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  • 7/24/2019 Plano Marketing Restaurante o Policia

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    MESTRADOMARKETING

    TRABALHO FINAL DE MESTRADO

    TRABALHO DE PROJECTO

    PLANO DE MARKETING PARA O RESTAURANTE OPOLCIA

    MAFALDA NASCIMENTO MIRANDA CORREIA JACINTO

    SETEMBRO -2013

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    MESTRADO EMMARKETING

    TRABALHO FINAL DE MESTRADO

    TRABALHO DE PROJECTO

    PLANO DE MARKETING PARA O RESTAURANTE OPOLCIA

    MAFALDA NASCIMENTO MIRANDA CORREIA JACINTO

    ORIENTAO:

    PROFESSORA DOUTORA CRISTINA BAPTISTA

    SETEMBRO -2013

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    i

    Resumo

    Este trabalho de projecto tem como objectivo redefinir a estratgia do

    restaurante O Polcia atravs da elaborao de um plano de marketing. O Polciaactua no mercado h mais de cem anos, mas tem vindo a debater-se nos ltimos trs

    anos com uma quebra crescente dos lucros.

    Neste projecto foi utilizada como metodologia o action research,procurando-se

    desenvolver um trabalho de pesquisa em ligao estreita com as actividades do

    restaurante, e ao mesmo tempo efectuando a recolha de dados primrios e secundrios.

    Aos clientes do restaurante foi aplicado um inqurito de qualidade com base no

    modelo de SERVQUAL de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988). E foram procedidas

    entrevistas semi-estruturadas e de carcter informal aos trabalhadores da empresa.

    Regra geral, concluiu-se nveis de satisfao positivos por parte dos clientes, chamando

    ateno para a necessidade de restruturao de alguns tangveis do restaurante, e

    tambm ao nvel das relaes pblicas e gesto de clientes.

    Este trabalho permitiu concluir que o IVA um dos factores mais prejudiciais do

    restaurante em termos financeiros. Para alm disso torna-se necessrio apostar cada vez

    mais no segmento turstico. A estratgia formulada neste planeamento de marketing

    prev uma actividade intensiva ao nvel do mix promocional, nomeadamente dos media

    online, em que O Polcia se pretende posicionar como um restaurante tradicional e de

    elevada qualidade, onde os sabores so centenrios e originais.

    Por ltimo, este planeamento de marketing vem demonstrar o potencial do sector

    de restaurao, onde as actividades de marketing e comunicao muitas vezes se

    encontram ausentes, e so cada vez mais imprescindveis.

    Palavras-chave: Restaurao, Plano de Marketing, Servios, 7 Ps, Action

    Research.

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    ii

    Abstract

    The purpose of this project is to redefine the restaurant O Polcia (The

    Policeman) strategy, by building a marketing plan. O Polcia has been in the market

    for over one hundred years, but has been struggling in the last three years with the

    continuous decreasing of its profits.

    Action research was the leading methodology, as it was sought to develop an

    intimate work between the research itself and the restaurant own activities, at the same

    time gathering primary and secondary data.

    To the restaurant clients was applied a quality survey based on SERVQUAL

    model from Parasuraman, Zeithaml and Berry (1988). And there were also undertaken

    semi-structured and informal interviews to the restaurant staff. In a general manner, the

    results revealed positive levels of satisfaction from the clients, highlighting the

    necessity of some restructuration on physical evidence as well as in public relations and

    clients management.

    This work has allowed the conclusion that the VAT (Value Added Tax) is one of

    the most prejudicial factors affecting the business financially. Nevertheless, it is

    increasingly important to invest on the touristic segment. The strategy formulated in this

    marketing plan expects an intensive activity mostly on the promotional mix, namely the

    online media, and aims to place O Polcia in the market as a traditional restaurant of

    high quality, where flavors are centenary and unique.

    Finally, this marketing planning demonstrates the enormous potential of the

    restaurants sector, where marketing and communication activities many times are

    absent, though they are extremely more and more essential nowadays.

    Keywords: Restaurant, Restaurants Sector, Marketing Plan, Services, 7 Ps,Action Research.

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    iii

    Agradecimentos

    No poderia deixar de agradecer minha orientadora Cristina Baptista, por todo o

    apoio ao longo destes meses, cuja cumplicidade mtua facilitou e incentivou o

    desenrolar deste projecto.

    Aos meus pais pela pacincia inesgotvel ao longo de 23 anos e 9 meses.

    Ao meu tio Carlos Miranda, o primeiro a incentivar o desenvolvimento deste projecto e

    que nele tambm investiu.

    minha famlia, que sempre esteve l para mim e que merecem a maior das

    homenagens.

    Um especial obrigado a todos os funcionrios do restaurante que me viram crescer e

    que me ajudaram a concretizar muitas das actividades aqui propostas. Alguns nomes

    que merecem um especial agradecimento: Odete Pereira, Isabel Mascate, Jesus

    Galhada, Lurdes Nascimento, Joaquim Bento e Fernanda Duarte.

    Ainda um agradecimento a Joana Sousa que me ajudou na realizao do vdeo

    promocional e que, com poucos meios, executou um trabalho brilhante, bem como a

    todos os participantes do vdeo que aceitaram o desafio.

    Aos meus amigos que sempre me acompanharam e que tambm me ajudaram, uns de

    forma mais directa que outros, a concretizar este trabalho.

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    iv

    ndice1. INTRODUO ......................................................................................................................................................... 1

    2. REVISO DE LITERATURA ................................................................................................................................. 3

    2.1. Planeamento de Marketing ...................................................................................................................... 3

    2.1.1 Estruturas, Processos e Contedos ....................................................................................................... 4

    2.2 Marketing de Servios ...................................................................................................................................... 5

    2.2.1. Definio .................................................................................................................................................... 5

    2.2.2. Determinantes da qualidade do servio: SERVQUAL ................................................................. 7

    2.2.3. Implicaes para o planeamento de marketing: os 7 Ps do Marketing Mix ........................... 7

    2.3. Indstria de Restaurao e Qualidade de Servio ................................................................................... 8

    3. QUADRO DE REFERNCIA ................................................................................................................................ 10

    4.

    METODOLOGIA ................................................................................................................................................... 11

    4.1. Amostragem e mtodos de recolha de dados ................................................................................... 11

    4.2. Limitaes .................................................................................................................................................. 13

    5. PLANO DE MARKETING .................................................................................................................................... 14

    5.1. Misso e Valores ...................................................................................................................................... 14

    5.2. Auditoria de Marketing .......................................................................................................................... 14

    5.2.1. Anlise Externa ............................................................................................................................... 14

    5.2.2.

    Anlise Interna ................................................................................................................................ 22

    5.3. Anlise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats).......................................... 26

    5.4. Pressupostos............................................................................................................................................... 27

    5.5. Objectivos e Estratgias de Marketing .............................................................................................. 27

    5.5.1. Objectivos de Marketing .............................................................................................................. 27

    5.5.2. Posicionamento e Segmentao ................................................................................................. 27

    5.5.3. Direco do Plano de Marketing - Estratgias ...................................................................... 28

    5.6. Tcticas de Marketing: Marketing Mix ............................................................................................. 28

    5.7. Planeamento, Implementao e Controlo ......................................................................................... 31

    5.7.1. Planeamento e Calendarizao ................................................................................................... 31

    5.7.2. Controlo e Monitorizao ............................................................................................................ 33

    5.7.3.

    Oramentao.................................................................................................................................. 33

    6. CONCLUSES ....................................................................................................................................................... 34

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................................................................. 36

    ANEXOS .......................................................................................................................................................................... 43

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    v

    ndice de Quadros

    Quadro 1 - Quadro de Referncia ................................................................................... 10

    Quadro 2 - Principais Concorrentes .................................................................................. 18

    Quadro 3 - Anlise SWOT ............................................................................................. 26Quadro 4 - Marketing Mix .............................................................................................. 28Quadro 5 - Calendarizao ............................................................................................... 31Quadro 6 - Oramentao ............................................................................................... 33

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    1. INTRODUO

    Este projecto final de mestrado tem por objectivo a execuo de um planeamento de

    marketing na rea de marketing dos servios, nomeadamente de um restaurante.

    O planeamento de marketing uma das tarefas mais difceis do marketing, de acordo

    com McDonald (2008, p.9), isto porque envolve reunir todos os elementos de marketing

    num plano coerente e realstico, e esta convalescncia exige certos procedimentos

    institucionalizados bem como um compromisso inevitvel entre objectivos conflituosos.

    Portugal um pas essencialmente composto pelo sector dos servios. Segundo dados

    de 2011, fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatstica (AICEP, 2012), os servios

    representam 74,5% do valor acrescentado bruto no pas, onde se concentra mais de metade

    da mo-de-obra portuguesa (cerca de 62,8%, dados referentes a 2011).

    Face ao contexto de recesso econmica que o pas atravessa, torna-se imperativo para

    as pequenas, mdias e grandes empresas reavaliarem a sua estratgia de mercado, sobretudo

    para as pequenas empresas, que no conseguem adaptar-se s crescentes exigncias do

    mercado e polticas de impostos: cerca de 76% das empresas insolventes so

    microempresas (COSEC, 2013).

    O restaurante O Polcia no excepo. Sendo um dos restaurantes mais antigos de

    Lisboa (fundado em 1900), com uma gesto de cariz fundamentalmente familiar, orestaurante O Polcia foi-se deixando vencer, quer pela escalada da crise quer pela

    concorrncia, que apresenta estratgias cada vez mais inovativas. O objectivo da elaborao

    de um planeamento de marketing solucionar e reverter a quebra dos lucros, que se deve

    perda crescente de clientela (sobretudo no perodo nocturno) e aumento dos encargos

    fiscais.

    Este projecto torna-se relevante no s para o caso concreto do restaurante O Polcia,

    como tambm para todo o sector da restaurao em geral, uma das reas dos servios maislotadas no mercado e com impostos mais pesados, o que torna difcil a sobrevivncia de

    muitos estabelecimentos face s adversidades da crise. Em 2012, o sector do alojamento e

    restaurao foi um dos que registou maior subida das insolvncias (+51,6%), seguido dos

    Servios (+39%) (Informa D&B, 2013).

    Perante este enquadramento, enumeram-se as questes de investigao deste projecto

    como as seguintes: perceber as mutaes actuais do mercado, bem como a situao actual

    da empresa; como garantir a qualidade do servio e que estratgias desenvolver que se

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    adequem anlise externa e interna, perceber qual o marketing mix e quais os programas de

    aco a aplicar no caso em anlise, e como implement-lo.

    A metodologia utilizada ser o action researchpela sua componente prctica, uma vez

    que se baseia na aplicao da pesquisa em aco, em que h uma redefinio constante da

    pesquisa medida que vamos aprendendo mais e reflectindo criticamente sobre isso, e as

    descobertas das pesquisas geram sempre novas aces e avaliaes (Dick, 2002).

    A estrutura deste trabalho consiste numa breve reviso da literatura (Captulo 2) onde

    sero abordados os principais conceitos para a rea de investigao em anlise e que

    culminar com a apresentao do quadro de referncia (Captulo 3) orientador para a

    elaborao do trabalho. Seguidamente, no captulo 4 introduz-se a abordagem metodolgica

    do action research utilizada neste trabalho. E a partir do Captulo 5 executa-se o

    desenvolvimento emprico deste projecto, o plano de marketing para o restaurante O

    Polcia, seguido das concluses finais (Captulo 6).

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    2. REVISO DE LITERATURA

    Pretende-se desenvolver um plano de marketing no sector da restaurao para a

    empresa O Polcia. Antes de iniciar o planeamento de marketing convm, no entanto,

    definir alguns conceitos dentro da rea de investigao e do marketing dos servios.

    2.1.Planeamento de Marketing

    Para Kotler e Armstrong (2007, p.3) o marketing pode ser descrito como administrar

    relacionamentos lucrativos com o cliente, tendo por base dois objectivos concretos: atrair

    novos clientes (prometendo-lhes valor superior) e cultivar os clientes actuais

    (proporcionando-lhes satisfao).

    O planeamento de marketing propriamente dito ento definido por Wood como um

    processo estruturado na determinao de como fornecer valor aos clientes, organizao e

    principaisstakeholders, atravs da pesquisa e anlise da situao actual, desenvolvendo e

    documentando os objectivos, estratgias e programas de marketing, bem como a

    implementao, avaliao e controlo das actividades de marketing de forma a alcanar os

    objectivos (Wood, 2007, p.3).

    Kotler e Armstrong (2007, p.541) afirmam que o plano de marketing serve para

    documentar como os objectivos estratgicos da organizao sero alcanados por meio de

    estratgias e tcticas especifcas de marketing tendo o cliente como ponto de partida.Segundo Westwood (2006, p.6), o planeamento de marketing usado para descrever

    os mtodos de aplicao dos recursos de marketing de forma a alcanar os objectivos. Para

    este autor, trata-se de um processo que envolve segmentar mercados, identificar posies de

    mercado, prever o tamanho do mercado e planear uma quota de mercado vivel em cada

    segmento. O resultado deste processo ento o plano de marketing: um documento que

    envolve determinado perodo no tempo, e que vai fazer um resumo das caractersticas do

    mercado identificadas e daquilo que ser alcanado atravs do marketing e como (Wood,2008).

    Para McDonald (2008), o planeamento de marketing a aplicao planeada dos

    recursos de marketing de forma a alcanar os objectivos de marketing pretendidos.

    Devemos evitar o foco exclusivo em objectivos de curto-prazo (pensamento tctico) e

    concentrarmos-nos mais num pensamento estratgico ou na reflexo sobre as implicaes

    externas e internas a longo prazo. O planeamento de marketing est directamente

    relacionado com os objectivos de marketing (O QUE QUE queremos alcanar) e as

    estratgias de marketing (COMO que pretendemos alcanar os objectivos de marketing).

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    Os objectivos de marketing s sero objectivos se forem passveis de ser medidos, de outra

    forma no so objectivos. As tcticas no devem nunca ser executadas antes do plano

    estratgico de marketing ser delineado (McDonald, 2008). O autor salienta ainda a

    necessidade cada vez maior de uma abordagem sistemtica e disciplinada face crescente

    turbulncia e complexidade dos mercados. ParaMcDonald (2008) o principal objectivo do

    plano de marketing a identificao e criao de vantagem competitiva.

    Wood (2007) ressalva que o processo de planeamento de marketing inicia-se muitos

    meses antes de o plano ser implementado. Muitos planos de marketing so projectados para

    um perodo temporal de cerca de um ano. Mas semelhana de McDonald, Wood chama

    ateno a volatilidade dos mercados no mundo actual, tornando-se necessrio manter

    sempre um olhar vigilante face sua constante mutao e reexaminar com frequncia o

    plano de marketing. O autor sugere que ao invs de as empresas adaptarem o plano de

    marketing do ano passado, devem, em vez disso, efectuar um novo plano de marketing

    todos os anos, para perceber realmente as mudanas ocorridas nos mercados e adquirir

    novas perspectivas.

    Em seguida apresentam-se algumas estruturas, processos e contedos sobre o

    planeamento de marketing, desenvolvidos pelos autores anteriores.

    2.1.1 Estruturas, Processos e Contedos

    De forma a elaborar um quadro de referncia orientador deste projecto foram

    revistos vrios autores e seus respectivos modelos para a execuo do planeamento de

    marketing (anexos 1 a 4). Kotler e Armstrong (2007), Westwood (2006), Wood (2008) e

    McDonald (2008), apresentam algumas diferenas relativamente distintas, mas

    encontramos maioritariamente semelhanas entre as vrias estruturas sugeridas pelos

    autores. Todas elas seguem um tronco comum que orientam o planeamento de marketing:

    1. Anlise/ Auditoria de Marketing,2. Anlise SWOT,

    3. Objectivos e estratgias de marketing,

    4. Programas de Marketing,

    5. Oramentao,

    6. Implementao e Controlo,

    7. Actualizao.

    Importa referir que o modelo apresentado por Kotler e Armstrong (2007) (anexo 1) dizrespeito explicitao dos contedos de um plano de marketing, e no ao desenrolar das

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    vrias etapas do processo do planeamento de marketing, como nos restantes autores. Da

    eles referirem a existncia de um resumo executivo, o que no abordado por mais nenhum

    autor.

    McDonald (2008) (anexo 2) e Westwood (2006) (anexo 4) so os que mais se

    aproximam na determinao das etapas que descrevem o processo do planeamento de

    marketing, ao incorporarem nos seus processos os objectivos corporativos, pressupostos do

    plano e as estimativas dos resultados esperados a partir dos objectivos e estratgias (embora

    Westwood coloque as estratgias de marketing depois das estimativas). Apenas convm

    salientar que McDonald o nico autor que inicia o planeamento de marketing com o

    estabelecimento de uma misso para a empresa (anexo 2).

    J Wood (2008) (anexo 3) esquematiza o processo de planeamento de marketing como

    um processo cclico que, aps localizao do progresso e implementao do plano de

    controlo, conduz a uma nova pesquisa e anlise da situao actual e assim sucessivamente,

    face s contantes mutaes do mercado, que obrigam a uma constante renovao do plano

    de marketing. Contrariamente aos outros autores, Wood inclui na sua estrutura uma etapa

    especfica para a segmentao, o pblico-alvo e posicionamento (anexo 3)

    Apesar de existirem ligeiras diferenas entre as vrias estruturas e contedos destes

    autores acima enunciados, visvel um quadro comum. Todos estes modelos vo permitir a

    construo de um quadro de referncia (Captulo 3) que ir orientar a execuo do

    planeamento de marketing para o restaurante O Polcia.

    2.2 Marketing de Servios

    Tendo em conta que o objecto deste estudo se insere no sector dos servios, foi

    efectuada uma pesquisa terica com vista a realar, de forma breve, alguns conceitos

    importantes da literatura, que devem ser tomados em considerao.

    2.2.1. Definio

    Os servios so actividades econmicas oferecidas de uma parte a outra.

    Frequentemente temporrios, so performances que trazem resultados esperados a

    recipientes, objectos, ou outros bens sobre as quais os detentores tm responsabilidade. Em

    troca de dinheiro, tempo e esforo, os clientes dos servios esperam valor do acesso aos

    bens, trabalho e competncias profissionais, instalaes, redes e sistemas; mas eles

    geralmente no detm a posse de qualquer um dos elementos fsicos envolvidos (Lovelock

    e Wirtz, 2011, p.37)

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    Os servios, como actividade, podem ser definidos como processos que consistem

    numa srie de actividades que ocorrem em interaces entre o cliente e pessoas, bens e

    outros recursos fsicos, sistemas e/ou infraestruturas que representam o fornecedor do

    servio e possivelmente envolvendo outros clientes, cujo objectivo solucionar os

    problemas dos clientes (desenvolvido a partir de Grnroos, 2000:46, citado por Grnroos,

    2006, p.323).

    Rathmell (1966) define servios como actos, aces, performances, ou esforos,

    contrariamente aos produtos que podem ser entendidos como objectos ou instrumentos.

    Para Grnroos (2006) aquilo que claramente distingue os servios dos bens fsicos a sua

    natureza de processo: Os servios surgem em processos abertos onde os consumidores

    participam enquanto co-produtores e por isso podem ser directamente influenciados pelo

    progresso destes processos (Grnroos, 2006, p. 319). Por isso, no marketing dos servios,

    para alm do marketing externo (entre a empresa e os clientes), que faz uso dos quatro Ps,

    existem outros dois tipos de marketing, o marketing interno (entre empresa e funcionrios)

    e o marketing interactivo (entre funcionrios e clientes) (Kotler e Armstrong, 2007).

    De acordo com Kotler e Armstrong (2007, p.217) e Zeithaml, Parasuraman e Berry

    (1986, p.33) os servios apresentam quatro caractersticas distintas: Intangibilidade,

    Inseparabilidade, Perecibilidade, Heterogeneidade. Os servios so intangveis porque, ao

    contrrio dos produtos fsicos, os servios no so palpveis e no podem ser apreendidos

    atravs dos nossos sentidos (olfacto, tacto, audio, paladar, viso). No que diz respeito

    inseparabilidade, esta justifica-se pelo facto de s depois de serem vendidos que os

    servios so produzidos e ao mesmo tempo consumidos. Os servios no podem ser

    independentes do prestador do servio (pessoas ou mquinas), envolvendo, regra geral,

    interaco entre o cliente e o fornecedor do servio. A heterogeneidade ou variabilidade dos

    servios significa que a qualidade deles depende de quem os fornece, bem como de

    quando, onde e como os fornece (Kotler e Armstrong, 2007, p.217), i.e., o servio prestadovaria de cliente para cliente. Os servios so perecveis uma vez que no podem ser

    armazenados para consumo posterior.

    Lovelock e Yip (1996) fornecem um conjunto alternativo de oito caractersticas para

    descrever os processos de entrega do servio: o resultado final umaperformancee no um

    objecto, envolvimento do consumidor na produo, as pessoas fazem parte da experincia

    do servio, maior probabilidade de problemas de controlo de qualidade, mais difcil para os

    clientes avaliarem, falta de inventrios para os servios, maior importncia do factor tempo,e disponibilidade de canais electrnicos de distribuio.

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    Segundo Zeithaml, Parasuraman e Berry (1985), e Parasuraman e Varadarajan (1988),

    dadas as caractersticas dos servios, a gesto de marketing deve repensar as suas estratgias

    e procurar fornecer pistas tangveis dos seus servios ou tentar industrializar o seu servio

    de forma a reduzir a heterogeneidade e alcanar maior controlo de qualidade (anexo 5). Na

    ausncia de inventrios, os programas de lealdade e de membership podem incentivar os

    clientes dos servios ao oferecerem benefcios ao longo do tempo (Lovelock e Quelch,

    1983). Deve-se tambm procurar estabelecer standards apropriados para a execuo do

    servio por parte dos funcionrios, garantindo a qualidade do servio e a reduo da

    variabilidade (Berry, Parasuraman e Zeithaml, 1988, citados por Yelkur 2000), por isso o

    recrutamento, treino e recompensas dos funcionrios so muito importantes. Estas e outras

    implicaes devem ser tidas em conta pelos marketers (anexo 5).

    2.2.2. Determinantes da qualidade do servio: SERVQUAL

    Parasuraman, Zeithmal e Berry (1985) enumeram 10 determinantes da qualidade do

    servio para os consumidores:fiabilidade(se o servio consistente), responsabilidade(a

    prontido dos trabalhadores de responderem correctamente ao servio), competncia,

    acesso, cortesia, comunicao (manter os clientes informados), credibilidade, segurana,

    conhecimento e compreenso do cliente, tangveis (a evidncia fsica do servio). A

    qualidade do servio ir depender da comparao que o cliente faz entre as suas

    expectativas e o servio percepcionado, nesta comparao que os determinantes da

    qualidade de servio percepcionado iro actuar. Estas dez dimenses serviram como

    estrutura de base de onde resultaram os itens de escala do modelo SERVQUAL, atravs do

    qual estes autores reformularam estas dez dimenses em apenas cinco: empatia, garantia,

    fiabilidade, responsabilidade e tangveis(Parasuraman, Zeithmal e Berry, 1988, p.17).

    2.2.3. Implicaes para o planeamento de marketing: os 7 Ps do Marketing Mix

    Devido s caractersticas distintivas dos servios, e s implicaes que trazem para agesto (como se pode ver no anexo 5), h que alargar os quatro Ps do marketing (Product,

    Placemente, Price, Promotion) e associar outros Ps relacionados com a entrega do servio

    e com o interface do cliente Physical Evidence, People/ Participants e Processes

    (Lovelock e Wirtz, 2011).

    De acordo com Yelkur (2000), ao contrrio dos produtos fsicos, em que as pistas

    tangveis esto presentes no produto em si, nos servios os clientes criam as suas

    expectativas acerca do servio com base nas evidncias fsicas (Physical Evidence)existentes, como o design, a decorao, instalaes, equipamentos, cartes-de-visita, etc.

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    Deve haver, por isso, uma preocupao maior, por parte do marketer, em manipular

    evidncias fsicas do servio. No que diz respeito s pessoas e participantes do servio, quer

    os funcionrios, quer os outros clientes contribuem para influenciar as expectativas e o nvel

    geral de satisfao que o cliente tem para com o servio. No s so importantes aspectos

    visuais, como o aspecto cuidado dos uniformes dos funcionrios, como pistas verbais e no-

    verbais. Devido constante interaco entre funcionrios e clientes existe uma dependncia

    mtua entre os dois: os clientes devem estar satisfeitos, para que os funcionrios se sintam

    confortveis em atender clientes felizes e vice-versa (Yelkur 2000). Os processos do servio

    so a forma como o servio entregue. Quando ocorre uma falha no servio, que

    procedimento efectuado? Como muitas vezes, o servio e o vendedor so inseparveis, as

    atitudes e o comportamento dos funcionrios influenciam a maneira como a performance

    do servio percepcionada (Yelkur 2000).

    2.3. Indstria de Restaurao e Qualidade de Servio

    Tendo em conta a classificao dos servios proposta por Lovelock em 1983,

    podemos definir a natureza do acto do servio em restaurantes como sendo tangvel, uma

    vez que se direcciona para o corpo das pessoas. Nos restaurantes, a entrega do servio

    baseia-se em transaces discretas, onde geralmente no h nenhuma relao formal entre a

    organizao e o cliente e, em termos da natureza da interaco, geralmente o cliente quevai de encontro organizao e no o contrrio. Lovelock (1983) categoriza a restaurao

    como um servio em que a procura bastante varivel, pelo que os preos devem variar

    consoante os nveis da procura oferecendo-se descontos e outros benefcios nas alturas em

    que a procura menor (Kimes, Chase, Choi, Lee e Ngonzi, 1998; Lovelock e Quelch,

    1983).

    De acordo com a sua reviso de literatura, Hyun (2010) verificou que existem cinco

    dimenses que afectam a satisfao dos clientes no servio de restaurao: a qualidade da

    comida, o preo, a qualidade do servio (atendimento), a localizao e o ambiente. No seu

    estudo, o autor confirmou que estes cinco atributos tm, de facto, um grande impacto na

    satisfao dos clientes, e esta afecta directamente, e indirectamente por meio da confiana, a

    formao de lealdade. A qualidade do servio o nico atributo que afecta quer

    directamente quer indirectamente a confiana dos clientes no servio, e o seu impacto na

    confiana o mais forte que todos os outros atributos. Do mesmo modo, Wall e Berry

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    (2007) tambm verificaram que as pistas humanas1 tm um papel decisivo na entrega da

    promessa do servio, e o seu impacto na percepo da qualidade do servio maior e mais

    forte comparativamente s pistas mecnicas (tangveis do servio) (Wall e Berry, 2007).

    Estas em conjunto com o preo, funcionam como promessas acerca do servio que esto

    implcitas (Zeithaml, Berry e Parasuraman, 1993, citados por Wall e Berry, 2007),

    influenciando por isso as expectativas dos clientes (Wall e Berry, 2007).

    Parsa, Self e King (2005) verificaram que muitos dos motivos que levam os

    restaurantes a fecharem relacionam-se mais com factores internos do que externos. De

    acordo com o seu estudo, para o sucesso de um restaurante, no interessa tanto uma

    estratgia bem definida, como a clareza relativamente ao conceito do restaurante. Para alm

    do conceito, outros factores crticos de sucesso enunciados pelos gestores de restaurao so

    a qualidade da comida, as caractersticas do gestor (competncias e determinao), a

    personalidade e formao dos trabalhadores, gesto financeira e de capital, e a localizao.

    Neste estudo, Parsa et al.(2005) observaram que muitos gestores falharam na gesto do seu

    restaurante devido s longas horas de trabalho e sacrifcios familiares inerentes, bem como

    a falta de inovao e conceito do servio, a ausncia de diferenciao (querer ser tudo para

    todos os clientes), incompetncia da gesto ou ainda a percepo de valor (relao entre

    preo e produto) negativa para os clientes. Simultaneamente, estratgias de marketing

    apoiadas em publicidade e promoes no constituem um factor crtico de sucesso para

    muitos gestores, em vez disso, beneficiam-se actividades de relaes pblicas,

    envolvimento com a comunidade e gesto de relaes com os clientes (Parsa et al.2005).

    Ter um conceito forte, uma boa qualidade de comida e um bom atendimento so

    ento elementos imprescindveis. Quer a gesto, quer os trabalhadores devem ser capazes

    de reconhecer quando os clientes no so bem servidos e prontificarem-se a oferecer uma

    alternativa escolha do cliente em caso de falha do servio (Susskind, 2010). Ainda assim,

    os tangveis do restaurante no devem ser desvalorizados, uma vez que, atravs destes queos clientes recolhem a informao necessria acerca do que esperar do servio (Wall e

    Berry, 2007).

    1Berry, Carbone e Haeckel (2002, citados por Wall e Berry, 2007) identificam trs tipos de pistas presentes na

    experincia do servio: pistas funcionais (diz respeito qualidade tcnica do servio, e.g., a qualidade da comida); pistas

    mecnicas (a ambiente: design, equipamento, instalaes, msica, luzes); e pistas humanas (o comportamento dos

    empregados do servio).

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    3. QUADRO DE REFERNCIA

    Com base na reviso de literatura e nas estruturas de planeamento anteriormente

    apresentadas, e tendo em conta o objectivo orientador deste projecto final, foram

    seleccionadas as seces relevantes e apropriadas para a construo de uma plano demarketing direccionado para a rea dos servios, nomeadamente para o restaurante O

    Polcia.

    Quadro 1- Quadro de Referncia

    Autor Estrutura para o Plano de MarketingMisso e ValoresAnlise Externa

    McDonald (2008)

    Parasuraman, Zeithmale Berry (1988),Hyun (2010)

    Macro Pas/ ServiosFactores PEST:! Polticos! Econmicos! Sociais! Tecnolgicos

    Micro Restaurao! Anlise de mercado! Anlise da concorrncia! Anlise de consumidores/

    clientes: ModeloSERVQUAL

    Wood, (2008),McDonald, (2008)

    Anlise Interna

    Recursos humanos, financeiros, de informao e de fornecedoresVariveis do mkt mix

    Westwood (2006),Kotler e Armstrong,

    2007, Wood, (2008)McDonald (2008)

    Anlise SWOT

    Westwood (2006),Kotler e Armstrong(2007), Wood (2008),McDonald (2008)

    Pressupostos

    Wood (2008)Objectivos de marketing

    Estratgias de MarketingPosicionamento e SegmentaoDireco estratgias decrescimento ou de no-

    crescimentoWood (2008),Lovelock e Wirtz(2011),Yelkur, Rama (2000),Parsa et al. (2005),Hyun (2010)

    Marketing Mix:

    Tcticas de MarketingProduto, Preo, Lugar,Comunicao, Evidncia Fsica,Processos, Pessoas

    Programas de aco

    Eventos, Publicidade, Relaes Pblicas, CRM, Descontos ()

    Oramento e CronogramaImplementao e Controlo

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    4. METODOLOGIA

    Dada a natureza e objectivos deste projecto, o tipo de estudo ser fundamentalmente

    qualitativo, com uma abordagem descritiva, j que se pretende descrever as caractersticas

    do mercado, havendo um pr-planeamento e estruturao da informao necessria(Malhotra e Birks, 2006).

    Para este estudo em particular, a estratgia de investigao a ser utilizada o action

    research. Esta estratgia de investigao pode ser definida de forma sucinta por pesquisa

    em aco em vez de pesquisa sobre aco (Coghlan e Branwick 2005, citados por

    Saunders, Lewis e Thornhill. 2007, p.141). Perry e Gumesson (2004) enumeram quatro

    elementos fundamentais que o action researchtradicional envolve: (1) um grupo de pessoas

    que utilizam um conjunto de actividades cclicas de planeamento, aco, observao e

    reflexo sobre o que aconteceu; (2) melhorar os processos de aco de um grupo de

    trabalho; (3) a resoluo de problemas prticos e complexos sobre os quais existe pouca

    informao; (4) a execuo de um relatrio para a organizao sobre aquilo que foi

    descoberto.

    O action research pressupe um processo de interaco e uma parceria

    colaborativa e democrtica entre investigador e membros da organizao (Saunders et al.

    2007), em que o investigador ao mesmo tempo actor e investigador (Perry e Gumesson,

    2004). Este tipo de investigao evolui atravs de ciclos contnuos, que comeam com um

    contexto e objectivo especficos. Depois de feito o diagnstico, planeamento,

    implementao e subsequentes avaliaes, inaugura-se um novo ciclo tendo em conta as

    avaliaes anteriores (Saunders et al., 2007; Perry e Gumesson, 2004).

    4.1.Amostragem e mtodos de recolha de dados

    Para o caso em anlise, a amostragem ser por convenincia, uma vez no sero

    utilizados procedimentos aleatrios, pelo que os membros da amostra foram selecionadospelo entrevistador (encontram-se no momento certo, no lugar certo) (Malhotra et al., 2006),

    i.e., todos os intervenientes participam de alguma forma nas imediaes do restaurante O

    Polcia, sendo portadores de informao relevante para a auditoria de marketing. Deste

    modo, a amostra ser constituda por:

    a Directora

    a Recepcionista,

    a responsvel de comunicao, os colaboradores do restaurante,

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    e os clientes do restaurante.

    Os mtodos de recolha de dados foram inquritos, entrevistas semi-estruturadas e de

    carcter informal, observao participante, e dados secundrios.

    Para medir as percepes dos clientes acerca do servio foi aplicado um inqurito

    (anexo 6) com base em escalas validadas na literatura e adaptadas ao contexto da

    restaurao. Aos participantes foi oferecido uma sobremesa ou clice de vinho do porto

    como forma de incentivo. A qualidade do servio foi medida com base nos 22 itens do

    modelo SERVQUAL de Parasuraman, Zeithmal e Berry (1988). Os 22 itens dividem-se

    entre cinco dimenses propostas pelos autores: Tangveis (item 1 a 4), fiabilidade (5 a 9),

    responsabilidade (10 a 13), garantia (14 a 17) e empatia (18 a 22). Dada a natureza do

    servio de restaurao, consideraram-se tambm importantes algumas das dimenses

    propostas por Hyun (2010), como a qualidade da comida (28), localizao (23) e o preo

    (24 e 25), bem como outras especificidades do sector da restaurao acerca da ementa e do

    empratamento. Foi ainda introduzido um item acerca da satisfao geral com o servio, tal

    como fizeram Patrcio, Leal e Pereira (2006).

    No total foram aplicados durante o ms de Julho de 2013, 94 questionrios, mas apenas

    85 foram considerados vlidos, dos quais 63,5% eram clientes locais e 36,5% turistas.

    Foram efectuadas cerca de 15 entrevistas semi-estruturadas (anexo 7) e de carcter

    informal, que foram utilizadas para a directora, e restantes colaboradores do restaurante, de

    forma a perceber as percepes que estes tm acerca do seu local de trabalho, a prestao do

    servio e aquilo que pode ser melhorado no restaurante. A observao participante foi

    efectuada principalmente nos meses de Julho a Agosto, e durante todo o processo do action

    research, com nfase no acto de entrega do servio, de forma a avaliar a qualidade do

    mesmo.

    As principais fontes de dados secundrios para a auditoria de marketing so o INE

    (Instituo Nacional de Estatstica), a AHRESP (Associao Hotelaria e Restaurao eSimilares de Portugal), a ASAE (Autoridade de Segurana Alimentar e Econmica), o

    Banco de Portugal, o Turismo de Portugal, bem como outros documentos oriundos de

    Clipping, no caso da Anlise Macro (Captulo 5.2.1./A). Para a Anlise Interna (Captulo

    5.2.2.) foram tambm utilizados documentos da empresa como relatrios de contas e

    ementas,entre outras fontes.

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    4.2.Limitaes

    Torna-se necessrio realar certas limitaes que determinaram as condies da

    aplicao do modelo de SERVQUAL aos clientes. Em primeiro lugar, o questionrio era

    demasiado longo e o contexto em que este era aplicado (no final da refeio) no era ideal.Preferencialmente ter-se-ia formulado mais questes aos clientes, de forma a aprofundar

    determinadas questes e a definir melhor a amostra, contudo no era vivel, caso contrrio

    os clientes no responderiam. De igual modo grande parte da amostra consistiu em clientes

    da casa, que conhecem o restaurante h j muitos anos.

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    5. PLANO DE MARKETING

    5.1.Misso e Valores

    Servir aos nossos clientes a melhor cozinha tradicional portuguesa com qualidade e

    profissionalismo.

    Os valores da empresa assumem-se como a Tradio eQualidadedo servio.

    5.2.

    Auditoria de Marketing

    5.2.1.Anlise Externa

    A. Anlise Macro Factores PEST

    Ambiente Poltico-legal

    Clima de instabilidade poltico-social derivado de algumas medidas como o

    aumento da idade de reforma, diminuio dos subsdios, e aumento dos encargos fiscais,

    que tiveram origem na implementao em 2011 de uma poltica de austeridade por parte da

    Troikae do Governo Portugus.

    A restaurao por se tratar de um servio que lida directamente com a sade e bem-

    estar das pessoas, encontra-se submetido a fortes exigncias ao nvel de normas de

    segurana e higiene alimentares. A ASAE (Autoridade de Segurana Alimentar eEconmica) o organismo fiscalizador que assegura que todas as normas so cumpridas,

    tendo o poder para aplicar coimas ou mesmo encerrar as empresas, ainda que

    temporariamente. S em 2012 a ASAE efectuou 10.426 operaes (ASAE, 2012). Ainda

    at 2020 prev-se a proibio total de fumo em locais pblicos (DN, Maio de 2012).

    Existem tambm associaes de apoio ao sector de hotelaria, restaurao de

    similares como o caso AHRESP (Associao da Hotelaria, Restaurao e Similares de

    Portugal), mediante o pagamento de cotas anuais.

    Ambiente Econmico

    De acordo com as previses do Banco de Portugal (2012) a economia portuguesa

    apresentar em 2013 uma contraco da actividade econmica de 2.3% (em 2012 o valor

    foi de -3.2%), com uma forte quebra da procura interna e externa. Em 2012 assistimos a um

    cenrio negro do mercado de trabalho com o aumento da taxa de desemprego, em termos

    mdios anuais, para 15.7% da populao activa (queda do emprego de 4.2%). Este cenrio

    ir manter-se em 2013 com a previso de uma queda de 3.3%. O aumento dos encargos

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    fiscais em Janeiro de 2012, com o incremento do IVA para 23% e o aumento dos escales

    do IRS, veio deteriorar muitas das actividades econmicas portuguesas e poder de compra

    das famlias portuguesas, levando ao encerramento de muitas empresas, ao aumento do

    desemprego e reduo da procura (Banco de Portugal, 2012). A reduo do IVA

    permitiria novamente recuperar alguma estabilidade financeira e tirar do desafogo fiscal

    muitas pequenas e mdias empresas (!"#$%&'"#( *+,-./

    Ambiente Scio-cultural

    O aumento da taxa de desemprego e o aumento dos impostos levou a uma clara

    diminuio do poder de compra das famlias, trazendo ao de cima o debate acerca do

    desaparecimento da classe mdia, j que s as classes mais altas conseguiram resistir aos

    pesados encargos fiscais.O nvel de insatisfao da populao face crise econmica e consequente poltica

    de austeridade cresceu exponencialmente durante o ano de 2012 com vrias manifestaes

    sociais a ocorrem em todo o pas (mais de 3.000 manifestaes em 2012) (Econmico,

    2013).

    A falta de oportunidades no mercado de trabalho levou a grandes fluxos de

    emigrao (cerca de 44.000 em 2011) (INE, 2012) sobretudo nas camadas mais jovens (25

    aos 34 anos), e prev-se que este nmero possa ser muito superior, chegando s 100 mil

    emigraes por ano (Ribeiro, 2013). A emigrao da camada mais jovem vem contribuir

    ainda mais para o envelhecimento generalizado da populao. De acordo com as previses

    do Instituto Nacional de Estatstica, em 2020, existiro cerca de 2.229.539 milhes de

    cidados idosos portugueses acima dos 65 anos (em 2011 contabilizaram-se 2.007.646

    idosos em Portugal).

    i. Hbitos Alimentares e de Consumo

    Em 2008, segundo dados do Eurostat, os portugueses eram dos cidados europeus,

    que mais gastavam em restaurantes e cafs (mais de 9.5% do oramento familiar) (Silva,

    2008). Contudo em 2012, vimos esta tendncia alterar-se com 40% dos lares portugueses a

    cozinhar em casa para levar para o emprego, com cerca de 80% dos gastos totais anuais em

    hipermercados/ supermercados a serem canalizados para a alimentao 2 (Econmico,

    2013).

    A inverso desta tendncia tem um impacto imediato no sector da restaurao, que

    tem vindo a verificar um contnuo decrscimo no nmero mdio de clientes por

    2Estudo da Kantar Worldpanel

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    estabelecimento, principalmente nas refeies ao jantar. No quadro em anexo (anexo 8)

    podemos observar que o nmero mdio de clientes referente aos perodos de Outubro a

    Dezembro de 2012 decresceu relativamente ao mesmo perodo em 2011.

    ii. Turismo

    O Turismo um dos sectores de actividade econmica que mais riqueza traz ao

    pas. No grfico em anexo (anexo 9) destacam-se asperformancesreferentes a 2007, 2008 e

    2010 onde o Consumo do Turismo no Territrio Econmico atingiu os 9,2% do PIB na

    economia nacional.

    De acordo com o Turismo de Portugal (2013), em 2012, Portugal recebeu cerca de

    13,9 milhes de hspedes nas unidades hoteleiras que originaram 39,8 milhes de dormidas

    dos quais 27,3 milhes tiveram origem no mercado externo (68,6%). O Reino Unido foi o

    principal mercado estrangeiro emissor de dormidas (1,3 milhes de hspedes), seguido de

    Espanha, Alemanha, Frana e Brasil. O sector da restaurao e bebidas, juntamente com o

    dos transportes nacionais, so os maiores dinamizadores de crescimento, tendo contribudo

    com mais de 3 milhes de euros em 2008 (anexo 10).

    Ambiente Tecnolgico

    A disseminao da Internet e das aplicaes mveis trouxe vrias repercusses ao

    nvel das relaes sociais e empresarias tal como as conhecemos hoje. Cada vez mais as

    empresas reconhecem a importncia de usarem as redes sociais para comunicarem com os

    seus clientes. As principais redes sociais so o facebook (com 1.6 bilies de usurios activos

    mensalmente, 680 milhes de usurios mveis, mais de 50 milhes de pginas e 10 milhes

    de aplicaes), e o Twitter (500 milhes de usurios, mais de 200 milhes de usurios

    activos) (Smith, 2013). A velocidade de estar ligado tornou-se cada vez mais rpida com

    a era dos smartphones. Existem cerca de 1 bilho de usurios de smartphone em todo o

    mundo (G1, 2012).

    Desenvolveram-se novos sites de compras on-line e troca de experincias. As

    pessoas no s adquirem os seus produtos como fazem uma avaliao do seu vendedor. o

    caso de sites como o Booking ou o Trivago em que muitos clientes deixam as suas

    opinies acerca do servio que lhes foi prestado, influenciando milhares de outros

    potenciais clientes em todo o mundo. Exemplo claro desta nova tendncia, que atrai cada

    vez mais utilizadores, o Tripadvisor.

    Comeam a surgir tambm novas plataformas de reservas de mesa online

    (exemplos: opentable.com nos E.U.A, besttables.com e mytable.pt em Portugal), bem como

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    a oferta de coupes online (Tice, 2012) que permitem maiores descontos, como o caso da

    Groupon ou do LifeCooler. Em muitas empresas de restaurao procura-se disseminar

    as novas tecnologias digitais permitindo aos seus clientes aderirem gratuitamente internet

    wireless do seu estabelecimento, ou levando ao cliente iPads e tablets permitindo maior

    interactividade na apresentao do menu ou na forma de pagamento (exemplo:

    elacarte.com/tablet/).

    B.Anlise Micro

    Anlise de Mercado: Sector da Restaurao e Similares

    Segundo o INE, em 2009 contabilizavam-se cerca de 75.163 empresas nacionais no

    sectorRestaurao e Similares(anexo 11). O sector daRestaurao e Similares(CAE356)

    representa 92% das empresas deAlojamento, Restaurao e Similares(PwC, 2012), com osrestaurantes (CAE 561) a contriburem mais para o volume de negcios de todo o sector

    (43%) (Banco de Portugal, 2011)4.

    O sector daRestaurao e Similares(CAE 56) apresenta um multiplicador econmico

    (1.9) acima da mdia nacional (1.5) (Eusbio, 2006, citado por Arajo, 2012), permitindo

    gerar mais receitas das empresas, mais emprego, mais receitas do estado, mais produo, e

    mais comrcio (transaces). Portugal o pas em que o sector da restaurao mais

    contribui para o emprego e para a economia (VAB/PIB) (PwC, 2012).De acordo com um estudo efectuado pelo DBK e publicado no Jornal de Negcios

    (2013), o mercado da restaurao acumula j quatro anos consecutivos de quebras, tendo

    perdido 27% do seu valor desde o mximo alcanado em 2008 (quebra de 14.6% no valor

    de 3.800 milhes de euros, s em 2012).

    Devido quebra generalizada no consumo e transio dos hbitos de consumo

    para o lar, o canal Horeca (Hotelaria, Restaurao e Cafs) encontra-se em contraco, com

    quebras nas compras que variam entre 10% e 20% (50% nalgumas categorias). Muitos dos

    operadores do canal optaram por absorver o aumento do IVA, no o reflectindo nos preos

    de venda ao pblico. No que diz respeito aos fornecedores, estes vem os seus pagamentos

    atrasarem-se cada vez mais e, de igual modo, a encomenda mdia tem vindo a reduzir e a

    ser colocada com maior frequncia (ou seja reduo no investimento de stocks). Como

    causas para este fenmeno est a presso financeira e de tesouraria. O negcio do canal

    3Classificao das Actividades Econmicas4Dados referentes a 2009

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    Horeca tornou-se mais imprevisvel e com maior variao da procura, dificultando o seu

    planeamento (PwC, 2012).

    O Banco de Portugal no Boletim de Vero de 2012, aponta para uma contrao do

    consumo privado de -5,6% e -1,3% em 2012 e 2013. Com a agravante do aumento do IVA,

    a PwC estima que o volume de negcios do sector dever reduzir entre 1.050 milhes de

    euros (M!) e 1.750M!, entre 2011 e 2013, sendo 500 M!resultado da reduo estimada do

    consumo privado e o restante resultado do aumento do IVA. Simultaneamente, prev-se o

    encerramento de 35 a 39 mil empresas, das quais 7 mil encerram como resultado da

    conjuntura macroeconmica (contraco do consumo privado), e o restante como resultado

    do aumento do IVA. E ainda, como consequncia, a extino de 89 a 99 mil postos de

    trabalho, sendo que 16 mil empregos se perdem como resultado da contrao do consumo

    privado, e o restante do aumento do IVA (PwC, 2012).

    Tal como foi referido anteriormente, este sector como multiplicador econmico agrega

    outros efeitos bola de neve, tais como o risco de cobrana de crdito aos fornecedores e

    banca, que conduz ao encerramento de empresas e reduo do emprego e consequente

    perda do rendimento das famlias, que se traduz numa reduo do consumo de bens e

    servios.

    A PwC (2012) afirma ainda que apesar de, em 2012, o impacto do aumento do IVA

    tenha sido positivo nas contas do Estado, estima-se que em 2013 o saldo rapidamente se

    torne negativo, cujo valor poder mesmo anular ou inverter o ganho obtido em 2012.

    Anlise da Concorrncia

    A anlise da concorrncia foi fundamentalmente efectuada com base no factor

    localizao. O restaurante O Polcia encontra-se situado numa zona onde a oferta de

    restaurao abundante. Foram considerados como principais concorrentes a Cervejaria

    Valbom e A Laurentina, por terem um nvel de preos e clientela semelhante.

    Quadro 2 - Principais Concorrentes

    1. Cervejaria

    Valbom

    " Av.Conde Valbom, n 110 (em frente ao Polcia)

    " Cervejaria/ Marisqueira

    " Horrio: 12:00 24:00 (encerra aos Sbados)

    " Preo Mdio: 15 euros

    " Lotao: 140

    Marketing: Praticamente Inexistente

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    Porm torna-se tambm importante ter em conta outros players que actuam no

    mercado e que atraem outro tipo de pblicos. Em restaurantes de cozinha no tradicional

    portuguesa- como o caso dos restaurantes de gastronomia oriunda do continente asitico

    (japonesa, chinesa e indiana), os restaurantes vegetarianos, italianos e ainda as cadeias de

    fast-food- v-se com frequncia a prtica de preos menos elevados, e em que a confecoe servio so geralmente mais rpidos.

    A actual crise econmica, e crescentes preocupaes alimentares e de sade podem

    estar na base destas novas preferncias. Nos restaurantes japoneses e chineses, a prtica

    comum de buffetstrouxeram uma percepo de valor/ preo mais atractiva. A proliferao

    dos servios de buffet, self-service e take-away estenderam-se a vrios restaurantes e

    tambm outras superfcies comerciais (como o caso do El Corte Ingls e da cadeia de

    supermercados Pingo-Doce), permitindo uma maior customizao do servio e, ao mesmo

    tempo, a reduo do tempo de espera.

    Foras Fraquezas

    Esplanada,

    Horrio alargado,

    Abre aos domingos,

    Acesso a deficientes,

    Preo mdio mais atractivo,

    Tem pratos de marisco.

    No tm site,

    No esto nas redes sociais,

    Encerra aos sbados,

    Marketing inexistente.

    2. Laurentina

    O Rei do

    Bacalhau

    " Av.Conde Valbom, n 71 A

    " Especializado em Pratos de Bacalhau, nasceu em 1976

    " Horrio: 12:00 16:00 (almoos); 19:00 23:00 (Jantares)

    " Preo Mdio: 18 euros

    " Lotao: 90

    Marketing: Facebook,

    Website (traduzido em 6 lnguas),

    Parcerias com hteis,

    Publicidade nos mapas Cityrama,

    Infocards Lifecooler.

    Foras Fraquezas

    Esplanada,

    Wireless,

    Estacionamento gratuito em trs parques,

    No encerram,

    Preo mdio mais atractivo,

    Horrio mais alargado,

    Sistema multimdia para jantares de grupo.

    A grande parte da oferta consiste em

    bacalhau,

    Pouca variedade de pratos

    Ementa fixa

    Tm menos lugares.

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    Os cafs e pastelarias que servem refeies, e as tascas, apesar da qualidade e

    servio mais rudimentares, constituem tambm um forte concorrente, por exercerem preos

    mais baixos e um servio mais rpido. Este tipo de restaurao localizado nas proximidades

    d O Polcia, beneficia ainda do servio de esplanada para os clientes.

    Ao nvel da oferta turstica, convm destacar a forte concorrncia das Casas de

    Fado, que canalizam grande parte do seu oramento na implementao de programas de

    marketing com preos mais competitivos (parcerias com hotis, e tambm taxistas, mais

    atractivas). Deve-se ainda ter em conta a prpria restaurao hoteleiraque, cada vez mais,

    comea a oferecer maior variedade de preos e servios de buffet, tornando-se mais

    atractivo e cmodo para o cliente do Hotel.

    Por ltimo, pode-se considerar os supermercados como um novo player no

    mercado, por afastarem potenciais clientes dos gastos em alimentao fora do lar. A perda

    de poder de compra dos portugueses leva-os a ponderar mais cuidadosamente os gastos em

    alimentao. Principalmente a camada mais jovem que procura planos alternativos mais

    baratos, como cozinhar em casa com amigos, e que no impliquem a alterao do seu estilo

    de vida. As polticas de descontos nos super e hipermercados com os cartes cliente e

    cupes, bem como campanhas de desconto (como o caso polmico da campanha de 50% de

    desconto no Pingo-Doce), so catalisadores desta nova tendncia de refeies no lar.

    Anlise de Clientes e SERVQUAL

    Residentes em Lisboa

    Com a crise econmica europeia desenvolveram-se novas tendncias ao nvel dos

    hbitos alimentares dos portugueses como por exemplo comer regularmente em casa,

    planear com antecedncia as refeies, maior ateno ao valor o produto/servio (relao

    qualidade/preo), fazer comida em casa para levar, consumidores mais atentos forma depreparar e cozinhar os alimentos, refeies como encontro social, escolha de ementas

    mais baratas, menos possibilidades para comer saudvel, aumento da preferncia por

    marcas brancas e maior dificuldade de fidelizao (Costa, 2012; PENT, 2013).

    Turistas

    No turismo de Gastronomia e Vinhos, Frana e Holanda so os principais

    emissores de viagens de gastronomia e Vinhos na Europa (50% do total das viagens

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    realizadas pelos habitantes destes pases) (THR, 2006). Mas como procura secundria5os

    principais mercados emissores so a Espanha, Reino Unido e Frana (PENT, 2012). O

    gasto mdio dirio por pessoa no pas de destino pode variar entre 150!e 450!, sendo que

    Espanha e Itlia so os mercados emissores com maior inteno de compra (THR, 2006).

    Em entrevistas realizadas a peritos e operadores tursticos em Dezembro de 2005

    (Turismo de Portugal, 2006), concluiu-se que o perfil dos turistas europeus de gastronomia

    de vinhos so geralmente adultos, maioritariamente homens, entre os 35 e os 60 anos, com

    elevado poder de compra e elevado nvel scio-cultural. O turista gastronmico e de vinhos

    informa-se sobretudo atravs de clubes sociais de vinhos e gastronomia, imprensa

    especializada, recomendaes de amigos e familiares e internet. Compram as viagens

    atravs de portais de internet especializados e agncias de viagens especializadas. O tipo de

    alojamento so hotis de 3 a 5 estrelas ou hotisboutiquee alojamento rural de luxo ou de

    charme. Este tipo de turistas viajam durante todo o ano, com maior predominncia durante a

    Primavera e Outono, e a durao da viagem varia entre 3 a 7 dias. Quem compra so

    geralmente casais ou grupos reduzidos, que viajam uma vez por ano, ou em caso de clientes

    entusiastas 3 a 5 vezes por ano. As suas principais actividades tursticas passam por

    degustaes, assistir a espectculos, provas de pratos, visitar atraces tursticas, visitas a

    museus e exposies, relaxar e desfrutar da paisagem, e actividades de sade e bem-estar.

    Anlise SERVQUAL

    Aos clientes que entraram no restaurante durante o ms de Julho foi aplicado um

    questionrio segundo o modelo SERVQUAL (anexo 6) proposto por Parasuraman et al.

    (1988). Os resultados demonstraram que cerca de 33% dos clientes locais vinham pelo

    menos uma vez por ms ao restaurante. A maior parte dos clientes j conhecia o restaurante,

    apenas 4,7% dos clientes vieram pela primeira vez (sem contar com os turistas). 35% dos

    inquiridos apresentava idades compreendidas entre os 56 e os 70 anos, 29% at 39 anos,23% entre 40 e 35 anos, e 13% com idade igual ou superior a 71 anos (anexo 12).

    Relativamente ao modelo SERVQUAL, numa escala de 1 a 7 em que 1 Discordo

    Totalmente e 7 Concordo totalmente, os resultados do inqurito permitiram verificar a

    seguinte pontuao: Tangveis 5,44; Confiana 6,13; Responsabilidade 6,07; Garantia

    6,29; Empatia 6,06 (anexo 13). Estes resultados demonstram valores muito positivos no

    que diz respeito qualidade do servio. Os tangveis so a dimenso menos pontuada, o que

    5A procura secundria de Gastronomia e Vinho corresponde aos turistas que viajam por outras motivaes e querealizam actividades relacionadas com a gastronomia e o vinho, em vrios graus de intensidade (THR, 2006)

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    se pode explicar pela decorao tradicional e conservadora do restaurante, que para alguns

    clientes uma fraqueza, ainda que para outros seja uma fora. Relativamente qualidade da

    comida as avaliaes foram muito positivas - 3,4 (numa escala em que 4= Excelente,

    3=Boa, 2= Razovel, 1= Medocre) (anexo 15). A localizao conveniente para a maioria

    dos clientes (6,14), e a forma como o restaurante apresenta os seus produtos visualmente

    atractiva (5,89). No que diz respeito ao preo, os clientes demonstraram-se menos sensveis

    daquilo que seria de esperar, dizendo-se satisfeitos com os preos dos produtos (5,66)

    (anexo 14). Foi nas consideraes acerca da ementa, quer na variedade de pratos, quer no

    seu aspecto esttico que as pontuaes foram menores, 5,64 e 5,55 respectivamente.

    Avaliando a satisfao global do servio, numa de 1 a 7 em que 1 Totalmente

    Insatisfeito e 7 Totalmente Satisfeito, a mdia foi de 5,99 (anexo 14). Estes resultados vm

    demonstrar a satisfao generalizada dos clientes relativamente ao servio, e colocar a

    hiptese que factores externos tm vindo a afectar mais o restaurante do que factores

    internos. Ainda assim, h a clara percepo de que existe muito a fazer internamente,

    principalmente nos tangveis do servio, i.e., evidncia fsica, e que se deve ter em conta as

    opinies e sugestes dos clientes.

    5.2.2. Anlise Interna

    Histria

    O Restaurante O Polcia foi fundado em 1900 por Teotnio Lzaro Miranda, e desde

    ento tem-se mantido na mesma famlia sem nunca fechar portas. Tendo alcanado grande

    reconhecimento sobretudo nos anos 70, 80 e 90, sempre foi um restaurante frequentado

    pelas mais variadas classes sociais de Lisboa, sendo ainda hoje uma referncia para as

    geraes mais velhas.

    Recursos Humanos/ Pessoas

    O restaurante emprega actualmente 14 pessoas, entre direco, recepo, cozinheiros,

    empregados de mesa e limpeza. Na sua maioria so pessoas que trabalharam no restaurante

    a vida inteira, alguns desde a adolescncia e, como tal, a sua formao no vem seno do

    aprender fazendo, no tendo completado os estudos alm do 4ano de escolaridade. As

    nicas excepes so a directora do restaurante e a recepcionista, que tiveram formao

    dentro da rea de gesto hoteleira e turismo. A falta de formao manifesta-se sobretudo de

    forma prejudicial no atendimento ao cliente estrangeiro: dos 4 empregados de mesa, apenas

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    1 sabe falar em ingls. Ao nvel do atendimento, o servio profissional, porm nem

    sempre os empregados de mesa so consistentemente corteses.

    Recursos Financeiros

    Desde 2009 que as receitas anuais do restaurante tm vindo a diminuir (anexo 16),

    registando uma reduo de cerca de 50% no ano de 2012 comparativamente a 2009. As

    maiores fontes de despesa no restaurante so os gastos com o pessoal (segurana social,

    IRS, etc). Nunca foi dedicada nenhuma parte do oramento para a comunicao ou

    marketing do restaurante, contudo em 2013 procurou-se investir em maiores gastos na

    publicidade.

    Recursos de Informao

    O restaurante nunca teve recursos de informao para alm da observao directa e

    conversas informais. Neste sentido, face a um mercado cada vez mais veloz nas suas

    mutaes, torna-se necessrio uma troca de dilogo constante com os clientes, o que pode

    ser conseguido com a existncia de um formulrio de sugestes e com a realizao, pelo

    menos uma vez por ano, de um inqurito de satisfao.

    Recursos de Fornecedores

    O restaurante trabalha com menos fornecedores do que h alguns anos, a maior parte

    faz as entregas no local, excepo do peixe que por vezes o prprio restaurante a ir

    buscar ao mercado da Ribeira, onde as relaes com os fornecedores so j bastante antigas.

    Em termos quantificveis existem actualmente trs fornecedores de peixe, trs de carne, um

    fornecedor para legumes e fruta, e ainda cinco fornecedores de bebidas alcolicas e quatro

    de guas e refrigerantes.

    Produto

    ! Desde a sua gnese que O Polcia sempre se dedicou estritamente execuo de

    pratos tipicamente portugueses (anexo 17), com algumas invenes originais que

    remontam a 1930 como os tradicionais Pivetes com Ervilhas Polcia (rabo de boi).

    Existem fichas tcnicas de todos os pratos do restaurante e que so obrigatoriamente

    arquivadas. Tendo como especialidades os pratos da casa e tambm outras sobremesas

    caseiras, muitos clientes frequentam o restaurante pela qualidade do peixe (sejagrelhado ou cozido, muito requisitado) e bom vinho.

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    ! O empratamento feito de forma cuidada e apresentvel ao cliente, tradicional porm

    requintada, agradvel viso, decorado de forma simples e subtil (anexo 23).

    Preo

    ! Quando se considera uma refeio a incluir sopa, entrada, prato, sobremesa, caf e

    bebida, o preo mdio pode chegar aos 30 !por pessoa. Actualmente j se procurou

    incluir pratos mais econmicos, no tipicamente portugueses, que tm muita sada,

    como o caso das massas.

    ! O preo dos produtos no restaurante sobretudo influenciado por factores internos,

    nomeadamente os custos fixos (mo-de-obra) e variveis (gs, electricidade, gua,

    matria-prima) na produo do produto, e factores externos regulatrios e legais, em

    particular a taxa de IVA.O preo de venda baseia-se na multiplicao do custo da

    matria-prima por 3,5 (os preos de alguns produtos esto visveis no anexo 17).

    Comunicao

    ! Medias Online: Google Adwords, Facebook, website, alguns sites de turismo e motores

    de busca de restaurao como o LifeCooler, BestTables, Nescapadinhas, TripAdvisor,

    Trivago, etc (este dois ltimos no tm nenhum custo associado participao). No

    caso do Facebook, este meio no permite chegar principal clientela do restaurante e

    isso deve ser algo que se deve desenvolver. Mas um bom recurso para alcanar o

    mercado turstico.

    ! Outro elemento muito importante no marketing do restaurante so as parcerias com

    Hotis (O Polcia reembolsa 5!por cada cliente que o Hotel envia).

    ! Marketing Interno: Livro de Elogios (para os clientes assinarem e deixarem uma

    comentrio) e Acrlicos (expositores com info acerca do restaurante)

    ! Ainda: Panfletos/ brochuras, cartes-de-visita e Infocards (distribudos nos hotis einternamente), e presena em guias da cidade de Lisboa, sendo o mais relevante o guia

    Michelin.

    Local/ Distribuio

    ! Rua Marqus S da Bandeira, n112, 1050-150 Lisboa: Localizao central fornecida

    de vrios acessos, entre Carris, Metro e parques de estacionamento, com vrias

    acomodaes tursticas nas redondezas, situando-se em frente ao ponto de interesseFundao Calouste Gulbenkian.

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    ! Horrio: 12:00-15:00 e 19:00-22:00 (Seg. a Sex.), 12:00-15:00 (Sb.). Encerra sbados

    aos jantares e domingos o dia todo. Tambm encerra em alguns feriados.

    ! A entrega do servio feita directamente com o cliente, contudo actualmente existem

    outros canais de contacto do cliente com o restaurante, nomeadamente atravs da

    internet: o site do restaurante, tripadvisor, lifecooler, facebook, trivago bem como outras

    plataformas online. Existem ainda outros canais de distribuio muito importantes para

    o sector turstico, so o caso de Hotis, agncias de viagens e outros agentes tursticos,

    potenciais intermedirios.

    Processos

    ! As reservas podem ser feitas atravs do site do restaurante, e actualmente tambm

    atravs do BestTables, por correio electrnico e telefone. Mas a maior parte das reservas

    so feitas por telefone e muitos clientes no reservam, limitando-se a aparecer. No h

    necessidade de gesto de tempos de espera porque actualmente no h sobrelotao.

    ! Take away (pouco usado)

    ! Responsabilidade Social: RE-FOOD (aquilo que sobra do restaurante ao invs de ir

    directamente para o lixo, embalado e aproveitado para a populao mais carenciada;

    os voluntrios do Re-food vo diariamente ao restaurante buscar a comida que de

    outra forma seria desperdiada)

    ! Blueprint do servio (anexo 18)

    ! Dentro da cozinha, existe uma cozinheira responsvel pelos pratos de carne, um

    cozinheiro responsvel pelos pratos de peixe e duas cozinheiras responsveis pelos

    pratos do dia que tambm, juntamente com a ajudante de cozinha, ajudam a

    confeccionar as saladas, legumes e massas. Quem desempenha as funes de cave do

    dia, trata tambm das sobremesas, bebidas e cafs.

    Evidncia Fsica

    ! O Polcia muito antigo e mantm a sua aparncia quase desde o incio. Existem 4

    salas e um bar (s 3 salas que esto em funcionamento) (anexo 19 e anexo 21). As

    casas de banho no tm acesso a deficientes. Decorao tradicional, porm clssica e

    com requinte. Pavimento com a calada portuguesa, alguns quadros alusivos a touradas

    nas salas de cima, e quadros alusivos histria do restaurante nas imediaes da entrada

    principal. A montra de peixe o elemento central do restaurante, onde os peixes sodispostos todos os dias de forma visualmente atractiva.

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    Ameaas

    Canal Horeca tornou-se maisimprevisvel e com maior variao

    da procuraA presso fiscal

    Reduo do poder de compra dasfamlias

    Proibio total de fumo em locais

    pblicos at 2020

    Oportunidades

    O sector da Gastronomia e o vinhocomo motivao turstica

    Turismo como o sector econmicomais forte em Portugal

    Estrangeiros dispostos a gastarmais dinheiro em viagens

    Possvel diminuio do IVA para13%

    Fraquezas

    No tem esplanada

    Encerra aos sbados durante os

    jantares e domingos todo o diaPreo mdio elevado

    Falta de clientes aos jantares

    Site e redes sociais so poucoactualizados e necessitam demanter o dinamismo

    Empregados no sabem falar ingls

    Foras

    Restaurante centenrio, longahistria e pratos tradicionais

    Boa qualidade da comida, receitastradicionais

    Existncia de um Bar

    Wireless

    Boa localizao (Gulbenkian, ElCorte Ingls, Hotis)

    ! Uniformes (anexo 22) so simples e tradicionais, sem grande requinte.

    ! A ementa em carto, onde todos os dias colocada uma nova folha. O tipo de letra e

    formatao da folha devem ser revistos. A ementa encontra-se traduzida para ingls mas

    no na ntegra.

    ! A ementa do restaurante no fixa: existem pratos que esto sempre na ementa e outros

    que rodam semanalmente, como os pratos do dia. Devido volatilidade do custo da

    mercadoria, o preo do peixe constantemente alterado, o que obriga redaco de

    uma nova ementa todos os dias (da ela ser diferente do portugus para o ingls). A

    refeio la carte e a prtica de menus agrupados apenas aplicada quando um

    cliente faz uma reserva de grupo (geralmente acima de 10 pessoas).

    ! Logo O Polcia (anexo 20) est patente em todos os meios de divulgao.

    5.3.Anlise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats)

    Quadro 3- Anlise SWOT

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    5.4.Pressupostos

    Lisboa vai continuar a crescer, apesar da crise, no sector do turismo, por ser uma cidade

    que est na moda, e por oferecer grande diversidade artstica, cultural e gastronmica e um

    custo de vida barato.O IVA caso se mantenha a 23% vai continuar a piorar as actividades econmicas,

    nomeadamente a restaurao. Por outro lado, espera-se que a reduo do IVA para 13%

    seja uma das novas medidas governamentais, e que permitir recuperar o equilbrio

    econmico e financeiro a muitas pequenas e mdias empresas.

    5.5.

    Objectivos e Estratgias de Marketing

    5.5.1.Objectivos de Marketing

    # Aumentar a notoriedade do restaurante

    # Atrair o segmento turstico

    # Aumentar as vendas em 30%

    # Aumentar em 50% o nmero de clientes ao jantar

    # Aumentar em 20% o nmero de jantares de grupo por ms

    # Triplicar ou quadriplicar o nmero de seguidores no Facebook

    # Alcanar uma taxa mdia mensal de 50% de clientela vinda de Hotis.

    # Aumentar parceiros tursticos

    5.5.2.Posicionamento e Segmentao

    O restaurante O Polcia pretende posicionar-se como um restaurante que, em

    primeiro lugar, oferece:

    1) A melhor cozinha tradicional portuguesa, com uma gastronomia fortemente enraizada

    nas tradies, com paladares e sabores centenrios;

    2) Um servio profissional, onde a principal preocupao o bem-estar do cliente;

    Os atributos-chave e diferenciadores do restaurante passam pelo reforo da sua

    natureza centenria equalidade da confeco. Pelos 113 anos que exerce ao servio da

    gastronomia tpica, domina a cozinha portuguesa como ningum. O restaurante no

    pretende ser moderno, pois a verdadeira cozinha portuguesa no seno uma viagem ao

    passado e s tradies. No tem como objectivo inovar nos produtos, mas manter os sabores

    e valores centrais gastronomia portuguesa.

    Foram identificados dois segmentos de mercado muito importantes para O

    Polcia: em primeiro lugar o segmento nacional/ local(todos os clientes da casa e novos

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    clientes que vivem e trabalham permanentemente em Lisboa) e o segmento turstico

    (estrangeiros que trabalham e vivem fora de Portugal e que vm a Lisboa por Lazer).

    5.5.3. Direco do Plano de Marketing - Estratgias

    Ao nvel das estratgias de marketing, estas devem ser de crescimento, nomeadamentedePenetrao de Mercado, ou seja, apostar nos segmentos j existentes (segmento nacional

    e segmento turstico), nos mesmos produtos e, consequentemente, no aumento de vendas.

    5.6.Tcticas de Marketing: Marketing Mix

    Como referido ao longo de todo o plano, uma vez que O Polcia se trata de uma

    empresa de servios, os quatro Ps, vo ser estendidos a sete. As tcticas propostas

    decorrem directamente de todo o diagnstico acerca do servio, inquritos a clientes,

    entrevistas e observao participante.

    Para as estratgias de crescimento do restaurante, existem certos elementos do mix mais

    relevantes do que outros e que implicam mais mudanas do que outros. Ser

    particularmente importante para O Polcia apostar sobretudo na comunicao com os

    clientes, e assim reunir mais esforos e recursos no desenvolvimento o mix promocional.

    Quadro 4- Marketing Mix

    Segmento Turistco Segmento Nacional

    Produto

    ! Introduzir mais pratos fixos de bacalhau, por

    ser uma das grandes atraces gastronmicas

    para os turistas

    ! Deve-se apostar na maior rotatividade e

    diversidade da ementa do restaurante,

    propondo diferentes pratos

    semanalmente e/ou mensalmente.

    ! Introduzir variadas tapas tpicas portuguesas na ementa do Bar (tbua de queijos e enchidos),

    que devem ser promovidas em conjunto com um bom copo de vinho ou aperitivo.

    Preo

    ! Polticas de desconto sero adoptadas para as refeies ao jantar de forma a contornar a

    procura elstica do sector, e tambm como forma de incentivar o aumento dos jantares de

    grupo oferta de um clice de vinho do porto ou oferta de sobremesa ou menus a 20 !ao jantar(entrada, prato, sobremesa e caf);

    ! Happy Hourno Bar (desconto nos cocktails entre as 19h00 e as 20h00)

    Local! Abertura do restaurante todos os sbados aos jantares

    ! Alterao do horrio de jantares das 19h00 s 22h30

    Comunicao

    Publicidade e Marketing Directo:

    $ Criao de um ou mais pequenos vdeos promocionais a serem publicados no facebook e no

    site do restaurante (abertura de conta no vimeo ou youtube). Reforo sobre as tradies e

    histria do restaurante e qualidade da comida- Projecto Arqueologia dos Sabores (ver vdeo

    do anexo 24)

    $ Melhorar o site e desenvolver estratgia: publicaes semanais em ingls e portugus (as

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    publicaes devem sempre fazerem-se acompanhar de uma fotografia/ imagem ilustrativa).

    Fazer um mapa de publicaes;

    $ Traduo do Website, pelo menos, para Ingls (EN)

    $ Desenvolver estratgia para o Facebook: publicaes dirias em ingls e portugus (as

    publicaes devem sempre fazerem-se acompanhar de uma fotografia/ imagem ilustrativa).

    Divulgao de eventos, novidades, descontos. Fazer um mapa de publicaes;

    $ Enviar newsletterpara contactos estrangeiros

    mais espaados no tempo

    $ Enviar uma newslettersemanal ou

    mensal base de contactos

    $ Desenvolver Cartes-de-visita que sejam alusivos s tradies (utilizao de imagens vintage

    do restaurante cada carto uma imagem diferente). Em EN e PT

    $ Publicidade Interna:

    o Informaes nos acrlicos devem ser renovadas mensalmente (se possvel

    semanalmente). Fazer um mapa temporal de publicaes em, pelo menos Eng e pt.

    o Plasma interactivo na zona de recepo, aproveitando o canal da box j existente. O

    plasma permitiria o acesso ao perfil do facebook do restaurante atravs do servio de

    internet e cabo da operadora, e a exibio de uma apresentao de slides do

    restaurante, e dos prprios vdeos promocionais (para 2015)

    CRM (Customer Relationship Management):

    ! Inqurito de Satisfao aos clientes (a realizar uma vez por ano durante o ms de Maio)

    ! Formulrio de sugestes a ser entregue juntamente com a conta ou a ser deixado na recepo

    ! Construir base de dados de organizaes

    relevantes que actuem no sector turstico

    ! Construir base de dados com contactos dos

    clientes e principais caractersticas, de

    empresas e de imprensa gastronmica.

    Relaes Pblicas:! Fazer um acompanhamento do cliente desde o momento que entra no estabelecimento at

    quando sai. Manifestar interesse pelo bem-estar do cliente. Perguntar chegada se ele vai

    desejar algo para beber no Bar antes da refeio. Perguntar ao cliente se a refeio era do seu

    agrado quando esta acabar. E perguntar se deseja mais alguma coisa antes do pagamento.

    ! Hotis: fazer umforcingmensal

    ! Aumentar parcerias com outros operadores

    tursticos, tais como agncias de viagens

    ! Desenvolver uma proposta de parceria com

    a Gulbenkian (para 2015)

    ! Fazer a divulgao de eventos aos nossos

    contactos

    ! Desenvolver maior comunicao com a

    imprensa gastronmica

    Promoes:

    ! Para os turistas iro existir tambm

    certas promoes tais como a

    Welcome Drink ou ainda certos

    menus mais econmicos. Isto envolve

    uma maior comunicao juntos dos

    hotis e tambm a emisso deflyersou

    cartes a divulgar as ofertas

    ! Polticas de desconto sero adoptadas para as

    refeies ao jantar de forma a contornar a

    procura elstica do sector, e tambm para

    grupos oferta de um clice de vinho do porto

    ou oferta de sobremesa ou menus a 20!

    (entrada, prato, sobremesa e caf);

    ! Happy Hourno Bar das 19h00 s 20h00

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    Eventos (* devem ser sempre registados com o uso a vdeo e/ou fotografias):

    ! Designar eventos no tempo que permitam o reforo da degustao de cozinha tradicional

    portuguesa, como por exemplo: Semana do Bacalhau - cada dia da semana, um prato de

    bacalhau diferente (envolve a promoo antecipada atravs de publicidade interna, canais

    electrnicos e junto dos hotis).

    ! Promover ofertas em dias festivos e feriados nacionais (dia internacional da mulher, dia da me

    e do pai, etc)

    ! Noites de fado: comear com uma vez por ms, posteriormente uma vez por semana (envolve a

    promoo antecipada). Principal objectivo: atraco do segmento turstico (para 2015)

    ! Criar aniversrio do Restaurante

    ! Provas de vinho no restaurante

    Pessoas

    ! Os colaboradores devem ter em vista os melhores interesses do cliente. Devem ser instrudos a

    perguntar no final das refeies se estava tudo ao gosto do cliente e incentivar os clientes a

    participar no servio fazendo sugestes. Devem ser corteses e demonstrar agrado na presena

    dos clientes! Formao em informtica e gesto de redes sociais para a recepcionista

    ! Formao em Adobe Illustrator para a edio de cartazes promocionais

    ! Estratgias de motivao - envolver colaboradores nas actividades de marketing:

    o Participao nos projectos de vdeo

    o Foto de equipa e exibio da foto no restaurante

    ! Marketeer deve ficar responsvel pelo registo fotogrfico do dia-a-dia do restaurante (do

    registo dos pratos pratos s actividades bsicas para promoo online) (ver anexo 23), gesto

    de redes socias e site. Execuo de actividades de Relaes Pblicas: ir mesa dos clientes e

    garantir o bom funcionamento da experincia total do cliente.

    ! Recrutar uma pessoa para ajudar na gravao e edio dos vdeos promocionais

    ! Recrutar uma pessoa ou empresa para ajudar a melhorar o site ou fazer novo site

    ! Recrutar um novo assistente de marketing

    ! Recrutar uma empresa para fazer os cartes-de-visita

    ! Recrutar um novo empregado de mesa que

    tenha conhecimentos de ingls

    Processos

    ! Acompanhar o cliente desde o momento que ele entra at quando ele sai. Perguntar se deseja

    tomar alguma coisa no bar antes da refeio (principalmente se o cliente estiver a aguardar a

    chegada de outras pessoas). Perguntar se estava tudo bem e se deseja mais alguma coisa antes

    de finalizar o pagamento.

    EvidnciaFsica

    ! Recriar um ambiente calmo e tranquilo: colocao de velas ao jantar e msica ambiente

    ! Decorao com quadros e gravuras tambm nas salas inferiores

    ! Desenvolver uma ementar para o Bar (cocktails e tapas)

    ! Melhorar a formatao das ementas (letra e organizao da folha):

    o A ementa deve apresentar uma breve descrio dos pratos (ingredientes e outros

    elementos centrais do prato)

    o A ementa pode tambm exibir as quantidades/ pores de cada prato

    o Traduzir ementa tambm para francs e outras lnguas se possvel

    o A ementa deve ser idntica em igual nmero de pratos, preo e formatao nas trs

    lnguas (portugus, ingls e francs)

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    ! Dinamizar a zona do bar como rea lounge pr- e ps-refeio: fornecer uma lista de cocktails

    aos clientes e tambm com algumas tapas; oferecer aperitivos (frutos secos, )gratuitamente;colocar msica ambiente (estao de rdio de jazz ou msica clssica)

    ! Promover as salas de cima para jantares de grupo

    ! Renovar pratos e talheres de sobremesas

    ! Utilizar um tabletpara permitir aos clientes acederem em directo ao tripadvisor e deixar as

    suas crticas (para 2015)

    5.7.Planeamento, Implementao e Controlo

    5.7.1.Planeamento e Calendarizao

    Relativamente calendarizao, esta foi feita com o horizonte temporal de 1 ano (12

    meses) e ter incio a partir de Janeiro de 2014. O ano de 2015 serve para suster de forma

    consistente o plano de actividades a longo prazo, do mesmo modo delegando a execuo

    das actividades de menor importncia para esse mesmo perodo. O calendrio que se segue

    foi organizado com base na sequncia mensal de forma a permitir maior clareza na

    execuo temporal das actividades, surgindo primeiro as actividades de Janeiro, depois de

    Fevereiro e assim consecutivamente.

    As actividades assinaladas com * significam que a sua continuao vai depender

    da eficcia da primeira implementao. Por outro lado, as actividades assinaladas com **

    referem-se a actividades que se encontram interligadas, nomeadamente, os cartes-de-visita

    no podem ser emitidos sem antes o horrio do restaurante estar regularizado. Por ltimo,

    refira-se ainda a actividade de promoo de ofertas em dias festivos, embora seja uma

    actividade que ir ser testada logo no incio da implementao, os meses seguintes tambm

    foram assinalados por corresponderem a feriados ou pocas festivas6.

    Quadro 5- Calendarizao

    Tipo de AcoAco

    Resp.2013/2014

    2015Seg.Turstico eSeg.Nacional

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

    ProdutoIntroduzir mais pratosfixos de bacalhau

    Coz/ Gest X

    ProdutoIntroduzir variadas tapastpicas portuguesas naementa do Bar*

    Coz/ Gest X

    6Nomeadamente (por ordem de surgimento no calendrio): Dia de So Valentim (14.02), Dia da Mulher (08.03), Diado Pai (19.03), Sexta-feira Santa e Pscoa (29 e 31.03), Dia da Liberdade (25.04), Dia do Trabalhador (01.05), Dia daMe (05.05), Dia Internacional da Famlia (15.05) Dia de Santo Antnio (13.06), Dia Internacional dos Avs (26.07),

    Dia Mundial da Alimentao (16.10), Dia de So Martinho (11.11), poca Natalcia e de Ano Novo. Nem todas asdatas sero promovidas com ofertas, mas servem de apoio na sistematizao do calendrio anual, podendo vir a

    beneficiar de ofertas promocionais ou no.

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    PessoasFormao em informticae gesto das redes socias

    Recep X

    PessoasRecrutar empregado demesa (obrigatrio lnguainglesa)

    Gest X

    Evid. Fsica

    Melhorar a formatao dasementas (letra eorganizao da folha, etraduo)

    Gest X

    Evid. FsicaDinamizar a zona do bar +ementa do bar *

    Gest X

    PreoComunicao

    Happy Hour* Gest X

    Comunicao Formulrio de Sugestes* Mkt X

    Local**Abertura aos sbados aojantar*

    Gest X

    Local** Jantares 19h00-22h30** Gest X

    PreoComunicao

    Descontos refeies degrupo e aos jantares*

    Gest X

    Evid. Fsica

    Recriar um ambientecalmo: colocao de velas

    ao jantar e msicaambiente

    Gest/Emp X

    Pessoas

    Recrutar uma pessoa paraajudar na gravao eedio dos vdeospromocionais

    Mkt X X

    Comunicao Provas de vinho* Gest/Mkt X X X

    Comunicao Ofertas em dias festivos* Gest/Mkt X X X X X X X X X

    Comunicao** Novos cartes de visita** Outs. X

    Comunicao Vdeos Promocionais Mkt X X X X

    PessoasEstratgias de motivao -Participao nos projectos

    de vdeo + foto de equipa

    Mkt X X X X

    ComunicaoCriar aniversrio dorestaurante

    Gest/Mkt X

    Comunicao Traduo site Outs. X

    PessoasRecrutar uma pessoa paraajudar a melhorar o site

    Mkt X

    Comunicao Semana do BacalhauGest/Mkt/

    CozX

    Comunicao Inqurito de Satisfao Mkt X X

    PessoasFormao em AdobeIllustrator

    Mkt X

    Evid. FsicaNovos pratos parasobremesas

    Gest X

    Comunicao

    Site, Facebook,

    Newsletters, Expositores,fotografar pratos

    Mkt X X X X X X X X X X X X X

    Produto Maior rotatividade ementa Coz/ Gest X X X X X X X X X X X X X

    Comunicao CRM: Bases de dados Mkt X X X X X X X X X X X X X

    ComunicaoForcingmensalaos hotis

    Mkt X X X X X X X X X X X X X

    Comunicao

    Parcerias com outrosoperadores tursticos,imprensa gastronmica,divulgao de eventos

    Mkt X X X X X X X X X X X X X

    Comunicao,

    Processos,Pessoas.

    Acompanhar o clientedesde o momento que eleentra at quando ele sa