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OBJETO 2014 ETAPA 4 PMGIRS Produto 7 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PMGIRS Belmiro Braga - MG

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OBJETO

2014

ETAPA 4

PMGIRS

Produto 7

PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PMGIRS

Belmiro Braga - MG

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CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA ELABORAÇÃO DOS

PLANOS MUNICIPAIS DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE 14

MUNICÍPIOS DA ZONA DA MATA MINEIRA

CONTRATO: n°. 008/2012/AGEVAP (aditamento)

CONTRATANTE: Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio

Paraíba do Sul (AGEVAP)

CONTRATADA: Vallenge Consultoria, Projetos e Obras Ltda.

REALIZAÇÃO

Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

(AGEVAP)

Rua Elza da Silva Duarte, n. 48 (loja 1A) - Manejo

CEP: 27520-005 Resende-RJ.

Composição da Diretoria Executiva da AGEVAP

Diretor Executivo: André Luis de Paula Marques

Diretora de Relações Institucionais Interina: Aline Raquel Alvarenga

Diretor Administrativo Financeiro: Diego Elias M. Nascimento Gomes

Diretor de Planejamento Estratégico: Flavio Antonio Simões

Diretor de Recursos Hídricos: Helvécio Zago Galvão César

Prefeitura Municipal de Belmiro Braga - MG

Rua Joana Claudina, n. 329 – Centro.

EXECUÇÃO

Vallenge Consultoria, Projetos e Obras Ltda.

Todos os direitos reservados.

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EQUIPE

EQUIPE TÉCNICA

Engenheiro Civil José Augusto Pinelli

Engenheira Civil Camila Bueno Tobiezi

Engenheiro Antonio Eduardo Giansante

Engenheira Sanitarista Juliana Simião

Engenheiro Agrônomo Eduardo Cunha Montesi

Engenheiro Florestal José Aurélio Caiut

Engenheira Ambiental e Sanitarista Eliane Santos Moreira

Engenheira Ambiental e Sanitarista Jaqueline Junqueira Gorgulho

Engenheira Ambiental e Sanitarista Paula Madeira Quirino

Engenheira Agrônoma Denise Lima Belisario

Bióloga Flávia Renata Ferreira e Souza

Bióloga Andrea Carla Costa

Geólogo Bruno Lenhare

Geógrafa Denise Cristiane Maciel Santos

Tecnólogo em Saneamento Ambiental Paulo Roberto Tobiezi

Tecnóloga em Gestão Ambiental Fernanda de Sousa Rodrigues

Técnica Ambiental Anna Lucia Soares Cruz

Analista Financeira Sofia Mohamed Barakat

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APRESENTAÇÃO

O presente documento é objeto do contrato nº. 008/2012/AGEVAP, estabelecido

entre a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do

Sul - AGEVAP e a empresa Vallenge Consultoria, Projetos e Obras Ltda.

De acordo com o Termo de Referência apresentado, os serviços foram divididos

em etapas e produtos, conforme descrito a seguir:

ETAPA1 – Estruturação e Participação Social: Plano de trabalho, Projeto de

Mobilização Social e Relatório Técnico de Reunião de Legislação (Produtos 1 ao 3).

ETAPA2 – Diagnóstico Municipal dos Resíduos Sólidos: Relatórios Técnicos de

Validação do Diagnóstico e Levantamento de Sugestões (Produtos 4 e 5).

ETAPA3 - Análise de Possibilidades de Gestão Associada: Relatório técnico de

Validação da Análise das Possibilidades de Gestão Associada (Produto 6).

ETAPA4 - Planejamento das Ações de cada PMGIRS: Relatório Técnico de

Validação dos PMGIRS (Produto 7).

ETAPA5 - Agendas Setoriais de Implementação dos PMGIRS: Relatório Técnico

da Oficina: agendas de implementação e divulgação dos PMGIRS (Produto 8).

Os trabalhos têm sido desenvolvidos mediante o esforço conjunto da AGEVAP

e dos municípios, envolvendo de maneira articulada os responsáveis pela formulação

das políticas públicas municipais e pela prestação dos serviços de saneamento básico

do município.

Este relatório refere-se ao Consolidado, relativo ao município de Belmiro Braga.

Além de contemplar o planejamento das ações nesse produto foram compiladas as

informações levantadas durante todo o estudo para compor o texto final do Plano

Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do município de Belmiro Braga.

Os serviços estão sendo conduzidos pela empresa Vallenge Consultoria,

Projetos e Obras Ltda., sediada na cidade de Taubaté, SP, que atua no seguimento

de elaboração de projetos e estudos de infraestrutura urbana; elaboração de planos e

programas ambientais; na área de saneamento e gestão de recursos hídricos, com

experiência na execução de diversos trabalhos na Bacia do Rio Paraíba do Sul.

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LISTA DE SIGLAS

ABIB - Associação Brasileira de Indústrias da Biomassa

ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACISPES - Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra

AGEVAP - Associação Pró Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

do Sul

AMPAR - Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna

ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APA - Área de Proteção Ambiental

ASMARE - Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável

ATO – Arranjo Territorial Ótimo

CBH-PS - Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul

CEIVAP - Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais

CID – Classificação Internacional de Doenças

CISDESTE - Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

COPAM - Conselho Estadual de Política Ambiental

COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais

CRAS – Centro de Referencia de Assistência Social

CTF – Cadastro Técnico Federal

CTR - Central de Tratamento de Resíduos

DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

DEMLURB - Departamento Municipal de Limpeza Urbana

DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral

EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança

EJA - Educação de Jovens e Adultos

ETA - Estação de Tratamento de Água

ETE – Estação de Tratamento de Efluentes

ETLP - Estação de Tratamento de Líquidos Percolados

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FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente

FGV – Fundação Getúlio Vargas

FJP – Fundação João Pinheiro

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

GIRSU - Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos

HPA – Hidrocarboneto Policíclico Aromático

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICLEI - Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (acrônimo)

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

ICMS-E – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Ecológico

IDEB - Índice de Desenvolvimento de Educação Básica

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IEF- Instituto Estadual de Florestas

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LI – Licença de Instalação

LO - Licença de Operação

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MG – Minas Gerais

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MPE/MG – Ministério Público Estadual de Minas Gerais

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

ONU - Organização das Nações Unidas

PAIF - Proteção e Atendimento Integral à Família

PCH - Pequenas Centrais Hidrelétricas

PE - Projeto Estruturador Resíduos Sólidos

PEAD - Polietileno de Alta Densidade

PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos

PET - Politereftalato de Etileno

PEV – Ponto de Entrega Voluntária

PGIRS - Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

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PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

PIB - Produto Interno Bruto

PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNRS – Plano Nacional de Resíduos Sólidos

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPAG - Plano Plurianual de Ação Governamental

PRE – RSU - Plano Preliminar de Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos Urbanos

PSB - Proteção Social Básica

PSF - Programa Saúde da Família

RAF – Recicle Antônio Filho

RCC – Resíduos da Construção Civil

RCPS - Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviço

RDC - Resoluções da Diretoria Colegiada

RLP – Resíduos Sólidos de Limpeza Pública

RLU - Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana

RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural

RS – Resíduos Sólidos

RSD - Resíduos Sólidos Domiciliares

RSLU – Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana

RSP - Resíduos Sólidos Perigosos

RSS - Resíduos de Serviço de Saúde

RSU - Resíduos Sólidos Urbanos

RVP – Resíduo Verde e Poda

SEDRU - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana

SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

SISEMA - Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente

SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

SNUC – Sistema Nacional de Unidade de Conservação

SNVS - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

SUAS - Sistema Único de Assistência Social

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SUS - Sistema Único de Saúde

UBS - Unidade Básica de Saúde

UC - Unidade de Conservação

UFLA – Universidade Federal de Lavras

USA – Unidade de Suporte Avançado

USB – Unidade de Suporte Básico

UTC - Usina de Triagem e Compostagem

UTC-3 – Tempo Universal Coordenado (acrônimo)

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Municípios limítrofes .................................................................................. 22

Figura 2- Acessos ao município ................................................................................ 23

Figura 3– Localização dos núcleos urbanos de Belmiro Braga ................................. 26

Figura 4 - Escola Estadual de Belmiro Braga ............................................................ 29

Figura 5 - Escola Estadual de Belmiro Braga ............................................................ 29

Figura 6 - UBS de Belmiro Braga .............................................................................. 31

Figura 7 - Unidade da COPASA ................................................................................ 32

Figura 8– Zoneamento Urbano do município de Belmiro Braga................................ 39

Figura 9 – Belmiro Braga, em relação à Bacia do Rio Paraíba do Sul ...................... 40

Figura 10 - Unidades geomorfológicas na região da Bacia do Paraíba do Sul e

localização do município de Belmiro Braga ............................................................... 42

Figura 11 - Mapa geológico do município de Belmiro Braga ..................................... 44

Figura 12 - Localização do município de Belmiro Braga no território mineiro da Bacia

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul ........................................................................... 45

Figura 13 - Sub-bacias que compõe a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul no

trecho mineiro ............................................................................................................ 46

Figura 14 - Principais recursos hídricos superficiais de Belmiro Braga ..................... 47

Figura 15 - Sistemas aquíferos existentes no trecho mineiro da Bacia do Rio Paraíba

do Sul e a localização do município de Belmiro Braga no aquífero gnásico-granitico

.................................................................................................................................. 48

Figura 16 - Fitofisionomia do Município de Belmiro Braga ........................................ 51

Figura 17 – Município de Belmiro Braga e as UC de Uso Sustentável mais próximas

.................................................................................................................................. 54

Figura 18 – Situação do Tratamento e/ou Disposição Final dos Resíduos Sólidos

Urbanos de Minas Gerais em 2010 ........................................................................... 66

Figura 19 - Caminhão utilizado na coleta .................................................................. 73

Figura 20 - Estrada de acesso para o Aterro Sanitário ............................................. 74

Figura 21 - Estrada de acesso para o Aterro Sanitário ............................................. 74

Figura 22 - Balança – Local para pesar o caminhão de lixo ...................................... 76

Figura 23 - Caminhão chega pra ser pesado ............................................................ 76

Figura 24 - Entrada e Segurança na portaria da CTR ............................................... 77

Figura 25 - Vista do Aterro ........................................................................................ 77

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Figura 26 - Placas que atraem moscas ..................................................................... 77

Figura 27 - Placas que atraem moscas ..................................................................... 77

Figura 28 - Entrada da Estação de Tratamento de Líquidos Percolados -ETLP ....... 78

Figura 29 - Estrutura da ETLP................................................................................... 78

Figura 30- Estrutura da ETLP.................................................................................... 78

Figura 31 - Tratamento do chorume .......................................................................... 78

Figura 32 - Piscina de decantação ............................................................................ 78

Figura 33 - Tanque de Equalização .......................................................................... 78

Figura 34 - Calha Parshall ......................................................................................... 79

Figura 35 - Líquido utilizado para umidificação de vias ............................................. 79

Figura 36 - Tanque de Mistura Rápida ...................................................................... 79

Figura 37 - Plantação de junco .................................................................................. 79

Figura 38 - Drenos de gases ..................................................................................... 80

Figura 39 - Água superficial....................................................................................... 80

Figura 40 - Água superficial....................................................................................... 80

Figura 41 - Viveiro de Mudas .................................................................................... 81

Figura 42 - Viveiro de Mudas .................................................................................... 81

Figura 43 – Empresa Recicle Antônio Filho Ltda. ..................................................... 83

Figura 44 – Materiais a serem triados e comercializados ......................................... 83

Figura 45 – Prensa .................................................................................................... 84

Figura 46 - Fábrica de Biscoitos “Magia” ................................................................... 90

Figura 47 – Linha de Tendência – Crescimento Aritmético 1970-2012 ................... 116

Figura 48 – Linha de Tendência – Crescimento Geométrico 1970-2012 ................ 116

Figura 49 – Crescimento Populacional 1970-2012 .................................................. 118

Figura 50 - Projeção populacional do município de Belmiro Braga ......................... 119

Figura 51– Evolução da geração dos resíduos sólidos urbanos. ............................ 122

Figura 52– Comparação da geração de resíduo sólidos urbanos – Cenário

Preconizado e Tendencial ....................................................................................... 123

Figura 53 - ATO de Juiz de Fora/MG ...................................................................... 147

Figura 54 – Análise de Destinação Final ................................................................. 163

Figura 55 - Modelo proposto de coleta. ................................................................... 175

Figura 56 – Modelo proposto para coleta de RCC. ................................................. 186

Figura 57 – Custo de operação de Aterro Sanitário. ............................................... 211

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classificação dos Resíduos Sólidos gerados em Belmiro Braga ........... 60

Quadro 2 - Arranjos Territoriais Ótimos ................................................................... 141

Quadro 3 – Ações compartilhadas atuais e municípios integrantes ........................ 165

Quadro 4 – Comparativo da coleta atual e coleta sugerida. .................................... 176

Quadro 5 - Riscos potenciais – limpeza urbana e manejo de Resíduos Sólidos..... 204

Quadro 6 - Ações de controle operacional e manutenção – Resíduos Sólidos. ...... 205

Quadro 7 – Proposições e prazos quanto ao manejo dos RSUs em Belmiro Braga.

................................................................................................................................ 215

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Taxa de Analfabetismo ............................................................................ 28

Tabela 2 - Dados de cobertura vegetal do Município de Belmiro Braga ................... 51

Tabela 3 - Composição gravimétrica dos RSDs gerados em Rio Preto /MG ............ 71

Tabela 4 - Média Diária de RS na CTR em 2013 ...................................................... 75

Tabela 5 – Geração de resíduos por tipologia de empresa ....................................... 91

Tabela 6 - Quantidade de RSS gerado, de janeiro a abril de 2013 ........................... 99

Tabela 7 – Projeção populacional do município de Belmiro Braga ......................... 119

Tabela 8 - Projeção da demanda por RSU para o horizonte do planejamento – 2013 a

2034 ........................................................................................................................ 121

Tabela 9 – Projeção da demanda por Resíduos de Varrição para o horizonte de

planejamento – 2013 a 2034 ................................................................................... 124

Tabela 10 – Projeção da demanda por Resíduos de Feiras Livres para o horizonte de

planejamento – 2013 a 2034 ................................................................................... 125

Tabela 11 – Projeção da demanda por Resíduos Pneumáticos para o horizonte de

planejamento – 2013 a 2034 ................................................................................... 126

Tabela 12 – Projeção da demanda por resíduos eletroeletrônicos para o horizonte de

planejamento – 2013 a 2034 ................................................................................... 127

Tabela 13 – Projeção da demanda por resíduos pilhas para o horizonte de

planejamento – 2013 a 2034 ................................................................................... 128

Tabela 14 – Projeção da demanda por resíduos de baterias para o horizonte de

planejamento – 2013 a 2034 ................................................................................... 128

Tabela 15 - Projeção da demanda de lâmpadas para o horizonte de planejamento –

2013 a 2034 ............................................................................................................ 130

Tabela 16 – Projeção da demanda por RCC para o horizonte de planejamento – 2013

a 2034 ..................................................................................................................... 131

Tabela 17 – Projeção da demanda por RSS para o horizonte de planejamento – 2013

a 2034 ..................................................................................................................... 132

Tabela 18 - Dados dos municípios próximos à Belmiro Braga ................................ 161

Tabela 19 – Previsão da quantidade de material reciclável recolhido na coleta seletiva

proposta para Belmiro Braga................................................................................... 177

Tabela 20 - Quantidade de resíduos recolhidos por tipo de coleta – previsão (t/mês).

................................................................................................................................ 178

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Tabela 21 – Valor de ICMS Ecológico ..................................................................... 193

Tabela 22 – Custo médio de aterro de pequeno porte no Brasil. ............................ 212

Tabela 23 – Investimentos para Limpeza Urbana – Hipótese I ............................... 217

Tabela 24 – Investimentos para Limpeza Urbana – Hipótese II .............................. 218

Tabela 25 – Investimentos para Limpeza Urbana – Hipótese III ............................. 219

Tabela 26 – Resultado do Investimento Anual para o sistema de Limpeza Urbana -

Hipótese I Aterro Sanitário Próprio .......................................................................... 220

Tabela 27 – Resultado do Investimento Anual para o sistema de Limpeza Urbana -

Hipótese II Aterro Regional Consorciado ................................................................ 220

Tabela 28 – Resultado do Investimento Anual para o sistema de Limpeza Urbana -

Hipótese III Empresa Tercerizada ........................................................................... 220

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------ 19

1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ----------------------------------------------- 21

1.1 MEIO ANTRÓPICO ----------------------------------------------------------------------- 23

1.1.1 Histórico ------------------------------------------------------------------------------------- 23

1.1.2 Demografia --------------------------------------------------------------------------------- 24

1.1.3 Indicadores de Qualidade de Vida ------------------------------------------------- 27

1.1.4 Economia ----------------------------------------------------------------------------------- 27

1.1.5 Educação ------------------------------------------------------------------------------------ 28

1.1.5.1 Educação Ambiental ---------------------------------------------------------------------- 29

1.1.6 Saúde ----------------------------------------------------------------------------------------- 30

1.1.7 Saneamento -------------------------------------------------------------------------------- 31

1.1.7.1 Abastecimento de Água ------------------------------------------------------------------ 32

1.1.7.2 Esgotamento Sanitário ------------------------------------------------------------------- 32

1.1.7.3 Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas --------------------------------- 33

1.1.7.4 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ---------------------------------- 33

1.1.8 Energia Elétrica e Comunicação ---------------------------------------------------- 33

1.1.9 Organização Pública -------------------------------------------------------------------- 34

1.1.10 Promoção Social ------------------------------------------------------------------------- 34

1.1.11 Empresas Privadas ---------------------------------------------------------------------- 36

1.1.12 Outras Instituições ---------------------------------------------------------------------- 37

1.1.13 Oferta Complementar ------------------------------------------------------------------- 37

1.1.14 Zoneamento -------------------------------------------------------------------------------- 37

1.2 MEIO FÍSICO ------------------------------------------------------------------------------- 40

1.2.1 Localização --------------------------------------------------------------------------------- 40

1.2.2 Geomorfologia ---------------------------------------------------------------------------- 40

1.2.3 Geologia ------------------------------------------------------------------------------------- 42

1.2.4 Clima ------------------------------------------------------------------------------------------ 44

1.2.5 Hidrologia ----------------------------------------------------------------------------------- 45

1.2.5.1 Recursos Hídricos Superficiais --------------------------------------------------------- 45

1.2.5.2 Recursos Hídricos Subterrâneos ------------------------------------------------------ 47

1.3 MEIO BIÓTICO ----------------------------------------------------------------------------- 49

1.3.1 Vegetação ----------------------------------------------------------------------------------- 49

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1.3.2 Unidades de Conservação ------------------------------------------------------------ 52

1.3.3 Fauna ----------------------------------------------------------------------------------------- 54

2 DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS -------------------------------------- 57

2.1 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ----------------------------------------------------- 57

2.1.1 Classificação dos Resíduos Gerados em Belmiro Braga ------------------ 60

2.2 SITUAÇÃO ESTADUAL ------------------------------------------------------------------ 64

2.2.1 Usina de Triagem e Compostagem ------------------------------------------------ 68

2.2.2 Aterro Sanitário --------------------------------------------------------------------------- 68

2.3 SITUAÇÃO MUNICIPAL ----------------------------------------------------------------- 69

2.3.1 Resíduos Sólidos Urbanos ----------------------------------------------------------- 69

2.3.1.1 Resíduos Sólidos Domiciliares --------------------------------------------------------- 72

2.3.1.2 Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviços ------------------ 84

2.3.1.3 Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana ----------------------------------------------- 85

2.3.2 Resíduos Sólidos Industriais -------------------------------------------------------- 90

2.3.3 Resíduos Sujeitos a Sistema de Logística Reversa ------------------------- 92

2.3.3.1 Resíduos Perigosos (Classe I) --------------------------------------------------------- 92

2.3.3.2 Resíduos Não Perigosos (Classe II) -------------------------------------------------- 97

2.3.4 Resíduos da Construção Civil ------------------------------------------------------- 98

2.3.5 Resíduos de Serviço de Saúde ------------------------------------------------------ 99

2.3.6 Resíduos Sólidos Perigosos ------------------------------------------------------- 101

2.3.7 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris ------------------------------------------ 102

2.3.8 Resíduos Sólidos de Transporte ------------------------------------------------- 104

2.3.9 Resíduos Sólidos de Mineração -------------------------------------------------- 105

2.4 PASSIVOS AMBIENTAIS ------------------------------------------------------------- 106

3 DISPOSITIVOS LEGAIS, NORMAS E REGULAMENTOS ------------------ 107

3.1 LEGISLAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------- 107

3.1.1 Legislação Federal --------------------------------------------------------------------- 107

3.1.2 Legislação Estadual ------------------------------------------------------------------- 109

3.1.3 Legislação Municipal ----------------------------------------------------------------- 110

3.1.4 Legislações Correlatas --------------------------------------------------------------- 111

4 ESTUDO DE DEMANDAS ------------------------------------------------------------ 113

4.1 PROJEÇÃO POPULACIONAL ------------------------------------------------------- 113

4.1.1 Metodologia ------------------------------------------------------------------------------ 113

4.1.2 Cálculo da Projeção Populacional ----------------------------------------------- 117

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4.2 PROJEÇÃO DAS DEMANDAS ------------------------------------------------------ 120

4.2.1 Resíduos Sólidos Urbanos --------------------------------------------------------- 120

4.2.2 Resíduos de Varrição ----------------------------------------------------------------- 123

4.2.3 Resíduos de Feiras Livres ---------------------------------------------------------- 124

4.2.4 Resíduos Pneumáticos --------------------------------------------------------------- 125

4.2.5 Resíduos Eletroeletrônicos --------------------------------------------------------- 126

4.2.6 Resíduos de Lâmpadas, Pilhas e Baterias ------------------------------------ 127

4.2.7 Resíduos da Construção Civil ----------------------------------------------------- 131

4.2.8 Resíduos de Serviço de Saúde ---------------------------------------------------- 131

CONSIDERAÇÕES FINAIS ----------------------------------------------------------------------- 133

INTRODUÇÃO À GESTÃO ASSOCIADA ----------------------------------------------------- 135

5 GESTÃO ASSOCIADA ---------------------------------------------------------------- 137

5.1 ARRANJO TERRITORIAL ÓTIMO (ATO) ----------------------------------------- 140

6 AÇÕES CONSORCIADAS MUNICIPAIS VIGENTES------------------------- 148

6.1 AÇÕES CONSORCIADAS MUNICIPAIS POR TIPO DE RESÍDUO ------ 150

6.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos --------------------------------------------------------- 150

6.1.1.1 Resíduos Sólidos Domiciliares ------------------------------------------------------- 150

6.1.1.2 Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviço ----------------- 151

6.1.1.3 Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana --------------------------------------------- 151

6.1.2 Resíduos Sólidos Industriais ------------------------------------------------------ 153

6.1.3 Resíduos sujeitos ao Sistema de Logística Reversa ---------------------- 153

6.1.4 Resíduos da Construção Civil ----------------------------------------------------- 155

6.1.5 Resíduos de Serviço de Saúde ---------------------------------------------------- 156

6.1.6 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris ------------------------------------------ 156

6.1.7 Resíduos Sólidos de Transporte ------------------------------------------------- 156

6.1.8 Resíduos Sólidos de Mineração -------------------------------------------------- 156

7 ANÁLISE DA POSSIBILIDADE DE GESTÃO ASSOCIADA --------------- 158

7.1 ESTUDO DE MASSA ------------------------------------------------------------------- 159

7.2 ANÁLISE DAS AÇÕES CONSORCIADAS --------------------------------------- 164

CONSIDERAÇÕES FINAIS ----------------------------------------------------------------------- 167

8 PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA GESTÃO DOS RESÍDUOS

SÓLIDOS ---------------------------------------------------------------------------------------------- 168

8.1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS – RSU ---------------------------------------- 168

8.1.1 Acondicionamento --------------------------------------------------------------------- 168

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8.1.2 Coleta e Transporte ------------------------------------------------------------------- 171

8.1.3 Destinação Final ------------------------------------------------------------------------ 173

8.1.4 Coleta seletiva --------------------------------------------------------------------------- 174

8.1.5 Processamento e tratamento dos Resíduos Sólidos ---------------------- 179

8.1.6 Catadores em Belmiro Braga ------------------------------------------------------ 181

8.1.7 Ponto de Entrega Voluntária - PEV ---------------------------------------------- 182

8.1.8 Unidade de Triagem de Recicláveis - UTR ------------------------------------ 183

8.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – RCC ---------------------------------- 184

8.2.1 Acondicionamento --------------------------------------------------------------------- 184

8.2.2 Coleta e Transporte de RCC -------------------------------------------------------- 185

8.2.3 Disposição Final ------------------------------------------------------------------------ 186

8.3 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE – RSS ----------------------------------- 187

8.3.1 Acondicionamento --------------------------------------------------------------------- 187

8.3.2 Coleta e Transporte ------------------------------------------------------------------- 188

8.3.3 Disposição Final ------------------------------------------------------------------------ 188

8.4 RESÍDUOS PNEUMÁTICOS --------------------------------------------------------- 189

8.4.1 Acondicionamento --------------------------------------------------------------------- 189

8.4.2 Coleta e Transporte ------------------------------------------------------------------- 189

8.4.3 Disposição Final ------------------------------------------------------------------------ 190

8.5 RESÍDUOS ELETRÔNICOS, PILHAS E BATERIAS.-------------------------- 191

8.5.1 Acondicionamento --------------------------------------------------------------------- 191

8.5.2 Coleta e Transporte ------------------------------------------------------------------- 191

8.5.3 Disposição Final ------------------------------------------------------------------------ 191

8.6 ICMS ECOLÓGICO --------------------------------------------------------------------- 192

8.7 ENCERRAMENTO DO LIXÃO ------------------------------------------------------- 193

9 PROGRAMAS E AÇÕES PARA REDUÇÃO DE MASSA ------------------- 196

9.1 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL -------------------------------------------- 196

9.2 PROGRAMAS DE LOGÍSTICA REVERSA --------------------------------------- 197

9.3 PLANOS DE CONTINGÊNCIAE EMERGÊNCIA ------------------------------- 202

9.4 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - A3P ------------ 206

10 CENÁRIOS PROPOSTOS ------------------------------------------------------------ 210

10.1 INVESTIMENTOS PARA OS SERVIÇOS ---------------------------------------- 216

11 INDICADORES DE EFICIÊNCIA E METAS ------------------------------------- 221

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11.1 ÍNDICE DE COBERTURA DO SERVIÇO DE COLETA REGULAR DE

RESÍDUOS DOMICILIARES EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO TOTAL ---------------- 222

11.2 ÍNDICE DE COBERTURA DO SERVIÇO DE COLETA SELETIVA EM

RELAÇÃO À POPULAÇÃO TOTAL ------------------------------------------------------------ 223

11.3 ÍNDICE DE RECUPERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SECOS --------- 224

11.4 ÍNDICE DE RECUPERAÇÃO DOS RESÍDUOS DE VERDE E PODA ---- 225

12 BIBLIOGRAFIA -------------------------------------------------------------------------- 230

13 APÊNDICES ------------------------------------------------------------------------------ 246

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG

19

INTRODUÇÃO

O crescimento demográfico sentido nas últimas décadas pelos municípios

brasileiros, aliado ao aumento das opções de consumo, produziu um impacto direto

na geração per capita dos resíduos, tornando assim necessária uma revisão da gestão

praticada.

Uma importante regulamentação na área dos resíduos, recentemente

instituída, foi a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n.° Federal

12.305/2010. A PNRS define o gerenciamento de resíduos sólidos como um “conjunto

de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,

transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos

sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (artigo 3.°, Inciso X).

Além disso, entre seus principais objetivos tem-se a não geração, redução,

reutilização, reciclagem e tratamento de resíduos sólidos.

Dentre os instrumentos da Lei n.° 12.305/2010, tem-se o Plano Municipal de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), cuja elaboração é de

responsabilidade dos municípios. Trata-se de um importante instrumento de

planejamento, onde o município passa a contar com um roteiro bem estruturado que

orienta a atuação do poder público na gestão integrada dos resíduos gerados em seu

território.

Além disso, conforme o artigo 18 da Lei n.° 12.305/2010, a elaboração do Plano

é condição para que os municípios tenham acesso a recursos da União, ou por ela

controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana

e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou

financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.

Atendendo então as diretrizes estabelecidas na PNRS os municípios devem

elaborar o seu PMGIRS adotando alternativas de gestão que priorizem a redução na

fonte, reutilização, reciclagem dos materiais e recuperação de energia, visando à

redução da extração de recursos naturais, e os impactos ambientais da disposição

dos resíduos.

A Lei Estadual n.° 18.031, de 12 de janeiro de 2009, que dispõe sobre a Política

Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) de Minas Gerais, define, em seu artigo 16, que

a administração pública deverá optar preferencialmente, nas suas compras e

contratações, pela aquisição de produtos de reduzido impacto ambiental, que sejam

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG

20

recicláveis ou reciclados e não perigosos, devendo especificar essas características

na descrição do objeto das licitações, observadas as formalidades legais.

A logística reversa é outro ponto fundamental, citado na PNRS (Lei n.°

12.305/10), a qual atribui aos produtores e comerciantes parte da responsabilidade no

descarte dos resíduos dos produtos.

É importante a criação de proposta de implantação de programa de

responsabilidade pós-consumo, que indique um conjunto de ações, procedimentos e

meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor

empresarial, para reaproveitamento em seu ciclo ou em outro ciclo produtivo, ou para

outra destinação final ambientalmente adequada.

O primeiro, e fundamental, passo a ser dado em termos de gestão pública é

fazer com que a legislação vigente seja cumprida. Em paralelo, a educação da

população para a conscientização plena sobre os processos de:

Reciclagem e redução do desperdício de bens de consumo;

Uma visão sistêmica da gestão dos resíduos sólidos, que considere as

variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;

O desenvolvimento sustentável;

A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem

econômico e de valor social, gerador de trabalho e de renda, e promotor de cidadania;

O respeito às diversidades locais e regionais;

O direito da sociedade à informação e ao controle social, e;

Parcerias entre o setor privado e o governo são itens que devem ser

considerados no programa de manejo de resíduos sólidos.

Nesse contexto, o presente relatório caracteriza e diagnostica a situação do

município de Belmiro Braga quanto à gestão dos resíduos sólidos.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG

21

1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

A caracterização e o diagnóstico foram elaborados com base em dados

secundários e primários, gerados em visitas e inspeções locais, realizadas em abril

de 2013. Tais informações são referentes aos meios físicos, biológicos e antrópicos

do município e em especial, geração: caracterização, destinação e disposição final

dos Resíduos Sólidos, áreas degradadas em razão de disposição inadequada de

Resíduos Sólidos ou rejeitos, identificação dos principais fluxos de resíduos no

município e impactos socioeconômicos e ambientais, bem como projetos e programas

existentes.

Belmiro Braga está inserido na mesorregião da Zona da Mata, microrregião de

Juiz de Fora/MG, no sudeste do Estado de Minas Gerais, localizando-se nas

coordenadas Latitude Sul 21º55’23 e Longitude Oeste 43º24’10, e fuso horário UTC-

3. Sua altitude em relação ao nível do mar é de 500 m. Com uma população de 3.403

habitantes e área territorial de 392 km2, Belmiro Braga apresenta densidade

demográfica de 8,68 hab/km², de acordo com dados do censo realizado pelo Instituo

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao ano de 2010.

Os municípios limítrofes de Belmiro Braga são: Juiz de Fora, Matias Barbosa,

Santa Barbara do Monte Verde e Simão Pereira, conforme demonstrado na figura 1.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 22

Figura 1- Municípios limítrofes Fonte: Vallenge, 2013

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 23

O município pode ser acessado pelas Rodovias Federal BR-040 e Estadual

MG-353 (Figura 2). Em relação à distância entre os grandes centros, o município

encontra-se a 300 km de Belo Horizonte, 179 km do Rio de Janeiro, 427 km de São

Paulo, 1.024 km de Brasília e 496 km de Vitória, de acordo com o Google Maps.

Figura 2- Acessos ao município

Fonte: Google Maps, 2013

1.1 MEIO ANTRÓPICO

As tipicidades locais do meio antrópico são apresentadas buscando-se

identificar as características que se relacionam com a geração dos Resíduos Sólidos

das mais diversas fontes no município, quantificando, quando possível, qual é a

geração média mensal e os tipos de destinação final encontrados.

1.1.1 Histórico

Antes da colonização, a Zona da Mata era habitada por índios botocudos e

puris. Embora percorrida por alguns bandeirantes no século XVII, seu povoamento

iniciou-se no século XVIII nas margens do Caminho Novo, mas de forma tímida, uma

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 24

vez que a Coroa Portuguesa proibia a ocupação da região, então chamada de

"Sertões do Leste". Com a decadência da produção aurífera, vários exploradores e

suas famílias se deslocaram das vilas mineradoras para a Zona da Mata. O

povoamento foi fortemente impulsionado ao longo do século XIX pela expansão da

lavoura cafeeira.

De acordo com dados publicados no site do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), um dos mais antigos moradores da localidade foi o Guarda-Mor

Mariano de Cerqueira Carneiro, originário de Portugal, que lá se estabeleceu iniciando

o plantio de cereais. Posteriormente, requereu a sesmaria onde morava, adquirindo

mais tarde, outras duas sesmarias.

O arraial começou a povoar-se por volta de 1852. No local, existia a fazenda

denominada Boa Vista, de propriedade de Joaquim Garcia de Oliveira, que mais tarde

foi adquirida por Joana Claudina de Jesus, doadora para a criação do povoado de

quatro alqueires de terra à Santana, hoje padroeira da cidade.

Outros moradores se radicaram à região, adquirindo terras e ali se fixando, na

sua maioria portugueses ou descendentes. Mais tarde, também chegaram os italianos

que muito contribuíram para o progresso do lugar.

O topônimo originou-se de homenagem ao grande poeta Belmiro Braga,

nascido nesta localidade.

O Distrito foi criado, inicialmente, com a denominação de Vargem Grande, pela

Lei Provincial n.º 2.921, de 26 de setembro de 1882, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14

de setembro de 1891, subordinado ao município de Juiz de Fora/MG. Pelo Decreto-

lei Estadual n.º 1058, de 31 de dezembro de 1943, o distrito de Vargem Grande passou

a denomina-se Ibitiguara.

Elevado, então, à categoria de município com a denominação de Belmiro

Braga, pela Lei Estadual n.º 2.764, de 30 de dezembro de 1962, sendo desmembrado

de Juiz de Fora/MG.

1.1.2 Demografia

A população de Belmiro Braga, segundo o Censo IBGE (2010), é de 3.403

habitantes, sendo 1.099 habitantes na área urbana e apenas 2.304 habitantes

residentes na área rural. A estimativa da população urbana por gênero é de 1.722

homens e 1.681 mulheres.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 25

Expressa em termos percentuais o crescimento médio anual da população para

o período de 2000/2010, de acordo com dados do IBGE, foi negativo: -0,07%. Verifica-

se que o crescimento populacional é relativamente baixo, em comparação com as

taxas de alguns dos municípios limítrofes: Simão Pereira com 0,23%, Matias Barbosa

com 0,87%, Santa Bárbara do Monte Verde com 1,65% e Juiz de Fora/MG com 1,23%.

A cidade é predominantemente horizontal, com edificações térreas, tendo 1.082

domicílios (segundo contagem IBGE, 2010), sendo que 372 encontram-se na área

urbana, enquanto 710 encontram-se na área rural.

O crescimento inicial foi atrelado a extração de minérios e depois à cultura do

café e a ferrovia, posteriormente ao setor de agropecuária e ao turismo ecológico.

Devido ao histórico de desenvolvimento econômico, ocorrido ao longo dos

anos, o município já passou pela fase mais acentuada de migração interna, quando a

população rural mudou-se para a área urbana, fenômeno comum a outros municípios

brasileiros. Há tendência de estabilização da população rural em função da exiguidade

de rendimento e oportunidade de emprego, levando ao aumento da população urbana,

acompanhada de uma propensão de crescimento do total da população de Belmiro

Braga.

A figura 3 a seguir demonstra a localização dos núcleos urbanos do município

de Belmiro Braga.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 26

Figura 3– Localização dos núcleos urbanos de Belmiro Braga

Fonte: IBGE, 2007

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 27

1.1.3 Indicadores de Qualidade de Vida

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da

Organização das Nações Unidas (ONU), que tem por mandato promover o

desenvolvimento, definiu que regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

de 0,500 a 0,799 são consideradas de desenvolvimento humano médio.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Belmiro Braga no

ano de 2010 foi de 0,660, caracterizando-o como município de desenvolvimento

humano médio, e colocando-o em 487.° lugar no ranking estadual quando comparado

ao índice do estado de Minas Gerais, que foi de 0,731 no mesmo ano.

De acordo com o Portal de Acompanhamento Brasileiro dos Objetivos de

desenvolvimento do Milênio (ODM), a proporção de pessoas com renda domiciliar per

capita inferior a R$140,00 foi reduzida em 58,8% entre 2000 e 2010. A participação

na renda, dos 20% mais pobres da população de Belmiro Braga, passou de 3,3%, em

1991 para 5,5% em 2010, diminuindo os níveis de desigualdade. Em 2010, a

participação dos 20% mais ricos era de 51,3% ou nove vezes superior à dos 20% mais

pobres.

Em 2012, o número de crianças pesadas pelo Programa Saúde da Família

(PSF), do munícipio era de 879; destas, 0,3% estavam desnutridas.

1.1.4 Economia

O município é tipicamente de classe baixa, sendo que dos habitantes com

renda, 971 declararam que dispõem de renda entre ½ e 1 salários mínimos, e 957 não

possuem rendimento mensal, de acordo com IBGE (2010).

De acordo com o IBGE (2011), o Produto Interno Bruto (PIB) do município é

de R$37.372.000,00, e o PIB per capita é de R$10.985,45.

A economia do município está baseada nos três setores de atividades:

agropecuária (setor primário), indústria (setor secundário) e serviços (setor terciário).

Ainda segundo os dados do IBGE (2011), o município tem 29% de seu valor

adicionado proveniente da agropecuária, 18% proveniente da indústria, 49%

proveniente de serviços e 4% proveniente de impostos. Em 2012, a transferência de

recursos para o município de Belmiro Braga foi de R$6.073.877,77, segundo dados

publicados pela Controladoria Geral da União.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 28

O setor primário é composto fundamentalmente da agropecuária e avicultura,

e os principais cultivos são: arroz, feijão, café, banana, milho e mandioca. A principal

atividade econômica da cidade é a agropecuária. Outra atividade promissora para o

município é o turismo. A cidade possui belos atrativos como a Igreja de São José das

Três Ilhas, datada de 1878, construída em pedra, estilo único na região, e a antiga

Fazenda Boa Esperança, o casario do Distrito de São José e o chafariz, que remontam

à época áurea da produção de café na região.

1.1.5 Educação

No ano de 2010, em Belmiro Braga, 9,1% das crianças de 6 a 14 anos não

estavam cursando o ensino fundamental. Nas últimas décadas, a frequência de jovens

de 15 a 17 anos no ensino médio melhorou. Mesmo assim, em 2010, 49,8% estavam

fora da escola, de acordo com IBGE (2010).

A distorção idade-série eleva-se na medida em que se avança nos níveis de

ensino. Segundo Portal ODM, (2012), no município de Belmiro Braga, 20,8% dos

alunos do ensino fundamental estão com idade superior à recomendada nos anos

iniciais, e 49,8% nos anos finais, chegando a 63,2% de defasagem entre os que

alcançam o ensino médio.

A taxa de analfabetismo encontra-se na tabela 1.

Tabela 1 – Taxa de Analfabetismo

Faixa de Idade 1991 2000 2010

11 a 14 anos 9,92% 4,58% 1,69%

15 a 17 anos 7,47% 4,24% 1,11%

18 a 24 anos 8,67% 3,54% 2,90%

Acima de 25 anos 30,80% 18,93% 15,43% Fonte: PNUD/FJP-MG/IPEA, 2013.

De acordo com o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB),

referente ao período de 2009 a 2011 o município está na 1.772.ª posição entre os

5.565 municípios brasileiros, quando são avaliados os alunos da 4.ª série (atualmente

5.° ano) e na 4.103.ª, no caso dos alunos da 8.ª série (atualmente 9.° ano).

De acordo com informações obtidas no munícipio de Belmiro Braga, existem

duas unidades pré-escolares e seis unidades que oferecem educação do 1.º ao 5.º

ano do ensino fundamental, ambas do ensino da rede municipal, e uma escola

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 29

estadual que oferece ensino do 1.º ano fundamental ao 3.º ano do ensino médio, além

de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Foram registradas, em 2012, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (INEP), 354 matrículas no ensino fundamental da rede

estadual e 150 da rede municipal, além de 144 matrículas no ensino médio na rede

estadual e vinte no EJA da rede estadual (Figuras 4 e Figura 5).

Figura 4 - Escola Estadual de Belmiro Braga

Figura 5 - Escola Estadual de Belmiro Braga

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), referente

ao ano de 2011, 75% das escolas de Belmiro Braga possuem biblioteca, 25%

possuem internet, 50% possuem laboratório de informática, 100% possuem energia

elétrica e 100% possuem esgoto de via pública.

São disponibilizados, pela Prefeitura, ônibus para levar alunos que moram na

zona rural e estudam na cidade, e para aqueles que estudam no município de Juiz de

Fora/MG, no ensino técnico ou superior na cidade.

1.1.5.1 Educação Ambiental

A educação ambiental pode ser definida como “um processo que visa

desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente

e com os problemas que lhe são associados e que possam trabalhar individual e

coletivamente na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção

dos novos” (capítulo 36 da Agenda 21).

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 30

O desenvolvimento de ações voltadas à educação ambiental, tanto formal (nas

unidades escolares) quanto não-formal (coletividade), está prevista na Lei n.°

9.795/99, que trata da Política Nacional de Educação Ambiental.

a) Educação Ambiental Formal

Nas unidades escolares de Belmiro Braga há o desenvolvimento de atividades

pontuais voltadas à educação ambiental, em datas comemorativas como: dia da água,

dia do meio ambiente, dia da árvore, etc.

b) Educação Ambiental Não-Formal

Ações de conscientização da população voltadas à sensibilização sobre as

questões ambientais e à sua organização e participação na prevenção e manutenção

da qualidade do meio ambiente são realizadas pontualmente no município.

A Secretaria de Meio ambiente, em conjunto com a Secretaria de Serviços

Urbanos, desenvolve atividade em datas comemorativas relacionadas ao meio

ambiente, como dia da água, dia da árvore, dia do meio ambiente, etc.

1.1.6 Saúde

Segundo o Ministério de Saúde e o Departamento de Informática do Sistema

Único de Saúde (DATASUS) em pesquisa de 2009, Belmiro Braga possui quatro

Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Segundo pesquisa realizada no município em 2013, Belmiro Braga conta com

quatro PSFs e quatro UBSs de responsabilidade pública.

As UBSs (Figura 6) são estruturadas para realizar procedimentos básicos de

saúde: atendimento básico de emergência, nebulização, imunização, curativos,

atendimento de especialidades médicas (clínico geral, ginecologia, ortopedia,

psicologia, fisioterapia, odontologia e um fonoaudiologia).

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 31

Figura 6 - UBS de Belmiro Braga

Conforme dados do DATASUS (2009), referente ao ano de 2008, o município

apresenta um valor anual médio de 6,1 internações por cem habitantes (local de

residência). Os recursos mais complexos e o internamento hospitalar são viabilizados

nos municípios vizinhos de maior porte, tendo em vista que possuem mais recursos.

Quanto aos valores referentes à natalidade conforme, mencionado

anteriormente, foram 31 nascidos vivos e uma taxa bruta de natalidade de 10,0,

(nascidos vivos/população total), sendo constatada uma taxa de 32,3 de mortalidade

infantil por mil habitantes. O município possui 98,8% das crianças menores de um ano

vacinadas.

Verifica-se que a doença responsável pela maior porcentagem de internações

é a do aparelho respiratório (10,8%), atingindo em maior grau crianças menores de

um ano de idade.

Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), as doenças

infecciosas e parasitárias são, em alguns casos, vinculadas à falta de saneamento e

foram responsáveis por 5,9% das internações em Belmiro Braga, atingindo

principalmente as crianças entre cinco e nove anos de idade.

Não foi verificado o desenvolvimento de atividades pontuais voltadas à

educação ambiental, nem programa contínuo de educação ambiental voltado à

conscientização com relação à coleta seletiva e disposição correta dos Resíduos

Sólidos gerados nas unidades de serviço de saúde.

1.1.7 Saneamento

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 32

A infraestrutura de saneamento básico, de acordo com a Lei Federal n.°

11.445/07, deve ser constituída de quatro eixos: abastecimento de água, esgotamento

sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza urbana e manejo

de Resíduos Sólidos. Para o levantamento das informações dos serviços de

saneamento foram obtidos dados a partir da visita técnica.

1.1.7.1 Abastecimento de Água

O município dispõe de sistema de captação, tratamento e distribuição de água

potável em todo o município, inclusive os distritos de Fortaleza, Porto das Flores, São

José das Três Ilhas, Sobragy e Vila São Francisco. O serviço de abastecimento de

água é operado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) (Figura

7).

Figura 7 - Unidade da COPASA

A captação é superficial com a tomada de água em barragem localizada no

Córrego Lambari. O tratamento é feito na Estação de Tratamento de Água (ETA) da

COPASA, que tem capacidade de tratamento de 5,0 l/s, e opera, em média, 12 h/dia,

com uma vazão de 4,2 l/s.

O lodo gerado na ETA é simplesmente lançado sem qualquer tratamento em

um córrego lindeiro à área. A água tratada é armazenada em reservatório localizado

na própria ETA, seguindo então para a rede de distribuição.

1.1.7.2 Esgotamento Sanitário

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 33

Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, o município não possui

atualmente o tratamento do esgoto, apenas a captação. Tal sistema é considerado

precário.

O contrato fechado com a COPASA visa solucionar essa questão,

proporcionando um atendimento a no mínimo 95% da população da Sede do

Município de Belmiro Braga até o ano de 2017.

1.1.7.3 Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas

Em algumas ruas do município não existem dispositivos de drenagem e de

manejo de águas pluviais urbanas, tais como boca de lobo. Nessa situação, a água

tende a escoar exclusivamente sobre as sarjetas existentes ou sobre o leito

carroçável, contribuindo com a sua deterioração, além de comprometer a qualidade

de vida da população local.

1.1.7.4 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Em Belmiro Braga a coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) atende

100% dos domicílios da área urbana e é realizada por uma empresa terceirizada e

encaminhado para um aterro sanitário. O município não conta com coleta seletiva.

Há varrição de ruas, mas foram observadas poucas lixeiras pela cidade.

1.1.8 Energia Elétrica e Comunicação

A cidade tem 100% dos domicílios com energia elétrica, tendo sido obtida a

informação de um total de 1.081 consumidores, sendo 770 consumidores residenciais

urbanos, 210 consumidores residenciais rurais, onze consumidores na área industrial,

62 estabelecimentos comerciais e 28 consumidores classificados como outros. O

fornecimento de energia elétrica é de responsabilidade da Companhia Energética de

Minas Gerais (CEMIG) que registrou em 2003 (último dado disponível) um consumo

total de 31.155.105 kW/h, no município.

O sistema de telefonia da cidade oferece todas as formas de discagem, tanto

nacionais quanto internacionais, celular e telex integrados à rede internacional através

das Operadoras Claro, Vivo e Telemar. Há acesso a internet e TV a cabo. A rádio

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 34

existente na cidade é da Paróquia de Santana e há convênio em desenvolvimento

com o jornal de circulação local impresso pela cidade de Matias Barbosa.

1.1.9 Organização Pública

As instituições públicas de interesse são listadas a seguir:

Prefeitura Municipal de Belmiro Braga

Rua Joana Claudina, n. 329 – Centro

Telefone: (32) 3284-1170 / 3284-1161

Câmara Municipal

Rua Nicola Falci, n. 06 – Centro

Telefone: (32) 3284-1203

E-mail: [email protected]

Secretaria de Educação, Cultura e Esportes

Rua Professor Leôncio Ferreira, s/n. - Centro

Telefones: (32) 3284-1112 / 8402-1224

Secretaria de Saúde

Rua Joana Claudina, n. 329 - Centro

Telefone: (32) 3284-1192

E-mail: [email protected]

Secretaria de Serviço Social

Rua Joana Claudina, n. 329 - Centro

Telefone: (32) 3284-1198

E-mail: [email protected]

1.1.10 Promoção Social

A Prefeitura de Belmiro Braga juntamente com a população e instituições locais,

desenvolvem diversos programas e projetos de promoção social para melhorar a

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 35

qualidade de vida de seus moradores. Atualmente estão em ação os programas,

serviços e projetos descritos a seguir, com informações obtidas na própria prefeitura.

Projovem e Adolescente de Belmiro Braga

É um programa do Governo Federal que prepara o jovem para o mercado de

trabalho, do qual podem participar jovens desempregados com idades entre 19 e 29

anos, e que sejam membros de famílias com renda per capita de até um salário

mínimo. Realizado em parceria com a Prefeitura de Belmiro Braga, o projeto tem a

duração de um ano e oferece vários tipos de oficinas e cursos.

Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF)

O PAIF é um trabalho de caráter continuado que visa fortalecer a função de

proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto

de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

Tem como público famílias em situação de vulnerabilidade social. São

prioritários no atendimento os beneficiários que atendem aos critérios de participação

de programas de transferência de renda e benefícios assistenciais e pessoas com

deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situações de fragilidade.

O PAIF, no município de Belmiro Braga, é atendido através do Centro de

Referência de Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)

O CRAS é unidade pública política de assistência social de base municipal.

Realiza algumas ações de proteção social, como o PAIF, além de organizar e

promover a vigilância da exclusão social de sua área.

O CRAS atua como a principal porta de entrada do Sistema Único de

Assistência Social (SUAS), dada sua capilaridade nos territórios, e é responsável pela

organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica (PSB) nas áreas de

vulnerabilidade e risco social.

Valores da Terra (Votorantim)

Tem como objetivo a formação de um Conselho Comunitário de

Desenvolvimento Local para subsidiar o desenvolvimento de cadeias produtivas no

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 36

artesanato e na agropecuária, e capacitar os empreendedores para que o potencial

produtivo e a economia local evoluam.

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

Organiza a produção dos pequenos agricultores para concorrer o edital de

aquisições de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar.

Ação Animatographo

Desenvolve projetos na área cultural, promovendo geração de emprego e renda

através da cultura, em regiões onde tal tipo de atividade nunca tenha sido realizada.

São criados grupos artísticos que recebem cachês em suas apresentações e atuam

em quatro estados do país, sendo Minas Gerais um deles. O programa está presente

no município de Belmiro Braga, onde são realizados os projetos São José das

Culturas, Rapsódia Ausente e Caravanas do Caminho Novo da Estrada Real.

Florart

É uma associação de artesãos que busca, através da união, usufruir maior

facilidade na divulgação e venda da diversificada produção de seus associados.

Não constatamos a existência de programa relacionado a saneamento básico,

ou especificamente ao manejo de Resíduos Sólidos, porém os mesmos demonstram

a organização de ações de participação popular que podem servir de molde para

ações futuras.

1.1.11 Empresas Privadas

O Município de Belmiro Braga, atualmente, possui apenas duas indústrias de

pequeno porte. A especialidade das empresas é fabricação de material para

construção civil (tijolos) e fabricação de alimentos (biscoito). Não são as principais

atividades econômicas do município, pois a geração de emprego é pequena, mas

contribuem para o crescimento da economia local.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 37

Não constatamos a existência de trabalho relacionado a educação ambiental

ou conscientização quanto a gestão dos Resíduos Sólidos junto aos funcionários da

empresa, porém foi constatado que os resíduos recebem destinação final adequada.

1.1.12 Outras Instituições

Para apoio aos empreendimentos e munícipes, Belmiro Braga conta com as

seguintes instituições:

Associações

o Vila Artesões

Zona Rural de Belmiro Braga

Telefone: (32) 3284-1109

Sindicatos e Sociedades

o Sindicato Rural de Belmiro Braga

Rua Nícola Falci, n. 36, Centro

Telefone: (32) 3284-1155

E-mail: [email protected]

Não foi possível observar a existência de programas relacionados a

saneamento básico, ou especificamente ao manejo de Resíduos Sólidos nas

instituições, porém as mesmas demonstram a organização de entidades que podem

auxiliar em ações futuras.

1.1.13 Oferta Complementar

Contando com um pequeno comércio, os poucos estabelecimentos comerciais

cobrem os setores básicos, colocando à disposição dos consumidores itens que

atendem suas necessidades primárias. O município conta com estabelecimentos

como: correio, mercearias, drogaria, bazar, supermercado, pousada, restaurante, loja

de autopeças, oficina mecânica, quitanda, agência bancária, lotérica, bares, salão de

beleza e padaria.

1.1.14 Zoneamento

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 38

O município de Belmiro Braga não possui Plano Diretor, bem como mapas que

tratem sobre Zoneamento. No entanto, foi elaborada uma planta de crescimento

urbano, referente aos anos de 1993, 2006 e 2011 (Figura 8).

Sobrepondo a cartografia do IBGE (1993) com a foto aérea obtida através e

Google Earth (2006), pode-se verificar um pequeno crescimento urbano no sentido

norte e outro ao sul da mancha urbana. Outro crescimento significativo é observado

no sentido nordeste, a uma distância de 500 m pela Avenida Tomás de Souza.

Em uma análise simplificada é possível verificar a disponibilidade locacional

para potenciais infraestruturas de gestão de Resíduos Sólidos nas áreas não

abordadas e ao extremo leste ou oeste, seguindo os acessos já existentes.

Ressalta-se a necessidade do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), aplicado

com critérios específicos para implantação de determinados empreendimentos, tendo

em vista a geração de interferências no patrimônio cultural e no ambiente natural.

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Figura 8– Zoneamento Urbano do município de Belmiro Braga

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 40

1.2 MEIO FÍSICO

Corresponde ao meio de suporte sobre o qual se desenvolve tanto o meio

biótico, objeto do próximo item, como o meio antrópico. Os temas a serem abordados

correspondem ao solo, água e ar, mas são aqui tratados dentro de uma perspectiva

que objetiva verificar a disponibilidade locacional no município para potenciais

infraestruturas de gestão de Resíduos Sólidos. A verificação deve ser feita por meio

do levantamento das informações referentes a restrições, caso existam, em conjunto

com o zoneamento municipal descrito anteriormente, e que possibilitem uma análise

por eliminação.

1.2.1 Localização

O município de Belmiro Braga situa-se na porção mineira da Bacia do Rio

Paraíba do Sul. A figura 9 mostra a sua posição em relação à Bacia.

Figura 9 – Belmiro Braga, em relação à Bacia do Rio Paraíba do Sul

1.2.2 Geomorfologia

As principais unidades geomorfológicas que ocorrem na área de estudo, em

escala regional, com influência sobre o município, são: a Depressão do Paraíba do

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 41

Sul e a Serra da Mantiqueira, ambos são pertencentes aos Planaltos Cristalinos

Rebaixados.

No estado de Minas Gerais, a Depressão do Paraíba do Sul, evolui até as

escarpas da Mantiqueira e ao norte de Visconde de Rio Branco (Serra de São

Geraldo). Em direção ao centro de Minas Gerais, alonga-se pelos vales dos Rios

Pomba e Novo. As formas de relevo predominantes são: colinas côncavo-convexas,

amplas planícies aluviais e alinhamentos de cristais isolados em dois níveis de antigas

superfícies de aplainamento: Superfícies Leopoldina (com topos entre 300 m e 400 m)

e Superfície Guarani-Rio Novo (com topos entre 400 m e 500 m, envolvendo a

Superfície Leopoldina).

Quanto à unidade da Serra da Mantiqueira, inicia-se a partir das cabeceiras do

rio Camanducaia, divisa de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, prosseguindo

continuamente ao longo da fronteira entre Minas Gerais e Espírito Santo. O sistema

de cristais e vales é composto ainda por blocos isolados e paralelos. Estes são de

relevo muito dissecado, com topos nivelados entre 800 m e 900 m. A drenagem é

predominantemente de padrão dentrítico e a altitude média é de 1200m a 1800m,

sendo as mais elevadas de Minas Gerais.

Tais unidades geomorfológicas estão ilustradas na figura 10, a seguir.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 42

Figura 10 - Unidades geomorfológicas na região da Bacia do Paraíba do Sul e localização do município de Belmiro Braga

1.2.3 Geologia

Na área de estudo ocorrem rochas pertencentes Complexo Juiz de Fora

(Paleoproterozóico), Complexo Embu (Neoproterozóico), Complexo Paraíba do Sul

(Neoproterozóico) e ao Grupo Andrelândia (Neoproterozóico).

O Complexo Juiz de Fora se estende por toda a região leste do estado de Minas

Gerais, ao longo do Cinturão de Alto Grau Atlântico. Compreende desde charnockitos

a granulitos básicos, gnaissificados ou não, com intercalações pequenas e dispersas

de rochas metaultramáficas granulitizadas ou não. Intercalações de quartzitos impuros

(às vezes sillimaníticos) e de gnaisses kinzigíticos ocorrem na porção sul destas faixas

e podem representar restos do Complexo Paraíba do Sul.

O Complexo Paraíba do Sul é constituído essencialmente por biotita gnaisses

paraderivados, localmente migmatizados, com intercalações de gnaisses kinzigíticos,

mármores, quartzitos impuros (feldspáticos e/ou micáceos e/ou sillimaníticos) e

rochas cálcio-silicáticas com estruturas gnáissicas ou não.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 43

O Grupo Andrelândia tem cerca de 100 m de quartzitos e quartzo-mica xistos

basais, sobrepostos por micaxistos com granada, estaurolita, cianita e sillimanita; com

intercalações de quartzitos, xistos feldspáticos, gnaisses, mármores e anfibolitos. Nas

porções distais estes litotipos encontram-se migmatizados (HASUI et al., 1984).

O Complexo Quirino (2,19 e 2,17 Ga) compreende granitóidestonalítico-

granodioríticos com enclaves de rochas meta-ultramáficas, metamáficas e cálcio-

silicáticas (ricas em tremolita).

O Complexo Embu ocorre como uma faixa contínua de direção NE-SW, desde

o Estado do Rio de Janeiro até a divisa de São Paulo com o Paraná. A unidade

paragnáissica é bastante expressiva, dominando a porção nordeste da área de

afloramento do complexo. Predominam muscovita-granada-sillimanita-biotita

gnaisses migmatíticos, com aspecto nebulítico ou schlieren, e biotita gnaisses de

composição tonalítica a granodiorítica. Rochas calcissilicáticas ocorrem como bandas

ou boudins intercalados nestes gnaisses associados a anfibolitos. Ocorrem ainda

sillimanita-muscovita-biotita gnaisses quartzosos, com texturas xistosas e estruturas

migmatíticas, e bandamento dado pela alternância de sillimanita-biotita xistos,

sillimanita-biotita xistos gnaissóides e biotita gnaisses quartzosos.

De acordo com o mapa geológico do Projeto Mapeamento Geológico do Sul de

Minas Gerais (2003), tais grupos são ilustrados na figura 11.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 44

Figura 11 - Mapa geológico do município de Belmiro Braga

1.2.4 Clima

O clima da região é o tipo Tropical Quente e Úmido, com verões quentes e

chuvosos e invernos com estiagem de quatro a cinco meses. Nos pontos de altitude

mais elevada os verões são brandos e o clima é classificado como Tropical Super-

Úmido sem seca ou com subseca. A precipitação média anual dessa região é de 1.200

a 1.600 mm e a temperatura média anual varia de 17,4 a 24,7 ºC (GUEDES, 2012).

A alta pluviosidade é o principal fator para a existência de significativos cursos

d’água nessa região, o que favorece a intensa dissecação do relevo, além de formar

importantes bacias. Nessa área, a Serra da Mantiqueira aparece como uma barreira

orográfica onde ocorre intensa precipitação pluviométrica, localizando-se aí as

nascentes de importantes cursos d’água, como o Rio Paraibuna e o Rio Pomba.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 45

1.2.5 Hidrologia

O município possui recursos hídricos superficiais e subterrâneos descritos a

seguir.

1.2.5.1 Recursos Hídricos Superficiais

Na esfera regional dos recursos hídricos superficiais, o município de Belmiro

Braga pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, a qual, segundo o Comitê

das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (CBH-PS), abrange uma área de

62.074 km², tendo em sua extensão 184 municípios, sendo 39 no Estado de São Paulo

(região conhecida como Vale do Paraíba Paulista), 57 no Estado do Rio de Janeiro

(Vale do Paraíba Fluminense) e 88 no Estado de Minas Gerais (região denominada

Zona da Mata Mineira), conforme pode ser visto na figura 12.

Figura 12 - Localização do município de Belmiro Braga no território mineiro da Bacia

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul Fonte: Adaptado do site Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 2013.

De acordo com informações do Projeto Qualidade das Águas e Controle da

Poluição Hídrica da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, Comitê de Integração

da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) e col. (1999), o território

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 46

mineiro, possui rica rede hidrográfica, subordinada a fatores geológicos, climáticos e

geomorfológicos. O contorno hidrográfico desta bacia está relacionado às cristas do

geossinclinal Paraíba, que dividem as águas entre os afluentes do Rio Paraíba do Sul

e os afluentes do Rio Doce.

A Bacia do Rio Paraíba do Sul em Minas Gerais é composta, basicamente, por

três sub-bacias: a do Rio Paraibuna, a do Rio Muriaé e a do Rio Pomba onde o

município de Belmiro Braga está inserido (Figura 13).

Figura 13 - Sub-bacias que compõe a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul no

trecho mineiro Fonte: Figura adaptada do Projeto Qualidade das Águas e Controle da Poluição Hídrica da Bacia

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, CEIVAP e col. (1999).

Os principais recursos hídricos superficiais do município de Belmiro Braga são:

o Rio da Limeira, localizado a sudoeste; o Ribeirão da Saudade, localizado de oeste

a sudoeste; o Rio Preto, localizado de sú-sudoeste a és-sudoeste; o Córrego

Banqueta, localizado a su-sudeste; o Córrego do Porto, localizado a sudeste; o Rio

Paraibuna, localizado de sudeste a és-nordeste; o Córrego Santa Rosa, localizado de

és-sudeste; o Rio do Peixe, localizado de és-nordeste a nor-noroeste; o Ribeirão

Divino Espírito Santo, localizado de oeste a leste; o Córrego Lambari, na porção

central do município; o Córrego Santa Rosa, localizado a és-sudeste; o Córrego Boa

Vista, localizado a és-sudeste; e, o Córrego Boa Sorte, localizado a nordeste,

conforme mostra a figura 14.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 47

Legenda: 1- Rio da Limeira, 2- Ribeirão da Saudade, 3- Rio Preto, 4- Córrego Banqueta, 5- Córrego

do Porto, 6- Rio Paraibuna , 7- Córrego Santa Rosa, 8- Rio do peixe, 9- Ribeirão Divino Espírito

Santo, 10- Córrego Lambari, 11- Córrego Santa Rosa, 12- Córrego Boa Vista e 13- Córrego Boa

Sorte.

Figura 14 - Principais recursos hídricos superficiais de Belmiro Braga Fonte: Adaptado do site Empresa de Pesquisa Energética, (EPE), 2013.

Tais recursos hídricos são utilizados para captação e abastecimento de água

do município assim como receptores do esgoto doméstico e águas pluviais da rede

coletora, conforme mencionado no item 1.1.7.

1.2.5.2 Recursos Hídricos Subterrâneos

Com relação aos aquíferos, observa-se a predominância da formação

geológica do tipo gnáissico-granítico, cerca de 85%, bem como a existência de áreas

constituídas pelas formações geológicas dos tipos xistoso, quartzítico e basáltico.

No que concerne à vazão específica esperada na explotação dos sistemas

aquíferos por poços profundos na região mineira da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

do Sul, essa varia na faixa compreendida entre 0,10 a 0,90 l/s.m, com predominância

na maior parte de valores próximos à menor vazão específica (0,10 l/s.m). A vazão

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 48

máxima explotável, esperada na operação continuada de poços profundos na região

está compreendida no intervalo entre 18 e 90 m³/h.

A figura 15 mostra as áreas de ocorrência destes aquíferos no trecho mineiro

da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul e a localização do município de Belmiro

Braga no sistema gnáissico-granítico.

Figura 15 - Sistemas aquíferos existentes no trecho mineiro da Bacia do Rio Paraíba do Sul e a localização do município de Belmiro Braga no aquífero gnásico-granitico

Fonte: Adaptado de AGEVAP (2006).

O conhecimento da potencialidade propicia a difusão do uso das águas

subterrâneas como fonte alternativa para abastecimento doméstico, industrial e

agrícola. A caracterização dos aquíferos locais, no que tange a reservas e qualidade,

dotará o Estado e o município de Belmiro Braga de informações básicas com vistas a

viabilizar a gestão e proteção desses recursos, principalmente no tocante as suas

interfaces com os Resíduos Sólidos.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 49

1.3 MEIO BIÓTICO

O meio biótico é condicionado pelo meio físico, já apresentado. O mesmo vem

sendo alterado ao longo do tempo pelas ações antrópicas, de forma que há

condicionantes legais inclusive quanto à localização de unidades de preservação,

conforme a legislação ambiental em vigor. Tais legislações têm por objetivo preservar

e recuperar áreas de interesse. Com esse foco são apresentadas aqui as

características desse meio na região.

1.3.1 Vegetação

As diferentes formas de relevo em Minas Gerais, somadas às especificidades

de solo e clima, propiciaram paisagens muito variadas, recobertas por vegetações

características, adaptadas a cada um dos inúmeros ambientes particulares inseridos

no domínio de três biomas brasileiros: o Cerrado, a Mata Atlântica e a Caatinga.

De modo geral, a paisagem transita para o cerrado ao sul e a oeste, para a

região dos campos rupestres ao centro e para a floresta atlântica a leste, exibindo

fases de transição de difícil caracterização ou como manchas inclusas em outras

formas de vegetação. As veredas e os campos de várzeas aparecem em menor

escala, incluídos nos biomas.

O município de Belmiro Braga localiza-se na mesorregião da Zona da Mata, a

qual possui esse nome porque a Mata Atlântica era, originalmente, a cobertura vegetal

dominante. Com a exploração agropecuária e consequente derrubada de sua

vegetação nativa, a mata foi intensamente devastada e hoje está restrita a pequenos

fragmentos e capoeiras nas encostas íngremes dos pontos mais elevados.

As florestas são ecossistemas sensíveis à fragmentação, principalmente

devido às queimadas e ao desmatamento. Essa fragmentação forma ilhas de florestas

que se tornam cada vez menores e dispersas, condenando a fauna nativa à extinção

local ou regional.

Segundo o Mapa da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais,

estudo elaborado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em parceria com a

Universidade Federal de Lavras (UFLA), em 2005, 33,8% do território de Minas Gerais

mantinha cobertura vegetal nativa. Esse percentual está dividido entre os principais

biomas e suas principais tipologias:

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 50

Cerrado: 19,94%;

Mata Atlântica: 10,33%;

Campo Rupestre: 1,05%;

Floresta Estacional Semidecidual: 8,90%;

Floresta Ombrófila: 0,38%; e,

Caatinga (Floresta Estacional Decidual): 3,48%.

A Mata Atlântica é o segundo maior bioma em Minas Gerais. A vegetação é

densa e permanentemente verde, e é grande o índice pluviométrico nessas regiões.

As árvores têm folhas grandes e lisas. Encontram-se nesse ecossistema muitas

bromélias, cipós, samambaias, orquídeas e liquens.

Os campos de altitude ou rupestres se caracterizam por uma cobertura vegetal

de menor porte com uma grande variedade de espécies, com predomínio da

vegetação herbácea em que os arbustos são escassos e as árvores raras e isoladas.

São encontrados nos pontos mais elevados das serras da Mantiqueira, Espinhaço e

Canastra.

Há várias feições de relevo onde esses biomas se encontram, como a serra da

Mantiqueira, as matas ciliares etc.

A Serra da Mantiqueira possui grande biodiversidade na flora e fauna

característica do país, apesar de ter uma longa extensão de terra degradada pelas

queimadas, desmatamento e uso indevido do solo.

As matas ciliares são formações vegetais que estão associadas aos cursos

d'água (pequenos e grandes rios ou córregos). Nos vales fluviais mais encaixados,

formados por vertentes íngremes, a floresta se assemelha à mata mesófila,

apresentando domínio do extrato arbóreo, com dossel contínuo nas áreas mais

conservadas. Nos vales mais amplos e de solos frequentemente encharcados,

encontram-se as várzeas, correspondendo à vegetação de porte herbáceo-arbustivo.

Essa vegetação desempenha o papel de proteção das margens e ao redor das

nascentes, para evitar o excesso do escoamento superficial que causa erosão e

arraste de nutrientes e de sedimentos para os cursos d’água, quanto para

desempenhar um efeito de filtragem superficial e subsuperficial dos fluxos de água

para os canais, evitando prejudicar a biota do rio.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 51

Segundo Kunkle (1974 apud LIMA, 1989), as matas ciliares são

frequentemente utilizadas pelos animais silvestres como corredores de ligação entre

vários tipos de vegetação, com isso, minimizando o impacto do isolamento reprodutivo

provocado pela erradicação ou fragmentação dos ecossistemas naturais. A destruição

e a fragmentação dos corredores trazem grande prejuízo, pois podem exterminar

grandes patrimônios genéticos, que são encontrados somente nestas áreas.

Primitivamente, o município de Belmiro Braga era recoberto quase que

totalmente por formações florestais, de Floresta Estacional Semi decídua e Floresta

Ombrófila Densa. Segundo o inventário florestal de 2009 a cobertura atual de Belmiro

Braga é descrita na figura 16 e na tabela 2.

Figura 16 - Fitofisionomia do Município de Belmiro Braga

Tabela 2 - Dados de cobertura vegetal do Município de Belmiro Braga (continua)

Mapeamento da Cobertura Vegetal no Município – Belmiro Braga – Aprox. 39 ha

Fitofisionomia Área (ha) Porcentagem (%) Eucalipto 16,56 0,04

Floresta Estacional Semidecidual Montana

8343,09 21,26

Floresta Estacional SemidecidualSub Montana

1659,31 4,23

Urbanização 10,35 0,03 Água 377,38 0,96

(conclusão)

Outros 28829,93 73,48

Reflorestamento

Classe Ano Área (ha)

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Pinus 2009 0 Eucalipto 2009 16,56

Pinus 2007 0 Eucalipto 2007 16,56

Pinus 2005 0 Eucalipto 2005 16,56

Pinus 2003 0 Eucalipto 2003 16,56

Ocupação do Solo

Classe Área (ha) Porcentagem (%) Nativa 10002,4 25,64 Outros 387,73 0,9

Reflorestamento 16,56 0,04 Fonte: SIAM, 2013.

A infraestrutura e os recursos naturais de Minas Gerais propiciaram um rápido

desenvolvimento, com forte processo de ocupação e supressão das formações

vegetais primitivas. A expansão das atividades agropecuárias, da produção de

matérias-primas e insumos de origem vegetal, da produção mineral e a expansão

urbana incrementaram a economia do Estado, porém criaram um passivo ambiental.

A pressão sobre os remanescentes vegetais nativos tem levado à rápida

degradação e exaustão desses recursos, com drásticos reflexos ambientais, sendo

ainda insuficientes os investimentos em reposição florestal para atender às demandas

e transformar a atual exploração extrativista em uma atividade sustentável. A

fragmentação da floresta e a pressão mencionada afetam diretamente a fauna

remanescente.

1.3.2 Unidades de Conservação

As referências legais para a definição dessas áreas são tratadas no inciso I do

artigo 2.° da Lei Federal n.° 9.985 de 18 de julho de 2000:

“... o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas

jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente

instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites

definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam

garantias adequadas de proteção”.

Pelos incisos I e II do artigo 7.° da referida lei, as Unidades de Conservação

(UC) integrantes do Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) dividem-

se em dois grupos com características especificas: Unidades de Proteção Integral e

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 53

Unidades de Uso Sustentável. O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral,

de acordo com os parágrafos primeiro e segundo do mesmo artigo, é preservar a

natureza, sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais, com

exceção dos casos previstos na lei em pauta, e compatibilizar a conservação da

natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

O artigo 8.° da mesma Lei traz, ainda, a composição do grupo das Unidades de

Proteção Integral, a qual é feita seguindo as seguintes categorias: I - Estação

Ecológica; II – Reserva Biológica; III – Parque Nacional; IV – Monumento Nacional; e,

V – Refúgio da Vida Silvestre. E o artigo 14 informa que a composição das Unidades

de Uso Sustentável segue a seguinte constituição: I – Área de Proteção Ambiental; II

– Área de Relevante Interesse Ecológico; III – Floresta Nacional; IV – Reserva

Extrativista; V – Reserva de Fauna; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e,

VII – Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Por fim o artigo 15 da lei em pauta apresenta a seguinte definição para Área de

Proteção Ambiental (APA):

“... área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana,

dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais

especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das

populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a

diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar

a sustentabilidade do uso dos recursos naturais”.

De acordo com a Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável do Governo de Minas Gerais (SEMAD), não há UC no município de

Belmiro Braga. As UCs mais próximas do município são a Reserva Particular do

Patrimônio Natural (RPPN) Reserva Sarandi, no município de Santa Bárbara do Monte

Verde com 36,67 ha e a RPPN Estadual Fazenda da Gruta, no município Santana do

Deserto com 673,61 ha, conforme mostra a figura 17.

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Figura 17 – Município de Belmiro Braga e as UC de Uso Sustentável mais próximas

Fonte: Imagem do programa Google earth e figuras adaptadas de http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/. Acesso em 04/04/2013

1.3.3 Fauna

O Estado de Minas Gerais, como visto, abriga três dos biomas mais importantes

do Brasil: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga e, consequentemente, uma fauna muito

diversificada. Dentre a mastofauna conhecida, são registradas 243 espécies de

mamíferos. De acordo com o Livro Vermelho da Fauna de Minas Gerais, quarenta

espécies de mamíferos estão ameaçadas de extinção, o que representa 16% dos

mamíferos que ocorrem no Estado. Entre as espécies ameaçadas, os animais de

grande porte, como carnívoros e primatas, representam os grupos sob o maior risco

de extinção. Os primatas, especialmente por se encontrarem predominantemente na

Mata Atlântica, bioma altamente fragmentado e serem um grupo cujas espécies

apresentam menores áreas de distribuição geográfica.

A localização geográfica de Minas Gerais faz com o Estado abrigue uma

avifauna bastante rica e diversificada. Do total de espécies encontradas em Minas

Gerais, 64 estão globalmente ameaçadas, 41 fazem parte da lista de espécies

ameaçadas do Brasil e 83 fazem parte da lista de espécies ameaçadas do Estado.

A fragmentação de habitats, principalmente nas florestas, agrava esta situação,

levando à perda de espécies nos pequenos remanescentes de vegetação. Espécies

de maior porte, como alguns jacus (Penelope spp.) e mutuns (Crax spp.), estão entre

as aves mais afetadas pela fragmentação de florestas.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 55

Grandes frugívoros, como papagaios, araras e araçaris e pequenos

passeriformes são igualmente afetados. Os principais impactos que podem levar ao

desaparecimento de algumas espécies são aqueles provocados pelo corte seletivo de

madeiras, pisoteamento e pressão sobre o sub-bosque por animais domésticos, como

o gado, ou a própria presença do homem.

A captura de animais para criação em cativeiro e a caça predatória também

declinam a população avifaunística, motivando a inclusão de 32 espécies na lista de

aves ameaçadas no Estado. A fiscalização da caça e da captura de animais para a

criação em cativeiro é uma medida de proteção que pode auxiliar na preservação de

algumas espécies ameaçadas.

Dentre os biomas que ocorrem em Minas Gerais, a Mata Atlântica destaca-se

como um dos que contêm maior diversidade na composição de sua herptofauna,

apresentando várias formas endêmicas. A heterogeneidade de suas áreas e a

composição dos seus recursos naturais se expressa em uma grande variedade de

ambientes com diferentes formações vegetais, rochosas e sistemas hídricos. Tais

características favorecem a ocorrência de uma alta diversidade de anfíbios e répteis,

muitos dos quais extremamente especializados em relação aos ambientes onde

ocorrem, resultando também em um grande número de espécies endêmicas.

Em toda a Mata Atlântica são conhecidas 340 espécies de anfíbios. Em Minas

Gerais, 70% das espécies de anfíbios são encontradas nesse bioma, ou seja, são

registrados para o Estado aproximadamente duzentas espécies entre anuros (sapos,

rãs e pererecas) e cobras-cegas (anfíbios sem pernas), o que representa quase 1/3

das mais de seiscentas espécies existentes no Brasil.

Essa considerável riqueza é atribuída, ao elevado índice pluviométrico, à alta

diversidade estrutural de habitats arbóreos e à disponibilidade de ambientes úmidos

desse habitat, como a presença de folhiço de matas localizadas nas margens de

grandes rios e/ou em florestas de altitude. As florestas de altitude destacam-se por

endemismos propiciados pelo isolamento geográfico de conjuntos serranos, como os

do grande complexo da Mantiqueira.

Quanto aos répteis, das 650 espécies conhecidas para o Brasil, 197, ou seja,

42% estão representadas na Mata Atlântica. Minas Gerais, pela sua posição

geográfica, possui um sistema hidrográfico que abrange a maior parte das bacias

brasileiras, exceto a Amazônica. Abriga uma ictiofauna nativa estimada em 354

espécies, o que representa quase 12% do total encontrado no Brasil (n = 3.000).

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 56

As principais ameaças para a ictiofauna de Minas Gerais estão relacionadas à

poluição, assoreamento, desmatamento, mineração, introdução de espécies exóticas

e construção e operação de barragens. Devido ao seu elevado potencial hidrelétrico,

a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) tem sido marcante nos rios

do Estado.

A introdução de espécies exóticas representa ameaça real à diversidade de

peixes no Estado. Sabe-se que atualmente existem 63 espécies de peixes

introduzidas em Minas Gerais.

A aquicultura é uma das principais fontes de introdução de espécies exóticas,

devido às dificuldades para se evitar a fuga de peixes das instalações de criação,

sendo provável que mais espécies se estabeleçam nos ambientes aquáticos de Minas

Gerais.

A região onde está localizado o município de Belmiro Braga é considerada de

alta importância biológica, porque apresenta riqueza de espécies de aves raras e

ameaçadas de extinção.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 57

2 DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A questão dos Resíduos Sólidos no Brasil tem sido amplamente discutida na

sociedade, a partir dos vários levantamentos realizados, da situação atual e

perspectivas para os setores. O assunto permeia por várias áreas do conhecimento,

envolvendo o saneamento básico, o meio ambiente, a inserção social e econômica

dos processos de triagem e reciclagem dos materiais e, mais recentemente, o

aproveitamento energético dos gases provenientes dos aterros sanitários.

Há vários métodos de tratamento e destinação final de Resíduos Sólidos e

líquidos. A melhor opção para um município é escolhida comparando as diversas

configurações de tipos de tratamento, levando em consideração a quantidade de

resíduos gerados e fazendo as adequações necessárias para garantia da eficiência

do processo.

Nesse contexto foi elaborado o diagnóstico dos Resíduos Sólidos do município

de Belmiro Braga. Os resíduos gerados no território do município são apresentados

aqui por tipo e origem, considerando as etapas de sua gestão atual, iniciando-se com

o cenário no estado de Minas Gerais para entender o conjunto em que o município se

encontra.

2.1 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Para os efeitos da Lei n.° 12.305/10 – PNRS, os Resíduos Sólidos têm a

seguinte classificação:

I - Quanto à origem:

a) Resíduos Domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências

urbanas;

b) Resíduos de Limpeza Urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e

vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c) Resíduos Sólidos Urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;

d) Resíduos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços: os gerados

nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;

e) Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico: os gerados nessas

atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) Resíduos Industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 58

g) Resíduos de Serviços de Saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme

definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema

Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

(SNVS);

h) Resíduos da Construção Civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e

demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e

escavação de terrenos para obras civis;

i) Resíduos Agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e

silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

j) Resíduos de Serviços de Transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais

alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

k) Resíduos de Mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou

beneficiamento de minérios;

II - Quanto à periculosidade:

a) Resíduos Perigosos: aqueles que, em razão de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,

carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade apresentam significativo risco

à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma

técnica;

b) Resíduos Não Perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.

Já a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 10.004:2004 os Resíduos

Sólidos são classificados da seguinte forma:

a) Resíduos Classe I – Perigosos: Característica apresentada por um resíduo que, em

função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode

apresentar: risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou

acentuando seus índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado

de forma inadequada, apresentando ao menos uma das características como

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

b) Resíduos Classe IIA - Resíduos não inertes: aqueles que não se enquadram nas

classificações de resíduos classe I – Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes,

nos termos da Norma. Os resíduos classe II A – Não inertes teriam propriedades tais

como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Exemplos

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 59

seriam a varrição de indústrias, lodo físico-químico ou biológico da Estação de

Tratamento de Efluentes (ETE) etc.

c) Resíduos Classe IIB - Resíduos inertes: quaisquer resíduos que, quando

amostrados de forma representativa, segundo a NBR 10.007, além de submetidos a

um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura

ambiente, conforme NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes

solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,

excetuando aspectos como cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da NBR

10.004 (vidros, metais, plásticos e entulhos).

De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.° 306/2004, da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os Resíduos de Serviços de

Saúde (RSS) são classificados em:

Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por

suas características, podem apresentar risco de infecção;

Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas que apresentam risco à

saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade;

Grupo C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que

contenham radionuclídeos e quantidades superiores aos limites de isenção

especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para

os quais a reutilização é imprópria ou não prevista;

Grupo D: resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico

à saúde ou ao meio ambiente, sendo equiparados aos domiciliares;

Grupo E: materiais perfurocortantes ou escarificantes tais como: lâminas de

barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas

diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas de

lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrados e laboratórios e outros

similares.

Os Resíduos da Construção Civil (RCC) são classificados de acordo com a

NBR 15.113 e com a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)

n.° 307, conforme descrito a seguir:

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 60

Classe A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

o De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de

outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem;

o De construção, demolição, reformas e reparos de edificações:

componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.),

argamassa e concreto;

o De processo de fabricação ou demolição de peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.

Classe B: resíduos recicláveis para outras destinações, como plásticos, papel,

papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

Classe C: resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem e recuperação,

como os produtos oriundos do gesso;

Classe D: resíduos perigosos oriundos do processo de construção, como tintas,

solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas

e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

2.1.1 Classificação dos Resíduos Gerados em Belmiro Braga

Com o objetivo de harmonizar as classificações apresentadas e já instituídas

nacionalmente com a metodologia adotada no contexto municipal, propõe-se que os

resíduos gerados no Município de Belmiro Braga sejam identificados e classificados

conforme quadro 1 a seguir.

Quadro 1 – Classificação dos Resíduos Sólidos gerados em Belmiro Braga (continua)

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

Resíduos sólidos

domiciliares (RSD): resíduos

originários de atividades

domésticas em residências

urbanas.

Resíduos úmidos: composto por resíduos orgânicos

compostáveis e rejeitos não reaproveitáveis.

Resíduos secos: composto por resíduos recicláveis.

(continua)

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Resíduos sólidos comerciais

e de prestadores de serviços

(RCPS)

Segundo Monteiro (2001), são aqueles gerados em

estabelecimentos comerciais, cujas características

dependem da atividade desenvolvida nos diferentes circuitos

de distribuição de bens de consumo, como por exemplo:

lojas, supermercados, bancos, hotéis, restaurantes e bares.

Resíduos sólidos de limpeza

pública (RLP)

Resíduos de verde e poda: caracterizam-se por resíduos

provenientes da capina, corte de grama e poda/corte de

árvores. A capina de áreas públicas como canteiros, praças

e parques consiste na remoção de matos e ervas daninhas

que crescem nas vias, sarjetas e meios fios, com o intuito de

restabelecer as condições de drenagem e evitar o mau

aspecto dos mesmos.

Resíduos de varrição: O serviço de varrição consiste no ato

de varrer os resíduos acumulados junto à sarjeta e ao meio

fio, evitando o acúmulo excessivo de resíduos. A varrição,

além de ser fundamental para o embelezamento e higiene

de uma cidade, tem influência na saúde pública, no

desenvolvimento turístico, na segurança de pedestres, dos

veículos e até no orgulho dos habitantes da localidade.

Resíduos cemiteriais: provenientes da manutenção e

limpeza com coleta dos restos florais resultantes das coroas

e ramalhetes, vasos plásticos ou cerâmicos de vida útil

reduzida, resíduos de construção e reforma de túmulos e da

infra estrutura local, resíduos gerados em exumações,

resíduos de velas, além resíduos proveniente da varrição e

da poda.

Resíduos de feiras livres: os Resíduos Sólidos são gerados

nos seus setores de venda (hortifrutigranjeiros, carnes,

cereais, artesanato, etc.), desde a recepção e organização

dos alimentos nas barracas pelos feirantes até o consumidor,

que por vezes se rende ao consumo de alimentos no local

(comida variadas, frutas, sorvetes, etc.) transformando-se

em gerador.

Resíduos de saneamento básico: compostos por areia,

material gradeado e lodo gerados no tratamento de esgoto;

lodo e resíduos do processo de filtração e tratamento de

(continua)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 62

água, e material recolhido nos serviços de desobstrução de

bueiros e galerias pluviais. Esses resíduos são gerados em

Estações de Tratamento de Água e de Efluentes e em

serviços de manutenção dos sistemas de drenagem de onde

é removido o material inerte.

Resíduos sólidos industriais

São os resíduos gerados nos processos produtivos e instalações industriais.

Resíduos sujeitos a sistema de logística reversa

Perigosos (Classe I)

Resíduos eletroeletrônicos: compostos por equipamentos

eletroeletrônicos (computadores, eletrodomésticos,

aparelhos de TV, etc.) e seus componentes.

Resíduos de lâmpadas, pilhas e baterias: compostos por

lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de

luz mista, e por pilhas e baterias usadas, principalmente as

que contenham níquel, cádmio ou metais pesados em sua

composição, por serem mais poluentes.

Perigosos (Classe I)

Resíduos de agrotóxicos e embalagens: De acordo com o

Decreto-Lei n.°4.074/2002, são compostos por produtos e

agentes de processos físicos, químicos ou biológicos,

destinados ao uso nos setores de produção, no

armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas,

nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou

plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes

urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a

composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da

ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem

como as substâncias e produtos empregados como

desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de

crescimento; além de suas embalagens vazias.

Resíduos de óleo lubrificante: compostos por óleos

lubrificantes, seus resíduos e embalagens, conforme PNRS.

Não Perigosos (Classe II)

Resíduos pneumáticos: resíduos gerados a partir de todo

artefato inflável, constituído basicamente por borracha e

materiais de reforço utilizados para rodagem em veículos

(Resolução n.° 258/1999), que não mais se presta a

(continua)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 63

processo de reforma que permita condição de rodagem

adicional.

Resíduos da Construção Civil (RCC)

São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção

civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos

cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e

compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,

tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou

metralha, segundo Resolução n.° 307/2002.

Resíduos de Serviço de Saúde (RSS)

Conforme a PNRS são os resíduos gerados nos serviços de saúde, conforme definido em

regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do Sistema Nacional

de Vigilância Sanitária. De acordo com a NBR n° 12.808:1993, os resíduos hospitalares (ou

de serviços de saúde) são os resíduos produzidos pelas atividades de unidades de serviços

de saúde (hospitais, ambulatórios, postos de saúde etc.).

Incluem os resíduos infectantes (classe A) como culturas, vacinas vencidas, sangue e

hemoderivados, tecidos, órgãos, perfurocortantes, animais contaminados, fluídos orgânicos;

os resíduos especiais (classe B), rejeito radioativo, resíduos farmacêuticos e resíduos

químicos; e os resíduos comuns (classe C), das áreas administrativas, das limpezas de

jardins, etc.

Resíduos Sólidos Perigosos (RSP)

São os produtos que apresentam características como inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade estabelecidas pela NBR 10.004:2004, oferecendo risco potencial aos

seres vivos ou ao ambiente. Os RSP são separados em três grandes grupos: biológicos,

químicos e radioativos.

Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris

São resíduos orgânicos gerados pelas atividades da agricultura, pecuária, silvicultura.

Conforme Matos (2005), a produção de resíduos agrícolas é extremamente variável,

dependendo da espécie cultivada, do fim a que se destina, das condições de fertilidade do

solo, condições climáticas, entre outros fatores.

(conclusão)

Resíduos Sólidos de Transporte

Segundo a PNRS, especificamente no tocante de resíduos de serviços de transportes

terrestres, incluem os resíduos originários de terminais rodoviários e ferroviários, além dos

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resíduos gerados em terminais alfandegários e passagens de fronteira relacionadas aos

transportes terrestres.

Os resíduos originários nesses terminais constituem-se em resíduos sépticos que podem

conter organismos patogênicos, como materiais de higiene e de asseio pessoal e restos de

comida. Possuem capacidade de veicular doenças de outras cidades, estados e países.

Existem ainda, dentro dos resíduos de transporte, aqueles procedentes do exterior, neste

caso encontrados em portos e aeroportos, capazes de gerar danos e se tornarem Resíduos

Sólidos são lixo de bordo, material apreendido com passageiros, cargas contaminadas,

cargas em perdimento (abandono), embalagens e suportes de madeira.

Além disso, há material em deteriorização dos veículos sucateados que podem contaminar

os lençóis freáticos e o meio ambiente.

Resíduos Sólidos de Mineração -

Na atividade de mineração grandes volumes e massas de materiais são extraídos e

movimentados. A quantidade de resíduos gerada pela atividade depende do processo

utilizado para a extração do minério, da concentração da substância mineral estocada na

rocha matriz e da localização da jazida em relação à superfície. Na atividade de mineração

existem dois tipos principais de Resíduos Sólidos: os estéreis e os rejeitos.

Os estéreis são os materiais escavados, gerados pelas atividades de extração ou (lavra) no

decapeamento da mina, não têm valor econômico e ficam geralmente dispostos em pilhas.

Os rejeitos são resíduos resultantes dos processos de beneficiamento a que são submetidas

substâncias minerais. Existem ainda outros resíduos, constituídos por um conjunto bastante

diverso de materiais, tais como efluentes do tratamento de esgoto gerado nas plantas de

mineração, carcaças de abaterias e pneus utilizados pela frota de veículos, provenientes da

operação das plantas de extração e de beneficiamento das substâncias minerais.

A partir das definições e classificações apresentadas foi elaborado o

Diagnóstico dos Resíduos Sólidos de acordo com a origem, armazenamento, coleta,

transporte, tratamento e destinação final específica de cada tipo de resíduo.

2.2 SITUAÇÃO ESTADUAL

Conforme dados publicados pelo Fórum Estadual Lixo e Cidadania, em Minas

Gerais, há mais de vinte mil catadores lidando com a realidade dos lixões a céu aberto

(conclusão)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 65

e das deficiências das políticas públicas para a adequação dos serviços de limpeza e

de manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs).

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), através do programa Minas

sem Lixões, reuniu no Mapa de Situação do Tratamento e Disposição Final dos

Resíduos em Minas Gerais, referente ao ano de 2012, dados que indicam que o lixo

produzido por 267 dos 853 municípios do Estado (31,3% dos municípios), ainda é

destinado a lixões.

Ainda no mesmo mapa é possível verificar que os 86 municípios atendidos por

aterros sanitários regularizados correspondem a 10,1% do total de municípios;

enquanto 291 municípios dispõem os resíduos em aterros controlados,

correspondendo a 34,1%, e apenas sete municípios contam com aterros sanitários

regularizados com usinas de triagem e compostagem, o equivalente a 0,8% do total

de municípios.

No mapa a seguir (Figura 18) é apresentada a situação de tratamento e/ou

disposição final dos RSUs gerados no município de Belmiro Braga e municípios

circunvizinhos.

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Figura 18 – Situação do Tratamento e/ou Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbanos de Minas Gerais em 2010 Fonte: FEAM, 2011.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 67

Com relação a coleta seletiva, e a existência e participação de catadores de

materiais recicláveis no Estado, de acordo com a “Cartografia Socioambiental do

Sistema de Coleta Seletiva em Minas Gerais”, elaborada sob a responsabilidade da

Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (ASMARE) e

com recursos financeiros do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG)

administrados pela FEAM, apenas 21,5% dos municípios possuíam coleta seletiva

implantada, o que representa em números absolutos o equivalente a 44 municípios.

Ainda de acordo com o mesmo estudo, 68,5% das prefeituras entrevistadas

reconheceram a existência de agentes ambientais. Porém em somente 17,6% dos

municípios existia algum levantamento ou diagnóstico sobre os agentes ambientais.

Das prefeituras pesquisadas, 44 (22,2%) explicitaram alguma forma de parceria com

as organizações de agentes ambientais, seja para equipamentos, infraestrutura,

caminhão de coleta ou outra.

Diante desse panorama, nota-se que o segmento dos catadores, ainda

fragilizado e vivendo à margem da sociedade, precisa ser atendido pelos programas

e ações das políticas públicas, em um novo contexto de cidadania e sustentabilidade

socioeconômica, conforme apontado nos documentos estaduais consultados.

Em Minas Gerais, o apoio às administrações públicas municipais foi definido

pelas diretrizes da Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). A SEMAD, com o

apoio do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) e da FEAM, tem a

responsabilidade de editar normas e realizar programas e ações para a gestão dos

Resíduos Sólidos.

A execução da política estadual se dá por meio do PPAG, no qual se insere o

Projeto Estruturador Resíduos Sólidos (PE), da área de resultado. Entre as ações dos

Resíduos Sólidos no PPAG 2008-2011, destacam-se as que visam apoiar: a

implantação de sistemas de disposição final adequada (Minas sem Lixões); a

implantação da coleta seletiva, reaproveitamento e reciclagem; a implantação dos

planos de gerenciamento de RSS; e o apoio às cooperativas e associações de

agentes ambientais de materiais recicláveis.

Dentre as metas para 2011, o Governo do Estado buscou possibilitar o acesso

de 60% da população à disposição adequada de lixo, utilizando estruturas tais como

Usinas de Triagem e Compostagem (UTCs) e Aterros Sanitários devidamente

regularizados, já em uso por parte dos municípios do Estado, conforme apresentado

no início deste item.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 68

2.2.1 Usina de Triagem e Compostagem

Especialmente no Estado de Minas Gerais se tornou frequente o conceito e a

utilização de UTCs, implantadas em áreas apropriadas e licenciadas pela FEAM. As

UTCs são compostas por um conjunto de estruturas físicas edificadas como galpão

de recepção e triagem de lixo, pátio de compostagem, galpão de armazenamento de

recicláveis, unidades de apoio (escritório, almoxarifado, instalações

sanitárias/vestiários, copa/cozinha, etc.). Todas essas estruturas são implantadas em

área cercada, identificada, com paisagismo nas proximidades das estruturas

edificadas, além de cerca viva no entorno da cerca-divisa.

As UTCs são consideradas soluções para os resíduos recicláveis e orgânicos

já triados, ou seja, os resíduos destinados a UTC devem ser originários de uma coleta

seletiva eficaz, pois a estrutura se torna não conforme na inexistência dessa coleta

específica.

2.2.2 Aterro Sanitário

De acordo com a PNRS, os lixões deverão ser eliminados até agosto de 2014.

Em Minas Gerais, grande parte dos municípios ainda utiliza esse tipo de destinação

final, seguido da utilização dos aterros controlados e, por último, os aterros em valas

localizados nas UTCs (cuja estrutura é similar aos aterros controlados). Além disso,

na Nota Técnica FEAM n.° 01/2012, que estabelece procedimentos para

cadastramento de municípios no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

Ecológico (ICMS-E), está claro no subitem 10 que os aterros controlados são

considerados irregulares e municípios que possuem esse tipo de destinação final para

seus resíduos não poderão usufruir do ICMS Ecológico.

No Aterro Sanitário, construído conforme a NBR 8.419:1992, os resíduos são

depositados em vala devidamente impermeabilizada com manta de proteção e há

sistemas de captação de gases e de chorume, os quais são tratados evitando a

contaminação do ar e do lençol freático. O gás é, em geral, queimado ou aproveitado

para a geração de energia, e o chorume é coletado e tratado por meio de lagoas de

sedimentação ou enviados para tratamento por empresa contratada, dependendo do

tipo de projeto desenvolvido. Os resíduos são recobertos com terra diariamente e, em

geral, a licença dos aterros é emitida mediante condicionante de monitoramento

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 69

ambiental.

O aterro sanitário é um aprimoramento de uma das técnicas mais antigas

utilizadas pelo homem para descarte de seus resíduos, que é o aterramento. É uma

obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo, resíduos no menor

espaço prático possível, causando o menor dano ao meio ambiente ou à saúde

pública.

Ainda que, sendo o método sanitário mais simples de disposição dos RSUs, o

aterro sanitário exige cuidados e técnicas especiais a serem seguidas, desde a

seleção e preparo da área até sua operação e monitoramento. O aterro, além de

operação, deve contar ainda com, unidades de apoio, como acessos internos que

permitam a interligação entre os diversos pontos do aterro, portaria para controlar a

entrada e saída de pessoas e caminhões de lixo e isolamento da área para

manutenção da ordem e do bom andamento das obras.

A técnica utilizada no aterro sanitário consiste basicamente na compactação

dos resíduos no solo, na forma de camadas que são periodicamente cobertas com

terra ou material inerte.

O aterro sanitário é considerado uma forma de disposição final ambientalmente

adequada, trazendo benefícios para os municípios, porém é um equipamento de alto

custo quando de pequeno porte, sendo nesses casos frequentemente subutilizado

e/ou mal operado.

2.3 SITUAÇÃO MUNICIPAL

Nos subitens a seguir, são descritos os formatos atuais de gestão dos resíduos

do município de Belmiro Braga, de acordo com tipo de resíduo e procedimentos

executados desde sua geração à sua disposição final.

2.3.1 Resíduos Sólidos Urbanos

Os RSUs podem ser divididos em RSD, Resíduos Comerciais e de Prestadores

de Serviços (RCPS) e Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana (RSLU), conforme artigo

13 da PNRS, apresentado no item 2.1, deste caderno.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Belmiro Braga, o município,

com 3.403 habitantes, produz aproximadamente 40 t/mês de RSU. Utilizando os

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 70

dados apresentados (população e geração de resíduos) é possível calcular a quota

per capita estimada de geração de resíduos para o município, a qual é de 0,39

kg/hab.dia. Para obter-se a quota per capita estimada foi utilizada a seguinte fórmula,

considerando os dados obtidos no ano de 2013:

𝑇 =𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑠 (

𝑘𝑔𝑑𝑖𝑎

)

𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑥𝑎 (ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠)

A quota per capita obtida não é condizente com a média estipulada pela FEAM

para o Estado (0,5 kg/hab.dia). No entanto, esse cálculo será detalhado no item 4.2.1.

𝑇𝐵𝑒𝑙𝑚𝑖𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑎𝑔𝑎 =1.333,33

3.403= 0,39

𝑘𝑔

ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎

Como não existe registro da quantidade gerada por tipo de resíduo, os mesmos

precisaram ser estimados. Para tanto foram utilizados dados bibliográficos para

entendimento das características dos resíduos e sua composição.

Durante a etapa de levantamento de dados, em visita à sede do governo

estadual, foi verificado que o principal parâmetro técnico utilizado pelo Estado de

Minas Gerais é o contido no estudo denominado Plano Preliminar de Regionalização

da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PRE - RSU) para o Estado de

Minas Gerais, desenvolvido pela FEAM, com apoio do Ministério do Meio Ambiente

(MMA), no ano de 2009. O estudo utilizou como parâmetro de composição

gravimétrica os dados de levantamento por amostragem realizado em 18 municípios

da Bacia do Rio São Francisco. Posteriormente o estudo foi replicado aos demais

municípios mineiros.

Buscando aprimorar ainda mais a segurança dos parâmetros gravimétricos

fornecidos e oficialmente utilizados pelo Estado de Minas Gerais, foram utilizadas

duas importantes referências técnico científicas de municípios com características

econômicas, populacionais, de localização e de desenvolvimento similares as de

Belmiro Braga, sendo utilizados dados dos municípios mineiros de, Viçosa e Rio Preto.

O artigo com os dados do município de Viçosa/MG, cujo título é “Avaliação da

Composição Gravimétrica e Potencial de Reintegração Ambiental dos Resíduos

Sólidos gerados na Cidade de Viçosa, Minas Gerais”, foi elaborado pelos senhores

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 71

Marcos Alves de Magalhães e Adriana Barbosa Sales de Magalhães, e publicado, em

julho de 2007.

O texto apresenta a avaliação da composição gravimétrica dos Resíduos

Sólidos de origem residencial, comercial e pública gerados em Viçosa, cidade

localizada na Região da Zona Mata Mineira. A composição gravimétrica dos RSUs de

Viçosa apresentou 23,9% de materiais potencialmente recicláveis, 63,8% de matéria

orgânica e 12,3% de rejeitos.

O segundo exemplo utilizado como ferramenta de comparação foi o trabalho

desenvolvido pela empresa Oikos Consultoria Ambiental, realizado para a Prefeitura

Municipal de Rio Preto, para obtenção da Licença de Instalação (LI) de UTC municipal.

A partir das medições realizadas, foi obtida a composição gravimétrica dos Resíduos

Sólidos de Rio Preto/MG, que apresentou 20,3% de materiais potencialmente

recicláveis, 67% de matéria orgânica e 12,7% de rejeitos, dados similares aos

apresentados no estudo realizado em Viçosa.

Considerando as referências de dados adotados confiáveis e compatíveis com

os parâmetros oficiais e suficientes para assegurar a qualidade e precisão esperada

e necessária ao planejamento em gestão ambiental e de resíduos, os mesmos foram

utilizados como modelo de composição gravimétrica para o município em questão.

Uma vez que Belmiro Braga está localizado na mesma região de Rio Preto e

ambos possuem características semelhantes, a utilização dos dados desse estudo

para comparação é apropriada. Para tanto, são apresentadas as características e

descrição dos resíduos na tabela 3.

Tabela 3 - Composição gravimétrica dos RSDs gerados em Rio Preto /MG (continua)

Fração % por Fração

% por Triagem

Papel 5,4

Materiais potencialmente recicláveis

20,30

Papelão 4,5 Plástico Duro 3 Plástico Filme 4 PET * 1,4 Metais Ferrosos 0,5 Metais Não-Ferrosos (Alumínio) 0,2

(conclusão) Outros Metais 0,1 Vidro 1,2 Trapos 1,6

Rejeitos Cerâmica 1

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 72

Pedra 2 12,70 Madeira 2

Ossos 2 Borracha 0,7 Couro 1,2 Materiais de difícil classificação 2,2

Matéria Orgânica 67 Mat. Orgânica

67,00 Total da amostra 100,00 100,00

* Politereftalato de Etileno Fonte: Oikos Consultoria Ambiental – Projeto da UTC de Rio Preto/MG, 1998.

Tomando por base os resultados do estudo apresentado na tabela 3 e a

geração média mensal de 40 t, é possível estimar a quantidade de resíduos secos e

úmidos gerados em Belmiro Braga: secos (20,30 % de recicláveis) 8,12 t/mês, e

úmidos (12,70 % de rejeitos e 67,00 % de orgânicos) 31,88 t/mês.

Nos subitens a seguir, são apresentadas informações referentes à situação

atual com relação a geração de RSU no município de Belmiro Braga.

2.3.1.1 Resíduos Sólidos Domiciliares

Os RSDs podem ser classificados, ainda de acordo com a PNRS, em resíduos

úmidos e resíduos secos, quanto às características físicas.

Como, atualmente, no município de Belmiro Braga não há coleta seletiva

implantada, há dificuldade na obtenção de dados fidedignos quanto a quantidade de

resíduos secos e úmidos gerados, separadamente.

Portanto, para que se tenha uma estimativa de geração de resíduos úmidos e

secos, utilizaram-se dados da composição gravimétrica apresentada no item 2.3.1.

a) Resíduos Úmidos (orgânicos e rejeitos)

Não foram encontradas referências primárias ou secundárias referentes a este

tipo de resíduo para estimar a quantidade gerada no município, uma vez que os

resíduos domiciliares, assim como os resíduos comerciais são coletados

conjuntamente não havendo controle de quantidade de forma separada. Informações

referentes a coleta, tratamento e destinação final deste tipo de resíduos são

abordados a seguir.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 73

Coleta e Transporte

O município é completamente atendido pela coleta de lixo que é de

responsabilidade de uma empresa terceirizada contratada pela Prefeitura. Para tal

serviço é utilizado um caminhão carroceria com capacidade de 15 m³ (Figura 19). Há

um trator com carreta que é utilizado para a coleta em situações atípicas (necessidade

de manutenção do caminhão, por exemplo).

A coleta, prevista em contrato, ocorre semanalmente, as segundas e quintas-

feiras, e há uma coleta quinzenal adicional, às quartas-feiras. Cinco funcionários

realizam o serviço da coleta, sendo um motorista e quatro coletores.

Figura 19 - Caminhão utilizado na coleta

Parte do município é atendida porta a porta, e nos locais de difícil acesso os

munícipes acondicionam os resíduos diretamente em tambores, para otimizar a

logística do processo e facilitar a coleta. O coletor vira esses tambores diretamente no

caminhão.

O serviço prestado pela empresa supracitada está previsto no Contrato n.°

019/2013 assinado em 06 de março de 2013. O mesmo prevê pagamento global de

R$133.088,00, referente a 160 diárias ao custo de R$831,80 cada. Considerando que

há a realização de dez coletas por mês, o valor mensal repassado a empresa pela

Prefeitura é de R$8.318,00. O valor mensal per capita dos serviços prestados pela

empresa terceirizada é de R$2,44, cobrança prevista no Código Tributário Municipal.

Transbordo de Resíduos

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 74

Em Belmiro Braga não há área de transbordo, pois os resíduos coletados são

encaminhados pelos próprios caminhões de coleta, diretamente ao aterro sanitário,

localizado no município de Juiz de Fora/MG.

Destinação Final

Belmiro não possui aterro sanitário licenciado para destinação final de seus

resíduos, sendo os mesmos encaminhados para o aterro sanitário da empresa Vital

Engenharia S/A, conhecido também como Central de Tratamento de Resíduos (CTR),

localizado na altura do km 770 da BR-040, no bairro Dias Tavares, a 23 km do Centro

de Juiz de Fora/MG (Figuras 20 e 21).

Figura 20 - Estrada de acesso para o

Aterro Sanitário

Figura 21 - Estrada de acesso para o

Aterro Sanitário

Com uma área de 3.509.00 m2, a unidade é licenciada junto à FEAM, para a

atividade de Aterro Sanitário, Central de Tratamento de Resíduos Sólidos.

O serviço prestado pela empresa supracitada está previsto no Contrato

Administrativo n.° 062/2013 assinado em 20 de maio de 2013. O mesmo prevê

pagamentos mensais de R$4.582,63, totalizando R$32.078,40, referente ao período

da validade do contrato (sete meses). O valor mensal per capita dos serviços

prestados pela empresa terceirizada é de R$1,35.

O contrato engloba a prestação de serviços de recepção, tratamento e

destinação final dos Resíduos Sólidos provenientes da limpeza urbana do município

de Belmiro Braga/MG, compreendendo o lixo comercial e o lixo público (Classe IIA),

sendo o custo mensal destes serviços, de R$66,83 por tonelada.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 75

O aterro sanitário recebe resíduos de Belmiro Braga duas vezes por semana,

e ainda resíduos dos municípios de Barbacena, Santos Dumont, Matias Barbosa,

Desterro de Melo e Piau, caracterizando-se como um empreendimento regional. A

CTR recebe ainda, resíduos de serviço saúde de alguns estabelecimentos, mediante

contrato, e que já tenham passado por tratamento térmico (microondas).

O aterro tem capacidade para receber mais de 500 t de lixo por dia, durante

25 anos e está dividido em Aterro Sanitário domiciliar e Aterro de Inertes, podendo

receber resíduos classe II A, que são aqueles que não se enquadram nas

classificações de resíduos classe I - perigosos ou de resíduos classe II B - não

perigosos inertes, nos termos da ABNT NBR 10004/2004.

De acordo com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DEMLURB), a

metodologia utilizada para a determinação da média diária (toneladas/dia) de

Resíduos Sólidos (RS) encaminhados à CTR foi baseada nos registros de pesagens

da balança instalada na guarita da CTR, adotando-se nas seguintes premissas:

Selecionar um universo de 72 dias durante o ano de 2011, sendo seis dias por

mês;

Para cada mês foram selecionados seis dias considerados normais (balança

sem problemas operacionais, coleta pública regular, exceto domingos, entre outros.);

Para cada mês foi selecionados pelo menos uma segunda-feira, uma terça-

feira, uma quarta-feira, uma quinta-feira, uma sexta-feira e um sábado.

Após o somatório dos dias selecionados, foram determinadas as médias diárias

de cada mês do ano de 2011 e a média aritmética diária entre os 12 meses do ano,

conforme na tabela 4. Além desses dados, a metodologia registrou também a

composição gravimétrica por origem dos Resíduos Sólidos, através dos registros dos

veículos transportadores, bem como se eram de propriedade do DEMLURB ou de

terceiros (coleta particular/próprio gerador).

O objetivo da amostragem foi de encontrar a quantidade em massa e a origem

dos resíduos que são encaminhados diariamente à Central de Tratamento de

Resíduos, visando um planejamento da vida útil do aterro.

Tabela 4 - Média Diária de RS na CTR em 2013

Tipo de Resíduo (t) Média Diária %

RBI – Res. De Poda/Corte de Árvores 18,45 0,15%

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 76

RCC – Res. De Construção Civil 88,75 0,72%

RDD – Res. Domiciliar 8.881,46 72,22%

RDL – Res. Lodo Desidratado/ETE 0,93 0,01%

RMA – Res. Merc. Apreendida 4,05 0,03%

RSS – Res. Serviço de Saúde 122,21 0,99%

RAM – Res. Carcaça de Animais Mortos 20,77 0,17%

RCA – Res. de Restos de Capina 242,38 1,97%

RVA – Res. de Restos de Varrição 53,00 0,43%

ROT – Outros Resíduos 2.867,70 23,30%

Média Total (t/dia) 12.305,69 100,00%

Fonte: Demlurb, 2013.

A estrada de acesso que os caminhões utilizam até a CTR é plana e de fácil

trânsito. Os caminhões chegam até o aterro, passam pela balança (Figura 22) logo na

entrada para pesar o material (Figura 23), verifica-se o tipo de material e segue para

ser aterrado.

Figura 22 - Balança – Local para pesar o

caminhão de lixo

Figura 23 - Caminhão chega pra ser

pesado

Toda área do aterro é cercada, fechada e monitorada, A entrada é feita somente

com agendamento e permissão da gerência da CTR (Figuras 24 e 25).

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 77

Figura 24 - Entrada e Segurança na

portaria da CTR

Figura 25 - Vista do Aterro

O aterro é limpo, organizado, livre de animais e insetos. Para manter essa

qualidade são espalhadas pelo aterro umas placas que contem veneno (Figuras 26 e

27) e que atraem as moscas fêmeas. A cobertura dos resíduos, ao final de cada

jornada de trabalho, se dá por solos compactados, compondo a cobertura operacional.

Figura 26 - Placas que atraem moscas

Figura 27 - Placas que atraem moscas

Disposição Final

Os resíduos são dispostos em células, cuja base possui manta de proteção

do solo para evitar vazamentos de líquido percolado.

A CTR possui uma Estação de Tratamento de Líquidos Percolados (ETLP)

(Figuras 28 a 37), na qual todo o chorume gerado e captado é tratado através de

processos químicos e biológicos. O líquido tratado é, então, utilizado para

umidificação de vias e diminuição de particulados.

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Figura 28 - Entrada da Estação de

Tratamento de Líquidos Percolados -ETLP

Figura 29 - Estrutura da ETLP

Figura 30- Estrutura da ETLP

Figura 31 - Tratamento do chorume

Figura 32 - Piscina de decantação

Figura 33 - Tanque de Equalização

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 79

Figura 34 - Calha Parshall

Figura 35 - Líquido utilizado para

umidificação de vias

Figura 36 - Tanque de Mistura Rápida

Figura 37 - Plantação de junco

A CTR possui um sistema de drenos de gases verticais (Figura 38) que é

executado progressivamente, desde a base até o topo do aterro. Os drenos são

executados com tubos de concreto armado perfurado de 60 cm de diâmetro, envoltos

por brita n. 4 ou rachão e contidos por tela de aço. Os gases conduzidos para este

sistema são queimados nas saídas dos tubos de concreto por meio de dispositivos do

tipo flare. Os mesmos drenos verticais (chaminés) utilizados para a drenagem

descendente de líquidos são usados como tubos de drenagem de gases em fluxo

ascendente.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 80

Figura 38 - Drenos de gases

A drenagem superficial (Figuras 39 e 40) constitui-se de uma rede definitiva,

implantada progressivamente de acordo com a evolução física do aterro, de jusante

para montante, integrada com o sistema operacional e de cobertura definitiva. O

sistema é constituído por canaletas de concreto, que circundam a área do aterro e nas

bermas dos taludes, desaguando num sistema de caixas de passagem, descidas

d’água em gabião tipo manta, tubos de concreto enterrados e caixas de dissipação de

energia e retenção de areia nos pontos de lançamento final.

Figura 39 - Água superficial

Figura 40 - Água superficial

De acordo com o caderno de Educação Ambiental “O Meio Ambiente

Agradece”, elaborado pela CTR, uma vez em operação, os aterros sanitários devem

ser continuamente monitorados. A etapa do monitoramento indica-se na implantação,

quando os materiais que compõem os sistemas, devem estar em perfeitas condições

de funcionamento e adequados tecnicamente, e terminam muitos anos depois de

encerradas as atividades de um aterro.

Para avaliar a eficiência do aterro quanto à sua operação e ao controle

ambiental, devem ser realizados:

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 81

O controle das águas superficiais da área, por meio de amostras em pontos a

montante e a jusante do local onde é lançado o efluente;

O controle das águas subterrâneas, por meio da coleta de amostras nos poços

de monitoramento instalados a montante e a jusante;

O monitoramento da qualidade do chorume e do efluente tratado;

A caracterização dos resíduos da massa eterrada;

O monitoramento geotécnico do maciço do aterro;

O controle da saúde do pessoal envolvido na operação do aterro.

O aterro também trabalha numa vertente da educação não formal que objetiva

influenciar a vertente formal através de treinamentos, visitas técnicas monitoradas,

palestras, cursos, etc.

O Centro de Educação Ambiental da CTR recebe visitas de escolas de ensino

fundamental, médio, universitários e técnicos que desenvolvem trabalhos de pesquisa

que têm total apoio do Aterro.

Há também na CTR, o viveiro de mudas (Figuras 41 e 42), que é um

instrumento de grande importância, pois, além de servir como célula reprodutora das

espécies nativas da Mata Atlântica, busca dar suporte aos projetos de reflorestamento

do aterro sanitário, tendo o excedente direcionado para programas de educação

ambiental na comunidade local.

Figura 41 - Viveiro de Mudas

Figura 42 - Viveiro de Mudas

b) Resíduos Secos (recicláveis)

Embora aparentemente existam somente benefícios ao praticar a reciclagem, a

falta de planejamento no processo de gestão de Resíduos Sólidos, a carência de

integração entre a administração pública e os trabalhadores da coleta seletiva de rua

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 82

e das centrais de triagem, juntamente com a falta de um órgão intermediário que

estabeleça capacitação e diretrizes de trabalho entre ambas as partes, afetam o

processo de reuso dos resíduos, reduzindo a atividade e o seu aproveitamento

econômico. Essa é a realidade de muitos municípios brasileiros, incluindo Belmiro

Braga.

Não foram encontradas referências primárias ou secundárias relativas a este

tipo de resíduo para estimar a quantidade gerada no município, uma vez que os

resíduos domiciliares, assim como os resíduos comerciais, são coletados

conjuntamente, não havendo controle de quantidade de forma separada. Informações

referentes a coleta, tratamento e destinação final deste tipo de resíduos são

abordados a seguir.

Coleta e Transporte

Apesar dos benefícios da coleta específica, a Prefeitura ou a Secretaria de Meio

Ambiente não possuem nenhum programa de coleta seletiva. No entanto, os resíduos

recicláveis são recolhidos pela própria população e vendidos a uma empresa regional,

a Recicle Antônio Filho Ltda. (RAF), que desenvolvia trabalho em conjunto com a

Prefeitura, mas, devido ao desinteresse por parte do poder público, passou a fazer a

coleta de forma individual.

Empresa de Recicláveis – Recicle Antônio Filho (RAF)

A empresa Recicle Antônio Filho Ltda. (RAF) existe há três anos, e está,

atualmente, localizada no município de Chácara/MG. Na empresa há duas

funcionárias que, além de recolher os resíduos do município de Chácara, recolhem

também os de Piau. Os proprietários e as funcionárias atuam, ainda, nas atividades

de segregação e prensagem.

O local de funcionamento da empresa encontra-se aparentemente em

condições operacionais (Figura 43). Além disso, a fiscalização realizada pela

Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do município não constatou nenhuma

irregularidade no local.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 83

Figura 43 – Empresa Recicle Antônio Filho Ltda.

A empresa recolhe todo tipo de material reciclável (Figura 56) - papel, papelão,

plástico, sucata, vidro - que é vendido para empresas cujas identidades não foram

reveladas.

Figura 44 – Materiais a serem triados e comercializados

O local é parcialmente cercado por muro de concreto e parcialmente por cerca

de bambu e arame. Toda a área da empresa é de chão batido e não há guarita. A

empresa possui uma prensa (Figura 57) e duas balanças, sendo uma analógica e a

outra digital.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 84

Figura 45 – Prensa

Além das ações já em andamento, o Estado de Minas Gerais conta com

diversos programas relacionados com a coleta seletiva dos quais o município pode

participar. Os programas são apresentados ao final, no apêndice A.

Destinação Final

Parte dos resíduos secos, assim como os resíduos úmidos, é destinada ao

aterro sanitário da empresa Vital Engenharia S/A, localizada em Juiz de Fora/MG.

Disposição Final

O material reciclável recolhido pela população como um todo é vendido para a

empresa RAF Ltda., mas não há contrato de transporte, nem de venda, sendo um

serviço informal, e o material é recolhido pelo caminhão da empresa, que passa pelo

município sem um cronograma específico.

Uma vez que o gerador é corresponsável pelo resíduo durante todo o seu ciclo

de vida, é importante que haja uma fiscalização por parte dos órgãos públicos dos

receptores finais dos materiais, a fim de garantir que os mesmos sejam idôneos e

ajam em conformidade com a legislação vigente.

2.3.1.2 Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviços

Os Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RCPS) são

aqueles gerados em estabelecimentos comerciais como apresentado no item 2.1.1.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 85

De acordo com o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

(MONTEIRO et al., 2001), os pequenos geradores de resíduos comerciais são os

estabelecimentos que geram até 120 l/dia de lixo. Os grandes geradores de resíduos

comerciais são os estabelecimentos que geram um volume de resíduos superior a

esse limite.

De acordo com o mesmo estudo, é importante identificar o grande gerador para

que este tenha seu lixo coletado e transportado por empresa particular credenciada

pela prefeitura. Esta prática diminui o custo da coleta para o Município em cerca de

10 a 20%.

Coleta e Transporte

A coleta e o transporte dos RCPS com características domiciliares são

realizados juntamente com os RSDs, conforme apresentado no item 2.3.1.1.

Destinação Final

A destinação final dos RCPS com características domiciliares é feita no aterro

sanitário, em Juiz de Fora/MG, tal qual ocorre com os RSDs, conforme apresentado

no item 2.3.1.1.

Disposição Final

A disposição final dos RCPS com características domiciliares se dá igual a dos

RSDs, conforme apresentado no item 2.3.1.1.

2.3.1.3 Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana

Os incisos I e V do artigo 30 da Constituição Federal estabelecem como

atribuição municipal legislar sobre assuntos de interesse local, especialmente quanto

à organização dos seus serviços públicos. Fica, portanto, definida claramente a

competência do Município quanto ao gerenciamento dos serviços de limpeza urbana.

O serviço público de limpeza urbana e manejo de Resíduos Sólidos

compreende a coleta, remoção e o transporte dos Resíduos Sólidos domiciliares; a

varrição e limpeza de vias e logradouros públicos; a remoção e transporte de resíduos

das atividades de limpeza; a remoção de resíduos volumosos e de entulhos lançados

em vias e logradouros públicos; a prestação de serviços de operação e manutenção

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 86

dos sistemas de transferência de RSUs e das unidades de triagem e compostagem,

incluindo a transferência dos rejeitos gerados nessas unidades para destino final

disposto de forma correta, utilizando aterros sanitários em conformidade com a

legislação ambiental.

A seguir é descrito cada tipo de resíduo incluso na limpeza urbana e sua

situação no município de Belmiro Braga.

a) Resíduos de Verde e Poda

Atualmente a Prefeitura efetua a poda preventiva e o corte de árvores através

da Secretaria de Obras, realizando podas de limpeza e formação ou, ainda, em

situações extraordinárias, efetuando podas de emergência ou adequação.

A capina é efetuada periodicamente, aumentando sua necessidade em épocas

de chuva. A poda de árvores em passeios públicos é solicitada por moradores

diretamente à Prefeitura que analisa o caso. Se necessário, realiza a poda e a

destinação do material.

A prefeitura ainda não conta com equipamento para picagem, para a diminuição

do volume do material, a qual é feita manualmente.

O serviço de poda é realizado conforme a necessidade ou quando solicitado.

Algumas vezes, são realizadas pela CEMIG, empresa de energia que atua na cidade,

no entanto os resíduos são deixados no próprio local em que foi realizada a poda para

recolhimento pela Prefeitura.

Atualmente são quatro funcionários alocados para o serviço de poda. Como

visto, o Departamento de Obras é o responsável pelo serviço de varrição, capina,

roçagem e pintura de guias, com o objetivo de melhorar a aparência das vias no

município.

Não foi fornecido pela prefeitura quantitativo e não foram encontradas

referências primárias ou secundárias relativas a este tipo de resíduo para estimar a

quantidade gerada no município, porém segundo informação de coleta mencionada

acima, este valor não está incluso nas 40 t informadas para RSU.

Coleta e Transporte

A coleta e o transporte dos resíduos verdes são realizados pela Prefeitura.

Destinação Final

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 87

Parte dos resíduos verdes coletados é encaminhada a um local não licenciado

da Prefeitura, e parte é destinada ao aterro sanitário da empresa Vital Engenharia S/A.

Disposição Final

Os resíduos que se encontram no local não licenciado da Prefeitura são

depositados diretamente no solo, sem realização de tratamento ou reaproveitamento

(compostagem).

b) Resíduos de Varrição

Em Belmiro Braga, a área urbana é completamente atendida pelo serviço de

varrição, não havendo cronograma com percurso e horários a serem percorridos pelos

funcionários responsáveis pela atividade. O serviço é realizado diariamente, das 07:00

h às 17:00 h, por quatro funcionários. Não há medição da quantidade de material

gerado no serviço de varrição.

O Manual de Saneamento da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) registra

taxas que variam de 0,85 a 1,26 m³ diários de resíduos por km varrido. A quantidade

destes resíduos está vinculada à extensão do serviço.

Segundo o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação,

elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Conselho Internacional para

Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI), referente ao ano de 2012, os resíduos

resultantes das atividades de limpeza pública representam cerca de 15% da geração

total de resíduos domiciliares, excluída a quantidade de resíduos de construção em

deposições irregulares.

De acordo com as bibliografias citadas anteriormente e a população do

município, foi estimada para Belmiro Braga a geração de uma média de 0,2 m³/dia, ou

seja, 6 t/mês de resíduos de varrição.

Coleta e Transporte

O resíduo é coletado e transportado pela Prefeitura até o aterro sanitário de

Juiz de Fora/MG, juntamente com o resíduo domiciliar.

Destinação Final

O resíduo de varrição é destinado ao aterro sanitário de Juiz de Fora/MG.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 88

Disposição Final

A disposição final dos resíduos de varrição ocorre no aterro sanitário localizada

em Juiz de Fora/MG.

c) Resíduos Cemiteriais

Belmiro Braga conta com um cemitério municipal cuja manutenção é feita

através da limpeza frequente de túmulos e jardins, de acordo com os resíduos

descritos no quadro 1, não havendo cronograma de limpeza ou medição do

quantitativo gerado.

Não foram encontradas referências primárias ou secundárias relacionadas a

este tipo de resíduo para estimar a quantidade gerada no município.

Coleta e Transporte

O resíduo é coletado e transportado pela Prefeitura até o aterro sanitário de

Juiz de Fora/MG, juntamente com o resíduo domiciliar.

Destinação Final

O resíduo de varrição é destinado ao aterro sanitário de Juiz de Fora/MG.

Disposição Final

A disposição final dos resíduos de varrição ocorre no aterro sanitário localizada

em Juiz de Fora/MG.

d) Resíduos de Feiras Livres

Atualmente não há feiras livres no município, de acordo com informações da

prefeitura. Entretanto, é apresentada metodologia de cálculo de estimativa de

resíduos gerados em feiras livres, caso haja a instalação de uma feira no município.

De acordo com o Guia para Elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos

Sólidos (GUARULHOS 2010 apud MMA, 2011), alguns municípios convivem com

taxas de geração na ordem de 6 kg anuais per capita na limpeza de feiras públicas.

Caso o município instale uma feira livre futuramente, considerando-se a população

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 89

apresentada pelo censo do IBGE em 2010, estima-se a geração de 1,7 t/mês de

resíduos de feiras livres utilizando a taxa apresentada pelo guia, ou seja

aproximadamente 4% dos RSUs do município.

Coleta e Transporte

Não há coleta pra este tipo de resíduo.

Destinação Final

O município não possui feiras livres, portanto não há destinação final deste

resíduo.

Disposição Final

Por não haver feiras livres no município, não há disposição final do mesmo.

e) Resíduos de Saneamento Básico

Os resíduos de Saneamento Básico são aqueles gerados em ETA, ETE e

sistemas de drenagem urbana como apresentado no item 2.1.1.

Em se tratando de ETE, o destino mais praticado são os lançamentos efetuados

em rios, lagos, córregos, e outros, o que ocasiona um impacto ambiental relevante

aos recursos hídricos conforme a publicação Orientações Básicas para Operação de

Estações de Tratamento de Esgoto, elaborada pela FEAM (2006).

A Prefeitura Municipal é a responsável pelo abastecimento de água no

município e não há medição da gestão operacional desse serviço.

O município possui uma ETA, que está localizada na região central, nas

coordenadas: Latitude - 21º56’59” S e Longitude - 43º25’05” W, com altitude de 519

metros acima do nível do mar (Google Earth, 2012).

No que diz respeito à limpeza e inspeção, observou-se que o principal fator de

obstruções de coletores são pedras e raízes, que se aglomeram em torno das redes.

Os locais de lançamento de águas pluviais são simultâneos com o lançamento

de esgoto sanitário, já que estes são transportados pela mesma rede.

Coleta e Transporte

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 90

Não foram obtidas informações a respeito da coleta e transporte do lodo gerado

na ETA municipal; e não foram obtidas informações sobre os resíduos de drenagem

urbana.

Destinação Final

Não foi obtida a informação sobre a disposição final dos resíduos de

saneamento básico gerado no município.

Disposição Final

Não foi obtida a informação sobre a disposição final dos resíduos de

saneamento básico gerado no município.

2.3.2 Resíduos Sólidos Industriais

Atualmente em Belmiro Braga encontram-se duas indústrias no centro da

cidade, uma fabricante de produtos alimentícios (biscoitos) e uma olaria.

De acordo com informações de responsável da fábrica de biscoitos (Figura 46),

a empresa não gera resíduos contaminantes e que os resíduos gerados são

descartados junto ao lixo comum que a prefeitura coleta. Não é realizada campanha

de reciclagem na empresa. Outro resíduo produzido é o pó de biscoito que é doado à

população para utilização como ração animal.

Figura 46 - Fábrica de Biscoitos “Magia”

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 91

Para estimar a quantidade de resíduos industriais gerados no município

utilizou-se do Inventário de Resíduos Sólidos Industriais de Minas Gerais (2008), que

foi composto por 205 municípios que entregaram as auto declarações para

composição do inventário, dos 853 municípios do Estado de Minas Gerais, sendo 26

deles integrantes da Zona da Mata.

O total de empresas em nível estadual que tiveram seus dados tabulados foi

de 854, com registro de geração de 402.951.916,99 t de resíduos no ano anterior.

Dessas empresas cadastradas setenta estão localizadas na Zona da Mata e tiveram

um total de geração de resíduos de 22.586.474,75 t no mesmo período,

correspondendo à 5,6% do total estadual gerado.

De acordo com o inventário, o total de resíduos Classe l – Perigosos foi de

2.180.165,28 t/ano no Estado, dos quais 39.148,79 t/ano são referentes a Zona da

Mata. Quanto aos resíduos Classe ll – Não Perigosos, o total gerado em nível estadual

foi de 400.771.751,60 t/ano e em nível regional foi de 22.574.326,01 t/ano.

Na Zona da Mata foi identificada predominância das seguintes atividades

industriais: têxtil, madeira, materiais plásticos, químicos e papel. Ao se verificar as

atividades e quantidades inventariadas no estado obtêm-se os dados na tabela 5, com

os quais estimou-se uma quantidade média de resíduos gerados por tipologia de

empresa.

Tabela 5 – Geração de resíduos por tipologia de empresa (continua)

N° de empresas

Classificação Quantidade gerada t/ano

Geração média/empresa t/ano

47 C-08 Têxtil 423.641,32 9.013,65

24 B-10 Madeira 1.377.820,37 57.409,18

(conclusão)

18 C-07 Material Plástico 10.876,84 604,27

63 C-04 Químicos 25.614.830,21 406.584,61

9 C-01 Papel 820.038,01 91.115,33

Fonte: FEAM, 2009.

Conforme citado anteriormente, no município de Belmiro Braga foram

identificadas duas indústrias, sendo uma alimentícia e uma olaria. Como não foi

possível a obtenção de dados fidedignos sobre a geração de resíduos nas mesmas e

não foram encontrados dados suficientes para estimar o total de resíduos nestas

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 92

tipologias de empreendimento, não foi possível estimar a quantidade de resíduos

industriais gerada no município.

Coleta e Transporte

O resíduo de pó de biscoito é doado para a população, que retira na própria

empresa. Não há informações sobre os resíduos gerados na olaria.

Destinação Final

Os resíduos de pó de biscoito são utilizados para ração animal. Quanto aos

resíduos da olaria, não há informação sobre sua destinação.

Disposição Final

Os resíduos de pó de biscoito são consumidos pelos animais e não há

informação do que é feito, caso seja descartado pela população. Não há informação

sobre os resíduos da olaria.

2.3.3 Resíduos Sujeitos a Sistema de Logística Reversa

Nos itens a seguir são apresentados os resíduos sujeitos a sistema de logística

reversa gerados no município, por periculosidade (perigosos e não perigosos),

conforme classificação apresentada no item 2.1.

2.3.3.1 Resíduos Perigosos (Classe I)

Conforme apresentado anteriormente, são classificados como perigosos os

resíduos que apresentam características como inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade (NBR 10.004:2004), oferecendo risco potencial aos seres vivos

ou ao ambiente.

Entre os resíduos perigosos sujeitos a sistema de logística reversa no

município, destacam-se os seguintes.

a) Resíduos Eletroeletrônicos

Os resíduos eletroeletrônicos são aqueles gerados a partir do descarte de

equipamentos inservíveis e seus componentes, como apresentado no item 2.1.1.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 93

De acordo com a FEAM (2009) o Brasil produz cerca de 2,6 kg/ano.hab de

resíduos eletrônicos. No Estado de Minas Gerais, um levantamento realizado pela

FEAM, apresentou o diagnóstico de geração de resíduos eletrônicos para os anos de

2009-2010, para o Estado, sendo apresentada uma estimativa de geração de 68.633

t/ano.

Para Belmiro Braga, a geração de resíduos eletrônicos estimada, baseada na

bibliografia anteriormente citada é de 0,74 t/mês.

Coleta e Transporte

Os eletroeletrônicos são descartados juntamente com os resíduos domiciliares.

Destinação Final

Os resíduos são destinados ao aterro sanitário de Juiz de Fora/MG.

Disposição Final

Os resíduos eletrônicos são dispostos no aterro sanitário de Juiz de Fora/MG.

b) Resíduos de Lâmpadas, Pilhas e Baterias

A PNRS reforça a responsabilidade dos geradores (consumidores, empresas e

órgãos públicos) para com os seus resíduos, até sua destinação final ambientalmente

adequada. Além de ser uma determinação legal, o descarte responsável e adequado

das lâmpadas contribui para a preservação do meio ambiente, promovendo a

economia de recursos naturais e evitando contaminações.

Segundo Apliquim (2013), no caso das lâmpadas fluorescentes, apenas cerca

de 6% de seus subprodutos são considerados rejeitos e podem ser destinados em

aterros. Já os seus principais subprodutos, como o vidro, o alumínio e outros

componentes metálicos, o pó fosfórico, os componentes eletrônicos e o mercúrio são

considerados resíduos e, portanto, obrigatoriamente devem ser tratados e reciclados.

O conceito adotado de recuperar e reciclar todos os materiais que constituem

a lâmpada, em vez de simplesmente descartá-los, é muito importante, pois protege os

aterros (e lixões), evitando a formação de passivos ambientais que poderão, um dia,

recair sobre a municipalidade local.

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De acordo com o Caderno de Educação Ambiental – Resíduos Sólidos,

elaborado pelo Governo do Estado de São Paulo, secretaria do meio ambiente e

coordenadoria de planejamento ambiental em 2010, no Brasil, a quantidade média de

lâmpadas em cada lar, em 1998, era de seis unidades incandescentes e 1,3 unidades

fluorescentes; após o racionamento de energia a média passou, em 2005, a quatro

unidades incandescentes e quatro unidades fluorescentes.

Considerando a literatura mencionada anteriormente, para o município de

Belmiro Braga, o qual possui 1.082 domicílios (IBGE, 2010) estima-se um total de 361

unidades/mensais de lâmpadas fluorescentes e 361 unidades/mensais de lâmpadas

incandescentes.

Conforme mencionado no item anterior, com as facilidades e diversificações do

mercado eletro eletrônico criou-se o problema do descarte também de resíduos de

pilhas e baterias. Por possuírem materiais perigosos, como o lítio, o cádmio, metais

pesados, entre outros, esses resíduos devem ser descartados em locais específicos,

e não simplesmente jogados no lixo. Quando deixados próximos de rios ou no lixão,

contaminam os corpos d’água superficiais, podendo até chegar ao lençol freático.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE)

referente ao ano de 2006, indica uma taxa de consumo de 4,34 pilhas anuais e 0,09

baterias anuais por habitante, sendo estimada para o município de Belmiro Braga,

uma geração de resíduos da população de 1.230,75 pilhas mensais e 25,52 baterias

mensais.

Coleta e Transporte

A coleta desses resíduos é realizada pela Prefeitura juntamente com os RSDs.

Destinação Final

Os resíduos são destinados ao aterro sanitário, localizado em Juiz de Fora/MG,

juntamente com o resíduo domiciliar.

Disposição Final

Os resíduos são dispostos no aterro sanitário de Juiz de Fora/MG.

c) Resíduos de Agrotóxicos e Embalagens

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Resíduos de agrotóxicos e embalagens, assim como outros produtos cuja

embalagem, após o uso constitua resíduo perigoso são objeto de logística reversa.

Entretanto, conforme preconizado na PNRS, os consumidores deverão efetuar a

devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das

embalagens vazias.

Por conterem resíduos de agrotóxicos em seus interiores, as embalagens

vazias de agrotóxicos são classificadas como “resíduos perigosos”, apresentando

elevado risco de contaminação humana e ambiental se descartadas sem o controle

adequado (COMETTI, 2009).

Um levantamento realizado pela Associação Nacional de Defesa Vegetal

(ANDEF), veiculado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

em 1999, indicava que 50% das embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil eram

vendidas ou repassadas sem nenhum tipo de controle, 25% eram queimadas a céu

aberto, 10% eram armazenadas ao relento e 15% eram abandonadas de forma

arbitrária no campo (BARREIRA e PHILIPPI, 2002 apud COMETTI, 2009).

Por meio do Decreto-Lei Federal n.° 4.074/2002, ocorreu a regulamentação das

Leis Federais n.° 7.802/1989 e n.° 9.974/2000 (BRASIL, 2000), que atribuiu as

responsabilidades a todos os segmentos envolvidos diretamente com os agrotóxicos:

fabricantes, revendas (canais de comercialização), agricultores (usuários) e poder

público (fiscalizador), para a destinação apropriada das embalagens utilizadas.

Visando atender à nova legislação, os fabricantes de agrotóxicos organizaram-

se e, em 2002, criaram o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias

(INPEV), entidade que representa as indústrias fabricantes de produtos fitossanitários,

assumindo, de forma autônoma, a gestão e os trabalhos relativos à destinação final

das embalagens vazias de agrotóxicos em todo o território nacional. A destinação final

acumulada das embalagens de agrotóxicos vazias, no estado de Minas Gerais, em

2010 foi de 2.605.476 kg (INPEV).

Não foram verificados dados suficientes para estimar a quantidade de resíduos

de agrotóxicos e embalagens vazias gerados no município, uma vez que não há

controle sobre esses resíduos.

Coleta e Transporte

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 96

No município de Belmiro Braga não há coleta específica deste tipo de resíduo.

Mas, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Turismo do município, os

comerciantes locais recebem as embalagens vazias de agrotóxicos e outros produtos

similares, na compra de novos.

Destinação Final

Conforme citado acima, parte dos resíduos é recebida pelos comerciantes

locais na compra de novos produtos, que procedem com o sistema de logística

reversa.

Disposição Final

Os resíduos que são devolvidos para os comerciantes são recolhidos pelos

respectivos fabricantes.

d) Resíduos de Óleo Lubrificante

Os óleos lubrificantes usados em praticamente todo equipamento que trabalha

com peças ou componentes em movimentação utiliza um fluido lubrificante para evitar

o desgaste de suas partes móveis, representam um risco de contaminação ambiental,

sendo classificados como resíduo perigoso, segundo a NBR 10.004:2004, por

apresentar toxicidade, sendo um constituinte rico em metais pesados, ácidos

orgânicos, Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) e dioxinas.

Segundo o Diagnóstico dos Resíduos Sólidos de Logística Reversa Obrigatória,

realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no ano de 2012,

esses resíduos possuem um grande potencial poluidor, sendo de difícil contenção e

manuseio. Assim, de forma semelhante, as embalagens pós consumo representam

um risco de contaminação ambiental, tendo origem comercial, industrial e domiciliar.

Na logística reversa as embalagens usadas de óleo lubrificantes são devolvidas

pelos consumidores aos canais de revenda ou pontos de entrega e destinados

diretamente às centrais ou aos caminhões de recebimento.

A Resolução CONAMA n.° 362/2005 estabelece diretrizes para o recolhimento

e destinação de óleos lubrificantes usados ou contaminados pelos seus fabricantes.

Estabelece ainda, que todo óleo lubrificante deve ser acondicionado, coletado e

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 97

possuir destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e

propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos.

O município de Belmiro Braga possui atualmente um posto de combustível e

uma oficina. Não foram encontradas referências primárias ou secundárias

relacionadas a este tipo de resíduo para estimar a quantidade gerada no município.

Coleta e Transporte

No município de Belmiro Braga não há coleta específica deste tipo de resíduo.

Destinação Final

Não foi obtida informação a respeito da destinação final do resíduo gerado.

Disposição Final

Não foi obtida informação a respeito da disposição final do resíduo gerado.

2.3.3.2 Resíduos Não Perigosos (Classe II)

Ainda conforme a NBR 10.004:2004 Resíduos Sólidos podem ser classificados

como não perigosos quando não apresentam nenhuma das características dos

resíduos supracitados, ou seja, não oferecem risco potencial aos seres vivos ou ao

ambiente.

Entre os resíduos não perigosos sujeitos a sistema de logística reversa no

município, destaca-se o seguinte.

a) Resíduos pneumáticos

Belmiro Braga não possui Ecopontos ou Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)

para destinação dos pneus. Os pneus da frota da Prefeitura e das borracharias são

recolhidos por uma empresa terceirizada. Porém, quando há geração deste tipo de

resíduo pela população, é descartado junto com o lixo doméstico para ser recolhido

pela Prefeitura.

Segundo o Cadastro Técnico Federal (CTF) do IBAMA, referente ao ano de

2011, para a geração de resíduos pneumáticos, é apontada uma taxa de geração de

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 98

2,9 kg anuais por habitante. Sendo assim, para o município de Belmiro Braga geração

de resíduos pneumáticos estimada é de 0,82 t/mês.

Coleta e Transporte

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Belmiro Braga, a pequena

quantidade de resíduo encontrada, é recolhida e armazenada na garagem da

prefeitura.

Destinação Final

Os pneus encontrados no município são destinados à empresa

Recauchutadora Riobranquense, localizada no município de Juiz de Fora/MG, sendo

esse serviço informal, não havendo formalização de convênio ou contrato. As

borracharias dão o destino dos seus pneus para as empresas que as atendem,

utilizando-se da logística reversa.

Disposição Final

No caso de pneus inservíveis, sem condições de reforma, a Recauchutadora

encaminha para um Ecoponto em Ubá, e depois os pneus seguem para reciclagem.

A Reciclanip é a empresa que oferece a disposição final correta para esses pneus

inservíveis, sendo responsável pelo recolhimento nos pontos de entrega existentes.

Uma das formas de disposição final desse material é a transformação em combustível

alternativo para indústrias de cimento, fabricação de solados de sapatos, borrachas

de vedação, tapetes automotivos entre outros.

2.3.4 Resíduos da Construção Civil

Belmiro Braga não possui empresas que prestam serviço de recolhimento com

caçambas ou destino regulamentado para esses resíduos, os quais são

reaproveitados para melhoria de acessos em estradas vicinais.

Conforme Karpinsk (2009) estima-se que a média de geração de RCC por

habitante em algumas cidades brasileiras seja de 0,5 t/hab.ano. Porém, ressalta que

maiores definições são necessárias para se aplicar um valor mais conceituado, além

disso, podem ocorrer alterações diferentes da média comparando-se à geração de um

município de pequeno porte, por exemplo.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 99

John & Agopyan (2005) mostram, que as estimativas da geração per capita de

RCC internacionais variam de 130 a 3000 kg/hab.ano. Esta grande variabilidade nos

valores é devida à classificação dos resíduos, pois, alguns estudos incluem a remoção

de solo enquanto outros não. Além disso, essa amplitude deve-se as diferentes

tecnologias de construção empregada nos diferentes países.

Segundo Piovezan Jr. (2007), no Brasil, foram encontrados valores estimados

entre 0,23-0,76 t/hab.ano. Entretanto, a mediana destes valores, 0,51 t/hab.ano, é que

mais se aproxima dos valores internacionais.

Baseado nas bibliografias anteriormente citadas, com a média de 0,5 t.hab.ano,

foi estimada uma geração de 141,79 t/mês de RCC para o município de Belmiro Braga.

Coleta e Transporte

Os resíduos gerados na construção civil são recolhidos pela Prefeitura, quando

o responsável pela obra faz a solicitação de retirada. A Prefeitura realiza a coleta de

RCCs dispostos inadequadamente em terrenos baldios ou em locais impróprios. O

recolhimento é feito somente na área urbana. Não há empresas que prestam serviço

de recolhimento com caçambas.

Destinação Final

Não existe um destino regulamentado para esses resíduos, os quais são

estocados em “bota-fora”.

Disposição Final

Conforme informações da Prefeitura, os RCCs são reaproveitados na melhoria

de estradas vicinais, quando possível.

2.3.5 Resíduos de Serviço de Saúde

De acordo com os dados fornecidos pela Prefeitura Municipal foi verificada uma

quantidade média 0,06 t/mês de RSS. Os dados da geração de RSS de Belmiro Braga,

de janeiro a abril de 2013, são apresentados na tabela 6.

Tabela 6 - Quantidade de RSS gerado, de janeiro a abril de 2013

Mês Geração (Kg)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 100

Janeiro 87,73

Fevereiro 60,45

Março 10,50

Abril 88,98

Total 247,66

Fonte: ACISPES, 2013.

Os RSSs de Belmiro Braga, provenientes da UBS, são obrigatoriamente

acondicionados em sacos plásticos, na cor branca-leitosa, atendendo a especificação

da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e colocados em recipientes

próprios. Quando os sacos dos recipientes estão cheios, são transferidos para

bombonas de Polietileno de Alta Densidade (PEAD).

As embalagens são adequadamente fechadas e depositadas em abrigo

apropriado, metálico ou de alvenaria, devidamente tampado, para evitar que se

rompam e provoquem o derramamento de seu conteúdo e para impedir o contato com

insetos, roedores e outros vetores, seguindo a norma em vigor.

Belmiro Braga possui uma drogaria particular que gera RSS, os quais são

unicamente medicamentos vencidos, tendo em vista que a mesma não faz aplicação

de injetáveis. Os medicamentos vencidos são relacionados, embalados e entregues à

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Gerência Regional de Saúde de Juiz

de Fora/MG.

Coleta e Transporte

Os resíduos gerados nas unidades de saúde do município são em seguida

recolhidos pela Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra

(ACISPES).

O contrato n.° 70/2013, firmado entre a ACISPES e a Prefeitura de Belmiro

Braga, no dia 04 de janeiro de 2013, tem por objetivo estabelecer as bases para a

prestação de serviços relativa ao gerenciamento de um sistema de transporte sanitário

intermunicipal, visando garantir aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)

melhores condições nos seus deslocamentos para a realização de exames, consultas

especializadas e demais atendimentos em saúde, bem como o transporte dos

resíduos dos serviços de saúde.

O valor total anual dos recursos a serem repassados pelo Município à ACISPES

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 101

é de R$73.966,56. Entretanto, de acordo com informações da ACISPES, o valor para

coleta, transporte e destinação final dos RSSs é R$600,00 por coleta. No município

de Belmiro Braga são realizadas duas coletas mensais, totalizando R$1.200,00 de

repasse mensal pela prestação do serviço. Com base na geração média mensal do

município, 0,062 t/mês, o valor pago é de R$19,38/kg.

Destinação Final

Os resíduos recolhidos pela ACISPES são enviados para a empresa Serquip

Tratamento de Resíduos MG Ltda., localizada em Ubá/MG. Os resíduos da drogaria

são enviados para a empresa Siderúrgica Arcelor Mittal.

Disposição Final

Os resíduos das unidades de saúde municipais são incinerados pela empresa

Serquip Tratamento de Resíduos MG Ltda. A empresa incineradora possui

Autorização Ambiental de Funcionamento e Licença de Operação (LO) de acordo com

o Processo Administrativo n.° 04334/2007/001/2007, assinada em 25 de julho de 2013

com vencimento em 27 de agosto de 2014. A empresa possui, atualmente,

capacidade de tratamento de seis toneladas de RSS.

As cinzas restantes do processo de incineração são encaminhadas ao aterro

sanitário do grupo Queiroz Galvão, localizado em Juiz de Fora/MG, e os efluentes

resultantes do processo de lavagem de gases e do processo de lavagem e

higienização do material são reintroduzidos no processo, sendo destruídos no local.

Os resíduos da drogaria particular são incinerados no forno da aciaria da

Siderúrgica Arcelor Mittal. Segundo a empresa, depois de incinerados não há resíduo

remanescente.

2.3.6 Resíduos Sólidos Perigosos

Destinar corretamente esses resíduos é responsabilidade de seus geradores,

conforme a RDC n.° 33, de 25 de fevereiro de 2003, da ANVISA.

No município de Belmiro Braga, a Prefeitura assume a responsabilidade pelos

RSPs provenientes dos serviços de saúde, destinando-os para tratamento específico,

conforme descrito no item 2.3.4.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 102

Por último, mas não menos importantes, os RSPs podem ter origem industrial

e, assim como seus resíduos não perigosos são de responsabilidade de seu gerador,

sendo fiscalizados pela FEAM. Entretanto, conforme mencionado anteriormente,

como ainda não há grandes indústrias no município e a quantidade de RSP gerada

(em geral lâmpadas quebradas, pilhas e baterias, embalagens vazias de graxa e óleo

lubrificante usado) é mínima, as empresas têm descartado o RSP gerado juntamente

com o resíduo comum que é coletado pela Prefeitura e enviado para a empresa

contratada para destinação final.

2.3.7 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris

O caráter inovador da “lei dos agrotóxicos” situa-se na divisão de

responsabilidades a todos os agentes envolvidos (fabricantes, revendedores,

agricultores e poder público) no ciclo de vida das embalagens. Para o segmento de

fertilizantes, a legislação vigente não contempla a destinação das embalagens, sendo

que estatísticas e informações para o retorno ou a destinação das embalagens são

praticamente inexistentes.

Uma vez que resíduos agrotóxicos e suas embalagens vazias estão sujeitos a

sistema de logística reversa em atendimento à PNRS, suas especificidades foram

abordadas no item 2.3.3.

Conforme Matos (2005), a produção de resíduos agrícolas é extremamente

variável, dependendo da espécie cultivada, do fim a que se destina, das condições de

fertilidade do solo, condições climáticas, entre outros fatores.

Foi verificada a predominância das seguintes culturas temporárias no estado

de Minas Gerais:

Soja - Conforme Matos (2005) estima-se que a cultura da soja produza cerca

de 2.700 t de resíduos para cada mil toneladas de grãos processados.

Milho - Conforme a Associação Brasileira de Indústrias da Biomassa (ABIB) no

ano e 2011, os resíduos do processamento do milho são constituídos da palha e do

sabugo, totalizando um fator residual de 58%.

Cana de açúcar - Segundo Spadotto e Ribeiro (2006), para cada tonelada de

cana produzida, são gerados de 800 a 1000 l de resíduos de vinhaça, de100 a 400 kg

de resíduos de torta de filtro e 260 kg de resíduos de bagaço.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 103

Feijão - Conforme a ABIB (2011), os resíduos do processamento do feijão são

constituídosda palha e da vagem, totalizando um fator residual de 53% sobre o total

de feijão produzido.

Foram abordadas as seguintes culturas permanentes no estado de Minas

Gerais:

Café - Para Kihel (1985 apud VALE et al., 2007), de 45 a 55% do grão maduro

do café é resíduo, ou seja, uma tonelada de grão de café produz, em média, 50% de

grão limpo e 50% de casca e polpa.

Banana - A maior parte da produção de banana é consumida in natura, sendo

que apenas 2,5% a 3,0% da produção são industrializados. Portanto foram

considerados apenas o montante de resíduos gerados a partir da produção

industrializada, considerada como sendo 3% do total da produção, visto que os

demais resíduos farão parte dos RSUs.

Laranja - Considerou-se a geração de resíduos a partir do montante

processado na agroindústria do suco, visto que a outra parcela é comercializada na

forma de fruto e, deste modo, irão gerar resíduos nas residências, classificados como

resíduos domésticos. Um dos principais problemas enfrentados pelas indústrias

processadoras de suco de laranja é o grande volume de Resíduos Sólidos e líquidos

produzidos, que, equivalem a 50% do peso da fruta.

Foi abordado o rebanho de gado de leite e gado de corte na região Sudeste,

pois não foram encontrados dados específicos do estado de Minas Gerais.

Geração de dejetos de Bovinos de Leite - O maior rebanho é encontrado na

região Sudeste, gerando no total mais de 90 milhões de t/ano de dejetos. Considerou-

se que esta criação ocorre 100% em sistema confinado, com possibilidade de

aproveitamento total.

Geração de dejetos de Bovinos de Corte - O maior rebanho e, por

consequência, as maiores quantidades de dejetos gerados são verificados nas

regiões Centro-Oeste e Norte. Foi considerado como se 100% da criação de bovinos

de corte ocorresse em sistema extensivo, ficando os dejetos dispostos nos campos

onde são criados.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 104

Atualmente, os produtos silvícolas são utilizados como fonte energética, lenha

para carvoarias e indústrias siderúrgicas, como matéria-prima para indústrias

moveleiras, de papel e celulose, construção civil, entre outras finalidades.

Não foram verificados dados suficientes para estimar a quantidade de resíduos

agrossilvopastoris no município, uma vez que não há controle sobre esses resíduos.

Os inorgânicos, como já mencionado, têm uma parcela retornada aos comerciantes,

porém não há nenhum controle de quantidade, enquanto que os orgânicos são

incorporados à lavoura, também sem qualquer estimativa de quantitativo.

Coleta e Transporte

Não há coleta específica para este tipo de resíduo, pois em geral os orgânicos

são incorporados à lavoura.

Destinação Final

Os resíduos orgânicos gerados são mantidos nos locais de geração.

Disposição Final

Habitualmente os resíduos orgânicos são incorporados à lavoura.

2.3.8 Resíduos Sólidos de Transporte

O município de Belmiro Braga não conta com estação rodoviária ou ferroviária,

possuindo apenas um ponto de ônibus, na praça principal, de parada para ônibus

intermunicipal, não havendo resíduos destinados na cidade.

Foi verificado na Rodovia MG 353 que faz acesso ao município, a partir de Juiz

de Fora/MG, um pátio da Polícia Rodoviária, onde há uma quantidade razoável de

veículos sucateados. Porém, o pátio localiza-se no km 70 da Rodovia,

especificamente no município de Juiz de Fora/MG, a 55 km de Belmiro Braga, não

tendo o município autonomia de ação fora do seu limite territorial.

Os aeroportos existentes na região do município de Belmiro Braga localizam-

se em Juiz de Fora/MG, a 38,3 km de distância, e em Goianá, a 84,5 km de distância.

Neste caso o município também não possui autonomia de ação, pois os aeroportos

estão localizados fora do seu limite territorial.

Coleta e Transporte

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 105

Não há coleta específica para este tipo de resíduo no município, pois não há

estações rodoviárias, ferroviárias, portos ou aeroportos locais.

Destinação Final

Não há geração deste tipo de resíduo no município de Belmiro Braga.

Disposição Final

Não há geração deste tipo de resíduo no município de Belmiro Braga.

2.3.9 Resíduos Sólidos de Mineração

A quantificação do volume de Resíduos Sólidos gerados pela atividade de

mineração é difícil devido à complexidade e à diversidade das operações e

tecnologias utilizadas nos processos de extração e beneficiamento.

De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no

município de Belmiro Braga há 56 processos minerários abertos, sendo 26

autorizações de pesquisa, cinco requerimentos de lavra, que constituem trâmites de

abertura de processo e licenciamento, respectivamente. E ainda, sete processos

classificado como licenciamento, que se caracteriza pela autorização da extração e

extração propriamente dita, porém de areia para uso na construção civil, cuja

quantidade de resíduos gerada é módica. Existem ainda seis concessões de lavra,

sendo cinco para caulim e uma para quartzo.

A responsabilidade pelos resíduos provenientes da atividade mineral é do

gerador, com fiscalização de responsabilidade do órgão ambiental.

De acordo com o Inventário de Resíduos Sólidos da mineração, ano base de

2009, no Estado de Minas Gerais possui 113 empresas de lavra à céu aberto que

geram uma média de 3.028.236,29 t/ano, ou seja 2.233,21 t/mês por empresa do ramo

de mineração. No município de Belmiro Braga foi constatada a existência de seis

concessões de lavra, estimando-se, de acordo com a bibliografia apresentada

anteriormente, a geração mensal de aproximadamente 13.399,26 t de resíduos

provenientes de atividades de mineração.

Coleta e Transporte

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 106

Não há coleta desse tipo de resíduo, pois o mesmo permanece no local para

posterior tratamento.

Destinação Final

Não foram obtidas informações a respeito da destinação final dos resíduos

gerados nas atividades de mineração.

Disposição Final

Não foram obtidas informações a respeito da disposição final dos resíduos

gerados nas atividades de mineração.

A responsabilidade pelos resíduos provenientes da atividade mineral é do

gerador, com fiscalização de responsabilidade do órgão ambiental.

2.4 PASSIVOS AMBIENTAIS

O município possui um único passivo ambiental, sendo este, uma área na qual

funcionava o aterro controlado, que atualmente encontra-se inativo, localizada

distante do centro da cidade. O local pode ser acessado por estrada de chão batido

e é parcialmente cercado. O aterro foi paralisado em maio de 2013.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 107

3 DISPOSITIVOS LEGAIS, NORMAS E REGULAMENTOS

A análise da situação atual de gestão dos Resíduos Sólidos no município e

posteriormente a proposição de soluções deve-se enquadrar dentro do contexto legal,

seja federal, estadual e municipal. Assim, aqui se coloca o quadro legal de referência

para a elaboração do PMGIRS.

3.1 LEGISLAÇÃO

De acordo com a Constituição Federal, cabe ao poder público municipal o

trabalho de zelar pela limpeza urbana e pela coleta e destinação final do lixo. Com a

PNRS (Lei n.° 12.305/2010), a tarefa das prefeituras ganha uma base mais sólida com

princípios e diretrizes, dentro de um conjunto de responsabilidades que tem o

potencial de mudar o panorama dos resíduos no Brasil.

Para tanto, é importante identificar a legislação existente perante a gestão dos

resíduos, seja Federal, Estadual ou Municipal, e analisar as exigências relacionadas

aos Resíduos Sólidos gerados no município.

3.1.1 Legislação Federal

Em se tratando de dispositivos para a gestão dos Resíduos Sólidos

(gerenciamento, coleta, tratamento e disposição final), faz-se importante destacar as

seguintes leis federais:

Lei n.° 9.795/99 - Trata da Política Nacional de Educação Ambiental;

Lei n.° 10.257 de 10 de julho de 2001 - Regulamenta os artigos 182 e 183 da

Constituição Federal estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras

providências.

Lei n.° 11.107, de 06 de abril de 2005 – Dispõe sobre Consórcios Públicos e da

Gestão Associada de Serviços Públicos;

Lei n.° 11.445, de 05 de janeiro de 2007 - Estabelece diretrizes nacionais para

o saneamento básico; altera as Leis n.° 6.766, de 19 de dezembro de 1979, n.°8.036,

de 11 de maio de 1990, n.° 8.666, de 21 de junho de 1993, n.° 8.987, de 13 de fevereiro

de 1995; revoga a Lei n.° 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências;

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 108

Lei n.° 12.305, de 02 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos; altera a Lei n,° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras

providências;

Decreto Federal n.° 5.940, de 25 de outubro de 2006 - Institui a separação dos

resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública

federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e

cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências;

NBR 10.004:2004 - Resíduos sólidos: Classificação - Tem como objetivo

classificar os Resíduos Sólidos quanto à sua periculosidade, considerando seus riscos

potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados

adequadamente;

NBR 13.463:1995 - Coleta de Resíduos Sólidos: Classificação - Classifica

coleta de RSUs dos equipamentos destinados a esta coleta, dos tipos de sistema de

trabalho, do acondicionamento destes resíduos e das estações de transbordo;

NBR 15.112:2004 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos: Áreas

de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – Possibilita

o recebimento dos resíduos para posterior triagem e valorização. Têm importante

papel na logística da destinação dos resíduos e poderão, se licenciados para esta

finalidade, processar resíduos para valorização e aproveitamento;

NBR 15.113:2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes:

Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação - Solução adequada para

disposição dos resíduos classe A, de acordo com a Resolução CONAMA n.° 307,

considerando critérios para reserva dos materiais para uso futuro ou disposição

adequada ao aproveitamento posterior da área;

NBR 15.114:2004 - Resíduos sólidos da construção civil: Áreas de reciclagem

- Diretrizes para projeto, implantação e operação - Possibilita à transformação dos

resíduos da construção classe A em agregados reciclados destinados à reinserção na

atividade da construção.

Resolução CONAMA n.° 5, de 05 de agosto de 1993 - Estabelece definições,

classificações e procedimentos mínimos para o gerenciamento de Resíduos Sólidos

oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e

rodoviários.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 109

Resolução CONAMA n.° 6, de 19 de setembro de 1991 - Dispõe sobre a

incineração de Resíduos Sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos

e aeroportos.

Resolução CONAMA n.° 275, de 25 de abril de 2001 - Estabelece o código de

cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores

e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

Resolução CONAMA n.° 307, de 05 de julho de 2002 - Define, classifica e

estabelece os possíveis destinos finais dos resíduos da construção e demolição, além

de atribuir responsabilidades para o poder público municipal e também para os

geradores de resíduos no que se refere à sua destinação.

Resolução CONAMA n.° 358, de 29 de abril de 2005 - Dispõe sobre o

tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras

providências.

3.1.2 Legislação Estadual

Em se tratando de dispositivos para a gestão dos Resíduos Sólidos

(gerenciamento, coleta, tratamento e disposição final), faz-se importante destacar as

seguintes leis estaduais:

Lei n.° 18.031, de 12 de janeiro de 2009 -Institui a Política Estadual de Resíduos

Sólidos, que define a Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU) e

aponta o consorciamento como uma forma de se fazer a GIRSU;

Decreto Estadual n.° 44.844, de 25 de junho de 2008 - Estabelece normas para

licenciamento ambiental e autorização ambiental de funcionamento, tipifica e classifica

infrações às normas de proteção ao meio ambiente e aos recursos hídricos e

estabelece procedimentos administrativos de fiscalização e aplicação das

penalidades;

Decreto Estadual n.° 45.975, de 04 de junho de 2012 - Estabelece normas para

a concessão de incentivo financeiro a catadores de materiais recicláveis – Bolsa

Reciclagem, de que trata a Lei n.° 19.823, de 22 de novembro de 2011;

Portaria FEAM n.° 361, de 23 de outubro de 2008 - Aprova parecer que "dispõe

sobre transporte e disposição em aterros sanitários dos resíduos de serviços de saúde

(RSS) no Estado de Minas Gerais, e dá outras providências";

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 110

Deliberação Normativa COPAM n.° 7, de 29 de setembro de 1981 - Fixa normas

para disposição de Resíduos Sólidos;

Deliberação Normativa COPAM n.° 52, de 14 de dezembro de 2001 -Institui

Política de erradicação dos lixões;

Deliberação Normativa COPAM n.° 97, de 12 de abril de 2006 - Estabelece

diretrizes para a disposição final adequada dos resíduos dos estabelecimentos dos

serviços de saúde no Estado de Minas Gerais e dá outras providências;

Deliberação Normativa COPAM n.° 170, de 03 de outubro de 2011 - Estabelece

prazos para cadastro dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS)

pelos municípios do Estado de Minas Gerais e dá outras providências;

Resolução SEMAD n.° 1.300, de 06 de maio de 2011 - Dispõe sobre a criação

de Grupo Multidisciplinar de Trabalho para estabelecer critérios de avaliação de

implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)

nos estabelecimentos geradores desses resíduos e estabelecer diretrizes de termo de

referencia para elaboração e a apresentação do PGRSS no Estado de Minas Gerais;

Nota Técnica FEAM n.° 01/2012 – Estabelece procedimentos para

cadastramento de municípios no ICMS Ecológico;

3.1.3 Legislação Municipal

Com relação aos dispositivos para a gestão dos Resíduos Sólidos

(gerenciamento, coleta, tratamento e disposição final), Belmiro Braga conta com as

seguintes leis:

Lei Complementar n.° 004/2002, de 04 de janeiro de 2002, que dispõe sobre a

criação do Código de Posturas e menciona em seu artigo 3°:

“É o objetivo deste Código, garantir que os espaços públicos e semi-

públicos possam ser utilizados em condições de segurança,

salubridade e conforto, de maneira a assegurar o bem estar do

cidadão e da comunidade de Belmiro Braga.”

E em seu artigo 9°:

“É de exclusiva responsabilidade da Prefeitura: podar, cortar, derrubar,

remover e sacrificar árvores da arborização pública.”

Lei Orgânica do Município de Belmiro Braga, de 20 de dezembro de 1992 -

Constitui regras de comportamento para a população municipal e menciona em seu

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 111

artigo 10, inciso XXVI, prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos,

remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos de qualquer natureza;

Lei Municipal n.° 226, de 06 de setembro de 2001 que dispõe sobre a criação

do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental e menciona em seu artigo 2.°,

a competência do Conselho de fiscalizar, promover a educação ambiental, dar suporte

técnico, monitorar, receber denúncias, deliberar, realizar e coordenar audiências.

Lei Municipal n.° 289, de dezembro de 2004, Código Tributário do município de

Belmiro Braga Institui o sistema tributário municipal de Belmiro Braga, Estado de

Minas Gerais e em seu parágrafo primeiro menciona:

“Entende-se por serviço de coleta de lixo a remoção periódica de lixo

gerado em imóvel edificado. Não sujeito à taxa, a remoção especial de

lixo, entendida como a retirada de entulhos, detritos industriais, a

limpeza de terrenos e, ainda, a remoção de lixo realizada em horário

especial por solicitação do interessado, todas sujeitas ao pagamento

do preço público fixado pelo executivo.”

3.1.4 Legislações Correlatas

Além das legislações mencionadas anteriormente, distribuídas de acordo com

sua esfera política, é importante analisar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do

Rio Paraíba do Sul, o qual traz informações a respeito do diagnóstico da situação atual

do corpo hídrico e do entorno, bem como ações que deverão ser desenvolvidas

visando a melhoria da qualidade das águas.

O Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul analisado, foi

elaborado em Dezembro de 2007, para o período de 2007-2010, não fazendo menção

a ações ou restrições relacionadas a Resíduos Sólidos na parte mineira da bacia,

conforme os seguintes documentos:

Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul - Relatório

Contratual - R-10;

Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul - Caderno de Ações

Área de Atuação do CBH-PS;

Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul - Caderno de Ações

Área de Atuação do PS1;

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 112

Porém, durante a mesma pesquisa, foi verificada a existência da Deliberação

CEIVAP n.° 199, de 06 de dezembro de 2012, que institui ad referendum o Plano de

Aplicação Plurianual da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul para o período de 2013

a 2016, o qual prevê aplicação de recursos em ações diretamente ligadas a Resíduos

Sólidos.

Durante a pesquisa de informações correlatas, foi verificada a existência de

Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs), uma sugestão de agrupamento que servirá como

referência para a formação de consórcios, formado a partir do desenvolvimento do

PRE-RSU. Os ATOs tomaram como referência dados ambientais, socioeconômicos,

de transporte e logística de resíduos, diferentemente dos consórcios municipais que

consistem em um contrato regulamentado pela Lei Federal n.° 11.107, de 6 de abril

de 2005, lei que dispõe sobre a criação de consórcios, e é formado de acordo com a

decisão dos municípios.

A análise da situação do município, com as legislações em suas diversas esferas,

permitiu a verificação da conformidade do município. No caso de Belmiro Braga, não

foram detectadas leis inconsistentes, porém há legislações não aplicadas na íntegra.

No item 8 deste caderno, onde constarão as propostas do PMGIRS serão discutidas

as legislações visando o seu atendimento e possivelmente incorrerão na necessidade

de criação de novas leis específicas ou mesmo na revisão daquelas existentes.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 113

4 ESTUDO DE DEMANDAS

A demanda por serviços de limpeza pública é calculada em função do

crescimento populacional. Sendo assim, o estudo apresenta primeiramente a projeção

populacional para o município de Belmiro Braga, considerando o horizonte de

planejamento de vinte anos.

Num segundo momento, são calculadas as demandas para o componente

resíduos sólido em função da projeção populacional e das informações levantadas na

fase de diagnóstico, acrescendo informações ao diagnóstico elaborado.

4.1 PROJEÇÃO POPULACIONAL

A projeção populacional tem por objetivo determinar o crescimento

populacional municipal para o horizonte de planejamento do PMGIRS de Belmiro

Braga. Por conseguinte, a geração média de resíduos pode ser calculada, bem como

ações que beneficiarão tal população poderão ser propostas em curto, médio e longo

prazos.

Para que a projeção populacional apresente dados mais sólidos é necessário

levar em conta fatores de variação, como: índice de crescimento (taxa de

natalidades/taxa de mortalidade), barreiras geográficas, barreiras edáficas, barreiras

climáticas, barreiras biológicas, territorialidade, barreiras socioeconômicas, barreiras

políticas, contribuição tecnológica, entre outros. Entretanto, tais fatores dificultam as

projeções populacionais, tendo-se que admitir modelos estatísticos para as mesmas.

Projetar a população humana é na realidade um ensaio gráfico e de projeção

tendencial, para o qual o legislador atento, fixou no artigo 52, §2º da Lei Federal n.°

11.445/2007 a obrigatoriedade da avaliação anual e revisão quadrienal vinculando-a

ao Plano Plurianual no sentido de corrigir as flutuações populacionais e investimentos

a ela vinculados.

4.1.1 Metodologia

A princípio, para as correções populacionais foram estabelecidos métodos

acadêmicos a serem utilizados, como, o método aritmético e o método geométrico,

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 114

derivados principalmente dos estudos que fundamentaram a “Teoria Malthuseana”,

descrita a seguir, a título de informação.

Método Aritmético

Pressupõe que o crescimento de uma população se faz aritmeticamente, sendo

muito semelhante a uma linha reta. Em geral acontece nos menores municípios onde

o crescimento é meramente vegetativo.

𝑃𝑓 = 𝑃0 + 𝑟 × (𝑡𝑓 − 𝑡0) Onde:

P0 = população Inicial (último censo conhecido),

t0 = ano do último censo,

Pf = população final ou a do ano necessário,

tf = ano necessário (início e fim de plano),

r = taxa de crescimento linear (calculada pelos censos).

As taxas futuras de crescimento aritmético são adotadas a partir daquelas

passadas, assim determinadas:

∆𝑇1 =𝑃1980 − 𝑃1970

1980 − 1970

∆𝑇2 =𝑃1991 − 𝑃1980

1991 − 1980

∆𝑇3 =𝑃2000 − 𝑃1991

2000 − 1991

∆𝑇4 =𝑃2010 − 𝑃2000

2010 − 2000

Método Geométrico

É o que ocorre principalmente num período onde o crescimento da população

é acelerado, acompanhando praticamente a curva exponencial.

𝑃𝑓 = 𝑃0 × 𝑞 × (𝑡𝑓 − 𝑡0)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 115

Onde:

q = taxa de crescimento geométrico;

P0 = população Inicial (último censo conhecido);

t0 = ano do último censo,

Pf = população final ou no ano necessário,

tf = ano necessário (início e fim de plano).

As taxas futuras de crescimento geométrico são adotadas a partir daquelas

passadas, assim determinadas:

∆𝑇1 =(

𝑃1980

𝑃1970)

10

1980 − 1970

∆𝑇2 =(

𝑃1080

𝑃1991)

10

1991 − 1980

∆𝑇3 =(

𝑃1991

𝑃2000)

10

2000 − 1991

∆𝑇4 =(

𝑃2010

𝑃2000)

10

2010 − 2000

A partir dos dados dos censos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010, são

calculadas as taxas geométrica e aritmética de crescimento populacional para a

população urbana, rural e total do município. A partir dos percentuais de crescimento

que ocorreram no passado, das condições atuais e de outros fatores que podem ser

assumidos quanto ao futuro, são adotadas taxas de crescimento.

Os municípios onde acontece o crescimento vegetativo sem efeito de migração,

normalmente apresentam um crescimento linear. Sendo assim, para obter a

população futura no horizonte de projeto, basta adotar a taxa aritmética que vem

ocorrendo.

Nos demais municípios, beneficiados por facilidade de acesso, muitas

atividades econômicas e outros fatores que impulsionam a economia, o crescimento

populacional mostra-se geométrico. Nesse caso, é necessário verificar qual sua

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 116

posição atual quanto ao crescimento: acentuado, o que não é muito comum hoje em

dia, ou, em crescimento, porém com taxas que se elevam gradativamente ano a ano.

Com os valores obtidos na utilização das fórmulas acima, pode-se verificar a

linha de tendência de crescimento geométrico como mais aderente para a população

de Belmiro Braga, conforme demonstrado nas figuras 47 e 48 a seguir.

Figura 47 – Linha de Tendência – Crescimento Aritmético 1970-2012

Fonte: Adaptado de IBGE, 2012.

Figura 48 – Linha de Tendência – Crescimento Geométrico 1970-2012

Fonte: Adaptado de IBGE, 2012.

Embora não seja fácil mensurar o futuro, efetuar a projeção populacional de

forma consistente a partir de hipóteses embasadas é fundamental para que não se

incorra em custos adicionais, uma vez que as dimensões das unidades de gestão de

∆T1 ∆T2 ∆T3 ∆T4

Total -140,10 4,36 -60,89 -2,40

Urbana -0,90 10,91 1,00 14,90

Rural 0,99 -1,50 1,02 7,21

-160,00-140,00-120,00-100,00

-80,00-60,00-40,00-20,00

0,0020,0040,00

Crescimento Aritmético

∆T1 ∆T2 ∆T3 ∆T4

Total 0,9700 1,0011 0,9837 0,9993

Urbana 0,9989 1,0125 1,0011 1,0147

Rural 1,0003 0,9995 1,0004 1,0030

0,9400

0,9500

0,9600

0,9700

0,9800

0,9900

1,0000

1,0100

1,0200

Crescimento Geométrico

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 117

Resíduos Sólidos e respectivos equipamentos dependem diretamente da população

a atender.

4.1.2 Cálculo da Projeção Populacional

Como na grande maioria dos municípios brasileiros, o crescimento é

caracterizado como vegetativo, onde ocorre um crescimento da população urbana

quase que proporcional à redução da população rural, para o município de Belmiro

Braga a análise foi realizada com maior cautela, pois, conforme dados do IBGE,

considerando os anos censitários (contagem efetiva da população), ocorre uma

contração populacional, provavelmente gerada por mecanismos migratórios para a

cidade polo de Juiz de Fora/MG, a 41 km do município.

Mantida a tendência de queda, entre os anos de 2000 e 2010, o próprio IBGE

manteve a linha de tendência, mostrando que a população continuava em movimento

de contração e êxodo rural; porém, no ano censitário de 2010, feita a contagem,

observou-se uma ligeira inversão na linha de tendência e a população retoma o

crescimento, mesmo que modesto.

Atualmente, 32,3% da população encontram-se na área urbana e 67,7% na

área rural. De maneira geral, a população vem decrescendo ao longo dos anos,

indicando uma tendência à estabilização da população rural e aumento da população

urbana, acompanhada do crescimento vegetativo da população total de Belmiro

Braga.

A análise do desenvolvimento populacional do município de Belmiro Braga

depende diretamente do crescimento representado na figura 49 a seguir.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 118

Figura 49 – Crescimento Populacional 1970-2012

Fonte: Censo IBGE, 2010.

Consideradas as variáveis mencionadas no item 4.1, foi elaborado o gráfico de

crescimento populacional urbano e nele assentada a linha de tendência

exponencial/geométrica, foram adotadas, dentro deste contexto, taxa de 1% a.a. (até

2022) e taxa de 0,7% a.a. (até 2034), entendendo o crescimento vegetativo, a

minimização do processo migratório, fatos hipotéticos e que demandam maiores

observações quando das avaliações e revisões do plano.

Com a utilização dos dados apresentados na figura 48, e das fórmulas

mencionadas no item 4.1.1, com auxílio do programa Microsoft Office Excel®, foi

possível estabelecer que o próprio programa conseguisse automaticamente traçar a

linha de tendência, bem como calibrá-la para a aproximação da realidade podendo-se

optar pela que representa maior aderência.

No caso do estudo de aderências ou linearização da função de confiabilidade,

que basicamente, consiste em construir gráficos que devem ser aproximadamente

lineares caso o modelo proposto seja apropriado (REIS, 1994), e valendo-se da

tendência geométrica (mais aderente), projetou-se o crescimento populacional para o

período de curto, médio e longo prazo, conforme demonstrado na figura 50 e na tabela

1970 1980 1991 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

pop.tot 5328 3927 3975 3427 3353 3312 3258 3146 3084 3022 3067 3114 3079 3403 3402 3437

urb 830 821 941 950 929 918 903 872 855 838 1068 1084 1072 1099 1099 1133

rural 4498 3106 3034 2477 2424 2394 2355 2274 2229 2184 1999 2030 2007 2304 2303 2304

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000H

abit

ante

sPopulação

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 119

7, indicando inclusive os anos de revisão e seguindo a tendência de estabilização do

crescimento populacional.

Figura 50 - Projeção populacional do município de Belmiro Braga

Tabela 7 – Projeção populacional do município de Belmiro Braga

Ano População total População urbana População rural

2013 3.454 1.150 2.304 2014 3.472 1.168 2.304 2015 3.489 1.185 2.304 2016 3.506 1.202 2.304 2017 3.524 1.220 2.304 2018 3.542 1.238 2.304 2019 3.559 1.225 2.304 2020 3.577 1.273 2.304 2021 3.595 1.292 2.304 2022 3.613 1.309 2.304 2023 3.642 1.338 2.304 2024 3.671 1.370 2.301 2025 3.700 1.402 2.298 2026 3.730 1.434 2.296 2027 3.760 1.467 2.293 2028 3.790 1.500 2.290 2029 3.820 1.533 2.287 2030 3.851 1.566 2.285 2031 3.881 1.600 2.281 2032 3.913 1.633 2.280 2033 3.944 1.667 2.277 2034 3.964 1.684 2.280

Fonte: Vallenge, 2013.

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034

projeção 3454 3472 3489 3506 3524 3542 3559 3577 3595 3613 3642 3671 3700 3730 3760 3790 3820 3851 3881 3913 3944 3964

3100

3200

3300

3400

3500

3600

3700

3800

3900

4000

4100

Hab

itan

tes

Projeção populacional

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 120

No sentido de garantir a exequibilidade do Plano, principalmente sua vinculação

ao Plano Plurianual, os dados populacionais deverão ser atualizados nas avaliações

anuais e principalmente nos períodos revisionais destacados na figura anterior e

devem estar em consonância com os dados do Sistema Nacional de Informações

sobre Saneamento (SNIS), não obstante estes possam ser encontrados no portal do

IBGE.

4.2 PROJEÇÃO DAS DEMANDAS

Para embasamento na proposição de ações futuras relacionadas a gestão dos

Resíduos Sólidos, as quais serão tratadas no item 8 deste caderno, fez-se necessário

o cálculo da demanda atual e futura do serviço de gestão de Resíduos Sólidos do

município de Belmiro Braga.

São abordados, portanto, neste item os resíduos cuja geração é contabilizada

pelo município ou cuja estimativa foi obtida pela equipe através de fontes secundárias.

Em atendimento a PNRS, foram observadas as tendências tanto no cenário nacional

quanto na região sudeste, em consulta ao estudo do Panorama de Resíduos Sólidos

do Brasil (2011) e adotadas taxas de incremento de geração de resíduos. As projeções

das demandas são apresentadas nos itens subsequentes.

4.2.1 Resíduos Sólidos Urbanos

De acordo com os dados fornecidos pela prefeitura, a média de resíduos

gerados em Belmiro Braga é de 40 t/mês.

Com a quota per capita apresentada no item 2.3.1 e com os estudos de

projeção populacional apresentados no item 4.1.2, é possível calcular ao longo do

horizonte de projeto, vinte anos, a projeção da geração de resíduos.

Entretanto, uma vez que a taxa per capita apresentada de 0,39 kg/hab.dia não

é condizente com a média estipulada pela FEAM, é necessário adequa-la. Para tanto,

optou-se pela utilização da média estadual para a realização deste estudo de

demanda, sendo o novo valor de geração utilizado o seguinte:

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 121

𝐺𝐵𝑒𝑙𝑚𝑖𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑎𝑔𝑎=

0,5× 3.454×301000

=51,81 t mês⁄

A partir da demanda estimada são previstas as ações a elaborar, visando

atender a população dentro dos princípios de sustentabilidade, bem como é verificada

a capacidade das unidades que compõem a limpeza pública.

A projeção da demanda dos RSUs encontra-se na tabela 8, a seguir. Na figura

51 é apresentada a evolução da geração dos resíduos considerando as parcelas

recicláveis, orgânica e de rejeitos. Atualmente a quantidade de RSU gerada no

município de Belmiro Braga é de aproximadamente 630,4 t/ano.

Tabela 8 - Projeção da demanda por RSU para o horizonte do planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Pop. Atend. Coleta

Regular (%)

Pop. Atend. Coleta

Seletiva (%)

Taxa de increm.

na geração

(%)

Massa per capita

(Kg/hab.dia)

Quant. RSU gerada Quant.

Acumulada (t/ano) kg/dia t/ano

Ref. 2013 3.454 100,0 1 - 0,500 1.727,0 630,4 630,36

Curto

2014 3.472 100,0 100 0,10 0,501 1.737,7 634,3 1.264,63 2015 3.489 100,0 100 0,10 0,501 1.748,0 638,0 1.902,65 2016 3.506 100,0 100 0,10 0,502 1.758,3 641,8 2.544,41 2017 3.524 100,0 100 0,05 0,502 1.768,2 645,4 3.189,80 2018 3.542 100,0 100 0,05 0,502 1.778,1 649,0 3.838,80 2019 3.559 100,0 100 0,05 0,502 1.787,5 652,4 4.491,25 2020 3.577 100,0 100 0,00 0,502 1.796,6 655,7 5.146,99 2021 3.595 100,0 100 0,00 0,502 1.805,6 659,0 5.806,04 2022 3.613 100,0 100 0,00 0,502 1.814,6 662,3 6.468,38

Médio

2023 3.642 100,0 100 0,00 0,502 1.829,2 667,7 7.136,04 2024 3.671 100,0 100 -0,25 0,502 1.843,8 673,0 7.809,02 2025 3.700 100,0 100 -0,25 0,501 1.853,7 676,6 8.485,62 2026 3.730 100,0 100 -0,25 0,500 1.864,1 680,4 9.166,00 2027 3.760 100,0 100 -0,25 0,498 1.874,3 684,1 9.850,14 2028 3.790 100,0 100 -0,25 0,497 1.884,6 687,9 10.538,01 2029 3.820 100,0 100 -0,50 0,495 1.890,0 689,8 11.227,86

Longo

2030 3.851 100,0 100 -0,50 0,492 1.895,8 692,0 11.919,83 2031 3.881 100,0 100 -0,50 0,490 1.901,0 693,9 12.613,70 2032 3.913 100,0 100 -0,50 0,487 1.907,1 696,1 13.309,80 2033 3.944 100,0 100 -0,50 0,485 1.912,6 698,1 14.007,90 2034 3.964 100,0 100 -0,50 0,483 1.912,7 698,1 14.706,04

Nota: Foi considerada 100% da coleta seletiva desde o início devido ao pequeno porte do município, sendo possível a coleta completa com a utilização de um único veículo Fonte: Vallenge, 2013.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 122

Figura 51– Evolução da geração dos resíduos sólidos urbanos.

Fonte: Vallenge, 2013 Nota: Considerando-se as seguintes proporções: Recicláveis – 20%; Orgânicos –

67%; e Rejeitos – 13%

O estudo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2011; 2012)

aponta que a geração per capita dos Resíduos Sólidos urbanos entre 2011 e 2012

cresceu 0,4% no Brasil e 0,1% na região Sudeste. Fato esse também ocorrido na

comparação entre os anos de 2010 e 2011, quando o aumento deu-se de forma mais

acentuada: 0,8% no Brasil e 0,4% na região Sudeste.

Ainda no mesmo estudo, verificou-se que, a partir das tendências observadas

considerou-se para o município de Belmiro Braga o incremento de 0,1% na geração

per capita dos Resíduos Sólidos nos primeiros anos de planejamento e 0,05% no

médio prazo. Para alcançar a meta de redução na geração dos resíduos a partir de

2024 foi estabelecida a redução na produção per capita de 0,25%, e a partir de 2029

de 0,50%.

Na figura 52 são apresentados dois cenários para a geração de RSUs no

município: tendencial e preconizado. No cenário tendencial é considerado o

incremento, de 0,1% na geração per capita dos resíduos ao longo de todo o horizonte

de planejamento e, no qual, a previsão de geração de resíduos giraria em torno de

756,1 t/ano.

No cenário preconizado pela legislação em vigor, a qual possui como objetivos

a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, e o tratamento dos Resíduos

Sólidos, aliado ao desenvolvimento de programas de educação ambiental, entre

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

800,0

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

20

23

20

24

20

25

20

26

20

27

20

28

20

29

20

30

20

31

20

32

20

33

20

34

Ge

raçã

o d

e R

SD (

t/an

o)

Recicláveis Orgânicos Rejeitos

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 123

outros, com metas de redução estabelecidas até 2034, a previsão de geração de

resíduos giraria em torno de 698,1 t/ano.

Figura 52– Comparação da geração de resíduo sólidos urbanos – Cenário

Preconizado e Tendencial Fonte: Vallenge 2013.

4.2.2 Resíduos de Varrição

Pela falta de registros quanto a quantidade gerada, estima-se que atualmente

Belmiro Braga produza, em média, 7,77 t/mês de resíduos de varrição, ou seja 15%

dos RSUs contabilizados.

Considerando uma taxa de incremento na geração de resíduos de varrição

proporcional a geração de RSU, ao final do plano a quantidade gerada será de 9,2

t/mês. A projeção dos resíduos de varrição encontra-se na tabela 9.

560,0

580,0

600,0

620,0

640,0

660,0

680,0

700,0

720,0

740,0

760,0

780,0

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

20

23

20

24

20

25

20

26

20

27

20

28

20

29

20

30

20

31

20

32

20

33

20

34

Ge

raçã

o d

e R

SD (

t/an

o)

Cenário preconizado Cenário Tendencial

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 124

Tabela 9 – Projeção da demanda por Resíduos de Varrição para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(t/hab.ano)

Quant. Resíduos de Varrição

gerada

Quant. Acumulada

(t/ano) t/dia t/ano

Ref. 2013 3.454 - 0,028 0,26 94,55 94,55

Curto

2014 3.472 0,10 0,028 0,26 95,14 189,69 2015 3.489 0,10 0,028 0,26 95,70 285,40 2016 3.506 0,10 0,028 0,26 96,26 381,66 2017 3.524 0,10 0,028 0,27 96,86 478,52 2018 3.542 0,10 0,028 0,27 97,45 575,97 2019 3.559 0,10 0,028 0,27 98,01 673,98 2020 3.577 0,10 0,028 0,27 98,61 772,59 2021 3.595 0,10 0,028 0,27 99,20 871,79 2022 3.613 0,10 0,028 0,27 99,80 971,59

Médio

2023 3.642 0,07 0,028 0,28 100,67 1.072,26 2024 3.671 0,07 0,028 0,28 101,54 1.173,80 2025 3.700 0,07 0,028 0,28 102,42 1.276,22 2026 3.730 0,07 0,028 0,28 103,32 1.379,54 2027 3.760 0,07 0,028 0,29 104,22 1.483,77 2028 3.790 0,07 0,028 0,29 105,13 1.588,90 2029 3.820 0,07 0,028 0,29 106,04 1.694,93

Longo

2030 3.851 0,07 0,028 0,29 106,97 1.801,90 2031 3.881 0,07 0,028 0,30 107,88 1.909,78 2032 3.913 0,07 0,028 0,30 108,85 2.018,63 2033 3.944 0,07 0,028 0,30 109,78 2.128,41 2034 3.964 0,07 0,028 0,30 110,42 2.238,83

Fonte: Vallenge, 2013.

4.2.3 Resíduos de Feiras Livres

Como não há feiras livres em Belmiro Braga e considerando que no futuro

existe a possibilidade de haver feiras livres no município, foi realizada uma estimativa

de geração para este tipo de resíduo. Estima-se que Belmiro Braga produzirá, em

média, 1,73 t/mês de resíduos de feiras livre, considerando-se a população de 2013 e

a geração total de RSD. Considerando uma taxa de incremento na geração de

resíduos de feiras livres proporcional ao crescimento da população total do município,

ao final do plano a quantidade gerada será de 2,05 t/mês. A projeção dos resíduos de

feiras livres encontra-se na tabela 10.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 125

Tabela 10 – Projeção da demanda por Resíduos de Feiras Livres para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm.

na geração

(%)

Massa per capita

(kg/hab.ano)

Quant. Resíduos de Feira livre

gerada Quant.

Acumulada (t/ano)

t/dia t/ano

Ref. 2013 3.454 - 6,083 0,06 21,01 21,01

Curto

2014 3.472 0,10 6,089 0,06 21,14 42,15 2015 3.489 0,10 6,096 0,06 21,27 63,42 2016 3.506 0,10 6,102 0,06 21,39 84,81 2017 3.524 0,10 6,108 0,06 21,52 106,34 2018 3.542 0,10 6,114 0,06 21,66 127,99 2019 3.559 0,10 6,120 0,06 21,78 149,77 2020 3.577 0,10 6,126 0,06 21,91 171,69 2021 3.595 0,10 6,132 0,06 22,05 193,73 2022 3.613 0,10 6,138 0,06 22,18 215,91

Médio

2023 3.642 0,07 6,143 0,06 22,37 238,28 2024 3.671 0,07 6,147 0,06 22,57 260,85 2025 3.700 0,07 6,151 0,06 22,76 283,60 2026 3.730 0,07 6,156 0,06 22,96 306,57 2027 3.760 0,07 6,160 0,06 23,16 329,73 2028 3.790 0,07 6,164 0,06 23,36 353,09 2029 3.820 0,07 6,168 0,06 23,56 376,65

Longo

2030 3.851 0,07 6,173 0,07 23,77 400,42 2031 3.881 0,07 6,177 0,07 23,97 424,40 2032 3.913 0,07 6,181 0,07 24,19 448,58 2033 3.944 0,07 6,186 0,07 24,40 472,98 2034 3.964 0,07 6,190 0,07 24,54 497,52

Fonte: Vallenge 2013.

4.2.4 Resíduos Pneumáticos

Para o município de Belmiro Braga, estimou-se uma taxa de geração média de

resíduos pneumáticos de 0,83 t/mês. Considerando uma taxa de incremento na

geração de resíduos pneumáticos proporcional ao crescimento da população total do

município, ao final do plano a quantidade gerada será de 0,9 t/mês. A projeção dos

resíduos pneumáticos encontra-se na tabela 11.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 126

Tabela 11 – Projeção da demanda por Resíduos Pneumáticos para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(kg/hab.ano)

Quant. Pneu gerada

Quant. Acumulada

(t/ano) kg/dia t/ano

Ref. 2013 3.454 - 2,940 27,82 10,16 10,16

Curto

2014 3.472 0,10 2,943 28,00 10,22 20,37 2015 3.489 0,10 2,946 28,16 10,28 30,65 2016 3.506 0,10 2,949 28,33 10,34 40,99 2017 3.524 0,10 2,952 28,50 10,40 51,40 2018 3.542 0,10 2,955 28,68 10,47 61,86 2019 3.559 0,10 2,958 28,84 10,53 72,39 2020 3.577 0,10 2,961 29,02 10,59 82,98 2021 3.595 0,10 2,964 29,19 10,66 93,64 2022 3.613 0,10 2,967 29,37 10,72 104,36

Médio

2023 3.642 0,07 2,969 29,62 10,81 115,17 2024 3.671 0,07 2,971 29,88 10,91 126,08 2025 3.700 0,07 2,973 30,14 11,00 137,08 2026 3.730 0,07 2,975 30,40 11,10 148,17 2027 3.760 0,07 2,977 30,67 11,19 159,37 2028 3.790 0,07 2,979 30,94 11,29 170,66 2029 3.820 0,07 2,981 31,20 11,39 182,05

Longo

2030 3.851 0,07 2,984 31,48 11,49 193,54 2031 3.881 0,07 2,986 31,75 11,59 205,12 2032 3.913 0,07 2,988 32,03 11,69 216,82 2033 3.944 0,07 2,990 32,31 11,79 228,61 2034 3.964 0,07 2,992 32,49 11,86 240,47

Fonte Vallenge, 2013.

4.2.5 Resíduos Eletroeletrônicos

De acordo com o Diagnóstico da Geração de Resíduos Eletroeletrônicos no

Estado de Minas Gerais (FEAM, 2009), no Brasil há a estimativa de geração de

resíduos eletroeletrônicos de 2,6 kg/ano.hab. Tomando por base a taxa apresentada,

calcula-se que a geração de resíduos eletroeletrônicos estimada para Belmiro Braga,

é de 0,75 t/mês. A projeção dos resíduos eletroeletrônicos encontra-se na tabela 12.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 127

Tabela 12 – Projeção da demanda por resíduos eletroeletrônicos para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Fonte: Vallenge, 2013.

A taxa de incremento na geração de resíduos eletroeletrônicos foi estabelecida

proporcional ao crescimento da população total do município. Ao final do horizonte de

planejamento a quantidade gerada será de 0,89 t/mês.

4.2.6 Resíduos de Lâmpadas, Pilhas e Baterias

Pela falta de registros quanto a quantidade gerada, estima-se que atualmente

Belmiro Braga produza, em média, 1.232,08 pilhas mensais e 25,91 baterias mensais.

Considerando uma taxa de incremento na geração de resíduos de pilhas e baterias

proporcional ao crescimento da população total do município, ao final do plano a

quantidade gerada será de 1.458,8 pilhas/mês e 30,67 baterias/mês. A projeção dos

resíduos de pilhas e baterias encontra-se nas tabelas 13 e 14.

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(Kg/hab.ano)

Quant. Eletrônicos.

gerada

Quant. Acumula-da (t/ano) t/dia t/ano

Ref. 2013 3.454 - 2,636 0,025 9,11 9,11

Curto

2014 3.472 0,10 2,639 0,025 9,16 18,27 2015 3.489 0,10 2,641 0,025 9,22 27,48 2016 3.506 0,10 2,644 0,025 9,27 36,75 2017 3.524 0,10 2,647 0,026 9,33 46,08 2018 3.542 0,10 2,649 0,026 9,38 55,46 2019 3.559 0,10 2,652 0,026 9,44 64,90 2020 3.577 0,10 2,655 0,026 9,50 74,40 2021 3.595 0,10 2,657 0,026 9,55 83,95 2022 3.613 0,10 2,660 0,026 9,61 93,56

Médio

2023 3.642 0,07 2,662 0,027 9,69 103,25 2024 3.671 0,07 2,664 0,027 9,78 113,03 2025 3.700 0,07 2,666 0,027 9,86 122,90 2026 3.730 0,07 2,667 0,027 9,95 132,84 2027 3.760 0,07 2,669 0,027 10,04 142,88 2028 3.790 0,07 2,671 0,028 10,12 153,00 2029 3.820 0,07 2,673 0,028 10,21 163,22

Longo

2030 3.851 0,07 2,675 0,028 10,30 173,52 2031 3.881 0,07 2,677 0,028 10,39 183,90 2032 3.913 0,07 2,679 0,029 10,48 194,39 2033 3.944 0,07 2,680 0,029 10,57 204,96 2034 3.964 0,07 2,682 0,029 10,63 215,59

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 128

Tabela 13 – Projeção da demanda por resíduos pilhas para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(un/hab.ano)

Quant. Pilhas gerada

Quant. Acumulada

(un/ano) un/dia un/ano Ref. 2013 3.454 - 4,340 41,07 14.990,36 14.990,36

Curto

2014 3.472 0,10 4,344 41,32 15.083,55 30.073,91 2015 3.489 0,10 4,349 41,57 15.172,56 45.246,47 2016 3.506 0,10 4,353 41,81 15.261,73 60.508,20 2017 3.524 0,10 4,357 42,07 15.355,43 75.863,63 2018 3.542 0,10 4,362 42,33 15.449,30 91.312,93 2019 3.559 0,10 4,366 42,57 15.538,97 106.851,89 2020 3.577 0,10 4,370 42,83 15.633,18 122.485,07 2021 3.595 0,10 4,375 43,09 15.727,56 138.212,63 2022 3.613 0,10 4,379 43,35 15.822,11 154.034,74

Médio

2023 3.642 0,07 4,382 43,73 15.960,27 169.995,01 2024 3.671 0,07 4,385 44,11 16.098,62 186.093,63 2025 3.700 0,07 4,388 44,49 16.237,15 202.330,78 2026 3.730 0,07 4,391 44,88 16.380,26 218.711,04 2027 3.760 0,07 4,395 45,27 16.523,57 235.234,61 2028 3.790 0,07 4,398 45,66 16.667,06 251.901,67 2029 3.820 0,07 4,401 46,06 16.810,75 268.712,42

Longo

2030 3.851 0,07 4,404 46,46 16.959,04 285.671,45 2031 3.881 0,07 4,407 46,86 17.103,11 302.774,57 2032 3.913 0,07 4,410 47,28 17.256,20 320.030,77 2033 3.944 0,07 4,413 47,69 17.405,09 337.435,86 2034 3.964 0,07 4,416 47,96 17.505,59 354.941,45

Fonte: Vallenge, 2013.

Tabela 14 – Projeção da demanda por resíduos de baterias para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

(continua)

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(un/hab.ano)

Quant. Baterias gerada

Quant. Acumulada

(un/ano) un/dia un/ano

Ref. 2013 3.454 - 0,091 0,86 315,18 315,18

Curto

2014 3.472 0,10 0,091 0,87 317,14 632,31 2015 3.489 0,10 0,091 0,87 319,01 951,32 2016 3.506 0,10 0,092 0,88 320,88 1.272,21 2017 3.524 0,10 0,092 0,88 322,85 1.595,06 2018 3.542 0,10 0,092 0,89 324,83 1.919,89 2019 3.559 0,10 0,092 0,90 326,71 2.246,60 2020 3.577 0,10 0,092 0,90 328,69 2.575,29 2021 3.595 0,10 0,092 0,91 330,68 2.905,97 2022 3.613 0,10 0,092 0,91 332,67 3.238,63

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 129

(conclusão)

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(un/hab.ano)

Quant. Baterias gerada

Quant. Acumulada

(un/ano) un/dia un/ano

Médio

2023 3.642 0,07 0,092 0,92 335,57 3.574,20 2024 3.671 0,07 0,092 0,93 338,48 3.912,68 2025 3.700 0,07 0,092 0,94 341,39 4.254,07 2026 3.730 0,07 0,092 0,94 344,40 4.598,48 2027 3.760 0,07 0,092 0,95 347,41 4.945,89 2028 3.790 0,07 0,092 0,96 350,43 5.296,32 2029 3.820 0,07 0,093 0,97 353,45 5.649,77

Longo

2030 3.851 0,07 0,093 0,98 356,57 6.006,34 2031 3.881 0,07 0,093 0,99 359,60 6.365,94 2032 3.913 0,07 0,093 0,99 362,82 6.728,76 2033 3.944 0,07 0,093 1,00 365,95 7.094,71 2034 3.964 0,07 0,093 1,01 368,06 7.462,77

Fonte: Vallenge, 2013.

Segundo Sinopse do Censo Demográfico IBGE 2010, no Brasil, a densidade

domiciliar, que é representada pela relação entre as pessoas moradoras nos

domicílios particulares ocupados e o número de domicílios particulares ocupados,

apresentou um declínio de 13,2% no último período censitário, mais acentuado que

os 9,6% observados no período entre os Censos 1991 e 2000, passando de 3,8, em

2000, para 3,3, em 2010. Esse comportamento persistiu tanto na área urbana quanto

na área rural.

Por outro lado, nada menos do que 12 estados já estão com médias inferiores

a 3,5: Rondônia, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,

Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e

Goiás, além do Distrito Federal.

Para a geração de demandas de Belmiro Braga foi utilizada a população total

(3.454) e o número de domicílios (1.082) para se obter a média que foi de 3,19

moradores/domicilio, ratificando a literatura mencionada e sendo este valor adotado

para o cálculo da demanda. Estima-se que Belmiro Braga utilize 360 unidades /mês

de lâmpadas fluorescentes. Considerando uma taxa de incremento na geração de

lâmpadas fluorescentes proporcional ao crescimento da população total do município,

ao final do plano a quantidade gerada será de 413 unidades/mês conforme

apresentado na tabela 15.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 130

Tabela 15 - Projeção da demanda de lâmpadas para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Número de

domicílios

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(un/resid. ano)

Quant. Lâmpadas geradas

Quant. Acumulada (un/ano) un/mê

s un/ano

Ref. 2013

3.454 1.082

- 4,00 360,69 4.328,32 4.328,32

Curto

2014

3.472 1.088 0,10 4,00 362,57 4.350,88 8.679,20

2015

3.489 1.093 0,10 4,00 364,35 4.372,18 13.051,38

2016

3.506 1.098 0,10 4,00 366,12 4.393,48 17.444,86

2017

3.524 1.104 0,10 4,00 368,00 4.416,04 21.860,90

2018

3.542 1.110 0,10 4,00 369,88 4.438,60 26.299,50

2019

3.559 1.115 0,10 4,00 371,66 4.459,90 30.759,40

2020

3.577 1.121 0,10 4,00 373,54 4.482,46 35.241,85

2021

3.595 1.126 0,10 4,00 375,42 4.505,01 39.746,87

2022

3.613 1.132 0,10 4,00 377,30 4.527,57 44.274,44

Médio

2023

3.642 1.141 0,07 4,00 380,33 4.563,91 48.838,35

2024

3.671 1.150 0,07 4,00 383,35 4.600,25 53.438,60

2025

3.700 1.159 0,07 4,00 386,38 4.636,59 58.075,19

2026

3.730 1.169 0,07 4,00 389,52 4.674,19 62.749,37

2027

3.760 1.178 0,07 4,00 392,65 4.711,78 67.461,15

2028

3.790 1.187 0,07 4,00 395,78 4.749,37 72.210,53

2029

3.820 1.197 0,07 4,00 398,91 4.786,97 76.997,49

Longo

2030

3.851 1.206 0,07 4,00 402,15 4.825,81 81.823,31

2031

3.881 1.216 0,07 4,00 405,28 4.863,41 86.686,72

2032

3.913 1.226 0,07 4,00 408,63 4.903,51 91.590,23

2033

3.944 1.236 0,07 4,00 411,86 4.942,36 96.532,58

2034

3.964 1.242 0,07 4,00 413,95 4.967,42 101.500,00

Fonte: Vallenge, 2013.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 131

4.2.7 Resíduos da Construção Civil

Pela falta de registros quanto a quantidade gerada, estima-se que atualmente

Belmiro Braga produza, em média, 143,92 t/mês de RCC. Considerando uma taxa de

incremento na geração de RCC proporcional ao crescimento da população total do

município, ao final do plano a quantidade de RCC gerada será de 170,39 t/mês. A

projeção dos RCCs encontra-se na tabela 16.

Tabela 16 – Projeção da demanda por RCC para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(t/hab.ano)

Quant. RCC gerada

Quant. Acumulada

(t/ano) t/dia t/ano Ref. 2013 3.454 - 0,507 4,80 1.750,99 1.750,99

Curto

2014 3.472 0,10 0,507 4,83 1.761,87 3.512,86 2015 3.489 0,10 0,508 4,86 1.772,27 5.285,13 2016 3.506 0,10 0,508 4,88 1.782,68 7.067,81 2017 3.524 0,10 0,509 4,91 1.793,63 8.861,44 2018 3.542 0,10 0,509 4,94 1.804,59 10.666,03 2019 3.559 0,10 0,510 4,97 1.815,07 12.481,10 2020 3.577 0,10 0,511 5,00 1.826,07 14.307,17 2021 3.595 0,10 0,511 5,03 1.837,10 16.144,27 2022 3.613 0,10 0,512 5,06 1.848,14 17.992,41

Médio

2023 3.642 0,07 0,512 5,11 1.864,28 19.856,69 2024 3.671 0,07 0,512 5,15 1.880,44 21.737,13 2025 3.700 0,07 0,513 5,20 1.896,62 23.633,75 2026 3.730 0,07 0,513 5,24 1.913,34 25.547,08 2027 3.760 0,07 0,513 5,29 1.930,08 27.477,16 2028 3.790 0,07 0,514 5,33 1.946,84 29.424,00 2029 3.820 0,07 0,514 5,38 1.963,62 31.387,62

Longo

2030 3.851 0,07 0,514 5,43 1.980,94 33.368,56 2031 3.881 0,07 0,515 5,47 1.997,77 35.366,33 2032 3.913 0,07 0,515 5,52 2.015,65 37.381,99 2033 3.944 0,07 0,515 5,57 2.033,04 39.415,03 2034 3.964 0,07 0,516 5,60 2.044,78 41.459,82

Fonte Vallenge, 2013

4.2.8 Resíduos de Serviço de Saúde

De acordo com os dados fornecidos pela ACISPES, entre os meses de janeiro

e abril de 2013 foram gerados 247,66 kg de resíduos de serviço de saúde, o que

corresponde a uma média de 0,06 t/mês. A projeção dos RSSs encontra-se na tabela

17.

(conclusão)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 132

Tabela 17 – Projeção da demanda por RSS para o horizonte de planejamento – 2013 a 2034

Prazo Ano Pop. Total

Taxa de increm. na

geração (%)

Massa per capita

(Kg/hab.dia)

Quant. RSS gerada

Quant. Acumula-da (t/ano) kg/dia t/ano

Ref. 2013 3.454 - 0,00060 2,06 0,75 0,75

Curto

2014 3.472 0,10 0,00060 2,08 0,76 1,51 2015 3.489 0,10 0,00060 2,09 0,76 2,27 2016 3.506 0,10 0,00060 2,10 0,77 3,04 2017 3.524 0,10 0,00060 2,11 0,77 3,81 2018 3.542 0,10 0,00060 2,13 0,78 4,59 2019 3.559 0,10 0,00060 2,14 0,78 5,37 2020 3.577 0,10 0,00060 2,15 0,79 6,16 2021 3.595 0,10 0,00060 2,17 0,79 6,95 2022 3.613 0,10 0,00060 2,18 0,80 7,74

Médio

2023 3.642 0,07 0,00060 2,20 0,80 8,54 2024 3.671 0,07 0,00060 2,22 0,81 9,35 2025 3.700 0,07 0,00060 2,24 0,82 10,17 2026 3.730 0,07 0,00060 2,26 0,82 10,99 2027 3.760 0,07 0,00061 2,27 0,83 11,82 2028 3.790 0,07 0,00061 2,29 0,84 12,66 2029 3.820 0,07 0,00061 2,31 0,84 13,50

Longo

2030 3.851 0,07 0,00061 2,33 0,85 14,36 2031 3.881 0,07 0,00061 2,35 0,86 15,22 2032 3.913 0,07 0,00061 2,38 0,87 16,08 2033 3.944 0,07 0,00061 2,40 0,87 16,96 2034 3.964 0,07 0,00061 2,41 0,88 17,84

Fonte: Vallenge 2013.

Estabeleceu-se uma taxa de incremento na geração de RSS proporcional ao

crescimento da população total do município, considerando programas de educação

ambiental e segregação dos materiais para redução de resíduos encaminhados para

destinação final. Ao final do horizonte de planejamento a quantidade gerada será de

0,07 t/mês.

(conclusão)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 133

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O município de Belmiro Braga, com 3.454 habitantes, hoje produz

aproximadamente 52 t/mês de Resíduos Sólidos, entre eles, os RSDs provenientes

da coleta regular, comerciais e industriais de características similares e resíduos de

serviços executados também pela prefeitura, provenientes de varrição e cemiteriais.

Estes resíduos são coletados e transportados por empresa terceirizada, e

destinados a empresa Vital Engenharia Ambiental S/A, localizada em Juiz de

Fora/MG, empresa devidamente licenciada junto ao órgão ambiental competente.

Quanto ao RVP, a manutenção e limpeza do município são feitos pela

Prefeitura, sendo este material destinado ao aterro sanitário da empresa Vital

Engenharia S/A em Juiz de Fora/MG. Os RCCs são recolhidos pela Prefeitura, seja

por solicitação dos munícipes quanto os resíduos gerados pela limpeza de terrenos e

áreas públicas. Destes materiais, o RCC é aproveitado quase que em sua totalidade

na manutenção de vias rurais do próprio município.

Os RSSs do município são coletados e transportados pela ACISPES, uma

Agência de Cooperação que visa proteger a saúde pública em diversos aspectos e

que destina estes resíduos a um incinerador licenciado que trata tais resíduos

adequadamente.

Uma vez que não há indústrias químicas ou mesmo de grande porte no

município e os resíduos de serviços de saúde são corretamente destinados, o

descarte de resíduos perigosos, nesta instância, pilhas, baterias, lâmpadas entre

outros acabam sendo destinados juntamente com a coleta regular.

No município de Belmiro Braga, os comerciantes locais recebem as

embalagens vazias de agrotóxicos e outros produtos similares, na compra de novos

exercitando a logística reversa.

O município não gera resíduos de transportes, uma vez que não possui

estações rodoviária ou ferroviária e não há pátio de armazenamento de veículos

sucateados no município.

Quanto aos resíduos de mineração, o município possui seis lavras de caulim

para uso na fabricação de papel, cerâmica e tintas, sem geração de significativa de

resíduos.

Um dos objetivos fundamentais estabelecidos pela PNRS é a ordem de

prioridade para a gestão dos resíduos, que deixa de ser voluntária e passa a ser

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 134

obrigatória: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos Resíduos

Sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, o que cria a

necessidade de novas diretrizes para atendimento a legislação e busca por benefícios

ambientais e econômicos advindos das mudanças.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 135

INTRODUÇÃO À GESTÃO ASSOCIADA

A obrigatoriedade de eliminação dos lixões até agosto de 2014 e a busca por

soluções ambientalmente adequadas é uma das diretrizes, previstas pela Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei Federal n.º 12.305/2010), cujo objetivo

principal é a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental. Para tanto, a PNRS,

em seu artigo 7.°, traz a ordem prioritária para a tratativa dos resíduos: não geração,

redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos Resíduos Sólidos, bem como

disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Muito embora a busca por soluções para os Resíduos Sólidos esteja

gradativamente maior, a situação ainda é crítica. Segundo a Pesquisa Nacional de

Saneamento Básico de 2008, nos municípios de até 50 mil habitantes e com

densidade menor que 80 habitantes por quilômetro quadrado, apenas 33,14% do total

coletado possuem destinação final adequada, sendo que o percentual se eleva para

73% nos municípios com mais de 500 mil e até um milhão de habitantes.

A situação do manejo de resíduos sólidos no Estado de Minas Gerais, assim

como em todo o país, é preocupante, principalmente no que diz respeito à questão da

disposição final. Conforme apresentado no item 2.2 do diagnóstico, 31,3% dos

municípios mineiros ainda utilizam lixões como forma de disposição final dos RSUs,

34,1% utilizam aterros controlados e 10,1% dispõem os resíduos em aterros sanitários

(FEAM, 2012).

A busca municipal pelo atendimento ao exposto na lei ocorre, em geral, através

da prestação de serviços públicos de manejo de resíduos, que envolvem coleta

(regular e seletiva), transporte, tratamento, destinação e disposição final dos RSUs

gerados localmente.

Em geral, a capacidade de enfrentar o problema decorrente da destinação final

dos Resíduos Sólidos, além de possuir raízes socioeconômicas, diretamente

vinculadas à distribuição da renda e ao nível de conscientização, está relacionada à

capacidade de gestão dos municípios e à escala (populacional) adequada. Em outras

palavras, o âmbito territorialmente ótimo da política pública de destinação final de

Resíduos Sólidos nem sempre corresponde ao território do município.

A maioria dos municípios brasileiros não tem capacidade financeira e não

dispõe de recursos técnicos suficientes, incluindo pessoal especializado, para a

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 136

gestão plena, direta e individualizada de alguns dos serviços públicos de sua

competência constitucional, entre eles os serviços de gestão de Resíduos Sólidos.

Esses mesmos municípios, por serem de pequeno porte e/ou por estarem

localizados em regiões mais pobres, em geral também não têm escala adequada para

a viabilização e sustentação econômica desses serviços, sob qualquer forma de

prestação individualizada dos mesmos.

A solução para tal problema é a priorização de soluções consorciadas ou

compartilhadas entre os municípios para a gestão dos Resíduos Sólidos, envolvendo

articulação com os diversos níveis de poder existentes e com os representantes da

sociedade civil nas negociações para a formulação e implementação de políticas

públicas, programas e projetos, conforme prioriza a PNRS.

Os consórcios são uma forma de se estabelecer relações de cooperação

federativa para a realização de objetivos de interesse comum, com possibilidade de

redução de custos e otimização de resultados, sendo vistos por estas razões como

uma forma de realização eficiente e do interesse público.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 137

5 GESTÃO ASSOCIADA

No âmbito Federal dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de

Resíduos Sólidos o marco regulatório do saneamento no Brasil é representado pela

Lei n.º 11.445/07 (estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico),

regulamentada pelo Decreto n.º 7.217/10; e pela PNRS, Lei n.º 12.305/10; pela

disponibilidade de instrumentos para a cooperação entre entes federativos, instituídos

pela Lei n.º 11.107/05 e seu Decreto Regulamentador n.º 6.017/07, que dispõe sobre

normas gerais de contratação de consórcios públicos.

Na esfera Estadual, as Leis n.º 18.036/09 e n.º 18.038/09 que dispõem sobre a

constituição de consórcios públicos no Estado de Minas Gerais, e sobre a definição

de diretrizes para a formalização de parcerias entre o Estado e a iniciativa privada,

respectivamente, devem ser consideradas no processo de formação de consórcios.

Além dessas, devem ser consideradas, ainda, a Deliberação Conjunta COPAM

n.º 180/12, que dispõe sobre a regularização ambiental de empreendimentos

referentes ao transbordo, tratamento e/ou disposição final de Resíduos Sólidos

urbanos instalados ou operados em sistema de gestão compartilhada entre

municípios, e a Deliberação Normativa COPAM n.º 170, em cujo artigo 3.°, Parágrafo

3.°, é citado que as unidades de tratamento e/ou disposição final de Resíduos Sólidos

urbanos que fizerem parte das estratégias de gestão integrada por meio de consórcios

intermunicipais ou por meio de arranjo territorial farão jus à redução de 50% dos custos

de análise quando da revalidação da Licença de Operação (LO), conforme previsto

pelo artigo 13 do Decreto Estadual n.º 45.181, de 25 de setembro de 2009.

Há ainda a Lei Estadual n.º 18.030, de 12 de janeiro de 2009, que dispõe sobre

o direito da parcela da receita do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

(ICMS) pertencente a cada município. De acordo com a lei, o município tem direito ao

ICMS Ecológico somente quando possui destinação final de resíduos própria, e,

quando em ação consorciada, ou também quando terceiriza o serviço

(empreendimento com regularização ambiental) e que o serviço atenda no mínimo

70% da população urbana. Para os municípios que realizam a gestão consorciada, o

repasse é de 10%, e para os que participam da gestão consorciada e são sede do

empreendimento o repasse é de 30%.

A articulação entre os municípios pode ser realizada através de associações,

agências, fóruns, empresas, autarquias, redes ou consórcios, entretanto, a

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 138

cooperação horizontal ou intermunicipal tem se colocado, sobremaneira, como a

melhor alternativa para a racionalização do modelo de gerenciamento de resíduos.

A gestão associada de serviços públicos no manejo dos Resíduos Sólidos

urbanos com o compartilhamento entre diferentes entes federativos, por meio da

constituição de consórcio público para o desempenho de funções ou serviços públicos

de interesse comum, trata-se de uma forma de cooperação federativa comumente

adotada para o planejamento, a regulação, a fiscalização e a prestação de serviços

que demandam ou recomendam o envolvimento de mais de um ente federativo

(SCHNEIDER et al, 2013).

Tanto os consórcios públicos como os convênios de cooperação podem

autorizar a gestão associada de serviços públicos. Entretanto, no consórcio há relação

estável entre os entes consorciados, com autonomia para assumir competências para

regular e fiscalizar, através de estabelecimento de personalidade jurídica, enquanto

que o convênio é um simples acordo de vontade entre os envolvidos, sem criação de

nova Pessoa Jurídica, atuando como mero pacto de colaboração, sem possibilidade

de regulamentação e fiscalização.

Ao invés de acordos, convênios ou termos de cooperação, que podem ser

desfeitos a qualquer momento, devem ser celebrados contratos que criem direitos

firmes e estáveis, cuja duração não fique dependendo da vontade política do

governante em exercício. Garante-se, assim, o respeito aos direitos dos usuários e a

melhoria de atendimento, bem como se possibilita segurança jurídica para os

investimentos necessários à universalização dos serviços (MCIDADES, 2006).

Existem três formas de prestação dos serviços de limpeza pública: (1)

prestação direta; (2) prestação indireta mediante concessão ou permissão; e (3)

gestão associada. Ou seja: o município pode prestar diretamente os serviços por

órgão da administração central ou por entidade da administração descentralizada;

pode delegar a prestação a terceiros, por meio de licitação pública e contratos de

concessão (empresa privada ou estatal); ou pode, ainda, prestar os serviços por meio

da gestão associada com outros municípios – com ou sem participação do Estado –,

via consórcio público e contrato de programa.

A principal vantagem do consorciamento é o ganho crescente de escala, uma

vez que quanto maior a quantidade de pessoas atendidas, menores são os custos de

instalação e manutenção da estrutura fixa, minimizando as despesas para as

administrações públicas. Dentre outros ganhos, destacam-se:

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 139

Fundamento econômico: efetivação de ganhos de escala e economias de

aglomeração na gestão de serviços e atividades públicas;

Planejamento estratégico municipal e regional;

Ordenamento territorial;

Estabelecimento de sinergias entre programas estaduais e municipais;

Possibilidade de municípios menores exercerem funções públicas mais

complexas;

Ganho de escala no custeio da instalação e da manutenção dos

empreendimentos;

Maior poder de barganha na busca de investimentos (aumento da capacidade

de endividamento e diminuição do risco);

Potencial desenvolvimento de grande know how técnico; e,

Licitar para qualquer ente consorciado

A importância das soluções consorciadas é enfatizada na PNRS, conforme

reproduzido a seguir:

Artigo 11 - parágrafo único: A atuação do Estado na forma do caput

deve apoiar e priorizar as iniciativas do Município de soluções

consorciadas ou compartilhadas entre 2 (dois) ou mais Municípios.

Artigo 18, § 1.° - Serão priorizados no acesso aos recursos da União

referidos no caput os Municípios que:

I - optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão

dos Resíduos Sólidos, incluída a elaboração e implementação de

plano intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos

planos microrregionais de Resíduos Sólidos referidos no § 1.° do artigo

16;

Artigo 45 - Os consórcios públicos constituídos, nos termos da Lei n.°

11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização e a

prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, têm

prioridade na obtenção dos incentivos instituídos pelo Governo

Federal.

Os consórcios podem representar uma economia significativa para os

municípios que precisam implantar sistemas adequados de disposição de resíduos.

No estado de Minas Gerais a Secretaria de Estado de Desenvolvimento

Regional e Política Urbana (SEDRU) atua como um fomentador dos consórcios entre

os municípios, através do Plano Preliminar do Estado, que orienta os gestores

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 140

municipais na conformação referencial de gestão integrada, com base na viabilidade

econômica e na sustentabilidade regional.

Esse plano propõe 285 agrupamentos e 51 Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs)

entre os municípios mineiros e possui suporte do Plano de Gestão Regionalizada da

Bacia do Rio São Francisco.

5.1 ARRANJO TERRITORIAL ÓTIMO (ATO)

Os Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs) são uma proposta do Governo de

Estado de Minas Gerais por meio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos

Hídricos (SISEMA) para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos.

Os ATOs são formados a partir de critérios técnicos com base nos dados

ambientais, socioeconômicos, de transporte, logística e de resíduos, e sua formação

satisfaz os interesses e disponibilidades de uma dada região, conformando diversos

modos de atuação e permitindo o seu aprimoramento.

A formação dos ATOs se deu, inicialmente, em três pilares principais: o

socioeconômico, a logística/transporte e a gestão dos RSUs. Ao final foram

estabelecidos 285 agrupamentos e 51 ATOs, com pelo menos uma cidade-polo e

população de no mínimo 100 mil habitantes.

Para se formar cada ATO, primeiramente foram usados os agrupamentos, que

são um conjunto formado por municípios que têm a distância referencial de malha

viária de 30 km entre sedes municipais. Os agrupamentos foram organizados, então,

em um conjunto maior, o ATO.

No quadro 2 são apresentados os 51 ATOs propostos pelo governo do estado

e os municípios que os compõem. É possível observar que o município de Belmiro

Braga está inserido no ATO de Juiz de Fora, o qual é apresentado na figura 53.

É importante ressaltar que os ATOs não consistem em uma imposição do

Governo Estadual, pelo contrário, são apenas recomendações.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 141

Quadro 2 - Arranjos Territoriais Ótimos (continua)

ATO Municípios que compõem o ATO

Aimorés Aimorés, Resplendor, Santa Rita do Itueto, Itueta, Pocrani, Taparuba, Mutum, Ipanema, Conceição de Ipanema.

Alfenas Alfenas, Carmo do Rio Claro, Conceição da Aparecida, Campo do Meio, Alterosa, Campos Gerais, Areado, Fama, Divisa Nova,

Serrania, Machado, Poço Fundo, Carvalhópolis.

Almenara Almenara, Mato Verde, Bandeira, Jordânia, Salto da Divisa, Jacinto, Santa Maria do Salto, Rubim, Santo Antonio do Jacinto,

Jequitinhonha, Joaima, Felisburgo, Rio do Prado, Palmópolis, Fronteira dos Vales.

Araçuaí Araçuaí, Coronel Murta, Itinga, Itaobim, Virgem da Lapa, Ponto dos Volantes, Monte Formoso, Berilo, Francisco Badaró, Chapado

do Norte, Jenipapo de Minas.

Araxá

Araxá, Patrocínio, Cascalho Rico, Grupiara, Douradoquara, Abadia dos Dourados, Coromandel, Estrela do Sul, Monte Carmelo,

Romaria, Iraí de Minas, Guimarânia, Cruzeiro da Fortaleza, Serra do Salitre, Nova Ponte, Pedrinópolis, Santa Juliana, Perdizes,

Ibiá, Tapira, Pratinha.

Barbacena

Barbacena, Carandaí, Capela Nova, Senhora dos Remédios, Alto Rio Doce, Ressaquinha, Prados, Dores de Campos, Alfredo

Vasconcelos, Barroso, Desterro de Melo, Mercês, Santa Bárbara do Tugúrio, Paiva, Antonio Carlos, Oliveira Fortes, Aracitaba,

Ibertioga, Santos Dumont, Santa Rita do Ibitipoca, Bias Fortes, Santana do Garambéu.

Belo

Horizonte

Belo Horizonte, Esmeraldas, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Taquaraçu de Minas, Nova União, Bom Jesus do Amparo, Caeté,

Sabará, Contagem, Raposos, Nova Lima, Ibirité, Sarzedo, Mario Campos, Rio Acima, Brumadinho.

Bocaiuva Bocaiuva, Guaraciama, Engenheiro Navarro, Olhos-d’Água, Francisco Dumont, Joaquim Felício, Buenópolis, Augusto de Minas.

Bom

Despacho

Bom Despacho, Biquinhas, Paineiras, Abaeté, Cedro do Abaeté, Pompéu, Quartel Geral, Martinho Campos, Serra da Saudade,

Dores do Indaiá, Estrela do Indaiá, Santa Rosa da Serra, Campos Altos, Tapiraí, Córrego Danta, Luz, Moema, Leandro Ferreira,

Nova Serrana, Perdigão, Araújos, Lagoa da Prata, Santo Antonio do Monte, Japaraíba, Pedra do Indaiá.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 142

Caratinga

Caratinga, São Sebastião do Anta, São Domingos das Dores, Inhapim, Imbé de Minas, Vargem Alegre, Entre-Folhas,

Ubaporanga, Pingo-d’água, Piedade de Caratinga, Córrego Novo, Bom Jesus do Galho, Santa Rita de Minas, Santa Bárbara do

Leste, Vermelho Novo, Raul Soares, São Pedro dos Ferros.

Cataguases

Cataguases, Muriaé, Fervedouro, São Francisco da Glória, Vieiras, Miradouro, Rosario da Limeira, Antonio Prado de Minas,

Eugenópolis, Patrocínio do Muriaé, Miraí, Barão do Monte Alto, Santana de Cataguases, Dona Eusébia, Astolfo Dutra, Itamarati

de Minas, Laranjal, Palma, Leopoldina, Recreio, Pirapetinga, Estrela-d’Alva, Santo Antonio do Aventureiro, Volta Grande, Além

Paraíba.

Conceição

do Mato

Dentro

Conceição do Mato Dentro, Guanhães, Rio Vermelho, Serra Azul de Minas, Santo Antonio do Itambé, Materlândia, Serro,

Presidente Kubitschek, Sabinópolis, Alvorada de Minas, Congonhas do Norte, Senhora do Porto, Virginópolis, Divinolândia de

Minas, Dom Joaquim, Dores de Guanhães, Carmésia, Morro do Pilar.

Conselheiro

Lafaiete

Conselheiro Lafaiete, Moeda, Belo Vale, Jeceaba, Congonhas, Ouro Branco, Desterro de Entre-Rios, São Brás do Suaçuí, Entre-

Rios de Minas, Itaverava, Queluzito, Casa Grande, Lagoa Dourada, Cristiano Otoni, Santana dos Montes, Caranaíba, Catas Altas

da Noruega, Lamim, Rio Espera, Cipotânea, Senhora de Oliveira, Piranga, Presidente Bernardes.

Curvelo

Curvelo, Três Marias, Diamantina, Morada Nova de Minas, Felixlândia, Corinto, Morro da Garça, Inimutaba, Presidente Juscelino,

Santo Hipólito, Monjolos, Gouveia, Dantas, Couto de Magalhães de Minas, Felício dos Santos, São Gonçalo do Rio Preto,

Senador Modestinho Gonçalves.

Divinópolis Divinópolis, São Gonçalo do Pará, Itaúna, Carmo do Cajuru, São Sebastião do Oeste, Itapecerica, Camacho.

Frutal Frutal, Campina Verde, São Francisco de Sales, Itapagipe, Fronteira, Planura, Pirajuba, Conceição das Alagoas.

Governador

Valadares

Governador Valadares, Mantena, Pescador, Jampruca, Nova Módica, São José do Divino, Nova Belém, Itabirinha de Mantena,

São Félix de Minas, Matias Lobato, Frei Inocêncio, Mendes Pimentel, São João do Manteninha, Central de Minas, Divino das

Laranjeiras, Sardoá, Gonzaga, Santa Efigênia de Minas, São Geraldo da Piedade, São Geraldo do Baixo, Alpercata, Tumiritinga,

Galiléia, Goiabeira, Capitão Andrade, Conselheiro Pena, Fernandes Tourinho, Itanhomi, Engenheiro Caldas, Sobralia, Tarumirim,

Alvarenga.

(continua)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 143

Grão-Mogol Grão-Mogol, Capelinha, Padre Carvalho, Josenopolis, Cristália, Botumirim, Itacambira, José Gonçalves de Minas, Leme do

Prado, Minas Novas, Turmalina, Veredinha, Carbonita, Setubinha, Angelândia, Itamarandiba, Aricanduva.

Ipatinga Ipatinga, Baraúnas, Açucena, Joanésia, Mesquita, Belo Oriente, Naque, Periquito, Santana do Paraíso, Ipaba, Bugre, São João

do Oriente, Dom Cavati, Iapu, Coronel Fabriciano, Timóteo, Antonio Dias, Jaguaraçu, Marliéria.

Itabira

Itabira, Ferros, Santo Antonio do Rio Abaixo, São Sebastião do Rio Preto, Passabem, Itambé do Mato Dentro, Santa Maria de

Itabira, Nova Era, São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade, Bela Vista de Minas, São Domingos do Prata, Dionísio, São

José do Goiabal, Rio Piracicaba, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas.

Itajubá

Itajubá, São Lourenço, Cruzília, Conceição do Rio Verde, Caxambu, Soledade de Minas, Lambari, Jesuânia, Olimpio Noronha,

Carmo de Minas, Alagoa, Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde, Heliodora, Natércia, Conceição das Pedras, Cristina, Dom

Viçoso, Pedralva, Itamonte, Itanhandu, Maria da Fé, Virgínia, Passa-Quatro, São José do Alegre, Marmelópolis, Piranguinho,

Brasópolis, Delfim Moreira, Venceslau Brás, Piranguçu.

Ituiutaba Ituiutaba, Araporã, Centralina, Canápolis, Cachoeira Dourada, Capinópolis, Ipiaçu, Santa Vitória, Gurinhatã, União de Minas,

Limeira do Oeste, Carneirinho, Iturama.

Janaúba Janaúba, Espinosa, Mamonas, Gameleiras, Monte Azul, Jaíba, Mato Verde, Catuti, Pai Pedro, Verdelândia, Nova Porteirinha,

Porteirinha, Serranópolis de Minas, Riacho dos Machados.

Januária Januária, Juvenília, Montalvânia, Miravânia, Manga, Matias Cardoso, São João das Missões, Itacarambi, Cônego Marinho, Bonito

de Minas, Chapada Gaúcha, Pedras de Maria da Cruz.

Juiz de

Fora

Juiz de Fora, Rio Novo, Piau, Goianá, São João Nepomuceno, Ewbank da Câmara, Coronel Pacheco, Argirita, Rochedo de

Minas, Chácara, Maripá de Minas, Bicas, Guarará, Senador Cortes, Pequeri, Pedro Teixeira, Mar de Espanha, Santana do

Deserto, Matias Barbosa, Chiador, Simão Pereira, Belmiro Braga, Santa Bárbara do Monte Verde, Lima Duarte, Olaria, Rio

Preto.

Lavras Lavras, Campo Belo, Candeias, Cristais, Aguanil, Santana do Jacaré, Cana Verde, Perdões, Nepomuceno, Ribeirão Vermelho,

Santo Antonio do Amparo, São Tiago, Bom Sucesso, Ijací, Ibituruna, Nazareno, Itumirim, Itutinga, Ingaí, Luminárias, Carrancas.

(continua)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 144

Manhuaçu

Manhuaçu, São José do Mantimento, Chalé, Lajinha, Simonésia, Santana do Manhuaçu, Durandé, Caputira, Reduto, Martim

Soares, Matipó, Abre-Campo, Manhumirim, Santa Margarida, São João do Manhuaçu, Luisburgo, Alto Jequitibá, Alto Caparaó,

Sericita, Pedra Bonita, Orizânia, Caparaó, Divino, Espera Feliz, Caiana, Carangola, Faria Lemos, Pedra Dourada, Tombos.

Montes

Claros

Montes Claros, Varzelândia, Ibiracatu, São João da Ponte, Lontra, Japonvar, Patis, Brasília de Minas, Mirabela, São João do

Papuí, Capitão Enéias, Francisco Sá, Coração de Jesus, São João da Lagoa, Claro dos Poções, Glaucilândia, Juramento.

Oliveira Oliveira, Itaguara, Itatiaiuçu, Rio Manso, Bonfim, Crucilândia, Piedade dos Gerais, Cláudio, Piracema, Carmópolis de Minas,

Carmo da Mata, São Francisco de Paula, Passa-Tempo.

Ouro Preto Ouro Preto, Itabirito, Mariana.

Pará de

Minas

Pará de Minas, Papagaios, Maravilhas, Pequi, Pitangui, Conceição do Pará, Onça do Pitangui, São José da Varginha, Igaratinga,

Florestal, Juatuba, Mateus Leme, Betim, Igarapé.

Paracatu Paracatu, Guarda-Mor, Vazante, Lagoa Grande, João Pinheiro, Lagamar.

Patos de

Minas

Patos de Minas, Presidente Olegário, São Gonçalo do Abaeté, Varjão de Minas, Lagoa Formosa, Carmo do Paranaíba, Arapuá,

Tiros, Rio Paranaíba, Matutina, São Gotardo.

Peçanha

Peçanha, Água Boa, São Sebastião do Maranhão, Frei Lagonegro, Santa Maria do Suaçuí, José Raydan, São José do Jacuri,

Coluna, São José da Safira, São Pedro do Suaçuí, Paulistas, São João Evangelista, Cantagalo, Virgolândia, Nacip Raydan,

Marilac, Coroaci.

Pedra Azul Pedra Azul, Divisópolis, Divisa Alegre, Águas Vermelhas, Berizal, Curral de Dentro, Cachoeira de Pajeú, Santa Cruz de Salinas,

Medina, Comercinho.

Pirapora Pirapora, Ubaí, São Romão, Campo Azul, Ponto Chique, Santa Fé de Minas, Ibiaí, Lagoa dos Patos, Jequitaí, Várzea da Palma,

Lassance.

Piuí Piuí, Formiga, Medeiros, Bambuí, São Roque de Minas, Vargem Bonita, Doresópolis, Iguatama, Arcos, Pains, Córrego Fundo,

Pimenta, Capitólio, Guapé, Ilicínea.

(continua)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 145

Poços de

Caldas

Poços de Caldas, Nova Resende, Juruaia, Monte Belo, Muzambinho, Cabo Verde, Botelhos, Campestre, Bandeira do Sol,

Caldas, Santa Rita de Caldas, Ibitiura de Minas, Andradas.

Ponte Nova

Ponte Nova, Alvinópolis, Sem-Peixe, Dom Silvério, Rio Doce, Rio Casca, Piedade de Ponte Nova, Santa Cruz do Escalvado,

Barra Longa, Santo Antonio do Grama, Urucânia, Acaiaca, Oratórios, Jequeri, Diogo de Vasconcelos, Amparo da Serra,

Guaraciaba.

Pouso

Alegre

Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, São Gonçalo do Sapucaí, Turvolândia, São João da Mata, Silvianópolis, Careaçu, Espírito

Santo do Dourado, Ipuiúna, São Sebastião da Bela Vista, Congonhal, Senador José Bento, Borda da Mata, Ouro Fino,

Inconfidentes, Albertina, Jacutinga, Monte Sião, Bueno Brandão, Tocos do Moji, Cachoeira de Minas, Conceição dos Ouros,

Estiva, Bom Repouso, Munhoz, Senador Amaral, Consolação, Paraisópolis, Cambuí, Gonçalves, Córrego do Bom Jesus, Toledo,

Itapeva, Extrema, Camanducaia, Sapucaí-Mirim.

Salinas Salinas, Montezuma, Santo Antonio do Retiro, Vargem Grande do Rio Pardo, São João do Paraíso, Ninheira, Indaiabira, Rio

Pardo de Minas, Taiobeiras, Novorizonte, Fruta de Leite, Rubelita.

São João

Del-Rei

São João Del-Rei, Andrelândia, Resende Costa, Ritápolis, Coronel Xavier Chaves, Tiradentes, Santa Cruz de Minas, Conceição

da Barra de Minas, Madre de Deus de Minas, Piedade do Rio Grande, Mindurí, São Vicente de Minas, Serranos, Seritinga,

Arantina, Bom Jardim de Minas, Aiuruoca, Carvalhos, Liberdade, Bocaina de Minas, Santa Rita do Jacutinga, Passa-Vinte.

São

Sebastião

do Paraíso

São Sebastião do Paraíso, Passos, Delfinópolis, Claraval, Ibiraci, Cássia, Capetinga, São João Batista do Glória, São Tomás de

Aquino, Pratápolis, Itaú de Minas, São José da Barra, Fortaleza de Minas, Alpinópolis, Jacuí, Itamoji, Bom Jesus da Penha, São

Pedro da União, Monte Santo de Minas, Guaranésia, Guaxupé, Arceburgo.

Sete

Lagoas

Sete Lagoas, Santana de Pirapama, Cordisburgo, Santana do Riacho, Jequitibá, Araçaí, Baldim, Paraopeba, Caetanópolis,

Funilândia, Inhaúma, Prudente de Morais, Cachoeira da Prata, Fortuna de Minas, Capim Branco, Matozinhos, Jaboticatubas,

Pedro Leopoldo, Confins, Lagoa Santa, Vespasiano, São José da Lapa.

(continua)

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Teófilo

Otoni

Teófilo Otoni, Nanuque, Santa Helena de Minas, Bertópolis, Maxacalis, Águas Formosas, Padre Paraíso, Caraí, Crisólita,

Umburatiba, Catuji, Novo Oriente de Minas, Pavão, Itaipé, Novo Cruzeiro, Ladainha, Carlos Chagas, Serra dos Aimorés, Poté,

Malacacheta, Franciscópolis, Itambacuri, Frei Gaspar, Ouro Verde de Minas, Ataléia, Campanário.

(conclusão)

Ubá Ubá, Brás Pires, Senador Firmino, Dores do Turvo, Divinésia, Guidoval, Rodeiro, Tocantins, Silveirânia, Rio Pomba, Piraúba,

Tabuleiro, Guarani, Descoberto.

Uberaba Uberaba, Campo Florido, Veríssimo, Água Comprida, Delta, Conquista, Sacramento.

Uberlândia Uberlândia, Tupaciguara, Araguari, Monte Alegre de Minas, Indianópolis, Prata, Comendador Gomes.

Unaí Unaí, Formoso, Buritis, Arinos, Uruana de Minas, Urucuia, Riachinho, Cabeceira Grande, Natalândia, Dom Bosco, Brasilândia

de Minas, Bonfinópolis de Minas, Pintópolis, São Francisco, Luislândia, Icaraí de Minas.

Varginha Varginha, Boa Esperança, Coqueiral, Santana da Vargem, Três Pontas, Paraguaçu, Carmo da Cachoeira, Elói Mendes,

Cordislândia, Monsenhor Paulo, Santo Bento Abade, Três Corações, Campanha, Cambuquira, São Tomé das Letras.

Viçosa Viçosa, Pedra do Anta, Teixeiras, Porto Firme, São Miguel do Anta, Canaã, Araponga, Cajuri, Coimbra, Ervália, Paula Cândido,

São Geraldo, Guiricema, Visconde do Rio Branco, São Sebastião da Vargem Alegre.

Fonte: FEAM, 2012.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 147

Figura 53 - ATO de Juiz de Fora/MG

Fonte: FEAM, 2012.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 148

6 AÇÕES CONSORCIADAS MUNICIPAIS VIGENTES

Além do ATO no qual o município está inserido, é importante considerar as

ações consorciadas ativas do município para a tomada de decisões referentes a

destinação de RSU. O município de Belmiro Braga possui, atualmente, as seguintes

ações consorciadas ativas:

Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna (AMPAR)

A AMPAR tem por objetivo estabelecer normas de mútua cooperação entre as

partes convenentes, o município com o apoio financeiro, e a AMPAR com os recursos

técnicos, serviços de engenharia, topografia e desenho, tudo com o objetivo de

ampliar e fortalecer a capacidade administrativa, econômica e social dos municípios.

Tem por objetivo, ainda, institucionalizar o planejamento aos níveis municipal e micro

regional, com processos contínuos e permanentes, objetivando, ainda, a promoção

do desenvolvimento da respectiva região.

Esse consórcio é composto por 41 municípios, sendo eles: Aracitaba, Belmiro

Braga, Bias Fortes, Bicas, Bom Jardim de Minas, Chácara, Chiador, Coronel Pacheco,

Descoberto, Ewbank da Câmara, Goianá, Guarani, Guarará, Itamarati de Minas, Juiz

de Fora, Lima Duarte, Mar de Espanha, Maripá de Minas, Matias Barbosa, Mercês,

Olaria, Oliveira Fortes, Paiva, Passa Vinte, Pedro Teixeira, Pequeri, Piau, Piraúba, Rio

Novo, Rio Pomba, Rio Preto, Rochedo de Minas, Santana do Deserto, Santa Bárbara

do Monte Verde, Santa Rita do Jacutinga, Santo Antônio do Aventureiro, Santos

Dumont, São João Nepomuceno, Senador Cortes, Simão Pereira e Tabuleiro.

Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra (ACISPES)

A ACISPES é um consórcio de municípios que tem como foco a promoção da

saúde, com a realização de consultas e exames de média complexidade, no qual está

inserido, o transporte de pacientes e ainda, o transporte e destinação final dos

resíduos de serviço de saúde.

Esse consórcio é composto por 21 municípios, sendo eles: Andrelândia,

Aracitaba, Arantina, Belmiro Braga, Bias Fortes, Chácara, Comendador Levy

Gasparian, Coronel Pacheco, Ewbank da Câmara, Goianá, Matias Barbosa, Oliveira

Fortes, Pedro Teixeira, Piau, Rio Novo, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde,

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 149

Santana do Deserto, Sapucaia, Santos Dumont, Simão Pereira.

Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (CISDESTE)

O CISDESTE é um consórcio que reúne 94 municípios do estado de Minas

Gerais em prol do atendimento de Urgência e Emergência, com o intuito de

regionalizar o atendimento, viabilizando-se a locomoção do paciente ao hospital mais

próximo. A sede está localizada em Juiz de Fora, onde estão distribuídas oito unidades

móveis de atendimento, sendo seis Unidades de Suporte Básico (USB) e duas

Unidades de Suporte Avançado (USA).

Na região que integra o Consórcio há, ainda, outras 31 ambulâncias e vinte

hospitais credenciados na Rede, todos capacitados para o atendimento aos pacientes

transportados.

Este consórcio é formado por municípios da região Sudeste de Minas Gerais e

não receberá maior ênfase neste trabalho uma vez que não engloba assuntos

relacionados à gestão de Resíduos Sólidos, sendo mencionado com o único objetivo

de demonstrar o êxito de mais um consorciamento.

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU)

A SEDRU (2012), juntamente com a Superintendência de Assistência Técnica

aos Municípios e Associativismo e a Diretoria de Assistência Técnica e de Fomento

aos Consórcios, tem como missão promover a articulação intergovernamental e a

integração regional dos municípios, mediante a implementação de programas,

projetos e ações de desenvolvimento regional e urbano. A SEDRU fomenta a

instituição de consórcios públicos intermunicipais para diversas temáticas:

desenvolvimento econômico, saneamento básico, gestão de Resíduos Sólidos e

outras.

De acordo com informações da secretaria da própria SEDRU, Belmiro Braga

está inserido em um consórcio em articulação referente a resíduos, o qual está

praticamente abandonado. Fazem parte do mesmo consórcio os municípios:

Descoberto, Maripá de Minas, Simão Pereira, Senador Côrtes, Coronel Pacheco,

Olaria, Pedro Teixeira, Rio Pomba, Santa Bárbara do Monte Verde e Santana do

Deserto.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 150

Aterro Sanitário

Conforme as informações apresentadas no item 2.3.1.1, Belmiro Braga possui

contrato com o aterro sanitário da empresa Vital Engenharia S.A., localizado em Juiz

de Fora/MG, para a destinação final de seus RSUs, a qual também recebe resíduos

dos municípios mineiros de Barbacena, Santos Dumont, Matias Barbosa, Piau e

Desterro de Melo.

Pode-se observar que o município busca destinação final de forma

ambientalmente adequada e seguindo as diretrizes da PNRS, ao enviar seus resíduos

ao aterro sanitário.

O aterro sanitário é considerado uma forma de disposição final ambientalmente

adequada, trazendo benefícios para os municípios, porém é um equipamento de alto

custo quando de pequeno porte, sendo nesses casos frequentemente subutilizado

e/ou mal operado.

Considerando as parcerias individuais do município com as instituições e

empresas citadas no diagnóstico, observa-se que o município caminha rumo à busca

para soluções regionais e consorciadas para a gestão dos Resíduos Sólidos.

Nos itens subsequentes são apontadas as ações consorciadas em prática, e

as ações consorciadas possíveis, por tipo de resíduo.

6.1 AÇÕES CONSORCIADAS MUNICIPAIS POR TIPO DE RESÍDUO

Nos itens subsequentes são apresentadas as soluções consorciadas em

prática em Belmiro Braga, divididas por tipo de resíduo conforme classificação

apresentada no diagnóstico, bem como outras ações consorciadas possíveis.

6.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos

Os RSUs são compostos por resíduos de origem domiciliar, de limpeza urbana

e de estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviços. Nos subitens

ulteriores são apresentadas as ações consorciadas em prática para os RSUs, por tipo.

6.1.1.1 Resíduos Sólidos Domiciliares

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 151

Os RSDs são compostos pelos resíduos úmidos (orgânicos compostáveis e

rejeitos) e secos (recicláveis) coletados na coleta regular municipal. Belmiro Braga

não possui contrato de convênio ou consórcio com outros municípios para a coleta,

tratamento e destinação final dos RSDs.

Entretanto, como mencionado anteriormente, tais resíduos são coletados e

destinados ao Aterro Sanitário da empresa Vital Engenharia S.A., a qual possui

licença ambiental para o desenvolvimento de tais funções a nível regional. Portanto,

o município já atua de forma compartilhada na gestão deste tipo de resíduo.

6.1.1.2 Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviço

Os Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviço (RCPS) com

características domiciliares, assim como os RSDs são coletados e destinados ao

Aterro Sanitário localizado em Juiz de Fora/MG. Não há ação consorciada em prática

para este tipo de resíduo, porém, como ocorre com os RSUs, já há ação compartilhada

desenvolvida, pois os RCPSs são encaminhados ao Aterro Sanitário juntamente com

o RSU.

6.1.1.3 Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana

Os Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana (RLU) podem ser divididos em

resíduos de verde e poda, de varrição, cemiteriais, de feiras livres e provenientes de

serviços de saneamento básico. As ações consorciadas para cada tipo de RLU são

apresentadas a seguir.

a) Resíduos de Verde e Poda

Conforme apresentado no item 2.3.1.3 do diagnóstico, parte dos resíduos de

verde e poda são encaminhados ao Aterro Sanitário da Vital Engenharia S.A., e parte

para a um terreno não licenciado da prefeitura, e neste último caso, os resíduos são

ali dispostos sem tratamento ou aproveitamento. Não há ação consorciada em

desenvolvimento para este tipo de resíduo.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 152

Entretanto, por se tratar de resíduo com potencial de aproveitamento, e uma

vez que já há coleta específica para este tipo de resíduo, o ideal é que possam ser

desenvolvidas ações visando uma melhor tratativa e o reaproveitamento do mesmo.

O Governo Federal propõe a consórcios e municípios a prática da coleta

seletiva de orgânicos, inicialmente nos grandes geradores, como feiras e mercados

municipais, em conjunto com os resíduos públicos provenientes de poda e jardinagem

de áreas públicas.

O desenvolvimento de ações consorciadas relacionadas a coleta, transporte e

destinação final de resíduos provenientes de poda e capina entre municípios de

pequeno porte pode gerar altos custos. Por outro lado, ações pontuais que otimizem

o aproveitamento e a reutilização do material podem ser prontamente desenvolvidas.

b) Resíduos de Varrição

Os resíduos de varrição, assim como os RSDs, são encaminhados ao Aterro

Sanitário sem qualquer tipo de tratamento específico. Embora não haja ação

consorciada em prática para este tipo de resíduo, pode-se entender que há ação

compartilhada desenvolvida devido ao destino final dado aos resíduos coletados no

município ocorrer em âmbito regional.

c) Resíduos Cemiteriais

Em geral compostos por resíduos provenientes da manutenção da área do

cemitério, além de flores, vasos, velas, etc., estes resíduos não possuem destinação

final diferenciada, sendo coletados e enviados ao Aterro Sanitário juntamente com os

RSDs. Novamente é destacada a ação compartilhada já em prática no município,

conforme apresentado previamente.

d) Resíduos de Feiras Livres

Atualmente não há feiras livres em Belmiro Braga, portanto não há geração

desse tipo de resíduo no munícipio. Assim como, ocorre com os demais RSUs, não

há ação consorciada específica para este tipo de resíduo.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 153

e) Resíduos de Saneamento Básico

Não foram obtidas informações a respeito da destinação do lodo gerado na

Estação de Tratamento de Água (ETA) do município, conforme descrito no item

2.3.1.3 do diagnóstico. Da mesma forma, não informações sobre ação consorciada

específica para este tipo de resíduo.

6.1.2 Resíduos Sólidos Industriais

Os Resíduos Sólidos Industriais com características de domiciliares são

recolhidos pela prefeitura e encaminhados para o Aterro Sanitário juntamente com os

demais RSUs, e a destinação dos demais resíduos gerados nas empresas é de

responsabilidade dos próprios geradores.

Os resíduos de pó de biscoito gerados na empresa são doados à população e

utilizados como ração animal.

Não há ação municipal consorciada em prática para este tipo de resíduo.

6.1.3 Resíduos sujeitos ao Sistema de Logística Reversa

Os principais resíduos sujeitos ao Sistema de Logística Reversa podem ser

divididos em eletroeletrônicos, lâmpadas, pilhas e baterias, resíduos de agrotóxicos e

embalagens, óleos lubrificantes (seus resíduos e embalagens) e pneumáticos.

a) Resíduos Eletroeletrônicos

Conforme apresentado no item 2.3.3 deste caderno, os resíduos

eletroeletrônicos gerados no município, são descartados juntamente com os RSDs e

destinados ao Aterro Sanitário.

Não há ação municipal consorciada em prática para este tipo de resíduo.

b) Resíduos de Lâmpadas, Pilhas e Baterias

Os resíduos de lâmpadas, pilhas e baterias gerados em Belmiro Braga não

possuem coleta, tratamento e destinação final específicos, sendo encaminhados para

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 154

o Aterro Sanitário juntamente com os RSDs coletados. Não há ação municipal

consorciada em prática para este tipo de resíduo.

A quantidade mínima normalmente exigida por programas de coleta e

destinação final deste tipo de resíduos (aproximadamente 30 kg), seja para pilhas e

baterias ou outros tipos de resíduos com possibilidade de logística reversa, pode não

ser atingida com facilidade por municípios de pequeno porte. Por esse motivo, é

importante que os municípios com características socioeconômicas similares e cujas

populações tenham tamanhos parecidos se unam a fim de otimizar a coleta e priorizar

o tratamento correto dos resíduos.

c) Resíduos de Agrotóxicos e Embalagens

Conforme apresentado no item 2.3.3 do diagnóstico, não há coleta específica

deste tipo de resíduo por parte do município. Porém os comerciantes locais recebem

as embalagens vazias de agrotóxicos e outros produtos similares, na compra de

novos, prática que demonstra iniciativa para atendimento à PNRS. No entanto ainda

há queima e reutilização de parte dessas embalagens por alguns produtores.

Assim como as várias instituições criadas com o objetivo de otimizar a gestão

de resíduos sujeitos à logística reversa, há a exigência de quantidade mínima de

resíduos para que seja realizada a coleta e a destinação final adequada dos mesmos.

Portanto, ressalta-se novamente a importância do desenvolvimento de ações

consorciadas entre os municípios de pequeno porte, que, em geral, não produzem a

quantidade mínima necessária de resíduo em curto período de tempo, e, ou acumulam

os resíduos de forma inadequada, ou têm um custo maior com o transporte mais

frequente e/ou a disposição final de pequenas quantidades de resíduo.

d) Óleos Lubrificantes (seus Resíduos e Embalagens)

Os óleos lubrificantes usados, bem como seus resíduos e embalagens, devem

ser recolhidos e destinados corretamente, segundo diretrizes estabelecidas na

Resolução CONAMA n.º 362/2005.

Belmiro Braga possui um posto de combustível e uma oficina mecânica,

conforme apresentado no item 2.3.3.1 do diagnóstico. Há geração de óleo lubrificante

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 155

somente no posto de gasolina, porém, não há informação a respeito da destinação e

disposição final desse tipo de resíduo.

As embalagens vazias, entretanto, são coletadas junto com o RSU, e depois

são destinados ao Aterro Sanitário, responsável pelo tratamento final dos resíduos.

Assim como para os demais resíduos sujeitos a sistema de logística reversa,

ações consorciadas podem ser desenvolvidas a fim de otimizar a coleta, transporte,

tratamento e disposição final deste tipo de resíduo, com redução de custos e ganho

em escala para o município.

e) Pneumáticos

No município de Belmiro Braga não há coleta específica para este tipo de

resíduo sendo que a pequena quantidade recolhida no município é armazenada na

garagem da prefeitura até ser recolhida pela empresa Recauchutadora

Riobranquense, localizada no município de Juiz de Fora/MG. Porém, este serviço

ocorre de maneira informal, não havendo convênio ou contrato. As borracharias dão

o destino dos seus pneus para as empresas que as atendem, utilizando da logística

reversa.

Nas várias instituições criadas com o objetivo de otimizar a gestão de resíduos

sujeitos à logística reversa, há exigência de quantidade mínima de resíduos para que

seja realizada a coleta e a destinação final adequada dos mesmos.

Portanto, ressalta-se novamente a importância do desenvolvimento de ações

consorciadas entre os municípios de pequeno porte, que, em geral, não produzem a

quantidade mínima necessária de resíduo em curto período de tempo, e, ou acumulam

os resíduos de forma inadequada, ou têm um custo maior com o transporte mais

frequente e/ou a disposição final de pequenas quantidades de resíduo.

6.1.4 Resíduos da Construção Civil

Em Belmiro Braga, parte dos resíduos provenientes da construção civil é

tratada tal qual recomendado na PNRS: são reutilizados para a melhoria de estradas

vicinais.

Assim como os resíduos de verde e poda, é possível otimizar o tratamento e

aproveitamento do RCC coletado na cidade através de desenvolvimento de ação

consorciada.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 156

O desenvolvimento de ações consorciadas relacionadas a coleta, ao transporte

e a destinação final de RCC entre municípios de pequeno porte pode gerar altos

custos. Por outro lado, ações pontuais que otimizem o aproveitamento e a reutilização

do material podem ser prontamente desenvolvidas.

6.1.5 Resíduos de Serviço de Saúde

O município de Belmiro Braga possui contrato com a ACISPES para a coleta

dos RSSs os quais são encaminhados para tratamento e disposição final na empresa

Serquip Tratamento de Resíduos MG Ltda., conforme apresentado no item 2.3.5 do

diagnóstico. Por possuir contrato com a ACISPES, assim como outros municípios,

Belmiro Braga já atua de forma compartilhada na gestão deste tipo de resíduo.

6.1.6 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris

Os principais cultivos do município de Belmiro Braga são o feijão, o café, o

limão, a tangerina, a cana de açúcar e o milho. Não há gestão específica para este

tipo de resíduo, porém foi verificado que os resíduos orgânicos são incorporados à

lavoura. Quanto aos resíduos agrotóxicos e suas embalagens vazias os mesmos

foram abordados no item 2.3.7 deste produto.

6.1.7 Resíduos Sólidos de Transporte

No município de Belmiro Braga não existem estações rodoviárias, ferroviárias,

portos ou aeroportos locais, portanto uma vez que não há geração deste tipo de

resíduo não existe coleta específica do mesmo.

6.1.8 Resíduos Sólidos de Mineração

Os resíduos provenientes da atividade minerária são de responsabilidade do

gerador, sendo no município de Belmiro Braga constatada a existência de seis

concessões de lavra: cinco para extração de caulim e uma para extração de quartzo.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 157

Não foram obtidas informações a respeito da coleta, transporte e destinação final dos

resíduos gerados nos locais de extração.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 158

7 ANÁLISE DA POSSIBILIDADE DE GESTÃO ASSOCIADA

Quanto aos consórcios vigentes, apresentados no item 2 deste caderno, do qual

o município participa, os mesmos tem o objetivo principal de buscar a promoção do

desenvolvimento regional e fomento de soluções compartilhadas, no que se refere a

gestão dos Resíduos Sólidos e entre outros tópicos.

Além do ganho crescente de escala, minimizando as despesas para as

administrações públicas, outros ganhos se destacam como: efetivação de ganhos de

escala e economias de aglomeração na gestão de serviços e atividades públicas;

planejamento estratégico municipal e regional; ordenamento territorial;

estabelecimento de sinergias entre programas estaduais e municipais; possibilidade

de municípios menores exercerem funções públicas mais complexas; ganho de escala

no custeio da instalação e da manutenção dos empreendimentos; maior poder de

barganha na busca de investimentos (aumento da capacidade de endividamento e

diminuição do risco); potencial desenvolvimento de grande know how técnico; e,

possibilidade de licitações compartilhadas entre os entes consorciados.

Embora não haja ações consorciadas em prática para todos os tipos de

resíduos gerados em Belmiro Braga, é possível observar que há uma tendência para

o desenvolvimento deste tipo de ação.

É importante ressaltar que, embora haja ações desenvolvidas visando otimizar

a tratativa dada aos resíduos gerados no município, algumas necessitam de ajustes

para que sejam realizadas de maneira a atender a legislação vigente e proteger o

meio ambiente e a saúde da população.

Portanto, visando a manutenção da qualidade ambiental e o atendimento à

legislação vigente, é primordial o enfoque do município na implantação de uma coleta

seletiva eficaz e que os rejeitos sejam destinados em aterros sanitários devidamente

licenciados.

Entretanto, se há a intenção de viabilização de local próprio para a disposição

final dos resíduos, é necessário um estudo de massa para a definição de locais

apropriados para tal fim. O estudo deve ser realizado com base nas leis municipais

vigentes (Zoneamento, Plano Diretor, Código de Obras, e demais relacionadas a

organização municipal).

Ainda dentro do estudo de massa, é necessário realizar uma pesquisa sobre

os municípios do entorno, analisando as distâncias e condições rodoviárias,

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 159

características socioeconômicas, condições de relevo, entre outros, para verificar as

possibilidades de consorciamento entre os mesmos para a gestão integrada dos

Resíduos Sólidos gerados e para a destinação final dos mesmos.

7.1 ESTUDO DE MASSA

Estudo de massa é uma das partes essenciais na tomada de decisão no

desenvolvimento de um empreendimento para destinação final de resíduos, auxiliando

na escolha, composição e aquisição do terreno, na definição de seu uso e na definição

do produto e tipologias a serem construídas.

Para seleção de áreas devem ser consideradas as restrições legais e o

zoneamento municipal, além dos centros de massa de coleta de resíduos, que são as

áreas localizadas a uma distância média em linha reta entre o ponto de maior

densidade de geração de lixo e o ponto de despejo de Resíduos Sólidos.

De acordo com o Plano Preliminar de Regionalização da Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU) (FEAM, 2009), é importante que as distâncias do

município gerador ao ponto de destinação final sejam em torno de 30 km e as vias

estejam em boas condições.

Além da distância recomendada pela FEAM, deve-se levar em conta que uma

área adequada à destinação de RSUs não deve ser somente àquela que oferece

menores riscos ao meio ambiente e à saúde pública, mas deve ser uma área que

também signifique menores gastos com preparo, operação e encerramento do aterro,

conforme a publicação “Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado” do

IPT/CEMPRE (2000).

Conforme apresentado no item 2.2.1 do diagnóstico, vários municípios mineiros

utilizam UTCs para destinação final dos resíduos por eles gerados. Tais estruturas

são consideradas soluções para os resíduos recicláveis e orgânicos já triados, ou seja,

os resíduos destinados a uma UTC devem ser originários de uma coleta seletiva

eficaz, uma vez que a PNRS coíbe a triagem manual do material in natura.

Embora a UTC seja o tipo de destinação final mais utilizado pelos municípios,

percebe-se que o tipo de disposição final dos rejeitos provenientes da triagem manual

é inadequado, pois os mesmos são dispostos em aterro controlado, o qual não possui

estrutura adequada de proteção ambiental.

O tipo de destinação final considerada ambientalmente adequada é o aterro

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 160

sanitário, que, se construído conforme a NBR 8.419:1992, deverá ter os resíduos

depositados em vala devidamente impermeabilizada com manta de proteção e com

sistemas de captação de gases e de chorume, os quais são tratados evitando a

contaminação do ar e do lençol freático.

Portanto, para que a UTC esteja totalmente adequada às leis vigentes, o tipo

de aterro utilizado deve ser adequado e transformado em aterro sanitário. Outras

opções ao município são a viabilização de um aterro sanitário municipal ou

consorciado, ou, ainda, a terceirização da destinação final dos rejeitos.

Entretanto, deve-se ter em mente que o aterro sanitário é um empreendimento

com vida útil relativamente longa, e devem ser previstos recursos para sua

manutenção, operação, monitoramento, obras de encerramento, ou seja, em qualquer

plano ou orçamento para disposição de resíduos em aterros sanitários deve-se levar

em consideração todas as etapas do ciclo de vida do aterro (que é, em média, 42

anos, desde a etapa de pré-implementação até a etapa de pós-encerramento),

segundo o Estudo sobre os Aspectos Econômicos e Financeiros da Implantação e

Operação de Aterros Sanitários, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em

2007.

Segundo o mesmo estudo, os valores de investimento para cada etapa somam,

ao final do ciclo de vida do aterro, custo total de aproximadamente R$52.444.448,00

para a viabilização de um aterro de pequeno porte, com capacidade de recebimento

de até cem toneladas por dia de RSU não perigosos, ou seja, números não

condizentes com a realidade da maioria dos municípios de pequeno porte. Por esse

motivo é importante considerar o consorciamento para diminuição nos custos e ganho

em escala.

Dados não menos importantes para a viabilização do aterro sanitário de

pequeno porte de forma consorciada, são as características dos municípios do

entorno (socioeconômicas, físicas, biológicas, antropológicas, entre outras), além da

distância máxima de 30 km entre os municípios, sugerida pela FEAM.

Além disso, devem ser analisadas as seguintes diretrizes para a formação de

consórcios:

Definição de uma cidade-polo;

Boas condições de acesso dos municípios até a cidade-polo;

Municípios de dinâmica econômica frágil devem ser consorciados com

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 161

agrupamentos que incluam municípios com dinâmica econômica forte;

A população de cada consórcio deve ter, preferencialmente, o mínimo de cem

mil habitantes; considerando um parâmetro de 1x1, ou seja, cada habitante gere um

quilo diário de resíduo.

Um estudo detalhado dos itens supracitados permite que se tome a melhor

decisão com relação à destinação final dos resíduos. Para tanto, na tabela 18 são

apresentados dados referentes aos municípios localizados em um raio de 50 km de

Belmiro Braga, incluindo número de habitantes, quantidade de resíduos gerados por

ano, distâncias rodoviárias do município e qualidade das estradas.

Tabela 18 - Dados dos municípios próximos à Belmiro Braga

Município Número de habitantes¹

Quantidade de resíduos gerada

(t/dia)²

Distância rodoviária de Belmiro Braga

(km) ³

Condições das estradas³

Simão Pereira 2.537 2,5 33,5 Pavimentada Bicas 13.653 13,6 70,2 Pavimentada

Chácara 2.792 2,7 70,6 Pavimentada

Chiador 2.785 2,7 77,6 Parcialmente Pavimentada

Coronel Pacheco 2.983 2,9 68,9 Pavimentada Goianá 3.659 3,6 81,4 Pavimentada

Guarará 3.929 3,9 87,6 Parcialmente Pavimentada

Juiz de Fora 516.247 516,2 41,8 Pavimentada

Mar de Espanha 11.749 11,7 81,7 Parcialmente Pavimentada

Matias Barbosa 13.435 13,4 31,8 Parcialmente Pavimentada

Pequeri 3.165 3,1 77,5 Pavimentada Santa Barbara do

Monte verde 2.788 2,7 37,4

Parcialmente Pavimentada

Santana do Deserto

3.860 3,8 55,8 Parcialmente Pavimentada

¹ Fonte: IBGE, 2010. ² Estimativa baseada na média nacional. ³ Fonte: Google Maps, 2013.

Considerando as informações pertinentes ao município de Belmiro Braga, com

população total de 3.403 habitantes, de acordo com censo realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, e geração de resíduos

de 1,33 t/dia (conforme informações da Secretaria de Meio Ambiente de Belmiro

Braga, relativas ao ano de 2013), em conjunto com as informações dos municípios

apresentadas na tabela 18, é possível determinar os arranjos mais apropriados para

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 162

que os municípios desenvolvam ações de forma a regularizar a situação da destinação

final dos resíduos por eles gerados, de médio a longo prazo.

Além da identificação dos municípios que possam ser a cidade-polo do

consórcio, devem ser considerados os municípios com distâncias rodoviárias não

muito superiores a 30 km, para que não haja a necessidade de instalação de área de

transbordo e seja possível a utilização do mesmo caminhão utilizado na coleta

municipal para o transporte dos resíduos até a área de disposição final.

Considerando, ainda, o estudo de massa e o fato de os rejeitos gerados no

município terem como destino final o aterro controlado de uma UTC, é importante

informar as opções adequadas para que ações relacionadas a esse resíduo possam

ser tomadas. Para tanto, um estudo dos aterros sanitários regulares nas proximidades

de Belmiro Braga foi realizado.

Levando em consideração as indicações do Plano Preliminar GIRSU

supracitado, e, entendendo que há a recomendação, e não obrigatoriedade, de que

as distâncias sejam em torno de 30 km, foram traçados raios de 50 km, 80 km e 100

km a partir do município para determinar se a distância máxima até o aterro sanitário

licenciado mais próximo atendia o exposto no plano (Figura 54). Neste processo foi

considerada, ainda, a qualidade das vias de acesso até o destino final.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 163

Figura 54 – Análise de Destinação Final

Fonte: Vallenge, 2013.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 164

Para a região na qual o município de Belmiro Braga está inserido, incluindo o

estado do Rio de Janeiro, devido à proximidade do município à divisa do estado, foram

identificados três aterros sanitários licenciados nas cidades de Visconde do Rio

Branco, Cataguases e Juiz de Fora, todos no estado de Minas Gerais. Entretanto, os

dois primeiros, por se tratarem de aterros municipais, não podem ser considerados

para a destinação final de resíduos importados de outros municípios, uma vez que

não há leis municipais que permitam tal importação.

Por atender à distância aproximada determinada pelo Plano Preliminar de

Regionalização da FEAM, ter a licença ambiental válida e estar em local de fácil

acesso, o último aterro pode ser considerado uma das soluções possíveis para a

destinação final imediata dos RSUs do município de Belmiro Braga.

Uma vez verificada a escassez de equipamentos na região do município, fica

destacada a necessidade do desenvolvimento de ações consorciadas com municípios

próximos, a fim de regularizar a situação da destinação final dos resíduos gerados no

município.

Para o desenvolvimento de ações consorciadas relacionadas a Resíduos

Sólidos de forma prática é importante analisar as opções em andamento e as

possíveis opções de consorciamento, tendo por base as informações apresentadas

nos itens anteriores.

7.2 ANÁLISE DAS AÇÕES CONSORCIADAS

A gestão associada de serviços públicos é definida no Decreto n.° 6.017/07,

que regulamenta a Lei n.° 11.107/05 como:

O exercício das atividades de planejamento, regulação ou fiscalização de

serviços públicos por meio de consórcio público ou de convênio de

cooperação entre entes federados, acompanhadas ou não da prestação de

serviços públicos ou da transferência total ou parcial de encargos, serviços,

pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

Ainda segundo o mesmo Decreto, a prestação do serviço público de tal forma

tem por objetivo a permissão de acesso a usuários a serviço público com

características e padrões de qualidade determinados pela regulação ou pelo contrato

de programa, mesmo quando terceirizado, e ainda que possa ser remunerado por

meio de taxa ou preço público.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 165

A elaboração e compatibilização dos planos municipais de gestão integrada de

Resíduos Sólidos com estudos de viabilidade técnica e econômica disponíveis, no

âmbito regional, permitem a visualização dos possíveis arranjos para desenvolvimento

de ações de forma compartilhada dentro do segmento de gestão de resíduos.

No quadro 3 são apresentados os agrupamentos municipais que desenvolvem

algum tipo de ação consorciada e/ou compartilhada juntamente com Belmiro Braga.

Para fins de comparação, foram listados somente os municípios integrantes do ATO

de Juiz de Fora, no qual Belmiro Braga está inserido, e cuja estrutura foi indicada pelo

Governo Estadual, tendo por base os critérios apresentados no item 1.1 deste

caderno.

A partir dos municípios integrantes do ATO de Juiz de Fora foi feita a

comparação com os demais agrupamentos dos quais Belmiro Braga participa. Os

municípios que fazem parte dos agrupamentos, porém não estão inseridos no ATO

supracitado, não foram considerados.

Quadro 3 – Ações compartilhadas atuais e municípios integrantes (continua)

Municípios ATO JF AMPAR ACISPES

Argirita

Belmiro Braga

Bicas

Chácara

Chiador

Coronel Pacheco

Ewbank da Câmara

Goianá

Guarará

Juiz de Fora

Lima Duarte

Mar de Espanha

Maripá de Minas

Matias Barbosa

Olaria

(conclusão)

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 166

Pedro Teixeira

Pequeri

Piau

Rio Novo

Rio Preto

Rochedo de Minas

Santa Bárbara do Monte Verde

Santana do Deserto

Santos Dumont

São João Nepomuceno

Senador Cortes

Simão Pereira

Fonte: Vallenge, 2013.

De acordo com a comparação apresentada é possível observar que os

agrupamentos formados para a realização de ações em conjunto envolvem municípios

participantes do ATO proposto pelo governo, fato que não impede a integração de

municípios de outros ATOs e que possuam características similares e interesses em

comum.

A exemplo das soluções desenvolvidas pelos municípios integrantes da

ACISPES, que faz a coleta dos resíduos de serviço de saúde, é possível aproveitar a

estrutura proposta pelo governo e/ou as estruturas dos agrupamentos já existentes,

para a busca de soluções de forma compartilhada para todos os tipos de resíduos

gerados localmente, cuja responsabilidade é da municipalidade.

Assim, considerando que os limites territoriais dos ATOs e dos consórcios

intermunicipais vigentes são quase coincidentes, e considerando o princípio de

otimização dos recursos, inerente ao discurso da prática de consorciamento, é

prudente que se flexibilize o gerenciamento dos RSUs também para um dos

consórcios vigentes, independentemente da conformação ótima do território

recomendada no GIRSU.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 167

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria dos municípios mineiros de pequeno porte não tem capacidade

financeira e não dispõe de recursos técnicos suficientes para a gestão plena, direta e

individualizada de alguns dos serviços públicos de sua competência constitucional,

entre eles os serviços de saneamento básico e manejo de Resíduos Sólidos. Além

disso, em geral, não têm escala adequada para a viabilização e sustentação

econômica desses serviços, sob qualquer forma de prestação individualizada dos

mesmos.

Neste cenário a gestão associada surge como alternativa e solução institucional

para a integração regional da organização e da gestão dos serviços de saneamento

básico por meio de consórcios públicos ou convênios entre os municípios envolvidos.

Visando o estímulo ao consorciamento entre municípios a SEDRU desenvolveu

o Plano Preliminar do Estado, que orienta os gestores municipais na conformação

referencial de gestão integrada, com base na viabilidade econômica e na

sustentabilidade regional. A patir desse estudo foram formados 51 ATOs, cuja

conformação se deu, inicialmente, em três pilares principais: o socioeconômico, a

logística/transporte e a gestão dos RSUs.

A partir do estudo das ações consorciadas vigentes em Belmiro Braga,

observou-se que o município já desenvolve ações compartilhadas com outros

municípios, muitos dos quais são integrantes do ATO de Juiz de Fora/MG, assim como

Belmiro Braga. Portanto, as estruturas dos agrupamentos já existentes e que

compartilham soluções para a prestação de serviços públicos podem ser aproveitadas

para a busca de soluções compartilhadas para o manejo dos Resíduos Sólidos

gerados no município.

Entretanto, a gestão associada e os consórcios públicos são instrumentos de

cooperação federativa, cujas instituições são da iniciativa e competência dos entes

federados interessados e cuja participação é voluntária. Portanto, cabe ao município

de Belmiro Braga decidir sobre atuar em conjunto na gestão ou prestação dos serviços

públicos de suas responsabilidades, levando em consideração os arranjos já

existentes e os ganhos da atuação de forma compartilhada.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 168

8 PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA GESTÃO DOS RESÍDUOS

SÓLIDOS

O crescimento demográfico e o aumento de opções de consumo produzem,

sem dúvida, impacto direto na geração dos resíduos, de ordem qualitativa e

quantitativa, implicando na necessidade de atualização constante do sistema de

gestão.

O tratamento dado aos Resíduos Sólidos é um dos maiores desafios

enfrentados pelas administrações públicas no Brasil e no mundo. A busca de soluções

para a não geração, a redução, a reutilização e reciclagem de materiais, restando

apenas como rejeito aquilo que realmente não puder ser reaproveitado, é fator

primordial para a maximização da vida útil dos aterros sanitários e para a redução da

extração de recursos naturais, e dos impactos ambientais gerados a partir da

disposição incorreta dos resíduos.

A partir das diretrizes previstas nas legislações em vigor, como a Política

Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, das constatações da fase de diagnóstico e

da projeção das demandas são propostas melhorias na gestão dos Resíduos Sólidos

no município de Belmiro Braga.

8.1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS – RSU

As proposições de alternativas para os RSUs são realizadas a seguir para cada

uma das etapas de gerenciamento. Os RSUs do município consistem em resíduos

domiciliares, feiras livres, verde e poda, de varrição e recicláveis.

8.1.1 Acondicionamento

Resíduos Domiciliares

Quanto ao acondicionamento dos resíduos domiciliares etapa inicial e essencial

para a correta gestão, foi verificado em campo que a população utiliza pequenos sacos

para acondicionar o lixo e em alguns pontos esses sacos ficam depositados

diretamente no chão aguardando a coleta.

A reutilização de pequenas sacolas plásticas, como as distribuídas nos

mercados, deve ser estimulada. Entretanto, em função de suas características e

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 169

dependendo da quantidade de resíduos acondicionados elas não garantem condições

adequadas de armazenamento e manuseio pelo coletor. Deve-se notar que os sacos

plásticos devem possuir condições de estanqueidade, resistência ao levantamento e

à queda e dimensões adequadas.

Propõem-se, desta forma, que a população seja instruída através de

campanhas educativas quanto ao adequado acondicionamento dos Resíduos Sólidos.

Por exemplo, quando diversas sacolas pequenas são usadas, devem ser amarradas

ou colocadas em um saco maior, para manuseio único. Além disso, os munícipes

devem ser orientados quanto aos dias e horários da coleta.

Em campo notou-se ainda que nos locais de difícil acesso são utilizados

tambores para o acondicionamento dos resíduos. De forma a não prejudicar a etapa

de coleta, propõem-se estudo para definição das localizações e quantidades dos

coletores comunitários. O tamanho e material dos mesmos podem facilitar ou dificultar

o processo de manuseio pelo coletor durante a coleta.

Os coletores comunitários podem ser constituídos de um simples tambor,

preferivelmente com alças, ou feitos com um projeto elaborado, com tampa, sistema

de basculamento ou de descarga, com qualidade estética e qualidade que pode ser

verificada e normalizada Os tambores de 200 l ou menores podem ser utilizados como

recipientes para lixo. Para tanto, devem ser adaptados com alças de manuseio e

tampa, impedindo a dispersão de odor e entrada de animais. O tambor deve reter

líquidos e ser de material resistente à corrosão, como aço pintado ou plástico

(ALMEIDA & VILHENA, 2000).

Devem ser previstos trabalhos de lavagem e manutenção dos recipientes. De

maneira geral precisa ficar claro que o modo como o resíduo é acondicionado, seja

em sacos plásticos e/ou tambores, refletir-se-á nas etapas seguintes de coleta e

transporte.

Resíduos de Feiras Livres

Em Belmiro Braga não foram identificadas feiras livres, no entanto, caso surjam

feiras livres ao longo do plano o mesmo deverá se adequar com os resíduos gerados.

Os resíduos de feiras livres provenientes das unidades que comercializam gêneros

hortifrutigranjeiros, como feiras livres e mercados, devem ser acondicionados em

recipientes fechados, como por exemplo, os contêineres, fabricados em polietileno de

alta densidade, superfície interna lisa para facilitar a limpeza, com tampa, alças e roda

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 170

de borracha, para facilitar o deslocamento e remoção do lixo, através do basculamento

automático no veículo coletor.

Resíduos Verde e de Poda

Neste item, são abordados os resíduos de verde e poda, juntamente com os

cemiteriais, uma vez de que o material considerado no segundo tipo de resíduos

refere-se exclusivamente aos materiais resultantes de jardinagem e recolhimento de

homenagens (flores e plantas) deixados nas lapides. Em Belmiro Braga o volume

lenhoso proveniente da poda é encaminhado para Vital Engenharia Ambiental S/A no

munícipio de Juiz de Fora/ MG. Para tanto, propõem-se que seja disponibilizada uma

área específica, regularizada e licenciada para os resíduos verdes provenientes da

poda municipal, na qual seja possível fazer a diminuição e a separação do material

menor para compostagem e de onde o material lenhoso maior seja doado para uso

em fogões à lenha ou olarias do município, por exemplo.

Resíduos de Varrição

O serviço de varrição consiste no ato de varrer os resíduos acumulados junto à

sarjeta e ao meio fio, evitando o acúmulo excessivo de resíduos; a varrição, além de

ser fundamental para o embelezamento e higiene de uma cidade, tem influência na

saúde pública, no desenvolvimento turístico, na segurança de pedestres, dos veículos

e até no orgulho dos habitantes da localidade.

Em Belmiro Braga a varrição é realizada diariamente, sendo os resíduos

acumulados na beira das vias, recolhidos e encaminhados a sua destinação final

juntamente com os resíduos domiciliares. Sugere-se para o município, conforme

necessidade, a instalação de lixeiras ao longo das vias, dando prioridade para as

áreas com maior circulação.

Resíduos Recicláveis

Conforme mencionado anteriormente, tal qual o acondicionamento dos

resíduos domiciliares, a população utiliza pequenos sacos para acondicionar o lixo e

em alguns pontos esses sacos ficam depositados diretamente no chão aguardando a

coleta, uma vez que atualmente não há segregação dos resíduos recicláveis no

município. Como os resíduos recicláveis são considerados resíduos limpos,

constituídos de materiais não orgânicos, ou seja, que não liberam chorume ou gases

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 171

poluentes, a utilização de sacolas plásticas reaproveitadas e a colocação das mesmas

diretamente no chão para a coleta pode continuar sendo uma prática no município.

Como a proposta inicial é de que haja a separação dos resíduos domiciliares

em secos e úmidos, não há necessidade da separação por cores. É sugerido, no

entanto que haja ampla divulgação e desenvolvimento de campanhas educativas para

instruir a população com relação a como fazer a segregação dos materiais em casa e

com relação ao melhor acondicionamento dos resíduos recicláveis.

8.1.2 Coleta e Transporte

Resíduos Domiciliares

Atualmente no município de Belmiro Braga a coleta dos resíduos urbanos foi

universalizada. Na área urbana a coleta é realizada duas vezes por semana por

empresa terceirizada, através de um caminhão carroceria com capacidade de

aproximadamente oito toneladas. Na zona rural não é realizada coleta.

O dimensionamento da coleta deverá abranger no mínimo: a estimativa do

volume de Resíduos Sólidos a ser coletado; definição das frequências de coleta;

definição dos horários de coleta domiciliar; dimensionamento da frota e mão de obra;

e definição dos itinerários de coleta.

Por essa razão, torna-se imprescindível planejar e otimizar os roteiros de coleta

dos RSDs no município, de modo que os custos associados sejam minimizados e o

trabalho dos funcionários e a frota de veículos sejam utilizados da melhor forma

possível. Também, há que se ressaltar que a confiabilidade da população no serviço

de coleta de RSD reside na qualidade do serviço que se traduz na regularidade com

que a frequência predeterminada se mantém.

Propõe-se o estudo de dimensionamento da coleta dos RSDs, que deverá ser

revisado periodicamente em função da expansão da área urbana do município.

Segundo Almeida & Vilhena (2000) a tarefa de dimensionar e programar esses

serviços é necessária quando se planejam ampliações para as áreas não atendidas,

bem como quando se identifica a necessidade de reformular os serviços existentes.

Resíduos de Feiras Livres

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 172

A coleta e transporte desses resíduos são ações do serviço público municipal,

embora o envolvimento da comunidade seja essencial. A NBR 12.980 (ABNT, 1993)

define os diferentes tipos de coleta, sendo eles, coleta domiciliar, coleta de feiras,

praias, calçadas e demais equipamentos públicos e coleta de resíduos de serviço de

saúde. A coleta especial contempla resíduos não recolhidos pela coleta regular, como:

entulhos, animais mortos e podas de jardins.

Propõe-se para o município que caso haja feiras livres ao longo do plano, de

acordo com a NBR acima citada, seja então realizada a coleta e transporte de forma

diferenciada para maior valoração dos resíduos. Especialmente, neste caso onde o

resíduo caracteriza-se especificamente em orgânico e com grande potencial de

reaproveitamento através da compostagem.

Resíduos Verde e de Poda

Propõe-se para o município que, novamente de acordo com a NBR acima

citada, seja então realizada a coleta e transporte de forma diferenciada para maior

valoração dos resíduos. Neste caso, o resíduo também se caracteriza

especificamente como orgânico e possui grande potencial de reaproveitamento

através da utilização dos materiais lenhosos em fornos e os de menor volume na

compostagem.

Resíduos de Varrição

Em Belmiro Braga a área urbana é atendida pelo serviço de varrição, não

havendo cronograma para realização do serviço. A varrição é realizada somente em

algumas áreas do município sendo feita diariamente de segunda a sábado, aos

domingos e feriados somente quando há eventos.

Propõe-se para Belmiro Braga um estudo para a sistematização do serviço de

varrição, com a definição de percurso, dias e horários, e conforme necessidade a

adequação da equipe. E ainda coleta diferenciada para que não haja mistura destes

resíduos, especialmente com resíduos de feiras, verde e de poda, impossibilitando o

reaproveitamento destes.

Resíduos Recicláveis

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 173

O município de Belmiro Braga não possui programa de coleta seletiva e não há

número significativo de catadores para criação de uma cooperativa.

Propõe-se então, a instituição da coleta seletiva em dias alternados, com

horários e itinerários pré-definidos, sendo esperado que a população passe a fazer a

deposição das sacolas com resíduos recicláveis somente nos dias e horários

especificados. Para tanto, é proposto que a população seja igualmente instruída

através de campanhas educativas quanto ao cronograma de coleta de resíduos

recicláveis, e que os horários e itinerários sejam amplamente divulgados e

disponibilizados em locais de fácil consulta à população.

Cabe ao município criar condições, regulamentações, incentivos e

principalmente dotar o sistema de coleta seletiva de infraestrutura adequada para

permitir a reciclagem, pois esta demanda, sendo em geral a mais onerosa, na maioria

dos casos torna-se o fator limitador a efetivação do sistema.

Além da implantação da coleta seletiva, toda a população deve ter acesso ao

serviço para obter um melhor aproveitamento e valorização dos resíduos gerados no

município.

8.1.3 Destinação Final

Resíduos Domiciliares

Todo RSU é destinado para o aterro sanitário da Vital Engenharia Ambiental

S/A no município de Juiz de Fora/ MG, com um volume médio de 51,81 t/mês de

RSUs. É necessária a implantação da coleta seletiva para o atendimento a legislação

especifica que não permite a triagem manual do resíduo misturado e para o seu devido

reaproveitamento, uma vez que a mesma implicará na redução de resíduos

encaminhados ao aterro.

Resíduos de Feiras Livres

Atualmente Belmiro Braga não possui feiras livres, caso haja feiras livres

durante o plano, as quantidades geradas serão mínimas, sendo os mesmos,

aproveitados como alimentação animal na zona rural. Dos métodos utilizados para

tratamento e destinação final desses resíduos tratados como orgânicos, a

compostagem tem-se mostrado uma técnica confiável e com resultados satisfatórios.

Podemos definir o composto orgânico como o produto final do processo de

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 174

compostagem, que é um dos tratamentos mais antigos e utilizados para a destinação

final dos resíduos orgânicos, sendo uma possibilidade para o município.

Resíduos Verde e de Poda

Atualmente os resíduos de verde e poda do município de Belmiro Braga são

encaminhados para a Vital Engenharia Ambiental S/A no município de Juiz de Fora/

MG. Dos métodos utilizados para tratamento e destinação final desses resíduos

tratados como orgânicos, o aproveitamento do material lenhoso em fornos do

comercio ou de residentes rurais locais, além da compostagem de materiais menores

são também uma possibilidade para o município, juntamente com os resíduos de

feiras livres, se apresentando como materiais próprios para tal, sem a necessidade de

triagem prévia, uma vez que destinados de forma diferenciada.

Resíduos de Varrição

O resíduo é destinado para o aterro sanitário da Vital Engenharia Ambiental

S/A no município de Juiz de Fora/ MG , juntamente com o resíduo domiciliar para

triagem. Não há medição da quantidade de material gerado no serviço de varrição.

Sugere-se que os resíduos da varrição sejam recolhidos separadamente dos demais,

para redução dos materiais a serem triados, uma vez que este material é considerado

rejeito e deve ser destinado diretamente em aterro sanitário.

Resíduos Recicláveis

Por ainda não haver a coleta seletiva, a pequena quantidade de material

reciclado recolhido com aproveitamento, é recolhido pelos catadores individuais,

sendo o restante e ainda em quantidade superior, encaminhado ao aterro sanitário da

Vital Engenharia Ambiental S/A, sem a devida segregação.

Para tanto é proposto a implantação da coleta seletiva, reduzindo a quantidade

de resíduos reaproveitáveis destinado ao aterro, repercutindo na diminuição dos

custos da prefeitura com transporte e destinação final.

Além do ganho financeiro potencial, os ganhos ambientais são muitos com a

diminuição da quantidade de resíduo disposta em aterro sanitário e em áreas

impróprias.

8.1.4 Coleta seletiva

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 175

Na figura 55 é apresentado o modelo de coleta proposto (dias alternados): no

qual deve ser considerada a coleta de resíduos não recicláveis em dias restritos, e os

resíduos úmidos devem ser coletados em dias diferenciados dos secos, de forma a

evitar a colocação de resíduos de forma incorreta nas ruas pelos munícipes.

Figura 55 - Modelo proposto de coleta.

A coleta poderá ser realizada com os próprios caminhões para os resíduos

recicláveis, utilização de equipamentos e mão de obra da empresa contratada, com

um projeto tendo início em condomínios horizontais e verticais, comércios, indústrias,

escolas, creches municipais, além dos prédios públicos.

A implantação da coleta seletiva deverá ocorrer de imediato, situação na qual

é esperada rápida adesão e retorno de 4% do total de resíduos coletados de resíduos

recicláveis. Posteriormente, com a implementação concomitante de ações de

educação ambiental, divulgação dos itinerários e horários da coleta, a expectativa é

de que essa taxa aumente em média 8% a cada quatro anos, chegando à casa de

42% ao final de 20 anos, período contemplado no plano.

O sistema de coleta de forma alternada proporcionará uma maior eficiência na

realização da coleta de resíduos, além de outras vantagens como: deposição do

resíduo nas portas das casas em dias e horários estipulados; fim do empilhamento de

sacos de RSD nas calçadas, melhorando a estética urbana; fim do mau cheiro

ocasionado pela disposição dos resíduos nas calçadas; fim do entupimento de bueiros

decorrente do carreamento dos resíduos pela chuva; fim do acesso de vetores;

aumento do nível de segurança para os operadores de UTC, pois não farão mais a

Coleta de RSU

Coleta Regular

Resíduos Não

Recicláveis (úmidos)

Duas vezes

por semana

Coleta Seletiva

Resíduos Recicláveis

(secos)

Uma vez por semana

Resíduos da Construção Civil (RCC)

Uma vez por semana

Resíduos verdes e de

poda

Uma vez por semana

Resíduos de feiras livres

Uma vez por semana

Resíduos de varrição

Uma vez por semana

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 176

separação de resíduo in natura. Além disso, o custo para a destinação final do rejeito

é diminuído, pois há redução de volume de RSD encaminhado ao aterro sanitário,

havendo aprimoramento do repasse do material reciclável, que será encaminhado

limpo e não misturado aos resíduos úmidos – fatores que facilitam/agilizam a triagem

e agregam valor venal ao produto.

No quadro 4 é apresentado o comparativo das condições do município para a

coleta atual com relação à situação sugerida - implantação da coleta seletiva,

considerando a quantidade média de resíduos gerada no município de 51,81 t/mês.

Quadro 4 – Comparativo da coleta atual e coleta sugerida.

Coleta atual – unificada Coleta sugerida – seletiva

Equipamentos 1 Caminhão carroceria – aprox. 8 toneladas

1 Caminhão carroceria – aprox. 8 toneladas

Funcionários 1 Motorista 4 Coletores

1 Motorista 4 Coletores

Frequência Duas vezes por semana

(Terça e Quinta)

Coleta Regular-Duas vezes por semana

Coleta Seletiva – – Uma vez por semana

Resíduos segregados

Não – resíduos enviados diretamente ao aterro

Sim – resíduos separados pelos munícipes na origem

Custos Manutenção dos

equipamentos, combustível, salário dos funcionários.

Manutenção dos equipamentos, combustível,

salário dos funcionários.

Benefícios Coleta regularizada

Coleta regularizada com adequação da destinação

final, uma vez que o resíduo é encaminhado separado

Fonte: Vallenge 2013.

Para fins de conhecimento, e aplicando o percentual do estudo da composição

gravimétrica citado, consideremos que no município de Belmiro Braga, no qual são

coletadas 51,81 t/mês (621,72 t/ano) de Resíduos Sólidos não segregados, a

composição seja a seguinte:

Materiais potencialmente recicláveis: (20,3%) 10,52 t/mês (126,21 t/ano)

Material orgânico com potencial de compostagem: (67%) 34,71 t/mês (416,55

t/ano)

Rejeitos: (12,7%) 6,58 t/mês (78,96 t/ano)

Para Belmiro Braga propõe-se a implantação de coleta seletiva, inicialmente

considerando resíduos secos e úmidos, somente. Ou seja, a coleta seletiva será feita

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 177

de forma alternada, focando os materiais com potencial de reciclagem (secos)

segregados pelos munícipes, e os resíduos úmidos (orgânicos e rejeitos) serão

encaminhados diretamente para aterro sanitário licenciado. Aplicando-se as taxas de

coleta de resíduos recicláveis esperadas, ou seja, 4% imediatos, aumentando 8% a

cada 4 anos, o que totaliza 42% ao final dos 20 anos previstos no plano, e

considerando a porcentagem de resíduos recicláveis (20,3%) apresentada na

composição gravimétrica que está sendo utilizada como ferramenta de comparação,

espera-se que, ao final dos 20 anos de plano.

Considerando um cenário otimista para a coleta de resíduos recicláveis,

somente, segregados na origem (domicílios dos munícipes), e com a adesão de 50%

da população atual, têm-se os seguintes novos valores, onde a quantidade de

resíduos a ser enviada ao aterro sanitário, inicialmente, cairia para 46,55 t/mês

(89,9%), sendo 6,58 t/mês provenientes da coleta de rejeitos (12,7%), 34,71 t/mês

provenientes da coleta de material orgânico (67%), e 5,26 t/mês de resíduos com

potencial reciclável não segregados pela população, ressaltando que o material em

questão deve ser encaminhado diretamente para o aterro sanitário.

Tabela 19 – Previsão da quantidade de material reciclável recolhido na coleta seletiva proposta para Belmiro Braga.

Ano Acréscimo

(%)

Total recicláveis

(média t/ano)

Total por período

(t/4 anos)

2018 10 16,04 64,17

2022 18 42,56 170,22

2026 26 70,40 281,60

2030 34 99,45 397,79

2034 42 165,26 661,02

Total período de 20 anos 1.574,80 Fonte: Vallenge 2013.

De acordo com os dados, em 20 anos a quantidade de resíduos recicláveis

segregados, que podem ser enviados para usinas de triagem, e, por conseguinte,

gerar renda à associações ou catadores, ou ainda funcionários das usinas, é

significativa – 1.574 t, aproximadamente. Além disso, ganhos ambientais com a

diminuição do volume destinado ao aterro sanitário e conseguinte aumento de sua

vida útil, e a redução na extração de matéria prima virgem através do

reaproveitamento são consideráveis.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 178

Os dados acima podem ser melhorados caso ações pontuais de educação

ambiental sejam desenvolvidas e haja envolvimento de porcentagens cada vez

maiores dos munícipes. Dentro deste contexto, a realidade da coleta seletiva

municipal pode passar para uma situação aprimorada, considerada próxima da ideal,

onde a coleta seletiva é realizada não somente para os resíduos com potencial

reciclável, mas também para os resíduos orgânicos compostáveis – neste modelo há

a segregação dos resíduos em três tipos: recicláveis, orgânicos compostáveis e

rejeitos, e os lucros passam a ser obtidos da venda do material reciclável e do

composto, e o custo com destinação final fica reduzido, pois somente o rejeito é

enviado ao aterro sanitário.

Caso os resíduos orgânicos compostáveis sejam totalmente aproveitados e não

enviados ao aterro, a quantidade de material in natura destinada nesse

empreendimento pode ser reduzida para 11,84 t/mês, sendo 6,58 t/mês provenientes

dos rejeitos coletados (12,7%) e 5,26 t/mês provenientes dos recicláveis não

segregados (10,15%), que acabam sendo recolhidos junto com os rejeitos,

ressaltando que este material deverá ser encaminhado diretamente para aterro.

Em uma situação em condição considerada ideal, com adesão de 100% da

população, e a coleta seletiva realizada, considerando a segregação dos resíduos em

três tipos: recicláveis, orgânicos compostáveis e rejeitos, a quantidade de resíduos a

ser enviada ao aterro, inicialmente, cairia para 41,29 t/mês (79,7%), e sendo

calibradas nas revisões quadri-anuais, cairia para 6,58 t/mês provenientes dos rejeitos

coletados (12,7%), somente (Tabela 20).

Tabela 20 - Quantidade de resíduos recolhidos por tipo de coleta – previsão (t/mês).

Adesão Recicláveis Compostáveis Rejeitos

Situação proposta

Esperada 50% 5,26 - 46,55

Ideal 100% 10,52 - 41,29

Situação aprimorada

Esperada 50% 5,26 34,71 11,84

Ideal 100% 10,52 33,71 6,58

Fonte: Vallenge 2013.

Atualmente, conforme o contrato existente, o município gasta R$ 66,83 por

tonelada para destinar os resíduos no aterro sanitário.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 179

Percebe-se que com a implantação imediata da coleta seletiva, esse valor pode

baixar significativamente devido a redução da quantidade de resíduos encaminhados

a destinação final, e ainda o ganho com a venda dos materiais, deixando de repassá-

los sem custo algum para a atual empresa que os recolhe.

Com a venda dos recicláveis resultantes da coleta seletiva e do material

proveniente da compostagem, que seriam os resíduos verdes, poda e de feiras livres,

gerariam ainda mais benefícios para a municipalidade.

Portanto, e uma vez que é visível que um sistema de coleta seletiva eficaz pode

reduzir custos e gerar empregos e renda ao município, além dos ganhos ambientais,

mesmo que seja implantada gradativamente, recomenda-se a introdução de um

sistema de coleta seletiva em dias alternados, no município de Belmiro Braga,

considerando os resíduos secos e úmidos.

8.1.5 Processamento e tratamento dos Resíduos Sólidos

A seguir são apresentadas alternativas para a valorização dos RSUs.

Aproveitamento dos Resíduos Recicláveis e Resíduos Orgânicos

Para o aproveitamento dos resíduos recicláveis, após a coleta seletiva, é

necessário fazer uma nova triagem em subtipos de materiais para aumentar o

interesse comercial e agregar valor venal (plásticos são separados em plástico duro

ou plástico mole, por exemplo). Esse processo de separação pode ser realizado em

cooperativas ou usinas de triagem. Após esta etapa, os resíduos são compactados

para reduzir seu volume e facilitar o transporte até o comprador. Ressaltando que a

coleta seletiva deve abordar não somente os recicláveis, mas caracterizar-se por

qualquer coleta específica realizada a parte da coleta regular.

Como grande parte dos compradores só aceita materiais em quantidades

mínimas estabelecidas, geralmente algumas toneladas, as cooperativas ou usinas de

triagem necessitam armazenar estes materiais por um longo tempo até atingir a

quantidade mínima necessária em toneladas para revenda.

Os resíduos orgânicos do município são caracterizados como os resíduos de

feiras livres, verde e de poda. Da mesma forma como ocorre com os resíduos

recicláveis, atualmente, a falta de uma segregação prévia prejudica a qualidade do

composto orgânico, como pôde ser constatado em campo. Quando o programa de

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 180

coleta seletiva estiver em operação o aproveitamento dessa parcela orgânica dos

RSUs poderá atingir melhores resultados.

Como alternativas para o aproveitamento dos resíduos recicláveis sugere-se

implantação de uma Usina de Triagem de Recicláveis que atenda o município ou até

um conjunto de municípios consorciados, o que implicaria em ganhos de escala. Os

rejeitos provenientes da coleta regular atualmente são enviados ao Aterro Sanitário

licenciado.

Um dos objetivos fundamentais estabelecidos pela Lei 12.305/10 é a ordem de

prioridade para a gestão dos resíduos, que deixa de ser voluntária e passa a ser

obrigatória: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos Resíduos

Sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Com a implantação

de coleta seletiva, através da separação prévia dos resíduos domiciliares em secos e

úmidos, ambos os empreendimentos mencionados se fazem necessários, uma vez

que um viabiliza e otimiza a operação do outro, além de proporcionar um significativo

aumento da vida útil de cada um deles.

Quanto a compostagem, o material utilizado será apenas os resíduos verdes e

de poda, e quando houver aqueles provenientes de feiras livres e mercados

municipais, onde não há rejeitos misturados, devendo estes resíduos ser coletados

separadamente das outras coletas e despejados em locais específicos da Usina para

que não se misturem com os outros resíduos lá presentes.

Verde e Poda

Para um melhor gerenciamento dos resíduos de verde e poda, propõe-se o

consorciamento para a obtenção de equipamentos, contratação de mão de obra e

execução de serviços para otimização do material recebido pelo município. Ressalta-

se ainda a coleta dos resíduos cemiteriais concomitante a dos resíduos verdes, para

que o material não se misture a outros de diferente classificação.

Uma vez que o custo de um equipamento como um picador, mesmo que

pequeno, torna inviável sua compra por um município de pequeno porte, o consórcio

vem para criar volume de resíduos e diminuição dos custos. Considerando que o RVP

gerado atualmente no município utilizaria menos de 10% da capacidade de um

equipamento básico, o mesmo teria condições de atender mais de um município,

sendo compartilhado por dia ou volume de resíduos a serem picados, agregando valor

ao material e resultando em benefícios palpáveis ao município.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 181

A gestão dos resíduos verdes em um ambiente de gestão associada criará a

possibilidade de investimento do Consórcio Público em Equipamento Móvel de

Reciclagem, permitindo aos municípios consorciados uma atividade com resultado

altamente significativo, mesmo que individualmente nenhum deles tenha escala

suficiente para este tipo de iniciativa.

De posse do equipamento, os Consórcios Públicos poderão estabelecer uma

logística de triagem – acumulação – reciclagem, em cada município, variando o tempo

de permanência do equipamento e o intervalo entre operações locais, em função do

porte de cada um deles.

Os Resíduos Sólidos Verdes provenientes da poda realizada no município em

praças, jardins, vias públicas, etc., são classificados como Classe II B e são altamente

biodegradáveis, o que permite a obtenção de insumos agrícolas (fertilizante orgânico

proveniente de compostagem) e de material lenhoso, que pode ser usado como

combustível em fornos residenciais e olarias, por exemplo.

A compostagem é um processo biológico aeróbio e controlado, no qual ocorre

a transformação de resíduos orgânicos em resíduos estabilizados, com propriedades

e características completamente diferentes do material que lhe deu origem. A

produção de um composto orgânico de boa qualidade requer matéria orgânica que

não esteja contaminada com substâncias tóxicas, e essa triagem pode ser feita com

a destinação específica dos resíduos verdes para compostagem, após coleta

específica de resíduos verdes e poda.

8.1.6 Catadores em Belmiro Braga

De acordo com dados de pesquisa do IBGE (2000), estima-se que um de cada

cem brasileiros é catador. E três de cada dez catadores gostariam de continuar na

cadeira produtiva da reciclagem, mesmo que tivessem uma alternativa, fato que

demonstra o interesse na profissão (GONÇALVES).

Historicamente, o catador é um indivíduo que retira do lixo seu sustento, seja

da prática de coleta seletiva ou através da busca de material nas ruas das cidades,

ajudando na redução da quantidade de material destinada em aterros sanitários e no

desperdício de material que pode ser reaproveitado e/ou reintroduzido no processo

produtivo, reduzindo, por conseguinte, os custos com a produção a partir da matéria-

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 182

prima virgem. Há diversos tipos de catadores: individuais, trecheiros (atuam por trecho

entre cidades), de lixão e catadores organizados (cooperativas, associações, etc.).

O modelo de coleta seletiva de baixo custo tem como um dos elementos centrais

a incorporação de forma eficiente e perene de catadores, caso já atuem no município,

numa política pública planejada. Quando não há catadores, é possível envolver a

população menos favorecida, gerando trabalho e renda.

Nesse modelo os catadores se responsabilizam pela cobertura sistemática, de

setores previamente estabelecidos na área urbana do município, utilizando

equipamentos de coleta e transporte simplificados. A acumulação dos materiais se

realiza em instalações ou pátios no centro da região setorizada.

É sugerido que os catadores sejam considerados na proposta da UTR e PEV,

no controle e triagem dos materiais visando à valoração dos resíduos coletados na

coleta seletiva, outra alternativa é que sejam desenvolvidas ações consorciadas com

municípios do entorno, com características similares.

8.1.7 Ponto de Entrega Voluntária - PEV

Segundo a NBR 15.112/04 os PEVs são definidos como áreas de transbordo e

triagem de pequeno porte, destinadas à entrega voluntária de pequenas quantidades

de resíduos, inclusos os recicláveis, e seu formato pode variar de acordo com a

metodologia e logística de coleta adotada pelo município.

Estas instalações servem para estimular as pessoas que separam

individualmente seus resíduos recicláveis a terem um local adequado para entregá-

los para a coleta específica, e podem ser no formato de recipientes posicionados em

locais de grande circulação ou próximos a supermercados, escolas, igrejas, etc., ou

ainda ser um empreendimento que possa ser aproveitado para o recebimento de

vários tipos de resíduos: construção civil, pneus, eletroeletrônicos, etc.

A infraestrutura para o armazenamento adequado dos resíduos deve incluir,

locais separados para armazenar resíduos por tipo, sistema para prevenir o acesso

de pessoas não autorizadas, proteção contra intempéries, proteção contra

contaminação do solo, ter ampla ventilação.

A correta operação de uma instalação de armazenamento é fundamental na

minimização de possíveis efeitos danosos ao meio ambiente. Assim, a capacitação

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 183

do operador é um fator primordial e os responsáveis pelas instalações devem fornecer

treinamento adequado aos seus funcionários.

No PEV também pode funcionar uma central de atendimento à população, onde

possa ser instalado um sistema de atendimento via Disque-Coleta, no qual os

munícipes possam solicitar o recolhimento de resíduos, mediante pagamento de taxa.

Com a implantação do PEV espera-se redução de custos voltados à coleta

desse tipo de resíduo disposto em locais inadequados, bem como a obtenção de

benefícios provenientes do reaproveitamento e da venda do material entregue e

coletado.

No município de Belmiro Braga é indicado que seja disponibilizada uma área

para instalação de um PEV com o propósito de otimização do sistema de coleta de

resíduos de construção civil, grandes volumes, provenientes de poda, pneus,

eletroeletrônicos e demais passíveis de recebimento no PEV, e de acordo com

planejamento municipal.

8.1.8 Unidade de Triagem de Recicláveis - UTR

No caso da utilização de uma UTC, há ainda a necessidade de destinação final

adequada aos rejeitos provenientes da coleta normal do município.

Uma vez implantada a coleta seletiva em dias alternados, e somente os

resíduos secos (recicláveis) enviados para triagem, o modelo ideal de usina indicado

torna-se apenas uma Usina de Triagem de Recicláveis, na qual não há contato com

resíduos in natura. Nesse modelo, a segregação é otimizada, pois só há o trabalho de

separação dos recicláveis por tipo, e os trabalhadores envolvidos não ficam expostos

a perigos e riscos – contato com material infectocontagioso que pode ser

encaminhado juntamente com o resíduo domiciliar, e com materiais que podem causar

doenças, além da diminuição da atração de animais e vetores devido à presença de

material orgânico. Além disso, os materiais chegam à Usina mais limpos permitindo

assim uma melhor triagem e maior valorização dos recicláveis para posterior venda.

Este processo acabará com o envio dos resíduos in natura, sendo os mesmos

destinados ao aterro sanitário devidamente licenciado, uma vez que de acordo com a

Lei 12.305/10 fica proibida a catação de resíduos nas áreas de disposição final.

Em uma situação aprimorada, onde houvesse a triagem dos resíduos orgânicos

na fonte, pelos munícipes, seria possível o aproveitamento desses resíduos, uma vez

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 184

que os mesmos seriam separados na origem dos rejeitos, atualmente encaminhados

de forma misturada a sua destinação final.

Portanto, é proposto que os rejeitos provenientes da coleta regular sejam

enviados ao Aterro Sanitário licenciado mais próximo do município.

Como o município de Belmiro Braga ainda não possui nenhuma ação para

segregação ou armazenamento de resíduos reaproveitáveis, a possibilidade de um

local único com infraestrutura de PEV e UTR pode ser considerado.

8.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – RCC

As proposições de alternativas para os RCCs são realizadas a seguir para cada

uma das etapas de gerenciamento.

8.2.1 Acondicionamento

Além do treinamento dos profissionais da coleta, a exemplo do que acontece

em Belo Horizonte/MG, cuja Lei n°10.522/12 que institui o Sistema de Gestão

Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos (SGRCCs), é

indicado para o Município de Belmiro Braga que seja determinada e licenciada área

para instalação de um Ponto de Entrega Voluntária (PEV) para os RCCs, conforme

mencionado anteriormente.

É proposto que o município crie uma lei que disponha sobre a obrigatoriedade

dos prestadores de serviços em apresentar a declaração anual dos Resíduos Sólidos

para a Prefeitura Municipal, incluindo a descriminação e os quantitativos de todos os

tipos de resíduos.

O município deve, ainda, criar lei específica que regularize:

Proibição de coleta do RCC junto da coleta regular, uma vez que tal resíduo é

por Lei, responsabilidade do gerador e não da municipalidade;

Disponibilização de coleta por parte da Prefeitura Municipal mediante cobrança

de taxa de coleta;

Proibição do armazenamento/permanência de RCC no passeio, passível de

advertência, seguida de multa;

Proibição de descarte irregular em terrenos baldios, encostas entre outros,

passível de advertência, seguida de multa;

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 185

Disponibilização de Ponto de Entrega Voluntária para recebimento de até 1 m³

de RCC, gratuitamente;

Disponibilização de Ponto de Entrega Voluntaria para recebimento de

quantidades superiores a 1 m³, mediante cobrança de taxa de destinação final.

Criação de Disque Denúncia.

8.2.2 Coleta e Transporte de RCC

A Política Nacional de Resíduos Sólidos atribui responsabilidades

compartilhadas aos geradores, transportadores e gestores municipais quanto ao

gerenciamento destes resíduos. Cabe, portanto, aos municípios definir uma política

municipal para os resíduos da construção civil, incluindo sistemas de pontos de coleta,

e aos construtores, cabe à implantação de planos de gerenciamento de resíduos para

cada empreendimento.

A Prefeitura deve continuar a realizar a coleta desses resíduos quando

dispostos inadequadamente em terrenos baldios ou em locais impróprios, efetuando

a limpeza destes locais, mediante solicitação dos munícipes, fiscalização ou denúncia.

Porém é sugerido que haja treinamento dos profissionais envolvidos na coleta regular

e seletiva municipal, para que sejam atores de fiscalização da disposição inadequada

de RCC. Dessa maneira, os pontos com descarte indevido podem ser mapeados para

que a limpeza dessas áreas possa ser realizada conforme forem identificados

resíduos no local, além da notificação e punição daqueles responsáveis pelo descarte

inadequado. Na figura 56 é proposto um fluxograma de coleta e destinação dos RCCs

que pode ser aplicado no município de Belmiro Braga.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 186

* Mediante pagamento de taxa.

Figura 56 – Modelo proposto para coleta de RCC.

8.2.3 Disposição Final

O Art. 4° da Resolução 307 do CONAMA enfatiza que os RCCs não podem ser

dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de “bota fora”, em encostas,

corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.

A disposição final adequada é em aterro de inertes, exclusivamente, devendo

se dar prioridade à reciclagem desse tipo de resíduo.

É proposto que os resíduos com potencial de reaproveitamento sejam

reciclados e utilizados na melhoria de estradas vicinais, tal qual tem sido feito

atualmente, em consonância com a Lei Estadual n° 14.128/01, que dispõe sobre a

Política Estadual de Reciclagem de Materiais, e em cujo Art. 1° traz o objetivo da

Política – “...incentivar o uso, a comercialização e a industrialização de materiais

recicláveis, ...: IV – entulhos da construção civil.”

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 187

A gestão dos RCCs pode ser realizada de forma consorciada o que poderá

otimizar a utilização dos resíduos. Uma vez que o custo de um equipamento como um

britador, mesmo que pequeno, torna inviável sua compra por um município de

pequeno porte. Neste contexto, um consórcio intermunicipal viria para criar volume de

resíduos e diminuição dos custos, além de poder contar com um material de melhor

qualidade uma vez que seria obtido um agregado mais homogêneo. Considerando

que o RCC gerado atualmente no município utilizaria menos de 10% da capacidade

de um equipamento básico, e o mesmo teria condições de atender mais de um

município, sendo compartilhado por dia ou volume de resíduos a serem britados,

agregando valor ao material e resultando em benefícios palpáveis aos municípios

integrados.

A gestão dos resíduos da construção e demolição e resíduos volumosos em

um ambiente de gestão associada criará a possibilidade de investimento do Consórcio

Público em Equipamento Móvel de Reciclagem, permitindo aos municípios

consorciados uma atividade com resultado altamente significativo, mesmo que

individualmente nenhum deles tenha escala suficiente para este tipo de iniciativa.

De posse do equipamento, os Consórcios Públicos poderão estabelecer uma

logística de triagem – acumulação – reciclagem, em cada município, variando o tempo

de permanência do equipamento e o intervalo entre operações locais, em função do

porte de cada um deles.

8.3 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE – RSS

As proposições de alternativas para os RSSs são realizadas a seguir para cada

uma das etapas de gerenciamento.

8.3.1 Acondicionamento

Por razões de salubridade pública, destinadas a garantir níveis adequados de

segurança na movimentação de RSS pelas vias públicas, protegendo as pessoas em

trânsito, a saúde pública e o meio ambiente urbano os estabelecimentos geradores

de RSS deverão discriminar o tipo e a quantidade de resíduos que geram, segregá-

los na origem e acondicioná-los na conformidade da RDC nº 306/04 da ANVISA e DN

COPAM n°171/11, para que, sejam coletados e destinados de forma ambientalmente

correta.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 188

Foi evidenciado em pesquisa de campo que os RSSs provenientes da unidade

básica de saúde e da farmácia da UBS são, obrigatoriamente, acondicionados em

sacos plásticos, na cor branca-leitosa, que atendam à especificação da Associação

Brasileira de Normas Técnicas – (ABNT), e são colocados em recipientes próprios, os

quais, quando saturados, são transferidos para bombonas de polietileno de alta

densidade (PEAD) com saco plástico em área específica para resíduos. As

embalagens são adequadamente fechadas e depositadas em abrigo apropriado,

metálico, ou de alvenaria, devidamente tampado, para evitar que se rompam e

provoquem o derramamento de seu conteúdo e impedir o contato com insetos,

roedores e outros vetores.

8.3.2 Coleta e Transporte

A coleta e o transporte de RSS devem ser realizados por empresa

especializada e devidamente licenciada perante o órgão ambiental pertinente.

A escolha de uma empresa idônea e que esteja regular perante o órgão

ambiental estadual é essencial. No que se refere ao Sistema de Gerenciamento de

Resíduos de Serviços de Saúde, conforme a RDC nº 306, de 07 de Dezembro de

2004, o estabelecimento que não estiver adequado ao que esta norma determina

estará incorrendo em infração sanitária e sujeitando o infrator às penalidades previstas

na Lei nº 6.437, de 20 de Agosto de 1977.

Em Belmiro Braga os RSSs são coletados pela Agência de Cooperação

Intermunicipal em Saúde Pé de Serra (ACISPES), com a qual a Prefeitura possui

convênio.

É proposto que o município realize acompanhamento do quantitativo gerado

junto a empresa contratada, bem como a manutenção do convênio existente com a

ACISPES.

8.3.3 Disposição Final

A destinação final dos RSSs gerados em Belmiro Braga ocorre por meio de

destruição térmica (incineração) em unidade da empresa Serquip Tratamento de

Resíduos MG Ltda., localizada no município de Ubá/MG. As cinzas provenientes do

processo de incineração são destinadas no aterro sanitário da empresa Vital

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 189

Engenharia Ambiental S.A., localizado em Juiz de Fora/MG, ambos devidamente

licenciados.

Tendo por base o número de geradores de RSS em Belmiro Braga, além das

unidades de saúde municipais, faz-se necessário viabilizar a manutenção do contrato

com a Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé de Serra (ACISPES).

No entanto, a busca de soluções compartilhada com outros municípios alteraria

essa situação, caso se mostre ser mais vantajosa economicamente outra alternativa,

o que será tratado adiante.

8.4 RESÍDUOS PNEUMÁTICOS

As proposições de alternativas para os pneus são realizadas a seguir para cada

uma das etapas de gerenciamento.

8.4.1 Acondicionamento

Propõe-se para o acondicionamento adequado a definição de locais que

possam funcionar como pontos de coleta – fruto de uma estreita parceria entre a

iniciativa privada e os governos municipais, envolvendo programas de

conscientização da população para evitar o estoque doméstico desses resíduos. O

armazenamento temporário dos pneus deve garantir as condições necessárias à

prevenção dos danos ambientais.

8.4.2 Coleta e Transporte

Vale ressaltar a importância de alternativas para a gestão da coleta, transporte

dos resíduos pneumáticos sendo uma delas a união dos revendedores,

recauchutadores e borracharias, firmando parcerias.

De acordo com a Resolução CONAMA 258/99, ficam as empresas fabricantes

e as importadoras de pneumáticos obrigadas a coletar e dar destinação final,

ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional.

Pontos de coleta devem ser instalados em locais apropriados para facilitar o

acesso do usuário ao entregar os resíduos pneumáticos. Os PEVs mencionados

anteriormente podem receber tais resíduos, se com a devida infraestrutura. Deve

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 190

haver a divulgação do local por meio de panfletagem, anúncio em jornais, lojas de

peças, concessionárias e outros veículos de comunicação que possam abranger os

usuários de pneus.

8.4.3 Disposição Final

Foi a partir da Resolução CONAMA 258/99, que o processo de destinação final

de pneumáticos começou a ser regulamentado, constituindo o que se pode chamar,

atualmente, de uma cadeia de logística reversa de pneus inservíveis. Ainda em fase

de consolidação, esta logística reversa inclui desde a coleta de pneus nos municípios

até sua destinação final, em unidades homologadas junto ao Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.

A preocupação em regulamentar os processos de destinação final de pneus ou

pneumáticos é relativamente recente, e vem sendo principalmente liderada pelas

ações do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. A partir destas ações,

começou-se a estruturar uma cadeia de logística reversa de pneus inservíveis no país,

envolvendo também o IBAMA e instituições criadas pela indústria de pneumáticos (tais

como a Reciclanip – criada em março de 2007 pela Associação Nacional da Indústria

de Pneumáticos – ANIP, voltada para a coleta e destinação de pneus inservíveis em

nível nacional) para tratar diretamente do assunto e garantir o cumprimento das

Resoluções.

Os municípios com população inferior a 100 mil habitantes devem formar

parcerias com os vizinhos, visando a aumentar o volume da coleta dos pneus, tendo,

assim, um escoamento rotineiro dos resíduos, proporcionando um funcionamento

mais eficaz do ponto de coleta.

Conforme exposto, a estruturação da cadeia de logística reversa de pneus

inservíveis está intimamente relacionada ao ambiente institucional que vem sendo

consolidado principalmente a partir das Resoluções do CONAMA. Com isso, as

fabricantes de pneumáticos passam a ser responsáveis pela correta destinação dos

pneus inservíveis, e surge a necessidade de uma ação conjunta no sentido de criar

as bases necessárias para garantir o respeito às regulamentações em questão,

envolvendo a coordenação de uma série de empresas e instituições. Estas bases

dizem respeito a criação de organismos especializados na gestão da cadeia logística,

bem como da infraestrutura de coleta e destinação de pneus inservíveis

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 191

Para tanto sugere- se que os investimentos para a adequação da gestão dos

resíduos de pneus seja realizado a curto prazo, com a implantação do PEV para o

armazenamento temporário e ainda com a formalização de contrato com terceiros

para a destinação final adequada dos resíduos. O contrato irá variar com o tipo de

acordo fechado, seja através do número de pneus, volume de pneus, número de

viagens ou ainda por mensalidade fixa.

8.5 RESÍDUOS ELETRÔNICOS, PILHAS E BATERIAS.

As proposições de alternativas para os resíduos eletroeletrônicos, pilhas e

baterias são apresentadas a seguir para cada uma das etapas de gerenciamento.

8.5.1 Acondicionamento

Por possuírem materiais perigosos, como o lítio, o cádmio, metais pesados,

entre outros, esses resíduos devem ser descartados em locais específicos, e não

simplesmente jogados no lixo.

Como já citado acima, no subitem 3.2.9, Belmiro Braga não possui um projeto

diferenciado,para recebimento e armazenamento desses resíduos.

8.5.2 Coleta e Transporte

É proposto que coleta e o transporte desses resíduos seja efetuada visando a

segurança na movimentação dos mesmos pelas vias públicas, protegendo as pessoas

em trânsito, a saúde pública e o meio ambiente urbano. Para tanto, sugere-se a

contratação de empresa especializada e devidamente licenciada para efetuar a coleta

e transporte, ou então, que o município disponha de veículo para realizar tal serviço.

8.5.3 Disposição Final

Atualmente Belmiro Braga não possui destinação final ambientalmente

adequada para os resíduos eletroeletrônicos, pilhas e baterias. No item 9.2 deste

caderno, são indicadas diversas empresas que realizam a coleta e dão a devida

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 192

destinação aos mesmos, no entanto, é proposto que o município efetive parceria ou

convênio com as mesmas para oferecer destinação ambientalmente adequada e

regularizada para esse tipo de resíduo.

8.6 ICMS ECOLÓGICO

Os municípios, quando adequados quanto à destinação final correta de seus

RSUs, beneficiam não somente o município física e ambientalmente, mas se

beneficiam, através do retorno financeiro com a redução dos resíduos encaminhados

à destinação final, com os materiais reaproveitados e/ou com o recebimento do ICMS

Ecológico.

De acordo com a Lei Estadual 18.030, de 12 de janeiro de 2009, que dispõe

sobre o direito da parcela da receita do ICMS pertencente a cada município, os

municípios devem atender a alguns requisitos para usufruir do benefício.

O município tem direito ao ICMS Ecológico somente quando possui destinação

final de resíduos própria (UTC/aterro) e, quando em ação consorciada, ou também

quando terceiriza o serviço, uma vez que o empreendimento possua regularização

ambiental e que o município atenda no mínimo 70% (setenta por cento) da população

urbana.

No caso do município terceirizar o serviço ou obter um empreendimento

próprio, não altera o valor do repasse. Entretanto o município que utiliza de forma

compartilhada o empreendimento próprio ou privado, por meio de consórcio ou

contrato, recebem pontuação maior no Fator de Qualidade. O Fator de Qualidade

influencia no cálculo da Estimativa de Investimento, que é o valor máximo que o

município poderá receber ao longo de um ano.

Para os municípios que realizam a gestão consorciada, o repasse é de 10%

(dez por cento), e para os que participam da gestão consorciada e são sede do

empreendimento o repasse é de 30% (trinta por cento).

Para Belmiro Braga, município com população inferior a 20.000 habitantes, se

torna oneroso e inviável a instalação e operação de um aterro sanitário, UTC ou UTR

própria, sendo indicado somente através de consorciamento. Atualmente o município

possui destinação ambientalmente correta para os resíduos, sendo os mesmos

destinados a uma Usina de Triagem e Compostagem, o que possibilita o recebimento

do benefício do ICMS Ecológico.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 193

De acordo com o Portal da Transparência de Minas Gerais, é possível constatar

o valor do ICMS Ecológico que é repassado anualmente aos municípios. A tabela 7 a

seguir apresenta os valores de repasses não especificamente para o serviço de

Resíduos Sólidos, mas sim de forma geral, do exercício de 2011, 2012 e 2013 sendo

este último ano o repasse calculado até 2013.

Tabela 21 – Valor de ICMS Ecológico

Valor de Repasse do ICMS Ecológico

2011 2012 2013

R$ 1.586.376,15 R$ 2.509.986,49 R$ 2.456.777,60

Fonte: Portal da Transparência de Minas Gerais, 2013.

Os valores provenientes da adequação ambiental do município são de grande

importância para o município devendo ser mantidos ou ampliados, quando possível.

8.7 ENCERRAMENTO DO LIXÃO

Os resíduos lançados em lixões acarretam problemas de saúde pública, como

a proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos), geração de

gases que causam odores desagradáveis e intensificação do efeito estufa e,

principalmente, poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas pelo

chorume – líquido de coloração escura, malcheiroso e de elevado potencial poluidor,

produzido pela decomposição da matéria orgânica contida nos resíduos.

Segundo o Caderno Técnico de Reabilitação de Áreas Degradas por Resíduos

Sólidos, elaborado pela FEAM no ano de 2010, a desativação dessas áreas ocupadas

por lixões é feita, muitas vezes, sem critérios técnicos, permanecendo o local apenas

paralisado e sem deposição de lixo. Nesse caso, a atuação dos catadores e o trabalho

infantil cessam, mas a geração de gases, chorume e odores continuam, enquanto

houver atividade biológica no interior do maciço de resíduos, podendo causar poluição

do ar e das águas, problemas de instabilidade no terreno e degradação do solo.

Em função da grande possibilidade de ocorrência de problemas ambientais, o

simples abandono e fechamento das áreas utilizadas para disposição final de RSUs,

não os torna encerrados adequadamente, devendo os municípios buscar técnicas que

minimizem os impactos ambientais.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 194

Existem algumas técnicas utilizadas para desativação, adequação e

encerramento de áreas degradadas pela disposição de RSUs. Para encerramento do

lixão o projeto deve abordar, no mínimo, o recobrimento do lixo ainda exposto,

compactação para estabilidade do maciço, implantação de sistema de drenagem de

águas pluviais para não incidência da chuva no maciço e planos de monitoramento

geotécnicos.

No caso de uma recuperação parcial de um lixão, para utilização até agosto de

2014, o mesmo deve ser objeto de um projeto executivo, que contemple, no mínimo,

algumas medidas:

Reconformação geométrica baseada em avaliação geotécnica para garantir a

estabilidade dos taludes e capeamento do lixão;

Conformação do platô superior com declividade mínima de 2%, na direção das

bordas;

Controle da emissão e tratamento de lixiviados, por meio de barreiras de

contenção ou drenos;

Coleta e desvio das águas superficiais, de forma a minimizar o ingresso das

águas de chuva no maciço de resíduos;

Controle da emissão e queima de gases;

Isolamento da área;

Controle de recalques;

Controle da qualidade do ar;

Controle da qualidade das águas superficiais e subterrâneas da área, por meio

de poços de monitoramento;

Implantação de cobertura vegetal com gramíneas nos maciços de resíduos

encerrados.

Os projetos devem ser elaborados por profissionais habilitados e conter os

custos e cronograma para implementação das referidas medidas de recuperação e

reabilitação da área.

A proposta de uso futuro da área de um antigo lixão além de considerar os

aspectos ambientais do entorno, os recursos financeiros disponíveis e os benefícios

sociais advindos da sua reabilitação, deve estar em consonância com o plano diretor

do município e lei de uso do solo. A proposta deve considerar que os resíduos

aterrados ainda permanecem em processo de decomposição após o encerramento

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 195

das atividades por períodos relativamente longos, que podem ser superiores a 10

anos.

Em atendimento ao Art. 15, inciso V da PNRS e ao § 2° do Art. 4° da Resolução

CONAMA 308 de 21 de março de 2002, devem ser contempladas no Plano, metas

para eliminação e recuperação de lixões incluindo a indicação do uso futuro da

mesma.

No município de Belmiro Braga, encontra-se atualmente uma área inativa, que foi

utilizada por bastante tempo como aterro controlado. Essa área foi paralisada em maio

de 2013. A Prefeitura encontrou outra forma de destinação ambientalmente adequada,

e mobiliza-se rapidamente para encerrar a área de acordo com as normas exigidas

pelo órgão ambiental.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 196

9 PROGRAMAS E AÇÕES PARA REDUÇÃO DE MASSA

O cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Resíduos

implica na adoção pelo município de diferentes iniciativas voltadas à redução da

quantidade de RSUs a serem dispostos, de forma adequada, nos aterros

sanitários e de inertes, além das ações supracitadas.

9.1 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Para a efetividade do PMGIRS é fundamental que haja investimentos em

programas de conscientização ambiental, visando à devida mobilização da

população, no sentido de incentivar hábitos capazes de promover a redução da

geração, a melhoria do manuseio e da segregação na origem, a disposição

adequada e ampliação da reciclagem de resíduos, de forma a diminuir ao

máximo a deposição no meio ambiente.

Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o

indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e

sua sustentabilidade.

De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental, (Lei 9.795/99)

são princípios e objetivos da Educação Ambiental:

Enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

Concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a

interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o

enfoque da sustentabilidade;

Pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter,

multi e transdisciplinaridade;

Vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

Garantia de continuidade e permanência do processo educativo;

Permanente avaliação crítica do processo educativo;

Abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,

nacionais e globais;

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 197

Reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e

cultural.

O município de Belmiro Braga ainda não possui programas voltados à

educação ambiental implantados, ao que se propõe o desenvolvimento de ações

relacionadas à educação ambiental que conscientizem a população da

importância de sua participação ativa para a manutenção da qualidade ambiental

local.

Com a implantação da coleta seletiva será necessária a inserção da

educação ambiental, através de painéis nos caminhões, placas, palestras,

panfletos. De acordo com a Lei 12.305/10, deve-se criar programas e ações de

educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a

reciclagem dos Resíduos Sólidos.

9.2 PROGRAMAS DE LOGÍSTICA REVERSA

A logística reversa é instrumento de desenvolvimento econômico e social

caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a

viabilizar a coleta e a restituição dos Resíduos Sólidos ao setor empresarial.

O sistema de logística reversa, trazida pela Lei da Política Nacional de

Resíduos Sólidos, determina no artigo 33 que fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos

lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de

sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes

estruturem e implementem sistemas de logística reversa na forma de retorno dos

produtos pós consumo, de forma independente do serviço público de limpeza

urbana.

O Decreto n.° 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamentou a

Política Nacional de Resíduos Sólidos, ratificou a relevância dada à logística

reversa e criou o Comitê Orientador para a Implantação de Sistemas de Logística

Reversa - CORI.

O CORI tem por finalidade definir as regras para devolução dos

materiais/resíduos às indústrias para reaproveitamento em seu ciclo ou em

outros ciclos produtivos. O GTA – Grupo Técnico de Assessoramento também

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 198

criado pelo Decreto N° 7.404/10, apoia o CORI, e possui a incumbência de

conduzir as ações de governo para a implantação de sistemas de logística

reversa, e têm centrado esforços na elaboração de acordos setoriais visando

implementar a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

O GTA criou cinco grupos técnicos temáticos que discutem cadeias

identificadas inicialmente como prioritárias, sendo elas:

Medicamentos Vencidos;

Eletroeletrônicos;

Embalagens em geral;

Óleo lubrificante, suas embalagens e resíduos;

Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista.

Das cinco cadeias criadas, o primeiro a ser estudado e tratado são os

produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

No estado de Minas Gerais encontra-se em andamento a aprovação de

uma Deliberação Normativa COPAM que Estabelece diretrizes para

implementação da logística reversa, cujas decisões foram publicadas no Diário

Oficial do Estado de Minas Gerais DOEMG.

De acordo com essa DN em seu artigo. 2°, os fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes dos produtos, deverão estruturar e implementar

sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo

consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de

manejo dos Resíduos Sólidos. Traz também no artigo. 3° a proposta de

modelagem e compromissos devendo atender o seguinte conteúdo:

I - descrição do sistema de logística reversa dos resíduos, contemplando todas

as etapas do fluxo;

II - unidades de apoio à coleta, armazenamento temporário, manuseio,

transporte e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos;

III - identificação dos atores envolvidos e suas respectivas responsabilidades,

considerando a criação de uma entidade gestora do sistema;

IV - plano de implementação do sistema de logística reversa constando a sua

evolução e abrangência, além da identificação dos custos envolvidos e

respectivos responsáveis;

V - metas a serem atingidas;

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 199

VI - processos de divulgação e comunicação;

VII - sistema de informação, com acesso a todos os atores envolvidos, inclusive

o Estado, para o gerenciamento e acompanhamento da implantação e operação

do sistema de logística reversa.

É importante destacar que os produtos relacionados acima que entram na

cadeia da logística reversa, são de responsabilidade do fabricante. Os

distribuidores, importadores e demais participantes da comercialização ou

revenda devem ser co-responsáveis pela destinação desses materiais.

A participação das prefeituras nesse sistema de logística reversa é

usufruir de seu poder público, criando leis, para que os estabelecimentos

comerciais recebam os produtos de maneira a devolver aos fabricantes,

importadores ou distribuidores. A prefeitura através de seu poder público pode

estabelecer diretrizes e metas para que os munícipes e estabelecimentos se

adaptem ao novo sistema de destinação dos produtos da logística reversa.

Propõe-se para o município de Belmiro Braga a elaboração de um sistema

de logística reversa, buscando parcerias formais com empresas devidamente

licenciadas às quais promovam destinação adequada aos resíduos como pilhas

e baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas

fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos

eletroeletrônicos.

Para a destinação final ambientalmente adequada de determinados

resíduos aos quais há a possibilidade de aplicação de logística reversa as

prefeituras podem contar com o auxílio de algumas empresas fabricantes,

instituições, associações, etc. No apêndice I são fornecidas informações

referentes a algumas dessas empresas, cuja atividade é desenvolvida visando a

destinação final adequada de Resíduos Sólidos e a logísticas reversa em alguns

dos casos, e cuja área de atuação englobe (ou seja, específica para) o Estado

de Minas Gerais:

O armazenamento temporário desse material pode ser realizado em PEV

de forma adequada, separado por classe e destinação. A seguir são

apresentados os tipos de materiais com possibilidade de aplicação de projeto de

logística reversa.

Baterias Automotivas

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 200

Para baterias automotivas o Conselho Nacional do Meio Ambiente através

de sua Resolução 257 de 06/99, no artigo 1º traz diretrizes para disciplinar o

gerenciamento ambientalmente adequado de baterias esgotadas, no que tange

a coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final.

Eletroeletrônicos

Além da reciclagem, o reúso e a remanufatura de produtos ou

componentes podem ser uma opção ecológica e econômica ainda melhor, desde

que a oferta e a demanda estejam em equilíbrio. Eletroeletrônicos como

computadores, telefones celulares, cartuchos de tonner ou câmeras fotográficas

descartáveis já estão sendo remanufaturados com sucesso.

Lâmpadas

As lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares contém mercúrio,

substância tóxica nociva ao ser humano e ao meio ambiente. Se rompidas

liberam vapor de mercúrio, que será aspirado por quem as manuseia.

Atualmente, existe tecnologia disponível para descontaminar e reciclar mais de

90% dos subprodutos das lâmpadas.

Pneus

Uma das alternativas para a gestão da coleta, transporte e

armazenamento dos resíduos pneumáticos é a união dos revendedores,

recauchutadores e borracharias, firmando parcerias. Para isso, é necessária a

definição de locais que possam funcionar como pontos de coleta – fruto de uma

estreita parceria entre a iniciativa privada e os governos municipais, envolvendo

programas de conscientização da população para evitar o estoque doméstico

desses resíduos. Como exemplo de reciclagem de pneu, podemos mencionar o

processo que transforma biomassa e resíduos em fonte renovável de energia

elétrica, térmica e inúmeros produtos químicos de ampla aplicação industrial.

Resíduos de Raios X

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 201

Os setores hospitalar e de saúde são enormes produtores de Resíduos

Sólidos e dentre eles encontram-se as chapas de raio-x, é necessário buscar

alternativas para o reaproveitamento da prata e do plástico das chapas de raio-

x. Um dos processos de reutilização das chapas é o tratamento em solução de

soda cáustica para retirada da prata e o material plástico resultante é utilizado

na confecção de embalagens para presentes.

Resíduos de tecidos

Sabe-se que no Brasil existem algumas empresas que reciclam tecidos.

Normalmente estas empresas compram resíduos de tecidos já separados por

cor. Nota-se que no processo de reciclagem, o tecido passa a ser novamente a

matéria-prima que dá continuidade ao novo processo de industrialização.

Madeiras e Pallets de madeira

A maioria dos resíduos de madeira gerados na região amazônica, são

simplesmente abandonados ou queimados sem nenhum fim energético,

resultando em danos ambientais irreparáveis e perdas econômicas significativas.

No caso de madeira industrial a maioria dos resíduos são aproveitados,

principalmente para produção de produtos reconstituídos (painéis de madeira e

celulose) e geração de energia (térmica e elétrica).

Isopor

Devido à falta de informação a coleta e reciclagem desse material ainda

são pequenas. Por ser muito leve o kg é muito barato, para ter algum retorno é

preciso uma quantidade muito grande de isopor o que diminui o interesse por

ele. Atualmente foi desenvolvida uma tecnologia que retira o oxigênio do

material, diminuindo seu volume, utilizando os resíduos de poliuretano - que não

eram recicláveis e jogados no lixo - para fabricar peças tradicionalmente

construídas em madeira. O resultado são peças com o aspecto e densidade da

madeira e que não absorvem água. Também podem ser fabricadas com

poliuretano reciclado muitas peças que hoje são feitas em fibra de vidro,

reduzindo custos e contribuindo para a sustentabilidade.

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9.3 PLANOS DE CONTINGÊNCIAE EMERGÊNCIA

As ações de contingência e emergência possuem finalidade preventiva e

corretiva, tendo como objetivo evitar possíveis acidentes, utilizando métodos de

segurança a fim de evitar o comprometimento ou a paralisação do sistema de

saneamento básico, aumentando o nível de segurança quanto ao atendimento

da população.

Nas obras de saneamento básico e de engenharia civil em geral são

respeitados determinados níveis de segurança, resultantes de experiências

anteriores, além de seguirem rigorosamente as normas técnicas reconhecidas

para planejamento, projeto e construção.

Na operação e manutenção dos serviços de saneamento básico são

utilizadas formas locais e corporativas, que dependem da operadora, no sentido

de prevenir ocorrências indesejáveis por meio do controle e monitoramento das

condições físicas das instalações e equipamentos, visando minimizar

ocorrências de sinistros e interrupções na prestação contínua dos serviços de

saneamento.

As ações de caráter preventivo, mais ligadas à contingência, possuem a

finalidade de evitar acidentes que possam comprometer a qualidade dos

serviços prestados a segurança do ambiente de trabalho, garantindo também a

segurança dos trabalhadores. Essas ações dependem de: manutenção

estratégica, prevista por meio de planejamento, ação das áreas de gestão

operacional, controle de qualidade, suporte de comunicação, suprimentos e

tecnologia de informação, entre outras.

Já em casos de ocorrências atípicas que possam vir a interromper os

serviços de saneamento básico, situação mais relacionada às situações de

emergência, os responsáveis pela operação devem dispor de todas as estruturas

de apoio como mão de obra especializada, material e equipamento para a

recuperação dos serviços no menor prazo possível. Portanto, enquanto o plano

de contingência aborda ações programadas de interrupção dos serviços, a de

emergência lida com situações de parada não programada.

De uma maneira geral, o plano de emergência e contingência possui ações

e alternativas integradas, no qual o executor leva em conta no momento de

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 203

decisão em face de eventuais ocorrências atípicas. Considera, ainda, os demais

planos setoriais existentes ou em implantação que deverão estar em

consonância com o plano municipal de saneamento básico.

As ações preventivas servem para minimizar os riscos de acidentes, além

de orientar os setores responsáveis a controlar e solucionar os impactos

causados por alguma situação crítica não esperada.

Para serviços de Resíduos Sólidos são elencadas a seguir ocorrências

possíveis para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos,

considerando as diversas atividades que o compõe, sendo previsto seus

respectivos planos de contingência e emergência.

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Quadro 5 - Riscos potenciais – limpeza urbana e manejo de Resíduos Sólidos.

Serviços Ocorrência Plano de contingência/ emergência

Varrição Paralisação do sistema de varrição. Acionar ou contratar funcionários para efetuar a limpeza dos pontos mais críticos e centrais da cidade.

Coleta de resíduos

Paralisação do serviço de coleta domiciliar.

- Empresas e veículos previamente cadastrados seriam acionados para assumir emergencialmente a coleta nos roteiros programados, dando continuidade ao serviço. - Contratação de empresa especializada em caráter de emergência. - Em caso crítico, decretar “estado de calamidade pública”, tendo em vista as ameaças à pública.

Paralisação das coletas seletiva e de resíduos de serviços de saúde.

-Celebrar contrato emergencial com empresa especializada na coleta de resíduos conforme sua classificação.

Paralisação da coleta de resíduos de remoção de objetos e veículos abandonados, bem como de

animais mortos.

-Acionar a Prefeitura -Contratação de empresa especializada em caráter de emergência

Destinação final

Paralisação total do ponto de destinação final. Os resíduos deverão ser transportados e dispostos em cidades vizinhas com a devida autorização do FEAM.

Paralisação parcial do ponto de destinação final, no caso de incêndio, explosão ou vazamento

tóxico.

- Evacuação da área cumprindo os procedimentos de segurança. - Acionamento do corpo de bombeiros mais próximo.

Podas, supressões de vegetação de porte arbóreo

Tombamento de árvores.

- Mobilização de equipe de plantão e equipamentos. - Acionamento de concessionária de energia elétrica. - Acionamento do corpo de bombeiros mais próximo e defesa civil.

Capina e roçagem

Paralisação do serviço de capina e roçagem - Acionar prefeitura para notificação à equipe responsável para cobertura e continuidade do serviço - Contratação emergencial do serviço.

Fonte: Vallenge 2013.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 205

Quadro 6 - Ações de controle operacional e manutenção – Resíduos Sólidos.

Programa Ações

Controle das condições do tratamento ou destino

final

- Realização de medição de massa na entrada da unidade.

- Acompanhar a qualidade do eventual chorume conforme

legislação vigente.

- Monitorar taludes e encostas.

Controle dos equipamentos.

- Registro de horas trabalhadas e consumo de energia

- Controle e correção de variações de tensão, vibração e

temperatura

- Controle de equipamentos de reserva.

Gestão da manutenção

- Cadastro de equipamentos e instalações.

- Programação de:

Manutenção preventiva.

Manutenção preditiva em equipamentos críticos

Limpeza periódica e manutenção de vias de acesso.

- Registro permanente do histórico das manutenções

Prevenção de acidentes nos sistemas

- Plano de ação no caso de incêndio

- Gestão de riscos ambientais em conjunto com órgãos do meio

ambiente

Fonte: Vallenge 2013.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 206

9.4 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - A3P

A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) é um programa que

visa implantar a responsabilidade socioambiental nas atividades administrativas

e operacionais da administração pública, e tem como princípios a inserção dos

critérios socioambientais nas atividades regimentais, que vão desde uma

mudança nos investimentos, compras e contratação de serviços pelo governo

até a uma gestão adequada dos resíduos gerados e dos recursos naturais

utilizados, além de promover a melhoria na qualidade de vida no ambiente de

trabalho (Ministério do Meio Ambiente – MMA).

A A3P foi estruturada a partir de cinco eixos temáticos: uso racional dos

recursos naturais e bens públicos, gestão adequada dos resíduos gerados,

qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização e capacitação dos

servidores, e, licitações sustentáveis. Os princípios da responsabilidade

socioambiental demandam cooperação e união de esforços em torno de causas

significativas e inadiáveis.

A A3P é uma iniciativa que demanda o engajamento individual e coletivo.

É necessário comprometimento e disposição para incorporação dos conceitos

de sustentabilidade, tendo em vista as mudanças de hábitos e a difusão do

programa.

Para auxiliar na implantação foram descritos alguns passos a serem

seguidos pelas instituições como: criar a Comissão A3P, realizar o Diagnóstico

na Instituição, desenvolver projetos e programas para a Sensibilização e

Capacitação, realizar a Avaliação e Monitoramento dessas ações.

Comissão Gestora

Para a adoção da A3P nas instituições, a formação da Comissão Gestora

é um passo importante, pois se constituiu de uma comissão com representantes

de todos os setores, com o compromisso de serem os agentes de socialização

e sensibilização para a adoção de práticas de responsabilidade socioambiental

nos órgãos em todos os setores. Sugere-se que a Comissão tenha de 5 a 10

pessoas para facilitar a comunicação institucional e um entendimento mais

amplo.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 207

Para as instituições que possuem representações em outro Estados da

Federação, ou ainda municípios, sugere-se a constituição de subcomissões para

implementar a A3P. Essas subcomissões devem ser formadas por servidores

locais. É fundamental para a efetiva implantação da Agenda que sejam criados

mecanismos de comunicação interna e troca de informações entre Comissão e

Subcomissões.

Diagnóstico

Depois de formada a Comissão, a próxima etapa é realizar um

levantamento/inventário da situação socioambiental da instituição.

O diagnóstico deve conter informações sobre aspectos dos cinco eixos da

A3P, desde o consumo de bens naturais e política interna de gestão de resíduos

até a avaliação dos programas de qualidade de vida e práticas de sensibilização

dos servidores. Do diagnóstico devem constar:

Levantamento do consumo de recurso natural;

Levantamento dos principais bens adquiridos e serviços contratados pela

instituição;

Levantamento de obras realizadas;

Levantamento sobre as práticas de desfazimento adotadas pela

instituição;

Levantamento de práticas ambientais já adotadas, principalmente com

relação ao descarte de resíduos;

Levantamento de necessidades de capacitação, entre outros que a

Comissão definir.

Sugere-se ainda que a partir dos levantamentos realizados seja calculada

a linha-base para ser utilizada como referencial para a implantação de medidas

socioambientais, principalmente, aquelas relacionadas à redução de gastos

institucionais. Também é aconselhável fazer uma pesquisa de opinião com os

funcionários para identificar os hábitos dos mesmos e assim direcionar melhor

as campanhas de sensibilização.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 208

Plano de Gestão Socioambiental

O Plano de Gestão Socioambiental deve estabelecer os objetivos, os

projetos, atividades ou ações que serão implementadas, as metas a serem

alcançadas, as responsabilidades institucionais – do órgão e dos servidores – e

as medidas de monitoramento. Também devem ser identificados os recursos

disponíveis para a implantação das ações.

Após definição dos objetivos, metas e respectivo plano de ação seguem-

se para etapa de implantação e operacionalização das atividades, para as quais

administração deverá disponibilizar recursos físicos e/ou financeiros adequados.

É necessário ainda, que sejam realizadas campanhas de conscientização e

sensibilização de todos os servidores para a importância da implantação da A3P.

Sensibilização e Capacitação

A Comissão pode desenvolver campanhas, cursos e publicação de

material educativo específico para os servidores. A capacitação contribuiu para

desenvolvimento de competências institucionais e individuais nas questões

relativas à gestão socioambiental.

A Comissão Gestora da A3P deve direcionar as ações de sensibilização

e capacitação de modo a satisfazer as necessidades primordiais da instituição

com o intuito de incentivar a adoção, pelos servidores, de uma postura

socioambientalmente correta. Esse processo deve ser permanente e contínuo,

pois a mudança de hábitos depende do desenvolvimento de cada indivíduo.

Avaliação e Monitoramento

A Comissão deverá realizar avaliações e monitoramentos periódicos com

o intuito de prover informações quanto à eficiência e eficácia do projeto. É

importante que na avaliação sejam identificadas as falhas e os pontos de

melhorias alcançados. Durante o processo de avaliação deve-se considerar a

possibilidade de replanejar as atividades que não estão alcançando os

resultados esperados.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 209

Recomenda-se que a avaliação e o monitoramento sejam realizados por

meio de um conjunto de indicadores de sustentabilidade que permitam mensurar

os avanços alcançados pelas instituições. A definição da linha base visa auxiliar

nesse processo.

Os indicadores de sustentabilidade devem funcionar como ferramentas de

análise e acompanhamento dos processos atuando na base para a formulação

de projetos e ações e para o acompanhamento da execução do Plano de Gestão

Socioambiental. O principal objetivo desses indicadores é permitir que os

gestores aprimorem o conhecimento sobre a realidade da instituição, por meio

de informações que permitam comparar a qualidade da gestão socioambiental.

Usando indicadores de uso de recursos naturais, por exemplo, é possível avaliar

o desperdício e também determinar a eficiência no uso.

Os gestores municipais devem se preocupar em instituir uma agenda

ambiental preocupada com os desafios da sustentabilidade, responsabilidade

social, e voltada para a eliminação do desperdício dos recursos naturais,

seguindo uma tendência global no que diz respeito ao desenvolvimento

sustentável e à responsabilidade da gestão pública. Dentre os objetivos

primários da A3P estão: o combate a formas de desperdício de recursos naturais;

inclusão de critério socioambientais nos investimentos, compras e contratações

públicas; gestão ambiental dos resíduos, incluindo parcerias com catadores para

geração de trabalho e renda.

De forma prática, as diretrizes da A3P já estão inseridas no município

através da intenção de prática de bens sustentáveis, com a implantação da

coleta seletiva, destinação de resíduos a local regular perante o órgão ambiental,

realização de licitações sustentáveis, implantação de logística reversa e ações

de educação ambiental.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 210

10 CENÁRIOS PROPOSTOS

O gerenciamento integrado de RSUs consiste num conjunto articulado de

ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento, que uma

administração municipal desenvolve, baseado em critérios sanitários, ambientais

e econômicos para coletar, tratar e dispor os Resíduos Sólidos de uma cidade.

Existem normas brasileiras, como por exemplo, a de classificação dos

resíduos, bem como indicadores definidos para verificar o grau de eficiência da

gestão do serviço de limpeza pública.

A gestão dos Resíduos Sólidos, desde a sua produção até o seu destino

final, pressupõe o conhecimento sistemático e aprofundado das suas

características, quer quantitativas, quer qualitativas. A caracterização e

quantificação dos resíduos gerados por uma localidade, não é tarefa fácil, mas

de primordial importância para a verificação da eficiência das etapas de

gerenciamento em operação e na proposição de projetos futuros.

Com base nas informações disponíveis para o município de Belmiro Braga

e o resultado das oficinas de mobilização social, apresentados no apêndice III,

este plano busca integrar as demandas observadas no município com as

exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/10, bem como

com as políticas estaduais que vêm sendo implantadas neste setor.

Cabe destacar que a maioria dos municípios de Minas Gerais, de pequeno

porte, não possuem aterros sanitários adequados às exigências das ABNT NBR

15849 de 14/07/2010, que versa sobre o tema. Em sua maioria os municípios

possuem antigos lixões ou aterros em valas simples, hoje chamados de aterros

controlados, cujo conceito foi adotado como uma situação intermediária a

solução definitiva, legal e tecnicamente adequada às exigências atuais que

certamente dependem de arranjos regionais. De acordo com a Abetre/FGV

(2009) essa necessidade fica ainda mais evidenciada ao verificarmos os estudos

existentes sobre o tema que demonstram que a operação de um aterro sanitário

somente passa a ser economicamente viável a partir de quantitativos diários

superiores a 100 t (Figura 57).

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 211

Figura 57 – Custo de operação de Aterro Sanitário.

Fonte: Abetre/FGV 2009 – Adaptação de INEA 2012.

A esta análise do custo de operação de aterro sanitário, bastante

representativo, especialmente ao considerarmos que um aterro sanitário deve

ser projetado para uma vida útil mínima de 20 anos, há que se considerar os

custos de implantação e encerramento do mesmo que, embora menores que o

custo de operação, não são desprezíveis no computo desta decisão.

Em estudo desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas para a Associação

Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (FGV, 2007) foi estimado o

custo médio de gerenciamento (pré-implantação, implantação, operação,

encerramento e pós-encerramento) de aterros sanitários padrões de grande,

médio e pequeno porte para o depósito de Resíduos Sólidos municipais e

industriais não perigosos (Classe IIA). Os custos de gerenciamento para um

aterro de pequeno porte, representados por aqueles com capacidade de

recebimento de 100 t/dia, encontram-se na tabela 22.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 212

Tabela 22 – Custo médio de aterro de pequeno porte no Brasil.

Etapas do Aterro Distribuição

(%) Custo da Etapa (R$)

Custo Implantação

(R$)

Pré-implantação 1,16 608.087,00 608.087,00

Implantação 5,09 2.669.178,00 2.669.178,00

Operação 86,7 45.468.163,00 0

Encerramento 0,93 486.667,00 486.667,00

Pós-encerramento 6,13 3.212.354,00 3.212.354,00

TOTAL 100 52.444.449,00 6.976.286,00 Fonte: Abetre/FGV, 2009.

A PNRS traz ainda a indicação de uma sequencia prioritária a ser adotada

na gestão de Resíduos Sólidos:

Art. 9o - Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve

ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração,

redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos

sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos

rejeitos.

Essa exigência legal soma-se a necessidade de um processo de gestão

sustentável de resíduos e traz implicitamente consigo a necessidade de ações

como educação ambiental, arranjos setoriais, fomento a reciclagem, cuidados

ambientais adequados e análise de processos.

Especialmente a coleta seletiva, tão desejada ao processo, já vem sendo

implantada nos diversos municípios brasileiros, pois, trata-se de uma atitude

ambientalmente adequada que permite adequar-se à legislação, reduzir custos

no processo de destinação de resíduos e, em grande parte dos municípios, criar

uma solução de inserção social aos catadores autônomos.

O custo médio da coleta seletiva, por sua vez, é cinco vezes maior que o

da coleta convencional segundo dados do Ministério das Cidades (MC/MMA,

2008), entretanto esta relação pode-se alterar em função do modelo operacional

adotado por cada município. Pode-se dizer que as principais dificuldades

encontradas pela grande maioria dos municípios para implantação da coleta

seletiva são:

Informalidade do processo – não há institucionalização;

Carência de soluções de engenharia com visão social;

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 213

Alto custo do processo na fase de coleta;

Dificuldade do município em manter de forma continuada a gestão das

diversas etapas do processo de reciclagem;

Escala insuficiente à sustentabilidade econômica, especialmente em

municípios de pequeno porte.

O modelo de coleta seletiva de baixo custo tem como um dos elementos

centrais a incorporação de forma eficiente e perene de catadores, que se

responsabilizam pela cobertura sistemática, de setores previamente

estabelecidos na área urbana do município, utilizando equipamentos de coleta e

transporte simplificados. A acumulação dos materiais se realiza em instalações

ou pátios no centro da região setorizada.

Cabe ao município criar condições, regulamentações, incentivos e

principalmente dotar o sistema de coleta seletiva de infraestrutura adequada

para permitir a reciclagem, pois esta demanda, sendo em geral a mais onerosa,

na maioria dos casos torna-se o fator limitador a efetivação do sistema. Esta

infraestrutura deverá minimamente prever:

veículos de coleta e transporte do material reciclável;

recipientes coletores ou infraestrutura de apoio estrategicamente

localizados denominados Pontos de Entrega Voluntária (PEVs);

Unidade de Triagem de Recicláveis – UTR.

Os veículos convencionais vêm apenas somar aos carrinhos individuais

adotados pelos catadores, porém sendo bastante necessário para a remoção de

grandes volumes ou no transporte do material já processado até os

compradores. Desta maneira, este plano prevê o custo de aquisição de um

veículo específico para esta atividade, em médio longo prazo, uma vez que a

coleta seletiva imediata utilizará o caminhão já existente, em dias alternados.

O formato dos PEVs igualmente poderá variar de acordo com a

metodologia e logística de coleta adotada pelo município. Estas instalações

servem para estimular as pessoas que separam individualmente seus resíduos

recicláveis a terem um local adequado para entregá-los para a coleta específica,

e podem ser no formato de recipientes posicionados em locais de grande

circulação ou próximos a supermercados, escolas, igrejas, etc., ou ainda ser um

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 214

empreendimento que possa ser aproveitado para o recebimento de vários tipos

de resíduos: construção civil, pneus, eletroeletrônicos, etc.

Quanto à Unidade de Triagem de Recicláveis (UTR), os manuais

elaborados pelos governos federal e estadual para a implementação de UTCs –

Usinas de Triagem e Compostagem - podem ser utilizados para embasamento

da parte física do empreendimento. Entretanto, deve-se levar em consideração

que, nessa área, serão segregados somente resíduos recicláveis provenientes

da coleta seletiva, não havendo triagem de material in natura, em atendimento à

PNRS e em função do resguardo sanitário dos funcionários envolvidos.

Outros resíduos relevantes são os provenientes da construção civil (RCC).

A produção deste tipo de resíduo relaciona-se diretamente com a idade do

município e seu grau de desenvolvimento e sua gestão está definida pela

Resolução CONAMA 307/2002, onde os municípios devem estabelecer o

Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção

Civil. É necessária na gestão deste resíduo, a orientação educativa aos

geradores a fim de que sejam segregados in loco os resíduos inertes dos

contaminantes que deverão ter sua destinação adequada.

Outro resíduo relevante é o proveniente de podas. Para este resíduo este

plano prevê, inicialmente, a realização da coleta específica de resíduos

provenientes de podas e jardinagem e determinação de local no PEVs para

recebimento dos mesmos. Os resíduos ali recebidos poderão ser compostados

e o produto poderá ser utilizado como adubo nos jardins do município e/ou

vendido, e o material lenhoso poderá ser doado para restaurantes, pizzarias, ou

munícipes que utilizem forno a lenha. A aquisição de um triturador móvel que traz

consigo a vantagem de reduzir o volume em até 90%, de preparar este rico

material para compostagem ou para o uso direto na cobertura de canteiros de

jardinagem ou agricultura, é uma ação proposta em médio/longo prazo, e, da

mesma forma que o triturador de RCC, deverá ser adquirido de forma

consorciada.

Em municípios pequenos, em função dos volumes diminutos produzidos

nas obras, é comum que o material produzido seja absorvido diretamente na

obra, em ruas de terra próximas à obra ou em melhoria de estradas vicinais. Em

Belmiro Braga recomenda-se a instalação de PEV com local para recebimento e

segregação deste tipo de resíduo, em curto prazo. Em médio/longo prazo é

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 215

indicada a aquisição de forma consorciada de um triturador de entulhos de

pequeno porte a ser utilizado na área do PEV, capaz de transformar este resíduo

em tamanho de brita, facilitando sua desejada reutilização na manutenção de

ruas e estradas vicinais.

As principais proposições para o sistema de manejo de Resíduos Sólidos

estão colocadas no quadro 11 a seguir.

Quadro 7 – Proposições e prazos quanto ao manejo dos RSUs em Belmiro

Braga.

UNIDADE IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO

Varrição de

vias

públicas/

limpeza

pública

Execução do

serviço

Execução do

serviço

Execução do

serviço e

atualização da

área de

cobertura

Execução do

serviço e

atualização da

área de

cobertura

Coleta de

Resíduos

Sólidos

Domiciliares

- RSD

Revisão /

alteração

contratual.

Fiscalização

da contratada

e

acompanha-

mento da

execução do

serviço

Fiscalizar a

contratada e

acompanhar a

execução do

serviço

Atualizar o

convênio ou

implantar

infraestrutura

para executar o

serviço

Fiscalizar a

contratada ou

manutenção do

serviço

Fiscalizar a

contratada ou

manutenção

do serviço

Atualizar o

convênio ou

implantar

infraestrutura

para executar

o serviço

Coleta

Seletiva

Estudo para

implantação

de sistema de

coleta

seletiva e/ou

PEVs

Implantação e

ações para

cumprimento de

metas

Manutenção e

ações para

cumprimento de

metas

Manutenção e

ações para

cumprimento

de metas

Resíduos

Sólidos do

Serviço de

Saúde

Fiscalizar a

contratada e

acompanhar

a execução

do serviço

Fiscalizar e

acompanhar a

execução do

serviço

Atualizar o

convênio

Fiscalizar e

acompanhar a

execução do

serviço

Fiscalizar e

acompanhar a

execução do

serviço

Atualizar o

convênio

Resíduos de

Construção

Civil - RCC

Adequação

da área de

disposição

final

Estudo para

verificar a

viabilidade de

reaproveitament

Manutenção da

área de

disposição

Manutenção

da área de

disposição

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 216

UNIDADE IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO

Instalação de

Balança e

controle dos

resíduos

recebidos

o/ reciclagem

dos RCC

Implantação de

reciclagem,

obtenção de

equipamento

Implantação de

reciclagem

Destinação

final

Fiscalizar a

contratada e

acompanhar

a execução

do serviço

Fiscalizar a

contratada e

acompanhar a

execução do

serviço

Atualizar o

convênio

Fiscalizar a

contratada e

acompanhar a

execução do

serviço

Fiscalizar a

contratada e

acompanhar a

execução do

serviço

Atualizar o

convênio

Impacto

Ambiental

Execução de

estudo,

projeto e

licenciamento

do

encerramento

do lixão

Obra de

encerramento

do lixão

Monitoramento

do lixão

encerrado

Monitoramento

do lixão

encerrado

Fonte: Vallenge 2013.

10.1 INVESTIMENTOS PARA OS SERVIÇOS

Além dos levantamentos apresentados, é necessário que sejam

determinados os investimentos necessários para a implementação das ações

propostas. Considerando a premissa de que independente da opção de

destinação final escolhida, um aterro sanitário é necessário, mesmo que para

atender uma pequena parcela resultante de outros tratamentos ou o rejeito,

foram consideradas algumas hipóteses:

Hipótese I – com aterro próprio no município;

Hipótese II – com aterro regional consorciado;

Hipótese III – empresa terceirizada.

Os investimentos previstos necessários para cada hipótese são

apresentados nas tabelas 23, 24 e 25.

(conclusão)

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Tabela 23 – Investimentos para Limpeza Urbana – Hipótese I

PROPOSIÇÕES PARA LIMPEZA

PÚBLICA

PRAZO/ CUSTO R$

CURTO MÉDIO LONGO

Coleta +transporte (ao ano) 133.088,00*

4 Veículos para Coleta Seletiva 680.000,00**

Implantação da UTR/PEV 250.000,00**

Operação do UTR/PEV (ano) 144.000,00**

Picador móvel para verdes 70.000,00**

Britador de entulhos 90.000,00**

Elaboração do PMGIRS 0,00

Implantação de Aterro de Pequeno

Porte local 6.976.286,00***

Operação do aterro de pequeno

porte local (ao ano) 2.273.408,15***

SUBTOTAL 0,00 10.616.782,15 0,00

TOTAL GERAL 10.616.782,15

*custos atuais, 2013. **custos estimados, 2013. ***ABETRE/FGV, 2009. Fonte: Vallenge, 2013.

Considerando o custo de operação total da ABETRE (2009) de

R$45.468.163,00 e dividindo-o por 20 anos, estipulado como vida útil mínima

para viabilização do empreendimento, verifica-se um custo operacional anual de

R$2.273.408,15 para a hipótese de um aterro municipal.

Ressalta-se que o veículo coletor tem vida útil de 5 anos, sendo prevista

a aquisição de 4 veículos para os 20 anos de duração do Plano.

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Tabela 24 – Investimentos para Limpeza Urbana – Hipótese II

PROPOSIÇÕES PARA LIMPEZA

PÚBLICA

PRAZO/ CUSTO R$

CURTO MÉDIO LONGO

Coleta +transporte (ao ano) 133.088,00*

4 Veículos para Coleta Seletiva 680.000,00**

Implantação da UTR/PEV 250.000,00**

Operação do UTR/PEV (ano) 144.000,00**

Picador móvel para verdes 70.000,00**

Britador de entulhos 90.000,00**

Elaboração do PMGIRS 0,00

Implantação Aterro Regional

Consorciado 139.525,72***

Operação de Aterro Regional

Consorciado (ao ano) 39.258,51***

SUBTOTAL 0,00 1.545.872,23 0,00

TOTAL GERAL 1.545.872,23

*custos atuais, 2013. **custos estimados, 2013. ***ABETRE/FGV, 2009. Fonte: Vallenge, 2013.

Considerando o custo de implantação da ABETRE (2009) de

R$6.976.286,00, referente a um aterro com capacidade mínima de 100 t/dia,

calculou-se 2% das 100 t/dia (equivalente a 1,7 t/dia do município de Belmiro

Braga), resultando em um valor para a parcela do município de R$139.525,72,

na hipótese de um aterro consorciado, considerando que seja atingida a

capacidade mínima.

Considerando agora o custo de operação total da ABETRE (2009) de

R$45.468.163,00 e dividindo-o por 20 anos, estipulado como vida útil mínima

para viabilização do empreendimento, verifica-se um custo operacional anual de

R$2.273.408,15. Dando continuidade ao raciocínio, dividiu-se o valor obtido por

36.500 t, equivalente à capacidade mínima de 100 t/dia multiplicada por 365 dias

no ano, obtendo-se o valor de R$62,28 por tonelada. Ao multiplicar este valor

pelas 630,35 t/ano geradas no município, verifica-se um custo operacional anual

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 219

de R$39.258,51 para a hipótese de um aterro consorciado. Novamente,

considerando que seja atingida a capacidade mínima.

Tabela 25 – Investimentos para Limpeza Urbana – Hipótese III

PROPOSIÇÕES PARA LIMPEZA

PÚBLICA

PRAZO/ CUSTO R$

CURTO MÉDIO LONGO

Coleta +transporte (ao ano) 133.088,00*

4 Veículos para Coleta Seletiva 680.000,00**

Implantação da UTR/PEV 250.000,00**

Operação da UTR/PEV (ano) 144.000,00**

Picador móvel para verdes 70.000,00**

Britador de entulhos 90.000,00**

Elaboração do PMGIRS 0,00

Encaminhamento para terceiros (ao ano) 32.078,40*

SUBTOTAL 0,00 1.399.166,40 0,00

TOTAL GERAL 1.399.166,40

*custos atuais, 2013. **custos estimados, 2013. Fonte: Vallenge, 2013.

Os resultados apresentados correspondem aos custos unitários de

investimentos, de operação dos equipamentos e os custos totais, nesse caso

considerando as hipóteses mencionadas: aterro sanitário próprio aterro regional

consorciado e terceirização.

Conforme, quadro 12 da ABETRE, o custo de investimento de um novo

empreendimento de destinação final, contempla pré-implantação (projeto e

licenciamento) e implantação (obras) de caráter imediato e ainda encerramento

e pós-encerramento (monitoramentos) a serem executados no futuro (pós vida

útil).

Para a apresentação dos custos por habitante na primeira hipótese, foram

considerados como investimento, os valores imediatos do aterro

(R$3.277.265,00), assim como a compra do veículo coletor e a implantação do

PEV. Não sendo considerada a obtenção do picador e britador, propostos

apenas na forma consorciada.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 220

E foram considerados como custos operacionais os gastos com coleta e

transporte atuais, a operação do PEV proposto e ainda os valores futuros de

investimento do aterro (R$3.699.021,00) que deverão ser aportados

mensalmente para formação de um Fundo de Reserva, obtido da divisão do total

por 20 anos para se obter o valor anual de R$184.951,05, sendo equivalente a

R$15.412,59 mensais.

Na segunda hipótese foram considerados os valores da ABETRE,

conforme a primeira hipótese, porém na porcentagem da parcela do município,

considerando a capacidade do aterro e na terceira hipótese tais custos não foram

abordados por não haver a proposta de um novo empreendimento.

Tabela 26 – Resultado do Investimento Anual para o sistema de Limpeza

Urbana - Hipótese I Aterro Sanitário Próprio

Custo de Investimento Anual R$ 6.942.712,20

População Total

Custo X População R$ 2.010,05

* Fonte: ABETRE/FGV, 2009.

Tabela 27 – Resultado do Investimento Anual para o sistema de Limpeza

Urbana - Hipótese II Aterro Regional Consorciado

Custo de Investimento Anual R$ 1.315.590,83

População Total

Custo X População R$ 380,89 * Fonte: ABETRE/FGV, 2009.

Tabela 28 – Resultado do Investimento Anual para o sistema de Limpeza

Urbana - Hipótese III Empresa Tercerizada

Custo de Investimento Anual R$ 1.239.166,40

População Total

Custo X População R$ 358,76 * Fonte: ABETRE/FGV, 2009.

Os dados acima mostram os custos dos tipos de destinações finais

disponíveis de acordo com a legislação vigente para o município dispor seus

Resíduos Sólidos, sendo as opções menos custosas apresentadas na seguinte

sequencia: empresa terceirizada, aterro regional e por último, aterro próprio.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 221

11 INDICADORES DE EFICIÊNCIA E METAS

Deve-se buscar a ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios aos

serviços públicos de saneamento básico conforme suas necessidades, e com

prestação de serviços realizada da maneira mais eficaz possível. Entende-se por

saneamento básico "o abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana

e manejo dos Resíduos Sólidos realizados de forma adequada à saúde pública e à

proteção do meio ambiente". Para tanto se deve considerar:

A. Qualidade e eficiência dos serviços

Proporcionar maior qualidade nos serviços de gerenciamento dos Resíduos

Sólidos, oferecendo opções que atendam às demandas do município.

B. Minimização

Redução da geração e da quantidade de resíduos destinados aos aterros

sanitários, através de programas de reciclagem e de reaproveitamento de resíduos.

C. Redução nos impactos ambientais

Os impactos ambientais diminuem na medida em que são dados tratamentos

adequados aos resíduos. A redução de resíduos destinados aos aterros sanitários é

prioritária por representar simultaneamente a diminuição dos impactos ambientais, da

poluição provocada pela emissão de gases e a economia de recursos naturais,

resultando em uma significativa redução de custos dos serviços de limpeza pública.

D. Controle social

Entende-se por controle social "o conjunto de mecanismos e procedimentos que

garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos

processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados

aos serviços públicos de saneamento básico”. E ainda o contínuo trabalho de

educação ambiental e conscientização, chave do bom andamento das ações.

E. Soluções consorciadas

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O objetivo é a adoção de soluções graduais e progressivas e com a gestão

regionalizada dos Resíduos Sólidos. Tem-se o incentivo à cooperação intermunicipal,

estimulando a busca de soluções consorciadas e a solução conjunta dos problemas

de gestão de resíduos de todas as origens.

Para uma gestão mais eficiente e qualificada dos serviços de limpeza urbana e

manejo de Resíduos Sólidos, conforme preconiza a Lei n º 11.445/2007 e as Políticas

Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos é necessário o estabelecimento de diretrizes

e metas com ações de curto, médio e longo prazo. Para tanto, as seguintes diretrizes

são apontadas:

Nas metas e prazos propostos nos itens descritos a seguir, são apresentadas

taxas esperadas de aumento gradativo dos percentuais de reciclagem e

reaproveitamento dos resíduos gerados que resultarão na redução da quantidade total

de resíduos encaminhados à destinação final, cuja, justificativa é relacionada a cada

item abordado. Para tanto, as seguintes diretrizes são apontadas:

11.1 ÍNDICE DE COBERTURA DO SERVIÇO DE COLETA REGULAR DE

RESÍDUOS DOMICILIARES EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO TOTAL

São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para

universalização da cobertura do serviço de RSDs.

A. Objetivo

Manter o índice de cobertura de coleta em 100% dos domicílios do município.

B. Equação para o calculo do indicador

𝐼𝑅𝐶 =𝐷𝐵𝐶

𝐷𝑇× 100

Onde:

IRC: índice de resíduos coletados (%);

DBC:= número de domicílios beneficiados por coleta (und);

DT = número de domicílios totais (und).

C. Metas e prazos propostos

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 223

Ano 2014 2018 2022 2026 2030 2034

Caa 100% 100% 100% 100% 100% 100%

∑ 100% 100% 100% 100% 100% 100% Fonte: Vallenge, 2013.

D. Justificativa

Esta meta aborda a manutenção da coleta de resíduos domiciliares

considerando incremento na taxa de geração, conforme apresentado anteriormente

neste caderno.

11.2 ÍNDICE DE COBERTURA DO SERVIÇO DE COLETA SELETIVA EM RELAÇÃO

À POPULAÇÃO TOTAL

São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para

universalização da cobertura do serviço de RSDs.

A Objetivo

Atingir e manter o índice de cobertura de coleta em 100% dos domicílios do

município.

B Equação para o calculo do indicador

𝐼𝑅𝐶 =𝐷𝐵𝐶

𝐷𝑇× 100

Onde:

IRC: índice de resíduos coletados (%);

DBC:= número de domicílios beneficiados por coleta (und);

DT = número de domicílios totais (und).

C Metas e prazos propostos

Ano 2014 2018 2022 2026 2030 2034

Caa 1%* 99% -** -** -** -**

∑ 1%* 100% 100% 100% 100% 100% Fonte: Vallenge, 2013.

D Justificativa

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Esta meta aborda a implantação e manutenção da coleta de resíduos

recicláveis considerando incremento na taxa de geração, conforme apresentado

anteriormente neste caderno.

11.3 ÍNDICE DE RECUPERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SECOS

São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para

recuperação dos resíduos sólidos secos.

A. Objetivo

Aplicar taxa de reciclagem de 42% do volume de resíduos sólidos secos

produzidos ao longo do plano.

B. Equação para o calculo do indicador

𝐼𝑅𝑆𝑆 =𝑄𝑀𝑅𝑆

𝑄𝑇𝐶× 100

Onde:

IRRS: índice de recuperação de resíduos secos (%);

QMRS:= quantidade de materiais recuperados secos (t/dia.);

QTC = quantidade total coletada (t/dia).

C. Metas e prazos propostos

Ano 2014 2018 2022 2026 2030 2034

Caa 2% 8% 8% 8% 8% 8%

∑ 2% 10% 18% 26% 34% 42% Fonte: Vallenge, 2013.

D. Justificativa

Esta meta aborda a adesão da população ao programa de coleta seletiva,

buscando uma redução de 11,64% dos resíduos domiciliares encaminhados à

destinação final no município e de 57,34% dos resíduos sólidos secos que fazem parte

deste todo.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 225

11.4 ÍNDICE DE RECUPERAÇÃO DOS RESÍDUOS DE VERDE E PODA

São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para

recuperação dos resíduos sólidos orgânicos.

A. Objetivo

Aplicar taxa de reaproveitamento de 100% do volume de resíduo verde e de

poda, produzidos ao longo do plano.

B. Equação para o calculo do indicador

𝐼𝑅𝑅𝑂 =𝑄𝑀𝑅𝑂

𝑄𝑇𝐶× 100

Onde:

IRRO: índice de recuperação de resíduos orgânicos (%);

QMRO:= quantidade de materiais recuperados orgânicos (t/dia.);

QTC = quantidade total coletada (t/dia).

C. Metas e prazos propostos

Ano 2014 2018 2023 2026 2030 2034

Caa 15% - 35% 25% 25% -

∑ 15% 15% 50% 75% 100% 100% Fonte: Vallenge, 2013.

D Justificativa

Esta meta aborda a coleta seletiva de resíduos verde e de poda, obtendo uma

redução de 5,38% dos resíduos domiciliares encaminhados à destinação final no

município e de 56,25% dos resíduos verdes e de poda que fazem parte deste todo.

No Apêndice II é apresentado um modelo de formulário com os indicadores a

serem monitorados ao longo do plano.

A análise dos indicadores deverá ser feita anualmente e em forma de gráficos,

pois promovem a identificação de melhorias, atraso ou a estabilização do processo

avaliado e, desta forma, determinam as ações corretivas para adequação do sistema

para as correções quadri-anuais do PMGIRS, em atendimento a PNRS.

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 226

Ressalta-se também que deverão ser realizadas vistorias nas instalações, com

o objetivo de conferir se as práticas indicadas estão sendo atendidas corretamente.

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CONCLUSÃO FINAL

A conscientização das pessoas quanto à degradação do meio ambiente ainda é

um assunto desconhecido para muitos; os métodos de regeneração do solo e

bioalternativas ainda são pouco divulgados. Destinação final de resíduos é um

assunto que tem sido tratado com muita cautela, pois há grande preocupação mundial

quanto à preservação do meio ambiente. Ao mencionar o termo “meio ambiente” há

de pensar não somente na preservação da fauna e flora ameaçada da região, mas

também nas inter-relações envolvidas que afetam os ecossistemas de forma holística:

os indivíduos devem conviver e dividir espaços com objetivos em comum, de maneira

ambientalmente harmoniosa.

Seja um município de porte médio ou pequeno que não dispõe de recursos

técnicos, financeiros e gerenciais para as ações necessárias à adequação de suas

responsabilidades ambientais; municípios com dificuldades em encontrar um terreno

viável para o aterro, razão de possuir um significativo espaço territorial protegido por

leis, um município emancipado que herdou o lixão do município-mãe ou um município

que dispõe de terreno e incinerador, mas não possui condições de mantê-lo, o fato é

que as questões relativas às competências sobre o serviço de gerência de resíduos

pode e deve ser compartilhada entre os entes, especialmente entre municípios

(MOISÉS, 2001).

As diretrizes precisam ser entendidas como ações norteadoras e para que

possam ser traçadas estratégias, metas e ações, devem ser considerados os diversos

tipos de responsabilidades da gestão compartilhada dos resíduos, como:

responsabilidades pelos serviços públicos de limpeza urbana e manejo, e pelos

resíduos gerados em instalações públicas; responsabilidades dos entes privados

pelos resíduos gerados em ambientes sob sua gestão; responsabilidades decorrentes

da logística reversa e da implementação de Plano de Gerenciamento obrigatório; e,

responsabilidades do consumidor/gerador domiciliar.

Haja vista o exposto é indicado que as ações relacionadas a RSU sejam

tomadas pelo município de Belmiro Braga, considerando a participação social como

principal forma de efetivá-las, buscando assim atingir as metas aqui estabelecidas e

ao completo atendimento à Lei 12.305/2010.

No entanto, para que isto ocorra, a Prefeitura deve contar com instrumentos

jurídicos que permita, ou facilite, o cumprimento das ações e metas, seja a adoção de

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 228

medidas que venham a promover a reciclagem e reutilização de resíduos, assim como

medidas que propicie a implantação de um sistema de destinação final adequado para

os RSUs.

Estudos continuados sobre os resíduos, especialmente com o aumento do

controle dos resíduos e criação de dados/quantitativos mais fortes e detalhados

permitirão a adoção de ações ainda mais pontuais e assertivas quanto a redução e

correta destinação dos mesmos.

Nesse sentido, deve a prefeitura inicialmente, junto ao legislativo municipal,

instituir um Decreto Municipal que designe a política municipal de Resíduos Sólidos

(modelo de minuta apresentada a seguir), a qual deve ser abrangente e permita um

completo gerenciamento dos RSUs desde a geração até a destinação final.

DECRETO N° XXXX, DE XX DE XXXXXX, DE 20XX. Aprova o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do Município de XXXXXXX e dá outras providências. XXXX XXXXXXXX, PREFEITO MUNICIPAL DE XXXXXXX, no uso de suas atribuições legais e, Considerando que a Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, inclui no mesmo os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, determinando que caberá ao titular dos serviços, no caso o Município de XXXXXXX, elaborar os planos de saneamento básico nos termos da referida Lei; Considerando que o artigo 19 da mencionada Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, permite que o plano de saneamento seja específico para cada serviço; Considerando que a Lei Federal nº 12.305/10, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevê a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, indicando os componentes mínimos do mesmo e definindo que será editado pelo titular do serviço público; Considerando que o parágrafo primeiro do Artigo 19 da Lei Federal nº 12.305/10 prevê que o Plano de Gestão Integrada possa integrar o Plano de Saneamento Básico de Resíduos Sólidos desde que respeitado o conteúdo mínimo disposto na citada legislação federal; e Considerando que foram realizadas as oficinas e a consulta pública sobre a proposta do Plano; D E C R E T A:

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Art. 1º Fica aprovado o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do Município de XXXXXXX, em Anexo. Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Prefeitura Municipal de XXXXXXX, XX de XXXXXXX de 20XX. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Prefeito Municipal Publicado na Secretaria de XXXXXXXXXXX, XX de XXXXXXX de 20XX. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Secretário de XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Departamento Técnico Legislativo

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 235

Deliberação Conjunta COPAM n° 180/12, que dispõe sobre a regularização ambiental

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resíduos sólidos urbanos instalados ou operados em sistema de gestão compartilhada

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13 APÊNDICES

APÊNDICE A – Programas Estaduais de Coleta Seletiva

APÊNDICE B – Relação de Desenvolvedores.

APÊNDICE C – Modelo de formulário de indicadores

APÊNDICE D – Oficina de participação social

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 247

APÊNDICE A

Programas Estaduais de Coleta Seletiva

A PERS, instituída pela Lei n.° 18.031, de 12 de janeiro de 2009, consolidou os

referenciais de natureza jurídica e institucional no sentido de estimular a atuação dos

diversos agentes envolvidos para sua execução no âmbito do Estado.

O Plano Estadual de Coleta Seletiva (PECS) foi elaborado de forma conjunta

pelas equipes interdisciplinares da FEAM, da Fundação Israel Pinheiro (FIP) e do

Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA), sob a coordenação do

Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR).

O PECS aborda, fundamentalmente, a promoção de instrumentos do

desenvolvimento social, ambiental e econômico, reforçar o uso de matérias-primas e

insumos, bem como incentivar o desenvolvimento de novos produtos e processos que

utilizem materiais recicláveis e reciclados, promover a atuação dos catadores de

materiais recicláveis nas ações que envolvam o fluxo de resíduos sólidos e a

responsabilidade socioambiental compartilhada entre Poder Público, geradores,

transportadores, distribuidores e receptores desses resíduos.

Tendo em vista a dimensão territorial e as diversidades regionais de Minas

Gerais, o PECS propõe, além de requisitos, um sistema de classificação para

possibilitar a avaliação dos municípios quanto às práticas de gestão de resíduos

sólidos urbanos existentes, de modo a estabelecer uma lista com a priorização para o

apoio à implantação ou ampliação do serviço de coleta seletiva. O Estado prioriza

apoio aos municípios com menor população urbana, conforme os resultados do último

Censo disponibilizado pelo IBGE, e conta com alguns benefícios instituídos pelo

Governo de Minas, que possibilita estruturar-se na questão da coleta seletiva,

associações e cooperativas.

Atualmente o Estado Mineiro possui o Projeto Reciclando Oportunidades –

Gerando Trabalho e Renda e o Bolsa Reciclagem.

Projeto Reciclando Oportunidades

O Projeto Reciclando Oportunidades foi criado pelo CMRR, em apoio aos

municípios, com o propósito de atuação articulada para as regiões do Triângulo

Mineiro e Alto Paranaíba, Colar Metropolitana, Sul de Minas, Noroeste, Vale do

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 248

Jequitinhonha e zona da mata, onde se concentram grande parte dos lixões do Estado

e onde o trabalho infantil vem sendo alternativa de aporte de renda única e/ou

adicional para subsistência das famílias.

O projeto, realizado pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (SERVAS) e

Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPE/MG), com interveniência do CMRR,

é voltado para o fortalecimento dos processos organizativos dos catadores de

materiais recicláveis, através da abordagem dos gestores públicos locais e a

mobilização social para implantação da coleta seletiva e da educação ambiental para

a disposição correta dos RSU. Além da implantação da coleta seletiva, visa auxiliar os

municípios mineiros a realizarem a coleta com a inclusão sócia produtiva de catadores

de matérias recicláveis.

De acordo com o CMRR, o Reciclando Oportunidades começou em 2012

envolvendo cerca de quarenta municípios das regiões do Colar Metropolitano, Sul de

Minas, Noroeste, Triângulo Mineiro, Zona da Mata e Vale do Jequitinhonha.

atualmente na zona da mata somente o município de Manhumirim é contemplado pelo

projeto.

Na zona da mata o trabalho foi iniciado com avaliações do sistema de limpeza

urbana, mobilizações, levantamento de dados, análise gravimétrica de terreno e

monitoramento das rotas de transportes dos RSU.

Para receber o auxílio para implantação desse projeto é necessário que as

prefeituras entrem em contato com o CMRR e manifestem o seu interesse através de

um ofício, sendo esse visto com prioridade e maior importância se for demandado pelo

Prefeito e encaminhado até o CMRR. O processo de implantação do projeto demora

em média 18 meses.

Programa Bolsa Reciclagem

O Governo de Minas criou também o Programa Bolsa Reciclagem, instituído

pela Lei n.° 19.823/11 que concede incentivo financeiro às cooperativas e associações

de agentes ambientais para estimular a segregação, o enfardamento e a

comercialização dos seguintes materiais recicláveis:

I – papel, papelão e cartonados;

II – plásticos;

III – metais;

IV – vidros; e

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 249

V – outros resíduos pós-consumo, assim definidos por ato do Comitê Gestor da Bolsa

Reciclagem.

De acordo com a Lei o Programa tem por objetivo o estímulo à reintrodução de

materiais recicláveis em processos produtivos, com vistas à redução da utilização de

recursos naturais e insumos energéticos, com inclusão social de agentes ambientais.

Há ainda o Decreto n.° 45.975/12 que estabelece normas para a concessão desse

apoio.

O Programa possui natureza jurídica pela contraprestação de serviços

ambientais, com a finalidade de minimizar o acúmulo do volume de rejeitos e a

pressão sobre o meio ambiente, conforme diretrizes da PNRS, disciplinada pela Lei

n.° 18.031, de 12 de janeiro de 2009.

Para realizar o cadastro obrigatório é necessário atender alguns requisitos, tais

como: estar legalmente constituída há mais de um ano, ter como cooperados ou

associados somente pessoas capazes e que estejam no efetivo exercício da atividade,

no caso de cooperados com filhos em idade escolar, esses devem estar regularmente

matriculados e frequentes na escola, entre outros.

O incentivo é concedido trimestralmente em forma de auxílio pecuniário. O valor

disponibilizado é de no mínimo, um quarto do total previsto orçamentária e

financeiramente para cada exercício. Dos valores transferidos às cooperativas e

associações, no mínimo 90% são repassados aos catadores, cooperados ou

associados, permitida a utilização do restante em custeio de despesas administrativas

ou de gestão, investimento em infraestrutura e aquisição de equipamentos,

capacitação de cooperados e associados, formação de estoque de materiais

recicláveis, divulgação e comunicação.

A remuneração dos serviços é calculada tomando por base as notas fiscais ou

recibos emitidos por empresas compradoras de materiais recicláveis. Na primeira fase

de implantação do Programa é remunerada a coleta de papel, plástico, vidro e metal.

As cooperativas ou associações de agentes ambientais que receberem o

incentivo deverão apresentar ao CMRR, anualmente, relatório físico e financeiro de

execução dos repasses e uso dos recursos recebidos, para análise e aprovação do

Comitê Gestor.

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APÊNDICE B

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APÊNDICE C

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PMGIRS - Belmiro Braga/MG 256

APÊNDICE D

Oficina de participação social

O desenvolvimento da Oficina de Participação Social se deu inicialmente

através de contato telefônico com a Sra. Milena de Oliveira, Chefe de Controle

Ambiental da Prefeitura, para solicitar o agendamento de data e horário para a

realização da Oficina para apresentação do Diagnóstico Inicial de Caracterização dos

Resíduos Sólidos do município parte integrante do Plano Municipal de Gestão

Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS, além de determinação de local apropriado

para este fim.

A data sugerida pela Sra. Milena de Oliveira foi dia 19 de junho de 2013, às

18h00min, bem como o local, a Paróquia da Igreja Matriz, Igreja Matriz de Sant’Ana,

sito à Rua Nicola Falci, 28, Centro, que foram imediatamente aceitos pela Vallenge

para a realização da Oficina solicitada. O dia específico foi escolhido intencionalmente

para que ocorresse concomitantemente com uma reunião de Pais e Mestres.

Foi requerido ainda, pela Vallenge, o atendimento aos seguintes itens mínimos

para realização do evento:

Carta de indicação de participante por parte da prefeitura;

Divulgação do evento (comunicado, rádio, carro de som, informativos nas

escolas, menção em alto falante da prefeitura ou igreja, etc.);

Um local apropriado para receber pelo menos 100 pessoas;

Datashow para a apresentação dos slides do Diagnóstico;

Microfone; e

Acesso à água e banheiros feminino e masculino.

Sobre a carta solicitada, (Figura 1) a mesma deve ser emitida pelo Prefeito do

Município, informando sua participação ou indicando um representante da prefeitura

para estar presente na Oficina, com a finalidade de responder pela Prefeitura, caso

hajam questionamentos que remetam a compromissos a serem firmados ou ainda,

assuntos adversos ao tema principal.

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Figura 1 - Carta de Indicação do Representante da Prefeitura.

No município de Belmiro Braga, foi indicado o Sr Vinicius Fabb’i Bomfonte,

Secretário de Governo, para representar o Sr. Sergio Candido Bomfonte, Prefeito do

Município, na Oficina e dar assistência necessária.

Sobre a divulgação foi solicitado:

Se feita através de jornal de circulação, rádio ou carro de som terceirizado,

encaminhar uma cópia do contrato ou do recibo, deste serviço realizado;

Se feita por alto falante da Prefeitura ou carro de som da mesma ou qualquer

meio de divulgação da própria Prefeitura, encaminhar uma carta, assinada pelo

Prefeito, confirmando que a divulgação à população foi devidamente realizada com

antecedência para que todos obtivessem acesso a informação;

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Neste caso, a divulgação foi realizada através do alto falante da Igreja Matriz e

por meio de comunicação escolar através de panfletagem aos Departamentos da

Prefeitura, conforme Figura Figura2, a seguir.

Figura 2 – Panfleto de divulgação da Oficina.

A Oficina teve início às 18h55min com uma breve apresentação feita pela Srta.

Denise Maciel (Analista Ambiental) com a colaboração de da pesquisadora Srta.

Fernanda Rodrigues (Analista Ambiental) que auxiliou com a distribuição de materiais

e foto/filmagem do evento.

A apresentação foi iniciada informando a todos quem era a AGEVAP e como

ela atua, a Vallenge, o vínculo ou inexistência do mesmo com a Prefeitura, as Leis de

Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07) e de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10), e

quais as vantagens do PMGIRS para o município, não só pelo cumprimento da Lei

como pelos benefícios que este traria em referência a gestão de resíduos local.

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Foram apresentadas algumas especificidades do município como a população

de 3.403 habitantes, a área territorial de 393 km2 e quantidade de resíduos gerados

por habitante que é de 23,5 kg/mês. Foi informada na apresentação que em

atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei n0. 12.305/10, os resíduos

do município foram classificados em domiciliares, resíduos industriais, recicláveis,

construção civil, pneus, eletroeletrônicos, pilhas e baterias, resíduos verdes, pode e

varrição, resíduos de serviço de saúde, perigosos e resíduos cemiteriais.

Foi passado ao município todo o diagnóstico dos resíduos de Belmiro Braga.

Como são coletados, quem coleta, pra onde são destinados, quantidade de resíduos

gerados por habitantes por mês. Vital Engenharia Ambiental, no município de Juiz de

Fora/MG, Aterro Sanitário Regularizado, devidamente licenciado ao órgão estadual,

os resíduos de construção civil são destinados à manutenção de estradas rurais, os

resíduos de pneus são recolhidos pela Recauchutadora Rio Branquense, porém,

informalmente, não há nenhum contrato específico com a Prefeitura, e cemiteriais, são

recolhidos como serviço de limpeza urbana e encaminhados também para o Aterro

Sanitário.

No caso de recicláveis, não há um projeto específico e formal, porém, a

Prefeitura estimula os moradores a reciclarem, através de oficinas já realizadas no

município e os funcionários da Prefeitura, ao coletar os resíduos, fazem a separação

e vendem, também de forma informal.

Os resíduos de serviço de saúde são coletados e transportados pela ACISPES

(Agência Nacional de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé de Serra) situada em

Juiz de Fora/MG, a ACISPES é responsável também por atendimentos médicos

exames, ela oferece esses serviços e também o transporte para mobilizar pacientes

da sua própria cidade para a sua sede em Juiz de Fora e recolhe também resíduos

hospitalares de outros municípios dando sua destinação adequada. Os resíduos são

encaminhados para empresa SERQUIP localizada em Ubá/MG, devidamente

licenciada. Serquip Tratamento de Resíduos é responsável pela incineração de

resíduos hospitalares.

Essas e demais informações passadas na apresentação constam dos Slides

da apresentação conforme Figura 3.

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Figura 3 – Slides da apresentação.

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Ao fim da apresentação foram explanadas as etapas seguintes de execução do

PMGIRS e já feito um convite inicial para a Oficina a ser realizada em etapa posterior.

Após a apresentação foi dado uso da palavra à população.

O primeiro a se manifestar foi um participante fez uma pergunta sobre a questão

de Saneamento e a Srta. Denise Maciel (Analista Ambiental) passou para o Secretário

de Planejamento de Saneamento da Prefeitura, para dar a resposta de acordo. Em

relação especificamente à resíduos, não foram feitos questionamentos durante a

apresentação e a Oficina foi encerrada.

Após o encerramento, entretanto, a população procurou a equipe para tirar

dúvidas sobre reciclagem específicas, de como separar determinados tipos de

materiais ou se um material específico possui alguma forma de reciclagem. Os

questionamentos foram respondidos no mesmo momento, de acordo com a

experiência da equipe.

A cessão foi encerrada às 19h45min com a palavra final da Srta. Denise Maciel

(Analista Ambiental), agradecendo a presença de todos.

Para auxílio e bom andamento da Oficina a Vallenge disponibilizou uma lista

de presença, bloco de folhas destacáveis para eventuais perguntas, sugestões ou

críticas dos munícipes, uma urna para serem depositadas as filipetas com perguntas,

sugestões ou críticas e ainda nos slides da apresentação foram disponibilizados dois

números de telefone locais e e-mail para possíveis contatos futuros dos munícipes.

Não foram obtidas sugestões na urna.

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Figura 4 - Filipeta Modelo.

De acordo com a lista de presença (Figura 5), 38 pessoas estavam presentes,

entre elas, Prefeito do Município, Sr. Sergio Candido Bomfonte, Secretário de

Governo, Sr. Vinicius Fabbi Bomfonte, Secretário de Planejamento em Saneamento,

Sr. Daniel Vezzaro, Chefe de Controle Ambiental, Srta. Milena de Oliveira, Secretário

de Saúde, Sr. Carlos Henrique, Secretária de Assistência Social, Sra. Patrícia

Fernandes, Funcionários da Prefeitura, Representante do CBH-rio Preto/Paraibuna,

Sr. Maurício Boaventura Bernardo, Polícia Militar, Sr. Fabrício Alves Bretas de

Almeida, Professores, Estudantes e População.

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Figura 5 – Lista de presença.

Nas figuras a seguir (Figura 6 a 17) segue o relatório fotográfico da Oficina de

apresentação do Diagnóstico Inicial de Caracterização dos Resíduos Sólidos do

município para elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos – PMGIRS.

Foi verificado interesse dos presentes, todos se mostraram dispostos a

colaborar com o Plano e sua implantação no município, ressaltando em comentários

abertos a importância do Plano e de todos os benefícios que ele trará ao município. A

Prefeitura mostrou-se satisfeita com o trabalho técnico e a população adquiriu

confiança em relação ao serviço que a equipe está realizando, agregando valor ao

diagnóstico que está sendo elaborado, pois novas informações foram apresentadas.

Figura 6 - Local da Oficina.

Figura 7 – Local da Oficina

.

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Figura 8 - Pessoas assinando a lista de

presença.

Figura 9 – Prefeito Sergio Candi Bomfonte assinando a lista de

presença.

Figura 10 – Secretário de Governo

Vinícius F. Bomfonte assinando a lista de presença.

Figura 11 - Participantes da Oficina

assinando a lista de presença.

Figura 12 - Analista Ambiental Srta.

Denise Maciel.

Figura 13 – Apresentação do

Diagnóstico.

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Figura 14 – Apresentação do

Diagnóstico.

Figura 15 – Público presente.

Figura 16 – Público presente.

Figura 17 - (da esquerda para a direita)

– Srta Fernanda Rodrigues (Analista Ambiental), Sr. Daniel Vezzaro

(Secretaria de Saneamento), Srta. Denise Maciel (Analista Ambiental) e Sr.

Sergio Candido Bomfonte (Prefeito Municipal de Belmiro Braga).