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PREFEITURA MUNICIPAL DE CRUZ DAS ALMAS SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CRUZ ALMAS 2015- 2025 CRUZ DAS ALMAS-BAHIA 2015 RAIMUNDO JEAN CAVALCANTE SILVA PREFEITO MUNICIPAL CELI DE ARAÚJO MOURA DE DEUS SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ROSA MARIA SILVA COELHO DIRETORA DE ENSINO

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CRUZ DAS ALMAS

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CRUZ ALMAS 2015-

2025

CRUZ DAS ALMAS-BAHIA 2015

RAIMUNDO JEAN CAVALCANTE SILVA

PREFEITO MUNICIPAL

CELI DE ARAÚJO MOURA DE DEUS

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ROSA MARIA SILVA COELHO

DIRETORA DE ENSINO

GRUPO COLABORATIVO

Representação da Secretaria Municipal de Educação

Representação do Conselho Municipal de Educação

Representação dos Conselhos Escolares

Representação de Direção das Escolas da Rede Pública

Representação de Professores da Educação Básica

Representação dos Coordenadores Pedagógicos

Representação do Legislativo

Representação da APLB - Sindicato

Representação da Câmara do FUNDEB

Representação da Educação Superior

Representação da Assessoria Jurídica Municipal

COMISSÕES REPRESENTATIVAS

EDUCAÇÃO INFANTIL

ENSINO FUNDAMENTAL

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA

ENSINO MÉDIO EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

EDUCAÇÃO ESPECIAL

ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

EDUCAÇÃO DE TEMPO INTEGRAL

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO

VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAI DA EDUCAÇÃO

RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO

LISTA DE MAPA

Mapa 01. Localização de Cruz das Almas - BA

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Paço Municipal de Cruz das Almas- BA

Figura 2 Igreja Matriz, Cruz das Almas- BA

Figura 3 Embrapa, Cruz das Almas - BA

Figura 4 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas- BA

Figura 5 Estádio Municipal Carmelito Barbosa Alves, Cruz das Almas- BA

Figura 6 Praça Multiuso, Cruz das Almas- BA

Figura 7 Ginásio de Esportes Luis Eduardo Magalhães, Cruz das Almas- BA

Figura 8 Praça Senador Temístocles, Cruz das Almas- BA

Figura 9 Centro Municipal de Apoio Pedagógico, Cruz das Almas- BA

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. População de Cruz das Almas – BA

Tabela 02. Quadro Evolutivo da População Urbana e Rural de Cruz das Almas- BA

Tabela 03. População, localização e faixa etária – Cruz das Almas- BA

Tabela 04. Estabelecimentos de Saúde por tipo de Localização

Tabela 05. Dados sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Tabela 06.

Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010

Tabela 07.

Segmentos Religiosos, 2010 - Cruz das Almas – BA

Tabela 08. Evolução da Matrícula da Educação Infantil no Município de Cruz das Almas,

por dependência administrativa e localização, período 2010 a 2013.

Tabela 09. Frequência por ano de nascimento, segundo o Município de Cruz das Almas

Tabela 10. Taxa de Escolarização da Educação Infantil no Município de Cruz das Almas

(2010)

Tabela 11. Taxa de Escolarização da Educação Infantil no Município de Cruz das Almas,

por localização (2010)

Tabela 12. Evolução da Matrícula do Ensino Fundamental no Município de Cruz das

Almas, por dependência administrativa e localização. ( 2010/2013).

Tabela 13. Taxa de Rendimento Escolar – Rede Estadual do Município de Cruz das

Almas (2008/2010)

Tabela 14. Taxa de Rendimento Escolar – Sistema Municipal de Ensino de Cruz das

Almas (2008/2010)

Tabela 15. Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município de Cruz das Almas, por

dependência administrativa e localização, período 2011 a 2013.

Tabela 16

A.

Taxa de Rendimento Escolar do Ensino Médio – Rede Estadual do Município

de Cruz das Almas (2008/2010)

Tabela 16

B.

Taxa de Rendimento Escolar do Ensino Médio – Sistema Municipal de Ensino

de Cruz das Almas (2008/2010)

Tabela 17. Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009

Tabela 18. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino

Fundamental 2005/2011

Tabela 19. Matrícula Inicial na Educação de Jovens e Adultos no Município de Cruz das

Almas, por dependência administrativa e localização (2011/2013)

Tabela 20. Nível Educacional da População Jovem, 1991, 2000 e 2010

Tabela 21. Nível Educacional da População Adulta com mais de 25 anos, 1991, 2000 e

2010

Tabela 22. Matrícula Ensino Médio Profissionalizante em Cruz das Almas 2014

Tabela 23. Funções Docentes por Etapas e modalidades da Educação Básica- Rede

Municipal

Tabela 24. Número de professores e coordenadores da Rede Municipal, Estadual e

Particular em 2013

Tabela 25. Profissionais em educação, por nível de escolaridade na Rede Municipal em

2013

Tabela 26. Profissionais em educação, por situação funcional na Rede Municipal em 2013

Tabela 27. Número de Escolas por Etapa de Ensino – Rede Estadual

Tabela 28. Número de Escolas por Etapa de Ensino – Rede Municipal

Tabela 29. Número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do Município de

Cruz das Almas, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica

Tabela 30. Outras receitas com o setor educacional do município de Cruz das Almas,

administradas pela prefeitura (2010/2013)

Tabela 31. Recursos aplicados em educação pelo governo municipal de Cruz das almas,

por nível ou modalidade de ensino (2010/2013)

Tabela 32. Despesas com educação do município de Cruz das almas, por categoria e

elemento de despesa (2010/2013)

Tabela 33. Receita e aplicação dos recursos recebidos pelo FUNDEB no Município de

Cruz das Almas (2010/2013)

Tabela 34. Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2013 ( Em R$)

Tabela 35.

Recursos da Educação no PPA (2010/2013)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

EJA – Educação de Jovens e Adultos

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio

FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais

da Educação

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IDHM -Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IDI - Índice de Desenvolvimento da Infância LDB - Lei de

Diretrizes e Bases da Educação LOM - Lei Orgânica

Municipal

MEC - Ministério da Educação

PAR - Plano de Ação Articulada

PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais

PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola

PNAIC - Programa Nacional para Alfabetização na Idade Certa

PIB - Produto Interno Bruto

PNAE - Programa Nacional da Alimentação Escolar

O Plano Municipal de Educação é o instrumento de gestão para tornar efetiva a cidadania e a

sociedade preconizada nas bases e diretrizes do Sistema Municipal de Educação. Quando o

município não tem plano fica à mercê de ações episódicas que, mesmo planejadas caso a caso,

representam improvisações. Sem plano não há visão de Estado nas ações, não há caminho a

percorrer, mas apenas passos ao sabor das circunstâncias de cada Governo.

(BORDIGNON, 2009)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO 15

2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO 15

2.1.1 Caracterização do Município 15

2.1.1.1 Aspectos Históricos 15

2.1.1.2 Aspectos Geográficos 20

2.1.1.3 Aspectos Demográficos 21

2.1.1.4 Aspectos Socioeconômicos 22

2.1.1.5 Aspectos Culturais 25

2.1.1.6 Infraestrutura Material 28

2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO 30

2.2.1 Educação Básica 30

2.2.1.1 Etapas da Educação Básica 30

2.2.1.2 Educação Infantil 30

2.2.1.3 Ensino Fundamental 34

2.2.1.4 Ensino Médio 40

2.3 MODALIDADES E DESAFIOS EDUCACIONAIS 43

2.3.1 Educação Especial 43

2.3.2 Política de Alfabetização 46

2.3.3 Educação em Tempo Integral 49

2.3.4 Qualidade da Educação Básica 51

2.3.5 Educação de Jovens e Adultos (EJA) 57

2.3.6 Educação Profissional de Nível Médio 62

2.4 EDUCAÇÃO SUPERIOR 64

2.4.1 Ensino Superior 64

2.5 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 67

2.6 GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PUBLICO 72

2.7 RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO 79

2.7.1 Investimento Público em Educação 79

3 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME 90

3.1 DIRETRIZES 90

3.1 METAS E ESTRATÉGIAS 90

4 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME 117

REFERÊNCIAS

119

1 INTRODUÇÃO

A Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas apresenta o Plano Municipal de

Educação com vigência de 2015 a 2025. Por muito tempo a sociedade cruzalmense ansiava ter um

plano educacional que traduzisse sua identidade juntamente com suas principais conquistas e

desafios. Apesar de algumas ações anteriores para este fim, o processo de construção iniciou-se no

ano de 2014 por meio de diversas reuniões que contaram com a representação de diversos

segmentos da sociedade civil, estabelecimentos da rede estadual de ensino e instituições privadas de

educação assim como a participação de profissionais da educação, somando esforços para a

elaboração de um documento da expressão da gestão democrática com a participação da

comunidade e dos diversos atores educacionais.

Partindo dos princípios legais que embasaram o referido documento como a Constituição

Federal de 1988 sinaliza as competências dos estados e municípios, de forma articulada,

implantarem e implementarem seus Planos Decenais de Educação considerando as especificidades e

características locais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 – LDB – determina, no

artigo 9º que cabe à União a elaboração do Plano em colaboração com os estados, Distrito Federal

e municípios, diversas legislações pertinentes e atualmente a sanção da Lei Federal nº

13.005/14 de 25 de junho de 2014 que aprovou o novo Plano Nacional de Educação, com

vigência decenal, e estabelece diretrizes e metas a serem alcançadas durante dez anos e apresenta a

obrigatoriedade de Estados, Distrito Federal e Municípios elaborarem seus respectivos planos

decenais.

A promulgação do PNE representou um marco no que se refere à política educacional do

país, pois representa um compromisso de Estado e não de Governo. Caminhando pelos

pressupostos legais que orientam a elaboração e acompanhamento do Plano Municipal de Educação,

o Poder Executivo de Cruz das Almas tomou providências para sua elaboração, nomeando o

Grupo Colaborativo através do Decreto Municipal nº. 106/2014 de 22 de abril de 2014. O

documento foi orientado pela assessoria do Programa de Apoio aos Municípios, PROAM que

realizou as formações técnicas com o grupo responsável e acompanhou todo processo até sua

finalização.

Este documento é um Plano Decenal de Educação para a Cidade de Cruz das Almas,

constitui-se enquanto um planejamento da Educação Municipal para os próximos dez anos com a

finalidade de dar a conhecer, fortalecer e organizar com maior eficácia a educação municipal,

para a democratização do ensino e a superação das desigualdades educacionais.

O Plano Municipal de Educação - PME representa um conjunto de ações que irão nortear

as ações e propostas no âmbito da educação municipal. O grande desafio do município foi

construir um documento em consonância com o Plano Nacional e Estadual de Educação, mas sem

perder as especificidades e autonomia local visto que os três documentos devem formar um

conjunto integrado e articulado no que se refere aos objetivos, diretrizes e metas determinadas

refletindo que em regime de colaboração todos, Estados, Municípios, o Distrito Federal e mais a

União somem esforços para a consolidação das metas estabelecidas.

Neste plano se apresenta por meio da análise situacional a caracterização dos diversos

aspectos que revelam a identidade própria do município como também a análise situacional da

educação através do diagnóstico que perpassa pelo âmbito dos estabelecimentos privados e rede

estadual de ensino como também do Sistema Municipal de Ensino de Cruz das Almas, revelando a

realidade e os problemas existentes em todos os níveis e modalidades da educação básica e

educação superior e em conexão estabelecem as diretrizes, objetivos e metas traçadas para os

próximos dez anos, a fim de superar os desafios situados na educação, formação e a valorização dos

profissionais, gestão democrática do ensino público e recursos e investimentos públicos destinados à

educação.

O presente plano foi coordenado e sistematizado pelo grupo colaborativo que contou com a

contribuição das seguintes comissões representativas: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino

Médio, Educação Especial, Alfabetização na Idade Certa, Educação em Tempo Integral, Qualidade

na Educação Básica, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional de Nível Médio,

Educação Superior, Valorização dos Profissionais da Educação, Gestão Democrática do Ensino

Público e Recursos Financeiros para a Educação no Município. As referidas comissões realizaram

o levantamento dos dados que apontaram os principais problemas educacionais com base em

análise dos dados existentes e em órgãos oficiais como Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – IAT

e da própria Secretaria Municipal de Educação, colégios estaduais e instituições privadas de ensino

pertencentes ao município.

A elaboração deste documento, prima prioritariamente pelo desenvolvimento do ensino, tendo

como foco as diretrizes estabelecidas pelo PNE. Neste prisma, o Plano Municipal de Educação do

Município de Cruz das Almas também foi embasado nesses objetivos, tornando-se um documento

que representa a identidade do município, mas sem perder os objetivos da Educação Nacional.

Elaborar um documento de tamanha grandeza como o Plano da Educação Municipal foi

uma conquista desafiadora principalmente em relação à participação. Neste respeito faz-se necessário

que o município reflita nos princípios que norteiam a gestão democrática, que torna

imprescindível o envolvimento dos profissionais da educação. Diante dos sérios entraves que

dificultaram a colaboração e reunião de diversos atores da sociedade civil no âmbito da educação

pública e privada em espaços comuns de discussão e a efetiva participação de todos os segmentos

socioeducacionais na elaboração deste documento, fica a conquista da plena participação como

principal desafio e uma meta a ser conquistada pela educação deste município.

2 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO

Para a realização da Análise situacional do Município e da Educação foi feito um

levantamento da real situação local tendo como objetivo diagnosticar a realidade existente para

posteriormente refletir o que se pode fazer para melhorar. Foram utilizados instrumentos de pesquisa

tais como Censo Populacional de 2010, dados do Censo Escolar a partir de 2008, consultas sobre os

indicadores demográficos e educacionais no Simec/PAR, dentre outros. De posse destes dados

seguindo as orientações fornecidas pela Assessoria do PROAM a Secretaria Municipal de Educação

por meio da visão qualitativa e técnica procedeu aos devidos ajustes.

2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO

A elaboração desta análise contou com um minucioso estudo sobre os aspectos contextuais

que caracterizam o município de Cruz das Almas. Os dados levantados nas fontes bibliográficas

disponíveis proporcionaram uma visão e o conhecimento da realidade local e apontou os principais

problemas existentes. Foram coletados dados sobre os aspectos históricos, geográficos,

demográficos, socioeconômicos, culturais e infraestrutura material existentes.

2.1.1 Caracterização do Município

2.1.1.1 Aspectos Históricos

Conforme registros publicados em 1997 pelo professor Alino Matta Santana em seu livro

intitulado: centenário: marcos do progresso de Cruz das Almas, os primeiros povoadores do

município procederam de Cachoeira, no século XVIII, atraídos pela uberdade do solo. Sabe-se

que dentre os principais pioneiros, se acham as tradicionais famílias Batista de Magalhães e Rocha

Passos, brasileiros e descendentes de portugueses.

Os precursores estabeleceram plantação de cana-de-açúcar, fundaram engenhos e iniciaram a

construção do arraial no grande planalto, à margem da estrada real que, partindo de São Felix se

dirigia ao Rio de Contas e em seguida para Minas Gerais e Goiás.

A origem do topônimo "cruz das almas" é explicada da seguinte forma: na antiga estrada de

tropas onde os tropeiros se dirigiam para São Felix e Cachoeira levando especiarias para serem

transportadas pelo rio, sentido Baia de Todos os Santos, especificamente para o porto de Salvador.

Houve o “fincamento” de uma cruz no ponto mais alto do planalto cruzalmense onde os

tropeiros paravam para descansar e rezar pelas almas. Começou assim a surgir a célula original

daquilo que viria a ser a referida cidade. Santana reforça esta perspectiva afirmando que, o marco

inicial de toda a história do município de Cruz das Almas foi, sem dúvidas, o fincamento da cruz

de madeira no ponto mais alto do planalto cruzalmense, que fica nas proximidades de onde está

edificada a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso (...) Santana (1997, p. 25)

Viajantes que passavam por aquele local, situado no planalto onde se ergueu depois a cidade,

bem como outras pessoas, quando a ele se referiam, o indicavam pela expressão: “lá, ou ali, na cruz

das almas". Essa alusão topográfica sempre repetida gerou o nome da cidade e do município. O novo

arraial pertencia à freguesia de Cachoeira. A capela existente foi elevada depois à freguesia com o

nome de Nossa Senhora do Bonsucesso da Cruz das Almas, por Alvará Régio de 22 de janeiro de

1815.

Até o fim do Império, pertencia à freguesia de Outeiro Redondo. Nove anos depois da

proclamação da República, obteve sua independência. Graças aos esforços do Senador Temístocles

da Rocha Passos, Manoel Caetano Passos, com a colaboração do deputado José Joaquim de

Almeida, em 29 de julho de 1897, foi sancionada pelo governador do Estado da Bahia, o

Conselheiro Luiz Viana, a Lei Estadual nº 119, que alçava o distrito de Cruz das Almas à categoria

de Vila e Município, ficando autônomo e desmembrado da comunidade São Felix.

O patriarca da emancipação, Senador Temístocles da Rocha Passos, foi um importante

político de Cruz das Almas. Este exerceu o mandato de vereador por duas vezes, deputado por três

vezes e eleito senador também por três vezes. Foi autor do projeto apresentado em 22 de abril de

1897 que elevou Cruz das Almas de vila a Município de Cruz das Almas (Lei Nº 119 de 28 de julho

de 1897). O Senador Temístocles faleceu em 14 de novembro de 1910.

Embora situada numa das regiões de maior ocupação econômica da Bahia – o Recôncavo –

Cruz das Almas é uma cidade de pouco mais de cento e dezessete anos, integrante do ciclo do

açúcar, cuja monocultura predominava no recôncavo e nessa área

convergiram descendentes de velhos senhores de engenho e de escravos que constituíram uma nova

fase da civilização do recôncavo, num novo ciclo de pequenas monoculturas, das quais o fumo foi a

mais importante, seguida de culturas alimentares como: mandioca, café e laranja.

A cidade de Cruz das Almas começa a ser povoada no século XVIII, como uma área de

expansão do recôncavo açucareiro, não mais em função do ciclo da cana-de-açúcar, porém servindo

de entreposto comercial, dada a sua localização como cruzamento de rotas comerciais. Constituiu-se

no centro de convergência das pequenas produções de fumos de agricultores autônomos, com

beneficiamento do produto para envio às indústrias regionais e de outros centros.

Assim o fumo, e a consequente fabricação de charutos passaram a representar um novo ciclo

econômico dinâmico para algumas localidades da região, que predominou do final do século XIX o

século XX. A partir da década de 1950, sem incorporar novas tecnologias, antigas empresas

fecharam suas portas, a exemplo da Cia. Leite & Alves e a Cia. de charutos Suerdieck. No entanto,

em meados de 1960 a cultura fumageira passou por uma boa fase gerando emprego e renda.

Porém na década de 1990 com a campanha da Organização Mundial da Saúde – OMS, que proibiu o

uso do tabaco em estabelecimentos públicos como bares e restaurantes, culminou grande prejuízo a

este segmento que passou a viver uma constante decadência.

A partir construção da BR 101 a cidade mudou o seu perfil econômico, passando a incorporar

a prestação de serviços, o que reforçou sua posição de entreposto comercial. O centro da cidade

se desenvolveu a partir da Praça Senador Temístocles e se espalhou nos sentidos norte.

Atualmente a área central da cidade apresenta diversidades quanto à oferta de produtos e serviços

como pequenas lojas de confecções, papelarias, artigos de informática, cursos profissionalizantes,

materiais de construção, padarias, delicatessens, bancos, escolas, auto-escolas, supermercados,

hipermercados, restaurantes, farmácias e bombonieres.

O município possui edificações institucionais como a sede da Prefeitura, o Fórum, a

Câmara de Vereadores, a Casa da Cultura, a Biblioteca, a Justiça do Trabalho, a Secretaria da

Fazenda do Estado, o Centro Regional de Referencia da Mulher Maria Joaquina, o Centro de Apoio

Pedagógico, dentre outros. Construída em 1925 a Prefeitura situa-se na Praça Senador Temístocles,

conforme figura 01 e destaca-se por sua paisagem, como um dos mais importantes marcos

referenciais da cidade.

Figura 01: Paço Municipal, Cruz das Almas-BA Fonte: Pesquisa de campo,

2014.

A Igreja Matriz Nossa Senhora do Bonsucesso, conforme a figura 02, possivelmente um

dos locais onde os tropeiros se encontravam para rezar pelas almas.

Figura 02: Igreja Matriz, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo,

2014

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, figura 03, destaca-se pelo porte

da sua estrutura física contribuindo no processo de conhecimento de pesquisas na área da mandioca

e fruticultura em todo Brasil.

Figura 03: Embrapa, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo,

2014

A Universidade Federal da Bahia (UFBA), entidade de ensino público superior brasileiro,

fundada em 07 de abril de 1946 em Salvador Bahia. Teve como interventores o General Renato

Onofre de Pinto Aleixo e Prefeito de Cruz das Almas Dr. Luiz Eloy Passos ao ser oportunizado que o

curso de Agronomia poderia ser implantado no interior.

O curso de Agronomia oriundo da escola superior de agricultura da America latina e teve

inicio em 1º de maio de 1946, a partir dessa data Cruz das Almas tornou-se uma Cidade

Universitária. A partir do ano de 2006 houve a implantação de vários cursos, sendo ampliada com

outros campus e passou a se denominar Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Figura 04: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014

2.1.1.2 Aspectos Geográficos

Cruz das Almas sedia o Município do mesmo nome e localiza-se ao leste do Estado da Bahia

na região economia do Recôncavo Sul, está a 146 km da Capital de Salvador, conforme mapa

ilustrativo abaixo, sendo acesso à mesma através das BR 101 e BR 324.

Figura 05: Mapa de localização de Cruz das Almas no Estado da Bahia Fonte: Santos e

Aguiar (2007).

De acordo com dados oficiais do IBGE (2008), o Município possui área de 150, 903 km2,

localizado na microrregião de Santo Antônio de Jesus, com divisa ao norte com o município de

Muritiba, ao sul com São Felipe, ao oeste com Sapeaçu, e Conceição do Almeida e a leste com São

Felix. Este possui o clima tropical quente e úmido e o seu índice pluviométrico anual médio é de

1.240 mm. É considerado como um importante centro sub- regional de nível "B", sendo a segunda

cidade mais importante do Recôncavo Sul, depois de Santo Antônio de Jesus-Ba.

A vegetação é composta pela formação vegetal de Mata Atlântica, do tipo floresta

tropical subperinifólia1, subcadofólia

2 com baixo teor de matéria orgânica francamente ácida. A

referida cidade esta a 200m de altitude acima do nível do mar e apresenta um relevo do tipo

planalto. Faz parte das vertentes do rio Paraguaçu, entre seus afluentes os principais são os

riachos: Capivari, de Tomaz, Jaguaripe, Caminhoá, Poções, Araçás, da Estiva e Laranjeira.

2.1.1.3 Aspectos Demográficos

A população de Cruz das Almas contemporaneamente possui uma dinâmica natural de

crescimento. De acordo com a tabela 01, no ano de 2000, a população era de 53.049 pessoas,

sendo que destas, residiam na área rural (13.445) sendo menor do que da urbana (39.604). O

número de mulheres (28.014) era superior aos dos homens (25.035). Em 2010, houve um

aumento para 58.606 habitantes. Em 2013, a população aumentou para 63. 299 pessoas apontando

um crescimento de 9,5% sobre 2010.

Tabela 01. População de Cruz das Almas - BA

Cruz das

Almas - BA

Total da

População

2000

Homens Mulheres População

urbana

População

rural

Total da

População

2010

53.049 25.035 28.014 39.604 13.445 58.606 Fonte: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010>. Acesso em 16. Jan. 2014.

Conforme a tabela 02, a população urbana no ano de 2000 era equivalente a 67.58%,

enquanto a rural correspondia a 32.42% de 53.049 pessoas. Em 2007 a população urbana

cresceu para 84,1% enquanto a população rural reduziu para 15,9% de 54.827 pessoas. Em 2010 a

população urbana continuou evoluindo para 85,1% e a rural reduzindo para 14,9% de 58.606

pessoas contrariando a lógica natural da dinâmica populacional comparando-se a residente na área

urbana.

1 Vegetação constituída por árvores sempre verdes.

2 Árvores sempre verdes, folhas largas, troncos.

Tabela 02. Quadro evolutivo da população urbana e rural, Cruz das Almas - BA

População 2000 2007 2010

Urbana 39.604 46.121 49.885

Rural 13.445 8.706 8.721

Fonte: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010>. Acesso em 16. Jan. 2014.

Na tabela 03 apresenta alguns dados interessantes para entender a dinâmica populacional do

município por localização e variadas faixas etárias no período de 2000 a 2010.

Tabela 03. População, localização e faixa etária – Cruz das Almas - BA

Populaçã

o

(localiza

ção /

Faixa

etária)

Ano 0 a 3

anos

4 a 5

anos

6 a 14 anos

15 a 17

anos

18 a 24

anos

25 a 34 anos

Mais de

35 anos

Total

Urbana 2000 2.743 1.374 700 2.931 6.039 6.602 12.915 39.604

2007 2.565 1.404 7.305 2.365 6.804 8.314 17.281 46.038

2010 2.698 1.418 7.212 2.760 6.399 9.508 19.890 49.885

Rural 2000 964 663 2. 873 1.071 2.103 1.890 3.881 13.445

2007 507 262 1.559 569 1.398 1.306 3.018 8.619

2010 432 265 1.395 620 1.196 1.414 3.399 8.721

Total 2000 3.707 2.037 9.873 4.002 8.142 8. 491 16.797 53.049

2007 3.072 1.666 8.864 2.934 8.202 9. 620 20.299 54.657

2010 3.130 1.683 8.607 3.380 7.595 10. 922 23.289 58.606 Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2000,2007,2010/gerarTabela.php>. Acesso em: 16 Jan. 2014.

Ao analisar a tabela 03 percebe-se a diminuição em todas as faixas etárias da população do

campo entre os anos 2000 a 2010. Enquanto, a população urbana cresceu, em todas as faixas

etárias com maior ênfase a partir dos 25(vinte e cinco) anos tornando evidente a migração da

população do campo para cidade e o aumento da população adulta no mesmo período.

Tabela 04. Estabelecimento de saúde por tipo de localização

Localização

Total

Números de estabelecimentos de saúde

Posto de saúde Centro

de

saúde

Unidade

mista

Pronto

socorro

Hospital Outros

Urbana 10 07 01 0 01 01

Rural 06 06 0 0 0 0 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Cruz das Almas (2014).

A partir da análise da tabela 04 verifica-se que o município possui poucos

estabelecimentos de saúde para atender às demandas dos munícipes considerando que 2013, a

população aumentou para 63. 299 pessoas. A necessidade é evidente principalmente na zona urbana

onde a população é maior. De acordo com as informações da Secretaria de Saúde do Município os

postos de saúde atendem à demanda da população. É possível notar a necessidade de mais unidades

hospitalares.

Aspectos Socioeconômicos

A cidade de Cruz das Almas destaca-se na região do Recôncavo pela economia bem

definida em todos os setores principalmente em relação ao setor primário da agricultura. O

município ainda é reconhecido como “capital do fumo” por ser maior produtor e exportador do

produto para diversos países do mundo.

Pela análise da tabela 05 percebe-se que o IDH municipal passou de 0,451 em 1991 para

0,574 em 2000 - uma taxa de crescimento de 27,27%. O hiato de desenvolvimento humano,

ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido

em 22,40% entre 1991 e 2000. O IDHM também acendeu de 0,574 em 2000 para 0,699 em 2010

- uma taxa de crescimento de 21,78%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a

distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em

29,34% entre 2000 e 2010.

Tabela 05. Dados sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Indicador Indicadores de Renda e Pobreza (taxas)

1991 2000 2010

IDH - Municipal 0,451 0,574 0,699

Renda per capita R$213,47 R$317,61 R$481,80

Proporções de pobres 35% 26% 19,4%

Índice de Gini 0,6128 0,5859 0,5734 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil.

Verificou-se ainda que Cruz das Almas teve um incremento no seu IDHM de 54,99% nas

últimas duas décadas, acima da média de crescimento nacional que foi de 47% e abaixo da média

de crescimento estadual representado por 70%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a

distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 45,17%

entre 1991 e 2010.

A renda per capita aumentou de R$213,47 em 1991 para R$481,80 no ano de 2010,

representando um aumento de 55%. Percebe-se também a diminuição do Índice de Gini, índice que

mede a concentração/distribuição da riqueza no município. Esta diminuição de 0, 6128 em 1991

para 0, 5734 em 2010 é extremamente positiva, entendendo-se que quanto mais diminui este

indicador melhor é a distribuição da riqueza o que podemos relaciona-lo concomitantemente com o

significativo aumento da renda per capita e em paralelo com a diminuição da proporção de

pobres, o que é bastante relevante.

Analisando a tabela 06 percebe-se que o índice da longevidade aumenta gradativamente,

entende-se que a qualidade de vida melhora com os demais indicadores evoluindo positivamente,

também com a expectativa de vida que cresce de 0, 451 no ano de 1991, para 0, 699 no ano de

2010 no Município. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal aumenta de 0, 451 em

1991 para 0, 699 em 2010, e a renda dos habitantes também cresce de R$213,47 para R$481,80 neste

período, ou seja, um aumento de 55%.

Tabela 06. Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010

Indicadores Índices

1991 2000 2010

Índice de

desenvolvimento

Humano Municipal

0, 451 0, 574 0, 699

Longevidade 0,633 0,705 0,809

Renda R$213,47 R$317,61 R$481,80

Fonte: Atlas do desenvolvimento Humano no Brasil.

Fazendo uma análise da tabela 06 percebe-se que o IDHM passou de 0,574 em 2000 para

0,699 em 2010 - uma taxa de crescimento de 21,78%. O hiato de desenvolvimento humano, ou

seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em

29,34% entre 2000 e 2010.

O IDHM passou de 0,451 em 1991 para 0,574 em 2000 - uma taxa de crescimento de

27,27%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o

limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 22,40% entre 1991 e 2000.

Aspectos Culturais

O Município de Cruz das Almas é hoje conhecido nacionalmente por promover, todos os

anos, o São João, data católica associada à celebração da época das colheitas, um dos festejos

mais típicos e animados do Nordeste brasileiro e consequentemente do País. O município possui uma

diversidade cultural como comida típica, forró e pé de serra, quadrilha e forró do arraiá da cultura

popular promovendo todos os anos festas típicas com apresentação de bandas musicais.

Seu parque hoteleiro oferece conforto aos visitantes e a cidade possui boa infraestrutura de

serviços. Em Cruz das Almas existem práticas interessantes que se pode destacar como o

Casamento do CEAT que surgiu no colégio Alberto Torres, como uma brincadeira de

casamento na roça. O samba e dança de roda são sempre muito presentes na cultura da cidade.

Como exemplos, têm-se o Samba de roda do Machucador, que foi criado com o objetivo de

resgatar o samba de roda no município de Cruz. Além deste, o Samba da Enxada é uma dança de

roda local.

Ainda no aspecto cultural, o quadro religioso da população se desdobra da seguinte

forma

Tabela 07. Segmentos religiosos, Cruz das Almas – BA, 2010

População residente, religião católica apostólica romana 38. 783 Pessoas

População residente, religião espírita 637 Pessoas

População residente, religião evangélicas 11. 485 Pessoas Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Verificando a tabela 07, percebe-se que a religião predominante de Cruz das Almas é o

catolicismo com 38. 783 pessoas, em segundo vem o segmento evangélico com 11. 485 pessoas

e em último lugar os espíritas, com 637 pessoas. Os principais feriados da cidade são: a

independência da Bahia comemorado em 02/07, Dia da Padroeira 15/09, Nossa Senhora da

Aparecida 12/10, Finados 02/11, Proclamação da República 15/11 e o Dia da Consciência Negra

20/11.

Cruz das Almas apresenta espaços de lazer agradáveis como o Estádio Municipal

Carmelito Barbosa Alves, apelidado de Barbosão. Trata-se de um estádio de futebol que possui

capacidade para 8.000 espectadores. É o mando de campo do Cruzeiro Futebol Clube.

Figura 06: Estádio Municipal Carmelito Barbosa Alves, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014

Conforme mostra a figura 07, a Praça Multiuso recentemente construída constitui-se espaço

agradável que serve para passeio e recreação, além de ser utilizada por muitas escolas para aplicação

de atividades práticas com os educandos.

Figura 07: Praça Multiuso, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo,

2014

O Ginásio de Esportes Luiz Eduardo Magalhães promove interação educacional, cultural e

esportiva como os jogos internos entre colégios do município, além de servir para a realização de

eventos diversos.

Figura 08: Ginásio de esportes Luiz Eduardo Magalhães, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo,

2014

A Praça Senador Temístocles, figura 09, um espaço natural arborizado que proporciona aos

habitantes um ambiente amistoso contendo alguns quiosques que proporcionam lazer à população.

Atualmente, nela são realizadas as festividades juninas que antes eram organizadas no apertado

espaço do Parque Sumaúma.

Figura 09: Praça Senador Temistocles, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo,

2014

O Centro Municipal de Apoio Pedagógico, de acordo a figura 10, inaugurado recentemente é

utilizado para a realização de eventos de caráter educativo.

Figura 10: Centro Municipal de Apoio Pedagógico, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014

O município também possui o Centro Cultural Galeno D'Avelírio, instalado na antiga cadeia

pública, coordena e promove eventos culturais contando com biblioteca, exposição permanente de

Artes, Foyer e o Museu da Cidade.

Com relação às organizações sociais existem em Cruz das Almas algumas entidades

associativas como a Associação Comunitária de Cruz das Almas, Sindicato dos Trabalhadores em

Educação da Bahia - APLB, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cruz das Almas -

SINDSEMC, Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia- SINDISAÚDE,

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativo da UFBA e UFRB - ASSUFBA, Sindicato

dos Trabalhadores Rurais de Cruz das Almas, Sindicato dos Trabalhadores de Fumo de Cruz das

Almas, Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL. Sindicato dos Comerciários, Cooperativa de

Profissionais Autônomos de Cruz das Almas LTDA - COOPERSAC, Fundação para o

Desenvolvimento Cultural do Recôncavo - FUNDECRE, Grupo de Promoção da Cultura Negra -

PCN, Coletivo de Mulher Jacinta Passos e ainda as associações de bairros e conselhos municipais.

Existem ainda organizações como Rotary e o Lions Club, a Loja Maçônica e Fraternidade e o

Grupo de Escoteiros Edgard da Cruz Cordeiro e clubes sociais: Clube de Campo Laranjeira,

Associação Atlética Banco do Brasil e Cruz das Almas Clube.

Infraestrutura Material

A Infraestrutura, Cruz das Almas encontra-se em desenvolvimento. Possui boa eletrificação e

pelo fato de estar próxima ao Rio Paraguaçu não sofre com escassez de água. O transporte rodoviário

tem sido o principal meio de acesso ao município através da rodovia BR 101, que substituiu a

ferrovia. Todas as ruas do centro e algumas áreas periféricas possuem calçamento e algumas já

asfaltadas. A maioria das estradas do campo não possui calçamento.

Atualmente o referido município tem um panorama político e ideológico-social numa

perspectiva que tem acompanhado o movimento nacional, pois devido a evolução comunicativa

promovida pelas redes sociais a população fica mais interada dos assuntos da cidade e do mundo.

Os meios de comunicação mais utilizados são celular, TV e rádio.

A cidade dispõe de algumas praças que contam com equipamentos para a recreação da

população infantil com parques e pracinhas no centro e em alguns bairros periféricos. Também

informa a existência de auditórios e salões para convenções, a exemplo do Auditório da Universidade

Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, o salão Paroquial “Monsenhor Neiva” e o Auditório

da Biblioteca Municipal. Dispõe ainda de uma Biblioteca na UFRB, com acervo de 37 mil livros e

950 títulos de revistas, outra na Embrapa Mandioca e Fruticultura com 13.000 livros, 900 teses e

1200 títulos de revistas, uma Biblioteca Pública Municipal com 9000 livros, além de pequenas

Bibliotecas distribuídas pelos Colégios.

Como Patrimônio natural destaca- se a Fonte do Doutor, a Mata de Cazuzinha e o Parque

Ecológico de Cruz Das Almas. Como bens representativos da historia do município existem

tombados os bustos do Cônego Antonio da Silveira França e de Lauro Passos e de vários outros

não protegidos por tombamento, a exemplo da Escola de Agronomia e do Paço Municipal.

2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO

A Educação do município de Cruz das Almas passa a ser refletida neste documento como

um processo contínuo de construção. A partir dos olhares de múltiplos atores integrantes da

educação formal e informal composto por diversos segmentos o que torna possível a mobilização

social em busca de um planejamento coerente por meio de um diagnóstico revelador da realidade

educacional existente no município. Surge a necessidade de analisar e diagnosticar todo o Sistema

Municipal de Ensino como também a rede estadual e privada. A reflexão do levantamento de dados

que perpassam por todos os níveis, etapas e modalidades da Educação Básica e do Ensino Superior.

2.2.1 Educação Básica

2.2.1.1 Etapas da Educação Básica

Educação Infantil

Nunca se discutiu tanto sobre a infância e sobre a Educação Infantil como no contexto atual,

na tentativa de garantir às crianças o respeito às suas particularidades e o reconhecimento da infância

como uma fase com especificidades próprias, pois historicamente a infância foi marcada pela

exclusão social, e a inserção das crianças pequenas na escola esteve relacionada ao

assistencialismo e a escolarização precoce. Quadro este que vem sendo modificado a partir dos

avanços legais e das políticas publicas.

A década de 80 se constituiu, enquanto marco significativo, nas políticas publicas

nacionais, a partir da mobilização de diversos segmentos da sociedade civil, principalmente

organizações não-governamentais que objetivavam promover uma reflexão, na sociedade, sobre os

direitos da criança e uma educação oferecida pelo Estado, o que culminou em uma grande

conquista: A inclusão da educação das crianças na nova constituição Federal de 1988, que em seu

artigo 208, inciso IV define “ O dever do Estado para com a educação será efetivado mediante

a garantia de oferta de creches e pré-escolas às crianças de zero a cinco anos de idade” (BRASIL,

1988). A educação das crianças passou a ser de responsabilidade do Estado. Com a implementação

do Ensino Fundamental de nove anos pela Lei 11.114/2005, alterada pela Lei 11.274/2006 passou a

ser obrigatória matrícula no ensino fundamental apartir dos seis anos de idade. O município

implantou o referido ensino a partir do ano de 2008.

Foram criados vários conselhos representativos de articulação entre o poder público e a

sociedade civil para zelar pelo cumprimento dos dispositivos legais constantes no Estatuto da

Criança e do Adolescente – ECA (1990). O direito à Educação às crianças de zero a cinco anos foi

consolidado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394-96) em seus artigos 29 e

30 respectivamente:

Art.29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,

complementando a ação da família e da comunidade.3

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II – pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco anos de idade.4

A Educação Infantil, portanto, é parte integrante da Educação Básica. O atendimento nesta

modalidade vem crescendo de forma gradativa. No município de Cruz das Almas conforme mostram

os dados da Tabela 01, houve um crescimento significativo entre os anos de 2010 a 2013 que foi de

68,3% no sistema público, tendo sua concentração maior na área urbana e de 102,9% na rede

privada demonstrando um crescimento total de 80,6%.

Observando-se as matrículas deste período nota-se o aumento dos alunos oriundos dos vários

bairros periféricos da zona urbana a partir da criação de novas creches nestas áreas. No entanto, pode-

se verificar que o não atendimento em estabelecimentos da educação privada na área rural

centralizando-se apenas no sistema municipal.

Tabela 01. Evolução da matrícula da Educação Infantil no município de

Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização, período

2010 a 2013

Fontes: MEC/Inep, para os dados de matrícula, Anuário Estatístico Estadual e Secretaria

Municipal de Educação de Cruz das Almas, 2014.

A partir dos

dados da

Tabela 02,

pode-

se

Anos Municipal Particular

Total Urbana Rural Urbana Rural

2010 392 489 448 - 1329

2011 955 403 435 - 1793

2012 983 468 452 - 1903

2013 1019 469 909 - 2397

3 Artigo com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013

4 Inciso com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013.

observar um crescimento de 17 % na freqüência por ano de nascimento de crianças entre 2012 e

2013, o que fornece dados para a oferta de futuras para matrículas nesse segmento.

Tabela 02. Frequência por ano de nascimento, segundo o Município de Cruz das

Almas.

Nascidos Vivos – Bahia

Período

2012 2013

Município Residente 1089 1274

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2014.

Conforme constatado na tabela 03, pode-se verificar que em 2010 o município oferecia o

atendimento de apenas 15,75% dos alunos da faixa etária de até três anos. Apesar de que a taxa de

escolarização da pré-escola tenha sido de 44,14%, o atendimento frente à demanda total foi

25,68, ou seja, quase 75% da população que poderia ter acesso a esta modalidade de ensino

deixou de ser contemplada.

Tabela 03. Taxa de escolarização5

da Educação Infantil do município (2010)

Segmentos População (A) Matrícula (B) Não

matriculados Taxa (C)%

Creche (0 a 3 anos) 3130 493 2637 15,75%

Pré-Escola (4 a 5 anos) 1683 743 940 44,14%

Total (0 a 5 anos) 4813 1236 3577 25,68%

Fontes: IBGE, para os dados de população; MEC/INEP, para os dados de matrícula.

Conforme os dados da tabela 04 o atendimento educacional à população da Educação Infantil

residente na zona urbana totalizou a taxa de 20,64%. No entanto, apesar de contemplar 70,46% da

população rural, o município atendeu a uma taxa de escolarização de 27,62% do total. Esse

quantitativo de oferta demonstra um déficit de atendimento de 72,38% do total das crianças dentro

dos limites desta faixa etária.

O município tem estimulado a educação infantil em tempo integral para as crianças de até três anos

em creches. Porém o Sistema Municipal de Ensino precisa adequar-se para o atendimento das

crianças de 06 a 23 meses. De acordo com o documento Planejando a

5A taxa de escolarização refere-se à proporção de pessoas de uma determinada faixa de idade que frequenta a escola,

em relação ao total de pessoas na mesma faixa etária.

próxima década, o IBGE/PNAD-2013 e IBGE/Censo Populacional de 2010, quanto ao atendimento

das crianças de 04 e 05 anos o município já alcança a um quantitativo expressivo de 92,5% da

população. No entanto apesar deste quantitativo ainda resta a discussão sobre a qualidade

educacional realizado nas instituições que ofertam este segmento de ensino.

Tabela 04. Taxa de escolarização da Educação Infantil do Município de Cruz das

Almas, por localização (2010)

Localização População de 0 a 5 anos (A) Matrícula (B) Escolarização %

Urbano 4116 840 20,04

Rural 694 489 70,46

Total 4813 1236 27,62 Fontes: IBGE, para os dados de população; MEC/INEP, para os dados de matrícula.

O Município oferece uma professora para cada 20 crianças de 04 (quatro) e 05 cinco anos.

Para o atendimento de crianças de até 03 (três) anos cada turma de até vinte alunos dispõe de

uma professora regente e uma auxiliar.

Em relação à proposta curricular, a Secretaria Municipal de Educação utiliza os Referenciais

Curriculares Nacionais como parâmetros para a seleção dos conteúdos que são trabalhados pela

escola, no entanto, o município ainda não construiu uma proposta curricular própria.

Tem sido realizadas matrículas de crianças que apresentam deficiências e transtornos nas

turmas de Educação Infantil, porém não existe um trabalho pedagógico especifico e direcionado

para essas crianças e ainda não foram atendidas as normas de acessibilidade e nem realizadas as

adequações na infraestrutura das unidades escolares assim como não há equipamentos específicos

necessários.

Em relação à Formação dos profissionais da Educação Infantil 73.6 % dos professores da

creche possuem nível superior e destes 46,4% são pós-graduados. Em relação à pré-escola, 75,5 dos

professores possuem graduação e 32,9, também pós-graduação. Em relação à formação continuada

em serviço não existem projetos, sendo realizados encontros de formação pela Editora que fornece o

livro didático.

Quanto às especificidades da Educação Infantil sinalizadas pelos Parâmetros Nacionais de

Qualidade principalmente no que se referem à estrutura física, as instituições de ensino da SME ainda

não atendem de forma satisfatória, pois com exceção das creches, duas instituições atendem

exclusivamente crianças de 4 a 5 anos, sendo que a maioria das instituições atende paralelamente

também às crianças do Ensino Fundamental o que se torna

um empecilho para se pensar as necessidades especificas das crianças da pré-escola, rotina,

espaço, organização das salas etc.

O município, por falta de demandas ainda não tem fomentado o atendimento às populações

quilombolas na Educação Infantil. As especificidades do campo ainda não são contempladas na

proposta pedagógica do município e não tem uma proposta padrão de trabalho de incentivo à leitura,

mas as próprias escolas possuem projetos com esse objetivo. Ainda não houve no município ações

na tentativa de articular as políticas públicas com a assistência social, a justiça, os direitos

humanos e os movimentos culturais.

O Sistema implantou os colegiados escolares visando garantir a participação dos pais e outros

segmentos sociais nas discussões em todos os aspectos incluindo a educação especial. As famílias

tem participado esporadicamente do processo educacional por meio das reuniões realizadas ao final

das unidades letivas e uma minoria tem acompanhado os registros diários dos alunos da creche e da

pré escola.

2.2.1.3. Ensino Fundamental

A LDB em seu artigo 32 preconiza que o ensino fundamental é obrigatório, com duração de

nove anos e inicia-se aos seis anos de idade. O município de Cruz das Almas desde o ano de 2008 já

contempla o ensino fundamental de nove anos, com sua organização em anos (1º ano ao 9º ano).

Oferece matrículas no ensino regular seriado desta etapa sendo que a modalidade da Educação de

Jovens e Adultos se encontra estruturada em 4 (quatro) estágios e necessita de reestruturação para

combater a atual redução de matrículas.

O Sistema Municipal de Ensino ainda não contempla todas múltiplas possibilidades como

educação especial, educação específica voltada para as comunidades remanescentes de quilombos. A

educação para as comunidades do campo são norteadas pelo programa federal de adaptação

metodológica. Ainda não contempla o atendimento específico da educação escolar de crianças,

adolescentes e jovens em situação de itinerância a exemplo das comunidades de ciganos.

Tabela 5. Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município de Cruz das Almas,

por dependência administrativa e localização (2010/2013)

Anos Municipal Estadual Particular

Total Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2010 6337 2473 4320 ------- 810 -------- 13.940

2011 5946 2592 4492 -------- 781 -------- 13.811

2012 5888 2560 3907 ------- 798 --------- 9.285.7

2013 5759 2412 4425 ------- 867 --------- 13.467 Fonte: MEC/INEP. Censo Escolar – Disponível em:<http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 16 jan. 2014

De acordo com os dados das matrículas da tabela 5 entre os anos de 2010 a 2013

observa-se que há uma oscilação nas matrículas realizadas no município. Houve um aumento na

matrícula em 2011 na rede estadual e na zona rural das escolas municipais, enquanto observa-se

a diminuição nas escolas urbanas da rede municipal e das escolas privadas. Provavelmente neste

período a demanda maior pode ter se concentrado nas séries finais e migração destes para a esfera

estadual enquanto pode também ter tido o aumento de egressos no ensino fundamental de 9 (nove)

anos. Em 2012, houve uma redução acentuada nas matrículas de todas as redes de ensino. Em 2013,

as matrículas permaneceram diminuindo na rede municipal, porém, aumentando nas redes estadual

e privada. Também é possível notar que a matrícula de alunos na área rural é realizada apenas pela

rede municipal de ensino. Em 2013, a matrícula da rede municipal correspondeu a 29.50% das

matrículas na zona rural enquanto na área urbana há um atendimento de 70,50%.

Conforme aponta a tabela 06 houve no período de 2000 a 2010 um aumento significativo no

percentual de atendimento da população de 06 a 14 anos alunos nas escolas de ensino fundamental.

Neste mesmo período, houve a redução da taxa de analfabetismo da população de 11 a 14 anos.

Esses dados apontam para o crescimento na oferta de matrículas nas duas décadas gerando a

redução do analfabetismo desta população.

Tabela 06. Nível Educacional da população de 06 a 14 anos, 1991, 2000 e 2010 no

município de Cruz das Almas.

Faixa etária

(anos)

Taxa de analfabetismo % de alunos na escola

1991 2000 2010

1991

2000

2010

06 a 14 anos 79,85% 96,05% 97,51%

11 a 14 anos 18,73% 7,28% 2,43% 79,60% 93,00% 93,58%

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil

De acordo com a tabela 07, os maiores índices de defasagem idade-ano dos alunos

matriculados em 2013 no Sistema Municipal de Ensino, se encontram nos 6º; 7º e 8º anos finais,

enquanto nas séries iniciais estão mais elevados no 4º ao 5º anos.

Tabela 7. Matrícula de Alunos com defasagem idade- ano no Ensino Fundamental do

Sistema Municipal de Ensino do ‘Município de Cruz das Almas (2013)

Idades 1º

ano

ano

ano

ano

ano

ano

ano

ano

ano Total

6 anos

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

7 anos - - - - - - - - - -

8 anos 08 - - - - - - - - 08

9 anos 01 90 - - - - - - - 91

10 anos - 42 93 - - - - - - 135

11 anos - 12 41 92 - - - - - 145

12 anos 01 11 30 52 81 - - - - 175

13 anos - 06 12 45 75 120 - - - 258

14 anos - 02 08 25 44 74 114 - - 267

15 anos - 03 02 06 16 19 59 57 - 162

+ de 16 anos - - 01 03 09 10 45 77 104 249

Nº de alunos total em

defasagem 10 166 187 223 225 223 218 134 104 1490

% em defasagem 2,0 20,0 24,7 28,8 31,0 32,0 34,0 30,0 23,0 25,5

TOTAL 499 844 757 774 723 698 647 444 455 5841 Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2014.

Partindo para análise das tabelas 08 e 09 que apontam as taxas do rendimento escolar da

clientela discente matriculada em nas esferas municipal e estadual observa-se que no período de 2008

a 2009 houve diminuição das taxas de aprovação e elevação das taxas de abandono do 2º ao 4º anos

das séries iniciais do Ensino Fundamental no Sistema Estadual. Esses dados levam a hipótese que

as taxas de evasão podem estar relacionadas às taxas de reprovação que aumentam na faixa dos 11

aos 14 anos motivados provavelmente pela multirrepetência escolar no sistema anterior do Ensino

Fundamental de 08 anos. Os resultados aqui apresentados não apresentam dados do ano de 2010

tendo sido completamente municipalizado o ensino das séries inicias do Ensino Fundamental.

.Tabela 08. Taxas de Rendimento Escolar - Rede Estadual de Cruz das Almas

SÉRIE / ANO

Ano

Taxa de

Aprovação

Taxa de

Reprovação

Taxa de

Abandono

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

1ª Série / 2º ano do

EF

2008 76,00 x 18,40 x 5,60 x

2009 63,50 x 11,50 x 25,00 x

2ª Série / 3º ano do

EF

2008 83,60 x 10,90 x 5,50 x

2009 72,20 x 13,90 x 13,90 x

3ª Série / 4º ano do

EF

2008 86,70 x 8,10 x 3,20 x

2009 62,50 x 25,00 x 12,50 x

4ª Série / 5º ano do

EF

2008 91,80 x 7,40 x 0,80 x

2009 100,00 x x x x x

5ª Série / 6º ano do

EF

2008 54,30 x 31,80 x 13,90 x

2009 56,60 x 34,30 x 9,10 x

2010 53,80 x 39,80 x 5,90 x

6ª Série / 7º ano do

EF

2008 57,70 x 29,30 x 13,00 x

2009 65,30 x 28,70 x 6,00 x

2010 61,90 x 31,90 x 6,20 x

7ª Série / 8º ano do

EF

2008 48,20 x 33,20 x 18,60 x

2009 63,40 x 27,70 x 8,90 x

2010 66,70 x 21,60 x 11,70 x

8ª Série / 9º ano do

EF

2008 56,30 x 31,10 x 12,60 x

2009 67,80 x 25,20 x 7,00 x

2010 67,30 x 20,70 x 12,00 x

Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009, 2010. Acesso em: 16 jan. 2014.

De acordo com a análise da tabela 09, observa-se que as taxas de aprovação no Sistema

Municipal de Ensino em média aumentaram.

Porém observa-se um aumento da taxa de reprovação e evasão no 6º ano bem como a

elevação das taxas de reprovação e evasão e a queda da aprovação no 9º ano. Estes dados sinalizam

para uma reflexão da Secretaria Municipal de Educação, quanto a necessidade de uma

metodologia diferenciada de ensino que combata esta problemática.

Tabela 09. Taxas de Rendimento Escolar – Sistema Municipal de Ensino de Cruz das Almas

SÉRIE / ANO Ano Taxa de Taxa de Taxa de

Aprovação Reprovação Abandono

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

1ª Série / 2º ano do

EF

2008 57,60 56,10 36,40 40,90 6,00 3,00

2009 64,10 63,00 30,80 29,80 5,10 7,20

2010 65,10 61,40 30,50 34,70 4,40 3,90

2ª Série / 3º ano do

EF

2008 68,30 67,80 28,00 30,40 3,70 1,80

2009 73,60 70,90 25,00 27,20 1,40 1,90

2010 75,40 70,10 23,00 25,40 1,60 4,50

3ª Série / 4º ano do

EF

2008 73,10 78,60 23,40 19,20 3,50 2,20

2009 78,90 77,70 19,20 17,90 1,90 4,40

2010 71,00 78,10 23,80 18,50 5,20 3,40

4ª Série / 5º ano do

EF

2008 86,50 85,40 10,40 11,70 3,10 2,90

2009 88,20 81,70 10,10 15,80 1,70 2,50

2010 83,90 82,70 13,80 15,70 2,30 1,60

5ª Série / 6º ano do

EF

2008 67,60 62,40 27,80 34,90 4,60 2,70

2009 63,10 70,90 33,50 25,70 3,40 3,40

2010 65,10 70,90 29,40 16,20 5,50 12,90

6ª Série / 7º ano do

EF

2008 67,10 71,40 29,70 24,80 3,20 3,80

2009 64,40 81,00 34,20 15,50 1,40 3,50

2010 68,20 82,60 29,50 11,30 2,30 6,10

7ª Série / 8º ano do

EF

2008 75,70 89,80 22,00 5,60 2,30 4,60

2009 76,70 82,40 19,70 12,20 2,60 5,40

2010 81,30 85,50 17,30 8,40 1,40 6,10

8ª Série / 9º ano do

EF

2008 75,60 93,50 23,50 2,20 0,90 4,30

2009 83,90 91,70 14,30 4,80 1,80 3,50

2010 80,60 88,50 16,20 5,80 3,20 5,70 Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009, 2010. Acesso em: 16 jan. 2014.

Atualmente o município conta com o Programa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade

Certa objetivando que as crianças sejam alfabetizadas até os oito anos de idade. Em relação ao

atendimento à população do campo não há uma proposta pedagógica especifica para esse público

e nenhuma diferenciação do trabalho pedagógico direcionado para os educandos que precisarem se

ausentar nos períodos da colheita e condições climáticas, no entanto, algumas escolas tentam se

organizar para atender por meio do projeto de sustentabilidade promovido em regime de

colaboração com o ente federal o respeito pela realidade local, identidade cultural e condições

climáticas.

O Sistema Municipal de Ensino tem garantido a oferta da matrícula para toda a população de

06(seis) a 14(quatorze) no Ensino fundamental por meio da adesão e implementação dos programas

federais que direcionam para a conclusão desta etapa de ensino na idade recomendada. Tem também

desenvolvido ações para fortalecer o acompanhamento emonitoramento do acesso, da permanência

dos beneficiários de programas de transferência e de renda através da frequência escolar. Quanto as

situações de discriminação, preconceito e violência na escola, estes temas tem sido trabalhados de

modo globalizado e multidisciplinar e no entanto, se faz necessária a consolidação de uma parceria e

apoio da Secretaria de Políticas Especiais.

Apesar da Secretaria Municipal estar atenta para o processo de desenvolvimento e

aprendizagem, respeitando as faixas etárias, as características sociais, psicológicas e cognitivas das

crianças, bem como adotado orientações pedagógicas que levam em conta esses aspectos, o

Sistema Municipal de Ensino não possui uma equipe multidisciplinar de profissionais como

assistente social, fonoaudiólogo, psicopedagogo para orientar os professores no trabalho com as

crianças com dificuldades de aprendizagem porém conta com oficinas e atividades de reforço escolar

nas unidades escolares que possuem o Programa Mais Educação

A Secretaria Municipal de Educação utiliza os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino,

Fundamental, as Diretrizes Nacionais da Educação Básica, as Diretrizes Nacionais do Ensino

Fundamental de Nove Anos para a orientação de proposta dos conteúdos escolares, no entanto, o

município não dispõe de um currículo municipal exclusivo e por isso, necessita utilizar outros

documentos de forma mais sistematizada e estruturada, principalmente para a orientação e

acompanhamento dos instrumentos de avaliação.

As unidades escolares tem desenvolvido projetos voltados as atividades extracurriculares de

incentivo às habilidades estimulando os estudantes a exemplo do projeto “Nosso aluno é um show”

que consiste na descoberta e apresentações de talentos e habilidades dos alunos. Através do

Programa Mais Educação são oferecidas oficinas com o desenvolvimento de atividades e o estímulo

de habilidades esportivas e culturais.

O Sistema Municipal de Ensino disponibiliza equipamentos para o uso de novas tecnologias

de informação e comunicação, mas ainda não são suficientes para a demanda geral das

escolas.Os aparelhos não são disponibilizados ao atendimento satisfatório de todos os estudantes e

nem são utilizadas como apoio nas atividades didáticas e pedagógicas. Devido a problemas de falta

de segurança e profissionais específicos para este trabalho não vem sendo possível a integração

entre as escolas e suas comunidades locais. Assim sendo, também não há como atender às

especificidades da Educação Especial, do campo e quilombolas.

A Secretaria Municipal de Educação incentiva a participação dos pais ou responsáveis no

acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações

entre as escolas e as famílias através de palestras, reuniões pedagógicas organizadas pela própria

escola, homenagem aos familiares nas datas comemorativas. Também implantou os colegiados

escolares que contam com a representação dos mesmos para a participação no processo democrático

de gestão escolar.

2.2.1.4 Ensino Médio

Analisar o Ensino Médio é estudar um nível de ensino que traz consigo problemas que

resultam de embates políticos históricos. Sua identidade tem sido ambígua quanto às suas

funções. Tal ambiguidade, de um lado, pretende preparar o aluno para continuar os estudos no nível

superior, por outro lado, busca preparar mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho. Em

ambos os casos, deixando de cumprir sua função principal: formação ampla e integral dos jovens e

adolescentes.

Conforme a LDB 9394/96, esta etapa final da educação básica, deve ser ministrada em três

anos, com as seguintes finalidades: “a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos

adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparação básica

para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se

adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; o

aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento

da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científico-

tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada

disciplina.”

Além dessas finalidades, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (Resolução

03/98) estabelecem fundamentos estéticos, políticos e éticos: Estética da Sensibilidade, Política da

Igualdade e Ética da Identidade. “Com base nesses fundamentos, o Ensino Médio desenvolve-se

assegurando os princípios de identidade, diversidade, autonomia, interdisciplinaridade e

contextualização nas atividades do ensino e da aprendizagem”.

O município possui rede pública e privada com o total de 10(dez) unidades escolares que

ofertam o Ensino Médio, sendo 04 da rede pública e 06 da rede particular de ensino. A rede

municipal ofereceu em apenas uma unidade escolar no período de 1995 a 2014.

Com o objetivo de diagnosticar a situação do Ensino Médio no município de Cruz das Almas, fez-

se a análise dos dados estatísticos sobre o número de matrícula, taxa de aprovação, reprovação e

abandono, como também o desempenho do ENEM/2012.

Tabela 15. Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município de Cruz das Almas, por

dependência administrativa e localização 2011/2013

Anos Municipal Estadual Privada Total

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2011 467 - 2263 - 143 - 2873

2012 392 - 2148 - 131 - 2671

2013 126 - 2438 - 137 - 2701 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas- BA e Diretoria Regional de Educação-

DIREC 32.

Com base nos dados da tabela 15, pode-se verificar que houve uma queda de matrículas

causada pela extinção gradativa do curso na rede municipal o que provavelmente levou a

migração para a rede estadual. Houve também a redução na rede privada como também no

total de alunos matriculados entre 2011 e 2013.

Tabela 16. Taxas de Rendimento do Ensino Médio - Rede Estadual

Fase / Nível Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

ano

2008 44,80 - 44,8 25,00 - 25,00 30,20 - 30,20

2009 43,60 - 63,4 30,70 - 30,70 25,70 - 25,70

2010 48,10 - 48,1 31,10 - 31,10 20,80 - 20,80

ano

2008 56,10 - 56,1 19,00 - 19,00 24,90 - 24,90

2009 62,00 - 62,0 24,30 - 4,30 13,70 - 13,70

2010 66,10 - 66,1 12,10 - 12,10 21,80 - 21,80

ano

2008 72,40 - 72,4 10,40 - 10,40 17,20 - 17,20

2009 73,30 - 73,3 11,20 - 11,20 15,50 - 15,50

2010 80,40 - 80,4 5,80 - 5,80 13,80 - 13,80

Fonte: Diretoria Regional de Educação – DIREC 32.

A tabela 16 aponta o rendimento do Ensino Médio na Rede Estadual nos períodos de 2008

a 2010 e mostra que houve elevadas taxas de reprovação e abandono nos 1º (primeiro) e 2º

(segundo) anos em todo período. Há a probabilidade de que esta situação tenha sido

agravada pelo egresso no 1º ano de alunos concluintes do Ensino fundamental com baixo

aprendizado e uma possível aprovação com a mesma situação para o 2º ano.

Tabela 17.A -Taxas de Rendimento do Ensino Médio - Rede Municipal

Fase / Nível Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

ano

2008 65.20 - 65.20 34,80 - 34,80 0,00 - 0,00

2009 85,00 - 85,00 14,00 - 14,00 1,00 - 1,00

2010 78,80 - 78,80 20,50 - 20,20 0,70 - 0,70

ano

2008 80,50 - 80,50 19,50 - 19,50 0,00 - 0,00

2009 90,70 - 90,70 6,50 - 6,50 2,80 - 2,80

2010 84,30 - 84,30 15,00 - 15,00 0,70 - 0,70

ano

2008 96,70 - 96,70 3,30 - 3,30 0,00 - 0,00

2009 93,20 - 93,20 5,30 - 5,30 1,50 - 1,50

2010 97,00 - 97,00 2,00 - 2,00 1,00 - 1,00

Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas- BA.

Os dados da tabela 17. A - demonstram que os índices de aprovação no período de 2008

a 2010 da rede municipal são mais elevados que os alcançados pela rede estadual. O único

estabelecimento de ensino desta esfera praticamente não apresentou evasão escolar. No entanto a

situação de reprovação no 1º ano é a mais elevada no período possivelmente também devido ser o

ano de egressos dos concluintes do ensino fundamental com baixo aprendizado.

Tabela 17.B - Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010

Nível Ano Média da prova objetiva Média Total (Redação e Prova

Objetiva)

Rede Federal 2009 - -

Rede Estadual 2009 433,72 481,37

Rede Municipal 2009 471,27 545,64

Rede Privada 2009 563.15 612.97 Fonte: http://ide.mec.gov.br/2014/municipios/relatorio/coibge/2909802<Acesso em 16/01/2014.

A tabela 17.B - retrata o desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino

Médio (ENEM), onde se observa que assim como é maior a taxa de aprovação dos concluintes do

Ensino Médio da rede municipal também a média obtida na prova objetiva e a media total obtida

na redação e prova objetiva é maiores que as dos estudantes da rede estadual de ensino.

Enquanto que as médias obtidas pelos estudantes da rede privada são mais elevadas que as da rede

municipal provavelmente pela melhor preparação e maior aprendizado dos alunos talvez motivado

pela ascensão de classe social, ambiente familiar e acompanhamento frequente dos pais e

responsáveis o que tem dado maiores oportunidades de aprovação no ENEM para estes que tem

acesso com mais facilidade ao Ensino superior.

A rede estadual atualmente dispõe de vagas suficientes para o atendimento do Ensino Médio

em unidades escolares públicas, atendendo a exigência da LDB 9.394/96, Art. 10 (IV) “é dever de o

Estado assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio”. Assim sendo,

existem nestas unidades, programas de regularização da defasagem idade-ano, para a população de 15

a 17 anos. O município ainda não conta com parcerias nem ações integradas com órgãos da

assistência social e nem a saúde que poderiam contribuir para um resgate ativo dessa população que

se encontra fora da sala de aula.

Até o momento não há registros de oferta de programas pelo município para atender aos

filhos de profissionais que se dedicam às atividades de caráter itinerante. Os filhos de ciganos

que moram pouco tempo em tendas específicas são matriculados e estudam enquanto estão na cidade.

Não existem ações de incentivo à utilização do Centro de Apoio Pedagógico, um espaço cultural

próprio da Prefeitura Municipal que foi construído a fim de atender a demanda dos diversos

eventos de caráter educacional. As unidades de ensino médio desenvolvem suas atividades

desportivas nas próprias quadras e auditórios.

A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer tem promovido projetos junto as

unidades escolares de Ensino Fundamental do município, porém ainda não realiza parceria com a

rede estadual de ensino para a execução de programas de educação e de cultura para a população

urbana e do campo, de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos que freqüentam o ensino médio. O

estado tem disponibilizado de novas tecnologias da informação e comunicação em atividades

didáticas e pedagógicas através dos infocentros de informática. Assim como a rede municipal o

estado não tem oferecido um tratamento específico para a educação especial, do campo e

quilombolas. Por meio do acompanhamento da freqüência escolar é feito o monitoramento do

acesso e da permanência no ensino médio e do aproveitamento escolar dos beneficiários de

programas de transferência e renda. Os projetos de intervenção de situações de discriminação,

preconceitos e violência escolar ocorrem através de projetos didáticos.

MODALIDADES E DESAFIOS EDUCACIONAIS

Educação Especial

Partindo dos princípios legais que amparam o direito das pessoas com deficiências, no âmbito

da educação, torna-se necessária a oferta na rede regular de ensino os serviços de apoio

especializado para garantir o acesso, participação e a aprendizagem dos estudantes em classes

comuns em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. Nesse sentido, há uma preocupação

em garantir esse direito e para fazê-lo sendo necessárias ainda muitas discussões para o alcance de

uma consistente e efetiva política voltada para o progresso educacional como um todo.

O grande desafio em nossas instituições de ensino inicia com o trabalho em proporcionar a

receptividade por parte dos professores para a situação dos deficientes que chegam às salas de

aula por imposição legal sem menos haver a prévia adequação do currículo para que o

mesmo possa atender as expectativas tanto das Necessidades Educativas Especiais. Os

profissionais da Educação, incluindo os professores ainda não possuem a formação necessária

que possa destacar as potencialidades no lugar das dificuldades o que vem acarretando muitas vezes

em um faz-de-conta de inclusão e participação dos deficientes no processo de aprendizagem.

O município só dispõe de uma instituição filantrópica de atendimento especializado. Não há

na rede municipal nenhuma unidade escolar adequado para o atendimento educacional especializado.

Ainda não conta com o auxílio governamental, estrutura, cooperação docente e efetiva participação

da sociedade civil. Educadores não têm subsídios para atender esse alunado, não estão preparados

para auxiliar o educando no exercício pleno da cidadania e na educação de qualidade. Como os

estudos relativos a Educação Inclusiva se iniciaram recentemente neste município, a maioria das

questões relacionadas a essa modalidade educacional ainda está em fase de pesquisas,

necessitando de atenção especial e trabalho contínuo.

Os dados relativos aos educandos (as) que tem alguma NEE, ainda estão sendo levantados

junto as unidades de ensino do município. Esses dados são imprescindíveis para o direcionamento da

Educação Especial e na escolha das ações que melhor contemplem as necessidades desse

alunado. A tabela 18 aponta a matrícula de alunos com necessidades especiais em classes

regulares do Sistema Municipal de Ensino nas etapas de ensino da Educação Básica por tipo de

deficiência.

Tabela 18. Matrículas de alunos com deficiências no Sistema Municipal de Ensino de Cruz das Almas – BA em 2014

Etapas da Educação Básica

Total Ed. Infantil

Séries Iniciais do E. F.

Séries Finais do E. F.

Ens. Médio

Deficiência visual - 01 - - 01

Deficiência mental - - - - -

Deficiência física 02 04 04 - 10

Deficiência auditiva - 01 01 - 02

Deficiências múltiplas 01 02 - - 03

Altas habilidades/superdotação -

-

-

-

-

Transtornos globais do desenvolvimento

11

24

10

-

45

TOTAL 14 32 15 - 61

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2014.

Conforme a tabela acima, no ano de 2014 foi informado um total de 61 alunos no Censo

Escolar como alunos com deficiências. O Sistema Municipal de Ensino vem recebendo a clientela

que possui deficiências, porém sem promoção financeira, pedagógica e estrutural para o devido

atendimento. Apenas no último ano, foi informado este tímido número de crianças e jovens que as

famílias assumiram a deficiência dos mesmos. Apesar de se notar claramente a existência de

pessoas que apresentam traços de deficiências a não declaração familiar incide na ocultação da

informação tão imprescindível para a conquista de recursos que poderiam suprir estas carências.

A educação especial é uma modalidade de ensino que inspira muito cuidado por parte do

educador e atenção por parte da sociedade como um todo. É perceptível o pouco suporte teórico no

estudo das deficiências. O que vemos são estudos voltados a um tema particular e não global. Não

há a o atendimento de cidadãos com NEE, voltado para a sua profissionalização e sua inserção no

mercado de trabalho, o que ofereceria aos mesmos as condições para o efetivo desenvolvimento

das competências, o exercício da cidadania e sua efetiva inclusão no meio social.

Alguns docentes deste município interessados em aperfeiçoamento nessa área o fazem de

maneira particular, pois até o presente momento, ainda não há ações afirmativas de cursos de

formação específica nesta modalidade ofertada pela Secretaria de Municipal de Educação.

Acredita-se que esse fato se dê por o processo de construção ainda estar em fase inicial e de que

não há a liberação de verbas em regime de colaboração para este fim.

Em uma proposta inovadora apresentada à Secretaria Municipal de Educação no ano

anterior, foram disponibilizadas para um dos colégios municipais que lecionam as séries finais do

ensino fundamental duas professoras que atuaram como intérpretes educacionais para a realização

de um trabalho pedagógico direto com uma aluna surda no turno regular. Apesar do acompanhamento

destas intérpretes em LIBRAS em sala de aula, a mesma não recebeu um atendimento

especializado em num contraturno para a melhor promoção de seu aprendizado. Foi sem dúvida uma

iniciativa inovadora, porém não se deu continuidade no ano letivo atual.

Há uma necessidade urgente de adequação na estrutura física das unidades escolares a fim de

possibilitar o acesso como também de profissionais habilitados na modalidade que traga o real

aprendizado dos (as) educandos (as) com necessidades educativas especiais. Precisa-se tanto de

materiais específicos quanto de formação profissional para aqueles que trabalham direta ou

indiretamente com esse alunado.

Acredita-se que a falta da devida sensibilização por parte da gestão municipal à comunidade

escolar quanto às especificidades desse contexto educacional não foi capaz de promover a

inclusão de modo real dos deficientes no ambiente e processo de aprendizagem efetivo. As relações

sócio-afetivas também devem ser trabalhadas para sensibilizar cada membro das unidades escolares e

posteriormente de toda a sociedade sobre a importância da inclusão e também a efetivação da mesma.

O município ainda não dispõe de salas multifuncionais para o atendimento educacional

especializado da clientela especial. Há também a necessidade não só em adequar estrutural e

pedagogicamente a rede de ensino, mas antes de tudo é preciso a conscientização sobre a importância

do embasamento legal para sua aplicação como acima de tudo o respeito pela diversidade humana,

um passo para o exercício pleno da cidadania neste município. Também é preciso a inserção mais

detalhada sobre o trabalho a ser desenvolvido nesta modalidade na proposta pedagógica e no

regimento escolar das unidades escolares municipais.

Política de Alfabetização

A Alfabetização como processo vem sendo amplamente discutida para que se concretize na

idade certa, ou seja, até que o aluno complete 8 (oito) anos cursando o 3º (terceiro) ano do

Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. De acordo com a determinação do Governo Federal, o

município de Cruz das Almas em regime de colaboração com o Distrito Federal e Estado da Bahia

juntamente com a participação das famílias e da comunidade deve mediante programas e ações de

assistência técnica e financeira, alcançar a melhoria da qualidade da educação básica.

Com a instituição do programa federal denominado Pacto Nacional pela Alfabetização na

Idade Certa (Pnaic) do Ministério da Educação- MEC, em parceria e adesão da Secretaria Municipal

de Educação de Cruz das Almas, ampliou o compromisso previsto no Decreto nº 6.094, de 24 de abril

de 2007, de alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, ao final do 3º ano do

ensino fundamental. Tal programa através de ações pedagógicas, em prol do processo de

alfabetização, permite o desenvolvimento o pleno domínio de competências leitoras e escritoras na

área de Língua Portuguesa e Matemática.

Portanto, o Sistema Municipal de Ensino visando o cumprimento do art. 30 das Diretrizes

Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental de nove anos, fez opção pelo regime seriado, porém

não considerando os três anos iniciais do Ensino Fundamental como um só bloco pedagógico. O

programa vem sendo trabalho visando ampliar a todos os alunos as oportunidades de sistematização

e aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis para o prosseguimento dos estudos.

Apesar da orientação do MEC para que preferencialmente o município faça a organização do ciclo

de alfabetização do 1º ao 3º ano, a SME ainda não adota esta organização, neste sentido, ainda

reprovam-se alunos que não logram o rendimento esperado no 2º ano do Ensino Fundamental. Cabe,

portanto, uma reanálise da forma desta organização.

Assim sendo, torna-se necessário que o Sistema Municipal de Ensino leve em conta o alcance

das características de desenvolvimento dos alunos, ficando sob a responsabilidade dos coordenadores

pedagógicos e professores destes primeiros anos a adoção de formas de trabalho que possibilitem

maior mobilidade das crianças nas salas de aula que as conduza a explorar mais intensamente as

diversas linguagens artísticas, a começar pela literatura, como também a utilizar materiais que

ofereçam oportunidades de raciocinar, manuseando-os e explorando as suas características e

propriedades através das orientações fornecidas pelo programa.

É importante também a revisão dos espaços e tempo escolares, das propostas pedagógicas,

pois por enquanto, só há maior acompanhamento e fornecimento de materiais específicos do

programa para o 1º ano. Como consequência, a proposta pedagógica não garante que as crianças

sejam alfabetizadas na Idade Certa. Além disso, as crianças dos 2º e 3º anos não possuem materiais

didáticos específicos voltados para a alfabetização mesmo tendo coordenação enquanto que os 4º e

5º anos aguardam a liberação e a expansão do programa federal.

Em relação aos instrumentos de avaliação o município incentiva as escolas a criarem seus

próprios instrumentos de avaliação de acordo com as orientações recebidas nas formações do

programa do Pacto. A Secretaria Municipal de Educação realiza o acompanhamento e coordenação,

porém sendo necessária uma maior atenção ao acompanhamento pedagógico os dois últimos anos dos

anos iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, ainda não existe uma proposta pedagógica para a

promoção da articulação entre a Educação Infantil e o ciclo de alfabetização.

A Secretaria de Educação tem desenvolvido com as crianças do campo, quilombolas, como

também filhos de ciganos um trabalho pedagógico sem o atendimento de suas especificidades como

também não existem registros de trabalhos de alfabetização específicos pelas áreas das deficiências

direcionados às crianças especiais que se encontram nos ambientes escolares das classes regulares.

O município realiza as avaliações externas tais como a Prova e Provinha Brasil, a

Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), a Avaliação Externa da Alfabetização ( Avalie Alfa).

Em 2013, a avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) foi realizada pelo governo do Estado através

da Secretaria Estadual do Estado por meio da DIREC, já a Provinha Brasil e o Avalie Alfa, foram

aplicados pelo município através da Secretaria Municipal de Educação. A coordenadora local do

Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) promoveu uma reunião esclarecendo aos

diretores e Coordenadores Pedagógicos e forneceu direcionamento sobre a forma de aplicação dessas

avaliações.

A Secretaria Municipal de Educação utiliza os mesmos instrumentos de avaliação interna

convencional assim como as sugeridas nos materiais específicos do programa PNAIC. Ate o

momento, não se desenvolveu projetos pedagógicos que utilizem novas tecnologias educacionais

para a alfabetização de crianças. Além das aprendizagens pertinentes ao currículo escolar não se

realiza nenhum processo de formação inicial e continuada dos

educando no município. Diante da busca não se encontrou registro de nenhuma proposta

pedagógica consistente capaz de atender as reais necessidades dos alunos em processo de

alfabetização no município.

Educação em Tempo Integral

O programa Mais Educação foi instituído pela Portaria Interministerial 17/2007 e pelo

Decreto Presidencial 7.083/2010 e integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação -

PDE, como uma estratégia do Governo Federal para induzir a ampliação da jornada escolar e

organização curricular, na perspectiva da Educação integral.

O município de Cruz das Almas assinou o termo de adesão ao programa em 12 de janeiro

de 2011. Neste ano, foram contempladas quatro unidades escolares: Centro Educacional

Cruzalmense, Grupo Escolar Maria Peixoto Barbosa, Escola Hipólito Lima de Oliveira e Escola

Batista, porém apenas a Escola Hipólito Lima de Oliveira executou o programa atendendo um total de

110 alunos.

Em 2012 mais duas escolas foram contempladas: Escola Dr. José Conrado e Escola

Joaquim Medeiros, todavia a partir 2013 todas as escolas acima citadas executaram o programa. No

final de 2013 o município aderiu a mais 27 escolas, entre elas, apenas a Escola Clemente Mariani

deixou de aceitar a adesão ao programa pela justificativa de não possuir estrutura física adequada e

ao mesmo tempo ser uma escola municipalizada e por isso alguns trâmites burocráticos impediriam

as reformas necessárias. Somente durante as formações do programa que o município passou a ter

conhecimento de todos os requisitos exigidos na legislação, conforme a Resolução nº34 de 06 de

setembro de 2013:

Considerando a necessidade de estimular a ampliação da jornada e espaços escolares para o mínimo de sete horas diárias,

em conformidade com o Programa Mais Educação, visando a implementação da Educação Integral na rede pública de

ensino com atividades nas áreas de acompanhamento pedagógico, cultura, artes e educação patrimonial, esporte e lazer,

educação em direitos humanos, ciência da natureza, educação ambiental e desenvolvimento sustentável, cultura digital,

prevenção de doenças e promoção da saúde, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da

natureza, educação econômica/economia criativa: agroecologia; iniciação científica e memória e história das comunidades

tradicionais;

Diante deste conhecimento sobre a correta forma de execução do programa ficou constatada a

necessidade da adequação das unidades escolares quanto aos espaços físicos, tais como: banheiros,

quadras cobertas, refeitórios e anexos para realização das oficinas (salas dispostas de forma a não

atrapalhar o processo de aprendizagem do currículo pedagógico, em

que os alunos possam desenvolver as atividades extracurriculares que integram o Programa de

Educação Integral). Ficou claro que o município necessita garantir o acesso ao desenvolvimento

cultural e social através de acesso a internet, que possa abranger todas as escolas contempladas

pelo programa.

Quanto ao cumprimento da legislação para operacionalizar os repasses previstos no art. 8º

da Resolução nº34 de 06 de setembro de 2013, entre outras atribuições é necessário garantir um

professor, preferencialmente estável e com jornada de 40 (quarenta) horas semanais, lotado na

escola na qual serão desenvolvidas as atividades do Programa Mais Educação. De acordo com o

atual limite do índice do percentual dos recursos do FUNDEB destinados ao pagamento de

professores não tem sido possível garantir a disposição de um professor de 40 horas

especificamente para atuar na coordenação do programa.

Considerando a resolução 34/CD//FNDE nº 26/2013, que dispõe sobre o fornecimento da

alimentação escolar aos estudantes da educação básica e trata das especificidades em relação

aos estudantes atendidos no Programa Mais Educação observa-se que não há o atendimento pleno

dos requisitos previstos na legislação e acordo com as informações do Programa Bolsa Família as

escolas contempladas devem ter o índice igual ou superior a 50% de seus estudantes participantes

do Programa. Além destes critérios as escolas do campo foram inseridas por apresentarem 30%

da população rural. Ainda torna-se necessário o atendimento do disposto no art. 58 da Lei 9394/96

para que todos os alunos que são indicados no censo portadores de deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e alta habilidade, sejam inseridas no Programa Mais Educação

A Secretaria Municipal de Educação de Educação já atende 27 unidades escolares o que

significa mais de 50% (cinqüenta por cento) do total, no entanto, a maioria delas não vem cumprindo

com os requisitos do programa principalmente referente à alimentação. Torna-se necessário que a

se realize a adequação das escolas quanto à infraestrutura e fornecimento de almoço para todos os

alunos inseridos no programa. Afinal o fato de que tais escolas ao serem selecionadas para que

possam melhorar a qualidade da aprendizagem por meio de um tratamento pedagógico diferenciado

que seja capaz de contribuir para a formação plena dos alunos deve ser considerado compromisso

com o devido comprometimento dos agentes gestores.

O município precisou rever toda a legislação pertinente ao programa, pois a realidade ocorrida

demonstrou um verdadeiro descumprimento dos principais critérios para que se realizasse o

programa de forma adequada. Em 2014 foram informadas 21(vinte e uma)

unidades escolares com turmas do programa totalizando 4147 alunos. Foram contempladas 10 (dez)

unidades de escolas do campo. Destas apenas 08 (oito) unidades foram contempladas com os recursos

por terem informado o período de funcionamento das turmas como integral. As demais escolas

realizaram as oficinas por meio de atividades sócio-educativas no contraturno escolar, mas sem

fornecimento do almoço para todos os alunos.

Em 2015 foram realizados os devidos ajustes e finalmente encontram-se fornecendo almoço

para todos os alunos do programa e construídos 10 (dez) refeitórios, porém a maioria das escolas

ainda está pendente na questão da infraestrutura quanto a adequação do espaço dos refeitórios e

sanitários para banho. Considerando a necessidade em assegurar a educação em tempo integral para

pessoas com deficiências na faixa etária dos 04 aos 17 anos é necessário realizar um levantamento

para se constatar se está sendo atendida esta exigência. O município terá de firmar parcerias com as

Secretarias de Saúde, Cultura, Esporte e Lazer para o pleno atendimento das demandas dos alunos

matriculados na jornada ampliada.

A Secretária Municipal dispõe de coordenação que realiza o acompanhamento pedagógico e

multidisplinar com os monitores que realizam as oficinas para que os alunos permaneçam o o tempo

igual ou superior a sete horas diárias durante todo o período letivo.

Qualidade da Educação Básica

Em 2014 foi aprovado o Plano Nacional da Educação (PNE), Lei nº Lei 13.005/14 que traça

os objetivos, metas e estratégias para o ensino no País para os próximos dez anos em todos os

níveis para serem cumpridos até 2024. Neste mesmo ano encerrou-se o prazo de vigência do

Plano de Ações Articuladas (PAR), que contemplava os compromissos dessa natureza para a

melhoria da qualidade do ensino no município de Cruz das Almas.

Desta forma, se torna necessário um profundo estudo sobre as metas de desempenho, bem

como as médias nacionais, estaduais e municipais para o Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica (Ideb) a partir do ano de 2013 para uma comparação e análise da realidade educacional do

município a fim de se traçar as diretrizes e metas que sejam capazes de promover a superação

dos principais problemas, o fortalecimento e a melhoria da qualidade da educação no próximo

decênio no município. Para tanto se realizou uma projeção sobre o Ideb observado no período entre

2007 a 2013 no âmbito de cada rede de ensino que fornecerão os subsídios para as principais ações

necessárias ao alcance da meta projetada até o ano 2021.

Tabela 19. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino

Fundamental 2007/2013

Âmbito de Ensino

Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental

IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas

2007 2009 2011 2013 2015 2021 2007 2009 2011 2013 2015 2021 Brasil Total 4.0 4.4 4.7 4.9 5.0 5.8 3.5 3.7 3.9 4.0 4.5 5.2

Bahia 3.2 3.5 3.9 3.9 3.8 4.8 2.8 2.9 3.1 3.2 3.8 4.6

Rede Estadual 4.1 - - - - - 2.7 2.4 2.9 3.2 3.5 4.3

Rede Municipal 3.3 3.7 3.9 4.1 4.2 5.1 3.0 2.9 3.5 3.3 4.2 5.0

Fonte: Disponível em: www. Qedu.org.br – junho de 2015.

Analisando a tabela 19 percebe-se que o município evoluiu 0.8 no período de 2007 a

2013 nas séries iniciais e 0.3 nas séries finais. Para que possa alcançar a meta projetada o

município precisa conquistar 1.0 nas séries iniciais e 1.7 nas séries finais. Diante da atual

situação da educação municipal é preciso que se promova a melhoria do desempenho escolar

por meio da adequação da infraestrutura, recursos materiais organização curricular, didática,

pedagógica, administrativa e de qualificação de todos os professores assim como promover a

aproximação da família com a comunidade escolar por meio da gestão democrática e

participativa.

QUADRO 1 – NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA E

MATÉMATICA DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – 2009, 2011 E 2013.

ANO 5º ANO

LINGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA

Av. Prof. Bás. Insuf. Av. Prof. Bás. Insuf.

2009 3% 16% 52% 29% 1% 15% 45% 39%

2011 4% 23% 51% 22% 2% 18% 49% 31%

2013 7% 21% 47% 25% 4% 16% 47% 33%

De acordo com o Quadro 1, o nível de proficiência dos alunos do 5º ano do Ensino

Fundamental no período de 2009 a 2013 passou por oscilação tendo elevação em 2011 e

queda em 2013 tanto em Língua Portuguesa com em Matemática. Contudo houve a gradativa

elevação do nível de avançados nas duas disciplinas no mesmo período.

QUADRO 2 – NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA E

MATÉMATICA DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – 2009, 2011 E 2013.

ANO 9º ANO

LINGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA

Av. Prof. Bás. Insuf. Av. Prof. Bás. Insuf.

2009 1% 11% 55% 33% 0% 2% 36% 62%

2011 2% 10% 57% 31% 0% 4% 47% 49%

2013 1% 10% 54% 35% 0% 3% 43% 54%

Conforme indica o Quadro 2, no 9º ano do Ensino Fundamental durante o período de 2009 a

2013 não houve avanço no nível de aprendizagem dos alunos nas disciplinas de matemática e

uma pequena oscilação com queda em Língua Portuguesa. O nível de proficiência permaneceu baixo.

Nesta série mais de 50% dos alunos estavam no nível básico da leitura e mais de um terço com

nível insuficiente em todo o período. Quando se trata da Matemática houve uma variação de 49% a

62% no nível insuficiente de aprendizagem.

Ao analisar os índices de reprovação existentes na rede municipal de ensino em 2013,

observa-se que se concentra nas séries iniciais nos 2º e 3º anos. O fato de que o município adotou

a não-reprovação no 1º ano, tem feito com que os alunos sejam aprovados automaticamente. Quando

muitos destes chegam ao 2º ano ao não possuírem as habilidades e competências básicas de leitura e

escrita são reprovados em massa. Como muitos daqueles que conseguem aprovação no 2º ano ao

chegarem ao final do 3º são desclassificados.

Quando se trata das séries finais, a maior concentração da reprovação está no 6º ano nas

disciplinas de Matemática seguida da Língua Portuguesa, as quais os alunos apresentam maiores

dificuldades de aprendizagem, acumulando as defasagens ficando retidos ou abandonando a escola

antes da conclusão. São vários os motivos que causam esta realidade sendo o mais freqüente o a

não apreensão das habilidades básicas na compreensão e efetivação dos cálculos desde o processo

da alfabetização. Outro agravante é o desinteresse pela leitura que conseqüente dificulta a

interpretação textual. As ações feitas pelo sistema educacional para solucionar estas dificuldades

são projetos ligados a leitura.

Atualmente a Secretaria Municipal de Educação executa programas em parceria com o

governo federal, para a de formação e capacitação de professores leitores a fim de promover a

multiplicação do gosto e hábito pela leitura. Tem sido desenvolvidos com o auxilio e

orientação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e os Parâmetros

Curriculares Nacionais nas diversas áreas transversais alguns projetos específicos referentes à leitura.

Outro fator que dificulta o processo tem sido a falta de formação específica para os

bibliotecários e agentes da comunidade a fim de prestarem uma melhor atuação como mediadores da

leitura, seguindo as especificidades das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem. No

entanto, a Secretaria Municipal de Educação vem oferecendo formação para professores do sistema

municipal para que possam atuar como mediadores na sua etapa de desempenho.

A Secretaria Municipal criou um grupo de apoio e acompanhamento formado por

membros do Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Educação e representantes da sociedade civil

objetivando fornecer apoio e acompanhamento a crianças e jovens matriculados em unidades

escolares em que ocorre violência na busca de ações de prevenção junto às famílias e contribuindo

na adoção das providências adequadas para a conquista da cultura de paz e segurança no ambiente

escolar.

Entre outras ações, a parceria com o Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, a

Secretaria Municipal promove a referida formação de leitores e capacitação de professores. Nas

áreas de Ciências e Matemática não tem realizado ações específicas para a reversão das deficiências

apresentadas nestas áreas do conhecimento, realizando apenas um processo de revisão de

conteúdos objetivando a recuperação ao final do ano letivo.

O município assegura transporte público a todos os estudantes da Educação do Campo de

localidades em que não é oferecida a continuidade dos estudos e que precisam estudar na zona

urbana da cidade. Diante da quantidade insuficiente para o pleno atendimento da demanda de

estudantes e localidades rurais é necessária a aquisição de veículos, com os objetivos aumentar a

frota de veículos escolares, reduzindo desta forma a evasão escolar.

A Secretaria de Educação através da aquisição de equipamentos e materiais por processo

licitatório fornece a complementação de insumos materiais, bem como assegura a manutenção da

estrutura física escolar. As unidades escolares recebem apoio financeiro para a gestão escolar pela

transferência direta de recursos financeiros como forma de garantir a manutenção da mesma. A

gestão dos recursos financeiros recebidos ocorre com a participação da comunidade escolar no

planejamento, aplicação e prestação de contas.

O município assegura água tratada, saneamento básico, energia elétrica às escolas.

Quanto à acessibilidade à pessoa com deficiência ainda não foram realizadas em todas as

unidades escolares. Uma minoria das escolas já possui bibliotecas adequadas, poucas possuem

quadras poliesportivas e equipamentos para prática de esportes. São realizadas algumas atividades

extra-curriculares para acesso dos alunos aos bens culturais, à arte. Grande parcela das unidades

escolares não possui equipamentos e laboratórios de ciências.

A Secretaria de Educação ainda não tem utilizado no Ensino Fundamental nas séries iniciais

os indicadores obtidos através dos resultados das avaliações externas e do fluxo escolar bem como

dos níveis de proficiência que medem o aprendizado dos alunos das séries finais a fim de

diagnosticar e planejar a melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos. Através das ações

previstas no Plano de Ações Articuladas (PAR) são executadas algumas ações para o alcance de

metas de qualidade educacional referentes as dimensões de gestão educacional, infraestrutura e

formação de profissionais do magistério principalmente as que são cobertas com recursos em

regime de colaboração.

O município ainda não tem aproveitado os resultados dos indicadores do Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica (Ideb), relativos às escolas para o acompanhamento e divulgação. Como também não vem

utilizando a aplicação de políticas públicas como forma de atingir as metas do Ideb, diminuindo com

isso a diferença entre as escolas com os menores índices e a média nacional.

A Secretaria Municipal realiza por meio das unidades escolares a aplicação de avaliações

periódicas bimestrais de aferição da aprendizagem dos alunos com base numa matriz referencial

curricular específica do ano avaliado, no entanto, até o presente momento não se ampara nos

resultados para uma reorganização curricular que promova a inovação pedagógica, a

reestruturação dos materiais didáticos que levem à melhoria da aprendizagem dos estudantes.

Também inexistem mecanismos para o acompanhamento individualizado dos alunos nas

escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Contudo, a Secretaria de Educação tem

estimulado o processo contínuo de autoavaliação das mesmas por meio da constituição de

instrumentos de avaliação específicos nas próprias unidades escolares.

Em uma parcela mínima de unidades escolares são certificadas e divulgadas tecnologias

educacionais para a Educação Infantil, Ensino Fundamental, assegurando a diversidade de métodos

e propostas pedagógicas. Porém ainda não são suficientes para o atendimento da demanda de

implementação do desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas

pedagógicas nos sistemas de ensino.

No entanto já houve a sinalização da demanda que são esforços realizados pelo município

para universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e

triplicar a relação de computadores-aluno (a) nas escolas da rede pública de Educação Básica.

Por enquanto não se universalizou a informatização das escolas como nenhum programa de formação

continuada ao pessoal técnico das secretarias escolares.

As escolas da rede básica de ensino do Município de Cruz das Almas gradativamente vem

inserindo no currículo escolar a inserção dos conteúdos referentes a História e Cultura Afro-

brasileira e Indígenas nas disciplinas de artes, história e literatura das séries finais do Ensino

Fundamental. Tem sido desenvolvido projetos e ações durante o ano letivo dentro da temática,

principalmente em novembro, mês da comemoração do dia da consciência negra em cumprimento

das diretrizes curriculares nacionais do ensino de história e cultura afro brasileira.

Embora a rede municipal ainda não possua uma proposta com uma concepção pedagógica

especifica, o planejamento pedagógico vem sendo realizado numa só dinâmica. Apesar de fornecer

propostas, a Secretaria Municipal orienta que cada unidade escolar discuta e flexibilize a adequação

dos conteúdos correspondentes ás suas respectivas comunidades locais fortalecendo as praticas

socioculturais da comunidade e o respeito pela sua realidade cultural.

Considerando que a família é base de qualquer pessoa e da importância de seu papel

fundamental na vida dos filhos, as escolas do município vêm tentando mobilizar e conscientizar

as famílias a participar da vida dos seus filhos, ajudando na tomada de decisões, participando do

conselho escolar, envolvendo os mesmos nos projetos efetivados pela escola, atuando como amigo da

escola, participando das reuniões de pais e mestres entre outras ações que foram inseridas no Projeto

Educacional coletivo que “ Família e Escola: uma parceria que dar certo!”.

Embora o município não preste atendimento a toda a demanda necessária dos diferentes

problemas de saúde dos educandos, há uma profissional da educação em articulação com a

Secretaria Municipal de Saúde que por meio de ações do Programa Saúde na Escola promovido em

parceria com o Ministério da Saúde e educação que dentro das possibilidades faz acompanhamento as

prioridades existentes, a partir dos temas abordados e ações preventivas para a promoção de saúde.

Porem ainda não existe nenhum tipo de programa educacional em parceria local que ofereça

total apoio em questões de saúde às famílias. A Secretaria Municipal do Trabalho e

Assistência Social, como a Secretaria Municipal de Esporte Cultura em parceria com os

governos federal e estadual repassam programas à população em geral, porém inexistem parcerias no

âmbito específico da educação.

O município até o presente momento não concretizou nenhuma ação efetiva de promoção de

assistência a saúde dos profissionais da educação, que promova a prevenção e atendimento à classe

para a conquista de sua valorização profissional e melhoria das condições de trabalho para que os

mesmos possam cumprir sua jornada de trabalho com compromisso e responsabilidade.

Para a implementação da política de inclusão de crianças e jovens em estado de

vulnerabilidade social, atualmente o município aderiu ao Programa Mais Educação em 21 escolas

do Ensino Fundamental com a oferta no contraturno escolar de variadas oficinas, que mantém os

estudantes na escola em tempo integral. Há também a realização de um programa em parceria com o

Banco do Brasil denominado AABB Comunidade. Tal programa oferece no contraturno aulas de

reforço e alimentação aos estudantes devidamente matriculados na rede municipal oficinas as

crianças quando estão fora da escola.

Educação de Jovens e Adultos ( EJA)

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade que integra o ensino fundamental

na rede municipal e as etapas do ensino fundamental e médio na rede estadual. Atualmente se faz

necessária uma atenção especial a EJA por estar em gradativo processo de redução de matrículas. É

preciso que o sistema reavalie por meio de um diagnóstico o contingente populacional de jovens e

adultos que se encontram sem instrução ou com baixa escolaridade.

Esta modalidade encontra-se regulamentada pelo artigo 37 da lei de diretrizes e base da

educação a LDB ou lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996 e contempla também esta

modalidade de ensino da educação básica. Este segmento educacional também recebe repasses do

FUNDEB. É de fundamental importância a realização de uma análise/reanálise destes dados

estatísticos para que por meio dos indicadores da taxa de analfabetismo e média de anos de estudo

da população possa se direcionar o caminho para a melhoria da qualidade de ensino no município.

Tabela 20. Matrícula Inicial na Educação de Jovens e Adultos do Município de Cruz das Almas/BA, por

dependência administrativa e localização (2011/2013)

Anos Municipal Estadual Total

Urbana Rural Urbana Rural _

2011 121 79 666 - 866

2012 236 244 759 - 1239

2013 387 240 409 - 1036

Fonte: Secretaria Municipal de Educação/ Direc – 32

De acordo com os dados da tabela 20, houve um aumento expressivo nas matrículas da

educação de jovens e adultos do período de 2011 a 2013 na rede municipal. É possível que tal

aumento se justifique pelo regresso de muitos jovens e adultos nas séries iniciais. Na rede

estadual houve uma grande redução principalmente no ano de 2013, provavelmente por uma falta

de incentivo para que os alunos que se encontram nas séries finais retornassem.

O Sistema Municipal de Ensino tem oferecido a modalidade de Educação de Jovens e

Adultos, em escolas localizadas na zona urbana e na rural, ofertando vagas para o Ensino

Fundamental nas séries iniciais com o estágio I correspondente a 1ª e 2ª séries, estágio II

correspondente a 3ª e 4ª séries como também com as séries finais o estágio III, correspondente a 5ª e

6ª séries e estágio IV correspondente a 7ª e 8ª séries. A Secretaria Municipal de Educação

ainda executa projetos e programas em parceria com o governo federal para a oferta dos cursos de

alfabetização, os quais se destacam o Programa Brasil Alfabetizado e o MOVA Brasil.

Tais programas objetivam principalmente reduzir as taxas de analfabetismo e melhorar os

índices de escolarização da população de jovens e adultos, com vistas a garantir o ingresso, a

permanência e o sucesso escolar, a fim de criar condições objetivas para o desenvolvimento regional

e desenvolvimento humano. Analisando o desempenho da EJA, na rede municipal de ensino,

observamos que durante o ano letivo de 2011, a modalidade obteve uma taxa de aprovação de

54%, revelando um aumento de 9% em relação ao ano de 2010 e de 13% em relação ao ano de

2009. Já, em relação ao índice de evasão, houve a redução de 7% em relação ao ano letivo anterior

(2010) como também de 12% em relação ao ano de 2009. Estes dados apresentaram um pequeno

avanço quanto à permanência do aluno da EJA no ano de 2012 e 2013.

No ano letivo de 2014, de acordo com visitas e revisitas realizadas no turno noturno em

unidades escolares da rede municipal, foi verificado que o número de alunos constantes nos

formulários da matricula inicial como também constantes nos registros dos documentos

da vida escolar dos mesmos, não era compatível com a freqüência diária dos alunos. Tal

levantamento conduziu a um parecer conclusivo de que uma parcela dos alunos que se matriculam na

EJA nem sequer comparece a um dia de aula. Ficou claro também que muitos dos que começam a

freqüentar as aulas vão evadindo aos poucos e no final do ano termina ficando bem poucos alunos

frequentando.

Neste mesmo ano, de acordo com o Relatório Geral da Educação de Jovens e Adultos

DAG/SME (2014), foram matriculados inicialmente 438 alunos, destes, 10 foram transferidos e 181

evadidos. Dos 247 que cursaram até o final do ano letivo, 168 foram aprovados, o que representou

38% do total inicial enquanto 79 que permaneceram foram reprovados. Nesta mesma modalidade

nas séries finais, foram matriculados inicialmente no turno diurno em um colégio localizado na zona

urbana 308 alunos, destes 75 evadidos, 13 transferidos e chegaram até o fim do ano letivo 220

alunos. Foram aprovados 145 o que representou 47% da matrícula inicial enquanto que 75 dos que

permaneceram ate o fim do ano letivo foram reprovados.

Atualmente, 07 (sete) unidades escolares matricularam alunos nesta modalidade do ensino

fundamental no turno noturno o que representa 15% do quantitativo geral de unidades escolares

municipais. Destas, 04 matricularam 98 alunos na EJA I nos estágios I e II (séries iniciais) sendo

03 unidades na zona urbana (82 alunos) e 01 na zona rural, (16 alunos). Enquanto que 03

colégios matricularam 331 alunos na EJA II (séries finais), 02 na zona urbana (297 alunos) e 01

(34 alunos) na zona rural.

Ao traçarmos uma análise da atual matrícula da EJA, na rede municipal observamos que

88% dos alunos são da zona urbana enquanto que apenas 12% da zona rural. Este dado mostra que

é necessário que a Secretaria Municipal de Educação promova um trabalho sócio- educativo de

incentivo voltado à sensibilização das comunidades rurais a fim de resgatar o desejo da população

jovem e adulta a regressar à escola dando continuidade aos estudos do ensino fundamental.

Tabela 21. Nível Educacional da População jovem, 1991, 2000 e 2010.

Faixa etária

(anos)

Taxa de analfabetismo % de alunos na escola

1991 2000 2010 1991 2000 2010

15 a 17 anos 12,42 4,85 4,85 47,84 65,28 50,36

18 a 24 anos 11,97 6,26 6,26 63,52 57,1 46,94

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil

De acordo com a tabela 21 do período de 1991 a 2010, ou seja, duas décadas, verifica- se que

houve a redução da taxa da população jovem. Observa-se que o nível educacional da população

desta faixa etária também reduziu. Além da redução quantitativa houve a diminuição educativa no

município. Provavelmente a necessidade da entrada de trabalho tenha levado muitos adultos em

processos de escolarização a ficarem exclusos do processo educacional.

Tabela 22. Nível Educacional da População Adulta com mais de 25 anos, 1991, 2000 e 2010.

Taxa de analfabetismo 1991 2000 2010

25 anos a 29 anos 32,8 22% 14,9

% de 25 a 29 anos na escola 44,7% 43,6 31%

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil

Considerando a tabela 22 nota-se que no período de 1991 a 2010 houve uma redução de

mais de 50% da população adulta de 25 a 29 anos no município, porém a redução no

quantitativo populacional não gerou a redução do índice de adultos que frequentaram a escola no

mesmo período provavelmente da clientela que cursava o ensino superior.

Atualmente a rede municipal tem garantido a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos

no Ensino Fundamental em unidades escolares que possuem a demanda desta modalidade. No

entanto, as localidades em que a demanda é extremamente baixa quanto ao quantitativo de alunos

a Secretaria Municipal realizou o processo de nucleação de unidades escolares agrupando a

clientela para o curso numa unidade matriz. Não há no município a oferta gratuita exclusiva da

Educação Profissional para esta modalidade, pois a rede estadual oferece vagas para o Ensino Médio

Profissionalizante a qualquer concluinte do Ensino Fundamental.

Apesar da necessidade, o município ainda não promove a busca ativa de jovens que se

encontram fora da escola. É necessário que se realize parcerias com as áreas de assistência social,

saúde e com o conselho tutelar para que haja o acompanhamento e monitoramento desta população.

A SME através de programas promovidos em regime de colaboração vem realizando matriculas

para cursos de Educação de Jovens e Adultos, como forma de garantir a continuidade dos estudos

ofertando vagas nos cursos da EJA.

O município ainda não realiza um estudo de demandas para o diagnóstico dos jovens e adultos

que possuam o Ensino Fundamental e Médio incompletos, a fim de ofertar vagas na Educação de

Jovens e Adultos, como também não tem assegurado a oferta da Educação de Jovens e Adultos,

nas etapas do Ensino Fundamental e Médio, às pessoas privadas de

liberdade em estabelecimentos penais, porém, oferta a modalidade de ensino nos turnos diurno e

noturno de unidades escolares da rede.

Apenas são realizadas chamadas públicas para a matrícula na modalidade da Educação de

Jovens e Adultos quando da adesão de programas em regime de colaboração entre entes federados

ou realizados convênios com organizações da sociedade civil visto que a captação de recursos para

a Educação de Jovens e Adultos fora do regime de colaboração é obtido apenas com os recursos

exclusivos do órgão federal e complementado com percentuais mínimos a nível municipal. Os

estudantes da EJA residentes em localidades rurais que estudam na zona urbana são beneficiados

com o adequado transporte escolar do Programa Caminho da Escola do Programa Nacional de

transporte Escolar- PNATE.

A SME fornece a alimentação escolar baseada nos padrões de qualidade estabelecidos pela

legislação em vigor e de acordo com o Programa Nacional de alimentação Escolar - PNAE,

porém não há ações de articulação para o atendimento na área de saúde. Porém ainda não adequou à

legislação municipal de modo a estabelecer mecanismos e incentivos para que ocorra uma

integração com os segmentos empregadores, públicos e privados com vistas à promoção da

compatibilização da jornada de trabalho dos empregados que são estudantes da EJA como também

ainda não institucionalizou programas de desenvolvimento de tecnologias para correção de fluxo,

acompanhamento pedagógico individualizado e recuperação de alunos neste segmento de ensino.

A orientação e o acompanhamento pedagógico junto aos professores da Educação de Jovens

e Adultos são realizados por um coordenador do Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de

Educação e os materiais didáticos necessários são adquiridos com os recursos do Programa

Dinheiro Diretos na Escola- PDDE e complementado pelo setor de distribuição de materiais da

SME. Os cursos de Alfabetização de Jovens e Adultos implementados através de programas

específicos são orientados e acompanhados por coordenadores capacitados para este fim específico.

A continuidade da escolarização básica dos concluintes destes cursos é garantida através do

incentivo para a matrícula nos cursos da EJA.

O Sistema Municipal de Ensino ainda não realiza exames específicos que permitam aferir

o grau de alfabetização de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade e nem

promovido apoio técnico e financeiro a projetos inovadores que objetivem o desenvolvimento de

modelos adequados às necessidades específicas desses estudantes da

EJA. Ainda se faz necessária a implementação de programas de capacitação tecnológica da população

jovem e adulta capazes de fornecer os direcionados para os segmentos com baixos níveis de

escolarização formal e estudantes com deficiência nesta modalidade.

A Secretaria Municipal de Educação tem orientado as unidades escolares a promoverem a

inserção dos conteúdos referentes ao ensino de História e Cultura Afrodescendente e Indígena nas

séries finais do Ensino fundamental. Porém é necessário que se atente para a necessidade de

fomentar a exigência da implementação da lei que a regulamenta a fim torná-la efetiva no ensino do

município. Também se faz urgente a inserção de políticas públicas de jovens e adultos que considere

as necessidades específicas dos idosos assim como desenvolver projetos educativos que atendam às

necessidades do estudante trabalhador.

O município não possui uma organização curricular integrada é preciso se realizar a

utilização de metodologias e mecanismos de assistência, visando favorecer a permanência e a

aprendizagem do estudante na EJA de modo a estimular a diversificação curricular para que haja a

articulação na formação do estudante preparando-o para o mundo do trabalho. É preciso que o

currículo estabeleça a inter-relação entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da

tecnologia e da cultura e cidadania. Assim sendo, as escolas devem organizar e adequar o tempo e o

espaço pedagógicos às características desses estudantes.

A Secretaria ainda fomenta a produção de material didático, o desenvolvimento de

currículos e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e

laboratórios e a formação continuada aos docentes que atuam na Educação de Jovens e Adultos.

Diante da situação apresenta observa-se a necessidade do fortalecimento no acompanhamento e

orientação do trabalho educativo realizado neste modalidade em toda a rede municipal de ensino.

Educação Profissional de Nível Médio

A Educação Profissional tem que se encaminhar de acordo com os Arranjos Produtivos,

Culturais e Sociais, Locais e Regionais. A intenção dessa modalidade de ensino deve ser oferecer

ao estudante a formação adequada, compatível com as potencialidades do trabalho da região do

Recôncavo Baiano e das especificidades laborais do município de Cruz das Almas.

Neste sentido, percebe-se um grande leque de possibilidades para se desenvolver a

educação profissional de nível médio De acordo com a Lei nº 11. 741, de 2008 que alterou os

dispositivos da Lei no

9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da

educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação

profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e

tecnológica.

Essa modalidade de ensino poderá ser realizada articulada com o ensino médio ou de modo

subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio. Interpretando os

argumentos supracitados da referida lei, entende-se que tanto o educando que terminou o ensino

médio de formação geral quanto para o que inicia ou esta cursando é possível fazer

paralelamente a educação profissional técnica de nível médio.

O município de Cruz das Almas oferece a educação profissional de nível médio integrado

pela rede estadual através do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP II), na forma

subsequente através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

(PRONATEC), pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social e pela rede privada por

meio do Centro Educacional Maria Milza (CEMAM), a única instituição de ensino que oferece o

Curso de Técnico em Enfermagem, com 60 cursistas matriculados em 2014.

Apesar da importância, a rede municipal de educação não contempla a oferta de

Educação Profissional na modalidade de Educação a Distância. O Sistema Municipal de ensino prevê

a oferta desta modalidade, porém não sendo uma obrigatoriedade desta esfera administrativa esta

inexiste.

Essa modalidade de ensino realizada no Centro Territorial de Educação Profissional

Recôncavo Alberto Torres - CETEP II. Em 2014 ofertou o Ensino Médio integrado à Educação

Profissional, possuindo 657 educandos. O curso de maior número de matriculas o técnico em

Informática com 202 alunos.

Na forma subsequente do Ensino Médio o de maior concorrência foi para o curso

Técnico em Segurança do Trabalho que matriculou 118 dos 200 educandos deste curso. Quanto a

oferta do Programa Nacional de Integração da Educação (PROEJA) dos 194 educandos, 52 também

cursaram Técnico em Segurança do Trabalho. Além destas, ofertou também o Ensino Médio regular

com 113 educandos. A instituição educacional também ofereceu o PROEJA na etapa do ensino

fundamental com apenas 16 educandos que cursaram Qualificação em Saúde. Ressalta-se que a

procura por estes cursos supracitados, decorre da demanda do mercado da região e do município.

O CETEP II também ofertou vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e

Emprego (PRONATEC), possuindo um total de 139 educandos. Ofertou 02 cursos nos turnos

matutino e vespertino, sendo o de recepcionista com 70 matrículas e de Produtor de Frutas e

hortaliças processadas com o uso de frio. Este programa é gerenciado pela Secretaria Municipal do

Trabalho e Assistência Social em parceria com o SENAI/SENAT.

A Secretaria acima citada ofereceu em 2014, 160 vagas para o curso de Costureiro de

calçados, devido à existência da fábrica de calçados Bibi, sediada em Cruz das Almas há alguns

anos. A Bibi emprega cerca de 1.000 colaboradores, o que faz a procura por este curso ser maior que

os demais. Enquanto também são oferecidas vagas para os cursos de Almoxarife, Auxiliar

Administrativo, Auxiliar Financeiro, Frentista, Mecânico de Automóveis Leves, Mecânico de

Motocicletas e Recepcionista que apesar de corresponderem à realidade do município, apresentam

menor procura por parte dos cursistas.

Quanto a infraestrutura das instalações que ofertam a Educação Profissional no município tem sido

satisfatória e se encontram de acordo com as normas legais de funcionamento.

A oferta da Educação Profissional Técnica de Nível Médio é destinada a qualquer

interessado, incluindo as populações do campo. Entretanto, não se oferece matrículas específicas para

o atendimento à pessoa com deficiência. O acompanhamento e o processo de avaliação da qualidade

dos cursos existentes nas redes estadual e privada são realizados pelo Estado e o Governo Federal.

Não há ainda no município ações destinadas à expansão do estágio para os estudantes.

EDUCAÇÃO SUPERIOR

Ensino Superior

O município de Cruz das Almas é popularmente conhecido como cidade universitária. Sedia

a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com campus em Amargosa,

Cachoeira, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus. Anteriormente era denominada

Universidade Federal da Bahia (UFBA), ofertando apenas o curso de Agronomia. Atualmente uma

instituição pública autárquica vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e incluindo diversas

atividades de ensino, pesquisa e extensão em várias áreas do conhecimento.

O governo municipal não disponibiliza nenhum apoio aos estudantes que cursam ou que

desejam cursar o Ensino Superior fora do município. Tal apoio a esses estudantes promoveria

maiores possibilidades para a permanência e conclusão dos cursos. Atualmente se encontram

disponíveis pela rede privada cidade muitos cursos a distancia tais como os promovidos pela

Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) através do "Sistema de Ensino Presencial Conectado", que

oferecendo aulas via satélite.

Os munícipes contam também com os cursos da Universidade Salvador (UNIFACS)

oferecendo cursos de graduação, extensão, curta duração, à distância e pós-graduação. Seus 22

cursos de graduação são divididos em quatro departamentos - Ciências Sociais Aplicadas, Engenharia

e Arquitetura, Ciências Exatas e de comunicação e Ciências Humanas e de Saúde com um pólo em

Cruz das Almas. Todas as instituições passam pelo processo de avaliação a qualidade dos cursos

através do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), por meio da realização de

provas que são aplicadas aos estudantes.

O processo de avaliação da qualidade também é realizado na UFRB. A graduação em

Jornalismo oferecida no campus de Cachoeira obteve o conceito 03 (Três) enquanto que a

graduação em Psicologia, oferecida no campus de Santo Antonio de Jesus, o conceito 04. Esses

índices estão numa faixa considerada pelo Ministério da Educação (MEC) como nível aceitável de

prestação de serviços de Educação.

Em relação à UNOPAR, foram avaliados os cursos a distância de Fisioterapia, Odontologia,

Farmácia, Educação Física, Nutrição Enfermagem e Serviço Social em 2010 obtiveram conceitos

04 (Quatro) ou 05 (Cinco) em pelo menos um dos quesitos. Os cursos de Farmácia, Nutrição e

Enfermagem ganharam a nota máxima no índice dos desempenhos dos estudantes.

O governo municipal ainda não disponibiliza nenhum programa de incentivo para

permanência dos estudantes de baixa renda. O governo federal oferta exclusivamente aos

estudantes carentes da UFRB, através do Programa de Educação Tutorial (PET), como auxílio para

moradia, transporte entre outras despesas. Todas as instituições e cursos de ensino superior em

funcionamento no município encontram-se devidamente autorizadas ou credenciadas pelo MEC.

Quanto à infraestrutura das diversas instituições tanto pública como privadas não se

encontram dentro dos padrões de excelência para atender aos estudantes. Não há em todas a

disposição acervo suficiente para a demanda assim como laboratórios e equipamentos de informática

entre outros materiais úteis ao fornecimento de condições dignas de pesquisa para estudantes e

docentes.

O Sistema Municipal de Ensino proporciona aos alunos concluintes do ensino médio um

Curso Pré-Vestibular visando preparação para ingresso em instituições de ensino superior. Quanto ao

ingresso dos professores da rede municipal a Secretaria Municipal promoveu a formação em

Licenciatura em Pedagogia por meio do convênio com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

através de extensão no próprio município.

Com a rede privada foram conveniados com a Faculdade Maria Milza/FAMAM e a

Faculdade Albert Einstein/ FACTAE a oferta dos cursos de graduação em Pedagogia. Também

promoveu o curso de Educação no Campo pela UFRB no campus do município de Salvador. O

governo forneceu também o curso de especialização em História e Cultura da África Brasileira

pela UFRB com campus no município de Cachoeira como garantia de política pública afirmativa.

Atualmente quase a totalidade dos docentes são graduados e apesar de não ofertar

recursos financeiros e nem estar conveniada com nenhuma instituição superior a Secretaria Municipal

estimula a segunda formação na área específica do currículo aos professores que atuam nas

disciplinas diferentes de sua formação acadêmica. O município ainda não proporciona a oferta de

estágio como parte da formação na Educação Superior porém absorve aqueles que buscam estágios

por conta própria nos diversos setores educacionais. Através desse cursinho pré-vestibular

preparatório os alunos oriundos da zona rural e de demais comunidades podem se preparar para o

ingresso no ensino superior.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, assim como a UFRB tem

fomentado estudos e pesquisas que analisam a necessidade de articulação entre formação, currículo,

pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades econômicas, sociais e culturais locais.

Assim sendo, o município recorre a estas instituições quando necessita de pesquisas científicas.

A Secretaria Municipal divulga os cursos, localidades e prazos oferecidos pelas instituições

públicas de Ensino Superior locais e regionais, nas modalidades de graduação e pós-graduação por

meio de comunicação oral e impressa e através do site da prefeitura, impresso e comunicação

oral. Apesar de não dispor de uma plataforma eletrônica específica

para divulgação da oferta de cursos de formação inicial e continuada para os profissionais de

educação, bem como para consulta e atualização dos currículos eletrônicos dos docentes vem

realizando por outros meios existentes.

VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

A Secretaria Municipal da Educação pautada no planejamento estratégico visando uma ação

conjunta de interação constante entre as reais necessidades e as possibilidades de promoção da

qualificação dos Profissionais da Educação para a melhoria do desempenho educacional

cruzalmense. A tabela 23 apresenta o quantitativo dos profissionais docentes por área de formação e

atuação nas etapas e modalidades da Educação Básica existentes na rede municipal de ensino no ano

de 2013.

Tabela 23. Funções docentes por Etapas e Modalidades da Educação Básica – Rede

Municipal Etapas e Modalidades da

Educação Básica

Funções Docentes6

Magistério

Especial I

Lic.

Curta

Esp. II

Lic.

Plena

Grad.

I

Pos

graduação

II

Mestrado III

Total

Regular – Creche 10 - 15 13 - 38

Regular - Pré-Escola 12 - 25 25 - 49

Regular - Anos Iniciais do

Ensino Fundamental

24 01 69 60 - 154

Regular - Anos Finais do

Ensino Fundamental

13 10 56 92 02 174

EJA - Iniciais do Ensino

Fundamental

- - 03 03 - 06

EJA- Anos Finais do Ensino

Fundamental

02 01 09 14 - 26

TOTAL 61 12 177 194 03 447

Taxa % 14% 02% 40% 43% 01% 100%

Fonte: Secretaria Municipal de Educação. 2014.

Analisando a Tabela 23 que demonstra o quantitativo total dos docentes que atuam nas

diversas etapas e modalidades na rede municipal de ensino observa-se que a maioria são

graduados e pós-graduados. Apenas uma minoria ainda não cursou ou concluiu o nível superior,

porém que estes possuem ao menos a habilitação mínima exigida por lei. Nos últimos quinze anos o

governo municipal intencionando elevar o nível de qualificação de seus profissionais promoveu

convênios e parcerias com diversos órgãos competentes que habilitaram os profissionais estáveis do

quadro do magistério como forma de assegurar o desenvolvimento de processos de formação

continuada por meio de cursos e acompanhamento pedagógico nos seus locais de atuação.

A seguir, a Tabela 24 aponta o quantitativo dos professores e coordenadores pedagógicos que

atuam nas três redes de ensino no município.

Tabela 24. Número de professores e coordenadores da rede Municipal, Estadual e Particular em

2013

Profission

ais do

Magistéri o

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Tota l Estad

ual

Munici pal

Particul ar

Estadua l

Munici pal

Particul ar

Estadua l

Munici pal

Particula r

Professore

s - 87 14 61 360 30 111 - 17 680

Taxa - 13% 02% 09% 53% 4% 16% - 3% 100

Coordena

dores - 01 03 - 14 03 - - 01 22

Taxa - 04% 14% - 64% 14 - - 04% 100

TOTAL - 88 17 61 373 33 111 01 18 702

Taxa - 12% 02% 09% 53% 05% 16% 01% 02% 100 Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Diretoria Regional de Educação (DIREC 31) e Unidades Escolares

Particulares- 2014.

De acordo com a Tabela 24 nota-se que no ano de 2013 mais da metade dos professores e

coordenadores pedagógicos do município atuam no ensino fundamental na rede municipal. Nesta

rede do total de 447 professores, 19,5% atuam na Educação Infantil enquanto que 80,5% atuam no

Ensino Fundamental. Na rede estadual das 05(cinco) unidades escolares, apenas 04 enviaram as

informações solicitadas que contabilizaram 172 professores e destes, 35,5% atuam no Ensino

Fundamental e 64,5% no Ensino Médio.

Em relação à rede privada apenas 03 unidades escolares enviaram informações que

totalizaram 61 professores, estando 23% na Educação Infantil, 49% no Ensino Fundamental e 28%

no Ensino Médio. No entanto, tais dados desta rede são variáveis considerando que a maioria dos

estabelecimentos particulares de ensino que se encontram cadastrados no censo escolar e que os

que possuem alvará municipal de funcionamento atendem à clientela de educação infantil.

Quanto às funções de coordenação pedagógica na rede municipal 93% atuam no Ensino

Fundamental e apenas 7% na Educação Infantil. Nota-se a necessidade de mais coordenadores para o

acompanhamento pedagógico desta modalidade de ensino. A rede estadual não informou a existência

de coordenação pedagógica em nenhuma de suas etapas da Educação Básica. Diante das informações

de apenas três das unidades escolares da rede privada informaram os dados tendo 42% atuando na

Educação Infantil, 42% no Ensino Fundamental e 16% no Ensino Médio.

A Secretaria Municipal de Educação em regime de colaboração por meio de outras

instituições a exemplo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, como também

palestras, seminários realizados em outros municípios tem promovido a participação como forma de

atualização e aperfeiçoamento de gestores, professores e coordenadores pedagógicos Ainda existe

grande rotatividade de professores por processo de remoção a pedido durante o decorrer do ano

letivo prejudicando o desenvolvimento da aprendizagem assim como o exercício de professores de

40(quarenta) horas semanais em diferentes unidades escolares em cada turno.

O Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério da rede pública

municipal aprovado no ano de 2011 observa os critérios estabelecidos na Lei nº 11.738/2008 que

trata do Piso Salarial Nacional. Apesar das diversas vantagens conquistadas através do mesmo

ainda não vem atendendo aos anseios da categoria. O Plano foi elaborado de forma democrática

inclusive com a participação de representantes da APLB Sindicato. A Lei 2173/11 que trata do

referido plano prevê a realização do processo de avaliação periódica do desempenho dos professores

como critério para o avanço horizontal, porém, até o presente momento a equipe gestora não

realizou nenhuma avaliação.

O Sistema reativou os Colegiados Escolares que contam em sua composição a representação

e participação dos professores. Estes também são incluídos quando da

participação na elaboração do projeto político-pedagógico e nos conselhos municipais. Atualmente

estão sendo desenvolvidos programas de formação para os professores a exemplo do Pnaic, Mais

Educação, Brasil Alfabetizado, despertar entre outros. Existem nomeados por concurso 08(oito)

Pedagogos que atuam na função de coordenadores pedagógicos na rede municipal e destes

02(dois) estão lotados na Secretaria Municipal e 06 (seis) estão em unidades escolares principalmente

na coordenação das séries finais do Ensino Fundamental. A coordenação das diversas modalidades é

realizada também por professores efetivos da rede.

O município acompanha a evolução salarial por meio do cumprimento dos critérios

estabelecidos na legislação própria e atualiza salário de seus servidores de acordo com os

avanços da lei do piso salarial nacional dos professores, quanto aos demais servidores acompanha-se

por meio do reajuste anual do salário mínimo. Todo processo de acompanhamento e fiscalização do

cumprimento salarial é realizado por meio da APLB Sindicato e o Sindicato dos Servidores

Públicos Municipais que filiam professores e outros trabalhadores respectivamente em educação da

rede municipal.

Atualmente a rede pública municipal de educação básica encontra-se estruturada com mais de

90% (noventa por cento) de seus profissionais do magistério ocupantes de cargo de provimento

efetivo sendo que a maioria exerce suas funções nas unidades escolares que foram inicialmente

lotados. Ainda não está instituído, no município, nenhum programa de acompanhamento do

professor e da professora iniciante, para que seja supervisionado por profissional do magistério

com experiência de ensino, a fim de fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão

pela efetivação do(a) professor(a) ao final do estágio probatório.

Através da regulamentação no Estatuto do Magistério Público dos Servidores Municipais, do

Estatuto do Magistério e do Plano de Carreira e Remuneração do Magistério Municipal de acordo

com a disponibilidade de vagas são fornecidas licenças remuneradas para qualificação

profissional, inclusive em nível de pós-graduação strictu sensu. Ainda não estão sendo consideradas

no município as especificidades socioculturais das escolas do campo e da comunidade quilombola

quando do provimento de cargos efetivos para essas escolas.

Além dos professores, no processo didático e pedagógico há a participação efetiva dos auxiliares de

creche nas salas de maternal no trabalho diário em turno integral com crianças de 02 e 03 anos.

As unidades escolares de Ensino Fundamental também contam com a participação de alguns

auxiliares de disciplina que, juntamente com os docentes, fazem a educação acontecer. Conforme

expresso neste documento o planejamento da educação conta com recursos humanos merecem uma

atenção especial. A ação pedagógica não é uma atividade isolada, mas fruto de uma interação que

envolve vários profissionais.

As Tabelas 25 e 26 indicam o quadro dos profissionais da educação da rede municipal no ano de

2013 com os respectivos níveis de escolaridade e situação funcional.

Tabela 25. Profissionais da Educação, por nível de escolaridade na Rede Municipal em 2013

Cargos

Total

Nível da Escolaridade

Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo

Ensino Médio

Completo

Outros

Merendeira 79 12 02 53 12

Vigilante 38 02 04 32 -

Serviços Gerais 105 04 06 80 15

Secretário Escolar 20 - - 16 04

Outros 179 - - 194 - Total 436 18 12 375 31

Taxa % 100% 4% 3% 86% 7%

Fonte: Secretaria Municipal de Educação 2014.

A Tabela 25 demonstra os níveis de escolaridade dos 436 profissionais da educação que

contribuíram diariamente em 2013 para o processo educacional na rede municipal de ensino,

86% destes possuem o Ensino Médio completo. Verifica-se que apenas 7% não possuem a formação

na Educação Básica completa. Portanto torna-se necessário um investimento maior direcionado à

formação continuada que atenda às exigências das qualificações dos respectivos cargos e funções.

Tabela 26. Profissionais em educação, por situação funcional na Rede Municipal em 2013.

Cargos

Nº Total Servidor

Público

Estatutário

Contrato

Temporário

Outro

Merendeira 79 59 20 - Agente de

vigilância 38 18 20 -

Serviços

Gerais 105 75 30 -

Secretário

Escolar 20 08 12 -

Outros 194 130 64 Total 436 290 146 Taxa % 100 66% 34%

Analisando a tabela 26 observa-se que dos 436 profissionais em educação que atuaram nas

diversas funções em apoio educacional na rede municipal de ensino no ano de 2013, 34% destes

foram contratados por tempo determinado o que dificulta um planejamento mais rigoroso para

futuras formações de capacitação em serviço dos mesmos em suas diversas funções. Do

quantitativo de 883 funcionários que atuam na rede municipal, 51% são docentes e 49% não

docentes. Tal percentual revela quase um para um entre funcionário e docente o que significa dizer

que é suficiente.

Apesar de vigorar um Estatuto do Servidor Público Municipal, o mesmo encontra-se

defasado tendo sido aprovado há duas décadas. Ainda na rede não é realizado nenhum treinamento de

pessoal técnico e administrativo, ocorrendo apenas orientações rotineiras na medida em que surgem

dúvidas no exercício das atribuições dos mesmos. Conforme relatado, a defasagem da legislação não

permite legitimar um processo de avaliação do desempenho profissional dos servidores o que

dificulta a garantia dos seus direitos.

Embora o Regimento Unificado para as Unidades Escolares do Sistema Municipal de Ensino

estabeleça normas de convivência que disciplinam as relações entre funcionários, direção da escola e

alunado muitas vezes ocorrem situações de conflito que são trazidas à direção dos departamentos

competentes da Secretaria Municipal de Educação bem como ao conselho Municipal de Educação e

Conselho Tutelar do município. A fim de garantir a participação democrática nas decisões da gestão

nas unidades escolares foram reativados os colegiados escolares nas mesmas.

GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO

Quando se trata da gestão democrática do ensino público brasileiro, apesar de estar

amparada em uma diversidade de documentos legais, inclusive pela Constituição Federal de 1988,

ainda consiste num grande desafio sua plena efetivação no âmbito da gestão pública. Através da

Lei 713/99 de 20/12/1999, foi criado o Sistema Municipal de Ensino, com a finalidade de

estabelecer as Diretrizes e Bases da Educação do Município de Cruz das Almas nas diversas

modalidades e etapas da educação infantil e ensino fundamental da Educação

Básica. Este documento legal necessita de atualização devido as alterações que ocorreram na

estrutura e funcionamento do referido sistema.

Encontra-se organizado com as instituições de ensino de educação infantil e ensino

fundamental mantidas pelo poder público municipal, as instituições de educação infantil criadas e

mantidas pela iniciativa privada, Secretaria Municipal de Educação e Conselho Municipal de

Educação. A Secretaria Municipal de Educação possui regimento próprio aprovado pelo Decreto nº

1287/02 de 01/07/2002, no entanto o documento encontra-se defasado e necessita de revisão por não

estar plenamente em acordo com a estrutura organizacional de funcionamento atual.

Este órgão administrativo tem a função de aplicar as normas expedidas pelos órgãos

normativos e possui a finalidade de orientar e coordenar as atividades educacionais no âmbito do

sistema de ensino municipal. Compõe o organograma oficial da secretaria: Gabinete do Secretário

diretamente ligado à Assessoria Especial, Assessoria I e Secretaria de Gabinete. Possui cinco

departamentos sendo Departamento de Ensino com as coordenações de Creche; Ensino Infantil;

Ensino Fundamental; Educação Especial; Educação de Jovens e Adultos e Pré-vestibular.

Também compõe do Departamento de Administração Geral com as coordenações de

Administração do Pessoal da Rede Escolar; Gerenciamento de Convênios e Contratos, Transporte

Escolar; Processo Administrativo e Financeiro, Legislação e Orientação das Unidades Escolares;

Cadastramento e Controle de Material Didático, Recursos Auxiliares e Patrimônio; Departamento

da merenda Escolar com as coordenações: Controle e Distribuição e Logística, Departamento de

Manutenção da Rede Física com as coordenações: Controle de Material e Manutenção da Rede Física

e Departamento da Biblioteca com o Setor de Biblioteca.

Apesar da existência deste organograma oficial, o atual funcional da secretaria encontra-se

com algumas alterações no funcionamento de algumas coordenações.

Pela Lei 1047/2007 de 11/07/2007, foi reestruturado o Conselho Municipal de Educação,

integrando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização de

Profissionais da Educação – FUNDEB revogada pela Lei 631/97 de 01/07/97 que implantou o

Conselho Municipal de Educação no município. Este órgão fundamental para a gestão democrática

tem por finalidade, exercer atribuições normativas, consultivas, deliberativas, propositivas e

fiscalizadoras da Política Municipal da Educação empreendida pelo Poder

Público na área de competência do Município de Cruz das Almas, abrangendo o Sistema de Ensino

do Município.

O referido conselho possui estrutura ampliada de composição e funcionamento para atender

ao acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos

recursos do FUNDEB no âmbito do município. É constituído de 14 (catorze) membros, indicados

por diversos segmentos de modo paritário onde os membros são indicados por representantes do

governo e da sociedade civil. Existe rotatividade pela freqüente substituição dos membros o que

dificulta o trabalho do conselho.

A Lei 2149/2010 de 25/11/2010 regulamenta o Conselho Municipal de Alimentação

Escolar criado pelo Decreto 423/2000 de 06/11/2000 com base na Lei Federal 11947 de 16/06/2009,

que se constitui num órgão colegiado de caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e de

assessoramento integrante do Sistema Municipal de Ensino cujas finalidades consistem em

acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de

Alimentação Escolar.

A gestão democrática no Sistema Municipal de Ensino tornou-se possível pela implantação

dos colegiados escolares em 35 unidades escolares ano de 2014. O município dispõe de diversos

documentos legais, em vigor, relacionados à educação tais como: Lei Orgânica Municipal, Estatuto

do Magistério Público, Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação Pública,

Regimento Escolar Unificado, e outras normas que regulam a gestão democrática.

A Lei Orgânica do Município foi promulgada em 05 de abril de 1990, após 12 anos sofreu

emenda substitutiva pela revisão, atualização, ampliação e apresentada em 2ª Edição em 12 de

novembro de 2002. Este instrumento rege, normatiza e disciplina as ações dos diversos

segmentos da sociedade, entre eles da educação em seu capítulo VI que estabelece os princípios

constitucionais, tratando da organização do sistema de ensino, dos deveres e garantias, definição dos

níveis prioritários de atendimento, formas de gestão democrática e destinação de recursos.

O Estatuto do Magistério Público de Cruz das Almas aprovado pela Lei 1074/2008

contém os princípios e normas que se aplicam subsidiária e complementarmente aos servidores do

magistério que são os profissionais em educação que exercem atividades de docência e os que

dão suporte pedagógico às atividades de ensino, incluídas as de administração escolar,

planejamento, inspeção, supervisão, orientação educacional e direção.

Esta lei estabelece os princípios norteadores que fundamentam o exercício do magistério, a

organização e estrutura e a competência dos cargos, condições para o ingresso, nomeação, posse e

lotação, exercício, estágio probatório e cessão, jornada de trabalho, faltas ao trabalho, férias,

afastamentos, remoção, readaptação de servidores na carreira. Trata também sobre os critérios para a

organização das unidades escolares, critérios para eleição de direção ou vice-direção escolar, dos

vencimentos e vantagens, do aprimoramento profissional, assim como dos direitos e deveres,

proibições, acumulação de cargos públicos, responsabilidades, penalidades e processo administrativo.

O Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação Pública aprovado pela Lei

2173/2011 estabelece os objetivos, princípios e garantias, organização da carreira, dos cargos e

funções, da estrutura (níveis de habilitação), qualificação, dos vencimentos, da remuneração e do

desenvolvimento (gratificações), progressão vertical e a descrição e pré- requisitos dos grupos

operacionais integrantes do magistério.

Quando se trata das formas de ingresso dos diversos profissionais da educação nos cargos

de direção, vice-direção e coordenação pedagógica o município tem observado a legislação em vigor

em que a maioria dos profissionais que se encontram na carreira do magistério ingressou por

meio de concurso público, os professores que realizam novas habilitações avançam verticalmente

pela mudança de nível, recebem piso salarial profissional, gratificações pelo estímulo ao trabalho em

sala de aula, capacitação permanente e garantia de acesso a cursos de formação continuada, períodos

para planejamento das atividades incluso na carga horária, exceto aqueles que exercem suas funções

na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental.

Estes professores são compensados com gratificação corresponde à carga horária indisponível

na jornada de trabalho, assim como percebem outros direitos e vantagens garantidos em lei. O

município realiza eleições diretas para os cargos de diretores e vice- diretores conforme critérios

definidos na legislação. Existem ainda alguns profissionais que ingressam nestes cargos através da

livre nomeação pelo prefeito através de decreto municipal em caráter provisório.

O Regimento Comum para as Unidades Escolares do Sistema Municipal de Ensino teve

sua reformulação aprovada pelo Conselho Municipal de Educação em 15 de dezembro de 2010 e

traça as diretrizes técnicas, pedagógicas, administrativas e disciplinares para as Unidades Escolares

que mantém a Educação Básica que compõem o Sistema Municipal de Ensino do Município de

Cruz das Almas. Neste, ficam estabelecidas as diretrizes gerais

comuns para todas as unidades escolares municipais. Trata dos princípios e fins da Educação

Municipal, da organização e funcionamento das unidades escolares.

Também são tratados os princípios de gestão democrática e participativa para assegurar o

sucesso escolar pela participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar (direção,

professores, pais, alunos e funcionários) na elaboração do PDE – Plano de Desenvolvimento da

Escola, (documento que define metas, administrativas, financeiras e pedagógicas, tem por duração

cinco anos, com análise processual e revisão anual devendo contemplar a caracterização da

unidade escolar, sua finalidade, objetivos, metas e estratégias e ações desenvolvidas na unidade

escolar, Projeto Político Pedagógico, planos de cursos, planos de trabalho, critérios para

acompanhamento, controle e avaliação do processo educacional) e PPE - do Projeto Pedagógico da

Escola nos processos consultivos, fiscalizadores e deliberativos através da unidade Executora,

Conselho de Classe, Associação de Pais e Mestres e Colegiado Escolar.

Pela democratização da gestão pedagógica, administrativa e financeira, garantindo a

responsabilidade, racionalização e a otimização na aplicação dos recursos públicos, respeitadas as

diretrizes e normas vigentes. Trata também das normas de convivência escolar que orientam as

relações profissionais e interpessoais que ocorrem na escola devendo ser elaboradas com a

participação representativa dos envolvidos no processo educativo contemplando o regimento

escolar. As unidades escolares realizam processos de avaliação interna (referente ao processo

ensino-aprendizagem) e externa (referente a toda unidade escolar) cujos objetivos e procedimentos

devem estar definidos de forma sistemática pelas escolas e órgãos normativos centrais da educação.

Estabelece as formas de organização e desenvolvimento do ensino (níveis, modalidades,

currículos), da organização administrativa e pedagógica (direção, corpo técnico- pedagógico,

secretaria, serviço de apoio, corpo docente e corpo discente) e da organização da vida escolar (formas

de ingresso, classificação e reclassificação, freqüência, promoção e expedição de documentos da

vida escolar). O regimento escolar é documento que pode ser reformulado sempre que exigir o

aperfeiçoamento ao processo educativo, respeitando a legislação vigente, submetida à aprovação do

Conselho Municipal de Educação.

Apesar de este documento definir as bases, princípios norteadores e normas comuns da

educação municipal que deveriam subsidiar a autonomia na tomada de decisões no âmbito das

unidades escolares, algumas delas ainda não exercem plenamente tal conquista legal buscando

orientações da Secretaria Municipal de Educação para decisões que poderiam ser tomadas

pela aplicação da gestão democrática. Muitos profissionais nas escolas desconhecem o conteúdo

dos documentos que tratam da gestão democrática no ensino público. Atualmente na cidade

existem 20(vinte) unidades escolares de ensino mantidas pelo setor privado cadastradas e com

alvará de funcionamento no Setor de Tributos da Prefeitura Municipal, 05 (cinco) unidades

escolares mantidas pelo Governo do Estado da Bahia e 50 (cinquenta) unidades escolares mantidas

pela Prefeitura Municipal de Cruz das Almas

O Sistema Municipal de Ensino tem atendeu em 2014 aos alunos da Educação Infantil em

09 unidades funcionando turmas de creches e 33 unidades de pré-escolas. Funciona com 35

unidades que ofertam as séries iniciais e 09 com as séries finais do Ensino Fundamental. São 07

unidades que atendem a modalidades da Educação de Jovens e Adultos tem sido realizado

pela prefeitura municipal e escolas privadas, enquanto a rede estadual atende apenas alunos das

séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, assim como também são atendidos pela rede

privada.

Tabela 27. Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Estadual

Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

2010 - - - 5 - 5 4 - 4

2011 - - - 5 - 5 4 - 4

2012 - - - 5 - 5 4 - 4

2013 - - - 5 - 5 4 - 4

Fonte: DIREC 32 Cruz das Almas.- 2014

De acordo com a tabela 27, a rede estadual de ensino no último quadriênio ofertou em 5

(cinco) unidades escolares as séries finais do Ensino Fundamental. Destas, 04(quatro) também

com a oferta do Ensino Médio.

Tabela 28. Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Municipal

Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

2010 14 21 34 14 23 37 01 - 01

2011 14 21 34 14 23 37 01 - 01

2012 12 20 32 19 23 42 01 - 01

2013 13 23 36 15 20 35 01 - 01

Fonte: Secretaria Municipal de Educação – 2014.

De acordo com a Tabela 28 que aponta o quantitativo das unidades escolares por etapa de

ensino da Educação Básica no período de 2010 a 2013. É possível verificar que no período o ensino da

Educação Infantil prevaleceu no quantitativo na zona rural. Houve oscilação nas quantidades de um ano

para outro diminuindo em 2012, porém aumentando em 2013. Quanto ao Ensino Fundamental também a

maior concentração das escolas ocorreu na zona rural assim como também houve oscilação no período tendo

aumento em 2012, no entanto houve a redução em 2013. Quanto ao Ensino médio em todo período

ofereceu o ensino apenas na zona urbana. A rede municipal concluiu esta etapa de ensino no ano de 2014.

Baseado na não obrigatoriedade e indisponibilidade de recursos financeiros do sistema, a rede deixou de

contemplar o ensino do mesmo.

Tabela 29. Número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do município de Cruz das

Almas, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica

Etapas da Educação Básica Dependência administrativa

Estadual Municipal Particular

2012 2013 2012 2013 2012 2013

Ed. Infantil – Creche -

-

08

08

-

-

Ed. Infantil – Pré-

escola

-

-

27

27

-

-

Ensino Fundamental

Anos iniciais

-

-

17

17

Ensino Fundamental

Anos Finais

05

05

09

09

-

-

Ensino Médio 04 04 01 01 - -

Total 05 05 49 49 - -

Fonte: Secretaria Municipal de Educação – 2014.

A tabela 29 aponta o quantitativo de unidades escolares e suas diversas modalidades de

ensino da Educação Básica que funcionaram em 2012 e 2013. É possível observar que na Rede

Estadual funcionaram 05 unidades escolares com as séries finais do Ensino Fundamental e destas

também o Ensino Médio. A Rede Municipal ofereceu a modalidade da creche em 16% de seu

total de escolas. A pré funcionou em 55%, enquanto que em 34% funcionou com as séries

iniciais e as séries finais em apenas 18%. Na etapa do Ensino Médio apenas 01 unidade ofereceu no

entanto encerrando suas atividades no ano de 2014.

A Secretaria Municipal de Educação atualmente tem realizado acompanhamento pedagógico

junto as unidades escolares municipais para verificar o processo educacional, com vistas à melhoria

da qualidade da aprendizagem. Todas as unidades de ensino elaboraram em 2014 planos de ação e

planos de curso definindo o currículo que seria trabalhado nas unidades escolares do município.

Nestes foram estabelecidas as bases teóricas e legais referendadas por uma proposta crítica e

transformadora, substanciada pela história, pela cultura, pelos valores e por uma filosofia

educacional construtivista onde se pensa o global e age localmente.

A Secretaria Municipal de Educação vem estudando as bases teóricas e legais, a fim de

referendar a elaboração de uma proposta curricular própria para orientação ao trabalho a ser

trabalhado nas unidades escolas. As diversas coordenações de áreas e modalidades de ensinam

encontram-se realizando um diagnóstico para que esta possa ser construída coletivamente. De

acordo com esboço do projeto do Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação,

a mesma contará com a devida participação dos profissionais do magistério no processo através de

sugestões a serem encaminhadas em reuniões nos próximos encontros de planejamento didático.

Outro documento de suma importância ainda em fase de elaboração para algumas

unidades escolares e revisão para outras, refere-se aos aos projetos político-pedagógicos (PPP) das

escolas, cuja elaboração deve ocorrer de forma participativa, sendo portanto exigência legal. As

diversas coordenações por área de ensino do Departamento de Ensino deverão sensibilizar e

oferecer a orientação necessária para o envolvimento de todos os segmentos da comunidade

escolar (incluindo os alunos e os pais), para que posteriormente após a conclusão do documento

legal estes segmentos possam participar efetivamente nas discussões do trabalho pedagógico das

escolas.

Assim sendo, o trabalho de acompanhamento pedagógico realizado pelo coordenadores é de suma

importância e o fato da não existência destes profissionais em todas as escolas dificulta muito o

processo. O número reduzido destes que são os responsáveis pelo processo de formação dos

professores resulta em desamparo ao trabalho pedagógico coletivo como também a falta de apoio

individualizada ao professor.

RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO

Investimento Público em Educação

Dada a construção do Plano Municipal de Educação (PME) faz-se necessária algumas

considerações concernentes a gestão e recursos financeiros para a educação municipal. Os

recursos da educação são chamados de vinculados ou carimbados, por estarem diretamente ligados às

despesas de implementação das tarefas pertinentes à educação, no caso, na esfera municipal. Para

cada um dos recursos há uma conta bancária específica, regramento diferenciado e acompanhamento

por órgãos fiscalizadores internos e externos.

A organização da educação na LDB, em níveis e modalidades, também está presente nas receitas e

despesas. Para cada Rubrica de despesa criada ela é subdividida de forma a atender os níveis e

modalidades com a respectiva fonte de receita.

A Constituição Federal (CF/98) estabelece em seu art. 212, caput, que o município

deve aplicar anualmente 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante de

impostos e proveniente das transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Também, a Lei Orgânica Municipal determina em seu art. 190 esse percentual, embora possa

ser aumentado além do mínimo determinado na Constituição. Um pormenor precisa aqui ser

registrado, o aludido no art. 212 da Constituição é resultante de impostos e não à totalidade

dos recursos orçamentários.

O orçamento municipal corresponde à soma dos impostos próprios e das

transferências de impostos não correspondem à totalidade da receita tributária; estes

representam um subconjunto dos recursos tributários, que contam ainda com as taxas e

contribuições de melhoria, que não entram na vinculação.

Tabela 30. Outras receitas com o setor educacional do município Cruz das Almas,

administradas pela prefeitura (2010/2013)

Ano Alimentação

escolar

Transporte

Escolar

Convênios

Outras receitas

Total

2010 518.022,00 745.459,36 0,00 549.480,74 1.812.962,10

2011 599.880,00 582.504,65 134.120,00 1.690.634,74 3.007.139,39

2012 604.536,00 484.095,76 161.912,40 1.678.450,71 2.928.994,87

2013 650.720,00 579.829,48 0,00 984.732,18 2.215.281,66

Fonte: Secretaria Municipal da Educação / Secretaria da Administração/ Prefeitura Municipal, 2014.

As fontes de receitas atendem os níveis e modalidades de ensino. O Programa Alimentação

Escolar (PNAE) é oriundo do Ministério da Educação/Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação, ocorre via transferência automática de recursos financeiros complementares aos

municípios com recursos do COFINS, para garantir a alimentação escolar de todos os alunos da

educação básica matriculados em escolas públicas. O PNAE tem por objetivos contribuir para

o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial e da aprendizagem e promover a melhoria do

rendimento escolar. O valor per capita tem custos diferentes, mas únicos para os Estados, Distrito

Federal e Municípios.

Os valores definidos para repasse em 2014 são: R$ 1,00 por dia para cada aluno matriculado em

creches; R$ 0,90 por dia para cada aluno de escolas que ofertam o ensino integral por meio do

Programa Mais Educação; R$ 0,60 por dia para cada aluno matriculado em escolas indígenas

e quilombolas ( o município não dispõe de matrícula nesta classificação); R$ 0,50 por dia para

cada aluno matriculado em pré-escola; R$ 0,30 por dia para cada aluno matriculado no ensino

médio, fundamental e na educação de jovens e adultos.

A transferência ocorre em dez parcelas anuais sendo calculada da seguinte forma:

Quando detectada pelo município a insuficiência dos recursos repassados pela União, cabe a

este aplicar os seus próprios recursos, conforme determina a Resolução/FNDE nº .26 de 17 junho de

2013. Assim, nos últimos anos o município, a fim de equilibrar o seu planejamento financeiro vem

dando contrapartidas significativas para o bom funcionamento do PNAE, principalmente para

atendimento aos alunos matriculados em creche.

O controle Social sobre a execução do PNAE é feito pelo Conselho de Alimentação

Escolar (CAE), cujo colegiado é deliberativo e autônomo.

A segunda coluna da tabela nº 30 mostra os valores anuais repassados pelo FNDE. A terceira

coluna está representada pelo Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar- PNATE, cuja

origem deste programa data de 2004 e tem por finalidade garantir a oferta de transporte escolar aos

alunos matriculados na educação básica pública, residentes em área rural, de modo a garantir-lhes

o acesso e permanência na escola. Inicialmente atendia só o ensino fundamental, em 2009 foi

Valor a ser transferido = número de alunos por segmento x

200 dias letivos x valor per capita/dia.

ampliado para toda educação básica. Também realizado através de transferência automática de

recursos financeiros, em caráter suplementar, cabendo ao município a responsabilidade maior de

oferecer o transporte.

Estes recursos devem custear despesas com reforma e manutenção de veículos escolares ou

na contratação de serviços terceirizados de transporte.

O cálculo para esse repasse considera: o quantitativo de alunos transportados e

informados no Censo Escolar, pelas secretarias de educação, no ano anterior e per capita

diferenciada, considerando fatores como a extensão do município, sua população rural, o quantitativo

populacional abaixo da linha da pobreza do município e o IDEB. Daí a variação de valores

repassados anualmente.

A transferência de recursos públicos do PNATE aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios ocorre em nove parcelas anuais (março a novembro).

O controle social sobre a execução física sob a responsabilidade do Conselho de

Acompanhamento e Controle Social (CACS) do FUNDEB, conforme determina a Lei nº

11.494/2007.

Os recursos de convênios são receitas que devem ser aplicadas exclusivamente no objeto

do convênio firmado, cuja tabela mostra que esta não é a principal fonte da receita do município.

Outras receitas apresentadas estão incluídas na 5ª coluna da tabela nº 30, que se referem as demais

receitas como: TOPA (Programa Todos pela Alfabetização) QSE (salário educação), PDDE

(Programa Dinheiro Direto na Escola ), PTA (aquisição de ônibus escolar), Programa Mais Educação

(educação em tempo integral) (exceto o da merenda escolar), PBA (Programa Brasil Alfabetizado -

alfabetização de jovens e adultos) e demais programas que repassam recursos através do FNDE,

como por exemplo para o PROINFÂNCIA para construção de creche/escola infantil, construção de

quadras esportivas escolares.

Tabela 31. Recursos aplicados em educação pelo governo municipal de Cruz das Almas, por

nível ou modalidade de ensino (2010/2013)

ano Ed. Infantil Ensino

Fundamental Ensino Médio EJA Outros Total

2010 1.631.408,20 10.876.369,57 231.955,50 272.142,29 0,00 13.011.875,56

2011 3.412.340,61 12.981.421,94 248.393,11 360.915,34 0,00 17.003.071,00

2012 4.527.399,39 14.523.951,43 283.815,17 460.876,88 0,00 19.796.042,87

2013 4.997.822,30 15.121.996,70 91.405,59 431.396,07 0,00 20.642.620,66

Fonte: Secretaria Municipal da Educação, Secretaria da Administração, Prefeitura Municipal, 2014.

A tabela 31 mostra os dados relativos às despesas com educação, onde é analisada

a evolução dos recursos aplicados nos anos de 2010 a 2013. As receitas que o município

aplica são subdivididas e assistem os níveis e modalidades de ensino; no caso apresentado

na 1ª e 2ª colunas, trata-se da Educação Infantil e Ensino Fundamental, cujas matrículas

crescem a cada dia e os valores retratam que esta municipalidade tem investido mais a cada

ano, como mostra o aumento gradual.

Quanto ao Ensino Médio, os valores oscilam, contudo o Sistema Municipal de

Ensino vem reunindo esforços para findar com este nível de ensino, considerando o que

reza a Constituição Federal e a LDB, que o Ensino Médio é facultado aos municípios,

devido ser uma obrigação dos Estados, e só deve ser oferecido quando estiverem

atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência. Também, o Ensino

Médio constante não é contemplado com recursos do FUNDEB, devido sua matrícula

constar na esfera municipal. Em 2013 teve sua despesa bastante reduzida, devido possuir

apenas 7 (sete) turmas. Assim, amparado pelas legislações citadas, o município em 2014

está findando o atendimento no nível médio de ensino.

No tocante ao EJA, na 5ª coluna, os investimentos tem crescido significantemente

e proporcional ao número de alunos matriculados. Quanto aos recursos destinados a esta

modalidade, pelo município, são de origem de recursos próprios e do FUNDEB que só

passou a atender a totalidade de alunos matriculados na EJA em 2009, conforme estava

prescrito no inciso II, alínea “a”, do art. 31 da Lei nº 11.494/2007 (Lei do FUNDEB).

Mesmo diante das cifras apresentadas, faz-se necessário mais investimentos nesta

modalidade para atrair a clientela que não teve a oportunidade de concluir seus estudos

em tempo regular. Ainda que se considere os valores apresentados, os recursos

existentes são insuficientes para atender a educação básica deste sistema, com a

qualidade exigida pela legislação. As despesas apresentadas da 2ª, 3ª e 5ª colunas

constituem despesas correntes com gastos relativos ao pagamento de folha de pessoal

(incluso encargo de INSS), aquisição de materiais de consumo e obras e instalações.

Tabela 32. Despesas com educação do município de Cruz das Almas, por categoria e elemento de

despesa (2010/2013)

Ano

Despesas correntes Despesas de capital

Pessoal Mat.

Consumo Subtotal

Obra e

Instalaçõe

s

Equipament

os

Subtotal Total

2010 12.673.857,68

1.052.131,66

13.725.989,34

673.384,20 357.448,60 1.030.832,80

14.756.822,14

2011 15.091.399,02

1.150.073,86

16.241.472,88

999.182,23 602.650,00 1.601.832,23

17.843.305,11

2012 17.272.531,95

586.475,87 17.859.007,82

1.709.048,81

1.021.027,40 2.730.076,21

20.589.084,03

2013 21.089.509,2

3

2.042.605,

54

23.132.114,7

7

186.517,36 245.865,00 432.382,36 23.564.497,1

3 Fontes: Secretaria Municipal da Educação, Secretaria da Administração, Prefeitura Municipal (2014).

As despesas apresentadas da 2ª, 3ª e 5ª colunas constituem despesas correntes com

gastos relativos ao pagamento de folha de pessoal (incluso encargo de INSS), aquisição

de materiais de consumo e obras e instalações.

Despesas com pessoal e encargos sociais são de natureza remuneratória decorrentes

do efetivo exercício, emprego ou função de confiança no setor público, as quais não

produzem acréscimos patrimoniais ao município. Essas despesas envolvem todos os

servidores da educação com recursos do FUNDEB e recursos próprios, atendendo o art. 212

da Constituição Federal, detalhado no início dessa discussão financeira.

Por fim a 5ª e 6ª colunas representadas por obras e instalações e equipamentos;

são despesas de capital, que por sua vez são representadas por gastos que implicam

acréscimos patrimoniais, isto é, aumentam o patrimônio efetivo do município. Esses

investimentos essenciais à manutenção e desenvolvimento do ensino, atendendo as

unidades escolares que compõem o Sistema Municipal de Ensino.

Os gastos sinalizam que estão sendo aplicados respeitando-se as diretrizes dos

mecanismos legais vigentes; as quais são apresentadas ao Tribunal de Contas dos

Municípios. Contudo, a realidade nos mostra que faz-se necessário mais empenho

financeiro da municipalidade a fim de se alcançar um padrão de estrutura física que

desperte no estudante o desejo de aprender, bem como favoreça aos docentes uma prática

pedagógica dotada de eficiência e que realmente o aluno aprenda.

O uso dos recursos para aquisição de material de consumo tem origem do FUNDEB e de

outras fontes de recursos.

Tabela 33. Receita e aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB no Município de Cruz das

Almas em (2010/2013)

Ano

Total recebido

Aplicação

Salário dos

professores

Capacitação dos leigos Gastos com MDE

2010 12.735.211,13 7.500.893,58 43.000,00 5.693.272,30

2011 15.989.201,53 8.597.205,24 7.980,00 8.650.360,36

2012 18.343.519,85 10.689.996,85 25.127,00 7.547.560,92

2013 19.122.836,55 12.214.050,01 0,00 8.145.643,66

Fonte: Secretaria da Administração e/ou Fazenda do Município, 2014.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

profissionais da Educação – FUNDEB foi regulamentado pela Lei nº 11.494 de 20 de junho de

2007. Este fundo destina-se a manutenção e desenvolvimento da educação básica pública e a

valorização dos trabalhadores da educação, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9394/1996,

incluindo sua condigna remuneração. As instituições contempladas pelo FUNDEB devem

obrigatória e cumulativamente oferecer igualdade de condições para o acesso e permanência na

escola e atendimento educacional gratuito a todos os seus alunos.

A tabela apresentada contém a receita e a aplicação dos recursos do FUNDEB deste

município. A 2ª coluna evidencia os valores repassados ao fundo do município, oriundos de uma

cesta de impostos municipais e transferências estaduais e federais, bem como os juros e multas

eventualmente incidentes.

A 3ª coluna demonstra a aplicação dos valores pagos aos salários dos professores (60%

do FUNDEB), cujos valores são crescentes a cada exercício. A 4ª coluna traz coluna valores

investidos em capacitação de professores leigos e, por conseguinte a coluna de nº 5 apresenta

gastos com MDE (40% do FUNDEB). Esses dados evidenciam que a totalidade dos valores

recebidos do FUNDEB vem sendo aplicados, obedecendo as diretrizes da Lei nº 11.494/2007,

que regulamenta o fundo.

Percentual (%) utilizado para folha, em relação aos valores repassados - vide tabela nº 33,

para complementação da informação. Os valores correspondem apenas a folha bruta, paga sem os

encargos sociais (INSS), por isso os percentuais estão se apresentam inferior aos 60%.

ANO

TOTAL

RECEBIDO

Salário dos

professores

%

2010 12.735.211,13 7.500.893,58 58,90

2011 15.989.201,53 8.597.205,24 53,77

2012 18.343.519,85 10.689.996,85 58,28

2013 19.122.836,55 12.214.050,01 63,87

Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda -Prefeitura Municipal- 2014

Tabela 34. Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2013 (Em R$)

Dos recursos Da aplicação

Receita de imposto e

transferências

25% da receita de impostos e

transferências

Total aplicado em

educação % aplicado

43.092.504,92 10.773.126,23 10.986.293,70 25,49

Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios, 2014.

Esta tabela representa os valores apurados pelo TCM no que diz respeito a aplicação em

educação. É importante chamar a atenção que esses valores correspondem a um investimento de

25,49%; índice maior que o recomendado pelo art. 212 da CF, contudo ainda insuficiente para

atender a contento a demanda educacional do município nos seus diversos aspectos: físico,

pedagógico e administrativo.

Tabela 35. Recursos da Educação no PPA (2010/2013)

ANOS Previsto em R$ Programa/projetos/atividades Total utilizado

educacionais

2010 72.177.343,00 13.162.471,00 18.507.734,46

2011 68.325.198,00 13.680.192,00 21.330.365,58

2012 65.789.332,00 14.294.360,00 24.664.901,15

2013 65.109.752,00 14.936.157,00 25.726.597,79

Fonte: Prefeitura Municipal, 2014.

Sendo o Plano Plurianual um instrumento referencial tático das Ações do Governo para o

período de quatro anos, ele traz a definição de meios de recursos para se atingir objetivos

determinados em função de estado de uma realidade que pretenda mudar.Esta Tabela demostra que

os recursos aplicados em programas, projetos e atividades educacionais, estão acima do valor

previsto no Plano Plurianual-PPA, visualizando que se faz necessário uma imediata atualização nos

valores estimados para tais ações, onde fica evidenciado que os valores previstos estão muito

defasados, necessitando assim de novas projeções.

Diante desses demonstrativos financeiros da educação no município e sendo a Receita Pública

a soma dos recursos recebidos pelo município para atender a cobertura das despesas necessárias ao

cumprimento e sendo provenientes de fontes definidas que advém do patrimônio público e privado; a

arrecadação real mostra que o município precisa investir mais em desenvolvimento econômico local,

(implementar políticas públicas para estimular o nascimento e o desenvolvimento de empresas), a fim

de elevar seu percentual arrecadatório.

O importante seria se esses recursos fossem suficientes para proporcionar a todos uma

educação de qualidade, elevando o índice do IDEB e que se constitui hoje numa demanda

urgente para a sociedade. Essa temática deve passar pela análise e parceria da Secretaria

Municipal de Educação, como também pela Câmara de Vereadores, Conselhos Municipais da

Educação, bem como se deve envolver toda a sociedade.

A sociedade civil, responsável pelo controle social, participa muito pouco desse processo de

elaboração do Plano Plurianual (PPA), do acompanhamento e da execução das políticas públicas

até a avaliação dos seus resultados, uma vez que as audiências públicas ocorrem, porém com

número pequeno desta sociedade. Essa política do despertar pela

construção do planejamento financeiro da educação municipal ainda precisa acontecer em massa

nessa municipalidade.

Não se tem registro de o gestor escolar ter recorrido à Lei nº 12.527 de 18 de novembro de

2011, que trata e regula o acesso às informações, para buscar orientações e informações

pertinentes as suas atribuições de gestor, nem como cidadão.A Secretaria Municipal de Educação

tem conhecimento dos procedimentos e as da responsabilidade pela realização de despesas,

aquisição de materiais de transferências vinculados à Educação. Todavia, não tem gestão plena sobre

os recursos que lhes são destinados.

A Secretaria Municipal de Educação entende que o financiamento da educação deve

atender o que preconiza a legislação para o enfrentamento de problemas cruciais, tais como: acesso,

permanência e aprendizagem com sucesso e tem se debruçado sobre essas questões. A equipe técnica

da Secretaria Municipal da Educação em sua maioria não tem conhecimento do orçamento público

em que são expressos a previsão de arrecadação das receitas e o planejamento de sua alocação nos

programas e ações que serão implementados pela administração pública para atender às necessidades

da coletividade.

Mas para tanto, o município fez adesão ao Programa Formação Pela Escola, através do

FNDE/MEC, o qual traz um leque de módulos que trabalham sobre a legislação financeira e as

políticas públicas implementadas para a educação pública brasileira. O município tem buscado

fortalecer os mecanismos e os instrumentos que asseguram, nos termos do parágrafo único do art. 48

da Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, a transparência e o controle social, devem

ocorrer na utilização dos recursos públicos aplicados em educação.

É especialmente necessária a realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos

de transparência e a capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do

FUNDEB, com a colaboração entre o Ministério da Educação (MEC), as Secretarias de Educação

dos Estados e dos Municípios e os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios.

Para tanto, o município já conta com adesão ao programa de capacitação para conselheiros,

através do Plano de Ações Articuladas – PAR/FNDE/ MEC.O CAQi que foi aprovado em diversos

documentos e em Conferências Nacionais de Educação Básica é a base para construção de políticas

educativas que envolvam a qualidade do ensino.

O município realizou nos dias 27 e 28 de maio de 2013 a Conferência Municipal de

Educação que reuniu a sociedade civil assim como os profissionais da Educação para discutirem as

propostas do Plano Municipal de Educação. Nesta, foram apresentadas palestras temáticas que ao

longo do período de 02 anos consubstanciaram a elaboração do presente documento. Durante todo

este período, foram realizados diversos encontros com o Grupo Colaborativo formado com

diversos segmentos representantes da sociedade civil e dos profissionais da educação incluindo o

Conselho Municipal da Educação e APLB Sindicato.

Para concretizar as proposições constantes como diretrizes metas e estratégias do referido

documento foi realizado pelo grupo através de diagnósticos, a análise situacional dos diversos

aspectos que compõe o município, como também da análise situacional da educação por meio de

13(treze) comissões representativas das diversas etapas e modalidades educacionais das três esferas

administrativas (municipal, estadual e privada). Após o diagnóstico foi realizado um levantamento

dos principais dificuldades existentes no âmbito da rede municipal que fundamentou o alicerçamento

para a construção das metas e estratégias.

A Secretaria Municipal da Educação juntamente com o Grupo Colaborativo, realizou no dia

06 de maio de 2015 a Audiência Pública com o tema: Plano Municipal de Educação, lançando uma

projeção decenal para a educação que queremos. Nesta foram apresentadas a sociedade e

profissionais da educação as propostas das diretrizes, metas e estratégias a fim de serem analisadas,

discutidas e aprovadas para a composição deste documento. O grupo realizou as alterações

decorrentes na referida audiência e encaminhará ao Gabinete da Secretária Municipal de Educação.

De acordo com as orientações do Programa de Apoio aos Municípios (PROAM), a

Secretaria Municipal de Educação deverá encaminhar uma cópia deste documento ao Conselho

Municipal para fins de consulta e acompanhamento no processo de votação e posterior avaliação

como também cópia ao Poder Executivo Municipal que por sua vez o encaminhará em forma de

projeto de lei para ser votado e aprovado retornando para finalmente receber a devida sanção

municipal.

3 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS

3.1 DIRETRIZES

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais;

IV - melhoria da qualidade do ensino;

V - formação para o trabalho;

VI - promoção da sustentabilidade socioambiental.

VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do Município;

VIII - cumprimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção

do Produto Interno Bruto - PIB,

IX - valorização dos (as) profissionais da educação; e

X – difusão dos princípios de equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da

educação público;

XI – Formação qualificada e motivacional para o ingresso do aluno na Universidade.

3.2 METAS E ESTRATÉGIAS

META 1

Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5

(cinco) anos de idade e atender as creches nos 12(doze) meses de cada ano e ampliar a oferta de

educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) das

crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PME.

ESTRATÉGIAS:

1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, o Estados e o Distrito

Federal, metas de expansão do ensino da educação infantil segundo padrão nacional de

qualidade, considerando as peculiaridades locais;

1.2) realizar, periodicamente, levantamento da demanda por creche para a

população de 0 (zero) a 3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da

demanda;

1.3) promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à educação

infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância,

preservando o direito de opção da família em relação às crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos;

1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência do PME, normas, procedimentos e

prazos para definição de mecanismos de consulta pública da demanda das famílias por creches;

1.5) implantar a avaliação da educação infantil com base em parâmetros

nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições de

gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes;

1.6) articular a oferta de matrículas gratuitas em creches certificadas como

entidades beneficentes de assistência social na área de educação com a expansão da oferta no

Sistema Municipal de Ensino;

1.7) promover a formação inicial e continuada dos (as) profissionais da educação

infantil, garantindo, progressivamente, o atendimento por profissionais com formação superior;

1.8) buscar parcerias com os Institutos de Educação Superior de modo a

subsidiar o município na elaboração de currículos e propostas pedagógicas que incorporem os

avanços de pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e teorias educacionais no

atendimento da população de 04 e 05 anos;

1.9) fomentar o atendimento das populações do campo e quilombolas na educação

infantil nas respectivas comunidades, por meio do redimensionamento da distribuição territorial da

oferta, limitando a nucleação de escolas e o deslocamento de crianças, de forma a atender às

especificidades dessas comunidades, garantido consulta prévia e informada;

1.10) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a oferta do atendimento

educacional especializado complementar e suplementar aos (às) alunos (as) com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a

educação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da

educação básica;

1.11) implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às

famílias, por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no

desenvolvimento integral das crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos de idade;

1.12) preservar as especificidades da educação infantil na organização do Sistema

Municipal de Ensino, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em

estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação com a etapa

escolar seguinte, visando ao ingresso do (a) aluno(a) de 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental;

1.13) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência

das crianças na educação infantil, em especial dos beneficiários de programas de transferência de

renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e

proteção à infância;

1.14) manter e ampliar, em regime de colaboração e respeitadas as normas de

acessibilidade, programa nacional de construção e reestruturação de escolas, bem como de

aquisição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria da rede física das unidades

escolares municipais de educação infantil;

1.15) garantir o acesso à educação infantil em tempo integral, para todas as crianças

de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Infantil.

1.16) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino da educação infantil,

garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades

de caráter itinerante;

1.17) Criar uma equipe para a gestão de banco de dados de acessos público,

registrando a partir de janeiro de 2016 todos as informações inerentes aos alunos e alunas, para

consulta, pesquisa e ações metodológicas.

META 2:

Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14

(quatorze) anos e criar mecanismos para que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos

alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME.

ESTRATÉGIAS:

2.1) elaborar e encaminhar ao Conselho Municipal de Educação, precedida de consulta

pública municipal, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os (as)

alunos (as) do ensino fundamental;

2.2) implantar os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que

configurarão a base comum curricular do ensino fundamental;

2.3) implementar ações de acompanhamento individualizado dos (as) alunos (as)

do ensino fundamental;

2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e

do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das

situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento de

condições adequadas para o sucesso escolar dos (as) alunos (as), em colaboração com as

famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e

juventude;

2.5) promover a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola, em parceria com

órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;

2.6) desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a

organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário,

considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo e quilombolas;

2.7) disciplinar, no âmbito do Sistema Municipal de Ensino, a organização flexível

do trabalho pedagógico, incluindo adequação do calendário escolar de acordo com a realidade local, a

identidade cultural e as condições climáticas da região;

2.8) promover a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim

de garantir a oferta regular de atividades culturais para a livre fruição dos (as) alunos (as) dentro e

fora dos espaços escolares, assegurando ainda que as escolas se tornem pólos de criação e difusão

cultural;

2.9) incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das

atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as

famílias;

2.10) estimular a oferta do ensino fundamental, em especial dos anos iniciais, para

as populações do campo e quilombolas, nas próprias comunidades;

2.11) Implementar e acompanhar através dos direitos de aprendizagens o ciclo de

alfabetização (1° ao 3° ano do Ensino Fundamental);

2.12) oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos (às) estudantes e de

estímulo a habilidades, inclusive mediante certames e concursos municipais;

2.13) promover atividades de desenvolvimento e estímulo a habilidades esportivas

nas escolas, interligadas a um plano de disseminação do desporto educacional e de desenvolvimento

esportivo municipal.

2.14) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino fundamental, garantida a

qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter

itinerante;

2.15) garantir a implementação das Leis 11.645/08, que institui o ensino de História e

Cultura Afro-Brasileira e Indígena; a Lei 9.795/99, que institui a Política Nacional da Educação

Ambiental e a Lei nº 11.769, que determina que a música deve ser conteúdo obrigatório em toda a

Educação Básica.

2.16) garantir profissional de educação física nos anos Iniciais do Ensino Fundamental,

de acordo com a LDB, Lei nº 9.394/96;

2.17) criar uma proposta curricular para o Ensino Fundamental de 9 anos da rede

municipal;

2.18) implantar, em regime de colaboração com o Estado e a União, escolas que

atendam o ensino Fundamental dos Anos Finais no campo.

2.19) implementar políticas de correção do fluxo escolar para o combate da distorção

idade-série dos alunos do Ensino Fundamental;

META 3

Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17

(dezessete) anos e incentivar a elevação até o final do período de vigência deste PME, da taxa

líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

ESTRATÉGIAS:

3.1) promover junto com o Estado a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17

(dezessete) anos fora da escola, em articulação com os serviços de assistência social, saúde e

proteção à adolescência e a juventude;

3.2) implementar políticas de prevenção à evasão dos alunos com faixa etária de 15 a 17

anos decorrente da distorção idade-série e discriminação social (racial, gênero, orientação sexual

e pessoas com deficiência);

3.3) estabelecer diálogos entre o Ensino Médio e os Anos Finais do Ensino Fundamental

por meio de mostras de trabalhos desenvolvidos.

3.4) garantir a fruição de bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a

ampliação da prática desportiva, integrada ao currículo escolar;

3.5) manter e ampliar na rede municipal programas e ações para o acompanhamento

individualizado do (a) aluno(a) de 15 a 17 anos com rendimento escolar defasado e pela adoção

de práticas como aulas de reforço no turno complementar, estudos de recuperação e progressão

parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade;

3.6) tencionar os órgãos competentes com o intuito de expandir matrículas gratuitas de

Ensino Médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do

campo e das pessoas com deficiência;

3.7) estruturar e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da

permanência dos e das jovens beneficiários (as) de programas de transferência de renda, no

ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem

como das situações de discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração

do trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com as famílias e com órgãos

públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude;

3.8) incentivar em parceria com o Estado práticas pedagógicas com abordagens

interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática;

3.9) fomentar programas de educação e de cultura para a população urbana e do campo

de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação social

e profissional para aqueles que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;

3.10) propor ao estado a implantação de Salas para Atendimento Educacional

Especializado nas escolas de Ensino Médio.

3.11) tencionar o Estado a desenvolver formas alternativas de oferta do ensino médio,

garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades

de caráter itinerante;

3.12) assegurar e ampliar o transporte escolar para o atendimento dos alunos do Ensino

Médio, através de parceria com o governo do estado.

3.13) estimular a participação dos e das adolescentes nos cursos das áreas tecnológicas e

científicas;

META 4

Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao

atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com

garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas

ou serviços especializados, públicos ou conveniados, no prazo máximo de 3 (três) anos da

vigência dessa lei.

Estratégias:

4.1) realizar o mapeamento no município para a população de 4 a 17 anos, objetivando

identificar as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação;

4.2) contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as matrículas dos

(as) estudantes da educação regular da rede pública que recebam atendimento educacional

especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação

básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na educação

especial oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos,

conveniadas com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, nos termos da Lei no

11.494, de 20 de junho de 2007;

4.2.1) Criar uma equipe para a gestão de banco de dados de acessos público,

registrando a partir de janeiro de 2016 todos as informações inerentes aos alunos e alunas, para

consulta, pesquisa e ações metodológicas.

4.3) implantar, ao longo deste PME, salas de recursos multifuncionais e fomentar a

formação continuada de professores e professoras para o atendimento educacional especializado nas

escolas urbanas, do campo e quilombolas;

4.4) garantir atendimento educacional especializado em salas de recursos

multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, nas formas

complementar e suplementar, a todos (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação

básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação, ouvidos a família e o aluno;

4.5) estimular a criação de centros multidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria,

articulados com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de saúde,

assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o trabalho dos (as) professores da

educação básica com os (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e

altas habilidades ou superdotação;

4.6) manter e ampliar programas suplementares do governo federal que promovam a

acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as)

com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da

disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando,

ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos

(as) alunos (as) com altas habilidades ou superdotação;

4.7) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS

como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, aos (às)

alunos (as) surdos e com deficiência auditiva de 2 (dois) a 17 (dezessete) anos, em escolas e

classes bilíngues e em escolas inclusivas, nos termos do art. 22 do Decreto no

5.626, de 22 de

dezembro de 2005, e dos arts. 24 e 30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com

Deficiência, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdos-cegos;

4.8) garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob

alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o

atendimento educacional especializado;

4.9) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao

atendimento educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar

dos (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades ou superdotação beneficiários (as) de programas de transferência de renda, juntamente

com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento

de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os

órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude;

4.10) fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais

didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da

aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.11) promover o desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares para subsidiar a

formulação de políticas públicas intersetoriais que atendam as especificidades educacionais de

estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

superdotação que requeiram medidas de atendimento especializado;

4.12) promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas saúde,

assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, com o fim de desenvolver

modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento escolar, na educação de jovens

e adultos, das pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento com idade superior

à faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da

vida;

4.13) implantar equipes de profissionais da educação para atender à demanda do

processo de escolarização dos (das) estudantes com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades de superdotação, garantindo a oferta de professores (as) do

atendimento educacional especializado, profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores (as) e

intérpretes de Libras, guias-intérpretes para surdo-cegos, professores de Libras, prioritariamente

surdos, e professores (as) bilíngües.

4.14) definir juntamente com o Conselho Municipal de Educação indicadores de

qualidade e política de avaliação e supervisão para o funcionamento de instituições públicas e

privadas que prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento

e altas habilidades ou superdotação;

4.15) acompanhar a iniciativa do Ministério da Educação, nos órgãos de pesquisa,

demografia e estatística competentes, a obtenção de informação detalhada sobre o perfil das

pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação

de 4 (dois) a 17 (dezessete) anos;

4.16) promover parcerias ou convênios com instituições comunitárias, confessionais ou

filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar as condições

de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino;

4.17) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas

sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação

continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade

necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de

ensino;

4.18) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas

sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das

famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo;

4.19) inserir a política de Educação Especial na proposta pedagógico curricular da rede

municipal em todas as etapas e modalidades de educação.

4.20) delimitar o número de matrícula de alunos em turmas de educação inclusiva;

4.21) realizar a adequação na infraestrutura dos prédios escolares para atendimento da

acessibilidade;

META 5

Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o

(terceiro) ano do ensino

fundamental.

ESTRATÉGIAS:

5.1) estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino

fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e

valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com apoio pedagógico específico, a fim de

garantir a alfabetização plena de todas as crianças;

5.2) instituir instrumentos de avaliação periódicos e específicos para aferir a

alfabetização das crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular as escolas a criarem os

respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para

alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino fundamental;

5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a alfabetização de

crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o

acompanhamento dos resultados nas unidades escolares que forem aplicadas, devendo ser

disponibilizadas, preferencialmente, como recursos educacionais abertos;

5.4) fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas

inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem

dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade;

5.5) apoiar a alfabetização de crianças do campo, quilombolas e de populações

itinerantes, com a produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver instrumentos de

acompanhamento que considerem a identidade cultural das comunidades quilombolas;

5.6) promover e estimular a formação inicial e continuada de professores (as) e

coordenadores (as) pedagógicos para alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas

tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre

programas de pós-graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores (as) e

coordenadores (as) para a alfabetização;

5.7) apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas

especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de

terminalidade temporal;

5.8) sistematizar uma proposta curricular para o ciclo inicial que estende-se até os oito

anos de idade a qual deverá compor a Proposta do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos;

5.9) manter a parceria com os entes federados mediante continuidade da adesão nos

programas que favoreçam a alfabetização na idade certa.

META 6

Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas

públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da

educação básica.

ESTRATÉGIAS:

6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo

integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive

culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob

sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano

letivo, com a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola;

6.2) instituir, em regime de colaboração, programa de construção de escolas com padrão

arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo integral, prioritariamente em

comunidades pobres ou com crianças em situação de vulnerabilidade social;

6.3) institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de

ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras

poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas,

auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos, bem como da produção de material

didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral;

6.4) fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e

esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques,

museus, teatros, cinemas e planetários;

6.5) estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de alunos

(as) matriculados nas escolas da rede pública de educação básica;

6.6) Manter parcerias com entes federados a fim de financiar e manter a educação em

tempo integral.

6.7) atender às escolas do campo e quilombolas na oferta de educação em tempo integral,

com base em consulta prévia e informada, considerando-se as peculiaridades locais;

6.8) garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4 (quatro) a 17

(dezessete) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar e suplementar

ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas;

6.9) adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola,

direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades

recreativas, esportivas e culturais.

6.10) redimensionar o número de funcionários da educação de modo a atender a estrutura

pedagógica, administrativa e pessoal de apoio para a educação em tempo integral;

6.11) implantar e implementar o ciclo de alfabetização de acordo regulamentação

específica.

META 7

Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do

fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias municipais para o

Ideb:

IDEB

2015

2017

2019

2021

Anos iniciais do

ensino fundamental 4,4 4,7 5,0 5,3

Anos finais do

ensino fundamental 3,8 4,1 4,3 4,6

ESTRATÉGIAS:

7.1) estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa, diretrizes pedagógicas

para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de

aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do ensino fundamental e médio,

respeitada a diversidade regional, estadual e local;

7.2) assegurar que os (as) alunos (as) do ensino fundamental e do ensino médio tenham

alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e

desenvolvimento de seu ano de estudo, pelo menos, o nível desejável;

7.3) constituir, em colaboração, um conjunto nacional de indicadores de avaliação

institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas

condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da

gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino;

7.4) induzir processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por

meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas,

destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade

educacional, a formação continuada dos (as) profissionais da educação e o aprimoramento da gestão

democrática;

7.5) formalizar e executar o plano de ações articuladas dando cumprimento às metas de

qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e financeiro

voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e professoras e profissionais de

serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria

e expansão da infraestrutura física da rede escolar;

7.6) acompanhar a prestação de assistência técnica financeira à fixação de metas

intermediárias, nos termos estabelecidos conforme pactuação voluntária entre os entes, priorizando

as unidades escolares com Ideb abaixo da média nacional;

7.7) acompanhar o aprimoramento contínuo dos instrumentos de avaliação da qualidade

do ensino fundamental, de forma a englobar o ensino de ciências nos exames aplicados nos anos

finais do ensino fundamental, assegurada a sua universalização, ao sistema de avaliação da educação

básica, bem como apoiar o uso dos resultados das avaliações nacionais pelas escolas para a

melhoria de seus processos e práticas pedagógicas;

7.8) acompanhar o desenvolvimento dos indicadores específicos de avaliação da

qualidade da educação especial, bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos;

7.9) acompanhar as políticas de forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a

diferença entre as escolas com os menores índices e a média nacional, garantindo equidade da

aprendizagem e reduzindo pela metade, até o último ano de vigência deste PME, as diferenças entre

as médias dos índices estadual e nacional.

7.10) acompanhar e divulgar os resultados bienais pedagógicos dos indicadores do

sistema nacional de avaliação da educação básica e do Ideb, relativos às escolas, do sistema

municipal de ensino, assegurando a contextualização desses resultados, com relação a indicadores

sociais relevantes, como os de nível socioeconômico das famílias dos (as) alunos (as), e a

transparência e o acesso público às informações técnicas de concepção e operação do sistema de

avaliação;

7.11) acompanhar e executar políticas de estímulo às escolas que melhorarem o

desempenho no Ideb, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade

escolar.

7.12) consolidar a educação escolar no campo de populações tradicionais, de populações

itinerantes e quilombolas, respeitando a articulação entre os ambientes escolares e comunitários e

garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação da identidade cultural; a participação da

comunidade na definição do modelo de organização pedagógica e de gestão das instituições,

consideradas as práticas socioculturais e as formas particulares de organização do tempo; a oferta

bilíngue na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental e a reestruturação e a

aquisição de equipamentos; a oferta de programa para a formação inicial e continuada de

profissionais da educação; e o atendimento em educação especial;

7.13) garantir com o apoio da União e do Estado transporte gratuito para todos (as) os

(as) estudantes da educação do campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante

renovação e padronização integral da frota de veículos, de acordo com especificações definidas pelo

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, e financiamento

compartilhado, proporcional às necessidades do Município visando a redução da evasão escolar e

o tempo médio de deslocamento a partir de cada realidade local;

7.14) universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta

velocidade e triplicar, a relação computador/aluno (a) nas escolas da rede pública de educação básica,

promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação;

7.15) acompanhar e executar o apoio técnico e financeiro para a gestão escolar mediante

transferência direta de recursos financeiros à escola, a fim de garantir a participação da

comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência

e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática;

7.16) executar programas e ações de atendimento ao (à) aluno (a), nas duas etapas

iniciais da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático- escolar,

transporte, alimentação e assistência à saúde fornecidos pela união.

7.17) assegurar mediante apoio financeiro da União e do Estado a todas as escolas

públicas de educação básica o acesso a energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento

sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática

esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada

edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência;

7.18) manter, em regime de colaboração, programa nacional de reestruturação e

aquisição de equipamentos para escolas públicas, visando à equalização regional das oportunidades

educacionais;

7.19) acompanhar o provimento de equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a

utilização pedagógica no ambiente escolar das escolas públicas da educação básica, aplicando os,

mecanismos para implementação das condições necessárias para a universalização das bibliotecas

nas instituições educacionais, com acesso a redes digitais de computadores, inclusive a internet;

7.20) acompanhar o estabelecimento pela União dos parâmetros mínimos de qualidade

dos serviços da educação básica, a serem utilizados como referência para infraestrutura das escolas

municipais, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para

adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino;

7.21) informatizar com o apoio da União a gestão das escolas públicas e da secretaria de

municipal da educação, bem como a execução do programa nacional de formação inicial e

continuada para o pessoal técnico da secretaria de educação;

7.22) acompanhar e executar políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo

desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas

causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas

para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a

comunidade;

7.23) implementar políticas de inclusão e permanência na escola para adolescentes e

jovens que se encontram em regime de liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os

princípios da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente;

7.24) garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afro-

brasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nos

10.639, de 9 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil;

7.25) desenvolver currículos e propostas pedagógicas específicas para educação escolar

para as escolas do campo e para as comunidades quilombolas, incluindo os conteúdos culturais

correspondentes às respectivas comunidades e considerando o fortalecimento das práticas

socioculturais e produzindo e disponibilizando materiais didáticos específicos, inclusive para os (as)

alunos (as) com deficiência;

7.26) mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação formal

com experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja

assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das

políticas públicas educacionais;

7.27) promover a articulação dos programas nacionais da área da educação e de âmbito

local com os de outras áreas, como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e cultura,

possibilitando a criação de rede de apoio integral às famílias, como condição para a melhoria da

qualidade educacional;

7.28) acompanhar e executar ações efetivas especificamente voltadas para a promoção,

prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e emocional dos (das)

profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional;

7.29) acompanhar e executar mediante articulação entre os órgãos responsáveis pelas

áreas da saúde e da educação, programas de atendimento aos (às) estudantes da rede escolar pública

por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde;

7.30) acompanhar e fortalecer as formações de leitores e leitoras promovidas pela União

através da capacitação de professores e professoras, bibliotecários e bibliotecárias e agentes da

comunidade para atuar como mediadores e mediadoras da leitura, de acordo com a especificidade das

diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem;

7.31) instituir, em articulação com o Estado e a União, programa de formação de

professores e professoras e de alunos e alunas para promover e consolidar política de preservação da

memória nacional e local.

7.32) promover a regulação da oferta da educação infantil e séries iniciais do ensino

fundamental pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o cumprimento da função

social da educação;

META 8

Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo

a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para

as populações do campo e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e equiparar a

escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE.

ESTRATÉGIAS:

8.1) promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos

populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à

juventude.

8.2) acompanhar e executar programas de desenvolvimento de tecnologias para

correção de fluxo, para o acompanhamento pedagógico individualizado e para a recuperação e a

progressão parcial, bem como priorizar os estudantes com rendimento escolar defasado, considerando

as especificidades dos segmentos populacionais considerados;

8.3) implementar programas/políticas de educação de jovens e adultos para os

segmentos populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade-série,

associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização

inicial;

8.4) garantir acesso gratuito a exames de certificação da conclusão dos ensinos

fundamental;

8.5) promover com o apoio da União parceria com as áreas de saúde e assistência

social, para o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola específicos para os

segmentos populacionais considerados, identificar motivos de absenteísmo de modo a garantir a

frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação do atendimento desses (as)

estudantes na rede pública regular de ensino;

8.6) incentivar a expansão da oferta gratuita de educação profissional técnica por

parte das entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema

sindical, de forma concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública, para os segmentos

populacionais considerados;

META 9

Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 90% (noventa

por cento) até 2017 e, até o final da vigência deste PME, superar o analfabetismo absoluto e

reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

Estratégias:

9.1) assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e adultos a todos os que

não tiveram acesso à educação básica na idade própria;

9.2) realizar diagnóstico dos jovens e adultos com ensino fundamental incompleto para

identificar a demanda ativa por vagas na educação de jovens e adultos nas unidades escolares do

sistema municipal de ensino

9.3) implementar ações de alfabetização de jovens e adultos com garantia de

continuidade da escolarização fundamental;

9.4) acompanhar a criação do benefício adicional no programa nacional de

transferência de renda para jovens e adultos que frequentarem cursos de alfabetização;

9.5) realizar chamadas públicas regulares para educação de jovens e adultos,

promovendo-se busca ativa em regime de colaboração entre entes federados e em parceria com

organizações da sociedade civil;

9.6) realizar avaliação, por meio de exames específicos, que permita aferir o grau de

alfabetização de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade;

9.7) executar ações de atendimento ao (à) estudante da educação de jovens e adultos

por meio de programas nacionais suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive

atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com a área da saúde;

9.8) assegurar com o apoio da união oferta de educação de jovens e adultos, na etapa

de ensino fundamental, às pessoas privadas de liberdade estabelecimentos penais, assegurando-se

formação específica de acordo com as de diretrizes nacionais em regime de colaboração;

9.9) executar com o apoio técnico e financeiro da União projetos inovadores na

educação de jovens e adultos que visem ao desenvolvimento de modelos adequados às

necessidades específicas desses (as) alunos (as);

9.10) cumprir as normas, mecanismos e incentivos que integrem os segmentos

empregadores, públicos e privados, para promover a compatibilização da jornada de trabalho dos

empregados e das empregadas com a oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e

adultos;

9.11) considerar, nas políticas públicas de jovens e adultos, as necessidades dos

idosos, com vistas à promoção de políticas de erradicação do analfabetismo, ao acesso a tecnologias

educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à implementação de programas de

valorização e compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos idosos e à inclusão dos temas

do envelhecimento e da velhice nas escolas.

Meta 10

Informatizar até o final de 2016, o processo de matrícula, popularizando as informações

educacionais e oferecer, no mínimo, 30% (trinta por cento) das matrículas de educação de jovens

e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.

ESTRATÉGIAS:

10.1) manter e executar nos órgãos competentes programa de educação de jovens e

adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e à formação profissional inicial, de forma a

estimular a conclusão da educação básica;

10.2) acompanhar a expansão das matrículas na educação de jovens e adultos, de

modo a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional,

objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora;

10.3) incentivar a integração da educação de jovens e adultos com a educação

profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do público da educação de

jovens e adultos e considerando as especificidades das populações itinerantes e do campo e

quilombolas, inclusive na modalidade de educação a distância;

10.4) acompanhar a ampliação das oportunidades profissionais dos jovens e adultos

com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à educação de jovens e adultos

articulada à educação profissional;

10.5) aderir e implementar programas de reestruturação e aquisição de

equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas que atuam na

educação de jovens e adultos integrada à educação profissional, para a garantia da acessibilidade à

pessoa com deficiência;

10.6) estimular a diversificação curricular da educação de jovens e adultos, articulando

a formação básica e a preparação para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações entre

teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma

a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses alunos e alunas;

10.7) incentivar a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos

e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e laboratórios e a

formação continuada de docentes da rede pública que atuam na educação de jovens e adultos

articulada à educação profissional;

10.8) promover a busca pela oferta pública de formação inicial e continuada para

trabalhadores e trabalhadoras articulada à educação de jovens e adultos, em regime de

colaboração e com apoio de entidades privadas de formação profissional e de entidades sem fins

lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;

10.9) aderir e implementar programa nacional de assistência ao estudante,

compreendendo ações de assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam

para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da educação de

jovens e adultos articulada à educação profissional;

10.10) coletar informações para a expansão da oferta de educação de jovens e

adultos articulada à educação profissional, de modo a atender às pessoas privadas de liberdade nos

estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica dos professores e das professoras e

implementação de diretrizes nacionais em regime de colaboração;

10.11) implementar e aplicar mecanismos de reconhecimento de saberes dos jovens

e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular dos cursos de formação inicial

e continuada e dos cursos técnicos de nível médio.

10.12) considerar, nas políticas públicas de jovens, adultos e idosos, as

necessidades específicas dos idosos;

10.13) articular as políticas de educação de jovens, adultos e idosos com as

políticas culturais e esportivas;

10.14) Criar proposta pedagógica específica para Jovens e Adultos, considerando as

Diretrizes Curriculares Nacionais para essa modalidade e as especificidades locais;

10.15) Garantir formação específica aos docentes que atuam na modalidade da Educação

de Jovens e Adultos na rede municipal de ensino;

META 11 –

Apoiar, em Regime de Colaboração com a União e o Estado, a ampliação das matrículas da

educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo

menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

ESTRATÉGIAS:

11.1) fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio nas

redes públicas estaduais de ensino;

11.2) incentivar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na

modalidade de educação a distância, com a finalidade de ofertar e democratizar o acesso à

educação profissional pública e gratuita, assegurado padrão de qualidade;

11.3) estimular a expansão do estágio na educação profissional técnica de nível médio e

do ensino médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do

aluno, visando à formação de qualificações próprias da atividade profissional, à contextualização

curricular e ao desenvolvimento da juventude;

11.4) estimular a ampliação da oferta de programas de reconhecimento de saberes para

fins de certificação profissional em nível técnico;

11.5) apoiar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissional técnica de nível

médio pelas entidades privadas de formação profissional em entidades sem fins lucrativos de

atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;

11.6) incentivar e apoiar a oferta de financiamento estudantil à educação profissional

técnica de nível médio oferecida em instituições privadas de educação superior;

11.7) apoiar a aplicação das normas do sistema de avaliação da qualidade da

educação profissional técnica de nível médio das redes escolares pública e privada;

11.8) incentivar a oferta de atendimento do ensino médio gratuito integrado à formação

profissional para as populações do campo e para a comunidade quilombola, de acordo com os seus

interesses e necessidades;

11.9) incentivar a oferta de educação profissional técnica de nível médio para as

pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

11.10) acompanhar a elevação gradual do investimento em programas de assistência

estudantil e mecanismos de mobilidade acadêmica, visando a garantir as condições necessárias à

permanência dos (as) estudantes e à conclusão dos cursos técnicos de nível médio;

11.11) adotar com a colaboração da união políticas afirmativas, na forma da lei a fim de

reduzir as desigualdades étnico-raciais no acesso e permanência na educação profissional técnica de

nível médio.

META 12

Apoiar, em Regime de Colaboração com a União e o Estado, a elevação da matrícula no ensino

superior garantindo que no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da população de 18 (dezoito) a

24 (vinte e quatro) anos tenha acesso à educação superior.

ESTRATÉGIAS:

12.1) buscar em parceria com a União a ampliação da oferta de vagas e de cursos, por

meio de uma expansão da rede federal de educação superior no município;

12.2) incentivar e apoiar a oferta de educação superior pública e gratuita

prioritariamente para a formação de professores e professoras para a educação básica, sobretudo

nas áreas de ciências e matemática, bem como para atender ao déficit de profissionais em áreas

específicas;

12.3) apoiar e publicizar a ampliação das políticas de inclusão e de assistência

estudantil dirigidas aos (às) estudantes de instituições públicas, bolsistas de instituições privadas

de educação superior e beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a

Lei no

10.260, de 12 de julho de 2001, na educação superior, de modo a reduzir as desigualdades

étnico-raciais e ampliar as taxas de acesso e permanência na educação superior de estudantes egressos

da escola pública, afrodescendentes e de estudantes com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de forma a apoiar seu sucesso acadêmico;

12.4) incentivar a ampliação da oferta de estágio como parte da formação na educação

superior;

12.5) apoiar a ampliação da participação proporcional de grupos historicamente

desfavorecidos na educação superior, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma

da lei;

12.6) estimular a existência de condições de acessibilidade nas instituições de educação

superior, na forma da legislação;

12.7) incentivar a realização de estudos e pesquisas que analisem a necessidade de

articulação entre formação, currículo, pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades

econômicas, sociais e culturais do município.

12.8) incentivar a expansão do atendimento específico a populações do campo e

quilombolas, em relação a acesso, permanência, conclusão e formação de profissionais para

atuação nessas populações;

12.9) incentivar o mapeamento da demanda e fomentar a oferta de formação de pessoal

de nível superior, destacadamente a que se refere à formação nas áreas de ciências e matemática,

considerando as necessidades do desenvolvimento do município, a inovação tecnológica e a melhoria

da qualidade da educação básica;

12.10) apoiar a consolidação de processos seletivos nacionais e regionais para acesso

à educação superior como forma de superar exames vestibulares isolados;

12.11) viabilizar, em regime de colaboração, a oferta de transporte para o deslocamento

dos estudantes locais para as instituições de ensino superior em outros municípios e/ou possibilitar a

permanência destes estudantes em residência fora do município;

META 13

Ampliar, em Regime de Colaboração, a proporção de mestres e doutores do corpo docente em

efetivo exercício na rede municipal de educação para que ao final da década 40% (quarenta

por cento) dos professores sejam mestres, e destes, no mínimo, 05% (cinco por cento)

doutores;

ESTRATÉGIAS:

13.1) assegurar no Plano de Carreira a liberação do profissional, quando do corpo

docente e pedagógico em efetivo exercício, para curso stricto sensu sem perdas salariais;

13.2) realizar levantamento das reais necessidades de transporte utilizados pelos

docentes em cursos de mestrado e doutorado oferecendo apoio, conforme critérios estabelecidos pela

Secretaria Municipal de Educação (SME) através da Comissão Permanente de Acompanhamento

(COPEA), no que diz respeito a assegurar o transporte para prosseguimento dos estudos;

13.3) apoiar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação superior,

com vistas a potencializar a atuação regional/territorial, inclusive na oferta de pós-graduação stricto

sensu para docentes quando em efetivo exercício;

13.4) criar, a partir de orçamento disponível e regulamentado em Lei própria, bolsa de

estudo para pós-graduação stricto sensu para os professores; as professoras e pedagogos.

META 14

Apoiar, em regime de colaboração com a União e o Estado, a elevação gradual do

número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, em mestrado e doutorado de modo a

ampliar em 50% o número de mestres e doutores do município até o final da década desse

PME.

ESTRATÉGIAS:

14.1) incentivar a expansão do financiamento da pós-graduação stricto sensu por

meio das agências oficiais de fomento;

14.2) realizar levantamento das reais necessidades de transporte utilizados pelos

estudantes dos cursos de mestrado e doutorado oferecendo apoio, conforme critérios estabelecidos

pela Secretaria Municipal de Educação e pelo Conselho Municipal de Educação orçamento

disponível, no que diz respeito a assegurar o transporte para prosseguimento dos estudos;

14.3) apoiar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação superior,

com vistas a potencializar a atuação regional/territorial, inclusive na oferta de pós-graduação stricto

sensu para os munícipes de Cruz das Almas e região;

14.4) criar mecanismos para favorecer o acesso das populações do campo e da

comunidade quilombola a cursos de mestrado e doutorado;

14.5) estimular a participação das mulheres nos cursos de pós-graduação stricto

sensu, em particular aqueles ligados às áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química,

Informática e outros no campo das ciências;

META 15

Garantir, em regime de colaboração com a União e o Estado, no prazo de 02 (dois) anos de

vigência deste PME, política de formação dos profissionais da educação de que tratam os

incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei no

9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurando

que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de

nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

ESTRATÉGIAS:

15.1) realizar diagnóstico das necessidades de formação dos professores,

coordenadores pedagógicos e demais profissionais da educação da rede municipal de educação e da

capacidade de atendimento, por parte de instituições públicas de educação superior existentes no

Município, e definindo obrigações recíprocas entre os partícipes;

15.2) manter e ampliar a utilização da plataforma eletrônica para organizar a

oferta e as matrículas em cursos de formação inicial e 2ª (segunda) licenciatura;

15.3) aderir a programas específicos de formação em licenciatura para professores das

escolas do campo, de comunidade quilombola e da educação especial;

15.4) valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível

superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a

formação acadêmica e as demandas da educação;

15.5) aderir cursos e programas especiais para assegurar formação específica na

educação superior, nas respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação de nível médio na

modalidade normal, não licenciados ou licenciados em área diversa da de atuação docente, em efetivo

exercício;

META 16

Formar em nível de pós-graduação lato sensu, 70% (setenta por cento) dos professores da

educação básica, até o último ano de vigência deste PME, e garantir a todos (as) os (as)

profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as

necessidades, demandas e contextualizações do sistema de ensino.

ESTRATÉGIAS:

16.1) realizar, planejamento estratégico para dimensionamento da demanda por

formação continuada e buscar, em regime de colaboração, a respectiva oferta por parte das

instituições públicas de educação superior;

16.2) acompanhar e apoiar a política nacional de formação de professores e

professoras da educação básica;

16.3) acompanhar, publicizar e apoiar o programa de composição de acervo de obras

didáticas, paradidáticas e de literatura e de dicionários, e programa específico de acesso a bens

culturais, incluindo obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, sem prejuízo de outros, a

serem disponibilizados para os professores e as professoras da rede pública de educação básica,

favorecendo a construção do conhecimento e a valorização da cultura da investigação;

16.4) criar o portal eletrônico para subsidiar a atuação dos professores e das

professoras, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos suplementares,

inclusive aqueles com formato acessível;

16.5) buscar a oferta de cursos técnicos de nível médio e tecnológicos de nível

superior destinados à formação, nas respectivas áreas de atuação, dos (as) profissionais da educação

de outros segmentos que não os do magistério;

16.6) incentivar o aprimoramento da formação dos professores e das professoras das

escolas públicas de educação básica, por meio da aplicação das ações implementadas através do Plano

Nacional do Livro e Leitura e da instituição de programa nacional de disponibilização de

recursos para acesso a bens culturais pelo magistério público.

16.7) implantar política municipal de formação continuada para os (as) profissionais

da educação de outros segmentos que não os do magistério, construída em regime de

colaboração entre os entes federados;

16.8) aderir ao programa de concessão de bolsas de estudos para que os

professores de idiomas das escolas públicas de educação básica possam realizar estudos de imersão e

aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo as línguas que lecionem;

16.9) considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e da

comunidade quilombola na formação continuada dos profissionais da educação;

Meta 17

Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma

a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade

equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PME.

ESTRATÉGIAS:

17.1) constituir fórum permanente, com representação dos trabalhadores da educação,

para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial nacional para os

profissionais do magistério público da educação básica;

17.2) instituir como tarefa do fórum permanente o acompanhamento da evolução

salarial por meio de indicadores periodicamente divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE;

17.3) garantir, no âmbito do Município atualização do plano de Carreira para os (as)

profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, observados os critérios

estabelecidos na Lei no

11.738, de 16 de julho de 2008, com implantação gradual do cumprimento da

jornada de trabalho em um único estabelecimento escolar;

17.4) acompanhar a ampliação da assistência financeira específica da União para

implementação de políticas de valorização dos (as) profissionais do magistério, em particular o piso

salarial nacional profissional.

META 18

Assegurar, no prazo de 1 (um) ano, a revisão/adequação do plano de Carreira para os (as)

profissionais da educação básica pública do sistema municipal de ensino tomando como

referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso

VIII, do art. 206, da Constituição Federal.

ESTRATÉGIAS:

18.1) estruturar a rede pública de educação básica de modo que, até o início do

terceiro ano de vigência deste PME, 90% (noventa por cento), no mínimo, dos profissionais do

magistério e profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de provimento

efetivo e estejam em exercício nas unidades que forem lotados;

18.2) realizar o acompanhamento dos profissionais iniciantes, supervisionados e

avaliados por profissionais experientes, a fim de fundamentar, com base legal específica, a

decisão pela efetivação após o estágio probatório.

18.3) manter, no plano de Carreira dos profissionais da educação do Município, a

concessão de licenças remuneradas e incentivos para qualificação profissional, inclusive em nível

de pós-graduação stricto sensu;

18.4) acompanhar a realização do censo dos (as) profissionais da educação da rede

municipal de outros segmentos que não os do magistério;

18.5) considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e da

comunidade quilombola no provimento de cargos efetivos para essas escolas;

18.6) acompanhar o repasse de transferências federais voluntárias, na área de

educação, para o Município.

18.7) manter a existência da comissão permanente de profissionais da rede

municipal da educação para subsidiar os órgãos competentes na reestruturação e implementação do

planos de Carreira para os profissionais da educação.

18.8) garantir cursos de aperfeiçoamento e formação continuada a todos

profissionais da educação que atuam na rede municipal de ensino.

META 19

Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da

educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à

comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da

União para tanto.

ESTRATÉGIAS:

19.1) acompanhar o repasse de transferências voluntárias da União na área da

educação para o município com legislação específica aprovada regulamentando a matéria de

educação respeitando a legislação nacional e considerando conjuntamente a nomeação dos

diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de mérito e desempenho, bem como a

participação da comunidade escolar;

19.2) assegurar formação aos conselheiros dos conselhos de acompanhamento e

controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar e de outros e aos (às)

representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas,

garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de

transporte para visitas às unidades escolares, com vistas ao bom desempenho de suas funções;

19.3) constituir o Fórum Permanente de Educação, com o intuito de juntamente com o

CME coordenar as conferências municipais bem como efetuar o acompanhamento da execução deste

plano municipal de educação - PME;

19.4) estimular, em todas as unidades escolares da rede municipal, a constituição e o

fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-lhes, inclusive, espaços

adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com

os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;

19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de colegiados escolares e conselhos

municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e

educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se

condições de funcionamento autônomo;

19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as)

e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de

gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de

docentes e gestores escolares;

19.7) garantir autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos

estabelecimentos de ensino.

19.8) desenvolver políticas de formação de gestores escolares, bem como aplicar a

legislação específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos

cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.

META 20

Assegurar, até o primeiro ano de vigência deste PME, a gestão plena dos recursos financeiros da

educação na perspectiva da promoção da autonomia da secretaria municipal da educação e

ampliar progressivamente o investimento em educação pública, garantindo a efetivação legal dos

recursos.

ESTRATÉGIAS:

20.1) garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para a Educação

Infantil e o Ensino Fundamental incluindo suas modalidades de ensino, observando-se as políticas

de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias e do § 1o

do art. 75 da Lei no

9.394, de 20 de dezembro de 1996, que

tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender

suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional;

20.2) aperfeiçoar e ampliar os mecanismos de acompanhamento da arrecadação

municipal;

20.3) fornecer dados e acompanhar os estudos realizados pelo Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, dos investimentos e custos por aluno

da educação básica, em todas as suas etapas e modalidades;

20.4) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, (nos termos do

parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar no

101, de 4 de maio de 2000), a transparência

e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente a

realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de transparência e a capacitação

dos membros do conselho de acompanhamento e controle social do Fundeb, com a colaboração entre

o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação do Estado e o Tribunal de Contas do Município;

20.5) acompanhar em âmbito nacional a regulamentação do Custo Aluno Qualidade

- CAQ como parâmetro para o financiamento da educação a partir do cálculo e do acompanhamento

regular dos indicadores de gastos educacionais com investimentos em qualificação e remuneração do

pessoal docente e dos demais profissionais da educação pública, em aquisição, manutenção,

construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de

material didático-escolar, alimentação e transporte escolar;

20.6) implementar na rede municipal, após regulamentação, o Custo Aluno Qualidade

- CAQ com base em metodologia formulada pelo Ministério da Educação - MEC, a ser acompanhado

pelo Fórum Municipal de Educação - FME, pelo Conselho Municipal de Educação - CME e pela

Comissão de Educação da Câmara dos Vereadores;

20.7) acompanhar a definição dos critérios estabelecidos pela União para distribuição

dos recursos adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio, que considerem a equalização

das oportunidades educacionais, a vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de

gestão do sistema de ensino;

4 - ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME

Ao longo dos próximos 10 (dez) anos teremos que prever acompanhamento e avaliação, a fim

de revisar periodicamente as estratégias e as metas elencadas neste Plano. Nesse sentido, é

indispensável que se tornem públicos a execução das metas e os avanços oriundos do Plano

Municipal de Educação. Cabe ainda definir os instrumentos e procedimentos de avaliação a serem

respeitados e reorganizados, caso necessário.

Assim como na elaboração caberá manter um caráter democrático, como indicação do

caminho para avaliar e reconstruir o PME, respeitando os anseios da comunidade local e

assumindo o compromisso com o bem comum.

O Plano Municipal de Educação de Cruz das Almas é fruto de um trabalho democrático e

participativo, organizado pela Secretaria Municipal de Educação, pelo Conselho Municipal de

Educação, Grupo Colaborativo e Comissões representativas, com a orientação técnica do Proam a

partir de um processo de discussão transparente com representantes de todos os segmentos da

sociedade civil organizada e sociedade política, que deve ter a aprovação da Câmara de Vereadores.

A construção de um Plano Municipal de Educação requer a definição de mecanismos

de acompanhamento, monitoramento e avaliação, que possam assegurar a implementação de todas as

metas, estratégias e ações, ora definidas neste plano. Portanto, será constituído o Fórum Municipal de

Educação através de legislação específica, que terá a responsabilidade de juntamente com o CME

consolidar os dados relativos à educação no município de Cruz das Almas, produzindo um

documento analítico que evidencie as metas alcançadas com os resultados produzidos, bem como

as metas não realizadas e suas devidas justificativas.

O Fórum Municipal de Educação deverá, juntamente com o CME, semestralmente

realizar encontros periódicos de monitoramento para então realizar avaliações posteriores. A primeira

avaliação deverá ocorrer dois anos a partir da aprovação deste Plano e as demais, no mesmo prazo,

quer seja, de dois em dois anos. Findando o período de dez anos, um novo plano deverá ser

elaborado sob nova legislação. Com isso, a Fórum Municipal de Educação reunir-se-á uma vez a

cada dois anos, juntamente com o CME, a partir da vigência do PME para produzir o parecer acerca

do acompanhamento do Plano Municipal de Educação.

Após a produção do relatório do Plano Municipal de Educação o Fórum Municipal de

Educação fará juntamente com o CME a apresentação dos resultados consolidados em uma

Conferência Municipal de Educação com a participação de toda a sociedade civil e política,

instituições governamentais e não governamentais, e demais atores da educação no município, em

conformidade com o item 2 desta seção.

Por fim, a organização deste sistema de acompanhamento, avaliação e controle da

execução do PME, aqui explicitado não prescinde das atribuições da Câmara de Vereadores, do

Tribunal de Contas e dos Conselhos específicos de fiscalização e controle da educação.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394/96.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso 10 Jul 2011.

BRASIL. Congresso Federal. Lei nº. 11.741/2008. Altera dispositivos da Lei n º 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar,

institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de

jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica. Brasília. DOU-17/7/2008. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br.>Acesso 20/07/2014.

SANTANA, A. M. O livro do centenário: marcos do progresso de Cruz das Almas. ed. Especial.

Cruz das Almas: Bureau, 1997. 185p.

SANTOS, Claudio Ressurreição; AGUIAR, Salvador Santos. Interações espaciais da Feira livre de

Cruz das Almas e as atividades comerciais do entorno. Artigo completo publicado nos anais – VII

encontro nacional da ANPEG, 24 a 27 de Setembro de 2007, Niterói, Rio de Janeiro.