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PLANO MUNICIPAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA E DE ACOLHIMENTO TOLEDO 2014-2017

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PLANO MUNICIPAL DE

CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA E DE ACOLHIMENTO

TOLEDO

2014-2017

LUIZ ADALBERTO BETO LUNITTI PAGNUSSAT Prefeito do Município de Toledo

ADELAR JOSÉ HOLSBACH Vice-Prefeito do Município de Toledo

INEIVA TEREZINHA KREUTZ LOUZADA Secretária Municipal de Assistência Social e Proteção à

Família

MARIA INES BORGES MANICA Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social

(CMAS)

REJANE LINCK NEUMANN

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 -

RODA DOS EXPOSTOS............................................................. 20

FIGURA 2 -

MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS CASAS DOS EXPOSTOS NO BRASIL............................................................................................

21

FIGURA 3 -

COMPANHIAS DE APRENDIZES DE MARINHEIROS................... 22

FIGURA 4 - MAPA DE TOLEDO VIA SATÉLITE.................................................

53

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 VIOLAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS

2012 e 2013

69

GRÁFICO 2 VIOLAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS

ADOLESCENTES 2012 e 2013

70

GRÁFICO 3 – VIOLAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS E

ADOLESCENTES SEGUNDO GÊNERO 2012 e 2013

70

GRÁFICO 4 – CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS EM RELAÇÃO À

MATRÍCULA NA REDE DE ENSINO

105

GRÁFICO 5– CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS EM RELAÇÃO À

DISTORÇÃO IDADE/ANO

105

GRÁFICO 6 – CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS E MODALIDADE DE

ENSINO

106

GRÁFICO 7 – CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS E DADOS

ESCOLARES

106

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PARÂMETROS LEGAIS REFERENTES AO DIREITO À

CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

41

TABELA 2 - TOLEDO – EXPANSÃO DEMOGRÁFICA 51

TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL – 2010 52

TABELA 4 - ASPECTOS HABITACIONAIS DE TOLEDO CONFORME DADOS

DO IBGE 2010

52

TABELA 5 - ATENDIMENTOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA

POLÍTICA DE SAÚDE

54

TABELA 6 - ATENDIMENTOS FARMACIA BASICA 57

TABELA 7 - ATENDIMENTOS UNIDADE DE FISIOTERAPIA E HABILITAÇÃO

INFANTIL

57

TABELA 8 ATENDIMENTOS SECRETARIA DA SAUDE 58

TABELA 9 ATENDIMENTOS DEPARTAMENTO DE VIGILANCIA EM SAUDE 59

TABELA 10 AÇOES E PROJETOS DA SECRETARIA MUNICIPAL DA

CULTURA

62

TABELA 11 SERVIÇOS DESENVOLVIDOS NA POLÍTICA DE JUVENTUDE 68

TABELA 12 PROGRAMAS/PROJETOS OFERTADOS NOS CRAS PARA

CRIANÇAS E A DOLESCENTES

72

TABELA 13 SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE

VÍNCULOS GOVERNAMENTAIS

73

TABELA 14 SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE

VÍNCULOS NÃO GOVERNAMENTAIS

74

TABELA 15 SERVIÇOS DE MÉDIA COMPLEXIDADE GOVERNAMENTAIS 78

TABELA 16 SERVIÇOS DE MÉDIA COMPLEXIDADE NÃO

GOVERNAMENTAIS

79

TABELA 17 SERVIÇO DE ALTA COMPLEXIDADE PARA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

79

TABELA 18 PLANEJAMENTO DAS METAS 2014-2017 108

LISTA DE FLUXOGRAMA

FLUXOGRAMA 1 - MODELO DE FAMÍLIA PATRIARCAL.....................................

19

LISTA DE SIGLAS

ABRAPIA – Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência

AI – Ato Institucional

ANL – Aliança Nacional Libertadora

APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais

BM – Banco Mundial

CAPS/AD – Centro de Apoio Psicossocial – Álcool Drogas

CLAVES – Centro Latino Americano de Estudos de Violência e Saúde

CMDCA – Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

CMEI – Centro Municipal de Educação Infantil

CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social

CRAMI – Centro Regional de Atendimento aos Maus-tratos na Infância

CRAS – Centro de Referência de Assistência Social

CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social

ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

FIA – Fundo para Infância e Adolescência

FMI – Fundo Monetário Internacional

IELB – Igreja Evangélica Luterana do Brasil

IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MNMMR – Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua

MUT – Movimento de Unificação dos Trabalhadores

NOB – Norma Operacional Básica

ONU – Organização das Nações Unidas

RH – Recursos Humanos

SAIJ – Serviço Auxiliar à Infância e Juventude

SIPIA – Sistema de Informação para Infância e Adolescência

SMED – Secretaria Municipal da Educação

SUAS – Sistema Único de Assistência Social

UBS – Unidade Básica de Saúde

SUMARIO

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 3

LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................. 4

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... 5

LISTA DE FLUXOGRAMA ........................................................................................... 5

LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................... 6

1 IDENTIFICAÇÃO ..................................................................................................... 10

2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

3 MARCO CONCEITUAL ........................................................................................... 15

3.1 AS PARTICULARIDADES SOCIO HISTÓRICAS DA INFÂNCIA NO BRASIL ..... 15 3.1.1 Famílias brasileiras: novos arranjos e a busca pela garantia dos direitos ...... 33 3.1.2 Garantia dos direitos da família, crianças e adolescentes .............................. 35

3.2 CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA: O ACESSO AO DIREITO ............ 36 3.2.1 Convivência Familiar ...................................................................................... 36 3.2.2 Convivência Comunitária ............................................................................... 37

3.3 VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES: FAMÍLIA ENQUANTO ESPAÇO DE AFETO E DE CONFLITO .................................. 45

4 OBJETIVOS ............................................................................................................ 48

4.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 48

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 48

5 METODOLOGIA PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA E DE ACOLHIMENTO ....................... 49

6 MUNICIPIO DE TOLEDO – BREVE HISTÓRICO .................................................. 50

7 POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS: INTERFACE DO ATENDIMENTO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE NA GARANTIA DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA ..................................................................................... 54

7.1 POLITICA MUNICIPAL DE SAÚDE ...................................................................... 54 7.1.1 - Unidades Básicas De Saúde ........................................................................ 54 7.1.2 Central de Especialidades .............................................................................. 56 7.1.3 Centro de Atenção Psicossocial Dr. Jorge Niisidi “Lugar Possível”- CAPS II .. 56 7.1.4 Farmácia Básica ............................................................................................ 57

7.1.5 Unidade de Fisioterapia e Reabilitação Infantil ............................................... 57 7.1.6 Secretaria Municipal de Saúde ....................................................................... 58 7.1.7 Vigilância em Saúde....................................................................................... 59 7.1.8 Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas- CAPS AD .......... 60 7.1.9 Sede dos Ostomizados Balduino Carlos Dieterich – Associação de Ostomizados de Toledo e Região............................................................................ 60 7.1.10 Núcleo Integrado de Saúde Dr. Jorge Milton Nunes – 24 Horas ................... 60 7.1.11 Unidade de Pronto Atendimento - UPA - Dr. Ivo Alves da Rocha .................. 61

7.2 POLÍTICA MUNICPAL DA EDUCAÇÃO .............................................................. 61

7.3 POLITICA MUNICIPAL DE CULTURA ................................................................. 62

7.4 POLÍTICA MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER ................................................. 65

7.5 POLÍTICA MUNICIPAL DA JUVENTUDE............................................................. 66

7.6. CONSELHO TUTELAR: A DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ......................................................................................................... 69

7.7 POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................ 71 7.7.1 Proteção Social Básica .................................................................................. 71 7.7.2 Proteção Social Especial de Média Complexidade ......................................... 77 7.7.3 Proteção Social Especial de Alta Complexidade ............................................ 79

8. SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE TOLEDO ........................... 80

8. 1 Casa Abrigo Menino Jesus - Unidade I ............................................................ 80 8.1.1 Histórico da Instituição de Acolhimento Casa Abrigo Menino Jesus I ............. 80 8.1.2 Rede de Serviços e Parcerias ........................................................................ 81 8.1.3. Objetivos ....................................................................................................... 82 8.1. 4 Objetivos Específicos .................................................................................... 82 8.1.5 Recursos Humanos ........................................................................................ 83 8.1.6 Recursos Financeiros .................................................................................... 83 8.1.7 Estrutura Física da Instituição ........................................................................ 84 8.1.8 Dados dos Acolhimentos Referente ao Período de Janeiro de 2013 à agosto de 2013 ................................................................................................................... 84 8.1.9 Tabela dos Acolhimentos Registrados ............................................................ 87

8.2 Casa Abrigo Menino Jesus - Unidade II ............................................................ 87 8.2.1 Histórico da Instituição de Acolhimento .......................................................... 87 8.2.2 Rede de Serviços e Parcerias ........................................................................ 88 8.2.3 Objetivos ........................................................................................................ 88 8.2.4 Objetivos específicos ..................................................................................... 89 8.2.5 Recursos Humanos ........................................................................................ 89 8.2.6 Recursos Financeiros .................................................................................... 89 8.2.7 Estrutura Física da Instituição ........................................................................ 90 8.2.9 Tabela dos acolhimentos registrados ............................................................. 92

8.3 Casa Abrigo para Adolescentes ......................................................................... 92 8.3.1 Histórico da Instituição de Acolhimento .......................................................... 92 8.3.2. Rede de serviços e parcerias ........................................................................ 92 8.3.3 Objetivos ........................................................................................................ 93 8.3.4 Objetivos Específicos ..................................................................................... 93 8.3.5 Recursos Humanos ........................................................................................ 93

8.3.6 Recursos Financeiros .................................................................................... 94 8.3.7 Estrutura Física da Instituição ........................................................................ 94 8.3.8 Dados dos acolhimentos referentes ao período de janeiro de 2013 à agosto de 2013 ........................................................................................................................ 96 8.3.9 Tabela dos acolhimentos registrados ............................................................. 98

8.4 Casa Lar Dorcas .................................................................................................. 98 8.4.1 Histórico da Instituição de Acolhimento .......................................................... 98 8.4.2 Rede de serviços e parcerias ....................................................................... 100 8.4.3 Objetivos ...................................................................................................... 101 8.4.4 Objetivos Específicos ................................................................................... 101 8.4.5 Recursos Humanos ...................................................................................... 101 8.4.6 Recursos financeiros .................................................................................... 102 8.4.7 Recursos Próprios ........................................................................................ 102 8.4.8 Estrutura Física da Instituição ...................................................................... 103 8.4.9. Perfil dos Acolhidos ..................................................................................... 104 8.4.10 Tabela dos acolhimentos registrados ( de agosto de 2012 a agosto de 2013). ............................................................................................................................. 104

9. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E O PERFIL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS ............................................................................................................ 105

10. PLANEJAMENTO DAS METAS 2014-2017 ....................................................... 108

11. PROCESSO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO ..................... 138

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 139

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 141

LISTA DE ANEXOS .................................................................................................. 145

10

1 IDENTIFICAÇÃO

ÓRGÃO: Secretaria Municipal de Assistência Social e Proteção à Família

CNPJ: 76.205.806./0001-88

ENDEREÇO: Rua Dr. Cyro Fernandes do Lago, 167, Vila Pioneiro

DATA DE ELABORAÇÃO: Novembro/2013 a Setembro/2014

CMAS/RESOLUÇÃO Nº: 31/2014 de 01/10/2014.

CDMAS/RESOLUÇÃO Nº: 48/2014 DE 29/10/2014.

PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: Maria

Ines Borges Mânica

PRESIDENTE DO CONSELHO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Rejane

Linck Neumann

COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO PLANO:

Angela Paula Neuberger

Angela Sachser

Sandra Cordeiro Muniz Giro

Fabrisia Mayumi Ioshijiro

Juliano Varanis

Leci Denice Brinker Siqueira

Lineu Wutzke

Lucimar Recalcatti Vieira

Marília Borges Leite

Patrícia Fabiane Schonoenberger

Raquel Cassol da Silva

Rejane Linck Neumann

Roseli Terezinha Gass

Rosiany Favareto

Solange Silva dos Santos Fidelis

Suely M. de S. dos Santos

11

2 INTRODUÇÃO

O Plano Municipal de Convivência Familiar e Comunitária e de Acolhimento

subsidia a Política Municipal para a Criança e o Adolescente e refere-se ao período

2014-2017. Este documento tem como base a Constituição Federal de 1988, Estatuto

da Criança e do Adolescente de 1990 (ECA), Plano Nacional de Promoção, Proteção e

Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária,

Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, Sistema Único de Saúde,

Sistema Único de Assistência Social, Orientações Técnicas para os Serviços de

Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Plano Municipal de Educação, Plano

Municipal de Saúde, Plano Municipal de Assistência Social, Plano Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente, Plano Plurianual e Deliberações da V

Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Com o intuito de resgatar o processo histórico de construção deste Plano,

assinala-se que a discussão sobre a convivência familiar e comunitária e o

acolhimento institucional surgiu nas reuniões do Conselho Municipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente (CMDCA), especificamente na reunião ordinária do dia

dezenove de agosto de 2009, conforme Ata nº 35/2009 - CMDCA, momento em que

foi realizada leitura da Portaria Nº 48/2009 que estabelece regras para os conselhos

tutelares e entidades de atendimento que desenvolvem Serviço de Acolhimento no

âmbito da Comarca de Toledo, instituída pelo Juiz de Direito e Promotora de

Justiça.

A partir disso, estabeleceu-se que a Comissão formada pela Comissão

Técnica do CMDCA, representantes das entidades de acolhimento, conselheiros

tutelares e representante da gestão da Proteção Social Especial discutiriam a

Portaria nº 48/2009 e o acolhimento institucional.

Após discussões, o CMDCA elaborou a Deliberação Nº 04/2009 conforme

Anexo 1.

No decorrer deste processo realizaram-se reuniões com o Poder Judiciário,

Promotoria de Justiça, Equipe do Serviço Auxiliar à Infância e Juventude (SAIJ),

representantes do CMDCA, Secretário de Assistência Social e Equipe da Casa

Abrigo Menino Jesus.

Devido o descumprimento da Deliberação 04/2009 a Promotora de Justiça

com base nos preceitos legais da Constituição Federal de 1988 e ECA propôs a

Ação Civil Pública Autos 2862/2010.

12

Diante disso, no dia trinta de abril de 2010 realizou-se a Audiência de

Conciliação em que materializou-se o acordo sobre as ações a serem realizadas e

os prazos para tal, com a presença o Prefeito Municipal José Carlos Schiavinato,

Advogado João Carlos Poletto, Promotora de Justiça Kátia Krüger, Presidente do

CMDCA Lineu Wutzke, Secretário de Assistência Social Astor Pedro Christ,

Representante do CMDCA e Casa Lar Dorcas Rejane Linck Neumann e Diretora do

Departamento de Proteção Social Especial Marilia Borges, além de que

estabeleceu-se que o CMDCA ficaria responsável pela fiscalização do cumprimento

dos itens descritos no Termo de Audiência de Conciliação conforme Anexo 2.

O item G do Termo assinalava que no prazo de 90 (noventa) dias o município

deveria “elaborar Plano Municipal de Acolhimento Institucional e Familiar”. Além

disso, justificou-se a elaboração do Plano o aumento gradativo do número de

crianças e adolescentes sob medida de proteção acolhimento institucional e o

processo de monitoramento sobre a implantação do Sistema Único de Assistência

Social (SUAS), realizado pela Equipe da então Secretaria de Estado do Trabalho e

Promoção Social (SETP), que exigiu a elaboração do documento.

Sendo assim, no mês de julho de 2010 foi realizada reunião com

representantes das instituições de acolhimento, Direção da Proteção Social

Especial e representantes do CMDCA com o intuito de apresentar a proposta de

Roteiro para construção do Plano.

Esse primeiro Plano teve como período de abrangência o ano de 2010 ao

ano 2013. Com o fim do período foi necessário a revisão do Plano para o período

2014-2017. Paralelamente, em março de 2014 o município pactuou Termo de Aceite

para os Serviços de Acolhimento para Crianças, Adolescentes e Jovens até 21

anos, passando receber cofinanciamento Federal, intitulado Piso de Alta

Complexidade-PAC I, para o Serviço de Acolhimento Institucional, o qual tem como

exigência a elaboração por parte dos municípios de Plano de Acolhimento. Diante

disso, a Comissão Intersetorial de Convivência Familiar e Comunitária vinculada ao

CMDCA, definiu que a revisão do Plano, então em andamento, se daria no sentido

de contemplar as exigências constantes no Termo de Aceite ao Cofinanciamento

Federal.

Ressalta-se, contudo, que o Acolhimento Institucional constitui-se como uma

das medidas de proteção constantes no Eca, sendo que, garantir a convivência

familiar e comunitária se materializa de forma mais ampla pois perpassa a garantia

do acesso aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes.

Diante disso, a estrutura do Plano Municipal se constitui dos seguintes itens: 1

13

em que há a identificação do Plano, com as informações referentes à Comissão de

Elaboração e no item 2 elaborou-se a introdução sob a perspectiva de resgatar

historicamente a necessidade da estruturação deste documento.

No item 3, consta o marco conceitual, onde realiza-se a discussão teórica

sobre a história da infância e da família no Brasil, sobre os conceitos de família,

crianças e adolescentes que embasam o Plano e sobre o direito à convivência

familiar e comunitária.

No item 4 tem-se a apresentação dos objetivos do Plano. Já o item 5 trata da

Metodologia de Articulação e Construção do Plano, onde busca levantar a discussão

sobre a garantia de efetivação do Plano Municipal através do processo de intervenção

a partir dos objetivos específicos.

A partir disso, no item 6 apresenta-se um breve histórico do município de

Toledo, com objetivo de contextualizar a realidade. No item 7 tem-se a discussão

sobre a interface das diversas políticas públicas no município que atendem crianças e

adolescentes para a garantia da convivência familiar e comunitária são apresentados

dados sobre o Conselho Tutelar no atendimento das violações de direitos de crianças

e adolescentes. O item 8 dispõe sobre o Marco Situacional dos serviços de

acolhimento no município de Toledo, sendo apresentado a Casa Abrigo Menino Jesus

Unidade I, Casa Abrigo Menino Jesus Unidade II, Casa Abrigo para Adolescentes e

Casa Lar Dorcas. No item 9 são apresentados dados referentes à situação escolar

das crianças e adolescentes em acolhimento.

No item 10 são estabelecidas as Metas para o período de 2014-2017 da

mesma forma que explicitado no item 11 sobre o Processo de Monitoramento e

Avaliação do Plano.

Por fim, as Considerações Finais que sugerem a análise deste processo de

estruturação dos serviços de garantia do direito à convivência familiar e comunitária e

as Referências que apresentam a base teórica evidenciada no Plano.

Diante dessas premissas, a discussão que permeia a defesa e garantia dos

direitos das crianças e adolescente tem como alicerce legal no Brasil o Art. 227 da

Constituição Federal de 1988, que preconiza que

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 2004a).

14

Isso reitera a importância da família enquanto base para a formação do sujeito

que, assim como a sociedade e o Estado, possuem o dever de garantir o pleno

desenvolvimento das crianças e adolescentes enquanto sujeitos de direitos.

Um dos direitos referidos no ECA é o direito à convivência familiar e

comunitária, sendo esta a proposta de construção do Plano Municipal de Convivência

Familiar e Comunitária Acolhimento.

15

3 MARCO CONCEITUAL

A elaboração e implantação do Plano Municipal de Convivência Familiar e

Comunitária e Acolhimento pressupõe a análise de categorias fundantes e

determinantes na garantia de direitos da crianças e adolescentes, dentre as quais

estão a família.

Se, de um lado, o sistema capitalista legitima a sua expansão, as diferenças e

conflitos que emergem da contradição o capital e trabalho aumentam,

processualmente, o crescimento das desigualdades sociais, alicerçado na

concentração e acumulação de renda que impactam diretamente na constituição,

formas de sociabilidade ou não as famílias e nas diferentes configurações.

No que se refere à situação da família e da educação a partir do sistema

capitalista de produção, Marx e Engels assinalam que:

As declamações burguesas sobre a família e a educação, sobre os doces laços que unem a criança aos pais, tornam-se cada vez mais repugnantes à medida que a grande indústria destrói todos os laços familiares do proletário e transforma as crianças em simples objetos de comércio, em simples instrumentos de trabalho. (1872:28).

A partir disso, a inserção das mulheres e crianças no mercado de trabalho,

como forma de garantir a subsistência das famílias, em atividades penosas e

condições sub-humanas que geram mudanças significativas.

Diante do entendimento do processo histórico que marcou a infância, a família

e a sociedade em sua totalidade, tem-se como perspectiva compreender as

manifestações históricas com base na realidade social do Brasil, na busca constante

para a formulação de ações no enfrentamento desse contexto.

3.1 AS PARTICULARIDADES SOCIO HISTÓRICAS DA INFÂNCIA NO BRASIL

Com o processo de expansão marítima1 dos países europeus, em 1500 há a

chegada dos portugueses ao Brasil que nos primeiros 30 (trinta) anos de colonização2

1Conforme Alencar, Carpi e Ribeiro “A expansão marítima não se realizava por acaso: ela

atendia a interesses da classe feudal e da jovem burguesia comercial, associada aos genoveses. Buscava-se superar a escassez de cereais no reino, ampliar a lavoura açucareira para além do Algarve (sul de Portugal), ter acesso aos metais preciosos da África, especialmente ao ouro do Sudão e às especiarias e artigos de luxo do Oriente. Para isso – que ampliaria as fontes de renda do Estado monárquico – navegar era preciso”. (1981:09).

2No que se refere à colonização do Brasil, Prado Júnior assinala que “‘colonizar’ ainda era

entendido como aquilo que dantes se praticava; fala-se em colonização, mas o que o termo envolve não é

16

realizaram a exploração do pau-brasil, pois além do grande valor que este produto

representava no mercado europeu, as possibilidades mercantis não eram muitas, pois

as comunidades locais nada ofereciam. (ALENCAR, CARPI e RIBEIRO, 1981:10). No

Brasil foi desenvolvida a colonização para exploração3, sendo que a relação entre a

colônia e a metrópole se baseou na dependência, em que

(...) a grande extensão de terras doadas para o plantio de cana garantia ao engenho a possibilidade de aumentar sua produção e de auferir maiores lucros. O latifúndio permitia a substituição constante das terras utilizadas por outras ainda virgens, dispensando investimentos em práticas de fertilização ou em melhorias técnicas. A monocultura, de um lado, atendia às exigências de produção em larga escala para um mercado europeu ávido por açúcar e, de outro, atacava a Colônia às linhas de comércio metropolitano. Concentrando seus esforços na produção açucareira, a Colônia em tudo dependia do abastecimento metropolitano, constituindo-se em mercado consumidor de produtos europeus. (FERLINI apud MOCELLIN, 1987:36-37).

A apreensão histórica sobre a infância no Brasil é essencial para o

entendimento sobre as condições de vida e as relações sociais, pertinentes à

realidade concreta da colonização brasileira. Segundo Ramos (2002:19-20), no Brasil,

a história sobre as crianças passa a ser discutida a partir de 1530, quando as

embarcações lusitanas do século XVI também buscaram a Terra de Santa Cruz4. Nas

embarcações normalmente inexistiam mulheres e, portanto, as crianças eram

obrigadas a aceitar abusos sexuais dos marujos e, quando as embarcações eram

atacadas pelos piratas, as crianças eram escravizadas, e forçadas a servirem nos

navios, sendo prostituídas e exauridas até a morte.

Para que possamos identificar o desrespeito à criança no período de expansão

marítima na Europa, é importante apresentar que a expectativa de vida das crianças

era de 14 anos (SERRÃO apud RAMOS, 2002:20-22), o que fazia com que os

estamentos5 mais baixos das crianças portuguesas fossem consideradas como

mais que o estabelecimento de feitorias comerciais (...). Na América a situação se apresenta de forma inteiramente diversa: um território primitivo, habitado por rala população indígena, incapaz de fornecer qualquer coisa realmente aproveitável” (1998:16).

3“A colonização para exploração tem como base uma região habitada por pessoas (colonos)

que produziam um só produto e utilizavam mão-de-obra escrava, para sustentar o mercado externo (metrópole), diferentemente da colonização para povoamento em que (...) a região era habitada por pessoas que se dedicavam às atividades econômicas que não interessavam à metrópole, pois esta já possuía” (TOTA; BASTOS 1999:64).

4Terra de Santa Cruz foi como a denominou Dom Manuel, sendo esse termo substituído

posteriormente por Brasil materializando-se a predominância dos interesses econômicos sobre os aspectos religiosos e ideológicos, inspiração de críticas que conforme o cronista João de Barros “por artes diabólicas se mudava o nome de Santa Cruz, tão pio e devoto, para o de um pau de tingir panos”. (apud ALENCAR, CARPI e RIBEIRO, 1981:10-12).

5 “A sociedade estamental, que vigorou na Idade Média na Europa, (...). Consistiu em uma

forma de estratificação (...) assentada em parâmetros de honra, hereditariedade e linhagem, que se

17

animais e sua força de trabalho era utilizada enquanto durassem suas curtas vidas.

As crianças que participavam das embarcações eram denominadas grumetes e

pagens. Os grumetes eram as crianças que passavam por condições árduas de

trabalho e sobrevivência; os pagens tinham um cotidiano menos árduo e com chances

de alcançar os cargos na Marinha. O recrutamento dessas crianças na Marinha dava-

se entre as famílias portuguesas pobres, porém a maioria provinha de setores médios

urbanos, de famílias protegidas pela nobreza ou de famílias da baixa nobreza, pois

entendia-se a inserção dos filhos no contexto de expansão marítima, como a forma

mais eficaz de ascensão social6. (RAMOS, 2002).

Além disso, eram transportadas nos navios as “órfãs Del Rei”, que se referiam

às meninas e jovens pobres entre 14 e 30 anos, considerando que as mesmas eram

destinadas ao matrimônio como forma de evitar a constituição de famílias por parte

dos marinheiros com as nativas das terras a serem exploradas e colonizadas, além de

que embarcavam nos navios entre dez e quinze crianças como passageiras

acompanhadas de seus pais ou parentes, na esperança de melhores condições de

vida no Brasil. (RAMOS, 2002:32-34).

Na expansão marítima as crianças eram vítimas de diferentes formas de

violência, algumas eram escravizadas nos navios, outras eram recrutadas para a

execução de trabalhos arriscados, sendo consideradas pouco mais que animais, cuja

força de trabalho era aproveitada ao máximo, além disso, tanto a podridão dos

alimentos, quanto as doenças que poderiam acometer as crianças aumentavam a taxa

de mortalidade infantil nos navios. Outro fato que vitimizava as crianças à bordo, se

baseava na pedofilia e prostituição. A primeira acontecia entre as crianças e os

“criminosos” cuja pena de decapitação ou enforcamento era substituída pelo serviço

marítimo, e a segunda se manifestava pela prostituição das crianças na busca pela

proteção do adulto7. (RAMOS, 2002).

Os padres jesuítas, (Companhia de Jesus) desembarcados na Bahia em 1549,

desempenharam papel educativo no esforço de ensinar meninos a ler e orar, com o

intuito de difundir o cristianismo entre as crianças portuguesas, mestiças e indígenas.

Nesse período, a Igreja Católica aparece como tutora da colônia brasileira, com sua

presença tanto religiosa, quanto política no cotidiano das pessoas e, através da

catequização dos índios, organizou-os em comunidades de trabalho coletivo sob seu

configuravam como elementos organizadores e distribuidores dos indivíduos nos estamentos sociais. A hierarquia social encontrava-se estabelecida com base em um complexo de valores culturais fundados e unidos pela tradição, que era o elemento central definidor da rede de relações sociais”. (FERREIRA, 2001:124).

6Ver mais a respeito Ramos (2002:20-31).

7Ver mais a respeito Ramos (2002:18-28).

18

direito e pleno controle, porém essa perspectiva de ação colidiu com os interesses dos

colonos e dos impérios coloniais. (TEIXEIRA, 2000:66-67).

A Igreja constituiu-se como um instrumento para a garantia da unidade política,

e os jesuítas utilizaram a educação como agente colonizador. Inicia-se em 1549 a

construção de escolas para catequizar os índios, educar os filhos dos colonos, formar

novos sacerdotes e controlar a fé e moral dos habitantes do Brasil, o que se afirma

enquanto processo de “colonização” dos povos. (ARANHA, 1996:99:101).

A Companhia de Jesus considerava a dificuldade em converter os índios

adultos que já tinham seus costumes e, diante dessa realidade, a Igreja se prendia na

conversão dos filhos destes para a obtenção do objetivo proposto de repasse da fé

cristã e possibilidade de alianças entre os grupos indígenas e os padres na conversão

destes povos, além disso, alguns pais entregavam seus filhos para que fossem

ensinados pelos padres. (CHAMBOLEYRON, 2002:58-59).

Os povos indígenas sofreram com o processo de colonização, pois perderam

muitos aspectos de sua cultura a partir do processo de aculturação, em que os

portugueses impuseram a cultura que deveria ser seguida. No que se refere à

civilização dos índios, Aranha e Martins assinalam que

(...) desde o início da civilização o índio se encontra à mercê de três interesses, que ora se complementam e ora se chocam: a metrópole deseja integrá-lo ao processo colonizador, o jesuíta quer convertê-lo ao cristianismo e aos valores europeus, e o colono quer usá-lo como escravo para o trabalho. (1996:101).

No período do Brasil colônia (1500-1822), a infância estava sendo descoberta

como resultado da transformação nas relações entre indivíduo e grupo, na qual a

Igreja e Estado tiveram um papel fundamental, considerando que o processo de

ensino propiciado pelos padres jesuítas tinha como principal objetivo a difusão dos

valores cristãos. (CHAMBOULEYRON, 2002:55-58).

Além das crianças indígenas que viveram o período da colônia, 20% (vinte por

cento) do total de escravos traficados eram crianças negras embarcadas, que no

Brasil eram escravizadas, violentadas e muitas delas eram abandonadas, pois os

“senhores” queriam que estas mães negras amamentassem os filhos das “sinhás”.

(ALBERTON, 2005:45-46).

Nesse período, eram enviadas correspondências entre a metrópole e a colônia,

como forma de informar quanto à situação dos “povos”, quando havia perigo de

revoltas e outros problemas. Estes documentos não consideravam os aspectos

familiares, nem a caracterização das crianças, sendo estas consideradas como

19

questão secundária8. (SCARANO, 2002). Em relação à forma da constituição familiar

caracteriza-se como família patriarcal9 e, segundo Samara, a família patriarcal

(...) era a base desse sistema mais amplo e, por suas características (...), estimulava a dependência na autoridade paterna e a solidariedade entre os parentes. (...) a família brasileira, no período colonial, apresentava uma feição complexa, incorporando ao seu núcleo central componentes de várias origens, que mantinham diversos tipos de relações com o dono da casa, sua mulher e prole legítima. (1993:10-11).

Mediante essa configuração, a família desempenhou papel fundamental,

aparecendo como solução para os problemas de acomodação sócio-cultural e da

população livre e pobre, pois através da concentração de pessoas no modelo de

família patriarcal, são desenvolvidos laços e relações que fundamentam o processo de

reprodução das relações sociais10, com sentido “apaziguador”, (SAMARA, 1993), que

podem ser visualizadas, conforme o Fluxograma 1:

FLUXOGRAMA 1 – MODELO DE FAMÍLIA PATRIARCAL

FONTE: SAMARA, 1993:15.

A estrutura das famílias demonstra como a sociedade colonial era autoritária e

fechada, em que o pai ocupava a função de comando da família e a ele todos deviam

obediência e respeito. Possuía um grande poder sobre as pessoas de sua família,

8Ver mais a respeito Scarano (2002:107-112).

9Nesse sentido, Teixeira assinala que “A colonização agrária e escravista, combinada com a

tradição patriarcal portuguesa, constitui a base do patriarcalismo brasileiro”. (2000:58). 10

Ver mais a respeito Samara (1993:10-14).

20

parentes mais próximos, pequenos proprietários e sobre os escravos. Todos os

assuntos e problemas familiares eram decididos por ele, desde o destino dos filhos até

a distribuição da herança. (HISTÓRIA..., 2005).

No século XIX, a criança passa a inspirar carinho e atenção por parte dos pais,

além de que o estado de gravidez provoca expectativas e incertezas devido às

doenças da época11. (MAUAD, 2002). No que tange as práticas de cuidados e

comportamentos em relação às crianças e adolescentes, Mauad explica:

Além da mãe, habitavam o mundo da criança outros personagens principais: o pai, a avó e as tias; e uma variedade de coadjuvantes: preceptoras, aias, amas, damas, açafas, retretas, fâmulas, pajens etc. Quanto mais ricos e nobres, na escala social, tanto mais distante dos pais estavam as crianças. (2002:160).

Cabe ressaltar que, paralelamente à esse contexto, foram criadas as Roda dos

Expostos12 que designou à Irmandade da Misericórdia a responsabilidade do

atendimento às crianças e adolescentes, além das Casas de Expostos junto às Santas

Casas13 que atendiam meninas e meninos até os 7 anos, a partir disso eram

encaminhados para trabalho nos arsenais ou em vários mercadantes. (VENÂNCIO,

2002:195-198). Nesse sentido a Roda dos Expostos pode ser observada na Figura 1 e

a localização das Casas dos Expostos no Brasil está retratada no mapa do país na

Figura 1:

FIGURA 1 – RODA DOS EXPOSTOS

FONTE: ARAÚJO, 2006

11

Ver mais a respeito Mauad (2002:156-160). 12

“A Roda dos Expostos – destinava-se à proteção de crianças abandonadas nascidas na ilegitimidade. Tratava-se de um sistema parecido com uma janela que dava para a rua e girava em um eixo perpendicular. Esta era dividida em quatro setores por compartimentos triangulares, um dos quais se abria sempre para o lado externo, que dava para a rua, onde eram depositadas as crianças. As primeiras modalidades desse estilo de proteção à infância surgiram no século XVIII, nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro e Recife”. (CARVALHO, 2000:185). Além disso, Melo (apud LIBERATI, 2002:28) assinala que era “(...) uma grande roda giratória para recolher crianças abandonadas que para aí podiam ser levadas, sem precisarem os pais aparecer e se expor”.

13Tais instituições funcionavam de acordo com os regimentos lusitanos, recebendo e mantendo

meninos e meninas acolhidas por sua condição de abandono. (VENÂNCIO, 2002:196).

21

FIGURA 2 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS CASAS DOS EXPOSTOS NO BRASIL

FONTE: VENÂNCIO, 2002:197.

No que se refere ao recrutamento de crianças, o Brasil representava atitudes

ambíguas: sendo que após a Independência recrutaram-se crianças para a Marinha

valorizando a formação na Companhia de Aprendizes Marinheiros14; porém, com a

Guerra do Paraguai15, os burocratas imperiais enviaram inúmeras crianças sem

treinamento aos campos de batalha. (VENÂNCIO, 2002:192). Quanto à localização

das Companhias de Aprendizes de Marinheiros no Brasil, pode ser observada na

Figura 3:

14

Conforme Venâncio “(...) pela primeira vez era criada no Brasil uma instituição inteiramente

pública para menores que não pudessem permanecer sob a custódia dos hospitais ou de responsáveis”. (2002:199).

15 A Guerra do Paraguai que aconteceu de 1865-1870 foi uma forma de combater o

desenvolvimento autônomo que o país estava representando no cenário mundial, e com a afirmação da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) financiada pela Inglaterra seguem anos de guerra que ‘desgastaram’ os países participantes. (TEIXEIRA, 2000:160-164).

22

FIGURA 3 – COMPANHIAS DE APRENDIZES DE MARINHEIROS

FONTE: VENÂNCIO, 2002:197.

Porém, conforme Venâncio,

(...) quando as primeiras instituições de formação de marinheiros foram criadas no Brasil, elas há muitas décadas, haviam revelado o quanto é utópica a esperança na transformação sistemática dos meninos enjeitados em soldados ideais. A experiência mostrara que os meninos saídos do turbilhão do abandono eram quase sempre seres de saúde precária e que, por razões óbvias, não tinham a menor noção do que significava o ‘devoto amor filial à nação’ (...). (2002:198).

Na sociedade imperial brasileira (1822-1889) os pais davam liberdade para os

filhos enquanto eram pequenos, mas por pouco tempo, pois os filhos das famílias ricas

eram enquadrados nos padrões da sociedade e os filhos de famílias pobres

constituíam-se enquanto força de trabalho e as ações no que se refere à infância

continuaram a ser realizadas pela Igreja Católica. (ALBERTON, 2005:46).

Pode-se perceber, a partir da análise crítica dos atendimentos realizados às

crianças no decorrer do processo histórico do Brasil Colonial, a descrença

apresentada pelas instâncias de poder diante do abandono de crianças e

adolescentes, configurando a situação de vulnerabilidade social dos mesmos.

Com a complexidade que as relações sociais passaram a desempenhar

23

através da Abolição da Escravatura (1888) e da Proclamação da República (1899) na

efetivação de mudanças no campo político, social e econômico, algumas perspectivas

na dimensão social da criança mudaram, pois nesse período as relações de trabalho

inerentes à vida das crianças e adolescentes denunciaram o desrespeito aos direitos

humanos e repercutiu no processo de conscientização dos trabalhadores, estudantes,

intelectuais e artistas que afirmaram a tentativa de greves, sendo abafadas com

violência. (ALBERTON, 2005:48).

O período da Primeira República (1889-1930) é marcado pela urbanização e

industrialização e ocorreu, especialmente em São Paulo, a explosão demográfica que

gerou problemas tanto estruturais, quanto sociais urbanos, cujo processo se expandiu

em outras cidades. Houve o agravamento das crises sociais e aumento da

criminalidade, mediante isso, ocorre o aumento e especialização dos mecanismos de

repressão, tais como a criação de instituições públicas de correção e recuperação.

Nesse sentido, juristas e autoridades reclamaram a criação dessas instituições,

Já existe entre nós sociedades protetoras dos animais, as quais florescem dia-a-dia pela simpatia crescente que lhes dispensa o povo brasileiro! (...) Sejamos mais humanos! Aplaudamos as sociedades de proteção aos animais, mas não nos esqueçamos de proteger também os nossos pequeninos semelhantes, porque é dever muito mais alto e mais humanitário, (...) educar e reformar a infância é preparar o futuro, evitando que os meninos de hoje sejam os criminosos relapsos de amanhã. (SANTOS, 2002:223).

Com o aumento da industrialização, há a precarização das condições de vida

dos trabalhadores, o que fez com que muitos pais abandonassem seus filhos, gerando

uma nova ordem de prioridades de atendimento, e essa situação é denunciada, a

partir de 1919, como ‘questão social’, pois Conforme Iamamoto e Carvalho “A nova

qualidade que assume a ‘questão social’ nos grandes centros urbano-industriais

deriva, assim, do crescimento numérico do proletariado, da solidificação dos laços de

solidariedade política e ideológica que perpassam seu conjunto, base para a

construção e para a possibilidade objetiva e subjetiva de um projeto alternativo à

dominação burguesa”. (2006:127). Portanto, nesse período a ‘questão social’ era um

problema social que deveria ser reprimido pela polícia.

No período pré-industrial da economia e modo de produção brasileiros, o tipo

de família predominante ainda era a tradicional, baseada na economia agrícola e

comercial com reforço aos traços internos. As famílias agrícolas passam a ir para a

cidade com o processo de êxodo rural, com o intuito de buscar melhores condições de

vida. Nesse sentido, Cascudo, mediante o estudo da formação de um bairro em São

24

Paulo, constituído por imigrantes pontua que:

A expectativa de melhorar de vida está relacionada à condição de migrante, constituindo o leitmotiv de migrar. Em termos de suas histórias familiares, os moradores desse bairro falam da percepção de uma mobilidade social em relação à geração que os precedeu, no sentido de que tiveram acesso a recursos inexistentes em seus locais de origem, sobretudo no que se refere às oportunidades de trabalho, de consumo e de educação para seus filhos encontradas na cidade. (2003:31).

Portanto, o êxodo rural traz os indivíduos que anteriormente viviam no campo

para as cidades na busca por melhores condições de vida, acesso ao consumo, enfim,

às condições que a cidade apresenta no que tange suprir as necessidades básicas,

porém há o inchamento das cidades e consequentemente o agravamento das

expressões da “questão social”16.

Uma das expressões da “questão social” mais grave é o desemprego, e esse

é explicitado a partir da crise no Mundo do Trabalho, em que o estudo e preocupação

com o tema família apresenta novas configurações. Para isso, Guimarães e Almeida,

afirmam que:

A baixa qualificação da mão-de-obra, o analfabetismo (total ou funcional), a suscetibilidade e a provalência de doenças e outros acometimentos ligados à sobrevivência, somados à inconstância do trabalho, criam no cotidiano dessas famílias uma situação opressiva de penúria e precarização da capacidade de manter atendidos e protegidos os adultos e sua prole. (2003:129-130).

Para Carvalho, “O Estado e a família desempenham papéis similares, em seus

respectivos âmbitos de atuação: regulam, normatizam, impõem direitos de

propriedade, poder e deveres de proteção e assistência”. (2003a:268). Portanto, a

família desempenha papel fundamental na sociedade em sua totalidade, e é por

desempenhar esse papel que tanto crianças e adolescentes quanto a família requerem

respaldo por parte do Estado para possibilitarem sua formação.

No que se refere à denúncia das condições de vida das crianças e

adolescentes, o jornal A Plebe de São Paulo, em 10 de setembro de 1919, informou:

16

Nesse sentido Iamamoto assinala que “Os assistentes sociais [assim como outras categorias profissionais] trabalham com a ‘questão social’ nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Ressalta-se que “(...) decifrar as novas mediações por meio das quais se expressa a ‘questão social’, hoje, é de fundamental importância para o Serviço Social [e outras supões] em uma dupla perspectiva: para que possa tanto apreender as várias expressões que assumem, na atualidade, as desigualdades sociais – sua produção e reprodução ampliada – quanto projetar e forjar formas de resistência e defesa da vida”. (2005:28).

25

(...) a exploração de menores nas bastilhas de trabalho desta capital constitui um dos crimes mais monstruosos e desumanos da burguesia protetora dos animais. Basta permanecer na porta de qualquer fábrica, à hora de principiar ou de cerrar a laboração, para se constatar, que uma enorme legião de crianças, entre os nove e os 14 anos, se definha e atrofia, num esforço impróprio à sua idade, para enriquecer os industriais gananciosos, os capitalistas ladrões e bandoleiros. Em 1917, o que motivou precisamente a formidável agitação operária então verificada, foi a ignominosa e despudorada escravidão e exploração dos menores. Nessa época, a jornada de trabalho em vigor em todos estabelecimentos manufatureiros era superior a dez horas. Os salários, com que se gratificava o sacrifício imposto a estas crianças, não ia além duns magros quatrocentos ou quinhentos reaes por dia. O rigor disciplinar, enfim tresandava bastante ao que é adotado nas casernas penitenciárias. Hodiernamente, as condições de trabalho para os menores pouco se modificaram. A jornada está. É certo, reduzida a oito horas para muitas fábricas; os salários aumentaram em muitos centros de trabalho, uns tristes reaes. Mas que importa isso? Os mestres, os encarregados, os diretores de fábricas, que para os filhos são todos blandícias e carinhos, para as crianças proletárias mostram-se uns verdadeiros carrascos. Maltrataram-se crianças com mais insensibilidade do que se espanca um animal. Edificante, não acham? (PASSETI, 2002:352-353).

No período da Primeira República (1889-1930) há a aplicação de medidas

parciais no que se refere aos direitos dos trabalhadores com o intuito de atenuar os

conflitos sociais e ampliação de sua base de apoio, sem que hajam propostas mais

amplas de “(...) canalização das reivindicações operárias, de controle de sua

organização e de potencialização da acumulação”. (IAMAMOTO e CARVALHO,

2006:133). Sendo assim, há várias tentativas de luta por parte dos trabalhadores, em

que a violência e repressão policial do Estado são utilizadas como um eficiente

instrumento de manutenção da ordem, utilizado pela classe dominante para a

acumulação do capital.

A crise internacional que ocorreu em 1929 com a queda da Bolsa de Nova

Yorque17 e a decadência da economia cafeeira representaram mudanças

determinantes para a história da sociedade brasileira. Houve a aceleração do

processo de industrialização e urbanização, aumento das desigualdades sociais e

17

“A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande recessão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. Este período de recessão econômica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica, em diversos países no mundo. O dia 29 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão. Porém, as taxas na queda da produção industrial americana já haviam começado a cair a partir de julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que estendeu-se até 29 de outubro, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra. Assim, milhares de acionistas perderam, literalmente, da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. (GRANDE..., 2006).

26

conseqüentemente, a geração de expressões da “questão social”, que passam a exigir

a intervenção do Estado de Bem-Estar no Brasil18, que marcou a realidade brasileira a

partir de 1930. Com a posse de Getúlio Vargas no governo provisório, apresentavam-

se “(...) dois problemas fundamentais para resolver: acabar com a crise econômica e

criar um sistema político que lhe assegurasse condições de governar”. (ALENCAR,

CARPI E RIBEIRO, 1981:236).

Com base na depressão econômica deve-se garantir a reprodução e a

acumulação de capital por parte da burguesia, em que o Estado canaliza para o seu

interior as contradições econômicas e sociais inerentes ao capitalismo. Nesse sentido,

Iamamoto e Carvalho assinalam que

O Estado assume paulatinamente uma organização corporativa, canalizando para sua órbita os interesses divergentes que emergem das contradições entre as diferentes frações dominantes e as reivindicações dos setores populares, para, em nome da harmonia social e desenvolvimento, da colaboração entre as classes, repolitizá-las e discipliná-las, no sentido de se transformar num poderoso instrumento de expansão e acumulação capitalista. (2006:151).

Nessa perspectiva, tem-se um Estado que cria medidas de legislação social19 e

sindical com a proposta de proteção do trabalhador, sendo repassado ideologicamente

como representativo dos interesses gerais da sociedade e, paralelamente, exerce

suas funções inerentes à reprodução do sistema capitalista.

Em 1935 as tensões inerentes à sociedade brasileira que se materializaram

devido aos interesses das oligarquias20, do capital estrangeiro e da classe

trabalhadora contribuíram para a criação do primeiro movimento nacional de massas

com objetivos democráticos, nacionalistas e reformistas, a Aliança Nacional

18

Trata-se do desenvolvimento do Welfare State no Brasil em 1930, que conforme Medeiros “(...) passou a assistir às primeiras mudanças institucionais no Estado que visavam fornecer as condições necessárias para o desenvolvimento da indústria. (...) com políticas sociais de profundo caráter conservador. De acordo com a perspectiva corporativista dos grupos no poder, nesse período predominava um ideal de sociedade harmônica em que os antagonismos entre classes eram encarados como nocivos ao bem comum representado pelo Estado”. (2001:09).

19 Conforme Alencar, Capri e Ribeiro, “(...) a legislação social tinha um significado político

especial: impedir a organização independente da classe trabalhadora, além de se constituir (sobretudo pela subordinação dos sindicatos ao Estado) na base de manipulação populista das massas anos depois”. (1981:263).

20“Oligarquia significa etimologicamente ‘governo de poucos’, mas, nos clássicos do

pensamento político grego, que transmitiram o termo à filosofia política subseqüente, a mesma palavra tem muitas vezes o significado mais específico e eticamente negativo de ‘Governo dos ricos’(...). Diz Platão: - ‘Que sistema político...entendes por Oligarquia? - A constituição baseada no patrimônio... onde os ricos governam, enquanto pobre não pode partilhar do poder’). (...) Na teoria política moderna, o conceito de Oligarquia, se não o termo, começou a alcançar especial sucesso e uma importância particular, quando alguns escritores deram em sustentar (e com êxito) que todos os Governos que existiram ou estão por existir foram ou serão sempre Governos de poucos, ou, para empregarmos as palavras mais freqüentemente usadas, Governos de minorias organizadas ou de elites”. (BOBBIO, 2002:835-836).

27

Libertadora (ANL)21 movimento este repreendido pelo Governo. (ALENCAR, CARPI E

RIBEIRO, 1981:243).

Devido às rearticulações existentes no interior do país para as eleições de

1938 que colocavam em risco as pretensões “modernistas-conservadoras” dos grupos

dominantes, em 1937 Getúlio Vargas afastou alguns generais legalistas do comando

das regiões estratégicas, houve a redação e aprovação de uma nova Constituição

secretamente e a divulgação do Plano Cohen22 um “plano comunista” de tomada do

poder, que preparava as condições para a execução do golpe, realizado no dia 10 de

novembro de 1937, com o cerco do Congresso Nacional dando início ao período

denominado de Estado Novo23. (ALENCAR, CARPI E RIBEIRO, 1981:245).

Nas décadas de 1940 e 1950, período de ditadura24 de Getúlio Vargas, as

ações são marcadas pelo assistencialismo, populismo, sendo criadas várias

instituições governamentais de atendimento da infância, ligadas à ação das Primeiras

Damas do País25. Cabe destacar que essas ações não tinham como perspectiva a

emancipação dos sujeitos sociais, mas a dependência que está enraizada na história

21

No que se refere a ANL, Mota e Braick assinalam que “Criada em 1935, A Aliança Nacional Libertadora (ANL) era uma organização de esquerda que reuniu comunistas, socialistas e a ala de esquerda dos tenentes sob a liderança de Luís Carlos Prestes. A ANL condenava o imperialismo, o fascismo, a divisão fundiária do país que concentrava muitas terras nas mãos de poucos e defendia um programa de natureza democrática baseado na realização de reformas estruturais profundas, que contestavam a ordem econômica e social em vigor. (...) No início de 1935, preocupado com o crescimento da ANL, o governo propôs ao Congresso uma nova lei de segurança nacional, aprovada em 4 de abril, que estabeleceu como crimes contra a ordem política e social a greve de funcionários públicos, ressentimento nas classes armadas, o estímulo ao ódio entre as classes sociais, a propaganda subversiva e a organização de associações ou partidos com o objetivo de subverter a ordem política ou social. Com base na nova lei, Vargas ordenou o fechamento de todos os núcleos da ANL”. (1997:499).

22“O Plano Cohen foi uma jogada política idealizada por Getúlio Vargas (na época Presidente

do Brasil) em 1937 que serviu de pretexto para a instituição do Estado Novo no Brasil. Os documentos foram forjados pelo então capitão Olympio Mourão Filho, supostamente provavam a existência de comunistas que iriam tomar o poder pela força. Assustados, alguns militares declararam, extra-oficialmente, apoio a uma possível tentativa do então presidente Vargas de prolongar seu mandato e implantar uma ditadura no país. Os boatos referiam-se a um suposto plano, apelidado "Plano Cohen", organizado por grupos socialistas e comunistas a fim de tomar o poder”. (PLANO..., 2006).

23“O Estado Novo que compreende o período de 1937-1945 foi regido por uma Constituição

autoritária inspirada no fascismo, representava a instauração no país da ditadura de Getúlio Vargas”. (ALENCAR, CARPI e RIBEIRO, 1981:250).

24A “Ditadura é o regime político caracterizado oposto à democracia. Podem existir regimes

ditatoriais de líder único (como os regimes provenientes do Nazismo, do Fascismo, e do socialismo real) ou coletivos (como os vários regimes militares que ocorreram na América Latina durante o século XX)” No caso da Ditadura de Vargas, deve-se considerar que “(...) Em 1937, alegando uma suposta conspiração comunista, conhecida como Plano Cohen, Vargas outorga uma nova Constituição, aumentando seus poderes e evitando eleições diretas, e instaura a censura e um Estado policial que durou até 1945. Esse período ditatorial é conhecido como Estado Novo”. (DITADURA..., 2006).

25Nesse sentido, Mestriner assinala que “(...) em 1942 (...) ao criar a Legião Brasileira da

Assistência, Vargas funda no Brasil o atrelamento do social ao primeiro-damismo – na figura de Darci Vargas -, do qual até hoje o país não se desembaraçou, pois permanece, ainda no ano 2000, a figura da primeira-dama no governo. Esse será um governo que terminará por produzir conciliações, negociações elitistas, novas composições de força e exclusão da população, fazendo o velho regime ainda que reformado conviver com o ‘quase novo’ (...). será, ao final, um governo fundado no compromisso entre as elites para industrializar aceleradamente o país, utilizando um novo sistema de poder, o fortalecimento do Estado e a subordinação das massas emergentes (...)”. (2001:71-72).

28

da sociedade brasileira. Nesse sentido, Vieira assinala que “(...) Vargas preconizou o

desenvolvimento como objetivo a ser alcançado para superar as dificuldades

econômicas mais sérias e dominar as inquietações sociais mais perigosas à ordem

pública”. (1995:32).

Diante dessa realidade, os grupos dominantes representados por Getúlio

Vargas procuravam implementar concepções políticas inspiradas nas idéias

corporativistas e autoritárias do regime fascista26 e, conforme Alencar, Carpi e Ribeiro,

Tão elitistas quanto os chefes liberais-conservadores da República Velha, julgavam que só uma elite intelectual formada por técnicos, políticos e militares estava apta a interpretar os ‘verdadeiros interesses nacionais’ e ‘disciplinar’ a participação do povo. (...) O Estado, afirmavam, ‘organizaria’ a participação das classes sociais; reconheceria a presença das classes populares sem, no entanto, abrir mão do controle sobre elas. (1981:251).

O presidente Getúlio Vargas buscou, no decorrer do Estado Novo, servir aos

interesses das diferentes classes sociais, porém no decorrer desse processo sofreu

pressões internas e externas que ampliaram a adesão da sociedade em oposição à

ditadura, dividindo-se em duas correntes,

Uma delas, mais intransigente e histórica, reunia as oligarquias liberais-conservadoras (...) liberais da classe média e grupos socialistas e comunistas (...). Todos desejavam o desmantelamento da estrutura estatal, mas só as duas últimas admitiam a realização de reformas sociais. (...) A outra corrente era formada pelos setores oligárquicos e burgueses dissidentes do Estado Novo, pelo Partido Comunista, também oposição histórica à ditadura, e por grupos da burocracia estatal e sindical ligados ao governo. Também aqui só as duas últimas forças (...) queriam reformas sociais e econômicas mais profundas. (ALENCAR, CARPI E RIBEIRO, 1981:269).

Diante da decisão de generais conspiradores27, em 1945 Getúlio Vargas foi

26

Conforme Bobbio “Em geral, se entende por Fascismo um sistema autoritário de dominação que é caracterizado: pela monopolização da representação política por parte de um partido único de massa, hierarquicamente organizado; por uma ideologia fundada no culto do chefe, na exaltação da coletividade nacional, no desprezo dos valores do individualismo liberal e no ideal da colaboração de classes, em oposição frontal ao socialismo e ao comunismo, dentro de um sistema do tipo corporativo; por objetivos de expansão imperialista, a alcançar em nome da luta das nações pobres contra as potências plutocráticas; pela mobilização das massas e pelo seu enquadramento em organizações tendentes a uma socialização política planificada, funcional ao regime; pelo aniquilamento das oposições, mediante o uso da violência e do terror; por um aparelho de propaganda baseado no controle das informações e dos meios de comunicação de massa; por um crescente dirigismo estatal no âmbito de uma economia que continua a ser, fundamentalmente, de tipo privado; pela tentativa de integrar nas estruturas de controle do partido ou do Estado, de acordo com uma lógica totalitária, a totalidade das relações econômicas, sociais, políticas e culturais. (2002:466).

27Conforme Alencar, Carpi e Ribeiro “Um incidente serviu de motivo para o golpe. Como o

chefe de Polícia do Distrito Federal proibira a realização de um comício do Movimento de Unificação dos Trabalhadores (MUT), Getúlio decidiu substituí-lo por seu irmão Benjamin Vargas. Informados do fato por Virgílio de Melo Franco, os generais conspiradores não aceitaram a substituição e decidiram (...) derrubar

29

obrigado a renunciar o governo e com base nas eleições de dezembro foi eleito o

general Eurico Dutra que tinha como principais objetivos de atendimento aos

interesses da classe dominante, a redução da intervenção do Estado na economia,

adoção de uma política econômica liberal e manutenção das condições favoráveis à

acumulação de capital. (ALENCAR, CARPI e RIBEIRO, 1981:277).

Em 1951 Vargas venceu as eleições e pautou seu governo no estilo político

populista28, com uma ideologia nacionalista que se apresentava sob duas facetas:

(...) por um lado, uma estratégia de política econômica que não rompia inteiramente a dependência com relação ao capital internacional e imperialista. Por outro lado, tratava-se de uma ideologia elaborada e imposta pelos grupos que controlavam o Estado e que procurava associar os interesses burgueses com os

interesses de todo o povo brasileiro, como se fossem, em todos os

aspectos, uma coisa só. (ALENCAR, CARPI e RIBEIRO, 1981:281).

No interior das forças armadas havia uma corrente antigetulista, além de que

no atendimento realizado à classe trabalhadora aumentou o descontentamento da

classe dominante repercutindo diretamente na vida de Vargas que, em 1954, suicidou-

se. Com a posse do presidente Juscelino Kubitschek em 1956, houve um grande

crescimento econômico no país, que conseqüentemente gerou o aumento das

desigualdades sociais. Com o incentivo constante à industrialização enquanto fator

determinante para o desenvolvimento do país, muitas famílias saíram da área rural

para trabalhar nas fábricas localizadas nos centros urbanos, porém não tinham

qualificação profissional para tais atividades, vivendo assim à margem da sociedade,

sem acesso aos bens de consumo, formando as favelas e vivendo em condições

subumanas. (ALBERTON, 2005:49-50).

Inseridos nessas famílias, as crianças e adolescentes passam a ser usados no

tráfico de drogas das grandes cidades, sobrevivem nas ruas, desempenham trabalho

infantil, sofrem com a exploração sexual, e denunciam que o crescimento econômico

não atinge a totalidade da população brasileira.

Tanto no governo de Kubitschek (1956-1961), quanto Jânio Quadros (1961),

João Goulart (1961-1964) e durante o período de Ditadura Militar29 (1964-1985), as

o presidente”. (1981:270).

28O populismo é a “Ação política que toma como referência e fonte de legitimidade o cidadão

comum, cujos interesses pretende representar. Política fundada no aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo”. (FERREIRA, 1999:1608) Conforme Bobbio, “O populismo não conta efetivamente com uma elaboração teórica orgânica e sistemática. Muitas vezes ele está mais latente do que teoricamente explícito. O Populismo exclui a luta de classes ‘(...) é fundamentalmente conciliador e espera transformar o establishment; é raramente revolucionário’”. (WILLS apud BOBBIO, 2002:980-981).

29 Diante desse período, cabe ressaltar a discussão elaborada pelo sociólogo Herbert José de

Souza “(...) em 64 a Nação recebeu um tiro no peito. Um tiro que matou a alma nacional (...) Os

30

ações assistencialistas desenvolvidas pelo Estado caracterizam-se pelo controle

social30 das populações pobres, em parceria com a Igreja Católica, além disso, a

infância brasileira continuou sendo alvo de atenção da polícia, com o intuito de

“proteger” a sociedade capitalista dos menores. (ALBERTON, 2005:50-51).

A Ditadura Militar instalou-se no Brasil pela efetivação do Ato Institucional nº 1

(AI-1) que estabelecia as cassações de alguns ex-presidentes, governadores,

deputados federais, deputados estaduais e vereadores31, que foram substituídos pela

cúpula do exército. (VIEIRA, 1995:187). A partir de 1964 abriu-se totalmente o

processo de ampliação do capitalismo no Brasil, pois as carências do mercado interno

se colocaram em segundo plano, preponderando os interesses do mercado externo,

além de que se teve como perspectiva das relações entre o Brasil e os demais países,

sob a “supervisão” do capital estrangeiro. (VIEIRA, 1995:202-203).

Os governos militares32 que corresponderam ao General Castelo Branco (1964-

1967), Marechal Arthur da Costa e Silva (1967-1969), General Emílio Garrastazu

Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e o General João Baptista Figueiredo

(1979-1985) representaram o crescimento econômico constante do país, com a

expansão e abertura ao mercado externo, porém representou a repressão, violência e

falta de participação política da população brasileira, com um contingente crescente de

exilados, mortos e desaparecidos em busca da “ordem”. (ALENCAR, CARPI e

RIBEIRO, 1981:312-315).

Nesse período, a população se organizava clandestinamente com a discussão

constante e articulação no movimento de luta pela democracia, pois todos os espaços

de participação e vivência da população haviam sido aniquilados pelos militares, em

que se deve assinalar o Ato Institucional nº 5 (AI 5)33 como a justificativa do

personagens que pareciam fazer parte da história brasileira, ou da História do Brasil como nós imaginávamos, esses personagens de repente sumiram. Ou fora do poder, ou presos ou mortos. E em seu lugar surgiram outros, que eu nunca tinha visto. Idiotas que nem mereciam ser notados. De repente, eles eram mais do que donos do poder, eram donos da realidade! Aí me veio a percepção clara de que o Brasil tinha mudado para sempre. Havia sido cometido um assassinato político. Ali morreu um país, morreu uma liderança popular, morreu um processo. Uma derrota política da qual você jamais vai se recuperar nos mesmos termos. Não se matam somente as pessoas, também de matam os países, os processos históricos”. (apud MOTA e BRAICK, 1997:565).

30A expressão controle social está sendo utilizada conforme a acepção atribuída por Mannhein

como “(...) o conjunto dos métodos pelos quais a sociedade influencia o comportamento humano, tendo em vista manter determinada ordem”. (apud MARTINELLI, 2001:66). A sociedade aqui representa o poder hegemônico, isto é, o Estado, a Igreja e a burguesia.

31Apresentou-se como justificativa do AI 1 “Para demonstrar que não pretendemos radicalizar o

processo revolucionário, decidimos manter a Constituição de 1946, limitando-nos a modificá-la apenas na parte relativa aos poderes do Presidente da República, a fim de que este possa cumprir a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira e tomar as urgentes medidas destinadas a drenar o bolsão comunista, cuja purulência já se havia infiltrado não só na cúpula do governo como nas suas dependências administrativas”. (apud VIEIRA, 1995:187-188).

32Ver mais a respeito dos governos militares Alencar, Carpi e Ribeiro (1981:312-327).

33O AI 5 “Baixa disposição sobre a decretação do recesso do Congresso Nacional, das

Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, intervenção nos Estados e Municípios,

31

desaparecimento, morte e tortura de brasileiros, apesar de que no discurso ideológico

“A repressão deveria ser ‘dura e implacável’, ‘apenas contra o crime, e só contra os

criminosos’. ‘Não puniremos inocentes por culpados’”. (MÉDICI apud VIEIRA,

1995:198).

Nessa perspectiva de luta pela democracia e direitos, surgem os movimentos

sociais34 que apresentam diversas “bandeiras”, apresentando-se como destaque na

busca pela garantia dos direitos das crianças e adolescentes brasileiros, o Movimento

Nacional de Meninos e Meninas de Rua35 (MNMMR).

O MNMMR surgiu no início de 1970 com a inserção dos educadores de rua que

vagarosamente começaram a delinear a transformação do menor em cidadão, com

base no atendimento realizado nas ruas, porém em 1960 foram realizadas ações no

que tange à organização popular por iniciativa da Igreja que no período de Ditadura

Militar passaram a ser clandestinas. No que se refere aos meninos de rua, o MNMMR

afirmou que

Na década de 70, não se fazia muita distinção entre meninos de rua, na rua, da rua, trabalhadores na rua. Dentro da relação instituição e não-instituição, buscava-se, na época, uma proposta de ação diferente, através da qual não seriam os meninos que viriam procurar o programa, mas os próprios meninos deveriam ser o programa. (apud SANTOS, 1994:292-293).

Em 1986, o MNMMR realizou o primeiro Encontro Nacional de Meninos e

Meninas de Rua em Brasília, aparecendo na pauta das discussões a violência contra e

infância e adolescência das ruas que fundamentou a intervenção do movimento nos

anos seguintes. Além disso, a realização do II Encontro Nacional de Meninos e Meninas

de Rua contribuiu para juntamente com as demais mobilizações, regulamentar os

artigos 227º e 228º na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

(SANTOS, 1994:299).

A partir de 1980 há o processo de abertura política com a afirmação dos

princípios democráticos e luta em defesa dos direitos humanos, que culmina com o fim

suspensão de direitos políticos e garantias individuais e decretação do Estado de Sítio”. (DIÁRIO OFICIAL apud MOTA e BRAICK, 1997:567).

34Gohn conceitua que “Movimentos sociais são ações sociopolíticas construídas por atores

sociais coletivos pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, articuladas em certos cenários da conjuntura socioeconômica e política de um país, criando um campo político de força social na sociedade civil. As ações se estruturam a partir de repertórios criados sobre temas e problemas em conflitos, litígios e disputas vivenciados pelo grupo na sociedade”. (2002:251).

35“Segundo o documento Teses e Propostas, o MNMMR caracteriza-se por uma entidade não

governamental e independente, que atua na defesa e promoção dos direitos das crianças e adolescentes. Parte do princípio que ‘crianças e adolescentes são seres humanos em desenvolvimento, sujeitos de direitos legítimos, que devem participar de decisões sobre sua vida e ser tratados como cidadãos’”.(apud SANTOS, 1994:298).

32

da Ditadura Militar, em 1985, e a representação da sociedade da construção da

Constituição de 1988.

Com as transformações sociais, políticas e econômicas da sociedade, as

desigualdades sociais e desrespeito aos direitos humanos passam a fundamentar as

políticas sociais, adentrando na agenda do Estado, a partir da reivindicação e pressão

estabelecida pelos sujeitos sociais. Porém, a partir de 1980 e 1990, há uma tendência

de desmonte dos direitos instituídos constitucionalmente, como conseqüência do

processo de globalização, com mudanças que se realizam cotidianamente no que tange

à tecnologia, informação e mudanças produtivas das relações de trabalho.

(CARVALHO, 1999:19-21).

Há nesse momento histórico a implementação do neoliberalismo36 que se

refere à uma nova roupagem do liberalismo, tem como proposta o Estado-mínimo e a

primazia do mercado como estratégia do sistema capitalista diante de suas crises, com

a interferência dos mecanismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional

(FMI), Organização das Nações Unidas (ONU), Banco Mundial (BM). Diante dessa nova

configuração, apresenta-se a gestão compartilhada entre o Estado e a sociedade ou um

novo Welfare mix das políticas sociais, em que os sujeitos sociais e sociedade como um

todo são co-responsáveis na implementação de ações com base na realidade social.

“Não é que o Estado perca a centralidade na gestão do social, ou deixe de ser o

responsável na garantia de oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos; o que se

altera é o modo de processar esta responsabilidade”. (CARVALHO, 1999:25).

No que se refere à nova configuração do Estado, como proposta inerente ao

sistema capitalista de produção, que requer a participação da população na

implementação e decisões diante das políticas sociais, Yazbek afirma que

(...) o ‘modelo’ é um Estado que reduz suas intervenções no campo social e que apela è solidariedade social, optando por programas focalistas e seletivos caracterizados por ações tímidas, erráticas e incapazes de alterar a imensa fratura entre necessidades e possibilidades efetiva de acesso a bens, serviços e recursos sociais. (...) aparece com força a defesa de alternativas privatistas para a “questão social”, envolvendo a família, as organizações sociais e a comunidade. Assim, as propostas neoliberais, em relação ao papel do Estado quanto à “questão social”, são propostas reducionistas que esvaziam e descaracterizam os mecanismos institucionalizados de proteção social. São propostas fundadas numa visão de política social

36

“(...) o neoliberalismo nasceu na Europa e nos Estados Unidos efetivamente logo depois da Segunda Guerra Mundial, enquanto uma reação teórica e política contra o Estado intervencionista ou de bem-estar. No entanto, a partir da grande crise de 1970, as idéias neoliberais passaram a ganhar terreno. (...) ainda que o Estado seja o centro explícito do ataque neoliberal, o que se pretende mesmo é o desmonte e a desarticulação de qualquer forma de regulação que contenha um viés democrático”. (ORTIZ, 2002:95-96).

33

apenas para complementar o que não se conseguiu via mercado, família ou comunidade. (apud GUEIROS, 2002:104).

Portanto, deve-se atentar para o caráter clientelista, paternalista e

assistencialista que marcam o processo de construção e aplicação das políticas

sociais, que tem contribuído para a dependência por parte dos indivíduos sociais

diante do aparato estatal, identificando como pano de fundo do processo de efetivação

das políticas sociais, o modelo de produção capitalista, de acumulação e concentração

de renda.

Com base nas mudanças decorrentes do processo de industrialização do

Brasil, pretende-se fazer uma análise crítica sobre os avanços históricos da legislação

brasileira, na perspectiva de desvendar a realidade da sociedade que a gerou e, que

tem redimensionamento constantemente suas ações na busca pela garantia dos direitos

sociais.

Nesse sentido, como objetivo de compreender os conceitos que embasarão

este Plano, pretende-se discutir os conceitos de família, criança, adolescente e

legislações inerentes ao direito à convivência familiar e comunitária.

3.1.1 Famílias brasileiras: novos arranjos e a busca pela garantia dos direitos

Com vistas a compreender a família em suas relações sociais e enquanto base

para a formação dos sujeitos, a Constituição Federal de 1988 define, no Art. 226,

parágrafo 4◦ que “entende-se como entidade familiar a comunidade formada por

qualquer um dos pais e seus descendentes”. Além disso, o ECA, em seu Art. 25,

define como família natural “a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e

seus descendentes”.

Destaca-se a mudança de concepção, pois a família era considerada como

uma estrutura perfeita, com um “padrão” dado pela sua constituição nuclear pais e

filhos. No decorrer do processo histórico o que evidencia-se é a diversidade de

arranjos familiares que exercem a função de proteção e socialização de suas crianças

e adolescentes.

Em complementaridade, tem-se uma análise mais completa através da base

sócio-antropológica. Diante disso, a família pode ser pensada como um grupo de

pessoas que são unidas por laços de consangüinidade37 de aliança38 e de afinidade39

37

A definição pelas relações consanguíneas de quem é “parente” varia entre as sociedades podendo ou não incluir tios, tias, primos de variados graus, etc. Isto faz com que a relação de consanguinidade, em

34

Esses laços são constituídos por representações, práticas e relações que implicam

obrigações mútuas. Por sua vez, estas obrigações são organizadas de acordo com a

faixa etária, as relações de geração e de gênero, que definem o status da pessoa

dentro do sistema de relações familiares.

Além destes conceitos, há o conceito de “família extensa”, isto é, uma família

que se estende para além da unidade pais/filhos e/ou da unidade do casal, estando ou

não dentro do mesmo domicílio: irmãos, meio-irmãos, avós, tios e primos de diversos

graus, tendo como alicerce o vínculo de parentesco.

O cotidiano das famílias é constituído por vínculos que pressupõem obrigações

mútuas, mas não de caráter legal e sim de caráter simbólico e afetivo. São relações de

apadrinhamento, amizade e vizinhança e outras correlatas. Constam dentre elas,

relações de cuidado estabelecidas por acordos espontâneos e que não raramente se

revelam mais fortes e importantes para a sobrevivência cotidiana do que muitas

relações de parentesco.

Nesse sentido, Carvalho ao dialogar com Afonso e Figueiras assinala que:

É preciso olhar a família no seu movimento. Este movimento de organização-reorganização torna visível a conversão de arranjos familiares entre si, bem como reforça a necessidade de se acabar com qualquer estigma sobre as formas familiares diferenciadas. Evitando a naturalização da família, precisamos compreendê-la como grupo social cujos movimentos de organização-desorganização-reorganização mantêm estreita relação com o contexto sociocultural. (CARVALHO, 2003b:15).

As intervenções profissionais junto às famílias devem sempre estar

vinculadas à uma análise profunda diante da realidade social e cultural em que estas

estão inseridas, considerando as novas configurações e sua formação.(nota de rodapé

conceito de família).

Diante dessa discussão, há diversos arranjos constituídos referentes à

socialização de crianças e adolescentes, que pretende-se nominar de “rede social de

apoio40” em que as obrigações mútuas construídas por laços simbólicos e afetivos

vez de “natural”, tenha sempre de ser interpretada em um referencial simbólico e cultural (Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária, 2006).

38Vínculos contraídos a partir de contratos, como a união conjugal.

39 Vínculos “adquiridos” com os parentes do cônjuge a partir das relações de aliança.

40De acordo com Dessen (2000), rede social é um sistema composto por pessoas, funções e situações

dentro de um contexto, que oferece apoio instrumental e emocional: ajuda financeira, divisão de responsabilidades, apoio emocional e diversas ações que levam ao sentimento de pertencer ao grupo (Dessem, Maria Auxiliadora e Braz, Marcela Pereira. Rede Social de Apoio Durante Transições Familiares Decorrentes do Nascimento de Filhos. Universidade de Brasília UnB Psic.: Teoria e Pesquisa vol.16, nº. 3 Brasília Set./Dez. 2000).

35

podem ser muito fortes, porém não pressupõem reconhecimento e obrigações legais.

As “redes sociais de apoio” possuem papel primordial no atendimento e

inserção de crianças, adolescentes e famílias em espaços de proteção, defesa e

garantia dos direitos à convivência familiar e comunitária. O que se deve destacar é

que apesar da rede de apoio fortalecer vínculos afetivos e simbólicos, as providências

de regularização da situação da criança e do adolescente devem ser a prioridade na

luta pela garantia dos direitos sociais.

3.1.2 Garantia dos direitos da família, crianças e adolescentes

As mudanças históricas que marcam a infância e adolescência no Brasil ficam

evidentes ao passo que analisa-se os avanços da legislação no sentido de garantir os

direitos destes usuários.

Com a Constituição Federal de 1988 e ECA, tem-se a doutrina da proteção

integral, em que as crianças e adolescentes são considerados “sujeitos de direitos”,

que participam do processo histórico em que estão inseridos, mas que também exigem

obrigações por parte da família, sociedade e Estado.

As obrigações se caracterizam pelo dever de garantir ações efetivas de acesso

aos direitos, com base na análise da criança e do adolescente enquanto pessoa em

desenvolvimento, que necessita de apoio em sua formação, pois no decorrer deste

processo a família, amigos, grupos influenciam diretamente nos diferentes papéis que

estes sujeitos desenvolvem.

Nesse sentido, faz-se necessário compreender conforme Ferrari e Kaloustian

que:

Por detrás da criança excluída da escola, nas favelas, no trabalho precoce urbano e rural e em situação de risco, está a família desassistida ou inatingida pela política oficial. Quando esta existe, é inadequada, pois não corresponde às suas necessidades e demandas para oferecer o suporte básico para que a família cumpra, de forma integral, suas funções enquanto principal agente de socialização dos seus membros, crianças e adolescentes principalmente. (FERRARI E KALOUSTIAN, 1998:13).

Portanto, a política de atendimento aos direitos da criança e do adolescente

deve se materializar através “de um conjunto articulado de ações governamentais e

não-governamentais”, com vistas a garantir que a família tenha acesso às políticas

sociais de saúde, educação, assistência social, cultura, além de garantir o atendimento

qualitativo às famílias que através do empoderamento terão suporte para

36

desempenhar plenamente suas responsabilidades e funções.

3.2 CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA: O ACESSO AO DIREITO

O direito à convivência familiar e comunitária para a criança e o adolescente

são essenciais para a sua formação enquanto sujeito, sendo que além da Constituição

Federal de 1988, o ECA preconiza, no Art. 19, que:

Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. (BRASIL, 1990).

Nesse sentido, a perspectiva de ação das entidades governamentais e não-

governamentais com vistas à garantia deste direito exige a articulação entre os

serviços e sistematização do fluxo de atendimento, sendo essencial à compreensão

dos direitos à convivência familiar e comunitária.

3.2.1 Convivência Familiar

O processo histórico da sociedade acontece de forma dinâmica e

consequentemente gera mudanças na realidade das famílias. Isso se evidencia

quando da análise dos novos arranjos familiares que estão diretamente relacionadas

ao avanço científico e tecnológico, bem como, às alterações vividas no contexto

político, jurídico, econômico, cultural e social no qual a família está inserida.

Nessa perspectiva, evidencia-se que além dos novos arranjos familiares há

uma vasta diversidade sociocultural, sendo essencial que os profissionais tenham o

posicionamento ético que reconhece as diferenças enquanto um dos aspectos

inerentes à cidadania.

O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e

Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária apresenta a discussão de

Bruschini que assinala que a família “não é a soma de indivíduos, mas um conjunto

vivo, contraditório e cambiante de pessoas com sua própria individualidade e

personalidade”(Apud BRASIL, 2006:30).

Diante da complexidade das relações familiares através do vínculos

estabelecidos, diferenças, conflitos, cuidado e proteção exigem ações por parte do

Estado no sentido de fortalecimento e empoderamento da família através de políticas

37

de apoio sócio-familiar, que previnem e combatem a violação dos direitos das crianças

e dos adolescentes.

Para tanto, deve-se assinalar os fatores que determinaram as metamorfoses

nas estruturas familiares, nessa perspectiva Losacco considera que,

É relevante assinalar que, hoje, o tempo destinado à convivência familiar é mais escasso, seja pela maior jornada de trabalho em razão das necessidades econômicas, seja por solicitação de atividades externas exercidas individualmente ou com grupos extrafamiliares. Esse processo favorece, freqüentemente, o enfraquecimento da coesão familiar. (2002:65-66).

Nesse sentido, este Plano tem como alicerce a busca pelo fortalecimento de

ações junto às famílias41, no sentido de garantir o direito à convivência familiar e,

quando houver impossibilidade garantir formas alternativas deste direito.

3.2.2 Convivência Comunitária

A convivência comunitária se refere ao contexto de socialização em que a

criança e adolescente está inserido. Este contexto que se manifesta primeiramente

através da inserção da criança na educação infantil e passa a se expandir,

influenciando continuamente o desenvolvimento da criança e do adolescente.

Nesse sentido, deve-se refletir com base nas práticas de educação das

crianças e adolescentes brasileiros, pois conforme Gramsci,

A consciência da criança não é algo ‘individual’ (e muito menos individualizado), é o reflexo da fração da sociedade civil da qual participa, das relações tais como elas se concentram na família, na vizinhança, na aldeia, etc. (Apud FRIGOTTO, 2003:178).

No decorrer dessas relações entre a criança e o adolescente com a

comunidade há a identificação dos limites de sociabilidade, regras e normas de

convivência, entre outros aspectos inerentes à vivência em comunidade. Destacam-se

41

Referente às famílias, faz-se essencial esclarecer os conceitos: Família acolhedora – nomenclatura dada à família que participa de programas de famílias acolhedoras, recebendo crianças e adolescentes sob sua guarda, de forma temporária até a reintegração da criança com a sua própria família ou encaminhamento para família substituta. Família extensa – Além da relação de parentalidade/filiação, diversas outras relações de parentesco compõem uma “família extensa”, isto é, uma família que se estende para além da unidade pais/filhos e/ou da unidade do casal, estando ou não dentro do mesmo domicílio: irmãos, meio-irmãos, avós, tios e primos de diversos graus. Família de origem – família com a qual a criança e o adolescente viviam no momento em que houve a intervenção dos operadores ou operadoras sociais ou do direito. Família natural – Conforme a Constituição Federal de 1988 Art. 226 “entende-se como entidade familiar a comunidade formada por qualquer um dos pais e seus descendentes”.

38

neste processo os espaços e as instituições sociais como mediadores das relações

que as crianças e os adolescentes estabelecem, contribuindo para a construção de

relações afetivas e de suas identidades individual e coletiva. Nessa direção, se o

afastamento do convívio familiar for necessário, as crianças e adolescentes devem, na

medida do possível, permanecer no contexto social que lhes é familiar, conforme

manifesto do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de crianças e

adolescentes à Convivência familiar e Comunitária. (BRASIL, 2006).

A inserção da criança e do adolescente na comunidade tende a facilitar,

também, a inserção da família na sociedade. Sendo assim, ao discutir sobre o

acolhimento familiar e comunitário de crianças e adolescentes deve-se analisar que se

trata de uma situação que repercute tanto nas crianças e adolescentes, quanto nas

famílias.

Neste aspecto deve-se fortalecer também o grupo de família extensa e vínculos

na comunidade, como forma de garantir ações possíveis em detrimento da

institucionalização.

Com base nos resultados da primeira etapa do Levantamento Nacional de

Abrigos para crianças e adolescentes realizado pelo IPEA, Rocha coordenadora do

trabalho assinala que:

Os dirigentes que ouvimos reconhecem que é difícil interromper o círculo vicioso de desemprego, vício, violação de direitos e abandono. Isso indica que as políticas dirigidas a crianças e adolescentes não estão suficientemente articuladas com ações de atenção às suas famílias, o que poderia não apenas evitar a institucionalização, como também abreviá-la quando fosse excepcionalmente necessária. (IPEA, 2006).

As políticas sociais de atendimento às crianças, adolescentes e famílias, as

redes sociais de apoio e os vínculos comunitários podem favorecer a preservação e o

fortalecimento dos vínculos familiares, bem como a proteção, cuidado e defesa da

criança e ao adolescente.

A organização da Política de Assistência Social no Brasil tem nos seus

princípios, diretrizes e objetivos a centralidade na família para concepção e

implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos. Realiza-se de forma

integrada às políticas setoriais, considerando as desigualdades socioterritoriais,

visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de

condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais.

Portanto, prevê a unidade familiar como referência matriz para todo o trabalho

social, nos três Eixos de Proteção Social:

39

a) Proteção Social Básica;

b) Proteção Social Especial de Média Complexidade e;

c) Proteção Social Especial de Alta Complexidade.

Diferentemente da Proteção Social Básica que tem um caráter preventivo, a

Proteção Social Especial (PSE) atua com natureza protetiva. São ações que requerem

o acompanhamento familiar e individual, bem como, maior flexibilidade nas soluções.

Comportam encaminhamentos efetivos e monitorados, apoios e processos que

assegurem qualidade na atenção.

As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com níveis de

complexidade (Média ou Alta) e conforme a situação vivenciada pelo indivíduo ou

família. Os serviços de PSE atuam diretamente ligados com o sistema de garantia de

direito, exigindo uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, o

Ministério Público e com outros órgãos de defesa de direitos e ações do Executivo.

O Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS) é a

unidade pública que oferta serviços da Proteção Social Especial de Média

Complexidade, de natureza especializada e continuada, a famílias e indivíduos em

situação de ameaça ou violação de direitos. Além da oferta de atenção especializada,

o CREAS tem o papel de coordenar e fortalecer a articulação dos serviços com a rede

de assistência social e as demais políticas públicas.

São considerados serviços de Proteção Social Especial (PSE) de Alta

Complexidade aqueles que oferecem atendimento às famílias e indivíduos que se

encontram em situação de abandono, ameaça ou violação de direitos, necessitando

de acolhimento provisório, fora de seu núcleo familiar de origem.

Esses serviços visam a garantir proteção integral a indivíduos ou famílias em

situação de risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente

fragilizados, por meio de serviços que garantam o acolhimento em ambiente com

estrutura física adequada, oferecendo condições de moradia, higiene, salubridade,

segurança, acessibilidade e privacidade. Os serviços também devem assegurar o

fortalecimento dos vínculos familiares e/ou comunitários e o desenvolvimento da

autonomia dos usuários.

No âmbito da Política Nacional de Assistência Social - PNAS, a Proteção

Social Especial

A proteção social especial é modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação

40

de trabalho infantil, dentre outras. (BRASIL, 2004)

Neste sentido, as equipes da área de Proteção Social Especial possuem

estreita relação com o Sistema de Garantia dos Direitos das Crianças e dos

Adolescentes, especialmente com a Vara da Infância, Juventude e Família, Ministério

Público, e Conselho Tutelar, sendo estratégica a intervenção junto aos sujeitos com

direitos violados, tendo como prioridade o atendimento às crianças e adolescentes.

Diante das discussões teóricas e avanços inerentes à Política Pública de

Assistência Social, foram estabelecidos parâmetros legais para os serviços referentes

ao direito à Convivência Familiar e Comunitária.

Nesse sentido, pretende-se apresentar os parâmetros legais com base no

ECA, Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e

Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, Tipificação Nacional dos Serviços

Socioassistenciais e Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento para

Crianças e Adolescentes, conforme Tabela 1.

41

TABELA 1 – PARÂMETROS LEGAIS REFERENTES AO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

CONCEITOS ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE-ECA

PLANO NACIONAL DE CONVIVENCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

ORIENTAÇÕES TÉCNICAS PARA O SERVIÇO DE ACOLHIMENTO

Acolhimento Institucional Art. 101 – VII medida de proteção provisória e excepcional

Modalidade de atendimento: Abrigo Institucional, Casa lar e Casa de Passagem

Serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade sendo o atendimento em diferentes tipos de equipamentos e modalidades: unidade residencial, unidade institucional, residências inclusivas para jovens e adultos com deficiência

Abrigo Institucional que oferece acolhimento, cuidado e espaço de desenvolvimento para grupos de crianças e adolescentes. Modalidade de Abrigo Institucional, Casa Lar e República

Equipe mínima para acolhimento institucional

Art. 101 – Parágrafo 4º assinala sobre a elaboração do Plano Individual de Atendimento, discute sobre avaliação interdisciplinar

Não Consta Orienta conforme NOB/RH/SUAS e Orientações Técnicas

Coordenador, cuidador e auxiliar de cuidador. Aponta ainda 1 Assistente Social e 1 Psicólogo para atendimento de até 20 crianças/adolescentes com carga horária mínima de 30 hrs/semanais.

Abrigo Institucional Art. 101 – VII - VII medida de proteção provisória e excepcional e Art. 92

Executam serviço público de proteção e cuidado de crianças e adolescentes em ambiente institucional

Unidade institucional semelhante a uma residência, destinada a um grupo de até 20 crianças/adolescentes com educadores/cuidadores com turnos fixos diários

Oferece atendimento, cuidado e espaço de desenvolvimento para grupos de crianças e adolescentes em situação de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontram-

42

se temporariamente impossibilitados de cumprir a sua função de cuidado e proteção. Máximo de atendimento: 20 crianças e/ou adolescentes. Equipe técnica: Coordenador, 1 Assistente Social, 1 Psicólogo.

Casa Lar Art. 101 – VII medida de proteção provisória e excepcional

Oferecem programa s de abrigo, atendimento oferecido em unidades residenciais, nas quais um cuidador residente se responsabiliza pelos cuidados de até 10 crianças/adolescentes, devendo receber supervisão técnica

Atendimento em unidade residencial onde uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente, prestando cuidado a um grupo de até 10 crianças/adolescentes

Uma pessoa ou casal trabalha como cuidador residente, em uma casa que não é sua, prestando cuidados a um grupo de crianças e adolescentes sob medida protetiva. Equipe técnica: Coordenador, Cuidador/educador residente, auxiliar de cuidador/educador e 1 Assistente Social e 1 psicólogo

Casa de Passagem Art. 101 – VII medida de proteção provisória e excepcional

É citada como uma das modalidades de acolhimento. Constitui-se m Acolhimento Institucional de curtíssima duração, onde se realiza diagnostico eficiente, com vista á reintegração á família de origem ou encaminhamento para

Não consta Não consta

43

Acolhimento Institucional ou Familiar, que são medidas provisórias e excepcionais

República Art. 101 – VII medida de proteção provisória e excepcional

Modalidade de acolhimento Institucional que visa a transição da vida institucional para a vida autônoma, quando atingida a maioridade, sem contar necessariamente com características de ambiente familiar. Moradia onde os jovens se organizam em grupos com vistas a autonomia

Serviço que oferece proteção, apoio e moradia subsidiada a grupos de pessoas maiores de 18 anos, em estado de abandono, situação de vulnerabilidade e risco social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e sem condições de moradia e autossustentação. Organizado e unidades femininas e masculinas para jovens de 18 a 21 anos.

É um estágio na construção de autonomia pessoal e uma forma de desenvolver possibilidades de auto-gestão, autossustentação e independência, para atendimento à jovens entre 18 e 21 anos em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e em desligamento de serviços de acolhimento para crianças e adolescentes. Atendimento máximo de 6 jovens, com equipe técnica formada por coordenador, 1 Assistente Social e 1 Psicólogo com carga horária de 30 hrs/semanais.

Acolhimento familiar Art. 101 – VII medida de proteção provisória e excepcional

Programa de Famílias Acolhedoras – serviço que organiza o acolhimento da

Serviço de acolhimento em família acolhedora, sendo adequado ao atendimento de crianças

Serviço de Acolhimento provisório, até que seja viabilizada uma solução de caráter permanente de

44

residência de famílias acolhedoras de crianças e adolescentes afastados da famílias de origem por medida protetiva. Proteção integral até que seja possível reintegração familiar

e adolescentes cuja avaliação da equipe técnica indique a possibilidade de retorno à família de origem, nuclear ou extensa.

reintegração familiar ou excepcionalmente adoção. Há a vinculação ao programa com previsão da divulgação, seleção, preparação e acompanhamento das famílias acolhedoras. Número máximo de 1 crianças/adolescente por famílias, salvo quando for grupos de irmãos.

Equipe Técnica para acolhimento familiar

Art. 101 – Parágrafo 4º assinala sobre a elaboração do Plano Individual de Atendimento, discute sobre avaliação interdisciplinar

Não consta Orienta conforme a NOB/RH/SUAS e Orientações Técnicas

Aponta 1 Coordenador, 1 Assistente Social e 1 Psicólogo para cada 15 famílias acolhedoras com carga horária mínima de 30 horas.

45

Estes se constituem como parâmetros legais para o Estado, através das

políticas de atendimento, qualificar as intervenções no sentido de garantir a

estruturação dos Serviços, conforme a necessidade real dos usuários.

3.3 VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES: FAMÍLIA ENQUANTO ESPAÇO DE AFETO E DE CONFLITO

A importância da família enquanto base de socialização dos sujeitos também

se apresenta como espaço de conflitos e violação de direitos. Isso devido o sistema

capitalista de produção que garante a concentração de renda e aumento das

desigualdades sociais.

Conforme o Art. 5° do ECA “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de

qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e

opressão”, sendo dever constitucional da família, da sociedade e do Estado. (BRASIL,

1990).

Cabe destacar que quando a família está em situação de risco esta deve se

configurar enquanto público-alvo das políticas sociais, no sentido de garantir que não

haja a violação dos direitos das crianças e dos adolescentes o que,

consequentemente, poderá gerar a ruptura dos laços familiares e comunitários.

Quando da violação dos direitos das crianças e dos adolescentes, a sociedade

deve agir no sentido de denunciar a situação e o Estado, em complementaridade,

deve garantir o atendimento de apoio sócio-familiar à família.

Como forma de compreender a violação dos direitos das crianças e dos

adolescentes, há a necessidade de esclarecer os conceitos inerentes à violência. O

Plano de Convivência Familiar e Comunitária e de Acolhimento tem como base o

conceito de violência assinalado por Adorno (Apud GUERRA),

(...) a violência é uma forma de relação social; está inexoravelmente atada ao modo pelo qual os homens produzem e reproduzem suas condições sociais de existência. Sob esta óptica, a violência expressa padrões de sociabilidade, modos de vida, modelos atualizados de comportamento vigentes em uma sociedade em um momento determinado de seu processo histórico. A compreensão de sua fenomenologia não pode prescindir, por conseguinte, da referência às estruturas sociais; igualmente não pode prescindir da referência aos sujeitos que a fomentam enquanto experiência social. Ao mesmo tempo em que ela expressa relações entre classes sociais, expressa também relações interpessoais (...) está presente nas relações intersubjetivas que se verificam entre homens e mulheres, entre adultos e crianças, entre profissionais de categorias distintas. Seu resultado mais visível é a conversão de sujeitos em

46

objeto, sua coisificação. A violência é simultaneamente a negação de valores considerados universais: a liberdade, a igualdade, a vida. Se entendermos como o fez a filosofia política clássica que a liberdade é fundamentalmente capacidade, vontade, determinação e direito ‘natural’ do homem, a violência enquanto manifestação de sujeição e de coisificação só pode atentar contra a possibilidade de construção de uma sociedade de homens livres (...) a violência não é necessariamente condenação à morte, ou, ao menos, esta não preenche seu exclusivo significado. Ela tem por referência a vida, porém a vida reduzida, esquadrinhada, alienada; não a vida em toda a sua plenitude, em sua manifestação prenhe de liberdade. A violência é uma permanente ameaça à vida pela constante alusão à morte, ao fim, à supressão, à anulação (2001:31).

A partir deste conceito, tem-se como perspectiva discutir sobre as formas de

violência contra crianças e adolescentes que são o público alvo do Plano. Neste

sentido, tem-se como base o conceito elaborado por Guerra de que se tratam dos

(...) atos e/ou omissões praticados por pais, parentes ou responsável em relação à criança e/ou adolescente que sendo capaz de causar à vítima dor ou dano de natureza física, sexual e/ou psicológica implica, de um lado, uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de outro, numa coisificação da infância (2001).

A violência doméstica pode ser dividida conforme suas características, sendo

estas: negligência, abandono, violência física, violência sexual e violência psicológica.

Negligência: representa uma omissão em termos de prover as necessidades

físicas e emocionais de uma criança ou adolescente. Configura-se quando os pais (ou

responsáveis) falham em termos de alimentar, de vestir adequadamente seus filhos,

etc, e quando tal falha não é o resultado de condições de vida além do seu controle

(AZEVEDO e GUERRA, 1998).

Abandono: (...) se caracteriza pela ausência do responsável pela criança ou

adolescente na educação e cuidados da criança. O abandono parcial é a ausência

temporária dos pais, expondo a criança a situações de risco. O abandono total é o

afastamento do grupo familiar, ficando as crianças sem habitação, desamparadas,

expostas a várias formas de perigo (CLAVES Apud BRASIL, 2004c: 36).

Violência física: (...) o uso da força física de forma intencional, não acidental,

por um agente agressor adulto (ou mais velho que a criança ou adolescente).

Normalmente esses agentes são os próprios pais ou responsáveis que muitas vezes

machucam a criança ou adolescente sem a intenção de fazê-lo. A violência física pode

deixar ou não marcas evidentes e nos casos extremos pode causar morte. (ABRAPIA

47

Apud BRASIL, 2004c:36).

Violência sexual: configura-se como todo ato ou jogo sexual, relação hétero

ou homossexual, entre um ou mais adultos (parentes de sangue ou afinidade e/ou

responsáveis) e uma criança ou adolescente, tendo por finalidade estimular

sexualmente uma criança ou adolescente ou utilizá-los para obter uma estimulação

sexual sobre sua pessoa ou outra pessoa (AZEVEDO e GUERRA, 1995).

Violência psicológica: é o conjunto de atitudes, palavras e ações dirigidas

para envergonhar, censurar e pressionar a criança de forma permanente (CRAMI

Apud NEUMANN, 2000).

Diante destes conceitos, a defesa dos direitos da criança e do adolescente

trata-se de um dever da sociedade, pois conforme o Art. 18 do ECA, “É dever de todos

velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer

tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”. (BRASIL,

1990).

Quando se tratar de ameaça ou violação dos direitos destes sujeitos que

conforme o ECA, Art. 98, são decorrentes “I – por ação ou omissão da sociedade ou

do Estado; II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III – em razão de

sua conduta são aplicadas as medidas de proteção.”

Com base no Art. 101 do ECA, constituem-se como medidas de proteção:

I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; III – matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança ou ao adolescente; V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; VII – acolhimento institucional; VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; IX - colocação em família substituta. (BRASIL, 1990, p.52)

A construção do Plano Municipal de Convivência Familiar e Comunitária e de

Acolhimento busca planejar e sistematizar especificamente o direito à convivência

familiar e comunitária, em que estão contidas as medidas de proteção acolhimento

institucional, inclusão em Programa de Acolhimento Familiar e colocação em família

substituta. Diante disso, pretende-se propor ações com base nestas medidas.

48

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Orientar sobre a garantia do direito à Convivência Familiar e Comunitária

através da interface com as diversas políticas públicas e Sistema de garantia

de Direitos.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer e implementar as legislações e documentos decorrentes que

regulamentam o direito da Criança e Adolescente à convivência familiar e

comunitária;

Mapear a rede de atendimento que garante os direitos das crianças e

adolescentes;

Discutir estratégias de ação junto aos profissionais da rede de atendimento

socioassistencial, no sentido de fortalecer as relações familiares em

detrimento do rompimento dos vínculos;

Propor metas, para o período de 2014-2017, com vistas a garantir a qualidade

no atendimento às crianças e adolescentes assegurando o direito à

convivência familiar e comunitária;

Identificar a realidade evidenciada pelas instituições de acolhimento com vistas

a qualificação e adequação de cada serviço às normativas nacionais;

49

5 METODOLOGIA PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA E DE ACOLHIMENTO

Para revisão do Plano foram realizadas reuniões de trabalho da Comissão

Intersetorial de Convivência Familiar e Comunitária, com encontros periódicos.

Nestes, foram definidos e solicitados os dados de responsabilidade de cada Política

Pública e Sistema de Garantia de Direitos que deveriam constar bem como definido o

Sumário a ser preenchido pelas instituições que desenvolvem o Serviço de

Acolhimento. Definiu-se prazo para retorno das informações, onde a Comissão

realizou a discussão e compilou os dados coletados.

Considerando a adesão do município ao Termo de Aceite para Cofinanciamento

do Serviço de Acolhimento para Crianças, Adolescentes e Jovens até 21 anos, que

dispõe da necessidade de apresentar o Plano ao Conselho Municipal de Assistência

Social (CMAS), este foi encaminhado à Comissão Técnica do CMAS para análise e

contribuição no processo de elaboração.

Com vistas ao alcance dos objetivos elencados no Plano, a Comissão definiu

por expressar no Quadro de Metas ações a serem realizadas para o alcance dos

objetivos.

Considerando as discussões realizadas bem como o prazo dado pelo Ministério

de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para apresentação do Plano,

que é de 6 meses após o Termo de Aceite realizado em março de 2014, o Plano será

encaminhado ao CMDCA para apreciação e posteriormente ao CMAS para apreciação

e aprovação, devendo ser remetido cópia ao Órgão Gestor Estadual de Assistência

Social.

50

6 MUNICIPIO DE TOLEDO – BREVE HISTÓRICO

O município de Toledo está localizado em uma região de fronteira e apresenta

determinações diferenciadas em sua inserção na própria região Oeste do Paraná.

A partir de 1946, iniciou-se a colonização de Toledo,assim como da região

Oeste do Paraná, sendo que o primeiro caminhão a chegar ao Arroio Toledo, trazia

como trabalhadores Juvenildo Lorandi, Antônio Scain e José Scain, Avelino Preto,

Ângelo Gobbi, Orlando Cambruzzi Tomé, José Drago, Marcilio e Mansueto Molon,

Gregório Spacin, Atalípio Bohne, Ivo Zago, Pedro Rodolfino e no comando estava

Zulmiro Antonio Ruaro42.

A viagem transcorreu via Vacaria – Erexim – Chapecó – Clevelândia - Lagoa

Seca - Laranjeiras do Sul (então capital do Território do Iguaçu) - Rocinha-Catanduvas

- Cascavel. Chegaram em Cascavel no dia 19 de março de 1946 e faltava percorrer a

distância de Cascavel até o Arroio Toledo, cerca de 45 quilômetros.

Sendo assim,

Coube a um grupo de desbravadores gaúchos, vindos de São Marcos a serviço da MARIPÁ (Indústria Madeireira Colonizadora Rio Paraná S/A), e orientados por Alfredo Pascoal Ruaro, aqui aportar em 27 de março de 1946 para colonizar toda a chamada “Fazenda Britânia”, transformando esta em futuros patrimônios, distritos e Municípios, a começar por Toledo (SILVA, 1985:81).

O grupo acampou a margem esquerda do Arroio Toledo.

Toledo foi assim fundado, ou nasceu, em 27 de março de 1946, sendo o seu principal fundador como pessoa física o pioneiro Alfredo Pascoal Ruaro e como pessoa jurídica a (...) desbravadora MARIPÁ (SILVA, 1985:81).

Apesar das dificuldades, em 1949, muitos trabalhadores vieram para a região,

principalmente devido a área administrativa da colonizadora e ao trabalho espiritual de

Padre Antônio Patuy (1º vigário de Toledo).

Neste momento histórico, Toledo era distrito de Foz do Iguaçu e a emancipação

política deu-se no dia 14 de novembro de 1951, pela Lei nº 790, aprovada pelo

governador Bento Munhoz da Rocha Neto. A primeira eleição aconteceu em 09 de

novembro de 1952 e, em 14 de dezembro do mesmo ano, instalou-se o município

tendo como prefeito Dr. Ernesto Dall’Oglio.

Com base na discussão de Silva (1985), a população Toledana formou-se a

42

Dados extraídos do livro Toledo Pr: a história de um latifúndio improdutivo, sua reforma agrária, sua

colonização, seu progresso. Do autor: Ondy Hélio Niederauer.

51

partir de vários grupos étnicos, tendo destaque os europeus, alemães, espano-

americanos e orientais, além dos grupos mistos43. Além disso, houveram grupos

menores formados por russos, poloneses, romenos, bolivianos, paraguaios e outros,

que com o desenvolvimento do município modificaram-se devido a miscigenação.

Os paraguaios realizaram o trabalho braçal, derrubada de matas, abertura de

estradas, medições de lotes rurais onde eram forçados a trabalhos mais penosos,

como a construção de jangadas nas águas do São Francisco. No que se relaciona aos

costumes, desde o início da colonização começou a predominar a maneira de viver

dos pequenos fazendeiros ou proprietários rurais, de origem italiana e alemã,

conservados das tradições de trabalho e da agricultura como meio de vida. Os fins de

semana eram dedicados, à missa, ao culto evangélico, ao churrasco, ao chimarrão, ao

bolão, à bocha, à canastra e, quando existiam muitos rios, às caçadas e pescarias.

O município de Toledo localiza-se no Oeste paranaense e apresenta uma área

de 1.197 km2, sendo parte do Terceiro Planalto Paranaense, apresentando os

seguintes limites geográficos: norte com Palotina e Nova Santa Rosa; ao nordeste

com Assis Chateaubriand e Tupãssi; ao leste com Cascavel; ao sul com Vera Cruz

d’Oeste e Céu Azul; ao sudoeste com Vera Cruz d’Oeste e Matelândia; ao oeste com

Santa Helena e Marechal Cândido Rondon (Apud SPIELMANN, 2008).

A economia toledana é essencialmente agroindustrial. Possui o maior rebanho

suíno do Paraná e o terceiro maior do país. Há ainda a criação de aves e leite, a

produção de grãos, como soja, trigo, milho, feijão, girassol e amendoim, e ainda,

algodão, fumo e mandioca.

Na passagem da década de 1960/1970, a modernização agrícola imprimiu

novas relações no campo e a especialização agrícola favoreceu a monocultura e a

concentração da propriedade, ocasionando o êxodo rural e a acelerada urbanização.

No início da colonização, a partir de 1946 até 1949, não houve um aumento

significativo da população, devido às dificuldades iniciais e da falta de infra-estrutura,

conforme Tabela 3:

TABELA 2 TOLEDO – EXPANSÃO DEMOGRÁFICA

ANO 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955

Nº DE

HABITANTES

130 240 615 2.095 3.205 4.240 5.690 6.920

FONTE: SILVA, O. Toledo e Sua História, 1988, p.371-372.

43

Misto: Refere-se a todos os povos que miscigenaram-se. Ex: brasileiros com alemães.

52

A partir da abertura de estradas, venda de terras, propagação dos planos de

colonização, no início dos anos de 1950, houve uma expansão demográfica

expressiva, apresentando inclusive em decorrência das mudanças no cenário nacional

o aumento da população na zona urbana:

TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL – 2010

ANO URBANA RURAL TOTAL

1956 2.720 7.225 9.945

1960 5.926 19.033 24.959

1970 14.986 53.899 68.885

1980 42.994 38.288 81.282

1991 72.402 22.477 94.879

1996 76.125 14.292 90.417

2000 85.920 12.280 98.200

2007 98.606 11.251 109.857

2010 108.259 11.054 119.313

FONTE: IBGE – Censo, 2013.

Além destes dados, assinala-se que o município passa a investir na área

habitacional com vistas a garantir apoio à população advinda de outras cidades e

estados com o interesse de residir em Toledo, conforme Tabela 4, apresenta os

indicadores habitacionais, conforme dados do IBGE/IPARDES:

TABELA 4 - ASPECTOS HABITACIONAIS DE TOLEDO CONFORME DADOS DO

IBGE DE 2010

INDICADORES HABITACIONAIS - 2010

URBANA % RURAL % TOTAL %

Nº de domicílios - % relativo 38.648 3.895 42.543

100,0

Média de habitantes por domicílio 2,80

-- 2,83 -- 5,63 --

FONTE: IBGE/IPARDES – 2010.

Segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e

Social (IPARDES), a densidade demográfica é de 91,65 habitantes por km2. A

população do município está dividida em 49 (quarenta e nove) bairros e 20 (vinte)

distritos, conforme Figura 4:

53

FIGURA 4 – MAPA DE TOLEDO POR SATÉLITE

Fonte:TOLEDO, 2009.

Essa distribuição dos bairros pode ser observada a partir da análise do mapa

por imagem de satélite, na busca por compreender a realidade social do município

numa perspectiva de totalidade.

Atualmente (2014), a cidade apresenta elevado índice de IDH, com cerca de

0.76, estando em 10º lugar dentre os municípios do Paraná, em 2013. A sociedade

desperta para a necessidade de preservação e recuperação dos recursos naturais e

para a promoção do desenvolvimento sustentável, apresentando indicadores de

evolução nos mais diversos setores, como por exemplo, esporte, cultura e

gastronomia. O crescimento de Toledo tem gerado desafios que estão sendo

enfrentados com atenção voltada à preservação e ampliação da qualidade de vida.

(TOLEDO, Plano Municipal de Saúde – 2010 a 2013).

Contudo, paralelo ao crescimento acelerado da população, as expressões da

questão social passam a evidenciar o desenvolvimento e aumento das desigualdades

sociais. Uma das expressões da questão social se trata da dificuldade apresentada no

interior das famílias para sobreviver, o que tende a prejudicar o processo de

convivência familiar e comunitária.

Diante dessa constatação, pretende-se resgatar os aspectos inerentes à

realidade do acolhimento familiar e institucional de crianças e adolescentes que

possuem suas vivências neste município e, a partir disso, planejar ações de superação

54

desta realidade.

7 POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS: INTERFACE DO ATENDIMENTO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE NA GARANTIA DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Para o atendimento às crianças e adolescentes, o município de Toledo dispõe

de uma rede de atendimento formada pelas diversas Políticas Públicas.

Assinala-se que a garantia do direito à convivência familiar e comunitária se dá

através de programas, projetos, serviços e benefícios das Políticas Públicas, pois

envolve tanto ações de atendimento e prevenção de situações de violação de direitos,

quanto atendimentos relacionados já à violação dos direitos de crianças e

adolescentes.

Para tanto, serão apresentados os atendimento nas áreas de: saúde,

educação, cultura, esporte e lazer, juventude , Conselho Tutelar e assistência social.

7.1 POLITICA MUNICIPAL DE SAÚDE

A Política Municipal de Saúde é desenvolvida no município através de diversos

equipamentos. A seguir citamos os espaços públicos gratuitos disponíveis de

atendimento à Saúde no município de Toledo.

7.1.1 - Unidades Básicas De Saúde

O município de Toledo conta com 20 Unidades Básicas de Saúde. Destas, 11

localizam-se na área urbana do município, 11 nos distritos e 1 unidade volante. Abaixo

seguem os principais programas desenvolvidos nas Unidades Básicas de Saúde

voltadas para a área da criança e do adolescente.

TABELA 5 – ATENDIMENTOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA POLÍTICA DE SAÚDE

Programa Eixo de Complexidade

do Atendimento

Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos

atendidos

55

1 Saúde Bucal Atenção Básica

UBS Prevenir a cárie dentária, realizar tratamento dentário e educação em saúde bucal.

05 aos 16 anos

2 Saúde da Criança (Puericultura)

Atenção Básica

UBS Prevenir as doenças infantis através da puericultura. Incentivar o aleitamento materno. Orientar sobre as etapas nutricionais à criança.

00 à 02 anos

3 Saúde da Criança (SISVAN44)

Atenção Básica

UBS Acompanhar o desenvolvimento nutricional das crianças, através da aferição antropométrica.

00 a 07 anos

4 Consulta com médico pediatra

Atenção Básica

UBS Atender a necessidade de assistência médica à criança.

00 à 12 anos

5 Consulta com médico clínico geral

Atenção Básica

UBS Atender a necessidade de assistência médica ao adolescente.

12 à 18 anos45

6 Consulta com médico ginecologista obstetra

Atenção Básica

UBS Atender a necessidade de assistência médica ginecológica e obstetra à adolescente.

12 à 18 anos46

7 Saúde da Mulher

Atenção Básica

UBS Atender a saúde da mulher. Prevenir câncer de mama e cólo uterino. Orientar gestantes através de reuniões e consultas de enfermagem.

12 à 18 anos47

44

SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. 45

Este mesmo médico atende adultos e idosos, desta forma foi realizado uma média de atendimento na faixa etária dos 12 aos 18 anos.

46O mesmo médico atende mulheres adultas e idosas.

47O mesmo profissional de enfermagem atende todas as faixas etárias, conforme a livre demanda.

56

Orientar sobre métodos contraceptivos e direitos reprodutivos.

8 Consultas de Enfermagem

Atenção Básica

UBS Atender e orientar os pacientes sobre a sua saúde e realizar procedimentos técnicos.

00 a 18 anos

9 Programa de imunização

Atenção Básica

UBS Vacinar de acordo com programa nacional de imunização, bem como nas campanhas nacionais, conforme livre demanda.

00 a 18 anos

10 Agente Comunitário de Saúde

Atenção Básica

UBS Realizar visitas domiciliares, acompanhando as famílias com gestantes, crianças e adolescentes.

00 a 18 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

7.1.2 Central de Especialidades

No município de Toledo tem-se ainda a Central de Especialidades, que oferta

189 procedimentos de Média Complexidade, procedimentos estes realizados na

própria Central de Especialidades, no Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste

do Paraná - CISCOPAR e em outros equipamentos credenciados. Tem como objetivo

atender a necessidade de assistência e tratamento médico especializado a toda

população, inclusive crianças e adolescentes. Além destes procedimentos, a Central

de Especialidades ainda disponibiliza atendimento com 13 Especialistas, para

atendimento à criança e ado adolescente, com objetivo de possibilitar o diagnóstico do

paciente para o tratamento adequado.

7.1.3 Centro de Atenção Psicossocial Dr. Jorge Niisidi “Lugar Possível”- CAPS II

O equipamento atende conforme demanda, disponibilizando atendimentos

para crianças e adolescentes, nas áreas de: Terapia Ocupacional, Enfermagem,

57

Psicologia, Psiquiatria, Serviço Social, Arteterapia.

7.1.4 Farmácia Básica

A Farmácia Básica atende através do fornecimento de complementação

alimentar para crianças, conforme receituário médico.

TABELA 6 – ATENDIMENTOS FARMÁCIA BÁSICA

Programa Eixo de Complexidade

do Atendimento

Local onde é

Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos atendidos

1 - Fornecimento de complementação alimentar para crianças menores de 06 meses, conforme protocolo em vigência; - Fornecimento de complementação alimentar para pacientes com sonda.

Proteção Básica

Farmácia Básica

- Possibilitar o fornecimento de leite artificial para casos com prescrição médica, principalmente as crianças com tolerância à lactose e prematuros com baixo peso; - Possibilitar o atendimento integral à complementação alimentar.

- 0 a 6 meses; - 0 a 18 anos.

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

7.1.5 Unidade de Fisioterapia e Reabilitação Infantil

TABELA 7 – ATENDIMENTOS UNIDADE DE FISIOTERAPIA E REABILITAÇÃO INFANTIL

Programa Eixo de Complexidade do

Atendimento

Local onde é

Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos atendidos

1 Reabilitação em fisioterapia

Média Complexidade

Clínica de Fisioterapia Infantil

Prestar assistência fisioterapêutica aos casos traumas ortopédicos, neurológicos, respiratórios e reumatológicas visando auxiliar no desenvolvimento de crianças e adolescentes através de terapias para reabilitação às atividades diárias do cotidiano.

0 a 14 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017

58

7.1.6 Secretaria Municipal de Saúde

TABELA 8 – ATENDIMENTOS SECRETARIA DE SAÚDE

Programa Eixo de Complexidade

do Atendimento

Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos

atendidos

1 Programa Ajuda de Custo

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Realizar pagamento de exames especializados não credenciados ao SUS, que foram prescritos pelo médico justificando a necessidade de tal procedimento.

0 a 18 anos

2 Programa de Órteses e Próteses Ortopédicas

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Fornecer órteses e próteses ortopédicas de média e alta complexidade, conforme solicitação médica.

0 a 18 anos

3 Tratamento Fora de Domicílio Média e Alta Complexidade

Média e Alta Complexidade

Secretaria de Saúde

Encaminhar os casos de pacientes que necessitem de tratamento médico não disponível, pelo SUS, no município

0 a 18 anos

4 Fornecimento de transpor-te e passagens Média e Alta Complexidade

Média e Alta Complexidade

Secretaria de Saúde

Fornecer transporte ou passagens aos pacientes e acompanhante, para o tratamento fora de domicílio.

0 a 18 anos

5 Exames Especializados sob responsabilidade do Estado

Média e Alta Complexidade

Secretaria de Saúde

Encaminhar e orientar sobre a documentação necessária para os exames especializados pagos pelo Estado, bem como fornecer o transporte dos pacientes.

0 a 18 anos

6 Programa de Fornecimento de Órteses Oculares

Média Complexidade

Secretaria de saúde

Fornecer órteses e próteses oculares de média e alta complexidade, conforme solicitação médica.

0 a 18 anos

7 Fisioterapia domiciliar

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Prestar assistência fisioterapêutica aos casos de pacientes acamados ou em situações pós- operatórios de traumas de acidentes de trânsito, ortopédicos, neurológicos, respiratórios e reumatológicos visando auxiliar no desenvolvimento de crianças e adolescentes

0 a 18 anos

59

através de terapias para reabilitação às atividades diárias do cotidiano, bem como orientar a família para dar continuidade ao tratamento.

8 Programa de Assistência Domiciliar

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Prestar assistência médica e de enfermagem aos casos de pacientes acamados ou em situações pós- operatórios, visando orientar os familiares a respeito dos cuidados e auxílio no tratamento.

0 a 18 anos

9 Projeto prevenção em Saúde Bucal

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Realizar ações socioeducativas nas escolas sobre educação bucal, prevenção e escovação.

0 a 18 anos

10

Projeto de Prevenção de Acidentes, Violências e Doenças Não Transmissíveis

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Realizar ações socioeducativas e campanhas nas escolas sobre prevenção de acidentes, violência doméstica, sexual, doenças transmissíveis e não transmissíveis.

0 a 18 anos

11

Projeto Prevenção de Gravidez na Adolescência

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Realizar ações socioeducativas e campanhas nas escolas sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos.

0 a 18 anos

12

Campanhas educativas

Média Complexidade

Secretaria de Saúde

Realizar ações socioeducativas orientando em diversos espaços públicos, visando a prevenção de doenças.

0 a 18 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

7.1.7 Vigilância em Saúde

TABELA 09 – ATENDIMENTOS DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Programa Eixo de Complexidade do Atendimento

Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos atendidos

1 Acompanhamento dos exames de rotina das gestantes

Atenção Básica

Vigilância Epidemiológica

Acompanhar o resultado dos exames do pré-natal de gestantes menores de 18 anos.

10 a 18 anos

60

2 Aconselhamento sobre doenças sexualmente transmissíveis

Atenção Básica

Vigilância Epidemiológica

Orientar os adolescentes sobre as doenças sexualmente transmissíveis.

12 a 18 anos

3 Realizar ações educativas antifumo

Atenção Básica

Vigilância Epidemiológica

Orientar crianças e adolescentes sobre o risco do tabagismo

6 a 18 anos

4 Realizar ações de combate ao trabalho infantil e de proteção do trabalhador adolescente para garantir o afastamento de toda a criança menor de 14 anos da situação de trabalho ilegal ou perigoso.

Atenção Básica

Vigilância Epidemiológica

Orientar crianças e adolescentes sobre o risco do trabalho ilegal e/ou escravo.

10 a 18 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017

7.1.8 Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas- CAPS AD

O equipamento atende demanda espontânea e encaminhado pela rede.

Conta com atendimento interdisciplinar, para crianças e adolescentes, com serviços de

Terapia Ocupacional, Enfermagem, Psicologia, Psiquiatria, Serviço Social.

7.1.9 Sede dos Ostomizados Balduino Carlos Dieterich – Associação de Ostomizados

de Toledo e Região

O espaço atende pacientes de Toledo e região. Conta com apoio do

CISCOPAR e 20ª Regional de Saúde, onde funcionam atividades de orientação e

acompanhamento aos pacientes, além das reuniões mensais.

7.1.10 Núcleo Integrado de Saúde Dr. Jorge Milton Nunes – 24 Horas

O Núcleo Integrado de Saúde atende a população nas áreas de urgência,

emergência, serviços de radiologia, odontologia preventiva e de emergência,

atendimento em Serviço Social, inalação, injetáveis e dispensação de medicamentos

tanto para farmácia hospitalar como para farmácia comunitária. Conta ainda com um

centro cirúrgico, para a realização de pequenas e micro-cirurgias, havendo

necessidade encaminha-se para biópsias de anátomo patológico.

61

7.1.11 Unidade de Pronto Atendimento - UPA - Dr. Ivo Alves da Rocha

A UPA está integrada à Rede de Urgências do Paraná. Funciona 24 horas e

atende urgência e emergência. Com previsão de iniciar funcionamento no segundo

semestre de 2014, a UPA atenderá além de Toledo, os municípios vizinhos de Ouro

Verde do Oeste, São Pedro do Iguaçu, São José das Palmeiras e Diamante do Oeste.

7.2 POLÍTICA MUNICPAL DA EDUCAÇÃO

Atualmente o município de Toledo conta com vinte e cinco Centros Municipais

de Educação Infantil-CMEIs que ofertam Educação Infantil na modalidade Creche, e

seis privados, que oferecem o serviço cobrando mensalidades, dois estabelecimentos

filantrópicos, de natureza não governamental que ofertam serviços gratuitos. Além

disso, ainda existem as Escolas Municipais que ofertam educação infantil na pré-

escola de 4 a 5 anos, somando 2.386 (duas mil duzentos e oitenta e seis) crianças. No

quesito Ensino Fundamental fase I, o município possui 36 (trinta e seis) Escolas

Municipais, que realizam atendimentos a 12.777 (doze mil setecentos e setenta e sete)

crianças.

Todas as escolas possuem proposta pedagógica, pois é ela que norteia a

prática educacional e as ações pedagógicas desenvolvidas nas escolas. Assim como

as escolas, a Secretaria Municipal de Educação também possui uma proposta

pedagógica que norteia a prática educacional no município, sustentada na política

educacional vigente e no projeto de educação nacional e local. As propostas

pedagógicas seguem a legislação federal, estadual e municipal, para que as ações

pedagógicas estejam em consonância com a legislação e o restante do país,

respeitadas as particularidades inerentes ao município.

A proposta pedagógica das escolas do Município de Toledo está embasada nos

princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96 que são:

Igualdade de condições para acesso e permanência independente das

diferenças particulares dos alunos;

Liberdade de aprender e ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o

saber;

Pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas;

Garantia de participação da comunidade na forma da lei;

Garantia dos padrões de qualidade.

62

Esses princípios estão embasados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, Lei nº 9394/96, elaborada em consonância com os princípios da

Constituição Federal: a liberdade, a autonomia, a flexibilidade e a democracia.

Cada estabelecimento municipal elabora seu projeto político-pedagógico com a

comunidade escolar atendendo às necessidades do aluno de acordo com a realidade

a qual pertence. O Projeto Político Pedagógico expressa o projeto de formação, de

sociedade e de homem que orienta o cotidiano da escola, bem como as decisões de

ordem curricular, avaliação, organização dos tempos e espaços e desenvolvimento

das ações pedagógicas. Esse documento deve constituir a identidade da escola e

orientar a equipe e a comunidade na busca da consolidação do projeto desejado e

construído coletivamente.

O Currículo das Escolas do Município de Toledo segue as orientações das

Diretrizes Nacionais e está embasado no Currículo Básico da Região Oeste do

Paraná. Compreende-se que a matriz curricular é um conjunto de ações desenvolvidas

nas escolas com a finalidade de promover as condições para o pleno desenvolvimento

do educando para o exercício da cidadania.

7.3 POLITICA MUNICIPAL DE CULTURA

Atualmente, em 2014, a Secretaria da Cultura oferece cursos em diferentes

modalidades, como artes visuais, musicalização, teatro, desenho a crianças e jovens

do município, mantendo parceria com diversas Entidades.

Desenvolve, dentro de suas estratégias de trabalho, uma série de projetos e

ações voltadas à criança e ao adolescente, conforme segue na Tabela abaixo:

TABELA 10 – AÇÕES E PROJETOS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA

Ação/

Projetos

Local onde

é Prestado

o Serviço

Objetivos Faixa etária

dos

atendidos

1 Promover,

fortalecer e

ampliar a

Diversidad

e e a

Pluralidade

Culturais.

Casa da

Cultura de

Toledo.

Realizar atividades artístico-culturais ligadas

às artes cênicas, plásticas, músicas,

literatura, patrimônio histórico e cultural,

folclore, artesanato, arte popular, arte de rua

e dança para atendimento em geral, incluindo

crianças, jovens e adolescentes. Manter o

atendimento gratuito, através de projetos

implantar cursos de teatro, circo, dança,

música e artes visuais nas comunidades.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

63

Possibilitar o acesso, à toda comunidade, às

oficinas e cursos oferecidos pela Casa da

Cultura, cursos como, violão, teclado, técnica

vocal, teatro, desenho, pintura em tela,

instrumentos de orquestra e dança.

2 Projeto

Violão por

música

Casa da

Cultura de

Toledo.

Proporcionar ao aluno o essencial para o

acompanhamento do violão. Oferece também

ao aluno teoria e prática musical a fim de

permitir a ele executar e interpretar os

repertórios da música popular brasileira e

música erudita.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

3 Projeto

Teoria

musical

Casa da

Cultura de

Toledo.

Visa fundamentar e regulamentar as relações

de consonância e dissonância que são parte

essencial do sistema musical tonal. Preparar

o músico habilitando suas capacidades

rítmicas e melódicas proporcionando uma

abordagem total da estrutura musical,

abordando os fundamentos da linguagem

musical, assim como sua estruturação e suas

regras.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

4 Projeto

Guitarra

por música

Casa da

Cultura de

Toledo.

Proporcionar ao aluno a fundamentação para

o estudo do instrumento, bem como a

formação do músico instrumentalista

(guitarrista). Com destaque para aulas

práticas em grupos com orientação

individual, apresentações culturais,

treinamento para o desenvolvimento e

formação da técnica.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

5 Projeto

Prática de

conjunto

Casa da

Cultura de

Toledo.

Contribuir para a formação de bandas

musicais de Pop, Rock, Blues e Heavy Metal.

Destaca-se que a partir das orientações do

professor os alunos desenvolvem a disciplina

musical dos integrantes, bem como a

dinâmica de grupo, aperfeiçoamento técnico,

formação de repertório, interpretação e

desempenho.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

6 Projeto

saxofone,

Flauta

transversal

e Clarinete

Casa da

Cultura de

Toledo.

Proporcionar ao aluno o ensino dos

instrumentos de sopro saxofone, flauta

transversal e clarinete, tornando o aluno apto

à realização da leitura de partitura musical e

a percepção, entendimento e interpretação

estilistica dos principais estilos musicais.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

7 Projeto

Teoria

Musical.

Casa da

Cultura de

Toledo.

Preparar o músico habilitando suas

capacidades rítmicas e melódicas

proporcionando uma abordagem total da

estrutura musical, abordando os

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

64

fundamentos da linguagem musical assim

como sua estruturação e suas regras.

06 a 18

anos.

8 Projeto

Técnica

Vocal

Casa da

Cultura de

Toledo.

Proporcionar aos alunos um desenvolvimento

da musicalidade e da percepção auditiva

através dos vocalizes, dos arranjos vocais

feitos nas canções executadas e dos

exercícios técnicos que trabalham a

respiração, a articulação, a dicção, a

afinação e a postura corporal.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

9 Projeto

Musicalizaç

ão Infantil

Casa da

Cultura de

Toledo.

Visa apresentar de forma lúdica os princípios

básicos da música como as propriedades do

som, conceitos de dinâmica e andamento,

instrumentos, história da música e percepção

auditiva, buscando desenvolver a

musicalidade da criança através de aulas

dinâmicas e diversificadas.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

10 Projeto

Coral

Infantil

Casa da

Cultura de

Toledo.

Proporcionar aos alunos um desenvolvimento

da musicalidade e da percepção auditiva

através dos vocalizes dos arranjos vocais

feitos nas canções executadas e dos

exercícios técnicos que trabalham a

respiração, a articulação, a dicção, a

afinação e a postura corporal. Trabalhar a

socialização, o respeito e a responsabilidade

através de jogos, canções, parlendas, trava-

línguas, arranjos vocais.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

11 Projeto

Teclado

Casa da

Cultura de

Toledo.

Proporcionar ao aluno uma vivência musical

através do teclado, utilizando-se da leitura

musical, de forma lúdica e criativa. Partindo

da compreensão de um repertório musical

variado, estimulando gradualmente o

aprendizado técnico do mesmo.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

12 Projeto

Dez Dedos

no Teclado.

Casa da

Cultura de

Toledo.

Desenvolver a sensibilidade rítmica, auditiva

e leitura de partituras através da utilização do

teclado e piano, proporcionando assim o

aprendizado do teclado nos níveis básico,

intermediário e adiantado, com avaliação

teórica e prática (teoria musical e teclado).

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

13 Projeto

curso de

Pintura em

tela “arte

na Tela”.

Casa da

Cultura de

Toledo.

Desenvolver a sensibilidade artística através

do exercício do olhar, do pensar e o fazer,

proporcionando subsídio para o processo

criativo e intelectual do aluno, através de

estudos e reflexões que o leve a expandir

seu campo de conhecimento.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

65

14 Projeto

Introdução

ao Artístico

“da linha,

marcha e

cor ao

desenho

artístico.

Casa da

Cultura de

Toledo.

Desenvolver a sensibilidade artística através

do exercício do olhar, do pensar e o fazer,

proporcionando subsídio para o processo

criativo e intelectual do aluno, através de

estudos e reflexões que o leve a expandir

seu campo de conhecimento.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

15 Projeto

Formação

do ator.

Casa da

Cultura de

Toledo.

Visa propiciar a formação artística de

crianças e adolescentes, fornecer elementos

que desenvolvam a cidadania e a cultura nos

nossos jovens, através de aulas em sua

totalidade práticas e com um grande apelo

para o público adolescente.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

16 Projeto

Violino

Casa da

Cultura de

Toledo.

Busca apresentar à população uma nova

visão musical, tendo como principal foco o

desenvolvimento da música clássico-erudita.

Bem como levar o educando a vivência e

compreensão da linguagem musical,

propiciando a abertura de canais sensoriais,

facilitando a expressão de emoções,

ampliando a cultura geral, contribuindo para

a formação integral do ser e ajudando no

desenvolvimento de concentração e

coordenação motora.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

17 Projeto

Viola

Clássica/Vi

oloncelo

Casa da

Cultura de

Toledo.

Proporcionar aos alunos técnica de Viola

Clássica e Violoncelo e teoria musical para

ingressar futuramente na Orquestra de

Câmara de Toledo. Inseri-los em uma

atividade extracurricular ajudando no

desenvolvimento de concentração e

coordenação motora e mostrar a

possibilidade de uma vida melhor através da

música.

Crianças e

adolescen

tes, com

idades de

06 a 18

anos.

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

7.4 POLÍTICA MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER

No âmbito a que se refere ao atendimento da criança e do adolescente, a

Secretaria de Esportes e Lazer de Toledo (SMEL), segue 3 linhas de trabalho para o

atendimento à população do município, sendo; Lazer e Recreação, Programas de

Iniciação Esportiva, e Programa de Atendimento ao Rendimento no Esporte.

O setor de Lazer e Recreação, desenvolve atividades que atende crianças e

adolescentes de 01 à 17 anos. Contando com uma estrutura de equipamentos de

66

recreação, com cama-elástica e brinquedos infláveis, proporciona atividades

recreativas em Escolas Municipais e bairros e distritos do município, além de realizar

atividades recreativas em festas gastronômicas e eventos oficiais do município.

O Setor de Iniciação Esportiva, compreende o maior volume de atendimentos à

crianças e adolescentes, o trabalho desenvolvido baseia-se na oferta de atividades

esportivas nos núcleos de atendimento da Secretaria de Esportes e Lazer,

proporcionando a população acesso ao esporte através de profissionais de Educação

Física formados, em estruturas físicas adequadas, próximas aos locais que

demandam estas atividades, preferencialmente onde crianças e adolescentes possam

estar em risco social. Sendo as atividades desenvolvidas por este setor, voltadas aos

conceitos de “Esporte Formador e Transformador”, conceitos estes que visam a

formação de cidadãos responsáveis, com saúde e fisicamente ativos.

Complementando as atividades desenvolvidas o setor de Rendimento no

Esporte, atende a demanda de crianças e adolescentes que se destacam no setor de

iniciação, e que podem ter um futuro promissor no esporte, as atividades executadas

em núcleos específicos do município e que visam a participação destes adolescentes

nas modalidade esportivas como “atletas” representantes do município em

competições oficiais de nível, municipal, regional e estadual.

Para atendimento à população a SMEL conta com uma estrutura de 44

professores de educação física, 2 motoristas, 1 auxiliar administrativo e 5 auxiliares de

serviços gerais.

A estrutura física da Secretaria de Esportes e Lazer de Toledo está distribuída

nos bairros de Toledo, contando com 9 campos de futebol, pista de skate e pista de

bicicross, 10 Ginásios Poliesportivos, 2 quadras poliesportivas, 3 pistas de caminhada,

1 pista de atletismo (anexa ao estádio municipal), 2 piscinas públicas, 3 quadras de

areia, 1 estádio municipal, 1 centro olímpico, 7 campos sintéticos.

7.5 POLÍTICA MUNICIPAL DA JUVENTUDE

O tema Juventude começou a ganhar projeção e complexidade no Brasil na

metade dos anos de 1990. O aumento da proporção da população juvenil de 15 a 24

anos trouxe consigo o aprofundamento de desigualdades socioeconômicas a essa

população. Nesse cenário, os jovens passaram a ser vistos como vítimas ou

protagonistas de “problemas sociais” (violência, crime, drogadição, exploração sexual),

e assim diversas medidas foram criadas, reforçando no imaginário social a

representação da juventude como um problema (FREITAS; PAPA, 2003).

67

No ímpeto de discorrer acerca do conceito Juventude, atentamo-nos ao

fato de não sermos reducionistas, a juventude pode ser entendida como uma categoria

socialmente construída, como a relação entre ciclos históricos e faixas etárias

definidas culturalmente, e não naturalmente, apenas como uma fase de vida. Trata-se

de pensar a juventude como parte de um processo mais amplo de constituição de

sujeitos que têm especificidades que marcam a trajetória de cada um. Disso decorre a

importância de considerar a pluralidade e as circunstâncias que caracterizam a

vivência juvenil, portanto, estamos falando de Juventudes.

As políticas públicas de juventude (PPJ) tornaram-se sólida realidade no

Brasil, um avanço significativo em relação à PPJ no país ocorreu em 2005, quando o

Governo Federal iniciou a construção de uma Política Nacional de Juventude (PNJ)

com a criação da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), e do Conselho Nacional de

Juventude (Conjuve)48e do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem)

(CONJUVE, 2011).

No Município de Toledo foi instituída a Secretaria Municipal da Juventude

em 26 de agosto de 2011, promulgada a Lei nº 2.065, no intuito de implementar e

coordenar a Política Pública de Juventude no município de Toledo.

Esta política pauta-se no Estatuto da Juventude Lei Federal nº 12.852 de 5 de

agosto de 2013, fruto da luta de muitas gerações, que dispõe sobre os direitos dos

jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema

Nacional da Juventude – SINAJUVE.

Conforme o Estatuto da Juventude ser jovem é uma condição social,

parametrizada por uma faixa-etária, que no Brasil congrega cidadãos e cidadãs com

idade compreendida entre os 15 e os 29 anos49.

A População jovem do município de Toledo IBGE (2010) é composta por 33

mil habitantes o que representa 27,5% de nossa população, sendo população jovem

urbana 30.526, população jovem rural 2.562.

Para atender a esta população jovem a Secretaria Municipal da Juventude

mantem o “Programa Centro da Juventude” desenvolvido em dois equipamentos

públicos em bairros com maior vulnerabilidade social, sendo Jardim Coopagro e

48

Criado pela lei 11.129/2005 e regulamentado pelo Decreto Presidencial nº 5.490 de 14 de julho de 2005.

49 Este é um padrão internacional que tende a ser utilizado no Brasil. Nesse caso, podem ser considerados jovens os adolescentes-jovens (cidadãos e cidadãs com idade entre os 15 e 17 anos), os jovens-jovens (com idade entre os 18 e 24 anos) e os jovens adultos (cidadãos e cidadãs que se encontram na faixa-etária dos 25 aos 29 anos).

68

Jardim Europa. O atendimento do Centro da Juventude se dá de segunda à sexta-

feira, no período matutino das 07h45min às 11h45min e no período vespertino

13h15min às 17h00min e noturno das 18h30min as 22h00min. O Programa Centro da

Juventude oferta atendimento por meio de: acolhida; atividades de formação, de

esporte e lazer, e de cultura e arte; acompanhamento e orientação Psicossocial;

encaminhamento para a rede de atendimento; eventos; cessão do espaço para o

desenvolvimento de atividades próprias, de organização comunitária, cultural ou

social.

A fim de promover o desenvolvimento integral, a proposta do Centro da

juventude está alicerçada em três pilares:

Da cidadania: pela organização de atividades que promovam a elevação da

consciência política, a participação ativa, a organização, a mobilização e formação de

lideranças juvenis (através de rodas de conversa, oficinas psicossociais, palestras,

fóruns, visitas institucionais, participação no Conselho Gestor, entre outros);

Da convivência: por se caracterizar como espaço de encontro e de

pertencimento, numa dinâmica que combine liberdade e respeito para com colegas e

os profissionais do equipamento, propiciando um ambiente sem discriminação de

gênero, etnia/raça, religião e/ou classe social;

Da formação: pelo elenco de atividades ofertadas que objetivam

aprendizagem no âmbito das relações pessoais, do mundo do trabalho e da produção

cultural e artísticos; participar de atividades esportivas, tecnológicas e

profissionalizantes, desenvolver e participar de ações que favoreçam a formação

pessoal, profissional e política.

Também está sendo implementado pela Secretaria Municipal de Juventude no

Centro da Juventude Márcio Antonio Bombardelli, o Programa Estação Juventude, que

é um programa federal que visa a implantação de um atendimento voltado

especificamente para o jovem, através da parceria com governos estaduais e

municipais, buscando cumprir dois principais papéis: o de promover políticas públicas

para os jovens, por meio da execução de modelos inovadores, consolidando diretrizes

nacionais, e o de promover a articulação entre ações de diferentes instâncias.

TABELA 11 – SERVIÇOS DESENVOLVIDOS NA POLÍTICA DE JUVENTUDE

Nº Equipamento Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos

atendidos

1 Centro da Juventude

Centro da Juventude Mariana

Luiza von

Constituir um espaço de referência para a juventude, acessível, aberto e democrático que possibilite aos adolescentes e aos jovens produzir e

12 a 29 anos

69

Borstel e Centro da Juventude

Marcio Antonio

Bombardelli

acessar bens culturais e artísticos; participar de atividades esportivas, tecnológicas e profissionalizantes, desenvolver e participar de ações que favoreçam a formação pessoal, profissional e política.

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

7.6. CONSELHO TUTELAR: A DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Diante da importância do sistema de garantia dos direitos da criança e do

adolescente efetivar suas ações, destaca-se o Conselho Tutelar “órgão permanente e

autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento

dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei” com a competência legal

de defesa destes direitos.

Com o intuito de fortalecer a análise sobre o direito à convivência familiar e

comunitária em Toledo, realizou-se pesquisa junto ao Conselho Tutelar através dos

dados registrados no SIPIA, no período de 01/08/2012 a 01/08/2013, sendo que

pretende-se discutir sobre a violação dos direitos fundamentais das crianças e dos

adolescentes além do perfil das violações.

No que se refere à violação dos direitos fundamentais das crianças no período

de 01/08/2012 a 01/08/2013, o Gráfico 1 apresenta a realidade

GRÁFICO 1 - VIOLAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS 2012 e

2013

FONTE: SIPIA, 2014.

70

Diante da análise do Gráfico 1 evidencia-se que foram registrados 180 (cento e

oitenta) casos de crianças com a violação do direito à convivência familiar e

comunitária, o que corresponde a 70% das violações.

Além disso, no mesmo ano evidencia-se a violação dos direitos dos

adolescentes conforme o Gráfico 2:

GRÁFICO 2 - VIOLAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS ADOLESCENTES

2012 e 2013

FONTE: SIPIA, 2014.

Com base nos dados, percebe-se que 43% da violação dos direitos

fundamentais dos adolescentes se refere à convivência familiar e comunitária, em

sequência o direito à liberdade, respeito e dignidade.

Com o intuito de realizar comparativo com o ano de 2010, referente à violação

dos direitos das crianças:

GRÁFICO 3 – VIOLAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS E

ADOLESCENTES SEGUNDO GÊNERO 2012 e 2013

71

FONTE: SIPIA, 2014.

Com base nos dados percebe-se que a incidência das violações de direitos

ocorrem na maioria das crianças e adolescentes do sexo masculino.

Considerando a análise dos dados, identifica-se que a violação do direito à

convivência familiar e comunitária se constitui como um dos desafios para as

intervenções profissionais. Isso se justifica ao passo que discute-se o foco da PNAS

na matricialidade familiar, que assinala que:

(...) não se pode desconsiderar que ela se caracteriza como um espaço contraditório, cuja dinâmica cotidiana de convivência é marcada por conflitos e geralmente, também, por desigualdades, além de que nas sociedades capitalistas a família é fundamental no âmbito da proteção social (PNAS, 2004, p.41).

Neste sentido, as intervenções devem priorizar o apoio sociofamiliar no sentido

de fortalecer os vínculos familiares e comunitários através dos serviços de Proteção

Social Básica, pois quando o atendimento se configura como Proteção Social Especial

há uma realidade complexa de fragilização e rompimento dos vínculos.

Portanto, as intervenções profissionais devem ter como premissa a

responsabilização do Estado através de intervenções junto às famílias, pois se a

família se constitui como violadora dos direitos das crianças e dos adolescentes, numa

sociedade capitalista, isso repercute as desigualdades sociais e processo de

concentração de renda, sendo essencial a análise da realidade numa perspectiva de

totalidade.

7.7 POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Política Municipal de Assistência Social do município de Toledo segue as

orientações e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Dessa

forma, se estrutura em dois eixos de complexidade sendo Proteção Social Básica e

Proteção Social Especial. A última se divide em Proteção Social Especial de Media e

Alta Complexidade.

7.7.1 Proteção Social Básica

Conforme a LOAS aponta em seu artigo 6º inciso I, Proteção Social Básica é o:

conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e de risco

72

social por meio por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários (Incluído pela Lei 12.435, de 2011).

Isto porque a Assistência Social visa à proteção social, a proteção à família, à

maternidade, à infância, a adolescência e à velhice, como também o amparo a

crianças e adolescentes carentes, bem como a promoção da integração ao mercado

de trabalho, habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência no mercado de

trabalho, e ainda a garantia de um salário mínimo mensal a pessoa com deficiência e

ao idoso que comprovem não possuir meios de prover sua subsistência ou tê-la

provido por sua família.

Nesse sentido, no município os serviços de Proteção Social Básica são

ofertados através, dos Centros de Referencia de Assistência Social (CRAS) e dos

Serviços de Convivência e fortalecimento de Vínculos (SCFV).

O município dispõem de 5 (cinco) CRAS para atendimento a população

usuária distribuídos por territórios de maior vulnerabilidade social. Território I da Vila

Pioneiro que abrange 15 bairros e conjuntos habitacionais50, o Território II do Jardim

Europa que abrange 10 bairros e conjuntos habitacionais51, o Território III do Jardim

Coopagro que abrange 14 bairros e conjuntos habitacionais e 7 distritos/Vilas Rurais52,

Território IV do Panorama que atende 11 bairros/conjuntos habitacionais e 1 Vila

Rural53 e o Território V do Santa Clara que abrange 6 bairros e conjuntos habitacionais

e 4 distritos/Vilas Rurais54.

Segue Tabela dos principais programas ofertados nos CRAS:

TABELA 12 – PROGRAMAS/PROJETOS OFERTADOS NOS CRAS PARA

CRIANÇAS E A DOLESCENTES

Programa Local onde é

Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos

atendidos

50

Centro, Vila Pioneiro, Vila Operária, Vila Boa Esperança, Jardim Maracanã, Paulista, Jardim Alto Alegre, Jardim Paraíso, Bandeirantes, Park Verde, Jardim da Mata, Jardim Laranjeiras. Expansão na PR – 317 na faixa da 1º de maio com a Rua Capitão Leônidas Marques. 51

Jardim Europa/América, Concórdia, Independência, Jardim Porto Alegre, Bela Vista, Santa Clara III, Pedrini,Jardim Heloísa, Jardim Carele, Bom Jesus e São Pelegrino.

52 Vila Becker, La Salle, Santa Maria, Tocantins, Industrial, Jardim Gisele, Fachini, Planalto, Pancera

(Oeste), Basso, Anápolis, Santa Clara I, Pascali e Filadélfia. Distritos: Concórdia D’oeste, Dez de

Maio, Dois Irmãos, Ipiranga, Vila Nova, Novo Sobradinho e Sarandi. 53

Vila Panorama, Cerâmica Prata, Bressan, Parizotto, Pancera (Leste), Belo Horizonte, Croma, Filadélfia, Santa Clara II, Jardim das Torres, Cezar Park e Vila Rural.

54 Pinheirinho, Santa Clara V e Santa Clara IV. Distritos: São Luiz, Ouro Preto, Boa Vista, Vista Alegre e

Bom Principio. Expansão na PR – 317 a partir da Rua Capitão Leônidas Marques

73

1 Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF

CRAS I CRAS-II CRAS III

CRAS IV CRAS V

Fortalecer a função protetiva da família; Prevenir a ruptura dos vínculos familiares e comunitários possibilitando a superação de situações de fragilidade social vivenciadas; Promover aquisições sociais e materiais às famílias, potencializando o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades; Promover acessos a benefícios, programas de transferência de renda e serviços socioassistenciais, contribuindo para a inserção das famílias na rede de proteção social de assistência social; Promover acesso aos demais serviços setoriais, contribuindo para o usufruto de direitos; Apoiar famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam de cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências familiares.

Todas as faixas etárias

2 Projeto Cegonha Feliz

CRAS I CRAS-II CRAS III

CRAS IV CRAS V

Oferecer um espaço de acolhida e escuta qualificada, e proporcionar momentos de diálogos coletivos e individual com gestantes, visando o fortalecimento do vínculo familiar.

Adolescentes e mulheres adultas

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

Quanto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos o município

conta com 14 serviços. Destes, 04 (quatro) são governamentais sendo: Unidade Social

São Francisco, Núcleo de Atendimento a Criança e ao Adolescente - NACA e o

Programa Projovem Adolescente com 6 (seis) núcleos de atividades junto aos CRAS.

Ademais, o município tem convênio com 10 entidades não governamentais, as quais o

município repassa recursos para o desenvolvimento do Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos.

TABELA 13– SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS

GOVERNAMENTAIS

Programa Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária dos atendidos

74

1 Programa Crescer

Unidade Social São Francisco: Bairro São Francisco

Atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade através de atividades lúdicas, esportes e de lazer proporcionando momentos de aprendizagem e interação com outros usuários.

De 06 a 15 anos

2 Semente do Amanhã

Núcleo de Atendimento da Criança e do Adolescente: Vila Paulista

Complementar o trabalho social com a família, prevenindo a ocorrência de situações de risco social e fortalecendo a convivência familiar e comunitária e possibilitar acessos a experiências e manifestações artísticas , culturais esportivas e de lazer com vistas ao desenvolvimento de novas sociabilidades.

De 07 a 15 anos

3 Florir Toledo.

Sede do Projeto: JD SANTA MARIA- TOLEDO

Atendimento a Adolescentes com o objetivo de capacitar os jovens nas ações ativas de proteção do meio ambiente, incentivando o protagonismo juvenil, fomentando o desenvolvimento social e econômico.

De 13 a 17 anos

4 Programa Projovem Adolescente

CRAS I CRAS II CRAS III CRAS IV CRAS V

Promover a socialização e convivência por meio da criação de espaços de reflexão sobre o papel das famílias na proteção de seus membros e do estímulo e orientação dos usuários na construção e reconstrução de suas histórias e vivências individuais e coletivas, na família e no território.

De 15 a 17 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

TABELA 14 – SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS

NÃO GOVERNAMENTAIS

Programa Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária

dos atendidos

1 Programa de Incentivo ao Protagonismo Infantil – Pró Criança

Centro Beneficente de Educação Infantil Ledi Maas Lions – Centro

Promover o desenvolvimento do protagonismo infantil e suas respectivas habilidades individuais e sociais através de atividades lúdicas e reflexivas.

De 6 a 9

anos

75

2 Processo do Conhecimento – Meninos e Meninas de Futuro

Ação Social São Vicente De Paulo - Centro

Propiciar à criança e ao adolescente aquisição progressiva de múltiplos conhecimentos, de acordo com seu ciclo de vida, a fim de complementar o desenvolvimento pessoal/educacional, familiar e social, recebendo atendimento social, pedagógico e psicológico.

06 a 17 anos

3 - Práticas do Crescer – Meninos e Meninas de Futuro; - Processo do Conheciment o – Meninos e Meninas de Futuro

Ação Social São Vicente De Paulo - Centro

- Oferecer cursos em diferentes áreas, capacitando para a entrada no mercado de trabalho tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades de formação de atitudes e valores com competência e habilidade. Preparar para a convivência na comunidade na transformação do conhecimento adquirido para crescimento próprio e da sociedade; - Propiciar à criança e ao adolescente aquisição progressiva de múltiplos conhecimentos, de acordo com seu ciclo de vida, a fim de complementar o desenvolvimento pessoal/educacional, familiar e social, recebendo atendimento social, pedagógico e psicológico.

- 12 a 17 anos; - 06 a 17 anos

4 Construindo a Vida

Casa de Maria Assistência à Criança e ao adolescente

Possibilitar a criança e adolescente em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, a oportunidade de desenvolvimento humano e social, assegurando-lhe um espaço institucionalizado sadio, em jornada ampliada, que lhe possibilite o despertar de valores, capacidades e talentos e fortalecer a função protetiva da família, prevenindo a ruptura dos seus vínculos, visando o fortalecimento das famílias usuárias num espaço da participação democrática.

06 a 16 anos

5 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

Aldeia Infantil Betesda

Oferecer serviços continuados de proteção social básica de Assistência Social às crianças e adoles- centes em situação de vulnerabilidade social; Oferta de atividades de orientação e apoio sócio- familiar (Art. 90 do ECA); Realizar oficinas de atividades manuais; Ministrar aulas de música, canto, violão, informática, flauta, teclado, espa- nhol; Divulgar os direitos e os deveres da criança e do adolescente e noções de cidadania; Promover atividades que desenvolvam a sociabilização, os valores humanos e espirituais, as habilidades, a criatividade, a espontaneidade e a solidariedade; Acompanhar as atividades escolares; Complemen- tar as ações da família e comunidade na proteção e desenvolvimento de crianças e

06 a 15 anos

76

adolescentes e no fortalecimento dos vínculos familiares e sociais; Assegurar espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respei- to mútuo; Possibilitar a ampliação do universo informacional, artístico e cultural das crianças e adolescentes, bem como estimular o desenvolvi- mento de potencialidades, habilidades, talentos e propiciar sua formação cidadã; Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimen- to de confiança em suas capacidades afetiva, físi- ca, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidada- nia; - Promover palestras educativas e preventivas.

6 - Crescer Feliz; - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

Centro Comunitário e Social Dorcas

- Oportunizar atendimento a crianças e adolescentes consideradas em situação de vulnerabilidade e risco de trabalho infantil, desenvolvendo atividades de orientação, estudos, culturais. A constituição de espaço de convivência, fortalecimento de vínculos, formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes, a partir dos interesses, demandas e potencialidades dessa faixa etária; - Oportunizar atendimento a crianças e adolescentes consideradas em situação de vulnerabilidade e risco de trabalho infantil, desenvolvendo atividades de orientação, estudos, culturais. A constituição de espaço de convivência, fortalecimento de vínculos, formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes, a partir dos interesses, demandas e potencialidades dessa faixa etária, visando a erradicação de situações de trabalho infantil.

- 04 a 17 anos; - 07 a 16 anos

7 Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

Associação de Pais e Amigos do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescen

Promover a superação de situações de vulnerabilidades e riscos vividas pelas crianças e adolescentes das famílias beneficiárias do PBF, do PETI e do BPC, possibilitando a ampliação do universo artístico e cultural, bem como estimular o desenvolvimento de potencialidades, habilidades, talentos e propiciar a formação cidadã. Estimular o desenvolvimento psicomotor, físico e cognitivo, contribuindo

06 a 15 anos

77

te – APAC CAIC

para a permanência no sistema escolar. Proporcionar o fortalecimento de vínculos e convivência familiares, sociais e comunitários, visando ainda efetivação dos direitos sociais e o pleno exercício da cidadania.

8 Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

APM – Escola Municipal Orlando Luiz Basei

O PETI é um serviço especial sócio educativo e tem como objetivo eliminar o trabalho infantil e possibilitar as crianças e adolescentes inscritas, acesso a atividades educacionais que contribuam que seu acesso de crescimento individual e coletivo, melhorem seu rendimento escolar, desenvolvam habilidades motoras e redescubram a ludicidade.

06 a 15 anos

9 Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

APM – Escola Municipal Osvaldo Cruz

O PETI é um serviço especial sócio educativo e tem como objetivo eliminar o trabalho infantil e possibilitar as crianças e adolescentes inscritas, acesso a atividades educacionais que contribuam que seu acesso de crescimento individual e coletivo melhorem seu rendimento escolar e redescubram a ludicidade;

06 a 15 anos

10 Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

APM Escola Municipal Anita Garibaldi

Promover a superação de situações de vulnerabilidades e riscos vividas pelas crianças e adolescentes das famílias beneficiárias do PBF, do PETI e do BPC, possibilitando a ampliação do universo artístico e cultural, bem como estimular o desenvolvimento de potencialidades, habilidades, talentos e propiciar a formação cidadã. Estimular o desenvolvimento psicomotor, físico e cognitivo, contribuindo para a permanência no sistema escolar. Proporcionar o fortalecimento de vínculos e convivência familiares, sociais e comunitários, visando ainda efetivação dos direitos sociais e o pleno exercício da cidadania.

06 a 15 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017

7.7.2 Proteção Social Especial de Média Complexidade

O Serviço de Proteção Social Especial é dividido conforme eixo de

complexidade, sendo de Média e Alta Complexidade.

São considerados Serviços de Proteção Social Especial de Média

Complexidade aqueles que oferecem atendimento às famílias e indivíduos com seus

direitos violados, mas cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos.

Neste sentido, requerem maior estruturação técnico-operacional e atenção

78

especializada e individualizada, e/ou, acompanhamento sistemático e monitorado.

No município de Toledo tem-se 2 equipamentos que desenvolvem Serviços de

Proteção Social de Média Complexidade, sendo o Centro de Referência Especializado

de Assistência Social - CREAS I e CREAS II.

TABELA 15 – SERVIÇOS DE MÉDIA COMPLEXIDADE GOVERNAMENTAIS

Programa Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária

dos atendidos

1 - Liberdade Assistida;

- Prestação de Serviço à Comunidade;

- Programa de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos;

Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS I

- Prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento da medida socioeducativa de Liberdade Assistida;

- Prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento da medida socioeducativa de Prestação de Serviços à Comunidade;

- Fortalecer os vínculos familiares, contribuindo para o desempenho de sua função protetiva, bem como a inclusão daas famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos;

12 a 21

anos.

2 Programa de Atendimento a Criança e Adolescente com Direitos Violados

Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS II

- Elevação da autoestima, a ressignificação e superação da violência sofrida, bem como retomada do desenvolvimento emocional, afetivo, físico, sexual e social.

0 a 18 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

Dentro do Serviço de Proteção Social Especial de Média Complexidade, Toledo

ainda tem convênio com 02 (dois) equipamentos não governamentais para o

79

desenvolvimento do Serviço, sendo a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

de Toledo (APAE) e (APADA).

TABELA 16 – SERVIÇOS DE MÉDIA COMPLEXIDADE NÃO GOVERNAMENTAIS

Programa Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária

dos atendidos

1 Segurança de Convívio Social, Familiar e Comunitário;

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Toledo - APAE

Fortalecimento de vínculos, autonomia, e protagonismo do usuário.

0 a 18 anos

2 Associação de pais e amigos dos deficientes auditivos de Toledo - APADA

- Elevação da autoestima, a ressignificação e superação da violência sofrida, bem como retomada do desenvolvimento emocional, afetivo, físico, sexual e social.

0 a 18 anos

FONTE: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

7.7.3 Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Os Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade são aqueles

que garantem proteção integral (moradia, alimentação, higienização e trabalho

protegido) para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e/ou em

situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e/ou,

comunitário. No município de Toledo há 03 (três) equipamentos de natureza

governamental, que desenvolvem o Serviço, sendo: Casa Abrigo Menino Jesus –

Unidade I; Casa Abrigo Menino Jesus – Unidade II e; Casa Abrigo para Adolescentes.

TABELA 17 – SERVIÇO DE ALTA COMPLEXIDADE PARA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

Programa Local onde é Prestado o Serviço

Objetivos Faixa etária

dos atendidos

80

1 Acolhimento Institucional

Casa Abrigo Menino Jesus - Unidade I

Oferecer acolhimento provisório a crianças afastadas do convívio familiar em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.

06 a 12

anos.

2 Acolhimento Institucional

Casa Abrigo Menino Jesus - Unidade II

Oferecer acolhimento provisório a crianças afastadas do convívio familiar em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.

0 a 06 anos

3 Acolhimento Institucional

Casa Abrigo para Adolescentes

Oferecer acolhimento provisório a crianças afastadas do convívio familiar em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.

12 a 18 anos

Fonte: TOLEDO, Plano de Ação Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente 2014 – 2017.

8. SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE TOLEDO

Neste item será especificado os Serviços de Acolhimento Institucional para

Crianças e Adolescentes no município de Toledo com vistas a identificar a realidade

destes e fundamentar a definição das metas deste Plano.

8. 1 Casa Abrigo Menino Jesus - Unidade I

Coordenadora: Andréia Miranda dos Santos Trindade

E-mail: [email protected]

Telefone: 45 3252 3694

Usuários: crianças de 06 a 12 anos.

8.1.1 Histórico da Instituição de Acolhimento Casa Abrigo Menino Jesus I

A Casa Abrigo Menino Jesus começou sua atuação no ano de 2002, atendendo

crianças e adolescentes em situação de risco. Com o aumento da demanda pelo

serviço, no ano de 2010 optou-se pela implantação de mais uma casa, sendo que, a

partir deste ato, a Casa Abrigo Menino Jesus atenderia 12 crianças entre 0 e 12 anos

81

incompletos e a segunda atenderia 8 adolescentes entre 12 e 18 anos.

No ano de 2011 a Casa sofreu ampliação e reforma, pois a estrutura já não era

suficiente para a demanda, e no ano de 2012 o equipamento atendeu demandas

excedentes em todos os meses, chegando a atender 32 ao mesmo tempo. Assim,

após deliberação do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e

Ação Civil Pública instaurada pelo Ministério Público, o Poder Público implantou, ao

final de 2012, mais um Serviço de Acolhimento Institucional, sendo então a Casa

Abrigo Menino Jesus Unidade II.

A estrutura da Casa Abrigo Menino Jesus I, que antes atendia crianças de 0 a

12 anos permaneceu como Unidade I. Assim, a Casa Abrigo Menino Jesus - Unidade

I, tem capacidade de atendimento de 20 crianças de 06 a 12 anos, já a Casa Abrigo

Menino Jesus Unidade II, atende crianças de 0 a 6 anos, tendo capacidade para 20

crianças.

8.1.2 Rede de Serviços e Parcerias

Para o atendimento dos acolhidos tem-se uma rede der Serviços instalada, onde

são realizadas parcerias, sendo:

Da rede de Proteção Social Especial da Política de Assistência Social :

CREAS I – Atendimento à Indivíduos com Direitos Violados;

CREAS II – Serviço de Atendimento e Orientação de Medidas Sócio-Educativas de

Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade.

Da rede de Proteção Social Básica da Política de Assistência Social:

CRAS - Centros de Referência em Assistência Social dos quatro territórios do

município;

Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;

Da rede de Atenção à Saúde do Município e Estado:

Secretaria Municipal de Saúde;

UBS - Unidades Básicas de Saúde;

Consórcio Intermunicipal de Saúde;

Central de Especialidades Médicas;

Departamento de Saúde Mental – atendimento psicológico e psiquiátrico;

CAPS AD - Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas;

Farmácia Escola Municipal – medicamentos básicos e especiais;

20ª Regional de Saúde – medicamentos excepcionais.

Da rede Municipal e Estadual de Educação:

82

CMEI – Centros Municipais de Educação Infantil;

Escolas municipais de ensino fundamental;

Colégios Estaduais de Ensino Fundamental.

8.1.3. Objetivos

Oferecer acolhimento provisório a crianças afastadas do convívio familiar em

função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente

impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, proporcionando a

proteção integral bem como a prevenção de agravamento de situações de

violência/negligência, possibilitando o acesso à convivência comunitária e

restabelecimento de vínculos familiares e sociais.

8.1. 4 Objetivos Específicos

Garantir um ambiente acolhedor e reconfortante à criança, com o intuito de

amenizar os aspectos negativos do afastamento do convívio familiar;

Garantir a manutenção dos vínculos familiares;

Realizar trabalho de restabelecimento de vínculos entre a criança e a família

quando estes já fragilizados ou rompidos;

Evitar longos períodos de acolhimento institucional;

Possibilitar o retorno da criança ao convívio de sua família de origem ou

extensa ou, esgotadas as possibilidades, inserção em família substituta.

83

8.1.5 Recursos Humanos

Dados de junho de 2014.

8.1.6 Recursos Financeiros

As despesas são realizadas com combustível, água, luz, telefone, adiantamento

para atividades externas e de lazer, recursos humanos, material de higiene, limpeza,

alimentação, manutenção do Equipamento.

Para o desenvolvimento das atividades são utilizados recursos próprios do

município e de cofinanciamento do Governo Federal. Em março de 2014 o município

aderiu ao cofinanciamento Federal, intitulado Piso de Alta Complexidade-PAC I, para o

Serviço de Acolhimento Institucional, o qual repassa o valor de R$ 15.000,00 mensal e

que são distribuídos para os gastos entre os equipamentos de acolhimento para

crianças e adolescentes governamentais. A Casa Abrigo Menino Jesus – Unidade I se

inscreveu no Projeto Crescer em Família, do Governo do Estado, a qual, quando

contemplado com o recurso receberá o valor de R$ 100.000,00 mais R$ 10.000,00 de

contrapartida do município.

N° Função Qualificação Carga horária Vínculo

de

trabalho

1 Coordenadora Ensino Superior - Pedagogia 44 hs contrato

8 Cuidador Social Ensino Superior - Magistério 40 hs estatutári

o

4 Auxiliar de Serviços

Gerais

Ensino fundamental 40 hs estatutári

o

2 Cozinheira Ensino fundamental 40 hs estatutári

o

1 Assistente Social Ensino Superior – Serviço

Social

30 hs estatutári

o

1 Psicóloga Ensino Superior – Psicologia 40 hs estatutári

o

84

8.1.7 Estrutura Física da Instituição

A casa hoje possui:

10 quartos;

3 banheiros;

1 sala de televisão;

1 sala de acolhimento;

1 brinquedoteca;

2 depósitos;

1 cozinha;

1 refeitório;

1 lavanderia e

Área externa com varanda, gramado e parquinho.

8.1.8 Dados dos Acolhimentos Referente ao Período de Janeiro de 2013 à agosto de

2013

DATA NASCIMENT

O

SEXO MÊS/ ANO DE

INSERÇÃO

MOTIVO INSERÇÃO SITUAÇÃO FAMILIAR ATUAL

14.03.2012 F 03/2012 medida de proteção Com família- Sem vínculo

09.08.2010 F 12/ 2011 negligência Com família- Com vínculo

05.03.2003 M 08/ 2012 medida de proteção Com família- Com vínculo

05.05.2004 F 08/2012 abuso sexual Com família- Com vínculo

01.10.2005 M 07/2012 abuso sexual Com família- Com vínculo

09.03.2012 F 03/2012 negligencia Com família- Sem vínculo

16.06.2012 M 06/2012 negligenica Com família- Sem vínculo

22.06.2002 M 08/2011 abandono/negligência Com família- Sem vínculo

22.08.2000 M 07/2012 medida de proteção Com família- Sem vínculo

11.07.2008 M 03/2012 abuso sexual Com família- Sem vínculo

09.03.2002 F 12/2011 abuso sexual Com família- Sem vínculo

09.03.2002 F 12/2011 abuso sexual Com família- Sem vínculo

85

28.04.2012 M 12/2012 prisão pai Com família- Com vínculo

09.02.2007 F 09/2011 negligência Com família- Sem vínculo

25.08.2011 M 05/2012 negligência Com família- Sem vínculo

14.10.2002 M 07/2012 abandono Com família- Sem vínculo

18.02.2005 M 06/2011 negligência Com família- Sem vínculo

28.08.2005 M 11/2011 negligência Com família- Sem vínculo

11.11.2000 F 06/2012 negligência Com família- Sem vínculo

26.03.2011 F 03/2012 negligencia Com família- Sem vínculo

17.11.2011 M 01/2012 medida de proteção Com família- Com vínculo

21.04.2011 M 04/2011 medida de proteção Com família- Sem vínculo

09.07.2004 F 07/2012 abuso sexual Com família- Com vínculo

12.10.2001 M 03/2012 abuso sexual Com família- Sem vínculo

23.06.2009 M 07/2012 medida de proteção Com família- Sem vínculo

13.10.2009 F 03/2012 negligência Com família- Com vínculo

03.07.2012 M 07/2012 medida de proteção Com família- Sem vínculo

17.12.2008 M 11/2011 negligência Com família- Sem vínculo

04.07.2012 M 07/2012 medida de proteção Com família- Sem vínculo

20.05.2001 M 06/2011 negligência Com família- Com vínculo

01.01.2003 M 09/2011 negligência Com família- Sem vínculo

27.04.2006 F 09/2012 transf. Ouro Verde Com família- Sem vínculo

10.07.2001 M 09/2012 transf. Ouro Verde Com família- Sem vínculo

09.12.2003 M 09/2012 transf. Ouro Verde Com família- Sem vínculo

14.09.2012 F 09/2012 negligência Com família- Sem vínculo

30.05.2012 F 09/2012 negligência Com família- Sem vínculo

26.10.2001 F 09/2012 suspeita abuso sexual Com família- Com vínculo

09.02.2007 F 09/2012 negligência Com família- Sem vínculo

86

24.01.2004 M 09/2012 negligência Com família- Com vínculo

09.02.2011 M 09/2012 negligência Com família- Sem vínculo

23.03.2008 F 09/2012 negligência Com família- Com vínculo

25.10.2012 F 10/2012 negligência Com família- Sem vínculo

22.05.2012 F 10/2012 conflito familiar Com família- Com vínculo

22.08.2004 F 10/2012 abuso sexual Com família- Sem vínculo

23.01.2012 F 10/2012 medida de proteção Com família- Sem vínculo

19.01.2008 F 10/2012 abuso sexual Com família- Sem vínculo

28.08.2005 M 10/2012 negligência Com família- Sem vínculo

17.12.2008 M 10/2012 negligência Com família- Sem vínculo

30.10.2006 F 11/2012 Violencia fisica Com família- Sem vínculo

26.08.2009 M 11/2012 violência física Com família- Sem vínculo

03.04.2005 M 11/2012 negligência Com família- Sem vínculo

22.07.2012 M 11/2012 negligencia Com família- Sem vínculo

22.08.2004 F 12/2012 medida de proteção Com família- Com vínculo

15.10.2007 M 12/2012 medida de proteção Com família- Sem vínculo

23.12.2001 M 02/2013 negligência Com família- Sem vínculo

12.10.2003 M 02/2013 desamparo emocional

07.01.2006 M 03/2013 negligência Com família- Sem vínculo

25.01.2007 F 04/2013 negligência Com família- Com vínculo

22.03.2006 F 06/2013 negligencia Com família- Com vínculo

27.10.2007 M 06/2013 negligencia Com família- Com vínculo

16.06.2004 F 06/2013 negligencia Com família- Com vínculo

21.11.2002 F 07/2013 abuso sexual Com família- Sem vínculo

21.05.2006 M 07/2013 negligência Com família- Sem vínculo

03.07.2004 M 07/2013 Violencia fisica Com família- Com vínculo

15.10.2005 M 08/2013 negligencia Com família- Com

87

vínculo

06.09.2002 M 08/2013 negligência Com família- Com vínculo

18.02.2004 M 08/2013 negligência Com família- Com vínculo

23.07.2006 M 08/2013 negligência Com família- Com vínculo

8.1.9 Tabela dos Acolhimentos Registrados

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez TOTAL

2003 0 0 0 0 0 0 2 0 5 0 2 0 9

2004 5 0 1 8 1 0 1 1 0 0 4 1 22

2005 2 0 2 0 1 3 2 2 2 0 8 1 22

2006 5 0 3 2 2 2 5 0 7 7 2 0 35

2007 1 0 2 3 0 0 0 4 0 3 3 5 21

2008 0 0 0 0 0 0 1 0 2 2 2 1 8

2009 5 1 4 7 3 4 3 3 3 3 5 1 42

2010 4 2 0 1 4 4 9 - - - - - 24

2011 0 0 1 2 1 5 2 2 4 2 3 3 25

2012 1 0 7 0 2 2 7 3 9 7 3 1 42

2013 2 3 2 4 0 4 3 5 1 1 - - 24

8.2 Casa Abrigo Menino Jesus - Unidade II

Dirigente: Pamela Rodrigues Guaiume Vivan

e-mail: [email protected]

Telefone: 45 3252-3694

Usuários: Crianças de 0 à 6 anos.

8.2.1 Histórico da Instituição de Acolhimento

No ano de 2012, teve abertura a Casa Abrigo Menino Jesus II, atendendo

crianças em situação de violação de direitos. Desde então a Casa Abrigo Menino

Unidade II atende crianças de 0 a 06 anos incompletos. Atualmente encontra-se em

espaço locado pelo município. Contudo, em abril de 2014 iniciou-se com a construção

de espaço próprio, no valor aproximado de R$630.605,34 (seiscentos e trinta mil,

88

seiscentos e cinco reais e trinta e quatro centavos) com previsão de finalização da

obra até final de 2014.

8.2.2 Rede de Serviços e Parcerias

Da rede de Proteção Social Especial da Política de Assistência Social:

CREAS I – Atendimento à Indivíduos com Direitos Violados;

CREAS II – Serviço de Atendimento e Orientação de Medidas Sócio-Educativas de

Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade.

Da rede de Proteção Social Básica da Política de Assistência Social:

CRAS - Centros de Referência em Assistência Social dos quatro territórios do

município;

Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;

Da rede de Atenção à Saúde do Município e Estado:

_ Secretaria Municipal de Saúde;

_ UBS - Unidades Básicas de Saúde;

_ Consórcio Intermunicipal de Saúde;

_ Central de Especialidades Médicas;

_ Departamento de Saúde Mental – atendimento psicológico e psiquiátrico;

_ CAPS AD - Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas;

_ Farmácia Escola Municipal – medicamentos básicos e especiais;

_ 20ª Regional de Saúde – medicamentos excepcionais.

Da rede Municipal e Estadual de Educação:

_ CMEI – Centros Municipais de Educação Infantil;

_ Escolas municipais de ensino fundamental;

_ Colégios Estaduais de Ensino Fundamental.

8.2.3 Objetivos

Oferecer acolhimento provisório a crianças afastadas do convívio familiar em

função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente

impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, proporcionando a proteção

integral bem como a prevenção de agravamento de situações de violência/negligência,

possibilitando o acesso à convivência comunitária e restabelecimento de vínculos

familiares e sociais.

89

8.2.4 Objetivos específicos

* Garantir um ambiente acolhedor e reconfortante à criança, com o intuito de amenizar

os aspectos negativos do afastamento do convívio familiar;

* Garantir a manutenção dos vínculos familiares;

* Realizar trabalho de restabelecimento de vínculos entre a criança e a família quando

estes já fragilizados ou rompidos;

* Evitar longos períodos de acolhimento institucional;

* Possibilitar o retorno da criança ao convívio de sua família de origem ou extensa ou,

esgotadas as possibilidades, inserção em família substituta.

8.2.5 Recursos Humanos

N° Função Qualificação Carga horária Vínculo de trabalho

01 Coordenadora Ensino Médio - Magistério 40 hs Estatutário/comissinado

12 Cuidador Social Ensino Superior ou magistério 40 hs estatutário

03 Auxiliar de Serviços Gerais

Ensino fundamental 40 hs contrato

2 Cozinheiras Ensino fundamental 40 hs estatutário

1 Auxiliar de Cozinha

Ensino fundamental 40 hs estatutário

1 Motorista Ensino Fundamental 20 hs estatutário

1 Assistente Social Ensino Superior – Serviço Social

20 hs estatutário

1 Psicóloga Ensino Superior – Psicologia 30 hs estatutário

Dados de junho de 2014

8.2.6 Recursos Financeiros

A manutenção da Casa Abrigo Menino Jesus Unidade II é custeada com

recursos próprios do município e com recursos do cofinancimento do Governo Federal,

através do PAC I, no valor mensal de R$ 15.000,00.

As despesas são realizadas com combustível, água, luz, telefone,

adiantamento para atividades externas e de lazer, recursos humanos, material de

higiene, limpeza, e alimentação, manutenção do Equipamento.

90

8.2.7 Estrutura Física da Instituição

A casa é alugada estruturada da seguinte forma:

1 suíte;

3 quartos

1 berçário;

1 fraldário;

3 banheiros (1 exclusivo para uso dos funcionários);

1 sala de televisão;

1 sala coordenação;

1 brinquedoteca;

2 depósitos (1 de alimentos e 1 de produtos em geral);

1 cozinha;

1 refeitório;

1 lavanderia;

1 garagem para dois carros;

área externa

8.2.8 Dados dos acolhimentos referentes ao período de janeiro de 2013 à agosto de 2013

91

DATA NASCIMENTO

SEXO MÊS/ANO INSERÇÃO

MOTIVO INSERÇÃO SITUAÇÃO FAMILIAR ATUAL

09.03.2012 F 03/2012 transf. Ouro Verde

COM FAMILIA – SEM VINCULO

25.10.2012 F 10/2012 medida de proteção

COM FAMILIA – SEM VINCULO

11.07.2008 M 03/2012 transf. Ouro Verde

COM FAMILIA – SEM VINCULO

26.08.2009 M 11/2012 violência física

COM FAMILIA – SEM VINCULO

30.05.2012 F 09/2012 negligência

COM FAMILIA – SEM VINCULO

22.05.2012 F 10/2012 conflito familiar

COM FAMILIA – COM VINCULO

22.08.2004 F 10/2012 suspeita abuso sexual

COM FAMILIA – SEM VINCULO

24.06.2011 M 01/2013 transf. Ouro Verde

COM FAMILIA – SEM VINCULO

09.02.2007 F 09/2011 negligência

COM FAMILIA – SEM VINCULO

23.01.2012 F 10/2012 medida de proteção

COM FAMILIA – SEM VINCULO

19.01.2008 F 10/2012 suspeita abuso sexual

COM FAMILIA – SEM VINCULO

26.03.2011 F 03/2012 transf. Ouro Verde

COM FAMILIA – SEM VINCULO

15.10.2007 M 12/2012 medida de proteção

COM FAMILIA – SEM VINCULO

22.07.2012 M 11/2012 Medida de proteção

COM FAMILIA – SEM VINCULO

23.06.2009 M 07/2012 medida de proteção

COM FAMILIA – COM VINCULOS

01.10.2011 F 01/2013 negligencia

COM FAMILIA – SEM VINCULO

01.09.2012 M

01/2013

transf. Ouro Verde COM FAMILIA – SEM VINCULO

17.09.2008 F 09/2013

transf. Ouro Verde COM FAMILIA – COM VINCULO

01.06.2012 M 02/2013 Negligência

COM FAMILIA – COM VINCULO

02.07.2009 F 02/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – SEM VINCULO

11.07.2011 M 02/2013 Abandono de incapaz COM FAMILIA – SEM VINCULO

20.09.2012 F 03/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – SEM VINCULO

24.04.2012 F 03/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – SEM VINCULO

07.05.2012 M 03/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – SEM VINCULO

29.03.2013 M 04/2013 Medida de proteção COM FAMÍLIA – COM VINCULO

09.06.2012 F 06/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – SEM VINCULO

01.04.2011 M 06/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – SEM VINCULO

31.01.2009 F 06/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – COM VINCULO

02.04.2008 F 07/2013 Negligência COM FAMILIA – SEM VINCULO

08.01.2011 M 07/2013 Negligência COM FAMILIA – COM VINCULO

30.01.2011 F 07/2013 Negligência COM FAMILIA – SEM VINCULO

01.05.2012 M 07/2013 Negligência COM FAMILIA – SEM VINCULO

14.07.2012 F 08/2013 Agressão/negligência COM FAMILIA – SEM VINCULO

30.06.2013 F 08/2013 Violência física COM FAMILIA – SEM VINCULO

28.05.2013 M 08/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – COM VINCULO

23.12.2013 M 08/2013 Agressão/negligência COM FAMILIA – SEM VINCULO

31.12.2008 F 08/2013 Agressão/negligência COM FAMILIA – SEM VINCULO

18.09.2009 F 08/2013 Violência física COM FAMILIA – SEM VINCULO

92

8.2.9 Tabela dos acolhimentos registrados

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez TOTAL

2013 4 3 2 0 0 3 4 7 0 2 - - 24

A Casa Abrigo Menino Jesus – Unidade II iniciou suas atividades no ano de 2013 com

16 crianças acolhidas

8.3 Casa Abrigo para Adolescentes

Dirigente da instituição: Hosea Zaqueu Sackvil

e-mail: [email protected]

Telefone: 45 3252-3694

Usuários: Adolescentes de 12 à 18 anos de idade

8.3.1 Histórico da Instituição de Acolhimento

No dia 26 de abril de 2010, iniciou-se o trabalho na Casa Abrigo para

Adolescentes com capacidade máxima de 8 vagas, sendo a instituição de natureza

pública.

A faixa etária atendida pelo serviço é de público de adolescentes, sendo este

definido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente como a idade de 12 a 18 anos.

8.3.2. Rede de serviços e parcerias

Da rede de Proteção Social Especial da Política de Assistência Social :

CREAS I – Atendimento à Indivíduos com Direitos Violados;

CREAS II – Serviço de Atendimento e Orientação de Medidas Sócio-Educativas de

Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade.

Da rede de Proteção Social Básica da Política de Assistência Social:

CRAS - Centros de Referência em Assistência Social dos quatro territórios do

município;

Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

Da rede de Atenção à Saúde do Município e Estado:

Secretaria Municipal de Saúde;

UBS - Unidades Básicas de Saúde;

Consórcio Intermunicipal de Saúde;

93

Central de Especialidades Médicas;

Departamento de Saúde Mental – atendimento psicológico e psiquiátrico;

CAPS AD - Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas;

Farmácia Escola Municipal – medicamentos básicos e especiais;

20ª Regional de Saúde – medicamentos excepcionais.

Da rede Municipal e Estadual de Educação:

CMEI – Centros Municipais de Educação Infantil;

Escolas municipais de ensino fundamental;

Colégios Estaduais de Ensino Fundamental e Médio.

Educação para Jovens e Adultos.

8.3.3 Objetivos

Oferecer acolhimento provisório a adolescentes afastados do convívio familiar

em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se

temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção,

proporcionando a proteção integral bem como a prevenção de agravamento de

situações de violência/negligência, possibilitando o acesso à convivência comunitária e

restabelecimento de vínculos familiares e sociais.

8.3.4 Objetivos Específicos

* Garantir um ambiente acolhedor e reconfortante ao adolescente;

* Garantir a manutenção dos vínculos familiares;

* Realizar trabalho de restabelecimento de vínculos entre o adolescente e a família

quando estes já fragilizados ou rompidos;

* Evitar longos períodos de acolhimento institucional;

* Propiciar oportunidades de participar na vida da comunidade, buscando a

reconstrução de vínculos afetivos com grupos familiares ou significativos aos

adolescentes;

* Realizar preparação para o desligamento e formação para vida autônoma.

8.3.5 Recursos Humanos

N° Função Qualificação Carga horária

Vínculo de trabalho

94

1 Coordenador Ensino Superior - Teologia

40 hs contrato

4 Cuidador Social Ensino Superior ou magistério

40 hs estatutário

2 Auxiliar de Serviços Gerais Ensino fundamental 40 hs contrato

1 Cozinheira Ensino fundamental 40 hs estatutário

1 Assistente Social Ensino Superior – Serviço Social

10 hs estatutário

1 Psicóloga Ensino Superior – Psicologia

10 hs estatutário

8.3.6 Recursos Financeiros

Para manutenção do equipamento, além de recursos próprios o município

recebe cofinanciamento federal para manutenção dos serviços de Proteção Social de

Alta Complexidade através do PAC I, recebendo R$ 15.000,00 por mês e que são

distribuídos entre os serviços de acolhimento governamentais. A Casa Abrigo para

Adolescentes se inscreveu no projeto Crescer em Família do Governo de Estado que,

quando contemplado com o recurso, receberá o valor de R$50.000,00 com

contrapartida do município de R$ 5.000,00.

As despesas são realizadas com combustível, água, luz, telefone,

adiantamento para atividades externas e de lazer, recursos humanos, material de

higiene, limpeza, e alimentação, manutenção do Equipamento. Além dos recursos

citados o município dispõe de recursos próprios para o desenvolvimento das

atividades.

8.3.7 Estrutura Física da Instituição

A casa é estruturada da seguinte forma:

03 dormitórios para os usuários

02 banheiros para usuários

01 banheiro para funcionários

01 sala de estar

01 sala para jantar

01 cozinha

01 despensa

95

01 lavanderia

01 sala de administração

01 garagem

espaço para lazer e recreação

O espaço atualmente utilizado pela Casa Abrigo para Adolescente é locado. O

município, contudo, tem imóvel próprio para o desenvolvimento deste Serviço mas que

passará por reforma e ampliação com previsão para ser entregue no primeiro

semestre de 2015.

96

8.3.8 Dados dos acolhimentos referentes ao período de janeiro de 2013 à agosto de

2013

97

DATA NASCIMENTO

SEXO MÊS/ANO INSERÇÃO

MOTIVO INSERÇÃO SITUAÇÃO FAMILIAR ATUAL

28/03/1998 F 06/2012 violência física

COM FAMILIA – COM VINCULO

29/05/2000 M 08/2012 abandono

COM FAMILIA – COM VINCULO

02/12/1996 M 01/2012 conflito familiar

COM FAMILIA – COM VINCULO

01/07/1999 M 05/2012 negligência

COM FAMILIA – COM VINCULO

03/01/2000 F 12/2011 negligência

COM FAMILIA – COM VINCULO

12/01/1999 M 07/2012 maus tratos

COM FAMILIA – COM VINCULO

08/02/2000 M 05/2011 negligência

COM FAMILIA – SEM VINCULO

23/12/2001 M 04/2012 negligência

COM FAMILIA – SEM VINCULO

11/12/1997 M 06/2011 negligência

COM FAMILIA – COM VINCULO

16/12/1995 F 07/2012 maus tratos

COM FAMILIA – COM VINCULO

24/11/1999 M 09/2012 Medida preventiva COM FAMILIA – COM VINCULO

07/05/1998 F 09/2012 Situação de risco COM FAMILIA – COM VINCULO

30/10/1995 F 09/2012 Situação de risco COM FAMILIA – COM VINCULO

14.03.1998 M 10/2012 Negligência COM FAMILIA – COM VINCULO

04/10/1999 F 11/2012 Abuso sexual COM FAMILIA – COM VINCULO

22/02/1998 F 12/2012 Agressão física COM FAMILIA – COM VINCULO

18/12/1996 F 12/2012 Fuga de casa COM FAMILIA – COM VINCULO

10/01/2000 F 12/2012 Situação de risco COM FAMILIA – COM VINCULO

21/09/1998 M 01/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – COM VINCULO

22/01/2000 F 02/2013 Conflito familiar COM FAMILIA – COM VINCULO

20/03/1997 M 03/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – COM VINCULO

29/10/1996 M 03/2013 Conflito familiar COM FAMILIA – COM VINCULO

25/05/1998 M 03/2013 Conflito familiar COM FAMILIA – COM VINCULO

21/05/1997 M 04/2013 Abandono de incapaz

COM FAMILIA – COM VINCULO

17/06/1998 M 04/2013 Situação de risco COM FAMILIA – SEM VINCULO

26/07/1999 F 04/2013 Violência física COM FAMILIA – COM VINCULO

11/04/2001 F 05/2013 Agressão física e psicológica

COM FAMILIA – COM VINCULO

27/09/1996 M 05/2013 Fuga de casa COM FAMILIA – COM VINCULO

30/01/2000 F 06/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – COM VINCULO

01/01/2002 M 07/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – SEM VINCULO

24/04/1996 F 08/2013 Situação de risco COM FAMILIA – SEM VINCULO

06.05.2000 M 08/2013 Abandono COM FAMILIA – SEM VINCULO

M 08/2013 Medida de proteção COM FAMILIA – COM VINCULO

98

8.3.9 Tabela dos acolhimentos registrados

Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez TOTAL

2011 0 0 0 1 2 2 2 0 4 0 2 1 14

2012 2 0 0 1 1 1 2 1 3 1 1 3 16

2013 1 2 3 3 2 1 1 3 4 1 21

8.4 Casa Lar Dorcas

O Serviço de Acolhimento desenvolvido na Casa Lar Dorcas foi encerrado em

maio de 2014, onde as crianças e adolescentes acolhidos naquele espaço foram

transferidos para as Casas Abrigo Governamentais. Para fins de elaboração do Plano,

como os dados levantados são do período de 2013, ano que a Casa Lar Dorcas

mantinha as atividades, sendo assim, constam os dados levantados no período.

Dirigente da instituição: Nelson Kissler

e-mail: [email protected]

Telefone: 45 3252-1371

8.4.1 Histórico da Instituição de Acolhimento

O Centro Comunitário e Social Dorcas surgiu em 1991 a partir da idéia e

iniciativa de pessoas pertencentes a Congregação Cristo Redentor de Toledo, filiada a

Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), que desperta a preocupação com a ação

do cristão no mundo onde vive, frente aos problemas sociais. Buscando conhecer a

realidade do município o pastor e lideranças passam a participar de reuniões com

pessoas, órgãos e entidades envolvidas e preocupadas com a questão da criança, do

adolescente e famílias residentes no município.

No decorrer deste período, percebeu-se a falta de atendimento para a faixa

etária dos adolescentes e atendimento e orientação a mães solteiras. Iniciou-se um

atendimento nas dependências da Igreja, localizada no centro da cidade para

posteriormente transferir-se para a Vila Pioneira, um bairro com 30.000 habitantes, na

época, e grandes problemas sociais.

A Congregação obteve a doação de um terreno pela Prefeitura Municipal e

obteve recursos para a construção junto a IELB (Igreja Evangélica Luterana do

Brasil), Prefeitura Municipal, Secretaria Estadual da Criança e Assuntos da Família.

Em junho de 1996, inaugurou-se a sede do Centro Comunitário e Social Dorcas e em

99

julho do mesmo ano iniciaram-se as atividades da Casa de Meninas Dorcas,

atendendo a meninas moradoras das proximidades. Com a divulgação e

reconhecimento do trabalho realizado pela comunidade social, a cada ano o trabalho

vem ampliando-se.

No início de 2000, houve uma ampliação da área física da Entidade, o que deu

possibilidade de ampliar gradativamente o número de atendimentos. Foram atendidas

crianças e adolescentes consideradas em situação de risco pessoal e social, através

de ações sócio-educativas e cursos semi-profissionalizantes nas áreas de artesanato,

costura básica, bem como acompanhamento escolar, de saúde e familiar, alcançando

assim em 2002 a 650 pessoas incluindo-se trabalho de orientação a seus familiares.

Em 2003 foi implantada a Unidade 2, no Bairro Jd. Coopagro, com

atendimento a 280 crianças e adolescentes, em sistema de contra-turno social, com

ações complementares que priorizam o lúdico, o cultural, a interação social na

construção e defesa da cidadania. Oferecendo também ás famílias atendimento sócio

educativo, complementando e ampliando o trabalho realizado.

O Centro Comunitário e Social Dorcas enquanto equipamento participante dos

conselhos municipais (CMAS E CMDCA), no modelo de entidade não governamental,

sensibilizou-se diante das problemáticas apresentadas e apresentou a proposta de

Casa Lar em regime de abrigo institucional como forma de resposta a necessidade

existente no município.

Sendo este projeto aprovado pelo CMDCA, integrou-se a Casa Lar ao

Projeto Amigos da Família, proporcionando atendimento a crianças encaminhadas a

este segmento. Efetivada a construção, visando atendimento integral, otimizando a

estrutura voltada ao atendimento das necessidades e demandas prioritárias do

município.

Em 2007 foi implantada a Casa-Lar Dorcas, atendendo em unidade residencial

onde uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente, prestando

cuidados a um grupo de até 12 crianças e/ou adolescentes, com capacidade máxima

de atendimento para 12 crianças em situação de vulnerabilidade social, prioriza o

atendimento personalizado com equipe técnica, em clima residencial contribuindo

para a construção de vínculos afetivos saudáveis e o resgate da afetividade para o

bem estar das crianças e da família.

Atendendo em período integral, as crianças que residem na casa por período

determinado pelo Ministério Público e Vara da Infância e da Juventude de Toledo - Pr,

sendo inseridos na rede de serviços locais com resolutividade, buscando orientar e

encaminhar as famílias para atendimentos com a rede, e a construção dos planos

100

individuais de atendimento, e orientação sociofamiliar.

A Casa Lar é o espaço no qual são acolhidas crianças com vínculos familiares

rompidos ou fragilizados, a fim de garantir proteção integral. A organização do serviço

busca garantir a privacidade, o respeito aos costumes, às tradições e à diversidade de:

ciclos de vida, arranjos familiares, raça/etnia, religião, gênero e orientação sexual, mas

de forma subjetiva visa melhorar qualidade de vida da situação em que as crianças se

encontravam e fortalecer os vínculos familiares.

A Entidade garante os Direitos de seus usuários, sendo que o serviço está

organizado em consonância com os princípios, diretriz e orientações do Estatuto da

Criança e do Adolescente e das “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para

Crianças e Adolescentes”.

O atendimento prestado é personalizado e em pequenos grupos e favorecer o

convívio familiar e comunitário, bem como a utilização dos equipamentos e serviços

disponíveis na comunidade local. As regras de gestão e de convivência são

construídas de forma participativa e coletiva, a fim de assegurar a autonomia dos

usuários (crianças e famílias), conforme perfis.

O serviço funciona em unidade (Casa Lar) inserida na comunidade (Jardim

Coopagro) com características residenciais, ambiente acolhedor e estrutura física

adequada, visando o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente

familiar. A edificação está organizada de forma a atender aos requisitos previstos nos

regulamentos existentes e às necessidades dos usuários, oferecendo condições de

habitabilidade, higiene, salubridade, segurança, acessibilidade e privacidade.

A proposta fundamental da Casa Lar é tê-la o mais parecido com um lar,

embora provisório; paralelamente, desenvolve-se um trabalho conscientização da

comunidade quanto a sua responsabilidade social para com o próximo.

A diretriz do trabalho consiste em proporcionar um Lar para as crianças,

embora provisório, com características de proteção e moradia, visando à garantia de

direitos a convivência familiar e comunitária visando preferencialmente o

fortalecimento dos vínculos familiares na família biológica ou extensa.

8.4.2 Rede de serviços e parcerias

- A rede de Educação é acionada visando a inclusão das crianças em escola do bairro,

conforme a faixa etária e série específica. São utilizados os serviços da Escola

Municipal Engenheiro Waldyr Luiz Becker e Colégio Estadual Novo Horizonte,

conforme a idade e série das crianças acolhidas.

101

- A rede de Saúde atende as demandas de serviço básico para avaliação e

acompanhamento individual e também realiza procedimentos específicos conforme a

demanda por serviços e perfil da criança acolhida, sendo acionados os recursos para

avaliação ou acompanhamento especializado. São utilizados os serviços da Unidade

Básica do Jardim Coopagro, e do Mini Hospital Drº José Nunes. Também sendo

acionados outros serviços especializados da rede conforme a necessidade

apresentada.

- O acolhimento institucional prevê intensa comunicação com o Serviço Auxiliar da

Infância e Juventude, havendo grande integração com o SAIJ da Comarca de Toledo,

no acompanhamento das crianças acolhidas na Casa Lar Dorcas, sendo

encaminhados relatórios conforme a solicitação e demanda apresentada.

8.4.3 Objetivos

Acolher e garantir proteção integral, oportunizando atendimento a crianças,

dolescentes e famílias, considerado em situação de vulnerabilidade social;

Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência,

violência e ruptura de vínculos, promovendo o acesso a programações culturais, de

lazer, de esporte e ocupacionais internas e externas, relacionando-as a interesses,

vivências, desejos e possibilidades do público, de acordo com o Artigo 2.º do Estatuto

Social da entidade, observando-se os preceitos do ECA, da LOAS, e da Tipificação

Nacional dos Serviços Sócio Assistenciais;

Restabelecer vínculos familiares e/ou sociais;

8.4.4 Objetivos Específicos

*Possibilitar a convivência comunitária;

*Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de

Garantia de Direitos e às demais políticas públicas setoriais;

* Favorecer o surgimento e o desenvolvimento de aptidões, capacidades e

oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

*Preservar os vínculos com a família de origem, salvo determinação judicial em

contrário;

8.4.5 Recursos Humanos

102

Nº. CARGO Formação Vínculo Carga Horária

01 ASSISTENTE SOCIAL SERVIÇO SOCIAL CLT 20 H/S

02 PSICÓLOGA PSICOLOGIA CLT 16 H/S

03 CUIDADOR/EDUCADOR SOCIAL

2º GRAU COMPLETO

CLT 44 H/S

04 SERVIÇOS GERAIS 1º GRAU COMPLETO

CLT 44 H/S

05 VOLUNTÁRIO CUIDADOR SOCIAL

1ºGRAU INCOMPLETO

Voluntário 44 /S

8.4.6 Recursos financeiros

Convênio METAS Fonte de Origem de Recursos Receitas VALOR TOTAL

Despesas

Municipal VALOR

Estadual VALOR

Federal VALOR

Programa de

Acolhimento

Institucional

Casa Lar 12

metas

67.056,00 67.056,00 67.056,00

Campanha de

Imposto de Renda

19.638,00 19.638,00 19.638,00

Programa Crescer

em Família

4.000,00 (próprios)

80.000,00 84.000,00 54.382,68

Valor Total 141.076,68

Obs.1: - O recurso referente ao repasse da Campanha do Imposto de Renda é repassado em

uma única parcela, sendo aplicado nos programas de atendimento da Entidade, nas duas

unidades (Pioneira/Casa de Meninas e Coopagro/ Centro Integrado e Casa Lar). Estando

previsto o valor de R$ 160.377,00 (cento e sessenta mil, trezentos e setenta e sete reais),

sendo que R$ 63.823,50 (sessenta e três mil, oitocentos e vinte e três reais e cinquenta

centavos), para aplicação na Unidade da Vila Pioneiro, R$ 76.915,50 (setenta e seis mil,

novecentos e quinze reais e cinquenta centavos) para aplicação na Unidade do Jardim

Coopagro e, R$ 19.638,00 (dezenove mil, seiscentos e trinta e oito reais) para aplicação na

Unidade Casa Lar Dorcas.

Obs.2: A Casa Lar Dorcas, não tem previsto receber o recurso referente ao Programa Gestão e

Modernização de Práticas Sociais

8.4.7 Recursos Próprios

Fonte Receitas

Eventos 88.800,00

Parcerias

Doações 86.700,00

Valor Total 175.500,00

103

Obs.: Os valores referentes a recursos próprios para o ano de 2013 são estimativas que

dependem da adesão e participação dos apoiadores, dos resultados dos eventos, e são

utilizados nas três unidades.

8.4.8 Estrutura Física da Instituição

01 sala

01 copa e cozinha

01 lavanderia

01 banheiro

01 banheiro para meninos

01 banheiro para os pais sociais

01 dormitório para as meninas

01 dormitório para os meninos

01 dormitório para os pais sociais

104

8.4.9. Perfil dos Acolhidos

8.4.10 Tabela dos acolhimentos registrados ( de agosto de 2012 a agosto de 2013).

Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez TOTAL

2012 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 3 5

2013 0 0 0 0 0 1 0 3 0 0 0 0 4 OBS: Embora o serviço da Casa Lar Dorcas tenha iniciado em 2007, ao dados dos acolhimentos registrados são apenas do período de agosto de 2012 a agosto de 2013.

DATA NASCIMENTO

SEXO MÊS/ANO INSERÇÃO

MOTIVO INSERÇÃO

SITUAÇÃO FAMILIAR ATUAL

06/11/2006 M 02/2010

Negligência e abandono

COM FAMILIA SUBSTITUTA

31/07/2005 F 02/2010

Negligência e abandono

COM FAMILIA SUBSTITUTA

05/04/2004 F 06/2011 Negligência

EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

19/11/2005 M 06/2011 Negligência

EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

10/04/2002 F 06/2011 Negligência

EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

15/01/2000 M 08/2012 Negligência

EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

15/04/2008 F 10/2011 Situação de Risco

COM FAMILIA – COM VINCULO

23/01/2010 F 04/2011 Situação de Risco

COM FAMILIA – SEM VINCULO

30/08/2011 M 04/2012

Negligência e Maus tratos

COM FAMILIA – COM VINCULO

02/05/2005 F 04/2012

Negligência e Maus tratos

COM FAMILIA – COM VINCULO

21/12/2003 M 04/2012 Negligência e Maus tratos

COM FAMILIA – COM VINCULO

15/05/2012 M 05/2012 Medida de Proteção

EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

12/10/2003 M 08/2012 Maus tratos COM FAMILIA SUBSTITUTA

15/10/2003 M 12/2012 Negligência COM FAMILIA – COM VINCULO

07/12/2003 M 12/2012 Negligência COM FAMILIA – COM VINCULO

03/03/2001 F 12/2012 Negligência COM FAMILIA – COM VINCULO

01/01/2002 M 06/2013 Abandono EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

19/01/2005 M 08/2013 Negligência EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

04/07/2008 M 08/2013 Negligência EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

04/04/2011 M 08/2013 Negligência EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO

105

9. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E O PERFIL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS

Em complementaridade aos dados apresentados pelos Serviços de

Acolhimento, a Secretaria Municipal da Educação realizou levantamento da situação

escolar, no período de agosto de 2012 a agosto de 2013, das crianças e adolescentes

acolhidas, conforme segue:

GRÁFICO 4 – CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS EM RELAÇÃO À

MATRÍCULA NA REDE DE ENSINO

Fonte: Secretaria de Educação – agosto de 2012 a agosto de 2013

GRÁFICO 5– CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS EM RELAÇÃO À

DISTORÇÃO IDADE/ANO

Fonte: Secretaria de Educação – agosto de 2012 a agosto de 2013

106

GRÁFICO 6 – CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS E MODALIDADE DE

ENSINO

Fonte: Secretaria de Educação – agosto de 2012 a agosto de 2013

GRÁFICO 7 – CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS E DADOS

ESCOLARES

Fonte: Secretaria de Educação – agosto de 2012 a agosto de 2013

Analisando os dados das crianças e adolescentes que estavam acolhidos no

município de Toledo, no período de agosto de 2012 a agosto de 2013, constatou-se

que: dos alunos em serviço de acolhimento, do total de crianças informado, 49% estão

matriculadas, 32% não matriculadas no Ensino Fundamental, podendo ter sido

transferidas para outro município ou estado, 19% estão em idade não obrigatória. Das

crianças Não Matriculadas, 45% foram transferidas, 46% estão com Dados

Insuficientes para a pesquisa e 9% são desistentes. Outrossim, os dados não foram

conclusivos visto que os nomes podem ter sofrido alteração e/ou outro motivo. Em

relação à idade da criança e o ano que está frequentando, verificamos que 67% estão

107

em idade compatível com o ano/série que a criança freqüenta e 33% estão em

distorção de idade com ano que frequenta. Averiguamos que 50% destas crianças

estão matriculadas na Educação Infantil, 44% no Ensino Fundamental Anos Iniciais e

6% na Educação de Jovens e Adultos.

108

10. PLANEJAMENTO DAS METAS 2014-2017

Diante da luta pela garantia dos direitos das crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária, pretende-se apresentar

as metas definidas pelas Políticas Públicas que atendem crianças e adolescentes no município. As metas apresentadas serão

apreciadas, discutidas e aprovadas no CMAS e CMDCA. Por ocasião do Termo de Aceite ao cofinanciamento do PAC I, serão elencadas

também metas específicas para o Serviço de Acolhimento.

As metas tem como cronograma estabelecido:

Curto prazo: 2014-2015

Médio prazo: 2015-2016

Longo prazo: 2017

Ações permanentes: 2014-2017

Sendo assim, as Políticas Públicas que atendem crianças e adolescentes tem como metas que embasam o Plano, no sentido de

propiciar o direito à convivência familiar e comunitária, as seguintes propostas:

TABELA 18 – PLANEJAMENTO DAS METAS 2014-201755

METAS AÇÕES PRAZOS COMPETÊNCIA

Ampliar o número de equipes da Estratégia Saúde da Família – ESF;

Implantar 23 equipes de ESF e 04 equipes de NASF;

Longo Prazo Secretaria de Saúde Ministério da Saúde Secretaria de Estado de Saúde do Paraná

Reduzir as internações por causas sensíveis à Atenção Básica;

20,50% Realizar atividades educativas;

Ações Permanentes SMS Equipes da Secretaria de Saúde

Aumentar a cobertura de atendimento da Saúde Bucal - SB;

Implantar 10 equipes de SB; Longo Prazo Secretaria de Saúde Ministério da Saúde Secretaria de Estado de Saúde do

55

A Secretaria de Cultura e de Esportes e Lazer não encaminharam as metas das referidas Políticas até o fechamento do presente Plano. Portanto não constam no quadro de metas.

109

Paraná

Implementar escovação supervisionada, aumentando o percentual desta ação;

2% Construir escovódromo;

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Saúde

Reduzir mortalidade infantil; 10,5% Manter pré-natal em todas as ESF; Garantir 07 ou mais consultas para 85% das gestantes; Realizar atividade sobre aleitamento materno; Realizar busca ativa da gestante; Diminuir o índice de gestantes adolescentes; Estruturar ambulatório para crianças recém-nascidas de alto risco e capacitar profissionais; Estruturar 02 Unidades de referência para pré-natal de médio risco;

Ações Permanentes Ações Permanentes Curto Prazo Ações Permanentes Longo Prazo Médio Prazo Longo Prazo

Secretaria Municipal de Saúde Secretaria de Estado de Saúde do Paraná Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná - CISCOPAR HOSPITAL

Aumentar acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família em crianças menores de um ano e gestantes;

76% Manter pré-natal em todas as ESF; Garantir 07 ou mais consultas para 85% das gestantes; Realizar busca ativa da gestante;

Ações Permanentes Ações Permanentes Ações Permanentes

Secretaria Municipal de Saúde

Aumentar o percentual de parto normal; 30% Realizar um encontro sobre parto normal; Desenvolver ações na Unidade de Saúde voltadas à promoção do parto normal;

Médio Prazo Ações Permanentes

Secretaria Municipal de Saúde

110

Desenvolver uma campanha na mídia sobre parto normal; Realizar uma campanha de orientação sobre parto normal a escolares do ensino médio; Implantar fisioterapia obstétrica no pré-natal;

Médio Prazo Médio Prazo Longo Prazo

Aumentar a proporção de nascidos vivos de mães com no mínimo 07 consultas de pré-natal;

85% Manter pré-natal em todas as ESF; Garantir 07 ou mais consultas para 85% das gestantes; Realizar busca ativa da gestante;

Ações Permanentes

Secretaria Municipal de Saúde

Realizar o teste de sífilis das gestantes usuárias do SUS;

Garantir 03 exames de VDRL para as gestantes; Garantir recursos humanos necessários para a realização do teste rápido; Desenvolver campanha, por UBS, para orientação sobre sífilis e sífilis congênita; Capacitar equipes para sensibilização e contínua notificação;

Ações Permanentes

Secretaria Municipal de Saúde

Capacitar profissionais para identificação e registro da violência doméstica, sexual e outras violências;

100% Capacitar equipes para sensibilização e contínua notificação; Incluir novas Unidades de Saúde para o serviço de notificação; Realizar atividades educativas/campanhas por

Ações Permanentes

Secretaria Municipal de Saúde

111

UBS, anualmente, sobre violência doméstica, sexual e outras violências;

Aumentar acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família a crianças de 01 a 07 anos;

Realizar busca ativa da criança;

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Saúde

Aumentar o acesso à insumos e serviços necessários para manutenção da qualidade de vida aos pacientes SUS;

Atualizar o protocolo do leite artificial;

Curto Prazo Secretaria Municipal de Saúde

Estruturar a rede de atenção em saúde mental, organizada a partir da Atenção Básica;

Caps i Matriciar 100% das equipes de ESF e 50% das UBSs tradicionais

Curto Prazo Secretaria Municipal de Saúde Ministério da Saúde

Desenvolver trabalho de matriciamento, junto às equipes da atenção básica, para articulação de ações de promoção da saúde, prevenção e tratamento do etilismo e outras drogas;

Caps AD Matriciar 100% das equipes de ESF e 50% das UBSs tradicionais

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Saúde Ministério da Saúde Secretaria de Estado de Saúde do Paraná – APSUS

Realizar cobertura vacinal em crianças menores de 05 anos com todas as vacinas do esquema básico em todas as Unidades Básicas de Saúde;

95% das crianças Realizar busca ativa da criança

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Saúde

Investigação de óbitos; Capacitar equipe para investigação de óbitos infantis;

Secretaria Municipal de Saúde Secretaria de Estado de Saúde do Paraná

Aumentar a qualidade do pré-natal, detectando precocemente casos de sífilis em gestante e em menor de um ano;

Garantir 03 exames de VDRL para cada gestante; Garantir recursos humanos necessários para a realização do teste rápido; Desenvolver campanha, por UBS, para orientação sobre sífilis e sífilis congênita;

Curto Prazo Secretaria Municipal de Saúde

Notificar os casos de violência atendidos nas Escolas, CMEIS, CRAS, CREAS e Conselho Tutelar;

Capacitar equipes para sensibilização e contínua notificação;

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Saúde

112

Apoiar ações para que ocorra redução de óbitos em menores de 15 anos nas Unidades de Terapia Intensiva – UTI, dos hospitais de referência;

Implantar Classificação de risco; Implementar ações de educação permanente em urgência/emergência; Manter rede de atenção à gestante;

Curto Prazo Ações Permanentes Ações Permanentes

Secretaria Municipal de Saúde Ministério da Saúde Secretaria de Estado de Saúde do Paraná

Assegurar práticas de educação e cuidado que possibilitem o desenvolvimento integral da criança.

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação56

Assegurar complementação à ação da família, articulando, na Educação Infantil, as funções de educar e cuidar.

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Ampliar, conforme a demanda da população, a oferta de Educação Infantil no Município de Toledo, conforme critérios de ingresso, permanência e atendimento estabelecidos pelo município.

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Ampliar a oferta de vagas na Educação Infantil, através da construção de Centros Municipais de Educação Infantil e salas de aula em escolas nos bairros e Distritos do Município

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Garantir, às instituições públicas atendimento especializado às crianças com necessidades especiais, nos termos das Normas do Sistema

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

56

A Secretaria de Educação informou que a Plano Municipal de Educação está em processo de revisão com previsão para término até o final de 2014. Sendo assim, após concluído o Plano Municipal da Educação serão acrescentadas ao Plano de Convivência Familiar e Comunitária e de Acolhimento as novas propostas formuladas pela Educação.

113

Municipal de Ensino.

Manter a alimentação escolar para as crianças atendidas na Educação Infantil, nos estabelecimentos públicos e conveniados, com o devido acompanhamento nutricional através da colaboração financeira da União, do Estado e Município.

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Assegurar a manutenção dos projetos e programas que são oferecidos a Pré-Escola, ampliando-os também para os Centros Municipais de Educação Infantil.

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Garantir em calendário escolar a manutenção da parada pedagógica e do Conselho de Classe, estendendo da mesma forma este direito para os Centros Municipais de Educação Infantil.

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Estudar a possibilidade de se estabelecer convênios entre o Poder Público e escolas privadas para ampliação da oferta de vagas para Educação Infantil

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Promover a articulação escola/família, através da manutenção dos Fóruns Permanentes de Educação e Família nas escolas do Município como espaço de discussão, reflexão e diálogo sobre as questões relativas à aprendizagem, educação e contexto escolar do Ensino Fundamental.

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Assegurar nas escolas, em contraturno, professor de reforço escolar para atendimento aos alunos de ensino fundamental, com defasagem e ou dificuldades de aprendizagem, bem como dar continuidade ao serviço de apoio com o professor

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

114

psicopedagogo.

Promover debates, reflexões, fóruns e seminários, em parceria com instituições religiosas, ongs, universidades, associações, escolas de pais, no sentido de assegurar o compromisso com a aprendizagem, com a erradicação do analfabetismo, dos princípios e ideais de confiança, respeito, solidariedade e ética

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Ãções Permanentes Secretaria Municipal da Educação

Ofertar estrutura física adequada ao desenvolvimento de projetos para juventude.

Realizar reformas e melhorias nos Centros da Juventude

Médio e longo prazo Secretaria Municipal da Juventude

Elaborar Plano Municipal da Juventude Realizar uma pesquisa de perfil da juventude do Município de Toledo

Médio Prazo Secretaria Municipal da Juventude e Universidades

Garantir espaços físicos para o desenvolvimento de projetos e ações em bairros e comunidades rurais

Disponibilizar espaços alternativos para a juventude

Longo prazo Secretaria Municipal da Juventude e demais secretarias

Incentivo ao ingresso no ensino superior público e gratuito.

Disponibilizar gratuitamente cursos preparatórios de qualidade para vestibular e ENEM.

Curto prazo Secretaria Municipal da Juventude

Ofertar um Plano de emancipação pessoal e profissional, com uma equipe de profissionais qualificados que garantam acompanhamento ao jovem

Implantar o Programa Estação Juventude

Curto prazo Secretaria Municipal da Juventude e Secretarias afins

Fortalecer e propor ações pontuais de prevenção ao uso e abuso de drogas.

Palestras educativas Ações permanentes Secretaria Municipal da Juventude

Sistematização e padronização de dados e nos Centros da juventude

Desenvolver um banco de dados específico para os centros da juventude.

Curto prazo Secretaria Municipal da Juventude e SMAD

Aprimorar fluxo de atendimento, acompanhamento e encaminhamentos dos

Reuniões periódicas com equipes multiprofissionais

Ações permanentes Secretaria Municipal da Juventude e Secretarias afins

115

jovens para outras políticas das demais políticas.

Desenvolver a Política de Juventude de forma transversal com ações intersetoriais com demais secretarias.

Promover programas, projetos e ações interagindo com outras secretarias na elaboração e execução.

Ações permanentes Secretaria Municipal da Juventude e Secretarias afins

Proporcionar contato e troca de experiências entre jovens de vários municípios, participantes do Programa Centro da Juventude

Realizar intercambio entre Centros da Juventude

Médio Prazo Secretaria Municipal da Juventude

Garantir espaço de participação e controle social da política pública de juventude

Efetivar o Conselho Municipal da Juventude

Curto prazo Secretaria Municipal da Juventude

Garantir acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, no entorno das Universidades.

Garantir a implementação do Restaurante Popular no entorno das universidades. Com alimentos originados da Cozinha Social. Sendo ofertados almoço e jantar

Longo prazo Poder Executivo Municipal e Unioeste Campus Toledo. Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e Secretarias Municipais

Manter e ampliar as equipes de recursos humanos, considerando as diretrizes legais do SUAS, demandas da Política Municipal de Assistência Social e Providenciar a revisão da Lei Orgânica Municipal com identificação de atribuições de determinados cargos de forma a corresponder as atribuições específicas no que tange a atuação na área de Assistência Social.

- Realização de Concurso Público e convocação de servidores para suprir as demandas na área de Assistência Social; - Manter e Contratar Recursos Humanos para o Gabinete, Departamentos e Unidades de atendimento governamentais, considerando o reordenamento e a expansão dos Serviços conforme PPA 2014-2016; - Realizar contratação ou parceria com secretarias municipais para garantir no quadro de RH profissionais das áreas de: nutrição, enfermagem, terapia ocupacional. -

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Assistência Social Secretaria de Recursos Humanos

116

Dialogar com SRH para elaboração proposta de alteração da Legislação que estabelece atribuição dos cargos, para criação cargo de Educador Social e extinção do cargo de Agente em Desenvolvimento Social, ou adequar a descrição da função de ADS de forma que a corresponder com as suas atribuições na Política de Assistência Social/SUAS; - Garantir maior segurança, especialmente para as unidades de CRAS, CREAS e Serviços de Alta Complexidade, ações entre as quais: realizar articulação com a Guarda Municipal e contratar prestação de serviços de vigilância e monitoramento; - Realizar a reestruturação administrativa da SMAS; - Utilizar recursos do Governo Federal para o pagamento de recursos humanos; - Manter a política vigente no Município que vem garantindo as equipes de referência dos Serviços Socioassistenciais e Gestão do SUAS, compostas por Servidores Públicos; - Garantir a efetivação da previsão do PPA quanto a ampliação de RH com base na adequação das equipes

117

das unidades existentes e das novas unidades a serem implantadas; - Manter e fortalecer as diretrizes da Lei Orgânica do Município LEI Nº 2.120, de 1º de fevereiro de 2013 que estabelece que cargos de direção e coordenações sejam ocupadas por servidores públicos; - Ampliar o número de profissionais das áreas de atuação no SUAS, previstos na Lei Orgânica Municipal.

Adequar as equipes técnicas, e profissionais trabalhadores do SUAS na Rede Socioassistencial.

- Realizar debates constantes com a rede de forma que haja o planejamento das adequações de equipes técnicas dos serviços socioassistenciais, conforme preconiza a PNAS (2004);- Realizar estudos para subsidiar a definição de cofinanciamento da rede para viabilizar o processo de adequação as diretrizes do SUAS; - Definir metas e prazos com base no Monitoramento e Avaliação através dos Planos de Providências; - Estabelecer no vínculo SUAS o cofinanciamento dos serviços sociaoassistenciais e a estruturação de equipes pela rede socioassistencial

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Assistência Social Rede Socioassistencial

118

não governamental; - Reordenamento dos Serviços Socioassistencias.

Estabelecer Política Municipal de Recursos Humanos para Trabalhadores do SUAS Municipal.

- Implementar a Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS Municipal; - Realizar estudo em municípios do porte de Toledo com experiências acerca da política de RH e adicional salarial, para contribuir com o debate; - Promover debate no município para criação de Política de avaliação de perfil profissional garantindo a instituição de adicional salarial, considerando as especificidades dos serviços nos eixos de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de média e alta complexidade, a ser pactuada com a Rede Gov e Não Gov; - Implantar e implementar ações específicas de saúde e segurança do trabalhador do SUAS; - Instituir no Município Mesa de Negociação para discutir o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos Trabalhadores do SUAS, da rede governamental e não governamental; - Implantar o Plano de Cargos e Salários dos servidores da SMAS com base nas diretrizes da NOB RH/SUAS; - Criar

Longo Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social Secretaria Municipal de Recursos Humanos

119

comissões permanentes para subsidiar o debate e fortalecimento dos trabalhadores do SUAS;

Construir, ampliar, manter a estrutura física e dotar de equipamentos a Secretaria Municipal de Assistência Social, e suas unidades de atendimento.

- Planejamento e aplicação dos recursos da SMAS; - Manutenção das estruturas físicas e dos equipamentos das unidades da SMAS; - Readequação dos espaços físicos das unidades que desenvolvem os Serviços Socioassistenciais, prevendo acessibilidade de acordo com regras da legislação sobre condições éticas das categorias profissionais, as diretrizes das normas da ABNT, bem como as exigências da Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros; - Ampliar e reformar as unidades de atendimento da SMAS conforme previsto no PPA, de forma a garantir melhores condições de atendimento; - Construir novas unidades para expansão dos Serviços Socioassistenciais governamentais; Entre as quais: - Viabilizar estrutura e infraestrutura para a implantação do CRAS V inaugurado em 2012 na Praça do CEU sem estrutura para seu funcionamento; - Construir o CRAS III no

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Assistência Social

120

terreno definido no bairro Coopagro, e dotar de infraestrutura para manutenção e ampliação dos serviços realizados. Manter estrutura ampla locada até a construção da unidade; - Ampliar a estrutura física e de equipamentos dos CRAS II e IV para atendimento SCFV, garantindo infraestrutura para maior qualidade dos Serviços ofertados; - Ampliar e implantar Serviços de PSB e PSE para Pessoa Idosa conforme diretrizes do SUAS; - Realizar reformas e aquisição de mobiliários conforme demanda para a Casa Abrigo unidade I e Casa dos Adolescentes; - Construir a Casa Abrigo unidade II e aquisição de mobiliários; - Construção de sede Conselho Tutelar; - Implantar Serviço de Casa de Passagem para indivíduos e famílias conforme diretrizes do SUAS; - Ampliar e implantar os Serviços Socioassistenciais para PCD nos eixos de PSB e PSE conforme diretrizes do SUAS; - Garantir as condições para o funcionamento dos

121

Telecentros implantados no município para o acesso a população; - Melhoria da infraestrutura com a implantação da internet fibra ótica nas unidades da SMAS; - Garantir o efetivo atendimento continuado e periódico às comunidades do interior do Município através da implantação e execução do CRAS itinerante, com equipe técnica específica e capacitada para esse serviço; - Aquisição de equipamentos para estruturar os Departamentos e as unidades da SMAS; - Manter e ampliar a Frota da SMAS: adquirir veículos maiores e adequados para o transporte de crianças e adolescentes dos serviços socioassistenciais governamentais, conforme planejamento de atividades; Dar continuidade e ampliar o acesso a idosos nos serviços socioassistenciais governamentais; - Organização de cronograma de uso da frota da SMAS para realização das atividades propostas pelos Serviços Socioassistenciais; - Ampliar equipe para o setor de infraestrutura da SMAS, visando maior qualidade e

122

agilidade nos processos de manutenção, reforma e construção das unidades da SMAS.

Manter e ampliar o atendimento e acompanhamento a Pessoas com Deficiência através dos Serviços Socioassistenciais e Benefícios, conforme diretrizes do SUAS.

- Realizar estudo acerca da população com deficiência no Município, perfil, dados de acesso aos serviços socioassistenciais; - Fomentar o debate acerca do atendimento pelas políticas públicas a população com deficiência no Município; - Priorizar a inserção de pessoas com deficiência no PAIF; - Ampliar as parcerias com Entidades não governamentais da Rede Socioassistencial na oferta de Serviços para PCD; - Ampliar a oferta do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para PCD; - Realizar articulações com as associações de pessoas com deficiência e com a rede socioassistencial que executa serviços para pessoas com deficiência no sentido de garantir a divulgação e o acesso dos programas, projetos, serviços e benefícios; - Garantir o acesso a pessoas com deficiência auditiva nos serviços através de oferta de curso de LIBRAS para trabalhadores do SUAS,

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

123

facilitando a comunicação; - realizar o reordenamento dos Serviços Socioassistencias de atendimento a Pessoas com Deficiência visando assegurar a qualidade do atendimento em conformidade com as normativas do SUAS e a legislação vigente; - Implantar na rede governamental Serviços de atendimento a PCD nos eixos de PSB e PSE; - Utilizar dados do Cadúnico para subsidiar informações e indicadores sobre o acesso a serviços e benefícios às Pessoas com Deficiência.

Assegurar todos os benefícios previstos nos programas do Governo Federal, Estadual e Municipal no âmbito da Assistência Social.

- Implantar e implementar no Município o Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS; - Implantar a Política de Gestão de Benefícios de Assistência Social, garantindo a população beneficiária a prioridade no acesso aos serviços socioassistenciais; - Revisão do Plano de Benefícios Eventuais; - Ampliar e implementar os benefícios eventuais de Assistência Social, Auxílio Natalidade,

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

124

Auxílio Funeral e Auxílio Material, DNA, com a inclusão do auxílio transporte para facilitar o acesso aos serviços socioassistenciais públicos, inclusive a população dos distritos; - Aprimorar os Programas Municipais de transferência de renda, no âmbito da Assistência Social; - Garantir infraestrutura ao setor de benefícios da SMAS; - Realizar estudos e diagnóstico dos beneficiários das várias modalidades de benefícios ofertados nas três esferas de governo, de forma a subsidiar a ampliação e implantação de novos serviços socioassistenciais e benefícios; - Divulgação permanente dos benefícios eventuais de Assistência Social, Bolsa Família, BPC e demais benefícios do SUAS, com informações de critérios de acesso e de desligamento; - Articulação com as políticas sociais, conforme especificidade de cada modalidade de benefício, de forma a contribuir com acessos e garantia de direitos dos beneficiários.

Garantir e ampliar acesso à população urbana e rural, a qualificação profissional e inserção

- Realização de estudo com base em demandas do

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Ministério de Desenvolvimento Social e

125

no mundo do trabalho. mercado e demandas do público que acessam a Política de Assistência Social para elaboração de Programa de qualificação Profissional e geração de Renda; - Ampliar a variedade de cursos profissionalizantes para a população com opções de horários para facilitar o acesso a população; - Ampliar o variedade de cursos ofertados através dos serviços socioassistenciais governamentais; - Fortalecer a parceria com as instituições vinculadas ao PRONATEC; - Contribuir para o acesso do publico prioritário aos cursos profissionalizantes do PRONATEC; - Realizar parceria com o Programa Adolescente Aprendiz; - Realizar parceria com instituições de inserção no mercado de trabalho; - Manter e fortalecer o setor de qualificação profissional e geração de renda, e Programa ACESSUAS Trabalho; - Fortalecer a articulação com a Rede Socioassistencial no Município.

Combate à Fome

Realização pelos CRAS de acompanhamento familiar através do Serviço de Proteção e

_ Nas reuniões do PAIF informar sobre o Cadastro

Ações Permanentes Secretaria Municipal de Assistência Social

126

Atendimento Integral à Família (PAIF) único; _ No atendimento por parte da equipe técnica orientar sobre a importância da inserção no Cadastro único; _ Identificação as famílias que possuem cadastro único e que são perfil para acompanhamento familiar do PAIF; - Realização de busca ativa e ampliar as propostas de projetos dentro do Serviço PAIF; _ Realização de registro das informações relacionadas aos usuários atendidos no Serviço PAIF; _ Prioridade no atendimento- acompanhamento das famílias beneficiárias dos benefícios eventuais;

Reordenamento dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

_ Garantia de capacitação para a rede socioassistencial que executa o Serviço sobre o processo de reordenamento; _ Normatização do fluxo de inserção e atendimento dos usuários conforme as situações prioritárias do reordenamento; _ Registro e criação do banco de dados gerenciado pela Secretaria Municipal de Assistência Social; _ Realização do Encontro Regional sobre o Trabalho Infantil; _ Garantia do acesso dos usuários ao SCFV através da frota da

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Rede Socioassistencial

127

SMAS, bem como cartão para transporte; _ Elaboração de cronograma de utilização dos veículos da SMAS para transporte dos usuários_ Realização do Concurso Público 02/2013; _ Convocação de profissionais para formar as equipes de referência do SCFV; _ Ampliação da oferta do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos nos CRAS; Manter e ampliar a oferta de Serviços Socioassistencias para crianças e adolescentes, nos territórios, especialmente para o atendimento na faixa etária menor que 8 anos e, entre 12 e 14 anos; _ Realização de análise diante dos dados de demanda reprimida no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para crianças e adolescentes; _ Ampliação e adequação das metas de cofinanciamento municipal para o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Crianças e Adolescentes;

Garantia às crianças e adolescentes do Município, Serviços de Proteção Social Básica, mediante efetivação da política de

_ Garantir o cofinanciamento municipal para o Serviço de Convivência e

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Rede Socioassistencial

128

Assistência Social e do ECA, fortalecendo e prevenindo ocorrências de situações de exclusão social e risco

Fortalecimento de Vínculos para crianças e adolescentes; _ Ampliação da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios para crianças, adolescentes e suas famílias;

Ampliação da cobertura da Proteção Social Básica nos municípios de grande porte e metrópoles.

_ Gerar listagem de famílias constantes no Cadastro Único com ½ SM familiar por CRAS; _ Realização de batimento entre a lista de famílias constantes no Cadastro Único com ½ SM familiar e lista de famílias com cadastro nos CRAS; _ Realização de busca ativa das famílias constantes no Cadastro Único com ½ SM que não são atendidas pelos CRASs; - Inserção de famílias com renda de até ½ salário mínimo cadastradas no Cadúnico aos Serviços Socioassistencias; Ampliar a oferta de cursos profissionalizantes e outros; _ Realização de processo licitatório para oferta de cursos profissionalizantes; _ Implantação do Programa ACESSUAS Trabalho; _ Realização de parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) e Agência do Trabalhador; _ Elaboração de um

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

129

cronograma de cursos com base nas demandas trazidas pelas equipes das unidades da Secretaria Municipal de Assistência Social e Proteção à Família; _ Encaminhamento de processo licitatório para aquisição; _ Realização de levantamento sobre cursos para atendimento dos usuários da área rural; CadÚnico.

Expansão da oferta e garantia do acesso aos Serviços Socioassitenciais nos territórios, atendendo bairros distantes, distritos e comunidades rurais, da sede dos CRAS e da Rede Socioassistencial, através de demandas com base em diagnósticos

_ Levantamento de dados sobre a demanda de usuários que possuem dificuldades de acesso para os programas, projetos e serviços do CRAS; _ Planejamento em discussão com as organizações comunitárias ações em parceria; _ Realização de reuniões e atividades descentralizadas conforme a necessidade; _ Facilidade no acesso das famílias aos programas, projetos, serviços e benefícios executados pelos CRASs; _ Implantação do CRAS Itinerante; _ Concessão de cartão para transporte e acesso aos CRASs; _ Discutissão e definição protocolos para a concessão do cartão para transporte;

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Rede Socioassistencial

Investimento na Proteção Social Básica para _ Realização do Concurso Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

130

que se efetive o acompanhamento familiar, visando que o afastamento do convívio familiar seja uma medida excepcional esgotando as possibilidades previstas no ECA antes do acolhimento de crianças e adolescentes

Público 02/2013; _ Convocação de profissionais Assistentes em Desenvolvimento Social, Assistentes Sociais, Psicólogos e Assistentes Administrativos para compor as equipes dos CRASs e SCFV; _ Aquisição de materiais de expediente e equipamentos no sentido de garantir a realização do acompanhamento familiar; _ Realização de reuniões mensais de discussão e apropriação teórica sobre o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF); _ Reestruturação dos Programas e Projetos dos CRASs; _ Discussão e revisão dos documentos normativos e construção de fluxos de atendimento; _ Fortalecimento de serviços da rede de Proteção Social Básica através de recursos de convênio; _ Reordenamento dos serviços de PSB

Criação de uma Política permanente de divulgação dos Serviços Socioassistenciais, Programas, Projetos e cursos realizados pelos CRAS e demais unidades da Rede Socioassistencial, visando o fortalecimento a aproximação e o acesso da população.

_ Encaminhamento mensal de datas, atividades e serviços/programas/projetos e cursos da Secretaria Municipal de Assistência Social e Proteção à Família para a Secretaria de

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Secretaria de Comunicação Social

131

Comunicação Social; _ Utilização de correio eletrônico para envio de informações e divulgação; _ Impressão e distribuição de material informativo; - Campanhas informativas;

Identificação, cadastramento e atendimento de crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil.

- Mapeamento das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Município atendidos pela Rede Socioassistencial; - Estudo para identificar as famílias com crianças e adolescentes situação de trabalho infantil com base nos dados do IBGE e outras fontes oficiais, além dos dados da rede de política publicas; - Busca ativa das famílias identificadas com situação de trabalho infantil; - Inserção e atendimento nos serviços da rede de políticas públicas; - Estabelecer fluxo entre PSE e PSB, na inserção e atendimento de crianças e adolescente em situação de trabalho infantil bem como as famílias; - Campanhas de divulgação dos Direitos e denuncia de situações de trabalho infantil;

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Rede Socioassistencial

Acompanhamento pelo PAEFI de famílias com crianças e adolescentes em serviço de acolhimento.

- Identificação das famílias com crianças e adolescentes acolhidas que estejam em acompanhamento pelo PAEFI; - Definir estratégias

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

132

de trabalho entre equipe técnica de Acolhimento e equipes dos CREAS visando o acompanhamento de todas as famílias; - Referenciar as famílias, em casos de acolhimento, nos CREAS.

Reordenamento dos Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Reordenar 100% dos serviços de acolhimento para crianças e adolescente em conformidade com as pactuações da CIT e resoluções do CNAS.

- Realização de reuniões e grupos de estudos para aprimoramento do Serviço; - Ofertar capacitação para as equipes; - Contração de RH para as adequações necessárias; - ampliação e melhoria das estruturas físicas e de equipamentos das Casas Abrigo.

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

Ampliação do debate em torno das necessidades da Proteção Social Especial, assim como a articulação com as entidades da rede privada do município com o intuito de garantir os espaços necessários para o atendimento

- Articulação com a rede socioassistencial da PSE - Identificar demandas da PSE não atendidas nos serviços já existentes -Reuniões bimestrais para debate -Reordenamento dos Serviços - Padronização dos fluxos de atendimento na rede socioassistencial

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Rede do Sistema de Garantia de Direitos Rede Socioassistencial

Garantir a execução integral do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI

- Reuniões mensais para discussão de atribuições visando o reordenamento dos Serviços - Ampliação das equipes dos CREAS; -Aumentar o atendimento psicossocial a crianças e adolescentes vítimas da violência, na faixa etária de 0 a 14 anos, bem como seus familiares, provenientes da

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

133

área urbana e rural -Reordenamento dos CREAS; -Fortalecer os serviços do PAEFI no atendimento às pessoas com deficiência e idosos

Assegurar a oferta dos serviços, programas e projetos da assistência social às famílias e indivíduos atendidos e acompanhados pela Proteção Social Especial, conforme as legislações vigentes

- Garantir equipação e contratação de RH para os equipamentos que atendem PSE, -Articulação com a rede socioassistencial para atendimentos, - Divulgação dos serviços ofertados na rede socioassistencial.

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social Rede Socioassistencial

Garantir às crianças e adolescentes do Município, Serviços de Proteção Social Especial, contribuindo para a reconstrução de vínculos, o fortalecimento de potencialidades, e a proteção de famílias e indivíduos por violação de direitos.

- Garantir equipação e contratação de RH para os equipamentos da PSE que atendem crianças e adolescentes no município, - Realização de campanhas de divulgação dos serviços ofertados na PSE

Ações Permanentes Secretaria de Assistência Social

Adequação da capacidade de atendimento dos Serviços de Acolhimento, com redução anual de ¼ do número de crianças e adolescentes que ultrapassam o limite estabelecido, sendo de Abrigo Institucional para crianças e adolescentes até 20 acolhidos e Casa lar para crianças e adolescentes até 10 acolhidos.

- Monitorar o porquê do acolhimento ultrapassar a capacidade máxima, - Participação nas Ações Concentradas,

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social - Ministério Público - Vara da Infância, Juventude e Família - Unidades privadas de atendimento quando houver

Oferecer nos Serviços de Acolhimento condições satisfatórias de habitabilidade, salubridade e privacidade, acessibilidade, bem como localização do imóvel em áreas residenciais.

- Assegurar a aprovação do Projeto Básico Arquitetônico dos imóveis das Casas Abrigo pela Vigilância em Saúde

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social - Unidades privadas de atendimento quando houver

Adequação dos Recursos Humanos que - Chamar do concurso Rh Curto e Médio prazo - Secretaria de Assistência Social

134

compreendem as equipes mínimas de referência das Equipes dos Serviços de Acolhimento, conforme NOB RH e Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (Resolução CNAS/Conanda nº 01/2009 e Resolução CNAS nº 17/2011

para compor equipes mínimas de referência

- Unidades privadas de atendimento quando houver

Elaboração do Projeto Político Pedagógico do Serviço de Acolhimento

- Discussões com as equipes do Serviço para elaboração do PPP

Médio prazo - Secretaria de Assistência Social - Unidades privadas de atendimento quando houver

Inscrição do Serviço de Acolhimento no Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e, no caso da rede socioassistencial privada, no Conselho Municipal de Assistência Social

- manter atualizada a inscrição junto ao CMDCA e CMAS

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social - Unidades privadas de atendimento quando houver

Elaboração no Serviço de Acolhimento do Plano de Atendimento Individual e Familiar (PAIF)

57 de cada criança e adolescente

acolhido

- Garantir a elaboração do PIA de todas as crianças e adolescentes quando de sua inserção no Serviço de Acolhimento.

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social - Unidades privadas de atendimento quando houver

Elaboração e envio semestral no Serviço de Acolhimento de relatório de acompanhamento das crianças e adolescentes acolhidos ao Poder Judiciário

- Garantir o envio no máximo semestral de relatório das crianças e adolescentes acolhidos ao Poder Judiciário.

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social - Unidades privadas de atendimento quando houver

Atender no mesmo serviço os grupos de irmãos, sendo que, quando houver necessidade, conforme especificidade de cada caso, em atendê-los em equipamentos diferentes, as visitas entre irmãos deverão ser

- Realizar atividades planejadas para grupos de irmãos que necessitam ser acolhidos em espaços diferentes

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social - Unidades privadas de atendimento quando houver

57

Conforme as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, a elaboração do PAIF deve contemplar estratégias como: garantir o

desenvolvimento saudável da criança e ado adolescente durante o período de acolhimento, investimento nas possibilidades de reintegração familiar, acesso da família, da criança ou do adolescente a serviços, programas e ações das diversas políticas públicas e do terceiro setor que contribuam para o alcance de condições favoráveis ao retorno ao convívio familiar, investimento nos vínculos afetivos cm família extensa e de pessoas significativas na comunidade, encaminhamento para adoção quando esgotadas as possibilidades de retorno ao convívio familiar. Ainda, o desenvolvimento das ações do Plano deve ser articulado aos demais órgãos da rede que estejam acompanhando a família.

135

realizadas com intervalo máximo de 15 dias.

Manter, no Serviço de Acolhimento, prontuários individualizados e atualizados de todas as crianças e adolescentes acolhidos.

- Conservar documentação organizada e atualizada, por pelo mesmo 5 anos, dos acolhidos;

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social - Unidades privadas de atendimento quando houver

Acompanhar as famílias de origem das crianças e adolescentes acolhidos, nos serviços ofertados nos CRAS e/ou CREAS, conforme situações identificadas.

- Articulação com CRAS, CREAS e Sistema de Garantia de Direitos visando estabelecer fluxo para atendimento às famílias com crianças e adolescentes acolhidos

Curto e médio prazo - Secretaria de Assistência Social ( Direção PSB e Direção PSE) - Sistema de Garantia de Direitos - Unidades privadas de atendimento quando houver

Orientar e encaminhar as famílias das crianças e adolescentes acolhidos para inclusão dos seus dados no Cadastro Único para Programas Sociais, quando identificada necessidade.

- Estabelecer fluxo com Gestão do Cadastro Único e CRASs para inclusão das famílias no CadÚnico

Curto e médio prazo - Secretaria de Assistência Social ( Direção PSB e Direção PSE) - Unidades privadas de atendimento quando houver

Articular com a rede socioassistencial e com as demais políticas públicas, especialmente com o Sistema de Garantia de Direitos, com vistas a assegurar o acesso das crianças, adolescentes e jovens aos serviços, projetos, programas e benefícios daqueles órgãos, visando à construção de novos projetos de vida e a reintegração às famílias de origem.

- Discutir na Conferência Municipal dos Direitos da Crainça e do Adolescente sobre Convivência Familiar e Comunitária - Discussões entre as equipes de atendimento às crianças e adolescentes acolhidos (estudos de caso, reuniões entre CRAS/CREAs/SAÚDE/EDUCAÇAÕ...) - Reuniões bimestrais entre Conselho Tutelar, CREAS e CRAS.

-Médio Prazo Secretaria de Assistência Social, Conselho Tutelar, CREASs, CRASs e Instituições da rede, Sistema de Garantia de Direitos

Criação de mecanismos de garantia e defesa dos vínculos comunitários nos Programas de

- Realizar atividades externas com as crianças e

- Curto prazo Secretaria de Assistência Social ( Casas Abrigo)

136

Acolhimento Institucional adolescentes (passeios, visitas...) - Participar de atividades da comunidade local.

Estimular a participação dos acolhidos, bem como suas famílias, no planejamento, monitoramento e avaliação do serviço.

- Elaboração de instrumental para contribuição dos usuários no processo de planejamento do serviço

- Curto e médio prazo - Secretaria de Assistência Social

Ofertar formação continuada para as equipes dos serviços de acolhimento e órgão gestor conforme Programa de Educação Permanente da SMAS

- Ofertar capacitação conforme Programa de Educação Permanente da SMAS; - Desenvolvimento de grupo de estudos com os cuidadores e equipe técnica das Casas Abrigo. - Capacitação sobre temas específicos reunindo todos os cuidadores .

Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social

Garantir recursos financeiros e orçamentários para a manutenção e estruturação dos serviços de acolhimento institucional

- Discussão junto ao poder público a destinação de orçamento para a área da Proteção Social Especial de Alta Complexidade; - Manter cofinanciamento do PAC I.

- Ações permanentes - Secretaria de Assistência Social

Ampliação do número de vagas para acolhimento institucional de adolescentes

Garantir ampliação e reforma da Casa Abrigo para Adolescentes, bem como a ampliação do número de vagas.

- Médio e Longo prazo - Secretaria de Assistência Social

Estudo e discussão sobre as modalidades possíveis do Serviço de Acolhimento com vistas a implantação de futuras formas de Acolhimento

Promover pesquisa em municípios que possuem diferentes modalidades de acolhimento instituídas; Discussão dentro da Comissão Intersetorial de

-Ações Permanentes - Órgão Gestor da SMAS - Comissão Intersetorial de Convivência Familiar e Comunitária do CMDCA - Comissão Técnica do CMAS

137

Convivência Familiar e Comunitária do CMDCA e da Comissão Técnica do CMAS junto ao Órgão Gestor sobre as modalidades previstas de Serviço de Acolhimento

Revisão do Plano de Convivência Familiar e Comunitária e de Acolhimento pelo CMDCA e CMAS

Realizar monitoramento, avaliação e revisão do Plano no segundo semestre de cada ano com apresentação das análises ao CMDCA e CMAS

- Anualmente - Órgão Gestor da SMAS - Comissão Intersetorial de Convivência Familiar e Comunitária do CMDCA - Comissão Técnica do CMAS

138

11. PROCESSO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO

A partir da apresentação do Plano Municipal de Convivência Familiar e

Comunitária e de Acolhimento no Conselho Municipal de Assistência Social-CMAS e

no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente-CMDCA, o Órgão

Gestor da Assistência Social, a Comissão Intersetorial de Convivência Familiar e

Comunitária vinculada ao CMDCA, formada por representantes do Sistema de

Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, e a Comissão Técnica do CMAS,

realizarão sistematicamente o processo de monitoramento e avaliação do Plano. Para

tanto acompanharão junto às Políticas Públicas o alcance das metas apresentadas,

bem como novas demandas.

Após apresentação no CMAS e CMDCA o Plano será encaminhado ao órgão

Gestor Estadual da Assistência Social.

Anualmente será apresentado no Conselho Municipal dos Direitos da Criança

e do Adolescente e no Conselho Municipal de Assistência Social avaliação da

execução do Quadro de Metas, com atualização dos dados constantes no Plano.

139

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que no município de Toledo já existia a Comissão Intersetorial

de Convivência Familiar e Comunitária, a qual, juntamente com o Órgão Gestor da

SMAS já haviam elaborado o Plano Municipal de Convivência Familiar e Comunitária e

de Acolhimento para os anos de 2010 a 2013 e que, quando da adesão ao Termo de

Aceite para o Cofinanciamento do Serviço de Acolhimento através do Piso de Alta

Complexidade - PAC I o município já estava discutindo a revisão deste;

Considerando o documento Orientações para elaboração do Plano de

Acolhimento da Rede de Serviços de Acolhimento para Crianças, Adolescentes e

Jovens ter sido publicado pelo Governo Federal quando do município já estar em fase

final de conclusão do Plano Municipal de Convivência Familiar e Comunitária e de

Acolhimento;

O município de Toledo elaborou seu Plano conforme discussões realizadas

anteriormente, envolvendo diversas Políticas municipais.

Conforme já exposto, o planejamento das atividades a serem executadas visa

nortear o trabalho dos atores envolvidos no processo. Outrossim, o processo de

monitoramento e avaliação é contínuo, com vistas a readequá-lo conforme as

necessidades da demanda cotidiana que se apresenta. Ressalta-se que, das

propostas apresentadas no Plano de 2010 a 2013 muitas foram alcançadas. Ainda

algumas ações que são de caráter contínuo continuam integrando o Planejamento de

Ações para os próximos quatro anos.

Outrossim, o município de Toledo tem buscado o aprimoramento e

qualificação constante nos serviços desenvolvidos nas diferentes Políticas que o

município dispõe, dentre eles o Serviço de Acolhimento.

No caso específico do Serviço de Acolhimento, cita-se que o município de

Toledo tem buscado o aprimoramento, onde dentre as ações cita-se a contratação de

profissionais para atuar no Serviço, tanto de cuidadores quanto Equipe Técnica, a

ampliação e reforma da Casa Abrigo para Adolescentes, a construção de sede própria

para a Casa Abrigo Menino Jesus-Unidade II, a garantia de atendimento em pequenos

grupos dos acolhidos, o encaminhamento das crianças e adolescentes acolhidos para

o atendimento nos núcleos de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos,

dentre outros.

Portanto, tem-se a partir da construção do Plano a proposta de materializar e

efetivar os direitos das crianças e adolescentes residentes no município de Toledo,

140

através da disponibilização de ações e serviços nas diversas Políticas Públicas

municipais para o acesso destes. Não diferente, busca-se ainda inserir/manter a

inserção nas diversas Políticas, também das acrianças e adolescentes que estão no

serviço de acolhimento. Como desafio tem-se a efetivação da intersetorialidade e a

articulação do Sistema de Garantia de Direitos, constando no Plano como meta a ser

atingida, vislumbrando que o acesso pleno aos direitos só se dá compreendendo a

incompletude de qualquer Política, o que requer articulação e intersetorialidade para

atingir aos objetivos propostos.

141

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 - DELIBERAÇÃO 04/2009 DO CMDCA...............................

ANEXO 2 - TERMO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO......................