulgação de legislação através:

Página do Governo;

Meios de comunicação;

Elaboração de material informativo;

Apoio a iniciativas de debates abertos à população

em especial aos adolescentes e grávidas.

DRPCD, SRES/DRS,

SREF, OCS e outras

entidades.

Nº de iniciativas/divulgações.

Nº de acções apoiadas.

Fomentar o cumprimento da legislação

em vigor em articulação com as

entidades responsáveis por cada

área/sector de intervenção.

Promoção de reuniões com os responsáveis por cada

área/sector de intervenção (Autoridades de Saúde;

Forças de Segurança; Inspecção das Actividades

Económicas; Câmaras Municipais; etc.).

DRPCD, Autoridades

de Saúde; Forças de

Segurança;

Inspecção das

Actividades

Económicas;

Câmaras Municipais;

e outras entidades.

Nº de reuniões.

Nº de presenças.

Apresentar propostas de âmbito legal tidas por convenientes, para a consecução dos objectivos do Plano, às entidades competentes

Propor, periodicamente, medidas

correctivas e ou inovadoras de forma a

contribuir para melhorar a legislação

vigente.

Apresentação de propostas para que seja considerado o

aumento do preço do tabaco de forma a que se mantenha

proporcional ao poder de compra do cidadão médio

açoriano, com vista a desincentivar o consumo.

DRPCD.

Proposta apresentada.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias TABACO - PREVENÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Informar sobre os malefícios do tabaco e sensibilizar a população para a diminuição do consumo do tabaco

Informar a população em geral e em

específico os jovens e as grávidas

sobre os malefícios do tabaco.

Promoção de acções de educação para a saúde para

alunos, pais, professores e outros agentes de

educação.

DRPCD, SRS SRES/DRS

(PRS – PRSESIJ), SREF

e outras entidades.

Nº de iniciativas/acções realizadas.

Promoção de espaços para debate e realização de

trabalhos/projectos entre os alunos (pares),

nomeadamente através de projectos escolares no

âmbito da disciplina de área de projecto ou outras.

Divulgação na escola de material informativo sobre os

malefícios do tabaco e ou benefícios de deixar de

fumar e como deixar de fumar (identificação de locais

de ajuda).

Nº de divulgações.

Nº de escolas abrangidas.

Nº de locais identificados.

Fomentar o não uso de tabaco em meio escolar por

parte de toda a comunidade educativa, através da

criação de espaços próprios para o efeito.

Documento produzido.

Divulgação dos malefícios do tabaco junto de grupo de

jovens e das suas consequências durante a gravidez.

DRPCD, DRJ, SRS

SRES/DRS (PRS –

PRSESIJ), SREF, Juntas

de Freguesia, Casas do

Povo, Câmaras

Municipais e outras

entidades.

Nº de divulgações efectuadas.

Nº de US/Serviços abrangidos.

Divulgação de material informativo em locais de

consultas para grávidas (Hospitais, Centros de Saúde,

Gabinetes Privados, Clínicas, etc.).

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes por Áreas de intervenção Prioritárias TABACO - PREVENÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco e do Dia do

Não Fumador - Escolas e população em geral.

DRPCD, DREF

(Escolas) e outras

entidades.

Nº Escolas/entidades abrangidas.

Nº de iniciativas.

Fomentar o abandono do consumo de tabaco promovendo o encaminhamento das pessoas que pretendem deixar de fumar para apoio à cessação tabágica

Promover a rede de referenciação de

programas de cessação tabágica junto

do sector da saúde.

Articulação com a DRS com vista à implementação e

divulgação dos programas de cessação tabágica de modo a

permitir a referenciação das pessoas que querem deixar de

fumar.

DRPCD,

SRES/DRS, e

outras entidades.

Documento produzido.

Orientar os indivíduos fumadores para as

entidades que promovam programas de

cessação tabágica.

Elaboração/adopção e ou adaptação de divulgação de

material informativo com os contactos das entidades

promotoras de programas de cessação tabágica.

Documento(s) produzido(s).

Nº de divulgações.

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PRPCD 2010-2012

96

Matrizes - Áreas Transversais

ÁREAS TRANSVERSAIS - COORDENAÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Assegurar a efectiva implementação das estruturas de coordenação do combate ao consumo das substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas

Coordenar as acções das CDT. Promoção da representatividade e apoio efectivo às actividades

das CDT.

DRPCD, CRCDT e

CDT.

Documento produzido.

Mobilizar a participação da sociedade civil. Adopção de medidas que assegurem e reforcem a intervenção

dos parceiros e cidadãos, no âmbito das acções previstas no

PRPCD/Plano Operacional 2010-2012.

DRPCD, Parceiros

e Cidadãos.

Nº de reuniões/contactos.

Promoção de medidas que facilitem o acesso da Região nas

intervenções feitas a nível nacional, de forma a harmonizar,

incorporar e complementar as políticas regionais.

DRPCD, CRCDT,

IDT e DGS.

Documento produzido.

Assegurar a coordenação intrasectorial e Intersectorial

Promover a articulação com o SRS,

outros Departamentos do Governo e

outras entidades.

Reforçar a articulação com o SRS – intrasectorial. DRPCD, SRS

SRES,

Departamentos do

Governo, Forças

de Segurança e

outras entidades

Nº de reuniões/contactos..

Reforçar a articulação com as estruturas pertencentes a outras

Secretarias (intersectorial) e outras entidades com participação

na área.

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PRPCD 2010-2012

97

Matrizes - Áreas Transversais

ÁREAS TRANSVERSAIS - COOPERAÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Aumentar a capacidade de influenciar as decisões tomadas nas várias instâncias nacionais e regionais de cooperação, melhorando assim a eficácia da intervenção

Criar condições que favoreçam a

convergência de posições entre os

diferentes Serviços com responsabilidades

de intervenção na área das substâncias

psicoactivas lícitas e ilícitas.

Coordenação entre os diferentes Serviços de modo a permitir

uma acção articulada na defesa das posições regionais.

DRPCD e outras

entidades.

Serviços contactados.

Acções/Reuniões efectuadas.

Centralizar a informação sobre os projectos

na área das substâncias psicoactivas lícitas

e ilícitas.

Compilação e actualização da informação. Documento produzido.

Fortalecer a participação de Região nos fora nacionais e internacionais que abordam o fenómeno das dependências

Fortalecer a participação da Região nos

fora nacionais e internacionais que

abordam o fenómeno das dependências.

Participação nas reuniões nacionais e internacionais que

abordam a problemática das dependências. (nomeadamente,

nas Conferências promovidas pela Presidência da UE em

exercício, nas reuniões de Coordenadores Nacionais de Droga,

etc.).

DRPCD.

N.º de participações.

Desenvolver as relações de cooperação em matéria de luta contra a dependência de substâncias psicoáctivas lícitas e ilícitas, no âmbito dos mecanismos multilaterais e bilaterais existentes

Promover o desenvolvimento da

cooperação com as estruturas da redução

da procura, nomeadamente, com as

estruturas a nível nacional (IDT) e da UE.

Promoção do intercâmbio de experiências e de técnicos.

DRPCD, DGS, IDT

e outras entidades.

N.º de intercâmbios.

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PRPCD 2010-2012

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Matrizes - Áreas Transversais

ÁREAS TRANSVERSAIS - INFORMAÇÃO, FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Contribuir para um maior e melhor conhecimento do fenómeno das drogas e das toxicodependências (substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas) e para a melhoria contínua da

qualidade das intervenções, por forma a apoiar a intervenção e a decisão e a contribuir para a melhoria dos resultados obtidos

Criar um Sistema Regional de Informação

sobre substâncias psicoactivas lícitas e

ilícitas.

Criação de um sistema de informação/instrumentos de recolha

de informação.

DRPCD,

SRES/DRS, IDT e

outras entidades

envolvidas.

Documento produzido.

Recolha sistemática de dados dos sistemas de informação de

rotina:

- optimização da colaboração intersectorial e interinstitucional

através da identificação dos serviços-fonte de dados, de

forma a promover uma gestão integrada e consistente da

informação;

- optimização dos sistemas de informação de rotina já

existentes nesses serviços-fonte.

DRPCD e Serviços

Fonte.

Nº de serviços identificados.

N.º de instrumentos recolha dados

normalizados.

Promover a divulgação e acesso a

informação objectiva e fiável sobre

substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas.

Dinamização, aperfeiçoamento e divulgação de informação nas

páginas electrónicas institucionais, (sítio do governo) na óptica

do serviço ao cidadão ou outro meio.

DRPCD e outras

entidades

Dados disponibilizados no sítio do

Governo.

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PRPCD 2010-2012

99

Matrizes - Áreas Transversais

ÁREAS TRANSVERSAIS - INFORMAÇÃO, FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO

Objectivo Específico Acção Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Monitorizar a evolução, ao longo do tempo,

do fenómeno dos consumos, em diversas

populações.

Realização periódica de estudos epidemiológicos de âmbito

regional, para acompanhamento da evolução das diferentes

dimensões do fenómeno, em diversas populações. DRPCD, IDT e

outras entidades.

Relatórios dos estudos realizados e ou

estudos realizados.

Protocolo com o IDT.

Realização pontual de estudos em subpopulações, em que se

justifique aprofundar o conhecimento sobre a dimensão e

padrões de consumo (ELI).

Relatórios dos estudos realizados e ou

estudos realizados.

Promover a criação de “bolsa de

formadores”.

Identificação de profissionais certificados na área que possam

desenvolver a formação dos elementos das equipas

multidisciplinares.

DRPCD, IDT,

IREFREA, DGS e

SRES/DRS, outras

entidades

formadoras.

Nº de profissionais certificados

identificados.

Potenciar e reforçar as competências dos

intervenientes e profissionais que directa ou

indirectamente actuem no domínio das

dependências.

Reforço da formação nas várias áreas de intervenção e nos

diferentes contextos, de acordo com as necessidades

detectadas envolvendo os recursos mais adequados.

DRPCD, IDT, I.P.,

Forças de

Segurança,

SRES/DRS, DGS,

IREFREA,

DGRS/DGSP e

outras entidades.

N.º de acções de formação.

N.º de formandos.

Page 101: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

100

Matrizes - Áreas Transversais

ÁREAS TRANSVERSAIS - INFORMAÇÃO, FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO

Objectivo Específico Acção Entidade Parceira Instrumentos de Avaliação/Indicadores

Reforçar a avaliação da qualidade dos

serviços prestados e dos resultados

alcançados.

Promoção da recolha e processamento regular dos dados

relativos aos resultados das intervenções e elaboração de

Relatórios de Avaliação.

DRPCD e outras

entidades.

N.º de Projectos e Programas avaliados /

área de intervenção.

Identificação de Boas Práticas e sua divulgação.

DRPCD, IDT, e

outras entidades.

N.º de Boas Práticas identificadas / área

de intervenção.

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PRPCD 2010-2012

101

3. METAS

Principais Necessidades em saúde: Dependências

A noção de necessidade, no contexto do planeamento, pode-

se expressar como ―a diferença entre aquilo que existe e

aquilo que deveria existir‖ 47. Isso implica a definição de ―aquilo

que deveria existir‖ através do recurso a quadros/dados de

referência (ou benchmarks) que, no caso específico do

PRPCD, são as prioridades definidas a nível Nacional e as

metas da OMS.

Principais necessidades em saúde na RAA – Dependências

(determinantes/factores de risco).

Necessidades

Assimetrias/

/Situações

Apontadas

Justificação

Menor

consumo de

droga

Dados

desagregados

por Ilhas e

Concelhos (14

e menos anos

– limiar 0% de

acordo com a

OMS) 48.

O último Estudo Regional sobre

o Consumo de Substâncias

Psicoactivas na população

açoriana (Peixoto, A.,

2009/2010) revelou, por

comparação com o Estudo

anterior (2004/2005), um

aumento do consumo de

drogas em todas as Ilhas

(+ 4,0%) (média Açores) 49, 50, 51.

Menor

Consumo de

Álcool

Para além dos dados de

enquadramento mencionados,

importa relembrar a morbilidade

e mortalidade por doenças

atribuíveis ao álcool e por

doença do fígado e cirrose na

Região

(http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entid

ades/srs-

drs/textoImagem/Plano+Regional+de+s

aúde.htm) – PRS 2009-2012 49, 50, 51.

47. In ―Plano de Saúde Região Norte

2009‖, ARS Norte, 2010.

48. Meta 12: Saúde para todos

durante o século XXI. Politica de

Saúde para a Europa – OMS,

Copenhaga, 1997

49. As principais prioridades

definidas no Plano Nacional de

Saúde são as doenças

oncológicas, as doenças

cardiovasculares, o VIH/Sida, a

saúde mental e os principais

determinantes da saúde –

alimentação, actividade física,

tabaco, álcool e stress.

50. As principais prioridades em

Saúde Pública definidas pela

OMS -Europa são, por ordem

decrescente: a obesidade/

doenças não transmissíveis, a

saúde da criança e do

adolescente, o consumo

excessivo de tabaco e álcool

/abuso de substâncias

psicoactivas, a saúde mental,

as lesões e acidentes, a infecção

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PRPCD 2010-2012

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Necessidades Assimetrias/

/Situações

Apontadas

Justificação

Menor

Consumo de

Tabaco

Dados

desagregados

por Ilhas e

Concelhos (14

e menos anos

– limiar 0% de

acordo com a

OMS) 48

Tem-se assistido a uma

evolução positiva na Região em

relação ao seu consumo

(2004/2009 = -1,0). Importa,

contudo, consolidar os ganhos

em saúde decorrentes deste

facto e manter esta como uma

necessidade prioritária em

saúde, dado o seu impacto

económico e na saúde das

populações. Importa, também,

recordar que o tabaco continua

a ser a principal causa

prevenível de mortalidade e

morbilidade no mundo 49, 50,

51.

HIV/sida, a tuberculose, o

sarampo e rubéola e as novas

ameaças emergentes (a gripe

aviária, SARS, etc.). Os

principais factores de risco

identificados são, também por

ordem decrescente: a

hipertensão arterial, o tabaco, o

álcool, a hipercolesterolemia

(excesso de colesterol no

sangue), o excesso de peso, o

baixo consumo de fruta e

vegetais e a inactividade física. 51. Actualmente, as principais

doenças preveníveis na Europa

são a doença coronária, a

doença cerebrovascular, a

diabetes, o cancro, doenças

infecciosas (VIH/ sida, Infecções

Sexualmente Transmissíveis) e

as dependências (álcool e

drogas).

Indicadores – Definição de Metas

Consumo de droga

Indicador Grupo etário

Valor Açores

2009

i)

Definição Meta

2012 2015 (OMS) ii)

HM 14,8* < 14,8 11,1% (25%)

14 e menos anos 3,5 < 3,5 0%

>15 anos 11,3 < 11,3 8,5% (25%)

H 68,9** < 68,9

M 31,1** < 31,1

* Valor Médio/Açores ** Distribuição % do Valor Médio/Açores por sexo

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PRPCD 2010-2012

103

Consumo de álcool

Indicador Grupo etário

Valor Açores

2009

i)

Definição Meta

2012 2015 (OMS) iii)

HM 55,7* < 55,7

14 e menos anos 24,5 < 24,5 0%

>15 anos 31,2 < 31,2 iv) (6 litros)

H 58,6** < 58,6

M 41,4** < 41,4

Consumo de tabaco

Indicador Grupo etário

Valor Açores

2009

i)

Definição Meta

2012 (%) 2015 (OMS) v)

HM 32,0* < 32,0 20,0%

14 e menos anos 4,5 < 4,5 0%

>15 anos 27,5 < 27,5 20,0%

H 62,0** < 62,0

M 38,0** < 38,0

* Valor Médio/Açores ** Distribuição % do Valor Médio/Açores por sexo

i. Peixoto, Alberto, Dependências e Outras Violências …, Comparação 2004-2009, Edições Macaronésia, 2010, (Policopiado)

ii. Diminuir o uso de drogas psicoactivas ilícitas na população em 25%, com o objectivo final da sua eliminação total, e a redução

da mortalidade relacionada com a toxicodependência em 50%. (OMS).

iii. Diminuir o consumo de álcool a 6 litros per capita por ano para a população de 15 ou mais anos, e reduzir o consumo de álcool

na população de 15 ou menos anos até ao limiar dos 0%. (OMS).

iv. Em 2003, segundo dados do World Drink Trends (World Drink Trends, 2005) Portugal ocupava o 8.º lugar do consumo mundial,

com um consumo estimado de cerca de 9,6 litros de etanol per capita, in Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados

ao Álcool 2010 – 2012.

v. Diminuir a prevalência de utilização de tabaco na população com 15 ou mais anos de modo que 80% da população seja não

fumadora e reduzir a utilização de tabaco até ao limiar dos 0% na população com menos de 15 anos. (OMS).

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PRPCD 2010-2012

104

4. ESTRATÉGIAS PARA GARANTIR A IMPLEMENTAÇÃO DO PRPCD

O PRPCD é um documento estratégico não só da DRPCD mas, também, de outros organismos

do sector (públicos, privados ou de solidariedade social) ou mesmo de outros sectores de

actividade, para que possam contribuir para a sua implementação e para a obtenção de ganhos

em saúde na área das dependências.

Apesar de, ao nível das áreas transversais, já terem sido abordadas algumas estratégias

importantes para a implementação do PRPCD elas são, uma vez mais, realçadas, dando-se

destaque às questões ligadas à sua divulgação/informação e à mobilização dos seus principais

actores.

A implementação do PRPCD é, pois, um desafio pelo que deve incluir, também, estratégias para

garantir a sua própria execução e mecanismos para a sua regular revisão e aperfeiçoamento.

As principais estratégias de implementação e avaliação do PRPCD são:

a) Desenvolvimento de um plano de divulgação/informação e mobilização;

b) Desenvolvimento de um sistema de informação;

c) Formação dos profissionais;

d) Acompanhamento e avaliação.

4.1. Desenvolvimento de um plano de divulgação/informação e mobilização

O sucesso do PRPCD depende, em grande parte, da cooperação que a DRPCD estabeleça ao

nível intrasectorial e intersectorial, a qual deve ser desenvolvida na óptica da prestação integrada

de cuidados ao cidadão com problemas de consumo de substâncias psicoactivas licitas e ilicitas.

Deste modo, devem ser identificados todos os públicos-alvo, definidas as principais mensagens a

transmitir, bem como o conjunto de acções a desenvolver, os meios de suporte e a forma de os

mobilizar. Grosso modo, os profissionais de saúde, bem como todas as entidades parceiras, os

dirigentes e a população são os grupos-alvo para a implementação desta estratégia, sem prejuízo

de serem identificados, no decorrer do processo, outros públicos-alvo específicos.

Neste contexto, torna-se importante a divulgação/informação e o envolvimento no PRPCD dos:

i) Profissionais, nomeadamente divulgando informação sobre o PRPCD e os diferentes

programas em curso ou a desenvolver, no âmbito das parcerias estabelecidas, utilizando

os recursos disponíveis dentro do sistema de saúde regional.

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PRPCD 2010-2012

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Um glossário sobre a terminologia utilizada nesta área e no PRPCD pode permitir uma

uniformização de conceitos e linguagem relativamente a alguns profissionais de sectores

menos familiarizados, que possam ser envolvidos em tarefas e ou programas de âmbito

local (ELI).

Os profissionais de saúde são elementos estruturantes da mudança organizacional e da aplicação

dos princípios e actividades do PRPCD. É necessário estabelecer uma estratégia de forma a

envolver a sua contínua participação, quer na aplicação do Plano, quer na sua revisão,

considerando as principais áreas de intervenção: drogas, álcool e tabaco (prevenção, dissuasão,

tratamento e reinserção).

ii) Parceiros do sector privado e social tornando-os, também, parceiros activos na divulgação

do Plano. As iniciativas de colaboração/parceria, normalmente formalizadas através de

protocolos entre a DRPCD e estas entidades, deverão prever responsabilidades mútuas de

divulgação do PRPCD.

É necessário criar mecanismos para que estas entidades possam implementar o Plano e

ajudar, sempre que necessário, à sua revisão.

iii) Público, com vista a uma maior informação e formação pessoal nesta área e como modo,

também, de o sensibilizar para a solidariedade social.

iv) Órgãos de comunicação social. É importante promover a sensibilização/formação

dirigidas aos intervenientes na comunicação social, para facilitar a divulgação e

interpretação das questões ligadas à área das dependências, de um modo geral, e em

particular do PRPCD, nomeadamente para uma adequada interpretação das suas

orientações, especialmente nas áreas de intervenção preconizadas.

v) Dirigentes. Devem ser mobilizados os dirigentes quer das estruturas regionais quer das

locais, para a comunicação e implementação do PRPCD. É necessário mobilizar

igualmente os responsáveis de todas as instituições prestadoras de cuidados do sector

público, privado e social com afinidades ao Plano.

Os principais actores não são, portanto, apenas os que estão directamente relacionados com o

sector público da saúde. Sabe-se que a intervenção em praticamente todos os sectores do tecido

económico e social de uma região tem impacto no estado de saúde das populações. As decisões

políticas têm repercussões na saúde dos habitantes das regiões/locais com problemas

diagnosticados. As entidades que governam os municípios, por exemplo, são particularmente

importantes visto que têm a capacidade de gerir o ambiente, criando espaços promotores de

estilos de vida saudáveis, permitindo o exercício físico, a gestão do stress, e ainda têm

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PRPCD 2010-2012

106

particulares responsabilidades em locais como as escolas e espaços de lazer, que se pretendem

focos de promoção de saúde, como é de sobremaneira importante o papel do sector social. “As

Instituições Religiosas têm sido historicamente relevantes na assistência ao doente mental na

Região, tendo até agora sido as únicas entidades a assegurar o tratamento compreensivo e

multidisciplinar da doença mental em internamento, bem como a desenvolver acções de

reabilitação psicossocial e desinstituicionalização de acordo com o Despacho Conjunto nº 407/98,

de 18 de Junho.‖ (PRSM).

A estas parcerias juntam-se as parcerias da sociedade civil, cuja importância é reconhecida,

também, por todos e cuja colaboração deve ser protocolada integrando os seus contributos para

resultados em saúde considerados prioritários, nesta área. Neste âmbito, a criação de serviços de

proximidade, as ELI, são oportunidades a ser exploradas na implementação do PRPCD.

A divulgação/informação e envolvimento dos grupos alvo poderá ser efectuada, com recurso aos

meios habitualmente disponíveis, tais como a edição do PRPCD, o aproveitamento de encontros e

ou formações que ocorram como forma de apoiar o PRPCD, o recurso à página do Governo

(DRPCD) e ao Portal da Saúde, a criar no âmbito do Sistema de Informação – Açores Região

Digital (SIS-ARD), o aproveitamento de situações privilegiadas – encontros, fóruns, programas de

rádio e TV, etc. - em que a DRPCD promova ou seja envolvida, entre outros.

4.2. Desenvolvimento de um sistema de informação

A implementação do PRPCD tem como condição a existência de um sistema de informação que

permita conhecer e avaliar a efectividade das acções que decorrerem do Plano, monitorizando

preferencialmente os ganhos em saúde que se alcançarem. O sistema de informação deve

permitir caracterizar e analisar o Plano e as intervenções locais em relação à sua estrutura, ao

processo de implementação e aos resultados atingidos.

O sistema de informação é um dos instrumentos que possibilitará à DRPCD a coordenação e a

implementação do PRPCD. Os indicadores que venham a ser estabelecidos para este fim deverão

ter uma periodicidade não inferior a anual e uma representatividade regional e local, bem como

características que permitam o estudo da evolução das situações de saúde que forem alvo de

intervenções locais baseadas nos respectivos diagnósticos. Para o desenvolvimento de um

sistema de informação centrado no PRPCD para além da definição dos indicadores devem ser

identificadas as fontes de informação e a periodicidade prevista e ou necessária.

Para a criação do sistema de informação caracterizado é de particular relevância que a DRPCD

coordene o processo e obtenha contributos quer do Gabinete de Sistemas Informação da

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PRPCD 2010-2012

107

Secretaria Regional da Saúde, quer das entidades parceiras, vinculando-as quer na sua definição

quer na parte operacional do mesmo, enquanto fontes de informação, simultaneamente.

4.3. Formação dos Profissionais

A formação dos profissionais, em particular no que diz respeito às drogas, ao álcool e ao tabaco,

constitui uma das estratégias de implementação e sucesso do PRPCD, já abordada ao nível das

suas áreas transversais, com enfoque na criação de uma Bolsa de Formadores Regional.

4.4. Acompanhamento e Avaliação

Constituem estratégias para o acompanhamento e avaliação deste Plano:

Criar um sistema de informação para acompanhamento dos impactos da implementação do

PRPCD, bem como desenvolver e testar indicadores (conforme referido no ponto 4.2.).

Os indicadores de acompanhamento dos impactos do PRPCD deverão ser parte integrante e

obrigatória dos PAI, nomeadamente para todas as entidades que a DRPCD apoia e com as quais

estabeleça parcerias, no âmbito da Prevenção, Tratamento e Reinserção.

Poderão ser desenvolvidas outras metodologias de avaliação, de carácter qualitativo, as quais

devem ser implementadas e articuladas com as de carácter quantitativo, no sentido de

incrementar a compreensibilidade dos resultados da avaliação.

Este Plano pressupõe, assim, um processo dinâmico de avaliação que integra diferentes fases de

avaliação:

Avaliação diagnóstica – identificação de necessidades, definição de objectivos, de

estratégias de intervenção;

Avaliação de processo – operacionalização do(s) PAI – seu acompanhamento e

monitorização;

Avaliação de resultados – efectividades, custo-benefício, eficiência, eficácia e impacto do

Plano.

Os processos de monitorização/avaliação levados a cabo, irão permitir identificar ―boas práticas‖,

inibir ―práticas deficitárias‖ e abandonar ―práticas contraproducentes‖. Pretende-se, assim, gerar

conhecimento de apoio à decisão estratégica e, eventualmente, rever as estratégias de

implementação.

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Anexo I

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PRPCD 2010-2012

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Guião para a Elaboração de Diagnósticos com vista à Implementação

de Estratégias Locais de Intervenção

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PRPCD 2010-2012

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Índice

Introdução ................................................................................................................................................... 111

1. O Diagnóstico no âmbito das ELI ........................................................................................................... 112

2. Equipa técnica responsável pela implementação do Diagnóstico Local ................................................ 115

3. Etapas do Diagnóstico Local .................................................................................................................. 116

3.1. Etapa 1 - Consulta Inicial .................................................................................................................... 116

3.2. Etapa 2 – Análise Contextual ............................................................................................................. 118

3.3. Etapa 3 – Análise dos Grupos e dos Contextos ................................................................................. 125

3.3.1. Análise das Consequências para a Saúde.................................................................................. 130

3.3.2. Análise dos Factores de Risco e de Protecção ........................................................................... 132

3.3.3. Análise das Consequências Sociais............................................................................................ 136

4. Análise das Intervenções ........................................................................................................................ 139

5. Consulta Final ......................................................................................................................................... 141

6. Relatório Final ......................................................................................................................................... 142

7. Métodos................................................................................................................................................... 143

8. Bibliografia .............................................................................................................................................. 146

Índice de Figuras

Grelha 1 – Perfil Local ................................................................................................................................. 120

Grelha 2 – Análise da influência dos factores estruturais locais ................................................................ 124

Grelha 3 – Caracterização dos grupos e dos contextos identificados ........................................................ 129

Grelha 4 – Análise das consequências para a saúde ................................................................................ 132

Grelha 5 – Exemplos de factores de risco e de protecção ......................................................................... 133

Grelha 6 – Análise dos factores de risco e de protecção ........................................................................... 135

Grelha 7 – Análise das consequências sociais .......................................................................................... 138

Grelha 8 – Levantamento das intervenções existente ................................................................................ 140

Grelha 9 – Análise das intervenções .......................................................................................................... 141

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PRPCD 2010-2012

111

Introdução

Considerando que na Região se optou pela utilização da metodologia de diagnóstico do Plano

Operacional de Resposta Integradas, do IDT, o presente documento foi elaborado com base no

Guião para Identificação de Territórios – Fase 1 e Guião para o Diagnóstico do Território – Fase 4,

tendo-se procedido a adaptações, pontuais, com vista à sua adequação às Estratégias Locais de

Intervenção (ELI), preconizadas no Plano Regional de Prevenção e Combate às Dependências.

As ELI correspondem a instrumentos de base geodemográfica em que todos os recursos –

públicos, sociais e privados – existentes ao nível local (Ilha, Concelho e ou Freguesia) são

mobilizados num esforço organizado entre os vários parceiros locais, no sentido de promover a

sua mobilização e co-responsabilização no diagnóstico, planeamento, implementação,

acompanhamento e avaliação das intervenções que integram respostas interdisciplinares, no

âmbito da prevenção, do tratamento, da reinserção e da redução de risco e minimização de

danos, com a finalidade de planear e desenvolver uma intervenção integrada nestas áreas.

Para concretizar este objectivo, propõe-se que seja feita uma análise a diferentes níveis:

estrutural, comunitário e individual, tendo como fio condutor a identificação de grupos sociais com

problemas associados ao consumo de substâncias psicoactivas, bem como os respectivos

contextos.

A sociedade actual está em constante transformação sendo que as mudanças conjunturais se

reflectem rapidamente na vida quotidiana dos indivíduos e nos seus modos de vida.

Neste contexto, qualquer forma de intervenção social deve basear-se em conhecimentos

aprofundados e actualizados sobre a situação, na qual se pretende actuar no sentido de potenciar

o sucesso das intervenções.

Uma das formas de adquirir esses conhecimentos é através da realização de um diagnóstico que

se entende ser uma fase essencial e determinante de qualquer intervenção que se pretenda

realizar, com o objectivo de alterar a realidade.

Um ―bom diagnóstico é garante da adequabilidade das respostas às necessidades locais e é

fundamental para garantir a eficácia de qualquer projecto de intervenção‖. (Guerra, 2000, pág.

131)1, permitindo assegurar alguns aspectos essenciais:

1 GUERRA, Isabel Carvalho (2000). Fundamentos e processos de uma sociologia de acção: o planeamento em ciências sociais.

Cascais: Principia. GUERRA, Isabel Carvalho (2004). Fundamentos e processos de uma sociologia de acção: o planeamento em ciências sociais, 2.ª

Edição. Cascais: Principia.

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PRPCD 2010-2012

112

• Criar um ―perfil‖ da comunidade local (resultado das representações dos actores sociais

locais);

• Determinar as diferentes áreas geográficas e demográficas da comunidade local (situação

de vulnerabilidade e situação de capacitação);

• Garantir que o tempo e os recursos disponíveis sejam aplicados localmente da forma mais

eficiente e eficaz.

1. O Diagnóstico no âmbito das ELI2

Os problemas associados ao consumo de substâncias psicoactivas, especialmente às ilegais, não

são facilmente aferidos através das fontes tradicionais da saúde ou dos serviços sociais (WHO,

1998), devido ao seu enquadramento jurídico e social e à pluralidade de factores relacionados

com o fenómeno.

Neste âmbito, a OMS criou linhas orientadoras para a elaboração de diagnósticos, que designou

por Rapid Assessment and Response (RAR), aplicável a várias áreas da saúde pública,

principalmente àquelas cujo comportamento individual e de grupo assumem particular importância

(WHO, 2003) e, por conseguinte, às áreas prioritárias de intervenção objecto deste Plano. A

aplicação de um RAR permite obter um quadro real da situação, num curto espaço de tempo,

tendo por objectivo desenhar uma intervenção adequada à realidade. O RAR é utilizado em

situações em que o enfoque não é o conhecimento per si de determinada problemática, mas a

aquisição de conhecimento que permita uma resposta adequada em tempo útil. A mais-valia do

RAR é a sua orientação pragmática e prática, centrada na adequação da intervenção a

implementar.

Com a aplicação da metodologia RAR, é possível realizar um diagnóstico compreensivo que

inclui:

Características de um problema de saúde;

Grupos afectados e contextos (settings);

Consequências adversas para a saúde;

Consequências sociais;

Intervenções existentes.

2 Tendo em conta a abrangência das áreas a diagnosticar, o documento de apoio proposto apresenta apenas os principais itens de

análise e alguns métodos. Poderá ser extremamente útil a consulta de outros diagnósticos RAR implementados noutras áreas e junto de grupos específicos, a análise de outras questões diferentes das propostas, bem como a utilização de outros instrumentos de suporte.

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113

Recursos existentes e oportunidades de intervenção.

Esta informação é essencial para planear, desenvolver e implementar intervenções adequadas.

No âmbito das ELI pretende-se que os diagnósticos locais sejam efectuados com a participação

da comunidade, tendo por objectivo encontrar áreas lacunares e potencialidades de intervenção

no âmbito da prevenção, do tratamento, da reinserção e da redução de risco e minimização de

danos, com a finalidade de planear e desenvolver uma intervenção integrada nestas áreas (PAI).

Para concretizar este objectivo, propõe-se que seja feita uma análise a diferentes níveis:

estrutural, comunitário e individual tendo como fio condutor a identificação de grupos sociais

com problemas associados ao consumo de substâncias psicoactivas, bem como os respectivos

contextos.

Estes 3 níveis de análise são fundamentais, uma vez que as intervenções no âmbito do consumo

de substâncias psicoactivas requerem mudanças dos comportamentos, dos conhecimentos e das

crenças (nível individual), mudanças junto dos grupos de pares e do contexto social onde os

indivíduos estão inseridos (ao nível comunitário), bem como mudanças ao nível das respostas

institucionais disponíveis localmente (nível estrutural).

CONTEXTOS Nível comunitário

COMPORTAMENTOS LOCAL (Ilha, Concelho, Freguesia) Nível individual Nível estrutural

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114

O processo de diagnóstico de necessidades no âmbito das ELI deverá não só revelar o problema

do consumo de substâncias psicoactivas na comunidade, mas também os recursos disponíveis

para a resolução do mesmo.

A maioria dos diagnósticos de necessidades começa pela recolha dos dados de incidência e de

prevalência do consumo de substâncias psicoactivas (SAMHSA, 2003). A leitura destes dados

permite descrever, em parte, a origem e extensão do consumo de substâncias psicoactivas e

contribui para uma compreensão geral sobre os problemas relacionados na comunidade (Hartnoll

et al., 1998).

A prevalência mede a taxa ou o número total de utilizadores de substâncias psicoactivas,

normalmente de um determinado grupo, durante um período de tempo específico. Pode medir a

frequência ou nível do consumo. Esta informação pode contribuir para a identificação de padrões

de consumo.

Apesar dos dados de incidência e de prevalência revelarem questões gerais sobre o consumo de

substâncias, não dão informação suficiente sobre as causas dos problemas e o caminho a seguir

em termos da intervenção.

Deste modo, aspectos como a experimentação do consumo de substâncias psicoactivas, cuja

análise dos respectivos indicadores permite aferir a situação de cada local sobre o consumo

experimental, relativamente a várias substâncias legais e ilegais e a identificação dos factores que

podem aumentar ou diminuir o risco do consumo de substâncias, os chamados factores de risco

e de protecção3, são essenciais na elaboração dos diagnósticos. A capacidade de gerar

mudanças positivas depende da compreensão aprofundada e precisa destes factores (SAMHSA,

2003).

Ao longo dos anos, vários estudos têm apontado para a existência de factores de risco e de

protecção em vários domínios, nomeadamente no domínio sociocultural ou comunitário (Hawkins

J. D., Catalano R.F. e Miller, 1992). Entre os vários factores de risco identificados neste domínio,

destacam-se a disponibilidade de substâncias psicoactivas e a privação económica e social

extrema. Existem ainda outros problemas sociais que podem ajudar a compreender a situação

relativa ao consumo de substâncias psicoactivas e a definir a prioridade das intervenções.

Devem ser, ainda, seleccionados outros factores de risco, nomeadamente a prevalência de

doenças infecto-contagiosas, que irá permitir conhecer os consumidores infectados pelo vírus

3 Ver ―Análise dos Factores de Risco e Protecção - Grelha 5: Exemplos de factores de risco e protecção.

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PRPCD 2010-2012

115

do VIH, Hepatite B e C, bem como pela bactéria da Tuberculose, e a ocorrência de situações e/

ou comportamentos de risco vivenciadas directa ou indirectamente pelos indivíduos em

contextos de consumo de substâncias psicoactivas.

Para compreender a dimensão destes factores de risco, devem ser tidos em conta não só dados

quantitativos, como também informação qualitativa de forma a interpretar os dados quantitativos

segundo as características do contexto onde foram recolhidos, como por exemplo, a cultura

local, a natureza das estruturas de apoio ao nível social e de saúde, a história e tradição do

uso de substâncias psicoactivas nas comunidades, etc.

Assim, de acordo com a forma de implementação de respostas integradas e visando a articulação

entre os diferentes eixos de intervenção no âmbito do consumo de substâncias psicoactivas –

prevenção, dissuasão, tratamento, redução de danos e reinserção – indicam-se os seguintes

problemas associados a factores de risco tendo em conta as especificidades de cada eixo, a

saber:

• Experimentação de substâncias psicoactivas;

• Prevalência do consumo de substâncias psicoactivas;

• Disponibilidade de substâncias psicoactivas;

• Privação económica e social extrema;

• Existência de problemas sociais relacionados com substâncias psicoactivas;

• Prevalência de doenças infecto-contagiosas;

• Ocorrência de situações e/ou de comportamentos de risco.

A operacionalização da realização do diagnóstico com as dimensões atrás referidas passa pela

utilização de instrumentos específicos, nomeadamente grelhas de recolha e análise de dados.

2. Equipa técnica responsável pela implementação do Diagnóstico Local

Compete à DRPCD promover a constituição das equipas que integrem técnicos locais das áreas

geográficas em análise, enquanto responsáveis pela elaboração do diagnóstico podendo, face às

carências de pessoal identificadas localmente, nomeadamente em termos de conhecimentos,

experiências e competências diversas, implicar outros elementos e ou desenvolver parcerias para

a mobilização de recursos humanos. É muito importante que se mantenham os mesmos

elementos durante todo o processo.

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PRPCD 2010-2012

116

Deverão ser mobilizadas para participar activamente neste processo as entidades – públicas e

privadas – que actuam no local em análise, uma vez que detêm informação fundamental

necessária para um bom diagnóstico e que, por outro lado, são parceiros privilegiados para

mobilizar as pessoas da sua comunidade para colaborar.

Considera-se importante dedicar tempo e energias a estes momentos iniciais, onde os actores

devem juntar-se, devem aprender a conhecer-se, fazer uma leitura conjunta da realidade, criar as

regras da parceria e definir a articulação da acção a realizar.

3. Etapas do Diagnóstico Local

As etapas para o diagnóstico são:

1. Consulta Inicial;

2. Análise contextual;

3. Análise dos grupos e contextos;

3.1. Análise das consequências para a saúde (comportamentos de risco e saudáveis);

3.2. Análise dos factores de risco e de protecção;

3.3. Análise das consequências sociais;

4. Análise das intervenções;

5. Consulta final.

Este processo deverá ter a duração máxima de 3 meses.

3.1. Etapa 1 - Consulta Inicial

A consulta inicial é a primeira etapa do diagnóstico local, a qual permite desenhar uma

panorâmica, utilizando para o efeito o conhecimento já existente sobre o mesmo.

A consulta inicial deverá ter a duração de apenas alguns dias e tem como objectivos:

Elaborar as primeiras considerações relativamente ao alcance e enfoque do diagnóstico;

Tomar as primeiras decisões relativas ao planeamento do diagnóstico;

Envolver as pessoas chave da comunidade local.

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Perguntas-chave para a consulta inicial:

1. Qual o nível de conhecimento existente relativamente ao local? (por exemplo: problemas

identificados, populações afectadas, contextos, comportamentos de risco e saudáveis).

2. Quais os indivíduos, organizações e populações que devem ser envolvidas na aplicação

do Diagnóstico?

3. Até que ponto os diferentes informadores-chave têm consciência dos problemas

apresentados e o que pensam sobre eles? (O objectivo é aferir a sensibilidade da

população).

4. Qual o alcance e enfoque do Diagnóstico?

5. Que recursos estão disponíveis?

6. Qual o plano para a elaboração do diagnóstico? (por exemplo: quais as parcerias

privilegiadas, quais as principais fontes e métodos a utilizar em cada etapa e distribuição

de tarefas entre os elementos da equipa).

7. Como é que a comunidade será envolvida no diagnóstico?

8. (…)

Para a concretização desta etapa, propõe-se que sejam realizadas reuniões, dinamizadas pela

equipa responsável, com informadores-chave (por exemplo: representantes das instituições

públicas e privadas) e com outros elementos da comunidade local.

Proposta de Agenda para a reunião com os informadores-chave

Apresentação, pela equipa responsável, de informação disponível, relativamente à qual se

tenha feito um levantamento, nomeadamente sobre dados de experimentação, de

prevalência, e de factores de risco dos domínios comunitário, sociocultural e individual

associados ao consumo de substancias psicoactivas, dos objectivos do Diagnóstico e dos

resultados esperados com a reunião;

Apresentação de questões relevantes relacionadas com os temas em análise, por alguns

representantes da comunidade (por exemplo: representantes institucionais ou habitantes

da comunidade local);

Brainstorming e discussão após as apresentações.

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A equipa do Diagnóstico deverá facilitar a discussão do grupo, direccionando para as questões

chave em análise, mas também ter em atenção novas questões, não pensadas anteriormente,

que sejam importantes para o mesmo.

Em suma, esta etapa permite à equipa envolver os informadores-chave da comunidade no

processo e traçar as primeiras linhas de planeamento do diagnóstico. Esta planificação é de

extrema importância e pode incluir a definição de funções, com a clarificação de quem faz o quê

em cada etapa, o estabelecimento de prazos e a selecção dos métodos de recolha de dados a

utilizar.

3.2. Etapa 2 – Análise Contextual

Cada local tem características específicas ao nível social, económico, cultural, religioso e ao nível

dos estilos de vida e hábitos da população. Assim sendo, existem múltiplos factores que

influenciam os problemas e os comportamentos ao nível da saúde. Uma vez que as experiências

das populações afectadas estão relacionadas com o enquadramento estrutural em que vivem, é

necessário identificar os principais factores que influenciam os problemas existentes e a

capacidade de resposta da comunidade e dos indivíduos. É importante perceber que respostas

têm sido dadas mas também se existem alternativas e em caso afirmativo porque não foram

postas em execução.

Perguntas-chave para a análise contextual:

1. Qual o perfil local?

2. De que forma é que o contexto, ao nível estrutural, afecta o consumo de substâncias

psicoactivas e os problemas associados?

A análise contextual prevê uma breve descrição das principais características estruturais do Local

em estudo, incluindo contextos ambientais, demográficos, sociais e económicos. Num primeiro

momento, a descrição do seu perfil, permite:

Interpretar a informação disponível;

Facilitar a familiarização;

Identificar áreas que necessitarão de investigação mais pormenorizada nas etapas

seguintes do Diagnóstico.

Permite, ainda, obter uma breve caracterização sócio-demográfica, a partir da qual será possível

identificar factores que, ao nível estrutural, influenciam:

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PRPCD 2010-2012

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A vulnerabilidade ou resiliência de grupos específicos da população;

Problemas sociais e de saúde, em particular os factores que contribuem para o aumento

ou diminuição desses problemas;

Comportamentos ao nível da saúde, em particular os factores que contribuem para o

aumento ou diminuição de comportamentos de risco;

O desenvolvimento de intervenções, em particular os factores que o potenciam ou

dificultam.

Para responder à primeira pergunta 1. “Qual o perfil local?”, é importante analisar as seguintes

questões: condições geográficas e ambientais, caracterização demográfica da população,

educação, infra-estruturas, segurança social, economia e saúde. Neste sentido, sugere-se a

utilização da Grelha 1.

Tendo em conta a especificidade do local em análise, poderá acontecer:

ser necessário acrescentar novas questões;

não ser possível apresentar números exactos, pelo que devem ser utilizados números

aproximados. Na impossibilidade de se apresentar números, pode utilizar-se informação

qualitativa sobre o item em análise;

não ser possível ou necessário utilizar algumas das questões sugeridas.

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PRPCD 2010-2012

120

Grelha 1 – Perfil Local

1. Condições Geográficas e Ambientais

Fontes: Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Elementos existentes sobre a Tipificação das Situações de Exclusão, INE Censos

Descrição

1.1. Dimensão do local (área: km2; ha)

1.2. Enquadramento (É uma freguesia? Enquadra-se numa freguesia? É

um bairro? Enquadra-se em algum bairro?, Identificação de zonas

limítrofes, ruas, etc.)

1.3. Caracterização das acessibilidades (rede viária, transportes

públicos, situações de isolamento)

1.4. Condições habitacionais (tipo de habitações – prédios, moradias,

barracas, etc.; cobertura de saneamento básico, de electricidade, de

água, etc.)

1.5. Espaços públicos de lazer (Existem? Quais as suas características?)

1.6. Características urbanísticas (existência de iluminação pública,

espaços amplos ou exíguos, ghetos, etc.)

1.7. Representações existentes sobre o local

Comentários

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PRPCD 2010-2012

121

2. Caracterização Demográfica da População

Fontes: Câmara Municipal, Junta de Freguesia, INE Censos4, Estudos e

ou registos (sobre) Locais

Número

2.1. População total

2.2. Grupos etários

(poderão ser apresentadas mais faixas etárias)

0 – 4

5 – 9

10 – 14

15 – 19

20 – 24

2.3. Existem grupos de várias origens ou etnias? Se

Sim, quais?

Portuguesa

Cabo-Verdiana

Brasileira

Ucraniana

Chinesa

Norte

Americana

2.4. Existem grupos onde se destaca o uso de outras

línguas/dialectos? Se Sim, quais são?

2.5. Existência de mobilidade da população (migrações, turismo) (Informação qualitativa)

Comentários (sobre quais os aspectos mais relevantes) (Informação qualitativa)

4 Dados disponíveis para desagregação até ao nível da freguesia em www.ine.pt/prodserv/censos/index_censos.htm.

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122

3. Educação

Fontes: Escolas locais, Agrupamentos escolares, INE Censos Descrição

3.1. Níveis de Escolaridade (completos)

Sem saber ler nem escrever

1.º Ciclo

2.º Ciclo

3.º Ciclo

Secundário

Formação profissional (níveis 1 a 3)

Superior

3.2. O abandono escolar é um problema relevante? Se Sim, quais os grupos populacionais mais afectados? Qual a faixa etária? Existem números disponíveis? Quais as principais causas?

3.3. Absentismo – utilizar as questões acima referidas

3.4. Insucesso Escolar – utilizar as questões acima referidas

3.5. Analfabetismo – utilizar as questões acima referidas

Comentários

4. Infra-Estruturas, Segurança Social e Economia

Fontes: Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Associações locais, INE Censos, Forças de Segurança

Descrição

4.1. Existência de infra-estruturas e tipo de serviços prestados

Serviços ao nível de apoio social (Segurança Social, Câmara Municipal, beneficiários do RSI, de pensão social, etc.)

Associações locais (desportivas, culturais, ATL, Comissão de Moradores, Religiosas, etc.)

Instituições Particulares de Solidariedade Social

Forças de Segurança (PSP, GNR)

Equipamentos culturais (biblioteca, teatro, salas de exposição, etc.)

Comércio local

Desempregados (procura 1.º emprego, desempregado de longa duração, de muito longa duração)

4.2. Situação face ao Emprego

Empregados (Principais sectores de actividade)

Comentários

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123

5. Saúde

Fontes: Centro de Saúde/ USI, Postos de Saúde, Hospital, Clínicas, Farmácias, SRPCBA, Outros

Descrição

5.1. Existência de infra-estruturas e tipo de serviços prestados

Profissionais de saúde, por categoria profissional

5.2. Principais problemas de saúde associados ao consumo de substâncias pscicoactivas

Dependência de substâncias

Lícitas Álcool

Tabaco

Medicamentos

(...)

Ilícitas Heroína

Cocaína

Canabinoides

Ecstasy

LSD

(...)

Doenças Infecto-contagiosas

Doenças Sexualmente Transmissíveis

Gravidez

Prostituição

Comentários

Após recolhida a informação e traçado o perfil local, é possível responder à pergunta chave 2: ―De

que forma é que o contexto afecta o consumo de substâncias psicoactivas e os problemas

associados?”

É necessário analisar quais as características relativas ao perfil local aos vários níveis – condições

geográficas e ambientais, características sócio-demográficas da população, da educação, das

infra-estruturas, da segurança social, da economia e da saúde – que podem afectar (aumentar ou

diminuir) o consumo de substâncias psicoactivas e os problemas associados no que diz respeito:

a grupos populacionais;

a problemas individuais, sociais e de saúde;

ao desenvolvimento de intervenções.

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PRPCD 2010-2012

124

Podem ser considerados outros aspectos nesta análise que tenham surgido na Consulta Inicial ou

na elaboração do perfil local.

Para a análise da influência dos factores estruturais, propõe-se a Grelha 2 como um instrumento

a utilizar pelos técnicos responsáveis e por outros elementos relevantes nesta análise (técnicos de

entidades locais, informadores-chave, etc.). Todos os participantes desta fase devem ter acesso à

informação recolhida sobre o perfil local.

Grelha 2 – Análise da influência dos factores estruturais locais

Níveis de Caracterização do Local

Grupos Populacionais

Vulneráveis (Quais?)

Problemas (Nível Individual,

Social, Económico, de Saúde, etc.)

No Desenvolvimento de

Intervenções

Que condições geográficas e

ambientais têm impacto5...

Quais as características sócio-

demográficas da população que

têm impacto...

Quais os problemas

identificados ao nível da

Educação que têm impacto...

Quais as condições e respostas

das infra-estruturas identificadas

que têm impacto...

Quais as necessidades e/ou

respostas existentes ao nível da

segurança social que têm

impacto...

Quais as características da

economia que afectam...

Quais as necessidades e/ou

respostas existentes ao nível da

Saúde que têm impacto...

(...)

5 Impacto: conceito utilizado para medir os efeitos – positivos ou negativos – que determinada acção trará a um local.

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125

Possíveis métodos de recolha de dados:

Análise da informação recolhida anteriormente;

Contacto com diferentes instituições para levantamento de dados em falta;

Observação directa (por exemplo: observar a dinâmica da zona, as habitações,

comportamentos específicos e actividades em certos locais e em certas horas);

Entrevistas a informadores-chave (por exemplo: médico do centro de saúde, técnico de

Serviço social que trabalhe no local);

Grupos focais dirigidos a diferentes grupos (por exemplo: técnicos de entidades públicas

locais, de Organizações Não Governamentais (ONG), associações locais, líderes

religiosos);

Inquérito (pode ser necessário mas é um processo mais moroso);

Pequenos questionários de resposta e análise rápida.

Em suma, no final desta etapa está traçado o perfil local e identificados, no âmbito do consumo de

substâncias psicoactivas, os grupos populacionais vulneráveis a vários níveis, bem como a

influência positiva ou negativa dos factores estruturais no desenvolvimento de intervenções.

3.3. Etapa 3 – Análise dos Grupos e dos Contextos

Na Etapa 3 – Análise dos grupos e contextos – importa fazer uma caracterização aprofundada dos

grupos populacionais identificados na etapa anterior, o que levará à identificação de grupos

sociais mais restritos dentro dos grupos populacionais identificados (por exemplo: pode ter sido

identificado um grupo designado ―jovens toxicodependentes‖, que pode ser subdividido em:

toxicodependentes utilizadores de drogas injectáveis, mulheres toxicodependentes que se

prostituem, etc.).

O objectivo desta etapa é identificar e caracterizar grupos sociais da população e contextos do

local com problemas associados ao consumo de substâncias psicoactivas a vários níveis

(individual, social, económico, de saúde, judicial, etc.), que adoptam comportamentos de risco e

que são vulneráveis a factores de risco e analisar porque é que esses grupos são mais

vulneráveis ou resilientes a esses problemas e comportamentos.

Entende-se que um grupo social é constituído por indivíduos que partilham algumas

características comuns que podem afectar os seus comportamentos. Esta característica pode ser

ocupacional (exemplo: actividade profissional), pode estar relacionada com preferência e

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126

identidade sexual, ou relacionada com um estatuto social específico que identifica o grupo

(cultural, étnico, religioso, etc.).

Entende-se que um contexto social é um espaço partilhado por indivíduos que pode estar

associado a determinados comportamentos de risco ou problemas de saúde. Pode ser o caso de

uma área geográfica específica (por exemplo: um bairro onde existe um elevado tráfico de

drogas), um estabelecimento (por exemplo: uma escola, um bar, uma prisão) ou um espaço

público (uma rua ou um jardim onde é frequente indivíduos consumirem drogas).

Frequentemente, a identificação de grupos está directamente relacionada com os contextos, uma

vez que utilizam determinados espaços com um objectivo comum, pelo que propomos que na

análise dos grupos seja feita uma identificação dos contextos onde se inserem. No entanto,

podem ter sido identificados contextos sobre os quais é necessário conhecer as suas

características, de forma a identificar os grupos existentes a posteriori.

A identificação e caracterização dos contextos é muito importante porque, para além de permitir

conhecer melhor as condições e experiências desses grupos sociais, podem ser escolhidos como

contextos de intervenção para o desenvolvimento das acções.

As experiências dos grupos e as características dos contextos são influenciadas por factores e

comportamentos individuais e sociais (por exemplo: amigos, família, outros elementos da

comunidade e ―normas‖ específicas do território). Estes factores e comportamentos podem

aumentar ou diminuir a adopção de estilos de vida mais saudáveis, aumentar ou diminuir

comportamentos de risco, ou influenciar a existência de contextos facilitadores ou inibidores da

ocorrência de determinados comportamentos.

Principais itens a considerar na caracterização dos grupos:

As características dos grupos sociais identificados;

Os problemas existentes associados ao consumo de substâncias psicoactivas;

Os comportamentos saudáveis e de risco existentes (se possível, a sua dimensão);

Os factores que os tornam mais vulneráveis ou resilientes a situações de risco (factores de

risco e de protecção);

Quais as crenças, percepções e conhecimentos sobre saúde e risco.

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127

Perguntas-chave que podem ajudar na caracterização e análise dos grupos:

1. Qual a natureza das relações e redes sociais em cada grupo?

2. Quais os principais processos de influência, existem líderes nos grupos?

3. Quais os factores que tornam cada grupo mais vulnerável a problemas de saúde

relacionados com o consumo de substâncias psicoactivas?

4. Quais os factores que tornam cada grupo mais vulnerável a comportamentos de risco?

5. Quais os factores que tornam cada grupo mais resiliente a problemas de saúde ou a

comportamentos relacionados com o consumo de substâncias psicoactivas?

6. Quais os recursos que cada grupo tem e que podem ser utilizados para promover a

saúde ou evitar comportamentos de risco?

7. Quais os recursos em falta?

8. Qual a relação do grupo com a comunidade?

9. Qual a relação da comunidade com o grupo?

10. Qual a disponibilidade do grupo para intervenções que mudem a sua saúde e/ou

influenciem os seus comportamentos?

11. Existem normas ou atitudes específicas nos grupos que facilitam ou dificultem a

mudança?

12. Qual a permeabilidade dos grupos a intervenções, e quais os obstáculos?

13. Qual a percepção das pessoas mais próximas e mais afastadas?

14. (…)

Após a identificação dos vários grupos, é importante conhecer os contextos onde estão inseridos.

É necessário recolher informação sobre normas e regras dos diferentes contextos.

Frequentemente, os comportamentos saudáveis e de risco são influenciados pelos grupos de

pares, por normas da comunidade consideradas socialmente aceites ou por comportamentos

considerados adequados e pelos contextos particulares em que os comportamentos ocorrem. O

comportamento é frequentemente o resultado de uma determinada interacção entre vários

indivíduos e ocorre num contexto de normas e práticas vigentes no grupo.

Principais itens a considerar na caracterização dos contextos:

Problemas a vários níveis (individual, social, económico, de saúde);

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PRPCD 2010-2012

128

Adopção de comportamentos saudáveis e de risco;

Existência de factores de risco e de protecção.

Perguntas-chave que podem ajudar na caracterização e análise dos contextos:

1. Quais as principais características físicas e sociais do contexto?

2. Qual a sua localização, quantas pessoas existem?

3. Como é que as pessoas se dirigem aos espaços e como acedem a eles?

4. Quais são as actividades desenvolvidas e quando acontecem? (por exemplo: horários de

funcionamento de bares; horas de maior afluência).

5. Quais os principais padrões de influência social? (por exemplo: quais os líderes? Existem

pessoas que exercem uma maior influência sobre as outras?).

6. Quais as relações sociais neste contexto? (por exemplo: funcionário/cliente,

professor/estudante, guarda prisional/recluso).

7. O que torna o contexto particularmente saudável ou de risco?

8. Qual a permeabilidade deste contexto para as intervenções, e quais os obstáculos?

9. Percepção das pessoas mais próximas e das pessoas mais afastadas?

10. (…)

Na identificação e caracterização dos grupos sociais e contextos pode ser útil classificá-los

relativamente ao consumo de substâncias psicoactivas, por exemplo:

grupos onde não se verificam consumos;

grupos onde se verifica um consumo não problemático;

grupos onde se verifica um consumo problemático (toxicodependentes).

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Para sistematizar a informação recolhida, sugerimos a utilização da Grelha 3:

Grelha 3 – Caracterização dos grupos e dos contextos identificados

Grupos Identificados

N.º de indivíduos

Caracterização qualitativa

Contextos associados

Principais problemas identificados (vários

níveis: individual, social, económico,

saúde, etc.)

Métodos e fontes

utilizados

Utilizadores de

drogas

injectáveis

15 Adultos entre 30-45

anos; > homens;

Toxicodependentes;

Droga principal:

heroína;

Arrumadores; (…)

Centro

histórico

Desemprego, alguns

sem abrigo, não se

dirigem a serviços de

apoio, não existem

estruturas que os

apoiem localmente.

(…)

Observação

Contactos

informais

com a PSP

Adolescentes

que

abandonaram

a escola

(+ ou –) 25 Idades entre os 13 e

16 anos;

Existem mais

rapazes do que

raparigas;

Gostam de andar de

skate.

Parque ao ar

livre

Abandonaram a

escola e não estão

inseridos em nenhuma

actividade.

Frequentam

regularmente o parque

onde andam de skate.

A maioria pertence a

famílias

problemáticas…

Observação

Contactos

com

professores

Quando o ponto de partida para a caracterização é a identificação dos contextos:

Contextos identificados

Caracterização qualitativa

Grupos associados

N.º de indivíduos

que os frequentam

Principais problemas identificados (vários

níveis: individual, social, económico, saúde, etc.)

Métodos e fontes

utilizados

Jardim À noite ocorrem

situações de

violência

Toxicodependentes;

Prostitutas

(+ou-15) Relatos de situações de

violência, criminalidade,

prostituição, tráfico e

consumo de drogas, etc.

Observação

Contactos

informais PSP

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PRPCD 2010-2012

130

Partindo desta identificação e caracterização dos grupos e contextos, nos pontos seguintes é feito

um levantamento e uma análise aprofundada, ao nível do consumo de substâncias psicoactivas,

sobre:

As consequências para a saúde (comportamentos saudáveis e de risco);

Os factores de risco e de protecção;

As consequências sociais.

3.3.1. Análise das Consequências para a Saúde

Na análise dos grupos sociais e dos contextos onde estão inseridos, é importante aferir quais os

grupos que estão mais susceptíveis a determinados problemas de saúde, quais os contextos onde

existe maior probabilidade de ocorrerem e quais os comportamentos saudáveis e de risco

associados (por exemplo: prostituição, crianças de rua, funcionários de bares).

No levantamento das questões da saúde, é necessário reunir informação sobre as características

de um determinado problema de saúde pública associadas ao consumo de substâncias

psicoactivas (por exemplo: infecções sexualmente transmitidas, HIV, tuberculose, materiais de

consumo abandonados na rua).

Idealmente, o principal objectivo é descrever a dimensão e a natureza do problema de saúde, a

sua distribuição social e geográfica, e a sua evolução/mudança ao longo do tempo. No entanto,

devido a dificuldades relacionadas com a monitorização da doença junto da população em geral e

especialmente junto de populações ocultas ou marginais, é difícil recolher esta informação. Neste

sentido, sugere-se que, caso seja possível, se recolha informação sobre a dimensão, extensão

nos grupos em análise e a evolução ao longo do tempo, de doenças específicas relacionadas com

o consumo de substâncias psicoactivas (por exemplo: número de mortes provocadas por doenças

relacionadas com o consumo de tabaco e álcool, o número de infecções por HIV associado ao

consumo de drogas injectáveis).

Perguntas-chave que podem ajudar no levantamento de problemas de saúde junto dos

grupos identificados:

1. Que tipos de problemas de saúde existem?

2. Qual a sua extensão/dimensão e quais as tendências ao longo do tempo? (Dados sobre as

tendências de evolução ao longo do tempo são importantes para perceber se um problema

tem tendência para se agravar ou melhorar).

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131

3. Quais os principais grupos afectados por elas? (Pode existir informação disponível por

grupos específicos – por exemplo, o número de jovens com idade entre 18-25 anos

referenciados com problemas consequentes de consumos...)

4. Quais as causas dos problemas?

5. (…)

Frequentemente, a classificação dos problemas de saúde é limitada, uma vez que se foca no

processo da doença, mais do que nas suas ―causas‖, isto é, mais do que sobre os aspectos que

poderão ser alvo de intervenção. É importante que a equipa do diagnóstico pense sobre como os

problemas de saúde podem ser prevenidos, sendo útil classificá-los segundo o tipo de factores

que os podem precipitar ou que a eles podem estar directamente associados.

Para além da identificação dos problemas de saúde existentes nos grupos sociais identificados, a

identificação de comportamentos saudáveis e de risco, bem como a identificação de factores de

risco e de protecção assumem particular importância para o planeamento de intervenções no

âmbito do consumo de substâncias psicoactivas.

Entende-se como comportamentos saudáveis os actos individuais ou colectivos que visam

influenciar o estado de saúde (por exemplo: exercício físico, dieta alimentar e outros aspectos

relacionados com o estilo de vida).

Os comportamentos de risco traduzem-se em actos que contribuem tendencialmente para

resultados prejudiciais ao nível da saúde. A redução de comportamentos de risco prevê acções

que diminuem as hipóteses da ocorrência desses prejuízos.

O principal objectivo nesta etapa é identificar a dimensão e a natureza de comportamentos

saudáveis e de comportamentos de risco nos diferentes grupos e contextos identificados.

Pretende-se analisar porque é que as pessoas adoptam comportamentos saudáveis e de risco,

isto é, aquilo que fazem para aumentar ou diminuir os riscos associados ao consumo de

substâncias psicoactivas.

Nesta análise também é importante aferir se os comportamentos de alguns indivíduos colocam

outros em risco, para além dos próprios.

Para organizar a informação relativa aos problemas de saúde e comportamentos associados,

propõe-se a utilização da seguinte grelha:

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PRPCD 2010-2012

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Grelha 4 – Análise das consequências para a saúde

Colunas preenchidas na Grelha 3

Grupos Identificados

N.º de indivíduos

Caracterização qualitativa

Contextos associados

Problemas de saúde

identificados

Comportamentos de risco

identificados

Comportamentos saudáveis

identificados

Métodos e fontes

utilizados

Utilizadores de

drogas

injectáveis

15 Adultos entre 30-45

anos; > homens;

Toxicodependentes;

Droga principal:

heroína;

Arrumadores; (…)

Centro

histórico

Abcessos,

características

físicas que

apontam para

patologias

hepáticas (ex:

olhos

amarelos),

subnutrição,

etc.

Partilha de

material de

injecção

Ainda não

identificados

Contacto

com alguns

utilizadores

e Hospital

3.3.2. Análise dos Factores de Risco e de Protecção

Ao longo dos últimos 20 anos, vários estudos tentaram determinar as origens e os percursos para

o abuso de drogas e a adição – como o problema começa e como ele evolui. Têm sido

identificados muitos factores que ajudam a diferenciar quem estará sujeito a situações que

poderão levar a uma maior propensão para o abuso de drogas, daqueles que estão menos

vulneráveis. (NIDA, 2003).

Os factores que potenciam o consumo de substâncias psicoactivas são denominados factores de

risco, enquanto que, aqueles que estão associados à redução desse potencial são denominados

factores de protecção.

No levantamento e análise de factores de risco e de protecção, é necessário ter em conta os

seguintes aspectos (OEDT, 2005):

A maioria dos indivíduos em situações de risco de abuso de drogas não começam a

consumir drogas nem se tornam consumidores problemáticos;

Alguns destes factores são susceptíveis a mudanças culturais e a sua relevância é maior,

menor ou nenhuma em diferentes culturas, pelo que as especificidades de cada local e os

diferentes contextos assumem particular importância;

Alguns factores são relevantes apenas na presença de outros;

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133

Alguns factores passam de risco a protectores como resultado da sua interacção com

outros factores;

A combinação de vários factores de risco aumenta o risco (Newcomb et al., 1986). A

presença de apenas um factor de risco normalmente não é relevante.

Um factor de risco para uma pessoa pode não o ser para outra.

Na análise dos factores de risco e de protecção, mais importante do que a identificação dos

factores de risco é a identificação dos factores de protecção, com o objectivo de serem

desenvolvidas intervenções adequadas.

Existem vários modelos teóricos baseados numa grande multiplicidade de factores de risco e de

protecção. Devem ser consultadas várias fontes de informação, de acordo com as características

específicas do local em análise e com os grupos e contextos previamente identificados, de forma

a elaborar uma análise adequada.

Na tabela seguinte é apresentada uma lista com exemplos de factores de risco e de protecção,

organizados em quatro domínios: Individual/pares; Família; Escola; Comunidade. (NIDA, 2003 e

SAMHSA, 2003).

Grelha 5 – Exemplos de factores de risco e de protecção

Domínios Factores de Risco Factores de Protecção

Individual / Pares Comportamento anti-social precoce e

persistente;

Início precoce de consumo de

substâncias psicoactivas;

Atitudes favoráveis quanto ao

consumo de substâncias psicoactivas;

Relação com pares que consomem

substâncias psicoactivas, que se

envolvem em comportamentos

problemáticos, delinquentes, etc.;

Susceptibilidade à pressão (negativa)

de pares;

Relações negativas com adultos.

(…)

Atitudes negativas sobre o consumo de

drogas;

Oportunidades de envolvimento pró-

social e reconhecimento das

actividades desenvolvidas;

Relação com pares envolvidos na

escola, em actividades recreativas ou

outras actividades organizadas;

Resistência à pressão negativa de

pares;

Relações positivas com adultos.

(…)

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134

Família Famílias com comportamentos de

elevado risco, como por exemplo, pais

toxicodependentes;

Violência na família;

Inexistência de regras consistentes e

adequadas;

Fraco vínculo entre pais e filhos;

Falta de acompanhamento e de

supervisão por parte dos adultos;

(…)

Forte vínculo afectivo entre pais e

filhos;

Dinâmicas familiares positivas;

Aplicação de regras de forma

consistente e adequada à idade dos

filhos;

Capacidade da família para resolver os

seus conflitos;

Acompanhamento e supervisão por

parte dos adultos;

(…)

Escola Absentismo e abandono escolar;

Fraco compromisso com a escola.

Comportamento anti-social precoce e

persistente;

(…)

Ambiente institucional positivo;

Boa relação e acompanhamento por

parte dos professores e profissionais

com os alunos;

Sucesso no aproveitamento escolar;

Cooperação entre professores e pais

dos alunos;

(…)

Comunidade Disponibilidade de drogas;

Privação económica e social extrema;

Fraca ligação ao bairro e

desorganização da comunidade;

Discriminação;

Desemprego e emprego não

qualificado.

(…)

Oportunidades de participação

enquanto elementos activos na

comunidade;

Diminuição do acesso às substâncias;

Normas culturais que definam

expectativas elevadas relativamente

aos jovens;

Existência de redes de trabalho social e

sistemas de suporte na comunidade.

(…)

É importante ter em conta que alguma da informação pode já ter sido recolhida.

Para organizar a informação relativa aos factores de risco e de protecção identificados junto dos

grupos, propõe-se a utilização da seguinte grelha:

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Grelha 6 – Análise dos factores de risco e de protecção

Colunas preenchidas na Grelha 3

Grupos Identificados

N.º de indivíduos

Caracterização qualitativa

Contextos associados

Factores de Risco identificados

Factores de Protecção

identificados

Métodos e fontes utilizados

Adolescentes

que

abandonaram

a escola

(+ ou –) 25 Idades entre os 13

e 16 anos;

Existem mais

rapazes do que

raparigas;

Gostam de andar

de skate.

Parque ao

ar livre

Atitudes favoráveis

quanto ao consumo

de substâncias

psicoactivas;

Relações negativas

com adultos (pais,

professores);

(…)

Inseridos em famílias;

Abandonaram a

escola recentemente;

Apesar de terem

abandonado o ensino,

gostavam de

permanecer no

espaço escola;

(…)

Grupos focais:

- Elementos do

grupo de jovens;

- Antigos

professores da

escola secundária;

(…)

Possíveis métodos de recolha de dados:

Análise da informação recolhida anteriormente ou existente;

Contacto com diferentes instituições para levantamento de dados estatísticos em falta

(nomeadamente no levantamento de dados sobre os problemas de saúde);

Observação directa (por exemplo: observar os contextos identificados e os

comportamentos dos indivíduos que o frequentam);

Entrevistas a informadores-chave (por exemplo: médico do centro de saúde, proprietário

de cafés, ou outras pessoas-chave). As entrevistas qualitativas individuais, dirigidas a

elementos dos grupos alvo, podem ser extremamente úteis para a identificação e

descrição de comportamentos de risco e contextos em que ocorrem);

Grupos focais dirigidos a diferentes grupos (por exemplo: alguns elementos dos grupo

identificados);

Inquérito (poderá ser necessário mas é um processo mais moroso);

Pequenos questionários de resposta e análise rápida, utilizando a metodologia de ―bola de

neve‖.

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136

3.3.3. Análise das Consequências Sociais

Os danos relacionados com problemas de saúde associados ao consumo de substâncias

psicoactivas, com a adopção de comportamentos de risco e com a existência de factores de risco

não se resumem exclusivamente a consequências para a saúde.

Os problemas neste âmbito têm um impacto e um custo alargado que ultrapassa a necessidade

de disponibilizar serviços ou cuidados de saúde. Por exemplo, as pessoas podem precisar de

apoio adicional social e económico, apoio ao nível habitacional, ou de recorrer a pessoas

próximas (amigos e familiares).

O levantamento das consequências sociais pode influenciar as estratégias de intervenção.

Frequentemente, é necessário procurar ultrapassar ou ter em consideração alguns aspectos

sociais (por exemplo, ao nível das necessidades básicas - alimentação, higiene, etc.) antes dessa

população ser contactada e alvo de uma intervenção eficaz, e de se desenvolverem acções para

reduzir situações de risco e acções de promoção da saúde. Nesta análise pretende-se aferir,

relativamente aos grupos identificados, quais são as consequências sociais dos problemas

associados ao consumo de substâncias psicoactivas.

No levantamento das consequências sociais, deverá ser considerada a percepção da comunidade

local e a forma como lida com os grupos identificados (por exemplo, verificar se existem

fenómenos de estigmatização ou de marginalização), o estatuto ou papel dos grupos na

comunidade e o seu acesso a recursos materiais ou financeiros. Este levantamento também

deverá incluir as consequências sociais dos problemas associados ao consumo de substâncias

psicoactivas junto de pessoas próximas (por exemplo: parceiros sexuais, família e rede de pares).

Principais itens a considerar no levantamento das consequências sociais:

Problemas sociais associados ao consumo de substâncias psicoactivas;

Tipo de consequências sociais relatadas pelos grupos identificados;

Dimensão e frequência das diferentes consequências sociais;

Percepção dos grupos sobre os factores que potenciam ou reduzem/minimizam as

consequências sociais.

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PRPCD 2010-2012

137

Perguntas-chave que podem ajudar no levantamento das consequências sociais:

1. As pessoas são estigmatizadas ou marginalizadas devido aos seus problemas de saúde

ou comportamentos, ou devido à pertença a determinados grupos? (por exemplo:

afastamento dos serviços existentes, não utilização dos recursos institucionais disponíveis)

2. Os seus problemas afectam o seu papel social e económico na sociedade?

3. Os seus problemas de saúde levam a uma maior necessidade de recursos como prestação

de cuidados de saúde, habitação, segurança social ou oportunidades de emprego?

4. Existem pessoas envolvidas em actividades ilegais? Elas ou outros sofrem consequências

devido a isso?

5. Existem consequências ao nível das suas relações interpessoais com a família (por

exemplo: filhos) e amigos?

6. (…)

Para organizar a informação relativa às consequências sociais identificadas, propõe-se a

utilização da seguinte grelha:

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PRPCD 2010-2012

138

Grelha 7 – Análise das consequências sociais

Grupos identificados

Problemas sociais Consequências

sociais identificadas

Factores que potenciam ou inibem

as consequências sociais identificadas

Métodos e fontes

utilizados

Utilizadores de

drogas

injectáveis

Desemprego, alguns

sem-abrigo, não se

dirigem a serviços de

apoio, não existem

estruturas que os

apoiem localmente.

(…)

Situação económica

extremamente

precária; recurso a

furtos, mendicidade,

sem apoio familiar.

Alguns têm

qualificações

profissionais, estão

receptivos a apoio

social e a mudanças

de comportamentos de

risco (por exemplo:

troca de material de

injecção)

Inexistência de

estruturas de

proximidade

Grupo focal:

Elementos do

grupo em

análise

Adolescentes

que

abandonaram

a escola

Abandonaram a

escola e não estão

inseridos em

nenhuma actividade.

Frequentam

regularmente o

parque onde andam

de skate.

A maioria pertence a

famílias

problemáticas (…)

Dificuldades

acrescidas no ingresso

no mercado de

trabalho – não têm

habilitações nem

qualificação

profissional.

Aumento de situações

de conflito com os

pais.

Existe uma área de

interesse (skate) que

poderá ser

explorada…

As famílias estão

preocupadas com a

situação e receptivas a

colaborar e receberem

apoio nesse sentido.

O gosto pelo espaço

da escola que

frequentavam também

pode ser explorado.

Os responsáveis pela

escola não estão

sensibilizados para o

problema.

Grupo focal:

Elementos do

grupo em

análise;

Pais e

familiares;

Responsáveis

da escola e

professores

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PRPCD 2010-2012

139

Possíveis métodos de recolha de dados:

Análise da informação recolhida anteriormente ou existente;

Contacto com diferentes instituições para levantamento de dados;

Entrevistas a informadores-chave (por exemplo: técnico de serviço social responsável pelo

local em análise, técnicos do Centro de Emprego, da CPCJ, etc.);

Grupos focais (por exemplo: alguns elementos dos grupos identificados, de IPSS e de

associações locais);

4. Análise das Intervenções

Pretende-se nesta etapa fazer o levantamento das intervenções existentes localmente e analisar

quais as dirigidas aos grupos ou contextos problemáticos.

Uma intervenção é uma actividade que tem por objectivo actuar junto de um grupo problemático,

mudar um contexto pouco saudável, reduzir um problema de saúde ou um comportamento de

risco. Uma intervenção pode:

Contribuir para a mudança de comportamentos dos indivíduos (nível individual);

Contribuir para a mudança das comunidades ou das organizações (nível comunitário);

Alterar um contexto mais vasto onde os problemas ocorrem (nível estrutural).

Deve ser aferida a adequabilidade e a eficiência das intervenções existentes e sugerir algumas

mudanças necessárias. Deve, ainda, ser aferida a necessidade de se desenvolverem novas

intervenções.

Deste modo, o principal objectivo é a análise:

Da extensão e natureza das intervenções que estão direccionadas aos grupos e contextos

identificados;

Da adequabilidade e eficiência das intervenções existentes;

Do desenvolvimento de novas intervenções ou a necessidade de mudança das existentes;

Da possibilidade real de se avaliarem os resultados e monitorizarem as intervenções.

Principais itens a considerar no levantamento das intervenções a decorrer:

Tipo e objectivos das intervenções;

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PRPCD 2010-2012

140

Estratégias e métodos utilizados;

Abrangência e acessibilidade das intervenções;

Pertinência da intervenção;

Viabilidade, eficácia e limitações das intervenções;

Factores que inibem ou que promovem a eficácia das intervenções;

Visibilidade da monitorização e resultados.

Principais itens a considerar no levantamento das futuras intervenções:

As alterações necessárias para a melhoria das intervenções existentes;

Novas intervenções a desenvolver.

Perguntas-chave que podem ajudar no levantamento das intervenções existentes:

1. Quais as intervenções a decorrer relacionadas com o consumo de substâncias

psicoactivas? (por exemplo: no âmbito da saúde, das câmaras municipais, da segurança

social, de associações da comunidade);

2. As intervenções a decorrer são adequadas e eficientes? (por exemplo: desenvolvimento de

projectos locais, serviços de porta aberta, respostas institucionais…);

3. Das intervenções existentes, quais necessitam de ser alteradas?

4. Quais são as novas intervenções necessárias?

5. O que se pretende desenvolver é monitorizável e avaliável?

6. (…)

Para sistematizar a informação propõe-se a utilização das seguintes grelhas:

Grelha 8 – Levantamento das intervenções existentes

Intervenções a Decorrer

Descrição e a Quem se

Dirige Objectivos

São Abrangidos Grupos ou Contextos

Identificados? Se Sim Quais?

Benefícios Desvantagens Métodos e

Fontes Utilizados

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PRPCD 2010-2012

141

Grelha 9 – Análise das intervenções

Grupos Identificados

Contextos Identificados

Necessidades Identificadas

Intervenções a Decorrer

6

Alterações Necessárias às Intervenções a

Decorrer

Novas Intervenções Necessárias

Neste ponto, deverão ser analisadas possíveis intervenções que estejam a decorrer localmente.

Para tal, deverão ser aferidas as respostas existentes e, caso necessário, planear novas

respostas a implementar, de acordo com as necessidades dos grupos e contextos identificados,

assegurando sempre a integração e coordenação com as novas intervenções necessárias.

Métodos de recolha de dados:

Levantamento de informação em relatórios ou documentos relacionados com a

intervenção;

Reuniões/entrevistas com os representantes das intervenções.

5. Consulta Final

Nesta etapa, os objectivos são:

Devolver às pessoas consultadas os resultados da recolha dos dados para a qual

contribuíram;

Apresentar as recomendações para possíveis estratégias de acção;

Recolher as suas opiniões e sugestões, isto é, conhecer a sua sensibilidade face a

possíveis estratégias de acção;

Perceber o nível de implicação e envolvimento da comunidade nas possíveis estratégias

de acção.

O envolvimento da comunidade é determinante para o sucesso das futuras intervenções. Neste

sentido é importante aferir se existe uma mobilização para a acção.

6 Incluir as intervenções que não dão resposta aos grupos e contextos mas que poderão dar.

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PRPCD 2010-2012

142

Perguntas-chave para se perceber se a comunidade está mobilizada para a acção:

Os membros da comunidade têm consciência do problema e da necessidade da

intervenção?

Os membros da comunidade estão motivados para agir, estão interessados em fazer algo

para mudar a situação actual?

Os membros da comunidade têm capacidade para agir, utilizando as suas forças e

disponibilizando os seus recursos?

Os membros da comunidade participam na tomada de decisão, avaliam os resultados e

responsabilizam-se pelos sucessos e fracassos?

Quando os recursos da comunidade são insuficientes, procuram apoio fora?

Sugere-se a realização de uma reunião envolvendo as pessoas da consulta inicial, incluindo

outros intervenientes que foram consultados ao longo das várias etapas e ainda pessoas chave da

comunidade.

Proposta de Agenda para a Consulta Final:

Apresentação, pela equipa responsável, do processo de diagnóstico, metodologia utilizada

e dificuldades sentidas;

Apresentação dos resultados do Diagnóstico;

Consulta dos participantes quanto à sua opinião/sensibilidade/disponibilidade face à

intervenção necessária;

Consulta dos participantes quanto ao nível de envolvimento e aceitação da comunidade

face à intervenção necessária.

6. Relatório Final

Toda a informação analisada deverá ser traduzida num relatório final que, sempre que possível,

deve ser elaborado à medida que se vão concluindo etapas do processo.

Compete à equipa responsável pela elaboração do diagnóstico a redacção do relatório.

Este relatório deverá conter toda a informação necessária ao desenvolvimento das intervenções,

isto é, deve responder aos itens e perguntas–chave colocadas em cada etapa.

Sugere-se um limite de 25 páginas.

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PRPCD 2010-2012

143

Proposta de estrutura:

i) Resumo: principais conclusões e recomendações do Relatório;

ii) Metodologia: organização do processo; equipa Técnica; Métodos e fontes utilizadas;

constrangimentos ou obstáculos encontrados.

iii) Resultados:

Análise contextual;

Grupos e contextos locais;

Problemas de saúde (comportamentos de risco e saudáveis);

Factores de risco e protecção;

Consequências sociais;

Intervenções existentes e a desenvolver.

iv) Conclusões e recomendações:

Com base nos dados obtidos serão apresentadas as principais conclusões e

recomendações sobre intervenções a desenvolver;

v) Bibliografia

7. Métodos

São vários os métodos que podem ser utilizados para recolher informação relativa às populações

e aos contextos. Este capítulo sugere alguns métodos que podem ser utilizados no âmbito do

Diagnóstico.

Usar a informação existente

Utilizar toda a informação disponível ao nível local: dados estatísticos, informações recolhidas com

os parceiros, entre outra.

Pequenos questionários

A utilização de pequenos questionários possibilita a recolha de informação quantitativa, sem a

morosidade inerente à aplicação de um inquérito. Podem ter um número de questões reduzido, de

resposta e análise rápida.

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PRPCD 2010-2012

144

Entrevistas

São utilizadas para explorar um determinado fenómeno ou para obter mais informações para

ajudar a compreender o que está a acontecer. As entrevistas podem ser estruturadas ou não

estruturadas.

Frequentemente, utilizam-se entrevistas semi-estruturadas, em que se utiliza um guião com

questões abertas. Nas entrevistas estruturadas utilizam-se fundamentalmente perguntas fechadas

com hipóteses de resposta pré-definidas. São utilizadas para aferir tópicos específicos e verificar

se alguns pressupostos ou informações recolhidas anteriormente se confirmam ou não. As

entrevistas podem ser aplicadas a indivíduos ou a grupos. Para elaborar entrevistas é necessário:

ter um guião bem estruturado, com as respectivas questões;

uma estimativa do tempo a despender;

no caso de entrevistas de grupo, ter um relator que assegure o registo da informação ao

longo de toda a sessão;

fazer um registo áudio ou vídeo da entrevista.

Grupos focais

A principal diferença entre uma entrevista de grupo e um grupo focal é que o objectivo do último é

promover a discussão no grupo sobre determinados assuntos, enquanto que, numa entrevista de

grupo, os indivíduos limitam-se a responder às perguntas colocadas. Os participantes são

seleccionados devido aos conhecimentos ou experiências específicas que detêm sobre

determinado tema. Frequentemente são informadores-chave, isto é, pessoas cujo conhecimento

ultrapassa a sua experiência profissional.

É um bom método para produzir muita informação rapidamente e identificar e explorar crenças,

atitudes e comportamentos, para formular hipóteses, para verificar informação e encontrar

explicações através de opiniões divergentes. A principal desvantagem, comparativamente à

entrevista, é o facto de se ter menos controlo. Os dados podem não permitir obter a frequência de

crenças ou de comportamentos e o grupo pode ser dominado por um ou dois participantes que

podem influenciar os outros elementos do grupo.

No entanto, considera-se que este pode ser um método muito útil para o diagnóstico devido às

suas vantagens. Para ultrapassar eventuais problemas, deverá existir um cuidado acrescido por

parte dos técnicos responsáveis pela dinamização do grupo, a elaboração de um bom guião, uma

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PRPCD 2010-2012

145

definição do tempo de funcionamento, cuidado no número de participantes (entre 6 a 10

elementos), garantir a presença de um relator e, sempre que possível, gravar a sessão (áudio ou

vídeo).

Observação

O principal objectivo é explorar. Pode ser mais útil nas primeiras fases do diagnóstico para

recolher informações sobre os locais e os grupos. A informação recolhida poderá ser classificada

e codificada de acordo com os itens em análise ou os elementos mais importantes.

Pode ser útil para verificar a existência de comportamentos não esperados inicialmente.

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PRPCD 2010-2012

146

8. Bibliografia

GUERRA, Isabel Carvalho (2004). Fundamentos e processos de uma sociologia de acção: o

planeamento em ciências sociais, 2.ª Edição. Cascais: Principia.

NATIONAL INSTITUTE ON DRUG ABUSE (2003). Prevention Drug Use among Children and

Adolecents – A Research-Based Guide for Parents, Educators and Community Leaders, 2nd

Edition, Maryland, NIH Publication.

WHO – World Health Organization (2002). RAR – Rapid Assessment and Response – Technical

guide. WHO. Londres. Acedido em 12 de Outubro de 2006, em:

http://www.rararchives.org/html/Core/Cover.html

WHO – World Health Organization (2002). The rapid assessment and response guide on

psychoactive substance use and sexual risk behaviour (SEX-RAR). Geneva. Acedido em 12 de

Outubro de 2006, em: http://www.rararchives.org/document_centre.html

WHO – World Health Organization (2003). RAR-Review – an international review of rapid

assessments conducted on drug use. A Report from the WHO Drug Injection Study Phase II.

WHO. Geneva. Acedido em 12 de Outubro de 2006, em:

http://www.rararchives.org/document_centre.html

SAMHSA (2003). Pathways to Effective Programs and Positive Outcomes.

UNITED NATIONS OFFICE FOR DRUG CONTROL AND CRIME PREVENTION (1999). Drug

abuse rapid situation assessment and responses. Viena. 12 de Outubro de 2006, em:

http://www.rararchives.org/document_centre.html

TRIMBUS-INSTITUUT, Centrum voor Verslavingsonderzoek, Landschaftsverband Westfalen-

Lippe (2004). EU RAR for drug prevention among refugees and asylum seekers. 2nd extended

edition, Landschaftsverband Westfalen-Lippe, Regional Youth Welfare Office, Westphalian

Schools, Coordination Office for Drug-Related Issues in the LWL Head of Departament: Regional

Councillor Hans Meyer. Münsten. 12 de Outubro de 2006, em

http://www.rararchives.org/document_centre.html#tgrar.

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PRPCD 2010-2012

147

Anexo II

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PRPCD 2010-2012

148

Listagem das Comunidades Terapêuticas Convencionadas

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PRPCD 2010-2012

149

Listagem das Comunidades Terapêuticas Convencionadas

para referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na RAA e Continente

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Região Autónoma dos Açores

Centro de Tratamento Villa dos Passos

Largo D. João III, 27 – Santa Cruz

9560-045 Lagoa

Tel: 296 916 278

Modelo Minnesota

3 Meses 14 12 √ - √ √ √

Casa de Saúde de S. Miguel – Instituto São João de Deus

Rua de São João de Deus, Apartado 155

9501-902 Ponta Delgada

Tel: 296 201 600

Modelo

Cognitivo -

Comportamental

60 Dias 40 7 √ √ √ √ √

Casa de Saúde de S. Rafael - Instituto São João de Deus

Rua Dr. Aníbal Bettencourt

9700 Angra do Heroísmo

Tel: 295 204 330

Modelo

Minnesota 4 Semanas 12 0 - - √ √ -

Casa de Saúde de Espírito Santo

Rua Dr. Aníbal Bettencourt

9700 Angra do Heroísmo

Tel: 295 214 852

Modelo

Cognitivo -

Comportamental

Mínimo 4

semanas

Depende do

número de

camas

disponíveis

0 √ √ √ √ -

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PRPCD 2010-2012

150

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Portugal Continental

Comunidade Terapêutica Sol Por Hoje

Direcção Técnica: Dr. António Pedro Carvalho (psiquiatra)

Rua da Boavista, 681 - Grijó

4415-552 Carvalhos (Porto)

Tel. 227 162 365

Modelo Minnesota

3 a 9 Meses 20 12 - - √ √ √

Centro de Primária - Centro Recuperação do Alcoolismo Toxicodependência - CRATO

Direcção Técnica: Dra. Isabel Pereira (clínico geral)

Rua Heróis de Mucaba, nº35

4100-729 Porto (Porto)

Tel: 225 323 130

Modelo Minnesota

12 Semanas 14 10 √ - - √ -

Comunidade Terapêutica Ran – Recuperação de Alcoólicos e Narcóticos

Direcção Técnica: Dr. José António Soares de Barros (psiquiatra)

Estrada Nacional nº 2, Casa 4 - Gravelos - Adoufe

5000-027 Vila Real (Vila Real)

Tel: 259 346 381

Modelo Minnesota

Mínimo 3 Meses

19 8 - √ √ √ √

Comunidade Terapêutica de Adaúfe

Direcção Clínica: Prof. Dr. Júlio Machado Vaz (psiquiatra)

Lugar da Presa, Adaúfe

4700 Adaúfe (Braga)

Tel: 253 603 500

Modelo Minnesota

Mínimo 3 Meses

40 32 √ √ √ √ √

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PRPCD 2010-2012

151

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica do Meilão

Direcção Técnica: Dr. Filipe Jorge Costa Miranda (Clínico Geral)

Rua do Meilão nº 238

4425-127 - Águas Santas (Maia)

Tel: 229 757 961/2

Modelo centrado na pessoa

12 Meses 20 20 - - - - √

Comunidade Terapêutica Beco com Saída

Direcção Técnica: Arnaldo Marques

Rua Estrada de S. Caetano, Campina nº4

5400-628 Chaves

Tel: 276318251

Modelo Minnesota "doze

passos‖ e Modelo

terapêutico bio-psicossocial

cognitivo comportamental

4 a 6 Meses 12 8 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Cupertino de Miranda

Direcção Técnica: Dr. Anselmo Arlindo Alves de Sousa (psicólogo)

Estrada da Falperra

4710 Braga

Tel: 253 617 384

Modelo Bio-Psico-Social

12 Meses 60 60 - √ √ √ √

Comunidade Terapêutica Quinta Bianchi - Clínica do Outeiro

Direcção Técnica: Dr. Manuel António Freitas Gomes (psiquiatra)

Quinta Bianchi -Lugar de Vilar – Bagunte

4480 Vila do Conde (Porto)

Tel: 229 544 953

Adaptação do

modelo do

programa

―Portage

Program for

Drug

Dependencies

Inc.‖

8 a 12 Meses 81 58 - √ √ √ √

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PRPCD 2010-2012

152

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Clínica Dr. Nuno Santiago

Direcção Técnica: Dr. Nuno Rodrigues Santiago (clínico geral)

Travessa dos Porinhos S. Romão de Arões - Fafe - 4820 - 008 Fafe

Tel: 253 592 450

Programa

Psicoterapêutico

, Bio-psico-

pedagógico -

Social

Toxicodepen-

dentes: 12

Meses

Alcoólicos:

3+3 Meses

55 38 √ √ √ √ √

Comunidade Terapêutica S. Francisco - Domus Fraternitas

Direcção Técnica: Padre José Simões Alfaiate (sociólogo)

Andrias - Celeirós (Braga)

Tel: 253 670 421

Informação

indisponível

Informação

indisponível 21 17 - - - - -

Comunidade Terapêutica Quinta do Horizonte

Direcção Técnica: Dra. Fátima Ferreira da Silva (psiquiatra)

Pardelhas - Marco de Canavezes

4620 Magrelos (Porto)

Tel: 255 551 552

Modelo Bio-

Psico-Social

12 a 18

Meses 30 20 - √ √ - √

Comunidade Terapêutica Viver Mais

Direcção Técnica: Dr. Manuel Esteves (clínica geral)

Rua de S. Vitor nº 120

4710 - 430 Braga (Braga)

Tel: 253 274 940

Modelo

Minnesota 12 Semanas 12 9 - √ √ √ √

Comunidade Terapêutica - Minha Casa

Direcção Técnica: Dra. Sandra Acunã (Psicóloga)

Rua de Santo António, N.º 16, Olho Marinho

2510 - 521 Óbidos

Tel: 262 968 689

Modelo

Hierárquico

18 Meses

6 Meses -

alcoólicos

54 43 - √ √ - √

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PRPCD 2010-2012

153

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Lua Nova

Direcção Técnica: Dra. Margarida Rodrigues

Rua Antero Quental, 7

3000 - 032 Coimbra

Tel: 239 821 150

Psicoterapia individual,

intervenção familiar e de

casal

1 Ano 14 14 √ - - - √

Comunidade Terapêutica Fárrio

Direcção Técnica: Dr. António Cabeço (Psiquiatra)

Quinta do Fárrio

2435 - 504 Ribeira do Fárrio

Tel: 249 551 283

Tratamento

Combinado e

por Etapas

12 Meses 31 24 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Viagem de Volta

Direcção Técnica: Dr. Eduardo Fernandes

Estrada da Boavista, N.º 16, S. Mamede

2540 Bombarral

Tel: 262 606 038, 962 644 699

Bio-Psico-Social

com estrutura

hierárquica

12 a 18

Meses 26 20 - - - √ √

Comunidade Terapêutica Encontro

Direcção Técnica: Dr. Albano Rosário

Casais de Cima - Maiorca

3080 - 472 Figueira da Foz

Tel: 233 937 510

Modelo

Hierárquico 9 a 12 Meses 32 25 √ - - - √

Comunidade Terapêutica Casas de Santiago

Direcção Técnica: Dr. João Freitas (clínica geral)

Quinta da Tapada Nova, Apartado 5

6250 - 073 Belmonte

Tel: 275 911 046

Modelo

Minnesota 3 Meses 20 8 √ √ - √ √

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PRPCD 2010-2012

154

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

CRTT - Clínica de Recuperação e Tratamento da Toxicodependência, Lda.

Direcção Técnica: Dra. Marta Santos

Estrada de Travanca de S. Tomé

3430 - 091 Carregal do Sal

Tel: 96 325 33 52, 232 962 154

Modelo

Minnesota 6 a 12 Meses 25 20 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Cucujães

Direcção Técnica: Dr. Jorge Carvalho

Apartado 175

3721 - 908 V. Cucujães

Tel: 256 661 310

Modelo Bio-

Psico-Social

Espiritual

12 Meses 25 20 - √ √ - -

Comunidade Terapêutica Ponte de Rios

Direcção Técnica: Dr. Joaquim Policarpo

Rua Vasco da Gama, N.º 15 - 3.º

2400 - 256 Leiria

Tel: 244 836 236

Modelo Bio-

Psico-Social

12 a 18

Meses 25 20 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica R12

Direcção Técnica: Pedro Correia

Torrão do Lameiro

3880 - 223 Ovar

Tel: 935 923 820, 256 592 382

Modelo

Minnesota 3 a 6 Meses 22 5 - - √ - √

Comunidade Terapêutica Santa Lúzia

Direcção Técnica: Dr. António Matos

Rua Tenente-coronel Vaz Monteiro, N.º 1

3860 - 055 Avanca

Tel: 234 881 016, 234 880 424, 234 884 139

Modelo Bio-

Psico-Social 12 Meses 26 17 - - - - -

Page 156: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

155

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Santa Marinha

Direcção Técnica: Dr. António Matos

Rua Júlio Narciso Neves, N.º 65

3860 - 129 Avanca

Tel: 234 881 016, 234 880 424, 234 884 139

Modelo Bio-

Psico-Social 12 Meses 25 25 - - - - -

Comunidade Terapêutica Vida e Paz - Centro de Fátima

Direcção Técnica: Dra. Guida Guerra

Endereço: Rua das Pedreiras - Moimento

2495 - 650 Fátima

Tel: 249 530 130

Modelo Bio-

psico-social e

Espiritual

6 a 12 Meses 70 70 - - √ √ -

Comunidade Terapêutica Quinta da Tomada

Direcção Técnica: Dr. João Néu

Quinta da Tomada, Lapa

2665 - 507 Venda do Pinheiro

Tel: 219 861 851

Modelo Bio-

psico-social e

Espiritual

6 a 12 Meses 65 52 - - √ √ -

Centro de Tratamento Rumo Certo

Direcção Técnica: Dr. Francisco Henriques

R. São Francisco Assis 15, Olhos de Água Palmela

2950-665 Quinta do Anjo

Tel: 212 132 333

Modelo

Minnesota

28 Dias a 24

semanas 20 12 - - √ - -

Comunidade Terapêutica Quinta do Sol

Direcção Técnica: Dra. Maria Teresa dos Santos Trindade - Psiquiatra

Rua Igreja, 119

4625-137 MAGRELOS

Tel: 255 588 858

Modelo Bio-

Psico-Social

12 a 18

Meses 27 20 - √ √ - √

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PRPCD 2010-2012

156

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Quinta da Tapada

Direcção Técnica: Dr. Maria Judite Leitão Castanheira

Quinta da Tapada, Mondrões

5000-312 VILA REAL

Tel: 259 371 166

Projecto Homem

Modelo Bio-Psico-Social

12 Meses 35 25 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Casa Grande

Direcção Técnica: Dra. Liliana Correia de Castro (Interna de Psiquiatria)

Rua Central da Vergada, n.º 562

4535-166 MOSELOS

Tel: 227 456 900

Modelo Bio-

Psico-Social

Toxicodepen-

dentes – 12

Meses

Alcoólicos - 6 Meses

20 15 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Lugar da Manhã - Centro do Grelhal

Direcção Técnica: Dr. Carlos Fugas (Psicólogo)

Rua do Alto do Grelhal, Estrada Nacional n.º 10

2900-742 SETÚBAL

Tel: 265 532 039

Psicoterapia

Intensiva 12 Meses 15 15 - √ √ - √

Comunidade Terapêutica Lugar da Manhã - Centro Vale da Rasca

Direcção Técnica: Dr. Carlos Fugas (Psicólogo)

Vale da Rasca

2900-682 SETÚBAL

Tel: 212 189 663

Psicoterapia

Intensiva 12 Meses 28 23 - √ √ - √

Comunidade Terapêutica Carvalha

Direcção Técnica: Dr. José Augusto Correia (Psicólogo)

Rua da Escola

2630 ARRUDA DOS VINHOS

Tel: 263 954 713

Modelo Humanista

12 Meses 16 16 - - - - √

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PRPCD 2010-2012

157

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Chão de Lopes

Associação Ares do Pinhal

Direcção Técnica: Dra. Ana Amorim (Psiquiatra)

Chão de Lopes Pequeno

6120-151 AMÊNDOA

Tel: 241 598 484

Modelo

Democrático

(1ªFfase do

tratamento)

2 a 3 Meses 14 14 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Aldeia de Eiras

Associação Ares do Pinhal

Direcção Técnica: Dra. Ana Amorim (Psiquiatra)

Aldeia de Eiras

6120-151 AMÊNDOAS

Tel: 241 598 197

Modelo Democrático

(2ª Fase) 5 a 6 Meses 18 18 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Rinchoa

Associação Ares do Pinhal

Direcção Técnica: Dra. Ana Amorim - Psiquiatra

Rua das Papoilas, n.º 21 – Rinchoa

2725-102 MEM MARTINS

Tel: 219 164 415

Modelo

Democrático

(3ª Fase)

2 a 3 Meses 23 23 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Caldas da Rainha

Direcção Técnica: Dr. João Carlos Mendes Gomes

Rua Poça dos Ninhos nº 60 – Nadadouro

2500-567 CALDAS DA RAINHA

Modelo Democrático

12 Meses 15 12 √ √ √ √ √

Comunidade Terapêutica Crescer em Loures

Direcção Técnica: Dr. David Leitão

Quinta das Laranjeiras - Pai Joanes

2670-504 LOURES

Tel: 219 844 164

Modelo Hierárquico e Democrático

12 a 18 Meses

27 20 - √ - - √

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PRPCD 2010-2012

158

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Sol Nascente

Direcção Técnica: Dra. Raquel Teles

Quinta Sobral Lote 1

2955-100 PINHAL NOVO

Tel: 212 380 483

Modelo

Minnesota 12 Meses 31 22 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Quinta S. Lourenço

Direcção Técnica: Dra. Fernanda Girão

Qt. de S. Lourenço; Rua de Palença - Palença de Baixo

2825-072 CAPARICA

Tel: 212 744 964

Projecto Homem 12 Meses 96 77 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Picapau "Quinta Nossa Senhora da Conceição"

Direcção Técnica: Dr. Manuel Francisco Prata de Matos - Psiquiatra

Rua do Arneiro Atalaia

2005-110 ALMOSTER STR

Tel: 243 491 419

Modelo

Minnesota

Alcoólicos – 3

Meses

Restantes – 6

Meses

33 27 √ √ √ - √

Comunidade Terapêutica O Farol

Direcção Técnica: Dra. Assunção Fernandes Cruz

Quinta das Ameias - Monte Santos

2710-412 SINTRA

Tel: 219 105 440

Modelo

Minnesota

12 Semanas

a 6 Meses 27 21 √ - √ √ √

Comunidade Terapêutica João Guilherme

Direcção Técnica: Cónego Dr. José da Graça

Quinta Álvaro Gil – Sentieiras

2204-909 ABRANTES

Tel: 241 365 400

Projecto Homem 12 Meses 65 52 √ √ √ √ √

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PRPCD 2010-2012

159

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Casa do Alcaide

Direcção Técnica: Dr. Elisio Barros

Rua António José Marques, s/n.º Quinta do Anjo

2950 PALMELA

Tel: 212 870 285

Modelo Bio-

psico-social

e Hierárquico

12 a 18

Meses 25 21 √ √ √ - √

Comunidade Terapêutica Parede

Direcção Técnica: Dr. Rui Correia - Psiquiatra

Rua Dr. Jacinto Nunes, 12

2775-206 PAREDE

Tel: 214 852 910

Modelo

Minnesota 1 Ano 14 3 - - √ - √

Comunidade Terapêutica Castanheira do Ribatejo

Direcção Técnica: Dr. Jorge Carvalho

Qt. N. Sra. do Monte do Carmo

2600 – 649 CASTANHEIRA DO RIBATEJO

Tel: 219 740 862

Modelo Bio-

Psico-Social

Espiritual

12 Meses 21 20 - √ √ - -

Comunidade Terapêutica Lourel

Direcção Técnica: Dr. Jorge Carvalho

Estrada da Várzea, Qt. Desafio Jovem, Lourel

2710 – 403 SINTRA

Tel: 219 240 964

Modelo Bio-

Psico-Social

Espiritual

12 Meses 21 17 √ √ √ - -

Comunidade Terapêutica Salvaterra de Magos- Desafio Jovem

Direcção Técnica: Dr. Jorge Carvalho

Estrada do Rego, Foros de Salvaterra

2120 – 064 SALVATERRA DE MAGOS

Tel: 219 740 862

Modelo Bio-Psico-Social

Espiritual 12 Meses 26 26 - √ √ - -

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PRPCD 2010-2012

160

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Quinta das Lapas - Dianova

Direcção Técnica: Dra. Cristina Feliciana Vidigal Lopes

Quinta das Lapas

2565-517 MONTE REDONDO TORRES VEDRAS

Tel: 261 312 300

Abordagem

cognitiva-

comportamental

13 a 18

Meses 100 40 - √ √ √ -

Comunidade Terapêutica Quinta do Anjo

Direcção Técnica: Dr. José Manuel dos Santos Costa

R. Manuel Martins Pitorra, CCI 8702

2950-747 QUINTA DO ANJO

Tel: 212 870 438

Modelo

Sistémico

12 a 18

Meses 27 24 √ - √ √ √

Comunidade Terapêutica Casa da Barragem

Direcção Técnica: Dra. Elisabete dos Santos Silvério Ferreira

Quinta do Pisão

2645-005 ALCABIDECHE

Tel: 214 603 860

Modelo

Hierárquico

centrado na

pessoa

9 Meses 46 37 √ - √ √ √

Comunidade Terapêutica Fénix

Direcção Técnica: Dr. João António Pato Rosado

Rua da Ramalha, 5B - Cabeças do Pinheiro

2140-671 PINHEIRO GRANDE

Tel: 249 740 399

Modelo Holistico

Biopsicossocial 12 Meses 35 28 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Quinta do Golfinho

Direcção Técnica: Dr. João António Pato Rosado

Rua do Relvão, 92-A

2140-671 CARREGUEIRA

Tel: 249 749 020

Modelo Holistico

Biopsicossocial 12 Meses 41 41 - - - - √

Page 162: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

161

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Odessa

Direcção Técnica: Dr. João Fernando da Fonseca Marques

R. Enxião, Barrolobo

2540-348 CARVALHAL BOMBARRAL

Tel: 262 602 412

Modelo

Minnesota

12 Semanas

internamento

mais 9 meses

ambulatório

14 4 - - √ - √

Comunidade Terapêutica A Ponte

Direcção Técnica: Dr. Fernando Jorge Gomes Rato

Monte Novo das Figueiras-Silha do Centeio

7570-109 GRÂNDOLA

Tel: 269 477 128

Modelo

Democrático 12 Meses 44 39 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Horta Nova

Direcção Técnica: Dra. Palmira do Rosário Broco Piriquito

Rua Afonso Lopes Vieira n.13

7800-273 BEJA

Tel: 284 324 500

Modelo

Hierárquico

12 a 18

Meses 32 30 - - - - √

Comunidade Terapêutica António Lopez Aragon

Direcção Técnica: Dr. Mário Manuel Marques - Psicologo Clínico

Qt. de Sta Maria - Estrada de Estremoz

7002-506 ÉVORA

Tel: 266 743 753

Modelo

Hierárquico e

Modelo

Minnesota

12 a 24

Semanas 26 21 √ √ √ √ √

Comunidade Terapêutica Alter do Chão

Direcção Técnica: Dr. Jorge Carvalho

Av. Padre José Agostinho Rodrigues, nº 4

7440 – 014 ALTER DO CHÃO

Tel: 219 740 862

Modelo Bio-

Psico-Social

Espiritual

12 Meses 30 16 - √ √ - -

Page 163: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

162

Unidade Convencionada Modelo

Terapêutico

Duração

Tratamento

Camas (nº) População alvo (grupos específicos)

Licenciadas Convencionadas Grávidas Menores

Pessoas c/

problemas

de álcool

Pessoas c/

duplos

diagnósticos

Pessoas em

Tratamento

com Agonista

Opiáceo

Comunidade Terapêutica Azinheiro

Direcção Técnica: Dr. Fernando Segura

Sítio do Azinheiro – Estoi

8000-658 ESTOI

Tel. 289 997 502

Modelo

Holandês

12 a 18

Meses 30 24 - √ √ √ √

Comunidade Terapêutica ERA

Direcção Técnica: Dr. António José Sequeira (Psicologo)

Quinta do Facho

8300-026 Silves

Tel. 282445935

Modelo

Minnesota 12 Semanas 22 14 - - √ √ √

Comunidade Terapêutica Horta da Nora

Direcção Técnica: Dra. Maria Teresa dos Santos Trindade - Psiquiatra

Quinta Horta da Nora Apartado 85

7780-030 CASTRO VERDE

Tel: 286 327 030

Modelo Bio-

psico-social

12 a 18

Meses 70 30 - √ √ - √

Page 164: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

163

Anexo III

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PRPCD 2010-2012

164

Percentagem da População consumidora de Droga, Álcool e Tabaco

na Região Autónoma dos Açores 2004 - 20097

7 Fonte: Peixoto, Alberto, ―Dependências e Outras Violências … II, 2010‖

Page 166: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

165

Gráfico 1 – Percentagem da população consumidora de Droga, Álcool e Tabaco

Page 167: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

166

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Ministério da Saúde, Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P., Plano Operacional

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Ministério da Saúde, Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P., Plano Operacional

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Ministério da Saúde, Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P., Plano Operacional

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Ministério da Saúde, Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P., Relatório Anual 2007

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Page 168: PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS …€¦ · Fluxograma 1 – Referenciação de pessoas com problemas de consumo de substâncias lícitas/ilícitas para tratamento,

PRPCD 2010-2012

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Avaliação de Políticas Públicas e Programas no Domínio das Drogas: Conclusões da

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Avaliação da Estratégia Nacional da Luta Contra a Droga – Balanço 1999 – 2004 –

Relatório do Coordenador Nacional do Combate à Droga e Toxicodependência, Lisboa,

2004;

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