plano museológico do museu de ciências naturais da fundação

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Plano Museológico 2014 Museu de Ciências Naturais da Fundação Z Plano Museológico 2015 Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 2015 Plano Museológico

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Page 1: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Plano Museológico

2014

Museu de Ciências Naturais da Fundação Z

Plano Museológico

2014

2015

Museu de Ciências Naturais da Fundação

Zoobotânica do Rio Grande do Sul

2015

Plano Museológico

Page 2: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

SECRETARIA DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL

MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS

Page 3: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

FICHA TÉCNICA

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

Juliano Panizza Salomon Abi Fakredin – Presidente Interino

Museu de Ciências Naturais

Mariana Silveira Jacques - Diretora Executiva

Gabinete Direção Executiva

Mariana Silveira Jacques - Diretora Executiva

Lúcia Silva da Rocha - Auxiliar Administrativa

Divisão de Pesquisa

Glayson Ariel Bencke - Biólogo

Seção de Botânica de Criptógamas

Juliano Oliveira Nunes - Auxiliar de Biologia

Manoel Luiz Nunes – Químico

Nilson Batista Bittencourt – Téc. Nível Médio Operacional

Sandra Maria Alves da Silva – Bióloga

Vera Regina Werner – Bióloga

Seção de Botânica de Fanerógamas

Page 4: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Cleodir Jose Mansan - Téc. Nível Médio Operacional

Juliano de Oliveira Nunes - Auxiliar de Biologia

Martin Molz - Biólogo

Rosana Moreno Senna – Bióloga

Suzana Maria de Azevedo Martins – Bióloga

Seção de Zoologia de Invertebrados

Aline Barcellos Prates dos Santos – Bióloga

Caroline Maria da Silva - Auxiliar de Biologia

Hilda Alice de Oliveira Gastal – Bióloga e Museóloga

Ingrid Heydrich – Bióloga

Janine Oliveira Arruda Araújo - Bióloga

Luciano de Azevedo Moura - Biólogo

Ricardo Ott - Biólogo

Tomaz Vital Aguzzoli - Técnico Agrícola

Seção de Zoologia de Vertebrados

Acácia Brito Winter - Tratadora

Flavio Bergmann Carlucci – Aux. de Biologia

Felipe Zilio - Biólogo

Glayson Ariel Bencke - Biólogo

Márcia Maria de Assis Jardim – Bióloga

Marco Aurélio Azevedo – Biólogo

Maria Lúcia Machado Alves – Bióloga e Museóloga

Mariano Cordeiro Pairet Júnior - Técnico Agrícola

Patrick Colombo - Biólogo

Roberto Baptista de Oliveira - Biólogo

Page 5: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Tatiane Campos Trigo - Bióloga

Vinicius de Araújo Bertaco - Biólogo

Seção de Paleontologia

Ana Maria Ribeiro – Bióloga

Jorge Ferigolo – Paleontólogo

Seção de Conservação e Manejo

Jan Karel Felix Mahler Júnior - Biólogo

Josy Zarur de Matos - Bióloga

Luiza Chomenko – Bióloga

Divisão de Difusão Científica e Cultural

Hilda Alice de Oliveira Gastal – Bióloga e Museóloga

Seção de Educação Ambiental e Museologia

Angelo Favila Rodrigues - Atendente/Exposição

Amaro Paulino da Silva Castilhos - Atendente/Exposição

Iriam Mara Scarcelli - Atendente/Exposição

Laura Maria Gomes Tavares – Téc. Educação Ambiental

Marcia Severo Spadoni – Téc. Educação Ambiental

Rógis Flores Ferreira – Téc. Educação Ambiental

Ronaldo Gemerasca da Silva – Carpinteiro

Voltayre Vencato Cezar - Atendente/Exposição

Seção de Informação Ambiental

Ricardo Aranha Ramos – Téc. Biologia

Page 6: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

EQUIPE DE TRABALHO

Elaboração: Bióloga e Museóloga Hilda Alice de Oliveira Gastal;

Priscila Chagas Oliveira - estagiária no período de novembro/2013 a

março/2014, enquanto acadêmica do curso de Museologia da UFRGS.

Apoio e Revisão: Funcionários e colaboradores do Museu de Ciências Naturais/FZB

que disponibilizaram e revisaram as informações necessárias para a elaboração desse

documento; colegas da Administração Central/FZB que colaboraram prestando as

informações indispensáveis sobre as diversas Seções e Setores que apoiam o MCN;

Arquiteta Rosa Maria Pacheco da Silva, do Jardim Botânico/FZB, que disponibilizou as

plantas da Instituição e informações necessárias sobre o prédio.

Agradecimento especial: Aos acadêmicos de Museologia da UFRGS Danielle

Chrystine Fontes dos Santos (estagiária no período de março/2012 a fevereiro/2013) e

Pedro Augusto Girardi (estagiário no período de abril a julho/2013), pela pesquisa e

trabalhos anteriores que proporcionaram a concretização desse documento; à Elisa Dias

e Rita Callegaro pelo trabalho museológico desenvolvido no Museu de Ciências

Naturais/FZB em julho de 2011, para a disciplina de Gestão em Museus do Curso de

Museologia da FABICO/UFRGS.

Porto Alegre, setembro de 2015.

Museól. Hilda Alice de Oliveira Gastal

COREM-3ª Região 00031-IV

Page 7: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

INTRODUÇÃO

O Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

(MCN/FZB) é uma instituição de caráter museológico (dedicada por excelência a

atividades de documentação, pesquisa e comunicação) de origem pública estadual,

sendo da administração indireta e vinculada atualmente à Secretaria do Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável (SEMA). Tem por função preservar, através da pesquisa,

dos projetos e ações de conservação da biodiversidade, das atividades de educação

ambiental e do seu acervo, que abrange as áreas da zoologia, da botânica e da

paleontologia, o patrimônio natural, com ênfase ao patrimônio regional. As coleções

científicas de material biológico que salvaguarda, constituem o testemunho e banco de

dados do conhecimento gerado pela pesquisa pregressa, realizada nas áreas da

sistemática e taxonomia, biologia e ecologia.

Desde o ano de 1972 integra a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

(FZB), juntamente com o Jardim Botânico (JB) e o Parque Zoológico (PZ), porém

possui autonomia, planejando e executando suas próprias atividades. Está localizado na

área do Jardim Botânico, na cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul/Brasil), sendo

uma das mais importantes instituições destinadas à pesquisa e difusão das ciências

naturais do país.

O Plano Museológico é o documento institucional que serve de instrumento para

uma boa gestão e segurança do museu. Este documento serve também para a

comprovação da existência legal da instituição museológica e deve expor de forma clara

e objetiva as informações gerais e específicas, abrangendo os aspectos funcionais e

operacionais do museu.

O Plano Museológico está previsto a partir da Lei Federal nº 11.904, de 14 de

janeiro de 2009 (BRASIL, 2009) e regulamentado pelo Decreto Federal nº 8.124, de 17

de outubro de 2013:

Seção III- Do Plano Museológico

Art. 44. É dever dos museus elaborar e implementar o Plano

Museológico.

Page 8: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Art. 45. O Plano Museológico é compreendido como ferramenta

básica de planejamento estratégico, de sentido global e integrador,

indispensável para a identificação da vocação da instituição

museológica para a definição, o ordenamento e a priorização dos

objetivos e das ações de cada uma de suas áreas de funcionamento,

bem como fundamenta a criação ou a fusão de museus, constituindo

instrumento fundamental para a sistematização do trabalho interno e

para a atuação dos museus na sociedade.

Art. 46. O Plano Museológico do museu definirá sua missão básica e

sua função específica na sociedade e poderá contemplar os seguintes

itens, dentre outros:

I – o diagnóstico participativo da instituição, podendo ser realizado

com o concurso de colaboradores externos;

II – a identificação dos espaços, bem como dos conjuntos patrimoniais

sob a guarda dos museus;

III – a identificação dos públicos a quem se destina o trabalho dos

museus;

IV – detalhamento dos Programas:

a) Institucional;

b) de Gestão de Pessoas;

c) de Acervos;

d) de Exposições;

e) Educativo e Cultural;

f) de Pesquisa;

g) Arquitetônico-urbanístico;

h) de Segurança;

i) de Financiamento e Fomento;

j) de Comunicação.

§ 1º Na consolidação do Plano Museológico, deve-se levar em conta

o caráter interdisciplinar dos Programas.

§ 2º O Plano Museológico será elaborado, preferencialmente, de

forma participativa, envolvendo o conjunto dos funcionários dos

museus, além de especialistas, parceiros sociais, usuários e

consultores externos, levadas em conta suas especificidades.

Page 9: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

§ 3º O Plano Museológico deverá ser avaliado permanentemente e

revisado pela instituição com periodicidade definida em seu

regimento.

Art. 47. Os projetos componentes dos Programas do Plano

Museológico caracterizar-se-ão pela exequibilidade, adequação às

especificações dos distintos Programas, apresentação de cronograma

de execução, a explicitação da metodologia adotada, a descrição das

ações planejadas e a implantação de um sistema de avaliação

permanente.

Este documento fornece informações gerais sobre o MCN/FZB, a partir da

rotina de ambas as instituições (Museu de Ciências Naturais e Fundação Zoobotânica

do RS), destacando-se que essa construção deu-se a partir do conhecimento teórico-

metodológico da Museologia, trazido por acadêmicos do curso de Museologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a imprescindível

participação coletiva do quadro de funcionários da instituição. A participação dos

acadêmicos do curso de Museologia foi viabilizada pelo convênio firmado em 2010

entre o MCN/FZB e o curso da UFRGS, que tornou o MCN/FZB um espaço aberto aos

estágios dos alunos desse curso, que ao mesmo tempo, auxiliariam na construção das

fases1 do Plano Museológico.

1

O Plano Museológico é construído em 3 fases, de acordo com DAVIES (2001): Fase 1 –

Definição Operacional e Missão <Diagnóstico Global da situação atual>; Fase 2 – Programas <

Reconhecimento das necessidades para o futuro, o que seria a situação ideal>; e a Fase 3 – Projetos < As

soluções viáveis para se chegar no ideal>.

Page 10: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Num primeiro momento será apresentado o diagnóstico que permite conhecer a

situação atual da instituição, salientando pontos fortes e fracos, assim como as

oportunidades e ameaças, fundamentando intervenções posteriores que venham a ser

necessárias. O segundo momento será a explanação das propostas de intervenções,

mudanças e reavaliações das situações que foram analisadas no diagnóstico. Intenciona-

se dessa forma, apresentar onde a Instituição quer chegar nos próximos anos e como

estrategicamente conseguirá.

O diagnóstico para uma instituição museológica é de extrema importância para

que se possa, futuramente, ter conhecimento pleno da situação da instituição e poder

pensar posteriores intervenções no local. O Plano Museológico, objetivo final desse

documento “estabelece uma visão clara a respeito de para onde se dirige o museu e

como chegar até lá” (DAVIES, 2001, p.15), tornando-o ferramenta essencial para

qualquer instituição museológica planejar seu futuro. Desta forma, deve ser dinâmico,

aberto a revisões que se façam necessárias para adequar o Museu à realidade dos

tempos e aos objetivos a que se propõe.

Page 11: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A origem do Museu de Ciências Naturais/FZB se deu a partir da criação da

Divisão de Cultura na Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do

Sul, ocorrida em 29 de janeiro de 1954, através da Lei 2.345. A Divisão de Cultura se

dividia em Diretorias de Ciências, de Letras e de Artes. Nessa altura o Museu foi

classificado como órgão de difusão cultural, com a incumbência principal de estudar,

catalogar, colecionar e expor espécimes da fauna, flora e geologia do Estado. A

Diretoria de Ciências, que deveria exercer suas atividades no campo das Ciências

Naturais e Sociais, incumbindo-se da defesa do Patrimônio Histórico e Científico do

Estado, incorporou outras três instituições estaduais já existentes: o Museu Júlio de

Castilhos, o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e o Museu Histórico Farroupilha.

Assim, um novo órgão surgiu: o Instituto de Estudos Científicos e Filosóficos (IECF),

subordinado à Diretoria de Ciências que ficava a cargo do Padre Balduíno Rambo. Este

dividia com o Padre Pio Buck um espaço no sótão do Colégio Anchieta na Rua Duque

de Caxias, em Porto Alegre, onde acomodavam as caixas de insetos do Padre Pio e o

herbário do Padre Rambo.

Os órgãos da Divisão de Cultura foram instalados na Praça Dom Feliciano,

número 78, esquina com a Rua Pinto Bandeira, no centro da cidade. O Instituto de

Estudos Científicos e Filosóficos (IECF) alojou-se no andar superior, dividindo-se em

três salas e um banheiro. Dentro do IECF Padre Rambo era auxiliado por Thales de

Lema, a cargo da sessão de vertebrados, por Ludwig Buckup, responsável pelos

invertebrados e por Armando Brenner na Filosofia e Sociologia.

A Secretaria de Educação e Cultura não disponibilizou qualquer verba para a

implantação do IECF, mas os responsáveis pelo mesmo começaram a formação de uma

coleção científica de representantes do reino animal no Rio Grande do Sul. Naquele

momento, a que mais cresceu foi a coleção de moluscos, cuja coleta era realizada nas

viagens que faziam ao litoral e outros ambientes límnicos da região sulina. A coleção de

répteis de Thales de Lema e as atividades de entomólogo realizadas por Buckup

resultaram em um rico acervo de amostras, colocando o IECF no lugar de maior

repositor da fauna rio-grandense.

Page 12: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Com o desmembramento das coleções do Museu Júlio de Castilhos, o IECF

recebeu a coleção de borboletas que Adolfo Pompílio Mabilde reunira no século XIX e

a coleção de fósseis do paleontólogo Carlos de Paula Couto, além de várias coleções de

livros e periódicos que se encontravam, segundo Buckup (FUNDAÇÃO

ZOOBOTÂNICA DO RS, 2005), abandonados no porão e que, depois de recuperados,

formaram a base para a biblioteca do IECF.

Devido à inadequação do nome da instituição diante da natureza das atividades

desenvolvidas (tais como a coleta de espécimes, a identificação taxonômica, a

organização de coleções científicas, além do intercâmbio com instituições congêneres

que a identificavam como uma instituição de viés museológico e a excluíam de

atividades experimentais ou filosóficas), o IECF desmembrou-se. Assim, através da Lei

Estadual nº. 2.728, de 5 de novembro de 1955 (ANEXO 1), criava-se, na Divisão de

Cultura da Secretaria de Educação e Cultura, o Museu Rio-Grandense de Ciências

Naturais, transformando o antigo IECF em Instituto de Estudos Sociais e Filosóficos.

O Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais inicia, então, grande

desenvolvimento, pela ampliação do seu acervo e pela produção científica a partir do

aumento do quadro de técnicos. Nesse período entra a figura de José Willibaldo Thomé,

convidado por Buckup a ser o curador da coleção de moluscos. Demonstrava-se a

intenção em tornar o trabalho do museu mais especializado em relação às ciências

naturais.

Em 1957 foi editado pelo Museu o primeiro número do periódico Iheringia,

série Zoologia, onde foi publicado o catálogo da coleção de moluscos e que propiciou

intenso intercâmbio de publicações com instituições internacionais e resultou no

acréscimo de centenas de títulos à biblioteca do Museu. Em 1958 ocorre a criação da

revista Iheringia, série Botânica. Em 1967 e 1969 criam-se respectivamente as séries

Geologia e Antropologia; em 1976 cria-se a publicação Natureza em Revista,

substituindo a Iheringia, Série Divulgação; em 1985 cria-se a série Miscelânea e em

1987 a revista Paula-Coutiana. As séries Geologia, Antropologia, Divulgação,

Miscelânea e a Paula-Coutiana extinguiram-se ao longo do tempo, mas as séries

Zoologia e Botânica continuam a ser editadas até os dias atuais, sendo revistas

altamente reconhecidas no meio científico. O nome da revista Iheringia é homenagem

ao pesquisador Hermann von Ihering (1850-1930).

Page 13: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Vale destacar que após sua criação, nos meados de 1956, o Museu encontrava-

se em um prédio precário na Rua Coronel Vicente, permanecendo até 1960. Essa

situação, aliada à falta de investimento por parte do Estado gerou certa revolta e uma

espécie de movimento da mídia visando à defesa do patrimônio natural e cultural

salvaguardado pelo Museu, como se pode ver na reportagem do Jornal A Hora de 21 de

agosto de 1958 (Fig. 1) (JORNAL A HORA, 1958). Nos anos de 1960 o Museu

transferiu-se novamente para a Praça Dom Feliciano, onde as visitações intensificaram-

se. Em 1966 vai para a Avenida Mauá, na sobreloja da Secretaria da Educação.

Fig. 1. Reportagem do Jornal A Hora de 21 de agosto de 1958

A partir de 1970, iniciou-se um período de muitas reformas e inovações no

governo do Estado do Rio Grande do Sul. Uma dessas novas ações foi a criação, pelo

Decreto Estadual nº. 21.147 de 7 de junho de 1971, de uma comissão de estudos

referente ao Patrimônio Cultural do Estado, onde foi solicitada a inclusão da avaliação

da relevância do conhecimento científico e potencial cultural que poderia ter o “Museu

Rio-Grandense de Ciências Naturais” dentro do contexto na época.

Page 14: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Essa comissão era formada por diversos grupos e em um deles estavam a

Bióloga Cecília Volkmer Ribeiro, o Prof. José Willibaldo Thomé, a Arquiteta Lourdes

Isaura Samarani e o Jornalista Jayme Copstein, que tinham como objetivo a busca de

elementos e justificativas para incluir a instituição como um importante centro de

inovações em pesquisa e educação. Um dos objetivos principais deste grupo era a luta

por uma instituição maior que abrigasse o Museu, para aumentar a visibilidade

institucional, com o argumento de que a instituição salvaguardava um grandioso

número de espécimes colecionados e os trabalhos científicos que possuíam visibilidade

nacional e internacional.

No ano seguinte, graças à luta constante da comissão, foi criada em 20 de

dezembro de 1972, através da Lei Estadual nº. 6.497 (ANEXO 2), a Fundação

Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que agregava o Museu de Ciências Naturais (já com

uma nova nomenclatura), o Parque Zoológico e o Jardim Botânico. Sua sede era à Rua

Coronel Vicente, 281.

Com a criação da Fundação Zoobotânica do RS foi possível haver um

melhoramento na qualidade da instituição museológica, por haver uma ligação direta

entre as chefias, funcionários e comunidade científica. Com profissionais qualificados

(de doutores a bolsistas e estagiários) a instituição passou a ser considerada um centro

de inovações em pesquisa e referência para instituições similares.

Após grandes lutas, ocupando diversos endereços, a partir de 1979 o Museu de

Ciências Naturais (MCN) instalou-se definitivamente em sua atual sede na área do

Jardim Botânico de Porto Alegre, à Rua Dr. Salvador França, número 1427, no Bairro

Jardim Botânico (Figs. 2-4).

Page 15: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 2. Fachada do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS

Fig. 3. Painel de apresentação do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS

Page 16: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 4. Imagem aérea do Jardim Botânico, em Porto Alegre, RS. Fonte: Google Maps, 2013

No ano de 2002, por meio do Decreto Estadual nº. 41.624 de 21 de maio, o

Governo do Estado do Rio Grande do Sul aprovou o Estatuto da Fundação Zoobotânica

do RS, que também conta com um Regimento Interno e um Organograma,

homologados em 23 de maio de 2002 através do Of. Gab/SEMA nº. 469/02 pelo então

secretário da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do RS (SEMA).

Atualmente a instituição museal é conhecida como Museu de Ciências

Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB) e continua com a

missão e compromisso de pesquisa, auxiliando na qualificação acadêmica de

graduandos, mestrandos e doutorandos; com a divulgação e aperfeiçoamento científico

através de periódicos; de convênios firmados entre Universidades; ações educativas e

ambientais voltadas para os públicos infantil, infanto-juvenil, adulto e acadêmico; e

projetos realizados em parques e praças e cursos e oficinas na própria instituição.

O Museu abriga principalmente coleções científicas de fauna, flora e de fósseis

da região sul do Brasil, cabendo-lhe, sob Decreto Estadual nº. 31.162 de 3 junho de

1983, a responsabilidade do gerenciamento do Banco de Dados do Ambiente Natural do

Page 17: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Estado do Rio Grande do Sul (BDA). Desde 1982, por meio da Resolução FZB nº.

84/82, foi instituída a figura oficial do Curador de Coleção. A regulamentação do uso

das coleções científicas fez-se pela Determinação nº. 146/86 (ANEXO 3), na qual

também foi instituído o Conselho de Curadores com a finalidade de propor e

acompanhar a efetivação de medidas necessárias à salvaguarda, manutenção e expansão

do acervo.

Outras datas a serem destacadas:

-1988 – inclusão do Museu entre as instituições do país voltadas à pesquisa de

fauna e flora no guia RIDALC2;

- 2002 - cadastro do Museu no Diretório e Grupos de Pesquisas do CNPq e o

credenciamento pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético do Ministério de

Meio Ambiente (Resolução CGEN nº. 05/2002) como instituição “Fiel Depositária” de

amostras de componentes do patrimônio genético, estando apta a receber amostras-

testemunho, oriundas de estudos realizados por pesquisadores de outras instituições;

integração nos Programas de Bolsas de Iniciação Científica FAPERGS (PROBIC) e

CNPq (PIBIC), possibilitando o aumento de bolsistas e otimizando as pesquisas dentro

do Museu;

- 2010 - convênio firmado entre a FZB e o curso de Museologia da UFRGS,

viabilizando assim estagiários do curso para o auxílio das atividades de caráter

museológico.

O MCN possui as seguintes áreas de atuação, especialização e linhas de

pesquisa:

a) Áreas de Atuação:

- Pesquisa Científica

- Manutenção de Coleções Científicas

- Bioindicação de Qualidade do Ar e da Água

- Bioprospecção

- Consultoria Ambiental a Empresas Privadas

2

Red Regional de Intercambio de Investigadores para el Desarrolo de América Latina y el

Caribe.

Page 18: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

- Educação Ambiental

- Estudo e apoio à implantação de Unidades de Conservação

- Estudo e conservação de Sítios Paleontológicos

- Extração de Peçonha

- Formação de Recursos Humanos

- Geoprocessamento

- Manejo e Conservação de Ecossistemas

- Museografia

- Planejamento Ambiental

b) Áreas de Especialização:

- Cianobactérias

- Algas

- Fungos Liquenizados

- Plantas vasculares

- Esponjas de Água Doce

- Moluscos

- Aracnídeos

- Insetos

- Peixes

- Anfíbios

- Répteis

- Aves

Page 19: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

- Mamíferos

- Vertebrados Fósseis

c) Linhas de Pesquisa:

- Sistemática e Taxonomia

- Biogeografia e Evolução

- Biologia da Conservação

- Ecologia

- Gestão Ambiental

MISSÃO DA INSTITUIÇÃO

A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul expressa ser sua missão “gerar e

disponibilizar conhecimento sobre a biodiversidade do Rio Grande do Sul e atuar em

prol de sua conservação e utilização sustentável”.

Ao Museu de Ciências Naturais “cabe a responsabilidade de realizar estudos e

pesquisas sobre a fauna, flora e ecossistemas naturais, manter coleções científicas

zoológicas, botânicas e paleontológicas de referência e colaborar com a preservação e

conservação da biodiversidade”. Nota-se que a missão do Museu não explana sobre sua

responsabilidade com a educação patrimonial e estudos na área da Museologia. Esse

ponto deve ser revisto e trabalhado.

OBJETIVOS DA INSTITUIÇÃO

O “Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

tem por objetivos a pesquisa em biodiversidade, a manutenção de coleções científicas, a

Page 20: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

preservação e a conservação de espécies e ecossistemas, a difusão científica e a

educação ambiental”.

Page 21: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

DIAGNÓSTICO GLOBAL

Por meio deste diagnóstico, procura-se identificar a situação atual do Museu de

Ciências Naturais, assim como suas potencialidades e dificuldades. A Portaria

Normativa n°. 1 do IPHAN de 5 de julho de 2006, dispõe sobre a elaboração do Plano

Museológico, definindo que esse deve ser baseado em um diagnóstico completo da

instituição, levando em consideração seus pontos fortes e frágeis, as oportunidades e

ameaças, os aspectos socioculturais, políticos, técnicos, administrativos e econômicos

pertencentes à atuação do museu. Assim, este diagnóstico foi utilizado como uma

estratégia metodológica para indicar a situação atual do MCN, para, através dele,

reconhecer os pontos prioritários que determinarão ações futuras.

Englobando as diversas áreas do museu, esta seção aborda os seguintes

aspectos:

1. Institucional;

2. Coleções Científicas;

3. Coleções Didáticas;

4. Exposições;

5. Pesquisa, Educação e Comunicação;

6. Arquitetônico;

7. Acessibilidade;

8. Segurança;

9. Recursos Humanos e Financeiros.

Page 22: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

1. INSTITUCIONAL

Este capítulo refere-se ao contexto institucional do Museu de Ciências Naturais

da Fundação Zoobotânica do RS, incluindo a análise de seus pontos fortes e fracos.

1.1. Documentos Institucionais: portaria de criação e regimento interno

O Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS (originalmente

Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) possui uma portaria de sua criação, através

da Lei Estadual nº. 2.728, de 5 de novembro de 1955, mas não possui um Regimento

Interno específico, o que caracteriza um de seus pontos fracos. O regimento vigente é o

da própria Fundação, como instituição mantenedora e foi homologado em 2002,

juntamente com o organograma através do Of.Gab./SEMA nº. 469/02.

Como ponto forte, vale destacar novamente que o Museu vincula-se à Fundação

Zoobotânica do Rio Grande do Sul e essa última é vinculada à Secretaria do Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável (SADES). Essa base institucional segura gera imensa

potencialidade para ações futuras. Mas, ao mesmo tempo em que proporciona maiores

facilidades no que tange à gestão, pesquisa e comunicação do seu acervo, leva à falta de

identidade própria dentro da Fundação, sendo o Museu de Ciências Naturais conhecido

como "Museu do Jardim Botânico".

1.2 Organograma

O Museu de Ciências Naturais (MCN) não é um órgão independente, pois

vincula-se à estrutura da Fundação Zoobotânica do RS (FZB). Esta possui um

organograma oficial (Fig. 5), contemplando a presidência e as quatro diretorias

principais e suas subdivisões.

Page 23: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

O Organograma do Museu (Fig. 6) está incompleto, pois não contempla os

Setores e as Coleções que fazem parte de cada Seção. É realmente importante e

emergencial o reconhecimento dessas áreas dentro do MCN, criando-se assim, um

organograma oficial do Museu.

Page 24: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

18

Fig. 5. Organograma da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

Page 25: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 6. Destaque do organograma do Museu de Ciências Naturais, dentro do organograma atual da

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

1.3. Divisões, Seções e Setores do Museu de Ciências Naturais e suas

Competências

As descrições a seguir referem-se às competências de cada Divisão, Seção e

Setor do Museu de Ciências Naturais (MCN) e foram retiradas do Estatuto,

Regimento Interno e Organograma da Fundação Zoobotânica do RS (FZB) datado de

junho de 2002 (artigos 13 a 24). Percebe-se que o Regimento Interno da FZB, à qual o

Museu é vinculado, data de 11 anos atrás, sendo necessária sua revisão.

Abaixo compila-se a íntegra de cada artigo do Regimento Interno da FZB que

faz referência ao MCN.

Page 26: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Art. 13 – À Diretoria Executiva do Museu de Ciências Naturais, além das

atribuições comuns às Diretorias dos Órgãos Executivos, previstas no Capítulo

IV deste Regimento, compete:

a) encaminhar ao Conselho Científico e/ou Conselho de Curadoria de

Coleções, órgãos informais, assuntos que representem propostas, sugestões ou

consultas do corpo funcional;

b) coordenar a formação do Conselho Científico e do Conselho Curador de

Coleções para aprovação da programação técnico-científica do Museu de

Ciências Naturais;

c) apoiar na elaboração de projetos institucionais que envolvam grupos de

fauna, flora e paleontologia existentes no Museu e cujos recursos sejam de

auxílios à pesquisa ou através de prestações de serviços.

d) coordenar e supervisionar as atividades de Editoração e de Infraestrutura e

Apoio Operacional.

e) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas

pela Presidência

Art.14 - À Divisão de Pesquisa compete:

a) coordenar e supervisionar as atividades das Seções de Botânica de

Criptógamas, Botânica de Fanerógamas, Zoologia de Invertebrados, Zoologia

de Vertebrados, Paleontologia, Conservação e Manejo;

b) coordenar e supervisionar os laboratórios de uso comum das Seções;

c) auxiliar a Direção do MCN no exame dos projetos de pesquisa solicitadas

às instituições de fomento;

Page 27: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

d) apoiar na elaboração de projetos institucionais que envolvam grupos de

fauna, flora e paleontologia existentes no Museu e cujos recursos sejam de

auxílios à pesquisa ou através de prestação de serviço;

e) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas

Seções;

f) coordenar e supervisionar as atividades de pesquisa no Parque Estadual

Delta do Jacuí e demais unidades de conservação;

g) supervisionar e apoiar os editores e as comissões editoriais do periódico

científico Iheringia;

h) operacionalizar a manutenção da periodicidade, em conjunto com os

editores, do periódico científico Iheringia;

i) supervisionar o sistema de distribuição e intercâmbio (permuta, doações e

vendas) do periódico científico Iheringia;

j) supervisionar o estoque do periódico científico Iheringia;

k) supervisionar a organização, informatização, conservação e atualização do

banco de dados do periódico científico Iheringia;

l) executar outras atividades correlatas ou que venham a ser atribuídas pela

Direção.

Cabe destacar que atualmente o Parque Estadual Delta do Jacuí não

está mais vinculado à Fundação Zoobotânica do RS bem como não há

nenhuma unidade de conservação vinculada à FZB.

Abaixo as atividades designadas à cada seção que correspondem à

Divisão de Pesquisa.

Page 28: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Art. 15 - Seção de Botânica de Criptógamas:

a) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Botânica de

Criptógamas;

b) desenvolver pesquisa sobre Botânica de Criptógamas, promovendo o

desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento

científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;

c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental

relativos à área;

d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;

e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com os

mesmos;

f) proporcionar cursos e palestras sobre assuntos de flora de Criptógamas,

especialmente do Rio Grande do Sul;

g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;

h) participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção;

i) atuar como editor ou como membro da Comissão Editorial do periódico

científico Iheringia ou outras publicações científicas;

j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela

Direção.

Art. 16 - Seção de Botânica de Fanerógamas:

a) desenvolver pesquisa sobre Botânica de Fanerógamas, promovendo o

desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento

científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;

Page 29: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

b) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Botânica de

Fanerógamas;

c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos

à área;

d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;

e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com os

mesmos;

f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos de flora de Fanerógamas,

especialmente do Rio Grande do Sul;

g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;

h) participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da Direção;

i) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico

científico Iheringia ou outras publicações científicas;

j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela

Direção.

Art. 17 - Seção de Zoologia de Invertebrados:

a) desenvolver pesquisa sobre Zoologia de Invertebrados, promovendo o

desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento

científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;

b) constituir e manter coleções científicas e didáticas na área de Zoologia de

Invertebrados;

c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental

relativos à área;

d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;

Page 30: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integrada com as

mesmas;

f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna de Invertebrados,

especialmente do Rio Grande do Sul;

g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;

h) participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da

Direção;

i) atuar como editor ou como membro da das atividades de editoração do

periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas;

j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção.

Art. 18 - Seção de Zoologia de Vertebrados:

a) desenvolver pesquisa sobre Zoologia de Vertebrados, promovendo o

desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento

científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;

b) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Zoologia de

Vertebrados;

c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental

relativos à área;

d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;

e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as

mesmas;

f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna de Vertebrados,

especialmente do Rio Grande do Sul;

g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;

Page 31: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

h) participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção;

i) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico

científico Iheringia ou outras publicações científicas;

j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela

Direção.

Art. 19 - Seção de Paleontologia:

a) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Paleontologia;

b) desenvolver pesquisa sobre Paleontologia, promovendo o desenvolvimento

científico e tecnológico por meio de publicação de documento científico e

assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;

c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental

relativos à área;

d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;

e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as

mesmas;

f) proporcionar cursos e palestras sobre assuntos da fauna Paleontológica,

especialmente do Rio Grande do Sul;

g) ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna Paleontológica,

especialmente do Rio Grande do Sul;

h) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;

i) participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção;

j) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico

científico Iheringia ou outras publicações científicas;

k) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela

Direção.

Page 32: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Cabe ressaltar que, no que concerne ao item j, atualmente o periódico cintífico

Iheringia só publica artigos versando sobre a fauna e/ou flora recentes.

Art. 20 - Seção de Conservação e Manejo:

a) desenvolver pesquisa sobre ecossistemas, manejo de vida silvestre, biologia da

conservação, uso sustentado e gestão ambiental, assessorando órgãos públicos,

privados e acomunidade em geral;

b) integrar as pesquisas desenvolvidas pelas demais Seções sobre ecossistemas,

manejo de vida silvestre, biologia da conservação, uso sustentado e gestão ambiental;

c) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as

mesmas;

d) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental

relativos à área;

e) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;

f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos de ecossistemas, manejo de vida

silvestre, conservação e uso sustentado, especialmente do Rio Grande do Sul;

g) atender convênios relativos a área, com universidades e outras entidades;

h) participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da

Direção;

i) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico

científico Iheringia ou outras publicações científicas;

j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela

Direção.

Page 33: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Art. 21 - À Divisão de Difusão Científica e Cultural compete:

a) coordenar as atividades de Difusão Científica e Cultural do Museu de Ciências

Naturais e do Centro de Interpretação Ambiental da Ilha da Casa da Pólvora;

b) coordenar e supervisionar as atividades das seções de Educação Ambiental e

Museologia e de Informação Ambiental;

c) auxiliar a direção no exame dos projetos com solicitação de auxílio às

instituições de fomento;

d) apoiar na elaboração de projetos institucionais de Difusão Científica e

Cultural;

e) apoiar os trabalhos da Divisão de Pesquisa e suas Seções

f) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela

Direção.

Cabe destacar que o Centro de Interpretação Ambiental da Ilha da Casa da

Pólvora não está mais vinculado à Fundação Zoobotânica do RS.

Art. 22 - Seção de Educação Ambiental e Museologia:

a) desenvolver atividades de Educação Ambiental e Museologia do MCN de

forma integrada e com o apoio da Divisão de Pesquisa

b) desenvolver atividades educativas e recreativas, dinamizando o acervo do

Museu através de exposições, cursos, palestras e outras ações inerentes à Educação

Ambiental;

c) desenvolver programas técnico-científicos, voltados à solução de problemas

que afetam diretamente a comunidade;

Page 34: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

d) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela

Direção.

Art. 23 - Seção de Informação Ambiental:

a) desenvolver trabalhos de difusão de informação científica e cultural do MCN;

b) apoiar os trabalhos das seções da Divisão de Pesquisa e da Divisão de Difusão

Científica e Cultural, trabalhando de forma integrada com as mesmas;

c) organizar, informatizar, georreferenciar, conservar e manter atualizadas as

bases de dados com informações sobre biodiversidade do Museu;

d) atender ao público em geral, pesquisadores, especialistas, instituições públicas

e privadas, Organizações Não Governamentais – ONG’s, sobre informações

ambientais;

e) executar pesquisas vinculadas ao geoprocessamento, atividades de campo e

laboratório, análise e tratamento de dados espaciais e biológicos e elaborar mapas,

além de elaborar perícias e laudos designados pela Direção;

f) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela

direção.

Art. 24 - Setor de Infraestrutura e Apoio Operacional:

a) dar suporte administrativo e operacional às atividades do Museu;

b) apoiar as atividades da Divisão de Pesquisa, da Divisão de Difusão Científica

e Cultural e de Editoração;

c) responder pela utilização dos laboratórios de uso comum do Museu;

Page 35: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

d) prever a aquisição de infraestrutura e dar apoio de campo e laboratório

necessário para o funcionamento das atividades da Divisão de Pesquisa e da Divisão

de Difusão Científica e Cultural;

e) executar tarefas administrativas inerentes aos trabalhos de editoração,

definidas pelos editores do periódico científico Iheringia e pelo chefe da Divisão de

Pesquisa;

f) processar editoração eletrônica dos artigos a serem publicados no periódico

científico Iheringia;

g) organizar, informatizar, conservar e manter atualizado o banco de dados do

periódico científico Iheringia;

h) organizar e manter o estoque dos periódicos científicos;

i) executar outras atividades correlatas ou que venham a ser atribuídas pela

Direção.

Atualmente a editoração eletrônica dos artigos a serem publicados na Iheringia

série Zoologia e série Botânica não é feito no MCN/FZB.

Page 36: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

1.4. Coordenadorias, Seções e Setores da Fundação Zoobotânica do RS que dão

apoio ao Museu de Ciências Naturais

O Museu está institucionalmente vinculado à Fundação Zoobotânica do RS e

por isso é apoiado em diversas instâncias pelas Seções e Setores desta última. Cabe

nesse diagnóstico citar:

a) Coordenadoria de Comunicação Social

Ligada diretamente à Presidência da Fundação Zoobotânica do RS, a

Coordenadoria de Comunicação Social atua na divulgação de todos os eventos

realizados pela Instituição, incluindo os do Museu de Ciências Naturais.

Também é o elo entre a imprensa e os pesquisadores e técnicos do MCN para

agendamento de reportagens e entrevistas.

Atualmente, por determinação da Secretaria do Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável (SADES), à qual está vinculada a Fundação

Zoobotânica do RS, a parte de Comunicação Social da SADES, FEPAM

(Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e FZB

está unificada, atuando na Secretaria.

b) Coordenadoria de Educação Ambiental

A Coordenadoria de Educação Ambiental da FZB, ligada diretamente à

Presidência, coordena as ações das Seções de Educação Ambiental dos órgãos

operacionais da FZB (Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque

Zoológico).

Page 37: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

c) Coordenadoria de Planejamento e Projetos

À Coordenadoria de Planejamento e Projetos, ligada diretamente à

Presidência, compete estabelecer contatos com empresas públicas e/ou

privadas, visando angariar recursos financeiros e/ou materiais bem como

apoiar, acompanhar e controlar a elaboração e execução de projetos buscando

aporte de recursos.

d) Biblioteca Prof. Dr. Carlos de Paula Couto

A Biblioteca é vinculada à Seção de Documentação e Informação da

Diretoria Administrativo Financeira da FZB3.

Sua origem remonta à criação do Museu Rio-Grandense de Ciências

Naturais, quando foi incorporado o acervo bibliográfico do Museu Júlio de

Castilhos, de Porto Alegre, RS, totalizando 895 livros e centenas de

periódicos, nacionais e internacionais, sobre ciências naturais.

Em fevereiro de 1975, devido à criação da Fundação Zoobotânica do

RS, à qual se incorporou o Museu, a Biblioteca passou por algumas mudanças,

centralizando o acervo bibliográfico dos três órgãos que fazem parte da FZB

(Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico) e

passando a denominar-se “Biblioteca da FZB”. A partir de 1979, a Biblioteca

instalou-se na área que ocupa atualmente, com 133,52m2.

O acervo da Biblioteca integra mais de 12 mil obras4, entre as quais 12

títulos de obras raras. O espaço atual é exíguo para acomodar esse acervo de

maneira adequada, havendo ainda limitações quanto à infraestrutura, aos

3 Em vermelho no Organograma da FZB (Fig. 5).

4 Incluindo, por exemplo, os periódicos, que segundo informação recebida, passam dos 10 mil

exemplares. Também é interessante destacar que a quantidade informada é estimada, pois, em função

das mudanças e da reorganização da Biblioteca, é difícil informar com exatidão.

Page 38: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

móveis e equipamentos que não são adequados para a salvaguarda do acervo

bibliográfico existente.

A biblioteca é especializada em ciências naturais, cujos temas

principais são biodiversidade, zoologia, botânica, paleontologia, geologia,

educação ambiental e ecologia. Grande parte do acervo de periódicos é obtido

através de permutas com os periódicos editados pelo MCN, a Iheringia séries

Zoologia e Botânica, o que possibilita um vasto acervo de publicações

periódicas nacionais e estrangeiras.

Quanto aos recursos humanos, atualmente conta com uma bibliotecária

do quadro efetivo, contratada no segundo semestre de 2014. Estão previstas

duas vagas para estagiários, sendo uma para acadêmico de graduação e outra

para estudante de nível médio.

Existe no Museu de Ciências Naturais um projeto denominado

“Central de Coleções”, que prevê a construção de um espaço adequado para

abrigar as coleções científicas da Instituição bem como a Biblioteca. No

entanto, este projeto, como requer aporte de um volume grande de recursos,

está suspenso aguardando a disponibilidade dos mesmos mediante

financiamentos externos.

e) Seção de Informática

A Seção de Informática, pertencente à Divisão Administrativa da

Diretoria Administrativo Financeira da FZB, iniciou suas atividades em 2001,

quando houve a contratação permanente de profissionais da área. Antes eram

apenas alguns serviços básicos de tecnologia (rede, internet, manutenção de

computadores) que eram mantidos no MCN, através da colaboração de

profissionais de outras áreas e de estagiários.

Atualmente a Seção conta com dois analistas (nível superior), dois

técnicos de nível médio e um estagiário de nível médio.

Page 39: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

As atividades desenvolvidas na área de Tecnologia da Informação (TI)

ao Museu envolvem suporte ao usuário, manutenção de hardware/software,

administração de rede, projetos de infraestrutura de rede, consultoria e

supervisão em aquisições de equipamentos, supervisão de serviços da

PROCERGS (Companhia de Processamento de Dados do RS) e de terceiros,

administração de sistemas governamentais, análise e desenvolvimento

web/sistemas, plano anual de TI. A equipe também dá apoio a eventos

desenvolvidos pelo MCN, como, por exemplo, a Jornada de Iniciação

Científica – Meio Ambiente, que é realizada anualmente.

O MCN utiliza atualmente cerca de 80 computadores em suas

atividades, número que corresponde a aproximadamente 50% do número de

computadores utilizados por todas as unidades organizacionais da FZB.

Entre os pontos fracos da TI estão: a falta de pessoal e de recursos

financeiros, o que dificulta a atuação nas áreas de análise e desenvolvimento

de sistemas, segurança da informação e projetos de infraestrutura essenciais

para o desenvolvimento das atividades da instituição. Outro ponto fraco é a

qualidade da rede de internet que às vezes não funciona ou apresenta-se lenta,

impossibilitando o trabalho dos funcionários.

A partir de 2013 ocorreu a mudança da rede de correio eletrônico da

plataforma “Direto” para a “Expresso”, utilizada pelos órgãos públicos do

estado do RS.

É disponibilizada para acesso a todos os servidores a rede Intranet,

através da qual são obtidas as mais variadas informações, como acesso aos

registros de ponto, à lista de ramais telefônicos, pedidos de material ao

almoxarifado, consulta a contracheques, notícias diversas e outros assuntos de

interesse.

Page 40: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

f) Seção de Recursos Humanos

A Seção de Recursos Humanos está ligada à Divisão Administrativa e

é a responsável pelo gerenciamento de todo o pessoal do quadro da Instituição,

dos adidos (cedidos de outras instituições) e também dos estagiários

remunerados que são contratados através da Fundação de Desenvolvimento de

Recursos Humanos do RS (FDRH). Esta Seção conta atualmente com dois

funcionários efetivos.

Atua também junto à Seção de Recursos Humanos uma Técnica em

Segurança do Trabalho, que é a responsável por todo o gerenciamento

referente às Normas de Segurança do Trabalho e cumprimento do Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional (PCMSO) da instituição.

g) Seções de Contabilidade e de Finanças

A Seção de Contabilidade e a Seção de Finanças, subordinadas

respectivamente à Direção Administrativo Financeira e à Divisão Financeira,

responsabilizam-se por todas as finanças da Instituição, sendo suas atribuições

o pagamento de diárias para o pessoal do Museu em serviços de campo e

viagens bem como o pagamento de todas as compras e serviços necessários ao

desenvolvimento das atividades do Museu.

A Seção de Contabilidade é responsável pelos registros contábeis da

FZB, pelas questões fiscais, como recolhimento de impostos e declarações,

além do registro, acompanhamento e prestações de contas de convênios e

projetos.

A Seção de Finanças conta com dois funcionários de nível médio e a

Seção de Contabilidade conta com um funcionário de nível superior (contador)

e dois de nível médio, sendo todos do quadro permanente da Instituição.

Page 41: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

h) Almoxarifado

O Almoxarifado está vinculado à Administração Central da FZB, em

uma sala onde armazena todos os materiais e produtos necessários ao

desenvolvimento das atividades da Fundação Zoobotânica do RS. Sua

administração acontece ligada às Finanças Públicas do Estado, Secretaria da

Fazenda do RS, para o gerenciamento desses materiais e das solicitações das

necessidades de cada Setor. Um funcionário de nível médio, do quadro

permanente da Instituição, é o responsável pelo controle do Almoxarifado.

Entre suas atribuições está o recebimento das solicitações de material feitas

pela via eletrônica pelos funcionários da FZB, entre os quais os do Museu, e

distribuição desses materiais aos solicitantes.

i) Setor de Infraestrutura e Apoio

O Setor de Infraestrutura e Apoio está subordinado à Divisão

Administrativa da Diretoria Administrativo Financeira da FZB. Ao Setor de

Infraestrutura e Apoio competem os serviços de transporte, manutenção,

telefonia, reprografia, portaria, expedição e limpeza. Esse Setor tem como

função desenvolver, supervisionar e auxiliar nas tarefas de rotina para

andamento das atividades da Instituição. Estão sob responsabilidade desse

setor, a manutenção do prédio e reparos (consertos em geral, hidráulicos,

elétricos, refrigeração), limpeza das dependências, manutenção dos veículos

da FZB e agendamento dos mesmos para as atividades externas.

A Instituição possui uma frota de 24 veículos que atendem às

atividades da Administração Central, Jardim Botânico, Parque Zoológico e

Museu de Ciências Naturais, sendo seis deles caminhonetes 4x4, utilizadas em

trabalhos de campo do MCN.

O Setor conta com um funcionário de nível médio, responsável pelo

mesmo, três motoristas terceirizados, três funcionários para serviços gerais de

manutenção, sendo um do quadro e dois terceirizados, e seis auxiliares para

Page 42: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

limpeza, sendo dois do quadro de funcionários e quatro terceirizados. Além

destes, conta com três funcionários do quadro que atendem a Recepção, a

Telefonia e a Reprografia.

j) Protocolo

O Protocolo, vinculado à Divisão Administrativa da Administração

Central, é atendido por um funcionário do quadro permanente e é responsável

pela abertura e acompanhamento de todos os processos que tramitam na esfera

administrativa da Instituição. Além da tramitação desses processos, cabe ao

Protocolo também a expedição e recebimento de correspondências.

k) Setor de Vigilância

O Setor de Vigilância está ligado à Divisão Administrativa da

Diretoria Administrativo-Financeira da FZB e conta com dois funcionários do

quadro de funcionários da FZB, sendo os demais terceirizados.

Além de zelar pelas dependências da Instituição, compete aos

vigilantes que estão de serviço no horário de funcionamento das Salas de

Exposição do Museu, proporcionar o acesso alternativo para os visitantes com

dificuldades de locomoção, uma vez que há escadas para chegar a essas salas,

não havendo elevadores ou rampas.

l) Setor de Acompanhamento e Fiscalização de Contratos e Convênios

Ao Setor de Acompanhamento e Fiscalização de Contratos e

Convênios, ligado à Divisão Financeira da Diretoria Administrativo

Financeira, estão vinculados todos os contratos (incluindo os de serviços

Page 43: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

terceirizados como a limpeza das dependências e vigilância) firmados pela

Fundação Zoobotânica do RS. Apesar do nome - Setor de Acompanhamento e

Fiscalização de Contratos e Convênios - atualmente os convênios não passam

pelo Setor, sendo realizados pelos respectivos órgãos operacionais (Museu de

Ciências Naturais, Jardim Botânico, Parque Zoológico).

Compete a esse Setor, que conta com dois funcionários de nível médio

do quadro permanente da Instituição, a publicação dos contratos no Diário

Oficial do Estado (DOE) após terem sido assinados. Também cabe ao Setor o

gerenciamento das empresas que prestam os serviços terceirizados.

m) Setor de Patrimônio

O Setor de Patrimônio é vinculado à Divisão Administrativa da

Diretoria Administrativo Financeira da FZB e a ele compete a organização e

registro de todos os bens móveis e imóveis da Fundação, além do inventário

das coleções científicas do Museu que também são interpretadas como

patrimônio do Estado. Todo ano é realizada a atualização do inventário de

todos os bens registrados como da Fundação.

O Setor conta com dois funcionários de nível médio do quadro

permanente da Instituição. Nos períodos de inventariamento dos bens móveis

da Fundação Zoobotânica do RS e das coleções científicas do MCN, são

nomeadas, através de portarias expedidas pela Presidência, comissões com

atribuições específicas para esses inventários. Os funcionários do Museu são

convocados para participar dessas comissões.

n) Setor de Compras

O Setor de Compras, vinculado à Divisão Financeira da Diretoria

Administrativo Financeira da FZB, conta com dois funcionários de nível

Page 44: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

médio, do quadro permanente da Instituição. Eles têm como atribuição realizar

todas as aquisições de materiais de consumo, utensílios e equipamentos

necessários ao desenvolvimento das atividades da Instituição, incluindo os

para o Museu, cujo valor monetário não se enquadre em despesas de pronto

pagamento.

o) Comissão de Licitações

Pelas normas administrativas do Estado do Rio Grande do Sul, todas as

aquisições que não se enquadrem no limite estipulado para despesas de pronto

pagamento, devem ser efetuadas por pregão eletrônico através da CELIC

(Central de Licitações do Estado). A Comissão de Licitações e Pregões está

vinculada à Diretoria Administrativo Financeira da FZB. Em 5 de abril de

2010 foi criada a figura do Presidente da Comissão de Licitações e Pregões

que tem a função de coordenar as atividades desenvolvidas pelos membros

dessa Comissão. Atualmente quem ocupa o cargo de Presidente é um

funcionário de nível médio do quadro permanente da FZB, lotado no Setor de

Compras.

p) Assessoria Jurídica

À Assessoria Jurídica está afeta a revisão de todos os contratos de

prestações de serviços e convênios bem como a elaboração dos contratos para

os estágios curriculares desenvolvidos por acadêmicos no Museu de Ciências

Naturais além dos contratos de estágios através da Fundação para

Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH).

Atualmente, por determinação da Secretaria do Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável (SEMA), à qual está vinculada a Fundação

Zoobotânica do RS, os setores jurídicos da SEMA, FEPAM (Fundação

Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e FZB estão

unificados visando atender em conjunto as ações jurídicas da área ambiental.

Page 45: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

1.5. Associação de Amigos

O MCN/FZB criou sua Associação de Amigos em 20 de maio de 1996,

chamada Associação Pró-Desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais da

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (APDM). Atualmente possui 31

membros, mas até julho/2015 não tinha uma diretoria atuante, existindo apenas de

nome, em função das dificuldades em encontrar pessoal interessado em formar uma

diretoria que realmente leve a Associação adiante.

Em 09 de julho de 2015 foi realizada uma Assembleia Geral Ordinária na qual

foi eleita uma nova Diretoria que comprometeu-se a revitalizar a APDM e

desenvolver ações promovendo a aproximação entre o Museus e sua Associação de

Amigos.

A existência de uma Associação de Amigos em um Museu se caracteriza como

um ponto forte, mas no caso do Museu de Ciências Naturais/FZB, como essa

Associação atualmente não possui atividades, fica caracterizado como um ponto

fraco, mas com imenso potencial de se tornar uma oportunidade, pois poderia, através

de projetos, financiar demandas de pesquisa e comunicação do Museu. A organização

de reuniões, conjuntamente com a Fundação Zoobotânica do RS, pode servir de

espaço para o compartilhamento de ideias a fim de tornarfortalecer a APDM.

A APDM tem como missão “ser reconhecida no âmbito nacional e

internacional como a Associação promotora de desenvolvimento do Museu de

Ciências Naturais da FZB em projetos educacionais e de pesquisa na proteção de

flora, fauna e ecossistemas naturais para conservação da biodiversidade”. Tal missão

precisa ser revista para abranger as necessidades do Museu de Ciências Naturais.

Page 46: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

1.6. Quadro de Pontos Fortes e Fracos

Pontos Fortes Pontos Fracos

A FZB possui Estatuto e Regimento

Interno, onde o MCN está

contemplado.

Regimento Interno e Organograma

desatualizados.

A missão e os objetivos do MCN

contemplam pesquisa, preservação e

comunicação da biodiversidade.

Missão do MCN não contempla

responsabilidade com a Museologia,

faltando comprometimento com essa área.

O MCN tem apoio dos diversos

setores da FZB.

Ausência de identidade própria do MCN

dentro da FZB, sendo conhecido como

Museu do Jardim Botânico

Falta de uma Associação de Amigos

atuante; missão da APDM falha.

2. COLEÇÕES CIENTÍFICAS

As coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio

Grande do Sul estão abrigadas em dez salas, armazenadas em gavetas e armários e

acondicionadas em líquido, em seco ou em lâmina, ocupando uma área de 915,30 m2.

As principais coleções existentes no Museu estão representadas no diagrama abaixo

(Fig. 7).

Page 47: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 7. Esquema das principais coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do

RS

Existem também as coleções menores, que representam outros grupos, tais

como zooplâncton, cnidários, helmintos, anelídeos, miriápodes, equinodermos e

picnogonídeos, além de uma coleção antropológica de esqueletos recentes, totalizando

em torno de 1.939 registros.

Para organizar essas coleções biológicas algumas etapas:

[ . . . ] devem ser cumpridas, nas quais diferentes metodologias, técnicas e

pessoal capacitado são envolvidos. Inicia-se com a coleta de material no

campo de determinada região ou local; seguem-se a preparação dos

exemplares por meio de técnicas apropriadas a cada grupo e o registro dos

dados de campo a eles pertinentes e da identificação do táxon em rótulos

apensos aos espécimes. Esses dados são anotados em livros especiais que

constituem o catálogo da coleção (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO

RS, 2005, p. 59).

Page 48: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Todas essas etapas são realizadas tendo como principal responsável o curador.

Cada coleção possui um curador, que é o biólogo responsável5, além de outros

funcionários (pesquisadores e técnicos), envolvidos nos processos de tombamento,

acondicionamento e organização dos itens das coleções, seguindo um sistema de

classificação específico das Ciências Naturais. É o curador e a equipe de

pesquisaadores, técnicos e estudantes (de graduação e de pós-graduação) que

aprofundam o conhecimento de suas áreas e, através de suas atividades, facilitam o

acesso à informação. O curador é o responsável pela sua coleção, sua guarda,

conservação, tombamento, catalogação, aquisição de novos espécimes e

procedimentos de empréstimos e/ou intercâmbios.

Nas práticas de conservação, documentação e pesquisa das coleções (Gestão

do Acervo), geralmente não há necessidade de um profissional especializado, pois

cada curador é (ou deve ser) especializado no trato de sua respectiva coleção. Nesse

sentido, identifica-se um ponto fraco, pois não há profissional especializado em todas

as coleções.

A descrição e o registro de uma nova espécie são fundamentados em um ou

mais exemplares representativos de cada entidade taxonômica. Cada um dos

espécimes dessas novas espécies, ao ser incorporado ao acervo, é denominado de

“tipo-nomenclatural”. A presença, nas coleções biológicas, de material-tipo

enriquece-as sob o ponto de vista científico. Segue quadro com o registro patrimonial

das coleções6.

5

A regulamentação do uso das coleções científicas fez-se pela Determinação nº

146/86 (ANEXO 3), na qual também foi instituído o Conselho de Curadores com a finalidade de

propor e acompanhar a efetivação de medidas necessárias à salvaguarda, manutenção e expansão do

acervo.

6 Conforme Inventário das Coleções Científicas do MCN/FZB realizado em dezembro/2014.

Page 49: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

COLEÇÃO

REGISTRO

PATRIMONIAL

2014

HERBÁRIO ALGAS - LÂMINAS 6.716

HERBÁRIO ALGAS - FRASCOS 14.882

HERBÁRIO ALGAS - EXSICATAS CIANOFÍCEAS 471

HERBÁRIO ALGAS – MATERIAL-TIPO 27

HERBÁRIO - EXSICATAS 100.301

HERBÁRIO – MATERIAL-TIPO 173

PORIFERA MARINHOS 3.756

PORIFERA MARINHOS – MATERIAL-TIPO 188

PORIFERA ÁGUA DOCE 4.987

PORIFERA ÁGUA DOCE – MATERIAL-TIPO 108

MOLLUSCA 33.503

MOLLUSCA – MATERIAL-TIPO 84

CNIDARIA 148

ZOOPLANCTON 117

ANNELIDA 329

POLYCHAETA 97

HELMINTOS 201

CHILOPODA 741

DIPLOPODA 1.032

DIPLOPODA - MATERIAL-TIPO 9

ECHINODERMATA 194

HYDRACARINA 43

PYCNOGONIDA 8

Page 50: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

COLEÇÃO

REGISTRO

PATRIMONIAL

2014

CRUSTACEA 2.588

CRUSTACEA - MATERIAL-TIPO 33

ARANEAE 49.813

ARANEAE – MATERIAL-TIPO 1.042

OPILIONES 2.241

OPILIONES - MATERIAL-TIPO 8

PALPIGRADI 7

PSEUDOSCORPIONES 320

ACARI 1.895

ACARI - MATERIAL-TIPO 3

SCORPIONES 912

SCORPIONES - MATERIAL-TIPO 2

AMBLYPYGI 13

RICINULEI 6

SCHIZOMIDA 3

SOLIFUGAE 14

UROPYGI 6

DIPTERA 1.841

HETEROPTERA TERRESTRES 31.512

HETEROPTERA TERRESTRES - MATERIAL-TIPO 251

HETEROPTERA AQUÁTICOS 7.508

HETEROPTERA AQUÁTICOS - MATERIAL-TIPO 18

Page 51: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

COLEÇÃO

REGISTRO

PATRIMONIAL

2014

AUCHENORRHYNCHA 4.880

AUCHENORRHYNCHA - MATERIAL-TIPO 4

ODONATA 355

ORTHOPTERA 1.169

ORTHOPTERA – MATERIAL-TIPO 1

STREPSIPTERA 4

PLECOPTERA 21

LEPIDOPTERA 11.397

LEPIDOPTERA – MATERIAL-TIPO 2

DERMAPTERA 293

PHASMIDA 66

EMBIOPTERA 2

NEUROPTERA 86

NEUROPTERA – MATERIAL-TIPO 5

EPHEMEROPTERA - MATERIAL-TIPO 1

BLATTARIA 2.456

MANTODEA 74

MANTODEA - MATERIAL-TIPO 6

HYMENOPTERA 9.692

HYMENOPTERA MATERIAL-TIPO 86

COLEOPTERA 65.805

COLEOPTERA – MATERIAL-TIPO 422

Page 52: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

COLEÇÃO

REGISTRO

PATRIMONIAL

2014

TRICHOPTERA 44

PEIXES 19.829

PEIXES – MATERIAL-TIPO 87

UROCORDADOS 3

AGNATOS 1

ANFÍBIOS 14.307

ANFÍBIOS – MATERIAL-TIPO 123

RÉPTEIS 17.435

RÉPTEIS - MATERIAL-TIPO 15

AVES – PELES 3.082

AVES – ESQUELETOS 961

AVES - NINHOS 153

AVES - OVOS 756

AVES - PENAS 336

AVES - AMOSTRAS DE TECIDO 26

MAMÍFEROS 3.893

MAMÍFEROS – MATERIAL-TIPO 2

PALEOBOTÂNICA 469

PALEOBOTÂNICA – MATERIAL-TIPO 8

PALEOINVERTEBRADOS 3.071

PALEOVERTEBRADOS 12.561

PALEOVERTEBRADOS - MATERIAL-TIPO 10

ANTROPOLÓGICA 86

PALEOICNOFÓSSEIS 177

Page 53: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

COLEÇÃO

REGISTRO

PATRIMONIAL

2014

PALEOICNOFÓSSEIS - MATERIAL-TIPO 8

TOTAL GERAL 442.421

O empréstimo de exemplares das coleções científicas ocorre somente para

pesquisadores ligados a instituições de pesquisa ou a mestrandos, doutorandos e pós-

doutorandos, sob responsabilidade de seus orientadores. O empréstimo ocorre através

do Termo de Empréstimo (guia de remessa ou “invoice”) (ANEXO 4). Apenas o

acervo didático pode ser emprestado a outras instituições culturais.

Todos os exemplares incluídos nas coleções científicas estão registrados nos

Catálogos de Peças e várias coleções já têm as informações dos Catálogos transferidas

para meio digital, utilizando principalmente planilhas do Excel.

As salas onde estão depositadas as coleções são caracterizadas como um ponto

fraco, pois no geral as salas de armazenamento e laboratórios de pesquisa não

possuem controle de climatização e iluminação ideal. A necessidade de ampliação do

espaço é ressaltada por vários curadores, assim como a demanda por equipe

especializada e/ou bolsistas para auxiliar no trabalho. Diversos riscos foram

identificados e serão tratados na seção Segurança.

As coleções biológicas do Museu de Ciências Naturais/FZB documentam a

existência das espécies no tempo e no espaço, validam as pesquisas biológicas e

contribuem efetivamente e significativamente para diversos campos, como as áreas da

Biotecnologia, Medicina, Farmácia, Agricultura, Veterinária, Genética, entre outras.

Elas ainda fornecem elementos para o monitoramento das mudanças dos

ecossistemas, incluindo taxas de extinção de espécies, degradação dos ecossistemas,

explosão de espécies exóticas, daninhas, pragas, vetores de importância médica e

sanitária. São, acima de tudo, fontes de referência irrefutáveis para todo e qualquer

Page 54: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

projeto de conservação da biodiversidade, manejo sustentável e recomposição

ambiental.

Esta seção caracteriza um dos maiores pontos fortes do Museu de Ciências

Naturais/FZB. As coleções científicas e os profissionais altamente qualificados

vinculados ao Museu possuem enorme importância no âmbito nacional e

internacional. Mas, apesar de cada curador ser responsável pela gestão de sua coleção

e de existir uma regulamentação do uso das coleções científicas (através da

Determinação nº 146/86), a figura de um profissional museólogo é necessária, para

atuar, em conjunto com o curador biólogo, para a concretização da gestão do acervo a

nível macro. A gestão se legitima como instrumento legal pela “Política de Gestão de

Acervo”, que se fundamenta basicamente em três elementos chave que se inter-

relacionam:

"O registro do acervo providencia uma linha de base para a

responsabilidade institucional para os muitos e variados objetos, artefatos,

espécimes, amostras e documentos que o museu guarda com confiança

para as gerações actuais e futuras da humanidade.

A preservação do acervo é um aspecto activo importante na gestão do

acervo inserido sob todas as outras atividades museológicas.

O acesso controlado ao acervo para efeitos de exposição ou investigação,

preenche a missão do museu na educação e interpretação ao mesmo tempo

que protege o acervo. A inscrição, preservação e acesso emitidas por

escrito também podem ser utilizadas para providenciar uma estrutura para

a política de gestão de acervo." (LADKIN, 2004, p. 17).

Também é importante a implementação, juntamente com os curadores, de uma

política de aquisição e descarte para as coleções, documento importante e essencial

para uma gestão adequada de acervos.

Page 55: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

2.1. Histórico das Coleções

2.1.1 Seções de Botânica

A coleção de flora localiza-se no Herbário Prof. Dr. Alarich R.H Schulz (HAS)

que foi criado com o objetivo de subsidiar o levantamento da flora do Estado do Rio

Grande do Sul, priorizando o estudo da botânica sistemática, servindo de base para

diversos diagnósticos ambientais realizados pela Fundação Zoobotânica do Rio

Grande do Sul. Sua denominação constitui uma homenagem a eminente botânico e

professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, falecido em 1975. Esse

Herbário, juntamente com os 2.639 maiores herbários do mundo, tem sua sigla

institucional (HAS) registrada e listada no Index Herbariorum (HOLMGREN et al.,

1981).

Em função de apresentar coleções bastante distintas e para efeitos de

acondicionamento e curadoria, a partir de 1975, sua manutenção ficou a cargo de duas

seções: a Seção de Botânica de Criptógamas ficou responsável pela coleção de

ficologia, amostras em líquido, lâminas e exsicatas de algas subaéreas e a Seção de

Botânica de Fanerógamas responsável pelas plantas vasculares e líquens (pteridófitas,

gimnospermas, angiospermas e fungos liquenizados), ou seja, de exsicatas, sendo as

sistemáticas organizacionais completamente diferenciadas.

Dentre os 113 herbários brasileiros existentes, apenas 12 abrigam mais de 100

mil exemplares (PEIXOTO & BARBOSA, 1998). O HAS é o décimo segundo

herbário do Brasil em acervo, contando com cerca de 111.000 números tombados.

Dentre os 21 herbários gaúchos, ocupa a terceira colocação em número de registros.

Page 56: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

a) Seção de Botânica de Criptógamas

A coleção de algas ou ficológica teve início em 1970 com amostras de

diatomáceas de Santa Catarina coletadas pelo Laboratório de Ciências do Mar

(CIMAR) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

A coleção ficológica tem se constituído primordialmente por coletas obtidas

em mananciais aquáticos do Rio Grande do Sul, inicialmente com material oriundo da

região metropolitana e, com o passar dos anos, abrangendo outras regiões do Estado.

O incremento do acervo contou com a participação ativa de: Clélia Medaglia, Mauro

Corte Real, Gilberto Carvalho Ferraz, Lezilda Carvalho Torgan, Ieti Ungaretti, Sandra

Maria Alves da Silva, Tania Carolina Busellato Toniolli, Vera Lúcia Maróstica

Callegaro, Vera Regina Werner, Zulanira Meyer Rosa e Manoel Luis Nunes, através

de suas participações em projetos de levantamentos da ficoflora do Rio Grande do

Sul.

Esta coleção é a maior em número de lotes em líquido e em lâminas de

diatomáceas do Brasil, provenientes de vários ambientes lênticos e lóticos do Estado.

Abriga lotes de diversas Unidades de Conservação exixtentes no estado, como o

Parque Estadual de Itapuã, Estação Ecológica do Taim, Parque Nacional da Lagoa do

Peixe, Parque Estadual Delta do Jacuí, Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, Jardim

Botânico de Porto Alegre e Parque Estadual do Turvo, entre outros, tendo também

amostras da ficoflora de outros estados. Está integrada por material

predominantemente de ambientes continentais, mas abriga também, lotes de ambiente

marinho. Os tipos nomenclaturais de microalgas de água doce pertencem às classes

Cyanophyceae/Cianobacteria, Bacillariophyceae e Euglenophyceae.

Exerceram a curadoria dessa coleção as seguintes pesquisadoras: Lucia

Wilhelms Aguiar (1970–1974), Ieti Ungaretti (1975-1984). Curadora atual: Bióloga

Sandra Maria Alves da Silva, desde 1984.

Page 57: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

b) Seção de Botânica de Fanerógamas

O Herbário de plantas vasculares foi criado em 1975 por iniciativa de Zilda

Fernandes Soares, inicialmente abrigando material de projetos desenvolvidos na

região metropolitana de Porto Alegre. Contribuíram para o incremento da coleção

Lúcia Wilhelms Aguiar, Lia Martau e Olinda Leites Bueno, esta última, responsável

pela organização e conservação da coleção. A partir de 1981, com a participação em

projetos de levantamentos florísticos em diversas regiões do estado e com o ingresso

de Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves e Maria de Lourdes Abruzzi Aragão

de Oliveira, a coleção teve seu acervo incrementado. A partir de 1988, Rosa Lúcia

Dutra Ramos contribuiu com a organização de plantas vasculares e Suzana Maria de

Azevedo Martins incrementou a coleção de fungos liquenizados.

Integram esta coleção, registros de várias Unidades de Conservação do estado,

como o Parque Estadual de Itapuã, o Parque Estadual Delta do Jacuí, Reserva

Biológica do Ibicuí-Mirim, Reserva Biológica da Serra Geral, Estação Ecológica de

Aratinga e Parque Nacional da Lagoa do Peixe, entre outras. Espécies da flora da

Argentina, Venezuela e Espanha integram o acervo, decorrentes de atividades de

intercâmbio.

Em 1989, foi incorporada ao HAS a coleção de plantas vasculares do Herbário

do Instituto de Pesquisas de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria da

Agricultura do RS (IPRN), agregando cerca de 50.000 registros, duplicando o acervo

e incrementando-o com material de outros estados do país, especialmente de São

Paulo, colecionado pelo especialista em Myrtaceae, João Mattos. Nessa ocasião,

ingressou no MCN Nelson Jorge Esquivel Silveira, vinculado ao IPRN, integrando a

curadoria do Herbário como assistente. A partir de 2001, Rosana Moreno Senna

incrementou e organizou a coleção de plantas vasculares, principalmente a de

Pteridophyta.

A coleção de plantas vasculares é bastante representativa da flora sul-rio-

grandense, encontrando-se no HAS 163 famílias, dentre as 176 famílias de

fanerógamas conhecidas no Estado. Inclui 100% das famílias de pteridófitas que

ocorrem no RS. O herbário ainda apresenta 4.550 registros de líquens e 300 de

Page 58: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

fungos. A coleção de tipos nomenclaturais é integrada por espécies principalmente das

famílias Myrtaceae e Leguminosae e uma de Pteridophyta.

Curadores dessa coleção: Sidia Maria Callegari Jacques (1975); Olinda Leites

Bueno (1976-1994); Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves (1994-2000);

Suzana Maria de Azevedo Martins (2000-2002). Curadores-assistentes: Nelson Jorge

Esquivel Silveira (1994-2000); Suzana Maria de Azevedo Martins (desde 1994);

Rosana Moreno Senna (desde 2002); Maria de Lourdes Abruzzi Aragão de Oliveira

(2002-2013). Curadora atual: Bióloga Rosana Moreno Senna desde 2013.

2.1.2 Seções de Zoologia

As coleções de Zoologia dividem-se em de Invertebrados e de Vertebrados:

a) Seção de Zoologia de Invertebrados

A coleção de poríferos marinhos (esponjas marinhas) teve início com

as Campanhas Oceanográficas I e II, promovidas pela instituição com

participação dos pesquisadores José Willibaldo Thomé, Ludwig Buckup,

Mauro Côrte Real, Jeter Bertoletti e Ronaldo Mancuso, em 1959 e 1964. Foi

ampliada com amostras referentes à Segunda Pesquisa Oceanográfica e

Pesquisa do Atlântico Sul, realizada pelo Grupo Executivo do

Desenvolvimento da Indústria de Pesca (GEDIP) do Governo do Estado do

Rio Grande do Sul e pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São

Paulo, em 1968-1969, entre Torres (RS) e Maldonado (Uruguai).

A curadoria desta coleção foi exercida a partir do ano de 1969 por

Cecília Volkmer Ribeiro, passando em 1982 para a responsabilidade de Beatriz

Mothes, recebendo então, espécimes coletados no Programa Antártico

Brasileiro (PROANTAR) e pelo Programa de Recursos Vivos da Zona

Page 59: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Econômica Exclusiva (REVIZEE - score norte, sul e parte do nordeste) e

amostras da costa catarinense, obtidas por Cléa Beatriz Lerner.

Coleções de referência foram doadas pelas seguintes instituições:

Zoölogisch Museum, Universiteit van Amsterdan (Holanda), National

Museum of Natural History e Smihsonian Institution (Estados Unidos) e

Muséum d’ Historie Naturalle Genève (Suíça). Um significativo número de

amostras foi recebido da Universidade Federal do Maranhão e da

Universidade Federal de Pernambuco. Curadoria atual: Bióloga Maria da

Conceição Tavares Frigo.

A coleção de poríferos continentais (esponjas de água doce) foi inicia

em 1967 pela Bióloga Cecilia Volkmer Ribeiro com espécimes coletados no

Rio Grande do Sul e acrescida de duas grandes coleções da Amazônia: uma

coligida por José Cândido de Mello Carvalho (rios Javari, Itacoati e Juruá) e

outra por Ernst Josef Fittkau (arredores de Manaus). Conta com lâminas,

exemplares inteiros e fragmentos de espécimes obtidos por intercâmbio com

outras instituições como The Natural History Museum, Londres (Inglaterra),

Natural History Museum of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia

(Estados Unidos) e Musée Royal de l’Afrique Centrale Tervuren ( Bélgica).

Esforços foram realizados para amostrar áreas de proteção ambiental

como levantamentos no Parque Estadual de Itapuã e Parque Estadual Delta do

Jacuí, ambos no RS, e nas Estações Ecológicas do Taim (RS), de Maracá (RR)

e na Área de Proteção Ambiental dos Meandros do Rio Araguaia (MT, GO).

Foram feitas prospecções em depósitos subfósseis produzidos em sistemas

lênticos por esponjas, chamados espongilitos, os quais integram coleção ímpar

taxonomicamente identificada. Uma coleção subsidiária, com numeração

própria, foi organizada a partir de amostras de cerâmica indígena da região

amazônica e do curso inferior do rio Uruguai, contendo espículas de esponjas

intencionalmente agregadas ao barro pelas oleiras.

Essa coleção de poríferos continentais, única no país e na América do

Sul, conta com um acervo principalmente da Região Neotropical, mas com

Page 60: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

boa cobertura das regiões etiópica, australiana, neártica e oriental. A coleção

beneficiou-se ainda dos esforços de amostragem de Rosária De Rosa Barbosa

(MCN/FZB - 1974-2005), Luiz Carlos Alvarenga (Museu Nacional, Rio de

Janeiro) e Sheila Marques Pauls (Instituto de Zoologia Tropical, Universidade

da Venezuela), tendo como curadora, de 1969 até 2011, Cecília Volkmer

Ribeiro. Curadoria atual, a partir de 2011, Bióloga Maria da Conceição

Tavares Frigo.

A coleção de moluscos ou malacológica iniciou em 1955, com

coleções de conchas doadas por Ludwig Buckup e Thales de Lema e

transferência do acervo do Museu Júlio de Castilhos. Mais tarde foi ampliada

pelo Biólogo José Willibaldo Thomé, que assumiu o desenvolvimento e a

responsabilidade dessa coleção. Posteriormente, em sua homenagem a coleção

recebeu o seu nome. Importante acervo foi sendo incorporado por meio de

coletas, permutas e aquisições. Em 1980, a Coleção Eliseo Duarte, procedente

do Uruguai, com cerca de 20.000 lotes e aproximadamente 100.000 espécimes

provenientes dos cinco continentes, foi adquirida com auxílio do CNPq e da

FAPERGS.

A coleção malacológica, que figura entre as seis mais importantes do

país tem abrangência geográfica mundial, com maior representatividade de

peças oriundas do sul da América do Sul. Abriga moluscos marinhos,

terrestres e de água doce e contém espécimes de valor histórico com cinco

lotes coletados por Reinhold Hensel no Rio Grande do Sul entre 1864 e 1866 e

identificados por Eduard von Martens em 1868. Desempenharam atividades de

curadoria em distintos grupos taxonômicos dessa coleção: Ludwig Buckup

(1956-1957); José Willibaldo Thomé (1957-1980); Inga Ludmila Veitenheimer

Mendes (1980 -1994); Vera Lucia Lopes Pitoni (1980-2003); Maria Cristina

Dreher Mansur (1982-1996); Maria Cristina Pons da Silva (1982-1988), Sílvia

Drügg-Hahn (1988-2013); Ingrid Heydrich (desde 2003). Curadora atual:

Bióloga Ingrid Heydrich.

A coleção de crustáceos foi organizada pelo Dr. Ludwig Buckup, no

início das atividades do então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais.

Page 61: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Possui exemplares marinhos da costa do RS obtidos em expedições efetuadas

na época a bordo do navio pesqueiro PESCAL II. Possui também

representantes de crustáceos parasitos de peixes, objeto de estudo da Bióloga

Nice Maria Micelli da Silva e contou com intensa colaboração do Biólogo

Marcelo Pereira de Barros, que incrementou o acervo principalmente com

representantes terrestres e de água doce.

Conta com 2.588 lotes conservados em líquido. Cada lote é constituído

por um ou mais exemplares. Possui 33 espécimes-tipo. Não há especialista em

crustáceos trabalhando no MCN, servindo a coleção de referência para

pesquisadores de outras instituições.

Foram responsáveis ou curadores: Ludwig Buckup (1956-1962);

Geraldo Hoffmann (1962-1971); Arno Antonio Lise (1971-1976); Nice Maria

Micelli da Silva (1976-2001). Curadoria atual: Bióloga Hilda Alice de Oliveira

Gastal.

A coleção de aracnídeos, iniciada em 1956, recebeu a doação da

coleção particular do Biólogo Arno Antonio Lise, em 1970, oportunizando sua

reorganização. A partir de 1976, contando com a participação da Bióloga

Erica Helena Buckup, cresceu significativamente por meio de projetos

institucionais e, mais tarde, com o incremento do intercâmbio científico

aumentou sua representatividade taxonômica. Salientam-se pela colaboração e

doação significativa de material para essa coleção, Antonio Domingos

Brescovit, Alexandre Braggio Bonaldo e Luciano de Azevedo Moura.

É uma das mais importantes da América Latina pelo seu expressivo

acervo, abrangência geográfica, padrão de organização e confiabilidade de

dados. Destaca-se pelo número de espécies identificadas nominalmente (em

torno de 1.400 espécies), referentes a 406 gêneros e 48 famílias e significativo

número de tipos nomenclaturais. A representatividade geográfica do acervo

abrange grande parte do território brasileiro e as amostras provêm dos mais

diversificados ecossistemas. Curadores: Arno Antônio Lise (1971-1982);

Erica Helena Buckup (a partir de 1982, com a colaboração de Maria

Page 62: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Aparecida Leão Marques, desde 1984); Ricardo Ott (opiliões e

pseudoescorpiões, desde 2003). Curador atual: Biólogo Ricardo Ott.

A coleção de insetos ou entomológica foi iniciada pelo Dr. Ludwig

Buckup a partir de 1956. A ênfase inicial da coleção concentrou-se nos

Heteroptera terrestres, grupo alvo dos estudos do Dr. Buckup. Jocélia Grazia e

Miriam Becker foram as seguidoras desse trabalho, a partir de 1964. Em

1976, a coleção passou para a responsabilidade de Hilda Alice de Oliveira

Gastal (heterópteros terrestres) e Maria Elizabeth Lanzer de Souza

(heterópteros aquáticos).

Mais tarde, foram agregados ao acervo exemplares de Lepidoptera

provenientes da coleção de Adolfo Pompilio Mabilde que estavam

depositados no Museu Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, RS. Em 1974, foi

adquirida a coleção de Fernando Ronna, com 3.972 espécimes. A doação, em

1995, da coleção particular de Henrique Palombini, com 1.519 exemplares,

incrementou o acervo. Estas três coleções contêm lepidópteros do Rio Grande

do Sul do início do século passado, fato que por si só constitui-se de grande

importância científica. Recentemente, esta coleção foi reorganizada com a

colaboração do pesquisador-visitante Luis Ricardo Murillo Hiller

(Universidade da Costa Rica).

A coleção de Coleoptera iniciou-se a partir de 1975 com o ingresso de

Tania Heloísa de Araújo Arigony. Além do acervo significativo para o Estado,

destaca-se o depósito de material-tipo de espécies descritas por dezenas de

autores.

A coleção de Blattaria foi iniciada em 1975 por Claudio José Becker.

No mesmo ano, a coleção de Auchenorrhyncha (cigarras, cigarrinhas) foi

organizada por Maria Helena Mainieri Galileo, com a colaboração de Keti

Zanol. A coleção de Hymenoptera, com ênfase nas abelhas, foi implementada

em 1984, por Dieter Wittmann (Universität Tübingen, Alemanha) através de

convênio estabelecido entre as instituições, ocasião em que Magali Hoffmann

- à época pós-graduanda - foi convidada para ser a representante brasileira.

Page 63: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Mais recentemente, houve a colaboração da pesquisadora Sídia Witter

Freitas, especialista em abelhas sem ferrão.

Farto material tem sido coletado em inúmeras expedições,

proporcionando incremento contínuo ao acervo entomológico e abrigando

representantes dos diversos ecossistemas brasileiros, especialmente aqueles

do sul do país. Cabe destacar a atuação de Luciano de Azevedo Moura,

Alexandre Braggio Bonaldo, Antonio Domingos Brescovit e André Franco

Franceschini que contribuíram sobremaneira para o incremento do acervo.

O intercâmbio científico entre pesquisadores de instituições afins é

rotina estabelecida e vários especialistas em diferentes grupos taxonômicos,

pertencentes a instituições nacionais e de outros países, têm colaborado, tanto

na identificação de espécimes, incrementando qualitativamente o acervo,

como na doação de material coligido em diferentes ecossistemas da América

do Sul e no depósito de tipos por ocasião da descrição de espécies novas.

A coleção de insetos constitui um importante testemunho da

biodiversidade entomológica, em especial do Rio Grande do Sul. Em 1974 a

responsabilidade curatorial da coleção entomológica foi dividida por grupos

taxonômicos, sendo exercida por vários pesquisadores: Jocélia Grazia (1975),

Tania Heloísa de Araújo Arigony (1975-1986), Claudio José Becker (1975-

1995), Maria Elizabeth Lanzer de Souza (1975-1999) e Magali Hoffmann

(1984 -1994). Atualmente são curadores os Biólogos Hilda Alice de Oliveira

Gastal (desde 1976), Aline Barcellos Prates dos Santos (desde 2002) e

Luciano de Azevedo Moura (a partir de 2014).

Com o desenvolvimento dos projetos de pesquisa, doações, aquisições

e intercâmbio com outras instituições, a coleção entomológica passou a

expandir-se, contando atualmente com 138.000 exemplares que abrangem as

diversas ordens de Insecta.

Page 64: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

b) Seção de Zoologia de Vertebrados

A coleção de peixes ou ictiológica foi iniciada em 1955 com a

fundação do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais (MRCN). Os

primeiros exemplares pertenciam à coleção particular de Thales de Lema, um

dos fundadores do Museu e ao acervo do Museu Júlio de Castilhos, num total

de 97 espécimes, parte dos quais taxidermizados. Em 1959 e 1964,

pesquisadores embarcaram no Pescal II para realizar a I e a II Expedição

Oceanográfica do MRCN, no litoral sul do Brasil, o que resultou em 273 lotes

de peixes depositados. Seguiu-se então um período de contribuições diversas,

oriundas tanto de ambientes de água doce como marinhos.

A pesquisadora Karin Martha Grosser assumiu a curadoria em julho de

1976, reorganizando a coleção e facilitando o acesso às peças bem como aos

dados taxonômicos e de coleta. O desenvolvimento de diversos projetos com

envolvimento dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, com o apoio

de bolsistas e estagiários, resultou na ampliação do acervo, com um grande

número de exemplares provenientes das mais diversas localidades, incluindo

principalmente espécies de água doce do Estado, embora haja também

representantes de espécies marinhas e de outras regiões brasileiras (Santa

Catarina, Goiás e Amazônia) e de outros países, como Argentina, Uruguai e

Estados Unidos. No total, são aproximadamente 80 famílias e cerca de 300

espécies representadas. Atualmente, a coleção científica de peixes do MCN

contém cerca de 20.000 lotes catalogados, distribuídos em 130 famílias e 950

espécies. Até o momento, cerca de 16 mil lotes da coleção foram também

registrados no banco de dados do programa Specify.

O material tipo do acervo está representado por 205 exemplares

de 16 espécies de água doce e marinha, distribuídos em 87 lotes entre

holótipos e parátipos. A maioria dos tipos pertence à região Sul do Brasil (Rio

Grande do Sul e Santa Catarina), mas também há tipos da região Centro-

Oeste (Goiás). Os curadores da coleção de peixes foram os Biólogos Thales

de Lema (1955-1976), Karin Martha Grosser (1976-2005) e Marco Aurélio

Azevedo (2005-2012). Curadoria atual: Biólogo Vinicius Araújo Bertaco.

Page 65: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Tanto a coleção de répteis quanto a coleção de anfíbios, que formam

a coleção herpetológica, foram iniciadas praticamente junto à criação do

então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais com a doação, em 1955, da

coleção particular de Thales de Lema. Nos anos seguintes, ambas coleções

tiveram seu acervo incrementado por Thales de Lema com o auxílio dos

estagiários Antônio Carlos Pradel de Azevedo e Maria Palová. No final da

década de 60, passou a contar com o trabalho de Pedro Canísio Braun,

Cristina Braun, Marta Elena Fabián, Moema Leitão de Araujo, Maria Lúcia

Machado Alves e Marisa Ibarra Vieira.

Em 1974, quando o MRCN passou a integrar a Fundação Zoobotânica,

foram desenvolvidos diversos projetos de pesquisa havendo, desta forma, um

incremento desta coleção científica.

A coleção de répteis compõe-se de exemplares em líquido,

representados, na sua grande maioria, por serpentes, e peças em seco,

constituídas por crânios e múmias. Esta coleção está entre as dez maiores no

Brasil e é a mais importante do gênero no sul do Brasil, sendo que seus

primeiros registros datam de 1940-1950, com espécimes colecionados por

Thales de Lema em áreas hoje profundamente alteradas pela ação humana,

como é a região da Grande Porto Alegre, o maior centro urbano do Estado.

Por isso possui imenso valor histórico e documental. Possui espécimes de

outras regiões do Brasil e de outros países. Entre os registros mais

significativos destacam-se alguns espécimes-tipo e outros que constituem os

únicos exemplares-testemunho de várias espécies para o Estado. Através dos

anos tem sido fonte de pesquisa, proporcionando a publicação de trabalhos

científicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado, tanto de

pesquisadores do MCN, como de outras instituições. A partir de 1987, com a

criação do Programa Nacional do Ofidismo, do Ministério da Saúde, e do

Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), o acervo representado

pelas serpentes venenosas foi indicado como Coleção de Referência para os

diversos grupos de trabalho deste Programa. Sua finalidade é receber e manter

em cativeiro serpentes da região, particularmente corais, para fins de extração

da peçonha. O sucesso na reprodução em cativeiro de distintas espécies

reduziu o impacto da retirada dessa fauna de seu habitat natural. A curadoria

Page 66: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

desta coleção esteve a cargo de Thales de Lema (1955 -1972) e, desde 1973

até 2014, da Bióloga Moema Leitão de Araujo.

Já a coleção de anfíbios é certamente a mais importante do Estado,

pois além do significativo número de exemplares, conta com material-tipo de

várias espécies, descritas em sua maioria por Pedro Canísio Braun, nas

décadas de 1960-1990. Atualmente, a coleção científica de anfíbios do MCN

contém 14.430 exemplares catalogados, distribuídos em 19 famílias e

aproximadamente 300 espécies.

O material tipo do acervo está representado por 123 exemplares de 12

espécies da Ordem Anura. A maioria dos tipos pertence à região Sul do Brasil

(Rio Grande do Sul), mas também há tipos da região Sudeste e Centro-Oeste.

Foram curadores dessa coleção: Thales de Lema (1955-1971); Pedro Canísio

Braun (1972-1992); Stella Maris Pires Geyer (1993-1996); Maria Lúcia

Machado Alves (1997-2004); Márcio Borges Martins (2004 a 2007); de 2008

a 2011 não houve designação de curador oficial; de 2012 até maio/2014,

Márcia Ferret Renner. Curador atual: Biólogo Patrick Colombo

A coleção de aves ou ornitológica foi iniciada por Eduardo Casado

Marques em 1956 e incrementada em seguida com 380 exemplares da antiga

coleção do Museu Júlio de Castilhos. Posteriormente incorporou a coleção da

Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, organizada durante as

décadas de 1950 e 1960 por Oswaldo Camargo. O acervo também resguarda

grande parte (1.240 espécimes) da importante coleção organizada por William

Belton, ornitólogo norte-americano que atuou no Estado principalmente nas

décadas de 1970 e 1980, a serviço da Smithsonian Institution, Washington

(Estados Unidos).

A abrangência espacial e temporal dessa coleção representa a base do

conhecimento científico hoje existente sobre a distribuição e ocorrência das

aves no Estado. Essa coleção em particular subsidiou a elaboração das obras

“Birds of Rio Grande do Sul, Brazil” partes 1 e 2, publicada em meados da

década de 1980 no Boletim do American Museum of Natural History, de

Page 67: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Nova Iorque e “Aves Silvestres do Rio Grande do Sul”, editado pela

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

Atualmente, a coleção é composta por exemplares taxidermizados,

coleção osteológica, ninhos, ovos e coleção de penas, sendo a mais

representativa coleção da avifauna sul-rio-grandense. O acervo de peles

taxidermizadas inclui exemplares de cerca de 80% das mais de 600 espécies

de aves encontradas no Rio Grande do Sul e contém itens de elevado valor

histórico e documental, tais como dois dos cinco exemplares provenientes do

Rio Grande do Sul do gavião-real (Harpia harpyja), ave de rapina hoje

extinta no Estado, além dos únicos espécimes de Neoxolmis rufiventris

(gaúcho-chocolate) e Phytotoma rutila (corta-ramos-de-rabo-branco)

coletados no Brasil e do único exemplar que documenta a ocorrência do

frango-d'água-menor africano (Gallinula angulata) no âmbito do Novo

Mundo. Responsáveis e curadores: Eduardo Casado Marques (1958-1963),

Flávio Silva (1976-1989), Walter Adolfo Woss (1990-1992), Eduardo

Albuquerque (1995-1998), Maria Inês Burger (1999-2001). Curador atual:

Biólogo Glayson Ariel Bencke, a partir de 2002.

A coleção de mamíferos ou de mastozoologia iniciou em julho de

1975 com o tombamento de um exemplar de morcego da espécie Tadarida

brasiliensis, coletado em 1943, em Porto Alegre. Destaca-se entre as demais

coleções do Rio Grande do Sul não só pela expressiva representatividade da

mastofauna gaúcha, mas por conter espécimes de vários estados brasileiros e

um grande número de quirópteros do Ceará. Apresenta muitos exemplares de

espécies de outros continentes oriundos do Parque Zoológico da Fundação

Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que são de grande valia para estudos de

anatomia comparada.

A maioria dos exemplares pertence aos grupos de quirópteros e

roedores. O acervo é constituído por esqueletos completos ou parciais

(crânios, sincrânios e ossadas) e animais preservados em líquido. Há também

peles, múmias e animais taxidermizados. Salienta-se a presença de alguns

espécimes raros, tais como o esqueleto completo de cachalote-anã (Kogia

Page 68: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

sp.), parte de um crânio de baleia-minke (Balaenoptera acutorostrata),

esqueleto de baleia bicuda (Mesoplodon grayi), sendo este o primeiro registro

da espécie na costa brasileira, e a pele e o esqueleto completo de foca-

leopardo (Hydrurga leptonyx).

Merece destaque o esforço de Thales de Lema na organização inicial

do acervo e a valiosa contribuição de técnicos do Museu de Ciências Naturais,

bolsistas e estagiários que se dedicaram à manutenção e organização da

coleção ao longo dos anos. Entre estes, destacaram-se: Fernando Saltiél

Stobbe, Eduardo Sérgio Borsato, Egídio Vieira Balbé, Rosane Vera Marques,

Patrícia Braun, César Jaeger Drehmer e Cibele Barros Indrusiak.

Pesquisadores que foram responsáveis pela curadoria da coleção: Flávio Silva

(1975- 1980), Marta Elena Fabián (1980-1992), João Carlos Dotto (1993-

1994), Jorge Ferigolo (1994-2002), Márcio Borges Martins (2002-2003) e

Márcia Maria de Assis Jardim, a partir de 2003 com sua assistente Lilian

Sander Hoffmann, que exerceu até maio/2014. Curadora atual: Bióloga

Márcia Maria de Assis Jardim.

2.1.3. Seção de Paleontologia

A coleção paleontológica foi iniciada em 1971 pelo Professor Dr. Carlos de

Paula-Couto. Em 1982, recebeu, por doação do paleontólogo Jorge Ferigolo, uma

coleção de répteis e invertebrados do Permiano (idade aproximada de 280-270

milhões de anos), todos procedentes do RS e uma coleção de peixes do Cretáceo

(cerca de 130 milhões de anos), procedente do nordeste do Brasil. Em 1983,

iniciaram-se as coletas de mamíferos do Pleistoceno (entre 120 e 11 mil anos) do RS,

estes representados principalmente por mamíferos (e.g. gliptodontes, toxodontes,

mastodontes e preguiças-gigantes).

A partir de 1996, com pesquisas também sobre o Triássico (250-202 milhões

de anos) do RS, o acervo foi enriquecido com material de importância mundial:

dinossauros primitivos, cinodontes (ancestrais dos mamíferos) e esfenodontídeos,

ancestrais do atual Tuatara da Nova Zelândia, o réptil atual mais primitivo do Mundo.

Page 69: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

A coleção ainda inclui plantas fósseis, como algumas das mais antigas coníferas, além

de invertebrados antes desconhecidos, como coleópteros de 220 milhões de anos.

O acervo também recebeu doações de material pleistocênico, como o

referente à tese de doutorado de Francisco Sekiguchi Buchmann (UFRGS) bem como

do Sr. Luiz Rota, de Santa Vitória do Palmar, que inclui vários milhares de espécimes,

entre eles mais de quatro mil dentes fósseis de tubarão.

Atualmente a coleção, representada por paleobotânica, paleoinvertebrados,

paleovertebrados e paleoicnofósseis, conta com espécimes catalogados pertencentes

na sua maioria aos períodos Permiano, Triássico, Paleoceno, Mioceno e Pleistoceno.

A curadoria da coleção foi exercida por Carlos de Paula Couto (1971-1982) e,

a partir de 1982, por Jorge Ferigolo, tendo como assistente Ana Maria Ribeiro, desde

2002. Além disto, sempre contou com a colaboração de bolsistas de iniciação

científica, mestrado e doutorado nas coletas, preparação, manutenção e estudo das

coleções. Curador atual: Bióloga Ana Maria Ribeiro.

2.2. Conservação, Documentação e Pesquisa

Basicamente, os exemplares depositados nas coleções científicas são

acondicionados de três formas: em meio líquido, conservados a seco ou em lâminas.

Os materiais estão armazenados nas chamadas “salas de coleções” que possuem, na

sua maioria, climatização inadequada e ausência de umidade estável (os parâmetros

para a umidade são específicos para cada coleção).

Um ou mais exemplares de uma mesma espécie conservados em líquido (em

geral álcool 70% ou 80% ) constitui um lote; para aqueles conservados a seco, cada

exemplar é um considerado um “objeto” independente ou podem ser armazenados em

lotes, como por exemplo, as conchas dos moluscos. Para o tombamento dos

espécimes, o procedimento é diferenciado: para os exemplares conservados em

líquido, um lote (vários exemplares) recebe um determinado número de catálogo; os

exemplares conservados a seco (inseto alfinetado, por exemplo) recebe um número

individualizado.

Page 70: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Os recipientes utilizados para o acondicionamento do acervo conservado em

líquido são frascos reciclados de outras funções (geralmente vidros de alimentos em

conserva), com tampa de vidro, de metal ou de plástico.

Quanto à documentação, o Museu de Ciências Naturais/FZB adotou um

modelo chamado “Catálogo de Peças”, que é de preenchimento manual.

Recentemente iniciou-se a informatização do acervo, a fim de construir bases de

dados relacionais, permitindo a sistematização da informação biótica contida nas

coleções e os cruzamentos com dados geográficos e demais dados do meio físico,

disponibilizando maiores informações à comunidade científica e demais usuários.

Várias coleções já informatizaram seus acervos, mas não são utilizadas ferramentas

uniformes para essa informatização, sendo que a maioria utiliza planilhas do Excel.

As equipes sentem a necessidade de utilizar algum programa mais adequado às suas

necessidades. Um dos pontos fracos para essa informatização reside nos exemplares

catalogados individualmente, como no caso dos insetos, devido ao grande aporte de

material a ser catalogado, demandando tempo e mão-de-obra que não supre tudo que

há pendente nos acervos.

Para que uma coleção desempenhe seu papel funcional - subsidiar o

conhecimento da biodiversidade - os exemplares devem ser identificados em nível de

espécie. Em muitos grupos, principalmente os mega-diversos (aqueles que integram

grande número de espécies, como os insetos, por exemplo), existe um ponto fraco,

que é a carência de especialistas que possam contribuir para a identificação dos

exemplares depositados no acervo. Assim, dentro do contexto atual, percebe-se a

necessidade de pesquisadores nacionais e estrangeiros, especialistas nos diversos

grupos existentes na coleção de invertebrados.

O material não identificado é enviado para especialistas e, com a devolução do

mesmo identificado, obtém-se a qualificação da coleção. Na maioria dos casos este

serviço é realizado sem a necessidade de pagamento, porém eventuais exemplares

poderão ser retidos pelo especialista para incrementar também seu acervo. Esta ação é

prática consolidada entre a comunidade científica, constituindo uma contra-partida

por parte do curador. O procedimento adotado pelo curador quando da retenção dos

exemplares por parte dos especialistas, consiste na anotação do fato no catálogo, onde

consta o número-tombo de cada espécime ou lote. Por outro lado, os especialistas que

atuam no Museu de Ciências Naturais também recebem exemplares oriundos de

Page 71: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

outras instituições para identificação e igualmente retém espécimes que qualificam e

incrementam a coleção.

As coleções são complementadas a partir das doações, permuta e

principalmente coletas nas saídas de campo, realizadas pelo corpo técnico, que é

formado basicamente por biólogos, bolsistas e estagiários das áreas afins. Possui uma

parceria com consultorias ambientais, sendo o Museu de Ciências Naturais fiel

depositário dos exemplares coletados para esta análise. Um programa de intercâmbio

nacional e internacional com outras instituições e diversos pesquisadores é mantido

por todos os curadores do MCN, o que contribui para o incremento e a diversificação

do acervo através de trocas e doações, o que ratifica a existência de empréstimos, para

a pesquisa científica. Além disso, este intercâmbio propicia a identificação e

atualização taxonômica de espécimes por especialistas, como citado acima. São

inúmeros os trabalhos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros, nos quais

são expressas credenciais explícitas ao uso das coleções científicas do Museu de

Ciências Naturais/FZB.

As coleções biológicas do MCN são utilizadas em estudos sobre a

biodiversidade e resultam em várias publicações (livros, artigos científicos e de

divulgação científica). O acervo do MCN dá suporte a dissertações e teses dos

programas de pós-graduação em Botânica, Zoologia e Paleontologia e de outros

cursos de áreas correlatas em diferentes universidades públicas e privadas.

As coleções científicas representam importantes amostras da biodiversidade e

têm por finalidade manter, identificar e ordenar o acervo de espécimes,

disponibilizando tanto os exemplares quanto os dados a eles associados para serem

empregados nas mais diversas pesquisas. As coleções podem ser utilizadas em estudos

de sistemática, filogenia, biogeografia, morfologia, ecologia e análises genéticas e

moleculares, entre outros. Além disso, informações obtidas a partir de dados de

acervos científicos são frequentemente utilizadas, por exemplo, em inventários de

espécies, diagnósticos ambientais, avaliações de impacto, zoneamentos ecológicos,

planos de manejo e definição de unidades de conservação, mapeamento de áreas de

risco, avaliações sobre o estado de conservação das espécies e elaboração de ações e

políticas públicas para conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

Page 72: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

As Coleções

2.2.1 Seções de Botânica

a) Seção de Botânica de Criptógamas

A obtenção e o tombamento dos lotes no herbário seguem várias etapas:

coletas das amostras em campo; fixação das amostras em campo ou em

laboratório; etiquetagem com os dados (nº HAS, projeto, estação de coleta, tipo

de coleta, tipo de líquido preservante, data da coleta); registro das amostras em

ordem crescente, de numeração corrida, em livro do herbário (nº HAS);

armazenamento dos frascos em armários de aço em ordem crescente de

numeração, separados por projeto; reposição periódica de conservante ou

preservante nas amostras.

A informatização é realizada pela curadora e bolsistas através da

digitação dos dados e cerca de um terço dos lotes em líquido já estão

digitalizados em planilha do Excel. A disponibilização on-line dessas

informações se dá através do site specieslink do INCT- Herbário Virtual da

Flora e dos Fungos do Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA).

Para conservação e preservação das amostras líquidas são utilizados

vários reagentes como formaldeído, solução de Transeau, solução de lugol,

FAA. Como alguns desses reagentes evaporam, há necessidade de ser feita

reposição periódica dos mesmos, devido ao risco de perda da amostra. Outras

possibilidades de perda dos lotes em líquido são: congelamento dos mesmos

quando colocados na geladeira; quebra acidental dos frascos; fungos e bactérias

que podem comprometer a presença das microalgas, inutilizando a amostra;

perda das lâminas permanentes através da quebra ou do intercâmbio, pela não

devolução das mesmas.

A coleção de algas do Herbário Prof. Dr. Alarich R.H. Schultz (HAS)

possui o maior número de lotes em líquido e de lâminas permanentes de

Bacillariophyta do país. É imprescindível o aumento do número de

funcionários, tanto de pesquisadores como pessoal de apoio, em função do

contínuo incremento de novos lotes no herbário, que necessitam, além de

Page 73: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

estudo, de constante organização e informatização dos dados oriundos das

pesquisas realizadas na Seção.

A equipe da Seção de Botânica de Criptógamas salienta a necessidade

de ampliação do espaço para a coleção, que atualmente consta apenas da Sala

do Herbário de Ficologia, com cerca de 60m2.

b) Seção de Botânica de Fanerógamas

O material botânico das coleções são fragmentos da planta com as

estruturas reprodutivas no caso de árvores, arbustos e lianas, ou mesmo o

indivíduo inteiro, no caso de ervas epífitas e líquens. O material coletado é

desidratado em estufas dentro de prensas de papel e papelão. Para ser

incorporado ao acervo do herbário o material é registrado no livro tombo

(Catálogo de Peças) recebendo um número de coleção.

Posteriormente prepara-se a exsicata, ou seja, o material é fixado em

cartolinas brancas tamanho A3, juntamente com uma etiqueta que contém os

dados de procedência dos espécimes: data de coleta, nome do coletor, número

de coleta do coletor, hábitat, local de coleta, dados ecológicos e dados

taxonômicos (família, gênero, espécie) com informações da coleta e número de

tombo. Para um mesmo número de registro pode haver mais de um exemplar,

denominados duplicatas. A duplicata é material proveniente do mesmo

indivíduo ou população da mesma espécie e fica junto com a exsicata

acondicionada dentro de folhas de papel contendo rótulos. O acondicionamento

é realizado em armários dentro de uma sala climatizada, para evitar ataque de

insetos que destroem o material botânico desidratado.

O intercâmbio de material entre um herbário e outro é feito mediante

solicitação do curador e tem fins científicos, principalmente para estudos

taxonômicos. São emprestadas duplicatas do material tombado e também

unicatas (coletas únicas), mediante guias de remessa de material cuja

responsabilidade recai sobre o curador do herbário (ou instituição) que solicitou

o empréstimo. O pesquisador que identifica o material pode reter a duplicata

emprestada mediante solicitação e anuência do curador do MCN. Unicatas não

são doadas, desta forma o número de registro é sempre mantido pelo menos

com um exemplar. Também ocorre a doação de duplicatas para outras

Page 74: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

instituições em sistema de permuta, ou não, uma vez que permanece no

herbário do MCN/FZB pelo menos um exemplar para cada número de registro.

Perdas de material podem ocorrer por falta de devolução do empréstimo ou por

ataque de insetos. Para evitar esta última ocorrência é feita desinfecção anual

por fumigação e por congelamento quando o material retorna do empréstimo.

2.2.2. Seções de Zoologia

a) Seção de Zoologia de Invertebrados

Os exemplares depositados nas coleções científicas de invertebrados

são armazenados de três formas: em meio líquido, a seco ou em lâminas.

Como já foi mencionado, um ou mais exemplares de uma mesma

espécie conservados em líquido (geralmente álcool 70% ou 80%) constitui um

lote; os conservados a seco podem estar armazenados em lotes, com mais de

um exemplar em frascos ou em sacos plásticos, ou mantidos individualmente

sendo, neste caso, cada exemplar independente (como por exemplo, insetos

em alfinete), ou podem ser tombados em lotes, como por exemplo, as conchas

dos moluscos. Os frascos utilizados para o acervo conservado em líquido são,

em sua maioria, vidros reciclados de alimentos em conserva, alguns possuem

tampa de vidro, mas a maioria tem tampa de metal ou de plástico.

As conchas dos moluscos (coleções Eliseu Duarte e José Willibaldo

Thomé), em geral, são acondicionadas em seco, em recipientes de plástico ou

de vidro ou em sacos plásticos. As etiquetas de identificação do material não

ficam em contato direto com a peça.

As partes moles dos moluscos são conservadas em álcool 70% ou

álcool absoluto (para materiais destinados à análise molecular). As peças são

envoltas em meia de náilon fechada com linha de algodão encerada. Cada

exemplar, assim embalado, é etiquetado e colocado em frascos maiores com

vários exemplares da mesma família. Estes frascos são guardados em estantes

ou em armários de metal

As tarefas de manutenção (limpeza da vidraria utilizada para manuseio

e acondicionamento, reposição ou troca do álcool, troca de etiquetas) são

Page 75: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

realizadas por técnico de nível médio e por bolsistas, quando possível. Vale

destacar que as peças que por ventura sejam descartadas dessa coleção, podem

vir a incorporar o acervo da Coleção Didática.

O registro dos dados da coleção é realizado em um livro tombo

(Catálogo de Peças) que futuramente será transposto para uma planilha do

Excel. Essas atividades são realizadas pelo curador com auxílio direto de

bolsistas e estagiários.

As salas onde as coleções malacológicas estão depositadas não

possuem climatização adequada.

No caso da coleção aracnológica o acondicionamento é realizado

separadamente em tubos de ensaio com álcool 80%, vedados com algodão.

Dentro do tubo, além do espécime também se encontram as etiquetas com os

dados de coleta e de identificação feitas em meio digital e impressas em folha

de papel vegetal. Os tubos de ensaio com o espécime são colocados em um

frasco maior com álcool 80% para melhor conservação e diminuir o risco dos

tubos ficarem sem álcool, o que acarretaria a perda do material. A catalogação

é realizada por uma equipe constituída de técnico de nível médio, bolsistas e o

curador e a digitalização desses dados está em 100% no Excel. Os tipos já

estão disponibilizados on-line. O espaço de armazenamento no geral é bom,

mas falta controle de climatização.

Na coleção entomológica a maior parte dos exemplares é preservada a

seco, em alfinetes entomológicos, e cada lote é constituído por um exemplar.

Até ser incorporado à coleção cada espécime passa por procedimento

especializado, que consiste na montagem do exemplar, secagem em estufa,

etiquetagem, com os dados de coleta e inserção no Catálogo de Peças. A

coleção entomológica a seco fica acondicionada em gavetas padrão (gavetas

entomológicas), guardadas em armários fechados, ao abrigo da luz. A sala

onde está acondicionada a coleção entomológica necessita controle de

umidade, o que se tenta conseguir através da disposição de desumidificadores

na mesma. No entanto, devido às condições climáticas no RS, que apresenta

invernos úmidos e às constantes dificuldades com os desumidificadores que

seguidamente estragam, não se consegue atingir a condição ideal.

Page 76: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Os grupos melhor representados e que recebem maior incremento são

coleópteros e hemípteros, por possuírem especialistas trabalhando no Museu

de Ciências Naturais. O intercâmbio com instituições do país e do exterior é

intenso. Os grupos que não dispõem de especialistas no MCN são

frequentemente enviados a pesquisadores para identificação a fim de qualificar

a coleção entomológica. Por outro lado, muitos especialistas solicitam

empréstimo e a coleção tem incremento com novas inserções provenientes de

doações de material. Somam-se a isto as coletas realizadas pelo pessoal do

MCN e as solicitações que o Museu recebe para depósito legal de exemplares

provenientes de vários projetos, tanto de instituições públicas quanto de

empresas privadas de consultoria ambiental.

A coleção de esponjas continentais constitui a Coleção de Referência

Nacional para esse grupo, devido à sua abrangência geográfica, ao seu volume

de exemplares, a maioria identificada em nível de espécie. A singularidade da

coleção de esponjas continentais, em relação às demais coleções de

invertebrados do MCN, é que os exemplares depositados na mesma são

consultados e examinados, preferencialmente, dentro do Museu sob os

cuidados da curadora, que é uma das poucas especialistas neste grupo, não

sofrendo deslocamento para fora da instituição no caso de pesquisas.

A coleção de esponjas marinhas está, em sua maioria, com

identificação específica e tem recebido contribuição de pesquisadores

especialistas quanto à atualização das determinações taxonômicas, sendo essas

informações inseridas no Cadastro de Dados da coleção.

As demais coleções (crustáceos, cnidários, anelídeos, quilópodes,

diplópodos, equinodermados, helmintos, poliquetos, picnogonidos) não

possuem especialista trabalhando no Museu de Ciências Naturais/FZB, mas

servem de referência para os pesquisadores de outras instituições. Estão

acondicionados em frascos de vidros reutilizados (de conserva ou de outros

alimentos) que possuam tampa de vidro ou de plástico mais resistente. A

conservação era feita em álcool 70%, mas atualmente está sendo utilizado

álcool 80%.

Page 77: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

b) Seção de Zoologia de Vertebrados

Ictiologia: Todos os exemplares adicionados à coleção ictiológica são

identificados, catalogados no livro tombo (Catálogo de Peças) e incorporados

no banco de dados dos programas Excel e Specify. Cada lote recebe uma

etiqueta de fita vinílica numerada, além de uma etiqueta confeccionada em

papel vegetal com as seguintes informações: número de catálogo, família, nome

específico, número de exemplares, localidade de coleta georreferenciada, data

de coleta e coletor. As etiquetas são colocadas juntamente com os peixes no

interior dos frascos de vidro.

A conservação dos peixes pode ser feita em meio líquido: álcool 70%

para peixes inteiros e glicerina para peixes diafanizados e corados, ou a seco

para peixes taxidermizados ou esqueletos. Os peixes conservados em meio

líquido são acondicionados em frascos transparentes com tampa plástica e de

tamanho compatível para não deformar os exemplares. Os frascos são

armazenados em estantes de aço e organizados por ordem, família, gênero e

espécie. Cada frasco corresponde a um lote etiquetado que pode conter mais de

um exemplar da mesma espécie, localidade e data.

Os exemplares de grande porte, geralmente maiores de 60 cm de

comprimento, são acondicionados em tonéis plásticos de diversos tamanhos.

Neste caso, cada exemplar recebe uma etiqueta vinílica apenas com o número

de catálogo. Todos os tonéis são numerados e possuem uma lista individual dos

exemplares armazenados.

Os poucos exemplares preservados a seco na coleção científica

também são etiquetados e acondicionados em embalagens plásticas e/ou de

madeira e armazenados em armários de metal.

Além das formas de armazenamento mencionadas acima, alguns lotes

com exemplares de espécies pequenas são acondicionados em pequenos frascos

contendo apenas o número de catálogo e estes colocados num frasco grande

(p.ex., 5 litros) com álcool 70%. Neste caso a etiqueta contendo o número do

frasco e o nome específico é fixada na parte externa do frasco. Essa forma de

acondicionamento impossibilita a evaporação do álcool e, consequentemente, a

desidratação dos exemplares em caso de manutenção inadequada. Por outro

Page 78: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

lado isso dificulta o exame do material por pesquisadores e colaboradores, pois

são inúmeros lotes pequenos armazenados num frasco grande.

Herpetologia (Anfíbios e Répteis): Todos os exemplares adicionados à

coleção de anfíbios e répteis são identificados, catalogados no livro tombo

(Catálogo de Peças) e incorporados no banco de dados do programa Excel. Essa

tarefa é realizada pelo curador, bolsistas e estagiários. Cada exemplar recebe

uma etiqueta de fita vinílica numerada. No catálogo consta o número, família,

nome específico, localidade de coleta georreferenciada (quando possível), data

de coleta e coletor. As etiquetas são colocadas juntamente com os exemplares

no interior dos frascos.

A conservação pode ser feita em meio líquido: álcool 70% para

exemplares inteiros e glicerina para anfíbios diafanizados e corados. Os

exemplares conservados em meio líquido são acondicionados em frascos

transparentes com tampa plástica ou em vidros de conserva com tampa

metálica. O tamanho é compatível para não deformar os exemplares e os

frascos são armazenados em estantes de aço organizados por ordem, família,

gênero e espécie. Cada frasco pode conter mais de um exemplar da mesma

espécie. Cada exemplar recebe uma etiqueta vinílica com o número de catálogo.

Os exemplares de grande porte, geralmente maiores de 20 cm de comprimento,

são acondicionados em tonéis plásticos de 200 litros. Todos os frascos e tonéis

são numerados e possuem uma lista individual dos exemplares armazenados.

Uma etiqueta contendo o número do frasco, nome específico e família é fixada

na parte externa do frasco. Entre a tampa e o frasco é inserida uma película

transparente (plástico-filme) para impossibilitar a evaporação do álcool e,

consequentemente, a desidratação dos exemplares em caso de manutenção

inadequada. Os poucos exemplares preservados diafanizados na coleção

científica também são etiquetados e acondicionados em embalagens de vidro,

armazenados nos armários de metal.

Ornitologia: Essa coleção necessita de mais profissionais especializados para

trabalhar com a mesma, principalmente um taxidermista. A manutenção é feita

pelo curador, bolsistas e estagiários. A catalogação é realizada em livro tombo

(Catálogo de Peças) e em planilha do Excel, sendo que o material já está 100%

Page 79: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

digitalizado. As peças que são descartadas passam a integrar o acervo da

Coleção Didática. A equipe atual salienta a deficiência na qualidade da sala de

armazenamento que não possui climatização adequada bem como plano de

segurança. Há uma sobrecarga de trabalho em função da grande demanda, o

que prejudica as atividades de pesquisa.

Mastozoologia: A coleção de mamíferos possui uma curadora (Bióloga), que

conta com o auxílio de estagiários e bolsistas. Há necessidade de pelo menos

um funcionário que possa dedicar-se à coleção em horário integral bem como

um taxidermista. A documentação é realizada em livro tombo (Catálogo de

Peças) e planilha do Excel, sendo que o material já está totalmente inserido.

Esta tarefa é realizada pelo curador e por estagiários e bolsistas, que atuam sob

supervisão. Há planos de utilizar a base de dados Specify para a documentação

da coleção. O material que é descartado por péssimas condições é encaminhado

ao Parque Zoológico, para utilização em atividades de Educação Ambiental. A

equipe do Setor de Mastozoologia identifica que o estado de conservação geral

da coleção é razoável, mas há necessidade de melhoramento das condições de

armazenamento e acondicionamento, inclusive de ampliação do espaço.

2.2.3. Seção de Paleontologia

A coleção de fósseis conta com dois funcionários com formação nas áreas da

biologia e paleontologia, além de bolsistas de iniciação científica e pós-graduação

(mestrado e doutorado) e estagiários. A catalogação é realizada em livro tombo

(Catálogo de Peças) e planilha do Excel, estando 100% do material digitalizado.

Quanto aos empréstimos, material tipo não sai do Museu. A equipe identifica boa

climatização e conservação do material, mas há a expectativa de melhorias nessas

condições.

Page 80: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

2.2.4. Observações gerais para todas as coleções

O máximo de cuidado é necessário com as coleções preservadas em álcool,

quer sejam de invertebrados como de vertebrados, pois trata-se de líquido inflamável.

Todas as coleções preservadas em álcool sofrem o risco de incêndio e, por isso,

medidas preventivas de segurança devem ser rigorosamente cumpridas.

Para todas as coleções (em líquido ou em seco) a iluminação, umidade e

temperatura inadequadas podem alterar as características do material preservado. O

material exposto a longos períodos de iluminação natural e/ou artificial pode sofrer

com a foto-decomposição da cor dos exemplares. Isso acarreta a perda de informações

importantes para a identificação correta do material, pois o colorido padrão de várias

espécies, principalmente de peixes, é decisivo para a confirmação do nome específico.

Em ambientes com grandes variações de temperaturas, ou sujeitos a

temperaturas elevadas, pode haver a evaporação do líquido preservador (álcool) e,

consequentemente, danificação do exemplar quando o álcool não for compensado. Em

ambientes com umidade relativa elevada, a graduação do líquido preservador pode

sofrer alteração devido ao excesso de água no ar, favorecendo o desenvolvimento de

fungos e, consequentemente, a danificação ou perda total do material. A ventilação no

ambiente deve ser favorável devido à constante evaporação de álcool por diversos

motivos, como tampas plásticas dos frascos danificadas pela ação corrosiva do líquido

conservante, evitando o risco de incêndio.

Uma coleção científica deve ficar em uma sala apropriada, em ambiente

totalmente escuro, protegido da luz direta, com controle de temperatura e umidade a

níveis baixos (ou com mínima flutuação) e ventilação favorável. Para coleções em via

úmida, a temperatura adequada do ambiente é de 18oC e a umidade relativa do ar deve

estar em 50% (PAINE, 1992).

Deve-se compensar periodicamente a evaporação do álcool, bastante volátil,

para manter o material sempre em perfeitas condições; revisar e trocar as tampas

plásticas dos frascos caso estejam quebradas devido à ação corrosiva do líquido

conservante; revisar e substituir as etiquetas caso estejam danificadas devido à

corrosão pelo álcool; manter o material colecionado sempre organizado por ordem,

família, gênero e espécie, para facilitar sua pronta localização.

Page 81: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

2.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos

Pontos Fortes Pontos Fracos

Coleções científicas de grande

relevância e profissionais altamente

qualificados.

Meio ambiente inadequado: salas de

armazenamento pequenas ou insuficientes,

com falta de controle de climatização e

iluminação.

Existência de curador responsável

por cada coleção e de

regulamentação do uso das coleções

científicas, através da Determinação

nº 146/86 .

Ausência de uma Política de Gestão de

Acervos.

Documentação (tombamento no

catálogo das coleções e em planilha

do Excel) das coleções consolidada e

em processo de digitalização.

Falta de especialistas para ocupar o cargo de

curador de algumas coleções; falta de

funcionários/bolsistas/estagiários para as

atividades de rotina.

Intercâmbio institucional para o

aprimoramento das pesquisas.

3. COLEÇÕES DIDÁTICAS

Em agosto de 1964 os acadêmicos Mauro Corte Real e Jetter Bertolleti

realizaram uma aula no Instituto Santa Luzia, instituição que atende deficientes

visuais, e levaram consigo peças taxidermizadas do acervo para que os cegos

pudessem, através do tato, aprender sobre aquelas peças. Vê-se assim que a educação

ambiental e patrimonial desde muito tempo é atividade básica do Museu de Ciências

Naturais/FZB e é por meio da coleção didática que essas ações são concretizadas.

Ainda conforme MARANDINO (2009):

Page 82: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Organismos conservados e taxidermizados, os modelos reconstituídos,

quando corretamente estudados, conservados, organizados e expostos são

testemunhos do patrimônio científico da humanidade e, ao mesmo tempo,

fundamentais para auxiliar no trabalho dos biólogos para conservação de

ambientes e espécies. (MARANDINO, 2009, p. 11).

No Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, conforme o

Regimento Interno da FZB, cada seção possui a responsabilidade de constituir e

manter coleções científicas e didáticas nas suas respectivas áreas. As coleções

didáticas não possuem curadores específicos e nem uma forma de aquisição definida,

podendo ser incorporados ao acervo didático espécimes aos quais faltam informações

de coleta, ou peças que são descartadas por estarem danificadas ou, ainda, por peças

criadas pelo artista plástico que trabalha prestando serviços ao Museu, contando com

informações repassadas pelos biólogos.

As coleções didáticas podem ser emprestadas a outras instituições, tais como

escolas, para fins educacionais, ao contrário das peças da coleção científica que só

podem ser emprestadas para finalidades de pesquisa, sob responsabilidade de

pesquisador vinculado à instituição que dedique-se a essa atividade.

4. EXPOSIÇÕES

A exposição é uma das formas de comunicação do Museu de Ciências

Naturais/FZB com a sociedade e possibilita a interpretação do conhecimento

científico, gerado através das pesquisas, em uma linguagem compreensível para um

público geral. A exposição, juntamente com a documentação e a pesquisa, é uma das

finalidades das instituições museológicas e caracteriza seu caráter educativo.

O material a ser exposto pode ser interpretado de diferenciadas formas pelo

público visitante, por isso o projeto museográfico de uma exposição, seja ela de longa,

média ou curta duração ou itinerante, deve ser bem planejado e realizado a partir de

uma pesquisa de acervo, visando suprir as necessidades informacionais do público.

Em função disso percebe-se ser necessária a realização de um estudo de público, para

Page 83: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

que ele seja reconhecido, viabilizando assim, as estratégias de divulgação, captação de

outros visitantes e melhoramento das exposições.

A primeira exposição pública do Museu de Ciências Naturais ocorreu em

1961, quando ainda da sua localização na Praça Dom Feliciano. Naquela época havia

uma equipe de guias para orientação dos visitantes. Apesar das várias mudanças de

sede, o Museu sempre teve uma equipe responsável pelas atividades de educação e

exposição.

Em 1987, já na sede atual do MCN/FZB, foi inaugurada a sala de exposições

de longa duração, oportunizando a visitação pública de terça-feira a domingo. Em

1988 foi criado o Centro de Educação Ambiental, que em 1995 foi transformado na

Seção de Educação Ambiental e Museologia (MUSEAMB). Esta Seção é responsável

pelos projetos expográficos e educativos no Museu de Ciências Naturais/FZB.

Também no ano de 1995 o espaço do auditório existente junto à Sala de Exposição de

Longa Duração passou a ser ocupado com exposições de Curta e Média Duração, com

temáticas sobre a biodiversidade do Rio Grande do Sul, podendo ocorrer parcerias

com outras instituições para essas exposições. As exposições de Curta Duração podem

tornar-se itinerantes, percorrendo diferentes municípios e instituições.

A Seção de Educação Ambiental e Museologia, além da parte expositiva,

também ocupa-se com as atividades de educação ambiental, desenvolvidas pelo

Museu. Conta com sete funcionários do quadro permanente da instituição, sendo três

Técnicos em Educação Ambiental e quatro Atendentes. Há também um funcionário

terceirizado que realiza tarefas de apoio e montagem de exposições, sendo

responsável também pela criação de peças (réplicas) utilizadas nas exposições.

Nas atividades expositivas há a colaboração da Museóloga responsável pela

Divisão de Difusão Científica e Cultural, à qual está vinculado o MUSEAMB, que

acumula essa atividade paralelamente à sua atuação como pesquisadora (Bióloga) na

Seção de Zoologia de Invertebrados, sendo urgente a contratação de Museólogo que

possa dedicar-se mais efetivamente a essa atividade.

Atualmente o Museu de Ciências Naturais/FZB conta com três Salas de

Exposições (Fig. 8), sendo uma de Longa Duração e as outras duas de Média e Curta

Page 84: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Duração. Há ainda um Serpentário, que expõe exemplares vivos de serpentes

peçonhentas e não peçonhentas, principalmente nativas do RS.

A Seção recebe estagiários da área de ciências biológicas, que atuam nas

visitas mediadas às Salas de Exposições e Serpentário.

Page 85: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 8. Planta baixa das Salas de Exposições do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Zoobotânica do RS

Page 86: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

As salas de exposições do MCN recebem anualmente cerca de 25 mil

visitantes e o atendimento ao público é feito de terça-feira a domingo, das 9h 15min

às 17h.

Pode ser realizado o agendamento de visitas orientadas, de terças a sextas-

feiras, através de contato por e-mail ou telefone, informações essas disponíveis no site

da FZB. Esse agendamento é feito pela Seção de Educação Ambiental do Jardim

Botânico/FZB e as visitas abrangem o Parque e a Salas de Exposições do Museu. Não

há tarifa específica para ingressar na Sala de Exposições do MCN. A única tarifa é

paga na entrada do Jardim Botânico.

4.1. Exposição de Longa Duração

A Sala de Exposições de Longa Duração, com 49 vitrines e três dioramas, está

organizada em sequência evolutiva por grandes grupos: inicia pelos vegetais atuais,

passa para o grupo dos animais e termina com as vitrines paleontológicas. No fim do

percurso pode-se observar os dioramas representativos dos ambientes característicos

do Rio Grande do Sul, com a fauna e a flora típica desses ecossistemas (banhado,

campo e floresta) (Fig. 9).

Page 87: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 9. Diorama representando um banhado, localizado na Sala de Exposição de Longa

Duração do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS (Foto: Mariano Cordeiro

Pairet Jr.)

4.2. Exposições de Curta e Média Duração e Exposições Itinerantes

São exposições onde são apresentados alguns resultados de trabalhos dos

biólogos e colaboradores da Instituição. Permanecem por um período variável nas

duas salas anexas à Sala de Exposições de Longa Duração e após podem tornar-se

itinerantes, percorrendo diferentes locais e instituições públicas e/ou privadas.

Atualmente, há uma exposição temporária montada na sala contígua à Sala de

Exposições de Longa Duração, cujo título é “Fauna e Flora na Tradição Gaúcha”, que

busca resgatar, no cancioneiro e nas poesias tradicionalistas, os sentimentos de

admiração e respeito à natureza, seja pela beleza das formas, pela variedade de cores,

pelo encanto dos sons, pelo vigor ou delicadeza dos movimentos observados nos

animais e nas plantas (Fig. 10) . A exposição homenageia os autores que reconhecem

a importância da natureza, dos animais e das plantas, registram os usos populares da

Page 88: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

biodiversidade nativa e cultuam as tradições vinculadas ao valioso patrimônio natural

rio-grandense.

Fig. 10. Detalhe da exposição "Flora e Fauna na Tradição Gaúcha".

As Salas de Exposições de Curta e Média duração podem ser cedidas para uso

por outras Instituições ou pessoas interessadas em expor temas relacionados à

temática meio ambiente e biodiversidade. No período de 29 de abril a 28 de julho de

2013 esteve em uma das Salas de Exposição de Curta Duração do MCN a mostra

coletiva "O Jardim do Rei: uma visão poética da História Natural de Buffon" (Fig.

11), criação de 19 artistas do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, que, pela

bem sucedida conjunção entre o conceito e o espaço expositivo, recebeu Prêmio

Especial do Júri do VIII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, concedido pela

Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. A criação dessa exposiçao se deu a

partir da obra “História Natural, Geral e Particular” do naturalista francês Georges-

Louis Leclerc, conde de Buffon.

Page 89: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 11. Aspecto da exposição " O Jardim do Rei: uma visão poética da História Natural de

Buffon".

4.3. Serpentário

Com uma área de 120m², o serpentário do Museu de Ciências Naturais/FZB

(Fig. 12) expõe exemplares vivos de 16 espécies de serpentes peçonhentas e não

peçonhentas do Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), ligado à

Seção de Zoologia de Vertebrados do MCN, apresentando dados de identificação das

espécies (nome popular e nome científico, distribuição geográfica, alimentação,

número de filhotes por gestação e ambiente em que ocorrem). Estão expostos também

alguns exemplares de serpentes exóticas, recebidos pelo MCN, mas o foco principal

está nos exemplares da fauna nativa do RS.

Page 90: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig. 12. Vista do Serpentário do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS

4.4. Quadro de Pontos Fortes e Fracos

A análise atual das exposições foi realizada pela equipe do Museu de Ciências

Naturais como um exercício de autoconhecimento, contando também com a

observação feita pelos acadêmicos do Curso de Museologia da UFRGS que atuaram

como estagiários no decorrer da elaboração do Plano Museológico.

Pontos Fortes Pontos Fracos

Atividades educativas ativas e exposições

com temáticas que contemplam as linhas

de pesquisa do Museu.

Falta de funcionários para todas as atividades

educativas de contato com o público; falta de

profissional Museólogo.

Salas diferentes para as três tipologias de

exposição: longa, média e curta duração.

Falta de acessibilidade física, sensorial,

intelectual, emocional, à informação cultural7;

equipe sem conhecimento em língua

estrangeira e em LIBRAS.

7 Mais detalhes na seção sobre Acessibilidade. Referências em: Tipos de Acessibilidade em Ambientes

Culturais do Núcleo de Design Gráfico Ambiental da UFRGS.

Page 91: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Tem exposições itinerantes e recebe

exposições de outras instituições.

Exposição de longa duração desatualizada

(temática, expogafia e legendas); legendas sem

versão em braile e em língua estrangeira.

Acervo didático que pode ser manuseado

por videntes, cegos ou baixa visão.

Falta de treinamento da equipe em prevenção

e combate de incêndio.

Falta de infraestrutura (climatização,

equipamentos, sistema elétrico, hidráulico,

entre outros) e segurança nas salas de

exposição.

Inexistência de um Estudo de Público; falta de

controle do número de visitantes do Museu.

Page 92: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

5. PESQUISA, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO

O Museu de Ciências Naturais/FZB conta com várias estratégias para alcançar

seu público. As atividades e ferramentas identificadas abaixo visam comunicar e

difundir as pesquisas geradas pelo Museu, mas também informar o quanto essas

pesquisas embasam outras atividades de cunho social e cultural. Na seção dedicada às

Coleções Científicas já foi informada a importância das pesquisas para o

fornecimento de elementos para o monitoramento das mudanças dos ecossistemas,

incluindo taxas de extinção de espécies, degradação dos ecossistemas, explosão de

espécies exóticas, daninhas, pragas, vetores de importância médica e sanitária.

As referências existentes na biblioteca Prof. Dr. Carlos de Paula Couto, as

parcerias institucionais, os intercâmbios acadêmicos, as atividades de caráter

educativo, elaboradas e coordenadas pelo Museu (e pela Fundação), também merecem

destaque, pois se caracterizam como pontos fortes da instituição. Outras formas de

divulgação, comunicação e educação são a realização de oficinas, cursos, palestras e

projetos educativos voltados à comunidade escolar e ao público em geral.

5.1. Pesquisas, Parcerias e Intercâmbio Institucional e Acadêmico

Conforme já foi mencionado, o Museu de Ciências Naturais/FZB possui as

seguintes áreas de atuação, especialização e linhas de pesquisa:

a) Áreas de Atuação:

- Pesquisa Científica

- Manutenção de Coleções Científicas

- Bioindicação de Qualidade do Ar e da Água

- Bioprospecção

- Consultoria Ambiental a Empresas Privadas

- Educação Ambiental

Page 93: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

- Estudo e apoio à implantação de Unidades de Conservação

- Estudo e conservação de Sítios Paleontológicos

- Extração de Peçonha

- Formação de Recursos Humanos

- Geoprocessamento

- Manejo e Conservação de Ecossistemas

- Museografia

- Planejamento Ambiental

b) Áreas de Especialização:

- Cianobactérias

- Algas

- Fungos Liquenizados

- Plantas vasculares

- Esponjas de Água Doce

- Moluscos

- Aracnídeos

- Insetos

- Peixes

- Anfíbios

- Répteis

- Aves

- Mamíferos

Page 94: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

- Vertebrados Fósseis

c) Linhas de Pesquisa:

- Sistemática e Taxonomia

- Biogeografia e Evolução

- Biologia da Conservação

- Ecologia

- Gestão Ambiental

O Museu de Ciências Naturais e a Fundação Zoobotânica do RS trabalham

realizando parcerias institucionais e buscam o intercâmbio para o enriquecimento de

suas coleções e pesquisas. Cabe citar alguns casos em que, tanto as parcerias quanto

os intercâmbios institucionais e acadêmicos, são atividades básicas do Museu a fim de

divulgar os trabalhos realizados.

a) Atividades dos especialistas do Museu de Ciências Naturais/FZB

juntamente com bolsistas e pesquisadores de outras instituições.

Dentro das diversas linhas de pesquisa em andamento no Museu de Ciências

Naturais/FZB, levadas a efeito nas diversas seções e setores, são realizados, além da

pesquisa básica com o estudo da biodiversidade nas áreas de atuação dos

pesquisadores do MCN, levantamentos e observações em campo em diversas regiões

do estado visando conhecer os ambientes terrestres e aquáticos bem como estabelecer

a qualidade desses ambientes (terrestres, aquáticos e aéreos) através de

bioindicadores. Essa produção de conhecimento possibilita a detecção e correção de

impactos ambientais, particularmente os de origem antrópica.

Page 95: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

b) Pesquisas e atividades do NOPA (Núcleo Regional de Ofiologia de Porto

Alegre)

O NOPA, ligado à Seção de Zoologia de Vertebrados do MCN, mantém em

cativeiro estoque de serpentes peçonhentas e realiza pesquisas sobre aspectos da

biologia desses animais, além de fornecer peçonhas regionais ao Instituto Butantan,

em São Paulo, SP, visando à produção de vacinas anti-ofídicas.

c) Atividades de Conservação e Manejo

As atividades realizadas servem de subsídio para a gestão de Unidades de

Conservação Estaduais e Federais localizadas no RS. Atuando em conjunto com o

Laboratório de Geoprocessamento, a Seção de Conservação e Manejo do MCN

desenvolve atividades que subsidiam a elaboração dos Planos de Manejo das áreas de

preservação, ou indicadas para criação de Unidades de Conservação.

d) Atividades do Laboratório de Geoprocessamento

Esse laboratório, vinculado à Seção de Informação Ambiental, funciona como

instrumento de Gestão Ambiental em conjunto com as atividades da Seção de

Conservação e Manejo. O levantamento em campo proporciona a produção de mapas

das áreas a ser resguardadas e subsidia a apresentação dos Planos de Manejo das

mesmas. A equipe de trabalho do Laboratório realiza com esses dados de pesquisa

aplicada o mapeamento temático de regiões utilizando análises espaciais, classificação

e interpretação de imagens de satélites, fotos aéreas e GPS.

e) Projeto Biodiversidade8

Este projeto desenvolvido em parceria pela FZB, FEPAM e EMATER, insere-

se nas políticas do Estado de proteção e conservação dos recursos naturais e busca

8 Para saber mais sobre o Projeto,

acesse:<http://www.biodiversidade.rs.gov.br/arquivos/1161787177folder.pdf>.

Page 96: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

promover a incorporação do tema nas instituições e comunidades envolvidas. A

estratégia é identificar, registrar, planejar e monitorar a biodiversidade, incentivando

práticas compatíveis com a sua conservação e promovendo o desenvolvimento do Rio

Grande do Sul em áreas definidas como prioritárias.

f) Atividades de pesquisa de bolsistas de Iniciação Científica (CNPq e FAPERGS)

e de alunos de pós-graduação de diversas Universidades9

Acadêmicos e pós-graduandos que iniciam sua formação como pesquisadores

a partir do aprendizado dos princípios, métodos e técnicas nas áreas da botânica,

zoologia e paleontologia, são orientados ou co-orientados por especialistas do Museu

de Ciências Naturais/FZB. Os resultados dessas pesquisas são apresentados em Salões

de Iniciação Científica, Congressos, Seminários e outros eventos de caráter científico.

Seus artigos também são publicados nos mais diversos periódicos nacionais e

internacionais, divulgando as pesquisas realizadas no Museu.

f) Jornada de Iniciação Científica - Meio Ambiente FZB/FEPAM

A Jornada de Inicição Científica - Meio Ambiente FZB/FEPAM é realizada

anualmente e tem como objetivo valorizar a iniciação científica nas atividades de

pesquisa; promover a divulgação dos trabalhos de iniciação científica realizado nas

instituições de pesquisa e ensino do Estado; estimular o acompanhamento e a

avaliação dos trabalhos de iniciação científica especialmente dos bolsistas da

FAPERGS e do CNPq; oportunizar a integração e a troca de informações entre as

instituições e os bolsistas de Iniciação Científica.

A Jornada de Iniciação Científica já está em sua décima edição, que foi levada

a efeito em agosto/2014. O Museu de Ciênciass Naturais/FZB tem participação

decisiva, em conjunto dom a FEPAM, para a concretização desse evento.

9 Os convênios são realizados com as seguintes instituições de ensino superior, públicas e/ou

privadas: Centro Universitário La Salle, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

(PUCRS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Luterana do Brasil

(ULBRA), Universidade de Santa Cruz do Sul e Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS).

Page 97: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

5.2. Publicações e Periódicos

O Museu de Ciências naturais/FZB promove a divulgação científica por meio

de periódicos, guias, almanaques e outras publicações avulsas com as temáticas da

flora e da fauna, da trajetória histórica do MCN, suas linhas de pesquisas, entre

outros. Cabe destacar o livro “Museu de Ciências Naturais: 50 anos Pesquisando a

Biodiversidade Gaúcha”, lançado em 2005 e que conta a trajetória do Museu e seus

principais personagens, além das suas linhas de pesquisa e atividades educativas

(FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RS, 2005).

O periódico Iheringia, com duas séries (Botânica e Zoologia) é uma das

principais publicações do Museu de Ciências Naturais e tem seu nome em

homenagem ao pesquisador alemão, naturalizado brasileiro, Hermann von Ihering

(1850-1930), que se dedicou ao estudo da fauna e flora brasileiros. No site da

Fundação Zoobotânica do RS, na aba referente ao Museu de Ciênciass Naturais,

constam as normas para submissão de artigos para publicação nesse periódico.

a) Iheringia Série Botânica

A Iheringia Série Botânica é um dos

periódicos científicos editados pelo Museu

de Ciências Naturais/FZB. Foi criada em

1958 com o objetivo de publicar artigos,

notas e revisões científicas originais e

inéditas sobre assuntos relacionados às

diferentes áreas da Botânica (taxonomia,

morfologia, fisiologia e ecologia vegetal).

Trata-se de um periódico tradicional na área

de Botânica, com 57 anos de existência.

Possui ampla divulgação, pois é enviado,

gratuitamente, para 118 Instituições de

pesquisa no Brasil e 152 no exterior,

abrangendo um total de 33 países.

Page 98: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

A política editorial da revista é manter a qualidade e abrangência de assuntos

de suas publicações. Esses objetivos são obtidos através do Corpo Editorial e

Conselho Científico formado por pesquisadores altamente especializados, de prestígio

internacional, pertencentes a diferentes instituições de pesquisa do Brasil e do

exterior. Possui corpo de revisores composto, atualmente, por 207 pesquisadores

especialistas doutores, sendo 174 de Instituições científicas do Brasil e 33 de

Instituições internacionais, além de um grupo de apoio técnico composto por bolsistas

do CNPq e da FAPERGS, funcionários e estagiários da Fundação Zoobotânica do RS

e um revisor da língua inglesa.

A Iheringia Série Botânica é publicada semestralmente, simultaneamente na

forma impressa e eletrônica e está afiliada à Associação Brasileira de Editores

Científicos (ABEC). Os artigos publicados encontram-se disponíveis no site da

Fundação Zoobotânica do RS, no portal da CAPES e em vários indexadores

internacionais, entre eles: Biological Abstracts, ISI Web of Science, Biosis Previews e

Latindex.

b) Iheringia Série Zoologia

Foi a primeira da série, criada em

1957. Sempre visou publicar trabalhos

completos originais em Zoologia, com

ênfase em taxonomia e sistemática,

morfologia, história natural e ecologia de

comunidades ou populações de espécies da

fauna Neotropical recente. Através da

permuta com periódicos científicos

nacionais e estrangeiros, abastece

qualitativamente o acervo da biblioteca

especializada da Fundação Zoobotânica do

RS.

Page 99: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

O alto conceito atribuído à revista pela CAPES, aliado à periodicidade, à

qualidade editorial e gráfica e ao ingresso no Sistema SciELO desde 2001, bem como

nas bases ISI/Thomson e Scopus/Elsevier (dentre outras), tem revertido em um

incremento significativo no número de manuscritos submetidos para publicação, os

quais não tem mais se limitado aos países da América Latina, mas também de outros

continentes. A política editorial da revista é manter a qualidade e abrangência de

assuntos de suas publicações. Este periódico foi aprovado para o ingresso na coleção

SciELO Brasil em função do seu alto padrão de qualidade, de nível internacional,

assim seus exemplares estão todos disponíveis online <www.scielo.br/isz>.

Outra ferramenta que também incrementa a acessibilidade e visibilidade da

revista é a disponibilização dos artigos no Biodiversity Heritage Library (BHL) (que a

partir de 2012 também integra o Portal de Periódicos em Biodiversidade, juntamente

com o SciELO), por meio do projeto Encyclopedia of Life (EOL). Através de convite

recebido e em parceria com a Smithsonian Institution Libraries, os volumes da ISZ

desde o número 1 (publicado em 1957) até o 89 (publicado em 2000) estão

digitalizados e disponíveis em uma base de dados de acesso livre (BHL/EOL). A

Iheringia Série Zoologia também está enquadrada na categoria de qualidade B2 no

Qualis da CAPES.

Em agosto de 2011 foi implementada a submissão de manuscritos on-line

através do Sistema SciELO, aumentando consideravelmente o recebimento de artigos.

Com o referido sistema, toda a tramitação é feita on-line, possibilitando que os

autores acompanhem cada uma das etapas do processo editorial. Outra vantagem

proporcionada é que novos editores de área de instituições fora do estado e do país

puderam ser convidados a integrar a comissão editorial.

No que se refere ao índice de impacto, desde 2011 vem aumentando

gradualmente: 0,23 (2011); 0,42 (2012) e 0,50 (2013).

5.3. Atividades Educativas

Assim como as exposições, as principais atividades educativas do Museu de

Ciências Naturais/FZB são efetivadas a partir da Seção de Educação Ambiental e

Page 100: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Museologia10

. A parceria com outras seções e/ou setores tanto do Museu como da

Fundação Zoobotânica torna possível a realização de palestras, oficinas e cursos sobre

os mais diversos temas.

Outra atividade de destaque é a periódica visitação de escolas, garantida

essencialmente pela tradição do Jardim Botânico e que acaba se vinculando ao

Museu. No interior do Museu são realizadas mediações com bolsistas ou estagiários

da área da biologia para o público interessado. Como ponto fraco salienta-se a falta de

funcionários para atender a grande demanda de escolas e visitas guiadas solicitadas,

sendo somente estagiários os responsáveis por essa atividade. Também se destaca a

ausência de atividades educativas visando público estrangeiro ou pessoas com

deficiência.

Vários projetos de caráter educativo são mantidos pelo Museu de Ciências

Naturais/FZB, tais como:

a) “Oficinas de fauna, flora e fósseis do Rio Grande do Sul”

Visam promover a expansão e a melhoria da qualidade do ensino das

ciências, o desenvolvimento das inovações e aplicações da Ciência e da

tecnologia, bem como a difusão e a popularização da cultura científico-

tecnológica junto à sociedade. Os objetivos dessa atividade são dar a conhecer

e evidenciar a importância dos componentes do meio em que vivemos, a fim

de estimular o interesse pelos temas ligados à biodiversidade, oportunizar uma

reflexão sobre os problemas ambientais, sensibilizando a comunidade escolar -

professores e alunos - para a necessidade de preservação de patrimônio natural

atual e fóssil, utilizando recursos museográficos como meio educativo.

Atualmente há as seguintes oficinas, ministradas por biólogos do quadro da

Instituição, que contam com a participação de seus bolsistas e estagiários:

"Algas e Qualidade Ambiental"; "Introdução à Paleontologia"; "Observando

Folhas"; "Introdução à Liquenologia".

10 Também chamada de Seção de Museologia e Educação Ambiental . Sua sigla é MUSEAMB.

Page 101: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

b) "Ciência na Praça"

Tem por objetivo popularizar a

ciência, diminuindo as barreiras entre o

cientista e a comunidade, visando o

desenvolvimento de uma tomada de

consciência relacionada com a pesquisa em

preservação ambiental, através da educação

ambiental não formal. Essa atividade vem

sendo desenvolvida desde 1986 e ocorre em

dois domingos por ano, sediado

principalmente no "Brique da Redenção",

evento tradicional da cidade de Porto

Alegre realizado aos domingos.

A atividade ocorre em março (mês do aniversário da cidade) e em novembro

(comemorando o aniversário do Museu de Ciências Naturais/FZB) e consiste na

exposição de peças do acervo do MCN, sendo fornecidas ao público informações

sobre a flora e a fauna e projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição.

c) “O Museu vai à Escola”

Essa atividade tem por objetivo

popularizar o conhecimento científico junto

aos estudantes de escolas estaduais ou

municipais, estimular o interesse da

comunidade escolar (professores, alunos e

pais) pelos temas da biodiversidade e

possibilitar contato com o acervo

museológico.

O Museu de Ciências Naturais estimula o diálogo para que novas questões

sejam incorporadas e os cotidianos sejam repensados, ocasionando mudanças de

Page 102: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

comportamento. O projeto é executado no mínimo duas vezes por ano, em escolas de

diferentes bairros da cidade de Porto Alegre bem como de outros municípios,

possibilitando que um maior número de escolares sejam motivados a utilizarem o

MCN como espaço educativo e cultural.

d) "Educação Ambiental na Escola"

Os alunos de escolas estaduais ou municipais têm contato com

atividades de educação ambiental como palestras, exposições e contação de

estórias, sendo também disponibilizadas peças do acervo do Museu de

Ciências Naturais.

e) Kit Didático "Vertebrados Fósseis do Rio Grande do Sul"

É constituído de réplicas de Gliptodonte, Toxodonte, Rincossauro,

Tecodonte, Mesossauro, Preguiça-Gigante, Mastodonte, Cinodonte, Dicinodonte,

acompanhadas de cartilha e fichas ilustrativas sobre cada réplica. O "kit" tem por

objetivo subsidiar o trabalho dos professores e despertar nos alunos do ensino

fundamental e médio a curiosidade e interesse pelas Ciências Naturais. Através da

observação e manuseio das réplicas de peças do acervo paleontológico do Museu de

Ciências Naturais/FZB é oportunizada a motivação e sensibilização para as questões

ambientais. O material pode ser retirado, sob forma de empréstimo, pelos

professores da rede de ensino pública e privada, para utilização nas atividades

didáticas.

Page 103: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

f) “Ciência na Praia”

Esta atividade, realizada em municípios litorâneos do RS, nos meses de

janeiro/fevereiro, quando grande parte da população gaúcha desloca-se para o

veraneio, esteve interrompida por um longo período, sendo retomada no

verão/2014, com uma edição realizada no município de Imbé, RS (Fig 13).

A atividade consiste na exposição, na orla litorânea, de peças do acervo

do Museu de Ciências Naturais/FZB, sendo fornecidas ao público informações

sobre a flora e a fauna e projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição.

Fig. 13. Aspecto geral da exposição realizada em 18/janeiro/2014, no município de Imbé, RS,

dentro da atividade "Ciência na Praia".

5.4. Comunicação

A Fundação Zoobotânica do RS tem uma Coordenadoria de Comunicação

Social, ligada à Presidência, que é responsável pela área de comunicação dos

três órgãos operacionais que constituem a Instituição, de maneira integrada,

não havendo pessoal da área de comunicação específico para as atividades do

Museu.

Page 104: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Conforme já foi mencionado, atualmente, por determinação da

Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), à qual está

vinculada a Fundação Zoobotânica do RS, a parte de Comunicação Social da

SEMA, FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz

Roessler) e FZB está unificada, atuando na Secretaria.

Essa situação se caracteriza como ponto fraco, pois dessa forma a

administração da identidade visual do Museu, das informações contidas no site

e a criação de folders, flyers e outros materiais de divulgação ficam

deficientes, pois dependem de apenas um profissional, com equipe reduzida,

que fica com trabalho em excesso.

O site da Fundação Zoobtânica do RS <http://www.fzb.rs.gov.br/> (Fig.

14) contempla informações sobre a FZB como um todo, o Jardim Botânico, o

Museu de Ciências Naturais e o Parque Zoológico. O site é bem elaborado,

mas algumas informações sobre o MCN, como a missão, os objetivos, o

organograma, o inventário das coleções, que são de interesse direto do

público, não estão disponíveis, caracterizando um ponto fraco

Para construção do site, além dos integrantes da Coordenadoria de

Comunicação Social e dos integrantes da Seção de Informática/FZB, houve a

participação de representantes dos diversos órgãos operacionais da Instituição.

Page 105: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Fig 14. Página inicial do site da Fundação Zoobotânica do RS

Nas redes sociais, a FZB possui uma página

<https://www.facebook.com/fzbrs> com informações básicas de contato e localização,

onde são divulgadas todas as suas atividades, projetos, concursos, entre outros

asssuntos. O Museu não possui página oficial na rede social Facebook.

Page 106: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

5.5. Quadro de Pontos Fortes e Fracos

Pontos Fortes Pontos Fracos

Diversas estratégias de comunicação e difusão:

publicações, eventos científicos, páginas na

internet, cursos, oficinas e palestras, atividades

e materiais educativos.

Pouca participação nas redes sociais.

Site com layout informativo e atrativo;

informações relevantes sobre a divulgação das

atividades da FZB e links de serviços

relevantes.

Faltam informações específicas do MCN de interesse

ao público (missão, objetivos, organograma, catálogo

das peças e curadores das coleções).

Atividades educativas e lúdicas consolidadas e

projetos diversos (somente do Museu ou unindo

as seções de Educação Ambiental do Museu, do

Jardim Botânico e do Parque Zoológico); visitas

guiadas e atendimento a escolas de todo o

Estado; kits didáticos; equipe motivada;

Falta de funcionários para suprir a grande demanda

das atividades educativas; falta de profissional

ocupando especificamente o cargo de Museólogo;

equipe de atendimento sem qualificação para receber

estrangeiros (conhecimento mínimo em língua

espanhola e inglesa) e pessoas com deficiência;

ausência de atividades educativas direcionadas ao

público estrangeiro e pessoas com deficiência. Vale

ressaltar o grande potencial na elaboração de maquetes

e ou animais taxidermizados que possam ser

manuseados por cegos e até mesmo videntes.

Parcerias firmadas e grandes intercâmbios

institucionais e acadêmicos enriquecendo

pesquisas e difusão de conhecimento.

Centralização das atividades de comunicação e

confecção de materiais de divulgação, a cargo de

apenas um funcionário, com equipe reduzida, para

toda a FZB; falta de dministração da identidade visual

do Museu, das informações contidas no site e criação

de folders, flyers e outros materiais de divulgação.

Page 107: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

6. ARQUITETÔNICO

A sede atual do Museu de Ciências Naturais encontra-se na edificação da

própria Fundação Zoobotânica do RS, na área do Jardim Botânico de Porto

Alegre/RS, à Rua Dr. Salvador França, 1427, no bairro Jardim Botânico.

Quando da sua mudança para a atual sede própria, o MCN e a FZB tiveram

que fazer adaptações de uso do edifício, pois este fora construído para abrigar a TV

Educativa do Estado (TVE)11

. Devido à falta de organização espacial prévia e

planejada, os laboratórios e gabinetes do Museu foram se instalando

desordenadamente, ficando as áreas de pesquisa mescladas com as áreas

administrativas do próprio Museu ou da FZB (ver ANEXO 5 – Plantas Arquitetônicas

da FZB). Tal situação causa, mais uma vez, confusão em relação à identidade do

Museu, pois ela está muito atrelada à da Fundação. Assim, os espaços e as atividades

se confundem, estabelecendo falta de discernimento por parte da sociedade que se

refere ao Museu como sendo “o Museu do Jardim Botânico” e não como o Museu de

Ciências Naturais, com força de instituição autônoma. Em consequência dessas

questões, o Museu não define sua identidade e, segundo lúcida declaração de um

funcionário mais antigo, “o museu com uma identidade própria se fortalece”.

Ainda sobre a dispersão dos espaços, os laboratórios muitas vezes se localizam

a considerável distância dos gabinetes e salas das coleções (locais de guarda do

acervo). Conforme avaliação do corpo técnico da instituição, não há possibilidade

atual de reorganizar os espaços, visto que os laboratórios e gabinetes não podem

interromper suas atividades.

Há de se destacar a falta de acessibilidade física do entorno e do edifício da

Fundação, o que inclui a área expositiva do Museu (caso esse que será tratado na

próxima seção). A entrada do Jardim Botânico se dá através de um grande caminho

inclinado, que não proporciona autonomia aos cadeirantes e dificulta o acesso de

pessoas com mobilidade reduzida, não havendo também sinalização de piso tátil. A

11 A TVE (TV Educativa do Estado) não pôde ocupar o prédio, pois o mesmo não comportou

seus equipamentos, devido ao tamanho dos mesmos. Sendo o prédio construído em concreto armado,

não foram possíveis adaptações.

Page 108: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

entrada para o Museu também apresenta obstáculos, pois possui uma escadaria. As

pessoas com dificuldades de locomoção têm acesso ao Museu por entrada restrita aos

funcionários, situada na lateral do prédio da Administração Central, necessitando,

como já foi mencionado anteriormente, que um dos vigilantes que esteja de serviço

possibilite esse acesso.

Outros problemas de infraestrutura merecem destaque, pois poderão causar

perigo ao acervo e às pessoas que circulam pelo prédio.

6.1. Laboratórios, Gabinetes e Salas de Coleções

Os laboratórios são as salas dedicadas às atividades práticas, onde são

manuseadas as peças do acervo. São realizadas a triagem e preparação do material

obtido nas expedições a campo bem como as práticas de conservação e intervenção

nas peças, visando à pesquisa futura.

Os gabinetes são ocupados pelos biólogos, técnicos, bolsistas e estagiários,

que os utilizam para estudos e pesquisas. Esses espaços são equipados com

computadores, equipamentos ópticos, materiais de documentação e conservação e

estantes com bibliografia especializada. O espaço dos gabinetes é relativamente

suficiente e há pessoal responsável (funcionários terceirizados) que realizam limpeza,

em geral semanalmente, pois o serviço deve atender a todo o prédio da FZB na forma

de rodízio.

As salas de coleções são os locais onde as peças já catalogadas são

armazenadas; são de acesso restrito aos pesquisadores e aos funcionários que lidam

diretamente com o acervo científico. Alguns desses espaços possuem um odor forte

proveniente dos produtos utilizados, como por ex. naftalina na coleção entomológica,

sendo necessário o uso de máscaras especiais para entrada nos mesmos. A naftalina,

além de ser uma substância perigosa à exposição humana, está com sua utilização

ultrapassada e está sendo gradativamente substituída por cânfora para a preservação

da coleção de insetos em seco.

Page 109: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Outras salas do edifício são utilizadas como auditórios, salas de reuniões e

depósitos. Existem muitas salas adaptadas, por falta de local específico para alguns

tipos de atividade.

6.2. Ampliação dos espaços

Em 2008 foi elaborado um projeto a ser financiado pela FINEP (Financiadora

de Estudos e Projetos), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, visando à

construção da Central de Coleções Científicas do Museu de Ciências Naturais e da

Biblioteca da FZB, ocupando um dos três estúdios desenhados, antigamente, para as

transmissões da TVE (GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL,

2009). A empresa que ganhou a licitação interrompeu o andamento do projeto

arquitetônico, prejudicando e atrasando os planos do Museu.

Atualmente, em virtude de vários entraves burocráticos, esse projeto, que

requer aporte de um volume considerável de recursos, está suspenso aguardando a

disponibilidade dos mesmos mediante financiamentos externos.

Com a construção dos novos espaços, retirando as coleções das salas que

ocupam atualmente, poder-se-á distribuir melhor os gabinetes e laboratórios e

garantir um adequado armazenamento das peças e dos produtos químicos utilizados

para conservação.

Além da ampliação e organização dos laboratórios, gabinetes e salas de

coleções, há também a necessidade de um espaço específico para o acondicionamento

e guarda de arquivo-morto centralizado da FZB, assim como para a Biblioteca Prof.

Dr. Carlos de Paula Couto, que dá suporte às pesquisas realizadas na instituição.

Outra possibilidade, sugerida pelos funcionários, seria construir um prédio

anexo para a Administração Central da FZB, como uma forma de liberar o espaço

físico existente, somente para o Museu de Ciências Naturais e para o Jardim Botânico.

Page 110: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Segundo o corpo técnico, falta vontade política e dinheiro para executar um

projeto arquitetônico que vise a organização e a perfeita adaptação da edificação para

às necessidades do Museu.

6.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos

Pontos Fortes Pontos Fracos

A localização dentro do Jardim

Botânico potencializa as visitações.

Iluminação inadequada.

Apoio das seções e setores da

Administração Central da FZB para

planejamento e execução de projetos

de infraestrutura.

Falta de circulação de ar.

Possibilidade de ampliação do

espaço utilizando as arenas.

Instalações precárias com grandes

infiltrações e estações elétricas expostas.

Falta de equipamentos e serviços

essenciais.

Interrupções no acesso à internet.

Page 111: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

7. ACESSIBILIDADE

De acordo com a Lei Federal nº 10.098/2000, que estabelece normas e

critérios para promover a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência12

ou

com mobilidade reduzida, “acessibilidade significa dar a essas pessoas condições

para alcançarem e utilizarem, com segurança e autonomia, os espaços,

mobiliários e equipamentos urbanos, as edificações, os transportes e os sistemas e

meios de comunicação”. Nesse contexto, o Museu de Ciências Naturais da Fundação

Zoobotânica do RS, como espaço público, deve proporcionar condições para que toda

e qualquer pessoa possa usufruir seus espaços e atividades.

Mas a acessibilidade não se resume às pessoas com deficiência. Também

deve-se falar de qualquer parcela da população que sinta que seus direitos foram

cerceados em função de sua condição social, cultural, econômica. Por isso é dever do

Museu eliminar barreiras e obstáculos físicos, informacionais, econômicos, sociais,

culturais, a fim de que sua função social seja plenamente exercida.

Tendo em vista que a Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos; são dotados

de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de

fraternidade”, tornar os espaços e recursos acessíveis é dar acesso livre e autônomo às

pessoas, possibilitando o exercício da sua cidadania.

As questões da acessibilidade estão ligadas à ideia de Desenho Universal e

Ergonomia, identificando-se os seguintes tipos13

:

12 O termo correto é “pessoa com deficiência”. “No Brasil, tornou-se bastante popular,

acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no

feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que

a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos […]”.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Disponível em: <

http://saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=7483>. Acesso em: 26 jan. 2014.

13 Referência em infográfico “Tipos de Acessibilidade em Ambientes Culturais” de autoria do

NDGA - UFRGS: Prof. Me. Eduardo Cardoso - Prof. Me. Fabiano Scherer - Profa. Dra. Tânia

Koltermann da Silva - Graduando em Design Visual Vinícius Ludwig Strack.

Page 112: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Acesso Físico Deve garantir que não existam barreiras

arquitetônicas.

Acesso Sensorial Deve contemplar visitantes com limitações

visuais, auditivas e na fala.

Acesso Intelectual Deve considerar o público sem

conhecimentos prévios sobre o tema do

evento ou com dificuldades de

aprendizagem.

Acesso Econômico Deve considerar as condições financeiras dos

visitantes para definir as cobranças de

ingressos.

Acesso Emocional Deve considerar se o local é acolhedor a

novos visitantes e se os funcionários lidam

com a diferença e a deficiência.

Acesso à Esfera das Decisões Deve considerar a opinião de especialistas e

potenciais visitantes na tomada de decisões.

Acesso à Informação Deve garantir que a divulgação das

atividades atinja novos públicos.

Acesso Cultural Deve considerar o interesse que as atividades

despertam em certos públicos.

Assim, é preciso estudar a legislação vigente sobre o tema, além de identificar

a situação atual do Museu de Ciências Naturais/FZB, identificando pontos fortes e

fracos que deverão ser trabalhados como Programas e Projetos.

7.1. Contexto Legal

Para identificar as condições de visitação e fruição que o MCN/FZB oferece à

sociedade, a fim de torná-las mais acessíveis, é preciso ter em mente o contexto legal

Page 113: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

que regulamenta a questão da Acessibilidade em nível internacional, federal, estadual

e municipal. Seguem as principais leis, decretos, convenções e normas.

No âmbito internacional:

Convenção nº. 159 da OIT (Organização Internacional do Trabalho),

promulgada pelo Decreto Federal nº. 129, de 22 de maio de 1991 -

Trata sobre reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes -

Legislação Relativa ao Trabalho de Pessoas Portadoras de Deficiência;

Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU

(2007) - Tem o objetivo de promover, proteger e assegurar o desfrute

pleno e equitativo dos direitos humanos e liberdades fundamentais por

pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua inerente

dignidade.

No âmbito federal:

Lei Federal nº. 7.405, de 11 de novembro de 1985 - Torna obrigatória a

colocação do Símbolo Internacional de Acesso em todos os locais e

serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de

deficiência e dá outras providências;

Lei Federal nº 10.048 (8/11/2000) - Dá prioridade de atendimento às

pessoas portadoras de deficiência física e dá outras providências;

Lei Federal nº 10.098 (19/12/2000) - Estabelece normas gerais e

critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas

portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras

providências;

Lei Federal nº 10.436 (24/04/2002) - Dispõe sobre a Língua Brasileira

de Sinais – Libras;

Page 114: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Instrução Normativa nº. 1, de 25 de novembro de 2003 - Dispõe sobre

a acessibilidade aos bens culturais imóveis acautelados em nível

federal e outras categorias, conforme especifica;

Decreto Federal nº 5.296/2004 - Regulamenta as Leis 10.048/2000 e

10.098/2000;

Lei Federal nº 11.126 (27/06/2005) - Dispõe sobre o direito do

portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes

de uso coletivo acompanhado de cão-guia;

NBR 9050/2004 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e

Equipamentos Urbanos.

NBR 13994/2005 – Elevadores de passageiros – elevadores para

transporte de pessoas com deficiência;

NBR 12255/1990 – Execução e utilização de passeios públicos –

procedimentos;

NBR 15599/2008 – Acessibilidade em comunicação na prestação de

serviços.

No âmbito estadual:

Lei Estadual nº 8.103 (18/12/1985) - Estabelece prioridade de

atendimento, em todas as repartições públicas estaduais, às pessoas

idosas, às portadoras de defeitos físicos e às mulheres grávidas;

Lei Estadual nº 8.974 (8/01/1990) - Dispõe sobre projetos de

arquitetura e de engenharia destinados à construção ou reforma de

edifícios públicos (para acesso de deficientes físicos);

Lei Estadual nº 11.405 (31/12/1999) - Dispõe sobre a

oficialização da Libras - Língua Brasileira de Sinais;

Page 115: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Lei Estadual nº 11.739 (13/01/2002) - Dispõe sobre o ingresso

e permanência de cães-guia para pessoas portadoras de deficiência

visual nos locais públicos e privados.

No âmbito municipal:

Lei nº 7.076 (4/06/1992) - Estabelece prioridade de

atendimento a idosos, portadores de deficiência física e gestantes, nas

repartições públicas municipais, estaduais e federais, estabelecimentos

bancários e comerciais;

Lei nº 8.317 (9/06/1999) - Dispõe sobre a eliminação de

barreiras arquitetônicas em edificações e logradouros de uso público e

dá outras providências;

Lei nº 8.632 (27/10/2000) - Torna obrigatória a apresentação de

cardápios escritos no sistema braille em todos os bares, restaurantes,

lanchonetes, hotéis, motéis e congêneres.

7.2. Descrição da situação atual de acessibilidade do Museu de Ciências Naturais

da Fundação Zoobotânica do RS

Circulação Externa – acessos na via pública

A parada dos ônibus que fazem as linhas que servem ao bairro Jardim

Botânico se encontra distante da entrada principal da Fundação Zoobotânica do

RS, sendo necessária uma caminhada de, no mínimo, 15min. A área da parada no

corredor de ônibus e algumas calçadas do entorno possuem rampa de acesso e

piso com sinalização tátil.

Page 116: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Recentemente a FZB remodelou o acesso ao Jardim Botânico, junto ao

pórtico de entrada, executando o calçamento e ajardinamento do mesmo e

individualizando as pistas para entrada e saída do Parque.

O acesso dos ônibus, microônibus e vans com visitantes bem como dos

caminhões e furgões de entregas, se dá por entrada alternativa, situada na Av. Prof.

Cristiano Fischer (nos fundos do Jardim Botânico) cujo portão é aberto pelo

vigilante, conforme a demanda.

Circulação Externa - acessos à edificação

Entrando no espaço do Jardim Botânico, há um extenso caminho inclinado

com calçamento de pedras que, além de ser cansativo para idosos, gestantes e

pessoas com pouca agilidade, não proporciona acesso facilitado e autonomia ao

cadeirante e às pessoas com mobilidade reduzida.

A entrada para o Museu de Ciências Naturais também apresenta um grande

obstáculo, representado por uma escadaria. Para ter acesso ao Museu é necessário

que os cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção entrem pela lateral

do prédio da Administração Central, na dependência de que um vigilante abra esse

portão, que é de acesso restrito, e percorram o interior do prédio para chegar à sala

de exposições.

Na área do Jardim Botânico há somente um banheiro parcialmente

adaptado para pessoas com deficiência.

Circulação Externa - acessos à informação

A placa de identificação do Museu de Ciências Naturais é visível e com

bom contraste (Fig. 3), mas não são disponibilizadas, na entrada do Museu,

informações sobre o horário de funcionamento e sobre os ingressos. Sendo essas

informações inexistentes, também não há versão em Braille ou em língua

estrangeira. A Sala de Exposições do MCN possui apenas uma entrada e saída

através do mesmo espaço. Em nenhuma lugar há sinalização de piso tátil.

Page 117: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Circulação Interna - acessos na edificação

O espaço para circulação é adequado. Não há climatização para conforto

humano na sala de exposição de longa duração, havendo apenas ventiladores de

teto. Há aparelhos condicionadores de ar (splits) somente nas salas de exposição

temporária (curta e média duração) e no Serpentário. Não há bancos para

descanso.

Circulação Interna - acessos à informação

Não há sinalização visível, tátil ou informação em língua estrangeira

de emergência ou de localização dos banheiros ou salas de exposição. Não há

mapas de orientação.

Exposição

A área expositiva possui diversos textos, imagens, animais taxidermizados

e materiais didáticos em esquemas e dioramas. A informação apresentada não

possui versão adaptada, tais como textos com contraste ou em fonte ampliada;

textos em braille; textos, ambientes e esquemas audiodescritos; textos com versão

em língua estrangeira (inglês e espanhol).

Monitoria

A monitoria é realizada com marcação prévia. Os monitores são despreparados

para atendimento a pessoas com deficiência; sem conhecimento em Libras para

atendimento ao público com deficiência auditiva; sem preparo para

audiodescrever textos, ambientes e esquemas; sem conhecimento em língua

estrangeira.

Page 118: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Material de divulgação

Na Sala de Exposições há disponibilização de folders sobre o Museu de

Ciências Naturais e sobre o Jardim Botânico, mas não há versão com fonte ampliada,

em Braille e em língua estrangeira.

7.3. Considerações

O Museu de Ciências Naturais tem potencialidade para expôr obras táteis que

possam atender a pessoas com deficiência visual, pois dispõe de funcionário

terceirizado com muita habilidade como artista plástico.

É recomendável que os funcionários, principalmente os que tem contato com o

público na área expositiva, realizem cursos sobre a temática de Acessibilidade em

Ambientes Culturais e Desenho Universal. Esses cursos podem servir como

aproximação para o estudo de recursos de acessibilidade como Libras, audiodescrição

e confecção de maquetes táteis. A Fundação Zoobotânica do RS poderia buscar em

universidades e empresas do ramo, profissionais que pudessem oferecer capacitação

aos seus funcionários com custos acessíveis ou até mesmo como parceria.

Disponibilizar em línguas estrangeiras a informação constante nos folders,

folhetos, site, fichas de identificação ou qualquer outro material destinado à

comunicação, também é dar acessibilidade, pois muitos turistas estrangeiros procuram

os espaços culturais das cidades que visitam.

A questão da acessibilidade será um dos maiores desafios a serem pensados

em termos de metas estratégicas para a fase de Programas do Museu de Ciências

Naturais/FZB.

8. SEGURANÇA

A questão da segurança em museus é tema que deve ser prioritariamente

tratado, tanto em função da preocupação com a preservaçãode seu acervo, quanto pela

segurança física dos trabalhadores e visitantes. Devido a isso, torna-se necessária a

Page 119: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

formulação de medidas preventivas com base em uma Política de Prevenção e

Segurança, que contemple um Plano de Emergência, de acordo com as necessidades

da instituição. A implantação de um Plano de Gerenciamento de Riscos deve ser

estudada pela Instituição, por tratar-se de uma nova metodologia que busca investigar,

detectar e bloquear os dez possíveis riscos em instituições de guarda de acervo

(BRASIL-MinC-IBRAM, 2013):

Forças Físicas

Furto, Roubo e Vandalismo

Fogo

Água

Pragas

Poluentes

Luz e Radiação Ultravioleta (UV) e Infravermelha (IV)

Temperatura Incorreta

Umidade Incorreta

Dissociação

Assim como grande parte das instituições museológicas brasileiras de caráter

público, o Museu de Ciências Naturais/FZB ocupa um prédio construído para outros

fins, que precisou ser adaptado às suas atividades. Como já discutido nas seções

anteriores, o Museu possui uma série de problemas de adequação: segurança física

(interna e externa) e patrimonial falha; infraestrutura inadequada ao acervo e às

pessoas; ausência de plano de segurança e de emergência, entre outros.

De acordo com a obra “Gestão de Segurança e Conservação em Museus”

(DRUMONND et al. , 2010) a prevenção e a segurança incluem como temáticas:

Page 120: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Proteção ambiental: lida com a avaliação e prevenção de desastres de

causa natural, impacto de trovões, poluição do ar, chuvas intensas em

alguns períodos do ano, queda de árvores, entre outros;

Segurança das áreas externas: fiscalização da área, reforço de

medidas de segurança, etc.;

Segurança do prédio: controle de chaves, manutenção, vistorias

periódicas para avaliação, entre outros;

Proteção contra roubo: vigilância, alarme contra intrusos, Circuito

Interno de TV (CITV), etc.;

Proteção contra incêndio: alarmes, detectores de fumaça, extintores,

constituição de brigada de incêndio, entre outros;

Segurança do acervo: conservação, documentação, preservação das

informações e dados em meio digital, controle de acesso às salas das

coleções, transporte, etc.;

Segurança das pessoas: controle de entrada, identificação, divulgação

de normas de segurança, boas condições do prédio, preparação para

emergências médicas, entre outros.

Nessa lista ainda é possível incluir a Segurança das Informações geradas

pelo Museu, visto ser um lugar onde inúmeras pesquisas são realizadas.

As possíveis situações de risco encontradas no MCN/FZB incluem:

Impacto de trovões, poluição do ar, chuvas intensas em alguns

períodos do ano ocasionando alagamentos, queda de árvores, entre

outros;

Desastres em função da infraestrutura e equipamentos precários,

períodos de falta de energia, constantes cortes de abastecimento de

água, contaminação química ou biológica, incêndios por causas

Page 121: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

diversas, como vazamento de produtos químicos e líquidos

inflamáveis, curtocircuito na rede elétrica pelos excessos e falta de

planejamento de crescimento dos equipamentos;

Ausência de um plano de auxílio em emergências médicas para

servidores e público visitante, se necessário;

Ausência de brigada de incêndio atuante;

Diversas falhas nos procedimentos de rotina da equipe, tais como,

manuseio e transporte inadequado do acervo, operação informal dos

equipamentos e climatização, uso inadequado de produtos de limpeza

nos ambientes de trabalho e nas salas de acervo, falta de capacitação e

treinamento dos funcionários terceirizados de como agir em ambientes

onde há acervo e onde são realizadas pesquisas, entre outros;

Ausência de sinalização de emergência;

Riscos de furto, roubo e vandalismo devido ao fato de que as chaves de

algumas salas ficam disponíveis no balcão da recepção, sem controle,

quando da ausência de recepcionista ou de vigilante;

Possibilidade de vandalismo nas dependências do Museu por não haver

vigilantes e CITV na área expositiva;

Dentre as situações de risco encontradas no Museu merece destaque o risco de

fogo. A segurança contra incêndio não é apenas colocar dispositivos de alarme ou

combater as chamas, mas trata-se de uma série de medidas de segurança a serem

planejadas e colocadas em prática. Os requisitos para uma segurança contra incêndio

permeiam desde a rede elétrica adequada até o treinamento dos funcionários da

instituição, o que só é possível através de projetos onerosos. No entanto deve-se

pensar que resolver uma situação de sinistro já ocorrido é muito mais oneroso,

acarretando não só a perda do acervo, mas também risco de morte às pessoas.

Com base na obra de ONO & MOREIRA (2011), segue abaixo tabela que

indica a situação ideal, esperada, para o MCN/FZB.

Page 122: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Local Recomendado

Salas de exposições de longa

duração e temporárias e

Serpentário

CITV (Circuito Interno de TV) no interior

das salas;

Iluminação por sensor de presença para

períodos noturnos para garantir

visibilidade ao sistema de CITV;

Sensores de contato nas portas e janelas;

Grades/elementos estruturais nas janelas e

portas, além de reforço em dobradiças e

trincos;

Sensores de contato ou aproximação

demasiada referente ao acervo;

Sensores de quebra de vidros;

Vigilância e monitoramento por

seguranças ou monitores.

Salas de oficinas

CITV próximo à porta de acesso ao

interior da sala;

Sensores de presença do tipo

infravermelho nos períodos em que não

houver permanência humana;

Controle de acesso;

Proteção de portas e janelas (se as salas

possuírem equipamentos de valor)

Page 123: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Auditório

Vigilância para equipamento de projeção;

Isolamento da circulação do público das

demais áreas de acesso ao edifício;

Acesso controlado na entrada do Museu.

Biblioteca

CITV próximo à porta de acesso ao

interior da sala;

Sensores de presença tipo infravermelho

para períodos sem permanência humana;

Sensores de contato ou grades nas janelas

ou portas;

Vigilância humana;

Layout adequado para consulta de acervo;

Controle de entrada e saída de usuários;

Controle de entrada e saída de acervo da

biblioteca por meio de dispositivos de

alarme agregados aos livros;

Controle de saída de matérias para cópia;

Procedimentos de segurança para

transporte de livros.

Page 124: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Laboratórios

CITV próximo à porta de

acesso ao interior das salas;

Sensores de presença tipo

infravermelho para períodos sem

permanência humana;

Se houver acervo no local deve

haver controle de acesso biométrico,

teclado por cartão ou senhas;

Reforço do material das portas,

dobradiças e trincos;

Reforço e proteção das janelas;

Salas de coleções

CITV próximo à porta de

acesso ao interior das salas;

Sensores de presença tipo

infravermelho para períodos sem

permanência humana;

Controle de acesso por

biometria, teclado por cartão ou senha;

Reforço do material das portas

(de preferência portas corta-fogo), das

dobradiças e trincos;

Reforço e proteção das janelas;

Detectores de fumaça e

luminárias à prova de explosão.

Áreas administrativas

CITV próximo às portas de

acesso ao interior das salas;

Sensores de presença tipo

infravermelho para períodos sem presença

Page 125: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

de pessoas;

Controle de acesso por

biometria, teclado por cartão ou senha;

Reforço do material das portas,

das dobradiças e trincos;

Reforço e proteção das janelas;

.

Depósitos e oficinas de

manutenção

Precauções contra incêndio;

Guarda adequada de materiais.

Lanchonete

CITV que permita a visibilidade

total do local;

Precauções contra incêndio;

Vigilância humana;

Hall de

entrada/guarita/bilheteria

Portas e janelas reforçadas;

CITV na entrada;

Vigilância humana;

Controle de acesso e

identificação de pessoas

Instalação de guarda-volumes.

Jardins, pátios e similares

Criação de barreiras por

elementos de alvenaria ou vegetação;

Separação da circulação de

áreas de serviço e áreas de circulação para

o público;

CITV em locais que necessitam

de controle;

Tratamento da iluminação;

Vigilância humana.

Fechamento Perimetral: Sensores infravermelhos

Page 126: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

grades, muros e muretas perimetrais;

Cercas elétricas

Controle de vegetação;

Tratamento da iluminação;

CITV para monitoramento das

calçadas e de intrusão pelas divisas;

Retirada de elementos que

sirvam como escada para acesso.

A instituição deve realizar um plano de emergência e segurança que contemple

pessoas (visitantes e servidores), patrimônio (edifício, acervos e equipamentos) e

informações (dados catalográficos, registros de empréstimos e cópia do banco de

dados).

9. RECURSOS FINANCEIROS E HUMANOS

Quanto aos recursos financeiros e humanos da instituição, vale destacar que

algumas considerações sobre o funcionamento da Fundação Zoobotânica do RS e do

Museu já foram discutidas no Capítulo Diagnóstico Global, item 1. Institucional.

Aqui são tratadas informações e análises mais pontuais.

9.1. Recursos Financeiros

O Museu de Ciências Naturais integra a Fundação Zoobotânica do RS que é

vinculada à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEADS) e,

portanto, mantido pelo poder público estadual.

O Museu não tem verba própria. Toda a renda gerada pela Fundação

Zoobotânica do RS, quer através de prestações de serviços, venda de ingressos no

Page 127: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Jardim Botânico (não há cobrança de ingresso para a entrada no Museu, sendo pago

ingresso somente para a entrada no Jardim Botânico) e Parque Zoológico, ou venda de

produtos na Sala de Exposições do MCN, é carreada para o Caixa Único do Estado do

RS.

A gestão financeira da verba recebida pela Fundação Zoobotânica do RS é

realizada pela Administração Central e os recursos são destinados para atender as

atividades de todos os órgãos da FZB (Administração Central, Jardim Botânico,

Museu de Ciências Naturais e Parque Zoológico), não suprindo todas as necessidades

do MCN. Assim, o MCN acaba dependendo de patrocinadores externos para o

incremento e execução de seus vários projetos. O MCN busca fundos da FINEP,

FAPERGS, CAPES e CNPq, além de patrocínios junto a empresas privadas.

Atualmente o Museu de Ciências Naturais/FZB executa trabalho de prestação

de serviços na área de biomonitoramento ambiental (ar e água) para empresa da

iniciativa privada (BRASKEM - produtora de plásticos e PVC) que, por exigência do

órgão estadual de licenciamento ambiental (FEPAM) necessita apresentar os dados

desses monitoramentos. O MCN também realiza, para a BRASKEM, trabalho de

acompanhamento de flora e fauna em Estação Ambiental que a empresa mantém em

sua área. Os recursos advindos dessa prestação de serviços entram no caixa da

Fundação Zoobotânica do RS, e consequentemente para o Caixa Único do Estado do

RS, não sendo destinados integralmente para as atividades do Museu.

Há necessidade de haver no quadro de funcionários do MCN um profissional

responsável pela elaboração de projetos de captação de recursos nos vários

programas, editais e incentivos públicos e privados disponíveis, a exemplo:

Lei de Incentivo à Cultura 8313/91 (Lei Rouanet): Institui o Programa

Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que é formado por três

mecanismos: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Incentivo Fiscal

(Mecenato) e o Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART).

Edital de Modernização de Museus (IBRAM): Seleção de projetos para

conveniamento voltados à cultura, memória e patrimônio, para

modernização dos espaços museais; tem por objetivo ampliar, estimular e

viabilizar a continuidade e a sustentabilidade das atividades das

Page 128: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

instituições selecionadas, a fim de fomentar o processo sócio-cultural

nacional;

Edital Prêmio Modernização Microprojetos (IBRAM): Tem por

objetivo o fomento e desenvolvimento de ações destinadas à preservação e

difusão do patrimônio museológico e premiar iniciativas implementadas

por instituições museológicas ou mantenedores de museus, constituídos

como pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito

privado sem fins lucrativos, com finalidade cultural, excetuando-se aquelas

vinculadas à estrutura do Ministério da Cultura (MinC).

Edital Prêmio Darcy Ribeiro (IBRAM): Prêmio voltado para práticas

de educação não formal que objetivam a convergência entre cultura, arte e

educação de modo a contribuir na ampliação do acesso às manifestações

culturais e ao patrimônio cultural brasileiro; podem participar instituições

museais públicas não vinculadas à estrutura do Ministério da Cultura,

órgãos ou entidades públicas que possuam em sua estrutura unidades

museais e instituições museais de direito privado sem fins lucrativos.

Edital Seminários Museus, Patrimônio, Memória e Sociedade: Apoia a

realização de seminários que tenham por temática o patrimônio, a memória

e a sociedade nos museus.

Programa de Preservação de Acervos BNDES: Apóia projetos culturais

de instituições de direito público ou privado, sem fins lucrativos, visando à

preservação de acervos museológicos, bibliográficos e arquivísticos.

Petrobrás Cultural.

Programa Banco do Brasil de Patrocínios.

Fundações de Amparo à Pesquisa: Sua finalidade básica é dar apoio a

projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional,

cientifico e tecnológico; por intermédio das Fundações de Amparo à

Page 129: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Pesquisa é possível apoiar projetos de pesquisa, capacitação de recursos

humanos e difusão de resultados que estimulam o desenvolvimento

cientifico e tecnológico.

Como no Museu de Ciências Naturais não há pessoal que ocupe-se

exclusivamente da pesquisa pelos editais abertos e da elaboração de projetos para

concorrer aos mesmos, esta atividade é desenvolvida pelo próprio corpo de

funcionários de nível superior que, concomitantemente às suas atividades de

pesquisa, ocupa-se da preparação da documentação exigida por esses editais, na

maioria das vezes sem ter conhecimento adequado para preparação de orçamentos e

propostas financeiras.

9.2. Recursos Humanos

O quadro atual de pessoal do Museu de Ciências Naturais é constituído por

funcionários concursados (contratados via CLT), funcionários cedidos de outras

Instituições do Estado (adidos) e funcionários terceirizados, conforme consta no

quadro abaixo. O Museu possui uma equipe qualificada e motivada. Dentre os 46

integrantes, 27 são de nível superior, na maioria Biólogos, sendo 20 com doutorado.

Page 130: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Quadro de pessoal do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do

Rio Grande do Sul

Nome Seção Cargo Situação Titulação

1 Acácia Brito Winter Zoologia de

Vertebrados Tratadora

Quadro

Permanente

2 Ailton Luis Hyppólito da Silva -

Téc.An.Clín.Fis.

Quim. e

Biológicas

Cedido

p/FEPAM

3 Aline Barcellos Prates dos

Santos

Zoologia de

Invertebrados

Bióloga Quadro

Permanente Doutorado

4 Amaro Paulino da Silva

Castilhos

Educação Ambiental e

Museologia

Atendente

(Exposição)

Quadro

Permanente

5 Ana Maria Ribeiro Paleontologia Bióloga Quadro

Permanente Doutorado

6 Angelo Favila Rodrigues Educação Ambiental e

Museologia

Atendente

(Exposição)

Quadro

Permanente

7 Caroline Maria da Silva Zoologia de

Invertebrados

Auxiliar de

Biologia

Quadro

Permanente

8 Cleodir Jose Mansan Botânica de

Fanerógamas

Téc.Nível Médio

Operacional

Adido

9 Felipe Zilio Zoologia de

Vertebrados Biólogo

Quadro

Permanente Doutorado

10 Flavio Bergmann Carlucci

Zoologia de

Vertebrados

Aux. Biologia Quadro

Permanente

11 Glayson Ariel Bencke

Zoologia de

Vertebrados/Divisão de

Pesquisa

Biólogo Quadro

Permanente Mestrado

12 Hilda Alice de Oliveira Gastal (*)

Zoologia de

Invertebrados/Divisão

de Difusão Científica e

Cultural

Bióloga Quadro

Permanente Mestrado

Page 131: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Nome Seção Cargo Situação Titulação

13 Ingrid Heydrich

Zoologia de

Invertebrados

Bióloga Quadro

Permanente Mestrado

14 Iriam Mara Scarcelli Educação Ambiental e

Museologia

Atendente

(Exposição)

Quadro

Permanente

15 Jan Karel Felix Mahler Júnior Conservação e Manejo Biólogo Quadro

Permanente Doutorado

16 Janine Oliveira Arruda Araújo Zoologia de

Invertebrados Bióloga

Quadro

Permanente Doutorado

17 Jorge Ferigolo Paleontologia Paleontólogo Quadro

Permanente Doutorado

18 Josy Zarur de Matos Conservação e Manejo Bióloga Quadro

Permanente Doutorado

19 Juliano Oliveira Nunes

Botânica de

Criptógamas/Botânica

de Fanerógamas

Auxiliar de

Biologia

Quadro

Permanente

20 Laura Maria Gomes Tavares Educação Ambiental e

Museologia

Tec. Educação

Ambiental

Quadro

Permanente

21 Lúcia Silva da Rocha Gabinete Direção

Executiva

Auxiliar

Administrativo

Quadro

Permanente

22 Luciano de Azevedo Moura Zoologia de

Invertebrados Biólogo

Quadro

Permanente Doutorado

23 Luiza Chomenko Conservação e Manejo Bióloga Adido Doutorado

24 Manoel Luiz Nunes Botânica de

Criptógamas Químico

Quadro

Permanente Graduação

25 Márcia Maria de Assis Jardim

Zoologia de

Vertebrados

Bióloga Quadro

Permanente Doutorado

26 Marcia Severo Spadoni

Educação Ambiental e

Museologia

Téc.em

Educação

Ambiental

Quadro

Permanente

27 Marco Aurélio Azevedo

Zoologia de

Vertebrados

Biólogo Quadro

Permanente Doutorado

28 Maria Lúcia Machado Alves (*)

Zoologia de

Vertebrados

Bióloga Quadro

Permanente Mestrado

Page 132: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Nome Seção Cargo Situação Titulação

29 Mariana Silveira Jacques Diretora

Executiva CC

30 Mariano Cordeiro Pairet Júnior Zoologia de

Vertebrados

Téc. Agrícola

Quadro

Permanente

31 Martin Molz Botânica de

Fanerógamas Biólogo

Quadro

Permanente Doutorado

32 Nilson Batista Bittencourt Botânica de

Criptógamas

Téc.Nível Médio

Operacional

Quadro

Permanente

33 Patrick Colombo Zoologia de

Vertebrados Biólogo

Quadro

Permanente Doutorado

34 Ricardo Aranha Ramos

Informação Ambiental

Téc.em Biologia Quadro

Permanente

35 Ricardo Ott Zoologia de

Invertebrados Biólogo

Quadro

Permanente Doutorado

36 Roberto Baptista de Oliveira Zoologia de

Vertebrados Biólogo

Quadro

Permanente Doutorado

37 Rógis Flores Ferreira Educação Ambiental e

Museologia

Téc.em

Educação

Ambiental

Quadro

Permanente

38 Ronaldo Gemerasca da Silva Educação Ambiental e

Museologia

Carpinteiro

Terceirizado

39 Rosana Moreno Senna Botânica de

Fanerógamas Bióloga

Quadro

Permanente Mestrado

40 Sandra Maria Alves da Silva Botânica de

Criptógamas Bióloga

Quadro

Permanente Doutorado

41 Suzana Maria de Azevedo

Martins

Botânica de

Fanerógamas Bióloga

Quadro

Permanente Doutorado

42 Tatiane Campos Trigo Zoologia de

Vertebrados

Bióloga Quadro

Permanente Doutorado

43 Tomaz Vital Aguzzoli

Zoologia de

Invertebrados

Téc. Agrícola Quadro

Permanente

44 Vera Regina Werner Botânica de

Criptógamas Bióloga

Quadro

Permanente Doutorado

Page 133: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Nome Seção Cargo Situação Titulação

45 Vinicius de Araújo Bertaco Zoologia de

Vertebrados Biólogo

Quadro

Permanente Doutorado

46 Voltayre Vencato Cesar Educação Ambiental e

Museologia

Atendente

(Exposição)

Quadro

Permanente

(*) Museóloga

A esse quadro de pessoal agregam-se estagiários contratados pela Fundação de

Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) e há ainda a participação de

acadêmicos que realizam estágios curriculares, de bolsistas de Iniciação Científica do

CNPq e FAPERGS e de alunos de Pós-Graduação de diversas Universidades que são

orientados ou co-orientados por pesquisadores do Museu.

A Seção responsável pelo quadro de funcionários da FZB e estagiários da FDRH

é a de Recursos Humanos, que está ligada à Divisão Administrativa da FZB.

Os programas de concessão de bolsas de Iniciação Científica - FAPERGS e

CNPq - são coordenados, respectivamente, pela bióloga e pesquisadora Aline Barcellos

Prates dos Santos e pela bióloga e pesquisadora Ana Maria Ribeiro.

Para desenvolvimento especificamente do trabalho de prestação de serviços para

a BRASKEM há a atuação de biólogos e acadêmicos de Biologia contratados via

parceria com a BIOTA-GEOM, empresa privada de prestação de serviços e consultoria

na área ambiental.

Há um déficit de pessoal em diversas áreas do Museu, incluindo os setores

administrativos e operacionais. Além dos biólogos especialistas nos diversos ramos das

ciências naturais, o MCN necessita de pessoal especializado para desenvolvimento de

suas atividades, como por exemplo taxidermista, desenhista, artesão, técnicos para

preparação de peças para inclusão nas coleções e manutenção das mesmas, auxílio em

atividades de campo. Em várias áreas esse pessoal está em falta, como por exemplo na

área de Desenho Científico e na Taxidermia, em virtude da aposentadoria dos

funcionários.

Page 134: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Um fato a ser destacado é a falta de museólogo no MCN. O Museu tem dois

museólogos, da categoria denominada anteriormente de “provisionados”, que ocupam o

cargo de Biólogo e desenvolvem atividades de pesquisa e curadoria de coleções.

Apenas um desses museólogos participa mais efetivamente em atividades museológicas

e/ou museográficas, acumulando-as com as atividades de pesquisa e curadoria. É

indispensável a existência de museólogo (sendo desejável pelo menos dois) ocupando

esse cargo no quadro permanente da instituição, que dedique-se exclusivamente às

atividades museológicas e museográficas. Também é necessário, em seu quadro de

colaboradores temporários, mais estagiários/bolsistas de Museologia, que muito

poderiam contribuir para o aprimoramento das atividades cotidianas do museu.

Após 10 anos sem contratação de pessoal para o quadro efetivo, foi aberto

concurso público para a Fundação Zoobotânica do RS contemplando 68 vagas de

contratação imediata e outras de formação de cadastro de reserva, com provas

realizadas em março/2014, sendo aberta vaga para contratação de um museólogo.

Page 135: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

9.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos

Pontos Fortes Pontos Fracos

Apoio e gestão financeira da FZB; Verba destinada ao Museu é diluída dentro da FZB

para atendimento da Administração Central, Parque

Zoológico e Jardim Botânico;

Apoiadores e patrocinadores externos graças

aos bons projetos dos pesquisadores que

viabilizam bolsas e pesquisas;

Falta de profissionais em várias áreas do Museu, em

especial na área de Museologia e na área de Captação

de Recursos para projetos de Fomento e

Financiamento;

Concurso público aberto para 68 vagas na FZB,

incluindo a de museólogo;

Ausência da “lojinha do Museu” administrada pela

Associação de Amigos, que reverta essa verba

somente ao Museu;

Quadro de pessoal motivado e qualificado.

Page 136: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

PROGRAMAS

O Museu de Ciências Naturais mantém programas que são básicos à sua

tipologia, a saber: o de Acervos, o de Pesquisas, o de Exposições e o Educativo-

Cultural. Esses programas devem ser mantidos bem como melhorados no que couber e

ampliados, visando qualificar melhor o MCN/FZB dentro das modernas práticas na

área.

PROGRAMA DE ACERVOS

Atualmente os Programas de Acervo das diversas Seções e Setores do MCN,

devido ao número reduzido de profissionais, apenas atendem às demandas rotineiras da

curadoria. O incremento dos acervos não é planejado e dá-se a partir da demanda de

projetos institucionais e individuais, doação de material por particulares, depósito de

exemplares por empresas de consultoria ou oriundo de trabalhos acadêmicos e

prestação de serviços.

1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Acervos

1.1. Inventário da Flora e Fauna atual e fóssil do RS: visando sistematizar e

padronizar o incremento dos acervos através de inventários da flora e fauna

continentais, atual e fóssil, em todo o território do Rio Grande do Sul. Estes

inventários sistematizados poderão gerar informações sobre quais são as

espécies, qual a sua abundância e como se distribuem a flora e fauna nativas,

endêmicas, ameaçadas e exóticas, permitindo a melhoria na gestão ambiental do

Estado.

1.2. Banco de Tecidos: em alguns grupos, como por ex. os moluscos, a sistemática e

taxonomia é complexa, sendo importante a implementação de um Banco de

Tecidos, para futuras pesquisas que envolvam análise molecular. O Banco de

Tecidos também permite a obtenção de sequências de “DNA Barcodes” que

poderão facilitar a identificação dos exemplares, principalmente, em projetos

que incluam coleta de grande número de exemplares, indivíduos jovens ou

fragmentados (trabalhos que envolvam ecologia/inventários, monitoramento da

fauna nativa e exótica, por exemplo).

Page 137: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

1.3. Banco de Imagens: em algumas coleções os exemplares preservados em álcool,

além de modificarem-se morfologicamente (contração do tecido muscular nos

moluscos), também podem perder a pigmentação original. Desta forma, é

importante a implantação de um Banco de Imagens de exemplares vivos, assim

como do ambiente onde ocorrem.

1.4. Adequação das Salas de Coleções e Acondicionamento do Acervo: a

climatização das salas de coleções (em líquido e em seco) e o acondicionamento

das peças em recipientes e armários adequados são fundamentais para evitar a

degradação do acervo e a manutenção constante, como por exemplo, a reposição

de álcool e limpeza de frascos. Salienta-se que nas coleções de conchas de

moluscos armazenadas em armários de madeira, constata-se a ocorrência da

"doença de Byne", que acarreta a perda dessas peças. Para evitar a ocorrência

dessa doença, recentemente os armários de madeira utilizados no MCN para

armazenamento da coleção de conchas de moluscos foram trocados por outros

de metal. Além disso, deve-se prever um sistema de segurança, como por

exemplo, prevenção de incêndios, para as salas do acervo.

1.5. Informatização e Gestão do Acervo: até o momento, o acervo de todas as

coleções ainda não está integralmente informatizado. Deve-se prever, além da

informatização do acervo, em programas específicos ou em planilhas Excel,

também a construção de um Banco de Dados, incluindo georreferências, e um

Sistema de Gestão das Coleções. Isto permitirá agilidade nas atividades de

curadoria, produção de informação baseada em grande quantidade de dados,

compartilhamento através de portais da internet, assim como, possibilidade de

utilização da informação de maneira rápida, que é importante para a gestão

ambiental do Estado.

2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas de Acervos atuais e

implementar futuros

2.1. Pessoal: para desenvolver o programa atual é necessário pessoal qualificado, tanto

biólogos especialistas nas diversas áreas, quanto técnicos para atuar

especificamente nas diversas coleções, sendo desejável que cada coleção tenha

um técnico que dedique-se integralmente à mesma. Para os projetos futuros,

seria necessário profissionais com o cargo específico de Curador, que ficassem

integralmente responsáveis pelas coleções. Também é necessário pessoal na área

Page 138: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

de informática, que seja responsável pela atualização dos bancos de dados e

implementação de um sistema de gestão de coleções.

2.2. Infraestrutura: necessidade de salas climatizadas, recipientes e armários

adequados e estrutura para implementação de Banco de Tecidos, que necessita

de sala climatizada com freezer.

2.3. Institucional: construção de política institucional de disponibilização e acesso

público aos dados e atualização do regulamento de atividades de curadoria.

Também é necessária a construção de uma política institucional de inventários

científicos, com previsão de recursos para expedições de campo periódicas.

PROGRAMA DE PESQUISAS

Atualmente as pesquisas nas diversas seções e setores envolvem a flora e fauna

atual e fóssil continental do RS, terrestres e de água doce, englobando principalmente as

linhas de taxonomia, ecologia, biologia, biomonitoramento de qualidade do ar e da

água e gestão ambiental.

1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Pesquisas

1.1. Pesquisa em Sistemática, Taxonomia e Biogeografia: além dos estudos em

taxonomia e sistemática dos diversos grupos continentais, em alguns setores,

como o de malacologia, pretende-se incluir estudos envolvendo biogeografia e

cladística, inclusive com estudos moleculares.

1.2. Pesquisa em Biologia e Ecologia: visando incrementar as pesquisas em Biologia

e Ecologia dos diversos grupos continentais já desenvolvidas nos diversos setores,

utilizando ferramentas como modelagem de nicho, biologia molecular, entre

outras. Desta forma, pode-se, por exemplo, antecipar o impacto de uma espécie

exótica no ambiente ou sobre determinada espécie nativa, descobrir a rota de

migração de uma espécie invasora, entre outros usos. Dados de biologia das

espécies, principalmente invertebrados, são insuficientes e muito importantes para

tomada de decisões quanto à conservação das espécies. Estas ferramentas

permitem a tomada de decisão com maior antecedência.

Page 139: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas de Pesquisa atuais e

implementar futuros

2.1. Pessoal: para desenvolver as pesquisas atuais e futuras é necessário pessoal

qualificado, especializado nas diversas áreas, incluindo pessoal de nível superior bem

como técnicos que possam dedicar-se especificamente a essas áreas. Para a biologia

molecular seria importante profissional com experiência nesta área ou convênio com

laboratórios de biologia molecular. Também é importante a integração com cursos de

pós-graduação para orientação de alunos.

2.2. Infraestrutura: necessidade de laboratórios com equipamentos adequados para o

desenvolvimento das pesquisas, como equipamentos ópticos e estrutura para

implementação de Banco de Tecidos (sala climatizada com freezer) e extração de DNA.

2.3. Institucional: a pesquisa científica deve ser a prioridade no planejamento

institucional. É fundamental a manutenção de um quadro de funcionários adequado para

realização dessas atividades. A capacitação dos pesquisadores através de cursos,

estágios e visitas técnicas bem como a manutenção de convênios com instituições

nacionais e internacionais também é fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.

PROGRAMA EDUCATIVO-CULTURAL

O MCN possui um programa específico relacionado à educação, coordenado pela

Seção de Educação Ambiental e Museologia (MUSEAMB), no qual são desenvolvidas

atividades diversas como: Oficinas de Flora e Fauna Atual e Fóssil do RS, kits

paleontológicos, Ciência na Praça, Ciência na Escola e Educação Ambiental na Escola.

Os integrantes das demais seções e setores da Instituição participam dessas atividades

levando ao público e aos escolares a apresentação de peças do acervo e

disponibilizando informações sobre a flora e fauna atual e fóssil e sobre as linhas de

trabalho desenvolvidas no Museu, incluindo, além da pesquisa em sistemática, biologia

e ecologia, as áreas de geoprocessamento, gestão ambiental e conservação e manejo.

1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa Educativo-Cultural

1.1. Elaboração de Guias e Catálogos: alguns setores pretendem elaborar guias

impressos e/ou na web para identificação da flora e fauna continental destinados para

escolas (por exemplo, guia de identificação de moluscos dos jardins), para o público em

Page 140: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

geral (por ex., moluscos do litoral), produtores (pragas em culturas), pesquisadores

(identificação taxonômica específica), gestores na área da saúde (vetores de zoonoses) e

meio ambiente (espécies exóticas e invasoras). Também é uma ambição a elaboração de

catálogos da flora e fauna continental do RS, como por exemplo, catálogo dos moluscos

continentais do RS.

1.2. Elaboração de Kits e Oficinas: elaboração de kits educativos para empréstimo

para instituições de ensino, versando sobre temas diversos e ampliação dos assuntos

ministrados nas atuais oficinais sobre flora e fauna do RS.

2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas Educativo-Culturais

atuais e implementar futuros

2.1. Pessoal: para desenvolver o programa atual é necessário pessoal qualificado, tanto

de nível superior como médio (técnicos). É desejável que o MCN conte em seu quadro

com um profissional da área da Pedagogia, o que não está previsto no atual Plano de

Empregos, Funções e Salários (PEFS) da FZB.

2.2.Institucional: a instituição deve incluir no seu planejamento recursos para produção

de material para educação ambiental.

PROGRAMA DE EXPOSIÇÕES

O MCN mantém Salas de Exposição de longa, média e curta duração bem

como um Serpentário no qual são apresentadas serpentes vivas, com a presença de

pessoal para atendimento ao público durante o horário de abertura, de 3ªs feiras a

domingos, das 9h15min às 17h nas Salas de Exposições e das 10h às 12h e das 14h às

16h no Serpentário.

1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Exposições

1.1. Ampliação do espaço: o espaço físico destinado à Sala de Exposições de longa

duração é pequeno, levando em consideração a amplitude de materiais potencialmente

capazes de serem expostos em função do acervo riquíssimo que o museu possui.

Page 141: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

1.2. Realização de estudo de público: para identificar o público alvo do museu, avaliar

a situação atual e conhecer o que o público espera encontrar nas exposições.

1.3. Criação de uma nova expografia: atualização dos textos expositivos, com versão

em braile e inglês, e novo projeto de iluminação expositiva que potencialize os

dioramas, mas que também se preocupe com a conservação e utilização de espécimes

naturais. O novo projeto expositivo deve levar em consideração a circulação de pessoas

com deficiência. Deve buscar também aguçar a curiosidade infantil, através das

diversas formas de acesso e percepção. O espaço expositivo precisa ser mais lúdico,

com aplicação de cores, pouca informação textual e o uso de tecnologias audiovisuais e

informacionais que motivem as gerações atuais.

1.4. Melhoria da infraestrutura das salas de exposições: com revisão e readequação

da rede elétrica, instalação de desumidificadores e aparelhos de ar-condicionado.

1.5. Implantação de recursos para acessibilidade: instalação de elevador ou rampa

para acesso de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida à Sala de Exposições,

disponibilidade de audioguia, monitores treinados em Libras, recursos táteis, textos em

Braille e textos ampliados, audiodescrição, “close caption”.

1.6. Treinamento e capacitação dos monitores: em línguas estrangeiras (no mínimo

inglês), em Libras, em atendimento a pessoas com deficiência e no uso dos recursos de

acessibilidade em ambientes culturais.

2. Necessidades para desenvolver plenamente o Programa de Exposições

2.1. Pessoal: é imprescindível incluir profissional museólogo no quadro de funcionários

do MCN que dedique-se integralmente às atividades expositivas. Também é necessária

a participação de artesão para elaboração de peças táteis, bem como de desenhista e de

profissionais para manutenção, como eletricista, marceneiro, entre outros.

2.2. Infraestrutura: necessidade de readequação da rede elétrica, implantação de

climatização em todas as salas de exposição, obras para condições de acessibilidade

2.3. Institucional: conscientização por parte dos gestores de que a exposição é o cartão

de visitas de um Museu, necessitando por isso de atenção constante para que os pontos

negativos não manchem a imagem do mesmo junto ao público visitante.

Page 142: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

A seguir são destacados os diversos programas que compõem o Plano

Museológico visando indicar as necessidades para o futuro do Museu de Ciências

Naturais/FZB, objetivando o alcance de condições ideais de trabalho. Alguns programas

estão intimamente ligados e por isso, ou estão unidos, como o caso dos Programas

Institucional e de Gestão de Pessoas e do Programa de Pesquisa e Comunicação, ou

estão diluídos dentro dos vários outros Programas, como é o caso da Acessibilidade.

Indicar-se-á a manutenção de algumas ações, programas e projetos existentes no Museu

(os que no Diagnóstico Global foram identificados como pontos fortes) e se

recomendará novas ações e atitudes, visando o desenvolvimento da instituição.

1. Programa Institucional e de Gestão de Pessoas

A implantação do Plano Museológico deverá permitir a criação e execução de

projetos a médio e longo prazo. Ele também proporcionará uma melhor apropriação,

por parte das novas gestões e cargos comissionados, das práticas e do funcionamento do

MCN/FZB, para que as mudanças de gestões não afetem a funcionalidade e o

desenvolvimento das atividades do Museu. Ações como o apoio dos diversos setores da

Administração Central/FZB e a parceria institucional vinda de bons projetos que

viabilizam bolsas de pesquisas pela FAPERGS e CNPq bem como a manutenção da

prestação de serviços à BRASKEM devem ser aprimoradas e mantidas.

Assim, para que o Plano Museológico possa servir de instrumento de gestão

ao MCN deverá ser implantada uma comissão de trabalho interno e interdisciplinar para

constante avaliação das práticas e andamento da execução do mesmo. Esta comissão

deverá ser formada por funcionários efetivos do Museu, sendo responsabilidade da

Direção Executiva em exercício a garantia de execução dos projetos e propostas do

Plano Museológico.

Seguem outras ações que visam aprimorar e desenvolver a gestão política,

técnica e administrativa do MCN/FZB, assim como ações destinadas à valorização,

capacitação e bem estar dos trabalhadores do Museu:

Page 143: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Reformulação da missão e criação dos objetivos do Museu: através de

reuniões entre as diversas seções e setores do Museu, será possível a realização

de um exercício de auto-avaliação das suas respectivas funções, a fim de se

formular objetivos específicos para o MCN.

Revisão e atualização do Regimento Interno da FZB: cada Divisão, Seção e

Setor, deverá indicar mudanças no documento, que deverá ser revisto e

atualizado.

Atualização do Organograma, contemplando as Coleções (com indicação dos

seus respectivos curadores), os Gabinetes e os Laboratórios.

A Associação Pró-Desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais da

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (APDM) atualmente não

exerce suas atividades, havendo a necessidade de uma estratégia de

aproximação do Museu com sua Associação. Fica a cargo da equipe do Museu,

pesquisar e promover as condições para o funcionamento da Associação de

Amigos, conforme Portaria Normativa, n. 1 de 12 de janeiro de 2007:

"Objetivo da Associação - destinada a promover o aprimoramento e o

desenvolvimento das atividades do Museu, viabilizando a captação de recursos

financeiros e humanos (terceirizado ou voluntariado)."

Fortalecimento da Identidade Institucional do MCN, a fim de que não seja

conhecido como o "Museu do Jardim Botânico" e sim como o Museu de

Ciências Naturais do Rio Grande do Sul.

Contratação de quadro funcional mínimo: essa questão já está em fase de

implantação, com a contratação do pessoal aprovado no concurso público

realizado em março/2014. No entanto ainda há deficiências em diversas áreas.

2. Programa de Acervos

Este programa visa organizar o gerenciamento dos diferentes tipos de acervos da

instituição. Está subdividido em: aquisição, documentação e conservação.

Page 144: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

2.1. Aquisição

No geral os processos de aquisição de cada curador, seja em trabalhos de campo,

pesquisa ou intercâmbio institucional são bem estruturados e esta organização deve ser

mantida, como vem sendo feita, por coleção e curador.

Cabe ressaltar a importância da criação de uma Política de Aquisição e

Descarte, que estará vinculada à Política de Gestão de Acervos, a ser desenvolvida

pelos curadores das coleções com a participação do museólogo.

2.2. Documentação

Em função da necessidade expressa pelas equipes de curadores e pesquisadores,

a informatização atual, utilizando-se de planilhas do Excel, não é suficiente para que o

catálogo das peças possa ser disponibilizado on-line. Portanto, é necessário:

O desenvolvimento, junto à empresa especializada em informatização, de

um programa específico de documentação, para que sejam modernizadas e

supridas as necessidades práticas de catalogação e sistematização das coleções.

O desenvolvimento de um programa de catalogação deve ser acompanhado

pelos curadores a fim de contemplar adequadamente, não só os campos de

informações necessários e específicos à tipologia do acervo, mas também, para

o competente cruzamento e busca de informações.

2.3. Conservação

As práticas de conservação realizadas pelas equipes de biólogos e técnicos são

consolidadas e embasadas em referências na área da biologia, que é responsável pela

Page 145: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

organização e salvaguarda de coleções biológicas. Cada tipo de peça exige certas

condições de acondicionamento para sua conservação e é a figura do curador, o

responsável por essa manutenção. O estabelecimento de parâmetros para temperatura,

umidade, iluminação e controle de poluentes de cada coleção deve estar documentado

na Política de Gestão do Acervos.

Quanto às condições do macro (entorno) e médio ambiente (edificação, salas e

materiais de armazenamento) merecem serem revistas, pois possuem inadequações no

que tange ao seu tamanho, sua climatização, sua iluminação e sua segurança. Portanto,

indica-se a realização de um Plano de Gerenciamento de Riscos. A metodologia de

gerenciamento de riscos, ainda nova no Brasil, utiliza ferramentas do gerenciamento

ambiental e estudos sobre desastres para identificar fatores de riscos em acervos,

indicando procedimentos para enfrentar esses riscos e protocolos de ações em caso de

acidentes. Recomenda-se a participação no Grupo de Estudos do Projeto Conservação

de Acervos: gerenciamento ambiental e estudos sobre desastres da Universidade Federal

do Rio Grande Do Sul14

.

3. Programa de Exposição

O ambiente expositivo do Museu de Ciências Naturais/FZB está subdividido

em exposição de longa, média e curta duração. O espaço físico destinado à sala de

exposições permanentes é pequeno, levando em consideração a amplitude de materiais

potencialmente capazes de serem expostos, em função do acervo riquíssimo que o

museu possui. Algumas mudanças são necessárias a fim de torná-lo um espaço mais

atrativo, acessível e informativo. Seguem propostas:

14 Para saber mais acesse: http://conservacaoufrgs.wordpress.com/tag/grupo-de-estudos/

Page 146: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Realização de um estudo de público a fim de identificar o público

alvo do museu e avaliar a situação atual.

Criação de uma nova expografia, com atualização dos textos

expositivos (com versão em braile e inglês) e novo projeto de iluminação

expositiva que potencialize os dioramas, mas que também se preocupe com a

conservação e utilização de espécimes naturais. Esse novo projeto expositivo

deve levar em consideração a circulação de pessoas com deficiência

(Conforme NBR 9050:2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços

e equipamentos urbanos e NBR 15599:2008 - Acessibilidade em comunicação

na prestação de serviços), nos parâmetros do Desenho Universal. Deve buscar

também aguçar a curiosidade infantil, através das diversas formas de acesso e

percepção. O espaço expositivo precisa ser mais lúdico, com aplicação de

cores, pouca informação textual e o uso de tecnologias audiovisuais e

informacionais que motivem as gerações atuais.

As salas expositivas carecem de um novo layout, mais atrativo para o

público predominante de visitantes, que são os alunos das séries iniciais do

Ensino Fundamental.

Manutenção da infraestrutura das salas expositivas com a

revisão/readequação da rede elétrica, instalação de desumidificadores e ar

condicionado para conforto humano e controle de climatização.

Implantação de recursos para acessibilidade em ambientes

culturais, tais como: audioguia, Libras, recursos táteis (maquetes táteis,

taxidermia, cerâmica e artefatos arqueológicos), Braille, texto ampliado,

audiodescrição, "close caption".

Treinamento e capacitação dos monitores em inglês, em Libras, em

atendimento a pessoas com deficiência e no uso dos recursos de acessibilidade

em ambientes culturais.

Page 147: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

4. Programa Educativo-Cultural

Visto o bom andamento e aceitação, por parte da comunidade, das atividades

educativas do Museu de Ciências Naturais/FZB efetivadas pela Seção de Educação

Ambiental e Museologia (MUSEAMB), torna-se necessário mantê-las, atendendo suas

demandas de manutenção e revitalização. Porém, também são necessárias outras ações

para que o desenvolvimento dessas atividades atenda públicos diversos com maior

excelência:

Número maior de funcionários e/ou estagiários e/ou bolsistas para

atendimento (monitores) das escolas que marcam visitas guiadas.

Treinamento da equipe para atendimento a pessoas com deficiência e

estrangeiros, como já citado no Programa de Exposições;

Estabelecimento de parcerias com instituições diversas e universidades que

possuam cursos de extensão e/ou capacitação em recursos de acessibilidade para

ambientes culturais.

Criação de projeto de elaboração de objetos táteis e animais

taxidermizados, com base nos itens do acervo, para serem manuseados, como

já citado no Programa de Exposições.

5. Programa de Pesquisa e Comunicação

As atividades de pesquisa, que contemplam a disseminação de informações,

onde se destacam as linhas de pesquisa e demais projetos do Museu de Ciências

Naturais/FZB, são o ponto forte da instituição. Indica-se, portanto, a manutenção das

parcerias institucionais existentes, da realização de palestras e jornadas de iniciação

científica, das publicações da revista Iheringia, séries Zoologia e Botânica, assim como

do site.

Page 148: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Para melhorias, indica-se:

Criação de novos flyers e folders com informações atualizadas sobre os

serviços e horários do Museu, indicando todas as alternativas de contato, com

versão em inglês, braile e fonte ampliada (para pessoas com baixa visão).

Atualização das informações do MCN no site, contemplando sua missão,

objetivos, organograma e catálogo das peças e pesquisadores.

Site com informações em inglês e espanhol.

Criação de uma página do MCN na rede social Facebook, visando um

contato mais aproximado com o público.

Criação de ações dentro do MCN que visem o aprimoramento dos estudos

sobre a área da Museologia, com ênfase nos Museus de Ciências Naturais.

Page 149: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

6. Programa Arquitetônico

Devido ao já citado reconhecimento, por parte da própria instituição, de que é

preciso estabelecer identidade própria e consequente autonomia do Museu de Ciências

Naturais/FZB perante a sociedade e ainda a existência de um pequeno espaço destinado

às exposições, se fazem necessárias algumas ações dentro do Programa Arquitetônico.

Essas também visam à adequação dos espaços e instalações para a guarda de acervo,

para o trabalho dos funcionários e ainda para o conforto humano. Assim, indica-se:

Realização de estudos estruturais, arquitetônicos e logísticos, por equipe

especializada, a fim de estabelecer a viabilidade de construção de novos espaços

dentro da estrutura existente, visto existirem amplas áreas ociosas. Dessa

maneira, poder-se-á alojar, racional e contiguamente, os laboratórios e gabinetes

do MCN e a Biblioteca. Também devem ser reorganizadas as áreas

administrativas da FZB, setorizando a administração da FZB e a do MCN. Com

a disponibilização das salas após a conclusão dessa reorganização, se

determinaria espaço próprio para o acondicionamento do arquivo morto da FZB.

Realização, junto à equipe especializada, de avaliação de acessibilidade dos

espaços da FZB, visando identificar situações a serem corrigidas conforme

NBR 9050:2004 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

equipamentos urbanos).

Ampliação da sala de exposições, o que deve ser contemplado no mesmo

projeto arquitetônico de reorganização dos espaços, como acima citado.

Realização de vistoria nas instalações, a fim de melhorar a rede elétrica e

hidráulica, pois a falta de luz e água nos períodos de grande calor, no verão,

torna penoso o trabalho dos funcionários, chegando às vezes a impossibilitá-lo.

Elaboração de projeto de captação de recursos materiais e serviços para

compra de novos computadores e notebooks; instalação de equipamentos para

controle de temperatura, umidade e iluminação, visando melhorar as condições

ambientais e de circulação de ar.

Page 150: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Sinalização e procedimentos de emergência com versão em inglês e em braile,

conforme NBR 9077:2001 (Saídas de Emergência em edifícios-Procedimento).

7. Programa de Segurança

Existem vários níveis de segurança que precisam ser refletidos dentro das

instituições museológicas. Sinistros tais como curtos-circuitos em equipamentos ou

fiação, vazamentos de água ou esgotos, incêndios causados pelo mau uso dos líquidos

inflamáveis,por exemplo, são possíveis de ocorrerem.

No caso do Museu de Ciências Naturais o risco do agente fogo é o mais

preocupante dentro das dependências da FZB, devido a sua inadequação à NR 23, que

fornece orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e

proteção contra incêndios e o acondicionamento de materiais inflamáveis dentro das

instalações da Instituição. A NR 23 indica que devem existir equipamentos suficientes

para combater o fogo em seu início, as pessoas devem ser treinadas para o uso correto

desses equipamentos e as saídas devem ser em número suficiente e dispostas de modo

que se possa abandonar o local rapidamente e em segurança em caso de emergência.

Dentro das dependências da FZB estas recomendações são vagamente atendidas o que,

em face das condições de acondicionamento das coleções em material inflamável

(álcool de 70 a 85%) e o tipo de construção – um “labirinto” circular em três

pavimentos, onde quem não conhece o local não tem qualquer possibilidade de

encontrar a saída em caso de emergência – constitui situação de alto risco.

Em caso de emergência não há pessoal qualificado para auxiliar na evacuação

do prédio e também não há qualquer programa de segurança que estabeleça as

prioridades de salvamento do acervo em caso de incêndio Assim, recomenda-se as

seguintes ações visando à segurança dos funcionários e do acervo do MCN/FZB:

Page 151: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

Implantação de um Plano de Gerenciamento de Riscos15

. Tal metodologia

prevê a realização de um diagnóstico da instituição, identificando o histórico de

sinistros já ocorridos no local e demais riscos aos quais as coleções estão

expostas. Realização de monitoramento climático do ambiente e identificação

dos valores do acervo, para direcionar o seu salvamento em situação de

emergência. Objetiva-se assim o gerenciamento dos riscos existentes no Museu.

Deverá ser solicitada ao Corpo de Bombeiros, avaliação geral quanto à

quantidade, tipo e localização ideal dos extintores para a área e as condições

do Museu, bem como sinalização de saídas em caso de incêndio, práticas a

serem adotadas e demais adequações necessárias à segurança.

Também deverá ser solicitado ao Corpo de Bombeiros treinamento de

combate e prevenção de incêndios para todos os funcionários e colaboradores

da FZB, onde serão demonstradas técnicas de manejo de extintores, combate a

incêndios iniciais e evacuação do prédio.

Deverão ser definidas quais coleções ou equipamentos terão prioridade de

salvamento, qual funcionário será responsável por cada uma destas

coleções, para que local deverão ser levadas e quem deverá vigiá-las durante a

situação de transtorno (decisão esta prevista dentro do Programa de

Gerenciamento de Riscos).

O aumento de pelo menos dois vigilantes, sendo um no período diurno para

atender permanentemente as salas de exposições e outro no período noturno, a

fim de fazer a ronda interna nas dependências do prédio.

15 Plano já indicado no Programa de Acervos.

Page 152: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

8. Programa de Financiamento e Fomento

O Museu possui patrocinadores externos para o incremento e execução de seus

vários projetos, buscando fundos da FINEP, FAPERGS, CAPES e CNPq, além de

patrocínios junto a empresas privadas e tais ações devem ser mantidas. Mas devido ao

fato de o museu não ter verbas próprias suficientes, para suas necessidades materiais e

de pesquisa, sugere-se:

A captação de recursos fora do âmbito governamental, ou seja, na esfera

privada, através de parcerias científico-tecnológicas com empresas que tenham

sua atuação relacionada ao resgate de condições de excelência ambiental e que,

portanto, tenham interesse em usufruir dos conhecimentos produzidos nesta área

pelo Museu de Ciências Naturais e pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande

do Sul.

Criação de uma lojinha do museu, administrada pela Associação de

Amigos, para a venda de materiais que carreguem a logomarca do Museu.

Para a criação dessas estratégias de captação de recursos e ainda visando

elaborar projetos de captação de recursos nos vários programas, editais e incentivos

públicos e privados disponíveis16:

Indica-se a contratação permanente ou temporária de profissional

especializado na área de elaboração de projetos de captação de recursos.

Esse profissional pode ser um museólogo, que se dedique em tempo integral a

essa atividade.

16 A lista de Leis de Incentivo à Cultura, Editais e Programas consta no item 9.1.

(Recursos Financeiros), seção 9 ( Recursos Financeiros e Humanos), capítulo 2 (Diagnóstico Global)..

Page 153: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

PROJETOS

A fase 3 do Plano Museológico é dedicada à elaboração de Projetos para

melhoria do Museu. Nesse capítulo apenas indicar-se-ão os Projetos ideais para cada

Programa anteriormente citado.

1. Institucional e Gestão de Pessoas

a) Formação de comissão de trabalho interno e interdisciplinar para avaliação

das práticas e andamento do Plano Museológico.

b) Reavaliação da função e da missão da Associação de Amigos.

c) Contratação de mais estagiários nas áreas de Biologia e Museologia.

2. Acervo

a) Criação da Política de Gestão de Acervos, contemplando a política de

aquisição e descarte.

b) Desenvolvimento de programa específico para catalogação e sistematização

de informações biológicas.

3. Exposição

a) Realização de estudo de público.

Page 154: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

b) Ampliação da área de exposição que inclua aquisição e instalação de

desumidificadores e aparelhos de ar condicionado, para conforto humano e

controle de climatização.

c) Modernização museográfica da sala de exposição de longa duração, incluindo

subprojeto de nova iluminação expositiva;

d) Aquisição, implantação e manutenção de recursos para acessibilidade em

ambientes culturais, tais como: audioguias, recursos táteis (maquetes táteis,

taxidermia, cerâmica e artefatos arqueológicos), Braille, texto ampliado.

e) Aquisição e implantação de recursos de informática para uso nas salas

expositivas.

f) Formação em Libras para funcionários do museu.

g) Capacitação ou contratação de serviços de audiodescrição para exposições

voltadas ao público deficiente visual.

h) Capacitação ou contratação de serviços em inglês para exposições voltadas ao

público estrangeiro.

4. Pesquisa, Educação e Comunicação

a) Fortalecimento e valorização da identidade institucional do MCN, com a criação

de folders e flyers com versão em inglês.

b) Revitalização do MCN na internet: versão acessível e em língua estrangeira do

site e redes sociais.

c) Criação de grupo de estudos e pesquisa em Museologia, com ênfase na área dos

Museus de Ciências Naturais.

d) Manutenção e revitalização das atividades educativas do MUSEAMB.

Page 155: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

5. Arquitetônico

a) Construção de novos espaços dentro da estrutura existente e realocação dos

setores administrativos.

b) Acessibilidade com pavimentação, construção e adaptação da área expositiva

às necessidades de acesso de deficientes físicos, incluindo adaptação de

sanitários e sinalização adequada.

c) Instalação de assentos e adaptação de móveis e vitrines expositivas e outros

recursos para o acesso de crianças, cadeirantes e demais pessoas com

deficiência.

d) Captação de recursos, em empresas privadas ou editais, para compra de

materiais (novos computadores e equipamentos) e serviços.

6. Segurança

a) Implantação de Programa de Gerenciamento de Riscos.

b) Implantação de Plano de Emergência.

c) Aumento do efetivo de vigilantes terceirizados.

d) Implantação de rotina anual, junto ao Corpo de Bombeiros, para treinamento de

combate e prevenção de incêndios, bem como avaliação das condições da FZB e

do MCN quanto à adequação às normas e à legislação (NR 23).

Page 156: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

7. Financiamento e Fomento

a) Criação da “lojinha do Museu”.

b) Criação do cargo de captador de recursos, especializado na área de

elaboração de projetos de captação de recursos, que se dedique em tempo

integral a essa atividade.

Page 157: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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31.jan.2014.

Page 160: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

ANEXO 1 - Lei Estadual nº 2.728, de 5 de novembro de 1955

Page 161: Plano Museológico do Museu de Ciências Naturais da Fundação

ANEXO 2 - Lei Estadual nº 6.497 de 20 de dezembro de 1972

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ANEXO 3 – Determinação nº 146/86 – Regulamenta o Uso e a Curadoria das

Coleções Científicas do MCN

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ANEXO 4 - Termo de Empréstimo (Invoice) e Normas sobre o Uso e Empréstimos

das Coleções Botânicas e Zoológicas do Museu de Ciências Naturais – FZB

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ANEXO 5 – Plantas Arquitetônicas da FZB

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