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Ministério da Cultura Instituto Brasileiro de Museus Museu da Abolição PLANO MUSEOLÓGICO Março de 2012

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Ministério da Cultura

Instituto Brasileiro de Museus

Museu da Abolição

PLANO MUSEOLÓGICO

Março de 2012

Presidente da República Dilma Vana Roussef

Ministra da Cultura Ana Maria Buarque de Hollanda

Presidente do Instituto Brasileiro de Museus José do Nascimento Junior

Diretora do Museu da Abolição Maria Elisabete Arruda de Assis

Chefe de Serviço Simone Novaes Lins

Administração Telma Maia Pinheiro Patrick Pedrete Castelo Branco

Ação Educativa Fabiana de Lima Sales

Museologia Adolfo Samyn Nobre de Oliveira Daiane da Silva Carvalho

Estagiárias Vivianne Valença Ribeiro Raíssa Souza

[...] o nosso olhar pousa o seu foco sobre o movimento que foi, sem dúvida, o maior momento, incomparavelmente maior do que a luta buscada hoje por todos nós, descendentes de escravos, da saga negra no País, o Abolicionismo. Movimento literário, movimento político, movimento cívico, movimento estimulador da reflexão e conhecimento científico, propiciador da maior complexidade entre intelectuais de elite, classe média negro mestiça, massas escravas sublevadas, Exército Nacional, Igreja progressista e liberalismo internacional, jamais repetida com tal fervor, elegância e virulência de linguagem e poder revelador da verdadeira face da nacionalidade. O Abolicionismo de Nabuco, Rebouças, Gama, Castro Alves e Patrocínio repousa, no fundo, indiferente de nossa memória injusta, como um momento insuperável da luta de integração daquele que João Ubaldo Ribeiro chama de "o povo brasileiro". Ali, no Abolicionismo, metalurgizava-se, pela primeira e insuperada vez, o metal negro/mestiço brasileiro, convergência do melhor que o País já pode juntar de seu élan civilizante, o Abolicionismo será sempre um dos maiores momentos político-culturais deste País, que a necessidade de destruir a obra da escravidão, como queria Nabuco, seja o mote para a reterritorialização do espaço abolicionista em nosso tempo, para que a face negra do povo, da vida e da cultura da Nação seja plenamente revelada Gilberto Moreira Passos Gil, Ministro da Cultura (2003-2008), no discurso “A anti-comemoração da abolição”, promovido pela Fundação Pedroso Horta no Senado Federal, durante os trabalhos constituintes “o Encontro Brasil-África”.

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SUMÁRIO

Página

Apresentação 07

Introdução 08

Parte Um: Definição da instituição

1 - Histórico do Museu da Abolição 10 1.1 - O bairro da Madalena 10 1.2 - O Sobrado Grande da Madalena 10 1.3 - A criação do Museu da Abolição 10 1.4 - Desapropriação, tombamento e reforma do Sobrado Grande da Madalena como sede do Museu da Abolição

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1.5 - Definição do Museu da Abolição na estrutura do IPHAN 11 1.6 - Inauguração do Museu da Abolição 11 1.7 - Primeiro fechamento do Museu da Abolição 12 1.8 - Reabertura do Museu da Abolição 12 1.9 - Segundo fechamento do Museu da Abolição 12 1.10 - A criação da Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB) 13 1.11 - Transferência da gestão do MAB para a Administração Central do IPHAN 13 1.12 – Exposição “O Que a Abolição Não Aboliu” e construção do Macro-roteiro 13 1.13 - Criação do IBRAM – 2009 14 1.14 - Mudança da Superintendência do IPHAN-PE – 2010 14 1.15 - Exposição em Processo – 2010 15 1.16 - Chegada dos novos servidores 15

2 - Missão 15 3 - Objetivos 15

3.1 - Objetivo geral 15 3.2 - Objetivos específicos 15

4 - Diagnóstico 16 4.1 - Institucional 16

a) Dispositivos institucionais de organização e gestão 16 b) Organograma 16 c) Quadro funcional 17 d) Associação de Amigos 17 e) Participação em organizações nacionais e internacionais 17

4.2 - Espaço físico e instalações 18 a) Quadro de áreas 18 b) Espaços existentes 18

4.3 - Acessibilidade 19 4.4 - Acervos 20

a) Acervo museológico 20 b) Acervo Bibliográfico e Hemerográfico 21

4.5 - Exposições 22 a) Exposição de longa duração: “Exposição em Processo” 22 b) Exposição de curta duração 24 c) Itinerantes 24

4.6 - Segurança 25 a) Recursos humanos 25 b) Equipamentos e medidas de segurança 25 c) Condições da infra-estrutura do Museu 25

4.7 - Educativo 25

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a) Exibição de filmes - Videoteca 26 b) Apoio a ações educativas realizadas por outras instituições 26 c) Realização de debates/cursos/fóruns/palestras voltados para a discussão de temas ligados à cultura afro-brasileira

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4.8 - Públicos 27 4.9 - Atividades e Serviços 27

a) Laboratório de Experimentação Musical do Museu da Abolição - LEMMA 27 b) Mini-auditório/sala de vídeo (50 lugares). 28 c) Jardim 28 d) Biblioteca e Arquivo 28

4.10 - Gestão de Pessoas 29 4.11 - Pesquisa 29 4.12 - Comunicação 30

a) Telefonia 30 b) Internet e Rede 30 c) Site do Museu 30 d) Redes sociais 30 e) Comunicação externa/Publicidade 31 f) Sinalização 31 g) Comunicado Interno 31

4.13 - Recursos materiais 31 a) Administração 31 b) Auditório 31 c) Copa 32 d) LEMMA 32

4.14 - Manutenção dos espaços 32 5 - Pontos fortes e fracos 33 6 – Ameaças e oportunidades 34 Parte Dois: Programas 1 - Programa Institucional 36

1.1 - Consolidação do Regimento Interno do Museu da Abolição 36 2 - Programa de Gestão de Pessoas 36

2.1 - Estrutura Funcional 36 2.1.1 Organograma 36 2.1.2 Competências e Atribuições 37

a) Da Diretoria 37 b) Da Área Técnica 37 c) Da Comunicação 37 d) Da Área Administrativa 38 e) Do Conselho Consultivo 38

2.2 - Ampliação do Quadro Funcional 38 2.3 - Capacitação e Atualização 39 2.4 - Acompanhamento do Desempenho Individual 39 2.5 - Reuniões 39

3 - Programa de Acervos 39 3.1 - Aquisição e Descarte 39 3.2 – Documentação 40 3.3 - Conservação 40

4 - Programa de Exposições 41 4.1 - Exposições Temporárias e Itinerantes 41 4.2 - Exposição de Longa Duração 41

5 - Programa Educativo e Cultural 41 6 - Programa de Pesquisa 41 7 - Programa Arquitetônico e Urbanístico 42 8 - Programa de Segurança 43

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9 - Programa de Financiamento e Fomento 44 10 - Programa de Atividades e Serviços 45

10.1 - Laboratório de Experimentação Musical do Museu da Abolição - LEMMA 45 10.2 – Biblioteca / Arquivo 45 10.3 - Miniauditório / Sala de Vídeo (50 lugares) 45 10.4 - Jardim 46

11 - Programa de Comunicação 46 11.1.- Telefonia 46 11.2 - Internet e Rede 46

a) Internet 46 b) Rede 46

11.3 - Comunicação Interna 46 a) Comunicados 46 b) Sinalização 46

11.4 - Comunicação Externa / Publicidade 47

Parte Três: Anexos

Anexo 1 - Minuta do regimento interno do Museu da Abolição 49 Anexo 2 - Minuta da política de aquisição e descarte de acervo museológico 54 Anexo 3 - Plantas do diagnóstico / ocupação do MAB 58 Anexo 4 - Plantas de Readequação dos espaços do MAB 61 Anexo 5 - Colaboradores do GT/MAB 65 Anexo 6 - Colaboradores da Exposição em Processo 67

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APRESENTAÇÃO

Este Plano Museológico é resultado dos debates e reflexões da equipe

técnica do Museu da Abolição - MAB sobre a primeira versão do Plano Museológico, finalizado em Fevereiro de 2007, o qual foi produzido a partir do dossiê elaborado pelo Grupo de Trabalho GT/MAB. Este grupo de trabalho foi

criado com o Seminário “O Museu que Nós Queremos”, realizado em março de 2005, com a participação de representantes de diversas instituições culturais e religiosas, técnicos de museus, professores e cidadãos em geral. A presente atualização foi desenvolvida em atendimento aos Art. 44 e Art. 46, Parágrafo 3°, do Estatuto de Museus, instituído pela Lei 11.904, de 14 de janeiro de 2009, inserido na Política Nacional de Museus.

Maria Elisabete Arruda de Assis

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INTRODUÇÃO

Este documento é produto dos debates e reflexões da equipe que integra o Museu da Abolição (MAB), composta pelos técnicos já existentes e os que tomaram posse no primeiro concurso do IBRAM. Deste modo, atualiza a primeira versão do Plano Museológico do MAB, elaborado em Fevereiro de 2007, em atendimento à Portaria Normativa nº 1 de 05/07/06, que regulamentava a criação do Plano Museológico para as instituições ligadas ao Departamento de Museus e Centros Culturais/ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Ministério da Cultura (DEMU/IPHAN/MINC).

A primeira versão do Plano museológico do MAB foi elaborada com base nos documentos produzidos pelo GT/MAB (2005), que contou com intensa mobilização de comunidades do Estado de Pernambuco, em conjunto com técnicos e especialistas. O Museu foi repensado de modo a permitir a reflexão da problemática, dos anseios e dos sonhos da comunidade afro-descendente, além do sentido da preservação de sua memória por meio das múltiplas visões do processo histórico abolicionista. Naquele momento, com a participação e apoio da

comunidade local, foi estabelecida a perspectiva de o MAB tornar-se Centro de Referência

da Cultura Afro-brasileira. Esta perspectiva continua como o grande desafio do Museu da Abolição no atual Plano Museológico, assim como a consolidação de seu Regimento Interno. O processo de atualização do Plano Museológico ocorreu ao longo dos últimos meses de 2011 e início de 2012 em atendimento à Lei n° 11.904, de 14 de janeiro de 2009, Seção III, Art. 46, Parágrafo 3°, que instituiu o Estatuto de Museus e define: “O Plano Museológico deverá ser avaliado permanentemente e revisado pela instituição com periodicidade definida em seu regimento”. Neste processo, foi definida a atuação do Museu da Abolição, de modo a adequá-lo às mudanças ocorridas nos últimos anos, em função das ações do IBRAM e das transformações econômicas do Estado de Pernambuco. Este Plano está dividido em três partes: a primeira parte apresenta a definição da instituição e seu histórico; sua missão e objetivos; e os diagnósticos: Institucional, Espaço Físico e Instalações, Acessibilidade, Acervos, Exposições, Educativo, Segurança, Gestão de Pessoas, Exposições, Pesquisa, Financiamento e Fomento, Comunicação; Pontos Fortes, e Pontos Fracos, e Ameaças e Oportunidades. A segunda parte apresenta os programas: Institucional, Gestão de Pessoas, Acervos, Exposições, Educativo e Cultural, Pesquisa, Arquitetônico e Urbanístico, Segurança; Financiamento e Fomento; e Comunicação. A terceira parte é integrada pela minuta do regimento interno; minuta da política de aquisição e

descarte de acervo museológico; planta-baixa do diagnóstico e ocupação atual do MAB; e

planta-baixa com a readequação dos espaços do Museu. Considerando o processo e a conjuntura política que levaram à elaboração do presente documento, marcado pela seleção pública para diretor e da nova composição de seu quadro de servidores, surge a oportunidade de propor a readequação dos espaços do museu e de fortalecer a oferta de programas. Neste sentido, busca atender às expectativas da comunidade, que durante muitos anos participou ativamente na construção de um “novo museu”, demonstrando seus anseios de construir um espaço com o qual pudesse se identificar, por meio de suas propostas e perspectivas.

PARTE UM

DEFINIÇÃO DA INSTITUIÇÃO

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1 - Histórico do Museu da Abolição

1.1 O bairro da Madalena

As terras do bairro da Madalena pertenciam, originalmente, ao fidalgo Duarte Coelho Pereira, capitão donatário da capitania de Pernambuco, que as recebeu por meio da carta de Doação de D. João III. Duarte Coelho, por sua vez, doou estas terras para seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, e, após sua morte, seus filhos herdaram-na e foram vendendo suas propriedades. O bairro foi, no passado, uma das melhores zonas produtoras de açúcar. O trecho onde está localizado o atual bairro da Madalena foi vendido no séc. XVII a Pedro Afonso Duro, casado com Madalena Gonçalves, que fundou no local um engenho de açúcar. O engenho estava localizado à margem de uma das vias de acesso ao interior da capitania de Pernambuco, a estrada Real, cujo trecho chamava-se “Passagem da Madalena”, referindo-se ao nome da proprietária deste engenho. A formação do bairro da Madalena está ligada à construção do engenho, que servia de referência, na época, por sua imponente presença. Ganhou nome e importância com o passar dos anos, surgindo, desta forma, residências em seu entorno, constituindo definitivamente o Bairro da Madalena.

1.2 - O Sobrado Grande da Madalena

O engenho de açúcar estabelecido pelo fidalgo Pedro Afonso Duro, foi vendido sucessivamente a vários proprietários que o mantiveram funcionando como engenho. O seu casarão era considerado um dos mais importantes da região no séc. XVII, e era conhecido como Sobrado Grande da Madalena. Durante as invasões holandesas, foi transformado em estância fortificada para resistência aos invasores, sendo palco de lutas pela restauração pernambucana.

No século XIX, pertenceu ao Barão de Goiana, tio e sogro do Conselheiro do Império, Senador, Ministro e Chefe do Gabinete Imperial, João Alfredo Corrêa de Oliveira, que o recebeu como herança do falecido tio. Nessa época, passou a ser conhecido como o “Casarão de João Alfredo”. Assim como Joaquim Nabuco, João Alfredo foi um abolicionista que lutou pelo fim do sistema escravagista.

O casarão era construção de destaque no bairro da Madalena que se ia formando, com os novos sítios e casarões de famílias abastadas. Na segunda metade do século XIX sofreu uma grande restauração, adaptando-se ao estilo neoclássico da época: revestimento de azulejos, esquadrias com bandeiras, sacadas de ferro forjado e modificações arquitetônicas lhe deram a configuração atual, voltando a ser conhecido como Sobrado Grande da Madalena.

Durante o período da II Guerra Mundial foi ocupado por uma unidade do Exército Brasileiro. Após a segunda guerra, foi utilizado pela Cooperativa de Transportes João Alfredo e pela Companhia Pernambucana Autoviária Ltda, como garagem e oficina para conserto de ônibus. Por fim, abandonado e em péssimo estado de conservação, muitas famílias desabrigadas passaram a utilizar o imóvel como moradia.

1.3 - A criação do Museu da Abolição

Na década de 50 surge a proposta de criação do Museu da Abolição, elaborada pelo professor Martiniano Fernandes e encaminhada ao Senado Federal, através do Senador Joaquim Pires, como Projeto de Lei nº 39, de 14.05.1954, em honra aos abolicionistas João Alfredo e Joaquim Nabuco. Consta do texto do projeto que “se solicite à abertura de crédito necessário à aquisição do prédio onde residiu o Conselheiro João Alfredo, conhecido como

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Palacete da Madalena, para fazer adaptações e a instalação, nele, da Sede do Museu da

Abolição”.

Em 22 de dezembro de 1957, o Presidente Juscelino Kubitscheck criou o Museu da

Abolição com Sede na Cidade do Recife, por meio da Lei Federal nº 3357, em homenagem àqueles dois abolicionistas.

1.4 – Desapropriação, tombamento e reforma do Sobrado Grande da Madalena como

sede do Museu da Abolição

Em 1960, a Câmara Municipal do Recife aprovou Projeto de Lei nº 103, que estabeleceu como de utilidade pública a desapropriação do Sobrado Grande da Madalena, com a

finalidade de ser ali instalado o Museu da Abolição.

A desapropriação foi efetivada através do Decreto Municipal nº 4514 de 30/12/1961, sancionada pelo prefeito Miguel Arraes de Alencar, para a instalação do Museu, o qual passou a ser mantido pelo 1º Distrito da DPHAN - Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

As despesas para a desapropriação e restauração ficaram a cargo do Governo Federal. Para o cumprimento do estabelecido, a DPHAN, órgão responsabilizado pela manutenção e

restauração do Museu da Abolição, repassou à Prefeitura Municipal do Recife a quantia de Cr$ 6.000.000 (seis milhões de cruzeiros). Em 1964 ocorreu a emissão de posse do imóvel.

Em 28 de novembro de 1966, o Sobrado Grande da Madalena foi reconhecido e tombado pela DPHAN como Patrimônio Nacional, e inscrito no Livro Histórico de Tombo, volume um (1), folha 63, inscrição 389.

As obras de restauração do imóvel duraram vários anos, devido ao seu péssimo estado de conservação, à envergadura dos trabalhos e à dimensão do prédio. Foram iniciadas em 1968, estendendo-se até 1975, quando o 1º Distrito da DPHAN ali se instalou.

1.5 - Definição do Museu da Abolição na estrutura do IPHAN

O Regulamento Interno do IPHAN, que definiu a estrutura, a área de atuação e a competência dos Museus e Casas Históricas da Instituição, foi publicado no Diário Oficial da

União, por meio da norma 230, de 30/03/1976, artigos 2, 4 e 23. Nele a Sede do Museu

Abolição, em Recife – PE, foi simplesmente vinculada ao Grupo VII - Unidade Museológica. Quando ocorreu a reformulação do IPHAN e criou-se a Fundação Nacional Pró-Memória, em 1979, a classificação do MAB no Regulamento Interno permaneceu a mesma, sem nenhuma outra especificação.

Na extinção da Fundação Pró-Memória e constituição do IBPC – Instituto Brasileiro do

Patrimônio Cultural, os Museus não foram mencionados. Após este período, o Museu da

Abolição ficou vinculado à Regional do IPHAN, atual Superintendência do IPHAN em Pernambuco.

1.6 - Inauguração do Museu da Abolição

Em setembro de 1982, o então Secretário de Cultura do Ministério de Educação e Cultura, Marcos Vinícius Vilaça, instalou um Grupo de Trabalho, com a tarefa específica de

elaboração de um projeto, execução e implantação do Museu da Abolição, com inauguração determinada para 13/05/1983, sendo a Portaria correspondente publicada apenas em 12/04/1983. O Grupo de Trabalho foi integrado por Alair Barros, Olímpio Serra, Regina Timbó, Raul Lody e Roberto Motta.

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Devido ao curto tempo disponível, o Grupo elaborou duas propostas: uma de curto prazo, para efetivar a inauguração do Museu; e outra de longo prazo, para dar as condições de funcionamento e desenvolvimento de suas funções e atribuições, assim como a montagem das seções técnicas e administrativas necessárias.

Naquele momento, foram explicitados os objetivos, metas, regulamento, estrutura, organograma, quadro mínimo de pessoal (15 funcionários), equipamentos e necessidades para sua implantação e funcionamento, proposta esta que nunca chegou a ser viabilizada.

Realizaram-se consultas através de correspondências a várias personalidades e instituições ligadas à temática afro-brasileira, solicitando sugestões e subsídios para a definição do

Museu da Abolição. Cerca de 200 cartas foram enviadas, obtendo-se apenas pouco mais de 20 respostas. No relatório de avaliação, o Grupo de Trabalho concluiu que a forma de consulta utilizada não foi a mais proveitosa para a participação das referidas instituições e personalidades, indicando que a realização de um seminário traria maiores e melhores subsídios.

O Museu da Abolição foi oficialmente inaugurado em 13/05/1983, com a exposição “O

Processo Abolicionista Através dos Textos Oficiais”, de curta duração, com a maioria do acervo de outras instituições culturais, cedido por empréstimo ou em regime de

comodato. A exposição ocupou 12 salas do pavimento superior e o hall de entrada principal do prédio.

1.7 - Primeiro fechamento do Museu da Abolição

A exposição “O Processo Abolicionista Através dos Textos Oficiais” permaneceu montada até o ano de 1990. Naquele ano, o Museu foi fechado à visitação, em consequência da reforma administrativa imposta pelo governo de Fernando Collor. A rubrica orçamentária que constava do orçamento da Fundação Nacional Pró-Memória, denominada

“manutenção do Museu da Abolição”, foi extinta. Do mesmo modo, foi extinto o contrato com a prestadora de serviços que fornecia os monitores, a recepcionista e a auxiliar de limpeza, ficando o Museu sem condições de atendimento ao público.

1.8 - Reabertura do Museu da Abolição

Em setembro de 1996 o Museu da Abolição reabriu suas portas, com espaço físico consideravelmente reduzido, em virtude da ocupação do pavimento superior pela 5ª Superintendência Regional do IPHAN. O acervo existente na instituição, neste momento, também era mínimo em virtude da devolução de vários objetos às instituições de origem.

Neste período, o Museu passou a utilizar apenas o espaço do pavimento térreo,

constituído por uma sala de exposição permanente, denominada “Memorial”, duas salas de exposições temporárias para expressões da cultura afro-brasileira, históricas e contemporâneas, um mini-auditório e uma sala de administração. Do mesmo modo, seu reduzido quadro de pessoal era composto apenas por dois técnicos, funcionários do IPHAN, e um estagiário.

1.9 - Segundo fechamento do Museu da Abolição

A partir de janeiro de 2005, o MAB foi obrigado a suspender o atendimento ao público, por falta de condições de trabalho e de estrutura para atendimento e desenvolvimento de suas

ações.

Desta vez, a iniciativa partiu da própria administração do Museu, que conseguiu enxergar, na dificuldade apresentada, uma oportunidade para repensar o conceito da instituição. Criou-se, assim, o Seminário “O Museu que Nós Queremos” com o objetivo de mobilizar os

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diversos segmentos da sociedade, para discutir, conjuntamente, a missão, objetivos e o futuro do Museu da Abolição. Naquele momento iniciou-se o primeiro contato direto com a sociedade.

Durante a realização do Seminário, foram elaborados dois documentos que apresentaram sugestões e propostas, e reafirmaram a necessidade de ocupação física integral do Sobrado Grande da Madalena, e estabeleceu-se a criação de um Grupo de Trabalho, denominado GT/MAB. O grupo tinha por missão a apresentação de um dossiê estabelecendo a missão, os objetivos, e o processo necessário para a redefinição do novo Museu, com prazo de entrega para o mês de julho de 2005. Este grupo foi constituído por representantes de movimentos sociais, grupos religiosos, técnicos e acadêmicos, os quais se reuniam com a equipe do Museu, para refletir sobre o tema abolição e as expectativas da comunidade afro-descendente em relação ao Museu. Nos encontros do GT/MAB, buscou-se delinear o início de uma política museológica participativa, por meio das múltiplas visões dos envolvidos sobre o processo histórico abolicionista e suas conseqüências atuais.

O GT/MAB reuniu-se semanalmente, de março a julho de 2005, durante quatro meses, e

elaborou o dossiê sobre o Museu da Abolição. Este documento serviu de base para a

criação do primeiro Plano Museológico, o qual foi finalizado em 2007 com os seguintes itens: histórico do Museu, incluindo as legislações de criação, constituição e desapropriação do imóvel onde o Museu está localizado, situação organizacional dentro do IPHAN, diagnóstico e situação daquele momento, com a definição de missão, objetivos e metas, ações gerais e específicas e uma proposta de orçamento necessário para dar continuidade aos trabalhos e efetivar a reabertura do MAB. Todavia, as propostas de reestruturação física do Museu, colocadas nesta primeira versão do Plano Museológico não chegaram a se concretizar, uma vez que não houve recursos financeiros destinados para tal.

Além das reuniões do GT/MAB, foram efetuadas quatro pesquisas de opinião, junto à população, o que acrescentou subsídios aos trabalhos. Estas pesquisas também foram utilizadas para a elaboração do Plano Museológico, num processo participativo de criação entre técnicos, representantes de instituições culturais e religiosas, movimentos sociais e cidadãos em geral.

Em outubro de 2006, o Museu passou a contar com mais um técnico, que se integrou à sua equipe, por meio do concurso público do IPHAN realizado em 2005. Naquele momento, o quadro funcional passou a contar com: uma arquiteta, Evelina Grunberg; um museólogo, Adolfo Samyn Nobre de Oliveira; uma socióloga, Simone Novaes; e uma estagiária.

1.10 - A criação da Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB)

A Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB) foi fundada em 14 dezembro de 2006, por vários integrantes do GT/MAB e outros representantes de instituições políticas e religiosas, com a finalidade de apoiar as atividades e objetivos do Museu.

1.11 – Transferência da gestão do MAB para a Administração Central do IPHAN

Em 29 de janeiro de 2007, através da portaria № 42 de 26/01/07, a gestão administrativa,

financeira e patrimonial do Museu da Abolição foi transferida da 5ª Superintendência Regional para a Administração Central do IPHAN. O Departamento de Museus e Centros Culturais ficou responsável por sua operacionalização.

1.12 – Exposição “O Que a Abolição Não Aboliu” e construção do Macro-roteiro Em 12 de março de 2008, o museu reabriu com a Exposição Campanha “O que a Abolição não Aboliu” trazendo uma nova perspectiva do negro e da abolição. A exposição propunha, além do debate sobre o tema abolição, a participação do visitante, que podia “plantar” suas

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sugestões e ideias em um canteiro destinado a isto. As sugestões foram “colhidas” e compiladas pela equipe do museu, que as classificou em categorias como: infra-estrutura, acervo, atividades, temas, divulgação, criticas e elogios, entre outros.

Em continuidade às ações de abertura e com a proposta de participação, o museu mobilizou o público em um processo de organização do seu espaço expositivo, denominado “Projeto de Elaboração Participativa da Exposição de Longa Duração do MAB”. O objetivo deste projeto era reunir os diversos segmentos da sociedade em torno do plano de reabertura do MAB e apresentar à sociedade o museu como espaço para reflexão sobre a temática abolição, em uma perspectiva histórica das lutas sociais e da resistência do povo negro, estabelecendo canais de participação efetiva da sociedade na sua gestão.

O público alvo foi composto pelos movimentos sociais interessados nos temas: direitos humanos, igualdade racial, raça/etnia, grupos religiosos de matrizes africanas; desenvolvimento de práticas participativas na gestão de instituições públicas; profissionais de museus; educadores; grupos artísticos de matriz africana, e acadêmicos com interesse de estudo nas questões gênero/raça/etnia.

A participação estava aberta a qualquer pessoa interessada, bastando comparecer às reuniões. Ao final, foram realizadas dez reuniões, com metodologias que variaram entre rodas de diálogos, oficinas e palestras. A meta era reunir um número expressivo e diversificado de pessoas para desenvolver as diversas fases da construção do projeto: elaboração do projeto de exposição de longa duração; apresentação do projeto consolidado aos participantes; debater a função social do museu e o papel dos museus na atualidade (museus, memória e poder); levantamento de temas e assuntos a serem abordados na exposição; análise do material coletado na exposição campanha; discussão dos temas e objetivos da exposição e organização dos temas nos espaços expositivos do Museu.

Com a intenção de manter o diálogo entre o museu e o público, foram desenvolvidas diversas formas de participação como: intervenções nas rodas de diálogo; mensagens enviadas por cartas ou correio eletrônico (dirigidos ao Museu da Abolição); contribuições semeadas na Exposição Campanha “O que a Abolição não aboliu”, e mensagens deixadas no blog do museu. O resultado de todo o processo participativo levou à criação de um macro-roteiro, composto por assuntos escolhidos e discutidos pelos participantes.

1.13 - Criação do IBRAM

Com a criação do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, cuja lei (Lei nº 11.906) foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2009, o Museu da Abolição passou a ser administrado por esta autarquia. O IBRAM é vinculado ao Ministério da Cultura e sucedeu o antigo Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), incorporando os direitos, deveres e obrigações relacionados aos museus federais.

1.14 - Transferência da Sede do IPHAN-PE – 2010

Em fevereiro de 2010, a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN em Pernambuco desocupou o espaço físico do prédio do Museu da Abolição, onde estava instalado há mais de 30 anos e passou a funcionar no Palácio da Soledade, localizado no bairro da Boa Vista, com a parceria IPHAN-UNICAP. Com a saída do IPHAN, o Museu da Abolição passou a ocupar o casarão integralmente, com a possibilidade efetiva de realizar seus objetivos e cumprir sua missão, em sua plenitude, como uma instituição museológica.

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1.15 - Exposição “Processo” - 2010

O macro-roteiro, definido a partir das discussões iniciadas em 2005 e retomadas em 2008, orientou as temáticas das salas de exposição. Através de uma oficina expográfica, realizada com o público interessado, foi montada a “Exposição em Processo”, respeitando os temas estabelecidos. A exposição foi inaugurada no dia 20 de novembro de 2010, Dia Nacional da Consciência Negra. Da mesma forma que na Exposição Campanha, o visitante é provocado a pensar a nova proposta de museu, podendo modificar ou complementar o que já está exposto. Em constante processo de transformação, cada sala temática é propositalmente inacabada para que o visitante deixe sua contribuição e sinta-se partícipe deste processo.

1.16 - Chegada dos Novos Servidores No segundo semestre de 2010, chegaram os recém-concursados para completar o quadro de servidores do Museu da Abolição, nomeados pelo Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM. O quadro do Museu passou a ter a seguinte configuração: um (1) Diretor; um (1) Técnico II; um (1) Técnico I; um (1) Analista I - Administração; um (1) Assistente Técnico; um (1) Técnico em Assuntos Culturais - Museologia; um (1) Técnico em Assuntos Educacionais; dois (2) Estagiários na área de museologia.

2 - Missão do Museu da Abolição

Preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória, os valores históricos, artísticos e culturais, o patrimônio material e imaterial dos afro-descendentes, por meio de estímulo à reflexão e ao pensamento crítico, sobretudo quanto ao tema abolição, contribuindo para o fortalecimento da identidade e cidadania do povo brasileiro.

3 - Objetivos do Museu da Abolição

3.1 - Objetivo geral

Preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória, os valores históricos, artísticos e culturais, e o patrimônio material e imaterial dos afro-descendentes.

3.2 - Objetivos específicos

Promover a reflexão crítica sobre a participação dos africanos e seus descendentes na história do processo escravista brasileiro, na Abolição, nas lutas libertárias e na formação da nacionalidade;

Desenvolver projetos (pesquisa, exposição, debates, seminários) sobre temas transversais, referentes aos direitos humanos: acesso ao trabalho, políticas públicas de inclusão, intolerância religiosa, racismo, preconceito, exclusão, gênero, etnias, liberdade, trabalho escravo contemporâneo etc; de modo a incentivar o fortalecimento da auto-estima e promover a visibilidade afirmativa dos afro-descendentes na sociedade brasileira;

Promover ações de reconhecimento, valorização e preservação do Patrimônio Cultural Afro-brasileiro, material e imaterial, nas instituições e comunidades afro-descendentes;

Estimular práticas culturais e educativas no espaço do museu e nas atividades a serem desenvolvidas com seus parceiros;

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Implantar rede de articulação e cooperação com instituições e movimentos afins, públicos e privados, religiosos, culturais e de ação social;

Desenvolver parcerias com Universidades e instituições de ensino com vistas a desenvolver projetos de pesquisas sobre as temáticas cultura afro-brasileira, abolição e temas correlatos;

Promover o Museu da Abolição como instituição federal de referência nacional da cultura afro-brasileira;

Estabelecer política de aquisição de acervo a partir de editais, pesquisa, coleta e incentivo às doações, junto às instituições universitárias, museológicas, comunidade em geral e movimentos sociais e religiosos afrodescendentes;

Promover cursos de capacitação para professores da rede pública, de nível fundamental e médio, visando instrumentalizá-los para o trabalho com o patrimônio cultural dos afro-descentes como recurso auxiliar para inserção do tema nos currículos escolares, com base na Lei Federal nº 10.639/03;

Promover as ações do Museu em consonância com a Lei nº 12.343 de dezembro de 2010, que institui o Plano Nacional de Cultura e com a Política Nacional de Museus.

4 - Diagnóstico

4.1 - Institucional Até o mês de janeiro de 2009 a gestão administrativa, financeira e patrimonial do Museu da Abolição esteve subordinada à Administração Central do IPHAN, sob a responsabilidade do Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU). Com a criação do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura, através da Lei 11.906, de 20 de janeiro de 2009, o Museu da Abolição passou a ser uma Unidade Museológica integrante do IBRAM, ao lado de outras 28 instituições museais em todo o país.

a) Dispositivos institucionais de organização e gestão

Seu funcionamento é regido pelo Estatuto dos Museus, instituído pela Lei 11.904 de 14 de janeiro de 2009. Todavia, por não ser Unidade Gestora e por ter uma Associação de Amigos ainda sem atuação para captação de recursos, o Museu da Abolição conta com restrições financeiras. Além disto, não consolidou seu regimento interno, desde a elaboração do seu primeiro Plano Museológico. Frente a estes motivos, o Museu encontra dificuldades em cumprir todas as orientações estabelecidas no Estatuto de Museus.

b) Organograma

Direção

Área Técnica

Área Administrativa

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c) Quadro funcional

O quadro de pessoal do Museu da Abolição manteve-se reduzido até o início de 2010, contando apenas com dois servidores e dois estagiários, o que dificultava o desenvolvimento de ações e projetos, provocando sobrecarga de trabalho. Com a realização do concurso público do IBRAM, quatro novos servidores ingressaram no quadro do Museu, sendo dois na área de Administração, um na área de Educação, e um na área de Museologia. No mapeamento realizado a pedido do IBRAM / DPGI, em 2010, sobre a quantidade de servidores necessários para a composição da equipe do MAB, foi indicado a necessidade de oito (8) servidores, além dos dois (2) já existentes. Entretanto a aprovação foi desmembrada em duas etapas: uma primeira que contemplou a inclusão de quatro (4) novos servidores; e uma segunda etapa (sem previsão de data); em que seria contemplado os demais servidores (4). O MAB aguarda a chegada destes novos servidores, tendo em vista o tamanho da instituição e os serviços prestados à comunidade. No início de 2012, com a posse da nova diretora do Museu da Abolição, a equipe de servidores foi ampliada. A partir de então, o quadro funcional do Museu adquiriu a seguinte configuração:

Um (1) Diretor

Um (1) Técnico em Assuntos Culturais - Museologia;

Um (1) Técnico em Assuntos Educacionais;

Um (1) Analista I - Administração;

Um (1) Assistente Técnico;

Um (1) Técnico II;

Um (1) Técnico I;

Dois (2) Estagiários na área de museologia, que dão suporte à área técnica e administrativa.

Sete (7) Funcionários terceirizados, responsáveis pelo serviço de limpeza e conservação;

Cinco (5) postos de vigilância, sendo três postos diurno, 12 horas (diariamente, de segunda a domingo, inclusive feriados) e dois (2) postos noturno, 12 horas (diariamente, de segunda a domingo, inclusive feriados).

d) Associação de Amigos A Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB) foi criada no dia 14 de dezembro de 2006, num processo de articulação entre os técnicos do Museu e a sociedade, visando ao desenvolvimento de ações para a reabertura do Museu, que, à época, encontrava-se fechado. A AMAB foi cadastrada como associação junto ao IPHAN, conforme estabelecia a Portaria Normativa nº1 de 12 de Janeiro de 2007. Embora possua Estatuto reconhecido em cartório e mantenha seus participantes envolvidos com as atividades e encontros promovidos pelo Museu, a AMAB nunca realizou captação de recursos por meio de editais ou leis de incentivo. Além disto, precisa ser reconhecida pelo IBRAM, à luz do que orienta a Instrução Normativa nº 01, de 27 de outubro de 2011.

e) Participação em organizações nacionais e internacionais A partir de 2009, por iniciativa do IBRAM, que assumiu o pagamento das respectivas

anuidades, o Museu passou a ser membro da Associação Brasileira de Museologia (ABM) e do Conselho Internacional de Museus (ICOM).

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4.2 - Espaço físico e instalações Atualmente, as instalações do MAB permitem o funcionamento das suas atividades de forma precária. Há necessidade urgente de obras de restauro e adequação dos espaços para atendimento ao público e funcionamento das atividades das áreas técnica e administrativa. Os danos da edificação já foram mapeados em projeto específico e aguardam projeto executivo para início das obras que adequarão o prédio às necessidades institucionais, estabelecidas no presente Plano Museológico. A adequação, substituição ou reparo nas redes elétrica, hidráulica, telefônica e lógica, são pontos essenciais do projeto de restauro e adequação, assim como a instalação de sistema de climatização, de rampas e elevador para viabilizar a acessibilidade ao casarão e área externa.

a) Quadro de áreas

Área Total do terreno 6.302,74 m²

Área existente do pavimento térreo (sobrado) 570,16 m²

Área existente do 1º pavimento (sobrado) 517,96 m²

Área total do Sobrado 1.088.12 m²

Área total do anexo 213,75 m²

Área total de construção (sobrado e anexo) 1.301,87 m²

Área de solo impermeabilizado 2.144,20 m²

Área total de solo natural 2.571,32 m² Fonte: levantamento realizado em 2010 pela empresa ArqD. [Ver Anexo 3 - Plantas do diagnóstico / ocupação do MAB]

b) Espaços existentes Área total construída do MAB inclui: Sobrado, teatro de arena, anexo, garagem e guarita. O Sobrado Grande da Madalena é assim dividido:

O pavimento térreo apresenta 13 ambientes com um pequeno jardim interno nos fundos e o pavimento superior é dividido em 12 ambientes;

A área externa da sede do MAB possui amplo jardim com teatro de arena, camarins, banheiros, garagem, copa e estacionamento, onde são desenvolvidas atividades artísticas e culturais. Ambientes utilizados pelo Museu no Sobrado Grande da Madalena:

AMBIENTE (Planta) ESPAÇO (Função) ÁREA

Ambiente 01 Sala de exposição temporária 1 30, 07 m2

Ambiente 02 Hall de entrada/Recepção 46,75 m2

Ambiente 03 Sala de exposição temporária 2 29,61 m2

Ambiente 04 B WC Masculino 9,42 m2

Ambiente 05 B WC com acessibilidade 3,31 m2

Ambiente 06 B WC Feminino 9,66 m2

Ambiente 07 Ambiente/Circulação 2,25 m2

Ambiente 08 Ambiente/Circulação 11,53 m2

Ambiente 09 Ambiente/Circulação 11,22 m2

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Ambiente 10 Hall da escada 19,61 m2

Ambiente 11 Sala de exposição temporária 3 44,07 m2

Ambiente 12 Área Técnica/Biblioteca/Arquivo 46,28 m2

Ambiente 13 Mini-Auditório para 50 pessoas 54,10 m2

Ambiente 14 Depósito 46,18 m2

Ambiente 15 Hall de escada dos fundos/circulação 7,27 m2

Ambiente 16 Descanso na escada 5,95 m2

Ambiente 17 Vazia/Sem uso 42,02 m2

Ambiente 18 Copa 5,27 m2

Ambiente 19 Saleta de Recepção do LEMMA 10,30 m2

Ambiente 20 LEMMA 25,07 m2

Ambiente 21 Jardim/Pátio 110,06 m2

Ambiente 22 Sala de exposição de longa duração 2 31,98 m2

Ambiente 23 Sala de exposição de longa duração 3 49,68 m2

Ambiente 24 Sala de exposição de longa duração 4 31,45 m2

Ambiente 25 Sala de exposição de longa duração 1 20,19 m2

Ambiente 26 Vazia/Sem uso 17,20 m2

Ambiente 27 Sala de exposição de longa duração 5 56,75 m2

Ambiente 28 Reserva Técnica 30,18 m2

Ambiente 29 Vazio/sem uso (acesso ao telhado) 9,14 m2

Ambiente 30 Vazio/sem uso 9,23 m2

Ambiente 31 Sala de exposição de longa duração 6 59,10 m2

Ambiente 32 Sala de Serviço Técnico I 47,54 m2

Ambiente 33 Hall escada/circulação 15,61 m2

Ambiente 34 Sala de Serviço Técnico II 43,73 m2

Área Total dos ambientes 917,98 m2

4.3 - Acessibilidade

De acordo com a Norma 9050:2004, que estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados no que diz respeito às condições de acessibilidade, o Museu da Abolição não se configura, até o presente, como um espaço cultural de uso público “visitável”, visto que este termo somente se aplica a espaços que tenham pelo menos um local de convívio social acessível e um sanitário acessível unissex.

Atualmente, o MAB possui um sanitário adaptado para o uso de portadores de cadeira de rodas ou portadores de mobilidade reduzida, porém não possui rampas de acesso ao interior do sobrado pelas portas laterais, pelo jardim interno ou mesmo pelo hall de entrada. Também não existem rampas que permitam o acesso do portador de cadeira de rodas ou de mobilidade reduzida, para o mobiliário do jardim externo, copa, camarim ou teatro de arena.Do mesmo modo, não existe nenhum tipo de acessibilidade para o pavimento superior, onde se encontram a Exposição em Processo e às áreas técnicas e administrativas.

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Em relação à sua expografia, o Museu não possui textos em Braille, figuras, pictogramas em relevo, ou dispositivos eletrônicos de áudio que permitam a fruição da Exposição pelo deficiente visual. Tampouco possui em seu quadro de funcionários um intérprete ou alguém capacitado em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). No estacionamento do MAB não existe indicação de vagas especiais para portadores de cadeiras de rodas ou de mobilidade reduzida.

4.4 – Acervos

a) Acervo museólogico:

Atualmente, o acervo do MAB é composto por 135 peças registradas no banco de dados do acervo. É importante ressaltar que nem todos os objetos constantes no banco de dados são inventariados como acervo.

O acervo museológico do MAB é caracaterizado por objetos históricos ligados à temática da escravidão, tais como: instrumentos de tortura, objetos representativos das casas grande e dos engenhos; objetos religiosos e, ainda, objetos comemorativos referentes à abolição tais como selos, moedas e medalhas.

A coleção inicial do museu foi adquirida entre 1983 e 1989 para compor a exposição inaugural, quando também foram solicitados objetos a outras instituições museológicas, cedidos temporariamente para esta exposição. Este conjunto inicial constitui-se de 130 peças. O museu adquiriu novas peças a partir de 2010, por meio de doação, para compor sua nova exposição e, futuramente, o seu acervo. Parte dos objetos obtidos por empréstimo, para a exposição inicial, foi devolvida às respectivas instituições no período em que o museu esteve fechado em 1990. Outros objetos foram devolvidos entre 2009 e 2011. Todavia, ainda se encontram no museu dez (10) peças pertencentes ao Museu Histórico Nacional e cinco (5) peças pertencentes ao Museu da Inconfidência, cujos termos de comodato já estão vencidos. O MAB está analisando a pertinência destas peças serem incorporadas ao seu acervo.

No intuito de entendermos o processo documental do acervo museológico do MAB, foi realizado um levantamento de todos os procedimentos efetuados desde a inauguração da instituição. Foram localizadas as fichas de identificação do acervo, elaboradas pela museóloga e ex-diretora do Museu Ângela Sumavielle; termos de responsabilidade; termos de doação; e correspondências referentes à aquisição do acervo. Estes documentos contêm pouca informação e não se referem a todas as peças existentes no acervo. Em 2010 foi realizado um inventário do acervo museológico para ser entregue ao IBRAM, no qual foi registrada a composição do acervo do museu por 130 peças (conjunto inicial). Naquele momento, algumas peças não foram conferidas, pois se encontravam trancadas no cofre e a abertura

1 deste só foi possível no ano de 2011.

Naquele inventário foi verificado que dois (2) objetos estavam incompletos. Averiguou-se a possibilidade das partes faltantes terem sido levados para as novas instalações do IPHAN-PE, por acidente, na ocasião da mudança desta Superintendência. Mas isto não foi confirmado e os objetos permanecem incompletos.

No levantamento do acervo realizado em 2012, identificamos 199 peças em situações diversas, conforme discriminado abaixo:

1 Com a saída do IPHAN-PE as senhas do cofre foram perdidas e só um chaveiro pode realizar a sua abertura.

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Nº Peças Situação/Condição Acervo

130 Pertencem ao museu 02 objetos estão incompletos

Inventariadas

24 Foram doadas para compor a Exposição em Processo

Em análise para constituir acervo

06 Estão em processo de doação Em análise para constituir acervo

18 Não são inventariadas (não se sabe a procedência, a forma de aquisição nem a data de chegada ao Museu)

Em análise para constituir acervo

15 Apresentam Termo de empréstimo vencido

Em análise para constituir acervo

06 Foram cedidas para compor a “Exposição em Processo”

A serem devolvidas após reavaliação/readequação da exposição

O acervo do MAB não está inventariado em Livro de Tombo. As obras que fazem parte do acervo estão registradas em fichas individuais e no Inventário Geral do Museu. Existe também um banco de dados informatizado do acervo, elaborado pelo museólogo Adolfo Nobre, onde foram inseridas todas as informações catalográficas sobre o acervo.

O acervo museológico encontra-se parcialmente fotografado, embora estes registros não sejam considerados ideais para compor o inventário. Não existe reserva técnica ou espaços para tratamento do acervo museológico, tampouco equipamentos de controle e monitoramento climático. O acervo museológico está em uma sala, destinada ao seu armazenamento, cujo espaço físico não é suficiente para uma boa circulação, separação de diferentes materiais ou organização de ferramentas, papéis e outros materiais de conservação. Por este motivo, não pode ser considerada uma reserva técnica. Parte do acervo está acondicionada em armários de metais, com fechaduras inadequadas e parte encontra-se disposta sobre mesas, e até mesmo no chão da sala. Os objetos que necessitam de restauro não passaram por nenhuma intervenção desta natureza porque o Museu não possui recursos humanos qualificados para este tipo de trabalho e nenhuma tentativa de estabelecimento de parcerias com outras instituições, para tal fim, logrou sucesso.

O MAB não possui política de aquisição e descarte de objetos ou coleções, com critérios definidos.Tampouco possui diretrizes de gestão do seu acervo museológico.

b) Acervo Bibliográfico e Hemerográfico Na década de 80, iniciou-se um processo para a implantação da biblioteca do Museu da Abolição. O objetivo era implantar uma biblioteca especializada nos assuntos correlatos à cultura afro-brasileira e museologia para viabilizar ao MAB ser um Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira. Em virtude da falta de recursos financeiros, optou-se por solicitar doações, em todo o país, às diversas editoras bem como às instituições culturais e de ensino, obtendo-se um resultado bastante satisfatório.

Em 1994, o MAB já possuía cerca de 400 títulos e uma média de 7.000 recortes de jornais e revistas que formaram a sua Hemeroteca. A primeira organização foi executada em 1995, ocasião em que o MAB encontrava-se fechado, e foi adotando a catalogação bibliográfica segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT - NBR6023 e Classificação Decimal Universal - CDU. Nesta ocasião, foram registrados, classificados e catalogados 513 livros, 104 periódicos e quase oito mil recortes de jornais.

Depois da reabertura do MAB em 2006, e em virtude da ausência de uma bibliotecária no

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seu quadro funcional, resolveu-se reformular a classificação e catalogação do acervo bibliográfico e hemerográfico, adotando-se uma organização por assunto, o que facilitou o atendimento ao público. Atualmente a biblioteca do MAB possui parte de seu acervo bibliográfico classificado e catalogado: 1344 livros; 617 periódicos; 3 metros lineares de acervo hemerográfico. Todavia, parte deste acervo (bibliográfico, hemerográfico e documental) necessita ser tratado tecnicamente e inserido no arquivo existente. Alguns livros necessitam de restauração. Estes acervos estão armazenados em armários deslizantes.

Por se tratar de acervo disponibilizado ao público interessado, seja para a realização de pesquisas diversas, seja ao apoio à educação formal, ou mesmo para a contextualização das exposições realizadas pelo próprio MAB, a sua ampliação é imprescindível para viabilizar estas consultas.

4.5 – Exposições

a) Exposição de longa duração: “Exposição em processo”

A exposição de longa duração do Museu da Abolição, denominada “Exposição em Processo”, foi elaborada, desenvolvida e montada com a participação de vários representantes de diversos movimentos sociais, lideranças religiosas, educadores, profissionais da área de museus, estudantes e cidadãos interessados no tema e nos objetivos da instituição.

A proposta da exposição é que esteja permanentemente em processo, renovando-se conforme a dinâminca da memória dos diversos grupos que se debruçam sobre os temas que ela aborda, e com isto permitindo que os conflitos inerentes à sua construção se expressem em seus resultados. Esta perspectiva, tem como suporte a minimização dos desgastes que sofrem as exposições institucionais de longa duração, dos museus em geral, uma vez que necessitam ser alteradas por completo, após longo período, em virtude de não corresponderem às surgentes interpretações sobre determinado aspecto do tema tratado.

A idéia de elaboração da Exposição em Processo surgiu nos encontros realizados no Museu, por ocasião do Seminário o Museu que Nós Queremos, e da criação do Grupo de Trabalho MAB, que desenvolveu as linhas gerais que fundamentam a missão institucional e os objetivos do Museu da Abolição. Foi com base nos documentos criados por este grupo e nos debates que o sucederam, com a participação de muitos dos seus integrantes, que se deu início ao desenvolvimento do roteiro e temas da exposição.

A elaboração da exposição ocorreu de modo participativo e em várias etapas. O início do processo foi a Exposição Campanha “O que a Abolição não Aboliu”, realizada em 2008

2. Na

sequência foram realizadas rodas de diálogo, que deram continuidade ao projeto de elaboração e envolveu os diversos atores sociais que participaram deste processo. Nas rodas de diálogo foram definidas as linhas gerais (macro roteiro) que nortearam a elaboração da exposição, e, ao mesmo tempo, o conteúdo dos debates era disponibilizado no blog institucional (http://museuabolicao.blogspot.com/) com atualizações semanais onde todos podiam participar colocando suas sugestões.

Após a realização dos ciclo de debates, palestras e oficinas, o macro roteiro foi estabelecido e orientado com os temas abaixo, os quais deveriam ocupar o primeiro pavimento do Casarão, para compor a exposição:

2 Veja o item 1.12, página 14, que descreve este processo.

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1. África como berço da humanidade3;

2. Correlação entre África4 e Brasil

5 ao longo da história numa perspectiva cronológica;

3. Contribuição dos povos negros na formação da sociedade brasileira; 4. Visão crítica sobre o processo abolicionista e seus resultados na atualidade; 5. Destaque para as lutas e movimentos de resistência negra; 6. África na atualidade. Após a definição do macro roteiro, as atividades diminuíram em virtude das demandas de reorganização institucional por ocasião da criação do IBRAM no ano de 2009 e só em agosto de 2010

6 os debates foram retomados, e vários encontros foram realizados para

retomar os temas da exposição com o objetivo de constituir os primeiros elementos expográficos em caráter provisório e experimental. As reuniões foram realizadas com os participantes das etapas anteriores e com diversas outras pessoas que passaram a integrar o projeto.

A proposta desta etapa era proporcionar a todos os participantes o compartilhamento dos conhecimentos sobre os temas em questão, a sua transposição para uma linguagem museográfica e suas formas de representação. No grupo formado, havia pessoas de longa experiência em museus (museólogos, diretores e ex-diretores de museus, etc.) e pessoas sem nenhum domínio sobre o assunto. Assim, em setembro de 2010, foram realizadas várias Oficinas Abertas de Montagem Expográfica, às tardes de segunda, terça, quinta e sexta-feira, com pessoas de diversas áreas de conhecimento, mas principalmente estudantes universitários.

Durante as oficinas, os temas do macro roteiro foram debatidos na perspectiva da sua representação expográfica. O produto final das oficinas foi a confecção dos módulos, suportes e elementos a serem expostos, os quais foram desenvolvidos em placas de papelão reforçado. Todos os envolvidos na oficina participavam desde a concepção dos módulos até a sua execução final e posicionamento destes materiais nas salas. Do mesmo modo, os textos, legendas e imagens foram criados com a participação de todos os integrantes das oficinas, e, em alguns casos, elaborados por grupos de trabalho específicos.

Os objetos destinados à composição expográfica das salas, foram escolhidos com base nos temas abordados. Todavia, com a dificuldade de obtenção de alguns destes objetos para a inauguração da exposição, o espaço a ele destinado permaneceu vazio, aguardando uma nova etapa do processo.

A motivação de todo este processo de elaboração de uma “exposição esboço”, ou “maquete da exposição em tamanho natural”, surge a partir da compreensão de que a linguagem museográfica e museológica é pouco acessível à maior parte da população, dada a complexidade desta atividade de reunir objetos como “testemunhos da história para constituir narrativas sobre o passado”.

3Continente africano: Arqueologia - Australopthecus Ramidus 4.4 milhões de anos -; Grandes civilizações - Egito, Mali,

Shongai, Núbia, Ketu, Ifé.-; Aspectos geográficos; Aspectos linguísticos; Aspectos étnicos; diferentes formas de Escravidão; Escravidão inter-africana / Escravidão no Brasil - negros e indígenas 4Diferentes organizações sociais e políticas; África colonial - França, Itália, Alemanha, Portugal outros países -; Movimentos de

libertação do continente africano; Movimentos pan-africanistas; Processos de descolonização da África; África contemporânea. 5Europa / Portugal Século XV; Século XVI - Grandes navegações -; Legislação colonial - bulas papais etc. -; Processos de

escravidão; Século XVI; Ciclos econômicos - açúcar, ciclo da mineração, do algodão, do café etc. -; Legislação; Quilombos; Insurgências; Processos culturais afro-brasileiros: idiomas, música, dança, teatro, literatura, culinária, festas tradicionais, irmandades religiosas; Processos de resistência religiosa; Lideranças e movimentos sociais em prol da abolição - movimentos de resistência negra; 1850 extinção do tráfico de escravos; 1888 Lei Áurea; Continuam os processos em prol da abolição; Legislação - Estado Novo, por ex. -; Imigração oficial organizada/troca de mão de obra; Movimentos em prol dos direitos e da cidadania; Abolição e formas contemporâneas de conquistas sociais; Direito à terra/ reforma agrária / direito à moradia / direito ao trabalho/quilombos; Século XXI - movimentos globalizados da diáspora africana nas Américas e Caribe 6Momento em que o Sobrado foi inteiramente desocupado pelo IPHAN-PE e entregue ao Museu.

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Após a montagem da exposição, ela foi aberta ao público em 20 de novembro, ocupando o saguão de entrada, a escadaria principal e seis salas do piso superior, contando com alguns objetos do acervo do MAB, objetos doados por ocasião da montagem da exposição, e outros cedidos ao museu pelos próprios participantes das oficinas.

Desde a sua concepção, estava previsto um momento para reflexão, análise e avaliação da exposição. Por este motivo, em agosto de 2011 o museu convidou a sociedade a avaliar a exposição, por meio de debate, visita mediada e aplicação de questionário, no qual foram apontados os aspectos frágeis e os aspectos fortes identificados. A avaliação indicou que a sala três, referente à religião de matriz africana, e a sala cinco, referente às leis abolicionistas e aos movimentos das lutas libertárias, deveriam ser reformuladas expográfica e conceitualmente.

A partir desta avaliação, foram criados dois grupos de trabalho que desenvolveram novas propostas para estas duas salas no final de 2011. Estas propostas foram desenvolvidas na forma de projetos, os quais foram encaminhados para o IBRAM, como Plano de ação, e para captação de recursos em editais de outras instituições. Os recursos solicitados ao IBRAM, para o desenvolvimento da proposta da sala três, foram aprovados parcialmente e a atualização daquela sala está em andamento. O projeto para o desenvolvimento da proposta da sala cinco está em processo de seleção.

b) Exposição de Curta Duração O Museu conta com três (3) salas de exposições temporárias (ambientes 1, 3 e 11) no piso térreo as quais estão com formas e condições de iluminação distintas entre si. As exposições montadas nestes ambientes são mostras temporárias propostas pelo museu ou demandadas por artistas e instituições locais.

A primeira sala (ambiente 1) possui espaço de 30.07m

2 e iluminação por trilhos com 10

spots direcionais e lâmpadas dicroicas. Atualmente todas estão queimadas e muitos spots não funcionam mais. Do mesmo modo, os trilhos estão em curto, inviabilizando o uso da sala.

A terceira sala (ambiente 3) possui 29.61m

2 e iluminação com lâmpadas tipo par 38 em

canhões direcionais, suspensos por um gride de ferro. O sistema é pesado e de difícil ajuste, ainda assim tem servido razoavelmente bem às exposições realizadas no MAB nos últimos anos.

A décima primeira sala (ambiente 11) possui 44.07m

2 e, por este motivo, consideramos um

espaço razoável com boa circulação para exposições. No entanto, o sistema de iluminação é inadequado, uma vez que é iluminada por lâmpadas fluorescentes tubulares, que não possibilitam o direcionamento da luz.

c) Exposições itinerantes

A exposição itinerante realizada pelo Museu da Abolição denominava-se “O Negro nos Jornais”, e foi confeccionada com materiais de baixo custo (fotocópias de recortes de jornais existentes na hemeroteca do MAB colados sobre TNT). A exposição propunha a exibição deste material em escolas públicas e em eventos sobre a temática afro. A última exposição itinerante foi realizada em 2005, e desde então o museu não mais realizou exposições desta natureza.

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4.6 - Segurança

a) Recursos humanos

A segurança é realizada por vigilantes que fazem a proteção armada de toda a infra-estrutura do Museu, de seu acervo, servidores e visitantes. O efetivo é de três (3) postos diurnos e dois (2) postos noturnos.

b) Equipamentos e medidas de segurança

O Museu nunca dispôs de uma política de proteção ao patrimônio e à vida das pessoas, nem avaliação periódica dos possíveis riscos que venham prejudicar a integridade física do público visitante e à instituição. As áreas de acesso limitado (administrativo e técnico) são sinalizadas, todavia, existem problemas com as fechaduras. Por este motivo, as portas podem ser abertas por estranhos à administração, e os mesmos podem ter acesso a estas áreas sem a devida permissão. Entretanto, como os seguranças realizam o acompanhamento dos visitantes, este fato não tem ocorrido. Nas salas destinadas ao depósito e arquivo, o controle de acesso torna-se mais rigoroso pela sua própria localização e pelo fato das fechaduras funcionarem e as chaves ficarem dentro do claviculário. O acesso em horários especiais, tais como, noturno, finais de semana e feriados, diferenciados do horário normal de atendimento ao público é permitido, desde que previamente autorizado pela administração. Este tipo de acesso é controlado pelos seguranças.

O prédio tem saídas suficientes, todavia, não existe plano de emergência, nem tampouco saídas de emergência em locais estratégicos. A proteção existente contra incêndio constitui-se apenas da presença de extintores distribuídos aleatoriamente nas salas. Não existe plano de manutenção destes equipamentos, nem de sua distribuição nos espaços internos do museu. Por este motivo, a segurança contra incêndio não é feita em consonância com normas e códigos oficiais. Da mesma forma, não existem dispositivos de segurança, tais como: sistemas de alarmes automáticos, câmeras ou detectores de movimento, porta corta-fogo, sprinklers, hidrantes, ou mangueiras, detector de fumaça, áreas de resgate, circuito interno de TV, sistema de detecção eletrônica, nem detector de calor. Os funcionários nunca receberam treinamentos para saber como agir em casos de emergência. Não existe funcionário treinado em primeiros socorros. Não existe política de controle de chaves, de reposição e duplicação de chaves, nem controle de emissão de chaves.

c) Condições da infraestrutura do Museu A inspeção física das instalações (telhados, portas e janelas, instalações elétrica, hidráulica, telefônica e rede de computadores) não é realizada periodicamente. Uma vez que não existem funcionários com este tipo de especialização no MAB, em casos emergenciais solicitamos ajuda do IPHAN-PE, o que ocorre de maneira precária. O casarão apresenta uma série de deficiências estruturais quanto à sua conservação, necessitando de restauro e de readequação de seus espaços, já diagnosticados: danificação em sua estrutura física (paredes, pisos, revestimentos de azulejos, telhados, tetos, instalações hidráulicas, elétricas, climáticas, telefônica e de rede de computadores), como infiltração, goteiras, vazamentos, madeiras apodrecidas, rachaduras, materiais quebrados, etc. Não só o casarão principal, mas também o anexo, que apresenta rachaduras, infiltrações e desnivelamento do teto.

4.7 – Educativo

As ações do educativo do Museu da Abolição são desenvolvidas por uma servidora, técnica em assuntos educacionais, com colaboração direta de dois museólogos e duas estagiárias, tanto no planejamento das atividades quanto no atendimento ao público.

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A perspectiva do educativo do MAB é a promoção de reflexão crítica sobre a participação dos africanos e seus descendentes na história do processo escravista brasileiro, na abolição, nas lutas libertárias e na formação da identidade nacional. O atendimento é voltado para os grupos escolares, e organizações de natureza diversificada. Por este motivo, coloca a atuação do Museu e seu acervo como um recurso alternativo no auxílio ao desenvolvimento das atividades pedagógicas e socioeducativas do professor. No ano de 2011, dos 6.212 visitantes do MAB, 39,6% foram de visitas agendadas, correspondendo ao público escolar dos diferentes níveis de formação. As ações que o educativo do MAB desenvolve, atualmente, são as visitas mediadas que facilitam o diálogo entre o visitante e a exposição, estimulando a participação direta do público na construção de discursos e questionamentos acerca dos elementos expográficos. Com isto subsidiamos o processo de troca e construção de conhecimento. O processo de mediação da “Exposição em Processo” dura em média 45 minutos, e levando-se em consideração o tamanho das salas de exposição, a falta de climatização nos espaços e a poluição sonora decorrente da localização do Casarão, a orientação é agrupar um número máximo de 20 participantes por mediação, sob pena da qualidade da visitação ficar comprometida. Não existe número mínimo de visitantes para que haja a mediação. Todos os grupos de estudantes agendados devem ter o acompanhamento de um adulto responsável. O agendamento pode ser feito por telefone ou pessoalmente no Museu, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira. O responsável pelo agendamento pode ainda solicitar a exibição de um vídeo para complementar a atividade de visitação ao Museu. Após a visita à exposição, os visitantes podem utilizar o jardim para o lanche ou realização de atividades ao ar livre.

a) Exibição de filmes - Videoteca Qualquer visitante pode agendar a utilização do miniauditório do MAB para a exibição de algum dos vídeos disponibilizados na videoteca, desde que não haja choque de horário com outras atividades daquele espaço.

b) Apoio a ações educativas realizadas por outras instituições O MAB disponibiliza 03 (três) das suas salas do pavimento térreo para realização de exposições temporárias ou atividades socioeducativas, sem fins lucrativos e sem ônus para o proponente. A proposta pode ser de pessoa física ou jurídica, desde que dialogue com a missão e objetivos da instituição. A utilização destas salas atende às demandas espontâneas da comunidade, sem o recurso de edital para escolha de projetos ou exposições, o que garantiria maior dinamização às ações do museu. Da mesma forma, o espaço externo do museu (jardim, teatro de arena e camarins) pode ser utilizado para a realização de atividades lúdicas e socioeducativas, tais como feira de ciências e eventos culturais. Este espaço também é disponibilizado por meio de demanda espontânea, e, da mesma forma que a utilização das salas, tem por pré-requisito o diálogo com a missão e objetivos da instituição.

c) Realização de debates/cursos/fóruns/palestras voltados para a discussão de temas

ligados à cultura afro-brasileira

O Educativo do MAB também realiza projetos, cuja demanda parte da própria comunidade do entorno e dos seus colaboradores. Isto demonstra o reconhecimento do Museu como espaço da comunidade e parceiro no desenvolvimento de atividades voltadas para o interesse coletivo, potencializando o desenvolvimento de suas propostas socioeducativas.

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4.8 – Públicos

Os públicos atendidos pelo MAB são bastante diversificados e se distinguem entre si de acordo com os serviços procurados. O público do educativo varia entre estudantes do ensino fundamental, médio, de graduação e professores dos diversos níveis; a biblioteca e hemeroteca também recebe este mesmo público, além de pesquisadores e interessados na temática afro; o mini-auditório e demais espaços são demandados por diversas instituições públicas, comunidades, movimentos sociais, culturais e religiosos de matriz africana, para realização de eventos que estão vinculados à missão e objetivos do MAB; o LEMMA atende aos grupos de músicos e bandas locais, composto por jovens e adultos, professores de música da rede estadual e municipal de ensino; os jardins do MAB são frequentados por estudantes das escolas próximas ao museus, transeuntes que utilizam o museu como passagem, trabalhadores do entorno que utilizam os bancos para descanso durante os intervalos de repouso e alimentação, e público em geral que visita o museu. A tendência de atendimento dos públicos no MAB é ampliar esta diversidade, tendo em vista a mobilização crescente dos movimentos sociais, culturais e religiosos e sua participação nos debates e atividades propostas pelo Museu. Além da crescente presença de docentes e discentes, os representantes de movimentos sociais, culturais, religiosos e musicais, e instituições do entorno do Museu, como associações de cegos, membros da igreja Assembleia de Deus, e membros da comunidade em geral, têm mantido contato para viabilizar parcerias e atividades nos espaços do MAB.

4.9 – Atividades e Serviços

O MAB disponibiliza diversos serviços, gratuitamente, conforme abaixo:

a) Laboratório de Experimentação Musical do Museu da Abolição - LEMMA

O LEMMA foi criado em 2011 para atender a uma demanda frequente de grupos musicais que solicitavam a área externa do Museu para ensaio de diversos grupos musicais, como maracatus, afoxés e outros ritmos. Essas solicitações, no entanto, eram quase sempre negadas pela administração, pois o museu está localizado em uma área residencial e a propagação do som causa poluição sonora e incomoda os moradores do entorno, infringindo leis ambientais. O MAB possuía, à época, equipamentos de som, de boa qualidade, adquiridos por ocasião da “Feira Multicultural Domingo na Madalena”, atividade do museu que foi encerrada em 2005. Estes instrumentos não eram utilizados por falta de cabos adequados e de pessoal com conhecimento técnico para operá-los. Estes equipamentos consistiam em: duas caixas ativas (amplificadas), duas caixas passivas, quatro retornos, cinco microfones, cinco pedestais; uma mesa de som com 12 canais, um equalizador gráfico estéreo, um dual compressor, um crossover paramétrico e um digital reverb. Todo este equipamento encontrava-se no depósito do museu, sem uso, desde 2005. Esta situação foi fator decisivo para a criação do estúdio.

Com a transferência da sede do IPHAN-PE e a ocupação de todos os espaços do Sobrado da Madalena pelo Museu, as condições para o atendimento aos grupos musicais estavam dadas. A antiga área da administração do museu, localizada na construção apêndice ao sobrado, no pavimento térreo, ficou livre. Por ser um espaço de fácil acesso e de fácil isolamento do restante do prédio, tanto no aspecto referente à acústica quanto à circulação de pessoas, apresentou-se como ambiente ideal para iniciar o projeto.

Inaugurado em 21 de maio de 2011 o LEMMA – Laboratório Experimental Musical do Museu da Abolição atendeu, em sua totalidade, a 44 grupos musicais e cerca de 600 pessoas. Com 25 m² de área, o Laboratório oferece equipamentos de som e tratamento acústico para experimentação e criação musical, bem como para o compartilhamento de experiências

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sonoras e instrumentais. É, portanto, um estúdio para ensaios, gratuito, que oferece aos músicos de Pernambuco e de estados vizinhos, a proposta de fomentar a produção musical e proporcionar o encontro entre músicos de diversos estilos.

De janeiro a março de 2012 o LEMMA fechou para manutenção da sala e adquiriu novos equipamentos, por meio de doações: um teclado eletrônico, uma bateria e duas caixas de som.

O Laboratório funciona apenas dois dias por semana (sextas e sábados), das 13 às 17 horas, em virtude de ausência de recepcionistas. Tão logo o MAB receba os terceirizados para realizar a recepção, o LEMMA voltará a funcionar também durante a semana. Os agendamentos para utilização do espaço podem ser realizados por telefone, por e-mail ou diretamente na sede do museu.

b) Mini-auditório/sala de vídeo (50 lugares).

O mini-auditório existe desde o período em que o prédio abrigava o IPHAN-PE e o MAB simultaneamente. Mesmo neste período, o espaço servia ambas as instituições para realização de palestras, encontros, oficinas e outras atividades.

Em 2009, o museu adquiriu novas cadeiras que foram destinadas ao mini-auditório. Em 2010 foi instalado sistema de projeção de vídeo pelos técnicos do MAB, com a fixação de projetor no teto da sala, instalação de um home theater no ambiente e de uma tela para projeção. Com exceção da tela de projeção, que foi confeccionada para este fim com materiais improvisados, os outros equipamentos já pertenciam ao MAB.

Este espaço tem sido utilizado para encontros, apresentação de vídeos a grupos escolares, reuniões, debates e palestras de interesse interno da equipe do MAB. É também utilizado, sem ônus, pela comunidade local na promoção de atividades afins à missão e objetivos do MAB, mediante solicitação e aprovação formal da direção do Museu.

Apesar de sua frequente utilização e de sua importância para as atividades do MAB e da comunidade, o espaço apresenta alguns problemas, tais como: espaço reduzido para realização de encontros de grupos maiores que 50 pessoas; fiação dos equipamentos expostos; falta mobiliário adequado para acondicionar os aparelhos de TV, DVD e som, de modo a eliminar riscos de danos e furto; a tela de projeção, por ter sido confeccionada com lona branca brilhosa (reaproveitamento de banner) reflete a luz do projetor, diminuindo a visibilidade da imagem projetada; falta climatização e isolamento das demais salas do MAB.

c) Jardim Área verde possui 3.327 m

2 e uma vegetação repleta de espécimes que se harmonizam

com a temática do Museu e com a cultura afro-brasileira tais como: plantas de uso ritual, medicinal, culinário e com significados litúrgicos. O jardim do MAB está aberto ao público de segunda a sexta, das 9 às 17 horas, e, aos sábados das 13h às 17h.

No bairro da Madalena, o jardim do Museu da Abolição é uma opção de lazer que se destaca dentre as poucas existentes, por oferecer, aos visitantes, segurança, bancos, sombra, mesa para lanches, piqueniques e passeio. Todavia, a utilização deste espaço para receber eventos é precária, em virtude da degradação dos bancos e calçadas de seus passeios (de pedras portuguesas), ausência de tratamento paisagístico, iluminação e sinalização adequadas.

d) Biblioteca e Arquivo

O acervo da biblioteca e do arquivo do MAB é especializado em cultura afro-brasileira e museologia e possui mais de mil títulos com as temáticas: abolição, antropologia, arte,

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educação, escravidão, etnologia, patrimônio, racismo, resistência negra, religião, entre outros temas. Este acervo está em uma das salas da administração, uma vez que o MAB não possui espaço físico nem mobiliário adequados para disponibilizá-lo aos usuários. As consultas são realizadas na própria sala da administração, onde o acervo está localizado. O horário de atendimento da biblioteca/arquivo é de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, mediante agendamento.

4.10 - Gestão de Pessoas

O Museu da Abolição conta hoje com um quadro funcional estabilizado. Entretanto, a estruturação de seu corpo técnico e administrativo com definição das atribuições dos servidores, de acordo com função e formação de cada um dos componentes da equipe, de forma a distribuir as atividades e proporcionar melhor desempenho do serviço prestado à comunidade pelo Museu, não está, ainda, consolidada.

A equipe atual do Museu é composta por:

Um cargo comissionado de Direção (DAS 101.3), ocupado por profissional com formação em Ciências Sociais, mestrado e doutorado em Antropologia;

Um cargo comissionado de Chefia de Serviço (DAS 101.1), ocupado por Técnica com formação em Ciências Sociais;

02 (dois) Museólogos, sendo um deles com mestrado em Memória Social e Documento;

Uma (1) Técnica em Assuntos Educacionais, com formação e mestrado em Turismo;

Uma (1) Analista I - Administração, com especialização em Planejamento e Gestão Pública;

Um (1) Assistente Administrativo, de nível médio;

Uma (1) estagiária com formação em História e Museologia em andamento;

Uma (1) estagiária com formação em Turismo e Museologia em andamento.

Embora seu quadro de servidores tenha sido ampliado, ainda persiste a carência de pessoal para desempenhar as atividades de recepção, mediação, biblioteca, copeiragem, jardinagem e manutenção e reparos, o que compromete a qualidade dos serviços prestados no atendimento ao público. Do mesmo modo, o MAB tem carência de pessoal com conhecimento especializado em informática, o que dificulta a qualidade dos serviços administrativos e coloca em risco as informações armazenadas em meio digital.

4.11 - Pesquisa

O Seminário “O Museu que nós queremos”, realizado em 16 e 17 de março de 2005, no

Museu da Abolição, colocou a perspectiva de o Museu vir a ser Centro de Referência da

Cultura Afro-brasileira. Todavia, este Centro de Referência ainda não se consolidou. Seja pela ausência de pesquisas na instituição, seja pela ausência de um acervo mais consistente, seja pela ausência de publicações da própria instituição. Além disto, a biblioteca do Museu não está condizente com as regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Biblioteconomia. Da mesma forma, o museu não dispõe de ambiente equipado com computadores e acesso à internet e ao acervo bibliográfico e hemerográfico, já existente na instituição, para o desenvolvimento de atividades educativas.

O museu possui acervo documental e coleção de fotografias analógicas e digitais com parte catalogada e tecnicamente acondicionada. Existe necessidade, portanto, de tratamento e acondicionamento do restante dos acervos para serem disponibilizados ao público. A

consolidação do Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira no Museu da Abolição está condicionada ao desenvolvimento e publicação de pesquisas voltadas para o seu próprio acervo e para temas de interesse da instituição e de seus objetivos; de constituição,

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organização, digitalização e disponibilização de todos os acervos existentes; de implantação de biblioteca, ludoteca e ambiente equipado para o desenvolvimento de atividades educativas.

4.12 - Comunicação

a) Telefonia

O Museu dispõe de uma central telefônica da marca Leucotron Telecom Active SDS, deixada pela IPHAN-PE à época de sua mudança. A central esta conectada a cinco (5) linhas telefônicas: 3228-3248, 3228-3903, 3228-3836, 3228-3901 e 3228-3834 e distribui ramais para todos os ambientes do casarão, para o anexo e guarita.

Os equipamentos telefônicos, todavia, estão em péssimo estado de conservação, apresentando chiados e som muito baixo. A guarita dos seguranças e a copa estão sem telefone, uma vez que os equipamentos destinados a estes ambientes encontram-se quebrados e não apresentam possibilidade de conserto. Do mesmo modo, as instalações não funcionam adequadamente, sendo necessária a readequação das permissões de uso dos ramais e reparo ou substituição da fiação e conectores existentes.

b) Internet e Rede

A rede de computadores também é legado do IPHAN-PE, que possuía dezenas de computadores distribuídos pelos pisos superior e térreo do Sobrado Grande da Madalena. Estas instalações atendem precariamente às necessidades do Museu, uma vez que as conexões existentes são insuficientes para atender todos os servidores. Os cabos encontra-se em mau estado, o que causa interrupção do acesso à rede em alguns momentos e todo o cabeamento está exposto, com fios atravessando salas. Muitas das saídas estão oxidadas, impedindo a utilização de equipamentos em rede em diversos espaços. Além disto, todas as salas de exposição têm buracos e fios expostos, que contribuem para um aspecto de degradação dos ambientes e oferecem risco de choque elétrico aos visitantes e funcionários.

Após a saída do IPHAN-PE, ficaram no Museu dois switches de 24 portas, um switch de 8 portas e todo o cabeamento. O provedor de internet ainda é o mesmo contratado pelo IPHAN-PE, o Oi Velox, que fornece uma conexão de 2MB/s. A conexão é relativamente estável, com alguns momentos ocasionais de interrupção e lentidão.

c) Site do Museu

O site do Museu da Abolição www.museudaabolicao.com.br foi desenvolvido em JOOMLA (S.G.C. gratuito), pela equipe técnica do MAB com apoio da sua Associação de Amigos e atualmente passa por uma revisão de seus conteúdos e migração de arquivos para o servidor do IBRAM. Não existe técnico no MAB com conhecimentos em manutenção do sistema do site. Por este motivo, a inserção de informações é feita pelos servidores, o que ocasiona a desatualização de site, uma vez que não é um serviço sistematizado, gera notícias em padrões diferentes e resulta em aspecto confuso e desorganizado.

d) Redes sociais

O MAB possui perfil cadastrado nas seguintes redes sociais: Facebook: Museu da Abolição e Twitter: https://twitter.com/museudaabolicao. Os perfis são administrados e alimentados pelos próprios servidores e sofrem dos mesmos problemas verificados em relação ao site

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do Museu. Ou seja, a falta de uma pessoa com conhecimentos em manutenção do sistema, que seja responsável pela sua manutenção, não permite uma atualização padronizada.

e) Comunicação externa/Publicidade

Não existe assessoria de imprensa no MAB, e as atividades e serviços do Museu são divulgados pelos próprios servidores por meio do seu site (www.museudaabolicao.com.br), correspondência eletrônica, boletins e site do IBRAM, folder institucional, mídia espontânea, Agenda Cultural da Prefeitura do Recife, rádios comunitárias, os meios custeados pelo IBRAM, e os disponíveis gratuitamente.

f) Sinalização

O Museu dispõe de sinalização provisória, realizada pelos próprios servidores atendendo às demandas observadas no decorrer da utilização do Museu pelo público.

A sinalização existente consiste em: planta baixa do MAB com indicação das áreas de visitação e áreas restritas; indicação das salas de exposição temporária e acesso à exposição permanente; acesso aos banheiros; indicação de áreas de acesso restrito nas portas das salas de trabalho dos técnicos; indicação de saída; portas de acesso ao auditório/sala de vídeo e biblioteca; LEMMA, e saída para o jardim.

Verifica-se que a sinalização não é eficaz necessitando de uma uniformização e ampliação, sobretudo nas áreas externas do Museu onde não existe nenhuma sinalização indicativa de que o edifício é um Museu. Também não existem placas de sinalização na cidade, nem

mesmo no bairro ou nas vias de acesso ao museu.

g) Comunicado Interno

Com o objetivo de dar ciência a novos procedimentos e resoluções da administração à equipe do Museu, são expedidos comunicados internos pela diretoria ou chefia de serviço. Os comunicados internos, quando expedidos, são entregues diretamente aos servidores e terceirizados e fixados no mural de recados, localizado no primeiro piso.

4.13 - Recursos materiais

O Museu da Abolição conta com os seguintes recursos materiais:

a) Administração:

Oito (8) estações de trabalho;

Dez (10) computadores;

Um (1) arquivo deslizante, com 1 módulo fixo, 3 módulos intermediários e 1 módulo terminal que acondiciona o acervo bibliográfico;

Seis (6) armários de aço;

Três (3) armários de madeira;

Uma (1) impressora laser multifuncional;

Quatro (4) bebedouros;

Quatro (4) ventiladores

b) Auditório

Um (1) datashow;

Uma (1) televisão;

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Um (1) aparelho de Home Theater;

Dois (2) ventiladores;

Sessenta e cinco (65) cadeiras estofadas.

Um (1) Telão

c) Copa

Um (1) fogão;

Uma (1) geladeira;

Um (1) freezer;

Um (1) microondas.

d) LEMMA:

Cinco (5) Microfones Leson SM50, com cabo;

Cinco (5) Pedestais para microfone;

Um (1) Microfone preto;

Um (1) par de Caixas Acústicas para graves 500w (ativa/passiva);

Um(1) par de Caixas Acústicas para graves 600w (ativa/passiva);

Um (1) rack, contendo:

Uma (1) Mesa de Som 12 canais

Um (1) Equalizador Gráfico estéreo

Um (1) Dual Compressor estéreo

Um (1) Crossover Paramétrico estéreo

Um (1) Reverb Digital

Uma (1) Bateria Sonor, contendo:

Dois (2) tom;

Um (1) bumbo;

Um (1) surdo;

Um (1) caixa;

Um (1)) estante;

Um (1) contra-tempo;

Um (1) cachimbo/chupeta;

Um (1) pedal de bumbo;

Uma (1) banqueta;

Um (1) Amplificador de baixo, Antera, 120W;

Um (1) Amplificador de guitarra, Giannini;

Um (1) Teclado yamaha, com rack;

Um (1) Atabaque amarelo;

Seis (6) Suportes cubo em madeira;

Seis (6) Cabos de 50cm;

Quatro (4) Cabos de 5m;

Um (1) Tablado.

4.14 - Manutenção dos espaços

Atualmente o MAB conta apenas com a prestação de serviço de segurança e de conservação e limpeza. Todavia, os serviços contratados não atendem integralmente, às necessidades de manutenção, uma vez que não há serviço especializado em manutenção predial e jardinagem.

Desta forma, a necessidade da instituição diz respeito à empresa especializada em manutenção predial, com prestação de serviços de hidráulica, elétrica, alvenaria, vidraçaria,

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pintura, carpintaria, entre outros; e de jardinagem, uma vez que a área verde é enorme e bastante frequentada e não tem tratamento paisagístico para o desenvolvimento de projetos socioeducativo que utilize o espaço e as espécies vegetais existentes.

5 - Pontos fortes e fracos do Museu da Abolição

PONTOS FRACOS PONTOS FORTES

Não possui regimento interno consolidado; Possui uma comunidade envolvida em suas atividades;

Quadro de servidores insuficiente; Dispõe de um amplo jardim, teatro de arena, camarins e amplo estacionamento.

Acervo pequeno e pouco representativo dos anseios da comunidade envolvida com o museu e condizente com sua aspiração de tornar-se Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira;

Possui ótima localização, com fácil acesso através de transporte público;

Não possui orçamento para suprimento de fundos;

Ocupa um casarão tombado pelo IPHAN com arquitetura do séc. XIX e riqueza de seus elementos decorativos (azulejos);

Não possui acessibilidade física e comunicacional para os visitantes com necessidades especiais;

Possui amplo espaço para desenvolvimento de diversas atividades;

Não possui climatização para as áreas de exposição, nem para a área de serviço técnico e administrativo;

Possui proposta museológica e museográfica participativa e de vanguarda;

Não possui sinalização externa e a sinalização interna é precária;

Possui espaço para experimentação musical;

A ausência de climatização deixa o museu vulnerável à poluição sonora, o que dificulta as ações do educativo e visitas mediadas;

É um museu reconhecido pela comunidade;

Inadequação dos espaços do museu; Possui programa educativo com atendimento às escolas e comunidade;

Apresenta estrutura física em estado de degradação, o que compromete muito os serviços prestados;

Possui participação da comunidade na proposição e realização de projetos e atividades socioeducativos e culturais;

Ausência de sistema de segurança interna e externa e de planos de emergência para salvamento de pessoas e acervo;

O Museu apresenta características de museu-casa e museu de história, o que potencializa suas expectativas de prestação de serviços à comunidade.

Possui acervo iconográfico e documental não digitalizado;

Possui temática de interesse e relevância à cultura brasileira;

Possui Associação de Amigos sem atuação e sem reconhecimento pelo IBRAM de acordo com a Portaria nº 01;

É uma instituição federal e representante do IBRAM no estado.

Possui exposição de longa duração que necessita de redefinição conceitual, expográfica e museográfica;

Não possui pesquisa e publicação que divulgue estudos, exposição e acervo;

Não possui integração com outras instituições e fundações culturais do estado;

Pouca divulgação junto à imprensa local.

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6 – Ameaças e oportunidades do Museu da Abolição

AMEAÇAS OPORTUNIDADES

Ausência de política pública voltada para a preservação do entorno do Museu e sua área de tombamento;

Realização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil, com jogos em Pernambuco;

Dificuldade em contemplar expectativas dos grupos afro-descendentes frente à sua diversidade;

Existência de Curso de Museologia na Universidade Federal de Pernambuco;

Ausência de segurança pública na área externa.

Existência de políticas públicas voltadas para o setor de Museologia e para o setor cultural;

Desenvolvimento socioeconômico do Estado de Pernambuco, desencadeado por grandes investimentos no setor industrial e de serviços;

Desenvolvimento do Corredor Leste-Oeste, em Recife (PE), que prevê uma nova concepção urbanística para o entorno do museu.

PARTE DOIS

PROGRAMAS

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1 - Programa Institucional O ponto mais significativo deste programa está na consolidação do Regimento Interno, que instituirá a participação da sociedade na gestão do Museu da Abolição. Com a aprovação do Regimento Interno do MAB, cuja minuta é apresentada no Anexo 1, será estabelecida uma dinâmica democrática de gestão de museus públicos, garantindo a efetiva atuação de diversos grupos sociais na definição das atividades e ações do MAB.

1.1 - Consolidação do Regimento Interno do Museu da Abolição O Regimento Interno compreende:

Vinculação do Museu da Abolição ao Instituto Brasileiro de Museus;

Constituição de um Conselho Consultivo com representantes de entidades e instituições ligadas a questão afro-descendente, movimentos sociais, representantes do poder público e instituições universitárias;

Criação de áreas específicas para desempenho das atividades do Museu;

Outras disposições necessárias ao funcionamento do MAB.

2 - Programa de Gestão de Pessoas O programa de Gestão de Pessoas

7 tem por objetivos: atender às necessidades imediatas e

futuras do Museu; proporcionar gestão alinhada com o propósito, estratégias, princípios e processos de trabalho do IBRAM; incentivar o aprendizado contínuo e o comprometimento de todos que fazem parte do seu quadro funcional. Ações a serem desenvolvidas:

Estruturar as atividades de seu corpo técnico e administrativo com definição das suas atribuições, de acordo com função e formação de cada um dos componentes da equipe;

Consolidar contratação de terceirizados e voluntários para as áreas prioritárias (recepção, mediação, biblioteca, copeiragem, jardinagem e manutenção predial);

Proporcionar capacitação e qualificação profissional aos servidores;

Estabelecer parcerias com universidades e outras instituições de ensino para viabilizar programa de estágios;

Definir metas institucionais e individuais e acompanhar o desempenho de cada servidor;

Realizar reuniões periódicas com a equipe de servidores do MAB.

2.1. - Estrutura Funcional

2.1.1 - Organograma

A partir da estruturação das atividades da equipe do MAB e a consolidação de contratação de terceirizados e voluntários, o organograma do Mab terá a seguinte configuração:

7 Fundamentado no conceito de competências, entendidas como conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que se

manifestam por resultados observáveis e que viabilizam o alcance da missão e objetivos institucionais.

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2.1.2 - Competências e atribuições

a) Da Diretoria:

Coordenar a elaboração e execução do Plano Museológico do MAB;

Apresentar ao Conselho Consultivo o planejamento anual do MAB;

Coordenar a elaboração do Relatório Anual a ser apresentado ao Conselho Consultivo;

Encaminhar ao IBRAM o Relatório Anual das atividades e projetos desenvolvidos pelo MAB;

Encaminhar anualmente ao IBRAM o inventário atualizado do acervo museológico, arquivístico e bibliográfico do MAB;

Encaminhar mensalmente ao IBRAM relatório de visitação em instrumento próprio;

Garantir o desenvolvimento dos programas de Gestão de Pessoas; de acervos; de exposições; do educativo; de pesquisa; de segurança; de financiamento e fomento; de

atividades e serviços; e de comunicação.

b) Da Área Técnica:

Planejar, coordenar e promover a execução das atividades de pesquisa, organização, preservação, exposição e comunicação dos acervos museológicos, bibliográficos e arquivísticos do MAB;

Promover atividades expositivas, culturais e educativas em conformidade com o planejamento anual;

Acompanhar, controlar e quantificar a visitação do Museu em instrumento próprio e encaminhá-lo à Direção;

Planejar e acompanhar o atendimento aos visitantes;

Manter o inventário dos acervos atualizado em instrumento apropriado e encaminhá-lo à Direção anualmente.

c) Da Comunicação:

Promover a comunicação interna e externa do MAB;

Divulgar as atividades do MAB através dos meios de comunicação disponíveis;

Pesquisar e arquivar notícias e artigos sobre as atividades e imagem do MAB veiculadas nos meios de comunicação, bem como aquelas relacionadas à cultura afro-brasileira.

Manter mala direta com parceiros, usuários e visitantes do MAB;

Direção

Área Técnica

Área Administrativa

Comunicação

Conselho Consultivo

Voluntários

Voluntários

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Elaborar publicações impressas, digitais e em multimídia sobre temas de interesse do MAB.

d) Da Área Administrativa:

Planejar, coordenar e supervisionar a execução das atividades relativas às áreas de recursos humanos, contabilidade, orçamento, finanças, material, patrimônio, almoxarifado, compras, suprimentos, importação, documentação, protocolo, arquivo, zeladoria, vigilância, transporte, manutenção, terceirização, serviços gerais e os demais aspectos administrativos, inclusive os convênios e demais instrumentos congêneres de cooperação.

e) Do Conselho Consultivo:

Promover a articulação entre o MAB e instituições e movimentos sociais relacionados à cultura afro-descendente;

Estimular o desenvolvimento de programas, projetos e atividades no âmbito das finalidades do MAB;

Estimular a participação e o interesse dos diversos segmentos da sociedade nas atividades do MAB;

Propor a criação e aperfeiçoamento de instrumentos para melhor desempenho e desenvolvimento das atividades do MAB;

Sugerir ações para o planejamento anual do MAB;

Deliberar sobre a aquisição, alienação e descarte de acervo;

Analisar e emitir opiniões sobre o Plano Museológico;

Participar do diagnóstico institucional do MAB;

2.2 - Ampliação do quadro de funcionários e voluntários

Apesar da nomeação de quatro (4) novos servidores em 2010, provenientes do último concurso do IBRAM, o quadro atual de funcionários do Museu não supre a carência de pessoal para desempenhar todas as atividades necessárias ao atendimento ao público e à manutenção da instituição. Frente ao exposto, é imprescindível a contratação de profissionais para desempenhar as atividades de recepção, mediação, comunicação, biblioteca e arquivo, conservação-restauração, copeiragem, jardinagem, manutenção e reparos. Desta forma, o quadro funcional ideal para a realização de todas as atividades e ações pretendidas pelo Museu da Abolição, seria:

Um (1) Diretor;

Um (1) Técnico II; (Simone)

Um (1) Técnico I; (Adolfo)

Um (1) Analista I - Administração;

Um (1) Assistente Técnico;

Um (1) Técnico em Assuntos Culturais - Museologia;

Um (1) Técnico em Assuntos Educacionais;

Dois (2) Estagiários para mediação e auxílio em atividades educativas – Ensino Superior;

Sete (7) Funcionários responsáveis pelo serviço de limpeza e conservação (terceirizados);

Quatro (4) postos de vigilância diurno, 12 horas (diariamente, de segunda a domingo, inclusive feriados) e 02 postos de vigilância noturno, 12 horas (diariamente, de segunda a domingo, inclusive feriados).

Um (1) Bibliotecário;

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Um (1) Arquivista;

Um (1) Profissional de Comunicação;

Um (1) Conservador-restaurador;

Um (1) Historiador;

Quatro (4) Recepcionistas (terceirizados);

Um (1) Copeiro (terceirizado);

Um (1) Jardineiro (terceirizado).

Um (1) Técnico de manutenção e reparos.

2.3. Capacitação e Atualização O MAB manterá programa de capacitação para seus servidores, seja por meio de cursos à distância ou presenciais, participação em seminários e congressos, nas áreas pertinentes às necessidades da instituição, do ponto de vista conceitual e técnicos relativos à missão e objetivos da instituição: Este programa de capacitação contempla as seguintes atividades:

Participação em cursos, oficinas, treinamentos, palestras e seminários;

Desenvolvimento de parcerias com outras instituições para o estabelecimento de estágios;

Desenvolvimento de atividades em que o funcionário atue como multiplicador do conhecimento, aprimorando assim o desempenho de suas funções;

Estabelecimento de parceria com a Associação de Amigos, para promoção de cursos de capacitação e permuta de experiências institucionais;

Criação de programa de voluntariado na instituição junto às atividades educativas e culturais desenvolvidas.

2.4. Acompanhamento do Desempenho Individual

O acompanhamento do desempenho individual está baseado no plano de trabalho anual de cada servidor, e em consonância com as metas institucionais. Com exceção da Direção e do conselho consultivo, todos os servidores e estagiários serão incluídos no

acompanhamento do desempenho individual.

2.5 - Reuniões

Serão realizadas reuniões quinzenais pela Equipe do MAB para exposição e avaliação das atividades e ações em desenvolvimento.

3 - Programa de Acervos Outro ponto significativo deste programa é a consolidação de uma Política de Aquisição e Descarte de Acervo, cuja minuta é apresentada no Anexo 2, que estabeleça diretrizes de gestão, procedimentos e critérios para aquisição e descarte de objetos ou coleções para o acervo museológico do MAB.

3.1 - Aquisição e descarte

A política de aquisição e descarte de acervos observará as normas e legislação nacionais e internacionais que tratam do assunto, as orientações do IBRAM e normas do Regimento Interno do MAB. Indicará também as diretrizes de gestão dos acervos, procedimentos e critérios para aquisição e descarte de objetos ou coleções, sendo atualizada periodicamente.

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A Comissão de Avaliação do Acervo Museológico deve ser formada por 03 (três) servidores da instituição, de diferentes setores, 03 (três) membros da Associação de Amigos e representantes de comunidade local;

3.2 – Documentação A documentação do acervo levará em consideração questões básicas como: facilidade de recuperação das informações acerca da obra, documentos de aquisição do acervo e a segurança do mesmo. Neste sentido, prevê a coleta, organização, tratamento, armazenamento, recuperação e disseminação da informação produzida a partir da coleção. A coleção do MAB necessita de pesquisas sob o ponto de vista da formação de sua coleção, aquisição, procedência, valor simbólico, valor de uso e história, alimentando assim a documentação do museu. A iniciativa visa à compreensão destes objetos em seu contexto de produção e utilização, do ponto de vista histórico e cultural, entendendo-o como memória de sua temporalidade. Para auxiliar a composição da documentação e pesquisa da coleção, devem ser adquiridos equipamentos tais como: dispositivo de armazenamento portátil e câmera fotográfica, bem como contratação de serviços de profissionais especializados, como historiadores, antropólogos e outros profissionais, com vistas ao desenvolvimento das seguintes atividades:

Organizar, catalogar e acondicionar todos os documentos do acervo museológico, contemplando documentos de empréstimo, dossiês de aquisição e contratos de comodato;

Registrar todo o acervo museológico em Livro de Tombo, em formato manual e digitalizado, contemplando campos básicos de informações sobre a história, a propriedade física e o significado do item;

Estabelecer uso de livro de ocorrência do acervo museológico, para registros e ocorrências relacionados ao acervo museológico do MAB;

Informatizar o acervo bibliográfico utilizando banco de dados adequado;

Digitalizar acervo da Hemeroteca

Além disto, é necessário adquirir livros, revistas, periódicos e assinaturas de jornais locais, para atualizar e complementar a biblioteca especializada do Museu da Abolição, objetivando, a ampliação da hemeroteca e a disponibilização para a comunidade de acervo bibliográfico condizente com a missão e objetivos do MAB.

3.3 - Conservação

O tratamento e a conservação do acervo fotográfico arquivístico, bibliográfico e museológico, já realizado periodicamente pela Coordenação Técnica, através de higienização mecânica, será complementado por outros procedimentos, a partir da aquisição de equipamentos apropriados, bem como a utilização de mão de obra qualificada. Para acondicionamento do acervo será viabilizado o espaço físico destinado a Reserva Técnica. Também serão adquiridos materiais permanentes como mobiliário para acondicionar o acervo, equipamentos de precisão, assim como aparelhos que auxiliem no controle de temperatura e umidade.

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4 - Programa de exposições

4.1 - Exposições temporárias e itinerantes

O programa de exposições temporárias e itinerantes será elaborado, anualmente, pela Direção, com apoio do conselho consultivo e da área técnica, prevendo a abertura de editais semestrais para a utilização dos espaços a elas destinados.

4.2 - Exposição de Longa Duração

A exposição de longa duração, em exposição, será avaliada periodicamente pela diretoria do MAB e área técnica, com a participação do conselho consultivo e comunidades afro-descendentes, observando a missão e os objetivos do MAB de modo a garantir a sua atualização e permanente discussão.

5 - Programa Educativo e Cultural

O Educativo do Museu da Abolição tem por objetivo:

Implantar e desenvolver as políticas de atendimento ao visitante;

Coordenar o trabalho realizado pelos mediadores, responsáveis pelo acompanhamento dos visitantes;

Realizar o agendamento dos grupos, escolares ou não, para visita às exposições de longa e curta duração ou para outro tipo de atividade que esteja sendo oferecida pelo Museu;

Assessorar os professores e gestores de instituições do ensino formal e não formal quanto ao estabelecimento de parcerias e propostas integradas de trabalho;

Documentar as atividades educativas oferecidas e realizadas no MAB;

Promover atividades tais como cursos, oficinas, mesas redondas e debates sobre temáticas relacionadas à história e cultura afro-brasileira.

Do ponto de vista estratégico, as metas do programa educativo são:

Produzir de material didático, lúdico e informativo, para apoio ao atendimento ao público visitante, especialmente o público infantil, e professores;

Elaborar de roteiro para mediação da Exposição em Processo, em inglês e espanhol, em virtude do aumento de visitantes estrangeiros e dos Jogos da Copa do Mundo em 2014;

Ofertar atividades segmentadas para o público conforme sua faixa etária, tais como: público infanto-juvenil, infantil e idoso;

Desenvolver parcerias para capacitação de professores da rede pública, níveis

fundamental e médio, voltadas para a instrumentalização do Ensino da História da

Cultura Afro-brasileira, e auxílio no cumprimento da Lei 10.639/03.

Produzir artigos científicos sobre o processo de planejamento, concepção e montagem da Exposição em Processo, cuja experiência é pioneira no Brasil no campo da Museologia Social e do planejamento participativo em museus.

6 - Programa de Pesquisa

A linha de pesquisa a ser desenvolvida no Museu da Abolição irá contemplar as temáticas de interesse ao desenvolvimento da missão e objetivos do Museu. Como temática geral a História e Cultura Afro-brasileira, dela desdobrando-se as seguintes temáticas:

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Abolição

História da África e dos Africanos;

A luta dos negros no Brasil;

A cultura negra brasileira;

O estudo do negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política;

A criança Negra no Brasil, da escravidão ao século XXI.

Entre as metas estabelecidas para a Pesquisa, colocam-se:

Consolidar o Museu da Abolição como Centro de Referência da cultura Afro-brasileira;

Ampliar relações com as Universidades, estabelecendo convênios e parcerias, de modo a desenvolver pesquisas nas diversas áreas de conhecimento de interesse da instituição, em conjunto com profissionais e instituições reconhecidas;

Organizar e disponibilizar ao público acervos de documentos, hemeroteca e biblioteca existentes no Museu;

Contribuir para ampliação dos acervos;

Atualizar o conhecimento sobre o uso de fontes e sobre o tratamento de acervos, essenciais à qualificação metodológica da pesquisa histórica e antropológica;

Criar publicação do Museu para divulgar as pesquisas realizadas;

Disponibilizar os produtos elaborados pelas pesquisas aos diversos públicos e sociedade;

Identificar e documentar as diversas identidades e memórias dos povos afro-descendentes de Pernambuco;

Identificar e documentar as histórias vividas e construídas pelos personagens representativos dos afro-descendentes de Pernambuco;

Democratizar o acesso ao conhecimento, por meio da organização de exposições, divulgação em livros ou outras publicações, realização de seminários, debates e eventos afins, sobre os temas pesquisados em parceria com outras instituições culturais, universidades, e entidades da sociedade civil;

Realizar ações voltadas para a comunidade em geral, e particularmente aos afro-descendentes, com vistas a ampliar o conhecimento produzido pelas pesquisas.

Ocupar o papel de instituição articuladora na construção de uma rede nacional e internacional de museus com temática ou acervos afins aos do Museu da Abolição.

7 - Programa Arquitetônico e Urbanístico

Destinação dos espaços e seus usos após as obras de restauro e adequação do Sobrado Grande da Madalena, que deverão contemplar acessibilidade de acordo com a norma 9050:2004, para todos os espaços e ambientes do museu:

AMBIENTE (Planta) ESPAÇO (Função) ÁREA

Ambiente 01 Memorial do sobrado e do processo participativo de elaboração do Museu da Abolição

30,07 m2

Ambiente 02 Hall de entrada/Recepção 46,75 m2

Ambiente 03 Sala de exposição temporária 1 29,61 m2

Ambiente 04 WC Masculino – Readequação para acesso ao público

9,42 m2

Ambiente 05 WC com acessibilidade – Readequação para acesso ao público

3,31 m2

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Ambiente 06 WC Feminino – Readequação para acesso ao público

9,66 m2

Ambiente 07 Circulação – Readequação para acesso ao público

2,25 m2

Ambiente 08 Circulação – Instalação de plataforma para acesso a cadeirantes.

11,53 m2

Ambiente 09 Circulação/Escada 11,22 m2

Ambiente 10 Hall da escada 19,61 m2

Ambiente 11 Sala de exposição temporária 2 44,07 m2

Ambiente 12 Área Técnica/Biblioteca/Arquivo 46,28 m2

Ambiente 13 Mini-Auditório para 50 pessoas 54,10 m2

Ambiente 14 Reserva técnica 46,18 m2

Ambiente 15 Hall de escada dos fundos/circulação 7,27 m2

Ambiente 16 Descanso na escada 5,95 m2

Ambiente 17 Sala de atividades multiplas/brinquedoteca 42,02 m2

Ambiente 18 Copa 5,27 m2

Ambiente 19 Recepção do Laboratório de Experimentação Musical – LEMMA

10,30 m2

Ambiente 20 LEMMA 25,07 M2

Ambiente 21 Jardim/Pátio 110,06 m2

Ambiente 22 Sala de exposição de longa duração 2 31,98 m2

Ambiente 23 Sala de exposição de longa duração 3 49,68 m2

Ambiente 24 Sala de exposição de longa duração 4 31,45 m2

Ambiente 25 Sala de exposição de longa duração 1 20,19 m2

Ambiente 26 Plataforma para cadeirantes 17,20 m2

Ambiente 27 Sala de exposição de longa duração 5 56,75 m2

Ambiente 28 Setor educativo 30,18 m2

Ambiente 29 Escritorio do Setor educativo 9,14 m2

Ambiente 30 Banheiros para funcionários 9,23 m2

Ambiente 31 Sala de exposição de longa duração 6 59,10 m2

Ambiente 32 Sala de serviço técnico e administrativo 47,54 m2

Ambiente 33 Hall escada/circulação 15,61 m2

Ambiente 34 Sala de serviço técnico e diretoria 43,73 m2

Os espaços externos do MAB também serão adequados às necessidades do Museu, e para isto será realizado estudo que contemple a construção de área coberta nos jardins para realização de palestras, apresentações artísticas e de filmes.

8 - Programa de Segurança O quadro atual de seguranças do MAB é insuficiente. Por este motivo, no processo de renovação da licitação da empresa que presta serviços atualmente, será incorporado mais um segurança para o dia, no efetivo atual, totalizando o número de três (3) postos de

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vigilância, sendo 2 (dois) de 24h e 2 (dois) de 12h (terceirizados). Todavia, levando-se em consideração uma política mais ampla, que pensa não apenas a segurança armada a prioridade é o desenvolvimento de um Programa de Segurança, a ser elaborado. Este será desmembrado em ações, de curto (de 1 a 6 meses), médio (de 6 a 12 meses), e longo prazo (de 1 a 2 anos). As ações prioritárias para este programa estão abaixo descritas:

Ação Condição Prazo

Indicação de servidor técnico responsável pela organização e condução das ações concernentes à segurança;

Indicação do diretor Curto Prazo

Aproximação do museu com os órgãos de segurança pública, especialmente o corpo de bombeiros, as polícias civil e militar, e a defesa civil;

A ser desenvolvido pela Equipe MAB

Curto Prazo

Notificação às empresas licitadas, que prestam serviços ao Museu da Abolição, quanto à necessidade de realização de treinamentos periódicos dos funcionários terceirizados, no tocante a questões de segurança;

A ser desenvolvido pela Equipe MAB

Curto Prazo

Manual Interno de Segurança que sistematize ações cotidianas nesta área, tais como: competências e responsabilidades de cada servidor do museu, inclusive terceirizados; normas de controle de acesso, de funcionários, visitantes e pesquisadores, com identificação dos mesmos e registro dos setores visitados; política de controle de chaves, de entrada e saída de acervo, veículos, e equipamentos;

A ser desenvolvido pela Equipe MAB com treinamento da equipe terceirizada

Será desenvolvido em conjunto com Regimento Interno (médio prazo)

Programação de treinamentos sistemáticos para assegurar a condução das atividades de segurança, de orientações, procedimentos preventivos e medidas a serem tomadas em casos de emergência, envolvendo todos os servidores, independente de sua atuação direta ou indireta com a questão da segurança;

A ser desenvolvido pela Equipe MAB, em conjunto com IPHAN-PE (curso sobre cuidados com bens tombados), Bombeiros e Defesa Civil

Médio Prazo

Planos de segurança com foco em incêndios, roubos, furtos, enchentes e retirada de funcionários, públicos e acervos em caso de ocorrências; Diagnóstico, das características da instituição, seu público e funcionamento para a elaboração de um projeto de segurança adequado à realidade da instituição;

A ser desenvolvido pela Equipe MAB em conjunto com especialista da área.

Longo prazo

Aparelhamento do museu de recursos tecnológicos e operacionais voltados diariamente ao problema da segurança dos acervos, das instalações, dos públicos e dos servidores e terceirizados.

A partir da execução dos projetos básicos de restauro e readequação do museu, a serem licitados

Longo prazo

9 - Programa de Financiamento e Fomento

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A receita do Museu da Abolição é proveniente dos seguintes meios:

Recursos da União/Ministério da Cultura;

Doações da Associação de Amigos do Museu da Abolição;

Captação de recursos de leis de incentivo a cultura, através da elaboração de projetos para melhoria e execução das atividades do MAB;

Recursos de editais.

O programa de financiamento e fomento, a ser desenvolvido pelo MAB, contempla o estimulo às ações da Associação de Amigos do Museu da Abolição, que inicia com o reconhecimento da associação pelo IBRAM, de acordo com a Portaria Normativa nº1; busca de apoio de OSCIPS e ONG’s, como o Fórum de Museus de Pernambuco; parcerias com universidades e instituições de ensino, para captação de recursos e desenvolvimento de projetos.

10 – Programa de Atividades e serviços

10.1 - Laboratório de Experimentação Musical do Museu da Abolição - LEMMA O LEMMA está atendendo em caráter experimental e necessita de alguns aprimoramentos para atender de forma plena aos usuários:

Elaboração de formulários para controle e pesquisa de acesso ao serviço;

Contratação de recepcionista para atendimento aos usuários;

Contratação de projeto de isolamento acústico; Melhoria das instalações com isolamento e tratamento acústico da sala;

Elaboração de sistema para agendamento no site do MAB;

Realização de parcerias com escolas públicas para oferecer suporte ao ensino da música e ao cumprimento da Lei 11.769/08, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.

10.2 – Biblioteca e Arquivo

O atendimento da biblioteca/arquivo é debilitado por falta de pessoal, mobiliário adequado e de um sistema de consulta eficiente para os usuários. São prioridades para este serviço:

Aquisição de novos títulos;

Aquisição de mobiliário para armazenamento do acervo;

Contratação de bibliotecário e arquivista para organização e atualização do sistema de consulta e utilização;

Inserção de títulos no sistema de consulta.

10.3 - Mini-auditório/sala de vídeo (50 lugares)

O Auditório foi montado pelos servidores com equipamentos existentes no MAB. Embora funcione bem e atenda ao público de maneira geral, existe a necessidade de melhoria das instalações, criação de espaço adequado e compra de equipamentos.

Contratação de projeto para adequação do espaço;

Aquisição de equipamentos e mobiliários;

Elaboração de formulários e procedimentos para utilização do espaço.

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10.4 - Jardim

A área externa do museu também necessita de revitalização e de projeto de adequação que deve consistir em:

Construção de um espaço coberto para realização de atividades culturais diversas;

Projeto para revitalização ou reforma do agenciamento;

Estudo para a área de estacionamento;

Levantamento da vegetação e projeto para uso sócio educativo e cultural do jardim;

Elaboração de programação cultural anual para utilização do espaço

11 – Programa de Comunicação

11.1 - Telefonia

A rede de telefonia externa e interna (ramais) necessita de revisão e readequação, o que ocorrerá após as obras de restauro e requalificação do MAB. A rede de telefonia interna (ramais) funciona parcialmente e necessita de uma revisão dos cabos e de permissões de uso, que devem ser realizadas conforme distribuição das salas e servidores nos ambientes do MAB.

11.2 - Internet e Rede

a) Internet

Há necessidade de redimensionamento do acesso à Internet com aumento da banda larga fornecida ao museu e de estudo de possibilidades para oferecer acesso gratuito (Access Point) aos usuários.

b) Rede

Embora atenda as demandas atuais do Museu, o cabeamento está em péssimo estado de conservação e faltam switches e cabos para levar acesso à rede, em quantidade suficiente, para alguns ambientes do Museu que antes não eram ocupados pelo IPHAN-PE.

11.3 - Comunicação interna

a) Comunicados

A comunicação interna é realizada por meio reuniões, e-mail’s, e de Comunicados Internos, os quais são afixados no quadro de avisos do Museu e nas áreas de circulação dos terceirizados (seguranças e serventes), quando o assunto for pertinente a estes grupos. A dificuldade maior é a ausência de porta-recado, nos ambientes internos de circulação dos terceirizados, o que leva à fixação dos comunicados nas paredes dos ambientes. A prática mais eficaz é a realização de reuniões que servem também de momento de interação de toda equipe que compõe o MAB.

b) Sinalização

Toda a sinalização deverá atender aos critérios de acessibilidade estabelecidos por Lei para espaços públicos e ao bem estar dos usuários. Há necessidade de elaboração de projeto de sinalização interna a ser elaborado por especialistas ou empresas deste ramo, identificando:

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Localização no prédio para informação dos usuários;

Equipamentos e áreas acessíveis ou adaptadas para pessoas com deficiência;

Salas de exposição e outros serviços;

Sinalização do Museu na área externa;

Sinalização de segurança (extintores de incêndio, câmeras, zonas de riscos etc).

Áreas de acesso restrito;

11.4 - Comunicação externa/publicidade

Contratação de plano de comunicação para o museu contemplando todos os meios de comunicação utilizados atualmente e tantos outros quantos forem necessários para divulgar a imagem da instituição em âmbitos local, regional, nacional e internacional.

ANEXO 1

MINUTA DO REGIMENTO INTERNO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

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MINUTA DO REGIMENTO INTERNO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

CENTRO DE REFERÊNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

CAPÍTULO I

DA VINCULAÇÃO E FINALIDADES Art. 1º - O Museu da Abolição – Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira - também designado pela sigla (MAB), é unidade museológica vinculada ao Instituto Brasileiro de Museus, integrante da estrutura do Ministério da Cultura - MinC.

Art. 2º - O MAB tem por finalidade pesquisar, preservar, divulgar, valorizar e difundir, a memória, os valores históricos, artísticos e culturais, o patrimônio material e imaterial dos afro-descendentes, por meio de estímulo à reflexão e ao pensamento crítico, sobretudo quanto ao tema abolição, contribuindo para o fortalecimento da identidade e cidadania do povo brasileiro. Art. 3º - Ao MAB compete:

I. Elaborar e executar o Plano Museológico, levando em consideração o Plano Nacional de Cultura, a Política Nacional de Museus e o Plano Nacional Setorial de Museus;

II. Atualizar o Plano Museológico anualmente; III. Elaborar e executar Plano Anual, em consonância com o Plano Museológico; IV. Elaborar e executar normas e procedimentos técnicos, administrativos e de

segurança; V. Adquirir, registrar, preservar e divulgar elementos constitutivos do patrimônio

material e imaterial dos afro-descendentes em todas as suas manifestações; VI. Executar programas, projetos e atividades de pesquisa no âmbito de suas

finalidades; VII. Promover ou patrocinar a formação e especialização de recursos humanos no

âmbito de suas finalidades; VIII. Desenvolver e divulgar produtos e serviços decorrentes de suas pesquisas,

contratos, convênios, acordos e ajustes, resguardados os direitos relativos à propriedade intelectual;

IX. Promover, patrocinar e realizar cursos, conferências, seminários e outros eventos de caráter cultural, científico e educativo;

X. Desenvolver ações e programas educativos e de fomento à cultura relacionados à sua missão e objetivos;

VII. Manter acervo bibliográfico e documental especializado.

CAPÍTULO II

DA ORGANIZAÇÃO Art. 4º - O MAB tem a seguinte estrutura:

I. Conselho Consultivo; II. Diretoria III. Área Técnica IV. Área Administrativa

Art. 5º - O Conselho Consultivo terá a seguinte composição com direito a voto:

I. Presidente (Diretor do Museu da Abolição); II. Um Coordenador técnico (servidor do Museu da Abolição);

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III. Um Coordenador administrativo (servidor do Museu da Abolição); IV. Um representante da Associação de Amigos do Museu da Abolição; V. Um representante da Secretaria da Cultura do Estado / Fundarpe; VI. Um representante da Secretaria Municipal de Cultura / Núcleo da Cultura Afro-

Brasileira/Secretaria de Cultura; VII. Um representante de religiões afro-brasileiras; VIII. Um representante de movimentos sociais afro-descendentes; IX. Um representante do curso de museologia da UFPE; X. Um representante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros; XI. Um representante do curso de Museologia da UFPE;

§ 1º Os representantes, titulares e suplentes, serão indicados pelos titulares das instituições e entidades representadas e serão designados pelo Diretor do MAB.

§ 2º Poderão ser convidados a participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Consultivo especialistas, personalidades e representantes de órgãos e entidades dos setores público e privado.

Art. 6º - A participação nas atividades do Conselho Consultivo será considerada função relevante, não remunerada. Art. 7º - Compete ao Conselho Consultivo:

I. Promover a articulação entre o MAB, instituições e movimentos sociais relacionados à cultura afro-descendente;

II. Estimular o desenvolvimento de programas, projetos e atividades no âmbito das finalidades do MAB;

III. Estimular a participação e o interesse dos diversos segmentos da sociedade nas atividades do MAB;

IV. Propor a criação e aperfeiçoamento de instrumentos para melhorar o desenvolvimento das atividades do MAB e seu desempenho;

V. Sugerir ações para o planejamento anual do MAB; VI. Indicar representante para compor Comissão de Avaliação de Acervo; VII. Analisar e emitir opinião sobre o Plano Museológico e o Plano Anual; VIII. Participar do diagnóstico institucional do MAB; IX. Analisar e emitir opinião sobre o Relatório Anual do MAB.

Parágrafo Primeiro – O Conselho delibera por votação, tomando-se a maioria simples dos votos dos membros presentes à reunião.

Parágrafo Segundo – O mandato dos membros do conselho será de dois (2) anos, permitida uma (1) recondução, por indicação da instituição a qual representa. Art. 8º - O Conselho reunir-se-á ordinariamente, semestralmente, e extraordinariamente quando convocado pelo seu presidente ou pela maioria de seus membros. Art. 9º - Ao MAB cabe prover o apoio administrativo e os meios necessários à execução dos trabalhos de secretaria do Conselho Consultivo. Art. 10º - O Diretor do Museu da Abolição será designado pelo Presidente do Instituto Brasileiro de Museus e do Ministro da Cultura Art. 11º - O quadro de servidores do Museu tem a seguinte composição:

I. Diretor (1); II. Chefe de Serviço (1);

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III. Técnica em Assuntos Educacionais (1); IV. Museólogos (2); V. Analista I – Administração (1); VI. Assistente Administrativo (1); VII. Estagiários remunerados (2) VIII. Estagiários Voluntários (2); IX. Voluntários (2)

Art. 12º - Compete à Diretoria do MAB:

I. Coordenar a elaboração e execução do Plano Museológico do MAB; II. Apresentar ao Conselho Consultivo o planejamento anual do MAB; III. Coordenar o desenvolvimento dos programas constituintes do Plano Museológico; IV. Coordenar a elaboração do Relatório Anual das atividades e projetos desenvolvidos

pelo MAB; V. Apresentar o Relatório Anual ao Conselho; VI. Coordenar a elaboração do inventário atualizado do acervo museológico,

arquivístico e bibliográfico do MAB; VII. Encaminhar anualmente ao IBRAM o inventário atualizado do acervo

museológico, arquivístico e bibliográfico do MAB; o Relatório Anual; e o Plano Museológico atualizado.

Art. 13º - Os recursos financeiros do MAB serão provenientes de:

I. Dotações orçamentárias da União; II. Receitas Federais destinados pelo Orçamento do IBRAM/MINC; III. Recursos externos públicos ou privados, captados pela AMAB; IV. Doações.

Art. 14º - O MAB será dirigido pelo Diretor, chefe de serviço e técnicos que

ocuparão as áreas técnico-administrativas, de acordo com sua formação, cujos cargos em comissão serão providos pelo IBRAM.

CAPÍTULO III

DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DAS ÁREAS

I. Área Técnica; II. Área de Comunicação; III. Área de Administração.

Art. 15º - À Área Técnica compete:

I. Planejar, coordenar, promover e supervisionar a execução das atividades de pesquisa, organização, preservação exposição e comunicação dos acervos museológicos, bibliográficos, e arquivísticos do MAB;

II. Promover atividades expositivas, culturais e educativas em conformidade com o planejamento anual;

III. Manter o controle da visitação em instrumento próprio e encaminha-lo à Direção mensalmente;

IV. Manter o atendimento aos visitantes; V. Manter o inventário dos acervos atualizado e em instrumento apropriado e

encaminhá-lo à Direção anualmente.

Art. 16º - Da área de Comunicação compete:

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I. Promover a comunicação interna e externa do MAB; II. Divulgar as atividades do MAB através dos meios de comunicação disponíveis; III. Pesquisar e arquivar notícias e artigos sobre as atividades e imagem do MAB

veiculadas nos meios de comunicação; IV. Manter mala direta atualizada com parceiros, usuários e visitantes do MAB; V. Elaborar publicações impressas, digitais e em multimídia sobre temas de interesse

do MAB.

Art. 17º - À Área Administrativa compete: I. Planejar, coordenar e supervisionar a execução das atividades relativas às áreas

de recursos humanos, contabilidade, orçamento, finanças, material, patrimônio, almoxarifado, compras, suprimentos, importação, documentação, protocolo, arquivo, zeladoria, vigilância, transporte, manutenção, terceirização, serviços gerais e os demais aspectos administrativos, inclusive os convênios e demais instrumentos congêneres de cooperação.

CAPÍTULO IV

ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES Art. 18º - Ao Diretor compete:

I. Planejar, coordenar, dirigir e supervisionar as atividades do MAB; II. Representar o MAB; III. Convocar e presidir as reuniões do Conselho Consultivo do MAB; IV. Executar as demais atribuições que lhe forem conferidas em ato específico de

delegação de competência.

Art. 19º - Aos técnicos compete coordenar e supervisionar a execução das várias atividades a seu cargo.

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 20º - O Museu apresentará anualmente ao IBRAM o Relatório Anual, bem como inventário completo e atualizado do acervo museológico. Art. 21º - O Diretor poderá instituir Grupos de Trabalho e Comissões Especiais, em caráter permanente ou transitório, para fins de estudos ou execução de atividades específicas de interesse do MAB. Art. 22º - Os casos omissos e as dúvidas surgidas na aplicação do presente Regimento Interno serão solucionados pelo Diretor, ouvido, quando for o caso, o Conselho Consultivo.

ANEXO 2

Minuta da Política de Aquisição e Descarte de Acervo Museológico

MINUTA

POLÍTICA DE AQUISIÇÃO E DESCARTE DE ACERVO MUSEOLÓGICO DO MUSEU DA

ABOLIÇÃO

CAPÍTULO I

DA VINCULAÇÃO E FINALIDADES Art. 1º - As definições constantes deste documento seguem as normas do Código de Ética do Conselho Internacional de Museus - ICOM, da Lei 11.904 de 14 de janeiro de 2009 que institui o Estatuto de museus, bem como as diretrizes do Instituto Brasileiro de Museus do qual o MAB é integrante: Portaria Nº. 231, DE 29 de julho de 2011, que estabelece procedimentos técnicos e administrativos para compra de acervos no âmbito dos Museus vinculados ao IBRAM. Art. 2º - A política de aquisição e descarte tem por Objetivos:

1- Permitir o crescimento racional e equilibrado do acervo; 2- Identificar os elementos adequados à continuação da coleção; 3- Traçar diretrizes para a aquisição e descarte de materiais; 4- Dinamizar o acervo museológico; 5- Manter obras pertinentes ao perfil ressaltado na instituição e a sua missão

institucional; 6- Descartar obras não condizentes com o perfil do Museu ou por motivo que justifique

o descarte; 7- Suprir as lacunas existentes no acervo e coleções pré-existentes; 8- Dar apoio aos programas de pesquisa e educação da Instituição; 9- Coletar e recuperar materiais que retratem a história, a luta, as relações sociais,

tecnologicas e culturais dos afro-brasileiros;

CAPÍTULO II

DA AQUISIÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO

Art. 3º - A aquisição de novos objetos museológicos pode ser efetivada por meio de doação; legado; compra; permuta; coleta ou quaisquer outros meios cuja propriedade do bem seja transferida para o museu. Quando for o caso, a Comissão de Avaliação de Acervo deverá analisar os seguintes critérios:

I. Interação com o acervo já existente; II. Adequação do objeto aos objetivos e missão da Instituição; III. Estado de conservação do material: condições físicas e qualidade técnica; IV. Não ter condições ou restrições na sua utilização, por parte do doador; V. Não provenham da deterioração não autorizada, não cientifica ou intencional de

monumentos antigos, locais arqueológicos, geológicos, espécimes ou habitats naturais;

VI. Não viole qualquer legislação, tratados locais, estatais, nacionais e internacionais; VII. Acervos de restos mortais e material de caráter sagrado só poderão ser adquiridos

se forem resguardados os interesses e convicções das comunidades, grupos religiosos e étnicos dos quais os objetos, quando conhecido, originam;

Art. 4º - Após consulta à Comissão de Avaliação de Acervo, a decisão final de aquisição é responsabilidade do diretor do Museu; Art. 5º - Procedimentos para aquisição de acervo:

I. Criar dossiê provisório para análise do objeto a ser adquirido, com as seguintes informações:

a) Nome do doador; b) Nacionalidade e naturalidade do doador; c) Registro geral do doador; d) Endereço do doador; e) Fotografias da peça a ser doada; f) Certificado ou registro de propriedade do objeto, de preferência legalmente

reconhecidos; g) Declaração de autenticidade, que reconheça a autoria - quando for o caso

de autor identificável ou atribuído - ou a genuinidade da peça a ser comprada, emitida por especialista de notório saber, seja dos quadros de servidores dos museus do IBRAM ou convidado;

h) Relatório do estado de conservação acompanhado de documentação fotográfica;

i) Breve currículo do doador; j) Histórico de procedência atestando a origem do bem cultural, que

apresentem a trajetória da(s) peça(s) desde sua descoberta ou criação; k) Em caso de compra do acervo, declarações de Valor, no mínimo de três

(3), emitidas pela unidade museológica ou por especialistas convidados, e ratificada pela direção do Museu, com base em valores efetivamente praticados no mercado, preferencialmente em leilões públicos

CAPÍTULO III

DO DESCARTE DE ACERVO MUSEOLÓGICO

Art. 6º - O descarte pode ser efetivado por meio de doação, transferência, troca, venda, repatriação ou destruição. Quando for o caso, a comissão de avaliação de acervo deverá analisar os seguintes critérios:

I. Impossibilidade de manutenção do objeto; II. Condições físicas: itens irrecuperáveis, ou objetos deteriorados, infestados,

cujo estado de conservação interferem na comunicação com o público, inviabilizando uma possível montagem expositiva;

III. Casos de erro de numeração ou equívocos no inventário; IV. Readequar o foco da coleção; V. Inadequação: obras cujos conteúdos não interessam à Instituição, as

incorporadas ao acervo anteriormente sem uma seleção prévia; VI. Repatriamento de objetos.

Art. 7º - A proposta de descarte de acervo museológico será levada à Comissão de Avaliação de Acervo do Museu, que emitirá parecer. Art. 8º - Após consulta à Comissão de Avaliação de Acervo, a decisão final de descarte é responsabilidade do diretor do Museu.

Art. 9º - Procedimentos para descarte do acervo Museológico:

I. Qualquer servidor do MAB, ao identificar que tal procedimento é necessário, deve comunicar à Direção do Museu, por meio de memorando;

II. O Diretor deve convocar a Comissão de Avaliação de Acervo para deliberar sobre o procedimento;

III. Após deliberação do Diretor e Comissão de Avaliação de Acervo a área administrativa do MAB deve comunicar a decisão ao Instituto Brasileiro de Museus, por meio de memorando;

IV. Neste caso, os números de identificação pertencentes às peças descartadas, não serão utilizados em outra peça do acervo;

V. Deverá ser registrado no livro de Tombo do museu o motivo do descarte, a data, o nome do responsável pela solicitação e ata da reunião da Comissão de Avaliação de Acervo que aprovou o descarte;

VI. A relação dos itens descartados serão obrigatoriamente publicados em diário oficial.

CAPÍTULO IV

DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO

Art. 10º - A Comissão de Avaliação de Acervo será composta pelos seguintes membros:

I. Diretor do Museu ou representante legal; II. Um (01) museólogo do Museu; III. Um (01) representante da Associação de Amigos do Museu- AMAB; IV. Dois (02) representantes da comunidade local; V. Um (01) representante do Conselho Consultivo

Art. 11º - Caso haja impasse quanto à decisão da Comissão, cabe ao diretor do Museu decidir a votação; Art. 12º - Durante a atuação da comissão, todas as atividades devem ser registradas por meio de ata, assinada por todos os membros; Art. 13º - a comissão deve elaborar um parecer circunstanciado justificando a aquisição ou o descarte, tendo em vista a missão, as finalidades do museu e a política de aquisição e descarte do Museu.

Art. 14º - Os potenciais doadores estão vetados de participar da comissão de avaliação; podem estar presentes durante a reunião para justificar os motivos da doação, porém não devem se encontrar no local de reunião durante o período de votação da comissão.

Art. 15º - A comissão reúne-se única e exclusivamente para questões referentes à aquisição e descarte de acervo Museológico sem nenhum tipo de remuneração ou encargos.

Art. 16º - Caso algum integrante venha a ficar impedido de permanecer na Comissão, por quaisquer motivos, deve ser indicado um substituto. Esta substituição deve constar na ata da reunião que aprovar o substituto.

CAPÍTULO V

DOS PROCEDIMENTOS PARA ENTRADA DO ACERVO MUSEOLÓGICO

Art. 17º - Após a validação da aquisição, deve-se registrar em termo específico a entrada do objeto e anexá-lo ao dossiê anteriormente criado. Art. 18º - O procedimento deve ser comunicado, pela Comissão, por meio de memorando, às partes interessadas: Direção, Corpo Técnico da Instituição e Instituto Brasileiro de Museus.

Art. 19º - O acervo adquirido deve receber numeração museológica, seguindo os critérios de inventário utilizado nas outras coleções do acervo.

ANEXO 3

PLANTAS DO DIAGNÓSTICO / OCUPAÇÃO DO MAB

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59

60

ANEXO 4

PLANTAS DE READEQUAÇÃO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

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62

63

ANEXO 5

COLABORADORES DO GT/MAB/2005

65

Colaboradores GRUPO DE TRABALHO GT – MAB – Realizado em 2005

Coordenação: Evelina Grunberg - MAB

Vice-Coordenação: Arnaldo Vicente da Silva Filho – MNU – Movimento Negro Unificado

Secretaria: Mônica Pádua – Memorial da Justiça do Estado de Pernambuco Regina Batista – CPM - Consultoria em Projetos Museológicos Rosilene Rodrigues – UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco Vânia Brayner – FUNDAJ - Museu do Homem do Nordeste

Membros: Adriana Almeida – IPHAN – 5ª SR Anselmo de Lira Ferraz – ASCON - Assoc. Nacional Def. do Consumidor Antonio Roberto Nogueira Barros – Maracatu Nação de Luanda Áurea Maria de A. M. Bezerra – Secretaria Municipal de Educação Edite Oliveira Araújo – Ilê Axé Oyá Bery Eugênia Chang – Centro Espírita Pai Canindé - Ilê Axé Oyá Beri Fernando Augusto de Sousa Lima – PCR - Museu de Arte Moderna Aloísio. Magalhães Hilda Feitosa – Grêmio Recreativo Escola de Samba Favela do Recife Jamesson Tavares – Espaço Cultural Badia João Monteiro – Casa Xambá – Arquivo Público Estadual Jorge Andrade – MNU - Movimento Negro Unificado José Amaro Santos da Silva – UFPE - Profº Adjunto do Deptº de Música Lupércio Rômulo Soares – Ilê Oyá Bangbo Xê Manoel Nascimento – Terreiro Obá Ogum Té – Presidente da ABICABEPE Maria da Conceição da Silva – Terreiro Obá Ogum Té Maria do Carmo Macedo – Antropóloga da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Marilene Rubin – Presidente do Fórum de Museus de Pernambuco Marta Almeida – MNU - Movimento Negro Unificado Silvia Adelmo - Ilê Axé Oyá Beri Simone Novaes – IPHAN - Museu da Abolição Sônia Pereira da Silva – APEC - Associação Pernambucana de Cegos Veranice de França - IPHAN – 5ª SR Walteir Silva – UFPE - Núcleo de Estudos Brasil África

ANEXO 6

COLABORADORES DA EXPOSIÇÃO EM PROCESSO

67

Colaboradores da EXPOSIÇÃO EM PROCESSO – Realizada em 2010

João Batista Dantas Adélia Mendes Correia

João Henrique L. Feitosa Ademario José de Freitas

João Monteiro Adilson Silva

João Neto de O. Santos Adolfo Samyn Nobre De Oliveira

Jonatas Lins Duarte Adriana Almeida

Jorge Andrade Adriana Maria Santos

Jorge D'Xangô Adriano Edney Santos de Oliveira

José Alfredo S. Junior Airly Góes Maciel

José Amaro Santos da Silva Alberto Saulo Silva de Lima

José Celso Lins Albino Oliveira

José de Arimatéia Alcidésio J. Santana

José Roberto Feitosa Aldair Nascimento da Silva

Josebias José dos Santos Alexandre L'Omi L'Odo

Josinês B. Rabelo Almir Miranda da Hora

Judite Félix de Moura Amanda Arruda

Juliana Alves da Silva Amanda Maria Pereira

Juliana Noleto Costa Ana Carina Calixto de Souza

Juliana Novais Ana Catarina Sales

Juliana Rezende Ana Fabiola Correia da Costa

Juliana Vasconcelos Ana Janaina Tavares Ferreira da Costa

Kátia Gurgeia Ana Paula Milad

Kátia Santos Bogéa Ana Paula Mota Bitencourt

Laila Santana Ane Caroline Mª da Silva

Leonardo Lima Ângela Gandier

Lindacy Silva Assis Ângela Sumavielle

Luiz Antônio R. de Andrade Anna Elisa Zidanes

Luiz H. Botelho Anne Cleide Silva

Lupércio Rômulo Soares Anselmo de Lira Ferraz

Manoel do Nascimento Costa Antônio Joaquim de Santana Neto

Marcela Rodrigues Frutuoso de Cerqueira Antônio Motta

Marcelo Artur da Silva Antônio Roberto Nogueira Barros

Marcelo Efrem Arlete Franklin

Marcos Ivan da Fonseca Gomes Arlete Iraneide

Marcos Silva Armando Tenório

Margarida M. Marques Vasconcelos Arnaldo V.S. Filho

Maria Guiomar Cunha Ary Banto

Maria Iranilda Silva Átila Bezerra Tolentino

Maria L. Silva Aubiérgio Costa

Maria Lizete Andrade Santos de Souza Áurea Maria de A. M. Bezerra

Maria Regina Batista Silva Aurenice Maria do Nascimento Lima

Maria Vanessa Nunes do Carmo Ava Vieira de Brito

Maria Vânia do N. Souza Bartolomeu Frei Tito Figueiredo de Medeiros

Marilene R. G. Dias Leal Bruno Monteiro

Mário Chagas Bruno Ricardo Rodrigues da Silva

Mário Ribeiro dos Santos Carlos Alberto V. Amaral

Marta Almeida Carolina Miranda Maciel

68

Michelle Gonçalves Rodrigues Cássia Carla de Araújo

Míriam America da Silva Catia Avellar

Moisés de Andrade Machado Célia Lopes Tavares

Moisés de Melo Santana Ceres Paes Barreto Moraes

Mônica Pádua Ciema Silva de Mello

Moysés M. de Siqueira Cláudia Maria Rodrigues Pinto

Paulidayane Cavalcanti de Lima Cláudia de Amorim Ponce

Pedro Arão De Siqueira Junior Cláudia de Oliveira Barbosa

Poliana do Nascimento Silva Cláudia de Vasconcelos

Quézia Francisca da Silva Cláudia M. R. Storino

Rafael Barros Gomes Cléa da Silva Alves

Rafael Costa Daniel Jacinto Pereira

Rafael Valença Danielly Bertoldo Lima Barreiras

Raissa Souza David Lieka Bolinga

Raul Lody Deborah Evelyn dos Santos Siqueira

Ravena B. M. Souza Edelson Ramos de Andrade

Regina Barros Goulart Nogueira Edileuza Monteiro

Regina Batista Edite Oliveira Araújo

Renata Sandrelly Edja Lima de Castro Monteiro

Roberta Maximo de Melo Arimateia Elígia Moura

Rodrigo Alves Araújo Emiliano Dantas

Rodrigo Correia de Lima Eric Cunegundes

Rosilene Rodrigues Eric Sodré da Motia

Sandra Lúcia da Silva Estela Regina Leleu Pereira

Sandro Leandro Eloi Eugênia Chang

Sérgio Douets Evelin Carvalho M. de Arruda

Sérgio Ricardo C. De Matos Evelina Grunberg

Severino Lepê Correa Everaldo Silva Alves

Severino Saulo Gomes Expedita Helena Almeida Silva

Shirleide Pereira da Silva Fabiano Santos

Silvana Araújo Fábio da Rocha

Silvânia de Abreu Ivo Fátima Vasconcelos

Silvia Adelmo Fernando Augusto de Sousa Lima

Sílvia Brasileiro Fernando Wilson Sabonete

Simone Novaes Flávio Paes Barreto

Socorro Conrado Frederico Almeida

Sônia Pereira da Silva Genivaldo Barbosa

Stela Maris Alves de oliveira George de Souza

Surama Dos Reis Gonçalves Gilberto Vasconcelos

Tamires Martins da Silva Giorge Patrick Bessoni e Silva

Tarciana Portella Graça Oliveira

Thamires Paiva Henrique de Vasconcelos Cruz

Valdeli Belo da Silva Hilda Feitosa

Valdenice Lopes Batista Igor Henrique de Mendonça

Vanessa Adriano Marinho Isabelle Gabrielle de Sena Santos

Vanessa Tenório Bezerra Isadora T. de Paula

Vânia Brayner Ismael Tcham

Vera Regina Paula Baroni Ivo de Xambá

Veranice de França Izabel Lira da Silva

69

Viviane Almeida Jaciara Mª Feliz de Moura

Vivianne Ribeiro Valença Jáder Félix da Silva

Walteir Silva Jader Feliz da Costa Walter Pedro da Silva Jamesson Tavares

Walter Ramos Janilson Lopes

Wanderson Araújo da Silva Janine Primo

Wellington Henrique Jayro Pereira de Jesus

Williams Miguel dos Santos João Artur de Lima

Wilton F. Silva

70

Museu da Abolição / IBRAM / MinC Endereço: Rua Benfica, 1150 – Madalena

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Tel: (81) 3228-3248