plano municipal de cultura de itapema

90

Upload: kim-kaua-cunha-coimbra

Post on 16-Nov-2015

4 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Plano Municipal de Cultura de Itapema

TRANSCRIPT

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

  • Essa uma publicao tcnica da Secretaria Municipal de Educao e Cultura de Itapema/SC a qual teve a assessoria tcnica da Escola de Gesto Pblica Municipal EGEM, por meio da Associao dos Municpios da Regio da Foz do Rio Itaja AMFRI.

    Perodo de elaborao: Julho de 2013 a Janeiro de 2014.

    Prefeito do Municpio Rodrigo CostaVice-Prefeito do Municpio Giliard ReisSecretria de Educao e Cultura Silvana Terezinha da Silva Olbrisch

    Associao dos Municpios da Regio da Foz do Rio Itaja - AMFRIPresidente Leonel Jos MartinsSecretrio Executivo Clio Jos BernardinoAssistente Administrativo Jeanete Fagundes

    Responsveis pela elaborao do Plano Municipal de Cultura de Itapema/SC:

    Equipe Tcnica MunicipalDiretora de Cultura Gisele Mafra MendesProfessor Coordenador de Artes Kim Kau Cunha CoimbraProfessora Regente do Coral VIVAZ Queila de Barros FranciscoPresidente do Conselho Municipal de Cultura Gisele Mafra MendesAssistente Regional de Pesquisa Waldyr dos Santos

    Equipe de Assessoria da Escola de Gesto Pblica Municipal - EGEMDiretor Geral Alexandre AlvesCoordenadora Geral Raquel Pedroso RodriguesCoordenadora Executiva Maria Luisa Cardoso BruciapagliaConsultor Tcnico Eugenio LacerdaAnalista de Planejamento Felipe Amaral BorgesAnalista de Cultura Marcos Vencio MontagnaDesigner Grfico Tamris EspndolaDesigner Grfico Victor Gote

    Expediente

  • APRESENTAO 07METODOLOGIA PARTICIPATIVA 11 ETAPA 1 Plano de Trabalho e Organizao da Estrutura Local 13 ETAPA 2 Sensibilizao e Mobilizao Social 13 ETAPA 3 Anlise Situacional da Cultura 14 ETAPA 4 Estratgias e Aes 14 ETAPA 5 Plano Municipal de Cultura finalizado 15PERFIL HISTRICO E SOCIOECONMICO DO MUNICPIO 17ANLISE SITUACIONAL DA CULTURA 21 Gesto e institucionalidade da cultura 22 rgo Gestor 22 Evoluo do Oramento da Cultura em Itapema 23 Recursos da LIC Lei de Incentivo Cultura 24 Recursos de Convnios 26 Instncias de Pactuao 26 Planejamento e indicadores 27 Equipamentos Pblicos 27 Cultura e desenvolvimento 28 Cultura, cidade e cidadania 29 Produo simblica e diversidade cultural 30 Sntese da Anlise Situacional 31DESAFIOS E OPORTUNIDADES 33OBJETIVOS DO PLANO MUNICIPAL DE CULTURA 35ESTRATGIAS E AES 37 Gesto e institucionalidade da cultura 38 Cultura e desenvolvimento 40 Cultura, cidade e cidadania 40 Produo simblica e diversidade cultural 41CONSIDERAES FINAIS 43REFERNCIAS 45APNDICES 47 APNDICE A Relatrio de Participao Popular 48 APNDICE B Recomendaes Legais 59 APNDICE C Oficina de Metas 64ANEXO 67 ANEXO A Modelo de Projeto de Lei do Sistema Municipal de Cultura SMC 68

    Sumrio

  • APR

    ESEN

    TA

    O

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    8

    A Emenda Constitucional n. 71/2012 que prev a implantao progressiva do Sistema Nacional de Cultura, pressupe a adeso dos entes federados e a correspondente institucionalizao dos sistemas estaduais e municipais de cultura. O Sistema Nacional de Cultura (SNC) o mais importante pacto federativo na rea cultural no Brasil, desde a criao do Ministrio da Cultura, em 1986. O SNC, que equivale para o setor o mesmo que o Sistema nico de Sade (SUS) representa para a sade, organiza e institucionaliza instrumentos de gesto, participao e financiamento do setor cultural, visando consolidar politicas pblicas permanentes, democrticas e transparentes, pactuadas entre Municpios, Estados e a Unio.

    Aqueles municpios que assinaram Acordos de Cooperao Federativa com o Ministrio da Cultura comprometeram-se a criar por lei e implantar seus Sistemas Municipais de Cultura na forma de sua estrutura mnima, isto , Plano Municipal de Cultura, Conselho Municipal de Poltica Cultural e Fundo Municipal de Cultura.

    O Plano Municipal de Cultura (PMC) principal instrumento de gesto do Sistema Municipal um documento que estabelece as aes relativas ao planejamento e gesto para um perodo de dez anos, no qual o poder pblico assume a responsabilidade de implantar polticas e aes culturais que ultrapassem os limites de uma nica gesto de governo. O processo de elaborao do PMC envolve um estudo da realidade local atravs do diagnstico do setor cultural e a elaborao de diretrizes, estratgias, aes e metas, num ambiente de planejamento participativo.

    A exemplo do movimento empreendido pelo Governo Federal e pelo Governo Estadual, no sentido de oferecer ao campo da cultura uma gesto mais institucionalizada, transparente e republicana, unindo todos os entes federados em um sistema que promova a diviso de reponsabilidades e a gesto compartilhada de recursos, objetivos e metas, o municpio de Itapema decidiu fortalecer e implementar o Sistema Nacional de Cultura em seu territrio e na regio da Foz do Rio Itaja, apresentando comunidade o documento final do Plano Municipal de Cultura.

    O Plano Municipal de Cultura de Itapema, construdo durante o ano de 2013 e elaborado em parceria com a comunidade artstica e cultural, de forma aberta a toda a populao, constitui-se de uma pea de planejamento que contempla o diagnstico e as estratgias e aes, definindo os objetivos para a gesto cultural em longo prazo, que subsidiar o estabelecimento de metas, teis e necessrias ao acompanhamento e avaliao da execuo do Plano.

    Apresentao

  • 9

    Por ltimo, o Plano Municipal de Cultura de Itapema est em plena sintonia com a Lei 12.343/2010 que instituiu at 2020, os seguintes objetivos do Plano Nacional de Cultura:

    I - reconhecer e valorizar a diversidade cultural, tnica e regional brasileira;

    II - proteger e promover o patrimnio histrico e artstico, material e imaterial;

    III - valorizar e difundir as criaes artsticas e os bens culturais;

    IV - promover o direito memria por meio dos museus, arquivos e colees;

    V - universalizar o acesso arte e cultura;

    VI - estimular a presena da arte e da cultura no ambiente educacional;

    VII - estimular o pensamento crtico e reflexivo em torno dos valores simblicos;

    VIII - estimular a sustentabilidade socioambiental;

    IX - desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a

    exportao de bens, servios e contedos culturais;

    X - reconhecer os saberes, conhecimentos e expresses tradicionais e os direitos

    de seus detentores;

    XI - qualificar a gesto na rea cultural nos setores pblico e privado;

    XII - profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;

    XIII - descentralizar a implementao das polticas pblicas de cultura;

    XIV - consolidar processos de consulta e participao da sociedade na formulao

    das polticas culturais;

    XV - ampliar a presena e o intercmbio da cultura brasileira no mundo

    contemporneo;

    XVI - articular e integrar sistemas de gesto cultural.

    APR

    ESEN

    TA

    O

  • MET

    OD

    OLO

    GIA

    PA

    RTI

    CIP

    ATIV

    A

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    12

    O documento Plano Municipal de Cultura de Itapema o produto resultante de um processo coletivo de planejamento. Enquanto pea documental, tcnica e legal, fruto de um trabalho que envolveu tcnicos, gestores, produtores artstico-culturais, entidades, instituies e o pblico em geral.

    O contedo bsico do PMC tendo em vista sua apresentao ao legislativo municipal e conforme indicado pelo Ministrio da Cultura, especialistas em planejamento de polticas pblicas e pelas equipes tcnicas do projeto tem a seguinte composio:

    1. PERFIL HISTRICO E SOCIOECONMICO DO MUNICPIO

    2. ANLISE SITUACIONAL DA CULTURA

    Gesto e institucionalidade da cultura

    Cultura e desenvolvimento

    Cultura, cidade e cidadania

    Produo simblica e diversidade Cultural

    3. DESAFIOS E OPORTUNIDADES

    4. OBJETIVOS DO PLANO MUNICIPAL DE CULTURA

    5. ESTRATGIAS E AES

    Visando alcanar esta verso final do Plano, sua elaborao seguiu uma lgica de construo e governana conjunta entre poder pblico e sociedade civil. Este princpio norteador esteve presente em todo o processo de planejamento participativo, visando capacitar, mobilizar e fortalecer os atores sociais que transitam na rea cultural e artstica do municpio, de modo a qualificar o processo de participao cidad, atravs de respostas construdas a partir dos desafios e potencialidades locais.

    O Plano Municipal de Cultura resultante de um processo de trabalho conjunto entre profissionais externos contratados pela Escola de Gesto Pblica Municipal da Federao Catarinense de Municpios e a equipe tcnica municipal, nomeada pelo Prefeito, com vistas execuo de todas as fases de elaborao, bem como acompanhamento do Grupo Gestor institudo pela Associao dos Municpios da Foz do Rio Itaja AMFRI. O Grupo Gestor foi criado para discutir, avaliar e aprovar o trabalho produzido pela equipe responsvel; analisar e sugerir alternativas,

    Metodologia participativa

  • 13

    buscando atender as especificidades dos municpios, inclusive do ponto de vista da viabilidade tcnica e operacional; mobilizar os agentes locais e as organizaes culturais; divulgar todas as aes relacionadas elaborao dos Planos Municipais; e disponibilizar o acesso legislao e documentao das secretarias, fundaes e departamentos para a realizao das atividades.

    A metodologia de construo participativa do plano desenvolveu-se em cinco etapas sucessivas definidas em Termo de Referncia discutido e validado pelo Grupo Gestor da AMFRI, com representantes dos sete municpios envolvidos no projeto: Balnerio Piarras, Bombinhas, Cambori, Itaja, Itapema, Penha e Porto Belo. A seguir a descrio de cada uma destas etapas:

    ETAPA 1 Plano de Trabalho e Organizao da Estrutura Local

    Nesta primeira etapa a equipe tcnica da EGEM definiu um plano de trabalho geral e o cronograma das atividades, de modo a garantir o cumprimento das atividades dentro do perodo previsto de sete meses. Apresentada a metodologia geral e aprovado o plano de trabalho pelo Grupo Gestor da AMFRI, deu-se a formalizao da equipe da Prefeitura, reunies internas, alinhamentos entre as equipes tcnicas e a preparao das aes de sensibilizao da comunidade.

    ETAPA 2 Sensibilizao e Mobilizao Social

    A sensibilizao constituiu-se de um processo contnuo presente em todas as etapas de construo do Plano. Consolidada a equipe local foram definidas as datas para realizao das audincias pblicas intituladas Fruns de Planejamento da Cultura. Ao todo foram realizados trs eventos sucessivos: o frum de sensibilizao e lanamento do processo, o frum de validao do diagnstico situacional da cultura e o frum de validao das estratgias e aes, conforme Relatrio de Participao Popular (APNDICE A).

    Para divulgar o projeto, sensibilizar o pblico e conferir legitimidade s aes de elaborao do Plano foram utilizadas ferramentas como palestras, oficinas, reunies, conversas e negociaes formais e informais, mapeamento das lideranas locais, matrias e entrevistas em rdios e TVs comunitrias, jornais, revistas, boletins informativos, internet e outras publicaes.

    Os Fruns de Planejamento da Cultura tiveram por meta envolver os agentes culturais, gestores, artistas e grupos, bem como toda a comunidade na discusso das potencialidades, oportunidades e problemas da realidade cultural e suas implicaes na qualidade de vida do municpio, assim como a discusso de propostas, cenrios futuros e a priorizao de programas, projetos e aes, compatveis do ponto de vista tcnico e econmico.

    MET

    OD

    OLO

    GIA

    PA

    RTI

    CIP

    ATIV

    A

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    14

    ETAPA 3 Anlise Situacional da Cultura

    O diagnstico a base orientadora para o prognstico do Plano, da proposio de cenrios, definio de metas e do detalhamento de seus programas, projetos e aes. O diagnstico do desenvolvimento cultural do municpio compreende a Anlise Situacional do Territrio, processo que fornece informaes importantes sobre a histria e perfil do municpio, alm da situao atual da gesto cultural, mapeamento das atividades, equipamentos e segmentos culturais e identificao dos desafios e oportunidades. A anlise situacional foi realizada a partir de dados secundrios e primrios, levantamentos feitos nas reunies pblicas e em campo.

    O levantamento em campo teve como objetivo mapear equipamentos e espaos de cultura, atividades artstico-culturais, bem como, o patrimnio cultural material e imaterial no municpio de Itapema. O instrumento de coleta de dados, elaborado pela Escola de Gesto Pblica Municipal EGEM em parceria com a Associao dos Municpios da Foz do Rio Itaja AMFRI, foi aplicado por dois Assistentes Regionais de Pesquisa indicados pelo rgo gestor da cultura no municpio e contratados pela EGEM. Como subproduto gerado, o Inventrio Turstico-Cultural subsidiou o diagnstico situacional da cultura parte elementar do Plano Municipal de Cultura , e auxiliar na estruturao de roteiros com foco no Turismo Cultural.

    Os dados levantados pela equipe municipal foram sistematizados e analisados pela equipe de consultores do projeto, que apresentou os resultados publicamente, distribudos em eixos temticos que abrangem as trs dimenses da cultura: a simblica, a cidad e a econmica. A validao pblica, ocorrida no segundo frum foi um momento importante de retorno e recebimento de novas contribuies da comunidade para ento sofrerem o devido acabamento.

    ETAPA 4 Estratgias e Aes

    Levantado o retrato da realidade cultural do municpio e identificados os desafios e oportunidades, as equipes de trabalho sistematizaram as demandas da gesto pblica atual, bem como as propostas advindas das ltimas conferncias de cultura, num esforo de resgate das fontes e atualizao dos anseios da comunidade. Nesta fase a questo colocada foi o que fazer e como fazer diante do cenrio levantado e como alcanar da forma mais precisa possvel, de que maneira pode-se chegar situao desejada.

    O terceiro frum de planejamento da cultura discutiu, filtrou e validou as principais propostas, conforme os eixos temticos, sendo que o material recebeu tratamento para agrupamento e anlise de coerncia interna, visando elaborao de estratgias gerais alinhadas com as aes validadas no frum.

    Nesta proposta metodolgica, a viso de futuro se expressou atravs da formulao dos seguintes contedos:

    Estratgias - So posicionamentos polticos e/ou tcnicos, convergentes

  • 15

    e articulados, de carter genrico, para otimizar os recursos existentes, viabilizar objetivos e metas, potencializar oportunidades e tornar o Plano factvel na perspectiva da viso de futuro projetada para a cultura.

    Aes - Aes so os projetos e/ou atividades para o alcance das metas estabelecidas. As aes sero implementadas atendendo aos requisitos exigidos para os Planos Plurianuais, incorporando dados bsicos de enunciado, prazo, localizao, rgo responsvel e valor.

    ETAPA 5 Plano Municipal de Cultura finalizado

    A formatao final do documento do Plano Municipal de Cultura de Itapema consistiu na entrega oficial e pblica do volume com 01(uma) cpia impressa e 01(um) CD-ROM para o municpio, na pessoa do Prefeito Municipal e contratante e 01(uma) via impressa e 01(um) CD-ROM em arquivos abertos para AMFRI, contendo inclusive o Relatrio de Participao Popular (APNDICE A) e recomendaes legais acerca da tramitao no legislativo municipal (APNDICE B).

    Simultneo entrega do Plano e com o intuito de instruir a gesto municipal ministrou-se a oficina para elaborao de metas (APNDICE C). As metas so alvos fsicos tangveis, quantificados, projetados e alinhados em horizontes de tempos definidos.

    Em concluso, importante destacar que a principal justificativa para a criao do Plano Municipal de Cultura de Itapema que a lei municipal que o estabelece consuma

    uma poltica de Estado para a cidade, possibilitando assim, uma pauta de trabalho aos gestores da rea,

    alm de criar as condies para uma parceria saudvel entre a sociedade e o poder pblico. Deste modo,

    governos sucessivos estaro orientados por objetivos, aes e metas de longo prazo. As aes se traduzem em

    projetos e atividades, pois tem a finalidade de distribuir responsabilidades e melhor controlar os resultados

    esperados. Sero distribudas ao longo do tempo, de acordo com prioridades de resultados esperados e os

    recursos disponveis.

    MET

    OD

    OLO

    GIA

    PA

    RTI

    CIP

    ATIV

    A

  • PER

    FIL

    HIS

    TR

    ICO

    E S

    OC

    IOEC

    ON

    M

    ICO

    DO

    MU

    NIC

    PIO

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    18

    Os primeiros registros da colonizao de Itapema registram a chegada de descendentes de portugueses que j estavam estabelecidos em Porto Belo (FARIAS, 1999). Antes da chegada dos colonizadores, os indgenas j habitavam as terras de Itapema. Segundo Farias (1999),

    Perfil Histrico e Socioeconmico do Municpio

    Os ndios primeiros habitantes de Itapema, a viveram por centenas de anos at a chegada do homem europeu

    no sculo XVII, quando passaram a ser perseguidos e mortos. (...) As formaes de casqueiros, conhecidos

    por sambaqui, e as oficinas lticas (ranhuras nas pedras, utilizadas pelos ndios para amolar ferramentas) so

    traos que atestam a presena dos indgenas na faixa litornea catarinense, inclusive em Itapema.

    Figura 1: Imagem area e antiga do municpio.Fonte: http://gisamallmann.wordpress.com/2008/11/12/itapema-antigamente/#jp-carousel-96

    J estando estabelecidos os primeiros moradores, descendentes de portugueses, inclusive aorianos, ao final do sculo XIX, se estabelecem tambm na regio imigrantes alemes, italianos e espanhis, mas que exercem pouca influncia na cultura popular praticada pelos primeiros moradores (FARIAS, 1999). Em 1915, as terras de Itapema, at ento denominadas de arraial, recebem a classificao de distrito (ibidem). Mas somente em 13 de janeiro de 1962, atravs da resoluo nmero 62 da Cmara Municipal de Porto Belo efetiva-se a emancipao poltico-administrativa de Itapema (ibidem).

  • 19

    Estabelem-se os primeiros moradores, descendentes de portugueses

    Sc XVII

    Sc XIX

    1915 1915

    Imigrantes portugueses, alemes, italianos e espanhis

    As terras de Itapema recebem a classificao de distrito

    Efetiva-se a emancipao poltico-administrativa

    Grfico 1: Fatos histricos do municpio.Fonte: EGEM

    Figura 2: Mapa e braso do municpio.Fonte: EGEM

    Atualmente Itapema possui 57 km, divididos em 11 bairros e faz divisa com o Oceano Atlntico ao norte, Cambori ao Sul, Porto Belo a leste e Balnerio Cambori a oeste (IBGE, 2010b), conforme Figura 2.

    Segundo o Censo do IBGE (2010b), Itapema possui 45.797 habitantes com uma estimativa de chegar em 2013 a 52.923. Os dados do Censo 2010 ainda mostram 51,11% so mulheres e 48,89% so homens, 97,51% residem na rea urbana e 2.49% residem na rea rural do municpio (ibidem).

    PER

    FIL

    HIS

    TR

    ICO

    E S

    OC

    IOEC

    ON

    M

    ICO

    DO

    MU

    NIC

    PIO

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    20

    As principais atividades econmicas de Itapema so o turismo e o comrcio, sendo o setor de servios o mais significativo no PIB da cidade (ibidem). O Atlas Brasil (PNUD; FUNDAO JOO PINHEIRO; IPEA, 2013) do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento mostra que o ndice de Desenvolvimento Humano do municpio de 0,796, considerado alto. Este ndice pontua o desempenho dos municpios com relao renda, longevidade e educao, com base no Censo 2010. Segundo o Atlas Brasil (ibidem),

    Entre 1991 e 2010 Itapema teve um incremento no seu IDHM de 56,39% nas ltimas duas dcadas, acima da mdia de crescimento nacional (47,46%) e acima da mdia de crescimento estadual (42,54%). O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distncia entre o

    IDHM do municpio e o limite mximo do ndice, que 1, foi reduzido em 58,45% entre 1991 e 2010.

    A anlise do IDH de Itapema ainda mostra que o municpio recebeu nota 0,727 no quesito educao, que considerada alta (PNUD; FUNDAO JOO PINHEIRO;

    IPEA, 2013). O municpio possui 31 escolas de educao bsica e nenhuma Unidade de Ensino Superior (SED, 2013). Atravs do Censo 2010 possvel identificar que 2,80% da populao de Itapema ainda analfabeta (IBGE, 2010a).

    Figura 3: Imagem atual do municpioFonte: http://www.construtorawf.com/web/galeria-perola-do-mar

  • AN

    LI

    SE S

    ITU

    AC

    ION

    AL

    DA

    CU

    LTU

    RA

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    22

    A gesto da cultura em Itapema vem passando por vrias transformaes nas ltimas dcadas, sendo que o primeiro registro de rgo gestor de cultura no municpio de 1989 com a criao de uma secretaria exclusiva de cultura atravs da Lei 402 (ITAPEMA, 1989). J em 1991 a Lei 613 determina que a gesto da cultura se concentre num departamento vinculado a Secretaria de Educao e Cultura, como passou a se chamar (ITAPEMA, 1991).

    Anos depois, atravs da Lei 2194 de 2004 cria-se a Fundao Cultural de Itapema, que mesmo vinculada a Secretaria de Educao se estabelece como rgo gestor exclusivo de cultura no municpio (ITAPEMA, 2004). No entanto, a Lei 2677 de 2009 extingue a Fundao Cultural e vincula as reas de esporte e cultura numa mesma secretaria, fazendo com que a gesto cultural volte a se concentrar num departamento (ITAPEMA, 2009a). Em junho de 2013 a gesto da cultura se desvincula do esporte e volta para Secretaria de Educao, por meio da Lei 3182 (ITAPEMA, 2013b).

    Anlise Situacional da CulturaGesto e institucionalidade da cultura

    rgo Gestor

    Cria-se Secretaria exclusiva de Cultura

    1989 1991 2004 2009

    Departamento de Cultura vincula-se a Secretaria de Educao e Cultura

    Cria-se a Fundao Cultural de Itapema

    Extingue-se a Fundao e vincula a Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer

    2010

    Cria-se o Colegiado de Cultura da AMFRI

    2013

    Retorno a Departamento de Cultura - Secretaria de Educao e Cultura

    Em 2010 o departamento de cultura vinculado a Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer contribuiu para a criao do Colegiado de Cultura da Associao de Municpios da Foz do Rio Itaja, do qual tem participado ativamente.

    Relatos da equipe de gesto demonstram que em 09 meses de atuao o novo Departamento de Cultura de Itapema est buscando estruturar a base das polticas municipais do setor, atravs da implantao do Sistema Municipal de Cultura com todos os seus elementos constitutivos. O municpio ainda no assinou o Acordo de Cooperao Federativa do Sistema Nacional de Cultura, mas est buscando estruturar o seu Sistema Municipal e a elaborao do Plano Municipal de Cultura evidencia este esforo.

    Muito embora se identifique uma perda da estrutura institucional da gesto pblica da cultura no municpio, o desempenho do Departamento de Cultura pode ser decisivo no momento de implantao dos elementos do Sistema Municipal de Cultura, dando origem a uma estrutura alinhada s diretriz nacionais.

    Grfico 2: Fatos histricos relacionados gesto da cultura no municpio. Fonte: EGEM

  • 23

    Para anlise da evoluo do oramento destinado cultura em Itapema foram utilizados dados da Secretaria do Tesouro Nacional (2008-2012) dos ltimos 05 anos, que foram revisados e acrescido de informaes complementares pelo rgo gestor de cultura do municpio. preciso considerar que o oramento de 2008 ainda foi executado pela Fundao Cultural de Itapema que veio a ser extinta no ano seguinte. Ao analisar a previso oramentria v-se uma evoluo gradativa ao longo dos anos, saindo do percentual de 0,99% do Oramento do Municpio, no ano de 2008 para 1,12% em 2012, chegando a atingir 1,50% em 2011 (STN, 2008-2012). Analisando apenas a previso oramentria percebe-se que o municpio alcana o planejamento de execuo de no mnimo 1% de investimento na cultura, indicado pelo Ministrio da Cultura e pela Agenda 21 da Cultura (MACHADO, 2010). No entanto, o oramento executado apresenta uma evoluo varivel. Em 2008 as despesas em cultura alcanaram 0,55%, caindo para 0,32% no ano seguinte, tendo uma leve recuperao nos dois anos seguintes e caindo para 0,29% em 2012 (STN, 2008-2012). O valor de investimento tambm variou saindo de R$ 395.932,37 em 2008, alcanando R$ 463.572,68 em 2011, e caindo para R$ 404.445,69 em 2012 (ibidem). Nos anos de 2011 e 2012 somam-se as despesas em cultura do rgo gestor os valores investidos em projetos aprovados atravs da Lei Municipal de Incentivo Cultura.

    Nos ltimos 05 anos o investimento em cultura em Itapema foi de 0,38% se comparado a receita oramentria do municpio (ibidem).

    Evoluo do Oramento da Cultura em Itapema

    ORAMENTO PREVISTO Tabela 1: Oramentos do municpio e da cultura previstos nos anos de 2008 a 2012

    Ano Oramento do Municpio Oramento da Cultura %

    2008 R$ 75.604.845,58 R$ 746.750,00 0,99%

    2009 R$ 76.814.543,01 R$ 715.000,00 0,93%

    2010 R$122.596.000,00 R$ 1.415.000,00 1,15%

    2011 R$127.575.800,00 R$ 1.919.000,00 1,50%

    2012 R$133.974.590,00 R$ 1.502.950,00 1,12%

    Total R$536.565.778,59 R$ 6.298.700,00 1,17%

    Fonte: EGEM

    ORAMENTO EXECUTADO Tabela 2: Oramentos do municpio e da cultura executados nos anos de 2008 a 2012

    Ano Receita Oramentria (Oramento do Municpio Executado)

    Despesas em Patrimnio

    Cultural

    Despesas na Difuso da

    Cultura

    Outras despesas na Funo

    Cultura

    Total de Despesas em

    Cultura

    %

    2008 R$ 56.653.315,36 R$ - R$ 65.807,19 R$ - R$ 65.807,19 0,12%

    2009 R$ 64.141.636,32 R$ - R$ 124.954,76 R$ - R$ 124.954,76 0,19%

    2010 R$ 80.047.750,15 R$ - R$ 121.856,15 R$ - R$ 121.856,15 0,15%

    2011 R$ 93.363.667,51 R$ - R$ 178.598,80 R$ - R$ 178.598,80 0,19%

    2012 R$ 118.910.577,26 R$ - R$ 122.729,93 R$ - R$ 122.729,93 0,10%

    Total R$ 413.116.946,60 R$ - R$ 613.946,83 R$ - R$ 613.946,83 0,15%

    Fonte: EGEM

    AN

    LI

    SE S

    ITU

    AC

    ION

    AL

    DA

    CU

    LTU

    RA

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    24

    Atualmente, no campo cultural, vivencia-se uma grande discusso sobre uma aplicao mnima de recursos pblicos para a rea. Instituies como o Ministrio da Cultura e documentos como a Agenda 21 da Cultura recomendam a aplicao de mnimo de 1% do oramento dos municpios para despesas em cultura (MACHADO, 2010). Em tramitao no Congresso Nacional, a PEC 150/2003 tem por objetivo vincular o percentual de 1% das receitas de impostos dos municpios - incluindo repasses de IRRF, ICMS, IPVA e do FPM - para despesas com cultura (CMARA DOS DEPUTADOS, 2003).

    A tabela abaixo mostra uma simulao de quanto a Prefeitura de Itapema teria aplicado em cultura nos ltimos 05 anos, utilizando a indicao de 1% das receitas tributrias de impostos.

    Tabela 3: Simulao de quanto a Prefeitura de Itapema teria aplicado em cultura nos ltimos 05 anos, utilizando a indicao de 1% das receitas tributrias de impostos

    Ano Receita Tributria de Impostos

    1% Executado Diferena (Executado 1%)

    2008 R$ 46.421.382,14 R$ 464.213,82 R$ 395.932,37 -R$ 68.281,45

    2009 R$ 54.986.744,67 R$ 549.867,45 R$ 262.468,12 -R$ 287.399,33

    2010 R$ 66.260.003,92 R$ 662.600,04 R$ 358.910,79 -R$ 303.689,25

    2011 R$ 75.796.908,54 R$ 757.969,09 R$ 463.572,78 -R$ 294.396,31

    2012 R$ 87.451.574,29 R$ 874.515,74 R$ 404.445,69 -R$ 470.070,05

    Fonte: EGEM

    Ao comparar o valor aplicado e o valor indicado (1%), considerado o ideal, percebe-se que no ltimo ano a diferena foi de -54%. Nessa situao percebe-se que a evoluo do oramento para a cultura no est acompanhando a evoluo do oramento do municpio.

    A Lei de Incentivo Cultura de Itapema, instituda no ano de 2010, atravs da Lei n 2.888/10 (ITAPEMA, 2010), segundo o departamento de cultura, iniciou a seleo de projetos em 2011. Atualmente o municpio realiza a captao de recursos para os projetos culturais utilizando a modalidade do mecenato, com o uso do mecanismo da renncia fiscal do Imposto Sobre Servio (ISS) pelo Municpio (ibidem). A Lei atual prev como limite da renncia um valor que determinado anualmente atravs da Lei de Diretrizes Oramentrias (ibidem). A prefeitura no dispe de dados sobre a renncia de receita destinada a Lei de Incentivo Cultura no exerccio 2011. De acordo com o Departamento de Cultura, em 2012 o limite foi de R$ 863.852,00 (oitocentos e sessenta e trs mil oitocentos e cinquenta e dois reais), mas o municpio no possui informaes sobre os valores efetivamente captados nos exerccios 2011 e 2012. Em 2013 no houve seleo.

    O valor autorizado para captao em 2012 corresponde a 9,48% do valor da receita do ISS. O Departamento de Cultura informou que em 2012 foram apresentados 33 projetos, sendo que, 28 foram aprovados.

    Recursos da LIC Lei de Incentivo Cultura

  • 25Analisando apenas os projetos aprovados por rea cultural em 2012, percebe-se

    uma grande concentrao de investimento nas reas de artes cnicas e msica, com 78,17% do valor autorizado. No entanto, segundo o Departamento de Cultura, apesar de no se ter o valor exato, uma parcela muito pequena do montante autorizado foi efetivamente captado.

    AN

    LI

    SE S

    ITU

    AC

    ION

    AL

    DA

    CU

    LTU

    RA

    RELAO DA RECEITA DO ISS COM A LIC 2012 Tabela 4: Oramentos do municpio e da cultura previstos nos anos de 2008 a 2012

    Ano Receita ISS (R$) LIC/Autorizado (R$) % LIC/ISS

    2012 R$ 9.107.872,02 R$ 863.852,00 9,48%

    Fonte: EGEM

    RECURSOS AUTORIZADOS POR REA CULTURAL Tabela 5: Recursos autorizados pela Lei de Incentivo Cultura, identificados por rea Cultural, em 2012

    rea 2012 % Segmento/LIC

    Artes Cnicas R$ 324.085,00 37,51%

    Msica R$ 351.246,00 40,66%

    Audiovisual R$ 85.305,00 09,87%

    Artes Visuais R$ 0,00 00,00%

    Patrimnio R$ 0,00 00,00%

    Humanidades R$ 103.216,00 11,94%

    Fonte: EGEM

    37,5%

    40,7%

    9,9%

    0,0% 0,0%

    11,9%

    Artes Cnicas

    Msica

    Audiovisual

    Artes Visuais

    Patrimnio

    Humanidades

    Grfico 3: Proporo dos recursos autorizados pela Lei de Incentivo Cultura, identificados por rea Cultural, em 2012.Fonte: EGEM

  • Assim como o rgo gestor, o Conselho Municipal de Cultura de Itapema passou por diversas transformaes ao longo das ltimas dcadas, a Lei 402 de 1989 se refere criao de um conselho com a finalidade de planejar, orientar e coordenar as atividades culturais no municpio (ITAPEMA, 1989). Somente em 2007 a normatizao de um conselho de cultura em Itapema volta a ser discutida e a Lei 2446 reinstitui o Conselho de Cultura (ITAPEMA, 2007). Dois anos depois, a Lei 2754/2009 revoga a anterior e novamente institui o conselho com novas atribuies e normativas (ITAPEMA, 2009b). A composio do conselho foi alterada posteriormente pela Lei 3142 de 2013 (ITAPEMA, 2013a). Atualmente o Conselho de Cultura possui carter fiscalizador e deliberativo e composto por 04 representantes da sociedade civil e 04 do poder pblico, no entanto no h previso de eleio dos membros da sociedade civil, sendo que alguns so representantes de entidades estabelecidas no municpio (ibidem).

    Instncias de Pactuao

    Cria-se o Conselho Municipal de Cultura

    1989 2007 2009 2013

    Reinstitui-se o Conselho de Cultura

    Revoga-se lei anterior e novamente instu-se o Conselho

    Altera-se composio do Conselho

    Os recursos provenientes de convnios inexistem em Itapema, sendo que, levantamento feito pelo Departamento de Cultura mostra que nos ltimos 05 anos no houve captao de recursos atravs de projetos culturais pblicos.

    Recursos de Convnios

    Grfico 4: Fatos histricos relacionados s Instncias de Pactuao no municpio.Fonte: EGEM

    O municpio de Itapema participou das ltimas trs conferncias de cultura realizadas. Em 2005 representantes dos segmentos culturais da cidade participaram da Conferncia Intermunicipal de Cultura realizada em Itaja, onde foram eleitos 24 delegados regionais (ITAJA, 2005). J em 2009 o municpio foi representado na Conferncia Intermunicipal realizada em Tijucas, na ocasio foram eleitos 25 delegados regionais para a Conferncia Estadual (TIJUCAS, 2009). E em 2013 o municpio convocou a sua prpria instncia para deliberar junto a sociedade civil sobre as polticas municipais de cultura, com a realizao de 1 Conferncia Municipal de Cultura que contou com a presena de 50 pessoas, sendo 11 da sociedade civil, 14 do poder pblico e 25 convidados (ITAPEMA, 2013c). Atravs deste quantitativo o municpio elegeu 03 delegados para a 3 Conferncia Estadual de Cultura (ibidem).

  • 27

    AN

    LI

    SE S

    ITU

    AC

    ION

    AL

    DA

    CU

    LTU

    RA

    O Plano Municipal de Cultura um dos elementos do Sistema de Cultura que est se estruturando no municpio. Este Plano visa estabelecer estratgias, aes e metas que devero ser executas ao longo dos prximos 10 anos. At ento o municpio no possui um planejamento estratgico das polticas pblicas de cultura, acarretando a execuo de aes pontuais e fragmentadas. Atravs do Plano e da abertura do Sistema Nacional de Informaes e Indicadores Culturais (SNIIC) o Departamento de Cultura j inicia a coleta de informaes e indicadores que serviro de base para, no futuro, avaliar e monitorar a execuo do Plano.

    Planejamento e indicadores

    De acordo com pesquisa realizada para a elaborao deste Plano o municpio de Itapema dispe de 04 equipamentos pblicos de cultura, a Praa da Paz est localizada no Centro e dispe de uma concha acstica; a Biblioteca Pblica Municipal Tancredo Neves, localizada no Centro; o Mercado Pblico Nelson Santos, tambm localizado no Centro e que, alm dos espaos comerciais, dispe de uma praa de alimentao com palco e camarins; o anfiteatro da Prefeitura um equipamento anexo ao prdio da Prefeitura, localizada no Centro.

    Os registros das conferncias municipais de cultura apresentam a reivindicao de uma descentralizao dos equipamentos culturais, sugerindo a construo de espaos multiuso para criao, difuso e ensino da produo cultural.

    Equipamentos Pblicos

    Figura 4: Praa da Paz.Fonte: Waldyr dos Santos (2013)

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    28

    A cultura iniciou um caminho cheio de obstculos para demonstrar o seu potencial de contribuio para a economia do pas. Um dos principais obstculos a ser superado a falta de dados. Nos municpios essa uma realidade ainda mais preocupante e apenas comeou a se transformar quando se percebeu o potencial de gerao de riqueza a partir da circulao de bens e servios culturais. Desta forma, desde 2003, por meio de um convnio entre o Ministrio da Cultura e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, o IBGE vem realizando a Pesquisa de Informaes Bsicas Municipais - MUNIC.

    Ainda assim, ao analisar a interseco entre cultura e economia, encontram-se algumas informaes que demonstram a capacidade de gerao de renda no setor cultural. Segundo dados do Ministrio do Trabalho e Emprego (2009-2011), em Itapema existiam 49 empregos formais relacionados a artes, cultura, esporte e recreao, em 2011. Entre 2009 e 2011 a remunerao mdia dos trabalhadores formais de Itapema passou de R$ 978,90 para R$ 1.185,92, o que corresponde a um crescimento de 17,47% (MTE, 2009 2011).

    Os dados coletados durante o processo de construo deste Plano mostram que os segmentos que mais possuem trabalhadores da cultura gerando renda no municpio so a msica popular, o artesanato e o teatro, alguns desses profissionais tm na atividade cultural uma complementao de renda, mas existem tambm os que tem a atividade cultural como renda principal.

    Cultura e desenvolvimento

    Figura 5: AGAIPE Associao de Artesoes e grupos artesanais de Itapema.Fonte: Waldyr dos Santos (2013)

  • 29

    AN

    LI

    SE S

    ITU

    AC

    ION

    AL

    DA

    CU

    LTU

    RA

    A cultura tambm deve ser pensada como uma forma de incluso social, sendo que a Constituio Federal garante a todos o pleno exerccio dos direitos culturais (BRASIL, 1988). No existem dados coletados sobre o direito de produo, difuso e acesso da populao de Itapema cultura, mas ao analisar ndices como o de vulnerabilidade pobreza em 12,6% da populao e uma taxa de analfabetismo de 2,80%, percebe-se a necessidade de se estabelecer aes que garantam a todos os cidados da cidade os seus direitos culturais (IBGE, 2010a).

    A taxa de analfabetismo no municpio inferior quela observada em Santa Catarina, na casa dos 4,14%, e tambm ao ndice nacional, que se situa por volta de 9,62% (ibidem). Ao analisar a parcela da populao vulnervel pobreza o cenrio no difere. O municpio tem, proporcionalmente, menos habitantes nestas condies que na populao em geral do Brasil, cujos ndices ficam em torno de 36,8% (ibidem). J em Santa Catarina, a proporo da populao pobre de 15,2%, de modo que o municpio de Itapema encontra-se em uma situao favorvel que a mdia do estado (ibidem).

    Para permitir o acesso cultura o municpio precisa dispor de equipamentos pblicos de cultura qualificados e acessveis. Atualmente os equipamentos disponveis so insuficientes e pouco qualificados em termos de estrutura. Alm disso, o municpio necessita descentralizar os equipamentos culturais, permitindo o acesso aos bens e servios culturais aos moradores de regies afastadas do centro da cidade, conforme demonstraram as demandas das conferncias de cultura.

    Curiosamente, ao mesmo tempo em que os registros das conferncias apresentam sugestes como a construo de novos espaos para que a cultura seja produzia e consumida, clama pela valorizao da cultura popular e seus detentores, mapeando e reconhecendo seus fazedores, tambm identificam-se demandas por cursos de formao na rea da cultura e oficinas culturais. Assim, h necessidade de um amadurecimento e uma reflexo sobre as condies de se produzir bens e servios culturais no municpio ou a necessidade de capacitar a populao para isso; sobre a falta de espaos e equipamentos para atuao daqueles que produzem bens e servios culturais ou sobre a falta destas pessoas habilitadas a atuarem nestes espaos. O municpio pode ter carncias em ambos os aspectos, contudo, os registros trazidos pelas conferncias no contemplam esta reflexo.

    Cultura, cidade e cidadania

    Figura 6: Projeto cultura nos bairros.Fonte: http://www.portalitapema.com/noticia/1049/programa-cultura-nos-bairros-abre-inscricoes-para -2012-em-itapema/

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    30

    A disponibilizao de bens e servios culturais de forma gratuita ou a preos populares outro fator determinante para a promoo da incluso cultural das minorias sociais, nesse caso pode-se considerar que Itapema possui uma demanda de 12,6%. Segundo o Departamento de Cultura, em termos de polticas pblicas o municpio possui o Projeto Cultura nos Bairros, que oferece oficinas artsticas (bal, pintura, artesanato, teatro, dana, msica, circo e capoeira) de forma gratuita em diversos bairros, mas atualmente est inativo.

    De acordo com pesquisa realizada a produo cultural de Itapema sofre influncia de uma das principais atividades econmicas do municpio, o turismo. As manifestaes mais expressivas da cultura local so a msica e o artesanato. A msica possui, nesse caso, uma funo de entretenimento aos visitantes e o artesanato comercializado principalmente como souvenir. Identifica-se atravs da histria local, das manifestaes folclricas, e das festas populares uma grande diversidade cultural na cidade.

    Deve-se considerar que nas ltimas dcadas Itapema tem recebido muitos imigrantes de outras cidades de Santa Catarina e de outros estados. Esse fenmeno aponta para uma diversidade cultural ainda maior, mas ao mesmo tempo se no houver iniciativas de salvaguarda pode apresentar riscos continuidade das manifestaes tradicionais do municpio. Dentre as manifestaes de cultura popular e tradicional identifica-se a presena do terno de reis, boi de mamo e outras de origem luso-brasileira. A pesca artesanal tambm uma manifestao tradicional em processo de declnio na cidade. Outro dado relevante o registro da presena de indgenas nas terras de Itapema antes de sua colonizao, atravs de oficinas lticas.

    Produo simblica e diversidade cultural

    Figura 7: Boi de mamo - Folguedo popular presente no muncipio desde a colonizao.Fonte: Waldyr dos Santos (2013)

    Todas as reas artsticas esto presentes no municpio. Os dados coletados durante o processo de construo deste Plano mostram que nas artes cnicas existe produo nos segmentos de teatro, dana e circo; nas artes visuais o foco est nas plsticas; no audiovisual consta-sea presena de rdio e produo cinematogrfica; na msica o principal segmento a msica popular, mas a msica instrumental tambm est presente no municpio; e por fim na rea de humanidades a produo literria se destaca.

  • 31

    Sntese da Anlise Situacional

    Gesto e institucionalidade da cultura

    Ausncia de rgo gestor especfico para a cultura.

    A evoluo do oramento para a cultura no est acompanhando a evoluo do oramento do municpio.

    Grande concentrao dos projetos aprovados na Lei de Incentivo nas reas de artes cnicas e msica, mas com baixa captao.

    Os registros das conferncias municipais de cultura apresentam a reivindicao de uma descentralizao dos equipamentos culturais, sugerindo a construo de espaos multiuso para criao, difuso e ensino.

    Cultura, cidade e cidadania

    Necessidade de se estabelecer aes que garantam a todos os cidados de Itapema os seus direitos culturais.

    Alto ndice de pobreza, em um municpio em que o turismo tido como vetor de desenvolvimento.

    O desenvolvimento urbano e a indstria imobiliria adensaram o centro da cidade, criando uma forte separao desta regio em relao s reas verdes e bairros perifricos.

    Sugere-se a ampliao da oferta de equipamentos pblicos de cultura.

    Projetos de descentralizao da cultura (cultura nos bairros) desativados.

    Cultura e desenvolvimento

    Dificuldades em fomentar a gerao de renda por meio da cultura, carecendo de um levantamento setorial adequado.

    Produo simblica e diversidade cultural

    Destaque para a produo musical e artesanato, com forte orientao turstica.

    Identifica-se atravs da histria local, das manifestaes folclricas, e das festas populares uma grande diversidade cultural na cidade.

    AN

    LI

    SE S

    ITU

    AC

    ION

    AL

    DA

    CU

    LTU

    RA

  • DES

    AFI

    OS

    E O

    POR

    TUN

    IDA

    DES

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    34

    A anlise situacional da cultura permite e embasa a discusso e a projeo de cenrios acerca da situao futura desejvel para a cidade. Neste sentido, o diagnstico concludo com a identificao dos desafios e oportunidades de desenvolvimento cultural do municpio:

    DESAFIOS (Limitaes, fraquezas)

    OPORTUNIDADES (Foras, potencialidades)

    Baixo investimento em cultura; Existncia de Lei de Incentivo;

    Ausncia de rgo gestor direto dedicado exclusivamente cultura;

    Existncia de Conselho de Cultura;

    Queda considervel no valor investido em cultura no ltimo ano analisado;

    Alto potencial para articulao transversal entre turismo e cultura;

    Falta de informaes e clareza sobre a utilizao da Lei de Incentivo;

    Potencial para estimular outras atividades artsticas;

    Ausncia de eleies para o conselho de cultura; Presena de diversas reas ou segmentos artsticos no municpio.

    Salvaguarda da cultural popular e tradicional;

    Insuficincia de equipamentos culturais;

    Ampliao dos direitos culturais a toda populao.

    Desafios e Oportunidades

  • OB

    JETI

    VOS

    DO

    PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A

  • Considerando os desafios e oportunidades identificados no processo de desenvolvimento cultural do municpio e a necessidade de estabelecer diretrizes norteadoras para a implementao das aes e o cumprimento das metas, por meio de programas, projetos e atividades, o Plano Municipal de Cultura de Itapema tem os seguintes objetivos de longo prazo:

    Institucionalizar a gesto da cultura no municpio;

    Implantar o Sistema Municipal de Cultura, de acordo com as recomendaes do Sistema Nacional de Cultura;

    Garantir financiamento cultura por meio da Lei de Incentivo e da criao de um Fundo Municipal de Cultura;

    Garantir acesso aos bens e servios culturais populao do municpio.

    Objetivos do Plano Municipal de Cultura

  • ESTR

    ATG

    IAS

    E A

    ES

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    38

    Estratgias e AesA seguir, so apresentadas as aes deliberadas nos fruns de planejamento e

    aprovadas pela comunidade do municpio. Eventualmente, algumas delas podem ter passado por revises tcnicas em sua redao, que em nada alteram o seu contedo. Alm disso, tais aes foram agrupadas sob estratgias que as alinham aos objetivos definidos a partir do diagnstico. Para melhor entendimento e visualizao, as estratgias e aes esto agrupadas por meio dos mesmos eixos temticos utilizados no diagnstico.

    GESTO E INSTITUCIONALIDADE DA CULTURAEstratgia 1- Implantar o sistema municipal de cultura, e seus respectivos elementos principais, nos moldes do sistema nacional de culturaAES Implantar o sistema municipal de cultura, conforme recomendaes do sistema nacional de cultura;Criar rgo gestor especfico para a cultura;Instituir o fundo municipal de cultura, sob deliberao e fiscalizao do conselho municipal de cultura, conforme indicaes do sistema nacional de cultura;Reformular a lei do conselho municipal de cultura definindo a representao por segmento cultural (no lugar da atual representao por entidades) garantindo paridade entre os representantes da sociedade civil e do poder pblico e eleies democrticas; Realizar periodicamente a conferncia municipal de cultura quando convocada pelo ministrio da cultura;Revisar o plano municipal de cultura a cada quatro anos ou quando o conselho solicitar.

    Estratgia 2 - Dotar o rgo gestor municipal de cultura de profissionais tecnicamente capacitadosAES Criar cargos tcnicos a serem ocupados por meio de concurso pblico, no rgo gestor de cultura;Realizar concurso pblico para provimento de cargos tcnicos no rgo gestor de cultura.

    Estratgia 3 - Ampliar os recursos investidos em cultura, democratizando e descentralizando a sua distribuioAES Lanar edital da lei de incentivo a cultura com campanha de sensibilizao dos possveis patrocinadores;Criar edital de convnios com entidades culturais;

  • 39

    ESTR

    ATG

    IAS

    E A

    ES

    Utilizar editais para a destinao dos recursos do fundo municipal de cultura;Incluir critrios de descentralizao e diversidade cultural na concesso de recursos por meio de editais;Utilizar como parmetro 3% da receita de impostos para investimentos em cultura.

    Estratgia 4 - Utilizar o sistema nacional de informaes e indicadores culturais como mecanismo primordial de informaes do municpioAES Utilizar o SNIIC para monitoramento dos equipamentos, produtores e aes culturais no municpio;Manter atualizados os cadastros de equipamentos, profissionais e servios culturais sob responsabilidade do municpio, no SNIIC.

    Estratgia 5 - Instituir instncia permanente para discusso da cultura no municpio AES Realizar frum municipal de cultura nos anos em que no forem convocadas as conferncias.

    Estratgia 6 - Promover capacitao nas diferentes reas da culturaAO Oferecer capacitao para elaborao de projetos aos produtores culturais;Realizar oficinas de arte para diferentes pblicos;Oferecer capacitao nas diversas reas culturais.

    Estratgia 7 - Ampliar a oferta de equipamentos culturais qualificadosAES Instalar equipamentos culturais, restaurar e ampliar os existentes, observando critrios de acesso, acessibilidade e descentralizao: Centrosculturais: o Praa do arteso; o Sala de artesanato; o Cineteatro; o Galeria de arte; o Sede administrativa; o Salas para oficinas; o Espaos de memria; Biblioteca; Museudoboidemamo;

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    40

    Memorialdahistriadomunicpio; Teatromunicipal; Veculoadaptadoparaatividadesculturaisnosbairros.

    CULTURA E DESENVOLVIMENTOEstratgia 8 - Criar e implementar polticas de difuso e valorizao da produo artstica localAES Oferecer espaos para a circulao e comercializao da produo artstico-cultural local;Promover aes de intercmbio artstico-cultural em nveis regional, estadual, nacional e internacional;Fomentar parcerias com os meios de comunicao locais;Criar meios de comunicao pblicos.

    Estratgia 9 - Criar e implementar polticas de apoio gerao de renda por parte dos diferentes segmentos culturaisAES Identificar as cadeias produtivas da cultura presentes no municpio;Criar polticas de incentivo a produo contnua dos agentes de economia criativa;Incentivar a criao de redes e cooperativas culturais, sob o conceito da economia solidria;Apoiar as inciativas de gerao de renda e profissionalismo atravs de atividades culturais.

    CULTURA, CIDADE E CIDADANIAEstratgia 10 - Criar e implementar polticas de apoio e valorizao da cultura popular.AESCriar programas de apoio a projetos de valorizao e difuso da cultura local e popular;Implantar pontos de cultura na cidade, em parceria com o MINC, atravs do programa cultura viva;Adotar medidas que garantam prioridade de atendimento aos artistas locais.

    Estratgia 11 - Adotar medidas de apoio aos eventos locaisAESImplantar um calendrio permanente de eventos culturais na cidade;Garantir espaos s manifestaes culturais populares na programao dos eventos locais;Promover aes de valorizao dos artistas locais nos eventos realizados no municpio.

  • 41

    Estratgia 12 - Criar e implementar polticas inclusivas e transversais.AESImplementar aes transversais entre cultura e demais reas;Adoo de polticas voltadas para o gnero, idade, orientao sexual e outros, articulando cultura e demais reas.

    PRODUO SIMBLICA E DIVERSIDADE CULTURALEstratgia 13 - Promover a valorizao do patrimnio material e imaterial, instituindo polticas de registro, tombamento e valorizao do patrimnio.AESExecutar polticas pblicas de preservao do patrimnio cultural;Registrar o patrimnio imaterial do municpio;Criar programas de proteo aos detentores de patrimnio imaterial;Criar programas de apoio, valorizao e divulgao do patrimnio imaterial do municpio;Instituir polticas de preservao e valorizao do patrimnio material.

    Estratgia 14 - Consolidar um calendrio de eventos no municpio que promova a valorizao das expresses artstico-culturais locais.AESInstituir programa de eventos e circulao da produo cultural local.

    ESTR

    ATG

    IAS

    E A

    ES

  • CO

    NSI

    DER

    A

    ES

    FIN

    AIS

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    44

    As aes previstas no Plano Municipal de Cultura de Itapema devem ser acompanhadas pelos cidados, para tanto, o poder pblico municipal estabelecer metas quantificveis e viveis. A meta um marco limite, um estado a ser atingido com uma ou mais aes, no seu todo ou em parte. Basicamente uma meta a quantificao das iniciativas necessrias para atingir um determinado objetivo, possibilitando uma forma de verificar o andamento das aes previstas no Plano.

    A verificao do andamento das metas se d com o estabelecimento de indicadores capazes de medir o alcance de cada meta. Alm disso, importante considerar o horizonte temporal do Plano e fixar os prazos de alcance das metas, estas, assim como o Plano, sujeitas a revises peridicas. Estas consideraes impactam na necessidade de uma contnua atualizao da estrutura administrativa e de planos de gesto adequados aos desafios que se impem ao rgo municipal responsvel pela cultura.

    O processo de planejamento no finalizado quando se obtm o Plano. O Plano finalizado o ponto de partida de um processo que requer a continuidade, a avaliao e monitoramento da sua implementao. Neste sentido, cabe ao rgo municipal de cultura se ocupar dos cuidados necessrios para avaliar continuamente o andamento das aes, pois o processo de gesto da cultura no municpio no estar completo se no for estabelecida previamente a forma como se dar a avaliao das aes.

    Finalmente importante destacar que o Plano Municipal de Cultura de Itapema um instrumento de gesto politicamente valioso, porque abre caminho para a criao de um crculo virtuoso de consolidao da poltica pblica de cultura por meio do fortalecimento institucional do Sistema Municipal de Cultura e da participao da sociedade nas decises sobre os caminhos do desenvolvimento cultural do municpio.

    Consideraes Finais

  • REF

    ERN

    CIA

    S

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    46

    BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil, 1988. Disponvel em: . Acesso em: 19 out 2013.

    CMARA DOS DEPUTADOS. PEC n 150 de 2003. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    FARIAS, Vilson Francisco. Itapema: natureza, histria e cultura. Itapema: Ed. do autor, 1999.

    IBGE, Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Censo Demogrfico de 2010. Vol. 29, Rio de Janeiro, 2010a.

    IBGE. Cidades. Brasil, 2010b. Disponvel em: . Acesso em 19 out. 2013.

    ITAJA. Relatrio da Conferncia Intermunicipal de Cultura - 2005. Lex: Cpia cedida pela Fundao Cultural de Navegantes, Navegantes, 2013.

    ITAPEMA. Lei n 2194 de 2004. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 2446 de 2007. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 2677 de 2009a. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 2754 de 2009b. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 3142 de 2013a. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 3182 de 2013b. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 402 de 1989. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 613 de 1991. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Lei n 2888 de 2010. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    ITAPEMA. Relatrio da Conferncia Municipal de Cultura 2013c. Lex: Cpia cedida pelo Departamento de Cultura, Itapema, 2013.

    MACHADO, Elisa Campos. Anlise de polticas pblicas para bibliotecas no Brasil. Incid: R. Ci. Inf. e Doc., Ribeiro Preto, v. 1, n. 1, p.94-111, jan. 2010. Disponvel em: . Acesso em: 15 maio 2013.

    MINISTRIO DA CULTURA. Modelo de Projeto de Lei do Sistema Municipal de Cultura SMC. Braslia, 2010. Disponvel em: . Acesso em: 16 jan. 2014.

    MTE, Ministrio do Trabalho e Emprego. Registros Administrativos: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Braslia, 2009-2011, CAGED, 2009 - 2011.

    PNUD; FUNDAO JOO PINHEIRO; IPEA. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Brasil, 2013. Disponvel em: . Acesso em: 19 outubro 2013.

    SED, Secretaria de Estado da Educao - Estado de Santa Catarina. Cadastro de Unidades Escolares. Santa Catarina. Disponvel em: . Acesso em: 09 out. 2013.

    STN, Secretaria do Tesouro Nacional. Finanas do Brasil (FINBRA). 2008 - 2012.

    TIJUCAS. Relatrio da Conferncia Intermunicipal de Cultura - 2009. Lex: Cpia cedida pela Federao Catarinense de Municpios, Florianpolis, 2013.

    Referncias

  • AP

    ND

    ICES

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    48

    Com o intuito de tornar o processo de elaborao do Plano Municipal de Cultura participativo e legtimo, realizaram-se trs audincias pblicas intituladas Fruns de Planejamento da Cultura de Itapema. O processo participativo de construo do Plano alcanou, nas trs audincias pblicas, um total de 209 participantes, entre sociedade civil e poder pblico.

    Foram utilizadas nestes Fruns ferramentas que contriburam de forma eficiente com o processo de divulgao e sensibilizao, tais como: reunies com a equipe tcnica municipal, conversas e negociaes formais e informais, mapeamento das lideranas locais, rdios e televiso, jornais, boletins informativos, site oficial da prefeitura e outras publicaes. Flyers, cartazes, folders eletrnicos, banners e redes sociais tambm auxiliaram na divulgao destes Fruns.

    O esforo contnuo para mobilizao dos muncipes constituiu-se, no primeiro momento estratgico, para a apresentao da metodologia do processo participativo e para a sensibilizao dos artistas, da comunidade e dos produtores culturais no envolvimento para a construo do Plano Municipal de Cultura. O I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema foi realizado na Cmara de Vereadores no dia 23/08/2013 (FIGURAS 08-14).

    Apndice ARelatrio de Participao Popular

    Figura 8: Flyer do I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

  • 49

    Figura 9: I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

    Figura 10: I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

    AP

    ND

    ICE

    A -

    REL

    AT

    RIO

    DE

    PAR

    TIC

    IPA

    O P

    OPU

    LAR

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    50

    Figura 11: Lista de presena do I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (1/4).Fonte: EGEM

    Figura 12: Lista de presena do I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (2/4).Fonte: EGEM

  • 51

    Figura 13: Lista de presena do I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (3/4).Fonte: EGEM

    Figura 14: Lista de presena do I Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (4/4).Fonte: EGEM

    AP

    ND

    ICE

    A -

    REL

    AT

    RIO

    DE

    PAR

    TIC

    IPA

    O P

    OPU

    LAR

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    52

    O II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema foi realizado na Cmara de Vereadores no dia 07/11/2013 (FIGURAS 15-21). Neste segundo momento foi apresentado o Diagnstico Situacional da Cultura, onde o esforo contnuo para mobilizao configurou-se em munir a comunidade com o retrato fiel e atual da realidade cultural do municpio. Alm de apresentado, o Diagnstico foi disponibilizado no site oficial da Prefeitura de Itapema.

    Nestas oportunidades foram coletadas, nas manifestaes pblicas, sugestes e consideraes a cerca do documento apresentado, que, posteriormente, foram incorporadas no documento final do Plano Municipal de Cultura.

    Figura 15: Flyer do II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema. Fonte: EGEM

  • 53

    Figura 16: II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

    Figura 17: II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

    AP

    ND

    ICE

    A -

    REL

    AT

    RIO

    DE

    PAR

    TIC

    IPA

    O P

    OPU

    LAR

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    54

    Figura 18: Lista de presena do II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (1/4). Fonte: EGEM

    Figura 19: Lista de presena do II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (2/4). Fonte: EGEM

  • 55

    Figura 20: Lista de presena do II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (3/4). Fonte: EGEM

    Figura 21: Lista de presena do II Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (4/4). Fonte: EGEM

    AP

    ND

    ICE

    A -

    REL

    AT

    RIO

    DE

    PAR

    TIC

    IPA

    O P

    OPU

    LAR

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    56

    Por fim, o III Frum apresentou propostas de Aes, que foram elaboradas atravs da compilao das demandas da gesto pblica atual, bem como as propostas advindas das ltimas conferncias de cultura, do II Frum dentre outras fontes. As aes foram discutidas, filtradas e validadas pelos que se faziam presentes no dia 09/12/2013 na Cmara de Vereadores (FIGURA 22-26).

    09 DE DEZEMBRO - 18H30Cmara de Vereadores - Rua 120, n 423, Centro

    (47) 3267 [email protected]

    Itapema | SC

    Plano Municipal de Cultura

    Figura 22: Flyer do III Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

  • 57

    Figura 23: III Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

    Figura 24: III Frum de Planejamento da Cultura de Itapema.Fonte: EGEM

    AP

    ND

    ICE

    A -

    REL

    AT

    RIO

    DE

    PAR

    TIC

    IPA

    O P

    OPU

    LAR

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    58

    Figura 25: Lista de presena do III Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (1/2).Fonte: EGEM

    Figura 26: Lista de presena do III Frum de Planejamento da Cultura de Itapema (2/2).Fonte: EGEM

  • 59

    AP

    ND

    ICE

    B -

    Rec

    omen

    da

    es L

    egai

    s a

    Cer

    ca d

    a Tr

    amita

    o

    do P

    lano

    Mun

    icip

    al D

    e C

    ultu

    ra n

    o Le

    gisl

    ativ

    o M

    unic

    ipal

    Recomendaes Legais a Cerca da Tramitao do Plano Municipal De Cultura no Legislativo Municipal

    O Plano Municipal de Cultura - PMC tem durao decenal e um instrumento de planejamento estratgico que organiza, regula e norteia a execuo das polticas municipais de cultura na perspectiva do Sistema Municipal de Cultura SMC e seus componentes, conforme Minuta de Lei proposta pelo Ministrio da Cultura (ANEXO A).

    Partindo das diretrizes do Plano Nacional de Cultura PNC, a Constituio Federal, no pargrafo 3 do artigo 215, diz que o PNC deve ter durao plurianual, e a Lei n 12.345/2010 estabelece um perodo de dez anos para sua realizao. Esse prazo legal que se estende aos Planos Municipais de Cultura visa assegurar a continuidade das polticas para alm das gestes governamentais.

    A finalidade do Plano de Cultura planejar programas, projetos e aes culturais que valorizem, reconheam, promovam e preservem a diversidade cultural existente no territrio. A elaborao do Plano Municipal de Cultura de responsabilidade do rgo Gestor da Cultura no Municpio, que, a partir das diretrizes propostas pelas Conferncias Municipais de Cultura, desenvolver um Projeto de Lei a ser submetido ao Conselho Municipal de Poltica Cultural e, posteriormente, encaminhado Cmara de Vereadores.

    A equipe de assessoria, a fim de instruir a gesto municipal para o devido encaminhamento ao Legislativo Municipal, apresenta a seguinte Proposta de Minuta para o Plano Municipal de Cultura:

    Institui o Plano Municipal de Cultura de _______ e d outras providncias. O Prefeito Municipal de ________, no exerccio de suas atribuies, faz saber que a Cmara de Vereadores de _______ aprovou e ele sanciona a presente Lei:

    DISPOSIES PRELIMINARESArt. 1 Fica institudo o Plano Municipal de Cultura de ______, constante do anexo da presente Lei, com durao de 10 (dez) anos.

    1 O Plano Municipal de Cultura de ___________ o instrumento de planejamento estratgico que organiza, regula e norteia a execuo da poltica municipal de cultura, com previso de aes de curto, mdio e longo prazos.

    2 O Plano Municipal de Cultura, construdo a partir dos subsdios definidos pela sociedade civil e pelos gestores pblicos, participantes das edies da Conferncia Municipal de Cultura realizadas nos anos de 2005, 2009, 2013 e balizado pelo Conselho Municipal de Poltica Cultural, regido pelos seguintes princpios:

    I respeito aos direitos humanos;

    II responsabilidade socioambiental;

    Apndice B

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    60

    III direito universal arte e cultura;

    IV direito memria e s tradies;

    V liberdade de expresso, criao e fruio;

    VI diversidade das expresses culturais;

    VII direito informao, comunicao e crtica cultural;

    VIII universalizao do acesso aos agentes, bens incentivos e servios culturais;

    IX valorizao da cultura como vetor do desenvolvimento humano;

    X desenvolvimento da economia criativa;

    XI transversalidade e abrangncia das polticas culturais;

    XII cooperao entre os agentes pblicos e privados atuantes na rea da cultura;

    XIII complementaridade nos papis dos agentes culturais;

    XIV integrao e interao das polticas, programas, projetos e aes culturais;

    XV transparncia e compartilhamento de informaes;

    XVI autonomia e cooperao das instituies culturais;

    XVII participao e controle social na formulao e acompanhamento das polticas culturais;

    XVIII descentralizao articulada e pactuada de gesto, dos recursos e das aes culturais;

    XIX fomento produo, preservao, difuso e circulao do conhecimento, das aes e dos bens culturais;

    XX compromisso dos agentes pblicos na implementao das polticas culturais.

    Art. 2 So objetivos do Plano Municipal de Cultura de ___________:

    I reconhecer e valorizar os direitos humanos e a diversidade cultural;

    II promover a cultura em toda a sua amplitude;

    III levantar, proteger e promover o patrimnio cultural do Municpio, material e imaterial;

    IV valorizar e difundir as criaes artsticas e os bens culturais;

    V universalizar o acesso arte e cultura;

    VI estimular o pensamento crtico e reflexivo em torno dos valores simblicos;

    VII estimular a presena da arte e da cultura no ambiente educacional;

    VIII estimular a sustentabilidade socioambiental; IX desenvolver a economia da cultura e a economia criativa;

    X formar, profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;

  • 61

    XI estimular a organizao e a sustentabilidade de grupos, associaes, cooperativas e outras entidades atuantes na rea cultural;

    XII garantir o acesso democrtico e transparente aos mecanismos municipais de incentivo financeiro cultura;

    XIII garantir os investimentos destinados ampliao e manuteno dos equipamentos pblicos, bens e aes culturais;

    XIV promover a transparncia dos investimentos na rea cultural;

    XV estimular a transversalidade da cultura, em aes integradas s polticas de educao, sade, esporte, turismo, assistncia social, segurana pblica, meio ambiente, urbanismo, comunicao, cincia e tecnologia, polticas internacionais, desenvolvimento econmico, desenvolvimento agrrio, dentre outras;

    XVI incentivar parcerias no mbito do setor pblico e com o setor privado, na rea de gesto e promoo da cultura;

    XVII estabelecer e implementar polticas culturais de longo prazo, em consonncia com as necessidades e aspiraes da comunidade;

    XVIII qualificar a gesto na rea cultural nos setores pblico e privado;

    XIX implementar, de maneira descentralizada, as polticas pblicas de cultura;

    XX garantir continuidade aos projetos culturais j consolidados e com notrio reconhecimento da comunidade;

    XXI consolidar o Sistema Municipal de Cultura em todas as suas instncias.

    Art. 3 O Plano Municipal de Cultura ser orientado conforme os seguintes eixos temticos:

    I Gesto e Institucionalidade da Cultura;

    II Cultura e Desenvolvimento;

    III Cultura, Cidade e Cidadania;

    IV Produo Simblica e Diversidade Cultural.

    Pargrafo nico - Os eixos temticos constituiro programas de desenvolvimento da cultura e orientaro as polticas culturais, podendo ser desdobrados em outros programas de acordo com as atualizaes que se fizerem necessrias ou que forem solicitadas nas avaliaes peridicas do Plano.

    DAS ATRIBUIES DO PODER PBLICO Art. 4 Compete ao poder pblico municipal, nos termos desta Lei:

    I- Assegurar a implementao do Plano Municipal de Cultura garantindo a efetivao de seus objetivos, Estratgias, avaliao e monitoramento peridicos;

    II - Coordenar o processo de elaborao das metas;

    III - Coordenar o processo de construo dos Planos Setoriais de Cultura; e

    IV- Criar, por lei especfica, o Sistema Municipal de Cultura, com seus outros

    AP

    ND

    ICE

    B -

    Rec

    omen

    da

    es L

    egai

    s a

    Cer

    ca d

    a Tr

    amita

    o

    do P

    lano

    Mun

    icip

    al D

    e C

    ultu

    ra n

    o Le

    gisl

    ativ

    o M

    unic

    ipal

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    62

    elementos constitutivos:

    1. Coordenao:

    a) Secretaria Municipal de Cultura.

    2. Instncias de Articulao, Pactuao e Deliberao:

    a) Conselho Municipal de Poltica Cultural - CMPC;

    b) Conferncia Municipal de Cultura - CMC.

    3. Instrumentos de Gesto:

    a) Plano Municipal de Cultura - PMC;

    b) Sistema Municipal de Financiamento Cultura;

    c) Sistema Municipal de Informaes e Indicadores Culturais - SMIIC;

    d) Programa Municipal de Formao na rea da Cultura.

    IV - Sistemas Setoriais de Cultura: (no obrigatrios)

    a) Sistema Municipal de Patrimnio Cultural - SMPC;

    b) Sistema Municipal de Museus - SMM;

    c) Sistema Municipal de Bibliotecas, Livro, Leitura e Literatura - SMBLLL;

    d) Outros que venham a ser constitudos.

    DO FINANCIAMENTO

    Art. 5 Os planos plurianuais, a Lei de Diretrizes Oramentrias e a Lei Oramentria Anual sero orientados para o desenvolvimento dos objetivos, estratgias aes e metas do Plano Municipal de Cultura, a fim de viabilizar sua plena execuo.

    Art. 6 O Fundo Municipal de Cultura ser o principal mecanismo de fomento s polticas culturais; poder, entretanto, o rgo gestor de cultura, estabelecer novas formas de financiamento para a implementao do Plano Municipal de Cultura.

    Art. 7 Alm dos recursos originrios dos oramentos do Fundo Municipal de Cultura o Municpio poder destinar recursos das receitas prprias para execuo do disposto nesta Lei.

    Art. 8 A alocao de recursos dever observar as objetivos, estratgias e aes estabelecidas no anexo nesta Lei.

    DISPOSIES FINAISArt. 9 Compete ao rgo gestor da cultura coordenar o monitoramento e avaliao peridica do alcance das diretrizes e eficcia das metas do Plano Municipal de Cultura, por meio do Sistema Municipal de Informaes e Indicadores Culturais e das Conferncias Municipais de Cultura.

    Pargrafo nico - O processo de monitoramento, avaliao e reviso das estratgias do Plano Municipal de Cultura ser realizado nas edies da Conferncia Municipal

  • 63

    de Cultura ou Frum Permanente da Cultura, com a participao do Conselho Municipal de Poltica Cultural, podendo contar com o apoio de especialistas, tcnicos e agentes culturais, institutos de pesquisa, universidades, instituies culturais, organizaes e redes socioculturais, alm do apoio de outros rgos colegiados de carter consultivo.

    Art. 10 O Plano Municipal de Cultura ser revisado periodicamente, sendo que a primeira reviso ser em at 4 (quatro) anos da promulgao desta Lei, tendo como objetivo a atualizao e o aperfeioamento de suas Aes e metas.

    Pargrafo nico - Para as revises deve estar assegurada a ampla representao do poder pblico e da sociedade civil e a posterior validao pelo Conselho Municipal de Poltica Cultura,

    Art. 11 O processo de construo das metas para os 10 (dez) anos de vigncia do Plano Municipal de Cultura ser desenvolvido por comisso especfica paritria, poder pblico e sociedade civil, para a funo designada pelo rgo gestor, aprovadas pelo Conselho Municipal de Poltica Cultural e publicadas at 180 (cento e oitenta) dias a partir da entrada em vigor desta Lei.

    Art. 12 O Municpio dever dar ampla publicidade e transparncia ao seu contedo, bem como realizao de objetivos, estratgias, aes e metas, estimulando a transparncia e o controle social em sua implementao.

    Art. 16 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Prefeito Municipal de ________

    AP

    ND

    ICE

    B -

    Rec

    omen

    da

    es L

    egai

    s a

    Cer

    ca d

    a Tr

    amita

    o

    do P

    lano

    Mun

    icip

    al D

    e C

    ultu

    ra n

    o Le

    gisl

    ativ

    o M

    unic

    ipal

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    64

    Oficina de Metas

    O estabelecimento de metas parte fundamental na construo de um Plano Municipal de Cultura, as metas so alvos fsicos tangveis, quantificados, projetados e alinhados em horizontes de tempos definidos.

    Com o intuito de instruir a gesto municipal ministrou-se no dia 30/01/2014 a oficina para elaborao de metas (FIGURAS 27-30). Nesta oportunidade participou a Equipe Tcnica Municipal de construo do Plano Municipal de Cultura e representante da contabilidade do municpio, que sero responsveis, posteriormente, pela elaborao das metas para o Plano.

    Apndice C

    Figura 27: Oficina de Metas.Fonte: EGEM

    Figura 28: Oficina de Metas.Fonte: EGEM

  • 65

    AP

    ND

    ICE

    C -

    OFI

    CIN

    AS

    DE

    MET

    AS

    Figura 29: Lista de presena da Oficina de Metas (1/2).Fonte: EGEM

    Figura 30: Lista de presena da Oficina de Metas (2/2).Fonte: EGEM

  • AN

    EXO

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    68

    Anexo AModelo de Projeto de Lei do Sistema Municipal de Cultura SMC PROJETO DE LEI N , DE 2014

    Dispe sobre o Sistema Municipal de Cultura de___________________________, seus princpios, objetivos, estrutura, organizao, gesto, interrelaes entre os seus componentes, recursos humanos, financiamento e d outras providncias.

    Fao saber que a Cmara Municipal decreta e eu, Prefeito do Municpio de ____________________________, Estado de _________________ sanciono a seguinte Lei:

    DISPOSIO PRELIMINARArt. 1 Esta lei regula no municpio de ___________________________________ e em conformidade com a Constituio da Repblica Federativa do Brasil e a Lei Orgnica do Municpio, o Sistema Municipal de Cultura - SMC, que tem por finalidade promover o desenvolvimento humano, social e econmico, com pleno exerccio dos direitos culturais.

    Pargrafo nico. O Sistema Municipal de Cultura - SMC integra o Sistema Nacional de Cultura SNC e se constitui no principal articulador, no mbito municipal, das polticas pblicas de cultura, estabelecendo mecanismos de gesto compartilhada com os demais entes federados e a sociedade civil.

    TTULO IDa Poltica Municipal de Cultura

    Art. 2 A poltica municipal de cultura estabelece o papel do Poder Pblico Municipal na gesto da cultura, explicita os direitos culturais que devem ser assegurados a todos os muncipes e define pressupostos que fundamentam as polticas, programas, projetos e aes formuladas e executadas pela Prefeitura Municipal de _________________________, com a participao da sociedade, no campo da cultura.

    CAPTULO IDo Papel do Poder Pblico Municipal na Gesto da Cultura

    Art. 3 A cultura um direito fundamental do ser humano, devendo o Poder Pblico Municipal prover as condies indispensveis ao seu pleno exerccio, no mbito do

  • 69

    Municpio de _____________________.

    Art. 4 A cultura um importante vetor de desenvolvimento humano, social e econmico, devendo ser tratada como uma rea estratgica para o desenvolvimento sustentvel e para a promoo da paz no Municpio de _________________________________.

    Art. 5 responsabilidade do Poder Pblico Municipal, com a participao da sociedade, planejar e fomentar polticas pblicas de cultura, assegurar a preservao e promover a valorizao do patrimnio cultural material e imaterial do Municpio de ____________________ e estabelecer condies para o desenvolvimento da economia da cultura, considerando em primeiro plano o interesse pblico e o respeito diversidade cultural.

    Art. 6 Cabe ao Poder Pblico do Municpio de _______________________________ planejar e implementar polticas pblicas para:

    I - assegurar os meios para o desenvolvimento da cultura como direito de todos os cidados, com plena liberdade de expresso e criao;II - universalizar o acesso aos bens e servios culturais;III - contribuir para a construo da cidadania cultural;IV - reconhecer, proteger, valorizar e promover a diversidade das expresses culturais presentes no municpio;V - combater a discriminao e o preconceito de qualquer espcie e natureza;VI promover a equidade social e territorial do desenvolvimento cultural;VII - qualificar e garantir a transparncia da gesto cultural;VIII - democratizar os processos decisrios, assegurando a participao e o controle social;IX - estruturar e regulamentar a economia da cultura, no mbito local;X - consolidar a cultura como importante vetor do desenvolvimento sustentvel; XI - intensificar as trocas, os intercmbios e os dilogos interculturais;XII - contribuir para a promoo da cultura da paz.

    Art. 7 A atuao do Poder Pblico Municipal no campo da cultura no se contrape ao setor privado, com o qual deve, sempre que possvel, desenvolver parcerias e buscar a complementaridade das aes, evitando superposies e desperdcios.

    Art. 8 A poltica cultural deve ser transversal, estabelecendo uma relao estratgica com as demais polticas pblicas, em especial com as polticas de educao, comunicao social, meio ambiente, turismo, cincia e tecnologia, esporte, lazer, sade e segurana pblica.

    Art. 9 Os planos e projetos de desenvolvimento, na sua formulao e execuo, devem sempre considerar os fatores culturais e na sua avaliao uma ampla gama de critrios, que vo da liberdade poltica, econmica e social s oportunidades individuais de sade, educao, cultura, produo, criatividade, dignidade pessoal e respeito aos direitos humanos, conforme indicadores sociais.

    AN

    EXO

    A -

    Mod

    elo

    de P

    roje

    to d

    e Le

    i do

    Sist

    ema

    Mun

    icip

    al d

    e C

    ultu

    ra

    SM

    C

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    70

    CAPTULO IIDos Direitos Culturais

    Art. 10. Cabe ao Poder Pblico Municipal garantir a todos os muncipes o pleno exerccio dos direitos culturais, entendidos como:

    I o direito identidade e diversidade cultural;II o direito participao na vida cultural, compreendendo:a) livre criao e expresso;b) livre acesso;c) livre difuso; d) livre participao nas decises de poltica cultural. III o direito autoral;IV o direito ao intercmbio cultural nacional e internacional.

    CAPTULO IIIDa Concepo Tridimensional da Cultura

    Art. 11. O Poder Pblico Municipal compreende a concepo tridimensional da cultura simblica, cidad e econmica como fundamento da poltica municipal de cultura.

    SEO IDa Dimenso Simblica da Cultura

    Art. 12. A dimenso simblica da cultura compreende os bens de natureza material e imaterial que constituem o patrimnio cultural do Municpio de ________________________, abrangendo todos os modos de viver, fazer e criar dos diferentes grupos formadores da sociedade local, conforme o Art. 216 da Constituio Federal.

    Art. 13. Cabe ao Poder Pblico Municipal promover e proteger as infinitas possibilidades de criao simblica expressas em modos de vida, crenas, valores, prticas, rituais e identidades.

    Art. 14. A poltica cultural deve contemplar as expresses que caracterizam a diversidade cultural do Municpio, abrangendo toda a produo nos campos das culturas populares, eruditas e da indstria cultural.

    Art. 15. Cabe ao Poder Pblico Municipal promover dilogos interculturais, nos planos local, regional, nacional e internacional, considerando as diferentes concepes de dignidade humana, presentes em todas as culturas, como instrumento de construo da paz, moldada em padres de coeso, integrao e harmonia entre os cidados, as comunidades, os grupos sociais, os povos e naes.

  • 71

    SEO IIDa Dimenso Cidad da Cultura

    Art. 16. Os direitos culturais fazem parte dos direitos humanos e devem se constituir numa plataforma de sustentao das polticas culturais, posto que a cidadania plena s pode ser atingida quando a cidadania cultural puder ser usufruda por todos os cidados do Municpio de __________________________.

    Art. 17. Cabe ao Poder Pblico Municipal assegurar o pleno exerccio dos direitos culturais a todos os cidados, promovendo o acesso universal cultura por meio do estmulo criao artstica, da democratizao das condies de produo, da oferta de formao, da expanso dos meios de difuso, da ampliao das possibilidades de fruio e da livre circulao de valores culturais.

    Art. 18 O direito identidade e diversidade cultural deve ser assegurado pelo Poder Pblico Municipal por meio de polticas pblicas de promoo e proteo do patrimnio cultural do municpio, de promoo e proteo das culturas indgenas, populares e afro-brasileiras e, ainda, de iniciativas voltadas para o reconhecimento e valorizao da cultura de outros grupos sociais, tnicos e de gnero, conforme os Arts. 215 e 216 da Constituio Federal.

    Art. 19. O direito participao na vida cultural deve ser assegurado pelo Poder Pblico Municipal com a garantia da plena liberdade para criar, fruir e difundir a cultura e no ingerncia estatal na vida criativa da sociedade.

    Art. 20. O direito participao na vida cultural deve ser assegurado igualmente s pessoas com deficincia, que devem ter garantidas condies de acessibilidade e oportunidades de desenvolver e utilizar seu potencial criativo, artstico e intelectual.

    Art. 21. O estmulo participao da sociedade nas decises de poltica cultural deve ser efetivado por meio da criao e articulao de conselhos paritrios, com os representantes da sociedade democraticamente eleitos pelos respectivos segmentos, bem como, da realizao de conferncias e da instalao de colegiados, comisses e fruns.

    SEO IIIDa Dimenso Econmica da Cultura

    Art. 22. Cabe ao Poder Pblico Municipal criar as condies para o desenvolvimento da cultura como espao de inovao e expresso da criatividade local e fonte de oportunidades de gerao de ocupaes produtivas e de renda, fomentando a sustentabilidade e promovendo a desconcentrao dos fluxos de formao, produo e difuso das distintas linguagens artsticas e mltiplas expresses culturais.

    Art. 23. O Poder Pblico Municipal deve fomentar a economia da cultura como:

    AN

    EXO

    A -

    Mod

    elo

    de P

    roje

    to d

    e Le

    i do

    Sist

    ema

    Mun

    icip

    al d

    e C

    ultu

    ra

    SM

    C

  • PLA

    NO

    MU

    NIC

    IPA

    L D

    E C

    ULT

    UR

    A D

    E IT

    APE

    MA

    72

    I - sistema de produo, materializado em cadeias produtivas, num processo que envolva as fases de pesquisa, formao, produo, difuso, distribuio e consumo;II - elemento estratgico da economia contempornea, em que se configura como um dos segmentos mais dinmicos e importante fator de desenvolvimento econmico e social; eIII - conjunto de valores e prticas que tm como referncia a identidade e a diversidade cultural dos povos, possibilitando compatibilizar modernizao e desenvolvimento humano.

    Art. 24. As polticas pblicas no campo da economia da cultura devem entender os bens culturais como portadores de ideias, valores e sentidos que constituem a identidade e a diversidade cultural do municpio, no restritos ao seu valor mercantil.

    Art. 25. As polticas de fomento cultura devem ser implementadas de acordo com as especificidades de cada cadeia produtiva.

    Art. 26. O objetivo das polticas pblicas de fomento cultura no Municpio de ______________________________________ deve ser estimular a criao e o desenvolvimento de bens, produtos e servios e a gerao de conhecimentos que sejam compartilhados por todos.

    Art. 27. O Poder Pblico Municipal deve apoiar os artistas e produtores culturais atuantes no municpio para que tenham assegurado o direito autoral de suas obras, considerando o direito de acesso cultura por toda sociedade.

    TTULO IIDo Sistema Municipal de Cultura

    CAPTULO IDas Definies e dos Princpios

    Art. 28. O Sistema Municipal de Cultura - SMC se constitui num instrumento de articulao, gesto, fomento e promoo de polticas pblicas, bem como de informao e formao na rea cultural, tendo como essncia a coordenao e cooperao intergovernamental com vistas ao fortalecimento institucional, democratizao dos processos decisrios e obteno de economicidade, eficincia, eficcia, equidade e efetividade na aplicao dos recursos pblicos.

    Art. 29. O Sistema Municipal de Cultura - SMC fundamenta-se na poltica municipal de cultura expressa nesta lei e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Municipal de Cultura, para instituir um processo de gesto compartilhada com os demais entes federativos da Repblica Brasileira - Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal - com suas respectivas polticas e instituies culturais e a sociedade civil.

    Art. 30. Os princpios do Sistema Municipal de Cultura - SMC que devem orientar a conduta do Governo Municipal, dos demais entes federados e da sociedade civil nas suas relaes como parceiros e responsveis pelo seu funcionamento so:

  • 73

    I - diversidade das expresses culturais;II - universalizao do acesso aos bens e servios culturais;III - fomento produo, difuso e circulao de conhecimento e bens culturais;IV - cooperao entre os entes federados, os agentes pblicos e privados atuantes na rea cultural;V - integrao e interao na execuo das polticas, programas, projetos e aes desenvolvidas;VI - complementaridade nos papis dos agentes culturais;VII - transversalidade das polticas culturais;VIII - autonomia dos entes federados e das instituies da sociedade civil;IX - transparncia e compartilhamento das informaes;X - democratizao dos processos decisrios com participao e controle social;XI - descentralizao articulada e pactuada da gesto, dos recursos e das aes;XII - ampliao progressiva dos recursos co